Relatorio Reparticao Estrangeiros PDF

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A· .AS.SEMBLEA- ·GER.AL·: LEGISLATIVA .. ..


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N_A , quARTA SESSÃO DA , · DECil\iA-QUINTA LEGISLATURA

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MINISTRO E pECRETARIO DE ji:S<rADO

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"T!:c:iOG;RAPHXA J1NúrERSAL DE ~AE!MMERT


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ǵ~pri11Çlo o d~yer· que a l~i '.:µ1e hnpõ.e, v-e1~ho dµr-\Tos conta dos negocios, que
cori;en~ . pj:lla r'ep~rtição a Iµe11 papgp .

. .·Republica Argentina e Paraguay.


Ajustes definitivos ··de 'paz.- Questão de liruites.. ·
·· Cooperaç&o . do Braúl..
'

Esta importai~te questão, ele que t~·atei la:cgamente no relatôrio do m~!?-\>··pi·oximo . pas·
saclo ~ que não p~de ~er resolvida pela missão conflada: pelo gove~·lJ.~ ar~~i;tinC? ao gen!'.)rai
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Mitre, então acreditado em A.ssumpção, continua, a ser solicit~me1ite : considerada pelas


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partes interessadas.
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Achão-se nesta côrte os. plen,ipotenciarios al.:g.en:tmó ·. e·.yaí·agt1ayo.. 'São'. o~· Srs. Pr.
· .D. Carlos Tejedor.e D. Jayme Soza... ,,. . .. .. ....
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São plenipotenciarios por parte .do Brazilp a~tuai minis~ro. dos . negoq~os ~s~r:;i.n,geirps .
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e o Sr. Visconde do Ri9 B~·anco, os qüaes' est~.o · autoriê.~ d~~ .,a·;-p.resta1"ao se-q coll~ga
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6

argentino o apoio moral estipulado no a·ccôrdo de 19 de Novembro de 1872 e a con- ·


clnirem quaesquer ajustes concernentes á materia do mesmo accôrdo.
'
Já forão encetadas as negociações.

Republica Argentin~.

Bombardeamento da povoação argentina do Alvcar pela


flotilha do Alto Uruguay .

Á meia noite de 29 para 30 cleJunho elo anno proximopassaclofoi o governo imperial


• 'f . • ...

sorprendiclo pela noticia elo. pombardeamento da povoação arge;ntina ele Alvear pela
flotilha brazileira elo Alto Urügu~y, commanclacla pelo capitão tenente Przewoclo~sky.
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Communicou-me essa noticia pelo telegrapho o pr~siclente ela provincia ·cle S. Pedro
do Rio Grande elo Sul. Do ~eu telegramma, clns cornmunicações posteriores, .dos officios
do proprio commandante da flotilha e do inquerito a que se procedeu resultou o seguinte·:
O primeiro cirurgião da armada Dr. Pamphylo Manoel Freire de Carvalho, chefe
do corpo ele sande da flotilha elo Alto Uruguay, ao regressar de um passeio ás vizi-
nhanças de Alvear, foi atacado. pelos italianos Guido Benati e Vicente Logato, achan-
do-se revestido do seu uniforme e tendo apenas para defesa um chicote ele cavallo ,
ao passo que os aggressores estavão armados . Da luta, ~ue se travou entre os tres,
sahio o Dr. Freire de Carvalho muito ferido, escapandp · com vida pela opportuna
intervenção de um individuo, que desviou a espingarda de Logato no momento em
que este ia descarrega-la .
. Segundo a allegação elo capitão t~nente Przewodowsky , havia á pequena. distancia
elo logar do conflicto uma guarda, que tudo presenciou sem acl1dir, como lhe cum·
pria, ao aggredido;
Déu-se o caso no dia 18 das 4 pÚa· as 5 ·horas ela tarde . No dià 19 officiou
o commandante da flotilha ao vice-consul brazileiro residente em Alvear pedindo
prov.idenc~.as ; e como a autoridade local as não clésse e até deixasse ele responder
ao vice-consiil,.dirigio--se o co~mnandante de offiçio ao juiz peclaneo exigindo a entrega
dos dous it~lianos e clec]arando que, si ella s~ não effectuasse até ao meio dia. de
2 2, usaria .d.a; força. ele ql.rn' dispunha .
Não tendo ~id.b ~ati~feita, p,.sl1a ·exigencia, mandou o cornmandante que os monitores
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7

Rio Gmnde e Alagôas atii·assem algumas bombas por cima da povoação, com
elevação e grande intervaJlo de um a outro tiro, e que fizessem fogo sobre qualquer
1

grupo de gente armada ·que . apparecesse.


Ao ciuarto tiro apresentou-se a bordo uma ·commissão do commercio do ·Alvear,
pedindo que cessasse o fogo . Cedeu o commandante e logo officiot} ao juiz com-
municanà.o-lhe esta resolução . '{
O presidente da provincia do: Rio Grande, assim ·que teve co11hedimento do facto,.
declarou ao commandante da flotilha que não devêra ter exigido a entrega dos
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italianos, nem bombardeado -à povoàção ; que evitasse novas hostilidades ; e que
conciliasse esse dever com o de sustentar a hom:a e a dignidade do paiz .
Pela minha parte respondi sem demora ao l?residente que o góverno impel'ial
. ; / .
reprovava o insolito acto dei commancfante ela flotilha e· ma;1dava substitui-lo e su-
. .f
jeita-lo a conselho de guerra; e confirmei a recommendação relativa a ºnovas
hostilidades, determinando que se limitasse aquelle cornmanclante á defesa dos seus
nav10s.
O governo argentino apressou-se a reclamar, mas · a sua reclamação não teve
seguimento á vista da prompta declaração do governo imperial, já hypotheticamente
antecipada pelo ministro do Brazil em Buenos-Ayres. Com effeito no mesmo dia
(1 O de Julho) em que o ministro das relações exteriores me passou a nota que
vai annexa a este relatorio, communicava-lhe o encarregado de negocios brazi-
leii:'o a irnmediata reprovaÇão ci.o acto praticado pelo capitão-tenente Przewocl.owsk.y.
Mas o goverpo imperiaJ, ao passo que assim clava ao da Republica Argentina
nm testemunho do seu esp~rito de justiça e do desejo, que o ani~a, de manter as
boas relac,:ões existentes entre os dous paizes, formulava pela sua p'arte a reclamação ·
que lhe cumpria fazer afim de alcanç~r a punição <los aggressores do Dr. Freire
de Carvalho e das autoridades e dos agentes da força publica, que não houvessem .
. / .
cumprido o seu dever: bs acontecimentos ·políticos que . s,bbrevierão na Republica
! '
Argentina pa1:alysárão a resolução desse negocio. 1

O capitão ·tenente Przewodowsk.y i:espondeu a conselho de guerra, como desde


o principio . se determinára, ma,s foi absolvido, sendo a sentença de· abs~lvição con,-
firmada pelo conselho supremo militar.
. . .
'o acto de . que se trata consta de duas partes, exigencia de ent.reg·a· dos italianos
Benati e Logato e bombardeamento ele Alvea1·.
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8,
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Si o de1icto tivesse sid.o commetticlo em teri·itorio braúleiro 1 só a<;> gbve rho im-
perial competiria pedir a extradição dos delinquentes. Tendo sido ,commettido em
territorio argentino, ·nem ao propr10 governo imper~al er~ ..licito faz.ê-lo. O capitão- ·
tenente Przewodowsky, pois, não só assumio uma faculdade 'qU:e não ,tinha, como
levou o· seu abus0 ao po'nto. de assumir aquella ' que neni ·1\lesmo ··o seu ' governo
podia pretende · ; esquecendo por outro la.do que a autoridade subalterna", a: quetn
se diir1g:io,· rrão .era competente pm;a i·esolver por si nego~io. tão grave . .

O sh1111'>iles· bod:L senso· mosfra que os commandantes d~ fotças navaes não devem
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te:r, e ·· ~ã;é• ~êJIJ.'l, à faculdade que o da :flotilhà do Alto Un1g uay' julgou competir-
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lhe. Si a tivessem, o'tt 'si os seus governos lhes to1e1'assem o abttso't- de toma-la por
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S•Ulias ilJ.l ! ào s, fiearião a,s: relações intemacionaes sujei.tas : a, gntndes ._.p erturbaçõ.es. O

goYerno i~p: erial portanto não podia approvar que se exigisse a entrega dos doüs
imail:i:a.nos.

Trafa:rei' a.gora, do hombardeamentó.

Í~ iudifferente que o:; tiros fossem sómente quatro, da.dos por elevação e com
.grancTes intervalios, e que nenhum c1amno causassem ás vidns e propri eclacles dos
\
·ha.bitantes d'e Alvear. As circumstancias contrarias terião .sido aggra,vanté's, mas
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nquellas não attenuão o\ acto. Este subsiste ~m toda. a sua gravidade . Uma po-
voação incTefesa· foi' bombardeada pela flotilha h.razileirn sem ordem elo governo im-
perial e por causa ele uma contenda particular, em que a .autoridade local não
teve parte.

Para bem apreciai: o caso co11vém notar que a povoação ·ele Alvear é fronteira
• .~1

á cTe Itaqui no Brazil, cloncle podia o commanclante ela flotilha telegraphar para o
presi~ente ela província afim de pedir instrucções, como pôde commumcar o seu

acto depois ele praticacl'o. O confl.icto succedeu no dia 18 das 4 para as 5 horas
cfo, 'tarc1e e só a. 22 se fez o bombardeamento. Mais dous dias bastavão para que
chegasse a Itaqui um telegramma, elo p~·esidente.

O bombardeamento ele uma cidade ou povoa<;ão é acto ele guerra, e, ainda sendo
simples represalia, não entra na categoria, elos que podem ser resolvidos e execu-
.1 • •

tados por disposição ele nm commanclante, maiormente quando este, não se achando
,em P,a:iz .~·emoto, m~~ nas prop1;ias aguas elo seu e ao alcance ele autoridade. supe,,- ·
. '

rior, . ,t~m meio facil e p1~ompto de ser instruído.


9 ..·- ·- ...

Ainda no caso·· d'e.:·bóbibardeamento estava o bom senso n1ostrando ~o comtn·a11- · -·


dante Przewodows.ky q~rn ~xo~·bitava extraordin~riaip.ente de suas atti'ibnições,
As -.ordéns., rel~tivas
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.
.Amguary,
... .
que aquelle commandante mvocou em sua de-
fesa, .não lhe aproveit~y:ão,..
, '
No. relatorio de ........Maio de 1872 disse o meu antecessor:
~-

~ «, A guarda . ~da.~ illi~ da liberdade, ào passar no dia 16 de Março do corrente


.• « anno pela . ca~hon~ira Araguqry, fundeada no porto ele Montevidéo, . dirigio
« offensas á guarnição desse vaso de guerra brazileiro.
« O minis~r~ elo Brazil. levou immediatamente 'o occoáido ao co:q.hecimep.to do
governo orien/al, que mandou· recolher á prisão os autores do desacato, orde-
<c nando qu~ ·:f~s~e.rn . sub1~rntt_Wos a con~elho de guerra. >) •

No relatorio dé Dezembro ele 18 72 se accrescentou:


~ Os o:fficiaes da guarda nacional da Republica Oriental elo Uruguay, pi;esos e
" processados por mo~ivo do desacato comrrietticlo contra a guarnição· da canho-
<\ neira Anigiictry, forão . absolvidos; e o ministro das relações exteriores tra,ns-
, ª,.
..
m~ttio.
·~ .
cópia da-,tespectiva sentença á ·l':gação · imperial sem manifestai: rep:ro'vação
. ~

ao procedimento .desses officiaes. i.


" Não era isso o que o governo imperial devia esperar.
Attendendo, ·poi.:ém, a 'que o ministerio da mario.h a expedia ordem ao com -·
mandante da estação naval para repellir com a força os que insult~issem a guar-
'' nição' de nossos navios, . o governo imperial não julgou opportano fazer nova
insistencia quanto a esta' xeclama.ção, co~.tando com .~ energica cooperação do
governo oriental para que não se dê nenhum outro clesaca,to sim.ilhante, afim de
« evitar-se a execução daquella ordem, como é muito para deséjar. »
. '
Já se · vê que não ha a menor paridade entre os dous casos. -
Em Montevicléo· foi a guarnição de um navio .de guerra insulta.d a por officiaes da
guarda nacional que regressavão ele acto. de serviço, achando-se ~ dita guarnição
a bordo. Em Alvear commetteu-se o deli~to em terra, contra um só inclivich~o, e
os autores não erão militares argentinos, mas paisanos estrangeh·os.
A ordem do ministerio da marinha referia-se a ·casos similhantes ao da Araguary ·
e por ella. se não mando_u que o commandante ~a estação bombúdeasse a cidade,
mas sómente que repefüsse com a força as pessoas que insultassem as guamições.
Entro neste1,'! promenores pc)l·que é necessario- mostrax que não houve contra- ·
dicção no procedimento do gov<'lrno imperial e porque convém remover todo
E. 2

1 -
10

· eqmvoco a respeito .ele arbitrios, que os commandantes ele forças navaes não. podem
ter e ele feito não têm.

. - Canhoneira « Paraná ».-;-':"Sua entrada no


Revolucão de Setembro.-
porto d? Rio Grande do Sul.-Procedimeuto seguido em i~elação
a ella.

A revolução, que rebentou na Republica Argentina em Setembro elo anno.proximo


passado, produzio em relação ao Brazil um incidente ~le que passo a dar conta.
A canhoneira Panmá; pertencente á esquadra argentina, mas sublevada contra o
'govemo e por iss? perseguida, entrou no porto do Rio Grande elo Sul. para·, repamr
av~rias e refazer-se ele yiveres e combustiveL O presidente ela provincia, guiando-se
pelas· circulares em vigor, marcou-lhe para a sahicla o prazo de vinte e quatro horas,
que foi prorogado, ainda segundo as circulares, e-que veio a ser ele oito dias.
O governo imperial approvou o peecedimento elo seu deleg2.c10 e detf-lhe as se-
guintes instrucções.
Si houvesse fóra da barra vapores argentinos e a Pa1·aná quizesse sahir, seria es-
co_ltada por um navio de guerra que a deixasse fóra dos mares territoriaes e a distancia
dos contrarios que não pei.·mittisse captura immediata, inti1nando-se aos cruzadores
que se afastassem dos ditos mares. Si a P cwaná receiasse sahir, permaneceria corno
, ' navio detido e sujeito a ser entregue depois ao governo argentino· Quer sahisse
quer não, conceder-se-hia asylo a todas as pessoas de bordo que deseja,ssei~ desembar-
car, mas essas ·pessoas serião vigiadas e internadas. Não se pennittiria receber gente
nem munições de guerra.
Posteriormente declarou-se ao presidente que a inti1uação <tos ·cruzadores sena
feita antes de sahir a canhoneira. ·
Pedio o governo argentino ·pelo telegrapho a detenção da Pa1·a·n á para ser entre-
gue ás forças. navaes que fossem recebê-la; e por nota sustentou o direito que julgava
ter a isso e á entrega ela tripolação, invocando os artigos . 9 ~ 13 do : tratado de 1856
que versão sobre desertores e piratas.
·L. No conceito elo govei·no imperial não &rão aquelles artigos applicaveis ao· caso~_ O
. que devia · regular e regulqu o seu procedirn.ento foi o caracter evidentemente politico
:elos successos ele Setembro e do acto do commandante da canhoneira, caracter bem
.determinado não só pelos propositos dos revolucionarios, mas ainda pelas disposições
teimadas, pelo , propno govemo argentino, como cl\:lmonstrei nas notas annex:as ao
. : ·• ~ '
presente relatoúo. Recnsou-se portanto a entreg·a não só da canhoneira como da sua
tripolação.
Considera11,do unicamente as suas leis e os seus interesses domesticos, não se conven-
ceu o governo argentino de toda a j.ustiça do nosso procedimento, mas apressou-se a
reconhecer a boa fé e a lealdade do governo imperial, e assim ficou a questão redu-
zida á discussão dos princípios que devem prevalecer em casos si~ilhantes ,
A doutrina sustentada por parte da Republica não é admissível, porque restringe
. ' . . '
os direitos dos governos neutraes e subordina esses governos ás leis e aos iiiteresses
do~ belligerantes, confundindo além disso ·as condições da guerra maritin;ta- e da
guerra ,teiTestre. O Brazil, que, pela sua posição. geog~·aphica e pelas frequentes
commoções intestinas dos fíeus vizinhos, está mais sujeito do que . qualquer outro
paiz aos embaraços da neutralidade, tem particular interesse em que os seus direitos
de neutral não so:ffrão a menor restricção. Por isso tive o cuidado de manter os
princ_ipios admittidós por todas às naçõ~s;

Na sua ultima nota disse o Sr. ministro das relações exteriores que as regras,
estabelecidas pelo governo imperial nas ~nas circulares, não forão executadas pelo
presidente da provincia, .Pois .que elle não impedio que a canhoneira augnientasse a
·sna tripolação, nem verificou si ·ella tinha soffrido às avarias allegadas pelo seu
commandante. e f,i

Í
1

Quando respondi á nota do. Sr. Dr. Pa1;do não possma informações que me ~
habilitassem a refutar cabalmente aquellas imputações. Recebi-as depois e ellas
vierão confirmar o juizo que eu tinha feito,. O ·commandan,te ·das forÇas navaes
estacionadas no Rio Grande declara positivamente a . existencia das . avarias e prova
com documento, qne no estabelecimento de Isaguirr~ e Filho se concertou uma peça
da machina da canhoneira ·. Tambem declara que esse navio não augmenton a sua
tripolação e é apoiado nesta declaração pelo delegado ·ae ·policia da cidade do
Rio Grande.

Ferimentos feitos ~lo i)nperial marinheiro Manoel Antonio de Paiva


. por soldados argentinos á 1na1~gem do arroio Aguapehy.

Do inqnerito, a que o commandante da flotilha do Alto Urnguay mandou proceder


e que se acha annexo ao presente relatorio, resulta qne o imperial marinheii·o Manoel
Antonio <le Paiva, tendo ido com outros · ao RITOIO Aguapehy para caçarem, foi
12

... inandàdó 116 proximo acampamento de uma guarda argentina afim de obter licença,
é ahi foi gi·avemente ferido por soldados pert~ncentes á dita guarda, sem que houvesse
ela sua parte a menor provocaçã.o e simplesmente porque p_rocurára evadir-se ao
ouvir que mandavão detê-lo.

Os indivíduos compr-omettidos n8ste attentado forão logo presos, Bendo pouco
depois entregue á· justiça civil um clelles, o tenente. Leiva, como se vê ~e um officio
do chefe militai· do departamento da Cruz ao_commandante da :flotilha, mas ainda
não consta o resultado do processo.
Fez-se a necessaria _reclamação j tJnto do govemo argentino.

Ti'ros dados . <lo territotio argentino sobre düas lancha~ pertencentes


á flotilha do Alto Uruguay.

Poucos dias antes do successo do Aguapehy subião o Uruguay ·duas lanchas a


v~por pertencentes á flotilha. brazileira. Uma legua acima do Salto Grande fizerão
fogo sobre ellas alguns soldados de cava1laria: que ainda lhes seguirão a marcha
por algum tempo.
Diz o governo argentino que as . lanchas não levavão bandeira: o que tambem
se deprehende das informações recebidas pe,lo governo imperial e accrescenta que
os aggressores, oito ou dez: n ão tinhão uniforme, nem insígnias militares, não sendo
portanto soldados da naçã.o. -Póde ser que não fossem e que os brazileiros se
enganassem, o que aliás não parece provavel pelo muito tempo que tiverão para
observar, ma s em todo caso é f6ra ele duvida que houve aggressão e qirn esta,
além de damno ás_ lanchas, podia ter produzido o ferimento ou a morte de algnem
das tripolações.

Vexames soffrülos por snbditos hrazileiros na Concordin.

Tendo constado ao govern'o imperial que na cidad~ da Concordia, onde .nã,o havia
então agente consulal', erão vexados os residentes brazileiros, determinei que o· consul
gltral partisse sem demora i;ara aquelle log·a r afim de proceder em pesso~ fis neces-
sari~s averiguações e ele prestar a sua protecção aos que della necessitassem.

O Sr: Dr. Chaves de;:;empenhou a sua commissão com brevidade, encontrando


nas auto1:idades locaes todas as facilidades precisas.
~
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-~---
HD;~irt:-aJgrtilla~ ex.a.gen1.ç8.o ~rns. noticias propaladas, nw.t; acha.vã.o-se alistados no ser-
viço ~ilitar <:1a Republiea alguns b~·azileiros. T.odavia estes obtiverão logo baixa,
·sendo conservádos OS que servião de SUá livre vontade.
Tendo o consul geral noticia de que pouco tempo antes fôra assassinado um brazi-
leiro por praças de i.11i1 corpo, em que estava alistado, procurou obter informações
sobre o caso. As que constão dos officios trocados entre o mesmo consul e o chefe
po1itico não offerecêrão base .sufficiente para uma rac1amação.

Republica Oriental do Uruguay.


Projecto de invasão do territorio oriental por .Bergara·e seus
companheiros, captores do Portenha.

Depois de incessantes diligencias; clifficultadas por circumsta11cias 1ocaes que .todos ·


conhecem, conseguirão ai:; autoridades da província do Rio · Grande do Sul apprehender
.o caudilho Pal~er e seus companheirqs, os quaes forão logo transferidos para a iiha de
Santa Catharinà,·donde seguirão a .seu pedido para a Republica do Paraguay.
A experiencia tem inostrado que o unico meio efficaz de pôr termo á facilidade, com
que os revolucionarias da Republica· vi.zinha costumão abusar do asylo concedido na_
provincia do Rio Grande do Sul, é envia-los immediatamente para a mencionada ilha.
Fica isto . portanto estabelecido como regra e é de esperai; que assim sejão diminuido.s
os embaraços ·e prejuizos que nos têm sempre acarretado as comrnoções intestinas
do Estado Oriental .

Divida interna da Republica Oriental do Uruguay. -. Lei que suspende


a sua amortiz;_ição e 1nanda pagar os seus juros papel e não ern.
cm ouro. -Protesto do corpo diplomatico e consular.

No intuito de melhorar o estado financeiro da Republica snbrne.tten o governo


oriental {t consideração do corpo legislativo alguns projecto.3 de lei, entre os qnaes
sobrcsahia. um destinado a suspender a amortização das differentes classes da divida
publica interna e a fazer pagar em papel de curso. leglll, mas incorivertivel, os juros
que e~sa divida vencia e erão pagas em ouro.
V cndo seus interesses arriscados a uma perda coüsideravel s1 aqnelle projecto fosse
.... r •

convertido em lei do EstaJ.o, dirigirão-se ao poder legislativo os estrangeiros, possuidores


.de títulos da referida divida, pedindo-lhe que negasse a sua.approvação a todo e qual-
quer projecto, apresentado ou·por apresentar, que tendesse a altei'ar os termos em que,
de conformidade com ·ajustes solemnes, se fazia até então o serviço da amortização e
do pagamento de juros.
Não sendo ·attendida a petição, recorrêrão os signatarios aos agentes de seus respec-
tivos paizes, fazendo o mesmo pela sua parte os brazileiros.
Reunio-se o corpo diplomatico e consular e resolveu passar nota collectiva ao go-
verno oriental protestando contra os actos projectados. Eis os termos fomes .ela ·nota:
« Os abaixo assignados, portanto, solernnemente protestão perante V. Ex.
« contra ambos os projectos, isto é, alteração no serviço elas dividas pela fórnm
« que se propôz, e retroactividade applicada aos pagamentos estipulados entre
«, -particulares, e a visão a V. Ex. de que fazem responsavel ao governo da Re-
« publica })elas consequencias que possão resultar ela execução dos referidos pro-
« jectos. "

O governo oriental negou a intenção ele fazer retroactivo o effeito da lei quanto .
ao pagamento em papel-moeda nas transacções entre particulares anteriores á
pronmlgação, mas sustentou o direito, qne julgava ter, de suspender a amorti_
·. zação da divida e ele pagar os seus Juros, não em onro corno antes, porém em
papel.
, Apezar do protesto do corpo cliplomatico e consular foi o projecto convertido
em lei e consta que já se expeclio o respectivo .reguhtm.ento.
O -governo imperial aguarch certas informações -de que necessita. para tomar
uma resolucão .
'

Convenções postaes.
Depois gne vos apresentei o ultimo relatorio forão promulgadas quatro con-
venções postaes: coni a Allemanlrn., a Italia e a França em 8 e 15 ele Julho e
16 ele Setenibi·o elo mmo proximo passado, e com a Belgica em 20 ele Fevereiro
elo corrente anno.
Na convenção concluicla com a França melhorarão-se as estipulações cln. anterior:
a que se ·~elebron com a Belgica é aclclicional á ele 23 de Abril de 1870.
Ir ...
.,
..
I'

15

_Paraguay,
.- .
Accôrdo substitutivo do . art. 35 e dos §§ 2°, 3° e 4º do art. 29 do tra-
tado de amizade, commercio e navegação entre o Brazil e o Paraguay.

Promulgou-se este accôrdo em 6 ele Junho do ·anno proximo passado. ·Estão as


.suas estipulações em harmonia com as dos projectos de convenções consulares
offerecidos pelo governo imperial aos de . França, Italia, Hespanha, Suissa e Portu-
gal em substituição elas convenções denunciadas.

Convencôes
'
consulares.
J{t sabeis que o governo imperial, tendo denunciado m; conyenções existentes com a
França, a Italia, a Hespaii.ha, a Suissa e Portugal, offereceu aos [email protected] ·governos
projectos iclen~icos contendo as estipulações .que lhe parecêrão aconselhadas pela expe-
nencia.
Os governos de Portugal e de Hespanha offerecêrão contra-projectos, cuja discussão
fica interrompida pela sentida morte elo plenipotenciario brazileiro o Sr. Visconde de
Souza Franco, até que se lhe nomêe successor.

Limites.
Deinarcação dos linlites c01n a Republica do Perú. -Marco do Javary ~

i'~N o relatorio elo anno prqxnno passado vos communiq uei que a com missão ele
marcadora tinha partido para o rio Javary, em · cuja principal nascente terminão
o::;
. .
limites meridionaes en~re. o Imperio e o Penl.. Cabe-me agora participar-vos que
essa commissão compl~tou os s~lis trabalhos collocando na referida ·nascente o
marco respectivo e deixando assim conclnida a demarcação dos limites ~jnstados
no tratado de 1851. São dignos de louvor o zêlo e a intelligei1cia manifestados pelo
commissario brazileiro Sr. ·Barão ele Teffé.
O . govemo peruano, cujo espiríto conciliador muito contribuio para que tão feliz
- . ,
mente se concluissen1 os tr~balhos da demai~cação na parte contemplada no referid _
.,,· 16
.....
• •
i
.
I' ..
. , , .iÃ.... lttüo, - ao · responder á nota que por esse motivo lhe · foi <l.irigida, convidou o
governo imperial a entender-se com. elle e com . o. ela Bolivia para a fixação dos
limites entre o Javary e o Madeira. Este negocio, cuja ·importancia não póde ser
desconhecida, será resolvido opportunamente e com o particular cuidad9 que
merece. ·
O cong1·esso. pernano approvou o accôrdo concemente {i, troca d.os terrenos á
margem do Içá . .

Demarcação de linlites con1 ·a Republica do Paraguay.

Está concluida, esta demarcação, a cujo respeito disse o commissario brazileiro


o· seguinte em officio de 14 de Novembr.o ele 1874 ~

" É com a ma10r satisfação que apresento .a V. Ex . . o exemplar desta acta


« (a ultima) e o daqueBa carta (a geral), pert~ncent.es ao Brazil, por comprovarem
« tã.o importantes documentos que ficou completamente ·concluída a demarcação
..
" . àe ·nossa fronteira com esta Republica, . unico trabalho deste genero realizado
" até o presente_sem interrupção e no cmto espaço de vinte e seis ·mezes. A ex-
" tensã,o de cento e noventa leguas de fronteira, demarcada, então pouco conhecida,~-
« oitenta de picadas abertas nas serras de Amambahy e Maracajú·e nas cabecefras· .. _
« do Apa para deslindar a questão do Estrella; a custosa navegação daquellé rio
e a do Alto Paraná, com os nS<?OS que apresenta acima da foz do Iguass11,
podem dar uma idéa da perseverança da commissão. e dos trabalhos · coni_ q:ue .
lutou para effectuar esta demarcação. u

l!"'oi em verdad.e necessaria muita perseverança e . o governo imperial apreciou-a


devidamente .

Demarcação dos lirnites com a Republica da Holivía.

A continuação
. '
dos trabalhos desta demarcação foi confiada ao Sr. Barão de
Maracajú, que partio para o seu destino no 1° do corrente mez, levando ·em sua ·
companhia os ajudantes que com elle servirão na demarcação com o Paraguay e
outros empregados que foi necessario nomear.
O zêlo e a intelligencia com que forão tão louvavelmente desempenhados os
trabalhos da commissão anterior, justificão a esperança de que os da actual terão
resultado igualmente satisfacto1~io.
' ..
PESSOAL DA COMMISSÃO.

Cornmissario, o coronel do corpo de engenheiros Barão de l\faracajü .

AJUDANTES SUBSTITUTOS.

1.º O major do corpo de engenheiros Francisco Xavier Lopes de Araujo.


2.º O major do corpo de engenheiros G1}ilherme Carlos Lassance.
3.º O capitão do ·corpo do estado-maior de 1 ª classe Joaquim Xavier ele Oliveira
Pimentel.

AJUDANTES.

O capitão de artilharia J ?aquim da Costa Guimarães .


O 1° tenente da armada Frederico Ferreira de Oliveira .
Medico , o 1º cir1Jrgião do corpo de saud.e do exercito Dr. João Severiano da
·Fonseca.
Pharmaceutico o alferes do mesmo corpo Francisco Maria de Mello e Oliveira .

. .....
Reclamações anglo~brazileiras .
·,1 •

·..•No relatorio do anno proximo passado vos dei conhecimento das bases offerecidas
pelo governo imperial ao de Sua Magestade Britannica pa,1:a a conclusão de um ajuste,
pelo qual se creasse uma nova commissão mixta, incumbida de resolver definitiva-
mente as reclamações dos subclitos dos dous paizes que ainda estão por liquicfar.
Em 7 de Novembro do referido anno respondeu a legação britannica á nota de
15 de Novembro do anno anterior, em que ,_propuz as referidas bases.
A contra-proposta do governo britannico rêsúmia-sé como se vê daquella res-
posta, nos termos seguintes :
Revisão de mui pouc~s das sentenças proferida,s.pelas extinctas ·commissões mixtas.
Apresentação simultanea da proposta de . convenção ~ de uma iista dos casos,
resolvidos pelas referidas commissõ es, que o goveri.10 imperial quizesse submetter
ao novo tribunal.
Dar a esse tribunal poder discricionarío para rever as sentenças dos tribunaes
do almirantado quando no · seu conceito houvesse boa razão para isso.
E. 3
'.18
-
Condições da revisão desta classe ele casos :
1. ª Não se pôr em duvida a validade elo acto Abercleen.
2.ª Guiar-se o tribunal pelos tràtaclos e leis elos respectivos pmzes em vigor
quando os casos forão originalmente julgados~·

3ª. Apresentar o gov~rno imperial ao ele Sua Magestade Britannica algui:i-1 tempo
antes ele reunir-se o novo tribunal uma lista dos casos, que tencionasse entregar
ao j'ulg·amento delle.
O governo imperial não podia anmm á limitação prévia e arbitraria do numero
ele reclamações ela primeira categoria, isto é, elas provenientes ele sentenças proferidas.
pelas extinctas commissões mixtas. Tambem nflo podia annuir á apresentação . ela
respectiva lista como meio de chegar a um ajuste em vez de ser como consequencia
desse ~jtiste. Estas duas condições suj eitavão os reclamantes brazileiros a uma,
especie de julgamento em duas instancias, :sendo juiz em uma dellas a parte mais
interessada por ser aquella, de quem se exigia indemnisação. ·Mas as co1~dições mais
graves e menos admissíveis erão a primeira e r. segunda elas .q\.rn o govemo briümnico
punha á révisão dos casos da segunda categoria, isto é, das sentenças proferidas peios
ti:ib:unaes do almirantado .. Exigir que S(j não puzesse em duvida a validade do :;i.cto
Aberdeen e que o novo tribunal se guiasse pelas leis e tratados equiva1ia a conclemnar
.de antemão toda,s as reclamações , obrigando o governo imperial· a reconhecer uma·
lei britannica_ que sempre repellira.
A divergencia de opiniões, que assim se manifestou entre os dous governos, incluzio
o de Sua 1VIagestac1e Britari.nica a desistir da negociação e a declarar :
/
1. 0 q~e as reclamações brazileiras e britannicas devem ser tratadas separadamente;
2.º que as britannicas serão trazidas ao conhecimento do governo imperial;
3.º que o governo· britannico tomará em séria consideração as reclamações bra-
zileiras que lhe fôrern a presentadas.,
. - '~
Desejavft o governo imperial sincernmente que lhe fosse permittido concluir nrn
ajuste, mas o seu. des6jo não pocli.a leva-lo a abimdqnar uma grave questão de
principio em q ne se achava compromettida a, dignidacl~ ·do paiz, nem a aceitar
condições que tornavão illusoria a revisão das reclamações brazileiras e só apro-
veita vão ás dos sub ditos britannicos.
A correspondencia trocada com a. legação de S~rn l\fag-estade Britannica justifica
o procedimento do governo imperiaL
.
:... _.,
;
.;'..,_~;;:-.=
19

Reclamacão
'
do Conde Dundonald.
No relatorio do anuo proxuno passado vos communiquei que esta reclamação
fôra submettida ao arbitramento dos Srs. Barão A. Cavalchini Garofoli e James
R. Patridge, ministros de Italia e dos Estados-Unidos da America nesta côrte, e que,
segundo a decisão proferida por esses senhores, devia o Brazil pagar . ~o dito conde,
como representante de seu fallecido pai lord Cochrane, a quantia de ;f, 38,675.
Não tendo sido votados os meios necessarios para o pagamento claquella quantia
. - '
foi mister consider-ar a questão dos juros, suscitada pela legação britannica mesmo
antes de se encerrar a assembléa geraL
Esta questão foi resolvida de conformidade com o parecer das secções do con-
selho de Estado que consultãõ sob~·e os negocios da fazenda, e da justiça e estrangeiros.
Decidia-se que os juros fossem contados desde o dia 1 O ele Maio do anno pro-
ximo . passado em que a legação britannica os reclamou, pretendendo que co1:ressem
da dat~ da sentença al'bitral.Isto elevou a inclemnisàção á quantia de ;f, . 40,298,5,~í

que foi paga por meio de letras. sobre Londres, abrindo-se para isso um credito
extraordinario, como se vê em outra .parte deste relatorio:

Reclàmação ela companhia lngleza de seguro (( Queen. »


Eni Março de 18 6 9, Figueiredo Irmãos, estabelecidos á rua d' Alfandega corri arma-
zem ele moveis, segurárão o seu estabelecimento por 80:000$000 na companhia in~

gleza de seguro ~ Queen ». Pouco depois, em Novembro. _do mesmo .anuo, foi o dito
estabelecimento destruido por incendio e os segurados exigirão o pagamento da refe-
rida quantia.
Pretendeu a companhi~ pela sua parte que. os segurados provassem que no mo-
mento . elo sinistro possuião no seu a.rmazen:i o valor pelo qual se havia feito o seg·uro ;
e, recusando o pagamento por lhe não ser exhibida a prova, foi d.emandad:;t em·
JlllZO, .

Seguirão-se estes factos : sentença a favor dos segurados confirmada pelo tribunal
superior; recusa ele pagamento po1; .parte dos seguradores pela razão a,llegada de não
terem dinheiro em caixa; ordem ele prisão contra o agente Lyde , que substituía o
agente Taylor na p,uá .ausc,mcia, e depois contra o proprio Taylor ao seu regresso;
fuga de ambos os agent~s ; sentença de fallencia contra a companhia « Queen »
20
O procedimento havido contra essa companhia incluzio os agentes ele outras da
mesma natureza a requerere~ que se firmasse a intelligencia do art. 525 do llecreto
n. 737· ele 25 ele Novembro ele .1850 em ·virtude elo qual se expedirão mandados ele
prisã.o contra Lycle e Taylor.
Foi .ou viela a , esse respeito a secção de justiça do conselho cl'Estado, com CUJO

parecer houve 8na l\fagestade o Imperador por bem co1iforrnar-se.


Diz o parecer :
" O mandado ele prisão contra o gerente da companhia ele seguros - Queen - é
rc evi.dentemente injusto, mas a injustiça não podia procedei; de duvidas sobre a ver-
" cladeira intelligencia elo art. 525 elo decreto n. 737 de 25 de Novembro de 1850,
" sinão elo desprezo e violação ele suas disposições · expressas. Como bem ponde:i;a o
« director ela 2ª .secção ela secretaria, o gerente não havia recebido ben1:1 1 não podia
esconde-los, nem deixar de possui-los·por dólo 1 condição essencial para ter ter logar
« a prisão.
cc A clisi)osição do cita.do art. 525 do decreto de 18[)0 é clara e bem fundada. Falla
« do executado, e sendo da competencia elos trihnnaes a ordem do processo, instau-
cc rado este, não póde sei; objecto de duvida a entidade responsavel, e por isso sujeita
cc · ás ptevisões da lei~ tendentes a assegurar os effeitos da cousa julgada.
« Segundo o que está prescripto no c~digo commercial art. 299 e decreto do 1 ºele
cc Janeiro de 1849, art. 8º, o administrador ou clirecto~· de uma companhia anonyma só
« responde soli.d aria e pessoalmente a terceiros antes do registro do seu titulo ou de ser
' cc autorisada pelo governo a companhia; e portanto, fórá destas condições, não pôde
cc ser executado e só ao executado é applicavel o al't. 525 do decreto de 1850.
• Sendo pois clara a disposição sobre q.ue versa a c'onsulta e sem inconvenientes
.,, em sua clisáeta execução, entende a secção de justiça do conselho d'Estado qu e
cc deve ser mantida como está independente de novas declarações, que são clesne-
" cessarias . »

Neste parecer e no fact? eh resoluçfí.o Imperial fundão-se os reclamantes para alle-


gar reconhécimento ele denegação de justiça e para exigir indemnisação elos prejuizoi:;
·que soffrêrão e elas despezas ql.rn forão obrigados a fazer. Apoia-os a legação britannica, ·
como se vê ela nota annexa ao presente relatorio.
O governo imperial rião podia satisfazer similbante pretenção sem estabelecer um
precedente funesto, que seria invo cado em outros casos. Recusou pois a pretendida,
indemnisação.
21
Considerando a questão em geral, sem attender a nacionalidades, ninguem dirá que
o Estado é responsavel aos particulares pelos prejuízos provenientes de sentenças in--
justas elos tribunaes; e, si isto é exacto em these, não se comprehencle que dei4e de o
ser sómente porque o queixoso não é natural do paiz. O ·estrangeiro, subdito tempo-
rario, que alli se veio estabelecer voluntariamente e que goza das mesmas facilidades
que o nacional pam obter reparação de aggravos, não póde ter um privilegio que se
~ão concede áquelle_. A igualdade a ambos garantida perante a lei deve ter por conse-
quencia a ignaldade em relação ao Estado. Si este não indemn1sa o nacional, não deve
indemnisar o estrangeiro .
No caso de que se trata se vê claramente o resultado da doutrina da indemnisaçfi.o
ao e~trangeiro. Um dos reclamentes é inglez, mas o outro, o Sr. rraylor, é nascido nó

Brazil, e, como não consta que perdesse a sua nacionalidade de algum elos modos mar-
.caclos. na constituição, é brazileiro ;1! -;{ .governo imperial, como clecla~·ei á legação bri-
tannica, não p6cle achnittir que elle recorra á protecção de um governo estrangeiro.
Si, pois, se concedesse inclemnisação a um, ficaria o· outro, que é brazileiro, em peior
.condição, e isto na mesma questão.
Adr.c.itte-se que os governos estrçingeiros intervenhão a favor de seus suhditos nos
. casos de denegação de justiça, mas·esta faculdade não tem a latitude que lhe dá o mi
nistro de Sua Magestade Britannica e eu o mostro com as proprias palavras ~o escriptor
inglez que aquelle ministro citou.
Philli~ore disse que o governo estrangeiro póde intervir, -mas observou mais, e é o
q~rn passo a transcrever para completar a citação e o pensamento do autor citado.
• Si aquelles tribunaes, diz em seguida Phillimore 1 não podem ou não querem tomm·
« conhecimento ela ~queixa ou decidi-la, fica bem lançado o fundamento dn, -intervenção.
« ·Mas o Estado que intervém deve ter o maior cuidado em verificar, 1º que o aggravo
« está clarameiite provado e 2° que com igual clareza se prova terem se recusado Of';

tribun~es a decidir a qüestão .' >>

Ê fóra de duvida que no caso ela companhia cc Queen » nenhml.1 tribunal se riegon
a tomar conhecimento ela causa_e a: decidi-la. Dir-se-ha que as decisões proferidas for?io
injustas, porém isto não basta para autorisar 8. exigencia de indemnjsação.
Pretendem os i·eclarnantes e com elles a legação britannica que o parecer ela secção
ele justiç.a do conselho ele Esfaelo e a resolução imperial que sobre e1le recahio importão
o reconhecimento de dei1egação ele justiçà.
Isto não é exacto. Os agentes de certas companhias d~ segnro peciirão que se firmasse
22
a verdadeii·a intelligencia do art. 525 do decreto de 25 de No-\rembro de 1850 e
a secção consultada disse que esse artigo crn claro e devia ser mantido como estava
independente de novas d~clarações, que erão desnecessarias~ S~bre isto é que recahio a
rei;;oluçfio imperial.

Actos praticados na provincia do Pará contra subditos portuguezes.

No logar competente achareis a correspondencia havida entre este ministerio e a


legação de Sua 1\fagestade Fidelissima por motivo . de actos cri1ninosos,' de que forão
victimas alguns subditos pártuguezes residentes na provincia do Pará, e da lingnagém
provocadora ele um periodico que se publicava na capital da mesma p1~ovincia.

l1esulta dessa corre_spondencia que o governo imperial e .as autoridades da província,


forão sülicitos em tomar todas as medidas não .f<\ para a punição dos culpados, mas
tambem para a segurança das vidas e propriedadés -dos portugnezes. Esse procedi.mento
e o seu càracter inteiramente espontaneo inspirá.rão a nece~saria confiança, e o governo
imperial teve a satisfação de ver que o de Sua Mag~staéle Fidelíssima e os seus agentes
lhe fizerão e á nação hra.zileira a merecida justiça, reconhecendo que tanto as pro vocações
da Tribuna como os crimes commettidos no Pará forão condemnados por tod? o paiz.
Re,stabeleceu-se a confiança, e é de esperar que ella não seja abalada pela repetição

ligão
.aóR portu guezes.
de actos, que repügnão ao Garacteí· dos brazileiros e aos sentimentos de arnisade que os
' ' ' '

Estados-Unidos d' An1erica.


Reclamação do brigue « Carolinc». - Restituição da quantia paga
em 1867 ao . governo americano.

No relatorio de 1868 se fez exposição ·resumida da. o~·igem desta reclamação, da re-
sistencia que lhe oppôz o governo imperial e dos motivos que o levárão a pagar a
quantia. exigida.
Transcrevo uma parte dessa exposição .
« A ii~1procedencia_, _desta reclamação foi plenamente demonstrada em notn de 4 de
« Março âe 1857, cnj<:l.S conclusões, reproduzidas na de 11 de Setembro tle 1862, n·ão
« · forão destruidas pela legaçfio dos Estados.~Unidos.
« Entretanto reviveu a questão em nota que o actual representai1te daquelles Est.a-
<c dos passou com data do 1° de Outubro de 1866, e o governo imperial submetten-a
23

<e a um terceiro exame, ouvindo sobre ella a secção dos negocios estrangeiros do
cc éonselho de Estado.
cc De accôrdo com o pa1·ecer do mesmo conselho respondeu o governo imperial, cou-
« ·firmando e corroborando as s11as anteriores decisões, e propôz que a questão fosse
(( submettida ao juizo arbitral de uma terceira potencia amiga.
cc Não foi porém aceita a conciliadora proposta que o governo imperial offerecêra
« para dar mais uma--prova de seus sentimentos amiga.veis e ele sua confiança na jus-
<< tiça e irnpanúalidade de suas ·decisões.
cc O actual ministro dos Estados-Unidos exigio satisfação immediata ela reclamac;ão,
cc abandonando a discussão dos factos da questão e declarando peremptoriamente que,
<< no c'.lso de recusa, ficarjão, desde logo e até receber instrucções de Washington,
« suspensas as suas relações offic~ "',s com o governo imperial.
« Não podia o mesmo governo deixar de vêr com pezar que por esse modo fossem
« postei·gados os principios de razão e j~1stiça, e os sentimentos de inoderação e concilia-
« ção que devem presidir ás relações recipl:·ocas das naÇões, mói·mente quando entre
cc ellas dão-se os ponderosos motivos que existem entre o Brazil e os Estados-Unidos
cc para estreitarem cada dia mais os vínculos de boa harmonia e perfoita amizade em
cc que sempre têm vivido.
cç Entendeu porém o governo imperial que nas actuaes circumstancias do Bà1zil não
« poclião as suas cordiaes relações com o gov.erno elos Estados-Unidos ficar prejudicadas

e< pela insistencia do representante desses Estados, e c01icedeu a indenmisação ·recla-


..
l< mada, declarando que de modo algum reconhecia o fondamento da responsabilidade
cc que lhe era attribuida. »

.Era·enti\o ministro dos Estados.Unidos nesta côrte o general vVebb, e a elle se entre-
gou a quantia de .f 14,252 em t.res letras ::;obre os agentes· do Bmzil em Londres do
valor de .f 3.352, i: 5,000 e .f [),900 . .
Fazendo esse pagamento declai'on o governo _imperial que p~ocedia sem prejuízo
de seus direitos e ordenou ao ministro em Washington que se dirigisse a, esse respeito
ao governo americaino.
Esse gov~rno, desejando proceder com toda. a r~ctidão e ~mparcialidade, declarou
em resposta que não dava o negocio P.ºr concluido e que ia submettê-lo a exame,
ficando enti:etanto .em deposito a quantia .recebida. ·
Esse exame mostrou de modo honroso -para os Estados~Unidos da Arnerica que com

toda a razão havià o governo imperial negado a responsabilidade que se lhe attri-
buira.
.
Em nota de 26. de Junho do anno. proximo passado disse o secretario de Estado ~o
ministro ·do Brazil em Washington :
<< "t-l'enho agora a honra de vos communicar que o presidente, dep?is ele attento
«. exame do caso, concluio que em justiça o Brazil não é responsavel pelos prejuízos.
" Parece que o governo de Sua Magestade o Imperador do Brazil tambem é
« desta opinião.
<< Em taes circumstancias entende o presidente que os Estados-Unidos devem res-
<< tituir ao Brazil a quantia assim tecebida pelo ministro dos mesmos Estados no Rio,
<< com os juros de 6 por cento ao anno, que foi a taxa estabelecida entre os dous
<< governos no caso do Canadá.
r ..
•i Tenho portanto a honra de communicar-vos que no dia 1° ele Julho proximo, ás
« h 11oras da manhã, nesta repartição, recebendo de vós quitação official completa,
, . . . . .

<< estarei prompto para pagar-vos, por conta do vosso governo, a quantia de noventa e
. ,
« seis mil quatr9centos
,
~ seis .dollars .e sétenta e' tres centesimos,
' • .
a que monta o paga-
(( mento acima·
'
referido com
. . .
juros á razão ele seis por cento ao anno. ))

Efj:er.tuou-se pontualmente o pagamento annunciaclo, _ficando assim este negocio con-


··· . . .-
cJuido.'.de modo satisfactorio ~ .

Su:rgio, porém, um •incidel).te de que . devo dar-vos . conhecimento resumidamente,


dei:ia;ndo .o _desenv;olvimento
. necessario para a occasião
.
opportuna.
A nota ·ao secretario de ·Estado dos Estados-Unidos, que acabo de transcrever em
parte., aminn:cia à restituição ·de t<:? cla a quantia paga pelo :Brazil, mas o governo ame-
ri~ano, quando resolveu' fazer essa restituição, estava na crença de que só se tratav~ da
qtiaritia ele cincÓ .m flljb~:as esterlinas. Era esta c.om e:ffeit~ a qué se ach~va depositada
. .
·em Washington, porqu.e sómente essa tinha o gene~al vVebb remetticlo na pro1)ria letra
. de cambio . a elle ·entregue com as p_u tras dt~as de i 5,900 e ;f 3,3_5 2.
Na corresponclencia,
.
con;ununicacl~ pelo pt;esiclente dos Estados7Unidos ao senado
. . . ~

quando lhe deu cónhecimer1.t0 ·,deste . negocio t:tm Maio ele i 8 74, ·encontra-se um eles-
paçho -dir~gido em 14 ele- lY,[arço de .1872 ao Sr. Partriclge, actual ministro americano
nesta côrté. ·· .
Esse elesp~cho, ·elepois ele mencionar .a nota de 30 ele Setembro ele _1867, com a
· quàl e4tregou este mini!'tel:io ao general Webb as tres letras de ca~bio, diz:

.;
..

<e :Pti~de,; qÜ~ aquêlle ·serílior (o gerie1·ai) riào r~mettéu a es"t.a i;ép.artiÇãô. c6pi~ 'd a a1lu-
• dida nota .a.g·ministro' dos negocios·estrângeiros ·ao B~azÜ. Enviou; poré~, â letr~~de
" i t(ôbtY,·etid16ssat~ á ·or-a~~ · a~ s~cr'étâriõ ae..Êst aJd. »

Isto ~~pÚcá a pe~suasão; ein que .estàva o go~ei·~o am~ricano, de que só tinha de
f} J) l J' j ' I : ' t: ' ' J' ::-. - .._.
restituir cinco ·mil libras, persuasão que cessou quando o Sr. Carvalho Borges mos-
• 1J l •t .;. • • • •

trou ao Sr. Fish, no relatorio deste ministerio, impresso ·e apresentado em 1868, a


nota brazileira que provava a entrega de tres letras, bem como a. resposta do general
qne certificava essa entrega e ·declarava liquidada e· paga a reclamação.
. • . . - ! \ .

O governo americano, na acção que promove contra o general Webb para rehave~· a
quantia que este deixou de entregar-lhe, terá tal vez occasião de conhecer directa ou
indirectamente, o verdadeiro destino dado .áquella quantia; mas cumpre-me desde j{t

deixar patente que seria calumniosá' a asserção, que se attribue -ao general Webh e
segundo a qual teria elle gast? parte.do dinheiro recebido en;i. subotnar brazi]eiros que
exercião funcções officiaes.
Aquella asserção foi attribuida ·ao general, µa sess~o da camara d9s representantes
. ! ... . "

de 16 de Maio do anuo proximo passa~o; pelo Sr.. Hoar quando se.' tratou de .dar ao
governo o~ meios necessarios para a restituição que tinha de fazer i:tQ Br~zH. ·
O general Webb negou que houvesse feito simiJhante imp.utação, mas, em todo caso,
. .... . '
. ·· a linguagem dos seus _officios induzi~ o seu proprio -gov~rno a julgar' possivel ql,lEl : ~m-
pregados .brazileiros houvessem, sido subornados.
·.~

1 • ' # • • •

No despacho de 14 de Março· de .; 1'872, que já··.citei, disse o' ·secretá1h -de Estad9
ao Sr. Partridge.
« E-m um·officio ( ,n. 48.): do 1º de Outubro-de 18J} 7 menciona o Sr.. Webb ter ,coil-
cordado em aceitar uma letra sobre Londres por ;f 5,000 co~ a condição ·de não
q
. . '
« assignar por part~ dos E_stados-Unidos - ~juste algum em qu~ ·a rnenêionàda·compen.;,·
q sação não fosse igual á ·importancia total da reclamação primitiva· sem juros.; entre•
« tanto que, · quarito maior fosse a somma de que se devesse ~àr recibo, paga :ol,l.não
pelo :B~azil ap co~prador da 'r'ecliúnação, mais satisfeito deveria .eu fiqar. »

« Não tendo o S1:. Webb 'mencionado sinão uma letra de :E 5,000, a apresentação .
« feitã pelo ministro do Brazil da allegada correspoiidenci~,· qú.e alÍude.ás o:utras duas
g letrMi· suggerio a possibilídade de haver 0 8:1:. W ebb{· de conformidade com a.
« insinuação acima referida, passado quitação de mais do que ·~wtuali:nente reê~beu; e
sµppon:do•se qüe' o assumpto póderia ficar mais esclarecidt>, caso -se verificas~e ·si
E, A
26

,, as outras letras tinhão sido pagas e quem erão -os t3ndossa~ores, dirigirão.-se ao
general 'Schenck em Londres as instrucções constantes da in?lusa. cópia.
« Na sua resposta, . que acaba de ser recebida, diz ~lle (o general Schenck) ~ue
« as lettra~ forão pagas por intermedio de Baring, mas que este se recusára a
« descobrir os endossadores -. Procurareis .portanto discretamente saber si na realidade
se expedio mais de uma letra e, neste caso, quem recebeu a sua irnportancia. ..
« Como esta i~dagação póde envolve!· alguns funccionarios brazileiros, reconhe-·
« cereis que importa ser · prudente. Essa indagação é necessana para se fixar·
« qu~nto póde o Brazil esperar que os Estados-Unidos lhe restituão. »
Para que se s~iba com quem pretendeu o general W ebb que tinha ajustàdo
aceitar cinco mil libras com a condição de assignar recibo pelo total, devo
transci-ever um trecho do seu citado officio do 1° de Outubro de 1867.
Depois de fallar do estado dos partidos políticos e de dizer que a ~pposição,
apezar de tet· rJÍaioria, tinha resolvido deixar os conservadores no poder; accre.scenta
/

o genei:l:l.l:·
./.,.

> -:!Procurei então um dos membros mais influentes da opposição, communiquei-lhe


< . todas as circumstancias do meu ' caso e mostrei-lhe a loucura d~ se envolverem
/ « em difficuldades com 'os Estados-Unidos em tal crise. Encontrámo-nos varias
,./ vezes na manhã do .dia i 9 e 'a grande difP.culdaÇle consistia em muda~ a acção do
« ministerio sem mudar os ministros nem compellir a opposição a assumir o poder.
« Mostrei a carta do Sr. Wells e, em vez de pedir .:f 25,000 em ouro, concordei
« em aceitar uma·Jetra de ;f, 5,000 sobre Londres, deixando a disposição da pessoa
« com quem tratava qualquer excedente que · se pudesse obter. »

.Como se vê, foi com um · niembro in:flnénte da oppósição que o general Webb
' ,
fez a transacção, a que· allud~o o Sr. Fish 'no seu despacho ao Sr. Partridge: E
escusado · fav.er a menor o.bservação a esse respeito. O credito dos homensyoliticos
do .Brazil
.
não é abafado por imputações;
'
cuja refutação está nos proprios escriptos
de q~erh as. faz. É sim pa·r a · lamentar que essas imputações sejãci feitas nas co.m-
mun~cações . officiaes dó .agente ~'diplomatico de uma nação amiga · e que de uma
reclamação·, cuja injustiça foi por fim tão franca e tão honrosamente reconhecida,
nascessem, alétn de desagradaveis discussões; . (Jfficios; ·como ois do ·general Webb
ao seu governo, ein que, a par de- estranha ignorancia dos :i;iegocios do paiz, abundão
·as. injurias aos mais notaveis ·dos seus estadistas.
Diz o general Web~ que estava autorisado pelo reclamante Wells a entender"se ·
27
coni certas pessoas no Brazil afim de promoverem o pagamento da sua reclamação
e a e1.1tregar a essas pessoas tu~o quanto excedesse de cinco mil libras esterlinas ; e
que a éllas e:ffectivamente pagou .f 9,252 . . Tal é o systema de defesa adoptado
pelos advogados que se encarregárão da sua causa no processo instaurado nos
Estados-Unidos .
. Ninguem sabe quaes são as pessoas que recebêrão a mencionada quantia, de modo
qu~ em ultima analyse pouco valor tem a declaração, feita pelo general, de não ter
jámais dito que dera dinheiro a empregados brazileiros.
O governo imperial entregou tres letras a noventa dias de data, do valor de f 5,000,
J;'. 3,352 e f: 5,900.
A primeira foi remettida pelo general para Washington.
A segund~ foi por e1le endossada á casa Mauá & O. desta praça, que lhe deu em
troca outra a ci.nco dias de vista; do valor de ;L 3,284,19.3. Esta foi endossada pelo
general a Baring Brothers, de Londr~s, e paga a essa firma . .
A terceira foi endossada á mesma casa de Baring Brothers.
Para justificar o destino das ;L 5,900 dessa ultii;na letra apresenta o general Webb
uma conta dos banqueiros a quem a endossou, donde consta que com o seu producto ·
comprárão elles titulos de divida dos Estados-Unidos que lhe remettêrão para esta
côrte. Esses titulos diz o general que enfregôu ás pessoas ~ quem pertencião, as quaes,
por nã? quererem figurar no negocio do brigue Caroline, lhe havião pedido que assim
. fizesse.
Era mais natural que essas pessoas preferissem receber dinheiro em vez de titulas,
que não . são objecto de transacção nesta praça e cuja existe~cia nas suas ?lã?s
. . .. ~ . . •' . - ~

poderia provocar suspeitas. Demais o general não explica o destino que teve o saldo
de ;L 60, 13, 10 que apresenta a referida conta de Baring Br9thers e que ficou depois
de comprados e remettidos os valores americanos.
Quanto á segunda letra, n'ão consta que destino teve o seu·.valor. O gen.eral não o
diz, nem mesmo no folheto que u.ltimame~te publicou e -~m que trata da terceira.
A consequencia que se tirá destes simples factos é· que nenhum brazileiro recebeu .
dinheiro para . promover o pagamento da reclamação Caroline. Essa reclamação foi
paga unicamente porque o go'verno imperial quiz evitar rompimento com o dos Estados-
.Unidos, na occasião em que mais necessitava de toda a energia e de todos os recursos
· do paiz para debellar o dictador Lopez. O governo imperial ·não quiz que por uma
28
questão de dinheiro soffresse o menor abalo relações, que sempre apreciára e que então
..
mais do que nunça lhe convinha conservar.
;· '

O ..general Webb, por algum motivo que se não. cornpr.ehende, explic'ou ao seu
governo a resolução do governo do Brazil, de modo que deixa em duvida a sinr.eri-:-
. ' . .. '

dade com que foi tomada. Nã.o é isso estranho, nem eu descerei a refutar o que não
exige refutação .
( l ,, · 1 '

Dos documentos relativos a este assumpto e annexOs ao presente relatorio se vê


que o governo imperial remP.tteu ao governo americano para servirem no processo con-
tra o general Webb os origfoaes das tres letra·s passadas pelo thesouro e da letra
dada pela casa de Mauá & C., bem como o da nota em que aquelle general declarou
haver' recebido a quantia de f, 14,252.

·Secretaria de Estado.
Os trabalhos desta. secretaria têm augmentado consideravelmente,
r
tomando
.
cada
dia maior importancia, e são feitos com zêlo e intelligencia.

Corpo diplomatico ,brazileiro.


No relatorio do anno proximo passad<? vos disse o seguinte:
« A experiencia tem mostrado a necessidade de se dar melhor organisação a este
• 1

« corpo, não só no interesse do serviço, mas tambem no dos empregado~, cujos venci-
ª mentos são insufficientes, sobretudo para os que servem nas !egáções da America. »

Cada vez mais me convenço dessa necessidade, e penso que a reforma não seria
proficua si .não se estendesse ao corpo consular e á secretaria de Estado. Sobre o·
corpo consuJar já o meu antecessor offereceu um projecto á vossa consideração. Esse
projecto poderia se~ aproveitado na parte, que não. impossibilitass~ as vantagens da
simultaneidade das reformas. Convém que deis ao governo a necessaria autorisação
nos termos que vos parecerem mais acertados.
O Sr. Visconde de Araguaya, enviado extraordinario. e ministro plenipotendario ;na 1)_,. • , •• .•• .,,,

Republica Argentina, foi removido para a legação junto á Santa Sé.


. ~ . . ···' • /., . . ! t •

,. Q ,~r. 1 ~ar~o}e ~lha~~r~, ~i~Í~~rº .f.e~~de~te junt_o á ~~nt_a .§é, J;oi , rfm1~vi~? ·iP;~~a

/
/'
. ·.
·r~S. Petersburgo 4
e depois , pro:i;p.ovido
:na l\1jJJ) I~ '-!· Tl ... 1 ""' r,[;i-:'i~ fu
, ahi .{a 1enwiadp
' 'i' )~
. e4traor~in::i.tio ·e ministro nlenino-
r 1<•! l.J.1ü . 1\~ (.• ... HhJ ( ! ~ci" :i.J; ~ (1p: ..... I ..... ÍA i l lJ

·tenciario.
f] rs.r. C.Rnsel~~~:° ~oa,u}F ~3:~~~;~~~1cep,:~~~~ )~r ~~a~~~Jt, ~mie 1 s~ . a.9g~Tiª 1 ,~[11 ·dis-
po~ib~H~~fe 1~~~i ~ª' f ?i ,,i_i~m~~~~ (~~rn~~:, ~~t;~9.~~i~~%º r~) ~~W:~.~ f p}~~~Hlr?t~~wi~fiº em
Lima e~,~.~~.~,r ~o . ~r. 1~?-~s~lhe~rp ~~f~J?P ~~é 1 P~~·~~~,a c~e!~~' ,~ e~~~~~o . J?~!i~ ,.~ Re-
publica do Paraguay.
Desta Republica passou para a Argentina o enviado extraordinario e ministro ple-
. , · · ":'" ' 1
· :-, , r •. '\
nipotenciario Sr. cónselheií!o Antoriio' José Duarte de Araujo Gondim.
Foi promovido a enviad~ extrao~din~rio e ministro pl~nipotenci~rio ein Montevidéo
o ministro tesideE.te Sr. conselheiro Francisco Xavier da Costa Aguiar de lAndrada.
O Sr. i Leonel ·-Martiniano . de Alencar, encarregado de negocios na Bolivia, foi
promovido a miaistro residente.

C9rpo ·consular brazileiro.


°"ff ' [ ""! ' _,i; , ,,:, rvd •; i ,, ,) n · ·rt'1ríí~.r( 1

Falleceu o consul geral em Liverpool Sr. Melchior Carneiro de Mendoça Franco.

Corpo diplomatico estrangeiro. _


O Sr. barão de Sonnleithner, enviado extraordiuario e ministro plenipotenciario
da Aust;ria-Hungria, ausentou-se com licença no 1° de Junho do anno proximo
f j • t • • • 1
l t l t \(

· passado, ficando desde então como encafregado de negocios interino o consul geral
o Sr. C~lo~ Guilherme .Gross . .Posteriormente obteve o mesmo Sr. barão ekon~­
ração do seu cargo, sendo nomeado para succeder-lhe ·o - Sr. barão Schreiner.
Em 3 de Julho do anno proximo passado entregou o Sr. X. Uebel a sua cre-
ilencial de ministro residente do Imnerio ~e manico e Jio i 0 - e .Tan " o tlo co1 -rente
•ffJ O!' ·1•1 lff) OH ;;.io1r~J~fl ··v. ~l f.iJl ' l r~-. ! P.\lt) Wl i_-.1. rt'i • Al . t ,.,,.,
anno a de enviado extraordinari~ ·~e· dlfÍ_g~~~p ; pleriipotenciario.
Na ausencia do Sr. Léon Noel, m~nistro de França, serve como encarregado

,.~e }~:~tf?.~~0 ~ ~ . ~r· ··1c ?.1~{~~··1~~~,,1f?,tAe \11!:~\VR}l ·


1~en~o 1 ~~~º·;-~ha~~do a ~~~~~ ~~~~ino ·º,:.~~. R·:P,~.?~~}~.io,~?B~~M' , 1~?i;.~1\Y,~~}t.~fc~? )Rº
1

. ~a1~~0 de . e~ia~~·eg1~~0 : ~~ ~t~.O~}~s o . ~r. ,D. l\fi'f1~11 , ~lo;~p.t~ ,J' ..X:.~~u~~' ~ }e c~~-
treg·ou a sua cre4encial em 4 de Set~ml;>ro.
r·; ' . !r!n
·o St.
;')R'>•c. ·•·· ~ 1.• t :' ......... ~·. 1, ·t· •y. ,.,. r "': ;;'}•f1f"1

D. Jayme Sosa, enviado extraordirtario e ministro pleninotenciario do


. ~nht11S b g '1nr ?ir , t~
30

Paraguay em missão especial foi recebido ~ por Sua Magestade o Imperador em 19 .


de Setembro.
Ausentou-se com licença o Sr. George Buckley Mathew, enviado extraordinario
e ministro plenipotenciario de Sua . Magestade Britannica. Serve nÇ> entretanto corno .
encarregado de negocios interino o Sr. Victor A . Drummond, secretarío da le-
gação.
A sentida morte do monsenhor Ferrini , encarregado de negocios da. Santa Sé, mo-
tivou a nomElação do monsenhor Luigi Bruschetti, o qual entregou em 30 de Março
do corrente anno a sua credencial de encarregado de negocios provisorio. Monse-
nhor Ferrini ficára regendo a internunciatura em consequencia de se haver retirado
com outro destino ·o intern'uncio apostolico e enviado extraordinario pontificio . monse-
nhor D. Domenico Sanguigni.
-
O Sr. Dr. D. Carlos Tejedo.r entregou em 24 do mez proximo passado a sua cre-
dencial de enviado extraorciinario e ministro plenipotenciario da Republica Argentina.

Parte Financeira

Amortização dos emprestimos feitos pelo Brazil á Repub~ica Argentina


nos annos de 1851 e 1857.

Em 1 de Julho proximo passado terminou a amortização do capita] e juros dos re-


. feridos emprestimos com .o. pagamento que o governo argentino fez da quantia de
35,452 pesos fortes e 50 centesimos, importancia da 40ª prestação.

·Despezas do ministerio dos negocios estrángeiros no exercicio de


1874-1875.

·Havendo urgente necessidade de cu.mprir-se a decisão arbitral relativa á reclamação


- .
do co?de de Dundonald, foi aberto. um credito extraordinario, pelo decreto n. ·5828
de 22 de Dezembro de 1874, da quantia de 358:206$999 ou f, 40.298.5.9 ao
cambio de 27 dinheiros esterlinos por i:nil réis, para pagamento. daquella re~l~mação
· e dos juros ·devidos.
31

Orçamento para ·o anno financeiro de 1876-1877.

A despeza deste ministerio para o anno financeiro de 1876-1877 foi orçada em


1.096:353$333.
Comparando-se este algarismo com o pedido para 1875-1876, encontra-se uma
differença para menos de 97:206$335, que provém de alterações feitas nas verbas
« Secretaria de Estado », « Legações e consulados , , « Empregados , em disponi-
bilidade » e a Commissões de limites e ·de liquidação de reclamações v, alterações
meIJ,cionadas nas tabellas explicativas do orçamento.

Despezas do ministerio dos negocios estrangeiros · no exercicio finan-


ceiro de 1873-1874.

Pelo balanço geral dos creditos e das despezas deste ministerio no exercicio finan-
ceiro de 1873-1874, publicado no annexo n. 2, vereis que não forão sufficientes as
quantias votadas na lei n . .2348 de 25 de Agosto de 1873 para as. despezas das
verbas « Secretaria de Estado », « Ajudas de custo » e « Commissões de limites
e liquidação de reclamações », sendo necessariO' supprir o deficit que se dava das
duas primeiras com sobras tiradas de outras,como foi autorisado pelo decreto n.5843 F
de 31 de Dezembro de 18 74, e o que existiá na ultima com um credito extraordi- ·
nario, concedido pelo decreto n. 5827 de 22 daquelle mez.

São estes, Augustos e Dignissitnos Senhores Representilntes da Nação, os


•'
assumptos para os quaes chamo a vóssa attenção. Estou prompto a prestar-vos
quaesquer esclarecimentos de' que precizardes.

Rio de Janeiro, em 14 de Maio de 1875.

Visconde de earavellas.
ANNEXO N. 1. .
..

• 1
'1

.....
REPUBLICA ARGENTINA.

BOMBARDEAME~TO DA POVOAÇÃO ARGENTINA DE ALVEAR PELA


FLOTILHA DO ALTO URUGUAY.

N. 1.
Telegramma do presidente da provincia do Rio Grande do Sul ao governo
impe1·ial.

Rio Grande, 27 de Junho de 1874.


Recebo neste instante do Dr. juiz de direito da. comarca de S. Borja o seguinte
telegramm~:-Ás 12 1/ 2 horas principiou a flotilha estacionada neste porto a bom-
bardear o povo de Alvear. No di'a 18 do corrente das 4 para as 5 horas da tarde
foi espancado na barranca opposta pertencente ao povo de Alvear o Dr. Pamphylo
.Manoel Freire de Cárvalho, chefe do corpo Je saude da flotilha, competentemenle
uniformisado, pelos italianos Benati e Logato, pelo que hontem ao meio dia o com-
mandante da referida flotilha mandpu uma nota á autoridade de Alvear m1:1.rcando
o prazo fatal de vinte é quatro horas, que se concluio hoje, para lhe serem entre-
gues os mencionados italianos. Não lhe sendo satisfeita esta requisição, bombardeou
o povo. Pedimos a V. Ex. providencias que garantão a vida e a propriedade dos ha-
bitantes desta fronteira. Itaqui, 22 de Junho. de 1874. -Assignado-Bernardo Dias
de Castro Sobrinho. -Declaro ao comrnandante da flotilha que, dadas as circum-
stancias referidas, não devia fazer a requisição e muito menos bombardear, e que,
comquanto não pudesse prever as consequencias dos seus aclos 1 recommendava-lhe
que evitasse qualquer hostilidade contra a H.epublica Argentina, mas que era escu-
sado dizer que lhe cumpria conciliar esse dever com o de .sustentar a honra e digni-
dade do Imperio. Vou combinar com o commanda~lte das armas sobre as providen-
cias pedidas para o caso de represàlias.-Additamenlo - Telegramma, recebido
hoje 28 da · Uruguayana, diz: comm·andante, de accôrdo com o consul - brazileiro,
requisitou punição, depois entrega Jos culpados. Cessou bombardeamento ao
quarto tiro por pedido dos com merciantes, estando autoridade argentina em
fuga.
CARVALHO DE MoRAES.
N. 2.
Telegrmnma do commandante da /f,otilha do Alto Uruguay ao presidente
da provin_cia do Rio Grande.
Recebi telegramma de V. Ex. com data de 28 de Junho da estação do A'le-
grele. O Dr. Pamphylo, delegado do cirurgião, foi atacado no porto do Alvear
no dia 18 em frente aos nossos navios ·a 500 melros 'proximamente. Benati
com um fa~ão fez-lhe ferimentos na cabeça e fronte. Logato com urna arma
de caça descarregou golpes na cabeça e por fim apontou para fazer fogo..
Cahindo o . Dr. Pamphylo atordoado com os couces d'arma, interveio um dos
espectadores. Pôde o mesmo doutor, voltando a si, evitar a morte embarcando
em um. bote. Tudo isto passou-se junto á guarda argentina, conservando-se ella
impassivel. Mandei proceder a um rigoroso inquerito, o resultado. confirmou o .
que deixo dilo. Ofüriei ao vice-consul brasileiro no A.lvear pedindo informa-
ções e providencias, este declanm-me que a autoridade argeülina nada provi-
denciára, não lhe dando a menqr importancia nem respondendo ao seu officio
sobre o assumpto ; e sim que disserà ser justo o proceder dos italianos: Não
gatisfeito, mandei um official ao Alvear; tro.uxe-me as mesmas informàções, e a
elle repelio o juiz o que dissera ao vice-corisul approvando o proceder dos
italia·nos. S.endo estes moradores de ltaqui e tendo ido ao Alvear provavelmente
com o fim de encontrarem-se com o Dr. Pamphylo; não tendo a autoridade
tomado a ·menor providencia, nem dado a menor importancia e consideração,
só então julguei dever reclamar a entrega dós aggressores a 21 esperando até
ao meio dia de 22. Não sendo attendido, mandei ·atirar com grandes intervallos
e de modo a não offender o povoado, o que effectuou-se, não resultando pre-
juízos n~m . ferimentos. Cessou o fogo ás quatro .da tarde e ao quarto tir.o,
quando veio a bordo uma commissão do commercio do Alvear declarar que não
havia força nem autoridade no logar .e só pessoas indefesas. De tudo já dei
conta ao commando em chefe no Rio da Prata.
Bordo da canhoneira Lamego, 1 de Julho de 1874.
EsTANISLÁO PRzEwonoWSKY.

N. 3.
Aviso do governo únperial ao presidente do Rio Grande do Sul.
Rio de Janeiro.-Minislerio dos negocios estrangeiros, 1º de Julho. de 1874 .
Illm. e Exm. Sr. - Expedi hontem a V. ·Ex. o seguinte i'Lelegram ma, que
espero terá r.ecebido sem demora.
« Receb.i honlem á meia noite o lelegrarnma sobre o caso de Alvear. O
5

« governo imperial reprova o insolito acto do commandante da flotilha e manda


cc já suhslilui-lo e sujeita-lo a conselho de guerra. Recommende V. Ex. ao dito
cc commandanle qúe se abstenha de todo .acto de hostilidade contra a Republica
cc Argentina, limitando-se á ·defesa dos seus navios. Ordene V. Ex. que se de-
c< volvão os homens havidos violentamente, cuja punição o governo imperial
. e< reclamará. »
A recommendação que ass~m fiz a V. Ex. mostra que · o governo imperial
approvou as suas instrucções ao commandante da flotii ba. O procedimento
deste com mandante é iojustificavel e o governo . não póde permittir que fique
impune.
Logo depois de expedir a V. Ex. o lelegramma, que transcreví, telegraphei
para a legaçã0 em Montevidéo recommendando-lhe gue communicasse esse te-
lcgramma ao Sr. Barão de Araguaya, com o seguinte accrescentamento:
e< Dê conhecimento deste telegram ma ·ao governo argentino, verbalmente ou
e< por escripto, ·como as circumstancias aconselharem. Diga-me V. Ex. pelo te-
« legrapho o que occorrer . . »
Hoje officío ao referido Barão ordenando-lh3 que reclame d o governo argen-
tino a punição dos dous italianos que espancárão o Dr. Freire .de Carvalho.
Estou certo de que V. Ex. me informará regularmente e sem demora do
quanto fôr occorrerido; bem como das medidas que tiver combinado com o
commandante das armas para o caso de represalias.
Reitero . a V. Ex. as seguranças da minha perfeita estima e distincta consi-
deração.
A S. Ex. o Sr. João Pedro Carvalho de Moraes.
VISCONDE DE CARAVELLAS.

N. 4.
Notá da legação imperial ao governo argentino.

Legação imperial do Brazil na Republica Argentina.-Buenos-Ayres,


1º de Julho de 1874.
Exm. Sr. ministro.-0 abaixo assignado, enviado e_xtraordinario e ministro ple-
nipotenciario de S. M. o Imperador do . Brazil, foi informado de um triste aconteci-
. mento que occorreu no porto de Al vear, provincia de Corrientes, a 18 do mez
passado, e sobre o qual não póde deixar de chamar a altenção de S. Ex. o Sr.
Dr. D. Carlos Tejedor, ministro das relações exteriores.
O Dr. Pamphylo de Carvalho, medico d& divisão naval do Imperio estacionada
6

no Alto Uruguay em frenl~ de Itaqui, tendo ido naquelle dia a passeio á p0vcrnção
de Ah,ear, fardado e sem armas, foi no seu regresso insultado, espancado e gra-
vemenle ferido por um grupo de malfeitores, entre os quaes os Italianos Guido
Benali e Vicente Logato, sem que a guarda do porto, que testemun haya essa luta
desigm1l, lhe prestasse o menor soccorro.
O vice-consul brazileil'O em A.lvear e o com mandante da divisão ªª"ªl ped'irão .
por officio ao juiz do logar a prisão dos rlous principaes criniinÕsos, forão desat-
tendidos, e os ·malfeilores impunes continuárão no dia sr.guinte a dirigir de terra · '
para bo.rdo insultos e desafios aos brazileiros. · '·
Levando estes factos ao conhecimento do Exm.Sr. ministro elas relações exleriore&,
espera o abaixo assignaclo que o governo ·argentino da1·á immediatai11ente todas
as provi~encias que o caso exige afim de que a impunidade do crime r.ião t~nha
peiores consequencias.
O abaixo assignado aproveita o ensejo para reiterar a S. Ex. o Sr. Dr. D. Carlós
Tejedor as seguranças da sua mais alta consideração.
Illm. e Exm. Sr. Dr. D. Carlos Tejedor.
BARÃO DE ARAGUAYA.

N. 5.
Nota do governo argentino á legação imperial.
(TuAoucçÃo.) - Ministerio das relações exteriores da Republica Argentina.
Buenos-Ayres, 2 de Julho de 1874.
Sr. ministro. - Tive a honra de receber a communicação do 1º do corrente,
chamando a attenção deste ministerio para o triste acontecimento occorrido no porto
de Alvear a '18 do mez· passado e concluindo por esperar que o governo argentino
dará immediatamente as providencias, que o caso exige, afim de que a impunidade
do crime não tenha peio1'es consequencias.
O governo argentino não tem tido até agora conhecimento direclo e official do
occorrido, além de uma communicação do batalhão 9 de linha da Concordia, datada
a 22 rle Junho, remettendo duas cartas escriptas do « Paso de los Libres » a 24 do
mesmo mez, as quaes dizem que o navio brazileiro deu descargas de fuzilaria e
atirou quatro bombas sobre a· povoação de Alvear no dia 22 de Junho pelos factos
que V. Ex. narra como succediclos a 18.
Entregando-me V. Ex. mesmo a nota do 1ºdo corrente, tive occasião de manifestar-
lhe que ainda não queria crêr o faefü dos tiros, mas que; si fosse certo, era tal a sua
enormidade que escurecia os golpes de que tinha sido victima o medico brazileiro,
7

e que estes não po-dião sc.r tomados em consideração antes da correspondente safü.,-
fação. Accrcscenlei que, ainda admillindo como verdadeiro o delicto comm.ellido
no territo'rio argentino contra a pessoa do medico brazileiro e suppondo mesmo que
o commandanle do navio de guerra tivesse o direito, que não tinha, de solicitar a
·prisão ou entrega ·âos cu1pados, a hostilidade praticada con'tr-a a pequena povoação
de j\Jvcar era um ac·to de tal barbaria e petulancia, que humilhava mais ao que a
Hnha feito do que ao q~e a tinha soffrido; e que o governo argentino tinha o direito
de :esperar que fosse em lodo caso energicamente reprovado pelo imperial,
'. sendó punido o seu autor.
Replicou~ me V. Ex. sem trepidar que, si fosse certo o bombardeamento de Alvear,
l
verificado ao que parecia quatro dias depois do dia 18, nenhuma duvida podia haver
l fte que o.go.vérno imperial fizesse justiça dando as satisfações correspondentes.
Emquanto pois, Sr. ministro, não temos conhecimento dos factos, que o governo
argentino se.
aprC'ssará a levar directamenle ao do fmperio 1 peço a V. Ex. permissão
'

para limitar-me a aproveitar esta opportunidade para reiterar-lhe Iodas as seguranças


d~ minha mais alta estíma_e respeito.
l'
A.. S. Ex. o Sr. Barão de Araguaya.
·e. TEJEDOR.

N. 6.
Notct da legação imperial ao govenw argent~·no .
..
Legação imperial do Brazil na Republica Argentina.-Buenos-Ayres,
3 de Julho de 187 4..
Exm. Sr. min.istro.-0 abaixo assignado, enviado exlraordinario e ministro ple-
nipotenciario. de Sua Magestade o Imperador do Brazil, tem a honra de accusar
a recepção da nota que S. Ex. o Sr. D. Carlos Tejedor, ministro das relações exte-
riores, lhe passou a 2 do corrente respondendo á do dia anterior, em que o abaixo
assignado expôz· o que sabia dos factos desagradaveis que infelizmente occorrêrão
no porto de Alvear.
O abaixo assignado levará, com .a.. brevidade possi vel ao conhecimento do seu
governo a nota a que responde, e desde já não hes.ila em assegurar a S. Ex.
o Sr. ministro das relações exteriores que, si fórem .exaclos ~s feitos inconside-
rados que se atlribuem ao commandante da divisão naval do Alto Uruguay, du-
bita,tivamente mfmcionados por S. Ex:, o governo imperial tão ze1oso no cumpri- .
menlo dos deveres internacionaes se apressa;á a reprova-los energicameule, e a
fazer inteira e devida ~justiça.
8
O abaixo assignado aproveih o ensejo para reiterar a S. Ex. o Sr:. Dr. D. Carlos
Tejedor as sinceras expressões da sua mais alia consideração.
A S. Ex. o Sr. Dr. D. Carlos Tejedor.
BARÃO DE ARAGUAYA.

N. 7.
Offir:io do vice~consul do Btazzl na Restauração ao consulado geral em Buenos-Ayres.
Vice-consulado do Brazil em Hestauracion, 24 de Junho de 187 4..
Illm..·sr.-Tenho a honra de passar ás mãoi:i de V. S. cópias numeradas de t a 3
da correspondencia trocada ehtre o Sr. com'mandanle da canhoneira Vidal de
Negreiros, este vice-consulado e o de Alvear, relativameiite ao altentado commet-
lido i::om o Dr. da nossa força naval, Sr. Pamphylo Manoel Freire de Carvalho, sobre
cujo incidente pas~o a dar conta a V. S. das medidas por mim tomadas.
Havendo
, recebido do Sr. Pedro Nolasco Pereira da Cunha o officio constante da
cópia annexa sob n. 1, julguei elo meu dever responder áquelle senhor nos lermos
constantes da minha communicação annexa sob n. 2, informando-lhe que ia ·tomar
a.s providencias do caso, tanto mais que outro procedimento não podia adoplar,
primeiro, porque aquella communicação não indicava o togar do successo, e entendo
que a requisição ,exarada nella só poderia ter effeito a requerimento de autoridade
superior, comtudo, parecendo-me que o facto alludido foi praticado na povoação .de
Alvear, julguei opporluno dirigir ao Sr. vice-:consul do Imperio daquella locali-
dade a requisição que annexo sob cópia n. 3, altitude unica que creio podia eu as-
sumir nesta emergen.cia visto ler-se dado o successo narrado em districto alheio ás
minhas att.ribuições direclas. Apressando-me. deste modo a ma·nifestar .á cornüderação
de V. S. todo o obrado naquelle referido incidente, só resta-me reiterar as expressões
do meu mais profundo respeito.
'A S. S.· o Sr. Dr. João Adrião Chaves.
Lurz M. NAVARRO.

DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O OFFICIO SUPB.A.

N. 1.
Officio do cornrnandante. da « Vidal de Negrefros » ao vice-consul na Restauração.
Bordo da canhoneira Vidal de Negreiros em Uruguayana, 22 de Junho
de 1874,.
Illm. Sr.-Tendo -sido no dia 18 do corrente o Dr. Pamphylo Manoel Freire
de Carvalho alacádo por um grupo de indi viduos armados á lula, entre os
quaes achavão-se os italianos Gu·ido Bcnali e Vicente Logalo, achando-se o doutor
9

desarmado, mallratárão-o tanto que milagrosamente pôde . recolher-se a bordo


banhado em sangue; á vista de similhante affronta a um medico pertencente ·
á força navaL aqui estacionada, o lllm. Sr. capitão-tenenl:e Estani~láo Przewo-
dowsky pede a V. S. suas ordens afim de que sejão entregues presos á conhoneira
Lamego os dous criminosos acima. Deos guarde .ª V. S.
IUm. Sr. Luiz M. Navarro.
PEDRO No1Asco PEREIRA DA CuNHA,
Commandante •
• 1

N. 2.

Resposta ·do vice-consul na Restauração ao commandante da « Vidal de Negreiros >i.

Vice-consulado do Brazil em Restauracion, 22 de Junho . de 187 4·.


Illm. Sr.-Tenho a honra de accusar recebido q ·officio que dirigio-µie V, S.
com data de. hoje,. e inteirado do que nelle me communica, cumpro em res-
posta orientar ·a V. S. que vou tomar. as medidas sobre esse incidente desagradavel,
na orbita das altribuições, que mais sé possão ajustar aos trafad9s subsistentes
.entre o Brazil e esta Republica. Oeos guarde- a V. S.
lllm. Sr. 1º tenente Pedro No lasco Pereira <la Cunha.
Lurz MARIA NAVARRO.

.\ N. 3.

Officio do vice-consul na Restauração ao vice-consul em, AlveaT.

Vice-consu-lado do Brazil.-Restauráeion, 23 de Junho de 1874..


Illm. Sr .--Tenho a honra de annexar a V. S. por cópi·a, a requisição que recebi
do Sr. commanda~1te da canhoneira Vidal de Negreiros, comquanto essa requisi-
ção não póde ser satisfeita in totiun, visto que a entrega de crir11inacs só deve ser
rea'lizada a pedido de autoridade superior; cornludo V. S. deve ·solicitar <la autori-
dade loeal ahi, que se instaure o processo aos indivicluos que rnallratárão o Dr. Pam-
phylo. Espero do zêlo de V. S. que empregará lodos os meios a seu alcance, para
que se consiga os fins desejados, servindo-se informar-me com urgencia tudo o que
se relacione com esse incidente. Deos guarde a V. S.
lllm. Sr. Santiago Barreiro.
Lmz M. NAVARRO.

);: l 2
10

N. 8.
Officio do ·ccmmandante da Vidal de Negrez'ros ao vice-consul na Restaumção.
Bordo da canhoneir.a Vidal de Negreiros em Uruguayana, 25 de Junho de .1874.
Illm. Sr.-Parlicipo a V. S. que no dia 23 do co_rrenle não tendo o juiz de At-
vear satisfeito as exigencias Jo Sr. capitão-tenente l!.;stanlsláo Przewodowsky, conser-
várão'-se os navios estacionados em frente do mesmo pQvo em _posição hostil, tendo
sido arremessadas sobre o povoado quatro bombas, até á ultima hora tinhão ces-
sado as hostilidades, visto não poderem fazer a menor resistencia. É o que até
o presente me consta e levo ao conhecimento de V. S. para· os fins convenien-
tes. Deos guarde a V. S.
Sr: Luiz lVI. 'Navarro.
PEDRO NoLAsco PEREIRA DA CuNfIA.

Officio do vice-consul em Alvear ao juiz pedaneo;


Vice-ccinstilado do Brazil. - Alvear, Junho 19 de 187 4. - Ao Sr. juiz pedaneo de
Alve~r D. João Cirilo Leiva.
O abaixo assignádo teve conheciment_o de que honlem ás 4 ou 5 horas da tarde,
no porto d.e embúque deste porto foi atacado e ferido por um grupo de indivíduos o·
Sr. Dr. Pamphylo Manoel Freire de Carvalho pertencente á armada imperial do Bra-
"' zil surta no. pôrlo da villa de Itaqui. Rogo ao Sr. juiz se digne informa{'.-me, com a
brevidade possivel, d_o successo com a~ declarações devidas para . os fins a que haja
log~r. Deos guarde ao Sr. JUIZ . ·
. SANTIAGO BARREIRO,
. . Vice-consul.

N. 9.
''
Offiéw· do jui·z pedaneo de Alvear au vice-consul brazileiro.
(TRADucçÃo.)-Juizado pedaneo da secção de Alvear, 22 de Junho de 1874.
Tenho a honra de responder ao officio de V. S. de 19 do corrente, pedindo-me
informações sobre o occorrido ·com o Sr. Dr. Pamphylo. Cumpre-me dizer -a V. S.
que, logo que eslejão concluídas as decla1·ações e preenchidas as citações, as le-
v_arei ao conhecime-nlo do Sr. vice-consul. Não accu sei ha mais tempo a recep-
ção da sna nota por descuido da pessoa encarregada de fazê-lo.
Deos guarde a V. S.
Ao Sr. vice-consul elo Brazil, D. Santiago B::irreiro.
JuAN e. LE!\IA,

\
..

N. 10.
Avz:w do minz'sterio da marinha ao dos negocios estrangeiros.

Rio de Janeiro.-... Minislerio dos negocios da marinha, 8 de Julho de 1874.

lllm. e Exm. Sr.- _ Tenho a honra de remetler. a V. Ex.! para os fins conve-
nientes, as inclusas cópias dos oflicios e mais papeis que o ajudante-general da ar-_
mada acaba de receber do commandante interino da estação nava.l do Rio da Prata, .
a quem o commandante da flotilha do Alto Uruguay participa o facto de ter sido
atacado e ferido por dous individuos, no porto da villa de Alvear, o 1º cirurgião
Dr. Pamphylo Manoel Freire de Carvalho, emp_regado naquella flotilha, e dá conta·
do procedimento que tivéra posteri<;>rmente ao lamentavel acontecimento. '
Deus guarde a V. Ex.
A .S. Ex. o Sr-. conselheiro de estado Viseonde de Caravellas. ..
JoAQurM DELFrNo RrnEmo nA Luz .

.DüC U.MENT.0$ A QUE SE REFERE O AVISO StJPRA.

Officio do commandante da estação naval do Rio da Pr.ata ao ajud.ante ..


general da armada.

Com mando interino da estaçãu. naval do Rio da Prala.-Bordo·. do ei:ir.ouraÇado


Lima Barros, em Montevidéo, 29 de Junho de 1874. . ~' ,

lllm. e Exm; Sr.-Passo ·ás mã"os de V. Ex. o officio e mais papei~ juntos . em
que o commandante da flotilha do Alto Uruguay communica ter sido atacado e fc'rido
rn) porto da villa do Alvear o 1º cirurgião ·Dr. PamphyJo Manoel Freire de Car- .~ .
valho, assim como o procedimento que teve em tal emergencia.
Logo que recebi ·taes papeis enviei cópia ao nosso ministro em Buenos-Ayres
para habilita-lo a haver-se com o governo argentino, càso seja interpellado.
Cumpre-me communicar a V. Ex. que por telegramma dirigido ante-hontem de
Santa Rosa ao Salto consta que dous monitores ~a nossa divisão do Alto Uruguay
fizerão fogo sobre a villa do Alvear.
Deos guarde a V._ Ei.-Illm. e ·E.xm. Sr. conselheiro de guerra Joaquim Raymundo
de Lamare.
EuzrARIO Jost BARBOSA,
Capitão de mar e guerra.
12

Offiâo do commandante da flotilha do Alto Uruguay ao commandant'e. do monz'tor


« Rz'o-Grande >) •

Commando da divisão naval do Alto Urug1iay. -Bordo da canhone~ra a vapor


Lamego, em llãqui, 19 de Junho de 1874.
Tendo hontem á tarde sido . atacado por um grupo de ?-Ssassinos no porto do
Alv.ear, o 1º cirurgião Dr. Pamphylo Manoel Freire de Curvalho, figurando á testa.
do mesmo ·grupo os italianos G1üdo Benati e Vicente Logato,. segundo as primeiras
informações que me forão dadas, os quaes com armas de fogo e brancas tenlárão
contra ·a vida do. mesmo Dr. Pamphylo, fazendo-lhe varios ferirüentos e contusões,
como consta do auto de eorpó . de delicto aqtri junto, cumpre que V. l\t,ê com o
2°· tenénte José Virgiliq de Alm.eida Moura e alferes Manoel Simplicio Corrêa
·Leal, proceda com toda brevidade a um . rigoroso inquerito, ouvindo tambem ao
Dr. Pamphylo, de modo a hahilitar este com mando a dar as providencias·que o
caso req,uer.
Deos guarde. a V. M~~ .-Sr. 1º tenente Antonio Lins Cavalcanli de Oliveira,
commandante elo monitor- Rio-Grande.
EsTANISLÁO PRzEwonowsKY,
Capitão tenente, commandante.

Officio do commandante da flotilha do Alto Uruguay ao 1º tenente


Cavalcanti de Oliveira.
,,.Commando da divisão naval do Alto Uruguay. - Bordo da canhoneira a Vapor
Lamego em Itaqui, 19 de Junho '> de . 1874:
Nomeio ao Sr. 2º te1;rente José Virgílio de Almeida Moura para vogal do conselho
de inquerito a que vai proceder-se afim de tomar-se conhecimento do fact_o de ten-
tativa de assassinato, . ferimento e contusões feitas· no 1º .cirurgião Dr. Pamphylo Ma-
noel Freire de Carvalho, perpetrado hontem á tarde no por~o de Alvear'.
V. M_c~ . se apresentará quanto antes ao 1º tenente Antonio Lins C,avalcanti df'
Oliveira, presidente nomêado para este conselho.
EsTANISLAO PRzEwonowsKY,
Capjtão-,tel)ente, commandal)t!l.

· Of!icio do comman~lante da flot.z"lha do .A4to Uruguµ,y ap 1º tenente


Cavalcantz" de Oliueira.
Com mando da <divisão naval · do Alto. Uruguay. - Bo~do da canhonci-ra a vapor
Lamego em Itaqui, 19 de Junho de 1874.
Nomeio o,S:r:· alfe.r.es, Mano.el Simplicio Corrêa Leal para vogal do conselho de in-
queri to, a que vai proceder-se afün _de .tomar-:se _conhecimento do facto de lenta tiva
13
de assassinato, f~rimento e contusões feitos no 1º cirurgião Dr. Pampfaylo Manoel
. FPeiTe de Canalho, per.petrado ~rnntem á tarde no porto ·de Alvear.
V. Mºê. se apresentará quanto antes ao 1º tenente Antonio Lins Caval'canti de
Oliveira, presidente nomeado para este conselho.
EsTANISLÁO PRzEWODOWSKY,
Capitão-tenente, commandante.

Corpo de delicto.

Tendo-me sido ordenado pelo. Sr. major José Francisco da Silva, commandante
-desta guarnição, para ·examinar os ferimentos praticados na pessoa do l º cirurgião
do corpo de saude da·armada, Dr. Pampliylo Manoel Freire de Carvalho, e passando
a comprir essa mesma determinação, encontrei o segufote: . uma solução de conti-
nuidade na linha média do osso frontal, dirigindo~se verticalmente de cima para
baixo, e interessando músculos e vasos da mesma região. Uma fracfura no osso ~a­
xillar superior, uma echimose no angulo interno do olho esquerdo e diversas exco-
riações na face.
Villa .dé Jlaqui, 18 de Junh0 de 1874.
DR. PEDRO JoRÉ PEREIRA, .
2º cirurgião do corpo. de sande do exercito.

Conselho de inqiiú·ição ..

Gamara do monitor Rio Gmnde, s~rto no porto de Itaqui, . 20 de Junho de 1874.

Processo do conselho de inqúirição feito para reconhecer e legalisar a criminalidade do facto


de haver sido barbai::amente espancado, e ter havido tentativa 4~ assassinatá na pessoa do
Sr. 1. 0 cirurgião da armada Dr. Pamphylo Manoel Freire ·de Carvalho, chefe do corpo · de
saude ·dà flotilha do Uruguay, pelos subditos italianos Guida Benati, Vicente Logato e outros.

TERMO DE AuToAçÃo. - Aos vinte dias do mei de Junho de mil oitocentos .setenta e
quako na camara do monitor Rio Grançl<'l .surto no porto da villa de ltaqui, tendo-se
congregado. o conselho de inquirição . composto .do primeiro tenente Antonio Lins
Cavalcariti de Oliveira .como presidente e do segundo te~ente José Virgilio de -Almeida
Moura e alferes Manoel Simplicio Corr~a Leal como vog_aes ; o qual conselho foi no-
meado pelo illustrissimo senhor capitão tenente Estanisláo Przewodowsky, çomma~­
dante da flotilha do Alto Urqguay, para reconheçer e legalisar a criminalidade do
fact© de haver sido barbaramente espancado com tentativa de assílssirrato, o Sr. pri-
meiro cirurgião pr. Parnphylo Manoel _Freire de Carvalho, chefe do corpo de saude
da flotilha do Ur~gl!ay, . pelos f)upditos italiario~ . Gµido Ben&ti e Vicente Logl!,to .e
outros, COil10 lqdo con~la dÇ> ~orpo .d~ delicto. e rpai.s dQ.cm)11mtos present~s p.o
1 • .
conselho com o officio do mencionado capitão tenente Estanisláo Przewodowsky,
commandante da flotilha do Uruguay (officio datado de hontem) e vão arinexos .
de folhas uma a folhas cinco, o refedjdo conselho tomando em consideração o con-
texto daquelles documentos passou a proceder aos exames convenientes afim de
desempenhar conscienciosamente a commiss~o de que foi incumbido. E para con-
star se lavrou o presente termo que eu o alferes do treze batalhão de infantaria Ma-
noel Simplicio Corrêa Leal, vogal mais moderno, o escrevi ·e assignei. (Assignado).
-Manoel Sirnplzcio Correa Leal.

Auto dos depoünentos feitos perante o conselho, e da declaração do Dr. Pamphylo.

No mesmo dia, mez, anno e logar, no termo de ' autoação declarados, achan-
do-se reunido o conselho de inquirição ·, depois de haver examinado . os docu-
mentos ·que lhe forão remeltidos, dos quaes consta ter sido barbaramente espancado
com tentativa de assassinato º· 1º cirurgião Dr. Pamphylo Manoel Freire de Car-
valho, pelos subditos italianos Guido Benati e outros; assentou que para melhor
entrar no conhecimento da verdade convinha ouvir testemunhas que ·depuzessem
sobre o indicado facto a que se referem os citados documentos e havendo ellas sido '
requisitadas e comparecido perante o conselho, passou este .ª inquiri-las como
abaixo se mostra. E para constar se lavrou este termo que eu, o alferes Manoel
Simplicio Corrêa Leal, vogal mais moderno, o escrevi e assignei. (Assignado).-
}_J;/anoel Simplicio Corre''a, Leal.

Inquirição de testemunhas comprobatorias sobre que versa este co_nsel/w.

PRIMEIRA .TESTEMUNHA.-Pedro Fernandes Ribeiro, com_ vinte e cinco ano~ àe


idade, natural ela província de Sergipe, solteiro, pharmaceulico extranumerario da
armada ·nacional, embarcado no vapor Lamego, testemunha juràcnentada sobre os
Santos Evangelhos pelo segundo tenente José Virgílio de A1meida Moura, que
exerce as funcções de interrogante, o qual prometteu dizer a verdade que soube~se
a respeito do que lhe fosse perguntado; e do costume nada disse.-Sendo-lhe per-
guntado o que sabia a respei lo do facto dado entre o Dr. Pamphylo Manoel Freire
de Çarv~lho e os subditos italianos Guido Benati e outros, no dia 18 do corrente,
na ·margem argentina, em frente ao porto desta villa. Respondeu que tendo ido ·
passear com o mesmo Sr. doutor ao voltarem para o porto ás. quatro horas da
tarde tiverão de demorar-se um pouco á espera que alli. chegasse o escaler de
bordo e . nessa occaeião os individuos (Juido Benati ·e outros que se achavão
embarcados em um bote saltárão de novo para terra e, debaixo de assuada, soltárão
dous foguetes do ar chamando-os de macacos e dirigindoclhes varias injurias.
Declara mais a testemunha que tendo sido o Dr. Pamphylo desafiado pelos indivi-
duos italianos Guido Benati e Vicente Logato, para um duello, aceítára aquelle ·a
provÕcação dirigid1 pelo ultimo dos aggressores, com a condição de ter Jogar este
duello em seu paiz; e que em seguida dirigindo-se Benati e outros para o lo.e;ar
<lo desafio travára Logato com ·o Dr. Pamphylo um pugilato, resultando deste cahir
o doutor ferido por Logato com urna arma de fogo, de cujo clfllo servira-se para
vibrar-lhe um golp.e sobre a cabeça. Levantando-se o Dr. Pampbylo pouco depois
deste golpe soffrivel, achava-se em face. com Guid~ Beoati, que com elle travou .
o pugilato, durante o qual. foi novamente o doutor aggredido por Logat~ a golpe de
cano de e~pingarda e facão de malo, sendo ~stas pancadas dadas pelas costas, e da 5
quaes resullárão para- o citado doulor ferimentos graves.- Foi-lhe mais perguntado
se o Dr. PamplÍylo trazia comsigo alguma armà de defesa: respondeu que nem
elle testemunha, nem o Dr. Pamphylo tinhão arfria alguma, a não .ser o citado ·
doutor um pequeno chicote de cavallo que lhe serv{ra no passeio que fez á villa
do Alvear . . Declarou mais· a testemunha que terminára a luta, porque o i.ndividuo
Logalo depois de já ter ferido bastante ao doutor, ·engatilhou a espingarda para dar-
the um tiro o qual foi evitado por um individuo que presenciava a desigualdade da
lula, e cjue a·pproximando-se do logar do confliclo pôde segurar a arma, dando assim
lugar
. .li que o doutor.
e elle pudessem embarcar em uni bote do commercio, onde
ainda foi d,e novo o doutor insultado e desafiado por Benati para r~começar a
luta, declarando esle que se achava só. -- Foi-lhe mais perguntado se o logar do
conflicto ficava perto de alguma g·uar<la ou se não havia ·soldados que presenciassem
a luta '; r~spondeu que a lula teve logar entre a barranca e a casa de Benati, em
frente a qual está a guarda do porto a -distancia de cincoenta passos, e .que nem só os
guard_as como algumas pessoas do ·togar em numero de dezoito mais ou menos, pre-
senciavão impassivas tal acontecimento, com excepçâo do individuo que intervei~,
impedindo que Logato disparasse o tiro sobre o doutor. E nada mais disse nem lhe
foi perguntado, e sendÓ-lhe lido o seu depoimento po.r acha-lo conforme. ratifi-
·cou-o e assignou com o ·segundo tenente José Virgílio de Almeida Moura. E eu, o
alferes Manoel . Sirnplicio Corrêa Leal, vogal mais moderno, o escrevi. -José de
Moura.-Pedro Fet·nandes Rz'bez'ro.
· · SEGU"'DA TESTEMUNHA . - Clarimundo· de Almeida Santos com dezeseis annos de
idade, nutural Ja província do Rio Grande, solteiro, ca-ixeiro, morador nesta villa na
rua Direita numero oito, testemunha juramentada sobre os Santos Evangelhos r.elo
segundo tenente Jose VirgiliO de Almeida Moura, que exerce as funcções. de interro-
gante, a qual promelteu dizer a verdade que soubesse a respeito do que lhe fosse
perguntado, e do costume nada disse. Sendo-lhe ·perguntado o que sabia a respeito
do facto dado no dia dezoito do coFrente na margem argentina entre o Dr.
Pamphylo Manoel Freire de Carvalho, primeiro cirurgião da armada e os subditos
italianos Guido Benati e Vicente Logalo e outros. Hespondeu: que lendo elle
voltado em companhia dos ditos Benali e Logato e outros, estes ao chegarem á
·barranca mandarão soltar alguns foguetes do ar, úa mesma occasião em que o Dr.
Pamphylo· e o pharmaceutico Pedro Fernandes Ribeiro se approximárão a cavall1J 7
vindos da _po~0ação Alvear, nesse momento perguntando João Baplisla Canep,á ao
Beriati se tinha sido feliz .na caçada, respondêra _este que matára duas <luzias de
macacos, porém que ainda lhe faltavão dous que .ahi chegavão e aos quaes ião
.atrapar (atacar). Etle testemunha ouvindo isso dissera ao dito Benati que podia
principiar por elle a morte dos macacos, ao que Benati respondeu dando-lhe
uma pranchada sobre uma das mãos com uma faca de matto que tinha desem-
bainhada e .continuou por esta fórma a aggredi-lo até' .o momento em que clle
testemunha
.. .
sacára uma pequeaa faea, q1rn trazia cornsig-o, afim de defender-se na
'

occasião em que lhe disséra o Benati que não fizesse caso de tudo aquillo q.ue era
gracejo, pois, se. tivesse intenção de _ offendê-lo o teria feito antes. Nessa occasião
· elle testemunha voHára ao bote com o fim de tirar um capote que lá tinha e ou-
vira o Benati dirigir-se ao Dr. Pamphylo, dizendo-lhe que este o c~amára de la.:.
drão e ·lazarone. o do_utor respondêra, mas elle testemunha. não pôde ouvir a res-
posta. Então elle testemu~ha ouvira de novo Benati insultar ao Dr. Pamphylo e
dizer- lhe que este era um covarde por ~1ão querer aceitar a proposta de bater-se
com elle, ao que o Dr. Parnphylo respondêra morar, na villa de _llaqui, logar onde
elle podia ir procura~lo para satisfações; dahi em' dianie ell~ testemunha nada
mais pôde ouvir nem vêr por ter vindo buscar o capote corno se cita em cima
Ao voltar do bote elle testemunha vira o Dr. Pamphylo defendendo-se com um
pequeno chicote de cavallo' que tinha na mão, de Benati com o qual sustentava
o pugilato, vira mais approximar-se Vicente Logato com umg. espingarda de caça
dirigir-se para o lugar do conflicto e com ella assentar uma bordoada sobre o
ouvido do lado ·esquerdo do Dr. Parnphylo, a -qual prodnzio a queda neste ullimo.,
incontinente este levantára-se e com o chi cole alçado ferira na face ao ·aggressor.
Nessa occasião de novo avançára o Benati sobre o Dr. Pamphylo disposto a conti-
o
nuar pugilato ·e depois de renhida luta approximára-se o Logato com um facão de
mato desembainhado e pelas costas o Dr. Pamphylo lhe dera duas cutiladas
sobre a cabeça. Eduardo Sleraxe-; que se achava presente vendo o sangue no Dr.
Pamphylo procµrára afastar a lull) puxando Benati e apartando ·assim a lula no
mesmÓ momento em que Logato de arma. de c·aça cm riste dera um golpe sobre
a fronte do doutor. Nada mais vira, porque os luta(iores se afastárão de ma-
neira a ficarem encobertos pela ba.rranca. E pouco depois chegára o Dr. Pamphylo
acompanhado "do citado pharmace'utico vindo aquelle l2anhado em sangue. ·E nada
mais disse nem lhe foi perguntado, senclo-lhe lido o seu depoimento ratificou-o
por acha-lo conforme, e assignou com o segundo tenenle José Virgílio de Almeida
Moura interrogante. E eu~ o alferes Manoel Simplicio Corrêa Leal, vogal mais mo-
derno o escrevi. -José Moura. - Clm·imundo de Almeida Santos.
TERCElRA TESTEM~NHA. -Felíppe Canselher, . com trinta e tres annos, natural da
Hali.a, solteiro, ma.rinheiro mercante, re.sidenle em Santa Rosa (Estado Oriental),
testemunha juramentada sobre os Santos Evangelhos pelo segundo leilerite José
17
. .
Virgílio de Almeida Moura qne exerce as funcções de interrogante a qual prometteu
dizer a verdade que soubesse a respeito elo que lhe fosse perguntado ·e do cos-
tume nade disse. Sendo-lhe perguntado o qne sabia a respeito do facto dado na
marge~ a;·gentina no dia dezoito do corrente enlre o doutor Pamphylo Manoel Freire
de Carvalho, primeiro cirurgião da armada nacional e os subdilos italianos Gu~<lo
Benati, e Vicente Logato e outros, respondeu : que tinha levado estes ultimos no
seu bole ao arroio onde fizerão a caçada e que na volta estes desembarcárão m~ mar-
gem argentina e elle ficára cuidando do seu bote pelo que nada pôde ver nem
ouvir do que se passára em terra; e mais tarde ouvindo rnmor em terra saltára
·e subindo á barranca, vira um grupo de hom.eus lutando e entre elles Vicente
Logato a quem elle leslernunha agarrára para affasla-lo da luta, momento em que
o doutor Pamphylo, não se vendo ·ag-g"redido, affastára-se com direcção á margem
do rio. E nada mais disse nem lhe foi perguntado ; e sendo lido o seu depoimento,
ratificou-o por acha-lo conforme e por n'ão saber lêr· nem escrever pedio a Emyg·dio
· Pinto Rangel para ass ignm a. seu rogo o que ~ste fez com o segundo tenenle . José
Virgílio de Almeida Moura interrogante. E en, ·o alferes Manod Simplicio ·currêa
Leal, vogal mais moderno o escrevi.-.Jasé Jt.loura.- Emygdio Pinto Rangel.

Deçlaração f eita pelo doutor Pamp!tylo JW.anoel Fr·eir·e de Cm·valho, primeiro


cirur,giüo da a1·mada.

Declaro que indo em passeio {i povoação · do Alvear em. companhia do


pharma.ceutico da divisão Pedro Fernandes Ribeiro, encontrei na voHa da-
. quella povoação CJO porto, embarcados em um bote, Guido Benati, Vicente Logato
e ·outros indivíduos italianos, que receberão-nos no meio de vaias e apupadas,
' taxando-nos de macacns e atácando al{2:uns foguetes. Não respondendo a um tal
insulto e pr?vocação, dirigimo-tios a uma pequena eminencia, que domina o rio,
donde acenámos para bordo da canhoneira a vapor Lamego pedindo escaler; e .
·• c_omo este se demorasse em viréude de est~r ce~ndo a guarnição, apeámo-nos dos
cavallos dirigindo-nos a uma das casinhas do porto. Neste iriteri~ Guido Benati,
armado de adága (faca de matto) e rewolver, encaminhava-se para nós insultando-
me, dizendo que eu tratava-os (os charlatães que no Itaqui exercião então a clinic~
medica) de ladrões e lazaroni ; e que alli desafiava-me para um duello . .Ao que res-
. pondi ·que elle sabia. que eu era morador no . Itaqui, onde podia ir tomar-me
satisfações e não em aquelle. logar onde ·achava-me de passeio. Este individQo
prorornpeu em doestos e improperios, e. projectou-se sobre mim~ seguihdo-s~ dep'ois
. um pugilato. Approximava-se _então Vicente Logato do· theatro da luta, e, . armado
de espingarda de caça, vibrou-me com o ca1~0 um · go lpe sobre o ouvi~lo esquerdo
que atirou-'me por terra. Erguendo-me immediata1nente ·ainda que atordoado pela
E. I 3

.l : .
-··.tr-· ~ ....
18

pancada, respondi á aggressão de Logato, que arremessarn-·se sobre mim, vibrando-


lhe golpes de chicote na face, (arma unica de que me servi nesta luta). A éste ternpo
afastou-se Logato projectando-.se sobre mim Benati, com quem sustentei longa
e renhida luta, durante a qual Logato descarregou-me pelas costas golpes de adaga
ott de espingarda, que produzirão-me sobre a fronte dous largos ferimentos. ~ntão
interveio um individuó que separou-se do theatro .da luta constando-me que nesta
occasião Logato engatilhava a arma para assassinar-me. Corri então á margem do
rio para lavar as feridas que muito sangravão, e ahi pouco depois chegava-me um
, bote em que em companhia do predito botieario parti para a canhoneira Lamego,
recebendo ainda nesta occasião provocação .de Benati,. que de terra insultava-me, e
quando já partia o bote que nos conduzia. Releva notar que passando- duas vezes
pela frente da casa de Benati no Itaqui e de Ferrari, aquelle insultava aos Brazi-
leiros taxando-os de. macacos.-José Moum.-Dr. Pamphylo Manoel Freire de Car-
'/)alho. -
No mesmo dia, mez, anno e logar, no termo de autoação declarados achando-se
reunido o conselho de inquirição ; depoi~ de haver esse tomado em consideração os
d~poimentos das tres t.estemunhas inquiridas e ouvida a declaração do Dr. Pam-
phylo Manoel Freire de Carvalho, primeiro cirurgião da armada nacional e chefe de
saude da divisão do Alto-b-r~~fy passou a dar o seu parecer. E para constar se pas-
sou o presente termo que eu o alferes Manoel Simplicio Corrêa Leal , vogal mais mo-
derno o escrevi e assignei.-Manoel Simplz'.cio· Correa Leal.

Parecer do conselho .

O coriselho de inquirição, tendo presentes, pelo officio dt> Illustrissimo Senhor ca-
pitão-tenent~ Estanisláo Przewodowsky, ·cômmandante da divisão do Alto-Urug~ay
datado de dezenove do corrente mez e anno e dirigido ao primeiro tenente Anfonio -
Llns Cavalcanti de Oliveira, e o corpo de delicfo feito pelo segundo cirurgião do
corpo de saude do exercito doutor Pedr:o José Pereira os quaes vão anne.xos de folhas
tres a folhas seis, o que foi corroborado pelos depoimentos de tres testemunhas de
folhas-a folhas doze: tendo tambem presente a declaração do.doulor Pamphylo Ma-
noel Freire de Carvalh?, primeiro cirurgião da armada e ch.efe de. saude da di~isão
4o Alto-Uruguay de folhas doze a folhas treze; é de parecer que o dito doutor Pam-
phylo foi barbaramente espancado com tentativa de ass.assinato pelos subditos italianos
-Guido Benati e Vicente Logato. ·- Camara do monitor Rio Grande surto no porto
,da villa de lt~qui em vinte de Jur,iho de mil oitocentos setenta e quâtro. - Antonio
, 1
Lins Caval~~nti de Olivei'ra, primeiro tenente-presidente. -José Virgi"lio de Almeida
. .• . ' '

,Moura, segundo tenente-vogal.-Manoel Simplicz'o Correa Leal, alferes vogal.


19

Otficio do commandante da estação naval do Rio da Prata ao ajudànte


general da armada.
Commando interino da estação naval do Rio da Prata.-Bordo do encouraçado ·Lima
Barros, em Montevidéo, 30 de Junho de 1874:
Illm. e Exm. Sr.- Acabo de receber a correspondencia o(licial do comman-
dante da divisão do Alto Uruguay, que diz respeito aos acontecimentos posteriores
ao dia 21, a qual envio. Cumpre-me communicar a V. Rx. que de todos estes do-
cumentos tirei cópia para enviar ao nosso ministro em Buenos Ayres.
Deus guard,e a V. Ex.
11lm. e Exm. Sr. conselheiro de g'uerra Joaquim Raymundo de Lamare, vice-al-
mirante,_ajudante general da armada.
E11s1ARIO JosÉ BARBOZA,
Capitão de mar e guerra.

·officio. do commandante da flotilha do Alto·-Urugua ao commandante da


estação naval · do Rio da P_rata . .
.. '
a vapor La-
. (

Com mando da divisão naval do Alto Uruguay. - Bordo da canhoneira


mego, em Itaqui, 21 de Junho de 1874.
· lllm. Sr.- Pelos doclim'entos por cópia aqui inclusos verá V. S. o grave aconteci 7 .'
mento que teve logar no dia 18 do corrente mez no porto do Alvear, em frente:á '.
povoação de Itaqui, junto á guarda argentina do porto, sem que as autoridades do J

paiz dessem a menor providencia, até hoje á hora em que escrevo, 4 da tarde. '
Pelo meu officio ao juiz do logar verá V. S. as providencias que tomei sobre o
assumpto. O Dr. Pamphylo acha-se bastante enfermo em terra, resultado dos feri-
mentos e contusões que recebeu. Para aproveitar o correio que sahe amanhã cedo ·
de Uruguayana, faço já seguir . este; e logo que tenha algum desfecho esta questão
communicarei sem perda de tempo a V. S. As autoridades da fronteira já dei co-
nhecimento do occorrido.
Deus guarde a V: S.
lllm. Sr. capitão de mar e guerra Elisiario José Barboza.
EsrANISLÁO PRzEwooowsKY,
, Capitão-tenente, commandante\ ....

Officio do commandani.e.. da fl,o,tilha do Alto Uruguay ao vice-consu/. do


Brazi'l em Alvem·.

.
t

Commando da divisão naval do Alto Uruguay. -. Bordo da canhon.eira a vapor La- ,


mego, em Itaqui, .19 de Junho de 1874. ·1
Ilhn. Sr.- Tendo sido atacado por um grupo ·de assassinos o 1º cirurg·ião desta:
força Dr. Pamphylo Manoel Freire de Carvalho quando hontem embárc~wa no porto
20

do Alvear para recolher-se ao seu navio, fazendo-lhe ferimentos e contusões no rosto


e cabeça, pouco faltando parn·o rnatarem, e como é de suppôr qu e tamanho altentado
esteja ~endo já punido pela autoridarle local, peço a V . S. que me informe com toda
urgencia quaes as providencias que lern chulo a esse respeito, não só a citada autori-
dade, como o_vice-consulado a seu ca rgo.
Deus guarde a V. S.
Illm. Sr~ Santiago Barreiro, vice-consul do Brazil no Alv ear .

EsTANISLÁo PazEwonowsKY,
Capitão-tenente, comrnandante.

Officio do vice-consul do Brazil em Alvear ao commandante da flotilha


do Alto Untguay.

Vice.,consulado do Brazil.-- Alv ear, ~O de Junho de 1874.

lllm. Sr.-Tenho a ho1 r de accusar recebidtJ o officio que leve a bem dirigir-m e
V. S. datado de 19 do corrente mez, versand o sobre o attenlado commetlido por um
grupo de assassinos conlrn a pessoa do dignissirno primeiro cirurgião da divisão
naval Dr. Parnphylo Manoel Freire de Carvalho, quando embarcava-se neste porto no
dia 18 deste mez para recolher-se ao seu navio, fazendo-lhe graves ferimentos e con-
tusões no roslo e cabeça; ao respeito direi a V. S. que hon tem e,\s nove horas da
manhã ofliciei á autoridade local ped indo me inforrnasrn quaes as providencias que
tinha dado a esse ,respeito ; e não havendo receb ido resposta até esta hora, 10 da
manhã, communico a V. S. para sua melhor intelligen~ia; neste momento dirijo-me .
ao juiz de .paz -do departamento da Crµz requerendo sua justiça ao que faço refe-
rencia. ,
Deus güarde a V. S.
lllm . Sr. Estanisláo Przewodowsky.
. SANTIAGO BARREIRO,
Vice-consul.

Officiu do comrnandante da flotilha do Allo Uruguay ao juiz pedaneo de Alvem·.

Comrna11do da divisão naval do Alto Uruguay.-Bd.rtlo da canhoneira a vapor


Lamego; em ltaq ui, 21 de Junho de 1874.

Sr. juiz.-No dia 18 do corrente o medico desta força ·1º cirurgião Dr. Pamphylo
Manoel Freire d.e Carvalho, vestido com ·seus uniformes à1 il~tare s foi atacado no
porto do Alvear, ·enlre as 4· e 5 horas da tarde, por um gr upo de individuos ar-
mados, fi gurand o á tef)la delle os italianos Guido Beirati e Vicente Logato. Sem
.21-
armas. para'
sua
.
defesa, não foi possível ao Dr . Pamphylo evitar os ferimentos e
rcinlusões que lhe fizerão os aggressores, e só a um providencial milag1:e deve o ter
conseguido escapar com vida e recolhú'-se ao seu navio completamente banhado
em ·sangue. ,
. No dia 19 officiei ao vice-consul brazileiro no Alvear pedindo que me informasse
com toda urgencia, quaes as providencias que tinha tomado, não só a autoridade
local como o vice-consulado a seu cargo, e mandei tambem um ofücial tornar al-
·gumas informações no citado povoado; esse official além de confirmar as noticias
que eu já ,sabia, disse-me mais que fallára ao Sr. juiz do logar, e este déra razão
. aos aggressores. Hontem 20 tive resposta elo meu officio ao vlce-consul, dizia elle
que havia mais de vinte e quatro horas que officiára ao Sr. juiz pedindo lhe infor-
masse quae's as providenci~s que déra sobre o facto occorriclo, .mas que o Sr. juiz
não lhe enviára a menor resposta. '
A tarde de hontem esteve comigo o Sr. vice-consul e declarou-me rnai~ ler pro- ·
curado o Sr. juiz antes de . en:ibarcar para bordo, . e não o ter encontrado, dizendo-
~; e-lhe que sahira para sua chacara e ignoravão quando voltaria.
Custa a crêr, Sr. juiz, que tudo o que venho de expôr se Lenha dado em f'reúte
ao povoado brazileiro de Itaqui, em cujo porto es tão ancorados lres vasos d~
guerra ela mesma nação, e ainda mais, que hont em á tarde, quarenta e oito h?ra·s
depois de ter sido atacado o Dr. Parriphylo, os seus aggressores estivessem pasesando
!·obre a barranca do porto do Alvear ostentando a impunidade que a autoridade
argentina lhes garante para seus crimes "
Até á hora ·em que escrevo, onze da manhã, não me consta que tenha sido
tomada a menor providencia sobre esse grave acontecimento. Illudio-se certamente
u Sr. juiz julgando que a força brazileira, estacionada no Alto Uruguay, veio a r.sta
ronteira fazer o ridiculo papél de muda espectadora dos insultos feito aos brazileiros.
A vista da grave offensa, nenhuma consideração e respeito que acabão de dar-se,
('Om a tentativa de assassinato, ferimento e contusões que soffreu .o Dr. Pamphylo,
1to porto do Alvear, sem que a autoridade argentina dê a menor providencia, venho
eclamar do s ·r. juiz, que me sejão entregues sem perda de .tempo a bordo desta
rnnhoneira, os dous principaes criminosos Guido Benati e Vicente Logato.
Para evitar inuteis delongas, declaro ao Sr. juiz qu e amanhã, vinte e dous do
<'i:lrrente mez, ao meio-dia, não tendo sido entregues os citàdos criminosos, a força
( 0 meu commando repellirá, p0los meios de que dispõe, tão inqualificavel insulto
1

. ~1tirado á soberania e dignidad e do BrazÍL


Deu~ g~ard ~ a V. S.
lllm. Sr. João Cyrillo Leiva, ju,iz do Alvear.

EsTA Nrs11(0 PazEwooowsKY,


Capitão-tenente, commandante ,
Otficio do commandante da flotilha do Alto Uruguay ao vice-consul .do
Brazil em Alvear.

Comlnarido da divisão n~val do Alto Uruguay;-Bordo da canhoneira a vapor La-


mego, em Itaqui, 21 de Junho de 187 4·.

· Illm. Sr.-Para sciencia de V. S. remelto-lhe a inclusa cópia do meu oflicio ao


juiz do Alvear, relativamente ao grave acontecimento do dia 18 do corrente rnez.
Deus guarde a V. S.
·m~. Sr. Santiago Barrero, vice·-consul do Brazil no Alvear . .

EsrANISLÁO PRzEwooo\VSKY .

Officio do vice-crmsul do· Brazd em, Alvear ao commandétte da flotilha do


Alto úruguay.

Vice-consulado do Brazil.-Alvear, 21 de Junho de 1874 •

.lllm. Sr.-Recebi sua respeitavel nola com a presente da la, ficando inteirado do
seu conteúdo, inclusive a cópia .do officio para o juiz desta localidade, o qual foi
entregue ás horas duas da tarde, tendo-me dilo verbalmente que amanhã respon-
de.ria a V. S. sobre seu conteúdo.
Deus guarde a V. S.
Illm. Sr. Estanisláo Przewodowsky.
SANTIAGO BARRER01
Vice-consul.

