Os Maias Resumo Detalhado Por Capitulos
Os Maias Resumo Detalhado Por Capitulos
Os Maias Resumo Detalhado Por Capitulos
Primeiro Capítulo
Os Maias mudaram-se para uma casa em Lisboa no Outono de 1875. Esta casa era
conhecida por todos como o Ramalhete.
Passaram-se alguns anos, e o Ramalhete encontrava-se desabitado. Em 1858 o
senhor Buccarini decidiu ir visitar a casa com o objetivo de instalar lá a Nunciatura, contudo,
a renda que foi pedida pelo procurador dos Maias, o senhor Vilaça, era demasiado alta e por
isso Buccarini desistiu.
Por estas alturas, foi comprada outra casa dos Maias: a Tojeira. Poucas pessoas
ainda se lembravam desta família (os maias), mas quem se lembrava sabia que esta família
vivia na sua Quinta de Santa Olávia, nas margens do Douro.
Os Maias eram uma antiga família da Beira, nunca foram muito numerosos, sem
colaterais, sem parentelas. No entanto, a família agora estava reduzida a somente duas
pessoas: o senhor da casa, um senhor idoso, chamado Afonso da Maia e o seu neto Carlos
que estava a estudar medicina em Coimbra.
O resultado era que os Maias, tendo o Ramalhete inabitável, não possuíam casa em
Lisboa; e Afonso nesta idade adorava o sossego de Santa Olávia, mas o seu neto, Carlos,
depois de formado não iria querer viver na quinta. Com esta situação, Afonso pediu um
conselho a Vilaça e este mesmo disse-lhe que deveria habitar o Ramalhete, apesar de
necessitar de imensas obras, era isso que o senhor Afonso tinha de fazer.
Depois das obras necessárias, Afonso decidiu mudar-se em 1875 para o Ramalhete
enquanto o seu neto, Carlos, se encontrava numa viagem pela europa. Afonso não queria
viver mais afastado do seu neto, e Carlos com uma carreira ativa deveria habitar o
Ramalhete.
Afonso era baixo, maciço, de ombros quadrados e fortes, com uma cara larga, pele
corada quase vermelha, o cabelo branco, e a barba de neve aguda e longa.
Caetano da Maia, pai de Afonso, era um português que tinha um ódio imenso ao
Jacobino, a quem atribuía todos os males, os do país e os seus, desde a perda das colónias
até às crises da gota.
Afonso partiu para Inglaterra mas pouco depois teve de voltar a lisboa uma vez que
seu pai, Caetano da Maia, morreu de súbito. Foi então que conheceu D. Maria Eduarda
Runa, filha do conde de Runa. Era morena, linda, mimosa, e um pouco adoentada. No fim
do luto casou com ela e teve um filho, Pedro.
Alguns tempos depois a sua mãe morre de apoplexia em Benfica.
Mas, Afonso sentia que a sua mulher, Maria Eduarda, não era feliz. Andava triste
com saudades do seu país, da família, das igrejas. Era uma verdadeira lisboeta, pequena e
morena.
Afonso odiava tudo o que era inglês e por isso jamais consentiria que seu filho,
Pedro fosse estudar para o colégio de Richmond.
Com o passar do tempo, a tristeza de Maria Eduarda ia aumento, sentia demasiada
falta da sua casa em Benfica. E para aumentar a tristeza de Maria Eduarda e da sua família, a
tia Fanny morreu de pneumonia, em Março. Maria Eduarda adorava a tia Fanny por ela ser
irlandesa e católica. Para a distrair deste triste acontecimento, Afonso, seu marido, levou-a
a Itália, mas nem assim a senhora animou, continua a querer ir para Lisboa.
Afonso queria mandar o seu filho para Coimbra, mas quando a sua mulher soube da
notícia implorou para que não o fizesse pois não queria estar afastada da pessoa que mais
amava, e naturalmente o seu esposo cedeu.
O filho de Afonso e Maria, Pedro, era muito esperto e valente. Quando a mãe
morreu, o rapaz entrou quase em loucura. Passaram muitos meses depois da morte de
Maria e Afonso começava a desesperar por ver o filho em tamanha tristeza e a visitar todos
os dias o corpo da falecida mãe.
É então que Afonso descobre, através de um avô da sua falecida esposa que Pedro
anda a encontrar-se com uma mulher e que a amava perdidamente, uma Monforte. O pai da
rapariga era dos Açores. Esta rapariga chamava-se Maria Monforte. Pedro estava tão
apaixonado que escrevia a Maria todos os dias duas cartas em seis folhas cheios de
poemas. Vilaça, administrador dos Vilaça, decidiu contar a notícia da paixão de Pedro a
Afonso, e o seu pai, odiava a família Monforte e chegou a dizer que Maria até para amante
era má.
No verão, Pedro partiu para Sintra; Afonso soube que a família de Maria Monforte
tinha comprado uma casa lá. Alguns dias depois, Vilaça apareceu no Ramalhete muito
preocupado pouco no dia anterior Pedro tinha passado no cartório e pediu-lhe informações
sobre propriedades e sobre o meio de levantar dinheiro.
Passou o outono e chegou o inverno. Pedro foi ter com o pai e pediu a este para
casar com Maria Monforte, e o pai, insatisfeito disse ao filho que nunca lhe tinha falado
sobre ela e que ela era filha de um assassino, de um negreiro. Para Afonso o facto de Pedro
casar com Maria era uma vergonha, mas não foi isso que ia impedir de Pedro casar com a
sua amada. Dois dias depois desta situação, Vilaça foi a correr contar o que se tinha passado
nessa madrugada: Pedro tinha casado e ia partir para Itália com a noiva. E a partir desta
situação, nunca mais se falou no Pedro da Maia.
