Relatório 5 - Potencial Formal e Coeficiente de Atividade

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO- OESTE-UNICENTRO

ELETROQUÍMICA EXPERIMENTAL

BRUNA WENDLER
CINTHYA MARIA ARAGÃO MASSENE
LUIZ GUSTAVO BARANKIEVICZ MARTINS
MARINA DUARTES FERNANDES DE SOUZA LIMA

RELATÓRIO
POTENCIAL FORMAL E COEFICIENTE DE ATIVIDADE MÉDIO

GUARAPUAVA
2020
1. INTRODUÇÃO
O potencial de um eletrodo depende da atividade iônica, de maneira que varia com a
concentração. Pode-se dizer que a atividade iônica é uma representação quantitativa da concentração
efetiva de uma espécie em solução, perceptível ou “ativa”. Um íon em solução está rodeado por íons
de carga oposta a sua, e não se pode considerar que esses íons de carga oposta não exercem influência
sobre a mobilidade do íon de interesse. A atividade iônica é numericamente igual ao produto da
concentração da espécie e seu coeficiente de atividade, o qual depende da força iônica e do diâmetro
efetivo do íon. A força iônica depende da carga e também da concentração.
Realizando-se várias medidas de potencial para um mesmo eletrodo, em diferentes
concentrações, pode ser obtido um gráfico que relaciona esses potenciais obtidos com o logaritmo
natural das concentrações correspondentes. A equação gerada pelo ajuste linear aos pontos pode ser
considerada equivalente a equação de Nernst, que para isto pode ser expressada como:
𝐑𝐓 𝐑𝐓 n+
E = Epadrão + ×Ln(coeficiente de atividade) + ×Ln[M ]
𝐧𝐅 𝐧𝐅

Em que o coeficiente linear equivale ao potencial formal. Desta forma, o coeficiente de


atividade médio pode ser obtido por meio de um método experimental, bem como o potencial formal.
Assim, esse experimento consistiu na realização de medidas de potencial em diferentes concentrações
e na manipulação matemática dos resultados obtidos para que o coeficiente de atividade médio e o
potencial padrão de um eletrodo de cobre fosse obtido, utilizando-se de um eletrodo de referência de
prata e cloreto de prata para que a diferença de potencial fosse medida.

2. OBJETIVOS
Realizar medidas do potencial de soluções de CuSO de diferentes concentrações com temperatura
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constante e a partir dos dados obtidos, plotar um gráfico do potencial vs. concentração de CuSO4.
Analisar o gráfico e obter os valores de potencial formal Eθ e coeficiente de atividade médio 𝛾± do íon
Cu2+

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais e reagentes
• 1 béquer de 100 mL;
• multímetro digital;
• fio vermelho com pino e jacaré;
• fio preto com pino e jacaré;
• termômetro (0-100 °C);
• agitador magnético;
• barra magnética;
• suporte universal;
• garra para suporte universal;
• eletrodo de referência de Ag(s)/AgCl(s);
• soluções de [CuSO ]: 0,1; 0,25; 0,5; 0,75 e 1 mol L .
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3.2 Procedimento experimental


Montou-se o sistema do experimento: solução de CuSO 0,1 mol L em um béquer
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-1

posicionado sobre um agitador magnético que, por sua vez, é posicionado sobre a base do
suporte universal. No béquer há também o eletrodo padrão de Ag(s)/AgCl(s) e uma barra de
cobre, além de uma barra magnética para agitação e o termômetro que é posicionado com a
garra do suporte universal.
Com os fios vermelho e preto, conectou-se o eletrodo padrão e a barra de cobre ao
voltímetro. Mediu-se o potencial até sua estabilização e registrou-se a temperatura.
Repetiu-se o procedimento para as demais concentrações de CuSO , com o cuidado de
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não haver variação maior que 2°C entre as medidas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A relação entre as diferenças de potencial medidas e suas respectivas concentrações é
expressada pelo gráfico na figura 1.

Figura 1. Resultados obtidos experimentalmente (T=25,5 °C) [CuSO4] vs. Ag/AgCl.

FONTE: Roteiro fornecido pelo professor.


O valor de cada potencial pode ser visualizado no gráfico, mas para que os valores exatos
fossem obtidos, a equação da reta foi utilizada, extrapolando-se cada concentração, considerando que
y = a x + b seria equivalente a E = a (concentração) + b, sendo os parâmetros a e b fornecidos no
gráfico 1. Sendo assim, a Tabela 1 apresenta os potenciais exatos, referentes a cada concentração,
seguida dos cálculos referentes a esses resultados.

