15 - A Tunica Nupcial

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CAPÍTULO 15

A túnica nupcial
(Mateus, cap. 22, vers. 10 a 13)

PERGUNTA: — Qual é o simbolismo da “túnica nup-


cial”, mencionada na parábola do “Festim de Bodas”? Jesus
referia-se a algum direito, privilégio ou concessão divina;
talvez a alguma vestimenta iniciática, que o convidado do
banquete divino devena usar?
RAMATIS: — A parábola indica perfeitamente que o
convidado a participar do “Festim de Bodas” já deveria pos-
suir a “túnica nupcial”, ou seja, certa credencial ou estado
espiritual superior, que então lhe proporcionaria o direito
de permanecer no banquete.
Assim como na Terra festeja-se alguém pelo término de
algum curso, ou quando se distingue em alguma competi-
ção, ou por qualquer ação incomum ou obra meritória, na
parábola de Jesus só vestem a “túnica nupcial” os convida-
dos que conseguiram uma categoria de determinado gaba-
rito espiritual. A túnica nupcial, nesse caso, não é somente
um direito pessoal, mas ainda define uma elevada transfor-
mação espiritual na intimidade do ser!

PERGUNTA: — Como se percebe no “Festim de Bodas”


essa condição íntima e intrínseca superior do convidado,
cujos méritos dão-lhe direito ao ingresso no banquete divi-
no?
RAMATIS: — Jesus explica na parábola do “Festim de
Bodas” que o rei indaga ao intruso, com certo espanto:

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O Evangelho à luz do Cosmo

“Como entraste aqui, sem a túnica nupcial?” A surpresa do


rei prende-se ao fato de ele ver alguém situado naquele
ambiente de vibração tão excelsa e incomum, mas sem ter
alcançado a sublimidade da freqüência vibratória espiritual
exigida para a túnica nupcial. Todos os convidados do ban-
quete do rei, ali podiam se manter e equilibrar-se no meio
tão superior, graças à posse da túnica nupcial, ou seja, já
haviam alcançado a purificação espiritual. Assim, era verda-
deira aberração a presença do “intruso”, o qual se traía
frontalmente pela sua graduação inferior, uma vez que não
vestia de acordo com a tradicional identificação sublime!

PERGUNTA: — Poderíeis distinguir-nos melhor, nesse


caso, o espírito e a túnica nupcial?
RAMATIS: — O espírito do homem é a centelha ou
chama de luz, síntese de todas as faculdades criadoras
divinas, enfim, a miniatura do próprio reino de Deus! O
Gênese (cap. 5) enuncia que “o homem foi feito à imagem,
à semelhança de Deus”, enquanto o Mestre Jesus confirma
esse enunciado, ao afirmar: “Vós sois deuses”, ou, ainda,
“Eu e meu Pai somos um. Mas a túnica nupcial menciona-
da na parábola do “Festim de Bodas” é a vestimenta do
espírito, que lhe dá a configuração humana; porém, em sua
última etapa de aperfeiçoamento nos mundos transitórios
das formas, e assim translúcida e imaculada, a refulgir com
a intensidade semelhante à luz irradiada da intimidade do
ser eterno! É o produto de milhões ou bilhões de anos de
lutas, equívocos, amores, ódios, alegrias, tristezas, venturas,
tragédias, luzes e sombras, até que o anjo do altruísmo con-
siga exterminar o animal do atavismo dos instintos da
carne!

PERGUNTA: — Porventura a túnica nupcial seria o


próprio perispírito descrito por Allan Kardec, no “Livro dos
Espíritos”?
RAMATIS: — Realmente, a túnica nupcial do “Festim de

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