Guia de Metodologias Ativas PDF

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© 2020 FERP

Todos os direitos desta edição reservados à Editora FERP


Disponível também em : http://www.ugb.edu.br

FICHA TÉCNICA CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE (UGB)

Organizadora Reitor
Elisa Ferreira Silva de Alcantara Geraldo Di Biase Filho

Projeto Gráfico e Capa Pró-Reitora de Assuntos Acadêmicos


Ricardo Mazza Lozada dos Santos Elisa Ferreira Silva de Alcantara

Revisão Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão


Fabiana Maria Custódio Dr. Francisco José Barcellos Sampaio
Daniel Valim Berriel da Cruz
Pró-Reitor Administrativo
Comissão Técnica Osvaldir Geraldo Denadai
Gabriela Leite Ferreira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

I58 Inovação e renovação acadêmica: guia prático de utilização de


metodologias e técnicas ativas / Organizadora: Elisa
F. S. Alcantara. Volta Redonda, RJ: FERP, 2020.
179 p. : il. ; grafs. e tabs.

ISBN: 978-85-66196-17-7

1. Metodologias de ensino. 2. Metodologias ativas --


técnicas. 3. Ferramentas digitais. II. Título.

CDD 371.3

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária


Gabriela Leite Ferreira - CRB 7/RJ - 5521
Parte 1 – Metodologias Ativas

Sala de Aula Invertida


1 (Flipped Clasroom).............................................................
10

2 Rotação por Estações de Aprendizagem............................... 15


Aprendizagem por Pares
3 (Peer Instruction)...............................................................
19

Ensino Sob Medida


4 (Just-in-Time Teaching)......................................................
23

Aprendizagem Baseada em Equipes


5 (Team-Based Learning – TBL) ............................................
26

6 Método POE....................................................................... 31
Aprendizagem Baseada em Problemas
7 (Problem Based Learning – PBL) ......................................... 34

Aprendizagem Baseada em Projetos


8 (Project Based Learning)..................................................... 38

Gamificação
9 (Gamification).................................................................... 42

10 Estudo de Casos................................................................. 48
Aprendizagem Baseada em Jogos
11 (Game Based Learning)...................................................... 52

12 Storytelling........................................................................ 56
13 Design Thinking................................................................. 60
14 Escape Room..................................................................... 63
15 Pesquisa............................................................................ 67
A Escrita Através do Currículo
16 72
(Writing Across the Curriculum – WAC)................................
Parte 2 – Técnicas Ativas
1 Simulações............................................................................... 76
2 Atividades Práticas.................................................................... 80
3 Diagrama de Ishikawa............................................................... 86
4 Brainstorming........................................................................... 91
5 Ferramenta 5W e 2H................................................................. 94
6 Técnica dos Chapéus................................................................ 98
7 Painel Integrado....................................................................... 102
8 Mapa Conceitual e Mapa Mental................................................. 106
9 Visita Técnica........................................................................... 110
10 Infográfico .............................................................................. 114
11 Canvas .................................................................................... 118
12 Menu de Aprendizagem ............................................................ 121
13 Trilhas de Aprendizagem .......................................................... 124

Parte 3 – Ferramentas Digitais


1 Plickers ................................................................................... 128
2 Google Forms .......................................................................... 131
3 Socrative ................................................................................. 138
4 Pixton ..................................................................................... 141
5 Quizziz .................................................................................... 145
6 Screencast .............................................................................. 148
7 Mentimenter ............................................................................ 152
8 Kahoot .................................................................................... 154
9 Slido ....................................................................................... 161
10 TBL Active ............................................................................... 163
11 EDMODO ................................................................................ 168
12 Classcraft ................................................................................ 172
Apresentação

Este Guia foi idealizado para ajudar cada docente do UGB a conhecer e
aplicar as Metodologias Ativas em suas aulas. Mas por que esta preocupação?
Cada vez mais, os alunos que chegam ao ensino superior são nativos e
usuários cotidiano das ferramentas digitais. Além disso, requerem outros modos
de aprender, pois o uso diário da tecnologia os tornou muito mais ativos e
dinâmicos na forma de se apropriar do conhecimento. Tem pouca ou nenhuma
paciência para aulas apenas expositivas. Precisam também desenvolver
competências e habilidades exigidas pelo mercado de trabalho como: criatividade,
proatividade, flexibilidade, saber trabalhar colaborativamente e ser capaz de criar
soluções para os problemas à medida em que eles forem surgindo.
A metodologia tradicional enfatiza a transmissão de conteúdo pelos
professores, e isso fazia muito sentido no passado. Com a revolução tecnológica,
a internet e o acesso facilitado as informações, este modelo ficou superado uma
vez que se pode aprender em qualquer lugar, a qualquer hora e na interação com
pessoas distintas por meio de recursos digitais.
Diante deste cenário, como trabalhar os conteúdos, garantir a
aprendizagem, desenvolver competências e habilidades e tornar o processo de
ensino atrativo para o aluno?
O professor e pesquisador José Moran defende que:

“A tecnologia traz hoje é integração de todos os espaços e


tempos. O ensinar e aprender acontece numa interligação
simbiótica, profunda, constante entre o que chamamos
mundo físico e mundo digital. Não são dois mundos ou
espaços, mas um espaço estendido, uma sala de aula
ampliada, que se mescla, hibridiza constantemente. ”

A ideia é articular a universidade com o mundo e trazer o mundo para


dentro da universidade. É necessária uma conexão que conjugue conceitos,
atividades, desafios de forma contextualizada pois “para aprender a dirigir um
carro, não basta ler muito sobre esse tema; tem que experimentar, rodar com ele
em diversas situações com supervisão, para depois poder assumir o comando do
veículo sem riscos”. (Moran, s/p)
Novas metodologias são necessárias, para inserir a escola nestes novos
tempos, em que aluno possui uma outra trilha de ensino composta de diversos
meios como vídeos, leituras, áudios, jogos, atividades e outros materiais
disponibilizados no Ambiente Virtual de Aprendizagem- AVA. No espaço da sala de
aula ele ampliará e sedimentará seus conhecimentos na interação com os colegas
e o professor, sendo ativo no seu processo de aprender.
Desse desejo, de levar o UGB cada vez mais na direção dos novos tempos e
oferecer o melhor ensino para nossos estudantes, foi construído este guia de
forma colaborativa. Ele está divido em três partes, a primeira apresenta as
principais metodologias ativas adequadas ao ensino superior. Já a segunda parte
traz ferramentas e técnicas ativas e na terceira parte apresentamos algumas
ferramentas digitais que podem ser utilizadas em diversas metodologias.
Este guia é um compêndio sintético, objetivo e que apresenta uma
sequência didática para facilitar a aplicação das metodologias ativas pelos
professores. Desejamos que todos possam fazer bom uso dele e que possamos
juntos trilhar este novo caminho para consolidar cada vez mais o nosso lema:
“Compromisso com a transformação social. ”
Convidamos você também a ouvir um podcast com um debate dos autores
do Guia sobre: “A Importância das Metodologias Ativas no Ensino Superior”.
Link: http://bit.ly/2vjEP5s

Elisa Ferreira Silva de Alcantara


Doutora em Políticas Públicas e Formação Humana
Organizadora e Pró-Reitora de Assuntos Acadêmicos do UGB/FERP
Lauro Leoncio Wagner Peixoto 1

Trata-se de um modelo pedagógico no qual os elementos típicos da aula e da lição


de casa de um curso são invertidos, ou seja, os estudantes fazem o trabalho da sala de aula
em casa e o trabalho de casa na sala de aula.
O aluno estuda previamente e a aula presencial torna-se o lugar de aprendizagem
ativa, onde há perguntas, discussões e atividades práticas.
A Sala de Aula Invertida é uma estratégia metodológica cujo objetivo é tornar a sala
de aula mais atrativa para os estudantes da geração digital de maneira que possa auxiliá-
los em “aprender a aprender”. Também é conhecida como Flipped Classroom e Inverted
Classroom ou Sala de Aula Híbrida (devido a fusão do ensino presencial com o ensino a
distância).
Admite-se que ela tenha sido aplicada em 1800 na Academia Militar de West Point
(os alunos estudavam o livro-texto antes de ir para sala de aula, onde resolviam problemas
e discutiam o assunto estudado antes da aula) e no ensino de Direito na Universidade de
Harvard (o qual os alunos liam antecipadamente casos de estudo para aprofundamento
posterior, em sala de aula), e ganhou notoriedade quando passou a ser aplicada na área de
Ciências Humanas e no ensino da Engenharia no MIT – Massachusetts Institute of
Technology, a partir de 2004.
Em 2012 Bergmann e Sams escreveram o livro Flip Your Classroom: Reach Every
Student in Every Class Every Day, traduzido para o português com o título Sala de Aula
Invertida: uma metodologia Ativa de Aprendizagem.
Conforme a FLN – Flipped Learning Network, comunidade profissional na área de
ensino aprendizagem, a Sala de Aula Invertida tem como base quatro pilares:
 Ambiente de Aprendizagem Flexível; que possa se ajustar a diversas
modalidades de ensino;
 Cultura de Aprendizagem; cujo processo seja centrado no estudante como
principal agente da sua própria aprendizagem;
 Conteúdo Intencional; ligado a preocupação do professor em ajudar os
estudantes a desenvolver conteúdos conceituais e procedimentais, e a escolha
cuidadosa do que ensinar e quais recursos disponibilizar para maximizar as
oportunidades de aprendizagem em sala de aula; e

1
Mestre em Administração e Desenvolvimento Empresarial; Engenheiro Eletricista; MBA em Marketing e Logística.
 Professor Profissional; que reflete sobre sua prática, interage com seus
colegas para otimizar seu desempenho em sala de aula e dê feedback relevante
aos alunos de forma contínua durante o tempo da aula.
É importante destacar que o conceito de Sala de Aula Invertida não se restringe
a um único modelo, pois o termo é usado para descrever diversos modelos ou
estruturas de aulas que se utilizam de aulas pré-gravadas seguidas de exercícios
em sala de aula, conforme é o caso do modelo de sala de aula invertida JiTT –
Just-in-Time Teaching, cujas características podem ser vistas neste mesmo Guia
Prático.

Quando Usar?

A sala de aula invertida pode ser aplicada desde os níveis do


ensino fundamental e médio até o nível de ensino superior, e para
quaisquer disciplinas ou áreas curriculares.
As vantagens da sua aplicação são diversas, pode-se destacar
as seguintes:
 Fala a mesma língua de todos os estudantes, inclusive daqueles da atual geração
digital;
 Oferece flexibilidade de estudo aos estudantes muito ocupados, pois podem
acessar boa parte dos conteúdos teóricos fora da sala de aula e em períodos
horários segundo sua própria disponibilidade de tempo e ritmo de estudo;
 Permite ao professor ajudar os alunos que tiveram dificuldades de aprendizagem
na pré-aula durante o período da aula presencial;
 Os alunos podem rever o material da pré-aula várias vezes para adquirir o
domínio dos conteúdos e se aprofundar durante a aula;
 Permite ao professor usar os mais diversos recursos tecnológicos para otimizar o
processo de ensino aprendizagem, tais como: vídeos, experimentos de
laboratório, tarefas de leituras ou exercícios;
 Facilita a intensificação das relações professor-aluno e aluno-aluno conhecendo-
os melhor e em prol de um critério avaliativo formativo;
 Possibilita ao professor um melhor gerenciamento da sala de aula, pois minimiza
a dispersão pelo envolvimento dos alunos nas atividades práticas em grupo e
para o aprofundamento dos tópicos em sala de aula;
 Induz o aluno à responsabilidade pela própria aprendizagem e à conquista de
competências e habilidades profissionais.

Sala de Aula Invertida


11
Quais as Recomendações?

Recomenda-se cuidado tanto com a qualidade do material


disponibilizado para estudo durante as pré-aulas, quanto com a
quantidade de material, de modo que seja possível ao aluno cumprir os
estudos ou efetuar as tarefas em tempo hábil entre a pré-aula (não
presencial) e a aula (presencial).

Podem ser produzidos vídeos de curta duração, usar ferramentas digitais, tais como
plickers, socrative, mentimenter e screencast, dentre outras ferramentas, além de
plataformas de ensino tais como Moodle e Google ClassRoom. Estas ferramentas permitem
aplicar testes autocorrigidos pelos alunos e também permitem ao professor avaliar os pontos
críticos do material estudado para serem retomados em sala de aula.

O professor deve deixar explícito quais são os objetivos a serem atingidos com sua
disciplina e propor atividades que sejam coerentes e que auxiliem os alunos no processo de
construção do conhecimento, utilizando-se de técnicas ativas como hands on, discussão em
grupo ou resolução de problemas, e que apresente feedback sobre os resultados das ações
realizadas pelos alunos para corrigir concepções equivocadas ou mal elaboradas.
Destacam-se quatro recomendações básicas (BACICH e MORAN, 2018):
1 As atividades em sala de aula devem envolver uma quantidade significativa de
questionamento, resolução de problemas e de outras atividades de aprendizagem
ativa, obrigando o aluno a recuperar, aplicar e ampliar o material aprendido on-
line.
2 Os alunos devem receber feedback imediatamente após a realização das
atividades presenciais.
3 Os alunos devem ser incentivados a participar das atividades on-line antes das
presenciais, sendo que elas devem ser computadas na avaliação formal do aluno.
4 Tanto o material a ser usado on-line quanto os ambientes de aprendizagem em
sala de aula devem ser altamente estruturados e bem planejados.

Qual a Sequência Didática?

A Sala de Aula Invertida deve ser dividida em três etapas:

1 Antes da Aula
O professor verifica as questões mais problemáticas, que devem
ser trabalhadas em sala de aula. Trata-se do primeiro momento de exposição do assunto
ao aluno, antes da aula presencial, utilizando-se de recursos disponibilizados e orientados

Sala de Aula Invertida


12
quanto aos seus objetivos pelo professor, tais como: textos para leitura, vídeos, podcasts,
games e outros.

2 Durante a Aula
Na aula presencial o professor trabalha as dificuldades dos alunos, ao invés de fazer
apresentações sobre o conteúdo da disciplina como ocorre na aula tradicional.
O docente faz uma breve apresentação do material, intercalada com questões para
discussão, visualizações e exercícios. Os alunos podem usar as tecnologias digitais para
realizar tarefas como: simulações, visualizar conceitos e realizar experimentos
individualmente ou em grupos.
Durante a aula, o professor desenvolve as atividades programadas para a sala de
aula, aprofundando a aprendizagem dos alunos, tendo como base o assunto inicialmente
estudado por eles durante a pré-aula. Neste momento o professor procura estimular a
capacidade de análise, síntese e criação dos alunos com a aplicação de trabalhos em
equipes, o desenvolvimento do pensamento crítico e a capacidade de resolução de
problemas.

3 Depois da Aula
O professor organiza atividades para que o estudante revise e tenha a oportunidade
de ampliar os conhecimentos adquiridos nas duas etapas anteriores. Ele deve promover
atividades de avaliação formativa e o estudante começa a tratar o material disponibilizado
pelo professor para a próxima aula presencial, repetindo-se assim o ciclo metodológico para
cada aula ao longo do período letivo.

Figura 1. Sequência Didática

Fonte: SCHMITZ, 2016.

Sala de Aula Invertida


13
Saiba Mais

 Veja também neste mesmo Guia Prático maiores detalhes sobre a


estratégia JiTT.
 Acesse https://vimeo.com/377038145 e assista o vídeo sobre a Sala
de Aula Invertida e a sua correlação com um dos seus modelos, chamado
de JiTT – Just in Time Teaching.

Referências

BACICH, Lilian e MORAN, José. Metodologias ativas para uma educação


inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.

BERGMANN, Jonathan e SAMS, Aaron. Sala de Aula Invertida: Uma


Metodologia Ativa de Aprendizagem. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

EDUCASE, Learning Initiative. 7 Things You Should Know About Flipped Classrooms. February 2012.
Disponível em: https://library.educause.edu/resources/2012/2/7-things-you-should-know-about-
flipped-classrooms Acesso em: 25 nov. 2019.

ELMÔR FILHO, Gabriel et al. Uma Nova Sala de Aula é Possível: Aprendizagem Ativa na
Educação em Engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 2019.

SCHMITZ, Elieser Xisto da Silva. Sala de aula invertida: uma abordagem para combinar
metodologias ativas e engajar alunos no processo de ensino-aprendizagem. 2016. 187f. 2016. Tese
de Doutorado. Dissertação (Mestrado em Tecnologias Educacionais em Rede) – Universidade Federal
de Santa Maria, Santa Maria.

VALENTE, José Armando. A Sala de Aula Invertida e a Possibilidade do Ensino


Personalizado: uma experiência com a graduação em midialogia. In: Metodologias Ativas para
uma Educação Inovadora: Uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.

VIMEO. Sala de Aula Invertida. Disponível em: https://vimeo.com/377038145 Acesso em: 10 dez.
2019.

Sala de Aula Invertida


14
Elisa F. S. Alcantara 1

Na Rotação por Estações de Aprendizagem, o professor cria um tipo de circuito dentro


da sala de aula. Em cada uma das estações há uma atividade diferente proposta sobre uma
temática central de acordo com o objetivo da aula. As atividades de cada estação embora
diferentes e independentes devem ser articuladas a partir do foco definido e os estudantes
devem transitar pelo circuito percorrendo em todas as estações. Ao final deve-se avaliar
todo o percurso e discutir as aprendizagens construídas.

Quando Usar?

Quando desejar dinamizar as aulas e realizar uma atividade de


fixação e reforço do conteúdo.
Esta metodologia possui as seguintes vantagens:

 Permite relacionar a teoria e prática.


 Promove ensinamentos com um início, meio e fim na mesma aula.
 Pode ser aplicada em qualquer disciplina e em qualquer curso.
 Garante estímulos diversos ao estudante, pois permite analisar uma questão
sobre várias óticas.
 Estimula a autonomia do aprendiz ao mesmo tempo que fomenta a socialização
entre grupos diferentes de trabalho.
 Garante ao professor o papel de mentor, no lugar de emissor de conteúdo, pois
reduz a parte expositiva das aulas para os 15 minutos finais na conclusão da
atividade. É um método prático, funcional e de baixo custo.
 Desenvolve a criatividade e organização.
 Desenvolve a capacidade de solucionar problemas e construir seu próprio
conhecimento.
 Estimula uma visão sistêmica do problema ao mesmo tempo em que ele é
analisado por partes em cada estação.

1
Doutora em Políticas Públicas e Formação Humana.
Quais as Recomendações?

Esta metodologia requer um planejamento cuidadoso


considerando as atividades de cada estação, o tempo disponível para
executá-las e o tamanho do grupo.
Compete ao professor também controlar o tempo e o momento
da rotação garantindo assim, que todos os alunos passem por todas as estações.
Embora seja uma técnica aplicável em muitas situações é preciso garantir aos
estudantes uma explicação didática e o conhecimento das regras para todo o circuito.

Qual a Sequência Didática?

1 Planeje o circuito
a) Qual o foco e objetivo da aula?
b) Quantas estações?
c) Qual atividade em cada estação?
d) Duração das atividades.
e) Reserve tempo para a discussão final sobre cada tarefa e o objetivo
do circuito.

2 Ao organizar as estações considere os seguintes aspectos


a) É recomendável o mínimo de 3 e o máximo de 6 estações.
b) As atividades devem ser independentes uma das outras, pois os alunos
começarão e concluirão por estações distintas entre si.
c) Deve haver ao menos uma estação em que tarefa seja individual para cada
aluno do grupo (a mesma tarefa).
d) Deve haver ao menos uma estação envolvendo o uso de tecnologia como uma
pesquisa na internet.
e) Diversifique as tarefas como: texto, desafio, jogos, prática etc.
f) As tarefas devem ter a mesma complexidade para equilíbrio do tempo.
g) Controle o tempo e comunique o momento da troca de estação.

3 Organize a sala com as estações e suas respectivas atividades.


O comando para as tarefas deve permanecer na estação para os próximos grupos.
Entretanto, as respostas de cada grupo só serão compartilhadas ao final.

4 Reforce que os grupos não precisam ser os mesmos a cada rotação, mas sim, que
todos os alunos percorrerão todas as estações.

Rotação por Estações de Aprendizagem


16
5 Acompanhe os grupos na realização das tarefas e ofereça ajuda se necessário.
Lembre-se que não é uma competição, mas uma estratégia de ensino.

6 Após todo o percurso, avalie com a turma as atividades em cada estação e faça
uma avaliação geral: Os alunos gostaram da estratégia? Atingiram o objetivo da
aula?

Saiba Mais

 Analise o infográfico da Metodologia: “Estação por Rotação de


Aprendizagem”.

Figura 1: Como Organizar as Rotações

Fonte: Produção da Autora

Rotação por Estações de Aprendizagem


17
Referências
MORAN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. Coleção
Mídias Contemporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania:
aproximações jovens. Vol. II] Carlos Alberto de Souza e Ofelia Elisa Torres
Morales (orgs.). PG: Foca Foto-PROEX/UEPG, 2015. Disponível em:
http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/mudando_ mor
an.pdf. Acesso em: 12 dez. 2019.

Rotação por Estações de Aprendizagem


18
Rosenclever Lopes Gazoni 1

Criada em Harvard pelo professor Eric Mazur (BACICH; MORAN, 2017) no início da
década de 90, esta metodologia preconiza a abordagem de uma determinada temática
combinando intervenções e monitoramento do professor, compartilhamento de
conhecimentos por parte dos alunos, além de enfatizar o debate e a troca de opiniões,
principalmente entre os alunos, daí deriva o seu nome “aprendizagem por pares/colegas”.
Corresponde a uma metodologia de aprendizagem ativa, na qual a aula avança por
meio de perguntas a cerca de uma temática, à qual os alunos já tiveram contato prévio por
meio de leituras, vídeos, ou outra forma de acesso ao conteúdo proposto. Os próprios alunos
se ajudam na bateria de perguntas em busca de alcançar um índice de entendimento
considerado suficiente para que se avance para o próximo tema.

Quando Usar?

Pode ser utilizada há qualquer momento, exceto na primeira aula,


pois a turma necessitará ter contato com o conteúdo que será discutido
em sala. Também não deve ser utilizada como a única metodologia de
ensino, pois pode ficar cansativo. Observa-se também casos de turmas
que estavam apáticas com os métodos tradicionais de ensino e diante desta abordagem
ficaram muito mais motivadas.

Quais as Recomendações?

Para o sucesso do uso da instrução por pares, alguns cuidados


devem ser observados antes de sua efetiva utilização:
 Elaborar cuidadosamente a sequência de questões que será utilizada
para avançar no tema proposto. Recomenda-se iniciar com questões
mais simples e à medida que a turma vai obtendo êxito aumenta-se a
complexidade das mesmas.

1
Mestrado em Engenharia Eletrônica e Computação pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica.
 Ter um banco de questões bem preparado, com pelo menos duas
questões para cada tópico que deseja-se verificar a aprendizagem,
pois, caso seja necessária uma explanação sobre o tópico que
apresente dificuldade de entendimento, haverá pelo menos uma
questão extra para certificar-se de sua efetiva aprendizagem.
 Garantir, antes da aula a disponibilidade e funcionamento dos recursos
a serem utilizados, como computador, projetor, cartões de resposta
(caso faça uso do Plickers), entre outros.
 Intercalar com outras metodologias de ensino-aprendizagem entre as
aulas do período.

Qual a Sequência Didática?

A imagem a seguir representa o fluxo de realização de uma aula


utilizando a metodologia de aprendizagem Instrução por Pares.

Figura 1 – Fluxo de realização da Peer Instruction

Fonte: Adaptada de Peer Instruction, 2018.

Aprendizagem por Pares 20


O professor fornece o material para estudo que será utilizado na aula seguinte.

1 Os alunos estudam o material fornecido como atividade extraclasse.

2 A aula inicia-se com o professor fazendo uma breve recapitulação da temática


que foi previamente estudada e da ferramenta/forma utilizada para coleta das
respostas.

3 Apresenta-se então a questão referente a temática contendo opções de resposta.

4 Os alunos, individualmente, escolhem a opção desejada e apresentam sua


resposta.

5 O professor então verifica todas as respostas fornecidas.

6 Diante do resultado executa os passos A, B ou C a seguir:


A. Caso o índice de acerto seja inferior a 30% o professor deve revisar os
conceitos e retorna ao passo 4.
B. Caso o índice de acerto esteja entre 30% e 70%, o professor abre para
debate da questão entre os alunos durante um período pré-determinado de
tempo (cerca de 2 minutos) e retorna ao passo 4.
C. Caso o índice de acerto supere os 70%, o professor faz uma breve
explanação, que pode ser inclusive discutindo as opções apresentadas e
justificando porque são verdadeiras ou falsas, e avança para um novo tópico
ou uma nova questão.

Saiba Mais

 Um vídeo sobre o uso desta metodologia pode ser encontrado em


http://bit.ly/36pl3SW.

 Existem diversas ferramentas que podem ser utilizadas para aplicação


desta metodologia. Abaixo são fornecidas algumas sugestões que estão descritas nesse
guia, sendo que a mais recomendada pelo autor é a Plickers.

Ferramenta URL Ferramenta URL


Mentimeter https://www.mentimeter.com Quizizz https://quizizz.com
Plickers https://get.plickers.com Socrative https://www.socrative.com

Aprendizagem por Pares 21


Referências

ALCANTARA, Elisa F. S (Organizadora). Diálogos sobre Gestão e Docência


no Ensino Superior. Volta Redonda, RJ: FERP, 2018.

BACICH, Lilian; MORAN, José. Metodologias Ativas Para Uma Educação


Inovadora. Porto Alegre: Penso, 2017.

MENTIMETER. Disponível em: https://www.mentimeter.com. Acesso em: 14 dez. 2019.

PEER INSTRUCTION. Metodologia Ativa no Processo de Ensino-Aprendizagem. PUCPR. Disponível


em: https://youtu.be/xvOvpE_jmjI. Acesso em: 14 dez. 2019.

PLICKERS. Disponível em: https://get.plickers.com. Acesso em: 14 dez. 2019.

QUIZIZZ. Disponível em: https://quizizz.com. Acesso em: 14 dez. 2019.

SOCRATIVE. Disponível em: https://www.socrative.com. Acesso em: 14 dez. 2019.

Aprendizagem por Pares 22


Lauro Leoncio Wagner Peixoto 1

JiTT - Just-in-Time-Teaching também conhecido como Ensino sob Medida, é uma


forma de ajustar as aulas às necessidades dos alunos. O destaque principal é oferecer os
chamados “exercícios de aquecimento” para serem resolvidos pelos alunos antes da aula
presencial, estimulando o “hábito de estudar antes das aulas”, e permitir ao professor
conhecer antecipadamente as dificuldades dos estudantes na resolução dos exercícios para
melhor ajustar as aulas às necessidades dos alunos.
O JiTT é uma estratégia de aprendizagem ativa que foi idealizada e utilizada por
Novak (1999) e chamada de Ensino sob Medida, por Araújo e Mazur (2013). Pode-se
entender que o JiTT é um formato de sala de aula invertida onde as atividades aplicadas
para a pré-aula (não presencial) não acontecem muito distantes das aulas presenciais, ou
seja, difere-se de outros modelos quanto ao intervalo de tempo entre as pré-aulas e as
aulas.
Portanto, a quantidade de atividades exigidas na pré-aula não pode ser muito
extensa, garantindo que todos os alunos da turma possam cumprir com sua execução em
um curto espaço de tempo. As demais características do JiTT assemelham-se a quaisquer
outros formatos de sala de aula invertida.

Quando Usar?

Embora essa estratégia tenha sido concebida e utilizada por Novak


(1999) em disciplinas básicas da Física, ela também já foi aplicada tanto
por Novak (2004) como por outros autores em diversas outras disciplinas
na área da Medicina, Biologia e Economia. Assim, pode-se entender a
JiTT como uma estratégia de ensino aplicável a quaisquer disciplinas em quaisquer áreas
do ensino.
Algumas vantagens da estratégia JiTT podem ser destacadas;
 Os estudantes criam o hábito de estudar fora do ambiente da sala de aula

1
Mestre em Administração e Desenvolvimento Empresarial; Engenheiro Eletricista; MBA em Marketing e
Logística.
 Estimula os estudantes à prática da leitura e à busca de recursos de pesquisas
sobre os tópicos das disciplinas;
 Os estudantes adquirem autonomia e controle sobre seu aprendizado;
 As aulas presenciais são enriquecidas e permitem aprofundamento no tema de
estudo;
 Contribui com o sucesso do ensino superior potencializando as interações
estudante-estudante, estudante-professor;
 Proporciona melhor aproveitamento do tempo na realização das atividades de
estudo;
 O acompanhamento dos alunos tanto antes como durante e após as aulas permite
ao professor implantar uma avaliação formativa, ou seja, de acompanhamento.

Quais as Recomendações?

A aplicação da JiTT exige uma maior dedicação do professor no


processo de desenvolvimento e planejamento das aulas e do aluno no
processo de aprendizagem.
Destaca-se que os recursos que serão utilizados para as
atividades da pré-aula precisam ser capazes de induzir os alunos a
assumirem o papel de principais responsáveis pela sua aprendizagem.
O professor deve evitar o constrangimento de alunos com mais dificuldades,
mantendo o anonimato de suas respostas e também sugerir e utilizar recursos diversificados
para apresentar as atividades de aquecimento, tais como vídeos, textos para leituras e
outros materiais, assim evitando a acomodação dos alunos.
Todas as atividades realizadas pelo aluno devem servir para compor a sua nota final
valorizando seu esforço em desenvolvê-las.

Qual a Sequência Didática?

1 O professor define e prepara as atividades ou exercícios de


aquecimento que serão disponibilizados ou sugeridos aos estudantes.

2 O professor disponibiliza as atividades de aquecimento em tempo


hábil para que todos os alunos tenham a oportunidade de executá-las.

3 Os alunos enviam suas respostas ao professor dentro do prazo estabelecido.

Ensino sob Medida


24
4 O professor faz uma revisão das respostas apresentadas pelos alunos, e, tomando-
as como base, prepara exposições orais e testes conceituais para a próxima aula
presencial, de forma tal que os permita superar as dificuldades encontradas durante
as atividades de aquecimento.

5 Durante a aula presencial, o professor faz uma breve exposição oral dos resultados
obtidos nas atividades de aquecimento, explicitando quais respostas dadas são
corretas ou incorretas ao mesmo tempo em que apresenta os argumentos de
correção.

6 Ao final da aula, o professor apresenta tarefas que permitam a fixação ou domínio


do tópico estudado e, em seguida apresenta o novo tópico que será desenvolvido na
próxima aula, para a qual serão enviadas novas atividades de aquecimento, assim
repetindo-se o ciclo composto de três passos: pré-aula, aula presencial e pós-aula.

Saiba Mais

 Veja também neste mesmo Guia Prático maiores detalhes sobre a


estratégia Sala de Aula Invertida.
 Acesse o link: https://vimeo.com/377038145 e assista o vídeo sobre a
Sala de Aula Invertida e a sua correlação com o modelo de estratégia
JiTT – Just in Time Teaching.

Referências

ARAUJO, Ives S. e MAZUR, Eric. Instrução pelos Colegas e Ensino sob


Medida: Uma Proposta para o Engajamento dos Alunos no Processo de Ensino
Aprendizagem de Física. Caderno Brasileiro do Ensino de Física, v. 30, n.2: p.
362-384, ago, 2013.

