Ebook Avaliação Psicopedagógica
Ebook Avaliação Psicopedagógica
Ebook Avaliação Psicopedagógica
PSICOPEDAGÓGICA
Ms Márcia Guimarães
Psicopedagoga Clínica, professora do Ensino Superior, Coordenadora Pedagógica de
Cursos de Especialização da UNIUBE (Universidade de Uberaba).
Mestre em Educação pela Universidade de Uberaba – UNIUBE (2013); Especialista em
Docência Universitária pela – UNIUBE (2009); Especialista em Psicopedagogia
Ins tucional – FEU/CESUBE (2005); Graduada em Pedagogia pela FEU/CESUBE (2002)
com habilitação em: magistério nas séries iniciais do Ensino Fundamental, Supervisão
Escolar e Administração Escolar.
SUMÁRIO
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INTRODUÇÃO
No momento em que a vida social torna-se cada vez mais complexa, impulsionada
pelo avanço das tecnologias de comunicação, as dificuldades de aprendizagem e o
fracasso escolar estão cada vez mais presentes em nossa educação. Esse fato nos é
revelado pelas avaliações externas, e a ampla divulgação de seus resultados nos mais
diversos meios de comunicação.
Pensando nisso, é que esse e-book foi planejado e estruturado, para melhor auxiliar
os profissionais na avaliação psicopedagógica que realizam, tornando-a mais
organizada e sistema zada. No decorrer da leitura, você irá observar que algumas
vertentes teóricas foram escolhidas. Isso é parte essencial do nosso trabalho, ou seja,
ar cular teoria e prá ca.
Esse material se des na para uma avaliação de crianças a par r dos 6 anos de idade
quando inicia a alfabe zação. Anterior a essa fase, podemos sim realizar uma avaliação
psicopedagógica, contudo, nesse e-book, você não encontrará instrumentos para
validar esse processo.
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O primeiro contato
O primeiro contato da família se faz pelo telefone (diretamente com você ou com a
secretária). Hoje, é comum o uso do aplica vo WhatsApp para realizar esse primeiro
contato.
Passados dois dias, entramos em contato com aquela mãe que havia nos procurado
anteriormente para saber se ainda havia interesse em nosso trabalho psicopedagógico,
mas, não ob vemos a resposta, nem mesmo pelo Whatssap. Após três semanas deste
episódio, a mãe marcou o primeiro encontro presencial e a avaliação ocorreu de forma
habitual.
Uma conversa pelo WhatsApp não subs tui uma entrevista presencial, pois nossas
expressões faciais, corporais, o tom de voz, dizem muito sobre a situação que a família
vivencia. Tais expressões não são percebidas por intermédio de uma conversa por
aplica vo.
É extremamente importante fazer uma boa entrevista inicial, pois é através dela que
levantaremos as primeiras hipóteses sobre os problemas de aprendizagem a serem
avaliados na criança/adolescente. É a par r das hipóteses que selecionamos os
instrumentos mais apropriados para a realização da avaliação. Vale destacar que
nenhuma avaliação é igual à outra, uma vez que nenhum paciente é igual ao outro.
Durante a entrevista inicial, também são feitos os combinados e contratos rela vos à
avaliação. Assim, todos ficam resguardados quanto às responsabilidades e
compromissos assumidos neste dia.
2) “Não saber ler, só copia as a vidades, não faz tarefas sem mim.”
4) “Nunca gostou de estudar, mas agora precisa aprender a ler, pelo menos.”
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Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem – EOCA
- Maiores de 5 anos
- massa de modelar;
- cubos;
- jogos de encaixe;
- livro e revistas;
- caderno com folhas pautas;
- cola branca e/ou colorida;
- nta guache;
- toalha;
- pincel;
- borracha;
- tesoura;
- cartões de 15cm x 15cm;
- diversos pos de papel;
- jogos (Soletrando);
- quebra-cabeça (fácil);
- outros materiais.
