Apostila Lucro Real

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Contabilidade Tributária

Aula 12 –Lucro Real


Prof. Gustavo Gonçalves Vettori

Lucro real
• Calculado a partir do lucro contábil

• Regime de competência

• Não se confunde com lucro contábil. Grandezas diversas que cumprem


diferentes propósitos

1
Lucro Real
Resultado antes do IR+CSLL*
( + ) Adições
Despesas contabilizadas que não são aceitas pela lei tributária
Receitas exigidas pela lei tributária e não contabilizadas como tal
( - ) Exclusões
Receitas contabilizadas que não entram na base de cálculo
Despesas que podem ser deduzidas mas não foram contabilizadas como tal

( = ) Resultado Líquido Ajustado

( - ) Compensação de prejuízo fiscal ___ ______________

( = ) Lucro Real

*Valores da CSLL eventualmente registrados como despesa deverão ser adicionados


ao lucro líquido do respectivo período para fins de determinação do lucro real e de
sua própria base de cálculo (art. 1º da Lei 9.316/96, confirmado pelo STF no RE
582.525/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, 9.5.2013)

Exemplo
• Cia. Lagos iniciou suas atividades em janeiro de 2015 e optou pelo
lucro real anual

• Em dezembro de 2015, apurou seu resultado e verificou um lucro


líquido de R$300.000, sendo que aí se incluíam despesas com multas
ambientais no valor de R$30.000 e receitas de dividendos no valor de
R$10.000

• Calcule o IRPJ e a CSLL devidos pela Cia. Lagos referentes a 2015

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Exemplo
Lucro antes do IR e da CSLL 300.000
(+) adições 30.000
(-) exclusões (10.000)
Base de cálculo 320.000
IRPJ 15% 48.000
Adicional IR 10% 8.000
CSLL 9% 28.800

Lucro real

Contabilidade: Lucro real:

Receita de vendas 500.000 Receita de vendas 500.000


Custo (120.000) Custo (120.000)
Salários (60.000) Salários (60.000)
Multa ambiental (30.000) Multa de trânsito -o-
Dividendos 10.000 Dividendos -o- .
Lucro Contábil 300.000 Lucro Real 320.000

3
Adições e exclusões

Adições
• Despesas contabilizadas e não aceitas pela lei tributária
• RIR apresenta rol de despesas indedutíveis
• Cláusula geral do art. 299 do RIR: considera operacionais aquelas despesas
necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora
de receitas
• São necessárias as despesas pagas ou incorridas para a realização das transações ou
operações exigidas pela atividade da empresa
• Despesas operacionais admitidas são as usuais ou normais no tipo de transações, operações
ou atividades da empresa

• Receitas exigidas pela legislação e não contabilizadas como tal


• Receitas excluídas e controladas na parte B do LALUR. No momento da tributação,
devem ser adicionadas
• Ex.: contratos com poder público: reconhecimento a regime de caixa

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Exclusões
• Valores contabilizados como receita, mas que não devem compor a base de
cálculo
• Dividendos
• Equivalência patrimonial
• Reversão de provisões (decorre do fato de que a provisão gerou uma adição em
outro momento)
• Valores não contabilizados como despesa, mas que são aceitos como
despesas para apuração da base de cálculo
• Exemplos
• JCP
• Dedução de despesa já incorrida (e adicionada) quando da realização de provisão
• Depreciação acelerada no momento do aproveitamento do benefício

Adições e exclusões: Parte B do LALUR


• Art. 247, §2º, do RIR: Os valores que, por competirem a outro período
de apuração, forem, para efeito de determinação do lucro real,
adicionados ao lucro líquido do período de apuração, ou dele
excluídos, serão, na determinação do lucro real do período de
apuração competente, excluídos do lucro líquido ou a ele
adicionados, respectivamente.

