Revista INCB Eletrônica - 1
Revista INCB Eletrônica - 1
Revista INCB Eletrônica - 1
ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 1
Expediente De volta para o futuro
Revista INCB Eletrônica Não, não é nome de filme. É uma situação bem
Revista do Instituto Newton C. Braga atual que nos leva a algo que existiu no passado,
Ano 1 – Edição n° 1 2020 mas com um formato de futuro. Quando o
Instituto Newton C. Braga foi criado para reviver
Editorchefe os artigos de revistas e livros do passado, mas
Newton C. Braga também com um olhar para o futuro, muitos pensavam que simplesmente
teríamos uma apresentação de velhos e novos projetos no formato
Produção Gráfica – Redação: tradicional e até nos cobraram a edição de uma revista. Analisamos esta
Renato Paiotti última possibilidade e chegamos à conclusão de que: sim, poderíamos
fazer uma revista, mas não seria uma simples revista. Com o formato
Atendimento ao leitor: antigo em mente, percebemos que, com os recursos da tecnologia
[email protected] poderíamos ir muito além, e assim criar uma revista do futuro. Indo ao
passado, e de volta para o futuro, passamos os nossos tempos e criamos
Atendimento ao cliente: algo que deve ser uma tendência de futuro. Uma revista inovadora que,
[email protected] mesmo tendo o formato tradicional agrega recursos inovadores como o
uso de links, instrução programada, inteligência artificial, QR Code, vídeos
Impressão: e podcasts, tornando-se assim, não um simples elemento único da mídia
Clube dos autores técnica, como foi no passado, mas sim um elemento a mais de uma
https://clubedeautores.com.br estrutura de ensino e informação tecnológica que é o Instituto Newton C.
Braga. Estamos entrando numa nova era em que muita coisa vai mudar
Conselho editorial: tanto em relação às mídias como em relação aos hábitos, percebemos que
Newton C. Braga é o momento de também criarmos algo de novo. Juntando-se aos livros,
Renato Paiotti cursos, artigos técnicos, vídeos, lives, eventos e podcasts, esta revista
Luiz Henrique Correa Bernardes agrega ao mundo da tecnologia mais um canal de informação. Não se trata
Antonio Carlos Gasparetti de uma simples revista, mas de um novo canal de informação não previsto
José Carlos Valbão no passado. No formato virtual ou tradicional impressa, ela atenderá a
Marcos de Lima Carlos todos que estão ávidos para ter sempre ao alcance as informações mais
recentes sobre tudo o que ocorre no mundo da tecnologia e de forma
Administração: imediata. Novas tecnologias, novos componentes, eventos, artigos
Newton C. Braga (CEO) técnicos de todos os níveis, material para estudo, ensino ou atualização,
Marcelo Lima Braga tudo mais que, mesmo não cabendo no espaço disponível o levará a todos
(Gerente Administrativo) os outros canais de que vamos dispor através de links e QR Codes. Você
não lê a revista. Você conversa com a revista. Acessando no seu celular
Jornalista Responsável: você simplesmente clica para ter acesso a mais informações e outros
Marcelo Lima Braga canais. No formato impresso que nos leitores tradicionais nos cobraram,
MTB 0064610SP basta apontar seu celular para o QR Code e acessar mais informações por
nossos canais e de outros. Até mesmo cursos e livros grátis poderão ser
Colaboradores: obtidos. A revista faz parte de você, conversando e levando-o ao mundo
Pedro Berttoleti do futuro da tecnologia. Enfim, de volta para o futuro, com um velho
Luiz Henrique Correa Bernardes formato básico, mas com recursos 1 000 anos luz à frente. Uma nova
Marcio José Soares tecnologia e formato de revista. Cadastre-se no link que damos abaixo (já
Alfonso Pérez usando a nova tecnologia) para saber quando a nova edição estará
disponível e para ter muito mais através de nossos canais. Nossa
Não é permitida a reprodução das ma experiência de mais de 60 anos trabalhando em revistas, cursos, livros,
térias publicadas sem previa autorização palestras, vai valer num novo tempo para as publicações eletrônicas.
dos editores. Não nos responsabilizamos
pelo uso indevido do conteúdo de nossos Newton C. Braga
artigos ou projetos.
2 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
ÍNDICE - N° 1 - DEZEMBRO 2020
PALAVRA DO LEITOR .........................................................8
TECNOLOGIA
O que você precisa saber sobre LoRa e LoRaWan ............4
EMBARCADOS
Controlando GPIOS da Raspberry
Pi na Linha de Comando .................................................12
COMO FUNCIONA
O Circuito Integrado 555 …............................................. 17
Sensores de Fluxo de Água ….....................................…. 28
O que é o Fator de Amortecimento ………..................…. 36
ARTIGO HISTÓRICO
Falando de Transistores ……........................................…. 31
No Tempo dos Vibradores …...................................…….. 56
TERMOS TÉCNICOS
Compliance (Conformidade) …….................................... 34
ENSINANDO TECNOLOGIA
Pisca-Pisca com o 4093 ...................................................40
Pisca-Pisca Alternado com o 4093 ….............................. 42
PROJETOS
Micro Transmissor de FM ….........................................…. 44
Eletrônica Paranormal e Arduino ….........................……. 58
Modernizando o Rádio de Cristal .....................................62
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 3
TECNOLOGIA
O que você
precisa saber sobre
LoRa e LoRaWan
Newton C. Braga
4 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
TECNOLOGIA
alcance com baixa taxa de ca-chave desta tecnologia é Outra característica impor‐
dados. A baixa taxa de da‐ a baixa potência. Alguns dis‐ tante é que uma rede Lo‐
dos permite o uso de peque‐ positivos podem usar bateri‐ RaWAN pode suportar
nas potências e com isso se as que podem durar até 10 milhões de mensagens. Com
obtém boa autonomia para a anos. Algumas característi‐ isso até 60 000 dispositivos
bateria. Também incluímos cas destacadas: podem ser utilizados, e com
no grupo o Bluetooth que se •Longo alcance, incluindo a pe‐ 10 gateways pode chegar a
enquadra em uma Personal netração dos em edifícios com 100 000 dispositivos e 1 mi‐
Area Network ou rede de muitos andares. Topologia em lhão de mensagens.
área pessoa. Com muito pe‐ estrela para a rede.
queno alcance, baixa taxa •Longa duração para a bateria, A Modulação dos sinais
de dados, baixo custo ela chegando a 10 anos. A modulação utilizada é
proporciona uma boa auto‐ •Alta capacidade, podendo ser uma variação da tecnologia
nomia para a bateria. aviadas milhões e mensagens Chirp Spread Spectrum
Uma outra tecnologia im‐ por estação base/gatway (CSS) derivada da técnica de
portante é a Cat-M1 que •Infraestrutura mínima, softwa‐ modulação em espectro es‐
apresenta características de re open-source palhado .
longo alcance, alta taxa de •Localização: dentro e fora de Com essa tecnologia temos
dados, alto consumo de ba‐ ambientes, preciso sem o uso um compromisso entre a
teria e custo médio. de GPS. sensibilidade e a taxa de da‐
Mas, o destaque é para a •Roaming dos, ao mesmo tempo ope‐
LoRa que se enquadra no •Segurança: AES-128, ID único rado num canal de largura
que se denomina que apre‐ fixa entre 125 kHz e 500 kHz
senta características de Lon‐ Analisando essas caracte‐ para o uplink e 500 kHz para
go Alcance (Long Range, rísticas, podemos destacar a o downlink. Com isso obte‐
como o nome já indica), bai‐ alta durabilidade da bateria mos uma maior durabilidade
xa taxa de dados, longa du‐ dada pela possibilidade de para a bateria. Na figura 1
ração para bateria, baixo se transmitir pequenos pa‐ temos a organização das ca‐
custo e alta capacidade para cotes de dados poucas vezes madas de dados utilizadas.
a quantidade de dispositi‐ por dia. Além disso, quando Na figura 2 temos o modo
vos. É dela justamente que os dispositivos estão em re‐ como sinal é utilizado no sis‐
vamos tratar agora. pouso (sleep) o consumo é tema DSSS (Direct Sequence
extremamente baixo. Spread Spectrum).
