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r um NO .4 ma
V e Capítulos
IA 80 1otao 9
B 0.0 h
A
Ad F 29 pes@
o o ll
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CARREIRA JURÍDICA
a l
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Direito Internacional
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Capítulo
u p UIS 671 m
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S L 08- il.co
e rum NO .4 ma
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V A B 0 . h
Ad F 29 pes@
o llo
ia n
fa b
Olá, aluno!
Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins
de entender como cada Banca e cada Carreira costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal,
queremos que sua atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento,
pois o tempo é escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo
sempre!
a l
io n
c
Ademais, estamos constantemente perseguindo melhorias para trazer um conteúdo
a
u c
completo que facilite a sua vida e potencialize seu aprendizado. Com isso em mente, a
E PE d S
estrutura do PDF Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar
e
rt O
o IS L
especificamente os assuntos que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada
p
u U 67
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capítulo você tem a oportunidade de revisar, praticar, identificar erros e aprofundar o assunto
r um N O .4
m a
com a leitura de jurisprudência selecionada.
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser
d
A 2 pes
aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou
o o ll
comentários, entre em contato através do email [email protected]. Sua opinião vale ouro para
ia n
a gente!
fa b
Racionalizar a preparação dos nossos alunos é mais que um objetivo para Ad Verum,
trata-se de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para o estudo da disciplina.
Bons estudos
1
Abordaremos os assuntos da disciplina de Direito Internacional da seguinte forma:
CAPÍTULOS
2
SUMÁRIO
DIREITO INTERNACIONAL, Capítulo 1 .......................................................................................... 4
1.5. a l
Direito Internacional Público e direito interno ............................................................................. 11
io n
c
QUADRO SINÓTICO ......................................................................................................................... 15
a
u c
d S
QUESTÕES COMENTADAS ............................................................................................................. 17
E PE
e
rt O
GABARITO .......................................................................................................................................... 26
p o IS L
u U 67
LEGISLAÇÃO COMPILADA .............................................................................................................. 27
S L 08- il.com
r um N O .4
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................... 28
m a
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................ 30
d
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
3
DIREITO INTERNACIONAL
Capítulo 1
a l
costumes e princípios importantes para a concretização de acordos, tratados, convenções,
io n
c
emendas e protocolos. As normas jurídicas subdividem-se dois tipos: público e privado.
a
u c
d S
A sociedade internacional é atualmente formada pelos atores de Direito Público
E PE
e
rt O
Internacional, bem como pelos vínculos que os unem. Sua dinâmica é pautada por diversos
p o IS L
fatores, associados, por exemplo, à política, economia, cultura e os gerais interesses humanos.
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Ela é integrada, principalmente, pelos seguintes sujeitos: Estados, organizações internacionais
r um N O .4
m a
intergovernamentais e os próprios indivíduos, porém, não se restringe a eles. O termo
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
“sociedade” pressupõe a existência de vontade de seus integrantes em associar-se para atingir
d
A 2 pes
fins comuns, qual seja, o bem maior da humanidade.
o o ll
ia n
fa b
O conceito de sujeitos é mais restrito que o de atores, que engloba também outras
entidades. Porém, eles serão usados como sinônimos neste material.
4
O Direito Internacional Público disciplina e rege a atuação e a conduta da sociedade
internacional, visando alcançar as metas comuns da humanidade, consubstanciando-se em um
conjunto de princípios e regras jurídicas que disciplinam as relações jurídicas internacionais.
Suportabilidade: a relação que os Estados devem ter entre si, sem uso da força, sendo
regulada pelo Direito Internacional e suas regras.
No entanto, destaca-se que os Estados ainda são soberanos, tendo várias competências
a l
n
exclusivas no âmbito do território sob sua jurisdição. No plano internacional, isso pode ser
io
a c
demonstrado através do exercício da vontade de cada nação, por exemplo, em celebrar ou
u c
d S
não tratados, bem como em aceitar submeter-se à jurisdição de órgãos internacionais para
E PE
resolver controvérsias, dentre outros. e
rt O
p o IS L
u U 67
Alguns dos temas que esta disciplina trata são: as relações internacionais entre Estados
S L 08- il.com
e órgãos, os tratados internacionais, a questão da nacionalidade, a Lei de Migração brasileira,
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
as organizações internacionais, dentre outros.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
A ordem jurídica da sociedade internacional é formada por preceitos voltados a
o ll
regular seus membros e também o tratamento de temas de interesse global. Comparando-a a
o
ia n
ordem jurídica interna, a internacional possui algumas características específicas, apesar de
fa b
ambas serem obrigatórias e, muitas vezes, preverem a possibilidade de sanções no caso de
seu descumprimento. A sociedade internacional é, portanto:
5
poder (Estados e organizações), que não estão subordinados a qualquer outra
autoridade superior. Além disso, há também a descentralização quanto a
produção normativa internacional, que ocorre em vários âmbitos de
negociações.1
Proibição do uso da força: o uso da força deve ser evitado ao máximo, sendo
considerado o último recurso a ser utilizado, apenas sendo admitido em
situações específicas, como é o caso da legítima defesa.
1
Vide questão 1.
6
Humanização do Direito Internacional: os tratados internacionais têm o ser
humano como centro de proteção, especialmente após o fim da 2ª Guerra
Mundial, que culminou na criação da ONU e dos sistemas de proteção dos
Direitos Humanos, tanto regionais quanto internacionais. A proteção ocorre
pelos direitos internos e externos.
a l
io n
c
Apesar das características supramencionadas, existem também órgãos internacionais
a
u c
responsáveis por apaziguar controvérsias, aplicando suas normas aos casos concretos,
E PE d S
exercendo, portanto, jurisdição internacional. Esses entes são normalmente criados por
e
rt O
o IS L
tratados, nos quais são definidas suas competências e regras de funcionamento; ou seja, as
p
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S L 08- il.com
normativas são estabelecidas pelos seus próprios destinatários, os sujeitos internacionais.
r um N O .4
m a
0 t
Esses mecanismos de jurisdição internacional podem ter amplo escopo de atuação
e IA 8 o
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(tanto com relação geográfica – global – ou quanto ao conteúdo – não há restrições) ou mais
d
A 2 pes
reduzida (regional ou apenas trata sobre determinado assunto).
o o ll
a n apenas os Estados que criaram os tratados e/ou que
A priori, tais órgãos vinculam
i
aceitarem submeter-se faa
b
sua competência e jurisdição.
7
1.2. Conceito de Direito Internacional Público
Existem inúmeros possíveis definições para o que viria ser “Direito Internacional
Público”, levando-se em consideração tanto um viés mais clássico quanto um mais moderno,
que leva em consideração os mais recentes sujeitos da sociedade internacional. No entanto,
alguns elementos permanecem constantes nos diversos conceitos:
r um N O .4
m a
princípios e costumes) que visa disciplinar e regulamentar as atividades exteriores da
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
sociedade dos Estados, ou seja, a sociedade internacional, cujo conceito muda com o
d
A 2 pes
surgimento de novos sujeitos nas relações internacionais.
o o ll
i a n é o ramo da ciência jurídica que regula as complexas
O Direito Internacional Público
b
relações internacionais, faafim de mediar e conciliar a convivência dos membros da sociedade
internacional (não apenas seus atores ou sujeitos), com o objetivo principal de alcançar os fins
precípuos da humanidade em dado momento histórico.3
2
Vide questão 7.
3
Vide questão 6.
8
1.3. Fundamentos do Direito Internacional Público
l
Essa doutrina é criticada, pois condiciona toda a regulamentação internacional
a
io
apenas à vontade dos Estados. Ademais, não explica como um novo Estado será n
a c
obrigado por norma internacional de cuja formação não participou. Não obstante, existe
u c
d S
também a possibilidade de insegurança jurídica, caso um Estado mudasse de ideia.
E PE
e
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p o IS L
Teoria objetivista: o Direito Internacional existiria, pois tem fontes, princípios, costumes
u U 67
S L 08- il.com
e regras próprios, existindo independentemente da vontade dos Estados. Advém de
um O .4 a
princípios e normas superiores àqueles presentes no direito interno, tendo prevalência
r N m
e IA 8 o 0 t
sobre estas. Ou seja, depende não da vontade dos Estados, mas sim da necessidade
d V FAB 90.0 @h
2 pes
advinda de fatores sociais e da realidade fática, sendo responsável pela existência da
A
o
sociedade internacional e também pelo seu desenvolvimento.
o ll
Essa doutrina é alvo de
i a n críticas, pois desconsidera totalmente o consentimento dos
Estados, que sãofa b de Direito Internacional Público e que têm um importante
sujeitos
papel a ser desempenhado. Ao minimizar a vontade dos atores internacionais na criação
das normas internacionais, acaba por causar uma situação de insegurança,
proporcionando situações que não correspondem à vontade dos sujeitos.
4
Vide questão 8.
9
Teoria objetivista temperada (pacta sunt servanda):5 o Direito Internacional teria
caráter de regra objetiva e obrigatória, que impõe aos Estados o dever de cumprir com
a obrigação que foi acordada com consentimento e vontade, sem coerção, de boa-fé.
Tendo em vista a extremidade das doutrinas majoritárias, o que ocorre, na prática, é
um misto de ambas, na forma do pacta sunt servanda.
a l
1.4. Objetos do Direito Internacional Público
io n
a c
u c
E PE d S
O objeto inicial do Direito Internacional Público foi a redução da anarquia na
e
rt O
o IS L
sociedade internacional (no contexto pós-2ª Guerra Mundial), bem como a delimitação das
p
u U 67
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competências dos órgãos e sujeitos internacionais.
r um N O .4
m a
Em decorrência da expansão do número de sujeitos ou atores de Direito Internacional
e IA 8 o 0 t
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Público, seu rol de objetos também aumentou. Ele passou a regular, para além dos vínculos
d
A 2 pes
estabelecidos entre Estado e organização internacional, ou entre dois ou mais Estados,
o o ll
também outras questões de interesse dos demais atores da sociedade internacional.
ia n
Tradicionalmente,fa
b
o objeto do Direito Internacional Público restringia-se a delimitar as
competências de seus sujeitos, ou seja, os Estados e as organizações internacionais, de modo
a regulamentar sua convivência em âmbito internacional através de normas de conduta,
frente à falta de um “poder central” que limitasse seus poderes, tendo em vista, contudo, a
característica da coordenação (em oposição à subordinação) e a cooperação internacional.
5
Vide questão 10.
10
matéria ampliou-se a ponto de incluir também a cooperação internacional a fim de se atingir
os objetivos comuns da sociedade internacional, disciplinando, para isso, os comportamentos
de todos os sujeitos nela inclusos.
Também é possível incluir no rol de objetos a tutela adicional a bens jurídicos aos
quais a sociedade internacional decidiu atribuir importância, como os direitos humanos e o
meio ambiente.
a l
A sociedade internacional e a ordem jurídica interna não estão separadas, mas podem
io n
c
trabalhar em conjunto. Muitos dos atos de Direito Internacional dependem, primeiramente, de
a
c
regras do direito interno (por exemplo, a competência para celebrar tratados) ou da ação de
u
d S
E PE
autoridades estatais. Do mesmo modo, muitas regras de Direito Internacional precisam ser
e
rt O
incorporadas no âmbito do direito interno para garantir sua eficaz aplicação.
p o IS L
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Contudo, é possível que ocorram conflitos entre as normas de Direito Internacional e de
r um N O .4 a
direito interno sobre assuntos congêneres, havendo a necessidade de estabelecer qual
m
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d V FAB 90.0 @h
preceito prevalecerá em detrimento do outro. 6
A 2 pes
Em geral, sobre o assunto, existem duas teorias.
o o ll
ia n
fa b
6
Vide questão 2.
11
ser humano. A despeito disso, ressalta-se que a Constituição Federal brasileira não disciplinou
acerca do reconhecimento do direito internacional pelo direito interno.
Dualista7: as duas ordens (interna e externa) não se misturam, visto que o Direito
Internacional Público e o direito interno apresentam diversidade de fontes, sujeitos e
objetos, sendo dois ordenamentos jurídicos independentes e distintos, embora
igualmente válidos. Como não se comunicam, jamais poderia haver confronto entre
suas normas.8
A eficácia de uma norma internacional não dependeria de sua compatibilidade com
a norma interna, nem o direito interno precisaria se conformar com os preceitos
internacionais.
a l
n
Se um Estado quiser aplicar uma norma internacional como algo mais que uma
io
c
fonte para o direito interno, deve primeiro transformá-la em norma de direito interno
a
u c
(“teoria da incorporação” ou “teoria da transformação de mediatização”). Com esse
E PE d S
processo de incorporação, eventuais conflitos seriam entre normas internas, e não mais
e
rt O
entre uma interna e uma internacional.
p o IS L
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Em caso de eventual contradição entre normas, prevalecerá a norma interna (mesmo
r um
que equivocada), até que se faça a conversão da internacional no âmbito interno.
N O .4
m a
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d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
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fa b
No Brasil, não se exige tal conversão, mas exige um processo legislativo de
incorporação de uma regra internacional no país, que ocorre após a aprovação do tratado
pelo Congresso Nacional e sua ratificação e promulgação por meio de um decreto executivo.
As ordens do processo são diferentes, mas haverá um procedimento específico para a norma
internacional adentrar na ordem interna, bastando apenas a incorporação dos tratados ao
7
Vide questão 4.
8
Vide questão 9.
12
ordenamento jurídico nacional. Isso caracteriza o dualismo moderado, posição aplicada pelo
Supremo Tribunal Federal.
a l
n
a) Nacionalista: a norma interna se sobrepõe à norma internacional em caso de conflito,
io
a c
com base no princípio da supremacia da Constituição: o direito internacional só é
u c
E PE d S
obrigatório no Estado porque o direito interno permitiu. Essa corrente nega o
fundamento de validade do direito internacional, baseando-se no valor superior da
e
rt O
o IS L
soberania estatal absoluta. Os Estados só se vinculariam às normas com as quais
p
u U 67
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consentissem, nos termos estabelecidos por seus ordenamentos jurídicos.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
b) Internacionalista: a norma internacional se sobrepõe à norma interna em caso de
d V FAB 90.0 @h
conflito, pois o direito interno deriva do internacional, sendo esta uma norma jurídica
A 2 pes
superior, com respaldo no princípio pacta sunt servanda (dever de cumprir com o
o o ll
n
acordado). Neste caso, um ato internacional prevalece sobre uma norma interna que lhe
ia
b
contradiz, devendo ser esta declarada inválida.
fa
c) Internacionalista dialógico: é mais moderada que a anterior; a avaliação de qual norma
será aplicada depende do caso, mas a tendência é de se aplicar a regra mais favorável
ao ser humano, especialmente quando a matéria da norma for de direitos humanos,
devendo haver um diálogo entre a norma internacional e a norma interna. Neste caso,
9
Vide questão 3.
10
Vide questão 5.
13
se a norma interna for aplicada, será em decorrência de concessão pela norma
internacional, com base na hierarquia de valores (transdialogismo).
a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
De acordo com o art. 27 da Convenção de Viena, nenhum sujeito internacional pode
p o IS L
invocar as disposições de seu ordenamento jurídico interno para se esquivar de cumprir o que
u U 67
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foi internacionalmente acordado. Para a doutrina, a teoria adotada por este artigo foi o
r um N O .4
m a
0 t
monismo internacionalista, no entanto, muitos Estados acabam adotando entendimentos
e IA 8 o
V FAB 90.0 @h
próprios sobre o tema dos conflitos, diferentemente do que estabeleceu a Convenção.
d
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
14
QUADRO SINÓTICO
r um N O .4 a
Duas ordens jurídicas distintas e independentes entre si;
m
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
Uma ordem jurídica internacional e uma ordem jurídica interna;
A
DUALISMO 2 pes
Conflito entre Direito Internacional e direito interno:
o ll
impossibilidade;
o
a n
Necessário diploma legal interno que incorpore o conteúdo da
inorma
fa b internacional: teoria da incorporação
Uma só ordem jurídica, com normas internacionais e internas;
MONISMO Conflito entre Direito Internacional e direito interno:
possibilidade;
Não há necessidade de diploma legal interno.
15
DIVISÃO DA TEORIA MONISTA
Monismo nacionalista Monismo internacionalista Monismo internacionalista
dialógico
Norma interna > norma Norma internacional > norma Análise casuística
internacional interna
Superioridade da soberania Direito interno deriva do Aplicação da regra mais
estatal absoluta Direito internacional favorável ao ser humano
a l
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u c
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e
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p o IS L
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r um N O .4
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A 2 pes
o o ll
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16
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
Ano: 2010. Banca: CESPE. Órgão: OAB. Prova: CESPE - 2010 - OAB - Exame de Ordem - 3 -
Primeira Fase
17
qualquer forma de autoridade ou coerção de um Estado sobre os outros, ou de um organismo
internacional sobre um Estado, o que exclui as demais alternativas da questão.
Questão 2
Ano: 2009. Banca: CESPE. Órgão: OAB. Prova: CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem - 2 -
Primeira Fase
18
Questão 3
Questão 4
Ano: 2006. Banca: ND. Órgão: OAB-DF. Prova: ND - 2006 - OAB-DF - Exame de Ordem - 1
- Primeira Fase
Na relação entre o direito nacional e internacional, a teoria que entende que são sistemas
independentes e distintos é a:
a l
A) dualista;
io n
a c
B) independentista;
u c
C) unidade normativa; E PE d S
e
rt O
D) monista. p o IS L
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r um N O .4
m a
Comentário: e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
A resposta correta é a letra A, pois é a teoria dualista que entende que o direito interno
o ll
e o direito internacional são dois sistemas diferentes e independentes entre si. Por sua vez,
o
ia n
para a teoria monista, o direito interna e o direito internacional misturam-se, sendo
fa b
interdependentes entre si. Assim, por exclusão, chega-se à resposta certa.
Questão 5
O Estado regulamenta a convivência social em seu território por meio de legislação nacional, e
a comunidade internacional também cria regras, que podem conflitar com as nacionais. A
20
respeito das correntes doutrinárias que procuram proporcionar solução para o conflito entre
as normas internas e as internacionais, assinale a opção correta.
a l
n
e) De acordo com a corrente monista, a norma interna sempre prevalece sobre a internacional.
io
a c
u c
Comentário:
E PE d S
e
rt O
o IS L
A letra A está incorreta, pois, para a corrente dualista, é necessário que haja um
p
u U 67
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processo de incorporação de normas internacionais no âmbito interno, assim, eventuais
r um N O .4
m a
conflitos seriam entre normas internas, e não mais entre uma interna e uma internacional; já
e IA 8 o 0 t
para a corrente monista, existem 3 entendimentos: o nacionalista (a norma interna se
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
sobrepõe à norma internacional), o internacionalista (a norma internacional se sobrepõe à
o ll
norma interna) e o internacionalista dialógico (avaliação caso a caso). A letra B está incorreta,
o
i a n é considerada a majoritária. A letra C está correta, pois
pois a corrente doutrinária monista
fab
basta que uma norma internacional seja aceita por um Estado para estar apta a ser aplicada
internamente, não sendo necessário ser transformada em direito interno, pois este integra o
internacional. A letra D está incorreta, pois a assertiva trata da doutrina monista, não da
dualista. A letra E está incorreta, pois, como visto, existem 3 possíveis entendimentos.
21
Questão 6
Câmara dos Deputados (CD) 2014. Cargo: Analista Legislativo - Área Consultor Legislativo.
Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE/CEBRASPE). Nível:
Superior
O direito internacional público surgiu na Idade Moderna, como disciplina jurídica subsidiária
ao poder absolutista dos soberanos europeus e do Estado nacional moderno, a partir de
estudos sobre direitos referentes à guerra e à paz entre as nações.
a l
io n
a c
Comentário: u c
E PEd S
e
rt O
A assertiva está correta, pois o início do Direito Internacional Público se deu durante a
p o IS L
u U 67
Idade Moderna, como forma de os Estados Absolutistas tratarem das relações internacionais,
S L 08- il.com
que, à época, além do comércio, resumia-se a questões de guerra. Foi a partir desse momento
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
que tratados começaram a ser firmados e a estrutura da sociedade internacional que se tem
d V FAB 90.0 @h
hoje começou a ser formada.
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
Questão 7
B) as organizações internacionais;
22
C) as pessoas jurídicas e pessoas físicas, desde que de distintas nacionalidades;
Comentário:
a l
pessoa física de distintas nacionalidades compreende uma relação internacional de Direito
Internacional Privado, como será visto posteriormente. io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
o IS L
Questão 8
p
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Senado Federal (SF) 2002. Cargo: Consultor Legislativo - Área Relações Internacionais e
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Defesa Nacional. Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB
d V FAB 90.0 @h
(CESPE/CEBRASPE). Nível: Superior
A 2 pes
Julgue os itens seguintes.o o ll
ia n
b
Duas doutrinas principais fundamentam o direito internacional público: a voluntarista e a
fa
objetivista. A primeira sustenta que é na vontade dos Estados que está o fundamento do
direito das gentes; nela se inseriria a teoria dos direitos fundamentais. A segunda, por sua vez,
sustenta o fundamento do direito internacional na pressuposta existência de uma norma ou
princípio acima dos Estados, como, por exemplo, a teoria do consentimento.
Comentário:
23
A assertiva está incorreta, pois apesar de a teoria voluntarista ser baseada na vontade
dos Estados, para a qual o Direito Internacional só existiria pois é da vontade dos Estados
permitir que ele exista, a teoria objetivista não está fundamentada no preceito de uma norma
ou princípio acima dos Estados, mas nas fontes, princípios, costumes e regras próprios do
Direito Internacional, existindo independentemente da vontade dos Estados, mas dependendo
da necessidade advinda de fatores sociais e da realidade fática de dado momento histórico.
Questão 9
E) o dualismo tem como preceito a ideia de que todos os Direitos emanam de uma única
fonte.
Comentário:
A alternativa A está correta, pois é esse o preceito do dualismo: a ordem jurídica interna
e a ordem jurídica internacional são coexistentes, independentes e autônomas, não se
24
misturando ou confundindo. A alternativa B está incorreta, pois existem 3 possíveis
entendimentos da corrente monista sobre eventual conflito de normas: o nacionalista (a
norma interna se sobrepõe à norma internacional), o internacionalista (a norma internacional
se sobrepõe à norma interna) e o internacionalista dialógico (avaliação caso a caso). A
alternativa C está incorreta, como já visto na justificativa da assertiva “B”. A alternativa D está
incorreta, pois não há relação de subordinação, só de independência. A alternativa E está
incorreta, pois este é o entendimento da teoria monista.
Questão 10
p o IS L
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Comentário:
r um N O .4
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A norma pacta sunt servanda é princípio que se impôs objetivamente como
d
A 2 pes
fundamental para a convivência humana, significando o dever de cumprir com o que foi
o ll
acordado. Portanto, a assertiva está incorreta, pois o conjunto de regras das quais a
o
ia n
comunidade internacional não pode renunciar são as normas de jus cogens, de natureza
fa b
obrigatória e imperativa.
25
GABARITO
Questão 1 - D
Questão 2 - C
Questão 3 - A
Questão 4 - A
Questão 5 - C a l
io n
Questão 6 - Correta
a c
u c
Questão 7 - C d S
E PE
Questão 8 - Errada e
rt O
p o IS L
Questão 9 - A
S L 08- il.com u U 67
Questão 10 - Errada um NO . 4 tma
r 0
e BIA .08 ho
d V F A 90 s@
A 2 e p
o l l o
i a n
fa b
26
LEGISLAÇÃO COMPILADA
Constituição Federal:
Art. 1º, I
Art. 4º
a l
o n
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (Decreto Executivo nº
7.030/2009) a ci
u c
Art. 27 E d ES
Art. 53 r t e OP
p o IS L
Su LU 08-67il.com
r um N O .4
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e BIA .08 ho 0 t
d V F A 90 s@
A 2 pe
o llo
ia n
fa b
27
JURISPRUDÊNCIA
a l
havendo, em conseqüência, entre estas e os atos de direito internacional público, mera
io n
relação de paridade normativa. Precedentes. No sistema jurídico brasileiro, os atos
a c
c
internacionais não dispõem de primazia hierárquica sobre as normas de direito interno.
u
d S
A eventual precedência dos tratados ou convenções internacionais sobre as regras
E PE
e
rt O
infraconstitucionais de direito interno somente se justificará quando a situação de
p o IS L
antinomia com o ordenamento doméstico impuser, para a solução do conflito, a
u U 67
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aplicação alternativa do critério cronológico ("lex posterior derogat priori") ou, quando
r um N O .4 a
cabível, do critério da especialidade. Precedentes. ADI 1480 MC / DF – Medida Cautelar
m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
na Ação Direta de Inconstitucionalidade, Relator Min. Celso de Mello. j. 04.09.1997”
d
A 2 pes
Órgão Julgador: Tribunal Pleno Publicação: DJ 18.05.2001.
o o ll
i a n
CR 8279 AgR/AT-Argentina
ab rogatória
“Mercosul – fCarta passiva – Denegação de exequatur – Protocolo de
medidas cautelares (Ouro Preto/MG) – Inaplicabilidade, por razões de ordem
circunstancial – Ato internacional cujo ciclo de incorporação, ao direito interno do brasil,
ainda não se achava concluído à data da decisão denegatória do exequatur, proferida
pelo presidente do supremo tribunal federal – relações entre o direito internacional, o
direito comunitário e o direito nacional do brasil – Princípios do efeito direto e da
aplicabilidade imediata – Ausência de sua previsão no sistema constitucional brasileiro –
Inexistência de cláusula geral de recepção plena e automática de atos internacionais,
mesmo daqueles fundados em tratados de integração – Recurso de agravo improvido.
28
A recepção dos tratados ou convenções internacionais em geral e dos acordos
celebrados no âmbito do Mercosul está sujeita à disciplina fixada na Constituição da
República" (CR 8279 AgR/AT-Argentina, Relator(a): Min. Celso de Mello. Julgamento:
17/06/1998, Publicação: DJ Data-10-08-00).
a l
io n
a c
u c
E PEd S
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a l
n
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 9. ed.
io
c
rev., atual. e ampl. -- São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
a
u c
d S
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado.
E PE
9ª ed. Salvador: Juspodivm, 2017. e
rt O
p o IS L
REZEK, Francisco. Direito internacional público – Curso Elementar. 17ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2018.
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de direito internacional público. São
d V FAB 90.0 @h
Paulo: Atlas, 2002.
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
30
CARREIRA JURÍDICA
a l
ion
a c
c
Direito Internacional
t e E PE
u
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Capítulo
u p UIS 672 m
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S L 08- il.co
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V A B 0 . h
Ad F 29 pes@
o llo
ia n
fa b
SUMÁRIO
2.3. a l
Princípios gerais de direito .................................................................................................................... 11
io n
3. c
Meios auxiliares e novas fontes (secundárias).................................................................. 13
a
u c
3.1. d S
Jurisprudência .............................................................................................................................................. 13
E PE
3.2. e
rt O
Doutrina ......................................................................................................................................................... 14
p o IS L
3.3.
S L 08- il.com u U 67
Analogia ......................................................................................................................................................... 15
3.4. m O .4 a
Equidade ........................................................................................................................................................ 16
r u N m
e IA 8 o 0 t
3.5. V FAB 90.0 @h
Atos unilaterais dos Estados ................................................................................................................. 16
d
3.6. A 2 pes
Decisões de organizações internacionais ........................................................................................ 18
o o ll
3.7. Obrigações erga omnes, jus cogens e soft law ........................................................................... 19
n
b ia
a
QUADRO SINÓTICOf......................................................................................................................... 24
GABARITO .......................................................................................................................................... 35
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................... 37
2
DIREITO INTERNACIONAL
Capítulo 2
Definir o que viria a ser “fontes” do Direito é uma dificuldade para toda a doutrina
a l
n
desta ciência jurídica. Contudo, a doutrina internacionalista conceitua “fontes do Direito
io
Internacional Público”, dentre outras definições, como:
a c
u c
E PE d S
Instrumentos pelos quais fazem surgir ou possibilitam identificar a norma;
e
rt O
Razões que determinam a produção e a demonstração da norma;
p o IS L
Motivos que acarretam no surgimento da norma e sua aplicação;
u U 67
S L 08- il.com
Elementos básicos do ordenamento jurídico internacional.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
As fontes estão em constante interação, não sendo homogêneas ou centralizadas,
d V FAB 90.0 @h
havendo um movimento atual de “descentralização das fontes”. Já que não existe uma
A 2 pes
o
autoridade superior no Direito Internacional, as fontes ganham validade dependendo da forma
o ll
pela qual ela foi elaborada, e a
i n pela forma como ela se tornará obrigatória e coercitiva.
também
fab
A doutrina geralmente divide as fontes do Direito Internacional Público em duas
categorias: materiais e formais.
As fontes materiais são responsáveis por fazer surgir a norma jurídica, juntamente com
seu conteúdo, determinando sua elaboração. Referem-se à avaliação de todos os fatores
sociológicos, econômicos, culturais etc., pertencendo não à Ciência do Direito, mas sim à
Política do Direito.
3
Como exemplo de fonte material, pode-se destacar a 2ª Guerra Mundial, cujo estrago
foi responsável por despertar a necessidade de salvaguardar a dignidade da pessoa humana
acima de tudo, impulsionando o início do Direito Internacional Público que existe atualmente.
São, portanto, as bases teóricas, os valores e ideais que servem de inspiração para elaboração
das normas jurídicas internacionais, bem como de sua interpretação, sentido e alcance,
determinando o conteúdo ou a matéria do preceito jurídico.
As fontes formais, por sua vez, são os métodos ou processos de criação das normas
jurídicas, que vinculam os sujeitos para os quais as mesmas são dirigidas. São consideradas o
modo de exteriorização da norma e dos valores que ela tutela. Seu aparecimento geralmente
está relacionado ao surgimento das fontes materiais, uma levando à elaboração jurídica da
outra.
a l
io n
c
As fontes formais indicam as formas pelas quais o Direito pode desenvolver-se a fim de
a
u c
impor suas normas para disciplinar as relações da sociedade internacional. Por este motivo, é
E PE d S
escopo do Direito Internacional Público o estudo das fontes formais, que são o modo como as
e
rt O
o IS L
fontes materiais (conteúdo) dispõem-se na sociedade internacional.
p
u U 67
S L 08- il.com
As fontes (formais) foram inicialmente consolidadas no art. 38 do Estatuto da Corte
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0
Internacional de Justiça (do ano de 1945), também conhecida com “Corte de Haia”, que
t
V FAB 90.0 @h
estabelece um rol EXEMPLIFICATIVO das fontes de Direito Internacional Público.
d
A 2 pes
o ll
Não obstante, é necessário mencionar que parte da doutrina confere supremacia ao
o
a n fontes, por ter a forma escrita, o que conferiria maior
tratado em detrimento das idemais
fab ressalta-se que, apesar de suas diferenças, não existe hierarquia
clareza e precisão. Contudo,
entre as fontes, não sendo a ordem de disposição um ranking de importância, especialmente
quando se considera a íntima relação que as fontes apresentam entre si no momento da
aplicação de uma norma jurídica internacional.
Destaca-se que “hierarquia das fontes” não deve ser confundida com “hierarquia das
normas”. Enquanto as fontes são modos de manifestação das disposições jurídicas, normas
são os instrumentos responsáveis por exteriorizar as próprias regras de conduta. Assim, é
4
possível que normas, advindas da mesma fonte, ocupam níveis hierárquicos diferentes dentro
do ordenamento jurídico internacional.
Há exceções quanto à hierarquia entre as fontes. A primeira é relativa ao art. 103 da Carta
das Nações Unidas, que atribui primazia à Carta sobre todos os demais compromissos
internacionais realizados por quaisquer de seus membros. A segunda é com relação às normas
jus cogens (norma interpretativa geral), que prevalecem sobre as demais obrigações
internacionais, como será visto. a l
io n
a c
u c
E PE d S
Além disso, na prática, nos tribunais internacionais estão prevalecendo as disposições
e
rt O
o IS L
específicas dos tratados internacionais em detrimento dos costumes, não porque os tratados
p
u U 67
S L 08- il.com
seriam hierarquicamente superiores aos costumes, mas sim em decorrência do caráter
r um N O .4
m a
obrigatório daqueles, bem como por trazerem maior segurança e estabilidade jurídicas às
relações internacionais. e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
De acordo com o Estatuto da Corte Internacional de Justiça, são as fontes:
o o ll
a) a n gerais ou especiais, que estabeleçam regras
as convenções internacionais,
i
expressamentefa
b
reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) costumes internacionais, que são práticas gerais aceitas como se fossem direito;
c) princípios gerais do direito, reconhecidos pelas nações;
d) decisões judiciárias e a doutrina qualificada como meios auxiliares para determinação
das regras de direito.
5
O Estatuto da Corte Internacional de Justiça utilizou “convenção” para referir-se ao
“tratado”. No entanto, apesar de serem empregados como sinônimos, destaca-se que, na
verdade, a convenção é apenas uma espécie de tratado, como será posteriormente visto.
E PEd S
tradicionais, as mais antigas, efetivamente estabelecendo qual o direito aplicável no caso
e
rt O
o IS L
concreto. Não obstante, as secundárias seriam as fontes mais recentes, relativas às
p
u U 67
S L 08- il.com
transformações ocorridas na sociedade internacional com o acréscimo de novos sujeitos nas
r um N O .4
relações internacionais, bem como de novos meios de produção (ou seja, fontes formais) de
m a
e IA 8 o 0 t
normas jurídicas internacionais, contribuindo para elucidar o conteúdo da norma jurídica a ser
d V FAB 90.0 @h
2 pes
aplicada. É o que será visto a seguir.
A
o o ll
ia n
fa b
6
2. Fontes primárias
2.1. Tratados
2.2. r um N
Costumes internacionais
O .4
m a
e BIA .08 ho 0 t
d V F A 90 s@
O costume é a fonte formal mais antiga do Direito Internacional Público, podendo ser
A 2 pe
llo
considerada a fonte-base deste ramo do direito. Pode ser definido como:
o
ia n
fa b
Uma prática geral, uniforme, reiterada e consistente a ponto de ser aceita como
direito, entendida como obrigação legal, válida e juridicamente exigível;
O conjunto de atos de consenso, em contexto universal, regional ou local (não
há limites máximos ou mínimos na geografia dos costumes);
A prova de uma prática geral (como previsto no Estatuto da Corte Internacional
de Justiça), mas também o seu resultado: o costume resulta da prática geral,
consistente, contínua e uniforme dos Estados;
A união de elemento objetivo ou material (a prática generalizada, reiterada,
uniforme e constante de um ato) e subjetivo ou psicológico (a aceitação da
prática que se entende ser obrigatória). Esse tema será aprofundado.
7
“Prática generalizada” não significa o mesmo que “unânime” ou “universal”. Basta que ela seja
compreendida como regra obrigatória por um grupo amplo e representativo, não precisando
também ser universal, podendo se tratar de uma prática regional ou local.
a l
io n
c
A maior importância dos costumes decorre do fato de não existir um “centro integrado”
a
u c
de produção de normas de Direito Internacional, sendo mais amplamente difundido. É,
E PE d S
portanto, a fonte responsável por estabelecer um grupo de normas universalmente aplicáveis
e
rt O
o IS L
no âmbito universal, além de permitir a criação de preceitos gerais de direito, mais facilmente
p
u U 67
S L 08- il.com
aplicáveis ao caso concreto. Ademais, apresenta também um caráter “residual”, no sentido de
r um N O .4
m a
poder regular as diversas matérias que os tratados ainda não disciplinaram, contribuindo
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
também para interpretação e aplicação do conteúdo que se encontra nos tratados.
d
A 2 pes
Com relação ao procedimento de internalização de um costume internacional, no Brasil,
o o ll
não é necessário passar por um processo para entrar em vigor no plano interno. Os costumes
ia n
b
são aplicados independentemente de qualquer manifestação do Congresso Nacional e/ou do
fa
Presidente da República, diferentemente do que ocorre com os tratados internacionais.1
A extinção do costume pode se dar por sua codificação ou normatização (ou seja,
quando é transformado em tratado, o que ocorreu com muitos costumes), quando é
substituído por um novo costume ou quando simplesmente deixa de ser aplicado.2
1
Vide questão 3.
2
Vide questão 11.
8
A positivação dos costumes em tratados não extingue completamente o costume, que
continua a ser considerado como tal para os sujeitos internacionais que não são partes deste
eventual tratado, e também para aqueles que vierem a se retirar do mesmo. A positivação de
um costume é meramente um modo de facilitar a verificação da concretude do costume.
Discussões doutrinárias
a l
io n
Existe uma polêmica na doutrina quanto a maneira de aceitação de um costume. Para
a c
c
alguns, ele poderia ser aceito de maneira expressa ou tácita. Para aqueles adeptos à teoria
u
E PE d S
voluntarista, o costume seria decorrência de um acordo tácito entre sujeitos internacionais (o
e
rt O
tratado seria um acordo expresso), então, ele valeria apenas para os atores que concordassem
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
com a prática. Para os filiados à teoria objetivista, o costume teria eficácia erga omnes,
r um
vinculando todos os Estados, até os que não concordaram com a prática.
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
Não obstante essa discussão doutrinária, em caso de eventual litígio, a parte que alega
d
A 2 pes
o costume deve provar sua existência e aplicação, podendo ser diretamente aplicável tanto na
o ll
ordem interna quanto na internacional. Geralmente, os costumes são “provados” através da
o
ia n
b
jurisprudência internacional ou pela confirmação da doutrina internacional.
fa
Nesse sentido, é importante mencionar que a corrente voluntarista formulou a teoria
do objetor persistente, na qual caso um Estado nunca tenha concordado com um costume,
expressa ou tacitamente, ele não o irá vincular. Essa teoria, assim, apresenta o caso de um
Estado não estar obrigado a um costume internacionalmente aceito como sendo o direito,
quando o Estado estabelecer um comportamento permanente de discordância e não aceitação
do referido costume, não sendo vinculado a ele.3
3
Vide questão 4.
9
Ressalta-se, porém, que os costumes aos quais se aplicaria essa teoria são somente
aqueles que surgem posteriormente aos Estados. Contudo, para a corrente objetivista, esta
teoria apresenta uma ideia equivocada e superada, pois o costume já formado haveria de
valor igualmente para todos os sujeitos de Direito Internacional Público.
Ademais, caso surja um novo Estado, o efeito em relação aos costumes também é
objeto de discussão doutrinária. Para a corrente objetivista, o Estado estará obrigado aos
costumes já aceitos independentemente de sua vontade; para a subjetivista, a vinculação
apenas existirá pela concordância expressa ou tácita por parte do Estado.
a l
uniforme de atos praticados pelos sujeitos internacionais frente a um
io n
quadro fático. Nos termos do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, é
a c
c
a “prova de uma prática” adotada como decorrência da repetição dos
u
E PE d S
precedentes costumeiros que objetivam a afirmação de um princípio
e
rt O
jurídico internacional. Não é possível estabelecer um rol de critérios
p o IS L
exaustivos de condutas que podem virar costumes, dependendo das
u U 67
S L 08- il.com
circunstâncias do caso específico e da natureza da referida prática.4
r um N O .4
m a
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V FAB 90.0 @h
b) Elemento subjetivo ou psicológico: além da prática geral, deve existir
d
A 2 pes
também, para se formar um costume, a convicção e a crença de que aquilo
o ll
que está sendo praticado possui uma coercibilidade jurídica, sendo “aceito
o
ia n
como sendo direito”, podendo também ser chamada de opinio juris
b
fa do direito). Sem esse elemento, o ato reiterado não passará de
(convicção
um simples uso, sem qualquer obrigatoriedade.5
Uma vez estabelecido o costume, ele valerá igualmente para todos os sujeitos de
Direito Internacional Público, independente de o ator ter se oposto a ele, ou ter deixado de
4
Vide questão 12.
5
Vide questão 9.
