Propiedades Mecânicas. Prof. Bruno Guedes

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Introdução à Ciências de Materiais

Propriedades Mecânicas

Prof. Bruno Guedes


OBJETIVO DA AULA

Ao final desta aula, você deverá:


1. Saber o conceito de Tensão;
2. Conhecer a Lei de Hooke;
3. Identificar os esforços atuantes: Tração, Compressão,
Cisalhamento, Flexão, Torsão e Flambagem;
4. Identificar as Propriedades Mecânicas: Resistência
Mecânica, Elasticidade, Ductilidade, Plasticidade,
Tenacidade, Resiliência, Dureza, Resistência a Fadiga e a
Fluência.
INTRODUÇÃO

• Tipos de deformações:

 Elásticas: os átomos se afastam das posições


originais sem ocuparem definitivamente novas
posições. O material retorna às suas dimensões
originais, quando é cessada o motivo da deformação.
 Plásticas: ao retirarmos o esforço, o material não
retorna às suas dimensões originais. Suas dimensões
originais ficam alteradas após cessar o esforço externo.
POR QUE ESTUDAR PROPRIEDADES
MECÂNICAS DOS MATERIAIS?

1. A determinação e/ou conhecimento das propriedades


mecânicas é muito importante para a escolha do material
para uma determinada aplicação, bem como para o
projeto e fabricação do componente.

2. As propriedades mecânicas definem o comportamento do


material quando sujeitos à esforços mecânicos, pois estas
estão relacionadas à capacidade do material de resistir ou
transmitir estes esforços aplicados sem romper e sem se
deformar de forma incontrolável.
POR QUE ESTUDAR PROPRIEDADES
MECÂNICAS DOS MATERIAIS?
Resumindo:

• Quando em serviço, os componentes mecânicos de

máquinas e estruturas estão submetidos à ação de esforços

ou cargas.

• O projeto adequado desses componentes exige o

conhecimento do COMPORTAMENTO MECÂNICO

ou das PROPRIEDADES MECÂNICAS dos materiais

de que são fabricados.


Principais propriedades
6 mecânicas
 Resistência à tração
 Elasticidade
 Ductilidade
 Fluência
 Fadiga
 Dureza
 Tenacidade,....

Cada uma dessas propriedades está associada à habilidade do


material de resistir às forças mecânicas e/ou de transmiti-las
Principais tensões aplicadas em
materiais.

Compressão
Determinação das propriedades
mecânicas
•As propriedades mecânicas dos materiais são determinadas
através de ensaios ou experimentos de laboratório,
cuidadosamente elaborados.
•Utiliza-se normalmente corpos de prova (amostra representativa
do material) para o ensaio mecânico, já que por razões técnicas
e econômicas não é praticável realizar o ensaio na própria
peça, que seria o ideal.
•Sociedades técnicas como a ASTM e a SAE americanas, a DIM
alemã e a ABNT brasileira estabelecem as normas de execução
desses ensaios.
•Reproduzir as condições de uso do dia a dia – tempo,
temperatura, meio, etc.
Ensaios mais comuns para se determinar as
propriedades mecânicas

1. Resistência à tração (+ comum, determina


a elongação);
2. Resistência à compressão;
3. Resistência à torção;
4. Resistência ao choque;
5. Resistência ao desgaste;
6. Resistência à fadiga;
7. Dureza;
8. Etc...
PROPRIEDADES MECÂNICAS

 Estudo do comportamento mecânico dos materiais,


utilizando o Ensaio de Tração e o Diagrama Tensão x
Deformação.
Ensaio Tração (Corpo de Prova):
 Considerando uma barra cilíndrica de área S0 e
comprimento L0 submetida a um esforço externo P
(uniaxial) na direção de seu eixo principal.
Ensaio de Tração

•É medida submetendo-se o material à uma carga ou força de tração, paulatinamente


crescente, que promove uma deformação progressiva de aumento de comprimento

•Permite a avaliação de diversas propriedades mecânicas importantes dos materiais.


