Custos Marco

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADES DE CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS

Contabilidade de custos I

Contéudo 1: Conceitos

Introdução:

Desde os primórdios da humanidade, há aproximadamente 3 mil anos, que a utilização do


dinheiro tem promovido transformações na maneira como os produtos são distribuídos e na
maneira como a sociedade civil se subsidia. De acordo com o antropólogo cultural Jack
Watherford (1999), no mundo já ocorreram três grandes mutações do dinheiro que ele
denominou de gerações.

A primeira geração começou com a invenção das moedas na Lídia há


aproximadamente 3 mil anos e resultou no primeiro sistema de
mercados abertos e livres. A invenção e disseminação das moedas e o
mercado que as acompanharam criaram um sistema cultural
totalmente novo – as civilizações clássicas do Mediterrâneo.
A segunda geração do dinheiro dominou desde o início da
Renascença até a revolução industrial e resultou na criação do
moderno sistema capitalista mundial.
[...]
Agora, no início do século XXI, o mundo está entrando na terceira
etapa de sua história monetária – a era do dinheiro eletrônico e da
economia virtual (WATERFORD, 1999, p.12-13 ).

A moeda criou culturas singulares no mundo ocidental durante a Baixa Idade Média e a
Modernidade. Analisando o período medievo, podemos inferir que, embora a vida econômica da
Idade Média se baseasse principalmente na produção agrícola de subsistência, não faltaram,
nesse período, habilidade técnica, economia de mercado e produção de excedentes. Isso quer
dizer que o sistema feudal não se mostrou incompatível com o comércio e a indústria 1. Ao

1
Indústria aqui entendida como um conjunto das atividades que participam da fabricação de produtos
manufaturados a partir de matérias-primas.
contrário, desde os primórdios do período medieval, comerciantes e artesãos asseguraram,
ainda que em bases precárias, a produção e a circulação de bens entre os domínios senhoriais.
Essas pessoas habitavam os burgos, lugares fortificados que impulsionaram a retomada da vida
urbana. O estilo de vida dos burgueses mostrava-se bem diferente daquele que ocorria dentro
dos feudos, e suas atividades estariam entre os fatores responsáveis pela destruição do próprio
sistema feudal.

Em meados do século XIII, as transformações oriundas da maneira de distribuir os produtos e da


maneira de como a sociedade civil se subsidiava fez com que surgisse um sistema bancário e de
escrituração contábil que são utilizados até hoje. Tais atividades tiveram início com os Cavaleiros
da Ordem dos Templários.

Por volta do século XI, era a Ordem dos Templários (Ordem Militar dos Cavaleiros do Templo de
Salomão) que administra a maior corporação bancária internacional. Suas propriedades,
verdadeiras fortificações, foram transformadas em locais ideais para depositar dinheiro e bens de
valor. Além disso, os Templários garantiam transporte seguro para objetos de valor por longas
distâncias, efetuavam o câmbio, administravam fundos e concediam empréstimos aos reis.

A ordem ficou rica e se expandiu. Tal fato acabou concorrendo para a sua destruição, uma vez
que a cobiça pelo negócio e capital acumulado, fez com que o rei Felipe IV da França, Felipe O
Belo, iniciasse um período de perseguição aos cavaleiros até que estes fossem queimados em
praça pública.

Os cavaleiros da Ordem dos Templários foram substituídos em sua empreitada bancária e


contábil por famílias italianas de Pisa, Florença, Veneza e Gênova, cidades-estados em que o
comércio possuía uma enorme relevância. Bancos familiares e privados operavam com dinheiro
de diversas sociedades sem o limite do Estado ou da Igreja. Os italianos realizavam negócios na
maioria dos mercados e feiras européias. Estes iam desde compra e venda de produtos agro-
pastoris e artesanato até o câmbio e empréstimos. Para facilitar suas transações, os banqueiros
italianos utilizavam letras de câmbio. As letras de câmbio ajudavam a superar o obstáculo do
tempo e a dificuldade de lidar com moedas em grande quantidade, fato que acabou
impulsionando ainda mais o comércio. Além disso, os italianos criaram a escrituração contábil
com partidas dobradas e o cheque. Assim, o aparecimento de banqueiros, cambistas e usurários
das mais variadas origens, impulsionou a expansão de crédito e esta favoreceu as atividades
comercial e industrial, ocupações nitidamente urbanas.

O mundo do trabalho também assistiu a transformações importantes durante a Baixa Idade


Média. Nos domínios dos senhores, foram abolidas algumas obrigações servis e os
camponeses, principalmente após o século XII, passaram a exigir pagamento em dinheiro ou em
parte do excedente agrícola. Nos burgos, desenvolveram-se as corporações de ofício,
instituições responsáveis pela organização e distribuição de determinados produtos
manufaturados. Essas associações típicas da sociedade medieval reuniam profissionais do
mesmo ramo, desde os mestres de perícia reconhecida até os aprendizes.

Entre as atribuições das corporações de ofício estava a de evitar a concorrência entre os


artesãos locais e os de outras cidades. Para tal, fixavam o preço do produto, controlava a
qualidade das mercadorias, a quantidade de matérias-primas necessárias à indústria e os
salários dos produtores.

Todas essas mudanças provocadas pelo incremento comercial, industrial e urbano provocaram
os confrontos entre as visões de mundo dos senhores feudais, por um lado, e dos comerciantes
e artesãos, por outro lado. A questão da riqueza talvez tenha sido um dos maiores pontos de
controvérsia. A riqueza, para um senhor feudal, apesar de não estar unicamente relacionada à
terra, se associava ao número de seus vassalos diretos, isto é, dependentes e agregados que
viviam dentro de suas propriedades. Já para a burguesia, riqueza significava poupança e
investimentos adquiridos com a administração de seus bens.

Por volta dos séculos XIV e XV, a economia da Europa ocidental passou por uma violenta
depressão, após um longo período de prosperidade. Ao mesmo tempo, os europeus começaram
a ver o mundo de um modo diferente, questionando a ordem feudal. Associada à crise de
retração econômica, a mudança de mentalidade contribuiu para profundas modificações
políticas, econômicas, sociais e culturais, que acabaram resultando no colapso de muitas das
estruturas do sistema em vigor. Os presságios de uma nova ordem estavam a caminho e em
breve a “Europa do latim” deixaria de existir, a modernidade esta a caminho.

Vimos anteriormente que o comércio e a indústria não eram atividades incompatíveis com o
feudalismo. Mesmo assim, a expansão econômica na Baixa Idade Média encontrou vários
obstáculos, tais como as divergências entre os mercadores e as corporações de ofício, o
precário sistema de transportes, a falta de moedas e de capital circulante e a distribuição
desigual da renda. Outro entrave à expansão das relações econômicas diz respeito à natureza
da economia de mercado, expressão que o economista Paul Singer define da seguinte maneira:

(…) A economia de mercado é muito antiga. Desde os pródomos da


história, diferentes sociedades organizavam sua vida econômica sob a
forma de produção especializada de bens que eram intercambiados
em feiras sazonais ou mercados permanentes. Nas formações sociais
anteriores ao capitalismo, a economia de mercado só ia coexistir com
uma economia de subsistência mais ou menos extensa. Alguns bens
eram produzidos como mercadorias, e muitos outros eram produzidos
como valores de uso, para consumo dos próprios produtores ou de
outros membros de seu círculo doméstico. (…) (SINGER, 1987, p.07 ).

Não obstante, não podemos confundir a economia de mercado das formações sociais anteriores
ao capitalismo com economia de mercado capitalista. Nas sociedades pré-capitalistas, os
indivíduos dependiam parcialmente do mercado e, no essencial, a riqueza era representada pela
terra. Já na sociedade capitalista, os indivíduos dependem principalmente do mercado e, no
essencial, a riqueza é representada pelo dinheiro.