Personagens: família “Os Maias”; Afonso; Carlos (neto de Afonso); Sr. Vilaça; Caetano
da Maia (pai de Afonso); Jacobino; D. Maria Eduarda Runa (filha do conde de Runa); Pedro
de Maia (filho de Afonso e Maria Eduarda); Tia Fanny (tia de Maria Eduarda); Maria
Monforte (amada de Pedro).
Síntese do resumo: Os Maias, uma família pequena constituída apenas por duas
pessoas, Afonso de Maia e Carlos (neto de Afonso), estudava medicina na cidade de
Coimbra. Afonso é um senhor idoso, o mesmo era baixo, maciço, de ombros quadrados e
fortes, com uma cara larga, pele corada quase vermelha, o cabelo branco, e a barba de neve
aguda e longa. Em 1858, Os Maias compram uma casa, com o nome de Tojeira. Em 1875 esta
família muda-se para uma casa em Lisboa, conhecida como Ramalhete. Alguns anos se
passaram e os mesmos abandonaram a casa. Após o abandono da casa Ramalhete, a família
foi morar para a Quinta de Santa Olávia, nas margens do Douro, logo, os mesmos já não
tinham casa em Lisboa, e um tempo depois Afonso continua a morar na Quinta enquanto
que Carlos se encontrava em uma viagem pela Europa. Afonso partiu para Inglaterra mas
pouco depois teve de voltar a lisboa uma vez que seu pai, Caetano da Maia, morreu de
súbito. Foi aí, nessa volta a Lisboa, que Afonso se apaixona por uma mulher, cujo o nome é
Maria Eduarda Runa, filha do conde de Runa. Maria Eduarda, era uma verdadeira lisboeta,
pequena e morena, era também uma mulher morena, linda, mimosa, e um pouco
adoentada. Após a fase difícil, ultrapassada por Afonso, os dois têm um filho cujo nome era
Pedro. Um tempo depois de terem o filho, a mãe de Afonso morre de apoplexia em Benfica.
Maria Eduarda, mulher de Afonso, se sente triste e deprimida com o seu casamento, e para
piorar o seu estado de dor emocional, a sua Tia Fanny morre de pneumonia no mês de
Março.
Alguns anos depois a mãe de Pedro (Maria Eduarda), morre, e o pobre filho fica muito triste
e chega ao ponto de extrema loucura, ao ponto de ir visitar o corpo de sua falecida mãe,
todos os dias. Até que então a avó de Maria conta para Afonso que o seu filho, Pedro
andava a encontrar-se com uma mulher e que a amava perdidamente, uma Monforte. O
nome dessa mulher era Maria Monforte.
No verão, Pedro partiu para Sintra; Afonso soube que a família de Maria Monforte tinha
comprado uma casa lá. Alguns dias depois, Vilaça apareceu no Ramalhete muito
preocupado, pois no dia anterior Pedro tinha passado no cartório e pediu-lhe informações
sobre propriedades e sobre o meio de levantar dinheiro. Pedro foi ter com o pai e pediu a
este para casar com Maria Monforte, e o pai, insatisfeito disse ao filho que o facto de ele se
casar com ela era uma vergonha, já que segundo Afonso, ela era filha de um assassino, de
um negreiro, mas não foi isso que impediu Pedro de se casar com a sua amada.
Dois dias depois Vilaça conta a Afonso que o seu filho havia casado com Maria Monforte e
que os dois iam viajar para a Itália. E foi a partir daí que nunca mais se ouviu falar de Pedro
de Maia.
Os Maias
Segundo Capitulo
Pedro e Maria iam viajando por Itália de cidade em cidade. Tencionavam passar o
inverno neste país, e assim foi. Contudo, passados alguns dias de estarem em Roma, Maria
sentiu um enorme desejo de ir para Paris, e lá foram para França.
Ao chegar a Paris, ainda se sentia o cheiro a pólvora pelas ruas onde ainda estava
presente uma guerra e isto não agradou Maria, mas apesar de Maria não gostar, ela e o seu
marido ainda aguentaram Paris até à Primavera. Mas, apesar de a guerra ter acabado,
começaram a ouvir-se remores de uma revolução, e isso fez com que o casal tivesse que deixar
Paris. Contudo, antes de partir, Maria insistiu para que o seu marido escrevesse uma carta a
seu pai, Afonso. O facto de, ao início, Afonso da Maia não aceitar a relação que Pedro e Maria
tinham, e de não aprovar o casamento, desesperava-a. Maria odiava o velho Afonso, e por
isso, apressou o casamento e planeou a tal partida para Itália. Porém, agora que o casal ia
voltar à capital, era necessário a reconciliação. Esta carta era tal como Maria tinha pedido,
tinha de ser bonita; foi referido que se Maria desse à luz um menino que lhe iria por o nome
do velho Afonso e que Maria já o adorava. Pedro escreveu esta carta comovido com o facto de
vir a ter um filho.
O casal desembarcou rumo a Benfica. Mas, o que não sabiam era que Afonso tinha
partido para Santa Olávia dois dias antes, e isto magoou Pedro. E foi com esta situação que a
relação entre pai e filho acabou.
Quando Maria deu à luz, (nasceu uma menina) Pedro não escreveu ao seu pai a contar
ao seu pai, e até chegou a dizer a Vilaça que já não tinha pai.
Com o passar do tempo, Afonso da Maia ia caindo cada vez mais no esquecimento em
Santa Olávia. Apenas Pedro por vezes perguntava a Vilaça como é que o seu pai ia.
