Decreto-Lei Nº 57:2016

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 7

3000 Diário da República, 1.ª série — N.

º 165 — 29 de agosto de 2016

Artigo 20.º afirmação e reconhecimento da qualificação avançada e


Cassação das licenças
do emprego de recursos humanos no plano nacional e in-
ternacional, em sintonia com a importância das atividades
1 — Sem prejuízo da cassação de licenças por auto- docente e de investigação.
ridade judiciária, o Secretário-Geral do Ministério da Neste sentido, há que reconhecer que o investimento
Administração Interna pode determinar, em função da em recursos humanos dedicados à atividade científica é
culpa e da gravidade, a cassação da licença como sanção fundamental para garantir o aumento da qualificação da
acessória à aplicação das sanções estabelecidas no ar- população e do emprego científico em Portugal, de modo
tigo 15.º e nos n.os 2 e 3 do artigo 16.º a retomar um processo de convergência progressiva com
2 — A cassação da licença implica a sua entrega na PSP a Europa.
no prazo de 10 dias a contar da notificação da decisão que A atração e a fixação de recursos humanos qualifica-
a determina, sob pena de o agente incorrer na prática do dos, incluindo o estímulo à abertura de oportunidades de
crime de desobediência qualificada. emprego e o desenvolvimento de percursos profissionais
de doutorados, juntamente com a promoção do rejuvenes-
Artigo 21.º cimento dos recursos humanos das entidades que integram
Modelos de licença e de registo de transação o Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN), são
propósitos fundamentais do compromisso de Portugal com
Os modelos de documentos necessários à execução do o conhecimento.
presente decreto-lei são criados por despacho do Diretor Assim, em cumprimento do seu programa e do Pro-
Nacional da PSP. grama Nacional de Reformas, o XXI Governo Constitu-
cional mantém a atribuição de bolsas de pós-doutoramento
Artigo 22.º exclusivamente para formação avançada, nos temos do
Disposição final Estatuto do Bolseiro de Investigação Científica, e adota
um regime jurídico de estímulo à contratação de investiga-
Sem prejuízo do disposto no presente decreto-lei, das re- dores doutorados, que visa reforçar o emprego científico,
gras relativas à armazenagem e outras de norma específica, bem como potenciar o impacto da investigação científica
os produtos constantes do anexo II do Regulamento sobre no ensino superior e promover uma estreita articulação
o Fabrico, Comércio e Emprego de Produtos Explosivos, entre as atividades de investigação e desenvolvimento e
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 376/84, de 30 de novembro, as atividades de ensino, de promoção do conhecimento e
não carecem de licenças ou autorizações. de divulgação de ciência.
Tal como consta no programa do Governo, a realização
Artigo 23.º de contratos para investigadores doutorados será feita de
Entrada em vigor forma progressiva ao longo da legislatura, acompanhada
de outros estímulos para além daquele que é objeto do
O presente decreto-lei entra em vigor 30 dias após a presente diploma. Nesse sentido, o reforço do emprego
sua publicação. científico será apoiado em diversos instrumentos, entre
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 28 de os quais se destacam os novos critérios de avaliação das
julho de 2016. — Augusto Ernesto Santos Silva — Augusto unidades de investigação e desenvolvimento (I&D) e a
Ernesto Santos Silva — Maria Constança Dias Urbano possibilidade de contratação por parte das instituições de
de Sousa. ensino superior, não se reduzindo essa política unicamente
ao mecanismo agora aprovado.
Promulgado em 11 de agosto de 2016. Estabelece-se, desde já, a obrigatoriedade de abertura de
Publique-se. procedimentos concursais para a contratação de doutorados
nas instituições públicas, ou dotadas de financiamento pú-
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA. blico, em que os bolseiros de pós-doutoramento exerçam
Referendado em 18 de agosto de 2016. funções há mais de três anos, seguidos ou interpolados. No
entanto, também aqui o impacto do presente diploma não
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa. se esgota neste mecanismo transitório. Ao tornar a contra-
tação no regime regra para a constituição destes vínculos,
associada à implementação dos estímulos adequados, a
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR médio prazo o novo regime de emprego científico visa
abranger todos os investigadores doutorados que já não
se encontrem em período de formação.
Decreto-Lei n.º 57/2016 De forma a potenciar a confiança no SCTN, estabelecem-
de 29 de agosto -se processos de avaliação exigentes, privilegiando a ava-
liação por pares com base na discussão aprofundada dos
A aposta no conhecimento constitui um desígnio cen- conteúdos e resultados da atividade científica, com obser-
tral do programa do XXI Governo Constitucional e do vância de padrões internacionais e respeito por regras claras
Programa Nacional de Reformas, refletindo a relevância e transparentes reconhecidas pela comunidade científica.
que o emprego científico assume na sociedade portuguesa. Assume-se, pois, o preconizado em memorandos e
O investimento no conhecimento, como comprovado documentos internacionais de relevo — como a Carta
nos últimos quarenta anos em Portugal, é um pilar essencial Europeia do Investigador e o Código de Conduta para
do sucesso do desenvolvimento científico e tecnológico de o Recrutamento de Investigadores a que se refere a Re-
um país, devendo traduzir-se numa política pública inequi- comendação da Comissão Europeia de 11 de março de
vocamente orientada no sentido de estimular a crescente 2005; a Declaração de São Francisco da American So-
Diário da República, 1.ª série — N.º 165 — 29 de agosto de 2016 3001

