Ninguém É Uma Ilha

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NINGUÉM É UMA ILHA

Nada dilui o cântico congregacional e solapa mais depressa a nossa unidade do que
esquecer a verdade que não somos ilhas. Hoje em dia, existe um inquietante número de
cristãos que se afasta do hábito de se reunir semanalmente com outros crentes em uma
igreja local. Isso é resultado de ver a fé como algo individual e apenas pessoal, entre eu e
Deus, mesmo que simplesmente a igreja exista para mostrar o contrário. Isso leva pessoas
a deixarem suas igrejas porque “não estão recebendo nada dela”. É claro que você deve se
beneficiar pessoalmente da igreja local — mas só nos beneficiamos da igreja quando
servimos a igreja. Com maior frequência, esse sentimento tenta veladamente disfarçar uma
desculpa para evitar o custo do compromisso para com a comunidade. Jamais deveríamos
estar na igreja mera ou primariamente pelo que conseguimos obter dela, mas pelo que
damos a ela. A ideia de “eu” não pode ser entendida corretamente, se não entendermos a
ideia de “nós”, de juntos fazermos parte da igreja. Pense nas igrejas para as quais Paulo
escrevia nas décadas após a ascensão
de Cristo. Cada uma era uma coleção eclética de gostos, experiências e origens.
Continham tantas pessoas cultas quanto as que não tinham nenhuma escolaridade, aqueles
com muito nos bolsos e os que lutavam para sobreviver. Vinham de uma variedade de
origens religiosas e culturais, com muitas resultantes tensões. Eram suscetíveis aos
terríveis ventos do falso ensino, expostos às ondas de perseguição que começavam a
assolar o Império Romano. Eles não tinham nada em comum, exceto que tinham em
comum tudo que era importante: a fé em Cristo, que os uniu por seu Espírito. Paulo disse a
eles que um sinal disso seria visto em seu canto congregacional: ...enchei-vos do Espírito,
falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e
cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso
Senhor Jesus Cristo. Efésios 5.18-20 Os seus hinos eram os mastros das bandeiras ao
redor das quais eles podiam se unir. É exatamente o mesmo hoje em dia. Esperamos que a
sua igreja inclua membros muito diferentes de você — que tenham gostos musicais muito
diferentes do seu. Cantar como um corpo unido em igreja nos lembra que não somos
definidos pelo individualismo descarado, promovido pela sociedade moderna. “Preservar a
unidade do Espírito” (Ef 4.3) era algo difícil de fazer no primeiro século, e exigia “todo
esforço” de cada membro da igreja; Isto continua sendo difícil hoje; exige nosso esforço e
encontra sua expressão e inspiração no canto alimentado e fortalecido pelo evangelho na
igreja. Todos nós compartilhamos a responsabilidade de cantar juntos. O nosso cantar (até
mesmo quando alegremente desafinado) sempre deve, sem desculpas, contribuir para
nosso senso de família e comunidade, e nunca ser apressado, murmurado, ou entregue
apenas aos “profissionais”. Assim, quando você é chamado a cantar com sua igreja, pare
por um momento de tomar seu café, guarde o celular, olhe em sua volta e escute as
pessoas que estão em pé ao seu redor. Você não é filho único. Esta é sua família. Você e
essas pessoas que o cercam são pedaços eternos em meio a este mundo que desvanece.
Você foi chamado a servi-los cantando com e para eles. Quando olhamos desta forma o
nosso canto na congregação, teremos prazer
em abrir mão de nossas preferências pessoais quanto ao estilo de música, os instrumentos
usados, e assim por diante. Claro que encontraremos alguns hinos e arranjos que são mais
do nosso próprio gosto, mas existe algo maior e muito mais empolgante que acontece aqui.
Não veja o cantar com a igreja como oportunidade de cantar conforme canta a cultura em
que você vive, ou como uma época passada que você queira reviver — venha cantar dando
voz ao som sem tempo, sem limites, da voz congregacional que canta para aquele que é
eternamente digno de nosso louvor.

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