Infeccao Associada A Algaliacao Manual Das Boaas Praticas
Infeccao Associada A Algaliacao Manual Das Boaas Praticas
Infeccao Associada A Algaliacao Manual Das Boaas Praticas
INTRODUÇÃO
Embora nem todas as infecções urinárias possam ser prevenidas, acredita-se que um
grande número delas pode ser evitada através de adequado cuidado ao doente
algaliado.
INFECÇÃO ASSOCIADA A ALGALIAÇÃO
AGENTES
As bactérias que mais frequentemente causam infecção urinária são a Escherichia coli,
Klebsiella spp. e Streptococcus spp. Porém os microrganismos responsáveis variam
muito com o tipo de doente, duração da cateterização e política de utilização de
antibióticos da instituição.
VIAS
Com excepção da região distal da urétra, um tracto urinário saudável é estéril. A porção
distal da urétra está colonizada pelos elementos da flora saprófita do períneo. As
lavagens periódicas e o fluxo constante de urina da bexiga, em simultâneo com a
secrecção de substâncias bactericidas pela próstata no homem, e pelas glândulas
periuretrais na mulher, previnem que haja colonização do restante tracto urinário.
O tracto urinário é mais frequentemente invadido de baixo para cima, através da urétra
(via ascendente), e menos comunemente a partir do sangue, via rim (descendente).
A maioria das infecções urinárias, são auto-infecções (as bactérias têm origem na flora
saprófita do utente, possivelmente modificada durante o internamento). As bactérias
que entram por via intraluminal, muito provavelmente tiveram origem nas mãos do
pessoal. Estes são casos de infecção cruzada. A importância relativa das duas vias
(auto-infecção ou infecção cruzada) deve ser julgada pela larga diferença entre as
taxas de colonização e infecção nas drenagens abertas (100% após 4 dias) e fechadas
(100% até 30 dias).
INDICAÇÕES
A sondagem vesical não deve ser utilizada como método rotineiro de recolha de
amostras urina, salvo em casos excepcionais.
É indicação relativa para algaliação a incontinência urinária, embora deva ser sempre
considerado o uso alternativo do “pen-rose” ou fraldas.
Nos casos em que está indicada a algaliação esta deve ser mantida durante o menor
tempo possível.
COMPLICAÇÕES
TRATAMENTO
RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS
• Procedimento:
Uso de técnica asséptica e material estéril
• Clampar a algália durante alguns minutos
• Preparar o material
• Desinfecção higiénica das mãos
• Colocar luvas esterilizadas
• Desinfectar o local de punção com álcool
• Aspirar 5 -10 ml de urina, puncionando, com um ângulo de 45º, na parte
oposta do canal do balão ou no local indicado pelo fabricante, e colocar o
produto em frasco esterilizado
• Retirar a pinça de clampagem e limpar o local de punção após colheita
• Enviar a amostra para o laboratório no prazo máximo de 1hora. Se não for
possível refrigerar a 4ºC
A mudança dos sacos deverá ocorrer a cada 5-7dias e, no domicílio, onde não existe o
risco de infecção cruzada poderá ir até 15 dias. Os sacos, neste caso poderão ser
lavados com água e detergente e reutilizados, dependendo da aparência e da
quantidade de sedimento.
A mudança de saco de perna para saco de noite, ou qualquer outra mudança de saco
implica sempre a desinfecção do ponto de conexão com álcool.
Nota: Actualmente existem algálias com uma cobertura de hidrogel de prata que
possuem a vantagem de atrasar a colonização, no entanto, apresentam a grande
desvantagem de serem muito mais caras.
INFECÇÃO ASSOCIADA A ALGALIAÇÃO
CONCLUSÃO
A incidência das infecções urinárias adquiridas em meio hospitalar pode ser reduzida
evitando-se, sempre que possível, a algaliação ou, quando esta é realmente
necessária, através da sua remoção logo que deixe de se justificar.
Os que algaliam apenas por sua conveniência devem lembrar-se que a algaliação
acarreta por vezes infecções graves que podem levar à morte.
A cateterização suprapúbica reduz a infecção por via uretral mas é demasiado invasiva
para situações de curto prazo.
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INFECÇÃO ASSOCIADA A ALGALIAÇÃO
BIBLIOGRAFIA
Zaplana, I., Arnau, M.: Sonda vesical permanente- sonda Foley ROL de Enfermeria 116
57-60 1988
Centers for Disease Control: Guideline for Prevention of Catheter – associated Urinary
Tract Infections
Madigan, E., Neff, D. (June 30, 2003) "Care of Patients with Long-Term Indwelling
Urinary Catheters" Online Journal of Issues in Nursing. Available:
www.nursingworld.org/ojin/hirsh/topic2/tpc2_1.htm
ANEXOS
INFECÇÃO ASSOCIADA A ALGALIAÇÃO
ALGALIAÇÃO
Equipamento
Sonda vesical de calibre ajustado ao meato urinário (o menor possível);
Lubrificante estéril hidrossolúvel (dose individual);
Seringa de capacidade semelhante à do balão da sonda se esta for do tipo Folley;
Água destilada para encher o balão da sonda;
Recipiente com água e detergente;
Pacote de algaliação formado por:
Compressas estéreis
Cuvete
Campo com janela
Taça
Pinça de Kocher
Luvas estéreis;
Luvas de exame não estéreis;
Sistema de drenagem, (fechado para algaliação de permanência);
TÉCNICA
• Lavar as mãos após a lavagem dos genitais do doente; Desinfecção higiénica das
mãos;
• Desinfectar com ajuda da pinça de Kocher (na mulher abrir os pequenos lábios para
visualizar o meato urinário e no homem repuxar o prepúcio);
• Introduzir o catéter de forma segura até surgir urina. Colocar (com a mão
esquerda) o pénis em posição vertical em relação ao plano da cama, e avançar
(com a mão direita) a algália com cuidado – evitando movimentos bruscos –
alongando um pouco o pénis para manter a posição ideal; a passagem do
esfincter externo sente-se como uma resistência moderada que em condições
normais é facilmente ultrapassada (não forçar a passagem, já que a dor assim
infligida provocará um espasmo reflexo que complicará consideravelmente a
inserção da algália);
Setembro de 2004