ciety for Cell Biology, sobre a avaliação da atividade de mas, os mecanismos adequados ao estímulo para a inserção
investigação e desenvolvimento, de dezembro de 2012; as de doutorados no tecido produtivo.
Recomendações da Comissão sobre Autorregulação Profis- Refira-se ainda que, com o presente diploma, reforçam-
sional em Ciência da Deutsche Forschungsgemeinschaft, -se as condições de estabilidade e previsibilidade para os
de setembro de 2013; e o Manifesto de Leiden sobre a investigadores doutorados, já que os contratos de trabalho
utilização de métricas na avaliação científica, de abril de têm o seu horizonte temporal alargado para seis anos, face
2015 — por forma a consolidar na sociedade portuguesa aos apenas cinco do programa Investigador FCT.
o entendimento de que o conteúdo das publicações cien- Para além do estabelecimento de vínculos laborais mais
tíficas e a sua apropriação académica, científica, social ou prolongados, este novo mecanismo admite um leque mais
económica, é muito mais importante do que as métricas de vasto de níveis remuneratórios, o que torna os contratos
publicação ou a sua apreciação em função das entidades mais acessíveis a um maior conjunto de investigadores. Ao
que as publicaram. contrário do que sucedia no programa Investigador FCT,
Este regime visa, assim, contribuir para: (i) a afirmação em que os níveis remuneratórios limitavam o número de
de um contexto organizativo versátil e aberto à inova- contratos atribuídos e se encontravam indexados ao esta-
ção, capaz de proporcionar a estabilidade institucional e belecido no Estatuto da Carreira de Investigação Cientí-
financeira essencial ao bom funcionamento das institui- fica, criando uma verdadeira carreira paralela, o presente
ções; (ii) a renovação contínua da comunidade científica, diploma apresenta níveis remuneratórios mais flexíveis,
assegurando um equilíbrio entre transição geracional e a que favorecem a contratação de investigadores mais jovens.
manutenção do capital humano instalado, no quadro dos No quadro da criação de estímulos adicionais para a
estatutos das carreiras docente e de investigação científica; contratação de doutorados, a Fundação para a Ciência e a
(iii) a articulação entre as entidades do SCTN e o tecido Tecnologia, I. P., passa a considerar um novo enquadra-
económico e produtivo, reforçando o emprego científico, mento, mais rigoroso, do processo de atribuição de bolsas
nomeadamente em «Laboratórios Colaborativos» que as- de pós-doutoramento e de gestão de ciência e tecnologia,
sumam a forma de colaborações institucionais. no âmbito da aprovação dos respetivos regulamentos, bem
como a valorizar a contratação como modalidade principal
Por outro lado, num contexto de reconhecida exigência e
de recrutamento de investigadores doutorados, no âmbito
grande contenção orçamental, estimula-se, ainda, a corres-
do processo de avaliação das unidades de I&D.
ponsabilização da comunidade e das instituições científicas Foram ouvidos o Conselho de Reitores das Universi-
e académicas no desenvolvimento do país, designadamente dades Portuguesas, o Conselho Coordenador dos Insti-
através da criação de consórcios, do incentivo à partilha de tutos Superiores Politécnicos, a Associação Portuguesa
recursos materiais de instituições próximas e da captação do Ensino Superior Privado, o Fórum dos Laboratórios
de receitas pelas instituições académicas e científicas para do Estado, o Conselho dos Laboratórios Associados, a
facilitar a contratação de jovens doutorados, propósito que Associação Nacional dos Investigadores de Ciência e Tec-
deve prevalecer sobre a rivalidade académica e a compe- nologia, a Associação dos Bolseiros de Investigação Cien-
tição, ainda que saudável, entre instituições que atuam na tífica e a Associação Portuguesa das Mulheres Cientistas.
mesma área científica. Foram observados os procedimentos de negociação
Deste modo, no âmbito do apoio à modernização pro- coletiva decorrentes da Lei Geral do Trabalho em Funções
gressiva do sistema de ensino superior e no contexto do Públicas, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de
reforço, valorização e capacitação do ensino politécnico, junho, e alterada pelas Leis n.os 82-B/2014, de 31 de dezem-
pretende-se contribuir para a promoção das atividades de bro, 84/2015, de 7 de agosto, e 18/2016, de 20 de junho.
investigação, valorizando, entre outras, a da investigação Assim:
baseada na prática, por forma a contribuir para que o país Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons-
recupere a sua atratividade para captar jovens altamente tituição, o Governo decreta o seguinte:
qualificados.
Atenta a indispensabilidade do reforço do investimento
em ciência e tecnologia para a qualificação do setor pú- CAPÍTULO I
blico, visa-se, também, contribuir para dotar os serviços Disposições gerais
e organismos públicos, incluindo os Laboratórios do Es-
tado, de profissionais mais qualificados, formalizando o Artigo 1.º
emprego científico após o doutoramento e provando que
o rejuvenescimento das instituições, o combate à preca- Objeto
riedade laboral e a promoção da segurança e justiça no O presente decreto-lei aprova um regime de contratação
trabalho podem ser compatibilizadas, na esteira das me- de doutorados destinado a estimular o emprego científico
lhores práticas internacionais. e tecnológico em todas as áreas do conhecimento, a pro-
Pretende-se, por último, contribuir para o reforço dos mover o rejuvenescimento das instituições que integram o
atuais centros de interface e de transferência de conheci- Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN), bem
mento, incluindo os Centros Tecnológicos e de Engenharia, como a valorizar as atividades de investigação científica, de
ou outro tipo de «Laboratórios Colaborativos», criados e desenvolvimento tecnológico, de gestão e de comunicação
desenvolvidos com o intuito de incentivar a cooperação en- de ciência e tecnologia nessas instituições.
tre as instituições científicas e de ensino superior e o tecido
produtivo, promovendo o emprego qualificado gerador de Artigo 2.º
valor social e económico, e mobilizador da capacidade de
Âmbito
produção industrial.
Em paralelo com as medidas agora tomadas, serão de- 1 — O regime aprovado pelo presente decreto-lei aplica-
senvolvidos, no quadro do Programa Nacional de Refor- -se à contratação a termo resolutivo de doutorados para
3002 Diário da República, 1.ª série — N.º 165 — 29 de agosto de 2016

