Estudos Críticos em Administração PDF
Estudos Críticos em Administração PDF
Estudos Críticos em Administração PDF
Recife: Observatório da
Realidade Organizacional : PROPAD/UFPE : ANPAD, 2002. 1 CD.
Eduardo Davel
Rafael Alcadipani
Resumo
Este trabalho examina o desenvolvimento da produção acadêmica brasileira, levando
em consideração a emergência e sedimentação do campo de “Estudos Críticos em
Administração” ao longo dos anos 90. Num primeiro momento, apresentam-se os
fundamentos de “Estudos Críticos em Administração” – tal qual se têm desenvolvido em
contexto anglo-saxônico. Em seguida, analisam-se os artigos publicados, na década de 90, em
revistas ou como resultado de encontros relevantes em administração que adotam uma postura
crítica. Apesar de aparecerem em número reduzido, os estudos críticos em administração no
Brasil possuem considerável potencial de renovação da produção teórica em administração.
Abstract
The 90s give rise to the emergence of a movement of Critical Management Studies in
Anglo-Saxon context that distinguishes itself from other approaches by the originality of its
proposals. This paper presents an overview of the advances of this movement, highlights its
nuances and the possible contributions for increasing organizational research and practice in
Brazil. By examining, then, the production of critical approaches in Brazil throughout the 90s,
it leads us to realize a need for researches surveying in depth both knowledge and practices of
local organizations.
INTRODUÇÃO
Para alguns, os estudos em administração e organizações se desenvolveram como uma
colcha de retalhos multidisciplinares, mais ou menos articulados entre si. Para outros, estes
estudos são um terreno historicamente contestado (Reed, 1999) ou uma torre de Babel
(Burrell, 1999), tendo como características predominantes a fragmentação, a heterogeneidade
e a falta de continuidade. A tensão existente nos planos da articulação, da fragmentação e da
argumentação das teorias e estudos produzidos nesse campo do conhecimento revela variados
panoramas, possibilidades de atuação e engajamentos acadêmicos.
A partir da década de 70, diferentes abordagens que ofereciam alternativas à
perspectiva funcionalista, até então amplamente dominante, começaram a ganhar corpo nos
estudos organizacionais (Clegg & Hardy, 1999). Entre elas, destacamos a perspectiva crítica
que se consolidou no contexto anglo-saxônico, nos anos 90, com a criação e desenvolvimento
do movimento denominado Critical Management Studies (Alvesson & Willmott, 1992a,
1996). Vale destacar que esse movimento vem ganhando cada vez mais espaço dentro da
produção acadêmica internacional. Por exemplo, vários números especiais de journals e
workshops vêm sendo organizados e publicados, desde 1999 uma Critical Management
Studies Conference vem sendo realizada bianualmente e desde o ano passado a Universidade
de Lancaster (Inglaterra) oferece um Ph.D. em Critical Management Studies (e.g., Fournier &
Grey, 2000).
No contexto brasileiro, o desenvolvimento dos estudos organizacionais e
administrativos, originado há aproximadamente 20 anos, caracteriza-se pelo seu crescimento
(especialmente na década de 90), pela sua qualidade duvidosa (Bertero, Caldas & Wood,
1998) e pela influência (ou dependência) da literatura americana e britânica (Rodrigues &
Carrieri, 2000; Vergara, 2000). Analisando as publicações em administração com base nos
paradigmas de Burrell e Morgan (1979) durante o período de 1985 a 1989, Machado-da-Silva,
Cunha e Amboni (1990) mostraram que a análise organizacional feita em nosso país era
amplamente situada no paradigma funcionalista, sendo que a utilização dos paradigmas
radicais era minoritária. Tal fenômeno foi reforçado pela análise de Bertero e Keinert (1994)
que, ao examinarem os artigos publicados na Revista de Administração de Empresas (RAE)
no período de 1961 a 1993, apontaram a ausência quase total de perspectivas críticas ou
radicais em análise organizacional brasileira (Bertero & Keinert, 1994: 90). Ademais, Martins
(1996), analisando as abordagens metodológicas das dissertações e teses dos programas de
pós-graduação da FEA/USP, EAESP/FGV e PUC/SP entre 1980 e 1993, constatou que as
abordagens dialético-críticas eram minoritárias.
