Gestão de Riscos Financeiros

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Gestão de Riscos Financeiros

Qualquer organização que busca aumentar seus lucros por meio da comercialização
de produtos e serviços, certamente está correndo riscos – riscos de entrega do
produto, riscos operacionais, de qualidade, entre outros. Logo, a gestão de riscos
financeiros tem como objetivo principal reduzir os efeitos causados por tais
eventualidades. Considera-se, portanto, uma medida gerencial que permite que se
esteja preparado antecipadamente para qualquer modificação que ocorra no âmbito
do negócio, pois antever os possíveis riscos, controlar os gastos e melhorar a gestão
financeira pode evitar até mesmo que a organização quebre.

Se faz necessário que todo risco seja analisado para que seu potencial de prejuízo
seja identificado. É somente dessa forma se pode proteger de possíveis danos e
evitar transtornos maiores. O melhor método para se analisar riscos é comparar sua
probabilidade de ocorrência com as possíveis perdas geradas por ele. Também é
possível usar técnicas que permitam detectar o problema em tempo ágil para
corrigi-lo antes que apresente efeitos efetivamente negativos. Em qualquer dos
casos, o grau de exposição ao risco é mensurado de modo quantitativo. Portanto,
nos impactos relativos a uma área, a estimativa do efeito pode ser calculada pela
multiplicação da probabilidade de ocorrência com a perda financeira aproximada que
pode ser gerada. As decisões também podem ser tomadas a partir da previsão de
cenários sobre as variáveis financeiras. Essa análise tem por objetivo avaliar
comportamento prévio do fluxo de caixa e outros fatores relevantes, gerando
indicadores mais confiáveis que assinalam quais pontos de ajuste devem ser
realizados.

Os principais tipos de riscos financeiros são:

1. Risco de Mercado: ​Está relacionado com às oscilações em cotações e


preços. A cotação do dólar e a do real que influenciam sobre o aumento e
baixa de valores que podem levar a prejuízos;
2. Risco de Crédito: A possibilidade de o pagamento ao credor ser feito com
atraso ou nem ser realizado, e do comprador não pagar a mercadoria mesmo
após o recebimento destas.
3. Risco de Liquidez: ​Está relacionado à capacidade de pagar as contas - ou
não. Quando não se é capaz de honrar com os compromissos, é provável que
esteja havendo má gestão do fluxo de caixa. Exemplo: contas precisam ser
pagas, mas não há previsão de entrada no caixa, o que pode causar
endividamento e pagamento de taxas e juros.
4. Riscos Operacionais: ​É a possibilidade de ter perdas derivadas de falhas
causadas por processos, colaboradores, sistemas e eventos externos. É o
tipo de risco mais difícil de ser mensurado com objetividade, assim, se faz
necessário ter um banco de dados com todos os registros de falhas.

Instrumentos de gestão de riscos financeiros:

1. ‘​What if’ (e se): ​É o primeiro mecanismo adotado para identificar os principais


riscos, e deve ser aplicada com a ajuda da equipe para que se detalhe o
processo analisado e como são feitas todas as operações financeiras
(compras, estoque, vendas,etc); A ideia é que todos os envolvidos formulem
perguntas iniciadas em ‘what if’ (e se). ​E se o fornecedor atrasar? E se o
​ partir desses questionamentos se busca respostas que
cliente não pagar? A
ajudem a definir causa, consequência e recomendações para evitar os
problemas elencados. A finalidade do método é: abranger a situação de uma
maneira ampla, a partir de diferentes espectros.
2. Análise preliminar de risco (APR): Serve para identificar riscos de uma
operação ainda na fase de implantação. A aplicação consiste na identificação
das atividades que formam o processo analisado e possíveis problemas que
podem ocorrer em cada etapa. Pode ser feita em uma tabela cuja primeira
coluna contenha a descrição dos riscos, a segunda destaque as principais
causas, a terceira as prováveis consequências e a quarta a categoria da
ameaça. Uma última coluna deve ser subdividida em três itens:
● Frequência: assinala a possibilidade de um evento, que pode ser:
“muito remota”, “remota”, “razoavelmente provável” ou “provável”;
● Severidade: indica o nível de gravidade da consequência de um
evento. Podem ser: “marginais”, “desprezíveis”, catastróficas” ou
“críticas”;
● Matriz de risco: mistura os itens anteriores para criar um ranking de
prioridades. Quanto mais graves forem as consequências e mais
provável for a ocorrência de um risco, maior deve ser a atenção
dispensada a ele. A classificação para as ameaças pode ser:
“desprezíveis”, “menores”, “moderadas”, “catastróficas” ou “sérias”. A
tabela da APR deve ser finalizada com uma coluna final, que aponta
para as soluções necessárias para o que o problema seja prevenido.

Quais são as boas práticas da gestão de riscos financeiros?

1. Evitar enumerar um grande número de riscos: As ameaças só podem ser


controladas e monitoradas se conseguir antecipá-las. Porém, uma lista muito
grande de possibilidades prejudica a qualidade. O ideal é focar naquilo que
pode ser enfrentado no dia a dia.
2. Reconhecer os eventos inusitados e sem precedentes: ​É um erro usar o
histórico como base para fazer a gestão de riscos. Apesar de esse método
poder ser utilizado, ele não é recomendado, porque eventos passados não
têm relação com o futuro. O mais comum é ocorrerem eventos sem
precedentes, ou seja, algo de grande impacto e que surge inesperadamente.
3. Diagnosticar os riscos: ​As peculiaridades devem ser consideradas para que
as atividades sejam mapeadas e, então, para que sejam encontrados
gargalos, vulnerabilidades e fragilidades. Defina o tipo de risco a ser
identificado e qual é o contexto organizacional (se está em expansão,
amadurecimento, crescimento ou consolidação).
4. Priorizar os riscos e planejar as ações: ​O mapeamento dos riscos
potenciais exige a priorização, mas nem toda ameaça exige esforço para ser
eliminada, controlada ou reduzida, devido à relação custo/benefício. O que se
deve analisar é a relação entre as variáveis “impacto” e “probabilidade”. No
primeiro caso, analisa-se a dimensão das consequências e o quanto se está
vulnerável e frágil em relação aos resultados obtidos. Essa avaliação, apesar
de qualitativa, também pode ser determinada por faixas de percentual. Por
exemplo:
● impacto insignificante: 0 a 20%;
● impacto pequeno: 20% a 40%;
● impacto médio: 40% a 60%;
● impacto grande: 60% a 80%;
● impacto catastrófico: 80% a 100%.
Já a probabilidade prevê a chance de um ou mais eventos ocorrerem e se
materializarem. A ideia aqui é acompanhar um viés estatístico ou qualitativo, que
também define as faixas de risco conforme um percentual, da mesma forma como
acontece com o impacto. Em seguida, basta delimitar os planos de contingência
para reduzir a probabilidade de ocorrência, monitorar o desempenho do problema ou
eliminá-lo.

5. Executar os planos e monitorar os riscos: Esta é a última etapa para


gerenciar os riscos e também é a prática mais recomendada. Consiste em
criar relatórios e indicadores, confeccionar políticas e procedimentos,
estabelecer uma área de gestão, etc; baseado nas etapas anteriores. De todo
modo, a gestão de riscos é algo dinâmico e contínuo, que exige esforços
constantes para que a organização chegue onde deseja. Por isso, a
tecnologia é fundament​al.

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