Officio do commandante da flotilha do Alto Uruguay ao da estação naval do


Ri'o da Pmta.

Commando da divisão do Alto Uruguay.-Bordo da canhoneira a vapor Lamego,


em Haqui, 23 de Junho de 1874.

Illm. Sr.-Em meu oflicio de ante-hontem participei a V. S. o facto grave dado


com o Dr. Pamphylo no porto do Alvear, e as providencias tomadas' até àquella
data, .faltando declarar a V. S. que Benati e Logato são moradores no ltaqui,
onde ainda está a familia do primeiro, e que me consta procurarem encontrar-·
se na margem argentina com o Dr. Pamphylo para impunemente realizarem seus
pla'nos.
Passo a dar conta agora a V. S. dos acontecimentos posteriores. Hontem antes
23

do meio dia recebi o officio cuja cópia aqui junto n. 1, do juiz do Alvear, em
resposta ao meu da vespera. Ao meio dia, não tendo sido attendida a minha
reclamação, tend~ já antes tomado convenientes posições os monitores Ri"o Grande
e Alagôas, ordenei que os dous atirassem algumas bombas com elevação por
cima do Alvear, de modo a não offender a povoação., dando grande intervallo
de um a outro tiro, e que fizessem fogo sobre qualquer grupo de gente armada
que ostensivamente apparecesse. A guar.da do porto desapparecêra logo qu!=l os
. navios se moverao. Ao quarto tiro, uma com missão do commercio do Alvear
veio a bordo pedir, de parle do mesmo, para não continuar o fogo, declar.ando:..
me que não havia . mais força na povoação, e que o proprio juiz fôra o primeiro
a retirar-se com sua familia, havendo só alli os particulares, eommerciantes e suas
familias; á vista ·do que mandei immediataménte sustar as ordens dadas, e á
mesma commissão pedi para fazer chegar ás mãos do citado juiz o officio, cuja
cópia vai aqui inclusa n. 2, afim . de tranquillisar os moradores pacíficos do
logar. Hoje foi recebida a accusação do meu offició de hontem, do qual aqui
remeHo cópia n. 3, a V. S. Todas as autoridades da fronteira estão prevenidas
e hoje deve expedir-se do ..t\.legrete para a capital da província um telegramma
relatando o occorrido.
Deus guarde a. V. S:
Illm'. Sr. capitão de mar e guerra Elisiario José Barboza.

EsTANISLÁO PRzEwonowsKY 1
Capitão-tenente, comfuandante.

DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O OFFICIO PRECEDENTE.

N. 1.

Offido do juiz pedaneo de Alvem· ao comman_dante da flotz"lha do Alto Uruguay.

(TRAnucç10.)-Juizado pedaneo da secção de Alvear, 22 de Junho de 187,4.


Ao . Sr. capitão-tenente cornmandante da divisão naval do Alto Uruguay, D. Es-
tan isláo Przewodowsk y.
Accuso o recebimento da sua nota datada · de hontem e cumpro com o 'devei de
respo~1der. No exordi'o deUa queixa-se V. S. de que desde o dia 18 do corrente
aíé hontem não désse este juizado providencias para informar-se do que occorrêra
entre os Srs. Dr. Parhphylo Manoel Freire de Carvalho, Guido Benatí e Vicente
Logato. Tomo a.liberdade de observar a V. S. que é inexacto o que V. S. affirm·a,
talvez pÓr estar mal informado. No. dia 19 recebi uma nota do Sr. vice-consul do
24·
lmperio do Brazil, aqui residente, pedindo:__me que o informasse do 'facto e das
suas circumstancias para os fins convenientes. Immediata.mente fii vir á minha
presençà os Srs. Benati e Logato, e os interroguei, bem como ás testemunhas
presenciaes . Um esq11ecimento, ou antes um descuido do escrevente do juizado, fez
com que eu não respondesse ao Sr. vice-consul senão hoje . Era-me impossível
tomar outra deliberação em relação ao occorrido, visto que, não se tendo apresen,.
lado a ·parte que se disséra molestada, e á vista dos depoimentos das testemunhas, eu
não podia proceder de out.ro modo. Agora diz-me V. S. que os suppostos criminosos
estão impunes.
Para estabelecer a crimi~alidade no gráo indicado pelo Sr; comrnandanle é ne-
. cessario e imprescindível que este juizado ~mplie a autoação, forme {lm surnmario
e o submetta á autoridade superior de accôrdo com as leis vigerites nesta província
de Corrientes e em toda u Republica Argentina. Como, porém, o facto teve logar
neste teni~orio e este juizado não possue outros dados além elos que constão por
informações, espero que V. S. se servirá retirar o seu ultimatum, porque sómente
os grandes criminosos e indivíduos perigosos para a sociedade podem ser éntregues
por extradição, quando se dê a fuga do delinquente para paiz estrangeiro e isto
tendo-se préviamente preenchjdo as formalidades prescriptas e garantidas pela fé
dos tratados e direito das gentes. Além destas explicações, cuja exaclidão o Sr. com-
mandante apreciará devidamente, accresce tam bem a circumslancia de que este
juizado é apenas um auxiliar, que não pôde resolver" por si uma questão á qual
o Sr. commandante dá um caracter internacional.
Deus guarde a V. S. muitos annos.
JuAN e. LE1vA.

N. 2.

Officio do commandante da flohlha do Alto Uruguay ao .fuiz pedaneo de Alvear.

Commando da divisã.o Iiaval do Alto Uruguay. Bordo ela canhoneira a vapor


Lamego, em Itaqui, '.22 de Junho. de 1871.

Sr. juiz.-Á vista da representação que acaba de fazer~me o corpo do com-


mercio do Alvear e considerando que graiide numero de· familias não deve .estar
sujeito ao resultado de caprichos infundados do Sr. juiz, movidos por ind,ividuos
que, sem occupação talvez em seu paiz, vêm perturbar o socego ele povoações pa-
cificas e laboriosas, e ·especialmente a harmonia exis tente entre nações amigas;
considerando que com a pequena demonstração feita hoje pela força do meu com-
mando fica lavrado um solemne protesto ao ·insulto at~rado ao meu paiz, declaro
ao Sr. juiz que ficão suspensas· as ordens dadas á força n~val em relação ao atten-
tado contra o J)r. Pamphylo, até qüe as autoridades superiores, a quem. já dei co-
nhecimento <lo occorrido me ordenem o contrario.
Deus guarde a V. S.
Illm. Sr. D. João Cirillo Leiva, JUIZ pedaneo do Alvear.

EsrANISLÁo PRzEwoD.OWSKY,
Capitão-tenente, commanQ.ap.te.

N. 3.

Officz'o do juz'z pedaneo de Alvear ao comniandante da fiotilha do Alto [Jruguay.

Juizado pedaneo, Alvear) 23 de Junho de 1874~


Ao Sr. commandanle da divisão naval do Imperi() do Brazil no Alto Uru gua yJ.
capitão-tenente D. Eslanisláo Przewodowsky.
Cumpro o dever de accusar o recebimento da nota do Sr. commandante, datada
de hontcm, communicando-me que resolvêra suspender as ordens dadas á força
naval do seu cornmando até receber instrucções de seus ~1:1periores, a gµem deu
conta do occorrido.
Em resposta tenho a declarar ao Sr. com mandante que ·levei ao conhecimento
do meu governo a sua supracitada nota, bem como o que hontem occorren e o que
anteriormente se passou.
Deus guarde ao 811. commandante muito~ a.nnos.
JuAN e. LErvA.

N. 11.
Despacho do governo imperial á legaçào em Bitenos-Ayres .

Rio de Janeiro.-Ministerio dos negocios estrangeiros; 18 de Julho de 1874.


Com referencia ao successo de Alvear cumpre-me declarú a Vm. que o go-
verno imperial, comquanto considerasse ·muito notavel e digno de severo castigo o
procedimento das autoridades daquelle logar, todavia não hesitou em dar por sua
parte espontaneamente a satisfação devida ao governo argentino, destituindo o com-
rnandante da flotilfaa, official dislinclo por seus honrosos prec edentes, e sujeitando-o
a um conselho .de guerra.
E. J,
26
Tomando esta res~luçã·q, o mesmo governo deu uma significativa prova do seu
Tespeito aos principios . de direito internacional, e não podendo fazer ao governo
argentino a injustiça de crêr que no seu terrilorio sejão preteridas as mais simples
e_xigencias de ordem publica e a execução das leis prolectoras que alli existem,
como sucçe·d.eu .em .Alvear, confia que a satisfação que lhe é devida será completa,
rna1,1dando .o governo argentino que sejão processados os autores dos insultos e feri-
()rnentos f~itos na pessoa do Dr. Pamphylo e respqnsabilisados quaesquer agentes da
. autori'dade publica, que não houverem cumprido naquella lamentavel emergencia o ·
seu dever. '
· Nes.te sent.ido deverá Vm. dirigir-se por nota ao ministerio das . relações
exterior·es. : · ·
Reitero.:...lbe as seguranças da minha estima e consideração.
'Ao Sr. Luiz Augusto de Padua Fieury.
VISCONDE DE C ARAVELLAS.

Nota da legação impen,'al ao governo argentino.

Legação imperial do Brazil na Republica Argentina.-Buenos-Ayres, :2!'1 de Julho


de 1874.
Exm. Sr. ministro.-0 abaixo assignado, encarregado de negocios interino do
Brazil, tem a honra de se dirigir a S~ Ex. o Sr. Dr. D. Carlos Tejedor, ministro das
relações exteriores, para declarar que ao chegar na côrte a noticia do. successo de
Alvear não hesitou o governo imperial em espontaneamente desapprovar o acto
do commandanle da flotilha, destituindo-o e sujeitando-o a um conselho de. gu.erra.
Tomando esta resolução o governo brazileiro deu uma prova significativa do
seu respeito aos principios do direito internacional, confiando tambem que o go-
verno é'trgenlino por sua parte mande processar os autores dos insultos e ferimentos
feitos na pessoa do Dr. Pamphylo de Carvalho, e responsabilisar quaesquer agentes
da autoridade publica que não tivessem cumprido com o seu dever naquella lamen-
tavel emergencia.
O abaixo assignado aproveita esta occasião para reiterar a S. Ex. o Sr. Dr.
D. Carlos Tejedor as seguranças da sua mais alta consideração.
A S.' 'Ex. o s ·r. Dr. D. Carlos Tejedor.
Lmz AuGusro DE PADUA FLEURY.
27
·'

N. 13.
Nota do g~verno argentino á legação z'?nperial.

(TRADucçÃo.) - Ministerio das relações exteriores da Republica Arge'ntina, Buenos- ,.


Ayres, '27 de Junho iie 187 4 ...

Sr. encarregado. -Hecebi a nota de S. S. declarando que, ao:: cheg:ar, á' côrte
a noticia do successo c~e Alvear, não trepidou o governo imperial em desapprov:ar
.
,

espontaneamente . o acto do commandante da flotilha, demittindo-o e sujeitancdo.-o


. a um conselho de guerra. . · · ..
Accrescenta S. S. que o governo. brazileiro, tomando esta · resolução, _ quiz dar ·
uma prova significativa do seu respeito aos princípios do direito 'iriter.nacional , ,
confiando que pela sua parte mandará o governo argentino processar os au tores
dos insultos e feridas feitas ao Dr. Pamphylo de Carvalho, responsabilisando a
qualquer agente da autoridade publica que não cumpris.se o seu dever naquella
lamentavel emergencia.
Sendo o facto de terra uma briga particular, cujo conhecimento e julgamento
compete aos tribunaes ordinarios, não é do mesmo genero que o aclo praticado
pelo cornmandante brazileiro, nem por sua importancia material, nem pela juris-
dicção, que desgraçadamente não eslêi nas mãos do governo exercer directamente
contra os culpados, excepto no que se .relacione com a altitude da guarda argen-
tiria, proxima do logar. .
Apeza.r disto o governo argentino, logo que teve conhecimento official do suc-
cesso por comri:iunicação do governador de Corrientes, recommendou em resposta
a·averiguação elos· factos por quem fosse competente e ·a punição dos culpailos;
e nesta data se ordena novamente que sejão com a maior brevidade possível
remellidas as convenientes informações e cópia . integral do summario si ·já es-
tiver em condições disso, explicando-se aó mesmo tempo a attilude da guarda
nacionaL cuja punição pertenceria em tal caso ao governo. Também convirá que
o governo imperial dê as ordens nec.essarias para que o medi~o brazileiro não
recuse as suas dedarações e comparecimento perante a justiça do paiz, coope-
rando pela sua parle . para o mai·s prompto e efficaz castigo dos culpados.-
1 ·Queira o Sr. encarregado aceitar · com este motivo a segurança da minha par-
! ticular estima.
1
A. S. S. o Sr. D~ 'Luiz Augusto de Padua Fleury ..
e.
1

TErnoos..

1 •
N. 14.
Nota do governo argenti'no ao governo imperial.

(TRADucçAo.)-1\1inisterio das relações exteriores da Republica Argentina.-Buenos-


Ayres, 10 de Julho de 1874.
Sr. ministro. -O successo de Alvear, que o governo argentino não queria crer,
é certo em todas as suas partes, segundo as communicações recebidas ;do governo
de Corrienles e datadas de 30 de Junho e 2 de Julho, das quaes tenho a honra
de pôr cópia aulhentica nas mãos de V. Ex.
O governo argPnlino, que hesitava ·em a<ilmiltir este acto, praticado .por um
official de marinha brazileiro de patente elevada, já não póde negar-se á evidencia;
e tem o dever de pedir a satisfação c~ndigna por esse atleritado, que, violando todos
os usos inlernacionaes, poderia ter compromettido as boas relações que felizmente
existem entre os dous paizes, si ellas _pudessem de,pender de actos de loucura
de um subalterno.
As notas de 2'1 e 23 de Junho do commandante Przewodowsky revelão por
si sós, Sr. minislr·o, o occorrido; e o governo argentino julga não ter necessidade
de outras provas para fundamentar a sua reclamação.
Julgando por si e ante si a contenda do medico brazileiro com os · italianos Be-
nati e Logato, que, ào que parece, teve a sua origem em actos daquelle contra
estrs em Itaqui, e cuja decisão e castigo 'competião de todos os modos ás autori-
dades do ,territorio onde se commettêra o delicto, solicitou o dito commanclante,
, em 2'1 de Junho, a .entrega sem perda ele tempo, a bordo da canhoneira dos
0

oc

principaes criminosos Guido Benati e Vicente Logato; >> accrescentando ainda


«e para evitar inuteis demoras declaro ao Sr. juiz que amanhã 22 do corrente,
si me não forem entregues os cit.ados criminosos, repellirá a força ás minhas
ordens pelos meios de que dispõe tão inqualificavel insulto á soberania e digni-
dade do Brazil. >>
Materia e fórmai tudo era reprovavel no procedimento .do official de marinha
brazileiro. A rnateria, porque, sendo o ado praticado em territorio argentino,
ainda suppondo-se que fosse certa a circumstancia de achar-se o Sr. Carvalho
em · terra com o seu . uniforme militar, ninguem podia ter a , pretenção de
subtrahir os culpados á acção da justiça territorial; nem o caso era de .extrad.ição,
conc.edida sómente quando o delicto é comm.ettido em territprio proprio e o de-
linquente se ~syl~ em territorio ·estranho; é quando ' fosse, nenhuma represenlação
legitima linha o commandante de um navio de guerra para exigir a extradição.
A fórma, pelo tom ameaçador desde o principio, pela intimação de vinte e
quatro horas a uma autoridade subalterna, pela ostentação da força, posta ·em
29

suas mãos para defesa da soberania e d~gnictade do Brazil, e por elle empregada
por motivos de questões particulares, e pelo ·'facto ain<la mais ridículo de dirigir-
se de novo na ·data de 22 a essa autoridade, que nada pedia, para declarar sus-
penso o bombardeamento a requeriinento do commercio de Alvear.
Espera, portanto, o ·gov·erno argentino que este acto, já reprovado pela 0pinião
geral e pelo proprio ministro Barão de Arag·uaya, igualmente o será .pelo governo
imperial, que punirá devidamente o inconsider.ado executor de similbante hosti-
lidade sem causa nem exemplo entre nações civilisadas e . amigas. O governo
argentino já fez pela sua parte as convenientes recommendações para que se
apresse o surnmar.io que €leve esclarecer as violencias feitas ao medico Carvalho,
e cond~uzir igualmente á punição dellas, si isso tiver J.ogar.
Aproveito a occasião para offerecer a V. Ex. as seguranças da minha mais
distincta consideração. .
·· À S·. .Ex. o Sr. ministro dos_negocios estuatlgeiros do Imperio do Brazil.
..., .. ~. -- - ~· -·-r-- ·-~-rl'_,.i'~-~/········ ............__ ,.., ,, .., __ .
'-,....._
e. TErnDoR.

DOC UMENTOS A QUE SE REFERE A NOTA

(TRADucç.4.o.)- Minislerio do governo ..-Corrientes, 30 de Junho' ·1874.

Recebeu-se nesta data a nota do juiz de - paz do departamento da diri- ~,~,'


gida da povoação de Alvear, que vai junta em original sob o n. '1 cO-m.,_os
documentos a que se refere até ao n. 5, os quaes mostrão a causa do · incidet~'re.
occorrido entre o doutor em medicina da armada brazileira .e o medico ou .cu- '\
raiideiro italiano. \
Os tiros dados não tinhão .causado preJuizo á · ~ovoação até á partida. do . -~\....._
proprio, o qual diz que o fogo tin.ha cessado.
, Crê este governo que os factos não terão tido seguimento em consequencia
das repetidas ordens quf:'. se <lerão desde o anno de 1872 ás autoridades da fron-
teira do Alto Uruguay recommendando a conservação · da boa harmonia que se
deve manter entre povos limitrophes.
O governo ordena nesta data 'qae se esclareção os factos po r -meio de urna 1

informação summaria, de cujo resultado darei conta a V. Ex.


Deus guarde a V. Ex. muitos annos.
Ao Exm. Sr. ministro das relações exteóores da nação Dr. D. G. Tejedor.

MIGUEL VICT.ORINO GELABERT.

JosÉ MARIA CABRAL Y i\hno .


' .. . ·'

3-0

Cópia n. 1. . .

o chefe do Departamento.- Alvear 22 de. Junho de 1874, 4 horas da tar,de.

(TRADUCÇÃO.) -Ao Sr. ministro do ~overno da província.- Achando-.me nesta po-


voação em tratamento de uma enferm idade que me levou á carna, foi sorprehendido,
pouco mais ou menos á meia hora. depois do meio dia de hoje, por um tiro de peça
com pala, dado sobre a povoação por um dos vapores de · guerra do B·razil surtos
nesle porto.
Tomei immediatamente conhecimento do caso e fui informado 'de que os v'a-
pores de guerra se tinhão movido desde as 11 do dia, tomando posições para
bombardear a povoação.
Soou e.m seguida outro tiro de canhão, atravessando a bala a povoação corno
a anterior. Chamei logo o juiz pedaneo e ínte1;·?g~~~-o sobre o cas~: .. l11forr:l'.fóu-me
do que succedia e cornmunicou-me pyr/ c6p.ía.-os antece·d·entes que·'fií1hão dado .logar
a este successo,' accrescentando . Jfú'~ .se achava occupado em lavrar a informação
sum1rnnia do facto que o 1 mü'tivou.
a
Apresso -me pois a ~_<;Jsp~char um proprio, participando V. S. que a esta hora
ja -forão atiradas soJ:n
,, é'a povoação quatro balas pelos navios de guerra brazileii~os
1

e . remettendo- !J)l para os fins convenientes cópias das notas trocadas com a
. autoridade iooál. . .
" Esper5/ que V. S. se ·servirá d~r-mE com a possi vel brevidade as instrucções do
gove>n-6· sobre o procedimento que eu ·deva observar nesta in.esperada conj,unctura,
p·r-e~eniqdo-o
,v . . .
de que em quanto as não receber limitar-me-hei a observar os mo-
/ vimentos dos brazileiros sem praticar hostilidades de nenhuma classe contra as
/ suas forças. .
/ Com este motivo cumpro o dever de saudar a V. S. com toda a consideração
/ - -- ..J
. a respeito.
• Deus . Gµarde a V. S.
Jos:E D. ALVAREZ.

Cópia n. 2.

O!ficio 'do vice-consul em Alvear ao juiz pedaneo, datado de .19 de Junho de '1874.
Acha-se em outro logar.

. Cópia n'. 3.

Resp_psta do juiz pedaneo ao vice-consul ern Alvear, 'datada de 22 de Ju.n lw de ' 4·s7 4.
. ..
·I
Acha~se em outro logar.

..
,+
e '
... ' ;
·,

.: í
........

31'

Cópia n. ·4.

Offiâo do commandante da ftotzlha do Alto Uritguay ao }'uz'z pedaneo de Alvear,


datado de 21 de Junho de ' .187,4..
Acha-se em outro logar. ·

Cópia n. 5.

Resposta do jiu'z pedaneo ao commandante da flotilha, datada de 22 de Junho


de 1874 .
.Acha-se em outro logar.

{TRAnucçÃo.) - Governador da provincia. - Corriénles, 2 de Julho de i 87 4.

· Exm. Sr. ministro Dr. O. Carlos Tejedor. -Por este mesmo vapor são remettidos
a V. Ex. com urna nota official os documentos r.elati vos ao incidente da povoa-
ção de Alv€lar.
As 11 deste dia e á partida do . vapor recebi os que remetto com a presente.
Por não estar presente o Sr. ministro apresso-me a dar mais latitude á nota. para
qiie· ·v. Ex. aprecie m.elhor os factos.
Saudo a V. Ex.
MIGUEL VICTORINO GELABERT ~· '.
NorA. Hontem expedi este aviso por telegramma.

(TRADUCÇÃo.) - b chefe militar do departamento. -Alvear_, 23 de. Junho. de 187.4 .

A S. S. o ministro do governo da província. - O Sr. juiz pedaneo·destá ~fCÇãô


' do departamento communirÓu-me a nota official que cís 6 da túde. do dia de
hontem recebeu do comrnandante da força . naval do Hrazil . no Alto Urug~ay, a ...
' '

· qual me ·apresso a remetter a V. S. em original para -os fins que· tiverem


' ~

lo-g;ar: . ;· ,;
'Ao que hontem participei a V. S. pelo proprio, que mandei c_om ~ste _objeclo,
tenho que accrescentar que pouco mais ou menos ás 4 1/2 da tarde uma commissão
nomeada pelo commercio flesta povoação e composta de estrangeiros apresentou-se
' ao commandante da dita esquadra para representar-lhe que não ha'via objecto ~em
utilidade e:m arrasar a povoação é ' sacrificar familias, pois .que a pov.
.
oação se
acha . co~pleta~ente indefesa e sem mais força que a policial necessaria para
. manter .a; ordem. Dahi resultou a nota que envio.
' .,,.

' . -~
' "
,• '·
. .
32

Devo dizer mais que desde as primeiras horas do dia de hontem forão os portos
do Uruguay fechados para todas as pessoas e procedencias deste lado.
Saudo a V. S . com a costuma~a consideração e respeito. ·
Deus guarde a V. S.
JosÉ D. ALVAREZ.
O officio do commandante da flotilha ao JlllZ pedaneo de 22 dr. Junho, a que
se refere o precedente, acha-se em outro logar. ,

(TRADUCÇÃo.)-La Cruz, 31 de Maio de 1874.

Sr. govetnador. - Fico. bem inteirado do . conteúdo da attenciorn .confidencial


de V. Ex. de 13 do corrente.
Tenho-me sempre esforçado por conservar a melhor harmonia com as autori-
dades limitrophes ·do Brazil ·e me é grato dizer a V .Ex. que não tenho tido motivo
algum de desintelligencia com ellas .e do mesmo modo procederei de_hoje em
dianteem . cumprimento das ordens do meu governo.
As demais providencias, contidas na carta de V. Ex. a que respondo , serão
devidamente attendidas.
De V. Ex. atlento subalterno.
Ao Sr. governador da província D. Miguel V. Gelabert.
JosÉ D. A1vAREZ.

·N. 15.
Nota do governo imperial ·ao governo argentino.

Rio de Janeiro.-Ministerio dos negocios estrangeiros, 31 de Julho de 187 4.

Sr. miúistro. :-Recebi a 21 do corrente a nota, que V. Ex. servio-se dirigir-me


no dia 10. remettendo cópias da correspondencia relativa aos successos de Alvear,
pedindo satisfação pelos actos do commandante da flotilha brazileira do Alt,o-
Uruguay . e communicando que recomméndou a breve conclusão do summario
ordenad.o para a averiguação dos factos e para a punição dos culpados.
No mesmo dia, em que V. Ex. assignoU a sua nota, communicou-lhe verbal-
mente o encarregado de negocios inte1i-no do· Brazil, de ordem do governo im-
perial, que este reprovára os actos do ·referido commandante e que, demitlindo.,o·
do comrpçindo, mandára fazer-lhe conselho de guerra.
Esta comm~nicaçã'o ~ião foi mencionada por y. Ex., sem du.vida por lhe haver
.'

siilo feita dep~is de firmar V. Ex. a sua nota, embora na mesma dala; mas V. Ex . .·
-a recebeu então e terá reconhecido que o governo imperial se não demorou em
praticar o que lhe pareceu just.o para com a Republica Argentina e digno do ~razil.
A communicação ve·rbal do dia 1O, que o Sr. Fleury fez sem ter conheci-
mento da nota de V. Ex., e que faria ainda no caso ' conlrario, ha de ter sido
reproduzida por escripto, co,mo recommendei antes de receber aquella nota. Assim,
a opin[ão do Sr. · Barão de Araguaya, que V. Ex:. invoca e que não era sinão o
annuncio do que faria o governo imperial logo que os factos fossem bem conhe-
cidos, é duas vezes _confirmada ·e de modo que não deixa a menor duvida sobre
a espontaneidade das resoluções tomadas. · Torna-se. portanto .desnecessario que eu
de novo reprove o que já foi reprovado e será brevemente suhmetlido á apreciação
dos juízes militares na parte que lhes com.pele.
O governo argentino ordenou o procedimento judicial que V. Ex. me annuucia
e nisso mostra desejo de corresponder ás resoluções do governo imperial ; mas
V. Ex. me permiltirá observar que, si .esse procedimento se limitasse á punição
dos aggressores do · Dr. Freire de Carvalho, não seria completa a satisfação dev.ida
,ao Brazil. Consta que a aggressão ·foi pre~enciada por ~ma guarda argeIJtina, pos-
.tada a pequena distancia; e essa. guarda não deu ao o_fficial aggredido a protecÇão
a que elle linha direito. Havia · no logar uma autoridade, e esla é lamberü accu-
sada de culposa negligencia.
Não pretendo allenuar os actos do commandanle ·da flotilha, mas devo notar
que, comquanto mereção reprovação, nascêrão elles de um sentimento nobre.
Esse commandant.e, que· é official brioso e de honrosos antecedentes, não se pôde
conter .á vista da covard-ia, com que dous homens armados ata~árão a um inerme
em territorio argentino, e da impassibilidade eorn que os agentes da força pu-
blica presenciárão similhànte ataque. Essa impassibilid~de, ·que nem ao ·menos
linha a desculpa de um movimento_generoso, pareceu, sinão connivencia, rnalevola
e acintosa approvação, sendo urna das causas dos excessos praticados pelo ~om­
.riiandante. Este abusou da força que lhe estava · confiada; e os agentes da autori-
dade argentina não usárão da sua, como devião em nome da humanidade, das leis
de' um paiz civilisado e da paz de duas úaçõesi para salvar a vida do ofl!cial
br.:azileiro, que, revestido do seu uniforme·, era ~ggredido ·á vista dos navios de
guerra do seu paiz. ·
Consequentemente ordenou o· governo imperial á legação brazileira que recla-
masse . a P,llnição dos·aggressores .do Dr. Freire de Carvalho e da autoridade e dos
~gentes da força publica que não cumprirão o seu imperioso dever . .Renovo di-
reclamerite essa reclamação e não duvido que seja attendida ' em lodos os seus pontos.
1 • • •

Tenho ·a honra de offerecer a V. Ex. os protestos da minha alta consideração. ·


À S. Ex. o Sr. ministro das relações exteriores da Republica· A.rgenlinà. .
VISCONDE DE CARAVELLAS.
'.:

' ·· ' E. I 5

J"

1
N. 16.
, • • 1

· Nota do governo a'rgentino ao gove1:no imperial.


(TRADucçÃo.)-Ministerio das relações exteriores da Re.publica Argentina, Buenos-
Ayres, 1O <le Agosto de 187 4.
Sr .. ministro. --Recebi a communicação de V. Ex. de 31 de Julho sobre o suc-
cesso de Alvear.
, As .notas trocadas com o encarregaJo de negocios na occasião em que partia
a de 2'1, a . que V. · Ex. responde, e nas qua_es ficárão bem definidas as duas
faces do assumpto, tornão em meu conceito inutil uma resposta extensa.
Peço po.r~anto a V. Ex. licença para limitar-me
' .
nesta orcasião a accusar de- .
vidamente o recebimento, aproveitando-a tambr-.m para reiterar a V. Ex. as se-
guranças da minha mais alta considerc:ção.
A S. E.x. o Sr. Visconde de Caravellás.
e. TErnnóR .

N. 17.
Despacho do governo imperial á legaçcio em l!uenos·Ayres.

Rio de Janeiro.- Ministerio dos n~gocios estrangeiros, 12 de Agosto de 1874.


Recebi com o officio dessa leg~ção, datado d_e 28 de Julho ultimo sob n. 38,
có1;ias da correspondencia trocada entre Vm. e o governo argentino, a respeito
·dos successos de Al vca r. ·
'
. .
Dessa correspondencia resulta que ahi considera-se o facto praticado contra a
prssoa do Dr. Pamphylo de Carvalho como uma contenda particular, cujo julga-.
menlo compele exclusivamente aos tribunaes ordinarios, entendendo portanto esse
governo que uão está em suas mãos exercer direclamente jurisdicção contra os
culpados sinão naquillo que tiver relação com a altitude da guarda argentina,
que estava proxima ao logar onde se passou o facto. Entretanto, tinha o mes-
mo governo ·recommendado ao governador de Corrientes que mandasse proceder
ás necessarias averiguações e actos judiciarios que possão estabelecer o gráo de
culpa-bilidade da dita guarda.
O governo iµip·erial, inteirado dos termos da . dita nota, nada teria que ob-
servar quanto ao procedimento do . da Republica, si sobrasse certeza de que será
res,ponsahilisado C' 1uiz de Alvear que deixou de cumprir o seu dever no meio dos
35

pr~meiros incidentes desagrada veis alli occorridos. Recommendo, pois, a Vm.


que faça sentir .está circumstancia ao ministro de relaç~es exteriores.
Relativamente á conveniencia, por este ultimo suggerida, de fazer comparecer
o Dr. Pamphylo de Carvalho para depór perante a justiça do paiz, previno .a .
Vm. de que já me dirigi ao Sr. ministro da marinha, pedindo-lhe que .expe-
disse as suas ordens áquelle cirurgião da nossa armada, afim de que elle se con-
serve no Alto-Uruguay prompto a acudir a qualquer . requisição que naqu~lle
sentido lhe seja feita.
Reitero a Vm. as seguranças da minha estima e consideração.
Ao Sr. Luiz Augusto de Padua Fleury.
V1scoNoE DE CARAVELLAS.

N. 18. ·
Officio da legação em Buenos-Ayres ao governo imperial.
Legação do Brazil na Republica Argentina.-Bue~os-Ayres, 29 de Agosto dei 87 4·
Illm. e Exm. Sr.- · Tenho a honra de accusar a recepção dos despachos so~ ns .
. 42 e 43, de 12 e ~O do corrente mez relativos aos successos de Alvear.
Em conferencia que tive com o Sr. Tejedor, fiz-lhe vêr que o juiz de Alvear
deveria ser responsabilisado por haver deixado de cumprir o seu dever no meio dos
primeiros· incidentes ·desagrada veis occorridos naquella povoação. Respondeu-me o
Sr. Tejedor que o juiz de Alvear, de que se 'trata nesse incidente, é juiz de paz e
na:o está atitorisado a proceder judiciariamente, ·e que o unico juiz nesse districto
que deveria intervir, isto é, o juiz le.k<11ido0.., l'eside em Monte Caseros, e a elle com-
pete fazer a devassa )1es1e caso : disse-me mais o Sr. ministro das relações exteriores
que esperay~ 'ª cada momento o summario que ,havia ordenado se fizesse sobre este
assumpfo.
Relativamente á conveniencia de fazer comparecer o Dr. Pamphylo de. Carvalho
para depôr perante a justiça do .paiz, eu ,disse áo Sr. Tejedor ·que o governo im-
perial havia expedido as suas ordens áquelle cirurgião da nossa armada, afim de que
elle se conservasse no Alto-U ruguay, prompto a acudir a qualquer requisição que
naquelle sentido lhe fosse feita.
·, Aproveito o ensejo para reiterar a V. Ex. as seguranças do meu profundo respeito
e alta consideração . . ' ·
.A S. Ex. ·o Sr. Visconde de Caravellas.
Lmz AuGusro o.E PAIJUA FPH.JRY.
36

N. 19.
Nota do g?ver·no argentino á legaçào impr1rfrtl . .
. .
Tn.Aoucç Ã.o.)~Ylin isterio das relaçõe:; exteriores da Bepublica Argentina.-
· Buenos-
. Ayl'es, !J de Outubro de 1874.

Sr. cncarregado.-Como complemento ela nota de '27 ele Julho passado, sobre o
s1iccesso de Alvear, communico à S. $. que, segundo informações transmilli<las
· recentemente pelo .governo d~ Corrientes, ha uma distancia de quatorze a quinze
quadras entre o ponto, em que ,leve logar o ataque ao medico brazileiro, e o juizado
· pedaneo 1 on.de se acha estacionada · a guarda; notando-se além disso que, no mo-
menfo da luta, rião havia junto dos contendentes sinão o guarda da recebedoria das
rendas nacionaes, o .qual, como. se ~ê do summario levantado, fez quanto esteve
ao seu alcance para conter a desordem emquanto não vinha a policia, a cuja che-
gada estava tudo concluído, t~nelo-se passado para o Brazil o medico da esquadra.
Resulta, pois, que são infundadas as imputações feitas á guarda nacional, o que
ine é gr~to levar ao conhecimento de S. S., aproveitando ao . mesmo tempo a oc-
casião para. reiterar-lhe as seguranças de toda a minha consideração.
Ao Sr: encarregado 'de negocios do Imperio do Brazil.
e. TEJEDOR •
. '

N. 20.
Nota da legação imperial ao governo argentino.

Legação imperial do Brazil na Republica Argentina.-


. Buenos-Ayres,
9 de Outubro de 1874.
Exni. Sr. mi'riistro.-Tenho a honra de accusar recebida a nota de 5 do 'corrente
méz em referencia aos successos
' . de Aivear, pela qual .V. Ex. me i~ommunica que, '

s.~gundo as informações transmittidas rec,entemente pelo governador de Corrientes,


· ~xiste \ imi;l dÍslancia de quaforze a qninze quadr;as entre o ~ pohto· em que 'teve
logar o ataque contra o medico brazileiro e o juizado pedaneo onde está ' estacio-
nada a guarda: ,accrescendo mais que nos momentos em que occorria·o cobflicto
não ·havià';pérlo do's ·contendentes sinão o guarda da recebedoria de rendas nacio-
1 • • -
naes, 10 qual, segundo o summar10 levanlàdo, fez quanto esteve ao seu alcance _para
37

cónler à desordem, emquanto vinha a pplic:i,a, a cuja chegada já tudo tinha aca-
.f)ado, havendo passado. para ·o territorio ;do Brazil o medico da esquadra, resultando
portanto serem infundadas as ~ccusações feitas contra a guarda nacional.
Hoje só me cumpre, Sr. ministro, levar sem demora ao conhecimento do governo
imperial cópia da nota de V. Ex., a quem tenho a honra de reiterar as seguranças
da minha mais alta consideração.
A S. Ex. o Sr. Dr. D. Carlos Tejedor.
Luiz AuGusro DE PADOA FL.EURY.

N. 2t
Aviso do ministen·a da marinha ao dos negocios estrangez'ros. -Absolvição
do . capitão-tenente Przewodowsky.

Minislerio dos negocios da rnarinha.-~io de Janeiro,, 7 de Novembro de 1874.


Illm. e Exm. Sr..-Satisfazendo a requisição que V. Ex. fez-me e:m aviso n. 16,
de. 4 deste mez, tenho a honra de remetler a V. Ex. as inclusas copias da sentença
do conselho d·e guerra que absolveu o capitão-tenente Estanisláo Przewo,fowsky da
accusação que lhe foi inteRtada pelos success(l)s do A1lvéar, d'a confiirmação da mesma
sentença pelo conselho supremo militar, e a da d·efesa ·produzida por part~ do accusado.
. Deus guarde a V. Ex .
A S. Ex: ·o Sr. conselheiro de estado Visconde de Car.avellas.
Jo:AQUIM HELFINo RrnErno DA Luz.

DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O AVISO PRECEDENTE.

Senten~a.

Vendo-se nesta éidade do 1Rfo de Janeiro ·e capital do Irnperio, o processo ·verbal


'do accusado capÚão'-tenehte aa à-rmada nacional Esfanlsláo 1Przewodowsky, ·auto de
·corpo de delicto a -fdlha:s duas, com referencia ao aviso do m.inisterio da·marinha
· a'folhas onze, conselho de ·investigação a folhas doze ·e documehtos·.ia ' elle annexos,
"bem como os depoimentos •que deebrrem de folhas cincoent-a,·e·oiilo -a.folhas sessenta
e uma. verso e finalmente Ós interrog:afürios ·do 1mesmo <acuusadQ, . v:erifi.ca.i.se que
foi ell~ submettido a· este conselho de 1 guerra, em con.se,quern:.ia de p·aver no di.a
.vinte e d©us do mez de,Junho do \Corrente·ianno, co.rho ç,o,mmapdante da. fl0itiJ~a do
Alto. Urug~ay,,imandado, fançar, -p.e,la .aft.il·h&i:-ia•.\tlos,monito..res,rflio7.Grande. e Al.'ff.fflºª~'
38

cr1i'zando estes navios os fogos; qualr.o bombas por elevação, no espaço de quatro
horas, sobre a povoação Alvear da Republica .Argentina, como protesto, afim de
obter reparação do desprezo offensivo do juiz daquelle povoado João Cirillo Leiva,
ás reclamações quer do vice-consul do Imperio alli, quer do accusado, para que
fossem devidamente punidos os italianos Guido Benati e Vicente Logalo os quaes
na tarde do dia dezoito do indicado mez de Junho, tendo espancado barbara-
mente o Dr. Pamphylo Manoel Freire de Carvalho, medico do corpo de saude da
armada, quando este official, desarmado, mas revestido de seus uniformes, fôra,
em passeio ao mesmo povoado, por alli transitavão livremente, e com acquies-
cencia ·do referido juiz se oslentavão na barranca do rio em frente aos navios do
Imperio, alardeando de tao revoltante attentado. O conselho de guerra tendo em
attenção a concludente exposição que desse confliclo fez o accusado pelos officios a
folhas de~oito e folhas vinte cinco do processo, e considerando que o procedimento
do mesmo accusado nesta grave emergencia está plenamente justificado pela ·defesa
que elle . acaba de produzir perante este tribunal; considerando que effectivamente
"L não tendo o accusado instrucções especiaes para o desempenho da commissão de
que fôr!l incumbido rio commando da flotilha do Alto Uruguay, porque si as tivesse
deverião ter sido presentes ao conselho, e que portanto cumpria-lhe reger-se pelas
ordens geraés ; considerando que estas, conforme se vê do .trecho do relatori_o tran-
scripto na citada defesa, impunhão ao accusado o dever de repellir com a força os
insultos feitos ás guarnições dos navios sob seu comn'rnndo ; comiderando que o
artigo trinta e dois de guerra da arir.ada impõe penas rigorosas ao commandante
que se deixa aprezar pelo inimigo, ou insultar pelo amigo ; considerando final-
mente que a provocação resultante do atlenlado exposto, exclue . do . procedimento
do accusado qualquer suspeita· de contrariar ordem do governo imperial, que im-
po:rte má fé, sem a qual é inadmissivel a existencia de um criminoso ou delin-
quente; o conselho de guerra por unanimidade de votos, julga improcedente a .
presente accusação intentada contra o s·obredito capitão-tenente Estanisláo Przewo-
dowsky, e portanto o absolve, convencido, como está, de que o mesmo accusado
procedeu muito convenientemente, attentas as circumstancias em que se encontrou
e appella na fórma da lei.
Rio de Janeiro e sala das sessões dos conselhos de guerra, aos vinte dias do m~z
de Outubro do anno de mil oitocentos setenta e quatro.-0 auditor geral ·da mari-
nha, João Ladisláo Japi-Assú de Figueiredo e Mello.-Barão de lvinheima, chefe
de diyisão, presidente,_..:...O capitão de mar e guerra, José da Costa Azevedo.-João
Antonio Alves Noguei'ra, capitão de fragata vogal.-Manoel de. 'Moura Cirne, capitão-
tenente . vogal.-Arnaldo Leopoldo de Murinelly, capitão-tenente vogal.-Carlos
Frederico de Noronha, capitão-tenente vogal.
Confirmão a sentença do conselho de guerra. Rio, 3t de Outubro de 1874.-
D'. de ·Caxias, vencido.-Bitancourt:-B. da Gávea.-B. de Angr~.-H. de Beau-
repaire.- · J. '· M, S. 'Camara.-1'1agalhães Castro.-J: B. Lisboa, vencido.
39

Defesa.

Em obediencia á intimação desté respeitavel conselho de guerra, vem o capitão-


tenenlc da armada nacional ~stanisláo Przewodowsky apresentar a defesa de seu
procedimento na qualida~le de commandante da ·flotilha do Alto-Uruguay, e para
ella invoca a attenção dos seus illustrados juízes. Consta dos documentos collig·idos
e em geral fornecidos pelo accusado, que no dia 22 de Junho do corrente anno,
por ordem do commandante da flotilha ~stacionada no Itaqui, provincia de S. Pedro
do Sul, os monitores Rio Grande e Alagôas, lançárão em direcção á povoação
fronteira e argentina -Alvear, quatro bombas por elevação e que não éausárão
damno nem a pessoas nem á propriedade. Consta lambem que o .Prim.eiro
tiro foi disparado ao meio dia, seguindo-se os outros com intervallo de iuna hora.
As quatro horas comparece a ·bordo do navio chefe uma com missão de mora-
dores negociantes em Alvear informando que a autoridade do logar se havia re-
tirado com a força e criminosos que levava sob sua prolecção, s.oli~ilando a
cessação do fogo e ao que logo annuio o accusado por entender realizado o seu
protesto. As razões deste~ procedimento são as seguintes : Tendo o ·Dr. Pa~phylo
de Car~alho, medico da divisão naval, no dia 18 de Junho, ido passear na po-
voação argentina Alvear, sem armas, porém uniformisado, quando já na barranca
do rio e disposto a voltar para o seu navio, foi de sorpreza accommettido por
um grupo de malfeitores, que ia de protecção . aos italianos Guido Benali e Vi:-
cente Logato, que sendo domiciliados em llaqui, premeditadamente se passárão para
a frontéira correnlina com o intuito de alli completarem impunemente o com-
binado e abominavel crime. O Dr. Pamphylo, apezar de sua corajosa resolução
em dcfr.nder-se arriscando a vida, cahio victirna da miseravel emboscada., e os
sceleratos. fl covardes aggressores lhe terião arrancado a vida; que lã? damnado
era o desejQ, si não fôra a intervenção de um dos muitos espectadores, no aclo
do assassino Logalo engatilhar·a espingarda sobre o medico brazileiro, já no chão, ..
~avado no proprio sangue, que corria copioso das feridas graves feitas .na . cabeça
pelo facão e coronha de arma, manobrados pelo odio e perversidade. Recolhido o
Dr. Pamphylo á sombra prolecton da autoridade nacional, e feito o corpo de de-
licto, reconheceu-se a enormidade .do atlentado e assim a população do Itaqui,
como as guarnições da flotilha manifestárão logo a sua natural indignação.
O crime foi p~rpetrado na barranca a pequena distancia da flotilha e na presença
da força publica existente em Alvear. Os criminosos enxugárão, aos applausos dos
espectadores, suas armas ensanguentadas ~· em côro lançárão aos brazileiros e á força·
naval epithetos affrontosos. A irritação dos brazileiros era crescente e ameaçadora.
O accusa.do sempre prudenle, inda · no meio dos perigos, recorreu ao vice-consul
hrazileiro em Alvear, e provocou a sua cooperação
. ' .
junto á autoridade local para a
pri!'\ão dos assassinos, que faziã<;i alarde do crime .e .rer.roduzião os insultos não só·
40

a viclima como lambem aos brazileiros e á flotilha. A autoridade focal exercida


por um certo João Leiva, não se dignou de dar resposta ;:i.o vicc-consul hrazileiro e
puhlicamente approva o crime. deixando em plena
~ .
liberdade os criminosos. Ent~n- .
deu o accusado que lhe cumpria dirigir-se direclamente áquelle. juizo~ que . assim
protegia os criminosos, o que foz pelü officio do dia 21 a fl. 21 e do qual leve res-
posta Ímr'nediatamente depois dó protesto militar, e . se acha por cópia a ·fl. · 26.
Os navios de guerra a~mados pelo Estado e destinados· á sua defesa, o representão
no estrangeiro. Seus com mandantes, diz Ortolan, ~· officiaes, são como que delega-
dos do poder executivo e em alguns casos do poder judicial do seu paiz. Naq1Jelles
logares remotos, em presença de um juiz evidentemente protector dos ·criminosos e
que acintosamente se escusava de dar qualquer explicação ao representante c<m-
sular do Brazil e ao chefe da flotilha, era de indeclinavei necessidade·pratiçar-se um
acto que servisse ao menos de protesto contra o attenfado feito a um official distinclo
da armada e applacasse a justa e crescente irritação dos brazileiros offendidos por
insultos e ameaçàs. De que outro meio poderia usar o accusado ·nas difficeis cir-
cumstancias que o sorprnndêrão? Quatro bombas atiradas por elevação baslárão.
Ninguem foi offendido e nem houve damno, entretanto o juiz despertou á ·attilude da
flotilha e respondeu ao officio em termos regulares, os malfeitores altivos e que a
cada instante apparecião na barrilnca com seus sequazes insultando a flotilha e os
braúleiros occultárão-se e errimudecêrão, o commercio de Alvear reconheceu a pru-
dencia do commando da estação e o povo de Itaqui, satisfeito com aquella ino:ffensiva
demonstração, tranquillisou-se. O procedimento do accusado prevenio sem duvida
maior c.onflicfo que poderia motivar actos posteriores de consequencias lamenta-
veis. · Feito o protesto militar os brazileiros com toda a confiança vi si la vão Alvear
a seus negocios, o qué não se arriscarião a fazer nos dias anleriore.s e seguintes
á tentativa â_e assassinato dú Dr. Pamphylo de Carvalho. O accusado habituado a
exe·cutar com energia e prudencia as co'mmissões com que o têm honrado seus
superiores e o governo imperial, não foi movido ao protesto que fez ao ·som do
canhão, por exagerado patriotismo, mas pelo impulso da tranquilla e segurà con-
sc.iencia de seu dever, á qual não faltaria ainda que pudesse receiar castigo severo.
Demitlido daquella commissão que, a contento de seus superiores, do governo im-
perial e, cr'ê poder affirmar, do seu paiz, ·desempenhou excepcionalmente e por
tanto tempo, teve a satisfação de deixar o commando na altura de respeito que lhe
é devido. ·Não ménor ·é a sua satisfação de explicar o seu comportamento a offi-
ciaes que .por tantos actos têm provado quanto prezão a honra da nossa band.eira.
O accusado tinha sem duvida autoridade para ir além do protesto m'ilitar e inoffen-
sivo ; prITdente, ficou áquem, ou antes no que reputou sufficiente.
O gcrverno imperial, desenganado de obter satisfação dos repetidos desacatos co.m ~
meltidos no ·Bio da Prata contra a guarniÇão dos navios, pôz termo á' discussão
suacitadà quanto.:á.cahhoneira .Araguary, ,declarando o ministro dos negoci:os estran-
geüos ao;eorpo: :Leg.iislal'~vo.'no _relato rio de 1872 ·o seguinte, sob . o li tu lo· e< DesacalQ
.1,,1

commettido contra a guarmçao da canhoneira Araguary, fundead.a no porto ·de


Montevidéo >> = « Attendendo, porém, a que o ministerió da marinha expedio
· ordem ao.com mandante da estàção iiaval para repellir com a força os que insultassem
'a guarnição de nossos navios, o governo impér.ial .não julgou opportuno fazer n9va
insistencia quanto a esta reclamação, contando com a energica coopernç~o d_o .g<il-: .
verno o_rienlal para que se não dê nenhum outro desac~to similhanlé afim de evitar
a execução daquella ordem, como é muito para desejar. » Exactamente o com-
niando do accusado pertencia á estação naval de Montevidéo, a quem foi expedida .
a ordem supra . mencionada. Convencido de haver cumprido prudentemente o seu
dever, obedecendo ás ordens do governo imperial no sentido de manter em sua
_altura a dig·nidade da armada nacional que é a -da pah'ia, aguarda o accusado cheio
de confiança a ·indefectível justiç~ do conselho de guerra. - O defensor do accusado>
Dr. Antonio Fe1Teira Vz'anna.

Revoluçao-de Setembro.-- Canhoneira .(( Parana. >>-Sua entrada no porto do .Rio Grande do Sul.'
Procedimento se[uido em rela~ao a ena.
N~ 22.
Teleg_rarnma do presidente do Rio-Grande do Sul ao governo i'rnpm·iat.

Rio Grande, -9. de 9ut~bro de 1874.


Ministro dos negoci·os estrangeiros, Rio,, urgente.
Vapor argentino Paraná entrado hontem Rio Grande .. Mandei ·observar estricta-
mente neutralidade e circulares de cincoenta nove, sessenta um, sessenta h'es, setenta.
Quàlquer navio sahirá vinte quatro horas, salvas excepções. Carvão para continuar
viagem. ·
J. P. CARVALHO DE . MoRAES. ·
Porto -Alegre.

N. 23 . .
Telegramrna do governo in1.periaZ- ao p1'esidente do .Rio-Grande do Sul.

10 de Outubro de 1874.
Recebi telegramma. Approvo resolução relativa PMand. Si ha vapores argentinos
fó'ra e a Paraná tjuizer sabir, seja escoltada por. navio guerra que º . deixe-fóra, ·dos
mares territoriaes e a distancia dos contra~ios q~e hão ·permitta eaptura l.mmediata,
& r 6
intimando aos cruzadores se afastem de nossas aguas. Si Parand Lemer sahír, per-
manecerá como navio detido é sujeito a ser e1Úregue depois ao gõ'verno argenlino.
Em qualquer dos casos concede-se desembarque e asylo à todes os de bordo, os
qliaes serão internados e vigiados. Não se permilte receher gente, nem munições
de guerra.
CARAVELLAS.

N. 24.
Tel(Jg-r.amma. da legação em Bieenos-Ayres ao gq_vqno imperial.
Buenos~Ayres, 10 de Outubro de 1874.
1

Ministro estrangeiros, Rio.


Tejedor deseja saber altitude tomada pelo governo sobre canhoneira Pm·aná.
P~ç_o inst~·ucções.
.Ericarregado negocios Bl'azil .
Buenos-Ayres.
Foi rece.bido em 14 de Out~bro á nolLe.

N. 25.
Telegramma do presidente dó Rio Grahde· do Sul ao governo imperial.
Rio-Grande, U de Outubro de 187 4.
Ministro dos negocios estrangeiros, Rio.
Providenciei coQfo.rn:i.t:i teleg.ra~11rpa ~ Convém reforç~r divisão· naval no ·Rio-
Grande.
J. P. CARVALHO DE . MoRAES.
Po.rto-A legre.

T~{~g;.çirr1;rnf/v_ ,dcq g_qperrw imp,eri'al ao presidente do Rio-Grande do Sul ..


12 de Outubro de 1874.
o
Si Paraná ainda está no nosso porto·, convirá que a intimação aos . navio~ que
o pérseguem se . faça antes da sahida delle. o ministro da ~arinha' mandarâ rtlais
um
... ;.' f .
navio de guerra para estacionar ahi.
l ' . '

. CARAVELLA,S •
43

N. 27.
Telegrarnma do governo argentino ao governo z:mperial.
(TRADUCÇÃo.)-Buenos-Ayres) 10 de Outuhro file 1874 . .

Ministro dos negocios estrangeiros . . Brazil, H.io.


Telegramma de Montevidéo annuncia entrada em Rio-Grande canhoneira suble-
vada Paraná. Governo argentino espêrá que · imperial ordenará pelo telegrapho
sua detenção e entrega ás forças navaes que·a irão receber. ·
CARLOS TEJEDOR-.
Buenos-Ayres.
Foi recebido em U de Outubro á noite.