Essas pesquisas indicam que falta uma visão crítica da realidade na análise
organizacional brasileira (Vergara, 2000), na medida em que preponderam os artigos baseados
em referenciais funcionalistas e positivistas, em detrimento de referenciais teóricos críticos.
Assim, ao passo que as abordagens críticas em administração evoluem e ganham respaldo em
contexto internacional, análises da produção acadêmica brasileira da década de 80 e início de
90 demostram que a perspectiva crítica (muito embora tenha sido levada em conta) ainda não
é muito difundida nem devidamente utilizada em nosso país. No sentido de contribuir para a
reflexão sobre esse contexto de reorganização das abordagens críticas em administração, este
artigo tem por objetivo analisar a produção acadêmica em administração no Brasil durante a
década de 90, no intuito de verificar as principais características dos artigos nacionais
considerados como críticos, seguindo os parâmetros gerais da Critical Management Studies
(CMS).
Todavia, os estudos críticos brasileiros não são oriundos (nem uma simples
conseqüência) do movimento anglo-saxônico que emerge nos anos 90. Ao contrário,
dispomos, no Brasil, de estudiosos críticos de grande profundidade e reconhecimento (e.g.,
Guerreiro Ramos, Maurício Tragtenberg e Fernando Prestes Motta) que submeteram a
administração e os estudos organizacionais ao crivo crítico bem antes da década de 90,
quando o movimento crítico anglo-saxão emerge de maneira articulada. Dessa forma, a
escolha de parâmetros da CMS para delimitar os tipos de pesquisas consideradas como
críticas é baseada fundamentalmente na capacidade dos CMS de articular e integrar variadas
perspectivas críticas existentes anteriormente, mas de forma dispersa. Além disso, tais
parâmetros nos permitem distinguir pesquisas que utilizam um referencial teórico de tradição
crítica daquelas que utilizam o termo crítica somente como mais um tipo de “modismo”
organizacional.
Com a finalidade de melhor conhecer a produção brasileira no que se refere às
abordagens críticas, desenvolvemos uma pesquisa que se estrutura da seguinte forma. Na
primeira parte deste artigo abordaremos as origens, desenvolvimento e consolidação da
perspectiva crítica no campo dos estudos organizacionais e administrativos, concentrando-nos
na emergência dos CMS em contexto anglo-saxônico, bem como nos traços essenciais da
pesquisa nesse campo e em suas múltiplas perspectivas e debates. Na segunda parte,
examinaremos a produção nacional com base em uma análise de todos os artigos publicados,
durante a década de 90, nas cinco revistas brasileiras de administração de maior destaque e
nos anais do Enanpad. Finalmente, discutiremos algumas contribuições e implicações dos
CMS para o avanço da pesquisa em administração no Brasil.
Visão A organização e/ou a teoria são tratadas como inseridas em um contexto sócio-histórico
desnaturalizada específico, como entidades relativas?
O discurso organizacional é apresentado como suscetível de falhas, contradições e
incongruências?
Os aspectos de dominação, controle, exploração e exclusão na teoria ou na prática são
revelados e/ou questionados?
Desvinculação A preocupação com a melhoria de ganhos pecuniários, performance, rentabilidade,
da performance lucratividade e/ou produtividade orienta a pesquisa?
O conhecimento gerado está submetido às questões de melhoria da performance,
eficiência, eficácia e/ou lucratividade?
Intenção Os modos de exploração, dominação ou controle que inibem a realização do potencial
emancipatória humano são identificados, denunciados ou levados em consideração?
A emancipação das pessoas e a humanização da organização fazem parte dos objetivos
do artigo?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AKTOUF, O. Le management entre tradition et renouvellement. Montréal: Gaëtan Morin,
1994.
ALCADIPANI, R. & ALMEIDA, A. "O feitiço incluiu o feiticeiro: uma análise sobre a
implementação de um escritório-aberto", Anais do 24º Enanpad. Florianópolis, 2000.
ALCADIPANI, R. & BRESLER, R. McDonalidização do Ensino no Brasil, CartaCapital, n.