Assim, no momento em que os indivíduos passaram a depender fundamentalmente do mercado


é que se consolidou o sistema econômico capitalista. Mas a mudança não ocorreu de repente,
da noite para o dia. Foi preciso que uma série de fatores desencadeasse um processo de
políticas favoráveis ao pleno desenvolvimento do capitalismo, políticas estas que ficaram
conhecidas como mercantilismo.

Nas condições de poder descentralizado do feudalismo, alguns nobres toleraram e até


incentivaram as atividades em seus domínios de mercadores, banqueiros, negociantes de armas
e artesãos, indivíduos autônomos e importantes na estrutura social.

Aos poucos e de maneira desigual, iniciou-se, principalmente na Europa ocidental, uma


centralização da autoridade política, fundamental ao desenvolvimento econômico. Nesse
sentido, diversos Estados nacionais optaram por diferentes práticas mercantilistas, responsáveis
por uma expansão sem precedentes e por uma competição predatória. Nessa selva econômica,
saíram vencedores aqueles países que demonstraram capacidade de adaptação e
competitividade. Algumas práticas que emergiram desse universo econômico tiveram como
diretrizes o metalismo, a balança comercial credora, o cameralismo e o colonialismo.

De uma maneira sucinta podemos caracterizar os metalistas ou bulionistas como indivíduos que
preconizavam que a riqueza estava relacionada com a capacidade de se conseguir acumular o
máximo de ouro e prata. Essa prática foi adotada especialmente pelos espanhóis entre os
séculos XVI e XVII graças à descoberta de metais preciosos em suas colônias na América.

A idéia de uma balança comercial credora teve como resultado duas práticas que ficaram
conhecidas como industrialismo e comercialismo. O objetivo era promover um superávit da
balança comercial, isto é, exportar mais do que importar. Isso permitiria o ingresso de riquezas,
expresso em entrada de moeda metálica, no Estado nacional.

O industrialismo também se tornou conhecido como colbertismo devido ao impulso que essa
política recebeu de Colbert, ministro de Luís XIV. Na França do século XVII foi incentivada a
indústria manufatureira, que tinha produção mais regular e mais previsível do que outros setores
da economia, como a agricultura, por exemplo, e gerava bens exportáveis de maior valor
específico. Tecidos de luxo, malharia, tapeçaria, porcelana, objetos de vidro, armas e papéis
passaram a fazer parte da pauta de exportações dos franceses.

Já os ingleses optaram pelo comercialismo através de estímulos à produção manufatureira,


especialmente de têxteis. Também foram incentivados o desenvolvimento da marinha mercante
e as atividades dos piratas, que pilhavam os galeões espanhóis carregados de metais preciosos.

A política mercantilista inglesa dos séculos XVI e XVII coincidiu com a expansão marítima e
colonial. O resultado desta política expansionista se fez sentir no desenvolvimento do comércio
exterior e na marinha mercante britânica. Posteriormente, no século XVIII, a Inglaterra seria o
primeiro país do mundo ocidental a realizar uma Revolução Industrial.
Fragmentados em centenas de unidades com diferentes tamanhos e graus de soberania, os
Estados germânicos adotaram uma política econômica mercantilista que ficou conhecida como
cameralismo. A política econômica adotada pelos cameralistas teve como diretriz o aumento da
riqueza tributável, isto é, o aumento dos impostos, e como conseqüência o crescimento da renda
dos Estados. Por meio de regulamentações, os príncipes das unidades políticas mais
significativas, sobretudo a Áustria, organizaram e controlaram a produção agrícola e
manufatureira. As exportações de matérias-primas e as importações de produtos manufaturados
foram proibidas.

Essas práticas sobreviveram nos Estados germânicos durante aproximadamente três séculos.
Contribuíram para que os mesmos se aproximassem da auto-suficiência econômica no século
XIX, quando foram unificadas em uma só entidade política, a Alemanha imperial.

Na Holanda, uma ativa burguesia mercantil e bancária desenvolveu uma política mercantilista
apoiada em três sólidos pilares: a Companhia das Índias Orientais, encarregada de dirigir o
comércio holandês no Oriente (compras, remessas de ouro, venda das mercadorias recebidas);
o Banco de Amsterdã, responsável pelo fornecimento de crédito e de moedas de todos os países
aos mercadores, para que pudessem comprar mercadorias de qualquer origem; e uma frota
mercante capaz de transportar cargas pesadas e volumosas ao longo das rotas marítimas.

A política colonialista, por sua vez, teve como preocupação a incorporação de extensas regiões
da África, do Oriente e da América à economia européia. Baseou-se no chamado pacto colonial.
Pelo pacto ou exclusivismo colonial, a colônia existiria em função da metrópole, e apenas para
ela. Isso significa que a produção colonial deveria possibilitar lucros elevados aos comerciantes
metropolitanos, que monopolizavam as importações e as exportações. A atividade econômica
das colônias deveria apenas complementar as respectivas metrópoles, sem jamais concorrer
com elas. Essa política restritiva foi adotada por Portugal e outros Estados europeus detentores
de impérios coloniais.

1.2 Do mercantilismo a Revolução Industrial

A industrialização na Grã-Bretanha teve início por volta de 1760. As causas desse processo não
devem ser creditadas unicamente à superioridade tecnológica e científica, mas também a
condições favoráveis que já existiam no país antes do século XVIII.

A consolidação da monarquia parlamentar alterou profundamente os rumos da economia


britânica. O lucro privado e o desenvolvimento industrial tornaram-se prioridades para as
iniciativas governamentais.
Na agricultura, a modernização dos processos de produção e colheita era urgente. Beneficiados
pelas Leis de Cercamento das áreas comunais, promulgadas desde o século XVI, os
proprietários particulares investiram capital na melhoria da produção. O movimento de
cercamento ou demarcação (Enclosure Acts), retomado com vigor entre 1760 e 1830, foi
responsável pela expropriação maciça dos camponeses e pela transformação da terra em
mercadoria, um bem lucrativo monopolizado por grupos privados. Utilizava-se o sistema de
arrendamento, com a contratação de camponeses ou pequenos proprietários, que se dedicavam
a uma produção efetivamente voltada para o mercado. As transformações das propriedades e da
exploração agrícola disponibilizaram uma mão-de-obra numerosa, que pôde ser aproveitada no
trabalho das minas e na produção manufatureira. O esvaziamento dos campos devido aos
avanços do capitalismo despertou comoções.

O mercado consumidor da nascente indústria britânica foi, no princípio, a própria Grã-Bretanha,


uma vez que os fabricantes se preocuparam em produzir mercadorias socialmente úteis, tais
como produtos da indústria de cerâmica para a construção ou utilidades domésticas.
Posteriormente, o Estado incentivou uma política econômica mais agressiva e partiu para a
conquista de mercados fora de seus limites territoriais, acelerando a arrancada imperialista.

Na produção lanígera e a algodoeira foram responsáveis pela multiplicação das manufaturas


têxteis e pela supremacia britânica no setor. A indústria da lã estava ligada à economia
camponesa, associada desde muitas gerações à criação de ovelhas. Já a indústria algodoeira
vinculava-se ao comércio ultramarino, tanto pelo fornecimento de matérias-primas (como o
fustão e a chita dos mercados orientais), como pelo aproveitamento do algodão cultivado em
algumas áreas coloniais inglesas da América.

