FOL59930001

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 34

~.,.

Ministério
da Agricultura
e do Abastecimento
UtLvIIIUIU, I...,...,...,

Fungicidas I: utilização no controle


químico de doenças e sua ação contra
os fitopatógenos

fi
República Federativa do Brasil

Presidente
Fernando Henrique Cardoso

Ministério da Agricultura e do Abastecimento

Ministro
Marcus Vinícius Pratini de Moraes

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Presidente
Alberto Duque Portugal

Diretores
Dante Daniel Giacomelli Scolari
Elza Angela Battaggia Brito da Cunha
José Roberto Rodrigues Peres

Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia

Chefe Geral
Nelson Ferreira Sampaio

Chefe Adjunto de Administração


Eliete de Jesus Barbosa Lima

Chefe Adjunto de P & D


Samuel José de Magalhães Oliveira
ISSN 0103-9865
Dezembro, 1999

Fungicidas I: utilização no controle químico


de doenças e sua ação contra os
fitopatógenos

Alvanir Garcia

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária


Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia
Ministério da Agricultura e do Abastecimento
Embrapa Rondônia. Documentos, 46

Exemplares desta publicação podem ser solicitados à:


Embrapa Rondônia
BR 364, KM 5,5, Caixa Postal 406
Telefones: (069) 222-1985 e 222-3080
CEP 78.900-970 - Porto Velho - RO .'- -eJ6.
I .--
•••~..t--_._~-- tO~ f:
,I)
Un",_ . '''''0 •
Tiragem: 200 exemplares
I Valor aquiaiçlo: ._.,~-,. _.
; O.t.IClU~:~ .•- •.__ ._._--
--..,.'!'
I N. o N. FiscaVFetura: •._ •••

Comitê de Publicações
FOff')fJCtdor. ~ .__ •__ ao •• .-.... o =.
N.~ OC~:...:._.··_··_..•··"·-A-·~~O -
Claudio Ramalho Townsend - Presidente
Samuel José de Magalhães Oliveira
,
OrigeN
o ~l:.·-?;,]9,,~,Ü
. -i?....
"VW"'U •••". ••
o
.J:_
José Nilton Medeiros Costa
Angelo Mansur Mendes
Calixto Rosa Neto
Marília Locatelli
Ademilde de Andrade Costa - Secretária

Normalização: Simara Gonçalves - Biblioteca/DIN


Léa Aparecida Fonseca Carvalho - Biblioteca/DIN
Editoração eletrônica: João Porto Cardoso .Júnior (estagiário)
Revisão gramatical: Wilma Inês de França Araújo

GARCIA, A. Fungicidas I: utilização no controle químico de doenças e


sua ação contra os fitopatógenos. Porto Velho: EMBRAPA-CPAF
Rondônia, 1999. 32p. (EMBRAPA-CPAF Rondônia. Documentos,
46).

1. Fungicida -, 2. Doença - Controle Químico. I. Titulo. 11. Série

CDD 668.652

© Embrapa - 1999
Sumário

1. Introdução 5

4. Classificação 5
2.1. Fungicidas protetores ou de contato (Quadro 1 - anexo) 6
2.2. Fungicidas de ação erradicante (Quadro 2 - anexo) 7
2.3. Fungicidas sistêmicos (Quadro 3 - anexo) 7

3. Principais características desejáveis para utilização dos fungicidas


no controle de doenças de plantas 8
3.1. Ação fungistática, fungitóxica e antiesporulante 9
3.2. Eficiência em relação ao patógeno considerado 9
3.3. Adequação dos fungicidas ao meio ambiente, ao homem e aos
animais 10
3.4. Características de solubilidade, facilidade de aplicação,
redistribuição, tenacidade, aderência e cobertura,
compatibilidade com outros produtos químicos (inseticidas),
estabilidade e não corrosivo 11
3.5. Economicidade 12
3.6. Características essenciais aos fungicidas sistêmicos 13
3.6.1. Penetração 13
3.6.2. Movimento dentro da planta 13
3.6.3.Toxicidade seletiva (Quadro 3 - anexo) 14
3.6.4. Estabilidade metabólica 14
5. Fatores que influenciam a ação dos fungicidas no controle de
fitopatógenos 19
5.1. Fatores físicos 19
5.1.1. Depósito na superfície das plantas 19
5.1.2.Tamanho das partículas 20
5.1.3.Tenacidade 21
5.2. Fatores químicos 21
5.2.1. Fotólise 21
5.2.2. Hidrólise 22
5.2.3. Fitotoxicidade 23

6. Referências bibliográficas 24

Anexos
Fungicidas I: utilização no controle químico de
doenças e sua ação contra os fitopatógenos

Alvanir Garcia 1

1. Introdução

A história dos fungicidas foi dividida em quatro eras distintas,


onde, em cada uma, houve predominância de um grupo sobre outro.
Fungicidas são produtos químicos capazes de previnir infecção de
tecido de plantas vivas, por fungos fitopatogênicos. Atualmente o
conceito mais abrangente diz que fungicidas são compostos químicos
empregados no controle de doenças causadas por fungos, bactérias e
algas. Em alguns casos esses compostos químicos não matam os
fungos, apenas inibem, temporariamente, a germinação dos esporos. O
fenômeno de inibição temporária da germinação ou de crescimento
fúngico é denominado "Fungistase" e os produtos com essas
propriedades são "Fungistáticos". Em outros casos, os compostos
químicos de ação fungitóxica inibem ou previnem a produção de
esporos, sem afetar o crescimento vegetativo do micélio do fungo.
Fungicidas deste tipo são denomi nados "Anti-esporulantes". Cada
produto fungicida é constituído por duas partes distintas: o ingrediente
ou princípio ativo, que é responsável pela ação do produto, e o
ingrediente inerte, que serve de veículo e diluente para o ingrediente
ativo.

2. Classificação

A classificação dos fungicidas é geralmente baseada na natureza


química e no modo de ação do produto contra o fitopatógeno: são
protetores ou de contato, erradicantes e sistêmicos (Zambolim et ai.,
1995; Kimati, 1995).

'Eng. Agr., M.Sc. Embrapa Rondônia, Caixa Postal 406, CEP 78900-970, Porto
Velho, RO.
5
2.1. Fungicidas protetores ou de contato (Quadro 1 - anexo)

São efetivos somente se aplicados antes da ocorrência da


penetração do patógeno no hospedeiro, impedindo ou reduzindo as
chances de ocorrência da doença. Quando são aplicados à superfície
dos órgãos vegetais, agem como uma barreira tóxica, prevenindo a
penetração de fungos pela inibição da germinação dos esporos e do tubo
germinativo. Devido ao seu modo de ação não específico, sendo
altamente tóxicos às células das plantas, são utilizados como protetores
de folhagens e de sementes, eliminando os patógenos localizados na sua
superficie, livrando-as dos fungos existentes no solo. Entre eles citam-
se: o Thiram (ditiocarbamato), o Captan (quinônico e heterocíclico
halogenado), o Penta-cloro-nitrobenzeno (heterocíclico aromático), o
Dexon (aromático) e a Guazatine (Picinnini, 1994). Esses fungicidas
penetram no interior dos microorganismos, provocando reações químicas
não específicas, com grupamentos sulfidrílicos (SH), amino (NH2),
Hidroxilicos (OH), presentes nas proteínas, com ácido nucleicos e seus
precursores em várias rotas metabólicas, por exemplo, o Maneb, o
oxicloreto de cobre e o enxofre (Zambolim et al., 1995).
Além da fungitoxicidade inerente, os fungicidas deste grupo para
serem eficientes, dependem de características, que de acordo com
Horsfall (1945), devem ser quimicamente reativos, mas não se
decompor facilmente pela ação de fatores do ambiente; devem reagir
num meio aquoso, mas sem se hidrolisar sobre o hospedeiro, nem se
lixiviar pela ação da primeira chuva; devem ser capazes de se espalhar
por toda a superfície a ser protegida, mas sem formar uma camada tão
fina que comprometa a sua eficiência; devem ser capazes de redistribuir-
se durante as chuvas, de modo a cobrir áreas não atingidas pelos
depósitos iniciais, mas não devem escorrer excessivamente com essas
chuvas, nem com a água de pulverização; devem ser suficientemente
molháveis para entrar em suspensão na água de pulverização, mas não
tão molháveis a ponto de os depósitos serem facilmente levados pelas
águas das chuvas.
O primeiro ingrediente ativo a ser utilizado foi o enxofre, depois
surgiram os cúpricos e os ditiocarbamatos. Entre os ditiocarbamatos,
lançados no mercado a partir de 1930, o Ziram, fungicida protetor da
parte aérea das plantas é muito eficiente no controle de alternarias e em
batata e da antracnase em tomateiros. O Thiram, vem sendo o mais
utilizado no tratamento de sementes. O Maneb é recomendado para o

