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André Henrique Rosa

Leonardo Fernandes Fraceto


Viviane Moschini-Carlos
Organizadores
M514 Meio ambiente e sustentabilidade [recurso eletrônico] /
Organizadores, André Henrique Rosa, Leonardo Fernandes
Fraceto, Viviane Moschini-Carlos. – Dados eletrônicos. –
Porto Alegre : Bookman, 2012.

Editado também como livro impresso em 2012.


ISBN 978-85-407-0197-7

1. Meio ambiente. 2. Sustentabilidade. I. Rosa, André


Henrique. II. Fraceto, Leonardo Fernandes. III. Moschini-
Carlos, Viviane.

CDU 502-022.316

Catalogação na publicação: Natascha Helena Franz Hoppen CRB10/2150


160 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)

EVOLUÇÃO DA PERCEPÇÃO favorecidos economicamente e a saúde des-


DA PROBLEMÁTICA tes como principais vítimas das consequên-
cias do desequilíbrio ambiental. Os riscos
AMBIENTAL
associados aos processos de produção e de
consumo da sociedade e a consequente de-
Alguns eventos internacionais geraram do- gradação ambiental e agravos à saúde são
cumentos norteadores que podem ser distribuídos espacial e socialmente de for­
apontados como marcos políticos. A partir ma desigual.
desses eventos, a sociedade iniciou uma Em 1987, a publicação do documento
mudança de paradigmas, apontando para a “Nosso Futuro Comum”, Relatório da reu-
necessidade de desregulamentar a ação dos nião da Comissão das Nações Unidas para o
agentes econômicos sobre o meio ambiente. Desenvolvimento Sustentável, ocorrida em
Durante muitos anos, o desenvolvimento Oslo, na Noruega, apontou para o modelo
econômico decorrente da Revolução Indus- de Desenvolvimento que contemplasse o
trial impediu que os problemas ambientais princípio de solidariedade entre as gera-
fossem considerados com a devida impor- ções, visando ao compromisso com esta e as
tância. Embora a poluição e os impactos futuras gerações, ou seja, um desenvolvi-
ambientais do desenvolvimento desordena- mento solidário e sustentável.
do fossem visíveis, os benefícios proporcio- Os documentos gerados na Conferên-
nados pelo progresso sempre foram usados cia das Nações Unidas para o Meio Am-
como justificativa para manutenção desse biente e o Desenvolvimento (Rio-92), pre-
modelo em detrimento da atenção às ques- conizam o direito a um ambiente sadio, que
tões ambientais. O relatório do Clube de proteja a saúde, o bem-estar e os valores
Roma, “Limites ao crescimento”, já aponta- culturais. A Agenda 21, programa de ações
va para restrições à forma de crescimento para o século XXI, em seu Capítulo 6 –
decorrente do esgotamento de certos recur- seção I – já reconhecia a saúde ambiental
sos naturais e da contaminação ambiental como prioridade social para a promoção da
associada aos processos produtivos e forma saúde.
de ocupação do ambiente.
A Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente Humano em 1972
(Estocolmo – Suécia) já reforçava a necessi- O CONCEITO DE SAÚDE
dade de medidas que coibissem a acelerada AMBIENTAL E SUA INSERÇÂO
degradação do meio ambiente e suas possí- NAS POLÍTICAS PÚBLICAS
veis consequências sobre a saúde humana.
Foi prevista a intensificação e ampliação A Organização Mundial da Saúde (OMS),
das ações do Estado na conservação e prote- em 1946, definiu saúde como um completo
ção do meio ambiente, e esse é visto não só estado de bem-estar físico, mental e social e
em relação às questões associadas à gestão não meramente a ausência de doença, pas-
da vida selvagem, conservação do solo e am- sando oficialmente do modelo biológico de
biente aquático, mas contemplando tam­bém ser humano para o modelo biopsicossocial.
as questões relativas à inserção social e inse- Esse conceito vem sofrendo inúmeras críti-
rindo as questões ambientais na agenda da cas e evoluindo continuamente.
política nacional e internacional. Fica explí- A interferência dos aspectos ambien-
cita a íntima relação entre as questões am- tais nos padrões de saúde das populações
bientais e a pobreza, que coloca os menos deixa evidente a percepção dessa relação já
Meio ambiente e sustentabilidade 161

em trabalhos muito antigos, como os de Hi- privilegiados economicamente, carentes de


