Ergonomia em Odontologia
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Generalidades:
Desde o despontar da História, o homem vem lutando para avaliar o fardo de seus
esforços diários; considerada a longa extensão do percurso feito, seu progresso tem sido
constante e seguro.
Muito desse progresso se deve à aplicação de certos princípios aos projetos de máquinas,
equipamentos, sistemas e tarefas, com o objetivo de melhorar a segurança, saúde,
conforto e eficiência do trabalho.
Esses princípios estão regidos por um conjunto de regras que recebe o nome genérico de
Ergonomia.
O Que É Ergonomia?
A Ergonomia (ergon – trabalho; nomos – regras) é a “ciência que estuda as leis naturais do
trabalho humano”, isto é, a interação do homem ao ambiente de trabalho e deste ao
homem.
Permite estudar o trabalho em termos do “sistema homem-máquina-ambiente”. Assim,
configura-se a vastidão poliprofissional que compõe a Ergonomia: o homem, mediante a
aplicação de conhecimentos de psicologia, anatomia, fisiologia, antropometria, toxicologia,
biomecânica; a máquina, com conhecimentos de desenho industrial engenharia mecânica,
eletrônica, informática e gerência industrial; e o ambiente, através da adequação de
fatores como iluminação, temperatura, ruídos e cores.
Quando todo esse conjunto atua harmonicamente tem-se o trabalho sendo produzido da
maneira mais natural possível, com qualidade de vida da equipe profissional.
Na maioria das vezes, nota-se que o profissional CD está muito mais preocupado com o
que está fazendo do que como está fazendo.
Assim, doenças do sistema ósteo-muscular (dores nas costas, bursite, tenossinovites) e as
psicológicas (estresse, p. ex.) podem ser atribuídas ao mau projeto e ao uso inadequado
de equipamentos, sistemas e tarefas.
A Ergonomia contribui decisivamente para reduzir esses problemas. Na atualidade, os
equipamentos odontológicos são muito bem projetados. Resta, portanto, fazer com que
sejam adequadamente utilizados, para que os sistemas se tornem eficazes e as tarefas ou
ações sejam produtivas.
Em Odontologia, a Ergonomia tem como objetivos racionalizar o trabalho, eliminar
manobras não produtivas, produzir mais e melhor na unidade de tempo, proporcionar
maior conforto e segurança ao paciente.
Órgãos internacionais como IEA (International Ergonomics Association), ISO (Internacional
Standardization Organization) e FDI (Federation Dentaire International) homologaram as
normas e diretrizes oficiais extraídas das conclusões de estudos, bem como catalogaram
os conceitos ergonômicos aplicados à Odontologia.
Embora fundamentais à boa prática odontológica, notam-se serem escassos os cursos de
Odontologia que oferecem uma Disciplina ou mesmo um conteúdo programático que
contemple esses conhecimentos.
Assim, este manual destina-se a orientar o futuro profissional, bem como o recém formado
ou mesmo o profissional com mais tempo de graduação, na prática de uma Odontologia
mais produtiva, visto que racionalizada.
2 - A Localização Profissional:
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Primeiro3 - A Instalação Do Consultório:
Para obter a melhor distribuição de espaços no consultório, deverá ser escolhido um local
que permita a instalação ergonômica dos equipamentos, propiciando condições ideais de
ambientação e de integração ao trabalho, melhorando sua qualidade e produtividade. Por
isto, a instalação do consultório demanda dois importantes fatores: a adequação do imóvel
e a infra-estrutura (representada por água, ar comprimido e eletricidade).
A adequação do imóvel representa o primeiro passo. Dependendo da cidade, existem
edifícios onde se encontram salas previamente concebidas para consultórios
odontológicos, com áreas que variam desde as necessidades mínimas para um CD (sala
de recepção de 6 a 8m², sala de clínica com 9m² e um sanitário com 2m², portanto, área
total de 17 a 19m²: um pequeno grande mundo!), até à instalação ideal ou sofisticada: sala
de recepção: 8m², sanitário de paciente: 2m², escritório: 6m², 2 salas de clínica: 9m² cada,
sanitário da equipe: 4m², laboratório ou similar: 6m², copa: 4m². Portanto, serão 48m²
totalmente aproveitáveis.
Em qualquer destas alternativas, há que se atentar para o fluxo interno: a disposição das
salas deve ser bem elaborada, de modo a evitarem-se pontos de atrito entre os ocupantes.