N. 28.
Despacho do governo. i'mperial d legação em Buçno~ Ayres.
Rio de Jan~iro. -Ministerio dos _negocios e;;~rangeiros, 13 de Outubro de 187 4.
Rer-ebi o telegramma dessa legação. concebido nestes termos :
cc Tejedor desej1 saber, àtÍitude tomada pelo gover1io sobte cánhonMra Paranâ
---:- peço instrucções. >>
Chegou-me igualmente ás mãos o seguinte telegramma do Sr. Tejfldor :
(( Telegramma de :Montevid.éo annuncia entrada a Rio Grande canhoneira sub-
Jevàda Paraná- gobierno argentino espera que imperial, ordene por telegrapho
su detencion y entrega á las fuerzas navales que iran á recibirla. ;> ·
A primeira communicação respondi no qia 1!5 pelo telegrapho:
ct Recebi .telegramma. ·Diga já ao ministro que o. governo imperial observará es-
tricla neutralidade. A canhoneir°" foi intimada paré,l sahir do porto dentro de
prazo . m·arca'.do. pelo ·presidente da provinci'a segiindo circúlares ·em ·vigot. A qual-
quer navio argentino; que a persiga; se intimará se afaste cl.as aguas lerriloriaes.
Pelo correio lhe direi o mais. »
E á segu.nda comrrrnnicação resp~ndi :
« Recebi telegramma do Sr. Tejedor. -:-- Fleury fü1rá resposta já. >>
Certo d.e que Vm. terá cumprido esta recoinmendação, passo a explÍcar rne.lhor
. o pensamento do governo imperfa].
O rriesrno governo,
.
como já o commumque1 a Vm. , µia11L~~ a mais ~str~d~
.''
neutralidade, porque não vê motivo para attribuir o caracter de belligerantes aos
que tomão parte na aclual revolução ãíi~ent11fi a; limita-se portanto a defender a in-
violabilidade de seu territorio e a i;raticarW.il. os actos de humanidade que em todos
os casos são devidos, de conformidade com as circulares em vigor:. ,.
. ''\li\1 \\\' \\ \\}.\\' \\"\\') lh \'\".'.\l)\\ \\) . l.} \\'\.\\\ \;'\\\'i \ 'Zi \
Reitero a Vm. as seguranças da minha estima e consiaeraçao:·
A.o Sr. Luiz Augusto de Padua Fl'eury~n ·~ / _-"f.1ll'HJH--(.oi.:): uu1 HT
VISCONDE DE CARAVELLAS.
'li'W',!.!'.lll ~uh 1 'li-::Í iil(
~~~~~~~~~ ·

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.N. 29. '·:' !>


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Telegrarnma do governo imperial á legação em Buenos Ayres. .


11) de Outubro de 1874. .: ~::i·itA · <.un·rnH
Hl'J ,-,Lid:.:·1'"."l i1.'i
Recebi. telegramma. Diga já ao rríinistro que o governo imperial observará estricta
neutralid~de. A canhoneira foi intimada para sahir do porto dentro do prazo
marcado pelo presidente da província segundo circulares em vigor. A qualquer
navio argentino, que · a persiga, se intimará se afaste das aguas territoriaes. Pelo
correio. lhe direi o mais.
CARAVELLAS.

N. 30.
-Telegramma do governo imp-erial ao governo argen(ino.
15 de Outubro de 1874.
Recehi telegramma do Sr. Tejedor. Fleury dará resposta já.
CARAVELLAS.

N. 3L
Telegramma do presidente do Rio-Grande do Sul ao governo imperial.

Rio-Grande, 16 de Outubro de 1874.


Ao Sr. ministro ,de estrangeiros, Rio. ·
Por telegramma recebido hoje sei que PaM,,;,á está recebendo carvão para sahir
ama.nhã cedo. Honlem const.ou-me que não havia contrarios á vista, que a pf'rse-
guiÇão fot sórne~te em ·Monlevidéo.
.J. P. CARVALHO DE MoRAES
---~·~--. --
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>''J j / f ··rl)ll Ili'.! .1; J !11•,!_! · 1


0 !. 1ii1i 1·1·:H 1;t1
. . -i.s 1 ·;fi
Teleqramma do commandante da ('orça naval do Rio Grande ao qove~'no irnpe1~iat:
Rio-Grande, -17 de Outubro de 1874.
Ministro de estrange·iros?" Rio de Janeiro .
. Ltr ,~_l
Ás 1 ·J horas e 30 minutos sahio á barra a canhoneira Parana. Não appa-
recem nav10s co11tr~tio, ·r ." '" 1 ,, , ,,_..,,, '\' , ., , '",' "\' , \1.1\
Com_mirnd9 da t;o,rça p.aval do Hio-Grand.e a bori:lo da He· rique Mar·tins.
1.i1rlo·1!;·11 ,,l111•1 !'••i . , - ,. ilfJ 11·1 ·'..u·,i.J ,·: .·1 1111·;J~p11, - ·.1i1_.y._101nf)
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·Jé1•11 ·)ilq1·~ li:i·1·1qrrn •W i•· ~•l:.! 1,!1 t•\i! ,N,11 3·3.. 1• 1 ;.:·11;u 11 ;.oÍJ
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B~J'fq Ji:.. , ~_:\"lflng·L ·('

Jfi ·.'l•Hh nb $oto,~ 1 v.er: ba'Í, c(o . gov.m:no· ,ctr·gentl;JW .ri 1rlegaçã'o z1wperia·l d111 ,.. .1? .' f
\
·llf O'l 'JlJ ·! 'Ili p ;;; (tRí~b\)cCXO :)'± Mit1islro ! 1 cf~s j ' (f~taÇ~etk1i'te~Í~re~·: Í lJ Hi Ih ili~l r: :I • Hfl! I!
. •,f:·1iw11 _,·11 • Jd1 ,..i?>tj!ll1 U') hHl
i· .q _- Hl· f ~ j~,tEo , d\l,~1 :.~~Jaç?~~ ~x\te~~or,e ?, ~at.1da ,; al,lep.t~m~pJ~ 1 ~ q , Sri ,;<~N 1ç~ m'e_WiH1 .q· 1 de
negocios
.,
do Br.azil padicieando-lhe
'l!'W<J O[I l!lh'l! L Ii 1 '!dri) r1'H-1ll11 ,
gue 1o °: 0·
over:no i :TI perial
'!O IJJJ -
. resp,· onj(jen ao _te
1l .l'l!tHl•·/!-1 'J1 ' DW\1,qr.:u
1

legr·ammá ntie lhe foi dirigido ácerca da detenção da canhóneÜ'a -Par.aná-


,-,1· f:fft!Itf!'l'k ii'ti 'º'! ·1 l t n 111,.,,..-1 •' : ili'. · 1 11 11 )i l.t 1 n- p·;<_I . irv' Pl> :_.!iu;_>1-d--f'i H
ª~f~1~1 ~R~~~~o ,,,qu_e / ~: ~.rr.· 1 Jl~u~y 1,, 4ari~. ,,~.fl ~;~r,~~·~t?-1 1 1~~.A·~~..,rçp;a 11P,?S}r.m0 j; '1ReiEr
transm1lh-la a este rmmsteno.
• . 1 "
1-'. 1 '-'" 1J1J 1P 1-'i rp; :_:1·1tq JjlJí-l r;1~) l
·--P!pr;-11 1 .1d niJ 1• rwi-,.. 'l, didhd 1 1 .:rJ .· 'lU - :.:';:.!'lli )i111:wiltf1') :>H )lJ!1 o·~cil Hl:.;oq
. ·~·i,hi!i.-d11·H1 ;;li li'•(j ~i1i111 :, r1nw~:..:1·.i !!'1 1,·,,..•;r1 1;•·1 )jm;111 jj,;;·,H fl '.;up '.lm-ohmn
-i'1~dn 111'1 ·11:·1111 • s111p 0[:11 1:•! .1 ·1;; 1l·'.i!iJ•" I 1 J; ·1,.~o·t 0"1li:n ·rn11 ·il1 !i-'JflB'Wlj~'J 1:
_ . --di1;l1111il11i ll.N'.i 3'4?'1·11'1111'J'n '.)~ rioq•i!1 :s:wk! ~w1_1 :~~ifl.1w1
J:.'/i!i,•11q OJ{.:1J:;f1J'.Ol!1t 1 llli l/·l). 1 'lt•i! {lf f1lilifi ::_111q •-d .-:»)i''ifl .-:f!~ll<.. 'i ~, 'le··()J;'/Hlb/.
f; [nil .f;ILITld fll'l' d i!· '11!1 'j_! í ··ri 111<:«• ºr; drndt'l)l .\,\\\\'\\>.'\ t:'íl'\llíHÍfll~~, g 'HIP <1b
.. _ Nota .. verbal da legar.ao imPierial ao governo am nti'no. ,.
-l'p 1Hllllfil r1l"" 1 i ',f!J w; 11;; "' 1;!1 '"f f!ili~"Hlf;lfi-''líj
·''/lê"" :PH1,:1;-n1H Pi1 '1·1 'f(l(f

'rr' etnt!a'rrêga8H 'Hé"'he gb'éfüs


1 1
dJ BMW 't 'ni"'âdfitinfa iig n ~·pre~~Wéá:r ')'S(:füi.li tffh-
1

prirnentos a S. Ex. o Sr. Or. O. Pedro A. Pardo, ministro das relaçõé1~ n ~·r{eti l
ri ores da 'lRep úlili füí 1-Arg 1j11ti'ná;1r; e, 1 ; 1emd'resposífà) át~su 1J"i notá' ,+<i·tfü·l1naei ºlib Wff~-, •
relaliva' ment~ ~"esitidrn cl'âh carlhohcifa~ Pcá1áind dnti 1 ~~rtd 1 -t1 8 1 - HiétGrkrld~e· ria;ednirã'
que o governo irnp~ri~t1 foô1o 1 ·qü~r: s'ôüBe "dr.r ~:~He~a{frf d'&s~éq H ãvió 1ríaql.í~lte'llYJ fÍ&}1
mandou que se ' observ~·s se 1 "éstriéta·~ir.elitrli'ti l:ítle'l 1cohfbrfríe1'o' tj·'uenidis'piõ'é1mr·1á "1ê1rf
culares de 1859, ·1s61, 1863 'éiT870 .' 'í\i rn.uFl 1 ·-, p ,iiii P.'l•• !:~"Jll u1rr-)~..,, i
11 1
. '

46
· . Está certo o encarregado de negocios do Brazil que tudo se effeduoil segundo
o que regula o direito das gentes em taes emergencias.
Legação do Brazil na Republica Argentina, Buenos-Ayres, 25 de Outubro
de 1874.

N. 35.
Nota do gove1;no m·gentino ao governo imper'ial ..'
(TRAnucçÃo.)- Ministerio de relações exteriores da Hepublica Argentina,
. Buenos-Ayres, 19 de Novembro de '1874.
Sr. ministro.--Tenho a honr·a el e di.rigir-m e a V. Ex . com o objecio de chamar
a sua attenção para certos factos, qu e têm causado ao governo argentino profunda
estranheza e ácerca dos quaes espera elle receber·. do govemo imperial explicações .
satisfactor.ias.
·"····\ V. Ex. conhec~.' pois é do don:ii nio_ publi ço, o facto da ~uble~ação do chefe de
· uma das canhoneiras da armada nacional, e os .aclos ·de pirataria que elle com-
. metteu depois da sua traiçã.o.
\ , Tendo desapparecido dest.as aguas a canhoneira Pamntf., soub.e o governo por
d~spacho telegraphico que no dia 9 de Outubro tinha ella entrado no porto do


R·fo,-Grande do Sul. Pedio então o meu antecessor a V.' Ex. por telégramma do
dia (
a detenção e entrega da canhoneira rebelde. · Accusou V. Ex. a recepção
e annunciou que o Sr. Fleury responderia.
Pela s·,µa p'árte apresentou-se o Sr. FJeury no meu gabinete offerecendo essa res~
posta logo que as communicações . de V.. Ex. o habilitassem a da-la, e assegu-
rando-me que o Brazil manteria nesta emergencia a mflÍS perfeita neutralidade.
Na esperança de que outra fosse a resposta de V. Ex. não quiz entrar em obser-
vações, que talvez depois se reconhecesse serem infundadas.
Achavão-se as cousa~ nestes lermos quando teve o governo informação positiva
de que a canhoneira Paraná, roubada á republica por um chefe sem honra, tinha
permanecido no porto do Rio-Grande desde o dia 9 até ao dia 17 sem motivo que
o justificasse ainda quando se tratasse de navio de . guerra pertencente a um bel-
ligerante ,
Declarei então ao Sr. · Fleury que o governo argentino estranhavà que o go-
verno imperial, seu amigo e alliado, invocas~e neste caso os princípios ·de neu-
tralidade que só se applicão aos belligeranles e não a um rebelde que subtrahira
a propriedade do governo argentino pela traição e pela violencia:
Disse-me nessa occasião o Sr. Fleury que, segundo os dados que tinha, havia o
seu governo· approvado a -altitude assumida pelo presidente da provincia do .Rio-·
Grande, dando~lhe ao mesmo tempo instrucções para que, no carn de . achar-se
fóra algum vapor · argentino e de qu1~rer a Paraná sahir, fosse esta escoltada por .
um navio de guerra até deixnr as aguas territoriaes e a distancia tal ·do inimigo
que não permittisse captura immediata, intimando-se aos cruzadores que se afas-
tassem das aguas brazileiras. Ajuntava-se que, si a Paraná temesse sahir, ficaria
como navio detido e sujeito a ser entregue ao governo argentjno ; e por outra
parte se offerecia asylo aos que quizessem desembarcar, mediante a condição de
serem internados e vigiados. Or4enava-se por fim que se não. per mi tt.isse tomar
gente nem munições ·de guena.
Sem reconhecer, como positivamente não reconheço, que esses princípios do
direito das gentes sejão applicaveis ao caso em questão, observei que mesmo
assim nãq tinhão elles sido observados pelo presidente do Rio-Gran1cle, desde que
a conhoneira, em vez de 24 horas, tinha perman:ecido oito . dias, durante os .
qua:es tinha podido prover-se de . elementos hostis a .este governo, sendo estes
factos indirectamente aggravados pelas circumstancias,. denunciadas pela proprià.
imprensa brazileira, de haver sido recebido e tratado como ·he.róe e valente pelo
povo Rio-Grandense o homem, qrie em. momentos solernnes fôra. atirado á execração
das pessoas honradas pela voz autorisada do presidente da Republica na sua men-
sagem de Setembro ao congresso nacional.
· O· Sr. eh carregado de negocios do Imperio não pôde deixar de sentir a 'força
destas observações ; e, prescindindo da exageração que pudesse haver no trata~
mento que se diz ter recebido, o ex-commandante Obligado, disse-me que, quanto
á permanencia da . canhoneira durante oi lo dias, não podia dar-me e:xplicação
alguma, porque elle mesmo o não comprehendia, referindo-se portanto á que
esperava · poder offerecer-me logo q11e recebesse communicações de seu go-
ver!lº· Entretanto, Sr. ministro, tem corrido o tempo sem que o meu governo
receba uma resposta que satisfaça as suas justas exigencias.
Antes de eu obter de V. Ex. as amiga veis explicações q"ue solicito, não é opportuno
trazer á discussão a essencia deste negocio. Comtudo_V. Ex. me p·ermittirá re-
cordar-lhe que. os princípios do meu governo são nesta materia os mesmos· que
o de V. Ex. sustentou em época n~o remota. Poderia V. ~x. invocar a neutra-
lidade para recusar, como de feito 'recusou, . a detenção da Paraná, · si este navio /

se tivésse apresentado nas aguas do Imperio com bandeira e patente de . algum


governo estabelecido ao menos pelo ·facto da rebellião : ou si a 'guerra civil: a .
que esta désse origem, . se prolongasse de modo que V. Ex. pudesse suppôr a
existencia de dous poderes na Republica. Mas nada disso existe. Dous motins de
quartel, a fuga dos amotinados ante as forças dú governo e a sublevação do
commandante da canhonei.ra Paraná são até hoje os unicos factos produzidos .
e que. em vão pretendem honrar .com o nome de revolução. Nem uma só ·po-·
võação secundou o criminoso in.tento de 24 de Setemqro, a ponto que · os~
48

rebeldes só dominão o terreno que accidentalmente occupão em suas rorrer1as


indisciplinadas e vandalicas.
Tornando á canhoneira: sublevada, apresentou-se ella nas aguas brazileiras c.om -
todo o caracter de navio pirata, pois, repito, não tem bandeira nem patente de
governo algum. Corno então. merece as honras, qué talvez não fossem dispensadas
a navios de um belligerante? Como é que o governo_ de V. Ex., amigo e alliado
do da Republica, se apressa a communicar que si uma embarcação de g,uerra do
m.eu governo perseguisse o chefe rebellado com animo de recobrar a propriedade·
arrebatada da maneira mais piràtica, seria tratado em. igualdade com aquclle, _e
. talvez c~m menos comedimento, visto que um navio de guerra brazileiro devia,
segundo as ordens de V. Ex., escoltar a Paraná?
O governo argentíno, Sr. ministro, não comprehende a conl.radicçllo destes factos
com os princi pios do direito internacional, e especia1menle com os que V '. Ex.
proclamou em outras occasiões.
Ainda mais : o que succedeu no Rio-Grande·é opposto a estipulações expressas
de tratados .solemnes entre a Republica e o lmperio. O arl. 9° do tratado de 1856
estabelece textualmente o ·seguinte :
« Cadà uma das altas partes contratantes ·se obriga igualmente a não receber
sciente e voluntariamente nos seus Estados, e a não empregar em serviço seu aos ci-
dadã.os e subditos da oult'a que tiverem desertado do serviço militar de ·mar ou de
terra, devendo ser apprehendídos e devolvidos os soldados e marinheiros ·de guerra
desertores, si fôrern ·reclamados pelos consoles e vice-consules respectivos.»
O arl. 13, ainda mais explicito e tei"minanle, ajunta: e< Nenhuma das altas
partes cori~ratanles admittirá em seus portos piratas ou ladrões de mar, obrigando-se
á presegui-los por todos os meios a seu alcance, e com todo o !'igor <las leis, as$im
como lambem aos complices do mesmo crime, . e a todos aquelles que occultarem os
bens assim roubados, · e. a devolver navios e cargas· a seus donos legítimos, ·cida-
dãos de qua.lquer das altas partes .contralanlesj ou a seus procuradores, e, em falia
destes, aos seus respectivos agentes consulares.>>
O caso de deserção é de toda a evidencia. Assim como de um exercito póde de-
sertar 'l1m homem, uma companhia, um batalhão, assim tarnbem de uma armada o
p'óde fazer um homem ·ou um corpo della, que não póde ser sinão rim ou rnai~ na-
vios. No caso presente ha a deserção do commandante da canhoneira e, corno con-
sequencia della, unida á 'rel;>ellião, a deserção do navio.
Ao fazer portanto o seu·pedido de 10 de Outubro contava confiadamente o meu
governo que elle seria á.ttendido, por ser indispulavel o seu direito qualquer que
fosse o ponto de vista em que· o governo' de V. Ex. considerasse a questão.
, Desgraçadamente tendem os factos a mostrar ao governo argentino que, quando
menos, não deu o governo imperial a esle assumpto ~oda a at!enção que ~ere~e,
autorisando assim a repetição de aclos de violencia que têm tão fataes consequencias
• ~ ' ' ' .1 .. • • • •
paira este's pa-izes, os··q1rne's· ap·etias goz-ão de alg,uns anflds de paz:_ :e de progresso ;
.que indubitavelmente ficão _compromeltidos '. pelo . apoio · moral ·que aquelles aclos
rerebem.
Si V. Ex·. i.nvo•ca o déver d'e se conservar1neutraI não poderia negar, sem des-
1
,

co1iheeeP a natureza· das cousas, cprn os factos o-ccorridos em relação á canhoneira


Pa ran(f são proprios para animar os rebeldes; e entã.o a neutralidade offerecida se .
co1we'tle em paPcialid·ade, e tanto, que messe senl-ido frequentemente eirculão n ~ti­
cias eu id•éas.. ·
O govemo al.'.gentino está m'1:1i longe de acreditar que assim seja realmente, mas
lem o àever ·de Fazer presente a V. Ex. como é}aproveitad·o ·o facto, de· que me "'.
1

queixo . ~ .
Nada tanto deseja o meu governo como que o de V. Ex. dê á:s suas am.ig:a_veits ob-
.servações uma ex.plicação ·que o satisfaça, c_om a promess~· de que os factos demm-
ciados se.
não repetiráõ,
. .
em-allenção
.
á paz destes povos, á .moralidade, e ás beas
relações que a Republica deseja manter com o Tmperio, a que se acha ligada por
Vínculos que desejaria estreitar cada vez mais em Jogar de os vêr afrouxados.
Aproveito esta opportunidade para offereccr a V. Ex. as seguranças da minha
· mais distincta consideração e do meu apreço.
AS. Ex. o Sr. ministro dos·negocios estrangeiros do Imperio do Brazil.

P EDRO ANTONIO PARDO.

N. 36.
' 1:,,
Despacho do governo imperial á legação em Bueno-s-Ayres.

Rio d·e Jan eiro.-


. Minislerio dos negocios estrangeiros, 7 de Dezembw ·a1e ·l 87 4 .
Recebi a 30 do mez proximo passado a nota, constante .da inclusa cópia, cm.
que o Sr. Dr. Pardo, ministro interino das relações· exteriores dessa Republica,
se qtteixa dó procedimento seguido pelo presidente da província: do Rio-Grande do
Sul ·e pela governo imperial em relação á canhoneira Paraná.
Hei de responder em breve a essa nota. Dando entretanto crrnhecimento della a
Vm., chamo a sua attenção para o trecho.seguintg:
e< El seflor encar.gado de li:egocios ·dei lm ~ erio no pud·o menos que sentir la
fuerza de estas observaciones; y prescindienc:lo ·de lo que pud·iera habjer de exage-
·r ado en el tra.'tamienlo que se dice haber recibído el ex-cornai1dante Obl igado, dijo-
. me que en lo concerniente á la p<wmanencia de la· caflonera durante ocho dias,
,ii·o poàia darme esplic~cion alguna, porque él mis·mo no· lo comprendià_; r.efir-ien-
E. 1 7
50

.·dose por lo tanto á las que esperaha po<lerme ofrec~r asi que recibiera comumcac10-
nes de su gobierno. ;)
As observações, a que o Sr. Dr. Pardo a Ilude, são sem duvida as que elle fez-.
sobre o acolhime~to, que o·commandanle Obligado encontrou na população do-
Rio-Grande, e sobre o facto de ler a canhoneira permanecido no porto oito ~
<lias.
Estou persuadido de que o Sr. Dr. Pardo, de cer.to inv~lunlariamenle, não repro-
·_dilzio bem o pensamento de V m., mas, corno as palavras de S. Ex. parecem ai-·
tribuir a ' Vm. uma quasi reprovação do procedimento observado pelo presidente,
da província, rccommendo-lhe que ·com a brevidade possível me commun.ique-.
exactamenle o que se passou em · conferencia.
Reitero a Vm. as seguranças da minha estirnae consideração.
Ao Sr. Luiz Augusto de Padua Fleury.
VISCONDE DE CARAVELLA s.

N. 37.
Officio da legação em Buenos-Ayres ao gov3rno imperz'.al. · ·

Legação do Brazil na Republica Argentina. - Buenos-Ayres, 24 de De-


zembro de 187 4~ .

lllrn. eExm. Sr.-Tenho a honra de accusar a recepção do despacho n . 71


de 7 do corrente mez, ac.ompanhado da cópia de. uma nota, q~e o Sr. Dr. Pardo) .
ministro. interino das relações exteriores desta Republica; dirigia a V. Ex., quei-
xando-se do -procedimento seguido pelo pt~esideóte da provincia do Rio~Grande elo--
Sul e pelo governo imperial, ern relação á canhoneira Paraná.
V. Ex. chama a minha attenção para o seguinte trecho inserido q.essa .nota:
e< El Sefior encargado de riegocios del lmperio no pudo menos que sentir la .

fuerza de estas observaciones; y prescindiendo ele lo que pudiera · haber ·de·


exagerado en el tratarniento que .se dice haber recibido . el ex-comandante Ohli-
gado, dijome que en lo concerniente á la permanencia de la cafionera durante
ocho dias, no podia darme esplicacion alguna; porque él mismo no lo com-
prendi_a ; refirienelose por lo tanto á las . que esperaba poderme ofrecer asi qu e--
. J'ecibiera comunicaciones de su gobierno. » ·. ·
Parecendo este topico da nota do Sr. Or. Pardo me ·attribuir uma quasi
repro','.ação do procedimento observado pelo presidente da província, ordena-me~
5t

V. Ex. que, com a brevida<le~~possivel, communique exactamente o que se passou. ,


,em confel'encia.
Perrnitla-me V. E~. que eu me remonte ao principio da questão.
Logo que recebi o telegramma de V. Ex. declarando-me que o governo im-
:verial guardaria t)Stricta neutralidade; que a canhoneira Paraná fôra intim ada
. :para sahir do porto <lo Rio-Grande dentro do prazo marcado pelo presid ente da
província, segundo as _circulares em vigor, e que . si qualquer navio argentin o a
perseguisse se lhe intimaria afastasse das aguas teáitoriaes, procurei immediata- .
mente o Sr. Dr. Pardo, a qu em declarei a altitude tomada pele; governo impe-
r ial na luta civil deste paiz.
O Sr. Dr . .Pardo queria que eu lhe passasse nesse sentido uma nota, ao qu e me
recusei, · d_eclarando qu e era um simples telegramma recebid(), lacouico como
são todos, e que não me achava portaqto aulorisado a lhe _di1~igir uma no ta,
salvo si viessem instrucções· do meu governo a esse respeito. ·
. V. Ex., por despacho n. 63 de 9 de Novembro, se dignou approvar meu
.·procedimento.
Alguns dias depois recebi o despacho de V. Ex. sob n. 5 4 de 1O de Oulu-
.bro ultimo ; · e em consequencia do seu· conteúdo dirigi-me ao ministerio das
relações exteriores, e tive com o Sr. Dr. Pardo uma entreyista, na qual _ lhe
-disse que o governo imperial _continuava a manter a mais e<;tricta neutralidad e,
approvando a _resolução do presidente da província de ordenar que a canhon eira
:Paraná não pudesse permanecer no porto mais de 24 horas s_alvas excepções,
previstas nas circulares de 1859, 1861, 1863 e 1870; que si · houvesse vapores
argentinos fóra e a Paraná quiiesse sahir fosse escoltada por navio de guerra ~ra­
zileiro que a deixasse fóra dos mares territoriaes, e á distancia dos contrarios, que
não- permittisse captura immediata, intimando aos cruzadores que se afastassem
-das nossas aguas ; que não consentisse que a canhoneira recebesse gente nem
'munições de guerra; e que finalmente si a P_arana temesse sahir permaneceri a
como navio detido e sujeito a ser entregue depois ao governo argentino, conce-
·dendo-se em qualquer dos casos desembarque e asylo a todos de bordo, ·os quaes
-serião internados e vigiados. ·
· Accrescentei que, assim ohrando, era o governo imperial coherente com os
:princípios do direito internacional até hoje adoptados pelo Brazil, e ia de acc6rd o
- com a opinião .dos principaes escriptores do direito das gentes.
S. Ex. disse-me que nem aos navios .de uma naÇão belliger:ante se dava tal -
·1 ralamento, quanto mais a: um corsario; q.tie sabia que a Paraná se havia dem o-
·rad'o oito dias no porto do Rio-Grande contra as leis da . neutralidade.
Respondi ·que ignorava esse facto, mas que si verdadeiro fosse, a razão seria
~.para effecluar talvez concertos indispensaveis ·para que não pudesse se expôr ao
mar com risco de perder-se, caso previsto _pela circular do governo .imperial aos;
~seus delegados, em data de 23 de Junho de 1863 ~
Com isto ,n~0 1qui~, . nem e.ntrotl:-rme ,em ro.en.te, Jazer. fl. ,meBor censura ao
procedimento do illústrado presidente da provincia : do Rio-Grande do Sul.
No dia seguir te da nossa entrevis~á ,passou"me o Sr . Dr. fardo uma n:ota verbal,
a que respondi laconiG_ament,e.
As cópias de ambas essas .not11s ,1;1com.panhárão meu officio .µ: 67 .qe .'26 ·de Ou-
tubro proximo pas~ado,
Foi ludo que occorreu· sobre a questão ·da canho.neira Pw aná. 0

A respeito do tratamento lisong.eiro que teve Obligado no Hio-Gr;rnde, o Sr. Dr.


Pardo não me disse uma só palavr.çi; e foi muitos dias depois da nos.sa ~_onfc­
rencia que os jornaes desta cidade publicárão essa noticia.
Aproveito o ensejo para renovar a V. Ex. os protestos do meu , profur\l;lo re~peito
e alta consideração. ·
A. $. -Ex .. o Sr. Visconçle de ·Ca,r.i:tNell11s.
Luiz AuausTO DE PADUA FLEU:RY.

Nota - do governo imperial ao ria .Republica Argentina. .

Rio de Janeiro.- ·Ministerio dos negocios estrangeiros 3'1 de Dezembro de '187 4-


Sr. ministro.-Rec.ebi a 30 do mez proximo passado a nota, que V. Ex. rpe foz.
a honra de dirigir no dia '19 sobre o procedimento do presidente ·da província do.Fho--
Gra.nde do Sul e do .governo imperial tio caso qa canhoneira Paraná.
Não era .de estranhar·que o governo argentino enxergasse i;iaquelle procedünen.to
olvido de seus direitos e iµtere.&ses. A experiencia mostra que os governos neutraes,
por maior que seja a sua imparcialidade., raras vezes satisfazem aos br,lligerantes.
São estes quasi sempre levados pela força das cirau!Ilstancias a exigir UJqis do que·
lhes compete e a esquecer que os outros tambem têm direitos e inletes.ses_ qlJ~ não
podem ser postos de lado em beneficio de alheias convenienci1as. O gove-rno impe:-
rial entra portanto sem i;esep.timenlo na expliaaç.ão de .s,eus .,éj.ctos, embpra elles se
não prestem á meno.r objecção, e, o faz &m alt~nção a uma 9-.cPizade digna do maior-
apreço.
O governo irr,peri.al lamentou os sue.Gessos occorridos na Rf~publiça Argcntinc1, .
e, fiel aos seus. coHhecidos sen,tim.enlos de amigo e de alii,ado, fez .votos since.r,os.
para que ahi se restabelecesse em breve a paz .e a harmoni<:J,. Daquelles -sentimentos
se não apartou elle no caso de que se trata, as.sim cqmo se , ,-,i,~o. esqueceu dos deyeres
·que lhe sã«;> impostos pelas regr,as e us.os i_nternacionaes_. Isto espero e~ m,oslrar; e-
tão claramente, que V. Ex. não hesi.t.qrá .em o recQp.hecer. ·

.t·.
53

Não bastava, Sr. ·ruil)istro, que o governo argentino c@nsiderasse de cerlo modo
a canhoneira Paraná ,para que assim tamhem a considerasse o governo imperial.
As exigenci.as. inte~nas da Republica podião prender por .tal fórma a atlenção do
primeir.o, .·que a desviasse de certas consicl.erações internacionaes de muito valor
para -o segq.mdo. E foi o.que aconteceu.
Pertencia a caTihoneir.a á ar.mada argentina e era com mandada por um officiqJ da
mesma .armada, m~s estas duas .oircum.slancias não da vão ao acto do commandante
o caracter quer de .pirataria quer de .deserção. Para o ,goven;io argentino, em SUfl
aoção interna, teria aquelle çicto tal caracter; para o Brnzil teve _outro, e só este
podia determinar o procedimento pr.oprio filo .aaso.
Qualificando o mo.vimenlo gue .s.e op:eroiu na .Republica, di.z V. Ex . .: e< Dos_mo-
tines de cuartel e la ifuga de los amotinados an.le, las fuerzas dei gobiei'no, j.unto
con la subl~vacion del comandante de la cMí.onera Pa1·aná son hasta 1h0,y los
he<thos que se .han pirodueido e que ·en -v.aino .se prtilende lilecornr <Wil'l .el .no)qib.rn
de revolucion. »
Esta asserção tira ao inovimento todo o caracter político imporlante, mas os
ados do próprio governo argentino affirmárão a existencia delly Jhe d·erão a e
maior importancia e gravidade. A sublevação do commandanlé de uma canhoneira
e dous simples motins de quartel não exigião de cer~0 todas as grandes.precauç·ões
e todas as medidas extraordiriarías, que tomou o governo da · Re.public~ com mui no-
tavel actividade. Adoptárão-se medidas restrictivas em relação á imprensa, prvhi-
hindo-se-lhe a publicação de noticias de ·origem revolucionaria e a de quaesquer
que se referissem a operações militares, salrn as commuuicadas ·pelo governo; fechá-
rão-se lodos os portos do sul da provincia de Buenos-Ayres; deeretou-se a orgaµi-
sação de forças consideraveis, ·entre ellas. a de um exercito de reserva composto de
quinze mil homen5 ; forão postas em estado dfl si ti.o tres provi ilcias pelo ·-tempo de
sessenl·a dias, estendendo-se depô is essa medida a todo ·o lerritorio da Repnblica e
prot·ogando-se por noventa d~as . Não necessito citar outros faetos, estes bastão para
mostrar que o movimento revolucionari6 não pareceu tão insignificante como V. Ex.
o descreve·; e si o governo argentino se illudio, dando-lhe maior importancia <l o-
que tinha realmente e tomando por isso meuidas desnecessarias, nãq é de admirai~
que lambem se enganassem os est·ranhos.
Para a presente questão só importa conhecer dous factos, o · carac.ter político do
movimento e a sua imporlancia. Nenhuma duvida é possível a respeito de qualque r
de lles, e si alguma pudesse haver, apezar do solemne testemunho das medidas
·que citei, ·baslarião para removê-la a proclamação da assembléa de Buenos-Ayres ào.
povo des~a província, a de S. Ex . . o Sr. presidente Sarrnienlo, a sua mensagem ao
congresso e as suas cartas ao general Rivas. Todos estes documentos forã.o publi-
cados nos diarios de Buenos-Ayres: e ahi circulou tambem o manifesto do general
Mitre, que caracterisou o movimento, -qualificado de revolução pela propria assem-
bléa de :Bu.er.1ps-Ayres na sua referida pi:oclamação.
O pro<;!edimento do commandante da canhoneira Parqriá nasceu p0rtanto das cir-
cumstancias pohlicas do seu paiz e era inteiramente político ; e. dahi resulla não lhe
.serem applicaveis os arls. 9 P, 13 do tratado de 1856, qUe V; Ex. invoca.
Os actos ou crimes politicos são collsiderados por todos os governos de modo ·
especial, e por isso são exceptuados · em todos os tratados · de extradição. Tal é o
respeito que merecê a consciencia politica .do cidadão, que · nos tratados modem.os
.se declara expressamente que nenhu~ individuo, entregue ·por extradição, será
julgado por crimes politicos anteriores ou por .factos connexos com elles. Esta de-
dara~·ão se encontra no lrafado concluído entre o Brazil e a H.epublica Argentina.
Não ha muito tempo, e isto consta do . relatorio que apresentei á assembléa
.ger~l em 14 de Maio do corrente anrío, ani:iunciou o governo oriental a in-
tenção de pedir a extradição ~os i.ndividuos que se havião apoderado do vapor
.argeütino Porteriha, solicitando desde logo a sua prisão provisoria ; e o governo
Ü'.nperial recusou-se a isso, . por entender que aquelles indivíduos não erão pira-
tas, ·como se pretendia, mas ·auxiliares de Lopez Jordan; então . sublevado em
Entre-Rios contra o governo argentino.
·Para o governo imperial o ~ommandanle da .canhoneira Paraná não era pi-
rata nem desertor, mas um individuo que por motivos políticos se levantava
.contra o governo · do seu p,àiz.
Assentado isto, passarei a ex~minar os actos praticados em reJação á canho-
neira.
a
Entrou Paraná no porto do Rio-Gránde a 8 de Outubro e sahio a 17.
Demorou-se portanto pouco mais ou menos oito dias.
De um officio, dirigido ·pelo commandante da estação naval ao da canho-
neira, se vê que esta e11trou com bandeira argentina e foi visitada como ar-
gentina; que . só . no dia .seguinte, 19, se so~be por declar"ação . do proprio
commandante Obligado, · que elle havia adherido á r~volução ; que sahira de
Montm,'idéo para evitar encontro com os navios argentinos que o perseguião; e
que a canhoneira, tendo batido no Cabo de Santa Maria, arribára ao Rio-Grande
para reparar avarias e rdazer-se de combustível e mantimefitos. Pelo mesmo
officio se intimou ao commandante Óbligado que deixasse o porto dêntro de
·vinte e quatro horas e se lhe permittio receber o càrvão necessario para continuar
vrngem.
. Hespondeu o commandante no d ia 1O que, tendo arribado pelos tres
referidos motivos, achava-se inhibido de sahir no prazo marcado, mas que
.obedeceria á intimação logo que estivesse prompto. No dia 15 annunciou a
' sua partida para o seguinte. O presidente da província, attendendo á especiali.,
.dade do caso, tinha resolvido marcar prazo razoavcl, como participou no dia
1O por telegramma.
Eis as inslrucçoes dadas ao presi•lenle.
Si houvesse fóra da barra vapores argentino3 e a Para1iá qu1zesse sahir,
55
seria escoltada por um navio de guerra, que a deixasse fóra dos mares terri-
toriaeE? e · á distancia <los contrarios que não permitlisse captura immediatfl,
intimando-se aos cruzadores que se afastassem dos ditos mares. Si a Parand re-
. ceiasse sahir,_ permaneceria como navio detido e sujeito a ser entregue depois
ao governo argentino. Quer sahisse) quer não, conceder-se-hia asylo a todas as
pessoas de bordo que desejassem desembarcar ; mas essas pessoas serião vigia-
das e internadas. Não se permittiria receber gente nem munições de guerra.
Posteriormente, mas an.tes. de partir a canhoneirn, declarou-~e ao presidenle
que a intimação aos cruzadores deveria ser feita antes. da sahida daquelle
navio.
o asylo, qué se resolveu conceder ás pessoas que quizessem desembarcar,
era consequencia neces~aria do caracter político dos actos por ellas praticados.
Si a Páraná não tivesse ido ao porto do Ri0-Grande e si aquellas' pessoas,
depois de praticarem taes actos, se refugiassem por via de mar ou de terra
no . territorio brazileiro, não se concederia a sua extradição ao governo argen-
tino, . caso este a pedisse. Não sendo as condições . políticas alteradas pela cir-
cumstancia de chegarem as ditas pessoas na canhoneira, nenhuma razão havia
para qur. se adoptasse diverso procedimen~o. Esta doutrina é inconfestavel e,
pois, fica fóra de questão o ponto de que acabo de tratar.
A sabida era ao .mesmo tempo um direito, que se não podia negar ao com-
mandante da canhoneira, e uma o?rigação, que.o soberano territorial lhe podia impôr.
A alternativa da permanencia no porto era mna hypothese que convinha prever.·
Ao comniandante, que se rr.cusa a sahir por não poder navegar nem . resistir ao
inimigo que .o procura, não se impõe a obrigação de deixar o. porto sem faltar
a todas as considerações de humanidade. Dado o caso, o que cumpria fazer era o
que se delerminou· nas instrucções, isto é, internar a lripolação e tomar conta do
navio para ser entregue opportunamente a seu dot:10. É o caso, em que o refugio
ternporario, que todos os governos concedem, se torna em asylo, e por · isso se
lhe applic.Írão as .duas condições de desarmar e internar. -
Esta outra parle das instrucções é portanto inteiràmente conforme ·com os prin-
cípios de ·direito. Tratava-se de indivíduos envolvido·s em uma questão política e era
indifferente que elles fossem considerados belligeranles ou não.
O governo argentino não estranha de certo que se prohibisse a acquisiçã? de
gente e de f!lunições de guerra, nem póde q.llegar que se não fez e:ffectiva a pro-
hibição. V. Ex. diz que durante os oito dias de demora no porto tinha podido a
canhoneira prover-se de elementos de hostilidade, mas não fez mais dei que figurar
uma hypot_hese. Passo portanto adiante. Neste ponlo nada tenho que conlest.ar,
}>Orque nem V. Ex. allegou - facto, nem adduzio prova.
Nenhum governo permitte que se commetUio actos de hostilidade nas suas aguas
territoriaes. Deste principio invariavcl, que envolve não só um direito, mas larnbern
uma obrigação, nasceu a paite das instrucções. concernente ao modo como se
56

(}everiu effeclua,r a sahida da canhoneira. O ffraúl, que obrigava a Paraná ·ai sub.ir. de
um de seus portos, tinha: o· doireilo d:e assegurar o respeito ·devido ás suas aguas ... O
meió pratico de conseguir esse resultado era o que se adop.tou, intimação a'Os cru-
zadores, si· os'. houvesse, e presença de um navio de -@uerra hrazitei_ro.
Si na costa do Rio-Grande houvesse alguma fortifrca·ção, cuja artilharia defeff-
Jesse eflicazrnénte as suas aguas, não seri·a necessa;ria- a presença de um navio de
guerra, nem a i111ti.1 maç~o aos cruzadores ; não havendo· fortiScação alguma, era
in'.dii·spensavel o meio substitutivo. .
Si· houvésse fortifíJ.cação, seria desn.ecessariia a cautela dff deixar a camh0~eira em
.distancia que impedisse a captura immediala. Tomou-se essa cautela para não
parecer que o navio brazileiro ia entregai: a crunhoneira ao seu adversario e porquP.
seria·facÍ'l' que no ardor da persegui·ção se vi'esse :por fim a effe'duar a captura ffas
:aguas territórill'es" ·
Do que fü~a dilo se vê que to·das as disposições tomad:as pelo governo imperial, erão
·conformes ás prescripções do diTeibo intemarcional. Exiaminarei agora si. cssàs
prescripções po•clião ser appli-<~adas á canhoneira Paraná.
Já ficou detnonst~ad:o quê erão de nalureza inleiramenfe. politica os successos em
que essa canhcii1eíra tomou pa·rle; assitn como que a- gravi·dad·e del'les obrigou o
governo argentino a empregar mediclâs ·extraor'dinarias em todo o territorio dia l:le-
publi'Ca. Es'le é o ponto de pá'rtidâ na qu:e-stã<!J e não convém perdê-lo de vista um
só momento. Mas o governo irnperial . rtem pnr isso tratou á canhoneira em pé de
igú1ald>ade 'c0m O' governo argenfo:i::o. Nas instrucções exped·idas ao presi·dente da
provihcia d© Rio-'Grand.é do Su'l e no'S aclos esponta,neos deete" não ha orna só cit-
·cumstancia que a11toriise similhante · supposição. O q.ue de tmdo resulta como ca-
racter geral d0 p1 ©'c:tedimenlo adoptado é que o g-0verno imperial, resolvendo,
1

. c0'm<il era d:e razão, conservar-se est rianho a uma que'Slão d:e polili·ea interna da ·Re-
1

publica Argentina, ªfiprovou a execll'ção de regras preexiste·ntes, ~ccrescentou


s@mente·aquillo que ci.rcum·stancias especiaes aconsel.havã0, e atte:ndeu nos limites
possiveis ao que devia ao seu amig.o e allia~o, sem prej.uizo das obrigações de .h u-
manidade e dos direitos e interesses do Brazil.
O governo argen~ino solicitou· a entrega da c'ánhoneira sem excepl·uar a tripolação.
Annuir ao seu desejo seria praticar um aclo que nenhum governo que se respeite
jáma~s praticará; seria além d,isso violar as disposições do trafado de extradicç.ão
conclui do entre os dous paizes. Por isso, accusando pelo telegrapho a. recepção do
telegrarri!Jla que o a'ntecessor de V. Ex. me ·d-irigio a · 1-0 de Outubro e que recebi a
14, · pelo mesmo meio e na mesma occasião (dia 1!:i) encarreguei o Sr. ·Fleury de
dizer a V. Ex. : ·que o governo imperial observaria estricta neutralidade;. que a
canhoneira havia sido intimada para sahir do porto no prazo marcado . pelo presi-
dente; e que qualquer navio argentino, que a perseguisse, seria lambem intitnado
para se afastar das aguas territoriaes . .Confirmei esta declaração em despacho de
·13 de Outl!lbro ultimo ao Sr. Fleury e ·accrescenlei . que o governo imperial, não

(
.57

ven_do motivo para altribuir o caracte_r d~ belligerantes aos que -tomavão p~~~e .n,a
·revolução argentina, se ljmitaria a praticar os actos de humanidade, que em tqd9p
os casos são devidos, de conformidade com as circulares em vigor.
Entendeu· V.. Ex. que as palavras_,... estricla · neutralidade - de que me servi,
,sjgnificavão que o governo imperial considerava . os revolucionarios argentinos cqm,p
belligeraútes. O meu despacho ao Sr. Fleury deve · Ler removido toda duvida a ess~
·respeito. Observarei todavia que a palavra - neutralidade- se emprega frequente-
rnente
0
no sentido .
de simples abstenção e no .
caso ele que se trata queria dizer que o
Brazil se não cnv0lveria em uma questão a que era e devia conservar-se estran.ho.
"pa , mi;nh~ declaração resull{lva n.ecessariamente que o governo imperial n~~\ yres-
taria aos revolqcio.narios o menor apoio, directo ou in~ireclo, e de feiJo o 11~0
_prestou. OJque se fez no ,Rio-Grande não foi mais do q~e o simples c9rn,primento dos
deveres
, .
de nhum. .. ..
anidade. A canhoneira soffreu avaria, 1
estava sem• viveres .
e sem
cçimbustivel; permillio-se que se reparasse e abastecesse do indispensavel. Pratic~r
~Çtqs de hum~n.idad~ não é estabelecer a igualdade que V. Ex. enxer.gou e me.no?
-~iiJ;ia_a ser p~rcial .
.O,gpver90 Úf?~ pqno queixar-se-hia corp razão si, invertido o caso, _se fizesse a tHJl
":~~lo ;seu a intimação que se fez á Paraná; mas is to não aconteceria, porqu,e ~s
rel.~çõ.~s entre o Imp,erio e a Republica não forão alteradas pelo . facto de hav ~.r
.r,~.h ~rtl.~;4o I}? territ~ri~ )desla u~a revoluç,ão. O governo argentino continuou a s~r
para o,·,d.o Brazil 1r.
governo legal
.
e amigo, revestido de todas as faculdades anterio~es.
1 ~n ! ~ t 15~ 1
1 ! · ( ( ·• ' ..

Os seus navios de guerra poderião entrar e permanecer nos portos do BraziI;_ ~qgi~

antes da revolução, qiiaesque1· que fossem as condições
, , t t J • ) f I
em
,
que se achassem, côm a ·
1. • { .)l

uni~a li~~ i t.~ção _ relati.va aos act?s de ho.sti lidaçl.e, .que n~o po1derião pratiçar ~~,s
1

-aguas territoriaes, mesrpo e!11 ' tempo de paz. Si tivesse necessidade de comprar
~rrilamento e muniç'ões de guerra nos. mercados ~o Imperio, poderia fazê-lo. cy~~
t~ve occasião de reconhec,er ·pralic_asnente que a' ~ua ·posição continuava a s~r a
mesma neste paiz, mas dahi não se segue que assim não fosse ; e não haven.do alte-
ração, dava-se manifesta dee.igual.dade' de tralame,nto em beneficio . seu, pois que,
• 1 \"

. , ; . , , \'e'
como já se vio, · os navios dos revolucionarios não poderião perrr:i~n,y cer n.os portos ·
e •. rra-
... . . .; I . .l -• ...

brazileiros ~lém de certo prazo, re.ceber ·arr:name.nto


r 't ! 1
e munições de ,guerra .. 1
ticar outros actos similhantes.
Esta desigualdad~ d~ · ~ratamenlo poderia ain.~a ser moclificadÍ pelas circu~stan-
• • j ·' J'-. ...

cias supervenientes conforme as· condições e.m qi_Ie se fossem achan~o as partes. con"'.
1 \

tendoras, sempre de accôrdo com os principios do direito internacional que _v. uEix.
r . ' ,· . .- , , .. ' '1 ~ ·' . .. . ' 't' •.. .:

mesn;10 r~conhece r;ia: sua nota. No rp.omento, porém, de que ~e trata não,.hav.i,a a i~~al­
dade de ·que se queixa o governo argentino .
.. :Resumindo a questão, se vê que ,os adt~s ~r~tic~d.os se .reduzirão: a perrr;i~_ttir 1que
0

a . canhoneira reparasse avarias e rec~ib.esse viveres e comb9-~livel para continp,i;1. r 1

viagem ; a conc~der asylo ás pessoas. '


que o!li.q~i~éssem,
' ;\ " .j •
retendo-se
.
o navio, para ser -

entregue opp 1or't.~1~~~e~.~e a s.~u - dSi?º' J~So /~ ~;p,m~an~ante se l'. ~cu~asse a s_~hir;
., il. 1 , .. . 8

·I
\

.... -...

'58

a ·escoltàr a canh"oneira se houvesse cruzadores fóra; e a não permittir que estes,


devidamente.
intimados,
'
commettessem
.
hostilidades nas aguas terriloriaes.
Nenhuma destas disposições importava a menor violação dos princip~os dé direito,
porque umas erao, mero cumprimente dos deveres de humanidade e nutras se desti-
navão a impedir actos, :contrarios. á dignidade e á soberania do paiz, que n'ão ·são
permittidos mesrno em tempo de paz; e todas nascêrão de um facto praticamt:mte
caracterisado e reconhecido pelo governo argentino como revolução política.
· Estranhou V. Ex. que um homem, o cornmandánte da canhoneira Parâná,
·entregue á execração das pessoas honradas pela cc voz autorisada do presidente da
« Republica em sua mensagem de Setembro ao congresso nacional, fosse recebido
cc e tratado como heróe e valente pela população do Rio-Grande. >>
. Confesso que não tenho notiéia official d·o facto por V. Ex. denunciado, mas
inclino-me a crêr que, quando menos, chegou elle . mui exagerado ao conhecimento '
do governo argentino. Em todo caso, porém, não comprehendo que a apreciação do
presidente da Republica, por mais fundada e justa que fosse, devesse ser norma _de
procedimento para um povo estrangeiro e menos ainda que a hospitalidade espon-
tanea e individual pudesse aggravar os aclos officiaes do presidente da província,
sobretudo sendo esses actos, como já demonstrei, autorisados pelas prescripções do
direito internacional. Não é justo~ permitia V. Ex. que o diga, huscar entre sue· ·
cessos distinctos e independentes, ligação que elles não têm, nem deduzir de tal
.ligação consequencias que fazem duvidar da boa fé e da lealdade de um governo
amigo.
· Disse V. Ex. em oulrn parte da sua nota · que o que se fez em relação á canho_
neirà Paraná era proprio para animar os rebeldes, convertendo"'.'se então a neu-
tralidade offerecida em parcialidade ; e que tanto era assim, que ne.sse sentido
circulavão frequentemente noticias e idéas. ·
O gove.rno imperial, Sr . . ministro, foi informado dos boatos que ahi corrêrão
e a qu'e V. Ex. allud~, mas não os julgou dignos de altenção; e ·~ê com prazer que
o governo 'l\rgentino lhes não deu credito algum. Não é a primeira vez que se attribue
·ào.:_)3razil a 'intenção·, que elle não tem; de se envolver directa ou indirectamente
no~ ')1egocios internos da Republica Argentina. Essa imputação, que nenhum h9mem
sensafo jámais acolheu porque os factos a desmentião, lern perdido todo valor,
mesmo para as pessoas de pouco criterio, pela systematica regularidade com que
feapparece em to~as as crises póliticas do paiz; É arma de partido, e ningue"m o
ignora.
· Referindo-se a· uma entrevista, que teve com o Sr. Padua Fleury, diz V. Ex.
que não pôde este senhor deixar de reconhecer a força' de certas observações
e, quanto á demora da ~'ánhorieir/ no porto do Rio-Grande, que nenhuma expli-
caçãá deu por não comprehender elle mesmo similhante ~en\?ra. Devo _crêr
_que nisto ha equivoco, proveniente sem duvida de uão haver V. Ex. attingido
o pensamento do encarreg·ado cle negocios do Brazil ou de o' não t~r ellé
. . j. . . .
[.
l
\
59 ·

expressado com bastante clareza. Para um agente diplomatico, que conhece a política ,
do seu governo e as regras por este estabeleciJa.s em -circulares que correm im-
pressas, bem como a minuciosa poniu~lidade com que essas regras têm sido
sempre cumpridas, não podia ser incomprehens.ivel a demora da canhoneira, mas
perfeitamente explica.vel por alguma das causas que justificão em todos os paizes
a .prorogação do prazo para a sahida. Quanto ás observações, cuja força pareceu
ser admittida pelo Sr. Fleury, mas que já contestei no logar ·competente, nada
accrescentarei : o ·que eu disse torna saliente o eBgano. ·
1
• Encerrou V. Ex. a sua nota nos termos seguintes:
« Nada deseja tanto o meu ·governo como que o de V. Ex. dê ás suas am1-.,
1

gaveis observações uma explicação que o satisfaça, com a pr~messa de que os


factos denunciados se não repetiráõ, em altenção á _paz destes povós, ' á morali-
dade e ás boas relações que a Republica deseja manter com o lmperio, a que
a ligão vínculos que ella muito aprecia e que, em ·vez de vêr afrouxados, ,..
quizera estreitar cada -vez mais. »
As amigaveis observações do governo argentino responde ·o do Brazil com a
presente nota,, persuadido de que ella nada contém que não satisfaça ás · maiores
exigencias, pois que toda se. funda ern princípios reconhecidos e deixa fóra
de duvida que o amigo e alliado da Republica Argentina não variou de
'sentimentos na conjunctura de que 'se trnla. Prnmessa de ·qúe se não repetiráõ
os factos denunciados não póde o governo imperial fazer desde que os seus
actos e 0s do ·seu delegado na província do Rio-Grande do Sul estão perfeita• ·
mente justificados. A paz da Republica ningueni mais deseja do q~e o Brazil,
nella interessado pela vizinhança, pela amizade e pelo commercio, e ·pori.sso vê
elle com grande ·prazer que acaba de ser restabelecida depois de br~ve pertu~­
bação. A moralidade, ·a que V. Ex.
sem duvida alludío em relação aos successos
internos do seu paiz e ~lão ao procedimento do governo imperial, 'está garanti?a
pela paz e pelo caracter da nação argentina. As relações de amizade com esta,
que o Brazil igualmente aprecia, tem sido e serão sempre objecto de particular
cuidado da parte do governo imperial. ·
Aproveito ?ºm prazer esta oppor.tunid~de para offerecer a V. Ex. os protestos
da minha mai_s alta consideração.
A S. Ex. o Sr. Dr. D. Pedro Antonio Pardo.

. VISCONDE DE CAUVELLAS,'

' r .- -
N. 39.
Nota do governo· argéntino ao govenw impe1·ial.

(TRAnucçlo).-Ministerio das relações exteriores da Republica Argentina,


Buenos-Ayres, 6 de Fevereiro de 1875. . ..

Sr. ministro. -Tive a honra de receber a nota de 31 'le Dezembro ultir~w,


que V. Ex. rúe fez a honra de · dirigir .em resposta ·á minha de 19 de Novembro,
relativa an procedimento do presidente do Hio-Grande do Sul pará com a canho-
neira Paraná e ris medidas adoptadas a respeito .della pelo governo imperial. -
As explicitas declarações, em que abunda a nota de V. Ex., preparárão o
animo do meu governo pa.ra aceilar com plena confiança tanto a manifestação
dos invariaveis sentimentos ele amizade quG. o govern1l brnzileiro expressa ao ar- ·
gentino, como a franca ex plicação dos actos que moti\rárã.o esla · correspondencia.
Esses actos pod e ri~w causar alguma perlurhação na cordialidade . d·as relações
entre os dous governos, mas as explicações dadas co.ntribuem para fortifica-las,
pois mostrão a hoa fé com que se procedeu e os henevolos sentimentos que
anim'ão o governo de V. Ex. cm favor da paz desta Republica.
Encarrega-me portanto o Sr. presidente de declarar a V . .Ex. ·que fica satis-
feito quanto ao espirito de lealdade que guiou ao governo do Impcrio nas me-
didas tomadas em relação á Paraná.
Comtudo, sem desconhecer que essa boa fé tira ao incidente toda a sua gra-
vidade ·e determina uma solução amigavel, seja-me ·licito observar que algumas
das apreciações , que V. Ex. faz ern a nota a que respondo, podem não ser as
mais apropriadas para assegurar em casos analogos a permanente harmonia dos
direitos e interesses das duas nações. ·
Para segurànça dos da Republica e do meu governo, .em homenagem aos
princípios que é forçoso salvar em toda a discussão, e em apoio · da justiça que
inspirou a reclamação de 19 de Novembr·o, tomarei a liberdade de entrar em
algumas consideraçõer-; suggeridas pela maneira como a resposta de V. Ex. apre-
cia os successos occorridos no meu paiz; . successos que, sejão quaes fôrem a
qualificação ·e o nome que se lhes dêm, poderião ler compromet.Lido a sua paz,
os seus interesses e o porvir de progresso que o esptra, si as' rapidas e vastas
medidas tomadas pelo . governo i-1ãci apagasse11J tão promptarnente o iucendio,
que começava por motins . militares e pela dcsel'ção de tim navio da armada.
Si por tão Üppodunas medidas se 'nao tivesse conjurado o perigo, muilo l.e-
rião valido á canhoneir~ Paraná os humanilario~ ,scnlimcnlos) que lhe permil-
tírão permanecer oito dias com toda a segu.rança cm um porto b~'azileiro, pro-
ver se nelle de carvão, de. viveres e alé de tripolantes, ·sem caracter determinado
61

perante ·o direito internacional, sem que o qualificativo de dese.rtor ou de pi-


rata lhe tornassem applicaveis os arts. 9 e 13 do tratado de 1856 ·e sem outra )

consideração especial a seu respeito que não seja a por V. Ex. reiteradamente 1
expressada ao insistir em que o procedimento do commandante da Pamná era ·1

de c·aracler inteiramente politico por nascer de circumslancias lambem políticas~


não lhe sendo portanto. applicaveis as citadas di spos.ições, nem nenhuma outra
medida coercitiva da parte de um go~erno amigo, e alliado, excepto a de se lhe
intimar a sahida dentro de cerlo prazo, . no qual se proveria do necessario,
sempre soh a custodia e guarda desse mesmo governo.
Não se poderia, em verdad e, conceder á 'desgraça innocente asylo mais se-
guro, nem protecção mais benevola.
Mas, .si se considera que as situações políticas não só originão desgraças desse
nome, mas· lambem del'ictos e crimes horrendos que não podem valer-se dessa
causa c0mo justificação que garanta a sua impunidade ante nacionaes e estranhos; ·
não .se póde arcusar de susceptibilidade ao belligerante que reclama contra a
excessiva tolerancia de um neutra.!, nem póde esle assegurar que o seu proprio
crilerio se acha mais isento ele erro do que o daquelle, ainda que a ambos
acompanhem perfeita lealdade e inteira boa fé. Isto tambem a experiencia ndi;'
ensina, pelo que convém tornar sempre aos princípios cardeaes, que determinão
em cada caso o mais sabio e prudente - procedirne.nto e marcão o caminho
claro do dever.
A altitude do governo imperial quanto á Paraná foi, pois, determinada, se-
gundo V. Ex·., pelo caracter dos actos do com mandante Obligado, · aos quaes
dá. uma éausa essencialmente poÍitica e que assim. se convertem em actos in- ,,
nocentes não sujeitos ·á repressão fó~a elos portos ai:gentinos e merecedores de
seguro asylo nos de lima nação amiga e alliada da Republica.
Si concordo com V. Ex. em que o governo imperial se ç.ão devia preoccupar
c~h1 as exigencias internas da Republica ·Argentina, descuidando-s~ das proprias,
lamberri V. Ex. convirá comigo que nem tinha aptidão para julgar e qualificar
melhor d? que o meu governo os acontecime.nlos que se desenvolvião ne~tc
paiz e cujo primeiro incidente foi a sublevação e deserção da çanhoneira, nem
pãra determinar sem erro a natureza e àlcance do movime11to subversivo
qG ~ sé operava no exer~ito e na esquudra 1 nem lambem para definir com mais
ex~'ctidão uma por uma as medidas tomadas peio ~r1cu go verno, exp.licarido os
seus motivos e até quas1 a intenção que as dictou _.
Julgando n\heio . aos direitos e interesses do gove rno de V. Ex. e incondu-
cerrte ao meu proposito. o estudo minucioso das medidas e pc;.:as oíficiaes ema-
nadas do governo argen'tinó por rnolivó dos succcssos de Setembro, lirnitar-me-
hei a dizer a V. Ex. que ~ meu gove rno, . qualqu er que fosse a gravidade por
ellc aÚribuiCl'á a esses sL1ccessos, semp re os considerou motins militares tanto
nâs ápüas da Republl~rl como uas fronteiras, pois não vi r povos, màs sómente
chefes e sol~ad,os sublevados; e s1 se adoptárão tantas . e tão act,vas como ,vastas.
medidas para conjurar o perigo, foi exactamente porque taes medidas erãq exi-
gidas pela natureza essencialmente militar d-0 mo~imento, e pelo pro,po~ito . de
evitar o .risco de que por instiga~ão de chefes desleaes, . pela tolerancia de m,ais
o.u menos tempo e · pela impunidade, se inoculasse nos povos o espirito de re-
bellião, que nos causaria tanto atraso e tantos males no. futuro.
Quanto ao commandante Obligado, não bastava qu~ elle invocasse um · motivo
politico para justificár, nem rnesrr:io desculpa'r a sua deserção, a qual entra sempre
na esphera dos delictos communs.
Desertar do seu ancoradouro no poi'lo principal da Republica, levantar-se com um
navio de guerra do seu paiz, exercendo actos de jurisdicção em seu proprio nome,
e apresentar-se nas aguas e portos do Imperio sem patente de governo algum, como
um verdadeiro pirata, são factos, Sr. ministro, que não constituem perante o direito
das gentes um mero delicto político commettido por um simples emigrado a quem se
deva sómente asylo e consideraçõe3 humanitarias.
· Constava a V. Ex. que esse navio pertencia á nossa esquadra e que acabava de Jeser-
tar de suas filas. O chefo sublevado, que o conduzia, não dev.ia ser considerado sinão .
como desertor e sujeito ás estipulações do !ralado de 1856. Entretanto o governo de
V..Ex. não julg·ou que o caso devesse ser regido por esse tratado e nem mesmo que
o navio devesse ser restiluido a seu dono, fazendo internar os lripolan"tes ou, quando
menos, conservando-os em posição inoffensiva.
O caso do vapor Pm~tenha, citado por V. .Ex. en~ apoio das suas idéa,s, não . me
parece applicavel por não ser similhante ao presente, posto que. tanto ~-m 1:1m ~oino .
no outro eu note !lm modo estranho de fazer entrar no direito polilico o que só per-
tence ao commum.
A ·Republica não teve necessidad~ de auxilio alheio para defender o seu direito,
restabelecer a paz e assegura-la para o futuro, entendeu porém' que entre paizes re-
gidos por instituições livres ha certa solidariedade,. pretenções communs e interesses,
que os induzem a proceder de accôrdo e talvez a recusar espontaneamente não .só
todq o auxilio material, mas ainda o mais leve apoio mo~al á força . que se levanta ·
contra o direito.
Estas razões . de alta justiça e de conveniencia reciproca decidirão o meu go-
verno a reclamar do de V. Ex. a detenção e entrega da Paraná, cuja sublevação foi "
o primeiro acto do mo.tim militar. Parece que V. Ex. entendeu que a reclamação
cornprehendia lambem 3' tripolação; . mas isto se não deduzia do telegramma claro e
explicito do meu antecessor, qu~ só se referia ao navio; e não ·obstante invocar eu
na' minha nota de .·19 de Novembro, _sobre desertores, o tratado de 1856 por entender
que ainda nesse ponto de vista consultava as exigencias do proprio direito sem me-
noscabo do alheio, podia V. Ex. conciliar.os seus sentirnentos de humanidade, para
com a tripolação com o que, no conceito do governo. argentino, se devia a elle e á
Republica~ qrdenando a detenção e entrega de uma propriedade que lhe havia sido
" .
63

arrebatada e que . se apresentava nos dominios do Brazil sem titulo que a amparasse
con.tra a reclamação iniciada.
Que a canhoneira era propriedade do meu paiz e devia ser restituida _ao seu go-
vernó V. Ex. explicitamente reconhece, pois em tal circumslancia, prevista nas
, instrucções, ordenava litteralmente a entrega. ·
~ estranho·que, depois de tão explicito reconhecimento e da clausula das instrue- ·
·ç,ões relativa á entrega, se .fizesse esta dependente só da vontade do detentor, como
.tal lambem reconhecido por V. Ex.
o governo arg·entino nunca teve a intenção de considerar e apreciar ~e igual
modo a entrega·dos desertores e a do navio; t\ fiel a seus sentime·ntos generosos, se
teria satisfeito com a devolução do navio, renunciando aos direitos que lhe assistião a
res.peito das pessoas, como emanados do tratado de 1856. .
Parece-me entretanto que V. Ex. incorre · em alguma contradicção, p~rque, ao
.passo que reconhece que a canhoneira era propriedade da Republica, a cujo serviço
estava o seu commandante, devendo ser os criminosos a~tos deste, por esse mesmo
facto, implicitamente reconhecidos como taes por V. Ex., crê todavia que a aprecia-
ção do Sr. presidente da Republica ao qualificar esses mesmos actos, por mais fun-
dada e justa que seja, não deve servir de norma de procedimento a um povo es-
• 1
trange1r~. ·· _
V. ·Ex. dizia isto a proposito de lhe rêcordar eu o tratamento dado ao comman:..
dante Oblígado, que o Sr. presidente Sarmiento assignalava á execração dos .homens .
de bem . . Não é possível que actos ·dessa natureza em um militar sejão julgados de
diversa maneira : não p'õde haver sobre elles duas opiniões sem que perante a con-
sciencia perigue a irnpárcialidade do juizo e a moralidade dos sentimentos.
A este principio de justiça alludia eu quando, invocando os interesses da moral,
aspirava-á condemnação daquelles factos.
Não posso 1 pois, convir· com V. Ex. em que os actos do commandante Obligado
forão meramente ·políticos e obedecêrão ás circumstancias políticas do meu paiz.
·Muito menos poderia eu adherir a essa opinião, desde que tacs actos nem ao menos
forão· occasionados por aquellas circumstancias no sentido em que V. Ex. as com'-
prehende. Não duvido portanto que, mediante. mais exacto conhecimento · dos
súccessos, se Evesse podido evitar um· erro de procedimento nas medidas adoptadas ·
pelo governo imperial e vêr na fuga da canhoneira o que realmente foi: uma
deserção.
Falta examinar si no proced'imento seguido no Rio-Grande do Sul forão preen..
chidos pór' parte· do delegado do g·overno imperial certos requisitos que puzesse·m .
a saÍvo à imparCialidade do neutral e os direitos e interesses do belÜgera1Úe. V. Ex.
assegura que b que .reahnente se· fez foi conceder refugio á Paraná afim de re~
parar avarias. Verificou, porém, o presidente do Rio-Grande do Sul que de feitó
tivesse a ca'tihoneira necessidade de reparar-se? Certamente não) pois ao meu
6.~·
governo consta que não houve l.aes avarias e que a declaração do coi;n~?i~~?.~!;1,te
a esse respeito não foi mais do que pretexto dilalorio par;i busc~r apoio e ~bter ~~­
1
xilios que pedia pelo telegrapho.
V. Ex. não ignora c1ue aque\le navio foi devolvido ao governo e o qNe a,cabo ~,e
expôr resulta dos depoimentos !.ornados á tripolação.
Foi o presidente do Hio-Grande do Sul sorprendido? Esta event1;1alidade podia
e devia ser naturalmente prevista, tratando-se de um navio tão justamente suspeilo~o,
que o proprio commanclanle desleal tratou de acautelar-se preparando corri sagací-
dade um diario falso que devia provar a sua arribada por causa de temporaes no
cabo de Hornos .
. N_ão foi mais vigilante a autoridade da dita 'provincia no cumprimento das dispo-
sições do governo imperial relativas ao contrato de marinheiros, porque dos mesmos
depoimentos resulta que a tripolação da Paraná foi I'eforçada com dez ou doze ·
··homens.
Na minha primeira communicação não podia eu referir-me a estes factos sinão
'hypotheticamente. Agora o possó fazer e provar de modo conclucle'nte.
Nada observarei quanto ás precauções que o governo de V. Ex. julgou que devia
tomar para f,azer respeitar a sobera11ia do Brazil em suas aguas territoriaes.
·Si a 1Republica reclama zelosamente em favor dos seus direitos é porque res-
peita os alheios e espera a mais completa reciprocidade, sobretudo de seu::> :v1-
·zinh.os e amigos. ·
Cerno já dei a entender ~ V. Ex., o procedimento elo presidente do Rio-Grande
e a approvação que subsequentemente mereceu do gove~no imperial, talvez pare-
cessem justificados, si o movimento de Setembrn 1 assumindo um caracter politico
bem definido, tivesse chegado a dividir a população do paiz em fracções proxima-
,m1rnte iguaes ou pelo menos que a rebellião conseguisse constituir uma autoridade
revestida, ainda que apparentemente das fórmas de urn governo ., Nada disto houve;
e pottanto o cornmandante Obligado só podia ser considerado co.rno desertor, forçado ·
p,,çla p~rseg\lição a passar as fronteiras, e que, levando comsigo navio, homens.e
ar,i:nas, ~e ppnha no caso ele um corpo de tropas estr.angeÍras que se introd.uzisse 9,u
c.l;i~gasse por terra ás fronteiras do lmperio, desertado ou impellido pelas convul~~es
,q.,e um ,paiz vizinho, e a respeito do qual um dever analogo acqnselharia ao gowl,~º
,.de .V. Ex. o -immediato desartnamento, o asylo ás pessoas e a devolução das c.qr,rpas
~ ..J ....dJ

~?1 go~fffPº .estabelecido no paiz donde procedessem. ·


Depois do que acabo de expôr V. Ex. me permittirá que, dirigindo-me ,.~QS , §~,~.s
.S~R,~iW~~.tos p~trioticos e á ~ua conscienc.~a justa, lhe pergunte si, da,4~s~Hº seu.paiz
c~~c~mstancias analogas, preferiri&V .Ex. as suas .apreciações ás do governo argentino.
Quanto á minha entrevista com o Sr. de -Padua Fleury e ás pa~avras que com
elle' tr~'quei, devo insistir no que assegurei a V. Ex. na minha nota ante,rior, J??~to
qy.e me fosse agradavel con-vir com V. Rx. em que não co,mpr.ehendi o pensa~1~nto
1
.do Sr. encarregado de negocios ou que ~lle se não explicou com bastante ci~reza.
65

Não obstante declarar V. Ex. que o seu governo não póde prometter que se
não repetiráõ os actós contra que se reclama, quer o g(werno argentino crêr que
si, o que 'não é .provave_l, se reproduzirem acontecimentos similhanles, o governo
de V. Ex., pesando os factos e . apreciando melhor as circumstancias.
qu e nesta
.
occasião o levárão a ·um imperfeito conhecimento dos successos, modificará as
suas conclusões com espirito de justiça e rectidão . a que pedirá as s ua ~ ins-
pirações.
Ao terminar esta communicação não posso, Sr. ministro, deixar sem respos ta o
que na sua cilada nota se serve V. Ex. dizer relativamente á·s intenções em que
se achava o seu governo na época dos acontecimentos, isto é, de ir modificando o
seu procedimento . .conforme se modificasse·a situaçãÓ argentina. Sii,nilhante decla-
ração, cujo alcance não é facil conceber, sendo ainda meno.s facil -comprehender a
-0pport'Unidade da sua enunciação, suscita justamente duv·idas no ani1mo do meu go-
verno e a conseguinte inquietação, quando se reflec·te que a p~z destes ·pai.zes não
póde repousar sobre outra base que não seja a do; ~irei to e dos priücipios qlile delle
<limanão, sobre a justiça, a 'boa fé e o espirifo ·amigavel que presicla ás relações
de povos e governos, cujas regras de pr0cedimen-to . não podem ser mo_di.ficadas
segundo as circumstancias sapervehienles, nem cónfo~me as .condições em que
se fôrem encontrando as partes contendentes ; e comqulanto ·V. E.x. acerescent,e
{1ue isso teria sido sem.pre de accôrrio com os princípios do éfireito internacional,
·corno eu mesmo r@conheci, dev0 observar a V. Ex. que eu não podia suste-n lar urna
doutrina contraria aos princi pios fundamentaes da .constituição do meu paiz e menos
ainda comprehender a ·possibilidade de que as suas prescri pções sejão de modo
algum alteradas por qualquer serie de factos·occ-urrentes, _que não sejão a suá refor-
ma legal. Não comprehendo por fim ·que os. immutaveis .
·princípios do direi.to' in-
ternacional, que assentão ·na razão e. na justiça, possão·amo,l,dar-se á variedade das
. circumstancias e á flexibilidade de um tratamento, que se modifique a respeiito dos
contendore.s segundo as condições em que se vão encontrando, como diz V. Ex. .no
paragrapho citado da nota, a que tenho a honra de responder. ·
Renovo com prazer a V. Ex .. as seguranças da minha mais distincta conside-
ração.
A S. Ex. o :'Sr. ministro dos negocios estrangeiros do Ir.operio do Bra~ iL

E l 9
66

Nota do governo imperial ao argenhno.

Rio de Janeiro. -Ministerio dos negocios estrangeiros, 6 de Abril de t 875.


·Senhor ministro. -- Recebi a 21 de Fevereiro a nota, que V. Ex, me fez a honra·
de dirigir a 6 desse mez em resposta á de 31 de Dezembro do anno proximo passado~­
em qu~ tratei <la questão suscitada pela presença da canhoneira Paraná no porl°'
do . Rio-Grande. ··.
Pareceu a V. Ex. que o procedimento seguido para com essa canhoneira podia
ler causado alguma perturbação na cordialidade das relações dos dous governos ;
mas V. Ex. -me. pe~mittirá dizer que não vi razão para que isso acontecesse. Tud°'
o que se . .fez foi fundado em dir~ito, como claramente provei na minha nota ante-
1ior, e quem usa do seu direito não offende a terceiro. Similhante perturbação seria
lamentavel não só pela sua influencia nos recíprocos interesses do Brazil P. da Re-
publica Argentina, mas lambem por nascer de exigencias insustentaveis, que im-
~ortando restricção de a·lheias faculdades, ·serião proprias para ferir o justo melindre
de uma nação amiga. Como quer que seja, vê o governo imperial com muito prazer-
que as suas explicações contribuem, como V. , Ex. diz, par~ fortificar a amizade
existente, e que a sua lealdade é reconhecida por S. Ex. o Sr. presidente da
Republica.
A declaração que V. Ex. faz nesse ultimo ponto . é um acto de justiça, cujo:;
effeitos não podem ser menos beneficos do que os das explicações por mim offere-
cidas, e eu não a julgo mo.dificada pelas observações em que V. Ex. depois entra
sobre o procedimento tanto do governo imperial como do seu delegado na provincia
do Rio-Grande do Sul.
Examinarei essas observações, não para sustentar discussão improficua, mas
exactamente pelos motivos que as inspirárão a V. Ex., isto é, para evitar que
apreciações e doutrinas inexaclas venhão em casos similhantes a pôr em perigo
a harmonia dos direitos e interesses das duas nações, e para salvar . ' os principios-.
que devem regular a _materia de que se trata.
V. Ex. não · considerou bem a questão de que tratou quando . observou que o--
governo imperial não era apto para julgar e qualificar melhor do qne o argen-
tino os acontecimentos da Republica.
Dessa asseveração, nas circumstancias em que foi feita, deduz-se logi.camente,
que, .no conceito de V. Ex., tendo o governo argentino declarado que não erão-
politicos os ac()ntecimentos, devia o do Brazil ater~se ·a este juízo e proceder na,
sua conformidade.

,.
Parece-me que devo lembrar aqui um principio cardeal, que se. póde considerai."'· /
ponto de parlida em questões desta natureza.
A qualificação de ·successos, que provocão a acção de governos neutraes na
esphera da sua neutralidade, não depenrle exclusivamente dos governos, em cujos
territorios se dão taes successos.
. '
A razão deste principio é clara. A neutralidade dá direitos e impõe obrigações
e tanlo aquelles como ~stas nascem da independencia e . soberania dos governos.
neutraes. Pretender qúe estes governos restrinjão ós seus direitos e. alarguem as
suas obrigações ·pelo juizo de um dos belligerantes, ou de ambos, é ferir ecoarctar
a sua soheran-ia, e nenhum jámais concordará. nisso.
.J
A consciencia dos direitos e obrigações que nascem da neutralidade e a dos in-
teresses proprios que podem ser compromettidos, mór~ente entre paizes vizinhos
ou limitrophes, fazem com que os governos neutraes busquem conhecer com a
possível -exactidão o caracter dos acontecimentos, porque nesse conhecimento têm
elles de fundar as suas disposições. Não é necessario ter noticia de todas as cir-
curnslancias, basta saber aquillo que define_o facto, e isto, permilta V. Ex. que
o diga com applicação ao caso presente, podia o governo imperial fazer tão bem
·corno o argentino. Elle não prelendeu ser mais aplo, mas igualmente apto, e a
sua aptidão lhe veio das informações dos seus agentes e dos actos do proprio go~
verno argentino, que não erão, como V. Ex.·pensa, alheios aos direitos e aos in-
teresses' do Brazil. · . .
Devo dizer o funda'mento desta minha asserção, porque a de V. Ex., posto que
feita de passagem, tem mais importa~cia d~ que parece á primeira vista. Tudo
quanto tende a restringir díreitos é sumrnamente grave, e, como tratamos de salvar
princípios, devo dizer com amigavel franqueza o que pensa ·o governo imperial'.
As commoções intestinas, como a de Setembro, interessão aos paizes ·"arnigos e
vizinhos. Prova isso o proprio faclo que provocou a ·presente correspoudencia.
Rompeu a revolução e o governo imperial, que era e queria ~onservar-se estranho
a ella, achou-se logo envolvido em uma questão de neutrali.dade. O seu procedi-
mento não podia ser arbitrario, devia ter uma base e esta só se encontrava nos
actos dos revolucionarios por um lado e nos do governo argentino· pelo outro.
Esses actos, e sómente elles, caracterisavão a situação ; e, si delles surgião de
subitó · as novas relações. de beliigerante e de .neutral, não é de estranhar que o
governo imperial procurasse aprecia-los.. A apreciação em tal caso é d.ireilo do
neutral ; negar-lh'a é priva-lo do unico meio que tem de orientar-se e sujeita- lo
a um.a vontade, de que não depende e que não offerece a garantia da irnpar-
dalidade.
Insiste V. Ex., po~to que nP.gando a intenção de exi~ir a en~rega; insiste em
que o commandante Obligado devia ser. considerndo desertor: e como tal. sujeilo
ás estipulações do .tratado de 1856 ;. e eu peço licença para repelir a declaração
-que fiz e vem a ser, que para .o.governo imperial não era elle desertor, como não-
68' .

era piratta'. V. Ex. p~rece abandonàr esta segunda qualificação,. e, pois, não tratarei
della, f!lªS ·ainda devo dizer ·alguma cotasa sobre a:outra. . , .
O caracter politico dos successos de Setembro ficou pro vatfo . na minha .nota.
·, '
a ~1ler-ior. Na que tenho presente, permitfa-me V. Ex. dizê-lo, não vejo em : oon-·
t rario sinão uma simples asserção, mu i respeitavel de certo pela sua origem, mas
· não justificada ' pelos faétos. Nada tenho portanto que accrescentar sobre ·esse
poó.to, · em que o. governo imperial mantém o seu direi lo de apreciação. Pres·
.... scindindo disso, devo dizer que, ainda sendo justa a qualificação de desertor, nãÓ
haveria obriga.ção de en_tregar o comma1idante Obligado : a entrega, de que falia
o art. 9° 'do tratado, refere-se aos soldados e marinheiros e não aos officiaes.
Fico certo. d~ que o governo argentino não teve a inlen-ção de pedi.r que lhe-
fosse entregue a · tripolação da canhoneira, mas sómente · esta. Enlrelanto, relend(}
o. telegramma do Sr . . Dr '. Tejedor com a altenção que costumo d ~r aos docu-
mentos ofüciaes, sobretudo em materia de tanta gravidade, não posso reconhecr qu e
m é enganei.
Diz o telegram ma :
•.. <( Telegramma de Montevidéo annuncia entrada em Rio-Grand·e canhoneira
«sublevada Pamnd. Governo argenlíno espera que imperial ordenará pelo telcgra-
(( pho sua detenção e entrega ás forças navaes que a irão receber.>)
O qualificativo - rnblevada-, que se empregou ·para justificar o ·pedid<?, mos-
tra que a redacç.ão não ajudou a intenção. Do que está escriplo, ·o que se enlend e-
é que o pedido abrangia homens e 1v1vio, porque a súblevação não .era neto deste 1
rnas daquelles; e si assim não fosse, tornar-se~hia desnecessario o apparato bel-
lico. annunciado pelas palavras - forças navaes que a irão receber-. . Esse apparato
si gnificav?- naturalmente que se tratava não só do navio, que por si não podia re-
sistir, ma·s·tambem d'a lripolaçã0.
Infelizm ente na sua primeira nota não se expressou V. Ex. em tertnos que corri -
gissem o. telegram ma do seu antecessor : estranhou que o pedid0 delle não tives·se
sido satisfeito, isto é, veio a estranhar que o governo imperial .não houvesse en-
tregado homens e navio, porque isto pedin o telegrarnma, embora ou.tra fosse a
intenção ; como agora se verifica. E. V. Ex. me permittirá ob&ervar ainda que si-
milhanle inlenção não era expressa nem implícita na ·sua ·referida nota. O que-
alli se le é a sustentação do que ao govet1i0 argen Lino parecia. ser seu díreito . .
V. Ex. entende que o caso do vapor Porten'lia, que citei na minha nOta de·
31 de Dezembro, não é applicavel . á discussão que nos occupa; e apenas lhe
. acha esla sirnilbança com o da . Paraná, que em ambos tem o governo impe-
ri al um modo estranho de sujeitar ao direito político aquillo ·que pertence ao-
.d ireito commurn.
· Tenho o 'pezar de divergir de V. Ex. em ambo.s esses pontos. O. que eü
quiz principalmente mostrar com o exemplo do Portenha . foi a co·herencia dos.
acl'os· 1do gove'fno imperial no que tocav~ á . qualificação de ,pirataria., e creio.

I•
:..

que mo~trei bem. Quanto á similhança que V. Ei. notou, é. certo que existe,.
cons{üuindo mais uma prgva de coherencia ; porém, o governo imperial1 não·
confunde o direi.t0 comrnum com o. politico, faz justame'nte o contrario, distingu<e e·:
distingue no interesse da consciencia pofüica do cidadão, que é protegida com par-
ticular cuidado por lodos os ·governos em seus tratados de extradição. A ·excepção,
que se faz expressam.ente nesses tratados, em parle têm por fim evitar que ·o delicto
commurn seja pretexto para a punição· do delíeto politico.. No caso presente não ha
pretexto, apresso-me a ·reconhécê-lo, mas isto não altera a questão . o governo ar-
gentino póde eqtender que os successos, que s·e <lerão no seu paiz, são regidos p,ela
~e i comnrnril, civil oll militar. Não· lhe contesto a competencia para isso quanto.
á sua acção interna ; mas o governo i_mperial, que lambem tem e póde ter o seu
cr it.erio, usa delle recusando-se a consentir que a a.cção externa do gover'n~ ar-
gentino exceda os limites que- lhe são traçados pelo direito internacional.
A solidariedade e as vistas communs, .que existem entre pai·zes regidos por in- .
stituições liyes e que nenhum · respeita ma.is do. que o Brazil, não destroem as
regras que a experiencia 'e o consenso de todas as nações têm estabelecido para os
casos como este de que se frata. A abstenção é um direito e muitas vezes uma ne-
cessidade e a ·esta se deve attender sobretudo quando ha a particularidade da vi-
zinhança. O governo amigo deve contentar-se com essa absterição sem exigir aquillo·
que os justos_interesses do seu vizinho lhe não permittem conceder.
É exacto que nas instrueções dadas ao presidente do Rio-Grande do Sul se
previo o caso da entn~ga da canhoneira · ao governo argentino; mas não se .fez
depender essa entreg11 da vontade do commandan-te. Aqúellas insfrucções forã.o
h m claras ; estabelecêrão duas hypotheses, sahida de ·conformidade com a inti-
mação já feita, e, no caso de impossibilidade . pelo temor das consequenciasr
detenção do ·navio, sendo desembarcada e ii1ternada a· tripolação. Isto é diverso ..
S.i V. Ex. tiver a bondade de reconsiderar a materia, reconhecerá que não inter-·
prelou bem o· pensamento cio govern0 imperial. Houve, é certo, uma vontade :
foi a do ·soberano territorial, que, usando do seu direito, determinou o que
se devia fazer . . Na segunda hypothese . c'Onsultou-se não a vontade e sim o te:...
mor do commandante.
V. Ex. reunio dous factos que não tinhão ligação immediata e enxergou
portantQ uma contradicção que ·não existe. Os ·factos são : a hypo1hese da ~n­
trega e a observação que fiz relativameHte á qualificação do procedünento ·do
com mandante Obligado pelo Sr. presidente da Re-publica: A contradicção é
esta : si a canhoneira era· propriedade do governo argentino, era criminoso o acto
do commandante, e então não podia o governo imperial dizer que as palavras do
Sr. presidente não erã0 norma de proc·edimento para um Pº"º estrangeiro, pois
que os actos de um militar, nas condições de que se tràta,, não podem ser
objecto ·de dua's opiniões d'ifferentes.
G goveri:io imperial pr.eferfa que ia ca<tl'hoHeirâ sabi-sse . Nessa- ·hypothese·

' .
70
volta vão as cousas ao estado anterior e podia o governo argentino recuperar a ·sua
propriedade pelos meios que lhe conviesse empregar'. Na outra hypothese, não
. podendo o governo imperial consentir que o üa\'ÍO se conservasse no porto em
condições que lhe não competião, determinava o desembarque e internamento-
da tripolação, e só então . entrava na questão de proprieJade, a que antes era
alheio. Não qualificou de criminoso o acto do commandante desde que, com
justa razão, lhe atlribllÍa caracter político. Não ha portanto a contradicção que
V.
. Ex. enxer~ou.
.
A observação, que fiz relativamente ás palavras proferidas pelo Sr. -presidente
da Republica na sua mensagem ao congresso nacional, foi provocada pelo facto
de haver V. Ex. estranhado que a população da província do Rio-Grande do
Sul tratasse como heroe e valente ao homem que S. Ex ..h.avia lanÇad0 á exe-
c1~ação das · pessoas honradas.
Devo insistir na minha observação, porque a de V. Ex. tende a estabele-
. cer doutrina inteiramente nova e inadmissível · entre povos indepehdenles, e
porque, como já disse em outra parte desta nota, . tratamos de salvar princí-
pios. As regras de moral são as mesmas em todos os paizes civilisados, mas
na sua applicação póde haver divergencia. Entendeu o governo argentino que
os successos de Setembro conslituião um motim militar ; estava no seu direito .
.Partindo dahi qualificou o Sr . .-presidente da Republica ·os autores desse motim,
ou um delles, como em sua consciencia entendeu que era ju.sto. Todavia a sua
palavra autorisada não era auto~idade para os estranhos e estes tinhão a facul-
dade de ajuizar differentemeule. Assim se fez no . Brazil, e não era estranho
.que se fizesse. Limito-me ·a estas poucas considerações porque neste momento ·
.apenas · trato de uma questão abslracta de principio. .
· Passa.ndo · a considerar -o procedimento do presidente da província, diz V. Ex .
.que elle não mandou verificar si erão reaes as avarias allegadas · pelo comman-
dant~ da· canhonr.ira, nem impedio que esta augmentasse a sua tripolação. ·
Não sei si se fez alguma vistoria. Exigindo a urgencia · do caso . que . a corres-
.pondencia entre a presid.encia e este ministerio fosse tele~raphica, forão as com-
municações necessariamente mui . laconicas~ Devo entretanto crêr que alguma
,çousa se fizesse para verificar o facto. Já pedi . informações.
Quanto ao augmento de tripolação, V. Ex. me permittirá observar que a üi-
"certeza do numero accrescido, V. Ex. diz- dez· ou doze homens-, autorisa a
duvidar da exactidão das informações prestadas ao governo argentino. A ·canho-
neira voltou · para ahi e V. Ex. 1.o?s~rva que· o regresso della o habilitou a
provar as suas imputações de modo;·co,ncludente. Quem depoz, si o podia fazer,
devia ser positivo, porque o facto \;~~: ; permittia. Em todo caso não era difficil
q11e, apezar da vigi~ancia das a:uJo.riid~des, conseguisse o commandante Obligado
·.receber um pequeno numero ?e homens a bordo do seü navio.
Não posso concordar com V. Ex. na paridade que encontra .entre o caso da
7t

canhoneira Paraná e o de um corpo de tropas que entrasse . no territorio do


Imperio pela sua fronteira terrestre. Os dous casos são diversos. No segundo a
obrigação de desarmar, devolver as armas e internar nasceria do direito de
asylo, que se não deixa de exercer em casos similhantes sem faltar a todas as ·
considerações de humanidade. No primeiro não havia. aquella . obrigação porque
o navio, ao contrario ·da força de terra, não eslava adstricto ao territorio proprio
e ao alheio, tinha o recurso do oceano, que era o seu elemen,to e que é com-
mum a todas as nações. Os princípios internacionaes, que regulão os incidentes
da guerra marítima, são bem claros nesta parte e não impõem aos governos neur
t.raes a obrigação que "."· Ex. suppõr; deixão-lhes a faculdade de procederem,.
como procedeu o governo imperial.
O Sr. Padua Fleury, a quem pedi explicàções sobre o que elle disse na confe-
rencia a que V. Ex. alludio, não confirma o sentido da asserção de V. Ex. Deixo
de insistir nest'e ponto, porque 'não tem imporlancia real e sobretudo porque envolve .
asseverações de dous cavalheiros que estão de boa fé:
Con~luio V. Ex. a sua nota tratando d ~ uma observação que fiz , isto é, -da poss.i-
bilidade de .ser o procedimento do governo imperial modificado pelas circumsfancias
supervenientes. Parece a V. Ex. que essa observação era incompre~ensivel, inoppor-
1.una, sufficienle para inquietar ao seu governo e contraria aos immulaveis princí-
pios qo direito internacional.
Disse eu: «Esta desigualdade de tratamento poderia ainda ser modificada pelas
« circumslancias supervenien.les conforme as condições em que se fossem achando
« as parles contendoras, sempre de accôrdo· com os princípios do direito inler-
11 nacional, que V. Ex. mesmo .reconhece em su~ nota. No momento porém de
« que se trata não havia a igualdade de que se queixa o governo argentino. >1
Fiz e.sla observação, como se vê das ultimas . palavras, depois de mostrar que a
ca nhoneira nã0 tinha sido tratada em pé de igualdade com o governo argentino,
para tornar mais saliente a desigualdade qu e tinha havido. Eis ahi a opporlunidade .
Quanto ao ma.is, a minha resposta é facillima. O que eu ili~se não erà· sinão o
corollario de uma proposição de V. Ex. que. transcrevo.
<< Poderia V. Ex. invocar a neutralidade para recusar, como de feito recusoú,

« a detenção da Paraná, si este navio se tivesse apresentado nas aguas do .Imperio


« com bandeira e patente de algum governo estabelecido ao menos pelo facto da
« rebellião; 0u si a guerra civil, a que està désse origem, se prolongasse d~ modo
« que V. Ex. pudesse suppôr a existencia de dous ·poderes na Republi.ca. ,, .
A vista dos recursos de que dispunha o governo argenlino , poder-se-hia negar
a probabilidade ·de se realizar aquella hypolhese, mas ·a possibilidade estava na
natureza das cousas. Se a ·hypothese se realizas~e, ficarião essencialmente rnodificadas
as condições das. parles conlendoras e as relações de qualquer dellas com os governos
neulraes; e modifi.cadas de conformidade com os principieis do direito ·inlernacional,
que resalvei no trecho impugnado. Haveria ·então · não ·só a faculdade de negar a
f.

72 ('

detenção do navio, já existente no conceirfo do governo imperial, mas ainda a de


praticar Qutros actos. fato é consequencia logica do que · V. Ex. disse, nem· póde'
deixar de ser, salvo si se admille como regra o absurdo da immutabilidade p·ara 0s
neutraes mesmo em presença de alteração radical nas relações elos bellige.rant<;>s
e ntTe si. -~ '
·'·
Concluirei pela minha parte cOJ;n uma observação indispensavel, embora envolva
idéa já reiteradamente expressada nesta nota e na anterior. As prescripções ·da
constituição argentina são obrigator~a.s para os cicladãos da Republica e não para
os estranhos; nem podem ter a virtude de altérar as regras do direito internacional.
Digo que esta observação é indispensavel, porque V. Ex., collocando-se no ponto
de vista dos interesses do seu paiz, tende nas suas duas notas a sobrepôr esses inte-
resses aos direitos alheios.
Tenho a honra de reiterar a V. Ex. os protestos da minha alia copsideração.
A S. Ex. o Sr. Dr. ff. Pedro Antonio Pardo.
VISCONDE DE CARAVELLAS •

. Ferimentos feitos no imnerial marinheiro Manoel Antonio de Paiva, por soldados ar[entinos
á füar[em · do arroio A[napehy.
t

N. 41.
,. Avz'so do minz'sterio da marinha ao dos negados estrangeiros.

Rio de Janeiro.- Ministerio dos negocios da marinha, 9 de Dezembro de ·1874.

·Illrn. e Exm . .Sr.-Tenho !l ·honra de transmittir a V. Ex., para os ·fins conve-.


1

nientes, as inclusas cópias : do inquerito, a que o con~mandante da flotilha do


Alt_o-,Uruguay mand,ou proceder, relativamente ás offensas physicas pratícadas em
'uma, "praga d;i mesma flotilha por soldados de cavallaPÍa ;:trgentina, na margem do
' arroio .« Aguapehy », e da correspondencia trocada pelo referido com mandante com
.as autóridades militarés daquella locàlidade.
Deus guarde a V . Ex. ,
A ·s. 'Ex. o S.r. conselheiro de Estado Visconde de C11.ravellas.

: . "· '
"JoAQúIM: DELFINO RrnE1R:o 1DA -Luz.
...

,.
1

' ' .-. . ,,:_,


73

DOCU~IENTOS A QUE SE REFERE O AVISO PRECEDENTE •

..
· Commando da flotilha do Uruguay. Bordo do vapor Lamego . em Itaqui, 10 de
Novembro de 187 4.

Chegando ao meu conhecimento por uma cornmissão de negociantes enviada


pelo fuiz pedaneo da villa ·do Alvear, e posteriormente por officio do comrr,ian-
danle militar do departamento da Cruz, a egte junto, ter sido gravemente ferido
e maltratado na margem do arroio Aguapehy por uma força legal de cavallaria, que
alli se aehava acampada, o imperial marinheiro Manoel Anlonio. d~ Paiva, e con-
vindo reconhecer a criminalidade do facto, nómeio V m. presidente do auto de
. interrogatorio para perscrutar a verdade da occurrencia constante · dos documentos
juntos para levar-se a effeilo o fim que se tem em vista.-Deus guarde a V. S.-
Sr. 1º tenente Francisco Anlc:inio de Salomé.' Pereira, commandante do vapor
Tramandahy.-Baldztino José Fe1Teira de Agiáar, capitão . de fragata. --José·Mar-
cellino da Silva, escrevente.

Commando da flotilha do Uruguay. Bordo do vapor Lamego em Itaqmi, 10 de


Novembro de 1874.

Para o auto de interrogalorio de. testemunhas que se tem de proceder para veri-
ficar as causas que concorrêrão para os ferimentos que soffreu o imperial marinheiro
Manoel Antonio de Paiva, na margem do arroio Aguapehy pelas forças lega~s de
. cavallaria argentina alli acampada ao mando do major Verdum, nomeio: presi-
dente, 1º tenente Francisco Antonio de Salomé Pereira; vogaés, 1º tenente . Alfredo
Augusto de Lima Barros, 2° cirurgião Ur. Henrique Ferreira dos Santos ·~eis. _Os
quaes investigaráõ todas as circumslancias relativas ao indicado facto e organis.aráõ
o _compelente process0 çomprobalorio.-Balduina José Fe1·rei°'r a de A.guiar, capi.Lão
de fragata. .

Auto de corpo de delicto, feito, por ordem do lllm.


Sr. capitão de fragata Balduino José Ferreira
de Aguiar, commandante da . flotilha dó Alto Urugúay, na praça abaixo declarada.

Aos .sete dias do mez de Novembro de mil oitocentos setenta e quatro examinei
no acampamento militar argentino do Aguapehy, o jmperial marinheiro Manoel An-
tonio de Paiva, que apresentava os ferimentos seguintes: uma solução de continuidade
de dous decimetros de extensão, interessando o couro cabelludo :na parte lateral
esquerda .da região occipital, uma . outra de quatro de~imetros de extensão na
face externa .do óraço direi to·.interessando a pellé, o tecido cellular e o feixe externo
do lriceps .brachia.l; um~ terceira d~. dous d·ecimefros de extensã9 ,compromettendo
. .· . 1
E. 1
10 .
.
'I

os tecidos que cobrem a face externa da cavidade estyloide direita; uma quarta ·de
quinze centímetros 1de· exfénsão' na )região 'dorsal; qu'inla 11a região tombar, sexta
na \região sacro laternl esquerda,. tendo as duas ultimas mais - ou menos tres cen-. ·
tüileüos 'de extens~o interessando a pelle e o tecido cellular, (~ finalmente um
ferimento na mão esquerda com perda 'do pollegar da ·dita mão: todos estes fe-
rimentos forão feitos por instrumentos cortantes e perfurantes.
·... Alvear, ,7 de Novembro de 1~74. - Dr. He1i1'ique Ferreira dos Santos Reis,
. segundo cirurgião. -· .José Marcellino da Silva, escreventr..

Bordo do vapor Tramandahy em Itaqui, · 10 de Novembro, de 1874.

lllm. Sr. -· . Passo ás mãos de V. S. o incluso auto de ·interrogatorio de teste-


munhas ácerca do facto dado ent.re praças do monitor Rio-Grande, e uma guarda
argentina do Alvear.
. Deus guarde a V. S.
lllm. Sr. Balduino José Ferreira de Aguiar, càpitão de fragata commandante
·aa flot~l. ha.
FRANCISCO ANTONIO DE SALOMÉ PEREIRA)
Primeiro tenente.

JosÉ MARCELLINO DA S11vA,


Escl'evente.

Aos dez dias do mez de Novembro de mil oitocentos setenta e quatro, reunidos
na camara do _monitor Rio-Grande, os primeiros tenente.s Francisco Antonio de
_Salomé Pereira, Alfredo Augusto de Lima Barros e o segundo cirurgião Dr. Hen-
rique Ferreira aos Santos Reis, nomeados por S. S. o Sr. capitão de fragata Bal-
duino José Ferreira de Aguiar, afim de tornarem conhecimento do successo ha-
vido no Alvear entre praças do monitor Rio-Grande e uma guarda militar argen'tina
•• ' 1

acampada no arroio Aguapehy no dia sete d.o corrente e conhecer-se de que lado
está a culpabilidade do facto, resolvêrão que fossem ouvidas as praças que estiverão _
t~· presentes no conflicto, e para constar lavrou-se este termo que comigo ·assignão os
outros ' membros do ·Conselho. (Assignados).--Fran.cisco Antonio de Salomé Pereira~
primeiro tenente. - Dr. Henrique Ferreira dos Santos Reis, segundo cirurgião.
Álj'redo Augusto de Lima Barros., primeiro tenente.
. PRIMEIRO INTERROGADO. -Nephteliin Alves da Silva, guardião extrarruriierürio sê.r- .
vindo de' mestre no monitor Rio-Grande.
Perguntado o que sabia sobre o accidente havido entre a guaf'da argenffo~ a'.êã%pada
no arroio Aguapehy e as praças do monitor _fl.i'o-Grande , responde.u: que tendo ·ido
com ~icença · q.e s.eu, ,c.~mma~~ant~ .caçar. appro:ximou-se da barra ·do A.guapehy com
1

iiiterição de subi-lo para aqnelle mister ·e que·tendo sabido que não 'era permittido
75
enfrar no arroio sem prévia licença . da força acampada nas margens do dito arroio .
desisti o de seguir; mas, por insta°:cias de um soldadó da guard·a argentina fei ·
saltar um marinheiro, que o acompanhava, para pedir licença ; demorando-se este
veio um officiid pedir que mandasse uma praça mais graduada e dle mandou o
imperial Luiz Francisco Seg·undq, e como este tamben~ n~o voltasse, sendo o ·in-
terrogado avisado por um individuo, que alli se achava de que officiaes e praças
da força argentina estavão embriagados, resolveu elle interrogado voltar para a
costa brazileira por isso que ·tinha sabido que o primeiro marinheiro, que man-
dára pedir licença, Manoel Antonio de Paiva, estava gravemente ferido, e o s~gundo
que lambem a instancias do offici~l argentino mandára, estava preso, o que Ih'e
disséra o mesmo individuo que lhe déra noticia de que '°ffi.ciaes e soldados da'
guarda estavilo embriagados. .
l\ada mais disse e temfo-se lido o seu interrogatorio e achado conforme assign<õu
com o official info:rrogante e eú o Dr .. Henrique Ferreira dos Santos Reis, vogál
mais moderno o escrevi. (Assignados).-Lima Barros, primeiro tenente interrogante.
-Nephtelz'm Alves da Silva , mestre do monitor Rio-Grande.

'SEGUNDO INTERROGA Do. - Luiz Francisco Segundo, imperial marinheiro servindo


na guarnição 'do monitor Rio-Grande, perguntado o que sabia sobre o fa(bto que,
se havia dado no Alvear entre as praças do monitor Rio-Grande e soldados da·
guarda argentina acampados no arroio Aguapehy, ·respondeu : que indo elle inter-
rogado, o mestre do Rio-Grande e ·o ih1perial marinheiro Manoel Antonio de Paiva .
subir o Aguapehy para caçarem, um soldado argentino lhes disse que era preciso
que um delles fosse pedir licença ; o mestre mandou o imperial ·Manoel Antonio
de Paiva e demorando-se este mais .de duas horas, apparéceu um official a~gen~
tino e diese·que era preciso mandar um outro home.m ; o mestre ordenou que ·
elle interrogado fosse fallar com o official, que commandava a guarda; ao chegar'
no acampamento encontrou elle interrogado seu companheiro Manoe~ Antonio de
Paiva ferido e estaqueado ; o official que alli eslava mandou que elle interro-
gado ficasse sentado ao lado do ferido até que chegando um individuo, · que lhe
pareceu ser o c~efe politico ordenou que se desatasse o ferido, que estava amar-
rado pelos pés a duas estacas e se (J conduzisse para um rancho, que .estava
perto; elle interrogado ficou com. mais dous soldados argentinos cuidando do
ferido, até que muito· depois apparecêrão o secretario da flotilha e o Dr. Reis,
quç os trouxerão para bordo: nada mais lendo a dizer, lido o seu interrogatorio
e ach~ndo-o conforme, por não saber ler nem escrever. assignou em seu Jogar o
imperial marinheiro grumete, Julião, e o interrogante, e eu Dr. Henrique Ferreira .
dos Santos Reis, vogal mais moderno o escrevi. (Assignados)-Lima Ban·os, 1º
tenente interrogante.-Julião.

Imperiai marinheiro Manoel Antonio de Paiva ; per-


TERCEIRO INTERROGADO. -

guntado como se tinha dado o facto de que resultou ficar ell,e feridoi declarpq
76

que eslando elle com o . mestre do Rio-Grande e o imperial Luiz Francisco .Se-
gundo na bar:ra do Aguap.ehy, onde linhão ido caçar, foi por ordem do mestre
pedir licença para entrar no arroio ; que chegando a.o acampamento ficou ale-
morisado por se vêr cercado por diversos . homens armados, dos quaes um lhe
apontava com uma lança e lendo elle disparado (oi seguido por mais de trin.la
soldados de cavallaria e ferido, sem se poder clefen~er por ler até deixado su,a
arma de caça na chala·na, cahindo foi amarrado pelos pés a duas estacas; pouco
depois appareceu o seu companheiro Luiz Francisco Segundo, a quem ordenárão.
que ficasse sentado ao lado delle ; depois chegou o· chefe das forças argenlinas
mandou soita-lo e leva-lo para um rancho, onde elle ficou até chegaren1 o secre-
tario da flotilha e o Dr. Reis que o lrouxerão para bordo; nada mais disse e por
não poder esorever pelo seu eslado de saude assignou eEle inlcnogatorio, que o
it'üerrogado açhou c~nforme, o imperial marinheiro Julião, e o official interro-
gante, e eu o Dr. Henrique F~~ rreira dcís Santos Reis, vogal mais inoderno o
es~revi. , (Assignaclos)-Lima. Barros, Jº tenénte interrogante.-Juhão.
Á vista do depoimento das praças interrogadas o conselho ·é de parecer que
toda a aggressão partio da forç:l argentina, e o mesmo se deprehende do officio
do com mandante Jacintbo Vcrdum ao chefe militar do deparlameQtó da Cruz, cm
que o mesmo Verdum declara que o imperial marinheiro Manoel Antoi1io de Paiva
saltára clesarrnad-o e sómente para pedir licença.
~ordo dó monitor Rio-Grande no porto de Itaqui, 10 de Novcrnbrn de 1874.
· (Assignados).- Fra'(lci'sco Antonio de Salomé P(]reira, 1º tenente. -Alfredo Aú-
gusto.deLima Barr:os, . 1º tenente. - Dr. Henrique Ferreira dos Santos Heis.-
José Marcellino da Silva, escnivente.

(TaAoucçA.o.)-,Do chefe militar do departamento da Cruz, Alvear, 8 de Novembro


de '1874.

Ao chefe militar da flotilha brazileira em ltaqui.


Tenho a honra de levar ao seu conhecimento que hontem ao meio-dia occorreu ·
um incidente desagraclavel, no acampamento da Barra de Aguapehy, entre um sol-
dado de marinha do seu cornmando e . uma guarda, que estava-de serviço naquelle . .
. ponto, composta de um corpo de guardas nacionaes de cavallaria de- campanha,
como consta da cópia junta. Por esta verá Vm. de que lado eslá a verdadeira razão, e
isto lhe servirá para fazer j-nstiça a queni de direito. O que lenho a honra de com-
municar-lhc para seu conhecimento e fins convenienles .'
Deus guarde ao Sr. chefe.
JosÉ D: ALVARES.
77

· (TnÁtiucçÃo.)7-0 chefe abaixo assignado. Acampa,mento, Barra de Aguapehy~ ·


1

7 de Novembro de 1874..

Ao Sr. chefe militar do departamento da Cruz .


.Communico a V. S. que neste momento, meio-dia, acaba de occorrer neste
acampamento um desagradavel incidente entre um militar da marinha imperial
e outros de igual classe pertericentes,a este corpo. Foi o seguinte: No momento
em que u.m gru.po de homens .se approximava do outro lado do rio Aguapehy s~hia
do mato á màrgem do mesmo rio urn militar com vestuario da marinha impe-·
rial e chegou-se a· mim a pedir-me licença para entrar no Aguapehy com o ohjecto
de caçar. Perguntei-lhe onde linha a arma. Respondeu que a bordo. E como eu
tivesse de ir reconhecer o grupo de homens, ordenei ao tenente D. Manoel J.
Leiva qu.e o fizesse deter na liqha até que eu fizésse o reconhecimento do mP.n-
cionado grupo. Em execução desta ordem pedio o tenente Lei,va· um lancéiro
para guarda do individuo em quanto se sellavã.o os cavallos. Chegando o lance'iro
aonde eslava o preso, fugio este para o mato, até onde foi perseguido, e resis-
tíndo com geitos de dar cabeçadas em seus perseguidores, ferirão-n 'o estes na cabeça
com machadinha e no corpo com lança, corlando-lhe o dedo de uma . mão,
e o prendêrão. Derão-me immediatamenle parle do occorrido e passei ao logar .1
onde se achava o enfermo. Informei-me ahi do modo como se dera o caso e
pergun.tei por que linha desobedecido á orclerrL Respondeu que, ouvindo pedir um ·
lanceiro, julgou que fosse para lancea-lo. Perguntei-lhe então si o militar, que
viera para 6car-lhe de guarda, o ameaçára com a arma. Respondeu que não, e que
elle havia corrido antes que aquelle o alcançasse. Isto foi tudo quanto deClarou o
individuo, que ainda se acha enfermo neste acampamento. Logo que inspeccionei
o enfermo, ordenei que o tenente Leiva e os militares que tinhão praticado o
acto, ficassem incomrnunicaveis até que Vm. determina~se o que se lhes :~de~e~se ·~~~

.
fazer. ,
.
Jt ·quanto communico a Vm. para seu conhecimento e para os fins conve-
mentes.
Deus guardé a Vm. ·
JACINTHO Vf.RDUM.

Commando da flotilha do Uruguay. - Bordo do vapor Lamego, ern llaqui,


9 de Novembro d.e 187•4.

Illm. Sr. - Antes que V. S. me désse conhecimento do desagradabilissimo acci•


dente, , que tev~ logar entre soldados de cavallaria da Republica, acampados nas
margens do arroio Aguapehy e um imperial marinheiro da flolilha do meu eomman-
do1 dous negociantes do Alvear, a pedi.do do juiz pedaneo daquclla povoação me
78
tio hão vindo communicar que se achava gravemente ferida urna praça .da flotilha;
indagado o faclo pelo meu secretario, tive sciencia de corno elle havfa occorrido ; ,
não era pois necessario para que eu fizesse a quer~ competisse que me fosse pre-
sente a parte . do cornm.andante do acampamento, parte que só servio para mais
corroborar no meu e~pirilo a convicção de que responsaveis e culpados erão os mi-
litares, que, abusando do numero e da força linlião lão barbaramente aggredido um
es.trangeiro vestido com os uniformes da marinha brazileira, como na mesma parle
se declara .
.Possui do da mais jusla indignação, por tão insolito procedimento, esperaya da
autoridade argentina participação official do occorrido para dar conhec imcnto ao
governo do meu .paiz : infelizmente vejo q'ue V. S. não tomou providencia alguma
para punir os autores de lão barbaro, quanto covarde allçnlado ; ao contrario V. S.
limita-se a dar-me uma incompleta noticia do facto e pede-me que eu faça ju~­
tiça1 a quem tiver, corno si quem se devia queixar da offensa pudesse punir os
criminosos sob seu commando.
Custa a cr.êr Sr. chefe militar que homens com inslinctos ferozes e selvagens,
abus:em da supp0sta immunidade, que lhes dá o titulo de soldados da Repu.blica, para .
praticarem actos que devem envergonhar mais os algozes, do que humilhar a.victima.
Com que fim se prende um militar estrangeiro, que desarmado, ch~ga a um
aca1mpamento de forças legaes para ·pedir licença de saltar n'um paiz amigo?
Para. que . se o atemorisa fazendo-o guardar por lanceiros e depois se o persegue
maJ;trntaudo-o tão cruelmet1te, e quando já se o tem semr-morto se o estaque.ia?
Espero que V. S: considerando a gravidade . do facto, que commu~icou-me,
cumpra o dever de punir severamente os criminosos, . tornando desde já effectiva
· sua pr.isão, na certeza de que sobre o procedimento que V. S. tiver, eu hei de
toma:r as providencias, que julgar convenientes~ ·
1

. Delis guarde a V. S.---Jllm Sr. chefe militar do deparlamenlo da Cruz, D. José


D. Alvares. (Assignado)-Balduina Josd Ferreira de Aguiar.' capitão de fragata. --
José Ma1·cellino da Silva, escrevente.

(TaAnucçlo.)-.0 chefe militar do departamento da Cruz, acampamento,
Arroio Bacacay, 11. de Novembro de 1874.

Ao Sr. capitão de fragata Balduino ..José Ferreira de Aguiar, commandante da


flotilha imperial do Alto Uruguay, no porto de ltaqui.

Nesta mesma data tive a honra de feGeber a respeitavel nota de S. S., datada de
9 do corrente e relativa ao desagradavel ~do, que na pessoa de um imperial
marinheiro pertencente á flotilha com mandada por S. S., praticárão no dia 7
uns.· soldados, que, se bem estejão sob as imrnediatas ordens d() sargenlo-
mór11 D. Jacintho Verdum, dependem da divisão que me obedece. Po.r esta razão
jpsta, S. S, çpmigo na precitada nota para que proceda immediatamente á
..
79

··effecliva pnsao dos delinquentes e ameaça-me com to'mar as rne'didas qu'e julgar
convenientes, conforme o meu procediniento ,
Presd-ndindo de refutar alguns dos conceitos que a nota de S. S. sus'.t'entà,
pois de nenhum modo pretendo attenuar o faclo, demasiadamente lam~ntavel
em si mesmo, ·peço permissão a S. S. para fazer-lhe presente, àfim de qµe se
: .
digne 'tomar . 'em consideração, · o estado anormal do meu paiz nestes momentos.
(,

O mal proveio de . se ter tornado suspeito á primeira vista o indi-viduo aggre-


dido ·pelo modo como prncedeu, sendo eu o primeiro a. reconhecer que isto . de
nenhuma maneira au torisava tão fu.nesto resultado. Aquelle mesmo estado anor-
mal tem · feito com que se não proceda com a prom pta jus liça que o caso me-
rece. ·Apenas tenho podido conservàr em prisão os individu~s que Üverã~ .parte
no facto, 'não procedendo á indagaçao summaria que se de.via fazer pela cir..:
cumstancia de ter tido que mudar repentinamente o acampàmenlo com to.d-o o
corpo dó meu commando, em obediencia ás ordens superiores, sem que esta
operação estrategica influisse para a soltura dos presos. Hoje, aproveitando um
momento em é~tie não tive ·que praticar nenhuma operação das que succedem
a cada instante nas circumstancias em que se acha o paiz, e em cumprimento
. do meu dever, feita a in~agaÇão verbal do facto, remetti para a prisão publica
sob a acção da justiça civil·, o tenente de cavallarià da guarda nacional D. Ma-
noel F. Leiva, presente réo de tão lamentavel ·successo.
Só me resta dizer a S. S. que agora· toca 'ao Sr. juiz de paz, como primeiro re-
presentante da justiça civil, fazer a competente informação summaria, promo-
vida pelo representante do governo imperial residente na povoação 1de Alvear,
para averig·uar-~e o facto . e quáes os verdadeiros réos, e applicar-se a estes o
castigo , que as· leis imponhão segundo a gravidade da culpa. , .
Deixàndo assim respondida a nota de S. S., me é grato aproveitar a oppor-
tunidade ·para offerecer os mem: humildes. respeites a S.-S., a quem Deus·gu'.drde.
J. D. , ALVARES.

T.ims: dados do territorio ar[entino solm duas Iaiw1ias .pertencentes âítlótHha do · Alto ;·ururnay.
j

''
Olficio do pratico H. A. da Costa ao commandante da . canhoneira· «Greenhalgh.>J
Bordo da cánhoneira Green!zalglz, 22 de lOutúbrÓ de f8i4.
. 'I
Illm. Sr .-Tendo regressado hoje da com missão que me ordenára V. S. ,,,de
conduiir as lanchas a vapor á Constituição, cumpre-me participar a V.. S . .que
no dia 20 ·ás 2 horas da tarde depois de transpôrmos o Salto Grande, seguindo
80
nós aguas acima seguidos pelo . vapor narional Uruguay, fomos ·sorprendi.dos ·
pelo som de um tiro disparado da margem argentina, uma legua acima do Salto
Grande, e em seguida por mais dous tiros partidos do mesmo lado,.cujás ·balas
de fuzil dirigidas com boa pontaria, uma sobre a machina e outra ao homem
do leme forão felizmente desviadas pela boa marcha que as lanchinhas fazião,
e assim cahirão uma dous palmos pela poupa das lanchas, e outra não alcary-
çando estas, recochetou no rio e transpôz por cima das mesmas indo perder-se
muito distante ; avistámos enlão na dita mnrgem donde partírão os tiros uma
p~rtida de soldados de cavallaria, que nos acompanhárão pela costa acima, com
uma legua de distancia, continuando nós até então a navegar pelo meio do rio,
tendô depois tomado a margem direita, nâo pudemos mais divulgar cousa al-
. guma. É tudo que me cabe communicar a V. 'S. ·para os fins convenientes.
Deus guarde a· V. S.
IUm. Sr. Manoel Soares Pinto.
HERMENEGILDO ANTONIO DA CosTA.

N. 43.
Nota da legação impe1·ial em, Buenos-A.yres ao. governo argentino.

Legação imperial <lo Brazil.·-Buenos-Ayres, 21 de Novembro de 187 4.

Exm. Sr. ministro. -O abaixo assignado, encarregado de negocios interino do


Brazil, acaba de receber ordem do seu governo para dirigir-se, sem demora, ao da
Republica Argentina · ácerca de dous factos da mais transcendente gravid.ade para
as relações existentes entre o Hrazil e esla Republica.
O primeiro refere-se a um imperial marinheiro da flotilha do Alto Uruguay, o
qual, sendo attrahido do porto para o interior da povoaçã9 de Alvear por um grupo
de' soldados argentinos, foi barbaramente espancado, e 'em estado deploravel teve
apenas força para recolher-se ao seu navio.
O segundo passou-se com·dous escaleres da mesma flotilha, que tendo-se dirigido
ao Salto, em com missão, recebêrão ao regressar para o Alto Uruguay varios tiros .da
'' povoação da Concordia, ·disparados por soldados da cavallaria argentina, que, se-
gundo parece, rondavão a costa.
V. Ex. se recorda de que não ha ainda muito tempo, por accasião do lamenlavel
successo de Alvear o governo imperial immediatamente apressou-se etn desapprovar
o procedimento do commandanle Przewodowsky, sujeitando-o a um conselho. de
81

guerra. Assim procedeu o governo <le Sua Magestacle o Imperador em respeito aos
princípios de direito inlemacional, e em nome destes mesmos princípios tem o
governo imperial o pleno direito de esperar um prompto desaggravo aos ullrages
que fôrem feitos ao Brazil.
Os excessos acima mencionados, tanlas vezes repelidos, são em grande parte de:-
vidos á intemperança de linguagem com que se exprime quasi toda a imprensa
1 •

deste paiz, attdhuindo ao Brazil intenções e sentimentos que este não tem.
Si não fôrem severamente reprimidos aclos similhanles aos de que se trata, não
poderáõ elles deixar de contribuir para azedar as relações iilternacionaes e trazer
fataes consequencias que o Brazil não terá provocado ; em todo o caso, o governo
imperial não poderá ficar impassível ante ·procedimentos que denotão de uma parle
l.endencias mui lo lamenta veis e da outra parte uma grande incl·ifferença em cohibi-las.
O abaixo assignado, portanto, fazendo este protesto, pede a S. Ex. o Sr. Dr.
D ..Pedro A. Pardo, ministro das relações exterio1~es da Republica Argentina, as
provide_ncias que os dous casos supracitados exi_gem e as que fôrem necessarias ·
para prevenir o futuro.
Apresei1t2da assim a justa reclamação do governo imperial, o abaixo assignado
aguarda a resposta de S. Ex., e confiando plenamente na sabedoria e rectidão do
governo argentino, não duvida de que ella será tão prompta ~ satisfactoria como o
exigem o incontestavel direito que assiste ao imperial, e a immensa: gravidade das
offensas feitas.
O abaixo assignado aproveita o ensejo para reiterar a S. Ex. o Sr. Dr. D. Pedro A.
Pardo as seguranças da sua mais alta consideração.
A S. Ex. o Sr. Dr. D. Pedro A. Pardo.
.L01z Auausro DE PAouA FrnunY.

N. 44.
Nota do governo m'gentino d legaçiio impen'al .:·-

(TRAnucçxo. )-Minisierio das relações exteriores da Hepubli(',a Argentina, Buenos-


Ayres, 2õ de Novembro de 187 4...
Sr. ·encarregado de negocios. --- Hecebi a nota de 21 do ,:-Corrente, em que ·S. S.
reclama d.e ordem do seu g·ovcrno- contra dous factos que OC( ~ orrêrão, o primeil'o em
Alvear, onde diz que ui11 marinheiro da flolilha do Alto Um; guay foi estropeai:lo por
soldados argentinos, e o segundo na Concordia, onde se ·~df ·irma que duas ·lanchas
da mesma flotilha recebêrão alguns tiros disparados po1~ soldados argentinos ·lle
E. I H

\
82

cavaUaria, que ronda vão a coRta,.accrescentaádo a este respeito algumas considerações,


cuja exadidão corri prazà reconheço.
N~qa tànto deseja o meu governo como que as leis do paiz sejão uma verdade para
nacionaes e estrangeiros; e asseguro a S. S. que logo que receber dos governos de
~ntre-Rios e Corrientes as necessarias informações sobre os factos denunciados, si
estes fôrem como S. S. os expõe, serão severamente punidos os seus autores.
Como S. S. menciona em sua nota á imprensa, dir-lhe-ha o abaixo assignado que
lamenta com S. S. os extravias della; não lht~ póde porém altribuir os factos de-
nunciados, considerando a distancia dos logares e a 'classe das pessoas por quem se
suppõe que forão praticados os ·actos.
Por outra parte, esses extravias e a intemperança a que S. S. allude não são excln-
sivos do meu paiz. A elles se entrega com frequencia a imprensa do Rio, publicando .
correspondencias dirigidas por brazileiros residentes em Buenos-Ayres, nas quaes
abund_ão as falsidades e apreciações desfavora.veis ao governo arg'elitino.
Quando S. S. vier ao meu gahi~ete terei occasião de mostrar-lhe os escriptos a que
me refiro e que podem ser a explicação dos da imprensa de Buenos Ayres, provocada
por essas correspondencias insidiosas.
Com este motivo reitero a S. S. as seguranças de toda a minha distincta conside-
ração.
Ao Sr. D. Luiz Augusto de Paclua Fleury.
PEDRO ANTONIO p AHDO .

· N. 45.
Nota do govarno argentino á legação i?nperial .

(TRADucçi\o.) - Ministerio das relações exteriores da Republica Argentina, Buenos


Ayres, 14 de Dezembro de ·1874..

Sr. encarregad0. -- O governo de EnlTe-H.ios foi informado da nota, em que o


Sr. encarregado de negocios interino do Imperio diz terem occorrido dous factos,
. que considera da cc mais transcendente gravidade para as relações existentes entre .o
Brazil e esta H.epublica >>, dos quaes um se refere a cc duas lanchas da flotilha do Alto
« Uruguay, que, dirigindo~se ao Salto, em commissão~ recebêrão á volta varios tiros

« dados da povoação da Concordia por soldados de cavallaria argentina, que, ao .. que

cc parece, rondavã.o a costa.>) Diz o governado ~· da província: que não houve aggressJo
á bandeira de uma nação amiga; e muito menos por forças nacionaes; que dous
botes sem bandeú·a sub,ião o rio U ~:~ gua y , reb_ocados por um vapor do mesmo nome,
8'3

até vencerem o Salto Grande, que dista cinco ou seis leguas da Concordia; que soltos
os botes, seguirão aguas ac.ima até pouco mais ou menos duas quadras do vap•ff,
quand.o forão ·sorprendidos por tres tiros dados do lado do mato e não da Concordia,
como diz a.nota de 21 de Novembro, sem que se possa dizer ~i forão, ou não,· dirigi-
dos aos botes ; e que em seguida forão vistos fugir .para o interior oi to ou dez homens
sem uniformes nem insígnias militares, e não soldados de cavallaria da nação, como
affirma a mencionada nota. ·
O Sr. encarregado de negocios comprehende que é pequena a irnportancia dos
factos, como .elles se apresentão: nem se póde assegurar que os tfros fossem dirigidos
aos botes, nem ha offensa a bandeira algum·a. •
Estes e outros antecedentes, relativos ao assumpto, que' sem duvl,da terá transmit-
tido a essa legação o consul geral do lmperio, que pôde informar-se pessoalmente do
occorrido, terão convencido ao Sr. Fleury da ligeireza ou inexactidão com que lhe
forão communicadas as informações da nota ele 21 do passado, e lhe servirão para
retirar a accusação que essa nota faz .aos soldados da cavallaria argentina ao serviÇo
do departamento da Concordia.
Este ministerio ainda espera a resposta do governo de Corrientes sobre o incidente
occorrido em Alvear, e logo que a receba dará as. convenientes explicações ao Sr, en-
carregado de negocios, a quem Deus guarde por muitos annos.
Ao Sr. Luiz :A. de Padua Fleury.
PEDRO ANTONIO PARDO • .

N.. 46.
• /

'.
Nota da legação imperzál ao governo argentino.

Legação imperial do Brazil m1 Republica Argentina. - Buenos-Ayres, 19 de De-


zembro de ·187 4:.
Exm. Sr. minístro._:_Hecehi a nota, que V. Ex. se dignou dirigir-me em data de
14· do corrente mez, em referencia aos successos havi'dos na f:oncord ia ao regres-
sarem do Alto Uruguay em commissão para o Salto duas lanchas a vapor da marinha
de guerra brazileira.
Neste momento, Sr. ministro, só me cumpre dizer que me apresso em levar ao
conhecimento çlo governo imperial o conteúdo da nota de V. Ex. _
Tenho a honra de renovar a V. Ex. as expressões d,a minha mais.·alta con-
. sidúação.
Illm. e Exm. Sr. Dr. D. Pedro A. Pardo, ministro das relações exteriores da Re-
!)ublíca Argentina.
Lmz Auausrn . Dll: PADUA FLEURY.

.\
'1

{.
1
84.

Vexames sofftidos por subditos brazileiros na Cmrnordia.

N. 47.
Despacho do governo impe1°ütl d legaçrio em, Bitenos-Ayres.

Rio de Janeiro.-1\'linisterio dos negocios eslr;angeiros, '13 ·de Novembro de '1874. ·


.
Expedi hontem á legação imperial em Montevidéo o>eguinle lelegramma para que
clellc desse conhecimento a Vm. :
e< Comrnunique já a Fleury por telegrapho ou vapor guerra que o consul
<< Chaves deverá ir logo á Concordia para proteger brazileiros, podendo depois ueixar
cc alli vice-consul a quem se arbitrará gratificação proposta, obtendo logo exe-
cc quatur provisorio . . Fleury se entenda . com governo para que o con sul seja
cc respeitado 'em suas funcções . . )
Henovo a Vrnc. as seguranças de minha estima e consideração.
Ao Sr. Luiz Augusto de Padua Flr,ury.
V!SCONDE DE CA llA VELLAS.

DOCUMENTOS A QUE SE nEFERE O OFF! C!O PRECEDENTE.

Officia do consul ge1Ytl ao chefe 7Jolitico de Concordia,.

ANNEXO A.
N. 1.

Consulado do Brazil. na Concordia , 26 de Novembro de 1874.

ll.lrn. Sr.-Cheganclo a esla· cidade em comrnissão do governo imperial, foi


. mcr< primeiró cuidado indagar se existião brnzileiros ao serviço da Republica, e
depois de imm ensas pesquizas posso garantir a V. S. que existem no ·batalhão
, Concordià os brazileiros cuja lista addieiono; .e como lambem sei que entre .elles.
ha alguns personeros e voltinlarios, espero da justiça de V. S. que permittir-me-ha
inlerrogar a esses individuas, afim de que possamos chegar a um resultado.'
, V. S. sabe, que pelo tratado de amizade, commercio e navegação entre o . Brazil
e a Confederação Argentina assignado na cidade do Para mi em 7 de !V~arso de 1856,
85

e ratificado por pal'le do Brazil cm 29 ele Abdl, e pela Confederação em 25 ele


Junho do mesmo anno, os brazileiros es tabe lecidos ou resid.enl.es no territorio ar-
gentino, e reciprocamen te o:s argen tinos es tabelec idos ou residentes em territorio
brazileiro estão isentos de lodo o servi ço militar obrigatorio de qualquer genero
que seja, e de todo o empr2stimo forçado, imposto, ou requisição militar: assim,
pois, baseado no art. 8° des te t1~a tado, peço a V. S. a baixa. do serviço para esses
brazileiros, com exc:epção uniGamenle doe pf.r~neros, qu e servem como voluntarios
e recebem daquelles ·aos quaes substituem vencimento mensal.
'Aproveibrndo esta opportunidadc renovo a V. S. os protestos da mais alta consi-
deração e estima.
Jllm. Sr. D. Aquileo Gonznles, chef1~ políti co e co rn ma ntlant.e militar da Con-
cnrdia.
Da. Jo:\o Aoa1 i . o CHAVES.

LISTA A QUf; Sll nRrERE o OFFI ClO PRRC:E !J ENTE.

B 1·r1,ulez'rus que se encon trão no hciltt!lião f':onr.otdt'a .

.Joã.o .José Martins, Thornaz Marq ues, João Onofre, Antonio Gomes, Antonio Ma~
chado , Felippe Sa nti ago, José Sa nt 'A nna , .loào Anlonio de Paula, .João B. de AI~
meida 1 A.ntonio Alvat·es 1 Benedicto Villano va 1 Josó Silva, Antonio Alm eid!l, Manoel
Araujo .

N. · 48.
()jficio do consulado qe1·àl em Fhtenos-;lyres d le,qaçâo nnperia!.

Co nsulado gera l do Brazil em Bucnos-Ayres, 2 de Dezembro de 1874"


lllrn . e Exm. Sr. ·- Apresso-me em participar a V. Ex. que hoje pela manh ã
cheguei a es ta cidade de volta da Concordia, para onde tinha partido no dia JS
de Novembro ultimo em sat i sfa ~ão iÍS o'rde ns qil2 ,l'eceb.i do gove rno imperial por
inlermedio de V. Ex .
Não offúecendo passagem o rio Uruguay <:i canhoneira l vahy ~1ue me çonduzia,
por .ca usa da baixante do. seu leito , pedi pol' telegramma, e obtive do comman-
dante da canhoneira Greenhalgh qu e acha-se no .Salto, .uma lancha a viipor para
a qual trasbordei-me em Paysandú no dia 2'1 do mesmo mez, cheg·ando no
mesm'o dia ao ponto do meu destino .
.Depois de apresentar-me ao chefe politi co e co mmandanl.e mililar daqu ella
praça Sr. Aq uilêo Gonzales, tratei de dar exec ução ao · que me esl:ava ordenado.

I
\
86
desempenhando a cornmissão de que fui incumbido ; do·modo·por que V. Ex. verá
dos papeis annexos poi· cópias. Alguns braúleiros por terem-se apresentado vo-
luntariamente para o serviço das armas)como verbalmente e em frente do batalhão,
m'o declarárão, não pude requi:;itar sua baixa; outros, em numero de dez que
nelle estavão coagidos, forão postos em liberdade em virtude de minha reclamação.
(Annexo A.) ·
·Havendo chegado ao meu conhecimento de que ha .3 mezes, mais ou menos, tinha
sido assassinado naquella cidade um subdito brazileiro por ·ordem do comman-
dante do h.atalhão 9º de linha, que alli estava de guarniç.ão dirigi ao Sr. chefe
político o officio que junto por cópia sob n. 1 do annexo B e pedindo explicações
sobre aquelle desagradavel acontecimento. O referido chefe respondeu confir-
mando o fact.o como verá V. Ex. no mesmo annexo em cópia de n . 2 ; porém,
allegando que as autoridades militares lhe não tinhão dado conta do occorrido, por
isso não podia .prestar-me informações a respeito do nome, e nacionalidade do indi-
,·iduo, nem as causas que <lerão motivo á sua perseguição e morte. Antes de
ausentar-me da Concordia entendi-me com o Sr. chefe politico, sendo acreditado
como vice-consul o Sr. José Pedro da Rocha.
Esperando ter, assim, deixado satisfeitas as ordens do geverno imperial, cum-
pre-me renovar a V. Ex. as seguridades de minha particular estima e distincta
consideração.
Ao Exm. Sr. comrnendador Dr. Luiz Augusto de Padua Fleury.
' DR. JOÃO ADRIÃO CHAVES.

Officio do consul geral .ao chefe politico da Conco1·dia.

N. 2.

Consulado do Brazil na Concordia, 27 ele Novembro .de 187 4.


lllm. Sr.-Depois da representação que hontem tive a honra de endereçai·
a V. S. tive conhecimento de que aiém dos brazileiros, cuja lista acompanhou
ao meu officio, existião mais coagidos ao serviço militar na Concordia os se-
guintes .para o.s quaes lambem solicíto baixa do serviço, e são: Thomaz Mar-
ques Felippe Ribeiro, Anastacio Vieira, José Oliveira.
' .
H.enovo a V. S. os rn.eus sinceros protestos ele ~stima e consideração.
Illm. Sr. Aquilêo Gonsalez, chefe político e commandanle militar da Concordia.
DR. JoÃo Ao1uÃo CHAVES.
87

Otficz'o do chefe politica e comrrwndante rnilitar da Concordia ao consul geral do


Brazit

N. 3.
(TRAnucçÃo.)-Concordia, 27 de Novembro de 1874.
Eni virtude da nota de V. S. datada de hontern solicitando isenção do ser-
viço para quatorze indivíduos de nacionalidade brazileira, inscriptos no batalhão
Concordia, cuja relação nominal vem annexa, tomo a liberdade de. dizer a V. s..
as causas dessa inscripção, para que não se altribua tal procedimento a infracção
do tratado que V. S. invoca e que . o abaixo assignaclo acata e respeita corno
é do seu dever.
João José Martins. Entrou como substituto do cidadão Eduardo Gré.
Thomaz Marques. Ha muito tempo que se apresentou voluntariamente para
servir no piquete de policia . e hoje acha-se &g·gregado ao batalhão.
João Onofre. Não apresentou clocurnenlo algum que justifique sua nacionalidade.
Antonio Gomes. Entrou como substituto elo cidadão Fernando Bottari.
Antonio I\fachado. Não apresentou documento algum que justifique sua nacio-
nalidade.
Felippe Sàntiago. Remettido ela Federação pela mesma causa.
José Sant'Anna. Idem.
João A. de Paula. Idem. -
João B. de Almeida. Enlrou como substituto do cidadão Santiago Debato.
Antonio Alvares. Por ferir gravemente a outro individuo e não ter papeleta
que justifique sua nacionalidade foi destinado ao serviço durante a presente
guerra.
Benedicto Villanova . .Apresentou-se voluntariamei1te para servir no piquete da
policia, e posteriormente servi o nas revoluções de ·J 870 e 1873. Não tem pape-
leta que justifique sua nacionalidade.
José Silva .. É conhecido por argentino, natural da provrncia de Corrientes.
Sómente agora fica em duvida a sua nacionalidade.
Antonio Almeida. _Não ha nenhuin .individuo. deste r::orne ·no batalhão.
Manoel _Araujo. Tambern não apresentou justificativo de sua nacionalidade.
O abaixo assignado espera da illuslração e rectidão do Sr. consul geral que
em vista da classificação que antecede se servir{t indicar os inclivicluos que devão
te['. baixa, o que se eflectuará irnmediatamenle.
Hei tero a V. S. as seguranças da minha mais dislincla consideração.
Deus guarde a V. S.
Sr. consul geral do Brazil Dr. João Adrião Chaves.
AQUILÊO GoNSALEZ

(
88

Otfiáo do chefe po liti'co e cormnandante militar da Conconlz'a ao consul gemi


do Brazil.

N . .4.

(TRADUcç1o) .-Coilcordia, 28 de Novembro de '1874.

Cumpro o agradavcl dever de entregar a V. S. d~~ indivíduos de uaciona-


lidade hrazileira, que cstavão inscripl.os no bataihifo Concordia por não terem
documenlo a,lgum que justificasse sua nacionalidade. V. S. foi testemunha ocular
de r1uc, formado ·o batalhão . na sua pres~i1ça, mandando os chefes de compa-
nhias e depois o abaixo assignado que ·sahissern <.i frente os indivíduos de sua na-
cionalidade, apresentárão-sc quinze homens. V. S. os interrogou então pela 8Ua
nacionalidade e causas por que se encontravão em serviço, e o prolixo reconhe-
cimento 'C exame praticado por V. S. produzio a seguinte averiguação.
João José l\farlins. Está como substituto do cidadão Eduardo Gré.
Antonio Gomes. Tambem esltí: pelo cidadã.o Fernando Bottari.
foão B. Almeida. Substituto do cidadão Santiago Oeboto, com a circumslan-
cia de ser o mesmo individuo rerlamado i:>or V. S. com o nome de Antonio
Almeida. Sen~ duvida o appellido~ ou urna informaÇu.o inexacla, motivou o en-
ga1iJo ou conr'usão.
João Onofre. :f: subslilulo do cidadão Desidcrio Falco11.
·1'.homaz Marques·. Hespondeu a V. S. que prestava seus servi ços volnnlaria-
mcnte. ,
Convem a1Jvcrlir qne Felippe Santiago e Felippe Santi?go Hiheiro são o mesmo .
inclividun, corno V. ~) . leve occasi~o de reconh ecer.
Hesumindo u exposto n~ sultn que ficã.o no batalhão tolllo suhsl.iiulos _e volún-
la1.,ios: Jo[to P. Martins, Antonio Gomes, João B. Almeida, João Onofre e
Thomaz Marques; e d:i-se baixa a Antonio Alvares, Antonio Machado, Felippe San-
tiago Hibe·iro, José Sanl'Anna, João A. de Paula, Benediclo Villanova, José Silva,
Manoel Araujo., Anaslacio Vieira e José .Oliveira.
Deixancfo assim ·satisfeito 0 pedido de V. ·S., só rn e resta renovar-lhe as Eegu-
,ranças da minha particular estima e apreço . .
Deus guarde a V . .s.
Sr. consul geral do in.1per.iu do l:frazil Dr. Joàu Adrião Chaves.
Aouru'.;o GoN SALEZ.
89

Officio do ·consul ge1·al do Brazz'l ao chefe pohtico da Concordia.

N. 5.

Consulado do Brazil na Concordia, 28 de Novembro de 1874.

lllm. Sr.-Retirando-rne para Buenos-Ayres ·por haver terminado a comm1ssao


de que incumbira-me o governo imperial, cumpro o dever de communicar a.V. S.
que fica como vice-consul do Brazil nesta cidade o Sr .. José Pedro da Rocha.
Me é·agradavel, ao retirar-me da Concordia, agradecer .ª V. S. o auxilio que
prestou-me sempre que delle live mister par~ o desempenho de minha commissão,
e a extrema delicadeza com que honrou-me durante o tempo em que aqui per-
maneci.
Aproveito mais esta opportunidade para renovar a V. S os meus protestos de
· subida consideração e alto apreço.
Illm ~ Sr. D. Aquilêo Gonsalez, chefe político e commandantc militar da Con-
cordia.

DR. JoÃo AoRIÃO CHAVES.

· · Officio do chefe político da Concordia ao consul geral do Brazil.

N. 6.

' · (TRAouççÃo.)-Concordia, 28 de Novembro de 1874.

Accuso a recepção do officio de V. S. datado de hoje, communicando-me que,


terminada a commissão que lhe confiou o governo imperial, se retira para Buenos-
Ayres e deixa como vice-consul nesta cidade ao Sr. José Pedro da Hocha.
Esforçar-me-hei, Sr. consl~l geral, em cultivar com' o dito senhor amigaveis e es-
treitas relações, apartando no 'que de mim depender todo motivo que poss;i. altera-las.
Quanto a V. S., recordarei sempre com satisfação os breves dias de sua pernianeilcia
nesta cidade, em que me honrou com seu fino trato e amizade, des·ernpenhamlo
E. l 12
. ' 90.

com nobre franqueza. e recla imparcialidade a commissão que motivou stia viagem
a ésle ponto~
De·sejando a V. S. mui feliz viagem, r~novo-lhe as seguranças de minha distincta
consider.ação e apreço. . '•
Deus guarde a V. S.
AS.S. o Sr. cornml geral do Imper.io do Brazilj Dr. João Adrião Chaves.
AQmL:Eo GoNSALEZ.

Officio do consul geral do Brazil ao chefê politico da Concordia.

Annexo B.

N. 1.

Consulado do Brazil na Concordia, 26 de Novembro de 1874.

lllm. Sv .........Achanido.-me ew commissão do governo imperial nesta cidade, chegou


ao meu conhecimento que ha cêrca de tres ou quatro mezes fôra barbaramente
assassinado ás ·11 horas do. dia,. a uma quadra .da praça principal e da chefatura de
policia, o cidadão l?rà:zileiro Antonio José dos Santos por ordem do commandante do
batalhão 9° de linha! A pop,ulação desta.cidade foi espectadora desse honendo crime,
sem que as autoridades fegalmente coi.istituidas tomassem provi'd.encia afguma, como
. é voz publica! O vice-consul brazileiro Sr. Mançores havia fallecido, nenhur_n re-
presentante tinha, pois, o Imperio nesta. cidade, e por isso nenhuma .recla~ação
foi feita. Hoje, porém, que aqui encontr•>-me, espero da justiça que deve caraclerisar
a V. S., tomo primeira autoridade desta cidade, que tenha a bem explicar-me as
·causas que moliv.ái;ão esse assassin.ato, o.r,denado publicamente l}.ftlo chefe dr. um
batalhão de linha e executados por soldados · da mesma força; afim de que .eu
com urgencia leye ao conhe.cimenlo, do governD imperial.
Aprov.eito a opportunidade para aprese11tar. a V. S. os. meus, protestos .de.. djslin.cla: '
considemção. e apr;eço. ·
lllrµ. Sr.;. D., ACJtuiJ.êo Go:nsalez.

Du .. JoAo AnmÃo: CHAVES.


91

Officz'o do -chefeJ politico da Conc9rdia ao consul geral do Brazil.

N. 2.

(TnAnucçÃo).-Concordia, 26 de Novembro de 1874.

Foi recebida a nota de V. S. datada de hoje, _a que o abaixo as~ignado passa a -


responder. Por ser nolorio, teve esta autoridade conhec_imento do successo occorrido,
no logar e hora que V. S. indica 1 com um soldado desertor ·do batalhão 9º de linha,
o.qual, perseguido por outros soldados do rnesrrio corpo, refugiou-se em uma casa
proxima a esta chefatura e contigua ao quartel em que se achava o mencionado
batalhão. Apertado ahi pelos seus perseguidores e por outros officiaes e soldados,.
que concorrêrão ao tumulto produzido, assim como alguns viiinhos ,. entre elles o
Sr. Marengo, que o convidava a render-se assegurando-lhe que nenhum mal se
lhe faria, resisÚo te_nazmente, confiando a sua defesa a uma faca que 'Ünha na mão 1
e cahio mqrto aos tiros e baionetadas que .lhe forão dados. Nem o Sr. coronel
Alvares, chefe militar da praça, nem o commandante do mencionado batalhão,
dcrão conhecimento do occorrido á autoridade civil ; e como esta não tem jurisdic--
ção sobre as forças de linha da nação, não póde ' o abaixo assignado dizer o nome
1

e a nacionalidade' do soldado, nem as causas da sua perseg~ição e morte. São estes


os unicos dados que o abaixo assignado póde ministrar a V. S., ·a quem retribue
sinceramente as benevolas expressões com que o favorece.
Deus guarde a V. S.
AS. S. o Sr. consul g·eral do Imperio do Brazil, :pr. João Adrião Chaves. ·

AQUIL~o GoNSALEZ.

!
I
. .

REPUBLICA ORIENTAL DO URUGUAY.


PROJECTO DE INV A.SÃO DO TERIUTORIO ORIENTAL POR HERGARA. .E SEUS
C0111PANHEIROS, CAPTORES DO (( 1•onTENllA)).

N. 49.
Nota da _legação oriental ao governo imperial.

(TnAoucçÃo).-Legação oriental no lmperio do füazil.-Pelropolis, 21 de


Abril de '1874.
O abaixo assignado, enviado extraordinario . e ministro plenipolenciario da Hepu-
blica Oriental do Uruguay, tem a honra de accusar a recepção da nota, que em <laia
dé 18 do corrente lhe dirigio S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas, ministro c~oc;
negocios estrangeiros de S. M. o Imperador do ,Brazil.
Nessa nota communica S. Ex. ao abaixo assign::tdo q.ue Bergara, Palmer, Manduca
Cipriano e oütros individuas, que desde o mez ~le Fevereiro ahustivão da hospilali-
dade do Brazil para conspirar abertamente conlra :1 lr·unquillidadc da Republica,
conseguirão passar para o terrüorio oriental pela picada F rancisquüo.
'Nessa ::nesma nota f'ervio-se lambem S. Ex. trazer ao conhecimento do abaixo
assighado as medidas que o gover_no imperial pensa a1loplar a respeito dos revàlu-
. cionarios que chegarem a atravessar a fronteira do Bmzil,
O abaixo assignado transmiltirá essa communicaçüo ao seu governo na primeira
opporlunidade; mas seja-lhe entretanto perrnittido cumprir os deveres do seu cargo
de conformidade com as instrnc~ões recebidas para o caso que desgraçadamente
i;tcaba de realizar-se.
Prim eiro que ludo é justo expressar a sorpreza, naturalmente produzida pelo facto
~la invasão dos mencionados indivíduos depois de verificados os factos, cuja noticia
foi qµasi simultaneam<rnle transmillida pela legação imperial em Monlevidéo ao go-
verno da Hepublica e pot' S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas á legação oriental ·
nesta côrle.
De feito, dos propr·ios documenlos que o governo imperial exhibio resulta que
desde 6 de Março tinha o Sr. presidente da província do Rio-Grande · do Sul or-
denado o desarmamento e internamento daquelles aventureiros; e lambem rr.sulla
que esse desarmamento se tinha verificado nô dia '16 do mesmo mez e que a 26
renovava o dilo funccionario as ordens relativas ao inlern:?.mento.
Realizou-se enlrelanlo a invasão no dia 4 de Abril, entrando nella os mesmos
93

individuos que . tinhão sido dispersados e cujo internar'nenlo estava reiteradamente


determinado pela autoridade superior da província do Hio-Grande do Sul.
Na sua .nota de 4 do corrente fez o abaixo assignado presente que só o facto
de permanecerem mais de um mez grupos armados na fronteira do Brazil havia
causado á Republica consideraveis prejuizos moraes e materiaes: não esperava
então o abaixo assignado que esses prejuízos crescessem desmedidamente com o
facil conseguimento dos prnposilos revolucionarios !
E ao empregar a palavra revolucionarias cede o abaixo assignado a um habito
errado de linguagem, porque a invasão que acaba de realiz[\r-se, segundo as noticias
recebidas por S. E.x. o Sr. Visconde de Caravellas, não tem sob nenhum aspec~o
o caracter político e social que, com mais ou menos fundamento, pó de dar direito
ao titulo de revol.ução.
· E' um movimento sem bandeira, sem programma, sem relação séria com algum
dos parti~los orienlaes, sem justificação ou explicação possivcl no estado da opi-
nião do paiz.
Preparada e realizada sob a direcção de estrangeiros corno Eduardo Palmer e
Manduca Cipriano e de profugos criminosos como Nicornedes Coronel, não póde
ler outro objecto crue não seja a depredação e o roubo, nem mais esperança que a de
reunir com o attractivo do saque aos vagabundos e salteadores das duas·fronteiras.
O~baixo assignado entra nestas a[)reciações, que podem parecer estranhas, porque
ellas lhe serviráõ de base para solicitar do governo irnperii:tl o cun1prime11to dos
deveres de boa vizinhança de conformidade com as estipulações vigentes entre
os dous paizes.
Entregue sómente ás suas forças, vêr-se-ha a invasão perdida em poucos dias,
succumbindo, sob o anathema do paiz inteiro, ante os elementos de força que r9dei7ío
ao governo constitucional.
A invasão não póde sustentar-se s111ao com o auxilio estranho, com a esperança
ÔO asylo brazileiro llOS lances apertados para voltar logo,dPpois á devastadora COl~reria,
e mui particularmente com a idéa de l.er na província cio Rio-Grande do Sul mercado
aberto ao fruclo de suas rapinas.
Quanto ao asylo dos revoltosos, S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas declara que
o governo irnperial lhes intimará que se retirem para a ilha de Santa Calharina ou
qne sáião do terr.itorio hrazileiro. O abaixo assignado crê que o governo da Hepu-
blica nada lerá que objecfar a essa resolução uma vez que ella importe cotlucar os
asylados em posiçcio z'nteiramen(e ino(fensi'va, desarmando-os si estz'verem annados,
e entregando as armas, os cavallos e quaesquer o~f ectos· proprz'os pata a guen·a
ás autoridades orientaes, como prescreve a sexta declaração do protocollo de 3 de
)etembro de '1857.
< Quanto ao commercio, que os revoltosos sem duvida lentarião fazer no Rio-
Grande COrIJ o producto de suas correrias, toma o abnixo assignado a liberdade ._ de

J
~
94

recordar a estipulação feita ao art. 4º do tratado de commer"cio e navegação de 12


de Outubro de 18n 1.
Alli se reconheceu eni principio que as partes conh'atantes não adm~ttirião em
seus territorios bens provenientes da confiscação, obrigando-se a p1•0/u'bir a seus
respectivos cidadãos que trafiquem _ou auxiliem. o trafico de taes beru.
Isto se acha eslahelecido relativamente á confiscação, que comquanto seja sem- .
pre odiosa .e attentatoria, é revestida de fórmas administrativas mais ou menos
regulares, sob responsabilidades definidas.- E como se não procederá do mesmo
m.odo em relação ao producto das depredações, individuaes ou colleclivas, de
uma _montonera que se levanta para. lucrar ti custa da fortuna publica e privada?
Si a esta consideração se ajunta que a 6• declaração do precitado protoeollo
obriga cada um dos govúnos contratantes ·a nao consentir em ·nenhuma especie
de com.mercio com vs sublevados que se encontrarem em armas contra o outro go.-
verno, vem a ser plenamente fundado ·no direito convencional dos dous Estados, sem
necessidade de appellar para os principios abstraclos do direito internacional, que ,
o abaixo assignado, como representante do paiz .perturbado, peça ao governo impe-
rial que adople··as medidas convenientes par'a impedi?' que vs cidadãos do Brazil
trafiquem ou auxiliem o ·trafico dos bens que os sublevados pretendão introduzir,
prohibindo ao mesmo tempo a entrada desses bens em lerritorio brnzileiro. .
Uma altitude energica nesse .sentido, conforme com os deveres internacion.aes,
seria um assignalado serviço prestado pelo governo imperial ao da Republica
Oriental do Uruguay e firmaria sem duvida as relações de amizade qu~ existem
entre elles.
Aguardando resposta sobre este assumpto, . aproveita o abaixo assignado ?ºm
prazer oensejo para reiterar a S. ·Ex. o Sr. Visconde de Caravellas os protestos de
sua ai.ta consideração.
A S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas.
CARLOS M. RAMIREZ.

N. ·50.
O(ficio do presidente do Rio-Grande do Sul ao governo impe1·ial.
Província de S. Pedro do Rio-Grande do Su.1.-·
'\
P..aJ.ae;ie ;Ji«<> -og-0vemo em Porto
.Alegre, 6 ·de Maio de 187 4;
· Illm. e Exm. Sr. -Tenho a: homa de passar ás mãos de V. Ex., com a in-
clusa cópia do officio do chefe de policia interino desta província n. 374 de
29 de Ab,t-it ·ultimo , a do que lhe eridereçára o delegado de policia do termo
95

de Jaguarão, -participnndo haver internado para a cidade do Rio-Grande oito in-


divíduos per·tenc:entes á reunião de Palmer; que foi dispersada: po1' Angelo Moniz.
· Igualmente lransmitto a V. Ex. por cópia, o officio que dirigi ao marechal
commandante das armas, determinando-lhe que mande prender e · remetter para
aquella cidade o ·. emigrado Palmer que, segundo. consta, seguia pat'a Sant' Anna
