Algebra Linear Guia Unid2 AVA

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Álgebra Linear

UNIDADE 2
2ª UNIDADE

DISCIPLINA: ÁLGEBRA LINEAR

Sistemas de Equações Lineares

Em muitos problemas que nos deparamos no dia a dia precisamos recorrer a solução de um sistema a fim
de obter os resultados pretendidos e algumas vezes precisamos verificar se um determinado problema
possui solução única, possui infinitas soluções ou não possui solução.

O objetivo desta seção é estudar detalhadamente todas as situações que podem ocorrer na resolução de
um sistema linear.

Equação Linear: Toda equação do 1º grau, ou seja, onde as incógnitas estão elevadas ao ex-
poente 1.

Um sistema de equação linear é composto por duas ou mais equação linear. Exemplo.

Este é um sistema linear com três equações e três incógnitas.


Agora pegue o seu livro texto e faça a leitura das páginas 35 e 36.

E então fez a leitura recomendada?

Ótimo, desta forma vamos dar continuidade aos nossos estudo, esperamos que tenha ficado bastante
esclarecido os conceitos sobre sistemas lineares.

Quanto à solução um sistema linear pode ser classificado em:

• Sistema possível ou compatível

• Determinado Neste caso o sistema possui apenas uma solução.


• Indeterminado Neste caso o sistema possui infinitas soluções.

• Sistema impossível ou incompatível Neste caso o sistema não possui solução.

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Métodos de resolução de sistemas de equações lineares

Método da Substituição

Consiste em isolar uma das incógnitas de uma das equações do sistema e substituir na outra equação
tornando assim uma equação com uma incógnita e de fácil solução.

EXEMPLO: Resolver o sistema pelo método da substituição.

Solução:

Isolando x na segunda equação, temos:

x = 3y – 2

Substituindo este valor na primeira equação ( 2 x – y = 6 ) obtemos:

2(3y–2)–y= 6
6y–4–y=6
6y–y=6+4
5 y = 10
y = 10 / 5
y=2

Agora vamos substituir este valor (y = 2 ) em uma das equações do sistema, por exemplo a primeira equa-
ção ( 2 x – y = 6 ).

2x–y=6
2x–2=6
2x=6+2
2x=8
x = 8 /2
x=4

Então a solução do sistema é S = { ( 4 , 2 ) }, ou seja, x = 4 e y = 2.

A solução deste sistema pode ser interpretado geometricamente como sendo as coordenadas do ponto
de interseção entre duas retas.

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Observe que podemos fazer uma discussão a cerca da solução de um sistema linear, analisando a posição
relativa entre as duas retas. E sendo as retas concorrentes, como é o caso acima, o sistema é possível
e determinado, ou seja, tem uma única solução, no caso em que as duas retas são paralelas, não tendo
ponto em comum, o sistema é dito impossível ou incompatível, ou seja, não possui solução e sendo as
retas coincidentes o sistema possui infinitas soluções, uma vez que possui infinitos pontos em comum
entre elas.

Método da Adição

Este método consiste em soma os dois membros das equações do sistema a fim de restar apenas uma
incógnita.

Exemplo: Resolver o sistema pelo método da adição.



1) A fim de eliminar a incógnita x no sistema temos:

(-2x)

5y = -9
Y = -9/5

Substituindo o valor de y = -9/5 em uma das duas equações, por exemplo:

x–4y=5
x – 4 ( -9 / 5 ) = 5
x + 36 / 5 = 5
x = 5 – 36/5
x = ( 25 – 36 )/5
x = -11 / 5
S = { ( -11/5 ; - 9 / 5 )}

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Caro aluno(a), recomendo que você pegue agora o seu livro texto BUP e faça a leitura das páginas 40 e 41.

Método da eliminação de Gauss

Montar a matriz ampliada do sistema que é constituída pelos coeficientes das incógnitas e dos termos
independentes. A técnica consiste em transformas através de operações elementares a matriz dos coefi-
cientes na matriz identidade e aplicando as mesmas operações nos termos independentes.

A fim de discutirmos outro método para a resolução de um sistema linear abordaremos nesta seção o
conceito de forma escada de uma matriz.