6
controle de diferentes doenças em varias culturas. Na batata, para o
controle da pinta preta (Alternária solani) e requeima (Phytophthora
infestans). O Mancozeb, é utilizado na prevenção e controle de mais de
400 doenças causadas por fungos, em mais de 100 gêneros de plantas
cultivadas e para tratamento de sementes de algodão, amendoim, sorgo,
batata e cereais. Posteriormente, surgiram os compostos, os
heterocíclicos halogenados (Captan, Captafol, Folpet e Direne) e em
seguida os aromáticos Chlorotalonil e Dicloran e em sequência, os
Orgânicos adicionais, Dodine, com propriedades erradicantes e o
Dichlofenamid.

2.2. Funqicidas de ação erradicante (Quadro 2 - anexo)

Atuam diretamente sobre o patógeno eliminando-o da superfície


de partes da planta ou do solo. Podem ser protetores e ter ação
erradicante. Por exemplo, a calda sulfo-cálcica, o Dinocap, o Dodine e
os fungicidas à base de enxofre, compostos geralmente pouco solúveis
em água. Há três casos em que os fungicidas podem ter ação
erradicante eficiente: 10) no tratamento do solo; 2 O) no tratamento de
sementes; e, 3 O) no tratamento de inverno, com plantas de clima
temperado que entram em repouso vegetativo. A eficiência do efeito
erradicante é diretamente proporcional à capacidade de redução do
inóculo. Sendo utilizados também no controle de insetos, nematóides e
plantas daninhas. Os fungicidas podem ser sistêmicos, e apresentar
efeito erradicante, eliminando estruturas do fungo (esporos conídios e
micélio) na superfície do hospedeiro ou no interior da planta. Os
produtos tipicamente erradicantes, são os fumigantes, aplicáveis no
solo, são voláteis e altamente tóxicos para todas as formas de vida e
denominados como" biocidas" (Zambolim et aI., 1995).

2.3. Fungicidas sistêmicos (Quadro 3 - anexo)

São aqueles em que o princípio ativo é absorvido pela planta e


translocado para partes distantes do local de aplicação e com
capacidade de inibir a infecção do patógeno. Os fungicidas sistêmicos
apresentam efeito erradicante e supressor da infecção, isto é, atuam
suprimindo o estabelecimento da infecção causada por patógenos nos

7
tecidos do hospedeiro. Sendo altamente solúveis em água, penetram no
hospedeiro logo após sua aplicação. Possuem alta supressividade, atuam
como inibidores do crescimento micelial e da esporulação dos fungos
(Zambolim et ai., 1997). Os sistêmicos, são fungicidas específicos
quanto ao modo de ação primário ou sítio de ação, e fungitóxicos em
baixas concentrações, quando comparados com os fungicidas de
contato. O composto sistêmico deve coexistir com as células da planta
hospedeira viva, requerendo portanto, um tipo diferente de seletividade,
que possa discriminar entre as células do hospedeiro e as do patógeno,
apresentando toxicidez somente às do segundo.
O processo de seletividade é específico para determinados grupos
taxonômicos. O fungicida ao ser aplicado, é prontamente assimilado pela
planta e translocado, atua inibindo o desenvolvimento das lesões locais
ou à distância do local de aplicação, sem contudo, afetar os tecidos do
hospedeiro, matando o patógeno onde ele estiver instalado no interior da
planta, e resistir à rápida degradação e se for degradado, seus
subprodutos deverão ser também tóxicos ao patógeno.
Em síntese, o que se quer de um fungicida sistêmico é a ação
rápida à distância do local de aplicação e persistência da ação
fungitóxica no interior da planta.
Os fungicidas sistêmicos normalmente não atuam como os
protetores, nem inibem a germinação dos esporos e tubo germinativo
dos fungos na superfície dos tecidos, porém, apresentam grande efeito
inibidor a qualquer desenvolvimento fúngico no interior da planta. Outra
característica importante dos compostos sistêmicos é a translocação ao
longo da rota de transpiração das plantas. Esses compostos representam
grandes avanços sobre os outros da 1a geração.

3. Principais características desejáveis para utilização dos


fungicidas no controle de doenças de plantas

Para o controle efetivo das doenças de plantas deve-se procurar


um fungicida que possua uma série de características, como:
a} fungistático e fungitóxico e se possível antiesporulante;
b) eficiente em relação ao controle do patógeno considerado;
c} adequado ao meio ambiente e seja inócuo ao ser humano,
animais e plantas;

8
d) solubilidade, distribuição, tenacidade, aderência e cobertura,
compatibilidade com outros produtos químicos (inseticidas),
estabilidade e não corrosivo;
e) economicidade;

3.1. Ação fungistática, fungitóxica e antiesporulante

A fungistase é denominada como a inibição temporária da


germinação e crescimento fúngico, o que muitas vezes leva à morte do
fitopatógeno, devido ao impedimento de sua nutrição necessária e
imediata. Esta propriedade está correlacionada à eficiência do fungicida
em relação ao patógeno considerado. A fungitoxicidade e especificidade
dizem respeito a ação do produto contra determinado fungo (Quadro 3 -
anexo), ou um número restrito desses fitopatógenos. Por exemplo, o
enxofre apresenta maior fungitoxicidade e especificidade para o controle
de Oídium sp. do que os ditiocarbamatos. O Metalaxyl apresenta alta
especificidade no controle de oomicetos e também apresenta elevada
ação antiesporulante, isto é, impedem a produção de esporos, sem
afetarem o crescimento micelial do fungo. Esta propriedade
antiesporulante, está correlacionada com a eficiência e espeficidade do
fungicida, sendo mais acentuada nos sistêmicos. A solubilidade varia de
acordo com o tipo de fungicida empregado. Os sistêmicos devem
apresentar alta solubilidade para que o ingrediente ativo possa mais
facilmente penetrar e translocar-se no interior da planta para atingir os
tecidos afetados pelo fungo e controlar a doença.

3.2. Eficiência em relação ao patógeno considerado

A especificidade, outra característica de grande importância, para


que os fungicidas apresentem alta eficiência no controle das doenças,
especialmente os sistêmicos, que devem apresentar modo de ação
específico, atuando num ponto definido (sítio) do interior e/ou do ciclo
do patógeno, na síntese de proteínas, mitose, na cadeia de transporte de
elétron, etc. Por essa razão, aplicações múltiplas desses produtos
químicos podem, muitas vezes com o tempo, causar o aparecimento de
raças novas e resistentes aos fungicidas específicos, na população do
patógeno. Num programa de controle a doenças de plantas, onde tais

9
produtos são recomendados, deve-se utilizá-Ios de modo racional,
alternando-os com fungicidas protetores, para evitar o aparecimento de
formas resistentes dos patógenos.