do Livramento;. afim de ler o destino por V. Ex. recomrqeiidado em Aviso
n. '14 .de 9 de Abril ultimo.
Renovo a V. Ex. as seguranças de minha perfeita estima e distincla cons1 -
deração.
AS. Ex. o Sr. conselheiro Visconde ·de Caravellas.

JoAo PEDRO CARVALHO DE MQRAES .

·Officio do chefe de policia do Rio-Grande do Sul ao re8pectivo presz'dente.

Provineia de S. Pet.lro do Río-Grande do SuL-Secretaria de polida, ·em Porto-


Alegre, ~m de Abril d~ ·1874.. ·
Illm. e Exm. Sr.-Cu:mpre-me passar ás mãos de V, Ex. por cópia, o ofiicio
que em data de 19 do· .corrente me clirigio o delegado de policia do lermo de
Jaguarao, .partidpand~ ter internado para o Rio-Grande oito indivíduos que per-
lencião <i reunião de Palmer, que, sendo dispcrsada por Angelo Mo~iz, passá rã o
para este lado Ja prcivincia, tendo aquelle Palmer seguido para Sant' Anna do
Livramento.
Deus guarde a V. Ex.
111rn. e Ex:m. S:r. t>r·. Jo'ão Pedrn Car~alhü de l\foraes, presidente da provincia.

A. A. MARTINS DE .CASTRO,
Chefe de policia intel'ino.

Officio do delegado de poli'cia do Jagttarão ·ao chef.e de policia do Rio-Grande


do Sul.

Delegacia de policia da cidade de Jaguarão, 19 ·de· Abril de '187 4·.


Jllm. e E'xm. Sr.-Communi·co a V. Ex. que, tendo sido dispersàdêt por Angelo
a · v~:l!l11úãioi 11lbi e'.mii~:r.raolo li"alooe:rj qae invadio o Estàdo Oriental; afim de o
\~(')lfflii1z _
(e'.VoluCi~~;ram; a1lgnn1s dns; dti1$p1e~m;os pa,soorão para este lado e, sendo .. tne elles apre-
tei1faclio\s;,, os: lliz ~nte:rrnwn ma!f1datDclo~os· para a cidade do Rio-Grande ·cm numero de
· wiito~, 1wâo sói p~1r s~etn: e'lfos 1naJJ.inbe:irrm~: inglezes; americáno·s e allemães e não ·
96

saberem fatiar o porluguez, como lambem porque naquella cidade forão elles·se-
duzidos por Palmer, como declarão os mesmos. Quanto a Palmer consta que se-
guio para Sanl'Anna do Livramento. É por emquanlo o que posso informar a
V. Ex. a tal respeito.
Deus guarde a V. Ex.
lllm. e Exm. Sr. Dr. Abilio Alvaro Martins de Castro, chefe de policia da
provmcrn.
JOÃO AUGUSTO GARCEZ,
Delegado ele policia.

Officio do presidente ao commandante das armas do Rio-Grande do Sul.

Provincia de S. Pedro do Hio-Grande do 'Sul.-Palacio do governo em Porto-Alegre,


6 de Maio de 1874.
lllm. e Exm. Sr. -Tendo sido dispersada por Angelo Moniz a reunião do emi-.
grado Palmer, que invadio o Rslado Oriental, e constando haver este seguido para
Saril'Anna do Livramento, queira V. Ex. . expedir ordem, afim
-' .
dé ser preso e .re-
mettido para a cidade do Rio-Grande, donde deverá ser removido para a província
de Santa Catharina, a não preferir sahir para fóra do lmperio; procedendo-se de
igual maneira com os companheiros do inesmo emigrado, tudo na fórma de,termi-
na~a por S. Ex. o Sr. ministro dos negocios estrangeiros, em aviso n. 14 de 9 de
Abril ultimo.
Deus guarde a V. Ex.
Exm. Sr. maréchal bi).rão de S. Borja, com mandante das armas.
Joxo PEDRO CARVALHO DE MoRAES.

N. 51. ·
Nota do governo imperial d legação oriental.

Rio de Janeiro.-Ministcrio dos negocios estrangeiros, 8 de Maio de 1874.


Tive a honra de recebe.r a nota que em data de 21 de Abril proximo passado
dir~gio-me o Sr. D. Carlos M. Harnirez, enviado extraordinario e mini~tro pleni-
polenciario da Republica Oriental do Urugnay, em resposta á de 18, pela qual
·communiquei-lhe o facto de 1ercm-se passado para o territo'rio orierital Bergara,
-.· ,·
97
Patrner e seus compa_n~eiros, bem ·como as medidas que o governo imp·erial
pretendia adoptar em relação aos re_volucionarios que para 0 futuro transpuzerem
a fronteira do BraziL Com esta communicação, tivéra eu por fim prevenir em
tempo a legação ·da Republica de um acontecimento que sem duvida rec.lamari-a
pirovid·encias da parte do seu proprio governo, e ao mesmo tempo annunciar-lh.e
as que o de Sua Magestade o Imperador ia tomar em vista de colfoear futur.es
refugiados ef.n posição die não poderem facilmenle illudir a vigilancia d1as autori-
. -dades brazi:leiras.
Entretanto, o Sr. Ramirez, considerando a minha nota do dia 18 sob um
a spe~to totalmen~e ÍHesperndo, e baseando-se na coincidencia de alguns factos
1

i1ndependentes de quafqu:er vom.~ade estranha, individual ou collectiva, fo.rmúfa


atgum.enfl!>s . que devem ao que patrece, no sel!l eI1.11tender, tornar o governo· im-
1perial o unico responsavel por todos os aet0s e fe~tos de 'Bergara, Pa1lmer e-
0utros.
A opposição de idéas assim manifestada seria digna ainda tde maior repare,
si se confrontasse o 'teor da nota a que ora tenho a honra de responder, com
o d·a. qtie clirigio-me o Sr. Ramirez em 3 de Março do corrente anno. Porém,
não repetirei aqtii .as observações consignadas na minha resposta datada de 4.0 ·
;do dito mez; o mais que poderia acerescenlar é a impressão catisada pelo e.cm-
. traste resuHante de urna comparação feita entre a ailtitml e meramente -espectanite
1

das autoridades orientaes, que terião tido a possib·ilj:<fade de entregar os réos sus-
peitos aos tribunaes do seu paiz, e . os aclos das autoridades brazileiras. Tãi@ D€'li.O
combinadas forão as medidas de vigilaneia tmnadas por estas uhimas, . qae .os
principaes chefes do receiado movimente mal puderão escapar-se por uma· ignota
picada; entretanto que do. territorio orientar tinhão dles anteriormente vo.ltad:o
para o Brazil. .pela popul?sa e larga fronteira de Sant'Anna elo Livramenbo, sem
·serem inquietados nos seus passos, apezar de conhecerem-se na Republica os seus
criminoso5 planos.
Não concebo, pois, como póde o-Sr. Ramirez sorprehemfor-se das ~ ircumst_!ln­
cia:s daquella fuga.
O governo _imperial estaria a11t0risado para co,osiderar esta questão como termi~
nada pelo simples facto de terem-se ~usentado os ~10mens de que se trata, si o
Sr. Rami,rez r:ião viesse collocar a questão em terreno diverso do primitivo, .aUe-
gando que a exisfencia de grupos armad·os na fronteira do Brazil dura I1.1te mais·de
1

um mez c·ausára á Republica prejuizos moraes e materiaes de importan·cia; e que


não esperav:a elilão que ·esses _pr€'juizos crescessem desmedidamente com a faeil
rea'Fização de irrten:ç&es reyalu·ci©narias.
,· Além de nã:o se achar :fmm de·finMa a idéa de taes grupos armad'Os, e partalfl,f:o 1

·0rganisados ·e ·pramp:tôs para a: prétendida invasão· em -massa, o go-vemo impe·rial


1
perguntará 'desde- quando pécle ser responsab-ilisado r>elos prej:uiz©s, moraes e ma~
& l i3
' 98
teriaes provenientes · das guerras intestinas planejadas e levadas a effeito por cau-
dilhos na Republica Oriental. ·
~cerescenta o mesmo Sr. ministro que, empregai1do o termo de revolucionarias
cede unicamente a l1m habito errado de linguagem, porque aquella invasão não se
reveste de aspecto algum 4e caracter político e social, que possa dar com mais
ou menos fundamento direito ao titulo de revolução ; que o aclual movimento não
tem bandeira, nem programma, nem .relação alguma com qualquer dos partidos
orientaes, é injustificavel, sem explicação possível no estado da opinião do paiz; e
só é dirigido por estrangeiros e profugos criminosos.
Os factos porém demonstrão o contrario. Entre os que capitaneão o movin~ento
figura principalme_nte o .oriental Bergara; segundo consta por correspondencias
do Rio-Grande do Sul,. os sublevados tem uma bandeira com a inscripção de
- convenção naciónal ~-; e, posto que os seus ataques á ordem legal estabelecida
sejão tão injustificaveis como os que têm sido feitos por outros caudilhos de mais
antiga data; não parece que o seu objecto.seja meramente cc a depredação e o roubo»,
nem que esses homens e seus sequazes, voluntarios ou forçados, « nutrão sómente
cc a esperança de reunir vagabundos e vadios (merodeadores) das duas fronteiras
« alliciando-os com a espectativa do saque . .)) O caracter do movimento de que. se
trata assemelha-se em tudo ao de outros· anteriores na historia dos caudilhos dos
paizes hispano-americanos que banha o Rio da Prata ; é político, embora man-
chado pelos excessos a que costumão ·entregar-se os promotores de rebelliões da
mesma natureza . .Portanto o governo imperial, comquanto muito deplore o novo
.apparecimento desse flagello na Republica Oriental, hoje mais do que nunca con-
vence-se de ter sido o seu procedimento e o de suas autoridades o unico adequado
ao caso, 11as emergencias que precedêrão á fuga de Bergara, Palmer e outros.
Estas razões destroem naturalmente o fundamento de ludo o mais.que, em relação
. llo caracter e intentos dos bandos capitaneados por aquelles indivíduos, se a:ccres-
centou na nota dessa legação de 21 de Abril; e, desde que a questão é assim
reposta no seu primitivo e verdadeiro estado, não duvido ~ssegurar-lhe qu~ por
parte do governo imperial serão sempre fielmente cumpridas as disposições do
art. 7º (e não 4º como por engano escreveu-se na dita nota) do tratado ,,de com-
mercio .e navegação de 12 de Outubro de 185·1, visto que esse arlig-o só trata do .
confisc.o bellico da propriedade particular na guerra terrestre, ou ·por motivos po-
liticos, e não dos fructos do saque organisado por depredadores · de similhante
propriedade; nem duvidarei tambem recommendar ás autoridades brazileiras que
tenhão bem em vista a óbservancia·das referidas disposições para impedir que os
subditos do lmperio trafiquem . ou au.x ilzeni o trafico dos bens apprehei;ididos pelos
band~s de· Bergara e Palmer, e introduzidos no territorio braiileiro.
Quanto á parte do protocollo de 3 . de Setembro, de 185.7; na qual se trata da
obrigação reciproca as.sumida pelos d9us governos brazileiro e oriental relativamente
99
á entrega das armas, cavallos e quaesqite?' objectos propr·ios para. a guerra tomados
a rebeldes, cumpre-me sómente observar ao Sr. Ramirez que essa parte se refere
ao caso de rehellião, ou de um movimento armado contra ug1 dos dous governos
em seus respectivos territorios Limz'tr~plzes; . e pelo seu sentido mostra que só teria
applicação si os actuaes sublevados na Republica viessem agora asylar-se 110_ terri-
torio brazileiro; os que aqui estiverão antes de declarar-se ,a rebellião, podião,
·sim, ser suspeitos, ~as ainda não possuião, ao menos apparentemente, os· recla-
mados instrumentos bellicos com que ora combatem na mesma Republica. Além
disso, de nenhum dos documentos remettidos com a minha nota do '1º de Abril
(e o Sr. Ramirez allude provavelmente com especialidade ao· tel~gramrna de 26 de
Março) consta que aquelles indivicluos fossem desm·mados ; alli noticiou-se unicá,.
mente que tinhão sido dispersados nas reuniões que elles fazião.
Em conclusão, posso affirmar ao Sr. Ramirez, em resposta ao final da sua nota
de 21 de Abril, que o governo imperial conhece perfeitamente os seus d~veres
interriacionaes, e em consequencia ha de sempre prestar ao da Republica os ser- ·
viços que estiverem ao seu alcance como potencia amiga para obstar a quaesquer
ataques feitos á sua paz e ordem publica .
Reitero ao Sr. Ramirez as seguranças da minha alta consideração.
Ao Sr D. Carlos M. Ramirez.
V1scoNDE DE CARAVELLAS.

N. 52. ·
Nota da legação oriental ao governo imperial.

(TRAoucçÃo.)-Legação oriental no Imperio do Brazil.- Rio de Janeiro, 12 de Maio


de 1874.

O abaixo assignado, enviado extraMrlinario e ministro plenipotericiario da Re-


. publica Oriental do Urup-uay, leve à honra de receber ·a nota, que .em data d'e
8 do corrente, lhe . dirigi o S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas, ministro dos ne-
gocios estrangeiros de S. M. o Imperador do BraziJ, em resposta á ultima éommu~
nicação do abaixo assignado sobre a invasão de Bergara, Palmer e demais indivíduos.
Respondendo por sua . vez á mencim~ada nota · do Sr. Visconde de Caravellas,
cumpre ao. abaixo assignado declarar que de nenhum modo se acha justificada
pelos termos da nota de 21 de Abril proximo passado a supposição de que a '
legação oriental faça ao governo imperial unica responsavel por todos os actos e
1:00

feitos de Bergara, Palmer e outros, 'nem a mais grav~ aililda de que essa mesma.
legação responsabilise o governo imperial pelos prejiàzos moraes e matertaes pro-
venientes das guerras_intestinas projectadas e levadas a effr:ilo por caudilhos na
Republicr;i On'ental .
. Essas supposições não são autorisadas . pelà sor:preza que o a.baixo assignado lína-:
nifostou em . prescnc;a da noticia de se haver realizado a invasão preparada desde
Fev.ereiro pelos mencionados indivíduos, nem pela simples referencia aos prejqizos .
moraes e materiaes que a Republica tinha soffrido e soffria em consequericia
desses preparativos e, dessa realização.
A pri meirn explica-se na turalrnen le pela la men lave\ circu mslancia de ler o,
abaixo assignado recebido a noticia da invasão quando descansava na segurança de
que os grupos rcvúlucio11at·ios havião sido ·dispersos e internados os seus cabeças
na ilha de Sa.nta Catharina.
A segunda era a anirmação de um fact.o positivo e innegavel, que não envolvia
explicita !lem implicitamente uma recriminação determinada e muito menos uma
fixação de responsabilidade.
A solicitude e a efficacia no cumprimento _dos deveres de boa vizinhança de.-
pendem de i nn umera~eis circumstancias, muitas vezes alheias á vontade dos go-
vernos. A accusação, que S. Ex. o Sr. Visconde de Ca ravellas . parece descobrir na
ultima nota do abaixo assignado, só poderia ser formulada á vista da prova de
complicidade ou tolerancia reflectid.a dos Lrabalhos dos invasores; porém similhanle
idéa foi terminantemente repellida pelo abaixo assignado desde a sua pnme1ra
communicação sobre este assumpto. .
É sensivel ,que S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas o tenha olvidado:
Feita esta recti6cação, seja permittido ao abaixo assignado prescindir da refu-
tação tlo juizo que S. Ex. faz do movimento, de que se trata, quando em tudo lhe at-
tri"lnte o caracter de oittros anteriores na lziitt?ria dos .caudilhos dos paizes hispano-
amen·canos que são banhados pelo Rio da Prata. Todas as instituições humanas têm
séus vícios na>turaes, que se fazem sentir sobretudo nos primeiros ens;aios. A
Republica Oriental do Urnguay tem soffrido sem duvida os vicios das instituições
que adoptou ao fazer-se independente ; mas lambem tem colhido · os seus grandes
~en,~ e ganha cada dia novas fo·_rças parn a definitiva consolidação da paz. ·Passou a.
1

época dos caudilhos populares; não são nem jámais forão ·caudilhos os aventureiro~
g~e fizerão a invasão de Abril, e os factos já se tê :11 encarregado de mostrar quão
e~,acta,~ erão as apreciuções da nota de 2'1 de Abril a respeito dessa tentativa tão

1
absurda como criminosa.
~ ~.
·
Quanto ao mais, recebe o aliaixo assignarlo com prazer as·declarações substanciaes
da nota de S. Ex. o Sr. VisconJe de Caravellas, lamentando sómente que S. Ex.
,se trnha demorado em demonstrar que a obrigação existente entre a Hepublica e o
lmperio sobre a entrega das armas, cavallos e quaesquer o~jectos proprios para a
guérra, tomados a rebeldes, não é applicavel aos grupos que forão dispersad·os antes
de v·evificair-se a invasão.
O aba·ix(j) assignado nunca sup·[ílÔZ o contrario. Na sua nota de 21 de .Abr.il só.
r.ecortlav'a . essa obrigaçã0 ao @ccupar-se do procedimento que (segundo a nota de.
S. Ex. de 18 de Abril) ad0ptaria o governo imperial para com os revolucionarias
que ·tr.ans,puzessern a fronteira.
O -goven10 oriental tem noticia de que a<lguns já o fizerão; é provavel que os.
dema1is já o tenhão feito ou não tardem a fazê-lo. Verificado o c~so, coo.fia. o go-
verno. orfontal no cumprimento da rnenci'Onada obrigação.
Ao terminar esta nota· aproveita o abaixo assignado a occasião para r'.eilerar a
S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas os protestos da sua mais alta consideração.
AS. 'Ex. o Sr. Visconde de Ca·ravellas.
CARLOS M. RAMIREZ.

N~ 53-.
Nota da legação oriental ao governo imperz"al.

(TRADUCÇÃO.)-Legação oriental no Imperio do Brazil.- Rio de Janeirn, 22 de


Maio de 187 4.
. .
O abaixo assignado, enviado extraordinario e ministro plenipotendario da Repu-'
.hlica Oriental do Url!lguay, lamenta ter que dirigir-se a S. Ex. o Sr. Visconde. de
Caravellas, ministro dos negocios estrangeiros de S. M. o Impera.dor do Brazil,
afim de ·chamar mais uma vez a attenção do ,governo imperial .para os trabalhos
s,uhve.rsiv os, que da fronteira da província . do Rio-Grande do Sul conlin~.ão .ar
1 1

manler o susto e ;i des.confiança nos departamentos limitrophes da Republica.


Em ,da.ta da 1º de Abril proximo pas.sado serv.io-se S. Ex. o Sr. Visconde de
GaraveUas communi.car .á legação oriental que o presidente da província do Rio-
Grande. do Sul ia reiterar . as suas ordens para que fosse.m internados os cabe~as
.
r.e.volucionarios..
Em data .de ~8 do mesmo mez con;imunicou S. Ex. á legação que o governo
im.pe.ria:l., de accôrdo com o presidente da provincia do Rio-Gran'7e do Sul, tinha
.re.solvido deix_ar· arJ ar{bi"triü d~ Bágam, Palmer e seus companlzciro; sahirem do
territorio brazileiro ou 1°etirnrem-se para a z"l/ia· de Santa Catharina, accrescen-
,t.a~;;idQ que nesse . sentido se tinha <li rig"iido dquella autonâade superi01· por. tele-
grram.n.u;,1, de . 7., confin.1iado em a:viso de 9 de A brd.
102

···Esta resolução do governo imperial não pôde. ser levada a effeilo, porque Ber·
gara, Palmer e seus companheiros, illudindo a vigilancia das autoridades brazileiras,
conseguirão invadir o territorio oriental. Assim o diz S. Ex. na citada nota de 18
· de Abril, asseverando todavia que essa mesma resolução seria levada a effeito no
caso de tornarem os revolueionarios. .ao territorio do Brazil.
Pois bem ; é facto que Palm~r com o seu grupo armado vio-se obrigado, ante
as forças de policia uo governo constitucional~ a voltar ao territorio do Brazil
sem que conste ele qualquer maneira que as autoridades brazileiras tenhão cumprido
a respeito delle as ordens a que se referio S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas .
. Quanto a Bergara, não está bem averiguado si chegou a pisar em terra oriental
juntamente com Palmer; correndo depois para o norte da fronteira do Rio-Grande
do Sul, ou si buscou esrn parte da fronteira para effectuar por ella mais es tralegica-
mente.a sua projectada invasão.
O facto é que Bergara esteve mais de um mez nos arredores da Uruguayana, obri-
gando a policia do deparlamenlo do Salto a accumular-se defronte desse ponto com
o objecto de o receber convenientemente.
Meiado Abril, dirigio-se o vice-consul oriental em Urnguayana, de ordem espe-
cial elo governo da RepuLlica, ao commandante da guarnição da Uruguayana,
pedindo .cjue Bergara fosse internado. O Sr. commandante respondeu por .officio
de 2t do mesmo mez (de que o abaixo assigt1ado tem cópia) que se via na im-
possibilidade de ma,ndar internar Bergara p01· não estar elle comprehendido nas
suas i'nst1·ucções.
Esta resposta sorprehendeu sensivelmente ao governo da Republica, que tinha
recebido com satisfação as seguranças dadas por S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas .
nas já citadas notas.
Ainda suppondo que B~rgara não tivesse invadido com Palmer, como não ha de
estar a sua pessoa comprehendi.da nas ordens do governo imperial?
Em fins de Março resolveu o governo imperial que tambem se' intimasse a
Be·rgara para sahir do territorio brazileiro ou recolher-se á ilha de Santa Catharina.
Depois disso caracterisou Bergara ainda mais as suas intençoes hostís, subtrahindo-
se á vigilancia das autoridades do Jaguarão, e apezar disso se verifica que- a sua
posição melhorou, ficando elle fóra das instrucções, que diz ter o commandante da
guarnição da Uruguayana.
É innegavel a participação de Bergara nos trabalhos· subversivos ·da , paz, que
com applauso do paiz inteiro reina na Republica Oriental do Uruguay. Na re-
cente nota de 8 do corrente disse S. Ex. o Sr. Visconde de Caravcllas mui ternii-
-
nantemente : entre os que capitaneião o movi'mento figura pri'nàpalmente o oriental
Bergara.
O Sr. commandante da guarnição da Uruguayana devia sabê-lo melhor do que
ningliem, e entretanto não se crê autorisado para tomar uma só medida que
103

restrinja a liberdade de acção, em que Bergara espera o momento favoravel para


invadir o paiz vizinho e ámigo.
Segundo as ultimas noticias do governo oriental Bergara movia-se com um
grupo armado pela costa do Quaraim ; e as forças da policia, reunidas para vi-
gia-lo, seguião tambem o movimento.
S. Ex. o Sr .~ Visconde de Caravellas comprehenderá sem duvida a incomrnodi-
dade e o susto que esses factos mantêm nos departamentos limilrophes da Re-
publica; o transtorno que causão ao serviço regular da administração e o inceútivo
que desgraçadamente dão a uma d'esconfiança, sem razão de ser no nosso tempo e
summamente prejudicial ás boas relações de dous paizes vizinhos.
O governo da Republica, que sémpre confia na lealdade do governo imperial, es-
. pera que com .o conhecimento desses factos adoptará o governo imperial medidas
efficazes para conseguir que as suas ordens sejão devidamente cumpridas na pro-
víncia do Rio-Grande do Sul, fazendo cessar uma situação, que não é perigosa, mas
incommoda e nociva em alto gráo. ·
Taes são as considerações e sentimentos que o abaixo assignado foi encarregado
de transmittir a S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas, sendo-lhe muito agradavel
oflerecer com este motivo a S,. Ex. os protestos da sua alta consideração.
AS. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas.
CARLOS .M. RAMIREZ.

N. 54.
Nota do governo on'ental_ á legação i1npe1·1'al. •'

(TRAnpcçfo.)--Ministerio das relações exteriores. -Montevidéo, !) de Junho


de 1874.

Sr. ministro.-S. Ex. o Sr. presidente da ·Republica, informado com satis-


fação da nota de V. Ex., datada de '16 de Maio proximo passado, · cohrfodo
varios officios e documentos da presi.dencia da . província do Rio-Grande do Su!,
.relativos ás medidas adoptadas pelas autoridades hrazileiras da fronteira . par.a
impedir· a invasão da Republica · pelos caudilhos Bergara e Palmer, . ordenou-me
que expresse a V. Ex. em nome ·do governo da Republica seus mais sinceros
agradecimentos pela efficacia das mencioriadas medidas, que derã0 em resultado
1i0'.4

_o \dles'árman1enlo e internamento do grupo de homens capitaneadgs p.el(!)s i:ndi-


cados caudilhos.
Tenho c0~ este motivo o prnzer · de reiterar a V. Ex. as segurançps da
·n'ij.nhlt- maldr _consideração e a·preço.
,,,_,,
/ ·~/"" -- AS. Ex. o cavalheiro Aguiar ·de Andrada.
GREGORlO PEREZ.

Nota do governo imperial á legação ori'ental.

Rio de Janeiro.-Ministerio dos negocios estrangeiros, em s· de Junho de 1874.


;I'ive a honra de receber as duas notas que .em datas de 12 e 22 de .Maio
proximo passado dirigio-me o Sr. D. Carlos M. Ramirez, envia~do extraordi·
nario e ministro plenipotenciario' da Republica Oriental do Uruguay, relativa·
mente aos movimentos revolucionarios de Bergara e Palmer.
Na ptirheira, em resposta á minha nota de 8 do dito mez, limita-se o
Sr. ministro a explicar o sentido de algumas proposições emittidas na ·sua an·
terior corresponde.ncia sobre o mesmo assumpto, concluindo com a noticia rece- 1

bida pelo gover11o ·oriental de que .alguns dos reYolucionarios já se ti~hão pas- 1

sado outra vez para o territorio · brazileiro, sendo prov.avel que os outros não 1

tardassem a fazer o mesmo. Na segunda, annuncia-me principalmente que Pal- 1

mer e o seu grupo, perseguidos pelas forças policiaes da Republica, regress{


rão para o Brazil, sem que por fórma alguma conste que as nossas autoridades
hajão cumprido a r-e~peito de Palmer as ordens a que me referi ·em nota de
18 de Abril.
Antes de proseguir, cumpre-me levar, nas cópias inclusas, · ao conhecimento
do Sr. ·Ramirez o officio documentado, que ·em data de 6 de Maio dirigio-rne
o presidente da província do Rio-Grande do Sul, e pelo qual vê-se que desde
··mei:ade de ·A:bril .o delegado de policia da cidade do Jaguarão j~ tin'ha fei_to in·
ctier.mar oito ,iJadi:vrdU:os pertencentes ás forças daq;!H.~l)e c;mditho , .e .:q:ue e mesmo
~ presidente ,expedira ordens ao commandante das armas ·para que ·se ~effoctu&sse
ia "•prisão ·de Palme·r, o qual, segundo eonstava, seria encon\r1;1.'do em ·SaJ.ílt'. Ann.a •
~d~o · 1Li.vílaJrríento, donde d·evia 5er remettido para .a eidíide ~o llio ~\;rande, e d:aQi
r~reffi'ij~hlo ,pará •a (,pr0vi.oúa .'cle Santa ·da.tha.vina.
d~o , emtàt1t0,. c0rn.muniq1rni ào presidente os te1;mos da ·p.ota da leg;:,.ç.ão ·!i>·:Fi~ntªI
. '.

10B
dalada dP, 22 ele Maio, CUJO conteúdo indicar-lhe-ha a natureza dos esclareci-
mentos de c1üe carece o governo imperial pa·~,a formar o seu jui'zo êice.rca das
novas occurrencias ·que se apresenlfo na qúeslão vertente. · n mesmo govet'nu
aguarda essas informac;ões para responder definitivamente êis ·ultimas communi-
cações do Sr. Harnirez a respeito de · Pal.mer e Bergara; neste intervallo, . porém,
guarda, él v.ista das que recebeu das suas autoridades .no Hio-Grande do Sul,. a con-
vicçüo · ela fidelidade e acerto com que ellas vão cumprindo ordens, que ao
Sr. Harnircz parecem ter sido ou illudidas ou menoscabadas, em um 11egocio que
tão especialmenlc interessa á Hepublica Oriental.
Em taes circumstancias, deixarei por ora de volver ás considera.ções que fiz
elil notas anteriores, não SÓ sobre O ·Caracter ela questão, como sobre aconte- .
cimenlos, ele cuja .marcha se evi.<lencia, ·que são iguaes as clifficulclades com que
lutão as autoridades braz ileiras e orientaes nos seus respectivos Lerritorios para
acabarem com .' as tropelias dos meucionados chefes rcvolucionarios, e que a
activiclade desenvolvida nesse intuito por parte das primeiras em . nada segura-
111e11te é inferior á dos segund?s; lornanclo~se pois itesnecessario que o governo,
imperial a<lopte 1 conforme o insinúa o Sr. Hamirez, « medidas efücazes · para
« conseg.uir que as suas ordens sejão devidamente executadas .na provmcrn do ·
· « Rio-Grande do Sul. i1

Heil.ero ao · Sr. H.amirez as seguranças da minha alta (consideração,


1\0 Sr. H. Carlos M: Hamirez .
VISCONDE DE CAllAVELLAS.

N. 56.
Nota do governo ·impe1"zal d legação . 0·1·iental.

Rio de Janeiro.-Minislerio dos ne.gocios esfrangeiros 1 em 6 de Julho de '1874..


O governo iniperial recebet1, com officios datados cli:a presidencia do Hio-Grande
do Sul em 'ln, 19 e 20 de Junho ultimo, algumas informações: que-julgo dever
co.~municar ao Sr. D. Carlos M. Hamirez, enviado- extraordina'fio e ministro
plenipolenciarío da Hepublica Oriental do Uruguay, a . tespeito :de pa:lmer, Bergara
e seus companheiros.
Depois de ter reinado alguma incerteza êicerca . <lo . ·verdadeiro dest·ino .que
havião tomado aquelles dous homens, chegou ao co.nhecimeüto da ·mesma pre-
sidencia a noticia de. lerem elles seguido para a conta de Quarahy no Estado
E. l 1ú
Orienlal, parecendo natural que · evitassem traHspor a linha clivisoria, pol' não
ignorarem que subsistião as orde11'~ ; expedidas pelo governo imperial contra ell es)
as quaes, perturbando as suas o'.n1inosas combina ções e obrigando-os a prect-
pitar o desenlace ) muito concon;~rão. para o ma ll ogro de sens projectosr
As aµtoridades ·da provincia têri{ igualmeiite infr1r1T1ado que durante a ultima
quinzena do mez de Maio nenht~prn novidade occorrêr.a que perturbasse ê.IS
fronteiras do H.io-tirande, .Jaguarão, e Hagé.
~ntrelan~o, o governo provinci.al do 1:-tiu-Urande do Sul , na previsão de
qualquer velleidacle qu.e pudessem nutrir Bergara) Palmer e seus acolytos de
voltarem ao territorio brazileiro, ·já havia declarado ao commanclante das armas
vara que assim o fizesse constar ao da fron teira e guarnição do Hio-Grande que:
dada ·a hypothese de serem esses·. individ1:10s remet.tidos para aquella cidade,
devia immedia tamenle effecluar-sc ·u sua remoção para a província de Sanlà
Catharina, sendo acompanhados pr>r uma. escolta alé :i barra , e abonando-se-lhes
passagem por conta elo Estado . · .. ·
Transmittindo ao Sr. Hamirez estas noticias, ern addilamenlo á nola que Live
a honra de diri gir-lhe na data de ·8 de Juuho ultimo, aprúveilo e~l.a occasiau
para rei.t erar-lhe as seguranças da minha alta consideração.
·Ao Sr. D. Carlos M, .Ramirez.
VrscoNoE DE CAtlAVELLAS . .

N.57.
Nota da legação oriental ao gove1·no imperial.

cr1ú.DUCÇAü.)-Lega(;ão oriental no lmperio d? Brazil.-Hio de Janeiro,


:2ts de Julho de '1874.
O abaixo as;signado, enviado extraot~dína rio e ministro plenipoLenciario da Repub li ca
Oriental do Urugua,Y, Leve a honrn de receb er opportunamente a .nota , que, em data
de 6 do corrente, servio-se dirigir-lhe.::;: Ex. o Sr. Visconde ele Caravellas referindo
as ultimas noticias recebidas das autoridades do Rio-Grande do Sul ·a respeito das
ominosas comln'naçri'es, com que Bergara e Paimer ameação ha alguns rnezes a tran-
quillidade da Hepublica .
O abaixo assignado está seguro rle que o seu governo, que já tem conhec;imenLo da
dila nota, se informará com agrado do interesse 'com <p1e o governo imperial. procura
cumprir os deveres de boa vizinhan,ça relativamente á nação oriental.
· ]j; apenas para lame~tar qu~ S. Ex: ., o Sr. Vi·;;conrle de Caravellas tenha omilti<lo
toda explicação sobre o acLo do coniimrndante da guarnição da Uruguayana referido
eín a nota n. '.2'1 Jes.ta legação, datáda de 22 'de Maio do corrente armo. Oabaixo assig-
nado não insistiria sobre este particular, si n~o ·acabasse de re,ceber communicações
cunfidenciaes do seu governo, pelas quaes vem ·a saber que na fronteira se sentem
novos sustos, reproduzindo-se os antigos rnrnores de invasão. Nestas circums-tan-
cias é conveniente que o governo imperial CO'.mprehenda que nem todas as auto-
ridades subalternas do Rio-Grande do Sul auxiiião :-1 política acertada e justiceira
das autoridades superiores.
Com esse fim . toma o abaixo assígnado a libei'clade de remetter a S. Ex. o Sr. Vis-
conde de Carave1Jas cópia authentica do oflicio em que o citado chefe declarou ao
vice .. consul oriental do logar a impossz'hilidade de internar Be1·qara pnr não se achar
comprehendz'do eni suas inst?"ucções.
Coherente com as declarações das notas dirigidas a esta legaçl'\o i S. Ex; avaliará
devidamente a pw·eia de intenções que o commanclante da guarnição ela Urugnayana
al.Lribue a D. L~icas Bergara, podendo-se deduzir dahi o escasso concurso que esse
chefe tem prestado e presta provavelmente ús disj)osições elo governo imperial. '
Com este motivo reitera o abai xo assignado a S. Ex. o Sr. Viscond e de Caravellas
as seguranças da sua mais alta consideração.
A S. Ex. o ·s r. Visconde de Caravellas.
CARLOS . M. HAMIREZ.

DOCUMENTO A QUE SE REFERE A NOTA PRECEDENTT~ .

(TRADUCQÃo.)-C6pia. 'l1raducção.-Consulaclo da Hepub]ica Oriental elo Uruguay,


. na Uruguayana. N. 2012.

Commando da guarnição da Urugua.rana e do 6° batalhfio de infanteria.-


21 de Abril de '1874.
Illrn. Sr.- 'rendo feito partir ·um oflkial para Paepasso com ordens concerncnt.P.s
ao ex-commanclante Bergara, como communiquei a V. S. pelo oflicio n. 2007 de '17
elo corrente em resposta ao de V. S . .de 16 do mesmo mcz, foi-me hontem commu-.
nicado pelo referido .official o resulta.cio da commissuo ·de que o Pncarreguei, dizendn-
me Ja parte do in'es mo ex-commanclanle que a sua ptesença naqu elle ponto nenhuma
relação tinha com o que o governo de V. S. presum e, sendo ~ u as inlençõ_es tão
puras, que e11 e, longe de reunir forças e de ameaç'.ar a Lranquillülade de que goza o
sen paiz, espera alli a solução do perdão que solicitou. Qua nto ao inl;ernan;ento do
Bergara por V. S pedido, cumpre-me dizer crue, segundo as instrucções que lenho
a tal respeito) s6 posso mandar internar aos individuos qne in.1migrão armados e que
por isso mostrão ser a sua residencia na fronteira prejudicial ao seu paiz. Em con-
seq uencia , pois, vejo-me na irnpossibilidacle de mandar intern ar o referido Bergara
por não se achar comprehendído nas ]1recitadas instrucções,
Deus guarde a V. S. muitos annos. - José · Lopes de Oliveira, tenente-coronel
cornmandante. - Illm. Sr. .Lino Balle~teros, consul ori ental. - José E. Pesce,
tradllctor publico.e official.-Conforme .-0 offici31-maior, Pahlo V. (Jnyena-. - Con-
forme.- · O official-maior, Oscar Ho1'Úeiiana.

Conforme.-0 secretario da leg~ç ão,


A. HoDRIGuEz LAR.RETA.

N. 58.
Nota do yove1'no imperial d legâção ori'ental.

Rio de .laneiro.-Minislerio elos negoc ios estrangeiros, cm 3'l el e Julho de ·1874.

Tenho a honra de accusar a recepção da nota que em data de 25 do corrente dí-


rigio - me o Sr. D. Carlos M. Har\1irez , enviado extraorclinario e minist.ro plenipoten-
Ciario da Republica Oriental do Uruguay, em resposta . á minha da Lacla elo dia U,
sobre factos relativos a Bergara e Palmer.
Informando-me de que o seu governo recebêra a notici a tl e boatos espalhados na
fronleira; que fazem crêr na existencia de um novo projecto de invasão no Lerritorio
oriental por parte daquclles dous ind iv íduos . e seus companheiros , o Sr. Ramirez
julga .em taes circumstancias dever dar a entender ao governo imperial que nem ·
todas as autoridades subaltr.rnas da . prGvincia do Rio-Grande do Sul secu ndão a
po1itica das autoridades superiores ; e para corroborar a sua supposiçno ; remette ·
me cópia de um officio, dirigido pelo commanclante da guarnição de Urnguayana ao
vice-consul oriental naquella villa , no qual se ·diz que Bergara nã o está compre- .
hendido nas ordens expedidas para o internamento dos fautores da ultima invasão,
qu'e ainda se encontrarem 'na dita provincia·.
Depois da . correspondencia troc~da entre este ministerio e a legação da Re-
publica, e especialmente após as comrnunicações constantes das minhas notas de 8
de Junho e 6 de Julho, o que ·o governo imperial menos podia ·esperar é que o ·
Sr. Ramirez pensasse haver da parle do mesmo governo proposito de occultar urn
facto, como o que ·menciona o dilo commandante, e quizesse voltar a imputações,
cnja falta ele fundamento os successo~ têm-se encarregado , de demonslar. Sendo
assim, e por outras razões que neste momento occorrem , o mesmo governo acha- se
duplamente antorisaclo para não entrar em nova discussão sobre o ponto : si a:s
autoridades irnperiaes em geré\I têm , ou não, cumprido o seu dever nas ernergencias
de que se trata .
Com effeito) o governo imperial teve tambem noticia de que Palmer no Jaguarão
couvidava a brazileiros e esLraugeiros para uma nova inva~ão <lo tcrritorio
oriental ; e pela inclusa cópia do aviso que em 27 do corrente. dirigi ao presi-
dente elo Hio-Grande do Sul vorá o Sr. H.amirez o que alli já eslava pro,·idenciado ,
e o que ainda recomrnendei cm vista de prevenir similhanles lenlativas.
Pelo telegramina, igt1almente ju.nto por cópia, posteriormente recebido do mesmo
presidente, convencer~se :-ha ·o Sr. ministro de que nem foi pref:isa essa recommen-
daçao para ser effectuada pelas vigi.lantes autoridades subalternas do lmperio a
prisuo de Palmer, que notoriam ente operava frequentes e rapidas mudanças de logar
com o intento de lhes escapar.
Nas mesmas circnmstancias de constante mobilidade :3e acha Berga.ra ; e ha bem
pour.o tempo, segundo tive a honra de o communica r ao Sr. Ram'irez em 6 do
<:orrenle, c~nslava terem elfo e· seus companheiros seg uido para a cosi.a de Quarahy ,
no Estado 01·z'erttal .
A vi sta deste.s facto s recentes, o governo imperial mal comprehende o alcance
qu e ora póssa· ter a communicaçi'ío do comrrwndanle ela gnarniçã'o de Urugua.rana,
se ndo ess'e documento datado de 2t de Abril ultimo, e deprehendendo-se dellc
11nicamcnie que o offieial em dihgencias para descobrir o paradeiro momenlaneo
de Bergara podia ainda ignorar o verdadeiro leor de ordens e instrucções que só
pou cos dia s antes havião sido expedidas pela primPira a11loridade da prnvincia
para a remoção daquell e e outros individuos.
Assegurando, pois, ao Sr. Ramirez que Be.rg<1rn nuur.a foi nem podia l.er sido ex-
ce ptuado daqu ellas medidas, e terá o mesmo de~ l.ino que os seus companheiros, logo
que se,fa possível apprehen<lê- lo em lerritorio brazileiro, julgo ler correspondido ao .
ohjecto que o mesmo Sr. Hamirez parece Ler em vista na sua supracitada nota,;
e aproveito es la ?.ccasião para reiterar-lhe as seguranças da minha alla consideta.ç.ãcl:.
Ao Sr. D. Carh>s M. Ramirez.
VISCO NDE DE CARA.YEtLAlL, .
) .,<'

N. 59.
Nota da leqaçâo rn'i'm?lal rtú yoverno impert'al.

(TRAnucç!i o. )-- Legaçilo oriental no !rnpor io do Rrazil, Rio de Janeiro , 3·1 de


folho de ·1874.
O abaixo assignado, envfado ex traordinario e ministro plenipotenciario da
Republica Oriental do Uruguay, teve por telegra mmas dos . consnles na pro ~
vincia do Rio-Grande do Sul noticia de qlle no <lia 27 do corren,le foi apprehendido
na cidade de Pelolas o individuo Eduardo Palmer, um dos cabeças da .inva·são
do lerritorio oriental de A.hril deste anno, e sobre o qual tem havido larga cor-
respondencia entre esta legação e S. Ex . o Sr. Visconde de Caravellas.
110
Healizada essa app1{ehensão, quando Palmei: se occllpava em novos trabalhos
. ~

subv_ersivos e quando mais uma vez se proprtgava o susto nas fronteiras da H.e-
publica, tem o abaixo assignado maior razãO para esperar que o goverrio im-·
perial cumprirá sem demora . neste caso a promessa, espontaneamente feita e
reiterada, de enviar pai·a a ilha de Sa11ta Catharina os refugiados, que ha algum
tempo procurão perturbar a tranquillidade ae um . paiz amigo.
Assim satisl"eito 'o objecto desta nota., offerece o abaixo assignado a S . Ex.
o Sr. Visconde de Carave11as as seguranças da sua mais alla co nsideração. ·
A S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas.
CARLOS M, HAMIRT~Z.

--------------

N. 60.
Nota dc1. leqaçlio 01°iental ao qovetno imperial.

( TRAnucçÃo. ) - Legação oriental no Irnperio do Rrazil. - Rio de Janeiro,


3 de Agosto de '187 4 .
O abaixo ' assignado, enviado extraordinario e ministro plenipotenciario da
Republica Oriental do Uruguay, · teve a honra de receber a nota de S. Ex. o
Sr. Visconde de Caravellas de 31 do passado em resposta á de Q5 do mesmo
rnez,. dirigida por esta legação por motivo dos novos trabalhos revolucionarios
da fronteira.
No final da sua dita nota S. Ex. ' o Sr. Visconde ele Caravellas assegura qu()
Bergam nunca foi nem podia ser" ea)ceptuculo daquellas medidas (o interna-
mento) e terâ o . mesnw destino #que us seus companheiros logo que seja pas-
sive! apprelwndé'-lo em territorio brazileiro .
Esta leal declaração satisfaz completamente ao abaixo assignado,- tornando
desnecessaria uma rectificação de pa rticularidades, que não seria difficil oppôr
a certas expressões empregadas pelo Sr. Visconde.
Do telegramma do Sr. presidente do Rio-Grande do Sul, junto por cópia á
citada nota de S. Ex., tambem resulta que Palmer será imrnediatamente e~11-
barcado para Santa Catharina. Desta maneira fica igualmente satisfeito o objecto
da ultima nota desta legação sobre esse assumpto.
Agradecendo ao governo imperial em nome do da Republica as disposições
adoptadas contra 'os que pretendem perturbar a tranquillidade oriental, reite1·a o
abaixo assignado a S. Ex. as segnran(;as da sua mais alta consideração .
A S. Ex. o Sr. Visconde de Carave1las.
111

N. 6L
Nota da tegaçüo impen'al ao uovc1·1w oriental.

Legação do Brazi(- iVIontevidéo, 7 de Agosto de 'l 87 4.

Sr. Ministro. -Tenho a satisfação de transmitLir a V. Ex., para conhecirnenlu J(;


governo oriental, dous ofiicios, por cópia inclusos, recebidos por esla lcgac;ão do
commandante da guarnição e fronteira da cidade cio Rio-Grande elo Sul.
Delles verá V. Ex., como já tive a honra ele ·communica-lo verbalmente, que os
refugiados Eduardo Palmer, Thomaz Rolclan e BapListcl Pere ira: , que , abu:sando d~t
hospitalidade de que gozavão no territorio hrazileiro, andavão alliciando gente para
invadir o Estado Odental, forão presos, o primeiro na cidade de Pelo tas e os dou:.s
ultimos na fronteira de Jaguarao , e vão ser rem ettidos para a provincia de Santa
Catharina em virtude de ordens do governo imperial. .
Esperando que o governo oriental verá neste facto uma prova mais do empenho,
que mostrão o governo imperial e as autoridades da provincia do nio-Grande <lo
Sul, de impedir que a paz desta Republica seja perturbada por individ nos sujeitos á
sua jurisdicção, aproveito a occasião para reiterar a V. Ex. as seguranças de minha
mais disLincta estima e consideraçao. ·
A S. Ex. o Sr. Dr. D. Grego rio Percz G-ornar.

AGUIAR DE A KDHADA .

N. 62;
Not a do gove1'fw un 'ettütl ci leyarâo imperial.

('TRAnucçXo. ) - Minis te rio das relai,~õ es exleriores. - l\fontevidéo,


8 de Agosto de J87'4.

Sr. ministro.-· rrive a hoLLra ele receb er a nota de V. Ex. datada de houtern, com
a qual servio-se rcmeltel' por cópia dous offic::ios do commandantc dá guarnição
e fronteira da cidade do Hio . Gran de comrnunicando qu e furão presos os caudi lhos
Palmer, Roldan e Pereira, o primeiro na cidade de Pelotas e os dous ullimos na
fronteira do Jaguarão.
Em resposta me é grato participar.a V. Ex que o governo da Hepnblica agradece as
medidas tomadas para a captura daquelles caudilhm;, e rogo a V . .Ex. queira com-
municar i ~ lo 1.uesuio ao governo imperial.
Uom tal molívo reitero a V. Ex . às segura1u;as da minha maior cu 11sid era çãÓ.
AS . .Ex. o Sr. cavalheiro Ag;uiar <le · mirada.
G REG 01uo P ERE~ GoMAR.

N. 63.
:Vntn, da legaçcio únp eria l ao youenw or/ental.
Lega<:ão do Brazil , cm J\Ionlev id(~ o ~ J" de Sel.emb rod e '1874·.
Sr. ministro. - Em allditarrn~ nlo á minha nol.a de 7 de Ago,s lo 11ltí mo, lenho a
honra de levar au conhecimenlo de V. Ex. qu e, seg undo corrn:n'unicações hoje rece-
bidas por esta lcga~; ão <lo. co mmando da fronteira e guarni ção da cidade do Rio-
Grandc do Sul; no dia 6 elo referido 111 ez, eu1 virLud ~ de ord ens do gove nw impe-
rial, scg nil'ão para a prov ín cia <le Saulil Ua tharína no . vapor Carnões, os rel'ugiados
.Eduardo Palmer, 'rho111az H.oldan, Haptista Pc l'eil'a e Ga bino Gon<,'. alves, acompa-
nhado~ de urna escolta .
Aproveito esla oppurl.unidn.de paru l'cite rnr a V. J~x. as seg uran ças de minha mais
clistin cta estim a e alt.a consideração. ·
AS . Ex. o Sr. Dr. D. Gregorio Perez Uo ru ar.
FH.AN<..:rnco X:.Av nü~ DA O. A. DE ANDRADA.

N. 64.
Nuta do qooenw .ui·ie1ttal li Leyaçâo únperiaL.

(TRADuuçKu. )-Ministerio das rela ções exteriore s. - Mon lev id éo,


'2 de Setembro 1874.
81' . ministro . - Acc usa11do a recepção da no la de V. Ex. datada de hontem, em
que me parlicipa que 0 caud ilho Palrne r e seus companheiros seguirão ·para a pro·· .
vincia de Sa nta Oal.hí:lrina, acompanhados de uma escolta, lenho a satisfa ção de
reiterar-lhe. em nome tle S. Ex. o Sr. presidente da Hep~1blica o mais srncero agra-
decimento pela eHicacia das medidas tomadas pelo governo imperial.
Saúdo a V. Ex . com a minha maior co nsíderac:ão.
1\ S. Ex. o cava lh eiro Agu iar de J\11d1·ada .
Gm:G oRIO PEREZ .
110

Divida interna ela Republica Odental do Uruguay.-Lei que suspende


a sua amortiza~fão e mmufa pagar os seus juros em 1,apel e não em '
ouro.- Protesto elo corpo cliplomatico e .consular.

N. 65.
Representação dos subditos brazz'leiros d legação . imperial.

lllm. e Exm. Sr.-Nós abaixn assig1iados, subditos de Sua Magestade o lrnpe-


ratlor do Brazil, vimos respeitosamente expôr a V. Ex. que, achando-se na circu-
lação commercial os differentes títulos de obrigações que repl'esentão a divida
· publica deste Estado, fizerno-los objecto de no!'sas especulações·, já empregando. '
em sua acquisição uma parte consideravel de nossos capitaes, já recebendo-os em
·garantia de obrigações consti tuidas em nosso favor. .
A lsso nos induzio a solemnidade das promessas e seguranças com que o Es-
tado afiançava o exacto e fiel cumprimento dos compromissos que contrahio, e o
dizemos sem embaraço, porque é de rigorosa justiça, a religiosidade com que
essas obrigações ou . compromissos se satisfaz ião pelo Estado ainda em situações
as mais calamitosas para elle e seu- erario.
Neste procedimento . víamos que era um empenho universalmente aceito por
todos os partidos políticos em que esta sociedade está dividida, ·garantir. pelas
mais explicitas e uniform~s manifestaçõe·s de opinião, qne Lodos elles fazião o
de assentar solidamente o credito publico da nação, dando-lhe por base a unica
cm qne podia descançar: a da mais severa boa fé no cumprimento dos seus
compromissos de honra.
A·ttrahidos desse modo a fomentar a circulação . e o credito das obrigações do
Estado . nos .achavamos possuidores dellas, quando o governo actual submelteu ti
. consideração e sancção do corpo legislativo varios projectos de lei, com o de-
clarado proposito de melhorar a situação da fazenda e a do commercio e indus-
tria, opprimidos pelo peso da crise economica e monelaria em que verdadeira:-
rnente gemem ha longo tempo: Entre esses projectos chamçm-nos a ~ttenção o
que suspende a amortização das dividas publicas e manda abonar em papel dé
curso legal, porém · inconvertível, os juros que essas dividas vencião e se paga vão
em ouro sellado.
Tão attent~toria e vi.olenta resolução; o menospreço por nossos direitos adqui-'
ridos de que ell~~" fazia gala, e a extensão e caracter dos damnos .e preJ u1zo,
E. I. 15 . ·..:·.
,_, ·~ '
114

com que tão arbitraria medida vinht\. comprornetter nossas fortunas e nosso cre-
dito commercial, nos decidirão a usar perante o . corpo legislativo, do direito
que nos concedia a Jei do Estado, dirigindo-lhe a representação que em cópi·a
legalisada lemos a honra de levar éls mãos de V. Ex .
. Confiamos que aquelle honrado corpo, usando de sua elevada posição jerar-
chica no governo do Estado, e de suas immunidades soberanas, salvará a sua
responsabilidade em resoluções daquelle caracter e gravidade fazendo ccrnplela
justiça ;i nossa f:undada petição. Não obstante). no interesse de prevenir as fu..
ne~tas consequencias que o erro · de nossos · calculos teria indubitavelmente sobre
nossas fortunas, vimos solic·itar de V. Ex. sua .valiosa intervenção oflicial penrnte
quem corresponda, afim de qu.e nossos direitos adquiridos, como credores do
Estado, sejão respeitados, não fazendo-se nelles nenhuma · i nnovaçfto sem nosso
express.o consentimento e muito especialmente as que o poder e~ecul.ivo propõe
nos projeclos mencionados. .
Na r~presPntação inclusa póde V. Ex. vêr e apreciar o numero e força . da s
razões com que apoiamos a justiça da nossa petição; razões de direito cons11e-
tudinario , de interesses pessoaes e de convenieucias geraes.
O modo e os meios que se empregão para arrebatar nossos direi tos adqui-
ridos, que . conslão dos titulos de obrigação em nosso poder, importão, perante'
a lei e a 'razão um verdadeiro despojo;· e tanto mais violento e irritante,
quanto que se commette pela ·autoridade publica mais immediata e principal-·
mente obrigada a prestar-nos o seu po.deroso amparo em tão terrível conflicto.
H.econhecen.do-o assim·, foi que o actual governo, nos primeiros dias de sua
cxistencia promclten solemnemente ao corpo dzjJlomatico que respeitaria e /an'a
1·espeitar todos os bens e (hreitos dos estrangeiros, promessa que certamente não
esqueceu e que hoje lhe dti o perfeito. direito de vir em nosso auxilio do modo
por que lhe pedin1os.
Os projeclos apresentados pelo poder executivo são urna ameaça terrível para
as fortunas desses estrangeiros, invertidas , com a mais notoria boa fé . e con-
fiança, na acquisição directa ou indirecta daquelles creditos contra o E~tad,o.
· De1:>0ís deste facto não resta garantia algtinw. de que, continuando as difii-
culdades do crario para satisfazer seus compromissos, como as ·fazem temer . as
mesmas medidas adoptadas, venhão ·outras do mesmo car·acter fazer clesapparece[·
o resto do valor que então tenhão podido conservar aquelles creditos .
. Este temor não· é hypothelico nem chirnerico e o rneslllo governo nos dá
cJjsso a ·mais completa segurança.
·V. Ex-. .conhece a lei que autorisou a junta do credito publico a emittir bi-
lhetes de cambio menor, inver·tiveú pelo . ouro .que lhe levassem os pal'liculares,
distinado por essa Jei a realizar a conversi'ío <laquelles bilheles em moedas dessa
espec1e.
Po·is' I ) eiTJ : llUando essa lei a1ienas conta dias de existe11eía e os · pul'licularns
11.5

têm levado já e trocado o seu ouro por esses bilhetes, o governo propõe urna
lei, enlre as apresentadas, desobrigando a junta de credito publico do dever
rle fazer es'sa conversão e dando outra applicação a esses ·dinheiros l !
Além disso, si a banca-rota deste Estado é positiva e autorisa a medida pro-
posta pelo governo, si, em these geral, essas banca-rotas são possíveis, conser- ·
vando os Estados a sua autonomia nacional e os seus fóros e direitos de naçã.o
soberana e independente: si um Estado joven, vigoroso e rico, como . o desta
Republica, póde dizer com verdade que não tem com que pag;ar suas dividas:
si tal calamidade é positiva·, nesse caso é de rigorosa justiça que ella pése com
perfeita iguàldade sobre todos os seus credores de qualquer natureza que sejão:
r1ue não hajão excepções odios~s, que sendo ao mesmo tempo . um desmentido so-
lemne do facto, põe em toda a sua nudez o acto de força despotica e resaltante
injustiça de que são victimas os credo1·es postergados no pagamento do .que se
lhes deve .
.No nosso caso é isto o que occorrr.. A medida é espeC'ial; os nossos direitos
são desconhecidos e menosprezados, emquanto que se respeita escrupulosamente
outros que só . gozão do privih')gio de estarem amparados por um facto interna-
cional . que os fará respeitar, ou do que lhes dão as conveniencias fiscaes inte-
ressadas em que se pague, pela n'eGessidade ulterior que possa ter o ·Estado de
occorrer á sua caixa, em demanda de mais dinheiro ! ! .
O altentado, pois, contr-a nossos direitos adquiridos não póde ser mais violento.
nem mais evidente ; e em tal caso entendemos que temos o perfeito direito de
impetrar a protecção natural e legal dos representantes de nossos -respectivos g·o-
vernos, em favor de nossos interesses ameaçados de tamanha aggressão. .
Cremos bastante o que deixamos exposto · para mostrar e _jitsti"jica1· a 11ecessi-
dade e o direito da intervenção que solicitamos de V. Ex. e que reclamão
Hrr;enteniente os effoitos immediatos que elevem produzir aquellas medidas sobre
nossos capitaes e fortunas; como os estão produzindo já na depreciação daquelles
valores.
Por consequencia, concluímos rogando a V. Ex. queira acolher benign3:mente
es ta nossa petição e satisfazê-la como solicitamos.
M,ontevicléo, H ele Março de 1878.
lllm. e Exrn. Sr. Dr. Francisco Xa·vier ela Costa Aguiar de Andrada, enviado .
. extraordinario e ministro plenipoteáciario de Sua Magestade o Imperador do Brazil.
(Assignados) - Por procuração do Visconde de Nioac, C. Peúx:oto.- · Pór procu-
r;ão do Sr. A. de Freitas Amorim, C. Pefrcoto. - Por procuração df. Antonio de
Araujo, C". Pei.'.coto. - Por procuração de Appolinario S. dos Santos, l. G. lnqon-
v ill~. -· Por procuração de J. Lucas ele Araujo, B. Uyalla.-Boaventw·a Azevedo.
- Conceiçüo & C. - A.ntonio F. Brnga.-Euzebio José Antunes.- · Dr. J. J .· de
Ba l'i'Os Pimentel. - José B. de Oliveira Nery. -Hermann Jlfano·e tAmarante.

'
'.'
HG

N. 66.
Representação de estmngeiros ao poder 1e,qüdativo.
(TRADUCÇÃ.O.)

Honrados representantes.-Nós abaixo assignados, cidadãos esfrangeiros residentes


.nesta cidade, capital da Republica; e possuidores de litulos das dividas publicas .<leno-
minadas Internas, usando do direito de pefü;ãu que nos concede a lei fundamenlal do
Eslado,pe.rante V. H. e do modo e fórma mais conveniente,comparecernos e dizemos:
Que, pór meio da imprensa periodica, tivemos conhecimento dos varias projectos de
lei que o poder exec.ut.ivo jul~ou dever submetler :'t d!?liberação e sancção de 1'. H.
com o fim de fazer cessar a afflictiva situação cconomica, comrnercial e finan-
ceira, que tão duramentfõ e ha tanto tempo pesa sobre a prosperidade e hem-
cslar deste bello paiz.
Merecem o nosso mais sincern respeito os patrioticos e heneficos proposilos que
µ;uiárão o poder executivo na combinação dos re feridos projeclos ; mas, seja-n 0s
·permitlido dizt~-lo, entendemos que o meio adoptado prejudica mais do que be-
neficia os interesses publicos, tomando pelo menos mui problernatico o resultado
qne com elle se busca. . .
Não escapará, por certo, á reconhecida illustraçã.o de V. fl., que em combi-
nações deste gcnero, que são os fins beneficos a que tendem, a primeira de suas
bases eleve ser, e (~ o respeito dos compromisso:s anteriores e da fé publica, sempre
nelles empenhada quando os Estados são uma das partes obrigadas.
It só corn es:5a condição que as suas palavras e promessas inspirão a cêmüan~:a
e segurança: sem as quaes não ha consentimento livre, e tudo assume nos
netos dos poderes supt'emos dos Estados o caracter de força e de violencia qne
!.orna impossível o credito publico, fazendo 1.10 rnesmo ternpo mais profundas r
lran~c endenles as clifficuldades e penurias do erario.
Tar é, honrados senadores, o defei~o radi(~al dos progressistas que suspendem a
amortização das dividas internas e o pagamento de seus juros na moeda esl.nbr_
lecida pelas leis de sua creação, defeito que delermina a presen te reclamaÇão.
Essas duas Jisposições imporl.ão um a grave e flag;rnntc viola1~5.o daqucllas IC'i .s,
que, corno V. H. sabe, fazem suppür a ex i.slencia de contratos solemnes enlrr.
ó Estado, qne offerecc e prornelte para receber, e os pa;·liculares, CJLW .úceil.un
e clão o que se lhes pede sob a fé d~ssas promessas e da Odel.idad e do seu cnrn-
. pri me n lo ..
, lmporlão, pois, aquellas leis ohríg;açõcs sagradas, corno todas as (lns contrnlos
. synaUa.gmal.i.cos, aggrava<los pelo caracice e pnsir;u.o de uma das parles contra-
i.antes e pela gravidade e valor dos interesses pnblicos comprnrncUidos no fiel curn-
1wimento flesses faclos. ·
117

Esse dever é igualmente ohrigatorio nesta Republica para o .Estado e para os


particulares, regid~s com perfeita equidade ' pela lei . commum, e V H. sabe que
nrno. elas primeiras obrigações que 'W~Yimpõe é que nenhuma elas parles conlralanlPc:
possa desligar-se das obrigaçõ/es cirntrahidas nem 1~1odiíica-l::i.~ na mínima cousa sem
o exp resso consentimento da oulrn parte, sc)b pena . de incorrer ·nas severas dispo-
sições que para esse caso forão estabelecidas.
Não obstante a vérdade desses princípios de justiça e de ordem publica e, apezar
de ser vulgar o conhecimento (ielles, pô-los ele lado o poder executivo no caso de qu e
nos occupamos e) julgando-se dispensado de respeila-los,annulla por si e perante si,
as obrigações solemnes que o Estado contrahíra para com todos os possuidores dos
lil.ulos de divida. Crea outras dividas em logar daquellU;s, sem julgar-se obrigado
a ouvir-nos e a oblrt· o nosso previo consentimento; e, esquecendo que os di.-
r~ilos conclativos daquellas obrigações suo uma propriedade .dos que ns . possuem,
propriedade garantida, por seu respeito, pela lei fundamenta! do Estado, vem soli-·
citar ele V. li. a sancção de todos estes aclos, que são a mais llagranle e damnosil
violação da fé publica, e da segurança dos dire itos e garan'tias individuaes tl e
primeira ordem para lodos os que vivem nesta .Republica !
Em presença desse facto e possuidos da mais sincera conflanc;a ~ia illuslração •
e no patriotismo de V. H., não hesitámos em vir a este: aúguslo recinto e em
depôr nelle as nossas nnicas queixas, pedindo para ellas a sati sfação a que l·ê111
tl i l'ei lo.
Desde já tornamos _a liberdade de diamar a attenção de V. H. para a clon-
lrina, que parece conter-se no procedimento do poder executivo, de que os go-
vernos não são obrigados a observar e praticar os principios ele justiça e mora-
lidade i.rnpostos pela legislação de lodos os paizes civilisados aos individuos qtH'
formão parle delles; de qne esses govemos gozão do privilegi.o de obrigar·sem
se considerarem obrigados sempre que assim o exijão as convenie1icias fiscaes
ou os ::ipuros lransitorios do erario.
Nilo eE.capa a V . li . quanf.o similhantes doutrinas têm de folso, prcj11dici:1l
r. inconveniente, sohretndó aclualrnenle e em pa1zes regidos, r.orno cslc, pnr
lnslÍl.uições da mais p~1ra democracia.
Hoje os Estados qao têm sinã.o um mei() de obl.Ú áedil:o e de inspirar con-
fiança t'lll suas promessas : é se rem escrupu losos r. seve ros c11ri1pridores de obri-
gaçõr.s livre e cspo nl11.1wamcntc conl:rnhida s. Só assim encon lrüo elles nos ni n-·
111cntos de apuro, nas caixas particulares os din heiros de que necessitão, por
avultados que sejã.o. Toda a historia moderna co nGt'ma (.)sU1 ·verdade, que já L'
axionrn u1ii ,·crs::il de bom gover no ; ço rn que reccniern cnle duas gr:rnclcs naçõr~
s;ilv;i rão sua honra, sua independencin e seu prestigio ele Eslaçlos poderosos .
O poder c~ecu tivo, afasl:rndo-se desse meio na co nfecç ão dos projeclos de lei
snbmet ticlos 1:í co nsid eração e sa ncção de T:'· H., conl:raría os fin s que aclual-
ruenl.c espera alcançar, fazendo des,apparecer com su:is disposiçõ es a conriança e
118 .

segura~1ça que só lh'os podem assegurar, deixando para o fuluro grave e profun-
damente ferido o credito publico ,.
Esse resultado é certo- e inevitavel sob o aspecto economico .e político, como
é pelo lad.o lla: justiça, o despre.zo de nossos dii-eitos adquiridos e a conseguinte
ruína de nossos interesses. ·
Pela simples leitura dos referidos projectos se vê que o poder executivo pede
a V. H. à sancção de uma lei que imponha :
· 1.º O pagamento em, pa,pel nacionalisado, elos juros vencidos, desde a data: da
sua promulgação, pelos títulos da divida publica da nação e que pelas leis em
vigor devem ser pagos em ouro cunhado.
2. º A suspensão da amortização estabelecida por essas leis, exceptuando as emit~
tidas nos mercados do exterior e as que provêm de pactos internaciouaes . .
A ·primeira dessas imposições vai ferir de Lal modo os i n Leresses dos possuido-
rep de titulos da dí viela publica, que não é . possi vel calcular até onde che~aráõ
suas perdas directás e indirectas.
Aquellas são representadas pela depreciação, a que está suj eita toda moeda
. local inconve1·tivel, que, como aquella em que agora querem pag;ar, não tei:n, por
não poder t.e·r, garantias certas de limilaçã.o.
E conhecida a insta.bilida.de de . valores que caraclerisa essa classe de moeda,
bem como de sua hi.storia uniforme e constante ern todas as pari.e ~ onde tem
existido.
Mas é verdade que o seu desequilib.rio com a de ouro póde chegar ao ponto
de reduzir a mencionada Jei a pouco mais de zero.
Si desgrnçadarnente tal succedesse, o que não é de espernr embora não seja
impossível, resultaria para os possuidores desses ti tu los · de · divida a perda total
ou a cessação completa dos juros estabelecidos, e com ella o nenhum valor e
imporlancia dos tiíulos tla cJivida na circulação commercial.
As outras perdas são ·representadas pela~ garantias de que servirão e cont.i-
nuão .a servir aquell~s títulos de divida, tanto na Republica como fóra della.
Contando com a confiança e permanencia desse facto, baseado na confiança
que inspiravão a boa fé e fidelidade com que o governo da Republica cumprio
sempre seus compromissos pecunia.rios para com os credores internos e extl';r-
nos, não vacillárão os possuidores de títulos da divida publica, em empregar
co1isideraveis capitaes na sua aquisição e e:n cornpromel.ter suas fortunas, seu
credito e sua homa nas diversas e . multiplicadas transacções a que. os incluzio
aquella. confiança .
Não podia ser de oul.ro modo.
As !.eis, que creár3o as diversas dividas public;1s da H.Ppublica~ dizem clara
e lerminamenle que a .nação se obr.iga a paga-las cm ou1'0 cunhado pelo valor
marcado pela l<:Ü que fixa o seu typo ; e, para effectuar-se o pagamento do
H9

capital e seus juros, se estabelecêrão' rendas especiaes) cuja arrecadação se ·t'azia nà


mesma especie de moeda e que se remettião directarnente á junla de credito pu-
blico . encarr.egada tan::ibem pela lei de realizar aquelles pagamentos.
Tantas .e tão soJemnes garantias, reuoidas nessas dividas, justificão a confiança
que se depositava >i10 fiel curnprirnento ·dc obrigações, que represenlavão a boa ·
fé e a segurança que presidi ó éÍS repelidas transacções de que esses ti tu los forão
objecto.
A vista de taes garnntias) não era pem1iltido suppôr que viesse um dia em
que o Estado, representado por suas primeiràs autoridades, declarasse solemne-
menle que não cumpriria tão sagradas obrigações: que era isso incornpalivel com
as exigencias de sua exislencia e. de seu credito; e que, promulgando leis revo-
catorias daquellas com ef!eito r·etroactz'vo, annullasst) o valor das obrigações antes
contrah.iclas, aniquilando para sempre o credito publico pQt' meio de uma injns-:
tificavel banca-róta.
Si lodas essas consequencias nascem foi·i;osa e inevitavelmente d.a imposição
da nova moeda com que se pretende pagai' os juros da divida pubÜca, não tem
menos força e trànscendencia a que se refere á suspensão da arnorl.izaçãu di:ls
dividas internas, e especialmente das que têm rendas destinadas a esse objecto,
desde que essa amortização foi pttde integr·ante e essencial do contrato ; e desde
que sem ella ficarião, pelo menos mudadas, todas as mais condições.
E a mesma viÔlação da fé publica l'ealizada pela força, .com que se quer
impôr o rompimenfo de factos l:ão solernnes e sagrados como os que contêm
aquelles ti tu los em suas disposições.
O valor dos credi tos confra os Estados, é, corno V. B. sabe, calculà.do pelos
juros q1rn vencem, e pelo fundo de amortização que fixa o prazo do seu re-
_embolso.
·Eliminar essa amortização, converter em perpetuo um emprestinw temporario
sem que isto seja o resultado de novos conveni9s 'entre dévedor e credor, é in-
novar radicalmente o contrato existente, dando rio credo!' justos motivos de susto
e desconfiança.
Dahi resullão a ditninuiçüo Ja p1·ocm·a e a depreciat;ão do titulo que repre-
senta a obrig·ação, quando o facto ten1 Jogar.
a
São, pois, estes dous factos que . especialmente se restringe a nossa recla-
mação; com elles se ronipe a fé dos contratos e Se falta .ás stias estipulações,
deixando no mais serio e transcendente abandono corn1;romissos e i ntei'esses va~
liosos, desprezando direitos iegitimos garantidos pelas· leis fundamenlaes e reg·u-
larnentares da Republica.
O titulo de divida publi'ca, em nosso poder, constitue 11111 pacto coru o
l:l:~tado, que este tem obrig·ação de cumpriºr com o mesmo rigor e fidelidade
que os particulares. A lei cornmum) que na Republica tem perfeita igualdad~
J:W

. de applicaçí±o, assun o dispõe; e a lei fundatnenlal no-lu garante relativamente


, ·...,~~"-~ direito, corno j~ dissemos.
Em ·vJ.rtude..,__pois, de tudo quanto fica exposlo 1 supplicamos a V. lI. queil'a
uegar sua soberanà saucçtio ,<is . altera<;_ões que u poder ex_ecutivo propõe na lei
·1pJe creou as dividas internas, conservand<J-as taes quaes -existem, como é de
justiça e vercladeira conveuicncia publica .
Montevidéo ....
(Seguem-se as a::>signaturas.)

N. 67.
Nota collectiva do co1po diplomatico e consular ao governo oriental, protestaudo
contra as 1nedidas relativas d divida publica ..

Montevidéo, 22 de Março de 1875.

Sr. rninistro.-Os abaixo assignados têm a honra de se dirigir a V. Ex. para


conmmnicar-lhe: que ha dias muitos e mui respeitaveis estranºgeiros, possuidol'es
de litulos das diversas dividas internas da Hepublica Oriental elo Uruguay, re-
corrêrão ás honradas ~amaras da nação solicitando que negassem sua approvação
a todo o pr~jecto .a ella.s apresentado o~ por apresentar, que por qualquer fórrna
lendesse a alterar os lermos solemnemente estabelecidos em pacto pubLico, em
que se desempenha hoje o serviço das referidas dividas, e pedindo que sej ão
conservados laes quaes ora existem, como é de j usliça e de verdadeira convc-
niencia publica.
Tão claros, positivos e irrefutüveis são os ::i rgumentos de direito em que os
reclamantes . baseavão sua petição, que havia motivo mais qúe racional pan se
pensar que fosse ella ouvida com interesse e tomada em consideração.
Ao contrario, porém, do ·que era de esperar, a petição dos nossos concidadãos
lem sido desatlendida até hoje e 1 segundo o riosso entender, della se fez
omissão
e completa abstracçuo, o que implica, posto que de modo Laeilo, plena e rna-
uifesla denegação de justiça; e foi então qne tomárão a resolução de se dirigir
aos .abaixo assignados, que são os prolectores titulares e conservadores de seus
interesses, apresentando ao corpo diplomatico e consular, acreditado ne.sta Hc ~
publica, uma expo.sição analoga á que dirigírão ;:is honradrrs camaras e na qual
reproduzem as razões com que evidencião seu legitimo e perfeito direito a ' se
opp·ôrem, reclamarem e protestarem contra qualquer innovação que se pretenda
4 ,! '
,
121

inlroduzir no serviço das ciladas dividas e que possa damnificar em parle: ou


no todo, suas fortunas honrosa e diffi~ullosamenle adquiridas,' empregadas- em
beneficio <lo credito do , Estado e por elie solemnem·cnte garantidas. _
Os abaixo assignados tiver-ão lambem -de prestar ouvidos-e não puderãô . pres_
cindir de altender ás observações mui fundadas dos seus concidadãos. ácerca do
perigo cjue, corno pensão, os ameaça, de que - o Eslado, creando .uma nova -
moeda-papel, faça -relroactivo o effeilo da respectiva lei , quanto _ás transacções
realizadas enlrt: particulares anleriorrn.ente ci data de sua promulgação:
Os abaixo assignados, portanto, so lemnemenle proteslão perante V. Ex·. ·contrn
ambos os projeetos, isto é, alteração no serviço -das dividas pela fórma que se
pr~pôz, e relroactividade applicada aos pagamentos estipulados enlf'c particulares,
e avisão a V. Ex. de que fazem responsavel ao governo da Republica pelas con-
sequencías que possão resultar da execução dos referidos projeclos.
Com este motivo tem os abaixo assignados a honra de comprimentar a V. Ex.
com a mais distincla consideração.
A S . Ex. o Sr. D. José Candido Bustamante .

A. DE ANDRADA, enviado exlraordinario e ministro plenipotenciario do Brazil.


GENERAL J. e. CALDWELL, rn inislro residen le dos Estados-Unidos. .
Tm1mc10 RonRIGUEZ Y MoNoz, encarregad-o de negocios de Hespanha.
e. B. CE!rnUTr, encari'egado de negocios de llalia.
JAc1NTo VrLLEGAs, ei1carregado de i1egocios da Hepublica Argentina .
H, PrnRRET, encarregado da legação e _consulado de França.
J. S. ·1· JoHN MoNRoE, consul de S. M. Britannica. -
CARLOS D. DrnHL) consul do Imperio Allemão.
AuaosTo FmrnEH, consul da Dinamarca.
L1WNAHD0 l!RY, consul dos Paizes-Baixos.
G. MoELLER) consul -da Belgica .
SAMUEL BLIKEN, consul da Suecia e Noruega ; -
_A. SPRINGLI, vice-consul da Suissa.

N. 68.
Resposta do governu oriental á nota collectiva.

(TnAnucçÃo.)-Minisle~'io das relações exteriores. Monlevidéo; 30 de Março de 187tL


Sr. ministro ,-No dia 24· do corrente á noite recebi das mãos do secretario de
V. Ex., a -nota-protesto que · o co~po diplomatico e consular me dirigi o em .data
de 22 e que versa sobre estes dous pontos prmc1paes :
E. I :1.6
'i .º Sobre a expos1çao y_uc mui los estrnngeiro~, possuidores <le titulos da divida
jnlerna da nação 1 fizer·ão subir ás honradas carnurns; pedindo-lhes tJUe negassem
a sua sancção a todo projecto a ellas apresentado on por apreseiitar, que Lendessc
<le qualquer fórma a alterar os lermos, estabelecidos ern pacto solemne, em que-aló
então se fazia o serviço das refer.iclas dividas, e rprn ·se conservasse esse serviço lal.
qual existia como era de jusliça e de .verdadeira r.:onvenienàa publica.
2. º Sobre os temores manif'eslados pdos ·supplicantes, a que os membros du
t:Orpo diplomatico . tivel'ãO de dar ouvidos, allendendo ás observações, f[lle dizetll
rnui fundadas, tle seus nacionaes relativamente ao perigo que , segundo elles, os
ameaçava de que o Estado, ao crear um novo papel moeda ) fizesse ret1·oactivo
() effeito
.
da respectiva l'ei . quanto ás transacções entre particulares, anterior·es ·ü
data da ·promulgação.
Conclue V. Ex., e por conseguinte seus distinctos collegas, próleslando cow
toda u solei-onidade contra a,mbos os projectos, isto é, contra a alteração tlo se1·-
viço das dividas e contrn a relroaclividadc applicada aos pagamentos por espe- ·
cu lações entre pal'liculares, fazendo res ponsavcl ao governo, mesrno antes da sanc<,;ão
de qualquer lei, pelas co11seq ue11cias que pudel'em surgir.
Creia V. Ex. que o co nteúdo dessa nota produzio no aninio do poder executivo
. mais do que desagrado, produzio es tranheza, e V. Ex. deve comprehender a de-
mora desta resposta e sua publicação, considerando . que a assernbléa geral se
occupava entfio ern discutir os prnjecltlE a ell[-1 apresentados e qu e originárão o
proteslo ern questão.
Deixarei, Sr. ministro de occupar-me do motivo sobre que gira o seguudo
ponlo da sua nota collcctiva, islo é, a retroactividade ; idéa que não existia no
. projecto apresentado pelo poder executivo, nem em nenhum outro que a assem ~ ·
hléa examinasse, e 111enos ainda no es pírito dos tlous poderes. Permitta-me V. Ex.
que lhe tliga com loda a l'rauqueza que o seu zêlo, e'n1bora plausivel, exagerado,
levou-o a vê1· alaqucs n direitos que não !'orão offendidos.
Contestarei porta11to o pL'incipal tla uola de V. Ex. e o farei da maneira mais
breve que fur possível, si IJ cm qu e t:O!u a fundada esperança de que as miuhan
sentidas palavras !ião de levar a co11vicçuo ao animo de V . .Ex. e de seus clistinc-
los collegas, c11jos govefnos, pet'suadidos <lo erro indubitavelmente involunlario
que foi commellido, nüo hão tle approvar, assim o espero, o seu procedimento,
seguindo antes o exe rnplo <lo da Hepublica Argentina, nossa irmã e amiga, exem-
plo que resulta da propria dec laração que ruc tez o seu digno agenle cavallteil'o
D. Jacinlhô Villegas e que me foi ratificada por telegrnrnma official expedido da
vizinha capital.
Passo agora ao meu proposilo.
lt verdade palmar que a legislac;ão i.nlernacional. determiua as relacões, <lc di-
rei tu co111mum oulrc as uações e que a i:;uberania e a iudependencia coustituem
f23

os requisitos esscncrnes do Estado. Assim, pois, os direitos abso lutos deste, isto
é, do Estado, são a sua exisf.encía, irnlependencia, igualdade e segurança.
De conformidade corn estes direitos tem cada naçã.o a faculdad e de constituir-
. se segundo o seu desejo e cullnra, adoplando as leis organicas e ordínarias que
scjão· mais accommodadas aos se us interesses, tornando-a s prati cas pelos ··meios
íflle julgar mais convenientes, applicando-as e interpretando-as em cada um dos
fac tos que succedem, porém , sem ter jfornis necessidade de consultar o interesse
de outros paizes, de ind aga r a sua vontade e de attender ás suas reclamações
fóra do direito e da equidade ~
A soberania exclue toda dependencia e subordinação a poder estranho, sobre-
tudo trai.ando-se de actos, que são simples e exclusivamente de administração .
interna, corno o que a asse1nblé}1 gera l acaba de consummar de a.ccó rdo com n
poder exec.utivo, que foi induzid ü a fazer bem nota.veis exclu sões pelo seu res-
peito ao es triclo cumprirnenlo dos co ntratos qn e lêm carac ter inl Ú nacional.
Os progressos feitos pela sc icncia inl crn acional e os realizados pela democra-
cia excluern a .mera so1Nrar1ia elas antigas escolas , a . qu al, si p\H]e l. er realiza~fío
pratica na historia , nunca consep;uio nppl.icação logica na sc1enew.
Assim, pois, cada Estado é arbilro ab soluto de seus destinos.
E si alguma cousa ha, que possa ler aug;rncntado a sorpresa cio poder efrcn-
livo ao ·tomar conhecimento .dessa nota é vê-la ílrmacla por nossa irrnH. mais Vi'·
lh a, a grande H.epublica Americana , cuja sábia constil.ui ção, corno diz Laboula.rr~
nf.í.o é o unico exemplo nem a uni ca lí çiio que os Estados-U!1i.dos podem dar aos
povos do universo.
I~averá alguma cousa, diz o celebre hi sloriad ol', mais notavcl, qu e um paiz que
lomou por base da rna politica e da sLrn diplomacia a paz e a nã.o.:.intervençfí.o.
E, referíndo·se ao engrandecimento da JlepuJJlica , accrescenta adiante: cc O se-
« gredo é simples e npezar disso infalli ve l . Co nsiste na paz, na qeutraliclacle o
cc na niio-zntervençâo. ))

E co nclue : e< Desfm1baraçada das lulas lfo 1nlluencia , não des pertando descon-
c< fi anças nem rivalidades , limita a diplomacia arn er.icana lodos os seu s esfor<:ns

« a alargar o mercado e a f'acililar a troca com os paizes qn e sã o pnr!e <lo mesmo


«contra i.o. Com similhantes condições, nada é mais facil do qu e a diploma -
e< eia qu e se - reduz a: procurar os meios de li gar os povos com lnços mais sr -
rc guros que os da ambição ou elo reco nhecim enlo. ))

Pois bem, Sr . ministro~. o protes to a que respon do , !) a couseglriulc reclama-


ção ao poder executivo para que interponha o se n veto na sancçã.o daR leis vo ~
!.adas pela assembléa nacional para o ajuste das snas dividas i nlemas, fazem sup-
pôr a r,xislencia ·do direito ele interve.nção ; que a diplomacia mo (lerna , parccn
querer assumir. ,,.,
O di reito de não-intervenção é consequeQcia logica' da independencia das na-
.~i.

ções .; . e a intervenção, ainda sómcnle a. moral , da s potencias es trangeiras 1rns


124
questões internas do paiz, é um ataque á nossa autonomia e põe em perigo nos-
. sas intimas reláções .
A communidade e a solidariedade elo interesses não podem justificar de nenhum
modo similhante. ataque ao direito internacional, porque a liberdade dos Esta- ·
dos deve ser respeitada em todas as suns manifestações e deixará de o ser desde
que se permiltir -pres6ão sobre as delibúaçõcs das camaras e sobre os aclos do
poder executivo.
Creio, Sr. ministro, que o protesto dos agentes estrangeiros fará época nos an-
naes diplomaticos :
- O direito de não-intervençt1o nàsRepublicas Americanas é tão antigo corno a dou-
trina de Monroe nos Estados-Unidos ; a monetisação das dividas , qu.e serve de
pretexto ás reclamações diplomaticas, é acto inleri10 e essencial da :ma sobera-
nia, no qual nenhuma .ingerencia podem ter as potencias estrangeiras e os seus
representantes.
Os direitos absolutos dos povos suo irnmutaYeis e inalienaveis. Os direi.tos hypo-
thetlcos ou reaes soffrem todas as circumstancias que o tempo e os successos marciío
na sua existencia.
O respeito, que o Estado Oriental observa para com os direitos adquiridos em
seu sólo por cidadãos esfrangeiros, nunca póde servir a estes de pretexto para recla-
marem por meio cios agentes diplomalicos que deixe de exercer a sua sohernnia,
representada na mais alta esµhera pelo poder legislativo.
Este obra denf.ró das suas atlribuiçõcs quando apresenta, discute e approva di{fo-
rentes projectos de lei para pôr em ordem G fazenda nacional e salvar o credito pu-
blico. A opportunidade e vantagens das suas mndiclas ou o desacerto ele suas reso-
luções enteó.dem com os interesses do paiz, que assume a responsabilidade de sew.:
. netos, visto que a desgraça só a ellc causa damno; procede nos limites do seu
direito, exerce a sua soberania e não pócle portanto prejudicar a ulguern sem preju-
dicar-se a si mesmo.
A historia moderna apresenta-nos factos recent es: o:> Eslúdos-Uniclos do - Nol'lc
e a Confederação Argentina ·ao Sul têm Jn r;netisado as suas dividas ou parle dcllas
quando e como melhor lhes têm parecillo, sem que essa medida rxlrema haja moti-
vado protestos nem reclamações.
Si as medidas e resoluções adoptadas são prejudiciaes, pesão os prejuízos sobre na-
cionaes e estrangeiros, e estes, como nquelles, têm francos os tramites lcgaes da jus-
tiça para prnrnover acções e direitos, se consitlerão prejudicados os seus interesses
pa1'ticulm es.
0

Em ·quanto esse recurso legal, ímprescindivel, não für negado aos estrangeiros que
vivem no pai~ ao abrigo de suas leis, por mais que ellcs prefirão levar suas queixas
.aos respectivos agentes, não se poderá allegar denegação de justiça, P. falta por conse-
guinte a ba~e do protesto col!ect.ivo, a que o governo da Republica não póde nem deve
dar assentimento.
12f>

Si, apezar disso, V. Ex. e seus collegas insistirem no sou proposil.o, não lerei
inconvenienlc algum cm expôr oulras icléas e razões mais abundantes; fàzendo
entretanto fcrvr,nles volos para _que este inesperado iticiclenlc não produza o menor
rcsfriamenlo nas cordiaes relações, que devem existir entre povos e governos nas-
cidos para se estimarem e respeitarem reciprocamente.
Saúdo a V. Ex. com.ª minhn maior consideraçã.o e estima.
Exm. Sr. enviado exf.raordinêll'Ío e ministro pienipo!1~ncíario de S. M. o Impe-
rador do Brazi l.
J. e. BusTAMANTE •

N. 69.
Lei relativa d divida publica ü1terna.

O senado e camar~ dos represenl.anlcs da Republica Oriental do Urng·uay, reunidos


em assembléa geral, el.c., ele.
DECRETÃO:

Art. 1.º Desde a prornulga1;ão da pre8enle lei fica suspenso o serviço dos juros e
ela amortização das seguintes dividas publicas: Interna 1" e 2ª series-Divi.da ex-
traordinaria-Consolidados de 1872--Resgíllc de terras- E.-riprestimos ·ext.raordi-
narios 1ª e 2ª series-Fundada bis-e Pacificação 1ª e 2ª series.
Art. 2.º Autorisa-se ao poder executivo para proceder á monetisação das dividas
mencionadas no artigo anterior pelo modo e fórma que adiante se determinão, tlxan-
do o maximo do resgate na proporção seguinle:
As dividas de '12 <l/0 de juros, aJ par.
(( (( (( 9 º/o a 90.
cc « cc 6 º/ º a 7 ti .

Art. 3.º A junta de credito publico emittirá bilhetes Je. curso forçado do valôr
de 1, 2, 5 e 10 dobrões ai.é êÍ q~anlia que fór necessaria para a conversão das referi-·
das dividas, devendo-se fazer esta por mensalida{lcs e por concurso, mediante pro-
postas fecha_das.
Art. 4-.º O poder exe~utivo, por inlermedio da junta de credito publico fixará
mensalmente a quantia necessaria para a monetisaçã.o prescr.ipta pelo art. 2º e. que
não poderá exceder a 3 milhões. .
Far-se ha a dita monetisaçã.o convocando pelos diarios <ltmrnte 8 dias conse-
culivos os possuidores -de l.ilulos de divi.das que q111~irão concorrer Ei · conversã.o.
126

Arl. 5.º Vencido o prazo <lesignado no artigo anlecedcnlc, a junla de credilo


publico destinará do remmiescenle que ficai' da monetisação de dividas a somma
de· 500,000 pesos para fazer adiantamentos sob!'e Grmas abonadas (co11form ~s
abonados), letrns da alfandega e da praça, devendo estas ser garanlidas sali sfaclo ·
1·iarnenle, mas por prazo nunca maior de fi mezes.
Arl. 6. O poder executivo nomeará uma commissão de descontos, composta de
0

Lrcs . cidadãos commerciantes, annexa á junta de cretlilo p\1blico, a qual con.iun c--
Lamcnte com esta deliberani sobre os casos do artigo anteced ente.
Os membros da referida commissão ganharáõ 300 pesos mensaes o serão rr-
movidos annualmente, ·
Art. 7. º Empregar-se-ha a: imporlancia total da amortização elas dividas coir1-
prehendidas nesta lei em cobrir o defirit do orçamento geral das despezas, e a som ma
total correspondente aos juros será extincla pelo fogo, mensal e publicamente,
mediante prévio aviso pelos diarios até completa amortização da emissão circular.
Art. .8.º A junta, quando proceder por concurso á conversão das mencionada R
dividas, abonará. ao proponente o .preço aceito e mai s os jur os que a divida
proposta Liver vencido até o dia da conversão.
':i\rt. 9. º .Declarão-se moeda corren te · de curso forçado i::m toda ' RPpub,l ica . os.
bilhetes emittidos em virtude ·desta lr.i, não i:;en rln ad mitf.ida nas rr-partições dn.
Estado ·outra classe de moeda.
, . Art. /10. Em todos o~ ·. contratos feitos allt.eriormenfe á promulgaçã.o desta . lei
sr~ cumprirá 'o que tiver sido nelles cslip_ula_ dos.
Art,. 11. Os possuidores de titulos de divida, que no ·prazo de 12 mezes nã.o
honverem concorrido á conversão, não podeniõ ser atlendidos pelo Estado , em-
quanio não eeteja e·xtinclo toda . n emissão aulorisada pela presente lei.
Arl. '12. Fica autorisado o poder executivo a alienar as terras publicas pol'
_ nwio da moeda decretada pela presente lei, queirnando a importancia dellas.
Art. 13. Os possuidores de terras fiscae ~ apresentar~se-hão para denuncia-las
com o fim de adqt1iri-las como propriedad~ , de accôrdo com o que prescre\'C o
artigo antecedente, dentro do prazo de 6 1.hezes, passado o qual o p_oder exccnli vn
pod erá vendê-las a quem as denunciar.
J\rt. 14 . A junta de credito publieoJerá uma caüa destinada a guardar os li_-
lnlos de divida publica _que ella houver coúvertido, os f(IHles ,serviráõ de garanlia
para os bilhetes poslos em circulação. · ·
Art. 15. Uma vez amortizados -os bilheles emittidos, serã.o publicarnenle quei.-
rnaclos os títulos das dividas publicas resg;:ttadas, $Uppriminclo_.: se desde então torlnR
os impostos· estabelecidos para o serviço dellas .
Art. 16. O Estado não poderá emittir outro papel-moeda, nem dnr curso for-
1;ado a bilhetes elo banco ou de particulares, sem previ arncnlr, rclirn.r da cirr,n-
laçfío o creado pela presente lei, não excedendo cm cnso al g11 rn a imporlanr~ ia
delle :í da s dividas a qu e se er, fr. re a cmi ssuo aul.nri sarln .
127

Arl. ·17. Fica exonerada a ju11!a de credito l)nblico da ob rigação de conveder


u111 ouro os bilhetes e1nilli dos cm viTludc da lei de 2G de Janeirn dn cor-
re11 te arrno'.
A dila em issão fonnará parle da que é uulul'isada por esla lei e o pod er
e,~ec ulivo emprega-la-ha em colJrit· o deficit do anno anterior·, lles linando o re-
manescente ao se rvi ço do orça meu to vigente.
Art. 18. Fira autorisado o poder execu tivo para eon lrnlar· a impressão tios
bilhetes a que se refere a presente lei, e bem assiui parn o regTtlamenlo desta.
Al'l. '19. Ficãu revogadns todas as leis e disposi1;ões ante1·iores que se oppoul1àu
a p1·eseule lei .
Al'l. 20. Commuuiq ue-sc, ele., ele.

Minist.erio da fazenda. - ~fonlevid é u, ·'2.7 de Ma1·ço de '18'7rJ.

Teuha-se cuuiu lei lia .11ac.:ão, co ru111uni11ue-se, publique-se, e reg· i ~tl'e-s1 !.

VAHELA.

JosÉ e. BusTAl\lANTE.

N. -70.
liatt/icarâo do p1'0testu do corpo dz/Jtomatico e coitsulai' .
.
Legação do Brazil em .Montevidéo, · i) de AIJl'il de 18'7ü.

Sr. llliuistro.-Tive a honra de recebei' a uola de V. Ex . de ao de Mar~:o ultiu1u,


crn resposta :i que . o co1·po diplornalico e co11suk1r, resideu lc ues la capital, dirigi.o
cullectivamente em data de 22 do mesmo mez ao g·overno da Hepublica pelo mi--
uisterio a cargo ele './. Ex.
Havendo dado coribecimento, como ll10 cumpr"ia, dn -referida resposta de ·v. Ex.
aos tneus honrados collegas do corpo diplomalico, com excepção do represe11lanl:c
1la Republica Argentina, . a quem não o liz pelo · motivo por V. Ex. exposto,
foi accordado que eu me encarregasse tle accusar por todos a recepc;ão da meu-
cionada commun icação de V. Ex. , limitando-me a ratificar o pl'otesto consignado
na nota a que V. Ex. se servio responder, visto não lerem sido .invalidados os
fundamentos em que ~ ll e se apoiou.
f 28

Em exc1~ução, pois, desle accórdo, ratifico nesla occasião em meu propr10


nome e rio · de meus honrados collegas aquelle protefll-O que mantemos firme e
val ioso para os seus devidos effeitos.
Ao terminar csla nola, cnrnpre..:me, em abono da verdade, deelnrar a V. Ex.,
e o faço com plt'no conhecimento do fado, que a nola collecliva de 22 ·de
l\farço foi entregue a V. Ex . na noite desse mesmo dia: e não na de 24 como
V. Ex. equivocamenle suppôz.
Aproveito a occasião para renovar a V. Ex. as seguranças ue miuha alia con-
sideraçao.
A S. Ex. o Sr. D. José Camlido Buslamanle .

Ao uiAR DE ANDHAnA.
•·

CONVENÇÕES POSTAES .
.Conven~ão postal Gom. a Allemanlla.

N. 71.
DECHETO N. 5688 DE 8 DE .JULHO DE '1874 .

.Prnmulga a convenção posJal celebrada cm 30 de Setembro de 1873, cn~rc o Brazil e ;1 Alle111anha.

Havendo-se concluid.o e assignado nesta côrte, no dia 30 de Setembro de '1873,


~11ua convenção 'entre o Brazil e a Allemanha para o fim de facilitar e regular a
troca da correspondencia entre os dous Estados ; tendo sido essa convenção mutua-
fnente ratificada e trocadas as ratificações em Berlim a '12 de Novembro ultimo :
Hei por hem mandar que seja observada e cumprida tão inteiramente como. nella se
contém.
O Visconde de Caravellas do meu conselho e 'do de Estado, senador do lmperio,
ministro e secretario de Estado dos negocios estrangeiros, assim o tenha entendido
e faça executar, expedindo os despachos necessarios. Pala.cio do Rio de Janeiro, em
8 de Jtilho. de mil oitocentos setenta e quatrn, quinquag·esimo-terceiro da indepen-
dencia e do Imperiu.
Com a rnbrica de Sua Magestadc o Imperador.
VISCONDE DE CARA VELLAS.

Nós, D. Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Per'petuo do Brazil, etc.


Fazemos saber a todos os que a presente carta de coúfirmação, approvação e ·ra-
tificação virem que aos trinta dias do mez de Setembro de mil oitocentos setenta
e tres se concluio e assignou nesl.a córte do Rio de Janeiro, entre Nós e Sua lVfages-
tade o Imperador da Allemanha e Hei da Prussia, pelos respectiv?E plenipoten-'
cial'ios que se acha.vão rmmidos dos competentes plenos poderes, uma convenção
postal do teor seguinte:

Sua IVIagesta<le o Imperador do Bra- @'íeittc ill?ajeftéit ber sraifer IJOtt ~vafifün 1
zil de uma parte e Sua Magestade o im- eüterfeits unb @'íeitte ill?ajeftliJ ber 1)(µ~d)~ ·
perador da Allemanha da outra parte, sraifer anbererfeit~, 1.11.m bem .WnnfctJe:' g~Ieitet,
movidos do desejo de regular as·relações bie ~oftuerfef):r~ <5!3e3iequngen 3\!Jifcfren 5!3rafi1ien
},; , l 17
!30

poslaes entre o Hrazil e a Allema.nha , 11nb '.íDcHtfcf)fallb bUtd) .pcrftcff u11g cineB bltcf~
estabelecendo uma communicação poslal ten ~oftafif cf)en ?l(u!3taufdJc!3 õll tcgeüt 1t1tb bcn
directa entre os dous paizes em gegcmuiMlgen ~etf7Ci1tniffen mtfvmIJc1tb au gc~
conformidade com as circumslancias ftafteH, . í;aóett bcn Sllf1fcfJhtfl ci11c!3 beBfaHflgen
acluaes resolvêrão celebrar uma con- ~ettrnge§ .úefcfJ(off cn lnib fib: blcfe1t ,f)\ueâ &ll
'
venção para este fim e nomeárão_ por ~9ren .?Beuo'fímiicf)tigtm crnan11t :
seus plenipotenciarios, a saber :
Sua Magestade o lmperador do Brazil ®clm fücajefttit bcr S'fnifer Uoll .\.Brnfilic1t:
a S. Ex. o Sr. Carlos Carneiro de Cam- ®clnc Q°;Fcile11& bcn ,pmn Q':ado.!O Gl':arneii:o
pos, Visconde de Caravellas, do seu con- l:ic Q':anq.ios, .\Bi!3co111tc uon Q':nrnueffaB, lion ®d~
sel llo e do de Estado
. ,. veador
. de Sua Ma- nem ~fotqc unb uout ·etaatfüat0c, S'f mn1uerí;m
gestade a lmpáatriz, senaJor e grande · ~qrcr 9J1ajeftiit bei: S'falfetln, ®motor ·unb
do Lmperio , c9minendador <la ordem de ®rnnbc beB · íRclcf)cB, @:omtf7m bc.0 Q':f;i:lftuB ~
Chrislo, Gran-Cruz da ordem Ernestina .OrbcnB, ®rnf3ii:cua bc§ ~rncftíúifdJcn Drbrnfl
de Saxe-Coburgo-Gotha, lente jubilado l101t Sl'ofimg ~ ®otf7t1, c1nci:lfotcn l.)3i:ofcffor . Dei.'
da faculdade de direito de S. Paulo 1 se u ífücf)tBfetfuftiit uou ®üo ~l.)3mtfo, ~DCinifter 1t11b
ministro e secretario Jc Estado dos ne- ®taatsf eftcttit bei: ~Iusrutittigen % tgcfcgmqci~
gocios estrangeiros, ele., etc., e_Lc. tcn zc. zc., u.
E Sua Magestade o Imperador da Alle- 1utb ®eine 9Jlaicftiit bcr '.íDó1tfcl)c S'faifcr :
manha ao Sr. Herman Haupt, ca vali e i- ,pmn .pcnnan ,Pnuvt, íRittcr bcB S"rfütigücf1 ~
ro da real ordem prussiana da Aguia l.)3tenf3ifcfJCll Ufotí;en · Wbfet~.DrbmB 4. S'flaffe,
Vermelha, 4ª classe, da de Chrislo elo bcs KraiferfüfJ .?BrnfHia11ifcfJcn ~9tiftus ~.Orbe1tf'l 1
Brazil, da real ordem ele Frederico, do be§ S'f onigücf) m3iirtemficrgifcf)m ZS:.ricbi:lcfJB~.Oi:~
. Würlemberg, consul e encarregado de · bens, S'f onfuí unb ü~terlmiftlf cfJer ®cfcfJCiftBti:ií~
nçgocios interino da. Allemanha, etc., ele. gct be~ beutfÚJen ffieicf1es ic. ic.
Os quaes, autorisados pelos se us plenos ~efrf)c, auf ®nmb if;m in gntcr u11b ge"
poderesr que achárão em boa e devida 17orlget ~otm ócf1mbmm .\Boffurncf)ten, bic nacIJ ~
fórma, convierãq nos seg uintes artigos : . ftcqenben .?l(i:tlM uereinóai:t 1)ctÓel!:

ARTIGO 1.u

Entre- â ádri:iinistração dos correios do 3 1uifcf)en bc\ .?Brnfifianifcf)m ·l.)3oftuerrualtuug


Brazil e: a administração dos correios da lll!b ber '.íDeutfcfJen 1.l3offücti1.ll1ítung f01( eil! w
Allemanha haverá uma troca regular e geímaj3iget ífü1stauf dJ uon
periodica :
de 1oartas ordinarias, ge1ui.lf1uticfJm Q3ttefen,
de .bilhetes poslaes, 1.l3oft~S'ft1i:teu 1
de .cartas e ºoutras . corrcsponden- tecouúnanbitten .?Briefen
cias rng.js ~radas) imb m1bmu tcconmtmtbii:tm ~omfvol!betq<®e~
genftfütbm,
de · jo·rnaes, 1ivros e outros un ~ ,Seitungm, .?Bücf)em unb cmbmn '.íDl.'ttcrfacf)en,
. presSOfJ ;

'
\
131
de amostras de fazendas, QBacn:en.lJroóeri,
de · papeis commerciaes e de ma- ' ,Panbef~.lJa.lJimn tmb Wfanufcriµten
nuscriptos. ftatt~nben.
Esta troca se effectuanl. em malas 5Diefer 2üt~taufclj foíl erfo!gett in gefdJfoffe•
fechadas . nen 5Br!ef'1Jacfeten :
a, pelos vapores directos que fize- ~' bcrmitMft ber bircrten '.Dampffcf)iffe,
. rcm o serviço regular entre os portos da \tlefcf)e regefméif3igc ~af)rten õltlifc1jen 5DentfdJen
Allemanha e os do Brazil, 1mb 5BrnfffianifcfJm .pafen m1tedjaftcn,
ll, pelos vapores que fizerem o ser- b, oermitteift fofrf)er '.DampffcfJiffe, iuefdjc
viço regular entre portos europêos, não rcgcfméif3ige ~af1rten 31uifc1jen anf3erbeutf ÚJen ,Pa•
situados na Al!emanba , e por.tos brazi- . fcn in ~nroµa 1mb 5Brnfifianifcf)e11 ,Piifett bei:~
leiros. i:idjten.
As duas administrações se entender<.lõ 0n iuie\1.icit bic ci1wfrim SDampffcIJiffc óc•
para resolver até que ponto os vapores 11ic°(JLtHg§1ucife '.Dampffcljiff~~Binien 3m 5Beforbc~
avulsos ou as linhas de vapores serl'ío em- rnng gefcf7foffencr 5Brnfiümtifd1 ~5Dwtfdjei: 5Bi:i ef~
pregados no transporte <las malas fecha- µacretc 3n '6enil12cn fínb, bm:iíócr 1ucrbm ~lÍJ bic
das que têm de ser trocadas entre ·o Bra- úcibcrfeitigen ~~offber\tlaftnngen oerftéinbigen.
zil e a Allemanha .
A troca das malas se fará por em quan- ~orfiitt~g foff ber ~Xitfüaufclj . ber .llJriefpac'fetc
to da maneira seguinte : crfo!gen:
a: por via de Hamburgo em vapores a, uin ~~amúmg mitte!ft bmtfdjer ~a m H
allemães, fdjiffc,
h, por via de Bordéos em vapores b, oia 5Borbeau~ mitMft frnllõlifif~er,,,
fn.1ncezes, '.Dmnµffcf)iffc,
e, por via de Lisboa cm vapores e, bia ~iffaóon mi,tte!ft frm1õtififdJer ober
...
francezes ou inglezes. cngfiféfJet '.Dampffrf)iffe.
O expedidor de úma carta, etc. terá '.Dem ·2T'6fenber eim§ 5Briefe§ zc. foff e§ frei~
a faculdade de escolher entre as linhas cm.:. fteqen 1mter ben 311m strnn§port bcr 5Briefµacrete
prrgaclas no transporte de malas aquella úc1111Jgten ~inien biejenigew õll úqeic1jnen, a11f
pela qual se deva remetter o objecto. iuefcf)er bic 5Bef lirbcrnng bl'§ @cgmftcmbe§ ftatt~
finben foff.
As duas administrações de correios '.Dic óeibcrfdtigen l_l.)oftber\tJafümgen \tlerben
dcsignaráõ <le comnrnm accôrdo as esta- [n gcmcinfmmn ~intmftfü1b11if3 biejenigen l_l.)oft~
ções postaes, por cujo intermeclio devão nnftaíten ÓeõeidJnen, \tlc1dJe bie gcge.nfeit.igc .Üóer~
ser reciprocamente lransmiltidas as cor·· fiefernng bl'r 5romfponbm3en 3u 6eltlMen qa~
respondencias. 6en.

ARTIGO 2.º 2lttifel 2.


As despezas do transporte por mar '.Die ~often fiír ben 10ee•strnn~.lJod ber .
elas malas do Brazil para a Allemanha, .®riefpacrete au~ $rnfífien nacf) 5DeutfdJfonb
.e vice-versa, serão pagas pelá adminis- unb ttmgefeqrt, roerben l]Olt ber betttfdjen
tração dos correws da Allemanha por 1.l5oft1Jerinetftung rür gcmeinicíJetftHc'f)e ffiedjmmg
conta comrnum. ÓeãafJU.
O porte do transito terrestre <las mala s, ~n gleicí)et ~eiic roirb bci§ 53anb~~n'ntfít~
expedidas por meio de vapores que na- ~orto füt biejmigcn 5.Brief~acfei:r, 'roelc'f)e IJemtit~
veguem entre portos ellropêos situados tefft ber ã\Utf Ú)cn auuer~ beutf lÍ)t'.ll ,Pafen ~utO~Ct§
fóra da Allemanha e portos do fü~azi l, nnb 5.Brafifíanifd)ell 5)afen furfirenben mm11+1f ~
será tarnhem pago, nas duas direcções, ic1Jiffe õut %lbf enbnng gefongm, ·in beibcn ~füf) ~
por conta commum e pela administraçã0 . tnngen \Jon bcr beut)dJcn s.t~oft1Jer1nafümg ·füt
do~ correios ;da Allemanha .' gcmeinfcX:7afHicí7c ~1:ecÍJnnng entrid)tet.

ARTI GO 3. 0
· ~lttUel 3.
As pessoas·, que pretenderem enviar miejenigen 1.l5erf011e11 1 \ueüf)C ge\Ufü)llftéf)e 5.Bt:iefl~
cartas ordina rias do . Drazil para a Alle- nn§ 5.Brnfifün nad) SDrntfcí71mib obcr mtB mmtf dJ ~
rnanha e da Alie manha para o Hrazil, · fonb nmfJ 513rnfifün aú)cnbm 1uoffen, fõ11ne11
poderáõ franquear essas cartas até ao seu naclJ if7m ~aÍJ{ ba§ 1.l5orto fiir )old7e 5.Bricfc
destino , ou deixar de as franquear si o úi§ 5m11 5.Beftimmttng§ortc rnt:ric1Jten, obet bic
preferirem, ficando neste caso a cargo 513eõaf)hntg beffef6en ben @:m~ftingem überfoffen.
dos destinatarios .o pagamen to do res-
pectivo porte_.
As cartas e quaesquer outras corres- . ffiecommetnbirk \Bricfe unb anbere tecommmk
· pondencias registradas, os bilhetes po ~­ birk ~omf~ onbcitõ ~ ®cgcnfti{)tbe, ç_µoftfm:tm r
taes, os papeis co mmerciaes , as amostras ,p anbcfB ~1.l5a~icre 1 ~aarm~roben, .Scittmgen, \Bi\"
de fazendas, os jornaes, livros e outros Ú)C\.' ll11~ fonftige mmcrfadJCll müffen ftet§ UO\:"
'impressos deveráõ ser sempre prévia- gfütgig üi§ õllm 5Bcftim1mmgB ~ Dl.'t frnitfüt
n1enle franquea.dos até ao seu destino. \uerbcn . ·

ART IGO 4.'' 'lfrtitcl 4.


Os porles das ca rla s singelas, qne :VoB 1\3orto bcB cinfmT)rn 5.Briefe§ im ~cr~
frffem perurnlacln s enlre o Brazil e a Al- Mjr õ\1Jtf d)elt \8rnFlieit nnb mentfd)lctnb \lli:rb,
'lerrianha, são . li xados 1;as quantias se·- \uie fofgt feftgcf et2t :
guintes; a saber :
1.-. No caso ele expe(li<;ão por vapores I. 5.Bci ber ®cfifrbening mit bireften SDam~f"
cfo~et· lO~ . ~(1\ r !. ·J a. ) ®rfJiffcn (WrtiM 1, a)
'1,. Na de cinco gros para as cartas I'rai1- 1, %.if fünf (~ rnfcf7en fiír bm frnnfütcn .~ ri rf
cpi.eadas na A!lernan ha e na de du- l11t§ mrntf Cf)follb ltttb mtf õ'lllCif)ltltbc\:t fiínf =
zentos e cinco_enla réis para as cartas õig ~lei§ Tfn: bcn frcmfoten ~ricf Lll10
fr anq uead as no füazil; 513rnfthm ;
·2, Na de s 1 ~tc gros para as cal:tas não 2, 9ütf fíeúen ~hof d)m ffü: bcn nnfrn.nfir~
fra11queaJas di ri gi da~ para a Allerna- tcn 5.Bricf ltílf~ mentf Ct)follb ttnb CtUf brci ~
nh a e na de trezentos e cin coenla f)itnbert fiinfaig fiei§ Tiír ben imfra.nfo~
ré.is pa.ra as cartas não franque adas ten 5.Bricf uetd) ,5.Brafifün i
·diri gidas para o Brazil ;
II .·- No caso de expedição por vapores II. 5Bei ber 5Befõrbmmg mít SDam~ff d)iffen,
que naveguem entre os portos euro- iUe1d)e 31uifd)en auj3érbeutfdJen ,Péifeit <fo~
pêos, não situados na Allemanha , ro~a5 unb 5BrnfHianífd)ett ,Piífen furfiren
e os portos do Brazil. (Art. 1 b.) (WrtíM 1, b)
'l , Na de oito gros para as cartas 1, fütf acljt ®i:ofrfJen ffü: bcn frnufot:en 5Brief
franqueada s na Allernanha e na de au§ meutfcljfonb uttb auf t1ietl~1mbert ffi:ci5
quatrocentos réis para as cartas ffü: ben frnnfüten 5Brief au5 5Brnfifün ;
franqueadas no Brazi);
'.2 , _Na de dez grns para as carlas não 2, fütf õefJtt ®rofdJett für ben imfranfüten
franqueadas .dirigidas para á Alle- 5Bricf nad) meutfd)1mtb ·imb nuf fünf~
manha e na de quinhentos réis para ljunbei:t ffi:ei5 ffü: ben imfrnnfütcn 5Bricf ·
as cartas não franqueadas dirigidas netclj 5Bra.fí1icn.
para o Brazil. .
Será considerada como singela loda a ?l(f§ ein einfad)er 5Bricf iUirb ein fo1d)er mt~
carta, cujo peso não exceder a quinzr, gefeljen, beffen ®eiUicljt fünfaeljn ®i:ammen nirfJt
grammas. üóerfteigt.
Pela:' carias, que e\cederem a qufoze 5Bci 5Bi:iefeu, iUefrlje meljr aí§ fiinfacljn ®rnm ~
gra rnmas, cohrar-se-ha mais o porte de men 1uiegen, 1uirb fíh: j.ebe.§ 9Jceljrgeruicljt tion
uma carta singela por cada peso de fünfaeljn ®rnmmen ober eincm ~ljcff oon fünf ~
quinze granui1as ou . fn1cção de qúinze õe1Jn ®rnmmen cin einfad1er ~ortofa~ meljr er~
grammas que accrescer. ljoúen.
Os bilhetes posl.aes serão em tudo igna- ~offfm:ten \ucrben in jebet 5BeõÍCÍJung br.n
laclos :ís ca rias singelas franqu ea das. einfacljm franfü:ten 5Bricfen gfeidJgeadJtet.

Awm::o 5. º

Os jornaes, gazelas; obras perioclicas, mer '~orto füt . ~ournafe, ,Seitungen, µcrio ~
livros brochados ou encadernados, papeis bifdJe m3etfe, '6tofcljii:te obct cingeúmtbcnc $.Bíí~
!le mu sica , cata logos, prospeclos, an- cljet, 91oten, Sfatafogc, ~rofµeftc.. ?l(nfünbigun ~
nnncios e .avisos diversos, quer sejão gen 1mb Wiwigen . ilctfd)icbenci: · %(rt, gfcidJilicf
impressos, gravados, .lithographados ou ó'6 gebructt, gcftoc1Jm, füljogretlJ~itt' obet auto~
autographados, as grnvuras, lithographias gretlJ1Jirt; femer· fiit Sftt~ferftidJe, ~itogtetlJljiw
e phol.ographías que fôrem exj)edidos do 1ntb ~Í)OtogtetlJÍJÍClt Ütt .$Bct:feljr õ\Uifcl)en 5Bro~
. Brazil para a Allemanha ou da All e- fifütt Uttb meutfCÍ)foltb ilJÍtÍ) fiít ic f.iínfaig @ram~
manha para o Brazil , Jicão sujeitos por men obet cincn '.'itf)cif tion fünfaig ®rnmmen,
ca da ciucoenla ;grarnmas ou fracção (le mie fofgt, feftgef e~t:
cincoenta grammas aos seguintes portes
lle franquia , a saber :
1. · No caso de expediçào por vapores I. ~ei i:iet ~efi.ii:ben111g mit birefün mcun~f~
dfrectos (Arl. 'l º a.) fdyiffm (%Ci:tifef 1, a)
'Iº, Ao de um gros na Allemanha; 1, Wuf cinen ®rofcfJen úei bet ?lCúfenbung
mt§ :!Dc11tfdJfonb ;
'.2°, Ao de cincoenta réis no Brazil. 2, 12fof fiinfaig mei§ úei bci: %lGícnbnng cm§
.ífüafifün ;
II. No caso de expedição por vapores II. 5Bei bei: 5Befütbernng mit ~am~ffd7iffcn,
que naveguem entre portos euro- 1ucfd7c õtuifcf)en auj3ct:bC1ltflÍ)Clt ,Piifcn ~n~
pêos, não sil.nados na Allemanha, ro~a§ nnb 5Brnfiüanifd7cn ,Ptifen hn:fi\:cn .
e os. portos <lo Brazil. (Art. l h.)
1
(llhtifc( 1, h).
1º, Ao de um gros e meio na Alie- 1, \l(uf cinen 1mb rinm ~LlÍÓen ®rofÚJen úei
manha; · ber ~Xóf enbnng au5 SDentfd7fonb,
2º, Ao de ~ e Lenta réis no Brazil. 2, \l(nf fieóõig g~éi§ üci ber %1úfcnb1mg 0110
$rnfifim.
Os ohjectos acima designados, para ~ic in biefem llfrtiM feftgef et2te cnniij3intc
qur. lhes possa ser appli~ado o porte re- ~ap~ finbct cmf bic Üeõeid)Heten ®cgcnftiin~c
duzido marcado pelo presente artigo, mn: bmm %11ucnbung, 1uenn biefdóeu ben ili:
deveráõ reunir as condições,- que no paiz ltrfvi:11ng§fm1bc fiir if)'l."C Q)erfenbung gef et2fülj
donde procedernm, se acharen1 estabe.., obci: regkmentnrifr17 uorgef cf)i-irórnen 5Be bing1 m ~
ler,idas .por lei ou regulamentos para gcn entfvml)m.
a sua expedição.
Aq uelles dos ditos objectos, a res- ~iejenigen bei: errui'i1Jnten ®e~enftfü1bc, roefrf)e
peito dos quaes não tiverem si<lo satis- ben l'rforberfüI7m $ebinnnnge_n nicf)t cntfvi:cclJrn,
feitas as necessarias condições, on que obei: \tic1cf)c nicf)t óiB õll111 .~ eftimnu.mg§otic
nao fórt>m franqueados até ao se u des- fi:cmfot finb, foff rn nf§ 5Briefe be!Janbeft m:b
tino, serão considerados e taxados como bc111gemül3 ta~h:t roerbm .
. cartas.
Nenhum rna«;:o de jornaes ou de oulros '.Va§ ®e\1.1irI7t einer ®enbuug mit ,Seitim!Je!l
impressos dev erá exr.e<ler o peso de tlm ober fonftigen SDrncrjatl7en foH cin sriíogrnm 11t
kilogn1 mma. nirIJt iíóerfteigen.
As disposições do presente artigo não ~ie in biefem 12.frtiM entfJafünen 5Beftim"
alterão de modo algum o · clireilo que mnngrn óefc'f7rtütfo1 in fciner ~eife · bn§ bt'H
t(·m os gover~os dos dous paizes de Üeiberf eitigen g(egienmgen õ1tftef)Cltbc g(ecf)t, bit~·
não permitlir nos seus respectivos _terri- jenige11 im gcgen\uiirtigen ~frtiM Óec)eid)Hetrn
torios. o transpqrlc e distribuição dos ®egenftiinbc mtf i1Jrên ®eúietm nid)t óefiírbrrn
object.os designados no presente artigo, obcr 6efteHen õlt foffcn, in 5Beti:cff bmn brn
relativamente aos quaes não hajão sido óeftef)enbcn ®ef e~ en ober moi:fd7rlftcn üóci: bic.
· cnrnpridas as leis e decreLos, que re- 5Bcbingungen il)rer meroffentüd)img llltb 5Eu-
gulão as condições da sua publicação úi:cltmig, fei e§ in 5Brafificn obcr SDcutfc'fJfono,
e circulação tanto no Brazil como na riicf)t genügt jein foffte.
Alie manha.

ARTIGO 6. 0
~frtitel 6.
As amostras de fazendas 1 que fôrem $Da§ $oi:to für im mcrfa·;f
~aaren,$roóen
expedidas de um para o outro paiz, ficão õ\1.lifcfJen óeibm ~iinbcm \nirb fiir jc fíi11faiJ
sujci las aos seguin.tes ·portes de l"réi11- ®m11u1Lm obct einen 5t9eif uon fünfaig ®rnm"
'[t1ia por cada cincoe11la gramrnas, uu meu, lllic fofgt, feftgef eljt:
fracçãn de cincocnla grammas, a sabe r:
l. No caso ·<le expcdi~'.ãO por vapon~ ; J. 5Bci bcr 5Befõrberung mit bireften '.iDampf"
direcl.os (Arl. 1 a. ) fd)iffen (í2CrtiM 1, a)
1", Na Alie manha ão porte de umgro:;. 1, 2Iuf cinett @i:ofd)en bei bcr SU:bfenbuttg
au§ mcutfcl}fonb'
iº, No HrazíJ ao purle de cincoe nla 2, "líuf fünfaig ~reif> bci ber 2Ibfcubung autl
réis · 5B rnfifüH. 1·
'
11. No cl!so de expedi~'.J O por vapo- lI. 5Bei .bcr 5Bcfifrbcrung ntit ma114Jffd)iffe11,
res que 11avegucm entre pot'f.os \Ddd)e 31uifd)ell auijerbcutfdjen ,piifcn (fo~
curopêos, uau situados ua A] lema- i:opaª tmb 5Brnfi!ia11ifd)cn ,piifeu furffrcn
11ba, e os portos do BraziJ. (A rt. 1 b.) (ílfrtffd 1, b)
.1 º, Na All ernanba ao porlc du um 1, Wnf ciucn un'D cittCJt 9arben @i:ofd)w
gros e meio. bci bcr SU:úfcnbung att§ meu~fcf)fal1b,
2°, No Brazil ao porte de se tenta réis. 2, 2Cuf jieb3ig ~t.ciB liei bcr ílfúfwbuug nus
5B rn fi!i rn.
Para possa ser ê1pplicado ;'1:; ;rn1os-
lJUe '.íi.)ie Üt bicfcm 2.h:tiM feffgefel~ tc mniifiigte
lras de fazeucla s o porte reduzido que ~~e finbet auf m3trnrenprobw mtr bmm ~tt<
lh es é marcado pelo presenlc artigo, de- \Dcttbtmg, \1.JCllll biefefbcn 1mte.r 5Bcmb gefegt,
' veráõ e]las ser fechadas com cintas· ou ober aubcnucit bergeffaft ucrpacft finb, ónfi bcr
de modo que facilmente se examinem. ~n9ti.ft fcidjt gcprüft ~ucrbeu fautt.
Além Lfüso a·s dilas amostras não lerão <Sic bürfm feincn S'faufruertlj ljabc11 u11b
vnlor algum commcrci::il, nem conterão fone anbei:cn ljanbfcljriftíid7e1t ~mncrfc h'ltg~n,
lellras, algarismos ou signaes quaesquer tll§ bic 2tbrcffc bçti Q:mpffütgcr§, bie Untcrfdjrift
manuscriptos, á excepção do nome e re- bcti )Llúfcttbcr.él, ~li.fo:if~ obcr ,pmtbcf.él ~ 3cicljen,
sidenc ia do destinatario, da assignalura 9hmu1tcrn unb \.13rcife,
do remettente, de uma marca de fabrica
ou de commercio, dos numeros de ordem
e dos preços.
As amostras, que · não reunirem as fil5Mtc14Jrobett, ~uefdjc bcn t>orliqeid)netm
condições acima indicadas, ou que não . 5Bebingungen 11ic17t cntfprcdjcn, obcr 1uefd)e nid)t
tiverem sido franqueadas ·até o se u des- lii§ aum 5Beftitmttttttgtiort 'franfüt finb, ~1.Jctben
tino, serão consideradas e taxadas como wic 5Briefe lie9anbeft unb bcmgemiifl têt~irt.
cartas.
Nenh um maço de amostras de fazen~ :Va§ @eiutd)t dttet . @:ícnbuttg l:JO!t ?filactrett<
das deverá exceder o peso de duzentas e · \.13i:olien foU au.ici9mtbert fünfaig ®rnmmett nid)t
cincoenta grammas. ilúcrftcigeH.

AHTlGO 7. 0
filttifel 7.
Os papeis de con'.lm.ercio, as provas ~ti.5 ~octo füi: .paubef§papici:c, ffü: ~~nef,
de imprensa com as correcções feiLas á. tm:liogeu mít f)anbf d)i:iftfidjett stomftuten unb
mão e os manuscriptos, e.xpellitlos de um fih: IDluunfüi~te im ?Eedef)i: i'J11lif c1Jett óeiben
p~ra outro paiz, ficão sujeitos aos seguin- $2Q.ubent d \1JÜ:Í) tib.: ic füufaig. @tetlltlttelt Obet
tes portes de franquia i1or cada cin- eittcit ~f)ei.1 uon fitnfaig ®rnmmen, \uie fo1gt,
coênla grammas ou fracção de cincoenla leftgefe12t:
gramma~, a saber :
L. No caso de expedição por vapores ch- !. 5J3ei 5J3efotbenmg mit bitefteú mam~f ~
reclos. (Art. 'la.) . fdJifien (~MiM 1, <t)
'lº, Na Allernanha ao porte de um gros; 1, &uf einen ®tofdjen óei bet &ófenbung
nus meutfc'f)~anb,
2º, No Brazil ao porte de cincoenta réis. 2, icuf fiinfaig ffieis óei bet &ófenbung au~
5Btetfifien ;
li. No .caso de ex.peuição por vapores II. $Sei bet 5Befotbernug mit mam~fid)ilfen,
que naveguem entre pül'tos euro- 'tlJe1dJe õtuifc'f)en aufierbeutfd)en ~ateu Q:u•
pêos, não situados ua·Allemanha, e roµa~ mtb fo:ufilicmif c'fJen .piifen furfirm
os portos. do Brazil. (Art . 'l b . ) . (sifttifd l, h)
1
1º, · Na Allernanha ao po~·te de u tn gros 1, &uf einett unb eitten 'f)alóen ®tofd)en
e me10; óei bet &ófenbtmg CtUS meutf djfonb,
·2°, No Brazil ao porte de setenta réis. 2, icut fieó11ig ffiei5 6ei bei: ~lófenbung etlt~
5Btetfifün.
Para que possa ser applicado aos ob- mie in bieiem %:HM teftgefet2te etmaf3igte
jectos acima·designados o porte reduzido ~a~e finbet auf bie óeõeidJneten ®enbungen mtt
ruarcado pelo presente artigo, deveráõ bann mtwoenbung, Mnn bief e1óm untet 5J3cmb
el\es ser fechados com cintas e não conter gefegt finb unb feinen 5J3tief obet ?Emnetf ent~
carta alguma ou nota que tenha · ca- 1Jalten, 1ueldJei: beu <ê:'f)ataftet einet eigeutfü()ett
racter proprío de urna correspon dencia obet µetfon1id)ett ~ottef~onbenõ Migt.
effectiva e pessoal .
Serão ·considerados e ' taxados como miejenigeu ®enbungen, \ue1dje bett im gc•
cartas os objedos acima referidos quando gen\uiittigen · fütife1 freõeidJneten 5J3ebinguúgw
a seu respeito deixarem de ser observadas nid)t entfµredJen, obet 'tlJefdJe Úi~t ó~ õtutt )ôc,
as condições declaradas no presente ar- ftímm1mgsoii frnnfot fiub, 'tlJetbm \uie unfrnn<·
ligo ou quando não tiverem .-;ido fran- fote 5Btiefe óe'f)cmbelt unb ·bemgemiif3 tn~itt.
queados .até ao seu destino.
Nenhum maço de papeis de commer- ~ctnbels~aµim, ~ottefüttóogen mit qanb'
. cio, provas de imprensa e de manuscriptos íd1tiftÜÚJelt srotteftutett ttttb ill1ctttttfcri~te bfü:fen
deverá exceder o peso de um kilogramma. ba§í ®e'tlJiÚ)t uon einem srifogtetmtu uid)t üfm,
fteigen.

2ldilel 8.

As correspondencias de qualquer classe, mie ~.ottef~onbettõClt iebei: &tt, 'tlJeldje aug


expedidas de um dos dous paizes para o eittent ~ctttbe uad) bem anbei:m õttt m:óf enbu11g

.. .,
· ',
~ . / ... '
137

outro, poderáõ ser f(anqueadas por meio gcfo.11gcn, fõ111ten mlttefft bei: i m Utf~r.nug~fcmbe
de sellos postaes em uso no paiz de que gü1tigen s.)3ofMIBert1Jõeid)eH frn.nfüt 1ue1:bm.
i'ôrem procedentes . ·
As correspondencias insuflicientemen- Q::iie bmc'f) s.)3.oft1uei:t1JõeÍ\Í)eit llHõttteid)enb frnn~
le franqueadas serão laxadas corno carlas foten ~omf~onbettõ~@egmftfütbl: 11:erbc11 H.lic u11~
não franqueadas 1 levando-se, porém~ em fi:anfütc 5füiefe ta~ii:t, jebod) 1wc1) ~Võll9 bdl
eonta- a importancia dos sellos affixado& m,,ertfJe5 bet uom ~lóf enber t1er1ucnbeten Sf5ofb
pelo remeltente. mmfeu.
Quando o porte, que dever ser pago $eun óei 5Sei:eÚJllung be§ t1011t ~m~ffütgcr
pelo des tinatario, representar urna frac- ciltâuõieljenben ~rgfütõtutg5~oi:to.ê fidJ ún .5Srnclj ~
ção de um quarlo de gros ou de dez réis, tf)ei1 eine§ .Q3iertel~®i:of CÍ)ert§ obci: ein 5Setrng
a administração dos correios da Allema- Uolt tueniger a1ª 15ef)n ffiei§ crgie'6t, fo joH uon
nha percebení um qual'lo de gl'Os e a ber beutfd7en s.)3oft1.1er1ua1tmig fi\t beu .\Sruú7tfjú(
aJminislração dos correios do Brazi 1 dez eiue§ miei:te1~~hof c1jen§ eiu. .Q5iertef4füofc1jm n11b
réis pelas "fracções de urn quarto de gros Uoll ber 5Srnfí1icmifCÍ)eit füt einm ~f)eiÍ 1.1011 15ef1n
ou de dez rei s. ffiei§ ber 5Settag t101t 15elj11 ifüí§ ei:fJoÚen \l.lerb.m.

All'l'IGO ·9. o .
Podeniõ ser registradas quaesquer cor- SDic ~omf,\)onbenõgegenftii.nbc jeber SU::i:t, iud~
l'Cspoudencias, que reciprocamente en- Ú)C im gegmf eitigeu .Q5ei:fefjr [J\1Jtf Cf)ett ben ~itt~
viarem os habitantes ,do l:kazíl de uma 1uoljneru .5Brnfi1iens einetf eit.ê 1~nb . bcn ~iu1uol) ~
varte o os habitantes da Allernanha da mm mmtfCÍ)fottbf8 l'tttberei:fcits [Jlll'. ~lúf e~tbnng
outra parle . gefongen, f.01me11 imter .~lefommcnibation aóge~
fanbt 1uerbm.
Pelas éonespou<leneias registradas co - %fü: bie refo1n11tcmbidc1t 6mbrnrgett 1uitl>
IJt·a1·-se-ha além tlo.s portes desi gnad os mtf,ei:bem in: ben uoi:fJergcf)eitbcn %.:HMn, 4, 5,
11os artigos 4·, 5, 6 e 7, o premio fixo de 6 unb 7 feftgef et~t~1t s.)3odo bic im Urf~nçngs~ ·
registro estâhelecitlo no .pa1z. de c1ue foubc úeftef)ettbc ~lefonnna11bationf8 gehüf)C er ~
fôrem originarios. f)OÓett.
O rernetlentc de qu.alqucr cor!'cs- Q::iei: ~tóf enber einei: refo11u11t1nbirten 6cttbung
ponuencia registrada poderá cxíg;ir um fonn bic .5Scf d)aftuug eincª B1füfic1Jeinª uei:!an~
i;ecibo da entrega dessa correspondencia , gm u11b l)nt ffü: ben ffiiíCff c(Jein úci ber ~inüe"
pagando por esse recibo no aelo do· re- frnÚtg llt meutfd)fonb &\Uei ®rof d)Cll, ltllb Dcl
gistro a quantia de dous grns na Allema- bei: ~ilt'~iefernng in 5Stafllirn l)llllbci:t ~l:ci~ é)ll
nha e a de cem réis no Bràzil. e11tüd)t~11 .

AHTTGO 1o. u ~lditel 10.


No ca;so de extravio de qualquer cor- ~llt %oHc Deª SBcrfatfMl l'iner refommanbit ~
1•espuutle11eia rcgistl'ada , a adwinistraçuo trn 6 rnb1u1 ~1 \l.lirb birirnigt:· ~l't\tiafümg, i11
uos eul'l'eios do pa.iz, eu1 cujo !~1-ritorio bcrrn 5Bcrl'idj !:ln ~erfatft ft(l.ttHcfunb en f)a.t, belll
Livel' logar o extravio, pagaFti ao remet- ~.lbf cnbcr ober t't11h:etcnbc.n %:,ofüs bl'1lt ~lbreffa~
tentc ou ao <lestin ah:1r;o, seg·undo dever tm innerfJolú 1oéf)B '.:1J10uo,te, t101n stagc ber
i.: . r 18
rns
se.r, . dentro do prazo de seis mezes ~on­ ffiec(umation t1i1 9l'l:eClJne±, eine (fotfÚJlibigung
lados ·do dia da reclamação, urna indem- õªfJlen, bon u.icqefJn '.3:1Ja1ern, \uenn bie ~Cú~
11.~s;ação de quatorze lhalers, si a corres- fenb1mg mt5 mcutfdJfonb erfo1gt 'ift, obcr ·uon
pondencia fôr procedente da Allemanha, JhJmqig '.i))(i(rei5, 1uenn bie ?!lófenbung au5 mm~
ou de vinte mil réis si fôr prQcedente do filien ftattgefunben f7at.
'Brazil.
Quando o extravio aconlecer no terd - %aU~ bei: iSeduft auf bem ®eóietc einer
torio de qualquer dos paizes interrnedia- · trnnjitfeiftenben i8er1uafümg ftattgefimben ljat,
rios, a ii{demnisação mencionada serü \uci:ben bie fo:afi1ianifd)e unb bie beutfd)c í.l3oft"
paga em p·artes iguaes pela administração t1et1uaítung bie gebad)te (fotjd)übigung i}tt glci~
dos correios do Brazil e péla i:tdministra- cIJm '.'it'f)eifen trngen.
ção dos correios da Allernanha.
·A rec'lamação por ex travio de .1ui1 ob- '.il)er ~(ufvrud) trnf ®c'f)nbenei:fa12 für ben Q.Sei:~
jeclo registrado deverá ser 1ipreset1Le>da, luft eim5 i:efommanbirten @egcnftnnbe5 umfi itt
em cada caso, sob pena de pi·escripçuo, jebem ei1wfnen %aH e óei iScduft be5 \lfnf.pmd)~
dentro do prazo de um· atino, contado ümerf)afó einer %i:ift \.loll áuem ~af)te tiom
·do diá em qu.e ti ver si <lo feito o registro. 5tagc ber ~(ufgaóc beª óetrefienben @egmftm1~
be§ tlll gmc1Jnet, ergoúeu Mrben .
. A perda de mala, devida. a accidente mei: iSei:íuft ber gef c1)1offcnen 5füiefvacrefr,
de força · maior, não clá diI'cilo a inden.1- f)Cl:Úeigefüf)tt btttd) morffüfe bOH force majeurc,
nisaÇão algurna. úered)tígt ijU feinerfri ~tttfd)abignng .

ÁHTIGO 1'1. 0
~frtttec 1L
A repartiçào do porte e das outras . '.il)ic ~fJeifung bêt í.l3oi:tot 1mb bei: 'fonftigeti
laxas far-se-ha da rnàneira seguinte : ®e'&üf)ren joff in .fofgenbcr m.5cifc ftnttfinbm :
Do JWJducto tolal do po1:te e das ou- $011 bem @ef mnmtóetrnge cm í.l3orto nnb
tras taxas ·se derluziráõ ai despezas de fonftigcn ®eóiif]tm \uerben bi.e uon ber . bentfµ)ett
transporte , pagas pur conta comrnum 'f5oftbcr\t1a1tung fiír gcmeinfc1JnftlidJe ffiec1)1t1ll1g
pela admini.stração dos correios da Alle- geija'fjlten c:rran§.portfofteu, fei et ba\~ biefclúen
manha, quer essas cLespezas provenl1üo bmdj ®ec/itran§~ott ober bui:tlJ ben ~mtbtrnnfit
do lransportc marilimo, ou do transilo rntftanbw finb, in \.lf.6ijttg ge6tacI)t.
te rrestre.
O r cs1rJ se clivi.d·irü em parles iguaes '.Ver ~left \úii:b 111uifc1Jen ber .?BrnjifinnifcIJell
entre as atluiinislrações dos coneios elo i)ofh..1etíun1tnug nnb bei: beutf d)en 1.l3offoenunfüut9
Brnzil e da Alleruanha. 1111 gíeid)en st'fjeifen uertf)eilt.
A taxa Hxa de reg;istro e a laxa devida '.il)ic ffiefommanbatioli§geliü'f)r, fo\uie bie @e~
pelos rcci hos de en l~·eg-a pertenceráõ por úüf)l: fiii: bcu ct\uaigen ~Hücrf dJein uei:ókiót t\n~
inteiro ;í admiuislraçuo Llo correios de gct0cilt bci: í.l3oftberhJa1tung be§ 2httga6esgeóieM3.
procedcncia. ·
·Fica formalu1cnlc ajustado e11lrc as ~t wii:b tlll§brüéfücf) ij\Utfá)ell bcn 1mtrng"
partes conl1'al:antes q11c aquclles dos ob- fcIJfüf3enbcn '.'itfJei(en uereinúnrt, baf3 bic in bcn
jec los dct:igna<lu:i iws preccdcnlcs arl.ig·os uodJergef)rnbrn 'fütlMu 4, 5, G, '7, 8 Httb ~
nurneros 4·; !l, 6, 7, . 8 e H, que ti- liqeirÍJnetc @egenftiínbe, \ucfrí)C titl]tig úi5 &ttm
ver.em sido ·devidamente franqueados até Q)efti111111ttng~ort frnnfüt ' íuoi:beu · finb, itnter
ao seu destino, não poclerríõ, sob qual- fduem ~ot:\110.tibl'. · oblT 5titd üt bem 1füffün"
quer pretexto ou motivo, ser sujr,itos po mmtg.Gfonbc ·irgênb ·i·inet ·' :itop~ obel: @ebi19r·õH
paiz de seu desti11o a t~1 x~ 011 direilo ~aftm bn: @:m~fiinger mitertuorfm roJrben biírfcn'.
ulg,um a cargo do desti nata rio . .

ARTIGO 12. u ~Idifef' 12 . .


• • 1

A troctt .das correspornlencias enlrn SDic füt5roccfJf eíung bcr. .~omf~onbenij Jtui~
o Brazil de urna parte· é a rnonarchia flÍJcn 5.L~rnfifün einerfeit.6, unb Dfterreidjifcf)"Utt"
. austro-hungara e o grão-ducado de Lu- gaúfr'qen 9.JeonaréfJie mtb .ben.t @ro~",per5ogtljnm
xemlmrgo da outra parle, sernpre que B u~entfotrg a.nbcrerfett.6, crfofgt, foUJeit, bcr %15"
l.enha logar por inl.errnedio da All.erria- tnnfcIJ btii:rf7 bir. bcutfcf]e ~ofttlerUJaftnng uei:"
nlw, cffecfoar-se-ha sob as mesmas con- mitteí.t 1·uirb, nnd) 9J'Ltlfig_ol1c bcr in ben borfte~
dições estabelecidas pelos precedenlPs f)cnben WrtiMn fib: bcn itfoftt1er,fe~r ~ruifcí),ett
:wtigos para o serviço postal entre o Q.Jrnfifün 1mb SDeutfcf]fonb feftgeftef{ten $rn11b"
Bnhil e a Allem:rnba, a qual torna ·a fiii~ c. SDil' bentfl'qt'. ~~oftl1crruafümg ilbcrnin1111t '
seu cargo a liquidação das clcspt'zas re- itt f01tl7em ~o.ffe bit' 1lf11§g'feid)1.l1tH üt met.i:eff
lativas ao transporte no territorio da bc5 ffü: .bic Dften:eicf]ifcl)"Unga.rifdJe 1mb fiit: bic
monarchia :rnslro-hune.'-'.·ara e do b0 Tito- ~11~em&urgifd)c meforbenmg§"®trccrc entfaUen"
ducado do Luxemburgo. bm ~01.-to§.

ARTIGO 13. o ij'


í
~:ir ti.e { 1v.
t'"' <)
• 1

As administtações dos correios elo SDic ~rnfifianifd)e· ~oftoetUJdfütJtg unb bic


Brazil e da Allemanh'a poderáõ remelter . beutfcf]e ~oftberUJafttmg fünnen ficf] gégenfdtig
uma á outra quaesqner corresponden- · S'r on:cfFonbe1wn jeber ~frt &mn. Q°;inãefüànfit
cias avulsas, originarias dos paizes a 11nrÍJ 1mb an§ fofcf]en \léinbern üóerfüfern, bc"
que l'eciprocamente sirvão de interme- nm fie õltt ~erroafümg bimen.
diarias ou com destino para esses
paizes.
As correspondencias, de que acima ~ei ber Q°;i1wfoufüiefenmg 'mtfrrfügt bic -~'or:
se trata, serão sujeitas, quanto ao seu ref~onben& lri11iiêf)füd7 bcr iL1rnfíliouifcíJm 1tnb bcr
transporte . pelos territorios do Brazil e ·beutfCÍJCll 5.L1efi:irbernng0fb:etlc, fo\tiic ~infírf)füCÍ)
da Allemanha, assim como quanto ao ber mcforbernlt!J5"®trecrm i}\tiift~Cll óciben ~lln "
transporte de um destes paizes ·para o bei:n bcnfcíüen ~ort0Fii2t'n,· \tiic bic iHterirntio:
outro , aos mesmos portes das corres- 1rnfr .~rnfiíimlift'f] :'.Veutfcl)c S'romfF011bç1q.
pondencias internacionaes brazilio-al-
Jemãs.
Pelo ·que respeita aos portes addicio- ~fü: bic i1lcikr flefrgrnc freutí.ifonbrf cí7c .?l)c"
naes relativos ao t.ransilo estran·geirn forbmmgfiftm1e rocrbm ber tràufiHeiftenbc11 ~cr :
por territorios mais remotos, abonar-se-ha 1nnfümg bic s+5ortofií~e nacl) filfa)3ga'6c bcr iltit
u.o
a importancia ; de taes · portes á ad- ben óeheftenbm frnnbrn ®tMten óefte'f)enben
ministraç}Io intermediaria segundo as ~ertragc 1:1ergfüet \uerben .
.cohv~nçõ.es ' vig~n.l'.es entre esta admi-
'nisl:ração

,1 e a'qnelles pttizes
.•
estrangeiros
mais remotos.
1 1 ( ! 1 t. ' i ' !

' ..
2Cttitel 14.
A correspondencià relativa ao ser- ~ottofre!c . i8efíítbenmg \tJitb bcr ~or~
lt\lt:
viço postal será a nnica, que se expe- reiµonbcnõ in ~ofMDíenft" SlCngefrgcnf)eitcn cin-
dirá e se receberá sem pagamento de gerihtmt.
por~e algum . ·

AnTuc;o Hi. º 2frtitcl J5.


A ·reducção das quantias representa- :i'Díe UmreéfJltltllg bcr itt 1'.fJofem unb ®ro"·
das· em thálers e gros a outra moeda féfJen att0gebrüéftett 5Betriígc in mtbm bc11tfdJr.
·allemã, far-se-ha, quando fôr neccssa- m3iíljrnngcn roitb, 1otueit erforbedfrlj, in ber úci
rio ~ segundo o uso estabelecido no ser- bfr betttfdjm ~oftuerroattung · üóficf)ett m3cif e
viço dos correios .4a Allemanha. Lieroirft 1uerbrn.

2Cditel 16.
As contas relativas á transmissão :Die anf ben \!:(ttfümtf cIJ bcr ~ orrefµonbetwn
das c~rrespondencias serão feitas tri- 6qií gfiéfJ en W6recf)1 t1t ng en ro et brn uietMj Liíyr1i cfJ
.men.salmente por cada administração mtfgeftcíft, 1mb õ\Uat bOt\ jebcr ber 6eiben i13er"
·pelo que , pertElnCe ás remessas da ou- \uafümgen für bíc l101l ber anbmn mer\uafümg
tra .administração. Estas contas, de- emµfangenen ~ ticffortenfdJlüff e. '.Die úetrefi en,
pois de . verificadas, serviráõ para na ben ~lúted)mtngen \uerbm, nadJbem fie geµi:üft
administração dos correios da Allema- 1·uorben fínb, uiertdjiifJrfüfJ uon bei: bentfd)en
nha se organisar uma conta geral' em í.µoftbei:roaHttng in eíne ®enetaf"%Córed1nung õtt."
cada trimestre. O saldo da conta tri- fammengefafit \uerben. '.Da§ @;rgeónifi ·ber uiei:"
mensal será . representado na moeda te(jiíf)l:fü'fJeH %UmcI1nmt~ 1uirh in bct m3ii'f)rnn ~J
do paiz a favor do qual eHe resultar. be§jenigen ®eóiete§ feftgeftefít, für mef lÍJe fidJ
eine %orbernng ÍJernu§ftef1t.
As reducções para isso pr.ecisas das SDie õtt biefem ~eLJUf ei:forberfilÍJc Umyed),
quantias expressas em moeda d.e um mmg bet: i8etriígc a1t§ bcr einen m3iiljrnng [n
paiz para a do outro far-se-hão ao . cam- bte attbm foff naéfJ bem 9J1afiffoóe llOTt ffütf,
bio de cincoenta réis por gros. õig ~iei§ g'feic'f7 cinem ®rofdJen óeroirtt 1uerben.
O saldo será pago em leltras sacadas SDie ®a'(binmg ei:foígt in m3edJfeln auf ~ci:"
sobre Berlim si a administração da A1- fin \uenn cine %orbenmg für bie bentfd)e ~e.r"
lemanha fôr credora, e em lettras sobre . \Uafümg cntfiílft, nnb in m3ecÍJf efn aitf ffiio bc
o Rio de Janeiro si fôr credora a admi- zsaneÍX0 1 \Uettll CttlC %orbenntg für Dte .\Si:afí,
nistração do Brazil. 1ianifrI1e ·mei:nialttmg entfüfft.
ARTIGO ·17.º 2frtifcl 17.
As administrações
) . dos · correios do '.Vie .5füaffüanifcf)C 1.l5oft1Jett1Jafümg ·ltttb bic
Hrnzil e da AHemanha determinaráõ bcutfdJc Q.>muafttmg \uerbett üt · gemeinfamen
de eomrnurn accôrilo a fórma das con- (fotuerftiínbniÜ bic %otUt ber im uoi:fjergef)cn~en
tas _mencionadas . no precedente artigo ~frtiM 16 ei:iuaf111tm ~l6tecf1mmgc11, f01uie affc
·I 6,e bem assim tomaráõ todas as me- iUeitmn üefonbmn '.Vienft\Jotfc'f)dften feftfe~m,
rlidas necessarias para assegurar a in- mefrf1e erfoi:bedicf) finb um bíe 2ht5füfjmng bc.B
teira exec11r,~ão da presente convenção. gegeitluéíxtigeit Q.>erttage§ &n fiitl1ern.
ARTIGO 18 .. o 2fdifef 18.
No caso de ler logar no futuro uma ®onte Üt ber %o'fge dm ~i:mií§igung bcr
reducção das clespezas do transporte ~oftcn fiír bett ®eetmn§vorf: ober fih: bcn ~anb ~
maritimo ou elo transito terrestre, deve- t:rnnf!Vort einttctrn1 fo foffen bm:cf1 Üúcteinfonft
níõ ser ~ proporcionalmente diminuídos ber 6r.lberfe~tigen 1.l5oftuet1un.ftungen bie l_l5otto ~ ·
por accórdo elas duas administrações fiii2e ffü: bíe uetfá7iebenen ~oi:rcHJonbenõf.foffm
dos correios os pnrles esl.abelecidos para entfvmf1enb l)eraügefe~t me tben.
os diversos <>hjectos de correspon<leqcia.

ARTIGO 19. º 2frtffef 19.


Logo que a administraçHo dos ccirre ios ®o6afb bte 6rnfifot1ttfcfJC l_l5oftticriUafümg bn§
rio Brazil obtiver o direito de expedir ffi:erf)t crfongt f)nt, gefcf]foffcnc Q3ricfvacfrtc nncf)
malas fecha~h1s para a Allemanha por '.Deutfrf)fonb nnf bem ®ec1uenc 1tnb im ~rn11fit
mar e r.m lransilo pelos paizes inter- Í.llttrf) bic õmtfdjmficgmben ~iinbct untcr gfci"
rnediarios, sob condições iguaes ou mais tf)eit obct günfttgeten ~)cbi ngung ett, 1uic bcr
favoraveis que ns concedidas á admi- beutfc'f)en 1.l5oftuci:1uaftlmg cingeriínmt fínb, üc"
nistração ·dos correios da Allemanha, forbern &tt laffen, foff j,ebe Q3ei:ma1tung bie ~o <
cada administração pagará .as despezas ften befl ®eetrcmf!Votte§ unb be§ ~anbtranfit§
do transporte por mar ~ do transito fíít bie IJon .i9r aügefanbten Q3riefvacretc trngen.
terresl.re pelas malas que tiver expedido.
Neste· caso as duas administrações @:intrctenben g:affs 1uerben bre &eibetfeitigen
entender se-hão sobre as medidas neces- . ~3oft1Jmuafümgen ficf) iiüer bie biefedjaf6' ctfor~
sanas a tal respeito. herlicf)en IDíal}tegefn tierftiinbigen.
ARTIGO 20. o 2~frtfttf 20 +

A presente convenção será. posta em '.Ver gegeniUiMige Q.~cttrn.g 1uixb folit'!fb a!&l
execução com a possível brevidade e mõgfüf) .õm ~foflfüljrnng ge'6rncf1t 1ucrbcn 1mb
será obrigatoria até que uma das ·parte8 fof( fo fangc güítig üfriúm, úi.B eimt bcr IJer~
contr.atantes annuncie á outra, com um fragfcfJfü\}enben ~f)eifc bem anbcm nnb &mar
anno de antecedencía, a sua intenção cin ~aljr im Q3orm1.ê 1 feirte ~Xúficl)t angr.fíínbigt
de a dar por finda. C)at, ·bcn ~etttetg· m1fa11ljc6en.
Ourante est.c nltimo anno a conven- iH3iíljtenb biefe§ 1c~tm ,0ttl)tr.fl 6íciót ber Q.>er~
<;ão continuará a ter pleno e inteiro trng IJoffftiinbig i.n ~raft, .nnüefdja.brt her
H.2 ·

·yígqr ,sem p~·e_w1,zo da .liquidação e . do %ttfteHung ·unb ®nlbintng bet ?lfótecl)mmgen


saldo das-contas entre as administrações õ\UtÍCÍ)eit bet~ metron1tungen ber fietben ~fütbet
dos correios,; dos dous .pai'.zes, -depois ·de · ttCHÍ) \llófouf be.§ gebacf)ten ·stermiltfi.
te~ expirado o. <lito prazo. ,1
"
1.

Anrn:o 2'1 '."


1 i J i ; . 1 l 1 f - ~ l ; 'i.

A presente: convenção será ratificada. '.iDet gegen\Uiittige mertrng fon rntifiõht' unb
e as ratificações trocar-seíhão em Berlim bie ffintifífotioncn íoHcu foóetfb nrn mogliéf) filt
o mais breve que fôr possive]. metlilt mt§ge\uerÍJleít \Uerben. .
Em testemunho do que os plenipo- ,Su ltrfunb beffett ÍJnóen bie óeiím:feitigen
tenciarios respectivos a · assignárão em m.eooiímiiéf)tigtett benfelóen itt bo~~eíter Sll?5fer ~
duplicado, e sellárão com os selJos das tigung untetõeiéf)net unb mit íf)tem s+5ettj d)etft
suas armas. óefiegelt.
Feit'a na cidade do Rio de Janeiro ®o geféf)ef)ett in ber· ®tnbt ffiio bc .0:anch:o
aos trinta dias do mez de Setembro de nm bteiftigften stage be.§ ID1onat§ ®e~t emóer
mil oitocentos e setenta e tres. cintaufenb ar~t111mbett brei imí:i fieóen;i;ig.

(L. S.) V1scoNDE DE CARAVELLAS. (L. S.) Q3i§conbe bc ~citnoeHn§ .

(L. s.) HERMAN HAUPT. (L. S.) ,Permnn .pnu~t.

E sendo-Nos presente a mesma convenção, que fica acima. inserida, e bem visto,
considerado e examinado por Nós tudo quanto nella se contém, a approvamos, rati-
ficamos e confirmamos assim no todo, como em cada um de seus artigos e esli-
pulações, e pela presente a damos por firme e valiosa para produzir o seu devido
effelto; pron:iettendo e,m fé e palavr? imperial cumpri-la inviolavelmente e fazê-la
· cumprir e observar por qualquer modo que possa ser.
Em testemunho e firmeza do que Fizemos passar a presente carla por Nós assignada,
sellada com o sello grande das armas do Imperio e referendada pelo ministro e
secretario de estado abaixo assignado.
Dada no palacio do Rio de Janeiro aos doze dias do mez de Novembro do anno
do Nascimento de Nosso Senhor .Jesus de Christo de mil oitocentos setenta, e tres.
PEDRÚ IMPERADOR, com guarda.
V1 scoNDE DO Rio BRANCO.

Termo de troca das ratificações da convenção postal de 30 de Setenilwo de 1873.

_Os abaixo assignados reunirão-se hoje para . proceder á h~'oca das ratificações da
convenção postal celebrada em 30. de Seiemhro de '1873 entre o Brazil e a
Allemanha.
Tendo sido -achadas as ratiflca<jÕCS em boa e dev ida fórma , effectnou-se a sua troca.
Por essa occasião, em nome .de 'se us respectivos 'governos, resolvêrão os abáixo
assignados·ó seguinte : ,
Independentemente das vias designadas no ·1° arlig;o da convenção · postal .· de 30
de Setembro . de 1873, a via de Anve1·s serei igualmente utilisada pal'a a troca de
malas fechadas entre o ·llrazil e a Allemanha. ·
As correspondencias de qualquer cspecie, encaminhadas por via de Anvers, serão ·
sujeitas ás taxas estabelecidas pela convenção ·postal de 3D de. Setembro ·de ·1813
para as correspondencias expedidas pelos va1~ores allemães. ·
Em fé do que os. abaixo assignados lavrárfw o presente termo e . o assigrnfrão
' 1
em · lhI plicata ..
Feito em Berlim aos 18 de Maio de 187 4..
IJAHÃO DE JA,unu '.
B. Buww. · .

- -- - -----

N. 72.
. Convenção postal GOlll a Italia.
DECHETO. N. 5691 DE 1V DE JULHO DE '1874·.
l:'romnlga a convenção post\l l celebrada cm 'll1 de Maio de 18.73 c1111:c o JJrazil e a ItaliH.
0

Havendo-se concluido e assigmHlo nesta côde , uo dia ·J 4 <le Maio de '1873 , l1111tt
r.:o nvenf;uo eu lrc o Brazi l e a lfal ia para o l.irn de facilitar e regular a troca da
corl'cspondm1cia eritre . os ,Jóus Estados; l.enLlo sido essa ccmvenr;ão muluarnenle
ralificada e trocadas as ratificações no dia . ·13 do corrente: Hei por hem mandar
'flte seja observada e cumprida tãu iuteiraw ente cumo uella se coutérn.
O Visconde de Caravellas, do meu conselho e do de Estado, senado!' do hnperio,
11rinistro e secrcl:ario de Estado dos negocios estrangeiros, assim ~ tenha entendido
e faça executar, expedindo os tlespaclws 11ecessario8 . .Palacio do Hio de Janeiro,
1~ rll quinze de Julh(1 de mil oitocentos setenta e qualrn, quinquagesimo-terceiro da
lndependencia e do Jrnperio.
Com a rubrica de Sua l'\tíagestade o Imperador.
ViscoNoE Dt<; CAHAVELLA ::>.

Nós D. Pedro U, Imperador Constitucional e Defen sor Perpetuo do Bràzil, e_lc.


Fazemos saber a lodos os que a presente cada de confirmação, . approvação e rati-
ficaçãovi,rern, qu e aos 14· di;:rn do mez de Maio do corrente anqo , ~oncluio-se e.
assignou-sc nesla côrle, entre Nós e Sua Magestade o Rei da llalia , pelos respectivos ·
plenipolenciarim; que ·se aéhavão munidos dos competentes ple n o~ poderes, uma ·
convenção postal ·ao teor seguinte:

Sua Magestade o lm perndor do Brazíl Sua Maeslú J'Imperntore del Brasil e e


e Sua Mageslade o Hei. de Ilalia, ani- Sua 1'faestá il Re d'llêilia, egualrnent e
lilados igualmente do desejo de melhorar, animati · dal <lesiderio <li rnigliorare me-
mediante urna nova conven ção, o servi<;o diante una nuova convenzione il servizio
das corresponllencias entre o Brazil e a delle correspondenze tra il Brasile · e
llalia; irnmetirão para este fim se us ple- l'Jtalia hannu nouiinalo ~· questu ·scopo
n ipOlenciarim;, a sab er : per )oro plenipotenziarii , cioé :
Sua Magesla de o Imperador <lo Brazil Sua Maeslá l'lmperalore del Brasilc
a S. Ex. o Sr . Carlos Carneiro de Cam - Sua Eçcellenza il Signor Carlo Carneiro
pos, Visconde de Caravellas, conselheiro ele Campos, Visconte cli Caravellas, con-
de Estado, senador e grande do lmperio, sigliere di Stato, s()naLor e e grande deli'
commendador da ordem de Christo , Impero , c ommen~latore dell'ordine di
Gra11-Cruz da urdem Ernestina de Saxe- Cristo, Gran Croce dell 'ordine Ernestino
Coburg o e Gotha , lente :jubilado <la fa- diSassonia Cohurgo Gotha , professore e-
culdade de direito de S. Paulo, e mrn1s- rneri to deli a fac oi tà di giurisprudenza
lro e secretario de Estado dos nego cios de S. Paulo e suo minislro segi·elario di
estrangeiros, etc . Slalo per gli affari Esteri , etc. , ele.
E Sua Magestade o Hei de llalia ·ao Sua Maestá il He <l'Jlalia il Signor
Sr. Barão Carlos Alberto Cavalchini Ga- Barone Cario Alberto Cavalchini Garu-
rofoli, graml e olficial da ordem da Corôa foli ;· grand'ufüziale dell'ordine della
de ltalia ' comm endador
.
d ~ ordem de Corona d'lla'Jia ; co mm endatore dell'or-
S: Maúricio e S. Lazaro e commendador dine dei S. S. · Maurizio e Lazzaro , e
de uumero dü Ol'dem de Carlos UI de commendalorc de n ~ 11n e1· 0 del.l'onli11e di
Hespanha , seu enviado extraordinario e Carlo lll di Spagna , suu inviatu slra·
ministro plenipulenciariu juulo de Sua onlinario e minisLrn plenip~lenzi a ri u
Ma gestade o Imperador du Hrê!zil; ele. presso Sua Maeslá l'Jmperatore dei Bra-
si~e, etc.
Os fluaes depoi s de ha ve rem Lroeauo l quali dopo <l 'essersi scarubiati i loru
os respcdi vos plenos puderes; llUe forão pieni puteri trova li .in . buona e debita
julgado::< em boa e devida fórm ú, con- furma hunnu eonve rrnlo nei seguenti ar·
vi erão 110 ~ íHl.igus seguintes: ticoli:

AnTIGo 'l. º A HTI COLO '1 • .

.
Uaverá entre a adrniuislracão dos cor-
reios do,.-Brazil e a administração dos
Vi sará trn l' amminis tra~ion e dellc
poste de l))rasih~ , l'ammínist.razioue delle
coHeios de ltalia urria Lroe;:1 pe.riodica de poste d'Halia tino scarnbio. periodico di
. cartas,· jornaes, impressos de qualquer lettére,· giornàli, stampati de 'qualunque
· espec1e,
. ..e amosLras de mercadorias, por ge nere, e mostre di rn ~ r~ ánzie , perln.ezzu

·, ..• '\> '


145
meio das linhas regulares dps vapores da delle linee regolari di vapori della reale
real comparihia de Southa1;npton . e J<,t compagnia de Soulhampton e çl~l~a c~m-'
' comp1anhia Mes~ageries Mai:i.times. pag-n(u des Messageries M,ariti ,mes . . ' .
As administra1~ões
' ':s '
dos correios dos Le ammistrazioni cielle. poste dé~ .c!ue
dous paizesJ :podcráõ, medi1anle prévia paesi . polranno altl'esi servi~13 i, pre.via 1.

participação, ulilisar-se lambem de quues- co nrnn icazione di qu~lsiasi aJtri vapori


<(u er outros vapores que se -preslem ao che si prestino al trasporto deJia corrcs-
transporte da mencíonada correspou- pund<;iuzn snLi<letta.
dcncia.
Anrwo '.2. " Am:1co.Lo 2.
As despezas de transporte mant11uo e Le spese cli l.rasporto marittimo e de
Je tra'nsito terrestr.e, quar:tdQ lwja, da cor- transito terrestre , ove abbia luogo delh
respóndencia ·entre os dous paizes, serao corrif' pondenza ammessa fra i due paesi
sa tisfeitas por ambas as administt'ações, . sarnnno so ddiRfalte da amhe le amminis:-
relativamente á quantidade de corres.:. trazioni relativamente alia quantit<.l cli
pondencia ·que fôr expedida de cada corrispo11Jenza che da ciascun paese
paiz. verra spedita.
· Fica , porém, convencionado que, até Hesta pero convenuto che fino ad ulte:..
ulteriqr accôrdo entre as duas adminis- riore accorclo fra le due aóuninistrazioni,
trações, a admi1~islra ção dos correios ita- . l'amministrazione deli e poste üa}iane pa-
Jürnos pagará por conta da administração gherít per conto deJl'amministrazion e de]
llo Brazil a~ despezas de transporte ma- Brasile Ja spesa dL trasp·orto marittimo
rítimo e de transito terrestre das malas e di transito per terra delle valigie che
que forem expedidas do Brazil para a dai Brasile saranno sped.ile in ltalia per
ltaJia por meio dos vapores post.aes de mezzo dei vapori postali di cui tratta
qne trata o arL '1º. l'articolo 'I . ·

ARTIGO J. º ARTICOLO 3.
As cartas remettidas do Brazil para a Le lettere spedite dai Brasíle in ltalia ,
llalia, ou vice-versa; poderáõ ser. pre- o viceversa potranno essere previamente
viamente franqueadas até ao seu des- affrancate fino a des(inazione, oppure las-
tino, ou poderá o· pagamento do re~­ ciato il pagamento della ta~sa <li trasmi ~­
pecti vo porte ficar a cargo do destina- sione a carico del deslinalario .
tario.

AnTJGO 4. º A1rncoLO 4.
Ó ·pol'te das cartas ordinarias' isto é. ' La tassa di. trasmissione delle lettere
não registradas, que fôrem expedidas de ordinal'ie, cioé non raccomandate che
nrn dos dous paizes pa.ra o outro, é saranno spedite cl 'all ' uno dei due paesi
fixado, no Brazil em ( 480 réis) quà- nell'altro, é fissata nel Brasile a (480)
troceutos e oitenta réis por cada dez quatlrocento ottanta reis, per ogni dieci ·
ll l !':)

' .
11,.6

grnmmas o"u fracção , ele dez grammas ; . grammi, o frazione <li dieci gramm1 .;
e na Italia, em ('l,20) uma li1·a e vinte in ILalia ad '('1.20) una 1.ir.a e venli cente-
centesimos por igual peso . zimi per egu;ll pe~o. , ·
Em· caso de diminuição dos preços ln caso di diminuzione dei prezzi di
de ·transito e de transporte maritirno, o transito, e d~ trasporlo. marittimo la lassa
porte será reduzido proporcionalmente. sarebbe proporzionatarnenle ricfolta .

5 .º
'J
AllTIGO ARTICOLO . 5.

As cartas não franqueadas pagaráõ, Le leltere non franche pagheranno


além do porte fixado no artigo -'f. uma
0
, ollre alia lassa fissata coll'articolo 4
taxa addiciona:I fixa de trinta centesirnos una sopratassa fissa di trenla centcsimi
na Italia (0,30) e de cento e vinle réis in ltalia (Oi3ü), e di centoventi rei)!)
('120 réis) no Brazil. (120) ne1 Brasile.
Quand"o o valor dos sellos postos so- Quando il valore dei francobolli postí
bre uma carta fôr inferior ao porte es- sopra una lettera fosse inferiore a:lla fran-
tabe-lecido , o <lestinatario deverá pagar catura stabil ita, iL deslinalario dovrà pa-
a düforença, que faltar para o comple-· gare la clifferenza che manca ·al comple-
mento do porte, e mais a mencionada mento della francatura accrescinla della ·
taxa addieional. sopratassa anzidetta.
A taxa addi.cional pertencerá exclusiva- La sopratassa apparterrà esclusiva-
mente ao correio destinatario. mente alia posta destinataria.

ARTIGO 6. 0
A1naco10 6.
As cartas registradas, além do prévio Le letlere raccorr~andate ollrn ai pre-
pagamento do porte estabelecido no ar-. vio pagamento della lassa di trasrnission e
. Ligo 4°, serão sujeitas á laxa fixa de du- stabilita dall'articólo 4 andranno soggete
zentos réis (200 réis) no Brazil e cin- alla lassa fissa di (:200) duecento reis uel
coenta centesimos (0,50) na Italía por Brnsile, e cinquanla centesimi (O, t>O) rn
cada .uma. ltalia, per ciascuna.

ARTIGO 7 .º ARTICOLO 7.
As amostras de mercadorias e os im- campioni di mercanzie e le stampu
pressos de qualquer especie, rerneltidos di qualunque genere spedile dell 'ltalü.t
da ltalia para o Brazil, e vice-versa, de- nel Brasile, e vic.eversa, dovrarmo, per
veráõ, para terem curs.o, se r franqueados a ver corso, essere francate fino á destina-
até ao seu destino ; os que não fôrem zione: le non francate, saranno lratenute,
franqueados serão detidos e devolvidos e restitui te a1 mittenti.
aos remettentes_.
O porte daquelles objecLos será de- La l.assa di francalura di quesLi og-
tennina<ló em cada um dos dous paizes geLLi sará detecminata nei due paesi dalla
pela respectiva administração posta], e rispettiva amministrazione postale, e non
não poderá cm càso algum ser maior de potrà iu ugni ·caso essere maggiore di
147
qainze centésimos (O.,Hi)' na Italia, e de (O, 1:5) quinclici cenlesi'mi in lta]ia.., e di
1

(60 réis) sessenta ré'is, no Brazil, · por (60) sessanta reis nel Brasile per ógní
cada peso de (40) quarenta . grammas. porto di (,10) q~rnranta grammi.
· O peso de um pacote de amostras 11 peso di lin páccó cli campione· non
não poderá exceder "de· (300) 'trezentas potrà eccedere (300) trec~nto ·grammi.
~;ramn1as. j ·

As amostras de mercadorias serão l campioni cli mercanzie saranno t:rat-


tratadas com<? _cartas, si fôrem expe- tati come ]e lettere se vengono spedite
didas por meio dos . ·vRpores postaes col mezzo dei piroscafi posla:li franeesi.
francezes.
Ficão comprehendidos sob o titulo de Sono comprese solto il titolo cli stampe
impressos as gazetas, obras periodicas, le· gazzette, - opere periodiche; libri a
livros com meia encadernação ou enca- mezza e completa legatura, sia quesla
dernação inteira , quer seja de mar- in pelle od in cartone ma senza alcun
