Manual Blaster
Manual Blaster
Manual Blaster
EXPLOSIVOS
Instrutor: Raimundo
Técnico em Mineração
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO
4.1 Força
4.2 Sensibilidade
4.4 Densidade
4.7 Exudação
4.9 Gases
5. ACESSÓRIOS PARA DETONAÇÃO
5.1 Estopim
4. Espoleta Elétrica
5. Sistema Eletrônico HOTSHOT
6. ESCORVAS
6.1 Preparo das Escorvas
7.1 Conceito
8. DESMONTE DE BANCADAS
8.1 Terminologia
9. DETONAÇÃO SECUNDÁRIA
12.1 Terminologia
13. SEGURANÇA
13.2 Planejamento
13.3 Carregamento
16.1 Registros
18.1 Registros
Este Manual Básico proporcionará um mínimo de informações teóricas ao profissional ou ao iniciante em trabalhos de
desmonte de rocha, participando direta ou indiretamente, de situações onde a utilização de explosivos se torne
indispensável.
Os conceitos aqui contidos são suficientes para transmitir conhecimentos técnicos e de execução com segurança, e
também, auxiliar aos envolvidos a otimizar o desmonte e minimizar seus custos.
1 – DEFINIÇÃO DE EXPLOSIVOS
Explosivo é a substância, ou a mistura de substâncias químicas, que tem a propriedade de, ao ser iniciado
convenientemente, sofrer transformações químicas violentas e rápidas, transformando–se em gases, que resultam na
liberação de grandes quantidades de energia em reduzido espaço de tempo. O explosivo utiliza esta energia para
arrancar o maciço rochoso que está adiante dele, no sentido da face livre ou de menor resistência.
Devido à alta temperatura de detonação, o volume atingido pelo explosivo pode chegar a aproximadamente 18.000
vezes o seu volume inicial.
Após a detonação, uma onda de choque percorre a rocha com uma velocidade de 3.000 a 5.000 m/s.
Ao chegar a frente livre da bancada, a onda de choque tende a arremessar o material da superfície por um efeito
semelhante ao que acontece com uma série de bolas de bilhar: ao golpear – se a primeira das bolas, o choque é
transmitido por todas, sem que se movam do lugar, sendo somente a última da outra extremidade projetada para frente.
2 – EVOLUÇÃO DOS EXPLOSIVOS
A pólvora foi o primeiro passo para o desenvolvimento de quase uma centena de produtos hoje em dia conhecidos. Sua
origem provável é de uma mistura de nitrato de potássio com materiais combustíveis.
A pólvora Negra é uma mistura de Nitrato de Potássio, KNO (75%), Carvão
3
(15%) e Enxofre (10%).
A primeira notícia que se tem do uso da pólvora, como explosivo industrial, data de 1627, e foi feita por Kasper Weidel
em uma mina na Hungria.
A pólvora negra fornece na combustão cerca de 44% de gases e 56% de substâncias sólidas, as quais formam a fumaça
depois da explosão. Modernamente usa–se a pólvora sem fumaça, que é constituída de Nitrocelulose pura ou misturada com
Nitroglicerina.
2. – Nitrocelulose
A Nitrocelulose é uma mistura de vários ésteres nítricos da celulose. Descoberta em 1838 por Pelouse. De acordo com
sua composição é usada em explosivos de alta importância (gelatina explosiva, pólvora sem fumaça).
3. – Nitroglicerina
Em 1847, em Turim, Ascânio Sobero, descobriu que a Nitroglicerina tem um poder de explosão muitas vezes superior
as pólvoras. Tinha, porém, o inconveniente de apresentar perigo de explosão quando submetida a movimentos bruscos
ou atrito, o que limitava as condições de segurança em seu manuseio. Em 1873 surgiu a dinamite (75% de Nitroglicerina
e 25% de farinha fóssil).
4. – Gelatina ou Blasting
Em 1875 Nobel produz o “Blasting” uma mistura de Nitroglicerina e Nitrocelulose, sendo considerada a base das
Gelatinas Nitroglicerinados usadas atualmente.
2.5 – Trinitrotolueno
O empenho em novas pesquisas fez surgir em 1912 o TNT: explosivo muito importante usado no meio militar em escala
sempre crescente, especialmente por causa de sua insensibilidade aos choques, detonando apenas por ação de iniciadores
muito fortes.
É um agente explosivo composto a base de nitrato de amônia, descoberto em 1947. A denominação ANFO vem do
inglês Ammonium Nitrate + Fuel Oil – mistura de Nitrato de Amônio (94,5%) com Óleo Diesel (5,5%).
O ANFO necessita de uma escorva para detonar, devido a sua baixa sensibilidade, isto é, de um explosivo
semigelatinoso, gelatinoso ou de um reforçador para iniciar o processo.
É um agente explosivo que não apresenta nenhuma resistência à água, devendo somente ser usado em tempo e local
bem secos, possui baixa densidade, fator que permite a sua utilização para o preenchimento de cargas de coluna a um
baixo custo.
Surge em 1958, uma mistura em proporções adequadas de nitrato de amônia, óleo diesel, água e outros produtos. Este
explosivo preenche os furos totalmente durante o carregamento. Devido a sua alta densidade e a consistência pastosa, é
possível a utilização de malhas alongadas com um alto desempenho, possuem grande capacidade de trabalho nas rochas e
materiais, boa sensibilidade à água, podendo ser usados em furos úmidos.
EMULSÃO
1. – Primários ou Iniciadores
Explosivos que oferecem uma maior facilidade de decomposição quando excitados por agentes externos. Utilizados
como iniciadores de cargas maiores de explosivos secundários. Ex: Espoletas, estopim, cordel detonante, etc.
2. – Secundários ou de Ruptura
São os explosivos propriamente ditos. Tão potentes quanto os explosivos primários, porém por serem mais estáveis
necessitam de uma maior quantidade de energia para iniciar o processo de detonação, o que é conseguido por um
explosivo primário. Ex: dinamite, gelatinas, ANFO, lamas, etc. Alguns materiais podem atuar tanto como primários, como
secundários em um processo de detonação. É o caso da nitropenta que no cordel detonante atua como explosivo primário
ou iniciador e em cargas especiais atua como secundário em trabalho de detonação
3. – Dinamite
Nome genérico dos explosivos tem como substância explosiva um composto de nitroglicerina e areia. Em função da
quantidade de nitroglicerina, apresentam grande variação de força e sensibilidade em sua explosão, geralmente, produz
gases tóxicos.
Explosivos que apresentam alta resistência à água, baixa quantidade de nitroglicerina, menor velocidade, menor custo.