O que é LoRa e LoraWAN
LoRa consiste numa tecno‐
logia de modulação que per‐
mite a elaboração de
sistemas de comunicação de
dados em redes cobrindo
grandes áreas (LPWAN) ou
WA significa Wide Area ou
área ampla e LP vem de Low
Power e N de Network –rede)
LoRa foi criada pela Semte‐
ch para padronizad as
LPWAN proporcionando um
alcance de até 5 km em
áreas urbanas e 15 km em
áreas rurais. A característi‐ Figura 1 – O sistema utiliza 7 camadas de dados
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 5
TECNOLOGIA
Os parâmetros regionais
Para cada região temos pa‐
râmetros próprios definidos Figura 2 – A distribuição do sinal ao longo do espectro
em documento que pode ser
acessado no link abaixo:
seu uso restrito. ses criam normas e regras
Mas, o principal problema para o uso do espectro e pe‐
que temos hoje está na dis‐ quenas diferenças podem
tribuição das frequências do ocorrer.
espectro que podem ser uti‐ Assim, as frequências des‐
lizadas. Milhões, ou esmo bi‐ tinadas a operação das re‐
lhões de dispositivos estão des LoRa num país podem
compartilhando uma faixa li‐ ser diferentes de outros. Isso
mitada do espectro eletro‐ é muito importante para os
magnético devendo, projetistas que devem então
portanto, haver uma distri‐ escolher os circuitos que se‐
buição muito bem definida. jam permitidos nos locais em
Os elementos de uma rede Assim, os governos dos paí‐ que pretendem vender seus
LoRaWAN
Na figura 3 temos os ele‐
mentos básicos de uma rede
Figura 3 – Topologia
LoRa com topologia em es‐
em estrela
trela. Para a criação de uma
rede LoRa existem duas pos‐
sibilidades. Pode-se fazer
uso de uma rede pública que
é mantida por uma operado‐
ra, a qual disponibiliza o
acesso a quem desejar. Por
outro lado, existe a possibili‐
dade de se implementar
uma rede particular que é
criada por alguém que faz
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TECNOLOGIA
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A Palavra
do Leitor
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PALAVRA DO LEITOR
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 9
Notícias e Componentes
Notícias
“Tecido de Faraday” blindando ondas com eficiência, mas uma parte dos elétrons
eletromagnéticas cai numa armadilha de óxido reduzindo a
Todos conhecem a gaiola de faraday que corrente final. O que os pesquisadores des‐
blinda campos elétricos, evitando que entre cobriram é que esse efeito de armadilha não
num ambiente. A novidade da tecnologia foi existe em frequências acima de 1 GHz. Tran‐
apresentada por pesquisadores da Drexel sistores ultra rápidos podem ser então cons‐
University – Philadelphia - USA: Trata-se do truídos usando essa técnica. O Arseneto de
Faraday Fabric ou Tecido de Faraday que po‐ Gálio tem estado em alta, justamente por
de blindar ondas eletromagnéticas sendo in‐ suas propriedades que levaram também os
dicado para aplicações em vestíveis. O novo pesquisadores da Universidade de Tóqio a
tecido pode evitar que interferências eletro‐ desenvolver uma memória baseadana spin‐
magnéticas atinjam dispositivos eletrônicos trônica com semicondutores ferromagnéti‐
O material denominado MXene criaram en‐ cos baseados em Arseneto de gálio. Veja
tão um material de blindagem com uma efi‐ mais no link: MIT Makes a Big Breakthrough
ciência de 99,9% no bloqueio de EMI. Basta in Nonsilicon Transistors (hpcwire.com)
aplicá-lo a um tecido comum e obter um te‐
cido blindado, Materiais amigáveis em baterias
Uma das grandes preocupações em nos‐
Transistores sem silício sos dias, quando se fala em componentes
Os avanços das pesquisas em eletrônica, eletrônicos, está na toxidade dos materiais
principalmente dos campos dos novos ma‐ usados e no modo de descartá-los. No en‐
teriais, já tem mostrado há algum tempo tanto, isso não significa que pesquisas este‐
que parece que a era do silício está termi‐ jam sendo feita constantemente, não
nando. Suas limitações, principalmente à apenas no sentido de se obter componentes
velocidade, a chegada de dispositivos quân‐ de maior desempenho, mais baratos e com
ticos parece estar acelerando o final de tu‐ materiais menos tóxicos.
do como conhecemos como eletrônica É o caso dos pesquisadores da Universida‐
levando a novas abordagens, novas materi‐ de de Tóquio que neste mês de dezembro
ais. A notícia que mostra que isso está se anunciaram a criação de um anodo de car‐
acelerando vem do MIT em dezembro de bono em lugar do lítio que é caro e poluen‐
2020. Uma nova descoberta está tornando te, com excelente rendimento. Este novo
possível a utilização do Arseneto de Gálio material poderá levar a uma nova geração
(GaAs) que já era empregado em transisto‐ de baterias de Sódio-Íon com maior capaci‐
res rápidos (O comptador Cray os usava). O dade e muito mais baratas.
que os pesquisadores descobriram é que ao Os pesquisadores conseguiram um au‐
mesmo tempo em que em um transistor co‐ mento de 19% na densidade de energia pa‐
mum GaAs é possível comutar uma tensão ra as novas baterias.
10 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
NOTÍCIAS E COMPONENTES
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 11
EMBARCADOS
Controlando
GPIOs da
Raspberry Pi
na linha de
comando
Pedro Bertoleti
12 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
EMBARCADOS
Pré-requisitos
Este artigo assume que sua
Raspberry Pi já esteja ope‐
rante, ou seja, com sistema
operacional Linux (Rasp‐
berry Pi OS ou Raspbian) já
instalado e conectividade à
rede funcionando.
Caso você não saiba como
fazer isso, leia este artigo
que explica detalhadamente Figura 1 - header de ex‐
como preparar sua Rasp‐ pansão da Raspberry Pi
berry Pi para o uso.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 13
Para utilizar um GPIO no Li‐ Por exemplo: para configu‐ alto/1 (3,3V) ou baixo/0 (0V),
nux, seja para escrita ou lei‐ rar o GPIO17 como saída di‐ assumindo que você já este‐
tura, é preciso exportá-lo gital, assumindo que você já ja no diretório /sys/class/
para o usuário. Isso é feito esteja no diretório /sys/ gpio/gpio17, utilize o co‐
escrevendo-se o GPIO dese‐ class/gpio/gpio17, utilize o mando abaixo:
jado no arquivo /sys/class/ comando abaixo:
gpio/export. Assumindo cat value
que você já esteja no dire‐ echo “out” > direction
tório /sys/class/gpio, para A resposta do comando se‐
utilizar o GPIO 17, por exem‐ Neste ponto, você já defi‐ rá o nível lógico (0 ou 1) pre‐
plo, use o seguinte coman‐ niu o modo de operação do sente no pino do header
do: GPIO17. Vamos agora apren‐ correspondente ao GPIO17.
der a como escrever (modo: Acionando um relé via linha
echo 17 > export saída digital) e ler (modo: de comando no Linux embar‐
entrada digital) o GPIO17. cado
Feito isso, o diretório Agora, vamos botar em
gpio17 irá surgir dentro de / • No modo de operação prática a manipulação de
sys/class/gpio. Este diretório de saída digital (out): pa‐ GPIOs no Linux acionando
conterá todos os arquivos ra fazer a escrita do GPIO17, um relé via linha de coman‐
para configurar e utilizar o ou seja, fazer com que o pino do no Linux embarcado. Para
GPIO17. Para acessar este do header do GPIO17 tenha isso, primeiro é preciso mon‐
diretório, utilize o comando nível lógico alto (3,3V) ou tar o circuito esquemático
abaixo: baixo (0V), utilize o arquivo mostrado na figura 2. Note
value, contido no diretório / que, assim como nos exem‐
cd /sys/class/gpio/ sys/class/gpio/gpio17. Por plos anteriores, aqui utiliza‐
gpio17 exemplo, para fazer com que remos o GPIO17 para
o pino do GPIO17 tenha ten‐ controlar o relé.
O modo de operação do são de 3,3V, assumindo que Uma vez montado o circui‐
GPIO17 é definido no arquivo você já esteja no diretório / to esquemático da figura 2,
direction, contido no diretó‐ sys/class/gpio/gpio17, utilize podemos avançar para o aci‐
rio do GPIO17 (cd /sys/class/ o comando abaixo: onamento do relé propria‐
gpio/gpio17). Este modo de mente dito. Para isso, no
operação pode ser: echo 1 > value terminal, configure o GPIO17
com modo de operação de
• in: neste modo de opera‐ Já para fazer com que o pi‐ saída digital. Para isso utilize
ção, o GPIO será configurado no do GPIO17 tenha tensão os comandos abaixo:
como entrada digital. de 0V, assumindo que você
Por exemplo: para configu‐ já esteja no diretório /sys/ cd /sys/class/gpio
rar o GPIO17 como entrada class/gpio/gpio17, utilize o echo 17 > export
digital, assumindo que você comando abaixo: cd gpio17
já esteja no diretório /sys/ echo “out” > direction
class/gpio/gpio17, utilize o echo 0 > value
comando abaixo: Feito isso, o GPIO17 está
• No modo de operação de pronto para controlar o relé.
echo “in” > direction entrada digital (in): para fa‐ Para acionar o relé, utilize o
zer a leitura do GPIO17, ou seguinte comando:
• out: neste modo de ope‐ seja, saber se o pino do hea‐
ração, o GPIO será configura‐ der correspondente ao echo 1 > value
do como saída digital. GPIO17 possui nível lógico
14 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
Figura 2 - circuito esquemático
(acionamento de relé)
E para desacionar o relé, que você utilizou. Este pro‐ experimento simples, porém
utilize o comando abaixo: cedimento é chamado de muito útil: o acionamento de
unexport. um relé via GPIO, na linha de
echo 0 > value Para fazer essa liberação, comando. Com esse experi‐
considerando o mesmo mento, você é capaz de aci‐
Você pode ligar uma carga GPIO17 dos exemplos anteri‐ onar quaisquer cargas DC ou
(circuito AC ou DC) na saída ores, utilize o comando abai‐ AC que estejam dentro dos
do relé e ver tal carga ser xo: limites de operação do relé
acionada ou desacionada utilizado. Isso permite que
mediante comandos feitos echo 17 > /sys/class/ uma Raspberry Pi controle
na linha de comando do Li‐ gpio/unexport desde pequenas até grandes
nux embarcado. Dessa for‐ cargas. Esse tipo de aborda‐
ma, demonstramos o Você perceberá que o dire‐ gem abre possibilidades di‐
controle de cargas de diver‐ tório gpio17 (localizado den‐ versas de projetos e
sas vias GPIO na linha de co‐ tro do diretório /sys/class/ aplicações, tanto para fins
mando do Linux, utilizando gpio) irá sumir. Isso significa de teste e experimentação
como hardware uma placa que você (seu usuário Linux) quanto para fins de automa‐
Raspberry Pi. não detém mais o poder de ção.
uso deste GPIo e que este
pode ser utilizado por outros
Última etapa - libera‐ usuários.