No curso da Revolução Industrial desenvolveu-se a indústria de base, representada


principalmente pela metalurgia e, em especial, pela siderurgia. Sua demanda estava ligada ao
setor militar, em menor escala, e posteriormente às ferrovias, construídas durante o primeiro
quartel do século XIX e responsáveis pelo transporte de mercadorias e de um enorme
contingente de pessoas.

O desenvolvimento do setor de transportes ferroviários só se tornou possível graças a pudlagem


e à mineração do carvão, utilizado como fonte de energia para a indústria, uso doméstico e
importante combustível para as locomotivas. O domínio desses processos permitiu que a
burguesia britânica acumulasse bens de capital, fundamentais para a consolidação da economia
industrial.
Cabe destacar o setor técnico-científico, que alguns historiadores apontam como um dos fatores
determinantes do avanço britânico no setor industrial. Trata-se de um tema polêmico, uma vez
que não existe uma unanimidade quanto à superioridade tecnológica e científica da Grã-
Bretanha. Assim, podemos dizer que a industrialização na Grã-Bretanha foi muito mais do que o
fruto de uma revolução técnica e científica. Ela representou uma mudança social profunda na
medida em que transformou a vida dos homens, sem se preocupar com os custos sociais e
ambientais dessa mudança.

2 HISTÓRICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

2.1 Origem e Evolução da Contabilidade de Custos

A Contabilidade de Custos teve sua origem na Era Mercantilista, no século XVIII, e utiliza como
principal fonte de dados a Contabilidade Geral ou Financeira. Quando nos deparamos com as
expressões Contabilidade de Custos, Contabilidade Financeira e Contabilidade Gerencial,
surgem dúvidas quanto a diferença entre elas, como surgiu e qual a contribuição que podem
trazer para a empresa. Através de uma análise histórica sobre elas, são esclarecidas essas e
outras dúvidas, nos dando uma visão mais ampla dos conceitos em questão.

2.1.1 Da Contabilidade Financeira à de Custos

No século XVIII, antes da Revolução Industrial, só existia a Contabilidade Financeira (ou Geral),
que atendia bem as empresas comerciais.

Para a apuração do resultado do período, bem como para o levantamento do Balanço em seu
final, bastava o levantamento dos Estoques em termos físicos, já que sua medida em valores
monetários era extremamente simples. (Martins, 2003, p .19). As mercadorias eram valorizadas
pelo montante pago por item estocado. Dessa operação, resultava o custo das mercadorias
vendidas, até hoje representado pela seguinte fórmula:

CMV = Estoques iniciais (+) Compras ( - ) Estoques finais

O valor encontrado era confrontado com as receitas obtidas das vendas dos bens, chegando-se
ao lucro bruto, e deste, deduzia-se “as despesas necessárias à manutenção da entidade durante
o período, à venda dos bens e ao financiamento de suas actividades (Martins, 2003, p. 19).
Surgiu daí a Demonstração do Resultado do Exercício, utilizada até hoje pelas empresas”.
Com a chegada da Era Industrial, ficou mais difícil atribuir valor aos Estoques; “seu valor de
compras na empresa comercial estava agora substituído por uma série de valores pagos pelos
factores de produção utilizados” (Martins, 2003, p. 19).

Houve então a necessidade de adaptar os critérios de avaliação dos estoques industriais,


seguindo o mesmo raciocínio utilizado na empresa comercial.

2.2 Escola Alemã

A escola alemã de contabilidade foi uma das mais importantes em termos doutrinários. Entre os
principais autores que contribuíram para seu desenvolvimento, destacam-se: Schmalenbach,
Schmidt, Gomberg, Schar e Gutenberg.

O desenvolvimento da escola alemã, assim como o próprio desenvolvimento doutrinário da


Contabilidade ocorrido no final do século XIX e no início do século XX deve-se, em parte, ás
crescentes necessidades dos usuários contábilisticos dos vários sectores da sociedade. Alguns
factores que contribuíram para essa evolução foram a ampliação dos mercados financeiros, a
aceleração crescente da concentração das companhias e a expansão dos grupos empresariais,
as crises sociais dos períodos de guerra e pós-guerra, etc.

Antes no final do século XIX, alguns movimentos contábilisticos já haviam se destacado na


Alemanha. Um dos primeiros foi Mathaus Schwartz, que levou para aquele país no século XVI, o
sistema de partidas dobradas após um período de treinamento em Veneza. No século XVII, foi a
vez dos franceses influenciarem a Contabilidade alemã, especialmente Jacques Savary e M. de
La Porte. Contudo, foi Hinrich Magelsen, um prático contábilista alemão, que contribui, em 1772,
com a idéia de depreciação de activos. A primeira grande obra reconhecida alemã de
Contabilidade financeira, Die Bilanzen der Aktiengesellschaften und der
Kommanditgesellschaften auf Aktien, de Herman Veit Simon, foi publicada em Berlim em 1886.

2.3 A Escola Americana


2.3.1 Controle das operações industriais
No período de 1900 a 1920, ocorreu o auge do movimento científico-administrativo e de
crescimento das necessidades por informações gerenciais, que foi marcado pela preocupação
fundamental de controlar os custos da fabricação. Vários trabalhos trataram do assunto, como,
por exemplo, o de Harrigton Emerson, um engenheiro, que escreveu um artigo sobre custo-
padrão para a revista Engineering Magazine em 1909, intitulado Efficiency as a Basis for
Operations and Wages. Outro trabalho de destaque foi o de Alexander Hamilton Church, um
engenheiro industrial que trabalhou na Inglaterra e nos Estados Unidos, que discorreu sobre
alocação de custos indiretos, custo de capital e depreciação no artigo The Proper Distribution of
Establishment Charges, publicado na mesma revista em julho de 1901. O sócio de Harriington
Emerson G. Charter Harrison , também escreveu um artigo sobre custo-padrão e suas variações.
Ele desenvolveu fórmulas para análise das variações e procurou incluir padrões
predeterminados para o processo de orçamentação. O acadêmico John Maurice Clark é autor de
um clássico sobre custos indiretos, aparecido em 1923. Esse trabalho, Studies in the Economics
of Overhead Cost, foi publicado pela University of Chicago Press. Neste trabalho, Clark defendeu
a idéia de que há diferentes tipos de custos e que seu conhecimento é muito útil para as várias
decisões gerenciais.

Os escalões gerenciais (dos grandes complexos) exigiam cada vez mais um controle rigoroso
das operações industriais. O papel da Contabilidade nas grandes empresas cresceu em
tamanho e em complexidade. A Dupont, a General Motors, a Standard Oil e outros grupos norte
– americanos cresceram consideravelmente durante a primeira metade do século XX, causando
uma grande expansão vertical e descentralização. Para Kaplan (1984), um dos principais
elementos de análise e controle operacional utilizados pelos gestores dessas organizações foi o
retorno sobre o investimento (ROI - Return on Investment). Associado ao ROI, foram utilizados
instrumentos como os orçamentos flexíveis e os preços de transferência. Como a demanda por
informações contábeis aumentou, a participação da Contabilidade dentro das organizações
ampliou-se. Os contadores passaram a trabalhar na preparação dos orçamentos, a dar
assistência no trabalho de determinação de preços e nas operações de controle interno das
organizações.

2.4 Da Contabilidade de Custos à Contabilidade Gerencial

A princípio a Contabilidade de Custos foi criada para solucionar os problemas de mensuração


monetária dos estoques e do resultado, e não como um instrumento de Administração.
A preocupação dos Contadores, Auditores e Fiscais foi fazer da Contabilidade de Custos uma
forma de resolver seus problemas de mensuração monetária dos Estoques e do Resultado, não
a de fazer dela um instrumento de administração. Por essa não utilização de todo seu potencial
no campo gerencial, deixou a Contabilidade de Custos de ter uma evolução mais acentuada por
um longo tempo.