Mas, Maria teve outro filho, um menino desta vez. Pedro pensou em dirigir-se para
santa Olávia, mas Maria tinha um plano melhor: segundo as informações de Vilaça, Afonso iria
voltar a Benfica dentro de pouco tempo, e quando ele voltasse, Maria pegava no bebé e iria
ter com Afonso, todo vestida de preto, e sem mais nem menos, iria atirar-se para seus pés a
pedir bênção para o seu neto, e Maria, tinha a certeza de que este plano era quase infalível.
Para acalmar Afonso da Maia, Pedro quis dar o nome do seu pai a este bebé, mas
Maria não permitiu. Andava a ler uma novela onde existia um Carlos Eduardo, e é este nome
que queria dar ao pequeno: Carlos Eduardo da Maia.
Vilaça informa Pedro que seu pai era esperado em Benfica no dia seguinte, e Pedro,
penso de imediato em avisar para Maria para fazerem o tão esperado espetáculo que tinham
planeado, contudo, esta recusou. Conforme o tempo ia passando mais Pedro ia insistindo na
ideia de ir ter com o seu pai, mas, Maria, recusava sempre e dizia para esperar mais algum
tempo.
Numa tarde de Dezembro, Afonso da Maia estava a ler calmamente, quando, de
repente, a porta do escritório abre violentamente e o velho vê o seu filho. Pedro não estava
normal, estava todo desarranjado e o seu olhar refletia uma certa loucura. Mal Afonso se
levantou, o seu filho caiu-lhe nos braços a chorar como se o mundo fosse acabar. É então,
passado uns minutos, que pedro diz o sucedido. Ele esteve dois dias fora de Lisboa, e voltei
nessa manhã, mas, Maria tinha fugido de casa com um italiano e tinha levado consigo a bebé,
deixando o seu filho, Carlos Eduardo, com a governanta. Quando Pedro chegou a casa
encontrou uma carta a dar todas as informações que Pedro necessitava de saber.
Com tantas desgraças, Pedro necessitava de espairecer. Como sempre sonhou em ir a
América, acho que o momento era o indicado.
Certa noite, Afonso acorda assustado com o som de um tiro que se ouviu em toda a
casa. Levantou-se de imediato e ele, com a ajuda de um criado com uma lanterna, tentaram
descobrir de onde vinha tal tiro, quando, viram a porta do quarto de Pedro, ainda entreaberto,
vinha um cheiro a pólvora, e perto da cama podia ver-se uma poça de sangue que ensopava o
tapete, foi então que Afonso, encontrou o seu querido filho, no chão, morto, com uma pistola
na mão. Em cima da secretária encontrava-se uma carta que dizia com letras bem visíveis:
“Para papá”.
Passados alguns dias a casa de Benfica foi fechada e Afonso e o seu neto Carlos
partiram para Santa Olávia com todos os criados.
Vilaça espalhou por Lisboa que o pobre Afonso não iria durar muito mais de um ano.
Personagens: Filha de Pedro e Maria; Carlos Eduardo da Maia (filho de Pedro e Maria); o
italiano; a governanta; Pedro de Maia; Maria Monforte; Afonso (pai de Pedro).
Síntese do resumo:
Os Maias
Capítulo 3
Ao contrário do que Vilaça tinha previsto, (que Afonso da Maia não ia durar mais que
um ano) o velho Afonso durou mais um ano e muitos mais.
Nas vésperas da Páscoa, em Abril, Vilaça chega de novo a Santa Olávia pela manhã. E
por espanto de Vilaça, Afonso estava completamente diferente, ao contrário de há uns anos
passados, Afonso era feliz.
A verdade é que já tinham passado alguns anos desde a última vez que Vilaça tinha ido
a Santa Olávia e o velho Afonso e o seu neto, Carlos, não estavam sozinhos em casa. A senhora
viscondessa que era prima da falecida mulher de Afonso (era um Runa), quando ficou viúva e
pobre, Afonso deu-lhe teto; um novo mordomo: o Teixeira; um abade: o Custódio.
Vilaça nunca tinha visto Afonso da Maia assim, tão alegre, e toda esta alegria devia-se
ao menino, ao seu neto, Carlos, foi esta criança que fez reviver Afonso da Maia e fez reviver a
casa.
Certo dia, o administrador insinuou que Carlos era apenas uma criança mimada e que
era ele que governava a casa, contudo, Teixeira, teve de intervir para emendar o que o
administrador tinha dito. Segundo Teixeira, a criança tem sofrido bastante, a educação que
está a ter é muito rígida e severa, em casa, até já se chegou a pensar que Afonso queria a
criança morta, mas, todos sabem o amor que o velho sente pelo neto. Mas toda esta rigidez
provém de um sistema inglês ensinado pelo metre inglês: Brown. Este inglês, apesar de ser boa
pessoa, ser calado, asseado, excelente músico e aparentemente bom inglês, não era, de forma
alguma, a melhor pessoa para educar um fidalgo português. Brown, em vez de ensinar coisas
uteis ao rapaz, apenas ensinava acrobacias, a remar e habilidades de palhaço.
Um dia, Afonso da Maia, o abade Custódio e Vilaça, chegam a casa das Silveiras que
eram bastante ricas. D. Ana Silveira era a mais velha e solteira; D. Eugénia tinha dois filhos:
Teresa (que era conhecida por ser a “noiva” de Carlos) e Eusébio. As Silveiras andam sempre
acompanhadas pelo seu amigo fiel, um doutor delegado que há 5 anos andava a pensar em
casa com D. Eugénia, contudo, o casamento foi adiado.
D. Ana nunca gostou de ver a sua sobrinha, Teresa, perto de Carlos, sempre que achou
que ele fazia coisas indecentes, como tocar-lhe no vestido e coisas desse género. Mas a pobre
rapariga apenas gostava de abraçá-lo no quinta.