roquim ou papelão , mas sem ornato ornato , carte di musica, cataloghi, pros-
algum, papel de musica, catalogos, petti, annunzii, avvisi div.ersi , incisioni ,
prospectos, annuncios, avisos diversos, litogratie , ed autografie ..-
gravuras, ·lithographias e autographias.

ARTIGO 8. 0
ARTrCOLO 8.
Os objectos de qüe trata o artigo pre- Gli oggetti di. che trata 1'.articolo pre-
cedente deveráõ ser cintados, e não po- cedente, dovranno esser posti sotto fascia
deráõ conter escripto algum, excepto a e non potranno contenere alcuno scritto,
direcção , assignatura do remettente e a ad eccezione dell' indirizzo, della firma
da La. dei mittente e della data.
As amostras de mercadorias poderáõ I campioni <li rnerci . poiranno anche
igualmente ser postas dentro de saccos esser posti entro sacchetti di tela , e di
ele qualquer tecido e de papel, ou àcon- carta , ovvero accomodati in altro modo
dicionadas de qualquer outro modo, para da potersi verificare facilmente.
que possão ser fadlmente verificadas .
Estes objectos poderá() ser registrados Questi oggetti .potranno essere racco-
ri:1edianl.e pagamento adiantado da ta xçi . mandati, mediante previo pagamento del~
fi xa es tabelecida no art. 6°. la tassà fissa stabilita dall'articolo 6.

ARTIGO 9 .º ATlCOLO 9.

A administração dos correios italianos 1; amrninistrazione d~lle poste italiane,·


e~ a administração dos correios brazi- e l'amministrazione delle poste hra ~ ilia­
leiros arrecaclaráõ·, cada uma em bene- ne riteHanno · ciascuna aproprio suo be-
ficio proprio, as taxas provenientes das nefizio le lasse di francatura delle corris-
correspondencias franqueadas e expe- pondenze franca te e.spedite, i diritti fi~s i
didas, os direitos fi xos de regíslro e .os di raccomandazione e le tasse r1sçonse
.. '

pQrtes cobrados
1 ' i •1 ,·
;sobre as carlaa
i. ': 1 r
recehi- svl.lc \ettpre. ' ~101) . fi.:~nche ricevutc,,
1

tias ,sem ~~r~m r•'.at?q~rnada~,. cpmprehei~-. ct~rnpre~i. 1i, c~n1;ple~1:enti di_ tassa su~l.e
d ~ ·~~lo-~~ ,os .t:;o1~q:1le.11,ien L?s_d~ tax~s _so.prr. leltere
( 1'
i11 s11fficienternen.l
l '!i1 • 11
c francal.c
1 . '
,1 , t

as carl'I~ t insofiicientemente
' ' ~- l 1 • 1
frafü}Uet\d~s.
1 ' 1 '

ARrn; o 10.º AllTICOLO '10.


Convenciouou-se· lJ.U1e a·s carlas, amos- Hesta convenu.lo cl}:e i~ ietlere, mostre .
lra,s .de merçado,riaB..q 10S ,impressos , de cli ' niercanZie-, "e ' gli·:sl:Hn1fati di quah:in-
loda _e.-qualqqer . natureza , franque,adas que 11atilra che saranno a·ffrancati fino a
ali~ ao sçu .ilestin.o, de conformidade com desti11azio1re; c'onfo1 memenle alla prc-
a, i~rcse nlfl conveu~~í"io, não poderáõ·, senle con~eózione; non 'potranno 'solto
,sob , preLQxbo algum , ser sub1.nettidos pretesto 'í:il1ct1no ''etiir ~ottoposti ne1 J.HICS(\'
no p<l;iz a que fôreln deslinácks a taxa ou a ·c11i ·sono · destiiiiali a lassa ·o 'dirüto
direito algum qne r,e dia sobre o desti- qtrnl sivoglia ;che i;icada snl ricevchte.
natnrio.
ArtTIG O 'l ·j." A1lTlCO,LI) ·1 ,, •..

As adminisfrações elos corrn10s de Lc :11rnninistrazioni delle pósti <lei


ambos os paizes eslabeleceráõ ele co nJ:- _duo paesi slabiliranno di comune accordo
nmm accôrdo . as condioões
. .
de lroca cl:i lo condizioni <li sc:=u}1bio ilella corrispon-
correspo~dencia de outros Eslados, .aos denza di allri Slati ai quali possa la
quaes possa
. ' .
servir de intermediaria a posla ltaliana servire d'intermediaria .
admini stração dos correios italianos.

ARTIGO 't 2 .o ARTICO'LO '1 2 ..


_ No caso de extravio de qualquer ln caso de perdi ta <li ·un oggello rac-
objecto registrado, e salvo o caso de comúndnlo, e salvo il caso ele forza
l'or<:a màior, será concedida ao remet- rnaggiorc, sarà concesso al mittente un
lenle · utna indemnisação de cincoenla risarcin11:mto de Jire cinquanta (L . 50) ·
liras, 011 vinte mil réis, que deverá ser o ven ti mil reis ·(20fl ) che · dovrà essere
paga pela_ admini ~tração em cujo lerri- · pagato dall'amminjstrazione sul cui ter-
torio tiver se dado o ex~ravio. ritorio é :.w, emüa la perdna. 1

A obrigaçfto da indemnisaçao cessará L'ohbligo de] risarcimento cesf'ar:i


lodas '. as vezes qu e o remeUenlc on drs- ogni qrrnlvolla . il mittente ml il clr,slina-
1inatnr.io <lo ol).iecl.o t~xtraviado honver tario flell 'oggfllto perdulo abbiano las-
dPixado passar seis mrzes, desde a dala ciato trascorrere sei rnesi dalla da!n
· e.la n11tr0.ga 110 ohjecto ao c01Te-io . srrn d'i mpo slazione s.enza farn e reclamo .
l'r1zer a comp ete nte reclarrnição.

A nn 1;Ú ·1:1. 0
AnT1cow 1:1.
Nenfium pacote ou carta cont.emlo Nr,ssun plico o lei.lera che contenga>
•01H'O, 011 pra.la cunhados, joias, artigos oro o<l argenlo monetato) gi.oie, articolj

.-
de valor OH qnalqu'e r Qllll'O 1 ohjecto SU- di valore 1 o qual.siasi 'altro oggettô sott(
jei'lo: a 'dil'eitos rfa 'alfa1i<legá, poderá 'ser posto a dirilli di · dogana , potrá esse;·c
recebido conl de.~ tin'o ':Pard, ou
1
em acc~tlato con destinaúo'ne od in transito
transito por nn.1 dos dous paizes contra- pe[!ü110 rlei · dne paesi c'ontrnttant.i. ·
lantc s .
AnTlGO '14. º ARTIOOLO '14. ' . '
1 ) 1 1

l!: mquanlo a ~drrtini~tração dos con:Gios · Finché Hamminislrazione delle poslr.


hrazileiros não ton;iar a si o .pagamento hrasiliane non se assumet'à il pagamento
rlirccto cio trnpsporte maritimo , ~ do diretto del lrasporto ' marittimo, . e dél
l.rnnsilo terrtlslrc da corresp0:ndenc.ia por transito per terra della corriapondcnza
ella remctticla ;:.io correio italiano , será che essa invierá alie poste itáliane, sa-
éstc indemnisado de Laes de~pezas, re- ranno queste indennizzal.e di Lali spese,
Gehendo do correio brazileiro a impor- ricevendo clalle poste brasiliane !'im-
lnncia do transporte marítimo . e os di- porto dei trasporlo rnarittimo ed i dirilli
reitos de l.ransiLo que por tal serviço di transito, che per quel servizio satanno
fôrem pagos üs administrações dos cor- stati pagali alie ammini•t.razioni dcllc
reios intermediarios. poste intrrmediarie:

ARTIGO rn . 0
./\.R!J'rCOLO J5.
As administrações dos · correios elo Le amministrazioni dei poste ·dei
Brazil e da Halia designaráõ de commum Brasile e d'ltalia .designeranno di' comune
accôrdo as reparlições poslaes, por meio accordo gli uflizii postali, per mezzo dei
das quaes deva effecluar-se a troca da f!uali dovrà aver luogo .lo scambio della
correspondencia e estipularáõ em reg·u- corrispondenza e eslipuleranno in regola-
lamento especial tudo quanto tiver re- men to speciale quanto sará .relativo alia
lação com a organisação das contas e a compilazione dei conti ed all' esecusione
execução da presente convenção. della presente convenzione.
As disposições contidas no meneio· Le disposizioni cont.enut.e nel suddetto
nado regulamento poderáõ ser modifi- regolamenlo potranno esser modificate
r.adns por mutuo accórdo 1 quando assim per mutuo accordo quando le · conve-
o exigirem as conveniencias do serviço. nicnze dei servizio ]o esigano.

ARTIGO 16.º AllTICOI/) J6.


O pagamento das conlas devcr{1 ser 1L pagamento dei conti dovr~ essere
l'eil.o no fim de cada trimestre , em moeda esegnito in íine di ogni tri11rnst.rc nella
dn ndministraçífo credora e mediante rnoneta deli ' amministrazione creditrice
letras de c:~mbio pagaveis em ouro) m- e mediante camlJiali pagahili ín oro tratte
eadas sobre Homa, quando o saldo l.iver su Homa quando il saido debba esse1· fauo
de ser pago pelo Brazil ~ e com Je1ús .dai Brasile, e con cambiali trai.te su Rio
sacadas sobre o Hio de Janeiro quando o · de .Janeiro quando il saldo debba esser
s:ildo tiver de ser pago pe]a Halia. r.a llo da 11' lla füt.
1.ríO

. 1A:RTIGO J'7. º ÀRTICOl\O 17.


1

' As ·cartàs · ordinafi'as e regist~adas, os Le letLere orclinarie e raccomandate ,


1

i giornali, gli stampali di quàlunque spe-


1
jornabs, os 1 impressos de qualqué'r espe-:
cic e··as amostr'as ··de mercadorias' ique cie ·e le mostr'c ·d'i me·rcanzie,' che sarànno
fot·em m'a f dirigidos, . serão sem den1ora mal diretté 'verran'no senza rltardo al~uno
recnmhiados pelos preços 1for que a1admi- rimandatc pei prezzi pei .quali avrà la
nistração do correio ren~ettente houver posta mandante norlalo in conto gli og-
levado em conta os mesmos objectos geU.i medesimi all~ posta clestinatari~.
para o correio destinalario.
Os mes~nos objectos, dirigidos a pessoas 1 medesimi oggetti, indirizza~i a persona
que tiverém mudado de domicilio, serão che avesseró 'cambialo domiCilio, saranno
lambem flevolvidos e onerados da taxa , altresi ri.manda ti e gravali di quella Lassa
que no caso de não serem franqueados .che in caso ' di non franca lura doveva
deveria o destinatario pagar. pagare il disiinatario.
ARTIGO 'l8.° ÁRTICOLO '18.
Todas as correspondencias expedidas Tu tte le corrispondenzc spedite da
de um dos dous paizes para o outro, não uno nell' aliro dei due paesi rifinlat.e o
sendo aceitas ou procuradas pelos desti- 11011 demandate dai destinatarii saramm
nalarios, serão mensalménte devolvidas mensnal mente retrocesse scnza carico di
sem onus de porte. lassa.
As que não fôrem franqueadas, 01;igi- Quelle 11011 franche originarie o a
narias dos, on com destino aos paizes a deslino dei paesi ai quali l'llalia serve di
qne a ]talia serve de i11Lerrnediario, serão mediazione,saranno reslitnite per lo stf.sso
restituídas pelo mesmo preço em que prezzo a cui furono primitivamente con-
houverem sido primitivament~ lançadas 1.eggiate .
em conta.
ARTIGO 1.9.º Anncor.o rn.
A presente convenção será executada La presenl.e convenzione avr~ esecn~
logo flue, trocadas as ratificações, por zione, scambi ate le ralifiche, subito chc
mutuo accôrdo o decidirem as dnas ad- lo decideranno de mutuo accordo lc
minist.rnções; e continuará em vigor :=tté dn c amministrazioni, conlinuerá in vi-
que uma das altas partes contrai.antes · gore fincbé una della alte parti contrai-·
notifique á oútra, com anlecedencia de tanti annunzii all ' altra, con anticipazionc
um anno, a intenção de fazer cessar os di u11 anno, l'intenzione <li farne cessa rc
seus ef:fei tos. gli effetti.
ARTIGO 20.º AuTlCOLO 20.
A troca das ratificações da presente Lo scn mbio delle ratifiche della prt1-
convenção ef:fectuar-se-ha na cidade. do se11 l:e convenzione avrà luogo in Hio de Ja-
Rio de Janeiro, no prazo de quatro mc- neiro 11el ·termini di .qnaUro .mesi o piú
7,es) ou antes si fôr . possivel. presto se e possib!Je.
151

Em fé do que os plenipole11ciarius r1;;s- 111 fede di che i pkrúpoLenz_iarii risjJet- ·


p~ctiy9s assignár~~ a 1 pre~e~1le çonvenção tive fipnarono. la p~eser>t~ co,nvenzipne
e )he puzerão ,o sello de. sua ~ . arma s. üpponen.do v,i il sigillo delle ,lor.o aqni. .
'
f1'~ita em dl~plicala .~ ~ssigriada no Rio
1 • '
Fatto in ,doppio origiriale in Rio de J~,
de' Jctneirn
" '
àos ' 14l ' .dias do nH'Z de ' Maio nei~o .a.lli q ua tordici di 1.Magg,io, d.e! q:iille
. de 1873. oltocento settanta tr.e.. \ · • 1·l

r ' ":i ! ,' i -


· (L. S.) V1scoNDE DE CA1ü.\r·111ÚS'. . (L. S. ) VrscoNDE s. ·
• • l r • • 1 i

1rn C .r nAVELU
!f' j.;. 1 J 1. 1'

(L. s.) A ' CAVALCilINC. '


1

(L . S.) A. CAVALCHINI.
• • ' • j

!
'1 l í 1

1 .
E sehdo-nos presente ·a mesma couvenção, cujo teor tica acirpa inserido,, e bern
visto, consii:lerado e examinaclo. por Nós tudo quanto nella se contém, a ~pp,rovamos ,
l'alificamos e ~onfirmar~1os, . ass.im no tod o, como em cada um dos seus artigos e esti-
pulações,' e pe.la presente & damos por firme e valiosa para . produzÍl' o seu devi.do
effeito, promettendo em fé e palavra imperial culilpri-la invíolavelmente e fazê-la
cumprir·e observar por qualquer mndo que possa ser.
Em testemunho e firmeza do que, fizemos passar a preseute C<:tda por Nós assignada,
sellada com o sello gnmde das .armas do rmperio e referendada pelo nosso rriinis -
t~o e secretario de estado, abaixo assignado .

.-Dada no palacio do Rio de Janeiro aos trinta e um dias do mez de Maio ~o anuo
du Nascimento de Nosso Seuhor Jesus Christo , de mil oitocentos se tenfa e lres.
(L. S.) -- IMPEHADOH (corn rubrica ·e gual"da).

· VISCUNDE Do H10 .BuANCo.

N. 73.

Convm1~ão postal com a Fran~a.


DECHETO N. 5743 DE H3 DE SETEMBRO DE '1874..

Proruulg!l a con venção postal, celebrada cm 30 de Março ele 187ll eutre o llmzil e a l"rau ~a .

Havendo-se concluido e assignado nesta côrte, no dia 30 de· Março do corrente


anno, uma convenção entre.o Brazil e a França para o fim de facilitar e regular a
.troca da correspondencia entre os dous Estados; tendo sido essa conrnnção mulua-
rn ent.e ratificada e trocadas as .ratificaÇões e 111 Pariz uo dia 7 de Ag·osto proxir~rn ·
..... '

-findo: Hei po1· hem rnandor que se,ja observada o cpt11prid;:t füo inleiramente co~no. ·
nella se c~mtém . .
O yisconde de CaraveUas, do .ineu con.selho e âo ~te Es~ado_, senador do I.m,pel'ip,
111inislro e. t'lécrch.rrio tle Estado dos ' negocios cetrangeiros, assim o lenha cntenaiclo: e
fiwa _éxec~lar, ewedindo OS despúclÍos necessarios. 1Palacio do füo de ' Janei~o,1 ~>.rri
~ieze8eis d~ Setembro de mil qí.locento~ setenta e quat1·0, , quinquagesinio-tercei~ó "fla
lndepend~p~ia e d@ l.mtlerio. ' '
Com a rnbrica de Sua Magestadc _o Jroperador.

V1scoNDE DE C.mAVELLAs.

Nós, D. Pedro H, lmperadot· Conslitucional e Defensor Pe1·petuo do Brazil, etc .


. Fazemos saher a todos os qne a presente carta de cqnfirmação, approvação e rati-
ficação vfrem, que aos trinta dias elo rnez de Março proximo findo se codcluio e
assignou nesla côrle do Hio de Janeiro, enfre Nós e S. Ex. o Sr, presidente. da
Republica Franceza, pelos respectivos plenipotenciarios, que se achavão ·mUhidos
dos competentes plenos poderes, urna convenção postal do teor seguint'e :

Sua Magestade o Imperador do Brazil Sa Majesté ·l'Empereur du Brésil et le


e o presidente da Hepublica Fmnceza, président ele la Hépuhlique Française,
desejando estreitar os laços de amizade désirant rcsserrer 1es liens d'amiti~ qui
que tão felizmente unem o Brazil e a· nnissent si henreusement le Brééil et la
França, facilitando e regulando ela ma- France, .en facilitant :et en réglaut de la
neira mais vantajosa .a troca . da cor- maniere . la plus avanlageuse l'échangc
responclencia entre os dous paizes, resol- des correspondances entre les ~eux pays,
vêrã.o assegurar este resultado por meio ont voulu assurer ce résultat au · moye11
de uma convenção, e para este fim no~ d' unc convention, el onl nommé i)onr
rneárão seus plenipotenciarios, a saber: leurs plé11ipotenciaires à cet effet, sa-
VOir:

Sua .Magestade o Imperador do Brazil · Sa Majesté l'Em perenr du Brésil 1e ·


o Sr. Carlos °Carneiro de Campos, Vis- Sieur Carlos Carneiro de Campos, Vicomle
conde de Caravellas, do conselho de de Caravellas, de son conseil et du con·
Sua ~Iagestade o Imperador e do de .seil d'État, chambe1lan de Sa MajesLé ·
Estado; veador de Sua Magestade a Im- l'Impératrice, sénateur et granel de l'Em-
peratriz, senador e grande do Imperio; pir~, pro.fosset~r en retrnite de l'écQ]e
lente jubilado da faculdade de <limito de de droit de Saint Paul, commandeur de
S. Paulo, commendador da ordem de l' ordre du Christ, ·grand-croix de l' ordre
Christo, Grau-Cruz da ordem Ernestina Ernestine de la Maison Ducale de Saxe el
da casa ducal da Sa;xonia e da de .Leo- de celu~ de Léopold de Belgique, ministre
poldo da Belgica, ministro e secretario et secrélaire d'État des affaires etran-
de estado dos negocios estrangeiros; geres;
153

E o presidente da Hepublíca Franceza Et le présiderit de la Hépt1blique Fran-


o Sr. ·Léon Alexis Noel, commendador da çaise le SieiH' Léon Alexis No~]) com"
ordem da Legião de Honra e da de Carlos mandeur de l'ordre lle la légion d'hon-
1lI de Hespanha, grande official da ordem neur et de l'orclre de Charles llI cl'Es-
lle Guadelupe do M:exico, e da do Leão pagne , granel otlicier ele I' ordre de
e do Sol da Persia, commendador da Guadeloupe du Mexique et de l'ordre du
ordem de S. Maurício e de S. Lazaro de Lion et du Solei! de Perse, comrnandellr
Jtalia, official da ordem da Rosa, ca- de l'orclre des Saints Malll'ice et Lazare
valleiro da ordem ponlificia de S. Gre- d'Italie, ofJicier de l'ordre de la Rose ,
gorio Magno, ministro p1e11ipotenciario chevalier de l'ordre de SainL Gregoire le
de França. Grand, elu Saint Siege , ministre plénipo;.
tentiaire de France.
0::; quaes, depois · de trocarem seus Les quels, apres avoir échangé Ieur:.,
respectivos ple:nos poderes, que forão pleins ponvoirs respectifs, trouvés en
achado:> em boa e devida fórma, con- · bonne et élue forme) sont convenus del:l
vierão no::; seguintes artigos: articlés suívants :

ARTIGO 1. o ARTICLE '] ,"

Ha ve1:á, e.ntre a administração dos · li y . aura , entre l'adminislration eles


correios do Brazil e a admininislração posles du Brésil et l'administration des
dos correios de França, uma troca perio- postes ele France, un échange périodi-
dica e regular de cartas, de amostras de que et régulier de lettres, d'échantiIIons
mercadorias e de impressos de qualquer de marchandises et d'imprimés ele tout~
natureza, pelas vias de communicação e nature , par les moyens de communica-
de transporte abaixo designadas, a saber: tion et de transport ci apres elésignés, sa,.
vou·:
·l . º Pelos paquetes a vapor, tp1e o go- '1. º Par les paquebots à vapeur que le
verno brazileiro e o governo francez jul- gouvernement brésilien et ]e gouverne-
garem co11venienle manter, fretar ou ment françai s pourront juger à. propos
subvencionar para o transporte ela cor- d' en tretenir, de frêtér ou de su bvention-
respondencia entre o Brazil e a França ; ner pour opérer le transport ·eles cor -
responelances entre le Brésil et la France.
2.º Pelos navios mercantes a vapor , 2. º Par Ies bâtiments à vapeur du
l{U e navegarem entre os portos brazilei- commerce naviguant entre ]es ports bré-
ros e os portos francezes ; siliens et les ports français ;
~i . º Pelos paquetes a vapor britannicos , . 3. º Par les paq uebots à vapeur britan-
lpie fizerem o seniço regular entre os niques faisant un sP,rvice régulier entre
portos da Gran-J?retanha e os do Brazil. 1es ports de la Grande-Brntagne et les
ports du Brésil.
A administração dos correios do Bra".' L' aelministration des postes du Brésil
zil pagará. as clespezas .do transporte 1 paiera les frais résullant du transport
E. I :.!O
.'

'L54

nos navios que ·navegarem com bandeira ]Jal' Jes bâliments UCHiguanl SOLiS pavillou .
brazilein,t, ·das malas expedidas por meio brésil ien , des dépêches qui seronl
desses navios tanto de _França para o expécliécs au rno)' en de ces bâtimenls
Brazil como do .Brazil para a França, tant de lü France pour ·1e Brésil que
clu Brésil pour la France.
A adminislrac;ão elos corre ios do Brazil -L'ac1mi11istration dcs postes du Brésil
pagará igualmente as despezas do trans- paiera · également les frais r ésultanl du
porte das malas expedidas do Brazil para ' \ lrns. qu1. seront expc-
trnosport e1es depec '
a França i tanto por meio dos navios di ées dn Brésil pour la France, tanl par
mercantes a vapor que. navegarem com les hâtimenls i1. vapeur du commerce na-
bandeira de terceira polencia, como· peius viguant sous pavillon tiers, que par les
paqUetes bl'ita.nnicos que fizerem o · ser- paquebots britan niciues !'aisant u n ser-
viço regular entre os portos da Grau~ vice régulier entre les porls de la Grande-
Bretanha e os do Brazil. Bretagne et les porls du Brésil.
Pela sua parte, a administração dos De son eôté, l'administration despostes
correios de França pagará as despezas de F'rance paiera les frais résultant
do transporte, pelos navios . q11e navega- clu transport par les bâtimenls navigua11t
rem com bandeira . franceza, das malas sous pavillon français, des dépêches qui
expedidas por.
meio' desses navios tnnto seront expédiées an rnoye n de ces bàti-
elo Brazil para a França como da Franç·a ments, tant du Brési1 pour la France que
para o Brazil. de ]a France pour le Brésil.
A administração dos correios de Fran- L'administration des postes de France
ça pagará igualmente as despezas do paiera également les rrais résultanl <lu
transporte das malus que se expedirem transport eles dépêches qni seront ex-
de França para o Brazil tanto p ~ los na- pediées de la France pour le Brésil tanL
vios mercantes a vapor, que navegarem par les bâliments à vapeur du commerce ·
com bandeira de terceira potencia , como naviguanl sous pavillon tiers , que par
pelos paquetes britannicos que fizerem. les paquebots hritanniques faisant un
o serviço regular enlre os portos da Gran- service régnlier entre les porl.s de la
Brelanha e os do Brazil. Grande-Bretagne et 1es ports du ·Brésil.

.ÀRTI1~0 2.º A RTICLF. 2.r

J\S pessoas, que desejarem enviar ca r- Les personnes qui voudront cnvo.yer
-tas ordinarias> islo é> nno registradas, eles .1ettres ordinaires, c>est-à-d ire non
quer·do Brazil pura a Fran<;a e a Alge- · chargées, soil du Brésil pour la Francc
ria, quer ·da França e da Algeria para o el l'Algérie, soit de la France et de l 'Al-
Brazil, poderáõ deixar o porte dessas gérie pour Je Brési1, pourront , 11. le11r
carlas a cai~go das pessoas a qu ern fôrem ~ho ix, laisser lG port_ des dites leltre::;
destinadas ou paga-lo adiantado até ao 11. la charge eles destinataires ou payer
seu destino. ce port d'avance jusqu'1L destinalion.
O preço do porte das cartas dirigidas Le prix du port eles letlres adressée5
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;::! ção de 10 grammas pela adminis· ção de 10 grammas pela. a dminis- Q:> o
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""'" o.. o.. - S' 1:;: ' "' tração dos correios do Brazil ã tração dos correios da França. á o.. r:n
o
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o ::.:> Q ct> DESIGNAÇÃO DAS CARTAS. ;::: ~ .~d administração dos co 1·reios de adm inistl·aç~o dOs correios do
:::; ~~D~~ ..o °' •
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o ;.,
~. ~ ::i c:1 pelas ca1rtas transportadas Brazil pelas cartas transportadas p..
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entre a fron te.ira brazilcil'a e a. entre a fronteira. franceza e a. o o
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fronteira franceza. fronteira brazileira.

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fr. 1.00 75 25 o
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FRAN_QUEADAS . Da França e da Algeria para o l3razil . ±00
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Q ::.:> PIUX. DE PORT APAYER
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:::::: .,- :::; P OUR C{!AQUE LETTRE ET SO:\IYE A P~\YEP. POllH CHAQUE LE'rTRE
Q :::::; l.>
~ ê_: p_,
Q,
PAU CHAQUE ·roms e
w~ Q l.> ::s
Q "O o
o~ cn.
!~ Ct DE DE et par chaque 10 gra.mmes ou fr::i.c- et pa,r clla.que 10 grammes ou fra c- ;::5 o..
ó só
w tion de 10 gran:in;tes par l 'adminis· tion de 10 grammes :par l 'adminis· CP
l.>
Q 'ü o... DÉSIGN.-\.TION DES LETTRES . "' tration des postesduBrésil à l 1 a d- tratiou eles postes de Fra.::e ú.l 'ad- Õ' lfJ
.... o..
:: ~:Ê ~ .~
~ ~~~
r.1~ ~-
ministra.tion des postes de Fra.nce miuistration des postes du Brésil
......
.;;;> -
:::; @ 3 ~ Sn~~i pour les lettres trausp ortées entre pour les lettrcs tra nsportées entre ::s ct>
la frontiCre brésilicnnc ct la frou- la frontiCre française et la fron- ctl- :::

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tiêre fra.n çaise. tiCre brésilienue·.
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1.56

· Esle premio será recebido em pro~eilo Ce droiL sera perçu au profiL et pom
e por conta. elo paiz deslinatario . ]e compt.e du pays de deslination.

ARTIGO 4.º AnT1cLE 4. º


As cartas não registradas (à découvert), Les lellres expédiées .à décoi1vert (nno
que por via de França ou por intermedio rcgislradas) par la voie de la France , ou
dos paqueles francezes fôrem expedidas · par l'intermécliaire des paquebols posle
dos paizes .mencionacl9s na tabella A·, français, soit eles pays menlionnés nu Ui-
annexa á presente convenção, para o bleau A, annexé à la presente convcntion ~
Brazil, ou ~o Brazil para esses mesmos pour le Brésil, soit du Brésil pnur res
pa,zes, ·Serão trocadas entre a adminis- mêrnes pays, seront échangées entre
tração dos correios elo Brazil e a :ulmi· l'adrninistrat.ion <les postes du nrrsil f'l
nistração dos correios de Franr,a sob ns l'adrninislration des postes <le Frnnce anx
condições especificadas na referida ta- condil.ions énoncées dans le dit tablcau.
bella. i .

Fica entendido que, si as condições, ll est convenu qne, .dans ]e cas oú lr~
que regulão as relações poslacs da França conditions qui reglent les relations pos-·
com . os ,paizes <lesig~ui.dos na labella A, tales de h1 France avec les pays désignés
vierem a s_er modificadas de maneira que dans le tableau A viendraient à être mo.
influa nas condições de troca fixadas difiées de manihe à influer sur les con-
pela presente convenção para a corres- ditions d'écbange iixées par la présente
pond_encia transmittida por via de França, ·. convention, ponr les corresponJances
cslas ú1odificações serão de direito appli- Lransmises par la Yoie de la Francc, ees
cadas _á dita correspondencia. modificalions seraient appliquées de plein
droil aux diles correspondences.

ARTI<~O D. o AT\TICJ,'E D. r
A adm~nistração dos correios . brazi- L'adminislrt.llion des postes hrésilicn -
lciros poderú entregar á administração nes pourra livrer à l'adminislralion des
Jos correios .de Fran<,;a cartas registradas posles de Francc des lellres chargées à
com destino á França e á Algeria, e, sem- deslination de la France et de l' Algérie
pre que fôr possível, com d<:)slino aos et, aulant que possible, i1 destination <les
paízes aos quaes a França serve de in- pays an~<.1uels la France sert d'inlermé-
termediaria. cliaire.
Por sua parte a administração dos cor- De son côté, l'admini~tration des posles
reios de F_'rança poderá entregará admi- <le -France pourra livrcr :'i l'adrninislra-
nislração ·dos correios brazileiros cartas tion eles postes brésiliennes des leLLrcs
registradas·.com destino ao Brazil. chargées à destination dn Brésil.
O porte das cartas registradas deverá Le port de~ lettrcs chargées clevra t.ou -
sempre ser pago adiantado até ao seu jours êlre acquillé cl'avance jusqu'à des-
destino. tination. · ·
Qualquer carta registrada, dirigida de Toute lettre chargée adressée de l'un
'l 57

nm dos dous paizes para o outro, pagará, des cfoux pays dans l'aulre supportera, au
iÍ partida, além da taxa applicavel a uma départ, en sus de la taxe npplicahl e aune
<:arta ordinaria franqueada do mesmo letlre ordinairc affranchie dn même poids,
pesQ., um premio fixo de duzentos réis ou un droit fixe de deux cenls réis ou de cin·
de cincoenta centesimos, conforme fôr o qnantc centirneR, snivant le cas.
caso.
Este premio será cobrado em proveito Ce drvit :::e rá perçu au profiL et ponr le
é por conla ela administração dos correios co mpte de l'arlminist~ation des postes dn
<~lo paiz da procedcncia. pays d'origirrn
() porte das cartas registradas , ex pecli- Le porl drs lettreR chargées ex.µediées
1da s do Brazil com destino aos paizes aos d11 Hrésil :1, destinnl:ion des pa_ys auxqueL.-.
qua<~s a Fran(a serve de intermediaria, la France serl d'intermédiaire.sera donhlr,
sení o dohro elo porte das·cartas ord iua - d é:~ celui eles IP-1.1.res ordinairns pour ia
r.ia :;; com o mesmo desli110. · même destinalion .

ARTIGO 6.o ARTICLE 6. e


No caso de extraviar-se qualquer cart.a Dans le cas ou quelrpw ]oltre chargéc
rngistrada, nquella das duas atlministra- VienclraÍ(. ~L· être perduc, Celle des deUX
1,'. ões em cujo territorio houver tido Jogar aclministrations sllr le ' Lerritoire de la-
o 1•xtravio, pagnrá ao i·cr]1elLente, como quelle la perle nura en lic11 paiera h l ' 1~ n­
indernnisação, a quantia de cincoenta voye11r, h titre de d1~dommagement nn e
francos, no prazo de tres mezes, a contar· indemnilé de cinquanl.e francs dans ln
dn data da reclamação; fica , porém, en- délai de trois mois h daler <lu jour de la
tendido que as reclarnações não serão at- 1;éclamalion; mais il est'enlendu que fos
tendidas sinão dentro dos seis mezes réclamátions ne seront admises que dans
contados do dia em que houver sido feito les six mois qui suivront la date du ·dépôt
o registro, findo esse prazo, as duas admi- des chargements; passé ce Lermo les deux
nistrações não serão responsaveis, uma adminislrations ne seront lenues , l'nne
para com a outra, por indemnisação al- envers l'aulre , ~1, aucune inclemnité.
guma.
ARTIGO 7.º
Qualquer pacote contendo amostras de Toul paguei co nl.enant ·eles échaulil-
mercadorias, jornaes, gazetas, obras pe ~ lons de marchandises, des joul'naux, des
riodicas , livros brochados, livros encader- gazeltes, des ouvrages périodiqnes, des
nados em couro ou em papelão sem orna~ livres brochés, des livres reliés en cuir
mento algum, brochuras, papeis de mu- ou en carlon sans ::rucunc garniture, dcs
sica, catalogos, prospeGtos, annuncios e brochures, eles papiers de musicjueJ des
avisos díversos, impressos, gravados, litho- catalogues, des prospecl:us, dcs annonces
graphados ou autographados, que fôr et des avis divers imprimés, gravés, li-
expedido do Brazil para a França ou a Lhographiés ou autographiés, qui sera
. Algeria, será franqueado alé no seu expédié du Brésil pour la France_ ou
<lesli110, mediante o pagarnenl~ de uma l'Algérie, sera affranchi jusqu'à do8tina~
taxa de sessenta réis por quarentagrammas, tio_n moyennar1l le paiement d'un e taxe
ou rrn_cçã.o ele quarenta grarnmas ; e, reci. de soixante reis pur quaraul.e grammes
proeamente, qualquer pacote contendo ou fraction de quara nte grammes, · et
ohjectos da mesma natureza, que fôr réciprocruement, tout paquet contenant
expedido ela Franc;a on ela Algeria pa ra eles ohjects ele même nature qui sera
o Brazi l, será franqueado até ao seu expedi é ele la France ou de 1' Al gér i1 ~
destino, mediante o pagamento ela. taxa de pom le Brésil, sera affranchi jusqu'à
quinze centesimos por quarenta grammas destinal.ion rnoyennanl le paiement
ou fracção ele quarenta grammas. de qui nze centimes par quarantc gram-
mes ou fraction de qn aranlc gramrnes.
A. adminislrnção dos correios brazi- · L'administralion des postes 11rési!ie11-
leiros pagará á acl ministração dos cor. nes paiera à l'administration des postes
reios de França por cada pacote pro- de France · pour cbaque p:iquet origi-
cedente do Brazíl, franqueado até ao naire du Brésil affranchi jusqu'a desl i-
seu destino, em virtude do presente . nation, en veri.u dn · présent ar ti ele, la
artigo, a q~rnntia de quarenta e quatro somme de quarante quatre reis par qua-
réis por quarenta graµ1mas ou fracção de rante grammes ou fraction de quarante
quarenta grammas, quand.o o pacote tiver grammes, 1orsque le paquet aura été
sido transportado entre as. duas fronteira s tran sporlé entre ·1es deux fronlieres aux
á custa da França, e a quantia ele doze fraiS de la France et ln som me de donzc
réis por quarenta gramrnas ou fracção de reis l)at' quara nLc gramrncs, ou fra clion
quarenta grammas, quando o pacote de quarante grarnrnes, lorsque le paqn et
tiver sido transportado f1 custa do Brazil. aura été transpor!<~ anx frais dn Brésil .
Por· sua parte a administraç,ào dos De son_,c,ôté , l'a<lministration des postes
correios de França pagará á adminis- de France paiera à l'a dministration lles
tração do~ correios brazileiros por cada . postes hrésiliennes pour chaque paqu et
pacote procedente <la França ou da Al- origina ire de la France ou de l' Algérie,
geria, franqueado até o seu destino em affranchi jusqu'à destinalion, en verlu
virtude do presente artigo, a quantia de du 1)résenl article, la somme de trois
tres centesimos por quarenta grammas centimes par qnarante grammes ou fra-
011 fracção de quarenta grammas, quando ction de quarante grammes, lorsque lc
o pacote tiver sido transportado entre a·s paquet ama · été lransporté enlre les
duas fronteiras á custa ' da França, e deux frontieres aux frais de la France el ·
a quantia de onze centesimos por qua- la somrne de onze centimes par quaranlü
renta grammas ou fracção de quarenta grammes ou fraction ele quarante gram-
grammas quando o pacote ti ver sido rnes lorsque le paquel aura·été transporté
tran sportado ~í custa do Brazil. au frai s du Bré~il.

AnTIGO 8.º AnTlCL1; 8.,.


As amostras de mercadorias só gozaráõ L.es échanti!lons de rnarchandises nc
da redncç,ao de taxa , que lhes é co ncedida sero nl admis à :ion ir ·el e la modérnti on
1fül

pelo artigo precedente, quando não de laxe _qui lcur est . accordéc par l'ar-
wutivercm valor ~dgu ru , quando fôren1 licle précédent qu'aulant c1u'ils n'auronl
l'ril11 cfueada s, cintadas ou e rnrnassadas de aucune valem·, qu 'ils seront affn\nchis,
nwdú que não deixe a menor duvida a qu'ils scront placés sous bandes, ou de
respeito da sna natureza, e quando não maniere a ne Iaisser aucun dout~ sur
lrnnxerem signal manuscriplo que não leur natnre, et qu'ils ne porteront d'au-
seja a direcção do destinalario, rnarca tre écriture à la main que l'adressc du
de fabrica ou de commercio, num eros de destinataite) une marque de fabrique ou
ordem e preços. ele marchand, des numéros d'ordre et
eles prix.
As amostra s de' wercadorias, qu e nHo Les échantillons de rnarchandises qui
preencherem estas condições, serão ta- ne rempliront pas ces conditions seronl
xadas- como cartas. taxés comme lettres.

ÁHTIGO 9.º A nTICLE n. e

Os jorn'aes, gazetas, obras periodícas, Les •1·ournaux' 1'0 ·azéttes' ouvragcs


.
1)é-
livros brochados , encadernados em couro riocliques, livres brochés, livres réliés en
ou papelão sem ornamento algum, bro- cuir ou en carton sans a~1cune garniturc ,
churas, papeis de musica, catalogos, brochures, papiers de musique, catalo-
prospectos 1 annuncios e avisos diversos, gues, prospectus, annonces el avis divers
impressos, gravadoíl, lith ographados ou imprimés, gravés, lithographiés ou auto-
autugraphaJos, que l'ôre1a expedidos pm· graphiés, qui seronl expédiés, par la voíx
via da Fran ça ou por intermedio elos pa- de la France on par I'intermédiairc des
qu etes francezes, dos paizes designados paquelwts poste franr,·ais, soit des pays
llél labella n, annexa á presente con- désignés. dans le lableau n annexé il la
venção, para o Brazil, ou do Brazil para · présente .convention pour le Hrésil, soit
esses mesmos paizes, serão trocados entre d_u Brésil i:Jour ces mêmes puys, sr.ronl
a administra ção dos correios do Brazil . échangés entre l'administration des pos-
e a administração dos correios francezes , te s du Brésil et l'administration des pos-
sob as condições especificadas na dita tes françaises aux conditions énoncées
tabella n. clan s lo dit tableau B.
Fica entendido que, si as convenções,· II est convenu que dans le cas. oú les
que regulão as rela ções da França com co11 ventions qui reglent Jes relations de
os paizes designados na dita tabella, la France avec le.s pays désignés au dil
vierem a ser modificadas de rnoclo que tableau vienclraient à être mollifiées de
intlua nas condições de troca lixada s p(~ ia ffliHtiel·e à influer sur les tu nclitions d'é-
presente conven çfw para os jornaes e change frxées par la pré:;enl.e co11ve11tio11
outros i.tupressos transmittidos por via pour les journaux et aulres imprirnés
de França, serão estas modilicações ap- transmis par la voie <le fa France~ ces
plicadas de direito aos dilos jornaes e modifications sernnt appliquées de pleiu ·
impressos. droit aux dits journaux et imprimés.
160

ARTICLE t Oº.
Para que gozem da reducção de taxa Pour jouir d~s modér_ations de port
co11cedidà pelos precedentes arts. 7" e 9º; accordées par les arlicles 7 e 9 précé-
os jornaes, gazelas, · .obras periodicas, dents les ·'1ournaux rrazettes ouvraues
' • ' ' b ' o
livros brocl~ados , livros encadernados cm périodiques, livres brochés, livres reli és
·couro ou papelão, s·em ornamento algum, en cuir ou en carlon sans aucunc garni-
brochuras, papeis de musica, calalogos, 1.ure, hrochures, papiers de musique,
prospcclos, au11u11cios e avisos diversos, catalogues, prospectus, annonces el avis
impressos, gravados, lithograµhados ou uivers irnprimés, . gravés, lilhograpliiés
aulographados: d1~veráõ ser franqueados ou aulographiés devront êtrc affranchis
;.üé aos limites respectivamente fixados jusqu'aux limites respectivement lixée::i
pelos ditos artigos, ser cintados, e não par les dits articles, rnis. sous bandes eL
conter escripto algum, algarismo ou ne porter aucune écriture: chiffre ou sign e
11ualquer outro signal mannscriplo, além quelconque à la main, si ce n'esl l'adresse
tlo endereço da pessoa a quem fôrern du destinalaire, la signaturc dc.J'enVO)'Cur
destinados , da assignalura de quem fez et la date. Ceux des diLs ohjectl:l qui ne
a remessa e da dala. Aquelles do-:; dilos réuniront pcis · ces condilions serunl con-
ubjeclus que não preencherem estas con- siderés comme lettres et lraités en con·
cliçiics ::;erão considerados corno cartas e séque11ce.
tratados como laes.
Fica eu tendido l(llC as dispo::;içôes cori- JI esl enlen du qu e les disposítions
tidas 11us artigos acima rel'erido::; não conlenues dans les arlicles susmentionné:;
prejudicão de modo algum o direito, que 11'i11lirmenl en aucune maniere Je uroiL
assiste ás auminislraf·ües dos·correios do:; qu'out les admiuistrntions J es postes des
'
dou::; p<:1iies, de nau effecluarern em seu::; deux pays de ne pas effectuer, sur leurs
respectivos territorios o tra11spurte e a territoires respecli[s, 1e Lransporl et la
distribuição dos ubjectos de::;ignados 11os Llistribulion de ceux des objecls désignés
dilos <:1rligos, a cujo respeito não lwu- aux dits articles à l'égard desquels il
rnrem sido cu 111 prida:; as leis, d isposi t;õe::; · 11'aurait pas élé salisfail aux !ois, or-
e <lecrclos ql\C regu]üu as condições de donnar1ces ou décre ls qui reglent les
sua publicação e circulação, lauto 110 condilio11s de leur publicalion et de leur
.Brazil corno ·em França. circulalion; Lant au Brésil qu'en France .
A.1lTlGO ·l 1u. A RTICLE 11 e ,
1

11 ica formalmente co11vc11<'.io1rndo ent.re11 es l fonnellement convenu entre les


as duas parles contral<:1nles que as carlàs, deux parties contractantes que les lettres,
amostras de mercadorias e impressos de les échantillons de marchandises · et les
(1ualquer natureza dirigidos de um para imprimés de toute nature adressés de
o oulro dos dons paizes, e franqu eados l' un des deux pays dans l'autre et affran-
até ao seu destino de conformidade com chis jusq u'à déstination, conformémeut
às di_§posições da presente convenção, aux disposilions de la présente conven-
não pocleráõ, sob pretexto ou titulo tion, ne pourront, sous aucun prélexte
.
16f

algum, ser sujeitos no, paiz do seu des- et à quelque titre que ce soit, être frap-:-
tino a uma taxa ou premio qualquer que pés, dans le pays de déstination, ·d'une
recáia na p~ssoa a quem são destinados. taxe ,ou d'un droit . quelconque à la
charge des destinataires.

.ARTIGO 12º. AnTICLE 12" .


O governo francez se obriga a fazer Le gouvernement fra nçais s' enga'ge à
transportar em malas fechadas, pelos faire transporter en dépêcbes closes, par
paquetes francezes, ·a correspondencia Jes paquebols-poste franç-ais, les corres-
que as estações. postaes estabelecidas nos pondances que lesbureaux de i)osle établis
portos do Brazil, em que tocarem esses dans Jes ports du Brésil ou toucheront ces
paquetes, ·hoQverem ele trocar por esta paquebols pourront ª''oir à échanger, par
via com outras estações postaes do mesmo celte voie, · avec d'aulres bureaux de
Eslado. · poste du même État.
Os objectos contidos nessns malas não Lcs objets qui se~ont compris dans
estarão sujeitos a our.ras taxas que não ces dépêchcs doses ne supporleront d'au ..
sejão as mesmas a que estão sujeitos os tres taxes que celles dont sont passibles
objeclos _da mesma natureza transpor- les objets de même nalure transportés
tados pelos p.aquetes brazileiros, e o pro- par Jes paquebots-poste brésiliens, et le
ducto dessas taxas será repartido igual- procluil de ces taxes rnrá partagé par
mente entre a administração dos correios moitié entre l'ad ministration des po,stes
elo Brazil e a administração dos correios du Brésil et l' adrriinislration <les postes
francezes. frança ises.
ARTIGO 13º. AnTICLE 13".
As adminisl.rações dos correios do Les administrations des postes du Bré-
· Brazil e da França, organizaráõ, em cada sil et de France dresseront, chaque mois,
mez, as contas do transporte da corres- Jes comptes résultant de ]a transmission .
pondenciu, e estas ·contas, depois deve- des correspondances)etces comptes, apres
rificadas por essas administrações, serl.io avoir été débattus et arr-êtés contradic-
saldadas no fim de cada trimestre pela Loirement par ces adrninislralions, s~ront ·
administração que fôr reconhecida de- soldés, ~t la tin de chaque trimestre, par
vedora. l'administration qui sera reconnue rede-
vable envers l'autre. -
O. saldo das contas mencionadas aci- Le solde des coi:nptes ci..:.dessus men-
ma será fixado em moeda do Brazil. Para tionnés sera établi en monnaie du Brésil.
este fim as quantias lançadas nas ditas Á cel effet, les sommer:; portées dans
contas em moeda franceza serão reduzi- les dits cornptes en inonnaie française
das a réis ao cambio de quatrocentos réis seront réduites en reis, sur le pied de
por um franco. 4·00 reis pour un fraric.
O saldo das contas será pago no Rio Les soldes des comptes seront payés à
de Janeiro em moeda corrente . Rio d-e Janeiro en monnaie cou'rante ~
E. I 21
ARTIGO 14º.
As cartas ordinarias ou registradas, as Les lettres ordinaires ou chargées, les
amostras de mercadorias e os imptessos échantillons de _marchandises et les im-
de qualquer natureza, erradamente en- primés de toute nalure, mal adressés ou
dereçados ou dirigidos, serão, sem de- mal dirigés, seront sans a~cun délai ré,
mora alguma, reciprocamente reenviados ciproquement renvoyés, par l'intermé-
por .intermedio das respectivas estações diaire des bureaux d'échange respectifs,
postaes pelos preços por que houver o cor- pour les prix' auxquels l'office envoyeur
reio . remettente lançado esses objectos aura Iivré ces objets en compte à l'autre
em conta ao outro correio. office.
·_ Os objectos da mesma natureza, que Les objets de mêcpe nature qui au-
fórem éndereçados a pessoas que tenhao ront été adressés à eles destinataires ayant
mudado de residencia, serão ·respectiva- changé de résidence seront respective-
mente devolvidos, onerados do mesmo ment rendus, chargés du port qni aurait
porte que deveria ser pago pela pessoa a du être payé pai; les destinataires.
quem e1·ão cl.estinados.
As cartas ordinarias, as amostras de Les lettres ordinaires; les échantillons·
mercadori::is e os impressos ele qualquer de marchandises et les imp.rimés de toute
natureza, que houverem sido primitiva- natüre qui auront été prirnitivement li-
.mente entregues á administração dos cor- vrés à l'administration des postes du Bré-
reios elo Brazil, ou á administração dos sil, ou à l'administration des postes de
correios de França por outras adminis- Frànce par d'autres administralions, et
trações, e que, em consequcncia de nrn- . qui, par suite du changement de résidence
dança ele residcncia da pessoa a quem des destinataires, clevront être réexpediés
erão destinr1clos, tenhão de ser reenvia- de l'un eles denx pays pour l'autre, se-
.dos de um <los dous paizes para o outro, ront réciproquement livrés, chargés . du
serão reciprocamente entregues median- port exigible au lieu de la précédente
te o porte exigível no logar do prece- destination.
dente destino. ·
ARTIGO Híº. A11TICLE 1Õ".

As cartas ordinarias ou registrndas, as Les lettres or~linaires ou chargées, les


amostras de mercadorias e os impressos échantillons de marchandises el les im-·
de qualquer natureza, trocados entre as · primés de toule nature échangés entre
duas administrações · dos correios do les deux administrations eles postes du
Brazil e de França, que cahirem em Brésil et de France qui seront tombés
. refugo por qualquer motivo que seja, en rebut, pour quelque cause que ce
deveráõ ser devolvidos, de rima e de soit, devront être renvoyés, de ·part et
outra parte, no fim de cada mez, e co·m . d'autre, à la finde chaque mois, et plus
mais frequencia si ·possivel fôr. souvent, si faire se peut. ·
Destes objectos, os que tiverem sido · Ceux de ces objets qui auront été li~
dados em conta, serão entregues mediante vrés en ·compte seront rendus, pour le
163

o mesmo porte por que tiverem sido en- pl'Íx pour leque! ils auront été originai-
viados pelo correio remeltenle. rement complés par l'oflice cnvoyeur.
Pelo que respeita áquelles que fôreni Quant à ceux qui auront été livrés
entregues já franqueados até ao seu des- affranchis jusqu'à destination ou jusqu'à Ia
tino ou até á fronteira do correio corres~ fronliere de l'office correspondant, ils
pondente, serão elles devolvidos sem seront renvoyés sans taxe ni décompte.
taxa nem desconto.

ARTIGO 16°. AllTICLE 16".


As duas administrações dos correios Les deux administra tions el es postes
do Brazil e de Franç~, não aceilaráõ com du Brésil et de France . n'adrnetlront · à
destino a um dos dous paizes, oú dos déstinalion de l'un des cleu·x pays ou des
paizes que se servem do seu intermedio, pays qui ernpruntent leur inler~1édiaire
nenhum pacote ou carta que contenha ancun paquet ou Jettre qui contiendrait,
ouro ou prata em moeda, joias, artigos soit de J'or ou de· l'argent monnayé, soit
de valor, ou qualquer outro objecto que eles bijoux ou effets précicux, soit toute
seja sujeito ·a direitos de alfandega. aulre objet passible de droils de douane.

ARTIGO 17° . . ARTICLE 17º.


A administração dos correios do Brazil L'administralion des postes du Brésil
e a administração dos correios francezes , et l'administration . ~es postes françaises
designaráõ, de commum accôrdo, ases- . designeront, d'un commun accord, Jes
tações postaes, entre as quaes deverá ter bureaux par Jesquels d~vra avoir Jieu
lugar a troca da respectiva correspon- l'échange des correspondances. respecti-
dencia . .Regularáõ igualmente a fórm<1 ves. Elles regleront aussi la forme des
das contas mencionadas no precedente comptes mentionnés dans J'article 13
art. 13, a direcção da correspondencia précédent, la direcLion · des correspon-
reciprocamente transmittida, bem como dances Lransmises réciproquement 1 ainsi
todas as medidas de detalhe e de ordem que toutes les autres mesures de détail
necessarias para assegurar a execução ou d'ordre nécessaires pour assurer l'exé-
das estipulações da presente convenção. cution des slipu lations de Ja présente
convenlion •
.Fica entendido que as medidas acima II est entendu que Jes mesures ci-des-
designadas poderáõ ser modificadas pelas sus designées pourront être modifiées
duas administrações, todas as vezes que, par les deux adminislrations, toules les
de commum accôrdo~ essas duas admi- fois que , d'un commun accord, 'ces deux
nistrações reconhecerem tal necessidade. administrations en reconnaltront la né-
cessité.
ARTIGO 18º. ARTICLE 18º.

A presente convenção lerá força La présente convention aura force et


e validade a começar do dia em que valeur, à partir du jour êlont les deu~
164-
convierem .as duas parles, desde . que a parties conviendront, eles ·que la promul-
promulgação houver sido feita segundo gation en aura élé faile d'apres les !ois
as leis especiâes de. cada um dos do·us particulieres à chacun eles deux r;: tats; .
·Estados, e continuará em vigôr de anno et elle <lemeurera obligaloire .d'année
e.m anno, até que uma das duas partes en année, jusqu'à ce que l'une eles deux
contratantes annuncie á oulra, com anli- parties conlrnctanles ait annoncé à l'au-
cipaçao de um anno, .a intenção .de fazer tre, mais un an à }'avance, son inten-
cessar seus eITeilos. tion d'en faire cesser les effets.
Durante este ultimo anno a convenção Pendant cette derniere année, ·ta con-
lerá i)lcna e inteira execução ,sem prejuízo vention conlinuera d'avoir son exécution
da liquidação do saldo das contas entre pleine et entiere, sans prejudice de la
as adrninistraçõ.es dos correios dos dous liquida lion et du solde des comples entre
paizes, depois de expirado o dito prazo . les administrations des postes des dcux
pa)'s apres l'expiration du dit lerme .

ARTIGO 19°. ARTICLE 19°.


A ·presente convenção será ratilicada La présente convention sera ratiliéc
e as ratificações serão trocadas em Pariz et Jes ratilications en seront échangées à
· o mais breve que fôr possivel. Paris aussitôt que fairc se pourra.
Em fé do que, o.s plenipotenciarios En foi de quoi les plénipoteritiaires
. respectivos assignárão a presente con- respectifs ont signé la présente convén-
venção e a sellárão com o sello de tion et y ont apposé le sceau de leurs
suas armas. armes.
Feita em duplicata e assignada no Rio Fait en <louble original et signé à Hio
de .Janeiro aos trinta dias do mez de de Janeiro le trente Mars dixhuit cent
Março do anno do Nascimento de Nosso soixante quatorze.
· Senhor Jesus Christo de mil oitocentos
setenta e quatro.

(L. S.) V1scoNDE nE CAtlAVELLAs .

..
165
A.-Tabella i11dicando as condições sob as quaes sei•ão h•oc=1das cnfrc a atlmini'itração dos co1•1•eios bra·
zilei1•os e a admi1l'istl'ação dos eo1•1•eios tle F1•a nça, as mulas cx11edidas do Bt>azil, 1•01• da de Fr:lnça 1mra
os paizes com os quacs o Ut•azil 11útle .c01·1·es11ontler-se po1• intermedlo dos co1·1·cios fNUHlczcs e' ice-,·e1•sa.

Direitos ou taxas que a ad· Direitos ou tnxatt que n ad-


mini Etra ção do Bra;r,il tem ministraç.à.o de }.,1·anya. tem
elo pagar :.\. aclmLni stra ~ão do pagar á administração
de },rança, tanto pelas car- do Ilrnzil, tanto pelaScartas
~ .s
.."s" .
tasfranqueaclnsprocedcn- franqueadas dest inadas ao
Designação dos paizes com ~
tes do Brazil, como pelas Brazil , como pelas cartas
"s
os quaes o Brazil póde ""'E " . cartas 115.0 franqueada s não frnnqueadaS proceden·
"'"
ã~
dcstin adas ao Hrazi ' , por
10 grammas ou fracção
tcs do B razil , por 10
grammns1 ou fr~<'ção de 10
corresponder-se por
~
o o
"'"'o .g "'
àe 10 grammas. grarnmas .
o
,--,-.~.-
º~-'~-.-.~.-.~,
intermedio dos correios ""' "' e-o
00
3 ~>O
'8. :;

francezes . :a ~e~c::
gg;~
~e~d
;g~~
o"
o ~ ... l: d ti o::i
~ ;gg<~ ~:;~.d~
3]~~~ ~~~~~
·I 4 G 7
Róis . Róis. Hóis. Fr. üent. Fr. Cent.
Port1Jgal e Ilhas ele Cabo-Vereie. O~Jrigatorio. Portó brazlleiro
ele embarque ou
ele cle>'embarque 80
Senegal, Ilha doGoróa ...... .. . . Facult:1tivo.
Buenos·Ayres e Uruguay :
Logar elo destin o ª~º
80 240 ..... 60 ····· 20

Cartas elo Brazil.; ........•..... Obrigatorio. Porto ele desem-


barque ...•.... 220 ······' . .. 1-10
Ciwtas para o Brazil.. .. .. ...... Obrigatorio. :Porto ele embar-
que . . ........ . 220 . .. ··-····· 140
Grau-Bretanha .......•......... Facultativo. Logar elo destino -110 170 330 .... . 60 .... . 20
Belgica, Dinamarca, Grão·Ducado
de Luxemburgo, P aizes-Baixos,
Suissa, Italil, Estados ela Alkl· 560 320 '180 60 . . . .. 20
manh a, Prussia e Austria ..... )) ))

Malta, Grecia, Suecia, Noruega,


Russia , Polonia , cidades elo
Egypto e ela Turqui a, cujo ser-
viço postal é feito pelos paque- 1'
tes francezes (A) Anclrinopla, 1
Antivari, Burgos, Caifa, Canclia, 1
Canéa, la Cavale, Chio , Dédé,
Agatsch, Durazzo , Janina, Lar
naca, Prevesa, Retino, Rut- i·
sclmck, Serez, Sophia, Teneclos,
Valona, possessões francezas na
India, (B) e na Conchinchina ,
.Ilhada Reunião, Mayottal, suas
depP.nclenci as, Santa Maria ele
i\fadagascar, Martinica, Guacle·
lupe e suas clepencleQ.cias, Guya-
na franc eza, Ilhas ele S. P edro
e Miquelon, Shanglwy e Yok0-
li ma , Indi as Neerl anclezas ,
Guyana hollanüez;:i e Curaçáo . 720 480 640 ... ... 60 .. ... , 20
..... ,
Estados Unidos ela America cio 700 460 20
Norte........... ..... ......... n )) 620 60 . .... 1
Ilhas ele Sandwich . .. . ... . .. . . . . Obrigatorio . S. Francisco. 700 460 620
Hespanha e Gibraltar. . . . . . . . . . . n Fronteira franco-
hospanhola ... 400 160 320
Austrnlia (via ele Suez) : -
Cartas do Brazil. ........•...... )) Porto ela Austra-
li a ele desem-
barque ...... . .720 480 6i0

.
720 480 640
Cartas para o Brazil. . . . . . . . ...
Aden, lnclias Orientaes, Ceylão,
)) Alexandria .. ... .
-
Mauricia, Penang, Singapore.
Hong-Kong, China, Batavia e
outros paizes, cuja correspon-
clenyia pócle com vantagem ser
dirigida por via ele Suez .. . . .. . )) Portos de mar das
Indias ou domar
ela China em que
tacão os paq ue·
tes francczes e
britannicos .• . .. 720 480 64.0
Paizes ele além-mar que não se
achão acima mencionados : ·
Cartas cio Brazil ... . .. .. . .... . . . . )) Porto ele dcsom-
barquea que são
destinados ..... 720 4.80 610
Cartas para o Brazil . . . . . ... .. . . )) P0rto ele ombar-
cjue d~ paizdon·
de sao proce-
dentes ........ . 720 480 640
(AJ A~~xanc\ri.a, Alexandr<>tte, .BeyruU1, <;Jairo 1 Constan~inopla, os D~rdau cll os, Ga.Iatz, Galli pon, l bra itn, Incboli, Jaft'a. 1 J{ui:;teodie, Kcrasr,uude 1
!-'n~tl\qu1e, It!e r~ ma., Ordon, l\feteho, P ort·sa1d1 H.h odes, R adotito Salomco , Sameouu, Sc utari dn Asia, Sinope, Smyrua , Suez , Sulina., 'l1hebironde 1
I1npoly ela Synn., 'l'a.lscha, Tanger, Tunes e Varma. ·
(B) Ponclichcry , Chaudcrna.gor, Karikal, 1\inké e Yana.on.
166.

S - ~abella indicando as eondições s ob as quaes serão troeu1las , entre a administração dos cor1·eios bra-
,dlelros e a admlnlstração d.os correios de França, os impressos de qualqne 1• 11atu1·eza cx11edi,dos ·d o
Brazll por via de (?rança ·11ara os palzes com os qnaes o Brazil 11óde co1•responder-se 1101• intermedio
dos correios franeezes, e vlce•"ersa. -

Direito.:; ou taxas que a ndministrtu;ão


brazileira tem de pag~r â administração
Designação tios· paizes com os de },nt.n\~ª por ca.da pacote com endereç:>
particular 1 e por cada 4.0 g1·a1J.1mas ou
quaes o Brazil p'óde frae ção de 40 grammas .
corresponder-se por intermedio
dós correios francezes.

Réis . Rfo. Héis.


Tlhas de ·Cabo-Verde, Sónêgal, Goréa
e Estados da Europa ( menos a H es-
.panha e Gibraltarj ............ .... .. . Portos brazileiros de
embarque e de de·
sembarque ........ . 10
Buenos·Ayres e Uruguay :
Impressos procedentes do Brazil. .. .. . : Porto de desembarque: 50 ..... ' ...... ...... 40
Impressos destinados ao Brazil. .... .• Porto de embarque .. 50 .!O
Hcspanha e Gibraltar ............... . . Fronteira franc o-hes·
panhola . ...... .. .. . 70 lü 56
Estado.s U1:Jidos da America do Norte:
Impressos procedentes do "Brazil. ... . Porto ameri t:ano de eles·
embarq-qc .. ... ..... . uo .J.O 80
Impressos destinados ao Brazil. .... . . Porto americano de em-
barque ...........•. 90 .!IJ 80
Au~tralia ( via de Suez ) :
Impressos procedentes do Brazil. . . . . . Porto da Austrnlia de
desembarque..... . 90 -10 80
Impressos destinados ao Brazil.. . . .... Alexandria.... .. . .. . . 90 .J.U 80
Aden, Indias Orientaes, Ceylão, Mauri-
cia, Penang, Singapore, Hong-Kong,
China, Sang·Hay, Yokohama, Batavia
e outros paizes cuja correspondencia
póde, com vantagem ser dirigida por
via de Suez: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Portos do mar da India
ou do mar· na China
em que tocão os pa·
quetes francezes ou
britannicos . . . ..... . IJO 40 80,
Paizes de aiém-inar que -não se achão
acima mencionados :
Impressos procedentes do Brazil. ..... Portos de desembarque
do paiz a que são eles·
tinados . .... . ... ... . 90 .J.O 80
Impressos destinados ao Brazil ... . . .' . Porto de embarque do
paiz donde são pro·
cedentes .. . .... . . .. . ... 90 .J.O 80


±67
A.-'f.ableau huliquant te,,; co11diti11us auxquelles se1•011t écbangées, eutre l•a1l.mi1~istration des l'"stçs de
Francc et l'admh1istl•ation des postes bré,.iliennes, les leth·es expe11iées du Ba•ésil ' par la voic ~ ia
Fr:inee pour les pnys avec lesqnels ·1e Brésil pe11t cor1•t"spo111lre pna• l'intermétlinire 1les poat,es fran-
'.lªases, et vice-versa. .

. D1·oit ou taxes à payer Drolt ou taxes à. payer


par l'office clu Brésil à par l 'office de Franca à
l'offico de Frn.ncc, tn.ut J'office du Brésll, tant
""e ponr los lettrcs affran- pcinr lea lettreã affran·
cbies originaires du Bré· chies à destinatiun du
Désignation des pays avec "12 si! que pour les lettres . Brésil que pour lea let-
:.a uon a ffranchiee à desti- tres non aft'ranchida ori·
lesquels le Brésil peut .""

nation du Br ésil, par 10 glnaires du Bré•ll, par
grammcs ou frn.ction de 10 grammea ou fractiou
de l O grammos.
correspondre par ::':
10 gram mes.

l 'intermédiaire des postes "


'd

françaises. ~"
;a
o"
o

G 8
3 4 5
2
R éis. Réis. Fi·. Cent Fi·. Cent
Réis.
Portugal, iles du Cap-Vert ....•••• Obligatoire. Port brésilien
d'embarquernent
ou de débarque-
ment •..... ... • . 80 60 20
320. 80 240
Sénégál, ile de Gorée.......... . . Facul! atif. Destination .... •
Buenos Ayres et Uruguay:
Lettres du Brésil.............. . . Obligatoire. Port de débar-
quement.. .... 320 ······ ... 140
Leltl'es pom· le Brésil. ... . .... .. . Obligatoire. Port d'embar-
quement ..•..... 220
4LO
. ·········
170
·HO
3:10 60 20
Grande-Bretagne ...•..... . ...... . Facultatif. Destinat.ion .. . •.
Belgique, Danemark, Grand-Duché
de Luxembourg,Pays-Bas,Suisse, 60 2{)
Italie, Etats d'Allemagne, Prusse, 560 320 480
Autriche ....................... Facultatií. Destination .... .
Malte, Grêce, · Suéde, Norwége,
Ri1ssie, Pologn e, villes cl'Egypte
et de la Turqni e desservies par
les paquebots-poste françuis (A),
Andrinople, Antivari, Bnrgos.
Caffa, Candie, La Canée, La Oa-
vode, Cb io, D édé , Agatsch, Dn-
razzo, Janina-Larnu-ca, Prévésa,
Uehms, Roustschouk, Serez, So-
phia, Ténéclos-Yalona, Etablis3e-
ments fran çais dans l'Inde (B) el
en Cochinchine, il e de laRéuoion,
Mayotle et dépendances, Sainte·
i\farie de i\fadagascar, Martini-
que, Guadeloupe et dépendances,
Guyane fran çaise,Saint-Piene et
Miqnelon, Shangai et Yokohama,
Indes née rlandai ses, Guvane hol- 480 640 60 20
landaise et Curnçáo ... : .. . •. ... Facultai if. Destination .•... 720 60 20
700 460 620
Etats-Unis de l'Amérique dn Nord. Facultalif. Des tination . . . .. 460
Iles Sanclwich.- ......•.. . .. . . .• . .. Obligatoire . San Francisco .. 700 6:~0

Espagne et Gibra ltar ............. Obligatoire . Frontiêre franco· 160 320


espagnole. . .. . . .100
..\.ustralie (voie de Suez) :
Lettres du llrésil................ . Obii gatoire. Port austrnlien ';20 480 640
de débarquement. 640
720 480
Leltres pour la Brésil .. .• .•.•.... OL!igatoil'e. Alexamlrie .. . ...
Aden, Incles ol'ientales, Ceyland ,
Maurice, Pen a n g, Singapore,
Hong-Kong. Chine, Batavia et
autres pnys don t la r,orrespon
dance peut être dirigée avec avan- ·
tage par la voi e de Suez . .. .. . . . Obligatoire. Ports de la mer
deslndesoude la
mer de Chine des-
servis par les pa·
quebots français 640
ou britanniques . 720 480
Pays d'outre-mer autrns que ceux
ci-dessus désignés:
Lettres du Brésil .. •...•. ..•...•.. Obligatoire. Port de débar·
quement du pays
ele destination .. 720 480 640
Lettres pour le Brésil. .. . ........ Obli gatoire. Port d'embar-
q~1er_:n~nt clu pays ()40
d Ol'lgllle ••••.•.. 720 480

. (A) Alexan<lrlo, Alexandrette, Jley rontu, Le Calre, Constantmopl e , les Dardanellos, Ga lotz , Ga lllp oli, lbrall a, Jnéboh, Jatfa, Keras•und•·,
Kustendjé, Lattaqnié, ·l'tfersina, Ol'don, Port-Snld, Métellu, Rhodcrn, Sn.loniq n e, R adosto, Samsonn, Sr..ntarl d'Asie, Sinop e, Sm,·rue, Suez, Sulina,
Trébi~onde 1Tripoli de Syrie, 'fnl ech n. 1 Tnnis, Tanger, Val'na . ' ·
(B) Pondichéry, Chandernagor, KRrika l , Yanaon, i\fahé.
B. - Tnblean indiquant les eondiLions auxqnelles set•ont éeltttngées en·h·e l':ulininistt•aHon des 11os fes
de France et l'administra1io11 dcs tlos tcs b1•és iliennes les imprimés de tont.e naturc expé11iés cln
Brésil l':tr la voie de Ft•ance tHmr les pays ª ''ee les qnels · le 81•ésil \lCat c o1•1•es pondre 11011P
l'intermédiaire des postl's f1•:11u;aises et vice-vel'sa.

Droits ou taxes ~L payer par 1'office


b!'ésilien à. l'offi.ce de France pour ch aque
paquet portn.nt une ndt·csse partieullere et
par C',haque 40 gramme3 on fraction de .to
Dêsignatioii des pays avec s 1·ammes.
lesquels le Brêsil peut ,
- -·---.._..---- .- ----~--
correspondre par l 'intermê-
diaire des postes françaises. ]>nqucts f,1·n.11sporlés rari uot s trn.ns11orl.é!
cnt:rc l a Franco ct. lo c nl.l' C l n. Fl'a.ncc ct lo
Drésil a.me frnis de lJ1·ési1 a ux frn.is do
l 'officc d o Fro.n co. 1'o fl1 cc du Brésil

Iles du Cap·Vert, Sénégal , Gorée et Réis Rfo Ré is


Etats d'Europe (moins l'Espagne et
Gibraltar ) .. . .... . ... ... ... .. . . . .... Pol't brésilien d'em·
barquement ou de
Bl1enos Ayres ct Uru guay : débarquem ent .. . . 10 )) ))

Imprimés originaircs du Brésil. . .. . .. . P .o r t de débarque-


ment. .. .... . . ... . 50 )) 40
Impr imés à destinali on du Brésil ... . ... Por t d'embarque-
ment .. ., .... ... .. 50 ))
4.0
Espagne et Gibraltar .. . ............... Frontiêre fr::mco-es
pagnole .• . . .. .... 70 1G 56
Etats-Unis de l'Amérique du Nord:
Imprimés ori ginaires du Brésil ... . .... Port américain de .
déb arquement . . .. 90 ·10. 80
Imprimés à destination du Brésil . . . . . . Port américain d'em-
barq uemont . . . .. 90 4.0 86
Australie (voie de Suez) :
Imprimés originaires du Brésil . .. . .... Port australi en de
clébarquement . ... 90 40 80
Imprimés à destination du Brésil . . . ... Alexanclri e . .•...... 90 40 80
Aden, !neles Orientales , Ceylan, Mauf'i-
ce, P enan g, Singapore, Hon g-Kong,
Chin e, Shang-Ha1, Yokohama, Bata-
via et autres pays dont la corres-
po\1dance peut éLre dirigée avec avan-
tage par la voi e de Suez. . . . ...•.. , • Ports des rners ele
l'Inde ou de la mer
de Chi ne desser vig
par les paquebots
Pays d'outre-mer autres que ceux rrançais ou britan- 40 8(1
cidessus désignés : niques : ......... . HO
Imprimés originaires du Brésil. .. .. ... Por t ele débarquc -
me nt du pays ele
destination . .. . .. . 90 40 80
Imprimés à destin ation du Brésil.. Por t d'embarque·
ment du pays d' ori-
gine .. . .. . ... . . .. . 90 40 80

E sendo-nos presente a mesma convenção, que fica acima ins~rida , e bem


visto , considerado e examinado por Nós tudo quanto· nclla se contém, a appro·
vamos, ratificamos e confirmamos assim no Lodo como em cada um de seus
artigos e estipulações, eJ pela presente a damos por firme e valiosa para produzir
o seu devido effeito; promeltendo em fé e pala.vra imperial cumpri-la inviolavel-
mente, e fazê-la cumprir e observar por qualquer modo que possa ser . .
Em testemunho e ürmeza do que, fizemos passar a presente carta por Nós
H39

signatla, scHada C?tn o sêllo grailde das anuas do lm1)crio e rcl'cl'endada pelo ministro.
e secrelal'i.o de Est~do abaixo assignado .
Dada no palacio do Hio de Janeiro, aos onze dias du rncz de Abril do auno
du Hascimento de Nosso Senhor Jesus Chrislu ele niil uiloccnlus setenta e l[Uatru.
(L. S.) PEDHO lMPEHADOH (com guanla).

ViscoNDE no Hro BnANco.

N. · 74.
Gonvcn~ão postal com a BBl[ica.
DECRETO N. 5876 DE 20 DE FEVEHÉll~O DE 187!5. 1

Promulga· a convenção ·addicional it convenção postal, celel>rada em 2s· de Setembro ele 187ú entre
o Brazil e a Belgica.

Havendo-se concluido e assig·nado nesta côrte, no ·dia 28 de Setembro de 187 4,


uma convenção acldicional á convenção postal celebrada entre º· Brazii e a Bel-
g·ica em 23 de Ab.ril de 1870, para o
fim de facili.tar e melhor regular a troca
da correspondencia entre os dous Estados; tendo sido essa convenção mutua-
mente ratificada e trocadas as ratificacões
, . em Brnxellas no dia 11 de Dezembro

pro xi mo findo: Hei por bem mandar que seja observada e cumprida tão i n-
leirarnente como ·nella s~ contém.
O Visconde de Caravellas; do meu conselho e do ele Estado, s3nador du Irn-
perio~ ministro e secretario de Estado dos negociás estrangeiros, assim · o tenha
eutendido · e faça executar, expedindo os despachos necessarios.
Paiacio do Rio de Janeiro, aos vinte dias do mez de Fevereiro de mil oito-
centos e setent.a e c~nco, quinquagesimo-quarto da inclependencia e do lm-
per10.
Com a rubrica de Sua Magestade o Imperador.

VlSCONDE DE CAI\.AVELLi\ S.

Nós, Dom J,Jedro Seg;undo, Imperador Cuuslilucionill e Defensor . Perpetuo do


Brazil, etc . . :F'azernos saber a lodos os · que a presen Le carta de confirmac;ão,
appro\'.ação e ratilicação virern, que aos vinte e oito dias do mez de Setembro
proximo findo se concluio e ass1gnou nesta côrle ·do Rio de Janeiro, entre Nós
t:. 1 22
170

e Sua M.agestade o Rei <los. Belgas: pelos respectivos plenipolenciarios, que se


achavão munido.s dos compelentes. plenos poderes, uma convenção addicioual á
· convenção postal de vinte e tres de Abril de 1nil oitocentos e sele1~la, cujo leor
e o seguinte :

Sua Magestade o lmperador do Brazil Sa Majesté l'Empercur du Brésil et


e Sua M.ageslade o Re·i dos Belgas, lendo Sa Majesté J°e Roi des Belges, ayant
reconhecido a conveniencia de modifi- reconnu l' opporLunité de modifier, par
car, por meio de uma convenção· addi- une convention additionnelle, la conven-
cional, a convenção poslal conchÍida tion postal e conélue le . 23 Avril 187~
entre os dous paizes em 23 de Abril de entre les deux pays, ont norrvné pour
'l 870, nomeár~o para este fim seus ple- leurs plénipotentiaires à.cel effet, savoir:
1i.ipotenciarios, a saber:
Sua Magestarle o lniperador do Brazil Sa Majesté l'~mpereur du Brésil ]e
o Sr. Carlos Carneiro de Campos, Vis- Sieur Carlos Carneiro d.e Campos, Vi-
conde de Caravellas, senador e grande cornle de Caravellas, sénateur et granel
elo lmperio, membro do seu conselho e de l'Empire: membre de son conseil et du
elo de Estado, veador de Sua Magestade a conseil d'Êtat, cbambellan de Sa l\fajesté
Imperatriz, commendador da ordem de l'Imperalrice, commandeur de l'ordre du
Chrislo, grã-cruz das ordens de Leopoldo Christ, grancl-croix des ordres de ·Léo-
da Belgica, Ernestina da casa ducal da pold de Belgique , de l'Ernestine de la
Saxonia e da Aguia VermelhadaPrus- maison ducale de Saxe et de l'Aigle
sia, lcnle jubilado ela faculdade de di- Rouge tle" Prusse, professeur en rélraite
reito de S. Paulo, ministro e secretario de l'école de droit de Saint Paul : minis-
rle Estado dos negocios estrangeiros, ele. tre el secrétaire d'Etat des aITaires étra11-
geres, ele. ;
E Sua Magesladc o Hei dos Belgas o Et Sa M.ajesté le ]foi eles Belges le
Sr. Pedro Barthole~r ns de Fosselaert, ol'- Siem Pierre Bartholeyus de Fosselaert,
cial eia ordem de Leopoldo .ela Belgica, ofücier de l' ordre de Léopold de Belgi-
commendador das ordens pontilicia de que , commandeur de l'ordre pontifical
S. Gregorio o Grande e de S. Maurício e de SaintGrégoirc le Granel et .de l'orclre
S. Lazaro, cavalleiro da ord em de Carlos des Saints i\faurice ct Lazare , chevalier
IH, ministro residenle da BeJgica na de l'ordre de Cha,rlcs lll , ministre rési-
côrte do Rio de Janeiro. clent de Belgique pres la cour de Rio ·
de Janeiro.
Os quaes, depois de se haverem com- Lesq uels, a pres s' elre comn-Ítmiq uéj
municado os ser.is plenos poderes, acha- lenrs . pleins pouvoirs, trouvés en bonne
dos em boa e devida fórma , convierão et due forme, sont convcnus de ce qui
no seguinte :, suit:
Au:J.'IGO '1. o ARTl CLl~ J.c .

O limite do pe:so do porte simples La limite du poids du port sirnplej eles


das correspondeue ia;; trocadas entre o correspendauces échangé.es entre le Brésil
171

Brazil -e a Bclgica é fixado em quinze et la Belgique esl fixéc ;, quinze gram-


grammas pará as .ca1_'tas e em cincoenla mes pour les lcllr:es ct \ cinquanle
grarnmas para os jornaes, impressos de grammes pour les journaux ) les impri-
qualquer natureza e amostras de mer- més de toute nature ct les échanlillons
cadorias. de marchandises.
·Além deste limite respectivo cobrar- Au tlefü de celte limite respective, il
se-ha um porte simples addicional por est complé nn port sirryple en plns par
cada quinze grammas ou frac ções de quinze gramrnes ou fraction de quinze
quinze grammas para as cartas, e por grammes pour les lettres, et par cinquante
cincoenta grammas ou fracções de cin- grammes ou fraclion de cinqunnle gram-
cocnla grammas para os jornaes, impres- mes puur les journaux, les imprimés ri \es
sos e amostras de mercadorias. ' échantillons ele marchandises.

AnTIGO 2.º A1nrcrn 2."


O porte simples · das cartas expedidas Le port simple eles lettre~ expédiéesclu
1]0 Brazil para a Bélgica ou da Belgica Brésil pour la Belgique ou de la Belgique
para o Brazil, por vapores qne nave- pour le Brésil, par les bateau.x naviguant
guem entre os portos dos dous paizes, é entre les porLs des deux pays , est fixé: .
fixado :
1º, em duzentos ·réis para as Gartas 1º, ~L deux cents reis pour les lettres
franqueada_s expedidas do Brazil e em affranchies expediées du . Brésil et ~L cin-
cincoenta centesimos para as cartas quante centimes pour Jes lettres affran- ·
franqueadas expedidas da Belgica. chies expediées de Belgique.
2º, em duzentos e oitenta réis para as 2º, à deux cent quatre vingl reis pour ·
carias não franqueadas expedidas da les lettres non affranchies expédiées de
Bclgica e em setenla centesimos para as Belgique et ~L soixan te dix cenlimes pour
carta.s não franqueadas expedidas do les .leÚres non affranchies expédiées du
llrazil. Brésil.
AHTlGO 3.º ARTICJ,E J."

As cartas, insuflicientemente franquea- Les lettres insuílisamment affranchies


das por meio de ·estampilhas, serão taxa- en timbres poste, seront taxées comme
clas como não franqueadas, deduzindo-se non affranchies, sauf déduction de Ja
e
o .valor das eslampilhas postas elevali- valeur des timbres appliqués et en for-
do-se a dez centesimos ou a quarenta réis çant toute fraction inférieure à, dix cen-
qualquer fracção inferior. times ou à quarante reis.
A taxa addicional fixa, applicavel a La surtaxe fixe applicable à ces lettres
estas cartas em virtude do .art: 5º da con- en vertu de J'art. !5 de Ja convention du
venção de vinte e tres de Abril de 1870, vingt-trois Avr.il 1870, est supprimée.
fica supprimida.
ARTIGO 4. º ARTICLE 4.º
Poderáõ ser expedidos do Brazil para li pourra être expedié du Brésil pour -
a Belgica _ou da Belgica para o Brazil la Belgique ou de la Belgique pour le ·
.17'2

cartões postaes contendo qualquer corn- Brésil rles cartes-corrcspondance .µou-


municação manuscripta aberta (à dé- . vant porler une comnmnicat~on manu-
couverl). scrile }.L.découvert.
Rsses ohjeclos de veráõ ser completa- Ces objets devront être compleLement
menle franqueados mediante o porte sim- affranchis moyenmrnt le port simple d'une
.ples de uma carta e satisfazer ás leis e lettre et satisfaire aux lois et reglements
regulamentos internos do paiz de origem. intérieurs clu pays d'origine.
Não serão expedidos os cartões pos- ll ne sera pas donné cours aux cartcs-
taes que não reunirem as condições pre- correspondance qui ne reun1raienl pas
vistas:no presente ar Ligo. les conditions prévues au présent ar-
Licle.
Os cartões poslaes serão, aliás, equi- Les cartes-correspondance seronl lln
parados ás cartas em tudo o rnais. reste assimílées aux lettres, sous les aulres ·
rapports;
ARTIGO 5." ARTICLE 5. "

Os papeis de negocio ou de commer- Les papiers d'affaires ou de comrnerce ,


cio, as provas de impressão corrigidas les épreuves d'imprimerie corrigées et les
e os manuscriptos de obras, expedidos manuscripts des ouvrages expediés du
do Brazil para a Belgica ou da Belgica Brésil pour la Belgique on de la Belgique
para o Brazil, .são equiparados aos im- pour le Brésil., sont assimilés aux impri-
pressos quanto á laxa. més quant h la taxe.
· Estes objectos deveráõ ser cintados e Ces objets devronl t~lre 11lacés sous
não deveráõ conter letra ou nota que bande et ne contenir aucune leltre 011
lenha o caracter de correspondencia annolation ayanl le cai·actere d'une cor-
actual e pessoal, porque então serão respondance actuelle et. personelle ; sj
tratados como cartas. non ils seront traités com me lettres.

ARTIGO 6. 0 ÀRTICU~ O." .

A expeclição 'medianlc registro{~ appli- L'expédilion sous rr.commanclaiion r.s 1


cavel {L~ remessas de qualquer natureza rendue applicablc aux ·envois de lonte
sob as rnndiçõi::s determinadas pelos nalurc.sous ies condilions détenninées pai'
arts. 6° e 7° da convenÇão de 23 de Abril les Hl'Licles 6 el 7 de la convenlion du '.2~ .
de '1870. · Avril '1870.
A taxa de registro, fixada pelo arl. 6° Le droit ele recommandation fixé par
acima citado, continúa a ser de duzentos 1'art. 6 susuit est maintenu tl deux cents
i·óis no Brazil e é reduzida a vinte cen- reis au Brésil et esl reduil [1. vingt centimes
Lesimos na Belgica. en Belgique.
O expedidor de um ohjecto registrado L'expédileur d'un objet recommanM
poderá conseguir que l°he seja dado aviso pourra obtenir qu'il lui soit donné avis <IP
ela entrega deste objecto ao ·destina ta rio. la rcmise de cel objet .au destinataire. 1\
:Para esse fim pa()'~rá
t> de ·antemão ·uma cet effet, il pai0ra d'avance une taxe
17H
taxa supplementar de cem réis .110 Brazil su11plémenlairc de cenl reis au Brésil et
e de vinte cent.esimos na Belgica. de vingt centimes en Belgique.
Os direitos de registro e a taxa dos Le droil de récornrnandation et la taxe
avisos de recepção pertencer::í.õ á agencia eles avis de recr.ption resteront acquis à,
que os tiver cobrado. l'olfice qui en aurn fait la perception.

ARTIGO 7 .º ARTICJ,E 7."


As taxas maritimas, eslabel.eciilas pelo :.,eH taxes maril.inrn~ cléter1~1inées par
art. 11 da convenção de 23 de Abril de l'art. '11 de la convention du '23 Avril
'l 870, ficão reduzidas, para as cartas a 1870 sont reduites, pourles lettres) à trente ·
trinta cen.tesimos por '15 grnmmas ou çentimes par quinze grarnrnes ou fraction
fracção de 15 grammas, e para os de qninze gramrncs, el pour les. imprimés
impressos e ohjectos a elles equipara- et objets y assimilés et les échantillons
dos e para as amostra$ de mercadorias de marchandises 1 à cinq centimes par
a c111co cenlesimos por 50 grnmmas on cinquante grammes ou fraction de cin-
fracção de t>O grammas. qnanle grammes.

. ARTH:O 8. 0
A.RTICLJ; 8.°

Fica formalmente eslipnlado que os li est formeJlement convenu que les


objeclos de qnaJq11er natnreza, dirigidos objets ele toul:e nal.nre adrnasés de l'un
de um dos dous paizes·para o outro, não des deux pays dans l'autre ne pourront,
poderáõ sob pretexto algum ser onerados sous aucun pretexte que ce soit, êl.re
por qualquer. taxa ou direitos além .dos frappés d'aucune taxe ou cl'aucun droil
fixarlos . tanto pela presente convenção quelconques nutres que ceux .fixés ta111:
como pela de vinte e tres de Ahril de par la présente 'convention que par cellc
mil oitocentos e setenta du vingt-trnis Avril 1870.
ARTlG·O 9. o ARTICLE 9.·
Os governos hrnzileiro e belga conce- Les gouvernemenls hrésilien el belge
dem-se respectivamente o direito de ex- s'accorcient respcctiv<-~ment lc droit d'e~­
pedir, em malas fechadas pelos · sPus pédier en <lepôches closes par leurs ter-
Ler ri lorio~ e paquetes respecli vos; as· ritoires et paquebots respectiís, les cor-
coiTespondencias de qualquer origem respondances de toule origine et pour
e para qualquer destirio. toute destinatlon.
Os direitos de transito, que as duas Les droits de lransit dont les deux
administrações terão respectivamente de administrntions auront. respectivernent . ;,,
levar em ronta por esse motivo, são ce tenir compte de ce chef son t fixés:
nxados:
'I.º Para o l:ransporte pelo l.erritorio 1. º. Pour le transport à travers le ter.:
hrazileiro e pelo territorío belga, co.m- ritoire brésilien et pour le transport h
prchenâida a passagem eventual entre travers le territoire belge, y compris le
174.
Ostende e Douvres, em quinze centesi- passa 0 ·c éve nlucl entre Ostende et Dou-
mos por trinta grammas de cartas, peso
º .
vres, ~L quinze centimes par trente gram-
liquido, e em cincoenta centesimos . por rnes de lettres, poids net, et. ~1. cinquante
kilogramma de outros objeclos, peso centimes par kilogramme d'auwes objets
tarnbem liquido. aussi poids net; .
2.º Para o transporte marilimo por 2.º Pour le tr::msport maritime parl es
vapores brazileiros e belgas em um paquehots brésiliens et belgeB 3. un fran c
franco por trinta grarnmas de cartas 1~ par trente grammes de lettres et par kilo-
por cada kilogramma de impressos e gramme d'imprirnés et d'échantillons de
de amostras de mercadorias, peso tam - marchandises, aussi poids net, avec fa-
h em liqnido_, podendo as ·· dua s adminis- ~ulté, ponr les deux administrat.ions,
1.rações alterar esse preço como o exigi-· d'apporter tL Ce prÍX teJleS UIOdificaliOllS
remos ajustes que ulteriorrnente tenhllo qui seront nécessitées par les arrange-
de fazer com as emprezas de navegação . ments ultérienrs tL prendre avec les en-
Lreprises de navigation.

ARTIGO 'I Oº. AnncLE 'l Oº.


As disp'osições da prese nte convenção Les dispositions de la· ·présente con-
e da de 23 de Abrll de '1870 não inva- . vention el celle du 23 Avri.l '18701
liclílo o direito q1.ie têm as duns admi- · n'infirment pas le droil des deu x · admi-
nislrações de não dar expedição .aos nistrations de ne pas donner conrs aux
cartões postaes, jornaes . ou impressos ca rtes - correspÓndance, journanx ou
que ní'io satisfizerem ás leis internas que imprimés qui ne salisferaient pas aux
.regulão a suà circulação nos dou s paizes: lois intérieures qui rêglent leur c1rc1.1 -
lation dans les deux pays.
ARTICLE 11 e.
Ficílo abrogadas as disposições da Sont abrogées les dispositions de la
convenção de 23 ·de Abril de '1870 convention du 23 Avril 1870 contraires à
contrarias ás dêt actual e especialmente la présente et notamrnent les articles
os arls. 3°, 4º e r-:i ." · 3, 4, tL

ARTIGO 12º. AnTICLE '12º.


As administrações dos correios dos Les administrations des postes des deux
dous .paizes tornárão todas as medidas pa,ys prendront toutes les mesures néces-
necessal'ias para a execução da prese nte ~aires à l 'exéc utioo de la présente con-
convenc,:ão, e lixúrão de commurn accôr- vention et fixeront , de commuri accord,
do o dia para o comf·ço de sua execução. le jour de sa rnise en vigneur.

ARTIGO 13•. ARTICLE 13º. .


/\ presente convenção será conside- La présente convenlion se ra consiM-
rada como addicional á convenção de rée cornm e addilionnelle à la convention
175
23 de Abril de .'1870 e terá a mesma de 23 Avril 1870 el clle aura la même
duração. Será ratificada e as ratificações durée. Elle sera ratifiée, et Jes raLifica-
serão trocadas em Bruxellas .logo que Lions en seront échangées à Bruxelles aus-
fôr possível. sitot que faire se pourra.
Em fé do que · os plenipotenciarios En foi de quoi Jes plénipotentiaires
respectivos assignárão a presente con- respectifs ont signé la présente conveu-
venção addiciona]· e a sellárão com o tion additionnelle, el y onl apposé le .
sello de suas armas . sc~au de leurs armes.
Feita em duplícata e assignada no Hio · Fait en donble original et signé à Rio
de Janeiro aos vinte e oito dias do mez <le Janeiro ]e vii1gt huit Septernbre de
de Setembro do anno do nascimento l'année mil huit cent soixante quatorze . .
de Nosso Senhor Jesus Christo de mil
oitocentos setenta e quatro.

(L. s·.) V1scoNDE DE CA.RAVELLAs: (L . S.) V1scONDE DE CAnAvEuAs.


(L. S.) BARTHoLEYNS DE ·FossELAERT. (L . S.) BARTHOLEYNS DE FossELAERT.

E se ndo- nos presc11le a mesma convenç~o addicional, que fica acima inse ~
rida, e be1~1 visto, coüsitlera<lo e examinado por Nós tudo quanto nella ·se con-
tém, a approvamos, ratificamos e confirmamos assim no lodo COIJJO em cada um
de seus artigos e estipulações, e pela presente a damos por firme e valiosa para
produzir o seu d ~ vido effeiln; prorncltendo cm fé e palavra imperial cmnpri-la
inviolavelmente e faze-la cumprir e observar por qualquer modo ·que possa ser .
Em testemunho e firmeza do que, üzemos passar a presente carta por Nó.':i
assígnada, sellada corri o sêllo grande das armas Jo h111)erio e referendada pelo
ministro e secrelario <le Estado abaixo assignado.
Dada no palacio do Rio de Jauciro aos oitC.1 d~as do mez d_~ Oulu.JJrQ do a~unu
do Nasci mento de Nosso Sen hor Jesus Chrisl.o de mil oitocentos. selenta e quatro.
(L. S.) PEDHO JMPEllAOOH (com guarda. )

V 1scONDB no R10 BRANCO •

. '
·J 7()

PARAGUAY.
Accordo substitutivo do art. 35 B dos §§ 2", 3", B 4" do art. 29 do tratado-de amizade, conunercio
e nave[a~ao entre oBrazil eoPara[liay.
N. 15.
DECRETO N Gf:l58 DE 6 DE JUNHO DE '1874.

Promulga o aecônlu snbslitulívo úo arL. 35 e §Si 2", 3° e 4º úo ai'l. 29 úo tratado de amizade, commercio e navegaçiiu
celebrado ent.rc o Brazil e a Republica do Paraguay 'cm 1.8 de Janeiro de 1.872.

Tendo-se concluído e assignado em Assumpção, aos 30 de Abril deste anno,


um acc?rclo substitutivo do art. 35, §§ 2º, 3º e 4º do art. 29 ·do tratado ele
amizade, commercio e navegação celebrado entre o lmperio do Brazil e .a Re-
publica do Paraguay em 18 de .Janeiro de '1872 ; e achando-se este acto mu-
tuamente ratificado, havendo-se trocado as ratificações nesta côrte em 5 do cor-
rente mez : Hei por bem ordenal' que o dito accôrdo seja observado e cumprido
tão inteiramente como nelle se contém.
O Visconde de Carave,llas, do meu conselho e do de Est~<lo, senador do Irnperiu,
minisl1·0 e secretario de Estado dos negocios estrangeiros, assim o tenha enten-
dido e faça executar , expedindo os despachos necessúios.
Palacio do Hio de Janeirn aos seis dias . do mez de Junho dg mil oilocenlus
sdenta e quatro, quinquagesimo-terceiro da independencia e do lmperio . .
Com a rubrica de Sua ~:fagestade o Imperador.
VISCONDE DE CAllAVELÜS .

Nós D. Pedro 2.º lmperador Constitucional e Defensor Perpetuo do Brazil, ele. ,


Fazemos saber a lodos os que a. presente carta de eon firmação, approvação e rati"
ticaçfw virem que am; 30 dias do mez ele Abril do corrente anno assignou-se ua
cidade de Assurnpção, entre os respectivos plenipotenciarios, um accôrdo substi-
1.utivo do art.. 38 e §§ 2°, 3º e ft,º do art. :29 do tratado de ·amizade, comrner-
eiu e navegação, celebrado entre o Br.azil e a Republica do Paragua)' e111 18 de
:Janeiro de J872, cujo teor 1~ o ·seguinte:

Aos 30 dias do mez de Abril de 187 4, A los treinla dias dei mes de Abril
reunirão-se em Assurnpçãu, capilal da Je 187 4: reuniérunse en la Asuncion; ca-
Hepublica do Paraguay., na :c;ecretaria 11ital de la H.epública clel Paraguay, t~ u
das relações exteriores, os Exms. Srs. la secretaria de relaciones esteriores, los
D. Higinio Uriarte, ministro e secretario Exmos. SefJ.ores Don Hyginio Uriarle,
de Estado no departamento das relações mi'nistro y secrelario de Estado en el
exteriores, e o con$elheiro Antonio José cleparlamento de relaciones esteriores, y
Duarte de Araujo Gondim, enviado extra- el consejero Don Antonio José Duarte
ordinario e ministro plenipotenciario de de Araujo Gondim, enviado extraordina-
Sua Mages~ade o Imperador do Brazil. rio y ministro plenipotenciario de Su
Majestad · e] · Emperador del Brasil :
Aberta a confer~ncia, exhibirão os Abierta la conferencia exhibieron los
plenipotenciarios os necessarios · plenos plenipotenciarios los necesarios plenos
poderes que os autorisão a substituir al- poderes que Ies autorizan á suslituir al-
gumas estipulações do tratado de ami- gunas esti.pulaciones clel tratado de amig..
zade, commercio e navegação, celebrado tad, comercio y navegacion, celebrado
entre. os dous paizes ·em 18 de Janeiro entre los dos paises en 18 d~ Enero de
de 1872 ; e co~cordárão em que sejão 1872 ; y concordáran en que sean ob-
observadas as seguintes em substituição servadas las siguientes en sustitucion dei
do art. 35 do referido tratado, como si artículo 3ts del referido tratado, como
fossem nelJe insertas, e com as mesmas si fuesen en ellos insertas, v con las
d

clausulas do art. 40. m1sma s clausulas dei artículo 40.

ARTIGO 1. o ARTÍCULO 1. o
No caso do morte.de subdito ou cidadão En el caso de muerte de un súbdito
ele_uma das altas partes contratantes no ó ciudadano de una de las altas parles
territorio da outra, a autoridade local c.ontratantes en el lerritorio ele la otra,
competente deverá, sem demora, annun- la auloridad local competente deberá,
cia-la, pelo meio de publicidade a seu sin demora) annunciarla, por el medio
alcance, e communica-Ja ao consul geral, de pu.blicidacl á su alcance y comuni-
consul ou vice-consul respectivo, e estes cará ai consul general, consul ó vice-
por sua parte a cornmunicaráõ igual- consul respectivo, y estos por su parte
mente áquella autoridade, si antes tive- la comunicarán igualmente á aquella
rem disso conhecimento. autoridad, si antes tuvieren conocimiento
de eso.
ARTCGÓ 2.º ARTÍCULO ·2. o

Logo depois do fallecimento, será ela Luego despues cl·el fallecimienlo) será
exclusiva competencia da autoridade ter- de la esclusiva competencia de la anto-
ritorial : ridad territorial .:
'1. º Appór os sellos ex-officio ou a re- 1. 0 Poner los sellos de oficio ó á re-
querimento das partes interessadas em querimiento de las partes inleresadas en
todos os bens da successão, que possão todos los bienes de la sucesion que pue-
. estar sujeitos a . essa formalidade. dan estar. sujetos á esa formali<lacl.
2. º. Levantados os sellos, ·proceder 2. º Leva_ntados los sellos, proceder
E, I 23
t78

imrnediatamenle ao inventario de todos inmediatamente al inventario de todos


·os haveres do defunto. los haberes del difunto.
O agente consular resp ectivo será con- E i agente consular respectivo será in-
vidado pela dita autoridade a assistir vitado .por dicha autoridad. á _asistir tanto
tanto á apposição dos sêllos .e seu le- á ·la colocacion de los sellos y su le-
vantamento, como ao processo do inven- vantamiento, como ai proceso del inven-
tario. tario.
Si o · agente consular não comparecer Si el agente consular no ·compare-
dentro do prazo fixado para aqueltas ciere dentro del pi azo fijado para aque-
operações, a ellas procederá a autoridade llas operaciones, á · ellas procederá la
local sem mais formalidade. auloriclad local sin mas formalidad.

ARTIGO 3. 0 ARTÍCULO 3. 0
Si durante o inventario apparecer um Si durante el inventario se encon-
testamento entre os papeis do defunto, trase un teslamenlo entre los papeles
ou si existir testamento em qualquer del difunlo ó si existiere testamento en
outra parte, a sua abertura será feita cualquiera olra parte, su abertura .será
pela autor.idade local segundo as fórmas hecha por la . autoridad local segun Ias
legaes. formas legales.
As questões de validade do testamento Las cuesliones de validez del tesla-
serão submettidas aos juizes territoriaes. menlo serán sornetidas á los jueces ter-
ritoriales.
ARTIGO 4. 0
ARTÍCULO 4:.o
Praticados estes aclos, designará o juiz Practicados estos actos, designará el
a pessoa a quem deverá ser entregue á juez la persona á quien deberá ser en-
herança. tregada la hereÍlcia.
Observar-se-hão em se g u~ida esta_s dis- Se observarán ei1 seguida estas dispo-
po·sições: s1c1ones :
1. º Havendo menores, herdeiros au- 1.º Habiendo menores, herederos au-
sentes ou incapazes, serão cll es represen- sentes ó incapaces, serán ellos represen.-
tados por um tutqr ou curador . taclos por un lulor _ó curador.
Os menores lerão o tutor que a lei Los menores lendrán el tutor quê la .
determine, ou será este nomeado, assim ley determine, ó será ~ ste nombrado,
como o curador, pelo mesmo juiz, po- asi como el curador, por el mismo juez,
dendo a -nomeação recahir no agente puuien<lo el nombramiento recaer en el
consular nas successões que fôrem de sua agente consular en las sucesiones que
compelencia. fueren de su compelencia.
2.º Si estiverem presentes o testamen- 2.º Si estuvieren presentes el albacea
teiro, herdeiro ou pessoa que deva re · lestamenlario, herederos, ó persona que
presentar legitimamente a herança, será cleba represenlar legitimamente la heren-
esla entregue jullicialmenle, segundo a cia, será esta entregad~ judicialmente,
179
ordem de representação, á pessoa com- segun el orden de represeutacion á la
petente, a quem incumbiráõ todos os persona competente ºá quien incumbirán
actos de arrecadação e administração, de todos los actos de la r.ecaudacion y ad-
conformidade com as leis do paiz. minislracion, de conformidad con las
leyes del pais .
3. º Si o subdito ou cidadão de uma 3.º Si el súbdito ó ciud·adano de -qna
das altas parles contratanles fallecer sem de las altas partes contratantes falleciere
deixar quem represente a herança, si os sin dejar quien represente la herencia, ·
herdeiros ou testamenteiros estiverem si los herederos ó testamentarios estu-
ausentes, e forem todos os herdçiros da vieren ausentes y fueren todos los he-
nacionalidade do fallecido, os bens da rederos de. la nacionalidad del fallecido)
successi'Io serão dev.olvidos imrnediata- los bienes de la sucesion será n devuel-
mente, para o mesmo fim, ao agente tos inrnediatamente 7 para el mismo fin,
consular. · - al agente consular.
4. º Si na hypothese do paragrapho 4.º Si en la hipotesis del párrafo a.nte-
antecedente concorrerem herdeiros de cedente concurrieren herederos de di-
diversa nacionalidade, e estiverem estes versa nacionalidad, y estuvieren estos
tarnbem ausentes ou forem incapazes, · tambien ausenle5 ó fneren incapaces,
será a arrec.adação e administração feita será la recau<lacion y administracion he-
pela autoridade local com assistencia do · cba por la auloridad local con ~sistencia
agente consular. del agente consular.
5. º Si o fallecido pertencer a alguma 5. ~ Si el,,., fallecido perteneciere á al-
sociedade commercial, se procederá de guna sociedad comercial, se procederá de
conformidade com as prescripções das conformidad con las prescripcionçs de
leis comm erciaes dos respectivos paizes. Jas leyes comerciales de Jos respectivos
pa1ses.
6.º Si o fallecimento se der em loca- 6. º Si el falleCimiento sucediere en lo-
lidade onde não haja agente consular, calidad donde no haya agente consular en
na hypothese dos§§ ·3º e 4·º, a autoridade la hipotesis.de los§§ 3° y 4°, la autoridad
local o communicará immediatamente .
local lo comunicará inmediatamenle .
al
ao governo, e procederá á apposição gobierno y procederá á la coJocacion. de
dos sellos e ao inventario dos bens da los sellos y al inventario de los bienes de
herança. la herencia.
· Ogoverno avisará a autoridade consular EI gobierno avisará á la autoridad con-
competente, a qual poderá comparecer sular competente, la cnal podrá compa·
no Jogar ou nomear, sob sua responsabi- recer en el lugar, ó nombrar, bajo su
lidade, um agente que a represente. responsabilidad, á un agente) que la repre-
sente.
A áutoridade consular ou o seu re- La autoridad consular, ó su represen-
presentante, nos casos em que lhes perten- tante) en los casos en qu·e les pertene-
cer a arrecadação e liquidação da he- ciere la recaudacion y liquidacion de la
rança, procederá aos aCtos de sua heren.cia, procederán á los acfos de su

_,/
180

administração, recebendo-a no ·estado em administracion recibiéndola en el estado


que a tiver deixadt~ o juiz territorial. en que la hubiere dejado el juez territo-
. rial.
7. º A admininistração dos agentes con- 7. º La administracion de los agentes
sulares c.essará, desde que se apresente consulares cesará desde que se presente
quem por direito deva tomar con la da quien por derec.ho deba tomar cuenta de
herança. la herencia.
ÁRTIGO 5. 0
A1nÍCuLO 5.º

Na arrecadação. e administração das En la recaudacion y administracion de


heranças se observàrá o seguinte : · l~s here.ncias se observará ló seguiente:
1 .º Antes de tudo serão separados os 1. º Antes de tod9 serán separados los
fundos precisos .rara as despezas do fu- fondos preci sos para los gastos del fune-
neral, conforme a posição e fortuna do ral, segun la posicion y fortuna de) fa-
. fallecido. llecido .
2.º s~ procederá immediatamente á 2. º Se procederá inmediat.amente á
venda dos bens que se possão deteriorar, la venta de los bienes que se puedan
ou sejão de difficil ou dispendiosa guar-deteriorar ó sean de dificil ó dispendiosa·
da· guarda.
3. º Os bens moveis, .quaesquer que 3. º Los bienes muebles, cualesquiera
elles sejão, serão vendidos em hasta pu- que ellos sean, serán vendidos .en suba~ta
blica, de conformidade com as leis e usos pública, de conformidad con las leyes y
do paiz. usos del pais. ·
Os immoveis ficaráõ sujeitos á juris- Los iumuebles quedarán sujetos á la
dicção territorial e não poderão ser ar-jurisdiccion territorial, y no podrán ser
rematados em hastà publica sem auto- puestos en subasta pública sin autorisa-
risação do juiz competente. cion del juez competente.
4.º Si um ou mais subditos ou cida- 4. Si uno ó mas sub ditos ó ciuda-
0

dãos do paiz, o~ de uma Íereeira })Olen- danos del pais, ó de una tercera po-
cia, tiver direi tos a fazer valer a res-tencia, tuvieren dererhos á hacer -valer
peito da successão., e sobrevier alguma respecto de la sucesion, y sobreviniere
difficuldade resultante de uma reclamaçãoalguna dificultad resultqnte de. una re-
que dê logar a contestação, não compe- cla.macion que diere Jogará contestacion,
tindo ao agente consular decidi-la, de- no compitiendo al agente consular deci-
dirla, deberá ser -el pleito llevado á los
verá ser o pleito levado .aos tribunaes ..do
paiz, aos quaes pertence resolve-lo, tribunales del pais á los cuales pertenece
procedendo neste caso o dito agente reso l verla, procediendo en este caso el
como representante da successão. dicho agente· como representante de la
suces1on.
Proferido o julgamento, deverá o con- Dada la sentencia, deberá el c~nsul
sul executa-·lo, si não tiver por conve- ejecularla, sinó tuviern por conveniente·
niente appellar ou se as partes não se apelar ó si las partes no se arreglaren,

(
18f

accommodarem; continuando depois com continuando despues con pleno derecho


pleno direito a liquidação que havia sido la liquidacion que habia sido suspen-
suspensa. dida.
5.º Si ao tempo do fallecimento, os 5. º Si ai tiempo del fallecimiento los
bens ou parte dos bens de urna he- bier:es de una herencia cuya liquidacion
. rança cuja liquidação e administração y administracion pertenezcan ai agente
pertenção ao agente consular, nos ter- consular, en los términos del '§ 3º del ar-
mos do § 3° do àrtigo antecedente, se tículo antecedente, se hallaren embarga-
acharem embargados, penhorados ou dos, trabados ó secuestrados, el consu]
sequestrados, o consul não poderá tomar no podrá tomar posesion de dichos bienes
posse dos ditos bens antes do levanta~ antes dei levantamiento del 'mismo em-
mento do mesmo embargo, penhora ou bargo, traba ó secuestro.
sequestro .
6. Si durante a líquidação feita pelo
0
6. º Si durante la liquidacion hecha
consul, nos termos do mesmo § 3º so- por el consnl, en los términos del mismo
,brevier um embargo, penhora ou se- § 3°, sobreviniere un embargo, traba ó
questro dos bens da dita herança, o secuestro de los bienes de dicha heren-
agente consular será o depositario dos cia, el agente consular será el deposi;
mesmos bens penhora.dos, embargados. tario de los mismos bienes trabados, em-
ou sequestrados. bargados ó secuestrados.
( '
7.º Com o producto dos bens, tanto 7.º Con el producto de losbienes tanto
moveis como immoveis, que fórem ven- muebles · como inmuebles, que fueren
didos, s.erão pagas todas as dividas · da vendidos serán. pagadas todas las deudas
herança, cumprindo-se os lega.dos de que de la herencia cumpliéndose los legados
esteja ella onerada, conforme as dispo- de que esté ella onerada, conforme á las
sições testamentarias. >.
disposiciones testamentarias.

ARTIGO 6. o ARTÍCULO 6. o

Liquidada a heran·ça, será ella dividida Liquidada la herencia; será ella divi-
entre os herdeiros de conformidade com dida entre los herederos, de conformi-
a partilha, que deverá ser feita pelo juiz dad con la particion que deberá ser hecha
competente, o qual nomeará, si houver · por el juez competente, el c~al nombra-
logar, peritos para a avaliação dos bens, rá, si hubiere lugar, peritos para Ia ava-
formação dos quinhões e desi.gnação das luacion de los bienes, formacion de Iás
tomas. Em caso nenhum os consules cuotas y designacion de las tornas. En
serão juizes das contestações relativas ningun caso los consules serán jueces de
aos direitos. dos herdeiros, collações á las contestaciones relativas á los dete-
. herança, legitima e terça: estas contes- chos de los herederos, colaciones · á la
tações s.erão · submettidas aos tribunaês herencia, legítima y tercia: estas contes-
competentes, taciones serán sometidas á los tribunales
competentes.
182

ARTIGO 7 .º ARTÍCULO 7 .o
Si algum subdito ou cidadão de uma Si . algun súbdito 6 ciudadano de una
das altas partes contratantes fallecer no · de las allas partes contratantes falleciere
territorio da outra, tendo nella domi- en el territorio de la otra, teniendo en
cilio, será a sua successão regulada pelas ella domicilio, será su sucesion regulada
leis do paiz em que tiver logar o falleci- por las leyes clel pais en que tuviere lugar
rriento, qualquer que seja a natureza dos el fallecimiento, cualquiéra que sea la
bens que a componhão. naturaleza -de los bienrs . que la com-
pongan.
·Si, pelo contrario., não tiver nclle do- Si por el contrario, no tuviere en él
micilio, será regula~a pelas leis do paiz domicilio, será regulada ·por las leyes dei
a que elle pertencer; exceptuadns os pais a que él perteneciere, exceptuados
ben~ immoveis, cuja successão será regu- los bienés inmuebles cuya sucesion será
lada pe~o estatuto real. regulada .por el estatuto real.

ARTIGO 8. 0
ARTÍCULO 8.º

Antes de qualque_r distribuição do pro- Antes de cualquiera distribucion del


duclo da herança aos herdeiros, deveráõ producto de la herencia á los herederos,
ser pagos os direitos fiscaes do paiz onde deberán se~ pagados los derechos fiscales
se abra a successão, declarando-se pre- del pais donde se abra la sucesion, de-
viamente os nomes dos herdeiros e o seu clarándose previamente los nombres de .
. gráo de parentesco. los heredero~ y su grado · de parentesco .

ARTIGO 9.·· • ARTÍCULO 9.º


A remessa dos quinhões hereditarios La remision de las cuotas hereditarias
não poderá ser feita pelo agente consular no podrá ser hecha por el agente con-
sinão depois de haver decorrido um anno sular sinó despues de ·haber trascrtrrido
da data do fallecimento, sem que se tenha un ano de la fecha .del fallecimiento,
. _apresentado reclamação alguma cont~a a sin que se haya presentado recfamacion
herança, sendo dessa remessa prevenido alguna contra la herencia, siendo de esa
o juiz compelente. remision prevenido el juez comp.etente.

ARTIGO 1Oº. ARTÍCULO 1ܺ.


Si durante o anno ·de que trata o ar- Si durante el ano de que trata el artí-
tigo precedente, não se apresentar pes- culo precede.nte, ~o se presentare per-
soa . alguma com direitos aos bens da sona alguna con derecho á los bienes de
herança na qualidade de herdeiro ou le- la . herencia en la calidad de heredero, 6
gatario, serão esses bens considerados legatario, serán eses bienes oonsiderados
adespotas e entregues á autoridade local, adespotas (sia dueflo) y entregados á la
sujeitos á prescripção de conformidade autoridad local, sujetos á la prescripcion,
com ·as leis do paiz. de con.formidad cQn . las le~es dei pais.
7

183

ARTlGO 11º. ARTÍCULO 1 ·1º . .


Os auttís do inventario e partilha, que, Los autos del inventario y particion,
segundo as disposições deste accôrdo, que, segun las disposiciones de este
devão ficar sob a guarda dos consules ·acuerdo, dcban quedar bajo la guarda de
gemes, consules e vice-consules, serão los cónsule s generales, cónsules y vice-
em qualquer tempo franqueados á aut,o- cónsules, serán en cualquier · tiempo,
ridade local, ~empre que esta os requi- franqueados á la autoridad local, siempre
sitar. que esta los requiera. .
Conforme os novos prinr.ipios estabe- Conforme los nuevos princípios esla-
lecidos a apposição dos sellos nos ar- blecidos, la colocacion·de los sellos en los
chiv03 consulares em · caso de morte cio archivos consulares, en caso de muerte del
respectivo agente, de que tratão. os§§ 2°; respectivo agente, de que tratan los§§ 2°,
3° e 4° do art. 29, competirá exclusiva· 3° y 4º del arlículo 29, competirá esclu-
mente á autoridade local, não se admit- sivamenle á la âuloridad local, no admi-
.tinclo o cruzamento dos ditos sellos pelas tiéndose el cruzamiento de los dichos selJos
pessoas que assisLão a. este acto, e ficando por las personas que asistan á este acto,
os ditos paragraphós assim redigidos. ·y quedando los dichos §§ así redactados.
Si fallecer algum funccionario consu- Si falleciere algun funcionario consu-
lar sem substituto designado, a autori- lar sin sustituto designado, la autoridad
dade local procederá immediatamente á local procederá inniediatamente á la co-
apposição dos sellos· nos archivos,· de- locacion. de los sellos en los a rchivos, de-
vendo assistir a esse acto um CJgenle con- bie.ndo asislir á ese acto un agente con-
sular de outra· nação, residente no dis- sular de otra nacion residente en el dis-
tricto, si fôr possível, e duas pessoas, trito, si fuere posible, y dos personas,
subditos ou concidadãos do paiz cujos súbditos ó ciudadanos del pais, cuyos in-
interesses o fallecido representava, e na . tereses . el fal lecido representaba, y en
falla destas, outras duas das mais nota- falta de estas, otras dos de Ias mas no-
veis do Jogar. Deste acto lavrar-se-ha tables del vecind.a rio. De este acto se
term~ em duplicata, entregando-se um levantará un · acta, en duplicado, entre-
dos exemplare.~ ao consul a quem estiver gándose uno de los ejemplares al consul
subordinada a agencia consular vaga. á quien estuviere subordinada Ia agencia
consular vacante.
Quando o nóvo func'ciona.rio houver de Cuando el nuevo funcionario hubiere
.tomar posse dos archivos, o levantamento de tomar posesion de los archivos, el. Je-
em
. dos sellos verificar-se·ha presença da . vantamiento de los sellos se verificará en
autoridade local, e das outras pessoas presencia de ·la autoridad kcal, y de las
que tiverem assistido á sua apposição e otras personas que hubieren asistido ásu
se acharem no Jogar . . colocacion y se hallaren. en el lugar.
As substituições acima referidas pro- Las susti tuciones arriba referidas ·pro-
duziráõ seus devidos effeitos logo que ducirán sus debidos efectos Iuego que
sejão approvadas e. ratificadas pelos dous . sean aprobadas y ratificadas por los dos
governos. gobiernos. ..
18!
A ·troca das ra Lificações do presente EI cange de las ·ratificaciones del pre-
accôrdo será feila na cidade do Rio de sente acuerdo será hecbo en la ciudad
Janeiro dentro do inais breve prazo pos- . de Rio de Janeiro dentro del mas breve
sivel, plazo posible.
. Lavrárão-se desJe protocollo dous aulo- Pasaránse de este protocolo dos auto-
grapbos, sendo ambos assigriados pelos grafas, siendo ambos firmados poT'los res- .
respectivos plenipotenciarios e sellados pecti vos plenipotenciarios y sellados con
corri os seus sellos sus sellos.

(L. S.) ANTONIO JosÉ DuAHTE DE ARAU.10 (L. S.) HvGINlO URIA.RTE.
GoNDIM. _(L. S.) ANTONIO JosÉ DuARrn ní~ ARAUJO
(L. S.) H1GINIQ URIA.RTE. GoNDIM. ·

E sendo-nos presente o mesmo accôrdo, que fira inserido, e bem visto, con-
siderado e examinado por Nós tudo o que nelle se conlém, o approvamos, rali ficamos
e ·confirmamos assím no· todo como em cada um de seus artigos e estip~1lações,
afim d.e que tenha plena execução.
Em fé ·do que, fizemos passar a presente carta, por Nós assignada, séllada com
o sello grande das armas do Imperio e referendada pelo ministro e secretario de es-
tado dos negocios estrangeiros, abaixo assignado.
Dada no palacio do Rio de Janeiro, aos v.inte e oito dias do mez de Maio do
anno do Nascimento de Nosso ·Senhor Jesus Christo de mil oito centos setenta e quatro.
(L. S.) IMPERADOR (com guarda).

VISCONDE DE CARA VELLAS.


185

CONVENÇÕES CONSULARES.

N. 76.
· . Nota do governo i?nperial á legaçâ? de França.

Rio de Janeiro. - Mi.nisterio dos negocios estrangeiros, 28 de Setembro de 1874

A presidencia da provincia de S. Pedro do Hio-Grande do· Sul, em officio de 3


do corrente, remeltetHne cópia da correspondencia que trocou com o vice-consul
de França em Porto Alegre por motivo do fallecim ento do cidadão fraricez Louis
Achard, .occorrido na referida cidade em 2õ de Agosto proximo findo.
Da alludida corr.espondencia, da qual já lerá conhecimento o Sr. conde Ame-:-
lol de Chaillou, encarregado de negocios de França, consta que a autoridade local
competente convidou o dito vice-consul a proceder co1n ella á arrecadação e arrola-
mento dos. bens de Achard, recusando-se o mesmo agente consular a ·aceitar o
convite e protestando contra elle por entender que a successão era da sua ex~
clusiva cqmpetencia.
Como o Sr. conde Amelol de Ghaillou sabe, desde o dia 20 do mez passado
deixou de ter execução á convenção consular de 1O de Dezembro de 1860, e bem
assim as que sobre as mesmas bases celebrou o Imperio com a Suissa, Ilalia, Hes-
pa:nha e Portugal, sendo substituídas as suas disposições pelas do decreto n. 855 de
8 de Novémbro de 185'1. ·
Tendo pois cessado a convenção ele '1860, não . era por certo fundado nella
que o vice-consul de França . pretendia que a successão de que se trata fosse de
sua exclusiva competencia, e só podia basear-se a sua pretenção no facto de es~
tarem em ·vigor os ajustes qu.e sobre a materia celebrou o·Brazil com a Gran-Bre-
lanha em :22 de Abril de '1873, e com o Paraguay em 30 de Abril do corrente
anno, e ter a França pelo lral:1do de 8 de ..Janeiro de t 826 direito ao tratamento da
nação mais favorecida .-
Não desconhecendo o governo imperial esse direito, que nunca pôz em duvida,
nenhuma objecção se offerece á expedição das convenientes instru~ções ao presi-
dente da provincia de S. Pedro do Rio-Grande do .Sul para que, no caso presente
e nus que para o futuro occorrerem, tenha applicação ás · successões dos cidadãos
francezes que faUecerern no. Imperio qualquer dos dous ajustes inlernacionaes
acima citados, cujas disposições alieis pouco differem entre si.
Aguardando a resposta do~ Sr. encarregado de negocios para de accôrdo com
E. I 2lt
' '

186

ella expedir as alludidas ordens, aprovei.to a opportunidade para renovar-lhe as


seguranças de minha·muito distincta consideração.
Ao Sr. conde Amelot de. Chailfou.
VISCONDE DE CAHAVELLAS.

N. 77.
Circulm· ás prnsidencias de provincias.
Hio de Janeiro. --Ministerio dos negocios estrangeiros, 31 de Outubro d.e ·1874.
lllm. e Exrü. Sr. - Tendo terminado no dia' 20 de Agosto proximo findo a
execu.ção .das convenções co~1sulares, que o Imperio havia celebrado com a França,
Suissa, llalia, Hespanha e Portugal, suscitou-se a seguinte duvida :
Si os. processos. das heranças abertas antes da referida data de 20 de A.gosto
devião ser regulados· pelas disposições das convenções citadas, ou si pelas do de-
crnto n. 855 de 8 de Novembro de ·J 851, que as substituio.
Sendo ouvida a tal respeito a secção do conselho de Estado, que consulta so-
bre os negocios estrangeiros, foi ella de parecer que os ditos processos devião
ser ·regulados · pelo decreto de 1851 .
Diversa com effeito não podia ser a solução á duvida proposta, porquanto, tendo
cessado as convenções . consulares, reassumirão as autoridades territoriaes . toda a
sua jurisdicção e não podem os agentes consulares continuar a exercer uma inter-
venção excepcional, que só por d is posição vigente é admissi vel contra a lei do paiz.
Dando conhecimento a V. Ex., para seu governo, do alludido pare.cer do con-
selho de Estado; com o qual concprda plenamente o governo impe.rial, aproveito
a op.portunidaéle para renovar-lhe as seguranças da minha perfeita estima e dis-
tincta consideração ..
A S. Ex. o Sr. presidente da provincia de.'..
VISCONDE DE CARAVELLAS.

N. 78.
Aviso d presidencia da província do illar·a.nhão.
Hio de Janeiro.-
· Ministerio dos negocios estrangeiros, 20 de Novembro de 1874.
lllm. e Rxm. Sr.-· T~nho a honra de accusar 'a recepção do offieio, que V, ~Ex.
dirigio-me em data de 14 d1~ Outubro proximo findo acompanhando cópia da col'-
res.pondencia trocada entre o JUIZ de . -0rphãos e ausentes dessa capital e <1
187

consul de Sua i\fageslade ·Fidetissima por motivo da arrecadação dos bens deixados
pelo subdit.o portuguez Manoel Antonio de Oliveira, ahi faltecido ab-intestato e
sem- herdeiros prese.ntes·.
Lnteirado da alludida correspondencia, cumpre-me declarar a V. Ex. em res-
. posta q_ue o governo imperial, dando por . fin_das as convenções consulares com a
França, Suiss_~, Halia,· Hespanha. e Portugal e fazendo substituir as suas disposi-
ções pelas do decreto n. 85t:i . de 8 de Novembro de 18t:i1, não teve por fim
ueixar dependente a sua execução da reciprocidade exigida pelos artigos 23 e
24 do citado decreto, por isso que similhante estado de cousas era provisorio e tra-
tava-se da celebração de novos ajustes consulares.
E com effeito já o gover_no imperial está em neg;ociaçãó com os de Portugal e
Hespanha, e é de esperar que .em breve cheguem os respectivos plenipolenciarios a
um accórdo. Si porém as negociações não tiverem esse resultado,' providenciará
o goyerno imperial como o exigirem as circumstancias, e nesse caso darei a V. Ex.
conhecimento do que se resolver para que tenha a devida execução.
'_Aproveito a opportunidade para renovar a V. Ex. as seguranças de minha per·
feita estima e distinct!l consideração.
AS. Ex. o Sr. presidente da ·província do Maranhão.
VISCONDE DE CARAVELLAi .

N. 79.
Circular ás presidencias de provincias.

Rio de Janeiro.-!\'J.inisterio dos ·negocios estra~ge\ros, ·21 deNcrvembro _de 1874·.


lllm. e Eim. Sr.-Tenho a honra de communicar a- V. Ex., para que tenha
os· devidos effeitos, a cópia junta do aviso que expedi em data de 20 do cor-
rente á presidenc'ia da província do M_aranhão determinando o modo por que deve
ser executado o decreto de 8 ·de Novembro de 1851,. com relação á.s heranças dos .
subdit?s daquellas p.<Hencias, com as quaes havia o Brazil celebrado as convenções
· consulares que acabão de ser stihstituidas
.
pelo
,
.referido decreto.
Aproveito a opportunidade para renovar a V. Ex. as seguranças de minha per- ·
feita estima e distincta consideração.
A S. Ex. o Sr. presidente da provinc_ia de ...
. V1scoNDE DE CARAVELLAS.
188

LIMITES.
IlBmarcação dos limitBs com a R6publica ·do PBru'. Marco do Javary.

N. 80.
Termo· Acta

de assentamento do marco definitivo na ele la fijacion .del marco definitivo en


margem direita da vert~nte do rio Ja- la margen <lerecha del rio « Ya-vary )) :
vary, limite éntre a Republicá do Perú límíte e11tre el lmperio . del .Brasil .y la
e o Imperio do Brazil e ·ponto mais República dei Perú ;. y punto mas meri-
austral do dito rio, até onde . foi possível dional dei enunciado rio que es ha~ta
á commissão mixta chegar depois de donde ha sido posible llegar a la comi-
i·nauditos- esforços, porquànto os obsta- sion mista de límites ; pues los obstáculos
culos erão .taes que não permittião su.hir que se enconlraban, impedian seguir mas
além, e ;10 ·mesmo l~rnpo demonsfravão · arriba el curso del rio y prova ban . al
que se havia attingido ás suas nascentes mismo liempo que se habia llegado á sus
· com differença de algumas milhas, que . cabeceras çon diferencia ele algunas mi-
.computámos em 8 (oito) pouco mais llás, qu.e se suponen sean ocho mas ó
ou menos. menos. ·
Aos quatorze dias do mez de Março A los catorce dia,s del mes de Marzo
do anuo do nascimenlo de Nosso Senhor del afi.o del nacimiento deNuestro Senor
.lesus Christo de mil oitocenta e setenta Jesu-Cristo de mil. ochocientos. setenta y
e quatro quinquagesimo terceiro da in- cuatro quincuajésimo tercero de la lnde~
. dependencia do Perú e qu1nquagesimo pen<lencia del Brasil . y quincuajésimo
terceiro da do Brazil : governando a Re- tercero de la del Perú: gobernand-o el Im-
publica do Perú o Exm. Sr. D. Manoel perio del Brasil Su Magestad ~l Seüor
Pardo, e governando o Imperio do Bra- D. Pedrn H, Emperado r Constitucional
zil Sua Magestade o · Sr. D. Pedro II, y su Defensor Perpetuo : y gubernan<lo la
mperador constiluciona 1 e seu defensor República del Perú el Exm. Snr. D. Ma-
perpetuo: nuel Pardo : ·
Reunirão-se os membros da commis-· Se !·eunieron los miembros ele la co-
são mixta nomeada por ambos os go- mision mista nombrados por ambos go-
vernos para demarcar a fronteira das biernos, para demarcar la frontera de
suas respectivas nações no nascimento las respectivas naciones arriba citadas,
do rio Javary e no Jogar em qu e se col- en el nacimiento del rio « Y avary >> · .Y
locou o marco. en el lugar en que se colocó el marco.
189

As commissões de ambos os Estados Las comisiones de ambas naciones se


se wmpõem dos seguintes senhores : componen de los siguientes Srs. :
Por parte do Perú : Por parte dei Brasil :
Commissario de limites. -Capitão de Comisario de límites -Sfir. Barão de
fragata D. Guilherme Black. Tetfé .
Secretario accidental. - Capitão de Agrimensor - · D. Carlos Guillermo
corveta graduado D. Froylan P. Mo- von Hoonholtz.
rales. Por parte del Perú :
Ajudante. -2º tenente D. Frederico Comisario de límites - ca pitan de fra-
Rincon. gata de la armada naci'onal D. GuilJer-
Ajudante. - Alferes de fragata D· mo Black ,
Manoel Cosme de la Haza. Secretario accidental - capitan de
Official da guarnição. -Tenente de corheta graduado de la armada nacional
cavallaria do exercito D. Pedro Romero. D. Froylan P. Morales.
Por parte do Brazil : Ayudante - Leniente 2° de la armada .
Commissario de limites.-Capitão de nacional D. Federico Rincon.
fragata barão de T~tfé. Ayudante - . alféres ·de fragata ele la
Agrimensor. - Carlos Guilherme von armada nacional D. Manuel Cosme de
Hoonhollz. la Haza.
Oficial . de guarnicion - teniente de
caballeria de ejercito D. P~dro Rome'ro .
Em virtude dos poderes que aos ditos En virtud de los poderes que á di-
Srs . .commissarios forão conferidos; de- chos Srs. comisarios Ies han sido con-
pois de feitas previamente todas as ob- feridos , y despues de haher hecho de
servações astronomicas necessarias e bem antemano todas las observaciones astronó-
assim de ter-se levantado' a carta hidro- micas consiguientes, y haberse levantado
graphica do rio Javary desde o ponto el plano hidrografico del rio « Yavary n
em que terminou se us trabalhos a com- de~de el punto en que termin6 sus tra- .
missão mixla de 1866 : bajos la cornision misLa nom brada el
afio de 1866:
· Concordárão os. dilos Srs. comrnissa- Acordaron los dichos.· Srs. comisa-
rios que o marco de ·limites seria collo- rios que el marco de límités. <1ebia colo -
cado na margem direita do rio Javary carse en la margen derecha del rio
em seis g.ráos, cincoenta e nove minutos, « Yavary >> á los seis grados, · cincuenta
vinte e nove segundos e cinco decimos y .nueve minutos, veinte y nueve . se-
de lalilucle sul e em setenta e quatro gundos y cinco décimos latifud Sur y á
grá os, seis minutos, vinte e seis segun- los setenta y .cuatro grados, seis minut.os,
dos, sessen ta e sete cenlesimos de 'longi- veinte y seis segundos, sesenta y siete
tude a oeste de Greenwich . . centesimos longitud Oeste de Greenwich.
Latitude. . . 6° 159' '29" ti.Sul. Latitud.... 6° 59' 29", G. Sur.
Longitude.. 7 4º 6' 26" 67. O, G. Longilud . . 74° 6' 26", 67 O. de G.
·Í90

Cumprindo notar que tllo depressa Debiendo tenerse en cuenta que tan
como sejão construidos os planos, tra- pronto como se levanten los planos clel
balho que será · executado pelas duas rio « Yavary- >J ; operacion que se pra-
commissões reunidas ·no porto de Ta- . ticará por las dos comisiones reunidas
batinga, segundo o resultado apresen- en el puerto . de Tabatinga, segun el re-
. taclo pelas ditas cartas os Srs. commis- . sultado . que dichas cartas geográficas
sarios determinarão a verdadeira nas- arrojen, los Srs. comisarios determina-
cente do rio Javary em uma dislancia rán el verdadero nacimiento del rio
que será a citada anteriormente mais ao cc Yavary » en una distancia que será la
sudoeste do logar em que se collocou o citada anteriormente masal Sud..:Oeste del
marco, por quanto de outro modo não se lugar, en que se ha colocado el marco,
p6de resolver esta queslão, os conheei- tenicndo en cuent'à que de otro·'· modo,
rnentos e a experiencia que adquirírão no puede resolverse esta cuestion y
sobre este . rio será a norma pela qual a que los conocimientos que· la esperien-
clecidão com justiça. cia les ha ensenado respeclo á este rio,
será su norma para que se arregle. en
justicia.
Deste modo o limite entre ambas as De este modo 1 el líniite de ~mbas na-
nações seguirá pelo meio ou alveo do rio, ciones seguirá tomando el centro ó .alveo
desde seu na~cimento até sua conf\uencia ele] rio, desde su nacimiento hasta su
·com o rio Amazonas. confluencia· con el rio Amazonas.
O marco que se collocou é da ma- El marco que se ha colocado es de
. cleira chamada. piqiiiá .e em fórma de .Ia madera lia macia piquiá, en forma de
cruz, como symbolo de redempção para cruz como símbolo. de redencion ·para las
as desgraçadas lribus de selvagens que desgraciadas tribus de salvajes que pue-
povoão estas regiões, sendo s~a altura . blan estas ·regiones, siendo su. aitura to-
·, / total de 20 pés : Acha-se· collocado em tal de 20 piés.
terra firme e em posição onde não chega Se halla colucado en tierra firme ,
a agua. donde no alcanza el agua . .
Na face de Este tem a inscripção: En la cara del Este tiene la siguiente
inscripcion:
Limites do Brazil. Límite del ·Brasil.
Março .14 de 1874. Marzo 14 de 1874·.
Na face ·de Oeste : En la cara del Oeste :
Limite do Perú. Límite dd ·P-erú .
Março '14 de 187 4·. Marzo 14 ele 1874.
Na face do Norte ·: En la cara del · Norte :
V em da boca do rio. Viene de la boca del rio.
Na face do Sul : En la cara del Sur.
Latitude... 6° ti9' 29" ti. Sul. Latilud. . . 6° 59' 29". 5. Sur.
Longitude . 74·º 6' 26" 67. O. de G. Longittid:. 74º 6' 26", 57. O. deG.

11'
191

Esta acta f?i · assignada . pelos 'Srs. Esta ·respectiva acta, ha sido firmada
memLros Já citado.s de ·ambas as com- por los Srs. miembros de las comisiones
missões na occasião da solemnidade. ya citados con Ia.solemnidad respectiva.
Deste documento que consta no pre- De este documento que consta en el
sente ·livro s~rão extrahidas quatro có- presente libro se. sacarán cuatro cópias:
pias : duas em idioma castelhano e duas dos en idioma portuguez y dos en cas-
em portuguei, as quaes legalisadas com tellano, las cuales legalizadas cem las
as competentes firmas serão envfadas competentes firmas) serán enviadas por
pelos chefes de ambas as commissões los gefes de ambas comisiones á sus res-
aos seus respectivos governos 1. pectivos gobiernos.
Em fé do que. assigná.rão a presente En fé de lo cual firmaron Ja presente
no dia e Jogar ·da ceremonia, ás 5 horas en el dia y lugar de la cerem@nia á las
d3 tarde. cmco horas pasado meridiano.
GUILHER ME BLAC K. BXRÃO ])E TEFFÉ.
BARÃO. DE TEFI'E. Gu1LLERJUO B1AcK.
FROYLAN P. l\foR,ALES·. FROYLAN P. lVIOR ALES.
Fn1mERICO RINCON . FE DE R~CO fü.\ CON.
MANOEL e. DE LA I-IAZA. M ANU E L e. DE LA HAzA.
PEDRO ROMERO. PEDRO ROMERO •
. .
Nota. Nota.
No presente termo vão ainda consi- Se consignan en Ja presente acta dos
gnadas duas observações que a elle per- puntos que pertenecen directamente al
tencem. cuerpo de ella: cl primero es Ia muerle
A primeira é o falie cimento, no rio acaecida en el rio .:e Yavary )) dei agri-
Jàvary, do agrimensor da commissão- mensor d~ Ia.comision brasilera D. Carlos
imperial Carlos Guilherme von Hoon Guillermo von Hoonholtz que firmó el ·
holtz, qu e tendo assignado o termo ori_ acta original en .el libro brasilero, no
gina] no livro brazileiro , por. essa cir- habiéndolo he'cho en el peruano, por
cumstanCia desgra çada não o pôde fazer . convenio mútuo de ªD?-bos comisarios~
depois no livro peruanq, visto como os. pües el libro original peruano quedó de....
commissarios linhão combinado que o posilado a bordo dei vapor Napo,. para
da commissão peruana ficasse depositado evitar de este modo, <m caso de nn ae-
a bordo dQ vapor Napo, para evitar a cidente, la pérdida de
esos dos d·ocumen-
perda de ambos esses importantes ·do- tos importantes.
cumentos no caso de algum sinistro ·ou
accidente.
A segunda refere-se á ve rdadei.ra la- La segunda cuestien se refiere á fai
titude e longitu.de da nascente ou ori- verd'ad·e ra Iatitud y Iongitud de l'a. n~- .
gem do Javary. C~mo se concordou no ciente dei rio· segnn consta del acta ~
respectivo termo, augmentando alati.tud ~ (latitu?-6'º-59'-.29". 5.-Sut y fongifü dJ

\,
l
\
,.,

e longitude . do . marco as differenças 74°-6'-26". 67. Oeste de Greenwich) 1


correspondentes a tres milhas em linha Aumentando tres millas al rumbo S. O.
ge6desica ao rumo s. o, temos: del mundo, nos dá :
·· Latitude sete gráos, um minuto, dez- Latitud siete geados, un minuto, diez y
esete segundos e cinco decimos Sul, e siete segundos y cinco decimos ~ur, y lon-
longitude, setenta e quatro grãos, oito gitud, setenta y cuatro gr·a4<Js, ocho mi:..
minutos, vinte e sete segundos e sete .nulos, veinte y siete segundos y siete cen-
centesimos a Oeste de ·Greenwich , tésimos á Oeste de Greenwich.
Latitude-7° - '1º - l 7". 5, S. Lalitud-7º-.'l'-17". [). Sur
Longitude - 7 4° ·- 8' - · 27", 07. O G. - Longitud--74°-8·' -27".-07. O. G.
Deste modo fica determinado o ponto De este modo queda .d(:) terminado el
do verdadeiro nascimento do rio Javary. verdadero punto ele! naci miento del rio
Em fé do que assignárão · o presente Ya vary. E n fé de lo cual firmaron la
termo oR membros de àmhas as com- presente las personas de la comision que
missões. arriba suscriben.
GUILHERM~ BLACK. BARÃO DE TEFl'E..
BARÃO DE TEI' FÉ'. . GUILLERMO BLACK .
FRoYLAN P. MoR'.U Es. FnoYLAN P. MoRA.1.Es.
FREDERICO HcNCON . F1mEn1co füNCON .
e.
.
e. I-IAZA.. ·
~

MANOEL DE LA HAZA. MANUEL DE LA

Novo marco do l[arapé ~anto Antonio.

N. 81.
Ter·mo · ·Acta.

da collocação pela .segunda vez dos de la colocacion que por segunda vez se
marcos de limites 'na boca do lgarapé practica con los respectivos marcos ele lí-
San lo Antonio, no Fio Aniaz.onas, em con- . mites en la boca de la quebrada ó ar-
sequencia de se haverem perdido o~ royo de San Ar.1 tonio en e1. rio Amasqnas,
marcos plantados em 28 de Julho do anno á consecuencia de haberse perdido los
de ·t 866 pelos respectivos commissarios, rn~rcos colocados en veinte ·y ocho de
que erão por .parte do Perú o Sr. capitão Julio del aüo de mil ochocientos sesenla
de navio da armada pernana O. Fraff- y sei.s por los respectivos comisarios de li-
cisco Carrasco, e por ·parte do Brazil o mites: por parte dcl J?rasil Sfir . comisario

,!
t9:t
Sr; ca:pitãn~ténente da arrnadà im:perfal; capitan 1fo corbeta de la armada ·imperiar
"José da Costa Azevedo. D. José· d'á-Costa Azevedo; por parte det
Perú Sür. capitan de navio de la armada
nacional D~ Francisco
. Carrasco.
..
Aos quinze dias do mei de Abril do A los quirice dias de] mes de Abril
-~nno do nascimento de Nosso Senhor dei af10 del Nacirniento de Nuestro Senor · '•

Jesus Christo de mil oitocentos setenta Jesu-Cristo de mil ochocientos setenta y


e quatro, quinqüagesimo terceiro da in- cuatro, quincuajésimo tercero de la inde-
dependencia do Perú, e quinquagesimo pendencia dei Brasil y quincuajésimo ter-
terceiro da do Brazir; governando a cero de la del Perú, gobernando el Irn-
Republica do Perú o Exm. Sr. Dom Ma- perio de] Brasil Su l\fagestad el Seüor
noel Pardo, · e o lmperio do Brazil Sua D. Pedro Segundo, Emperador constitu-
Magestade o Sr. D. Pedro 11, Imperador cional-y su defens.or perpeluo ; y gober..:
Constitucional e seu Defensor Perpetuo. nando .Ja República dei Perú el Exm.
Senor D. Manoel Pardo.
Em consequencia de ter o Sr. com-
A consecuencia de haber recibido el
Sr. comis.ario de límites peruano una
missario peruano recebido do Sr. com-
comunicacion dei Sr. _comisario de.j lí-
missario brazileiro uma communicação
mites dei Brasil, en que exponia se ha~
<le que havião cabido os marcos provi-
sorios collocados no anno. de 1866 na bian perdido e caido los marcos provi-
sionales colocados el ano sesenta y seis
boca do lgarnpé Santo Anl?nio para de-
para ·demarcar los límites dei I~perio
marcar os limites entre a Republica do
dei_Brasil, y de la República dei Perú; en
Perú e o Imperio do Brazil ; e como
la quebrada de San Antonio; y como
deste mesmo facto . já tivesse conheci-
este mismo hecho se hubiera puesto en
mento o Sr. com missario peruano por
conocimiento dei Sr. comisario peruano
participação verbal do Sr. tenente D. Ma-
verbalmente por el teniente D. Manuel
nuel Octavio Villamar, commandante da
Octavio Villamar, comandante de la fron-
fronteira do Perú :
tera dei Perú: Desde que en nada se
perjudicaban los intereses dei Imperio y
Uma vez que em nada erão prejudi- de la Hepública, y ai mismo tiempo el .
cados os interesses da Republica e do Sr. comisario dei Brasil hnbiera recibid(}
Imperio, visto como até o Sr. commissarfo órdenes ·ae su gobierno para restaurar ·,,
do Brazil havia recebido ordens do seu el marco; pu~s su pérdida únicanrnnte
governo para restaurar o dito marco, por ha sido ocasionada por las avenidas dei
ter sido sua perda unicamente occasio- rio, que han desecho y arrastrad_o la
nada pelos desmoronamentos das bar- parte dei barranco "en que se hallaban
rancas sobre as qt.iaes forão collocados, colocados dando por resultado su des-
não teve o Sr. commissario peruano du- truccion.
''Ída alguma em acceder ao que solicitava Con estos fondamentos el comisario
o Sr. commissario imperial ·_e então se peruano, no tuvo inconveniente en acce-·
ceoncordou em fincar os novos marcos da der á la solicilud del comisari.o imperial ,,
E. 1. · ~5
mesma fórma por que ·for ão collocadofi y se acorcló la fijacio!'l de los nuevos:.
em 28 de Julho do anno de 1866. marcos en la forma y modo como fueron.
colocados en veinte v ocho de Julio del
oJ

àüo de mil ocho~ientos sescnta y seis.


· Reunidas pois ambas .as ·commissões Reunidas pues ambas comisiones en,
·n o logar mencionado, ·sendo: el lugar citado, por parte dei Brasil:
· Por parle do Perú: Comisario de lím~les Snr. Baron de
Commissario- Capitão de fragata da Teffé, com asistencia del Snr. coman-
armada peruana D. Guilherme Black. dante de la frontera de Tabatinga, capi-
Secretario accidental - Capi~ão de lan de artillería D. Erico Rodriguez da
çorveta graduado da armada peruana D. Costa.
Froylan p. Mor~les. Por parte dei Perú:
. Ajudante -Segundo lenenle da ar- Comisario-Capitan de fragata de , la.
mada peruan.a D. Frederico Rincon. armada nacional D. Guillermo Blaclc
Ajudante -Alferes de fragata da ar- Secretario accidental -Capitan de·
mada peruana D. 1\1anocl Cosme de la corbeta graduado de la armada nacional
llaza. D. Proylan P. Moraks.
Com assistencia dú . Sr. 1º tenente da Ayucbnte-Teniente 2° de la armada:
armada peruana e comman<lante do vapor nacional D. Federico Rincon.
peruano Nápo D. Bernardo Coronel. Ayudante- Alféres de fragata D. Ma-
Tenerite de infantaria do exercito e nuel C. de la Haza.
commandante da fronteira peruana D. Con asistencia dei teniente 1º gra-
Manuel Octavio Villamar. duado de la armada nacional, D. Bernardo·
Por parte do Brazil : Coronel, comandante del vapor Napo.
Commissario-Capitão de fragata Barão Tenienle de infanlcría ele ejército Y'
de Teffé com assistencia do Sr. comrnan- comandante de la fronlera peruana D. Ma-
danle da fronte1ra de Tabalinga e capitão nuel Octavio Villamar.
<la artilharia D. Erico Rodrigues da Costa.
· Em . virtude dos podcn~s de que se En virtud de los poderes que á los:
a chão re,·estidos os ditos Srs. commissa- dichos Snrs. comisarios les han sido·
rios, e depois de terem rectificado os conferidos, y despurs de haber rectiii-
verdadeiros pontos em que devião collo- cado los vcrdaderos puntos, en que de-
car-se os m~rcos segundo as antigas oh· biéln colocar:;e los marcos segun las an-
servações, procedeu-se do modo seguinte: tiguas observaciones, se procedió d~l ·
modo y for·ma que á continuacion se:
espresa :
Collo~ou-se o marco peruano na mar- S~ colocó el marco peruano en la,
gem direita do Igarapé Santo Antonio, na margen derecha dei riachuelo de San,
distancia de 14 metros da linha d'agua e Antonio á dista·ncia de catorce metros.
a 1m. 50º sobre o maior ,nivel do rio Ama- de la orilla, y á 1m.!50, sobre el nivel de·
.zonas do qual dis!a ·12 metros. la ribera dei rio Amazonas del cual
dista 12m .O.
O marco brazileiro foi plantado na E! marco brasilero se co)ocó en Ia·
margem esquerda do mesmo Igarapé, a 9 margen ízquierda dei mismo riachuelo á.
metros de distancia da ribeira, na mesma 9"'.0. de distancia de la ribera á Ia al-
altura ele t m. 50º e afastado '16 metros da
tura de 1 .50, y distante de Ja . orilla del
111

margem do Amazonas ·. Amazonas 1fr metros.


A di::;Lancia entre ambos os marcos, La distancia entre ambos marcos, mé-
medida com toda a exactidão, é de 5 2 dida de base á base, es de 52m. Debe
nletro'=. Cumpre notar que o rio Ama- tener-se en cuenla que el rio Amazonas
:zonas se acha completamente cheio. se halla en toda su crccicnlc.
Do 1n:.1rco peruano marcou-se : Dei marco peruano se tomaron las
siguienles rnarcaciones dei compaz.
Marco brazileiro S. 1Oº E.- · A ponta Marco bras.ilero. S 10° E. La punla
mais ao Oeste que vai na direcção do rio más ai Oeste que vá en direccion del
Javary S. 15º O. - A ponta defronte á Yavary. S. 'J :)º O. La punla frente á la
fortaleza de Letícia N. 37" O. fortaleza de Lctiria N. ;n° O.
Os marcos collocados são da madeira Los marros colocados son de Ia ma-
-chamada - acapú - e assentados em dera llan1ada estomque y se aseguraron .
bases de tijolo, tendo cada um 4m. 50º de en bases de ladrillo leniendo cada uno
.altura. 4'".50 de altura. ·
O que e~tá no territorio do Perú tem .El que corresponde a l territorio dei
as seguintes inscripções: Brasil, lleva las inscripciones siguientes:
Face d1> Norte : Cara dei Sur:
Limite do Perú. - Anno de 1866. - Límile. del Brasil.
<:hefe supremo da Republica o Exm. Sr. Ano de ·1866.
.coronel D. Mariano I. Pardo. Gobernando Su · Magestad el Senor
Face do Sul: D. Pedro Segundo, Ernperador Constitu-
As armas nacionaes. cional y su Defensor Perpétuo.
Fãce de Oeste : Cara dei Norte : ·
Latitude... 4º 13~ 21" 2. S. Las Armas Imperiales.
Longitude.. 69·• 55' 00. O. G. Cara dei Oeste :
Vem da boca do Javary. Lalitud 4°-13'-tf" 2. S.
Face de Este: Longitud 69°-55'-0 de Greenwich.
Segue o Igarapé Santo Antonio. ·Viene de la boca dei Yavarv.
"
O que está no territorio do Br~zil tem Cara del Este :
.as seguintes inscripções : Sigue el arroyo de San Antonio .
Face do Sul: En el marco que corresponde á loi
Limite do Brazil.-Anno de 1866. - · límiles dei Perú se puso lo siguiente:
<Governando Sua Magestade o Sr. D. Pe- Cara del Norte :
dro li, Imperador Conslitucioirnl e seu Límite del Perú.
11efensor Perpetuo. Ano de 1866.
Face do Norte : ·Jefe Supremo de la República el Exmo~
. As armas imperiaes . . Sflr Coronel D. Manuel lgnacio Par<lo. 1
Fa.ce de Oest.e : . Cara .dei SQr:
LaLitude. . . 4° 13' 21" 2. S. Las armas nacionaJ1es.
LoQgilude.. 69° 55' 00 .. O. G. Cara dei Oesle:
Ver:ri da b.oca de Java,ry. Latitud 4º-.13'- . 21·'-2..
Face <le Esle : Longitud 69.º - tJ5' --0 de Greenwich~
Vicn.e de la boca del Yavary .~
Segue o Igarapé Santo António.
Cara del .Este :
Sigue .el arroyo de San Antonio.
Deste -modo, e com as solemnidades D~ est.e ;modo y con las solemnidadcs
do estylo, forão collocados os novos de estilo, se colocá.ron los marcos pro-
marcos p.rov.isorios de '.fabatinga. v1sor10s.
Do presente doc.umento, lavrado .neste De esle documento que consta en et
livro, .serão ex.trahidas · quatro cópias, pi:esente.libro, se sacarán cualro copias_,.
duas em ·Ci:l.slelhano e d.uas em .portu- dos en idioma porlugués, y dos en casle-
guez, as quaes, legalisadas .com-as com- · -llano, ~as cua.les, legalisadas con las com-
peten~es as~~gnaluras, serão enviadas petentes firm.as, serán enviadas por .los:
,pelos chefes de ambas as comrnissõe.s Srs. corni~arios á sús res,pectivos gobier-
aos seus respeclivos governo&. nos.
Em fé do que, assignárao a pr.eset1te En fé de lo cual firmaron la presenÚ~·
no dia e Jogar .da ~er.emonÍJi, .ás rn lioras en e.I d.ia ,Y lu,gar d_e la cerem.ooia á las.
da manhã. 10 h. a. m.

GUJLHERMO BLACK. BARÃO DE TEFF É.


BAR·ÃO DE TEFFÉ. GUJLLERMO BLACK.
FROYLAN P..MORALES. FRo.YLAN P. MoRALEs.
!FREDERICO 'RINCON. FEDERIGO fü\CON.
MANÚ.EL .C. DE LA HAZA. MANUEL e. nE LA HAzA.
BERNARDO CORONEL. . En1co Roo.n1GuEs DA CosTA .
Etuco RODRIGUES DA Cos·rA. BERNARDO CORONEL.
l\lANQI<;L o. V1LLA]\iAR. MANUEL o. Viu.AMAR.

N. 8.2.
Nota da legação imperial em Lirna ao governo peruano.

Legação imperial do Brazil. - Lima, 2 <l e Julho de ·187 4·.

Sr. minislro.-Por despacho dé 26 de Maio proximo passado me corn.111u1úca S. Ex ..


_o Sr. VisconJe de Car'avellas, ministro e secretario d'Eslado dos_ negocios estran-
geiros, que o Sr. barão de .T dfé, com:nissario brazileiro, por seu officio de 2 de,
' .
.. -
. 197

Abril ultimo lhe participa .que, h:avend11J.-se collocaiii@ o marco das cabeceiras do rio
Javary no dia. ·14 de Março, de a.ccôrdo com o commissarf'Lo ;peruano, Sr. D. Guilherme
Black, .dera por termina.da a .cwmmissão de fixar so bre .o terreno os limites ajustados
1

pelo tratado de Outrnbm de 1:85'1 , entre o Imperi:o e esta Republ·ica; me recommenda


qúe ap,resenle ao illus~rado governo de V. Ex. ais congratu:lações que por tão j1<1sto
moliv@ lhe envia o de Sua Magestade o lmpernúl·o;r, .meu augusto .sGberano; :e me·
encarrega de manifestar os seus agradecimentos pela intelligente e leal cooperação
do Sr. D. Guilherme :Black, e d~s outros empregados ·da commi.ssão peruana.
Cumpr·indo esfo dever., me é grato juntar as minhas congratulações ás do governo
imperia-l e ap·ro•veitar-rne do ensejo para reiterar ·a V. Ex. os protestos da minha mais
alta consi·deração e mais perfeita estima.
AS. Ex. o Sr. D. José de la RiYu Aguero.

F :E<l.il•PPE JOS·É P'EREIRA LEAL.

N. 83. ·
Nota do governo peruano á legação imperial.

(TRAoucçÃo.)-Ministerio das refações exteriorcs.-Lima, 9 de Julho de 1874.

Tive a honra de receber o despacho de V. Ex. de 2 do corrente, pelo qual se serve


communicar-me a grata noticia de ter sido collocado pelos respectivos commissarios
nas cabeceiras do Javary, a 14 de 1\farço ultimo, o marco de limites. entre o Perú e o
Brazil ; noticia transmittida ao Exrn. Sr. Visconde de Caravellas, ministro e secre-
tario de Estado-dos negocios estrangeiros, pelo Sr. Barão ~e Teffe, commissario brazi.:-
leiro, o qual deu deste modo· por terminada a sua commissão de fixar sobre o l_erreno
os limite'> ajustados no ' tratado de Outubro de 18151 entre a Republica eo lmperio .
. Ainda que sem completo conhecimento de todos os promenores, já este ministerio
tinha noticia desse importante successo por comm.unicação do Sr. Black, commis-
sario peruano, chegada por via de Moyobamba. Espero receber mui brevemente
a parte circumslanciada., que sem duvida virá por via do Pará . .
Terminad0s os trnbalhos da commissão demarcadora •nomeada em virtude do
art. 7º do tratado de 185 ·1, cumprio-se uma das rnais importantes estipulações.
