Subprodutos
Subprodutos
Subprodutos
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
LONDRINA
2015
JAMIL CORREIA DA SILVA JUNIOR
LONDRINA
2015
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Programa de Pós-Graduação
em Tecnologia de Alimentos
FOLHA DE APROVAÇÃO
APROVEITAMENTO DE SUBPRODUTOS DA
INDÚSTRIA DE CARNE SUÍNA: CARACTERIZAÇÃO
FÍSICO-QUÍMICA DO QUEIJO DE PORCO
por
________________________________ _______________________________
Profª. Drª. Alessandra Machado Lunkes Prof. Dr. Alexandre da Trindade Alfaro
Universidade Tecnológica Federal do Universidade Tecnológica Federal do
Paraná Paraná
Orientadora Membro Examinador Titular
________________________________
Profª. Drª. Neusa Fernandes de Moura
Universidade Federal do Rio Grande
Membro Examinador Titular
Visto da coordenação:
________________________________
Prof. Fábio A. Coró, Dr.
(Coordenador do PPGTAL)
Headcheese is a meat sausage originated from Europe made from hog slaughter by-
products. It is a much appreciated product in the South of Brazil which is increasingly
established in the market, however it does not have official regulations yet. This study
aimed to present the physicochemical characterization of headcheese in a western
Santa Catarina industry supervised by Companhia Integrada de Desenvolvimento
Agrícola de Santa Catarina and assess 10 different brands to find the relationship
between chemical composition and texture profile analysis (TPA). Thus, the chemical
composition, energy value, total nitrite, lipid oxidation and physical parameters (color
and texture) were evaluated. The product exhibited great variability in moisture
content, lipid and protein because the different formulations, processing and intrinsic
and extrinsic characteristics of raw material. The utilization of offal provided higher
cholesterol and iron levels, and the high content of collagen was accountable for the
shear force responses (7.84 ± 1.68 N). The product showed higher amount of
sodium, due to the use of additives, but calcium levels were compatible with other
sausages. There was a predominance of polyunsaturated fatty acids and
polyunsaturated fatty acids/saturated fatty acids ratio was more favorable than other
sausage in the same category. Nitrite assured preservation effects and thus lower
product levels of oxidation were observed. The high Water Activity and pH 6.5
showed that the product is susceptible to growth of pathogens and requires cooling
for preservation. Its brownish occurred due to cooking and production of
metmyoglobin. There was a strong positive correlation between collagen and
attributes of TPA, especially for chewiness (r = 0.855). The use of Hierarchical
Cluster Analysis and Principal Component Analysis were able to separate three
groups based on the amount of collagen and texture attributes, especially hardness,
gumminess and chewiness.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 11
2 OBJETIVOS ................................................................................................ 13
2.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 13
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................... 13
3 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................... 14
3.1 HISTÓRICO ................................................................................................. 14
3.2 PRODUÇÃO E CONSUMO DE CARNE SUÍNA E DERIVADOS ............... 16
3.3 SUBPRODUTOS SUÍNOS COMESTÍVEIS ................................................. 18
3.4 QUEIJO DE PORCO ................................................................................... 20
3.4.1 Classificação e Definição ........................................................................ 20
3.4.2 Formulação ............................................................................................. 23
3.4.3 Processamento ....................................................................................... 27
3.4.4 Composição Química ............................................................................. 29
4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 32
4.1 MATERIAL EM ESTUDO ............................................................................ 32
4.1.1 Matéria-prima, formulação e processamento ......................................... 33
4.2 MÉTODOS .................................................................................................. 36
4.2.1 Composição proximal e valor energético ................................................ 36
4.2.2 Perfil de ácidos graxos ........................................................................... 36
4.2.3 Análise de colesterol ............................................................................... 37
4.2.4 Avaliação da oxidação lipídica ................................................................ 38
4.2.5 Determinação de colágeno ..................................................................... 38
4.2.6 Determinação de minerais ...................................................................... 39
4.2.7 Determinação de nitrito total .................................................................... 39
4.2.8 Atividade de água e pH .......................................................................... 40
4.2.9 Análise instrumental de cor e textura ...................................................... 40
4.3 TRATAMENTO DOS DADOS ..................................................................... 41
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 42
RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 48
ARTIGO 1 – Avaliação química e física do queijo de porco: Um embutido
cozido preparado com subprodutos comestíveis suínos. ................................... 49
ARTIGO 2 – A relação entre a composição química e o perfil de textura do
queijo de porco. ................................................................................................. 72
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 87
ANEXOS ........................................................................................................... 88
Anexo A – Resumos apresentados em congressos .......................................... 89
Anexo B – Artigos publicados ............................................................................ 98
11
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 HISTÓRICO
produtos cárneos do Brasil são denominados como miúdos suínos o rim, o fígado, o
coração, a língua, o estômago, os miolos, o timo, o pulmão, o baço, os pés, as orelhas
e o rabo (BRASIL, 2003). A legislação brasileira esclarece que os subprodutos devem
obrigatoriamente passar pela avaliação do serviço de inspeção e após liberados,
devem seguir para manipulação, limpeza e preparo para melhor apresentação ou
tratamento posterior. O estômago pode ser usado como envoltórios desde que lavado,
raspado e submetido à salga ou dessecação (BRASIL, 1952).