FORMA ESCADA

Definição: Uma matriz m x n é dita linha reduzida à forma escada se



a) O primeiro elemento não nulo de uma linha não nula é 1.
b) Cada coluna que contém o primeiro elemento não nulo de alguma linha tem todos os seus outros
elementos iguais a zero.
c) Toda linha nula ocorre abaixo de todas as linhas não nulas ( isto é, daquelas que possuem pelo
menos um elemento não nulo ).
d) Se as linhas 1, ... , r são as linhas não nulas, e se o primeiro elemento não nulo da linha i ocorre na
coluna ki , então k1< k2 < ... < kr.

Esta última condição impõe a forma escada à matriz, isto é, o número de zeros precedendo o primeiro
elemento não nulo de uma linha aumenta a cada linha, até que sobrem somente linhas nulas, se houver.

EXEMPLOS

Exemplo 1 ) Não é forma escada, pois a segunda condição não é satisfeita.

Exemplo 2 ) Não é forma escada, pois não satisfaz a primeira e a quarta condição.

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Exemplo 3 ) É a forma escada, pois satisfaz a todas as condições.

Este tópico é tratado de forma bastante clara no seu livro texto BUP nas páginas 42 , 43 , 44 , 45, 46 , 47
, 48 , 49 e 50 portanto é estritamente recomendado que você faça a leitura destas páginas.

O Método de Gauss-Jordan baseia-se no fato de que dois sistemas equivalentes possuem as mesmas
soluções e ao aplicarmos operações elementares sobre um sistema estamos gerando sistemas equiva-
lentes.

E ai, fez a leitura recomenda, observe que o método proposto por Gauss é infalível para qualquer tipo de
sistema linear.

Método de Cramer – Este método é utilizado apenas quando o número de equações for igual ao número
de incógnitas.

Pegue o seu livro texto BUP e faça a leitura das páginas 56 e 57.

Procedimento para este método.



1. Montar o determinante (D) da matriz dos coeficientes ( aquele formado pelos coeficientes das incóg-
nitas ).

Se D≠0 ( Sistema possível e determinado - Solução Única).



2. Montar o determinante N_x: Determinante obtido substituindo a coluna correspondente à variável x
pela coluna dos termos independentes.


3. Montar o determinante N_y: Determinante obtido substituindo a coluna correspondente à variável y
pela coluna dos termos independentes.

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4. Montar o determinante N_z: Determinante obtido substituindo a coluna correspondente à variável z
pela coluna dos termos independentes.

5. A solução do sistema pelo método de Cramer será dada pelas expressões abaixo.

Logo a solução do sistema será dado por S={(x,y,z)}.

Cabe aqui um comentário sobre a regra de Cramer. Embora seja muito útil, pois dá uma
forma explícita das soluções de um sistema linear , ela não é muito usada para cálculos
numéricos. Isto porque o número de operações que ela envolve é muito grande, quando
trabalhamos com muitas equações. No cálculo de um determinante de ordem n, temos
que calcular n! produtos de n fatores, e depois somá-los. Efetuamos então n! ( n – 1
) + ( n! – 1 ) = n! n – 1 operações. Como para resolver um sistema n x n pela regra de
Cramer precisamos calcular n + 1 determinantes de ordem n, o número de operações
se elevaria a ( n + 1 ) ( n!n – 1 ), que é maior que n2n!.

Observe a seguinte comparação, para resolvermos um sistema de 10 equações e 10 incógnitas, pela regra
de Cramer teríamos um número de operações superior a 102 x 10! = 362.880.000 operações, enquanto
que pelo método de redução de linhas não chegariam a 14000.

Muitos dos problemas que aparecem em Engenharia, Economia , Biologia etc.,costumam envolver um
grande número de incógnitas, de ordem de 100 , 1.000 por exemplo. Nestes casos, mesmo os métodos de
eliminação e redução por linhas podem não ser adequados. Então nos meios computacionais preferem-se
usar métodos numéricos interativos ( como, por exemplo, o de Gauss-Seidel ).

Vejamos um exemplo.

Considere o seguinte sistema linear .

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A matriz dos coeficientes será e a matriz ampliada é .

Sobre o método de Cramer para resolução de um sistema linear vale ressaltar que os valores dos deter-
minantes da matriz dos coeficientes e das matrizes das incógnitas classificam o sistema linear quanto ao
número de solução. Observe.