ELMÔR FILHO, Gabriel et al. Uma Nova Sala de Aula é Possível:


Aprendizagem Ativa na Educação em Engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 2019.
VIMEO. Sala de Aula Invertida. Disponível em: https://vimeo.com/377038145. Acesso em: 10
dez. 2019.

Ensino sob Medida


25
Nayara S. de Alcantara 1

A Team-Based Learning (TBL) conhecida também como Aprendizagem Baseada em


Equipes (ABE) é uma estratégia que visa promover o desenvolvimento de equipes de
aprendizagem por meio do cunho colaborativo e fornecer a estas equipes oportunidades
para se envolver em tarefas significativas. Ela visa a continuidade de atividades por
intermédio da conexão entre temas que se complementam. Normalmente, a ABE é dividida
nas seguintes etapas:

Figura 1. Etapas de Aprendizagem Baseada em Equipes

Fonte: Produção da Autora

1
Graduada em Letras (Português e Inglês); Especialista em Gestão e Docência do Ensino Superior.
Nessa atividade, o educador exerce a função de mediador e facilitador do
conhecimento, estimulando a autonomia do aluno e o aprendizado em equipes de trabalho.
Essa metodologia inclui um conjunto de tarefas e atividades que tem por objetivo tornar o
estudante responsável por sua aquisição de conhecimento e promover diversas habilidades
e competências como:

Figura 2. Habilidades e Competências

Fonte: Produção da Autora

Quando Usar?

Quando desejar criar uma estrutura de atividade dividida em


grupos e assuntos e tiver tempo disponível para tal organização. São
necessários aproximadamente 3 encontros ou aulas, para que a
atividade possa ser estabelecida.
É interessante a aplicação dessa atividade em temáticas, situações ou teorias que
preveem opiniões, interpretações e ideologias optativas distintas.
Possui vantagens como:
 Promover o aprendizado colaborativo pois deve ser feita em equipe e com ações
compartilhadas pelos grupos;
 Estimular a criatividade;
 Estimular discussões e aprofundamento conceitual;
 Facilitar a avaliação;
 Provocar o conhecimento de novos conceitos e suas conexões.

Aprendizagem Baseada em Equipes


27
Quais as Recomendações?

Tal atividade deve ser aplicada em situações em que o conteúdo


permite uma divisão em “macrounidades”, que serão direcionadas para
os grupos.
Os conteúdos ou atividades para aplicação da ABE devem remeter
a problemas significantes, nos quais a aplicação de conceitos e teorias é útil. Além disso, é
importante que o professor elabore atividades com escolhas específicas dentre alternativas
claras, como “ Qual das alternativas o autor concorda mais? ” ou “ Qual das opções é a mais
favorável? ”.
Não se esqueça de trabalhar o mesmo “problema” com todos os grupos, para que
seja possível a troca de opiniões e fundamentos no momento de apelos e recursos.
Permita que os grupos relatem suas opiniões e decisões de forma simultânea,
oralmente, através de ferramentas digitais ou até mesmo escrevendo em quadro, no teste
coletivo ou nos apelos, de modo que as equipes façam trocas instrutivas.
As atividades de aplicação podem ou não ser pontuadas e também podem não ter
uma única resposta correta, sobretudo, com o objetivo de gerar reflexão.

Qual a Sequência Didática?

1 Escolha o conteúdo.
2 Divida o conteúdo em macrounidades, uma para cada grupo.
3 Divida a turma em grupoo.
4 Apresente aos alunos o passo a passo da atividade na metodologia
de aprendizagem baseada em equipes.
5 Introduza o conteúdo a ser trabalhado e disponibilize textos, artigos, livros e
materiais de apoio.

6 Oriente que todos os alunos façam a pré-leitura para o próximo encontro e


informe que no início da aula, será aplicado um breve teste de garantia de
aprendizagem.
7 Aplique um breve “teste” individual de garantia de aprendizagem, que pode ser
curto, simples e preferencialmente de múltipla escolha, com base no material da
pré-leitura.
8 Reúna os alunos nos grupos.
9 Reentregue os testes, numa cópia em branco (teste idêntico ao feito
individualmente).

Aprendizagem Baseada em Equipes


28
10 Defina um tempo para que os alunos discutam as questões e as respondam
novamente em conjunto.
11 Dê o feedback para os alunos sobre as respostas, comentando-as e explicando-
as. Aproveite a oportunidade para ouvir as possíveis explicações.

12 Marque para a próxima aula o encontro de apelo, ou seja, um momento em que


os grupos, após leitura de outros materiais de pesquisa, geram argumentos do
porquê tais respostas podem ou não ser questionadas.
13 Oriente que os alunos criem por escrito uma declaração clara do porquê de tais
argumentos, incluindo as provas pesquisadas para tal sustentação.

14 O processo de garantia de aprendizagem deve ser seguido de um momento


para que o professor confira e esclareça dúvidas e ideias. Deve-se explicar
novamente, ou dar atenção especial a aquelas informações que não foram
completamente compreendidas.

15 As questões não precisam ter uma única resposta correta, e muitas vezes, na
conclusão será necessário fazer uma análise sobre questões que envolvem
opinião e situações diversas.
16 Avaliação em pares é a oportunidade de os colegas darem feedback aos
participantes. Em alguns casos, o professor orienta que os colegas listem aos
outros componentes do grupo, elogios e coisas que apreciam. Se permitir que
os alunos coloquem sugestões de melhoria aos colegas, gerencie para que não
gere ofensa e discussão negativa.

Saiba Mais

Acesse os links abaixo e visualize um vídeo de aplicação de uma


Aprendizagem Baseada em Equipes e conheça a organização de
educadores ao redor do mundo todo, que incentiva, tira dúvidas e
ensina a aplicação dessa ferramenta.
 Organização de Educadores - http://bit.ly/2upQMGn
 Aplicação de uma TBL - http://bit.ly/2TOMxid

Aprendizagem Baseada em Equipes


29
Referências

TEAM-BASED LEARNING COLLABORATIVE. Disponível em: http://www.team


basedlearning.org/. Acesso em: 10 dez. 2019.

RAHHAL, Hassan. Team-based learning - o que é e como fazer?. Disponível


em: https://www.youtube.com/watch?v=wV-cfvxwn4c . Acesso em: 10 dez.
2019.

QUICK-FICS. Team based Learning at UT. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?


time_continue=3&v=kxg5FTGZhZs&feature=emb_logo. Acesso em: 10 dez. 2019.

Aprendizagem Baseada em Equipes


30
Helton Rodrigo de Souza Sereno 1
Thais de Assis Pinto 2

O Método POE (Predizer, Observar e Explicar) usa os conhecimentos prévios dos


alunos para construção do saber e dessa forma inicia uma discussão (Predizer) sobre a
atividade proposta, seguida do acompanhamento (Observação) do andamento da atividade
e finalizando com a discussão dos resultados (Explicar) obtidos confrontados com os
“resultados” estimados no primeiro momento de discussão.
Seu objetivo é realizar a aprendizagem através de conflitos cognitivos, nos quais, o
aluno diante da situação problema tenta prever o que ocorrerá quando aquela situação for
solucionada.
Dessa forma, essa metodologia é dividida em três etapas:

Figura 1. Etapas

Fonte: Produção dos Autores

1
Engenheiro Mecânico: Mestre em Robótica e Especialista em Ensino Vocacional.
2
Bióloga; Especialista em Gestão e Docência do Ensino Superior.
Quando Usar?

O método POE pode ser utilizado como estratégia de ensino aliada


as metodologias de aprendizagem como Aprendizagem Baseada Projetos
(PBL) ou Aprendizagem Baseada em Problemas (PrBL). Esse método
apresenta-se como norteador das ações de investigação para
consolidação do projeto ou busca da solução do problema.
Ele possibilita a construção da linha de desenvolvimento da solução do problema a
partir dos conhecimentos prévios dos alunos, estimulando a pesquisa já definindo uma linha
de investigação. Ele é muito utilizado em simulações computacionais, na execução das
simulações dos programas, e vem sendo usado também como auxiliar na investigação de
conceitos de Física e Química, usando aulas práticas para desenvolver o caráter investigativo
e capacidade de tomada de decisões dos alunos, visando promover o conflito cognitivo
estabelecido durante a simulação em programas de simulação.
Sua utilização é de grande valia quando deseja-se criar um guia de apoio ao
estudante que possibilite a autonomia no processo de estudo para a realização da prática
proposta.
Esta estratégia didática desenvolve o caráter investigativo e a capacidade de tomada
de decisão formando o pensamento crítico dos alunos.

Quais as Recomendações?

Para que os objetivos da atividade proposta sejam almejados, é


necessário seguir a sequência: predizer, observar e explicar, e dessa
forma os alunos compartilham opiniões, predições e interpretações.
É comum com alunos, principalmente jovens, a ansiedade das
respostas corretas no momento de predizer, querendo buscar direto a observação.
Entretanto, é necessário mapear as concepções alternativas que os alunos podem
apresentar, bem como direcioná-las para que sejam direcionados para o caminho didático
correto.
Outro ponto que se deve ter cuidado é a ansiedade dos alunos em resolver
corretamente a situação e assim burlarem o método e irem direto para etapa de observação
sem passar anteriormente pela etapa de predizer.

Método POE
32
Qual a Sequência Didática?

1 Anterior às atividades práticas, o docente irá dividir os alunos em


grupos.
2 O professor irá para turma fazer uma breve explanação do
experimento e/ou atividade prática que será realizada.
3 Para cada grupo, o professor irá solicitar que os alunos informem o
resultado esperado ou descrevam a atividade com base nos
conhecimentos prévios de sala de aula e de outras disciplinas.
4 Após essa descrição, segue-se as atividades práticas conforme roteiro e ao
término da atividade, os grupos devem debater, sob orientação do professor, os
resultados obtidos frente aos resultados estimados no primeiro momento.

Saiba Mais

 Abaixo é relatado um exemplo de como podemos utilizar o método


POE:
Proposta: uma simulação computacional que mostre a queda dos corpos
na lua.
Corpos escolhidos: uma pena e uma bola.
Situação problema: Se ambos fossem largados da mesma altura, ao mesmo tempo,
qual deles chegaria primeiro ao solo?
Os alunos devem registrar qual resultado eles esperam que aconteça, após, eles
observam a simulação computacional e comparam com o que foi previsto, confirmando ou
não a resolução que foi proposta inicialmente.

Referências

ARAUJO, I. S.; VEIT, E. A. Mídias e Ferramentas Digitais no Ensino de


Física. Instituto de Física-UFRGS. Aula, 2010. Disponível em:
http://www.if.ufrgs.br/cref/uab/midias/aula02.html. Acesso em: 24 nov. 2019.

SCHWAHN, Maria Cristina Aguirre; SILVA, Juliana da; MARTINS, Tales Leandro
Costa. A abordagem POE (Predizer, Observar e Explicar): uma estratégia didática na formação
inicial de professores de Química. VI ENPEC-Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em
Ciências, 2007. Disponível em: http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/vienpec/CR2/p444.pdf. Acesso em: 24
nov. 2019.

Método POE
33
Felipe Mactavisch da Cruz 1

A Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL- Problem Based Learning) é um modelo


de aprendizagem no qual problemas são apresentados para os alunos, a fim de que estes
discutam, pesquisem e encontrem soluções para as situações apresentadas.
Essa técnica foi criada no Canadá na década de 60, visando que os alunos
desenvolvam habilidades críticas e, sobretudo, analíticas a respeito das situações
enfrentadas em suas profissões. Sendo assim, é importante que os problemas apresentados
aos alunos simulem situações que eles poderão ou irão encontrar quando inseridos no
mercado de trabalho.
Essa metodologia é muito interessante por conta da fluidez do conhecimento e ao
acesso à informação nos dias atuais, pois, treinando determinadas habilidades dos alunos
com a PBL, os mesmos conseguirão se manter profissionais atualizados em todos os
períodos de suas carreiras.
Além de estimular a criatividade, lapidar as habilidades de pesquisa e treinar o
trabalho em grupo, o engajamento dos alunos tende a ser elevado, pois os mesmos
conseguem claramente correlacionar a aula baseada em PBL às suas futuras vidas
profissionais.
A PBL pode ser utilizada como estratégia de aprendizado, avaliação e aprimoramento
de diversas habilidades pessoais dos alunos.

Quando Usar?

Quando se deseja correlacionar diversos conceitos prévios dos alunos


com conceitos novos, os quais os alunos adquirirão por conta própria e
uns com os outros por meio de pesquisas direcionadas pela problemática
em questão e discussões.
A PBL possui diversas vantagens como:
 Treinar o trabalho em equipe.
 Lapidar as habilidades de pesquisa e compreensão dos alunos.

1
Doutorado em Ciências (Microbiologia).
 O professor, ao trabalhar com pequenos grupos, consegue individualizar os
conteúdos a serem ensinados, partindo de dúvidas já discutidas pelo aluno
com seu grupo.
 Os alunos geralmente se sentem mais a vontade de tirar dúvidas com seus
colegas de grupo.
 O aluno também tende a se sentir mais à vontade de tirar dúvida com o
próprio professor, uma vez que a pergunta (geralmente já discutida e não
solucionada pelo grupo) será feita frente a poucos alunos e para um
professor que se disponibilizou especialmente para essa finalidade, ao invés
do aluno ter de interromper uma aula expositiva com perguntas de cunho
possivelmente individual diante de toda turma.
 Associação imediata de teoria e prática que ajuda na fixação dos conteúdos
trabalhados e estimula a dedicação dos alunos.
 O problema pode integrar várias disciplinas, fazendo o aluno correlacioná-
las e também sendo possível o mesmo problema ser trabalhado por
professores de disciplinas diferentes, com óticas diferentes e ao mesmo
tempo.
 Alunos que têm dificuldade de expressão e relacionamento interpessoal têm
a oportunidade de treinar, de forma gradativa, habilidades que lhe serão
úteis na vida profissional.

Quais as Recomendações?

O professor deve ficar atento a todas as etapas do processo uma


vez que, caso contrário, os alunos podem desviar do tema e acabarem
pesquisando conteúdos que não eram o foco inicial da lição. Soma-se a
isso, a sensação desestimulante de desorientação que pode ser gerada
nos alunos. Isso ratifica mais uma vez como o professor deve ficar atento
às discussões que estão sendo levantadas em cada grupo.
Um momento chave é a análise por parte do professor dos objetivos de estudo
levantados pelos alunos. Com isso, ele pode orientar a respeito de objetivos destoantes com
sua ideia inicial e sugerir outros não levantados pelos alunos.
O docente também deve percorrer os grupos analisando as discussões e observando
se os alunos realmente têm todos os conhecimentos prévios exigidos, para a compreensão
completa do problema e delineamento de objetivos de estudo pertinentes. Caso haja uma
lacuna nos conhecimentos dos alunos, ele deve eliminá-las, mas sempre se atentando a não
entrar nos conteúdos que os alunos devem levantar por conta própria.
Ao fazer o planejamento da disciplina, o professor deve se atentar a carga horária e
a quantidade de conteúdo da mesma. Ministrá-los por aulas expositivas tende a ser muito

Aprendizagem Baseada em Problemas


35
mais rápido que administrar a mesma matéria utilizando PBL, o que pode gerar atrasos no
cronograma caso o mesmo não seja montado adequadamente.

Qual a Sequência Didática? (Adaptado de Wood, 2003)

1 O professor deve definir um problema de modo que os alunos sejam


capazes de compreender o cenário descrito utilizando conhecimentos
prévios. Alternativamente, o facilitador também pode ministrar uma aula
expositiva introdutória a fim de fornecer as informações necessárias para
a compreensão do problema.
2 Os alunos são divididos em grupos e devem ser orientados a identificar e
esclarecer termos desconhecidos apresentados no cenário e fazer uma lista
daqueles que permanecem sem explicação após a discussão (do item 4).
3 O problema deve ser apresentado aos alunos e estes devem definir os pontos
a serem discutidos. Os estudantes podem ter diferentes visões do problema e
todas devem ser consideradas. Uma lista contendo os pontos acordados deve
ser elaborada.
4 Brainstorming entre os alunos a respeito dos pontos selecionados. Eles devem
compartilhar seus respectivos conhecimentos prévios e identificar lacunas nos
mesmos. Os pontos principais da discussão devem ser anotados.
5 O professor deve avaliar os resultados obtidos com o item 4 e analisar as
lacunas de conhecimento dos alunos. Caso as últimas fujam do objetivo da
lição, o professor pode (voltar a) ministrar uma aula expositiva a fim de saná-
las.
6 Os alunos devem formular os objetivos de aprendizado de acordo com as
lacunas de conhecimento identificadas para a solução completa do problema.
O professor avalia se esses objetivos são focados, tangíveis, compreensivos e
apropriados.
7 Cada aluno estuda separadamente todos os objetivos de aprendizado
predefinidos, no momento do estudo individual.
8 Os alunos se reúnem para compartilhar os resultados dos estudos individuais
e as soluções para os problemas. Os pontos acordados são anotados e o
professor avalia o aprendizado individual e o grupo como um todo.

Aprendizagem Baseada em Problemas


36
Saiba Mais

Acesse os links abaixo para ter acesso a trabalhos relacionados à PBL em


alguns cursos/áreas do conhecimento:
 Administração - http://bit.ly/2upqqUN
 Engenharia - http://bit.ly/2usvyYo
 Pedagogia - http://bit.ly/2TVmgP1
 Saúde - http://bit.ly/2vkMMav

Referências

MIRANDA, U.J.P.J. Problem Based Learning como metodologia inovadora no


ensino de graduação em saúde. Rev. Port. Med. Geral. Fam. n.32, p.12-3,
2016.

PINTO, M.L.; MACEDO, J.R.N. PBL (Problem Based Learning) Uma prática
pedagógica, só para área da saúde? Revista Científica UNAR. v.14, n.1, p.110-120, 2017.

RIBEIRO, L.R.C., Aprendizagem baseada em problemas (PBL) na educação em engenharia. Revista


de Ensino de Engenharia. v.27, n.2, p.23-32, 2008.

SUGAHARA, C. R.; JANNUZZI, C. A. S. R.; SOUSA, J. E. O ensino-aprendizagem baseado em


problema e estudo de caso num curso presencial de Administração – Brasil. Revista
Iberoamericana de Educación / Revista Ibero-americana de Educação, v.1, n.60, p.1-9,
2012.

WOOD, D.F. Problem based learning. ABC of learning and teaching in medicine. BMJ. v.8, n.326,
p.328-330, 2003.

Aprendizagem Baseada em Problemas


37
Júlio César Sobral Pinto Dias 1

É uma metodologia ativa de aprendizagem, que além de promover a


interdisciplinaridade, exige o trabalho em equipe, proporcionando o desenvolvimento de
competências técnicas (ligadas a atividade profissional) e competências transversais
(ligadas ao mercado de trabalho) para solucionar um problema concreto, sob supervisão e
orientação de professores de disciplinas relacionadas com a proposta.
Todo projeto sempre parte de um problema e tem como destaque um plano de ação
para o enfrentamento da problemática em questão. No ensino superior, o projeto deve
preferencialmente se articular com situações do cotidiano, podendo inclusive ser aplicado
em espaços reais como empresas, hospitais etc. A aproximação das escolas com empresas,
enriquece o aprendizado e possibilita que os estudantes desenvolvam seus estudos
vivenciando na prática a realidade do mundo empresarial, o que contribuirá para o
desenvolvimento de competências e facilitará suas inserções no mercado de trabalho.
Observe uma possível articulação, a título de exemplo de um projeto em curso num
determinado período:

Figura 1. Exemplo de um Projeto em Curso


O Projeto demonstrado ao lado será
realizado em um período que tem
seis disciplinas.
As disciplinas 1, 2 e 3 se articulam
diretamente com o projeto e a
demanda da empresa. Observe que
as disciplinas 2 e 3 se articulam com
a empresa e entre si.
A disciplina 4 se articula com o
projeto, mas não diretamente com a
empresa.
As disciplinas 5 e 6 não estão
envolvidas com o projeto.
Fonte: Produção do Autor

1
Engenheiro Civil; Mestre em Estratégia e Gestão de Negócios
Quando Usar?

Pode ser utilizado em qualquer período de um curso, mas é


conveniente escolher os que tenham diversas disciplinas relacionadas
com o projeto a ser desenvolvido.
Possui vantagens como:
 Desenvolver competências transversais;
 Criar um ambiente em que o aluno é o protagonista em sala de aula;
 Desenvolver o pensamento crítico;
 Articular a teoria com a prática.

Quais as Recomendações?

Ao professor supervisor do projeto compete:

Figura 2. Competências do Supervisor

Fonte: Produção do Autor

Os alunos devem perceber os ganhos que terão com o PBL, como: os benefícios do
trabalho em equipe, capacitação mais consistente que no ensino tradicional, maior facilidade
na inserção ao mercado de trabalho, etc.
O projeto deve:
 Ser atual e inovador, de forma a motivar os alunos e os professores;
 Ter relação com a prática profissional.

Aprendizagem Baseada em Projetos 39


 Ter regras claras como o que será entregue no final pelos alunos: projeto,
protótipo etc. Em um curso com 5 anos de duração (10 períodos) sugere-se
utilizar projetos em até 3 períodos.

Qual a Sequência Didática?

Pode-se destacar 4 fases essenciais de um projeto com fins


educacionais: objetivos, planejamento, execução e julgamento
(avaliação).
O roteiro sugerido deve abordar:
1 Tema do Projeto;

2 Título;
3 Justificativa;
4 Descrição do Problema;
5 Objetivos;
6 Diagnóstico da situação problema com seus desdobramentos;

Problemas Identificados Possíveis Causas Efeitos

7 Plano de Ação;

Ação Objetivo Desenvolvimento Avaliação Prazo Responsável

8 Avaliação do Projeto: portfólio, relatórios e alcance dos objetivos.

A avaliação global leva em consideração diferentes momentos do projeto e no final


do período deve ser verificado se as competências estabelecidas no Plano de Ensino foram
atingidas.
As notas finais das disciplinas envolvidas no projeto devem levar em consideração
um percentual de avaliação da própria disciplina entre 50% e 70%, com discussões, provas,
organização, envolvimento do aluno etc. Já o resultado do projeto entre 50% e 30%,
levando em consideração o relatório, discussões, protótipo, participação individual (nota
dada pelo grupo e pelos professores).

Aprendizagem Baseada em Projetos 40


Observações importantes:
 Prazo do projeto: de 15 e 17 semanas.
 Tamanho das equipes: até 10 membros.

Saiba Mais

Acesse o link abaixo e visualize o capítulo 10 do livro Diálogos sobre Gestão


e Docência do Ensino Superior, a fim de ler o artigo completo e os
depoimentos de alunos, professores e empresários envolvidos no modelo.
 http://www2.ugb.edu.br/Arquivossite/Editora/pdfdoc/Gestao_e_Docencia.pdf

Referências

MESQUITA, D.; LIMA, R. M. Planejamento de Processos de Aprendizagem


Baseada em Projetos Interdisciplinares (PBL). Workshop – Universidade
do Minho, Uminho, Portugal, 2018.

ALCANTARA, E. F. S.; DIAS, J. C. S. P.; HOPPE, J. H. B. Aprendizagem


Baseada em Projetos: Procedimentos para Implantação em uma Instituição de Ensino
Superior, capitulo 10, Volta Redonda, RJ: FERP, 2018, apud ALCÂNTARA, E. F. S. Diálogos sobre
Gestão e Docência do Ensino Superior, Volta Redonda, RJ: FERP, 2018.

Aprendizagem Baseada em Projetos 41


Jáder Cristian Fernandes 1

Para Kapp, gamificação é “um sistema em que os jogadores se engajam em um


desafio abstrato, definido por regras, interatividade e feedback, que resulta em uma saída
quantificável e frequentemente provoca uma reação emocional”. Assim, ela é mais do que
a simples adição de mecânicas de games em contextos de não-games. “Gamification é o
uso das mecânicas baseadas em jogos, da sua estética e lógica para engajar as pessoas,
motivar ações, promover a aprendizagem e resolver problemas” (KAPP, Karl M. 2002).
Desta forma, Gamificação consiste em você utilizar elementos adequados de jogos
melhorando o envolvimento do aluno e como consequência os resultados.
Esse instrumento de aprendizagem ameniza a “dor de aprender” alguns conteúdos
específicos tornando o processo mais leve, porque o desperta a experimentar novos modelos
de ensino e aprendizagem. Os jogos podem desenvolver competências socioemocionais
como: interatividade, criatividade, persistência, senso de urgência, competição saudável,
disciplina e outros.
Atualmente, essa ferramenta está sendo acompanhada de perto por companhias das
mais diversas atividades e também pelas escolas e universidades, como uma oportunidade
de resolver problemas cotidianos de forma mais engajada e inovadora

Quando Usar?

Sempre!
Você pode adaptar a utilização de recursos de games em qualquer
disciplina e curso, sempre respeitando as variáveis conteúdo, tecnologia,
espaço e tempo.
Alguns de seus benefícios são:
 Amenizar a dor do ensino: É bastante comum que alguns alunos vinculem a
aprendizagem a algo chato, ou seja, um fardo que precisa ser carregado. Com a
gamificação, as aulas podem se tornar mais atraentes e contextualizadas.
 O aluno deixa de ser prisioneiro do conteúdo: O conteúdo passa a fazer
sentido e torna-se lúdico uma vez que os alunos precisam usar a criatividade,
estratégias e dinamismo para resolver situações-problemas

1
Professor nas Áreas de Exatas e Engenharias; Especialista em Gestão Escolar; Mestre em Materiais.
 Proporciona novos modelos de aprendizagem: Os alunos exploram o
ambiente do jogo desvendando novas informações, que podem lhes render bônus,
pontos ou selos. Precisam também cumprir tarefas dentro de um tempo limitado.
Dessa forma, essas séries de desafios levam o estudante a aprender
constantemente até dominar o tema por completo.
 Acolhe o erro: O jogo estimula o participante a manter a rota, mas ainda assim
existe tolerância ao erro, pois, caso o jogador deixe de acertar, ele perde pontos
mas pode continuar tentando, estimulando assim a persistência. Fator essencial
em um ambiente que favorece a inovação, já que correr riscos e cometer erros
fazem parte do processo de criação.
 Dá voz aos participantes: O processo de aprendizado é construído de forma
coletiva. Assim, o aluno tem a oportunidade de contribuir com suas ideias e
conhecimentos, ajudando a melhorar o processo e deixando lições aprendidas para
novos participantes.
 Melhora o foco: Foco é uma dificuldade que todos enfrentam, é o desafio de
lidar com multitarefas. Adultos, crianças e adolescentes são cada vez mais
bombardeados por informações e essa “sobrecarga mental” interfere diretamente
na capacidade de foco.
 É possível medir o desempenho: Os resultados são medidos de maneira
dinâmica o que gera uma maior possibilidade de retorno em detrimento aos
métodos tradicionais. O aluno tem feedback imediato, que pode vir tanto por parte
do professor, como ele mesmo pode identificar (pela sua pontuação, por exemplo)
se foi bem ou mal e como pode melhorar. Portanto, a técnica otimiza a evolução
no aprendizado. Isso porque o aluno enxerga com clareza o que é preciso fazer
para atingir seu objetivo.
 Melhora a assimilação entre teoria e prática: Imagine-se jogando um jogo
pela primeira vez. Você precisa aprender inicialmente quais são as regras, qual o
objetivo do jogo e o que não deve fazer para ser eliminado, certo? Isso tudo é a
teoria. Quando você começa a jogar realmente está aplicando o que lhe explicaram
na prática. A cada fase, a teoria lá do início faz mais sentido. Você precisa aplicá-
la com mais agilidade, dominá-la, se quiser permanecer na partida.

Gamificação 43
Quais as Recomendações?

Saber adaptar o conteúdo lecionado a gamificação é o desafio.


Qual ferramenta usar, qual o espaço disponível, qual o tempo para
desenvolvimento da tarefa, quais os recursos tecnológicos disponíveis,
são perguntas que devem ser realizadas na elaboração do plano de aula.
No próximo tópico são exemplificados dois casos de gamificação. São sugestões para
inspiração em criar a sua estratégia.

Qual a Sequência Didática?

Alguns aspectos devem ser observados e sequenciados nas atividades


de ensino e aprendizagem “gamificadas”, são eles:
1 Enredo: É a condução da narrativa do jogo. Definir o tema, os
cenários, os personagens são importantes nessa etapa. Deve
representar aspectos do mundo real e ser suficientemente motivador
para os alunos.

2 Regras: Todo jogo é composto por regras implícitas ou explícitas e, muitas vezes, o
envolvimento do aluno pode tanto superar os desafios como desafiar as próprias regras.
É importante que, uma vez definidas, as regras não podem ser alteradas no decorrer
dos desafios, salvo quando a quebra de uma regra é condição para o cumprimento de
um desafio.

3 Feedback: Em todas as atividades o jogador deve receber uma pontuação/emblema


que indica seu score no jogo. O docente pode elaborar também o acompanhamento
qualitativo do desempenho do aluno, de forma a identificar avanços e possíveis
dificuldades auxiliando com o processo de aprendizagem no decorrer das atividades.

4 Níveis de dificuldade: Este é um fator motivador, pois, os jogadores são estimulados


a melhorar seu desempenho diante de um jogo com diversos níveis de dificuldades. Um
nível deve ser sucedido por outro de igual ou maior dificuldade.

Veremos abaixo dois exemplos de gamificação:

1º Caso: Jogos Analógicos ou sem utilização de tecnologia

Construir um jogo de tabuleiro ou outros modelos com materiais escolares e até


recicláveis já tornam a gamificação possível. Veja esse exemplo de criação de um jogo de
matemática para trabalhar com as operações básicas:

Gamificação 44
Figura 1. Construção de um jogo de tabuleiro

Fonte: GAMIFICA RH - Redefinindo o RH através da Gamificação

2º Caso: Quizizz

O Quizizz é uma ferramenta digital online e gratuita que possibilita a criação de


questionários dinâmicos para o ensino gamificado, o que o faz utilizável em quaisquer
disciplinas. Este recurso pode ser útil em diversas metodologias de ensino, como na Sala de
Aula Invertida, Peer Instruction (Aprendizagem por Pares), TBL – Team Based Learning,
dentre outras.
Veja abaixo algumas telas desta ferramenta:

Figura 2. Tela 01 (Questão)

Fonte: Quizizz

Gamificação 45
Figura 3. Tela 01 (Questão)

Fonte: Quizizz

Figura 4. Tela 02 (Alternativa correta)

Fonte: Quizizz

Temos um módulo nesse guia focado somente na utilização do Quizizz, vá lá e


elabore seus games.