Devido ao crescimento das empresas, com o conseqüente aumento da distância entre


administrador e ativos e pessoas administradas, passou a contabilidade de custos a ser
encarada como uma eficiente forma de auxílio no desempenho dessa nova missão, a gerencial
(Martins, 2003).

Leone (1995, p. 7) diz que a Contabilidade Administrativa (ou Gerencial) tem a função de
precípua de registrar as operações internas, controlar tais operações e despesas relacionadas, e
informar o administrador, quando este necessita tomar decisões. Também se dedica ao
planejamento das atividades e ao estabelecimento das políticas e dos objetivos.

Ainda, segundo Leone (1985), a Contabilidade geral prende-se aos requisitos legais e fiscais, às
convenções e padrões. A contabilidade Administrativa (ou Gerencial) não está condicionada a
essas necessidades inflexíveis. Por isso mesmo, as técnicas e processos adotados por esta
contabilidade poderão ser moldados para atender melhor aos interesses da Administração.

Por se tratar de uma visão nova, de apenas algumas décadas, ainda está em desenvolvimento e
são necessárias certas adaptações aos Princípios e as Regras geralmente aceitas na
Contabilidade de Custos, pois sua finalidade era apenas avaliar os estoques e não para fornecer
dados a Administração.

Martins (2003) destaca também que:

nesse seu novo campo, a Contabilidade de Custos tem duas funções


relevantes: no auxílio ao controle e na ajuda às tomada de decisões.
No que diz respeito ao controle, sua mais importante missão é fornecer
dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras
formas de previsão e, num estágio imediatamente seguinte,
acompanhar o efectivamente acontecido para comparação com os
valores anteriormente definidos.

No que tange a decisão, seu papel reveste-se de suma importância,


pois consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes
que dizem respeito às conseqüências de curto e longo prazo sobre
medidas de corte de produtos, fixação de preços de venda, opção de
compra ou fabricação etc. (MARTINS, 2003, p. 22).

 Contabilidade Analitica é um sistema de informação de gestão, que visa medir e analisar


– Proveitos, Custos e Resultados. (Azevedo, Domingos: pag12:96).

Pretende ainda, dar resposta as várias questões que se levantam continuamente nos vários
níveis de decisão, bem como nos diversos departamentos da empresa e das quais passamos a
enumerar algumas:

 Qual o preço a que se deve vender o produto A?

 Quanto custa a produção do produto B?

 Quais são os custos para empresa do departamento Y?

 É melhor produzir ou comprar o produto Z?


Objectivos:
A) Apurar o valor real do custo das actividades da empresa:
1. Obter o resultado real;
2. Obter o resultado real das existências (excepto se for uma empresa de serviços)
B) Fornecer informaçao necessária para o processo de planeamento e controlo, ou seja:
1. Recolher informações departamentais e por segmentos da empresa;
2. Recolher informações que permitam analisar a perfomance dos vários
departamentos e o desempenho dos seus responsáveis.

Um sistema de custos contribui para que se tenha controle mais preciso dos mesmos,
diminuindo ou substituindo itens mais onerosos na composição dos custos, permitindo uma
melhor análise de lucratividade.
Conforme Falk (2001, p.18), a contabilidade de Custos é um elemento da gerência financeira
que gera informações sobre os custos de uma organização e seus componentes. Como tal, a
contabilidade de custos é um subconjunto da Contabilidade geral.

Contabilidade Geral

Contabilidade de Custos
Contabilidade
Financeira
Contabilidade
Gerencial

Figura 1: Posição da Contabilidade de Custos dentro do ambiente da Contabilidade Geral

Fonte: Falk, 2001, p. 18.

Falk (2001, p. 18) apresenta através desta figura uma comparação, dentro da Contabilidade
Geral, da Contabilidade Financeira, Contabilidade Gerencial e Contabilidade de Custos.
Segundo ele a Contabilidade Financeira fornece informação primariamente para pessoas e
entidades externas à instituição, tais como: bancos, fornecedores, sócios, governo e
organizações financeiras. Normalmente consiste em informação referente a receita, balanço,
fluxo de caixa e alterações em fundos específicos.

A Contabilidade Gerencial, por outro lado, tem mais uma utilização interna e fornece informação
aos administradores a fim de melhor gerenciar a instituição. Os relatórios não têm formatos
predefinidos e podem ter informação sobre custos em âmbito departamental, negociações sobre
preços e taxas a cobrar, e normalmente são direcionados para o planejamento estratégico e
análise da rentabilidade da organização.

A Contabilidade de Custos inclui a Contabilidade Gerencial, mas focaliza também certos


elementos da Contabilidade Financeira que estão intimamente relacionados com “a medição e o
registro de custos”, que precisam ser encaminhados a entidades externas reguladoras.
2.4.1 Contabilidade Gerencial

A Contabilidade gerencial, assim como ocorreu com a financeira, foi propulsionada, pelo menos
em parte, por uma associação de contadores preocupados com o desenvolvimento teórico e
doutrinário desse ramo contábil. Essa associação surgiu após um núcleo do AAPA criar o
American Institute of Accounting (AIA). Como o estatuto do AIA buscava o aprimoramento de
seus membros, dois grupos de profissionais foram marginalizados nesse instituto: professores e
contadores industriais. Essa situação deu origem, em 1916, á criação de um novo grupo
representativo, a American Association of Instructors in Accounting (AAUIA), posteriormente
denominada American Accounting Association (AAA). Por outro lado, os contadores de
indústrias, em outubro de 1919, criaram uma organização própria intitulada National Association
of Cost Accounting (NACA). A NACA, como apresenta Jordan (1993), passou a chamar-se
National Association of Accountants (NAA) em 1957, e, finalmente, Institute of Management
Accounting (IMA), em 1991. Em dezembro de 1919, foi emitido o primeiro boletim oficial,
denominada NACA Bulletin, que destacou os objetivos da nova associação nacional de
contadores de custos. Quando da alteração do nome da associação para NAA, a denominação
do boletim passou a ser NAA Bulletin. Hoje, as contribuições dos contadores para o
desenvolvimento do pensamento contábil gerencial são publicadas pela revista Management
Accounting, que é o órgão oficial do instituto.

A Contabilidade gerencial foi conceituada por Simon ( apud Macintosh, 1994, p. 40) como um
processo de “identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e
comunicação de informações usadas pelos administradores para o planejamento, avaliação e
controle de uma organização”.

O crescimento dos negócios em tamanho, em complexidade e em diversidade geográfica


ocorrido no século XIX levou os administradores a aperfeiçoar seus sistemas contábeis para
possibilitar o fornecimento de informações necessárias para as várias decisões gerenciais,
incluindo desempenho, avaliação, planejamento e controle. O estudo e a prática da
Contabilidade gerencial foram desenvolvidos para produzir esses sistemas e fornecer as
informações necessárias para a tomada de decisões gerenciais.

A natureza dos negócios mudou com a revolução industrial. A grande produção de ferro ajudou a
estabelecer as estradas de ferro e facilitou a construção de fábricas. Surgiram grandes
companhias de eletricidade, de água, de gás, de bondes e férreas. A construção de estradas de
ferro facilitou o desenvolvimento dos negócios e dos sistemas de distribuição das fábricas. A
conjugação da produção em massa com o avanço dos sistemas de distribuição foi fundamental
para o surgimento de grandes empreendimentos. As fábricas cresceram com o aumento da
produtividade e com o aumento da demanda de produtos, gerando o processo de uniformização
da produção. As atividades não cresceram somente em tamanho, mas difundiram-se por todos
os lados, causando uma grande descentralização. Todos esses fatores aliados geraram a
necessidade de desenvolvimento de novos métodos de administração e controle. Além disso, no
campo social, com a propagação de organizações sem fins lucrativos, como é o caso das igrejas
Gospel, ocorreu um aumento na demanda por informações para fins de controle e planejamento.