o exercício de atividades de investigação científica, de 2 — A avaliação do percurso científico e curricular


desenvolvimento tecnológico, de gestão e de comunicação incide sobre a relevância, qualidade e atualidade:
de ciência e tecnologia em instituições do SCTN, tendo
em vista o desenvolvimento estratégico das mesmas e o a) Da produção científica, tecnológica, cultural ou ar-
reforço do investimento em ciência e tecnologia. tística dos últimos cinco anos considerada mais relevante
2 — No caso das instituições privadas, o presente pelo candidato;
decreto-lei aplica-se apenas aos casos em que a contrata- b) Das atividades de investigação aplicada, ou baseada
ção de doutorados é financiada: na prática, desenvolvidas nos últimos cinco anos e consi-
deradas de maior impacto pelo candidato;
a) Pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I. P. c) Das atividades de extensão e de disseminação do
(FCT, I. P.), com base em recursos financeiros nacionais conhecimento desenvolvidas nos últimos cinco anos, de-
ou europeus; signadamente no contexto da promoção da cultura e das
b) Por outras agências públicas nacionais de financia- práticas científicas, consideradas de maior relevância pelo
mento, com base em recursos financeiros nacionais ou candidato;
europeus;
d) Das atividades de gestão de programas de ciência,
c) Através de cofinanciamento por recursos financeiros
tecnologia e inovação, ou da experiência na observação e
nacionais;
d) Por outros recursos públicos nacionais. monitorização do sistema científico e tecnológico ou do
ensino superior, em Portugal ou no estrangeiro.
Artigo 3.º
3 — O período de cinco anos a que se refere o número
Instituições do Sistema Científico e Tecnológico Nacional anterior pode ser aumentado pelo júri, a pedido do can-
Para efeitos de aplicação do presente decreto-lei, didato, quando fundamentado em suspensão da atividade
consideram-se instituições do SCTN as seguintes: científica por razões socialmente protegidas, nomeada-
mente, por motivos de licença de parentalidade, doença
a) Os Laboratórios do Estado; grave prolongada, e outras situações de indisponibilidade
b) As outras instituições públicas de investigação a que para o trabalho legalmente tuteladas.
se refere o artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 125/99, de 20 de 4 — Os critérios de avaliação devem respeitar os se-
abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º 91/2005, de 3 de junho, guintes princípios, quando aplicáveis:
quer tenham ou não o estatuto de laboratório associado;
c) As instituições privadas de investigação a que se re- a) Ser explícitos quanto à forma de proceder à avaliação
fere o artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 125/99, de 20 de abril, do percurso científico e curricular dos candidatos;
alterado pelo Decreto-Lei n.º 91/2005, de 3 de junho, quer b) Não adotar procedimentos meramente quantita-
tenham ou não o estatuto de laboratório associado; tivos, baseados em indicadores, na contagem de pu-
d) As instituições de ensino superior públicas, incluindo blicações, ou no cálculo dos seus fatores de impacto
as de natureza fundacional a que se refere o artigo 129.º cumulativo;
da Lei n.º 62/2007, de 10 de setembro, que estabeleceu o c) Assumir que o conteúdo da produção científica é
regime jurídico das instituições de ensino superior; mais relevante que as métricas de publicação ou do que a
e) Os estabelecimentos de ensino superior privados; entidade que a publicou;
f) As empresas públicas e privadas, bem como outras d) Considerar a qualidade intrínseca do conteúdo cien-
instituições públicas e privadas sem fins lucrativos, que tífico da atividade, selecionada pelo candidato, que deve
desenvolvam ou participem em atividades de investigação ser alvo de apreciação pelo júri;
científica, de desenvolvimento tecnológico, ou de comu-
e) Considerar a especificidade disciplinar.
nicação de ciência e tecnologia;
g) A FCT, I. P.;
h) A Direção-Geral do Ensino Superior. 5 — O processo de avaliação pode incluir uma entre-
vista ou uma sessão de apresentação ou demonstração
pública pelos candidatos, ou por uma parte dos candi-
CAPÍTULO II datos a selecionar pelo júri, dos resultados da sua in-
Recrutamento e contratação de doutorados vestigação, na sequência da qual os membros do júri
devem estimular um debate aberto sobre o seu conteúdo
SECÇÃO I e caráter inovador.

