Manual de Cálculo de Encurtamento Antenas
Manual de Cálculo de Encurtamento Antenas
Manual de Cálculo de Encurtamento Antenas
DE CÁLCULO
DE
ENCURTAMENTO
DE
ANTENAS
13
40 cm
20 cm 20 cm
CÁLCULO PARA ENCURTAMENTO DE ANTENAS DIPOLOS E OUTRAS
Por falta de espaço ou vantagens práticas, nem sempre é possível usar o comprimento real
de uma antena para um aparelho transmissor. Por exemplo, querendo transmitir em 80 metros,
podemos não ter à disposição o espaço necessário para estender um fio de 40 metros de
comprimento, também não seria prático usar, num retransmissor portátil de 27MHz, um ponteiro de
2,25 metros, o que ainda seria demasiado para um aparelho portátil.
Por este motivo, procurou-se a forma de se poder construir uma antena com a qual se
obtivesse uma relação óptima de redução/rendimento.
Em relação ao rendimento, podemos dizer que quanto mais se encurta a antena mais ele
diminui, mas na prática, muitas vezes vale a pena reduzir o comprimento da antena, e sacrificar
10% ou 20% da potência total.
Para fazer com que uma antena mais curta entre em ressonância na frequência desejada é
necessário acoplar-lhe uma BOBINA DE COMPENSAÇÃO que possa compensar, como a própria
palavra o diz, a redução no comprimento.
Até aqui tudo muito bem, mas consultando alguns textos sobre antenas de retransmissores,
para saber onde e como inserir esta bobina, e como calcular as espiras em função do comprimento e
da frequência, não encontramos nada que nos pudesse ajudar.
Portanto, poder-se-á perguntar: Se estas antenas existem, deve existir uma fórmula para as
calcular, por muito complexa que seja… Claro que existe!
E também podemos reproduzi-la no nosso artigo se a acharem útil. No entanto. Com
experiências que fizemos, constatamos que os valores obtidos com esta fórmula não condiziam com
os valores práticos.
Em todos os casos tivemos sempre que fazer grandes alterações no número de espiras
calculadas. Assim decidimos tentar simplificar este cálculo para, que qualquer pessoa, facilmente
pudesse calcular o número de espiras a enrolar na bobina.
Sendo este um cálculo teórico, na prática, está sempre sujeito a um ‘erro’ de tolerância. De
qualquer forma, já é muito bom saber que encurtando bastante o comprimento da antena, são
necessárias 20 espiras e não 4 ou 70.
Esta bobina, teoricamente talvez tivesse que ter 18 ou 22 espiras, mas na prática, só depois
de construída é que poderemos saber o número exacto de espiras que deve ter.
CT 2 HXO 2
Jorge Abreu
Utilizando uma antena retráctil, e com um medidor de ONDAS ESTACIONARIAS, será
muito fácil, alongando ou encurtando a antena, determinar se esta deve ser alongada ou encurtada,
ou se se deve alterar o número de espiras da bobina.
De facto, estes cálculos não poderão condizer com os valores práticos devido aos inúmeros
factores em causa, alguns imprevisíveis. Por exemplo, calculando uma antena para um
retransmissor portátil e instalando-o num automóvel, consoante o ponto onde for fixado
(no tejadilho, no guarda-lamas, etc.) esta poder-se-á comportar quase como uma ‘Ground-Plane’
com uma impedância de cerca de 35 ohms. Para se obterem 75 ohms de impedância, ter-se-ia que a
ALONGAR ou então aumentar o número de espiras da BOBINA de compensação, visto que na
prática a bobina tem menos espiras do que as calculadas.
O mesmo acontece com um dipolo, cuja impedância varia em função da altura acima do
terreno. Como nunca se sabe ao certo qual é a impedância de uma antena, também neste caso será
necessário alterar o número de espiras (ou alongar ou encurtar ligeiramente a antena), ao mesmo
tempo que se vão medindo as ondas estacionárias.
O que é preciso salientar, é que, com os cálculos que vamos apresentar, tereis um ponto
válido de partida, que vos permitirá, com uma grande aproximação, calcular uma BOBINA de
compensação apropriada à antena que quiserdes encurtar.
A Tabela 1, como poderão constatar, é muito fácil de usar e abrange todas as frequências. Os
exemplos, que como de costume não nos esquecemos de apresentar, permitir-vos-ão esclarecer
quaisquer dúvidas que posam ler.
COLOCAÇÃO DA BOBINA
Se, por exemplo, tivermos um dipolo (ver Fig. 1) cujos braços tem 2 metros de
comprimento. A bobina de compensação pode ser colocada junto ao ponto de ligação do cabo
coaxial, ou entre ente ponto e um ponto que não esteja a mais de metade do comprimento do braço.
Podemos também ultrapassar este ponto. Mas como veremos nos cálculos, para manter o
rendimento da antena, quanto mais nos afastamos do centro, maior deverá ser a bobina.