Esses factores contribuem para o entendimento de que a contabilidade e a gestão de custos,


nesse período, buscou sua consolidação como instrumento útil e capaz de auxiliar no
gerenciamento de negócios. O controlo dos custos é um elemento essencial na gestão e
sobrivência das empresas actuais, inseridas num mercado cada vez mais amplo e concorrêncial.

COMPONENTES DO CUSTO INDUSTRIAL DE PRODUÇÃO ACABADA

O custo de produção é o custo final do produto e que é composto por 3 (tres) componentes:

1. Custo das matérias directas consumidas (MD);


2. Custos referentes a mão-de-obra directa aplicada (MOD);
3. Gastos gerais de fabrico (GGF).
Os custos de produção podem ainda dividir-se em:

 Custos de imputação directa


a) Matéria directa
b) Mao-de-obra directa

 Custos de imputação indirecta


a) Gastos gerais de fabrico.
A soma dos custos de matéria directa com mão-de-obra directa é designada por custos primos.
CPrPM = MD+MOD; CPrPA = CPrM + (PVFi – PVFf)
A soma dos custos de mão-de-obra directa com os gastos gerais de fabrico é designada por
custos de transformação.
CT = MOD+GGF; CTPA = CTPM + (PVFi – PVFf)
CIPM = MP+MOD+GGF vs CIPM = CPr+GGF vs CIPM = MD+CT
CIPA = CIPM +(PVFi - PVFf)
Estes são, pois, aqueles que são necessários suportar para transformar as matérias-primas nos
produtos pretendidos.
Matérias-primas, são os bens que se laboram para obter o produto final a “matéria que consitui o
própria substância do produto acabado”.
Designa-se por mão-de-obra directa, o custo com o pessoal que trabalha directamente na
fabricação do produto. Assim, incluem-se apenas na mão-de-obra directa os custos com as
pessoas cujas horas de trabalho, são imputadas directamente a fabricação do produto
(trabalhadores que dão ponto ao produto ou obra), excluindo-se os encargos como pessoal da
área industrial que tem funções de supervisão (encarregados, chefes de secções, directores)
pessoal de apoio (direcção fabril, planeamento e controlo da produção, etc..).
Os gastos relativos a este pessoal, são englobados nos gastos gerais de fabrico e imputados ao
produto de forma indirecta.
Fazem parte dos GGF, todos os restantes custos da função industrial, dos quais salientamos:

 Remunerações e demais encargos com mão-de-obra indirecta;

 Matérias subsidiárias, que são materias auxiliares da transformação das matérias-


primas;

 Água;

 Electricidade;

 Comubustível;

 Serviços de conservação e reparação;


 Seguros dos edificios e equipamentos;

 Rendas e alugueres dos edificios;

 Amortizações dos edificios e equipamentos, etc..


Custos do período – aqueles cuja relação com as áreas de produção é dificll estabelcer, pelo que
se torna preferível relaciona-los com o periodo económico em que ocorrem.

1. Custos comerciais – que integram:

 Custos administrativos – são os encargos com a administração, controlo ou gestão da


actividade da empresa.

 Custos financeiros – remuneração do capital que vamos utilizar, ou seja, o capital alheio
a empresa, aquele que se vai obter para o seu financiamento.

 Custos de distribuição – são os custos que têm a ver com a entrega do produto ao
cliente.

 Custo de aprovisionamento – compra, aquisição e armazenamento das matérias –


primas, bem como os custos com a sua distribuição.

C.complexivo = CIPV+CCom; CCom = CAdm.+Cdistr.+Cfin.+Caprov.

CIPV = CIPA + (EiPA – EfPA)

O lucro bruto é igual a diferênça entre as vendas líquidas e os custos industriais dos produtos
vendidos.

LB = VL - CIPV; VL = VV – Desc. Concedidos.

O lucro líquido é igual a diferênça entre o lucro bruto e os custos comerciais, ou entre as vendas
líquidas e o custo complexivo.

LL = LB – Ccom

ou

LL = VL - Ccomplexivo Mestre Pompílio Soares (MBA)

Exercício (trab.1)
A empresa DAG, Lda, fábrica um único produto designado por G. Os elementos da contabilidade
analitica do mês de Abril de 2017, são os seguintes:
1. Materias – primas
Compras ………………………………………………2.000 unid@ 4.000,00
Consumo ………………………………………………… 2.800 unidades
2. Custos c/pessoal
Pessoal fabril ………………………………………… 4.000.000,00
Pessoal comercial …………………………………… 1.700.000,00
Pessoal administrativo ……………………………… 2.100.000,00
Encargos sociais (taxa de imputação 60%, para suportar o subsido de férias e de natal)
3. Fornecimentos e serviços de terceiros:
Matérias subsidiárias ……………………………………. 800.000,00
Materiais de consumo …………………………………… 640.000,00
Outros:
- Fabris …………………………………………….. 900.000,00
- Comerciais ………………………………………. 450.000,00
- Administrativos ………………………………….. 500.000,00
4. Custos financeiros: …………………………. 1.860.000,00
5. Amortizações do exercício (quota mensal):
Fabris …………………………………………………….. 2.240.000,00
Comerciais ………………………………………………. 1.120.000,00
Administrativos ………………………………………….. 1.250.000,00
6. Vendas de produtos:
Vendas ……………………………………………………. 4.600 unid @ 8.500,00/unid.
Abatimentos concedidos ……………………………….. 500,00 p/unid.
7. Existências iniciais:
Produtos acabados ……………………………………… 640 unid @ 5.000,00/unid.
Produtos em vias de fabrico:
- Matérias-primas ………………………………………… 1.800.000,00
- Custos de transformaçãp ……………………………… 1.140.000,00
Matérias-primas ……………………………………………1.000 unid @ 3.750,00/unid.
8. Existências finais:
Produtos em vias de fabrico:
- Matérias-primas ………………………………………… 1.100.000,00
- Custos de transformaçãp ……………………………… 420.000,00
O critério valorimetrico utilizado pela empresa na valorização das saídas de existências é LIFO e
a produção do mês foi de 4.500 unidades.

Pretende-se:
1. Cálculo do custo dos produtos acabados;
2. Lucro bruto;
3. Lucro líquido;
4. Demonstração de resultados por funções.

Exercício (trab.2)
Da empresa CDA, conhecem-se relativamente a contabilidade do mês de Janeiro 2017, os
seguintes elementos:
1. Existências iniciais:
Materias-primas:
- Matéria A …………………………………………….. 10.000 lts @ 140,00/lt
- Matéria B …………………………………………….. 300 ton @ 7.000,00/ton
Matérias subsidiárias ………………………………………… 1.300.000,00
Produtos acabados X ………………………………………… 15.000 lts @ 280,00/lt
2. Compras:
Matérias-primas e subsidiárias:
- Matéria A …………………………………………….. 40.000 lts @ 160,00/lt
- Matéria B …………………………………………….. 400 ton @ 7.300,00/ton
Matérias subsidiárias ………………………………………… 1.650.000,00
3. Consumo de matérias-primas e subsidiárias:
- Matéria A …………………………………………….. 35.000 lts
- Matéria B …………………………………………….. 380 ton tons
Matérias subsidiárias ………………………………………… 1.380.000,00
4. Custos de transformação do mês:
Salários directos ……………………………………………… 1.100.000,00
Ordenados indirectos ………………………………………. 800.000,00
Encargos sociais (considere a imputação teorica de 60%)
Electricidade e água ………………………………………… 120.000,00
Manutenção e conservação ……………………………….. 225.000,00
Amortização do exercício (quota mensal) ……………….. 1.600.000,00
Seguros do 1.º semetre …………………………………….. 90.000,00
5. Produção:
Produto X ……………………………………………………… 50.000 lts

6. Vendas:
A empresa vendeu 55.000 lts do produto X ao preço unitário de 400,00Mts.
7. Custos não industriais:
Financeiros …………………………………………………………………… 1.500.000,00

NOTA: a empresa valoriza as saidas de existências utilizando o critério FIFO, não havendo
existências de PVF´s quer no ínicio quer no fim do mês.

