01 - Introdução Geral A Bíblia
01 - Introdução Geral A Bíblia
01 - Introdução Geral A Bíblia
NÍVEL MÉDIO
SUMÁRIO
VERSÕES/TRADUÇÕES DA BÍBLIA............................................................................................................. 18
VERSÕES OU TRADUÇÕES ANTIGAS ................................................................................................................... 18
TRADUÇÕES DOS SÉC. XIV E XV ....................................................................................................................... 19
TRADUÇÕES DO SÉC. XVI .................................................................................................................................. 19
AS TRADUÇÕES PARA O PORTUGUÊS.................................................................................................................. 20
Tradução de Almeida .................................................................................................................................... 20
Tradução de Figueiredo ................................................................................................................................ 20
BIBLIOGRAFIA BÁSICA E COMPLEMENTAR: ........................................................................................ 21
a) EGITO
O Egito é rodeado pelos Penedos. Esses Penedos são uma série de montanhas
rochosas. A maior largura desse corredor de pedras é de 19 Km, mas em alguns locais são
apenas algumas centenas de metros. O rio Nilo passa por toda esta extensão.
Tradicionalmente considera-se que o rio Nilo nasce no Lago Vitória (Uganda). Contudo, o
próprio Lago Vitória tem como principal tributário o rio Kagera, que é por causa disso
considerado como fonte mais remota do Nilo, e o rio Kagera nasce no Burundi. Ao
desemborcar no baixo Egito, o Nilo se divide em 2 braços e recebe o nome de delta do Nilo.
A área produtiva do Egito é muito pequena. São apenas 4% da região. Os demais 96%
são desertos e desabitados. Esta pequena área que é produtiva é totalmente dependente do rio
Nilo. Por isso, o rio é considerado como um deus.
• Novo Reino – 1570 a 1070 a.C. (18a a 20a dinastias). O êxodo de Israel se
deu em 1456 a.C., na 18a dinastia.
• Egito Posterior – 664 a 332 a.C. (21a a 31a dinastias). Em 332 a.C. o
exército de Alexandre, o Grande, invadiu o Egito. Após esta conquista, o Egito foi entregue
nas mãos dos Selêucidas.
Os egípcios eram politeístas. Haviam deuses para todas as ramificações da vida (deus
da morte, da fertilidade, do casamento, etc...).
b) ASSÍRIA
Não devemos confundi-los com a Síria, que era um pequeno povo. Os Assírios foram
um grande império que conquistou o povo hebreu.
Era o nome da região que ocupava os dois lados do rio Tigre. Era também, próximo ao
rio Eufrates. A primeira capital foi Assur. Ao norte, a 97 km, se encontrava a cidade de
Nínive, que se tornou uma grande capital. Entre as duas cidades havia a cidade de Calah, que
também foi a capital por algum tempo.
Os assírios eram formados por uma mistura de raças. Eram pessoas do Norte, que se
uniram a babilônicos. A história dos assírios se divide em 3 períodos:
Tiglate Pileser III (745 a 727 a.C.). Na Bíblia é chamado de rei Pul. Lutou
contra Samaria (II Reis 15:19). Após a sua morte, o rei de Samaria (Oséias)
resolveu não mais pagar os tributos aos assírios.
Senaqueribe (704 a 681 a.C.). Filho de Sargão II. Alguns estudiosos dizem
que matou o pai para poder reinar.
c) BABILÔNIA
• Domínio Cassita – 1600 a 1170 a.C. Foi invadida por povos orientais
(cossianos). Neste período, a Babilônia era fraca e Josué entrou na Palestina.
• 745 a 626 a.C. – O povo Assírio dominou toda a região Babilônica por
Tiglate Pileser III .
d) MÉDIA E PÉRSIA
No ano de 539 a.C., o exército de Ciro invadiu a Babilônia. O rei Nabonido estava
viajando e seu filho Belsasar assumiu o trono temporariamente. Ele fez uma festa na qual
surgiu a escrita na parede. Belsasar era o 2o no reino. A confirmação disto é que ele ofereceu a
Daniel o 3o lugar no reino, se este conseguisse decifrar a inscrição na parede.
Já os Persas, davam liberdade aos povos conquistados para que reconstruíssem suas
cidades e reorganizassem suas culturas. Dominavam com liberdade, amizade e respeito.