3.3. Adequação dos fungicidas ao meio ambiente, ao homem e


aos animais

Com relação ao meio ambiente, deve-se atentar para o fato de que


alguns fungicidas não são biodegradáveis (mercuriais). Outros se
decompõem somente a longo prazo. Esses produtos, além de poluidores
do meio ambiente, colocam em risco a vida da fauna, rios, riachos, lagos
e, indiretamente ao homem.
Todo fungicida deve ser inócuo ao homem, animais, plantas, a
microorganismos benéficos e ao meio ambiente. Por exemplo, a
utilização de fungicidas seletivos a determinados Oomicetos; o
Metalaxyl cuja ação é altamente específica aos gêneros Phytophthora e
Pythium. Os triazóis também apresentam alta especificidade quanto ao
patógeno a controlar; por exemplo, o Ciproconazole para ferrugens
(Quadro 3 - anexo), o Triciclazole para o controle de brusone do arroz.
Os fungicidas não devem ser tóxicos ao homem e aos animais,
principalmente àqueles aplicados diretamente na proteção do órgãos
comestíveis, como frutas, hortaliças e cereais. A importância da toxidez
de fungicidas é tão grande para a saúde humana, que nos países
desenvolvidos existem leis que controlam rigorosamente as tolerâncias e
limitações dos resíduos nos diversos produtos de origem agrícola para o
consumo humano e de animais. A fitotoxidez é influenciada
principalmente pela concentração do -fungicida e pela temperatura do
ambiente. O conhecimento dessas propriedades possibilita a redução de
perdas na produção. Por exemplo, em cucurbitáceas, deve-se aplicar
com muita precaução, fungicidas à base de cobre e de enxofre. A ação
fitotóxica destes produtos se manifesta pela redução no crescimento,
queda das flores e frutos, crestamento, produção reduzida e redução da
fotossíntese.
Em termos de Brasil, a utilização indiscriminada de produtos
químicos tem causado sérios danos ao meio ambiente, fato que ainda
hoje é observado em culturas de interesse econômico como na batata e
no tomate, onde o uso exagerado de alguns fungicidas protetores,
resulta em sério e indesejável impacto arnbiental.

10
3.4. Características de solubilidade, facilidade de aplicação,
redistribuição, tenacidade, aderência e cobertura,
compatibilidade com outros produtos químicos (inseticidas),
estabilidade e não corrosivo

Os produtos erradicantes (anexo), devem também ser solúveis em


água, para remover as estruturas patogênicas da superfície das áreas
atacadas da planta. A tenacidade ou resistência às intempéries deve
estar presente no fungicida, principalmente se for protetor. Um bom
produto antifúngico não deve ser decomposto por hidrólise e por reações
fotoquímicas, pela volatilização ou sublimação e principalmente não
deve ser lavado pela água da chuva ou irrigação por aspersão. Esta
característica é mais importante para os fungicidas protetores, que
devem persistir por longo período na superfície tratada, sem serem
removidos ou decompostos, a fim de previnir infecções por
fitopatógenos.
A redistribuição também é uma característica mais aplicada aos
fungicidas protetores, que atuam prevenindo infecções. Há sempre
necessidade do fungicida protetor ser redistribuído pela água da chuva
ou de irrigação, pois, por mais perfeita que seja feita a pulverização
sempre ficam espaços descobertos da planta sem proteção, e a
redistribuição aumentará muito a área coberta com o produto, e por
conseqüência aumentará a proteção da planta contra o ataque dos
fitopatógenos.
A compatibilidade de um fungicida com outros produtos é muito
importante, como por exemplo na cultura do café é comum a aplicação
simultânea de fungicida contra a ferrugem e inseticida contra o bicho
mineiro ou contra a broca e, também micronutrientes (boro e zinco) na
mesma aplicação. Substâncias compatíveis são aquelas que ao serem
misturadas não apresentam qualquer tipo de alteração em suas
características (Zambolim et aI., 1995). Um fungicida é incompatível
com um inseticida quando, da associação de ambos resulta a perda de
eficiência do fungicida ou do inseticida ou de ambos. Em alguns casos a
incompatibilidade se manifesta como fitotoxidez.
A compatibilidade é tão importante nos fungicidas protetores,
quanto nos sistêmicos, podendo ser física, química ou biológica. Física,
quando é possível a mistura dos ingredientes sem que haja absorção ou
repulsão entre ambos. Química, quando as propriedades dos
componentes não são alteradas na mistura e biológica quando o
resultado da mistura for eficiente para o controle da doença, praga ou
11
da deficiência nutricional que se deseja controlar.
A aderência e cobertura são características essenciais mais
atinentes aos fungicidas protetores, que atuam na superfície dos órgãos
da planta, para protegê-Ios. Estas duas características dependem das
propriedades do fungicida, da sua formulação, da superfície da planta
(presença ou ausência de pêlos), do equipamento de pulverização
utilizado.
A estabilidade é a capacidade de uma formulação química fúngica
permanecer ativa por longo tempo, mantendo suas características e
ação tóxica.
A facilidade de aplicação é uma característica desejável aos
fungicidas, para evitar-se qualquer tipo de deposição ou sedimentação
do produto no fundo do recipiente de aplicação e comprometer sua
eficiência no controle do patógeno em questão.
Evitar fungicidas que causem corrosão nos equipamentos de
aplicação. Os fungicidas cúpricos são freqüentemente apontados como
causadores de corrosão da lata ria de tratores e de partes metálicas dos
pulverizadores. Por ocasião do uso desses fungicidas, deve-se ter o
máximo cuidado no sentido da proteção da lata ria com óleo queimado
na graxa, para diminuir os riscos da corrosão.

3.5. Economicidade

Todo fungicida tem que ser econormco. pois seu emprego, por
mais eficiente que seja, do ponto de vista técnico, está condicionado ao
fator econômico. Para avaliar-se a economicidade da aplicação de um
fungicida deve-se levar em conta, além do preço dos ítens relacionados
anteriormente, a dosagem e os intervalos de aplicação. Em certos casos,
a baixa dosagem e os intervalos de aplicação de um fungicida de preço
elevado são tão compensadores que recomendam sua aplicação em
substituição a um produto que, à primeira vista, é mais barato. O preço
do fungicida é apenas um dos componentes do custo de operação;
muitas vezes o que mais encarece é a mão-de-obra e o equipamento
utilizado. Nesse particular, a pulverização em baixo volume, podendo-se
ter economia de 50-70% do trabalho, 30-50% do tempo e até do
produto gasto na pulverização.

12
3.6. Características essenciais aos fungicidas sistêmicos

As características dos sistêmicos com propriedades fungicidas ou


fungistáticas são: penetração, movimento dentro da planta, toxicidade
seletiva e estabilidade metabólica (Zambolim et al., 1997).

3.6.1. Penetração

Como primeiro passo da translocação, o fungicida deve penetrar


na planta, seja via radicular, foliar, através do caule ou das sementes. O
sucesso da penetração de um fungicida depende de sua solubilidade
relativa em lipídios, que constituem-se nos componentes básicos da
cutícula foliar, que atua impedindo a penetração dos fungicidas para o
interior da planta.
As sementes e frutos de plantas herbáceas possuem cutícula
semelhante à das folhas, por isso apresentam os mesmos problemas de
penetração de fungicidas.
A penetração pelas raízes é muito eficiente devido ao fato destas
não apresentarem barreiras com aquelas existentes nas folhas. A
penetração via raiz depende das características de cada fungicida
considerado. Após a penetração na planta, se observar, os fungicidas
obrigatoriamente irão penetrar no xilema ou no floema do sistema
vascular, para serem transportados à longas distâncias.