desse pacto i::iternacional. Ha pois justo motivo para que sê congratulem os go.ve.r:nos
da Republica e de Sua Magestade Imperial pelo resultado obtido em. proveito de ambos
os paizes, cujos limites assim ficão marcados de modo pratico e sobre o terreno
1~8

crn toda a extensão . comprehendida entre a coníluencia da Apaporis com o rio


Japurá e as vertentes do Javary.
Mas V. Ex. não ignora que o tratado de l 8:j1 é ueliciente no que loca ti de-
marcação dos limiles eritre. os dous paizes, porque, (lelel'fninando esses limites alé
.;is indicadas vertentes, nada diz alérn desse ponto, deixando por ronseguinte in-
completa a obra ele fechar o Rerimetro com o lmperio até se encontrarem os limites
com a Bolivia.
Foi fundado nisso) e á vista do tratado de limites concluido em 27 de Março
de 1867 entre o BrB:zil e aquella Republica, que um elos meus antecessores i1esta
repartição fez opporlunamente as convenientes reservas por julgar que algumas
das estipulações desse pacto erão contrarias aos direitos territoriaes do Perú .
.'\.o rcsporider á nola ele V. Ex. creio, pois, conveniente e opporlnno convida-lo
para que, recebidas as ordens do governo imperial, provoquemos um accôrdo com o
da Bolivia afirü de que, autorisando esle o seu representante nesta .capital, possamos
.abrir conferencias até cr.egar a um ajuste) mediante o qual fiquem d1~ lerminados de
modo defjnitivo os limites dos tres paizes na linha Oesle-Léste, que, partindo do
Javury, deve terminar no Madeira.
Aproveito esta opporl.unidade para reiterar a V. Ex. ~s prolpstos da alta e di slincla
consideração com que lenho a honra , de assignar-me
Exm. Sr. conselheiro Felippe José Pereira Leal.

De V. Ex.
Allen lo e seguro s.ervidor,
J. DE LA R1n AcuERO. ·

N. 84.
Nota do governo peruano á legação imperial.

i(TnAnucçi\o.) - Ministerio das relações exteriores. - Lima, !S de Outul)ro de 187 4.

Tenho a satisfação de annunciar a V. Ex. que nesta data foi promulgada a resolu-
ção legi~laliva, pda qual o congresso nacional approvou em 12 de Setembro ullimo
o convenio, relativo á troca de territorios no rio Pulumayo, que me coube a honra
de firmar com V. Ex. á v'ista da conveniencia dessa troca e de conformidade com
os trabalhos da commissão de limites.
Para a consagração d:rquelle ajusté só falla a troca das ratificações e muito prazer
terei em prcenc.her es~a forrr;ialidade logo que V. Ex. estiver de posse do respeclivO.
instrumento.
Aproveito esta opportunidade para reiterar a V. Ex-. os sentiinentos de distinf'fa
consideração e particular apreço com que tenho a honra de nssignar-me,
Exm. Sr. Felippc José Pereira Leal.

Allenlo e seguro servidor,


J. DE LA füvA AGCERO.

N. 85.
Nota da legação imperz'al em Lima ao governo peruano.

Legação imperial do Brazil em Lima, 6 ele Outubro de '1874·.

Sr. minislro.-Tenho a honra de accusar o rcce~imenlo da nota, que V. Ex.


se servio dirigir-me com data de hontem, e congratulando-me com V. Ex. pela
approvação que o illustrado congresso da Republica ha dado ao accôrdo que, em
virtude das nossas inslrucções e pleno3 poderes, celebramos para a troca dos ·pe-
quenos lerrilorios que a linha c)ivisoria interceptava nas margens do rio Içá ou
Putomayo, me é grato certificar a V. E_x. de que pelo primeiro correio remelterei
ao governo imperial a satisfactoria communicaÇão de V. ·Ex., a quem com este
motivo · reitero as seguridades da minha maior consideração e mais perfeita
estima.
A S. Ex. o Sr. D. José de la Riva Aguero.

FELIPPE JosÉ PEREIRA LEAL.


200

Demarcação de limites com a Republica. do. Para[nay.

N, 86.
Commissão de limites entre· o· Brazil C.omi.sion de limites · entre el Paraguay
e o PaJJaguay. y el Brasil.

A.cta da 10• conferencia. Acta de la 1O• conferenáa.


Aos dezeseis dias do mez de Março do A los diez y seis dias dei roes de
anno do nascimento de Nosso Senhor l\'larzo dei aflo . dei Nacimienlo de Nues-
Jesus Christo de 1874, sendo Imperador tro Seflor Jesu-Cristo de mil ochocientos
selenta y cuatro, siendo vice-presidente
do Brazil Sua Magestade o Sr. D. Pedro II,
e ·vice-presidente <lo Paraguay em exer- dei Paraguay en ejercicio dei poder eje-
cicio do poder executivo S. Ex. o Sr. D. cutivo S. Ex. el Seüor D. Salvador Jo-
Salvador Jovellanos, se reunio neste vellanos, y Emperador dei Brasil Su Ma-
acampamento, n. 42~ da picada que se gestad el Seüor D. Pedro ll, se reunió
está abrindo pelo allo da serra Maracajú en este campamento, numero 42 de la
para o salto das Sete-Quedas do Paraná, senda que se está abriendo por la cum-
a commissão mixta dernàrcadorados li- bre de la slerra de Maracajú para el
miles entre os dous paizes 1 composla porsallo <le las Siele Caídas de\ Paraná) la
parle do Brazil dos Srs. commissario comision mista demarcadora de los lí-
coronel de engenheiros bacharel Rufino mitcs entre Jos dos paises,. compueEta
Enéas Gustavo Galvão, 2° commissario por parle dei Paraguay de los Srs. ço-
major bacharel Francisco Xav_ier Lopes misario capitan de fragata D. Domingo
de ~raujo e ajudantes major bacharel Antonio Ortiz y secretario D. José Dolo-
Guilherme Carlos Lassance e capitão Joa- res Espinosa, y por pa·rle dcl Brasil de'
quim Xavier de Oliveira Pi mente!, sendo los Srs. comisario coronel de ingenieros
secretario o mesmo capitão Pimentel, e bachiller D. Rufino Enéas Gustavo Gal-
por parte do Paraguay dos Srs. commis- vão, . 2º comisario mayor bachiller D.
sario capitão de fragata D. Domingo An- Francisi::o Xavier Lopez de Araujo, . e .
tonio Ortiz e secretario D. José Dolores ayudantes mayor bachiller D . Guillermo
Espinosa, afim de serem apresentadas, Carlos Lassance y capilan bachiller D.
confrontadas e assignadas as plantas da Joaquin Xavier de Olivera Pimentel ,
cord-ilheira de Amambahy. siendo secretario el mismo capilan Pi-
mentel, á fin de ser presentadas, con-
frontadas y íirmadCJs las pla;1las de la
cordillera de Amambahy.
Em primeiro Jogar forão apresentadas En primer lugar fueron presentadas
as communicações recebidas dos dous las comumcac10nes recibidas de los dos

-1
20f

governos a respeito da solução que teve a gobiernos, respeclo á la solucion que tuvo
questão da nascente principal do rio Apa, la .cuestion ele la nacieutc principal del
e que consta do seguintc-protocollv , que, rio Apa, y que consta del siguiente pro-
depois de lido, se concordou que fosse tocolo, que despues de leido se concordó
transcrípto nesta acta . que fuese transcrito en esta acta.

PROTOCOLLO. PROTOCOLO.
e< Na cidade de Assumpção, aos se te cc En la ciudad de la Asuncion, á los
<< dias do mez de Janeiro de 187 4·, reuni- cc siele dias dei mez de Enero de mil
,, rã o-se no ministerio de relações exterio- « ochocientos setenta y cuatro, reunié-
« res SS. EEx. os Srs. conselheiro Anto- « ronse en el niinisterio de relaciones
<< nio J. D. de Araujo Gondim, enviado « esteriurcs Sus Excelencias los Se'ií.ores
e< extraordinario e ministro plenipoiencia- e< D. José del Rosario Miranda, ministro

(( rio de Sua Magestade o Imperador do << y secret ario de Estado en el depar ·


cc Brazil, e D. José del Rosario Miranda, « tamenlo de relaciones esLeriores, y el
cc ministro e secretario de Estado na re- « consejero D. Antonio José Duarte de
« partição de relações exteriore~ , com « Araujo Go nclim, enviado extraordina-
<< o objecto de resolver a questão surgida << rio y ministro plenipotenciario de Su

cc entre os commissarios do Imperio e da << Magestad el Eniperador . del Brasil,

<< Hepublica,ácercada na scente pri ncipf\l · « con el . objeto de resolver la eluda


<< elo rio Apa, consagrado no art. 'i º do cc ocurrida 0nlre los comisarios de la
<< tratado de limites celebrado aos 9 de cc República ·y dei lmperio, acerca de Ja
e< Janeiro de 1872, como linha divi soria e< naciente principal del rio Apa, con-
<< entre os dous Ef> tados,a partir do alto da << . signada en d artículo ·1º dei tratado
« Serra de Amarnbahy. « ele HmiLes celebrado en 9 de Enero
<< de 187'2 como línea divisoria entre

« los dos Esta dos· ii partir de 1 alto de


<< la sierra de Arnambay.

<< Ambos os Srs. ministros, depois ele « Ambos los Srs. minisLros clespues
,, haverem toma.do em consideração as << de haber tomado en consideracion las
<< ulteriores explorações pra licadas nas « uÜeriores esploraciones praclicadas en
« cabeceiras do vulgarmente denominado e< las cabeceras del vulgarmente deno-

« arroio Estrella, cuncordárão em que cc minado arroyo Estrella, concorclaron en


<e dellas resul.ta a toda evidencia ser este cc que de ellas resulta á toda la evidencia
« não só uma das nascentes, rnas lambem e< ser esta 110 solo .una dê las na cientes, ·

cc a nascente principal do rio Apa; de- « mas tauibien Ia naciente principal dei
« vendo, portanto, passa r pela mesma « rio Apa , debiendo por tanto pasar por
• e< vertente a linha divisoria entre os dous cc la misma naciente la lí11ea devisoria
i< Estados. « entre los dos l~stados. En este sentido
{( N<•ste sentido S. Ex.· o Sr. ministro e< Su Excelencia el Sei1or ministro de
« dasrela<;õesexleriores comprornetle-se « relaciones esteriores se compromete
E. !. . 26
« a_expedir desde já as precisas ordens ao « ci espedir desde yá las precisas órdenes
« comm1ssano paraguayo. . e< al comisario paraguayo.
<< S. Ex. o Sr. ministro do Brazil mani- e< S. Ex. el Sr. ministro del Brasil

« festou que esla declaração do governo · cc manifestó . que esta declaracion del
« paraguayo será recebida com especial « gobierno paraguayo será recibida con
« agrado pelo de Sua Magestade o lmpe- e< especial . agrado por el de Su Majes-
« rador,o qual nella verá um novo penhor « tad el Emperador, el cua1 en ella verá
« da lealdade com que a.Hepublica cum- « una nueva prneba de la lealtad con
« pre o que se acha solemnernente pac· « que la H.epública cumple lo que se
<< tado com o lmperio. e< halla solemnemente pactado con el lm-
cc peno.
e< E depóis de trocadas mutuas congra- q Y despues de cambiadas mútuas
c< · tulações pela amigavel solução do unico cc congratulaciones por la amigable so-
e< ponto de clivergencia occorrido entre os « lucion del único punlo de divergencia
« precitados cornmissario s durante todo o <e ocurrido entre los precitados comisa-
cc curso de s.e us importantes trabalhos de c< rios durante lodo el curso de sus
« demarcação,resolv êrão SS. EEx. deixar e< importantes trabajos de demarcacion,
cc este feliz resultado de suas conferencias e< resolvieron Sus Excelencias dejar este

« consignado em um protocollo . ·Em tes- e< feliz resultado de sns conferencias con-

e< ternunho do que , mandárão lavrar em e< signado en un protocolo.

<< duplicata o presente, que assignárã~ .e « En testimoüio de lo que mandaron


e< lizerão se1lar . - (L. S.) Antonio {osé cc pasar en duplicado el presente, que

cc Dua1·te de Arau:fo Gondim. - (L.S.) « firmaron e hicieron se~lar. - . (L. S.)


e< José del Rowrio Miranda.- Çonfor- « José del Rosa1·io Jliimnda. -·- (L. S.)
cc me: José Gurgel do 1imaral Valente. ) cc · Antom·o José Duarte de Araüjo Gan-
e< dim .-Es copia tiel.-Antonio Castro ,

e< sub-secretario. ii

Em seguida forão apresentadas as duas En seguida foeron presentadas las dos


.P lantas, uma em portuguez e a outra em plantas, una en espanol y outra en por-
hespanhol, como de costume, e forão exa- tuguês, como de costumbre, y fueron
minadas altentamcnte por todos os mem- examinadas alentamente por todos los
bros presentes da commissão mixta. Estas rniembros presentes de la comision mista.
plantas contêm toda a linha de limites pelo ·Estas plantas contienen toda la lí- .
alto da cordilheira de Amambahy, cujos nea de limites por lo alto ele la cordi-
extremos forão determinados astronomica- llera de Amambay, cuyos estremos fueron
mente , resultando achal'-se-lhes as seguin determinados astronomic<:imente, resul-
~es coordenadas geographicas: E xtremo tando hallárseles las siguientes cordi-
Norte da linha na vertente do Estrella, que nadas geográficas. Estremo Norte de la
é a principal do A pa , segundo a decisão línea en la vertienle del Estrella, que
consignada no protocolo acimatranscripto , es la principal del Apa, segnn la dcci~
latitude 22°-16'-39" ,03 Sul, longitude sion consignada en el protocolo arriba
'l-2º-39 ' - 1 '' ,80 Oeste~ Extremo Sul na
1
transcrito, lati tu d- 22° - 1H'- 39'', 03
I'
203

vertente principal do Igatemy, latitude Sur, longitud-12~ -39' - f",800este ;


23" - 18' - 59",60 Sul; longitude extremo Sur en la vertiente principal del
'1 2" - 20' - 30", 15 Oeste. Igatemi, latitud- 23° - 18' - 59",60.
rn
Sur, longitud-1 2°- 20'-30", Oeste.
Além desses dous pontos, foi tambem Adernás de esos dos puntos fué tam-
determinada a posição da entrada do bien determinada la posicion de la entrada
. potreiro de Julio que se achou ser : La- dei potrero de Julio 1 que se halló ser: La-
iitmle 22º - 41'.- 8" ,41 Sul, longitude titud- 220-41' - 8",41 Sur, Longitud
·12º - 22'- 58" ,35 Oeste . As longitudes - '1 2" - 22' -58", 35 Oeste. Las longi.-
são referidas ao imperial observatorio do tudes son referidas al Imperial Observa-
. Rio de Janeiro. torio de H.io de Janeiro ,
Forão tambem determinadas as lati- Fueron tambien determinadas las la-
tudes de outros logares, como consta titudes de otros lugares, como consta de
das mesmas plantas. la s mismas plantas.
Concordou-se lambem que se escre-- Concord6se tamhien que se escribiese
vesse a seguinte descri pção desta parte la seguiente descripcion de esta pa~te de
da fronteira : la front era :
A linha de limites traçada pela crista La línea de ·límites, trazada por la
(la cordilheira de Amambahy apresenta cumbre de la cordillera de Amamhay,
tortuosidades e inclinações diflerentes . · prese nta tortuosidades e inclinaciones di-
Ao partir de seu extremo norte toma o ferentes. Al partir . de su estremo norte
rumo de Léste . por 2,5 kilometros de toma el rumbo dei Este por 2,5 kilo-
extensão, . segue depois a rumo gera l de metros ele estension, sigue despues ai
Sueste até á primeira vertente do rio rumbo general dei Sueste hasta la pri-
. SJoão, por 17, 5 kilometros . mera vertiente del rio S. Juan , por 17,!J
Até ahi vc~-se para o lado do nascente · kilometros. Hasta ahi vése para el lado
diversos regatos margeados de müto, del naciente diversos arroyuelos con sus
que correm em campo limpo e extenso ; márgenes pobladas de bosques, que
para Oeste vê-se outros, regatos . qu e pe- correu en campo limpio y estenso; para
netrão a matta expessa , ·que cobre a cor- el .Oeste vése otros riachuelos que pe-
dilheira por esse lado. Depois da pri- netran en el monte alto que cubre la
meira vertente do S. João a linha · de cordillera por su lado. Despues de la
limites vai ao rumo geral de Sul até o primera vertiente del S. Juan la línea
boqueirão do potreiro Capivary, onde de lírnites vá àl rumbo general dei Sur,
está a ilha de mato denominada-Punta- hasta el boqueron del Potrero Capibari, ·
Porã-, na extensão de outros '17, iJ ki- donde está la isla denominada - Punta
lometros. O mato de Oeste é e ntão me- Porã - en la estension ele otros 17, 5 ki-
nos distante e as vertentes de Léste são lometros . El monte del Oeste se ·halla
margeadas de mato mais denso que as entonces menos distanl>e y las vertientes
anteriores. Até este ponto os arroios de del Este son pobladas de bosques mas
Oeste são tribu tarios do rio Aquidaban e espesos que los anteriores. Hasta este
.; .

os que se seguem para o Sul o são punto los arroyos del Oeste son lrihu-
do Jpan-é. tarios del rio Aquidaban , y los que. se
siguen para el Sur lo son del lpané.
De Punta-Porã a linha toma a buscar De Punta Porã la línea torna á buscar·
o rumo geral <le Sueste até pouco antes el rumbo general del Sueste hasta poco
de chegar á lagôa Porã, na extensão de 12 antes de llrgar á la laguna Porã, en la
kilometros. Dahi volta de novo ·para o eslension de 12 kilomelros. De ahi vuelve
Sul, e com esse rumo geral vai approxi- de nuevo para el Sur, y con ese rumbo
mando-se da rnatla de Oeste, entra pelo general vá aproximándose dei montP dei
potreirn de Julio e, depóis de 13 kilo- Oeste, entra por el Potrero de Julio, y,
melros, penetra a malta , que cobre en- despnes de 13 kilometros, penetra en el.
tão a cri::;ta da cordilheira em uma ex- monte que cubre entonces la cresta de
tensão de 4·5,5 kilometros, sendo 38,5 la cordillera en una estension de 45, 5
ao rumo geral de Sul e 7 ,O ao· de kilometros, siendo 38,5 .al rumbo gene-
Sueste. ral del Sur y 7 ,O al de Sueste.
Esta matta foi percorrida pela com. Este monte fué percorrido por la co-
missão mixta, abrindo-se · uma picada mision mista, abriéndose una senda entre
entre as vertentes dos rios Amambahy e las vertientes de los rios lpané y Amam-
Ipané. bay.
Esta picada sahe ·para o lado do Sul Rsla senda snl e para el lado dei Snr
entre duas verlcnles, uma elo · Amam· entre dos vertientes , una dei "Amambay
bahy e outra do lpan é, estando esta na y otra dei Jpané, hallándose esla en la
encosta de uma ilha ele mato·. orilla de una isla.
Deixando ª. picada torna a linha a Dejando la senda torna la línea á
seguir, na extensão de 20,5 kilomctros, s8guir, en la estension de 20,5 kilo..:
·o rumo g'eral de Sul até o marco collo- metro.s, el rombo general. de Sur hasta
cado defronte da nascente principal do el mojon ievantado en frente de la nas-
lgatemy, ciente principal del lgatemi.
. As distancias, acima , são tomadas em Las d_istancias, arriba mencionadas,
linha recta) e os rumos são verdadeiros . son tomadas en línea recta, y los rumbos
son verdaderos. ·
As pequenas voltas da linha de limites Las pequei1as vueltas de la línea de
silo representádas na s duas plantas. límites es tan representadas en las dos
plantas. .
Depois de assim descripta a linha de Despues de quedar así ·descrita la
limites á vista das respectivas plantas, línea de límites á la vista ele las respec-
f'orão as mesmas assignadas por todos os tivas plantas, fneron las mismas firmada s
membros presentes da com mi ssão mixta. por t.odo s los miembros presentes de la
comision mista.
Os Srs. commissarios concordár;Io Los Srs. comisarios concordaron adem ás
mais en1 ' declarar-se que cleixão estas en declararse que estas plantas no han
plantas de ser assignadas pelo aju chinte sido firmadas por el ayt1<l(,lnl1J paraguayo
--
205
paraguayo D. José Antonio Espinosa, que D. José Antonio Espinosa, que lambien
lambem assistia aos trabalhos de levan- asistió á los trabajos de levantamiento,
tamento, por ·não ler o mesmo senhor en razon de no haber vuelto c.licho Sr. de
voltado de Assumpção, para onde foi la Asuncion, para donde fué con licencia.
com licença.
Finalmente os Srs. commissarios de- Finalmente los Srs. comisarios decla-
clarárfio que eslão de perfeito accôrdo raron que están de perfecto acuerdo
sobre os trabalhos relativos á extensão sobre los trabajos relativos á Ia estension
da fronteira na cordilheira de Amarn- de la frontera en Ia cordillera de Amam-
bahy, ficando de lerantar-se os marcos bay, quedando á levantar los mojones
da confluencia e da cabeceira do Es- de la confluencia y cabeéera dei Estrella,
trella, reconhecida comó principal ori- reconocida como principal origen dei
gem do Apa, logo que terminem os tra- ApaJ luego que qu eden terminados los
balhos até á barra do lguassú no Paraná, trabajos hasta la barra del Jguassú en
com os quaes se acha actualmente oc- el Paraná, con los cuales se halla actual-
cupada a commissão menle ocupada la comi~ion.
E nada mais havendo a .tratar-se, foi Y no habiendo mas nada de que tralar-
encerrada esta conferencia, lavrando-se se se clió por terminada esta conferen-
a presente acta em duplicata 1 que depois cia, labrándose la presente acta por du-
de lida e approva<la foi assignada por plicado, que despues de leida y aprobada ·
todos os membros presentes da commis- foé firmada por todos los miembros pre-
são lllixla. sentes ele la comision mista.

R uFI NO E · 1~ A s GusTAVO GALVÃO, com- DOMINGO A. Onnz, comisario.


m1ssano. Jost D. Esr1NosA , secretario.
FnA Nc1sco XAVIER LOPES DE AnAu.10, RuFJNO EN1tAs GusTAVO GALVÃO, co-
2." cornmissario , rmsano.
GUILHERMI~ CARLOS LAsSAi\CE, aj udan le. FnANCISCO XAVIER LOPES D.E AnAu.10, 2°
JOAQUIM XAvrnn DE OuvEmA PIMENTEL; cormsano.
secretario. GmLLERllrn CARLOS LAsSANCE, ayu<lante.
DoMINGos A. OnT1z, commissario. JoAQUJllf XAVIER nE OuvmnÁ PIMENTEL,
.Josf.: D. EsPINOSA, secretario. secretario .

N. 87.
Commissão de limites entre o Brazil Comision de limites entre el Paraguay
e 9 Paraguay. y el Brasil.
Acta da 11° conferencia. Acta de la 1 ·t• confe1·encia.
Aos trinta dias do mez de Março do Á. los treinta dias dei mes de Marzo
anno do nascimento de Nosso Senhor del alio del Nacimiento de Nuestro Seflor
206
Jesus Christo de mil oitocentos ~etenta Jesu-Cristo de mil ochocientos setenta y
e quatro, sendo lmperador do Brazil cualro, siendo vice-presidente dei Para-
Sua Magestade o Sr. D. Pedr9 II e guay en ejercicio del poder ejeéutivo
vice-presidente do Paraguay em exer- Su Excelencia el Sr. D. Salvador Jove-
cício do poder executivo $. Ex. o Sr: llanos, y E•np erador del Brasil Su Ma-
D. Salvador Jovellanos, se reunio neste gestad el Sr. D. Pedro 11 , reunióse en
Jogar á margem direita do Paraná e em este lugar sobre la márgen derecha del
frenle ao Salto das Sete-Quedas a com- Paraná y frente al Salto de las Siele
missão mixta demarcadora dos limtles elos Caidas la comision mista demarcadora
dous paizes, composta por parte do Bra- de los límites de los dos paises, compues-
zil dos Srs. commissario coronel de en- ta por parte del Paraguay de los Srs.
·genheiros bacharel Hufino Enéas Gus- comisario capüan de fragàt~ D. Do-
tavo . Galvão, '2° commissario ma.1or ba- mingo Antonio Ortiz y secretario D..losó
charel F.rancisco Xavier Lopes de Dolores Espinosa, y por parte del Brasil
Araujo e ·ajudantes major bacharel de los Srs. comisario coronel de inge-
Guilherme Carlos Lassance e cal)Ílão nieros ba.chiller D.. Hufino Ené as .Gus-
bacharel Joaquim Xavier de Oliveira tavo Galvão , 2ócomisario mayor bachi-
Pimentel, sendo secrelario o mesmo ca- ller D. Francisco Xavier Lopes de Araujo
pitão Pimentel, e por parle . do Para- y ayudantes mayor bachiller D. Gui-·
gnay dos Srs. commissario capitão de llermo Carlos Lassance y capitan ba-
f~agala D. Domingo _ Antonio Ortiz e se- chiller D. Joaquim Xavier de Oliveira
cretario D. José Dolores Espinosa. Pimentel, siendo secretario el mismo
capitan Pimentel.
Foi declarado ·pelo Ssrs commissar.ios Fué declarado por los Srs. comi sa ~
que o fim desla reunião·era authenticar rios que el fin de esta reunion es auten-
se a chegada da commissão mixta neste ticarse la Uegada de la comision mista
logar , extremo da linha Oeste...,Leste, que en este lugar, estremo de la línea Oesle-
partindo do marco do Ibicuhy, vem pelo Leste, que partiendo del mojon del lbi-
alto da serra de l\faracajú até este cuhy, viene por lo alto de la _Sierra de
Salto. Maracaj ú hasta este Salto. .
, De accôrclo com a; inslrucções dos De acuerdo con las instrucciones de ,
mesmos Srs. commissarios r:ão se colloca los mismos Srs. comisarios ·no se co-
marco neste ponto, por ser o Salto das loca mojon en este punto por ser el
Sete-Qu.~das balisa natural e imniu- Salto de las Siete-Caiclas balisa natural
tavel. é inmutable.
A posiçã_o geographica do Salto e a La posicion geográfica del. Salto y la
descripção da linha pela serra de Mara- descripcion de la Hnea por la Sierra de
cajú serão consignadas na conferencia Macarajú serán consignadas en la con-
·ein .que fôrem ap~csenladas as plantas, ferencia en que fueren presentadas las
que ''ãO ser postas a limpo. plantas, que van a ser puestas en limpio.
Depois destas declarações forão tro- Despues de estas declaraciones, fue-
c·adas mutuas congratulações pela feliz ron cambiadas mútuas congratulaciones
207

chegada da commissão a este nolavel e ..por la feffz llega<la de la com1s10n i:l


remolo Jogar, e pelo proximo termo dos este notable y remoto lugar, y por eI
penosos trabalhos a ella confiados. próximo término de ··los penosos lra-
bajos á ella confiados . .
E em seguida foi encerrada esta con- Y .en seguida fué cerrada esta confe~
ferencia, lavrando-se a presente acta . rencia, labrándose la presente acla por
em duplicata, que, depois de lida e ap- duplicado ~ que, despues de l_eida y apro-
provada foi assignada por todos os mem- vada, fué fi~mada por lodos los miem..:
bros presentes da commissão mixta. bros presentes de la comision mista.

Hm11No ENÉAS GusTAVO GALVÃO, com- DOMINGO A. On.nz, comisario.


m1ssar10. JosÉ D. EsPINOSA, secretario.
FnANCisco XAVIER LOPES DE ARAurn, Rur1No ENÉAS GusTAYO GALVÃ0 1 comi-
~º commissario. sano.
GUILHERME. CARLOS LASSANCE, 3JU- F'RANc1sco XA vum Lol'I~s DE AnAuJO ,
dante. :2º comisario.
JoAQUil\1 XAvrnn. DE OuvEm.A PrnJEN- Gur1um1110 .CAnLos LAssANc.E , ayu-
TEL, ·secretario. dante .
DOMINGO A. ÜRTtz, commissario . JoAQUIM XAvrnn DE OuvEmA l'lMENTEL,
JosÉ D. EsPI.NOsA, secretario. secretario .

N. 88.
Commissão de limites entre o Brazil Comision de limites entre el Paraguay
e o Paraguay. y el Brasil.

fleta da '12ª conj'er-encz'rt. Acta de ia 1'2ª conjerencz'a.


Aos oito dias ào mez de Junho <lo · A los ocho dias dei mes <le Junio dei
anno <lo nascimento de Nosso Senhor afio dei Nacimienlo de Nueslro Sefíor
Jesus Christo de mil oitocentos setenta e Jesu-Cristo de mil ochocientos setenta v J

quatro, sendo Imperador do Brazil Sua cualro, siendo vice-presidente dei Para-
Magestade o Senhor D. 'Pedro II, e vice- guay en ejercicio dei poder ejecutivo Su
_presidente do Paraguay em exercício do Excelencia el Sefíor D. Salvador Jo've-
poder executivo Sua Excellencia o Sr. llanos, y Emperador del Brasil Su Ma-
ü. Salvador Jovellanos, se reuúio a bordo gestad el Seií.or O. Pedro II, se reunió á
da canhoneira brazileira a vapor Taqua?'!J bordo de la caf10nera brasilera a vapor
surta na foz do rio lguassú ou Coritiba, Tacuari, surta en la boca del rio Jguassú,
a commissão mixta , composta por parte ó Curitiva, la .comision mista, compuesta
do Brazil dos Srs.: commissario, coronel por _parte del Paraguay de los Senores :
i.

208

de engcn hciros bacharel Rufino Enéas . Corn i-;Hrio, capitan'de fragata D. Domingo
Gustavo Galvão, 2° commissario, maj?r Antonio Ortiz y secretario D. José Dolo-
bacharel Francisco Xavier Lopes de res Espinüsa, y por parte del Brasil de
Araujo, e ajudanle major bacharel .Gui- los Se:õores: Comisario, coronel de inge-
lherme Carlos Lassancc, servindo in- nieros hachiller D. Hufino Eneas Gustavo
terinamente de secrclario o mesmo major . Galvão, 2º comisario, mayor bachiller D.
.Araujo ; e por parte do Paraguay dos Francisco Xa vier Lopes de Araujo: y
Srs. : commissario, capitão de fragata ayudanle, mayor hachiller D. Guillermo
D. Domingos Antonio Ortiz, e secretario , Carlos Lassance, sirviendo interinamente
O. José Dolores Espinosa. de secretario el mismo mayor Araujo.
Foi declarado pelos Srs; commissarios ljiué declarado por los Seüores co~i­
que o fim de.ssa reunião era dar por sarios que el lln de esta reunion era dar
elemarca'da a fronteira norte-sul entre os por demarcada la f'rontera Norte-Sur
dous paizes, limitada pelo alveo do rio en tre los dos paises, limitada por el alveo
Paraná, cuja demarcação proseguio do d rio P ú aná , cuya demarcacion pro-
Sallo das Sete-Quedas e terminou na siguió <lel Salto . de las Siete Caidas, y
foz do rio Iguassú ou Coritiba; ficando termin6 en la boca del rio Iguassú ó
pertencendo ao domínio do Paraguay a Curitiva ; quedando perteneciendo al do-
primeira ilha que enconlrárão a doze mínio dei Paraguay la primera isla que
kilometros, ao rumo de trinla e dous enconlraron á doce kilomelros, al rurnbo
gráos vinte . um minutos Sudoeste ver- de treinta y dos gràdos y veintc y un mi-
dadeiro, do mesmo Salto ; e ao domínio nutos Sudoeste verdadero ; del mismo
do Brazil a segunda ilha que enconln1- Salto; y ul domínio clel Brasil la segunda
rão a nove e meio kiiomelros, ao rumo is1a que en<~ontraron á nu ev e y medio
de um gráo. cincoenta e quatro minutos . kilometros, al rumbo de un grado y cin-
Noroeste verdadeiro da. referida foz e cuenta y cuatro minutos Noroeste verda-
logo acima do rio Acara.hy, affiuenle do dero , de la referida boca, y luego arriba
Paraná pela margem direi.t a. del rio Acarai, àtluente dcl Paraná por
la margen derccha.
As posições geographicas do Sallo da s Las posici ones geográficas del Salto
Sete-Quedas e ela foz do lguassú ou Co- de ias Siete Caídas y de la boca del
ritiha, e outras particularidades desta lguassú ó Curiliva, y otras particulari-
fronteira serão consignadas em outra dadt!S de esla frontera serán consignadas.
acta pol' occasião ela ;i presentação dos en otra acta por ócasion ele la presenta-
respectivos mappas. cion de los respectivos mapas.
Declarárão mais os Srs. commisç;arios . Declararo11 mas los Scnores comisarios
que achava-se concluída sob re o terreno que hallávase concluída sobre el terreno
toda a demarcação da fronleirn, segundo toda la demarcacion de la frontera ,
o tratado de nove de Janeiro de mil segun el tratado de nueve de Enero de
oitocentos setenta e dous e respcclivas mil ochocicnlos setenta y dos y respecti-
instrucções, entre os dous paizes, fal- vas instrucciones,. entre los dos países;
tando apenas os trcs marcos que já faltando apenas los tres rnojon es qu e ya
20!)

forão mandados conslruir em Jogares de- fueron mandados cons_truir en lugares .


terminados, e a troca daquelles mappas determinados, y el cange de aquellos ma-
e dos da serra de Maracajú. pas y de los de la sierra de Maracajú.
E depois de reciprocas congratulações Y despucs ele recíprocas congra Lula.cio-
po1· ta'o grato acontecimento e pela . boa nes por lan grato acontecimienlo y por la
harmonia que sempre reinou entre as . buena armonia que siempre reinó entre
duas commissões, durante vinte e dous las dos comisiones., durante veinle -y dos
mezes de contínuos e pen osos trabalhos, mBses de ·contínuos y ·penosos lrabajo~·,
derão os Srs. commissarios por terminada dieron los Seffores comisarios por termi-
esta conferencia, lavra.ndo-se em rnguida nada esta qmferencia, labrándose en se-
a presente acta ein duplicata, que de- guida la presente acla por duplicado~ que
pois de lida e approvada) foi assignada despues de leida y aprovada, fué firmada
por todos os membros presentes da com- por todos los miembros presentes de la
missão mixta. comision mista.

Ru1~ cNo EN1~As GusTAvo GALV.4.o, com- Do.MINGO A. ÜRTJz, comisario.


m1ssar10 . Jos1:; D. EsPrNosA, secretario.
GuILHERME CAnLos LAsSANC.E, ajudante. HuFINO ENJ<:As GusTAVO GALVÃO , co-
PRANCcsco XAvrnn LOPES D.E AnAuJO, m1sario.
2° commissario) secretario interino. GulLLEHJ\W CAHLOS LASSANCE, ayudante.
DoMINGO A. ÜRnz, commissario. FnAi\:C1sco XAVIER LoPES DE ARAUJO,
Josi~ D. EsPINOsA, secreta rio. _2º comisario 1 secretario interino.

N. 89.
Commissão de limites entre o Brazil Comision de límites entre el Paraguay
e o Paragnay. y el Brasil.

Acta da 13ª confe1·encz'a .


1
Acta de ia 13ª confer·enci'a.
Aos nove dias do m~z de Setembro do A los nueve dias dei mes de Setiembre
anno do nascimento de Nosso Senhor dei ano dei Nacimiento de Nuestro Senor
Jesus Christo de mil oitocentos setenta Jesu-Cristo, de rnil ochocienlos setenta .
e quatro, sendo Imperador do Brazil Sua y cuatro, siendo vice:-presidente del Pa-
._ Magestade o Senhor D. Pedro II, e vice- raguay en ejercicio dei poder ejecutivo
presidente do Paraguay, em exercicio Su Excelencia el Senor ·Dón Salvador Jo-
do poder executivo, S. Ex. o Sr. D. vellanos, y Emperador del Brasil Su l\'la-
-Salvador . Jovellanos, se reunirão neste gestad e'l Seõor Don Pedro li, se reunieron
E. ~ . 27

,•
210

acampamento, situado no alto ela cordi- en este campamenlo, situado en lo alto


lheira de Amambahy, junto á nascente de la cordillera de Amambahy, cerca
·principal_ do Estrella, os membros pre- de la naciente principal del Estrel~a, los
. sentes da·commiesão mixta, demarcadora . rniembros presentes de. la comision mista
dos limites dos dous paizes: por parte dema·rcadora de .los límiles de los dos paí-
do Brazil os Srs. commissario coronel ses; por parle del Paraguay, los Sefiores :
do corpo de engenheiros bacharel Rufino comisario e1 capitan de fragata Don Do-
Enéas Gu stavo Galvão, e 2° comrnissa- ming9 Antonio Ortiz y secretario Don
rio, servindo de secretario, major do José Dolores Espinosa ; y por parle dei
mesrQo corpo bacharel Francisco Xavier Brasil, los Sefiores: comisario, el coronel
· Lopes de Araujo, e por parle do Para- del cuerpo de ingenieros, ·bachiller Don
guay os Srs. · commissario capitão de Rufino Enéas Gustavo Galvão, y 2º co-
fragata D. Domingos Antonio Ortiz, e misario, sirviend0 de secrelario, el mayor
secretario D. José Dolores Espinosa. del mismo cuerpo, Dr. Don Francisco
Xavier Lopez de Araujo.
O Sr. commissario brazileiro decla- m Sefior comisario hrasilero declaró~
rou que, tendo por fim esta conferencia que teniendo por fin esta conferencia
consignar-se em acla o auto de collo- consignarse en acta el auto de coloca-
cação do marco que foi levantado na cion del rnojon que fué levantado en la
conílnen'Cia do Estrella, passava-se a ler coníluencia del Estrella, pasábase a leer
esse docum ento qu e é do teor seguinte : esc documenlo que es del tenor si-
guiente:

Auto de co llocaçào do nia1,co de limites « Auto de colocacion del mojon de límites


na conffoencia ·do Estrella. · " en la confluencia dei Eslr'ella.
<<Aos vinte e nove dias do mez de . « A los veinte y nueve dias dei mes
« Agosto do anno do nascimento de " de Agosto, del ano del Nacimienlo de
" Nosso Senhor Jesus Christo de rriil " Nuestro Sefior Jesu-Cristo, de mil
« oíLocenlos setenta e quatro; sendo " ochocienlos setenta y cualro, siendo
<< lmperador do Brazil Sua Mageslade r. vice-presidente del Paraguay, en ejer-
<< o Sr. D. Pedro H, e vice-presidente do « cicio del poder ejecutivo, Su Exce-
<< Paraguay, em exercício do poder exe- « lencia ei Sefior D. Salvador Jovella-
" · culivo, S. Ex. o Sr. D. Salvador Jo- " nos, y Emperador del Brasil Su ~foges­
« vellanos, estando reunidos neste lugar, << tad el Sefior Don Pedro II, estando
« no vertice do angulo boreal formado « reunidos en esle lugar, en el vértice
<< pela coníluencia dos dous braços do e< dei ângulo boreal formado por la con·
,, rio Apa, acima do passo da Bella- « fluencia de los dos hrazos del rio Apa,
" Vista, os membros presentes da com- « arriba del paso de Bella Vistá, los
" missão mixta , demarcadora dos limi- << miemhros presentes de la comision
" les dos dous Estados, nomeada ein « mista, demarcadora de los límites de
" virtu·de do tratado de ri.ove de Jan eiro << los dos Estados, .nombrada eil virtud
de rnil oítocenlos se tenta e dou s ; por « dei tratado de nueve de En·ero de mil
« parte do Brazil os Srs. · commissario « ochocienlos setenta y dos; por parte
2H

« coronel do corpo de engenheiros ha- << dcl Paraguay los Senores: comisario, el
« c·harel Rufin6 Enéas Gustavo Galvão, « capit.an de fragata D. Domingo Anto·
" "2° comrnissario, servindo de secretario cc nio Ortiz .Y secretario D. José Dolores
, major do mesmo corpo bacharel Fran- " E'-'.pinosa; y por parte del Brasil los
« cisco Xavier Lopes de Araujo ; .e por e< Scnores: comisario, el coronel del
« parle do Paraguay os Srs. commissa- « cuerpo de ingeni~ros, bachiller Don

• rio capitão de fragata D. Domingos " llufino Enéas Gustavo Galvão, y 2. 0

' Antonio Ortiz, e secretario D. José « co misario, sirviendo ele secretario, el

' Oolore;:;. Espinosa, foi inaugurado o « mayor del mismo cuerpo bachille.r
• marco de limites leva1:1tado neste logar « Don Francisco Xavier Lopez de Araujo, .

• escolhido por toda a commissão piixla . e< !'ué inaugurado el mojon de Jímites_,
" levantado en este lugar escogido por
( .toda la comision mista.
~ Este marco está em territorio hra ·- « Este mojon está en territorio brasi-
, zileiro e assignalará a terminação da ce 1 .~ro y seüalará el término de la línea
linha divisoria. que, partindo da foz do , divisoria que, partiendo de la boca
• rio Apa, onde foi levantado o primeiro " dd rio Apa, donde foé levantado el
marco, segue pelo seu alveo até este " primer mojon, sigue por su alvro
" ponto, e o principio da que, em vir- ,( hasta este punto, y el principio de ra .
" tude do protpcollo assignado ern As- " que, en virtud del protocolo firmado
cc sumpça:o aos sete dias do mez de Ja- " e:i Asunciqn á, los siete dias dei mes de
i( neiro do corrente anno, segue pelo " Enero del corriente afio, sigue por el
cc alveo do braço Sul do mesmo Apa, « alveo del brazo Sur del mismo Apa,

• vulgarmente denominado-Arroio Es- '' vulgarmente denominado-arroyo Es-


" trella - até á sua principal vertente, " Lrella-hasta su principal vertiente en
ª na cordilheira de Amambahy) onde cc la cordillera de Amambahy, donde
• será levantado outro marco. « será levantado otro mojon.

« O marco é construido de alvenaria « El mojon es construido de piedra

« de pedra ; tem a fórma de urna.pilastra " y cal ; tiene la forma de una pila·stra . l i

' com as mesmas di"rnensões dos que já • com las mismas dimensiones de los que
têm sido levantados pela commissão, ya han sido levantados por la comision,
• e que são :alicerce=2m,20 x 2'",20 x . " y que son: Cimiento = 2m,20 X 2m,20
« :lm,40; base= ·lm, !)O >: 1'",50 x 0"',70: <e X 1m,40; base= 1m,õ0x1'",50 X0 n,70 1

« fusle=f m 08 X 1m 08 X 3 20· Ci:lf>Ílel . " =fusle = 1m,08 X 'lm,8 X 3 ,20; ca-


' ' .
01 111

' '
' 1.. ,20 X1m,20 X 0'",20. No alto tem a ce pitel = 1'",20 X 1"',20 X 0 ,20. En lo
01

« inscripção : ai.to tiene la inscripcion :


« lmperio do Brazil, 187 4. . « lmperio do Brazil, 1874·.
« A sua posição ge.ographica é a se- « Su posicion geográfica es la siguienle:
ª guinte : latitude 22º, 4', 40" ,30 Sul ; " latitud 22º. 4' .40",30 Sur; longiLud 13º.
• longitude 13°, 'l 0',39", 15 Oeste do im- « 10'.39",15 Oeste dei Imperial Obser-

' perial observalorio do Rio de Janeiro. « Yatorio de Rio de Jan·eiro. La declina~

" A declinaçãoda agulha é6°,57' N·. E. cc cion de la aguja es d.e 6°.!H' N. E.


« As faces da pilastra estão nos " Las faces de la pilastra están en los

\.
212.

« rumos verdadeiros de Norte Sul e « rumhos verdaderos de Norte-Sur y


• Leste Oeste. « Este-Oeste.
cc Do logar do marcQ ao rumo ver- " Oel lugar dei mojon al rumbo ver-
" dadeiro de ~1'3º, 45' S. O. e á distancia « dadero de 43º.45'. S. O. y ~la distancia
' de 3,300· melros demora o passo da "' de 3,300 metros queda el paso de Bella
cc Bella-Vista e no r.umo verdadeiro de " Vista; y en el rumbo verdadero àe
r, '7 °' 30' N. E. e á distancia de 5750 " 7°,30' N. E. y á la distancia de 5,750
melros, faz barra no -braço Norte cio melros desemboca en el brazo Norte
" . Apa o arroio José Carlos, denominado " dei Apa el arroyo José Carlos, denomi-
« lambem Machorra. ii nado lambien-Machorra.
" O Sr. commissario paraguayo mos- « El Setior cornisario paraguayo ma-
trou-se concorde com o conteúdo do nil'estó su conformidad con el conte-
• documen.lo que acabou de ler-se, e " nido dei documento que acaba de
' declarou que a seu pedído não se " Je erse, y declar6 que á su pedido no
« levantou outro marco, em frente a , se levant6 olro mojon, frente á este,
cc este, . por parte da Republica, no an- " por parle de la. República, en el an-
« gulõ austral formado pela confluencia " gulo austral formado por la confl uencia
• do Estrella, por julga-lo <lesnecessario. " clel Estrella, por juzgarlo inn ecesario.
" "E para que conste a todo tempo; se " Y para que en todo tiempo conste,
,, lavrou o presente auto em duplicata, a se labró el presente aut.o por dupli-
( assignando ambos todos os mem- ' cado, firmando ambos, todos los miem-
" bros presentes da commissão mixta. " hro s presentes de la comision mista. -
" --Rufino Enéas Gustavo Galvão, com- " Dmningo A. Orhz , cornissario.-José
" missario.-Francísco Xavie1· Lopes de " D,Espinosa, secretario.-Ru(ino Enéas
a Araujo, servindo de secretario.- Do- « Gustavo Galvão comissario. - Fran-
( . mingas A. Ortiz, commissario.-José D. " cisco Xavier Lopes de Arau.fo, sirviend9
• Espúwsa, secretario. ' " de secre tario »
Depois de assignado o auto acima Despues de firmado el auto arriba
tra11scripto, e não havendo mais nada a lranscripto , y no habiendo mas nada · de
tratar··Se foi encerrada esta conferencia, que tratarse, fué cerrada esta conferencia,
lavra ndo-se a presente acta em duplicata, labrándose la présente acta in duplicata,
que depois de lida e approvada, foi que , despues de lei da y aprobada, fué fir-
ai::;signada pelos Srs. commissarios. mada por los Senores comisarios.

RuFINO ENtAs GrnTAvo G_u vlo, com- Doi\HNGO A. ÜRTiz, comisario . .


rnissa rio. Jos:E D. EsP1NosA, secretario,
FnA~c1sco X AVIER L01>Es DE ÁRAUJo, HuF1No ENÉAS· GusTAvo GALVÃO, co m1-
servindo de secretario. sario.
UoMI'.XGOS A. Onnz , c o : nnii~s ari o . Fn ANc 1sco XA vrn1~ LoP EZ n E AllAUJO,
Jo s:E D. EsPINOSA, . secretado. sirvie·ndo d t~ secre tario .
213

N. 90.
Commissão de limites entre o J;lrazíl Comision de limites entre el Parag~ay
e o Paraguay. y el Brasil.

Acia da 14ª conferencia. Acta de la 14" conferencia. ·


Aos dezenove dias do mez de Se- A los diez y nueve dias dei · mes fle
ti·mhro do anno do ·nascimento de Nosso , Setiembre dei ano dei Nacimiento .de
~c nhor Jesus Christo de mil oitocentos Nuestro Seiior Jesu-Cristo de mil ocho-
fi t~tent:i e quatro, sendo Imperador do cientos setenta y cuatro, siendo vice-pre- ·
Hrazil Sua Ma gesta de o Senhor D. Pedro li, sidente del Paraguay en ejercicio dei
e vice ·presidente do Paraguay, em exer- poder ejecutivo Sn Excelencia el Senor
cicio d1) poder executivo, Sua Excellencia D. Salvador Jovellanos, y Errwerador
ti Sr. D. Salvador Jovel)anos, reu'uirãl)- del Brasil Su Magestad el Senor D. Pedro
rn neste acamparnento, ·situado no alto Il, se reu~ieron en este carnpamento si-
da cordilheira de Amambahy, junlo á tuado en lo alto de la cordillera de
Y.Prtenl.e principal do Eslrella, _os membros Amambahy, cerca de la vertiente prin-
11resentes da commissão mixta demar- cipal clel Eslrella, los miembros presen-
radora dos limites dos dous paizes, coni tes ele la comision mista demarcadora
n tim de inauguéar~se o marco de limites de los límites de los dos paises, con el
evantado neste Jogar. fin de inaugurarse el mojon levantado
en este lugar. _
Sernlo descoberto o marco; foi . elle Siendo desçubierto . el mojon, fué
examinado em sua constrncção · e in- examinado en su construccion é inscrip-
t cripçnes, por tQdos os membros presentes ciones por todos los rniembros presen-
da commissão, e em seguida lavrou-se o tes de la comision y en seguida lavrose
~~iguinle: el segniente :

.1 uto 1i'e inauguração do maTco de lúrátes · Auto ele z'nauguracz"on dei 1jwjon levan-
levar;,tado na vertente princz/Jal do tado en la vertiente pn"ncipal del
Estt eUa. Estrella.
;< J\ •JS dezenove dias do mez de Se- ' A los diez y nueve dias dei mes de
(' ternl1ro do anno do nascimento ele " Setiernbre dei afio dei Nacirniento de'
" Nosrn Senhor Jesus Christo de mil " Nuestro Senor Jesu-Cristo de mil
" oifot:entos setenta e quatro, sendo lm- (( ochocientos selenta y qrntro, siendo
" perador do Brazil Sua Magestade o " vice-presidente de] Paraguay en ejer.-
" Senl:or D. Pedro ll, e vice-presidente ( _cicio del poder ejecntivo S. Ex_. el
, do J>araguay, em exercício do poder " Se'i"10r D. Salvador Jo\,'ellanos y Empe-
" executivo, Sua Excellencia o Sr. D. " rador dei Bras·il Su· Magestad el Senor
S<dvador Jovellanos, estando reunidos " . D. Pedro II, estando reunidos en este
-
« neste logar, no alto da cordilheira de • lugar, en lo alto de la cordillera
• Amambahy, junto á nascente principal " de Amambahy-, cerca de la naciente
do Estrella, os membros presen.tes tla principal dei .Eslrella . , los miem-
, commissão mixta demarcadora dos li- « bros prese ntes de la comision .mista
• mites dos dous paizes, nomeada em 1< demarcadora de los límites de los dos

« virtude do tratado de nove de Janeiro « países, nombracla em virtud del tratado


· « de mil oitocentos setenta e dous, por « de nueve de En ero de mil óchocientos

• parte do Brazil _os Srs.: commissario ' setenta y dos; por pnrt c del Paraguay
• coronel do . corpo de engenheiros ba- " los Srs.: comisario capitan de fragata
" charel Rufino Enéas Gustavo Galvão e " O. Domingo Antonio Ortiz y secretario
• 2º com missa rio, servindo de secretario, " D. José Dolores Espinnsa: y por parle
" major _do mesmo ·corpo bacharel Fran- " del Brasil lo.s Snrs. comisario coronel
• cisco Xavier Lopes de Araujo, e por " del cnerpo de ir.genieros bachiller
• parle do Paraguay os Srs.: comtüis- " D. Rufino Enéas Gustavo Galvão, y 2º.
• sario capitão de fragata D. Domingo!:i " c om_isario, siniencio de · secretario,
• Antonio Orliz e secretario D. José Do- " mayor dei mis ·110 c_uerpo bachiller
" lores Espinosa, foi inauguradq o marco , D. Francisco Xavier Lopes de Araujo,
" de limites levantado neste logar, es- ' fu é inaugurado el mojon de límites
, colhido por toda a cornmissão rnixta. " levantado . en este lugar, escogido
" por t:oda la comision mista.
« O marco é C1•nstruido de alvenaria << EI mojon es construido de piedra

• de pedra; lem a t'órma de uma pi- cc y cal ; liene la forma de una pila:-
« lastra com as mesmas dimensões dos << lra con las mismas dimensiones de
« que já têm sido levantados em outros " los que ya han sido levantados en
• Jogares e que são: - alicerce - 2m,20 " otros lugares y que son: Cimiento=
« X 2m,20x 'lm,40; base-1'", 50 x tm,~O " 2m,20 X 2m, 20 X 'l "1,4,Q ; base=
• X Om,70;- fusle 'l"' ,08 X 'I m;08 X ;)"','20, " '1"1 ,00 x 1111 ))0 x 0m,70; l'usle=1"',08 X
" capitel -1 ,20 x 1"',20 x 0 ,2.0.
111 111
, 'l"';08 x 3m,20; capitel -tm,_20 X 1 ,20 111

" X Om 1 :20.

« Nas faces de !\ 'orle e Leste tem a • En las faces de1 Norle y Este tiene
1
« inscrip<;.ão : la inscripcion :

lmperio do Brazil, 187 4 Imperio do Brazil, '187 4


e nas de Sul e Oeste : y en las del Sur e Oesle :.
Republica dei Paraguay, 1874. República del Paraguay, 187 4.

" A posição geographica é a seguinte: • La posicion geográfica es la si-


• latitude - 22º. 16'. 39" ,03 S, longi- " guienl.e : lalilucl 22º . 16'. 39". 03 S.
• tude- 12°. 39'. 1",800este do impe- • longitud 12º . 39'. 'l " . 80 Oeste del lrnpe-
" rial observatorio do Rio de Janeiro. A " rial Ob ~ ervatorio de Rio de Janeiro.
" declinação da agulha é de 6°. 33" N.E , « La declinacion de la aguja es de
• 6°. 33· N E.
215
, As faces da pilastra estão nos rumos Las foces de la pilastra están en
, verdadeiros de Norle Sul e Leste Oes te. « los rombos verdaderos de Norte-Sur
, y Este-Oeste.
« Este marco assignalará o extremo " Este mojon sefialará el estremo de
, da linha divisoria que, de conl'orrni- " la Iínea divisoria que, de conformidad
" Jade com o protocollo assignado em • con el protocolo firmado en la Asun-
• Assumpção em sete de Janeiro do c o r~ " cion el siete de Enero dei corriente
" rente anno, vem pelo alveo do Estrclla " ano, viene por el alveo dei Eslrell;1
" desd e a sua confluencia, onde foi col- ' desde su confluencia, donde f ué colo-
" locado outro marco ; e bem assim o " ÇJdo otro mojon; y bien así el princi··
" principio da que segue pelo al~o da " pio de la que sigue. por lo alto de Ja
« cordilheira de Amambahy, entre aguas « Cordillera de Amambahy entre Ias
' · do Paraná e . do Paraguay, passando cc aguas dei Paraguay y Paraná; pasando

• pela boca do .Potreiro de Julio, onde " por el Potrero de Julio, en cuya boca
« será ·levantado outro marco. Está col- se levantará olro mojon. Está colo-
' locado no alto da cordilheira em um « cado en lo alto de la Cordillera en
campo que se estende para todos os un campo que se esliende por todos
" lados , passando ao Norte do mesmo " lados, pasando ai Norte dei mismo y
« e á distancia de 220 metros a estrada, • á distancia de 220 metros el camino
, que vem do Cerro-Corá e Ponta Porã « ·que viene de Cerro-Corá y Punt~-Pora:
« para a colonia militar dos Dourados. « para Ia coloni;i militar de los Dorados.

" Do Jogar do marco se acha . a nas- « Dei lugar dei mojon se halla la na-

" cente principal do Estrella ao rumo « ciente principal dei Estrella, ai rombo

' verdadeiro de 76º 30' s·. o. a 340 me- " v erdadero de 76º·. 30' S.O. , á 340 me-
" lros de distancia, e duas vertentes '( tros de distancia ; idos vertientes de
, dos Dourados, uma no rumo verda- " los Dorados, una al rumbo verdadero
" de iro de · 13º N. E. a 450 metros e " el e 13º N. E., á 450 metros y otra ai
" outra ao rumo verdadeiro de 2liº 30' " r;.imbo verdadero de 26º. 30' N. O., á
" N. O. e á distancia de 9ti0 metros . " di stancia de 950 melros. Una de las
' Uma da s cabeceiras do Aquidaban se · << cabeceras dei Aquidaban se encuentra

, encontra por detraz de uma collina~ " por detnís de una colina ai rumbo
" ao rumo ve!'dadeiro de 47º S. E. e á « verdadero de 47º S. E. , y á distancia ·

' distancia de 1350 metros. <e de 1,350 metros.

." E para qUe conste a todo o tempo ·« · Y para que en todo tiempo conste
, se lavrou este auto em duplicata, as- " se lavró el presente documento por
' signando ambos todos os membros pre- " duplicado, firmando ambos todos los
, sentes da commissão mixta. - Rufin õ « miembros presentes de la comision

« Enéas Gustavo Galvão, con'lmissario. cc mista.--Domingo A. Orti'z, comisario.


« - F1·ancisco X avz'e1· Lopes de Araujo, «. -José D. Espinosa, secretario.- Ru~
• 2° commissario, servindo de sec.reta- c fino E néas Gustavo G'alvão, com isa rio.
1

' rio.-Domingos A. 01·tzz , commissario " -Francisco Xavz'er· Lopes de A raujo,


- José D. Espinosa, secreta rio . , 2º comisario: sil' vien do de secretario.»
Depois de assignado o auto acima , · Despu es de firmado el documento

i
nada mais havendo a tratar-se, foi en- arriba transcrito, no habiendo mas .
cerrada esta conferencia, lavrando-se a . nada de que tratarse, ·fué cerrada esta
presente acta que, depois de lida e ap- conferencia, lavrándose la presente
·-·provada, foi a·ssignada pelos Srs. com- acla in duplicata, que, despues d)
m1ssanos. · leida e aprovada, fué firmada por los
Silrs. comisarios.

RuF1No ENÉAS GusTAvo GALV ÃO) com- Dol\HNGO A. ÜRT17., ·comisario.


mJSsano. JosÉ D. EsPINOSA.; secretario.
FRANCISCO XAVIER LOPES DE ARAUJO , Rut'INO RNÉAS GusTAVO GALVÃO, com [-
servindo de secretario. sano.
· DoMINGOs A. ÜRTtz, commissario. FRANCISCO XAVIER LOPES DE AnA.urn,
JosÉ D. Esr1NOSA , secretario. sirviendo de secretario.

N. 91.
Commissão de limites entre o Brazil CoÍni.sion de limites entre el Paraguay
e o Paraguay. y el Brasil. ·

Acta da 15ª conferencia. Acta de la '15 ª conferencia.


Aos vinte e seis dias do mez de Se-
lembro do anno do nascimento de Nosso
.
A los veinte V seis dias' del mes
. de s( ~ ·
tiembre del afi.o del Nacimiento de Nue.,·
Senhor Jesus Christo de mil oitocentos · tro Senor Jesu-Cristo de mil .ochocienlos
setenta e quatro, sendo Imperador do setenta y cuatro, siendo vice-p.residenl e
Brazil Sua Magestade o Sr. D. Pedro U, dei Paraguay, en ejercicio del po.der ej. ~­
e vice-presidente do Paraguay em exer- c~livo, Su Excelencia el Seiior D. Salva ..
cicio do poder executivo Sua Excel~ dor Jovellanos, y Empera<l or del Brasi1
lencia o Sr,. D. Salvador Jovellano.s; Su -Magestad el Seiior D. Pedro li, ! e
reunirão-se neste acampamento, situado reunieron en este campamento, situado
no alto da cordilheira de Amambahy, em ·en lo alto de la corclillera de Amambah \',
frente e á boca do Potreiro de Julio frente á la boca del Potrero de Julio, l11s
os membr()S presentes da commissão miembrns presentes de la comision mis ta
mixta demarcadora dos limites · dos demarcadora de los lí mites de los a,is
dous paiz.es, com o fim de inaugurar- paises, con el fin de inaugurarse el mi·
se o· marco de limites levantado neste joo levantado en este lugar.
Jogar.
. Sendo o marco descoberto, foi exami- Siendo el mojon descubierto, fué exa·
nado em sua construcção e inscripções minado en su construccion é inscripciunes
pelos membros presentes da commissão por los miembros presentes de la comisi1111
'mixta , e em seguida lavrou-se o seguinte : mista, y en seguida labrose el seg'uiente:
217

Auto de inaugitração do marco de limites Documento de inauguracion del mojon.


do Potreiro de Julz'o. del Potrero de Julio.

Aos vinte e seis dias do mez de Se.- A los veinte y seis dias dei mes de Se-
lembro do anno do nascimenlo de Nosso tiembre del ai10 del Nacimiento de Nues-
Senhor Jesus Christo de mil oitocentos tro Seflor Jesu-Cristo de mil ochocientos
setenta e quatro, sendo Imperador do setenta y· cualro, siendo lÍce-presidente
Brazil Sua Magestade o Senhor D. Pe- del Paraguay en ejercicio del poder eje-
dro II, e vice-presidente do Paraguay, em cutivo Su ·Excelencia e1 .Senor D. Salva-
exercicio do poder executivo, Sua .Ex- dor Jovellanos, y Emperador del Brasil
cellencia o Sr. D. Salvador Jovellanos, Su Magestacl el Senor D. Pedro II, ha- •'
_,achando-se reunidos neste Jogar, no alto llándose reunidos en este lugar, en lo alto
da cordilheira de Amambahy, em frente de la cordillera de Amambahy, frente á
á boca do Potreiro de Julio, os membros la boca dei Potrero de Julio, los miembros
presentes da commissão mixta demarca- presentes de la comision mista demarca-
dora dos limites dos dous paizes, nomeada dora de los.límites de los dos países, nom_
em virtude do tratado de nove de Janeiro brada en virtud del tratado de nueve de
de mil oitocentos . setenta e dous; por Enero de mil echocientos setenta y dos ;
parte do Brazil os Srs. comrnissarios por parte del Paraguay los Senoras: comi-
· coronel do corpo de engenheiros bacha- sario capitan de fragata D. Domingo An-
rel Rufino Enéas Gustavo Galvão e 2° tonio Ortiz, y secretario D. José Dolores
commis3ario, servindo de secretario, ma- Espinosa, y por parte del Brasil los Se-
jor do mesmo corpo bacharel Francisco flores: comisario coronel de ingenieros .·
Xavier Lopes de Araujo ; e por parte do bachiller D. Rufino Enéas Gustavo Galvão
Paraguay os Srs. commissario capitão de y 2º corni~ario, sirviendo de secretario, el
fragata D. Domingos Antonio Ortiz, e mayor del mismo cuerpo bachiller D.
secretario D. José Dolores Espinosa, foi Francisco Xavier Lopes de Araujo, fué
inaugurado o marco de limites levantado inaugurado el mojon levantado en este
neste logar ·escolhido por toda a com- lugar escogido por toda la comision mista.
missão mixta. Este mojon está colocado eu lo alto de
Este marco está colloca<lo no alto da la cordillera de Amambahy, frente á la
cordilheira de Arnambahv, em frente á boca del Potrero de Julio, y seflalará un
boca cio Potreiro de Julio, e assignalàrá punto de la línea divisoria, que, partiendo
· um ponto da linha divisoria, que, par- de la cabecera principal dei Estrella,
tindo da cabecei~a principal do Estrella, donde fué levantado otro mojon, sigue
onde foi levantado outro marco, segue por lo alto de la mismà cordillera, atra-
pelo alto ela mesma cordilheira, atra- vesando el Polrero de Julio, hast~ el
vessando o Potreiro de Julio, até o" marco mojon de la cabecera clel Igatemi, donde.
da cabeceíra do Igatcmy, onde começa comiensa la sierra de Maracajú.
a Serra de Maracajá. El mojon es construido de piedra y cal
0 marco é construido dealvenaria de pe- con las mismas dimensiones de los que
dra, com as mesmas dimensões dos que já ya fueron levantados por h comision, y
E 1 . 2.8
218
forão le,·anlados i ela comm issão e que ~ão: que .son :-Cimienlc= 1"',29 X 2m,20 X
=alicerce:--'.2 ,20 x 2"',20 x Jm,10; base 1m,40; base = 'l"',50 X tm,[)O X 0"',70;
01

= 'i m,t)Ox i "',t)O X 0 ,70; fu sle ·1"',08 X


111
fuste = 1m ,08 X 1m,08 X 3m, 20; capitel
·lm,08x3m,20; capilel = 1m 20 X Jm,20 x = 'im, 20 X 'l m,20 .X Ü"', 20. En la faz del
1

om,20. Na face de Léste tem a inscrip<:ão: Esle Liene la inscripcion :


I mperio do -Brazil, 187 4 Imperio do Brazil, 1874
e na de Oeste y en la del Oesle
Republica del Paragua y, ·J 87 4. Rep ública del Paragu_ay, '187 4.
As faces da pilaslra eslão nos rumos las faces de la pi'astra es:án en los
., verdadeiros de Norle Sul e Léste Oeslé. rumbos verdaderos de Norte-Sur y Este
A face Sui olha para o Polreiro de Julio. Oesle. La faz del Sur mira para el Po-
A sua posição geographica é a seguinte: lrero de Julio.
lalilude-22°,4'1',8" ,4·1 Sul; longiLude- Su posicion geográfica es la seguie11te:
120, 22',.t'i8" ,35 Oeste do imperial obser- lalitud -- 22º,4 '1'8")4·1 Snr; longitud-
vatorio do Rio ·ae Janeiro A dedina<.:ão 120 . 22',b8",35 Oeste dei Lnperial Obser-
da agulha é de 6°, 30' N. E. vatririo de Rio de Janeiro. La declina-
Do Jogar do marco demora : o ma- ciun de la aguja es de 6° .30' N. E.
nancial <lo braço pri ncipal do Guasu1 y, Del lugar del mojon queda: el ma-
affiuente do rio Verde, ao rumo verda- nantial dei brazo principal dul Guasury,
deiro · de 28°,30' S E. e ~ dislanc ia de afluente del .rio Verde, al rumbo verda-
400 melros ; uma lagóa, qu e verte para dero de 28º .30' S. E. y <1 distancia ele
o Ipané, ao rumo verda~eiro de 49°,30' 400 metrus; una laguna) que vierte sus
S. O. e á distancia de 420 metros; e uma · aguas para el Ipané ai rnmbo venladero
vertente <lo Guaiguy, ao rumo verda- de 49··30· S.O. y á distancia. de 4·20 rrc-
deiro de 52° N. E. e á distancia de 1 ,300 lros; y una verliente del Guaiguy al
melros. rumbo Yerdadero de 52° N. E. y á distan-
A boca da picada <lo Potrero de Ju- cia Je 1 1 :rno melros.
l.io que segue pelo alto da cordilheira de La boca de la picada dd Potrero de
0
Amambahy fica ao rur;10 verdadeiro de 1) Julio, que signe por !o alto de la cordi-
S. O.e ádistancia de 5,700 melros. llera de Arnamba hy queda ai rumbo ver-
dadero de t'iº S. O. y á la distancia de
E para que conste. a todo o lempo se 5,700 cnetn-.s.
lavrou o prc!3enle aulo em . duplicala 1 as- Y para que en todo Liempo conste, se ·
signando Lodos os membros pre::entcs da labró el presente documento 1·n duplicata,
commi~são mixia. firrl'iando lodos los miernhros presentes de
la comision mi 5ta.
Run~o ENÉAS Gc:sTAYO GALVÃO, com DoMtNGO A . Or..nz, comisario.
m1ssar10. JosÉ D. EsP1NosA, secretario.
FHANCISCO XAVIER LOPES DE Ar..AUJO, 2° RuFL'iO EN:EAs GusTAVO GALVÃO, co-
comrnissario se rvindo de secrebrio. m1sari0.
Doi\'nNGos A. 0RTJz, comn.iissario. FnANC1sco XAV lrn LoPEs DE AnAúJo,
. Jost D. EsP1NosA> sec_rclario. 2º comisario sirviendo dt' secretario.
219

Depois de assignado o documento . Despues de firmado el documento trans-


acima, nada mais havendo a tratar-se, foi cri plo arriba, no habiendo mas nada de
encerrada esta conferencia, lavrando-se a que tra larse, fué cerrada esta conferencia,
presenl~ acla em duplicata, que, depois labrándose la rrcsente acla,· por di1pli-
de lida e approvada, foi assign.ada pelos cado, que, despues de !eida y aprohada,
Srs. commissarios. fué firmada por los Senores comis~rios.
RuFINO ENÉAS GusTAvo GALVÃO, com- DoMINGO A ÜRTIZ, comisario.
m1ssano. JosÉ D. EsPINOsA, secretario.
FRANC!5CO XAVIER LOPES . DE ARA.UJO, Rur1No ENÉAS GusTAVo . GALv_:\o, co-
servindo de secretario. m1sar10.
DoMINGos A. ÜRnz, commissario. FRANCISCO XAVIER LOPES DE ÁRAUJO,
JosÉ D. EsPINosA, secretario. sirviendo de secretario.

N. 92.
Commissão de limites entre o Brazil Co~ision de lími.tes entre el Paraguay y el
e o Paraguay. Brasil. .

Acta da 16ª conferencüt. Acta de la 16ª conferencia.


Nesta cidade de Assurnpção, aos deze- ·. En esta ciudad de la Asuncion, á los
nove dias do mez de Outubro do anno do diez y nueve dias del ·mes de Octubre
Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo del aiío dei Nacimiento de Nueslro Seõor
de mil ·oitocentos setenta e quatro, sendo Jesu-Cristo de mil ochocientos setenta y
. I nperador do Brazil Sua Magestade o . c_ualro, siendo vice-presidente del Para-
Senhor D. Pedro II, e vice-presidente guay en ejercicio dei potler ejccutivo
do Paraguay em exercicio do poder exe- Su Excelencia el Seõor D. Salvador Jo-
cutivo Sua Excellencia o Sr. D. Salvador vellanos, y Emperador del Brasil Su Ma-
Jovellanos·, se reunio a commissão mixla geslad el Senor D. Pedro H, se reunió ·
demarcadora dos limites dos dous paizes, la comision mista demarcadora de Jos
composta por parte do Brazil dos Srs.: límites de los dos países, cornpuesla por
comrnissario, coronel de engenheiros ba- parte de] Paraguay de los Sefiores co-
charel Rufino Enéas Guslavo Galv~o, misario, capitan de fragata D. Domingo
2° commissario major bacharel Fran- Antonio Ortiz y secretario D. José Dolo-
cisco Xavier · Lop.es de Araujo, e aju- res Espinosa, y por parte dei Brasil de
dantes major bachare.l Guilherme C.arlos los Srs . comisario, coronel de ingenie-
Lassance e capitão bacharel Joaquim ros bachillcr D. Rufino Enéas Gustavo
Xavier .de Oliveira Pimentel, sendo se- Galvão, 2° comisario rnayor ·bachiller
cretario o mesmo capitão Pimentel, e, D. FranCÍS{;O Xav.ier Lopes de Araujo y
220

por parte do Paraguay, dos Srs.: commis- ayudantes, mayor bachiller D. Guiller-
sario capitão de fragata D. Domingo mo Carlos Lassance y capilan bachiller
Antcrnio Ortiz e secretario D. José Do-· D Joaquim Xavier de Oliveira Pimentel,
lores.Espinosa, com o fim de confrontar- siendo secretario el mismo capltan Pi-
se, assignar-se e trocar-se as plantas da mentel, con el fin de confrontar, firmar
serra de Maracajú levantadas pela mesma y cangear las plantas de la sierra de Mara-
commissão cajú, l.evantadas por la misma comision.
Em seguida forão apresentadas as ditas En seguida fueron presentadas las di-
plantas, uma em portuguez e outra em chas plantas, una en portugués y otra .
bespanhol, e forão examinadas por toda en espaüol, y fueroff examinadas por .
a cornmissão. toda la comision.
Nestas plantas .está representada por En estas plantas está representada por·
um traço contínuo de tinta encarnada un trazo contínuo de tinta encarnada
a linha de limites dos dous paizes. ]a línea de límites de los dos paises.
Esta linha, traçada pelo mais alto da Esta Hnea, trazada por lo mas alto
serra, parte do marco collocado junto de la Sierra, parte del mojon colocado
á vertente principal do Jgatemi e segue· cerca de la vertiente principal del Iga-
por campo aberto ao rumo geral de timi y sigue por campo abierto al rombo
19º. 30' S. E . até á distancia de 11 kn,1; general de 19º, 30' S. E. hasta la distan-
penetra o mato, que cobre as vert~ntes eia de 11 kil, 1 ; penetra en el monte
do arroio da Bàrreira, affiuenle do Jga- que cubre las vertientes dei arroyo de
temi, e as contra-vertentes que vão ao la Barrera, afluente del Igatemi, y las
Aguaray, passando entre essas vertentes · contravertientes, que van al Aguaray,
com o rumo geral de 28º S. O. na extensão pasando por entre dichas verti entes con
de 2 kl ,5; sabe no Campo Grande e o el rumbo general de ~8º S. O. en la es-
alra vessa com . o rumo geral de 9° S. E. tension de 2 ·kn5 ; sal e en el Campo-grande
e . distancia de . 23kn,1; torna a entrar y lo atraviesa c_on el rumbo ·general
no mato atravessando-o · com o rumo de 9º S. E. y distancia de 23 kil, 1 ; vuelve
geral de 24º .30' S. E. na extensão de á entrar en el monte, atravesándôlo con
11 kn ,5; conlinúa em campo com o rumo el rumbo general de 24º, 30' S. E. en la
de 8º S. E. e distancia de 4 kiI; penetra e estension de 11 1<u, 5 ; continúa en el
costêa do lado o.riental outro mato ao rumo campo con el rumbo de 8° S. E. y dis-
de 5º S. E. na distancia de 8 kn ,3; sahe tanc ia de 4 kn; penetra y costea del
no campo do Éspadim e atravessa-o com lado oriental otro monte al rumbo de
o rµmo _geral de 3º.30' S. E. na extensão 5º S. E. en la distancia de 8 1d 1 , 3; sale
de 9kn,1 ; atravessa ainda um insigniti- en el Campo dei Espadim y lo atraviesa
cante mato e chega ao .marco collocado · con el rumbo general de 3° 30' S. E. en
nas vertentes do lbicuhy. Este marco está la estension de 9 kn , 1 ; atraviesa á un
aos 10º S. E. do marco de lgatemi e na insignificante . monte y llega al mojon
· distancia de 68 kil ,5, colocado en las ".ertientes del lbicuy.
Este mojon está á los 10º S. E. clel rnojon
<lei Igatimi y á la distancia de 68 kn, 5.

,. I
• 1
221
Do marco do lbicuhy segue a linha De! mojon dei Ibicuy sigue la ,,Jínea
divisoria por mato ao rumo de Õ'iº S. E. divisoria por monte ai rumbo de õ 1º
e distancia de 12 kil, 7; sahe em · campo S. E. y distancia de 12 kn , 7 ; . sal e en
junto á verlente principal do Igurey ou · campo cerca de la vertienle principal
Garei e vai ao rumo de 4· 1º N. E. na dis- de1 Iguarey ó Garey y vá al rumbo de
tancia de 4 kit ,õ; muda o rumo para õ8° 41 º N. E. en la distancia de 4 kii, õ ;
S. E. alé 9 ki 1,8, sendo 3 k 11 ,õ aind3: em muda el rumbo para ·5s S. E. hasta
0

campo e o restante na grande malta, 9 kil, 8, siendo 3 kil, õ aun en campo y


qne se estende até ao Salto das Sete- ]o reEtan!e en el monte alto, que se
Qucdas ; conlináa por essa malta ao estiende hasta el ·Salto de las Siete-Cai-
rumo geral de 69° N. E . na extensão das ; conlimía por dicho monte al rumbo
de 51 kil ,3, .e depois, ao rumo geral de general de 69º N. E. en la estension de
53º S.E.,atravessa dous pequenos campos 61 kil ,3, · y despues, ai rumbo general de
e, com 46 ku ,3 de distancia neste ultimo 53º S .E ., atraviesa dos pequenos campos
ru ffiü,l~"ã" Dª,!_~,~ ,;Q;tâ_nte dás y con 4() kil ,3 de distancia en este Ultimo
Se t~ -_Q,Y~,s, que são formadas pelo en- rumbo~ llega á la 5ª y mas importante de
contro da serr.a com o rio Paraná, ha- las Sicte -Caidàs, que son formadas por el
vendo em frente uma pequena ilha. encuentro de la sierra con el rio Paraná,
teniendo en frente una pequeüa isla.
Todas as distancias acima referidas Todas laa distancias arriba referidas
são cont~das em linha recta, e os rumos son contadas en línea recta y los rum.
verdadeiros. hos verdaderos.
Os pequenos detalhes da. linha e par- Los pequenos detalles de la línea y
ticularidades da zona que a contém são particularidades de la zona que la con·
consignadas nas plantas. tiene son consignados en las plantas.
Feita esta descripção da linha de li- Hecha esta descripcion de la l íuea dê.
mites á vista das <luas plantas, forão límiles á la vista de las dos plan.tas,
ellas, depois de bem examinadas, as- fueron ellas, despues de bien examina-
signadas por todos os membros da com- das, firmadas por todos los miembros de
missão mix.ta . la comision mista.
E não havendo mais nada a tratar-se, Y no habiendo mas nada de que tratarse
foi encerrada esta conferencia, lavrando- fué cerrada esta conferencia, labrándose
se a presente acta por duplicata, que, la presente acta . por duplicado, · qu~,
depois de lida é approvacla, foi assignada · despues de leida y aprobada, fué firmada
por toda a commissão mixta. por toda la comision mista.
RuF1No ENÉAs GusTAvo GALVÃO, com- Do1111NGO A. ÜRnz, comisario.
missario. JosÉ D. EsPrNOSA, secretario.
FRANCISCO XAVIER LOPES DE AnAurn, RUFINO ENÉAs GusTAVo GALVÃO, coriú~ ·
2º commissario. sano.
Gu1LHERME CARLOS LAsSANCE, ajudante. FRANCISCO XAVJER LOPES DE ARAUJO,
J~oAQUIM XAVIER DE OLIVEIRA Purn~TEL, 2º comisario.
ajudante e secretario. GrnLLERMO CARLOS LAsSANCE, ayudante.
DOMINGOS A. ÜRTrz, commissario. JoAQUIM XAVIER DE ÜLIVEITl.A PIMENTEL,
JOSÉ D. EsPINOSA, secretario. ayudante y secretario.
222

N. 93.
Commissão de limites entre o Brazil Comi'>ion de limites entre el Paraguay
e o Paraguay. y el Brasil.

Acta da 17ª con(erencir:t. Acta de la 1. 7ª conferencia~

Nesta cidade de A:;sumrL;ão, aos vinte En esta ciudad de la Asuncion., á los


dias do mcz de Outubro <lo anno do veinle dias del mes de Oclubre del ano
Nascimento ele Nosso Senhor Jesus Chris- del Nacimi enlo de Nue stro Senor Jesu-
lo de mil oitocentos setenta e qualro,
' . Crislo de mil ochocienlos setenta y cua-
sendo Imperador do Brazil Sua M1ges- tro, siendo vice-presidente del Paraguay
tade o Senhor D. Pedro ll,e vice-presidente en ejercicio dd poder ejeculivo Su Ex-
do Paraguay em excrcicio do poder exe- cellencía el Senor D. Sal vaclor Jove-
cutivo S. Ex. o Sr. D. Salvador Jovel- llanos, y Emperador del Brasil Su Ma-
lanos, se reuni o· a com missão de rnarca- gestade el Senor D. Pedro II, se reunió
<lora dos limites dos ~ous paizes, com- . la comision demarcadora de los límiles
posta por parte do Brazil dos Srs. com- de los dos paises, compnesta por parle
missario coronel de engenheiros bacharel dei Paraguay de los Srs. comisario ca-
Rufino Enéas Gustavo ·Galvão, 2c1 com- pitan ele fragata D. Domingo A. Ortiz y
missario major bacharel Francisco Xav:ier secretario D. José Dolores Espinosa, y
Lopes de Araujo e ajudantes major por parle d~l Brasil de los Srs : comi-
bacharel Guilher.ne Carlos Lassance e sario coronel de ingenieros bachiller
· capitã'o bacharel Joaquim Xélvier de D. Rufino Enéas Gustarn Galvão, 2° co-
Oliveira Pimentel, sendo secretario o misario mayor bachiller D. Francisco
me.smo capitão Pimentel, e por parte do Xavier Lopes de Araujo y ayudanles
Paraguay dos Srs. commissario capitão mayor bachiller D. Guillermo Carlos
de fragata D. Domingos Antonio Ortiz e Lassance y capil<rn bachiller D. Joaquin
secretario D. José Dolores Espinosa, com Xavier de Oliveira Pimentel., siendo se-
o fim de confrontar-se, assignar-s e e cretario el mismo capitan Pimentel, con
trocar-se as pla1Jtas do rio Paraná, le- el fin de ·confrontar, firmar y cangear las
vantadas pela commissão. plantas del rio Paraná, levantadas por
la comision.
Em seguida forão apresentadas as dilas En seguida fueron presentadas las di-
plantas, uma em portuguez e outra em chas plantas, una en pori.ugués y olra en
hespanhol, e furão examinadas por toda espanol, y fueron examinadas por toda la
a commissão. com1s10n.
Nestas plantas a linha de limites, re- En estas plantas la línea de límites,
presentada por um traço contínuo de representacl~ por un trazo contínuo de
tinta encarnada, parte do salfo das Sete- tinta encarnada, parle del salto de las
Quedas e vai pelo canal principal . do Siele-Caidas y vá por el canal principal
rio Paraná até á , boca d <~ rio Iguassú ou del rio Paraná hasta frente á ·1a boca dei
Coritiba, ao rumo geral de 9º. 30' S. O.', e rio Jg~rnssú 6 Coritiba: ai rumbo general
distancia de 173 kilomelros. de 9°.30' S. O. y distanc ia de 173 kilo
metros.
J\o partir do salto das Sete-Quedas a AI partir ·dei Sallo de las Siete-Caidas
linha tem o rumo geral de 32º.2 '1; S. O., la línea tiene cl rumbo general de 32º.21'
até uma pequena ilha na <listancia de S. O. hasta una pequena isla en la dis-
12 kil. Esta ilha fica sendo do dominio tancia ele 12 kil. Esta isla queda siendo
paraguayo. Dessa ilha a linha toma <lei domínio paraguayo . De dicha isJa Ia
o rumo geral de 9° S. O. até á segunda línea toma el rumho general de 9° S. O.
ilha, distante 152 kil., 2 da primeira. hasta la segunda isla, distante Hí2 kil.,
Esta segunda ilha, denominada de Santa 2 de la primera. Esta segunda isla, de-
Afaria, fica p'ertencendo ao Brazil. Da nominada de Santa Maria, queda pertc-
ilha Santa Maria até á barra do Jguassú neciendo al Brasil. De la isla Santa- ·
a linha de limites tem o rumo geral de Maria hasta la barra ·del Jguassú la línea
1º.45' s. E. em 9 kil., 5 de extensão. de límites tirne el rumbo general de
1°.45' S E. em 9 kil., 5 de estension.
A foz do Iguassú é o extremo Sul da La boca del Jguassú es el estremo Sur
linha divisaria dos dous paizes, no rio de Ia línea divisaria de los dos paises en
Paraná. el rio Paraná.
A posição geographica do salto das La posicion geográfica del Salto de las
Sele-Quedas é latitude 24º. 3". 31 ",4·2 Siele-Caidas és: Latitud = 2~º . 3',31"}4·2
Sul; longitude 11º. 6" O", 30; a deciina ·- Sur; longitud= 1lº.fi'0", 30; la declina~
ção da agulha é de 5°.36". ·J 5" Nordeste. cion de la aguja es de 5°. 36. ' ·15" Nordeste.
A foz do Jguassú está na lati tude Sul La barra del Jguassú está en la Iatilud
de 26°.35'e28",H,e longitude de 1·1°.22'. Sur de 26°, 35' y 28", 11, y longitud de
tí0'\40; sendo a declinação da agulha H º.22' ,50",40; siendo la declinacion de
de 6º.34·', 15" Nordeste. la aguja 6° 34' 15" Nordeste.
Os rumos acima referidos são verda- Los rumbos arriba referidos son ver-
de:ros, e as distancias contadas em linha daderos, y las distancias contadas en línea
recta; as lPn g ilud(~S são referidas ao recta; las longitudes son referidas ai
imperial observatorio do Rio de Jan eiro. Imperial Observatorio de Rio de Janeiro.
Depois de mand.ar -se consignar nesta Despues de mandarse consignar en esta
acta. a descripção, acima transcripla, acta la descripcion transcripta arriba ele
desta parte da linha de limites e a po- esta parte de la línea de límites y la po-
sição geographica dos dous pontos que sicion geográfica de los dos puntos que
a comprehendem, foi encerrada eEla la comprenden, fué cerrada esta con-
conferencia, lavrando-se em duplicata a ferencia, labrándose por duplicado Ia
presente acta, que, depois de lida e ap- presente acta, que, dcspues de leida y
provada foi assignada por toda a com- aprobada, fué firmada por toda la comi-
missão mixta. sion mista.
RuFINú E1':tAs GustAvo GALVÃO, com- Doi\'llNGO A. Onnz, comisario.
missario. JosÉ D. EsPINOSA? secrelari_?.
FRANCISCO XAVIER LOPES DE ARAUJO, Rur1No ENÉ.à.S GusTAVO GALVÃO, comí-
2º commissario. sano .
Gu1LHERME CARLOS LASSANCE, ajudante. FRANCISCO XAVIER LOPES DE ARAUJO,
JoAQUM X_.\. VIER DE OuvmRA P1MENTEI., 2° comisariD.
ajudante e secretario . Gu1LLERMO CÚlLOS LASSANCE, ayudanle.
DoMrnrns A . ÜRTiz, commissario. JoAQUlM XAVIER DE OuvEmA PrnENTEL,
JosÉ D. EsPINOSA, sccretarío. ayuJante y secretario.

N. 94.
Commissão de limites entre o Brazil e .o Comision de limites entre el Paraguay
Paraguay. y el Brasil.

Acta da 18ª - e ultima conferencia. Acta de la t 8• y ultima conferencia.


Nesta cidade de Assumpção, aos vinte En esta ciudad de la Asuncion, á los
e quatro dias do rnez de Outubro do anno veinte y cualro dias del mes de Octubre
do nascimento de Nosso Senhor Jesus- del ano del Nacimiento de N uestró Senor
Christo, de mil oitocentos setenta e qua- Jesu-Cristo de mil ochocientos setenta y
tro, sendo Imperador do Brazil Sua Ma- cuatro, siendo vice-presidente del Pa-
gestade o Sr . D. Pedro II, e vice-presi- ragnay en ejercicio clel poder ejeculivo
dente do Paraguay em exercicio do poder Su Excclencia el Seüor D. Salvador Jo-
executivo S. Ex . o Sr. D. Salvador Jovel- vellanos, y Emperador del Brasil Su Ma-
lanos, se reunio a commissão mixla de- gcstacl el Senor D. Pedro II, se reunió la
marcadora dos limites dos dous paizes, comision mista demarcadora de los lí-
composta por parte do Brazil dos Srs. mites de los dos pai::;es, compnes la por
commissario coronel de engenheiros ba- parle del Paraguay de los Srs. : comi-
charel Rufino Enéas Gustavo Galvão, 2° sario capitan de fragata D. Domingo An-
comm_issario major bacharel Francisco tonio Ortiz y secretari_o D. José Dolores
Xavier Lopes de Araujo e ajudantes Espinosa, y por parte del Brasil de los
major bacharel Guilherme Carlos Las- Srs .: comisario coronel de ingenieros ba-
sancc e capitão bacharel Joaquim Xa- chiller D. Rufino Enéas Gustavo Galvão,
vier de Oliveira Pimentel, send_o secre- 2° com isa rio mayor bachiller D. Francisco
·tario o mesmo capitão Pimentel.1 e· por Xavier Lopes de Arnujo y ayuJanles
parte do Paraguay elos Srs. commissario mayor bachi!ler D. Guillermo Carlos
capitão de fragata D. Domingos Antonio Lassance y capitan bachiller D. Joaqnin
e
Ortiz secretario D. José Dolores Espi- Xavier de Oliveira P'imentel, siendo se-
nosa, com o 1im de encerrar-se os traba- cretario el mismo capilan Pimentel, con
lhos da cot,nmissão, assignando-se a carta el Hn de eerrarse los lrabajos ele la

)
~. .

225

geral da fronteira, levantada e organi- comision , firm<:1r1dose la carta gen eral


sada para servir de documento da de- de la frontera , levantada y organisada
marcação a que acaba de proceder-se . para servir de documento de la clemar-
cacion, á qu e a·caba de procederse.
Forão apresentados os dous originaes Fueron presentado~ Jos dos origina -
desta carta, um em portuguez e outro em Jes de es ta· carta, uno en portugués y
hespanhoJ, e forão examinados por toda otro en e;;: pa.õol, y fueron examii1ados
a commissão·. por _toda Ia comision :
Nestas cartas está representada, por En estas car tas esl.á representada por
uma faxa de côr amarella do lado do Brazil una cinta de color amarillo del lado
e encarnada · do . Ja·do do· Paraguay) a · del Brasil y encar_nado del lado dei Pa-
linha de limites desde a barra do rio raguay, la lÍr!ea de Iímites, desde la
lguassú no Paraná alé á do Apa no Pa- barra del rio lguasú eH el Paranà hasta
raguay, seguindo o traço prescripto nas la dei Apa en el Paraguay, siguiendo el
instrucções dadas pelos dous governos, trazo prescrito en las inslrucciones dadas
de accôrdo com o tratado de limites de por los do~ gobiernos, de <•cnerdo con cl
9 ·de Janeiro çle 1872. _tratado de Jí mites de 9 ele Enero de 1872.
A descripçãu da linha de limites consla La d.iscripcion de la Jíne:1 de límiles
das aclas da 3", 6\ 7ª, 1ú•, '12", 16ª e consta de las artas de 1as 3ª, 6", 7•, ·
17" conferencia da commissão e das 10", 1:2", 16ª y 17" conferencias de la
1

plantas parciaes assignadas na 3", 6", comision .y de las plantas parciales fir-
7ª, 10·, 16ª e 17ª conferencia. madas en la 3ª, 6", 7", 1(')", '16ª y 17"
conferencias.
Seis marcos fuvantados pela commis- Seis mojones, levantados por la co-
8ão assignalão os pontos mais nolaveis mision, sénalan ios p.untos mas notables
da linha. As pos,ções geographicas desses de la Jínea . · Las posiciones geográfi- .
pontos e,_ 1.particularjd.ades dos lerrenos cas de _dichos puntos y . particularidades
circumvizí.nhos, const~~ . dos autos de coh: de los terrenos circunvecinos constan
· locação de.ss~~ mar·cos·,. _:(:.lssignados na 2"; de la s actas de coJocaciou de Jos mojo-
8\ 9ª, '13", 1.4ª e Hi" conferencia. nes, firmadas en Jas 2", 8'.', 9ª, 13", 14ª
. -,.
y 'l ?ª ~onferencias .
As posições.··keograph_icas de outros Las.. posiciones geográJicas de otros
pontos notav~is.(fà linha, assignc\Jados pela puntQ~ notµbles de la Jínea, sefialados
natureza, taes . c-~~mo o ~alto das Sete- por la n~1turaleza, ta fes como el Snlto
Quedas e b~rra ·ck» rio Jguassú, constão de las Siele-Caidas y barra del rio Jgua s ú ~
da acta dá 17ª éói~Terencià e de tabeilas constan de Ja acta de la 17ª conferen-
transcriptas nas ~artas pareia cs e geral cia, y de tahlas transcr.itas en las car- .
da fronteira. · tas parciales y generãl ele la frontera.
Essas plantas parciaes e carla geral , Dichas plantas parciales y carta ge-
hem corno as actas das conferencias da neral , bien como Jas a e tas de las con-
cominissão , · comprovão e comprovar{iõ ferencias do là comision, comprueban y
E, I 29 .
226

a todo o tempo a.realização da demarca- comprobarán en todo tiempo lá reali-


ção da fronteira dos .dous paizes, ba- sacion de la demarcacion de ]a frontera
seada no tratado de limites de 9 de Ja- de los dos . paises, basada en el tratado
neiro de 1872, ficando deslindada a
1
de límites de 9 de Enero de '1872, que-
mesma fronteira de ·conformidade com dando deslindada la misma frontera de
esses documentos. conforrnidad con esos ·documentos.
Feitas estas declarações forão em se- Hechas eslas declaraciones, foeron en
guida -assignados .os dous originaes da seguida fim_iados los dos orfginales de
carta geographica da fronteira, por todos la carla geográfica de la l'rontera, por
os membros da com missão mix.ta. todos los miemhros de ]a comision mista.
Em seguida forão trocadas mutuas con- . En seguida fueron cambiadas mlí.tuas
gratu1ações entre os Srs. ·chefes e mem- congratulaciones entre ]os Srs. gefes y
bros elas dua·s commissões pela feliz con- i1liembros de la comision mista por la
clusão de seus trabalhos, e harmonia feliz conclusion de sus trabajós, y ar-
com que vivêrão, execulando tão arduos .munia con que vivieron, ejecutando_ tan
serviços segregad9s da soéiedade por êirduos servicir)s, segregados de la socie-
máis de d_ous annos; mas salisfazendo dad por mas ele dos anos; mas satisfa-
com esses sacrificios pessoae~ as aspira- ciendo con esos sacrificios personales las
ções de seus governos 1 que tende1n sempre aspiraciones de susgobiernos, que lienden
a estreita'r os laços das mais harmoniosas sieinpre á.estrechar los lazos de las mas
relações dos dous Eslados, para_o que a armoniosas rela.ciones de ]os dos Estados,
fixação da fronteira cooperará sempre. para lo que la fijacion de frontera co·
operará siempre.
Assim encerrados os lrabalhos da corn- Cerrados asi los trabajos de la cómi·
missão mixta, e nada mais havendo a sion mista, y no habiendo mas nada de
lratar-se , foi levantada a presente e ul- que tralarse, fué levantada Ja presente
tima conferencia, lavrando-se a presenle y última conferencia; labrándose la pre-
acla, em duplicata, que, _depois de lida senle acta, por duplicàdo, que, despues
e approvada, foi assignada por lodos os de leida y aprobada, fué firmada por
membros da mesma cornmissão. todos los miembros de la rn1sma co-
m1s10n.
Hu111No ENÉAS GusTAVO GALVÃO, com- DoMiNGo A. 01n~z , comisario.
m1ssano. JosÉ D. Esr1NOSA, secretario.
FRANCISCO XAVIER LOPES DE AHAUJO, ·RuFINO ENÉAs GusTAvo GALVÃO, con11-
2° commissario . sano.
GmLHERME CARLOS LAsSANCE, ajudante. FRAN CLS CO XAVlER LOPES DE AHAUJO' 2° co-
JOAQUIM XAVIER DE ÜLIVEIRA PIMENTEL , m1sano.
aj lldante e secretario. Gu1LLERi\IO CARLOS LAssANcE, ayudanle.
DmmNGOS A. OnTiz, commissario. JoAQUlN XAVIER DE ÜLIVElH.A PIMENTEL,
JosÉ D. EsPINOSA, secretario. ayuclante y secretario.
227

Relatorio [Bral da demarca~ão de limites ·entre oBrazil e oPara[uay. ·

Illm. e Exm. Sr.-Sómente por cumprimento de dever . passo a fazer a expo-


. sição geral dos trabalhos da demarcação de limites com o Paràguay, porque,
prestes a partir para a fronteira do Rio-Grande do Sul, e tendo de attender a
deveres de familia, da qual acabo de estar ausente mais de dous annos no ser-
viço da demarcação, além dos c·inco da campanha do Paraguay, não me resta
f.empo sufficiente para occnpar-me com tão imporlante assumpto, quando ainda
me sinlo fatigado desses sete annos de penosos e quasi contínuos trabalhos.
Espero, pois, que V. Ex. se dignará desculpar· a imperfeição e o pouco des-
envolvimento deste relatorio.

ll"at•tida tia commissiio b1•azileil•a pa1•a a A.ssmnpção:

Municla a com missão brazileira ·de instrumentos de astro1~omia e topographia;


bem como de abarracamento, ferramenta _de carpinteiro e de picadas, partio
clesla côrte no transporte de guerra a vapor Vassimon no dia .18 de Junho .de
1872, e chegou á capital do Paraguay a 16 do seguinte mez.
Compunha-se a cornmissão dos Srs.: coronel de engenheiros Rufino Enéas Gus ..
lavo Galvão, ho,je barão de Maracajú, commissario; ajudant~, major Francisco
Xavier Lopes de Araujo; capitão Guilherme Carlos Lassance, hoje major, ambos
do referido corpo, e capitão Joaquim Xavier de Oliveira .Pimentel, do corpo de
estado-maior ·de . 1ª. classe.
Acompanhava a commissão o Dr. Augusto Wencesláo da Silva Lisboa, medico,
com urna arnbulancia.
O primeiro daquelles ajudantes tinha nomeação imperial. para substituir o
comnnssano em seus impedimentos , e o ultimo nomeei secretario da coin-
missão.
Chegando á Assumpção soube que aGkava-se nomeado commissario de limites
por parte da Republica o capitão de fragata Sr. D. Domingos Antonio Ortiz, e
posteriormente forão nomeados os . seus ajudantes e secretario o Sr. D. José Dolores
Espinosa, o qual acompanhou seu chefe até ao fim da démarcação, sendo os
ajudantes suhslituidos por vezes.
Emquanto se p~·eparava a commissão mixta, occupou-se O· major Lopes de
Araujo, astronbrno da ccimmissão . brazileira, com observações astronomicas.
Requisitei á nossa legação 50 praças de infantaria e to de cavallaria armadas
e municiadas, e alguns operarios, bem como ferramenla de pedreiro, uma ·1ancha a
vã.por, quatro chalanas , sendo duas peqüenas,. seis carroças, bois, mulas, etc, ·
~28

Aqu ella for·ça_ mat'c hou so b o commando do major Antoni o Maria Coelho, hoj e
u~ n e nt e-c o rn n c l gl'ad uaclo.
Achand o-se pro mpta a commissão ·rnixta para executar o · tratado de lirniles
ass ignado cm Ass urnpçõ.o cm 0 de Jan eiro do rcfol'ido anno , pal'lio ell a a bordo
do lra nsporle a vap o1· Visconde do Rio /Jmnco no dia 7 de Agosto com dc.slin o
ri foz do rio Apa parn ence tar os trab alhos da demarcação de conformidad e rorn
as [n::;lrúeções dos do us governos .

. No dia '12 el o · Agos lo r.í lar clc fund eou o refe rid o transporte cm· frente :i foz
daqnc llc ri o,· e em seg uida desembarcou a commi ssão mixla na margem di-
rr.i ta, pouco acima du mesma foz.
Es te log;a r, que roí escolhido pal'n acampnrne ní o: de nomi ne i-o - Porto de
San ln Maria--) cuj n denom in ação foi approvada pelo gove rno imperial.
No tl! a ··ií3 . em reun ião solem ne dns duns co mmissões, co rnrnuni c::íríi.o os rcs-
poclivos commissa rios os se us poderes, e, em segu ida , de11-sc comêço aos lra-
balhos ela dcma r·caçã? r. á co nslr.ncção do pri me iro rnarco 1 junto ao acari1pamenlo
da comrni ssão brazilcÍl'a.
A cornmissão mi xta lavrou a acl~ de~ la reuni ão, rern eltendo eu o ori ginill
pertencente ao Brazil ao mini slerio el e V. Ex .
A corn missão braú lPira monlou em se u obser vatorio a lun eta meridiana , r
nccupou-se a mi xta co m o levantamen to da pla nta da fo z do ri o Apa.
Es la comrnissão r e~~ni o - s e pe la segund a vez no dia '.23 ele Se tcmb1·0 co m o
fi rn de inaugurar o primeiro marco de lirnites e cm seguid a lavrou o com-
pelente lermo, no qn al esLUo co nsignadas as dim ensões dessa buli sa, que é con -
struid a ele pedra e cal , :_1s coo1:denadas geoe;rnphi cas e outra s particularidad el'.
O or igin al des te termo pertence nte ao Brnzil remelti igualmente no mini sleri o
<lc V. Ex.
O marco eleva-se acima do so lo de qu atro melros, e qu ei11 só bc ou clescc o
ri o P;Haguuy, avifi tn-o nn lr. s de r.ht:gar ri foz do Apa .
Corno jrí disse, o logae esco lhi do para· o n-1arco foi cm lerril.ori o brazilci ro,
dci/u ndo a co rn missão paraguaya ele con sl1'ui1· 01it ro- co rres ponrl enlc ·cm · lcl'ri -
to rio rlo seu paiz por julgar rlesnecessario.
De novo rctrnio - se a com.missão rni xl. a. no di a 28 do referid o mcz, cm c11jn
reu11ilí.o í'oriío p r ese nl r~.' os oi~ i g;i n aes da s planlas da foz do Ap:i, ç(u c, dcpoi r.; d1•
ex arn i~1 ados, ·f'orãçi assignados, fica nd o cadn com missf(o com o se u cxe n1 pla r; corno
tud o r.ónsln da l'Cs pect.i va acla.
T~ s le docun.11rnto e plan ta remelti ao minisleri o tlo3 negocios eslra ng1:iros.
A, époe ha pa ra. os lrnbalhos to pogrn phi cos foi a me lhor po r co in cidir com n
mri ioe der.resc i.men to das agt;1Ds.
O rio Apa lança-se no. Pai'aguay- por duas bocas, . senclo a principal a do
nortê .
Seu primitivo nome foi Apa, nighy, assim denominado pelos índios Mbayas,
quando em meados do sec ulo passado lransfcrirão.:sc do Chaco para os deparfa~
mcnlos da Conceição e S. Salvador .
. Os restos desta valenlc raça, hoj e tão reduzi"da, conhecida po.r nós pelo nome
de Guayrurús, vivem actualmente em Nabileque, territorio de Matlo-Grosso.
O local onde esteve acampada a commissão mixla acha-se em uma peninsula,
formada pelas aguas do Paraguuy, Apa e dos esleros e lagôas , que despej5.o-sr.
naquelle rio'. O isthino desta peri insula é urna collina . propria para· uma colonia
militar.
Os terrenos da península são apropriados para a crea,~ão de gado, e nelles
abunda a palmei.ra Carandá, que tão utii foi na co nslmc çtío da es trada, que a
commissão de engenheiros, sob minha direc ç~o, constrnio no Chaco em frente
ás baterias de Angosl.ura.
Nos capões e matos que bor<lão os rios Parag ua.r e Apa encontra-se o 1m~­
cioso páo santo (Guayaco), tão qlil em medicina, e diversas madeiras do. con-
slmcção.
O rio Apa é bastante pi scoso e as suas ag'uas são excellentcs.
I

A maior temperatura que marcou o thermo me lro cenligrado no podo de Sanla


Maria, durante o tempo que ahi permaneceu a commissão mixla, foi de 33°,8'2 .
no dia 18 de Setembro, e ·a menor '.24º, 66 no dia 7 . do mesmo rnez.
A localidade de qu e tenho tratado é lambem apropriada riara aeampamcnlo de
forças, e o ancoradomo , junlo á foz do Apa , presta-se igu::ilm enle para estaçí'ío
rlc navios de guerra.
Occupada qu e fosse es ta localidade por praças de lena e mar se levantaria cm
pouco tem po uma povoação no islhrno, e .estas forças se acha ri ão cm cond içõcs
fnvoravei s para qualquer emergencia.
Jt tão minuciosa a planta da foz elo Apa, que remei.Li , crue dispnnsa-rne entrar
r.m particularidades.·
Ourante a permanencia da com missão no porto (lc San la Maria,. . apparrcêri'ío
por vezes·em no'Sso aca11_1pamenlo os índi os da num erosa Lribu dos Tn gae l{~s , q11r.
l1::i.bi t5o o Ch<ico, cm frenle ác1uella foz. ·
Esl.es índios v'ivem da pesca e caça ; andão mís e se mpre armailo;:;; de arco e ílcchas .
São excell entes nadadol'es, e süas esguias canôas siio ve loc issimas so h sens rcnrns.
liio ao nosso aearnpamcnto em numero quasi se mpl'c superior a tiO. Nf.io inspi-
rilo co nfi ança, e por vezes lêm atacado as siluações paraguayas.
Uma das vezes forão visita r-nos acompa nhados dos indios Terenas, qu e hahiliio lam-
hem no Chaco, em frente ao Pão de Assuca r.
Es les índios já se vestem co m um tecido grosseiro ; ·planl.:1n, n cri5.o g-allinhas.
No dislriclo de Mirnnda lrn oulra lrihu de Tercnas .
. \
230 '

Com o estabelecimento de uma colonia militar no porto de Santa Maria pode- .


riamos tir!n resultado daqüelles Terenas e dos Ingaetés.
Achando-se prompta a commissão mixta para continuar com a demarcação, partio
ella no dia 28 dividida em duas secções indo uma dellas pelo rio e outra por
terra.
-
Esta secção seguio pela margem esquerda e pelo antigo caminho das guardas
paraguayas, que parte do vertice do angulo formado pelo rio Paraguay com o Apa.
Este ponto é conhecido pelo nome de guarda da confluencia e foi uma das
mais importantes, antes e durante a gµerra.
Achando- se quasi que obstruida a picada que communica esta guarda com a
seguinte mandei reabri-la.
Preferi este caminho por não haver oufro' na margem direita, por onde seria
muifo difficil a construcção de uma estrada por causa dos esteros e matos.
Com esta secção, sob a direcção do major Araujo seguio o capitão Pimentel e
dous ajudantes .da commissão paraguaya, bem. como a maior parte do material
elas duas com missões e carretame do fornecimento com viveres.
· A mesma secção devia parar nas antigas guardas paraguayas estabelecidas na
margem do rio Apa, afim de se communicar com a outra secção e fornecer-lh e
vi veres e prestar-lhes outros recursos.
O major Araujo Fecebeu instrucções para, auxiliado por um dos ajudantes da
commissão paraguayà, determinar a posíção geographica das referidas guardas, e o
capitão Pimentel de fazer o levantamento do caminho.
Com a secção fluvial ião os dous commissarios, o major Lassance e u'm ajudante
paraguayo e 18 praças, e dispunha ella de uma pequena canôa. e de quatro chalanas, ·
conduzindo as duas maiores a· maior ·parte dos 'instrumentos, .as nossas reduzidas
bagagens e das praças e viveres para oito dias ,
Esta secção, incumbida da demarcação e do levantamento da planta do rio,
chegou á guarda do Canillar no dia 4 de Outubro, e não tendo encontrad~ a outra,
mandei quatro praças armadas ao encontro della e com ·aviso de marchar para
a guarda do Estrella, para ·onde eu seguia. ·
Chegando · a esta guarda e não encontrando a outra secção, e sabend_o que a
demora era devida á picada entre a confluencia e o Canillar, regressei a e·sta ultima
guarda, e dahi segui p.or terra ao encontro da secção que já s.e achava fóra
da picada.
Tendo parte de alguns prejuízos, como de animaes mortos e . extraviados nos
matos e de du.as carroças, que precisa vão de ·concerto, . mandei estas para bordo
da canhoneira Chuhy, afim de serem reparadas em Assumpção ; e, depois de tomar
outras providencias, regressei por terra com toda a secção para a guarda do Estrella .
O pralico, que mandei contratar para os caminhos das guardas, não tendo acer-
tado com o que vai á do Recife, fui acompanhado do . commissario paraguayo do
mesmo pratico e de alguma~ praças de cavallaria procurar esse c·aminho .
231
Pouco adiante da guarda da Es!rella ha diversos caminhos, q·ue se àchavão pouco
visíveis; e, tomando ·eu o que se dirige para léste_, fúi dar a uhrn guarda, que o
. pratico reconheceu ser a do Recife, distante daquella sete leguas .
.· Todo o dia foi empregado neste reconhecimento, supportan·do~se um soJ abrazador
e falta d'agua. ·
No dia 11 continuárão as duas secções com seus trabalhos, e no seguinte per-
noitou a fluvial logo abaixo de uma cachoeira.
Sendo deílcarregadas· as chalanas maiores e conduzi<las por forra as · cargas,
lranspuzerão com felicidade no dia 13 aquellas embarcações e as outras menores os
quatro pequenos degráos da cachoeira.
No dia 14 transpuzer·ão as mesmas e;11harcações outro obstaculo menor, alli-
viando;se as duas chalanas maiores; e no dia seguinte pernoHou-sc log'o abaixo
.de outra cachoeira, que percebeu-se ser grande pelo seu ruido.
Reconhecida· esta cachoeira na manhã de '16, deu-se começo á subida, gastando
. cada uma das duas maiores chàlanas: que se achavão completamente descarregadas,
quatro horas. Calava cada urna destas embarcações onze decímetros descarregada, e
cincoenta e cinco carregada, e tipha as seguiütes diinensõcs : .1ow de - comprimento,
2m,59 de boca e 1m,20 de pontal.
O maior ohstaculo que· apresenta o Apa até acima do passo da Bella Vista é
esta ultima cachoeira que tem 1'",050 de desenvolvimento, 270'" de Iarg·ura. Consta
ella de seis grandes ·degráos e ·dous saltos. · .
Esta cachoeira corresponde á.- guarda do Recife, que se aéha afastada da mar-
gem do rio, e por este motivo designei o forle de S. Carlos para ponto da r'euniãg
das duas secções.
o
Até abaixo da grande cachoeira deve río Apa offerecer navegação facil, quando
elle estivei' em médias aguas, a pequenos vapores.. .
A lancha a vapor que levava a commissão pouco subio acima do porto de Santa
Maria, pgr achar-se então o rio muito baixo.
De sua foz á parte inferiór da grande cachoeira, que foi denominadà de. Santo An-
tonio, c~ntão-se as seguintes horas de navegação a remos, abate11do-se as rn- .
terrupções.
h. m. -
. Foz do Apa á guarda da Estrella. ; .......... . 21, 30
. J)o Estrclla á '1ª cachoeira (parte inferior) .... . 13, 00
Da 1'1 cachoeira á de Santo Antonio (idem) ... . 11, 30

Total ........ . , . . . . . . 46, 00


.As distancias pelo rio e por terra a estes pontos e outras particularidades
constão da· planta do Apa, ·que remetti ao ministerio d.e estrangeiros :
No dia 17 subirão as outras chalanas e canôa, e forão transportadas por terra
pelos· tri polantes as .cargas .
A rocha de que são form~tdas as referidas cachoeiras é . o grés corüpa.cLo, que
apresenta-se ora ern camadas horizonlaes e ora em verticaes; e são tão ponte-
agudas e escoúegadias as superiores na cachoeira de Santo Antonio," que difficilmente
se póde cami.nhar por ellas.
A subida _desta cachoeira é cheia ele riscos, como observei· e requer mui lo
cuidado.
Na parle superiol' daquclla cachoeira, apresenta-se o Apa muito _ mais largo e
fundo, e suas aguas corrião com bastante serenidade.
No dia '18 contimüirãn os trabalhos da demarcação e do levantamento da plan~a
do rio, e principiou-se a vêr campos ú margem direita do rio, bem éorno alguns
scrros do rama.l da serra, que fórma a grande ca~hoeira.
Estas particularidades estão tarnbe1n mencionadas na planta.
No dia 20 cheguei com a expeflição fluvial ao forle de S. Carlos, onde desde
·'13 se achava a outra secção.
Da grande cachoeira até ao -·forle as nnicas difüculdades que enconlnüão-se, forão
os troncos ·de arvores que obslruião o rio em alguns logares. _
O forte de S. Ca~·Jos é de alvenaria, e suas muralhas .achão-se em bom
· estado ..
Está situado sobre um outeiro e um pouco afastado ·da margem, e foi com;-
lmido H? reinado de Carlos lV de Hespanha.
Os indios Guaycu·rús atacárão ·este forte por vezes .
Tendo-se demorad·o a com missão mixta no forte . de S. ~arlos até o dia 2:2 pol'
causa dos trabalhos de construcção e de .secretaria, continuou no dia seguinte a
demarcação e a planla do Apa, ficando de marchar no mesmo dia a outra secç~w
para a guarda da observação . .
No dia 2õ pela manhã cheguei a esla guard9, onde já encontrei a outra ex-
pedição.
Nesle mesmo dia á lai'dc continuou a secção_ fluvial rorn seus trabalhos, dcveudo
l'eunir-se de üovo com a oulrn ua guarda de Quem-Vi.ve, encontro que leve lugar
110 dia 30, depois de ler-se lutado com gra11des difficuldades para superar afi co1·-
redeiras, ·conenlezas e os troncos de arvores que obslruião o rio em <liverso8
logares. ·
Horas de navegação.
Da cachoeira San lo Antonio (parte superior) ao fof'le de S. Carlos . . . . . 2:~ lrn .
Do forte de S. Carlos á guarda da observação ...... . .. , ..... , . . . . . . 8 »
Da observação c:i guarlla de Qucrn--Vive ........ . ......... . .. ; . . . . .. 22 »

I
"olal das horas. . . . . . . . . . . . . . . v~3

Estas horas são <le navegação a remos, ahatenclo-se as interrupções·


Por ser· muito . demorada e ii1lerrompida a· navegação do rio para cima da
obse,rvação, por causa das muitas corredeiras e violentas correntes deixo ele con-
iuuut· de apresentar a lahella .das horas por ser desnecessaria.
2·33

Da, panle .superior da cachoeira de Santo Antonio a.té S. Carlos póde-se em ~ qual­
quer época do anno navegar-se o rio em chalanas e pequenos ·vapores, e <lahi
até 'QuGm-Vive, si estas fórem de força e o rio tiver tomado alguma agMa.
No mesmo dia 30 continuou-se com o serviço da demarcação e da planta do rio.
A outra secção que devia marchar no dia seguinte, não podendo chegar á gNarda
do llaqui, por ter informado o pratico que o camitTho não se prestava a viaturas, t'eve
de fazer uma grande volta pelo antigo acampamento da · Bella-Vista ·para ir á
,guarda da Rineonada, e de lá seguir para a foz do Pedra de Cal, onde chegou
~ expedição fluvial ·no dia [:) de Novembro.
Neste Jogar divide-se o Apa cm dous grandes braços, o qrie tem aquelle nome
e o que conserva o de Apa, e se bem que se reconhecesse logo que este é o prin-
·cipal braço; fez a comrnissão mixta estudos minuciosos que confirmárão o pri- ·
meiro exame.
Este importante objeclo foi tratado ·e decidido em uma conferencia. especial,
lavrando-se a respectiva acta nos dous idiomas ; remettendo eu o ori~inal per-
tencente ao Brazil ao ·ministerio de estrangeiros.
No dia 13 de Novembro c~ntinuárão os trabalhos da demarcação e da planta-
do rio, e chegárão ·ao passo da Bella-Vista no dia 23.
Sen<lo o serviço por terra mais suave, foi substituído naquelles trabalhos da
Rinconada para cima, o major Lassance pelo capitão Pimentel, afim de adiantar
a construcção da planta do Apa.
Copiosas chuvas cahirão durante o mez de Novemb.ro, máo tempo que continuou
·com mais intensidade nosº- dous mezes seguintes, e que tànto estorvárão os tra-
balhos da conunissão.
Da guarda de Quem-Vive para cima é o rio quasi que impraticavel pelRs
cachoeiras do Itaquii uma acima ·e outra abaixr> desta guarda, pelo grande nu-
..
mero de corredeiras, baixos e violencias das correntezas, mórmente quando enche
o no.
Os bellos campos que priQcipiárão a apparecer na margem direita do Apa,
logo acima da cachoeira de Santo Antonio, continuão, e lambem pela outra mar-
gli)m até o referiido passo da Bella-Vista. · ·
Abaixo do rio Pedra de Cal principião a apresentar-se em ambas as margens
do Apa, possantes bancos de pedra calcarca escura com listras brancas.
Os bancos desta pedra estendem-se ácima <laquelle ·rio, ·ao qual o destemido
sertanejo José Francisco Lopes deu o nome de Pedra de Cal, por predominar
em suas margens aquella formação.
A foz do rio Pedra de Cal é uma localidade apropriada para uma colonia mi-
litar, e com facilidade se communicaria com os estabelecimentos ruraes do passo
da Bella-Vista, e do passo do Jardim ao rio Miranda.
Naquella paragem e suas immediações não ha iildios.
Co.mo (1.isse mais acima, no dia 23 de Novembro chegou a commisi:;ão mjxta
~. I 33
.,

com seus trabalhos ao passo da Bella-Vista, freando assim demarcada a fronleir<f


.'
do Apa até ,esse] ponto. . , . · ··
Em· 8 de Março ~de 1873 remclli ao minislerio -de estrangeiros os documentos da
demarcação alé á bifurcação do Apa em dous braços acin1a daqUelle passo, constando,
elles da planta elo rio, por cujo alveo corre a linha divisoria, e da acta da . co~feren-
cia sobre a mesma planta. · .1· : . •

Na acta acha-se descripta esla extensão de nossa · linha divisoria com o Para-
. guay, e vêm mencionadas as posições geographicas da foz do Apa e <lo Pedr3; de Cal,
do passo da Bella-Visla, do forte ele S. Carlos e ~e algumas elas P.xtincl.as guar-
das paraguayas, bem como a declinação da agu lha observada nestes logares.
1

A planta é bastante minuciosa, e nella eslá assignalada a linha divisoria com


·tinta encarnada, -aque1las <worclenadas, as bocas dos arroios que affiuem no Pa-
raguay, as ilhas, cachoeiras, corredeiras, campos, bancos de pedra calcarea, barran-
.cas e outras particularidades.
Comprehencle a planta o caminho por terra.
As tabellas .abaixo dão as distancias percorridas pela comm1ssao mixla pelo-
rio e por lerra, desde o porto de Santà Maria alé á bifurcação elo Apa, acima do
1)asso da Bella-Vi:Ha.

Tabella das distancias pelo cm•so tio 1·io Apa.

'
PONTO DISTANCIAS
DE REFERENCIA
J... OGARES K!LOMETROS

.
\

..,,q Guarda elo Ca.nilar 34,00


H
ÇCi Idem do Estr.e lla. . .. . 54,13
-<l
..,,..,'.1 Cachoeira ele s. Antonio 95,63
""""
..,,q Forte de s. Carlos 137,34
E-;
z
«1
Guarda da ÜbEiervação 160,88
Idem de Quem-Vive 203 63 .
V1 ·' . '
f;r:1 Idem d.e Itaqui 222, 7.f>
H Hio Pedra ele Cal. 248,38 '
oE-; Griarda da H.inco1fa<l.a . . 266,63
ÇCi
op.., Passo d.a Bella-Vista. 325,88
)
Bifurcação Cl.o Apa. 329,68
'· •.
' 23.5

! !· ,.

Tahella tias tlista11cias por terra, entre o porto de Santa !llaria e .,


' 1
passo tia. Bclla-Vista.
. ,

'
·•
PONTO
1 ••
1 DISTANCIAS
DE REFERENCIA LOGARES KILOMETROS

''

<rj
1 ' '
Passo das Carretas . . .. 5,00
.
H
p:::
<rj Gu~rda do Canil ar . 27,00
~ Idem elo Estrella . 47,00
<rj Idem do Recife . - 86 ,50
:
1 8
z Forte de S. Carlos. . . . 103,50
;;i· Guarda da Observação . . . . 118,75
~
' Çj Idem de Quem-Vive. . 147,7.5 1
o Acampamento da Befüi-Vista . . . 193 ,25
'8 Guarda dn Ri'n çonada 232,75 .
.
~
o Passo ·da Bella Vista . 271,00
P..

Fo i pelo passo das Carretas, mencionado nesta tabella, que alravessárão as car-
ret&s da commissão, da margem direita para a esquerda do Apa. O passo da
Bella-Yista é actualmente bem importante, por causa do commercio crescente
entre ·o districto de ·Miranda e a villa da Conceição. Por elle pas5ão carretas e
tropas de ·mulas e bois, e conviria ahi estabelecer uma barreira, afim de não
serem obrigados os tropeiros a ir á colonia dos Dourados, distante do passo
16 leguas, pagar os direitos, como acontece.
·.Para protecção desses brazileiros que commercião com a praça da Conceiçãor
ha necessidade de um agente consular nessa villa .

. Q11estão do lwaço principal do Aiia, acima do passo da BeHa-Vista,


e sua de.marcação,

Acima do passo da Bella-Vista 3,8 kilometros, divide-se o Apa em dous bra-:-


ços, um dos quaes, o do sul, representando o coronel du Graty, na carta da.
Republica do Paraguay, com o· nome de Estrella, como o mais consideraveJ, fui
á bifurcação delles fazer um reconhecimento, logo que cheguei ao referido passo,
ficando os· estudos para mais larde.
Por estes estudos e pelas explorações feitas nos · dous braços, . algumas 1eguas
·ácima da ·bifurcação, reconhecendo-se que o .EstreJla é o principal, convidei ao
·commissario paraguayo para continuar a demarcação por este braço, convite ., a
~ue _elle não accedeu, declarando níesmo, em conferencia que nao annuma á
miilha proposta, aínda quando não lhe restasse davicht de ser o Estrella o principal.
Propuz-\he então que a questão fosse a,ffecta aos nossos goverúos, levantan-
do-se no entretanto a planta dos dous· bra_ços, e que continua~se a démarcação ·
logo que chegassemos á serra de Amambahy, á similhança do que recommen-
davão as nossás· instrucções, 1 respeito do rio Pedra de C~l ; com o que con-
cordou o commissario paraguayo.
As particulariclacles sobre _esta' questão constão de meus .oíl1cios ns. 139 e 24'1
de 14 de Janeiro e 16 de Agosto de 1873. e das ê:).ctas que os acompanhárão,
Tendo deixado no passo da Bella-Vista o major Lassance organisand'o a planta
elo Apa até á sua bifurcaçã0, acima do mesmo passo, e o major Araujo para
determinar a ·posição geographica .desse logar com toda a precisão, para o que
montou de novo a luneta meridiana, continuei acompanhado do capitão Pimentel
o
e o commissario paraguayo de um seu ajudante com levanta.rnento da planta
dos referidos braços.
Ficou tamb~m no passo da Bella-Vista outro ajudante daqnelle commissario.
No dia 2 de Fevereiro de 1873 reunio-se ·na guarda de Oliva toda á. com-
missão mixta de lünites e de novo em Tacurupitã no dia 23 do mesmo mez.
Até este logar fez-se embarcado o levantamento do Estrella ~ ·o do outro
braço até ao ::;erro do Castello, não obstante a difficnldade que apresentão o grande
numero de corredeiras e .a violencia das correntezas.
Não podendo continuar o levantamento embarcado por causa da proximidade
·da serra, foi preciso, para termina-lo, abrir picadas p.or uma região montanhosa
e coberta de espessa malta, serviço que tornou-se bem penoso por causa das
chuvas.
Em Tacurupitã, no di.a ·· ~ de Março, reunio-se a comm1ssao mixta coní o fim ·
de examinar e assignar os dous exemplares da planta do curao do Apa, de que
mais acima tratei.
Daquelle togar marchou a commissão para as cabeceiras do Apa, no dia 24
do . mesmo mez, pela estrada do Cerro-Corá, fazendo uma grande volta, visto não
poder eflectua1· ·pela picada que se estava abrindo margeando o Es-treUa; por causa
do material.
. Servi-me para esta marcha do mappa do coronel du Graly, porque o pratico;
que trouxe da foz do Apa, retirou-se do passo da Bella-Vista, donde fez o mesmo
o que o substituio, por doenle. .
Não podendo encontrar praticos, não obstante os esforços qtie empreguei,
continuei a passar sem taes . auxiliares, . com os quaes é precirn haver muita
cautela . nas informações que dão. . ·
·A.penas empreguei em alguns logares das picadas das serras de Amambahy e Ma·
-racajú alguns índios destas serra~, que 11em sempre erão fie :s em suas . infor-
:mações .

..,
237

Para a referida mar«~ha foi preciso reabrir a extensa picada do Cheriguelo e


as que ficão áquem do Cerro~.Corá e .9onslruir algumas pontes.
Achava-se então a commissão sem muares . por lererp morrido quasi todos · de
peste de Cqdeira:si felizmente os que requisitei nó dia 3 de .Fevereiro chegárão
no dii:l 3 de Abril ainda a tempo de prestar serviço nessa marcha .
.No dia '1 O de Abril chego~ a com missão rnixta ao alto da _Serra de .Amam-
bahy e acampou na Ponta-Porã, junto ás vertentes do Aquidaban, e continuando
a sua marcha ~campou na cabeceira principal do Estrella, be·m no alto da serra,
no dia '17 do mesmo mez, . proximo .ao logar onde sahio a picada, que abrio-se
margeando o mesmo Estrella .
. Ficando nesle logar o major Aranjo incumbido · dos trabalhos a seu cargo, e
o capitão Pimentel para completar .º levantamanto do Eslrella, bem como um
dos ajudantes da commissão paraguaya, segui no dia 19 com o major Lassance
para ·o serro do Castello, afim de completar ·a planta do braço norte do rio Apa.
O cornmissario paraguayo com outro ajudante ficárão de marchar ('m seguida,
e reunirão-se-me áquem do serro do Castello'.
Rste serro fica abaixo da serra junto á margem do braço norte do Apa.
Não havia caminho margeando o mesmo braço, e era preciso abri-lo alraYez.
da S{lrra coberta de espesrn malta.
Depois de repelidas explorações consegui .estabelecer esta communicação atra-
vessando a serra por uma curta picada.
É este caminho o mais rurto e · melhor entre o passo da Bella-Visla e a co-
lonia m_ililar dos Dourados, e evita a grande volta pela extíncta colon'ia de
Mir&ndu, e duas vezes a passagem do rio deste nome.
No dia 27 cheguei ao referido serro; e no seguinte continuou-se com o le-
vantamento da planta do braço norte d~ Apa, trabalho que só pôde conclu'ir-se:
em princípios de Junho, bem . como . o do Estrella, por causa das chuvas.
Tendo de fazer-se o desenho da planta dos dous braços e ultimar as observáç.ões.
astron9micas, deixei o acampamento do Estrella no dia 1O de Junho, acompa.:_
nhado do capitão PimenteJ e o commissario paraguayo de um seu ajudante, afim
de adiantar-se a demarcação da serra de Amainbahy .
. No -mesmo acainpamenlo, onde se achava montada a luneta . meridiana, ficárão-
para aquelles serviços os majores Araujo e Lassance e outro ajudante da commissão·
· pa raguaya.
No dia ·14 de Agosto reunio-se toda a comm1ssao mixta, no acampamento das.
cabeceiras do Ipané-guassú, na picada que estava sendo aberta pelo alto da serra.
de Amambahy, afim de serem examinados e assignados os dous exemplares da planta
dos dous braços, em que se divide o Apa, acima do passo da Bella-:Vista.
A discussão que nesta con~erencia renovou-se a respe'ito do Estrella, ·o p·r in-
cipal daquelle.s braços, consta da acta, que remetti com o e~emplar da referida
planta, pertencente ao Brazil.
238

Este documento confirmou a exaclidão ..dos trabalhos feitos na confluencia dos


{]ous braços, de ser o Estrella o principal.
Tendo-se ·de novo reunido. a commissã~ mixla no. d~a 1(3 de , Março ,do :aqn o
passado, em um 9os acampamento's da pi?atl~,. que estava se abrindo pelo alto
da serra 'de lVIaracajú, com o fim de . examinar e assignar os dous exempláres
da serra de Amambay, tomou clla ·ao mesmo tempo conhecimento do prolocollo
da planta .sobre a decisão & que chegárão . ~m Assumpção o ministro' brazi.leiro
' ' .
e o das relações exteriores do Paraguay de ser o Estrella o principal · dos dous
referidos braços.
Para não interromper-se o curso da demarcação, que approximava-se ao seu
termo, asscntárão os dous commissarios que ficaria para depois de su::i. conclusão a
· collocação das balisas, que devião assignalar a linha divisoria do Estrella.
· No dia 1º ·de Julho regressou pelo rio Paraná a commissão mixta, depois de
dous annos de ausencia; e, no dia 27 do ~mesmo mez, segui com o ~ajor Araujo
e o cornmissario paraguayo com o seu secr~lario para a confluencia do Es-
trella, ficando em Assumpção ~ major Lassance e o capitão Pimentel occuparlos
com os desenhos das plantas da serra de Maracajú e do rio Paraná e com os da
carta geral de toda a fronteira entre os dous paizes, que acabava de ser derharcada.
Tendo-se dado comêço .á construcção do marco da referida confluencia no a:ngulo
formado pelo Eslrella com o .outro .braço no dia 1.6 de Agosto, parti no seguinte
para o passo do .~ardim, 110 rio Miranda, afim de fazer levantar um monumento
á memoria dos benemeritos commandante e immediato da columna brazileira,
que invadia pelo norte a Hepublica elo Paraguay, deixando incumbido daquellc
· serviço o major Araujo.
No dia 29 achando-me de regresso na confluencia do Estrella, e tendo-se con-
cluído neste mesmo dia a conslrucção do marco, foi elle. inaugurado.
A conslrucção deste .marco . é de pedra e cal, como de todos que leva.ntou a
-commissão, e as dimensões d.elles s<lo iguaes.
No dia 30 segui com os membros acima mencionados da commissão mi-xla para
a cabeceira principal do Estrella, e a 7 de Setembro deu-se comêço á construcção
do respectivo marco, que .só pôde ·concluir-se a 19 por causa dos temporaes •.
Neste mesmo dia teve logar uma conferencia, na qual lavrou-se o termo d ~
inauguração deste marco, e do que foi levantado na bifurcação.
Nestes documentos que remetti ao ministerio de estrangeiros, está descri[1 la' a
linha divisaria ·elo Estrella, e declara.da a posição geographica de cada uma das
duas balisas.
Quem vem da colonia militar dos Dourados, avista o marco da cabeceira prin -
-cipal do Estrella, a mats de legua.
\, 1

.239:

Tabella das ·di~taneias do .Pa~~o da Beíla-'7ista á eabeceil'a p.r incipal


·do 'E§trelPà..

i '
DISTANCIAS
PONTO
DE REFERENCIA
LOGARES Kl L0 1\fETr\OS
'

Fazenda da Machorra . . . . 8,10


<l'.1 1
'
. '11 apera ele Gabriel Lopes . 39,60
~ Serro do Castello 47 ,52
w
H Raiz da Serra (boc~ da picada) . 64,02
p.. Colonia militar elos Domados . 103,12
Cabeceira principal do Estrella. .
1
<l'.1 119,12
H
Guarda de Oliva. . 26,60
. .
H
~ Tacurupitã 64,02 I•

~
ÇQ
Passo do arroio Guapu . . . 110,88
q Cerro-Corá 137,28
Guarda do Potreiro Capivary 161,04
o
w Ponta Porã - 174,24
w
<l'.1 Cabeceira principal do Estrella. . 215,16 ,
P-4 Por este braço, e depois por uma picada de 22k
margeando-o até á sua origem principal . 107,00

Denaa1•caçâo •la fronteir·a da ,'!jea•ra de Amambahy.

Como disse mais acima, deu-se comêço á demarcação desta serra no dia 1O
de Junho de '1873, partindo-se do alto da mesma serra, que se acha entre a
vertente principal do Eslrella e a mais proxima do rio Dourados, por não affectar
a demarcação qualquer que fosse a solução daquelle braço, corno aconteceu, le-
vantando-se entre as duas vertentes. o marco de que já tratei.
Scguio a demarcação pelo alto da serra até á boca do Potrero de Julio sem
· embaraço, porque toda · esta . extensão é de campos, que se· prolongão para léste
a grande distancia e a . pouco para oéste.
Depois de repelidas explorações contornando o alto da serra,. desde lHJnelle.
polrero até ás pr:im~iras cabeceiras do rio Amambaby, mandei abrir do acam-
pamento d'a Lagôa <lo ~falto alé ao mesmo ~lto uma picada e por ella continuar
. esle serviço simultaneamente para o nu'le e para o sul, levando cada turma dous.
índios Cainguaes, conhecedores do cume da serra, por ter~m nella suas lolderias.
Tendo-se concluído a picada. do norte no dia 12 de Agosto e realizado a res-
pecliva dernarcaç-ão, regressei para o po.nto de partida das duas picadas, ·onde·
';
~uo·

achando-se' reunida toda a com missão mixta, teve . logar a conferencia sobi·e a
planta dos dous braç0s do Apa, acima ·df> passo da Bella-Vi.sla, de que já tratei.
Re~onhecendo com ~o meu collegà a conven.iencia de levantar-se na boca do
Potrero de Julio ~ma balisa, por não . ser bem pronunciado ahi o alto da serra
e principiar a cobrir-se de espessa malta, escolhemos em frente á mesma boca,
um ponto para esse fim ; e, como não tivesse chegado a cal qne mandei vir as-
sentámos de levantar o marco quando regressassemos á cabeceira principal ·do
Apa par~ balisa-la afim de aproveitarmos o tempo na demarcação.
O marco da 11eferida boca foi inaugurado no dia 26 de Setembro do anno passado ,
constando da respectiva acta, que remetti, a sua posição geographica e outras pa r-
ticu laridadés.
No dia 18 de Ag0slo continuou-se a demarcação pela picada do sul, a qual por
mão ·estar ainda concluída, fez~se a·demarcação até onde se achava aberta, regressan-
. do eu no dia 22 com o commissario paraguayo e o capitão Pimentel para . o acam-
pamento da Lagôa do ~falto, afim de seguirmos. com os demais membros da commissão
~ - .
mixta para, as cabeceiras do rio Igatemi, onde devia terminar em poucos dias a
picada, por. se acharem ellas em campos como informárão os indios.
Os membros cla com missão mixta, que ficárão naquelle acampamento; oecupárão-
se em trabalhos de desenho e observações astronomicas.
No dia 23 pôz... se em marcha toda a commissão mixta, e no se~uinte acampou
junto ao passo do rio ·Amambahy, para onde já tinha feito seguir um subalterno.
e vinte praças armadas para prepara-lo, e hem assim as picadas entre os quaes fica.
Todo o dia 25 foi empregado na passágem do material da commissão mixta e do
fornecimento ,de viveres com o auxilio das duas pequenas
' .
chalanas, que a com missão
brazileira conduzia em carretas, e á tarde acampou-se fóra da picada da margem direita.
Neste passo encontrárão-se vestigios da ponte, que Lopez mandou préviamente
fazer para sua marc.ha do Panadero para o Cerro-Corá.
No dia 27 acampou a comrnissão mixta junto de uma vertente ; .que ·pareceu-
me ser do Escopil, como mais tarde verifiquei.
Depois de diversas ·explorações, deseobrindo eu ~um grande banhadG, que pa-
receu-me ser a principal cabeceira do braço léste do Igatemi, ahi acampei com
toda a commissão mixta no dia 30, e seguindo logo. depois com o commissario
paraguayo para se reconhecer o alto da serra e examinar se já linha !:ahido no
campo a picada, regressámos com aquelle conhecimento, porém sem encontrarmos
v.esligios da picada.
Aquelle .banhado fica ·completamente mascarado e outras vertentes pelos serra-
.dões, que ha nessas parag~.n-s.•
A larde apresentou-se-me o alferes Antero com a sua tur.r:na, que? guiado-pelo .
fogo que mandei pr.e.nder no campo e pela batida de nossos animaes:, tinha .chegado
. s~m embaraço a:o nosso acam;pamento. .
Os índios que fazião parte desta ·turma, confirmá:ão que o banhado junto . ao
qual estavamos acampados era com effei lo urna das cabec~iras do Jgatemi, e s
que ficavão ao norte e proximas perlencião ainda aq rio Amambahy.
Pelas· tres horas da madrugnda do· dia 1º de Setembro cahio um lão grande
tufão do S. O., · q,ue, sendo seguido de copiosa ·chuva até . ás 11 horas ela manhã,
privou. a commissão de marchar ; porém no dia seguinte póz-se em marcha para
as cabeceiras do braço principal do rio Igatemi.
Nesta marcha atravessou-se um estreito desfiladeiro entre as cabeceiras do braço
lésle deste rio e as de Amambahy, co.berlas de mato.
Nem os antigos demarcadores e nem os exploradores de ·Lopez derão com tão .
estreita passagem.
Acampando a cornmissão e1Úre as cabeceiras do braço principal do .lgatemi e as
do Agt.iarahy, fui procurar a mais importante daquellas segundo as indicações dos
mesmos demarcadores. -
Por estas indicações constava que a vertente principal do. lgaterni nascia de um _
banhado proximo do alto da serra, encontrando-se logo abaixo uma pequena lagôa
e den.Lro della uma ilha de mato, lendo por contravertente à principal do Aguarahy,
que vertia tambem de um banhado.
Entre as contravertentes tinhão levanta.do em '17t54 os d ema readores portuguezes
e hespanhoes dous montes de terra com faxinas, estacas e fosso, sobresahindo no
cume ·de cada monte uma estaca com inscripções.
Não era possível encontrar estas indicações, e nem vestígios achei, porém encon-
trei lodas as indicações naturaes.
Descoberlo tão importante ponto, por terminar nelle a serra de Amambahy e
principiar a de Maracajú, estabeleci ahi o acampame1Úo ela commissão brazileira,
ficando proximo o da paraguaya.
Hcunida a commissão mixta, concordei com o meu collega em levantar nesse
ponto o marco, recommendado pelas nossas instrucçMs ; e ficando ahi o maJor
Araujo incumbido desse serviço e de montar a luneta meridiana, bem ~orno o
major Lassancé com trabalhos de gabinete e um. dos ·ajudantes dO' commissario
paraguayo, segui · com o capitão Pimentel e o mesmo commissario para a referida
picada do sul, afim de continuar com a ·demarcação de.sele o ponto onde· tinha
ficado alé ao novo acampamento.
No dia 1O chegou a demarcação a esse acampamento, concluindo~se assim a
demarcação da serra de Amarnbahy.
Achava-se montada a luneta meridiana e em c6nstmcção o marco.
A picada que abrio-se pelo alto da serra desde a boca do Potrero de Julio ate
ás ultimas cabeceiras do Amambahy e as primeiras do Ig·atemi tem 4-S,t'i kilometros
em linha recta e com as voltas cerca de 154., . '
Para effectuar-se a demarcação pelo alto da serr·a na parte limpa de matos, era ··. . . . .. -..:
E. I 31
'!
24.2

preciso com antecedenciá mandar quei1Ílar o .grande macegal, qu e embaraçava o


. serviço da demarcação e encobria o carninho de que :JC servirão .os parngnayos
durante a guerra, e pelo qual seguio o noi:;so carrelame.
Este caminho estêí alastrado. de ossos humanos e assignalão bem a marcha de
Lopez at8 o Cerro-Corei.
" As victimas succumbirão á fome e a lançadas e não cornhaleúdo, cxcepLo as que
monêrão no combate de Cerro-Corá.
Neste logar enconlt'árão-se diversos ea nbões de pequeno cal.ibrc, t~ lendo dous as ·
armas pol'tuguezas levei ao conhecimento Cio nosso ministro ern Assurnpção, nl1111 de
providenciar como julgasse conveniente.
Entre o passo do rio 1\rnambahy e as primeiras cabeceiras cio Escopil encontrei
lambem seis canhões de diversos cali!1res, fundidos em Assumpção cm Çaacupé ; e,
como se achassem em terrilorio brazileiro, mandei conduzi-los para a colonia . militar
dos Dourados.
O carretame da cornrnissão continuou a marchar pelo referido caminho, cm
consequeqcia de não o poder fazer pelo alto da serra r1uc é coberta de rnutlas,
e por oade abrio-se a ' picada ; porém nas cabeccirns do Escopil deixei esse ca-
minho e mandei abrir oulros para lcrminar aquellas oporaçõcs; co mó se vê da
respectiva planta.
A subida da serra p~io lado de oéslc é difficil por ser íngreme e coberta de
malta, acontecendo o contrario para léste por onde se estendem bcllos carn.pos,
encontrando-se mato sómente nas cabeceiras e nas margens dos asroios e alguu s
capões.
kla tres subidas conhecidas da serra pela parle de oeste e são : a 11ue margea
o braço norte do Apa r.cima do passo ela Bella-Vista, a do Chcrigucla e n do
Panaclero. ,
A primeira destas subidas é bem ingí'emc, porém vence-se por urna curla picada
de 700 metros sem pedra.
Póde enconlrar-se subida mais facil 1 mas não a procurei quando mandei abrir a
picada, para.não deixar os trnb'alhos da. f.lemarcação.
As outras duas subidas são ig·ualrnente ingremes e com alguma pedra, porérn por
picadas de mais de lres leguas cada uma.
Abundão nas maltas desta serra exceltenles madeiras ele conslmcçãO,especialmcnlc
a peroba, urundehy' e cedro; a palmeira geri vá que tão ulil foi para paslo dos ani-
maes i~as picadas, e gr~nde quantidade de gros?os taqnamssús em algumas vcrterites.
Enconlrão-se diversos hervaes nas cabeceirns do Estrella, Aquidaban, Dourados e
Amambahy, porém o mais .notavel é o do Potrero de Julio. .
Seg·undo as informações dos índios Cainguaes ha nas baixadas dos rios Amamhahy
e Igatemi a arvo.re da seringa, e com os mesmos índios vi amostras extrahidas desses
serrngaes.
24J

.É Mlubre o clima da serra de Amambahy ; e. o inverno de 1873, que ahi passá-


mos, foi benigno.
A ma xim a temperatura que marcou o thermometro centigrado dentrn da barraca
foi de 2'0º, 5 no dia 2 de ~1aio, e a min ima de 9º, 5, no dia 13 de Junho de 1873, na
cabeceira do Estrella.
Pouco chovei~ durante esse inverno e raras vezes cahio geada.
Reinárão os ventos do quadrante de S. E . o algumas vezes· soprou o de E. e de
E . N . R , frescos,
Os terrenos da serr!1 de Arnambaby são excellentes para cultura, e de seu cu!11c
para léste são tambem muito apropriados para a creação do gado vaccurn e cavallar
pelos so us bon s e oxl.ensos cam pos e abundancia de excellenles aguas.
A epizoolia que tanto ma l faz aQs nnimaes cava l!are::: na provincia de Matlo-Grnsso,
abaixo da serra~ consta que nno progrid e acima (la mesrnn.
O es tabeiecimenlo de urn a co lonia rri ilitar em uma região tão favorecida pela natu -
reza se ri a de muita utilidade, e facilm en te pod er-se-hião aldcar os indios desses logares.
Estes índios já cultivã.o algodão, canna de assucar, feijão, milhoi mandioca, e
vestem-se de um tecido grosseiro de algodão .
O togar que me parece mais asado para uma colonia mifitar é o que fica entre as
cri beceirns dos rios Amambahy e lgalr.rni ou no grande rincão .formado pelo mesmo
J\ mambahy e se u affio ente o Hio-Verde.
Esta colonia poderia ter a seu cargo a conservação do marco que foi levantado na
.ca bece ira princ ipal do rio lgalemi, e da picada que abrio-se pelo allo da se rra , afim
de não fecha i' de mato esta ex l. ensf!o da linha divisoria.
No dia 10 de Setembro de '1873 inaugurou- se o rnarco da cabeceira principal do ri~
lga lemi, e no dia 20 do mez seg u.inte, achando-se munida a cornmissão rnixta tio
acampamen lo das ca bece.il'as do lbi culiy , leu-se e afi.:.s ignou-se o auto de collocação
des te marco no alto da se rra, onde termin a a de Amambah y e principia a de Maracaj{1. ·
Nes le docu rn euto, que i'ernetl. i ao míni sl.erio d0 V , Rx., eslão declaraclns a posição
gcograph ica desta balisa e outn1s particu larid::i des .
..
Reunin do-se de no vo a mesma cornrni ssi'í o no dia i 6 de Marco de 1874, no acam-
pnmenlo n. 1:2 da picada qu e es lavil sen do alwrla para o grande sa lto d.'.ls Set.e-
Queclas, furão apresentad os os dous ori gín nes da planta da serra·de Amambahy.
l)epoi s de exam inados es tes dncurn cnl os for5.o assignnclos pelas duas co mmif'sões,
Ocando · cada urnn com o seu.
Na respecti.va acla que lavrou-se, está cl esc ripla a linha divíso1·ia da se rra de
Amn rnbahy} que princip ia no marco da cabeceira principal ·do Estrella e termina
·no !galemi, sempre pelo mais alto da serra entre as verl;enles dos affiuenies dos rio s
Pamná e Pnraguay.
A ac l.i:i e pl:rnl.a pericnce nles ao Brazil 1·emetti ·ao rníni sterio de V. Ex. cm 1!)
tl c M1m;o.
Tabella das tlistancias tia se1•1~a de A.111a111baby.

PONTO DISTANCIAS
DE REFERENCIA J_.OGARES
- KILOMETl\OS

o •.'
A ·Ponta-Porã 41;9
-<j
cq
......
~
Q
· Marco elo Potrero ele Jnlio . . 65,0
~ ~
H
'.;;]
Q
H
~
~
Boca da picada .. 71,0
' E-<
-o:1 w.
A p;q
Fim da mesma 124,0
o
·Q
:;j
~
:Y.I:arco do Igatemi . . 149,0 .

Demarca~iio da ft•onteh•a da se1•1•a de · Haraea_j(1.

Inaugurando-se no dia 16 de Selembl'o de 1873 o marco Igatemi, d?ixei nhi


ficar o. major Araujo para concluir as obset·vações aslronom icas e o capitão Pimentel
para construir a planta da serra de Amambahy, e dei comêço qo mesmo dia á demnr_
cação da se1Ta de Maracajú com o mnjor Lassance e o. commissurio paraguayo, que
deixou Ücçir com os dous referillos officiaes o seu secretario em serviço da com missão.
A meia legua do marco de lgnlemi encontrou-se de n::i vo o caminho. que llo Pana_
dero dirige- se ao Cerro-Corá, cujo caminho abandonou-se nas prirneiras verlenlcsdo
rio Escopil por afas tar-se do allo da serra.-
No dia 'l 7 parou-Ee. junto a uma extensa malta, que· mandei explorar; e reconhe-
cendo-se que era sirnplesrnenle um cordão ele mato que margea um arroio, ::dlluenle
do [galemi, alé ligar-se ás multas do allo da serra, mand ei abri[· entre as vertentes
que descem do mesmo alto para lésle e para oeste, uma picada, que sa hio er:n um
extenso campo, conhecido po.r Nhunguassú ou Campo-Grande.
Este campo es lá cortado de trilhos dos hervaleiros , e de um, o mais seguido, do
qual servio-sc Lopez para communicar-se corn a villa de lga!e rni,quando esl.evé acam-
pado no Panadero :
No dia 120 con tinuou-se a demarcação até onde penetra de ·novo o alto da serra
na malta, e dnhi seguindo contornou-se o mesmo alto aftm el e recon~ecer si a mallu
era extensa.
No dia 27 sa hio-se 1\e novo no alto dn serl'H e por elle eonlinuou-se,quando não en-
cobria-sr. na malla, até ás cabeceiras do Espadim.
245
Reconhecidos os togares onde devião abrir·se picadas, mandei no dia 3 de Outubro
duas turmas abri-las pelo cume da .serra.
Emquanlo abrião-se ·essas picadas, fui com o commissario paraguayo e o ma-"
jor Lassance reconhecer as ca~eceiras do rio · lbicuhy_, onde yolta a serra para
Jéste, e onde tinha de levanlar-se um marco.
Depois deEte 1;cconhecimento e tendo escolhido com o meu collega o ponl9
para levantar-se o marco, regressámos com o major Lassance para as picadas,
que estavão .sendo Bbertas, afim de continuar-se com a demarcação, que chegou
ás (;achoeiras do lbicuhy no dia 18.
Neste mesmo dia· chegou o major Araujo, o capitão Pimentel e o secretario .·
da commissão paraguaya ao nosso acampamento, estabelecido junto ao logar es-
colhido para o novo ·marco.
A extensão da primeira das picadas é de 12 kilometrns, da segunda de 8 e
da lerceira de 800 metros.
No dia 20 reunio-·se, como já disse, a comm1ssao mixta com o fim de Jêr e
assignar o auto <la collocação do marco de Tgatemi.
No dia 2'1 requisitei ao 1~hefe das nossas forças navaes, no Paraguay, a SU-'-
bicla de um vapor pelo rio Paraná, até onde fosse possi vel acima da foz d o lguassú,
· bem como de duas lanchas, lambem a vapor, e quatro escaleres até á barra do
rio Santa Thereza.
Sabe V. Ex., pelas minhas communicações, das duvidas que anteriormente appa-
recêrão a respeito da subida daquellas embarcações.
A insislencia que fiz para que ellas subissem o Pamnf1, e as recornrnendaç·ões
de V. Ex , produzirão o re~mllado desejado ao serviço da demarcação, chegàndo
a canhoneira Taqita?'Y alé á barra do -rio Santa Thereza e as duas lanchas á
do rio Pelotas.
Nq dia 122 partio do novo acampamento das cabeceira<; do Ibicuhy o alferes
Antonio Tavares da Silva com a sua ·l.urma~ abrindo ao rumo de E. SE. pelo
alto da serra essa extensa picada, que tinha de levar-nos ao grande sa)Jo das
Sel.e-QuNlas e que lanlos sacrificios custou-nos.
As chuvas, que cahirfo desde que parti do mat'co de Jgalemi retardárão o
serviço da demarcação, e durante elle n3o encontrei um só indio, q:(1e pudes!'e
ministrar-me informações.
Por um mappa lopogr.aphico de uma pequena exlensüo da s~rra de Maracajli,
organisado pelo brigadeiro José Custodio de Sá .e Faria, cornmandaofe da r.x-
1.incla praça dos Prazeres, havÜl para léstc um comprido rincão, e como era
conveniente descobri-lo, afim de mandar dnhi .abrir pelo ali.o da serra- ·outra
picada, que devia ser a continuação da que tinha dado comêço o alferes Antero,
parri p1Ha aquelle flr:n no flia 23 com o commissario paraguayo e o major· ~as­
sance, íicando os demais membros <la commissão mixla no acampamento das
cabeccíras elo lbicuhy, onde tinha o major Araujo de mo nlar a lunett1. meridiana
para determinar a posição geog raphica do marco, que ia ser levan lado, e o ca-
pi lão Pimentel co ntinuar com os desenhos da serra de Amamhahy.
No dia 2(3 peneirou-se·no referido rincão, que não apresentava •imilhança,
com o figurado no mappa do brigacleirn José Custodio.
Não linha a mesma fórm a, era muito menor e encontravão-sc muilas vertentes,
ao passo que nenhuma rnencionava o mappa . .
Nesta ultirna marcha segui a-se po r um trilho dos hervateiros, e encon trou-se
pro:ximo elo passo do rio lbicuhy un1 rancho , que depois soube-se que linha per-
tencido ao infeliz Pedoya, cunhado de Lopez, que ex plorou ·o grande e rico her-
vnl ,de l\ 1.aracajú, entre o rn_esmo caminho e as caueccints daquell e l'io.
1

Este herval que pcrlenc:e ao Brazil e outros estão menc ionados nus plan las rh
co mrni ssão .
lgnornva-se então a que rios pcrtencião as vertentes que enco ntrei no refe -
rido rincào, e não era faeil saber, porrruc clias penelravão logo nas mnllas :
era porlanto necessarío explora-las por meio de picadas) ~[~.lc r ~con h,ccc 1'-s1;
'~~~S;,.~~fl}l,i ~~. ~' ' ~'. [1_~ll-~L-S!~,,-~_.e.E;1.:~,,}t~,~~- l~,~~g-~!,~1z.,.~~9 ~-,,.§,Q,l.! ~"·Í"c1_~~..l~Le.·_~~!' ~1t
serrn, no rincuo , bifurca-se em diversos ramncs noliwcis.
~ ~~;~,..._~.,.._,,~ ~'""''ti•:1' ">•?;;' 1
•'1!'t".li.:"<-"•~ ...., •.•:~l·.l';''í-11.,.,-..:•"•.t(f\l'~"":".• ..T;.','t~;N:l.-'\'<'!"'~'/t:'...t-:'!~'·i.~,.;.'·~~°!-\';'~.._:,-~:lr'<;:;.:<:

Era esta uma ques tão imporlanle, porque, si nuo se tomasse aqu~ll c rnrnal , ·
poílcriarnos esbarrar com a picada em ::i lg;um rio , ou sahi 1· ah·nixo tl o mesmo
~~161~~·.w:..r.;,..,..... ·~~ ...... - -

s:illo, como se pod erá vêr pela planta da serra.


,.., .. .., ., ""' ;."", -~~,.~:. ..~.:,":•~..,_ ~-,~ .......~ ' -.,. • . ., '"'~~-:.·-...: ,.__ '' '"!- •~·. ·_-;:-,! •Hr.,-"'.;::.o;,. • "~' ''

.Jun l o ao !ogur onde acampêirnos no dia 20 , ha doas g1·[lndcs e bem nola -


ve i ~ mannnciaes, que o l.enente-coroncl Antonio Muria Coelho fkr;cobrio crn um:i
cx plornçfto de r1ue o encarreguei .
.Estes dous rnananciacs reunem -se, e formão ri o, n1esmo antes de prnel r:ir
nas rnnHas.
Que· ri o era esse de lilo nolaveis cnheccir<:n:i ? SL'1'ia tl JgrnY!.Y, r1un r,a lie no l\1-
r:rná logo abaixo da s Srte-Q uedas ?
Pelo mappa da antiga com missão de limi l. cs, dn ·qual foi commissario n rrf1 1
-

rid o lJri gad eiro, por part.0 de Pol'luga l, nfto era ; porém, pelo D/ar/o de ssa mes;H:i
r.0nirni ssiio parecia ser: não eslavuo poi s de accôrdo estes dous documentos.
Mais tarde verif:icou .. se que essas cal!cceiras silo do rio Pclolas, o vcrdadcirn !gun ~ y .
No dia 30 de OutulH'O nprcsen lou-se-1nc () Dr. Joviniann neginaldo Alvi1ti , ~C ·
gnndo ci1;urgiuo ,do exerc it o, no:nea.Jo para sulisti l.ui r o Dr . Antonio Monlr irn
Alves, de igual ·patente, que ob íevc Ires rneze.:; de li cen~a.
A - picada que estava abrindo o alferes l\ nl:ero devia sahi 1· no rin cão ondr
t~s lav amos acampados; porém por qual dos rarnac·s da serra , que linlia r11ns :í
vislq, con li11uari a?
Tr<:ilei pois de explorar es tes . rarno cs n lndn s as verl.enles, que se aprcsrn-
ln v~o, nfim rlc rnnrchar co m segnrnnçn.

• 1
App arecêrão então no acampamento muitos índios das tribus dos Guaranys e
dos Cninguaes, porém as informações qu e deriio, forão eontraclictorias ·; e, con-
llando rni\is naquell cs, coutratei dous para pl'alicos, poyém na noile do segundo
dia desapparecêrão, roubando- nos alg,urna s peças de ferramenta e levando a rnupa
<Jll e se lhes deu.
Apenas delles soube qu e os dou s grandes rnán anciaes, ele que lemos !ratado,
erüo do rio Garcy, rnas fJliC não sabião on de fazia barra, e que as outras cabe-
ceiras, <ILte ilcavão ao norte erão do Pirajú-hy, tjne sabião lan çar-se no lg·atemi.
Não ptdia porém eu confi ar cm laes informações, depois da fuga cios dous
índi os , r"Msmo porqu <~ as que tinh5o dado so bre o i'a1nal que produz o salto -das
S elc-Que<~M , verifiqu ei logo que não crão exactas.
Continu<irão pois as ex pio-rações se m praticos, e reconh ecendo cu po r u11dc
S(~gu ia aquelle ramal e o ponlo onde ellc pen etra na rnatta, mandei uo dia 1!J
de Novembro a turma, a cargo do alferes Cass iano Xaviei' Monteiro, nlJ1·ir pelo
allo (lesse ra mal outra picada entre as vc d entc8 do Pii. aj1'1-hy e as mai s prnxi-
rnas do Garey, es tabelece nd o perl o daqu ellas . e da picada u 111 novo acarnpa-
mculo.
É tão pou co pronunciado e c~ ll'cil.o o cume do mesmo ramal, onde deu-se eu-
rncço á picada, COIYJ O pód c vêr-se pc[a res pectiva planta , <]lle pal'CCia Ímpos:;Ível
passar por ahi.
Com0 se demorasse o alferes Anl ero na abertura da picada de que eslava cu-
ca rreg,ado , e cu soubesse qu e ell e ]ui.ava com tlifliculclades, contratei lrcs indius
Caing,uaes, c1ue se clizião praticos da serra, onde estava trabalhando o mesmo alferes
e mand ei apresenta-los. ·
No dia 22 chegou ao me u acampamento es te oíl:icial, que linha sabido com a
picada em frente aos dou s g rand e~, mananciaes, de que ternos fallado.

_
g }~W~OJkJ!JL~!ES.B:~.f..,l,.,.~2.!]]~~~,~-:~~,::~~~.~~,1~'..~?!J;,.,, i~.~~~~ ..~;~~~-~ ~~~,,~·~~~~,~-<~.ti,
8cgmndo um para o s ul _ ~ o .Qntro para leste; e fo1 por este ull1rno ciue scgu10
~ . ~>~-~~ot'J-.·.'!"·:1~;,r.1.1,;,.._,,..,~,...,~,.·vl"'"<""'...,.. ' ,, ~ .. -.•::""°.,_;}jf.J,;. ;d'{=;~ ~~f.:~i-._~...l"·...,.1>:~1'."" -·l'"t:"'-i'".'t-f<ir...r1)1•"''i. ~

a picada
· ..... , . ,,.
)ara o salto das ...Sete-Quedas. · ·· •

_.._ ou lcrminãu irn