•Utiliza um corpo de prova PADRÃO ou produtos de forma adequada (fios, barras,
chapas delgadas).
•É um ensaio DESTRUTIVO (o corpo de prova é deformado de modo permanente ou
levado a ruptura).
•Uma amostra é deformada, usualmente até a fratura, com uma carga de tração que
é aplicada ao longo do eixo de uma amostra. Uma amostra padrão de tração é
mostrada abaixo:
12 ESQUEMA DE MÁQUINA
PARA ENSAIO DE TRAÇÃO
PARTES BÁSICAS

Sistema de aplicação de carga


dispositivo para prender o corpo
de prova
Sensores que permitam medir a
tensão aplicada e a deformação
promovida (extensiômetro)
Ensaio de Tração

Fornece informações referentes a resistência e ductilidade. Tenacidade, entre


outros de do material ensaiado.
Propriedades passiveis de serem utilizadas em projeto.

Fig.: Dispositivo usado para conduzir ensaios


tensão-deformação por tração. O corpo de
prova é alongado pelo travessão móvel; uma
célula de carga e um extensômetro medem,
respectivamente, a magnitude da carga
aplicada e o alongamento
TIPOS DE ESFORÇOS EXTERNOS

 Tração;
 Compressão;
 Flexão;
 Torção;
 Flambagem;
 Cisalhamento.
TIPOS DE ESFORÇOS EXTERNOS

Tração: A força
atuante tende a
provocar um
alongamento do
elemento na direção
da mesma.
TIPOS DE ESFORÇOS EXTERNOS

Compressão: A força
atuante tende a
provocar um
alongamento do
elemento na direção da
mesma.
TIPOS DE ESFORÇOS EXTERNOS

Flexão: A força atuante


provoca uma
deformação do eixo
perpendicular à mesma.
TIPOS DE ESFORÇOS EXTERNOS
Torção: Forças atuam
em um plano
perpendicular ao eixo e
cada seção transversal
tende a girar em
relação às outras.
TIPOS DE ESFORÇOS EXTERNOS

Flambagem: É um
esforço de compressão
em uma barra de seção
transversal pequena em
relação ao
comprimento, que
tende a produzir uma
curvatura na barra.
TIPOS DE ESFORÇOS EXTERNOS
Cisalhamento: Forças
atuantes tendem a
produzir um efeito de
corte, isto é, um
deslocamento linear
entre seções
transversais.
Ensaio de Tração: Tensão (δ) x
Deformação (ε)
• O que acontece com o material durante o ensaio de tração?
DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO

• Diagrama resultante do ensaio de tração. Neste


ensaio traciona-se um corpo de prova cilíndrico até
que sofra fratura em uma máquina de tração com
velocidade constante.
DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO
• Os registros da carga atuante e das deformações são
registrados automaticamente pela máquina em forma
de gráfico de Carga x Deformação, do qual poderá ser
retirado os valores de carga máxima, carga de ruptura
e de escoamento, que divididos pela área do corpo de
prova, fornecem os valores de Tensão Máxima ou Limite
de resistência, Tensão de Ruptura ou Limite de Ruptura
e de Tensão de Escoamento ou Limite de Escoamento.
σ (MPa) Curva Tensão (σ) x Deformação (ε)
σLR
σf

σLE
Deformação plástica
Deformação plástica
uniforme
não uniforme

α=E

Região
elástica
Região plástica ε
Deformação plástica total

σLR = Tensão limite de resistência (TS - tensile strength)


σLE = Tensão limite de escoamento (YS - yield strength)
E = Módulo de elasticidade
RESITÊNCIA À TRAÇÃO
TENSÃO (σ) X Deformação (ε)
30

σ = F/Ao Kgf/cm2 ou Kgf/mm2 ou N/ mm2


Área inicial da seção reta transversal
Força ou carga

Como efeito da aplicação de uma tensão tem-se a deformação (variação


dimensional).