Gamificação 46
Saiba Mais

A escola Quest to Learn, que fica em Nova York – EUA, hoje, já


funciona com sua metodologia totalmente gamificada e em apenas 6 anos
de funcionamento já reúne prêmios e títulos nas mais variadas
modalidades de olimpíadas escolares e os demais índices de
aprendizagem tem se mostrado com resultados positivos.
 97% da audiência jovem joga computador e vídeo games;
 A maior parte dos “gamers” brasileiros (36,2%) possuem entre 25 e 34 anos,
seguidos por jogadores de 35 a 54 anos (31,4%).
 69% dos chefes de família jogam vídeo games;
 40% do público gamer é feminino;
 1 em cada 4 gamers possui idade superior a 30 anos;
 O jogador médio tem 35 anos de idade e vem jogando há 12 anos no mínimo;
 A maioria dos gamers pretende jogar o resto de suas vidas;
 Coletivamente são gastos mais de 3 bilhões de horas semanais com atividades
relacionadas a games.
 Acesse o link https://youtu.be/Xj_s3Wzt_pc de um exemplo de Gamificação sem a
utilização de recursos tecnológicos.
 Acesse o link https://quizizz.com/admin/quiz/5c8799f1a8dcb6001bd8e382 e
responda ao Quizizz sobre gamificação.

Referências

KAPP, Karl M. The gamification of learning and instruction: game-based


methods and strategies for training and education. San Francisco: Pfeiffer, 2012.

IPOG. Educação e Cultura Organizacional. Disponível em:


https://blog.ipog.edu.br/educacao/beneficios-gamificacao-na-educacao/.
Acesso em: 23 nov. 2019

UNIFEV. Disponível em: https://unifev360.com/2017/11/27/quizizz-post/. Acesso em: 24 nov. 2019.

Gamificação 47
Conceição Aparecida F. L. Panizzi1

O estudo de casos é uma estratégia de ensino que envolve a abordagem dos


conteúdos, por meio de situações reais ou baseadas na realidade que possibilita a
participação ativa do estudante no estudo e análise dessas situações. É uma variação do
método Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), conhecido também como Problem
Based Learning (PBL), principalmente por oportunizar o contato com problemas reais,
aproximando o estudante da realidade prática de sua área.
A utilização do estudo de casos objetiva criar condições para que o estudante
desenvolva competências e habilidades referentes a aplicação de conhecimentos a situações
reais, à capacidade de ouvir e argumentar, de análise, de tomar decisões e trabalhar em
grupo.
Bordenave e Pereira (1999) apresentam dois tipos de casos que podem ser
propostos: o caso-análise e o caso-problema.
O caso-análise tem como objetivo desenvolver a capacidade de análise dos
estudantes. Portanto, não há a pretensão de se chegar a alguma solução e sim, que a
situação seja discutida e analisada. Já o caso-problema, tem como foco chegar a uma
solução, a melhor possível, dentre as alternativas, a partir dos dados analisados e discutidos.
Exercita-se assim, a capacidade de tomar decisões.

Quando Usar?

O estudo de casos tem um grande potencial no processo de


aprendizagem e deve ser usado para aliar a aprendizagem teórica à
aplicação prática. Apesar de poder ser resolvido individualmente, é
mais significativo quando feito em grupos promovendo o debate e a
interação pedagógica. É mais apropriado quando:
 Pressupõe a participação ativa do estudante;
 Visa desenvolver o uso de habilidades de análise e de solução de problemas;
 Estimula discussões e utiliza conceitos que podem ser explorados em sala de
aula;
 O estudante dispõe de informações que o possibilitem analisar o caso;

1
Pedagoga e Mestre em Educação, Cultura e Comunicação.
 Há tempo suficiente para discussão do caso;
 O professor encaminha de forma apropriada o estudo do caso.

Quais as Recomendações?

Para o melhor desenvolvimento do estudo de casos, é importante


que eles sejam construídos em torno dos objetivos de aprendizagem ou
das competências e habilidades que se pretende desenvolver.
Os casos devem corresponder a uma situação real ou serem
baseados em situações reais de modo a favorecer o envolvimento dos estudantes. Eles
podem ser apresentados em forma de descrição, narração, diálogo, artigo jornalístico e até
mesmo um filme. Embora os casos, em geral, sejam relatos de situações reais, é importante
que o professor tenha alguns cuidados na sua escolha. Atente para que o caso:

Figura 1. Roteiro

Fonte: Produção da Autora

Aconselha-se que o professor tenha um roteiro de perguntas orientadoras para usar


diante de dúvidas iniciais dos alunos ou para estimular os debates.

Estudo de Casos
49
Qual a Sequência Didática?

Figura 2. Sequência Didática

Fonte: Produção da Autora

É importante ressaltar que o professor orienta a discussão, sem impor um controle


sobre ela. Observa o desenvolvimento do estudo feito pelos grupos e instiga suas
argumentações.
O professor tem o papel de mediar as discussões, organizar o fechamento do caso a
partir das sínteses realizadas, retomando os objetivos e os conceitos aplicados.

Saiba Mais

 Acesse http://bit.ly/30UnPOL e assista ao vídeo “Central de Cases


ESPM: o uso de casos para ensino no processo de aprendizagem”.

 Acesse também https://www.espm.br/a-espm/bibliotecas-


espm/recursos-de-pesquisa/central-de-cases/. Nele encontrará gratuitamente, um
acervo constituído por 222 casos para o ensino, agrupados em oito áreas do
conhecimento.

Estudo de Casos
50
Referências

BORDENAVE, D. J; Estratégias de ensino-aprendizagem. 20. ed.


Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

GIL, A. C. Didática do Ensino Superior. São Paulo: Atlas S.A., 2006.

CENTRAL DE CASES. ESPM. Disponível em: www.espm.br/centraldecases. Acesso em: 19 nov.


2019.

GRAHAM, A. Como escrever e usar estudos de caso para ensino e aprendizagem no setor
público. Brasília: ENAP, 2010. Disponível em:
https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/515/1/estudos_de_caso.pdf. Acesso em: 19 nov. 2019.

SPRICIGO, C, B. Estudo de Caso como abordagem de Ensino. 2014. Disponível em:


https://www.pucpr.br/wp-content/uploads/2017/10/estudo-de-caso-como-abordagem-de-
ensino.pdf. Acesso em: 19 nov. 2019.

Estudo de Casos
51
Júlia Magalhães Torres Calixto 1
Milena Murta Gonçalves Guimarães 2
Rafael Teixeira dos Santos 3

A Aprendizagem Baseada em Jogos (em inglês GBL - Game Based Learning) é uma
metodologia pedagógica que se baseia no uso de jogos na formação e educação dos
indivíduos.
Pensando em um simples jogo virtual, uma pequena ação onde é necessário
combinar alguns itens para criar novos elementos, exigirá que o jogador experimente novas
combinações e aprenda novas soluções. E todo esse caminho de tentativas e erros, no final,
acaba sendo gratificante pois conseguiu encontrar outro elemento. Desta mesma forma,
com mecanismos similares a esses jogos, se torna possível criar ambientes que envolvam
mais ainda a aprendizagem significativa.
Com os jogos, em um processo de gamificação, existe a possibilidade de construir
ambientes que permitam que o usuário ganhe experiências enriquecedores de forma mais
interessante e lúdica.
Existe uma gama de opções de jogos que atendem as mais variadas necessidades
onde o jogador pode manipular, explorar, deduzir soluções para a resolução das fases e
tudo isso seguindo um certo ritmo e um certo planejamento criado pelo professor.
A aprendizagem se modifica gradativamente com o avanço tecnológico. Sendo assim,
não se deve criar limitações em modelos não mais tão eficazes. E deve-se lembrar que a
implementação dos jogos nas práticas pedagógicas não substitui a participação do professor
e o uso de outros materiais.

Quando Usar?

Hoje pode-se considerar os jogos uma ferramenta


importantíssima. Eles promovem avanços de habilidades cognitivas e
estimulam saberes até mesmo de conhecimentos mais complexos.

1
Acadêmica do curso de Sistemas de Informação do Centro Universitário Geraldo Di Biase - UGB
2
Acadêmica do curso de Sistemas de Informação do Centro Universitário Geraldo Di Biase - UGB
3
Mestre em Educação; professor e pesquisador do Centro Universitário Geraldo Di Biase - UGB
Seu uso é um benefício neste novo cenário educacional, mas cabe ao professor
desenvolver dinâmicas que possuem objetivos bem traçados para o grupo que será
trabalhado, caso contrário o recurso tecnológico perde todo o seu real potencial, ou seja,
não haverá um retorno positivo dos conhecimentos que foram explorados, não haverá
avanço na aprendizagem, a prática pedagógica não será significativa e para o aluno será
um grande prejuízo na aprendizagem. Esta ferramenta deve ser de interesse do grupo.
Os jogos educativos quando bem usados em sala de aula despertam no aluno um
novo olhar, ele se percebe como coautor do seu processo de avanço de conhecimento. Os
diferentes jeitos de aprender são valorizados, pois neles podemos utilizar recursos
audiovisuais que manterão o aluno atento a todo movimento no espaço virtual de
aprendizagem que é vivo e interativo. Com certeza ele deseja avançar a todo momento.
Seu uso para aprendizagem possui diversas vantagens como:
 Para aumentar o engajamento e encorajamento dos alunos em sala de aula, ou
até mesmo na modalidade de EAD (educação a Distância), onde a dinâmica passa a
ser ativa e não maçante;
 Mais que divertimento, os jogos podem se tornar bons exercícios para o corpo e
mente, possibilitando também possibilita o desenvolvimento da atenção, percepção
espacial e criatividade;
 Entender brincando as noções de regras;
 Facilitar a sintetização de informações;
 Promover o aprendizado em grupo e individual;
 Utilizar para avaliar o desempenho individual e geral da turma de forma rápida;
 Estimula as diferentes formas dos alunos aprenderem;
 Deixa as aulas mais dinâmicas.

Quais as Recomendações?

Vale a pena ressaltar que os jogos devem ser usados com


responsabilidade e não apenas porque fazem partem do novo cenário
educacional, ou porque está na "moda" inserir tecnologias nas aulas. Será
vantagem se for pensado e programado. Será um risco muito grande se
qualquer proposta não pensada for oferecida ao aluno, pois não haverá credibilidade o
trabalho do professor.

Aprendizagem Baseada em Jogos


53
Figura 1. Observações Importantes

Fonte: Produção dos Autores

Qual a Sequência Didática?

1 Enredo: o enredo é o que conduz a narrativa do jogo, é o que conduz


a narrativa do jogo incluindo o cenário, os personagens e a trama.
Recomenda-se a representação de aspectos do mundo real de forma
suficientemente motivadora para os alunos. Nesta fase é preciso pensar
sobre: Qual é o objetivo do jogo? Onde, quando, como e com quem se
desenvolve a ação do jogo? O que acontece nesse jogo? O que é preciso
fazer para ganhar o jogo?

2 Regras: Trata-se do conjunto de elementos e mecanismos que deverão ser seguidos


para se atingir aos desafios propostos. Todo jogo é composto por regras, de forma
implícita ou explícita e também níveis de dificuldades. Muitas vezes, o envolvimento do
aluno-jogador pode tanto superar desafios como desafiar as próprias regras. Nesta fase
é preciso pensar sobre: Qual o limite de atuação dos participantes no jogo? O que os
alunos podem fazer? O que não podem? Quais são os níveis e desafios a cumprir em
cada nível?

Aprendizagem Baseada em Jogos


54
3 Feedback: trata-se do retorno que será dado a cada atividade proposta e executada
pelo aluno-jogador, sendo que este receberá uma pontuação que indicará seu avanço
no jogo. Mais adiante, em relação ao aspecto da pontuação, de forma quantitativa, o
professor pode elaborar um acompanhamento qualitativo do desempenho do estudante,
identificando progressos e dificuldades, bem como, auxiliando no processo de ensino e
de aprendizagem durante as atividades. Abre-se espaço para a construção de
conclusões e metas alcançadas a partir do jogo. Nesta fase é preciso pensar sobre: O
que aconteceu nesse jogo? O que desenvolvemos?

A sequência apresentada acima é uma adaptação de um manual disponível no


endereço: http://bit.ly/38yUnk0

Saiba Mais

 Acesse o link http://bit.ly/3aGMhaQ e veja o infográfico das Dinâmicas


dos Jogos na Aprendizagem Baseada em Jogos.

Referências

Metodologias Ativas de Aprendizagem. Disponível em


http://bit.ly/38yUnk0. Acesso em: 12 de dez. 2019.

Aprendizagem Baseada em Jogos


55
William Teixeira Alves 1

A introdução das Tecnologias da informação e comunicação (TICs) na sala de aula


transformou a forma na qual os estudantes contam suas histórias. A narração digital ou
digital Storytelling é uma técnica educativa que permite aos alunos aprender mediante a
criação de histórias apoiadas no uso das TICs. Embora o conceito de narração não seja nada
novo – o ser humano adquiriu conhecimentos ao longo da história graças à narrativa oral e
escrita, a aparição de novas tecnologias ampliou e potencializou um leque ne possibilidades.
Stoytelling é a arte de contar histórias com a ajuda de ferramentas digitais como o
vídeo, áudio e outros recursos TIC. Essa técnica pode envolver tanto a professores como
alunos durante a aula. Por um lado, os professores podem criar histórias digitais para
despertar o interesse dos alunos por um determinado tema, ou para apresentar-lhes a
matéria em um formato mais interessante. Por outro lado, os alunos podem utilizar os
relatos digitais como uma potente ferramenta de aprendizagem, uma vez que desenvolvem
competências como a digital ou a linguística, entre outras; fomentar a criatividade, e
trabalhar distintos processos cognitivos, como a compreensão, a análise ou a síntese.
Converter-se-ão em criadores de conteúdos e não meros consumidores.
A técnica da digital Storytelling adaptada à educação permite a criação de três tipos
distintos de relatos. As narrativas pessoais, que podem ser desde histórias de experiências
vitais próprias até relatos criativos fictícios. Para que funcionem bem, dever ter um começo
atraente, um conflito e um desenlace com conclusão. Permitem trabalhar a escrita criativa,
bem como a oralidade, assim como temas transversais ou de educação em valores.
Também se podem criar histórias que analisam eventos históricos. Narram e
examinam os fios que marcaram a história. Para ilustrá-las, podem-se utilizar materiais de
arquivos, como áudios, imagens, vídeos e jornais antigos.
Finalmente, as histórias informativas ou instrutivas servem para expor e desenvolver
distintos temas ou conteúdo, ou inclusive para explicar processos. Sejam dos tipos que
sejam, essas narrações devem propor quatro características essenciais: Tem um bom
enredo, ser concisas, incluir os elementos narrativos fundamentais (começo, meio e fim) e
integrar diferentes recursos digitais.

1
Professor; Mestre em Educação pela UFRRJ.
Quando Usar?

Storytelling deve ser utilizado sempre que os seus usuários


desejarem motivar sua audiência, pois esse recurso possibilita uma maior
interação e engajamento.
Pode ser utilizado como estratégias de discussão, levantamento de
opinião, revisão ou reforço.

Tabela 1. Vantagens

VANTAGENS

Conectar as pessoas com o conteúdo ministrado, pois boas histórias geram


mais identificação e empatia no público.

Gerar mais motivação, curiosidade e engajamento.

Ajudar assimilar e recordar determinado conteúdo.

Construir o conhecimento em um clima de trabalho relaxado e participativo.

Ajudar a transferir as emoções, sensações e as experiências vividas pelo


narrado (Storyteller) aos espectadores ou à audiência.

Fomentar o pensamento crítico e a aprendizagem reflexiva, ao mesmo tempo


em que inspira e motiva a audiência.

Melhorar a competência da comunicação linguística e desenvolve a escuta


ativa e a empatia.

Motivar o emprego dos recursos de TICs e dispositivos multimídia

Eleva a criatividade e a imaginação nos estudantes

Favorece a atemporalidade do conteúdo (a informação perdura)

Fonte: Produção dos Autores

Storytelling
57
Quais as Recomendações?

Por se tratar de uma atividade que exige empenho e criatividade,


demanda intenso planejamento e tempo para sua produção e execução.
Sugere-se que antes de implementar tal recurso, apresente alguns
exemplos de Storytelling prontos, amplamente encontrados na “web”.

Qual a Sequência Didática?

1 Começar com uma ideia


Todas as histórias giram em torno de uma. Pode ser um tema de
uma disciplina, uma pergunta, um conteúdo de atualidade, um valor que
se deseja trabalhar... Uma vez decidida, há de se definir uma proposta:
já seja escrita em algumas linhas ou desenhadas mediante um esquema. Este será o começo
da história digital, que pode ser real ou de ficção;
2 Investigar, explorar e aprender
Antes de começar a escrever, os alunos devem documentar e converterem-se em
especialistas no tema. É conveniente que durante o processo, vão organizando a
informação, já que lhes servirá para estruturá-la e sintetizá-la na hora de escrever.
Podem fazê-lo mediante mapas conceituais, murais digitais ou não ou com
ferramentas como tablets, notebooks etc.;
3 Escrever a narrativa
Não há porquê ter medo da folha em branco. Seguramente, os dois passos anteriores
ajudarão bastante na produção da introdução e na estrutura da história. Agora só
deve preocupar-se em utilizar vocabulário adequado, selecionar a pessoa em que
estará narrando a história e estruturar a história em torno dos elementos básicos da
narração: começo, meio e fim.
1. Criar um cenário
 Comece com uma frase como “ Faz alguns dias”, “Adivinhe o que...?” ou
“Sabia que...?”.
 Compartilhe uma experiência que impactou a sua vida;
 Narre algo do passado que recorde;
 Faça com que a audiência se sinta parte de sua história.

2. Apresente os personagens
 O leitor ou ouvinte deve sempre que possível ser um dos personagens da
história. O contador da história deve ser o narrador, o protagonista e
inclusive, o antagonista se assim convier. Apresente-se em poucas, mas
influenciadoras palavras.
 Crie suspense e curiosidade.

Storytelling
58
4 Desenhe e planeje o roteiro
Uma vez escrita a história, há de se pensar como irá ilustrá-la. Que imagens ou
recursos vão dar forma à história digital? O que se quer mostrar?;
5 Criar ou selecionar os recursos
Chegou o momento de produzir a história. Durante esta fase, os alunos deverão
gravar a voz em “off”, selecionar a música, e eleger ou criar imagens, vídeos,
estatísticas, mapas, ilustrações e demais recursos que apoiarão a história;
6 Compartilhar
Pronta a história e preparados todos os recursos, os alunos devem compartilhar suas
histórias como os demais. É importante que ao final eles reflitam acerca do processo
e recebam opiniões de outros:
 Como foi o processo de criação da história?
 O que aprenderam?
 Que erros cometeram no processo?
 Isto desenvolverá sua capacidade de autocrítica e lhe ajudará a melhorar?

Saiba Mais

 Conheça um pouco mais sobre o Storytelling acessando o artigo


descrito nas referências.

Referências

Narração de Histórias (Storytelling). Disponível em:


https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/6599/6599_4.PDF. Acesso em 30
nov. 2019.

Storytelling
59
Wemberson Bitencourt Chrisostimo 1

O Design Thinking é uma abordagem que se baseia em um conjunto de métodos que


buscam a solução criativa de um problema ou desenvolvimento de inovação disruptiva ou
incremental de maneira centrada no ser humano, coletiva, colaborativa e experimentada.

Quando Usar?

O Design Thinking pode ser usado para criar ou melhorar produtos


e serviços para as pessoas. A sua aplicação tem se estendido para muitas
áreas na busca de soluções de diversos problemas nas empresas, nas
instituições de ensino e na sociedade. Especificamente, na área da
educação, pode ser usado para tratar de assuntos como evasão de estudantes, índices
insatisfatórios de faltas às aulas e de desempenho nas avaliações etc.

Quais as Recomendações?

O Design Thinking pode contribuir significativamente na área da


educação. Ele estimula a resolução de problemas e a inovação, com a
implantação de novas práticas pedagógicas, que permite o
desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem de maneira mais
eficiente e eficaz. Não existe uma única maneira correta para sua aplicação. O Design
Thinking permite recriar as aulas desde o planejamento até a avaliação. Há sim alguns
passos que devem ser seguidos, não necessariamente lineares, e explorados para buscar a
solução para um determinado problema.

Qual a Sequência Didática?

O processo de Design Thinking normalmente é conduzido em


grupo e subdivido em etapas, que podem variar de acordo com a
literatura. Neste guia, considera-se cinco etapas que são as seguintes:

1
Engenheiro. Especialista em Projetos, Docência e Gestão do Ensino Superior. Mestre e doutorando em Engenharia.
1 Empatizar
Buscar entender quais são as necessidades das pessoas envolvidas no problema através
de uma imersão nas suas experiências. Busca-se observar e analisar diretamente o
comportamento das pessoas diante de determinadas situações para obter novos
conhecimentos (desejos e sensações das pessoas).
Uma pesquisa exploratória pode ser usada também para ajudar a compreender melhor
as experiências e a vivência das pessoas.
2 Definir
A partir da análise dos resultados da pesquisa e/ou das observações dos
comportamentos das pessoas, deve-se delimitar qual é o problema que necessita ser
solucionado ou oportunidade ser desenvolvida.
3 Idear
Nesta etapa gera-se sugestões e ideias livres para solucionar os problemas ou
desenvolver as oportunidades definidos anteriormente. A ferramenta brainstorming é
geralmente empregada.
4 Prototipar
Consiste em escolher uma ou algumas das sugestões ou ideias apresentadas e criar
protótipos. Pode ser uma maquete, um desenho ou algo que permita simular a criação
final. Errar nesta etapa é mais rápido e barato porque os protótipos são simples.
5 Testar
Finalmente, esta é a fase que se realiza os testes dos protótipos para escolha da melhor
criação. Um retorno a uma etapa anterior é normalmente necessário para buscar uma
evolução da solução pela ótica do usuário.

Figura 1. As cinco etapas do design thinking

Fonte: Adaptada de D. School, 2011.

Design Thinking 61
Saiba Mais

 Acesse o link abaixo e visualize as etapas da metodologia Design


Thinking.
https://drive.google.com/file/d/1-z5aTvxCb3-qvi9byISnS1XcMSO_QINT/
view?usp=sharing

Referências

BROWN, T. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim


das velhas ideias. Tim Brown e Barry Katz; tradução Cristina Yamagami. Rio
de Janeiro: Alta Books, 2017.

CONFORTO, E. Design Thinking: Uma Poderosa Ferramenta para Projetos


de Inovação. Mundo Project Management, Curitiba, v. Abr & Mai, n. 62, p. 10-16, 2015.

VIANNA, Maurício. et al. Design Thinking: inovação em negócios. Rio de Janeiro: MJV Press,
2012.

D.SCHOOL. Stanford University: Hasso Plattner Institute of Design. The Bootcamp Bootleg, Março
2011. Disponível em: https://dschool.stanford.edu/use-our-methods/the-bootcamp-bootleg/.
Acesso em: 18. nov. 2019.

IDEO. Human Centered Design: Kit de Ferramentas. Tradução de Tennyson Pinheiro; José Colucci
Jr. e Isabela de Melo. 2. ed. Califórnia: IDEO, 2009. 102 p. Disponível em:
https://www.ideo.com/post/design-kit/. Acesso em: 18 nov. 2019.

Design Thinking 62
Elisa Ferreira Silva de Alcantara 1

O Escape Room ou sala de fuga é uma estratégia gamificada em que os participantes


são colocados em uma sala fechada e precisam desvendar enigmas articulados de forma
transversal com os conteúdos estudados para conseguirem ser liberados. A equipe precisa
trabalhar de forma colaborativa para encontrar as respostas dos enigmas e
consequentemente a saída. Cada enigma desvendado, leva a uma nova pista ou fase do
jogo até que a saída seja liberada e o objetivo alcançado dentro do tempo e regras definidas.
É um jogo muito divertido e desenvolve muitas habilidades como pesquisa, raciocínio
lógico, criatividade, a capacidade exploratória, atenção, conexões entre diversas áreas do
saber, agilidade, a resolução de problemas, comunicação e trabalhar sob pressão e em
equipe.

Quando Usar?

O escape pode ser utilizado como estratégia de avaliação ao fim


de um projeto ou mesmo como técnica de estimulação e fixação da
aprendizagem. É aconselhável o envolvimento de diversas disciplinas
para enriquecer a problematização e enigmas do escape.

Quais as Recomendações?

O sucesso de uma sala de fuga depende essencialmente do


planejamento e da execução do projeto.
Durante a aplicação da técnica o professor pode dar dicas se
perceber que a equipe está muito confusa, ou indo para uma direção
completamente distante da solução.

1
Doutora em Políticas Públicas e Formação Humana.
Qual a Sequência Didática?

1 Crie um projeto para seu escape com as várias etapas e procedimentos


do jogo.
2 Defina o local, a formação das equipes, objetivo e duração do jogo.
3 Crie um enredo problematizado que mobilize o grupo. Utilize situações que possam
interessar seu público. São temas recorrentes em escape: corredor da morte, ataque
de terrorista com bomba, investigação criminal ou ainda cenário de filmes ou livros.
4 Crie os desafios e enigmas do jogo calculando o tempo de resolução das questões.
Os desafios devem se articular com os conteúdos estudados.
5 Defina as regras de participação das equipes no jogo
6 Prepare a sala do escape com as pistas e enigmas ambientando-a de acordo com o
enredo. O cenário é fundamental para envolver o grupo no enredo. Utilize cadeados,
códigos cifrados, música e assessórios diversos.
7 Teste sua sala com uma sessão de jogadores voluntários resolvendo seu projeto.
8 Faça os ajustes necessários após o teste.

Saiba Mais

 Há muitas sugestões de salas de escape que podem ser adaptadas


para fins pedagógicos, incluindo salas virtuais.
 Veja uma experiência pedagógica de uma sala de Escape Framework
para construção de escapes pedagógicos. Disponível em: http://bit.ly/2Go41d2

 Acesse também o site: http://www.gameout.com.br/, que apresenta algumas


sugestões de escape.

 Conheça o Projeto de Escape Room desenvolvido no Cap em 2017.

Escape Room
64
Projeto Escape Room – CAP 2017

Enredo:
É uma final de campeonato mundial de clubes do ano de 1994, e após uma campanha
maravilhosa o CAP Futebol Clube está diante de realizar o seu maior sonho de ser campeão
mundial. Mas uma proposta é feita ao time para entregar o jogo, e isto deixa toda equipe
abalada. O que eles irão fazer agora? Surgem várias hipóteses: “Vamos deixar de realizar o
nosso sonho por dinheiro? ”
O time do CAP possui princípios e valores, e honra a camisa, então conquistaram o
título de goleada de 4 x 0. No vestiário é somente alegria e o grito de é campeão, campeão,
campeão, campeão!!!!!!! Até que um vídeo com o aviso de uma bomba, pegam todos de
surpresa. O vídeo termina com uma ameaça:
“Vocês têm 20 minutos para o cumprimento de várias tarefas e caso consigam sairão
vitoriosos. Em caso contrário uma bomba vai explodir e acabar com a festa de vocês!!!

Etapa 1
Todos os participantes devem assistir ao vídeo, e prestar atenção nas pistas. O vídeo termina
com a frase: “E lembre-se é bom vocês rezarem muito...”
A chave que estará dentro de uma imagem religiosa abrirá o armário 4

Etapa 2
Dentro do armário 4 haverá uma camisa com qualquer número, e um papel colocado no
teto do armário com uma pista que levará ao armário de roupa suja. Dentro desse armário
existirão 3 camisas com cores que ligarão o desafio que estará no quadro (Soma / Subtração
/ raciocínio lógico), logo ao lado do resultado estará a palavra EUCLIDES (Famoso
Matemático) que será o nome de um jogador do time e o seu armário poderá ser aberto
(senha do cadeado dourado (531).

Etapa 3
Haverá essa frase no armário de EUCLIDES: “Para vencermos utilizaremos a formação 4-3-
3, e dela subtrairemos as derrotas. ” (As derrotas serão manchete de um jornal que ficará
fixado na parede de sala)
Usando o esquema tático 4 – 3 – 3, proposto pelo técnico para o jogo, subtraia de 200
títulos perdidos ao longo da sua história. Então, isto levará a senha do cadeado que é (233).

Etapa 4
O armário é o armário com a camisa do goleiro, e diversas chaves com valores próximos ao
3,14 (somente uma chave com esse valor) que abrirá o armário π.

Escape Room
65
Etapa 5
Dentro do armário π teremos dicas para o cadeado Rosa, três nomes em cores rosa (senha
416).

Etapa 6
Quando abrir o cadeado rosa, dentro do armário haverá uma carta ao jogador
parabenizando pelos 88 gols e 7 sete assistências, sendo este a senha do cadeado azul
(887), e informando que ele ganharia uma pasta de presente.

Etapa 7
O cadeado Azul estará em uma pasta, e nesta a chave da última tranca para o desarme da
bomba.

Etapa 8
Desarme da bomba.

Referências

CAROLEI, Paula et al. Framework para construção de escapes


pedagógicos. Disponível em http://pbl2018.panpbl.org/wp-
content/uploads/2018/06/Framework-para-construc%CC%A7a%CC%83o-de-
Escapes-Pedago%CC%81gicos-v2.pdf

Escape Room
66
Luiza Angélica Paschoeto Guimarães 1

A palavra “pesquisa” deriva do latim quaerere acrescido do prefixo intensificador per,


que significa em sua origem, indagar, buscar intensamente, procurar com afinco, inquirir,
interrogar, perguntar, investigar, questionar (GLOSBE, 2019).
Como instrumento pedagógico, a pesquisa visa a construção de conhecimentos
acerca de um determinado conteúdo curricular, por meio da descoberta, ou seja, da busca
por soluções para um determinado problema.
De acordo com Pádua (1996, p. 29), a pesquisa é uma atividade de inquirição da
realidade “que vai nos permitir, no âmbito da ciência, elaborar um conhecimento, ou um
conjunto de conhecimentos, que nos auxilie na compreensão desta realidade e no oriente
em nossas ações”. Neste sentido, ao realizar uma pesquisa, o estudante poderá elaborar
um ou um conjunto de conhecimentos permitindo-lhe aproximar-se da realidade que deseja
conhecer, compreendendo-a de tal modo que se torna capaz de transformá-la.
Quando compreendida como um processo de descoberta e de investigação da
realidade ou de um objeto, a pesquisa revela suas características e peculiaridades, a partir
de critérios preestabelecidos e de procedimentos integrados em uma dinâmica metodológica
própria, que permite ao pesquisador (estudante), captar todos os aspectos da
realidade/objeto estudado.
É importante destacar, que o ato de pesquisar em sala de aula, não se constitui ou
se limita à cópia ou reprodução de informações. Pesquisar é investigar por meio de um
processo de busca, de análise, de reflexão, de interpretação e reinterpretação de dados e
fatos que envolvem o ato de construir conhecimentos pela interação e a partir de um
problema acerca de um objeto ou de uma realidade a ser conhecida.
É realizando pesquisa que se desenvolve no aluno o “comportamento pesquisador”,
isto é, faz dele um autodidata, pois, incita-o a desejar e a buscar o conhecimento por si
mesmo, com autonomia. Cabe ao professor, portanto, agir como um mediador do
conhecimento, um estimulador e incentivador do querer do aluno e, não apenas, aquele
que dá respostas prontas e acabadas.