~~~·"Ut ~t!!("~,.,,.vitb'.,;1~tl:.H.r, .~-rl' '·

Os outro11 1~aníae s, corno nos mostrcirão as explorações , são falsos


malta a poüca distancia do rincão.
Communicando-me o major Araujo que o marco do Ibicuh y achava-se promplu,
iJant lei segui no dia 24 com o commissario paraguayo e o rnajor Lassunce; e no
dia seguinte ao meio dia, nchando-se reunida n cornmissã.o mixta inaugurou-se esta
balisa .
Es te marco fica- no alto da se rra, cm um p'crJncno campo dentro das mallas,
por cujo campo atravessa o antigo ·cqminho; · que communica a villa de Cum"
gualy com a serra e os campos do Igalcmi , passando pela villa d.esle nome, e
cnlre as cabeceiras do lbicuhy 0 do Ilanarã, ficando a principal cabeceira do
arroio Espadim a menos de meia legua.
Foi perto cl!l foz desle arroio p:ua onde Lopez desterrou cenlenarcs ele infelizes
24·8

paraguayas de todas as idades e sem o mrn1mo recurso, perecendo grande numero


pela fo :ne e pelas inlemperies, e salvando o reslo o Jistinclo lenent,e-coronel Moura,
que por ordem de Sua Alteza o Sr.Concle d'Eu parlio para esse fim de Curngualy ,
onde se achava acampado o nosso exerci lo.
A nossa genle que foi ao logar do acampamento desses infelizes, que perlenciãú
ás melhores familias paraguayas, ainda enconlrárão vesligios desse togar de· des-
terro, de tão tristes recordações !
No dia 28 de Novembro remelli .º lermo dá collocação do referido marco do
lbicuhy, cm. cuja acla declarou-se que achava-se demal'cada a exten são da serra de
. Maracajú enlre o mesmo marco e o do Igalemi, correndo ·a linha divisoria pelo alto
da serra, · que divide as aguas do lgatemi e do Jejuhy.
No dia 26 de Novembro parli com o cornmissario paraguayo e o major Las-
sance do marco do lbicuhy, fazendo a demarcação pela picada que Linha aberto o
alferes Antero pelo alto da serra, seguindo na mesma occa:sião pelo caminho do
campo os demais membros da commissão mixla com o seu material para o acam-
pamento da boca da picada, enlre ·as vertentes do Pirajuhy e do Garey.
No referido dia 28 chegámos com a demarcação a· este acam pamenlo, porem
sendo preciso reclificar a picada em alguns pon Los por ler-se afastado · do allo da
serra, mandei fazer esla reclificação.
No dia 4 de Dezembro regressei com o commissario paraguayo e o · major Las-
sance ao marco do lbicuhy, e no dia seguinte entrámos na picada para concluir
sua demat'cação na parle rectificada.
No dia 6 chegámos de novo ao acampamento da boca da picada, junto <Ís ver
lentes do Pirajuhy.
As chuvas, que cahlrão em fins tle Novembro e princípios de Dezembro, eslor-
várão estes ullimos serviços.
Estabelecendo no novo acampamento a nossa base de rec1.1rsos, e providenciando·
para que a com missão não soffressc faltas na extensa picada, que eslava sendo aberta,
e que só se terminaria dez ou doze leguas abaixo das Sele-Quedas, enlrei na pi-
cada no dia 8 de Dezembro com o comrnjssario paraguayo e o major Lassance,
afim de continuar-se com a demarcação pelo alto da serra.
No acampamento da boca da picada, que denominou-se «acampamento do Rincão
da Base>), ficárd.o o major Araujo e o capitão Pimentel occupad os com calculos e
desenhos, o medico da commissão Dr.· Alvim, parle da for9a, a maior pai"le do
material da cornmissão hrazileira e o deposi lo de viveres.
Ahi tambem ficou o secretario da com missão paraguaya, alg_umas praças e o ma·
terial da mesma commissão.
No dia 8 de Dezembro fiz seguir o ·alferes Antero com sua turma para a pi-
cada, recornmendando-lhe que esse serviço, que não devia parar., fqsse feito pelas
duas turmas, devend,o uma trabalhar até ao meio dia e a outra desta hora em diante.
Desejando ·veri(icar si o arroio formado pelas cabeceiras ao sui da picada juntava-se

i> .
com effeito ao Garey, mandei transportar para a picaria, pela turma do alferes Antero,
uma das duas pequenas chalanas, que conduzia a commissílo brazil~ira, e lança-la
naquelle . arroio, onde elle passá p1:oxi rno da picada e principia a offerecer nave-
gação.
No mappa da serra está mencionado este ponto e outras particularidades.
Os exploradores, que descêrão na cbalana, regressárão no dia 13, e informárão-me
que com effeito os dous arroios juntão-_se, formando Jogo depois de sua confluenr.ia
um .rio tão forte ou mais que o Apa, no Passo da Bella-Visla.
Conforme as recornmendações que fiz, deixárão os exploradores a chalana na
confluencia dos dous braços em logar seguro. .
No mesmo dia '13 tinha a picada altingido as proximidades de um ext~nso ba~
nhado, que se dirige para léste. ·
Para continuar com a picada era preciso descriminar si estas agu~s erão do Garey
ou do Igatemi. ,
As mais elevadas arvores, desde o comêço de nosso.;; trabalhos, erão aproveitadas .
para observatorios, porém quasi sempre sem resultado em uma vastidão de mattas,
como essas, que se perdi ão de visfa ."
Só o olho exercitado do' indio podia perceber 011 distinguir alguma. cousa em tHo
ílensas mattas.
Reconhecendo, depois de diversas explorações por meio de picadas, que do
referido banhado vertia um arroio, que laüça-se no Garey, mandei continuar com
a picada, deixando este arroio á direita .
. No dia 31 de Dezembro chegou a picada proxi1110 de urna grande baixada, "que
reconheci ser l,lffi grande manaucial de outro arroio de margens paluclosas, qüe
corria para léste.
No dia 2 de Janeiro de 187 4 continuavão as explorações com o fim de Sl'!-ber-se ·
para onde voltava este arroio, quando chegou do Rincão da B<ise o lenente-coronel
Antonio Maria Coelho com dous indios Cainguaes, que se tinhão offerecido mediante
algumas dadivas para ir a uma aldea dos Guaran.rs, que achava-se perto, aíiri'I de
f.razerem alguns dellüs, que deviã.o ser · praticos desses Jogares.
No_dia 4 regressárão os dous indi()s ao nosso acampamento trazendo muitos gua-
ranys e o seti cacique, o velho Garcete.
, A maioria destes índios informárão que o arroio que ílxploravamos era O" Pirafini,
aftluente do Garey; outros, porém, declarárão que o dito arroio não la11çava-se neste . '
rio e sim no Paraná, acima .f]o salto das Sete- Quedas, segundo tinhão ouvido dizer,
pois nem aquelles e · nem estes ainda linhão _ido ao salto por ser um logar
pengoso.
Pelos mappas e descripções dos antigos _iJemarcadores e outros, nifo constava que
o
entre o rio Igatemi e mesmo salto se lançasse algum arroio notavel, como mos- .
tr.ava ser esse pelo que já representava.
Era mais provavel pois que se lançasse abáixo das Sete-Queda ~ , e neste caso seria
E. I
32

:1,
250
o lgurey dos antigos demarcadores, ou que affiuisse no Garey, que poderia lambem
ser o mesmo lgurey. ·
A vista ele tud~ isto, mandei continuar com a picada pelo allo da serra; deii,"í:ando
á direita o novo arroio conhecido pelos guaranys por Piratini, e contratei dous destes
índios como pralicos, os quaes se revesa vão por vezes de motu-propi'io.
A~ informações porém que prestavão-me crão jnexaclas, fazendo-me assim perder
tempo e serviço; pois Informando-me elles, por exemp lo, que uma vertente, que
encontrava-se, ia ao lgatcmi, e que outra ao Pirat ini, verificava- se pela picada
. quasi sempre o contrario .
. Não podia eu cter que estes índios, habitantes destes log·ares, dessem taes infor-
mações por ignorancia, mas sim por má fé, afim de que não alravessassemos as
suas aldôas · com a picada, tanto mais que os do~s que fugirãq do Rincão da
. Base, roubando algumas peças de ferramenta, perlencião a essa tribu.
·Despedi, pois, ·aquelles indios, e ·çontinuei a picada sem tão prejudiclaés auxi-
liares, explorando as vertentes r1uc encontrava para saber si ia ao lgatemi ou
ao Piratini.
As chuvas copiosas que cahirã.o quasi sern1)re desde 9 de Dezembro até meados
de .laáeiro, bastante estorv<irão o serviço da dernarl:ação ,·
No dia 23 de Janeiro abria-se a picada ao rumo do norl1·, já lendo deixado o de
N. E., o que me dava muito cuidado, porque não esperava afastar-me lanlo do
·rumo de léste, q1rnndo apresentou-senmc ·outro cacique de nome Luiz com diversos
índios de sua tribu, que confir!n'ou achm-me na serra principal. .
Dec\aranclo-me o mesmo cacique que entre os seus companheiros havião alguns
pralicos da serra até ti proximu aldôa, contratei Lres, dos quaes tirei algum resul-
tado; porém · ant'es da picada chegar i:Í nova aldêa~ pedirão para retlr.ar-se, vislo
não conhecerem a serra dahi para di~nle.
Convidando eu estes indios para me acompanharem alé ao Salto, disserão que não
podião lú ir, p.ois que todos que l.inhão tentado visitar esse logar não voltavão
mais.
Elles e todos os outros indios referifto do Salto contos tão fabülosôs, que pr'ovo-
cavão o riso; e, supersticio::;os como são, nã.o . consegui que um só me ac.om-
. panhasse.
O cacic1ue Luiz e os seus são da nação Caingmí, e morão á margem esquerda
do Igatemi; . ácima da foz do Escopil.
Alguns destes i'ndios têm ido até á cofonia militar de Jatahy, na provincia do
Paraná . ·
Descem elles o Igatemi em canôas, e sobem o Paraná até á foz do Paranapanema;
e, p'or ~ste r·io continuando, tomão o Tibagy até á colonia, fazendo assim uma via-
gem immensa.
Fez tanto frio durante as noites dos ull.imos ·dias do referido mez de Dezembro t,

·e ~eg·uinte) que parecia ·estarmos no i'tlverno. _ <,

•\' \
251

. No dia 3 de Fevereiro cheguei co m a picada perto rle uma grand e aldêa d0


g·uaranys, do velho cacique Vicente, e da qual tinha faltado o indio Luiz.
Aquelle cacique pôz á miuba disposição dous indios como pralicos até á
seguinie aldêa, medianlc alguma roupa .
No dia 6 sabio a picada em um pequ eno campo, que foi o nosso oasis, de-
pois de quasi dous mezes de marcha e serviço pelas maltas.
Esle pequeno campo foi-nos muilo vantajoso) porque a nossa base de recursos
achava-se a mais de 12 leguas por urna es treitu pi cada, qu•J. equivalia a mais
do dobro de caminho por ca mpo.
Os nossos animaes eslavão ern 1mfo es tado , porque o ger.iva não os alimen-
tava bem; e, a distancia a que nos acbavarnos, ·não permitlia que vo llusse m para
o Hincão da Base, porque ficar·ião lodos no raminho.
Mandei, pois, inverna-los no pequeno campo, onde tinha sa bido a picada·, e
vir daquelle Rindo uma ·rrserva de animaes.
Estabeleci no mes mo ca mpo, cujo acampamento lomou a numeração de J1,
uma base · subºsidiaria de recursos.
Perlo d1,slr ar.nmpnrnr,nlo :irlla-s1• nuf.r;: l1ilcl eri a de guaran ys do cacique Ban-
deira.
., , 1
]%.es indios e das oulnis aldêas l'orüu por . vezes ao nosso acampamento ; e
creio qu e não nos hostili sá rão, porque sabião qu e não ignoravamos onde se
achavão as suas lold erias, e pelo receio que tinhã.o da força que acom panhava
a cornmissão.
No dia 13 de Fevereiro chegárão ao acap1pamento 31 os membros da com•
missão mixta, quà linhHo ficado no Hincão da Base, e no dia 20 apresentan-
do-se-me o capitão Pimentel, o Oz seguir para fazer diversas explorações.
No dia 4 chegou a picada a um grande estero, e este resultado mostrou ter
cu tomado um ramal da serra pela propria serra, o que confirmava o ruido
do g·rand e sallo das Sei.e-Quedas, que pela '. prim eira vez ouvio-se ao sul da
picada.
Avistando-se 'das arvores o rio Para ná, tentei abril' cam inho por esse estero
alé ao Sallo, qu e não estava longe ,. para dahi fazer seguir o alferes Antero ' com
a sua turma crn busca dos vapores; porém tod as as tentativas forão baldad as
por ser rnuil.o forte e ex tenso o cslero.
Depois de muitas explorações, reconhecendo que tinhá deixado a serra prm:-
cipal no a~arnpamen.ln 4·1, on.de ella volta para S. E. mandei no dia 11 de
{
Março conl.rnuar daln co m a picada pelo alto da serra.
Ai ri.da nos cslo rvav~o as chuvas, que erão cop10sas ·e duradouras, e não ·con.;
.lavamos rnais de trinta dias sem ellas. 1

As grandes voHas qu e faz es ta se rra, podem se r apreciadas i1a sua planta, bem.. 1

como os ramaes qu e partem entre aquelle acampamento e o 42, lão pronunciados 1

ou mais que a serra geral. 1

"' .

1
252

No dia '16 achando-se reunida neste acampamento a comm1ssao mixta) forão


apresentadas em conferencia as plantas da serra de Amambahy, que estando con-
fonnrs, forão ass ignadas por lodos os membros presentes.
Nesta conferencia tomou-se conhecimento do protocollo assignado em Assum-
pção no dia 7 de Janeiro do referido arrno, que resolveu a questão da nascente
. principal do Apa pelo braço, denominado Estrella.
Perto do acampam ento 42 fica a ultima tolderia dos guaranys. Esta lolderia é
pequena, e o seu cacique é o índio Vicencio, qu ~ nifo linha ido ainda, assim
corno os sens; ao salto.
~~~~~--.1!~~~J~t~:.~2º. .~~,~J"1""''~:~~----·~,~r.~.,~-~-~h,~.-M~~!!L.,,S2!;.~."""~''' ~,eLs~..l12.. 0:!:i~e
salto das .§~:!.e~Q u ~~l ~l.s, dep1,ú s de t.res rnezes e meio de contínuas fadigas . dentro
• :i>..ii~ .. tt.;..i.iw.:_1~:11.;o 1,~,1:.,.1l,'t, l1 • ,)it\.:'t-~ ~l<,l.i!:'l~~·.f;if" '_.

das rnattas da serra de Maracajú .


Tinha-se aberto cerca de . 44 leguas de picada, desde o marco de lbícuhyi
sendo 32 pelo alto da sena e 12 em explorações. ·
Achava-se realizada a demarcação . de toda a serra de Mnracajú, demarcação
que era por muitos co nsiderada imprnticavel entre o Salto e o 1~eferido marco,
opinião qne lambem suslentára Azára, qu~nc:lo declarou de Assumpção ao vice-
r reí de Hespanha em 19 de Jaàeiro de '1793 o seguinte: ·
" ·. . . . Por ultimo, el trozo de cordillem existente (1), segun tas ideas que tengu
dr:; ella y la experiencz'a en estas pai.ses, no podrá denim·carse en nntchos anos,
por lo 'f("tenos yo tomarzá vivz'r hasta qu,e se acaúase. . . . (:2)
No dia 27 de Março mudei o acampamento para melhor logar, ~!D..~!!;.J .
g~!.r;i,t~~... q1:1.e,g,~,, a ", m-~is .. ,importante das sete, on~e !errnino':l a linha ·de limites
.
9~ ,s~ r~~..]~..~i~Ú·s~I{ ,,·w-..,'·"·"'·~· . -, . , ., ., ,
- "- .,.. ,"···" "''··~·- .. ~'""·~--·----

No mesmo dia partio o alferes Antero com destino á foz do no Santa


Thereza .
Nifo podendo eu seguir na mes ma occasião , porque outros se rviços me deti-
nhkio ainda no Salto, dei ao mesm o official ínstrucções por esc ripto, rem ettendo
a V. Ex. cóp_ias dellas.
Chegando elle com a picada acima da barra do rio Piratini, e comrnunican-
do-rn e que não tinha encontrado váo nem para cima e t'lem para baixo, por
estar muito cheio o rio, mandei construir uma pequena jangada, e effectuar
nella a passagem.
No dia ~8 exped i instrucções ao alferes ·cassiano para desce r o rio Garey nas
duas pequenas cbalanas da co mmissão brazileira) uma das quaes acbava-st': como
ja. disse , no mesmo -rio, afim de verificar si elle juntava-se com o Piratini , ou
nãv , e o loga r (lncle ellc lan çava- se no .Paraná.
No dia 30 reunio-:::e 110 Sa lto a commissão míxta e lavrou o le rnru de sua .
chegada a lão no!nvcl e t't·rnoto pon to , extremo da linh a oé;; l:'-l és te.

(1) É a e:Xt.eusilo da ;srna de Maraci1jú ent.re o :::iHlto e o Ibicuby,


(2) Colcciop completf\ de l o~ trntados, por Ca rl os Calvo, tomo quarto.
253
'
Achando-se resolvida a questão da origem principal do Apa 1 e convindo t.ra-
tar-se da construcção dos marcos do Estrella e <la boca do Polrero de Julio, in"-
r.umbi deste serviço ao capitão Pimentel, que para esle fim parlio no dia 1 de
Abril.
Occupou-se então a com missão mixta em . levantar a planta do Salto com toda
a minuciosidade, e na determinação de sua posição geographica montando para
isso a luneta meridiana.
Com bastante difficuldade e rnesmo risco !~~.:;,~~rei~,,~~~~!J,~.~~!~~!,~,~,~~1,~.,El~l~~"'·~ª?,
Salto, por causa da irregularidade da rocha e prec1p1c1os na margen:i do rio, sendo
preciso ab1-ir picadas para chegar-se a diversos pontos da mesma margem.
Depois de apresentar o Paraná a largura de 2200 metros ácima da ·primeira
quéda, reduz-se a um canal de setenta metros l
Póde-se pois avalia.r com que furia e eslrondo se precipitão nas quédas as aguas
de um dos maiores rios do · mundo, ·e a impetuosidade de suas correntes em tão
estreito canal.
A altura dos paredões deste canal, acima rlo nível de suas aguás, é de 28 melros.
As aguas não se precipitão a prumo, mas em planos inclinadus de 4t> a t>Oº.
A rocha de que são formadas aE margens do Paraná até ábaixo do rio Pelolas, é de
grés compacto e disposto em camadas horizontaes e verticaes, apresentando essas
camadas lll!Ja côr negra e luzidia.
O ruido do salto assemelha-se, para quem está junto delle, áo de um grande
vapor de muita forçá: nas noites de' temporal este ruido torna-se horrível.
A duas leguas de distancia, quando a aragem approxima-se de Jéste, ouve-se
distinctamente o ruido do Salto desde as 6 h1,ras da taÍ·de até ás 6 da manhã ;
e desta hora em diante vai enfraquecendo o ruido até deixar de ouvir-se, o que
acontece até a menos de meia legua do salto, com a ditferença de não inter-
romper-se de todo o ruido.
Pelas 2 t/2 horas da tarde principião a manifestar-se nas Sete-Quédas as côres
do Arco-Iris,· prolongando-se tão esplendido .especlaculo até ás 4 t/2 horas da tarde.
Abaixo .transcrevo .de meu diario as notas de urn dos dias em que estive no Salto. ·
'12 de Abril.
« 6 horas da manhã. -Tempo limpo e manhã serena; aragem de léste; ther-
« mo metro centigTado 1Dº.O; barometro de Aneroide 7t>'1 m, õ, rio Paraná baixo.
!] ~ ,, A referida hora estão sempre envolvidas as quédas de espessa neblina, da qual
« vão se formando e desprendendo-se verdadeiros cumulos. O ruido do salto é

bastante forf:e.
' .Junto á margem do rio cahe duranle a noite e pela manh"í urna especie de
" chorisco.
" Ao meio dia.-Ternpo limpo; vento lés!e; thermometrn 23º,õ, barometro 7·4gm\O.
' A neblina nas quédas é fraca e o ruido della menos forte do que ás 6 horas· da
" .manhã.
6 horas dll: tardc.-Tempo limpo; vento S. E. fraco; lherrnomel.ro '2.nº,O; ba·
« ro,m~t~o 74V1,5. Conlinúa a ser fraca a neblina nas quédas, e o rui.do do salto
·' « é_mais forte do que ao meio dia. »
Temperaturas: Marco de lgalerni: maxima temperatura :12º, O no dia 6 de Setembro
4'.e 187.3, e mínima '11 º,0 no dia :13 do rnesmo mez . e armo. Salto: maxima Lem·
peraturia.33°,8 em 19 de Abril de 1874, e mini ma 17º, O no dia 9 do mesmo mez e anno.
· ·Póde-se avaliar das difficuldades com que lutou-se para conduzir até Lão remotos
logares o.s viveres para o pessoa l da commissão rnixta, ·que elr\':wa-~c a mais de
oe_m pessoas. . .
Apezar dc0 gadro· ter atravessado tão extensa quão estreita picada, nunca, felizrnenle,
nos faltoil carne· verde; mas tanto cuidado empregado não irnpedia de, ás . vezes,
morrerem· repentinamente algumas cabeças, dando-se mesmo no Salto 0 faeto de em
uma noite só morrerem 8, por terern cornido hcrva venenosa.
Não consenti que se distribui sse carne secca, porque esta alirnentação seria nociva
ao pessoal da com missão , exposto a uma vida tão aspera e trabalhosa.
Não soffréu o mesmo pessoal faltas de viveres até o fim de seus trabalhos, e muito
CJlllribuirão para isso os forn eced or ~s Trnvussos & e., que dispunhão de recursos e
de excel lentes empregados; especialmente o · seu encarregado junto á comrnissão
Thomaz-Larangeiras, qu e patenteou a maior aptidão no serviço a seu cargo.

'l'abella das distancias da se1•1•à de lllar,acají1 .

. . . .. '

PO,NTO ' DlSTtANCIAS


J~OGARES '
DJ; ~Ef~~ENCIA K:ILOMETROS

'

~ Ao arro10 da Barreira . 13,5


~
E-<
~ Ao arroio do Ibicuhy, sendo 21k 7 de picad,a
'
. ' .
79.,2
óH
~ Ao Rincão da Base, se\1c10 3 7\ 7 de picada 10·3,7
~
o Ao Salto das Sete-Quédas, sendo 197\ 8 de pi~
o
~
~
~
cada . . 263, 7

Terminando a descripÇão dos trabalhos da demarcação da serra de Maracaj,ú, devo


consignar aqui a conveniencia de conservar-se a picada entre o Rincão da Base·e ro
~-'\•~l~•/UW-<..'""'"·'·'"4••-'0 _,,,.(;f,.• ~°'\Í: •) 'I" ~.- • '' ,,,_., ,', I O ;: 1 ·,• •'•' .r~.. ''.' ,: • f , ~•·',""' • ~·r,_O.:.:fi_,~

salto. q~s Sete-Quedas, bem corno de ~mbutirem-se pedras de marmore nos marcos
"'1:~,,, ,...7f'"'~:r- ~f'f·.:.111\f':-~>'......!~· .

éom as incripções que nestes já existem, afim de não desapparecerem.


·'.IT4,· .; ..
255

Uema1•cação tia f'1•011tei1•a tio l'io Pa1•1u1·á .

.Achando-se terminados os trabalhos do salto, dahi partí no dia 29 de Abril com o


major Lassarice, fazendo a demarcação pela margem clireila do Paraná.
O cornmissario paraguayo ficou de alcançar-me em po1.icos dias.
No mesmo dia 29 acampei junto ao passo do Piratini, para onde devia mudar o
a·campamenlo o majorAraujo, e ahi continuar para estabelecer ouli'a e'ase de recursos.
Ficou ·larnbem o medico da commissão com as. praças que não podião ·marchar por
causa das feridas provenientes dos carrapal'os e. mosquitos e das es.trepadur-as.
Destes ullímos doentes tivemos sempre.
No dia 29 apresentou-se-me o alferes Cassiano que tinha descido o rio Garey, até
pouco acima de sua foz, no Paraná, não podendo cfaegar até ahi por causa de tlous
grand~s saltos.
Este offirial gastou 12 dias na descida por causa das corredeiras e chuvas; e,
deixando err1 logar seguro as duas chalanas,_seguio pela margem direita do 'Paraná,
encontrando logo a picada que tinha alJerto o alferes Antero.
Ficou pois provado que o Piratini não se junta com o Garey, e que a!iiuelle rio é
o lgurey dos antigos demarcadores e clehominado cc Pi ngueHa » pelo capüão ·Cantliclo
Xavier de Almeida e Souza, no reconhecimento que fez em '17"83, como tons1t·a da
parle que deu ·e que foi publicada na cc Revista do rnsrtiluto Histori00 », tomo HL
Tendo-se concluído a demarcaçã.o do rio Paraná até á foz do Pírátirii, tratlspuz
este rio no dia. 1ºde Maio em um grande e seguro bote d·e c'Ouro, que mandei construir,
por não prestar-se bem a jangada.
No mesmo di~, acampei na margem do Paraná, logo abaixo da foz d·o Pira1i:ni,
onde tambe'm os redomoinhos que se observão dão verdadeiros estamp-id'os, e são .
capazes de l.udo tragar, sendo as margens do grande rio ainda tão elev'ad:as corúo
no Salto.
No dia {2 cheguei com o commissario paraguayo e o major Las·sance á foz do
Garcy, Pelolas dos anl.igos demarcadores, mandando no dià seguinte ordem an niàj'or
Araujo e ao rncdico para reunirem-se-me.
Muito cusl.ou a abertura da picada pela margem direita do rio Parairu,á, por ser
eJI.a muito accidentada, pedregosa e cheia de precipícios.
A pouco mais de quarto de legua da foz de Pelotas encontra-·se um grande salto
e logo depois utro menor·.
·No dia 20 ás 1·J 1/ 2 horas da manhã observei aquelle bello salto, que pr@)'e-
ctava no leito do rio dous perfeitos Arco-[ris concentricos, comq os que ·se observão
na atmosphera, phenomeno que parece durar aigumas horas.
As aguas cahem quasi a· prumo e a 35 metros de altura acima do uive1l das
aguas do no, que é tão caudaloso como o Apa.
2.56

Passarei agora a transcrever os quatro officios qúe dirigi a V. Ex. a respeito


Ja demarcação da fronteira do Paraná e que completárão a sua descripção:
« N. 23.-Commissão ue limites entre o Brazil e o Paraguay. Barra do rio
Pelotas, '14 de Maio de 1874.-Tenho a satisfação. <le participar a V. Ex. que
( aqui cheguei com os- trabalhos da demarcação, communicando-me no dia 10 do
( corrente mez com o vapor de guerra .Taquary, que já se achava fundeado na
( foz do rio Santa Thereza.
( N~ dia seguinte subio alé este togar uma das duas lanchas a vapor que trouxe
( a expedição fluvial, o que tudo prova que o Paraná é navegavel até aqui, como
"· me parecia, e pelo que insisti pela subida de um vapor até Santa Thereza.
" -Mandei parar com a picada, que já se achava · duas leguas ªº. sul deste
( ponto por ser desnecessaria, e com auxilio das duas lanchas espero terminar
tod~ a d~marcação até meiados do seguinte mez.
« Oo salto das Sete-Quedas até aqui abrirão-se, semprn rnargeando o Paraná,

( dez leguas de picadas por terrenos muito asperos e cortados de um grande


numero de arroios, alguns dos quaes fortes. Aproveito a occasião para séienli-
( fiear lambem, que a exploração que mandei fazer neste rio, foi bem succe-
dida, descendo as duas chalanas até proximo do salto, que acha-se a menos
de meia legua daqui.
( Desta exploração resulla, que este rio é o verdadeirn lg·urey ou Garey, como
« pronuncião os indios guaranys, e distincto do que foi assim conhecido pelos
" antigos demarcadores, ao qual os mesmos índios chamão Piratini,·e que lança-
se no Paraná meia legua abaixo do sallo das Sete-Quedas. ·
« O verdadeiro lgurey, é contravertenle do Jejuhy e provavelmente de seu
" affiuente Corrientes, tão procurado pelos mesmos demarcadores, e que já atra-
vessei em outras épocas .
« Com mais vagar prestarei a respeito informações mais minuciosas.

« Renovo a V. Ex. as expressões de minha alta consideração e respeito.

( lllm. e Exm. Sr. conselheiro de Estado Visconde de ~aravellas, ministro e se-


« cretario de Estado dos negocios estrangeiros.- O coronel Rufino Enéas Gustavo
(( Galvão. ))

N. 215 .-Com missão de Limites entre o Brazil e o Paraguay .-Foz do rio lguassú,
« 9 de Junho de 1874.

« Illm. e Exm. Sr. -Em officio n. 23 de 14 do mez -passado tive a honra de


participar a ·V. Ex., que havia conseguido no dia 10, abrir comrnunicação com
1

« a canhoneira Taquary, e que no dia 11, tudo do mesmo mez, linha chegado

" até á barra de Pelotas uma lancha a vapor; porém não lendo mencionado as occut'-
« . rencias que derão-.se a respeito, por não permit.tir ent.ão o meu estado de saude,
« faço agora, bem como dos que seguirão-se até hontem, dia em que terminou Ioda
<( a demarcação.. .
« No dia 7 do referido mez, tendo acampado em uma , praia do Paraná, algumas
257
-
, leguas abaixo do sallo das Sele-Quedas, lancei ao rio uma garrafa lacrada , coo-
" tendo comrnunicação minha ao commandanle da canhoneira, prevenindo-o que
" estava em marcha para a foz de Santa TherezaJ ond e devia achar-se o alferes
" Antero.
" Vinte e lres horas flepois achava-se o mesmo commandanle de posse da com··
" lll!fnicação ·no Ilabó, seis leguas abaixo de Sanla Thereza, pelo qu e no dia 9
' navegou aguas acima, r, fund eando no dia seguinte em frente á sua embocadura,
' ou\'io tiros de fuzil.
" Era aviso do referido alferes, que ·continuando a lutar com difficuldades em
« abrir caminho pela margem pedregosa e íngrem e do Paraná, linha-se cmbar-

" cado em uma das duas pequenas chalanas, que descêrão o Pelotas, e em tão
·" fragil b~f'el navegado as furiosas correntes daqu elle. rio.
" A navegação a vapor do Paraná do Iguassú ao Santa Thereza era já um facto
realizado pelo distincto commandante da canhoneira Taquary,. e dahi até á foz
" do Pelotas acabava de mostrar o corajoso alferes Antero a possibilidade de con-
tinuai:-se à mesma naveg·ação, realizando-a com affouteza o immediato da ca~
" nhoneira, e em seguida o seu piloto em Janchm:. '
a Dispõe assim o Brazil de mais vint.e e sele leguas de navegação a vapor ·no

" Paraná, e parece-me. que se poderá leva-Ia mais acima algumas leguas, ernpre-
" g·ando-se vapores apropriados, resultado importante para as províncias de S. Paulo,
" Paraná e Malto-Gi·osso por limitar-se a interrupção da navega ção do grand e rio a
" poucas leguas no .salto das Sete-Quedas.
" No dia 15 continuárão-se os trabalhos da demarcaçã.o, e no dia 24· achando-se
reunida na foz do Pelotas a commissão mixta, embarcou-se nas duas lanchas a
" vapor, e chegou no mesmo dia ao Taquary . .
r
" No dia seguinte proseguirão aquelles trabalhos, qu e concluirão-se honlem.
" Ao terminar esta exposição me permittirá V. Ex. que recommcnde o capilão:- !
'!
lenenle José Antonio de Alv.arim Costa, commandante da canhoneira Taqua1·y,
« pelo importante serviço que acab_ a de prestar com intelligencia e. dedicação, bem
" como o imm ediato da mesma canhoneira Frederico Ferreira de Oliveira ·e o
« piloto Francisco Gomes da Silva.

" Reitero a V. Ex. as expressões de minha mais distincla · consideração e 1·es-


·" peito.
« lllm . e Hxm. Sr. c.onselheiro de Estado Visconde de Caravellas, minislf'O e
« secretario de Estado dos negocios estrangeiros. - O coronel Rufino · Enéas
« Gustavo Galvão . ~

~ N. 33.~Commissão de limites entre o Brazil e o Paraguay.-Assumpção, 31 .


de Outubro de 1874.
« lllm. e Exm . Sr.-Cabe-m.e a satisfação de apresentar a V. Ex. o mappa da

i serra de i\faracajú e o do rio Paraná, desde o grande salto das Sete-Qu edas até
« á foz do Jguassú , onde terminou a demarcação de tod a ·a nossa fronteira coin
E, J , 33
258

«· esfa Republica, ·bem cümo as acLas das conferencias sobre a troca destes mappas
ª e descripção da linha divisoria.
" Aproveito a opportunidade para completar as informações que dei em ofticio
« n. '12 do 1º de Dezembro do anoo passado, e rectificar uma no officio n. 18

" de 1.9 de Março ultimo.


<e Naquelle officio declarei que, reconhecidas a.s cabeceiras do Jgurey e dividin-

cc do:-se ahi a serra de .Maracajú em dous ramaes, Linha tomado o do norte; agora

cc tenho a accrescentar que chegando ás vertentes do outro rio 1 u ·.ue chamão os


" guaranys Piratini, e .parecendo-me
~~~- ~-~4"~.-.-:":·';tr
ser disti11clo daquelles, contiqueLcotJt a picada
,,...,.."5'!-~1-~-~;..'!..~~(:'.~t·c~ ~~,_t;:.r.~ ~_._ ....,.r:i;.,..~•-·~...., ·'-'" :: "".'<~ =;,.:~·,,;.••s--: .r.<:-1' ~ :~-:·---·,."?> -~~-:- -;-C•~~~~~-

.~ávef's.;í.t2.~ .,,,, '"


- - -... ... ...

« · pelo_,ranJ,ªJ ~p orte desta · nova divisão, que é justamente o que produz o rnemo-
~-~·""''""''" , , ,. , ,_.,. , _" .,,,,,,,,~·--.-". ,'" · . . ~· ··:·"". ., . ·"-'"~' .;,~, ,_., _;,. '>:-, ..,.; .,,,._ ~""""'~~ · ~...... " ~
;"·N·~~r·~-~-lro officio consignei, que depois de mui Las explorações nas immedfações .
( do acampamento 42 da grande picada, havia reconhecido que serra voltava brus- a
(( camente para o sul ; porém logo depois verifiquei não ser tão brusca a volta por
« ser para suéste e pouco adiante do acampamento n. 4:7.
(( Só depois de repetidas rxploraçües em tão densa malta, como a de Maracajú,
« ..
~Í.9 i..<J.~~~•.tR!J,,çl~ : ~f,M:."~J,lJ,.,,il.:~~~ ~~,~~.~ ~2!~ ~.-~~~}lg j.il,,,§,<;I:~a, P~:~~..;,l?J º ~~ 1~~!l-A.l!s.,,.,v,~r­
cc .},e.EJ~s ...9.9, ª!.f.2lQ.,,,ye~;E~J~10 , c?P~W~!};l9 ~.1:1 yt dp,,,}:esp.~i:;tivp,}D~j)p;~,~"' ·

« Como verá V. Ex. pela plan l.fj o rio Paraná, não ha outro grande salto, meneio-

« nado em alguns mappas, como o maior depois do grande, do qual dá lambem


cc notici"a o capitão CandiJo Xavier de Almeida e Souza ; nem a ilha em frente á foz

« do Pelotas e nem os campos nas margens do Paraná, como igualme.nte menci<rna o

cc mesmo capitão na memoria inserla na Hevisla elo Irnitituto Historico, tomo · 18º.
cc Esse salto, a ilha e os campos não poderião ler desapparecido, salvo o caso de
cc um .grande abalo nessa região, o.que nãçi consta.

cc É ainda tão estreito o Paraná, alcantiladas suas margens e de rocha . tão dura, ·

« que difficilménte se poderia accornrnodar em frente á foz do Pelotas a alterosa

cc Ilha, de que trata o referido capi lâo.

~ Tenho a honra de renovar a V. Ex. as revere11t.es expressões de minha maior


consid eração e respeitosa estima.
-cc Jllm. e Exm .. Sr. conselheiro de Estado Visconde de Caravellas, mitústro e

cc secretario de Estado dos negocios estrangeiros .-0 coronel Rufino Enéas Gus-
« tavo Galvão. ))

N. 24 .-Com missão çle limites entre o Brazil e o Paraguay.y-Foz do rio Iguassú,


9 . deJui1hode 1874.
cc Illm. e Exm. Sr._:... Tenho a honra de apresentar a V. Ex. a acta da 12.ª ·eoxnfe-

« rencia, relativa á demarcação da linha norte-sul pelo alveo do rio Paraná desde o
cc salto das Sele-Quedas até este ponto, onde terminou a de toda a fronteira do.Imi1>erio

« com a Republica do Para~uay, faltando apenas os tres marcos que mandei cons-

cc truir e a troca dos mappas daquella linha e os da serra de Maracajú, como tudo

« · está declarado . na acta .


259

Tendo de ir a commissão mixta inaugurar os 3 marcos, deixa por isso ella de


«
" seguir para Corrien tes, como prescrevem as instrucções dadas pelo digno an-
« tecessor _ de V. Ex., e regressa amanhã para Assumpção, onde se concluiráõ os
" referidos mappas ; o que cump_re-me participar a V. Ex.
K Empregou a commissão vinte e dous mczes em effectuar toda a demarcação
rr por uma fron teira comple!arnente deserta e bem pouco conhecida.

rr Ab rio cerca de oi tenta leguas de picada, een<lo sessenta p~la linha divisor ia e

rr desfas trinta -e oi.to sem interrupção pela serra de ~Jaracajú e margem direita do

Paraná.
<< Fez o levantamento minucioso de toda a fronteira e determinou vinte pontos as-
( lronomicamE;Jn te-, mo ntando a luneta meridiana em oito delles, sendo o ullimo aqui. ·
" Para rea lizar em tão pouco espaço de tempo o -immenso e difficil serv1çu que
' fez, não deixou ~e trabalhar um só dia, excepto os de chuva.
' Rcqovo a V. Ex. os votos .de minha alia consideração e res1)eito.
« lllrn . e Exm . Sr. conselheiro de Estado Visconde de Cararnllas, ministro e se-

« cretario de Es tado dm, negoc ios estrangeiros.--:-- O coronel Rufino Enéas Gustaoo
Galvâv . »
Tivemos .occasião µe ir vêr o esp lcndiclo salto {lo lguassú, duas leguas acima
da sua fJz, donde seguimos em _ u_rna lancha a vapor até onde pôde ella navegar.
Dah_i para cima fomos ,pela margem esquerda, sendo bem penoso o trajecto por
ser rn uito pedregosa.
É o salto do Iguassú, o mais bello que temos visto, não só pela sua altura, que
pelo menos tem 80 metros, como pqrque apanha-se todo elle de um só golpe de
vista, o que não acontece com o das Sete-Quedas, que é preciso vêr queda por
queda.
Temperaturas na foz do lguassú.
Maxima temperatura: 28°,õ no dia 1ºde Junho, e mini ma 17°,5 em 27 de Maio
de ·J 874 .
Tabella de dist~ncias do Rio 1•a1•aná.

'
PONTO DISTANCIAS
DE REF ERENCJA LOGARES KILO ~IE'f ROS

w ·. Foz do Pelo tas ( Igurey · verdeiro) por picada


!à~ o -<C1
.. 59,97
~- aberta
o p
8 a ]-,oz de Santa Thereza (pelo rio) 105,23
H ~
<Q 8
w ,-
~
w Foz elo Iguassii (pelo rio) 208.-36
260

Reg1•esso para A.st!lll1mp~ão.

No dia 'lÜ de Junho ·ás 9 horas da manhã, largou da. foz do lguassú a ca-
nhoneira Taqua1:y, conduzindo ·a seu bordo a cornmissão mixla, e no <lia 12 ás
5 1/ 2 horas da tarde fundeou no passo de ltapúa, entre a povoação paraguaya
Encarnação - e a argentina S. José da Trincheira, fundada no fim da guerra <lo
Paraguay .
. Durante a viagem não navegou á noite a canhoneira por· causa dos máos pas-
sos e violencia das correntezas .
Não podendo continuar a canhoneira a descer o rio por estar baixo o s<.tllo
de Santa Maria,. deixei-a ficar no referido pas~o, até que enchesse o rio, e no
dia 17 continuei a viagem com a com missão mixta nas duas lanchas a · vapor e
em . uma chalana grande.
Em uma das lanchas ia o pratico da canhoneira e na outra o que. mandei
contratar por não inspirar confiança aquelle.
·Chegando ao salto no dia 20, Jepois de lerem soffrido avarias as duas lan-
chas, devidas ás encalhações em pedras, mandei ·os dous praticas examina-lo e
regressando informárão'"'.me que podião as lanchas descer o salto, sendo porém
completamente descarrrgadas.
Mandando descarregar as duas lanchas e seguindo por terra o pessoal da com·
missão mixta, l_argárão eHas no dia '21 ás 9 1/2 horas da manhã com as suas
guarnições.
Desejando eu conhecer o salto, continuei embarcado bem como o major ~assance
e o alferes .Antero, que quizerão acompanhar-me.
O commissario paraguayo contiúuou tambern a viagem embarcado, e com elle
convencionei fazer um signal logc que as lanchas, que guardavão alguma dislan-
cia uma ·da outra, lranspuzessem o perigoso passo.
A lancha . em qu~ eu est~va, e que ia sempre na frente, passou locando, porém
·sem riovidade, e o mesmo aconteceu á segunda.
No estado em que se achava o rio, constava o :salto de duas quédas, a pouca
distancia uma da outra, sendo a pri m~ira a . mais consideravel.
O ruido que fazia o salto, a altura a qúe elevavão-se as aguas em cachão e
a extensão que abrangia de margem a marg·em, despertaria a qualquer t.da 11l-
tenção e admiração.
O- menor descu.ido no canal que offerecia o salto, e que só o olho do prali 1·0
podia distinguir lão imperceptível passagem, acarretaria â pe_rda das lanchas e
de todas as '·idas.
·Quando o ri0 está ch eio não se prrcebe o salto 1 sinão pela su;i maior corre11ii''l,;1

J
;
·261.

ahi ; e vapores do . calado da canhoneira Taqum·y e maiores vencem este passo


com maior ou menor esforço, conforme a força ela machina.
Fundeando as duas lanchas ás ·J 1 horas da manhã abaixo do salto, onde
já se achavão os que farão por terra, mandei fazer lenha para . continuar a
viagem até o Cerrito;
Ás 4 1/2 horas da tarde suspendeu-se, e chegou-se ao escurecer ao porto da .
povoação argenti11a ltuzaingo, creada no fim da guerra do Parag·uay.
Nesta povoação ficou o pralico Daniel Uriar:te, que cont~atei para dirigir a
desci tia do salto, serviço que desempenhou com pericia.
No dia 22 ao romper do dia conliirnou-se a \"Íag·ern, e sómente pôde chegar-se
ao Cerrito 110 dia 26 á tarde.
El':t viag'em para dous dias co111 todo o vagar, porém tendo encalhado e balido .
as fonchas pol' muitas vezes pela pouca pericia do pratico, perdeu-se por isso
muif11 tempo para safa-las e r.epara~las.
Niio podendo continuar a compiissão mixta a viagem nas duas lanchas, que.
precisavão ser concerfadas, requisitei ao digno commandante da nossa força naval,
estacionada no Ccrito, um vapor para conduzi-la iÍ Assumpção.
Seudo posta á disposição da cornrnissão mixla a canhoneira Onze de Junho, sus-
pend<'u ella no ~lia 28 ao meio dia, e no dia ·1º de folho á mesma hora che-
gou ao porto de Assumpção, em cuja cidade encontrei o capitão Pimentel, que
tinha deixado de seguir para as cabeceiras do Apa por ter sido antes informado
da 11roxima chegada da ·commissão.

(Jltimos ta•abalhos ela eormuiHão mixta.

No dia 27· de i11lho segui da cidade de Assumpção com o major Araujo e o


comrnissario paril~uayo com o seu secretario no transporte a vapor Visconde do
Rio llranco com destino á villa da Conceição, afim, de partirmos desta povoação
pa1·a as cabeceira do Apa, onde linha-se de construir os marcos do Estrella, e
. em seguida o da boca do Polrero de Julio.
Deixei ficar na referida capital o major Lnssance ·e o capitão Pimentel in-
cumbidos dos desenhos . das plantas da serra de Maracajú e do rio Paraná e da
carta geral de tPda a nossa fronteira com o Paraguay.
No dia 16 de Outubro cheguei á Assumpção com os meus comp:rnheiros, de volta
de nossa excursão ás cabe.ceiras do Apa e á serra de Amanibahy,. ficando inaugura-
dos o marcos de que tenho lralé1do.
No dia 20 re1111io-sc a comrnis ~ ifo 111ixla corn o Gtn ck examinar e ass!gnar os
mappas da serra de Maracajú; e no dia srguinle teve Jogar outra reunião com
i.d.entico fir;n a respei.to. das plantas do rio Paraná, desde ó salto dás Sete,,.Que.cl.as
até á foz do Iguassó.
Os or-igi.naes pertencentes ao Brazil e as respectivas actas forão aqui ,eil))tregues 'por
,mim a V. Ex.
Nas actas estão descriptas as linhas divisorias pelo alto da serra cl1e lVlaracujú e
pelo <J;lveo dQ rio Paraná com toda a minuciosidade e declaradas as po~íições geo-
graphicas dos marcos, do salto · das Sete-Quedas, da foz do Jguassú .e ou1ros
.loga.res .
No dia 24 reunia-se em conferencia, pela ultima vez a commissão jFnixta 1co 111
o Jim de examinar e assignar a carta geral. de toda a ·fronleir.a, que aca,bava
de ser demarc~da, como declarei em officio datado de 14 de No·vemb,ro, que
pass,o a transcrever.
e< N. 37. - Commissão de li!'llites entre o Brazil e o Paraguay. -Assumpção,
e< 11 de Novembro . de 187 4.

cc Hhilll. e Exm. Sr.-No dia 24 do mez passado reunio-se pela ultima vez a
cc commissão mixta com o hrn de ·confrontar e assignar os dous exempfares da
« carta geral da fronleirn , que acabava de ser demarcada, e, depois de assigna-
cc dos, lavrou-se a respectiva acla.
e< É .com a maior sa ti sfação que apresento .a V. Ex. o exemplar desta acla e
<~ o .daquella carta, perlencentPs ao Brazil, por comprovarem tão importantes do-
ce curne1 Ji1ilos, que • ficou cornp lef.amen'te concluida a demarcação ·de nqssa fron-
cc leira com esta Repuhlic•J, unico trabalho deste genero; realizado até ao ·presente
cc sern interrupção e no curto espaço de vinte e seis rnezes. A extensão de cento
« e noventa leguas de fronteira demarcada, .então pouco conhecida; oitenta de pi-
e< cadas, abertas nas serras de Arnan.ibahy e Maracajú e nas cabeceiras do Apa

« para deslindar a questão do Eslrella; a cnstosa navegação daquelle . rio e a do


<< Alto . Paraná, com os riscos · que apresenta arima da foz do lguasslÍ., podem

ct dar. uma idéa da perse verança da cornmissão e dos trabalhos com que lutou
e< para effectuar esta demarcação.

e< Cinco mezes de uma . vida por demais mortificante nas maHas de Maracajú
e< e d© ·Paraná, .· dnrante a estação das chuvas e quando a com missão já se
« achava fatigada pelos trabalhos anteriores, tornárão a ultima parte ·de demar-
c~ ca~ão bem difficiL
« F.@i nestas circumstanrias, e Sfllíl pratico, que abrio-se a extensa e cor.1tínua
cc . picada de trinta e oito leguas. pelo mais alto da serra de MaracaJú até ao
« gram1e saHo das S.ete Quédas .. e dahi pela escabrosa margem dire~la do Pa-
c< raná, .cheia de .precipicios e das maiores difficuldades até á emboeé\dura uo
« verdadeiro lgurey, ou Pelota.s dos antigos demarcadores.
cc É o alto daquella serra tão ~inuoso como um rio, e antes da demarcação
ç~ er~ ·completamente descoi1hecidQ, e sendo limitado por vertentes ignoradas,
263

e< era preciso, logo que se encontra vão, descriillinar pot'. explorações as que cor-
« rjão para o nor·te e para o sul, aílm de poder continuar a picada.
« Neste ultimo serviço da dernarcaÇão e rios anlerioús .derão sempre provas
e< de inlelligencia, a·plidão, dedicação e constancia os ajudantes majores Fran-

« cisco Xavier Lopes de Araujo) astr.onomo, ·e Guilherme Carlos Lassance e ca-


« pilão Joaquim Xavier de Oliveira Pimentel, que além do serviço de enge-
cc nharia exerceu o Jogar de secretario.
cc O major Lassance acompanhou-me sempre durante os referidos cinco mezes,
« fazendo · o levantamento da serra do Maracajú, com coragem e abnegação ..
cc O .major Araujo exerceu tamhem o commando interino da força da com-
e< missão, desde a boca da picada para o salto das Sele-Quedas até o fim dos

(( trabalhos, hem como o logar de secretario nas conferencias dos tres ulti-
(( mos marcos.
« Cumpro pois um grato dever em recommendar a V. E. tão distinrtos offi-
« ciaes pelos relevantes serviços que acabão de prestar ao paiz.
« Recomrnendo lambem a V. Ex. os medieos ·Drs. Antonio Monteiro Alves e
e< Joviniano Reginaldo Alvim pelos bons serviços que preslárão com ·zêlo e intel-

<< lig·encia; bem como o major Ai1tonio Maria Coelho, que no exercici0 de com-

e< mandante da referida força manteve a disciplina, e com intelligencia ·desem-

« penhou áJgur.nas explorações que mandei fazer; e os alferes Cassiano Xav.ier


« Monteiro e Àntero Tavares da Silva, _especialmente este, peia -consfancia e
« coragem com que lrabalhárão nas picadas.
<< Devo ainda recommendar ci consideração de y. Ex. os otfit~iaes abaixo men-

« cionados} que relirárão-se cm diversas épocas, pelos serviços que lambem pres-
«_ tárão á commissão: . capitão João Nunes Sarmiento, como . com mandante do des-
ce lacamenlo da villa da Conceição; os alferes Paulino LiLorio de. Faria Pinho e
« Izaias Alves da Silva, corno subalternos da força; o medico Dr. Augusto Wen- .
« cesláo da Silva Lisboa, e finalmente o tenente Antonio Lop~s Teixeira, que seguio
• na canhoneira Taquary até ci foz do rio Sanla Thereza, e abrio dahi para cima
e< alg'Ulnas leguas de picada .

« De noYo lenho a honra de reiterar a V. Ex as expressões de minha subida


«.consideração e respei tósa estima.
. .
« llltn. e Exm. Sr. conselheiro de Estado Visconde de CaraveHas, . ministro e ·se-·
e< crefario de Estado dos negocios estrangeiros. - O coronel, Rufino Enéas Gustavo
« Galvâo. »
Durante toda a demarcação reinou sen1pre entre as duas commissões a mais cor-
dial harmonia, e a dedicação e perseverança do meu coÜega, o digno commissario
paraguayo, nos trabalhos da demarcação, muito concórrêrão para a rapidez deste
arduo serviço.
lletia·ada tia comn1issíio b1•azileb•a 11a1•a estn c«ta•te.

No dia 29 de Outubro officiei ao nosso ministro em Assumpção, requisita~do pas-


sagem no primeiro vapor até esta côrle para a commissão brazileira, por ter con-
cluido todos os seus trabalhos; porém a par ~ida da cohrn1issão sómente realizou-se
no dia 13 do mez seguinte por falta dP. transporte.
Recebeu ella nessa occasião as mai s significativas e hrilhanles provas de apreço de
todos os brazileiros, residentes em Assumpção, e de muitos cidadãos da Republica,
bem como de sua imprensa ..
No dia 29 de Novembro chegou a esta côrle a commissão brazilei,ra, conscfa de
ler cumprido o seu dever com zêlo e dedir.ação; e no dia seguinte apresentou. se ao
governo imperial, a cuj&.s providencias e recommendações muito deveu a comn:1ciss~o
ter sido tão hem succedida.
Tal é a exposição geral dos trabalhos da demarcação de limites entre o Imperio
do Brazil e a Hepublica do Paraguay, exposiçã.o que podia ser completa, si eu dis~
puzesse de tempo sufficienle. ·
Aproveito a opporl:unidade para renovar a V. Ex. as expressões de minha maior
consideração, profundo respei lo e alta estima.
\ '
llio de Janeiro, 15 de Fevereiro .de 1875. .
lllm. e Exm. Sr. conselheiro de Estado Visconde de C:aravellas, ministro e secre·
tario de Estado dos negocios estrai1geiros·.

Barão de JY!aracaJú~ -
265

RECLAMAÇÕES ANGLO·BRAZILEIRAS.
N. 95.
Nota da legação br-itannica ao govetno impe1·i'al.

(TnAnucçÃo.)-Legação de Sua Magestade, 7 de Novembro de 1874..