10
participar de sua elaboração. Existem métodos clássicos e contemporâneos de formação de
costumes, que atualmente coexistem, serão vistos a seguir:
a) Método clássico: quando surge uma nova relação ou algo ainda não
disciplinado entre os Estados esta relação passa a ser regulada através
dos princípios gerais de direito ou de acordo com o sentimento vigente à
época esta forma de disciplina repercute positivamente no ordenamento
jurídico internacional, sendo repetida a prática passa a ser aceita como
se fosse direito formação de um novo costume.
a l
de um costume, sendo formado por atos de consenso dentro desses novos
atores internacionais. io n
a c
u c
2.3. Princípios gerais de direito
E PE d S
e
rt O
o IS L
O conceito de “princípios gerais de direito” significa que eles são aceitos por todos os
p
u U 67
S L 08- il.com
ordenamentos jurídicos, são as normas de caráter mais genérico e abstrato, que incorporam
r um N O .4
valores responsáveis por fundamentar diversos ordenamentos jurídicos internos.
m a
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d V FAB 90.0 @h
Eles conferem coerência ao ordenamento jurídico internacional, auxiliando na
A 2 pes
elaboração e aplicação das normas de Direito Internacional e as ações dos sujeitos
o o ll
internacionais. Essa fonte está relacionada ao reconhecimento de tais princípios, pelos sujeitos
ia n
b
internacionais, como formas legítimas de expressão do Direito Internacional Público.
fa
Não obstante não existir hierarquia entre as fontes de Direito Internacional Público, sua
aplicação possui um caráter supletivo, devendo ser empregado para suprir lacunas nas regras
codificadas (tratados) ou nos costumes, ou ainda para interpretar tais regras de maneira mais
coerente com o caso concreto e o momento histórico em que ele ocorreu.6
Ressalta-se que a expressão “princípios gerais de direito” não se refere aos princípios do
direito internacional, mas sim aos princípios reconhecidos e aceitos por vários dos sistemas
6
Vide questão 6.
11
jurídicos nacionais ou estatais. Isso porque eles provêm da ordem estatal e ascendem para a
ordem internacional, geralmente através de sua aplicação por uma corte internacional em um
caso concreto, ganhando notoriedade regional ou até universal.
Os princípios gerais de direito também não podem ser confundidos com os princípios
gerais de direito interno, que podem variar de um sistema jurídico para outro, não tendo,
desse modo, a generalidade necessária para serem aplicados em âmbito internacional.
Assim como acontece com os costumes, muitos dos princípios gerais de direito foram
codificados em tratados internacionais, mas também existem aqueles que se tornaram em
direito costumeiro.
l
Como exemplos, pode-se citar os princípios da boa-fé, da soberania nacional, da
a
io n
proteção da dignidade da pessoa humana, da prevalência dos direitos humanos, da não-
a c
c
intervenção, do respeito à coisa julgada, do direito adquirido, da responsabilidade do Estado,
u
do pacta sunt servanda, dentre muitos outros.
E PE d S
e
rt O
o IS L
Os princípios também são responsáveis pela orientação, elaboração, interpretação e
p
u U 67
S L 08- il.com
aplicação dos preceitos do direito nas relações sociais, podendo até mesmo decorrer da
r um N O .4
m a
ordem estatal e ascender à ordem internacional. Os princípios possuem papel supletivo na
e IA 8 o 0 t
interpretação das normas, segundo o caso concreto e o momento histórico.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
Os princípios são citados como fontes no já mencionado art. 38 do Estatuto da Corte
o o ll
Internacional de Justiça. Porém, há o acréscimo de que eles são “reconhecidos pelas nações
ia n
b
civilizadas”; essa expressão é alvo de críticas por seu viés etnocêntrico, colonialista e
fa
discriminatório, não sendo mais a interpretação dada ao dispositivo. Atualmente, os princípios
gerais abrangem todas as normas estáveis que incorporem valores amplamente reconhecidos
pelo mundo como um todo.
12
3. Meios auxiliares e novas fontes (secundárias)
a l
n
Todos os meios auxiliares e as fontes supramencionadas serão vistos a seguir.
io
a c
3.1. Jurisprudência
u c
E PE d S
e
A jurisprudência (assim como no direito interno) consiste no conjunto de decisões
rt O
p o IS L
reiteradas, no mesmo sentido, em assuntos semelhantes, mas que, no caso do Direito
u U 67
S L 08- il.com
Internacional Público, são proferidas por órgãos internacionais de solução de controvérsias.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
No âmbito internacional, a jurisprudência contribui meramente como meio auxiliar do
d V FAB 90.0 @h
Direito Internacional, atuando no auxílio da aplicação das normas jurídicas e favorecendo a
A 2 pes
o
criação de novos direitos e novas regras costumeiras internacionais. Sua maior importância
o ll
i a n a jurisprudência é responsável por interpretar direitos,
reside justamente nesta função:
Além disso, essa fonte também pode incluir decisões de outras cortes internacionais,
das quais se pode citar: o Tribunal Penal Internacional (TPI) e a Corte Interamericana de
13
Direitos Humanos (CIDH), bem como é possível incluir as decisões de tribunais ad hoc ou de
outros órgãos além dessas cortes, como os foros arbitrais e as comissões encarregadas de
executar tratados, por exemplo.
Não obstante, ainda que uma decisão jurídica internacional só atinja as partes litigantes
a l
a respeito daquele caso concreto, não há obste para que o tribunal faça uso de sua própria
io n
c
jurisprudência como modo de reafirmar um posicionamento seu previamente realizado.
a
u c
d S
Ademais, a jurisprudência internacional também pode apresentar efeitos no âmbito do
E PE
e
rt O
direito interno, influenciando a jurisprudência interna, visto que pode fundamentar pretensões
p o IS L
no Poder Judiciário dos Estados, que, por sua vez, criará jurisprudência interna com inspiração
u U 67
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nos preceitos do Direito Internacional.
r um N O .4
m a
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3.2. Doutrina
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
A doutrina (“dos juristas mais qualificados das diferentes nações”, como dispõe o art. 38
o o ll
i an
do Estatuto da Corte Internacional de Justiça) é o conjunto de estudos, interpretações, teses,
entendimentos, b
fa etc.,
dissertações daqueles que estudam o Direito Internacional Público,
compiladas em trabalhos acadêmicos, e também o material proveniente de instituições
especializadas na pesquisa de Direito Internacional (por exemplo, a Comissão de Direito
Internacional das Nações Unidas e a Academia de Direito Internacional de Haia). Relevante
acrescentar também nesta lista a produção doutrinária das secretarias das organizações
internacionais.
Foi uma das fontes responsáveis pela efetiva criação do Direito Internacional que se tem
atualmente, mas, agora, sua principal função é a de contribuir na interpretação e na aplicação
14
da norma internacional. Desempenha um papel essencial para o ramo do Direito Internacional
Público, não gerando modelos jurídicos (ou seja, não possui o caráter vinculante ou
obrigatório), mas sim modelos dogmáticos ou hermenêuticos de direito.
Além disso, também tem como máxima importância a formulação de novos princípios e
novas normas, de modo a contribuir no desenvolvimento deste ramo da ciência jurídica em
consonância com os novos anseios, interesses e necessidades da sociedade internacional, bem
como os valores a serem salvaguardados. A doutrina faz isso ao esclarecer os significados dos
modelos jurídicos através do tempo, além de propor novas formas de interpretação
correspondentes aos valores e momentos históricos supervenientes.
Por fim, apesar de não ser propriamente uma “fonte”, mas um “meio auxiliar” de Direito
a l
Internacional Público, a doutrina também é um meio de consulta para que os diversos
io n
c
tribunais internacionais possam solucionar os litígios de modo mais condizente com o
a
entendimento geral da sociedade internacional. u c
E PEd S
3.3. Analogia e
rt O
p o IS L
u U 67
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A analogia consiste na aplicação, à determinada situação concreta, de fato de uma
um O .4 a
norma jurídica feita para ser aplicada a caso semelhante ou parecido, no caso da falta ou
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
inutilidade de preceito para regular este determinado caso concreto. É uma forma de regular
d
A 2 pes
as relações jurídicas que, apesar de não serem o objeto exato de uma norma jurídica expressa,
o ll
podem ser a ela empregada, em decorrência de serem casos similares.
o
i an
b
fa da doutrina não acredita que a analogia seja uma fonte do Direito
Ressalta-se que parte
Internacional Público, mas meramente um meio de integração do ordenamento jurídico.
Tanto a analogia quanto a equidade (que será vista a seguir) objetivam encontrar
soluções eficientes para enfrentar a questão da falta de uma norma jurídica regulamentadora
15
para uma situação concreta, a fim de poder solucionar um conflito de interesses do modo
mais justo possível, dada a lacuna normativa.
3.4. Equidade
A equidade significa aplicar considerações tidas como justas a uma relação jurídica, quando
não há norma ou preceito cabível para regular e/ou solucionar tal situação de conflito, ou
quando ela existe, mas é ineficaz para soluciona-la com justiça e razoabilidade.
A equidade não vai preencher a falta de previsão legal num determinado caso concreto,
pois ela é o método a ser utilizado, e não a norma jurídica propriamente dita. Por isso, parte
da doutrina não acredita que ela seja uma fonte do Direito Internacional Público, pois seria
meramente uma forma de aplicação do direito pelas cortes internacionais.
a l
io n
c
Além de ser considerada um princípio geral do direito, a equidade é tida também como
a
u c
meio de solução de controvérsias internacionais, a partir da anuência das partes conflitantes,
E PE d S
e
como disposto no art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, requisito que
rt O
o IS L
contribui, na prática, para o pouco uso que os tribunais internacionais fazem desse
p
u U 67
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instrumento na solução de conflitos.7
r um N O .4
m a
3.5. e dos
Atos unilaterais IA
Estados 0
8 ho t
d V F
B
A 90 s@ . 0
A 2 pe
Para a doutrina voluntarista, os atos unilaterais dos entes estatais não poderiam ser
o llo
considerados fontes do Direito Internacional Público, em decorrência da premissa do
ia n
b
consentimento dos sujeitos internacionais. No entanto, apesar de não estar previsto no rol
fa
(exemplificativo) do já citado art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, a atual
dinâmica das relações internacionais ocasiona em situações em que atos unilaterais acabam
por influenciar e produzir consequências jurídicas para outros atores internacionais,
independente do consentimento ou envolvimento destes, portanto, deve ser considerado
como uma das novas fontes de Direito Internacional Público.8
7
Vide questão 5.
8
Vide questão 7.
16
Tanto os atos unilaterais dos Estados quanto as decisões das organizações
internacionais (tema que será tratado a seguir), por serem expressão da vontade de um sujeito
internacional, são, portanto, considerados como modos de formação voluntários de Direito
Internacional Público, passíveis de produzir efeitos jurídicos, sejam eles erga omnes ou inter
partes, capazes de criar direitos e/ou obrigações. Desse modo, os atos unilaterais podem criar
precedentes de Direito Internacional.
Ato unilateral estatal seria a manifestação expressa de vontade formulada por uma
autoridade competente, a fim de produzir efeitos jurídicos numa relação jurídica internacional
(seja entre Estados ou entre um Estado e uma organização internacional), independente do
consentimento expresso da outra parte afetada. Portanto, são emanados de um único sujeito
l
de Direito Internacional Público, sem a participação de outras partes (mesmo que possa existir
a
o conhecimento da existência do ato).
io n
a c
u c
Os atos unilaterais dos Estados têm de ser, obrigatoriamente, internacionais, ou seja,
E PE d S
seu valor coercitivo é determinado pela ordem jurídica internacional, e não a interna. Além
e
rt O
o IS L
disso, havendo a intenção expressa de produzir efeitos jurídicos, responsabilizando o Estado
p
u U 67
S L 08- il.com
por esta manifestação de vontade, que deve ser pública e notória, já se pode considerar que o
r um N O .4
m a
ato unilateral estatal é válido. Assim, o Estado torna-se imputável por este ato.
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
Além do caso de vício de forma (onde o ato será nulo), a forma de expressar um ato
d
A 2 pes
unilateral do Estado não tem muita importância, só sendo preciso que suas manifestações
o o ll
sejam claras. Funciona o princípio do acta sunt servanda, onde todo ato unilateral em vigor
ia n
b
obriga o Estado que o formulou, devendo ser cumprido de boa-fé.
fa
Os atos unilaterais dos Estados podem ser classificados em: expressos (seja na forma de
declaração escrita ou oral, mas sendo uma declaração formal) e tácitos (de modo implícito,
pelo silencio ou pela prática de ações compatíveis com o objeto do ato).
Quanto aos seus efeitos jurídicos, os atos podem ser divididos em: autonormativos (que
criam deveres e obrigações para os Estados que o manifestam) ou heteronormativos (aqueles
que atribuem direitos e prerrogativas a outros sujeitos de Direito internacional Público).
17
São considerados atos unilaterais dos entes estatais: protestos, notificações, renúncias,
denúncias, reconhecimentos, promessas, rupturas de relações diplomáticas, dentre outros.
a l
n
Apesar de tais decisões não estarem previstas no rol (exemplificativo) do já citado art.
io
c
38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, devem ser consideradas como uma das
a
u c
novas fontes de Direito Internacional Público, especialmente porque à época da criação do
E PE d S
e
Estatuto, as organizações internacionais estavam apenas começando a adquirir maior
rt O
o IS L
importância e relevância no contexto internacional.9
p
u U 67
S L 08- il.com
As decisões das organizações internacionais são atos institucionais realizados com base
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
nas normas que disciplinam cada organização internacional específica, a partir de tratados
d V FAB 90.0 @h
internacionais que as criaram e permitiram seu funcionamento nos termos acordados, inclusive
A 2 pes
podendo prever eventuais sanções jurídicas. Desse modo, a participação dos Estados é apenas
o o ll
n
indireta, pois votaram no momento de criação dessas organizações ou nas suas assembleias
ia
gerais. fa b
Destaca-se que as organizações internacionais podem praticar os mesmos atos
unilaterais que os Estados, mas há também atos específicos daquelas, como os atos
preparatórios para negociação de tratados, recomendações, resoluções, dentre outros,
apresentando também maior variedade na forma e no conteúdo. Porém, do mesmo modo
que ocorre com os atos unilaterais dos Estados, também é preciso que essas decisões tenham
caráter internacional para serem consideradas fontes de Direito Internacional Público.
9
Vide questão 10.
18
Nesta seara, é importante mencionar que as referidas decisões podem ser:
l
facilitar a demonstração de um costume, bem como fomentar a criação de normas a respeito
a
io n
de um assunto versado em seu âmbito, podendo chegar, inclusive, ao status de tratado ou de
soft law, como será visto. a c
u c
3.7. E PE
Obrigações erga omnes, jus cogens e soft law
d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
Em decorrência do constante desenvolvimento da sociedade internacional, surgiram
S L 08- il.com
esses três novos modelos de obrigação jurídica, que estão intrinsicamente conectados à
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
reformulação das fontes do Direito Internacional Público, visto que atingem os sujeitos
d V FAB 90.0 @h
internacionais de diferentes formas das fontes ditas “clássicas”.
A 2 pes
o ll
Essas novas fontes são: obrigações erga omnes, jus cogens e normas de soft law.
o
i a n
b
a) Obrigações
fa erga omnes
As obrigações erga omnes10 são aqueles que obrigam a todos os destinados,
independentemente de aceitação e sem possibilidade de objeção. Essas obrigações constituem
um conjunto de deveres, sendo impostas a todos os sujeitos do Direito Internacional Público,
sem exceções.
10
Vide questão 1.
19
Essas obrigações têm a característica da obrigatoriedade relacionada ao seu âmbito de
aplicação universal, e não em decorrência de sua hierarquia. Desse modo, nem toda obrigação
erga omnes será incondicional e inderrogável, sendo essa a sua diferença para as normas jus
cogens. Não obstante, qualquer sujeito internacional pode reclamar o descumprimento de
uma dessas obrigações contra um sujeito infrator, a fim de se preservar os valores
fundamentais da sociedade internacional.
b) Jus cogens
a l
io n
Diferentemente do que ocorre com as obrigações erga omnes, as normas jus cogens11
a c
são hierarquicamente superiores a todas as demais normas no plano internacional, tendo,
u c
d S
assim, uma noção mais ampla do que a anterior, já que se tratam de normas imperativas e
E PE
e
rt O
inderrogáveis (cuja aplicação é inafastável), quer por tratados, por costumes ou por princípios
gerais de Direito Internancional. p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
Todas as normas de jus cogens incluem obrigações erga omnes, mas a recíproca não é
verdadeira: nem todas essas obrigações constituirão àquelas normas.
Jus cogens são normas imperativas de Direito Internacional, cuja definição está prevista
no art. 53 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados. Assim, trata-se de uma
norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional como uma norma da qual
11
Vide questão 2.
20
nenhuma confrontação é permitida, só podendo ser modificada através de outra norma
imperativa de Direito Internacional da mesma natureza.
A definição do que viria a configurar uma norma imperativa jus cogens é resultado de
um processo histórico, já que não está presente em nenhum tratado internacional, no qual a
sociedade internacional reconheceu a primazia de certos valores, a fim de salvaguardar a vida
a l
e a dignidade humanas, bem como a coexistência pacífica e cooperativa dos sujeitos
io n
internacionais.
a c
u c
d S
Como exemplos, pode-se citar as normas que tutelam: os direitos humanos, o meio
E PE
e
rt O
ambiente, a paz e a segurança internacionais, o banimento de armas de destruição em massa,
p o IS L
dentre outras. O principal exemplo concreto de norma jus cogens é a Declaração Universal
dos Direitos Humanos (1948).
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
0 o t
e IA 8jus cogens:
São, assim, características das normas a imperatividade de seus preceitos, a
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
rigidez no processo de alteração de seus preceitos e o conteúdo variável.
o o ll
Portanto, em caso de eventual conflito de norma internacional com uma norma jus
ia n
b
cogens, a primeira será simplesmente inaplicável frente ao caso concreto. Afasta-se, assim,
fa
critérios como o da especificidade e o cronológico de solução de conflitos de normas,
privilegiando apenas a hierarquia superior da norma jus cogens sobre todas as demais.
21
Neste sentido, segundo o art. 64 da Convenção de Viena sobre o Direito dos
Tratados, em caso de conflito entre norma de tratado e norma jus cogens superveniente, o
dispositivo do tratado será nulo a partir de seu aparecimento (o que não significa que haverá
efeitos retroativos, nem afetará a validade de acordos anteriormente realizados).
Apesar de ter inspiração jusnaturalista, as normas jus cogens não se confundem com as
normas de Direito Natural, pois não são preceitos imutáveis, mas que podem ser alteradas
a l
conforme a evolução da sociedade internacional, desde que modificadas por normas ulteriores
io n
da mesma natureza imperativa.
a c
u c
E PEd S
e
rt O
c) Soft law
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
O soft law consiste em uma nova modalidade normativa, de caráter mais flexível e
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
maleável, como indicado por sua nomenclatura (em oposição ao hard law, o direito
d V FAB 90.0 @h
tradicional). É uma forma alternativa de orientar a conduta dos membros da sociedade
A 2 pes
internacional, frente às transformações sociais de contexto global, que levaram à necessidade
o o ll
n
de se estabelecer modos mais ágeis e maleáveis de disciplinar normas de convivência
ia
internacional.
fa b
Desse modo, o soft law compreende todas as regras com valor normativo menos
obrigatório que o das normas jurídicas tradicionais, deixando aos seus destinatários uma certa
margem de aplicação no tocante ao seu conteúdo. A despeito de, por suas características,
existir a falta de meios que garantam sua efetiva aplicação, consiste em um instrumento que
privilegia noções como autonomia da vontade e arbitragem, a fim de atingir maior
flexibilização e rapidez na resolução de conflitos.
22
A priori, seriam regras de valor normativo limitado, seja por conta do seu instrumento
ou da disposição em causa, não criando obrigações de direito positivo, ou, caso venham a
cria-las, de modo menos constringente. No entanto, apesar de seu cumprimento estar mais no
sentido de “recomendação” do que de “obrigação”, isso não significa que não exista um
sistema de sanções, podendo repressões morais ou extrajurídicas.12
a l
dentro de órgãos das organizações internacionais) rápidas, sem as tradicionais dificuldades
io n
c
políticas na elaboração de tratados. Por isso, tais normas têm, muitas vezes, caráter de meras
a
recomendações. u c
E PE d S
e
rt O
Tais normas incluem, muitas vezes, preceitos que ainda não chegaram ao nível de
p o IS L
norma internacional jurídica vinculante (ou pouco vinculante). Assim, podem posteriormente
u U 67
S L 08- il.com
vir a ser incorporadas a fontes tradicionais de Direito Internacional Público (como tratados), ou
r um N O .4
m a
até mesmo vir a gerar leis internas.
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes soft law
Por fim, tem-se que o conteúdo jurídico da ainda se encontra em construção, e
o ll
sua natureza jurídica ainda não está totalmente formada, sendo um instrumento internacional
o
em desenvolvimento. ia n
fa b
12
Vide questão 8.
23
QUADRO SINÓTICO
Resultado de acordos l
É o tipo de fonte mais estudado
a
io n
por ser considerado mais
TRATADOS
Forma escrita
a c
juridicamente seguro
u c
Apenas celebrado por Estados e
E PE d S
e
organizações internacionais
rt O
p o IS L
u U 67
Prática reiterada, geral e uniforme
S L 08- il.com
(elemento objetivo)
Primeira fonte de Direito
Internacional
COSTUMES
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Consciência da juridicidade da prática
d V FAB 90.0 @h
(elemento subjetivo)
A 2 pes
o ll
Normas de caráter genérico e
o Caráter normativo
PRINCÍPIOS ia n abstrato
GERAIS DE fa b
DIREITO Teor axiológico (valores tutelados
pelo Direito Internacional)
24
Estudos de especialistas na matéria Fonte auxiliar de Direito
Internacional
DOUTRINA Pode incluir ramos do direito interno
relacionados ao Direito Internacional
25
Obrigatoriedade limitada ou Seu caráter de fonte não é
inexistente unânime, sendo o modelo mais
SOFT LAW
recente
Elaboração rápida e flexível
a l
io n
a c
u c
d S
E PE
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
26
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
Comentário:
27
Como visto, todas as normas jus cogens consistem em obrigações erga omnes, então,
pode-se dizer que existe uma forte relação entre normas jus cogens e obrigações erga omnes.
Questão errada.
Questão 3
a l
io n
Comentário:
a c
u c
d S
A assertiva está correta, pois costumes não estão sujeitos a um rito de internalização ao
E PE
e
rt O
sistema jurídico pátria, como os tratados internacionais, não sendo necessário qualquer
p o IS L
instrumento de incorporação ao ordenamento jurídico interno, pois a aceitação de um
u U 67
S L 08- il.com
costume ocorre de maneira tácita.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A es 4
2 pQuestão
o o ll
i a n
Juiz Federal TRF 5a Região – 2015
f a b
Admite-se a escusa de obrigatoriedade de um costume internacional se o Estado provar de
forma efetiva que se opôs ao seu conteúdo desde a sua formação.
Comentário:
Aos juízes de Haia, autorizados pelo estatuto da Corte Internacional de Justiça, é conferido o
poder de aplicar, de forma automática, tanto normas escritas quanto normas não escritas,
além de costume, de equidade e de princípios gerais do direito.
Comentário:
a l
io n
a c
A questão estaria correta, no entanto, a equidade não pode ser aplicada de forma
u c
automática pela Corte Internacional de Justiça, somente sendo possível por expressa
E PE d S
e
concordância das partes, como previsto no art. 38 do Estatuto. Questão errada.
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O
Questão
. 4 6 tma
e IA 8 o 0
d V FAB 90.0 @h
Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014
A 2 pes
o ll
A prática reiterada e uniforme adotada com convicção jurídica, denominada direito
o
ia n
costumeiro, possui no direito internacional hierarquia inferior às normas de direito escrito.
fa b
Logo, no direito das gentes, tratados não podem ser revogados por direito consuetudinário.
Comentário:
A assertiva está incorreta, pois o costume é uma prática geral, uniforme e constante
aceita como sendo o direito. Os costumes não têm hierarquia inferior às normas de direito
escrito (os tratados), pois não existe hierarquia entre as fontes de Direito Internacional Público.
Portanto, é plenamente possível que um costume revogue um tratado.
29
Questão 7
Comentário:
a l
io n
a c
Os atos unilaterais dos Estados, embora não previstos no art. 38 do Estatuto da Corte
u c
Internacional de Justiça, são considerados novas fontes do Direito Internacional Público.
E PEd S
Questão correta.
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O
Questão
. 4 8 tma
e IA 8 o 0
d V FAB 90.0 @h
Procurador BACEN – 2013
A 2 pes
o ll
Essas normas não têm o mesmo grau de atribuição de capacidades nem são tão
o
ia n
importantes quanto as normas restritivas, mas os Estados comprometem-se a cooperar e a
fa b
respeitar os acordos realizados, sem submeter-se, no entanto, a obrigações jurídicas. O
fragmento de texto citado acima refere-se a:
a) costumes.
b) soft norms.
d) umbrella conventions
30
e) tratados.
Comentário:
O enunciado refere-se à soft law (ou soft norms), compromissos não vinculantes feitos
pelos Estados. Gabarito: B.
Questão 9
a l
Instituto Rio Branco – 2012
io n
a c
c
Considerando as fontes de direito internacional público previstas no Estatuto da Corte
u
E PE d S
Internacional de Justiça (CIJ) e as que se revelaram a posteriori, bem como a doutrina acerca
e
rt O
das formas de expressão da disciplina jurídica, assinale a opção correta.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
a) De acordo com o Estatuto da Corte da Haia, a equidade constitui, apesar de seu caráter
um O .4 a
impreciso, fonte recorrente e prevista como obrigatória na resolução judicial de contenciosos
r N m
e IA 8 o 0 t
internacionais.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
b) A expressão não escrita do direito das gentes conforma o costume internacional como
o o ll
i a n
prática reiterada e uniforme de conduta, que, incorporada com convicção jurídica, distingue-se
b
fade práticas de cortesia internacional.
de meros usos ou mesmo
c) As convenções internacionais, que podem ser registradas ou não pela escrita, são
consideradas, independentemente de sua denominação, fontes por excelência, previstas
originariamente no Estatuto da CIJ.
31
e) Ainda que não prevista em tratado ou no Estatuto da CIJ, a invocação crescente de
normas imperativas confere ao jus cogens manifesta qualidade de fonte da disciplina, a par de
atos de organizações internacionais, como resoluções da ONU.
Comentário:
Letra A: errada, pois a equidade não é fonte obrigatória para a solução de litígios
internacionais, só podendo ser empregada quando houver a concordância das partes
litigantes. Letra B: correta, pois costumes não são meros usos ou práticas de cortesia
internacionais. Além de ser uma prática reiterada e uniforme de conduta, os costumes
l
possuem também um elemento subjetivo: a convicção jurídica. Letra C: errada, pois os
a
io n
tratados são fonte escrita do direito internacional público. Letra D: errada, pois as decisões
a c
c
judiciais internacionais é uma fonte de Direito Internacional Público prevista no art. 38 do
u
d S jus cogens
Estatuto da Corte Internacional de Justiça. Letra E: errada, pois o
E PE não pode ser
r LO t e
considerado uma fonte do direito internacional, significando apenas atribuir a uma norma um
o
p IS
qualificativo especial, por ser imperativa, inderrogável a não ser por outra de mesmo nível.
Su LU 08-67il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.Questão
0
@
h10
A 2 pes
Procurador BACEN- 2001 o o ll
ia n
b
O estudo das fontes do Direito Internacional Público principia com a leitura do artigo
fa
38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça. Ao citado dispositivo poder-se-ia acrescentar,
na hora atual, as seguintes fontes:
32
e) Determinados atos unilaterais dos Estados e algumas decisões de organizações
internacionais.
Comentário:
Letra A: contratos internacionais não são fontes de Direito Internacional Público, mas
decisões das organizações internacionais são consideradas fontes. Letra B: as Constituições dos
Estados não são fontes. Letra C: a lex mercatoria e as Constituições dos Estados não são
fontes. Letra D: os atos unilaterais dos Estados são considerados fontes e poderiam ser
incluídos no rol do art. 38, mas a lex mercatoria não é fonte de DIP. Letra E: tanto os atos
l
unilaterais quanto as decisões das organizações internacionais são consideradas fontes de
a
io n
Direito Internacional Público, podendo ambas ser inclusas no rol do art. 38 do Estatuto da
a c
Corte Internacional de Justiça.
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
Questão 11
u U 67
S L 08- il.com
Instituto Rio Branco- 2010
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
O costume, fonte do direito internacional público, extingue-se pelo desuso, pela adoção
d
A 2 pes
de um novo costume ou por sua substituição por tratado internacional.
o o ll
ia n
fa b
Comentário:
Questão 12
33
Advogado da União-2006
Comentário:
34
GABARITO
Questão 1 - Errada
Questão 2 - Errada
Questão 3 - Correta
Questão 4 - Errada
Questão 5 - Errada a l
io n
Questão 6 - Errada a c
u c
Questão 7 - Correta d S
E PE
Questão 8 - B
e
rt O
p o IS L
Questão 9 - B u U 67
S L 08- il.com
Questão 10 - E r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
Questão 11 - Correta
A 2 pes
Questão 12 - Correta o o ll
ia n
fa b
35
LEGISLAÇÃO COMPILADA
36
JURISPRUDÊNCIA
a l
n
DECISÃO 1. Cuida-se de agravo interposto por NORDIC TRUSTEE ASA contra decisão
io
a c
que negou seguimento ao seu recurso especial, por sua vez manejado em face de
u c
d S
acórdão do eg. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, assim ementado: HIPOTECA
E PE
e
MARÍTIMA Embarcação destinada à exploração de petróleo na costa brasileira Bandeira
rt O
p o IS L
liberiana, com hipoteca em favor da agravante, registrada sob a lei liberiana Bem que é
u U 67
S L 08- il.com
penhorado em execução movida por terceiro Credora hipotecária que pretende a
r um N O .4 a
preferência sobre o produto da arrematação Reconhecimento da hipoteca estrangeira
m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
no Brasil Impossibilidade Estado da Libéria que não é signatário de tratados e
d
A 2 pes
convenções internacionais a esse respeito, a que o Brasil tenha aderido Costume
o ll
internacional nesse sentido não verificado: Inviável o reconhecimento da validade no
o
ia n
Brasil de hipoteca registrada sob as leis liberianas, incidente sobre embarcação de
fa b
bandeira liberiana, para o fim de garantir ao credor hipotecário a preferência sobre o
produto da alienação da embarcação, penhorada em execução ajuizada por outro
credor, uma vez que a Libéria não é signatária de tratados e convenções internacionais
a esse respeito a que o Brasil tenha aderido, e que não se verifica a existência de
costume internacional nesse sentido. (...) (STJ - AREsp: 1074507 SP 2017/0065899-5,
Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Publicação: DJ 27/09/2017).
37
Jurisprudência do TST sobre doutrina internacional
a l
da aclamada doutrina internacional da proteção integral e prioritária da criança, do
io n
c
adolescente e do jovem, inaugurando no ordenamento jurídico brasileiro um novo
a
u c
paradigma de tratamento a ser destinado ao ser humano que se encontra na peculiar
E PE d S
condição de pessoa em desenvolvimento. Dentro desta nova cultura jurídica, o art. 7º,
e
rt O
o IS L
XXXIII, da CF/88 conferiu aos menores de 16 anos o direito fundamental ao não
p
u U 67
S L 08- il.com
trabalho (com o fim de preservar o seu desenvolvimento biopsicossocial), salvo na
r um N O .4
condição de aprendiz a partir dos 14 (quatorze) anos - em perfeita harmonização com o
m a
e IA 8 o 0 t
também direito fundamental à profissionalização (art. 227, caput). Constata-se, assim,
d V FAB 90.0 @h
2 pes
que o contrato de aprendizagem foi ressalvado pela própria Constituição (art. 7º, XXXIII;
A
o ll
art. 227, § 3º, I), sendo tradicionalmente regulado pela CLT (arts. 428 a 433). (...) Recurso
o
i n
de revista conhecido eaparcialmente provido. (TST - RR: 5401520135040662, Relator:
Mauricio GodinhofabDelgado, Data de Julgamento: 11/10/2017, 3ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 27/10/2017).
38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL JÚNIOR, Alberto do. Introdução ao direito internacional público. São Paulo: Atlas,
2008.
a l
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 9. ed. rev., atual. e
ampl. -- São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
io n
a c
u c
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. 9ª ed.
Salvador: Juspodivm, 2017. E PE d S
e
rt O
p o IS L
REZEK, Francisco. Direito internacional público – Curso Elementar. 17ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2018. u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0
SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de direito internacional público. São Paulo: Atlas,
t
2002.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
39
CARREIRA JURÍDICA
a l
ion
a c
c
Direito Internacional
t e E PE
u
d S
r LO
Capítulo
u p UIS 673 m
o
S L 08- il.co
e rum NO .4 ma
IA 080 ot
V A B 0 . h
Ad F 29 pes@
o llo
ia n
fa b
SUMÁRIO
DIREITO INTERNACIONAL, Capítulo 3....................................................................................... 3
4. Estrutura ............................................................................................................................... 11
5. Classificação ......................................................................................................................... 13
p o IS L
u U 67
GABARITO .................................................................................................................................... 42
S L 08- il.com
r um N O .4
LEGISLAÇÃO COMPILADA ......................................................................................................... 43
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
JURISPRUDÊNCIA .......................................................................................................................... 45
d
A 2 pes
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................... 50
o o ll
ia n
fa b
2
DIREITO INTERNACIONAL
Capítulo 3
a l
A Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, de 1969, começou a vigorar em
io n
1980, sendo ratificada pelo Brasil apenas em 2009, através do Decreto Executivo nº 7.030. Esta
a c
c
Convenção é o principal instrumento internacional acerca da elaboração e aplicação dos
u
tratados internacionais. E PE d S
e
rt O
o IS L
Tratados são instrumentos que consistem em acordos escritos e formais (quer seja
p
u U 67
S L 08- il.com
através de um instrumento único ou em instrumentos conexos – anexos ou protocolos
um O .4 a
adicionais), entre Estados, entre Estados e Organizações Internacionais ou entre Organizações
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
Internacionais, regidos pelos ditames do Direito Internacional Público, a fim de produzir efeitos
d
A 2 pes
jurídicos acerca de temas de interesse compartilhado por suas partes.
o o ll
i an
É uma manifestação de vontades que pressupõe controle democrático, com fulcro no
fa b
princípio do livre consentimento, a fim de criar um vínculo juridicamente exigível, produzindo
3
caráter vinculante (tanto em âmbito interno quanto internacional) para os sujeitos que são
Em virtude das características inerentes dos tratados, como ser um acordo escrito e,
logo, oferecer mais clareza, legitimidade, segurança e estabilidade jurídica aos atores, a maior
contratantes, devendo haver consentimento expresso com seu teor para que tal acordo seja
juridicamente vinculante, eles são regidos pelos preceitos do Direito Internacional Público,
a l
conteúdo “livre”, os tratados não podem violar as normas jus cogens, que, como visto, são
io n
hierarquicamente superiores a todas as normas internacionais, nem os princípios gerais do
a c
Direito e do Direito Internacional.
u c
E PEd S
e
Desse modo, pode-se dizer que o Direito dos Tratados regula:
rt O
p o IS L
u U 67
a) a forma de os Estados ou organizações internacionais negociarem;
S L 08- il.com
b) os órgãos encarregados de tais negociações;
r um N O .4
m a
0 t
c) o modo de interpretação do texto convencionado;
e IA 8 o
V FAB 90.0 @h
d) as formas de assegurar a autenticidade do texto convencionado;
d
A 2 pes
e) o modo de os contratantes expressarem seu consentimento;
o o ll
f) o modo como se dá a entrada em vigor do referido texto;
ia n
g) o modo como será incorporado ao direito interno;
fa b
h) quais os vícios aptos a anular ou nulificar o tratado;
i) os efeitos produzidos sobre as partes e/ou terceiros;
j) o modo como são extinguidos os atos internacionais.
Ademais, ressalta-se que a Convenção de Viena tem autoridade jurídica mesmo para os
Estados não signatários a ela. Além disso, foi estabelecido que os tratados não ratificados têm
1
Vide questões 1 e 4.
2
Vide questão 3.
4
Princípios norteadores da elaboração de tratados internacionais:
a) Livre Consentimento Mútuo: As partes são livres para pactuar as obrigações, não
podendo haver nenhum tipo de coação, sob pena de o tratado ser anulado.
b) Boa-fé: Deve haver comportamento com padrão ético de confiança e lealdade.
c) Pacta sunt servanda: Tudo o que for pactuado no tratado, de livre e espontânea
vontade, deve ser obrigatoriamente cumprido.
d) Solução Pacífica de Controvérsia: Os Estados devem cumprir com o que foi pactuado,
buscando tentar solucionar, pacificamente, eventuais conflitos, antes da adoção de
meios coercitivos e, até mesmo, extremos (como a guerra).
e) Continuidade do Estado: O Estado para sempre existirá, independentemente de
modificações expressivas em sua titularidade e soberania.
a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4 a
A Convenção de Viena de 1969 versou apenas sobre o direito do tratado entre Estados,
m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
que era considerado o único sujeito de Direito Internacional Público à época. Porém, no
d
A 2 pes
contexto pós-2ª Guerra Mundial, com o número crescente de organizações internacionais,
o ll
tornou-se necessário a existência de regulamentação da matéria.
o
i n
a
b
fa os tratados de que são partes organizações internacionais, foi
Assim, para disciplinar
criada a Convenção de Viena de 1986 (Convenção de Viena Sobre Direito dos Tratados entre
Estados e Organizações Internacionais ou entre Organizações Internacionais). No entanto,
destaca-se que ela ainda não entrou em vigor internacional por não ter atingido o quórum
5
2. Condições ou requisitos de validade dos tratados
tratado; ser capaz é ser sujeito de Direito Internacional Público, mas nem todo sujeito
internacional é capaz de celebrar tratados.
l
Um Estado é automaticamente um sujeito capaz, através principalmente de seu Poder
a
io n
Executivo nacional. O art. 21, I, da Constituição Federal, estabelece que a União é o ente
a c
c
federativo responsável pela conclusão de tratados. Já o art. 84, incisos VII e VIII, da
u
d S
Constituição Federal, prevê que o Presidente da República é a autoridade competente para
E PE
e
rt O
celebrar tratados em nome do Brasil. Há também a participação do Congresso Nacional na
p o IS L
incorporação dos tratados internacionais no âmbito interno, que será analisada em breve.
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
Com relação às organizações internacionais, elas só podem celebrar tratados
e IA 8 o 0 t
internacionais relativos a seus objetivos, portanto, possuem uma capacidade parcial,
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
decorrente da habilitação dada por seu ato constitutivo. É também uma capacidade derivada,
o ll
pois advém da decisão dos Estados-membros da organização internacional em celebrar
o
a n cada organização internacional
tratados em seu âmbito. Ademais,
i estabelece os órgãos
fabcelebrar tratados e representá-la.
internos competentes para
sujeito internacional. Cada Estado ou organização internacional têm competência para definir
para tal.
6
Com relação aos Estados, para o Presidente da República, este ato é delegável para
Internacionais, pois tal competência é exclusiva. No Brasil, essa competência pode ser
delegada para alguém “comum”, ou seja, sem essas titulações decorrentes de cargo; neste
caso, o Presidente da República deve conceder poderes especiais através de uma Carta de
Plenos Poderes. No entanto, um ato internacional praticado por quem não tem habilitação, em
regra, não produz efeitos jurídicos, a não ser que o ato seja posteriormente confirmado pelo
Estado mal representado. Ressalta-se que não precisam da Carta de Plenos Poderes: o
r um N O .4
m a
0 t
internacionais são: o erro, o dolo, a coação e a corrupção do representante do Estado. As três
e IA 8 o
V FAB 90.0 @h
primeiras espécies de vícios já são conhecidas pelo estudo do Direito Civil, no entanto, a
d
A 2 pes
quarta espécie está prevista no art. 50 da Convenção de Viena de 1969, onde se elucida que
o o ll
a corrupção do representante do Estado se dá por fruto da ação direta ou indireta de outro
ia n
Estado negociador.
fa b
d) Objeto lícito e possível
O objeto do tratado deve ser lícito e possível, não podendo violar normas internacionais
já existentes, a não ser nos casos que seja possível substituí-las em decorrência das novas
serem mais justas e condizentes com a nova realidade internacional, nem violar normas de jus
cogens.
normas de âmbito universal, só sendo permitido ampliar as normas para que estas se
7
adequem as particularidades regionais a fim de fortalecer a norma, mas nunca para excluir
direitos.
a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
8
3. Terminologia e espécies
denominar um tipo de tratado não retira dele seu caráter jurídico, sendo vinculante
independente da denominação.