1
Doutora em Educação pela PUC-Rio.
Quando Usar?

A pesquisa, como um instrumento pedagógico, visa a melhoria da


qualidade da aprendizagem e, portanto, deve ser utilizada em sala de
aula, cotidianamente, independente ou associada a outras metodologias
de ensino-aprendizagem.
A pesquisa deve ser utilizada, principalmente, quando surge um questionamento
acerca de um tema. Esse questionamento pode ter partido dos alunos ou do próprio
professor. Esse questionamento “[...] pode surgir como resposta a uma dúvida, a uma
pergunta, a um problema e encaminha à procura ou busca de soluções” (GRILLO et al.,
2006, p. 4). O questionamento é, portanto, a base da pesquisa em sala de aula.
O questionamento é o estímulo, o motivo para a proposição de uma pesquisa. É ele
que desperta o aluno para a busca, possibilita a reflexão sobre um objeto ou realidade,
permite o diálogo por meio de construção de argumentos e contra-argumentos para a
discussão sobre um problema. O questionamento permite que os alunos elaborem hipóteses
a partir do que eles sabem sobre o tema, discutem, opinam, estabelecem o senso comum
e, por fim, decidem buscar o conhecimento científico, por meio da pesquisa, para
compreender o objeto/realidade gerador do questionamento.
Quando surge um questionamento, o trabalho do professor é fundamental, pois, a
pesquisa aplicada no cotidiano da sala de aula, somente será produtiva se ele conduzir o
processo com segurança e eficácia. Ele precisa incentivar a investigação em diferentes
fontes, apresentar procedimentos de pesquisa, orientar para que os alunos elaborem
argumentos fundamentados a partir da apropriação de informações e conhecimentos.
É necessário salientar que a utilização da pesquisa como instrumento pedagógico
possui como vantagem o desenvolvimento de habilidades nos alunos, tais como:

Figura 1. Habilidades Desenvolvidas

Fonte: Produção da Autores

Pesquisa
68
Para tanto, é necessário que eles aprendam a fazer leitura crítica, a coletar dados e
analisá-los, buscar o conhecimento de interlocutores teóricos (autores) e empíricos (com
conhecimento prático). E é intervindo nesse processo de aprender que o professor deve
atuar.

Quais as Recomendações?

A utilização da pesquisa como instrumento pedagógico, no


cotidiano da sala de aula exige que o professor fique atento a alguns
cuidados.
É necessário que ele evite banalizar o termo “pesquisa”, pois não
é qualquer trabalho ou atividade que pode ser assim classificada. A pesquisa exige
procedimentos adequados e um planejamento bem organizado evitando, assim, a
compreensão errônea do seu significado e relevância pelos alunos.
Planejar a pesquisa a ser realizada exige tempo e alguns cuidados. É preciso que o
próprio professor e os alunos saibam, claramente, os motivos e os objetivos da pesquisa
que será realizada por eles. Além disso, cabe ao professor munir-se de conhecimentos e
dos procedimentos adequados para orientar seus alunos quanto às fontes a utilizar, como
e onde buscá-las.
Professor e alunos devem saber que a pesquisa envolve o questionamento, mas,
também, a construção de argumentos e a comunicação dos resultados. Além disso, é
necessário que o professor observe o tempo a ser gasto com a pesquisa e se o tema a ser
estudado está em conformidade com a ementa de seu componente curricular.
É preciso, também, que o professor leve em conta o nível de conhecimento dos
alunos, suas necessidades de aprendizagem e os obstáculos que poderão surgir ao longo
do trabalho que será realizado.
Por fim, é necessário ressaltar, que o professor precisa oferecer momentos em sala
de aula para que o aluno possa discutir o tema, esclarecer dúvidas e organizar o modo como
os resultados serão apresentados, principalmente, quando a pesquisa estiver sendo
realizada entre pares ou times. Esses momentos em sala de aula também são necessários
para que o professor tome ciência do andamento da pesquisa.

Qual a Sequência Didática?

A realização de uma pesquisa passa por três etapas:


questionamento, construção de argumentos e comunicação (GRILLO et.
al., 2006).

Pesquisa
69
1 Questionamento
Esta é a primeira etapa da pesquisa. Ocorre quando aparece uma dúvida, uma
pergunta, um problema, a partir de um tema que está sendo estudado. Surge da
necessidade do grupo (professor e alunos) podendo ser originada de “um questionamento
pessoal, concreto e próximo” (GRILLO et. al., 2006, p. 4). Esta etapa se divide em três
momentos.

1º momento – A partir do questionamento inicial, elabora-se uma “pergunta de


partida”, ou seja, uma situação-problema que deverá nortear todo o trabalho a ser
planejado e realizado e que levará os alunos a buscarem conhecimentos acerca do tema.
Em seguida, levantam-se questões ou dúvidas secundárias que possam complementar a
pergunta de partida e, assim, enriquecer a pesquisa.

2º momento – Por meio do diálogo, busque saber o que os alunos sabem acerca do
tema e as suas hipóteses, de modo a verificar o que eles esperam encontrar com a pesquisa.

3º momento – Elabore um plano de estudo com os alunos, de modo que eles saibam
o que fazer nas etapas seguintes, inclusive assinalando os procedimentos e as possíveis
fontes de pesquisa, além dos recursos que serão utilizados para a apresentação dos
resultados no momento da comunicação.

2 Construção dos Argumentos


Nesta segunda etapa da pesquisa, os alunos deverão construir seus argumentos com
base em procedimentos e fontes adequados, anteriormente definidos. Trata-se, portanto,
da fase em que os alunos realizam reflexões e estudos com leitura crítica, realizam
entrevistas (quando necessário), analisam os dados coletados das fontes, em busca de
respostas aos questionamentos que elaboraram. Esta etapa possui três momentos a saber:

1º momento – Esta fase exige que se façam leituras, com possibilidade de elaboração
de fichamentos, resumos, esquemas ou outras técnicas de leitura crítica, que favoreçam a
elaboração do trabalho seguinte que é a comunicação dos resultados. “[...] esses
argumentos, ao serem organizados, demandam sistematização rigorosa e cuidada,
preferentemente escrita; a produção escrita é então submetida à crítica, inicialmente do
próprio grupo” (GRILLO et. al., 2006, p. 4).

2º momento – Ocorrem novas leituras, revisões e comparações que garantem os


resultados esperados a partir dos argumentos elaborados. Nesta fase, o professor deve
disponibilizar momentos em que os alunos possam discutir e compartilhar o que estão
pesquisando e elaborando.

Pesquisa
70
3º momento – Trata-se da elaboração do recurso a ser utilizado para a apresentação
dos resultados (Comunicação), como por exemplo, textos e/ou vídeos.

3 Comunicação
Esta etapa se caracteriza pela comunicação dos resultados. É o momento em que são
socializados os argumentos para que estes possam ser, além de divulgados, também
criticados. Trata-se da apresentação do que foi produzido individualmente, pelos pares ou
pelos times, de modo a ser compartilhado pelo coletivo da turma. Nesta etapa é possível
verificar se as hipóteses foram confirmadas ou refutadas; se a pergunta de partida foi
respondida e se os argumentos empregados corresponderam ao que foi inicialmente
proposto.
De acordo com Grillo et. al. (2006, p. 4), a comunicação dos resultados do trabalho
realizado permite a “construção pelos alunos da habilidade de questionar, de argumentar
com qualidade, de criticar e de aceitar a crítica, e de comunicar resultados”. É, portanto,
quando os alunos demonstram o que aprenderam, fortalecendo a sua autonomia e seu
autodidatismo.

Saiba Mais

 Neste vídeo, o Professor Pedro Demo nos mostra como a pesquisa


pode ser relevante no processo de aprendizagem. Assista acessando o link:
http://bit.ly/3aGNUoY .

 O artigo tem por objetivo a compreensão do ensinar e aprender, na perspectiva da


pesquisa como princípio educativo permitindo o desenvolvimento sociocognitivo dos
estudantes. Leia mais no link a seguir: http://bit.ly/2GiDzBA .

Referências
BNCC. Base Nacional Comum Curricular. Metodologia de pesquisa na
escola. Caderno de Práticas. Disponível em: http://bit.ly/2RrbA9z. Acesso em:
30 nov. 2019.

GLOSBE. Dicionário Português-Latim. Disponível em:


https://pt.glosbe.com/pt/la/pesquisar Acesso em: 30 nov. 2019.

GRILLO, M. C. et. al. Ensino e pesquisa com pesquisa em sala de aula. UNIrevista, v. 1, n. 2, abr.
2006. Disponível em: https://faculdadebarretos.com.br/wp-content/uploads/2015/11/pesquisa-
sala-de-aula2.pdf . Acesso em: 30 nov. 2019.
PÁDUA Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da pesquisa: Abordagem teórico-prática.
Campinas: Papirus, 1996.

Pesquisa
71
Natália Silva de Alcantara 1

O WAC é Uma metodologia ativa que trabalha as habilidades comunicativas,


especialmente a da escrita. Considera a escrita um processo de produção que só se aprende
pela prática. Defende a tese de que atividades de escrita curtas e informais ajudam o aluno
a pensar sobre os conceitos ou ideias principais apresentadas no curso. Parte do
pressuposto de que a compreensão e as habilidades cognitivas do estudante melhoram
por meio do processo da escrita, uma vez que se pode escrever para aprender, estruturar
e organizar o pensamento.

Quando Usar?

Sempre, pois a escrita é uma habilidade necessária em qualquer


atividade profissional. A tarefa de ensinar a escrever bem é de todos os
professores do curso. Assim, é preciso escrever como prática linguística
considerando as especificidades de cada disciplina. Exemplo: O relatório
de laboratório de engenharia inclui informação muito diferente de um relatório anual de
negócios.
O WAC ajuda os alunos a desenvolver habilidades de escrita em situações simuladas
de sua vida profissional como redigir relatórios, e-mail, informativos etc. Assim, os
professores devem usar a escrita como estratégia de ensino-aprendizagem do conteúdo,
uma vez que escrevemos para aprender e aprendemos com o que escrevemos.

Quais as Recomendações?

Quando se trabalha o WAC, todo o texto escrito é lido e


comentado por um profissional específico da área de saber em que se
insere a escrita e que domine as regras gramaticais. Deve-se fazer
variações nos gêneros textuais propostos como: resenha, resumo,
relatórios etc. O importante é começar com respostas pequenas e
ampliar gradativamente a extensão dos textos, se for necessário.

1
Graduada em Letras e Especialista em Língua Portuguesa
É recomendável que a folha com a proposta de escrita traga também o código de
correção a ser adotado.

Sequência Didática

1 Elabora-se um código de correção gramatical e um conceitual que


são previamente apresentados aos alunos com as explicações de
seus significados. Exemplo:

Tabela 1. Modelo de Código e Alfabético

CORREÇÃO GRAMATICAL CORREÇÃO CONCEITUAL


(CÓDIGO NUMÉRICO) (CÓDIGO ALFABÉTICO)
1. Introdução clara e objetiva A. Não respondeu à pergunta.

2. Legibilidade B. Trecho irrelevante.

3. Acentuação C. Trecho confuso e mal redigido

4. Pontuação D. Fugiu ao tema

5. Regência Verbal e Nominal E. Não desenvolveu os conceitos pois eles não


estão claros e articulados

6. Concordância Verbal e Nominal F. Não apresentou soluções

7. Crase G. Não evidencia conhecer o assunto utilizando


generalidades

8. Ortografia H. Texto incompleto

9. Faltou desenvolver o tema I. Texto muito repetitivo

10. Não concluiu a resposta J. ---

Fonte: Produção da Autora

2 Apresenta-se a questão a ser redigida pelo aluno, evidenciando-se os conceitos e os


termos da proposta.
3 Após a elaboração da questão pelos alunos, o professor faz a correção sinalizando o
texto com os códigos.

A Escrita através do Currículo


73
4 O texto é devolvido ao aluno para reescrita considerando os códigos assinalados.
5 Somente após a reescrita é que o texto pode ser avaliado e utilizado para nota.

Saiba Mais

 Para facilitar a elaboração dos seus códigos de correção utilize um


bom guia da Língua Portuguesa.

Referências

SILVA, Elizabeth Maria da e REINALDO, Maria Augusta Gonçalves de


Macedo. Escrita Disciplinar: Contribuições para o Ensino de Língua
Portuguesa na Graduação. Disponível em: http://www.scielo.
br/pdf/ides/v69n3/2175-8026-ides-69-03-00141.pdf. Acesso em: 10 dez.
2019.

A Escrita através do Currículo


74
A Escrita através do Currículo
74
Gustavo de Paiva Silva 1
Ronaldo Alves de Abreu 2

Simulações são maneiras de tentar imitar sistemas reais, ou conceituais, a fim de se


estimar um resultado aproximado de suas consequências dadas certas condições iniciais,
denominadas de parâmetros da simulação. São construídas baseadas em modelos
abstratos, geralmente matemáticos, constituídos de uma sequência de regras de causas e
consequências. Isto faz com que mapeamentos matemáticos por meio de Funções de
Domínio, Contradomínio e Imagem sejam muito bem ajustados para o uso em Simulação.
Elas podem ser divididas em categorias, não exclusivas, com base em características
de seus modelos conceituais. Os mais comuns são relacionados em tempo (Discreto ou
Contínuo), em eventos (Discretos ou Gerais), que surge de software aberto ou software
comercial.
Todo processo de simulação precisa de basear em um processo causal estruturado
em tempo. Neste contexto, o tempo é avaliado de maneira a dividi-lo em dois casos: O
tempo em que uma simulação é executada (Tempo de Execução); e o tempo real que esta
simulação tenta refletir (Tempo de Simulação).
O Tempo de Execução é o tempo que o software utilizado para a simulação leva em
sua execução. Ele depende de dois fatores: da complexidade do modelo sendo simulado e
da infraestrutura computacional instalada.
O Tempo de Simulação é o tempo do modelo que se simula. Ele é um elemento
estrutural do software de simulação, é programado internamente como um relógio e
estabelece um papel crucial no fluxo geral de simulação, dado pelo seguinte fluxograma.

Figura1. Fluxograma

Ajuste das Execução dos Execução dos


Condições Eventos Tempo de Simulação Exibição de
Eventos
Iniciais e de Atingido? Relatório
Primários do Condicionais do
Modelo de Simulação
Tempo Modelo

Fonte: Produção dos Autores

1
Engenheiro de Produção; Mestre em Engenharia Mecânica.
2
Matemático; Mestre em Informática.
As condições iniciais devem estabelecer todos os processos de ajustes, geração de
dados iniciais, ajuste do relógio e passo de tempo, além de verificação das capacidades
computacionais ou do software de execução do modelo a ser simulado. A execução dos
Eventos Primários deve estabelecer todos os Eventos que o modelo se propõe a resolver
diretamente, ou seja, eventos que são dependentes de condições iniciais ou de tempo
somente. A Execução de Eventos Condicionais estabelece casos que devem ser avaliados e
podem ocorrer após os estados gerados pelos Eventos Primários já terem sido consolidados.
Os Eventos Condicionais são eventos associados às restrições e ajustes de modelo, eles
ocorrem dentro do mesmo Tempo de Simulação que seus Eventos Primários
correspondentes.
Após a execução dos Eventos Condicionais, é sempre necessária uma avaliação da
condição de tempo. Caso o tempo final de simulação não tenha sido atingido, o tempo de
simulação é atualizado e os Eventos Primários são, novamente, executados. Após o tempo
de simulação ser atingido, um relatório sobre a simulação é analisado. Este relatório pode
conter somente os dados finais de simulação, como também pode conter dados
intermediários captados ou gerados durante as execuções dos Eventos no laço do programa.

Quando Usar?

Simulações são muito úteis para avaliar situações nas quais é


possível se estimar condições iniciais, e as regras de avaliação de casos
a fim de se obter um resultado que se aproxime às condições finais. Ou,
alternativamente, pode ser utilizado para se estimar as condições iniciais
a partir dos resultados e das regras de avaliação devidamente ajustadas para reverter o
processo de uma forma bem clara a fim de não haver condicionais de avaliação nos Eventos
Primários revertidos.
Simulações são amplamente utilizadas em avaliações de fenômenos físicos, tais como
fenômenos de deformação de sólidos e avaliação de condições de carga em estruturas, além
de avaliação de escoamento de fluídos e calor em dinâmica de fluídos.
Elas são fundamentais em avaliações de processos de finanças, onde as condições
de Montantes, Capitais, Taxas, Períodos, Termos e Retorno são intercambiadas às
avaliações de condições complexas de contratos financeiros.
São utilizadas também para simulação de processos produtivos, utilizando Eventos
Discretos montados sobre sequências de processos de Filas, mais comumente as do tipo
M/M/1. Também podem ser utilizadas para simulação de fluxo em redes, tais como redes
de logística ou de computadores para se estimar os estados finais de distribuição de bens
ou dados.
Simulações são elementos de importante auxílio em ciências da saúde, onde modelos
matemáticos podem ajudar na predição de determinação do alcance de doenças,
contaminações ou impacto no uso de substâncias que possam causar dependência. Podem

Simulações 77
ser utilizadas como elemento de auxílio no ensino das disciplinas básicas como parte de um
caso concreto de aplicação dos conteúdos. São elementos de grande auxílio na construção
de casos complexos como trabalhos de pesquisa científica ou de conclusão de cursos.

Quais as Recomendações?

Uma simulação é montada sempre tomando como base o modelo


que é gerado a partir do objeto de estudo. Este deve ser adaptado em
um conjunto de regras de transformações, tais como funções de cálculo
ou criação de atividades sequenciais que possam ser aplicadas para
atingir determinado objetivo, mesmo que aproximadamente.
Comumente, este modelo pode ser organizado como computacional em um software
de aplicação específica. Por exemplo, o Software Nastran permite a simulação de condições
de carga em uma estrutura modelada dentro dos softwares da Autodesk, tais como o
AutoCAD e o Inventor.
Para uma simulação surtir a eficácia pretendida, precisa ser planejada de forma a se
ter uma noção inicial de que tipo de informações são necessárias no relatório final de envio.
É importante saber também saber estipular se informações intermediárias são importantes
ou recomendadas a fim de se obter o resultado aproximado do modelo de simulação.
Para surtir uma maior eficiência no processo de atividade é importante que o
ministrante da atividade dedique um tempo para conhecer o software, ou a linguagem de
programação, que propõem para implementar o modelo de simulação, além de ter um bom
conhecimento sobre as características do modelo a ser trabalhado.

Qual a Sequência Didática?

A Sequência de Trabalho para a aplicação didática de uma


simulação deve ser:

1 Estabelecer bem o problema a ser simulado.


2 Estabelecer bem o modelo a ser implementado.
3 Apresentar as características do ambiente computacional a ser
empregado.
3.a. Se o ambiente for dado por uma linguagem de programação,
mesmo sendo usado um pacote, biblioteca ou arcabouço de software,
estabelecer os comandos fundamentais a serem utilizados para a
implantação do modelo.

Simulações 78
3.b. Se o ambiente for dado por um software, estabelecer as
características de interface e os comandos fundamentais para que o
modelo seja adaptado ao contexto do programa.

4 Estabelecer todas as características do problema que possam ser de utilidade para


a análise do modelo. Estas características serão integradas ao relatório do final da
simulação.
5 Avaliar os parâmetros iniciais e condições restritivas ao modelo.
6 Caso encontre alguma discrepância volte ao Item (3) e repita todos os passos.
7 Execute a Implementação computacional.
8 Analise o relatório contextualizando os resultados com o modelo e o problema.
9 Caso haja alguma discrepância avalie o modelo, os dados iniciais, as restrições e
execute novamente, se cabível.

Saiba Mais

Para aprofundar no tema leia as obras referenciadas abaixo.

Referências

BATEMAN, R.E.; Bowden, R. O.; Gogg, T. J.; Harrel, C. R.; Mott, J. R. A.;
Montevechi, J. A. B; Simulação de Sistemas: Aprimorando Processos de
Logística, Serviços e Manufatura. Editora Campus/Elsevier. 2013.

CHWIF, L.; Medina, A. C.; Simulação de Eventos Discretos, 4ª Edição, 2015.


Editora Campus/Elsevier. 2015.

Simulações 79
Túlio Sérgio de Almeida 1
Gustavo de Paiva Silva 2
Anderson de Oliveira Ribeiro 3

Uma atividade prática está diretamente atrelada à teoria e vice-versa, pode-se dizer
que são totalmente complementares. Porém, esta complementação se dá, não somente pela
capacidade de materialização da atividade prática que facilita o processo ensino-
aprendizagem, mas também no quesito de motivação do aluno.
Quando se realiza uma atividade prática, apresenta-se uma nova maneira de passar
conhecimento de uma pessoa a outra além de oferecer uma “finalidade” para o conteúdo
teórico de sala, que para muitos alunos soa entediante.
As atividades práticas funcionam como uma espécie de catalisador para os
conhecimentos adquiridos nas aulas teóricas, já que a vivência de uma experiência facilita
a fixação das informações.
A prática não inclui somente as atividades realizadas em laboratório, mas diversas
outras experimentações que podem ser realizadas em sala de aula com materiais simples.
Isto promove o desenvolvimento nos alunos da capacidade de reflexão, construção de ideias
e atitudes, além do conhecimento de procedimentos.
Entre os objetivos de uma Atividade Prática, destacam-se:
 Aprimorar o processo ensino-aprendizagem;
 Auxiliar na fixação de conteúdo por parte do aluno;
 Desenvolver habilidades e competências no aluno;
 Desenvolver as relações interpessoais, espírito de equipe e liderança.
A fim de destacar a importância de uma atividade prática compartilhamos o
pensamento de Freire: “A teoria sem a prática vira 'verbalismo', assim como a prática sem
teoria, vira ativismo. No entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, a
ação criadora e modificadora da realidade. ” (FREIRE, 1996, p.25).

Quando Usar?

Sempre que o conteúdo teórico abordado permitir aplicações


práticas em laboratórios ou mesmo em sala para reproduzir (de forma

1
Mestre em Engenharia Mecânica.
2
Mestre em Engenharia Mecânica.
3
Doutor em Astronomia pelo Observatório Nacional.
reduzida) situações do cotidiano e/ou situações-problema que possam aumentar o nível de
entendimento do aluno.
Possui vantagens como:
 Proporcionar uma visão diferente do conteúdo de sala de aula ampliando a
qualidade e a quantidade de aprendizado;
 Internalizar o conhecimento explícito (teórico) obtido em sala de aula e/ou nos
livros, tornando este conhecimento tácito (prático);
 Compartilhar diferentes tipos de conhecimento entre indivíduos;
 Trabalhar em equipes e fazer com que cada indivíduo descubra sua função dentro
desta mesma equipe levando-o a uma autoavaliação;
 Compreender os impactos de conceitos teóricos em problemas reais, mesmo que
sejam em menor escala;
 Disseminar o conceito de hands on (mãos na massa);
 Identificar situações que possam comprometer a segurança individual e/ou
coletiva e agir de maneira segura.

Quais as Recomendações?

O ambiente no qual deverá ser feita a prática deve ser seguro,


limpo e organizado. A distribuição física dos alunos e dos equipamentos,
materiais, itens específicos e assentos devem estar de tal forma a permitir
o fluxo de todos dentro do laboratório ou sala utilizada.
Deve-se preparar um roteiro a ser seguido para que os alunos consigam agir de forma
lógica e organizada dentro do espaço e para que as instruções sejam claras e objetivas.
Desta forma, o docente conseguirá atender melhor às dúvidas dos alunos e acompanhar o
andamento das atividades.
Mesmo com a preparação do roteiro, antes de iniciar as atividades, deve-se explicar
cada etapa para os alunos. Os materiais/equipamentos devem ser alocados previamente no
local para que a atividade seja realizada de maneira rápida e objetiva, visando sempre a
resolução de um problema.

IMPORTANTE:
Segurança é fundamental, por isso deve-se usar EPI (Equipamento de Proteção
Individual) e EPC (Equipamento de Proteção Coletiva) de acordo com a atividade que será
desenvolvida.

Atividades Práticas 81
Recomendações de segurança:
 O uso de eletricidade sempre oferece riscos de choque elétrico, explosões e
incêndios, por isso deve-se verificar se os alunos estão utilizando os EPI´s
adequados a cada situação e se o equipamento está ou não energizado, utilizando-
se instrumentos de medição e/ou indicadores luminosos;
 Centros de usinagem e outros equipamentos destinados a processos e/ou ensaios
mecânicos podem ferir gravemente uma pessoa quando não utilizado de forma
segura. Deve-se estar atento às instruções, EPI e distâncias adequadas durante o
uso do equipamento.

Qual a Sequência Didática?

Preparação Antes Durante Depois


da da a da
Atividade Atividade Atividade Atividade

Preparação da Atividade

1 Preparar previamente um “Roteiro” de atividades e, se possível, impresso para


entregar aos alunos;

2 Organizar previamente o laboratório:


 Colocar mesas e assentos de maneira funcional (layout do local);
 O posicionamento pode variar dependendo da atividade, como por exemplo, a
necessidade de uma tomada ou de encaixe de 2 ou mais mesas;
 Separar e posicionar materiais e equipamentos que serão utilizados;
 Avaliar a segurança do local

Antes da Atividade
1 Propor que os alunos se organizem em grupos (conforme o roteiro);
2 Os membros do grupo devem ter funções específicas e isto deve ser definido
pelos próprios membros;
3 Apresentar e explicar o roteiro de forma clara e objetiva, assim como as normas
de segurança, os materiais e/ou equipamentos que serão utilizados;

Atividades Práticas 82
Durante a Atividade

1 Acompanhar de forma geral o andamento dos grupos assim como a atitude dos
alunos em relação à segurança;
2 Acompanhar de forma específica o andamento de cada grupo, solicitando que os
alunos expliquem o que está acontecendo. Se necessário, deverá intervir na prática,
seja para fins didáticos ou para fins de segurança. Importante fazer várias vezes este
passo;
3 Monitorar o uso adequado de equipamentos, materiais e itens específicos a fim de
preservá-los, pois muitas das vezes, os alunos estão aprendendo como utilizá-los.

Depois da Atividade

1 Os alunos deverão demonstrar os resultados:


 Em forma de relatório;
 Em forma de apresentação oral;
 Em forma de protótipo e/ou produto.
2 Oferecer um feedback a respeito dos resultados obtidos e se possível realizar outras
práticas a fim de observar a evolução dos alunos.

Saiba Mais
Conheça um exemplo de Planejamento de uma atividade prática:

Atividades Práticas 83
Tabela 1. Planejamento de uma Atividade Prática

Tema
da Linha de Montagem Estatística Lei de Ohm
Prática
1 - Compreender o 1 - Compreender a 1 - Aprender a montar
funcionamento de uma linha aplicação das um circuito em uma
Objetivos de Aprendizagem

de montagem e os fatores que ferramentas estatísticas: matriz de contatos


influenciam na mesma; gráfico setorial, (protoboard);
histograma e regressão
2 - Implementar melhorias em 2 - Utilizar
linear;
uma linha de montagem; adequadamente o
2 - Utilizar de maneira multímetro no que se
adequada instrumentos refere a medição de
de medição como o corrente C.C., tensão
paquímetro C.C. e resistência;
3 - Compreender as
diferenças entre os
valores medidos e
calculados.
Utilizado
Material

- 1 Bancada linear; - 100 Blocos de montar; - 1 Fonte C.C. regulável


- 1 Caminhão de brinquedo; - 4 Paquímetros; - 3 Resistores (100Ω,
- 1 Cronômetro centesimal; 220Ω e 870Ω)
- 1 Multímetro;
1. Realizar uma Organização 1. Obter um Gráfico de 1. Montar o circuito
Racional do Trabalho Pizza para cada cor recomendado;
(O.R.T.) definindo funções, de bloco;
métodos e etapas de 2. Medir corretamente a
montagem; 2. Medir as dimensões corrente, a tensão e
largura, altura e a resistência em
2. Definir as funções de cada profundidade dos cada resistor;
membro da equipe blocos;
Procedimentos

(supervisor, cronometrista, 3. Calcular a corrente e


analista e operários) 3. Obter um histograma a tensão em cada
para cada dimensão resistor,
3. Cronometrar 10 ciclos de dos blocos; considerando seus
cada etapa de montagem; valores nominais;
4. Obter um gráfico de
4. Calcular os Tempos - dispersão para os 4. Comparar os valores
Padrão (TP) por etapa; pares altura x largura, medidos com os
altura x profundidade valores calculados.
5. Balancear a linha de e largura x
montagem profundidade;
6. Comparar os resultados 5. Avaliar a
(antes e depois) conformidade dos
blocos;

Fonte: Produção dos Autores

Atividades Práticas 84
Referências

CAPUANO, Francisco Gabriel e MARINO, Maria Aparecida Mendes. Laboratório


de Eletricidade e Eletrônica. Saraiva Educação SA.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática


educativa. São Paulo. Ed.Paz e Terra (coleção leitura), 1996. 25p.

TAKEUCHI, Hirotaka e NONAKA, Ikujiro. Gestão do Conhecimento. Bookman, 2008.


W PENSAR. Disponível em: https://blog.wpensar.com.br/gestao-escolar/aula-pratica-como-
ferramenta-de-ensino/. Acesso em: 10 dez. 2019.

Atividades Práticas 85
Luciana Merçon 1

Em 1982, Kaoru Ishikawa, graduado em química, doutor em engenharia e autor de


diversas obras publicadas, criou o Diagrama de Ishikawa nomeado também como “Diagrama
de Causa e Efeito”, “Diagrama Espinha de peixe” e “Diagrama 6M”, que é uma ferramenta
eficiente para analisar e resolver problemas, podendo ser utilizada por especialistas ou não.
A administração utiliza-se desta ferramenta gráfica para gerenciar e controlar a
qualidade em diversos processos, pois tem como intuito fazer com que os envolvidos
cogitem causas e razões possíveis de um problema.
Depois de uma análise criteriosa, o Diagrama de Causa e Efeito permite estabelecer
quais são as causas (origem do problema) que fazem com que o efeito ocorra.
Para Seleme; Stadler (2012) há dois métodos muito utilizados na construção do
diagrama e ambos permitem melhorias e conhecimento do processo, representando os
fatores fundamentais da qualidade:

Figura 1. Métodos de Utilização

Fonte: Produção da Autora

1 Diagrama de causa-efeito para identificação de causas: esta representação gráfica


é aplicada em um problema existente com a tentativa de identificar as possíveis
causas de seu aparecimento. É importante ter todos os dados do processo para
que possa realmente constatar a(s) causa(s) que deu (deram) origem ao efeito.

2 Diagrama para levantamento sistemático das causas: utiliza-se para estruturar o


problema com objetivo de solucioná-lo, por meio da identificação sistemática das
causas.

1
Administradora; Mestre em Administração e Desenvolvimento Empresarial.
Quando Usar?

O Diagrama de Causa e Efeito deve ser utilizado para detectar as


causas de um determinado problema, por meio de uma melhor
visualização da relação entre a causa e o efeito e não quem o ocasionou,
ou seja, para apontar possíveis estratégias na resolução de um problema
projetando um determinado resultado (Brassard; Ritter, 1994).

A ferramenta apresenta algumas vantagens, tais como:

Figura 2. Vantagens do Diagrama Ishikawa

Fonte: Produção da Autora

Quais as Recomendações?

Ao aplicar essa ferramenta é preciso ter alguns cuidados, pois a


mesma apresenta algumas desvantagens, como:
 É necessário que as pessoas envolvidas no processo tenham
percepção do processo;
 É uma metodologia diferente da tradicional, por isso para que haja sucesso
precisa-se de uma estrutura organizacional favorável;
 Exige o conhecimento do processo que será avaliado;
 Não há histórico ou quadro evolutivo a ser apresentado;
 Não há sinalização se o problema é grave ou não.