Assim, os israelitas puderam reconstruir suas cidades, como narram Esdras e Neemias. A
capital dos Medos era a cidade Ecbátana.
• Astíages – Sua filha casou-se com o rei Persa Cambises I. Deste casamento
nasceu Ciro.
e) GRÉCIA
Em 340 a.C., Felipe II, governador macedônico, unificou a Grécia. Ela era formada
por cidades-estados.
Alexandre Magno (o Grande), que era filho de Felipe II, estudou com o mestre
Aristóteles e teve o desejo de expandir a cultura grega por todo o mundo. Reuniu um grande
exército para vingar a derrota que a Pérsia havia imposta aos gregos, 150 anos antes. Assim,
derrotou a Pérsia e se tornou o maior conquistador da época. Um dos maiores feitos foi a
implantação da língua grega em todo o mundo. Ao invadir a Palestina, os dominou com
brandura. Morreu aos 34 anos, de bebedice. Após a sua morte, a Grécia foi dividida entre os
seguintes líderes:
O período do império grego foi inter-bíblico, isto é, não foi escrito nenhum livro
inspirado neste período. Os únicos livros bíblicos escritos foram apócrifos: Macabeus,
Sabedoria, etc.
f) ROMA
• Tito (79 a 81 a.D.) – Hábil soldado, colocou fim à guerra dos judeus.
Morreu prematuramente.
Depois deste período, sucederam-se outros imperadores sem muita importância para o
estudo bíblico. São eles; Nerva, Trajano, Adriano, Antônio Pio e Marco Aurélio.
ESCRITOS ANTIGOS
Materiais de Escrita
Transmissão do Texto
Autógrafo é o texto original, ou seja, o que foi escrito pelo próprio autor (Moisés, por
exemplo). Hoje, não temos os “autógrafos” de nenhum livro da Bíblia, mas apenas cópias
destes originais.
Família de Textos é a transformação de um texto após ser copiado várias vezes. Nos
textos bíblicos, temos as famílias babilônica, egípcia e da palestina:
Os textos mais fiéis aos autógrafos são os Massoréticos (escritos pelos massoretas).
Alterações Textuais
Haplografia – Escrevia-se uma vez o que deveria ser escrito duas vezes
(Juízes 20:13)
Ditografia – Escrevia duas vezes o que deveria ser escrito apenas uma
vez (Levítico 20:10).
Alterações Intencionais
Exemplo:
Após o exílio babilônico, em vez de falar YHWH, diziam Adonai, para
não tomar o nome de Deus em vão. A palavra Jeová foi a junção dessas duas palavras
pelos Massoretas.
Designação Técnica
11 Q Is a
11 – Número da caverna.
Q – Qunram.
A – Manuscrito “a”.
• Papiro de Nash – Antes da descoberto dos rolos do Mar Morto, esta era a
mais antiga testemunha do texto hebraico. Foi adquirido no Egito por W. L. Nash em 1902
a.D. Foi doado à biblioteca da Universidade de Cambridge. Contém uma cópia danificada dos
10 mandamentos de Êxodo 20:1 a 17 e de Deuteronômio 5:6 a 21. Contém, também o Shemá
(Deuteronômio 6:4), que é o credo do judaísmo.
Pirque Abote
A história de Aicar
Salmos de Salomão
Salmo 151
Fragmentos de uma obra de Sadoque
• Contêm erros históricos (cf. Tobias 1:3-5; 14:11) e graves heresias teológicas,
como a oração pelos mortos (cf. 2Macabeus 12:45-46; 4).
• Embora seu conteúdo tenha algum valor para edificação nos momentos
devocionais, na maior parte se trata de texto repetitivo, ou seja, são textos que
já se encontram nos livros canônicos.
• Há evidente ausência de profecia, o que não ocorre nos livros canônicos.
• Nada acrescentam ao nosso conhecimento das verdades messiânicas.
• O povo de Deus, a quem os apócrifos teriam sido originalmente apresentados,
recusou-os terminantemente.
entre os cristãos. Há diversas razões porque são importantes, e faziam parte das bibliotecas
devocionais e homiléticas das igrejas primitivas: 1) revelam os ensinos da Igreja do séc. II; 2)
fornecem documentação da aceitação dos 27 livros canônicos do NT; 3) fornecem outras
informações históricas a respeito da Igreja Primitiva, no que se refere à sua doutrina e liturgia.