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Adições e exclusões: Parte B do LALUR

• Provisão contábil: Não dedutível. Adição


• No entanto, se a perda efetivamente ocorrer
• Dedutível para fins tributários
• Necessário fazer uma exclusão, pois a despesa contábil já ocorreu
• Por outro lado, se não ocorrer
• Reversão é receita contábil
• No entanto, como a constituição da provisão não constituiu despesa dedutível, a reversão não é receita
tributável

• Provisões dedutíveis (não sujeitas a este controle):


• Férias
• 13º salário

Compensação de prejuízos fiscais


e a “Trava dos 30%”

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Prejuízo Fiscal
• O prejuízo fiscal não necessariamente é o prejuízo contábil
• Empresa pode ter prejuízo contábil e lucro tributável
• Receita de $100 e despesa de $120: prejuízo de $20
• Despesa de $120 refere-se a multa ambiental (não dedutível)
• Lucro tributável de $100
• Empresa pode ter lucro contábil e prejuízo fiscal
• Resultado positivo de equivalência patrimonial de $80. Despesas
administrativas de $50. Lucro contábil de $30.
• Resultado de equivalência patrimonial deve ser excluído.
• Prejuízo fiscal de $50

Prejuízos acumulados
• Prejuízos de outros períodos podem ser abatidos contra os
lucros apurados em períodos subsequentes
• Sem limite temporal
• Apenas até o montante de 30% do lucro líquido ajustado do período
em questão (cenário muda em relação a prejuízos do exterior)
• Limitação se aplica para o IRPJ e para a CSLL

20X1 20X2 20X3

Prejuízo (fiscal) de R$ 1.000.000 Lucro líquido ajustado (do exercício) de R$ 600.000 Prejuízo fiscal acumulado R$ 820.000
Controlado na Parte B do LALUR
30%
Podem ser compensados R$180.000

Lucro tributável após compensação R$420.000

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Período de apuração

Período de apuração
• Regime de competência

• Apuração pode ser trimestral ou anual (mensal)

• Escolha se dá com o primeiro recolhimento

• Não se admite REDARF

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Períodos de apuração

JAN FEV MAR

Considera-se o lucro do ano todo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Antecipação mensal

Período de apuração trimestral

JAN FEV MAR

•Recolhimento em cota única ou em até três parcelas mensais (como vimos para o lucro presumido)

•Empresas com variações de faturamento (ou lucratividade) não se beneficiam


•Prejuízos acumulados a cada trimestre estarão sujeitos à trava de 30% no trimestre seguinte (veremos
adiante)
•Lucros do trimestre anterior não se compensam com prejuízos de trimestres seguintes, ainda que no
mesmo exercício

•Pode ser interessante se houver perspectiva de lucro estável e lucratividade for próxima aos coeficientes do
lucro estimado (ganho de fluxo de caixa pelo recolhimento trimestral, em oposição ao mensal)

•Efeitos prejudiciais do recolhimento do adicional (veremos a seguir)

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Período de apuração anual
Considera-se o lucro do ano todo

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Antecipação mensal

•Não se permite que o contribuinte pague o imposto apenas quando encerrar o exercício
•Necessidade de realizar adiantamentos: lucro estimado
•Calculados mediante a aplicação de coeficientes sobre a receita do mês (similar ao lucro presumido)
•Possibilidade de apresentação de balancetes de redução ou suspensão
•Lucro estimado é mera antecipação do tributo a ser recolhido no final do ano
•Se o IRPJ e a CSLL calculados sobre o lucro no ano forem superiores ao antecipado, necessidade de complementar.
Acerto de contas, se há saldo devedor, ocorre até o último dia de janeiro do ano seguinte. Possibilidade de
pagamento até março, sem multa, mas com juros (SELIC e/ou 1% no mês em questão)
•Caso tenha havido recolhimento a maior, será objeto de restituição ou compensação, sendo atualizado por juros
(SELIC e/ou 1% no mês em questão) a partir de 1º de janeiro do ano calendário subsequente ao que se referir o
ajuste (para pagamentos feitos em dezembro, juros começam em 1º de fevereiro)