Diagrama de Ishikawa 87
Qual a Sequência Didática?

O diagrama é de fácil estruturação e interpretação, sendo uma das


ferramentas mais eficazes, utilizadas nas ações de aperfeiçoamento e
controle de qualidade nas organizações. Ele permite agrupar e visualizar
as várias causas que estão na origem de qualquer problema, correção de
falhas e melhorias de resultados.
Possui uma semelhança com a espinha de peixe, por isso é conhecido por este nome,
pois as causas iminentes de um determinado problema são estruturadas hierarquicamente
e esses problemas são categorizados em seis tipos: materiais, mão de obra, método,
máquina, medida e meio ambiente.

Segue abaixo os passos de como construir o Diagrama de Ishikawa:

1 Definir o problema.
Dica: A descrição fica na ponta do diagrama e precisa ser objetiva e clara
para todos que vão utilizar a ferramenta.

2 Traçar a linha principal (problema) e as outras seis linhas transversais


(materiais, mão de obra, método, máquina, medição e meio ambiente), cada
uma representando uma categoria de causas. Veja na figura 1.
Dica: Para uma análise melhor do problema, deve-se convidar participantes
de diversas áreas relacionadas ao processo.

3 Reunir os participantes, indicar um responsável pelo diagrama e em conjunto


refletir sobre o problema e sugerir as causas relevantes. Veja na figura 2.
Dica: Utilizar a ferramenta brainstorming (chuva de ideias).

4 Fazer uma análise qualitativa das causas sugeridas e definir as mais


importantes para o surgimento do problema.
Dica: Essas análises devem ser bem criteriosas.

5 Em seguida, enviar essas análises para o(s) gestor(s), pois esse(s) que irá(ão)
tomar as providências necessárias para que a(s) falha(s) seja(m) eliminada(s).

6 Por fim, elaborar um plano de ações para que haja a tratativa das causas e
resolução do problema.

Diagrama de Ishikawa 88
Figura 3. Diagrama Básico de Causa e Efeito ou Espinha de Peixe

Fonte: Adaptado de SANT’ANA, BLAUTH, 1999.

Figura 4. Diagrama de Causa e efeito para uma aula com qualidade total

Fonte: Adaptado de SANT’ANA, BLAUTH, 1999.

Saiba Mais

Para informações completas sobre o Diagrama Ishikawa, leia o livro “


Controle da Qualidade: As Ferramentas Essenciais”, dos autores por
Robson Seleme (Autor), Humberto Stadler (Autor), Editora Xibpex
Dialógica.

Diagrama de Ishikawa 89
Referências

BOND, M.T.; BUSSE, A.; PUSTILNICK, R. Qualidade total: o que é e como


alcançar [livro eletrônico]. Curitiba: Intersaberes, 2012.

BRASSARD, M.; RITTER, D.O. O impulsionador da memória II: um guia de


bolso com ferramentas para melhoria contínua e o planejamento eficaz. Salem:
Goal/QPC, 1994.

MELLO, C. H. P. (Org.) Gestão da qualidade. São Paulo: Pearson, 2011.

SANTANA, R.F.; BLAUTH, R. Gestão da qualidade. Curitiba: ISPG, 1999, Apostila.

SELEME, R.; STADLER, H. Controle da qualidade: as ferramentas essenciais [livro eletrônico].


Curitiba: InterSaberes, 2012. – (Série Administração da Produção). 2 MB / PDF.

Diagrama de Ishikawa 90
Conceição Aparecida F. Lima Panizzi 1

Brainstorming é uma palavra inglesa que pode ser traduzida como “tempestade de
ideias”. É uma técnica que tem como objetivo explorar novas ideias sobre um tema ou
solução de um problema, explorando a capacidade criativa dos indivíduos ou de um grupo
específico. Foi desenvolvida pelo publicitário Alex Osborn.
No brainstorming, todos os participantes devem ter liberdade de expor suas
sugestões e debater a contribuição de todos.
Procura-se estimular os participantes a lançar o maior número de ideias possíveis
sobre o tema, de forma espontânea e criativa. O importante é a diversidade de pensamentos
e experiências para que se possa extrair as melhores ideias.

Quando Usar?

O brainstorming pode ser usado por qualquer grupo ou


organização que tenha necessidade de novas ideias, atividades de
planejamento e tomadas de decisão. É uma técnica que pode ser
relevante no âmbito profissional e educacional, utilizada no aspecto de
inovação para produzir ideias criativas.
Na sala de aula, pode ser usado nos questionamentos iniciais dos temas, nos desafios
relacionados aos conteúdos propostos, na resolução de problemas lançados, entre outras
possibilidades que atendam aos objetivos de aprendizagem.

Quais as Recomendações?

Seguir algumas regras ajudam na aplicação do brainstorming:


 Apresentar situações que oportunizem espaço para a imaginação
criativa.
 Possibilitar que todos os participantes fiquem à vontade para expor
suas ideias.
 Não haja críticas às ideias apresentadas, quanto mais melhor.
 A combinação e o aperfeiçoamento das ideias pelos participantes deve ser
incentivada.

1 Pedagoga e Mestre em Educação, Cultura e Comunicação.


Qual a Sequência Didática?

 Explicitação das regras necessárias


preparando o ambiente para a realização.

 Introdução ao tema, questionamento ou


problema a ser utilizado.

 Estímulo à expressão das ideias.

 Apresentação das ideias pelos participantes.

 Exposição das ideias para combinação, seleção e


aprofundamento.

 Avaliação das ideias considerando a questão proposta.

A forma mais usual de aplicação do brainstorming em sala de aula é aquela em que


o professor registra no quadro as frases ou palavras-chave mencionadas pelos estudantes
a partir do que foi proposto. Entretanto, há diferentes técnicas para aplicação do
brainstorming como:

 Técnica do Post-it – cada participante recebe um bloquinho e uma caneta,


escreve ou desenha sua ideia e em seguida cola em um mural, dividindo
espaço com todos os participantes.
 Técnica do Brain-writing – também conhecida como técnica 6-3-5. Grupos com
seis participantes, escrevendo três ideias no papel em cinco minutos. Ao final
de seis rodadas, cada grupo avalia e seleciona as melhores ideias.
 Mapa mental – identifique três termos que expressem a ideia, coloque em uma
folha para que no grupo, cada integrante, vá escrevendo palavras que sejam
relacionadas àquelas iniciais, conectando-as por linhas. Esgotadas as ideias, o
mesmo é feito com as palavras derivadas.
 Brainstorming oposto – Os participantes trabalham com as ideias opostas à
solução do problema, ou seja, como causar o problema. Explorar a ideia ao
contrário pode ser um bom caminho para encontrar a solução.

Diagrama de Ishikawa 92
Saiba Mais

 Acesse: http://bit.ly/36mHkAE e veja uma das formas citadas de aplicação


do brainstorming.

 Você pode também associar a aplicação do braisnstorming ao uso de


ferramentas digitais como o Mentimeter.(https://www.mentimeter.com/)

Referências

BUCHELE, G.T. et al. Métodos, Técnicas e Ferramentas para Inovação:


Brainstorming no contexto da inovação. Revista Pensamento & Realidade. V. 32,
n.1. p. 61-91, 2017. Disponível em: https://revistas.pucsp.br
/pensamentorealidade/article/view/28373/ 22477. Acesso em: 22 nov. 2019.

PORTAL DA EDUCAÇÃO. O que é Metodologia Brainstorming? Disponível em:


https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/o-que-e-metodologia/50182.
Acesso em 20 nov. 2019.

XAVIER, T.C. A aplicação do Brainstorming nas aulas de Geografia. Relatório de Estágio de


Mestrado em Ensino de Geografia no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário. Faculdade
de Ciências Sociais e Humanas. Universidade Nova de Lisboa. Lisboa, 2008. Disponível em:
https://run.unl.pt/handle/10362/57501 . Acesso em: 22 nov. 2019.

Diagrama de Ishikawa 93
Túlio Sérgio de Almeida1
Gustavo de Paiva Silva2
Anderson de Oliveira Ribeiro3

O plano de ação é acima de tudo um conceito. Um plano de ação ajuda na tomada


de decisões rápidas e eficazes. Há ocasiões em que um plano de ação muito simples é
viável, porém em outros casos é necessária a criação de um documento para fins de
arquivamento, reflexão e principalmente comunicação eficiente e visual com outras pessoas
envolvidas.
A Ferramenta 5W2H é um tipo de plano de ação que, é uma ferramenta tão óbvia e
utilizada que não há uma concordância sobre quem a desenvolveu. Como ferramenta,
ganhou mais popularidade com a disseminação das técnicas de gestão da qualidade e,
posteriormente, com as de gestão de projetos. Quando algo deve ser implantado, entram
em cena as seguintes definições:

Figura 1. A ferramenta 5W2H

Fonte: Produção dos Autores

1
Mestre em Engenharia Mecânica.
2
Mestre em Engenharia Mecânica.
3
Doutor em Astronomia pelo Observatório Nacional.
A ferramenta 5W 2H pode ser usada para colocar em prática uma decisão simples de
uma tarefa, como a aquisição de um novo equipamento ou a execução de uma tarefa
pontual. Nessas situações mais simples, o preenchimento dos campos dos 5W 2H em um
formulário feito em editor de texto, planilha ou mesmo no corpo de uma mensagem
eletrônica já é suficiente para a elaboração do plano de ação.
Entretanto, a ferramenta 5W2H é muito útil quando atrelada a outras ferramentas
analíticas ou a planos que requerem ação. Neste momento, a 5W2H se torna imprescindível,
já que é preciso definir as seguintes questões: O que (what) será feito para capturar a
oportunidade? Por que (why) isso será feito desta forma? Quem (who) será o responsável
por capturar esta oportunidade? Onde (where) serão

Quando Usar?

Em situações que envolvem a implementação de várias decisões


de forma orquestrada, como na gestão de projetos ou em um plano de
negócio, a 5W 2H também se mostra eficaz. Na gestão de projetos
tradicional ou em métodos ágeis, a ferramenta 5W 2H está inserida nas
etapas.
Por fim, algo que é pouco mencionado na literatura, mas a ferramenta 5W2H deveria
ser obrigatória em qualquer tarefa que envolva planejamento, pois ofereceria orientação na
implementação de cada decisão mencionada.
Em tese, o 5W 2H pode ser aplicado em inúmeras situações – e não só em sala de
aula, mas na sua vida também. Afinal, esta é uma ferramenta criada para aprimorar o
planejamento de qualquer atividade. Imagine, por exemplo, organizar uma viagem com
amigos: só o fato de montar uma tabela com a metodologia 5W 2H vai te ajudar a ter muito
mais controle de tudo, sobretudo dos gastos. Agora, pense na sua empresa. A ferramenta
pode ser útil nas mais diversas ocasiões – desde o lançamento de um novo produto até a
redução do consumo de água por funcionários, por exemplo. De acordo com o que se
observa, estes são outros casos em que o 5W2H pode fazer a diferença:

 No planejamento estratégico para tornar uma empresa mais lucrativa;


 Na manutenção de máquinas de uma indústria;
 Na definição de um processo de recrutamento e seleção de pessoal;
 No aumento da sua carteira de clientes.
 Mas a minha empresa é muito pequena. Será que ainda assim devo usar?

Em sala de aula deve-se trazer sempre exemplos práticos como os citados acima para
que o aluno possa experimentar práticas ainda não vividas no mundo do trabalho. Porém
pela simplicidade da utilização da ferramenta é possível abordar temas simples do cotidiano,
como práticas da vida do aluno.

Ferramenta 5W e 2W 95
Quais as Recomendações?

A metodologia 5W2H pode ser realizada em uma planilha ou


mesmo com um editor de texto. O que importa é sempre ter respostas
claras e objetivas para as perguntas, de modo que o plano de ação se
torne, claro e objetivo.

Qual a Sequência Didática?

Para fazer um bom Plano de Ação, considerando o 5W2H, não é


preciso nada de especial. O mais usual é uma apresentação na forma de
uma simples tabela, com uma coluna para cada um dos 5W e duas para
os H. Na prática, nem sempre são necessários todos eles. Coloque uma
ação em cada linha e preencha os 5W2H, um em cada coluna. O título pode ser o próprio
objetivo e a meta, o resultado esperado.
O preenchimento pode ser feito no próprio formulário impresso ou os campos podem
ser copiados para editores de texto, planilhas, e-mails ou adaptados em aplicativos online
de gestão de tarefas ou de projetos.

A ferramenta 5W2H é composta por sete campos em que devem constar as seguintes
informações:

1 Ação ou atividade que deve ser executada ou o problema ou o desafio que deve
ser solucionado (what);
2 Justificativa dos motivos e objetivos daquilo estar sendo executado ou solucionado
(why);
3 Definição de quem será (serão) o (s) responsável eis) pela execução do que foi
planejado (who);

4 Informação sobre onde cada um dos procedimentos será executado (where);


5 Cronograma sobre quando ocorrerão os procedimentos (when);
6 Explicação sobre como serão executados os procedimentos para atingir os
objetivos pré-estabelecidos (how);
7 Limitação de quanto custará cada procedimento e o custo total do que será feito
(how much)?

Ferramenta 5W e 2W 96
Saiba Mais

Conheça uma sugestão para criar seus planos de Ação com 5W2H.

Figura 1. Plano de Ação

Plano de Ação 5W2H

Data da criação do
Responsável: Objetivo: Meta:
plano:
Data da revisão do
Responsável: Indicador:
plano:

Quando? Situação
O que? Como? Quem? Onde? Por que? Quanto? Hoje
Início Fim Atual

Fonte: Produção do Autor

Referências
CAMPOS, V. F. Controle da qualidade (no estilo japonês). Rio de Janeiro:
Bloch, 1992. 2)

SLACK, N.; CHAMBERS, S.; HARLAND, C.; HARRISON, A.; JOHNSTON, R.


Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 2013.

MARSHALL, J. I. et. al. Gestão da Qualidade. 2. Ed. Rio de Janeiro: FGV Management, 2003.

Ferramenta 5W e 2W 97
Helton Rodrigo de Souza Sereno 1
Thais de Assis Pinto 2

A técnica dos seis chapéus também é conhecida como seis chapéus do pensamento
e foi desenvolvida por Edward de Bono no ano de 2005, com o objetivo de auxiliar as
pessoas nas análises de situações e tomada de decisões, ressaltando vários pontos de um
problema e, assim possibilitar uma avaliação com propriedade do que foi exposto.
Essa técnica, que pode ser realizada em grupos ou individualmente, consiste na
divisão de uma situação de seis formas diferentes, tornando essa análise mais rica e
consistente.
Os chapéus, normalmente, são imaginários, entretanto a simbologia de “por e tirar”
o chapéu ajuda na organização da ideia e na forma de analisar aquela situação. Cada
chapéu tem um simbolismo e características distintas, onde podemos dividir da seguinte
forma a situação:

Figura 1. Características dos Chapéus

Fonte: Produção dos Autores

1
Engenheiro Mecânico: Mestre em Robótica e Especialista em Ensino Vocacional
2
Bióloga; Especialista em Gestão e Docência do Ensino Superior
Dessa forma a técnica dos seis chapéus pode ser adotada como estratégia de ensino,
estudo, avaliação e tomada de decisões em problemas mais amplos.

Quando Usar?

Quando há uma situação com vários eixos a serem analisados. É


uma boa estratégia para tomada de decisões, análises de situações,
principalmente as mais complexas, gerando uma decisão consistente.
Suas vantagens são:
 Promove o trabalho em grupo.
 Permite uma organização de ideias.
 Favorece uma análise sobre vários aspectos em estudos amplos e complexos.
 Auxilia na tomada de decisões.
 Provoca discussões e aprofundamento sobre o tema, gerando um consenso do
que seria a melhor alternativa naquela situação.
 Realiza um aprendizado colaborativo, já que cada grupo aborda um eixo da
situação problema.
 Integra conceitos de vários assuntos e conteúdos novos e mais antigos.
 Permite o aprendizado de novos conceitos e a busca por soluções para situações
que podem ser reais ou não.
 Estimula a criatividade, pois uma mesma situação pode ser analisada de várias
formas e gerar soluções únicas, fugindo do pragmatismo de respostas certas e
erradas.
 Desenvolve o dinamismo de respostas diante de situações apresentadas no
momento.
Nesta técnica como todos se concentram num único estilo de pensar sobre o tema
torna, naturalmente, os membros da equipe mais unidos do que em situações em que cada
um estivesse usando somente seu ponto de vista para solucionar o problema.

Quais as Recomendações?

Pode ser usado com vários temas e por todos os profissionais,


para tomada de decisões e análises de problemas em diversos
momentos, já que as soluções são dinâmicas e podem ser desenvolvidas
técnicas novas para aquela mesma situação.
É importante estar atento ao escopo de cada chapéu e a orientação, aos aprendizes,
em relação a isso deve ser constante. Vale ressaltar que não existe um padrão a ser seguido
quanto a ordem dos chapéus, isso será determinado pelo chapéu azul, assim como o tempo
de exposição de cada grupo.

Técnica dos Seis Chapéus


99
Embora a temática do problema seja ampla, é necessário a definição do que deve
ser abordado para fique alinhado com o que didaticamente é o objetivo da atividade.

Qual a Sequência Didática?

Antes do início da atividade


1. Divida os alunos em seis grupos.
2. Defina qual será o chapéu de cada grupo.
3. Explique a temática central de cada chapéu.
4. Exponha a situação problema a ser analisada pelos alunos.
A sequência da exposição dos chapéus é dada pelos integrantes do chapéu azul, podendo
ser repetida quantas vezes for preciso até chegar em uma conclusão plausível.

Durante a atividade
1 É indicado que se inicie pelo chapéu branco, para que todos pensem nas
informações objetivas e se atentem aos fatos e dados estatísticos que se tem
acerca do tema, a fim de obter uma visão comum.
2 O chapéu vermelho, no qual as opiniões pessoais e emoções relacionadas a
situação são expressas.
3 O chapéu verde irá possibilitar que todos os participantes pensem em soluções
criativas de resolução do problema em questão.
4 O chapéu amarelo (pontos positivos) e também o chapéu preto (pontos
negativos) devem ser expostos, pesando os benefícios, as fragilidades e riscos
das soluções propostas pelo chapéu verde.
A atividade terá findado, quando o grupo chegar a um consenso.

Saiba Mais

 Abaixo encontramos um exemplo de uso da técnica dos seis chapéus.

O tema central da atividade foi radioatividade no corpo humano, e


foi desenvolvida nas disciplinas de Biologia e Artes, com alunos do 9 ano
do Colégio de Aplicação UGB, usando como exemplo o acidente radioativo ocorrido na
cidade de Fukushima no Japão.
Nesse caso, os alunos confeccionaram chapéus relacionado com suas cores e o tema
central, no estilo modernista que era o tema abordado na disciplina de artes. Previamente
eles foram divididos nos 6 grupos e o grupo do chapéu azul ficou responsável por conduzir
toda dinâmica de apresentações.

Técnica dos Seis Chapéus


100
Figura 2. Apresentação da atividade usando a Técnica dos Seis Chapéus.

 

 

Fonte: Foto dos Autores

Legenda: 1. Chapéu preto; 2. chapéu vermelho; 3. chapéu branco; 4. chapéu verde e 5. chapéu
amarelo. O grupo do chapéu azul se encontrava atrás do grupo que defendia sua ideia,
gerenciando a atividade.

Referências

Santos, Jakeline Silva; Antonelli, Izabella Barberato Silva e Fernandes, Luciane


Fernanda Rodrigues Martinho. PERCEPÇÃO DOS DISCENTES QUANTO À
IMPLEMENTAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS: Relato de experiência. IV
Congresso de Inovação e metodologias no ensino superior, 2019.

Técnica dos Seis Chapéus


101
Daniela Natividade da S. Ferreira 1

O painel integrado é um tipo de metodologia ativa que oportuniza um trabalho que


contempla um grande volume de informações em tempo reduzido, percorrendo-se os
conteúdos necessários.
O painel integrado é uma das técnicas mais dinâmicas usadas em sala de aula, tanto
para intercâmbio de ideias, como para participação e integração de novos membros a um
grupo; já que promove à comunicação, participação, a cooperação e a integração de todos
os membros do grupo. É uma forma do professor trabalhar coletivamente um determinado
assunto.
De acordo com Anastasiou e Alves (2008, p.45), o painel integrado é um recurso
estratégico que pode ser utilizado na sala de aula em diversas situações, isso porque:
 Envolve mais pessoas discutindo, entre si;
 Torna-se mais interessante para os estudantes do que ouvir uma só pessoa,
fazendo uma exposição;
 Nos momentos da metodologia dialética, ele pode ser aproveitado tanto para
mobilização para o conhecimento, como de construção e ou mesmo, para o
momento de elaboração de sínteses;
 Seu tempo, espaço, duração e preparação podem acontecer no próprio espaço
de aula e não requer cuidado.
Esse método foi criado e difundido por J.D. Phillips e consiste na divisão de um grupo
numeroso em pequenos grupos, com a finalidade de facilitar e dinamizar a discussão.
Originalmente essa estratégia propõe a divisão do grupão em pequenos grupos formados
por 6 pessoas que discutem o assunto durante 6 minutos. Entretanto, essa característica
não é rígida, podendo o grupo alterar tanto o número como o tempo, de acordo com a
conveniência.
Masetto (2002, p. 95) destaca que no painel integrado cada parcela de conteúdo
escolhida pelo professor tem seu estudo realizado em primeiro lugar por um grupo pequeno,
e, em seguida,
[...] todos os assuntos são estudados por todos os alunos, fazendo-se um
cruzamento entre os membros dos diferentes grupos de tal forma que, em
cada novo grupo, tenha representantes de todos os primeiros grupos – e,
portanto, de todos os assuntos discutidos.

1
Mestre em Ensino das Ciências da Saúde e do Meio Ambiente.
Quando Usar?

A estratégia permite a integração de conceitos, ideias e


conclusões, integrando-os. Dessa forma, o painel integrado pode ser
utilizado:
 Para racionalizar melhor o tempo;
 Para introduzir novos assuntos;
 Integrar o grupo;
 Apresentar novos conceitos e definições;
 Despertar ideias ou conclusões sobre determinado tema;
 Garantir a participação de todos;
 Aproximar os participantes com determinado assunto;
 Aprofundar o estudo de um tema etc.

Quais as Recomendações?

Como todo trabalho a ser realizado, alguns pontos devem ser


considerados.
 É fundamental um planejamento prévio acerca do que será
trabalhado, conhecimento aprofundado do texto que será lido.
 Os objetivos a serem alcançados, a partir da utilização dessa técnica,
também devem estar claros, tanto para o próprio professor, quanto
para o grupo – Embora a técnica apresente muitas vantagens, nem
todas serão contempladas de uma só vez, é preciso ter claro o que se
pretende.
 Explicar ao grupo o funcionamento da técnica, sua finalidade, o papel
e as atitudes esperadas de cada membro e o tempo disponível para a
discussão.
 Dividir o grupo em subgrupos, aproveitando para colocar juntos os
membros que ainda não se conheçam e evitar as "panelinhas".
 Solicitar aos membros dos pequenos grupos que se apresentem,
escolham um coordenador para os debates e um relator ou secretário
para fazer as anotações.
 Cada grupo deve ser montado com um número de membros igual ao
número de subgrupos. Isto possibilitará a rotação dos grupos.
 Distribuir cópias escritas dos assuntos a serem discutidos.
 Esclarecer qual o tempo disponível. O tempo pode ser prorrogado, se
conveniente.
 Fazer as trocas com o cuidado de romper as "panelinhas" e fazer as
"aproximações".

Técnica dos Chapéus


103
Qual a Sequência Didática?

A partir de um texto ou livro que se deseja analisar com a turma durante


um turno/aula, o painel integrado torna-se a melhor estratégia.

1 Inicialmente, realizar breve introdução ao texto que será estudado,


expondo os objetivos do encontro e a metodologia que será
adotada para alcançar o desejado.

2 Dividir a sala de aula em grupos com número iguais de participantes, bem como
o texto em tantas partes quantos forem os grupos formados.
Obs. Organizar os grupos, sempre que possível, com o mesmo número de
componentes.

3 Personalizar os grupos dando-lhes um nome, letra, número ou cor. Identificar


com letra ou número cada elemento de cada grupo (uma sugestão é entregar um
crachá com a cor do grupo e o número respectivo).
4 Entregar para cada grupo uma parte do texto e sugerir que o mesmo seja lido e
debatido, com destaque para as ideias principais e as dúvidas.
Obs. Cada integrante deve fazer suas anotações.
5 Cada elemento do grupo estuda o assunto proposto pelo professor e se coloca
com opiniões e ideias para o grupão, estabelecendo com o grupo conclusões sobre
o que foi lido.

6 Formação de novos grupos com os elementos que possuem os mesmos números.


Os que receberam o número 1, formarão o grupo 1, e assim por diante. Desta
forma, o grupo 1, por exemplo, terá representante de cada grupo da
primeira formação;

7 No novo grupo sugere-se a comunicação (pode ser leitura) das conclusões por
parte de cada um dos componentes e complementado (se necessário).
Obs. É fundamental a anotação das conclusões do primeiro grupo, para que
possam ser expostas no segundo grupo.

8 Apresentação da conclusão final para toda a classe.

Técnica dos Chapéus


104
Figura 1. Esquema de formação dos grupos

PRIMEIRA FORMAÇÃO: Grupos por números – Os participantes


compartilham o que estudaram no grupo anterior.

SEGUNDA FORMAÇÃO: Grupos por números – Os participantes


compartilham o que estudaram no grupo anterior.

Fonte: Prof. Ms. Francisco Sales

Saiba Mais
Leia um estudo de caso envolvendo o “Painel Integrado” – Vale a pena
conferir o link https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/25458_12179.pdf

Referências
SALES, Francisco. Ateliê dos Educadores. Disponível em:
http://atelierdeducadores.blogspot.com/2010/04/painel-integrado.html. Acesso
em: 26 nov. 2019.

ANASTASIOU, L.G.C; ALVES, L.P. Estratégias de Ensinagem. 2008.


Disponível em: https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1390223/mod_resource/content/1/anastasiou.pdf.
Acesso em: 22 nov. 2019.

MASETTO, Marcos Tarcisio. Atividades pedagógicas no cotidiano da sala de aula


universitária: reflexões e sugestões práticas. In: CASTANHO, Sérgio; CASTANHO, Maria
Eugênia (Org.). Temas e textos em metodologia do ensino superior. Campinas: Papirus, 2002.

TÉCNICAS DE TRABALHO EM GRUPO. Painel integrado. Disponível em:


http://amigadapedagogia.blogspot.com.br/2011/04/tecnicas-de-trabalho-em-grupo.html. Acesso
em: 26 abr. 2017.

Técnica dos Chapéus


105
Elisa F. S. Alcantara 1

Os Mapas Conceituais e os Mentais são representações do pensamento e se


organizam visualmente a partir de ideias chave. Entretanto, há uma pequena diferença
entre eles, como destacada abaixo.
O Mapa Conceitual é uma representação gráfica de conteúdo que ajuda a organizar
ideias, conceitos e informações de modo esquematizado. Foi desenvolvido na década de
70 pelo pesquisador norte-americano Joseph Novak com base na teoria de Aprendizagem
Significativa de Ausubel.
Os conceitos são escritos dentro de figuras geométricas como o retângulo ou elipses
e são desenhadas linhas conectando os conceitos e suas articulações e desdobramentos.
Nas linhas são colocadas expressões de ligação para dar sentido às conexões pensadas.
Podem ser utilizadas uma locução ou um verbo como: "é", "deriva de", "pode ser feito
com", "constituem” ou ainda quaisquer outras expressões que evidenciem as articulações
estabelecidas. A aparência de um mapa conceitual se assemelha a uma rede de conexões.
Já os Mapas Mentais partem de uma ideia central, a partir da qual se articulam as
ideias conectadas, numa estrutura em árvore (raiz e galhos) ou semelhante a um neurônio.
Ele foi desenvolvido por Tony Buzan e organiza as informações por associação, ou seja, da
mesma maneira que o nosso cérebro funciona. Em cada item do mapa, há apenas uma
palavra, ou uma pequena frase. A organização é feita de forma a encadear o pensamento.
É possível trabalhar com as cores, inserir imagens, links etc. O uso de símbolos adequados
no mapa mental facilita a memorização e compreensão das ideias relacionadas.
Na prática é possível adotar os mapas conceituais ou mentais como estratégia de
ensino, estudo e até mesmo avaliação.

Quando Usar?

Quando desejar sintetizar ideias articulando conceitos. Pode ser


utilizada como estratégias de memorização, de estudo, reforço ou
conexão de ideias.
Possui vantagens como:
 Facilita a compreensão e organiza tarefas com seu formato visual.

1
Pedagoga; Doutora em Políticas Públicas e Formação Humana.
 Permite uma comunicação clara de ideias mais elaboradas.
 Sintetiza informações, integrando conceitos novos e antigos para melhor
compreender a ideia geral.
 Estimula discussões aprofundamento conceitual e anotações.
 Provoca o conhecimento de novos conceitos e suas conexões.
 Promove o aprendizado colaborativo pois pode feito em equipe ou ser lido e
compartilhado pelo grupo.
 Estimula a criatividade pois não existe um mapa padrão para ser seguido, sendo
assim, o ponto de partida e de finalização do mapa vai depender dos objetivos e
grau de conhecimento sobre o assunto.
 Favorece avaliar a compreensão do assunto.
 Identifica fragilidades em áreas que precisam de reforço conceitual.

Quais as Recomendações?

Eles podem ser feitos com um software específico ou ainda ser


feito com canetas coloridas e um bloco de papel. Eles podem ser usados
por todos os profissionais para gerenciar qualquer tipo de informação
uma vez que não existe um único modelo de mapa.
Embora seja uma técnica aplicável em muitas situações é preciso garantir aos
estudantes uma explicação didática e demonstração de como deverão produzir os seus
mapas. Vale ressaltar que não existe um padrão de mapas e o mais importante não é o
resultado final, mas sim o seu processo de construção.
É importante que o aprendiz saiba ler o mapa que elaborou evidenciando que
estabelece as inter-relações sobre o tema.
Para um aprendiz iniciante em elaborar mapas, a apresentação das palavras-chave
que deverão aparecer no mapa pode facilitar sua construção. É recomendável um esboço
do mapa para depois fazer sua estruturação final, principalmente considerando as limitações
do espaço.

Qual a Sequência Didática?

1 Defina se usará o mapa mental ou conceitual.

2 Identifique a questão central ou o tópico principal - pense no problema


ou questão que você deseja destacar. Essa ideia deve se conectar a todas
as outras em seu mapa e orientará a organização hierárquica.

Mapa Conceitual e Mapa Mental


107
3 Defina se vai ser construído com caneta e papel ou se serão utilizados softwares
específicos, como:
 Freemind - (https://freemind.br.softonic.com/)
 Cmaptools - ( https://cmaptools.br.uptodown.com/windows)
 Coggle - (https://coggle.it/)
 Lucidchart – ( https://www.lucidchart.com)
 Canva – ( https://www.canva.com/pt_br/)
4 Identifique todos os conceitos-chave que se relacionam à ideia principal que você
escolheu. Ordene-os com os conceitos mais gerais primeiro e os conceitos mais
específicos por último.
5 Articule os conceitos por meio de palavras ou frases de ligação nas linhas para
demonstrar como os conceitos estão relacionado.
6 Leia o seu mapa e verifique se as articulações estão coerentes.
7 Revise o seu mapa e confirme se as ideias mais relevantes foram apresentadas.

