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CIRCUITOS DE 1a E 2a ORDENS
J.R. Kaschny
Introdução
As características tensão-corrente do capacitor e do indutor introduzem as equações
diferenciais na análise dos circuitos elétricos.
As Leis de Kirchhoff e as características tensão-corrente dos elementos conduzem,
em conjunto, a uma equação diferencial linear, cuja solução define a dinâmica
temporal das variáveis corrente e tensão elétrica nos diversos componentes do
circuito.
De acordo com a ordem e as características da equação diferencial obtida, classifica-
se os circuitos, e as respectivas soluções, de acordo com:
ORDEM DA EQUAÇÃO
Circuitos de 1a ordem (Ex. RL, RC) → Equação Linear de 1a ordem
Circuitos de 2a ordem (Ex. RLC) → Equação Linear de 2a ordem
TIPO DA SOLUÇÃO
Solução Natural → Equações Diferenciais Lineares Homogêneas
Solução Forçada → Equações Diferenciais Lineares não-Homogêneas
EXEMPLOS DE CIRCUITOS DE 1a ORDEM
dvC (t ) 1 di L (t ) R
+ vC (t ) = 0 + i L (t ) = 0
dt RC dt L
ou seja, obtemos equações diferenciais do tipo:
dx (t ) 1 τ = RC (circuito RC)
+ x(t ) = 0
dt τ τ = L/R (circuito RL)
dx (t ) 1 dx(t ) 1
⇒ = − x(t ) ⇒ = − dt
dt τ x(t ) τ
1
∫ ∫
dx(t ) 1 ln[ x(t )] = − t + B
⇒ =− dt ⇒
x(t ) τ τ
t
−
t vC (t ) = Ae RC
−
⇒ τ
x(t ) = Ae ou seja
−
Rt
i L (t ) = Ae L
A imposição da condição de continuidade da energia elétrica armazenada num
capacitor, eqüivale a exigir a continuidade da tensão aos terminais respectivos, ou
seja:
1 2 + 1 2 − + −
CvC (t ) = CvC (t ) ⇒ vC (t ) = vC (t )
2 2
A continuidade da energia magnética armazenada num indutor, eqüivale a impor a
continuidade da corrente, ou seja:
1 2 + 1 2 − + −
Li L (t ) = Li L (t ) ⇒ i L (t ) = i L (t )
2 2
Com a finalidade de determinarmos a constante que surge na solução da equação
diferencial, admitamos as condições iniciais:
t
−
vC (t ) = V0 e RC
R
− t
i L (t ) = I 0 e L
SOLUÇÃO NATURAL COMUTADA
t
−
(0 < t < t1)
vC (t ) = V0 e R1C
t −t1
−
vC (t ) = A2 e ( R1 // R2 ) C (t > t1)
t1 t1
− −
vC (t1− ) = V0 e R1C
= vC (t1+ ) = A2 e − 0 ⇒ A2 = V0 e R1C
SOLUÇÃO FORÇADA
dvC (t ) 1 1 di L (t ) R R
+ vC (t ) = v S (t ) + i L (t ) = iS (t )
dt RC RC dt L L
dx(t ) 1 1
+ x(t ) = y (t )
dt τ τ
dx(t ) 1 1
+ x(t ) = y (t ) ×e t/τ
dt τ τ
⎡ dx(t ) 1 ⎤ tτ 1 tτ
⇒ ⎢ dt + τ x(t )⎥ e = τ y (t )e
⎣ ⎦
como
⎡ dx(t ) 1 ⎤ tτ d
⎢ dt + τ x(t )⎥ e = dt x(t )e
⎣ ⎦
tτ
[ ]
⇒
d
dt
[ 1
]
x(t )e = y (t )e t τ
tτ
τ
∫
tτ 1 tτ
⇒ x(t )e = y (t )e dt + A
τ
∫
tτ 1 tτ
⇒ x(t )e = y (t )e dt + A
τ
−t τ
∫
e t τ −t τ
x (t ) = y (t ) e dt + Ae
τ
y(t) → vs(t)=Vs.u(t).cos(ω.t)
C.Inicial → vc(t=0)=V0 ω = 0.1 rad/s
− t RC
vC (t ) = Ae +
VS cos(ωt − φ )
+
1 + (ωRC ) 2 ω = 1 rad/s
cos(φ )
onde A = V0 −
1 + (ωRC ) 2
φ = arctg(ω RC)
R = 1 Ω C = 1 F Vo = -1 V
Circuitos de 2a ordem
Um circuito é dito de 2.ª ordem quando ele contém dois elementos capazes de
armazenar energia e que são irredutíveis entre si (Ex. dois capacitores, dois indutores
ou um capacitor e um indutor).
Dois elementos são considerados irredutíveis entre si quando não é possível reduzir
os mesmos a um único elemento via associação série ou paralelo.
Um dos exemplos mais notáveis são os circuitos RLC serie e paralelo, ou seja:
•
RLC-serie RLC-paralelo
d 2 x(t ) dx(t )
2
+ 2α ⋅ + ω ⋅ x(t ) = 0
dt dt
No caso onde exista uma fonte de excitação, teremos:
A equação permanece com a mesma forma, incluindo agora uma não homogeneidade:
d 2 x(t ) dx(t )
2
+ 2α ⋅ + ω ⋅ x(t ) = y (t )
2
dt dt
Existe diversos métodos para encontrar a solução deste tipo de equação diferencial.
A escolha do método mais adequado irá, em principio, depender da forma da função y(t).
Por exemplo, podemos empregar as transformadas de Laplace, onde:
(i) sobre-amortecida:
α > ω ⇔ 0 < Q < 0.5
(ii) criticamente-amortecida:
ω α = ω ⇔ Q = 0.5
Q=
2α (iii) sub-amortecida:
α < ω ⇔ Q > 0.5;
(iv) oscilatória:
α=0⇔Q=∞
Referencias bibliográficas
• Analise de Circuitos em Engenharia, William H. Hayt e Jack E. Kemmerly, editora
McGraw-Hill do Brasil (1973).
• Analise de Circuitos Elétricos, Victor da Fonte Dias, Instituto Superior Técnico - IFR,
disponível em http://www.estg.ipleiria.pt/~lneves/ce_eic/capa.htm, Portugal (1996/97).