A doutrina traz uma séria de terminologias, cada uma adequada para situações
diferentes nas relações internacionais, segundo o conteúdo ou o objetivo. São exemplos de
um O .4 a
mundial (como direito ambiental e direitos humanos).
r N m
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
c) Acordo: costuma ser usado para compromissos com menor número de participantes e
o
menor importância política.
o ll
ia n
b
fa com grande importância política, mas com maior
d) Pacto: são compromissos
especificação quanto ao tratamento do conteúdo abordado.
9
g) Carta: é o tipo de tratado que cria organizações internacionais, seus objetivos, órgãos e
modo de funcionamento (por exemplo, a Carta da ONU). O termo “estatuto” é utilizado
para os tratados que criam tribunais internacionais (por exemplo, Estatuto de Roma do
Tribunal Penal Internacional).
a l
n
j) Declaração: termo usado para os tratados que consagram princípios, afirmando uma
io
c
posição comum entre os sujeitos contratantes acerca de certas circunstâncias e fatos.
a
u c
E PE d S
k) Concordata: aplica-se apenas aos compromissos firmados pela Santa Sé em assuntos
e
rt O
de cunho religiosa, sendo a espécie mais específica de todas.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
l) Acordo por troca de notas: geralmente utilizado para conteúdos de natureza
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
administrativa, bem como para interpretar ou alterar dispositivos de tratados já
d V FAB 90.0 @h
conclusos. É constituído por uma nota diplomática do proponente e uma nota de
A
resposta. 2 pes
o o ll
ia n
b
m) Modus vivendi: destinada para tratados de menor importância e de vigência
fa
temporária, geralmente enquanto as partes não avançam nos termos de seu
compromisso.
10
4. Estrutura
a) Título
l
É a parte que retrata o tema, o assunto ou a matéria de que versa o tratado.
a
io n
b) Preâmbulo ou exórdio
a c
u c
d S
Consiste na enumeração dos contratantes, das partes do tratado, quem está pactuando,
E PE
e
dos sujeitos que fazem parte dele, e também das credenciais dos representantes a fim de se
rt O
p o IS L
comprovar sua competência para celebrar tratados internacionais. O preâmbulo não tem força
u U 67
S L 08- il.com
obrigatória ou vinculante, ou seja, não integra a parte jurídica do acordo, sendo mero
r um N O .4
instrumento de interpretação do tratado.
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
Além disso, é composto também pelos “considerandos”: os motivos, as intenções,
A 2 pes
justificativas, circunstâncias que levaram os Estados à negociação desse acordo. Não é
o o ll
n
elemento obrigatório, mas também serve apenas para a interpretação do texto.
ia
fa b
c) Articulado ou dispositivo
É a parte principal, das disposições, suas normas, seus artigos, obrigações e direitos.
11
Além disso, é costume ainda a menção do testemunho: “em fé do que...”.
d) Fecho
originais existem, em quais idiomas ele foi redigido (parte formal). Com isso, o instrumento
e) Assinaturas
l
com o sujeito internacional que representa. Já nos tratados multilaterais, as assinaturas são
a
n
postas de acordo com a ordem alfabética dos nomes dos negociadores. Há, ainda, a
io
possibilidade de sortear a ordem de disposição das assinaturas. a c
u c
f) Selo de lacre E PEd S
e
rt O
o IS L
Através da aposição das armas das altas partes-contratantes, sela-se o compromisso
p
estabelecido entre eles. u U 67
S L 08- il.com
g) Anexos ou apêndices r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
Os anexos ou apêndices são partes eventuais dos tratados, consistindo em algum
A 2 pes
complemento que se faça necessário. Apesar de não obrigatórios, se existirem, integram o
o o ll
n
tratado e os seus dispositivos com natureza de norma jurídica convencional.
ia
fa b
12
5. Classificação
l
mais célere, menos etapas; ratificação automática com assinatura; geralmente utilizado
a
n
para os tratados que meramente dão execução a um outro tratado anterior, com
io
a c
escopo mais amplo). O Brasil adota, predominantemente, a forma solene, permitindo o
u c
brasileiro. E PE d S
modo simplificado quando o ato não trouxer compromissos adicionais ao Estado
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
c) Quanto à execução no tempo: permanentes (efeitos amplos e indeterminados, sem
r um N O .4
“prazo de validade”, cuja execução ocorre durante o período em que estão em vigor) e
m a
e IA 8 o 0 t
transitórios (tem uma limitação temporal, mas são aplicados imediatamente).
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
d) Quanto à estrutura de execução: mutalizável (permite divisão na sua execução, como,
o o ll
n
por exemplo, a saída de uma parte não obstar sua continuação) e não-mutalizável (não
ia
b
permite a divisão na sua execução).
fa
e) Quanto à possibilidade de adesão posterior: aberto (outras partes, que não
participaram da negociação, podem entrar posteriormente, de modo parcial ou total;
além disso, o tratado aberto pode ser limitado: só determinados sujeitos podem entrar,
como, por exemplo, os tratados do Mercosul, ou ilimitado: qualquer ente pode entrar,
como a Carta da ONU) e fechado (apenas as partes que participaram da negociação
podem entrar, mesmo que após sua finalização, não permitindo adesão posterior).
13
f) Quanto à natureza das normas: tratado-contrato (visa conciliar interesses convergentes
das partes, através de prestações, concessões e contrapartidas) e tratado-lei ou tratado-
normativo (estabelece normas gerais de direito a partir da vontade convergente das
partes, fixando um tratamento comum e uniforme a certa temática). O que
normalmente ocorre, na prática, é um tratado ter ambas essas características, podendo
ser chamado de “misto”.
14
6. Etapas do processo de elaboração dos tratados
são obrigatórias para sua preparação, só gerando efeitos quando cumpridas todas elas.
nacional de cada Estado serem diferentes, as etapas internacionais são padronizadas para
todos os sujeitos de Direito Internacional Público, conforme segue, na ordem:
a) Negociações preliminares
a l
io n
É a fase inicial do processo de elaboração do tratado, onde as partes discutem e
a c
c
estabelecem os termos do acordo. É um processo que pode ter longa duração, variando de
u
d S
acordo com a complexidade do objeto e o nível de convergência dos interesses dos sujeitos.
E PE
e
rt O
o IS L
A competência para conduzir as negociações preliminares é não só do Poder Executivo,
p
u U 67
S L 08- il.com
mas também pode ser de todas as já citadas autoridades competentes para concluir os
r um N O .4
m a
tratados, podendo haver também o auxílio de especialistas no tema, dependendo do caráter
e IA 8 o 0 t
técnico e especializado de certos temas. Independente disso, o agente que for conduzir as
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
negociações deve saber coincidir os diversos interesses daqueles envolvidos na questão, como
o ll
os diversos atores sociais, empresas, organizações não governamentais, dentre outros.
o
ia n
b) Adoção do texto
fa b
Concluído o tratado, chancela-se sua redação.
c) Autenticação
d) Assinatura
No entanto, existem também tratados (aqueles que adotam a forma simplificada) que já
produzem efeitos a partir da assinatura das partes, vinculando suas partes a não atuarem de
Ademais, a assinatura impede que o texto acordado seja alterado de modo unilateral.
Antes da entrada em vigor do tratado, eventuais mudanças só poderão ser feitas com a
e) Ratificação
l
Também chamado de “ato de confirmação formal”, a ratificação é o ato pelo qual o
a
io n
Estado confirma seu interesse em concluir e estabelecer os termos do tratado, obrigando-se
a c
c
por suas normas. Enquanto a assinatura pode ser a anuência provisória, a ratificação é a
u
aceitação definitiva. 3 d S
E PE
e
rt O
o IS L
Apesar de ser um ato de Direito Internacional, cabe a cada ordenamento jurídico
p
u U 67
S L 08- il.com
interno estabelecer que agentes têm competência para praticar esse ato. Para garantir a
r um N O .4
m a
segurança jurídica e o Estado Democrático de Direito, a ratificação no Brasil tem caráter
e IA 8 o 0 t
privativo, ou seja, é uma competência indelegável do Presidente da República, sendo um ato
d V FAB 90.0 @h
2 pes
discricionário (não está vinculado a um prazo específico após a assinatura), mas condicionado
A
o ll
à autorização do Congresso Nacional, nos termos do art. 49, I, da Constituição Federal.
o
ia n
b
Se houver referendo parlamentar, o texto do tratado retorna ao Poder Executivo, que
fa
tem a faculdade de referendar o tratado (consentimento definitivo do Estado). Após isso,
haverá a expedição da carta de ratificação para comunicar às partes que o tratado foi aceito
internamente e será cumprido. Depois, haverá a troca (tratado bilateral) ou o depósito (tratado
3
Vide questão 8.
16
f) Entrada em vigor em âmbito internacional
Existem várias formas pelas quais um tratado pode começar a gerar efeitos jurídicos; a
ratificação vincula o sujeito internacional a cumprir o tratado, mas não gerará efeitos no caso
de um tratado bilateral que ainda não foi ratificado pela outra parte, ou um tratado
multilateral que ainda não atingiu o número mínimo de ratificações para produzir efeitos, ou
ainda no caso de um tratado que tenha estabelecido a produção de efeitos depois de
confunde com a exigibilidade no âmbito interno, que depende de outros procedimentos que
serão posteriormente estudados.
a l
n
Nos tratados bilaterais, a produção de efeitos está vinculada ou à notificação da
io
c
ratificação ou à troca dos instrumentos de ratificação entre as partes. Já nos tratados
a
u c
multilaterais, há o processo do depósito, onde o depositário (que não precisa ser parte do
E PE d S
tratado) guardará os instrumentos de ratificação dos contratantes e, quando atingir o número
e
rt O
o IS L
mínimo de ratificações estabelecido no tratado, este produzirá efeitos, mas apenas para
p
u U 67
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aqueles sujeitos que já o ratificaram.
r um N O .4
m a
0 t
No Brasil, uma vez ratificado o tratado, este também deve ser promulgado através de
e IA 8 o
V FAB 90.0 @h
decreto executivo do Presidente da República, produzindo efeitos também dentro do
d
A
ordenamento interno. 2 pes
o o ll
g) Registro e publicidade ia n
fa b
Parte da doutrina considera a disposição do art. 102 da Carta da ONU como condição
final para que o tratado entre em vigor. No entanto, na prática, o registro serve apenas para
contribuir na consolidação das normas de Direito internacional, dando publicidade ao ato para
verdade, em condição para que uma norma internacional seja invocada nos órgãos das
Nações Unidas.
Existem também outros instrumentos que podem vir a desempenhar papeis importantes
17
a) Adesão
r um N O .4
m a
iniciar novas negociações de novos tratados internacionais, facilitando a aderência à norma de
e IA 8 o 0 t
sujeitos que não participaram, por inúmeros motivos, das negociações inicialmente.
d V FAB 90.0 @h
b) Emendas A 2 pes
o o ll
i a n
Sabe-se que a sociedade internacional não é estática, mas está em constante mudança
b
e adaptação, segundo asanecessidades de regulamentação e os interesses de seus membros.
f
Desse modo, se, para introduzir normas mais condizentes com esses novos anseios sociais,
fosse necessário iniciar um novo processo de elaboração de tratados, isso não seria nem
Por isso, existem instrumentos como a emenda, que consiste no meio pelo qual o teor
dos atos internacionais é revisto, podendo seu texto ser acrescentado de outros dispositivos,
ser alterado ou até ser suprimido do conteúdo normativo.
18
Internacionalmente, a emenda é regulamentada pelo próprio texto do tratado a ser
emendado, a partir da proposta de uma parte signatária deste tratado. Para entrar em vigor,
ambas as partes em um tratado bilateral devem concordar com seu teor e um número mínimo
de partes no compromisso multilateral. Já no âmbito interno, no Brasil, a emenda também
Destaca-se que, de acordo com o art. 40, § 1º, da Convenção de Viena de 1969, em
a l
signatários obrigam-se à observância do compromisso internacional em conformidade com os
io n
termos da emenda quanto àquelas partes que a ratificaram; quanto àquelas que não
a c
c
aprovaram a emenda, comprometem-se no teor do tratado original.
u
E PE d S
c) Reservas e
rt O
p o IS L
O instituto da reserva surge como forma de contribuir para que os atores internacionais
u U 67
S L 08- il.com
possam entrar em consensos em seus acordos internacionais, a fim de firmar compromissos,
r um N O .4
m a
0 t
mas de modo a não obrigar totalmente todas as partes contratantes, ou ainda sem se
e IA 8 o
V FAB 90.0 @h
comprometer com todas as normas previstas no tratado.
d
A 2 pes
o ll
É, assim, uma declaração unilateral aplicável geralmente para tratados multilaterais,
o
a n
quando há muitos interesses conflitantes
i dos mais diversos sujeitos internacionais, porém, não
b
a também podem existir reservas em tratados bilaterais.
é consenso na doutrinafse
reserva for realizada. Contudo, de acordo com o art. 19 da Convenção de Viena de 1969,
não será possível realizar uma reserva se este instrumento for proibido pelos dispositivos do
19
tratado, se for relativa a dispositivos sobre os quais o próprio tratado proíba reservas, ou
Público, ela não exigiria o consentimento das demais partes contratantes, porém, o art. 20 da
Convenção de Viena de 1969 prevê exceções a essa regra: no caso de a aplicação na íntegra
do tratado ser condição essencial para o consentimento das partes ou quando for um ato
a l
d) Extinção
io n
a c
c
Em regra, os tratados internacionais podem ser extintos pela vontade comum das
u
d S
partes, pela alteração das circunstâncias que motivaram sua celebração, pela vontade de uma
E PE
e
rt O
das partes (o que configura a denúncia), execução integral do tratado, condição resolutória,
p o IS L
redução do número de partes, ab-rogação por outro tratado, dentre outras eventuais
u U 67
S L 08- il.com
hipóteses. Ressalta-se que o descumprimento do tratado não é causa para sua extinção,
r um N O .4
m a
0 t
havendo apenas a possibilidade de sanções para o sujeito que tenha violado suas normas.
e IA 8 o
d V FAB 90.0 @h
2 pes
Válido salientar que a denúncia é a principal forma de extinção, tendo o objetivo de
A
o ll
validar a pretensão do Estado referente ao afastamento do tratado. Atualmente, a denúncia é
o
a n da República.
um ato discricionário do Presidente
i
e) Denúncia
fab
A denúncia consiste no ato unilateral do Estado de terminar sua participação no
4
Vide questão 12.
20
internacional. Porém, ressalta-se que a denúncia produz efeitos ex nunc, não desvinculando as
denúncia (que também pode ser conhecida, nesse caso, como “retirada”) não influencia as
haver previsão expressa da permissão, mesmo que seja estipulado sem definir um prazo para
realizá-la. Pode estar previsto também procedimentos específicos para sua realização, a fim de
evitar prejuízos para as demais partes contratantes. Além disso, em regra, só é possível
denunciar o texto inteiro, e não apenas partes dele (sob pena de confundir este instituto com
o da reserva ou da emenda). a l
io n
a c
Em regra, de acordo com o art. 56, § 2º, da Convenção de Viena de 1969, o sujeito
u c
internacional deve entregar um “aviso
d S
prévio”: significa
E PE
oficializar a denúncia com
e
antecedência mínima de 12 meses da data que pretende efetivar sua saída. É um prazo de
rt O
p o IS L
acomodação, dentro do qual o Estado pode até vir a retratar-se, desde que ainda não tenha
u U 67
S L 08- il.com
gerado efeitos jurídicos; porém, findo este prazo, o Estado só poderá retornar ao tratado por
21
Ressalta-se que quando se trata de tratados de direitos humanos que tenha sido
aprovado sob o mesmo quórum da emenda constitucional, como previsto no art. 5º, § 3º, da
Nacional.
a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
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r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
22
7. Processualística constitucional de celebração de
tratados no Brasil
obrigação seja cumprida não apenas no âmbito externo, mas também no âmbito interno dos
entes estatais. Porém, para que essas normas internacionais possam ser melhores aplicadas no
âmbito interno, é necessário que haja sua incorporação no ordenamento jurídico nacional, ao
l
Destaca-se, no entanto, que o tratado só produzirá efeitos jurídicos na ordem interna
a
n
quando: primeiro, for ratificado pelo Estado e, depois, quando o tratado entrar em vigor em
io
âmbito internacional. a c
u c
E PE d S
No Brasil, a processualística de incorporação segue o modelo tradicional, pelo qual o
e
rt O
processo é condicionado a procedimentos jurídicos espaciais. Ocorre em sentido estrito
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
(bifásico): o Presidente assina e negocia o tratado, e, posteriormente, há o Referendo
r um
Parlamentar (Congresso Nacional).
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
A seguir, será visto o passo a passo da processualística constitucional da incorporação
d
A 2 pes
de tratados internacionais no âmbito interno brasileiro. 5
o o ll
n
a) Negociação preliminar e assinatura
ia
b
De acordo com foaart. 84, VIII, da Constituição Federal, é competência privativa do
5
Vide questão 5.
23
Após a assinatura do tratado, é elaborada uma Carta com Exposição de Motivos, do
b) Referendo parlamentar
Segundo o art. 49, I, da Constituição Federal, é competência exclusiva (ou seja, não
O tratado é enviado primeiro para a Câmara dos Deputados, e depois para o Senado
a l
n
Federal, envolvendo as respectivas comissões competentes de ambas as Casas, bem como a
io
c
votação no plenário de cada uma delas, em regra, em turno único, pela maioria dos votos,
a
u c
presente a maioria absoluta de seus membros, em conformidade com os preceitos do o art.
E PE d S
47 da Constituição Federal. Ou seja, a ratificação é fruto da conjugação da vontade de ambas
e
rt O
as Casas do Congresso Nacional.
p o IS L
u U 67
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A aprovação do Congresso Nacional ocorre por emissão de Decreto Legislativo do
r um N O .4
m a
0 t
Presidente do Senado Federal, consistindo em um mero instrumento de encaminhamento (não
e IA 8 o
V FAB 90.0 @h
vincula nem ordena o cumprimento) do tratado de volta para o Presidente da República, para
d
A 2 pes
decidir sobre a ratificação. No entanto, caso o Congresso não aprove o tratado, o Presidente
o o ll
da República fica impossibilidade de realizar a ratificação, sob pena de incorrer em crime de
ia n
responsabilidade. 6
fa b
c) Ratificação ou adesão
sempre o Presidente que assina o tratado é o mesmo que o ratifica, portanto, ele não está
6
Vide questão 6.
24
obrigado a tal ato. O instrumento da ratificação é dirigido aos demais signatários do acordou
ou a seu depositário. 7
Quando os atos internacionais são postos em vigor, por meio do qual o Presidente
Ademais, o Presidente da República, nesta fase, não pode alterar as eventuais mudanças
realizadas no tratado pelo Congresso Nacional: ou ratifica como foi disposto pelo Congresso
a l
Nacional ou não adere ao tratado.
io n
a c
c
Porém, há uma EXCEÇÃO à discricionariedade do Presidente da República no ato de
u
E PE d S
ratificação: as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que têm força
e
rt O
vinculante de tratado, devem ser ratificadas pelo Presidente da República obrigatoriamente
p o IS L
quando aprovadas pelo Congresso Nacional.
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d) Promulgação e publicação
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
A promulgação e a publicação são fases complementares da processualística de
d
A 2 pes
incorporação de um tratado internacional no âmbito interno do Estado. Consiste no ato pelo
o o ll
qual o Presidente da República ordena a publicação do acordo e sua execução em território
ia n
nacional.
fa b
A promulgação é realizada por meio de um Decreto Executivo, documento que
reconhece o tratado no ordenamento jurídico interno, após o qual o tratado entra em vigor
Porém, destaca-se que há discricionariedade aqui também: além de não ser obrigado a
7
Vide questão 9.
8
Vide questão 11.
25
República também não é obrigado a realizar a promulgação e a publicação do Decreto que,
jurídico nacional.
enquanto não atingido esse número mínimo, sua entrada em vigor fica no aguardo . Assim, o
registro ou o depósito dos documentos oficiais de um tratado internacional ratificado
a l
Hierarquia dos tratados internacionais no âmbito interno
io n
a c
c
O tratado, uma vez promulgado, incorpora-se completamente ao ordenamento jurídico
u
E PE d S
interno, possuindo caráter vinculante, fixando direitos e deveres, podendo ser invocado para
e
rt O
fundamentar pretensões jurídicas no Poder Judiciário e trazendo sanções no caso de seu
p o IS L
u U 67
descumprimento. Em princípio, após serem incorporados no ordenamento jurídico, todos os
S L 08- il.com
tratados internacionais comuns possuem a mesma hierarquia de lei ordinária federal. Porém,
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
existem importantes exceções, que serão vistas a seguir:
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
a) Tratados internacionais que versem sobre Direito Tributário
o o ll
Segundo preceitua o art. 98 do Código Tributário Nacional, os tratados e as
ia n
b
convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão
fa
observados pela que lhes sobrevenha, ou seja, as normas de tratados sobrepõem-se às
dessa revogação, se é que o ato consiste mesmo em uma revogação. Também se está
discutindo qual seria o nível hierárquico de tratados internacionais de matéria tributária, pois,
assim como os de direitos humanos, eles também têm superioridade no ordenamento jurídico
26
b) Tratados internacionais que versem sobre Direitos Humanos
status de emenda constitucional os tratados internacionais que versem sobre Direito Humanos,
eficácia de norma supralegal: estarão abaixo da Constituição Federal, mas ainda acima da
legislação infraconstitucional.
a l
io n
a c
u c
d S
E PE
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Os únicos tratados internacionais com status de emenda constitucional, até agora, no
um O .4 a
Brasil são: a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
Protocolo Facultativo de 2007 (promulgados pelo Decreto nº 6.949/2009) e, o mais recente, o
d
A 2 pes
Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas para Pessoas Cegas de
o ll
2013 (promulgado pelo Decreto nº 9.522/2018).
o
ia n
fa b
O Pacto San José da Costa Rica, apesar de ser norma supralegal (não atingiu o
quórum de emenda constitucional), revogou tacitamente a previsão do art. 5º, LXVII, da
Constituição Federal, acerca do depositário infiel, onde “não haverá prisão civil por dívida,
salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia
e a do depositário infiel”, pois o Supremo Tribunal Federal entendeu que deveria vigorar a
9
Vide questões 2, 7 e 10.
27
Incidente de deslocamento de competência
Segundo o art. 109, § 5º, da Constituição Federal: ”nas hipóteses de grave violação de
quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer
fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça
a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
28
QUADRO SINÓTICO
r um N O .4
m ajurídica Condicionar eventuais
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h alterações no texto a
A 2 pes emendas
o oll
Obrigar a não agir contra o
i a n objeto do ato
RATIFICAÇÃO fab No sistema brasileiro, cabe ao Confirmar a vinculação ao
Presidente da República, após tratado, passando a conferir
autorização do Congresso vinculação e obrigação
Nacional jurídica ao seu texto
29
REGISTRO E PUBLICIDADE Poder Executivo nacional, Dar publicidade ao ato para a
junto à ONU sociedade internacional
Condição para que a norma
do tratado seja invocada nos
órgãos das Nações Unidas
er um NO .4 a
IA 8 0 dos sujeitos internacionais.
o tm de tratados. Ato unilateral de um
DENÚNCIA V B 0.0
Principal tipo de hextinção
d A
F sujeito @
A 29 terminar
e s sua participação no tratado, desobrigando-se
p aos compromissos firmados.
o l l o
i a n
fa b
30
ASSINATURA E CARTA DE embaixadores, diplomatas, o elaborada uma Carta com
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Ministro das Relações Exposição de Motivos, do
Internacionais ou aquele Presidente da República pelo
detentor de uma Carta de Ministro das Relações
Plenos Poderes Exteriores, solicitando
eventual ratificação
o L
p UIS 67 m
PROMULGAÇÃO E u
S L 8- l.co
Diário Oficial da União Dar publicidade ao ato para a
PUBLICAÇÃO m O 0 i
publica o Decreto Executivo
4 a sociedade nacional
u .
er IAN 80 otm Entrada em vigor do tratado
31
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
dos Tratados de 1969, por meio do Decreto no 7.030. A Convenção codificou as principais
a l
regras a respeito da conclusão, entrada em vigor, interpretação e extinção de tratado s
io n
c
internacionais. Tendo por base os dispositivos da Convenção, assinale a afirmativa correta.
a
u c
d S
A) Para os fins da Convenção, “tratado” significa qualquer acordo internacional concluído
E PE
e
por escrito entre Estados e/ou organizações internacionais.
rt O
p o IS L
u U 67
B) Os Estados são soberanos para formular reservas, independentemente do que disponha o
S L 08- il.com
tratado.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
C) Um Estado não poderá invocar o seu direito interno para justificar o descumprimento de
d
A 2 pes
obrigações assumidas em um tratado internacional devidamente internalizado.
o o ll
D) Os tratados que conflitem com uma norma imperativa de Direito Internacional geral têm
ia n
b
sua execução suspensa até que norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza
fa
derrogue a norma imperativa com eles conflitante.
Comentário:
Alternativa A está incorreta, pois os tratados são acordos internacionais concluídos por
escrito entre Estados, não envolvendo organizações internacionais como signatárias, de acordo
com o artigo 2º, § 1º, “a”, da Convenção de Viena. Alternativa B está incorreta, pois, ao
assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, os Estados podem formular
32
reserva, EXCETO: a) se a reserva for proibida pelo tratado; b) se o tratado dispor que só
possam ser formuladas determinadas reservas, entre as quais não figure a reserva em questão;
ou c) nos casos não previstos nas alíneas “a” e “b”, se a reserva for incompatível com o objeto
e a finalidade do tratado (artigo 19 da Convenção de Viena). Alternativa C está correta,
conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da
presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita
e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da
qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de
a l
io n
a c
Questão 2
u c
d S
E PE
Banca: FGV - Órgão: TJ/RJ – 2014
e
rt O
p o IS L
u U 67
A partir da Emenda Constitucional n. 45/2004, os tratados e convenções internacionais
S L 08- il.com
sobre direitos humanos:
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
A) Sempre terão a natureza jurídica de lei, exigindo a sua aprovação, pelo Congresso Nacional
d
A 2 pes
e a promulgação, na ordem interna, pelo Chefe do Poder Executivo;
o o ll
B) Sempre terão a natureza jurídica de emenda constitucional, exigindo, apenas, que a sua
ia n
b
aprovação, pelo Congresso Nacional, se dê em dois turnos de votação, com o voto favorável de
fa
dois terços dos respectivos membros;
C) Podem ter a natureza jurídica de emenda constitucional, desde que a sua aprovação, pelo
Congresso Nacional, se dê em dois turnos de votação, com o voto favorável de três quintos dos
respectivos membros;
D) Podem ter a natureza jurídica de lei complementar, desde que o Congresso Nacional venha
a aprová-los com observância do processo legislativo ordinário;
33
qualquer hipótese, à ordem jurídica interna.
Comentário:
Alternativa A está incorreta, pois nem sempre terão a natureza jurídica de lei. Os tratados e
convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados mediante o artigo 5º
dois turnos de votação, com o voto favorável de três quintos dos respectivos membros.
Alternativa C está correta, pois, de acordo com o art. 5º, § 3º, da Constituição Federal, os
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
a l
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
io n
c
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Alternativa D está incorreta, pelas
a
u c
mesmas justificativas da alternativa A. Alternativa E está incorreta, pois nem sempre terão a
natureza jurídica de atos de direito internacional. E PEd S
e
rt O
p o IS L
S Questão u U 67
L 038- il.co
m
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
Advogado da União – 2009
d
A 2 pes
Os tratados internacionais constituem importante fonte escrita do Direito Internacional,
o o ll
n
a qual vale para toda a comunidade internacional, tenha havido ou não a participação de
ia
fa b
todos os países nesses tratados.
Comentário:
Questão 4
34
Ano: 2009 Banca: CESPE Órgão: OAB Prova: CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem - 1
- Primeira Fase
Com relação aos tratados internacionais, assinale a opção correta à luz da Convenção de
A) Reserva constitui uma declaração bilateral feita pelos Estados ao assinarem um tratado.
a l
n
D) Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o
io
inadimplemento de um tratado.
a c
u c
d S
E PE
Comentário: e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
A letra A está incorreta, pois a reserva é um ato unilateral de Estado. A letra B está
r um N O .4
m a
incorreta, pois não só o Chefe de Estado pode celebrar tratados, mas também Chefes de
e IA 8 o 0 t
Governo, Ministro das Relações Exteriores, chefes da missão diplomática, além daqueles que
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
têm carta de plenos poderes para a celebração (plenipotenciários). A letra C está incorreta,
o ll
pois, conforme a Convenção, no geral, o rompimento de relações diplomáticas ou consulares
o
não implica em descumprimentoi a n das normas jurídicas que regulam o tratado. A letra D está
correta, pois condizentefa
b
com o art. 27 da Convenção de Viena.
Questão 5
Ano: 2006 Banca: ND Órgão: OAB-DF Prova: ND - 2006 - OAB-DF - Exame de Ordem -
1 - Primeira Fase
35
A) os tratados internacionais, segundo o entendimento jurisprudencial brasileiro, possuem
Comentário:
a l
n
A letra A está incorreta, pois apenas os tratados e convenções internacionais aprovados,
io
c
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
a
u c
respectivos membros, é que serão equivalentes às emendas constitucionais (art. 5º, § 3º, da
E PE d S
e
Constituição Federal). A letra B está correta, pois, de acordo com o art. 5º, § 4º, da
rt O
o IS L
Constituição Federal, o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja
p
u U 67
S L 08- il.com
criação tenha manifestado adesão. A letra C está incorreta, pois o art. 5º, LI, da Constituição
um O .4 a
Federal prevê a possibilidade de extradição do brasileiro naturalizado em certas hipóteses. A
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
letra D está incorreta, pois a competência não é exclusiva, mas sim privativa, podendo ser
d
A 2 pes
delegada, de acordo com o art. 84, VIII, da Constituição Federal.
o o ll
ia n
fa b Questão 6
Ano: 2009 Banca: CESPE Órgão: OAB Prova: CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem - 3
- Primeira Fase
Tratados são, por excelência, normas de direito internacional público. No modelo jurídico
brasileiro, como nas demais democracias modernas, tratados passam a integrar o direito
interno estatal, após a verificação de seu iter de incorporação. A respeito dessa temática,
36
A) Uma vez ratificados pelo Congresso Nacional, os tratados passam, de imediato, a
C) Uma vez firmados, os tratados relativos ao MERCOSUL, ainda que criem compromissos
gravosos à União, são automaticamente incorporados visto que são aprovados por parlamento
comunitário.
a l
Comentário: io n
a c
u c
A letra A está incorreta, pois após a aprovação parlamentar mediante decreto
E PE d S
e
legislativo, para que o tratado possa integrar o direito brasileiro, é necessária ainda a
rt O
o IS L
ratificação pelo Presidente da República e a promulgação do texto por decreto executivo. A
p
u U 67
S L 08- il.com
letra B está correta, como visto na justificativa acima. A letra C está incorreta, estando correto
um O .4 a
apenas se não acarretassem compromissos gravosos para a União, devendo haver, nesse caso,
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
participação do Congresso Nacional. A letra E está incorreta, pois os tratados não
d
A 2 pes
necessariamente gerarão obrigações imediatas.
o o ll
ia n
fa b Questão 7
Ano: 2010 Banca: CESPE Órgão: OAB Prova: CESPE - 2010 - OAB - Exame de Ordem - 3
- Primeira Fase
A) em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.
37
B) em dois turnos, por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros.
C) em único turno, por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros.
D) em único turno, por três quintos dos votos dos respectivos membros.
Comentário:
A letra A está correta, em conformidade expressa com o art. 5º, § 3º, da Constituição
Questão 8
a l
io n
TRF – 2º Região – Juiz - 2009
a c
u c
d S
Considera-se aperfeiçoado e obrigatório o tratado internacional multilateral:
E PE
A) com ratificação;
e
rt O
p o IS L
B) com sua assinatura;
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
C) com o depósito da ratificação no organismo previsto no tratado;
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
D) quando se atinge o quorum de ratificações previsto no tratado em caso de tratados.
o o ll
ia n
Comentário:
fa b
A letra A está incorreta, pois a ratificação só torna o tratado obrigatório para o Estado
que realizou a ratificação quando o acordo já está em vigor. A letra B está incorreta, pois a
assinatura tem efeitos jurídicos limitados, não incluindo neles a obrigatoriedade de seus
dispositivos. A letra C está incorreta, pois o depósito só gera efeitos jurídicos para o Estado
depositante quando o tratado já está em vigor. A letra D está correta, pois só o número
38
Questão 9
a l
Comentário:
io n
a c
c
A letra A está incorreta, pois o decreto legislativo que aprova a ratificação apenas
u
d S
autoriza que o Presidente o ratifique. A letra B está incorreta, pois tais atos são condições de
E PE
e
rt O
vinculação ao tratado à nível internacional, e não no âmbito interno. A letra C está correta, em
p o IS L
u U 67
consonância com o art. 84, VIII, da Constituição Federal. A letra D está incorreta, pois a
S L 08- il.com
assinatura não exclui a necessidade das fases posteriores para conferir a efetiva incorporação
r um N O .4
m a
e IA 8 o
no ordenamento jurídico pátrio. 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll Questão 10
ia n
b
fa – 2005
TRT – 1ª Região – Juiz
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes:
A) às leis complementares;
B) às emendas constitucionais;
C) às leis ordinárias;
39
D) às portarias;
E) às normas coletivas.
Comentário:
no art. 5º, § 3º, da Constituição Federal. Ademais, ressalta-se que tratado não pode regular
matéria reservado à lei complementar e que todos os demais tratados (exceto os de direitos
Questão 11 a l
io n
a c
TRF – 5ª Região – Juiz - 2006
u c
E PE d S
No Brasil, a vigência interna de um tratado não coincide, necessariamente, com a sua
e
rt O
o IS L
entrada em vigor no plano do direito internacional.
p
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
Comentário:
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
2 pes
A assertiva acima está correta, visto que a entrada em vigor de um tratado no âmbito
A
o ll
interno pode depender ainda da ratificação do tratado pelo Brasil, e também da sua
o
promulgação pelo Presidente adanRepública.
i
fab
Questão 12
Ano: 2009 Banca: CESPE Órgão: TRF - 1ª REGIÃO Prova: CESPE - 2009 - TRF - 1ª
REGIÃO - Juiz Federal
40
entraria em vigor quando todos os Estados signatários o ratificassem. Os Estados A e B
D) podem exigir do Estado C que transforme o tratado em lei interna antes de ratificá-lo.
E) não podem cobrar do Estado C nenhuma obrigação, pois este goza de autonomia
a l
Comentário:
io n
a c
u c
A alternativa A está incorreta, pois a ratificação de um tratado é ato discricionário do
E PE d S
Estado; não sendo obrigatório, não poderá ser cobrado. A alternativa B está incorreta, pois o
e
rt O
o IS L
preâmbulo, normalmente, é empregado apenas com o objetivo de guiar a interpretação do
p
u U 67
S L 08- il.com
dispositivo, não sendo considerado norma jurídica vinculante. A alternativa C está correta, de
r um N O .4
m a
acordo com o art. 18 da Convenção de Viena. A alternativa D está incorreta, pois a eventual
e IA 8 o 0 t
transformação do tratado em lei interna é, também, um ato discricionário do Estado, podendo
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
ocorrer até mesmo depois da ratificação (como ocorre no Brasil). A alternativa E está incorreta,
o ll
pois a autonomia do Estado não é absoluta, a fim de que não sejam praticados atos que
o
n
venham a frustrar o objeto e iaafinalidade do tratado.
fa b
41
GABARITO
Questão 1 - C
Questão 2 - C
Questão 3 - Errada
Questão 4 - D
Questão 5 - B a l
io n
Questão 6 - B
a c
u c
Questão 7 - A d S
E PE
Questão 8 - D e
rt O
p o IS L
Questão 9 - C u U 67
S L 08- il.com
Questão 10 - B
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
Questão 11 - Correta
d
A 2 e s
Questão 12 - C o p ll
n o
b ia
fa
42
LEGISLAÇÃO COMPILADA
Art. 5º, § 3º
Art. 21, I
Art. 47 a l
Art. 49, I io n
a c
Art. 84, VII e VIII
u c
Art. 109, § 5º
E PE d S
e
rt O
p o IS L
Convenção de Viena sobre o u 7 (Decreto
m
S Direito dos Tratados
LU 08-6 il.co
Executivo nº
7.030/2009)
r um N O .4
m a
e BIA .08 ho 0 t
Art. 2º
d V F A 90 s@
A
Art. 7º 2 pe
Art. 19 o llo
ia n
Art. 20
fa b
Art. 21
Art. 27
Art. 40, § 1º
Art. 50
Art. 56, § 2º
43
Carta das Nações Unidas
Art. 102
Nº 25: é ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade
do depósito.
a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
44
JURISPRUDÊNCIA
l
qual a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) questiona o
a
n
Decreto 2.100/1996. Nele, o presidente da República deu publicidade a denúncia à
io
c
Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata do término
a
u c
da relação de trabalho por iniciativa do empregador e veda a dispensa injustificada. A
E PE d S
análise da questão foi retomada com a apresentação do voto-vista do ministro Teori
e
rt O
Zavascki, que acompanhou a orientação de que é necessária a participação do Poder
p o IS L
u U 67
Legislativo na revogação de tratados e sugeriu modulação de efeitos para que a
S L 08- il.com
eficácia do julgamento seja prospectiva. “Esse é um caso daqueles precedentes cuja
r um N O .4 a
decisão do Supremo fica como marca na história do constitucionalismo brasileiro”,
m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
ressaltou. O ministro destacou que a discussão da matéria visa saber qual é o
d
A 2 pes
procedimento a ser adotado no âmbito do direito interno para promover a
o ll
denúncia de preceitos normativos decorrentes de acordos internacionais. Em seu
o
voto, propôs tese segundo
i a n a qual “a denúncia de tratados internacionais, pelo
fab depende de autorização do Congresso Nacional”. “Todavia
presidente da República,
proponho que se outorgue eficácia apenas prospectiva a esse entendimento a fim de
que sejam preservados dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade não só o
decreto aqui atacado como os demais atos de denúncia isoladamente praticados pelo
presidente da República até a data da publicação da ata do julgamento da presente
ação, o que conduz, no caso concreto, a um juízo de improcedência”, explicou o
ministro, ao frisar que julga improcedente o pedido unicamente em razão dos efeitos
da modulação. O ministro Teori Zavascki salientou a relevância que os tratados têm
atualmente, principalmente os tratados sobre direitos humanos que, ao serem
aprovados com procedimento especial, incorporam-se como norma de hierarquia
45
constitucional. Embora considere indiscutível que o Poder Executivo tenha papel de
destaque no âmbito das relações exteriores, na opinião do ministro “fica difícil
justificar que o presidente da República possa, unilateralmente, revogar tratados
dessa natureza”. (...).
exame da vigente Constituição Federal permite constatar que a execução dos tratados
a l
n
internacionais e a sua incorporação à ordem jurídica interna decorrem, no sistema
io
a c
adotado pelo Brasil, de um ato subjetivamente complexo, resultante da conjugação
u c
de duas vontades homogêneas: a do
E PE d S
Congresso Nacional, que resolve,
p o IS L
internacionais (CF, art. 49, I) e a do Presidente da República, que, além de poder
u U 67
S L 08- il.com
celebrar esses atos de direito internacional (CF, art. 84, VIII), também dispõe - enquanto
r um N O .4 a
Chefe de Estado que é - da competência para promulgá-los mediante decreto. O iter
m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
procedimental de incorporação dos tratados internacionais - superadas as fases prévias
d
A 2 pes
da celebração da convenção internacional, de sua aprovação congressional e da
o ll
ratificação pelo Chefe de Estado - conclui-se com a expedição, pelo Presidente da
o
ia n
República, de decreto, de cuja edição derivam três efeitos básicos que lhe são inerentes:
fa b
(a) a promulgação do tratado internacional; (b) a publicação oficial de seu texto; e (c) a
executoriedade do ato internacional, que passa, então, e somente então, a vincular e a
46
hierárquica sobre as normas de direito interno. A eventual precedência dos tratados ou
posterior derogat priori ") ou, quando cabível, do critério da especialidade. (STF -
ADI: 1480 DF, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 26/06/2001, Data de
(...) Não obstante tais considerações, impende destacar que o tema concernente à
a l
n
definição do momento a partir do qual as normas internacionais tornam-se vinculantes
io
c
no plano interno excede, em nosso sistema jurídico, à mera discussão acadêmica em
a
u c
torno dos princípios que regem o monismo e o dualismo, pois cabe à Constituição da
E PE d S
República – e a esta, somente – disciplinar a questão pertinente à vigência
e
rt O
o IS L
doméstica dos tratados internacionais. Sob tal perspectiva, o sistema constitucional
p
u U 67
S L 08- il.com
brasileiro – que não exige a edição de lei para efeito de incorporação do ato
um O .4 a
internacional ao direito interno (visão dualista extremada) – satisfaz-se, para efeito de
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
executoriedade doméstica dos tratados internacionais, com a ação de iter
d
A 2 pes
procedimental que compreende a aprovação congressional e a promulgação
o ll
executiva do texto convencional (visão dualista moderada). Uma coisa, porém, é
o
ia n
absolutamente inquestionável sob o nosso modelo constitucional: a ratificação – que
fa b
se qualifica como típico ato de direito internacional público – não basta, por si só,
para promover a automática incorporação do tratado ao sistema de direito positivo
interno. É que, para esse específico efeito, impõe-se a coalescência das vontades
47
adotado pelo Brasil, de um ato subjetivamente complexo, resultante da conjugação de
mediante decreto legislativo, sobre tratados, acordos ou atos internacionais (CF, art. 49,
I) e a do Presidente da República, que, além de poder celebrar esses atos de direito
internacional (CF, art. 84, VIII), também dispõe – enquanto Chefe de Estado que é – da
competência para promulga-los mediante decreto. (...) (STF – CR 8279 AT, Relator: Min.
