Regra e Diretório Fraternidades 2019

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DIRECTÓRIO

DAS FRATERNIDADES LEIGAS DE S. DOMINGOS


DA PROVÍNCIA DE PORTUGAL
DA ORDEM DOS PREGADORES

CONGREGAÇÃO PARA OS RELIGIOSOS


E INSTITUTOS SECULARES

Prot. N. D. 37-1/798
Prot. 50/86/87

DECRETO
O Mestre Geral da Ordem dos irmãos pregadores, no dia 14 de Março de 1986, através do
Procurador Geral, entregou a esta Congregação o texto da Regra das Fraternidades Leigas de S.
Domingos, a fim de obter a aprovação definitiva do mesmo texto.

Este Discatério, tendo ponderado atentamente todas as coisas e obtido o voto favorável do
Congresso, aprova pelo presente Decreto a Regra das Fraternidades Leigas de S. Domingos,
segundo o texto latino, cujo exemplar se guarda no Arquivo do Discatério, feitas as correcções
indicadas pelo Congresso numa folha anexa.

Não obstando nada em contrário.

Dado em Roma, no dia 15 de Janeiro de 1987.

Fr. Jerónimo, Cardeal Hamer, O.P.


Prefeito

Vicente Fagiolo
Arcebispo, Secretário
___________________________________________________________________________

Nós
Fr. DAMIÃO BYRNE, O.P.
Professor de S. Teologia
E Humilde Mestre e Servo
De toda a Ordem dos Pregadores

ÀS FRATERNIDADES LEIGAS DE SÃO DOMINGOS


Caríssimos Irmãos e Irmãs no Senhor e em São Domingos

Cheio de alegria, entrego-vos o texto da Regra das Fraternidades Leigas de S. Domingos,


recentemente aprovado com carácter definitivo pela Congregação para os Religiosos e
Institutos Seculares, no dia 15 de Janeiro de 1987.
O texto da Regra anterior, promulgado pelo Mestre da Ordem, Fr. Aniceto Fernandez,
em 1969, fora aprovado pela Sé Apostólica somente «ad experimentum» (à experiência) em
1972. O Capítulo Geral, realizado em Roma em 1983, encarregou o Mestre da Ordem de
celebrar um Congresso Internacional de Leigos de S. Domingos para adaptar e renovar a Regra
das Fraternidades Leigas. Congresso este que, felizmente, se realizou na cidade de Montréal,
no Canadá, de 24 a 29 de Junho de 1985 e que redigiu o texto que foi agora aprovado
definitivamente.
Esta Regra, pois, seja acolhida nos vossos corações e nas vossas Fraternidades como
fermento evangélico que fomente a santidade e promova o apostolado em união com toda a
Família Dominicana.

Saudações no Senhor
Dado em Roma, no dia 28 de Janeiro de 1987, na festa de S. Tomás

Prot. 50/86/87

Fr. Damião Byrne, O.P.


Mestre da ordem

Fr. J. Martín, O.P.


Secretário

NÓS
FR. BRUNO CADORÉ OP
Humilde Mestre e Servo da Ordem

Passaram mais de trinta anos desde a aprovação definitiva da nova Regra das Fraternidades
Leigas de São Domingos pela Sagrada Congregação para os Institutos Religiosos e Seculares em
15 de Janeiro de 1987. (Prot. N. D.27-1.-87), e a sua promulgação pelo Mestre da Ordem, fr.
Damian BYRNE, a 28 de Janeiro de 1987.

A Regra foi completada com uma série de Declarações Gerais promulgadas por fr. Damian
BYRNE a 16 de Fevereiro de 1987 e com várias intervenções de Capítulos  Gerais e Mestres nas
décadas seguintes. As mais notáveis são as Declarações Gerais promulgadas por fr. Carloz
Afonso AZPIROZ COSTA, em 15 de Novembro de 2007, depois do Congresso Internacional das
Fraternidades de São Domingos realizado em Buenos Aires em Março daquele ano.

Com o passar do tempo, tanto o Conselho Internacional das Fraternidades Leigas


Dominicanas como no seu Congresso Internacional das Fraternidades Leigas celebrado em
Fátima em Outubro de 2018, se tornou evidente que seriam necessários alguns pequenos
ajustes à Regra, e algumas clarificações, para responder às necessidades das Fraternidades em
todo o mundo.

Portanto, tendo escutado o Conselho Internacional e ao Congresso das Fraternidades Leigas

2
Havendo recebido aprovação da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e
Sociedades de Vida Apostólica em 28 de Janeiro de 2019, (Prot. N. D. 37-1 / 96) as emendas
dos números 20 (c) y 21 (b) da Regra;

AQUÍ PROMULGAMOS o seguinte texto revisto da Regra das Fraternidades Leigas de São
Domingos

ao mesmo tempo, PROMULGAMOS as seguintes Declarações Gerais revistas do Mestre da


Ordem

As novas Declarações gerais reordenam integralmente o conteúdo das realizadas pelos nossos
predecessores fr, Damian Byrne a 16 de Fevereiro de 1987 e fr. Carlos Alfonso Azpiroz Costa a
15 de Novembro de 2007, pelo que essas declarações se consideram derrogadas de acordo
com o cân. 20.

As emendas à Regra e as novas Declarações  Gerais entram em vigor a 24 de Maio de 2019,


memória da Trasladação de Nosso Pai São Domingos.

Dado em Roma, na nossa Cúria Geral de Santa Sabina, em 9 de Março de 2019.

Fr. Bruno Cadoré OP


Magister Ordinis

Fr. Jean-Ariel Bauza-Salinas OP


Secretarius Generalis

Prot. n. 73/19/007 Rulle

___________________________________________________________________________

CONSTITUIÇÃO FUNDAMENTAL DOS LEIGOS DOMINICANOS

Os leigos na Igreja

1. “Entre os discípulos de Cristo, os homens e mulheres que vivem no mundo


participam, pelo seu Baptismo e pela sua Confirmação, da missão régia, sacerdotal e
profética de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eles têm como vocação difundir a presença
de Cristo no coração da humanidade, para que «a mensagem divina da salvação
seja conhecida e aceita por todos os homens” (Decreto do Vaticano II: “Apostolicam
Actuositatem” sobre o Apostolado dos Leigos, n. 3).

Os leigos dominicanos
2. Alguns, porém, movidos pela inspiração do Espírito Santo a realizarem uma vida segundo o
espírito ou o carisma de São Domingos, são incorporados na Ordem por uma promessa
especial, segundo os estatutos que lhes são próprios.

Membros da Família Dominicana


3. Eles formam comunidades e constituem com os outros ramos da Ordem uma só Família (Cfr.
LCO, 141).

3
Vocação dominicana própria dos leigos
4. Eles se caracterizam por uma vida espiritual própria e pelo serviço a Deus e ao próximo.
Como membros da Ordem, participam na sua missão apostólica pelo estudo, pela oração e
pela pregação, segundo a sua condição de leigos.

Missão apostólica dos leigos


5. A exemplo de São Domingos, de Santa Catarina de Sena e dos nossos antepassados que
iluistraram a vida da Ordem e da Igreja, eles, fortalecidos pela comunhão fraterna, dão em
primeiro lugar, testemunho da própria fé, auscultam as necessidades dos homens do seu
tempo e servem a verdade..

6. Atendem diligentemente aos fins principais do apostolado da Igreja contemporânea ,


movidos de modo especial a manifestar verdadeira misericórdia para com todas as
ansiedades, a defender a liberdade e a promover a justiça e a paz..

7. Inspirados pelo carisma da Ordem, lembram-se de que a acção apostólica procede da


abundância de sua contemplação.

II – DA VIDA DAS FRATERNIDADES

Da vida das Fraternidades

8. Os Leigos Dominicanos esforçam-se para viver numa verdadeira comunhão fraterna,


segundo o espírito das Bem-aventuranças que se manifestará também, em qualquer
circunstância, na prática das obras de misericórdia e na partilha entre os membros das
Fraternidades, sobretudo os pobres e os doentes, dos bens que lhes pertencem, no
oferecimento de sufrágios, de tal modo que entre todos haja sempre um só coração e uma só
alma. (Act. 4, 32).

9. Os membros das Fraternidades, tomando parte no apostolado com as irmãs e os irmãos da


Ordem, participem activamente na vida da Igreja, sempre prontos a colaborar com outras
associações apostólicas.

10. As fontes principais às quais os leigos de S. Domingos vão buscar forças para progredir na
própria vocação, que é ao mesmo tempo, de modo inseparável, contemplativa e apostólica,
são estas:

a) A escuta da Palavra de Deus e a leitura das Escrituras, em particular o Novo


Testamento.
b) A celebração litúrgica da eucaristia tanto quanto possível diária.
c) A frequente celebração do Sacramento da Reconciliação
d) A celebração da Liturgia das Horas em união com toda a Família dominicana e
também a oração privada, como a meditação e o Rosário.
e) A conversão do coração segundo o espírito e a prática da penitência evangélica.
f) O estudo assíduo da verdade revelada e uma reflexão constante sobre os
problemas contemporâneos à luz da fé.

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g) A devoção para com a Bem-Aventurada Virgem Maria, conforme a tradição da
Ordem, assim como a nosso pai São Domingos e a Santa Catarina de Sena.
h) As reuniões de carácter espiritual periódicas

Formação dominicana nas Fraternidades


11. A finalidade da formação dominicana é de preparar verdadeiros adultos na fé, de tal modo
que sejam aptos a acolher, celebrar e proclamar a Palavra de Deus.