São utilizados no desmonte de rochas muito duras, médias, a céu aberto, subterrâneas ou subaquáticas. Ex.: Gelatel.
São explosivos que pela sua consistência, apresentam a vantagem de ocupar todo o espaço vazio do furo. Apresentam
grande resistência a água, é utilizada para o desmonte de quase todos os tipos de rochas. Ex.: Linha AL.
3.6 – Emulsões Explosivas
São agentes explosivos que após gaseificados possuem uma consistência que facilita o carregamento de furos inclinados
em vários tipos de desmontes. Não possuem nitroglicerina em sua composição, sendo então muito estáveis e seguros. Os
gases resultantes da denotação não causam efeitos fisiológicos (dores de cabeça, náusea, etc.).
Possuem elevada resistência à água e são utilizados para desmonte em qualquer tipo de rocha. Ex.: Ibegel.
3.7 – Granulados
Possuem formato de grãos, geralmente de carbonitratos como explosivo básico. Necessitam de um alto explosivo para
iniciar a detonação de explosivo pulverulento. Características:
• Baixa densidade;
• Nenhuma resistência à água;
• Facilmente manuseáveis a granel;
• Adequados a carregamentos pneumáticos (ANFO LOADER, devido aterramento do equipamento ao solo e é
obrigatório o uso de mangueira de carregamento antieletrostático dos furos);
• Aplicados como carga de coluna, desmonte a céu aberto, desmontes subterrâneos. Ex.: Nitron e Anfomax
3.8 – Explosivos Bombeáveis
São emulsões, lamas, pastas explosivas e granuladas que podem ser bombeados diretamente nas perfurações através
de equipamentos montados sobre caminhões. São extremamente seguros, pois somente após terem sido injetado nos
furos, é completada a reação química que propicia a explosão.
Permitem grande rapidez no carregamento, sendo apropriado para desmontes em larga escala e em furos de grandes
diâmetros. A detonação destes explosivos é auxiliada por um reforçador (booster). Ex:Ibenite e Ibemux.
4 - PROPRIEDADES DOS EXPLOSIVOS
4.1 – Força
É a medida da quantidade de energia liberada por um explosivo na detonação e, portanto, da sua capacidade de
realizar o trabalho da nitroglicerina (blasting – explosivos de grande poder de detonação).
Para os explosivos mais modernos, classificados como da 4ª geração, aplicamos o modelo do cálculo da energia, onde
a mesma é calculada através de técnicas estabelecidas sobre regras da termodinâmica, seguindo estritamente os princípios
químicos e matemáticos. A importante obtenção no modo que estas representam a teoria disponível para o mundo, onde o
explosivo assume 100% de eficiência. Explosivos eficientes variam de 30% a 90%. A energia é expressa em termos
proporcionais ao peso e ao volume do explosivo, podendo ser também através de números absolutos ou relativos. Estas
possibilidades também podem conduzir quatro medidas de energia produzida.
Esta é medida pela quantidade absoluta de energia (em calorias), disponível em cada grama de explosivo.
Exemplos:
Esta é medida pela a quantidade absoluta de energia (em calorias), disponível em cada centímetro cúbico do
explosivo. Sua obtenção é feita pela multiplicação da Força Peso Absoluto pela densidade do explosivo.
Exemplos:
850 cal / cc Emulsão Explosiva – Agente A (680 cal / g x 1,25 g / cc) Emulsão
960 cal / cc Explosiva – Agente B (770 cal / g x 1,25 g / cc) ANFO (912 cal / g x
739 cal / cc 0,81 g / cc)
1,140 cal / cc Emulsão de Grande Poder de Detonação (958 cal / g x 1,19 g / cc)
1,460 cal / cc Amônia Gelatinosa Dinamite (1,080 cal / g x 1,36 g / cc)
É a medida de energia disponível quando comparado o peso do explosivo com o peso equivalente do ANFO. Esta é
calculada pela divisão da Força Peso Absoluto do Explosivo, pela Força Peso Absoluto do ANFO e multiplicado por 100.
Exemplos:
Emulsão Explosiva – Agente A = 680 cal/g X 100 = 75
312 cal/g
Emulsão – Agente B 85
ANFO 100
Emulsão de Grande Poder de Detonação 105
Amônia Gelatinosa Dinamite 119
4.1.1.4 – Força do Volume Relativo
É medida pela energia disponível no volume de explosivo quando comparado com a capacidade do volume do ANFO
na densidade de 0,81 g / cc. Esta é calculada pela divisão da Força do Volume Absoluto do explosivo, pela Força do Volume
Absoluto do ANFO e multiplicado por 100.
Exemplos:
Emulsão Explosiva – Agente A = 850 cal / cc X 100 = 115
739 cal / cc
Emulsão – Agente B 130
ANFO 100
Emulsão de Grande Poder de Detonação 154
Amônia Gelatinosa Dinamite 197
A teoria da energia disponível na abertura dos diâmetros dos furos é calculada pela Força do Volume Absoluto ou Força
Peso Absoluto, como a fórmula a seguir:
Energia (kcal / ft diâmetro do furo) = 0.155 x diâmetro² x densidade x Força do volume Absoluto.
4.1.1.5 – Resistência à Água
A resistência do explosivo à água, corresponde a capacidade de detonação depois a exposição a mesma. Testes
expõem que à medida desta propriedade pode variar intencionalmente usado nessas condições e em produtos sensíveis. O
critério de resistência da água é usado para classificar a dinamite explosiva. O teste realizado para preencher 16 furos de ¼
em furos de 1¼ x 8 cm de produtos encartuchados, imergindo
estas amostras em água para um certo período de tempo, testando a
detonabilidade do reforçador nº 6. O produto é classificado quanto a sua capacidade de resistir à degradação da água,
conforme a seguir:
Classe Horas
1 Indefinido
2 32 – 71
3 16 – 31
4 8 – 15
5 4 –7
6 1 –3
7 Menos do que 1
Normalmente, os produtos nitroglicerinados, possuem maior a resistência à água. Já o explosivo amoniacal
normalmente tem pouca resistência à água, sendo esta reforçada pela embalagem. Emulsões e lamas também possuem
elevada resistência à água. Este mesmo teste é feito, conduzindo ar pressurizado, aplicado por uma simples imersão.
4.2 – Sensibilidade
Propriedade dos explosivos de cartuchos mais densos detonarem por simpatia quando próximos de uma carga
escorvada detonada propositadamente (Sensibilidade a Propagação).
A medida com que a onda de detonação se propaga por uma coluna de explosivos é a sua velocidade de denotação.