pócrates, considerado o pai da Medicina. recursos sanitários e de planejamento de
Mesmo não contando com o repertório ocupação de território, em sua maioria,
científico atual, esses trabalhos delinearam ainda apresentam altos níveis de morbi-
a compreensão de epidemias e endemias, a mortalidade relacionados a causas infeccio-
partir da compreensão das características sas. Estima-se que 4% de todas as mortes e
do ambiente e da valorização de aspectos 5,7% das doenças que ocorrem no mundo
geográficos e sua influência na distribuição estejam associadas a condições precárias ou
das doenças. Essa influência grega somada à inexistentes de saneamento.
contribuição romana na área da engenharia Os registros de morbimortalidade
e da administração propiciaram à popula- em países que usufruem de recursos tec-
ção obras de saneamento, como sistemas de nológicos mostram que a detenção do
esgoto, sanitários públicos, aquedutos, dre- poder econômico não isenta a população
nagem de pântanos para controle de vetores dos agravos de saúde por influência dos fa-
de malária e disposição organizada de lixo. tores ambientais. A saúde da população
Posteriormente, a influência espiritualista e desses países, economicamente privilegia-
sobrenatural se impôs na compreensão dos dos, também sucumbe aos efeitos do seu
processos infecciosos e, favorecida pela de- padrão de vida, cada vez mais urbano, con-
sintegração do império greco-romano, pro- sumista, exposto a um contexto de elevado
vocou um retrocesso do ponto de vista da adensamento populacional, confinado em
higiene e da saúde pública. ambientes com alta concentração de po-
Muito tempo depois, a partir de mea- luentes atmosféricos e consumindo alimen-
dos do século XIX, com os trabalhos de tos provenientes de cadeias cada vez mais
Louis Pasteur, Robert Koch e outros, o esta- complexas e artificiais.
belecimento da Teoria Microbiana das Do- Nesse contexto, emergem padrões ele-
enças Infecciosas pode auxiliar na compre- vados de doenças cardiovasculares e degene-
ensão gradativa da origem, ocorrência e rativas. Portanto, mesmo que apontando
evolução dessas doenças. Essa contribuição para prioridades e medidas distintas para o
permitiu a elaboração de medidas sanitá- enfrentamento das questões relativas à saúde
rias de controle mais específicas e menos da população local, a importância dos fato-
empíricas. res ambientais fica cada vez mais evidente.
A compreensão dos processos infec- Esse fato reforça a necessidade de valorização
ciosos somados ao avanço da tecnologia, da Saúde Ambiental como norteadora de
tanto da área sanitária como da área de políticas públicas de promoção de saúde da
diagnóstico e terapêutica, contribuiu enor- população.
memente para redução dos níveis de inú- No Brasil, o conceito de vigilância em
meras doenças e, de certa forma, provocou saúde vem se consolidando nas últimas dé-
um distanciamento do entendimento des- cadas. Essa vigilância tem caráter sistêmico,
ses processos como resultado das alterações buscando ser um elo que reoriente o plane-
do meio ambiente e das condições sociais e jamento e a gestão das diversas vigilâncias
econômicas das populações. que vem sendo implementada no Sistema
No entanto, à medida que se verificou Único de Saúde, como a vigilância epide-
a consolidação da polarização da divisão miológica, a sanitária, a de saúde do traba-
geopolítica, em países ricos e países pobres, lhador e mais recentemente a ambiental.
consolida-se também um cenário de distri- Esta última pode ser considerada o braço
buição de doenças distinto. Os países menos operacional da Política Nacional de Saúde
162 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)

Ambiental, pois consiste em um conjunto dades de promoção da saúde, prevenção e


de ações que proporcionam o conhecimen- controle de doenças. A Figura 7.4 mostra a
to e a detecção de mudanças nos fatores de- ocorrência da meningite durante o período
terminantes e condicionantes do meio am- de 2004 a 2008 no estado de São Paulo co­mo
biente que interferem na saúde humana, forma de ajudar a promover a execução de
com a finalidade de identificar as medidas ações de promoção à saúde.
de prevenção e controle de fatores de risco A Epidemiologia é uma das ciências
ambientais relacionados às doenças e a ou- fundamentais para a construção e condu-
tros agravos à saúde. Essa estrutura privile- ção desses estudos e cada vez mais exige a
gia o conceito de geração da informação participação de uma rede multiprofissional
para a ação, viabilizando essas ações no sen- bem formada, integrada, para a abordagem
tido de promover a saúde, superando a esfe- de um cenário no qual lidera a multifatoria-
ra da mera intervenção sobre a doença para lidade.
se voltar à esfera da prevenção desses agra- No que tange aos aspectos preventi-
vos. Nesse sentido, as principais tarefas da vos, a epidemiologia avalia riscos, validan-
Vigilância em Saúde Ambiental se referem do estatisticamente a relação de eventos
aos processos de produção, integração, pro- ocorridos em grupos populacionais expos-
cessamento e interpretação de informações tos e não expostos ou então entre doentes e
visando ao conhecimento dos problemas de não doentes.
saúde relacionados aos fatores ambientais, A Epidemiologia também contribui
além da execução de ações relativas às ativi- para o monitoramento da situação de saúde