Compete a cada Província fazer um programa:


a) de formação progressiva para os principiantes;
b) de formação contínua para todos os membros, inclusive para os que estão isolados.

12. Cada dominicano deve estar apto para pregar a Palavra de Deus.
Nesta pregação exerce-se a função profética do cristão baptizado fortalecido pelo sacramento
da Confirmação.
No mundo contemporâneo, a pregação da Palavra deve estender-se à defesa da dignidade
humana e ao mesmo tempo da vida e da família. Pertence à vocação dominicana promover a
unidade dos cristãos e o diálogo com os não-cristãos e com os não crentes.

13. As principais fontes da formação dominicana são:


- a Palavra de Deus e a reflexão teológica;
- a oração litúrgica,
- a história e tradição da Ordem,
- os documentos contemporâneos da Igreja e da Ordem,
- o conhecimento dos sinais dos tempos.

Compromisso do Leigo(a) na Fraternidade


14. Para serem incorporados na Ordem, os membros das Fraternidades devem emitir uma
profissão, ou promessa, pela qual prometem formalmente levar uma vida segundo o espírito
de S. Domingos e o modo de viver prescrito pela Regra.
Esta pode ser temporária ou perpétua.

”Para honra de Deus omnipotente, Pai, Filho e Espírito Santo, da bem aventurada Virgem
Maria e de São Domingos, eu N. N. diante de vós N. Presidente da Fraternidade, e de N. N.,
Promotor, nas vezes do Mestre da Ordem dos Frades Pregadores, prometo que quero viver
segundo a Regra dos Leigos de São Domingos, (por três anos – por toda a minha vida”.

III – ESTRUTURA E GOVERNO DAS FRATERNIDADES

15. A Fraternidade é o meio idóneo para alimentar e sustentar a dedicação de cada um na sua
própria na sua vocação.
A periodicidade das reuniões é diversa segundo as Fraternidades.
A assiduidade demonstra a própria a fidelidade de cada um dos membros.

16. A admissão dos candidatos, observadas as condições prescritas pelo Directório quanto à
condição das pessoas e ao tempo de admissão é da competência do Presidente da
Fraternidade, o qual, tendo havido primeiro a votação deliberativa do Conselho da

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Fraternidade, procede com o Promotor religioso, à recepção do candidato, segundo o rito
determinado pelo Directório.

17. Após tempo de experiência determinado pelo Directório e com o voto favorável do
Conselho da Fraternidade, o Presidente da mesma recebe, juntamente com o Promotor
religioso, a profissão (ou promessa) temporária ou perpétua (definitiva).

Jurisdição da Ordem e autonomia


18. As Fraternidades estão sujeitas à jurisdição da Ordem; gozam todavia daquela autonomia
própria dos Leigos, pela qual se governam a si mesmas.

Em toda a Ordem

19.a) O Mestre da Ordem, enquanto sucessor de São Domingos e cabeça de toda a Família
Dominicana, preside a todas as Fraternidades do mundo. A ele compete conservar nelas
ímtegro o espírito da Ordem, estabelecer normas práticas, segundo o exijam os tempos e os
lugares, e promover o bem espiritual e o zelo apostólico dos seus membros.

b) O Promotor Geral faz as vezes do Mestre da Ordem para todas as Fraternidades cujas
propostas apresenta ao Mestre ou ao Capítulo Geral.

No nível da Província
20.a) O Prior Provincial preside às Fraternidades dentro dos limites do território da sua
Província e, com o consentimento do Ordinário do lugar, erige novas Fraternidades.

b) O Promotor Provincial das Fraternidades (irmão ou Irmã) faz as vezes do Prior Provincial e
participa de pleno direito no Conselho Provincial dos Leigos de S. Domingos. É nomeado
pelo Capítulo Provincial ou pelo Prior Provincial com o seu Conselho, ouvido antes o
Conselho Provincial dos Leigos de S. Domingos.

c) No território da Província institua-se um Presidente e um Conselho Provincial Leigo, cujos


membros são eleitos pelas Fraternidades e que se regulam segundo as normas definidas
pelo Directório.

No nível da Fraternidade local


21.a) A Fraternidade local é governada pelo Presidente com o seu Conselho que assumem a
responsabilidade do governo e da administração da Fraternidade.

b) O Presidente e Conselho são eleitos segundo o modo e pelo tempo determinado pelos
Directórios particulares.

c) O Promotor religioso (irmão ou irmã) ajuda os membros da Fraternidade em matéria


doutrinal e espiritual. É nomeado pelo Prior Provincial ouvido antes o Promotor Provincial
e o Conselho da Fraternidade.

Coordenação nacional e Conselho internacional

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22.a) Onde houver várias Províncias da Ordem dentro do mesmo âmbito nacional, pode
instituir-se um Conselho nacional, segundo as normas estabelecidas pelos Directórios
particulares.

b) Do mesmo modo pode existir um Conselho internacional, se parecer oportuno, consultadas


todas as Fraternidades da Ordem.

23. Os Conselhos das Fraternidades podem enviar propostas e petições ao Capítulo Provincial
dos Frades Pregadores; os Conselho Provinciais e Nacionais também ao Capítulo Geral.

Para estes Capítulos seja, de bom grado, convidados alguns responsáveis das Fraternidades
para tratar de matérias que digam respeito aos leigos.

As leis que regem as Fraternidades

24. Os Estatutos próprios das Fraternidades Leigas de São Domingos são:

a) A Regra das Fraternidades, (Constituição fundamental do laicado OP, normas de vida e


governo das Fraternidades).

b) As Declarações Gerais, seja do Mestre da Ordem, seja do Capítulo Geral.

c) Os Directórios particulares.

__________________________________________
DECLARAÇÕES GERAIS
DAS FRATERNIDADES LEIGAS DE SÃO
DOMINGOS
1.§ I - Os Leigos de São Domingos são aqueles fiéis que, baptizados na Igreja Católica ou nela
recebidos, confirmados e em plena comunhão de fé, sacramentos e governo eclesiástico, são
chamados por uma vocação especial a progredir no caminho de uma vida cristã e a animar as
realidades temporais através do carisma de São Domingos.

§ II - Para serem incorporados na Ordem dos Pregadores em cuja missão apostólica


participam plenamente, os Leigos de São Domingos fazem promessa de acordo com a
fórmula prevista na Regra. A entrada no ramo leigo da Ordem, chamadas Fraternidades
Leigas de São Domingos, sujeita ao Mestre e aos outros Superiores Maiores da Ordem,
realiza-se apenas com essa promessa1.

7
OUTROS GRUPOS DE LEIGOS DOMINICANOS

2. § I - Além das Fraternidades Leigas de São Domingos, existem Fraternidades sacerdotais e


outras Associações e Confrarias, regidas pelos seus próprios Estatutos legitimamente
aprovados pela autoridade competente e por vários títulos associados à Família Dominicana.

§ II - Estas Associações e Fraternidades constituem uma grande e variada riqueza para a


Igreja e para a Família Dominicana e devem ser muito valorizadas por todos os membros
das Fraternidades Leigas.

§ III - A fórmula de compromisso contida na Regra das Fraternidades Leigas de São


Domingos aprovada pela Santa Sé não deve ser utilizada por outros grupos agregados de
qualquer forma à Família Dominicana, a menos que o Mestre da Ordem permita
expressamente o contrário2.

VIDA DAS FRATERNIDADES

3. - O Rosário, mediante o qual a mente se eleva à contemplação íntima dos mistérios de Cristo
através da Santíssima Virgem Maria, é uma devoção tradicional da Ordem; portanto
recomenda-se a sua recitação diária pelos irmãos e irmãs das Fraternidades Leigas de São
Domingos3

APOSTOLADO DAS FRATERNIDADES

4. - Os membros das Fraternidades devem ser sempre testemunhas autênticas da misericórdia


de Cristo, em comunhão com a Igreja e a Ordem (cf. Regra, 5-7). Para fazer declarações públicas
em nome de uma Fraternidade, ou dos leigos em geral, requer-se a autorização da autoridade
competente de acordo com o Directório.

ADMISSÃO ÀS FRATERNIDADES

5. - Os Leigos de São Domingos estão sempre adstritos a uma Fraternidade, quando seja
possível, a do seu domicílio canónico ou quasi domicílio, ou ao menos estejam em contacto
com um membro do Conselho Provincial ou vicarial dos leigos 4.

6. - § I. A promessa perpétua será precedida por pelo menos um ano de admissão inicial e por
três anos de promessa temporária, documentados em registos que se mantenham para esses
fins, na Fraternidade local ou no arquivo Provincial 5.

§ II. - Um candidato que tenha recebido uma formação equivalente no Movimento Juvenil
Dominicano Internacional pode ser dispensado de parte da formação inicial pelo Presidente
da Fraternidade com o consentimento do Conselho. Neste caso, deve preceder pelo menos
um ano a promessa temporária da promessa perpétua 6.

7. Os fiéis que vivam em situações particulares devido às quais o Conselho da Fraternidade não
julgue prudente que sejam admitidos à promessa, podem no entanto participar na vida da
Fraternidade e na sua formação permanente, num caminho de seguimento a Cristo através do
carisma dominicano, sem prejuízo da disciplina e do magistério da Igreja 7.