ção do GPIO para uso
No Linux embarcado, quan‐
do você faz o export do GPIO Conclusão
(conforme mostrado no tópi‐ Neste artigo, vimos o que
co “GPIOs no Linux embarca‐ são e como funcionam os
do” deste artigo), você GPIOs no Linux embarcado,
“reserva” para você (usuá‐ via linha de comando. Ainda,
rio) o GPIO, não permitindo você aprendeu como utilizar
que outros usuários acessem um GPIO como entrada ou
o GPIO enquanto você o utili‐ saída digital, conforme ne‐
Clique ou fotografe o
za. Dessa forma, após o uso cessidade de seu projeto.
QR-Code acima para saber
do GPIO, é necessário liberar Para demonstrar o conteú‐
mais sobre o assunto.
para uso de outros o GPIO do aprendido, foi feito um
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 15
OS MAIS ACESSADOS DE 2020
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COMO FUNICIONA
O Circuito
Integrado 555
Newton C. Braga
Pela utilidade do circuito in‐ to em que a geração de for‐ geração de pulsos de dura‐
tegrado 555, este artigo é mas de onda é necessária, ção constante, ou ainda em
um dos mais acessados des‐ retardos, temporizações ou o aplicações em que precisam
te site. Nele explicamos qua‐ disparo de dispositivos a par‐ ser gerados sinais retangula‐
se tudo (pois tudo que ele tir de sinais de todos os tipos res de até 500 kHz.
pode fazer é impossível de o componente que em pri‐
descrever) sobre o funciona‐ meiro lugar vem à cabeça do O CIRCUITO INTEGRADO 555
mento e utilidades do mais projetista é o 555. Este arti‐ O circuito integrado 555
popular detodos os circuitos go dá apenas uma breve consiste em um timer de uso
integrados usados atual‐ idéia do que se pode fazer geral que pode operar tanto
mente. O circuito integrado com este componente fabu‐ na configuração astável
555 foi criado originalmente loso. quanto monoestável. A pina‐
para funcionar como timer e Com mais de 1 bilhão de gem básica deste CI é mos‐
oscilador de uso geral. No unidades vendidas, o circuito trada na figura 1.
entanto, esse circuito inte‐ integrado 555 provavelmen‐ Embora exista uma versão
grado se mostrou tão ver‐ te é o mais importante com‐ antiga com invólucro de 14
sátil, que milhares de ponente dessa família, de pinos, ela dificilmente é en‐
aplicações foram criadas e todos até hoje lançados no contrada em nossos dias.
continuam criadas ainda ho‐ mundo. Com versões CMOS Uma versão importante do
je, quando já se anuncia que e de baixa tensão, esse com‐ 555 é o duplo 555 conhecido
ele vendeu mais de 1 bilhão ponente é insuperável quan‐ como 556, cuja pinagem é
de unidades. Assim. quando do se deseja uma vista na figura 2.
se pensa em qualquer proje‐ temporização até 1 hora ou Na prática, os fabricantes
acrescentam prefixos para
identificar os seus 555, e de‐
nominações como LM555,
NE555, µA555 e outras são
comuns. Temos ainda ver‐
sões "diferentes" do 555 que
empregam tecnologias mais
avançadas que a tradicional
linear. Assim, um primeiro
destaque é o 555 CMOS,
também especificado como
Figura 1 – Pinagem do 555.
TL7555 ou TLC7555, e que
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 17
COMO FUNCIONA
CONFIGURAÇÕES
O circuito integrado 555
pode ser empregado em du‐
as configurações básicas, as‐
tável e monoestável, que
analisamos a seguir:
a)Astável
Na figura 4 temos o circuito
básico do 555 na configura‐
ção astável.
Figura 3 – Diagrama interno de blocos do 555. Esse circuito pode gerar si‐
nais de 0,01 Hz a 500 kHz e
se caracteriza por poder níveis na saída do pino 3. Na os valores limites para os
operar com tensões meno‐ versão monoestável, o cir‐ componentes usados são:
res que o 555 comum, ter cuito gera um pulso retangu‐
menor consumo e alcançar lar único ao ser disparado R1, R2 = 1k a 3,3 Mohms
frequências mais elevadas. externamente. As caracte‐ C = 500 pF a 2 200 µF
Na figura 3 temos um dia‐ rísticas principais do 555
grama simplificado das fun‐ são:
ções existentes no circuito
integrado 555. Características: (1)
Esses blocos podem ser •Faixa de Tensões de Alimenta‐
usados de duas formas bási‐ ção: 4,5 - 18 V
cas (que serão analisadas •Corrente máxima de saída: +/-
em pormenores), as quais 200 mA
são astável (free running) e •Tensão de limiar típica com ali‐
monoestável (pulso único). mentação de 5 V: 3,3 V
Na versão astável, o circuito •Corrente de limiar típica: 30 nA
opera como oscilador geran‐ •Nível de disparo típico com ali‐
do sinais retangulares dispo‐ mentação de 5 V: 1,67 V
18 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
COMO FUNCIONA
A frequência de oscilação é
dada por:
f = 1,44 /[(R1 + 2R2) C]
Onde:
•f é a frequência em hertz
•R1 e R2 são os valores dos
resistores em Ohms
•C é a capacitância em farads.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 19
COMO FUNCIONA
2.Pisca-Pisca/Metrôno‐
mo
Com a utilização de um ca‐
pacitor acima de 1 µF temos
a produção de pulsos inter‐
valados e o circuito pode ser
usado como um metrônomo,
ou ainda excitar uma lâmpa‐
da num pisca-pisca confor‐
me exemplo da figura 8.
Lâmpadas de até 500 mA
podem ser excitadas com o Figura 8 – Excitação de carga com transistor PNP. Aciona
uso de transistores como o no nível baixo da saída.
20 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
COMO FUNCIONA
Figura 10 – Uma sirene modulada em frequência utilizando dois circuitos integrados 555.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 21
COMO FUNCIONA
Figura 11 – Neste circuito o relê abre e fecha seus contatos de modo intermitente, isso
em intervalos regulares ajustados por P1.
22 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
COMO FUNCIONA
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 23
COMO FUNCIONA
dor seja um tipo de excelen‐ o relé usado como carga se‐ do tempo de acionamento
te qualidade para que pro‐ rá acionado. Quando o relé de cada uma das etapas com
blemas de fugas não afetem for acionado, o intervalo de o 555.Podemos ir além com
o seu funcionamento. tempo de tempo em que ele a utilização dessa idéia agre‐
Outro problema relaciona‐ ficará atracado dependerá gando diversos 555 em série
do ao capacitor está na car‐ do segundo CI. Assim, temos para um acionamento se‐
ga residual. Uma vez uma curva de operação con‐ qüencial, conforme mostra a
utilizado o temporizador, na forme vista na figura 18. figura 19.
vez seguinte em que ele for Nessa curva, t1 é o interva‐ Os tempos de acionamento
disparado, não teremos o lo de tempo que decorre en‐ de cada saída numa seqüên‐
mesmo intervalo de tempo tre o pressionar de S1 e o cia são determinados pelos
ajustado, pois sempre resta acionamento do relé. t2 é o capacitores associados aos
uma carga residual no capa‐ tempo em que o relé fica aci‐ pinos de disparo e ajustados
citor a partir da qual ele ini‐ onado. Os valores de C1 e C3 nos trimpots em série com
cia a carga de temporização. determinam t1 e t2 e seus esses elementos.
Esta carga afeta sensivel‐ valores limite são os indica‐
mente a precisão de um dos na aplicação tradicional. 9.Sensor Foto-Elétrico
temporizador que use o 555. Trimpots em série com esses O circuito integrado 555
capacitores podem ser em‐ pode ser disparado pelo
pregados para ajustes finos aterramento momentâneo
8.Temporizador Duplo do pino 2. Como esse pino
Na figura 17 temos uma tem uma elevada impedân‐
configuração muito interes‐ cia de entrada, diversos ti‐
sante para aplicações em pos de sensores podem ser
automatismos de todos os ti‐ usados com circuitos adicio‐
pos. nais simples para fazer o seu
Trata-se da possibilidade disparo. Uma possibilidade
de realizarmos uma dupla interessante é o disparo por
temporização em que, ao foco de luz, em um sensor
pressionarmos S1, o primeiro Figura 18 – Diagrama de foto-elétrico que pode ser
CI determina o intervalo de tempos do circuito da figu‐ usado em aplicativos indus‐
tempo inicial, depois do qual ra 17. triais tais como alarmes de
24 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
COMO FUNCIONA
passagem, de presença de
objetos e muito mais. O cir‐
cuito sugerido é apresentado
na figura 20.
Quando um foco de luz in‐
cide no LDR o transistor con‐
duz, e com isso a entrada de
disparo do 555 é levada ao
nível baixo por um instante,
disparando a configuração
monoestável. A saída do 555
vai, então, ao nível alto por
um intervalo de tempo que
depende de R e de C, da for‐ Figura 20 – Sensor fotoelétrico com o 555. Acionamento
ma que já vimos e que pode por LDR
ser calculada pelo aplicativo
no CD. Veja que, mesmo de‐
pois que o pulso de luz apli‐
cado no sensor desaparecer,
o relé ligado como carga per‐
manecerá ativado. Para ter‐
mos o acionamento com o
corte de luz basta inverter o
modo de ligação do sensor,
observe a figura 21.