Disposições comuns Artigo 6.º


Modalidades de contratação
Artigo 4.º
Seleção de doutorados
1 — A contratação de doutorados ao abrigo do presente
decreto-lei realiza-se através de:
O recrutamento de doutorados ao abrigo do presente
decreto-lei é efetuado mediante procedimento concursal. a) Contrato de trabalho em funções públicas a termo
resolutivo certo, nos termos da Lei Geral do Trabalho
Artigo 5.º em Funções Públicas (LTFP), aprovada em anexo à
Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, e alterada pelas Leis
Critérios de seleção
n.os 82-B/2014, de 31 de dezembro, 84/2015, de 7 de
1 — A seleção dos doutorados a contratar ao abrigo do agosto, e 18/2016, de 20 de junho, no caso de contratos
presente decreto-lei realiza-se através da avaliação do seu a celebrar por entidades sujeitas ao regime de direito
percurso científico e curricular. público;
Diário da República, 1.ª série — N.º 165 — 29 de agosto de 2016 3003

b) Contrato de trabalho a termo incerto, nos termos do ou de comissões ou grupos de trabalho constituídos por
Código do Trabalho, no caso de contratos a celebrar por aquele, ou solicitados por entidades públicas ou privadas,
entidades abrangidas pelo regime de direito privado. a nível nacional ou internacional;
g) Participação em júris e comissões de avaliação.
2 — Os contratos referidos na alínea a) do número an-
terior são celebrados pelo prazo de três anos, automatica- Artigo 8.º
mente renováveis por períodos de um ano até à duração
Deveres da instituição contratante
máxima de seis anos, salvo se, e sem prejuízo de outras
causas de cessação ou extinção legalmente previstas, o Sem prejuízo de outras obrigações, as instituições con-
órgão científico da instituição contratante propuser a sua tratantes devem:
cessação com fundamento em avaliação desfavorável do
trabalho desenvolvido pelo doutorado, realizada nos termos a) Integrar a atividade do doutorado no âmbito da po-
do regulamento em vigor na instituição contratante, a qual lítica académica, científica e tecnológica da instituição;
deve ser comunicada ao interessado até 90 dias antes do b) Garantir as condições técnicas e logísticas necessárias
termo do contrato. para que o doutorado possa desenvolver as suas atividades
3 — Os contratos a que alude a alínea b) do n.º 1 são de acordo com o projeto de investigação científica ou o
celebrados pelo prazo máximo de seis anos, com funda- plano de trabalhos em que for integrado;
mento na execução de serviço determinado, precisamente c) Respeitar a autonomia científica e técnica do dou-
definido e não duradouro. torado;
4 — Nos casos em que na entidade contratante não d) Comunicar, atempadamente, ao doutorado, as regras
exista órgão científico, o órgão executivo da instituição é de funcionamento da instituição e demais condições de
competente para emitir a proposta prevista no n.º 2. exercício das funções;
5 — De todos os contratos constam as referências que, e) Adotar, no que se refere à higiene, segurança e saúde
nos termos da lei aplicável, assumem caráter obrigatório, no trabalho, as medidas que decorram, para a instituição
para além das que se encontram previstas no presente ou para a atividade, da aplicação das prescrições legais e
decreto-lei. convencionais vigentes;
f) Definir contratualmente com o doutorado as condições
Artigo 7.º referentes a direitos de propriedade intelectual e industrial,
nos termos estabelecidos sobre a matéria no Estatuto da
Regime de exercício de funções Carreira de Investigação Científica.
1 — O exercício de funções em instituições públicas
pelos doutorados é efetuado, em regra, em regime de Artigo 9.º
dedicação exclusiva, podendo, por opção do doutorado, Deveres dos contratados
realizar-se em regime de tempo integral.
2 — Entende-se por regime de tempo integral aquele Os doutorados contratados ao abrigo do presente decreto-
que corresponde à duração semanal do trabalho para a -lei devem:
generalidade dos trabalhadores em regime de contrato de a) Cumprir o objeto fixado no respetivo contrato;
trabalho em funções públicas, de acordo com a LTFP, ou b) Cumprir e respeitar as regras de funcionamento in-
de contrato de trabalho, ao abrigo do Código do Traba-
terno da instituição contratante;
lho, consoante o regime laboral aplicável na instituição
c) Utilizar e zelar pela conservação dos equipamentos
contratante.
e demais bens que lhes sejam confiados para efeitos do
3 — O regime de dedicação exclusiva implica a re-
núncia ao exercício de qualquer função ou atividade re- exercício das funções;
munerada, pública ou privada, incluindo o exercício de d) Responder, atempadamente, às solicitações que lhe
profissão liberal. sejam dirigidas e facultar os documentos respeitantes à
4 — Não prejudica o exercício de funções em regime atividade contratada, sem prejuízo, quando aplicável, dos
de dedicação exclusiva a perceção de remunerações de- abrangidos pelo sigilo profissional;
correntes de: e) Manter a confidencialidade de toda a informação e
dados a que tiver acesso e que sejam identificados como
a) Direitos de autor; confidenciais pela instituição;
b) Edição de publicações científicas; f) Cumprir os demais deveres decorrentes da legisla-
c) Direitos de propriedade industrial; ção e regulamentos aplicáveis, bem como do respetivo
d) Realização de seminários, conferências, palestras, contrato.
cursos de formação profissional de curta duração e outras SECÇÃO II
atividades análogas;
e) Atividades de docência em instituições do ensino Contratação por instituições públicas
superior, com a concordância do próprio, a autorização
prévia da instituição contratante e, se aplicável da uni- Artigo 10.º
dade de investigação de acolhimento, e sem prejuízo do Recrutamento
objeto do contrato, desde que não excedam um máximo de
quatro horas por semana e um valor médio anual de três O recrutamento de doutorados realizado por instituições
horas semanais por semestre, não podendo ainda abran- públicas ao abrigo do presente decreto-lei, com exceção
ger a responsabilidade exclusiva por cursos ou unidades das instituições a que se refere o capítulo VI do título III da
curriculares; Lei n.º 62/2007, de 10 de setembro, adiante designadas
f) Elaboração de estudos ou emissão de pareceres soli- instituições de ensino superior públicas de regime funda-
citados pelo Governo ou no âmbito de estruturas criadas cional, é efetuado mediante procedimento concursal de
3004 Diário da República, 1.ª série — N.º 165 — 29 de agosto de 2016