8
A LEI QUE REGE AS FRATERNIDADES

8. § I. - A Regra pela qual se regem as Fraternidades Leigas de São Domingos é a lei


fundamental para as Fraternidades Leigas de todo o mundo.

§ II. - As presentes Declarações Gerais promulgadas pelo Mestre da Ordem são


amplificações, explicações e interpretações da Regra.

§ III. - Os Directórios Provinciais e Nacionais , preparados pelas próprias Fraternidades e


aprovados pelo Mestre da Ordem, são normas particulares locais e para a sua colaboração
a nível provincial ou nacional8.

9. - Para que os irmãos e irmãs das Fraternidades Leigas possam cumprir as suas obrigações
«não como escravos da lei, mas como pessoas livres sobre a graça» (Santo Agostinho, Regra 8,
cf. Romanos 6:14), declaramos que as transgressões à Regra não constituem por si, faltas
morais9.

10. - § I - O texto do Directório Provincial deve ser aprovado pelo Conselho Provincial dos
Leigos. Será enviado ao Prior Provincial, que o transmite com a sua opinião e a do seu
Conselho, ao Mestre da Ordem para a sua aprovação.

§ II - Ao aprovar o Directório, o Mestre da Ordem também pode fazer emendas a normas


particulares.

§ III - O Directório Provincial aprovado é promulgado pelo Prior Provincial 10.

11. - Salvo se estas disposições estiveram já incluídas no Directório Nacional, o Directório


Provincial deve detalhar:

1º As condições de admissão a uma Fraternidade;

2º O tempo de prova e de profissão para a promessa, sem prejuízo do nº6 supra.

3ª A frequência dos Sacramentos e das orações que os Irmãos e Irmãs das Fraternidades
Leigas devem elevar a Deus;

4º A frequência das reuniões das Fraternidades e a forma da sua celebração, e também a


frequência dos encontros espirituais;

5º A organização interna de cada Fraternidade e das Fraternidades da Província no seu


conjunto;

6º A forma de proceder para a eleição dos diferentes cargos sem prejuízo das normas da
Regra e destas Declarações;

7º A forma e limites das dispensas, sem prejuízo do nº13, infra;

8º Os sufrágios pelos irmãos e irmãs falecidos membros das Fraternidades leigas e por
toda a Ordem11.

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12. - § I - Quando existam várias províncias no mesmo território de uma nação, também pode
existir um único Directório Nacional. O Directório Nacional providência normas para as
províncias e fraternidades, ainda que um Directório Provincial possa derrogar normas do
Directório Nacional.

§ II - O texto do Directório Nacional deve ser acordado pelos Conselhos Provinciais Leigos
das províncias interessadas. Deve ser transmitido ao Mestre da Ordem para sua aprovação
junto com as opiniões dos Priores Provinciais a que diga respeito e seus Conselhos.

§ III - Ao aprovar o Directório Nacional, o Mestre da Ordem também pode fazer emendas a
normas particulares.

§ IV - O Directório Nacional aprovado é promulgado pelo Presidente do comité nacional de


Priores Provinciais, se existir, ou então pelo Mestre da Ordem 12.

13. § I - Os superiores da Ordem e os presidentes das Fraternidades não tem autoridade para
dispensar da lei divina ou da lei universal da Igreja.

§ II - Uma dispensa requer sempre uma causa justa e razoável (cf. Cân. 90 § 1). As normas
que definem elementos essencialmente constitutivos de um instituto ou acto não estão
sujeitas a dispensa (Cf. Cân. 86).

§ III - Apenas o Mestre da Ordem pode dispensar todos os leigos dominicanos de uma
norma da Regra.

§ IV - O Prior Provincial pode dispensar as fraternidades individuais de uma norma da


Regra ou do Directório, inclusive sem limite de tempo.

§ V - O Presidente da Fraternidade pode dispensar legitimamente uma norma da Regra ou


do Directório em casos individuais e por um tempo determinado 13.

14. - O Prior Provincial tem o poder de sanar os actos inválidos da Fraternidade, especialmente
em relação à admissão e à profissão ou promessa14.

GOVERNO DA FRATERNIDADE

15. § I - A menos que o Directório determine o contrário, o Presidente e o Conselho da


Fraternidade são eleitos pelos membros dessa Fraternidade que tenham pelo menos realizado
a promessa temporária.

§ II - Para ser eleito presidente, um membro deve ter realizado a promessa perpétua.

16. § I - De acordo com o artigo 21 c) da Regra, o assistente religioso deve ser um religioso
(irmão ou irmã) da Ordem. Se não for possível designar um religioso dominicano adequado
como assistente da Fraternidade, o Prior Provincial pode prescindir deste requisito e nomear
outra pessoa devidamente qualificada para ajudar os membros da Fraternidade em assuntos
doutrinais e na vida espiritual da tradição dominicana 15.

10
§ II – Um religioso ou clérigo que não esteja sob a jurisdição do Prior Provincial não poderá
ser nomeado válidamente assistente religioso sem o consentimento do seu superior
maior. Para um clérigo secular, esse consentimento é dado pelo seu Ordinário 16.

GOVERNO DAS FRATERNIDADES NA PROVÍNCIA

17. § I - O Directório determina a maneira de eleger o Presidente Provincial e o Conselho


Provincial dos Leigos.

§ II - Para ser eleito Presidente Provincial, um membro deve ter realizado a promessa perpétua.

18. § I - De acordo com o disposto no Artº20 b) da Regra, o Promotor Provincial deve ser um
religioso (irmão ou irmã) da Ordem. A dispensa deste requisito está reservada ao Mestre da
Ordem .

§ II - Aquele que não está sob a jurisdição do Prior Provincial não pode ser nomeado
válidamente Promotor Provincial sem o consentimento escrito do seu superior maior e um
acordo entre o Prior Provincial e o Promotor Provincial17.

§ III - O mandato do Promotor Provincial é de quatro anos Ele ou ela não podem servir mais
de dois mandatos consecutivos.

§ IV - Ainda que o Promotor Provincial tenha pleno direito de participar nas reuniões do
Conselho Provincial dos Leigos, não tem voz activa nem voz passiva em nenhum orgão das
Fraternidades Leigas18.

ELEIÇÕES

19. § I - Salvo o que digam estas Declarações ou o Directório indiquem o contrário, as eleições
entre os Leigos de São Domingos realizam-se de acordo com o Cânone 119, 1º e 164-183.

§ II - A menos que o Directório diga o contrário, podem haver até três escrutínios numa
eleição. Requer-se maioria absoluta para a eleição no primeiro e segundo escrutínio. Se
tiverem ocorrido dois escrutínio inconsequentes, deve-se votar entre os dois candidatos
com mais votos, ou, se existirem mais do que dois, entre os dois com mais tempo de
primeira promessa nas Fraternidades Leigas. Depois do terceiro escrutínio inconsequente,
considere-se eleito aquele que tiver mais tempo de primeira promessa nas Fraternidades
Leigas.

SEPARAÇÃO DAS FRATERNIDADES LEIGAS

20. § I - Quando expira a promessa temporária, e se não se renova, cada membro é livre de sair
das Fraternidades Leigas.

§ II - Durante o tempo da promessa temporária, ou depois de fazer a promessa perpétua,


um membro não precisa de solicitar indulto para deixar as Fraternidades Leigas, excepto
por uma razão grave, ponderada diante de Deus e com a ajuda dos membros da
fraternidade. Ante tal motivo, deve apresentar uma solicitação fundamentada ao

11
Presidente da Fraternidade que a deve remeter ao Prior Provincial acompanhada da sua
opinião e da do Conselho da Fraternidade.

§ III - O Prior Provincial é competente para outorgar um indulto de saída das Fraternidades
Leigas. Uma vez que o indulto seja notificado por escrito ao membro em questão, ele ou
ela está dispensado da promessa e do requisito de observar a lei particular das
Fraternidades Leigas de São Domingos19.

21. § I - Para além das situações mencionadas no Cânone nº316 § 1, um membro que tenha
realizado a promessa temporária ou perpétua pode ser expulso por um dos seguintes motivos:

1º violação grave da Regra ou do Directório;

2º causar escândalo grave e público entre os fiéis;

§ II - Nos casos mencionados em § I, o Presidente da Fraternidade é o primeiro a advertir o


membro, formalmente e por escrito.

§ III - Se não é atendida a advertência, o Presidente, com o consentimento do Conselho da


Fraternidade, pode pedir ao Prior Provincial a expulsão daquele membro. Nas situações
mencionadas no cân. 316 § 1; o Presidente deve solicitar ao Prior Provincial a expulsão do
membro.

§ IV - Se o Prior Provincial, havendo dado ao membro oportunidade de defesa, julgar que


a expulsão se justifica, emitirá um decreto de expulsão por escrito.

§ V - O decreto de expulsão, uma vez que seja legitimamente notificado o membro,


provoca a cessação dos direitos e obrigações que derivavam da promessa e é extensível a
todas as Fraternidades Leigas de São Domingos.

§ VI - O recurso hierárquico ao Mestre da Ordem contra um decreto de expulsão é sempre


possível20.