122, maio, 1999.
ALVESSON, M. & BILLING, Y. D. Understanding gender and organizations. London,
Thousand Oaks: Sage Publications, 1997.
ALVESSON, M. & DEETZ, S. Doing critical management research. London: Sage
Publications, 2000.
ALVESSON, M. & DEETZ, S. "Teoria crítica e abordagens pós-modernas para estudos
organizacionais". In: CLEGG, S.; HARDY, C.; NORD, W. R.; CALDAS, M.; FACHIN, R. &
FISCHER, T. (Eds.) Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo: Atlas, 1999.
ALVESSON, M. & WILLMOTT, H. Critical management studies. London: Sage, 1992a.
ALVESSON, M. & WILLMOTT, H. Making sense of management: a critical introduction.
London: Sage Publications, 1996.
ALVESSON, M. & WILLMOTT, H., "On the idea of emancipation in management and
organization studies", Academy of Management Review, vol. 17, nº 3, p. 432-464, 1992b.
ANTHONY, P. "Management education: ethics versus morality". In: PARKER, M. (Ed.)
Ethics and organization. London: Sage, 1998.
ANTONACOPOULOU, E. P. "The power of critique: revisiting critical theory at the end of
the century", First International Critical Management Studies Conferece. Manchester: UMIST,
1999.
BAHIA, M. & FERRAZ, M. "Entre a exceção e a regra: a construção do feminino na polícia
civil baiana", Revista Organizações & Sociedade, vol. 7, nº 18, p. 25-40, 2000.
BARROSO, C. "A chefia feminina na administração pública brasileira", Revista de
Administração Pública, vol. 24, nº 1, p. 12-34, 1990.
BAUMAN, Z. Intimations of posmodernity. London: Routledge, 1992.
BENDIX, R. Work and Authority in Industry. New York: Harper & Row, 1956.
BERTERO, C. O. "Poder e organização: uma perspectiva brasileira", Colóquio de Estratégia e
Organização. Zacatecas, 2000.
BERTERO, C. O. & KEINERT, T. M. M. "A evolução da análise organizational no Brasil
(1961-1993)", Revista de Administração de Empresas, vol. 34, nº 3, p. 81-90, 1994.
BERTERO, C.; CALDAS, M & WOOD, T. Critérios de avaliação de produção científica em
administração de empresas. Relatório de Pesquisa. São Paulo: NPP/EAESP, 1998
BURNHAM, J. The managerial revolution. London: Penguin, 1945.
BURRELL, G. & MORGAN, G. Sociological paradigms and organisational analysis
elements of the sociology of corporate life. London: Heinemann, 1979.
BURRELL, G. “Ciência normal, paradigmas, metáfaros, discursos e genealogia de análise” In:
CLEGG, S.; HARDY, C.; NORD, W. R.; CALDAS, M.; FACHIN, R. & FISCHER, T. (Eds.)
Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo: Atlas, 1999.
CÁLAS, M. & SMIRCICH, L. "Do ponto de vista da mulher: abordagens feministas em
estudos organizacionais". In: CLEGG, S.; HARDY, C.; NORD, W. R.; CALDAS, M.;
FACHIN, R. & FISCHER, T. (Eds.) Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo: Atlas,
1999a.
CÁLAS, M. & SMIRCICH, L. “Past Postmodernism? Reflexions and Tentative Directions”,
Academy of Management Review, vol. 24, n. 4, p. 649-671, 1999b.
CARNEIRO, A. "Teorias organizacionais: do ceticismo à consciência crítica", Revista de
Administração Pública, vol. 29, nº 2, p. 22-35, 1995.
CASTRO, R. "Gênero nas organizações: os casos do projeto Axé da fundação cidade Mãe em
Salvador", Anais do 22º Enanpad, Foz do Iguaçu 1998.
CLEGG, S. & HARDY, C. “Organização e estudos organizacionais” In: CLEGG, S.; HARDY,
C.; NORD, W. R.; CALDAS, M.; FACHIN, R. & FISCHER, T. (Eds.) Handbook de Estudos
Organizacionais. São Paulo: Atlas, 1999.
CLEGG, S. Modern Organization. London: Sage, 1990.