Um facto é que, para a idade que tinha, Carlos começava a ficar atrasado, (apesar de
ser inteligente) ele apenas sabia falar um pouco de inglês e fazer umas habilidades que não lhe
dariam qualquer futuro.
Uns meses antes, houve uma procissão em que o Eusébio se vestiu de anjo, e a sua
mãe mais a sua tia, como boas pessoas que são, decidiram vir mostra-lo à viscondessa,
contudo, esqueceram-se dos rapazes (Carlos e Eusébio) por uns segundos e passados uns
minutos, Eusébio apareceu na sala, todo mal-arranjado, rasgado e magoado… tinha sido Carlos
que lhe tinha dado uma valente sova por que odiava anjos, e a partir desse dia, sempre que o
Eusébio aparece em casa dos Maias Afonso treme de medo.
Vilaça conta que Maria Monforte (mulher de Pedro), foi vista por Alencar em Paris, e
ele chegou a estar em casa dela. Já tinham passado imensos anos desde que o nome de Maria
fora mencionado, e no início desta situação, o único desejo de Afonso era recuperar a sua
neta, mas aos poucos, foi esquecendo o nome dessa mulher e a sua nota. Segundo Alencar
Maria agora era prostituta. O seu amante morreu num duelo e o seu pai também morreu,
deixando uma herança muito reduzida. Depois de tudo, voltou para paris (após ter viajado um
pouco por todo o mundo) com Mr. De l’Estorade. Mas apesar de saber onde Maria estava, a
única coisa que interessava realmente era a sua neta, porém, quando perguntou se havia
notícias da sua neta, Vilaça respondeu que desconfiava que ela estava morta, caso contrário,
Maria já tinha vindo bater à porta de Afonso a pedir ajuda.
No dia a seguir, Vilaça parte para Lisboa. E duas semanas depois desta partida, Afonso
recebe uma carta do administrador a dizer que no boudoir de Maria existia um retracto de
uma criança, de uma menina, mas que em volta desse retracto estava uma coroa de flores,
conseguia-se entender que aquela menina já tinha falecido. Alencar perguntou a Maria quem
era a menina do quadro e ela responde que era a sua falecida filha, que havia morrido em
Londres.
Após alguma troca de cartas entre Vilaça e Afonso, o administrador manda uma última
carta a dizer que dali a uns tempos, era possível que Vilaça necessitasse de hospitalidade por
parte de Afonso da Maia. Esta ultima carta fora recebida a um domingo em Santa Olávia.
Todavia, dois dias depois, foi recebido um telegrama a anunciar a morte do pai de Vilaça. Nos
dias que se seguiram, Vilaça esteve num sofrimento constante até que começou a sentir-se
muito mal, falta de ar, tonturas, etc. até que cai no chão desamparado e ali fica, morto. Esta
morte abala por completo Santa Olávia.
Numa manhã de julho, em Coimbra, Carlos tinha feito o seu primeiro exame que lhe
daria acesso à universidade, foi uma explosão de alegria naquele momento.
Os Maias
Capítulo IV
Os Maias
Capítulo V
Em falta
Os maias
Capítulo VI
Carlos e Ega estavam juntos quando um coupé chegou, dele saiu um homem que Ega conheceu
de imediato, era o Sr. Dâmaso Salcede que tinha acabado de chegar de Paris. Entraram no café para
beber um copo e passados alguns minutos entra “o poeta”: Tomás de Alencar. Apesar de Carlos não
conhecer o tal poeta, apenas conhecia o nome dele, não era a primeira vez que Alencar via Carlos, na
verdade, Alencar fora a primeira pessoa a ver Carlos assim que este nasceu, e a partir daí desenrolou-se
uma história: Pedro da Maia (pai de Pedro) queria chamar Carlos, Afonso, mas a mãe teimou que tinha
de ser Carlos justamente por causa de um romance que o próprio Alencar lhe tinha emprestado que
falava de um príncipe Carlos Eduardo e, Alencar apoiou a mãe de Carlos, dizendo que Carlos Eduardo
era o nome ideal.
Dâmaso Salcede era um grande admirador de Carlos e queria conhecê-lo há imenso tempo, e
nessa tarde ia jantar com Carlos, o que deixou o homem bastante nervoso.
Alencar tinha uma paixão platónica por Raquel Cohen.
Alencar afirmava que já passou por muito na sua vida. Disse que a todos os ricos/ministros ele
emprestou dinheiro e deu teto, porém, agora que eles são alguém não retribuem o favor ao poeta.
Sempre que Carlos e Tomás de Alencar falavam, o poeta evitava a todo o custo mencionar
“Maria Monforte”, porém, Carlos entendeu o quão difícil era para Alencar não mencionar o nome da
mãe de Carlos, e por isso este disse que o poeta podia falar à vontade da mãe que não fazia mal.
Carlos cresceu sem qualquer ligação com os pais uma vez que quando nasceu quase não
conheceu a sua mãe e quanto ao pai, suicidou-se quando era muito pequeno, portanto, o avô, Pedro da
Maia representa para Carlos, os seus pais.
Os Maias
Capítulo VII
No Ramalhete, já era comum a presença de Craft, ele e Carlos tinham muitas coisas
semelhantes. E gostavam bastante dele porque se fosse por vontade de Afonso, Craft jantava
sempre lá em casa.
Ultimamente Carlos saía pouco de casa, para além de andar ocupado a escrever um livro, a
sua profissão enquanto médico não deu grandes frutos, dizia-se que Carlos fazia experiências
mortais nos seus pacientes.