Nesse circuito, quando a
luz é cortada no LDR por um
instante, o transistor conduz
colocando o nível baixo no
pino de disparo do 555 liga‐
do na configuração monoes‐
tável. Nos dois circuitos o Figura 21 – Circuito para acionamento pelo corte momen‐
ajuste da sensibilidade é fei‐ tâneo da luz que incide no LDR.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 25
COMO FUNCIONA
10.Detector de Ausên‐
cia de Pulso
Uma aplicação importante
do 555 em automatismos,
transmissão de dados e con‐
troles remotos é o detector
Figura 23 – De‐
de ausência de pulsos. O que
tector de ausên‐
esse circuito faz é detectar
cia de pulso.
quando um ou mais pulsos
26 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
COMO FUNCIONA
Figura 25 – Divisor
de frequência sin‐
cronizado.
Figura 26 –
Circuito 555
como PPM.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 27
COMO FUNCIONA
Sensores de
Fluxo de Água
Newton C. Braga
28 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
COMO FUNCIONA
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 29
COMO FUNCIONA
Código-Fonte de Exemplo
/************************************************
Este Código exemplo tem por finalidade ler os dados de um sensor de fluxo de água
***********************************************/
void setup() {
Serial.begin(9600); //baudrate waterFlow = 0;
attachInterrupt(0, pulse, RISING); //DIGITAL Pin 2: Interrupt 0
}
void loop() {
Serial.print("waterFlow:");
Serial.print(waterFlow);
Serial.println(" L");
delay(500);
}
Clique ou fotografe o
QR-Code acima para saber
void pulse() //measure the quantity of square wave {
mais sobre o assunto.
waterFlow += 1.0 / 5880.0;
}
30 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
ARTIGO HISTÓRICO
Artigo Histórico:
Falando de transistores
LOU GARNER
Adaptado e complementado pelo corpo
redatorial de Eletrônica Popular
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 31
ARTIGO HISTÓRICO
32 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
ARTIGO HISTÓRICO
LISTA DE MATERIAL
L1 — bobina de antena para ondas médias —
Super-antena OM-100 ou equivalente
C1 — capacitor variável 410 pF, uma seção
C2 — capacitor eletrolítico 100 µF, 20 volts
D1 — diodo detector 0A85 ou equivalente
TR1 — transistor 0074 ou equivalente p-n-p
J1 — pinos banana
G1 — garras tipo jacaré
1 placa de cobre de 40 x 40 cm Clique ou fotografe o
1 placa de zinco de 40 x 40 cm QR-Code acima para saber
DIVERSOS: fio, solda, chassi etc. mais sobre o assunto.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 33
TERMOS TÉCNICOS
Compliance
(Conformidade)
Newton C. Braga
Um termo em alta nos nos‐ mo em si, é muito mais im‐ relacionado com os produtos
sos dias é Compliance. Com‐ portante para nós saber o que usam comunicação sem
pliance significa “estar em que ele significa e como po‐ fio, por exemplo, objetos
conformidade” significando demos estar em “complian‐ com comunicação entre si
estar de acordo com regras, ce” com nossos projetos ou ou via intermet, caracteri‐
leis, princípios éticos quando produtos. zando a IoT, os wearables,
se desenvolve um produto, De fato, partindo da tradu‐ dispositivos de aplicação
se realiza uma negociação ção do inglês do verbo “to médica e na agricultura e
ou simplesmente a comerci‐ comply” que significa “estar muito mais.
alização de um produto. de acordo”. No caso específi‐ Padrões de comunicações
Um dos termos que mais co dos desenvolvedores de usados na Europa podem
se destaca quando se desen‐ produtos de tecnologia é fa‐ não ser aplicados em produ‐
volve um produto ou se pre‐ zer com que eles estejam de tos comercializados no Brasil
tende levá-lo ao mercado é a acordo com as normas, re‐ e vice-versa. Você pode ten‐
compliance. Se bem que gras de marketing, princípios tar importar uma placa de
possamos usar um termo éticos dos locais em que o comunicação para seu pro‐
equivalente em português, produto for comercializado. duto e verificar que ela não
que seria conformidade, Especial cuidado deve ser pode ser comercializada
existe sempre no mundo da tomado se você pretende ex‐ aqui.
tecnologia e dos negócios a portar seu produto, pois as Cuidado especial deve ser
forte tendência de se usar o normas, princípios éticos e tomado quando você procu‐
termo original, seja qual for outros pequenos detalhes rar os componentes de seu
seu idioma. são diferentes. produto para compra. Verifi‐
Vemos muito isso em infor‐ que se ele está regulamenta‐
mática em que não usamos Componentes do para operar em nosso
“ferragem” ou “parte física” Em eletrônica, por exem‐ país, ou seja, se está em
dando-se preferência a plo, essas diferentes podem Compliance com as nossas
hardware ou software para afetar muito a escolha dos normas.
designar o programa ou, co‐ componentes que serão usa‐ Para estar em compliance
mo os franceses adotam lo‐ dos num projeto. ao se desenvolver ou comer‐
gicel ou “célula lógica”. Um ponto especialmente cializar produtos a empresa
Mas sem discutirmos o ter‐ crítico para os projetistas é o ou o desenvolvedor deve es‐
34 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
TERMOS TÉCNICOS
tar atento a uma série de ilegal e isso pode compro‐ Como a Mouser pode aju‐
procedimentos internos que metê-lo. dar
vão determinar toda a dinâ‐ Observando as regras de Temos trabalhado a mais
mica de seu funcionamento, compliance isso não aconte‐ de 10 anos coma Mouser
desde o código de conduta e cerá. Por esse motivo, mes‐ Electronics. Uma das vanta‐
promoção de produtos, a co‐ mo não sendo uma empresa gens de podermos consultar
municação interna, o desen‐ pública, ou mesmo não pre‐ seu site na escolha de com‐
volvimento do produto e até tendendo ter negócios mais ponentes é que obtemos as
o comportamento ético de próximos com elas, pode informações sobre complian‐
todos que estão envolvidos. perfeitamente ocorrer numa ce que precisamos para o
Para isso deve-se trabalhar simples negociação que haja nosso projeto.
na criação de um Programa um procedimento que com‐ Os componentes, quando
de Compliance (conformida‐ prometa sua empresa legal‐ enviados, são acompanha‐
de) que determinará as re‐ mente. dos de informações que nos
gras não apenas para o Pode ser um ato cometido permite saber se eles aten‐
desenvolvimento de um pro‐ por um único funcionário de dem aos requisitos de um
jeto especificamente, como sua empresa, ou mesmo na projeto em nosso país que
também para o funciona‐ venda de um simples item, não violem as regras de
mento da própria empresa. mas isso já será suficiente compliance vigentes.
para que seu negócio, sua O acesso aos datasheets e
A Lei 12.846 empresa ou você como de‐ mesmo informações no a
Mais conhecida como “lei senvolver seja envolvido. própria compra impedem
anticorrupção” sancionada Outro ponto importante a que façamos uso de compo‐
em 2013 ela trata basica‐ ser considerado está na es‐ nentes que não sejam permi‐
mente da responsabilidade colha dos componentes que tidos em nosso país.
administrativa de empresas serão usados no seu projeto Enfim, observe a complian‐
(pessoas jurídicas) que prati‐ eletrônico. ce como item indispensável
quem atos que prejudiquem Conforme já salientamos no seu projeto. Se você pre‐
a administração pública tan‐ existem normas que devem tende ser um profissional sé‐
to nacional como as normas ser seguida e existem com‐ rio de projetos, procure mais
estrangeira. ponentes cujo uso em um informações de como im‐
Veja que nela estão citadas país não é aprovado em ou‐ plantar compliance na sua
as empresas, estabelecendo tro. A faixa de frequências empresa ou negócio.
punições para aqueles que permitida para a operação
tiram ou prometem vanta‐ de um dispositivo num país
gens indevidas, fraudam lici‐ pode ser diferente de outro.
tações e tudo mais. Tudo isso deve ser levado
Se bem que a lei não fale em conta para que você não
nada de compliance, anali‐ lance no mercado um produ‐
sando a situação, vemos que to que opere numa banda in‐
ele tem muito a ver com tu‐ devida de frequências.
do isso. Se você pretende Na verdade, com a utiliza‐
desenvolver um projeto que ção de tal componente você
possa atrair o poder público, terá dificuldades na importa‐
por exemplo, encomendan‐ ção legal dos componentes e
do-o ou mesmo comprando depois na sua homologação.
os direitos, se você não to‐ Tudo isso deve ser verificado Clique ou fotografe o
mar cuidado por ser envolvi‐ antes de iniciar o projeto, QR-Code acima para saber
do por um procedimento evitando dores de cabeça. mais sobre o assunto.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 35
COMO FUNCIONA
Som e Acústica
O que é o Fator
de Amortecimento
Newton C. Braga
Existem alguns termos técnicos empregados nas vibrar quando ele desapare‐
especificações dos equipamentos de som, tais como cer, seu uso torna-se impos‐
amplificadores, alto-falantes etc., que muitos sível como reprodutor fiel
leitores não conhecem. O fator de amortecimento é dos sons.
um deles. Veja neste artigo o que ele significa e Assim, um simples pulso
como é importante para se obter o melhor som. aplicado ao alto-falante, o
faria vibrar por certo tempo,
conforme mostra a figura 2,
Quando a saída de um am‐ usados especialmente para impedindo que os sinais que
plificador tem que aplicar a esta finalidade, que são os viessem depois pudessem
um alto-falante um sinal que amortecedores, conforme ser reproduzidos com fideli‐
consiste numa transição mostra a figura 1. dade.
muito rápida, não podemos Sem o amortecedor, depois Na prática, um bom alto-fa‐
esperar que este responda de um choque o carro vibra‐ lante deve ser capaz de ces‐
de imediato, sem qualquer ria por um certo tempo "pu‐ sar de vibrar imediatamente
inércia, ao sinal. lando" e tornando assim após o término do sinal que
É o que acontece com uma muito difícil seu controle, deve reproduzir, o que signi‐
pancada que um veículo so‐ além de tornar desconfortá‐ fica que o movimento de seu
fre quando passa num bura‐ vel a viagem para os passa‐ cone deve ter algum tipo de
co. No caso do carro, a geiros. recurso capaz de amortecer
transição rápida que ocorre No caso do alto-falante, se suas vibrações.
em sua trajetória pode ser ao aplicarmos um sinal ele
amortecida por dispositivos não parar imediatamente de Figura 2
Figura 1
36 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
COMO FUNCIONA
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 37
COMO FUNCIONA
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QR-Code ao lado para saber
mais sobre o assunto.
