Gsv-Glossc3a1rio-2 2
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glosar – comentar
maria-preta – planta
azougue – mercúrio
haja (ND) – ato, ação, feito // (insólita substantivação da forma de presente do subjuntivo com artigo feminino)
tossura (ND) – tosse (acréscimo do sufixo –ura para maior força expressiva)
blimbilim (ND) – onomatopeia que designa o fim de alguma coisa. Talvez “alusão ao sininho da missa póstuma”.
Variante: Bilim-bilim [em Castro. Martins não traz]
logogrifo - modalidade de charada em que se propõe a adivinhação de uma palavra pela adivinhação prévia de
outras que, em conjunto, têm as mesmas letras que aquela, combinadas de modo diferente [Houaiss]
bofe – pulmão
borraina – almofada interior dos arções [armação da sela de montaria, de madeira revestida de couro, formada por
uma arcada na dianteira e outra na traseira] das selas
réis-coado (ND) – coisa sem valor, insignificância; tostão-furado (Redução da expressão ‘dez réis de mel coado’)
tretar – usar de tretas (ardil, manha, esperteza), de recursos para conseguir alguma coisa
sovacar (ND) – intrigar, fazer pensar (pode-se pensar numa metáfora proveniente de ‘sentir cócega no sovaco’)
grugir (ND) – rumorejar (aglutinação de ‘gruir’ (correr fazendo algazarra) e ‘rugir’ (ressoar, bradar))
quisquilha (ND) – minúcias, coisas pequeninas, de pouca importância (talvez variação de ‘quinquilharias’)
estadonho (ND) – “sem-jeito, constrangido, não à-vontade, mas por isso mesmo afetando ares de autoridade ou
importância” (Bizzarri) / Em grande estado, gozando de boa situação; rico, respeitado (Martins) [já eu acho difícil
afastar a imagem de ‘enfadonho’ e ‘tristonho’, p.ex.]
conspeito – aspecto
belimbeleza (ND) – beleza extraordinária, empolgante (formado com o redobro do radical bel-) (Martins) // Beleza
festiva. Termo formado pela aglutinação de belim com beleza, sendo o primeiro vocábulo corruptela de belém, o
toque do sino, onomatopeia usada como sinônimo de festa, alegria. (Castro)
lequelequear (ND) – agitar os leques, as palmas (sugere o vaivém das folhas com o vento) (Martins)
receder (ND) – voltar, recuar, retroceder (do lat. ‘recedere’: caminhar para trás, bater em retirada) (Martins)
vágado – vertigem
truaca – bebedeira
tremedal – pântano
esporte – (‘Vupes, esporte de alto’) forte, robusto (deslizamento semântico para o sentido de ‘homem atlético, forte
como os que praticam esporte’) (Martins)
leandrado (ND) – sent. incerto – MLDaniel interpreta como ‘leonino’. Do contexto deduz-se o sentido de
‘avermelhado, ruivo’
rosalgar – 1 (mineral.) m.q. “realgar” - sulfeto de arsênio monoclínico, de cor vermelha transparente, us. como fonte
de arsênio e na fabricação de fogos de artifício; rosalgar, rubi de enxofre, sandáraca; 2 (Region. Nordeste Brasil)
aquele que é muito loiro ou muito ruivo [do árabe, ‘pó-de-caverna’]. (Houaiss)
róger – de boa qualidade, bom, forte; superior (em op. a “roscofe”). Estrangeirismos em metonímia: roger, do ingl.,
marca de um canivete muito afamado no Brasil no começo do séc. XX; a qualidade do canivete passou a símbolo de
excelência. Já roscoff era uma marca de relógios, suícos, antigamente muito difundida, no interior do Brasil, por
serem os mais baratos, mas que não prestavam.
roscofe – 1 de qualidade inferior (diz-se de relógio), ruim, ordinário, reles. 2. (Regional. Pernambuco, Alagoas,
Sergipe) ânus. (Uso: tabuísmo)
lualã (ND) – Lua (cheia). Forma poética de sonora suavidade. Pode-se ver uma inusitada forma de aumentativo (-ã,
fem. de –ão, precedido da consoante de ligação (‘l’).
monarquia – grande quantidade // o termo esta empregado como sinôn. de despotismo, poder, que na ling. pop.
assumem o sent. de ‘grande quantidade’. (Martins)
fré (ND) – caipora, azarento (Region. prov. abreviação de ‘frechado’) (Martins) [‘frechado’ (Region. Nordeste.) – de
larga reputação, célebre, famoso (Houaiss).
nenhão (ND) – de jeito nenhum (neg. reforçada pela aglut. de ‘nem’ + ‘não’)
vivalei (ND) – aplicação de pena, punição com morte (a expr. se deve ao fato de Zé Bebelo, de arma na mão, gritar
‘Viva a lei!’)
bilim-bilim (ND) – final, agonia (onomatopeia que designa o fim de alguma coisa. No texto, é alusão ao sininho da
missa póstuma)
nu (ND) – minuto (estranho corte da palavra ‘minuto’, que só deixa a sílaba tônica)
nanje (nanja) (ant. e pop.) – não; mais não; nunca (negação enfática)
nimpes (ND) – (obsc.) termo usado para efeito de aliteração, formando ‘expressão superlativa’. (V. que no mesmo
parágrafo ocorrem várias expressões de neg.: nego, não..., não, nunca, nanje, nulo.) (Martins)
caborje – ação maléfica que se atribui a magos, mandinga, feitiço, bruxaria; quebranto, azar; aliança com o diabo;
saquinho que se traz preso ao pescoço e dentro do qual se coloca uma oração escrita, amuleto, patuá (Houaiss).
xaxaxo (ND) – ruído de alpercatas se arrastando pelo chão (onomatopeia).
arupa (ND) – açodado, assustado (forma reduzida de ‘arupanado’, bras. pop. bahia)
desrir (ND) – desfazer o riso por desaponto (Martins); parar de rir (Castro)
pim (ND) - provável forma apocopada de “pingo”, usada como recurso enfático (Castro)
lealdar – aprovar, legalizar (desus., Portugal) (Martins); ser leal (Castro); declarar (mercadorias importadas) para
satisfazer exigências legais, de acordo com as regras fiscais aduaneiras (Houaiss).
berbezim (ND) – peludo (Martins); diminutivo do hipotético antônimo de ‘imberbe’: coberto de pelos, peludinho
(Castro)