Os subprodutos são ricos em proteínas, possuem baixo custo e podem ser
utilizados como matéria-prima na fabricação de produtos processados, contribuindo
para melhorias sensoriais e tecnológicas, além de aumentar a estabilidade destes
produtos. O aproveitamento destes subprodutos também é uma forma de agregar
valor a vísceras ou miudezas que teriam baixa aceitação pelo consumidor no seu
estado in natura (TOLDRÁ et al., 2012; MARTI et al., 2011). Embora apresentem alto
teor de colesterol, sua utilização para a alimentação humana ou animal apresenta
vantagem por se tratar de uma excelente fonte de aminoácidos essenciais
(fenilalanina, tirosina, lisina, histidina, valina e leucina), vitaminas do complexo B (B1,
B2, B6 e B12) e minerais, tais como ferro e zinco (ARISTOY; TOLDRÁ, 2011; KIM,
2011; GARCÍA-LLATAS et al., 2011). Os diversos órgãos apresentam diferentes
valores de nutrientes, dependendo da espécie de que foram obtidos (HONIKEL,
2011).
Existem poucas informações sobre o valor nutricional da maioria dos miúdos
animais e o que se tem à disposição são dados limitados a tabelas nutricionais
disponíveis na internet (USDA, 2015b). Os dados disponíveis são espécie-específicos
e não consideram as diferenças de composição nutricional ocasionadas por fatores
intrínsecos e extrínsecos (HOFFMAN; LAUBSCHER; LEISEGANG, 2013).
Esta norma dispõe que “o produto deve ser cozido até perfeito
amolecimento e gelatinização dos tecidos cartilaginosos empregados” (SÃO
PAULO, 1978).
22
3.4.2 Formulação
Fonte: Varnam; Sutherland (1995); Ockerman (1989). (*) Quantidades não descritas, (a) ingrediente curado, (b) Carne de cabeça com ossos.
27
3.4.3 Processamento
Fonte: Ockerman (1989). (*) Percentual de colágeno com base no teor de proteína citado. As
respectivas formulações estão descritas na Tabela 3 deste trabalho.
31
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.2 MÉTODOS
Franco (2006) por cromatógrafo a gás (Thermo Scientific, Waltham, USA) equipado
com detector de ionização em chama (DIC) e coluna capilar de sílica fundida CP-
7420, específica para Ésteres Metílicos de Ácidos Graxos (Select FAME) com 100m
de comprimento, 0,25mm de diâmetro interno e 0,25 µm de espessura do filme
constituído de cianopropil / polisiloxano.
Os parâmetros operacionais foram: temperatura do detector e injetor de
220ºC e 240 ºC, respectivamente. O tempo total da análise foi de 30 minutos,
subindo gradativamente em 2 rampas, sendo a temperatura inicial de 165ºC e a final
de 235ºC. O gás de arraste foi H2 com fluxo de 1,2 mL por min e o gás auxiliar
(make-up) foi N2 a 30 mL por min. A chama do DIC foi produzida com H 2 a 35 mL
por min e ar sintético a 300 mL por min. Para injeção foi utilizado um volume de 2,0
µL por meio da técnica de divisão de amostra (split) na razão de 1:80.
Os tempos de retenção dos analitos e as porcentagens de área dos picos
correspondentes foram obtidos através da integração pelo Software Chromquest
versão 5.0. Os ácidos graxos foram identificados por comparação dos tempos de
retenção com padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos (Sigma-Aldrich, St
Louis, USA).