Um dia, Carlos convida o Senhor Salcede para jantar no Ramalhete, este prometeu que não
iria faltar mas, para espanto de todos, faltou. Todos acharam estranho esta falta, Dâmaso dava tudo
para jantar só mais uma vez com o seu ídolo, Carlos. Andou desaparecido mais de uma semana até
que um dia Carlos decide passar por casa dele, quando lá chegou encontrou o seu criado afirmou que
o seu senhor estava em ótimo estado que não era motivo para preocupações, mas Carlos não se
conformou com aquela resposta e decidiu ir perguntar ao seu tio Abraão mas ele também não o via
há dias, e por isso decidiu passar pelo Grémio mas aí também ninguém o tinha visto ultimamente e aí
entendeu que devia parar de procurar.
Afonso da Maia fez uma oferta comovente a Carlos: ofereceu Santa Olávia para passar umas
pequenas férias mas, infelizmente, Carlos não podia aceitar. A europa estava a atravessar uma fase
bastante complicada e ele não podia tirar simplesmente umas férias.
Certo dia, Carlos viu uma mulher lindíssima no fundo da rua, ele pensou para ele mesmo que
achava que era um anjo, uma deusa, porém, ele não conseguiu ver muito, principalmente a sua cara.
Depois desse acontecimento, Carlos não deixou de pensar naquele anjo que tinha visto e durante 3
dias seguidos ia sempre por volta da mesma hora ao mesmo sítio ver se encontrava a tal mulher, mas
sem resultados.
Nessa semana, quando Carlos estava a sair do consultório, chega uma mulher toda vestida
de preto com um véu preto a tapar a cara, acompanhada de um rapaz pequeno igualmente de preto.
Veio ver o que se passava com o seu filho, Charlie, sem nunca levantar o véu. No fim da consulta,
depois de Carlos assegurar que o pequeno não tinha qualquer problema, quase que pareciam uma
família, o médico agarrava no pequeno de forma paternal e a mulher de preto e Carlos trocavam
palavras e sorrisos.
Depois de ter saído do consultório, ia a descer a Rua Nova do Almada, quando para seu
espanto vê Dâmaso, que por acaso reparou em Carlos e estava a chama-lo. Assim que se encontram,
Dâmaso muito exaltado diz que a sua vida tem andado numa confusão, que agora, anda num
romance.
Quando Carlos falou com Taveira sobre o assunto, este diz que a família da mulher por quem
Damaso anda doido, é brasileira, são os Castro Gomes.
Os Maias
Capítulo VIII
Os maias
Capítulo X
Os maias
Capitulo XI
Na manhã a seguir à carta, Carlos acordou cedo e foi a pé até à Rua de S. Francisco (a
casa da Madame Gomes). Quando chegou, ficou à espera do criado, Domingos, para lhe abrir o
portão. Sr. Domingos já tinha trabalhado para Carlos (como criado também) mas despediu-se
devido a uns desentendimentos com o cozinheiro francês do Ramalhete.
Maria Eduarda era o nome da sua “deusa”, era a primeira vez que ouvia o seu nome.
Disseram-lhe que era a governanta, Miss Sara que estava doente. E depois de uma
pequena conversa com Maria Eduarda, ele entendeu que ela estava a agradecer-lhe
indiretamente pelos cuidados que ele tinha tido com Rosa.
Niniche era o nome da cadela de Maria.
Depois de examinar a governanta, Carlos chegou à conclusão que ela tem uma
bronquite ligeira e teria de ficar quinze dias de cama.
Conversaram mais um pouco e, ao contrário do que Carlos pensava e do que era dito,
Maria Eduarda e a sua família não eram brasileiros, eram portugueses!
Agora com a governanta doente, era necessário que Carlos fosse lá a casa todos os dias.
Quando chegou ao Ramalhete, tinha uma carta para si da Gouvarinho. Quase já nem se
lembrava dela depois da última conversa que tiveram. Era no comboio dessa noite que era
suposto eles embarcarem para Santarém, e Carlos prometeu que ia, mas com tudo o que se
passou agora, com Maria Eduarda e tudo mais, Carlos não queria mesmo ir, por isso, apesar de
não lhe apetecer nada ir para a estação de Santa Apolónia, lá teve de ser, tinha de ir para dizer
uma desculpa qualquer à condessa para que ele não fosse.
Ao chegar a Santa Apolónia, encontrou Dâmaso vestido de preto, estava obviamente de
luto, morreu o seu tio Guimarães de Penafiel. Assim que Dâmaso avisou Carlos que os
Gouvarinho estavam mais adiante, este teve uma desculpa brilhante: ter que acompanhar
Dâmaso a Penafiel devido à morte do seu tio.
Durante semanas Carlos e Maria tinham pelo menos uma hora para falarem, tanto que
se tornaram mais íntimos.
Os Maias
Capítulo XII
Assim que saiu dos olivais, foi a correr para a Rua de S. Francisco para contar as
novidades à sua querida Maria. Quando lhe contou, esta ficou surpresa, desconfiada, sem
saber o que dizer.
Afonso aprovou a nova aquisição do seu neto, porém, Ega não ficara muito satisfeito.
Antes Carlos contava-lhe tudo, todas as suas aventuras e etc. mas agora, com Maria Eduarda,
Carlos não contava nada o que chateava Ega. Todavia havia uma diferença entre Maria e as
outras mulheres (as “outras aventuras”), é que Maria não era uma mera aventura, era uma
verdadeira paixão. Mas Carlos ao ver que Ega estava realmente chateado, entendeu que não
estava a ser justo com o seu amigo de longa data e por isso decidiu contar toda a história
desde a primeira vez que a viu.