22. § I - Um membro que tenha obtido um indulto de saída das Fraternidades Leigas e
posteriormente pretenda reincorporar-se em qualquer Fraternidade deve seguir novamente o
processo de formação. A promessa perpétua de tal membro apenas pode ser realizada com a
autorização do Prior Provincial e do Conselho da nova Fraternidade do membro. A promessa e
a admissão de alguém que esconde a situação de um indulto de saída anterior não é válida 21.

§ II - Uma pessoa que tenha sido expulsa das Fraternidades Leigas, depois de avaliação
cuidadosa da sua condição de vida e com a certeza de emenda, pode ser readmitida nas
mesmas condições que em § I22.

12
1 C.A. AZPIROZ COSTA, Declarações Gerais acerca da Regra das
Fraternidades Leigas de São Domingos de 15-XI-2007, (doravante designadas DG2007), I, §
1.). Estas notas de pé de página não formam parte das Declarações Gerais promulgadas, mas
servem para indicar a fonte de cada declaração.
2 D. BYRNE, Declarações Gerais das Fraternidades Leigas de São Domingos, 16-ii-
1987 (doravante designadas DG1987), 5; DG2007, I § 2.
3 DG1987, 7.
4 DG2007, I § 3.
5 DG2007, I § 1.
6 Proposta do Congresso Internacional das Fraternidades Leigas de São Domingos,
Fátima, 2018
7 DG2007, I § 4.
8 DG1987, 1,
9 DG1987, 2.
10 DG1987, 1.; DG2007 II § 1.
11 DG1987, 6.
12 DG1987, 1; DG2007, II, § 1.
13 DG2007, III.
14 DG1987, 4.
15 DG2007, V.
16 ACG Trogir [2013), 187; Bologna [20I6),345
17 DG2007, IV, § 2.
18 DG2007, IV § 3
19 DG2007, VI, § 1.
20 DG2007, VII § 1 y 3; can.316 § 1
21 DG2007, VI § 2
22 DG2007, VII § 2

13
DIRECTÓRIO
DAS FRATERNIDADES LEIGAS DE SÃO DOMINGOS
DA PROVÍNCIA DE PORTUGAL
DA ORDEM DOS PREGADORES

Carta de Promulgação
A Família Dominicana é composta por vários ramos, todos eles com longa
história e tradição: as monjas, os frades, as irmãs de vida activa e os leigos. Dentre

14
estes últimos, as Fraternidades Leigas ocupam um lugar privilegiado e, por isso, é com
muita alegria que se promulgam esta Regra e Directório das mesmas Fraternidades,
devidamente actualizados, revistos e aprovados pelo Mestre da Ordem. Certamente
que ajudarão e alimentarão todas as comunidades laicais na sua vida e missão.
Lisboa, 24 de Junho de 2020
Fr.José Nunes,op – Prior Provincial

_____________________________________________________________________________

DISPOSIÇÕES INICIAIS

Neste Directório, quando se fala de Fraternidades, incluem-se também os Núcleos de


Fraternidade, salvo o que explicitamente é referido para umas e outros.

FINALIDADE
1. Este Directório, de acordo com o disposto na Regra das Fraternidades Leigas de S.
Domingos e nas Declarações dos Mestres da Ordem e dos Capítulos Gerais, contém de
forma concreta e pormenorizada as normas e orientações que se aplicam às
Fraternidades Leigas de S. Domingos da Província de Portugal.

OBRIGATORIEDADE
2. O Directório Provincial faz parte, juntamente com a Regra e as Declarações Gerais, dos
Estatutos próprios das Fraternidades Leigas de S. Domingos (Regra nº24), que devem
ser aceites como um todo normativo e vividos desde o momento da admissão nas
Fraternidades.

FLEXIBILIDADE
3. Este Directório permanece aberto à sua renovação, acolhendo as modificações
derivadas das normas da Igreja e da Ordem e da experiência das Fraternidades,
podendo o Conselho Provincial das Fraternidades propor modificações, supressões e
aditamentos às normas deste Directório segundo o processo previsto nas Declarações
Gerais/2019 nº10.

I – DA VIDA DOS IRMÃOS

A – OS DOMINICANOS LEIGOS

DA ADMISSÃO NA FRATERNIDADE

4. Condições e disposições para a admissão na Fraternidade:


Para ser admitido numa Fraternidade requer-se do candidato os seguintes requisitos:
a) Idade mínima de 25 anos (com dispensa do Prior Provincial, 18 anos).

15
b) Maturidade psicológica e moral.
c) Ter recebido o Sacramento do Crisma (ou Confirmação), ou estar-se a preparar
para o receber (Regra nº1)
d) Desejo de progredir na perfeição evangélica, segundo o seu próprio estado.
e) Consciência da própria vocação, como chamamento do Espírito Santo, para
viver como leigo a missão da Ordem, na Igreja, para o mundo.
f) Disposição em se tornar apto a realizar uma vida «segundo o espírito e carisma
de S. Domingos» (Regra nº2).
g) Não pertencer actualmente a nenhuma outra Ordem.

5. A admissão na Fraternidade deve ser precedida de um tempo em que o simpatizante seja


informado sobre as orientações fundamentais do ser leigo dominicano.

6. O pedido de admissão na Fraternidade é apresentado pelo Presidente da Fraternidade ao


Conselho da mesma, que decide por votação secreta da sua aceitação, sendo necessária
maioria absoluta.
Nos Núcleos de Fraternidade, o seu Coordenador apresenta o pedido de admissão ao
Promotor Provincial, que decide da admissão.

7. O candidato, uma vez admitido, é agregado à Fraternidade local através do Rito de


Admissão.

DA FORMAÇÃO INICIAL
Tempo de experiência e formação de base
8. Com o rito de admissão tem início o período de formação de base, com a duração
mínima de um ano, sob a orientação do Formador e do Promotor local.

9. Durante este período, o candidato junto com os responsáveis pela formação de base,
devem seguir o Plano Provincial de Formação (Regra nº11 a), que deve incluir:

a. O completar da iniciação cristã do candidato, nomeadamente na Sagrada


Escritura, Credo, Sacramentos e Oração.
b. O conhecimento de S. Domingos e da Ordem dos Pregadores.
c. O estudo e a consequente vivência experimental dos Estatutos próprios das
Fraternidades Leigas (Regra nº24).
d. Iniciação à vida fraterna, sobretudo pela presença assídua e participação nas
reuniões de formação e reuniões gerais da Fraternidade.

10. Este período durará o tempo necessário para que o candidato estude e experimente, e
assim possa discernir, em Fraternidade a sua vocação.

Incorporação temporária na Ordem: a profissão temporária

11. Concluído o período de experiência e formação de base, o candidato pode ser


admitido, por votação secreta do Conselho da Fraternidade, à promessa temporária,

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pela qual é incorporado na Ordem. (Se se tratar de um Núcleo, ver o nº95 deste
Directório).

12. A profissão consiste numa promessa formal, mas sem voto, de procurar viver segundo
a Regra de Vida das Fraternidades. É emitida perante o Presidente da Fraternidade e o
Assistente Religioso na presença de outros irmãos.

13. Com a promessa, o dominicano leigo empenha-se em seguir a Cristo, segundo o


espírito evangelizador de S. Domingos, no âmbito familiar e sócio-profissional.

14. A fórmula da promessa está expressa na Regra de Vida, no nº14 e deverá seguir o Rito
de Admissão nas Fraternidades Leigas de S. Domingos.

15. A promessa temporária compromete o dominicano leigo na Ordem por um período de


três anos.

16. Terminados os três anos, o dominicano leigo, se tiver completado a formação inicial,
pode pedir que lhe seja concedido emitir a sua promessa definitiva.
A decisão pertence ao Conselho da Fraternidade, tomada por votação secreta.

17. O Conselho da Fraternidade, em diálogo com o candidato, pode propor-lhe a


renovação da promessa temporária por mais um ano.

18. Desde a incorporação na Ordem é concedida ao dominicano leigo o direito de votar e


poder ser eleito, salvo as excepções expressamente indicadas.

Aprofundamento da vocação e formação complementar

19. Com a promessa temporária começa o segundo período da formação inicial, com a
duração mínima de três anos.

§. Nesta etapa, o dominicano leigo aprofunda a sua vocação, nos seus elementos
essenciais e completa a sua formação inicial, segundo o Plano Provincial de Formação,
sob a orientação dos responsáveis pela formação.

DA INCORPORAÇÃO PERPÉTUA NA ORDEM

Incorporação definitiva na Ordem: a profissão perpétua

20. Com a promessa definitiva, o dominicano leigo é incorporado na Ordem


definitivamente, participando em comunhão fraterna «na sua missão apostólica, pelo
estudo, pela oração e pela pregação, segundo a sua própria condição de leigo» (Regra,
nº4).

17
21. Com a promessa definitiva, termina o período de formação inicial e abre-se um novo
caminho de amadurecimento na vocação e missão laicais dominicanas.
Para isso, contribui a comunhão assídua e fraterna com os frades pregadores, as
monjas e as irmãs, a fim de junto realizarem o desafio que S. Domingos começou:
«uma família e unidade de vida e compromisso, de serviço à Igreja e ao mundo» (Carta
do Mestre da Ordem, Fr. Damian Byrne, sobre o «Desafio da Evangelização nos nossos
dias», 1988).