Os teores de cálcio, sódio e ferro foram avaliados a partir das cinzas. Para a
diluição foi utilizado ácido clorídrico. Para determinação de cálcio e sódio foi
adicionada solução supressora de trióxido de lantânio. A leitura da absorbância foi
realizada em espectrofotômetro de absorção atômica com chama equipado com
corretor de fundo (Analytik Jena, Jena, Alemanha) no comprimento de onda para
sódio, ferro e cálcio de 589, 248,3 e 422,7 nm respectivamente e fenda de 0,5 nm
para Na, 0,2 nm para Fe e 0,5 para Ca. Foi usado o módulo de chama com
queimador de 8 cm e chama oxidante utilizando os gases ar / acetileno. Lâmpada
catódica foi utilizada e a curva analítica foi determinada para cada elemento usando
solução padrão Sigma (St. Louis, MO, USA) (AOAC, 2005; IAL, 2008).
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
RESUMO
INTRODUÇÃO
além de evitar descartes que representariam dano ambiental (Toldrá et al., 2012;
Souza & Montenegro, 2000).
O queijo de porco, denominado em inglês head cheese, em espanhol queso
de cerdo, puerco ou chancho e em italiano coppa di testa é um embutido cozido
elaborado a partir de subprodutos da indústria da carne suína (Sánchez, 2005;
Marianski et al., 2009; Montanari, 2015). Foi trazido ao Brasil no final do século XIX
e início do século XX pelos imigrantes italianos, poloneses e alemães (Furtado,
2005; Dorigon & Renk, 2011) e sua formulação é constituída de tecidos menos
nobres da carcaça suína (carne de cabeça, retalhos de produção e pele), miúdos
(língua, coração, fígado e rins), condimentos e aditivos. A matéria-prima é cozida,
desossada, cortada, moída, misturada aos demais ingredientes e embutida em
envoltórios naturais ou artificiais. A moldagem em formas é opcional. Em seguida o
produto é cozido, prensado (quando em envoltórios naturais), defumado ou não e
por fim refrigerado (México, 1969; Canecchio Filho, 1973; ACARPA, 1982;
Ockerman, 1989; Varnam & Sutherland, 1995; Heinz & Hautzinger, 2007; Marianski
et al., 2009; Equador, 2010; Dorigon & Renk, 2012; Meats and Sausages, 2015).
São escassas as informações sobre as propriedades físico-químicas do queijo
de porco e até o momento não existe no Brasil um regulamento técnico de
identidade e qualidade. As referências são provenientes de legislações americanas,
manuais técnicos, banco de dados e fontes gastronômicas nacionais e
internacionais que apresentam grande diversidade de formulações e
processamentos, resultando em diferentes concentrações de nutrientes (México,
1969; Canecchio Filho, 1973; Equador, 2010; Ockerman, 1989; USDA, 2015b). Em
face desta variedade, o objetivo deste trabalho foi avaliar as características físico-
químicas do queijo de porco fabricado em uma indústria do sul do Brasil, com vistas
a contribuir com os órgãos fiscalizadores no desenvolvimento de um regulamento
técnico de identidade e qualidade.
MATERIAIS E MÉTODOS
Análises químicas
Os ácidos graxos foram extraídos a frio segundo o método de Bligh & Dyer
(1959). A metilação dos ácidos graxos foi realizada com trifluoreto de boro conforme
Joseph & Ackman (1992). Os ácidos graxos saturados e insaturados foram
determinados por cromatógrafo a gás (Thermo Scientific, Waltham, USA) utilizando-
se detector de ionização em chama e coluna capilar de sílica fundida CP-7420 de
cianopropil/polisiloxano (100m x 0.25mm x 0.25µm). As temperaturas do injetor e do
detector foram de 220ºC 240ºC, repectivamente. No gradiente de separação a
temperatura inicial da coluna foi de 165ºC e esta foi elevada até 235ºC durante 30
minutos. Os ácidos graxos foram identificados a partir da comparação de seus
tempos de retenção com padrões Sigma (St. Louis, MO, USA) de composição
conhecida (Visentainer & Franco, 2006).
Análises espectrofotométricas
Análises físicas
Análises estatísticas
RESULTADOS E DISCUSSÃO
DP: desvio padrão. (*) Diferença entre 100% e a soma dos percentuais de umidade, proteínas,
lipídios e cinzas. (**) Valor Energético (VE) obtido pelo cálculo: Somatório de Carboidratos
(x4), proteínas (x4) e Lipídios (x9).
teores de colágeno (Reis et al. 1999, Ordóñez et al., 2005). Ockerman (1989)
descreveu valores da relação colágeno/proteína variando de 56,5 a 85% para
queijos de porco de diferentes formulações.