Efeitos do adicional e regimes de apuração


• Cia. XPTO apresenta lucro de R$240.000 em 2015.
Lucro foi distribuído da seguinte forma:
Trimestre Lucro
1º R$70.000
2º R$70.000
3º R$60.000
4º R$40.000

Lucro real anual implicaria IR de R$36.000, Lucro real trimestral implicaria IR de R$38.000.
referente a 15% sobre o referido lucro. Não Adicional incide sobre lucro do trimestre que
haveria base para o adicional de 10%, pois exceder R$60.000. No caso, o adicional incidiria
este incide sobre o lucro anual que exceder sobre R$10.000 no primeiro trimestre e R$10.000
R$240.000 no segundo, gerando R$2.000 a mais do que na
sistemática anual

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Efeito de sazonalidade (ou crises) e períodos
de apuração
• Cia. Doce apurou o seguinte resultado (antes do IRPJ e da CSLL e já
ajustado) ao longo do ano de 2015:
Trimestre Resultado
1º R$150.000
2º R$50.000
3º (R$40.000)
4º R$100.000
Lucro antes do IR e da CSLL R$260.000
em 2015

•Calcule o IRPJ e a CSLL nos regimes trimestral e anual


(desconsidere, por ora, os efeitos das antecipações no regime
anual e considere que não há prejuízos fiscais acumulados em
janeiro de 2015)

Efeito de sazonalidade (ou crises) e períodos


de apuração
• Regime anual
Ano
Lucro antes IR e 260.000
CSLL
( - ) comp. prej. -
fiscal
Lucro tributável 260.000
CSLL – 9% 23.400
IRPJ 15% 39.000
Adicional IR 10% 2.000
Total IRPJ + CSLL 64.400

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Efeito de sazonalidade (ou crises) e períodos
de apuração
• Regime trimestral

1º T 2º T 3º T 4º T TOTAL
Lucro antes IR e 150.000 50.000 (40.000) 100.000
CSLL
( - ) comp. prej. - - - (30.000)
fiscal
Lucro tributável 150.000 50.000 - 70.000
CSLL – 9% 13.500 4.500 0 6.300 24.300
IRPJ 15% 22.500 7.500 0 10.500 40.500
Adicional IR 10% 9.000 0 0 1.000 10.000
Total IRPJ + CSLL 45.000 12.000 0 17.800 74.800

Efeito de sazonalidade (ou crises) e períodos


de apuração
• Comparação
Anual Trimestral Economia no
Lucro no ano 260.000 260.000 sistema anual

CSLL – 9% 23.400 24.300 900


IRPJ 15% 39.000 40.500 1.500
Adicional IR 10% 2.000 10.000 8.000
Total IRPJ + CSLL 64.400 74.800 10.400

•Parte do valor a maior pago no regime trimestral poderá ser recuperado no período seguinte se a empresa for
lucrativa, pois haverá ainda R$10.000 de prejuízos fiscais acumulados e base negativa da CSLL a compensar.
•Contudo, pagou-se imposto hoje para economizar amanhã
•Ainda, a compensação estaria limitada à trava de 30%
•Por fim, parcela do adicional do IR pago a maior não será recuperada (no caso, apenas R$1.000 seriam recuperados
se o lucro do trimestre seguinte estiver sujeito ao adicional)

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Regime de antecipação e
balancetes de suspensão e
redução

Regime Anual
• IR e CSLL apurados em relação à base anual

• Obrigatoriedade de recolhimentos mensais em bases estimadas

• Embora a apuração definitiva da base de cálculo e do tributo a


recolher somente se dê no final do ano, a empresa está obrigada a
recolher mensalmente uma parcela de IR e CSLL como antecipação

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Cálculo da Estimativa
• Cálculo segue sistemática similar à do lucro presumido

• (Receita * Coeficiente) + (ganhos de capital e receitas não


operacionais) = lucro estimado
• Sobre o lucro estimado incidem as alíquotas do IRPJ
• Base estimada da CSLL calculada por método similar

