Sistemas de Informações Gerenciais: Katia Cilene Neles Da Silva
Sistemas de Informações Gerenciais: Katia Cilene Neles Da Silva
Sistemas de Informações Gerenciais: Katia Cilene Neles Da Silva
INFORMAÇÕES
GERENCIAIS
Introdução
Neste capítulo, você compreenderá o conceito de gestão da cadeia
de suprimentos (SCM), do inglês supply chain management, bem como
sua estratégia além das fronteiras da empresa. Identificará os principais
problemas e soluções para SCM e entenderá como as tecnologias podem
auxiliá-la.
Cadeia de suprimentos
Cadeia de suprimentos é uma rede de organizações e um processo de negócios
que seleciona matérias-primas. À medida que se movimentam na cadeia de
suprimentos, as matérias-primas são transformadas em produtos intermedi-
ários e, finalmente, em produtos acabados que são enviados para centros de
distribuição e expedidos para varejistas e clientes. Toda cadeia é interligada
a fornecedores, instalações industriais, centros de distribuição, varejistas e
clientes, fornecendo, assim, mercadoria e serviços desde matéria-prima ou
fonte de início até disponibilidade para consumo. Matérias-primas, informa-
ções e pagamentos fluem pela cadeia de suprimentos em ambas as direções
(KROMBERG, 2009).
Para Gomes (2004 apud KROMBERG, 2009, p. 121), “o conceito de cadeia
de suprimentos é uma extensão da logística. O gerenciamento da logística
está primeiramente preocupado com a otimização dos fluxos dentro da orga-
nização”. Kromberg (2009) destaca também que as empresas usam sistemas
de SCM para a troca de informações entre todos os elos da cadeia, por meio
de sistemas e softwares de muita eficiência, essenciais para que ela funcione
com excelência.
4 SCM – Gestão da cadeia de suprimentos
planejamento e controle das operações (em que quanto mais integrado for
o planejamento, maiores serão os benefícios percebidos da integração),
nas quais o controle pode ser implementado por meio da definição de
indicadores de performance globais;
estrutura de trabalho e atividades, que indica como a empresa realiza
suas tarefas e como o nível de integração das atividades em uma cadeia
é um importante fator de sucesso na sua integração;
estrutura organizacional, que pode se referir à organização da empresa
e da cadeia.
https://goo.gl/YBNDKH
(Continua)
10 SCM – Gestão da cadeia de suprimentos
(Continuação)
(Continua)
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(Continuação)
(Continuação)
Fonte: Fleury, Wanke e Figueiredo (2000 apud JORDÃO; TRINTA; OLIVEIRA, 2007).
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Fornecedor Indústria de
de
matéria-prima manufatura
Como o
fornecedor
Quem Como Propriedade utiliza os
decide a decide a dos dados da
Programa reposição reposição estoques demanda
(Continuação)
Como o
fornecedor
Quem Como Propriedade utiliza os
decide a decide a dos dados da
Programa reposição reposição estoques demanda
https://goo.gl/RR3Dqd
24 SCM – Gestão da cadeia de suprimentos
Estudo de caso — Procter & Gamble busca diferencial competitivo com logística de
entrega — Jornal Valor Econômico, 25 de agosto de 2008
Como diretor encarregado da maior cadeia de abastecimento de mundo, Keith
Harrison acredita que chegou a hora de dar um maior reconhecimento aos bastidores
da logística. O diretor global de abastecimento de produtos da Procter & Gamble (P&G)
acredita que a busca pela vantagem competitiva vai se concentrar mais na eficiência
da cadeia de abastecimento, uma vez que os grupos varejistas e os fornecedores
vêm travando uma batalha enorme com o aumento dos custos commodities e da
energia. “Hoje você tem congestionamentos de trânsito, os custos dos fretes, há falta
de motoristas e problemas de capacidade. O capital de giro está muito mais caro. A
competição entre os varejistas e os fornecedores está maior. Tudo isto está pressionando
a execução, o que se manifesta através da cadeia de fornecimento. A situação nunca
esteve tão crítica”, afirma.
Desde sua nomeação em 2001, Harrison tem estado na frente dos esforços para
reduzir os custos na cadeia de abastecimento da P&G e ajudar a companhia a cumprir
suas metas de longo prazo de crescimento de vendas e lucros, apesar da alta dos
custos dos insumos. Mas ele diz que a P&G também vem buscando cada vez mais, nos
últimos três anos, maneiras de transformar melhorias na cadeia de abastecimento em
crescimento de faturamento. “Estamos tentando transformar a cadeia de abastecimento
em um motor do crescimento da companhia”, diz ele. “Em grande parte do tempo,
a cadeia de abastecimento é um controle de custo reagente ou passivo. Mas nós
achamos que existe também uma oportunidade para que a cadeia de abastecimento
crie crescimento do faturamento, assim como dos lucros”.