Os Maias
Capítulo XIII
Carlos tinha almoçado mais cedo do que o habitual, e quando já estava preparado para
sair, chegou-lhe a noticia de que Ega necessitava de falar com ele desesperadamente e por isso
era pedido a Carlos que esperasse. Já tocava para as dez horas e Ega não descia, Carlos estava
já muito impaciente. Mas nesse momento, chegou uma carta da Gouvarinho para ele. No
preciso momento em que acabara de ler a tal carta, Ega descia um pouco mal-arranjado ainda.
Mas antes de Ega contar o que se passava, Carlos pediu-lhe para ler primeiro a carta da
Gouvarinho.
A tal carta era basicamente uma queixa da condessa devido ao comportamento de
Carlos. Carlos faltou a dois compromissos com a condessa em casa da tia sem dizer uma única
palavra. E por isso, para discutir esta situação, a condessa pedia-lhe para ele ir à rua de S.
Marçal ao meio dia no domingo para resolver os problemas e para Carlos explicar toda esta
situação. Ega afirmara que esta era a altura perfeita para meter fim à “relação” deles e Carlos
concordou.
Finalmente Ega pode contar aquilo que Carlos tinha de saber urgentemente. Dâmaso,
andava a falar mal de Carlos e Maria a toda a gente possível, corriam boatos sobre eles,
fazendo o “casal” passar má figura, um dos boatos era o facto de a Madame estar com Carlos
apenas por dinheiro. Assim que ouviu isto, Carlos pensou ir imediatamente a casa de Dâmaso
“fazer justiça” mas depois pensou melhor e talvez fosse melhor continuar a passar por Dâmaso
e acenar como se nada fosse.
Eram quase 11 horas e ele tinha que ir aos olivais. No dia a seguir, no sábado, Maria
Eduarda ia ver finalmente a casa e até esse dia, ele deveria ter a casa em condições, pelo que
pediu aos criados para a limparem e darem uma arrumação.
Tudo o que tinham de saber sobre esta casa era que Carlos a comprou e arrendou a
uma senhora, que ia passar 3 meses lá (todo o verão) enquanto Carlos estava em Santa Olávia.
Depois destes 3 meses, planeavam fugir para Itália.
Quando Carlos chegou a casa da madame, ela não estava e apenas deixou um bilhete a
dizer que tinha ido a Belém com Rosa e pedia-lhe para vir à noite. Ao sair de casa, encontrou
Alencar, o poeta, que não via desde as corridas.
Mais uma vez, surgiu a tal conversa de Dâmaso e do romance de Carlos e Maria, tendo
Dâmaso repetido todas as mentiras a Alencar, o que o preocupo. Mas, para espanto de Carlos,
vê Dâmaso mesmo do outro lado do passeio, e aí não conseguiu controlar-se e teve mesmo
que dizer a Dâmaso para parar com todas as mentiras ou então Carlos teria de tomar medidas
mais graves (recorrer à violência).
No dia a seguir, de manhã, era o dia em que Maria Eduarda finalmente vinha conhecer
a casa de verão, deveria chegar perto das 10 horas. Quando finalmente chegou, e depois de
uma pequena visita pela casa, ela apenas disse que era um verdadeiro paraíso. Era perfeita,
mas faltava-lhe um nome, após uma pequena ponderação, Carlos surge com uma
possibilidade: Toca, e Maria Eduarda adorou.
Quando Carlos viu a Gouvarinho, não resistiu e foi bruto, e assim acabou tudo com ela.
Os Maias
Capítulo XIV
Era sábado e Afonso da Maia partia para Santa Olávia. Nesse mesmo dia, Maria,
instalara-se nos Olivais.
No domingo, quando Carlos regressava ao Ramalhete ao anoitecer, Batista anunciou
que Ega tinha partido para Sintra e tinha deixado uma carta. A carta era um pouco estranha.
Ega voltaria dentro de três ou quatro dias.
O Ramalhete para Carlos agora era algo triste, e então decidiu dar uma volta, e quando
dá por si está perto da R. de São Francisco perto da casa de Maria Eduarda e de Cruges.
Decidiu então, subir ao andar de Cruges mas este não estava em casa. Entrou depois no
Grémio e deu de caras com Taveira que ia ao Price e Taveira acabou por convidar Carlos para ir
também. Carlos aceitou. Pelo caminho, surgiu, mais uma vez, a conversa de Dâmaso. Andava
desaparecido. Mas algo preocupava Taveira, o facto de Dâmaso ameaçar Carlos. Carlos não
aguentou muito no Price, era um local bastante desconfortável, e por isso, decidiu sair, e à
saída encontrou Alencar, o poeta que ficou pasmado por ver Carlos ali, pensava que ele estava
em santa Olávia. O poeta informou que os Cohens estavam em Sintra, e aí Carlos entendeu o
porquê da partida apressada de Ega para Sintra.
Estava decidido. Carlos e Maria partiam para Itália em Outubro, uma vez que o marido
da madame chegava perto de Novembro, e por isso convinha estarem já instalados antes da
chegada do marido dela. Tudo isto de ir para Itália era muito fácil, mas havia um único
problema: Afonso. Ele não iria aceitar que o seu neto, a sua família mais próxima, fugisse com
uma mulher casada e com uma filha, Carlos iria destruir uma família, Carlos iria ser semelhante
à sua mãe que fugiu com um homem deixando o seu pai, Pedro, a sofrer, causando assim o seu
suicídio. Afonso não iria mesmo aceitar isto.
Todas as manhãs, Carlos ia para os Olivais. Já era rotina. Ele, Maria e Rosa, ficavam a
falar até às duas, que era quando a pequena rosa tinha aulas de piano.