Lista Abreviada
Epístola do Pseudo-Barnabé, Epístola aos coríntios, Homilia antiga, O pastor de
Hermas, O didaquê, Apocalipse de Pedro, Atos de Paulo e de Tecla, Carta aos laodicenses,
Evangelho segundo os hebreus, Epístola de Policarpo aos filipenses, Sete epístolas de Inácio.
VERSÕES/TRADUÇÕES DA BÍBLIA
(Adaptado de Geisler e Nix)
Hexapla – (Séc. II a.D.) – Produzida por Orígenes. Foi uma obra em 6 colunas
(semelhante à versão “Trilíngüe” que temos em Português): Texto hebraico; Texto hebraico
transliterado; Septuaginta; Aquila; Símaco; Teodócio.
Targuns (Aramaico) - Foram traduções livres da Bíblia para o aramaico. Há
evidências de que os escribas, já nos tempos de Esdras (cf. Nee. 8:1-8), estavam escrevendo
paráfrases das Escrituras hebraicas em aramaico. Eles não estavam produzindo traduções, mas
textos explicativos da linguagem arcaica da Torá (Pentateuco).
Vulgata Latina – Os numerosos textos da Antiga Latina (uma das mais antigas
traduções conhecidas das Escrituras hebraicas, no Ocidente), que apareceram ao redor da
segunda metade do séc. IV, induziram a uma situação intolerável. Em virtude disso, o bispo
Dâmaso, de Roma (366-384), providenciou uma revisão do texto da Antiga Latina, revisão
esta realizada por Jerônimo O resultado chamou-se Vulgata Latina (tradução da Bíblia para o
latim).
Tradução de Almeida
Coube a João Ferreira de Almeida a grandiosa tarefa de traduzir pela primeira vez
para o português o AT e o NT. Ele não tinha ainda 17 anos quando iniciou o trabalho de
tradução da Bíblia para o português, mas perdeu o manuscrito e teve que recomeçar a
tradução em 1648 (já com 20 anos de idade). Converteu-se ao protestantismo após ler um
folheto espanhol sobre as diferenças da cristandade. Por conhecer o hebraico e o grego,
Almeida pôde utilizar-se dos manuscritos dessas línguas, baseando sua tradução no Textus
Receptus, do grupo bizantino. Porém, também se utilizou das traduções holandesa, francesa,
italiana, espanhola e latina (Vulgata).
Em 1676, João Ferreira de Almeida concluiu a tradução do NT, porém, devido à
lentidão na revisão do texto, somente em 1681 é que surgiu a impressão do primeiro NT em
português.
Logo após a publicação do Novo Testamento, Almeida iniciou o trabalho de tradução
do AT, e, ao falecer em 6 de agosto de 1691, havia traduzido até Ezeq. 41:21. Em 1748,
Jacobus op den Akker, da Batávia, reiniciou o trabalho interrompido por Almeida, e em
1753 foi impressa a primeira Bíblia completa em português, em 2 volumes.
Apesar dos erros iniciais, ao longo dos anos muitos estudiosos evangélicos têm
revisado a obra de Almeida, tornando-a a preferida dos leitores de fala portuguesa.
Tradução de Figueiredo
Nascido em 1725, nas proximidades de Lisboa, o padre Antônio Pereira de
Figueiredo traduziu integralmente a Bíblia (partindo da Vulgata), em um período de 18 anos
de trabalho árduo. A primeira edição do NT saiu em 1778, em 6 volumes. Já o AT (em 17
volumes) foi publicado entre 1783 e 1790. Em 1819 surgiu a Bíblia completa de Figueiredo,
em 7 volumes; e em 1821 ela foi publicada pela primeira vez em um só volume.
Figueiredo incluiu em sua tradução os chamados livros apócrifos, que o Concílio de
Trento (1546) havia acrescentado aos livros canônicos. Esse fato tem contribuído para que sua
Bíblia seja ainda hoje apreciada pelos católicos romanos nos países de fala portuguesa.
Ele realizou uma sublime obra da prosa portuguesa, pois era um grande filólogo e
latinista. Porém, por não conhecer as línguas originais, e ter baseado sua tradução apenas na
Vulgata, sua obra não tem suplantado em preferência popular o texto de Almeida.
Geisler, Norman, e William Nix. Introdução Bíblica - como a Bíblia chegou até nós. São
Paulo: Vida, 2006.
Wilson Paroschi. Crítica Textual do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1993.