Fisiologia Surfactantes

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA- UNINTA

BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

FISIOLOGIA ANIMAL – T26

HELENA MARIA OLIVEIRA SOUZA

USO DO SURFACTANTE EM OVINOS NEONATOS PREMATUROS

SOBRAL

18/05/2020

Introdução
O sistema respiratório é responsável por garantir a captação do oxigênio e pela
liberação do gás carbônico, pode ser dividido em duas porções: uma porção
condutora (fossas nasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e
bronquíolos terminais) e outra respiratória (bronquíolos respiratórios, ductos
alveolares e alvéolos). Na porção respiratória ocorrem as trocas gasosas – o
oxigênio é inspirado e assim distribuído no sangue e o gás carbônico é
expirado.

Assim como todo sistema nos organismos vivos, o sistema respiratório também
está sujeito a ter problemas em seu funcionamento, como doenças
respiratórias, sendo elas temporárias ou crônicas com desenvolvimento ao
longo da vida do indivíduo e até mesmo, nos primeiros momentos da vida do
indivíduo. Em neonatos nascidos antes do tempo previsto, pode ocorrer o
acontecimento da deficiência do surfactante alveolar associada à imaturidade
estrutural dos pulmões.

Estudos relacionados ao surfactante e sua função de reduzir a tensão


superficial e elevar a complacência pulmonar foram realizado há
aproximadamente um século pelo estudioso Kurt Von Neergaard, nos
seguintes anos esses estudos foram aprofundados até chegar à utilização
desse mecanismo em neonatos, diminuindo consideravelmente a incidência de
morte. Na medicina veterinária, a área da neonatologia ainda se encontra em
pleno desenvolvimento inicial e especialização, por esse motivo, estudos
relacionados à assistência neonatal nas diversas espécies ainda são escassos,
com esse cenário, há uma ineficiência e deficiência na reanimação dos recém-
nascidos. Um estudo com ovinos têm sido bastante utilizado como modelo
experimental para humanos, com o intuito de avaliar os efeitos do surfactante
exógeno administrado por via intra – traqueal, associado à ventilação manual
em cordeiros recém-nascidos. Abordaremos o desenvolvimento do mesmo.

Desenvolvimento

O surfactante é um líquido que reduz de forma significativa a tensão superficial


dentro dos alvéolos pulmonares, sua função permite uma camada de filme que
permite a abertura adequada dos alvéolos para assim ocorrer a respiração e a
expansão necessária nos pulmões, sua composição é uma mistura lipoproteica
com propriedades tensoativas produzido pelos pneumatócitos tipo II, consiste
em 80% de fosfolípideos, 8% de lipídeos e 12% de proteínas. a sua ausência, o
líquido presente entre o alvéolo e o ar apresenta uma tensão superficial alta,
que exerce uma força de colabamento sobre estas estruturas pulmonares - Em
1959, mostrou-se pela primeira vez que a doença da membrana hialina ou
síndrome do desconforto respiratório do recém-nascido (SDR) era provocada
pela deficiência de surfactante, após isso, várias tentativas de produção de
surfactante para substituir a deficiente produção dessa substância foram
realizadas. Atualmente há dois tipos de surfactantes: os naturais e os
sintéticos, o primeiro é retirados dos pulmões de bovinos e suínos e o segundo
é um composto sintético de fosfolipídios semelhantes ao natural.

Para a experimentação do estudo do uso do surfactante em cordeiros


neonatais, foram utilizadas 15 fêmeas com um bom histórico reprodutivo, os
animais foram monitorados e ao nascerem, os filhotes foram gentilmente
submetidos a uma aspiração de secreções e pesados para assim ter
conhecimento da dosagem correta para a inserção do surfactante. Um grupo
recebeu dosagens de surfactante de origem suína em variados intervalos de
tempo e outro grupo não recebeu, tendo apenas ventilação. Os neonatos do
grupo que recebeu apenas ventilação obtiveram melhores resultados quando
comparado aos que receberam surfactante, alguns que receberam a
substância não chegaram nem ao escore mínimo ideal para espécie, nesse
experimento o balão de ventilação utilizado foi o auto – inflável para se
assemelhar ao método de ventilação utilizado na medicina veterinária com
animais de produção. Em neonatos humanos a reposição do surfactante
melhora a função pulmonar, levando a uma menor necessidade de altas
concentrações de oxigênio e de suporte pressórico durante a ventilação
mecânica, além de diminuir a incidência de síndrome de escape de ar.

Conclusão

Apesar da reposição do surfactante se fazer muito oportuna em humanos,


deixou a desejar com os cordeiros, a modalidade ventilatória não contribuiu
para a adequada ação do surfactante como é observado em humanos. Os
filhotes apresentaram menor vitalidade e desempenho respiratório quando
comparado aos que receberam apenas ventilação. Contudo, ainda se faz
necessários estudos relacionados ao uso do surfactante na medicina
veterinária, buscando melhorias para no futuro haver a assistência e
habilidades necessárias com recém-nascidos com problemas respiratórios,
assistência esta que abrange diversas espécies. Inegavelmente, ainda se faz
necessárias pesquisas no ramo de neonatologia na medicina veterinária,
estudos estes que muito até, colaboram com a medicina humana.

Referências

LIEGE, Cristina. Aplicação preventiva do surfactante porcino. 2012. 131 f.


Tese (Doutorado) - Curso de Medicina Veterinária, Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2012. Disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-05102012-
161738/publico/LIEGE_CRISTINA_G_SILVA.pdf. Acesso em: 18 maio 2020.

TERAPIA COM SURFACTANTE PULMONAR EXÓGENO EM


PEDIATRIA. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/jped/v79s2/v79s2a10.pdf. Acesso em: 17 maio 2020.

MILTON Harumi Terapêutica de reposição de surfactante. Terapêutica de


surfactante, [S. l.], p. 1-14, 2001. Disponível em:
http://www.jped.com.br/conteudo/01-77-S3/port.pdf. Acesso em: 18 maio 2020.

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