Lucro estimado: IRPJ


• Não integram a base estimada:
• Ganhos líquidos e rendimentos produzidos por aplicação financeira de renda
fixa ou variável sujeitos a retenção na fonte
• Juros sobre o capital próprio
• Receitas provenientes de atividade incentivada, na proporção do benefício de
isenção ou redução do imposto
• Recuperações de créditos que não representem o ingresso de novas receitas
• Reversão de saldos de provisões
• Dividendos e lucros distribuídos, bem como contrapartida de ajuste de
investimento por equivalência patrimonial
• IPI e ICMS-ST

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Coeficientes IRPJ
Atividade %
Revenda de combustíveis 1,6%
Atividades em geral 8%
Serviços de transporte de cargas 8%
Serviços hospitalares e similares 8%
Serviços de transporte (exceto transporte de carga) 16%
Instituições financeiras, bancos e assemelhados 16%
Factoring 32%
Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 32%
Intermediação de negócios 32%
Administração, locação ou cessão de bens e direitos 32%
de qualquer natureza (inclusive imóveis)

Base estimada da CSLL


• Base estimada calculada como lucro presumido
• Excluídos os Juros sobre o Capital Próprio
• Receitas e ganhos de aplicações financeiras sempre entram
• 12% (doze por cento), para as pessoas jurídicas em geral (inclusive
instituições financeiras)
• 32% (trinta e dois por cento), para as pessoas jurídicas que desenvolvam as
seguintes atividades):
• Prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares
• Intermediação de negócios;
• Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer
natureza;
• Factoring

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Instituições Financeiras
• Instituições financeiras e equiparadas sujeitam-se a bases de cálculo diferenciadas
no cálculo das estimativas (para IRPJ e CSLL)
• Das receitas das instituições financeiras podem ser deduzidas:
• Despesas de captação de recursos de terceiros
• Despesas com obrigações por refinanciamentos, empréstimos e repasses de recursos de órgãos e
instituições oficiais e do exterior
• Despesas de cessão de créditos
• Despesas de câmbio
• Perdas com títulos e aplicações financeiras de renda fixa
• Perdas nas operações de renda variável
• Das receitas das seguradoras, podem ser deduzidos o cosseguro e resseguros cedidos, os
valores referentes a cancelamentos e restituições de prêmios que houverem sido
computados em conta de receita, assim como a parcela dos prêmios destinada à constituição
de provisões ou reservas técnicas
• No caso de entidades de previdência privada abertas e de empresas de capitalização, a
parcela das contribuições e prêmios, respectivamente, destinada à constituição de provisões
ou reservas técnicas

Instituições Financeiras
• Integrarão a receita bruta, em todos esses casos:
• Os rendimentos obtidos em aplicações financeiras de renda fixa de
titularidade de instituição financeira, sociedade de seguro, de previdência e
de capitalização, sociedade corretora de títulos, valores mobiliários e câmbio,
sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários ou sociedade de
arrendamento mercantil;
• Os ganhos líquidos e rendimentos auferidos nas operações de renda variável
realizadas em bolsa, no mercado de balcão organizado, autorizado por órgão
competente, ou através de fundos de investimento, para a carteira própria
das instituições referidas acima.

16
Exemplo 1
• Cia. Somar é empresa comercial que apresentou as seguintes receitas
em janeiro de 2015. Calcular o IRPJ e a CSLL por estimativa para
janeiro.