Também no caso das antenas em ponteiro (ver Fig. 2) como as empregadas no retransmissor
portátil e no carro, é válido o que atrás se disse, não se devendo portanto, ultrapassar o ‘meio ponto’
da antena
No caso das antenas Ground-Plane (ver Fig. 3). por vezes, é preferível não diminuir o
ponteiro vertical, mas, sim os braços horizontais, aplicando em cada um deles uma bobina de
compensação. É possível diminuir também, em proporção, o comprimento do ponteiro vertical e os
braços horizontais, como se pode ver na Fig. 4.
CT 2 HXO 3
Jorge Abreu
CÁLCULO DA BOBINA
(300:4):MHz
obtém-se
75:MHz
A observação é justa: porém, depois de calcular o COMPRIMENTO FÍSICO exacto, será
preciso multiplicar este número pelo factor K com um valor FIXO de 0,9467, obtendo assim o
número por nós usado na equação:
75 X 0,9467 = 71
2) Calcule o ENCURTAMENTO PERCENTUAL DA ANTENA:
3) Conhecendo L, isto é, o comprimento que queremos dar à antena, é necessário decidir em que
ponto da antena vamos inserir a bobina de compensação, e calcular a razão A/L da seguinte forma:
(N x N) x D
INDUTÂNCIA = ___________________________ microhenry
1010 x (L : D + 0,45)
CT 2 HXO 4
Jorge Abreu
Onde:
N = número de espiras
H = indutância da bobina em microhenry
L = comprimento da bobina em mm
D = diâmetro da bobina em mm
No nosso sótão, considerando também os isoladores que deverão ser aplicados nas
extremidades do dipolo, temos disponíveis 4 metros úteis (ver Fig. 6), pelo que cada braço do
dipolo não poderá ter mais do que 2 metros.
Como se pode ver na Fig. 7, arbitrariamente escolhemos colocar a bobina à distância de 0,5
metros do ponto de ligação do cabo coaxial à antena.
(A: L) x 100
com L = 2 metros e A = 0,5 metros, teremos:
CT 2 HXO 5
Jorge Abreu
(0,5 x 2) x 100 = 25% percentual de posição da bobina
Na vertical encontraremos só 57,5 e 60%, isto é, faltam os 59%), portanto, sendo 59 mais
próximo de 60 utilizaremos esta coluna.
Com a próxima fórmula, calcularemos a indutância que a bobina de compensação deverá ter:
Mais adiante veremos como é que se calcula o número de espiras que devem ter as bobinas.
Agora falta apenas calcular o número de espiras necessárias para obter uma bobina com uma
indutância de 1,52 micro Henry.
Ora como L continua a ser 0,40 metros ( portanto o percentual da antena é de igual modo
40,8% ) bastará calcular a relação A/L da seguinte maneira:
NOTA: é óbvio que este comprimento deverá ser ajustado com a ajuda de um medidor de ondas
estacionárias.
CT 2 HXO 7
Jorge Abreu
Querendo aplicar a bobina de compensação a 20 cm do ponto de inserção, acharemos o
percentual de A sobre L e teremos:
Admitamos que queremos encurtar o ponteiro vertical para 1,30 m; como já sabemos,
deveremos estabelecer o percentual de encurtamento da antena:
NESTE PONTO...
Na tabela n.° 4 apresentamos os dados para uma bobina enrolada com fio de cobre de 1 mm.
com espiras espaçadas de 1 mm a 1,5 mm e com um diâmetro de 20 mm (fio esmaltado).
Na tabela n.° 5 apresentamos os dados para una bobina enrolada com fio de cobre de 2 mm,
com espiras espaçadas de 1 mm a 1,5 mm e com um diâmetro de 40 milímetros.
E óbvio que não nos é possível apresentar todos os valores de indutância a partir de 1 espira
até 100 espiras.
CT 2 HXO 8
Jorge Abreu
De qualquer modo, os dados fornecidos bastarão para ajudar a obter os valores intermédios.
Por exemplo, se precisamos de uma indutância com 3,5 microhenry. e na tabela apenas
encontramos valores para 3 ou 4 microhenry, é evidente que não se deve enrolar a bobina com
metade das espiras em relação às requeridas pela diferença existente entre uma bobina de 3 e de 4
microhenry.
As bobinas com as espiras unidas, devem ser usadas, como já foi dito, para o transmissor de
pequena potência. enquanto que para o de potência maior convém usar bobinas com espiras
espaçadas.
A bobina pode ser construída sem suporte algum, ou com um suporte de material isolante,
como por exemplo, plástico, acrilico ou cerâmico.
CONCLUSÃO
Como já havíamos dito, os valores de indutância que se obtêm desta forma, são teóricos, isto
é, por factores que são difíceis de determinar, à priori, dificilmente inserindo o número de espiras
requerido, podereis ter uma certeza matemática de que a vossa antena apresentará à frequência de
trabalho exactamente uma impedância de 52 ohms.