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Provas Operatórias
- Jean Piaget (2002)
Jean William Fritz Piaget, psicólogo, biólogo e filosofo, nasceu em Neuchâtel, Suíça,
em 9 de agosto de 1896. É mundialmente conhecido por seu trabalho sobre a
inteligência e o desenvolvimento infan l, sendo base para inúmeros estudos em
psicologia e pedagogia até os dias atuais. Na maior parte de sua carreira, Piaget
interagiu com crianças, observando e estudando os processos de desenvolvimento na
infância, fundando, assim, a Epistemologia Gené ca e a Teoria do Conhecimento.
As aplicações das provas operatórias criadas por Piaget contribuem para rastrear na
criança noções como: tempo, espaço, conservação, causalidade, número, etc. É
possível detectar o nível de pensamento alcançado pela criança ou, o que seria o
mesmo, o nível de estrutura cogni va com que o sujeito é capaz de operar na situação
presente.
Alguns aspectos podem ser observados nos desenhos, dentre eles: o tamanho, a
posição, a disposição dos lugares, caracterís cas corporais, inclusão ou exclusão de
alguma personagem, entre outros.
O DSM – 5 aborda questões de escrita e leitura. De acordo com ele, a escrita pode
incluir déficits de precisão na ortografia, na gramá ca e na pontuação, e/ou na clareza
ou organização da expressão escrita.
Já sobre a leitura, o DSM – 5 auxilia o profissional a iden ficar em que nível de leitura
esse sujeito se encontra: logográfica, alfabé ca ou ortográfica. Se é capaz de
compreender e interpretar diferentes situações relacionadas à leitura e escrita, visto
que a leitura é uma habilidade complexa que depende da integração de diversas outras
habilidades, como a linguagem oral, memória, pensamento, inteligência e percepção.
Matemá ca
É preciso realizarmos uma avaliação para compreender se o sujeito possuiu noções
do processamento numérico (se ele compreende que o nosso sistema numérico possui
base decimal) e o cálculo, envolvendo as quatro operações.
Caso o paciente tenha vários professores, tente conversar com os professores das
disciplinas de Português e/ou Matemá ca, pois são os que possuem maior carga
horária no currículo escolar.
Se não conseguir marcar a reunião individual, peça para fazer a visita na hora do
intervalo, assim, você encontra boa parte dos professores em um só momento e depois
prossegue a reunião com a coordenadora.
Importante! Tenha uma ficha para acompanhar a reunião para não correr o risco de
esquecer que alguma pergunta seja proferida.
Devolu va e encaminhamentos
Este é um momento muito esperado pela família e você irá apresentar seu “Parecer
Psicopedagógico”. Não é um apenas comunicado verbal. É necessário ter por escrito um
breve documento que deixe registrado a forma como organizou a avaliação. Procure
organizar os dados em áreas como, por exemplo: pedagógica, cogni va e afe va-social.
Junto com toda a explicação, é importante que a família compreenda que é parte
fundamental de todo o processo que irá seguir. Há situações em que a devolu va é feita
junto com o paciente, quando ele é adolescente, mas isso não é comum de ocorrer.
Anamnese
É um importante momento da avaliação, é a hora de conhecer a história de vida do
paciente. Compreender a visão da família para a vida do paciente, compreender
informações de gerações passadas que estão depositadas neste sujeito.
Para a realização da anamnese, temos que observar com quem faremos a entrevista,
se é com a mãe, mãe e pai, a, avó. Isso pode ser uma importante informação a ser
refle da para compreender o caso do paciente. A dinâmica familiar, o nível de relações,
os papéis que cada um exerce, entre outros aspectos podem influenciar na avaliação
psicopedagógica.
Importante! Seja um bom ouvinte, tenha uma escuta a va para cada informação
que chegar até você. Não julgue, apenas ouça.
REFERÊNCIAS
PIAGET J. Epistemologia gené ca. 2. ed. São Paulo: Mar ns Fontes; 2002.
WEISS, Maria Lúcia L. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnós ca dos problemas
de aprendizagem escolar. 14. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2009.
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@psicopedagoga_marciaguimaraes