53º W
20º S

0
1 – 30
31 – 60
25º S
61 – 90
44º W
91 – 104
172
Figura 7.4
Distribuição espacial dos registros de meningites por município no estado de São Paulo no
período de 2004 a 2008 (Lourenço e Vedovato, 2010).
Meio ambiente e sustentabilidade 163

de determinadas populações, na realização rem um produto e, ao mesmo tempo, um


de avaliações do impacto de mudanças am- insumo do desenvolvimento. Em 1986,
bientais produzidas por projetos econômi- ocorreu no Canadá a Primeira Conferência
cos e sociais, no próprio ecossistema local e Internacional sobre a Promoção da Saúde,
na saúde das populações humanas para a na qual foi promulgada, pela Organização
tomada de decisão sobre o desenvolvimen- Mundial da Saúde, a “Carta de Ottawa para
to de projetos. Essas avaliações têm como fi- promoção da Saúde” atendendo à demanda
nalidade oferecer informações sobre os pro- de uma nova concepção de saúde pública.
váveis impactos e as possíveis medidas para Nesse contexto, delineou-se um cenário no
reduzir e ou prevenir essas situações de qual a importância da qualidade do meio
risco. ambiente era redimensionada para um espa-
ço ecossocial. Definiram-se linhas de ação
no sentido de se criarem ambientes favorá-
MUDANÇA DE PARADIGMA veis à saúde, os chamados ambientes saudá-
NA ÁREA DE SAÚDE E veis. Inúmeras conferências internacionais
MEIO AMBIENTE sobre o tema se sucederam e vêm influen-
ciando políticas de saúde coletiva dos mais
As últimas décadas registraram vários even- diversos países.
tos na área tanto de meio ambiente como O texto da Constituição Federal Brasi-
da saúde, documentando a mudança de leira, promulgada em 1988, já reflete essa
uma série de paradigmas nessas áreas. A concepção de relação intrínseca entre meio
mudança de valores se reflete na atualização ambiente e saúde. Em seu Artigo 196, a
do conceito de saúde que reconhece que, saúde é definida como direito de todos e
para enfatizar o viés profilático, deve ser re- dever do Estado, garantido mediante políti-
conhecida a relevância da interferência di- cas sociais e econômicas que visem à redu-
reta ou indireta dos fatores ambientais na ção do risco de doença e de outros agravos e
prevenção de doenças e agravos à saúde hu- ao acesso universal e igualitário às ações e
mana. serviços para sua promoção, proteção e re-
A Declaração da Conferência sobre cuperação.
cuidados Primários de Saúde da OMS- Já em seu Art. 225, prevê que todos
-UNICEF, que ocorreu em 1978 em Alma- têm direito ao meio ambiente ecologica-
-Ata, no Cazaquistão, enfatiza a saúde como mente equilibrado, bem de uso comum do
um direito humano fundamental. Permitiu povo e essencial à sadia qualidade de vida,
que a saúde, como um bem público, se in- impondo-se ao Poder Público e à coletivi-
corporasse à legislação nacional e interna- dade o dever de defendê-lo, preservá-lo
cional como instrumento de ações que ob- para as presentes e futuras gerações.
jetivassem a redução das desigualdades do Em 1990 a Organização Mundial da
estado de saúde dos povos, principalmente Saúde cria uma Comissão de Saúde e Meio
entre os de países desenvolvidos e em de- Ambiente. Durante essa mesma década, o
senvolvimento. Brasil deu início à elaboração da Política
Portanto, a saúde não mais se explica Nacional de Saúde Ambiental, possibilitan-
exclusivamente pela ausência de doença, do posteriormente a implantação do Siste-
apoiada principalmente em intervenções ma de Vigilância em Saúde Ambiental com
clínico-cirúrgicas ou em medidas preventi- o objetivo de compreender as relações entre
vas tradicionais, mas sim como resultado de os elementos ambientais e de saúde sobre os
ações de caráter intersetorial, que a conside- quais cabe à saúde pública intervir.
164 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)