P-00034).
r um N O .4 a
obstante a norma tributária fale em revogação ou modificação da legislação
m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
interna, o que efetivamente ocorreria seria a mera suspensão da eficácia da norma
d
A 2 pes
tributária nacional, que poderá adquirir aptidão para produzir efeitos se e quando o
o ll
tratado for denunciado. (...) O que ocorre, explica, é tão somente uma revogação
o
ia n
funcional, isto é, uma limitação de eficácia normativa que recai, exclusivamente, sobre
fa b
pessoas, coisas ou situações, fáticas ou jurídicas, relacionadas aos dois Estados
Contratantes. Nos demais casos, ou seja, pessoas, coisas ou situações não atreladas aos
dois Estados Contratantes, vigora, em plenitude, a regra de tributação interna sem
qualquer revogação ou derrogação. (...). Assim, o art. 98 do CTN deve ser interpretado à
luz do princípio da especialidade, não havendo, propriamente, revogação ou
48
2012/0010564-2, Relator: Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Data de Publicação: DJ
24/11/2016).
a l
Rica). Recurso improvido. Julgamento conjunto do RE nº 349.703 e dos HCs nº 87.585 e
io n
nº 92.566. É ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a
a c
modalidade do depósito. (STF – RE: 466343 SP, Relator: Min. CEZAR PELUSO, Data de
u c
d S
Julgamento 03/12/2008, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-104 DIVULG 04-06-
E PE
e
2009 PUBLIC 05-06-2009 EMENT VOL-02363-06 PP-01106 RDECTRAB v. 17, n. 186, 2010,
rt O
p. 29-165).
p o IS L
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r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a l
n
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 9. ed.
io
c
rev., atual. e ampl. -- São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
a
u c
d S
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado.
E PE
9ª ed. Salvador: Juspodivm, 2017. e
rt O
p o IS L
REZEK, Francisco. Direito internacional público – Curso Elementar. 17ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2018.
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de direito internacional público. São
d V FAB 90.0 @h
Paulo: Atlas, 2002.
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
50
CARREIRA JURÍDICA
a l
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a c
c
Direito Internacional
t e E PE
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Capítulo
u p UIS 674 m
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S L 08- il.co
e rum NO .4 ma
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V A B 0 . h
Ad F 29 pes@
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ia n
fa b
SUMÁRIO
2. Estado ........................................................................................................................................... 5
2.1. Introdução........................................................................................................................................................ 5
d V FAB 90.0 @h
4.1.
A 2 pes
Indivíduos ...................................................................................................................................................... 22
4.2.
o ll
Santa Sé e o Estado da Cidade do Vaticano................................................................................. 22
o
ia n
4.3. b
Organizações não governamentais .................................................................................................... 23
fa
4.4. Sujeitos não formais ................................................................................................................................. 24
GABARITO .......................................................................................................................................... 37
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................... 39
Capítulo 4
a l
1.1. Personalidade internacional
io n
a c
A “personalidade internacional” está relacionada à aptidão ou à capacidade para a
u c
d S
titularidade de direitos e de obrigações na seara internacional. Também alude à possibilidade
E PE
e
de atuar diretamente na sociedade internacional, como nos atos de criar as normas e de
rt O
o IS L
recorrer a mecanismos internacionais de solução de controvérsias.
p
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Apesar do entendimento clássico, segundo o qual apenas os Estados e as organizações
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
internacionais seriam sujeitos de Direito Internacional, existe também uma concepção mais
d V FAB 90.0 @h
moderna, para a qual, baseando-se na evolução que ocorreu nas relações internacionais, os
A 2 pes
indivíduos, as empresas e as organizações não governamentais (ONGs), por exemplo, também
o o ll
n
possuem personalidade internacional.
ia
fa b
A ordem jurídica internacional passou a regulamentar outros entes para além dos
Estados e das organizações internacionais, que passaram a exercer um papel mais ativo na
sociedade internacional, tendo direitos e obrigações estabelecidos por suas normas. Por isso, a
doutrina atual entende que os indivíduos, as empresas e as ONGs podem invocar normas
internacionais e devem cumpri-las, por possuírem personalidade internacional. Destaca-se,
porém, que esses são conhecidos como “sujeitos fragmentários”, pois sua capacidade é
limitada, não tendo todas as prerrogativas dos Estados e das organizações internacionais,
como a de celebrar tratados.
3
Ademais, a dinâmica das relações internacionais conta também com a participação de
coletividades não-estatais, como a Santa Sé, a Cidade do Vaticano, o Comitê Internacional da
Cruz Vermelha, dentre outros sujeitos não formais, que serão vistos posteriormente.
a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
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A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
4
2. Estado
2.1. Introdução
O Estado é uma pessoa jurídica que rege a vida em sociedade em um local. É o ente
composto por um território onde vive uma comunidade humana governada por um poder
soberano e independente, cujo surgimento não depende da anuência de outros membros da
a l
n
Parte da doutrina atribui ao Estado personalidade internacional originária, pois está
io
c
atrelado ao surgimento do Direito Internacional e de suas normas, bem como pela formação
a
u c
das organizações internacionais. Ademais, atualmente, o Estado ainda tem um importante
E PE d S
papel no âmbito internacional, sendo um dos principais atores internacionais.
e
rt O
p o IS L
O ente estatal é o sujeito internacional que cria a maior parte das normas de Direito
u U 67
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Internacional, especialmente através dos tratados, forma as organizações internacionais,
r um N O .4
m a
participa da cooperação dos povos e estabelece parâmetros de atuação para os demais
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
membros da sociedade internacional.
d
A 2 pes
2.2. Elementos constitutivoso ll
n o
ia
O Estado possui três elementos essenciais, cuja definição foi decorrência de extensos
b
fa
debates doutrinários: território, povo e governo soberano (ou soberania). Posteriormente,
esses elementos foram consagrados através do art. 1º da Convenção de Montevidéu sobre
Importante destacar que parte da doutrina ainda acredita ser necessário mais um
elemento para constituir o que viria a ser o Estado, qual seja, o reconhecimento por outros
entes estatais. No entanto, embora importante, acredita-se que a anuência dos outros Estados
não é essencial para que um Estado exista para a sociedade internacional. Esse entendimento
5
foi consagrado no art. 3º da Convenção de Montevidéu sobre Direitos e Deveres dos
Estados, para o qual a existência política de um Estado independe de seu reconhecimento.
a) Território
É o espaço geográfico no qual o Estado exerce seu poder soberano, a jurisdição estatal.
Consiste no espaço terrestre, marítimo (até 12 milhas náuticas), aéreo (que compreende a terra
l
(por exemplo, dentro de embaixadas) quanto em territórios de Estados estrangeiros (no caso
a
de embarcações e aeronaves oficiais).
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
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um O .4 a
Apesar de o ente estatal exercer jurisdição sobre esses lugares, não fazem parte do
r N m
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V FAB 90.0 @h
território do Estado: as embaixadas e os consulados no exterior, as embarcações e aeronaves
d
A 2 pes
oficiais onde estiverem e as embarcações e aeronaves civis em áreas internacionais.
o o ll
ia n
fa b
A jurisdição de um Estado sobre seu território é:
Além disso, a norma estatal soberana tutela bens, relações jurídicas e pessoas presentes
dentro do seu território, independente de serem nacionais ou não, aplicando-se, portanto,
a toda população (que, como será visto, difere-se de “povo”). No entanto, essa
competência estatal não é absoluta, havendo exceções, quando diante dos casos de
6
imunidade gozados por Estados e autoridades estrangeiros e organizações internacionais,
além das hipóteses de regulamentação pelo Direito Internacional Privado.
b) Povo
a l
n
Povo não é sinônimo de população. Enquanto o conceito de população pode conter
io
a c
pessoas apátridas e estrangeira, pois é composto por todas as pessoas presentes no território
u c
d S
do Estado, nem determinado momento, sendo um dado meramente quantitativo, a noção de
E PE
e
rt O
povo é qualitativo: o que é fundamental é o vínculo do indivíduo com o Estado através da
nacionalidade ou cidadania. p o IS L
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r um
Ademais, ressalta-se que, de acordo com o Tratado de Latrão, o único Estado que não
N O .4
m a
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tem nacionalidade pelo nascimento é o Estado da Cidade do Vaticano.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o
c) Governo soberano (soberania) o ll
ia n
b
O poder soberano é a autoridade maior que exerce o poder político no Estado. A
fa
soberania é o atributo do poder estatal para exercer suas vontades em seu território, para
aqueles que estão sob sua jurisdição, inclusive outros núcleos de poder (como estados-
Importante destacar que a noção de soberania não se confunde com “poder ilimitado e
absoluto”, prevalecendo a noção de Estado de Direito Democrático, no qual o ente estatal
atua dentro de limites impostos tanto pelo ordenamento jurídico nacional (no âmbito interno)
quanto internacional (no âmbito externo).
7
Assim, no âmbito interno, a soberania refere-se a um poder com supremacia sobre
pessoas, bens e relações jurídicas dentro de seu território. Por sua vez, no âmbito externo, a
soberania refere-se à igualdade entre os Estados, a independência do ente estatal com relação
aos outros Estados, vigorando também os princípios da igualdade jurídica entre os Estados
Uma questão importante é a dos microestados: Estados com território pouco extenso,
a l
pequena quantidade de nacionais e prerrogativas estatais inerentes à soberania exercidas por
io n
c
países vizinhos (como defesa, emissão de moeda e política externa). Exemplos desses
a
u c
microestados seriam: Andorra, Liechtenstein e Mônaco. O entendimento majoritário (e também
E PE d S
da Corte Internacional de Justiça) é que não há a exigência de que o Estado tenha uma
e
rt O
extensão territorial mínima ou um número mínimo de nacionais para que o ente estatal seja
p o IS L
u U 67
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uma personalidade internacional.
r um N O .4
m a
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2.3. d V A B 0.
@
h 0
F 29 ese extinção dos Estados
Surgimento, reconhecimento
A p
l l o
Os casos de surgimento, reconhecimento
o e extinção dos Estados são decorrência de
8
Porém, o surgimento de Estados pode ser influenciado também pelo próprio Direito
Internacional; como exemplo, há a descolonização da África e da Ásia e a criação do Estado
territórios etc. Esses são os mesmos modos em que um país pode ser extinto.
Reconhecimento de Estados
interdependência uma das principais características das relações internacionais. Desse modo,
a l
n
tanto o reconhecimento de Estado quanto o de Governo é imprescindível para as relações
io
internacionais de um ente estatal.
a c
u c
d S
O reconhecimento de Estado é um ato unilateral através do qual um Estado constata a
E PE
e
rt O
existência de outro ente estatal, admitindo as consequências jurídicas deste fato e
p o IS L
u U 67
reconhecendo a possibilidade de manter relações com este novo Estado, como personalidade
S L 08- il.com
internacional, segundo os preceitos do art. 8º da Convenção de Montevidéu sobre Direitos
r um N O .4
m a
e Deveres dos Estados.
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
O reconhecimento é um ato declaratório, não tendo caráter constitutivo (não define a
o ll
existência do Estado). Além disso, é também um ato discricionário: nenhum Estado é obrigado
o
ia n
a reconhecer o outro, assim como não se precisa de reconhecimento para existir, pois é
fa b
fundamentado em considerações de interesse nacional; por esse motivo, tampouco é
condicionado a um prazo-limite.
vincular o ato a condições ou exigências, mas podem existir requisitos vinculados ao respeito
de normas que devem ser obedecidas por todos os membros da sociedade internacional: as
normas jus cogens. Assim, se o Estado surgiu a partir da violação grave de uma norma de
Direito Internacional, ele não deve ser reconhecido.
9
Ademais, o reconhecimento tem caráter retroativo, gerando efeitos a partir do instante
em que se forma o Estado, e é irrevogável. O reconhecimento pode ser solicitado (pelo novo
Estado) ou concedido (pelos demais Estados). O reconhecimento pode ser também expresso
(através de declarações) ou tácito (através de atos condizentes com o reconhecimento). Pode
a l
exemplo, nos casos de revoluções ou golpes de Estado. O reconhecimento de governo não
io n
c
altera o reconhecimento de Estado dado anteriormente (como visto, este é irrevogável), mas
a
c
pode influenciar as relações internacionais desse país, caso não haja o reconhecimento desse
u
E PE d S
novo governo como o devido representante daquele Estado nas relações internacionais.
e
rt O
p o IS L
O reconhecimento de governo também é ato unilateral, discricionário, não obrigatório,
u U 67
S L 08- il.com
irrevogável e, em regra, incondicionado. Porém, muitas vezes, está vinculado ao compromisso
r um N O .4 a
do governo com as normas do Direito Internacional e com o restabelecimento da normalidade
m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
institucional e do regime democrático, caso este tenha sido rompido.
d
A 2 pes
Extinção de Estados
o o ll
Em regra, a extinção a den um Estado ocorre a partir da perda de algum de seus
b i
elementos constitutivos.fa
No geral, se dá pelas mesmas hipóteses pelas quais um Estado pode
também surgir na sociedade internacional.
sucessão dos direitos e obrigações que este possuía, ou seja, a mudança do titular da
soberania sobre um território e/ou povo e/ou governo. Não existe uma regra exata definindo
o que ocorrerá em cada hipótese para cada direito ou obrigação do Estado, podendo a
decisão ficar a cargo das normas costumeiras, dos próprios Estados envolvidos (definindo os
termos da sucessão), ou das Convenções de Viena sobre a Sucessão de Estados em Matéria
10
de Tratados (de 1978; Decreto Legislativo nº 166 de 2018) e sobre Sucessão de Estados em
Matéria de Bens, Arquivos e Dívidas (1983).
Destaca-se que a sucessão não afeta as fronteiras estabelecidas com outros Estados,
nem as obrigações e os direitos relativos à zona fronteiriça. Além disso, não são válidas as
sucessões quando as mudanças de soberania sejam resultado da violação de normas de
Direito Internacional.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
A imunidade de jurisdição é uma limitação direta à soberania estatal, estando regulada
o ll
pelo Direito Internacional. Assim, o Estado é protegido (ou seja, não será demandado
o
ia n
juridicamente) por qualquer ato por ele praticado.
fa b
1
Vide questão 2.
11
Não existem tratados, no Brasil, que tenham como objeto a imunidade de jurisdição de
Estados, sendo um tema regulamentado, no âmbito internacional, por normas costumeiras e,
A questão é: pode um Estado soberano ser julgado por outro Estado soberano contra a
l
sua vontade? Para responder essa pergunta, atualmente, existem duas correntes que
a
ponderam acerca da natureza da imunidade de jurisdição: io n
a c
a) Teoria clássica u c
E PE d S
e
rt O
Para essa corrente, os Estados gozariam de imunidade total de jurisdição, pois a
p o IS L
imunidade seria absoluta, não podendo ser julgado pelas autoridades de outro Estado contra
u U 67
S L 08- il.com
sua vontade, com base no princípio: “par in parem non habet judicium” (entre pares não há
jurisdição). 2
r um N O .4
m a
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A teoria clássica, desenvolvida ainda na Idade Média (no Estado Absolutista), permitia
A 2 pes
que um Estado se submetesse à jurisdição de outro no caso que haja consentimento daquele,
o o ll
n
podendo haver renúncia da imunidade. Porém, em regra, o Judiciário estatal deveria declarar-
ia
b
fa um Estado soberano.
se incompetente para julgar
b) Teoria moderna
2
Vide questão 6.
12
Os atos de império (atos públicos) são aqueles praticados pelo Estado no exercício de
suas prerrogativas soberanas, gozando de imunidade total de jurisdição. Exemplos: atos
Por sua vez, os atos de gestão (atos privados) são aqueles em que o ente estatal pode
em ação trabalhista quanto à relação de trabalho com seu jardineiro), aquisição ou venda de
bens (comercial), casos que envolvam responsabilidade civil, dentre outros.3
Antes da Constituição Federal de 1988, vigorava no Brasil a corrente clássica; mas com o
io n
c
entendimento e consagrou a teoria moderna como a adotada nas relações internacionais do
a
c
país quanto à imunidade de jurisdição. Esse também é o entendimento geral dos demais
u
Estados. E PE d S
e
rt O
p o IS L
Ademais, a possibilidade de um Estado estrangeiro se submeter ao Judiciário local só
u U 67
S L 08- il.com
poderá ser examinada em juízo, após o qual poderá ter prosseguimento da demanda judicial,
ou sua extinção.4
r um N O .4
m a
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d V FAB 90.0 @h
Imunidade de execução do Estado
A 2 pes
o ll
A questão acerca da possibilidade ou não de executar, forçadamente, os bens de um
o
a n judicial ainda é uma polêmica. Parte da doutrina acredita
Estado estrangeiro após demanda
i
que, assim como ocorre
b a imunidade de jurisdição, a de execução também deveria ser
facom
relativa, a fim de dar seguimento ao processo.
Estado ser absoluta, com base na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961) e
na Convenção de Viena sobre Relações Consulares (1963), que consagram a inviolabilidade
dos bens das missões diplomáticas e consulares. Destaca-se, especialmente, o art. 22, § 3º, da
3
Vide questão 5.
4
Vide questão 4.
13
Convenção de 1961, que expressamente estabelece que os bens de missões diplomáticas não
podem ser objeto de busca, requisição, embargo ou execução.
absoluta, ou seja, mesmo no caso do Estado ser julgado, o mesmo não poderá ser executado,
pois todos os bens do Estado estrangeiro são protegidos por tratados internacionais.
a l
ion
O Estado pode ser executado caso haja renúncia da imunidade. Ademais, para pagar
a c
c
um débito judicial, o Estado pode ser executado sobre bens não afetos às atividades
u
d S
diplomáticas ou consulares, ou através da expedição de carta rogatória ao Estado estrangeiro.
E PE
e
rt O
Além disso, o Estado também pode pagar o débito de modo voluntário, sem ser necessária
sua execução. p o IS L
u U 67
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Não obstante, as
r um N O .4
imunidades
m ade jurisdição e de execução são autônomas,
e IA 8 o 0 t
independentes entre si; a renúncia a uma não implicará a renúncia à outra, devendo ocorrer
d V FAB 90.0 @h
de modo expresso.
A 2 pes
o o ll
ia n
a b
Imunidades das fOrganizações Internacionais
maneira mais livre, sendo estabelecidas no âmbito de seus atos constitutivos ou em tratados
específicos, celebrados com os Estados. Então, as regras sobre imunidade das organizações
internacionais podem ser estabelecidas por normas costumeiras, por tratados e até mesmo por
analogia (de normas celebradas por outras organizações e/ou outros Estados).
14
52.288/1963 (promulgou a Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Agências
Especializadas das Nações Unidas) e nº 59.308/1966 (promulgou o Acordo Básico de
Assistência Técnica com a Organização das Nações Unidas, suas Agências Especializadas e a
Agência Internacional de Energia Atômica).
Organização das Nações Unidas; ambos posicionaram-se no sentido de que a ONU goza de
imunidade de jurisdição e de execução, inclusive na seara trabalhista.
a l
n
originariamente, o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o
io
Estado, o Distrito Federal ou o Território.
a c
u c
d S
Segundo o art. 109, II, da Constituição Federal, compete à Justiça Federal processar e
E PE
e
rt O
julgar as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa
p o IS L
domiciliada ou residente no País. Com relação a tais causas, atesta o art. 105, II, c, da
u U 67
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Constituição Federal, que compete ao STJ processar e julgá-las, em grau de recurso
ordinário. r um N O .4
m a
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Ademais, em causas trabalhistas, a competência é da Justiça do Trabalho, na forma do
A 2 pes
o
art. 114, I, da Constituição Federal. Não há imunidade de jurisdição, como visto.
o ll
ia n
fa b
Imunidade do agente diplomático:
que regula esta imunidade é a Convenção de Viena, a qual dispõe para o agente a prerrogativa
cível, penal e administrativa.
acreditado:
15
a) Uma ação real sobre imóvel privado situado no território do Estado acreditado, salvo se o
agente diplomático o possuir por conta do Estado acreditado para os fins da missão.
b) Uma ação sucessória na qual o agente diplomático figure, a título privado e não em nome
do Estado, como executor testamentário, administrador, herdeiro ou legatário.
c) Uma ação referente a qualquer profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo agente
diplomático no Estado acreditado fora de suas funções oficiais.
a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
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o o ll
ia n
fa b
16
3. Organizações Internacionais
possuem interesses comuns, sendo interessante, para esses fins, estruturar esquemas de
cooperação permanentes para articular os esforços estatais dirigidos a fins objetivos. Assim, a
a l
n
Por serem sujeitos de Direito Internacional, as organizações internacionais possuem ampla
io
c
capacidade de ação: possuem direitos e obrigações internacionais, podem celebrar tratados e
a
u c
recorrer a mecanismos internacionais de solução de controvérsias6. Porém, parte da doutrina
E PE d S
acredita que sua personalidade jurídica seja “derivada”, já que as organizações são estabelecidas
e
rt O
o IS L
pelos Estados, entes que teriam personalidade jurídica originária7. Destaca-se também que as
p
u U 67
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organizações internacionais não possuem soberania, atributo conferido apenas para os Estados.
r um N O .4
m a
Os entes estatais não só criam os organismos internacionais, como também contribuem
e IA 8 o 0 t
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para sua manutenção e funcionamento através de recursos financeiros e humanos. A despeito
d
A 2 pes
disso, são personalidades próprias e independentes dos Estados no Direito Internacional,
o o ll
podendo ser sujeitos de direitos e de obrigações, a partir de quando começam efetivamente a
ia n
b
funcionar. Isso significa que as decisões das organizações internacionais não requerem a
fa
aceitação unânime de seus membros.8
5
Vide questão 8.
6
Vide questão 3.
7
Vide questão 1.
8
Vide questão 7.
17
A personalidade jurídica internacional das organizações internacionais foi reconhecida a
partir do parecer da Corte Internacional de Justiça que reconheceu o direito da ONU à
reparação pela morte de seu mediador para o Oriente Médio, Folke Bernadotte, em Jerusalém,
no ano de 1948. 9
a l
n
O tratado (geralmente denominado “Carta”, a exemplo da Carta da ONU) que institui a
io
a c
organização internacional estabelece a sua estrutura, seus objetivos, a forma de
u c
d S
funcionamento, dentre outros pontos relevantes para sua organização. Há também um
E PE
e
representante máximo da organização, eleito de acordo com o ato constitutivo da
rt O
organização.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um
Apesar de cada estrutura dos organismos poderem ser diferentes entre si, é comum a
N O .4
m a
e IA 8 o
existência dos seguintes órgãos: 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
a) Órgão plenário: participação de todos os membros para negociar os tratados e discutir
o ll
temas de grande relevância para o trabalho da organização.
o
i a n denominado de “conselho”; para executar as principais
b) Órgão executivo: normalmente
fab participação de apenas alguns dos Estados-membros;
políticas da organização;
c) Secretariado: apto para cuidar de questões administrativas da organização.
9
Vide questão 9.
18
Além da capacidade de auto-organização, as organizações internacionais também
podem exercer direito de legação e gozam de imunidade de jurisdição, como visto
anteriormente, regulada por seus atos constitutivos, pelos tratados firmados sobre a matéria
ou até mesmo por analogia.
p o IS L
(ressalta-se que podem deixar de existir por decisão de seus membros);
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Institucionalização: órgãos próprios e agentes responsáveis por suas atividades.
r um N O .4
m a
Por fim, são as competências das organizações internacionais:
e IA 8 o 0 t
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Competência normativa: capacidade de regular suas próprias atividades e de
A 2 pes
o
estabelecer normas dirigidas aos outros sujeitos internacionais (de caráter obrigatório
o ll
ou não);
i a n
Competência
fa b
operacional: capacidade de formular e executar operações, políticas,
projetos, a fim de ter seus objetivos atingidos;
Competência de controle: supervisionar a aplicação das normas elaboradas, podendo
ser político, técnico ou jurisdicional;
Competência impositiva: impor suas decisões e/ou eventuais sanções, de acordo com o
que foi definido no seu ato constitutivo.
3.3. Classificações
19
a) Universais: qualquer Estado do mundo pode fazer parte dessa organização;
b) Regionais: abarcam um espaço limitado, para determinada região, geralmente por
aproximação geográfica (EX: Mersocul) ou histórica-cultural (EX: Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa).
d ES uc
coordenada de seus membros, sendo formadas por representantes dos Estados;
E
e P
b) Supranacionais: essas organizações não dependem de uma atuação coordenada,
o r t L O
pois têm poder de subordinar os Estados que a compõem; seus órgãos atuam em
p S
Su LUI08-67il.com
nome próprio, e não como representantes estatais.
r um N O .4
m a
Quanto aos poderes recebidos ou estruturas institucionais:
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
a) De cooperação: objetivam coordenar as atividades para atingir fins comuns;
A 2 pes
b) De integração ou subordinação: têm capacidade de impor as suas decisões.
o o ll
ia n
fa b
3.4. Organização das Nações Unidas (ONU)
Após a Segunda Guerra Mundial se viu a necessidade de criar uma Organização que
buscasse impedir mais um conflito como aquele, bem como efetuar a manutenção da paz e
da segurança internacionais. Assim, foi criada, em 1945, a Organização das Nações Unidas
(ONU), formada por países que se reuniram voluntariamente em busca de mecanismos que
promovam o progresso das nações.
membros: 5 permanentes (Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia) e 10 rotativos
(a cada 2 anos). Já a terceira é o Secretariado-Geral da ONU, principal órgão administrativo,
chefiado pelo Secretário-Geral (o mais alto funcionário e representante da ONU), eleito pela
Assembleia Geral, a partir da recomendação do Conselho de Segurança, tendo funções
a l
prestar auxílio emergencial a países em crise econômico-financeiro; o Banco Internacional para
io n
c
a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), que tem a finalidade básica de prestar auxílio
a
c
financeiro para projetos de longo prazo; a Organização Mundial do Comércio (OMC), que tem
u
E PE d S
a finalidade de estimular o comércio internacional como forma de desenvolvimento
e
rt O
econômico e combater suas práticas desleais; dentre outras.
p o IS L
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A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
10
Vide questão 10.
21
4. Outros sujeitos
4.1. Indivíduos
Em decorrência da premissa de que a sociedade internacional era composta apenas por
entes estatais, a pessoa natural consistia em mero objeto das normas internacionais e da ação
estatal no âmbito externo, tendo uma atuação extremamente reduzida. No entanto, com a
doutrinária atualmente.
a l
io n
c
A despeito da controvérsia, existem diversas normas que estabelecem diretamente
a
u c
direitos e obrigações aos indivíduos, como, por exemplo, nos tratados de direitos humanos ou
E PE d S
as convenções de direito laboral da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Além disso,
e
rt O
o IS L
existe também a possibilidade dos indivíduos participarem dos mecanismos internacionais de
p
u U 67
S L 08- il.com
solução de controvérsias, exigindo, por exemplo, a observância de algum direito que lhe foi
r um N O .4
m a
conferido pela ordem jurídica internacional, estando o indivíduo, ainda, obrigado a observar as
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
normas internacionais, podendo responder por seus atos em foros internacionais.
d
A 2 pes
Ressalta-se que indivíduos não podem celebrar tratados, e que a possibilidade de
o o ll
acesso de pessoas naturais a foros internacionais é extremamente restrita.
ia n
4.2.
b
Santa Sé e foaEstado da Cidade do Vaticano
Apesar de serem entes distintos, a Santa Sé e o Estado da Cidade do Vaticano possuem
Parte da doutrina não confere ao Vaticano como Estado com base na suposta
22
soberano, cuja autoridade maior reside na figura do Papa. Sua principal função é dar suporte
material para que a Santa Sé possa exercer seu papel.
Se for considerado o Vaticano como um ente estatal, este possui personalidade jurídica
Santa Sé.
Por sua vez, a Santa Sé teve sua personalidade internacional contestada a partir da
incorporação dos Estados Pontifícios à Itália. Porém, a partir do Tratado de Latrão (celebrado
entre a Itália e a Santa Sé em 1929), parte de um território em Roma foi cedido à Santa Sé,
onde foi criado o Estado da Cidade do Vaticano, diminuindo a corrente da doutrina que não
agentes diplomáticos).
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
Ademais, o Papa goza do status e das prerrogativas de um Chefe de Estado, e, em
A 2 pes
virtude da estreita vinculação entre o Estado da Cidade do Vaticano e a Santa Sé, os
o o ll
n
compromissos internacionais assumidos por um, influenciam o outro, e vice-versa.
ia
fa b
4.3. Organizações não governamentais
As organizações não governamentais (ONGs) são entidades privadas sem fins lucrativos
23
Os exemplos mais famosos de ONGs internacionais são: a Anistia Internacional, o
Comitê Olímpico Internacional, o Greenpeace, o Médicos Sem Fronteiros e o Comitê
a l
podem celebrar tratados, mas apenas contratos entre as empresas e Estados ou organizações
io n
internacionais.
a c
u c
Beligerantes
E PE d S
e
rt O
Os beligerantes são movimentos contrários ao governo de um Estado, objetivando
p o IS L
conquistar o poder ou criar um novo ente estatal; são grandes revoluções, guerras civis. Seu
u U 67
S L 08- il.com
estado de beligerância deve ser reconhecido por outros membros da sociedade internacional,
r um N O .4
m a
0 t
geralmente através de uma declaração de neutralidade, mas é ato discricionário para os
e IA 8 o
V FAB 90.0 @h
demais Estados. Como consequência do reconhecimento de beligerância, há a obrigação de os
d
A 2 pes
beligerantes observarem as normas aplicáveis aos conflitos armados e a possibilidade de
o o ll
celebrarem tratados internacionais com os Estados neutros.
ia n
Insurgentes fa b
Os insurgentes, por sua vez, também são grupos contrários a governos, mas cujas ações
Estados, dentro do qual estão fixados seus efeitos (diferentemente da beligerância, não são
pré-determinados), geralmente no sentido de definir a obrigação de respeitar as normas
internacionais de direitos humanos.
24
Nações em luta pela soberania
pela soberania.
a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
25
QUADRO SINÓTICO
IMUNIDADES ESTATAIS
IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO IMUNIDADE DE EXECUÇÃO
TEORIA CLÁSSICA TEORIA MODERNA
Imunidade absoluta Imunidade relativa Imunidade absoluta
a l
n
(entendimento majoritário)
io
Princípio par in parem non Atos de império c
Convenções de Viena sobre:
a
habet judicium X
u cRelações Diplomáticas e
Atos de gestão E PEd Ssobre Relações Consulares
r LO t e
Imunidade para qualquer tipo
o
Imunidade apenas para os
p IS Imunidade de execução é
de ato
Su LU 08-67il.com
atos de império autônoma à imunidade de
r um N O .4
m a jurisdição
Perda de imunidade apenas
e IA 8 o 0 t
Não há imunidade para os A renúncia da imunidade tem
d V FAB 90.0 @h
mediante renúncia atos de gestão que ser expressa
A 2 pes
Teoria já ultrapassada Teoria prevalecente no Hipóteses de execução:
o o ll internacional e
âmbito Renúncia da imunidade
ia n interno Bens não afetos
fa b
Carta rogatória
Pagamento voluntário
26
FUNÇÕES DOS PRINCIPAIS ÓRGÃOS DA ONU
ASSEMBLEIA-GERAL CONSELHO DE SEGURANÇA SECRETARIADO-GERAL
Discutir os temas de interesse Manter a paz e a segurança Órgão administrativo da ONU
da ONU internacionais
Emitir recomendações sobre Investigar situações instáveis Funções diplomáticas
os temas deliberados e tomar as medidas cabíveis
27
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
a l
n
A) a personalidade jurídica do Estado é originária e a personalidade jurídica das
io
organizações internacionais é derivada.
a c
u c
d S
E PE
B) porque o Estado tem precedência histórica, sua personalidade jurídica é derivada; e
e
rt O
porque as organizações resultam de uma elaboração jurídica resultante da vontade de alguns
p o IS L
u U 67
Estados, sua personalidade jurídica é originária.
S L 08- il.com
um O .4 a
C) a personalidade jurídica do Estado fundamenta-se em concepções clássicas de Direito
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
Público, formatando-se como realidade jurídica e política; a personalidade jurídica das
d
A 2 pes
organizações internacionais centra-se na atuação de indivíduos e de empresas, que lhes
o ll
conferem personalidade normativa, assumindo feições públicas e privadas.
o
ia n
b
D) a personalidade jurídica do Estado é definida por seus elementos normativos internos,
fa
aceitos na ordem internacional por tratados constitutivos de relações nas esferas públicas e
privadas; a personalidade jurídica das organizações internacionais decorre da fragmentação
28
E) o direito das gentes não identifica a personalidade jurídica das organizações
internacionais, dado que aplicado, especialmente, aos Estados, que detém natureza jurídica
Comentário:
a l
Estados não depende dos tratados; quanto à personalidade das organizações internacionais,
io n
c
esta se fundamenta em tratados feitos pelos Estados. A alternativa E está incorreta, pois as
a
u c
organizações internacionais têm personalidade jurídica internacional.
E PE d S
e
rt O
p o IS L
uQuestão
S L 08- il.com U 2 67
um O .4
Banca: FGV - Órgão: OAB - 2014:
r N m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
Um agente diplomático comete um crime de homicídio no Estado acreditado. A respeito
d
A 2 pes
desse caso, assinale a afirmativa correta.
o o ll
A) Será julgado no Estado a
i n
acreditado, pois deve cumprir as leis desse Estado.
fa b
B) Poderá ser julgado pelo Estado acreditado desde que o agente renuncie a imunidade de
jurisdição.
D) Poderá ser julgado pelo Estado acreditado, desde que o Estado acreditante renuncie
Comentário:
29
Alternativa A está incorreta, pois, para que o agente diplomático seja julgado, deverá haver
a renúncia à imunidade. Alternativa B está incorreta, pois apenas o Estado acreditante pode
renunciar à imunidade. Alternativa C está incorreta, pois o agente diplomático poderá ser
julgado, desde que haja a renúncia à imunidade. Alternativa D está correta, pois, após o
Questão 3
está incorreta, pois o reconhecimento das organizações internacionais como sujeitos de Direito
Internacional não decorrem das normas da Carta da ONU, mas sim da evolução das relações
a l
io n
Comentário: a c
u c
E PE d S
A alternativa A está incorreta, pois, no Brasil, o Juiz Federal de 1º Grau é competente
e
rt O
para julgar Estados estrangeiros nos casos do art. 109, II, da Constituição da República. A
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
alternativa B está correta, pois, para que seja possível estabelecer se o caso é ou não de
r um N O .4
imunidade de jurisdição do Estado, é preciso que haja apuração processual. A alternativa C
m a
e IA 8 o 0 t
está incorreta, pois, “falta de jurisdição” não é uma das hipóteses do processo civil para
d V FAB 90.0 @h
indeferir a petição inicial. A alternativa D está incorreta, pois a via diplomática só é
A 2 pes
o
empregada, eventualmente, na fase de execução.
o ll
ia n
fa b
Questão 5
Pedro, cidadão brasileiro, presta serviços como cozinheiro na embaixada do Estado X no Brasil.
Após constatar que vários dos direitos trabalhistas previstos na Consolidação das Leis do
Trabalho estavam sendo desrespeitados, Pedro decidiu ajuizar ação na justiça do trabalho
31
A) Deve ser seguido o procedimento descrito na Convenção das Nações Unidas sobre
Imunidades de Jurisdição e Execução do Estado.
cogens.
D) A competência para conhecer da ação é da justiça federal.
E) Em matéria trabalhista, não há imunidade de execução do Estado estrangeiro no Brasil.
Comentário:
A alternativa A está incorreta, pois não há normativa escrita (em convenções, tratados)
l
sobre imunidade do Estado, sendo decorrente do direito costumeiro. A alternativa B está
a
io n
correta, pois os atos relacionados à matéria trabalhista são atos de gestão, e, de acordo com a
a c
teoria moderna da imunidade de jurisdição, não há imunidade para o Estado para esse tipo de
u c
d S
ato. A alternativa C está incorreta, pois a imunidade de jurisdição do Estado não é mais
E PE
e
rt O
considerada absoluta, nem norma jus cogens. A alternativa D está incorreta, pois, de acordo
p o IS L
com o art. 114, I, da Constituição Federal, a competência é da Justiça do Trabalho. A
u U 67
S L 08- il.com
alternativa E está incorreta, pois as imunidades de jurisdição e de execução são independentes
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0
e autônomas, havendo imunidade de execução, em regra.
t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll Questão 6
i a n
a b
BACEN – Procurador - f2009
O aforismo par in parem non habet judicium dá fundamento à norma de direito internacional
B) desenvolvimento sustentável.
C) liberdade dos mares.
D) efetividade.
E) cláusula da nação mais favorecida.
32
Comentário:
Questão 7
r um
à personalidade internacional dessa organização.
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Comentário: d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o ll
A alternativa A está incorreta, pois nada impede que uma organização internacional faça
o
ia n
parte de outra. A alternativa B está incorreta, pois a base das imunidades das organizações
fa b
internacionais são os tratados, não o direito costumeiro. A alternativa C está incorreta, pois ter
personalidade de direito internacional não pressupõe ter capacidade para celebrar tratados. A
ONU, para a qual todos os membros da Assembleia Geral têm igual direito a voto.