O cordel detonante, por exemplo, possui uma velocidade de detonação de 7.000 m/s; isto quer dizer que se estendêssemos
uma linha de cordel detonante numa extensão de (7) sete quilômetros e a iniciássemos, esta detonaria com apenas um
segundo.
4. – Densidade
É a relação entre o peso do explosivo e o seu volume. A densidade de um explosivo é importante para determinar a
sua adequação para uma operação de desmonte e dependendo dos ingredientes que o compõe, os quais são devidamente
dosados para obter–se o peso do explosivo e o seu volume. A densidade de um explosivo é importante para determinar a
sua adequação para uma operação de desmonte e dependendo dos ingredientes que o compõe, os quais são devidamente
dosados para obter–se as densidades desejadas. Com um explosivo de alta densidade a energia da detonação apresenta
maior concentração, o que é desejável no caso de desmonte de material duro, por outro lado, se desejamos excessiva
fragmentação ou a rocha é branda, explosivos de baixa densidade deverão ser usados.
5. – Resistência ao Armazenamento
Intervalo de tempo que os explosivos podem ficar estocados sem perder as qualidades e sem ocorrer a sua
deterioração. Varia normalmente de seis meses a um ano, dependendo do produto e do fabricante.
6. – Resistência ao Choque
Propriedade do explosivo de não detonar quando submetido a certos choques acidentais. A espoleta tem pouca
resistência ao choque; o cordel detonante tem uma maior resistência ao choque; os explosivos nitroglicerinados têm uma
regular resistência ao choque.
7. – Exudação
Quando armazenados por longos períodos ou sob condições climáticas desfavoráveis, os explosivos podem vir
a exsudar (“suar”, desprender material líquido de sua massa). O líquido exsudado pode ser água com sais diluídos,
ou nitroglicerina, ou óleos.
1 – Com o auxilio de um alfinete, retira-se uma gota deste líquido exsudado e ao colocamos num copo d’ água. Caso
esta gota não vá ao fundo do copo, sem misturar-se com a água, será nitroglicerina. Caso venha a diluir-se, não é
nitroglicerina, e por tanto não oferece perigo.
2 – Ao invés do copo d’água, pode-se fazer uso de um pedaço de papel absorvente, do tipo mata–borrão, deixando a
gota do líquido umedecer este papel; então atea-se fogo ao papel observando-o se este queimar com uma chama forte
e viva, como a da pólvora ao queimar, indica que é nitroglicerina. Caso o fogo não se propague no papel, trata–se de
água com sais dissolvidos.
Uma vez que seja constatada que o líquido exsudado proveniente das caixas é nitroglicerina, o fabricante deve ser
imediatamente comunicado para que proceda à retirada e destruição do material. O paiol cujo piso apresentar manchas
de nitroglicerina deve ser inteiramente lavado com a seguinte solução:
É preferível dissolver o sulfeto de sódio em água antes de acrescentar o álcool e a acetona. Deve–se espalhar
bastante quantidade desta solução no piso para garantir a completa dissolução da nitroglicerina.
Teste do Alfinete
Teste da Gota
Deposita–se sobre uma folha de papel parafinado uma gota de líquido exsudado e observa–se seu comportamento;
se o líquido for nitroglicerina, formará uma mancha escura sobre o papel parafinado (Fig – A) e, em se tratando de nitratos
ou água, formam-se gotículas sobre o papel.
A natureza e a quantidade de gases tóxicos variam com os diferentes tipos e espécies de explosivos até mesmo com
as condições de uso.
Nos trabalhos a céu aberto, o aparecimento de gases, normalmente, não exerce maiores influências. Porém, em
trabalhos subterrâneos, exige-se especial cuidado na escolha do explosivo, quantidade, condições de detonação e,
sobretudo, ventilação.
Classificação: As dinamites, segundo os gases que originam estão classificadas em três categorias:
5 - ACESSÓRIOS PARA DETONAÇÃO
Os acessórios para detonação de emprego usual são os estopins, as espoletas simples e as elétricas, cordel detonante,
retardos para cordel detonante, reforçadores e sistemas não elétricos (S.N.E.).
5.1 - Estopim
Estopim é essencialmente um filamento de pólvora enrolado e protegido por fio ou fita que pode ser ou não
alcatroado (com algodão), encerando ou com revestimento plástico. A propriedade principal dos estopins é queimar com
velocidade constante e conhecida, produzindo na extremidade oposta a em que foi aceso, um sopro ou chama capaz de
provocar a detonação da espoleta.
De acordo com as normas brasileiras, o estopim deve ter um tempo de
queima de 100 a 140 segundos por metro e resistir a 1 hora de imersão em água. São condutores de energia.
5.2 – Espoletas Simples
São acessórios destinados a iniciar a detonação de explosivos encartuchados cordéis ou S.N.E. Consistem em uma
cápsula de alumínio contendo uma carga primária, sensível à chama e uma carga secundária cuja explosão inicia a
detonação da “massa” explosiva. São, portanto, detonadores.
3. – Conjunto Espoleta/Estopim
Constituída por uma resistência elétrica envolta em pólvora negra (Squibb) coloca junto a um explosivo primário (Azida
de Chumbo) justaposto a um explosivo secundário (nitropenta).
Existem dois tipos de espoletas: Instantânea e de Retardo.
Na de retardo, existe um elemento de espera que atrasa a detonação; a utilização deste tipo de espoleta permite a
detonação de cargas explosivas segundo uma seqüência, permite o controle das vibrações, a melhoria da fragmentação,
entre outras vantagens.
Recomendações de uso:
a) Utilizar fonte e energia adequadas;
b) Manter a espoleta em curto–circuito até sua aplicação;
c) Utilizar, num mesmo desmonte, espoletas de um só fabricante.
Hotshot, sistema de iniciação digital autoprogramável para desmonte. Desenvolvido pensando no Blaster, Hotshot é
simples de entender, fácil de conectar e flexível para diversos tipos de malhas de desmonte.
•Detonador HotShot;
•Cabo descendente HotShot;
•Cabo de superfície HotSHot;
•Conector macho;
•Conector fêmea;
•Tager;
•Caixa de controle;
•Chave de disparo;
Detonador
É composto de um tubo oco de plástico flexível, translúcido, resistente e de pequeno diâmetro, cujas paredes internas
são revestidas por uma camada fina de material pirotécnico não explosivo. Devidamente iniciado, produz um plasma gasoso
que percorre o interior do tubo, sensibilizando o elemento de retardo da espoleta, dando seqüência ao processo de
detonação na forma como o conhecemos.
Tipos mais usados:
• Iniciador ou Zero: Ideal para iniciar fogos a uma distância segura, desmontes secundários e corte de
granito ornamental.