A deformação pode ser expressa: Deformação(ε) = lf-lo/lo= ∆l/lo


•O número de milímetrosa de deformação por
milímetros de comprimento
• O comprimento deformado como uma lo= comprimento inicial
percentagem do comprimento original
lf= comprimento final
Tipos de deformação

•Modulo de elasticidade –medida


da rigidez
•Tensão de escoamento
•Tensão máxima ou limite de
resistência
•Dutilidade (redução de área;
deformação)
•Coef de encruamento
•Estricção –estado triaxial de
tensões
A deformação pode ser:
32

 Elástica
 Plástica
Tipos de deformação
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
•Precede à deformação plástica
• É provocada por tensões que ultrapassam o
•É reversível limite de elasticidade
•Desaparece quando a tensão é • É irreversível porque é resultado do
removida deslocamento permanente dos átomos e
•É praticamente proporcional à tensão portanto não desaparece quando a tensão é
aplicada (obedece a lei de Hooke) removida

Elástica

Plástica

33
Zona Elástica
Zona Elástica
Zona Elástica: Módulo de elasticidade
Materiais para Construção Mecânica
Propriedades Mecânicas dos Metais

Zona Elástica: Determinação do módulo de


elasticidade
O módulo de elasticidade é igual à INCLINAÇÃO DA CURVA σxε:

E1 > E2
DESCARGA
σ2
1 2
σ
σ1 Material 1 é
σ (TENSÃO)

E = tan(α)
MAIS RÍGIDO.
α
CARGA

ε1 ε ε2
ε (DEFORMAÇÃO)

19
Zona Elástica: Influência da temperatura do
módulo de elasticidade

20
Materiais para Construção Mecânica
Propriedades Mecânicas dos Metais
Zona Elástica: Coeficiente de poisson (ν)

Quando um corpo de prova é tracionado, (direção z, por


exemplo) além do alongamento ao longo do eixo de
aplicação da carga, há uma CONSTRIÇÃO nas direções
laterais (no caso, em x e y), perpendiculares à tensão
aplicada.
Se o material é ISOTRÓPICO, εx = εy.
O COEFICIENTE DE POISSON (ν) é uma
importante propriedade elástica dos
materiais, definido como a RAZÃO
ENTRE AS DEFORMAÇÕES LATERAL
E AXIAL, ou:
Q
εx εy
ν=− =−
εz εz

Para muitos metais e ligas, 0,25 ≤ ν ≤ 0,35. 23


Diagrama Tensão - Deformação: Materiais
Dúcteis

 Quando uma grande deformação plástica ocorre entre o


limite de elasticidade e o ponto de fratura, dizemos que
esse material é DUCTIL.
Ex: Fio de ferro, deforma mas não quebra com facilidade.
Diagrama Tensão - Deformação: Materiais
Frágeis

 No entanto quando a fratura ocorre imediatamente após


ultrapassar o limite de elasticidade, o material é
(QUEBRADIÇO) FRÁGIL. Ex: Fio de aço do piano que rompe ao
ultrapassar o limite elástico.
TENSÃO X DEFORMAÇÃO
EXERCÍCIO
Calcule a deformação elástica que acontece em um
tirante que está submetido a uma força de tração de 8 000
N. O tirante tem seção circular constante cujo diâmetro
vale 6 mm, seu comprimento é 0,3 m e seu material tem
módulo de elasticidade valendo 2,1 x 105 N / mm2.
Δl = F . l / E.A
EXERCÍCIO

Uma peça de cobre de 305 mm é tracionada com uma


tensão de 276 MPa. Se a deformação é considerada
totalmente elástica, qual será o alongamento da peça?
EXERCÍCIO

Uma peça de cobre de 305 mm é tracionada com uma


tensão de 276 MPa. Se a deformação é considerada
totalmente elástica, qual será o alongamento da peça?

σ = E.ε = E.∆L/L0 ⇒ ∆L = σ. L0/E

E é obtido de uma tabela: ECu = 11.0 x 104 MPa

Assim: ∆L = 276 . 305/11.0 x 104 = 0.76 mm


46 Forças de compressão,
cisalhamento e torção

 O comportamento elástico também é observado


quando forças compressivas, tensões de
cisalhamento ou de torção são impostas ao material
Zona Elástica: Limite de elasticidade

σa – Tensão limite de elasticidade.


