Matemática Juros
Matemática Juros
Matemática Juros
CDU 51
9.1 Introdução
Sistemas de amortização são diferentes formas de se pagar um empréstimo.
Apesar do resgate de dívidas em apenas um pagamento ser uma das formas incluídas
neste capítulo, é comum entender por amortizar uma dívida a liquidação dessa dívida em
mais de um pagamento.
Amortizar é extinguir uma dívida aos poucos ou em prestações (FERREIRA, 1986).
Os diferentes sistemas de amortização de um empréstimo produzem fluxos de pagamentos
equivalentes entre si; por essa razão, o valor presente dos fluxos de pagamentos, na data fo-
cal zero, é igual ao principal do empréstimo.
9.2 Classificação
Os principais tipos de sistemas de amortização em uso no Brasil são:
• Saldo inicial = saldo final anterior (na primeira linha corresponde ao principal)
Na segunda linha assinalada (veja a seguir), vemos o saldo inicial igual a R$ 880,00,
que corresponde ao saldo final da linha anterior. As demais colunas repetem os procedi-
mentos verificados na linha anterior: juros = saldo inicial × taxa unitária (880,00 × 0,10 =
968,00), soma dos juros ao saldo e inexistência de pagamentos. O mesmo acontecerá na linha
seguinte.
O último período apresenta diferenças em relação aos anteriores, porque existe o paga-
mento. Ele deve ser do mesmo valor do saldo acumulado (1.171,28), de forma que o saldo
final fique zero.
• O saldo da dívida, ao final de qualquer período n, pode ser calculado por S = P(1 + i)n
A primeira linha tem como saldo inicial o principal, em que são agregados os juros, e,
após o pagamento deles, o saldo final volta a ser o mesmo inicial: o pagamento dos juros im-
pediu que fossem capitalizados e pudessem render juros. As linhas seguintes, com exceção
da última, são iguais.
Na última linha, o saldo somado aos juros é pago integralmente, ou seja, paga-se o prin-
cipal e mais o valor do último cálculo dos juros.
• Esse sistema parece ser de juros simples, e há alguns autores que assim o consideram;
entretanto, se juros simples fossem, a igualdade do valor atual acima não seria possível
(DAL ZOT, 2008, p. 133; FARO; LACHTERMACHER, 2012, p.260).
logo, ao montar-se o plano financeiro, a coluna dos pagamentos deve ser a primeira a ser
preenchida.
As demais linhas seguem o mesmo procedimento que a primeira. O último pagamento deve
ser igual ao saldo. A diferença entre o saldo (252,36) e a prestação calculada (252,38) deve-se
ao arredondamento da prestação.
• O saldo final de cada período pode ser calculado pela soma das parcelas de amortização
dos pagamentos que faltam (por exemplo, S2 = A3 + A4 = 208,58 + 229,42 = 438,00)
ou pelo valor atual dos pagamentos que faltam:
Capítulo 9 Sistemas de amortização 99
• Cada pagamento Rn = A + Jn
• O saldo final de cada período pode ser calculado pela soma das parcelas de amortização
dos pagamentos que faltam; por exemplo: S2 = A3 + A4 = 200 + 200 = 400,00 ou pelo
valor atual dos pagamentos que faltam:
• O saldo final de cada período pode ser calculado pela soma das parcelas de amortização
dos pagamentos que faltam; por exemplo: S2 = A3 + A4 = 204,29 + 214,71 = 419, 00 ou
pelo valor atual dos pagamentos que faltam:
• Eles são equivalentes entre si por apresentarem mesmo valor atual na data focal zero, na
mesma taxa de juros compostos pactuada, igual ao principal.
• O saldo final de cada período pode ser calculado pela soma das parcelas de amortização
dos pagamentos que faltam.
• O saldo final de cada período também pode ser calculado pelo valor atual dos paga-
mentos que faltam.
Capítulo 9 Sistemas de amortização 101
9.5 Desafios
Desafio 1: Você aprendeu que o valor atual do fluxo dos pagamentos, à mesma taxa de juros
compostos do empréstimo, em qualquer um dos sistemas de amortização estudados, repro-
duz o principal.
Por exemplo, no caso do sistema de amortizações constantes – SAC, temos:
Como desafio, deve-se encontrar o valor atual (principal) dos fluxos de pagamentos
dos sistemas de amortizações aprendidos utilizando o recurso financeiro da calculadora, em
especial o de cash-flow (função NPV).
Desafio 2: Por meio da evolução do plano financeiro, você já sabe como encontrar qualquer
um dos valores, tanto do pagamento como do saldo, em qualquer período, para os diferentes
sistemas de amortizações apresentados. Tomando os dados do mesmo problema:
P = 800,00
i = 10% a.a.
n=4a
Para cada sistema de amortização, calcular o valor do terceiro pagamento e o saldo ao final
do terceiro período sem se basear na construção do plano financeiro, mas levando em conta
as propriedades e características de cada um dos sistemas.
Usando a calculadora.
Os passos de cash-flow acima foram feitos para HP 12c; em calculadoras como HP 10BII,
no passo 2, substitui-se por
Usando a calculadora.
clear fin
800 PV
3 n
10 i
FV → 1.064, 80
Usando a calculadora.
Cash-flow Cash-flow
1 2
clear reg clear reg
0 C f0 0 C f0
80 C f j 80 C f j
80 C f j 3 Nj
80 C f j 880 C f j
880 C f j 10 i NPV
10 i NPV → 800, 00
→ 800, 00
se montar o plano financeiro, a coluna dos pagamentos deve ser a primeira a ser preenchida.
Usando a calculadora.
Observe que o último pagamento em um sistema Price deve se ajustar ao saldo. Como a pres-
tação calculada geralmente sofre um arredondamento, o saldo antes do último pagamento
poderá ser diferente do valor da prestação calculada. Assim, se calcularmos o valor atual
considerando a última prestação como igual às demais, o valor, neste caso, ficará um centavo
maior (800,01).
financeiro seria 229,42: a diferença de 0,02 fica por conta do arredondamento do cálculo da
prestação.)
Usando a calculadora.
clear fin
252,38 PMT
1 n
10 i
PV → 229, 44
Usando a calculadora.
Cash-flow
clear reg
0 C f0
280 C f j
260 C f j
240 C f j
220 C f j
10 i NPV
→ 800, 00
Usando a calculadora.
clear fin
252,38 PMT
1 n
10 i
PV → 229, 44
Cash-flow
clear reg
0 C f0
216.19 C f j
256.19 C f j
246.19 C f j
236.18 C f j
10 i NPV
→ 800, 00
SAC:
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.