Portanto, ao efectuar os cálculos não se preocupem com os decimais, porque quase sempre é
preciso fazer pequenos ajustes no comprimento da antena, ou variar o número de espiras da bobina.
Será o medidor de ondas estacionárias que vos confirmará se a antena está devidamente
ajustada. Recordamos que encurtando uma, já é óptimo obter uma relação de ondas estacionárias de
1,5-1,8.
Normalmente, se a bobina for usada num ponteiro, ser-vos-á fácil, com o medidor de ondas
estacionárias, verificar se, diminuindo ou aumentando ligeiramente o comprimento da antena, as
ondas estacionárias aumentam ou diminuem.
Para obterem a relação de ondas estacionárias, se não puderem aumentar ou diminuir o
comprimento da antena, como no caso de um dipolo, poderão experimentar com duas bobinas
suplementares uma com menos e outra com mais espiras do que as calculadas. Experimentando
com as três bobinas, é possível determinar se a bobina deve ter mais ou menos espiras.
Este é um método empírico, talvez mais válido que o teórico, não se conseguindo, no
entanto, nunca resultados perfeitos.
Os cálculos teóricos servirão na prática para determinar se é necessária uma bobina com 5
espiras ou 70. Se as 70 espiras deverão ser só 68 ou 73, só pode ser determinado como transmissor
em funcionamento.
CT 2 HXO 9
Jorge Abreu
TABELA 2
CT 2 HXO 10
Jorge Abreu
TABELA 3
Espaçamento Espaçamento
Nº espiras Juntas
1 mm 1,5mm
1 0.03 - -
2 0,11 0,10 0.09
3 0.24 0,19 0.17
4 0,40 0.30 0.26
5 0.60 0.42 0.36
6 0.82 0.54 0,46
7 1.06 0.67 0.56
8 1,32 0.80 0.67
9 1,60 0.93 0.77
10 1,89 1.07 0.88
12 2,51 1.35 1.09
14 3.17 1.63 1.31
16 3.86 1.91 1.53
18 4.58 2.20 1.74
20 5.32 2.49 1,96
22 6,07 2.78 2.18
24 6.84 3.07 2.40
26 7,62 3.36 2.63
28 8.41 3.65 2.85
30 9,22 3.95 3.07
32 10 4.24 3.29
34 10.,8 4,53 3.51
36/ 11,6 4.83 3.73
38 12.5 5.12 3.95
40 13,3 5.42 4.18
45 15.4 6.15 4,73
50 17.5 6.89 5.29
55 19.6 7.63 5.84
60 21.8 8.37 6.40
65 23,9 9.11 6.95
70 26.1 9.85 7.51
75 28,3 10.59 8.07
80 30.4 11.33 8.62
85 32,6 12,07 9.18
90 34.8 12,82 9.74
CT 2 HXO 11
Jorge Abreu
TABELA 4
CT 2 HXO 12
Jorge Abreu
TABELA 5
CT 2 HXO 13
Jorge Abreu
FIGURAS A CONSULTAR
1
Fig. 1 - Num dipolo encurtado a bobina pode L=2.00m L=2.00m
50% 50%
ser inserida desde um ponto muito próximo ao
ponto de ligação ao cabo coaxial até ao
meio ponto do braço.
2
Fig. 2 - Até no ponteiro a ser usado num
automóvel com o retransmissor, a bobina de
L
compensação deve ser colocada desde a base
até ao meio ponto do ponteiro.
50%
CT 2 HXO 14
Jorge Abreu
6
Fig. 6 - Se quisermos reduzir o dipolo para 4 4 .0 0 m
7
L=2.00 m L=2.00 m
Fig.7 - Desejando inserir a bobina de A A
0.50 M 0.50 M
compensação a 0,50 m do ponto de
alimentação da antena, será necessário calcular
o percentual de posição da bobina, A/L.
0.40 m
Fig. 9— Querendo encurtar consideravelmente
a antena de um transmissor de radiocomando,
Ter-se-á que, como fizemos com o dipolo,
calcular o percentual de encurtamento.
10
CT 2 HXO 15
Jorge Abreu
11
12 L=(m m )
(N X N) X D
INDUTÂNCIA= ------------------------ microhenry
1010 X (L: D + 0,45)
13
Fig. 13 - Querendo encurtar braços horizontais
de uma Ground-Plane», teremos que, como em
40 cm
todos os outros exemplos, calcular os
20 cm 20 cm
percentuais de encurtamento e posição da
bobina.
14
Fig. 14 - Encurtando o ponteiro e os braços
horizontais, pode-se usar um percentual de
posição no ponteiro e outro diferente nos
braços horizontais, logicamente usando
bobinas com indutâncias também diferentes,
CT 2 HXO 16
Jorge Abreu