33
Questão 8
Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TRT - 6ª Região (PE) Prova: FCC - 2015 - TRT - 6ª Região
A) serão dotadas de personalidade jurídica internacional, desde que isso esteja expressamente
previsto em seu tratado constitutivo.
B) podem celebrar tratados internacionais entre si e com Estados, embora a esses acordos não
se apliquem as disposições da Convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados de 1969,
organizações são regulamentadas por tratados. A alternativa D está incorreta, pois o estatuto
da Corte Internacional de Justiça veda a demanda por organizações internacionais; apenas
Estados podem ser parte. A alternativa E está incorreta, pois não há impedimentos para que
uma organização internacional integre outra.
34
Questão 9
Internacional de Justiça no caso Reparação de danos a serviço das Nações Unidas acerca da
morte de Folke de Bernadotte, mediador que, no exercício de suas funções, foi assassinado
a l
b) homologou a jurisdição penal do Estado de Israel.
io n
a c
c
c) reconheceu a personalidade jurídica das organizações internacionais.
u
E PE d S
d) incorporou o princípio da legítima defesa internacional.
e
rt O
p o IS L
e) consagrou o pacifismo e a não-violência como deveres jurídicos.
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
Comentário: e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
A resposta correta é a letra C, a partir do parecer da Corte Internacional de Justiça que
o ll
reconheceu o direito da ONU à reparação pela morte de seu mediador para o Oriente Médio,
o
ia n
reconhecendo, com isso, a personalidade jurídica internacional das organizações
fa b
internacionais. Por exclusão, as demais alternativas estão incorretas. Destaca-se, porém, que a
Palestina é reconhecida como nação em luta pela soberania; o surgimento de um Estado não
depende de reconhecimento externo; a legítima defesa foi reconhecida nas normas da ONU.
Questão 10
PFN – 2006
c) é composta por cinquenta e quatro membros das Nações Unidas, eleitos pelo Conselho
Econômico e Social, respeitando-se a presença dos membros permanentes.
d) será constituída por todos os países signatários da Carta, com exceção da Suíça e de países
que estejam sob fiscalização internacional, no que toca ao desrespeito a pauta de direitos
humanos.
e) será composta pelos signatários originários da Carta, como membros permanentes, e por
signatários supervenientes, como membros aderentes, outorgando-se direito de voto àqueles
primeiros. a l
io n
a c
Comentário: u c
E PE d S
e
rt O
A alternativa A está incorreta, pois os Estados mencionados são os membros do
p o IS L
Conselho de Segurança. A alternativa B está correta, de acordo com o art. 9 da Carta da ONU.
u U 67
S L 08- il.com
A alternativa C está incorreta, pois o Conselho Econômico e Social é que é composto por 54
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0
membros da ONU. A alternativa D está incorreta, pois não há exceções: é composta por todos
t
V FAB 90.0 @h
os membros da ONU. A alternativa E está incorreta, pois todos os membros da Assembleia
d
A 2 pes
Geral têm o mesmo direito ao voto, não havendo distinção nesse sentido.
o o ll
ia n
fa b
36
GABARITO
Questão 1 - A
Questão 2 - D
Questão 3 - C
Questão 4 - B
Questão 5 - B a l
ion
Questão 6 - A
a c
u c
Questão 7 - E d S
E PE
Questão 8 - B e
rt O
p o IS L
Questão 9 - C u U 67
S L 08- il.com
Questão 10 - B
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
37
LEGISLAÇÃO COMPILADA
Art. 1º
Art. 3º
Art. 8º a l
ion
Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas
a c
u c
Art. 22, § 3º
E PE d S
e
rt O
Constituição Federal
p o IS L
Art. 102, I, e
u U 67
S L 08- il.com
Art. 105, II, c r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
Art. 109, II
d
A
Art. 114, I 2 pes
o o ll
ia n
fa b
38
JURISPRUDÊNCIA
io
DESENVOLVIMENTO PNUD. CONVENÇÃO SOBRE PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DASn
a c
NAÇÕES UNIDAS DECRETO 27.784/1950.
c
CONVENÇÃO
u SOBRE PRIVILÉGIOS E
d S
IMUNIDADES DAS AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS DAS NAÇÕES UNIDAS DECRETO
E PE
e
rt O
52.288/1963. ACORDO BÁSICO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA COM AS NAÇÕES UNIDAS E
p o IS L
u U 67
SUAS AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS DECRETO 59.308/1966. IMPOSSIBILIDADE DE O
S L 08- il.com
ORGANISMO INTERNACIONAL VIR A SER DEMANDADO EM JUÍZO, SALVO EM
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
CASO DE RENÚNCIA EXPRESSA À IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ENTENDIMENTO
d V FAB 90.0 @h
CONSOLIDADO EM PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. CONTROVÉRSIA
A
CONSTITUCIONAL
2 pesDOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA
o o ll TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO
i a n
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO
jurisdição
39
ESTADO ESTRANGEIRO. IMUNIDADE JUDICIÁRIA. CAUSA TRABALHISTA. NÃO HÁ
IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO PARA O ESTADO ESTRANGEIRO, EM CAUSA DE
a l
Julgamento: 31/05/1989, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 12-10-1990 PP-11045
io n
EMENT VOL-01598-01 PP-00016 RTJ VOL-00133-01 PP-00159).
a c
u c
E PE d S
r t
Jurisprudência do STJ sobre imunidade
e deOexecução
o
p UIS 67 mL
u
S L 08- il.co
Ag 230.684 – Distrito Federal
r um N O .4
m a
e BIA .08 ho 0 t
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. EXECUÇÃO MOVIDA CONTRA ESTADO ESTRANGEIRO.
d V A 90 s@
PENHORA. INADMISSIBILIDADE. IMUNIDADE DE EXECUÇÃO. EXPEDIÇÃO DE CARTA
F
A 2 pe
ROGATÓRIA PARA A COBRANÇA DO CRÉDITO. – Os bens do Estado estrangeiro são
o l lo
i a n com o disposto no art. 22, inciso 3, da “Convenção de
impenhoráveis em conformidade
40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a l
n
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 9. ed.
io
c
rev., atual. e ampl. -- São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
a
u c
d S
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado.
E PE
9ª ed. Salvador: Juspodivm, 2017. e
rt O
p o IS L
REZEK, Francisco. Direito internacional público – Curso Elementar. 17ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2018.
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de direito internacional público. São
d V FAB 90.0 @h
Paulo: Atlas, 2002.
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
41
CARREIRA JURÍDICA
a l
ion
a c
c
Direito Internacional
t e E PE
u
d S
r LO
Capítulo
u p UIS 675 m
o
S L 08- il.co
e rum NO .4 ma
IA 080 ot
V A B 0 . h
Ad F 29 pes@
o llo
ia n
fa b
SUMÁRIO
DIREITO INTERNACIONAL, Capítulo 5 .......................................................................................... 3
1.5. a
Conflitos de nacionalidade: polipatridia e apatridia...................................................................... 9l
io n
1.6. c
Estatuto da Igualdade entre brasileiros e portugueses ............................................................ 10
a
u c
2.
d S
Condição jurídica do estrangeiro: a Lei de Migração ...................................................... 12
E PE
2.1. e
rt O
Noções gerais .............................................................................................................................................. 12
p o IS L
2.2. u U 67
Admissão de entrada e permanência no território nacional: vistos .................................... 13
S L 08- il.com
2.3.
r um N O .4
Saída do estrangeiro: deportação, expulsão e extradição ....................................................... 14
m a
e IA 8 o 0 t
2.4.
V FAB 90.0 @h
Asilo e refúgio ............................................................................................................................................. 17
d
A 2 pes
QUADRO SINÓTICO ......................................................................................................................... 20
o o ll
QUESTÕES COMENTADAS ............................................................................................................. 22
ia n
fa b
GABARITO .......................................................................................................................................... 31
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................... 34
2
DIREITO INTERNACIONAL
Capítulo 5
Apesar disso, o Direito Internacional limita a soberania estatal, fixando regras gerais de
nacionalidade, pautadas na proteção da dignidade humana e na estabilidade da sociedade
internacional.
1
Vide questão 6.
3
Ressalta-se que a nacionalidade é um direito humano consagrado na Declaração
Universal dos Direitos Humanos, e ninguém pode ser arbitrariamente privado de sua
nacionalidade (art. XV, § 1º e 2º).
a c
c
várias nações diferentes, cujos membros possuam a mesma nacionalidade.
u
E PE d S
e
rt O
p o IS L
1.2. Nacionalidade originária (ou primária)
u U 67
S L 08- il.com
É aquela advinda do nascimento, tendo quase nenhuma relação com a vontade
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
humana. Existem dois critérios que ajudam a determinar a nacionalidade de um indivíduo,
d V FAB 90.0 @h
podendo os Estados adotar um, ou outro ou ambos. Veremos a seguir:
A 2 pes
a) o ll
Jus sanguinis (critério sangue): a nacionalidade do ascendente determina a
o
ia n
nacionalidade do descendente. É a nacionalidade que os pais tinham na época do
b
fa independente de ele ser adotado, ou de os pais mudarem de
nascimento do filho,
nacionalidade depois ou do local onde nasça. É o critério mais antigo, sendo adotado
por Estados mais velhos, para vincular os filhos de imigrantes, que nascerem em outros
territórios, à sua nação.
b) Jus solis (critério solo): a nacionalidade é uma consequência do lugar do nascimento,
adquirindo a nacionalidade em função do Estado em cujo território nasce, independente
da nacionalidade de seus ascendentes. É adotado por Estados novos, para vincular os
filhos de imigrantes à sua nação.
4
c) Sistema misto: a nacionalidade é a junção do jus sanguinis com o jus soli, ou seja, há a
uma união das nacionalidades admitindo que o indivíduo tenha duas (polipátrida).
Alguns autores criticam o critério misto por defender que os dois são necessariamente
adotados, mas geralmente se escolhe os dois critérios para evitar choques de
nacionalidade (apátrida). Pode-se dizer que o Brasil adota esse critério.
l
A disciplina está prevista no art. 12, I, da Constituição Federal, segundo o qual é
a
considerado brasileiro nato aquele:
io n
a c
c
a) Nascido na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que
u
E PE
estes não estejam a serviço de seu país (jus soli).2 d S
e
rt O
o IS L
“A serviço de seu país” significa que deve ser um serviço público e relativo ao Estado
p
u U 67
S L 08- il.com
estrangeiro, não precisando ser permanente no Brasil, mas deve ser a serviço do país de sua
r um N O .4
m a
nacionalidade, devendo ambos ser estrangeiros (mesmo que apenas um dos pais com o
e IA 8 o 0 t
cargo). EX: um casal italiano prestando serviços para a França -> o filho será brasileiro.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
b) Nascido no estrangeiro, mas que seja filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde
o o ll
que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil (jus sanguinis).
i a n
Quem deve estar a b
f a serviço do Brasil deve ser brasileiro para o filho também ser. Se o
estrangeiro estiver a serviço não será brasileiro nato o filho, independente que o pai seja nato
ou naturalizado.
2
Vide questão 8.
5
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira (jus sanguinis).3
3
Vide questões 1 e 4.
4
Vide questão 9.
6
A disciplina está prevista no art. 12, II, da Constituição Federal, segundo o qual é
considerado brasileiro naturalizado aquele:
r um N O .4
m a
Segundo dispõe o art. 66 da Lei de Migração, “o prazo de residência fixado no inciso II
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
do caput do art. 65 será reduzido para, no mínimo, 1 (um) ano se o naturalizando preencher
d
A 2 pes
quaisquer das seguintes condições: [...] II - ter filho brasileiro; III - ter cônjuge ou companheiro
o o ll
brasileiro e não estar dele separado legalmente ou de fato no momento de concessão da
ia n
b
naturalização; [...] V - haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil; ou VI -
fa
recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística. Parágrafo único. O
preenchimento das condições previstas nos incisos V e VI do caput será avaliado na forma
disposta em regulamento”.
7
Existem, porém, outras modalidades de naturalização especificadas na nova Lei de
Migração, que serão vistas a seguir:
p o IS L
convertida em definitiva se o naturalizando expressamente assim o requerer no prazo
u U 67
S L 08- il.com
de 2 (dois) anos após atingir a maioridade”.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Assim, criança estrangeira adotada por brasileiros só será nacional por naturalização.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
Cumpre, por fim, salientar que uma vez naturalizada brasileira, a pessoa possui todos os
o ll
deveres e direitos concedidos ao brasileiro nato, exceto o exercício de algumas funções
o
ia n
públicas, conforme previsão do art. 12, § 3º, da Constituição Federal: Presidente e Vice-
fa b
Presidente da República; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado Federal;
Ministro do Supremo Tribunal Federal; carreira diplomática; oficial das Forças Armadas;
Ministro de Estado da Defesa.
8
A hipótese de perda de nacionalidade de brasileiro nato decorre do fato do brasileiro
adquirir outra nacionalidade através de uma naturalização voluntária. No entanto, existem
duas exceções para o caso do brasileiro adquirir outra nacionalidade e permanecer com a
nacionalidade brasileira:
l
cancelamento da naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
a
io n
interesse nacional. Podem ser consideradas atividades nocivas ao interesse nacional: subversão
a c
por meios violentos, atentar contra as instituições democráticas, deslealdade ao Brasil e
u c
pressuposto criminal.
E PEd S
e
rt O
A perda de nacionalidade decorre de Decreto do Presidente da República, ou por
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
delegação, do Ministro da Justiça, sendo ato meramente declaratório, tendo efeito apenas de
dar publicidade ao fato.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
O indivíduo que teve sua naturalização cancelada não poderá reaver seu status de
d
A 2 pes
nacional brasileiro, a não ser que haja a revogação ou o cancelamento da perda da
o ll
nacionalidade através de ação rescisória. Já aquele que perdeu a nacionalidade brasileira por
o
ia n
naturalização voluntária poderá reavê-la através de Decreto do Presidente, se domiciliar no
fa b
Brasil, na forma do art. 36 da Lei nº 818/1949. A reaquisição terá a mesma natureza de uma
naturalização ordinária.
5
Vide questão 5.
9
a) Polipatridia: o indivíduo tem duas ou mais nacionalidades, sendo decorrência da
coincidência de critérios de atribuição de nacionalidades diferentes para a mesma
pessoa (por exemplo, a combinação do critério jus solis em um país e o jus sanguini em
outro).
d V A 90 s@
regulamentado dentre os artigos 12 a 22 desse Decreto.
F
A 2 pe
llo
O objetivo principal do Estatuto é, tendo em vista as afinidades históricas e culturais
o
ia n
entre os dois países, possibilitar que um brasileiro em Portugal ou um português no Brasil
fa b
possam exercer direitos relacionados à qualidade de cidadão: os estrangeiros gozarão dos
mesmos direitos e se submeterão aos mesmos deveres dos nacionais desses Estados, de
acordo com as normas fixadas no Estatuto. No entanto, esses benefícios não implicarão na
perda das respectivas nacionalidades.
10
Interna em Portugal), devendo a aquisição (e também a perda) do benefício ser comunicada
ao país de origem.
No âmbito da Constituição Federal, o art. 12, § 1º, estabelece que aos portugueses
com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. Para
essas hipóteses, o Estatuto não é aplicado.
a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
11
2. Condição jurídica do estrangeiro: a Lei de Migração
a l
filosofia protecionista. Agora, o Brasil está em um contexto atual de globalização, procurando
io n
c
atrair os estrangeiros, e não dificultar sua vinda, por isso, reforça a proteção constitucional a
a
eles, como sujeitos de direitos. u c
E PE d S
e
rt O
No atual ordenamento jurídico constitucional brasileiro, a regra geral é que os
p o IS L
estrangeiros têm os mesmos direitos e deveres básicos dos brasileiros, pois “todos são iguais
u U 67
S L 08- il.com
perante a lei”, conforme previsão do art. 5º, caput, da Constituição Federal. A Constituição
r um N O .4
m a
também prevê direitos específicos para estrangeiros, no art. 5º, incisos XXXI e LII.
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
Existem, porém, direitos que só se aplicam aos nacionais (sejam natos ou naturalizados),
A 2 pes
o
como os direitos políticos (art. 14, § 2º, da Constituição Federal), além de outras previsões
o ll
constitucionais.
ia n
fa b
A Lei de Migração fixa alguns conceitos, logo no seu art. 1º, § 1º, que são:
12
Visitante: pessoa nacional de outro país ou apátrida no país para estadia de curta
duração, sem pretensão de se estabelecer temporária ou definitivamente no Brasil.
Apátrida: pessoa que não é nacional para nenhum Estado (estatuto dos apátridas)
ou assim reconhecida pelo Estado brasileiro.
Percebe-se que, apesar do direito de ir e vir, os Estados exercem certo controle com
l
relação à entrada e permanência de estrangeiros em seus territórios, com fulcro no interesse
a
io n
estatal (ato discricionário). Assim, dentre as condições jurídicas do estrangeiro, veremos:
a c
deportação, expulsão, extradição (saída involuntária), vistos, asilo e refúgio.
u c
E PE d S
2.2. Admissão de entrada e permanência no território nacional: vistos
e
rt O
o IS L
O visto é documento concedido por embaixadas, consulados-gerais, consulados, vice-
p
u U 67
S L 08- il.com
consulados e, quando habilitados pelo órgão competente do Poder Executivo, por escritórios
um O .4 a
comerciais e de representação do Brasil no exterior, tratando-se de documento que confere a
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
seu titular expectativa de ingresso em território nacional, observando as disposições contidas
d
A 2 pes
no art. 6º e seguintes da Lei nº 13.445/2017, bem como no respectivo regulamento.
o o ll
Os tipos de vistos estão previstos no art. 12 da Lei de Migração, conforme segue:
ia n
b
a de curta duração, sem estabelecer residência, para turismo,
a) Visto de visita: festada
negócios, trânsito, atividades artísticas ou desportivas etc. É vedado ao estrangeiro com
esse visto exercer atividade remunerada no Brasil.
b) Visto temporário: imigrante no Brasil para estabelecer residência por tempo
determinado, como nos casos de pesquisa, ensino ou extensão acadêmica, tratamento
de saúde, acolhida humanitária, férias, atividade religiosa, serviço voluntário etc.
c) Vistos diplomáticos e oficiais: concedidos a autoridades e funcionários estrangeiros
que viajem ao Brasil em missão oficial de caráter transitório ou permanente,
13
representando Estado ou organismo internacional. Poderão ser transformados em
autorização de residência.
d) Visto de cortesia: o particular que o tenha só poderá exercer atividade remunerada
para o titular de visto diplomático ou oficial (de cortesia ao qual esteja vinculado).
a l
io n
c
Não há limite de tempo para ser migrante, desde que o visto seja renovado. Após certo
a
u c
lapso temporal, pode-se requerer a nacionalidade, variando o tempo para cada país.
E PE d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
2.3. Saída do estrangeiro: deportação, expulsão e extradição
Deportação
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
É o ato pelo qual o Estado retira compulsoriamente de seu território um estrangeiro
d
A 2 pes
que entrou ou permanece irregularmente, configurando uma situação de irregularidade. A
o o ll
deportação é oriunda de irregularidade migratória em território nacional, seja na entrada do
n
b ia
estrangeiro no território brasileiro (EX: escondido no navio), seja em sua estadia no Brasil (EX:
fa
esgotou-se o prazo de permanência e o estrangeiro continua no país). Está prevista do art. 50
ao art. 53 da Lei de Migração.
14
que se encontra em situação irregular. A Defensoria Pública da União prestará assistência ao
deportado, porém a ausência de manifestação da Defensoria não impedirá a deportação, nos
casos em que ela foi notificada.
Expulsão
a l
n
Outra medida administrativa de retirada compulsória de estrangeiro do território
io
c
nacional é a expulsão, que é conjugada com o impedimento de reingresso por prazo
a
u c
determinado, sendo a sua causa a condenação com sentença transitada em julgado relativa à
E PE d S
prática de: crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de
e
rt O
o IS L
agressão, nos termos do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional (Decreto nº
p
u U 67
S L 08- il.com
4.388/2002), ou crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade, consideradas a
um O .4 a
gravidade e as possibilidades de ressocialização em território nacional. Esta modalidade está
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
prevista do art. 54 ao art. 60 da Lei de Migração.
d
A 2 pes
Na forma da referida Lei, caberá à autoridade competente resolver sobre a expulsão, a
o o ll
duração do impedimento de reingresso e a suspensão ou a revogação dos efeitos da
ia n
b
expulsão. Ademais, o prazo de vigência da medida de impedimento vinculada aos efeitos da
fa
expulsão será proporcional ao prazo total da pena aplicada, mas nunca será superior ao dobro
de seu tempo.
O Poder Judiciário pode avaliar se a expulsão ocorreu conforme a lei, mas não pode
analisar sua conveniência e oportunidade, que configura controle de mérito, sendo
competência privativa do Poder Executivo, bem como um ato discricionário.
15
determinado, haja vista a pressuposição de que houve crime cometido pelo estrangeiro,
mesmo que sua situação como estrangeiro seja de legalidade no país.
Extradição
Segundo entendimento do STF, o indivíduo que, extraditado, foge do país a que foi
entregue e retorna ao Brasil, deverá ser preso e entregue novamente, após emissão de ordem
a l
n
judicial nesse sentido (não é necessário novo processo de extradição, bastando nova decisão
io
c
determinando a prisão e viabilizando a entrega). “Em caso de reingresso de extraditando
a
u c
foragido, não é necessária nova decisão jurisdicional acerca da entrega, basta a emissão de
ordem judicial” (STF Ext 1225/DF, Info 885). E PE d S
e
rt O
p o IS L
A extradição pressupõe a cooperação entre Estados, podendo ser ativa (solicitar a
u U 67
S L 08- il.com
extradição) ou passiva (concedê-la). Consiste em ato de império do Estado negar pedido de
r um N O .4
m a
0 t
extradição; porém, há defensores da teoria que, se o Brasil tiver algum tratado de cooperação,
e IA 8 o
V FAB 90.0 @h
será obrigado a extraditar para aquele país.
d
A 2 pes
o ll
Ademais, importante ressaltar que, de acordo com o art. 96 da Lei de Migração, o país
o
que solicita a extradição deve
i a nse comprometer com o Brasil a não realizar um rol de atos
atentatórios aos direitosfa
b
humanos contra o indivíduo, bem como respeitar o devido processo
legal e o estado de direito, sob pena de a extradição não ser efetivada. Ou seja, tanto a
extradição quanto a expulsão e a deportação não ocorrerão se poderá vir a colocar em risco a
vida ou a integridade da pessoa.
16
Ademais, ressalta-se que, segundo o art. 5º, LI, da Constituição Federal, nenhum
brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei.6
6
Vide questões 2, 3 e 10.
17
Esse direito é inclusive garantido no art. XIV da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Para isso, o Direito Internacional conta com dois instrumentos: o asilo e o refúgio
O asilo é a proteção dada por um Estado a uma pessoa que tenha sua vida, liberdade
ou dignidade ameaçadas por autoridades estatais; independe a pessoa ser nacional desse
Estado ou não. Como essa perseguição geralmente tem viés político, também pode ser
denominado de “asilo político”. Seu objeto é justamente a perseguição além da adequada em
um estado democrático de direito, então, o asilo não pode se basear em crimes comuns.
d V FAB 90.0 @h
missões diplomáticas, embarcações ou aeronaves oficiais e acampamentos militares, sendo
A 2 pes
uma etapa anterior ao asilo definitivo (territorial). O asilo diplomático só é reconhecido nos
o o ll
i a n
países latino-americanos, não pode ser concedido em consulados e também não assegura a
b
a territorial, que ocorre através de salvo-conduto para sair do local
eventual concessão do fasilo
onde esteja abrigado.7
Por sua vez, o refúgio, apesar de ser um instituto muito parecido com o do asilo,
possui certas peculiaridades que permitem que a doutrina os distinga. Os mecanismos para a
implementação do Estatuto dos Refugiados de 1951 e para o processo de refúgio estão
previstos na Lei nº 9474/1997.
7
Vide questão 7.
18
Enquanto a concessão de asilo é ato discricionário, a concessão de refúgio será
obrigatória para o Estado para atender as exigências definidas em eventuais tratados. A
concessão do refúgio pode se fundamentar em perseguições por motivo de raça, religião,
grupo social e penúria (asilo é só política). Para o refúgio, não importa se o ato que levou à
perseguição tem natureza política ou comum (no asilo, importa).
19
QUADRO SINÓTICO
NACIONALIDADE BRASILEIRA
BRASILEIROS NATOS BRASILEIROS NATURALIZADOS
Nascidos no Brasil, mesmo que de pais Naturalização ordinária: aos originários de
estrangeiros, se estes não estiverem a serviço países de língua portuguesa se exige
a l
de seu país (critério solo)
n
residência por um ano ininterrupto e
io
c
idoneidade moral
a
Nascidos no exterior de pai OU mãe
u c
Naturalização extraordinária: para estrangeiro
brasileira, estando qualquer deles a serviço E PE d S
de qualquer nacionalidade, residente no Brasil
do Brasil (critério sangue) e
rt O há mais de 15 anos ininterruptos e sem
p o IS L condenação penal
Nascidos no estrangeiro de pai OU mãe
u U 67
S L 08- il.com Hipóteses de naturalização previstas na Lei de
r um N O .4 a
brasileira, se registrados em repartição
m Migração: especial e provisória
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
brasileira competente ou vir a residir no
d
A 2 pes
Brasil e optem, na maioridade, pela
o ll
nacionalidade brasileira (critério sangue)
o
ia n
fa b
20
DEPORTAÇÃO EXPULSÃO EXTRADIÇÃO
Retirada compulsória de Retirada compulsória de Retirada de estrangeiro para
estrangeiro irregular estrangeiro que cometeu um outro Estado, onde tenha
crime cometido um crime
Ato discricionário, de ofício, Ato discricionário, de ofício, Ato que depende de pedido
não praticado contra nacionais não aplicado contra nacionais de Estado estrangeiro, não
(vedação ao banimento) cabível contra brasileiro nato
a c
u c
E PE d S
e
rt O
ASILO
p o IS L REFÚGIO
Su LU 8-67 l.com
Concessão: ato discricionário e soberano
i
Concessão: dever do Estado no caso de
um
(sem regulação por tratados)
O . 4 0 a tratado ou promessa de reciprocidade
er IAN 80 otm
Fundamento: perseguições de caráter
V FAB 90.0 @h
Fundamento: perseguições de caráter político,
A d político
2 pes
racial, religioso, social, sexual etc.
fab
21
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
Carlos, brasileiro naturalizado, tendo renunciado à sua anterior nacionalidade, casou-se com
Tatiana, de nacionalidade alemã. Em razão do trabalho na iniciativa privada, Carlos foi
a l
transferido para o Chile, indo residir lá com sua mulher. Em 15/07/2011, em território chileno,
io n
c
nasceu a primeira filha do casal, Cláudia, que foi registrada na Repartição Consular do Brasil.
a
u c
d S
A teor das regras contidas na Constituição Brasileira de 1988, assinale qual a situação de
E PE
Cláudia quanto à sua nacionalidade. e
rt O
p o IS L
u U 67
A) Cláudia não pode ser considerada brasileira nata, em virtude de a nacionalidade brasileira
S L 08- il.com
de seu pai ter sido adquirida de modo derivado e pelo fato de sua mãe ser estrangeira.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
B) Cláudia é brasileira nata, pelo simples fato de o seu pai, brasileiro, ter se mudado por
d
A
motivo de trabalho. 2 pes
o o ll
C) Cláudia somente será brasileira nata se vier a residir no Brasil e fizer a opção pela
ia n
b
nacionalidade brasileira após atingir a maioridade.
fa
D) Cláudia é brasileira nata, não constituindo óbice o fato de o seu pai ser brasileiro
naturalizado e sua mãe, estrangeira.
Comentário:
A alternativa A está incorreta, pois caso um dos pais seja brasileiro (nato ou
naturalizado), o seu descendente poderá ser brasileiro nato. A alternativa B está incorreta, pois
22
seu pai foi transferido por empresa privada, ou seja, ele não está a serviço da República
Federativa do Brasil. A alternativa C está incorreta, pois esses requisitos não são necessários;
ela já pode ser considerada brasileira nata. A alternativa D está correta, pois, neste caso, não
há óbice.
Questão 2
Jean Oliver, nascido em Paris, na França, naturalizou-se brasileiro no ano de 2003. Entretanto,
no ano de 2016, foi condenado, na França, por comprovado envolvimento com tráfico ilícito
l
de drogas (cocaína), no território francês, entre os anos de 2010 e 2014. Antes da condenação,
a
io n
em 2015, Jean passou a residir no Brasil. A França, com quem o Brasil possui tratado de
a c
c
extradição, requer a imediata extradição de Jean, a fim de que cumpra, naquele país, a pena
u
d S
de oito anos à qual foi condenado. Apreensivo, Jean procura um advogado e o questiona
E PE
e
rt O
acerca da possibilidade de o Brasil extraditá-lo. O advogado, então, responde que, segundo o
p o IS L
u U 67
sistema jurídico-constitucional brasileiro, a extradição:
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
A) não é possível, já que, a Constituição Federal, por não fazer distinção entre o brasileiro nato
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
e o brasileiro naturalizado, não pode autorizar tal procedimento.
d
A 2 pes
B) não é possível, pois o Brasil não extradita seus cidadãos nacionais naturalizados, por crime
o o ll
comum praticado após a oficialização do processo de naturalização.
ia n
fa b
C) é possível, pois a Constituição Federal prevê a possibilidade de extradição em caso de
comprovado envolvimento com tráfico ilícito de drogas, ainda que praticado após a
naturalização.
D) é possível, pois a Constituição Federal autoriza que o Brasil extradite qualquer brasileiro
quando comprovado o seu envolvimento na prática de crime hediondo em outro país.
Comentário:
23
A alternativa A está incorreta, pois, em relação à extradição, a Constituição Federal confere
tratamento distinto a brasileiros natos e naturalizados, de modo que os primeiros não serão
extraditados, enquanto os últimos podem ser extraditados nas hipóteses previstas no seu art.
5º, inciso LI. A alternativa B está incorreta, pois, em se tratando de crime comum, a
Constituição Federal autoriza a extradição de brasileiros naturalizados apenas se o crime
houver sido praticado ANTES da naturalização. A alternativa C está correta, estando essa
hipótese prevista no art. 5º, LI, da Constituição Federal, sendo aplicável aos brasileiros
naturalizados. A alternativa D está incorreta, pois não se admite a extradição de brasileiro
nato, em qualquer hipótese.
Questão 3 a l
io n
a c
TRF 4ª Região – Juiz – 2008 (adaptada)
u c
d S
A extradição do brasileiro nato só é possível nos casos de crimes de tráfico internacional de
E PE
e
rt O
entorpecentes e de terrorismo, em razão dos respectivos tratados de repressão a que aderiu a
República Federativa do Brasil. p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
Comentário:
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
A assertiva está incorreta, pois, na forma do art. 5º, inciso LI, da Constituição Federal,
o ll
brasileiros natos não podem ser extraditados em nenhuma hipótese.
o
ia n
fa b
Questão 4
24
C) os nascidos, no estrangeiro, de pai e mãe brasileiros, desde que ambos estejam a serviço
da República Federativa do Brasil.
D) os nascidos, no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que venham a
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, antes de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Comentário:
A alternativa A está incorreta, pois, de acordo com o art. 12, I, “a”, da Constituição
Federal, eles não serão brasileiros. A alternativa B está correta, pois de acordo com o preceito
do art. 12, I, “c”, da Constituição Federal. A alternativa C está incorreta, pois, de acordo com o
l
art. 12, I, “b”, da Constituição Federal, basta que um dos pais esteja a serviço do Brasil. A
a
io n
alternativa D está incorreta, pois, de acordo com o art. 12, I, “c”, da Constituição Federal, a
opção só pode ser feita após atingida a maioridade, não antes. a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
Questão 5
u U 67
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r um
OAB São Paulo – Exame 134 – 2008
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
O brasileiro que adquirir outra nacionalidade:
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
A) passará a ter dupla nacionalidade, pois a Constituição Federal não prevê hipóteses de perda
de nacionalidade. o o ll
i a n exceto se for brasileiro nato.
B) perderá a nacionalidade brasileira,
fabbrasileira, exceto se permanecer residindo em território brasileiro.
C) perderá a nacionalidade
D) perderá a nacionalidade brasileira, exceto se a lei estrangeira impuser a naturalização ao
brasileiro residente no território do respectivo estado estrangeiro como condição para sua
permanência.
Comentário:
Toda a fundamentação das alternativas dessa questão será feita de acordo com o art.
12, § 4º, da Constituição Federal. A alternativa A está incorreta, pois há previsão da perda da
25
nacionalidade. A alternativa B está incorreta, pois tanto o nato quanto o naturalizado podem
perder a nacionalidade brasileira. A alternativa C está incorreta, pois a residência não influi na
perda da nacionalidade. A alternativa D está correta, por expressa previsão legal no art. 12, §
4º, II, “b”, da Constituição Federal.
Questão 6
Ano: 2009 Banca: CESPE Órgão: BACEN Prova: CESPE - 2009 - BACEN - Procurador
Com relação aos princípios gerais da nacionalidade no direito internacional, assinale a opção
correta:
A) É discricionário dos Estados privar alguém de sua nacionalidade.
B) A nacionalidade rege-se pelo princípio da efetividade. a l
io n
C) A nacionalidade dá-se apenas pelo jus soli.
a c
u c
D) É permitido aplicar o banimento a indivíduo com comprovado envolvimento no tráfico de
drogas ilícitas. E PE d S
e
rt O
E) Nacionalidade originária é aquela que se adquire por naturalização.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Comentário:
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
A alternativa A está incorreta, pois a nacionalidade é um direito humano, conforme
d
A 2 pes
previsão da Declaração Universal dos Direitos Humanos; sua perda está condicionada ao
o o ll
previsto em lei, não sendo um ato discricionário. A alternativa B está correta, de acordo com o
ia n
b
art. 5º da Convenção de Haia de 1930 sobre nacionalidade. A alternativa C está incorreta, pois
fa
há também o jus sanguinis e o critério misto para a nacionalidade originária. A alternativa D
está incorreta, pois o banimento (expulsão de nacional) não é permitido em nenhuma
hipótese. A alternativa E está incorreta, pois a nacionalidade secundária é adquirida por
naturalização, enquanto a originária se adquire por nascimento.
Questão 7
26
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado
- XXVI - Primeira Fase
Um ex-funcionário de uma agência de inteligência israelense está de passagem pelo Brasil e
toma conhecimento de que chegou ao Supremo Tribunal Federal um pedido de extradição
solicitado pelo governo de Israel, país com o qual o Brasil não possui tratado de extradição.
Receoso de ser preso, por estar respondendo em Israel por crime de extorsão, ele pula o
muro do consulado da Venezuela no Rio de Janeiro e solicita proteção diplomática a esse
país. Nesse caso,
A) pode pedir asilo diplomático e terá direito a salvo-conduto para o país que o acolheu.
B) é cabível o asilo territorial, porque o consulado é território do Estado estrangeiro.
C) não se pode pedir asilo, e o STF não autorizará a extradição, por ausência de tratado.
D) o asilo diplomático não pode ser concedido, pois não é cabível em consulado.a l
io n
a c
Comentário: u c
E PE d S
e
rt O
A assertiva A está incorreta; primeiro porque o asilo diplomático não pode ser
p o IS L
concedido, segundo porque não há direito ao salvo-conduto: o asilo diplomático não
u U 67
S L 08- il.com
pressupõe que o indivíduo receberá o territorial. A assertiva B está incorreta, pois não é
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0
cabível o asilo territorial (ele não está na Venezuela). A assertiva C está incorreta, pois o STF
t
V FAB 90.0 @h
pode autorizar a extradição, independente da ausência de tratado, havendo apenas “promessa
d
A 2 pes
de reciprocidade”. A assertiva D está correta, pois o asilo diplomático só é cabível em missões
o o ll
diplomáticas, embarcações ou aeronaves oficiais e acampamentos militares.
ia n
fa b
Questão 8
Ano: 2007 Banca: CESPE Órgão: OAB Prova: CESPE - 2007 - OAB - Exame de Ordem - 2 -
Primeira Fase
Acerca do direito internacional atinente a nacionalidade e a extradição, assinale a opção
correta.
A) Nacionalidade é o vínculo entre o indivíduo e a nação.
27
B) Considere que, durante uma viagem de navio, um casal de argentinos, que deixara seu país
rumo a um passeio pelo Caribe, tenha uma criança no momento em que o navio transite no
mar territorial brasileiro. Nessa situação, a criança terá nacionalidade brasileira.
C) A perda da nacionalidade brasileira somente poderá ocorrer caso haja aquisição de outra
nacionalidade por naturalização voluntária.
D) A extradição é um ato estatal que obriga o estrangeiro a sair do território nacional, ao qual
não poderá mais retornar.
Comentário:
l
Estado. A assertiva B está correta, sendo o caso previsto no art. 12, I, “a”, da Constituição
a
io n
Federal. A assertiva C está incorreta, pois, segundo o art. 12, § 4º, da Constituição Federal,
a c
também há a possibilidade de perda da naturalização, por sentença judicial, em virtude de
u c
d S
atividade nociva ao interesse nacional. A alternativa D está incorreta, pois não há previsão de
E PE
e
rt O
que o extraditado não poderá retornar ao Estado em que estava.
p o IS L
S Questão u U 67
L 098- il.co
m
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
Ano: 2010 Banca: CESPE Órgão: OAB Prova: CESPE - 2010 - OAB - Exame de Ordem
d
A 2 pes
Unificado - I - Primeira Fase
o o ll
Acerca da condição jurídica dos estrangeiros e dos nacionais no direito brasileiro, assinale a
ia n
opção correta.
fa b
A) A CF dispõe expressamente sobre a possibilidade de expulsão do estrangeiro que praticar
atividade nociva à ordem pública e ao interesse nacional, salvo se estiverem presentes,
simultaneamente, os seguintes requisitos: cônjuge brasileiro e filho brasileiro dependente da
economia paterna.
B) O Brasil, por ter ratificado integralmente o Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal
Internacional, tem o compromisso de entregar ao tribunal os indivíduos contra os quais
tenham sido expedidos pedidos de detenção e entrega, mesmo que eles possuam,
originariamente, nacionalidade brasileira.
28
C) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos são automaticamente considerados brasileiros naturalizados,
independentemente de qualquer outra condição ou exigência.
D) É vedada a extradição de nacionais, salvo em caso de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes, em terrorismo ou em crimes definidos, em lei, como hediondos.
Comentário:
A assertiva A está incorreta, pois não são requisitos simultâneos: basta um ou outro
para ser proibida a expulsão. A alternativa B está correta por exclusão, mas se destaca que é
uma polêmica doutrinária: apesar de ter ratificado o Estatuto, e de que entrega é diferente de
l
extradição, há previsão constitucional de que o brasileiro nato não seria extraditado em
a
io n
nenhuma hipótese. A assertiva C está incorreta, pois a naturalização não é automática,
a c
devendo ser requerida. A assertiva D está incorreta, pois o art. 5º, LI, da Constituição Federal
u c
d S
só fala em tráfico de entorpecentes; os demais crimes só poderiam ser objeto de extradição se
E PE
fossem cometidos antes da naturalização. e
rt O
p o IS L
S Questão u U 67
L 0108- il.co
m
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
Ano: 2011 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado
d
A
- III - Primeira Fase 2 pes
o o ll
Pierre de Oliveira nasceu na França, filho de pai brasileiro (que à época se encontrava em
ia n
b
viagem privada de estudos) e mãe francesa. Viveu até os 25 anos em Paris, onde se formou
fa
em análise de sistemas e se pós-graduou em segurança de rede. Em 2007, Pierre foi
convidado por uma universidade brasileira para fazer parte de um projeto de pesquisa
destinado a desenvolver um sistema de segurança para uso de instituições financeiras. Embora
viajasse com frequência para a França, Pierre passou a residir no Brasil, optando, em 2008,
pela nacionalidade brasileira. No início de 2010, uma investigação conjunta entre as polícias
brasileira e francesa descobriu que Pierre fez parte, no passado, de uma quadrilha
internacional de hackers. Detido em São Paulo, ele confessou que, entre 2004 e 2005, quando
29
ainda vivia em Paris, invadiu mais de uma vez a rede de um grande banco francês, desviando
recursos para contas localizadas em paraísos fiscais.