Muito importante a admissão do paciente: seu trajeto entre a entrada e seu atendimento
deve ser mais curto, evitando-se sua circulação em diagonal pela sala de recepção.
Deve-se atentar para o local de emergência da tubulação na sala clínica, bem como os
cuidados na manutenção; há os tipos que são lubrificados a óleo e outros que apresentam
lubrificação mediante pó de grafite.
O revestimento acústico colabora ainda mais para que possa ser instalado na própria sala
de clínica.
Maiores detalhes dos tipos de compressores serão expostos no capítulo “O equipamento
de concepção ergonômica”.
esgoto – em princípio, este deve ter pelo menos o dobro do diâmetro da tubulação
de água, sendo dotado de filtro que impeça qualquer probabilidade de
entupimento. Seu acesso, bem como o local de saída, devem ser bastante
facilitados, para permitir inspeção eventual.
Sala De Clínica:
Iluminação – as condições de visibilidade dos objetos devem ser tais que permitam ao
observador a realização da tarefa visual com segurança, precisão, rapidez e eficiência.
Preferencialmente, a sala de clínica deve apresentar dois tipos de iluminação: natural e
artificial.
A iluminação natural ideal é aquela obtida quando a janela situa-se numa posição em que
oferece a iluminação proveniente da direção Norte: isto permitirá excelente qualidade de
iluminação, bem como evitará a incidência de raios solares diretos dentro da sala de
clínica. É também importante para a seleção de cores de dentes artificiais, desde que em
horário compatível.
Além disso, a iluminação natural tem seu efeito psicológico sobre os indivíduos: sua
ausência torna-se opressiva tanto para o paciente quanto à equipe profissional.
A iluminação artificial permite complementar a iluminação natural. A sala de clínica deve
apresentar, basicamente, três diferentes intensidades de iluminação:
área periférica: é aquela situada nos limites da sala, com aproximadamente 500 lux
de iluminação;
Ao contrário do que ocorre na sala de recepção, a sala de clínica deve apresentar, sempre
que possível, cores frias (verde, azul); os tons pastéis em verde são especialmente
recomendados para obter-se uma atmosfera repousante, complementada pela harmonia
cromática dos demais componentes (piso, equipamento e ornamentos).
Um detalhe importante: a cor branca ou gelo deve ser evitada, pois devido ao fato de ser
extremamente reflexiva, leva à fadiga visual, globo ocular injetado, tendência a esfregar os
olhos. Mesmo o guardanapo colocado no paciente deve apresentar cor fria. A cor branca é
aceita, no máximo, para o teto da sala de clínica.
Uma sugestão para a sala de clínica:
equipamento: bege mais claro, com pintura semi-brilho e estofamento verde água;
5 - A Simplificação Do Trabalho:
Estudos De Ações:
O conjunto de atos destinados à produção de um trabalho compreende dois tipos de ação:
as diretas (ou irreversíveis) e as indiretas (ou reversíveis).
As ações diretas são as realizadas na boca do paciente, exclusivamente pelo CD. Exigem
conhecimento tecno-científico universitário, sendo fundamentais na geração do produto
final.
As ações indiretas são realizadas fora ou dentro da boca, porém não requerem formação
universitária por quem realiza. São as ações que, preferentemente, devem ser delegáveis
a outra pessoa adequadamente preparada para essas tarefas, ou seja, a ACD (auxiliar de
consultório dentário). Estas ações indiretas são três tipos: as prévias, as simultâneas e as
complementares a qualquer intervenção, e podem ser sintetizados no seguinte fluxograma:
Cadeira Clínica:
Este importante componente do equipamento deve preencher determinados requisitos,
quais sejam:
sua forma deve ser reta e simples, permitindo que o paciente seja
confortavelmente instalado. Deve permitir posicionamento horizontal do usuário (a
chamada posição supina). Isto mantém seu corpo totalmente apoiado, facilitando o
acesso do profissional ao campo de trabalho; o apoio de cabeça deve ser
ajustável, propiciando a visão direta a todos os segmentos da cavidade bucal, seja
na mandíbula ou na maxila, na distância correta de visibilidade.
o comando deve ser elétrico, tanto para sua elevação e descenso quanto para o
reajustes horizontais. Este comando, se possível, deve ser um dispositivo tipo
pedal localizado na parte posterior da base da cadeira, para ser acionado tanto por
CD quanto por ACD.