• Coluna ou CA: Utilizado no interior da mina, preferencialmente com espoleta colocada no fundo da mesma.
• Túnel: Para aplicações específicas em túneis e galerias, em substituição ao
sistema elétrico.
• Carbo: Ideal para minas de carvão e galerias de pequena seção, com vantagens no manuseio e segurança.
• Ligação ou HTD: Para ligações de linha tronco nos desmontes a céu aberto.
Características:
Tem por finalidade iniciar cargas explosivas em função da detonação de seu núcleo; portanto não transmite chama
como o estopim de segurança, mas garante a detonação de toda uma coluna de carga explosiva.
Consiste num núcleo cilíndrico de explosivo (Nitropenta) envolvido por uma camada protetora de fibras têxteis e PVC
que lhe assegura resistência à tração, impermeabilização à água, óleo e outros líquidos.
A explosão do núcleo do cordel detonante precisa ser iniciada por uma espoleta. Sua velocidade de detonação é da
ordem de 7.000 m/s.
Granicord®5
As detonações realizadas com cordel detonante podem ser retardadas convenientemente pela aplicação do elemento de
retardo para cordel detonante. Este consiste de um tubo plástico, no qual em suas extremidades é preso o cordel. Dentro
do tubo são colocadas duas cargas explosivas e dois elementos de retardo. A detonação de uma das pontas do cordel se
propaga à carga explosiva contínua, a qual inicia o elemento de retardo do outro lado.
O tempo de queima deste é necessário para o retardamento na detonação.
Quando o elemento de retardo acaba de queimar, provoca a detonação imediata da carga a seu lado, a qual se transmite
ao resto da linha – tronco.
Existem retardos de 5, 10, 20, 30, 50 e 100 mili–segundos (ms), dentre outros.
O tipo de retardo escolhido dependerá do plano de fogo. A ligação do retardo é muito simples.
Basta que nos pontos adequados cortemos a linha - tronco e a prendamos no retardo por meio de cunhas plásticas nele
existentes. Desta forma não será necessário fazer–se qualquer nó, tornando–se o encaixe mais econômico. Os elementos
de retardo devem ser ligados o mais próximo possível da linha de furos que irá ser detonada com atraso. Por precaução,
devem ser introduzidos na linha - tronco apenas pouco antes de efetuar–se a detonação. Além disso, como as suas cargas
explosivas podem ser detonadas por um forte impacto, deverão ser protegidos durante o trabalho, em local seguro, para
evitar que caiam sobre os mesmos, pedras ou objetos pesados.
1. A Função dos Retardos e suas Vantagens
O retardo é um dispositivo criado para fornecer uma diferença de tempo entre dois segmentos de uma ligação
detonada simultaneamente; originando uma seqüência de detonação dos furos em um plano de fogo.
A utilização de retardos numa detonação proporciona os seguintes efeitos: Retardos entre linhas:
• O uso de retardos entre linhas facilita o lançamento do material, propiciando uma pilha de material mais baixa e
espalhada;
• O alívio criado entre a linha da frente e a linha de trás, melhora o arranque do fundo do furo, diminuindo o
surgimento de repé e problemas de ultraquebra;
• A diferença de tempos entre os furos provoca uma diminuição na onda de choque, dispersada no maciço rochoso,
diminuindo a vibração do terreno.
• Melhora da fragmentação;
• Diminuição da vibração do terreno;
• Diminuição do lançamento horizontal.
Saber escolher os tempos de retardos a serem utilizados numa detonação é uma tarefa que requer sobre tudo
experiência e conhecimento do comportamento do maciço a ser desmontado. Por isto, o resultado de cada detonação
deve ser analisado com cuidado e as observações anotadas nos planos de fogo, juntamente com o croqui da ligação,
pois servirão de dados para as próximas detonações.
Normalmente, pode-se dizer, que para os retardos entre linhas, quanto maior o tempo de retardo, maior o alívio e
conseqüentemente maior à distância de lançamento. No caso de retardos entre furos da mesma linha, quanto maior o
tempo de retardo menor à distância de lançamento perpendicular á linha detonada.
Retardos de maior tempo podem ser utilizados nos furos do canto para gerar um maior alívio da frente destes furos,
melhorando o arranque desta porção mais engastada e diminuindo a ultraquebra lateral.
Outro caso especial onde o uso de retardos é bastante útil é nas detonações onde o comprimento da face livre é muito
pequeno em relação a maior dimensão da área a ser detonada; como nos casos do fogo de trincheira.
Menores tempos de retardo causam pilhas mais altas e mais próximas a face;
Menores tempos de retardo causam mais a quebra lateral do banco (end break);
Menores tempos de retardo causam onda aérea;
Menores tempos de retardo apresentam maior potencial de ultralançamento (fly rock);
Maiores tempos de retardo diminuem a vibração do terreno;
Maiores tempos de retardo diminuem a incidência da quebra para trás (back break).
A espoleta antes descrita não tem capacidade de iniciar agentes detonantes ou explosivos pouco sensíveis ao choque.
Há, por isso, necessidade de ser usado outro iniciador de maior potência.
Para explosivos pouco sensíveis, como ANFO e nitrocarbonitratos em geral, a brisância das espoletas não é suficiente, e
há necessidade do uso de reforçadores ou boosters. O reforçador normalmente é utilizado em conjunto com o cordel
detonante e ou S.N.E (Brinel) consta de dois elementos explosivos: o primário, ou cerne, que é iniciado pelo cordel e o
secundário, ou amplificador, que dá a brisância necessária ao conjunto. Os reforçadores são fabricados em diversos
diâmetros de acordo com o diâmetro do furo no qual será utilizado e em variadas gramaturas
® ® ® ® ®
(Britex SS 30g, Britex 150g, Britex 250g, Britex 350g, Britex 450g e o
®
Britex 1000g).
Este possui um furo, através do qual se faz passar o Cordel ou Brinel. O número
de reforçadores em cada furo, e a distância entre os mesmos, é determinado no plano de fogo.
6 – ESCORVAS
Com a finalidade de ativar a massa explosiva, coloca–se em contato com a carga um conjunto contendo um dispositivo
qualquer de detonação, o qual constitui a escorva. Normalmente corresponde a um cartucho de dinamite no qual vai
inserida uma espoleta simples ou elétrica, ou mesmo cordel detonante.
O furo para a introdução do dispositivo iniciador deve ser executado com furador adequado (haste pontuda, de madeira,
bronze, alumínio ou outro metal não faiscante, com cabo de madeira) e suficiente grande para que não haja necessidade de
forçar o dispositivo iniciador do cartucho ou deixá–lo com alguma parte fora.