Promessa em perigo de morte

22. Em caso de perigo de morte, o assistente religioso pode receber a emissão da


promessa definitiva, sem qualquer dos requisitos consignados neste Directório.

DA VIDA ESPIRITUAL DO DOMINICANO LEIGO

23. O dominicano leigo consciente do valor dos sacramentos, procura viver reconciliado
com Deus e com os irmãos, através da participação assídua na eucaristia e da prática
regular do Sacramento da Reconciliação (Regra, nº10, b e c).

24. Procura também santificar as horas do dia, em comunhão com a Igreja e a Ordem,
através de um tempo de oração pela manhã e outro à tarde ou à noite, segundo um
ritmo adaptado às suas condições de vida laical.

25. Para alimentar a sua vida de união com Deus, seja fiel a um tempo de meditação ou
oração interior, por exemplo, na Eucaristia, ou numa das Horas litúrgicas (Regra, nº10
d).

26. Recomenda-se a recitação diária de ao menos uma parte do Rosário (que é devoção
tradicional da nossa Ordem), o qual leva à familiaridade na contemplação dos
Mistérios de Cristo com a Virgem Maria (DG2019,3).

27. A exemplo dos nossos Santos, empenhe-se na prática da penitência evangélica (cf.
«Instrução Pastoral sobre a disciplina penitencial» da Conferência Episcopal
Portuguesa, 1982).

28. A leitura espiritual da Sagrada Escritura (em primeiro lugar das Leituras da Eucaristia
Dominical), é uma das fontes fundamentais de contemplação e da vida apostólica do
dominicano leigo (Regra, nº13 a).

29. Tendo presente que a índole «secular» lhe é própria, o dominicano leigo empenhe-se
em buscar o Reino de Deus e a contribuir do interior, à maneira de fermento, para a
santificação do mundo, no meio das actividades e profissão, e da vida familiar, e social,
as quais como que tecem a sua existência (Conc. Vat. II, Constituição Dogmática sobre
a Igreja: «Lumen Gentium», nº31).

18
DA VIDA APOSTÓLICA DO DOMINICANO LEIGO

30. Cada dominicano leigo, quer a título pessoal, quer como enviado da Fraternidade, ou
em colaboração com ela, procure responder às exigências da missão da Ordem, nos
tempos e lugares em que se encontra.

§O que tem autoridade para falar em nome da Fraternidade é o seu presidente. O que
tem autoridade para falar em nome das fraternidades da Província é o Presidente
Provincial.

31. Atento aos «sinais dos tempos», procure as formas de apostolado que mais
contribuam para a evangelização e a resolução dos seus problemas à luz da fé (Regra,
nº5, nº10 f e nº13)

32. Em conformidade com a sua vocação apostólica:

a. Esteja atento e dedique-se, quanto possível, aos problemas dos mais pobres e
marginalizados, comprometendo-se na promoção da justiça e da paz (Regra,
nº5 e 6).
b. Colabore com os outros ramos da Família Dominicana no apostolado (Regra,
nº2).
c. Colabore no apostolado dominicano do Rosário.
d. Preste ajuda às obras missionárias da Ordem (Regra, nº9).
e. Colabore nas iniciativas apostólicas paroquiais e diocesanas (Regra, nº9).

DAS INSÍGNIAS

33. Para manifestar a admissão e a incorporação na Ordem, existem insígnias próprias, que
estão indicadas quanto à forma e ao uso, no Ritual de admissão e promessas das Fraternidades
Leigas de S. Domingos.

DA SEPULTURA COM O HÁBITO DA ORDEM

34. Ao dominicano leigo é concedida a permissão de ser sepultado com o hábito da Ordem,
segundo a antiga tradição.

B – AS FRATERNIDADES LEIGAS DE S. DOMINGOS

DAS FRATERNIDADES

35. Os dominicanos leigos agrupam-se em comunidades cristãs chamadas Fraternidades, nas


quais, pela sua vivência fraterna, experimentam e são sinal da comunhão eclesial.

36. A convivência dos irmãos na Fraternidade deve ser vivificada pela caridade, manifestada
no acolhimento mútuo e no respeito pela identidade própria de cada pessoa.

19
DAS REUNIÕES DA FRATERNIDADE

37. Na vida de um dominicano leigo, as reuniões da Fraternidade são um elemento essencial.


É através delas que se aprofunda e fortalece a vocação apostólica pessoal e comunitária, tendo
sempre em conta que é no tempo entre as reuniões que se reflecte a vivência em Fraternidade.

§. A assiduidade às reuniões é muito importante, pois demonstra a fidelidade à


vocação e aos compromissos assumidos (Regra, nº15).
Quem não puder participar na reunião, deve comunicá-lo ao Presidente da
Fraternidade.

Tipo de Reuniões

38. A fim de promover a vida fraterna deve a Fraternidade ter, com a periodicidade indicada,
as seguintes formas de reunião:

a. Reuniões gerais, segundo o ritmo, pelo menos, mensal.


b. Reunião de Conselho (ou direcção), regularmente, para preparar as reuniões gerais e
sempre que haja assuntos da vida interna e apostólica da Fraternidade para tratar.
c. Reunião de formação (específicas) para os candidatos (em formação de base), e os
dominicanos leigos que tenham emitido a promessa temporária (e formação complementar),
com um ritmo, pelo menos, mensal.
d. Reunião de grupos, constituídos por vários elementos da Fraternidade que se queiram
reunir para a oração, estudo, a formação permanente, actividades apostólicas ou convívio.
Estas reuniões poderão contribuir para um aprofundamento na vida evangélica.

A orientação das Reuniões

39. A orientação das reuniões gerais e do Conselho são da responsabilidade do Presidente,


segundo o modo que o Conselho considere mais adequado para a Fraternidade. Esta
orientação deve ser estabelecida em diálogo com o assistente religioso.

§. As reuniões de formação inicial são da responsabilidade dos formadores em


diálogo com o assistente religioso.

Tríplice Dimensão das Reuniões

40. As reuniões gerais devem ter sempre uma tríplice dimensão, própria do carisma de S.
Domingos: oração, estudo e partilha (de vida e de informação).

41. Uma vez por ano, cada Fraternidade promova uma reunião de avaliação à luz da
fidelidade à Regra de Vida.

DAS FRATERNIDADES COMO COMUNIDADES DE ESTUDO

20
42. A vida e o apostolado dos dominicanos leigos exigem uma formação sólida e
progressiva, a fim de se tornarem verdadeiramente adultos na fé, aptos a receber, a celebrar e
a proclamar a Palavra de Deus (Regra, nº11). O lugar privilegiado para a formação doutrinal,
espiritual e dominicana é a Fraternidade. Entre os meios de formação, o estudo ocupa um
lugar fundamental entre os elementos que integram o carisma dominicano.

Programa de formação
43. Cada Fraternidade, sob a orientação do presidente, em colaboração com o formador e o
assistente religioso, devem pôr em prática o Programa Anual de Formação Permanente
proposto pelo Conselho Provincial Leigo.

Biblioteca
44. Recomenda-se que cada Fraternidade disponha de uma biblioteca actualizada, para apoio
de formação e do estudo.

DAS FRATERNIDADES COMO COMUNIDADES DE ORAÇÃO

45. As Fraternidades procurem ser fiéis, nos dias de hoje, ao modelo das comunidades
apostólicas, nas quais os primeiros cristãos «se mostravam assíduos ao ensinamento das
Apóstolos, à comunhão fraterna, à fracção do pão e às orações» (Actos dos Apóstolos, 2, 42).

§. Nas reuniões gerais recomenda-se a celebração da eucaristia ou de uma das


horas litúrgicas, ou a oração de uma parte do Rosário.

46. As Fraternidades celebrem as principais festas litúrgicas da Ordem, se possível com outras
Fraternidades e em colaboração com os outros ramos da Família Dominicana.

§. Celebrem de modo particular a festa do seu padroeiro.

47. Os dominicanos leigos participem, pelo menos uma vez por ano, numa reunião de
carácter espiritual (retiro, encontro de fé e de oração, etc.), com a duração mínima de dois dias
(ou fim de semana).

48. Recomenda-se a participação na liturgia das Horas, quando for possível, em comum com
outros ramos da Família Dominicana.

Oração pelos defuntos

49. Segundo a tradição da Ordem, em virtude da comunhão dos Santos, os dominicanos


leigos tenham bem presente a oração pelos defuntos.

§. Recomenda-se que participem na eucaristia, se possível em Fraternidade, nos


três aniversários que a Ordem celebra:

21
7 de Fevereiro – aniversários dos pais;
Nota: Transferida em Portugal para o dia 8 de Fevereiro, por causa de no dia 7 se
celebrar a festa das Cinco chagas do Senhor.
5 de Setembro – aniversário dos familiares e benfeitores da Ordem.
8 de Novembro – aniversário dos irmãos e irmãs da Ordem.

50. Quando morre algum membro da Fraternidade:

a. Os dominicanos leigos procurem estar presentes nas exéquias;


b. Seja celebrada pela Fraternidade uma eucaristia pela alma do defunto;
c. Cada dominicano leigo ofereça pelo defunto os sufrágios que, segundo a
sua consciência, entender.

51. O Presidente cuidará para que nas reuniões gerais se reze regularmente pelos defuntos
da Ordem, assim como pelos familiares e benfeitores.