Receita Valor
Receita de venda de mercadorias 200.000
Rendimentos em aplicações 5.000, sendo que 1.000 foram
financeiras retidos na fonte
Equivalência patrimonial 15.000
Receita de venda de ativo 15.000
imobilizado (valor contábil 5.000)

Exemplo 1
• Cálculo do IRPJ por estimativa
Receita bruta 200.000
(*) Coeficiente 8% 16.000
(+) Acréscimos à base de
cálculo
• Ganho de capital 10.000
(=) Base de cálculo 26.000
IRPJ (15%) 3.900
Adicional: 10% sobre o que 600
exceder R$20.000
Total 4.500

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Exemplo 1
• Cálculo da CSLL por estimativa
Receita bruta 200.000
(*) Coeficiente 12% 24.000
(+) Acréscimos à base de
cálculo
• Ganho de capital 10.000
• Aplicações financeiras 5.000
(=) Base de cálculo 39.000
CSLL (9%) 3.510

Balancetes de suspensão e redução


• Possibilidade de calcular o total do IRPJ e da CSLL que
seriam devidos até o mês em questão, sobre lucro
real e a base da CSLL determinados a partir de
balancete apurado no mês

• Nunca é obrigatório o recolhimento por valor superior


ao estimado.
• Eg.: O IRPJ e a CSLL para janeiro calculados com base no
estimado totalizam R$30 e com base no balancete
totalizariam R$40. Só é necessário recolher R$30.

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Balancetes de suspensão e redução
• Se o balancete apresentar resultado inferior ao estimado, pode
recolher o montante decorrente do balancete
• Balancete de redução: diminui o IRPJ/CSLL que seria recolhido no estimado
• Balancete de suspensão: suspende o recolhimento do IRPJ/CSLL no mês, pois
aponta que o valor recolhido acumuladamente supera o que seria devido
sobre o lucro real até aquele mês
• A escolha entre recolhimento estimado ou balancete no mês
deve afetar conjuntamente o IPRJ e a CSLL
• Não é possível, por exemplo, recolher o IRPJ pelo estimado e a CSLL pelo
balancete
• Empresas sujeitas a coeficientes diversos para IPRJ e CSLL devem sempre
calcular ambos antes de optar.
• Exemplo: empresa revendedora de mercadorias com margem de 10%
• Para IPRJ o estimado seria melhor, pois o coeficiente é de 8%
• Para CSLL, o balancete seria melhor, pois o coeficiente do estimado é de 12%
• Necessário calcular ambos e verificar, no conjunto, qual é melhor

Balancetes de suspensão e redução


• Exigências do art. 230 do RIR:
• Balanços ou balancetes de suspensão ou redução :
• Devem ser levantados com observância das leis comerciais e
fiscais e transcritos no Livro Diário (até o último dia útil do mês
seguinte, mesmo prazo para pagamento do imposto; art. 12, § 5º
da IN93/97)
• Somente produzirão efeitos para a determinação da parcela do
imposto devido no decorrer do ano calendário
• Necessário ficar demonstrado que o imposto devido com base no
balancete é inferior ao calculado pela base estimada

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Exemplo 2
IR + Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
CSLL
Estim. 20 20 20 20 20 20 30 30 30 30 30 30
Mês
Real 15 40 65 80 90 85 100 140 170 200 210 250
Acum.
Opção Red. Est. Est. Est. Red. Susp Red. Est. Est. Est. Red. Est.
Valor 15 20 20 20 15 0 10 30 30 30 20 30
Recol.
Recol. 15 35 55 75 90 90 100 130 160 190 210 240
Acum.

Necessidade de recolher R$10 até janeiro. Ajuste referente aos IRPJ/CSLL devidos sobre o lucro real anual, superiores ao montante
total antecipado.

Exemplo 3
A empresa Auto Posto Super Ltda. apurou os seguintes valores mensais
que seriam devidos a título do IRPJ e CSLL:
1) Balancete 2) Lucro
Estimado
Jan. 100 20
Fev. 85 18
Mar. 60 16
Abr. 48 12
Mai. 68 15

Pergunta-se: Qual o valor a ser preenchido na guia DARF para


recolhimento em Junho desse exercício (competência Maio)?

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Exemplo 3
Note que os valores da coluna 1 da tabela anterior se referem ao que seria recolhido de IRPJ
no mês sobre o lucro real acumulado até aquele mês. Na coluna 2 os valores referem-se ao
que seria recolhido de IRPJ no lucro estimado somente daquele mês.