No caso em que o determinante da matriz dos coeficientes seja diferente de zero, então o sistema será
classificado como possível e determinado, ou seja, solução única.

Se o determinante da matriz dos coeficientes for igual a zero e os determinantes das matrizes das in-
cógnitas forem todos iguais a zero, o sistema será possível e indeterminado e neste caso terá infinitas
soluções.

Caso em que o determinante da matriz dos coeficientes seja diferente de zero e existir ao menos um dos
determinantes das matrizes das incógnitas diferente de zero, então o sistema será dito impossível e neste
caso não tem solução.

Atividade 1): Resolva o sistema linear a seguir pelo método de Cramer.

Atividade 2): Analise o sistema linear calculando o determinante da matriz das incógnitas e da matriz dos
coeficientes e classifique-o quanto ao número de soluções.

Atividade 3): Analise o sistema linear calculando o determinante da matriz das incógnitas e da matriz dos
coeficientes e classifique-o quanto ao número de soluções.

Atividade 4): Analise o sistema linear calculando o determinante da matriz das incógnitas e da matriz dos
coeficientes e classifique-o quanto ao número de soluções.

Atividade 5): Analise o sistema linear calculando o determinante da matriz das incógnitas e da matriz dos
coeficientes e classifique-o quanto ao número de soluções.

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Atividade 6): Sabe-se que uma alimentação diária equilibrada em vitaminas deve constar de 170 unida-
des de vitamina A , 180 unidades de vitamina B, 140 unidades de vitamina C , 180 unidades de vitamina
D e 350 unidades de vitaminas E.

Com o objetivo de descobrir como deverá ser uma refeição equilibrada, foram estudados cinco alimentos.
Fixada a mesma quantidade ( 1 g ) de cada alimento , determinou-se que:

1. O alimento I tem 1 unidade de vitamina A , 10 unidades de vitamina B , 1 unidade de vitamina


C , 2 unidades de vitaminas D e duas unidades de vitamina E.
2. O alimento II tem 9 unidades de vitamina A , 1 unidade de vitamina B , 0 unidade de vitamina
C , 1 unidade de vitamina D e 1 unidade de vitamina E.
3. O alimento III tem duas unidades de vitamina A , 2 unidades de vitamina B , 5 unidades de
vitamina C , 1 unidade de vitamina D e duas unidades de vitamina E.
4. O alimento IV tem 1 unidade de vitamina A , 1 unidade de vitamina B , 1 unidade de vitamina C
, 2 unidades de vitamina D e 13 unidades de vitamina E.
5. O alimento V tem 1 unidade de vitamina A , 1 unidade de vitamina B , 1 unidade de vitamina C
, 9 unidades de vitamina D e 2 unidades de vitamina E.

Quantos gramas de cada um dos alimentos I, II , III , IV e V devemos ingerir diariamente para que nossa
alimentação seja equilibrada?

Atividade 7): Necessita-se adubar um terreno acrescentando a cada 10 m2 140 g de nitrato, 190 g de
fosfato e 205 g de potássio.

Dispõe-se quatro qualidades de adubo com as seguintes características:

1. Cada quilograma do adubo I custa R$ 5,00 e contém 10 g de nitrato, 10 g de fosfato e 100 g de


potássio.
2. Cada quilograma do adubo II custa R$ 6,00 e contém 10 g de nitrato, 100 g de fosfato e 30 g
de potássio.
3. Cada quilograma do III custa R$ 5,00 e contém 50 g de nitrato, 20 g de fosfato e 20 g de po-
tássio.
4. Cada quilograma do adubo IV custa R$ 15,00 e contém 20 g de nitrato 40 g de fosfato e 35 g
de potássio.

Quanto de cada adubo devemos misturar para conseguir o efeito desejado se estamos dispostos a gastar
R$ 54,00 a cada 10 m2 com a adubação?

Resolução de um sistema linear pelo método de Laplace

O desenvolvimento de Laplace é uma fórmula de recorrência que permite calcular o determinante de uma
matriz de ordem n, a partir dos determinantes das submatrizes quadradas de ordem n – 1. Em grande parte
dos casos ele simplifica muito o cálculo de determinante, principalmente se for utilizado um conjunto com
outras propriedades dos determinantes.