Com relação ao caso hipotético acima, é correto afirmar que
A) se a França assim requerer, Pierre poderá ser extraditado, pois cometeu crime comum
sujeito à jurisdição francesa antes de optar pela nacionalidade brasileira.
B) a critério do Ministério da Justiça, Pierre poderá ser expulso do território nacional pelo
crime cometido no exterior antes do processo de aquisição da nacionalidade, a menos que
tenha filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa
economicamente.
C) Pierre poderá ser deportado para a França, a menos que peça asilo político.
D) Pierre não poderá ser extraditado, expulso ou deportado em qualquer hipótese.
a l
io n
Comentário:
a c
u c
d S
A alternativa correta é a letra D. Pierre tinha nacionalidade francesa, pois nasceu na França e
E PE
e
rt O
nenhum de seus pais estava a serviço do Brasil (art. 12, I, "b", da Constituição Federal), mas
p o IS L
optou pela nacionalidade originária brasileira, quando atingida a maioridade (art. 12, I, "b", da
u U 67
S L 08- il.com
Constituição Federal). Portanto, sendo brasileiro originário, não poderá ser extraditado, expulso
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0
ou deportado em qualquer hipótese (art. 5º, LI, da Constituição Federal). As demais
t
V FAB 90.0 @h
alternativas estão incorretas, por exclusão.
d
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
30
GABARITO
Questão 1 - D
Questão 2 - C
Questão 3 - Errada
Questão 4 - B
Questão 5 - D a l
io n
Questão 6 - B
a c
u c
Questão 7 - D d S
E PE
Questão 8 - B e
rt O
p o IS L
Questão 9 - B u U 67
S L 08- il.com
Questão 10 - D
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
31
LEGISLAÇÃO COMPILADA
Constituição Federal
Art. 4º, X
Art. 5º, caput, XXXI, LI, LII
a l
Art. 12
io n
a c
Lei de Migração (Lei nº 13.445/2017)
u c
Art. 1º, § 1º E PE d S
e
rt O
Art. 3º
p o IS L
Art. 6º u U 67
S L 08- il.com
Art. 12
r um N O .4
m a
Art. 27 a 29 e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
Art. 50 a 53
A
Art. 54 a 60
2 pes
o o ll
Art. 65 a 70 n
Art. 81 a 99 b ia
fa
Estatuto da Igualdade (Decreto nº 3.927/2001)
Art. 12 a 22
Lei nº 818/1949
Art. 36
32
Súmulas do Supremo Tribunal Federal
Art. XIV
Art. XV, § 1º e 2º
a l
io n
a c
u c
d S
E PE
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
33
JURISPRUDÊNCIA
DECISÃO 1. Cuida-se de agravo interposto por NORDIC TRUSTEE ASA contra decisão
que negou seguimento ao seu recurso especial, por sua vez manejado em face de
l
acórdão do eg. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, assim ementado: HIPOTECA
a
io n
MARÍTIMA Embarcação destinada à exploração de petróleo na costa brasileira Bandeira
a c
c
liberiana, com hipoteca em favor da agravante, registrada sob a lei liberiana Bem que é
u
d S
penhorado em execução movida por terceiro Credora hipotecária que pretende a
E PE
e
rt O
preferência sobre o produto da arrematação Reconhecimento da hipoteca estrangeira
p o IS L
no Brasil Impossibilidade Estado da Libéria que não é signatário de tratados e
u U 67
S L 08- il.com
convenções internacionais a esse respeito, a que o Brasil tenha aderido Costume
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0
internacional nesse sentido não verificado: Inviável o reconhecimento da validade no
t
V FAB 90.0 @h
Brasil de hipoteca registrada sob as leis liberianas, incidente sobre embarcação de
d
A 2 pes
bandeira liberiana, para o fim de garantir ao credor hipotecário a preferência sobre o
o o ll
produto da alienação da embarcação, penhorada em execução ajuizada por outro
ia n
b
credor, uma vez que a Libéria não é signatária de tratados e convenções internacionais
fa
a esse respeito a que o Brasil tenha aderido, e que não se verifica a existência de
costume internacional nesse sentido. (...) (STJ - AREsp: 1074507 SP 2017/0065899-5,
Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Publicação: DJ 27/09/2017).
34
É possível conceder extradição para brasileiro naturalizado envolvido em tráfico de
droga (art. 5º, LI, da CF/88). STF. 1a Turma. Ext 1244 / República Francesa, Rel. Min. Rosa
Weber, julgado em 9/8/2016 (Info 834).
35
A situação irregular do estrangeiro no País não é circunstância, por si só, capaz de
afastar o princípio da igualdade entre nacionais e estrangeiros, razão pela qual a
existência de processo ou mesmo decreto de expulsão em desfavor do estrangeiro não
impede a concessão dos benefícios da progressão de regime ou do livramento
condicional, tendo em vista que a expulsão poderá ocorrer, conforme o interesse
nacional, após o cumprimento da pena, ou mesmo antes disto. HC 324.231/SP, Rei.
Ministro Reynaldo Soares da Fonseca. Quinta turma, julgado em 03/09/2015, DJe
10/09/2015. 2. Agravo regimental improvido. AgRg no HC 321.157/SP, Rel. Ministro Nefi
Cordeiro, Sexta Turma, julgado em 05/04/2016, DJe 18/04/2016.
d V FAB 90.0 @h
Humberto Martins, julgado em 14/10/2015 (Info 571).
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL JÚNIOR, Alberto do. Introdução ao direito internacional público. São Paulo: Atlas,
2008.
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 9. ed. rev., atual. e
a l
ampl. -- São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
io n
a c
c
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. 9ª ed.
u
Salvador: Juspodivm, 2017.
E PE d S
e
rt O
REZEK, Francisco. Direito internacional público – Curso Elementar. 17ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2018. p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de direito internacional público. São Paulo: Atlas,
m a
2002. e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
37
a l
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a c
u c
d S
E PE
e
rt O
Capítulo
p o IS L 6
Su U -67 m
L 08 il.co
r u m NO .4 ma
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V A B 0 . h
Ad F 29 pes@
o llo
i a n
fab
SUMÁRIO
1.4. a l
Proteção diplomática .................................................................................................................................. 8
io n
2. c
Solução pacífica de controvérsias .......................................................................................... 9
a
u c
2.1.
d S
Introdução........................................................................................................................................................ 9
E PE
2.2. e
rt O
Meios de solução de controvérsias ................................................................................................... 10
p o IS L
2.2.1. u U 67
Meios diplomáticos e políticos ............................................................................................... 10
S L 08- il.com
2.2.2.
r um N O .4
Meios semijudiciais: arbitragem.............................................................................................. 12
m a
e IA 8 o 0 t
2.2.3.
d V FAB 90.0 @h
Meios judiciais ................................................................................................................................ 12
2.2.4. A 2 pes
Meios coercitivos: sanções ........................................................................................................ 13
o o ll
QUADRO SINÓTICO ......................................................................................................................... 14
ia n
b
fa .............................................................................................................16
QUESTÕES COMENTADAS
GABARITO .......................................................................................................................................... 23
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................... 25
2
DIREITO INTERNACIONAL
Capítulo 6
p o IS L
virtude da falta de um poder mundial central ou da limitação dos mecanismos de solução de
controvérsias internacionais.
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Então, o Direito Internacional necessita de instrumentos aptos a permitir que aqueles
d V FAB 90.0 @h
que violaram as normas internacionais sejam responsabilizados por seus ilícitos. Assim, a
A 2 pes
o ll
responsabilidade internacional é o instituto vinculado à aplicação de sanções pelo qual o
o
a n que tenha descumprido norma internacional (um ato
Estado ou organização internacional
i
ab
atentatório ao Direito fInternacional é um ato ilícito), causando danos a outrens, tem a
3
A responsabilidade internacional pode ser decorrência também de atos inicialmente
lícitos, mas que sejam condutas perigosas, ou seja, tenham potencial de causar danos a outros
sujeitos internacionais. 1
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
a) Teoria subjetivista (teoria da culpa): para que se configure a responsabilidade
o ll
internacional, não basta apenas a configuração do ilícito, mas também a existência de
o
a n (ação ou omissão) do sujeito internacional.
dolo ou culpa no ato ilícito
i
b do risco): a responsabilidade internacional não considera o
fa(teoria
b) Teoria objetivista
dolo, a culpa ou qualquer outro motivo pelo qual o sujeito interacional violou a norma,
bastando que se configure o nexo causal entre o ato ilícito e a lesão decorrente. Essa
teoria é empregada nos atos ilícitos relacionados à exploração espacial, proteção do
meio ambiente e emprego de energia nuclear.2
1
Vide questão 1.
2
Vide questão 3.
4
c) Teoria mista: quando for o caso de omissão, deve-se verificar a existência de culpa, na
modalidade negligência, para que a responsabilidade internacional seja configurada. Já
no caso de uma ação comissiva, basta haver um nexo causal entre a conduta e o dano.
a l
io n
c
Apesar de a responsabilidade internacional só ser, em geral, aplicável para os Estados e
a
u c
as organizações internacionais, está em desenvolvimento a possibilidade de uma pessoa
E PE d S
e
natural responsabilizar diretamente o sujeito internacional na ordem internacional, e também a
rt O
o IS L
pessoa natural ser responsabilizada diretamente por desrespeitar norma internacional, tanto
p
u U 67
S L 08- il.com
no âmbito penal quanto no civil, especialmente acerca dos direitos humanos.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
A responsabilidade pode ser convencional (resultante da violação de um tratado) ou
o ll
delituosa (resultante da violação de um costume). Pode ser também direta (consequência de
o
ia n
ato realizado por Estado, seus órgãos, seus funcionários ou particulares que realizem
fa b
atividades imputáveis ao ente) ou indireta (ato cometido por entes que o Estado represente
3
Vide questão 5.
4
Vide questão 2.
5
internacional, mas apenas reparar um prejuízo. Além disso, a maioria das regras acerca da
responsabilidade internacional tem natureza costumeira, ou seja, não codificada em tratados.
a) Ato ilícito: é a conduta que viola a norma de Direito Internacional, seja ela comissiva ou
omissiva. O mero dano a um interesse não configura a responsabilidade internacional,
devendo necessariamente haver a infração de norma internacional. Ademais, o fato de o
ato ser lícito no âmbito interno estatal não o exime de ter praticado um ato ilícito no
âmbito internacional, em conformidade com a Convenção de Viena sobre Direito dos
Tratados (art. 27).5
a l
io n
b) Imputabilidade: necessidade de que o ato ilícito possa ser atribuído ao ente
a c
c
responsável, ou seja, deve existir um vínculo entre a violação da norma e seu
u
d S
responsável. Pode ser direta (consequência de ato realizado por Estado, seus órgãos,
E PE
e
rt O
seus funcionários ou particulares que realizem atividades imputáveis ao ente) ou
p o IS L
indireta (ato cometido por entes que o Estado represente internacionalmente, como
u U 67
S L 08- il.com
estados-membros ou municípios).
um O .4 a
c) Dano: consiste no prejuízo decorrente do ato ilícito causado a outro sujeito de Direito
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
Internacional (Estado, organização internacional, indivíduo etc.). Ademais, a natureza do
d
A 2 pes
dano pode ser material ou moral, mesmo que não tenha expressão econômica: pode
o ll
atingir a honra e a dignidade, um território, bens, dentre outros.
o
ia n
1.3. Excludente de responsabilidade internacional
fa b
Mesmo nos casos em que se fazem presentes os três elementos constitutivos da
internacional.
5
Vide questão 4.
6
O primeiro excludente de responsabilidade é a legítima defesa, ou seja, a reação a um
ataque armado, seja ele real ou iminente. Em condições normais, o uso da força nas relações
l
excluirá a responsabilidade se o ato que, a priori, seria ilícito seja a única maneira de
a
io n
salvaguardar esses interesses essenciais, contra um perigo grave e iminente.
a c
c
O terceiro excludente de responsabilidade é a prescrição, que consiste na perda do
u
E PE d S
direito do sujeito internacional reclamar a reparação de um prejuízo decorrente do ato ilícito
e
rt O
de outro sujeito internacional; ou seja, a inércia do prejudicado exclui a responsabilidade. Deve
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
ser regulada por meio de tratado.
r um N O .4 a
O quarto excludente de responsabilidade é a represália, a retaliação a um ato ilícito de
m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
outro Estado, sendo admissível quando: há violação do outro Estado de normas internacionais,
d
A 2 pes
exista um dano e a represália seja proporcional ao prejuízo sofrido.
o o ll
i n
O quinto excludente de responsabilidade é a contribuição do Estado prejudicado pelo
a
b
fa a ocorrência do dano.
resultado do ato ilícito para
Existem também as hipóteses de força maior, caso fortuito e perigo extremo (ou seja,
o perigo de vida de pessoas sob a guarda estatal), que também podem excluir ou atenuar a
responsabilidade.
Por fim, se o Estado tomar as medidas cabíveis na tentativa de evitar o dano, ele
pode ter sua responsabilidade excluída ou, ao menos, mitigada.
7
1.4. Proteção diplomática
A priori, importante ressaltar que a proteção diplomática não tem relação com o
instituto dos privilégios e imunidades diplomáticos.
uma pessoa natural, por um Estado de que não é nacional, havendo a possibilidade de o
Estado de que é nacional acolher a reclamação do indivíduo, pleiteando reparação para o
Estado infrator (ato chamado de endosso). A partir desse ponto, o Estado assume a demanda
do indivíduo como se fosse dele própria.
Assim, existem três requisitos para que seja concedida a proteção diplomática: a
a l
(administrativos e judiciais) e a conduta correta do prejudicado (não pode ser uma das
io n
hipóteses de excludente de responsabilidade).
a c
u c
d S
O benefício da proteção diplomática não é um direito da pessoa natural que sofreu
E PE
e
rt O
dano, mas sim um ato discricionário do Estado, podendo ela, inclusive, ser oferecida pelo ente
p o IS L
estatal independente da solicitação do indivíduo.
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
Com relação às organizações internacionais, estas não oferecem proteção diplomática,
m a
e IA 8 o 0 t
mas sim proteção funcional, para salvaguardar as pessoas sob seu serviço, podendo, inclusive,
d V FAB 90.0 @h
ser oferecida contra o Estado do qual o indivíduo é nacional.
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
8
2. Solução pacífica de controvérsias
2.1. Introdução
A controvérsia internacional consiste no litígio entre sujeitos internacionais (Estados
r um
Conselho de Segurança da ONU).
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
Os mecanismos de solução de controvérsias internacionais devem ser pacíficos, não se
admitindo o uso da força nas relações internacionais; a guerra não é um meio lícito de
9
2.2. Meios de solução de controvérsias
A obrigação de solucionar as controvérsias pela via pacífica é um dos princípios
fundamentais do Direito Internacional Público, na condição de norma imperativa.
O art. 33 da Carta da ONU prevê um rol não exaustivo dos meios de solução de
das partes envolvidas. Assim, outros mecanismos não são excluídos, desde que pacíficos,
como os bons ofícios (previsto pela OEA). Ressalta-se que não existe hierarquia entre os
meios, podendo ser livremente escolhidos pelas partes interessadas, podendo ser definidos
antes dos conflitos (em tratados) ou após. Inclusive, admite-se o emprego de mecanismos que
2.2.1. r um N
Meios diplomáticos
Opolíticos
e . 4 tma
e BIA .08 ho 0
d V F A 90 s@
A 2 pe
Os meios diplomáticos e políticos são os não jurisdicionais, porque a fundamentação da
llo
decisão nem sempre ocorre com base no Direito. Podem emitir recomendações e resoluções
o
ia n
que devem ser cumpridas. Não configura violação ao principio da não-intervenção em
fa b
assuntos internos, principalmente se relativo a direitos humanos, proteção do meio ambiente e
do trabalho, perigo à paz e à segurança.
Os meios diplomáticos são aqueles que mantêm um diálogo entre as partes, em busca
das organizações internacionais, podendo ocorrer sem o consentimento de uma das partes
envolvidas, nos casos de controvérsias graves e de difícil solução.
r um
decisão será acatada. A mediação pode ser facultativa ou obrigatória (prevista no
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
tratado), oferecida ou solicitada, aceita ou rejeitada. Será encerrada quando as partes
d V FAB 90.0 @h
chegam a um bom termo ou decidem não aceitar as propostas do mediador.
A 2 pes
e) Conciliação: método mais formal, mas parecido com a mediação. É a atuação de uma
o o ll
comissão de conciliação, formada por representantes dos Estados envolvidos e por
ia n
b
pessoas neutras (número total ímpar). A comissão emite parecer propondo a solução
fa
dos conflitos, decidindo-se pela maioria dos votos, mas não tem força vinculante.
f) Inquérito ou investigação: esclarece fatos conflituosos para uma futura solução, sendo
sempre prévio à via de soluções de conflito escolhida, podendo inclusive sugerir
condutas. Tem natureza preliminar e facultativa. Podem ser conduzidos por um só
investigador ou uma equipe, normalmente de especialistas, que não precisam ser
imparciais, mas devem obedecer a eventuais normas internacionais.
6
Vide questões 8 e 9.
11
2.2.2. Meios semijudiciais: arbitragem
arbitragem. É um instituto cada vez mais usado em âmbito internacional, em vistas da sua
celeridade e maior atenção aos aspectos técnicos da controvérsia.
Sua jurisdição tem formação específica para o caso concreto (ad hoc), sendo composta
por árbitros de países diversos, escolhidos pelos litigantes, com parâmetro de atuação jurídico,
conhecimento técnico na matéria e poderes predeterminados na cláusula compromissória ou
p o IS L
recursos, em regra: é definitivo, mas não é executório. Exceção: o Mercosul permite o reexame
u U 67
S L 08- il.com
de laudo arbitral pelo Tribunal Permanente de Revisão.7
r u m N O .4
m a
2.2.3. e BIA .08 ho
Meios judiciais
0 t
d V F A 90 s@
A 2 pe
Os meios judiciais funcionam através de tribunais internacionais de caráter e jurisdição
o l l o
permanentes. São normalmentencriados por tratados, que disciplinam seu funcionamento e
b i a
atuação. Exemplos: CorteaInternacional de Justiça, Tribunal Penal Internacional, Cortes Europeia
f
e Interamericana de Direitos Humanos, Tribunal Permanente de Revisão (Mercosul), Tribunal
Internacional do Direito do Mar, dentre outros.
A maioria dessas cortes só pode atuar com o consentimento expresso dos Estados, que
pode ocorrer no momento da criação desses órgãos por tratados (onde se concorda em
submeter-se à jurisdição da corte) ou com atos internacionais quando do surgimento de
7
Vide questão 6 e 10.
12
conflitos específicos, com a aceitação da competência contenciosa da corte. Assim, as partes
têm a obrigação de cumprir o que for decidido na sentença.
jurisdição de Tribunal Penal Internacional, mas ainda não se manifestou acerca da cláusula
facultativa de jurisdição obrigatória da Corte Internacional de Justiça.8
a l
Os meios coercitivos têm cada vez menos prestígio no âmbito do Direito Internacional,
io n
c
pois se prioriza a composição pacífica dos litígios. Eles visam, inicialmente, solucionar os
a
u c
conflitos quando fracassam os demais meios, mas, na prática, ele é usado de acordo com os
E PE d S
interesses particulares de cada Estado. Os principais meios são:
e
rt O
p o IS L
a) Retorsão: reação de um Estado, de modo equivalente, a ato de outro Estado.
u U 67
S L 08- il.com
b) Represálias: ação ilícita e proibida, de um Estado contra outro, que violou seus direitos.
um O .4 a
c) Embargo: sequestro de navios ou cargas de um Estado que estejam no mar territorial
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
de outro Estado; não é permitido em tempos de paz.
d
A 2 pes
d) Bloqueio: ato em que o Estado emprega forças armadas para impedir que um Estado
o ll
mantenha relações comerciais com outros; é proibido.
o
e) Boicote: interrupção das
i a nrelações econômico-comerciais com outro Estado.
ab diplomáticas: fim do direito de legação, saída de diplomatas.
f) Rompimento defrelações
g) Interrupção (parcial ou total) das relações econômicas e das operações dos meios
de comunicação e de transportes e emprego de forças militares: meios previstos nos
art. 41 e 42 da Carta da ONU, sendo de competência do Conselho de Segurança.
8
Vide questão 7.
13
QUADRO SINÓTICO
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
14
MEIOS DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS INTERNACIONAIS
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Meio diplomático e político de solução de controvérsias
CONCILIAÇÃO
r um N O .4 a
Comissão de conciliação emite parecer/relatório propondo soluções
m
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h Meio semijudicial de solução de controvérsias
ARBITRAGEM A 2 pes
o ll
Corte/tribunal arbitral (ad hoc) profere uma decisão que vincula as partes
o
n
ia Órgãos jurisdicionais pré-existentes e permanentes
fa b
MEIOS JUDICIAIS
Devem ter sua competência contenciosa reconhecida pelos Estados
15
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
Comentário:
a l
n
A assertiva está incorreta, pois, como visto, é possível que a responsabilidade
io
a c
internacional decorra também de atos que, a priori, seriam considerados lícitos, mas que, por
u c
d S
conta de condutas perigosas, têm potencial de causar danos a outros sujeitos internacionais,
E PE
e
rt O
podendo deles decorrer a responsabilidade internacional.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O
Questão
. 4 2
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
TRF – 5ª Região – Juiz – 2007 – ADAPTADA
d
A 2 pes
o ll
A responsabilidade internacional enseja a reparação de danos tanto da parte do agente
o
causador quanto da parte doia n do qual esse agente se origine.
Estado
fab
Comentário:
A assertiva está incorreta, pois, como visto, a obrigação de reparar o dano ou indenizar
o prejuízo é do Estado. Por sua vez, o ente estatal pode (tem a faculdade, não é obrigação
Questão 3
16
AGU – 2004
O regime jurídico preponderante no sistema internacional de responsabilidade por
Comentário:
internacional objetiva não considera o dolo, a culpa ou qualquer outro motivo pelo qual o
sujeito interacional violou a norma. Para ela, basta que se configure o nexo causal entre o ato
a l
Questão 4 io n
a c
u c
AGU – 2004
E PE d S
e
rt O
O Estado não pode eximir-se de sua responsabilidade internacional pela violação de
p o IS L
obrigações relacionadas com a proteção do direito à vida e à pessoal por motivos de ordem
u U 67
S L 08- il.com
interna, como federativa do Estado e a consequente divisão de competências materiais e
r um N O .4 a
legislativas próprias à União e aos Estados-Membros.
m
e IA 8 o 0 t
Comentário:
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o
A assertiva está correta, pois, de acordo com o art. 27 da Convenção de Viena sobre
o ll
Direito dos Tratados, “uma parte
i a nnão pode invocar as disposições de seu direito interno para
fab de um tratado”. Ou seja, o fato de o ato ser lícito no âmbito
justificar o inadimplemento
interno estatal não o exime se, praticado no âmbito internacional ele for ilícito, de
responsabilidade internacional.
Questão 5
Ano: 2007 - Banca: ESAF Órgão: PGFN Prova: ESAF - 2007 - PGFN - Procurador da
Fazenda Nacional
17
A respeito de responsabilidade internacional, considere as asserções abaixo e, em seguida,
assinale a opção correta.
II. Uma lei de um dos Estados da federação não pode dar ensejo à responsabilidade
internacional do Brasil porque, no âmbito nacional, os compromissos são assumidos pela
União Federal.
III. A responsabilidade internacional do Estado deve ter sempre por base uma ação. Uma
omissão não pode dar ensejo à responsabilização do Estado no plano internacional.
r um N O .4
D) Apenas a asserção V está incorreta.
m a
e IA 8 o 0
E) Todas as asserções estão incorretas.
t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
Comentário: o o ll
ia n
b
A assertiva I está correta, pois configura hipótese de responsabilidade indireta (ato
fa
cometido por entes que o Estado represente internacionalmente, inclusive seus Poderes). A
assertiva II está incorreta, pois quem assume os compromissos internacionais é a República
Federativa do Brasil (representada pela União), e esta não pode invocar normas internas para
se isentar de responsabilidades por obrigações assumidas. A assertiva III está incorreta, pois
pode haver responsabilização tanto por ação quanto por omissão. A assertiva IV está incorreta,
18
Questão 6
arbitragem.
C) proferida a sentença arbitral, esta tem efeito “erga omnes”, e é sempre definitiva, e sua
a l
execução, após julgamento dos recursos, deverá ser processada perante a Corte Permanente
io n
de Arbitragem.
a c
u c
D) a sentença arbitral é, em regra, definitiva, nos termos do tratado geral de arbitragem,
E PEd S
cabendo às partes envolvidas o cumprimento da decisão, sob pena de incidirem em ato ilícito,
e
rt O
o IS L
observando o princípio do “pactum sunt servanda”.
p
Comentário: u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4 a
A alternativa A está incorreta, pois não há hierarquia entre os meios de solução de
m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
controvérsias, e a arbitragem não precisa ocorrer dentro da citada Corte. A alternativa B está
d
A 2 pes
incorreta, pois nem sempre o árbitro é membro permanente do foro, nem sempre a
o o ll
arbitragem será fundada em tratado. A alternativa C está incorreta, pois a citada Corte não é
ia n
b
órgão executor de sentenças. A alternativa D está correta, ressaltando-se que há exceções
fa
para essa regra (possibilidade de recurso no âmbito do Mercosul).
Questão 7
Ano: 2006 Banca: FCC Órgão: BACEN Prova: FCC - 2006 - BACEN - Procurador - Prova 1
19
B) uma vez aceita pelo Estado-parte no Estatuto, garante a jurisdição da Corte em todos os
conflitos internacionais que envolvam aquele Estado, verificada a reciprocidade.
C) uma vez aceita pelo Estado-parte no Estatuto, garante a jurisdição da Corte em todos os
conflitos internacionais que envolvam aquele Estado, independentemente de reciprocidade.
Comentário:
l
pode ou não depender de reciprocidade; além disso, sua aceitação implica que o Estado deve
a
io n
se submeter à jurisdição da Corte Internacional de Justiça, ainda que contra sua vontade.
a c
Ademais, todos os Estados-membros da Corte são parte de seu Estatuto.
u c
E PE d S
e
rt O
o IS L
Questão 8
p
u U 67
S L 08- il.com
TRF – 2ª Região – Juiz - 2009
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
O fato de um Estado oferecer ajuda a outros dois Estados para resolver certa controvérsia,
d V FAB 90.0 @h
sem, contudo, interferir nas negociações, configura o meio de solução de controvérsias
denominado:
A 2 pes
o o ll
A) mediação.
ia n
B) conciliação. fa b
C) bons ofícios.
D) inquérito.
E) troca de notas.
Comentário:
modalidade de tratado.
20
Questão 9
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado
a l
B) Os bons ofícios caracterizam-se pela oferta espontânea de um terceiro que colabora com a
io n
c
solução de controvérsias podendo ser um Estado, um organismo internacional ou uma
a
autoridade.
u c
E PE d S
C) A mediação caracteriza-se pelo envolvimento de um terceiro, que somente pode ser pessoa
natural.
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
D) A conciliação é muito semelhante à mediação. Entretanto, caracteriza-se pela possibilidade
r um N O .4
de atuar como mediador pessoa natural, Estado ou organismo internacional.
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
Comentário:
A 2 pes
o o ll
A assertiva A está incorreta, pois a negociação consiste no entendimento direto entre os
ia n
b
Estados, sem o envolvimento de terceiros. A alternativa B está correta. A assertiva C está
fa
incorreta, pois o terceiro na mediação não precisa ser apenas uma pessoa natural, podendo
também ser um Estado ou uma organização internacional. A assertiva D está incorreta, pois
descreve a mediação, enquanto a conciliação é realizada por um órgão conciliador que
emitem opiniões valorativas e formularem sugestões aos sujeitos litigantes, embora não sejam
obrigados a aceitarem a solução proposta.
Questão 10
21
Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado
- XI - Primeira Fase
a l
D) Apenas os Estados que fazem parte da ONU e ratificaram o Estatuto da Corte Internacional
io n
de Justiça (CIJ) podem apresentar seus contenciosos à mesma.
a c
u c
Comentário: E PE d S
e
rt O
p o IS L
A assertiva A está correta, pois o Tribunal Permanente de Revisão julga, em grau de
u U 67
S L 08- il.com
recurso, as decisões proferidas pelos tribunais arbitrais ad hoc (duplo grau de jurisdição para
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0
solução de controvérsias no Mercosul), estando o recurso limitado a questões de direito
t
V FAB 90.0 @h
tratadas na controvérsia e às interpretações jurídicas do tribunal (1º grau). A alternativa B está
d
A 2 pes
incorreta, pois somente a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança e outros órgãos e
o o ll
entidades especializadas poderão requerer pareceres da Corte Internacional de Justiça. A
ia n
b
assertiva C está incorreta, pois é possível a intervenção de “amicus curiae” nos procedimentos
fa
de competência da Organização Mundial do Comércio. A assertiva D está incorreta, pois não
basta que o Estado tenha ratificado o Estatuto da Corte para que seja vinculado à sua
jurisdição, devendo também assinar a declaração de aceitação da cláusula facultativa de
jurisdição obrigatória.
22
GABARITO
Questão 1 - Errada
Questão 2 - Errada
Questão 3 - Correta
Questão 4 - Correta
Questão 5 - A
Questão 6 - D
a l
ion
Questão 7 - C
a c
Questão 8 - C u c
d S
E PE
Questão 9 - B e
rt O
p o IS L
Questão 10 - A u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
23
LEGISLAÇÃO COMPILADA
Constituição Federal
Art. 5º, § 4º
24
JURISPRUDÊNCIA
io n
INTERNACIONAL ONU/PNUD. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. DECRETO 27.784/1950
a c
APLICAÇÃO. PROVIMENTO DO RECURSO c
EXTRAORDINÁRIO.
u 1. O organismo
E PE d S
internacional ONU/PNUD possui imunidade de jurisdição, inclusive, em relação às
e
rt O
causas trabalhistas, conforme afirmado pelo Plenário desta Corte no julgamento dos
p o IS L
u U 67
RREE 578.543/MT e 597.368/MT, redator para o acórdão Ministro Teori Zavasck. [...].
S L 08- il.com
Cumpre ressaltar que, no voto proferido nos autos dos precedentes supra mencionados,
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
consignei que os organismos internacionais são criados mediante tratados. A imunidade
d V FAB 90.0 @h
de jurisdição e de execução não é atributo inerente a essas pessoas jurídicas de direito
A 2 pes
internacional. No caso específico, os Decretos 27.784 e 52.288 regulam os privilégios e
o o ll
i a n
imunidades de que o organismo é titular. Entre os privilégios e imunidades outorgados
b
faencontra-se a imunidade de jurisdição. Ou seja, o Estado brasileiro,
pelo Brasil à ONU,
expressamente, renunciou a sua jurisdição sobre organismo internacional. Salientei,
quadro das Nações Unidas. Anotei, por fim, que os contratados pela ONU/PNUD
firmam contrato de prestação de serviço de natureza especial, regulado pelo
Decreto nº 27.584, onde há previsão de que eventuais conflitos sejam solucionados
por arbitragem. [...]. (STF – RE: 607211 DF, Relator: Min. LUIZ FUX, Data de Julgamento:
15/05/2014, Data de Publicação: DJe-095 DIVULG 19/05/2014 PUBLIC 20/05/2014).
25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL JÚNIOR, Alberto do. Introdução ao direito internacional público. São Paulo: Atlas,
2008.
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 9. ed. rev., atual. e
a l
ampl. -- São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
io n
a c
c
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. 9ª ed.
u
Salvador: Juspodivm, 2017.
E PE d S
e
rt O
REZEK, Francisco. Direito internacional público – Curso Elementar. 17ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2018. p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de direito internacional público. São Paulo: Atlas,
m a
2002. e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
26
a l
ion
a c
u c
d S
E PE
e
rt O
Capítulo
p o IS L 7
Su U -67 m
L 08 il.co
r u m NO .4 ma
e IA 080 ot
V A B 0 . h
Ad F 29 pes@
o llo
i a n
fab
SUMÁRIO
2.3. a
Plataforma Continental e Fundos Marinhos ..................................................................................... 7 l
io n
2.4. c
Rios Internacionais ....................................................................................................................................... 7
a
u c
2.5. d S
Alto-mar ............................................................................................................................................................ 7
E PE
3. e
rt O
Espaço aéreo e extra-atmosférico ......................................................................................... 9
p o IS L
3.1.
S L 08- il.com u U 67
Situação jurídica das aeronaves e das embarcações ................................................................. 10
r um N O .4
m a
QUADRO SINÓTICO ......................................................................................................................... 12
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
QUESTÕES COMENTADAS ............................................................................................................. 13
d
A 2 pes
GABARITO .......................................................................................................................................... 21
o o ll
n
LEGISLAÇÃO COMPILADA .............................................................................................................. 22
ia
fa b
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................... 23
2
DIREITO INTERNACIONAL
Capítulo 7
Existem espaços geográficos que possuem grande importância para todos os Estados e
para a humanidade como um todo. Esses espaços são chamados de domínio público
a l
n
internacional, pois incluem lugares que não estão sob a soberania de nenhum Estado ou que
io
a c
são objeto de interesse internacional, mesmo que pertençam a um país específico. São esses
u c
d S
espaços: o mar (incluindo-se águas internas e rios internacionais), o espaço aéreo e extra-
E PE
atmosférico e as zonas polares.
e
rt O
p o IS L
u U 67
Assim, qualquer espaço internacional pode ser usado por todos, desde que para fins
S L 08- il.com
pacíficos. A utilização desses locais exige a cooperação internacional, sendo objeto de
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
regulamentação do Direito Internacional. O tema será estudado a seguir.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
1.1 Zonas Polares o o ll
ia n
b
As Zonas Polares são o Ártico (Polo Norte) e a Antártida (Polo Sul). O Polo Norte é um
fa
grande oceano congelado, utilizado como corredor aéreo alternativo, uma área de livre
trânsito (alto mar). Não há regulamentação específica para a região, seguindo as normas
região continental.1
1
Vide questão 10.
3
Por sua vez, a Antártida é um continente congelado, usada para exploração científica
com fins pacíficos, sendo o único espaço terrestre internacionalizado. A necessidade de
regulamentação específica sobre a área (para impedir disputas pela região) levou à formulação
do Tratado da Antártida (1959), aderido pelo Brasil através do Decreto nº 75.963/1975, o
qual estipula que a área seja utilizada sempre para fins pacíficos e a importância das pesquisas
científicas, com a preservação dos recursos naturais, para o progresso da humanidade.
marítimo e aéreo, caça e pesca, recursos minerais, aspecto estratégico, dentre outros
interesses. Por isso, o referido Tratado só permite o estabelecimento de pessoal e
equipamento militar na área se for para fins pacíficos ou de pesquisa científica. Ademais, são
l
proibidas na área explosões nucleares e lançamento de lixo ou resíduos radioativos.
a
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Canadá, Rússia e Dinamarca exercem soberania unilateral em algumas áreas no Polo
r um N O .4 a
Norte. Isso ainda não foi contestado por nenhum outro país.
m
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
Muitos Estados mantêm reivindicações territoriais quanto ao Polo Sul, mas, enquanto o
A 2 pes
Tratado da Antártida estiver em vigor, são proibidas novas reivindicações ou ampliações de
o o ll
reivindicações existentes.
ia n
fa b
4
2. Direito do Mar, rios internacionais e águas interiores
O dispositivo que rege sobre o direito do mar é a Convenção das Nações Unidas
sobre o Direito do Mar de Montego Bay em 1982 (Decreto nº 1.530/1995), com o Tribunal
Internacional Marítimo em Hamburgo. Ademais, o Brasil também tem a Lei nº 8.617/1993
relativas aos padrões ambientais, assim como o cumprimento dos dispositivos que
a l
regulamentam a poluição do meio ambiente marinho, promovendo a utilização equitativa e
io n
c
eficiente dos recursos naturais, bem como sua proteção, preservação e fiscalização.
a
u c
d S
A mencionada Convenção reduziu o mar territorial brasileiro de 200 (entendimento
E PE
e
rt O
anterior ao da Lei 8.617/1993) para 12 milhas marítimas (22 km).2 Em contrapartida, garantiu
p o IS L
aos Estados costeiros a exploração econômica exclusiva numa aérea de 200 milhas marítimas.
u U 67
S L 08- il.com
r um
O domínio estatal é exercido nas águas interiores (rios, lagos, baías, canais, mares
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
interiores), no mar territorial e na zona contígua. A partir das 12 milhas náuticas, há uma
d V FAB 90.0 @h
relativização da soberania estatal; não se admite direito de passagem inocente (sem objetivos
A 2 pes
o
além de navegar, sem escalas) dentro das águas interiores, só após da linha de base. No mar
o ll
territorial, mesmo que seja navio
i a n de guerra, não precisa de autorização estatal. Nas águas
fab estatal.
interiores, precisa de autorização
2
Vide questão 3.
5
2.1. Águas Interiores, Mar Territorial e Zona Contígua
As águas interiores estão situadas no interior da linha de base do mar territorial. Nelas,
o Estado costeiro exerce sua soberania de forma plena, sem estar sujeito a qualquer limitação
da ordem jurídica internacional. Nesse sentido, elas abrangem também as águas doces dos
rios, lagos e poços existentes no território do país. Não se reconhece o direito de passagem
p o IS L
ou punir infrações, conservar e explorar. Pertence ao alto mar. Seu regime é essencialmente o
u U 67
S L 08- il.com
de liberdade em alto mar, permitindo ao Estado alguns poderes de mera jurisdição.
r um N O .4
m a
2.2. e Exclusiva
Zona Econômica
0
IA .08 ho t
d V F
B
A 90 s@
A 2 pe
A Zona Econômica Exclusiva tem extensão de 200 milhas marítimas contadas da linha
o l l o
i a n a produção de energia da água, das correntes e dos
de base do mar territorial. Abrange
internacionalmente permitidos.3
3
Vide questão 5, 6 e 9.
6
2.3. Plataforma Continental e Fundos Marinhos
De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, a Plataforma
Continental engloba o leito e o subsolo das áreas submarinas para além do mar territorial do
Estado, pela extensão do prolongamento natural do território terrestre estatal, até ao bordo
exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de
base a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo
exterior da margem continental não atinja essa distância.4
aproveitamento dos recursos naturais; outros Estados também podem fazê-lo, mas desde que
com o consentimento explícito do Estado costeiro, pois seus direitos à Plataforma Continental
a l
são implícitos e independentes de qualquer ocupação.
io n
a c
c
Já os Fundos Marinhos são áreas que não pertencem a nenhum Estado (são patrimônio
u
d S
comum da humanidade), pois compreendem as áreas subaquáticas, o leito e o subsolo das
E PE
e
rt O
águas internacionais. Sua exploração deve ser realizada considerando o benefício geral.
p o IS L
2.4. Rios Internacionais u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Os Rios Internacionais são aqueles que banham mais de um Estado, podendo ser
d V FAB 90.0 @h
sucessivos (passam consecutivamente por Estados) ou contíguos (são limítrofes, separando
A 2 pes
territórios). Não existe um tratado geral sobre a matéria, por isso, a regulamentação é feita
o o ll
i a n
caso a caso. O Brasil faz parte dos seguintes tratados sobre a matéria: Tratado da Bacia do
b
Prata de 1969 (Decretoanº 67.084/1970) e Tratado de Cooperação Amazônica de 1978
f
(Decreto nº 85.050/1980).5
2.5. Alto-mar
parte do mar sobre a qual não existe nenhum poder soberano estatal, estando aberto a todos
4
Vide questão 1.
5
Vide questão 8.