3.6.2. Movimento dentro da planta

A faixa de Caspary da endoderme das raízes, constitui-se numa


barreira importante localizada no apoplasto, contudo os fungicidas
sistêmicos podem difundirem-se através da membrana celular. O
movimento dentro da planta envolve o transporte no xilema e floema. A
translocação pode ser de uma face para outra, de uma folha
(translaminar), ascendente (apoplástica) ou descendente (simplasto) em
raros casos.
O transporte de fungicidas tanto via radicular, quanto por via
foliar, o fungicida, dependendo de suas propriedades, poderá translocar
pelo floema. Em movimento dentro da planta, dependerá também, de
seu fluxo livre dentro dos vasos. Há produtos que se aderem às paredes
do xilema, enquanto que outros parecem permanecer livres. O
movimento de fungicidas pelo simplasto requer como primeira condição,
13
que o produto quirmco seja capaz de atravessar a plasmalema e entrar
no protoplasma (Zambolim et al., 1997). Esse movimento no simplasto é
inevitavelmente conectado com o transporte de fotoassimilados,
acompanhando as relações fonte-dreno da planta, isto é, as folhas
verdes que produzem e exportam assimilados, são consideradas como
"fontes", enquanto que os órgão em crescimento ou de armazenamento,
com demanda de assimilados, são os "drenos". Sendo portanto, esse
movimento dependente da relação fonte-dreno presente em determinado
estádio de desenvolvimento da planta (Zambolim et al., 1997). O
modelo de distribuição e extensão do movimento pelo xilema é
determinado pelo gradiente de potencial entre a água e o solo.
O transporte se processa usualmente direto das raízes para as
áreas onde ocorre a transpiração, principalmente para as folhas. Os
fungicidas transportados pelo xilema não apresentam movimento
descendente a partir das folhas expandidas. Se eles forem aplicados na
base da folha, são preferencialmente, transportados para o ápice das
mesmas.

3.6.3. Toxicidade seletiva (Quadro 3 - anexo)

É condição requerida aos fungicidas sistêmicos, pois estes devem


coexistir intimamente em contato com os patógenos e os sistemas
bioquímicos das plantas. Essa propriedade varia também com a espécie
de planta envolvida. A seletividade entre sistemas do patógeno e da
planta é devida a vários fatores, entre os quais destacam-se a
sensibilidade diferencial dos patógenos e dos tecidos da planta e
diferenças de permeabilidade das organelas. Além dos fungicidas
apresentarem seletividade entre planta e fungo, podem apresentar
também entre fungos. Esta propriedade não é evidente nos protetores,
mas é marcante nos fungicidas sistêmicos. Os fungicidas sistêmicos
podem ser específicos para determinados grupos e/ou de doenças, como
ferrugens, carvões, mfldios pulverulentos, etc. (Zambolim et ai., 1997).

3.6.4. Estabilidade metabólica

Quando o fungicida penetra nas células da planta está sujeito a


degradação por ação de muitos enzimas presentes no metabolismo
celular. Para que o fungicida seja efetivo, deve resistir a degradação.

14
Sua estrutura química deve permitir sua penetração,
translocação na planta e entrada na célula, onde deverá seletivamente
inibir a ação ou matar o patógeno sem afetar a planta e por fim, seu
efeito deve ser duradouro, sem se degradar, para manter a planta sadia.
Entre os fungicidas sistêmicos (Quadro 3 - anexo), os Benzimida-
zoles (Benomyl, Thiabendazole, Carbendazin, Tiofanato, Tiofanato
metílico e Fuberidazole). Esse grupo de compostos fúngicos além de
apresentar grande similaridade (uma determinada raça que apresente
certo grau de resistência a qualquer um deles, normalmente apresenta
também resistência cruzada aos demais), tanto em seu aspecto
fugistático, quanto em suas estruturas químicas, sendo ativos contra
muitas doenças, incluindo oídios. Porém, não possuem ação contra
bacterioses (Zambolim et ai., 1997). A maior limitação ao uso dos
benzimidazóis deve-se seguramente ao desenvolvimento de resistência
de alguns fungos aos componentes desse grupo. A partir da década de
70, com o advento e o amplo uso de fungicidas sistêmicos, o controle
químico de fungos problemáticos como os oomicetos sofreu grandes
mudanças, porque esses fungicidas são seletivos e específicos, para
determinados patógenos alvos, sem serem fitotóxicos às culturas, pois
são absorvidos ao nível dos tecidos, onde agem preventivamente e/ou
curativamente (Kimati, 1987).
Os fungicidas anti-oomicetos, possuem ação fulminante contra a
classe dos oomicetos (Azevedo, 1993). Nessa classe de fungos se
incluem as espécies de fitopatógenos mais destrutivas que se conhece.
Uma série de importantes doenças são causadas por esses fungos, entre
as quais citam-se: a requeima da batata, o míldio da videira (Plasmopara
viticola), o mofo azul do fumo (Peronospora tabacina) e doenças
radiculares como tombamentos, podridões radiculares, gomose dos
citros (Phytophthora spp.) e podridão do colo da macieira (Phytophthora
cactorum) (Azevedo, 1993).
Atualmente dispõe-se de cinco classes de fungicidas sistêmicos
com boa atividade sobre fungos da classe dos oomicetos: os
Carbamatos (Protiocarb, Propamocarb), os Isoxazoles (Himexazol), os
Cyanoacetamidas-oximes (Cymoxanil), os Etil-fosfanatos (Fosetyl-AI) e
as Fenilamidas ( Metalaxyl, Furalaxyl, Benalaxyl, Ofurace e Oxadixyl)
(Schiwinm & Staub, 1982; Schwinm t 1983, Cohen & Coffey, 1986).
Segundo esses mesmos autores, as Fenilamidas constituem-se na classe
mais importante no controle de oomicetos (Staub & Hubele, 1981). O
fungicida mais conhecido e importante desse grupo é o Metalaxyl cuja
eficiência de controle se estende além dos oomicetos que atacam as
15
folhas (Bruch et aI., 19B8), para outros fungos do solo (Anderson &
Bruzzell, 1982; Veiga et ai., 1992). O uso do Metalaxyl no Brasil ainda
está restrito ao controle de doenças da parte aérea e de sementes,
porém, é um produto versátil, com várias formulações disponíveis no
mercado (Schwinm & Staub, 1982). Uma característica marcante do
Metalaxyl é o seu efeito inibidor da formação de esporângios em várias
espécies de Phytophthora spp.(Bruck et al., 1980; Coffey & Joseph
1985) e inibição da produção de oosporos e clamidosporos desse fungo
(Coffey et ai., 1984b). As propriedades antiesporulantes do Metalaxyl
são extremamente fundamentais para o efeito desse produto em
doenças da parte aérea (foliares) das plantas e para o efeito supressivo
sobre a atividade de propágulos de patógenos do solo (Pereira et aI.,
1988; Azevedo & Silva, 1987 e Valdebenito-Sanheza 1991).
Os fungicidas organofosforados, Pirazophos e Kitazin, são
recomendados para o controle específico da brusone do arroz
(Pyricularia orizae). O Kitazin (Kitazin P) é recomendado para o uso
específico contra a brusone do arroz, porém, o Pirazophos (Afugan)
pode ser utilizado no controle de oídios e míldios em grande número de
culturas. Além destes produtos, há outros fungicidas que interferem na
biossíntese da melanina, tais como Bim, produto desenvolvido em 1976,
altamente eficiente no controle da brusone do arroz, mas sem nenhum
efeito contra as demais doenças da cultura (Kimati, 1995). O Piroquilon,
também recomendado para o controle da brusone do arroz e do trigo
(Kimati, 1995).
Do grupo dos Imidazoles, o Imazalil, é um fungicida mais utilizado
no tratamento de sementes de cereais, mas pode ser aplicado no
controle de doenças da parte aérea das plantas. Possui atividade
específica contra oídios, manchas foliares e fusariose. Outro fungicida
deste grupo, é o Procloraz, que possui muito boa atividade no controle
de septoriose e antracnoses. O Triflumizole é o mais recente dos
Imidazoles, possuindo ação protetora, curativa e translaminar, tem sido
utilizado principalmente no controle de doenças de frutiferas. Os
fungicidas do grupo das piperazinas (Triforine), Piridinas (Buthiobate e
Pyrifenox), Pirimidinas (Fenarimol Nuarimol, Ethirimol e Dimethirimol)
(anexo), foram lançados no mercado em 1980, para utilização em
aplicações foliares, para o controle de podridão parda do pêssego, sarna
da macieira, manchas foliares de diversas culturas, mal das folhas da
seringueira, oídios, cercosporiose, carvões e fusariose (Picinini, 1994).
O grupo dos Triazóis ou Triazoles (Quadro 4 - anexo), são
fungicidas orgânicos, de ação sistêmica, de grande importância.
16
Possuindo elevada ação tóxicas sobre a formação de ácidos
graxos integrantes da membrana celular dos fungos. A importância e
utilização destes compostos na agricultura evoluíram rapidamente nos
últimos anos, em conseqüência de suas característica positivas, entre as
quais destacam-se:
a) elevada fungitoxicidade a grande número de patógenos
causadores de importantes doenças, como ferrugens, oídios e
manchas foliares, em olerícolas, frutíferas e em cereais;
b) rápida penetração e translocação nos tecidos vegetais,
evitando perda por lixiviação e, ao mesmo tempo, permitindo
boa distribuição na planta;
c) ação curativa sobre infeções já iniciadas, podendo ser utilizadas
com base em níveis de controle pré-estabelecidos, evitando-se
gastos com aplicações preventivas, muitas vezes
desnecessárias;
d) efeito residual prolongado, possibilitando o uso de doses
reduzidas e/ou de maiores intervalos entre aplicações e
reduzindo o número de tratamentos;
e) instabilidade dos fungos resistentes, diminuindo o risco da
perda da eficiência.