Saiba Mais

 Visualize os mapas conceituais e mentais elaborados como exemplo.

Figura 1. Mapa Conceitual

Fonte: Produção da Autora


Link do Mapa Conceitual: http://bit.ly/2uqpL5E

Mapa Conceitual e Mapa Mental


108
Figura 2. Mapa Mental

Fonte: Produção da Autora


Link do Mapa Mental: http://bit.ly/2Gjh27R

 Acesse os QRCode e assista os vídeos com a demonstração de elaboração de um mapa


conceitual e de um mapa mental. Se preferir acesse os links:

https://vimeo.com/370961821 https://vimeo.com/370961821

Referências

Cmap Tools. Disponível também em: https://cmap.ihmc.us/cmaptools/ . Acesso


em: 22 out. 2019.

Mapa Conceitual e Mapa Mental


109
Ronildo J. Oliveira 1

A Visita Técnica se caracteriza como uma técnica ativa de ensino, na qual o estudante
tem a possibilidade de ter o contato direto com a prática de um conteúdo que foi abordado
em sala de aula. Na visita técnica, o aluno deixa de ser um ser puramente passivo de sala
de aula, onde fica sentado em uma carteira aguardando o conteúdo lecionado pelo
professor, para se tornar um ser ativo, participante da aula.

Quando Usar?

Como professores, sabemos que as aulas com base nas práticas


pedagógicas convencionais, nas quais nós assumimos o protagonismo e
expomos ao aluno um determinado conteúdo, já não mais contribui à
geração de conhecimento. Uma vez que os alunos assumem uma postura
passiva em uma aula meramente de “quadro e giz”, precisamos abraçar novas
metodologias, novos recursos didáticos-pedagógicos, que possam ir ao encontro das
expectativas dessa nova geração de alunos e assim, despertar neles o interesse pelo
conteúdo-disciplina-curso, ao ponto de assumirem seu próprio crescimento, aprendizado e
desenvolvimento profissional ao longo da vida.
Diante desta constatação, a Visita Técnica aparece como um excelente recurso para
despertar nos alunos um interesse maior pelo conteúdo-disciplina-curso, e possui diversos
pontos fortes, como segue:
 Estimula o aluno à pesquisa científica de campo;
 Ajuda os estudantes a estabelecerem relações entre o conteúdo de sala de aula
(teórico) e a prática;
 Aumenta a interação entre a turma;
 Desperta nos alunos as habilidades de análise e observação, que geram senso
crítico e criatividade para solução de problemas;
 Gera uma visão sistêmica nos alunos, na qual em uma única visita pode ser
abordado conteúdos de diversas disciplinas;
 Ocorre uma interação com os profissionais da área, ocorrendo trocas de
experiência e abre horizontes para novas reflexões;
 Desperta nos alunos a motivação para seguir a carreira na área que escolheram;

1
Mestre em Engenharia de Produção.
 Incrementa os laços de amizade entre o professor e os alunos e,
consequentemente, melhora o relacionamento em sala de aula.
Para que a Visita Técnica seja bem-sucedida, é preciso seguir algumas premissas que
veremos a seguir.

Quais as Recomendações?

É importante que o conteúdo a ser visto na Visita Técnica já tenha


sido abordado em sala de aula, ou seja, o aluno irá fazer uma relação
direta entre a teoria de sala de aula e a prática vivenciada na visita. Dessa
forma, aguçamos no aluno a curiosidade científica e despertamos um
interesse maior pelo evento e pelo conhecimento que este pode proporcionar a ele. O oposto
também pode ocorrer, ou seja, primeiro a visita e depois a teoria em sala, porém nessa
ordem, fica difícil do aluno fazer qualquer interrelação da teoria com a prática durante a
visita, uma vez que ele ainda não teve o acesso à teoria.
A Visita Técnica deve ter também um objetivo, algo simples, como por exemplo
identificar determinadas características na empresa, no processo que está sendo visitado,
etc. Cabe também ao professor, o entendimento que a visita é uma “foto” de um dia, ou de
algumas horas de uma empresa, não podendo, portanto, ter objetivos complexos para tal.

Qual a Sequência Didática?

O planejamento da visita também é algo muito importante. Locais


de saída e chegada, horários, pessoas de contato com a
empresa/instituição a ser visitada, número de pessoas permitidas na visita,
tipo de vestuário permitidos ou obrigatórios, locais de paradas de ônibus
(caso a viagem for longa), alguma necessidade especial de algum aluno, tudo isso deve ser
visto com detalhes e com antecedência.
Referimos aqui à Visita Técnica propriamente dita, nesta etapa deve ser colocado em
prática os aspectos anteriormente planejados, ou seja, vamos executar o que foi previsto.

1 Atividades Antes da Visita

É importante que os alunos tenham sido orientados de como vão registrar os


elementos observados na visita, o que pode ser feito numa caderneta de anotações ou no
próprio celular/I, se a empresa visitada permitir. Também os registros podem ser feitos
através de fotos/vídeos, tudo já pré-acordado com a empresa visitada. Também perguntas

Visita Técnica 111


e questões pré-definidas podem ser levadas para serem levantadas e respondidas durante
a visita.
Outro fator importante é a segurança dos alunos. Vale ressaltar que os alunos são
membros da Instituição durante a visita, sendo assim, é importante estar atento às
condições do transporte que está sendo utilizado e às normas de segurança da empresa
visitada.

2 Atividades de Pós-Visita

Concluído o trabalho de campo, é relevante realizar um procedimento para


sistematização e difusão entre os alunos dos dados e informações levantadas durante a
visita. Este procedimento pode ser feito através de uma aula-debate, por exemplo, na qual
os alunos expõem o que levantaram na visita e discutem diferentes pontos de vista, vistos
da perspectiva de cada um. Nesse debate também pode ser colocado para discussão as
perguntas/questões, que foram previamente acordadas para se obter a resposta durante o
trabalho de campo. Outras técnicas também podem ser aplicadas, como relatórios da visita,
desenvolvimento de projetos e apresentações diversas a serem apresentados em sala de
aula.

Visita Técnica 112


Saiba Mais

Confira os prós e as premissas de uma visita técnica.

Figura 1. Resumo

Fonte: Produção do Autor

Referências

Este material foi produzido com base na experiência e prática cotidiana do


autor.

Visita Técnica 113


Ana Cecília Batista Alves 1
Rafael Teixeira dos Santos 2

É um recurso visual, que é desenvolvido a fim de melhorar o desenvolvimento de


uma apresentação, facilitando a compreensão do leitor mesmo quando o conteúdo é mais
complexo. A compreensão é facilitada por meio da interação entre textos, imagens, gráficos
e outros ícones visuais.
Um bom infográfico deve ser apresentado de forma criativa e organizada, facilitando
a compreensão das pessoas sejam especialistas ou leigas.
Em relação aos infográficos digitais, esses são bem difundidos na internet e a
presença de recursos de interação também vem ganhando muito espaço, em especial nos
portais de notícias e jornais impressos e on-line. Existem diversos aplicativos que podem
ser utilizados na produção dos infográficos, destacamos alguns:

Nome do Aplicativo Endereço


Canva https://www.canva.com/pt_br/login/

Visual.ly https://visual.ly/user/login

Twyman explica que a comunicação é um processo de transmissão de mensagens,


que pode ocorrer através das diversas formas de linguagens, como a linguagem gestual
(através de gestos e expressões faciais), a verbal-falada (através da fala, com palavras e
frases) e a gráfica. Esta abrange a linguagem pictórica (com imagens e símbolos visuais), a
verbal-escrita (registro e codificação gráfica da linguagem verbal-falada) e a esquemática
(com marcas gráficas não sendo nem números, letras nem imagens). Neste sentido, o autor
organiza a linguagem em seu esquema descritivo do ponto de vista da linguística e do design
gráfico, como apresentado a seguir:

1
Graduanda em Pedagogia (UGB/FERP).
2
Mestre em Educação. Professor e Pesquisador do UGB/FERP.
Figura 1. Modelo de linguagem proposto para elaboração de infográficos

Fonte: TWYMAN (1985)

Quando Usar?

Sempre que os aspectos visuais facilitarem a compreensão e a


memorização de um conteúdo. Entre as principais vantagens dos
infográficos destacam-se:
 As pessoas geralmente respondem melhor a um estimulo visual do
que a escrita de um texto;
 O ato de trabalhar com elementos visuais aumenta a curiosidade sobre a leitura;
 O aumento do comprometimento do público;
 Facilitam a compreensão da mensagem pelo usuário;
 Têm mais interação dos usuários e mais chances de viralizar;
 Têm grande potencial de geração de leads;
 Conteúdos visuais têm 40 vezes mais chances de ser compartilhado nas redes
sociais que os outros formatos.

Quais as Recomendações?

Como recomendações podemos destacar:


 Cuidar para não criar uma poluição visual com o uso exagerado de
imagens e textos;
 Desenvolver, com atenção, a utilização de recursos para pessoas que
necessitam de algum tipo de acessibilidade como recursos auditivos,
recursos visuais (cores, tamanho e tipo de fontes, etc);

Infográfico 115
 Ser um elemento atrativo e não distrativo
 Organizar o esboço objetivando com isso potencializar assuntos para atrair a
atenção do seu público.

Qual a Sequência Didática?

Figura 1. Passo a passo para desenvolver um Infográfico

Fonte: Produção dos autores

Infográfico 116
Saiba Mais

 Acesse o link http://bit.ly/2RHkBtS e leia o artigo O uso do infográfico


em sala de aula: Uma experiência na disciplina de Literatura.
 Acesse o link http://bit.ly/2U05DSi e leia o Manual de Infográfico
produzido pela Folha de São Paulo.

Referências

JUNIOR, João Batista Bottentuit; MENDES, Ana Gardenia Lima Martins;


SILVA, Nataniel Mendes. O Uso do Infográfico em Sala de Aula: Uma
Experiência na Disciplina de Literatura. Disponível em:
http://bit.ly/2RHkBtS. Acesso em: 10 dez. 2019.

Infográfico 117
Wemberson Bitencourt Chrisostimo 1

É uma ferramenta que auxilia os empreendedores e gestores a visualizar o seu


negócio ou projeto de uma forma objetiva em um único painel.
Foi criada em meados dos anos 2000 pelo suíço Alex Osterwalder em sua tese de
doutorado na HEC Lausane.
Consiste em um quadro subdividido em nove campos que toda organização possui
que são os seguintes: proposta de valor, segmentos de clientes, parcerias chave, atividades
chave, recursos chave, relacionamento com clientes, canais de distribuição, estrutura de
custos e fluxo de receitas. Estes campos abrangem as quatro principais áreas de um
empreendimento: clientes, oferta, infraestrutura e viabilidade financeira.
Esta ferramenta já foi aplicada em diversas empresas do mundo, como: IBM,
Ericsson, Deloitte, entre outras.

Quando Usar?

O propósito inicial da criação da ferramenta Canvas foi para ser


usado na geração de modelos de negócios. Desta maneira, esta
ferramenta pode apoiar diretamente as disciplinas de empreendedorismo
existentes na instituição de ensino superior. Entretanto, o acesso a esta
ferramenta por pessoas de diferentes áreas de atuação permitiu o desenvolvimento de
adaptações ao longo do tempo. Atualmente, a sua aplicação é ampla e cobre diversas áreas
como: serviços inovadores, projetos de novos produtos, planejamento de carreira,
campanhas de marketing, planejamento pedagógico etc.
Neste guia, enfatiza-se a utilização da ferramenta Canvas adaptada à área acadêmica
para planejamento de uma aula.

Quais as Recomendações?

Recomenda-se reunir as pessoas envolvidas com o tema para


elaboração de maneira colaborativa do Canvas, buscando menor
utilização de textos longos para que sejam mais intuitivos na interligação
das diferentes áreas do tema abordado.

1
Engenheiro. Especialista em Projetos, Docência e Gestão do Ensino Superior. Mestre e doutorando em Engenharia.
Basta utilizar uma caneta e post-its com lançamento das ideias sobre o Modelo
Canvas impresso em uma folha de papel na orientação paisagem e de tamanho A3, no
mínimo.

Qual a Sequência Didática?

A sequência abaixo considera o desenvolvimento de estratégias para


elaboração de uma aula eficiente e eficaz.

1 Perfis de alunos (Segmento de clientes).


2 Definir os principais perfis de alunos que devem ser atendidos (formação técnica,
experiência profissional, aspirações para indústria, serviços, academia etc.).
3 Conteúdo de valor (Proposta de valor).
4 Definir o que de valor será ofertado aos seus alunos, em outras palavras, o que
permitirá obter interesse pelo conteúdo ofertado.
5 Canais.
6 Definir como acessar, comunicar e entregar valor ao aluno. Quais são as experiências
a serem proporcionadas aos alunos.
7 Relacionamento.
8 Definir como conquistar e manter um bom relacionamento com os alunos de maneira
que isto seja um diferencial.
9 Avaliações (Receitas).
10 Definir os mecanismos adequados de avaliação para verificação da aprendizagem
do aluno.
11 Recursos chave.
12 Definir os ativos físicos (equipamentos e softwares) e intelectuais (fontes de
conhecimento) necessários para viabilizar a aula com entrega de valor ao aluno.
13 Atividades chave.
14 Listar as atividades mais importantes para realizar a entrega de valor ao aluno de
maneira que a aula funcione perfeitamente.
15 Parcerias chave.
16 Identificar professores, técnicos de laboratório, profissionais externos, laboratórios,
empresas e parceiros importantes para apoiar a aula na entrega de valor ao aluno.
17 Investimentos (Estrutura de custos).

Canvas 119
18 Definir todos os investimentos necessários na operacionalização da aula,
considerando canais, recursos, atividades e parcerias.
19 Após definição dos campos listados acima, deve-se fazer uma análise crítica da
ferramenta Canvas para verificar se os campos estão harmonicamente interligados e
fazer os ajustes quando necessários.

Saiba Mais

 Acesse o link http://bit.ly/2sTkcfs e visualize um modelo Canvas como


exemplo.

Referências

OSTERWALDER, Alexander, PIGNEUR, Yves. Business Model Canvas -


Inovação em Modelos de Negócios. Um Manual para Visionários,
Inovadores e Revolucionários. Rio de Janeiro: Alta Books, 2011.

Silva, Adolfo Felipe. O que é Business Model Canvas e como fazer um.
Disponível em: https://guiaempreendedor.com. Acesso em: 23 nov. 2019.

Pereira, Daniel. O que é o Business Model Canvas. Disponível em:


https://analistamodelosdenegocios.com.br. Acesso em: 30 nov. 2019.

Canvas 120
Paulo Lúcio Scheffer Lima 1

Um Menu de Aprendizagem é uma ferramenta de Diferenciação da Aprendizagem


que dá aos alunos várias opções de atividades para se alcançar um objetivo didático.
Existem vários estilos de Menus de Aprendizagem e várias maneiras de criá-los. Mas é
utilizando ferramentas digitais que os Menus ganham vida e se tornam interativos.

Quando Usar?

Para turmas heterogêneas, especialmente de adolescentes, em


que os níveis de pré-requisito variam de aluno para aluno, bem como as
habilidades pessoais, é sempre bom utilizar os Menus de Aprendizagem,
que podem ser combinados com a sala de aula invertida. Podem ser
utilizados após uma explanação geral do conteúdo, distribuindo as subdivisões do mesmo
em tarefas específicas.
Possuem vantagens como:
 colocam o aluno no centro da aula, enquanto o professor se torna supervisor e
conselheiro;
 podem ser utilizados com alunos de todas as idades e adaptados a qualquer
conteúdo;
 ajudam a desenvolver o protagonismo juvenil, já que cada aluno vai tomar
decisões de acordo com suas preferências;
 transferem para o aluno a responsabilidade da execução das tarefas, reduzindo a
cobrança do professor e o desgaste professor-aluno.

1
Professor de Inglês e Empreendedorismo; Mestre em Literaturas de Língua Inglesa.
Quais as Recomendações?

Esta metodologia requer um planejamento cuidadoso,


considerando as tarefas de cada campo e o tempo disponível para
executá-las.
Compete ao professor também controlar o tempo e circular pela
sala para garantir a compreensão das tarefas e do funcionamento da atividade.
Embora seja uma técnica aplicável a muitas situações, é preciso garantir aos
estudantes uma explicação clara sobre as regras para haja uma participação eficaz.

Qual a Sequência Didática?

1 Defina o conteúdo a ser revisado, suas subdivisões e possíveis formas


de expressão dos alunos
2 Defina se utilizará a folha impressa para direcionar os alunos às
tarefas ou se as apresentará digitalmente em plataformas como:
● Google Slides/ Microsoft PowerPoint
● Google Docs/ Microsoft Word
3 Defina o formato que o seu menu terá. O mais comum é de Jogo da Velha, mas
outros também são possíveis.

4 Defina se as atividades serão construídas offline ou se serão utilizadas


ferramentas específicas, como:
 Google Drawing, Canva para desenhar ou criar imagens;
 Google My Maps para fazer mapas com marcações;
 Google Slides, para apresentações colaborativas;
 Powtoon, para criar quadrinhos;
 Vocaroo, para gravar áudio ou Flipgrid, para gravar áudio ou vídeo;
 Smore, para fazer jornais ou informativos; etc.
5 No caso de atividades online, insira links para acessar a ferramenta
correspondente a cada atividade.
6 Entregue o Menu aos alunos, em papel ou em forma de link para que cada um
acesse em seu celular.

7 Mostre aos alunos que existe um campo obrigatório (se for o caso, como no Jogo
da Velha, que é o campo central), e que após seu cumprimento dois outros

Menu de Aprendizagem 122


devem ser completados. Podem ser criados novos critérios e regras, dependendo
do conteúdo, dos tipos de atividade, da duração de cada uma, etc.
8 Circule pela sala, oferecendo ajuda, tirando dúvidas e certificando que cada aluno
esteja ocupado com uma atividade que lhe interesse e que o ajude a aprender
melhor o conteúdo. Neste momento, podem ser feitas negociações, se o
professor julgar adequadas ao desenvolvimento de cada aluno e da turma como
um todo.

9 Circule pela sala, oferecendo ajuda, tirando dúvidas e certificando que cada aluno
esteja ocupado com uma atividade que lhe interesse e lhe ajude a aprender
melhor o conteúdo. Neste momento, podem ser feitas negociações, se o
professor julgar adequadas ao desenvolvimento de cada aluno e da turma como
um todo.
10 Separe um momento para os alunos compartilharem com a turma seus
aprendizados e suas impressões sobre o conteúdo e a tarefa.
11 Avalie como adequar os próximos menus a esses alunos, de acordo com as
impressões relatadas e as observações do professor.

Saiba Mais

 Acesse os links abaixo e visualize dois Menus de Aprendizagem. O


primeiro foi elaborado para a disciplina Empreendedorismo no Ensino
Médio Integral e utiliza o modelo do Jogo da Velha, feito no Google
Docs. O segundo foi feito para ser utilizado com a disciplina Literatura
Inglesa II no Curso de Letras do UGB e utiliza um Menu de Aprendizagem em um Mapa,
feito no Google Slides.
 Menu de Aprendizagem de Empreendedorismo: http://bit.ly/PLSLempMenu
 Menu de Aprendizagem no Ensino Médio Integral: http://bit.ly/PLSLfortniteMenu

Referências

Interactive Learning Menus (Choice Boards) with G Suite. Disponível em:


https://shakeuplearning.com/blog/interactive-learning-menus-choice-boards
using-google-docs/. Acesso em: 18 dez. 2019.

Menu de Aprendizagem 123


Paulo Lúcio Scheffer Lima 1

Trilhas de Aprendizagem são uma ferramenta de aplicação do UDL (Universal Design


for Learning ou Design Universal para a Aprendizagem) que visam a oferecer aos alunos
múltiplas formas de exposição a um conteúdo, múltiplas formas de expressão do
entendimento que tiveram do mesmo e múltiplas formas de envolvimento com ele.

Quando Usar?

Quando o professor deseja um maior envolvimento de cada aluno,


levando em consideração as preferências pessoais desse aluno, seu estilo
de aprendizado, interesses e habilidades. As Trilhas de Aprendizagem
podem ser utilizadas em momentos especiais, como revisões ou
recapitulações de conteúdo, ou como parte da rotina do dia a dia de aprendizado de uma
turma. Podem ser associadas à sala de aula invertida ou a práticas de EAD.
Figura 1. Vantagens

Fonte: Produção do Autor

1
Professor de Inglês e Empreendedorismo; empresário; Mestre em Literaturas de Língua Inglesa.
Quais as Recomendações?

É preciso planejamento e organização na elaboração das trilhas. Quanto


a sua aplicação, elas precisam ser acompanhadas pelo professor para
garantir que o aluno se aproprie do conteúdo.

Qual a Sequência Didática?

1 Prepare apresentações diversificadas do conteúdo a ser ministrado


ou revisado, como slides, vídeos (que podem ser gravações suas ou
clipes já existentes online), jogos, mapas do Google Maps, podcasts,
textos, pôsteres, objetos, etc.; é interessante que cada viés de conteúdo
tenha duas ou três formas diferentes de apresentação, sendo cada forma num
grau diferente de profundidade e que todas tenham algum elemento envolvente e
motivador; uma boa ideia é escolher apresentações conectadas a algumas
inteligências múltiplas.
2 Defina o meio que vai utilizar, para saber como vai lidar com as tarefas que os
alunos terão que fazer dentro de cada trilha; se escolher fazer numa folha de
flip chart, por exemplo, terá de desenhar as diferentes trilhas e escrever cada
tarefa, enquanto o material de apoio poderá estar em livros, mapas, jogos e
cartazes físicos; ao escolher elaborar digitalmente as trilhas, algumas
ferramentas podem ser utilizadas para programar o caminho que cada aluno
seguirá através de perguntas de múltipla escolha, como é o caso com Google
Forms; outras, como PowerPoint ou Google Slides, podem se valer de links
para levar os alunos aonde desejarem; e, finalmente, há aquelas que oferecem
possibilidades quase infinitas de atividades em trilhas desafiadoras bem
personalizadas, como no deck.toys.
3 Defina que atividades de direcionamento suas trilhas possuirão, como
perguntas de domínio de conteúdo ou atividades de escolha do nível mais
confortável ou desafiador.
4 Distribua as apresentações e atividades de forma que constituam trilhas de
graus diferentes de conhecimento.
5 Acrescente atividades de produção (tais como: cantar uma música relacionada,
resolver um desafio matemático, declamar um poema composto em cinco
minutos ou dar uma aula sobre o tema) que cada aluno ou grupo terá que
cumprir para poder progredir ao nível seguinte.
6 Escolha uma atividade muito desafiadora e de longa elaboração como
encerramento das trilhas mais curtas; assim, aqueles que sentirem facilidade
mesmo nas trilhas mais difíceis não ficarão ociosos quando a maioria houver
terminado.

Trilhas de Aprendizagem 125


7 Se as atividades de produção forem construídas online, podem ser utilizadas
ferramentas específicas, como:
• Google Drawing, Canva ou, para desenhar ou criar imagens;
• Google My Maps para fazer mapas com marcações;
• Google Slides, para apresentações colaborativas;
• Powtoon, para criar quadrinhos;
• Vocaroo, para gravar áudio ou Flipgrid, para gravar áudio ou vídeo;
• Smore, para fazer jornais ou informativos; etc.
8 Nesses casos, insira links para acessar a ferramenta correspondente a cada
atividade no ponto certo de cada trilha. Entregue as Trilhas aos alunos, em
papel ou em forma de link para que cada um acesse em seu celular.
9 Explique que cada aluno ou grupo seguirá uma trajetória própria,
personalizada, de acordo com suas escolhas, feitas de acordo com suas
habilidades.
10 Circule pela sala, oferecendo ajuda, tirando dúvidas e certificando que cada
aluno esteja ocupado com uma atividade que lhe interesse e que o ajude a
aprender melhor o conteúdo. Neste momento, podem ser feitas negociações,
se o professor julgar adequadas ao desenvolvimento de cada aluno e da turma
como um todo.
11 Separe um momento para os alunos apresentarem suas atividades de produção
e compartilharem com a turma seus aprendizados e suas impressões sobre o
conteúdo e a tarefa.

De acordo com o desenvolvimento dos alunos, as impressões relatadas e suas


observações, avalie como adequar as próximas trilhas, oferecendo mais desafio,
acessibilidade e envolvimento.

Saiba Mais

Acesse:
 bit.ly/UGBGrammar1 (Trilha Experimental para a primeira aula de
Inglês no primeiro período de Letras, utilizando o Google Forms)
 deck.toys (Site que permite a elaboração de menus de aprendizagem,
trilhas de aprendizagem, rotas de fuga, etc. com muitas atividades e
jogos contemplando conteúdos)

Trilhas de Aprendizagem 126


Referências

AMPLIFICA; FUNDAÇÃO LEMMAN. Menus e trilhas de aprendizagem:


caminhos possíveis. Brasília, 2019. Disponível em: bit.ly/trilhasAmplifica. Acesso
em: 30 dez. 19.

CAST. Until Learning has no Limits: get inspired. Wakefield (MA): texthelp,
2019. Disponível em: http://www.cast.org/. Acesso em: 27 dez. 19.

Trilhas de Aprendizagem 127


Elisa Ferreira Silva Alcantara 1

O Plickers é uma ferramenta digital disponível na versão web e aplicativo para


dispositivos móveis. Ele permite a aplicação de testes rápidos e o escaneamento das
respostas com o objetivo de verificar o grau de compreensão da turma em um determinado
assunto, gerando automaticamente relatório com gráficos sobre o desempenho individual e
da turma.

Quando Usar?

É muito útil associado a outras metodologias como a sala de aula


invertida pois pode ser utilizado como ponto de partida no
reconhecimento de conceitos que não estão dominados pelo grupo.

Quais as Recomendações?

A utilização do plickers requer planejamento e disponibilização da


internet. Para a transmissão dos testes na sala de aula é necessário
ter um projetor para o teste e um computador com o aplicativo web
disponível, para sincronização com o dispositivo móvel, e
acompanhamento dos resultados pelos alunos.

1
Doutora em Políticas Públicas e Formação Humana.
Figura 1. Principais Vantagens

Fonte: Produção da Autora

Qual a Sequência Didática?

1 Crie sua conta e acesse o aplicativo na versão web:


http://www.plickers.com/
2 Crie uma pasta.
3 Crie as questões - É possível elaborar dois tipos de questões: de múltipla escolha
e verdadeiro/falso.
4 Crie turmas.
5 Cadastre os alunos na turma (Caso não faça o cadastro de cada aluno não receberá
relatório individual).
6 Imprima os cartões de resposta inserindo os alunos na turma, agora podemos
salvar e imprimir os cartões. É só ir na tela de cartões, clicar e imprimi-los. (link
para baixar os cartões: http://bit.ly/2TU1YW9 )

Plickers 129
7 Aplique o teste na sala de aula - o professor seleciona a questão no aplicativo web
e projeta a questão.
8 Lendo os cartões - O app tem um mecanismo de scanner ativado pela câmera do
celular, que decodifica as respostas dos cards que são mostrados pelos alunos com
a opção de resposta escolhida voltada para cima. A seguir o professor passa o
celular lendo os cartões pela câmera do aplicativo. A medida que o sistema do
aplicativo identifica a resposta do aluno ele cria automaticamente uma estatística
de erros e acertos.

Saiba Mais

Assista ao tutorial de utilização do Plickers: http://bit.ly/3aEMQC7

Referências

CUNHA, Gabriela. Como utilizar o Plickers: O guia completo para aplicá-


lo com sucesso na sala de aula. Disponível em:
https://aulaincrivel.com/guiaplickers/. Acesso em: 20 dez. 2019.

Plickers 130
Jader Cristian Fernandes 1

A ação de pesquisar surge da necessidade de buscar respostas a determinadas


indagações, Gil (2002, p. 17) escreve: “a pesquisa é requerida quando não se dispõe de
informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação
disponível se encontra em tal desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao
problema”. O resultado deste processo é a construção de um saber através da junção de
análise de dados, informações coletadas e conhecimentos prévios teóricos acumulados a
respeito do assunto abordado.
A construção do conhecimento e tratamento das informações não se dão de forma
desordenada, ao acaso. Faz-se necessário o devido planejamento e também a
sistematização das etapas de verificação e coleta das informações. A partir daí, é possível
definir a pesquisa. Para Gil (2002, p. 17) “é um processo racional e sistemático [...]
desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa
de métodos, técnicas ou procedimentos científicos”. Sendo assim surgem as ferramentas
digitais onde nelas está incluída a aplicação do Google Forms.
O Google Forms é uma aplicação disponível gratuitamente no pacote de App’s para
escritório do Google Drive. É uma ferramenta digital cujo propósito é que o usuário crie suas
próprias pesquisas e/ou coleta de dados.
Nele o usuário pode criar de maneira rápida e intuitiva questões de múltipla escolha,
discursivas, de avaliação numérica, listas, grades, e diversas outras funcionalidades, o que
faz do App uma ótima ferramenta para coletar, armazenar e analisar informações diversas.
Na prática docente e discente existem diversas possibilidades para aplicação desta
ferramenta deixando assim a atividade mais organizada, integrada, moderna e eficaz.

Quando Usar?

Essa ferramenta em forma de App é ideal para solicitar feedback


sobre algo, organizar eventos, realizar convites, pedir avaliações ou
simplesmente coletar informações sobre um determinado público.
Possui vantagens como:
 Personalizar os formulários com as cores desejadas, incluindo também
logotipos e fotos;

1
Mestre em Materiais (UniFOA)).
 Criar diversos tipos de perguntas, como de múltipla escolha, caixas de
checagem (em que mais de uma resposta pode ser escolhida), escalas, listas
suspensas e outros;
 Usar vídeos e imagens para ilustrar e deixar mais didáticas as perguntas e
avaliações;
 Usar a navegação lógica para que determinadas perguntas não sejam feitas
em função de respostas anteriores, por exemplo: se o usuário respondeu que
não tem um curso, a pergunta “qual é o seu curso?” não será feita para ele;
 Aplicar diversos templates do Google Forms que já são prontos para usar;
 O Google Forms funciona perfeitamente em smartphones e tablets, tanto para
responder como também criar seus questionários;
 Os dados são coletados em tempo real nos próprios formulários e é possível
enviar os dados diretamente para o Google Sheets que permite fazer análises
mais ágeis, editar e até criar gráficos;
 Montar os questionários de forma colaborativa, com ajuda de outros usuários
que receberem sua autorização para isso.

Quais as Recomendações?

