Projeto de Encenação - O Amante

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 10

1

OBJETIVO DA PROPOSTA
Este espetáculo aborda questões de relacionamento,
tendo como recorte o universo de um casal que vive um
conflito entre a infidelidade e o descontentamento da vida
de casados versus o amor verdadeiro. Embora a
visualidade do espetáculo seja baseada na estética Art
Deco presente nos anos 20, a temática é atemporal.
Relacionamentos sempre existiram, sempre existirão. A
reflexão do texto está na relação entre as necessidades de
um casal de dar continuidade ao casamento fingindo que
são infiéis. Um tema que desperta interesse de homens e mulheres que provoca uma
autoanálise sobre as relações amorosas nos dias de hoje, quando é preciso ter
paciência e criar alegorias que chacoalhem o casamento ou senão cair na rotina.

A infidelidade, embora comum e corriqueira, é ainda tabu para muitos e muitas. Há um


certo melindre entre os casais quando o assunto vem à tona, diferente do casal
protagonista que tratam da infidelidade como algo pertencente à sua realidade,
algo palpável e presente. Em dado momento é revelado que os amantes são, na
verdade, os próprios marido e mulher, caracterizando um casamento aberto e ao
mesmo tempo descartando a infidelidade propriamente dita. Mas afinal, o que é ser
infiel? Amam-se amantes e maridos e mulheres, todos ao mesmo tempo.

LINGUAGEM / ESTÉTICA / CONCEPÇÃO CÊNICA

A estética escolhida para dar cores e formas ao espetáculo é


baseada nos “Loucos Anos 20”. Durante esse período existiram
muitas mudanças de comportamento, as ideias também se
modificavam. A excitação pela vida noturna, por cabarés,
agitação cosmopolita invadia a França, Londres e Nova
Iorque de maneira assustadora. Com esse turbilhão de novas
tendências a mulher também começa a assumir uma atitude

2
considerada avançada para o seu tempo.

A mulher era considerada a grande influência das loucuras cometidas por um casal.
Neste espetáculo não é diferente. A mulher mostra suas mudanças de comportamento,
mas ainda assim é possível identificar a fragilidade do sexo feminino quando se
relaciona com a infidelidade.

O espetáculo conta com elementos visuais palpáveis, beirando o realismo. No


entanto, a maneira como as cenas evoluem vai deixar um clima sombrio e quase
absurdesco. Há momentos reais e outros que se assemelham ao surrealismo.

DRAMATURGIA

O texto de Harold Pinter é sem dúvida o reflexo de


ideias, comportamentos e especificidades dos
seres humanos, especialmente os que vivem a era
contemporânea. Embora o texto, no início, se
assemelhe com uma estética comum nas comédias
de costumes, no decorrer das cenas é possível
perceber um conflito com uma profundidade extraordinária de pessoas que vivem
dramas diários através do casamento – poderia estar acontecendo agora em alguma
casa ou apartamento, ou pode ter acontecido na Inglaterra de 1920. A
atemporalidade do texto é comovente, aborda um tema que é constrangedor de ser
discutido em voz alta por quem comete o ato de infidelidade.

Considerado pela renomada crítica de teatro brasileiro, Bárbara Heliodora, o


novo Shakespeare. Um autor cuja sensibilidade e a grande capacidade de explorar
sentimentos proporcionam ao teatro um novo horizonte para ser explorado.

ESPAÇO CÊNICO

Será construído um cenário próprio para a encenação no Teatro do TESC, na Rua


Henrique Martins, no centro de Manaus. A estrutura é baseada no teatro elisabetano,
pois conta com um mezanino para compor a cenografia. Pode ser considerada a
caixa cênica com um elemento que simula o segundo piso de uma casa.

3
CENOGRAFIA

A ambientação da peça é em uma casa de dois pisos. Na parte inferior da casa há


um sofá; uma mesinha redonda com copos e garrafas de licor, uísque; um espelho oval
envelhecido; uma escada que serve de acesso para o andar superior. Nos aposentos
de cima os objetos cênicos são: uma cômoda, um cabide com roupas e chapéus e
outro espelho. A cama do andar de cima está desarrumada, as janelas que se
localizam uma no andar de cima e a outra no andar de baixo semi-abertas. Ainda no
andar de cima, uma cômoda que abriga um pequeno instrumento musical. No andar
de baixo, ao fundo do palco está a porta da rua.