38 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
DATASHEET
DATASHEET 4093
4 2‐Input NAND Schmitt Trigger
CMOS (Quatro disparadores de
Schmitt NAND de duas entradas)
Descrição:
Os 4 disparadores NAND
Schmitt de duas entradas
neste componente podem
ser usados independente‐
mente.
A principal característica é
a histerese. A ação de “co‐
mutação rápida” (histerese)
das portas encontrados nes‐
te dispositivo o torna ideal Diagrama e pinagem
para aplicações de tensão de
entrada ruidosas ou lentas e
como aplicações de oscila‐
Características elétricas
dor ou monoestável.
Nomes dos pinos:
•Vdd - Tensão de alimentação
positiva [3V a 15V]
•Vss - Terra
•A1, B1, A2, B2, A3, B3, A4, B4 -
Entradas
•O1, O2, O3, O4 - Saídas
Modo de operação:
As quatro portas são inde‐
pendentes. O nível lógico de Aplicações: Observações:
saída depende dos níveis ló‐ •Funções lógicas (NAND e Inver‐ Este dispositivo apresen‐
gicos aplicados às entradas sor) ta uma “característica de
como a tabela verdade. •Condicionamento de sinais histerese”. A tensão de his‐
•Modeladores de onda e pulso terese ou Vh é definida como
Outros dispositivos: •Osciladores a diferença entre as tensões
Se apenas a ação de •Amplificadores digitais positiva e negativa. Quando
“snap” de um gatilho Sch‐ •Interface - Shields o dispositivo é ativado e de‐
mitt for necessária, o inver‐ •Multivibradores monostáveis / sativado. Artigo completo
sor equivalente Schmitt Astáveis sobre este componente se
40106 poderá ser usado. encontra no site.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 39
ENSINANDO TECNOLOGIA
Ensinando
Tecnologia
Pisca-Pisca com o 4093
Pisca-Pisca Alternado com o 4093
Newton C. Braga
40 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
ENSINANDO TECNOLOGIA
Montagem
Na figura 1 temos o circuito
completo do pisca-pisca que
aciona um LED utilizando o
circuito integrado 4093.
A montagem do circuito
na matriz de contatos é mos‐
trada na figura 2.
Ao realizar a montagem, é
importante observar a posi‐
ção do circuito integrado e
ao encaixá-lo, fazê-lo com
muito cuidado para que to‐
Figura 1– Circuito do pisca-pisca com LED usando o 4093 dos os pinos fiquem alinha‐
dos com os furos.
Quando pressionarmos o
circuito integrado todos os
pinos devem encaixar sem
esforço.Também devemos
observar a posição do LED e
a polaridade do capacitor
eletrolítico.
Procedimento:
Ao encaixar os fios do su‐
porte de pilhas, observando
a polaridade, o LED deve co‐
Figura 2 – Montagem do pisca-pisca na matriz de 170 pontos meçar a piscar imediata‐
mente. Faça testes com
outros valores de capacito‐
res assim como outros valo‐
res de R1. Tome apenas
Lista de Material cuidado para não usar R1
menor que 1 k. Na figura 3 a
CI-1 – 4093 – circuito integrado foto da montagem.
LED1 - comum
R1 – 100 k ohms – resistor – marrom,
preto, amarelo Figura 3 – Foto da
R2 - 1 k ohms – resistor – marrom, montagem
preto, vermelho
C1 – 4,7 uF – capacitor eletrolítico
B1 – 6 V – 4 pilhas
Diversos:
Matriz de contatos, suporte de pilhas,
fios etc.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 41
ENSINANDO TECNOLOGIA
Questionário
• O que acontece com as pisca‐
das do LED se aumentarmos o
valor do resistor ligado ao ca‐
pacitor?
• É possível montar quatro pis‐
ca-pisca independentes com
este mesmo CI 4093?
• Quais são as tensões que po‐
dem ser usadas para alimentar
este circuito?
Pisca-Pisca Alternado
4093 – Ampliando o cir‐
cuito anterior
Dificuldade: Simples (2)
Finalidade: aprender co‐ Figura 4 – Circuito do pisca-pisca com LEDs usando o 4093
mo funciona uma configura‐
ção de oscilador com o
circuito integrado 4093 e uti‐
lizá-la num pisca-pisca que
aciona dois LEDs alternada‐
mente
Explicação
Conforme vimos no projeto
anterior, com o 4093 pode‐
mos fazer um oscilador que
aciona um LED numa fre‐
quência determinada pelo
resistor de realimentação e
pelo capacitor. Neste circui‐
to, utilizamos mais uma das Figura 5 – Montagem do pisca-pisca na matriz de 170 pontos.
portas do 4093 de modo que
ela funcione como um inver‐
sor. Assim, quando a saída
do oscilador vai ao nível alto Lista de Material
e o LED acende, aplicando o CI-1 – 4093 – circuito integrado
sinal na segunda porta, ela LED1, LED2 – LEDs comuns
inverte o sinal e sua saída R1 - 100 k ohms – resistor – marrom, preto,
vai ao nível baixo, mantendo amarelo
o LED nela ligado, apagado. R2, R3 – 1 k ohms – resistores – marrom, preto,
Quando a saída do oscila‐ vermelho
dor vai ao nível baixo, o in‐ C1 – 4,7 uF – capacitor eletrolítico
versor inverte o nível com B1 – 6 V – 4 pilhas
sua saída indo ao nível alto e Diversos:
com isso o LED acende. Des‐ Matriz de contatos, suporte de pilhas, fios, etc.
ta forma, o oscilador coman‐
42 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
ENSINANDO TECNOLOGIA
Montagem
Na figura 4 temos o circuito
completo do pisca-pisca que
aciona um LED utilizando o
circuito integrado 4093.
A montagem do circuito
na matriz de contatos é mos‐ Figura 6 – Foto da montagem do pisca-pisca duplo
trada na figura 5.
Ao realizar a montagem, é Se isso não ocorrer, verifi‐ dem ser montados com um
importante observar a posi‐ que se os componentes es‐ circuito integrado 4093?
ção do circuito integrado e tão encaixados firmemente - Podemos usar as outras
ao encaixá-lo, fazê-lo com na matriz. portas do 4093 para contro‐
muito cuidado para que to‐ lar mais LEDs? Como isso po‐
dos os pinos fiquem alinha‐ Sugestão: de ser feito?
dos com os furos. Quando Procure capacitores de di‐ - Podemos usar os outros
pressionarmos o circuito in‐ versos valores acima de 1 uF inversores deste circuito pa‐
tegrado todos os pinos de‐ em sua sucata e experimen‐ ra acionar mais LEDs?
vem encaixar sem esforço. te-os neste circuito. Altere - O que deve ser feito para
Também devemos obser‐ também o valor de R1 para alterarmos a frequência das
var a posição dos LEDs e a verificar como este compo‐ piscadas dos LEDs?
polaridade do capacitor ele‐ nente influi no funcionamen‐
trolítico. Esteja atento para to do circuito. no Youtube:
os valores dos resistores da‐ Matriz de contatos
dos pelas faixas coloridas. Questionário
Na figura 6 temos a foto da - Podemos alterar o tempo
montagem realizada. de acendimento de cada LED
neste circuito? Explique.
Procedimento: - O que acontece com as
Confira a montagem, após piscadas dos dois LEDs se re‐
terminá-la. Conecte os fios duzirmos o valor do capaci‐
das pilhas na matriz de con‐ tor usado?
tatos, observando a polari‐ - O que é e para que serve
dade. Os LEDs devem piscar um inversor?
alternadamente. - Quantos inversores po‐
Livro Indicado
Clique ou fotografe o
QR-Code ao lado para saber
mais sobre o assunto.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 43
PROJETOS
44 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
PROJETOS
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 45
PROJETOS
46 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
PROJETOS
Usando o transmissor
Para usar como um micro‐
fone volante ou em comuni‐
cações, sempre segure a
placa pelas laterais e com a
antena na vertical, evitando
movimentos bruscos. Uma
ideia é instalar o transmissor
Figura 4 – Encaixando os componentes, soldando e depois cor‐ numa caixinha plástica de
tando os excessos dos terminais. modo a facilitar seu manu‐
seio, conforme mostra a
ção aos valores dos compo‐ livre (entre estações) na extre‐ figura 5.
nentes antes de fazer os tes‐ midade inferior da faixa (perto Retire as pilhas do suporte
tes e ajustes. de 88 MHz). quando não estiver usando o
•Coloque as pilhas no suporte transmissor. Para trabalhos
Prova de Funcionamen‐ do transmissor, observando a de espionagem, sempre dei‐
to e Ajustes sua polaridade. xe a antena em posição ver‐
•Ligue nas proximidades do •Neste momento, dependendo tical, longe de objetos de
transmissor um rádio de FM da sua montagem você pode metal que possam causar in‐
sintonizado numa frequência ouvir algo no receptor, indican‐ terferências. Evite locais su‐
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 47
PROJETOS
48 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
Podemos explicar como
funciona uma estação de rá‐
dio, como funciona o celular,
falar de modulação, analisar
o comportamento e produ‐
ção de ondas de rádio dando
os seus conceitos, falar de
transistores, oscilações, an‐
tenas e muito mais.