DAS FRATERNIDADES COMO COMUNIDADES DE PREGAÇÃO

52. A Ordem dos Pregadores foi fundada por S. Domingos especialmente por causa da
pregação, sendo os seus membros consagrados à evangelização. As Fraternidades devem por
isso ser comunidades de pregação, segundo a sua própria condição de leigos (Regra, nº4).

a. As Fraternidades, em colaboração com os outros ramos da Família Dominicana e


também com as paróquias e Dioceses, procurem programar actividades ao serviço da
Evangelização e da Educação na Fé (Regra, nº9)
b. Deverão os membros das Fraternidades ter em conta a riqueza para a Igreja e para a
Família Dominicana de todas as Associações e Confrarias formalmente a ela anexadas
pela autoridade competente, vivendo em espírito de concórdia e activa colaboração e
reconhecendo-se todos como irmãos e irmãs em S. Domingos, cada qual consoante a
sua própria condição e identidade.

DOS DOENTES NA FRATERNIDADE

53. Que as Fraternidades tenham particularmente presentes e unidos ao seu apostolado os


seus doentes. Por sua parte, os doentes mantenham-se em comunhão com toda a Família
Dominicana, através da oração e da oferta dos seus sofrimentos ao Senhor (Colossenses, 1, 24).

II- DA ORGANIZAÇÃO DAS FRATERNIDADES

A- ORGANIZAÇÃO LOCAL

ORGÃOS

22
54. Em cada Fraternidade, as diversas responsabilidades são assumidas pelos seguintes
órgãos:

1. A Assembleia da Fraternidade
2. O Conselho
3. O Presidente
4. O Vice-Presidente
5. O Formador
6. O Secretário
7. O Tesoureiro
8. O Assistente Religioso

DO MODO DE ELEGER

55. Do modo de eleger e de votar:


a) 1º - tratando-se de eleições, terá valor de direito o que, estando presente a maior parte
dos que devem ser convocados, for aprovado por maioria absoluta dos presentes; depois de
dois escrutínios ineficazes, a votação faça-se entre os dois candidatos mais velhos em idade;
depois do terceiro escrutínio, se se mantiver a igualdade, considere-se eleito o que for mais
velho em idade.
2.° se se tratar de outros assuntos, terá valor de direito o que, estando presente a maior
parte dos que devem ser convocados, for aprovado pela maioria absoluta dos presentes; se
depois de dois escrutínios houver igualdade de votos, o presidente pode dirimir a paridade
com o seu voto;.
b) Para que a eleição seja válida, deve estar presente, pelo menos um terço dos membros
da Fraternidade com promessa emitida. Se não houver o número necessário de
participantes após a primeira convocatória, far-se-á uma segunda, requerendo-se para a
validade da eleição apenas um quarto dos membros da Fraternidade convocados.
c) Apenas é permitido o voto presencial, não se admitindo o voto por correspondência, à
distância ou por procuração.

56. Tem direito a voto todos os dominicanos leigos, desde que tenham já feito a promessa
temporária.

57. Têm direito a ser eleitos:

a. Para Presidente, Vice-Presidente e Formador, os dominicanos leigos que


tenham feito a promessa definitiva.
b. Para Secretário e Tesoureiro, qualquer dominicano com promessa
temporária ou definitiva.

58. Para colaboradores destes órgãos ou outros serviços, poderão ser nomeados pelo
Conselho da Fraternidade quaisquer membros da mesma, ainda que em formação de base.

ASSEMBLEIA DA FRATERNIDADE

23
59. A Assembleia da Fraternidade é constituída por todos os membros da Fraternidade
incorporados na Ordem (com a promessa temporária ou definitiva).
Os candidatos em formação de base podem participar nas reuniões da Assembleia,
mas sem direito a voto.

§. Deve ser convocada com a devida antecedência, indicando-se os assuntos que


irão ser abordados.

60. Compete à Assembleia:

● Determinar quantos elementos deve ter o Conselho da Fraternidade, num


mínimo de três e um máximo de seis
● Eleger, por voto secreto, o Presidente da Fraternidade 2.
● Eleger, por voto secreto os outros membros do Conselho da Fraternidade.
● Eleger um delegado da Fraternidade à Assembleia Provincial de entre os
incorporados na Ordem.
● Enviar propostas ao Capítulo Provincial (dos Frades).
● Fazer propostas ao Promotor Provincial, bem como ao Conselho Provincial
Leigo.

O CONSELHO DA FRATERNIDADE

61. O Conselho da Fraternidade é o órgão comunitário que governa a Fraternidade.


Compete-lhe tratar e deliberar sobre as questões da vida interna e apostólica da Fraternidade,
assim como da sua boa administração (Regra, nº21 a).
a. É composto por três a seis membros da Fraternidade, eleitos de acordo com os artigos
anteriores.
b. O seu mandato é de três anos.

62. Incumbe ao Conselho eleger de entre os seus membros:


● Com promessa definitiva:
1. O Vice-Presidente
2. O Formador
● Com promessa temporária ou definitiva:
1. O Secretário
2. O Tesoureiro

§1 - Cada elemento pode acumular mais do que um cargo - com excepção de


Presidente/Vice-Presidente e Presidente/Tesoureiro, quando tal for necessário para o
bom dinamismo da Fraternidade.

§2 – A eleição do Presidente do Conselho da Fraternidade terá de ser confirmada pelo


Presidente Provincial.
2
. DG2019, nº17§I

24
63. É também da competência do Conselho:
a. Dar o seu parecer ao Promotor Provincial, antes da nomeação de um assistente religioso
para a Fraternidade, ou propor ao Promotor Provincial a nomeação de um assistente
religioso (Regra nº21 c)
b. Decidir, por voto secreto, da aceitação dos candidatos à admissão na Fraternidade e dos
dominicanos leigos que desejem emitir a promessa temporária ou definitiva (Regra, nº16)
§ Para aceitação à promessa definitiva só podem votar os Conselheiros que já a tenham
emitido.
c. Enviar propostas ao Conselho Provincial (dos Frades) (Regra, nº23).
d. Fazer propostas ao Promotor Provincial, bem como ao Conselho Provincial Leigo.
e. Propor à Fraternidade os contributos regulares da partilha económica e do fundo de
entre - ajuda fraterna.
f. Nomear, se necessário, colaboradores dos seus membros, entre os elementos da
Fraternidade, após a eleição do Conselho.
g. Pronunciar-se sobre a saída da Ordem dos membros com promessa temporária que
desejem sair antes do término dos 3 anos; ou sobre o pedido de saída daqueles que já
tenham emitido a promessa definitiva;
h. Pronunciar-se- nos casos de dispensa e expulsão nos termos previstos nos números 20 a
22 das Declarações Gerais do Mestre da Ordem de 2019.

64. Para que as decisões do Conselho sejam válidas, têm de estar presentes, pelo menos, três
Conselheiros, incluindo o Presidente ou na sua ausência o Vice-Presidente.

65. Se durante o triénio faltar algum Conselheiro, que seja eleito outro em Assembleia da
Fraternidade.
§ O seu mandato será pelo tempo que faltar até ao final do mandato do
Conselho.

66. Antes de terminado o triénio, compete ao Presidente, ou na sua ausência ao Vice-


Presidente, convocar a Assembleia da Fraternidade para a eleição de um novo Conselho para
outro triénio.
§ A posse, porém, só será conferida após o fim do mandato do Conselho cessante.

67. O assistente religioso participa, por direito, nas reuniões do Conselho, mas sem direito a
voto.

PRESIDENTE DA FRATERNIDADE

68. Compete ao Presidente:


a) Representar a Fraternidade.
b) Convocar e presidir ao Conselho e à Assembleia da Fraternidade.
c) Presidir e orientar as reuniões gerais da Fraternidade, em colaboração com o Conselho e
em diálogo com o assistente religioso.
d) Participar, como representante, na Assembleia Provincial.

25
e) Velar para que sejam cumpridas as determinações do Conselho Provincial Leigo e do
Promotor Provincial.
f) Receber juntamente com o assistente religioso a promessa temporária ou definitiva.
g) Promover a comunhão de vida com as Fraternidades da região.

69. O Presidente é eleito por três anos. Pode ser reeleito para um segundo triénio.

O VICE-PRESIDENTE DA FRATERNIDADE

70. O Vice-Presidente é o colaborador imediato do Presidente e, na ausência deste, assume


os seus deveres e direitos. O Presidente pode delegar nele algumas das suas responsabilidades.

§ É eleito por três anos pelo Conselho, de entre os seus membros incorporados na
Ordem com promessa definitiva.

O FORMADOR DA FRATERNIDADE

71. Pertence ao próprio candidato, sob a orientação dos formadores, a primeira


responsabilidade da própria formação, em livre cooperação com a graça da vocação divina.

a) Para orientar a formação inicial (de base e complementar), seja eleito pelo
Conselho da Fraternidade, por três anos, um encarregado pela Fraternidade
para formação, chamado Formador, de entre os seus membros comprometidos
do Conselho com promessa definitiva.

72. Compete ao Formador:

a. Convocar e orientar, em colaboração com o assistente religioso, as reuniões de


formação para os candidatos no período de formação de base e para os dominicanos leigos em
formação complementar.
b. Pôr em prática o Plano Provincial de Formação Inicial, procurando dentro e fora da
Fraternidade a colaboração necessária para o levar a cabo.
c. Dar cumprimento às determinações do Conselho Provincial Leigo, no que diz respeito à
formação inicial.
d. Fomentar a valorização doutrinal, espiritual e apostólica dos formandos.
e. Estabelecer com cada formando uma relação fraterna, personalizada e encorajante.

