878-Denize Cruz e Silva e Célia Maria de Medeiros
878-Denize Cruz e Silva e Célia Maria de Medeiros
878-Denize Cruz e Silva e Célia Maria de Medeiros
Introdução
"A leitura faz ao homem completo; a conversa, ágil, e o escrever, preciso."
Francis Bacon
Não é novidade ouvir inquietações dos professores da academia no que diz respeito às
dificuldades que seus alunos apresentam na expressão oral, na leitura e na escrita de
determinados gêneros mais formais quando solicitados a realizarem tais práticas. Desta forma,
é de relevante importância investigar as causas dessas dificuldades e, a partir, delas trabalhar
para extinguir ou pelo menos minimizá-las. No que diz respeito ao curso de Pedagogia, ler e
escrever teoricamente tornou-se não só uma exigência do curso, como também necessidade
pessoal e profissional de cada discente.
Assim, a disciplina Leitura e Produção de Texto, principalmente, vem contribuindo
com a formação desses alunos, visto que é ofertada no primeiro período do curso e é a única
que trabalha os diversos gêneros acadêmicos, além de estratégias de leitura e de estudo. Dessa
maneira, é notória a evolução dos discentes no que diz respeito à prática leitora e escritora de
textos científicos. Tal evolução pode ser acompanhada de perto pela monitora do projeto
“Práticas de Leitura e Escrita na Academia: saberes na esfera científica”, projeto esse ainda
em andamento e sendo encabeçado pela professora titular da disciplina acima mencionada,
Célia Maria de Medeiros, e executado pela discente Denize Cruz e Silva, graduanda no curso
de Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no campus Caicó.
Este trabalho está fundamentado, principalmente, por Medeiros (2011), no qual ele faz
um aporte sobre as práticas de leitura, como estas podem ser desenvolvidas de maneira mais
eficaz, além de discutir algumas estratégias de leitura que ajudam nos estudos. Em seguida,
recorremos à Antunes (2005) para tratar dos fatores de textualidade, quais sejam: a coesão e
coerência textuais. Por fim, Motta-Roth e Hendges (2010) que, em seus escritos, apresenta a
relevância de graduandos de quaisquer cursos em produzir e publicar textos acadêmicos na
esfera científica.
Para construir as possíveis respostas às nossas indagações de pesquisa, empregamos
uma metodologia que se inscreve nos parâmetros da investigação qualitativa e quantitativa.
Foram selecionadas dez (10) discentes do 3º, 5º e 7º de Pedagogia da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte - campus Caicó. É importante lembrar que a nossa pretensão é de
compreender o processo de formação do aluno-leitor-escritor dos discentes no decorrer do
curso, mas especificamente a partir da disciplina de Leitura e Produção de Texto.
O questionário aplicado aos discentes, previamente selecionados, continha 15 questões
objetivas que correspondia, de forma geral, a uma pequena autoavaliação que os entrevistados
faziam sobre sua própria evolução na leitura e escrita antes, durante e após a disciplina. Os
resultados foram analisados, tabulados e serão apresentados no corpo do artigo. Os dados
coletados serão mostrados em forma de gráficos com respectivas avaliações e comentários.
Segundo Kleiman (1996), leitura é uma interação em que o autor e leitor constroem os
sentidos de um texto, implicando em dizer que, para o fenômeno da compreensão, este traz
sua experiência sociocultural.
A leitura aparece como um mecanismo específico de conscientização para o indivíduo,
ou seja, ela o leva ao encontro do conhecimento, sendo isto um fator muito importante na
aquisição de novas experiências e habilidades. Diante disso, a leitura torna-se, para este
indivíduo, um instrumento de libertação, pois acaba levando-o ao encontro da realidade
sociocultural, sendo, portanto, o caminho para a comunicação dos indivíduos na sociedade.
Para a escola, a leitura aparece como um caminho para uma boa aprendizagem, porque é
através dela que o aluno desenvolve a compreensão.
As estratégias do leitor são classificadas em cognitivas e metacognitivas. As
estratégias cognitivas da leitura são as operações inconscientes do leitor, que ele utiliza para
atingir algum objetivo na leitura; e as estratégias metacognitivas são as operações que o leitor
realiza com algum objetivo em mente, tendo controle consciente, no sentido de ser capaz de
dizer e explicar sua própria ação. (KLEIMAN, 1996, p. 50).
Na perspectiva de Geraldi (1997), o trabalho com leitura vem sendo tratado em dois
sentidos: o que o leitor tem a dizer sobre o texto que lê; e as estratégias do dizer do
locutor/autor do texto. O autor destaca que “o produto do trabalho de produção se oferece ao
leitor, e nele se realiza a cada leitura, num processo dialógico [...]” (GERALDI, 1997, p. 166).
Portanto, é a partir do encontro do leitor com o autor que o sentido do texto se constitui.
De acordo com Geraldi:
A leitura eficiente deve ser rápida e seletiva, mas não indiscriminada. O cérebro
deve trabalhar de maneira seletiva, usando o que ele, o leitor, já sabe e, analisando o
mínimo de informação visual necessária à verificação, o que pode ser previsto no texto.
(LIBERATO; FULGÊNCIO, 2007).
90
80
70
60
50 Homens
40
Mulheres
30
20
10
0
Homens Mulheres
Gráfico 11 - Ao fazer uma leitura você se depara com palavras, expressões ou até
frases de difícil compreensão. O que você faz?
Considerações Finais
Referências
ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial,
2005.
BRANDÃO, Ana Carolina Perrusi; SOUSA ROSA, Ester Calland de. Leitura e produção de
texto na alfabetização. In: ______. Ler e escrever na vida dos professores(as): uma integração
possível. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
FULGÊNCIO, L. É possível facilitar a leitura: um guia para escrever claro. São Paulo:
Contexto, 2007.
GERALDI, J. W. Portos de Passagem. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
KLEIMAN, A. Oficina de Leitura: teoria e prática. Campinas, SP: Pontes, Editora da
Universidade Estadual de Campinas, 1996.
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos e resenhas.
11. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Graciela Rabuske. Produção textual na universidade.
São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em
educação. São Paulo: Atlas, 1987.
SOLÉ, I. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.