seleção internacional, ao abrigo do disposto no n.º 6 do 5 — O júri delibera através de votação nominal funda-
artigo 30.º da LTFP. mentada de acordo com os critérios de seleção adotados e
Artigo 11.º divulgados, não sendo permitidas abstenções.
6 — As reuniões do júri, incluindo as destinadas à de-
Abertura do procedimento concursal cisão final, podem ser realizadas por videoconferência.
1 — A abertura do procedimento concursal é da res- 7 — Das reuniões do júri são lavradas atas, que con-
ponsabilidade: têm um resumo do que nelas houver ocorrido, bem como
os votos emitidos por cada um dos membros e respetiva
a) Do órgão legal e estatutariamente competente da fundamentação.
instituição contratante; 8 — Após conclusão da aplicação dos critérios de sele-
b) Da FCT, I. P.; ou ção, o júri deve proceder à elaboração de uma lista ordenada
c) De qualquer outra entidade financiadora de atividade dos candidatos aprovados com a respetiva classificação.
científica e tecnológica. 9 — O prazo de proferimento das decisões finais do júri
não pode ser superior a 90 dias, contados a partir da data
2 — A abertura do procedimento concursal é publicitada limite para a apresentação das candidaturas.
na 2.ª série do Diário da República, na bolsa de emprego
público e nos sítios na Internet da instituição contratante Artigo 14.º
e da FCT, I. P., nas línguas portuguesa e inglesa.
Decisão final
Artigo 12.º 1 — A homologação da deliberação final do júri é da
Candidatura competência do dirigente máximo da instituição respon-
sável pela abertura do procedimento concursal.
1 — Ao procedimento concursal podem candidatar-se 2 — A decisão final sobre a contratação é da competên-
os doutorados nacionais, estrangeiros e apátridas que se- cia do dirigente máximo da instituição contratante.
jam detentores de um currículo científico e profissional 3 — Todos os atos praticados no âmbito do procedi-
que revele um perfil adequado à atividade a desenvolver. mento concursal estão sujeitos a impugnação, nos termos
2 — No processo de candidatura, o candidato deve apre- gerais legalmente aplicáveis.
sentar a informação a que se refere o n.º 2 do artigo 5.º, bem
como a que seja adicionalmente fixada por regulamento apli- Artigo 15.º
cável e pelo aviso de abertura do procedimento concursal.
Níveis remuneratórios
Artigo 13.º 1 — Os contratos a celebrar ao abrigo do presente decreto-
Júri -lei correspondem aos seguintes níveis remuneratórios:
1 — A apreciação das candidaturas é realizada por um júri a) Nível 1 — Doutorados com reduzida experiência
nomeado pelo órgão legal e estatutariamente competente da pós-doutoral ou sem currículo científico após doutora-
instituição contratante, sob proposta da unidade de inves- mento, a remunerar entre o nível 28 e o nível 53 da Tabela
tigação de acolhimento do contratado, ou do investigador Remuneratória Única (TRU);
responsável pelo projeto que enquadra e financia o contrato. b) Nível 2 — Doutorados com experiência pós-doutoral
2 — Quando, nas situações previstas nas alíneas b) e ou currículo científico após doutoramento, a remunerar
c) do n.º 1 do artigo 11.º, a abertura do concurso não seja entre o nível 37 e o nível 53 da TRU;
realizada pela instituição contratante, a nomeação do júri é c) Nível 3 — Doutorados com experiência pós-doutoral
realizada pelo órgão legalmente competente da instituição relevante, no mínimo de três anos, ou currículo científico
que procede à abertura do procedimento concursal. relevante após doutoramento, a remunerar entre o nível 54
3 — O júri deve, obrigatoriamente: e o nível 61 da TRU;
d) Nível 4 — Doutorados com experiência pós-doutoral
a) Ter o mínimo de três e o máximo de cinco membros; especialmente relevante, no mínimo de cinco anos, ou
b) Integrar maioritariamente membros pertencentes à currículo científico após doutoramento especialmente re-
área científica para a qual é aberto o procedimento con- levante e reconhecido internacionalmente, a remunerar
cursal ou a áreas afins relevantes no caso concreto. entre o nível 62 e o nível 82 da TRU.