Lista de Material
Semicondutores:
Q1 - BF494 ou BF495 -
transistor NPN de RF
Resistores:(1/8 W, 5%)
R1 - 5,6 k ohms - verde,
azul, vermelho
R2 - 10 k ohms - marrom,
preto, laranja
R3 - 8,2 k ohms - cinza,
vermelho, vermelho
R4 - 47 ohms - amarelo,
violeta, preto
Capacitores:
C1 - 10 uF/12 V -
C2 - 4,7 nF (4700 pF ou
472) - cerâmico
C3 - 4,7 pF (4.7 ou 4J7)
C4 - 100 nF (104 ou 0.1
uF) - cerâmico
Diversos:
CV - trimmer
L1 - Bobina de antena
MIC -Microfone de eletreto
A - Pedaço de fio de 10 a
15 cm - antena
Placa de circuito impresso,
suporte de pilhas, etc.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 49
SERVICE & REPARAÇÃO
Recuperação
de Componentes
Newton C. Braga
Um dos problemas dos téc‐ pode e o que não pode ser nestes lugares. Se, por um
nicos de regiões afastadas aproveitado de aparelhos lado o técnico se sente feliz
ou que não tenham recursos antigos. por ter trabalho, uma dificul‐
é obter componentes para Uma pesquisa recente re‐ dade séria atrapalha seu dia
aparelhos eletrônicos muito velou que uma boa parte dos a dia: a obtenção de compo‐
antigos ou de modelos já fo‐ televisores em uso em nosso nentes.
ra de uso. A solução para es‐ país, principalmente nas re‐ A maioria dos televisores e
tes técnicos está no giões mais pobres do Nor‐ outros equipamentos em uso
aproveitamento de compo‐ deste, e interior ainda é do em tais lugares, utiliza circui‐
nentes de aparelhos fora de tipo monocromático e usa tos integrados, transistores e
uso, mas para ter sucesso transistores discreto e até até válvulas que não podem
neste tipo de procedimento mesmo válvulas. ser obtidas com facilidade.
é preciso ter algum cuidado. Se bem que os televisores Como esses técnicos preci‐
Viajando pelo Brasil, temos já estejam praticamente sam reparar tais aparelhos,
presenciado a prática desse substituído pelos tipos digi‐ pois é sua fonte de renda, e
procedimento em muitas lo‐ tais, existem ainda muitos os clientes não admitem per‐
calidades afastadas, onde aparelhos eletrônicos, como der o equipamento que deve
nas portas das oficinas ve‐ rádios, amplificadores, toca- ser usado até o máximo pois
mos pilhas de aparelhos an‐ fitas e até mesmo videocas‐ não têm poder aquisitivo pa‐
tigos sem possibilidade de setes, totalmente baseados ra comprar modelos mais
recuperação, que são deixa‐ em tecnologias antigas. novos, as dificuldades são
dos lá para a possibilidade O que ocorre é que muitos grandes.
de se aproveitar componen‐ aparelhos que já não mais A solução que muitos en‐
tes, num processo conhecido são aceitos nos grandes cen‐ contram está na recupera‐
como canibalização. tros pois seus possuidores ção de componentes que já
No entanto, ao se aprovei‐ compram modelos novos é não têm mais solução como,
tar componentes de equipa‐ enviada para estes lugares por exemplo, televisores cu‐
mentos antigos, precisamos onde funcionam ainda por jos cinescópios estão defini‐
tomar cuidado. Pois nem tu‐ um bom tempo. tivamente esgotados, ou que
do que parece estar em bom O resultado é que a maioria tenham componentes quei‐
estado, pode ter condições dos técnicos que ainda en‐ mados, impossíveis de se‐
de funcionamento quando contra um bom mercado de rem encontrados. Em muitas
utilizado num reparo. trabalho na reparação de oficinas do interior e lugares
Neste artigo damos algu‐ equipamentos de 10 ou mais mais pobres vemos dezenas
mas indicações sobre o que anos de uso está justamente desses aparelhos, principal‐
50 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
SERVICE & REPARAÇÃO
mente televisores esperando ferir seu valor com o multí‐ de papel, com aparências
para serem desmontados e metro. O único cuidado que mostradas na figura 2.
terem algumas de suas par‐ o técnico deve ter é para não Estes capacitores absor‐
tes aproveitadas. pegar um resistor de menor vem umidade e com isso
No entanto, o técnico repa‐ dissipação que o exigido ou passa a apresentar fugas
rador de tais lugares deve ainda que tenha sinais de com o tempo. Não devemos
ter em mente que é preciso aquecimento que signifique aproveitar este tipo de capa‐
ter cuidados especiais no alteração de valor. citor em qualquer equipa‐
aproveitamento dos compo‐ Com relação a dissipação mento. Na verdade, se um
nentes, pois nem sempre devemos observar que a ca‐ aparelho muito antigo for le‐
eles podem estar bons. pacidade de transferir calor vado a uma oficina para re‐
Alguns podem ter suas ca‐ para o meio ambiente vem cuperação e usar este tipo
racterísticas modificadas pe‐ melhorando ano a ano. As‐ de capacitor em algum pon‐
lo tempo e isso deve ser sim, um resistor de 1/2 watt to do circuito ele deve ser
conhecido pelos reparado‐ de dissipação feito a 20 anos substituído por um de poliés‐
res. Nestes artigos damos al‐ atrás é muito maior que um ter de mesmo valor.
gumas dicas sobre como de mesma dissipação atual. Outro tipo de capacitor
saber o que pode e o que Isso significa que um resistor crítico no aproveitamento é
não pode ser aproveitado de antigo que pode aparentar o eletrolítico. Os eletrolíticos
aparelhos velhos. ser de 1/2 W pode, realidade perdem a capacitância quan‐
ter uma dissipação menor. do ficam muito tempo fora
APROVEITANDO COMPONENTES de uso e até podem apresen‐
b) Capacitores tar fugas inadmissíveis. Tes‐
a) Resistores Os capacitores exigem um te qualquer eletrolítico que
Se bem que a obtenção de cuidado especial no aprovei‐ deseja aproveitar. Se tiver
resistores não seja um pro‐ tamento. figas excessivas jogue-o fora
blema na maioria dos casos Os tipos de poliéster, cerâ‐ (existem aparelhos que per‐
pode ocorrer que num deter‐ micos e outros plásticos em mitem recuperar eletrolíti‐
minado momento o técnico geral têm grande durabilida‐ cos, já publicados nesta
não tenha um determinado de e não têm suas caracte‐ revista).
valor disponível desejando rísticas sensivelmente Lembre-se que eletrolíticos
fazer o aproveitamento de afetadas pelo tempo. muito antigos que tenham
um resistor num aparelho fo‐ No entanto, em aparelhos problemas podem explodir
ra de uso. muito antigos podemos en‐ quando ligados em circuitos
Os resistores, em princípio, contrar capacitores a óleo e de alta tensão. Tenha extre‐
não sofrem muita alteração
com o tempo e sempre exis‐
te a possibilidade de se con‐
Figura 1 – Resistores
Figura 2 – Capacitores antigos
modernos são menores e
de papel e óleo como dielétrico
dissipam mais potência.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 51
SERVICE & REPARAÇÃO
52 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
SERVICE & REPARAÇÃO
f) Transistores
O aproveitamento de tran‐
sistores de equipamentos
pode ser feito sem proble‐
mas, pois os transistores não
sofrem alterações com o
tempo, se ficarem sem uso.
Figura 5 – Deixe o O único cuidado que o técni‐
transformador na caixa co deve ter é o de testar o
por alguns dias. componente pois a causa do
aparelho em que ele está ser
abandonado pode ser justa‐
e) Diodos de de corrente. Assim, um mente (entre outras coisas)
Os diodos, em princípio, diodo que seja usado na fon‐ sua queima.
não estragam com o tempo. te de um televisor ligado a Na figura 6 temos o modo
Assim, a não ser que tenham uma rede de 110 V serve de se testar um transistor
algum problema devido a so‐ perfeitamente para substi‐ usando o multímetro.
brecarga ou ainda estejam tuir outro diodo usado num Se o transistor estiver bom
realmente queimados, eles televisor de 110V na mesma e for do mesmo tipo usado
podem ser aproveitados in‐ função. no aparelho que devemos re‐
dependentemente da época É claro que o técnico previ‐ parar não há problema al‐
em que foram feitos. dente deve ter tabelas de gum. O problema maior
Um teste de continuidade
pode servir para verificar
seu estado.
Para diodos de germânio e
silício de uso geral, na maio‐
ria dos casos os tipos usados
nos circuitos equivalentes
são intercambiáveis. Assim,
um diodo que seja encontra‐
do num detector de um rádio
AM antigo certamente pode
ser usado em qualquer outro
detector de qualquer rádio
AM, basta experimentar.