Pretende-se:
1. Cálculo do custo dos produtos acabados;
2. Lucro bruto;
3. Lucro líquido;
4. Demonstração de resultados por funções.

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


FACULDADES DE CIENCIAS SOCIAIS E POLITICAS
Contéudo: SISTEMAS E MÉTODOS DE CUSTEIO

INTRODUÇÃO

Os custos fixos são independentes da quantidade produzida ou vendida, enquanto os custos


variáveis variam diretamente com a quantidade produzida ou vendida

Imaginemos uma situação em que uma empresa não tem qualquer produção. Não tem também
vendas. Nesse caso extremo, a empresa teria, ainda assim, de suportar os custos com o aluguer
das suas instalações, com a energia consumida nas actividades não-produtivas, com a
manutenção dos seus equipamentos, com a segurança e vigilância, a investigação e
desenvolvimento, entre outros. A estes custos, chamamos de FIXOS.

Se a empresa começar a produzir, ela terá de suportar os custos variáveis. Assim, terá de
suportar custos com matérias-primas, com os consumíveis utilizados na produção dos bens, com
a mão-de-obra da produção, etc.

Começando a vender, terá que suportar ainda outros custos variáveis diretamente dependentes
da distribuição dos bens: transportes, reclamações de clientes, descontos comerciais, etc. A
estes custos, chamamos de VARIÁVEIS

A importância
É fundamental compreender a forma como os custos variam em função da quantidade para a
determinação de preços de venda e, em última análise, para a maximização da rentabilidade da
empresa. Devido ao efeito de economias de escala, a empresa deve ser capaz de determinar o
nível ótimo de produção, que representa o ponto que minimiza os custos unitários de produção.

É também importante fazer esta distinção para a análise interna e externa dos custos. Através da
análise de custos fixos e variáveis, a empresa pode compreender em que área é mais ou menos
competitiva em relação aos seus pares.

SISTEMAS DE CUSTEIO

Em todos exemplos que até agora apresentamos, consideramos como custos dos produtos
todos os custos industriais ou de produção.
Introduziremos agora métodos de custeio da produção em que não se consideram como custos
dos produtos a totalidade ou parte dos custos fixos industriais.

1. CUSTEIO TOTAL – técnica de custeio pela qual todos os custos industriais (fixos e
variaveis) são considerados custos de produção. Referimo-nos apenas os custos de
produção, pois, como se sabemos, os custos não industriais são sempre considerados
custos dos periodos.

Em Custeio Total, os custos de produção são: Matérias – Primas + Mão-de-Obra – Directa +


Gastos Gerais de Fabrico (Fixos e Variáveis).

2. CUSTEIO VARIÁVEL - técnica de custeio pela qual apenas os custos industriais


variáveis, são considerados custos de produção.

Somente os custos de produção variáveis valorizam as existências de produtos acabados. Os


custos fixos de produção (GGF Fixos), são na sua globalidade Custos de Periodo em que
ocorrem.

Em CUSTEIO VARIÁVEL, os custos de produção são: Matérias – Primas + Mão-de-Obra –


Directa + Gastos Gerais de Fabrico Variáveis.

Os GGF, tem custos fixos e custos variáveis. É nos GGF que reside a diferença nas duas
técnicas de custeio. Na valorização do produto acabado, uma e outra técnica trata de modo
diferente os GGF fixos.

DIFERENÇAS

CUSTEIO TOTAL CUSTEIO VARÁVEL

Matérias – Primas Matérias – Primas


Mão-de-Obra-Directa Mão-de-Obra-Directa
GGF Váriaveis GGF Váriaveis
GGF Fixos

3. CUSTEIO RACIONAL – trata-se de um procedimento em que os custos fixos industriais


a imputar a produção resultam da consideração dos custos reais e da relação entre a
produção real e a que se considera normal.
Representando os custos fixos por Cf, a produção real por Qr e a produção normal por Qn,
consideram como custos fixos da produção do mês (custos dos produtos) os que resultam do
produto dos mesmos pelo quociente entre a produção real e a normal.

Qr
Assim teriamos: Cfmês = Cfind  Qn
;

E por conseguinte, como custos fixos industriais não incorporados, ou seja como custos do
periodo, o seguinte:

 Qr 
Cfnãoincorp.  Cfind  1  
 Qn 

Para o cálculo do CIPM = CFind + CVind

Exercícios de aplicação

Exercícios (trab.3)
Adimita-se que os custos fixos industriais orçamentados para o ano de uma unidade produtora
de pavimento, são de 17.600 contos e que a produção normal está estimada em 960.000
m2/ano. Tem-se informação que para o mês de Março/2017, a produção da fábrica foi de 50.000
m2 e vendeu um total de 40.000 m2 @ 680,00/m2. O custo variavel industrial por m2, foram de
200,00.
Sabe-se ainda que, a fábrica apresentou ainda como custos no periodo em referência os
seguintes:
Administrativos: (em contos)

 Fixos ………………………………… 500;

 Variaveis ……………………………1.050;
Distribuição:

 Fixos ……………………………… 2.000;

 Variaveis …………………………….. 50;


Financeiros:

 Fixos …………………………………2.800;

 Variaveis …………………………….. 660.


Tarefas:
1. Calcule o custo de produção, usando o sistema de custeio racional e variável;
2. Determine os custos unitários de produção e a margem de contribuição nos dois
sistemas;
3. Se a fábrica, produzir na sua capacidade máxima, qual seria o custo total por metro
quadrado (m2)?
4. Elabore a demonstração de resultados do mês, pelo sistema de custeio racional.

Mestre Pompílio Soares


MBA

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


FACULDADES DE CIENCIAS SOCIAIS E POLITICAS
Contéudo: Regimes de fábrico ou de produção

A transformação das matérias - primas pode exigir um número maior ou menor de operações e
desenrolar-se num só centro de actividade ou distribuir – se por diversos serviços ou
departamentos fabris:

A fabricação pode ser:

 Uniforme: a empresa fábrica um único produto; e

 Múltipla: a empresa fábrica diversos produtos.

No que respeita a fabricação múltipla, podemos distinguir:

 Múltipla conjunta: a partir da mesma transformação de uma matéria-prima ou de um


conjunto de matérias- primas obtêm-se simultaneamente diversos produtos (refinação
do petroleo, obtem-se a gasolina, o gasoleo e outros produtos; o fábrico de azeite
implica a obtenção de bagaço de azeitona).

 Múltipla disjunta: os diversos produtos, obtem-se em operações de transformação


absolutamente distintas (fábrico de móveis, conservas de carne e peixe,).

Ainda podemos encontrar fabricação:

 Contínua: a produção em curso apresenta-se em qualquer momento nas diversas fases


de transformação (refinação do petróleo, fábrico de cimento, etc..)

 Descontínua: caso ao contrário do acima mencionado (fábrico de móveis, tipografia,


etc..)

 Simples: verifica-se uma só operação de transformação (cerveja, óleo alimentar, etc..);

 Complexa: verifica-se várias operações de transformação.