4 — A presidência do júri compete: 2 — Os parâmetros que densificam os critérios a que


a) Nos casos a que se refere a alínea a) do n.º 1 do alude o número anterior são fixados pela entidade res-
artigo 11.º: ponsável pelo procedimento concursal, sob proposta do
órgão científico da instituição, quando existir, e constam
i) Ao dirigente máximo da instituição contratante; do aviso de abertura.
ii) Ao dirigente da unidade de investigação de acolhi- 3 — O nível remuneratório pode ser revisto, no sentido
mento do contratado ou a um investigador da mesma, por de um incremento positivo, no momento da renovação do
ele nomeado; ou contrato, por comum acordo entre as partes, tendo em con-
iii) Ao investigador responsável pelo projeto que en- sideração o trabalho desenvolvido no decurso do contrato
quadra e financia o contrato; e os parâmetros a que se refere o número anterior.
4 — A revisão do nível remuneratório deve ser suscitada
b) Nos casos a que se referem as alíneas b) e c) do n.º 1 entre o sexagésimo e o trigésimo dia anteriores à data da
do artigo 11.º, a quem seja nomeado pelo órgão legal e renovação do contrato.
estatutariamente competente da instituição que procede à 5 — Os doutorados que optem pelo regime de tempo
abertura do procedimento concursal. integral, nos termos do artigo 7.º, auferem o montante
Diário da República, 1.ª série — N.º 165 — 29 de agosto de 2016 3005