Evidentemente o técnico
deve estar apto a identificar
as funções do diodo num cir‐
cuito.
Para diodos retificadores
também vale o mesmo pro‐
cedimento devendo apenas
ser observada sua capacida‐
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 53
SERVICE & REPARAÇÃO
ocorre quando o tipo que de‐ bilidade de encontrar tran‐ sos são os fusíveis, LEDs, al‐
sejamos aproveitar é dife‐ sistores de características to-falantes, trimmers, variá‐
rente do original. próximas e até mais moder‐ veis, interruptores,etc.
Uma primeira saída é con‐ nos. Se o leitor deseja ter um
tar com um manual "de equi‐ bom estoque de peças [para
valências" de transistores. g) Circuitos integrados este tipo de trabalho e poder
Manuais de transistores anti‐ Este é um tipo de compo‐ usá-las a qualquer momento
gos podem ser adquiridos nente bastante crítico quan‐ com segurança as seguintes
nas casas especializadas e to ao aproveitamento. Se o recomendações adicionais:
são de grande utilidade para tipo que desejamos aprovei‐ •Guarde as placas em lugar se‐
os técnicos de localidades tar não for exatamente o co e que não receba a luz do
que ainda trabalharem com mesmo que o original pode‐ sol diretamente.
aparelhos nas condições que mos dizer que as chances de •Não retire os componentes das
indicamos (Atualmente te‐ termos êxito são nulas. placas a não ser no momento
mos a internet e o próprio A única possibilidade de do uso. Saber onde estavam
mecanismo de busca de da‐ êxito para um caso como es‐ pode ser importante para de‐
tasheets deste site.). te é dispor de um manual de terminação de suas caracte‐
Outra saída, para o caso de equivalência de alguns tipos rísticas.
não termos informações so‐ comuns usados em apare‐ •Não jogue de qualquer manei‐
bre o componente é tentar lhos comerciais. ra as placas. Você pode danifi‐
usar que exerça a mesma O caso mais comum que car componentes que ainda
função num aparelho aban‐ temos para as equivalências podem ser aproveitados.
donado fora de uso. é em relação as siglas. As‐ •Retire com cuidado os compo‐
Por exemplo, se queimou sim, alguns fabricantes dão nentes que deseja aproveitar
um transistor NPN numa eta‐ denominações diferentes pa‐ para não danificar componente
pa de FI de vídeo de um tele‐ ra um mesmo circuito inte‐ próximos que eventualmente
visor podemos tentar usar grado usado em seus podem ser úteis.
um transistor retirado de aparelhos e o técnico deve •Mantenha-se em contacto com
uma placa de FI de vídeo de estar bem informado para outros técnicos de sua região
um televisor velho, desde saber quando pode fazer sua para fazer "trocas" de compo‐
que também ele seja NPN. substituição. Como não po‐ nentes pois eles têm os mes‐
Podemos até ir além e veri‐ demos dizer que existem mos problemas que você para
ficar se os componentes po‐ equivalências de circuitos in‐ obtê-los e vocês podem se aju‐
larizadores da placa em que tegrados, o que ocorre neste dar.
está o transistor, que pode caso é que eles são iguais,
ser aproveitado tem valores mas são chamados por no‐
próximos dos usados no apa‐ mes diferentes.
relho em que ele deve ser
usado. Mesmo que ele não h) Outros componentes
seja exatamente igual a pro‐ É claro que existem muitos
babilidade de que ele funcio‐ outros componentes de apa‐
ne é grande e isso é relhos antigos ou fora de uso
importante para o técnico. que podem ser aproveita‐
Para os transistores de po‐ dos, mas o técnico deve ter
tência é preciso ter mais cui‐ sempre em mente a possibi‐
dado: a análise do circuito lidade de examiná-los com
pode servir de base para ter‐ cuidado e testá-los. Clique ou fotografe o
mos as características. Em Assim, componentes que QR-Code acima para saber
função disso temos a possi‐ podemos incluir nestes ca‐ mais sobre o assunto.
54 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
E‐BOOK GRATUITO
O Superversátil
555
Através da Mouser
Electronics (mouser.com)
disponibilizamos todos os
meses um livro grátis
patrocinado que, para receber
no formato virtual, basta que
você se cadastre em nosso
site clicando ou fotografando
o QRCode abaixo.
Trata-se de um livro
publicado em 1982, mas que
aborda um assunto que ainda
é atual para o caso do funcionamento de circuitos eletrônicos
em geral, componentes e montagens, makers e
experimentadores. Trata-se de um livro sobre o circuito
integrado 555 escrito por alguém que consideramos uma das
maiores autoridades no trabalho com este componente, autor
de dezenas de artigos em muitas publicações técnicas e, em
especial um grande amigo nosso. Trata-se de Aquilino
Rodrigues Leal, ou se preferirem Aquilino R. Leal. Mesmo
havendo tecnologias mais modernas para a montagem de
projetos equivalentes com o 555, podemos dizer que ele é
ainda a base de quase tudo, principalmente de projetos
simples para quem deseja aprender eletrônica, shields e
outras aplicações. Fizemos algumas pequenas melhorias,
alterações e atualizações ao republicar esse trabalho, com a
devida autorização do autor, esperando que seja do agrado
de nossos leitores. A maioria dos conceitos apresentados em
muitos dos projetos ainda é ainda atual e eles encontram
aplicações práticas. Tudo depende dos recursos, necessidade
e imaginação de cada um.
A maioria dos componentes
adicionais citados, e é claro o 555 em MAIS DETALHES
suas versões tradicionais e algumas
modernas de baixo consumo, pode
ser adquirida na Mouser Electronics.
Enfim, mais um presente que damos
aos nossos leitores que desejam
enriquecer sua biblioteca técnica e
aprender muito, e sem gastos.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 55
ARTIGO HISTÓRICO
No Tempo
dos Vibradores
Newton C. Braga
Se você é colecionador de
carros antigos ou recupera
veículos muito antigos, pode
ter se deparado com um rá‐
dio da época, ainda usando
válvulas e que possui um
componente estranho em
nossos dias: o vibrador. Veja
o que fazia este componente
e como recuperá-lo. Nos veí‐
culos anteriores à era do
transistor, os rádios ainda
eram valvulados, o que sig‐
nificava que precisavam de Figura 1- Vibrador
tensões de centenas de volts tipo interruptor.
para funcionar, diferentes
dos 6 ou 12 V fornecidos pe‐
las baterias dos carros da edição do Radiotron Handbo‐ temas elétricos próximos.
época. ok edição de 1953, usado em A recuperação de um vi‐
Como obter essa alta ten‐ carros da época. brador pode ser feita abrin‐
são era um problema resolvi‐ Neste circuito a ação da do-se o seu invólucro
do com um componente bobina interna faz com que metálico e limpando-se os
bastante interessante, total‐ os contatos vibrem induzin‐ seus contatos. Na figura 2
mente eletromecânico, já do num transformador exter‐ temos alguns vibradores que
que naquela época não era no alta tensão. Não é preciso ainda podem ser obtidos em
possível contar com os com‐ dizer que se trata de disposi‐ casas especializadas em pe‐
ponentes de estado sólido. tivo ruidoso capaz de gerar ças para carros antigos con‐
Esse componente era o vi‐ muitas interferências em sis‐ forme anúncios na internet.
brador. Um sistema eletro‐
mecânico que fazia vibra
rapidamente um conjunto
contatos que, abrindo e fe‐
chando o circuito de um
transformador geravam alta
tensão.
Na figura 1 temos um cir‐
cuito de um vibrador tipo in‐ Figura 2 – Vibradores comerciais que podem ser comprados ain‐
terruptor obtido numa da hoje em lojas de peças para colecionadores
56 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
ARTIGO HISTÓRICO
Figura 3 –
Fonte com‐
pleta com
vibrador de
uma edição
de 1953 do
Radiotron
Handbook.
Clique ou fotografe o
QR-Code acima para saber
mais sobre o assunto.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 57
PROJETOS
Eletrônica
Paranormal
e Arduino
Newton C. Braga
Uma das seções de maior tada em português que tam‐ etc. Veja na página em inglês
sucesso de nosso site, assim bém foi um sucesso de ven‐ o índice deste livro.
como um de nossos livros, das aqui. Esta edição está Mas, o livro é algo antigo.
trata das pesquisas de fenô‐ sendo revista para publica‐ Se bem que seus projetos
menos paranormais usando ção em breve. Diversos pro‐ possam ser desenvolvidos
a eletrônica. Sem dúvida, jetos estão sendo com material ainda comum,
trata-se de um tema muito atualizados podemos pensar em ir além
interessante a ponto de ter‐ O livro trata basicamente usando uma tecnologia mais
mos recebido um prêmio in‐ de projetos práticos que po‐ moderno.
ternacional justamente dem ser montados com ma‐ Será que podemos adaptar
tratando disso. O livro está terial de baixo custo, os projetos para que façam
sendo revisto assim como destinados à pesquisa de fe‐ uso de técnicas modernas,
sendo planejada uma edição nômenos paranormais como como microcontroladores,
mais avançada, para os que gravações de vozes (Instru‐ circuitos digitais de recep‐
dominam os microcontrola‐ mental Telecommunicati‐ ção, modulação digital etc.?
dores, justamente com pro‐ ons), aura (Efeito Kirlian), Alguns leitores nos cobra‐
jetos que usam, ressonância estocástica e ram esta possibilidade e re‐
principalmente o Arduino. sua utilização, biofeedback, almente, verificamos que
Neste artigo tratamos deste telecinese, rabdomancia, muitos dos projetos daquela
assunto. hipnose, sensores diversos, época podem ser recriados
De fato, nosso livro Electro‐ com tecnologia moderna e
nic Projects from the Next Di‐ outros mais podem ser cria‐
mension (em português: dos a partir de novas ideias,
Projetos Eletrônicos da Outra inclusive usando conceitos
Dimensão). Publicado pela de física quântica.
