Unidade II - Teorias Da Cultura
Unidade II - Teorias Da Cultura
Unidade II - Teorias Da Cultura
Étnico-Cultural
Material teórico
Teorias da Cultura
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
Contextualização
O que explicam as diferenças culturais? Ou seja, por que indivíduos demonstram serem
portadores de sistemas culturais sutil ou completamente distintos uns dos outros, dependendo
do lugar ou do tempo de sua existência?
Por terem nascido na Guatemala, mesmo que tenham sido transportados para
localidades distintas, terão a mesma cultura por conta de uma origem geográfica comum?
Nesta unidade vamos conhecer as teorias que de diferentes pontos de vista tentaram
responder a questões dessa ordem, na Antropologia, ciência social cujo objeto primordial é o
Homem tomado em sua dimensão cultural.
Chromolithograph of Human
Races of the World by G.
Mutzel
IMAGEM: ©
PoodlesRock/Corbis
COLEÇÃO Corbis Art
As teorias idealistas, por sua vez, se subdividiriam em três categorias segundo o que
consideram como cultura:
Evolucionismo Cultural
Em suas convicções reside ainda a defesa de que mesmo pertencentes a uma mesma
origem, as diferenças que se desenvolveriam no processo evolutivo levariam à degeneração
da espécie no caso de indivíduos pertencentes a distintas etapas evolutivas se entrecruzassem.
Essa tese foi desenvolvida a partir de características próprias aos estudos etnográficos
norte-americanos, em especial, da necessidade de o Museu Americano de História Natural e
do Museu de Chicago de elaborar taxiologias, ou seja, formas de organizar os artefatos
coletados de grupos tribais distintos no território estadunidense. O critério utilizado foi o do
estabelecimento de áreas culturais que representassem cartograficamente esses povos, cujos
traços se dissolviam em suas particularidades e passavam a conectar-se com outras tribos,
constituindo áreas culturais.
Não que estudos comparativos não pudessem ser feitos entre distintas culturas, ou
mesmo que não se pudesse identificar uma origem comum para ambas. O que Boas
propunha era um processo indutivo que identificasse as relações que possibilitariam a
comparação, para o então estabelecimento das conexões históricas pertinentes.
Para Boas, o mesmo fenômeno tem sentidos variados em cada cultura. Sendo assim, o
fato de ocorrências semelhantes serem identificadas em distintas culturas não constitui prova
de uma origem comum.
Consequentemente, não havendo uma única origem cultural, não se pode falar em
cultura, senão em culturas. Ou seja, cada cultura teria sua própria história; não uma cultura
humana universal e originária (como pressupunham os evolucionistas e até mesmo parte dos
difusionistas). Sendo então autônomas, todas as culturas seriam também dinâmicas em suas
transformações ao longo do tempo.
Funcionalismo
Isso possibilitaria abrir novos horizontes à ciência antropológica, uma vez que o risco
era o de a Antropologia, estudando culturas isoladamente, tornar-se exaustivamente
descritiva. Os novos horizontes constituiriam as possibilidades de se estudar
comparativamente as culturas descritas.
Sobre o uso do conceito de cultura, destoava de Malinowski por não utilizá-lo em sua
análise, considerando-o demasiadamente abstrato, o que comprometeria o rigor empírico que
almejava. Cultura deveria ser substituída, conceitualmente, por realidade empírica verificada
nas estruturas sociais estudadas. O objeto da Antropologia Social não seria, portanto, a
cultura; mas as realidades empíricas de estruturas sociais, onde seria possível determinar os
papéis sociais desempenhados pelos indivíduos (substituindo-se também, nesse caso, o
conceito, para ele abstrato, de comportamento). Uma vez identificados esses conjuntos de
relações, para Radcliffe-Brown o antropólogo teria determinado a forma estrutural, ou seja, o
padrão regular das relações que ocorrem na estrutura do grupo.
Os Problemas do Relativismo
O desdobramento dessa postura consiste no relativismo, que por sua vez distancia o
investigador dos questionamentos valorativos sobre os nativos, que passam a ser meros
comunicadores de suas práticas culturais.
Normas e valores, para os relativistas, não devem ser objeto de nenhuma ordem de
questionamento e a postura do antropólogo em campo, portanto é a de mero coletor e
analista de informações.
O relativismo é radicalmente contrário à tendência universalista do evolucionismo; ou
seja, contra seu ímpeto de estender um mesmo repertório cultural (o europeu, entendido
como civilizado) à totalidade das sociedades, entendidas como inferiores (bárbaras).
Ainda hoje essa postura consiste num problema: parte dos cientistas humanos
defendem que se tratam, as práticas de violência acima descritas, como práticas culturais, e
que qualquer tentativa de universalização de valores (incluindo a liberdade, a igualdade, o
direito à vida e à inviolabilidade do corpo) seria um atentado contra a autonomia cultural.
Outra parte significativa defende que alguns valores devam ser universalizados.
Estruturalismo
O impacto de sua teoria foi responsável por uma “revolução intelectual”, e que
consistiu na aplicação do método estruturalista ao conjunto dos fatos humanos de natureza
simbólica. Isso possibilitou ao antropólogo estudar o “pensamento selvagem”, e não o
“pensamento do selvagem”. Não se trata de mero jogo de palavras ou de uma mudança
insignificante, senão na subversão completa do enfoque das pesquisas antropológicas
realizadas até ali. Ou seja, Lévi-Strauss deixou de fazer a distinção do funcionamento mental
entre os povos primitivos e os povos europeus, para afirmar que o “pensamento selvagem”
poderia ser encontrado em cada um de nós.
Sob esses novos pressupostos teóricos, a visão pejorativa sobre as tribos primitivas
estava fadada a desaparecer.
Material Complementar
REIS, Nicoli Isabel dos; “Resenha de BOAS, Franz. Antropologia cultural. Org. Celso
Castro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. 109 p.”; portal Scielo, disponível no link:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-71832004000200015&script=sci_arttext.
REIS, Nicoli Isabel dos; “Resenha de BOAS, Franz. Antropologia cultural. Org. Celso Castro.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. 109 p.”; portal Scielo, disponível no link:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-71832004000200015&script=sci_arttext.
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