Os principais fungicidas do grupo dos Triazoles em uso no Brasil


são: o Triadimefon (Bayleton), introduzido em 1973, para o controle de
ferrugens e oídios. Atualmente seu uso é amplo no tratamento de
doenças em olerícolas (alho e cucurbitáceas}, em frutíferas, em feijoeiro
e em cafeeiro; o Triadimenol, lançado em 1977, para o controle de
doenças de sementes causadas por fungos em cereais de inverno.
Também pode ser utilizado no controle de oídio e gramíneas, protegendo
as plantas das infecções iniciais. Dependendo da sua formulação, pode
ser utilizado via solo ou na parte aérea do cafeeiro; o Propiconazole, que
caracteriza-se pelo seu amplo expectro de ação, controlando
eficientemente ferrugens, oídios e manchas foliares induzi das por
fungos, para frutíferas e olerícolas, pois tem apresentado grande
potencial em pesquisas realizadas.
O Tebuconazole apresenta ação similar ao propiconazole,
controlando eficientemente manchas de alternária e Cercosporiose. O
Ciproconazole, tem sido utilizado no controle de ferrugens do trigo e do
café, podendo ser utilizado com sucesso no controle de manchas
foliares de cereais de inverno. O Triciclazole possui uso bastante
específico no controle de Pyricularia grísea, em trigo, podendo ser
17
aplicado às sementes, às plantas ou diretamente no solo. Além dos
Triazoles mencionados, existem outros em estudo e que serão
futuramente lançados no mercado brasileiro.

4. Modo de aplicação dos fungicidas no controle de


fitopatógenos:

Em geral, os fungicidas podem ser empregados para o controle de


fungos fitopatogênicos para:
a) Proteção de folhagem:
Neste caso, os fungicidas são aplicados nas plantas em
crescimento, através de pulverização ou polvilhamento, a fim de
protegerem folhas e brotações novas, evitando-se a ocorrência e
penetração dos fungos.
b) Tratamento de sementes:
Muitos fungicidas, eliminam estruturas de fungos, externa e
internamente nas sementes. Este tratamento químico pode evitar a
disseminação de doenças e conferir proteção contra alguns patógenos
do solo.
c) Proteção de ferimentos:
Os tecidos de plantas vivas expostos por ferimentos de poda,
desbrota, capina, etc.. podem ser protegidos contra a penetração de
fungos fitopatogênicos, aplicando-se preventivamente uma pasta
fúngica.
d) Desinfestação do solo:
Muitos fungicidas, quando aplicados ao solo sob forma de
fumigação, solução, ou grânulos, podem evitar ou reduzir a população
de organismos do solo.
e) Tratamento pós-colheita:
O tratamento de frutos e outras partes vegetais utilizadas para a
alimentação com fungicidas após a colheita, é de grande importância,
porque visa a proteção de frutos etc.. contra o ataque de organismos
que causam podridões, durante o período de armazenamento, transporte
e comercialização.
f) Quimioterapia:
Na quimioterapia, empregam-se fungicidas sistêmicos que
apresentam a capacidade de curar uma infecção já instalada no interior
dos tecidos da planta.

18
5. Fatores que influenciam a ação dos fungicidas no controle de
fitopatógenos
A alta fungitoxicidade constitui-se na principal propriedade
requerida nos fungicidas, mas outras características exercem grande
influência em condições de campo. Estas características devem ser
comprovadas pelo fungicida em teste de campo, para ser considerado
eficiente no controle de doenças. Existe uma série de fatores físicos e
químicos que atuam sobre o desempenho do produto.

5.1 . Fatores físicos

5.1 .1 . Depósito na superfície das plantas


Diz respeito mais aos fungicidas protetores, que em geral,
possuem textura muito fina. Apresentam-se como formulações de pós-
molháveis ou secos, orgânicos ou inorgânicos, com baixa solubilidade, e
podem ser pulverizados ou polvilhados sobre as plantas. Para que as
partículas se depositem na superfície das plantas, é necessário que elas
tenham movimento adequado para superar as forças de repulsão que
atuam na região da filosfera. Estas forças podem ser naturais, de
natureza eletrostática ou originam-se de correntes de convecção
causadas por diferenças entre a superfície da folha e o microclima ao
redor da planta. Também o jato de ar proporcionado pela máquina no
momento da pulverização, ao arrastar ou lançar as partículas, tende a
resvalar na superfície das plantas. Portanto, as partículas devem ter um
espaço de tempo suficiente para atingir a superfície das plantas, ao
invés de ser levada pela corrente de ar ou ficar sujeita a ação da deriva,
provocando perdas e tornando a aplicação deficiente. Quando o líquido
veiculador evapora, as partículas do fungicida ficam aderi das à superfície
da planta.
A quantidade de fungicida depositada na superfície da planta é
diretamente proporcional a sua concentração na suspensão. Os fatores
que podem afetar este relacionamento são a variação no tamanho das
partículas e o depósito depois do escorrimento.
A deposição das partículas dos fungicidas nos locais de possível
penetração do patógeno é o ponto de maior importância a ser
considerado na aplicação de um fungicida. Por exemplo, para o controle
da ferrugem do cafeeiro com fungicidas protetores, a pulverização deve
atingir a face inferior das folhas para evitar que o fungo penetre pelos
estômatos.
19
A importância da deposição dos produtos químicos no local onde
ocorre a penetração dos patógenos é maior para os fungicidas
protetores, pois os sistêmicos de um modo geral, movem-se bem no
sentido translaminar (entre uma superfície e outra do limbo foliar}.
acropetal (que se desenvolve em direção ao ápice da folha) e no sentido
ascendente nas plantas.
O ângulo de contato da gota com a superfície da planta, é muito
importante para se determinar se a suspensão irá espalhar-se
uniformemente na superfície da planta. Um ângulo de contato que se
aproxima de zero, indica que as forças de adesão entre o líquido e a
superfície, são tão altas como as forças entre as moléculas que separam
os líquidos, de modo que as gotas na pulverização formam um
verdadeiro filme sobre as folhas. Se o ângulo de contato das gotas se
aproxima de 1800 r indica que não houve boa molhabilidade e, nesse
caso, as gotas podem espalhar-se na superfície, sem molhá-Ia. Pode-se
adicionar surfactantes não iônicos na formulação para se obter melhoria
nos depósitos sobre folhas e plantas.