COOPER & BURRELL, G. “Modernism, Postmodernism and Organization Analysis: an
Introduction”, Organization Studies, vol. 9, nº 1, p. 15-43, 1988.
CUMMINGS, C. “Back to the Oracle: Postmodern Organization Theory as a Resurfacing of
the Pre-Modern Wisdom”, Organization, vol. 3, nº 2, p. 205-223, 1996.
DAVEL, E. & CHENNOUFI, M. "Les études critiques en management: un aperçu de la
littérature récente", The Annual Conference of Administrative Sciences Association of Canada
Proceedings (Organization Theory Division). London: ASAC, 2001.
DELLAGNNELO, E & MACHADO-DA-SILVA, C. "Novas formas organizacionais: onde se
encontram evidências de ruptura com o modelo burocrático?", Organização e Sociedade. Vol.
07, n. 19, 2000.
FARAH, M. "Reforma de políticas sociais no Brasil: experiências recentes de governos
subnacionais", Revista de Administração, vol. 33, nº 1, p.15-29, 1998.
FARIA, J. H. & OLIVEIRA, S. N. "Gestão da qualidade: a dimensão político-cognitiva-
afetiva do desempenho organizacional", Anais do 23º Enanpad. Foz do Iguaçu, 1999.
FOURNIER, V. & GREY, C. "At the critical moment: conditions and prospects for critical
management studies", Human Relations, vol. 53, nº 1, p. 7-32, 2000.
FREITAS, M. E. "Cultura organizacional: o doce controle no club dos raros", Anais do 20º
Enanpad, Rio de Janerio, 1996.
FULOP, L. & LINSTEAD, S. Management: a critical text. London: Macmillan Press, 1999.
HASSARD, J.; HOLLIDAY, R. & WILLMOTT, H. Body and organization. London: Sage,
2000.
JACOBSON, S. W. & JACQUES, R. "Destabiblizing the field: poststructuralit knowledge-
making strategies in a postindustrial era", Journal of Management Inquiry, vol. 6, nº 1, p. 42-
59, 1997.
JERMIER, J. M. "Introduction: critical perspectives on organizational control", Administrative
Science Quarterly, vol. 43, p. 235-256, 1998.
KNIGHTS, D. & MORGAN, G. “Corporete Strategy, Organizations and Subjectivity: A
Critique”, Organisation Studies, vol. 12, nº 2, p. 251-273, 1991.
KNIGHTS, D. & WILLMOTT, H. Management lives: power and identity in work
organizations. London: Sage, 1999.
LENGLER, J.; VIEIRA, M. & FACHIN, R. "Um exercício de desconstrução do conceito e da
prática de segmentação de mercado com base no gênero e na Etnia: o que nos ensina Woody
Allen sobre a hegemônica teoria de marketing?", Anais do 24º Enanpad. Florianópolis, 2000.
LUNARDI, V & MAZZILLI, C. “Processo de trabalho na área de enfermangem: uma
abordagem psicanalítica” Revista de Administração, vol. 31, nº 3, p. 63-71, 1996.
MACHADO, C.; CUNHA, V. C. & AMBONI, N. "Organizações: o estado da arte da
produção acadêmica no Brasil", Anais do 14º Enanpad. Florianópolis, 1990.
MILLS, A. J. & SIMMONS, T. Reading organization theory: a critical approach to the study
of organizational behaviour and structure. Toronto: Garamond Press, 1999.
MILLS, C. W. The power elite . New York: Oxford University Press, 1956.
MINGERS, J. "What is it to be critical? Teaching a critical approach to management
undergraduates", Management Learning, vol. 31, nº 2, p. 219-237, 2000.
MORROW, R. A. & BROWN, D. Critical theory and methodology. Thousand Oaks: Sage
Publications, 1994.
PAES DE PAULA, WOOD, T. "Divertimentos Administrativos", XV ENANPAD, Campinas,
2000.
PARKER, M. "Critique in the name of what? Postmodernism and critical approaches to
organization", Organization Studies, vol. 16, nº 4, p. 553-564, 1995.
POSTER, M. Critical theory and poststructuralism: in search of a context. New York:
Cornell University Press, 1989.
