O documento discute os desafios e possibilidades da história local como objeto de estudo e ensino. Apresenta diferentes concepções de "local", incluindo como um espaço de experiências cotidianas e como uma construção política. Também discute fontes e registros históricos que podem ser usados no estudo da história local, como jornais municipais e documentos oficiais.
O documento discute os desafios e possibilidades da história local como objeto de estudo e ensino. Apresenta diferentes concepções de "local", incluindo como um espaço de experiências cotidianas e como uma construção política. Também discute fontes e registros históricos que podem ser usados no estudo da história local, como jornais municipais e documentos oficiais.
O documento discute os desafios e possibilidades da história local como objeto de estudo e ensino. Apresenta diferentes concepções de "local", incluindo como um espaço de experiências cotidianas e como uma construção política. Também discute fontes e registros históricos que podem ser usados no estudo da história local, como jornais municipais e documentos oficiais.
O documento discute os desafios e possibilidades da história local como objeto de estudo e ensino. Apresenta diferentes concepções de "local", incluindo como um espaço de experiências cotidianas e como uma construção política. Também discute fontes e registros históricos que podem ser usados no estudo da história local, como jornais municipais e documentos oficiais.
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CAVALCANTI, Erinaldo. História e história local: desafios, limites e possibilidades.
Revista História Hoje, v. 7, n. 13, p. 272-292, 2018.
Os usos do passado, apropriados no presente [...] diferentes estratégias de pesquisa e ensino têm mobilizado distintos vestígios das experiências temporais como metodologias de estudo e/ou objeto de trabalho. Nesse movimento, insere-se uma rica variedade de trabalhos que versa acerca das relações entre História, ensino e patrimônio;2 História, ensino e literatura; ensino de história e novas tecnologias da informação;4 História, ensino e tempo presente5 e História, ensino e história local, para citar apenas alguns. Essas diferentes apropriações se constituem, por conseguinte, em distintas maneiras de ler e interpretar o tempo por meio dos indícios, dos sinais e vestígios7 que são mobilizados. (CAVALCANTI,2018, p. 273) Sentidos atribuídos à palavra “local”. A etimologia da palavra nos leva ao latim localis. Sua grafia – que pareceria um plural, embora não o seja – já sugere evitarmos apreendê- la ou aprisioná-la em um sentido singular. Sugere que ela desfruta de significados plurais. Ou seja, o local, desde a gestação de sua grafia, é um espaço conceitual polissêmico; é um lugar polifônico. No conhecido dicionário Aurélio, a palavra “local” encontra-se experimentada como sinônimo de “lugar”. De maneira mais detalhada, o primeiro significado atribuído a “local” diz respeito a um sentido “relativo a determinado lugar”. Assim, os significados de “local” estão embrionariamente ligados a uma concepção de lugar e, nessa relação, “lugar” está indissociável de espaço. Ou seja, ao falarmos de local, estamos, concomitantemente, falando de espaço. [...] nesse sentido, o “local “seria um recorte eleito por aquele que desejasse refletir sobre as experiências dos sujeitos em espaços sociais delimitados. Portanto, o local, nessa acepção, está sendo instituído pelo professor/pesquisador. É ele o sujeito autor desse espaço conceitual. (CAVALCANTI,2018, p. 275) Se concordarmos que o “local” é, por excelência, o espaço de experiências da vida cotidiana de homens e mulheres, e, por conseguinte, o lugar de atuação de diferentes sujeitos, esse se torna, portanto, um espaço privilegiado para problematizar as relações homem/espaço, (CAVALCANTI,2018, p.280) o que institui que um acontecimento seja considerado local não é a dimensão do espaço, nem a dimensão do tamanho, pois quem institui a dimensão, a legitimidade, o reconhecimento e a representação é a dimensão política do acontecimento (CAVALCANTI,2018, p. 282) O historiador Raphael Samuel apresenta uma discussão problematizando as possibilidades de trabalho que envolvem a chamada história local na relação com a história oral. Nessa dimensão, ele destaca que a história local dá ao pesquisador uma ideia muito mais imediata do passado. Os indícios das experiências do passado apresentam suas faces na esquina, na rua, na padaria. Anunciam seu som no mercado, e apresentam suas impressões nos grafites das paredes amareladas pela presença do tempo. Nas palavras do autor, a “história local tem também a força popular, tanto como uma atividade, quanto como. (CAVALCANTI,2018, p.283 ) Nesse sentido, os registros documentais que oferecem esses indícios são potenciais possibilidades de estudo para se analisar parte do universo polissêmico constitutivo da chamada história local. O autor chama a atenção para a possibilidade de trabalhos com os jornais municipais, que seriam importante fonte para o trabalho. autor chama a atenção para a possibilidade de trabalhos com os jornais municipais, que seriam importante fonte para o trabalho. [...] Raphael Samuel apresenta uma grande quantidade de documentos que possibilitam o estudo do que nomeia como história local.Registros resultantes de atividades de rádio locais, moedas antigas, cartões-postais e dos dias dos namorados, cartas pessoais, livros de batismo das paróquias e livros de prêmiosda escola do bairro, para citar alguns exemplos. São registros que, sem dúvida, oferecem possibilidades de estudo para uma variada gama de objetos. Entretanto, são colocados em uma perspectiva segundo a qual o local se define,prioritariamente, pela dimensão espacial de proximidade e tamanho. (CAVALCANTI,2018, p. 284) Nos documentos oficiais, como os registros dos governos municipais – seguindo a linha de raciocínio do historiador Raphael Samuel, e apreendendo “municipal” como categoria análoga à de “local” (o que implicaria uma série de outros desafios) –, a concepção do que é ser “local” traz consigo, de maneira mais perceptível, além dos aspectos físico/espacial, a dimensão política. Aqueles registros como leis, projetos de leis, resoluções e decretos, entre outros, fazem referência aos limites – em termos de extensão e aplicabilidade – definidos politicamente acerca do campo de atuação do referido governo. Limites que são reconhecidos institucionalmente. Limites que apontam o raio de abrangência do poder e a atuação de um governo local. [...] O espaço – seja ele nomeado como local ou global – é uma construção política e simbólica, antes de ser físico-geográfica, porque são as práticas políticas e as relações de poder que nomeiam, inventariam e produzem sentido, visibilidadee reconhecimento do espaço físico. (CAVALCANTI,2018, p.285 ) Talvez a estratégia viável a ser experienciada consista em ter-se clareza do objeto de ensino ou pesquisa e dos recursos documentais disponíveis e, assim, definir o que é possível configurar como localidade – ou local – ou comunidade, seja qual for o conceito adotado. [...] chamada história local se constitua em experiência que amplie uma reflexão histórica compreendida como plural e heterogênea, potencializando suas singularidades para compreender as formas de atuação do homem no tempo e no espaço (CAVALCANTI,2018, p. 286)
Bianchetti, Lucídio - Thiesen, Juares Da Silva (Eds.) - Utopias e Distopias Na Modernidade - Educadores em Diálogo Com T. Morus, F. Bacon, J. Bentham, A Huxley e G. Orwell-Editora Unijuí (2014)