5.1.2. Tamanho das partículas

O tamanho das partículas, segundo literatura abundante a


respeito, exerce função importante no fenômeno de tenacidade,
principalmente para os fungicidas à base de cobre e enxofre. Há
evidências de que também a forma das partículas é importante.
As gotas maiores e os agregados de gotas menores são facilmente
levados pela ação da chuva, enquanto que as gotas formadas por
partículas pequenas aderem mais fortemente à folhagem. Há, porém,
casos em que a quantidade de fungicida removida é diretamente
proporcional à quantidade depositada.
Com apenas o depósito do fungicida na superfície folia r não estará
garantida a efetividade do produto (protetor), em condições de campo.
O fungicida deve ser redistribuído de maneira que ofereça a máxima
proteção nos locais de infecção. Há sempre necessidade do fungicida
protetor ser redistribuído pela água da chuva ou de irrigação, pois por
mais perfeita que seja a pulverização, sempre ficam espaços
descobertos da planta, sem proteção, e a redistribuíção aumentará muito
a área coberta com o produto, e por conseqüência aumentará a proteção
da planta contra o ataque dos fitopatógenos considerados. Depósitos
formados por gotas de diâmetro maior, aplicados a alto volume, não
20
foram afetados significativamente pela ação da chuva. A obtenção de
uma melhor eficiência no controle de doenças, com gotículas menores,
pode ser explicada pela melhor cobertura da planta com o produto.

5.1.3. Tenacidade

A medida que o fungicida for sendo depositado na superfície da


planta, há necessidade de se considerar os fatores físicos que irão
mantê-tos em atividade fungitóxica na superfície tratada.
Entre os fatores físicos que influenciam a tenacidade incluem-se:
a) tamanho e forma das partículas;
b) presença de agregados;
c) distribuição na superfície da planta;
d) natureza do composto;
e) intensidade e duração das condições adversas do meio ambiente.
A tenacidade de um fungicida sobre a superfície é influenciada
também pela distribuição das gotas. A intensidade das condições
adversas do ambiente é importante, em relação a adesão dos fungicidas
na superfície da planta. Chuvas pesadas, mais do que as leves, podem
afetar o depósito do fungicida, mesmo em mistura com substâncias de
propriedades aderentes. Da mesma forma, chuvas leves, porém
contínuas, podem ter o mesmo efeito que as pesadas.

5.2. Fatores químicos

5.2.1. Fotólise

Na presença da luz solar, alguns produtos quirrucos sofrem


alterações em sua composição, devido a absorção de energia suficiente
para causar dissociação da molécula em fragmentos. De um modo
geral, os fungicidas usados na proteção de plantas são sujeitos à
fotólise, pelo fato de suas formulações serem constituídas de partículas
muito finas, com alta superfície específica. Por isso podem se dissolver
facilmente em um filme d'água, sobre as folhas, onde estão sujeitas a
ação da luz solar. Esta, afetará mais os compostos que absorvem
energia na faixa do expectro visível ou próximo ao ultravioleta. Os
fungicidas do grupo das quinônas e o Maneb, são fotossensitivos.
Devido a esse fator, o fungicida Chloranil é mais efetivo como protetor
de sementes e o Dichlone é mais efetivo tanto em pulverizações na
21
parte aérea das plantas, quanto como protetor de sementes.

5.2.2. Hidrólise

Os compostos de amido éster, ou que contenham átomos reativos


de halogênio ou nitro-grupos, tendem a hidrolisar-se na presença de
água, formando compostos inertes ou com aspecto de atividade
modificado. O fungicida Glyodin perde sua fungitoxicidade quando
formulado, como pasta com água quente. Outros fungicidas como,
Folpet, Captan, etc., que contêm átomos de halogênio reativos, são
hidrolisados em suspensão aquosa. Acredita-se que nesse caso o
halogênio é substituído por uma oxidrila. O Captan se decompõe
vagarosamente em pH 7,0 e, rapidamente em pH alcalino, na presença
de hidróxido de sódio. O fungicida PCNB que possui um nitro-grupo
ativo, hidrolisa-se na presença de umidade e produz o pentaclorofenol
(PCF). Ambos são considerados bons fungicidas, mas o PCNB é mais
aconselhável para o tratamento do solo e o PCF, para proteção de
madeira.
Na interação dos fungicidas com a atmosfera, de um modo geral,
são sujeitos à oxidação. Alguns compostos podem perder suas
atividades fungitóxicas, enquanto que outros podem ser ativados
durante o processo de oxidação.

5.2.3. Fitotoxicidade

Um produto químico pode ser um excelente fungicida, mas se for


fitotóxico, na prática, seu uso no controle de doenças de plantas pode
ser limitado, pois tais compostos, ao penetrarem na planta, reagem com
o protoplasma das células das plantas ou formam quelatos com metais
essenciais, porém, deve-se considerar além da característica de
economicidade existe uma série de fatores na aplicação racional de um
fungicida como:
a) Identificação correta do agente causal envolvido no quadro
sintomatológico:
Freqüentemente, quem não entende do assunto, confunde muitas
vezes o ataque de pragas, como: ácaros, insetos e deficiências
nutricionais, com doenças bióticas, causadas por fungos, bactérias,
vírus e nematóides. Até mesmo os especialistas, por vezes necessitam
de maiores estudos e análise para realizar a identificação correta de
22
determinadas doenças, cujos sintomas são semelhantes. Devendo-se ter
o máximo cuidado para não se realizar aplicações desnecessárias de
produtos químicos, por mero desconhecimento do verdadeiro agente
etiológico das doenças.
b) Espécie de planta envolvida:
Muitas vezes os fungicidas são aplicados em especres de plantas,
como por exemplo, hortaliças (alface, cebolinha, coentro, almeirão,
couve-flor, repolho, brócolis e moranguinha), sem que hajam estudos
experimentais, registro e permissão legal do uso de produtos para tais
culturas. Além de se considerar a sensibilidade das espécies de plantas
aos fungicidas, há sempre a possibilidade da ocorrência de fitotoxidez.
c) Severidade da doença:
Todo e qualquer controle químico deve ser feito mediante o exame
da planta e sintomatologia, para verificação se a doença constitui
ameaça quanto a redução da produção e da produtividade das culturas.
Deve-se ainda observar se a doença atingiu o nível de dano econômico à
cultura a ser protegida, antes de iniciar qualquer tipo de tratamento da
doença. Sabe-se que doença é o resultado da interação de um
hospedeiro suscetível, presença do patógeno (raças virulentas) e
ambiente favorável. Na grande maioria dos casos não são observados
esses fatores, principalmente os relativos ao ambiente. Os fatores
climáticos, como: temperatura, umidade relativa do ar e pluviosidade são
de importância primordial no desenvolvimento de uma doença. A
temperatura é um fator que afeta muito a incidência e severidade das
doenças. A maior ou menor severidade das doenças nas culturas está
em função de uma série de fatores, os quais devem ser do
conhecimento de quem irá realizar qualquer tipo de controle químico de
uma doença. Devendo-se ter em mente que, as doenças devem ser
controladas quando a severidade atingiu determinado valor em
porcentagem de área atacada e que acima deste, haverá
comprometimento da produtividade e produção e possível
antieconomicidade do tratamento. Portanto, o clima e a severidade
devem sempre serem observados na recomendação de fungicidas nas
culturas.
d) Intervalo e número de aplicações:
Para o controle químico de doenças de plantas, o calendário prévio
de pulverizações devem ser evitados. Qualquer tipo de tratamento antes
do seu início, deve ser consubstanciado pelo conhecimento de todos os
fatores predisponentes da doença e período de incubação do patógeno e
estádio fenológico da planta, pois esses cuidados podem representar
23
perda total da cultura, se medidas de controle da doença não forem
imediatamente tomadas.
O intervalo entre aplicações (IA) de fungicidas de contato, é
calculado pela relação do número de dias necessários para se completar
o período de incubação (PI) de um patógeno, dividido por dois, isto é,
IA = PI (dias)/2.
e) Dosagem do produto:
A dosagem correta do produto a ser empregada no controle das
doenças de plantas, já vem especificada para cada espécie de patógeno
numa determinada cultura. O uso de produtos acima das dosagens
normais não é recomendado pois pode causar fitotoxidez n·as culturas,
aumentar a quantidade de resíduos do produto nas partes tratadas em
índices acima do permitido, colocando em risco o meio ambiente pelo
aumento da quantidade redidual no solo e água, e causar desiquilíbrio
biológico atuando em microorganismos benéficos e/ou favorecendo
outras espécies de patógenos.
Normalmente a unidade em que a dosagem vem indicada é kg ou I
do produto por hectare. Nesse caso recomenda-se fazer a calibração "in
loco" do equipamento, leva.ndo-se em consideração, o tipo de máquina,
tipos e quantidade de bicos na barra, abertura dos bicos, velocidade do
trator.
O que não deve ser esquecido numa aplicação é que o produto
deve atingir o alvo, isto é, no caso de doenças da parte aérea das
plantas é a superfície vegetativa (folhas, ramos, caule e frutos), onde o
patógeno inicia o ataque, realizando-se uma cobertura uniforme das
plantas.
f) Período de carência (PC) do produto:
O período de carência do produto deve ser entendido como sendo
o tempo em dias, desde a última aplicação do produto e a data de
colheita. Esse período constitui-se no tempo necessário para que o
produto decomponha-se em outros componentes não tóxicos às plantas,
ao homem e ao meio ambiente.