PRESTES MOTTA, F. & ALCADIPANI, R. "Jeitinho brasileiro, controle social e
competição", Revista de Administração de Empresas, vol. 39, nº 1, p. 4-20, 1999.
PRESTES MOTTA, F. C. "As empresas e a transmissão da ideologia", Revista de
Administração de Empresas, vol. 32, nº 5, p. 38-47, 1992.
PRESTES MOTTA, F. C. Organização e poder: empresa, estado e escola. São Paulo: Atlas,
1986.
PRESTES MOTTA, F. C. "O poder disciplinar nas organizações formais", Revista de
Administração de Empresas, vol. 21, nº 4, p. 33-41, 1981.
RAMOS, A. G. A nova ciência das organizações: uma nova ciência das organizações. Rio de
Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1981.
RAMOS, A. G. Administração e contexto brasileiro. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1983.
REED, M. "Teorização organizacional: um campo historicamente contestado". In: CLEGG,
S.; HARDY, C.; NORD, W. R.; CALDAS, M.; FACHIN, R. & FISCHER, T. (Eds.)
Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo: Atlas, 1999.
RODRIGUES, S. “Commodification of scientific knowledge and deification of innovation:
implication for knowledge in management”, Anais do 14º Enanpad, Florianópolos, 2000.
RODRIGUES, S. B. & CARRIERI, A. P. "A tradição anglo-saxônica nos estudos
organizacionais brasileiros", Anais do 1º Encontro de Estudos Organizacionais. Curitiba, 2000.
SEGNINI, L. A liturgia do poder: trabalho e disciplina. São Paulo: Editora da PUC/SP, 1988.
SMIRCICH, L. & CALÀS, M. Critical perspectives on organization and management.
Aldershot: Dartmouth, 1995.
STEIL, V. "Organizações, gênero e posição hierárquica: compreendendo o fenômeno do teto
de vidro", Revista de Administração, vol. 32, nº 3, p. 27-43, 1997.
THOMPSON, P. "Postmodernism: fatal distraction". In: HASSARD, J. & PARKER, M.
(Eds.) Postmodernism and organizations. London: Sage Publications, 1993.
THOMPSON, P. & McHUGH, D. Work Organizations: A critical Introduction. London:
McMillan, 1990.
TOWNLEY, B. Conhecimento e poder nas organizações. In: DAVEL, E. & VERGARA, S. C.
Gestão com pessoas e subjetividade. São Paulo: Atlas, 2001.
TRAGTENBERG, M. Administração, poder e ideologia. São Paulo: Editora Moraes, 1980.
TRAGTENBERG, M. Burocracia e ideologia. São Paulo: Editora Atica, 1974.
VERGARA, S. "Análise organizacional no Brasil: em busca da independência intelectual",
Colóquio de Estratégia e Organização. Zacatecas, 2000.
WATSON, T. In search of management: culture, chaos and control in managerial work.
London: Routledge, 1994.
i
O colóquio da British Academy of Management integrou uma sessão temática sobre a administração crítica nos
anos de 1996, 1999 e 2000. Periódicos tradicionalmente ortodoxos como o Administrative Science Quarterly
(1998) realizaram um número temático sobre teoria crítica. A mesma temática figura desde 1998 no centro das
discussões em um dos workshops do Encontro Anual da Academy of Management. Um fórum de discussão pela
internet sobre os ECA se mantém dinâmico desde 1995. Ainda mais significativo, o congresso “Critical
Management Studies”, o primeiro do gênero, aconteceu no University of Manchester Institute of Science and
Technology em 1999; a segunda edição está prevista para 2001. É na lógica desta efervescência que se inscreve a
iniciativa da University of Lancaster ao oferecer programas de doutorado e mestrado especificamente reservados
aos ECA, ao passo que várias universidades inglesas integram cada vez mais, a seus programas, disciplinas com
um conteúdo crítico. Paralelamente, observa-se também, durante a década de 90, uma produção crescente de
manuais críticos de administração (Thompson & McHugh, 1990; Aktouf, 1994; Fulop & Linstead, 1999; Mills
& Simmons, 1999; Knights & Willmott, 1999; Smircich & Calás, 1995).