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O método de Laplace permite que você escolha uma fila ( linha ou coluna para desenvolver o determinante
e o valor deste determinante será dado pela seguinte fórmula:

, nesta fórmula o cálculo do determinante está sendo realizado pela


linha i da matriz A.

Aqui Dij representa o determinante da matriz obtida quando excluímos a linha i e a coluna j a que o
elemento aij pertence.

O posto de uma matriz é a quantidade de linhas não nulas na sua forma escada.

1 – Cálculo do Posto de Uma Matriz Através de Determinantes: Muitas vezes, é suficiente saber apenas
se um sistema de equações lineares tem solução sem precisar resolvê-lo, isto é, sem explicitar as solu-
ções. Por exemplo, ao estudar a posição relativa entre duas retas no plano, dadas pelas equações y – 2x =
3 e y – 3x = 2, podemos estar interessado em saber apenas se elas se interceptam ou não, sem determinar
seu ponto de interseção. Ou seja, queremos saber se o sistema

Admite ou não solução.

A existência e o número de soluções estão relacionados com o posto da matriz dos coeficientes e o posto
da matriz ampliada.

2 – Matriz dos Coeficientes: Formada pelos coeficientes das incógnitas de um sistema linear.
3 – Matriz Ampliada: Formada pelos coeficientes das incógnitas de um sistema linear acrescido da coluna
dos termos independentes.
4 – Posto de uma matriz: É o número de linhas não nulas da matriz na forma escada.

Teorema

1. Um sistema de m equações e n incógnitas admite solução se, e somente se o posto da matriz


ampliada é igual ao posto da matriz dos coeficientes.
2. Se as duas matrizes têm o mesmo posto p e p = n , a solução será única.
3. Se as duas matrizes têm o mesmo posto p e p < n , podemos escolher n – p incógnitas , e as
outras p incógnitas serão dadas em função destas.

No caso iii o grau de liberdade do sistema é n – p.

Agora que você já tem uma idéia sobre os conceitos de posto e nulidade, pegue o seu livro texto BUP e
faça a leitura das páginas 50, 51 e 52.

Acompanhe a solução deste exercício que é bastante importante a título de aprendizagem.


Exercício Resolvido.

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Seja resolver o sistema

Solução:

Vamos escrever a matriz associada ao sistema.

1 2 1 1 0
1 3 -1 2 0

que reduzida à forma escada fornece

1 0 5 -1 0
1 1 -2 1 0

Reinterpretando o sistema, vemos que z e t são variáveis livres ( grau de liberdade 2 ). Chamando
obtemos:

ou, na forma matricial

Olá, você fez a leitura recomendada! Ótimo. Agora faça os exercícios propostos a seguir.

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Atividades

1) Reduza as matrizes à forma escada reduzida por linhas.

2) Uma maneira de codificar uma mensagem é através de multiplicação por matrizes. Vamos
associar as letras do alfabeto aos números, segundo as correspondências abaixo:

Suponha que a nossa mensagem seja “ PUXA VIDA “. Podemos formar uma matriz 3 x 3 assim:

, que usando a correspondência fica:

Agora seja C uma matriz qualquer 3 x 3 inversível, por exemplo:

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Multiplicando nossa matriz da mensagem por C, obtendo

Transmitimos esta nova matriz (na prática, envia-se a cadeia de números -5 83 58 1 21 22 5 13 14


). Quem recebe a mensagem decodifica-a através da multiplicação pela inversa ((M∙C) ∙ C-1 = M) e posterior
transcrição dos números para letras. C é chamada matriz chave para o código.

a) Você recebeu a mensagem:

-12 48 23 -2 42 26 1 42 29

Utilizando a mesma chave traduza a mensagem.

b) Acontece que o inimigo descobriu sua chave. O seu comandante manda você substituir a matriz

chave por .

Você transmite a mensagem “ CRETINO ...” a ele (codificada naturalmente!) Por que não será possível a
ele decodificar sua mensagem?

c) Escolha uma matriz chave que dê para codificar palavras até 16 letras.
Codifique e decodifique à vontade.

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