De acordo com o documento “Subsí- sistema produzir, integrar, processar e in-


dios para construção da Política Nacional de terpretar informações que sirvam de ins-
Saúde Ambiental”, divulgado em 2007 pelo trumentos para que o Sistema Unificado de
Ministério da Saúde, o campo da Saúde Am- Saúde possa planejar e executar ações relati-
biental compreende a área da saúde pública vas à promoção de saúde e de prevenção e
afeita ao conhecimento científico e à for- controle de doenças relacionadas ao am-
mulação de políticas públicas e as corres- biente.
pondentes intervenções (ação) relacionadas A Vigilância em Saúde Ambiental foi
à interação entre a saúde humana e os fato- estruturada por meio do Subsistema Nacio-
res do meio ambiente natural e antrópico nal de Vigilância em Saúde Ambiental, re-
que a determinam, condicionam e influen- gulamentado pela Instrução Normativa
ciam, com vistas a melhorar a qualidade de MS/SVS Nº 1, de 7 de março de 2005. O
vida do ser humano sob o ponto de vista da Subsistema Nacional de Vigilância em
sustentabilidade. Saúde Ambiental – SINVSA compreende o
Nesse sentido, a articulação e a visão conjunto de ações e serviços prestados por
de indissociabilidade entre as áreas de meio órgãos e entidades públicas e privadas, rela-
ambiente e saúde aponta para a necessidade tivos à vigilância em saúde ambiental, vi-
de ações preventivas, tanto relacionadas à sando ao conhecimento e à detecção ou pre-
proteção do meio ambiente como à promo- venção de qualquer mudança nos fatores
ção de saúde. No caso particular da vigilân- determinantes e condicionantes do meio
cia em saúde, a Fundação Nacional de ambiente que interferem na saúde humana,
Saúde (FUNASA) estruturou o Sistema Na- com a finalidade de recomendar e adotar
cional de Vigilância Ambiental em Saúde medidas de promoção da saúde ambiental,
(SINVAS). Sua regulamentação através da prevenção e controle dos fatores de risco re-
Instrução Normativa No 1 do Ministério da lacionados às doenças e outros agravos à
Saúde, de 25 de setembro de 2001, definiu saúde, em especial:
competências no âmbito federal dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios e, I. água para consumo humano;
para esses fins, apontou também como II. ar;
prioridades para intervenção os fatores bio- III. solo;
lógicos representados pelos vetores, hospe- IV. contaminantes ambientais e substân-
deiros, reservatórios e animais peçonhen- cias químicas;
tos; e os fatores não biológicos, que incluem V. desastres naturais;
a qualidade da água para consumo huma- VI. acidentes com produtos perigosos;
no, ar, solo, contaminantes ambientais, de- VII. fatores físicos; e
sastres naturais e acidentes com produtos VIII. ambiente de trabalho.
perigosos.
A Vigilância Ambiental em Saúde é Parágrafo Único – Os procedimentos de vi-
definida pela Fundação Nacional da Saúde gilância epidemiológica das doenças e agra-
como um conjunto de ações que proporciona vos à saúde humana associados a contami-
o conhecimento e a detecção de qualquer mu- nantes ambientais, especialmente os rela-
dança nos fatores determinantes e condicio- cionados com a exposição a agrotóxicos,
nantes do meio ambiente que interferem na amianto, mercúrio, benzeno e chumbo serão
saúde humana, com a finalidade de identifi- de responsabilidade da Coordenação Geral de
car as medidas de prevenção e controle dos fa- Vigilância Ambiental em Saúde – CGVAM.
tores de risco ambientais relacionados às do- O conceito ampliado de exposição,
enças ou outros agravos à saúde. Compete ao tratado não como um atributo da pessoa,
Meio ambiente e sustentabilidade 165

mas como conjunto de relações complexas ração das ações de vigilância em saúde e a
entre a sociedade e o ambiente, é central formação de equipes multidisciplinares,
para a definição de indicadores e para a com capacidade de diálogo com outros se-
orientação da prática de vigilância ambien- tores, além da construção de sistemas de in-
tal. Entre as dificuldades encontradas para formação capazes de auxiliar a análise de si-
sua efetivação no Sistema Único de Saúde tuações de saúde e a tomada de decisões.
no Brasil, estão a necessidade de reestrutu- Por exemplo, a Figura 7.5 mostra o poten-

Figura 7.5
Mapa da distribuição espacial do Risco Relativo da incidência de tuberculose em Rio Claro,
São Paulo, Brasil.
166 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)

cial do uso de indicadores de risco para ges-


tão e planejamento em vigilância ambiental
que, muitas vezes, não são incorporados aos
métodos de análise.
Como tentativa de articular as
esferas governamentais e demais atores
envolvidos nesse processo e consolidar a
Política Na-cional de Saúde Ambiental, o
Ministério de Meio Ambiente programou
para dezembro de 2009, em Brasília, a I
Conferência Nacio-nal de Saúde
Ambiental.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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