Nos primeiros tempos, Carlos e Maria eram felizes, mas à medida que o tempo ia
passando, começavam a sentir necessidade de mais intimidade. Precisavam de uma noite a
sós. E assim foi, tiveram a tal noite.
Maria queria fugir já para Itália, afinal de contas, se era para irem embora, porque não
iam já? Podiam ir, claro, mas primeiro Carlos tinha de falar com Afonso.
Quando estava a regressar ao Ramalhete estava a chover.
Certo dia, quando Maria e Carlos estavam a passear nos jardins da Toca, Carlos
reparou numa casinha, muito pequena, do outro lado da estrada, mesmo em frente da Toca.
Esta casa era perfeita para Carlos e pensou em aluga-la imediatamente. Ia-lhe dar muito jeito
naqueles dias em que saía da Toca a meio da madrugada. Alugou-a logo. A partir daí, os
encontros noturnos entre eles os dois tornaram-se mais frequentes.
No início de Setembro, Afonso mandou uma carta a Carlos a avisar de que Craft
chegava no próximo Sábado ao Hotel Central, e por isso, de manhã, Carlos foi logo para o
Hotel para ouvir as novidades que o seu amigo trazia de Santa Olávia. Depois de Craft mostrar
o seu encanto por Santa Olávia, teve que falar de uma maneira mais séria com Carlos. Afonso
estava com um enorme desgosto devido ao facto de Carlos não ter ido visitar Santa Olávia, o
velhote estava muito magoado com o neto. Carlos, sentindo remorsos por não ter ido, afirmou
que talvez fosse com Ega dali a uma semana. Logo nesse dia, à noite, Carlos falou com Maria
sobre a tal visita que deveria fazer ao avô, era por pouco tempo (quatro dias no máximo).
Nesse momento, Maria afirmou que tinha um grande desejo: visitar o Ramalhete. Tal só era
possível enquanto o velho Afonso estivesse em Santa Olávia, por isso, chegaram a um acordo:
Maria iria jantar ao Ramalhete no dia em que Carlos estivesse de partida para Santa Olávia. E
assim foi.
Maria adorou o Ramalhete especialmente o jardim e o escritório de Afonso. Mesmo
sem conhecer Afonso, Maria tinha medo dele, dizia que ele tinha um ar assustador. Ao jantar,
Maria reparou no retracto do pai de Carlos (Pedro da Maia),o que lhe interessou muito, depois
de examinar melhor o retracto, afirmou que Carlos e Pedro não tinham muitas parecenças,
porém, e por muito estranho que fosse, Maria achava que Carlos era bastante parecido com a
mãe dela e, ao dizer isto, Carlos achou curioso Maria nunca ter falado da sua mãe e por isso,
Maria começou a falar da mãe. Era uma senhora da ilha da Madeira e não tinha muitas posses,
por isso casou na Madeira com um austríaco. Maria nunca conhecera o pai e teve uma irmã
que morreu em pequena.
No sábado seguinte, às duas horas, Carlos e Ega ainda estavam à mesa. Carlos chegara
de Santa Olávia de madrugada sozinho. Afonso quis ficar por lá até ao fim do outono.
Carlos viu o seu avô alegre e forte. O facto de Afonso estar ótimo de saúde era um
alívio para Carlos, pois agora era mais fácil a sua partida para Itália com Maria em Outubro,
para além disso, Carlos encontrou um plano simples para viver a sua vida tal como imaginava e
sem magoar o avô, o plano era: Carlos ia para Madrid para começar uma suposta viagem de
estudo e Maria fica na Toca durante um mês, depois encontravam-se ambos em Bordéus e aí
começavam a sua vida em conjunto. Na primavera, Carlos voltava para Lisboa deixando maria
instalada no seu lar, e então, aos poucos, ia revelando toda esta história.
Entretanto, chega Baptista com o correio, mas na verdade não era correio, era apenas
um bilhete do próprio Baptista para Carlos afirmando que estava um homem à espera de
Carlos na sala, Carlos ficou pálido e pensou logo que era Castro Gomes. Era realmente Castro
Gomes, o marido de Maria!
O assunto que trazia Joaquim Álvares de Castro Gomes ali, era muito urgente, e
naquele mesmo dia, à noite, queria partir para Madrid. Castro Gomes tirou uma carta do bolso
que tinha recebido no Rio de Janeiro antes de partir, era anónima. A tal carta, dizia que Carlos
e Maria eram amantes. Carlos esperava que Castro Gomes tivesse ido ali para lhe dar uma
sova, mas, na verdade, Castro Gomes afirmou que não queria violência, apenas queria contar
algo, pois estava farto de ser conhecido por “o marido infeliz” ou “o marido que tem sido
traído”, por isso, queria deixar de ser humilhado, havia uma coisa que só Castro Gomes e
Maria sabiam: eles não eram casados. Isto foi um choque para Carlos obviamente. Castro
Gomes contou a história toda. Ele vive há três anos com Maria, quando esteve no Brasil o
inverno anterior trouxe Maria a Lisboa para lhe fazer companhia, foram para o Hotel Central e
toda a gente via Maria com Castro Gomes, e dormiam juntos, por isso, para todos os efeitos
Maria era mulher dele, ficou conhecida por ser a mulher do Castro Gomes. A pequena rosa
não é filha dele, quando eles se conheceram (à 3 três anos) ela já vinha com a pequena. Maria
era apenas a mulher paga por Castro Gomes. E, para chocar mais ainda Carlos, ela chamava-se
Mac Gren. Castro Gomes foi embora. E Carlos teve que contar tudo isto a Ega.
Ainda chocado e sem pensar corretamente, Carlos queria escrever uma carta a Maria a
perguntar quanto é que ela ia cobrar pelos dois meses que ele dormiu com ela. Ega afirmou
que Castro Gomes ia para os Olivais para ir ter com Maria, o que Carlos achou nojento.