6. Referências bibliográficas

ANDERSON, T. R.; BUZZELL, R. I. Efficacy of Metalaxyl in controlling


Phytophthora root root tand stalk rot of soybean cultivars differing in
field tolerance. Plant disease, v.66. p.144-145. 1982.

24
AZEVEDO, I. A. Fungicidas antioomycetos. Revisão Anual de Patologia
de Plantas, v.1, p.319-347, 1993.
AZEVEDO, I. A.; SILVA, L. Avaliação preliminar de fungicidas no
controle de Phytophthora capsici em morango. Fitopatologia
Brasileira, v.12, p.29 (resumos), 1987.
BRAGA, J. R. Fungicidas ditiocarbamatos no controle de doenças das
plantas. Revisão Anual de Patologia de Plantas, v.1, p.349-368,
1993.
BRUCK. R. 1.; FRY, W.E.; APPLE, A. E. Effect of metalaxyl, on
acylalanine fungicide, on developmental stages of Phytophthora
infestans. Phytopathology, v.70, p.597-601. 1980.
COFFEY, M. D.; KLURE, L. J.; BOWER, L. A. Variability to metalaxyl of
isolates of Phytophthora cinnamoni and P. citricola. Phytopathology,
v.75, p.1042-1046. 1984b.
COFFEY, M. D.; JOSEPH, M. C. Effects of phosphorous and fosetyl-AI
on the life cycle of Phytophthora cinnamoni and P. citricola.
Phytopathology, v.75, p.1 042-1 046. 1985.
COHEN, Y.; COFFEY, M. D. Sistemics fungicides and the control of
oomycetes. Annual Review of Phytopathologycal, v.24, p. 311-338.
1986.
HERSHBERGER, L.; AECE, G. T. (ed). Benomyl. Genova, World Health
Organization. 1993.
HORSFALL, J. G. Fungicides and their action, Waalthom: Chronica
Botânica. 1945, 239p.
KIMATI, H. Resistência de fungos a fungicidas e a importância do
monitoramento. Agrotécnica, v.1, p.5-7. 1987.
KIMATI, H. Controle químico. In: BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.;
AMORIM, L. ed. Manual de Fitopatologia: princípios e conceitos. v.1,
p.761-784,1995.
LYR, H. Modern selective fungicides properties, applicatins, mechanisms
of actions. Jena: Gustav Fisher. Verlag. 1995, 595p.
PEREIRA, J. C. R.; ALMEIDA, L. C. C de; SANTOS, A. F. dos;
ALBUOUEROUE, P. E. D. de. Aspectos correlatos à fungicidas para o
controle da queima da seringueira. Fitopatologia Brasileira; v.13,
p.1189-192.1988.
PICININI, E. C. Fungicidas inibidores da síntese de esteróis, I. Triazoles.
Revisão Anual de Patologia de Plantas, v.2, p.335-355, 1994.
PICININI, E. C. Fungicidas Benzimidazoles. Revisão Anual de Patologia
de Plantas, v.2, p.357-413, 1994.

25
PICININI, E. C. Fungicidas inibidores da biossíntese de ergosterol
Piridinas, pirimidinas e piperazinas. Revisão Anual de Patologia de
Plantas, v 5, p.353-386, 1997.
SCHWINN, F.J. New developments in demial control of Phytophthora.
In: ERWIN, D. C.; BARTNICKI, G.; TSAO, P.H. (ed) Phytophthora:
its biology, taxonomy, ecology and pathology. Annual
Phytopathological Society, p. 71-80, 1983.
SCHWINN, F.J; STAUB, T. Oomycetes fungicides. In: LYR, H. modern
selective fungicides: properties, applications, mechanisms of actions.
Jena. Gustav Fischer. p.323-346. 1996.
STAUB, T. H.; HUBELE, A. Recent advances in the chemical control of
oomycetes. In: WEGLER, H.; VON, R. (ed). Chemie der
pflanzerschutz- undschanclings-bekampfungs mittel. Berlim: Springer-
Verlag, 1981. p.389-442.
VALBEDENITO-SANHUEZA, R. M. Controle químico da podridão de
raízes em macieira, causada por Phytophthora cactorum, no Rio
Grande do Sul. Fitopatologia Brasileira, v.16, p.25-30, 1991
VEIGA, P. ; FACAO, M. J.; OLIVEIRA, G. H. N. Avaliação da eficiência
de diferentes doses de Ridomil 50 BR (Metalaxyl) no controle do
amarelão do fumo, causado por Pythium sp. em lavoura.
Fitopatologia Brasileira, v. 17, p.74, 1992.
ZAMBOLlM, L.; VALE, F. X. R. do; CHAVES, G.M. Controle químico de
doenças de plantas. Brasília: ABEAS, 1995, 307p.
ZAMBOLlM, L.; VALE, F.X.R. do; SILVA, M.B. da. Controle de doenças
de plantas. Brasília: ABEAS, 1997, 120p.

26
Anexos
Quadro 1. Utilização dos principais fungicidas protetores e orgânicos
adicionais e microorganismos controlados.
Fungicida Utilização Microorganismos controlados
1. Enxofre:
Enxofre elementar Tratamento da parte Fungos: Oomicetos e
aérea das plantas Imperfeitos.
Calda sulfo-cálcica Tratamento da parte Fungos: Oomicetos e
aérea das plantas Imperfeitos.

2. Cúpricos:
Hidróxido de cobre Tratamento da parte Fungos: Oomicetos e
aérea das plantas Imperfeitos.
Óxido cuproso Tratamento de sementes Fungos: Oomicetos e
e parte aérea das plantas Imperfeitos.
Sulfato básico de cobre Tratamento de sementes Fungos: Oomicetos e
e parte aérea das plantas Imperfeitos.
Oxicloreto de cobre Tratamento de sementes Fungos: Oomicetos e
e parte aérea das plantas Imperfeitos.

3. Ditiocarbamatos:
Thiram Tratamento da parte Fungos: Oomicetos e
aérea das plantas Imperfeitos: Monilinia,
Colletotrichum, Fusarium,
Sphaceloma e Rhizoctonia.

Ziram Tratamento da parte Fungos: Oomicetos:


aérea das plantas Peronospora; Imperfeitos:
Monilinia, Venturia, Septoria;
Oídium, Colletotrichum e
Botrytis.

Maneb Tratamento da parte Fungos: Oomicetos:


aérea das plantas Peronospora e Phytophthora;
Imperfeitos: Alternária, e
Colletotrichum.

Mancozeb Tratamento da parte Fungos: Oomicetos e


aérea das plantas Imperfeitos.