2. – Escorva e Ligações
A espoleta deve ser inserida no centro do cartucho de dinamite e orientada segundo seu eixo longitudinal, sendo
colocada de modo a não ser prejudicada pelo tamponamento. Devemos evitar dobras e nós no estopim.
Não há necessidade de escorvas especiais com o cordel detonante, o qual inicia qualquer cartucho em seu contato no
furo.
Como normalmente se utiliza o cordel para iniciar toda a coluna de explosivos, é necessário que o mesmo atinja o fundo
do furo, para tanto é conveniente amarrá– lo ao primeiro cartucho ali colocado.
Recomenda–se iniciar a preparação das escorvas antes da operação de
carregamento dos furos.
3. – Escorva com Produtos Tipos Lama (Water – Gel)
Produtos tipo lama (Water – Gel), requerem maior cuidado, principalmente quando escorvados com espoleta comum e
estopim. Por serem mais aquosos, podem dessensibilizar o estopim ou mesmo a espoleta comum, se o amolgamento entre
estes dois acessórios não for perfeito, podendo provocar falhas. A espoleta comum ou elétrica deve permanecer em contato
com a massa explosiva, no interior da salsicha plástica.
O estopim ou os fios deve ser preso ao corpo da salsicha por uma fita isolante, cordão ou lançada, para evitar um
possível deslocamento da espoleta.
A escorva com cordel detonante é normal, devendo o cordel ser amarrado na primeira salsicha a entrar no furo,
garantindo assim a iniciação de toda a coluna de
explosivo.
4. Escorva Booster-Cordel
Certo Errado
6.5 Ângulos de conexão
180º 90º
Errado Certo
7 – DESMONTE À CÉU ABERTO
7.1 – Conceito
O conceito a céu aberto corresponde ao conjunto de operações que se verificam na superfície, com a finalidade de lavrar
uma pedreira (rochas) ou mina (minerais metálicos ou não metálicos).
8 – DESMONTE EM BANCADAS
É o método mais utilizado em detonações a céu aberto, aplicável tanto á mineração quanto aos ramos da construção
civil:
8.1 Terminologia
Bancada: forma dada ao terreno rochoso pelos fogos sucessivos e constantes, composta de topo, praça e face;
Afastamento: distância entre a face da bancada e uma fileira de furos ou distância entre duas fileiras de furos;
Profundidade do Furo: é o comprimento total perfurado que, devido á inclinação e da sub–furação, será maior que
a altura bancada;
Sub – Furação: é o comprimento perfurado abaixo da praça da bancada ou do “Greide” a ser atingido.
Carga de Fundo: é uma carga reforçada, necessária no fundo do furo onde a rocha é mais presa;
Carga de Coluna: é a carga acima a de fundo: não precisa ser tão concentrada quanto a de fundo já que a rocha desta
região não é tão presa;
Tampão: parte superior do furo que não é carregado com explosivos, mas sim com terra, pedrisco (mais aconselhável) ou
outro material socado cuidadosamente que tem a finalidade de evitar que os gases provenientes da detonação escapem
pela boca do furo, diminuindo a ação do explosivo;
Razão de Carregamento: é a quantidade de explosivo usada para detonar um certo volume de rocha;
Perfuração Específica: é a relação de metros perfurados por metros cúbicos de rocha detonada.
Legenda:
Neste método perfura–se o bloco geralmente com um martelete pneumático manual, e carrega-se o furo com carga
suficiente para produzir a fragmentação desejada.
A utilização de espoleta comum e estopim é, provavelmente mais barata, mas
envolve certos riscos, entre os quais, a tendência dos homens demorarem na área do fogo, antes de procurar abrigo.
Neste método, o explosivo em quantidade suficiente para romper o “mataco”, deve ser posicionado na superfície do
bloco. Quando detonado o explosivo é emitida uma onda de choque, que resulta na ruptura do “mataco”.
Utilizado quando o mataco se encontra principalmente enterrado. É feito um furo junto ao “mataco”, com tamanho
suficiente para a inserção do explosivo, de tal forma que o mesmo fique em contato com o bloco. O cartucho escorva deve
ser o último a ser introduzido, completando o preenchimento do furo com um tampão de terra muito bem socado. A carga é
de ordem de um a dois cartuchos de 1” x 8”, para cada 30cm de espessura do “mataco”, medido entre a carga e o ponto
oposto a ela.
Algumas vezes em função de deficiências da detonação primária, o arranque da rocha no nível da praça não se dá por
completo originando assim algumas saliências também chamadas “peitos” que necessitam ser removidos por detonação
posterior, denominado Fogo de Repé. Para a detonação de repé utilizam–se marteletes de 1”, com furos que ultrapassem
0,30 m o nível da praça e malha quadrada de perfuração, com afastamento de no máximo 80% do comprimento do furo.
10. ESCAVAÇÕES EM VALAS
É muito freqüente nas obras rodoviárias, a necessidade de escavar valas em rocha para a implantação de drenagem
profunda nos cortes. Outros serviços de engenharia civil poderão exigir a escavação de valas em rocha, como, por exemplo,
a construção de adutoras de água potável, coletoras de esgoto, etc.
Em se tratando de valas estreitas, isto é, com até 1 m de largura no fundo, duas linhas de furos paralelas distantes de
0,15 a 0,30 m das bordas das paredes laterais da vala, são suficientes. Essas perfurações poderão estar dispostas uma em
frente à outra ou alternadas, ou ainda, inclinadas em direção à face livre da vala.
As perfurações deverão prolongar–se de 0,30 a 0,50 m abaixo do nível do fundo da vala. Em casos de rochas muito
duras pode–se utilizar sub-furação maior, de até 0,90 m. São geralmente obtidos bons resultados com dinamites de força
40% e gelatinas com força de 40% a 60%, ambos os casos possuindo parte de nitrato de amônia na composição. A razão
de carregamento é alta e situa – se entre 0,500
Kg/m³. E 2,00 Kg/m³ , dependendo das condições da rocha. No quadro fornecemos
alguns valores para o estabelecimento da malha de fogo inicial.
O diâmetro das perfurações é de 7/8”(22mm) para as perfuratrizes manuais, nas montadas sobre carreta ou trator devem
ser de 1 ½” a 2 ½”. Existe no mercado um equipamento dotado de duas perfuratrizes e dois mastros de avanço montados
Sobre um trator de esteiras, que permite a perfuração simultânea de dois furos, sendo de grande utilidade no desmonte de
Valas. As articulações dos braços aos mastros de avanço possibilitam executar os furos necessários ao desmonte concluído.