Métodos de apuramento do custo industrial dos produtos

Tendo em conta as caracteristicas da fabricação, podemos distinguir os seguintes métodos de


apuramento de custos dos produtos:

 Método directo ou dos custos por ordem de produção: os custos são agrupados por
ordem de produção. Adopta-se fundamentalmente nos casos em que se fabricam vários
produtos, como é o caso das indústrias de fabricação de móveis.

 Método indirecto ou dos custos por processo: procede-se a acumulação mensal, por
produtos dos custos industriais, determinando-se o custo unitário de cada produto
através do quociente daqueles custos mensais pelas quantidades produzidas neste
periodo. Este método adopta-se fundamentalmente, nos casos em que se fábrica um
único produto ou um pequeno número de produtos.
 Método mistos: o custeio dos custos é feito até determinada fase por um método,
continuando nas fases seguintes com outro método.

Apuramento dos custos por ordem de produção (Método directo)

Caracteristicas do método:

 O produto é identificado ao longo de todo o processo de fabrico:

 São identificados e determinados todos os custos de produção directos


relactivos ao produto ao longo de todo o processo de fabrico;

 A identificação do produto é possibilitada pela ordem de produção, impresso que


define o produto a fabricar, data em que se deve iniciar e que contém ainda
outras informações necessárias;

 Fabricação por encomenda.

Exercícios de aplicação: (fornecidos na turma)

Mestre Pompílio Soares

(MBA)

Exercícios

Determinada empresa que se dedica à produção de mobiliário, recebeu três encomendas para
abastecer os lares da cidade de Quelimane, sendo:

 Lote 1, referente a 60 blichas;


 Lote 2, referente a 40 cadeiras;
 Lote 3, referente a 50 cómodas.

O gabinete técnico que se ocupa da concepção do produto, havia feito todos os desenhos dos
móveis e respectivas peças necessárias a fabricação.

O Departamento de Contabilidade Analítica forneceu os seguintes elementos:

Materiais consumidos
 Lote 1 .............. 25.000,00
 Lote 2 .............. 73.000,00
 Lote 3 .............. 56.000,00

Mão de obra directa

As folhas de ponto determinaram os seguintes custos:


 Lote 1 ............. 27.000,00
 Lote 2 ............. 79.750,00
 Lote 3 ............. 62.500,00

Os custos indirectos do processo de produção são 71.100,00. Foram gastas as seguintes horas
de produção:
 Lote 1 ........... 180 hrs;
 Lote 2 ........... 550 hrs;
 Lote 3 ……… 450 hrs.

Vendas:

Foram vendidas as seguintes quantidades:


 Lote 1 .......... 45 @ 1.000,00
 Lote 2 ......... 40 @ 5.000,00
 Lote 3 ......... 35@ 2.912,29

Pedidos:

1- Calcule o custo de transformação dos lotes 1,2,3;


2- Determine o custo primo dos Lotes.
3- Apresente o custo de produção dos Lotes.
4- Faça a análise das margens de contribuição unitárias com base na rendibilidade do negócio;

Exercício (trab.4)
O grupo Madal, SARL, com sede em Quelimane, possui uma carpintaria que se situa na zona de
Coalane, que se dedica a produção de diversos mobliarios, desde cadeiras, camas, carteiras,
caixões, entre outros produtos de madeira. No mês de Setembro de 2015, recebeu duas
encomendas para execução de 10.000 carteiras escolares e 15.000 mobilias para quartos, que
foram identificadas pelas seguintes ordens de produção:

O.P n.º 1 – 10.000 carteiras escolares do tipo X;

O.P.n.º 2 – 15.000 mobilias para quarto do tipo Y.

1. Materias consumidos:

A medida das necessidades, as secções de produção foram requisitando ao armazém os


materis necessários através de um impresso, abaixo indicado:

Empresa Requisição O.P n.º1


    Secção requisitante: Data Autorizado
Materiais Unidade Quantidade Custo Valor
Código Designação     Unitário  
 Aglomerado
  de madeira  m2  300  1.500.000,00  
 Cola
  madeira  latas  15  500.000,00  
 Pregos de
  4”  kgs  10  100.000,00  
   Lichas  un  50  75.000,00  
   Verniz  lata  30  250.000,00  
           

Empresa Requisição O.P n.º2


    Secção requisitante: Data Autorizado
Materiais Unidade Quantidade Custo Valor
Código Designação     Unitário  
 Aglomerado
  de madeira  m2  480  1.500.000,00  
 Cola
  madeira  latas  24  500.000,00  
 Pregos de
  4”  kgs  16  100.000,00  
   Lichas  un  80  75.000,00  
   Verniz  lata  48  250.000,00  
           

2. Mao – de – obra directa

Sabe-se no entanto que a carpitaria possui ao todo 3 secções por onde passam a madeira até o
produto final, com um total de 15 funcionários, segundo a folha de ponto abaixo:

Empresa FOLHA DE PONTO Cod. Emprg


Secção:
Horas Tempo  
Data Começo Fim O.P n.º 1 O.P n.º 2 Diversos Observações
1                      
2                      
3                      
4                      
5                      
6                      
7                      
8                      
9                      
10                      
11                      
12                      
13                      
14                      
15                      
Total de Hh  96    144        
Custo/Hh  218.750,00    218.750,00        
     Encargos  Sociais  60%              

3. Outros custos ocorridos no mês:

Ordenados indirectos da fábrico.…………………………. 11.800.000,00


Encargos sociais (considere a imputação teorica de 60%)
Electricidade e água da industria………………………… 3.520.000,00
Manutenção e conservação das máquinas…………….. 2.525.000,00
Amortização do equipamento (quota mensal) …….….. 2.600.000,00
Seguros das máquinas …………………………………….. 1.200.000,00
Juros de financiamentos…………………………………. 500.000,00

4. Produção:
- Carteiras …………………………………………………………….. 9.000;
- Mobilias do quarto diverso ……………………………………... 12.000.
5. Vendas:
Tratando-se de encomendas, estas foram entregues na sua totalidade aos seguintes preços
unitários:
- Carteiras …………………………………………………………. 5.000,00;
- Mobilias do quarto diverso ……………………………………. 10.300,00.
Pedidos:

1) Calcule o custo de transformação das O.P n.º 1 e 2;


2) Determine o custo primo das O.P n.º 1 e 2.
3) Apresente o custo de produção das O.P n.º 1 e 2.
4) Faça a análise das margens de contribuição unitárias;

Apuramento dos custos por processos ou fases de produção (Método indirecto)

Caracteristicas do método:
Este método adopta-se nos casos em que se fabrica um único produto ou um pequeno número,
como é o caso da indústria de cerveja.

A produção desenvolve-se de forma contínua e ininterurupta ou por séries de produtos


homogénios. A definição de produto para efeitos de custeio permite destinguir um bem
homogenio, sendo possivel determinar o custo industrial do mês da unidade fisica do produto
dividindo o custo industrial global do mês pela quantidade produzida.

Assim o custo unitário dos produtos fabricados é caculado relativamente a produção mensal de
cada produto e não por Ordens de produção como acontece no método directo.

Podemos concluir que no metodo indirecto ou custos por processo, o foco é a “acumulação
mensal dos custos por produtos”, sendo estes frequentimente decompostos pelas principais
fases de produção. Pelo contrário no metodo directo, a principal caracteristica distintiva consiste
na acumulação dos custos por ordens de produção, podendo o periodo de cálculo de custo de
produção acabada não coincidir com o final do mês, dado que a duração da execução da ordem
pode ser diferente.