Newnes em 2001 foi um dos O fato é que devemos levar
maiores best sellers do autor em conta que a eletrônica
no exterior, tendo sido tra‐ que chamamos de “paranor‐
duzido para o árabe e russo. mal” a cada dia está deixan‐
Além disso, posteriormente Capas da edição em inglês e do menos espaço para a
foi feita uma edição compac‐ em russo pesquisa. Muitos dos fenô‐
58 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
PROJETOS
menos que antes eram con‐ Colocamos então o Arduino para um alarme sonoro. Po‐
siderados “paranormais” es‐ numa das configurações demos melhorar este projeto
tão sendo explicados tanto possíveis mostradas na com a ajuda de um micro‐
pela física comum como pela figura 1. controlador. A ideia seria fa‐
física quântica e abrindo Podemos dar alguns exem‐ zer a contagem de pulsos
possibilidades fantásticas plos interessantes baseados magnéticos detectados,
para os pesquisadores que no conteúdo de nosso pró‐ apresentando seu número
desejam se aventurar nesse prio site. num display.
mundo. Um tipo de projeto que Nesse circuito, podemos
Lembramos que, como descrevemos em nossos ar‐ fazer isso de diversas manei‐
sempre, nossa finalidade ao tigos é um detector de OVNIs ras.
escrever artigos e livros so‐ (Objetos Voadores Não Iden‐ Num primeiro caso, pode‐
bre esse tema, assim como tificados ou popularmente mos ligar a saída (pino 6) di‐
produzir vídeos e podcasts, é “discos voadores”). Na ver‐ retamente à uma entrada
dar as ferramentas para os dade, é um tema em alta sensores analógica do Ardui‐
pesquisadores. Deixamos que pode ser explorado com no para detectar o nível do
para eles a descoberta dos uma pesquisa interessante. pulso e sua duração, fazendo
fenômenos e as suas aplica‐ No artigo PN012, por assim uma detecção seleti‐
ções. Nossa formação é tec‐ exemplo, descrevemos um va.
no-científica de modo as circuito que se baseia no fa‐ A outra forma, para a con‐
explicações que saiam deste to de que os relatos dizem tagem de pulsos de intensi‐
contexto não são avalizadas que a presença de um OVNI dade ajustada em P1,
por nós. causa distúrbios magnéticos consiste em usar uma entra‐
que podem ser detectados. da digital ligada na saída do
Projetos com Arduino O circuito, cujo diagrama é 555, onde os pulsos são li‐
O Arduino é um microcon‐ mostrado na figura 2, con‐ vres de repiques, conforme
trolador. Desta forma, sua siste num detector que dis‐ mostra a figura 3.
contribuição para o desen‐
volvimento de projetos para‐ Figura 3 – Contando pulsos
normais está justamente na magnéticos com o Arduino –
possibilidade de detectar si‐ Na saída ligamos um display
nais, utilizando-os para acio‐ Uma outra adaptação de
nar dispositivos de aviso ou projeto nosso para usar um
registro assim como de con‐ microcontrolador, sendo
trolar dispositivos, gerando aperfeiçoada, portanto, é o
sinais ou outros equipamen‐ detector Psicotrônico do arti‐
tos de forma programada ou go PN020.
controlada. Nestede
Figura 2 – Detector sensível circuito,
OVNIs parte-se da
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 59
PROJETOS
Figura 3
Os sensores são diodos co‐ Uma outra possibilidade in‐ tes de ruído branco, normal‐
muns cuja condutividade in‐ teressante consiste no con‐ mente reproduzidas num al‐
versa se altera com a trole de projetos que usam to-falante de modo contínuo
temperatura. Podemos me‐ ruído branco para transco‐ ou ainda de outra forma.
lhorar este circuito tornando- municação. Veja nosso artigo Com o controle de um Ar‐
o microcontrolado de uma Vozes do Além – PN003 para duino podemos modificar o
forma simples. mais informações. modo como o ruído é produ‐
Usamos as etapas Darling‐ Nessa modalidade de pes‐ zido usando, por exemplo,
ton sensíveis para sensoria‐ quisa é comum o uso de fon‐ diversos geradores de modo
mento das temperaturas dos
dedos, por exemplo, como
indicado no artigo original.
E, através de um programa
apropriado podemos excitar
um display e até registrar na
memória um certo número
de eventos programado. A li‐
gação das entradas é mos‐
trada na figura 5.
Na prática podemos ligar
diversos sensores, pois o Ar‐
duino possui diversas entra‐
das analógicas. Figura 5 – Ligação de um sensor
60 REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020
PROJETOS
Outros experimentos
Veja que a associação de
circuitos básicos para experi‐
mentos paranormais com
microcontroladores pode ir
muito além e até permitir a
criação de novas aplicações. Clique ou fotografe o
Podemos, por exemplo, tra‐ QR-Code acima para saber
tar de experimentos com rit‐ mais sobre o assunto.
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 61
PROJETOS
Nosso amigo e colaborador Yoji Konda da Keletron teria, em 2020 surgiram no‐
nos envia uma interessante proposta de abordagem vos circuitos de alto rendi‐
de projetos que merece ser abordada pelos nossos mento usando transistores
leitores, principalmente os mais jovens. O texto nos MOSFET Zero Threshold.
foi enviado pelo autor, que acreditamos ser um Estes transistores revoluci‐
exemplo de como podemos pesquisar coisas com onaram completamente a
tecnologias novas baseadas em ideias antigas. conceito de rádio de cristal.
O circuito tem altíssima im‐
pedância de entrada, propor‐
Obtendo o máximo usando tensão e um transformador cionando um alto Q, com
o mínimo – Modernizando de 6V6 ligado ao alto-falante ótima seletividade e sensibi‐
o Rádio de Cristal com um volume razoável. O lidade. O circuito LC não é
Tenho como premissa que, alto-falante era da marca di‐ amortecido mesmo usando
para obter o máximo de ren‐ namarquesa Peerless de 4 fones magnéticos.
dimento, usar o mínimo, por polegadas, de altíssimo ren‐ Tem alta impedância de en‐
exemplo, qual o mérito en‐ dimento. Os alto-falantes trada, mas a saída é isolada,
tre: atuais têm potência, mas de baixa impedância em tor‐
O radioamador dos EUA não rendimento. no de 1 a 5k. Os transistores
que se vangloriou de ter co‐ Com fone magnético ale‐ são involucrados em um chip
municado com a Austrália mão de alta impedância (4k) contendo 2 a 4 transistores.
com seu potente rádio de conseguia ouvir a Voice of Recomenda-se usar todos
1.000W, ou outro do mesmo America depois das 24 h. Ha‐ os transistores dos chips li‐
país que comunicou com a via uma lei antiga que as gados em paralelo, assim a
Austrália utilizando um micro emissoras de AM do interior impedância de saída cai, su‐
transmissor de CW com ape‐ teriam que desligar os trans‐ ficiente para usar fones anti‐
nas 100 miliWats,utilizando missores às 24 h. gos de telefones, que são em
um simples oscilador com Quando pensava que eu ti‐ torno de 600 ohms. A impe‐
Diodo Tunnel? nha esgotado todas as chan‐ dância de entrada não é afe‐
Da minha parte, conseguia ces de novas possibilidades tada.
ouvir com um rádio de cristal de melhorar o rendimento Muitos desses rádios não
com detetor dobrador de dos rádios de cristal sem ba‐ usam antenas internas, ape‐
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PROJETOS
Figura 1
REVISTA ELETRÔNICA INCB ‐ N° 1 ‐ DEZ/2020 63
PROJETOS
Figura 2
Figura 3
um mecanismo vernier, o
ajuste com um FET requer
muita atenção ao movimen‐
KELETRON
to do mostrador. O 3DQ tem
uma sensibilidade um pouco
FONTAT
melhor que a ALD, mas a
FONTES PARA
qualidade do som da ALD é INSTRUMENTOS
muito mais elegante que a MUSICAIS:
do 3DQ, que é muito metáli‐ Teclados
Mixers
ca. Pianos Digitais
Sua sensibilidade é tão boa Clique ou fotografe o Pedais
quanto o conjunto do Loose QR-Code acima para saber
Coupler e sua seletividade é TRANSFORMADORES DE
mais sobre o assunto. FORÇA
próxima à do multiplicador Para aparelhos elétricos e
Q. Não consegui ouvir ne‐ Nossos Canais eletrônicos.
nhuma estação distante. de atendimento: Tipo fixação com
* O ALD110900 possui dois www.newtoncbraga.com.br abraçadeira.
Tipo circuito impresso.
FETs em um pacote, enquan‐ Tipo exportação 50HZ.
to o ALD110800 possui qua‐ Atendimento ao Leitor:
tro FETs. [email protected] AUTOTRANSFORMADOR
Mosfet 3SK87 K87 Para Rá‐ USO RURAL
254/220V para rede rural
dio de Cristal "Zero-Tensão- Atendimento Comercial:
MRT
Detector de Threshold". [email protected]
[email protected]
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