correspondente a dois terços dos valores dos níveis remu- SECÇÃO IV


neratórios a que se refere o n.º 1. Contratação por entidades privadas
6 — Caso os doutorados optem, durante a vigência do
contrato de investigação, por mudar de regime de exer- Artigo 19.º
cício de funções, têm obrigatoriamente que respeitar um
Regime de contratação por entidades privadas
mínimo de permanência de um ano no regime para o qual
transitem. 1 — Com as necessárias adaptações, o disposto nos
7 — Os contratos celebrados ao abrigo do presente artigos 11.º a 15.º aplica-se ao recrutamento e contrata-
decreto-lei encontram-se abrangidos pelas disposições ção de doutorados a termo resolutivo para o exercício de
que estabelecem as condições relativas às valorizações atividades de investigação científica, de desenvolvimento
remuneratórias estabelecidas anualmente na lei que aprova tecnológico, de gestão e de comunicação de ciência e de
o Orçamento do Estado. tecnologia em instituições privadas do SCTN, no âmbito
de projetos financiados nos termos previstos no n.º 2 do
Artigo 16.º artigo 2.º
2 — A contratação de doutorados a que se refere o nú-
Pareceres e autorizações mero anterior realiza-se através de contrato de trabalho a
O procedimento concursal e a contratação a que alude a termo incerto, nos termos do Código do Trabalho.
presente secção e cujos encargos onerem, exclusivamente, 3 — O nível remuneratório aplicável pode ser revisto,
receitas transferidas da FCT, I. P., receitas próprias prove- no sentido de um incremento positivo, após o decurso
nientes de programas, projetos e prestações de serviço e de três anos de contrato de trabalho a termo incerto, por
receitas de programas e projetos financiados ou cofinan- comum acordo entre as partes, tendo em consideração o
ciados por fundos europeus, estão dispensados: trabalho desenvolvido no decurso do contrato e os parâ-
metros a que se refere o n.º 2 do artigo 15.º
a) De autorização dos membros do Governo responsá-
veis pelas áreas das finanças e da Administração Pública,
designadamente a referida no n.º 3 do artigo 7.º da LTFP; CAPÍTULO III
b) Da obtenção do parecer prévio favorável dos membros Disposições finais e transitórias
do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da Ad-
ministração Pública, referido no n.º 5 do artigo 30.º da LTFP; Artigo 20.º
c) Do procedimento de recrutamento de trabalhadores em Programas e projetos financiados pela Fundação para a Ciência
situação de requalificação, referido no artigo 265.º da LTFP. e a Tecnologia, I. P., ou por outra entidade financiadora
O recrutamento e a contratação de doutorados para pro-
Artigo 17.º
gramas e projetos financiados pela FCT, I. P., ou por outra
Financiamento entidade financiadora de atividade científica e tecnológica
são realizados nos termos deste decreto-lei e no respeito
Os encargos resultantes dos contratos celebrados ao do que sobre essa matéria tenha sido fixado no contrato-
abrigo do presente decreto-lei oneram as dotações prove- -programa que rege a atribuição do financiamento.
nientes dos programas e projetos no âmbito dos quais são
realizadas as contratações e, apenas na insuficiência destes, Artigo 21.º
outras receitas próprias das entidades contratantes.
Legislação subsidiária

SECÇÃO III A contratação ao abrigo do presente decreto-lei rege-se,


em tudo o que nele não estiver expressamente previsto,
Contratação por instituições de ensino superior pela legislação em vigor para os trabalhadores em regime
públicas de regime fundacional de contrato de trabalho em funções públicas ou em regime
de contrato de trabalho, ao abrigo do Código do Traba-
Artigo 18.º lho, consoante o regime laboral aplicável na instituição
Regime de contratação por instituições de ensino contratante.
superior públicas de regime fundacional Artigo 22.º
1 — O disposto nos artigos 11.º a 17.º é aplicável ao re- Cômputo das remunerações totais dos trabalhadores
crutamento e contratação de doutorados a termo resolutivo Os encargos com os contratos celebrados pelas ins-
para o exercício de atividades de investigação científica, tituições públicas de ensino superior ao abrigo do pre-
de desenvolvimento tecnológico e de comunicação de sente decreto-lei para execução de programas, projetos e
ciência e de tecnologia em instituições de ensino superior prestações de serviço no âmbito das respetivas missões e
públicas de regime fundacional. atribuições não são considerados para efeitos do cômputo
2 — A contratação de doutorados a que se refere o nú- do valor total das remunerações dos trabalhadores docen-
mero anterior realiza-se através de contrato de trabalho a tes e não docentes e investigadores e não investigadores
termo incerto, nos termos do Código do Trabalho. das instituições de ensino superior em relação ao valor
3 — O nível remuneratório aplicável pode ser revisto, comparativo anualmente fixado pela lei que aprova o Orça-
no sentido de um incremento positivo, após o decurso mento do Estado, quando onerem exclusivamente receitas
de três anos de contrato de trabalho a termo incerto, por transferidas da FCT, I. P., receitas próprias provenientes
comum acordo entre as partes, tendo em consideração o de programas, projetos e prestações de serviço, ou receitas
trabalho desenvolvido no decurso do contrato e os parâ- de programas e projetos financiados ou cofinanciados por
metros a que se refere o n.º 2 do artigo 15.º fundos europeus.
3006 Diário da República, 1.ª série — N.º 165 — 29 de agosto de 2016