7
os Estados, sempre com fins pacíficos, para navegar, realizar pesquisa científica e exercer
outras atividades lícitas. Existem também deveres: prestar assistência, impedir e punir o
a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
8
3. Espaço aéreo e extra-atmosférico
O espaço aéreo compreende o espaço acima da área terrestre e do mar territorial (até
12 milhas náuticas) do Estado, bem como o espaço acima de áreas em que ele exerce sua
ultrapassar o espaço aéreo do país, informando de onde está vindo, para onde vai e o que
está sendo transportado, ainda que sobre o mar territorial.
O Estado exerce soberania sobre seu espaço aéreo de modo exclusivo e absoluto,
a l
n
possuindo todos os direitos de soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território
io
c
especifico e de seu mar territorial. Os Estados devem considerar a segurança de voo como um
a
u c
dos princípios mais valiosos. No espaço aéreo internacional (acima das águas internacionais e
E PE d S
das zonas polares), é livre a navegação aérea, não incidindo nenhuma soberania. Liberdades
e
rt O
o IS L
do ar: de sobrevoo, de fazer escalas, de embarcar, de desembarcar, de embarcar passageiros,
p
mercadorias e malas postais. u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
O espaço extra-atmosférico tem grande interesse para a humanidade: corrida
d V FAB 90.0 @h
aeroespacial, comunicação, pesquisa científica, segurança, estabilidade, dentre outros temas. É
A 2 pes
de uso comum para fins pacíficos, com cooperação internacional, revertendo benefícios para
o o ll
i a n
toda a humanidade. A matéria é regulamentada pelo Tratado sobre Princípios Reguladores
b
fa na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, Inclusive a Lua e
das Atividades dos Estados
questão do lixo aeroespacial (o satélite é lançado, mas não se consegue trazê-lo de volta).
6
Vide questão 7.
9
3.1. Situação jurídica das aeronaves e das embarcações
a) Brasileiras públicas (ou a serviço oficial do Brasil): aplica-se lei brasileira é aplicada
independente de onde esteja; princípio da extraterritorialidade. a l
io n
b) Brasileiras privadas (ou pública com fins comerciais): aplica-se lei brasileira se estiver
a c
c
em território brasileiro ou em águas ou espaço aéreo internacionais; estando em águas
u
E PE d S
estrangeiras, em regra, aplica-se a lei do respectivo Estado costeiro.
e
rt O
c) Estrangeiras públicas (ou a serviço oficial do governo estrangeiro): a lei estrangeira é
p o IS L
aplicada independente de onde esteja (princípio da intraterritorialidade), não lhes sendo
u U 67
S L 08- il.com
aplicada a lei brasileira mesmo se em águas nacionais (costume internacional).
r um N O .4 a
d) Estrangeiras privadas: se estiverem no território brasileiro, aplica-se a lei brasileira; se
m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
estiverem em seu espaço ou em espaço internacional, aplica-se a lei de origem do
d
país.7 A 2 pes
o o ll
Destaca-se que o espaço internacional é neutro, por isso, aplica-se a lei da bandeira da
ia n
embarcação ou aeronave.
fa b
Ademais, importante ressaltar que, de acordo com o art. 109, IX, da Constituição
Federal, compete ao Juízo Federal processar e julgar os crimes cometidos a bordo de navios
ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar. 8
7
Vide questão 4.
8
Vide questão 2.
10
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo
ou embarcações brasileiras privadas no exterior, mas que não são julgados nesse outro país,
na forma do art. 7º, II, “c”, do Código Penal.
a l
io n
a c
u c
d S
E PE
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
11
QUADRO SINÓTICO
E PE
Contígua, Zona Econômica Exclusiva, d S nas águas interiores, no mar
t e
or
Plataforma Continental, Alto-mar, Rios
territorial e na zona contígua.
MAR E ÁGUAS L O
u p
internacionais
I S 7 Quanto mais distante da
S LU 08-6 il.ccosta, om menor incidência da
r u m N O .4
m a soberania estatal
e BIA .08 ho 0 t
d V
Espaço A
F acima da0
9 área terrestre
@ e do mar Soberania absoluta: proibida
s
A territorial, o2espaçopeacima de áreas em a passagem inocente
ESPAÇO AÉREO o llosoberania, jurisdição,
que se exerce
i a
proteção
nou mandato, até o fim da
fab atmosfera
12
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
Segundo a Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, o Brasil pode explorar os
r um N O .4
m a
Comentário:
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
A alternativa correta é a letra C. Segundo o art. 76, § 1º, da Convenção das Nações
o ll
Unidas sobre Direito do Mar, a plataforma continental de um Estado costeiro compreende o
o
ia n
leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, passando
fa b
por toda a extensão do prolongamento natural do território terrestre estatal, até ao bordo
exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de
base a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo
exterior da margem continental não atinja essa distância. Por isso, as demais estão erradas.
Questão 2
Comentário:
competência não será do Juízo Federal, de acordo com o art. 109, IX, da Constituição Federal.
Assertiva errada.
Questão 3
Ano: 2008 Banca: CESPE Órgão: OAB Prova: CESPE - 2008 - OAB - Exame de Ordem - 3 -
Primeira Fase
a l
ion
A respeito do direito internacional do mar e sua recepção no direito brasileiro, assinale a
a c
opção incorreta.
u c
E PE d S
A) A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende de 12 a 24 milhas
e
rt O
o IS L
marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar
p
territorial. u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
0 t
B) Em sua zona econômica exclusiva, o Brasil tem o direito exclusivo de regular a investigação
e IA 8 o
científica marinha.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o ll
C) É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no
o
mar territorial brasileiro.
ia n
fa b
D) O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de duzentas milhas marítimas de largura,
Comentário:
Nações Unidas sobre Direito do Mar. No entanto, a alternativa D está incorreta, sendo o
gabarito, pois está em desconformidade com a referida Convenção e também com a Lei
14
8.617/1993, que revogou o antigo entendimento, reduzindo o mar territorial brasileiro de 200
para 12 milhas marítimas.
Questão 4
A) do juiz brasileiro;
a l
B) do juiz da nacionalidade da vítima; io n
a c
C) do juiz da nacionalidade do autor do delito; u c
d S
E PE
D) da nacionalidade do navio. e
rt O
p o IS L
Comentário: u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
0 t
A alternativa correta é a letra A, pois a Convenção das Nações Unidas sobre Direito do
e IA 8 o
V FAB 90.0 @h
Mar faculta ao Estado estabelecer sua jurisdição penal em hipóteses específicas. No caso,
d
A 2 pes
tratando-se de embarcação estrangeira particular, tendo o crime ocorrido no território
o o ll
brasileiro, aplica-se a lei brasileira.
ia n
fa b
Questão 5
Ano: 2017 Banca: PGR Órgão: PGR Prova: PGR - 2017 - PGR - Procurador da República
I - A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar reconhece, na zona econômica
exclusiva, os direitos do estado costeiro para exploração e aproveitamento, conservação e
gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos das águas sobrejacentes ao leito do mar, do
15
leito do mar e seu subsolo, bem como sua jurisdição no tocante à colocação e utilização de
ilhas artificiais.
II - O Estado costeiro, de acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do
Mar, possui o direito de perseguição que só poderá ter início de execução quando o navio
infrator estiver nas águas internas, no mar territorial ou na zona contígua, podendo continuar
e terminar no mar territorial de terceiro estado desde que a perseguição tenha sido contínua
e não tiver sido interrompida.
III - De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, em caso de
abalroamento entre navios mercantes em alto mar, a jurisdição penal pode ser exercida pelo
Estado da bandeira de qualquer um dos navios envolvidos ou ainda por Estado terceiro em
assertiva II está incorreta, pois a perseguição não pode continuar no mar territorial do seu
próprio Estado ou de Estado terceiro, devendo ser cessada. A assertiva III está incorreta, pois
os procedimentos penais e disciplinares contra essas pessoas só podem ser iniciados perante
as autoridades judiciais ou administrativas do Estado de bandeira ou perante as do Estado do
qual essas pessoas sejam nacionais. A assertiva IV está correta, em conformidade com a
Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: CODEBA Prova: FGV - 2016 - CODEBA - Técnico Portuário -
Manutenção e Obras
De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, os países costeiros
têm direito a declarar uma Zona Econômica Exclusiva (ZEE), é delimitada por uma linha
imaginária situada a
Ano: 2011 Banca: CESPE Órgão: TRF - 1ª REGIÃO Prova: CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO -
Juiz Federal
A) Nos termos da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, os Estados sem
litoral devem ter direito reconhecido de participar do aproveitamento do excedente dos
17
recursos vivos das zonas econômicas exclusivas dos Estados costeiros da mesma região,
independentemente de acordos.
B) O Estado costeiro tem o direito de aplicar as suas leis e regulamentos aduaneiros, fiscais, de
C) Conforme a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, a soberania do Estado
costeiro sobre o mar territorial estende-se ao espaço aéreo sobrejacente a este, bem como ao
D) Os Estados exercem soberania sobre suas águas interiores, ainda que estejam obrigados a
assegurar o direito de passagem inocente em favor dos navios mercantes, mas não dos navios
de guerra.
a l
io n
E) Na plataforma continental, os Estados possuem direitos de soberania no tocante à
a c
c
exploração e aproveitamento dos seus recursos naturais, mas a falta de utilização e exploração
u
E PE d S
desses direitos em qualquer de suas formas autoriza outros Estados ao seu exercício, ainda
que sem consentimento expresso. e
rt O
p o IS L
Comentário: u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
A alternativa A está incorreta, pois essa exploração depende de acordos prévios,
d V FAB 90.0 @h
dependendo do consentimento explícito do Estado costeiro. A alternativa B está incorreta, pois
A 2 pes
se refere à Zona Contígua, e não à Zona Econômica Exclusiva. A alternativa C está correta, de
o o ll
i a n
acordo com o art. 2º da referida Convenção. A alternativa D está incorreta, pois a passagem
inocente é a navegação a b
f pelo mar territorial com o fim de atravessá-lo, mas sem penetrar nas
águas interiores. A alternativa E está incorreta, pois, mesmo que não haja a exploração pelo
Questão 8
Ano: 2011 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: CESPE - 2011 - TRF - 5ª REGIÃO -
Juiz Federal
18
O domínio público internacional refere-se a espaços de interesse geral pertencentes a todas as
nações. A respeito desse assunto, assinale a opção correta com base nos tratados e
convenções pertinentes.
B) A Antártica é considerada domínio público internacional cujo uso deve destinar-se a fins
científicos e militares.
nenhum país.
a l
n
E) Os rios internacionais, como, por exemplo, o Danúbio, na Europa, podem ser considerados
io
de domínio público internacional.
a c
u c
Comentário:
E PE d S
e
rt O
o IS L
A alternativa A está incorreta, pois, como visto, o espaço aéreo é sim um domínio
p
u U 67
S L 08- il.com
público internacional. A alternativa B está incorreta, pois os fins da Antártica devem ser
um O .4 a
sempre pacíficos, só sendo permitidas bases militares com o objetivo de pesquisa científica. A
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
alternativa C está incorreta, pois o domínio público internacional é o conjunto dos espaços
d
A 2 pes
cujo uso interessa à sociedade internacional como um todo, mesmo que tais espaços estejam
o ll
sujeitos à soberania de um Estado. A alternativa D está incorreta, pois isso é expressamente
o
ia n
proibido pelo Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração
fa b
e Uso do Espaço Cósmico, Inclusive a Lua e Demais Corpos Celestes. A alternativa E está
correta, pois o princípio que regula os rios internacionais é o da soberania dos Estados sobre
os trechos que correm dentro de seus respectivos limites.
Questão 9
19
Ao realizar um cruzeiro turístico, uma embarcação de pavilhão do Estado A parou em área
situada na zona econômica exclusiva do Estado B e lá permaneceu. Após dez dias, autoridades
do Estado B apreenderam a embarcação sob a alegação de que esta deveria ter informado
que permaneceria parada naquela área, sendo a ausência de informação motivo para suspeitar
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
embarcação para Estados sem litoral e outros interessados, bem como de outros usos do mar
d V FAB 90.0 @h
internacionalmente permitidos. Por isso, o gabarito é a letra B, excluindo-se as demais.
A 2 pes
o o ll Questão 10
ia n
b
fa- Cargo: Consultor Legislativo - Área Relações Internacionais e
Senado Federal – 2002
Defesa Nacional - Banca: CESPE/CEBRASPE - Nível: Superior
Comentário:
A assertiva está correta, pois o Polo Norte é um grande oceano congelado, utilizado
20
GABARITO
Questão 1 - C
Questão 2 - Errada
Questão 3 - D
Questão 4 - A
Questão 5 - A a l
ion
Questão 6 - C a c
u c
Questão 7 - C d S
E PE
Questão 8 - E
e
rt O
p o IS L
Questão 9 - B u U 67
S L 08- il.com
Questão 10 - Correta ru
m NO .4 ma
e IA 80 ot
d V FAB 90.0 @h
A 2 es p
o l l o
i a n
fa b
21
LEGISLAÇÃO COMPILADA
Constituição Federal
a l
Art. 109, IX
ion
a c
u c
Código Penal
E PE d S
e
rt O
Art. 5º
p o IS L
Art. 7º, II, “c” u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar (Montego Bay)
d
A 2 pes
Art. 76, § 1º o o ll
ia n
fa b
22
JURISPRUDÊNCIA
a l
NÃO OCORRÊNCIA. I – Não ocorrência de declínio de competência ex officio. II – O
io n
declínio de competência ocorreu após provocação dos acusados, não existindo
a c
c
nenhuma razão de ordem processual, material ou prática que os impeça de veicular a
u
E PE d S
matéria antes do juízo de admissibilidade sobre a acusação. III – Regras de fixação de
e
rt O
competência. IV – O Estado só exerce soberania plena dentro dos limites de seu mar
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
territorial, do qual a Plataforma Continental e a Zona Econômica Exclusiva não
r um
fazem parte, consoante definições trazidas nos artigos 6º e 11 da Lei n. 8.617/93.
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Dentro dessas duas faixas de mar o Brasil exerce poderes sob limitações impostas
d V FAB 90.0 @h
pela Convenção de Montego Bay. V – Pautado na convenção, na Lei n. 8.617/93, e
A 2 pes
nos incisos III, IV, e V do art. 109 da CRFB/88, o crime ambiental cometido na zona
o o ll
i a n a competência da Justiça Federal. Porém, essa atração
econômica exclusiva atrai
23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL JÚNIOR, Alberto do. Introdução ao direito internacional público. São Paulo: Atlas,
2008.
a l
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 9. ed. rev., atual. e
ampl. -- São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. io n
a c
u c
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. 9ª ed.
Salvador: Juspodivm, 2017. E PE d S
e
rt O
p o IS L
REZEK, Francisco. Direito internacional público – Curso Elementar. 17ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2018. u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
0 t
SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de direito internacional público. São Paulo: Atlas,
e IA 8 o
2002.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
24
CARREIRA JURÍDICA
a l
ion
a c
c
Direito Internacional
t e E PE
u
d S
r LO
Capítulo
u p UIS 678 m
o
S L 08- il.co
e rum NO .4 ma
IA 080 ot
V A B 0 . h
Ad F 29 pes@
o llo
ia n
fa b
CAPÍTULOS
a l
ion
Capítulo 6 – Responsabilidade internacional e solução pacífica de controvérsias
a c
Capítulo 7 – Domínio público internacional
u c
E PE d S
e
rt O
Capítulo 8 – Introdução ao Direito Internacional Privado e aplicação da lei no espaço
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Capítulo 9 – Direito Processual Internacional
um O .4 a
Capítulo 10 – Outros ramos do Direito Internacional
r N m
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
1
SUMÁRIO
2. a l
Aplicação da lei no espaço ...................................................................................................... 7
io n
2.1. c
Norma no Direito Internacional Privado e sua estrutura ............................................................ 7
a
u c
2.2.
d S
Objetos e elementos de conexão.......................................................................................................... 8
E PE
2.3. e
rt O
Institutos básicos do Direito Internacional Privado ....................................................................... 9
p o IS L
2.4. u U 67
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) ................................................... 10
S L 08- il.com
r um N O .4
QUADRO SINÓTICO ............................................................................................................................................... 13
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
QUESTÕES COMENTADAS.................................................................................................................................. 15
d
A 2 pes
GABARITO ................................................................................................................................................................... 22
o o ll
LEGISLAÇÃO COMPILADA .................................................................................................................................. 23
ia n
fa b
JURISPRUDÊNCIA....................................................................................................................................................... 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................................ 26
2
DIREITO INTERNACIONAL
Capítulo 8
d V FAB 90.0 @h
normas jurídicas específicas para regular essas situações de conflito, conferindo segurança
A 2 pes
jurídica ao desenvolvimento das relações internacionais privadas. Contudo, quando tais
o o ll
i a n
relações privadas tem contexto internacional, pode existir conflito acerca de qual norma
b
fa jurídico interno.
aplicar, de qual ordenamento
Desse modo, surge o Direito Internacional Privado (Conflict of laws, para o direito
anglo-saxão), o ramo do Direito que regula os conflitos de leis no espaço quanto as relações
de caráter privado com conexão internacional, indicando qual norma jurídica nacional deverá
ser aplicada àquele caso concreto. Por esse motivo, as normas de Direito Internacional Privado
são meramente indicativas (normas de sobredireito), pois só apontam qual o preceito jurídico
que deve ser aplicado ao caso concreto, seja ele estrangeiro, nacional ou internacional.
3
O Direito Internacional Privado pode ser considerado uma exceção ao princípio da
territorialidade, pelo qual, dentro do território de um Estado, aplicam-se suas leis, decorrência
direta da soberania estatal. Assim, o legislador, no exercício do poder soberano estatal, dispõe
de situações em que podem ser aplicadas normas estrangeiras dentro do território pátrio.
a l
n
Ademais, a norma a ser aplicada no caso concreto deve vir da ordem jurídica do país
io
a c
com a qual a relação privada internacional tenha maior conexão. É preciso avaliar, justamente,
u c
d S
os chamados “elementos de conexão”, que devem ser pertinentes ao ponto de se aplicar
E PE
e
norma estrangeira em detrimento da norma nacional, indicando o vínculo da pessoa (física ou
rt O
p o IS L
jurídica) ou de uma situação com outro Estado ou ordem jurídica. Assim, cada Estado
u U 67
S L 08- il.com
determina seus “elementos de conexão” a serem aplicados em seu território, ou seja, cada
r um N O .4 a
Estado possui normas próprias de Direito Internacional Privado.
m
e IA 8 o 0 t
1.2. d V A B 0.
F o29Direito
Diferenças entre @
h 0
A es Internacional Privado do Público
p Internacional Privado não é ramo do Direito
o
Importante destacar que o llDireito
o
a n
i Público regula as relações internacionais e os temas de
Internacional Público. Enquanto o
a b
interesse da sociedade finternacional (como a paz e os direitos humanos), o Privado regula as
relações privadas com contexto internacional, sobre as quais incidiria mais de uma ordem
jurídica, disciplinando os conflitos de leis no espaço.
No entanto, ressalta-se que existem matérias que podem ser reguladas tanto pelo
Direito Internacional Privado quanto pelo Público, como aquelas relacionadas ao comércio
internacional.
do Direito Internacional Público, geralmente decorrem das próprias normas dos direitos
4
internos, fixadas pelos Estados e estabelecendo quais normas serão aplicadas em caso de
conflito. Desse modo, o controle de legalidade no Direito Internacional Privado ocorre não no
Internacional Privado são indicativas, ou seja, indicam que normas devem ser aplicadas no
caso concreto de um conflito de leis no espaço, seja interna, estrangeira ou internacional.
o llo
legislativos nacionais, fazendo-se presentes no ordenamento jurídico interno de cada Estado.
ia n
b
No entanto, os Estados podem concordar em definir que normas de Direito Internacional
fa
Privado serão aplicadas em seus territórios, geralmente por meio de tratados. É assim que as
fontes do Direito Internacional Público passam a poder regular relações de Direito
Internacional Privado.
Desse modo, são consideradas fontes: leis, tratados, costumes, jurisprudência, doutrina,
princípios gerais do Direito, princípios gerais do Direito Internacional Privado, atos de
5
Assim, o que foi disposto sobre esse tema no capítulo acerca das fontes do Direito
Internacional Público também se aplica ao Direito Internacional Privado. Importante ressaltar,
a) Leis: são consideradas a fonte primária do Direito Internacional Privado, devendo ser
aplicada anteriormente às demais fontes. No Brasil, a principal lei sobre a matéria é a
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB (Lei nº 4.657/1942, com
redação dada pela Lei nº 12.376/2010), além do Código de Processo Civil.
b) Tratados: que sejam referentes a temas de Direito Internacional Privado, a fim de
uniformizar o tratamento de questões e conferir maior segurança jurídica às relações
privadas internacionais. Sobre a matéria, apesar de não ser muito aplicado e de ter
alguns preceitos derrogados por tratados ou leis mais novos, está em vigor no Brasil o
Código Bustamante de 1928 (Decreto nº 18.871/1929). a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
6
2. Aplicação da lei no espaço
a l
pessoas, bens e relações que estejam sob seu poder soberano. No entanto, nem sempre é
io n
c
fácil solucionar os conflitos de aplicação de leis no espaço. Desse modo, no caso de conflito
a
u c
de leis no espaço, segundo as disposições da Lei de Introdução às Normas do Direito
E PE d S
Brasileiro (LINDB), aplica-se a regra do direito pátrio, já o direito estrangeiro é aplicado por
e
rt O
exceção, quando for determinado expressamente pela legislação interna.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Os conflitos de leis no espaço são as situações em que mais de um ordenamento
r um N O .4 a
jurídico nacional pode incidir sobre uma relação privada com conexão internacional. É esse,
m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
como visto, o objeto do Direito Internacional Privado: indicar a norma que corretamente deve
d
A 2 pes
ser aplicada para solucionar o conflito, de acordo com os “elementos de conexão”. Isso ocorre
o ll
mesmo que haja a aplicação da norma de um Estado estrangeiro no ordenamento jurídico
o
ia n
interno de outro país.
fa b
2.1. Norma no Direito Internacional Privado e sua estrutura
Como visto, a norma de Direito Internacional Privado é a que indica qual norma, seja
ela nacional ou estrangeira, é aplicável para solucionar um conflito de leis no espaço. Já que é
uma norma meramente indicativa, não apresenta a conduta a ser seguida, apenas o
dispositivo, pois este indicará a conduta.
7
matéria; são exemplos de elementos: domicílio, nacionalidade, autonomia da vontade, dentre
outros que serão posteriormente estudados. Já o objeto de conexão consiste na descrição da
qualificador, informando o modo como a norma deve ser interpretada e aplicada, além de
preceitos que podem proibir sua execução.
r LOt e
Estado, mas podem também ser definidos pela autonomia da vontade e por tratados, quando
o
p IS
a lex fori permitir. Ressalta-se que pode haver mais de um elemento de conexão para o
Su LU 08-67il.com
mesmo objeto de conexão, seja de forma alternada ou de forma subsidiária.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Os principais elementos de conexão são:
d V FAB 90.0 @h
A lex
a) Nacionalidade (elemento
p es
2 patriae ): aplicada a norma do Estado do qual a pessoa é
o o ll
nacional, nos casos de conflito de leis no espaço. EX: art. 7º, § 2º, e art. 18 da LINDB.
ia n
b) Domicílio (elemento lex domicilii): é o principal elemento de conexão adotado pelo
fa b
Brasil, onde se aplica a norma do domicílio de uma das partes do conflito. EX: art. 7º,
art. 8º, § 1º e 2º, art. 10º, art. 12, todos da LINDB.
c) Residência: o centro de vida e ocupação de uma pessoa pode ser elemento de
conexão, se a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua
residência. EX: art. 7º, § 8º, da LINDB.
d) Localização do bem (elemento lex rei sitae): incide a norma do lugar onde está situada
a coisa, aplicável para os bens imóveis e para os bens móveis de situação permanente,
sendo regido pelo princípio da territorialidade. EX: art. 8º, caput, art. 10, § 2º, art. 12,
§ 1º, da LINDB. Exceções: casos de extraterritorialidade e quando prevalece o domicílio.
8
e) Lex fori: é aplicável a lei do lugar do foro, a norma do lugar onde ocorre a relação
jurídica, em vigor na legislação interna do Estado. É a regra referente à aplicação do
Direito Internacional Privado e também quando o direito estrangeiro não for aplicado.
f) Local onde o ato ilícito foi cometido (elemento lex loci delicti comissi): aplicável em
questões relativas a poluição ambiental, concorrência desleal, dentre outras.
g) Local de celebração e/ou de execução de contrato ou obrigação (elemento lex loci
executionis/lex loci solutionis): prevista no art. 12 da LINDB.
h) Local de constituição da obrigação (elemento locus regit actum/lex loci contractus ):
diferentemente do anterior, consiste na aplicação da norma do local onde a obrigação
foi constituída, não onde ela deve ser executada. EX: art. 9º, caput, e art. 11 da
LINDB.1
i) Autonomia da vontade das partes (elemento lex voluntatis): se permitido pela lei do
a l
n
Estado ou pelas normas de um tratado vigente, as partes podem escolher o direito
io
c
nacional aplicável a uma determinada relação privada com conexão internacional, desde
a
u c
que também não viole a ordem pública ou os compromissos internacionais do Estado.
E E d S
P Privado
2.3. Institutos básicos do Direito Internacional e
rt O
p o IS L
S L
u U 67
Como regra geral do Direito Internacional Privado, sabe-se que o juiz deve aplicar a
- c o m
norma indicada pela lex fori, 8 ail.
seja ela uma norma nacional ou estrangeira. No entanto, existem
m O 0
r u A N 0 .4 tm
outros institutos que devem ser estudados, pois eles podem determinar a forma pela qual a
V e BI .08 ho
A d FA 90 @
norma indicativa incidirá sobre um conflito de leis no espaço.
2 pes
llode Direito Internacional Privado:
São alguns dos institutos básicos
o
i a n
fab
a) Qualificação: ato pelo qual se delimita o objeto de conexão, sendo a conceituação e
classificação de um instituto jurídico, para identificar o tratamento adequado à matéria.
No geral, adota-se a lex fori, mas também pode-se aplicar a lei estrangeira (EX: art. 8º e
art. 9º da LINDB).
b) Ordem pública: a incompatibilidade da norma estrangeira que seria aplicável ao
conflito com a ordem pública impede sua incidência.
1
Vide questão 4 e 10.
9
c) Reenvio: ocorre quando as normas de Direito Internacional Privado de um Estado
remetem às normas jurídicas de um terceiro Estado. Não é permitido no Brasil (art. 16
da LINDB).2
d) Direito adquirido: o direito adquirido no âmbito de um Estado acompanha a pessoa
em outro Estado, devendo ser reconhecido. Porém, não será permitido se ofender a
ordem pública do outro Estado.
Contudo, caso a lei nacional do de cujus seja mais favorável, o inventário será feito no
exterior e a sentença deverá ser homologada no Brasil para que produza efeitos. Por esta
razão, no caso do inventário processado no Brasil, a regra traz consigo uma exceção, a qual
dispõe que deve prevalecer lei mais benéfica ao cônjuge e aos descendentes de nacionalidade
2
Vide questão 3.
10
Outra norma importante dispõe que “a lei do país em que domiciliada a pessoa
determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os
direitos de família” (art. 7º, caput, da LINDB), enquanto que “para qualificar os bens e regular
as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados” (art. 8º,
l
e § 1º, da LINDB). No entanto, ressalta-se que governos estrangeiros, bem como suas
a
io n
organizações, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação,
a c
somente podendo adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes
u c
d S
diplomáticos ou dos agentes consulares (art. 11º, § 2º e 3º, da LINDB).
E PE
e
rt O
Com relação à competência da autoridade judiciária brasileira, o art. 12 da LINDB
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
estabelece que ela será competente: quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de
r um
ser cumprida a obrigação (caput), para conhecer das ações relativas a imóveis situados no
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Brasil (§ 1º) e para cumprir as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente,
d V FAB 90.0 @h
observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências, concedido o exequatur (§ 2º).
A 2 pes
o ll
Preceitua o art. 13 da LINDB que a prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-
o
ia n
se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os
fa b
tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça; ou seja, o ônus da prova e sua
produção são regidos pela norma do local onde ocorreu o fato que se deseja provar. No
entanto, no caso de não conhecer a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca
11
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art. 105, I, “i” da
Constituição Federal).
aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer
remissão por ela feita a outra lei.
a l
Já o art. 17 da LINDB demonstra que a incompatibilidade da norma estrangeira que
io n
c
seria aplicável ao conflito com a ordem pública impede sua incidência, pois as leis, atos e
a
u c
sentenças de outro país, além de declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil quando
E PE
ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
d S
e
rt O
p o IS L
Por sua vez, o art. 18 da LINDB trata da competência das autoridades consulares
S L 08- il.comu U 67
brasileiras para celebrar o casamento e os demais atos de Registro Civil e de tabelionato para
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0
brasileiros, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro nascidos no
t
V FAB 90.0 @h
país da sede do Consulado, separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros
d
A 2 pes
(observados os requisitos legais e os prazos), sendo, porém, indispensável a assistência de
o o ll
advogado.
ia n
Por fim, o art. 19fa
b
da LINDB dá validade a todos os atos indicados no artigo anterior e
celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 1942, desde que
12
QUADRO SINÓTICO
r um N O .4
ma
de uma das partes
DOMICÍLIO e IA 80 ot
Em caso de conflito, aplica-se a norma do domicílio de uma das
d V FAB 90.0 @h partes
A 2 pes
RESIDÊNCIA
llo
Se a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar
o
n de sua residência
LEX FORI
fa bEmiacaso de conflito, aplica-se a norma do Estado onde ocorre a
relação jurídica
LOCALIZAÇÃO DO Em caso de conflito, aplica-se a norma do lugar onde está situada a
BEM coisa (princípio da territorialidade)
LOCAL DO ATO Em caso de conflito, aplica-se a norma do lugar onde o ilícito foi
ILÍCITO cometido
13
LOCAL DE Em caso de conflito, aplica-se a norma do lugar onde a obrigação foi
CONSTITUIÇÃO DA constituída ou contraída
OBRIGAÇÃO
AUTONOMIA DA As próprias partes definem o Direito aplicável a uma determinada
VONTADE relação privada com contexto internacional, dependente da permissão
do ordenamento jurídico do Estado e de eventuais tratados
realizados
a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
14
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
O juiz brasileiro pode, diante de um caso concreto, aplicar, de ofício, a lei estrangeira.
Comentário:
a l
A assertiva está correta, pois, uma vez permitido pelo legislador pátrio em exercício do
io n
c
poder soberano estatal, todas as autoridades competentes (inclusive juízes) podem aplicar, até
a
u c
de ofício, a norma estrangeira. Ademais, caso não conheça a lei estrangeira, o juiz pode exigir
E PE d S
de quem a invoca prova do texto e da vigência, de acordo com o art. 14 da LINDB.
e
rt O
p o IS L
S Questão u U 67
L 028- il.co
m
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
OAB – PE – 2002
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
São considerados pelas correntes doutrinárias como objeto do Direito Internacional Privado
o ll
todos os indicados nas alternativas, com exceção de:
o
ia n
a) reconhecimento de direitos adquiridos no estrangeiro;
fa b
b) conflitos de leis no espaço;
Comentário:
15
Questão 3
I. Dá-se reenvio de 3º grau no caso de conflito de regras de Direito Internacional que envolva
quatro países.
II. Hipótese comum de conflito de regras de Direito Internacional ocorre quanto ao foro
competente para os inventários e partilhas de bens situados no Brasil, pertencentes a
estrangeiro.
a l
n
III. São exemplos de regras de conexão ou elementos de conexão a lex patriæ (da
io
a c
nacionalidade), a lex loci actus (do local da realização do ato jurídico), a lex voluntatis
u c
d S
(escolhida pelos contratantes), a lex loci celebrationis (do local da celebração do matrimônio).
E PE
e
IV. Para regular as relações concernentes aos bens, segundo as normas brasileiras de Direito
rt O
o IS L
Internacional, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
p
u U 67
S L 08- il.com
A) Está correta apenas a assertiva II.
um O .4 a
B) Estão corretas apenas as assertivas I e III.
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
C) Estão corretas apenas as assertivas II e IV.
d
A 2 pes
D) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV.
Comentário:
o o ll
i a n
b
a pois o reenvio nasce do conflito de leis no espaço, originando
A assertiva I estáfcorreta,
um choque entre sistemas legais e buscando solução no ordenamento jurídico de outro país.
O reenvio tem três graus de complexidade de conflitos: o reenvio de 1º grau envolve dois
países, o de 2º grau três países e o de 3º grau quatro países. A assertiva II está incorreta, pois,
de acordo com o art. 12, § 1º, da LINDB, só a autoridade judiciária brasileira tem competência
para conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. A assertiva III está correta,
apesar de o local da celebração do matrimônio não ser mais um elemento de conexão muito
empregado. A assertiva IV está correta, pois defini o elemento de conexão lex rei sitae,
16
Questão 4
Em controvérsia submetida ao juiz brasileiro sobre contrato firmado no exterior por brasileiro
domiciliado no exterior e estrangeiro domiciliado no Brasil, aplica-se ao mérito:
a l
Comentário:
io n
a c
c
A alternativa correta é a letra A, seguindo o elemento de conexão de acordo com o
u
E PE d S
local de constituição da obrigação (elemento locus regit actum), na forma do art. 9º da LINDB:
e
rt O
para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. As
p o IS L
demais estão incorretas, por exclusão. u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0Questão
@
h5
A 2 pes
o
TRF – 3ª Região – Juiz – 10º Concurso (adaptada)
o ll
A capacidade para suceder,aem
i n se tratando de fatos anormais, nos termos da Lei de
b Brasileiro atualmente em vigor, será regulada por:
faDireito
Introdução às Normas do
a) a lei do último domicílio do de cujus;
b) a lei do local do falecimento do de cujus;
testamento.
Comentário:
17
A alternativa correta é a letra C, pois, de acordo com o art. 10, § 2º, da LINDB, a lei do
domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. A alternativa A está
incorreta, pois obedece a lei do país em que era domiciliado o de cujus, tendo relevância com
relação à sucessão, mas não quanto a capacidade de suceder. A alternativa B está incorreta,
pois a LINDB não faz referência ao local de falecimento. A alternativa D está incorreta, pois
não é caso onde a lex fori permita a autonomia da vontade.
Questão 6
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-AM Prova: CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário -
Direito
a l
n
No que concerne à Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, à pessoa natural, aos
io
a c
direitos da personalidade e à desconsideração de pessoa jurídica, julgue o item a seguir.
u c
d S
Em se tratando de indivíduo de nacionalidade estrangeira domiciliado no Brasil, as regras
E PE
e
sobre o começo e o fim da sua personalidade, seu nome, sua capacidade civil e seus direitos
rt O
o IS L
de família são aquelas da legislação vigente no seu país de origem.
p
Comentário:
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
A assertiva está incorreta, pois, na forma do art. 7º da LINDB, “a lei do país em que
d V FAB 90.0 @h
domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome,
A 2 pes
a capacidade e os direitos de família”. Assim, são as leis do local de domicílio da pessoa que
o o ll
n
definirão as regras quanto a esses conteúdos.
ia
fa b
Questão 7
Ano: 2019 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2019 - TJ-MG -
Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
18
B) A sucessão de bens de estrangeiros, situados no país, será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, mesmo nas hipóteses em que a lei pessoal do
obedecem à lei do Estado em que se constituírem, mas só poderão ter filiais no Brasil depois
que os seus atos constitutivos forem aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei
brasileira.
bens imóveis além daqueles destinados à sede de sua representação, desde que essa
a l
Comentário:
io n
a c
A alternativa A está incorreta, pois, de acordo com o art. 10, § 2º, da LINDB, a lei do
u c
d S
domicílio do herdeiro ou legatário é que regula a capacidade para suceder. A alternativa B
E PE
e
rt O
está incorreta, pois só será regulada pela lei brasileira quando não lhes seja mais favorável a
p o IS L
lei pessoal do de cujus, na forma do art. 10, § 1º, da LINDB. A alternativa C está correta, pois é
u U 67
S L 08- il.com
hipótese prevista no art. 11, § 1º, da LINDB. A alternativa D está incorreta, pois, segundo o art.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0
11, § 2º, da LINDB, Governos estrangeiros não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou
t
V FAB 90.0 @h
susceptíveis de desapropriação em nenhuma hipótese.
d
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b Questão 8
José, de nacionalidade brasileira, era casado com Maria, de nacionalidade sueca, encontrando-
se o casal domiciliado no Brasil. Durante a viagem de “lua de mel”, na França, Maria, após o
jantar, veio a falecer, em razão de uma intoxicação alimentar. Maria, quando ainda era noiva
de José, havia realizado testamento em Londres, dispondo sobre os seus bens, entre eles dois
imóveis situados no Rio de Janeiro. À luz das regras de Direito Internacional Privado, assinale a
afirmativa correta.
19
A) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância
das formalidades, deverá ser aplicada a legislação brasileira, pois Maria encontrava- se
domiciliada no Brasil.
B) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância
das formalidades, deverá ser aplicada a legislação inglesa, local em que foi realizado o ato de
disposição de última vontade de Maria.
C) A autoridade judiciária brasileira não é competente para proceder ao inventário e à partilha
Comentário:
a l
io n
A alternativa A está incorreta, pois deverá ser aplicada a legislação inglesa, não a
a c
brasileira, pois as obrigações convencionais e as decorrentes de atos unilaterais serão regidas,
u c
d S
quanto à forma, pela lei do local onde se originaram. A alternativa B está correta, pois, já que
E PE
e
rt O
o testamento foi realizado em Londres, a legislação inglesa será aplicável no que concerne às
p o IS L
formalidades do ato, em conformidade com o art. 9º, caput, da LINDB. A alternativa C está
u U 67
S L 08- il.com
incorreta, pois a autoridade será competente para proceder ao inventário e à partilha dos
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0
bens situados no Brasil, já que o ordenamento jurídico pátrio prevê a competência absoluta
t
V FAB 90.0 @h
em relação aos bens, na forma do art. 23, II, do CPC. A alternativa D está incorreta, pois se
d
A 2 pes
refere à regra geral da sucessão internacional prevista no caput do art. 10 da LINDB, segundo
o o ll
a qual o regime sucessório será o da lei do país do último domicílio do falecido. Deste modo,
ia n
b
não importa qual a nacionalidade do de cujos, nem a natureza ou situação dos bens.
fa
Questão 9
Brasil a uma empresa pertencente a François, francês residente em Paris, para a realização de
investimentos no mercado imobiliário brasileiro. O contrato possui uma cláusula indicando a
20
aplicação da lei francesa. Em ação proposta por Paulo no Brasil, surge uma questão
envolvendo a capacidade de François para assumir e cumprir as obrigações previstas no
Comentário:
O art. 7º da LINDB estabelece que a lei do país em que domiciliada a pessoa determina
l
família. Assim, a lei que deve ser observada no caso é a do domicílio de François, ou seja, a lei
a
io n
francesa, estando correta a alternativa B e incorretas as demais, por exclusão.
a c
u c
E PE d S
Questão 10
e
rt O
p o IS L
u U 67
Ano: 2006 Banca: ND Órgão: OAB-DF Prova: ND - 2006 - OAB-DF - Exame de Ordem - 1 -
S L 08- il.com
Primeira Fase
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Considerando hipotético conflito de normas no espaço, determina a lei brasileira que as
d V FAB 90.0 @h
sociedades e as fundações obedeçam a lei:
A 2 pes
A) do Estado onde tiverem sua sede;
o o ll
i a n
B) do Estado da nacionalidade da maioria de seus acionistas;
b
fa em seus atos constitutivos;
C) do Estado que for indicado
Comentário:
21
GABARITO
Questão 1 - Correta
Questão 2 - D
Questão 3 - D
Questão 4 - A
Questão 5 - C
Questão 6 - Errada
a l
ion
Questão 7 - C
a c
Questão 8 - B u c
d S
E PE
Questão 9 - B e
rt O
p o IS L
Questão 10 - D u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
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A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
22
LEGISLAÇÃO COMPILADA
23
JURISPRUDÊNCIA
p o IS L
transação de compra de produtos para produção agrícola; a parte requerida alega que
u U 67
S L 08- il.com
não poderia haver homologação, em razão da ausência de poderes dos gestores para
r um N O .4
m a
outorgar poderes de representação judicial aos advogados brasileiros, bem como da
e IA 8 o 0 t
inexistência de tradução juramentada da procuração. 2. Os documentos dos autos
d V FAB 90.0 @h
informam que a parte requerente juntou a tradução juramentada da procuração (...). 3.