4. Compostos aromáticos
Chlorotalonil Tratamento do solo e Fungos: Oomicetos e
parte aérea da planta Ascomicetos: Mycosphaerella

Dicloran Tratamento do solo e Fungos Imperfeitos:


parte aérea das plantas Dydinella Botryodiplodia,
Alternária e Colletotrichum.

PCNB Tratamento da parte Fungos Imperfeitos.


aérea das plantas
Quadro 1 Continuacão
Fungicida Utilização Microorganismos controlados
5. Compostos heterocíclico
halogenados
Captan Tratamento da parte Fungos Imperfeitos.
aérea das plantas
Captafol Tratamento da parte Fungos Imperfeitos.
aérea das plantas

Folpet Tratamento de sementes Fungos Imperfeitos.

Dyrene Tratamento de sementes Fungos: Basidiomicetos:


Uromyces, Puccinia;
Imperfeitos e Oomicetos.

6. Orgânicos adicionais
Dodine Tratamento da parte Fungos: Basidiomicetos:
aérea das plantas Uromyces, Puccinia;
Imperfeitos e Oomicetos.

Dichlofenamid Tratamento da parte Fungos (Alterná ria, Septória


aérea das plantas e Phytophthora).

Fonte: Zambolim et al., 1995

Quadro 2. Utilização e microorganismos controlados pelos principais


lcidas erra dlícantes.
f unqrct
Fungicida Utilizacão Microorganismos Controlados
Brometo de metila + Desinfestação do solo Biocida
Cloropricina
Dazonet Tratamento do solo Biocida (não bactericida)
Metam-sódium Fumigação do solo Biocida (não bactericida)
Formol Fumigação do solo Biocida
Quintozene (PCNB) Tratamento do solo Fungos (vários)

Etridiazol Tratamento do solo e de Fungos: Oomicetos


sementes
Fonte: Zamboilm et al.. 1995
Quadro 3. Principais fungicidas sistêmicos e doencas controladas.
Nome técnico Produto Doenças controladas
comercial
Carboxin Vitavax Ferrugem do feijoeiro, manchas foliares, podridões de raízes
e colo de vários hospedeiros, carvões, cárie de cereais, etc.

Pyracarbolid Sicarol Ferrugem do feijoeiro (Uredinales, carvões e tombamento


de mudas (Rhizoctônia solani).

Benomyl Benlate Manchas foliares, antracnose, verrugose, brusone, môfos,


vassoura-de-bruxa, seca-de-ramos, cancro-de-hastes,
septoriose, fusariose, mal de Sigatoka, carvões, sarna-da-
macieira, cárie dos cereais, cercosporiose, mal-das-folhas
da seringueira, podridão de sementes, míldio pulverulento,
etc.

Tiofanato Cercobyn Ferrugens, antracnose, manchas foliares, môfos,


metílico Cycosin septoriose, cercosporiose, podridões de sementes, oídios,
mancha angular de feijoeiro, fusariose, etc.

Metalaxyl Ridomil Gomose dos citros, podridão de raízes de frutíferas e


míldios pulverulentos.

Oxadixyl Sandofan Requeima do tomate, da batata e míldio da videira.

Prothiocarb Previcur Gomose dos citros, podridão do colo, cancro do caule da


seringueira, podridões de raízes, requeima da batata e
míldios.
Hymexazol Podridões de raízes e fusariose.

Cymoxanil Curzate Mildio (videira e das cucurbitáceas) e requeima da batata.

Fosetyl-AI ou
Efosite-AI Aliette Mildios pulverulentos e gomose dos citros. podridão do
colo, cancro do caule da seringueira, podridões de raízes.

Probenazole Oryzemate Brusone do arroz.

Chloroneb Denosam Rizoctoniose ou podridão de raízes e colo.

Tridemorph Calixin Mildios pulverulentos, mal de Sigatoka, ferrugens e oídios.

Ediphenphos Kitazin-P Brusone do arroz.


Pyrazophos Afugan Brusone do arroz.
Kitazin Kitazin Brusone do arroz e trigo e míldios pulverulentos.

Imazalil Fungadlor Manchas foliares (Pyrenophora e Phoma), septoriose e


fusariose, cercosporiose e mal de Sigatoka em banana.
Quadro 3. Continuacão.
Nome técnico Produto Doenças controladas
comercial

Prochloraz Sportak Míldios pulverulentos, septoriose, manchas foliares


(Pyrenophora e Phoma), sarna da macieira, podridões de
raízes e colo, oídio de gramíneas, mal de Sigatoka em
banana, antracnose em café e fusariose em cereais.

Fenapanil Sisthane Míldios pulverulentos, sarna da macieira, podridão parda


Triflumizole do pêssego, mal de Sigatoka, ferrugens, mal-das-folhas da
seringueira, e manchas foliares.

Triforine Saprol Míldios pulverulentos, ferrugens, sarna da macieira,


podridão parda do pêssego, podridões de raízes e oídios.

Buthiobate Rondo Podridão parda do pêssego, sarna da macieira e manchas


Pirifenox Rondo M foliares de frutíferas, ferrugens e míldio pulverulento de
frutíferas.

Fenarimol Rubigan Sarna da macieira, manchas foliares, mal das folhas da


Ethirimol Milgo seringueira, mal de Sigatoka, cercosporiose, oídios,
carvões e cárie dos cereais.

Triadimefon Bayleton Podridões dos frutos de abacaxi, sarna da macieira,


Triadimenol Baytan manchas foliares, oídios, septoriose, ferrugens e mal-das-
folhas da seringueira.

Propiconazole Tilt Ferrugens (alho, café e cereais), oídio (cucurbitáceas e


cereais) septoriose dos cereais, manchas foliares (frutíferas
e cereais), mal de Sigatoka em banana, carvões, cárie dos
cereais, podridão dos frutos de abacaxi e mal-das-folhas
da seringueira.

Ciproconazol Alto 100 Ferrugens (feijoeiro, trigo, cafeeiro e maçã), sarna da maçã
e cercosporiose do amendoim.

Flutriazole Impact Oídio dos cereais, ferrugens (café e cereais), manchas de


folhas de beterraba, podridão parda do pêssego,
cercosporiose da beterraba, mal de Sigatoka em banana e
septoriose dos cereais.

Tebuconazole Folicur Ferrugem (cereais), oídio (cereais), septoriose (cereais),


cercosporiose da beterraba e mancha foliares (cereais,
leguminosas, etc.)

Difenoconazol Score Ferrugens (cereais, café, feijão e amendoim), oídio dos


cereais, septoriosedos cereais, manchas foliares (cereais,
amendoim), fuSafiosede cereais, carvões e cárie de
cereais, mal de Sigatoka em banana, brusone do arroz,
mancha de alternária em batata e tomate.
Quadro 3. Continuacão.
Nome técnico Produto Doenças controladas
comercial

Diniconazole Spotless Manchas foliares (videira, maçã e beterraba), sarna da


maçã, mancha de alterná ria em maçã, oídio em
beterraba, septoriose de cereais e carvões e cárie de
cereais.

Fluzilazole, Punch Oídios (cereais, cucurbitáceas e frutíferas) , ferrugens


Bromuconazol dos cereais, cercosporiose (cereais, leguminosas etc.),
Epoxiconazole manchas foliares (amendoim, frutíferas e leguminosas),
Hexconazole septoriose de cereais, etc.), mal de Sigatoka da
Triticonazole banana, e sarna da macieira.

Triciclazole Bim Brusone do arroz.


Fonte Zamboilm et aI., 1997.
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia
Ministério da Agricultura e do Abastecimento
BR 364 km 5,5 - C. Postal: 406 - CEP 78900-970 - Porto Velho / RO
Fone: IOxx691222-3080 Fax 10691222-3857/222-3070
www.cpafro.embrapa.br Esmsit: [email protected]

Ministério da
Agricultura e do GOVERNO
Abastecimento FEDERAL

Você também pode gostar