Apesar de o colágeno ser uma proteína de baixo valor biológico (Pearson &
Gillet, 1999), é importante para embutidos cozidos porque, após o cozimento, ele é
gelatinizado garantindo firmeza e mastigabilidade ao produto (Gómez-Guillén et al.,
2011; Feiner, 2006).
Em relação aos valores obtidos para cinzas, tem-se que para carne suína,
de acordo com a Tabela de Composição de Alimentos e a Organização Mundial para
Agricultura e Alimentação é de 1g/100g (TACO, 2011; Heinz & Hautzinger, 2007).
Os valores obtidos (3,06 g/100g) estão acima dos relatados uma vez que para o
desenvolvimento das formulações adicionam-se sais como cloreto de sódio e sais de
cura, o que justifica valores acima de 1 g/100g de produto.
A quantidade de sódio encontrada no queijo de porco (988 mg/100g) é
resultado do conteúdo cárneo e ingredientes utilizados em sua formulação, já que
para carne suína têm-se aproximadamente 53 mg/100g do sódio (TACO, 2011) e o
restante pode ser proveniente do cloreto de sódio e aditivos. Adicionalmente, valores
muito próximos (941 mg/100g) foram descritos na tabela norte-americana para o
queijo de porco (USDA, 2015b). Os valores de cálcio encontrados neste trabalho
estão próximos aos descritos para morcela que foram de 18,42 a 25,9 mg/100 g
(Jiménez-Colmenero et al., 2010).
O teor de 1,79 mg/100g de ferro encontrado no queijo de porco assemelhou-
se às descrições de literatura que apresentam 1,50 mg/100g (USDA, 2015b). Tendo
em vista que a carne suína apresenta 0,50 mg/100g de ferro (TACO, 2011), o maior
teor deste mineral no produto pode estar relacionado à adição de vísceras,
principalmente coração. Tal fato pode ser comprovado pela maior quantidade de
ferro encontrada no coração de frango que é de 4,1 mg/100g confirmando que a
musculatura cardíaca apresenta maior teor de ferro que a musculatura esquelética
(TACO, 2011).
Foram identificados 12 ácidos graxos nas amostras avaliadas, dos quais
cinco foram saturados, cinco monoinsaturados e outros dois poli-insaturados (Tabela
10). Os ácidos graxos predominantes foram o oleico (18:1n-9c) com 42,36 g/100g, o
palmítico (16:0) com 21,72 g/100g, o linoleico (18:2n-6c) com 16,40 g/100g e o
esteárico (18:0) com 9,14 g/100g que representaram quase 90% do total. De acordo
58
(*) Os resultados foram expressos em g/100g de ácidos graxos totais ± Desvio Padrão. (AGS)
Ácidos graxos saturados, (AGMI) Ácidos graxos monoinsaturados, (AGPI) Ácidos graxos poli-
insaturados, (AGT) Somatório de ácidos graxos trans, (n-6) Ácidos graxos ômega 6, (n-3)
Ácidos graxos ômega 3, (AGPI/AGS) Razão entre ácidos graxos poli-insaturados e ácidos
graxos saturados, (n-6/n-3) Razão entre ácidos graxos ômega 6 e 3.
O resultado obtido foi de 89,5 mg/kg de nitrito de sódio total, estando dentro
do limite máximo previsto pela legislação brasileira que é de 150 mg/kg (BRASIL,
2007, 2009). O nitrato por si só não possui ação antioxidante, mas após sua redução
origina o nitrito que, por sua vez, forma compostos nitrosos que possuem efeito
antioxidante (Honikel, 2008). A inibição da peroxidação lipídica ocorre pela oxidação
do nitrito para nitrato, formação de um complexo com os íons de ferro e pela
estabilização dos ácidos graxos poli-insaturados das membranas celulares (Andrée
et al., 2010). Este efeito só ocorre em produtos cárneos se a concentração de nitrito
estiver entre 20 e 50 mg/kg. Concentrações entre 80 a 150 mg/kg também
promovem efeito conservante (Lücke, 2000; Terra et al., 2004, 2006). Portanto, a
quantidade encontrada no queijo de porco estudado no tempo inicial garantiu os dois
efeitos antioxidantes e conservantes.