A 2 pes
Foram atendidos os demais requisitos, previstos na Lei de Introdução às Normas do
o o ll
Direito Brasileiro (LINDB), na Lei de Arbitragem (Lei n. 9.307/1995), no Código de
ia n
b
Processo Civil e no RISTJ. Pedido de homologação deferido. (STJ – SEC: 15977 EX
fa
2016/0210574-9, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento:
06/09/2017, CE – CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 15/09/2017).
24
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO. PROCESSUAL CIVIL. HOMOLOGAÇÃO DE
SENTENÇA ESTRANGEIRA. DIVÓRCIO CONSENSUAL. PRELIMINAR DE NULIDADE.
firmado no sentido se (sic) rejeitar tal preliminar de nulidade se for evidenciada ativa
tentativa de localização da parte contrária, sendo lícita a citação por edital, prevista nos
a l
art. 231 e 232 do Código de Processo Civil. Precedentes: SEX 9.386/EX, Rel. Ministro
io n
c
Raul Araújo, Corte Especial, DJe 18.2.2015; SEC 2.845/EX, Rel. Ministro Gilson Dipp, Corte
a
u c
Especial, DJe 26.6.2013. 3. Estando atendidos os requisitos da Resolução STJ n.
E PE d S
9/2005, bem como nos arts. 15 e 16 da LINDB (Decreto-Lei n. 4.657/1942), deve ser
e
rt O
o IS L
deferida a homologação. Pedido de homologação deferido. (STJ – SEC: 7804 EX
p
2014/0213753-6, Relator: u U 67
S L 08- il.com
Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento:
r um N O .4
m a
06/05/2015, CE – CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 25/05/2015).
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL JÚNIOR, Alberto do. Introdução ao direito internacional público. São Paulo: Atlas,
2008.
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 9. ed. rev., atual. e
a l
ampl. -- São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
io n
a c
c
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. 9ª ed.
u
Salvador: Juspodivm, 2017.
E PE d S
e
rt O
REZEK, Francisco. Direito internacional público – Curso Elementar. 17ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2018. p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de direito internacional público. São Paulo: Atlas,
m a
2002. e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
26
CARREIRA JURÍDICA
a l
ion
a c
c
Direito Internacional
t e E PE
u
d S
r LO
Capítulo
u p UIS 679 m
o
S L 08- il.co
e rum NO .4 ma
IA 080 ot
V A B 0 . h
Ad F 29 pes@
o llo
ia n
fa b
CAPÍTULOS
a l
ion
Capítulo 6 – Responsabilidade internacional e solução pacífica de controvérsias
a c
Capítulo 7 – Domínio público internacional
u c
E PE d S
e
rt O
Capítulo 8 – Introdução ao Direito Internacional Privado e aplicação da lei no espaço
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Capítulo 9 – Direito Processual Internacional
um O .4 a
Capítulo 10 – Outros ramos do Direito Internacional
r N m
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
1
SUMÁRIO
1.1. Introdução........................................................................................................................................................ 3
5. a l
Homologação de sentença estrangeira ................................................................................................ 12
io n
6. c
Litispendência internacional ....................................................................................................................... 15
a
u c
7.
d S
Cláusula de eleição de foro estrangeiro ............................................................................................... 17
E PE
e
rt O
QUADRO SINÓTICO ............................................................................................................................................... 19
p o IS L
u U 67
QUESTÕES COMENTADAS.................................................................................................................................. 21
S L 08- il.com
r um N O .4
GABARITO ................................................................................................................................................................... 31
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
LEGISLAÇÃO COMPILADA .................................................................................................................................. 32
d
A 2 pes
JURISPRUDÊNCIA....................................................................................................................................................... 34
o o ll
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................................ 38
ia n
fa b
2
DIREITO INTERNACIONAL
Capítulo 9
1.1. Introdução
l
O conjunto de preceitos que regulam a aplicação das normas de Direito Internacional
a
io n
Privado é denominado Direito Processual Internacional, que se relacionará tanto com o
a c
c
Direito Internacional Privado quanto com o Direito Processual Civil.
u
E PEd S
Assim, pode-se dizer que as normas de processo civil que se aplicam no âmbito do
r t e O
Direito Internacional Privado são as da
o
lex fori,
p IS apesar de que existe uma tendência de
L
Su LU 08-67il.com
uniformização dessas normas a nível internacional, geralmente através de tratados.
r um N O .4
m a
Como visto, o ordenamento jurídico interno é que indica qual a norma, seja ela nacional
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
ou estrangeira, que deve ser aplicada para solucionar um conflito de leis no espaço.
d
A 2 pes
o
A seguir, veremos como funciona o processo de aplicação do Direito estrangeiro no
o ll
âmbito interno brasileiro.
ia n
fa b
Verificação e prova
A verificação e a prova do Direito estrangeiro são regidas pela lex fori. Segundo o art.
14 da LINDB, o juiz brasileiro pode aplicar a lei estrangeira mesmo que de ofício, mas
caso não a conheça, ou seja, quando existir a necessidade de comprovar a norma
3
O Brasil é signatário do Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em
Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa (Protocolo de Las Leñas,
Interpretação e incidência
Verificada e provada a lei estrangeira, pode existir dúvidas acerca de sua interpretação e
de sua incidência sobre as relações jurídicas que tutela. Na forma do art. 376 do
Código de Processo Civil, “a parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro
ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar”. Assim,
a l
não deve ser aplicada, poder-se-á aplicar o Direito brasileiro. A interpretação da norma
io n
c
estrangeira deve ser da forma mais completa, de acordo com os preceitos da doutrina e
a
u c
jurisprudência estrangeiras, aplicando a norma em conformidade com o sentido que ela
tem no seu ordenamento pátrio. E PE d S
e
rt O
Exceções à aplicação
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Existem situações em que a norma estrangeira não pode ser aplicada no âmbito
r um N O .4
m a
interno, mesmo que norma indicativa de Direito Internacional Privado determine sua
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
incidência. Em regra, o art. 17 da LINDB estabelece que o Direito estrangeiro não
d
A 2 pes
poderá ser aplicado se ferir a ordem pública (violar princípios fundamentais da ordem
o o ll
jurídica brasileira), a soberania nacional (autoridade suprema do Estado em seu território
ia n
b
e sua independência) ou os bons costumes (preceitos de ordem moral). Além disso,
fa
podem impedir a aplicação de norma estrangeira: a fraude a lei (ação deliberada para
Direito estrangeiro; essa situação pode ser resolvida pela adaptação do instituto por
outro semelhante, reconhecido no âmbito interno) e a lei imperfeita (aquela que prevê
tanto a aplicação do Direito interno quanto do Direito estrangeiro; EX: art. 10, § 1º, da
LINDB).
4
2. Competência internacional do Brasil
Assim como podem surgir dúvidas acerca de qual norma aplicar em um conflito de leis
no espaço, pode haver dúvidas também a respeito de qual autoridade é competente para
conhecer o litígio resultante de uma relação privada com conexão internacional, se um juiz
nacional ou estrangeiro.
ressaltar que, já que cada Estado fixa suas normas a respeito do Direito Internacional Privado,
a l
a competência internacional é definida e se fundamenta no Direito interno. Ou seja, cada
io n
c
Estado pode fixar os poderes de seus órgãos jurisdicionais quanto ao tema.
a
u c
Os conflitos de competência podem ser:
E PE d S
e
rt O
a) Positivo: quando dois ou mais Estados estabeleceram que seus Poderes Judiciários são
p o IS L
internacionalmente competentes.
u U 67
S L 08- il.com
b) Negativo: quando nenhum Poder Judiciário for tido como competente.
r um N O .4
m a
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Ademais, a competência internacional obedece a duas regras básicas: o princípio
d V FAB 90.0 @h
segundo o qual, depois de determinada, a competência é firmada permanentemente
A 2 pes
perpetuatio fori)
( o
e a regra geral segundo a qual o réu submete-se à competência do Poder
o ll
Judiciário do Estado onde ele tem
i a n domicílio ou se encontre, independente da nacionalidade.
f a b
Ressalta-se também que existe a possibilidade de as partes em uma relação jurídica
Desse modo, inicialmente, deve-se analisar qual o juiz competente para julgar o caso,
pois, na competência internacional, deve-se observar primeiramente o Direito processual
nacional. Tal competência está elencada nos artigos 21, 22 e 23 do Código de Processo
Civil; os dois primeiros dispõem sobre a competência concorrente (com foros estrangeiros), já
5
o último dispõe sobre a competência exclusiva (do foro brasileiro). Após analisar o caso e
verificar a competência do juiz brasileiro, deve-se avaliar qual a legislação a ser aplicada, ou
Para saber qual é a localização da sede jurídica, deve-se analisar o caso sob três
situações jurídicas:
p
brasileiro tomará a decisão baseada na lei mexicana.o IS L
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o o ll
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1
Vide questão 10.
2
Vide questões 1 e 2.
6
3. Cooperação jurídica internacional
Porém, o Estado não pode realizar esses atos fora de seu território sem configurar uma
violação à soberania estatal de outro Estado. Desse modo, surge a necessidade de um
instituto que possibilite uma colaboração entre os Estados soberanos para solucionar
processos judiciais.
a l
Assim, a cooperação jurídica internacional pode ser entendida como um modo formal
io n
c
de solicitar a outro Estado alguma medida judicial, investigativa ou administrativa, necessária
a
u c
para um caso concreto em andamento. A priori, a possibilidade de cooperação jurídica
E PE d S
internacional aplica-se a todos os ramos do Direito interno, seja a regulamentação por leis ou
r um N O .4 a
Internacional, pois possibilita um apoio na solução de problemas internacionais, além de
m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
ajudar a promover relações amistosas entre os Estados.
d
A 2 pes
Além de tratados bilaterais sobre o tema, o Brasil é signatário de diversas Convenções
o o ll
i a n
que visam regulamentar a cooperação jurídica internacional no âmbito de várias temáticas. A
b
fa citar a Convenção Interamericana sobre Prova e Informação
título de exemplo, pode-se
acerca do Direito Estrangeiro, de 1979 (Convenção de Montevidéu, Decreto nº 1.925/1996),
3
Vide questão 4.
7
Carta rogatória: são pedidos feitos pelo juiz de um Estado ao Poder Judiciário
de outro ente estatal, com o objetivo de buscar colaboração para prática de atos
processuais. Será mais estudada a seguir.
Auxílio direto: cabível quando a medida não decorrer diretamente de decisão
de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no
Brasil. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro
interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a
autenticidade e a clareza do pedido. Compete ao juízo federal, do lugar em que
deva ser executada a medida, apreciar o pedido de auxílio direto passivo que
demande prestação de atividade jurisdicional.4
Autoridade central: trata-se de um ponto unificado de contato para a
tramitação dos pedidos de cooperação jurídica internacional, com vistas à
a l
n
efetividade e à celeridade desses pedidos. No Brasil, o Ministério da Justiça
io
c
exerce essa função para a maioria dos acordos internacionais em vigor.
a
u c
E PE d S
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rt O
p o IS L
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A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
4
Vide questão 3.
8
4. Cartas Rogatórias
geralmente é feito por via diplomática, ou por algum outro modo especificado em eventual
tratado entre as partes. a l
io n
a c
No geral, o ente estatal não é obrigado a atender à rogatória, exceto se atendidos os
u c
d S
requisitos fixados em seu ordenamento jurídico ou em tratados do qual seja signatário tanto o
E PE
e
Estado rogante (que solicita a cooperação) quanto o Estado rogado (o que é solicitado).
rt O
p o IS L
Ademais, se o pedido da rogatória for atendido, seu conteúdo será subordinado à norma do
u U 67
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Estado rogante, mas sua forma de execução, à norma do Estado rogado.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
O Brasil é signatário da Convenção Interamericana sobre Cartas Rogatórias, de 1975
d V FAB 90.0 @h
(Decreto nº 1.899/1996), e seu Protocolo Adicional, de 1979 (Decreto nº 2.022/1996), acerca
A 2 pes
da cooperação jurídica internacional às rogatórias em matéria civil e comercial. Abrangem
o o ll
n
apenas os atos de mera tramitação, não se aplicando outros tipos de atos, como os
ia
executórios. fa b
No Brasil, a carta rogatória tem previsão em vários instrumentos: na Constituição
Federal, nos art. 105, I, “i”, e art. 109, X; no Código de Processo Civil, nos arts. 36, 237, II,
260 ao 263, 377; no Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no art. 21, XI;
na Resolução nº 9 do STJ, de 2005, que dispõe sobre a matéria, em caráter transitório, sobre
a competência do STJ quanto às cartas rogatórias. Para a doutrina brasileira, existem dois tipos
de rogatórias:
9
a) Rogatórias ativas
São aquelas expedidas por autoridade judiciária brasileira, recebidas por Estado
estrangeiro. Seus requisitos, no âmbito interno brasileiro, são aqueles previstos nos
supramencionados artigos do Código de Processo Civil. Seu subscritor deve ser
vinculado ao Poder Judiciário. Além disso, seu objeto deve ser lícito à luz da legislação
brasileira. A expedição de carta rogatória suspende o processo quando a sentença não
puder ser proferida senão depois de verificado certo fato ou de produzida certa prova,
e quando, tendo sido requeridos antes da decisão de saneamento, a prova neles
solicitada for imprescindível. O prazo processual começa a correr a partir da data da
juntada da carta devidamente cumprida aos autos (art. 231, VI, do CPC); a carta
rogatória não devolvida no prazo ou concedida sem efeito suspensivo poderão ser
juntadas aos autos a qualquer momento (art. 377, parágrafo único, do CPC). Ademais,
a l
n
lembra-se que o cumprimento da carta rogatória em Estado estrangeiro obedecerá às
io
normas processuais deste.
a c
b) Rogatórias passivas u c
E PE d S
São aquelas expedidas por autoridade judiciária estrangeira, recebidas pelo Brasil. Para
e
rt O
serem cumpridas no Brasil, a rogatória dependerá do exequatur concedido pelo
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Presidente do STJ, ou por sua Corte Especial, no caso da impugnação às rogatórias
r um
decisórias (art. 105, I, “i”, da Constituição Federal, e art. 12, § 2º, da LINDB),
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
pendente o cumprimento dos requisitos estabelecidos pela Resolução nº 9 do STJ e
d V FAB 90.0 @h
também por eventuais tratados. O exame da rogatória pelo STJ é meramente de
A 2 pes
delibação (avaliar as condições de sua execução), não tratando do mérito nem das
o o ll
razões da carta, sob pena de violar a soberania do Estado rogante.
ia n
b
São requisitos para a rogatória ser concedida: ser autêntica, não ofender a soberania
fa
nacional ou a ordem pública brasileiras, não ser referente a processo de competência
exclusiva da autoridade judiciária brasileira (poderá ser cumprida se a competência for
concorrente), não implicar em atos executórios ou que dependa da homologação da
sentença que os determina.5
O art. 7º, parágrafo único, da Resolução nº 9 do STJ, estabelece que os pedidos de
cooperação jurídica internacional que tiverem como objeto atos que não ensejam juízo
de delibação pelo STJ, mesmo que sob o nome de “carta rogatória”, podem ser
5
Vide questão 5.
10
encaminhados para o Ministério da Justiça, para que seja cumprido o ato por meio do
auxílio direto. Porém, esse não é o entendimento jurisprudencial, que aplica no sentido
da obrigatoriedade da execução de diligências estrangeiras pelo processo da rogatória.
A parte interessada pode ser citada para, no prazo de 15 dias, impugnar a rogatória. O
Ministério Público também terá vista dos autos, pelo prazo de 10 dias, podendo
impugna-la também. Havendo impugnação, o processo poderá ser distribuído para
julgamento pela Corte Especial do STJ. A execução das rogatórias após o exequatur é
competência do Juízo Federal de 1º grau. Cumprida a rogatória, ela será devolvida ao
Presidente do STJ no prazo de 10 dias após sua execução, sendo remetida, também em
10 dias, através do Ministério da Justiça ou do Ministério das Relações Exteriores, para o
Estado rogante.
a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
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S L 08- il.com
r um N O .4
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d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
11
5. Homologação de sentença estrangeira
outros Estados que não o seu, porém, sua eficácia está condicionada ao consentimento do
outro Estado, onde a sentença deverá ser executada, geralmente através do instituto da
homologação de sentença estrangeira.
a l
proferida em um ente estatal, possa ser executada no território de outro Estado, viabilizando e
io n
c
estendendo sua eficácia jurídica em um território onde seu Estado não exerce soberania.
a
u c
“Homologar a sentença estrangeira” pode ser traduzida por tornar tal sentença semelhante,
E PE d S
quanto aos seus efeitos, àquelas que são proferidas em âmbito nacional. Ou seja, uma vez
e
rt O
homologada, a sentença estrangeira produzirá os mesmos efeitos de uma sentença nacional.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
A decisão judicial de outro Estado só poderá ser homologada se não violar as restrições
r um N O .4 a
referentes à aplicação de normas estrangeiras, como já visto. Não obstante, a homologação
m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
visa facilitar as relações internacionais, evitando a necessidade de ter que iniciar um outro
d
A 2 pes
processo judicial para o mesmo direito ser reconhecido, mas em Estados diferentes.
o o ll
i a n
Ademais, ressalta-se que a homologação não é automática, sendo necessário o
b
fa determinados pelo ordenamento jurídico do Estado ao qual é
cumprimento dos requisitos
solicitado a homologação. No Brasil, é realizado mero juízo de delibação, não adentrando no
mérito da decisão a ser homologada, mas apenas examinando os pressupostos formais, salvo
nos casos de afronta à ordem pública, à soberania nacional e aos bons costumes.
na Constituição Federal, nos art. 105, I, “i”, e art. 109, X; no Código de Processo Civil, no
art. 960 ao art. 965; na LINDB, no art. 15 ao art. 17; na Resolução nº 9 do STJ, de 2005,
que dispõe sobre a matéria, em caráter transitório. Além disso, a matéria também pode ser
12
regulamentada através de tratados internacionais; além dos tratados bilaterais, também,
destacam-se, dentre outros: o Código de Bustamante (Decreto nº 18.871/1929), entre os
a l
io n
a c
u c
E PE d S
As decisões interlocutórias e os despachos de mero expediente não são homologáveis,
e
rt O
o IS L
já que não têm natureza de sentença, mas sim de meros atos processuais. Para serem
p
u U 67
S L 08- il.com
cumpridos no Brasil, o instrumento correto é o da carta rogatória.
r um N O .4
m a
0 t
Não obstante, os atos que têm as mesmas características e os mesmos efeitos de uma
e IA 8 o
d V FAB 90.0 @h
sentença judicial, ainda que não sejam tecnicamente sentenças, que não tenham essa
A 2 pes
nomenclatura ou que não tenham sido proferidas por juízes, são passíveis de homologação.
o o ll
Como principal exemplo, tem-se os laudos arbitrais estrangeiros.
n
b ia
fa
Além de ser homologada pelo STJ, no geral, como requisitos para a homologação da
sentença estrangeira, ela deve ter sido proferida por juiz competente, respeitado o devido
processo legal (especialmente quanto à citação das partes), ter transitado em julgado e ser
passível de execução, estar traduzida por intérprete autorizado (tradutor oficial e juramentado)
e autenticada pela autoridade consular brasileira.6
6
Vide questão 7.
13
Ademais, ressalta-se que, além das sentenças estrangeiras que violam a soberania
nacional, a ordem pública e os bons costumes, também não serão homologadas as sentenças
relativas às hipóteses previstas no art. 23, do CPC, por ser de competência exclusiva do Brasil.
homologação, a partir do requerimento da parte interessada; a outra parte tem 15 dias para
contestar o pedido de homologação, e o Ministério Público tem 10 dias de vista dos autos,
7
Vide questão 9.
14
6. Litispendência internacional
A litispendência ocorre quando há, pelo menos, dois processos iguais (mesmas partes,
Os ordenamentos jurídicos internos dos Estados (lex fori) disciplinam as regras relativas
a
à litispendência internacional. Porém, o ordenamento jurídico brasileiro prevê que apenas al
io n
c
litispendência no âmbito interno é que pressupõe a extinção do processo sem o exame de
a
mérito. Nesse sentido, dispõe o art. 24 do Código de Processo Civil:
u c
E PE d S
e
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não
rt O
o IS L
obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são
p
u U 67
S L 08- il.com
conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos
r um
bilaterais em vigor no Brasil.
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a
d V FAB 90.0 @h
homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no
A 2 pes
Brasil.
oo ll
a
Assim, o mesmo processo
i n pode ser objeto de exame pelo Judiciário brasileiro e
fab estrangeiro, podendo a sentença estrangeira, inclusive, vir a
também por Poder Judiciário
produzir efeitos no âmbito interno brasileiro, não havendo a extinção do processo.9
8
Vide questão 8.
9
Vide questão 6.
15
Se for o caso de competência exclusiva da autoridade brasileira, não haverá
a l
n
Há discussão na doutrina e na jurisprudência a respeito da execução das decisões
io
a c
decorrentes de processos litispendentes. Uma corrente acredita que a decisão que deve
u c
d S
prevalecer é a que transite em julgado primeiro: se a decisão estrangeira for homologada pelo
E PE
e
Superior Tribunal de Justiça (STJ) antes de transitada em julgada a decisão brasileira, aquela
rt O
p
valerá, sendo o processo brasileiro extinto. o IS L
No entanto, outra corrente acredita que a
u U 67
S L 08- il.com
sentença estrangeira não pode se sobrepor à nacional quando aquela puder modificar esta,
r um N O .4
sob pena de ofensa à soberania nacional.
m a
e IA 8 o 0 t
Contudo, d V FAB 90.0 @h
independente da corrente, tem-se que a sentença estrangeira não
A 2 pes
homologada pelo STJ não repercute sobre o processo em trâmite interno brasileiro. Nesse
o o ll
i a n
sentido, se a sentença brasileira transitar em julgado, a sentença estrangeira não poderá ser
b
faprocesso de homologação deverá ser extinto sem julgamento de
homologada, e eventual
mérito.
16
7. Cláusula de eleição de foro estrangeiro
por determinar qual o foro competente para conhecer eventuais causas relativas ao
compromisso fixado no exterior.
Essa cláusula pode ser expressa (quando se faz presente em tratados internacionais) ou
tácita (ocorre quando o réu não arguiu, na forma da lei, a exceção declinatória de foro em
processo que já tenha iniciado). No entanto, importante ressaltar que a cláusula, em qualquer
um dos casos, deve resultar de alguma expressão inequívoca da vontade das partes, por
menor que seja, tendo resultado de um consentimento consciente e específico. a l
io n
a c
A cláusula de eleição de foro estrangeiro é permitida no âmbito do Direito Internacional
u c
d S
na forma do Protocolo de Buenos Aires sobre Jurisdição Internacional em Matéria
E PE
Contratual, de 1994 (Decreto nº 2.095/1996). e
rt O
p o IS L
u U 67
Em razão da alta frequência do uso da cláusula de eleição de foro estrangeiro, o art. 25
S L 08- il.com
r um
do Código de Processo Civil de 2015 previu que:
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento
A 2 pes
da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato
internacional, arguida pelo réu na contestação.
o o ll
n o disposto no caput às hipóteses de competência internacional
§ 1º Não seaaplica
i
fabprevistas neste Capítulo.
exclusiva
17
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada
ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de
domicílio do réu.
Assim, se a cláusula de eleição de foro estrangeiro for válida, o réu domiciliado no Brasil
terá que se submeter à jurisdição estrangeira. Além disso, a eventual sentença condenatória
pode ser homologada para gerar efeitos no âmbito interno do Brasil.
l
convenção das partes. Porém, como visto, o art. 63 permite a modificação da competência em
a
io
razão do valor e do território, quando constar de instrumento escrito e específico. n
a c
u c
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18
QUADRO SINÓTICO
19
CARTAS ROGATÓRIAS
ATIVAS PASSIVAS
Devem obedecer ao disposto em tratados; Requerem exequatur do STJ
na falta deles, devem ser enviados por via
diplomática ou pelas autoridades centrais
Só podem emanar de órgãos do Poder Juízo de delibação: não há exame de mérito
Judiciário
Seu objeto deve ser lícito à luz da legislação Devem ser autênticas, sem violar a soberania e
brasileira a ordem públicas, não sendo cumpridas se
implicarem em atos executórios
Seu cumprimento no Estado estrangeiro Seu cumprimento no Brasil obedecerá à
obedecerá à norma processual deste norma processual deste
a l
io n
a c
u c
E PE d S
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20
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
Questão 2
Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado
contrato internacional de compra e venda com a sociedade empresária Voe Rápido Ltda, com
sede na Argentina. O contrato foi celebrado no Japão, em razão de uma feira promocional
21
que ali se realizava. Conforme estipulado no contrato, as aeronaves deveriam ser entregues
pela Airplane Ltda., na cidade do Rio de Janeiro, no dia 1º de abril de 2011, onde a sociedade
Voe Rápido Ltda. possui uma filial e realiza a atividade empresarial de transporte de
passageiros.
Diante da situação exposta, à luz das regras de Direito Internacional Privado veiculadas na Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no estatuto processual civil brasileiro
(Código de Processo Civil – CPC), assinale a afirmativa INCORRETA.
contrato.
B) No tocante à regência das obrigações, aplica-se, no caso vertente, a legislação japonesa.
a
C) O Poder Judiciário Brasileiro não é competente para julgar eventual ação por
l
io n
c
inadimplemento contratual, pois o contrato não foi constituído no Brasil.
a
u c
D) O juiz, não conhecendo a lei estrangeira, poderá exigir de quem a invoca prova do texto e
da vigência. E PE d S
e
rt O
Comentário:
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
O gabarito é a letra C, que está incorreta. De acordo tanto com o art. 21, inciso II, do
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0
CPC, e o art. 12 da LINDB, compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as
t
V FAB 90.0 @h
ações em que no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação. Portanto, apesar de o contrato ter
d
A 2 pes
sido celebrado no Japão, sua execução (ou seja, a obrigação) deveria ter sido cumprida no
o o ll
Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. A letra A está correta, pois a autoridade brasileira é
ia n
b
competente nesta ação. A letra B está correta, na forma do art. 9º da LINDB. A letra D está
fa
correta, conforme o art. 14 da LINDB.
22
Questão 3
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-AC Prova: VUNESP - 2019 - TJ-AC - Juiz de Direito
Substituto
A cooperação jurídica internacional pode ser entendida como um modo formal de solicitar a
outro país alguma medida judicial, investigativa ou administrativa, necessária para um caso
concreto em andamento. Uma das inovações trazidas pelo Código de Processo Civil de 2015
foi regular a cooperação internacional em seu texto, nos seguinte termos:
Justiça. A alternativa B está correta, pois em consonância com o art. 34 do CPC. A alternativa C
está incorreta, pois a regra é que a cooperação jurídica internacional será regida por tratado
de que o Brasil faz parte (art. 26 do CPC), sendo a reciprocidade a exceção (§ 1º). A alternativa
23
Questão 4
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado
outra jurisdição, nos termos das disposições dos tratados em vigor e das normas processuais
brasileiras.
Para instruir processo a ser iniciado ou já em curso, no Brasil ou no exterior, não é admitida,
no entanto, a solicitação de colheita de provas:
um O .4 a
ativa (o juízo do Brasil para o juízo estrangeiro) ou passiva (o estrangeiro pede para o
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
brasileiro) são instrumentos adequados para a colheita de provas (art. 36, CPC). A alternativa D
d
A 2 pes
também está correta, pois o auxílio direto é cabível quando a medida não decorrer
o ll
diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de
o
ia n
delibação no Brasil (art. 28, CPC).
fa b
Questão 5
país;
b) Seja oriunda de país que não tenha tratado para cumprimento de rogatória com o nosso
país;
24
c) Que ofenda a soberania nacional ou a ordem pública;
Comentário:
exequatur, de cartas rogatórias passivas, não ativas. A alternativa B está incorreta, pois não
necessariamente a concessão de exequatur dependerá de tratados, podendo ser concedida
pela mera promessa de reciprocidade. A alternativa C está correta, pois em conformidade com
a l
Questão 6
io n
a c
c
Ano: 2017 Banca: TRF - 2ª Região Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: TRF - 2ª Região - 2017 -
u
TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto
E PE d S
e
rt O
Na hipótese de idêntica ação ser proposta no Brasil e no exterior, e inexistindo Tratado com o
p o IS L
país estrangeiro, marque a opção correta: u U 67
S L 08- il.com
A) A litispendência internacional não pode ser conhecida de ofício e deve ser arguida. Arguida,
r um N O .4
m a
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ela impede que o juiz brasileiro dê curso à ação intentada no Brasil se a questão já tiver sido
d V FAB 90.0 @h
submetida a juiz estrangeiro.
A 2 pes
B) A litispendência internacional pode ser conhecida de ofício e impede que o juiz brasileiro
o o ll
i a n
dê curso à ação intentada no Brasil se a questão já está submetida a juiz estrangeiro.
C) Em tema afeto à fa b
soberania, os Estados estrangeiros estão impedidos de conhecer
demandas que versem sobre causas situadas no território de outras soberanias, sob pena de
responsabilização internacional.
D) Se uma sentença brasileira decidir determinada questão que também tenha sido decidida
por sentença estrangeira, será sempre a sentença brasileira a que produzirá efeitos no Brasil.
E) A ação intentada no estrangeiro não impede que a mesma questão seja submetida a juiz
25
Comentário:
As alternativas A e B estão incorretas, pois, de acordo com o art. 24, do CPC, a ação
proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade
judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Desse modo, a alternativa E está correta. A alternativa C está incorreta, pois existem exceções,
já que a soberania de um Estado não é absoluta, podendo haver casos em que um Estado
d V FAB 90.0 @h
C) estar acompanhada de tradução, podendo ser juramentada ou não.
A 2 pes
D) ser decisão proferida por órgão colegiado ou tribunal.
o o ll
n
E) terem sido as partes citadas adequadamente, não se admitindo a figura da revelia.
ia
Comentário: fa b
Os requisitos para a homologação da sentença estrangeira estão previstos no art. 15 da
LINDB e no art. 5º da Resolução nº 9 do STJ. Dentre eles, está que a sentença deve ter sido
proferida por autoridade competente, portanto, o gabarito é a letra A. Assim, as demais
26
Questão 8
Ano: 2010 Banca: TRF - 4ª REGIÃO Órgão: TRF - 4ª REGIÃO Prova: TRF - 4ª REGIÃO - 2010
l
sentença estrangeira, contra essa é passível de arguição como defesa apenas a questão
a
io n
relativa à observância dos requisitos para a homologação, sendo vedado à arguição versar
a c
sobre outras questões.
u c
d S
IV. Havendo tramitação de duas ações idênticas paralelamente (competência concorrente) na
E PE
e
rt O
jurisdição estrangeira e jurisdição nacional e ocorrendo o trânsito em julgado da sentença
p o IS L
u U 67
estrangeira e sua homologação no Brasil, deverá ser extinto o processo no Brasil pela
S L 08- il.com
ocorrência de coisa julgada estrangeira.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V. Poderá ser homologada pelo tribunal competente do Brasil a sentença estrangeira já
d V FAB 90.0 @h
transitada em julgado relativa a sucessão mortis causa que dispõe sobre bem imóvel situado
no Brasil.
A 2 pes
o o ll
n
A) Está correta apenas a assertiva III.
ia
fa b
B) Está correta apenas a assertiva IV.
Comentário:
27
na Resolução nº 09 do STJ. A assertiva III está incorreta, pois a parte interessada poderá versar
sobre a autenticidade dos documentos, a inteligência da decisão, bem como a eventual
litispendência, quando esta é homologada, passa a ter eficácia no Brasil. não é passível de
homologação, já que é competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira conhecer de
Questão 9
Ano: 2015 Banca: NC-UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova: NC-UFPR - 2015 - ITAIPU
BINACIONAL – Direito (ADAPTADA)
a l
n
A respeito da cooperação jurídica internacional, assinale a alternativa correta.
io
a c
A) Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, incabível a concessão de cartas
u c
rogatórias com conteúdo decisório.
E PE d S
e
B) De acordo com o regimento interno do Superior Tribunal de Justiça, inadmite-se a
rt O
homologação parcial de sentença estrangeira.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
C) O Ministério Público Federal terá vista do processo de homologação de sentença
um O .4 a
estrangeira, podendo impugná-lo se assim o entender.
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
D) A cooperação jurídica, mediante auxílio direto, depende de juízo de deliberação via
d
A 2 pes
Superior Tribunal de Justiça.
Comentário:
o o ll
i a n
b
fa incorreta, pois o art. 7º da Resolução nº 9 do STJ estabelece que as
A alternativa A está
cartas rogatórias podem ter por objeto atos decisórios ou não decisórios. A alternativa B está
incorreta, pois o art. 4º, § 2º, admite homologação parcial de sentença estrangeira. A
alternativa C está correta, pois, de acordo com o art. 10, o Ministério Público terá vista dos
autos nas cartas rogatórias e homologações de sentenças estrangeiras, pelo prazo de dez dias,
podendo impugná-las. A alternativa D está incorreta, pois, de acordo com o parágrafo único
28
Questão 10
Ano: 2011 Banca: CESPE Órgão: TRF - 1ª REGIÃO Prova: CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO -
Juiz Federal
Considerando a legislação brasileira relativa à competência jurisdicional nas relações jurídicas
concedida a sentença de qualquer natureza, com exceção das que sejam meramente
a l
declaratórias do estado das pessoas.
io n
a c
c
C) A carta rogatória obedecerá, quanto à admissibilidade e ao modo de cumprimento, ao
u
d S
disposto na legislação brasileira, devendo necessariamente ser remetida aos juízes ou tribunais
E PE
e
rt O
estrangeiros por contato direto entre as autoridades judiciárias dos Estados envolvidos.
p o IS L
u U 67
D) Não conhecendo a lei estrangeira, o juiz brasileiro não pode exigir da parte que a invoque
S L 08- il.com
o fornecimento de prova do seu texto e vigência, mas, sim, solicitar às autoridades de outro
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Estado os elementos de prova ou informação sobre o texto, sentido e alcance legal de seu
direito.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
E) A competência jurisdicional brasileira é territorial-relativa e incide sobre o estrangeiro
o o ll
n
domiciliado no país, sendo competente também o juiz brasileiro quando a obrigação tiver de
ia
fa b
ser cumprida no Brasil e quando a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no
território nacional.
Comentário:
29
Justiça ou do Ministério das Relações Exteriores, para o Estado rogante. A alternativa D está
incorreta, pois, de acordo com o art. 14 da LINDB, não conhecendo a lei estrangeira, poderá o
juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. A alternativa E está correta, em
conformidade com o art. 21, II, do CPC.
a l
io n
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
30
GABARITO
Questão 1 - B
Questão 2 - C
Questão 3 - B
Questão 4 - C
Questão 5 - C a l
ion
Questão 6 - E
a c
u c
Questão 7 - A d S
E PE
Questão 8 - B e
rt O
p o IS L
Questão 9 - C u U 67
S L 08- il.com
Questão 10 - E
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
31
LEGISLAÇÃO COMPILADA
Art. 12
Art. 14 – art. 17
32
Súmulas do Supremo Tribunal Federal (STF)
Súmula 259: Para produzir efeito em juízo não é necessária a inscrição, no
Registro Público, de documentos de procedência estrangeira, autenticados por via
consular.
a l
io n
a c
u c
E PE d S
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JURISPRUDÊNCIA
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situação do paciente submetido à jurisdição nacional se subsume inclui-se na regra
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ordinária, segundo a qual as ações de alimentos e as respectivas execuções devem ser
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processadas e cumpridas no foro do domicílio do alimentando. 3. O habeas corpus não
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é admitido como sucedâneo ou substitutivo do recurso ordinário. 4. Agravo interno não
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provido (STJ - AgInt: 369350 SP 2016/0228691-8, Relator: Ministro RICARDO VILLAS
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BÔAS CUEVA, Data de Julgamento: 14/02/2017, T3 – TERCEIRA TURMA, Data de
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Publicação: DJe 20/02/2017).
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STJ: AgInt no AgRg no HC: 449017/PR (parte da ementa):
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PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL DA DECISÃO QUE NÃO CONHECEU DO
HABEAS CORPUS. EVASÃO DE DIVISAS. COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL.
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Brasil, com concordância das autoridades respectivas de ambos os Países, sem ressalvas,
encontra respaldo em convenções internacionais de cooperação jurídica das quais o
Brasil é signatário, pois há previsão de ampla cooperação entre os países. III – Não
obstante as alegações de nulidade deduzidas do presente writ, verifica-se que o e.
não faz restrições quanto ao uso das provas constantes de tal investigação, quando da
referida remessa. IV – Nos limites afetos ao âmbito de cognição do writ, afigura-se
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investigar e processar o paciente pelo delito de evasão de divisas, já que se trata de
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fato delituoso diretamente vinculado à persecução penal objeto da cooperação, que
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teve como foto central delitos de corrupção e lavagem de capitais, valendo registrar
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que não se impôs qualquer limitação ao alcance das informações e aos meios de prova
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compartilhados. (...). Agravo Regimental desprovido. (STJ – AgInt no AgRg no HC:
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449017 PR 2018/0107139-8, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de Julgamento:
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18/10/2018, T5 – QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 23/10/2018).
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o carta rogatória e exequatur
Jurisprudência do STJ sobre
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i n 11165
STJ: AgInt naaCR:
COMPETÊNCIA
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DA PRESIDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA
MANIFESTAÇÃO QUANTO À PRESCINDIBILIDADE OU NÃO DO EXEQUATUR EM
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Compete ao Superior Tribunal de Justiça, exclusivamente, como antes competia ao
Supremo Tribunal Federal, a análise dos requisitos para a concessão de exequatur às
cartas rogatórias, nos termos do art. 105 da Constituição da República e do art. 216-O
do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. 2. A carta rogatória e o auxílio
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Tribunal de Justiça é no sentido de que os tratados e convenções internacionais de
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caráter normativo incorporados ao sistema jurídico brasileiro têm eficácia de lei
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ordinária e força normativa. 4. Na carta rogatória passiva, existe decisão judicial oriunda
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de juízos ou tribunais estrangeiros que, para serem executados em território nacional,
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precisam do juízo de delibação do Superior Tribunal de Justiça, sem, contudo, adentrar-
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se no mérito da decisão proveniente do país alienígena. No auxílio direto, há um
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pedido de assistência do Estado estrangeiro diretamente ao Estado rogado, no exercício
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de atividade investigatória, para que este preste as informações solicitadas ou, havendo
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necessidade legal, submeta o pedido à Justiça Federal competente para julgar a
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providência requerida (medidas acautelatórias), conforme o caso concreto. A assistência
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direta decorre de acordo nou tratado internacional de cooperação em que o Brasil é,
necessariamente,fa
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signatário. 5. No caso em apreço, não há decisão judicial norte-
americana a ser submetida ao juízo delibatório do Superior Tribunal de Justiça. O que
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL JÚNIOR, Alberto do. Introdução ao direito internacional público. São Paulo: Atlas,
2008.
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional público. 9. ed. rev., atual. e
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ampl. -- São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
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PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. 9ª ed.
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Salvador: Juspodivm, 2017.
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REZEK, Francisco. Direito internacional público – Curso Elementar. 17ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2018. p o IS L
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SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de direito internacional público. São Paulo: Atlas,
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