Pouco a pouco, Carlos começava a desejar ir aos olivais e confrontar Maria com o
sucedido, por muito insensível que fosse, Carlos queria vê-la chorar. Mas para ir lá, Carlos tinha
de ter a certeza de que Castro Gomes já tinha saído de lá, e por isso mandou Baptista, o criado,
investigar, quando este voltou, trazia certezas que era seguro Carlos ir à Toca. Antes de sair fez
um cheque de duzentas libras para pagar os dois meses, e ele mesmo o iria entregar a Maria.
Ega tinha a certeza de quem é que tinha sido o autor da carta anónima: Dâmaso. E
Carlos finalmente entendeu que era necessário vingança.
Quando ia a caminho dos olivais, teve um momento em que pensava que o melhor
seria voltar ao Ramalhete e escrever uma carta, mas rapidamente essa ideia lhe passou.
Ao sair do carro, estava Melanie, a confidente (e criada) de Maria, que afirmou que
Maria estava muito mal, foi deitar-se sem jantar e que não parou ainda de chorar desde que
Castro Gomes esteve aqui. Carlos perguntou a Melanie se Maria sabia que Castro Gomes
esteve no Ramalhete a contar toda a verdade, e a criada afirmou que sim e por isso é que
Maria chorava desesperadamente.
Quando Carlos entrou no quarto de Maria, apenas conseguiu dizer que não havia
motivo para chorar. Maria implorava para que Carlos a perdoasse. Maria contou tudo o que
sabia a seu respeito lavada em lágrimas, e no fim, disse que ela queria contar-lhe. Naquele dia
em que ele chegou tarde e ela falou na casa do campo, onde Carlos se declarou, ela queria
contar, mas quando Carlos falou em fugir ela sentiu uma enorme tentação. E não contou nos
olivais pois tinha medo que ele ficasse muito magoado e que acabasse com tudo o que eles
tinham. Carlos afirmou que dificilmente iria acreditar em algo que Maria dissesse, pois “tudo”
o que ele sabia sobre ela, era mentira. Maria disse que continuava a mesma pessoa por quem
Carlos se tinha apaixonado, não era o passado dela que iria alterar a sua pessoa, ela
continuava a ser “A” Maria.
Quando Carlos virou costas, e viu Maria, deitada no chão a chorar mais que tudo, só
lhe ocorreu uma coisa: “Maria, queres casar comigo?” e ela, surpreendida, claro que aceitou.
Os Maias
Capitulo XV
Ega acordou pontualmente às 7 horas. Quando chegou a casa de Vilaça, este já não
estava lá. Um dos criados afirmou que Vilaça dali a pouco tempo regressaria a casa, mas
quando lá voltou, o homem ainda não tinha voltado, mas à 3ª foi de vez, encontrou Vilaça,
mas este estava com muita pressa mas, um pouco à pressa, Ega conseguiu contar o
desastre. Vilaça tentou escapar a essa responsabilidade de contar tudo a Carlos, e começou
a dizer que ninguém tinha certezas de que o que Guimarães estava a dizer era totalmente
verdade, e então decidiram abrir o cofre e tentar encontrar algo que o comprovasse, e
encontraram uma carta onde afirmava que maria era realmente irmã de Carlos. Vilaça
contou tudo a Carlos. Carlos não quis acreditar em nada e afirmou que nada o iria
convencer de que maria e ele eram irmãos, mas quando viu a tal carta, ficou mais ou menos
convencido mas nunca iria deixar de gostar de Maria.
Quando Ega e Afonso estavam a falar, o velho afirmou que já sabia de toda esta
história de Carlos e Maria.
Carlos decidiu ir falar com Maria. Mas achou melhor contar tudo através de cartas e
iria ter com Maria nessa altura e inventava que estava com muita pressa. Na noite a seguir ia
para Santa Olávia com Ega e aí contava tudo a Maria.
Nessa noite, às 3 da manhã, Ega ouviu uma porta a bater e foi ver quem era, era
Carlos! E nesse dia, com o medo de encontrar Carlos ou Afonso, decidiu passar o dia fora do
Ramalhete, quando regressou eram duas da manhã e quando se estava a preparar para se
deitar, ouviu passos e foi ver quem era. Era Afonso da Maia e foi perguntar a Ega se Carlos
estava em casa e Ega não sabia e Afonso ficou pálido, com medo de que Carlos estivesse
com a sua irmã! E foi nesse momento que Ega entendeu que Afonso estava a morrer por
causa dessa história toda.
Depois de mais uma noite com Maria, Carlos entrou em casa e Afonso apanhou-o e
ficou pálido. No dia a seguir, vieram-lhe dizer que Afonso estava no jardim a sentir-se muito
mal, Carlos tentou fazer alguma coisa, mas nada feito, o seu avô já estava morto.
Com a morte do avô, Carlos ficou a pensar que este morrera por causa de saber de
tudo sobre maria e ele, e por isso, a morte do seu avô era como um castigo para Carlos.
Carlos precisava de consolo, precisava de sair dali e por isso Ega foi com ele. Foram
para Santa Olávia. Mas antes disso, Ega contou tudo a Maria.
Os Maias
Capítulo XVIII
Semanas depois, nos primeiros dias do ano novo, Ega e Carlos foram para Londres e
depois iam para a América do norte até ao japão. Passado um ano e meio, Ega apareceu no
Chiado. Carlos estava instalado em Paris. Passado algum tempo Ega e Carlos foram visitar o
Ramalhete.
Maria Eduarda ia casar com um homem perto de 50 anos.