A plataforma é totalmente on-line, ou seja, depende de uma


internet ativa no dispositivo utilizado para acessar a ferramenta.
É importante a configuração adequada do modelo com prazos
definidos para preenchimento, criação de bloqueios se o formulário
não puder ser respondido mais de uma vez, definição se será enviado
uma confirmação via e-mail tanto para o usuário que desenvolveu o
formulário como para o que respondeu, e outras.
Embora seja muito útil e aplicável em diversas situações é importante tratar os dados
de maneira correta, afim de não sugestionar respostas se esse não for o objetivo.
Para se iniciar o projeto o ideal é que se faça um esboço do que se deseja alcançar
com o formulário bem como as ligações entre as perguntas. É importante ter alternativas
para todas as possibilidades, exemplo: Qual sua idade? a) Menor que 18, b) maior que 30.
Mas e se o usuário tiver 20 anos? Ficar atento a estes questionamentos e testar antes de
aplicar são importantes no processo de elaboração.

Google Forms 132


Qual a Sequência Didática?

1 Acesse o site do Google Forms https://docs.google.com/forms;


2 Escolha um modelo ou clique em “em branco”;

Figura 1. Novo Formulário

Fonte: Print do Google Forms

3 Dê um nome, título e uma descrição (Esses dois últimos poderão ser vistos por
outras pessoas);

Figura 2. Formulário sem título

Fonte: Print do Google Forms

4 Neste momento a primeira pergunta será adicionada automaticamente e, por


padrão, ela é do tipo “múltipla escolha”. Altere esse tipo se quiser clicando sobre
ela e escolhendo a nova opção desejada;

Google Forms 133


Figura 3. Utilização do Google Forms

Fonte: Print do Google Forms

5 Digite a sua pergunta e adicione as opções de respostas se necessário. Você pode


marcar a obrigatoriedade do item para impedir que o formulário seja enviado sem
a resposta para a pergunta atual;

Figura 4. Configuração de Pergunta

Fonte: Print do Google Forms

Google Forms 134


6 Na barra de botões localizada à direita da tela, você pode clicar no botão "+" para
adicionar uma nova pergunta, inserir textos, imagens, vídeos do YouTube ou
seções de páginas;
7 Depois de concluída a inclusão das perguntas e seções, volte ao início da página.
No canto superior direito você pode aplicar um tema ao formulário, visualizá-lo ou
acessar as opções;

Figura 5. Tema do Formulário

Fonte: Print do Google Forms

8 Faça os ajustes necessários e selecione "Enviar";


9 Seu formulário pode ser enviado por e-mail, ter o link compartilhado ou incluído
em páginas da web. Para isso, use as abas na parte superior da tela.

Figura 6. Enviar Formulário

Fonte: Print do Google Forms

Google Forms 135


10 Por último você pode acessar a aba "Respostas". Nesta tela são acessadas as
respostas resumidas ou individualmente para cada pergunta. Caso deseje vê-las
em conjunto, assinale o ícone verde do Google Sheets para gerar uma planilha
de resultados (Você pode baixar em formato Excel e manipular esses dados se
necessário). Já para desativar o formulário, desligue a opção "Aceitando
respostas".

Figura 7. Respostas

Fonte: Print do Google Forms

Saiba Mais

 Existem outras ferramentas de pesquisa on-line semelhantes ao


Google Forms, com funcionamento parecido, as mais conhecidas são o
SurveyMonkey, Typeform, Wufoo e MindMiners.
 Acesse o Google Forms por meio do link abaixo:
https://docs.google.com/forms
 Acesse o QRCode abaixo e assista à elaboração de um Formulário no
Google Forms.
https://youtu.be/nlPYTD8AH2w

Google Forms 136


Referências

GIL, Antônio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São


Paulo: Atlas, 2002. Disponível em: https://www.google.com/intl/pt-
BR/forms/about/. Acesso em: 19 nov. 2019.

PLUGA. Disponível em: https://pluga.co/blog/marketing/google-forms-


como-funciona/. Acesso em: 19 nov. 2019.

Google Forms 137


Rosenclever Lopes Gazoni 1

O Socrative é uma ferramenta gratuita e on-line que permite a construção de


questionários para a verificação da aprendizagem de conceitos.
Possibilita ao professor identificar quais os conceitos precisam ser reforçados para toda
a turma ou quais os grupos de alunos necessitam maior atenção.
Na figura 1, pode-se verificar um exemplo de um questionário aplicado a uma turma.
Nele é possível verificar quanto do questionário cada aluno respondeu, assim como as
questões que os alunos apresentaram maiores dificuldades, tanto individualmente como
também globalmente.

Figura 1 – Exemplo de relatório de questionário em andamento

Fonte: Print do Sacrative

1
Mestre em Engenharia Eletrônica e Computação (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).
Quando Usar?

O professor pode lançar mão desta ferramenta em qualquer


momento durante o curso, seja para uma verificação diagnóstica ou para
validação dos conceitos assimilados.
Ela pode ser utilizada para o desenvolvimento de questionários
que requerem um tempo maior de respostas, como por exemplo exercícios extraclasse, com
um maior número de questões e questões complexas. Uma outra aplicação para esta
ferramenta pode ser na realização de simulados on-line.
Permite ainda que seja configurado para que os alunos recebam os feedbacks das
questões quando terminarem o questionário. Assim pode ser aplicado como uma revisão
conceitual.

Quais as Recomendações?

Para utilização desta ferramenta, recomenda-se que seja


verificado se todos os alunos possuem acesso à internet para realizar
a atividade.
Para evitar que os alunos se cadastrem mais de uma vez no
questionário o professor pode cadastrar previamente os alunos na
turma.

Sequência Didática

Após se cadastrar no site da ferramenta, o professor deverá seguir os


seguintes passos:

1 Iniciar a criação de um novo questionário, fornecendo um nome para


ele.
2 Criar as questões do questionário, definindo seu tipo (múltipla escolha, verdadeiro
ou falso ou resposta curta).
3 De acordo com o tipo de questão, especificar as devidas opções e assinalar a
alternativa correta. Caso deseje, pode fornecer também um feedback para a questão.

Socrative 139
4 Ao término da criação do questionário o professor pode disponibilizá-lo. Recomenda-
se configurá-lo para que os alunos forneçam os nomes. Há ainda a possibilidade de
configurar as questões para que as opções de resposta sejam aleatórias. Estas
configurações podem ser observadas na figura 2.

Figura 2. Configuração de disponibilização de questionário

Fonte: Print do Sacrative

5 Quando o tempo para a realização do questionário expirar o professor poderá


encerrar sua disponibilidade.
6 Recomenda-se em um encontro com a turma discutir as questões reforçando aquelas
que apresentaram um menor índice de acertos.

Socrative 140
Saiba Mais

 O QR-Code a seguir aponta para um vídeo muito interessante sobre


GAMIFICAÇÃO. Seu endereço também está disponível nas referências
deste capítulo.

Referências

UNIVERSIDADE ANDARILHO. Gamificação para coisas extraordinárias – livro


Gamificar. Disponível em https://youtu.be/UI4ZhYwI9F0. Acesso em dezembro
de 2019.

SOCRATIVE. Disponível em https://socrative.com. Acesso em dezembro de 2019.

Socrative 141
Rosenclever Lopes Gazoni 1

O pixton é uma ferramenta on-line que permite criar storytellings no formato de


histórias em quadrinhos auxiliando no entendimento de conceitos previamente
apresentados. Ele também possui um aplicativo que pode ser instalado nos dispositivos
móveis e permite a criação destas histórias nestes dispositivos.

Figura 1. História em quadrinhos

Fonte: Produção do Autor

Quando Usar?

A criatividade é o limite, mas o professor pode fazer uso desta


ferramenta para aplicar a técnica de storytellings para trabalhar algum
conteúdo que permita exemplos práticos de sua utilização, de tal modo

1
Mestre em Engenharia Eletrônica e Computação (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).
que extrapole os conceitos teóricos e auxilie no entendimento por meio da aplicação prática
de uso do mesmo.
Por exemplo, quando se estudam as metodologias de ensino, o professor pode
solicitar que os alunos construam em equipes histórias que ilustrem a aplicação das
diferentes metodologias utilizando esta ferramenta. Cada equipe irá abordar uma
metodologia e ao final os trabalhos poderão ser compartilhados e todos terão um exemplo
prático ilustrado dos conceitos abordados no conteúdo.

Quais as Recomendações?

Antes de utilizar este recurso recomenda-se que o docente


apresente à turma a ferramenta em si e os conceitos de storytelling.
Caso se deseje que a atividade seja desenvolvida em sala de aula deve
se certificar da disponibilidade de equipamento (celulares, tablets ou
computadores), no mínimo um por equipe, além de conexão com a
internet (para o uso do site para construir as histórias).

Qual a Sequência Didática?

Para a utilização desta ferramenta, recomenda-se que sejam


seguidos os passos descritos a seguir:
1 Apresentar os conceitos que serão ilustrados utilizando a ferramenta;
2 Apresentar as definições de storytelling;
3 Apresentar um exemplo construído utilizando esta ferramenta;
4 Os alunos deverão possuir um e-mail do Google ou da Microsoft ou uma conta no
Facebook, pois somente é possível fazer o registro no site com uma destas contas;
5 Solicitar aos alunos que baixem o aplicativo ou acessem o site, registrem-se e
criem um personagem (avatar);
6 Solicite que os alunos produzam a história. Você pode definir o número de quadros
que ela deverá possuir, assim como algumas características que as mesmas devam
possuir de modo que eles não saiam a temática proposta;

7 A ferramenta é muito intuitiva e permite que os alunos criem novos personagens,


incluam diferentes cenários, acrescentem diálogos e modifiquem a pose dos
personagens, além de permitir criar diferentes efeitos nos quadrinhos;

Pixton 143
8 Quando os trabalhos estiverem prontos eles podem ser entregues em formato
digital ou mesmo impressos.

Saiba Mais

Acesse a plataforma e exercite a criação de histórias por meio deste


aplicativo. O endereço está disponível nas referências.

Referências

PIXTON. Disponível em: https://www.pixton.com. Acesso em: 20 nov.


2019

Pixton 144
Rosenclever Lopes Gazoni 1

Consiste de uma ferramenta on-line que propicia aplicar os conceitos de gamificação,


permitindo que os alunos possam, de maneira divertida e dinâmica, realizarem uma corrida
de perguntas e respostas a cerca de um conteúdo que já tenha sido estudado.
Os alunos podem participar da atividade por meio de computadores e dispositivos
móveis com conexão à internet.
Vale ressaltar que ao se cadastrar na plataforma, o professor passa a ter acesso a
uma base de questionários já existentes que podem ser aproveitados parcial ou
integralmente.

Quando Usar?

Esta ferramenta permite a aplicação da metodologia de


gamificação dentro do processo ensino-aprendizagem.
Pode ser utilizada para verificar a aprendizagem sobre um
determinado tema e também para motivar a turma a se manter
atualizada. Fica ainda mais interessante se houver uma premiação para o vencedor, assim,
em um próximo momento, os alunos irão ficar mais motivados a ganharem a competição e
consequentemente irão se preparar mais para as próximas aulas.

Quais as Recomendações?

O questionário não pode ser nem muito longo, nem muito


complexo, pois esse formato torna a atividade cansativa e pode
desmotivar os alunos.
O ideal é que possua entre 10 (dez) e 15 (quinze) questões, com
diferentes níveis de dificuldade, mas com uma maior predominância de questões de baixa
e média complexidade.
Para sua utilização será necessário que os alunos possuam algum dispositivo
eletrônico (computador, celular ou tablet) com conexão à internet. Caso o professor possua
um projetor para que possa ser exibido o ranking em tempo real, tornará a competição mais
divertida, mas a existência de um projetor não é essencial para o uso desta ferramenta.

1
Mestre em Engenharia Eletrônica e Computação (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).
Se for fazer uso do banco de questionários disponíveis, recomenda-se verificar se
todas as questões do mesmo fazem parte do conteúdo ministrado, se as alternativas estão
corretamente configuradas e o tempo de resposta está adequado ao perfil da turma.
Durante o planejamento do questionário, recomenda-se verificar como é o
comportamento do mesmo no celular, pois algumas questões podem se tornar difíceis de
visualizar no dispositivo, principalmente se fizerem uso de imagens.
Por fim, deve ser aplicada com parcimônia, pois seu uso excessivo pode tornar algo
que é um diferencial em sala de aula em algo monótono e repetitivo.

Qual a Sequência Didática?

Para a utilização desta ferramenta, recomenda-se que sejam


seguidos os passos descritos a seguir:

1 PREPARAÇÃO
 Depois de se cadastrar no site o professor deve criar o questionário.
 A cada questão criada, deve-se indicar a alternativa correta e verificar se o tempo
para resposta está adequado, fazendo ajustes no mesmo se for o caso.
 Quando finalizar a criação do questionário faça um teste em seu celular,
verificando se todas as questões são de fácil visualização e se o tempo de
resposta está adequado. Faça ajustes onde for necessário

2 EXECUÇÃO
 Verifique se todos os alunos possuem acesso à internet (pode-se formar duplas,
caso seja necessário para ter a participação de todos)
 Acesse o questionário a ser utilizado e escolha a opção LIVE GAME

Figura 2 - Disponibilizando o Questionário para os Alunos

Fonte: Print do Quizziz

Quizziz 146
 Forneça o endereço para que todos os alunos se cadastrem.

Figura 2 – Endereço e código para acesso ao questionário

Fonte: Print do Quizziz

 Verifique se todos os alunos estão cadastrados e possuem um avatar (tenha


atenção para os nomes dados aos personagens, motive os alunos a utilizarem seu
próprio nome e não apelidos, assim ficará mais fácil verificar os participantes caso
deseje em momento futuro).
 Quando todos estiverem acessado o questionário inicie a competição.
 Ao final, o vencedor deve ser premiado (mesmo com uma salva de palmas) e as
questões devem ser discutidas e revisadas com a turma, a fim de sanar as dúvidas
existentes.

Saiba Mais

 O link http://bit.ly/30PAAdz que aponta para um vídeo muito


interessante sobre GAMIFICAÇÃO.

Referências

UNIVERSIDADE ANDARILHO. Gamificação para coisas extraordinárias – livro


Gamificar. Disponível em https://youtu.be/UI4ZhYwI9F0. Acesso em: 17 dez.
2019.

QUIZIZZ. Disponível em: https://quizizz.com. Acesso em: 14 dez. 2019.

Quizziz 147
Daniela Natividade 1

O screencast é um recurso a ser utilizado no contexto educacional, capaz de


desenvolver competências linguísticas e comunicativas nos alunos. Trata-se da construção
de tutorias de ensino e auto-explicação, com formatos para além do áudio, ele capta a
informação que está a ser processada na tela do computador, em episódio de curta duração,
com conteúdo abordado.
Ou seja, um screencast é uma gravação digital de saída de tela de computador,
também conhecida como captura de tela de vídeo, geralmente contendo narração em áudio.
Um screencast é essencialmente um filme das alterações ao longo do tempo que
um usuário vê na tela do computador, aprimorado com narração de áudio.
Através dele, é possível “fazer tutoriais que se podem rentabilizar em diferentes
contextos” (Carvalho, 2009, p. 7), tornando-o bastante apropriado para o ensino sobre o
uso de softwares.
O screencast pode conter o áudio integrado ou ser mudo, isso significa que o autor
do screencast pode colocar sua voz como recurso auxiliar para explicar algum assunto
conceito ou procedimento.

Quando Usar?

O screencast pode ser muito útil para professores, podendo ser


utilizado para o desenvolvimento de um e-book voltado para a disciplina
de Língua Portuguesa e nas demais disciplinas como auxílio na leitura e
interpretação de textos de diferentes gêneros, o gênero meme, por
exemplo, onde se pode explorar tanto a imagem quanto a escrita e a leitura compartilhada,
também a resolução detalhada de um exercício ou uma passagem resumida de um
determinado tópico de Física pode ter uma efetividade maior no aprendizado quando
acompanhada do áudio. Sendo assim, o screencast torna-se uma ferramenta digital com
inúmeras vantagens no dia a dia do professor e do aluno, facilitando o planejamento das
atividades pedagógicas.
É possível ainda criar um screencast para ensinar as pessoas a utilizarem algum site,
serviço, software, aplicativo, fazer uma palestra ou curso, ou até mesmo demonstrar um
produto.

1
Mestre em Ensino das Ciências da Saúde e do Meio Ambiente.
Dessa forma, percebe-se o screencast como uma ferramenta funcional, tanto para
a produção, como distribuição de conteúdo para colaborar no aprimoramento da formação
das pessoas.
Integrando-se no contexto das Metodologias Ativas o screencast torna-se uma
estratégia de relevância para o processo de aprendizagem atualmente.

Quais as Recomendações?

Como todo recurso didático, o screencast apresenta alguns


cuidados a serem considerados na sua utilização:
 É fundamental um bom planejamento com conhecimento dos
recursos (software) a serem utilizados.
 É preciso ter a garantia da acessibilidade do aluno – utilização de
computadores, smartfones, ou mesmo disponibilidade de rede de internet.
 Cuidado em relação ao foco exclusivo na exposição de conteúdo, buscar
estratégias de feedback do aluno em relação à aprendizagem
 Fazer vídeos para cobrir muitos conteúdos pode ocupar muito tempo extra;

Qual a Sequência Didática?

1 Escolha do software - Uma busca no Google é suficiente para achar


muito material, entre softwares gratuitos e pagos. Os softwares
disponíveis são muitos. Exemplos:

Figura 1. CamStudio

Fonte: Print da tela

Screencast 146
Figura 2. Screencast

Fonte: Print da tela

Figura 3. Movavi

Fonte: Print da tela

2 Definir o tema do vídeo e elaboração de roteiro/plano e de apresentação – é preciso


que áudio esteja em consonância com a imagem projetada na tela do computador.
Para fazer um screencast, você precisa ter planejamento, organização e já deve ter
uma ideia de como seu vídeo final irá ficar. Caso contrário, você corre o risco de se
perder durante a gravação e acabar demorando demais a capturar poucas cenas.
Além do mais, sem isso você ainda corre o risco de ter, como resultado final, um
vídeo confuso, mal executado e que não atinge seus objetivos.

Screencast 146
3 Gravação/edição do vídeo – o próprio software direciona para a gravação do vídeo,
não havendo complexidade. Você pode utilizar o Movie Maker (Windows) para editar
o vídeo (adequação do tempo)
Um screencast com narração é muito mais interativo do que um com instruções
com texto no vídeo, além de ser menos trabalhoso. O ideal é que você grave seu
áudio simultaneamente à tela, para que o tempo das cenas e da narração encaixem.
Portanto, se você vai narrar a gravação, ensaie antes e se prepare para evitar erros
e retrabalho.
4 Pesquisa sobre formas e disponibilização do vídeo – busca de plataformas para a
publicação, na Web, do material produzido.
 YouTube
 Vimeo (plano básico)

Saiba Mais

 Uma estratégia muito utilizada atualmente é a produção de vídeos


pelos alunos por meio de seus aparelhos móveis.

 Modelo de screencast: Metodologia do Ensino da Matemática – Aula 1


http://www2.ugb.edu.br/arquivossite/MetodologiasAtivas/Screencast/metodologia-do-ensino-da-
matematica-i-aula-1.mp4

Referências

PISSUTTO, Ariane; NUNES, Monalisa Rodrigues; OLIVEIRA Thiago de. Projeto:


vídeo aulas com ferramentas de screencast. Disponível em:
https://social.stoa.usp.br/articles/0036/5356/Relat%C3%B3rio_Projeto.pdf.
Acesso em: 15 dez. 2019.

CARVALHO, A., Aguiar, C., CARVALHO, C., Oliveira, L., Cabecinhas, R., Marques, A., Santos, H. &
Maciel, R. (2008). Taxonomia de Podcasts. Disponível em:
http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/10032. Acesso em: 15 dez. 2019.

CAMSTUDIO. Disponível em: https://camstudio.org/. Acesso em: 15 dez. 2019.

MOVAVI. Disponível em: https://www.movavi.com/pt/screen-recorder/. Acesso em: 15 dez. 2019.

SCREENCAST. Disponível em: https://screencast-o-matic.com/. Acesso em: 15 dez. 2019.

Screencast 147
William Teixeira Alves 1

Mentimeter é uma ferramenta da web para interagir e fazer participar uma audiência.
Sua aplicação permite lançar diferentes formatos de participação a um determinado público,
uma sala de aula ou reunião. Os participantes respondem mediante seus celulares, tablets
ou notebook e finalmente os resultados se podem observar na tela projetada em tempo
real.
São muitas as possibilidade de interagir com a audiência usando o Mentimeter, seja
por meio de enquetes, receber perguntas ou ainda responder a elas, realizar jogos, nuvens
de palavras, etc.
Sua aplicação tem a versão gratuita e outra paga.
Com o Mentimeter, é possível criar apresentações divertidas e interativas e inovar,
podendo ser utilizado em qualquer ocasião, como:
 Oficinas – Fazer que uma oficina seja divertida, colaborativa e interativa com
Mentimeter;
 Formação – conduzir sessões de formação cooperativa de uma maneira nova e
mais eficiente. Pode-se acrescentar gamificação às sessões para melhorar a
experiência de aprendizagem;
 Sala de aula – fazer com que as aulas sejam mais criativas e interativas ao fazer
com que os estudantes participem mais ativamente em cursos e conferencias, por
meio do uso de Mentimeter como ferramenta de avaliação formativa;
 Reuniões – torna uma reunião mais efetiva e produtiva mediante a visualização
das opiniões de todos os participantes com Mentimeter;
 Eventos – Faz que os eventos sejam mais emocionantes com Mentimeter ao
permitir que a audiência participe das apresentações interativas;
 Conferência – Usar Mentimeter em conferências possibilita aumentar a interação
e dar a todos a oportunidade de expressar a sua opinião.

Quando Usar?

Mentimeter deve ser utilizado sempre que os seus usuários


desejarem motivar sua audiência, pois esse recurso possibilita uma maior
interação e engajamento.

1
Professor; Mestre em Educação pela UFRRJ.
Pode ser utilizado como estratégias de discussão, levantamento de opinião, revisão
ou reforço.
Possui vantagens como:
 A gratuidade do uso da página e o cadastro como usuário de Google (uma
facilidade, pois não há necessidade da criação de uma nova conta);
 Não há necessidade de os alunos se cadastrarem para utilizar essa ferramenta
no momento da execução, uma vez que só é preciso que insiram um código de
seis dígitos gerado pelo mentimeter;
 Não é necessário instalar nada, pois se trata de um recurso on-line disponível em
qualquer dispositivo e navegador;
 Há muitas opções para criar enquetes e questionários: criação de nuvens de
palavras, gráficos de barras, testes, escalas, etc. E tudo vai atualizando no
momento com as respostas da audiência;
 Fazer com que os participantes trabalhem a expressão e compreensão escrita de
uma forma diferente e dinâmica;

Quais as Recomendações?

As opções com a versão gratuita para perguntas de respostas


múltiplas são escassas, assim que sugere-se buscar uma opção mais
simples e grátis como o Kahoot.

Qual a Sequência Didática?

1 O primeiro passo é cadastrar-se no site www.mentimeter.com e


iniciar a sessão após a conta criada.
2 Para criar uma (nova) apresentação, clique no botão azul na parte
superior do lado esquerdo onde se lê “New presentation”.

Figura 1. Nova Apresentação

Fonte: Mentimeter

Mentimeter 149
3 Nomeie a apresentação e logo clique em “Create presentation”.

Figura 2. Criar Apresentação

Fonte: Mentimeter

4 Escola o slide type que desejar. Mentimeter tem diversos tipos de opções rápidas
interativas para a apresentação:
 Opção múltipla;
 Eleição de imagem;
 Nuvem de palavras;
 Escalas;
 Texto aberto;
 100 pontos;
 Ranking;
 Matriz de 2 por 2;
 Quem ganhará?;
 Q & A, etc.

Mentimeter 150
Figura 3. Slide

Fonte: Mentimeter

5 Escolha a opção que melhor atenda, crie a pergunta e ponha as diferentes opções de
respostas e pronto. Pressione o botão azul na parte superior do lado direito onde se lê
“Present”.

Figura 4. Pergunta

Fonte: Mentimeter

6 Os participantes têm que acessar à “web”: www.menti.com e inserir o código da


apresentação para poder participar. O código é gerado automaticamente no momento da
aplicação. Uma vez inserido o código, o participante deve clicar em “Submit” para responder
às perguntas ou enquetes. Após respondidas às perguntas ou enquetes, deve clicar
novamente em “Submit” e em tempo real as respostas aparecerão na projeção.

Mentimeter 151
Figura 5. Código

Fonte: Mentimeter

Figura 6. Questionário

Fonte: Mentimeter

Mentimeter 152
Figura 7. Respostas

Fonte: Mentimeter

Saiba Mais

Acesse o aplicativo Mentimeter e explore todas as suas possibilidades.


O endereço está disponível nas referências abaixo.

Referências

PARCIANELLO, Yussef. Mentimeter. Santa Catarina: IFSC. Disponível em:


https://moodle.ifsc.edu.br/pluginfile.php/159675/mod_resource/content/
1/01.%20apresenta%C3%A7%C3%A3o%20-%20mentimeter.pdf. Acesso em
30 nov. 2019.

MENTIMETER. Disponível em: https://www.mentimeter.com/. Acesso em: 22 out. 2019.

Mentimeter 153
William Teixeira Alves 1

O Kahoot é um recurso gratuito da Web para gamificar a aula e fazer que os


estudantes aprendam divertindo-se. Existem diversas maneiras para sua aplicação, seja por
meio de questionários, seja por intermédio de quizzes.
Com essa plataforma, é possível criar um jogo divertido em questão de minutos, aos
que denominamos “Kahoots”. Esse consiste em fazer uma série de perguntas de múltiplas
opções. O número de perguntas e formato dependem se deseja personalizar ou acrescentar
vídeos, imagens e diagramas às perguntas para ampliar o envolvimento do alunado.
Conforme mencionado, em pouco tempo é possível criar um jogo de aprendizagem
sobre qualquer tema para todas as idades e com diferentes níveis de dificuldades. Para os
jogadores, não será necessário ter uma conta, nem se cadastrar para participar do jogo.
Existem duas possibilidades de jogar: em grupo ou individual. As partidas de
perguntas, uma vez criadas, são acessíveis por todos os usuários desse recurso. Ao criar o
jogo, ele fica disponível para que outros o possam usar. Além de serem reutilizáveis, podem
ser modificados para atender as particularidades de cada aluno ou grupo e garantir o
aprendizado. Pode-se ainda modificar o tempo estabelecido para que os alunos respondam
às questões, editar perguntas ou respostas e ainda agregar fotos e vídeos. Finalmente,
ganhará aquele participante ou grupo que obtiver a maior pontuação.

Quando Usar?

Kahoot é uma ferramenta genial para gamificar a aula, pois


invoca a participação ativa dos alunos, trazendo-lhes motivação e
engajamento. Tal recurso pode ser utilizado para todas as idades e
para todas as matérias e conteúdos.
Além de dinamizar a aula, Kahoot pode ser usado quando se
desejar revisar e consolidar conteúdos, ou ainda para avaliar o
desenvolvimento e aprendizagem dos alunos individualmente ou de toda a classe.
Ademais, esse recurso promove:
 Envolvimento os alunos na aprendizagem a partir do jogo (motivação) e fixar na
memória conteúdos por meio de uma experiência lúdica;
 Obtenção do “feedback” dos alunos em tempo real;
 Realização de uma avaliação dos conhecimentos dos alunos;

1
Professor; Mestre em Educação pela UFRRJ.
 Fomento da participação de todos os estudantes;
 Identificação dos conteúdos que precisam de reforço.

Quais as Recomendações?

Para obter os melhores resultados com o Kahoot, para segue uma


série de recomendações:
 Reforce alguns conceitos previamente vistos em aula. Repasse os
conteúdos, para idealizar as melhores perguntas sobre o tema;
 O planejamento é o movimento central para o bom uso e eficiência dessa
ferramenta, para tanto, prepare o jogo com antecedência e evite improvisos;
 Kahoot é tão versátil que é possível fazê-lo sobre uma lição ou tema específico,
ou inda sobre uma matéria completa. Inclusive, também pode ser interdisciplinar,
utilizando perguntas sobre todas as disciplinas;
 O número ideal de perguntas depende muito do tema e de sua magnitude, além
do grupo de alunos. Recomenda-se o uso moderado de questões, para que a
atividade não se torne cansativa.
 Utilize os variados recursos de Kahoot, sobretudo as imagens. Podem ser apenas
acessórios, ou também podem ser a base para realizar as perguntas. Por
exemplo: A que função matemática corresponde este gráfico?;
 Kahoot se baseia, sobretudo, em comunidades. Assim que é possível ter acesso
a inúmeras atividades já preparadas e publicadas. Dessa forma, é ideal o
compartilhamento também de suas criações por meio de publicação no próprio
recurso. Isso requer que estejam bem descritas e definidas, acrescentando
informações sobre o curso, matérias, lições, etc.

Qual a Sequência Didática?

Além de empregar coleções de perguntas e respostas já criadas


por outros usuários, essa ferramenta de gamificação permite também
criar questionários personalizados nos que o próprio professor pode
incluir as perguntas mais adequadas para seu grupo de alunos. Para fazê-
lo, há de seguir alguns simples passos detalhados, a saber:
1 Cadastre-se em Kahoot. Há duas páginas para uso dessa ferramenta:
https://kahoot.it/ e https://kahoot.com/. A primeira serve para participar de uma
partida do jogo, enquanto a segunda é o verdadeiro centro de comandos, onde
o professor pode colocar em uso o Kahoot, utilizar o de outros ou ainda criar os
seus próprios;

Kahoot 155
Figura 1. Tela Principal

Fonte: Kahoot

2 O primeiro passo é, logicamente, cadastrar-se no Kahoot. Para isso, pode ir à


página principal e clicar em “Sign up for free”. Siga os passos e indicações,
confirme a conta por meio do correio eletrônico que será enviado à caixa do e-
mail cadastrado e pronto;
3 Uma vez que a conta já esteja ativa, o usuário pode autenticar-se na plataforma
para acessar a uma web para buscar conteúdos já criados por outros e iniciá-lo.
Mas também é possível criar um Kahoot novo personalizado de acordo com o seu
perfil e com os seus conteúdos e objetivos específicos;
4 Criando um QUIZ: Quiz é um termo anglo-saxão para o Kahoot, que não deixa
de ser o mais tradicional jogo de perguntas e respostas. Não obstante,
desafiamos a cada usuário a utilizar as outras possibilidades que se apresentam
nesta ferramenta (discussão e enquetes) que também podem ser muito
interessantes para usar em aula;
 Ao clicar em “CREATE” (na parte superior direita), o usuário será
direcionado diretamente a uma página com diversos recursos que podem e
devem ser explorados. Sugerimos inicialmente a criação de um quis, para
tanto, deve-se clicar em “NEW KAHOOT”. Nesta seguinte janela, haverá a
solicitação de criação das perguntas, com uma interface bem intuitiva e
simples de usar.

Kahoot 156
Figura 2. Cadastro

Fonte: Kahoot

Figura 3. Novo Kahoot

Fonte: Kahoot
Fonte: Kahoot

 Pergunta: a pergunta que deseja lançar aos alunos;


 Limite de tempo (isso dependerá do grau de dificuldade da questão)
 Possíveis respostas (mínimo de duas e máximo de quatro). É importante clicar
no “tick” para marcar quais são as corretas;
 Recursos para dar crédito, no caso de desejar ampliar a informação da
pergunta;
 Acrescentar uma imagem ou vídeo. Isso é muito interessante para
contextualizar a pergunta, e também pode utilizar as imagens ou vídeos para
planejar as perguntas acerca deles.