11 - DESMONTE ESCULTURAL
O desmonte escultural tem como objetivo cortar a rocha, deixando um perfeito acabamento no talude remanescente e
não permitindo que as falhas e fraturas não venham a ficar em evidencia.
Consiste na detonação de uma linha de furos paralelos e coplanares ao longo da superfície de corte que se quer criar, com
carga explosiva controlada para causar o
mínimo possível de vibrações e/ou trincamentos no maciço rochoso. Com isso temos a rocha remanescente com o mínimo
de trincamento que conferir-lhe-á boas
condições de segurança e estabilidade.
Para carregamento destes furos podemos proceder de duas maneiras:
•Carregando com o método do churrasquinho ou;
•Carregando utilizando cordel detonante de alta gramatura.
1. – Churrasquinho
É o carregamento dos furos do desmonte escultural com cargas explosivas espaçadas e interligadas através de cordel
detonante.
É o carregamento dos furos do desmonte escultural com carga explosiva desacoplada, realizada somente pelo cordel
detonante de alta gramatura.
12 – ABERTURA DE TÚNEIS
A escavação em subsolo: túneis, galerias, poços, cavernas, etc., tem conduzido os técnicos e especialistas a vários
conceitos em vista da literatura teórica existente, que provocam algumas contradições em função da experiência relatada de
cada autor.
A diferenciação de qualquer equipamento irá mudar todo o plano de fogo para que os resultados do desmonte se
adaptem as possibilidades de limpeza e estabilidade das paredes.
- Tamanho da Seção,
- Forma da Seção,
- Equipamento de Perfuração,
- Equipamento de Limpeza,
- Tempo para Execução,
- Tipo e Consistência da Rocha,
- Tipo de Revestimento,
- Finalidade.
12.1 Terminologia
Galeria – Piloto – primeiro espaço criado em uma detonação em subsolo para posterior alargamento.
Abóbada – forma dada à área superior do túnel para oferecer maior estabilidade. Possui a forma de um semicírculo.
Seção – Plena – é aplicar o Plano de Fogo de forma que após o desmonte o túnel ofereça seção e o contorno final
desejado.
Pilão – é a primeira área a ser afetada pela detonação. Nele estarão dispostos planejadamente furos vazios e carregados
com a finalidade de criar a frente livre inicial do desmonte.
Os pilões podem estar localizados em posições diferentes, conforme veremos:
Este pilão forma uma pilha no centro e bastante compacta. A fragmentação é maior que a normal e o consumo de
explosivos é baixo.
Este pilão apresenta uma boa fragmentação, a pilha fica menos compacta e o consumo de explosivos é maior que os
outros.
Furos de Alargamento – são os furos que aumentam a face livre criada pelo Pilão, estes furos são os mais importantes,
pois deles resultarão todo o trabalho desejado na escavação. Um dimensionamento errado destes, resultará em um péssimo
avançamento.
Furos de Contorno – também chamado de Smooth Blasting ou fogo cuidadoso. A perfeita aplicação destes furos e da carga
dos mesmos irá oferecer maior segurança economia em materiais de revestimento.
Avanço – é a área útil obtida com o plano de fogo, ou seja, a relação entre os metros
lineares avançados e a profundidade perfurada.
13. SEGURANÇA
Visando um maior desenvolvimento tecnológico no setor de Segurança com Explosivos, passamos a discorrer sobre as
operações a serem executadas nos trabalhos com explosivos, sejam eles desmontes de rochas, transportes, etc.
1. – Plano de Fogo
Um plano de fogo deve ser simples, mas completo, devido ao risco de erro. Um profundo conhecimento e entendimento
dos requisitos de um fogo são essenciais para a segurança e o sucesso deste plano. Se o Blaster não for experiente, um
assistente técnico deve ser consultado.
Quando se projetam detonações com alta Razão de Carregamento, deve ser conhecido o risco de ultralançamento e
tomadas às ações de controle.
Os explosivos só devem ser utilizados sob as condições para as quais foram destinados (temperatura, sensibilidade à
iniciação, resistência à água e pressão hidrostática, etc.).
A equipe de carregamento deve constantemente inspecionar os produtos para localizar danos, vazamentos ou
anormalidades antes do carregamento. Nunca utilize um produto suspeito.
2. – Planejamento
Nele prevemos o tempo disponível para as atividades de detonação, número e experiência dos cabos de fogo e
ajudantes, e imprevistos com um tempo extra.
Quando possível, deve–se ter uma boa coordenação entre o encarregado da detonação e a equipe de perfuração.
A área de detonação deve ser evacuada se uma tempestade elétrica se aproximar durante o tempo que o explosivo
estiver no local do carregamento.
3. - Carregamento
Quanto ao carregamento a equipe deve estar com os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) corretos, tais como:
• Capacete,
• Protetor Auricular,
• Óculos de segurança,
• Cinto de segurança,
• Luvas,
• Capa,
• Corda.
A equipe de detonação deve ter à sua disposição todas as ferramentas necessárias para manusear explosivos com
segurança. A seguir uma lista de sugestões:
O encarregado deve reunir a equipe para discutir sobre segurança antes do início do carregamento, abordando sobre
os seguintes tópicos:
• Identificar o encarregado;
O local a ser carregado deve ser revisto pelo encarregado e o pessoal do carregamento, enfatizando os seguintes itens:
Todo funcionário novo, ou sem experiência deve trabalhar sob a supervisão direta do encarregado.
Todos os funcionários não envolvidos na ligação do sistema devem ficar de fora da área durante a operação e nunca
assistindo a mesma.
4. Isolamento da Área
O encarregado deve sugerir que toda a equipe e o pessoal da mina façam revisão do isolamento da área e do plano
de emergência. Neste plano devemos:
Especificar os métodos de isolamento para evitar penetração durante o isolamento (deve-se delimitar a área de risco,
assim entendido como qualquer obstáculo que impeça o ingresso de pessoas não autorizadas);
Designar os pontos de guarda e assegurar que todos os guardas saibam onde é seu posto, descrevendo suas
autoridades;
Especificar o tipo de proteção para os guardas;
Assegurar que todos os guardas tenham identificação visual, bandeirolas, equipamentos de proteção individual e
um método de comunicação com o cabo de fogo.
2. Detonação;
3. Liberação da área.
Assegurar frequência livre e silêncio no rádio durante os sinais de detonação, a menos que haja uma razão para
tal (quando utilizando espoleta elétrica);
O refúgio para o cabo de fogo deve estar localizado fora do alcance de um ultra lançamento. O cabo de fogo é a
única pessoa autorizada a permanecer na área de isolamento.