sua base deve ter preferentemente 5 rodízios, para permitir deslocamento sem
risco de queda. A altura do assento deverá permitir que o profissional com variação
de estatura de 1,50 m a 1,80 m possa sentar-se corretamente, isto é, com o fêmur
paralelo ao solo, o que permitirá que a circulação de retorno (hemodinâmica) se
processe naturalmente, sem risco de compressão das safenas, situadas na porção
póstero-interna da coxa. O diâmetro do assento poderá ser em torno de 30 cm, de
consistência semi rígida. Sua elevação pode ser à gás ou mecânica. O encosto
deve proporcionar correto apoio à coluna vertebral lombar, apresentando
regulagens em altura e profundidade de acordo com o biótipo do usuário. Os
mochos de CD e de ACD devem ter as mesmas características.
Pontas Ativas:
Nome genérico das canetas de alta e baixa rotação, bem como da seringa tríplice. As
características ideais de uma caneta de alta rotação compreendem: extratorque, nível de
ruído até 75 dB, de 3 a 4 orifícios de resfriamento, sistema friction grip com saca brocas ou
push-button de liberação de broca, acoplamento de mangueira tipo Borden para facilitar a
maneabilidade do instrumento. Muito importante é que, se possível, a mangueira não seja
espiralada ou curta, para evitar contra-pressão ao usar o aparelho. A pressão de ar de
trabalho deve ser em torno de 32 e 35 Ibs, com RPM acima de 400 mil.
A caneta de baixa rotação, seja a peça reta ou o contra-ângulo, também deva ser
impulsionada a ar, pois, psicologicamente é mais bem aceita pelo paciente. Presença ou
não de sistema de resfriamento.
O esquema de lubrificação deva ser rigorosamente obedecido, a critério do fabricante.
Muito importante o sistema de esterilização: estas pontas ativas devem ser passíveis de
autoclavagem.
A seringa tríplice sempre impõe o recobrimento de sua ponta, para evitar contágio entre
pacientes.
Unidade Auxiliar:
É composta pela unidade suctora (suctor e salivador) e a cuspideira. Unidade de Água
Syncrus Alcance 4T BV UE
O suctor é o dispositivo para a sucção de alta potência, destinado ao trabalho com campo
seco. Esta potência deve ser propiciada por bomba à vácuo, que pode suprir 4
consultórios simultaneamente (BIO VAC IV) ou 2 consultórios simultaneamente (BIO VAC
II).
Em qualquer tipo de atendimento, observe-se que o paciente não deve levantar-se para
cuspir: a sucção deverá ocorrer o tempo todo. O kit Suctor deve apresentar alternativas de
acoplamento em coluna ou em laterais de armários.
Refletor:
Durante a intervenção sempre impõe-se a presença de iluminação fria, mediante o
conjunto de lâmpadas de tungstênio-halogêno ou LEDs (semicondutores que geram luz
fria com grande vida útil a partir de uma baixíssima quantidade de energia, irradiando
grande intensidade de luz).
A intensidade luminosa deve variar de um mínimo de 8 mil até 35 mil lux, níveis que
permitem a adequada iluminação de todos os quadrantes da cavidade bucal. Seu
acionamento pode ser:
a) mediante interruptor com haste longa, impondo seu recobrimento como medida de
biossegurança;
b) mediante acionamento através do pedal de comando da cadeira.
O braço do refletor deve ter extensão suficiente para que o foco luminoso recaia
verticalmente na boca do paciente, quando na posição supina.
Periféricos:
É óbvio que a excelência de serviços oferecidos e realizados conta ainda com outros
recursos valiosos, como os periféricos de alta qualidade.
O modelo totalmente móvel compõe-se de uma plataforma sobre rodízios. A partir dessa
base, uma coluna sustenta o equipo, a uma altura padrão. Mediante alças, o conjunto
pode ser movimentado à vontade, também seja o CD destro ou canhoto.
Estes conceitos compreendem um sistema de classificar o equipamento de intervenção do
CD e a unidade auxiliar em tipos 1, 2, e 3 (modelos nacionais), conforme sua localização.
A inscrição gráfica de diferenciação do elemento do CD e o da ACD se faz mediante uma
barra: o que estiver à esquerda significa o equipo e à direita representa a unidade auxiliar.
Exemplo: 1/1, 1/2, 2/1, etc.
Equipo:
Unidade Auxiliar:
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