Os resultados apresentados na Figura 3 indicam elevação na taxa de
oxidação lipídica de acordo com o período de armazenamento do produto, mesmo
mantido em condições ideais de armazenamento (4ºC) entre o tempo inicial e final.
Os valores obtidos indicam que apesar de haver oxidação, mesmo em condições
ideais, esta ocorre em baixa velocidade. Fato este que pode estar relacionado à
presença dos sais de cura mostrando que o queijo de porco apresenta certa
estabilidade oxidativa.
60
0,8
0,7
0,66a 0,69a
0,6
0,6ab 0,58ab
0,5
0,48b
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 28 42 56 90
Figura 3 – Oxidação lipídica das amostras de queijo de porco conforme os dias 0, 28, 42, 56 e
90 de armazenamento. As médias estão representadas pelas barras e o desvio padrão pelas
retas verticais. Letras diferentes indicam diferença significativa ao nível de 5% pelo teste de
Tukey.
Cor e textura
salga foi observado que ocorreu diminuição da relação a*/b* indicando formação de
metamioglobina. Observa-se ainda pela descrição de Ferreira et al. (2013) valores
que decaem quando se compara produtos cárneos crus a cozidos. Estes valores
estão de acordo com a formação de coloração marrom para produtos cárneos, ou
seja, quanto menor a relação, maior a formação de metamioglobina. Almada et al.
(2011) obtiveram para lombo de porco curado sem tratamento térmico valores da
razão a*/b* entre 1,60 a 1,88.
CONCLUSÃO
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72
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
Amostras
Composição proximal
Determinação de colágeno
Análise estatística
Para checar a distribuição normal dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-
Wilk e em seguida foi aplicada a análise de variância (ANOVA). O teste de Tukey foi
usado para a comparação das médias. Os resultados foram expressos como médias
± desvio padrão (DP). A relação entre as propriedades físico-químicas e os atributos
de textura foi avaliada usando o teste de correlação linear de Pearson. Além disto,
foi realizada a Análise de Cluster Hierárquico (ACH) para definir possíveis grupos e
a Análise de Componentes Principais (PCA) para identificar combinações de
76
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 12 – Composição proximal e teor de colágeno das diferentes marcas de queijo de porco
Umidade Cinzas Lipídio Proteína Colágeno
Marcas
(g/100g) (g/100g) (g/100g) (g/100g) (g/100g)
c de b bcd
A 62,77 ± 0,44ª 2,65 ± 0,01 10,72 ± 0,02 18,81 ± 0,11 8,88 ± 0,44
d abc b
B 50,95 ± 0,48 3,15 ± 0,01 17,95 ± 0,63ª 18,49 ± 0,48 15,48 ± 0,48ª
abc e ab
C 60,92 ± 0,29ª 3,19 ± 0,01 9,82 ± 0,18 23,91 ± 0,11ª 12,72 ± 0,29
c ab cd
D 55,85 ± 0,01 3,58 ± 0,04ª 16,30 ± 0,64 23,64 ± 0,22ª 6,60 ± 0,01
c bc ab bcd
E 55,33 ± 0,41 2,75 ± 0,02 18,13 ± 0,70ª 19,69 ± 0,18 9,52 ± 0,41
d abc cd ab abc
F 49,50 ± 0,15 3,05 ± 0,11 13,24 ± 0,10 21,33 ± 0,47 11,52 ± 0,15
c ab bc b cd
H 54,64 ± 0,29 3,32 ± 0,14 14,47 ± 0,43 18,99 ± 0,73 7,52 ± 0,29
c de ab abc
I 54,48 ± 0,09 3,53 ± 0,01ª 11,31 ± 0,10 22,21 ± 0,66 11,46 ± 0,09
b bc bc ab d
J 57,57 ± 0,33 2,91 ± 0,05 14,19 ± 0,66 20,68 ± 0,51 4,72 ± 0,33
Tabela 13 – Análise do Perfil de Textura (TPA) das diferentes marcas de queijo de porco
Marcas Dureza Coesividade* Elasticidade* Gomosidade Mastigabilidade
(N) (N) (N)
c c ab bc bc
A 27,47 ± 2,58 0,40 ± 0,04 0,89 ± 0,05 10,95 ± 0,75 9,70 ± 0,59
a
B 135,82 ± 7,48ª 0,81 ± 0,00 0,94 ± 0,01ª 109,46 ± 5,30ª 102,79 ± 4,47ª
C 126,80 ± 21,33ª 0,75 ± 0,08ª 0,96 ± 0,01ª 95,62 ± 25,69ª 91,85 ± 25,87ª
bc c c bc bc
D 54,91 ± 4,97 0,42 ± 0,03 0,76 ± 0,04 22,95 ± 2,95 17,37 ± 2,10