Zona Plástica
•É PERMANENTE: quando o esforço aplicado é removido, o corpo NÃO
retorna à sua forma original.
•Tem início quando é ultrapassada a FASE ELÁSTICA do material sob
deformação. Para a maioria dos materiais metálicos, o regime elástico
persiste até ε ≅ 0,005.
•A plasticidade do material é de grande importância prática, pois:
•Permite que o mesmo seja submetido no estado sólido a OPERAÇÕES DE
CONFORMAÇÃO MECÂNICA (LAMINAÇÃO, FORJAMENTO, ESTRICÇÃO, entre
outras).
•É fundamental o seu conhecimento para projetos em que o material é utilizado na
fabricação de elementos estruturais, os quais NÃO DEVEM SE DEFORMAR
PLASTICAMENTE sob a ação dos esforços mecânicos aos quais a estrutura estará
submetida.
•O principal mecanismo de deformação plástica dos metais é a
ESCORREGAMENTO, o qual envolve o movimento de DISCORDÂNCIAS.

23
Zona Plástica
•O principal mecanismo de deformação plástica
dos metais é o ESCORREGAMENTO, o qual
envolve o movimento de DISCORDÂNCIAS.

23
Zona Plástica: Escoamento e Limite de
escoamento

•Escoamento:
Início da deformação plástica. Esse fenômeno é nitidamente observado em alguns metais
de natureza dúctil, como aços baixo teor de carbono. Caracteriza-se por um grande
alongamento sem acréscimo de carga.

•É muito importante o conhecimento da tensão em que se inicia a


deformação plástica, denominada TENSÃO DE ESCOAMENTO.
•A transição elástico-plástico pode ser
• GRADUAL
•DESCONTÍNUA: o escoamento é nítido, marcado pelo LIMITE DE
ESCOAMENTO SUPERIOR e LIMITE DE ESCOAMENTO INFERIOR.
Fenômeno observado em alguns aços.
•A tensão limite de escoamento representa a resistência do
material à deformação plástica.

• Esse fenômeno é nitidamente observado em alguns metais de natureza dúctil, como aços baixo teor de
carbono. Caracteriza-se por um grande alongamento sem acréscimo de carga.

23
Zona Plástica: Escoamento e Limite de
escoamento

23
Zona Plástica: Escoamento e Limite de
escoamento

23
Limite de Escoamento
53
Zona plástica: limite de resistência à tração

23
Zona plástica: limite de resistência à tração

• Zona de encruamento – após a regiao de escoamento –


deformação a frio – interação de discordâncias
M
LRT

F
Tensão

Deformação

23
Zona plástica: Tensão de Ruptura (Kgf/mm2)

Tensão de Ruptura (Kgf/mm2)

• Corresponde à tensão que promove


a ruptura do material
• O limite de ruptura é geralmente
inferior ao limite de resistência em
virtude de que a área da seção reta
para um material dúctil reduz-se
antes da ruptura

23
Ductilidade

57
Ductilidade
Um conhecimento da ductilidade dos materiais
é importante por pelo menos 2 razões:

• Primeiro, ela indica ao projetista o grau até onde uma


estrutura se deformará plasticamente antes da fratura.

• Segundo, ela especifica o grau de deformação


permissível durante
operações de fabricação.

58
Ductilidade

Como a deformação final


é localizada, o valor da
elongação só tem significado
se indicado o comprimento de
medida
Ex.: Alongamento: 30% em
50mm.

59
Ductilidade x Fragilidade

60
Ductilidade x Fragilidade

61
Resiliência

62
Tenacidade

63
Influência da temperatura nas propriedades
mecânicas.

64
Exemplo
Exemplo
Exemplo
Exemplo
Considere um corpo de prova cilíndrico feito a partir de uma liga de a9o (Fig. 6.21)
com 10 mm (0,39 pol.) de diâmetro e 75 mm (3 ,0 pol) de comprimento, puxado em
tração. Determine o seu alongamento quando uma carga de 23.500 N (5300 lb,) é
aplicada.

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