Uma cadeia de abastecimento eficiente ajuda os fabricantes a reduzir a falta de
produtos nos varejistas, o que, por sua vez, previne perdas nas vendas. Além de essas
vendas beneficiarem o varejista, a entrega eficiente de produtos para atender à de-
manda também diminui os custos de manutenção dos estoques.
A P&G está dizendo aos varejistas que ela deveria ser recompensada pelos benefícios
que sua cadeia de abastecimento proporciona — com determinadas medidas de
vendas e comercialização que demonstram os ganhos proporcionados pelas melhorias
na cadeia. “Se eu faço algo com minha cadeia para reduzir os estoques de meus clientes,
eu quero mais do que apenas a distinção de fornecedor do ano” diz ele. “Como fazemos
para ter esse valor que criamos, pelo menos parcialmente reinvestido no crescimento
de nossa empresa? Adotamos uma política de preços mais impetuosa, criamos atrações
melhores, uma melhor exibição, uma melhor arrumação nas prateleiras?”, questiona.
Como exemplo dos potenciais benefícios, Harrison cita um projeto piloto o Walmart
dos Estados Unidos, cujas lojas espalhadas pelo mundo respondem por 15% das vendas
totais da P&G. As duas companhias estabeleceram uma relação cooperativa no fim
dos anos de 1980, começando com a decisão do Walmart de dar a P&G e a outros
fornecedores acesso aos dados de vendas dos clientes, recolhidos por seu sistema de
computadores Retail Link.*
SCM – Gestão da cadeia de suprimentos 25
Ao longo dos últimos doze meses, a fábrica da P&G no Missouri vem usando dados
de vendas em tempo real nas lojas não para prever a demanda, mas para programar
a renovação das entregas numa base loja por loja para um produto-teste individual.
Em vez de embarcar o volume solicitado para um centro de distribuição, onde ele
é então desmanchado para ser enviado às lojas, o carregamento é feito sob medida
para cada loja. Quando os produtos chegam no centro de distribuição do Walmart,
eles são transferidos diretamente dos caminhões da P&G para os veículos apropriados
do Walmart sem tempo algum de estocagem. “Ele é montado para uma determinada
loja e está fluindo pelo sistema”, explica Harrison.
Harrison prevê que o processo vai acelerar o avanço dos produtos das fábricas da P&G
até as lojas Walmart em cerca de dez dias, com maiores economias de estoque possíveis
do fundo das lojas até as prateleiras do Walmart. Isso faz do projeto um exemplo perfeito
dos esforços para se fazer a “administração da cadeia de abastecimento voltada para
o consumidor”. A P&G está agora ampliando o plano piloto para outros produtos
na mesma fábrica e conversando com outros grupos varejistas sobre a abordagem.
As reduções de estoque que podem ser obtidas para uma rede de supermercados
agora fazem parte das negociações anuais com os grandes grupos internacionais de
varejo. As melhorias na cadeia de abastecimento podem ser incorporadas como parte
de um “plano conjunto de criação de valor”. “Historicamente, pensávamos em criação
conjunta de valor no contexto das iniciativas de promoção de marcas ou coisas do tipo.
O conceito de criação de valor através de nossa rede de fornecimento é novo”, diz ele.
Tão novo, acrescenta, que também está envolvendo uma “mudança de mentalidade”
para a P&G. “É uma mudança de cultura para a nossa organização de vendas porque ela
não pensava ou não entendia as capacidades da cadeia de abastecimento. Portanto,
isso tem sido um aprendizado pra todos nós. Ele está ganhando força agora e começa
a se sair muito bem”.
O’Marah diz que é raro a P&G demonstrar ativamente a importância de sua cadeia de
abastecimento como um condutor de vendas: “a P&G está numa posição de liderança.
O reconhecimento da importância da cadeia de abastecimento chega até o diretor-
-presidente”, diz ele. Em outros lugares, a ideia vem se espalhando por apresentações
no PowerPoint, mas ainda não dá para todo mundo colocá-la em prática.
*Retail Link é uma ferramenta que permite ao fornecedor acessar via internet os mesmos dados que os compradores
utilizam diariamente. Possibilita transferir os resultados das consultas ao nosso banco de dados, em formato de planilha
ou arquivo de texto, ao computador do fornecedor, que pode analisar e usar essas informações de acordo com suas
necessidades. O Retail Link consolida as informações de diversos sistemas (de nossas lojas, nossos centros de distribuição
e escritórios centrais), formando o maior banco de dados de propriedade privada do mundo.
Fonte: VALOR ECONÔMICO (2008).
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Leituras recomendadas
LIMA, A. T. P; GORAYEB, D. M. C; SILVA, K. C. N. Sistemas de Informação. Manaus (AM):
UEA Edições, 2010.
O’BRIEN, J. A. Sistemas de informação e as decisões gerencias na era da internet. Tradução
Célio Knipel Moreira e Cid Knipel Moreira. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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