Kahoot 157
 Caso queira adicionar mais de uma pergunta, clique sobre “Add question” (na
parte superior esquerda). Uma vez criadas as questões, elas ficarão
armazenadas em “ MY KAHOOTS”, localizada na página principal e poderá
jogá-las quando quiser.

Figura 4. Adicionando Pergunta

Fonte: Kahoot

5 Quando estirem preenchidos esses dados solicitados para criação das questões,
clique em “DONE”, no canto superior direito. Feito isso, abrir-se-á um quadro
solicitando um título para o quis e uma pequena descrição (opcional). Após criar o
título e a descrição, clique em “ CONTINUE”. O site direcionará para tela inicial, onde
se poderão observar suas questões criadas. Agora, basta clicar sobre eles e começar
a jogar.

Figura 5. Título

Fonte: Kahoot

Kahoot 158
Figura 6. Play

Fonte: Kahoot

6 Importante: Antes de iniciar o jogo com a turma, não se esqueça de solicitar que os
alunos acessem www.kahoot.it e insiram o “PIN” (código) e que aparecerá assim
que o professor clicar na pergunta para que seja projetada.

Figura 7. PIN

Fonte: Kahoot

Kahoot 159
Saiba Mais

Acesse a plataforma Kahoot e explore todas as suas possibilidades. O


endereço está disponível nas referências abaixo.

Referências

CASSETTARI, Fernando Taranto. Estudo de caso: uso de um quiz game para


revisão de conhecimentos em gerenciamento de projetos. Florianópolis: UFSC.
2015.

KAHOOT. Disponível em: https://kahoot.com/. Acesso em: 06 dez. 2019.

Kahoot 160
Luiza Angélica Paschoeto Guimarães1

O Slido é um site no qual você pode interagir com os estudantes em uma aula e/ou
com os interlocutores em uma palestra ou conferência. Ele aprimora a comunicação e
aumenta a interação em eventos, reuniões e aulas.
Ele permite que seus participantes façam perguntas, vote em decisões de equipe e
garante que o feedback seja dado com mais rapidez. Também pode ser utilizado como uma
ferramenta de quebra-gelo, pois favorece a interação imediata com os participantes da aula
e/ou palestra. Com o Slido, as conversas ficam mais significativas.
Além disso, o Slido pode ser utilizado em qualquer dispositivo com internet.
Este recurso possibilita que sua apresentação fique mais dinâmica, pois o “jogo” de
perguntas e respostas durante a sessão faz com que o aprendizado seja mais divertido.
Também é útil em atividades de grupo, em pesquisas de satisfação, em testes que
requerem respostas imediatas e em revisões da matéria lecionada/retrospectivas de
palestras.

Quando Usar?

Como vimos, o Slido pode ser utilizado em aulas, palestras,


conferências, atividades de grupo e em pesquisas que requerem
feedbacks imediatos.
É um recurso simples tanto para planejadores de reuniões que
podem criar um evento em menos de um minuto, quanto para os participantes que podem
participar de qualquer dispositivo com um código simples.
Uma boa vantagem do Slido é que as apresentações podem ser integradas a Slack,
ao Google Slides e a vídeos.
Quando adicionado a “Apresentações Google”, enquetes ao vivo ou perguntas e
respostas diretamente também é uma grande vantagem, pois esta ferramenta é um
complemento gratuito do Google.
A utilização do Slido contribui para:
 Organizar melhores sessões de perguntas e respostas.
 Coletar informações sobre as melhores perguntas do seu público e faça com que
todos participem da conversa.
 Envolver o público-alvo com pesquisas ao vivo.

1
Doutora em Educação pela PUC-Rio.
 Tornar as reuniões e eventos mais interativos, pesquisando o público
em tempo real.
 Obter informações valiosas com a análise de eventos.

Quais as Recomendações?

Recomenda-se utilizar o Slido sempre que se desejar maior


interação com os estudantes e/ou interlocutores, uma vez que o
feedback é imediato.
Os usuários que não dominam a Língua Inglesa poderão ter
alguma dificuldade em utilizar o Slido. Entretanto, o Google possui uma ferramenta que
traduz as páginas da internet, o que pode contribuir para a sua utilização.

Qual a Sequência Didática?

Para começar a utilizar o Slido é necessário cadastrar-se no link


https://www.sli.do. Em seguida, o próprio site dará o passo a passo
guiando o usuário para a criação da apresentação.
No site, há também vídeos com tutoriais ensinando o usuário a
utilizar o recurso.
É possível também, baixar o aplicativo do Slido em um celular.

Saiba Mais

Se você desejar saber mais acerca do Slido, entre no próprio site do


recurso https://www.sli.do. Lá você encontra todas as respostas para as
suas dúvidas. Além de aprender a utilizar esta ferramenta interativa.

Referência

Slido Joining an event? Disponível em: https://www.sli.do/about. Acesso em:


15 dez. 2019.

Slido 162
Missaela de Araujo Gomes 1
Rafael Teixeira dos Santos 2

A partir da metodologia da aprendizagem baseada em equipes surgiu a plataforma


TBL Active que permite a elaboração de questionários on-line e concede aos professores
feedbacks imediatos sobre as respostas dos discentes. Possibilita também exportar
relatórios sobre os questionários aplicados, para que os docentes possam analisar quais
perguntas apresentaram maiores e menores índices de acertos, o que evidencia as
dificuldades e facilidades dos alunos, permitindo a adoção de estratégias de ensino com o
objetivo de garantir a aprendizagem.
Os estudantes, ao acessarem a sala virtual e após o professor iniciar a atividade,
deverão responder o questionário de forma individual. Para cada questão, o estudante
deverá marcar a alternativa que julgar correta, pleiteando quatro pontos, caso as questões
tenham quatro alternativas ou cinco pontos, no caso de as questões terem cinco
alternativas. Caso tenham dúvidas, poderão distribuir a pontuação entre as alternativas,
respeitando a quantidade máxima de pontos da questão (4/5). Assim, o número de acertos
será correspondente à pontuação informada. Por exemplo, caso o questionário tenha quatro
alternativas, e o estudante tiver certeza que a alternativa A é a correta, deverá, então,
informar quatro pontos nesta questão. Acertando, acumulará quatro pontos. Porém, se o
mesmo estudante tiver em dúvida entre as alternativas A ou B, poderá distribuir quatro
pontos entre elas, por exemplo, três pontos para alternativa A e um ponto para a alternativa
B, ou outra combinação, desde que a somatória seja quatro. Caso a alternativa A seja a
correta, então este estudante acumulará três pontos. E assim sucessivamente, podendo
distribuir os pontos como desejar, desde que o somatório seja equivalente a quatro. Neste
momento, os estudantes ainda não possuem um feedback das respostas corretas.
Quando todos os estudantes chegarem ao fim, o professor finaliza a etapa individual,
e inicia a fase em equipes. Nesta etapa, os estudantes reúnem-se em equipes, formadas
previamente, e retornam ao sistema para responder ao mesmo questionário, sendo que,
somente um membro de cada equipe deve acessar o sistema.
Quando o professor libera as questões para serem respondidas nas equipes. Os
estudantes, neste momento, discutem entre os membros, a fim de chegarem a uma mesma
opinião sobre a resposta correta. Enquanto não responderem a alternativa correta, o
sistema não prossegue para a próxima questão. Após a resposta ocorre o feedback
instantâneo. Portanto, se acertarem na primeira tentativa acumulam quatro pontos, na

1
Acadêmica do curso de Licenciatura em Pedagogia do UGB/FERP.
2
Mestre em Educação; Professor e Pesquisador do UGB/FERP.
segunda tentativa acumulam dois pontos, na terceira tentativa acumulam um ponto e na
última tentativa zero pontos, caso cada questão do questionário seja composta por quatro
alternativas. O docente possui o mesmo acompanhamento das respostas das equipes como
apresentado no modo individual.

Quando Usar?

Esta ferramenta deve ser utilizada quando houver anseio docente


por maiores participações de seus estudantes em suas aulas e
necessidade de identificar quais conteúdos tem tido significado para seus
alunos, contribuindo assim para uma aprendizagem significativa.
Ao experimentar este recurso, será possível aos alunos:
 Desenvolver a comunicação clara de ideias e a capacidade de argumentação;
 Estimular a discussão de ideias respeitosamente e a capacidade de escutar ideias
opostas;
 Aprender a trabalhar em equipes;
 Ampliar a segurança em participar das aulas, uma vez que existem muitos
estudantes inseguros e tímidos.
Ao professor será possível:
 Identificar as áreas em que os estudantes precisam de reforço;
 Cultivar a criatividade mediante a preparação das aulas;
 Estimular maiores participações nas aulas;
 Desenvolver as relações professor-aluno e aluno-aluno, preservando um ambiente
harmônico;
 Avaliar os alunos qualitativa e quantitativamente;
 Proporcionar aulas mais interativas;
 Favorecer uma aprendizagem significativa;
 Provocar uma aprendizagem lúdica;
 Ensinar os alunos a direcionar ferramentas conhecidas por eles para impulsionar a
aprendizagem.

Quais as Recomendações?

O professor deve preocupar-se ao elaborar as questões para que


sejam claras e estejam compatíveis com o nível do material ofertado aos
alunos para o estudo pré-classe.
Embora seja uma plataforma de fácil acesso e utilização, é
necessário que seja estudada para evitar dificuldades na sua aplicação. Vale ressaltar que

TBL Active 164


sua utilização deve ser concomitante com o planejamento para que faça sentido para o
estudante.
Antes de aplicar a ferramenta em sala de aula:
 Defina o assunto a ser abordado;
 Elabore o material de estudo pré-classe e as perguntas de múltiplas escolhas;
 Entregue aos estudantes o material de estudo pré-classe;
O material de estudo deve ser entregue com antecedência. Desse modo, os
estudantes terão tempo para analisá-lo mais completamente.

Qual a Sequência Didática?

1 Acesse o site https://www.tblactive.com.br/ e crie o seu login de


acesso;
2 Crie um questionário na aba Novo Questionário nomeando o
questionário e escolhendo o número de alternativas das questões.
3 Adicione as questões com seus enunciados e alternativas e clique em finalizar.
4 Clique botão ► para iniciar a apresentação.
5 Defina a nota máxima que o aluno poderá atingir e o peso da nota individual e da
nota coletiva.
6 Inicie o questionário.
7 Peça aos estudantes que acessem o site https://www.tblactive.com.br/ e entrem
no login estudante.

Figura 1 – Login do estudante na aplicação TBL Active

Fonte: Adaptada de Marques et al (2018, p. 7)

A plataforma gerará um número de sala e os alunos deverão utilizá-los em seus


dispositivos ou computadores para participarem do questionário.
Após os estudantes responderem individualmente finalize o teste e divida-os em
pequenos grupos para que realizem o teste novamente em grupo. Visualize os resultados

TBL Active 165


por aluno e o relatório gerencial e discuta com os alunos acerca do questionário instigando
a argumentação acerca de suas respostas.

Figura 2 – Relatório gerencial da aplicação TBL Active

Fonte: Adaptada de Marques et al (2018, p. 9)

Analise as respostas dos alunos e trace estratégias para solucionar as dificuldades de


aprendizagem e suas facilidades buscando aprofundar nos conteúdos abordados.

Saiba Mais

 Acesse o link http://bit.ly/30PF6ss e assista ao vídeo tutorial do TBL


Active.

 Acesse o link https://www.tblactive.com.br/ para entrar no Portal


TBL Active.

TBL Active 166


Referências

ANJOS, R. M. P. et al. Aprendizagem baseada em equipe: uma estratégia


de ensino aplicada na área da imaginologia. 2016. Disponível em:
https://doaj.org/article/534db496b0fd 43aca423c9deabf435e7. Acesso em: 14
out. 2019.

CARVALHO, F. F.; CHING, H. Y. (Org.). Práticas de ensino Aprendizagem no ensino superior.


Rio de Janeiro: Alta Books, 2016.

COLL, C.; MAURI, T.; ONRUBIA, J. A incorporação das tecnologias de informação e


comunicação na educação: do projeto técnico-pedagógico às práticas de uso. In: COLL, C.;

MONEREO, C. Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da informação


e educação. Cap. 3, p. 66-93. Porto Alegre: Artmed, 2010.

MARQUES, A. P. A. Z et al. A experiência da aplicação da metodologia ativa team based


learning aliada a tecnologia no processo de ensino e de aprendizagem. In: Congresso
Internacional de Educação e Tecnologias, 2018, São Carlos. CIET, 2018.

MARQUES, Ana Paula Ambrósio Zanelato. A experiência da aplicação da metodologia ativa


Team Based Learning aliada à tecnologia no processo de ensino e de aprendizagem.
2019. 252 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade do Oeste Paulista, Presidente
Prudente, 2019.

TBL Active 167


Gilmara Gomes Pereira 1
Rafael Teixeira dos Santos 2

O EDMODO é uma plataforma que tem como uma de suas funções, ser uma rede
social educativa de acesso livre baseada na tecnologia de microblogging. Está disponível em
vários idiomas e conta com espaços customizados para a interação de professores,
estudantes e pais de estudantes.
Esse ambiente virtual permite ao professor criar cenários de aprendizagem virtual,
restritos e gratuitos, com a necessidade de senha e login para acesso, não havendo
necessidade de pagar por uma licença ou suporte técnico do ambiente. A plataforma
possibilita a utilização de recursos de hipertextualidade entre alunos e professores de modo
a interagir e compartilhar recursos educacionais como fotos, vídeos, músicas e textos,
favorecendo o desenvolvimento do processo de produção de conhecimento.
Entende-se que este ambiente, além de permitir o desenvolvimento de um espaço
de aprendizado de apoio para a prática educativa presencial, possibilita o uso de recursos
para a interação entre os usuários do EDMODO mediante aprovação de convite com um
conjunto de funcionalidades personalizáveis, favorecendo uma rede de apoio dirigido
através da colaboração e mediação, no caso da relação educador-aluno.
Em termos específicos, o ambiente virtual está baseado na tecnologia da Web 2.0,
que possibilita o uso de diferentes formatos de ferramentas sociais (blogs, fotos, vídeos,
etc.) favorecendo a participação, comunicação, compartilhamento e colaboração entre
usuários. Os materiais produzidos pelos alunos fazem parte de atividades educacionais
propostas pelo educador, e os mesmos podem através destas atividades expor e exercitar
sua autonomia. O ambiente não é focado para uma área específica de conhecimento. Sendo
assim, possibilita a conexão entre diferentes disciplinas e saberes.
Desse modo, o EDMODO, se caracteriza como uma rede social educacional,
atendendo às características básicas e criada a fim de proporcionar a interação entre
professores e estudantes.

1
Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia – UGB/FERP.
2
Mestre em Educação. Professor e Pesquisador do UGB/FERP.
Quando Usar?

Numa primeira instância, pode-se destacar a facilidade de uso. A


plataforma EDMODO é considerada uma plataforma muito simples, além
de adicionar sua conta do Google e sincronizar suas informações do
Google Drive. Desta forma, pode ser realizado o compartilhamento de
arquivos dentro da própria aplicação.
O EDMODO é mais que uma plataforma LMS1, é um ambiente completo de
aprendizagem que promove a comunicação entre os professores e alunos, ressaltando que
uma das características mais observadas é o princípio de socialização que essa plataforma
proporciona em seus usuários.
A plataforma EDMODO pode ser utilizada tanto por alunos, quanto por professores.
O mesmo é uma ferramenta facilitadora da comunicação entre ambos, e deve ser utilizado
quando o educador deseja compartilhar determinado conteúdo com seus discentes, onde o
professor seria a fonte do produto, e o aluno o receptor do material.
Além disso, como ferramenta, tem a capacidade de proporcionar a integração e a
criação de microambientes para alunos e professores, num formato blended learning, ou
ensino híbrido, combinando as melhores características do ensino presencial, com o espaço
escolar e o imediatismo na relação professor-aluno, com as vantagens da educação a
distância, isto é, a mobilidade de tempo e espaço.

Quais as Recomendações?

O EDMODO se caracteriza por funcionalidades ligadas à


colaboração e à cooperação dos seus membros, e, neste cenário, as
principais características desta plataforma são:
 Os professores e os alunos podem colaborar num ambiente seguro e
restrito;
 O sistema de mensagens utilizado permite a comunicação segura e aberta com
monitorização e controle por parte do professor;
 Fácil monitorar a interação do aluno;
 Os professores podem definir trabalhos e avaliações que serão submetidos pelos
alunos e avaliados automaticamente;
 Os professores e outros elementos da escola podem criar grupos para estender as
comunidades, por área temática, de forma a ampliar o desenvolvimento
profissional;

1LMS é a abreviação para Learning Management System ou Sistema de Gestão de Aprendizagem. No


Brasil também conhecido por alguns como AVA, Ambiente Virtual de Aprendizagem. Outro termo bastante
difundido equivalente ao LMS é plataforma de ensino a distância ou plataforma EAD.

EDMODO 169
 Os professores e os alunos podem armazenar e partilhar documentos e ficheiros
de vários formatos num ambiente baseado em cloud computing;
 Os professores podem manter uma biblioteca de conteúdos e materiais com a
possibilidade de partilha com outros membros;
 O sistema de partilha permite aos professores a partilha de conteúdos por
unidades curriculares, grupos de alunos ou membros individuais;
 O encarregado de educação ou a família pode ter uma conta de controlo parental;
 A interface é simples e intuitiva - sem necessidade de conhecimentos prévios;
 Serviço gratuito e livre de publicidade.
 Os responsáveis cadastrados podem receber alertas de eventos escolares, tarefas
não entregues e outras mensagens importantes através do EDMODO,
descartando, assim, o envio de bilhetes através de agenda escolar.
 São mais seguras. Só participam dos grupos alunos e professores. Não há
nenhuma interação com outras pessoas.

Qual a Sequência Didática?

O aplicativo EDMODO é de fácil acesso e possui um entendimento


bem simples. Veja abaixo como utilizá-lo para inserção de material.

1 Acesse www.edmodo.com e faça o seu cadastro como Professor,


Estudante ou Pai/Mãe/Responsável.
2 Após ter realizado seu cadastro no site, clique em “Login” e digite seu endereço de
e-mail e senha recém-criados.
3 Depois de estar logado, deve-se primeiro criar um grupo (caso ainda não tenha sido
criado) e depois selecionar o grupo.
4 No menu Postagens, no submenu observação pode ser colocado alguma postagem
e nela anexar algum arquivo (material).
5 Existem ainda no menu postagens, o submenu tarefa, onde é possível receber
alguma tarefa e também anexar algum material.
6 No submenu Teste é possível colocar algum teste, normalmente com questões
objetivas e também tem a possibilidade de criar uma enquete.
7 Compartilhe o código da turma com alunos, pais ou outros professores. Eles podem
participar acessando www.edmodo.com ou usando o aplicativo Edmodo.

EDMODO 170
Saiba Mais
Acesse o link e veja o vídeo Edmodo: Primeiros Passos, do Prof. Douglas Tomé,
do Canal Tecnologias na Educação.
https://youtu.be/Ce6HK_xvrGc

Acesse o link e leia o Tutorial EDMODO produzido pela Professora Paula Ávila
Nunes da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
https://drive.google.com/file/d/1jrCuoszYBqrwGHdRDqse6uWeTiDBLTU0/view?usp=sharing

Acesse o link e leia o Guia de Sobrevivência: EDMODO para professores produzido pelo Professor
Edgar Costa da Universidade Católica Portuguesa (Braga).
https://drive.google.com/file/d/1x5C7xtLwqZ7Ira2ybjrFyFKO3HOdSV62/view?usp=sharing

Acesse o link e leia o Conheça o EDMODO – ambiente do professor.


https://drive.google.com/file/d/178FSKUIF6dJ4nXGVLpwy675jpD73ZlXQ/view?usp=sharing

Acesse o link e leia o Conheça o EDMODO – ambiente do aluno.


https://drive.google.com/file/d/1YOFSnvDpYDhvDDNHzYjfspdQG3qEy13P/view?usp=sharing

Acesse o link e leia o Conheça o EDMODO – ambiente dos pais ou responsáveis.


https://drive.google.com/file/d/1YH-OpgKfbFhwEz6uFLFe8wzpYXgo8NhJ/view?usp=sharing

Acesse o link e leia o tutorial de como colocar material no EDMODO


https://drive.google.com/file/d/1kreJnzUBp0DfucPPHgwNNmTRq_GJU1HV/view?usp=sharing

Referências

Plataforma Edmodo. Disponível em https://new.edmodo.com/. Acesso em: 20


dez. 2019.

EDMODO 171
Fabiana Maria Custódio 1

Trata-se de uma ferramenta de ensino no formato online, que permite transformar a


experiência de aprendizagem usando a gamificação para envolver e motivar os alunos no
processo ensino-aprendizagem. Por ser uma ferramenta lúdica, os professores conseguem
transmitir a matéria e manter a atenção dos alunos. Os alunos possuem um avatar,
personagens com poderes distintos, com possibilidades de evolução. Quanto mais as tarefas
propostas, trabalhos, desafios, convivência com a turma etc, forem desenvolvidas com êxito,
melhor e mais poderoso esse personagem (aluno) se tornam.
A ferramenta foi criada pelo professor de física norte-americano, Shawn Young, em
2013, como o intuito de interação entre a matéria, os alunos e responsáveis, pois ele estava
cansado de presenciar a falta de envolvimento dos alunos em sala de aula.
O Classcraft pode ser jogado no computador, tablet ou pelo aplicativo iOS e Android.

Quando Usar?

O Classcraf pode ser utilizando sempre que quiser tornar o


processo ensino-aprendizagem mais eficiente e a turma mais envolvida.
A ferramenta possui várias vantagens como:
 Um avanço na motivação dos alunos.
 Colaboração e diversão no aprendizado.
 Em sala de aula os alunos melhoram o comportamento e redobram a atenção.
 Trabalho em grupo e cooperação mútua, cada aluno tem autonomia para
escolher um avatar, quando efetuam seu registro na turma ̸ disciplina. Existem
três tipos de avatar: Guerreiro, Mago ou Curadores, cada classe possui
habilidades especiais que favorecem tanto o aluno como toda a classe.
 Concessão de pontuação, que permite, por exemplo, a troca de face, a
“compra” de adereços para o avatar, ou a aquisição de poderes.
 A possibilidade de realização de quizzes (disponível na versão paga).
 A oportunidade de criação de equipes dentro da própria turma, que possibilita
aprendizagens colaborativas e o desenvolvimento da competência social.
 A estimulação da competição através das batalhas;

1
Graduada em Letras Português ̸ Inglês; Especialista em Gestão e Docência do Ensino Superior.
 A possibilidade de configuração dos itens de atribuição de pontos, que podem,
inclusivamente, ser negociados com os próprios alunos e alterados em qualquer
altura mesmo depois da turma criada;
 Facilidade da comunicação dos alunos com o professor, pois a ferramenta possui
um ícone de escrita de mensagens para o grupo (turma) ou para um aluno
individualmente;
 Controle mais assíduo e minucioso de comportamentos e atitudes, uma vez que
estes se traduzem em pontos, que os alunos podem controlar em tempo real;
 A possibilidade de permitir o acesso aos responsáveis. É uma opção interessante
para que os pais possam acompanhar as aprendizagens dos seus filhos.

Quais as Recomendações?

Classcraft não é para jogadores. É para todo professor que quer


tornar o aprendizado divertido. (Classcraft, 2019)
Faça bem academicamente, crie missões, histórias, batalhas e
tarefas com base na matriz curricular da disciplina, para não perder o
foco.
No decorrer do jogo são incluídos desafios que devem ser alçados pelos estudantes,
a fim de concretizarem com sucesso as atividades de cada nível. Cada atividade tem
atribuição de pontos. Paralelamente a estes desafios, existem situações de quotidiano de
sala de aula como a cooperação, autonomia, responsabilidade e o cumprimento de regras
de comportamento, assiduidade e pontualidade que também estão sujeitas a atribuição de
pontos.
O aluno recebe retorno de cada atividade proposta, por meio dos pontos alcançados.
A avaliação é feita instantaneamente após a finalização da tarefa. Cada aluno pode solicitar
ajuda aos demais em situações de dúvidas na resolução de questões de programação ou
na estrutura do trabalho.
A ferramenta é relevante para os alunos, porque os riscos e recompensas do jogo
são reais. Os alunos quando ganham pontos eles podem desbloquear potências reais como:
formularem uma questão para prova, ganharem 05 minutos a mais de intervalo, comer em
sala etc. Como é um jogo, também podem sofrer penalidades, quando chegarem atrasados,
não forem uniformizados, usarem o celular em sala, sem permissão do professor etc.
Os alunos ganham Pontos de Experiência (XP) conforme completam atividades e
perdem quando Pontos de Vida (HP) quando não as cumprem. Se o jogador perder todos
os seus HP, ele morre, e além dele, seu time também sofre penalidades, criando um
ambiente de ajuda mútua entre os alunos, para todos obterem os melhores resultados.

Classcraft 173
Qual a Sequência Didática?

Para utilizar a ferramenta Classcraft é necessário seguir alguns


procedimentos:

1 Cadastrar-se na plataforma como professor.

2 Crie uma nova turma.


O Classcraf tem dois tipos de turmas: Lite Modo – toda a classe ganha pontos por
comportamentos positivos e Classic Mode – o professor pode desbloquear mais
recursos e personalizar a ferramenta para a turma. Selecione aquele que melhor se
adapte às suas necessidades.

3 Crie um nome para personalizar a turma e concomitantemente o nível de


escolaridade.
4 Cadastre o nome da escola.
5 Configure as pontuações negativas ou positivas, caso queria, pois a ferramenta pré-
define algumas pontuações.
Existem três tipos de pontos:
• HP (Health Points) são os pontos de vida do estudante no jogo, onde sempre
que o aluno tem um comportamento negativo, deve ser removido. Se o jogador
perder todo seu ponto de vida pode ser determinado uma sentença aleatória
para continuar no jogo, e isto também afeta seus companheiros de equipe, os
quais também perdem HP.
• XP (Experience Points) são os pontos de experiências, onde é somado sempre
que o aluno tem um comportamento positivo. O XP é necessário para que o
aluno passe de nível, compre poderes e tenha progresso no jogo;
• AP (Action Points) são os pontos de ação, que é necessário para a utilização dos
poderes e é recarregada automaticamente.
6 Adicione os alunos à turma, para isso é preciso adicionar o nome e sobrenome dos alunos.
7 Crie uma equipe e/ou adicione os alunos a equipe escolhida. Para a organização da classe
é feito por parte do professor a criação das equipes, e dentro delas é feito a agregação
dos jogadores e o envio dos convites aos alunos.
8 Envie por e-mail ou uma “carta” personalizada, o código que será pedido para o aluno
entrar no jogo.
Aqui, cada jogador seleciona um tipo de personagem com que vai atuar no jogo e cada
um tem poderes diferentes:

Classcraft 174
Tabela 1. Tabela dos Personagens
Tipo de Pontuação
Atributos
Jogador Máxima

Os guerreiros são aqueles que


80 HP protegem a equipe, pode usar
Guerreiro
30 AP seus poderes para absorver
danos.

50 HP Eles executam missões curativas


Curandeiros no jogo, ou seja, recupera os
35 AP pontos de qualidade de saúde.

Provem pontos de ação aos


demais colegas de equipe. É o
30 HP personagem com a maior
Mago quantidade de pontos de ação,
50 AP
mas possui menos pontos de
saúde.

Fonte: Adaptada de Classcraft

9 Cadastre as tarefas e missões.


10 Comece a jogar.
11 Para dinamizar algumas lições de sala de aula, utilize o ícone ferramentas da aula,
um conjunto de recurso extra, para gamificar ainda mais as aulas.

Classcraft 175
Tabela 2. Ferramentas de Aula

Nome da
Icone Quando utilizar
Ferramenta

Escolha um aluno ou uma equipe aleatória para


The Wheel of Destiny responder perguntas, escolha alunos para
atividades em grupo e muito mais.

Adicione alguma surpresa ao dia, iniciando a aula


The Riders of Vay
com um evento ou condição divertida.

Um cronômetro para acompanhar o trabalho de


The White Mountains
aula, testes / testes ou outros eventos de aula.

Um cronômetro que pode ser usado com qualquer


The Forest Run
atividade da sala de aula.

Analise as avaliações formativas ou faça uma


Formative Review
revisão do conteúdo para a prova.

Meça o volume da sua sala de aula e incentive os


The Makus Valley
alunos a se acalmarem!

Pontos de recompensa para os alunos por notas em


Tesouros de Tavuros trabalhos ou exames.

Fonte: Adaptada de Classcraft

Classcraft 176
Saiba Mais

A ferramenta é rica em recursos tanto para o professor quanto


para o aluno, por isso acesse https://www.classcraft.com/ para verificar
os tutoriais e enriquecer suas práticas pedagógicas com uma
aprendizagem eficaz e dinâmica.
Faça do aprendizado uma aventura! Leia abaixo uma história e tarefas criadas por
esta ferramenta. (A história foi criada para os alunos do 9° ano do Ensino Fundamental, na
disciplina Português para desenvolverem atividades sobre o livro do bimestre O Ladrão de
Raios, de Rick Riordan)

HISTÓRIA - O chamado do curador

Um dia, ao coletar ervas para o Master Healer,


você ouve um barulho emanando de uma
caverna próxima. Quase como se alguém
estivesse gritando.
"O que é que foi isso?" você diz, fazendo uma
pausa para pousar sua cesta. Você olha para o
seu animal de estimação, Patches, que parece
igualmente alarmado. "Patches, você acha que
alguém está aí?"

TAREFA: Quem é Percy?


Leia os Capítulos 7 a 10 do livro O Ladrão de Raios. Crie um gráfico comparando e contrastando
cinco dos personagens que vimos até agora. O que há de diferente neles? Semelhante? Certifique-
se de incluir "heróis" e "vilões".
Carregue seu gráfico como lição de casa.

HISTÓRIA
Talvez você deva dar uma olhada. Como os outros curandeiros novatos, você está procurando
qualquer oportunidade para provar seu valor e avançar em seu treinamento. Os anciãos podem
aprovar você ajudando alguém em necessidade.
Cruzando os dedos, você caminha em direção à entrada.
Ao entrar na caverna, Patches cria uma luz para guiar seu caminho. Mas você não precisa disso por
muito tempo. Uma escadaria sinuosa leva a uma sala enorme, iluminada por uma luz azul pálida
que emana de dentro da caverna.
Uma pequena figura sombreada corre ao longo da extremidade da escada. "Esperar!" você diz, sua
voz ecoando pela câmara. Eles tropeçam, mas continuam. Seu instinto obriga você a persegui-los.
"Patches, vamos lá!"

[...]
Fonte: Classcraft
(Acompanhe o restante da história criando um jogo no Classcraft)

Classcraft 177
Referências

ALMEIDA, Daniel Felipe de Fonte; CORRÊA, Ana Grasille Dionísio. Gamificação


como Estratégia Pedagógica em Disciplinas de Programação de
Computadores: estudo de caso com a ferramenta Classcraft. Disponível em:

http://eventoscopq.mackenzie.br/index.php/jornada/xiiijornada/paper/download/740/538. Acesso
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Classcraft 178
Classcraft 179

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