ab ab ab
E 92,57 ± 1,90 0,71 ± 0,02ª 0,94 ± 0,01ª 65,69 ± 3,18 62,05 ± 2,60
bc ab bc bc
F 50,01 ± 6,13 0,68 ± 0,06 0,89 ± 0,01ª 33,72 ± 1,30 29,98 ± 1,52
c bc c c c
G 18,18 ± 1,52 0,53 ± 0,02 0,77 ± 0,01 9,53 ± 1,16 7,34 ± 0,84
c c bc c c
H 16,06 ± 2,10 0,45 ± 0,02 0,81 ± 0,04 7,17 ± 0,54 5,79 ± 0,12
I 117,19 ± 19,58ª 0,71 ± 0,01ª 0,94 ± 0,01ª 83,81 ± 14,49ª 79,02 ± 13,76ª
c c d c c
J 30,40 ± 2,22 0,46 ± 0,03 0,59 ± 0,02 13,73 ± 1,57 7,96 ± 0,51
(*) Parâmetro adimensional. Letras diferentes em uma mesma coluna indicam diferença
significativa ao nível de 5% pelo teste de Tukey.
menor dureza que este embutido, variando em diferentes teores para os outros
atributos.
O teste de correlação linear foi utilizado para verificar se existe relação entre a
composição química das marcas avaliadas e os atributos determinados pela análise
do perfil de textura. Os coeficientes de correlação de umidade, lipídio e proteína com
os parâmetros de textura são demonstrados na Tabela 14. Houve correlação
positiva do colágeno com todos os parâmetros de TPA, confirmando sua influência
nas características sensoriais do queijo de porco quanto aos atributos de dureza,
coesividade, elasticidade, gomosidade e mastigabilidade (p<0,05). Todavia, para os
outros parâmetros físico-químicos não houve correlação significativa com a textura
(p<0,05). Foi constatada correlação negativa baixa, porém não significativa entre
umidade e a coesividade (r = - 0,432). Ordóñez et al., 2001 encontraram para
linguiças de carne suína cozida frankfurters baixa correlação negativa entre umidade
e dureza (r = -0,445) e baixas correlações positivas de lipídio com dureza (r = 0,466)
e mastigabilidade (r = 0,458). Para o teor de proteína, estes autores mostraram forte
correlação positiva com dureza e mastigabilidade. Para este estudo não foi
percebida nenhuma correlação entre lipídios e os parâmetros de textura.
Na Análise de Clusters Hierárquicos (ACH) por similaridade, ao nível de 5%
de significância, estabeleceram-se três grupos. Na análise do dendrograma (Figura
4) foi possível constatar que houve um grupo constituído pelas marcas B, C, E e I
denominado Grupo 1 que tem grande similaridade entre si, principalmente entre as
marcas C e I. Formou-se um segundo grupo intermediário formado pelas marcas D e
F, denominado Grupo 2. E ainda um último grupo chamado Grupo 3 que agregou as
marcas A, G, H e J.
É possível notar que os grupos formados pela análise de ACH tiveram relação
com os resultados de TPA. No grupo 1, foram incluídas as marcas que obtiveram os
maiores valores para todos os atributos da TPA (B, C, E e I). No grupo 3 estão
incluídas as marcas que apresentaram os menores valores no perfil de textura (A, G,
H, J). Além destes grupos, um grupo intermediário composto pelas marcas D e F
também foi constituído.
80
Tabela 14 – Correlação de Pearson entre composição química e atributos de textura das diferentes marcas de queijo de porco
Variáveis Umidade Lipídio Proteína Colágeno Dureza Coesividade Elasticidade Gomosidade Mastigabilidade
Umidade 1
Lipídios -0,551 1
0,524617
0,574617
0,624617
0,674617
Similaridade
0,724617
0,774617
0,824617
0,874617
0,924617
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
0,974617
E B C I D F J A G H
Marcas
Lipídio
2 B
E
PC2 (19,48%)
H F Coesividade
G Colágeno
0 Mastigabilidade
J D Gomosidade
Dureza
I Elasticidade
A
-2
Proteína
-4
Umidade
-6
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
PC1 (59,64%)
CONCLUSÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXOS