Apocalipse
Apocalipse
Apocalipse
1- TERMINOLOGIA FUNDAMENTAL
A palavra Apocalipse é grega apocalipses; Apo (preposição: “para longe de...”) + kálypsis
(vem do verbo: kálypto, significa: “cobrir”, “esconder”, “ocultar”, “velar”).
Apocalipse então significa REVELAÇÃO.
2- O QUE É APOCALIPSE?
No senso comum, essa palavra designa: “destruição”, “fim do mundo”. Mas, na realidade,
apocalipse é um gênero literário e não apenas um livro.
O primeiro uso atestado do termo para se referir a uma obra literária está no versículo de
abertura do livro do apocalipse, “A apocalipse de Jesus Cristo”.
A- A estrutura da revelação:
a.1- Visionário: por quem a revelação é comunicada. Ela pode ser mediante uma visão ou
uma epifania.
As epifanias são sempre seguidas de revelação auditiva, elas podem ter a forma de: discurso
(discurso ininterrupto do mediador), ou diálogo (em que há conversa entre o mediador e o
destinatário, geralmente na forma de perguntas e respostas).
a.2- Jornada sobrenatural:
Quando o visionário viaja pelo céu, inferno ou regiões remotas além do mundo normalmente
acessível. A revelação no curso de uma jornada geralmente é predominantemente visual.
a.3- Escrita: quando a revelação está contida em um documento escrito, geralmente um
livro celestial.
a.4- Mediador de outro mundo:
Frequentemente, a mediação consiste em interpretar uma visão, mas também pode assumir a
forma de discurso direto ou simplesmente guiar o destinatário e direcionar sua atenção para a
revelação.
O mediador é mais frequentemente um anjo, ou em alguns textos cristãos, Cristo.
a.5- Um receptor humano da revelação:
Pseudônimo: o destinatário é geralmente identificado como uma figura venerável do
passado. Alguns apocalipses cristãos não são pseudônimos.
A disposição do destinatário observa as circunstâncias e o estado emocional em que a
revelação é recebida.
A reação do destinatário geralmente descreve a admiração e/ou perplexidade do destinatário
confrontado com a revelação.
B- O seu conteúdo:
b.1- Protologia:
Assuntos que tratam do início da história ou da pré-história.
Teogonia, em textos gnósticos, descrevendo a origem do pleroma e/ou cosmogonia
descrevendo a origem do mundo.
Eventos primordiais que têm um significado paradigmático para o restante da história (por
exemplo: o pecado de Adão).
A história pode ser vista como: recordação do passado (mera retomada do passado), ou Ex
Eventu (profecia em que a história passada é disfarçada de futuro e tão associada às profecias
escatológicas).
b.2- A salvação atual através do conhecimento:
É uma das principais formas de salvação nos textos gnósticos e os distingue
significativamente de outros apocalipses.
b.3- Crise escatológica: marcada por perseguições (mera retomada do passado...) e outros
transtornos escatológicos, que perturbam a ordem da natureza ou da história.
b.4- Julgamento escatológico e/ou destruição:
PECADORES O MUNDO SERES ESPIRITUAIS
Geralmente, opressores, mas As forças de satanás ou
Que perturbam a ordem da
nos textos gnósticos, os belial, ou outros poderes do
natureza ou da história.
ignorantes. mal.
b.5- Salvação escatológica: é a contrapartida positiva do julgamento escatológico. Como o
julgamento é sempre provocado por meios sobrenaturais.
Pode envolver: transformação cósmica (todo o mundo renovado) e salvação pessoal (que
pode fazer parte da transformação cósmica ou ser independente dela).
Por sua vez, isso pode assumir a forma de: a ressurreição do corpo, ou outro tipo de
forma depois da vida (arrebatamento, ascensão com os anjos).
b.6- Elementos sobrenaturais:
Podem ser pessoais ou impessoais e bons ou ruins. (Bem e Mal).
As regiões sobrenaturais são descritas especialmente nas jornadas sobrenaturais, mas
também em listas de coisas reveladas em outros contextos. Novamente, eles podem ser avaliados de
maneira positiva ou negativa. Os textos gnósticos avaliam os céus inferiores negativamente.
Anjos e demônios.
b.7- Parênese: uma exortação do mediador ao destinatário no decorrer da revelação é
relativamente rara e é proeminente apenas em alguns apocalipses cristãos.
b.8- Elementos de conclusão:
Instrução ao destinatário: estes são distintos da parênese e vêm após a revelação como
parte da estrutura final: por exemplo, eles dizem ao destinatário para ocultar ou publicar a
revelação.
Conclusão narrativa: isso pode descrever o despertara ou o retorno à terra do destinatário,
a partida do revelador ou as ações consequentes dos destinatários. Em alguns textos gnósticos,
encontramos referências à perseguição dos destinatários por causa da revelação.
LIVRO DE DANIEL
O Império Romano:
As perseguições:
5- DESTINATÁRIOS:
As Igrejas da Ásia Menor.
1- Éfeso (Apoc. 2,1-7);
2- Esmirna (Apoc. 2,8-11);
3- Pérgamo (Apoc. 2,12-17);
4- Tiatira (Apoc. 2,18-29);
5- Sardes (Apoc. 3,1-6);
6- Filadélfia (Apoc. 3,7-13);
7- Laodicéia (Apoc. 3,14-22).
A ESTRUTURA
AS SETE SEÇÕES
Elas estão divididas em dois grandes períodos (1-11) e (12-22).
A primeira descreve a perseguição do mundo e ímpios e a segunda a perseguição do
dragão e seus agentes.
7ª seção (20-22)
Essa seção mostra o Reinado de Cristo com as almas dos santos no céu e não o milênio na
terra depois da segunda vinda.
Apocalipse 20 começa na primeira vinda e não depois da segunda vinda.
Nesse momento, temos a descrição do juízo final (20,11-15). Após isso, vemos os novos
céus e a nova terra e a igreja reinando com Cristo para sempre.
1- CORES
BRANCO (Ap. 6,2): vitória, glória, alegria, pureza.
VERMELHO (Ap. 6,4): sangue, fogo, guerra, perseguição.
AMARELO-ESVERDEADO OU BAIO (Ap. 6,7): cor de cadáver que se decompõe,
doença.
PÚRPURA E ESCARLATE, VERMELHO VIVO (Ap. 17,4): luxo e dignidade real.
PRETO (Ap. 6,5): fome, morte.
2- OS NUMEROS
3: três vezes é o superlativo hebraico: plenitude (Ap. 21,13) e santidade (Ap. 4,8): 3x Santo.
4: número cósmico: os 4 cantos da terra, toda a terra (Ap. 4,6; 7,1; 20,8); os 4 elementos do
universo (terra, fogo, água e ar); quadrangular (Ap. 21,16), sinal de plenitude e de perfeição.
7: composição de 3+4, indica plenitude, perfeita, totalidade (Ap. 1,4).
A metade de 7 é 3,5 (Ap. 11,9). As vezes se diz um tempo, dois tempos, meio tempo (Ap. 12,14;
Dn 7,25), isto é, três anos e meio.
É a duração limitada das perseguições. É o tempo controlado por Deus.
12: é 3x4, número de perfeição e de totalidade (Ap. 21,12-14).
24: é 2x12. Os 24 anciãos (Ap. 4,4), isto é, representantes do povo do AT (12 tribos) e do povo do
NT (12 apóstolos), ou seja, a totalidade do povo de Deus.
42: 42 meses (Ap.11,2) é igual a três anos e meio, e igual a 1260 dias (Ap. 12,6), isto é, a metade
de sete anos. Indica o tempo limitado por Deus.
144: é 12x12 (Ap. 21,17), sinal de grande perfeição e totalidade.
666: é o numero da besta (Ap.13,18). Em grego e em hebraico cada letra tinha um valor numérico.
O número de um nome era o total do valor numérico de suas letras.
O número 666 é do nome Cesar-Neron, conforme o valor das letras hebraicas, ou de César-Deus,
conforme o valor das letras gregas. E também o número de maior imperfeições: seis não alcança
sete, é a metade de doze, e isto por três vezes.
1000: designa um prazo de tempo cumprido e completo.
Reino de mil anos (Ap. 20,2). As combinações: 7x1000 (7000, Ap. 11,13); 12x1000 (12000, Ap.
7,5-8); 144x1000 (144000, Ap. 7,4).
3- OS ELEMENTOS DA NATUREZA
a) SOL E LUA: vestida com o sol, a lua debaixo dos pés (Ap. 12,1), criação servindo ao povo de
Deus;
b) ESTRELA (Ap. 1,16): anjo ou coordenador da comunidade (Ap. 1,20);
c) ESTRELA DA MANHÃ (Ap. 2,28): Jesus fonte de esperança (Ap. 22,16);
d) ARCO-ÍRIS (Ap. 10,1): símbolo da onipotência e da graça de Deus. Evoca a aliança de Deus
com Noé (Gn. 9,12-17).
e) MAR (Ap. 13,1): caos primitivo (Gn. 1,1-2), lugar de onde sai a besta fera, símbolo do mar.
f) ABISMO (Ap. 9,2): lugar debaixo da terra, onde os espíritos maus ficam presos.
g) ÁGUA DA BOCA DA SERPENTE, O VÔMITO (Ap. 12,15): império romano.
h) EUFRATES (Ap. 9,14): região de onde costumam vir os invasores Partos.
i) CRISTAL (Ap. 4,6; 22,1): clareza e esplendor, transparência, ausência do mal.
j) PEDRAS PRECIOSAS (Ap. 21,19-20): raridade, beleza, valor.
k) PEDRA BRANÇA (Ap. 2,17): usado pelo juiz no tribunal para declarar alguém inocente.
l) OURO (Ap. 1,13): riqueza.
m) FERRO, CETRO DE FERRO (Ap. 2,27): poder.
n) PALMA (Ap. 7,9): triunfo.
o) DUAS OLIVEIRAS (Ap. 11,4): personagens importantes. Evocam a visão de Zacarias (Zc 4,3-
14).