As posições mais favoráveis são:
A proteção para o cabo de fogo deve ser bem feita. Carros, caminhonetes, caminhões ou outro veículo não são
apropriados para proteção. O refúgio deve ter pelo menos: telhado e três lados fechados, com entrada ao fogo; deve
suportar o impacto de uma rocha pesada vinda do fogo (deve ser feito em locais onde se permita a construção – pedreiras
ou mineradoras).
O cabo de fogo deve se comunicar com o encarregado, com o responsável pelo
isolamento e com os guardas para conferir a situação do isolamento antes de iniciar a detonação, a qual deve ser efetuada
preferencialmente no final do expediente.
Todas as pessoas responsáveis pela guarda da área isolada devem ser treinadas para suas funções.
É recomendada que os guardas usem roupas fluorescentes, bandeirolas, avisos e rádio.
O cabo de fogo deve observar de sua posição, toda a área isolada antes de iniciar a detonação.
Para aumentar a segurança da área de isolamento, criar postos de observação com contato via rádio com o cabo de fogo.
b)nas minerações subterrâneas, o retorno à área de fogo poderá ser abreviado por:
- ventilação adequada;
- molhando–se com água a pilha de material desmontado;
c)o tempo de espera para a área de fogo depende se a detonação foi feita a céu aberto, ou em subsolo.
Na verificação do resultado do desmonte, deve – se aguardar entre 10 e 20 minutos e é feita primeiramente pelo
responsável (blaster). Este, após a inspeção, liberará a área para continuidade dos serviços.
13.6 Verificação de Falhas (Negras)
- do resultado do desmonte;
- furos roubados;
- etc.
c) procedimentos de segurança na presença de falhas:
- não permita que os trabalhos de carga, transporte e furação sejam iniciados sem antes resolver o problema;
- não tentem retirar os explosivos do furo por meio mecânico. Sugere–se um jato de água (ar comprimido + água)
para retirar ou dessensibiliza–lo (se for possível);
- não se deve fazer furação em locais que possam atingir furos falhados;
- pode–se resolver o problema da falha; introduzindo–se uma nova carga escorvada e detona–lá;
14 – TRANSPORTE DE EXPLSIVOS
Existem regras para todas as etapas dos produtos controlados. Todo Blaster deve conhecer.
No caso do transporte de explosivos e seus acessórios, quer da fábrica para o revendedor quer deste para o usuário,
só pode ser feito depois de autorizada à guia de tráfego.
14.1 Normas Gerais
a)O motorista de qualquer veículo de carregamento de explosivo deve sinalizar qualquer movimento do veículo. Alarme de
marcha ré deve ser instalado em veículo de transporte de explosivos (para prestadora de serviços).
b)Verificar antes de sair para transportar explosivos: motor, chassis, freios, direção, sistema elétrico, carrocerias, triângulo e
extintor (verificando pneus a cada 100 Km ou a cada 2 (duas) horas).
Com relação à documentação: verificar a validade da carteira de habilitação, documentação da carga e do veículo para evitar
futuros transtornos, visto que você está transportando produtos perigosos.
c)O itinerário deve ser considerado importante. O trajeto deverá ser de menor movimento, evitando locais de possível
congestionamento. Sinalizar o veículo com bandeirolas, etiquetas e adesivos.
d)Quando acontecer “pane” no veículo, estacionar em local adequado, colocar o triângulo, manter o público curioso longe do
veículo, explicando com educação a situação.
e)Não estacionar a menos de 100 (cem) metros de pontes, viadutos, habitações ou locais de trabalho.
g)Nunca fumar quando estiver trabalhando ou transportando explosivos e nem permitir que outros fumem, através de placas
com dizeres “É proibido fumar” que possam ser observados por todos.
j)Não transportar explosivos com acessórios no mesmo veículo, apenas fazer este transporte se tiver uma caixa apropriada.
Por serem os Explosivos produtos controlados pelo Ministério do Exército e considerados perigosos para transporte, os
explosivos além das normas comuns de transporte estão também sujeitos à legislação própria.
Os transportes rodoviários de explosivos e acessórios estão, em nosso país, sujeito a seguinte legislação:
O transporte de explosivos obedecerá às regras de segurança, a fim de limitar, tanto quanto possível, os riscos de
acidentes, que são:
- Do tipo da embalagem;
- Da arrumação da carga;
- Salvo casos especiais, os serviços de carga e descarga de explosivos serão feitos durante o dia e com tempo bom.
- Tabuletas visíveis serão afixadas nos lados e atrás dos caminhões, com os dizeres “Cuidado Explosivo” e serão
colocadas bandeirolas vermelhas.
O condutor de veículo utilizado no transporte de explosivos, além das qualificações de trânsito, deverá receber
treinamento específico em órgão credenciado pelo Ministério dos Transportes.
- Nota Fiscal
- Guia de Tráfego
- Ficha de Emergência
Classe 1, somente para explosivos, esta subdividida em 5 subclasses, em ordem crescente de risco:
Os veículos de transporte deverão conter placas em todos os ângulos indicando o grupo de risco, o número de
identificação é uma letra que designa o grupo de compatibilidade.
1.Armazene somente explosivo neste local. Não armazene espoletas simples e elétricas, materiais inflamáveis, ferramentas
ou outros tipos de utensílios metálicos nos paióis de explosivo.
2.Manuseie com cuidado as caixas de explosivos. Não as deixe cair, nem os impulsione.
4.Armazene as caixas de dinamite com a tampa para cima. Os explosivos do tipo e marca correspondente devem ser
guardados juntos e com marcações bem visíveis para facilitar sua identificação, de forma que o material de mais tempo
em estoque seja utilizado em primeiro lugar.
5. Sempre embarque, despache e use com prioridade o estoque mais antigo.
6. Não utilize ferramentas de metal para abrir ou fechar caixas de explosivos, se estes entrarem em contato com o
explosivo, o mesmo poderá ser iniciado. No caso de caixas de papelão poderão ser empregadas para cortar a fita – lacre.
7. Não deixe explosivo soltos pelo paiol nem abra ali as caixas de explosivos.
9. Não fume nem porte fósforo, isqueiro ou outro material inflamável, nem permita que os outros o façam dentro do paiol de
explosivos.
10. Proíba disparos de tiros ou porte de armas de fogo e munições dentro ou nas mediações do paiol.
11. Mantenha o interior do paiol sempre limpo e o terreno ao redor livre de folhas, capim, vegetação de qualquer espécie,
lixo e detritos a fim de evitar incêndios.
12. As goteiras no telhado e paredes do paiol, assim como quaisquer outros na estrutura do mesmo, devem ser
imediatamente concertados.