Exercícios de aplicação: (fornecidos na turma)

Mestre Pompílio Soares

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


FACULDADES DE CIENCIAS SOCIAIS E POLITICAS
Método das Secções homogéneas

Conceito:

Secções homogéneas, são centros de custos que devem obdecer as seguintes caracteristicas:

 Responsabilidade: deve haver um e um só responsável pelo controlo dos custos


agrupados na secção;

 Homogeneidade de funções: os custos agrupados na secção devem respeitar as


funções ou actividades indenticas;

 Existência de uma unidade de medida de actividade do centro: sempre que possivel


deverá definir-se uma unidade que permita medir a actividade da secção (hora-máquina,
hora/homem, etc..).

Objectivos do método

O método das secções homogéneas tem essencialmente dois objectivos:

 Apuramento mais correcto dos custos de produção – o critério funcional a que obdece
uma unidade de obra para cada secção, possibilita o apuramento mais correcto dos
custos dos produtos, permitindo deste modo uma distribuição mais equitativa dos gastos
pelos produtos.

 Controlo de gestão – a obdiência ao critério da responsabilidade vai permitir isolar a


responsabilidade, i.é, sabermos a quem imputar as responsabilidades, saber quem é
responsável pelos gastos ocorridos. O custo da unidade de obra serve também para
controlar os custos observando-se de que forma é que evoluem ao longo do tempo e
fazer previsões, análises de rendibilidade e tomar decisoes.

Exercícios de aplicação: (fornecidos na turma)

Mestre Pompílio Soares

(MBA)

Exercício 1

A Autosul, dedica-se a produção de autocarros a partir de orgãos mecânicos importados. Os orgãos


mecânicos são montados na secção de montagem para obtenção de chassis que seguem para secção
de acabamentos onde são colocados os bancos, vidros e outros. A secção de oficina eléctrica colabora
em diversas tarefas da especialidade. Os autocarros são pintados na secção de pintura.
A empresa usa o método das secções homogéneas, tendo por isso definidos as seguintes:

 Secção de Montagem,
 Secção de Serralharia/chaparia,
 Secção de Pintura,
 Secção de acabamentos,
 Secção de oficinas.
 Gastos comuns.

Todas as secções tem por unidade de obra Hora-homem (Hh). Em Janeiro de 2016, verificou-se o
seguinte movimento:

Consumo de materiais:

 Montagem ......................... 96.000,00


 Serralharia......................... 155.000,00
 Pintura ............................... 6.000,00
 Oficina eléctrica ................. 17.500,00
 Acabamentos ..................... 93.000,00
 Gastos comuns ................... 11.000,00

Consumo de energia eléctrica:

A leitura dos contadores indica que os consumos em cada secção foram os seguintes e a factura revela
que o kWh custa 5$50:

 Montagem ......................... 5500 kwh


 Serralharia......................... 65000 kwh
 Pintura ............................... 16000 kwh
 Oficina eléctrica ................. 37500 kwh
 Acabamentos ..................... 85000 kwh

A mão de obra:

As folhas de ponto, revelaram o seguinte:

 Montagem ......................... 4.400,00


 Serralharia......................... 22.400,00
 Pintura .............................. 8.360,00
 Oficina eléctrica ................ 11.000,00
 Acabamentos ................... 1.870,00

Amortizações/seguros
As quotas anuais das amortizações calculadas são as seguintes:

 Montagem ......................... 840,00


 Serralharia......................... 722,00
 Pintura ............................... 180,00
 Oficina eléctrica ................. 1.200,00
 Acabamentos .................... 2.400,00

Custos não industriais


 Administrativos .................... 9.600,00
 Comerciais ......................... 1.750,00
 Financeiros ......................... 3.500,00
Facturação
Os autocaros foram entregues a clientes em Fevereiro e facturados pelos seguintes valores:

 135.000,00 e 240.000,00

Actividades
A actividade das secções e os respectivos reembolsos foram as seguintes:

 Montagem ......................... 4,4h


 Serralharia......................... 26,4h
 Pintura ............................... 1,76h
 Oficina eléctrica ................. 8,8h
 Acabamentos .................... 2,64 h

Pede-se:

a) Elabore o mapa do custo das secções.


b) Elabore a demonstração de resultados e a respectiva análise.

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Produção conjunta
A produção é conjunta quando ao proceder-se a transformação de uma ou de diversas matérias-
primas, se obtem simultaneamente diversos produtos acabados.

Designação dos produtos conjuntos

Os produtos têm as seguintes designações consoante a sua importância relativa:

 Co-produtos;

 Subprodutos;

 E residuos.

Designação co-produtos, os produtos conjuntos que têm identica importância relativa.


Designação também por produtos principais. No abate de perus, por exxemplo, podem
considerar-se os diversos produtos obtidos (bife, pernas, asas e miúdos) como co-produtos.

O mesmo acontece com a gasolina, o gasoleo e fue-oleo, produtos derivados de refinação do


petroleo.

Subproduto – é um produto secundário. Não é objectivo principal da produção obtê-lo, mas sim o
produto principal a que está associado.

Designam-se por resíduos – certos produtos de baixo valor: ossos no abate de gado, sobras de
chapas numa industria metalomecânica, etc.

Apuramento do custo industrial dos produtos conjuntos

Na produção conjunta, o custeio dos produtos apresenta dificuldades especificas que convém
analisar.

Com efeito, neste tipo de produção podemos distinguir duas fases principais na fabricação dos
produtos:

 Fase da produção conjunta, que é a que se verifica até ao ponto de separação dos
produtos, ocasionando gastos que designamos de produtos conjuntos;

 Fases seguintes (que eventualmente podem não existir), em que os semiprodutos


obtidos no ponto de separação são acabados, em regime de produção disjunta,
implicando os chamados custos especificos.

Critérios

Na repartição dos conjuntos adoptam-se fundamentalmente os seguintes critérios para repartir


os custos conjuntos pelos produtos obtidos:

 das quantidades produzidas;

 do valor de venda da produção;


 do valor de venda da produção, reportado ao ponto de separação dos produtos.

Exercício de aplicação

A empresa Fricarnes dedica-se ao abate e transformação de animais destinados a alimentação.


Numa divisão são exclusivamente perus.
As fases de fabrico estão divididas em:
1- Abate de perus.
2- Preparação (depenar, estripar, cortar patas e cabeças).
3- Divisão do peru nos diversos produtos (bifes, pernas, asas e miudezas).
4- Embalagem.

Os custos industriais em Outubro/2015, foram os seguintes:


Descrição custos conjuntos embalagem
Perus vivos ………………… 60.000,00
Transporte …………………. 5.000,00
Mao de obra directa ………. 20.000,00
Gastos gerais de fábrico … 15.000,00
Bifes …………………………………………………………………………….. 10.000,00
Pernas …………………………………………………………………….......... 7.500,00
Asas ……………………………………………………………………………… 5.000,00
Miudezas …………………………………………………………………........... 2.500,00

Os custos de distribuição foram os seguintes:


Produto por kg
Bifes ……………………………… 13,00
Pernas …………………………….. 9,00
Asas ………………………………. 10,00
Miudezas ………………………….. 5,00
Toda produção foi concluida no mês e as quantidades produzidas bem como os preços de venda
foram os seguintes:
Produto produção (kg) % preço de venda (kg)
Bifes ………………… 200.000 40 375,00
Pernas ………………. 100.000 20 300,00
Asas ………………… 100.000 20 300,00
Miudezas …………… 100.000 20 150,00

Tarefas
1. calcule os custos industriais de cada produto obtido pelo:

 critério das quantidades;

 Critério do valor de venda da produção;

 Criterio do valor de venda de produção, ponto de sepação.


2. apresente a demontração de resultados.
3. como gestor, o que recomendaria aos acionistas da empresa, sobre a lucratividade do
negócio?

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