Para a resposta, vejamos qual o valor que a empresa recolheria, mês a mês:

Competência Valor recolhido (melhor opção) Total recolhido até o mês


Jan 20 20
Fev 18 38
Mar 16 54
Abr -- 54

Note que no mês de abril, não se fez qualquer recolhimento porque, até março, já haviam
sido recolhidos “54” ao Fisco. Como o balancete de abril apurou que, até aquele mês, o
montante a ser recolhido com base no lucro real seria de apenas “48”, foi feita a suspensão
do recolhimento.

Já no mês de maio, vê-se que o recolhimento com base no lucro estimado seria de “15”.
Entretanto, o balancete de suspensão/redução aponta um imposto a ser recolhido, até o
mês, de “68”. Como o contribuinte já recolhera “54”, basta recolher outros “14” para atingir o
total do imposto devido até o mês. Assim, no mês de junho (competência maio), o valor a
ser recolhido será de “14”.

Exemplo 4
• Em janeiro de 2013, a Cia. OXG, prestadora de serviços tributada pelo
lucro real anual, apresentou receita tributável de R$600.000,00 e
despesas dedutíveis de R$400.000,00.
• Em fevereiro, esta empresa apresentou receita tributável de
R$800.000,00 e despesas dedutíveis de R$600.000,00.
• Quanto que a Cia. OGX deverá recolher, a título de antecipação do IRPJ
referente aos meses de janeiro e fevereiro?

21
Exemplo 4
• Receita Jan: R$600.000
• Despesa Jan: (R$400.000)

• Receita Fev: R$800.000


• Despesa Fev: (R$600.000)

Pagamento
• Antecipações mensais devem ser pagas até o último dia do mês subsequente
àquele a que se referirem

• Saldo do IRPJ e da CSLL apurados em 31 de dezembro (obtido a partir do


confronto entre o valor devido com base no lucro real anual e o somatório dos
valores antecipados):
• Se devedor, deverá ser pago:
• Em janeiro (apenas o principal);
• Em fevereiro com juros de 1%
• Em março com juros SELIC referentes a janeiro e 1% referentes a março
• Após março, incide multa, além dos juros
• Se credor, poderá ser compensado com o tributo do ano seguinte
• Atualização a partir de fevereiro, pela mesma regra (1% no mês da utilização e SELIC em meses
anteriores)
• IRPJ e CSLL não se compensam no final do ano. Se tiver saldo devedor de IRPJ e credor de CSLL, deverá
recolher o IRPJ e compensar a CSLL no ano seguinte

22
Lucro real vs. lucro presumido

Exemplo 5
• A Mecânica Velozes e Furiosos S.A. é uma empresa que se dedica à prestação de serviços
de funilaria e mecânica. Tendo em vista os resultados esperados em 20X3, a sociedade,
neste exercício, optou pela tributação segundo a sistemática do lucro presumido.
• Para o exercício de 20X4, a sociedade irá ampliar os seus custos e despesas, sendo que,
de acordo com suas projeções de resultados, espera ter uma receita mensal de R$
100.000,00 e despesas de R$68.000,00.
• Considerando que todas estas receitas são tributáveis pelo imposto de renda, CSLL, PIS e
COFINS e os custos e despesas referem-se exclusivamente à aquisição de material
utilizado na prestação de serviços e ao pagamento de serviços de empresas terceirizadas
para auxiliar na prestação dos serviços de funilaria e pintura, a sociedade indagou-lhe,
para efeitos da tributação pelo Imposto de Renda, CSLL, PIS e COFINS considerados
conjuntamente, se seria mais benéfica, no exercício de 20X4, a opção pelo lucro real ou
pelo lucro presumido.
• A resposta à indagação supra seria diversa se as despesas de R$ 68.000,00 fossem
compostas exclusivamente por despesas com o salário de empregados?

23

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