Artigo 23.º EDUCAÇÃO E TRABALHO, SOLIDARIEDADE


Norma transitória E SEGURANÇA SOCIAL
1 — No prazo de um ano a contar da data da entrada
em vigor do presente decreto-lei, as instituições devem Portaria n.º 232/2016
proceder à abertura de procedimentos concursais para a de 29 de agosto
contratação de doutorados, ao abrigo do presente regime,
para o desempenho das funções realizadas por bolseiros A aposta na qualificação dos portugueses constitui um
doutorados que celebraram contratos de bolsa na sequência meio imprescindível para a valorização dos cidadãos, para
de concurso aberto ao abrigo do Estatuto do Bolseiro de In- uma cidadania democrática e para o desenvolvimento sus-
vestigação, aprovado pela Lei n.º 40/2004, de 18 de agosto, tentável do país. Apesar dos progressos alcançados nas úl-
alterada pelo Decreto-Lei n.º 202/2012, de 27 de agosto, timas décadas, em termos globais, não apenas subsiste um
pela Lei n.º 12/2013, de 29 de janeiro, e pelo Decreto-Lei expressivo défice estrutural de qualificações na população
n.º 89/2013, de 9 de julho, e que desempenham funções em portuguesa, como a aposta anteriormente feita na qualificação
instituições públicas há mais de três anos, seguidos ou inter- de adultos foi abandonada, com redução significativa quer
polados, ou estejam a ser financiados por fundos públicos da educação e formação qualificante para adultos, quer do
há mais de três anos, igualmente seguidos ou interpolados. reconhecimento, validação e certificação de competências,
2 — Os procedimentos concursais são realizados pelas quebrando assim um ciclo de convergência com o padrão mé-
instituições em que os bolseiros desempenham funções. dio europeu que vinha a registar-se desde 2007. A acentuada
3 — A remuneração a atribuir no âmbito das contrata- quebra na participação de adultos em atividades de educação
ções previstas no presente artigo é a correspondente ao e formação ao nível do ensino básico e secundário é disto
nível 28 da TRU. exemplo: em 2013/2014 havia pouco mais de 39 mil adul-
4 — Nos termos e para os efeitos do disposto no n.º 1, tos inscritos, um terço do número registado em 2000/2001.
sempre que o contratado seja bolseiro doutorado financiado Esta quebra é particularmente acentuada no nível de ensino
diretamente pela FCT, I. P., há mais de três anos, os en- secundário em que se verificou uma quebra de 87 % no
cargos resultantes da respetiva contratação são suportados número de adultos inscritos em 2013/2014, por relação a
por esta, através de contrato a realizar com a instituição 2008/2009 em que mais de 169 mil adultos se inscreveram
de acolhimento do bolseiro, a qual assume a posição de em atividades de educação e formação de nível secundário.
instituição contratante ao abrigo do presente decreto-lei. Um dos fatores que contribuiu de forma relevante para
a quebra na qualificação dos adultos foi o desinvestimento
Artigo 24.º feito nos Centros para a Qualificação e Ensino Profissional,
que vieram substituir os Centros Novas Oportunidades.
Norma revogatória Para além de apresentar níveis de execução muito abaixo
É revogado o Decreto-Lei n.º 28/2013, de 19 de feve- das necessidades de qualificação da população, a atual
reiro. rede de Centros para a Qualificação e Ensino Profissional
apresenta também lacunas de cobertura territorial, o que
contribui para a desarticulação entra as ofertas de qualifica-
Artigo 25.º
ção existentes, resultando numa fraca complementaridade
Aplicação no tempo entre os diferentes percursos de educação e formação e em
processos de orientação e encaminhamento deficitários.
1 — A revogação referida no artigo anterior é feita sem
Revitalizar a educação e formação de adultos enquanto
prejuízo da transitória manutenção daquele regime, apli-
pilar central do sistema de qualificações, assegurando a
cável aos contratos vigentes à data de entrada em vigor do
continuidade das políticas de aprendizagem ao longo da
presente decreto-lei, bem como às respetivas renovações.
vida e a permanente melhoria da qualidade dos processos
2 — O Decreto-Lei n.º 28/2013, de 19 de fevereiro, e resultados de aprendizagem é uma prioridade política
mantém-se, ainda, aplicável aos procedimentos de con- de âmbito nacional. Com o objetivo de relançar esta prio-
curso a decorrer à data de entrada em vigor do presente ridade o Governo desenvolveu o Programa Qualifica que
decreto-lei, e à subsequente celebração e renovação dos se constitui como uma estratégia integrada de formação
respetivos contratos. e qualificação de adultos. O Programa Qualifica assenta
Artigo 26.º na tripla integração de: (i) meios disponibilizados pelos
Entrada em vigor diversos atores, com coordenação entre as áreas ministe-
riais da educação, do trabalho e do ensino superior, quer
O presente decreto-lei entra em vigor no primeiro dia na formulação de instrumentos, quer na sua operaciona-
do mês seguinte ao da sua publicação. lização no terreno; (ii) respostas e instrumentos diversos,
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 28 de ju- que combinem a educação de adultos e a formação pro-
lho de 2016. — Augusto Ernesto Santos Silva — Fernando fissional qualificante com o reconhecimento, validação e
António Portela Rocha de Andrade — Manuel Frederico certificação de competências; e (iii) respostas, na ótica do
Tojal de Valsassina Heitor. formando, favorecendo a coerência e a unidade da rede
e do portefólio dos percursos formativos, que devem ser
Promulgado em 11 de agosto de 2016. personalizados.
Publique-se. Um dos pontos diferenciadores do Programa Qualifica
é a aposta em percursos de formação que conduzam a
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA. uma qualificação efetiva, por oposição a uma formação
Referendado em 18 de agosto de 2016. avulsa, com fraco valor acrescentado do ponto de vista da
qualificação e da melhoria da empregabilidade dos adultos.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa. Assim, o Governo está a criar um sistema de créditos,

Você também pode gostar