SECRETÁRIO DA FRATERNIDADE

73. Seja eleito de entre os membros do Conselho um secretário, por três anos.

74. Ao Secretário, compete:

a. Redigir as actas das reuniões do Conselho e da Assembleia da Fraternidade, registando-


as no Livro de Actas da Fraternidade.

26
b. Organizar e manter actualizado o Arquivo de Documentos e circulares.
c. Encarregar-se da correspondência oficial e do Arquivo de Correspondência.
d. Registar as admissões e as promessas no Livro de Registo da Fraternidade.
e. Redigir e enviar, a pedido do Presidente as convocatórias, com a ordem de trabalhos,
para as reuniões do Conselho e da Assembleia da Fraternidade.
f. Organizar a Biblioteca, de acordo com as determinações do Conselho.

TESOUREIRO DA FRATERNIDADE

75. Seja eleito de entre os membros do Conselho um Tesoureiro, por três anos.

76. Compete ao Tesoureiro:

a. Orientar a administração dos bens e fundos da Fraternidade


b. Apresentar anualmente ao Conselho um balanço das contas, conforme as indicações do
Conselho Provincial Leigo.
c. Fomentar o espírito evangélico de partilha económica (nomeadamente no âmbito
Provincial e da Ordem).
d. Estar atento às necessidades estruturais da fraternidade e viabilizá-las.
e. Dar cumprimento às determinações do Conselho Provincial Leigo, no que diz respeito à
entre -ajuda fraterna, contributos e contabilidade.
f. Caso seja oportuno, manter aberta uma conta bancária da Fraternidade, com
assinaturas do Presidente e a sua.

ASSISTENTE RELIGIOSO

77. O assistente religioso assegura que a Fraternidade viva em fidelidade a doutrina da Igreja,
segundo o carisma e as normas da Ordem.

78. Compete ao assistente religioso:


a. Velar pela formação permanente, doutrinal e espiritual dos membros da Fraternidade,
bem como fomentar o seu amor à Ordem.
b. Colaborar empenhadamente com o formador da Fraternidade na formação inicial (de
base e complementar).
c. Orientar a oração comunitária, procurando, de forma pedagógica, preparar os
dominicanos leigos para a feitura, celebração e presidência da Oração comunitária.
d. . Presidir aos ritos de admissão e de promessa e receber, juntamente com o/a
Presidente local, a promessa temporária ou definitiva.
e. Participar de direito, mas sem voto, nas reuniões do Conselho e da Assembleia da
Fraternidade.

ARQUIVO E BIBLIOTECA DA FRATERNIDADE

79. Cada Fraternidade deve ter o seu Arquivo próprio, cuidadosamente actualizado. Desse
Arquivo devem fazer parte:

27
a. Livro de registo da Fraternidade, no qual se inscrevem os dados identificativos dos
candidatos e dos membros da Fraternidade, assim como se registam as admissões e as
promessas (com a assinatura de duas testemunhas),
b. Livro de actas do Conselho e da Assembleia da Fraternidade (ou do Núcleo)
c. Livro da contabilidade.
d. Arquivo de documentos e circulares.
e. Arquivo de correspondência.
f. Recomenda-se também um Livro da Crónica da vida da Fraternidade.

80. Deve também cada Fraternidade organizar a sua Biblioteca.

GRUPO DE SIMPATIZANTES

81. Quando um grupo de pessoas pretende formar uma nova Fraternidade, deve fazer uma
caminhada de informação e experiência do espírito e vivência do carisma laical dominicano,
expresso na Regra de Vida das Fraternidades Leigas de S. Domingos, sobretudo da Constituição
Fundamental do Laicado Dominicano.

a. Durante este percurso, o Conselho Provincial Leigo, com o Promotor Provincial,


procurará a forma de apoiar este grupo através de dominicanos leigos e de Fraternidades já
formadas.
b. O Promotor Provincial, pessoalmente ou através de um delegado seu, assegurará a
orientação e formação dominicana desse grupo.

NÚCLEO DE FRATERNIDADE

82. Um grupo pedirá ao Prior Provincial, através do Promotor Provincial, o seu


reconhecimento como Núcleo de Fraternidade, quando, procurando seguir os estatutos das
Fraternidades Leigas de S. Domingos:

a. Puder assegurar os elementos básicos da vocação laical dominicana, a saber:


3. Ambiente de vida fraterna.
4. Estudo assíduo.
5. Oração comunitária.
6. Projectos de vida apostólica.

b. De entre os seus elementos, houver, pelo menos, três dominicanos leigos


comprometidos com promessa temporária.

83. O reconhecimento pela Província do Núcleo de Fraternidade é da atribuição do Prior


Provincial, tendo ouvido previamente o Promotor Provincial e o Presidente Provincial.

a. Logo que possível, o Promotor Provincial providenciará à nomeação, pelo Prior


Provincial, de um assistente religioso.

28
84. Ao ser reconhecido, o Núcleo de Fraternidade deve:

a. Escolher de entre os seus membros uma Direcção, formada por três ou quatro
elementos que, comunitariamente governará o Núcleo.
Essa Direcção deverá incluir:

1.Coordenador
2. Secretário
3. Tesoureiro.
4. Formador (só se houver algum dominicano leigo com promessa definitiva)

§1 – Cada elemento pode acumular mais do que um cargo, quando tal for necessário para
o bom dinamismo do Núcleo, com excepção de Coordenador/Tesoureiro.

§2 – A eleição do Coordenador para ser válida terá de ser confirmada pelo Presidente do
Conselho Provincial.

b. Criar o Arquivo do Núcleo, com os livros e registos indicados no nº79 deste Directório.

85. O mandato da Direcção é de dois anos.

86. Os elementos da Direcção têm as seguintes atribuições:

a. Ao Coordenador. compete representar o Núcleo; presidir e orientar as reuniões de


Direcção e do Núcleo; velar para que sejam cumpridas as determinações do Conselho
Provincial Leigo.
b. Ao Formador compete o indicado no nº73 deste Directório;
c. Ao Tesoureiro compete o indicado no nº76 deste Directório;
d. A Direcção elege o seu delegado à Assembleia Provincial.

87. Dado ser da atribuição do Conselho da Fraternidade a aceitação dos candidatos à


admissão na Fraternidade e à emissão da promessa, e não tendo o Núcleo um Conselho
formado, compete à Direcção enviar ao Promotor Provincial os pedidos para admissões e
promessas, que sobre eles decidirá, ouvido o Presidente Provincial.

NOVAS FRATERNIDADES

88. Compete ao Prior Provincial erigir novas Fraternidades, com o consentimento do Bispo da
Diocese (Regra, nº20 a).

89. Os requisitos para que uma Fraternidade seja reconhecida e possa ser erecta
canonicamente, são:
a. De entre os seus membros, haver, pelo menos, oito comprometidos com promessa
(temporária ou definitiva).
b. Poder eleger Conselho, segundo o prescrito nos nº60 e 61 deste Directório.

29
MUDANÇA DE FRATERNIDADES

90. Para passar de uma Fraternidade a outra, requer-se o consentimento do Conselho da


segunda, por voto secreto.

DISPENSA E EXPULSÃO DA ORDEM

91. A saída voluntária de membros das Fraternidades ou a sua expulsão, são regulados
pelas Declarações Gerais do Mestre da Ordem.

B - ORGANIZAÇÃO PROVINCIAL

A ASSEMBLEIA PROVINCIAL

92. A Assembleia Provincial é constituída por:


a) Os representantes das Fraternidades e núcleos, que não sejam Conselheiros Provinciais.
Cada Fraternidade envia dois representantes, o presidente e um delegado eleito pela
Assembleia da Fraternidade para o efeito. Cada Núcleo envia um delegado, que tem de ser
membro da Direcção.
b) . Os Conselheiros Provinciais (efectivos e em exercício, quando for convocada a
Assembleia).
c) . O Promotor Provincial, mas sem direito a voto. (DG2019, 18 $ IV.)

93. Compete à Assembleia Provincial:


a. Determinar o número de elementos do Conselho Provincial a eleger (entre 5 e 8).
b. Eleger, por voto secreto o Presidente Provincial.
c. Eleger, por voto secreto, os outros conselheiros Provinciais, para um mandato de três
anos.
d. Fazer a apreciação da vida das Fraternidades.
e. Apresentar propostas para a melhoria da vida das Fraternidades.
f. Enviar propostas ao Capítulo Geral da Ordem e também ao Capítulo Provincial (dos
frades).

94. A Assembleia é convocada pelo Presidente Provincial, de acordo com o Promotor


Provincial.
a. Pelo menos 90 dias imediatamente anteriores ao fim do mandato do Conselho Provincial,
o Presidente Provincial convocará a Assembleia Provincial electiva.
b. Poderá ser convocada uma Assembleia Provincial não electiva a meio do triénio, com
qualquer das competências indicadas no nº94, excepto as alíneas a), b) e c).
§Competirá ao Conselho Provincial decidir sobre a necessidade da sua convocação ou a
mesma ser solicitada a pedido de, no mínimo, metade dos Conselhos das Fraternidades.
c. Ouvido o Promotor Provincial e o Conselho Provincial Leigo, pode o Presidente convocar
uma Assembleia Extraordinária, com um mínimo de 30 dias de antecedência, em caso de
fundamentada necessidade e urgência, podendo ter as competências referidas no nº94.