Tabela 1 – Eθ referente a cada concentração de Cu2+, obtido através da equação da reta.


[Cu2+] mol L-1 Eθ (V)
0,1 -0,137009
0,25 -0,1339625
0,50 -0,128885
0,75 -0,1238075
1,00 -0,11873

Admitindo-se esses valores como os valores de ∆E, e sabendo que o valor de potencial do
eletrodo de referência é equivalente ao padrão, 0,22233 V, e permanece constante, os valores de
potencial para o eletrodo de cobre podem ser obtidos a partir das relações:
E Cu|Cu2+ = ∆E + E Ag|AgCl , se for o catodo, e E Cu|Cu2+ = E Ag|AgCl - ∆E, se for o ânodo;
As duas possibilidades foram consideradas, uma vez que por algumas razões a escolha de qual seria
o correto não ficou clara. Sabendo que o eletrodo de cobre possui um potencial de redução maior,
0,3419 V, ele deveria constituir o cátodo. Entretanto, os valores de potencial encontrados a partir
desta consideração são consideravelmente distantes do valor do potencial padrão do cobre.
Considerando-se que o eletrodo de cobre constitua o ânodo, por outro lado, os valores de potencial
obtidos são mais próximos aos do potencial padrão, porém foi observada uma proporção inversa com
a concentração. Quanto maior a concentração, menor o potencial encontrado, sendo que o coerente
seria o potencial aumentar conforme a concentração aumentasse.
A obtenção dos potenciais para cada concentração é demonstrada abaixo, considerando que o
eletrodo de cobre constitua o cátodo:

A relação entre os potencias do eletrodo de cobre e os logaritmos naturais das respectivas


concentrações é mostrada no gráfico da figura 2:

Figura 2. Gráfico da relação E (V) vs Ln[Cu2+] para o eletrodo Cu (s), Cu2+ (aq).

FONTE: Os alunos.
A obtenção do potencial formal e do coeficiente de atividade médio é demonstrada a seguir:

Considerando-se que o eletrodo de cobre tenha atuado como cátodo, o coeficiente de atividade médio
encontrado para o mesmo foi igual a 2,02×10-14, e o potencial formal igual a 0,10099 V.
Ao considerar o eletrodo de cobre como ânodo, obteve-se, conforme suas concentrações, os
seguintes potenciais, bem como o ln de cada concentração:
A partir dos valores encontrados, plotou-se um gráfico de E versus Ln [Cu2+], como mostra a
figura 3.
Figura 3. Gráfico da relação E (V) versus Ln [Cu2+] (mol L-1) para o eletrodo Cu (s), Cu2+ (aq).

FONTE: Os alunos.

A obtenção do potencial formal e do coeficiente de atividade médio é demonstrada a seguir:

Assim, ao considerar o eletrodo de cobre como ânodo, obteve-se valores para Eθ (Cu2+) de
0,34013 V e 𝛾± igual a 1,2607.
5. CONCLUSÃO
Como o eletrodo de cobre possui maior potencial redutor que o de Ag/AgCl, teoricamente ele
seria o cátodo da reação. Todavia, ao considerá-lo como ânodo, os cálculos de correção de potencial
com eletrodo de Ag/AgCl atribuíram ao cobre valores experimentais de potencial muito próximos ao
seu E0, por consequência, obteve-se valores mais “ideais” para o Eθ e 𝛾±, fato que justifica os cálculos
apresentados e a discussão decorrida ao considerar o eletrodo de cobre sendo cátodo e ânodo. Sendo
assim, essas divergências de associação entre teoria e prática não permitiram uma assimilação
completa do experimento pelo grupo, no entanto, foi possível compreender os conceitos abordados
em aulas teóricas, e aplicá-los para resolução das questões levantadas no roteiro.

6. REFERÊNCIAS
RODRIGUES, Elizabeth Maria Soares, José Pio Iúdice de SOUZA, and Antonio Claudio Lima
Moreira BASTOS. "Físico-química." (2011).
ATKINS, Peter, Loretta Jones, and Leroy Laverman. Princípios de Química: Questionando a Vida
Moderna e o Meio Ambiente. Bookman Editora, 2018.

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