13. Mantenha constante vigilância para averiguar as embalagens que apresentem avarias, exudação ou defeitos. Coloque–as
a um lado do paiol e notifique o fabricante, comunicando a causa provável.
14. Não utilize caixa de dinamite vazia dentro ou nas proximidades do paiol.
15. Mantenha a porta do paiol sempre trancada, salvo quando houver carga e descarga.
16. Ante a aproximação de tempestade os depósitos devem ser fechados e o pessoal afastado até o termino do fenômeno
atmosférico.
17. As caixas de dinamite devem ser dispostas em pilhas do seguinte forma:
• afastadas das paredes e do teto para assegurar boas condições de circulação de ar;
• separadas entre si para permitir a passagem, entrada e saída de caixas com segurança;
• as pilhas devem ser dispostas em filas da seguinte forma: afastadas das paredes no mínimo 10 cm, do
teto 70 cm e de outras filas 60 cm;
18– Para qualquer depósito serão exigidas a manutenção de vigia permanente e a proteção contra incêndios.
19– Para os paióis de primeira qualidade (permanente) será exigida a instalação de pára – raios.
16 – CERTIFICADO DE REGISTRO
Fornecido pelo Ministério do Exército através dos SFPCs, é o documento que habilita as Empresas a comprar, estocar,
consumir e/ou vender Produtos Controlados como: Explosivas Armas, Munição e Pirotécnicos.
16.1 Registros
Art. 40 – As pessoas físicas ou jurídicas, registradas ou não, que operem com produtos controlados pelo Exército,
estão sujeitas à fiscalização, ao controle e as penalidades previstas neste Regulamento e na legislação complementar em
vigor.
Art. 41 – O Registro será formalizado pela emissão do TR ou CR, que terá validade fixada em até três anos, a
contar da data de sua concessão ou revalidação, podendo ser renovado a critério da autoridade competente, por iniciativa
do interessado.
Art. 44 – O Registro somente dará direito ao que nele estiver consignado e só poderá ser cancelado pela autoridade
militar que o concedeu.
17 – CARTA BLASTER
Este documento é fornecido pelos Departamentos Estaduais de Segurança Pública através da Policia Civil.
O nome Blaster provém do inglês da palavra Blast, que significa Dinamitar, então podemos também chamar pela forma
popular de cabo de fogo.
Existem hoje três categorias:
Carta Blaster de 3º Categoria: esta categoria habilita o profissional a executar trabalhos de carregamento e detonação a
céu aberto em pedreiras e minerações onde não haja habitações e concentração humana.
Carta Blaster de 2º Categoria: esta categoria habilita o profissional a executar trabalhos de carregamento e detonação em
mineração e construções a subsolo.
Carta Blaster de 1º Categoria: esta categoria habilita o profissional a executar trabalhos de carregamento e detonação em
áreas urbanas.
18 – ASPECTOS LEGAIS
A atividade mineradora encontra – se associada ao uso de explosivos industriais objetivando a desagregação do material
rochoso para aproveitamento comercial ou a simples remoção para alguma obra de engenharia.
O manuseio do explosivo desde a sua estocagem, o transporte, carregamento e detonação implicam em grandes ricos,
conseqüentes da alta periculosidade de que são providos.
Estes riscos são representados pelos danos físicos ou materiais que podem
ocasionar a terceiros, os quais ao verem–se prejudicados recorrerão com predominância a um órgão policial e,
posteriormente, a uma ação indenizatória (civil).
Normalmente, a ação penal recairá sobre o responsável técnico (engenheiro e Blaster) e a ação civil no contratante
(em geral, a empresa); assim, cumpre
destacar a responsabilidade penal do engenheiro ou Blaster, pois, o mesmo será incurso no crime de natureza culposa
caracterizado por negligência, imprudência ou
imperícia.
Com isto, e em havendo um inquérito policial, poderão se requerer provas
técnicas ou periciais que materializem o fato delituoso; neste momento, surge o perito, profissional com conhecimentos,
isenção e habilitado a buscar vestígios do fato e relacioná–los sempre sob a ótica científica, procurando buscar a verdade
irrefutável.
18.1 Registros
Art. 40 – As pessoas físicas ou jurídicas, registradas ou não, que operem com produtos controlados pelo Exército,
estão sujeitas à fiscalização, ao controle e as penalidades previstas neste Regulamento e na legislação complementar em
vigor.
Art. 41 – O Registro será formalizado pela emissão do TR ou CR, que terá validade fixada em até três anos, a
contar da data de sua concessão ou
revalidação, podendo ser renovado a critério da autoridade competente, por iniciativa do interessado.
Art. 44 – O Registro somente dará direito ao que nele estiver consignado e só poderá ser cancelado pela autoridade
militar que o concedeu.
19 – ASPECTOS AMBIENTAIS
A lei 6938 que estabelece a política nacional de meio ambiente foi promulgada em 1981.
Nela estão os fundamentos que regem a proteção ambiental em nosso país.
A resolução CONAMA 001/86 regulamentou a lei 6938 definindo os empreendimentos que necessitam de
licenciamento ambiental. Dentre eles estão todas as atividades de mineração, incluída os minerais da Classe II – de
emprego direto na construção civil como pedreiras e atividades afins.
Cabe aos órgãos públicos competentes dos estados a fiscalização e execução das políticas ambientais, definidas pelo
artigo 225 parágrafo segundo da Constituição de 1988; do decreto 97.632 de 10 de abril de 1989, e das resoluções
CONAMA 009/90 que estabelecem normas e ações para obter – se o licenciamento ambiental para o setor mineral.
Os estudos exigidos por estas legislações de impacto ambiental – EIA, e os relatórios destes estudos – RIMAs são
acompanhados das propostas atenuantes e de controle destes impactos através dos Planos de Controle Ambiental – PCA.
Assim, qualquer novo empreendimento no Setor Mineral; como pedreiras, minerações, obras civis; estão obrigadas a
obter o licenciamento ambiental.
Ressalta – se que para as atividades que já operavam à época, (decreto 97.632) em abril de 1989 e que continuam
em operação há também a necessidade de
obterem o licenciamento ambiental.
Existem três tipos de licença ambiental, a saber:
- Que fenômenos ambientais danosos ao meio ambiente e ao tecido social são gerados pelo desmonte de rocha?
Atenção especial deve ser dada, nos relatórios e planos de Controle Ambiental, aos níveis de impacto de ar,
vibrações, bem como a ocorrência de ultralançamentos.
Referências Bibliográficas:
- Silva, V. C. Apostila da Disciplina MIN112 – Operações Minerais, UFOP, Ouro Preto, 2013.