30
O CONSELHO PROVINCIAL LEIGO

95. O Conselho Provincial Leigo é o órgão colegial que apoia e orienta a organização e a vida
das Fraternidades da Província.
a. É composto pelo Presidente Provincial e pelos Conselheiros, eleitos por voto secreto
pela Assembleia Provincial. O seu número variará entre 5 e 8 efectivos (incluindo o
Presidente) e 2 suplentes, todos com promessa definitiva.
b. O Promotor Provincial participa de pleno direito do Conselho Provincial de Leigos (Regra
nº20 b), mas sem direito a votar ou a ser votado.
c. O mandato do Conselho é de três anos.
d. Nenhum Conselheiro poderá ser eleito por mais do que dois mandatos consecutivos.

96. Em caso de impedimento ou renúncia definitiva de um Conselheiro, sejam chamados os


suplentes eleitos, pela ordem de votação. Ou no caso de tal não ser possível, o Conselho
coopte um leigo com promessa definitiva, das Fraternidades.
§ Se um Conselheiro renunciar à função para que foi eleito dentro do Conselho pode
manter-se como Conselheiro. Nesse caso, deve o Conselho, de entre os seus membros,
proceder à eleição para o respectivo cargo, sendo o respectivo mandato pelo tempo
restante até completar o mandato inicial.

97. Compete ao Conselho Provincial Leigo:


a. Eleger, por voto secreto, de entre os seus membros, o Vice-Presidente Provincial, o
Secretário Provincial e o Formador Provincial.
b. Eleger o Administrador Provincial, ou de entre os seus membros, ou por razões de
conveniência ou eficácia, um leigo dominicano não-conselheiro (com promessa
temporária ou definitiva).
c. Colaborar com o Promotor Provincial na elaboração e revisão do Plano Provincial de
formação Inicial.
d. Propor anualmente, em colaboração com o Promotor Provincial, o programa Anual de
Formação Permanente para as Fraternidades.
e. Organizar cursos, encontro, reuniões espirituais, peregrinações a nível provincial.
f. Decidir da presença de Promotores locais, de Assistentes do Promotor Provincial ou de
outros leigos das Fraternidades, em reuniões do Conselho ou da Assembleia Provincial,
sem direito a voto.
g. Nomear representantes das Fraternidades Leigas de S. Domingos nos organismos da
Família Dominicana e noutras estruturas nos âmbitos provincial ou inter-provincial da
Ordem, a nível diocesano, da Igreja em geral ou da sociedade civil.
h. Apoiar, em colaboração com o Promotor Provincial, a caminhada de informação e
experiência do espírito e vivência do carisma laical dominicano, expressa na Regra de Vida,
de grupos de simpatizantes.
i. Enviar propostas ao Capítulo Geral da Ordem e também ao Capítulo Provincial (dos
frades).
j. Determinar as formas e os quantitativos dos contributos de partilha económica a nível
provincial.

31
l. Nomear um responsável para a Justiça e Paz e Cuidado da Criação, para interacção entre
os diferentes níveis das Fraternidades (provincial e internacional) e com a Família
Dominicana3.

O PRESIDENTE PROVINCIAL

98. O Presidente Provincial é eleito por voto secreto pela Assembleia Provincial e o seu
mandato é de três anos. Pode apenas ser reeleito para um segundo mandato consecutivo.

99. Compete ao Presidente Provincial:

a. Representar as Fraternidades da Província.


b. Promover a comunhão fraterna entre os membros das Fraternidades da Província, por
todos os meios, nomeadamente por visitas às Fraternidades.
c. Convocar o Conselho Provincial e a Assembleia Provincial e presidir às suas reuniões.
d. Velar pela observância da Regra, Declarações Gerais e Directório, em diálogo com os
presidentes e membros das Fraternidades.
e. Promover a execução das decisões do Conselho Provincial Leigo ou do Promotor
Provincial.
f. Confirmar a eleição dos Presidentes das Fraternidades e dos Coordenadores dos Núcleos
de Fraternidade.

O VICE-PRESIDENTE PROVINCIAL

100. O Vice-Presidente é o colaborador imediato do Presidente e, na ausência, impedimento


ou demissão deste, assume os seus deveres e direitos. O Presidente pode delegar nele algumas
das suas responsabilidades.
§ É eleito por três anos pelo Conselho, de entre os seus membros incorporados na Ordem
com promessa definitiva.

O SECRETÁRIO PROVINCIAL

101. O Secretário Provincial é eleito, por voto secreto, pelos Conselheiros Provinciais de entre
os seus elementos.
§ O seu mandato é de três anos

102. Compete ao Secretário Provincial:


a. Organizar e manter actualizado o Arquivo Provincial, com os seus livros e registo.
b. Redigir as actas das reuniões do Conselho e da Assembleia Provincial.
c. Redigir e enviar, a pedido do Presidente Provincial, as convocatórias, com a ordem de
trabalhos, para as reuniões do Conselho Provincial e da Assembleia Provincial e demais
circulares.
d. Encarregar-se da correspondência oficial.

3
. Resolução de Fátima 2018

32
O ADMINISTRADOR PROVINCIAL

103. O Administrador Provincial é eleito, por voto secreto, pelos Conselheiros Provinciais, de
entre os dominicanos leigos incorporados na Ordem (com promessa temporária ou definitiva).
§ Se não for Conselheiro Provincial, pode participar nas reuniões do Conselho, mas sem
direito a voto.

104. Compete ao Administrador Provincial:


a. Administrar os fundos provinciais
b. Dar contas anualmente ao Conselho Provincial.
c. Organizar a contabilidade do Conselho e coordená-la com a das Fraternidades.
d. Velar para que as determinações da partilha económica do Conselho Provincial Leigo
sejam cumpridas.
e. Organizar as contas bancárias do Conselho.
§ – Estas contas devem estar em nome das Fraternidades Leigas de S. Domingos e
serem assinadas, pelo menos, pelo Presidente e o Administrador.
f. Propor medidas de reestruturação económica das Fraternidades no seu conjunto.

O FORMADOR PROVINCIAL

105. O Formador Provincial é eleito, por voto secreto, pelos Conselheiros Provinciais de entre
os seus elementos com promessa definitiva.
§1 - O seu mandato é de três anos

106. Compete ao Formador:


a. Proceder à implementação do Plano Provincial de Formação Permanente.
b. Elaborar guiões, textos e demais materiais de formação, bem como organizar
cursos e/ou encontros de formação a nível provincial ou local.
c. Estabelecer contactos regulares com os Formadores locais, por forma a
articular a implementação do Programa Anual de Formação Permanente.
d. Fomentar a valorização doutrinal, espiritual e apostólica dos leigos
dominicanos.

O PROMOTOR PROVINCIAL

107. O Prior Provincial preside às Fraternidades, dentro do limite da sua Província. O Promotor
Provincial faz as vezes do Prior Provincial4.
a. O Promotor Provincial é nomeado pelo Capítulo Provincial ou pelo Prior Provincial com
o seu Conselho, tendo ouvido primeiro o Conselho Provincial das Fraternidades Leigas de
S. Domingos5.
c. O mandato do Promotor Provincial é de quatro anos. Não pode servir mais de dois
mandatos consecutivos6.
4
. Regra, 20 a)
5
. Regra, 20 b)
6
. DG2019 nº18, §II

33
d. O Promotor Provincial não possui voz activa nem passiva em nenhum órgão colegial
das Fraternidades Leigas no qual participe 7.

108. Compete ao Promotor Provincial:


a. Participar de direito mas sem voto, no Conselho Provincial e na Assembleia Provincial
das Fraternidades.
b. Responder perante o Prior Provincial por tudo o que diz respeito à vida das
Fraternidades.
c. Elaborar e rever o Plano Provincial de Formação Inicial, em colaboração com o
Conselho Provincial Leigo.
d. Promover encontros de estudo e de espiritualidade, em colaboração com o Conselho
Provincial Leigo.
e. Visitar com a frequência possível as Fraternidades, promovendo nelas o espírito
dominicano.
f. Colaborar com o Conselho Provincial Leigo na elaboração do Programa Anual de
Formação Permanente para as Fraternidades.
g. Procurar promover o bem espiritual e o zelo apostólico dos dominicanos leigos.
h. Acompanhar a formação dos Grupos de Simpatizantes e dos leigos isolados.
I. Propor ao Prior Provincial o reconhecimento de Núcleos de Fraternidades.
j. Encontrar-se regularmente com os assistente religiosos.
l. Dialogar e avaliar a vida das Fraternidades com o Presidente Provincial.

ASSISTENTES DO PROMOTOR PROVINCIAL

109. O Promotor Provincial pode propor ao Prior Provincial com o seu Conselho a nomeação de
assistentes seus, nomeadamente para a Pregação e a Formação.

_____________________________________________________________________________

Aprovado pelo Conselho Provincial das Fraternidades Leigas de São Domingos da


Província de Portugal da Ordem dos Pregadores, em Fátima, em 25 de janeiro de 2020.

7
. DG2019, 18, §IV

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