4
MAQUIAGEM

A maquiagem nos atores é uma máscara cênica básica. A personagem feminina, no


entanto, pode retocar sua maquiagem em cena, quando muda de sua personagem
de esposa para a “amante”.

FIGURINO (Inspirações)

A esposa...

A amante...

O marido e o amante...

5
ILUMINAÇÃO

Para criar dois ambientes diferentes, de acordo com a mudança dos personagens, a
iluminação possui dois principais momentos: o casal – marido em mulher, banhados em
luz do dia (luz semi-aberta, branca ou âmbar clara); o casal – amante e prostituta,
com pequenos focos de vermelho e sombras.

6
PREPARAÇÃO DOS ATORES

Durante a preparação dos atores houveram várias etapas práticas e teórias,


entre elas a pesquisa contextual da ambientação das cenas, experimentações com
diferentes linguagens (naturalismo de Stanislavski, o realismo de Ibsen, o diálogo
comas técnias de Utah Hugen, a biomecânica de Meyerhold, até mesmo técnicas do
teatro do absurdo de Beckett). Prevalece, no entanto, entre os atores a preparação
de acordo com os ensinamentos de Stanislavski. São utilizados jogos que auxiliam na
descoberta das motivações dos personagens, a utilização de técnicas de memória
emotiva e sensorial que servirão como experimentação para estimular os atores a
encontrarem seus próprios caminhos de interpretação, contanto sempre com a
orientação do encenador.

DIREÇÃO

O encenador/diretor procura estimular o elenco e orientá-lo coma visão de


quem vê de fora da cena, mas sempre permitindo que os atores criem, se questionem,
experimentem – abolindo do processo a ditadura da direção.

Calendário das atividades:

ETAPAS Janeiro Fevereiro Março Abril Maio


Escolha do Texto X
Audição do elenco X
Leitura branca X
Pesquisa contextual X
Experimentações de X
Linguagens
Laboratórios X X
Oficinas X
Ensaios em espaços X X X
alternativos
Ensaios in loco/ Com figurino X
Ensaios Gerais (1, 2 e 3) e X
estreia

7
PRODUÇÃO

A equipe de produção é composta por 3 pessoas, o produtor executivo e


dois técnicos de produção artística.

PÚBLICO E DEFINIÇÕES PARA PLATEIA

Homens e Mulheres, traídos ou não, adultos, jovens, jovens senhores, pessoas


que amam. Independente do mote da peça, o espetáculo visual é por si só uma
atração. Encantador visualmente, bombástico no tema e extremamente prazeroso de
assistir.

REFERÊNCIAS

Livros:

SPOLIN, Viola. Improvisação para o Teatro. São Paulo: Perspectiva, 2006


BERTOLD, Margot. História Mundial do Teatro. São Paulo: Perspectiva, 2010.
STANISLAVSKI, Constantin. A criação de um papel. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira,
STANISLAVSKI, K. A Construção da Personagem. 4.ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1983.
SZONDI, Peter. Teoria do Drama Moderno [1880-1950]. São Paulo: Cosac &Naif,
2001.
ROUBINE, Jean-Jacques. A Linguagem da Encenação Teatral. Ed. Jorge Zahar. São
Paulo.1998
BERNARDES, A. Figurino para o teatro: criação e produção em Florianópolis
na década de 1980. Florianópolis, 2006. Monografia (graduação) - Universidade do
Estado de Santa Catarina.
DUNCAN, E. Corpo e Personagem. In: CASTILHO, K. GALVÃO, D. (org.). A Moda
do Corpo, o Corpo da Moda. São Paulo: Esfera, 2002.
MUNIZ, R. Vestindo os Nus: o figurino em cena. Rio de Janeiro: Senac, 2004.

Filmes:
O Criado (1963)
Volta ao Lar (1973)
Chicago (2002)
The Great Gatsby (2013)
Meia Noite em Paris (2011)
O Artista (2012)

8
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA
Disciplina: Teoria da Encenação I
Professor: John Weiner de Castro
Aluna: Thais Vasconcelos
Manaus-AM, 2º semestre/2014.

9
10

Você também pode gostar