Sr. ministro.-Pela mala ultima. recebi .um despacho do secretario de .


estado dos
negocios estrangeiros de Sua Magestade a respeito da proposta por· V. Ex. feila n.a
~ua nota de '15 de Novern bro de '187.;J para decidir· se ~t questão das reclamações
inlernacionaes, que lhe l.em occupado inteira e continuamente a altenção.
Tenho instmcções do conde de Derby para informar a V. Ex. de que o governo
de Sua Magestade não póde assentir <.i proposta convenção no seu estado aclual.
O governo de .Sua Mageslade é de opinião que se não deve entender que as
decisões das ·com missões mixtas estão sujeitas á revisão perante o novo tribunal
proposto.
Permittir similhante revis~o seria, no seu conceito, frustrar o proprio objecto
com que os dous paizes estabelecêrão os primitivos ' tribunaes mixtos, islo .é, que
as decisões fossem finaes e sem appellação,.
Suggerio-se porém ao governo de Sua Magestade que póde ler havido perante
aquellas commissões casos cm que se faltasse á justiça ou em que de facto se com-
rneltesse tão grande injustiça, que as pessoas prejudic_adas tenhão direito a ser ouvi-
das de novo. Em taes casos extremos--e devem ser mui poucos-crê o governo de
.Sua Magestade que se poderia convenientemente conceder a revisão perante o novo·
lrilrnnal proposto; mas, sendo esta concessão inteiramente e< ex gratia e obJeCto
>)

de favor, _pensa o .governo de Sua Mag;estade que, quasi de necessidade, lhe deveria
ser submeltida uma lista daquelles casos com a proposta d.a convenção. O g·overno
de Sua I\f~geslade já annunciou que concorda (por motivos que levei ao conheci~
menlo do ·governo imperial.) cm que ao novo tribunal se conce~a poder discri-
. cionario para revêr as decisões dos lribunaes do almirantado si, em . seu conceilo,
se der para isso boa razão, com cslas distinctas condições: 'l ª; que de 11enhum modo
se ponha em duvida a validade do acto Aberdeen; 2", que o tribunal se guie pelos
tratados e leis dos respectivos paizes, que eslavão em vigor quando as reclamações
.forão originalmente julgadas; e 3", que se forneça ao governo de Sua Magestade_, suf-
Jicienle tempo antes da reunião do tribunal, uma lista completa dos casos que houver
E. I ali'
266

intenção de levar ao tribunal, afim de que tenha o governo tempo bastante para
preparar ela sua parte quaesquer respostas.
Julga o governo de Sua Mage$lade que as clausulas da proposta convenção devem
.. ser concebidas em linguagem clara, precisa e exacta, que não dê Jogar a i llações i
e por isso pensa que seria pa1:a desejar que na convenção se declarasse que para
os fins della coi1cordão as duas partes contratantes em que a validade do aclo
Aberdeen não seja de modo· algum posta ·em duvida.
Aproveito esla opportunidade para renovar a V. Ex. a segurança da minha alla
consideração.
·A S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas.
GEORGE BúCKLEY MATHEW.

N. 96 ..

Nota do governo impe1'ial e[ legaçcio hritannica ..

Hio de Janeiro.-Ministerio dos negocios eslrangeiros,


'
cm '16 de Dezembro
de 1874.

S. Ex. o Sr. George Buckley Malhew, enviado exlraordinario e ministro pleni-


potenciario de Sua Mageslade Britannica, respondendo em 7 de Novembro do cor-
rente anno <i nota que tive a honra de dirigir-lhe a 15 lambem de Novembro do
anno proximo passado, communica-me ele ordem de S. Ex. o Sr. Conde ·de Derby
que o governo de Sua dila MagestaLle não póde aceitar laes quaes se achllo as bases
propostas pelo do Brazil para a decisão das reclamações anglo-brazileiras.
Tinha o governo imperial concebido a esperança de que aquellas bases, offerecida_s
c_om a intenção de facilitar um accôrclo conveniente e honroso para ambas as parles,
encontrassem favo!'avel acolhimento, sendo, quando muito, modificadas em pontos
não essenciaes. Não se realiza infelizmente tão lisongeira esperança. A iiegociação,
em vez de progredir, retrocede.
A ldéa de annexar á proposta brazileira uma relação limitada das reclamações
provenientes de sentenças proferidas velas extinclas cornrnissões mixlas, é, por
outras palavras, a mesma que o Sr. Buckley Mathe\i/ apresentou na sua nola de
i6 de Novembro de 1872 . . Queria então o governo britannico que o do Brazil
lhe remettessé a exposição de um ou mais casos especiaes para que elle os submellessc
267
a exame preliminar e verificasse si estavão no caso de ser commetlidos á consi-
deração do novo tribunal. Negou-se o governo imperial a consentir no exame pre-
liminar e offereceu enviar ao de Sua Magestade Britannica, sómente para seu conhe-
cimento e antes que o tribunal começasse a fun~cionar, uma lista completa das
reclamações desta categoria que tencionasse submetler á revisão. Enteiide agora o
govr-rno britannico que com a proposta hrazíleira lhe deve ser entregue uma lista
de mui poucas reclamações, e diz, como fundamento da sua exigencia, que a revisão
de que se trata é ·um favor.
Esta qualificação não parece aceitavel. As sentenças das extinctas commissões
m'ixtas erão finaes e sem appellação. Isto é incontestavel; mas tambem o é que nem
todas . essas sentenças forão justas, como o proprio governo hrilannico reconhece.
Nilo se trala ·portanto de um favor propriamente dito, e sim de um acto de equi-
dáde, que póde set· recueado si só se attende á lettra cl'a convenção que regulou a
materia, porém que o espírito della aulorisa e rccommenda. Seja todavia a re-
visão um favor puro e simples, a questão de nome não tem importancift ·real : o
que a lem é a limitação . arbitraria .do numero das reclamações e a exigencia da
lista como .aclo prévio e conducente á conclusão do ajuste e não como conse-
quencia delle. ·Limitar o numero por que a revisão é favor é tirará conce?são o
caracter generico e ,imparcial que deve .ter. Si o governo imperial consentisse em
apresentar uma lista mui reduzida, teria necessarianrnnte de escolher, não na massa
das reclamações, desprezando as que não pudessem allegar inj usliça notoria ou ille-
galidade manifesta, mas entre as que estivessem nos dous casos previslos. A sua
escolha seria portanto parcial e a parcialidade deli~ seria aggravada por qualquer
nova reducção que o governo britannico fizesse. A apresentação prévia da lista teria
ex plicação si o numero das reclamações . devesse ser marcado pelo governo britan-
nico, mas si esse numero, e o governo imperial não pócle aceitar outra cousa, de-
pende de se verificarem as duas condições estabelecidas para a revisão, torna-se evi-
dente que tal apresentação, dest?ecessaria como elemento de ajuste, não tem razão de
ser, salvo si ha de servir ao exame preliminar já expressamente proposto e expressa-
mente rejeitado. A esse exame não póde o governo imperial annuir nem mesmo tacita-
mente, e a apresentação que se exige seria em ultima analyse um consentimento tacito.
Tratando-se das reclamações provenientes das sentenças dos tribunaes do almiran-
tado, uão exige o governo hrilannico que a respectiva lista lhe seja remeÚida com a
proposta de convenção, mas apenas algum tempo antes da reunião do novo tribunal
mixlo e sómente para pt~eparar as defesas. Neste caso não ha limitação de numero,
nem exame preliminar expressamente estipulado, ou como consequencia da época
da apresentação da lista. Ahi está o modo mais natural de proceder. Por que se
ha de exigir em um caso aquillo que no outro se dispensa? Estabeleção-se as regras
do julgamento e entreguem-se as reclamações á commissão. Que melhor garantia
póde querer o governo britannico?
268

Quanto ' á validade do bill Aberdeen, reporto-rne ao que disse na minha nol.a de 20
de Março do co'rrente ·anno.
A segunda das bases propostas f!ª nota a que respondo já foi offerecida pelo Sr.
Buckley Malhew na de 16 de Novembro de 1872. O governo imperial modificou-a di-
zendo que as reclamações provenientes do commercio de escravos serião julgadas
segundo os tratados e as outras segundo as leis. Esta distincção tinha por fim
evitar que a nova com missão mixta, na revisão dos casos julgados pelos tribunaes do
almirantado, se considerasse obrigada ou autorisada a guinr'-se pelo bili Aberdeen. O
governo bt;itannico torna a englobar as regras do julgamento e o faz com expressa
referenci~ aos mencionados casos ao passo que nenhuma regra estabelece quando
falia das sentenças proferidas pelas exlinclas commissões mixtas. Parece isto sign.i-
ficar que nl'iú aceita a base 7ª da minha nota de 15 de Novembro do anno proxirno
passado , e o governo imperial sentiria que assim fosse porque lambem neste ponto
não pó de fazer concessão alguma.
A base 3ª das que agora propõe o Sr. Huckley l\fathew não provoca objecção, uma
vez entendido que nas defesas (replies) a que ella se refere, se não invocará o bili
Aberdeen para jusli.ficar quer a captura quer a condemnação.
O governo imperial. pensa, como o de Sua Magestade Britannica, qne deve haver ·
a maior precisão e clareza na linguagem da projeet.ada convenção e por i.sso dri
grande valor 6.s indicações feitas na presente nota. Espera elle ainda que se chegur~
felizmente a urn accôrd o honroso para ambas as partes.
Aproveito com prazer esta opportunidade para reiteràr a S. Ex. o Sr. Gr.orge
Buckley Mathew as seguranças da minha alia consideração'.
AS Ex. o Sr. George Buckley Mathew.

VISCONDE DE CARA VELLAS.

N. 97.
Nota da legação lwitannica ao governo únpe1°ia l~

(TnAuucçÃo.)~Legação de Sua Magestade, 22 de Dezembro de 1874.

Sr. mini stro. - Tenho a honra de accusar a recepção da nota de V. Ex.· (h~
16 (lo corrente, 11elaliva ao proposto arranjo das reclamações brazileiras. Cum-
prirei o drvcr dA transmiti.ir essa nota ao governo de Sua l\fagestadc na primeira
occasião, mas devo pcdi-r a V. Ex. licença para offerecer-lhe algumas observações
269
que a sua leitur·a provocou, e em primeiro togar julgo necessario lembrar a na-
tureza dessas reclamações e a!" cxaclas concessões offerecidas pela Gran-Brelanha
cm relação ás reclamações brazileiras, no intuito de provar a V. Ex. que é um
erro p1·esu,rnir que a . minha nota de 7 do mez ultimo, a que V. Ex. resp~nde, era
em qualquer sentido um passo retrogmdo.
1

As reclamações hritann.icas fundão-se em a1legados actos de violencia ou de


arbitraria illegalidade e não têm relação alguma com as dos suhditos hrazileiros,
as quaes procedem do commercio de escravos, que era crime pelas leis do Bra-
zil. Creio que V. Ex., com o elevado sentimento de verdade e de justiça que
o disfo1gue, não hesitará em admittir que sou exacto quando dig·o que em todos
esses casos de reclamações era bem fundada a accusação de comrnerciar em es-
cravos, e que o unico objecto dos reclamantes era e é escapar ás penas da lei, que
yiolárão, por meio de alguns vieios de fórma ou de illegalidades casuacs. Si estou
bem i,nformado, posso ainda observar que essas reclamações forão, em quasi todos
os casos, vendidas por sommas insignificantes a especuladores, cuja funesta influen-
cia ainda escurece a questão.
Apezar da grande differença que existe na natureza das reclamações o governo
de Sua Mag;eslade, querendo sinceramente pôr'\'"se de accôrdo com os desejos do Rra- ,
zil, t!ffereceu concessão sobre concessã.o desde que lenho a homa de representar a
Bainha, minha graciosa soberana, na côrte de Sua Magestade Imperial.
Hevogou primeiro o acto Aberdeen com o fim de remover todo mol.ivo de offrnsa
ou irritação nacional.
Concordou depois em que, quando se dessem boas razões ao novo t.ribunal que se
tratava de crear para decidir as reclamações, tivesse esse tribunal. o poder de rever as
decisões dos tribunaes do almirantado .
.Julgou-se habilitado para fazer esla concessã.o pela razão de que em muitos desses
casos não se achavã.o representados os réos e de que em todos terião elles tido direilo
á appellaçã?.
Consentio ainda em deixar á revisão . e decisão do novo tribunal varios casos,
julgados pelas commissões mixtas, mas que nao tinhão sido definitivamente resolvi-
dos em consequencia de propo~ta intervenção dos dous governos ou por outras causas.
O governo brazileiro porém desejou dar ao novo tribunal, sobre as sentenças das
commissões mixtas, a mesma faculdade 'discricionaria de revisão, que o governo de
Sua Magestade, pelos motivos acima expostos, estava disposto a conceder relativa-
mente ás decisões dos tribunaes do almirantado, allegando que algumas-não mui-
tas-- daqµellas sentenças erão rnani~estamenle injustas ou notoriamente illegaes. ·
O govemo de Sua Magestade não podia annuir a este desejo pelo simples fac.to de
que a convenção celebrada entre os dous paizes para o estabelecimento das commissões
mixtas, gui,ada pelo especial objecto de concluir permanentemente todas as ·questões
pendentes, declara que as decisões dessas commissões serã.o (inaes e sem appellação .
V. Ex. admitte que isto é incontestavel.
270

Todavia, b governo de Sua Magestade, animado do desejo de fazer ' tudo quanto
legal e honrosamente lhe fosse possivel para facilitar a decisão das rec,lamaçõe~ bra-
zileiras, offereceu entrar em um exame imparcial desses casos de allegacla injustiça
ou illegaliàade e submelter, por excepção, qualquer caso·, em que os dous governos
concordassem, á r~visão do novo tribunal.
Esta _proposta porém não satisfez ao·governo de Sua ·Mageslade Imperial, e cu
tive ultimamente a honra de communicar a V.. Ex. que o governo de Sua Magestade,
ao pasPJo que mantinha o principio da inviolabilidade das estipulações de tlm tratado ,
. estaria disposto a consentir· que fossem levados ao novo lr~bunal, como questões ex-
cepcionaes, cerlos casos que o Brazil allegava terem sido injusta ou illegalmente
decididos, si taes casos fossem rnencionados' e em pequeno numero.
]?or um la'do, segundo o uso universal e com justiça, se não póde pedir ao go-
verno de Sua Magestade que entre em uma con~enção de cuja natureza e ext.eosão
não tenha elle inteiro conhecimento e que não estaria porlanlo habilitado para
rejeitar ou aceitar; e por outro lado quasi não se póde suppôr que o governo bra-
zileiro não tenha lido o cuidado de examinar e escolher as reclamaç.ões por elle lão
fortemente ad \1ogadas;
SI bem comprehendo a presente nota de V. Ex., a principal razão adduzida para se
não mencionarem os casos que o Brazil deseja submeller á revisão é que elle quer evitar
a imputação de parcialidade na escolha. Mas não é esse o primeiro, embora desagra-
davel, dever de um go verno ? Deve a sua acção ser impedida pelo receio de offender?
. Posso assegurar a V. Ex. que o governo de Sua Mageslade tem rejeitado sem
hesitação muitas reclamações contra o Brazil, e devo abrig~r a es perança de que o
mesmo coraj'oso sentimento do dever, pelo qual é o governo de Sua Mag~stade guiado
em laes assumptos, dirig·irá o governo deste grande Imperio constitucional.
Vejo c~m sorpreza que V. Ex. nfto considera como favor e que ao contrario re-
clan~a corno acto de equidade o proposl.o assentimento do gove rno de Sua Magestade
á revisão, dadas certas circumslancias, de casos julgados pelas com missões mixlas.
Quando a reparação de uma injustiça, que se diz sofhida pOL' ambas as parles, é
concedida sómente em beneficio de uma dellas, de cert:o se deve chamar favor.
Entre as muitas decisões das com missões rnixtas que percorri, algumas encontrei
a meu vêr tão manifestamente injustas contra o governo de Sua Mag;estade, que eu·
difilcilmenl.c julg::iria possível qu e mesmo o forle es pirito de pal'lido então existente
cegasse os homens a tal ponto.
O governo de Sua Magestade foi bem informado desses aclos de injustiça, mas
submetleu-se sem sé queixar ás estipulações do tratado. Si V. Ex. insiste cm
concedeL' ao nov0 tribnnal) coi110 objecto de1;equidade, a revi são das' decisões das com-
missões mixtas de qu e o Brazil se queixa, pcrmiltir-me-ha perguntar-lhe como ten-
ci1rna remediar as decisões injusias de que se queixa a Gran~Bretanha.
Não foi, Sr. mi·nistro, sem sincero pezar que eu li a nota ele V. Ex., e não é sem
. elle que ponho em duvida·o seu ultimo paragrapho.
271
Estou convcricido de que não só as exigencias do Rrazil serão condemnadas
como injustas por lodos os paizes neulraes, mas lambem de que a esclarecida opi-
nião do lrnperio brazileiro me acompanhará no pezar que sinto ao vêr que o actual
governo de Sua Magestacle Imperial rejeita ns honrosos) justo& e liberacs offerecimen ~
tos da Gran--Brelan~rn nesta . questão . .Áquelle governo cabe a responsabilidade que
resulta de se não decidirem as reclé1mações brazileiras.
Aprovei lo esla opportunidadc para renovar a V. Ex. as seguranças da mipha ·
alta consideração.
AS. Ex. o Sr . Visconde de Caravellas.
GEoncE BucnEY MAr HEw.

N. 98.
Nota da legação brz'tanrtz'ca ao gove?'JW imperz'al .
.
(TnADUCÇ1\o.)-Pelropolis, '11 de Março de 1875.
Sr. ministro. - Em sua nola de 7 de Novembro passado apresentou o· Sr.
Buckley Mathew a V. Ex., de ordem do secretario de Estado dos negocios estran-
geiros de Sua Mageslade, cerlas condições, mediante as quaes eslá o governo de
Sua Magestade disposto a consentir em uma convençãü para a solução das reclama-
ções internacionaes.
Pela terceira .condição se pedia que uma lista dos casos, que houvesse intenção de
levar ao fribunal, fosse fornecida « algum lempo antes da reunião desse tribunal, >>

e na rcsposla de V. Ex., dalacia de 16 de Dezembro, se diz: Tratando-se das recla-


<<

« rnar;ões provenientr,s das sentença's dos lribunaes. do alrnirantad0, não exige o

« governo britannico que a respectiva lista lhe seja remetlida com a proposta de con-

« venção, mas apenas algum tempo antes da reunião do novo tribunal. >> Nisto
fez-me vêr o conde de Derby que V. Ex. parece ler sido induzido em erro pela rc-
dacção dada pelo Sr. Buckley Mathew :í 3ª condição .
. A verçladeira significação é que a proposta convenção não póde ser aceita, si
o governo brazileiro não consente em fornecer ao de Sua Magestade uma lista com-
pleta dos casos decididos pelos lribunaes do · almirantado, que tencione submellel'
á nova conirnissão, « úastante tempo antes de concluir- se a convenção 1.1ue se
« propõe. >>

Tendo a honra de trazer isto ao conhecirnenlo de V. Ex., aprovei lo a óppor-


. !unidade para renovar-lhe as seguran ças. da minha mais alia consideração.
AS. Ex, o Sr. Visconde de Cúavellas.
V1cToR A. vV. DHu ~1MoNn.
272

N. 99.
Nota do governo imperial d legação britannica .

. Rio -de Janeiro. -Ministerio dos negocios estrangeiros, 18 de Março de 1875.


Pela nota, que o Sr. Victor A. W. Dmmmond, encarregado de negocios intpri no
da Gran-Bretanha, servio-sc dirigir-me em 'l t do corrente mez, fico scintb do exaclo
pensamento do governo brilannico quanto á lista dos casos julgados pelos lribunaes
do almirantado, que o·governo imperial tencione submelter á revisão da nova com-
missão mixta.
S. Ex. o Sr. Conde de Derby deseja que aquella lista seja apresei1tada; não algum
lcmpo antes de reunir-se a·com missão, com o pedio o Sr. l\fathew, mas sim antes que
se conclua a proposta convenção.
Devo dizer francamente que o governo imperial não póde ann uir a isso. Ellc já
declarou que não concorda em apresentar, antes de concluir-se a convenção, a lisla
das .reclamações provenientes de sentenças das commissões mixtas.· As razões des~a
recusa são applicaveis ás reclamações da outra categoria, e · accrescc a seguiule.
Não é admissível por par'le do Brazil condição alguma, que importe o I 1econheci-
mento da validade 1lo acto Aberdeen, e a apresentação da lista na época agora in-
qicada pelo governo britannico conduziria a e'sse reconhe cimento. ·
1

S. Ex. o Sr. Buckley Mathew,. accusando em 22 de Dezembro proximo passado


a recepção· da m'inha nota de l 6 desse mez, disse que a levaria ao collhecimento
do seu governo. Aguardo a decisão deste, abstendo-me por ora de toda e crualquer
observação sobre o conteudo da nota, que por eslc meio certifico havei" recebido.
Reitero ao Sr. Victor Drummond as seguranças da mint1a dislincla conside-
ração.
Ao Sr. Victor· A. W. Drummond.
V lSCON DE DE CARAV EÍ,LAS.

N. 100.
Nota da legaçâo britannicçt ao guve1:no imperial.

( TRADucçil.o.) - Pctrnpolis~ '17 de ·Abril de 1875.


Sr. ministro. - Heferindo-rne <.i no la, que V. Ex. dirigio ao Sr. Buckley Malhew
a 16 de Dezembro ultimo em resposta e:is condições otfcrecida~ pelo gornrn~ de
Sua Magestade ao do Drazi[ na nota do Sr. Buckley Mathew de 7 de Novembro,
273
relativa ao proposto julgamento, por uma com,m1ssao nü~ta, <fas reclamações bri-
lannicas contra o Hrazil e das braziLeiras contra a Gra.n-Brelanha., lenho a h-01u1a
de communicar a V. Ex. qu.e o Sr. Buckley lVIalhe.w remelteu cória da. no.tw de
V. Ex. ao Conde de Derby, e que, em resposta a essa nota, recebi inslruc.çõef!
cio principal secretario de Estado de Sua Mageslacl.e na repartição dos negoeio-s
estrangeiros para dizer a V. Ex. q.ue o governo de Sua Magestade teve prns.enl1e
a dila nota e ouvio sobre clla os advog·ados da co.rôa, e q.ue, depois de madmm
exame das propostas ·do governo brazileiro , se vê com reluctancia comp:ellid·o a
concluir que é inulil prolongar esta negociação.
Os termos, em que o govern.o de Sua Mages.tade estci disposto a consentir. na
revisão das reclamações hrazileiras por uma commissão mixta, são tão differen-
les das condições que o governo brazileiro propõe para essa: revisão, que, pa-
rece, se não póde esperar que os dous governos cheguem jámais a um accôrdo
sobre a materia.
O governo de Sua Magestade julga desnecessario recapitular todos os pontos de di-
vcrgencia que têm surgido no decurso da discussão, mas é bom recordar os
dous principaes.
J.º Queria o governo de Sua Magestade que, antes de entrar em ajuste para a
revisão . das reClamações por uma commissão mixta, lhe fornecesse o' governo br~­
zilei'ro uma fo.ila de todas as que bencionasse t:ubmeller a essa commissão, de
modo que pudesse considerar si erão taes que estivessem no caso de ser sub-
meltidas, e tambern pa•rra: qhl.e co1;ihecesse· an.teci1F>a1d.a:meole a extensão do com-
promisso que contrahia. Hecusou-se a isso o governo brazileiro, compromeltendo-sc
unicamente a dar a l'isla ~Jasla·nle tempo antes de se reumr a commissão afim
de pern1i tti r a preparação das respostas.
2. º Estipulou o governo de Sua ·I\fageslad.e desde o principio que de nen\lU!TI .
modo se poria cm duvida a validade do aclo Aberdeen.
A csla condição recusou o governo brazileiro positiva e repetidamente o seu
consenlimenlo , instando de facto para que , n ~1s deliberações da proposta com-
missão mixta se não reconhecesse o aclo Aberdeen .
. Tenho portanto ordem do Conde d.e Derby para dizer a V. Ex. que, á vista da
completa divergencia de opiniões crifre os dous governos quanto ás .condiçõc~s da
-revisão das reelamacões
. • brazileiras ' 1·uto·a
b o b0 ·overno de Sua I\fa
. b ·eslade inutil riro-
0
.
seguir na ques'tão de uma ·comrnissão mixta para ambas as classes de reclama-
1
ções. As reclamações brilannicas contra o Brazil. são i nteiramentc distinctas e as··
scnlão em fundamentos totalmente diversos dos das reclamações brazileiras contra
a Gran-Brclanba. Todas, ou quasi todas ' as reclamações brazileiras referem-se á
navios tomados e condemliados cm juizo por se acharem empregados no com-
rncrcio de escravos; e por outro lado as reclamações britannicas coolra o Brazil 1
l
nascern principalmente ele prejuízos soffridos por subdilos. brilan.nicos residentes
no Brazil, preJmzos cuja responsabilidade se póde allribuir ao Brazil, em alguns
~I ~
274

casos por terem sido causados pelos seus proprios agentes e em . outros porque ·
esses agentes não derão aos lesados a · devida. protecção.
Por estas razões crê o governo de Sua Magestade que será melhor lra.tar separada-
•mente das duas classes de reclamações, e logo que po.ssa examinar convenientemente
a ID:aleria me mandará instrucções para trazer as reclamações britannicas ao co-
nhecimento do governo imperial, deixando que este dê O$ passos que julgar acer-
tados relativamente ás de seus proprios subditos.
Tambem tenho instrucções do Conde de Derby para declarar a V. Ex. que o
governo de Sua lVlagestacle tomarei em séria consideração quaesquer reclamações
brazileiras que o governo imperial julgue conveniente apresentar.
Aproveito esta opportunidacle para renovar à V. Ex. as seguranças da minha
mai~ alta consideração .
A S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas.
VrcTOR A, W. DRUMMOND.

N. ·IOL
Nota do gove1·no imperial á legação britannzca.

Rio ele Janeirn. - _-Ministerio dos negocios estrangeiros , 24 de Abril de 187 5.

a
Recebi nota, que o Sr. Victor A. W. Drummond, encarregado de negocios inte-
rino . da Gran-Bretanha, servi o-se dirigir-me a 17 do corrente, cornm.unicando-me
de ordem do Conde dé Derby que o governo britannico, i:Í vista da completa divc!'-
gcncia de opiniões quanto ás condi'ções da revisão das reclamações brazileiras, julga
melhor abandonar a icléa de uma commisão mixla e lralar separadamente das
reclamações dos subditos dos dous paizes.
Accresccnta o Sr. Drummond que o seu governo, logo que lhe fôr possivel, man-
dará trazer·as raclamações britannicas ao conhecimento do governo imperial, dei"
:rnndo a este o cuidado ele·· proceder como julgar convenienlc quanto ;ís dos brn-
zilciros, as quae ~ serão tornadas em séria consideração pelo governo de Sua ~fages­
lade hritannica.
O governo imperial fica inteirado da resolução que o Sr. Drummond acaba de com-
rnunicar-me e eu aproveito.a opporlunidade para reiterar"'.lhe as seguranças da minha
dislincta consideração.
Ao Sr . Victor A. W. DmmmoncL
VISCONDE DE CAHAVELLAS.
275,

ReG Jama~ão do Conde de Dnndonald Gomo representante de seu falleGido Pae Lord Cochrane.

N. l 02.
Nota da legação brüannz'ca ao governo ünpen'a l .

(TRADucçi\O}--Legação britannica.-Rio de Janeiro, 10 de Maio de 1871'.


Sr. ministro.-Hecebi do Sr. G. L. Hunt, como agente do Conde de Dundonald,
uma .carta, em que se mostra sentido por não ter sido honrado com alguma cornmu··
nicação, não obstante haverem decorrido alguns rnezes desde que os arbitros profe-
rirão o seu lau_do sobre as reclamações de S. S., e desde que ·o governo de Sua Ma-
gestade Imperial declarou áquelles. senhores que aceit.ava o d i.to laudo e que tomaria
immediatamente medidas para o pagamento da qua1ilia arbitrada.
O Sr. Hunt está na persuasão de que nos casos de arbiti;amento internaciot]al,
sobre bases já convencionadas, o pagamento das sommas concedidas é usualmente im-
mediato, e diz estar informado de que esta pratica foi seguida pelo Brazil nos casos
dos navios norte-americanos Carolina em 1867-1868 e Canadá em 1871.
Desejando evitar· a imputação de causar neste negocio qualquer inconveniente
ao governo de Sua Magestade Imperial, tem-se o Sr. Hunt abstido até agora de se
dirigil' a elle; mas crê do seu dever, como agente de lord. Dundonald, manifestar
a esperança de que o pagamento n.ão será demorado. por mais .tempo, e reclamar
o costumado juro legal, sobre a quantia que se declarou devida, desde a data da
aceilaçãQ do laudo até á da liquidação.
Sem enlrar na questão da demora do pagamento, a qual, segundo entendi a
V. Ex., é deviâa ao desejo, que tem o governo de Sua Magestade Imperial, de ser
officialmente autorisado pelas camaras, creio que, considerando que g'eral.mente se
entende acarretar a decisão proferida por um tribunal em questões pecuniarias o
paganíenlo de juros até fazer-se a liquidação, julgará V. Ex , de equidade o que
pede o Sr. Hunt.
· Estou beni certo de que nesta materia ha de o governo de Sua Magestade Impe-
rial adoptar o procedimento que seja usual e que pareça mais apropriado ri digni-
dade do Imperio. \1
Aproveito esta opporlunidade para renovar a V. Ex. as seguranças de minha. rnais
alta consideração . . (
A S. Ex. o Sr .· Visconde de Caravellas . J
GEORGE Bvc~n,~y MAnmw, /.
f,
~N. ·103.
Nota do governo im.perial d legação brítannica.

Rio de Janefro.-Minislerio dos negocios estrangeiros, 2d de Maio de 1874.

Tenho a honra de responder ::í nota, que S. Ex. o Sr. George Bucklcy Ma.lhew,
enviado extraordinario e mitiistro plenipolenciario de Sua Magesladc Britannica
servi o-se .(hrigir-.1ine .em ·1O ·do cor.rente mez ácerca do pagamenlo da .q1rnntia arlii-
lrad.a pelos Srs. rnin.istro tle Jtalia e dos Eslados-Ulil'ÍdQs da Amêrica 1rn decisão que
proferir.ão sobre as rnclaimações do Conde de D~1ndonald.
O agente do ,redama.nle não .está bem informado quando assevera ler o -governo
i,Q1 1perial decla.rado aos iWbilrns que daria immedi:alamente us passos . necessarios
para fazer o referido pagamento. O que cu disse foi q1i1e a ~lecis5.o seri:a eslricla-
me.nte ex.eculada ; né·m mais pod eria dizer desde que o govemo imperial julgava
necessaria a in.terv.enção .legislativa, ,como tive occasi5o d,e observar ao Sr. Buckley
Mathevv e S. Ex . .rieconhece na nota a que respQndo.
Tambem .não está .o .Sr. Uu;n.t ·bem informa.elo q·uando .allega ser de reg~·:.. que,
ngs c.asos res:ohri.dos por arhi.trame·nto internacional, sej.ão immediatos os paga-
ruen.los. Nenhuma 1re.gra ainda se estabeleceu, ou se póde eslabdecer, ·que seja
co.n.lraria ás dis.posições ccn1stitu0i·1J>n aes de qualquer paiz; nenhum arbitro se jul-
gar.ia ·cnmpr,tente J~.a.ra dar dec-isã0 obrig.atoria que offendesse taes disposições; e
ne11Üttm1 _gover110 ~e su•bmeHeria a s·imilhante deeisã.o. Os arbitros, que J1esolvêruo
as reclamações do Conde de Dundonald, respeilárão em seu sil,encio a constituição
do BraziL. ·
O ca.so do . navü.o americano 1l'ttrrll.ine não foi submettido a arbitramento. () governo
pilgou a q,ua.a;tia ex.ig1i6l:a , ·lílão em ·vi·rtude de juizo de terceiro, in!crnaci.onal ou
. não, :u1as ·]:iOr disposição prop1·ia; e, pois, nã·o estabeleceu precedente que se possa
ÍtlNQCU'l'.
No caso do ·Canacld houv.e arbitramento e o governo pagou logo a quantia arbi,
trada; mas es,te pagamento immed.iato foi o cumprimento .de um ajuste communi-
cado á assembléa .ge-ral a.t;\tes que o arb.itro proferisse a sua decisão. Estando o poder
Iegislatirn préviamente informado do ajuste feito com a legação americana e, assim
p.reveniçla a hypolhese d.o pagamc·nto, julgou-se o governo virtualmente facultRdo para
fazê-lo mediante um credito extraordinario, apezar de se .nã.o acharem reunidas
as camaras.
No caso do Conde de Dundonald não se estipulou entre este minislerio e a lega-
ção bri.tantíl~~a coud ição ·a:lg1:1ma, que tornasse obrigalorio o pagamento immedialo .
1

·A . satisfação da divida ü:cou portanlo dependente de formalidades conslilncionacs,


277
que o governo não linha a fac~ldade de dispensar. o que se· devia fazer está feito:
no relatorio, que apresentei á assembléa geral no diá 14 do con•ente, dei-lhe conhe -
cimento da decisão arbitral e pedi os meios neccssarios para - executa-la. Pre'en-
chidas as ~ondições Jegaes e habilitado o governo a cumprir o que prometteu, fará
elle o que lhe cabe, como costuma, por honra do paiz e sem necessidade de que lh 'o
recordem. Opporlunamente terei a satisfação de dirigir-me sobre este negocio ao
Sr. Buckley Malhew.
Sobre a questão do pagamento irnmediato nada mais direi, desde que S. Ex.,
conhecendo a necessidade da acção legislativa, apenas referio a )n·etenção do Sr.
Hunt, sem entrar, corno expressamente diz, iio exame daquella questão·. Passarei
portanto á outrn, isto é, á dos juros.
Ainda. aqui allega o Sr. Hunl como uso internacional aquillo que corno lal se não
acha assentado. ·
No art. 7° do tratado de 8 de Maio de 1871, pelo qual os governos da Gran-Brc-
tanha e dos Estados-Unidos da America submellêriio ccrl.as i·cclan1ações ao arhilra-
menlo do tribunal que se rcunio em Genebra, convencionou-se que a quantia arbi-
trada seria paga dentro de doze mezes, contados da data tla decisão arbitral , e n5o
se ajustou o pagamento de juros quer durai1le esses doze mczcs quer depois
de lles . ·
No art. 1!) do mesmo tratado se estipulou que as quantias, concedidas pela com-
missão rnixta que devia julgar olltra classe de reclamações, serião pagas, sem juros .
aintla dentro ele doze mezes contados cio arbitramento Onal.
Ahi eslão dous exemplos ·que provão contra a asserção do agente de lord Dundo-
nald. Outros poderia cu Çilar, mas para o caso presente bastão nquel les, até porqu e
têm o particular merecimento de serem tirados de aclos do governo brilannico;
Não conheço laudo internacional que conceda juros posteriores :.i sua data, isto é,
por motivo de demora no pagamento. Ha para isto duas razões; não podem os arbi-
tros exceder os limites da sua com missão e entende-se que o govenío, que recorre ao
arbitramento internacional, cumpre ponlualmenle a dec isão proferida, isto é, logo
que ella se deve tornar cffecliva. Mas a eITectividade ele sim ilhante decisã.o depend e
de formalidades, cuja di spensa nf.o póde ser exigida pelo credor nem admiltida pelo
devedor; e, pois, os juros posteriores só poderi5o. ·ser contados depois <la época da
effectividade. ·
Nos casos que citei marcou-se o prazo d.e um anno para o pagarnçnlo, não
só por se suppôr que serião avultadas as quantias, mas l.ambem para se dar tempo
~í acção legislativa, que é indispensavel nos paizes .conslituci.onaes. O prazo marcad o
fixou a data da effectividadc das sentenças e durante ellc não devia correr juro algum.
Esla é a doutrina que resulta dos exe mplos citados; e da sua applicação ao caso
prese nte se segue que o agente do Conde de Dundonald não póde exigir juros em-
quar~to se não provar. que ha negligencia da pai·te do governo imperial em promover
a acção legislativa, e da parle da~ ca maras. em votar a quantia por elle solicitada.

/1
27.8

Os dous poderes conhecem tão bem o que devem á dignidade do paiz, que se não
descuidaráõ de fazer opportunamenle o que Jhes cnrnprc. Disto póde eslàr certo o
Sr. Buckley Malhew.
Aproveita o ensejo para reiterar a S. Ex . as seguranças da minha alta conside-
ração.
AS. Ex. o Sr. Buckley Mathew .
VISCONDE DE CA RAVELLA S .

N. 104.
Nota da legação britannica ao gOverno imperial .

(TRADUcçÃo.)-Pelropolis, 1·2 de .Junho de 1874.

Sr. minislro.-Communiquei ao Sr. Gcorg'c Lennon Hunt) agente do Conde dr.


Dundonald, a substancia da nota de V. Ex .. ele 21 do passado, . relativa .á liqui -
rlação, de conformidade eom o recente arbitramento, das reclamações do pai de
lord Dundonali-1 contra o Brazil, e peço licença para submetler inclusa a V. Ex.
cópia de uma communicação, qu.e o Sr. Hunt 111(~ dirigia sobre este negocio.
Quanto á qur.stão dos juros sobre a quantia arbitrada, creio ter razão em pre-
tender que, segundo as leis e usos tanto brazileiros corno britannicos, a sentença
de um tribunal civil em materia de dinheiro, acarreta o juro legal do paiz desde
a data em que é proferida alé á. do pagamento ; e V. Ex. me permittirá obser·
var, em resposta a uma allusão que fez em sua nota ao tratado de 8 de Maio
de 1871' eutre a Grnn-Brelanha e os Estados-Unidos, que as estipulações. especiaes;
alli .contidas relativamente íÍ época do pagamento de quantia arbitrada e aos cor-
respondentes juros, mostrão dislinclamente que se julgou necessario esse mutuo ac- ·
côrdo para justificar um desvio das regras usaes.
Os arbilros, como V. Ex. sabe, declarárão em 6 de Outubro ultimo que a quan-
tia de trinta e oito mil seiscentas e setenta e cinco libras c.:;terlinas (:.t 38,675)
era devida ao. Conde de Dundonald e Linha de lhe ser paga, e no dia 23 da-
quelle rnez V. Ex. communicou aos senhores acima referidos, de . ordem de Sua
Mageslade lmpel'ial, que a sua sentença seria " estriclamente executada. >,
Nestas circumslancias lenho a esperança de que o governo de Sua Magestade Im-
perial, ele cujo elevado espirilo de justiça estou seguro, admillírá de boa vontade
279

a reclamação de juros sobre a somma que se declarou devida a-lord Dundonald, desde
a data da sentença até á do pCJgamento.
Aproveito esta opporlunidade para renovar a V. Ex. as seguranças da minha
mais alta consideração.
AS. Ex . o Sr . Visconde de Caravelfas.

GEoHGE BucKLEY l\1ATHEW. ,

- - - - - - - - -- ---

Communicação do Sr. Húnt a que se refere a nota precedente.

(TnAoucçi\o.)-Cópia. Hio de Janeiro, 9 de Junho de 1874..

Senhor. - Tive a honra de receber, posto que com muito pezar, a communica-
ção de V. Ex. datada de 23 do passado, informando-me que S. Ex. o Sr. Vi sconde
de Caravellas, ministro dos negocios estra11geiros, fez certas objecções ao pagamento
dos juros sobre a reclamação dos herdejros Uundonald, por conta da qual se tomou
devida uma especificada somma quando o tribunal de arbitramento deu a sua sen-
lença em 6 de Oµtubro ultimo.
Não pmiso deixar de acreditar que o goverrio do Sua Magestade Imperial) recon-
siderando a materia, reconhecerei. a justiça e a conveniencia de abandonar as refe-
ridas objecções.
Fui informado por um dos ar·bitros ele que se re.cebera uma cornrnunicação do
governo accusando o recebimento da se ntença e dizendo que se tomarião ímme-
diatamente medidas nccessarias para o pagamento da reclamação. Está enlc.ndído
que não posso citar os termos exactos da m.Jposta. Tambem devo insistir na assevera-
ção que fiz na minha precedente comrnunicação, isto é, que é costume) e existem
portanto nmilos precedentes em que esse costume se funda, fazerem os governos e~n
taes circurnstancias os pagamentos ii que está ohrig~1da a · sua boa fó e rerehercm
depois a sancção dos t50rpos legislativos por meio de uma lei de segurança (hill of
inclemnity). O governo da Grun-Brclanha tem seguido frequentemente esta pratica
cm pagctmcntos de obvia necessidade. Fui muito positivamente informado de que
:10 caso do "Canad;i" se co ntárão juros até ci data do pagamento da som ma arbitrada ,
"
o que seria um precedente, quer a quantia fosse liquidada com a prévia sancção das
camaras ou sem clla. Não pôde haver a menor duvida q,ue os juros são devidos .,1
i
desde a data da se ntença do tribunal de arbitramento, assim como serião, segundo 1

a lei brazile.ira, no caso de uma decisão judicial.


• ~ \ oi
. '

~80

A natureza do governo não póde alterar a dà reclamaçãó; . :um gov~rno corisli-


lucional não estti 'mais aulorisado do que o de qualquer outra fórma para i;ausar un~
prcjuizo particular, adiando o pagamento de uma divida ·sern dar a lii1ica com-
pensação possível em lacs circumslancias, islo é, o pagamento dos juros duraµle. o
tempo que o dinheiro esteve detido pO}'. molivos peculiares e pela conveniencia do
goyerno devedor.
Não -lendo havido accÔPdo especificado nest.e caso, como no elo Alabama; creio
que não póde haver sombra de duvida · de que. a respeito da decisão de um tri·
bunal de arbilramenlo se deve seguir a pratica geral, como rw caso da de um
fribnnal ordinario, pratica inteiramente reconhecida. pela lei brazilcira e perante
a <tual não te.ria o Estado cm tal caso mais privilegio do que um individuo particulat'
·ou urna firma.
É inquesLLonavel que os herdeirns Dundonald têm soffrido prejuízo pela demora
do pagamento ela quantia tu'. bilrada por tão longo espaço de tempo, e não po s~o
· deixar· de crêr que o governo de Sua l\lageslade Imperial, reconsiderando as circum-
~luncias, não fora questão em um ponto de manifesta justiça, que envolve interesses
de um particular. Para se decidir se lem havido a conveniente diligencia na liqui-
dação da reclamação seria nccessario outro arbitramento. Espero e creio que o
·governo de Sua Mageslade Imperial não hesitará cm pôr os herdeiros, mediante o
jurn legal correspondente ao tempo que o pagàmento tem sido negado ' [1or convc-
niencia da aclmi'nistração, na posição que tcrião, si o capital tivesse sido pago logo
que se verificou a sU:a imporlancia; mas devo como agente protestar .contra as
objccções feitas ao pagamento dos juros e pedir a V. Ex. que lenha a bondade de
levar este protesto ao conhecimento do governo de Sua Magcslade Imperial.
Oevo dizer que submelli o caso ao juízo de um dos principacs advogados daqui , e
que clle me assegurou serem de_vidos os juros sobre a qucí.nlia · arbilra~la pelo tribunal
desde a data da promulgaç\io da sentença.
~'enho ; ele .
...
A.S. Ex. o St'. G. Huckley Malhcw.
G. LENNON HuNT.

N. 105.
Nuta do governo itnperial d legacao tn·itannica.
H.io de .Janeiro.-Minislcrio dos negocios estrangeiros; ·J :3 de Julho de '18i4.
Tive a honra de receber a nota de '12 de Junho ultimo, na r1ual S. Ex. o Sr.
George Buckley Malhew, enviado cxlraordinario e ministro plepipolcnciario de

., .
'.
Sua Mage~tade . Britannica, tra,ta da questão relativa ao pagamento qe juros sobre a
quanti.a ~ev(da aos .herdeiros de lord Cochrane.
'
Sinto fo~ de declarar ~ S. Ex. que as razões e:xposlas lanto nessa nota como na
'

cópia·, a ella junta, da communicação assignada pelo Sr. Lennon Hunt, não puderão
induzir o gGveri;w imperial'a m@lilificar o seu primeiro pensamento.
D~ fªeto, g mesmo governo, ·sendo o unico juiz competente para avaliar a neces-
sidade de uma prévia autorisação por parte do corp9 legislativo no caso vertente., não
está adstricto a seguir precedenles da Grati-Bretanha e de outros pafaes . con~ tilu­
.('ionaes, quer as ci.rcurpstancias sejão ou não analogas. Nem o precedente peculi;lr
ao Brazil ·no caso do «Canadá» póde aproveitar ao Sr. Lermon Hunl.
A tal respeito cumpre-me sómente acc~escentar ao que disse em mif!-ha not~ .· de
2'1 de Maio uHin10 a seguinte observação.
o ajuste, a que alli me referi, consta do art. 2° do proto~ollo de uma conferencia,
celebrada em ·14 de Março entre um dos meus predecessores e·a l~gação dos Estados-
Unidos da America nesta côrte, e foi concebido \ '
nos lermos que passo a tr:aQscreyer:
(( A decisão do dilo arbitro (Mr. Thornton).será consider.ada como absolutamente
e< final e concludente e ser-lhe-ha dado plenp efleito sem objecção, evasiva ·nem

<< dcq10i:a de qualquer natureza que seja. A referida decisão será dada por escri,pto

<< e da'.tad:a ; será d,adfi .por qualquer fói:rna que o arbilro quizer adoptar ; ser~ en-

<< tregue ao ministro ou outro agente publico d~ Sua Magesf.ade Imperial que então

« se achar nos E;stados-Unidos e aos secretarios de E8tado em Washingtop., e serd


« consiif,ernda como f3./fidàz desde a [(,aia da sua entrega. »
· Portanto, desde que fõra incluída esta ultima cliJ.usula, e que délla tiver.a cqpheci·
mcnto .a assembléa geral, pÇde o governo imperial salisfazer immedialarilente a obri·
gação .que lhe incumbia em virtu.de da sentença proferida.
Nas reclamações - Dundonald -, previamente ao juízo. arbitral, não se deu ac-
cõrdo igual que fosse s.uscep.tivel de tornar desde logo efficaz a ulterior decisãq.
Em outros casos, pelo contrario, estipula-se com an~ecedencia um pra~o raioàv~l
dentro çlo g.ual p.ossao os ·devedores re.conhecidos desemba1·açar-se de quaesquú cir-
cumslancias independentes da sua vontade que se opponh?o á realizaç~o de um paga-
. menlo i~mediató, sém ficarem exposto~s a exigencias de juro~.
Ass.im ,se praticou. no tratado de .\Vashinglon _d·e 1871; ·e identica disposição j'ti
. linha sido adoptada no art. 4º .da convenção ce.lebratla em 2 de Junho de 1858
para o julgamento das reclamações anglo-brazileiras, marcando-se.em ambos os casos
o prazo de ·12 mezes. Esta estipulação,' $.obre cuja cquid.ade não careço_de insistir,
bem mostra que em Cé,lSO~ sim ilhantes copvém dar ao gove~no devedor o tempo ne·
cessario . para venc.er a forç,a leg,al das circun)Slancias .temporarias que Ih~ atem as '
mãos; .~ entre estas; não podem d:eixar de s.er contadas as forrn r.didades co'(lstitucio·
naes a preencher em cada p~i.z .·
·E já que citei o :exemplo da .conve,nção anglo·hra~ileira de '18~8, permilta-me o
Sr. ministro que la?"nbem .lem1bre aqui o que }e passou úccrca da intelligc~1cia do
E. t . 36

"
282

mencionade> .art. 4 º ? ·isto póde agora contribuir, mais do qu~ quaesquer opiniões iso-
ladas e ind. ividua r~s, para a elucidáç.ão do questionado ponto. Refiro-me ao aresto
firmado em sessão de 26 de Janeiro ·de 1860 pelos membros da commissão mixta,
institui~a em virtude daquelle accôrdo .
Inclusa.encontrará S. Ex. um extracto da mencionacla sessão. Ahi ficárão discrimi-
nados os casos ern que seria admissível a concessão de juros, e aqtíelles em que estes
poderião ser negados. · ·
Na . primei1;a h.ypoth e:;;c, como se vê, a .conl.a de juros devia ser feita desde a data
em que houvesse. tido Jogar. o acto originario da reclamação julgada procedente até
aquella em que pelos ·commi8sa1·ios fosse ptoferida a sentença.
Entretanto, ·ia principio .emiltira o commissario britanl1ico a opmiao de que
« todas as quantias liquidadas e detidas, seja por força maior, por deleixo, ou em
« contrario ás cartas de ordens, '~ injustamente, deyia -se contar o juro da lei desde
« o dia do vencimento da liquidação de contas até final pagamento, ou remessa
« de fundos ao , seú dono, ficmulo esse a.cc1°escüno do .furo a cargo dó devedr,r.
« Porém, não pôde preMalecer esta opinião. >)

Na questão - Dundonald- ·· , a unica concessão de juro feita pelos arbifros, foi


pela falta ·de pagarhento de 1/ 8 d.e preias devido a l~nd Cochrane desde a data
do aclo originario (Decreto de 23 de Fevereiro de ' 1824) até á da senlénça ar-
hitraL .
Mas, ·pensa o:·S.r. Lennon Hunt, que não tendo havido .convel'.lção · alguma si-
m ilhante á que se deu no caso ·do Alabama, deve-se. seguir a pratica geral
reconhecida até por lei brazileira. ·' .
Si por · lei brazileira ente·ndc o Sr. Hu11t os arts. Hí5 e 248 do nosso codigo
commercial., em que se acha consignado o ·principio geralmente observado nas
transacções commerciaes, verá pela redacção desses artigos, analoga á de outras
l(•gislações, que não se concedem juros indistinctamente a quaesquer dividas, mas
tão somente· naquelles casos em que a lei ()S permitia e mande conla.:.Jos conforme
os u~os e . pralir,as Jo .. estylo, e quando pareça isso razoavel e equitati.vo, havendo
desembolso por parle do devedor.
Em questão, pois, Fio generica e ab:itracta, cumpre ás partes interessadas cin- ·
gir-se a um .ponto e~pecial ; e foi o que . fizerâo .os commissaríos braziÍeiro e bri-
lar~ nico e1ü '1860. ·
Não existindo; pois, uma regra estabelecida, ou que se possa estabelecer pffra
todos os casos de arbitramento internacional; e d e ~10nstrando os factos· que ern
taes casos tem-se tido se.mpre o especial .cuidado de ·1i é1uidar a questão de juros.
por meio de uma prévia convenção expressa, ou para concedê-los, ou para ne-
ga-los, desde a dala da sentença proferida, não sei em que razoavelmente se possa .
fundar uma lacita obrigação ao pagamento de juros, só porque existe tima divida
reconhecida,· cujo prit1cipal 11inda não pôde ser pago por motivos já muito expli-
cai.los e independentes da vo111a:d e dó governo imperial.
283

Nesta duvida, e quarido·nem houve condição·estipulada de pagamento immediafo,


julga o mesmo ·governo que são virtualmente applicavei s ao presente caso as regTas .
enunciadas na referida acta ·de 26 de Janeiro de 1860, que estão em harmonia
com ·os princi pios por elles sustenlados em outras occasiões. .
Mantendo assim a resposta gue já tive a honra de dar ao Sr. Buc.kley Mathew
em nota de 21 de Maio proximo passado, aproveito a opportunidade para reiterar
a S. Ex. as seguranças da minha alta consideraçã1J.
A S. Ex. o Sr. Geqrge Bucldey Mathew.
V1scONDE DE CAHAVELLAs.

Ex'fracto a que se refere esta nota, da acta da sest.ão de 26 de Janei?'o de 1860.


1. º Contar-s_e-ha juros:
§ 1.º Por todas as quantias que os commissarios reconhecerem como devidas
pelos seu·s respectivos governos, provenientes de reclamações fundadas na inobser-
vancia de quaesquer leis internas, ou de. convenções inlernacionaes, da qual in-
.. observancia resulle serem taes recJamações admittidas e julgad.as procedentes pelos
mennos com'missarios .
. § 2.º Por todas as quantias do mesmo modo pelos dilos ~ommissarios reconhe-
cidas, · e provenientes de reclamações occasionadas pela detenção, por parte de um
dos .governos, de quaesquer quantias, mercadorias ou bens pertencentes ao ou Iro,
ou a seus respectivos subdilos, bem corno pelo uso feito ou serviço havido de laes
quantias, mercadorias ou bens pelos mencionados governos.
Fóra destes casos não será o juro concedido.
2. º O juro será o legal . no lmperio, isto é, de õ º/ ao ;rnno até o dia 23 ·de
0

Outubro de 1832 exclusive, e dahi por diant1~ o de 6 º/ estabelecido pela nova


0

lei dessa data.


3. º Será contado desde a da la em que houver tido loga r o acto origina rio ·da ,i
:1
tecla mação . julgada procedente pelos commissarios, até. áquella em que por elles
1,

'
fôr proferida a respectiva sentença.
4.º Quanto ao·s juros inherentes ás transacções peculiares, e relativas a cada
uma das mencionadas reclamações, e que <levão, pelos usos e estylos commer:..
ciaes, geralmente aceitos, ser admittidos nas liquidações que de taes reêlama-
ções fizerem os commissarios, serão elles os que por taes usos e estylos· fôrem
estabelecidos, ou aquelles que por expressa convenção estiverem regularmente
esiipulados.
284

N. 106.
· Nota da legaçã6 britannica ao governo imperial.

( TRAóucçÃo. ) - Pelropolis, 24 d'e 0ulubro de 187 4


Sr. mini.s tro.-0 81'. Hunt, agente do Conde de Du11donald, devidamente auto-
ri~ado, pede-me que solicite a allcnção do governo de Si.ta Magestade Imperial
para o .pagamento do dinheiro devido ao mesmo Conde como testamenteiro de
seu fallecido pai, e dos juros correspondentes.
Em 6 de Outubro de 1873 declarárão os arbitros escolhidos ·pelo governo de
Sua M;igeslade Imperial que « o Brazil devia e tinha de pagar ao ' Conde de
« Dundonald, como representante do almirante lord c.ochrane, a quantia de
« trinta e oito mil seiscentas e setenta e cinco libras (±: 38,675), e V. Ex., ao
« aceitar essa decisão por parle do governo, disse aos arbitros que ella seria
« devidamente executada.>)
Em taes .circumstancias de:vo crêr que V. ·Ex. e .os membros do governo serão
de ·opinião que a honra ·desle gr·ande lmp.eTio exige que não haja mais demora
no pagi:lrnento ..
Sei que V. Ex. ·não admilte o direito âe lorH ·Dund'onald ao juro deste dinheiro .
desd~ o dia em que os arbi lros declarárão que elle era devidv pelo ::Brazil, mas
persuado-me que as ·suas -olijecções estarão agora dissipadas tanto .pelo. tempo·
.decorrido como ;·pela~ ·éonseqlrentes circums:~ancias; .pois, para me s~rvir das
palavras de V. ·E1x., V.·Ex. ·i'mpúgna o pedid·o ·de.j:uros1que fiz na minha ultima .
nota, « emqàanto se não "p'rovar que 'rra ·n6lgligencia da parte do ·governo im-
« perial em promover a acção legislàtiva, e dá ·parte d:as camm·as ·ern votar. >i
Aproveito esta opportunidade ·para .renovar a V. Ex. as seg·uranças da minha
mais alta consideração.
A S. Ex. ·o Sr. Visconde de Garavefl'as.
GEORGE BucKLRY MATHEW •

• • : t ~

Parece1· · das secções da justiça 'e ·neg'ocivs estiangeiros e da fazenda do


conselho de Estado.
Senhor._: As secções reünidas dos negocios estrangeiros e da fazenda do conselho
de Estado t~márão na devida consideração o seguinte aviso, que p·~lo ministerio dos
negocios estrangPiros, ~hes foi dirigido em 6 do corrente mez de Novembro:
285

Rfo ·de :Jan'eiro.-Mini-sterio d'os negocios estraugeiros, 6 de Novembro ele 1874.


Secção central.-Illm. e Exm. Sr.-No re]atorio, que apresentei á assembléa
grraJ legislativa em 14 de Maio do corrente anno (pags. 53 a 57), communiquei-
lhc a resdfüção que havia toma<fü o govemo imperial de submetler a arbitramento
dos ministros da Jlalia e dos Estados-Unidos a redamação movida •perante o go-
verno imperial pelo Go'nde de Dunelona.ld, para obter o pagamento de quantias
a que seu ,pai lord Cochrane julgava ter direi to pelos serviços presta~las á causa
da independencia do Brazil, e qüe, no entender do mesmo Conde, ·nãa. tinhão
sido pagas.
No •mesmo >relatonio dei ás .camaras •conhecimento · do resultado desse arhitra-
meri:to, sendo ·o te'or ·da respecViva sent-en;ça o·seguinte :
Primo: na opinião dos arbitros é devida e deve ser paga pelo · go(V'emo impe-
rial do B'razil ao Conde rde füundonald, corno irepresenlant~ do .fáHecrd;o almirante
lord Cochrane, a soinma de_ f, 38,671).
Secundo: a dila somma ·é devida ao Conde de Dundonald e deve ser por ·eIIc
uce.ita ·coma ·importancia e liquiílação ·final de todos os ·seus direitos contra o go-
verno imperial, a :titulo <te vencimentos, pensão; parte de prezas ou por. qualquer
outro titulo, :proveriierites dos serviços prestados por lord Coch-rane ao dito
governo. _
Findou-se a 111-t,ima sessão Iegislati va sem qu.e ·se tratasse do assumpfo, e, de
conformidade com o pedido ·por mim feito naque!la occasião, fosse 'votada a quantia
necessaria ao governo imperial afim <lc poder cumprir a decisão dos arbitros.
Nestas circumstancias, e convindo muito satisfazer coni promptiêlão o corn-
promisso tomado, manda Sua Magestade o Imperador que, sendo V. Ex. relator,
seja ouvido O· parecer das secções reunidas dos negocios estrangeiros e da faze·nda
do conselho d·e Estado sobre os seguintes quesitos :
1. º Não tendo a assem biéa geral decretado os fundos necessarios para o pa-
gamento do referido capital de f, 38,67õ, póde o gqverno imperial abrir .o
correspondente credito extraordinario? ..
a
2.º No caso affirmativo, e á vista da corr~spondencia que tive eQm legação
britannica e consta da relação inclu8'} 7 .. sobre a questão .de .jµr,os .por .mora de
pagamento daquelle ca,pital, d~vem esses juros ·ser contados desde a data da
sentença arbitral (6 . de OutQ·pro ·de 1873), .Qu idesde o ·dia ,(12 de Setembro de
1874) (:lm que encerr.ou-se a µWma ses~ão ilegislativa, sem ser ·votâda a g:uanlia
de que se trata?
3. º Podem os juros ser calculados desde alguma ou trà data ?
Escusando ponderar a y. Ex. quanto o governo imperial . deseja.ria sol.ver com
a maior brevidade possivel este importante negocio, ·aproveito a occasiâo para
reiterar-lhe as seguranças da minha alta estima e mui distincta consideração.
-AS. Ex; o 8r. c0nselheiro de estado José Jlhomaz·Nabuco de Araujo.-·VisconJe
de Caravellas.
286
As secções, depois de bem ponde@_~a ;:t rnateria, . respondem aos sobredilos
quesitos pelo modo que segue :
1.º Quesito.
Compele ao poder executivo, á vista da constituição do Imperio (art. 10:2, § 7º):
Dirigir as negociações polifü:as com as nações .estrangeiras.
E ·pois é fôra de toda a duvida a legalidade do referido compromisso arbitral,
em o qual · se resolveu amigavelmente a negociaçã~ relativa á pre.lenção do Cond e
de Dundonald.
Pôde outrosim. o poder executivo abrir creditos extraordinarios para occorrer
a serviços urgentes e exlraordinarios, n_ão comprehendidos ~a lei do orçamento
por não poderem ser previstos ·por ella (Lei n. 589 de 9 de Setembro de 1850,
a rt. 4° § 3º). ·
Pensã@ as secções que o caso de que se trata está comprehendido nesta disposição,
. porquanto,
1º, trata-se de um serviço exlraordinario, visto como o comprom'isso arbitrnl
não se pôde considerar sinão corno uma solução, que occorre uma ou outra vez
·nas negociações internacionaes, quando não são possiveis os s.irnples arranjos
am1gave1s.
2~, trata-se lambem de um negocio urgente qual é, á primeira vista de olhos,
a execução de um compromisso arbitral que resolve UJ1la differença diplomnlica.
Si pela natureza do negocio a urgencia é duvidosa, ella se tornou evidente
desde que houve uma . interpellação (Nota de 10 de Maio)~ exigindo a execução
do compromisso arbitral.
Que o' serviço não foi p1·evisto na lei do orçamento por não poder ser previsto
por ella é finalmente r.ousa evidente,
.porquanto
na sessão · do corrente armo não· houve lei do orçamento e a lei vigente que é a
de ·n. ~348 de 25 de Agosto ·de 1873 não podia prever a sentença arbitral que
occorreu posteriormente em 6 ·de Outubro de 1873.
A verdade é que, si a execuç~o do compromisso arbitral por escrupulo do go- .
verno imperial em abrir credito extraordinario, po'dia ser esperada . a.té á sessão
legislativa, que se seguio á sentença, hoje não pôde mais sê-lo' sem desar do
compromisso arbitral desde que findou-se a sessão e não houve lei de orçamento.
Si o negocio não era urgente, tornou-se urgente em razão do ·tempo decorrido
depois·da sentença arbitral.
As secções respondem portanto affirmalivameute ao 1? quesito.
2.º e 3.º
É principio corrente que si os juros não são es.tipulados no c.ontrato, elles só-
mente são devidos desde·a rnora.

(
287
Que não hóuve estipulaçã~ de juros t~o compromisso arbitral e nem na sentença
arbitral, que aliás não podia e~ceder os poderes do mesmo compromisso, é ponto
incontroverso.
Jt outro principio corrente que a mora ou é leg·al, ou convencional, ou proveniente
de interpellação.
Pois bem,
·l º, nenhuma regTa de direi lo internacional estabelece a mora, lp$O jm·e, desde a
diila da sentença arbitral : assim que·não ha mora legal;
2º, não ha lambem mora convencional, porque o ·compromisso nada estipulou a
este respeito ;
3º, resta a foterpellação de que vão trátar as secções.
Si a lei nada dispõe, si a conv·e·nção nada previnc 1 e chega o dia do vencimento
da oLrigaÇ·ão, então a ·mora só póde ser constiluida pela interpellação que o credor
faz ao devedor.
Essa ·inlcrpellação o nosso rodigo commercial quer .que seja judicial.
Art. 138. Os effeil.:>s da mora no cumprime.nlo da~ obrigações commerciaes, não
havendo estipulação no contrato, começão a correr desde o dia em que o credor,
depois ·do vcricimento, exige judicialmente o seu pagamento.
Quanto porém ás obrigações ci vís, como bem observa Coelho da Rocha, tomo ·l º,
-nota G- a nossa Ord. Iiv. 4º, l.it. 50 e § 1º não é explicila e cumpré seguir como
lei subsidiaria o art. 1139 do codigo civil francez.
Esse artigo quer a int_erpellação do devedor ou · pela ·citação judicial ou por acto
rquivalenfe.
Applicando-sc, como é possível, e conforme ao d!reito inte'rnacional, a lei civil ao
juízo arbitral internacional sobre um pontq, em que o compromisso nada dispóz, é ·
rnuitu razoavel .· que se torne, como equivalente da inlerpellação judicial, a nota di-
plomatica de ·J O de Maio que exigio a execução da sentença arbitral.
Nem é para estranhar que urna nota diplomalica, com todas. as condições de
aulhentic'iJade, lenha esse caracter equivalente, quan,Jo, conforme a opinião de
J\lassé, Zacarias,. Toullier e outros, uma carta du credor particular é assim con-
~idcrada.
Assim
.
que o melhor arbítrio é que a mora '
~e constitua pela nota de 10 de Maio, e
dessa ·data· corrão os juros, sendo que juridicamente não pôde pretender mais a
legação britanriica na· falt~ de lei, reg·ra ou convenção que constitua a mora po11
outro niodo.
Não é possível datar a mora e os·juros, que são o effeilo delJa, desde a senfença
arbitral, porque ella é omissa.
Não é plausirel si não arbitraria a data desde o. dia em que foi encerrada a assem-
liléa geral (12 de Setembro). E virá contra·tal data óargumento que tanto podia o
governo abrir o credito extraordinario antes como depois da sessão legislativa.
'288

. É este o p·arecer da!:\ se.cçõ~.s, mas Vos~a Magestad·e Imperial mandará o que
fôr meU;wr.
Sala das sessões, em 19 de Novembl'O fte 187 4.• ,
.JosÉ TaoMAz NABuco DE -ARÀuíü.
V1scoNDE riE . JAGUARY.

VISCONDE DE N1THEROHY.

i\hRQUEZ DE s. V !CENTE.
V1scoNDE DE SouZA FRANCO.

P<11'ecer do St. conselheiro .de Estado · Visconde de lnlwmirim.

No ponto, ·em que se acha esta questão, não posso deixar de concordar com o pa-
recer 'do illiústrado refafor,i comquan~o pareça-me irregular a a.berlura de um credito
exlraordinario. ·'"'
VISCONDE DÉ lNHOMIRIM •

.N. 108~

· Nota do governo imperial á legação br.itannica.

Rio de JaAeiro. -Min1islerio dos negocios estrangeiros, 23 de Dezembro de 1.874-.

Teriho a honra :ae .aceusar a recepçãõ da nola., que S. Ex. o Sr . George Buck-
ley Mathew, enviado exlraordinario e ministro plenipole~ciario de Sua Magesladc
Brilannica, dirigio-rne em data de 24 de Outubro ultimo sobre as quantias de-
vidas ao Conde de Dundonald.
Como o Sr. ministro sabe, estipulou-se por sentença .arbitral de 6 de Outubro
do anno passado a somrna de trinta e oito mil seiscentas setenta e cinco libras
estrelinas como importancia e liquidaÇão final de todos os dir.eilos do Conde <le
Dundonald, na qualidade de . executor testamentario de seu finado pai lord Co-
chrane, . contra o governo imperial, a tilul_o de vencirnentos, pensão, parle de
prezas ou por qualquer outro motivo, provenientes dos _serviços · prestados ao Bru-
zil pelo referido lord . ·
Esse laudo, porém, assim corno o compromisso que suje.itou a questão a um
juizo arbitral, não estipulárão juros.
· N~o assiste po_is ao Conde de Dundonald, como deixei exuberanlemet1le de·
'monstrado em minhas notas anlel'iores .sobre o assump.to, o - direito ·de exigir ·
•.
'•
1.
289
juros sobre a quantia que Jhe foi fixada pela alludida sentença arbitral, por isso
que ella nada estipulou a tal respeito. Desejando entretanto o governo imperial ·
dar mais urn testemunho da lealdade e da equidade que presidem sempre aos seus
actos, resolveu, ouvido o conselho de Estado, que se contassem juros s,obre a referida
quantia de trinta e oito .mil seiscentas setenta e cinco libras estrelinas a datar da nota
de S. Ex. o Sr. Bucldey Malhew de 1O de Maio do corrente ann.o, que exigi o juros
desde a data da sentença: arbitral, até ao effeclivo pagamento.
De accôrdo pois com essa resolução. passo ás mãos do Sr. ministro a letra
de cambio junta, sacada a trinta dias de data pelo . lhesouro nacional sobr·e
o delegado em Londres, na importancia de quarenta mil duzentas e noventa e
- oito libras esterlinas, cinco schillings e nove dinheiros, comprehendendo o res-
pectivo juro desde a data cilada de 1O de Maio ultimo até ao vencimento da
mesma letra.
Ficando por esta fórma satisfeito .o compromisso do governo imperial na presente
questão, só me . resta aproveitar a occasião para renovar a S. Ex. o Sr. Buckley
Malhew as seguranças da minha alta consideração.
AS. Ex. ·o Sr. George Buckley Mathew.
VrscoNoE DE CARAVELLAS.

.'
N. 109.
Nota da legação britannica ao governo imperi'al.

(TRADucçXo.) ·- Legação britannica. - Rio de Janeiro, 23 de Dezembro de 187 4.

Sr. mfoislro.-Tenho .a honra de accusar a recepção da nota de .V. Ex. datada de


hoje, entregando-me letras de cambio sobre o agente financeiro d9 governo imperial
cm Londres por quarenta mil d.uzenlas e noventa e oito libras, cinco schillings e nove
· dinheiros esterlinas (i 40,298.5.9), pagaveis ao Conde de Dundonald como executor
testamentario de seu fallecido pai.
Ser-me-ha grato o encargo de transmitlir essas letras ao Sr. George Lennon Hunt,
consul de Sua Mageslade, que é o representante legalmente autorisado de lord Dun-
donald, mas aproveito com muito prazer esta opportunidade para expressar o meu
apreço do procedimento honroso e · digno do governo brazileiro em submetter estas
reclamações a um justo e reciproco arbitramento.
Este procedimento, que felizmente creio se .vai tornando cada· anno . mais geral
em .pont<)S questionados entre os governos que .to mão a dian teíra no .progres-só e:.na
E. I
290

civilisação, n'ão póde deixai· d~ redundar em honra do lmperio do Brazi! é em cre-


dito da sua presente administração . .
Aproveito esta opportunidade para reiterar a V. Rx. as seguranças'·da minha mais
alta considera'ção.
A S. Ex. o'Sr. Visconde d~ Caravellas.
1

·Reclama~ão da companhia in[leza ·: de s·e[liros (( ,'Qlieen. ·>>

N. 110.
JVàta ·da legação· britannica ao "gove1orw 'irnpdial.

(TRAnucçÃo.) - Petropolis, 31 de Ohtub'ro de 187-i.


Sr ministro.- Sinlo"que seja meu dever levar officialmente ao conhecimento do
governo de Sua Mageslade Imperial a grande injustiça soffrida pelos Srs. William
West Ly<le e James Gracie Taylor, como agentes ·da companhia ingleza de seguros
« Queen >) em consequencia da acção · illegar ·do juiz de um tribunal inferior do
Rio de Janeiro, e pedir a s~ria e prompta altenção do governo para esse caso.
Basta uma breve recapitulação do negocio, .que foi objecto de minhas communi-
cações pessoaes com V '. Ex .
A companhia de seguros «Queen>), estabelecida em Liverpool com grande capital
já pago, e 'autorisada a fazer transacções no Brazil pelo decreto imperial de 215 de
Janeiro de '1868, foi de.mand:ida n.o Rio de Janeiro perante o tribunal do commercio
do primeiro districlo pelos irmãos Figueiredos pela quantia de oitenta contos de·réis,
pela qual havião segurado o seu armazem de trastes, incendiado pouco depois.
Resistio a co.mpanhia á reclamação pela simples razão de s'er condiciori~l o seguro
e de terem os Srs. Figueiredos recusado salisfazér a principal condiç'ão, deelarada na
apoiice do ·seguro, que era provarem elles pelos seus livros, otr de qu.alquer outro
modo salisfactorid, que possuião ho seu arrrlazem 1 as mercad'orias que'-allegavão terem
sido queimadas
Apezar disso o ju!z interino Sr. Luiz d,{ Hollanda CavaI-canti' deu a 'favor dos de·
mandanle's 't1ma s.entença, da qual a companhia appéll'ou sem r'csúlÜldo·pará~ os tribu·
naes supenores.
O Sr. Taylor era -agente da companhia no· Rio de Janeiro, recebia a porcentagem
usual sobre as transacções feilal', remettia peri'odlcamente para LiverpooUi:s·quantias
cobradas e dalli recebia as que erão necessarias para quaesquer pagamentos. Foi
· todàvia obrigado a einbarcar-sé_para Lisboa, afim de trazer sua. familia, no momento
:291
''
em que este negocio progredia, e no.meou o Sr. Lyde, então' gerente e guarda-livros
da mui conhecida firma de Dalglish, Thomson & C., para servir como agente na
sua ausenc1a.
Em 4 de Setembro de 1871 o juiz Hollanda Cavalcanli tomou a extraordinaria
resolução de expedir ordem de prisão contra o Sr. Lyde como agente da companhia,
e eslü, appellando em vão para ~s tribunaes superiores, foi obrigado a·abandonar
seus import~ntes interesses e a fugir para Buenos-Ayres, onde permaneceu até que
lhe conslou a chegada do .Sr. Taylor ao Rio de Janeiro, regressando a essa capital
em 16 de Janeiro de 187'2.
O Sr. Taylor desembarcou de volta de Lisboa em 19 de Dezembro _de 1871 e no
dia seguinte, tendo sido revogada a ordem contra o Sr. Lyde, expedio o juiz Hollanda
Cavalcanii ordem de prisão contra o Sr. Taylor, o que o obrigou a fugir para a pro-
víncia de Minas afim de evitar um injusto encarceramento na quadra mais quente e
mais insalubre do an.no.
Esleve ausente até Março de 1872, quando pôde voltar ao Rio de Janeiro em con-
sequencia de uma sentença de fallencia, proferida pelo juiz Agostinho Luiz da Gama
(successor do juiz Hollanda Cavalcanti) contra a rica e florescente companhia in-
gleza de seguros; sentença que foi declarada illegal e obviamente absurda pelos
mai~ eminentes ju~isconsultos do Brazil.
Os agentes de varias outras companhias estrangeiras de seguros, naturalmente .
assustados quanto aos seus direitos e propriedades pelo procedimento do juiz Hollan-
da C~valcanti para com o Sr. Lyde, tinhão no entretanto dirigido uma petição a Sua
Magestade o Imperador, que houve graciosamente por bem remmetlê-Ia ao, consell;ió
de Estado. A secção de justiça desse conselho respondeu á ordem de Sua Magestade
em 22 de Novembro de 1872, e, depois de completo exame das circumstancias
legaes do caso, declarou o seguinte :
« O mandado de prisão contra o gerente da companhia de seguros « Queen >)
« é evidentemente injusto, mas a injustiça nílo podia proceder de duvidas sobre a
· « Yerdadeira intelligencia do art. 525 do decreto ri. 737 de 2·5 de Novembro de 1850,
<I si não do desprezo e violação de suas disposições expressas ... »

O parecer do. conselho de Estado foi approvado por S1ia Magestade o Imperador e
. publicado no Diario Official de 31 de Janeiro de f 873, com a ru.brica de SUa
Mageslade e refere~1dado pelo Sr. Duarte de Aze\·edo, ministro da Justiça. Àssim se
tomou equz'valente a uma .~entença.
Não seria leal ·nem respeitoso para com Sua Magestade o Imperador que se
procurasse alterar o sentido claro desta sentença ou asseverar que a sua aceitação
por Sua Magestade e pelo ministro da justiça, referia-se simplesmente á futura
interpretação da lei, pois que a linguagem clara e energica, que se empregou,
estig~atisa o aclo como injustiça não só manifesta mas intencionada. . .
· Assim estabeleciàa a denegação de justiça e admittida e publicada pelo go-
. vemo de· Sua Magestade Imperial, torna-se indispulavel, creio eu, o direito dos
agentes da cqmpanhia de seguros « Queen » á justa compensação das despezas que
forão obrigados a fazer e dos prejuizos que soffrêrllo pelos aclos illegaee de um
tribunal inferior. ·
Esta compensação só póde ser esperada do governo de Sua Magef:tade Jmperial,
porque, deixando de lado outras razões ponderosas, a lei brazileira, sea;undo
estou informado, não faz o juiz civilmente responsavel pelos prejuizos causados
pelos. seus aCtos, mas apenas o sujeita á acção criminal, e desta ficaria . prova-
velmente . resguardado o juiz Hollanda Cavalcanti pelo facto de haver sido . o seu
procedimento illegal sustentado por um tribunal superior.
O governo de Sua Magestade Imperial., estou certo, admitlirá promptamente
que, em certas circumstancias,. os indivíduos, lesados em paiz estrangeiro, têm
pela lei internacional o direito de recorrer. aos seus governos afim de ·obterEm
protecção, reparação e indemnisação, e que é dever e privilegio desses governos
intervirem em seu favor .
. Póde á. primeira vista parecer que isto dá aos .estrangeiros vantagem sobre os
naturaes do paiz, mas na realidade não é mais do que uma simples e apenas
, . l!dequada compensação das inflµencias locaes de que naturalmente gozão os filhos
do paiz.
De lVIartens, um dos melhores escriptores de direito internacional, · diz (vol. 1,
pag·. 270): « mais dans le cas d'un déni, ou d'une prolraction inconstilutionelle,
« de justice, ainsi que dans ceux d'une perversion ~vidente, ou constatée, du juge,
« et dont on n'aurait aucun redressement à espérer par la voie ordip.aire de la
« justice, les ·étrangers seraient autorisés à s'adresser à leurs propres -souverains
e< 'pour obtenir de sa protection le redressement de. leurs griefs. »
Tambem posso citar a V. Ex. Barbéyral, liv. 3°, cap. 2º, H.eyneval, liv. 2º,
cap. 12, e Klüber 58 : Estes bem conhecidos aútores são inteiramente da opinião
acirna citada.
Um distincto escriptor inglez conternporaneo, Phillimore, observa (vol . .2º pag.4): .
e< O Estado a que pertence o estrangeiro póde intervir para protegê-lo quando
e< é posilivamente mé!-Itratado ou quando nos tribunaes estrangeiros selhes nega
« a ,ordinária justiça. O Estado 'a que o e!)lrangeiro pe~tence póde no primeiro
« .caso insistir por immediata reparação. No segundo caso a intervenção é de
e< caracter mais delicado ; o Estado deve ter convicção de que o seu cidadão es-
« go~ou os meios legaes de reparação offerecidos pelos tribunáes ?o p!}iz em que
e< foi lesado. >>
Wolff (de jure gentium § 350) estabelece que o governo de qll;alquer paiz é
responsavel .a Óutros governos pelas perdas causadas aos subditos destes.por sentenças
do poder judicial manifestamente contrarias á lei, in re minime ditbia plane contra
jus jitdicatum.
Creio que e1n uma comrersa que ti vemos sobre esta questão, V. Ex. alludio
!1º , proc,edimel)t,o, cio govern.é> dos Estados-Unidos no caso do navio Carolina, mas.,
comquanto, eu · não esteja inclinado a concordar inteiramente- com a opinião do
attorney general d-0s .Estados-Unidos, a qual si fosse adoptada estabeleceria pre-
cedente para todos os paizes, ainda mesmo para aquelles de cujos tribunaes
é inutil esperar justiça, devo cham:ir a sua allenção para os argumentos em que
se fundou aquella ,«opinião ». .

Diz o procurador: ainda estando provada a imputação de corrupção, e parece


que não está, penso que o governo brazileiro não seria responsavel. Não se violou
nenhuma estipulação de tratado, e a julgar pelo · que se vê, uma acçâo civil nos
tribunae,s do Brazil daria adequada reparação.
A dqnegação de justiça não consiste sómente em deixar de ouvir o queixoso,
mas lambem na procrastinação indefinida do processo e na manifesta infustiça da
sentença. Wolff cap. 5º § 586, VaÚel, § 350.
O aclo de reconhecida injustiça, praticado por um tribunal e cuja ,reparação
foi illegal e injustamente recusada por um · tribunal superior, constitue dupla
denegação de justiça; os Srs; Lyde ·e Taylor sofü:êrão essa deneg·ação e nenhuma
acção cível nos tribunaes do Brazil lhes poderia dar adequada reparação.
O conhecimento que V Ex. tem da jurisprudencia brazileira quasi me dispensa
de recordar,.lhe a lei brazileira applicavel a este partic1:1lar.
Sei que a lei de 23 de Novembro de 1841 (n. 234) art. 7°, diz que, sendo
as funcções do con~elho de Estado meramente consultivas, não têm os pareceres
das suaa secções mais valor do que o que lhes · dá a autoridade moral gu scientifica
de seus membros.
Mas o decreto n. 1.24 de 5 de Fevereiro de 1842 (qu~ se ·tornou lei) prescreve
(art. 20) que, resolvendo o Imperador as consultas ou « opiniões ? , tem a resolução
impe1·ial tod'a a força jurídica de acto do poder executivo, pelo que é necessario
que se expeça decreto.
Sobre o effeito retróactivo da sentença assim proferida neste caso nenhuma duvida
pód~ haver. Mailher de Chassat bem observa (de l'interpretation des lois c. 4J 1,p. 266):
à La retroactivité a lieu toutes les fois que, par .ruse ou par fraude , on a fait des
« a:ctes contraires à la justice et aux lois existantes. » ·
Tenho-vos exposto, Sr. ministro, os f~p.damentos pelos quaes, em cumprimento
. do meu "dever, reclamo do governo de Sua Magestade Imperial a indemnisaçãó das
perdas reaes e das despezas occasionadas aos Srs. Lyde e Taylor pelo procedimento
iUegal e injusto havido para com elles, mas permitta-me exp~essar a convicção de
que basta levar o caso completa e e.lactamente ao conhecimento de V. Ex. e do gov.erno
para obter reparação, .mediante o vosso elevado sen.timento de jui'tiça e a devida
attenção ao que a honra do Brazil possa _exigir.
Aproveito esta opportunidade para reiterar a V. · Ex. as seguranças da minha
mais alta consideração.
AS. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas.
· GEORGE BucKLEY MATHEW. ·
Parecer da secção de justiça do conselho de Estado.

Ministerio da justiça. - Senhor. -Mandc;m Vossa Magestade Imperial por aviso


de 3i do mez de Julho .ultimo que a secção de justiça do conselho de Estado,
fendo em vista a inclusa representação de agentes. de companhias estrangeiras de
srg,uros, com aggncias, filiaes nesta côrte, cons.ulte sobre a verdadeira intelligencia
do art. 525 do decreto n. 737 de 25 de Novembro de 1850, e sobre o que mais
conven\la p;ira resg1,1ardar os direitos de terceiros que contratarem com as mesmas
co~p.anhias.
A secretaria informa nos seguintes termos:
«. A companhia de segurns-Queen -foi obrig&da a pagar um sinistro, na
importanci·a de 80:000$000.
Teve logar a execução. O agente havia seguido·1 para Eurol'ª e estava sendo in-
terinamente substilt11ido ·pelo gerente de uma casa commercial, cujo chefe lambem
. ' se achava na Eu.ropa.
O dito gerente encontrá.ra. em . caixa um saldo insignificante ·; e por .o.ccasião de
ser intimado o mandado de penhora· p_or pa<rte dos exequentes declarou, que sem
ulteriores providencias da companhia, cuja séde é em Liverpool, não podia pagar,
tanto mais quanto .a referida·companhia só tinha aqui o fundo de garantia no valor
de 10:000$. depositado no thesouro, na conformidade do decreto n. 4084 de 25 de
Janeiro de 1868 . . O juiz expedio ' mandado de prisã:o c~ntra o agente interino, ao
quat o supremo tr.ibur:ial de justiça denegou habeas-corpus.
·o case produzio sensação na, praça. O presidente do instituto dos adNogados de-
signou um delles para fazer um relatorio. O outro membro da . ordem lambem
apresentou º 'seu.
Um dos relatores concluio que o art. 5·25 do regulamento 1J 1 737 de 25 de
Novembro de 1'850·é inapplicavel aos agentes de companhias anonymas; e o outro
lambem assim entendeu ainda na hypothese de ter a companhia ben.s na côrte e
de esªeind'i~-los o agente.
ü' iHstitutb approv0u estas conclusões, e no mesmo sentido se pron.unciárão ·
1

outros, advogad'os consul'bados.


Tal· é, em resumo, a exposiç~o dos agentes de companhias estrangeiras de se-
guros com agencias filiaes na côrte, os quaes, para evitarem que se reproduza
facto igual no futuro, pedem no_ incluso requerimento que o governo imperial
firme a intelligencia do arl. 525 citado, que dispõe:
« o execufadh q:U'e escond'er os bens para não serem penhorados, ou deixa de
« possuHos por dolo, será preso até que entregue os bens, ou seu equivalente, ou
« até um anno, si antes não entregar. h

Citajei1. .tmfa:as- dtis:p.Qsiç.i~& q.ne se. prendem


. .
ao assumpto . . Art. 8º do decreto n.
295

575 de 1O de Janeiro de 1849: « Os administradores ou directores de sociedades


« anonymas responderáõ pessoal e solidariamente a terr.eiros. »

Art. _299 do codigo commercial : « Os administradores e directores de urna


, companhia ou socie<laife a~onyma r2spondem pessoal e solidariamente a terceiros
, que tratarem ~om a mesma companhia, até o momento em que tiver Jogar a
" inscripção do instrumento ou titulo de sua instituição no registro do ·commercio.
" Etfectuado o registro,. respondem só á companhia pela execução do mandato. » .
O decreto n. 4084 de 25 de Janeiro de 1868 concedeu, sob condições por elle
declaradas, a necessaria aulorisação para que a companhicl cc Queen lnsurance >>
c:;l.abelecida em Liverpool estendesse as suas operações ao Imperio.
Trascreverei, em essencia, as condições :
1. ª A companhia não poderá effectuar no Imperio operações sobre o seguro de
"idas . .
2.ª Depositará 10:000$ como fundo de garantia.
3.ª Os seus actos praticados no Imperio serão regidos pelas leis brazileiras.
4·.ª A companhia responderá pelos actos de seus agentes no Brazil, e pelo cumpri-
. meato de todas as obrigações que elles contrahirem. .
5.ª Será levada ao conhecimento Jo governo qualquer alteração nos esfatul·os.
6. ª finalmente. A companhia carece de autorisação do governo para estender
suàs operações além das praças designadas pelo decreto.
Si o agente interino da cc Queen » não havia recebido bens, como dedara,
não podia esconde'·los, nem deix ar de possui-los por rlólo. Já daqui se vê que
faltava a condição essencial para ter logar a detenção· nos lermos do art. 525 . .
Pela c"ündição 4ª a companhia responde pelos actos e obriga~ões de se.us
agentes para com terceiros. Estes respondem á companhia pela execu~ão ·do
mandato.
Sendo assim, e tratando-se de um remedio tão grave como a deteoção , pes-
rnal, não se pndia com fundamento irnpo-la ao agente .nas circumstancias fi-
guradas.
A opinião contraria não poderia socéorrer-se á con<lição 3\ segundo a qual os
actos da companhia praticados no Imperio são regidos pelas leis brazileiras.
Esta condíção entendida de accôrdo ·com a 4ª não altera a posição do _pre-
posto, que pratíca operaÇõcs nos restricto~ termos de suas instrucções transmillidas
pela administraçãoou direcção em Liverpool.
Si nas operações fossem infringidas as leis do paiz, o preposto responderia pelo
acto criminoso perante os·tribunaes, conforme a parte que nelle tivesse.
Desde porém que se trata de compromissos dependentes da companhia, nem é
licito devassar judicialmente a intenção do preposto que os não satisfaz. A adminis-
tração da companhia é a responsavcl para com terceiros.
Facilmente se reconhece que essas companhias, com sédes em pa12es es-
trangeiros e sem a condição expressa· de cumprirem aqm seus compromissos>
o:fferecein inconvenientes que a protectora fiscalisação do governo deve ter em vista,
afim de não serem prejudicados os na~ionaes que deixão muitas vezes de allender á
possibilidade de ~ertas emergencias .
Mas si .a companhia têm a sua séde em paiz estrangeiro, e não se acha obri-
gada u conservar nas mãos de seus prepostos os. meios nccessarios para a satis-
fação de en.cargos; si além disto é difficil que mandantes e mandata rios possão
calcular com todos os recursos precisos para solver compr?missos provenientes de
factos eventuaes e imprevistos, como 'uma sentença, não podem recahir sobre o
' . preposto os effeitos de. uma execução commercial, quando elle apenas se considera
uma especie de gestor de negocios com poderes limitados.
Sii porém (mesmo em caracter provisorio), elle se achasse ~ubrogado nas obri-
gações do comrnittente, então cumpria-lhe satisfazê-las.
Si fosse imprevidente, aceitando uma grave responsabilidade sem os meios pre-
cisos para solvê-la, devia queixar-se de seu proprio facto e soffrer as con-
sequencias.
Feita esta distincçllo, indispensavel para determinar a responsabilidade do rnan-
datario, entendo que se póde regular o caso por deqeto, do seguinte modo
· genenco_.
O agente de companhias ou sociedades anonymas, que tiverem sua séde e direcção
em paizes estrangeiros, procede sob a responsabilidade das mesmas companhia~ ou
sociedades, e a ellas unicamente responde pelos actos de sua gerencia.
Neste caso não tem logar a execução e detenção pessoal do art. 525 contra o
mesmo agente, pois a companhia é quem responde civil e criminalmente a terceiros,
perante os lribunaes do seu paiz, por actos que praticarem no Imperio, por si ou por
s.eus prepostos.
A responsabilidade, porém, das companhias não exime o agente de responder ·
por esses actos nqs seguintes casos:
1º, quândo offensivos das leis do paiz ; 2º, quando praticados nos limites ~xpress05
. do mandato; 3°' quando por disposição gera\ ou especial se ache o agente generica e
expressamente subrogado nas obrigações, quer contrahidas por elle em nome da com·
panhia, quer por ella propria, e das quaes resulte qualquer acção ou transacção.
Assim penso: mas a questão é grave, e talvez convenha ouvir a secção de justiça do
conselho de Estado. - 2ª secção, em 8 de Fevereiro de 1872. -. Cunha Figueiredo
Junior.>>

« É questão que perlence á jurisprudencia dos tribuns.es. Não tem applicaçâo ao


agente encarregado dos negocios da companhia « Queen » o arL t:>2t} do regulamento
n. 737 de 1850, mas é o poder judiciario o compelente para corrigir este julgado;
dando á disposição a interpetração verdadeira e geralmente aceita. - Em '11 de Fe-
vereiro de 1872.- A. Fleu1·y, »
o mandado de prisão contra o gerente da companhia . ·de seguros (( Qucen )) e
297

evidentemente injusto, mas a injustiça não podia proceder de duvidas sobre a verda-
deira int.elligencia do art. 525 do decreto n. 737 de 25 de Novembro de 1850, sinão do
desprezo e violação de suas disposições expressas. Como bem pondera o director da
2" secção da secrelaría: «O gerente não havia recebido bens, não podia escondê-los ,
nem deixar de possui-los po!· dólo, condição essencial para ter Jogar a prisão. >
A disposição do citado art . 525 do decreto de 1850 é clara e bem fundada'. Falla
do executado, e sendo da competencia dos tribunaes, a ordem do processo, instaurado
este, não póde ser objeclo de duvida a entidade responsavel, e por isso sujeita ás pre-
visões da lei, tendentes a assegurar os effeitos da cousa julgada.
Segundo o que estci prescripto no codigo commercial arl:~ 299 e decreto de 'I º de
Janeiro de 1849, art. 8º1. o administrador ou director de uma companhia anonyma
só responde solidaria e pessoalmente a terceiros antes do registro do sen titulo ou de
ser autorisada pelo gov'crno a companhia; e portanto fóra destas condições, não póde
ser executado e só ao executado é applicavel o art. 52!5 do decreto de 18!50.
Sendo pois clara a disposição sobre que versa a consulta e sem inconvenientes. em
sua discreta execução, entende a secção de justiça do conselho de Estado que deve ser
mantida como esl.á independentr de novas declarações, que são desnecessarias.
Vossct Magestade Imperial mandará porém o que for mais acertado.
Sala das conferencias da secção de justiça do conselho de Estado, em 22 de Novém-
bro de 1872.-- Vúconde ele Jaguar·y.- Visconde ele Nitherohy. -José Tlwrnaz Na ~
buco de Ara1,{fo.
Como parece.- Paço, 25 de Janeiro de 1873.-Com a rubrica de Sua Mageslade o
Jmperador.- JJ1anoel Antunz'o Duarte de Azevedo.

N. 111.
Notli elo governo imperial li legaçâo brz'tannica.

Hio, de Janeiro. -Ministe1;io dos negocios estrangeiros, 28 de Abril de 1875.

Tive a honra de receber em devido tempo a nota que S. Ex . o Sr. George


Buckley Mathew dirigio-me em data de 31 de . Outubro ultimo, reclamando urna
índcmnisação pecuniaria em fa·vor de vVilliam West Lyde e James Gracie Tay-
lor, ag·entes da companhia de seguros e< Qneen, >> por perdas e prejuízos que
dizem ter soffrido cm consequencia do procedimento elas autoridades judiciarias
desta côrte, em um· processo h,avido entre elles e os Srs. Figueiredos, donos de um
arrnazem de trastes.
Tendo tomado na devida consideração quanto expôz .sobre o assumpto S. Ex. o
. i
E, I 38
298
Sr. Buckley Mathew em sua alludida no la, cabe-me agora communicar ao Sr. Vic-
tor A. W. Drummond, encarregado de negocios da Gran-Bretanha, a solução
que o governo imperial resolveu dar a este negocio, depois de ouvir a respectiva
secção do conselho de Estado.
Em nenhum caso pôde o governo imperial, á visla dos principios de direito,
ser obrigado a inqemnisar a quem se considera lesado por injustiças em decisões
· dos tribunaes judiciaes, seja o queixoso nacional ou estrangeiro.
Não estando a autoio·idade judicial no Brazil subordinada ao governo, tem a ex-
clusiva responsabilidade dos seus actos, e nesles não é nem póde ser solidario o
governo, muito . menos para ser ·coagido a .decretar indemnisações, seja á custa
dos particulares ou pelos dinheiros publicos.
Na esphera de suas attribuições administrativas é limitada a acção <lo governo
a provêr á execução da lei e á regular administração elo Estado; e quanto á. ordem
judiciaria a sua ingerencia não vai além de promover: pelos meios compe:entes, a
. responsabilidade dos que nella incorrerem, e bem assim a decretar em determinados
casos a remoção dos juízes.
Em relação aos ·estrangeiroe outro não é o direito, e nem era possivel díversa
ord.em de cousas: nenhum privilegio lhes assiste para alcançarem do governo in-
demnisa1;ão por prejuízos que lhes sobrevenhão ainda por injustas decisões dos tri-
bunaes. Não ha lei nem principio de direito que outorgue ou recommendc tal
privilegio; nem seria isso admissível em paizes que se regem pelas formulas con-
slitucionaes, ern que é consagrada a limifação, divisão e in,dependencia cfos poderes
políticos, e são· proporcionadas <:is parl'es todas as garantias de recursO's e meios com-
petentes para em juizo nlcançarem, com a sustentação do seu direito) os devidos dcs-
aggravos e reparações.
O meio extremo de que, em casos excepcionaes, pôde e deve o Estado lançal' mão,
fazendo sua a ·causa do seu subdilo para haver reparação de violencias de govcrnus
estrangeiros, não é applicavel ao presente caso, porquanto para reconhecer-se a im-
procedencia da rerlamação de que se traia hasta allender á natureza do faclo e ao
complexo de circnmstancias, que aliás meneiona o mesmo reclamante.
Reconhece-se que pela agencia da companhia « Queen » nesta côrle foi feito um
seguro·contra o fogo ·; que, os moveis segurados ardêrão; que não foi salisfeilo o_pa- ·
gamenlo pela companhia seguradora ainda depois de conclemnada cm juizo compe-
lente, tendo sido isso ordenado por sentença confirmada em suprema inslancia ;
que, requerida a execução ela sentença e determinada pelo juiz respeclirn, não só se
recusára a agencia ao pagamento, como allegára a falta de valores em caixa, não
obstante dispôr a companhia de um capital de muitos milhões e de haver conlralrido
nesta côrle seguros por milhares de contos de réis; que cm consequencia ordenára
o juiz a providencia do art. 525 do regula mcnlo de ' 25 de Novembro de 1850 e a
,. abertura de fallencia da companhia.
Pretende o reclamante que a sentença condemnatoria é injusta e injuridica, corno
29,9

o demonstrão pareceres de abalisados advogados·, e para exemplo adduz um parecer


firmado por µm illuslrado jurisconsulto brazileil'O; accrescenta que o conselho de
Estado votou que a ordem de prisão contra o agente da companhia era injusla e con-
traria ao disposto no art. 525 d0 regulamento citado, e que, sendo este parecer ap-
provado por Sua Magestade o Imperador e publicado no Diario O(ficial, tomou o
caracter de sentença.
Pondo de parte quaesquer irregularidades do processo j udiciario, a natureza da
causa arreda por certo o apoio .da opinião dos que sabem prezar a fé dos contratos e
reconhecem a restrictà obrigação das companhias de seg.uro de satisfazerem com
presteza os seus compromissos: declinar desta obrigação, reluctando contra a decisão
do tribunal judicial que a reconheceu e ordenou o respectivo pagamento, é de per si
procedimento que não póde ser justificado com a autoridade de quaesquer pareceres
de advogados, e muito menos aceito como razão parq obrigar o governo a indemnisa-
ções pecuniarias em favor do mesmo agente ela companhia seguradora.
A sentença é a decisão competente da acção proposta,· não é destruída pelo valor
moral de qualquer' opinião individual, ainda a mais qualificada. Releva porém obser-
var que o parecer adt~uziclo limitou-se á apreciação jurídica do procedimento havido
em juízo, respondendo a quesitos, como as partes interessadas çostumão propôr, for~
mulando-os muitas vezes do modo mais favoravel. Em todo caso, tal parecer não 'tem
competencia e muito menos autoridade de instancía suprema para destruir e desfazer
o julgado, e é para notar-se que sobre tal fundamento se basêe a reclai;nação de in-
demnisações, que aliás não considerou, nem por certo admittiria ·o jurisconsulto que
firmou o alludido ' parecer . .
Si é inconcusso o principio de ~ue ao poder judicial compele resolver po~ si, e
que as suas decisões não podem ser invalidadas por qualquer parecer individual e
muito menos pelo conceito da parte interessada; si é evidente que a negação da
força e procedencia do decrnto judicial, passado em ultimo julgado, é a destituição
da ordem constitucional dos poderês publicos e a consagração da arbitrariedade mais
manifesta a bem do interesse de cada um, que a seu modo se julgará sempre com o
melhor direitó ; é claro -que o governo, adstricto ás regras constitucionaes, não pó de
ele modo algum admittir a nullificação do acto do poder independente que. proferio a
sentença, acoim.ada de i.njusta e i nj uridica; e soffre com isso dobrada violencia e in_
justiça, já pela arbitrariedade da r'ecla mação, assentada na propria condem nação d.o
aclo judicial, e já porque nenhuma faculdade lhe assiste para transigir a tal respeito,
sendo de seu imperioso dever guardar e manter a ordem consti tuciorial do exercício
independente dos poderes políticos. ·
A resolução da consulta do conselho de Estado é lambem produzida pelo recla-
mante com o caraçter de sentença condcnmatoria da ordem de prisão contra ü agente
da companhia; mas evidentemente não tem a signilicação e força que se lhe
c~1presta.
O objecto da consulta não foi propriamente o acto praticado pela autoridade
300

judicial; nenhuma competencia assistia ao executivo, nem jurisdicção ao conselho de


~slado para resolver e determinar a tal respeito. O que se sujeitou á deliberação do
conselho de Estado e effectivamente se resolveu, foi a verificação da verdadeira in-
telligencia do art. 525 do decreto n. 737 de 25 de Nóvembro de 1850, e si por ven-
tura era conveniente qualquer declaração ou outra medida para resguardar os direitos
de terceiros que contratarem com as companhias; e foi sobre o parecer do conselho
de Estado que se tomou a resolução de que deve ser mantida independente de
qualquer declaração a disposição do art. 5215 do regulamento n . 737 de 25 de No-
vembro de 18õ0.
. .
A esta conclnsão subscrevêrão os membros da secção e annuio Sua Magestade o
Imperador. O que em seu parecer o illustraclo relactar expendeu de relativo ao caso
do agente da companhia " Queen » não passou de mera opinião individual, q·ue não
se inclue na resolução; ·a qual ,· é certo, tem força de decreto. mas sem referencia
alguma ao acto que praticára o juiz ·da 1" instancia contra a pessoa do agente da
companhia « Queen >». Mas; dando todo o valor á opinião do illustraclo relator, e ad-
milticlo que o juiz fizera uma erronea applicação do meio disposto no referido artigo
. do regulamento n . 737 , ainda assim não constitue . o ado irregular da autoridade
judicial hrazileira razão para autorisar a reclamação de indemnisações, e nmguem
com rasoavel fundamento o admittiria.
Dispõe o citado art. 52 5 " o executado que esconder os bens para nã.o ser pe-
<• nhorado ou deixar de possui-los por dólo, será preso até que entregue os bens
· << ou seu equivalente, ou até um anno, . si antes não entregar. »
- '
O juiz Ja 1" instancia, executor da sentença que condemnára a companhia
Queen ao pagamento do valor do seguro, entendeu que era o caso de mdenar· u
prisão do agente da mesma compftnhia, que se recusá.ra a exhibir a quantia neces-
saria, e entendeu as'sim por estar persuadido de que em tal recusa procedia o agente
com .clólo e talvez que ·para esse conceito contribuísse muito o grande credito e mo-
ralidade da respectiva companhia, parecendo impossivel que deixasse de ser sa-
tisfeito de prompto um pagamento a seu cargo a não ser pela infidelidade do
agente. Em todo o caso foi acto da autoridade judiciâria, de sua competencia e
de facil 1~eparação pelos meios orclinarios perante a 'mesma autorülade judiciaria ;
e, cu.mpre reconhecer, ainda quando praticado com erronea applica'ção da regra
regulamentar, nã.o tem tal carncler de rcvolfante e accintosa oppressão ao estrangeiro,
que autorise a intervenção do s·eu governo para reclamar desaggravo e indemnisação.
Ninguern d·~ boa fé o reconhecerá, por:quanto o juiz procederia indistinclamenl.e
·e .do mesmo modo contra o nacional em idenlicas circumstancias. Não ha facto
algurn .que revele acintosa perseguição ao reclamante, e é manifesto que só em
ultimo extremo ordenou o juiz aquellc meio rigorc1so, qtre pareceu-lhe necessario
e autorisado para o caso, visto como tinha por dolosa a occultaÇão de consideravcis
<quantias, que. devia ter em caixa uma companhia de seguros, que nesta praça
~razja contrnlos 1'.íor milha1;es de contos de réis.

)
30f.

Do que deixo exposto resulta, e o Sr. Drummond o reconhecerá, que, segundo


os princípios ' do direito, o governo imperial não é nem póde ser em caso ' algum
obrigado a indernnisar a quem se considere lesado por injus.tiças em decisões dos
trihunaes judiciarios, seja nacional ou estrangeiro; e que na hypolhese, de que
se trata, a companhia Queen não Lem direito á excepcional reclamação de indern-
nisações.
Concluindo a , presente resposta, observarei ao Sr. Drurnmond que um dos re-
clamantes, o Sr. James Gracie Taylor, é brazilerio e não póde pmtanto recorrer
a um governo estrangeiro para inlervir na sua reclnmaçã.o.
· Aprovcilo a opporlunidad~ para rçnovtff ao Sr. Drummonq as seguranças de mi-
nlrn mui distincta consideraç.ão.
Ao Sr. Victor A. W. Drurnmond .
V1scoNDE DE CARAVELLt\ s .

Actos praticados na provüwia do Pará contrà snl1ditos 110rtumrnzes.

N. 112.
Nota da legaçao porl11gt1eza ao governo impen'al.

Legação de Sua Mageslade Fidelissirna . -Rio de Jnneiro, em. 8 de Novembro


de 1873.

Jllm. ·e Exm. Sr.-Tcnho a honra de passar ás mãos de V. Ex. o~ documentos


por cópia inclusos dos quaes se conhece que mais uma Jamentavel occurrencia
acaba de dar-se .na capital do Pará, tendo dellu sido viclima o súbdito portuguez
Bicardo Marques ela Silva. O que se passou nesfa occasi ão confirma a existencia
de uma disposição hoslíl contra subdilos portuguezes na classe menos illuslrada
daquella cidade ; sendo permanente incitador o periodico T1°ibuna, que em seus
artigos procura nã.o só destruir a boa harmonia em que vivião no Pará os filhos
do paiz e os portuguezes, mas provoca desordens e conflictos de toda · a especie.
Devo particularmente notar que entre os aggressores de Marques da Silva figurão
duas praças de policia. ·
Nestas circumslancias, e tendo perfeita convicção de que o governo imperial
apreciará em toda a sua · gravidade o assumpto a que me refiro, confio que o
mesmo . gov~rno tomará todas as necessarias providencias afim de que aqueJJe
_estado de cousas de.sappareça, sen~lo .punidos os delinquentes e restabelecida a
P.Oc;l ordem.

Aproveito a opportunidade para reiterar. a V. Ex. os protestos da minha mais


·lillla conside.raçõ.o e ·muito profunda estima.
A S. Ex. o Sr. conselheiro Visconde de Caravellas.

MATHlAS DE CARVALHO E VASCONCELLOS.

DOCUMENTOS A QUE SE REFERE A NOTA PRECEDENTE.

Officio do consul de Po1°tugal ao presidente ·d(} Pard.

Consulado de Portugal no Par:i.-Belém, 27 de Agosto de 1873.

Illm. e Exm. Sr.-Hontem, pelas sete horas da noite, co1J_1pareceu neste con-
sulado o commercianle portuguez Ricardo Marques . da Silva, socio da firma
Rodrigues & Marques, estabelecida á rua do Imperador, esquina do Vêr-o-peso,
trazendo ao µie.µ cot)h~piwen. ~p a inesperarla aggr.essão qµe· ~offreu em sr.u csta-
be.lecimento, por . parte dos individuos de q~e frata .ª representação, cuja cópia
lenho a honra de fazer chegar á presença de V. Ex. ,
O facto, publico e notorio corno é, foi presenciado por muitas pe~soas insus-
peitas e filhas do paiz, qur- felizmente ahi comparecendo e intervindo no momento
do cónfliclo conseguirão evitar consequencias mais lamentaveis, depois do feri-
mento de que foi victima este meu com.patriot& e elos estragos que soffreu em seu
. estabelecimento.
Em desempenho dos deveres ele meu cargo, venho igualmente representar a
V. Ex:, afim ele que se proceda ~1ão só contra os delinquentesi mas lambem
cpntra as praças de policia qqe ahi postadas, n~p proC\Hi:írão de t=.\1gunw sorte
evitar o co11flicto, e ao contr4~io coadjuv~rão os seu~ 1J.Utores) ao ponto de pre-
Lenclererp arri_\slar p~ra a rua o dito cotnmerciqnte~ .já depois de ter ' reçeb,~do uma
contusão na tcsl;:t. · ·
Soqpitat~~o, comq me curppre, proviclen,cias ele V. Ex.,. '1~P ~o.~.so deix~r de
ponderar que est;1 clesagrac\avel occurrencia é, coi;no ot1lras q1~~ H têçn sqçceclido,
o resuUado das inconven~entes doutrit~as apregoad~s ~elo perio~icq Tribuna ~onlra '
os rortuguez.es, e s9b,r~tµ?o contra a colpn'ª·aqµí e~isten,tp. Ao criter~o e il~u~tração
ele V. Ex. (l~O póde esçapar que wn jornal qqe consta11te~nente prQc~ra inocular
no espirita da população menos sensata: idéas subversivas e oqiosas, contra uma
nação que aliás vive nn. .mais inFria harmonia p ~streitas relações ~e a!lliza,cle com
o lmper\o, deve forç_osamei;ite prqc'u~ir no seu ani~o impressões çlPsfavoraveis em
r~laçã,o aos subditos e legitimos inte1·esses desse paiz, ·e cujos resultados não deixaráõ
303

de ser mais ou menos funestos, apezar da vigilancia ela autoridade e dos merns âe
que possa lançar mão no momento do confliclo.
Apoiando perante V. Ex. o reclamo daquel'Ic meu compatriota, conslanlc d'e
sua representaÇão, não 0bstanté constar-me que os in'digitados aggressores j'á se
achão presos e em averiguação, permitla V. Ex. que chame a sua attenção· para
ludo quanto acabo de expôr, e especialmente em ordem .a assegurar o bem-
estar dos subditos de minha nação, aqui residentes, os quaes -cunfiados na soli'-
citude e rectidão de V. Ex., na qualid.ade de digno d'elegarfo elo governo' im'pc-
rial, e na protecção das leis do paiz esperão que V. Ex. providenciara como
julgar conveniente a respeiío das publicações do periodico . al~udido.
Heifero a V. Ex .. os meus protestos de eslima e consid'eração.
Deos guarde a V. Ex.
lllm. e Exm. Sr. Dr. Domingos José da Cunha Junior, digníssimo preside~~te ·
desta provincia.
JoAQ UIM BAPTISTA MonEmA,
Consul.

Representação de Ricardo Marques da Silva ao consul portuguez.


li' '

Illm. e Exm. Sr. - Ricardo Marques da Silva) socio da casa commercial Rodri-
s·ues & Marques, vem respeitosam Gnte, na qualidade de su6dilo portuguez, repre-
sentar a V. S. sobre o. inesperado ataq.ue que soffreu ·em sua pe:-soa . e proprie-
dade, hontem ás ti h0ras da tarcle, por um grupo de gente do povo desta cidatl~,
dentro de sna propria habitação, cuj.as cireumstancia S passa succintaménte a ex-pôr.
1

Um homem de côr parda·, cujo nome o exponente ignora, tendo vindo áq.uella
hora ao seu estabelecimento, subtrahio uma pequena ·lata com manteiga-, o qiue,
sendo observado por um elos caixeiros, motivou a exigencia desse objedo por
parte deste, e a recusa por part·e daq-uelle com as maiores injurias verbaes e dando
urna bofeta:da no mesmo caixeiro ; este então s.ahinclo fóra do balcão 19rocurou
dcsforçar-se; at•racárão-se e ofiendêrão-se mutuamente, ('ahindo ambos,e nisto ferio-se
na cabeça o aggressor. Os otitros caixeiros conseguirão separar os contendores, e
ui11a de duas praças ele policia, que só então apparecêrão, acompanhou o pri -
·mciro ci presença do Sr. subdelegado do 1º distri.clo. Assim parecia estar ter- ·
minada esta questão, aguardada a acção ulterior .e possível por parte da policia.
Infelizmente assim não aconteceu, porque meia hora dep-ois, voltou o mesmo
aggressor armado de úrn p<í.o, acompanhado cl'e oufro hot'nem de côr piefa, os quaes
encabeçando uma multidão ele gente, invac!'io bruscamente o.estabelecim'e.ó'to do
exponente pronunciando as maiores injurias e ameaçando assassinar o exponente
e as pessoas de ·sua casa. Então estas forão obrigadas a oppôr energia defensiva
.contra essa· multidão que parecia quere-los devorar. Sendo 1rnsla occasião o
304

exponente atacado pelos dous .individuos acima indicados, um delles armado, armado
com um canivete, pôde evitar o golpe, segurando ambos os braços deste ultimo
· aggressor, e chamando por uma das praças de policia para se · apoderar do
mesmo aggressor ; então . recebeu uma pancada na cabeça corn uma aduela
de barrica, dado pelo companheiro do aggressor, . emquanto ao referido appcllo
do exponente as duas praças de policia approximárão-se, não ·para prender os
deliquentes, mas para baterem com os rcfes. no exponente, diligenciando arrasta-lo
para fóra da casa,· onde mais de duzentos homens do povo clama vão, exigindo
o assassínio do exponente. Este conheceu o immenso risco que corria a su& vida ,
e com grande esforço conseguio não ser exposto ào furor da muliidão.
Ao apparecirnentt) ele outras qtiatro praças de policia coadjuvadas por ·muitos
cidadãos presentes, se deve a prisão ~lo primeiro dos aggressores, evadindo-se os
outros.
lllm. Sr. -As duas praças de policia em principio referidas, portárão-se de
uma maneira indigna de homens a quem csli-í corifiada a tranquillidade ·publica.
Além do facto inqualificavel (e que V. S. ·não deixani de notar) de vollarem com o
aggressor e o acompanharem até dentro da casa · do exponente, accresce o facto
revoltante de quererem arrastar este para a rna onde seria _victima da populaça ;
isto dá a evidencia de que esses dous agentes da segurança publica . e particular,
tornárão-se agentes da desordem, patrocinando os aggressores.
A. vista do exposto o exponente espera que V. S. providencie a respeito contra a
offcnsa soffrida pelo exponente que protesta peran le V. S. pelos insult0s r1ue physi-
camenle recebeu, e pelos prejuízos que soffreu em sua r1rnpriedade.
O exponente apresenta os nomes dos seguintes cidadãos, que presenciárão os
factos mencionados :-Um filho do Sr. commendador Alvaro Pinto de Pontes e Souza,
que é empregado na companhia fluvial do Alto-Amazonas, Bento .José da Si.lva San los,
Feliciano de Souza e Azevedo, major Januario Prudencio da Cunha, Manoel Ferreira
Pinheiro, Affonso José Hodrigues, Odorico de Souza e Azevedo, Antonio Raymundo
Furtado, Antonio José de . Lima, Manoel Baptista Bittencourt, Manoel Antonio da
Silva, Julião Alves da Costa, capataz da companhia de pretos, .Antonio Neves,
capataz de outra companhia, .João Domingos Rodrigues, Antonio Alves lVIerca, Luiz
Martins. de Albuquerque, .José Joaquim de Oliveira, Gervasio José Cerclcira, João
Pedro (cai~ciro), .José Joaquim .Nunes ela Silva, Luiz Teixeira de Mesquita, Manoel ·
Domingos dos Santos, José Alexandre Martins Ribeiro, Gregorio Antonio de Si-
. queira Pinto, Arlf.onio Lourenço Dias e Francisco H.odrigues Pereira.
Deos guarde a V. S.
lllm. Sr. Dr. .Joaquim Baplista )\foreira; clignissimo co nsul ele Sua Magcslade
Fidelissima no Pará. -- Pará, 27 de Agosto de 187:l

RICARDO MARQUES DA SILVA.


305

Officio do presz'dente do Pará ao consul portuguez.

1ª secção. -Palacio do governo do Pará, 28 de Agosto de 1873.


Accuso o recebimento do officio datado de hontem, em q'ue ·o Sr. Dr. Joaquim.
Baptista Moreira, consul de Sua Magestade Fidelíssima, communica-me as occurren-
cias desagradaveis que tiverão logar no dia 26 do presente mez entre o subdito
portuguez Hicarclo Marques da SHva, negociante estabelecido á rua do Imperador
desta cidade, e um .homem brazileiro de côr parda que tentou subtrahir mercadorias
da taberna do dito Marques; e .solicita as providencias que o i::aso requer.
Em resposta cabe-me declarar ao Sr. consul que lamento os acontecimentos
expost?s na representação .que acompanhou o officio a que respondo 1 e que vão
ser expedidas todas as ordens que se tornarem necessarias para a punição dos
culpados.
Renovo ao Sr. corisl1l os votos da minha estima e consicleração.
Ao Sr. Joaquim Baptisla Moreira, consul de Sua l\fagestade Fidelissima.
DoM1Ncos JosÉ DA CuNHA JUNIOR.

N. 113.
Nota do governo imperial ri legação portuguezo..

Rio de Janeiro. - Ministerio dos negocios estrangeiros, 13 de Novembro de 1873.


Tenho a honra de accusar a recepÇão da nota que S. Ex~ o Sr. conselheiro Ma-
lhias de Carvalho e Vasconcellos, enviado extraorclinario e ministro plenipotenciario
de Sua Magestade Fidelíssima, me dirigio em 8 do corrente ácerca das occurrencias
que tiverão .Jogar no Pará no dia 26 de Agosto ullimo, e de que diz ter sido victima
o subdito portuguez Ricardo Marques da Silva.
O governo imp'erial nutrindo a esperança de que as providencias já tomadas pelo
presidente daquella província surtiráõ o desejado effoito, acaba de ~ecommendar
a esse funccionario que tenha bem em vista e~te negocio, ao . qual o mesmo go-
verno. dá muita importancia.
Aproveito o ensejo para reiterar a S. Ex. o Sr. conselheiro Canalho e Vascon-
cellos as expressões de minha alta consideração.
A S. Ex. o Sr. conselhr.iro Mal.hias de Carvalho e Vasconcellos.
VISCONDE DE CARAVELLA S.

E. 1 39
306

N. 114.
Notá do governo imperial á legação portugueza.

Rio de Janeiro. - Ministerio dos negocios estrangeiros, 29 de Uezembro de 1873 .

. Com referencia ao objecto da minha nota datada de 13 de Novembro ultimo, tenho


a honra de remetter a S. Ex .• o Sr. conselheiro Mathias de Carvalho e Vasconcellos,
enviado exlraordinario e ministro plenipotenciario de Sua Magestade Fidelíssima, a
inclusa cópia do officio que em 27 de Agosto do corrente anno dirigi o ao presidente
o chefe de policia da província do Pará.
As informações contidas nesse Ófficio persuadem o governo imperial de que o
conflicto, no meio do qual foi ferido o subdito portuguez Ricardo Marques da Silva,
proveio de uma altercação da natureza daquellas . que frequentemente se dão nas
Cidades populosas, em casas de negocio que vendem generos accessiveis á bolsa de
todas as classes da sociedade. Entre as circumstancias que caracterisárão aquelle con-
flicto, nenhuma se depara de que rnzoavelmetite se possa dizer que foi trazida por
qualquer supposta effervescencia entre os filhos do paiz e indivíduos de nacionalidade
portugueza. O motivo da rixa podia ter-se dado com subditos de outra nação es-
trangeira.
.
Este fado, por si só, tira á questão o caracter de gravidade que altribuio-lhe
.
S. Ex. o Sr. conselheiro Carvalho e Vasconcellos, em sua nota de 8 de Novembro
proximo passado, suppondo que o caso é devido ::í influencia de artigos, publicados
por um jornal parnense de opiniões exageradás, em vista de alimentar no paiz dis-
posições hostís aos subditos portuguezes. Posto que, com a liberdade de imprensa
existente no Brazil, não seja sempre possível obstar a taes mauifestações, todavia ao
governo imperial não parece que essa influencia possa ser tão grande, como o ima-
g-ina S. Ex., porquanto pouco dados á leitura de periodicos são os individuos da classe
inferior a que yerlencem aquelles de que presentemente se trata; e as rivalidades,
as indisposições pessoaes, para degenerarem em rixas isoladas, não carecem de
similhante estimulo.
Em todo o caso, cumpre tis autoridades locaes prevenir, ou punir ele conformi-
dade com as proprias leis, actos criminosos ; e foi o que praticárão as do Pará.
Segundo me informa o presidente daquella província, tendo sido considerados leves
os . ferimento~, e, não tendo havido prisão em flagrant~, nem queixa, deixou·se de
instaurar processo contra os offensores. Mas, quanto aos soldados de policia que mal
procedêrão, o mesmo presidente mandou-os para a fortaleza da Barra onde trabalha·
ráõ em faxinas, e fez recrutar a João da Consolação Alves, um dos desordeiros que
mais se destinguirã.o no .disturbio, sendo elle remettido para esta côrte no vapor que
sahio do Pará em 30 de S'etembro ultimo.
307

Sou igualmente informado que o consul de Portugal alli deu·-se por satisfeito com
estas medidas; e . assim, espero que a legação de Sua Magestade Ficlelissima nesta
côrte ve;á lambem nellas mais urna prova do quanto o governo imperial tem a peito a
conservação das boas relações existentes entre os dous paizes irmãos.
Reitero a S. Ex. o Sr. conselheiro Carvalho e Vasconcellos as segurdnças da minha
alta consideração.·
A S. Ex. o Sr. conselheiro Mathias de Carvalho e Vasconcellos.

VISCONDE DE CARAVELLAS.

N. 115.
Officio do chefe de polz'cia do Pau[ ao presidente da provúicia.

Secretaria da policia da provincia do Para, 27 de Agosto de 1873.

lllrn. e Exm. Sr.-Hontem <is cinco horas da tarde deu-se um conflicto no-Vêr-
o-peso - entre o pardo Geminiano . Francisco de Araujo , e os porluguezes Ricardo
Marques da Silva e seu filho José Marques da Silva, proprietario e caixeiro de uma
mercearia á rua do . Imperador canto da travessa da Companhia, de cujo conflicto
resultou ô ferimento do dito Gemeniano e do portuguez Ricardo . Este conflicto
proveio de que tendo Gemeniano furtado da mercearia uma lata de .manteiga, o
caixeiro, querendo toma-Ia, travou-se de i;ar.ões com elle e forão a vias de facto; _
ferido Gemeniano . por uma cac.etada que o dito caixeiro lhe déra na cabeça com
uma tranca da . porta, foi conduzido á presença do subdP.legado elo 1º clistricto por
uma praça do corpo de policia, deixando de fazer eftecliva .a prisão do oflensor,
como era do seu dever; o subdelegado depois de ouvi-lo enviou ü ferido ao
Dr. Uchôa medico, para fazer. o competente exame no ferimento.
O offendido, porém, da casa do medico, voltou ao Jogar do confliclo acompa-
nhado de outros, e travando nova questão com o dono da mercearia, foi e.ste ferido
na cabeça púr uma cacetada que lhe deu um preto cujo nom e s.e ignora, e que
depois evadio-se.
Sendo esse logar de grande concurrencia de povo, reunio-se este eir1 grande
massa, e alguns gritos de -morra- forão ouvidos, que dizem ter sido proferidos
por uma praça do batalhão 11 de infantaria , cujo nome se ignora, e isto produzio
grande alarma e confusão, e incutio algum t8rror no animo dos portoguezes esta- ·
belecidos nessa travessa com casas de cornmercio. Logo que fui prevenido dessa
occurrencia . transportei-me

ao
Jogar elo confliçto acompanhado do major delegad Q
' ,J,
308

de policia e ahi chegando achei o povo agglomerado em numero talvez superior


a qualrocenlas pessoas) e o dilo Geminiano preso por duas praças do corpo de
policia; ordenei logo que elle fosse recolhido ao quarlel, e tratei immediatamenle
de dispersar o povo, o que consegui sem diffieuldade nem opposição, pois que fui
logo obedecido por todos em geral.
Restabelecida a ordem que havia sido alterad~, mandei postar no logar seis
praças do corpo .de policia e recommendei ao major delegado que ahi se con-
servasse até se fechan~ m lo das as casas de commercio, e nifo consentisse ajun_
tamento algum para assim evitar novo confliclo, e retirei-me ás 7 ho1~as da noite;
deix~ndo ludo ~rn paz.
O subdelegado de policia procedeu a corpo de delicto nos dous feridos e ve-
rificou ser leve o ferimento de ambos, e procede aos inqueril.os legaes.
Á minha ordem forão presos o pardo Pedro Achado,, moço do vapor 'Madeira,
á ,requisição do respectivo commandante, e o escravo Mariano á requisição de
seu senhor.
Á ordem do delegado foi presa a escrava -Luzia, a requerimento de seu
senhor.
Á ordem do subdelegado do 4º dislricto forão presos os portuguezes José da Silva
e Souza, e Luiz Alexandrn Pereira, por embriaguez e desordem .
. Deos ,guarde a V. Ex.
Illm. e Exrn. Sr. Dr. Domingos José da Cunha Junior, presidente da pro-
vmcia.
O chefe dç policia,

INNOCENCIO PINHEIRO CoRRÊA·

N. 116.
Nota do governo imperial á legação portugueza.

Rio de Janeiro. -Mi nisterio dos negocios estrangeiros, 5 de Ja.neiro de 187 4.


Com referencia ar1 objeclo das· minhas notas de 13 de Novembro é 29 de Dezem-
bro do anno proximo passádo, dirigi-me em '15 do rnesnro rnez á presidencia do
Pará recomrnendando a adopção de medidas, que garanlão efticazmenle a segurança
· indiyi.dual <los subdilos porluguezes residentes naquclla província, fazendo reprimir
quaesque'r àclos desregrados _e cessar as di~posições hoslís, que, segundo S. Ex.
p Sr, ·conselheiro Mathias. de Carvalho e Vasconcellos, enviado exlr~<frdinario e
309

ministro plenipotenciario de Sua Magestade 'Fidelíssima, allí se manifestão, ha


certo tempo, contra seus compatriotas.
A referida presidencia communicou-me ·em resposta que não existe essa ten-
dencia, ainda mesmo na população menos illustrada, e que aos redactores de um
periodico creado expressamente para advogar a causa da nacionalisação do com-
mercio a retalho, folha sem importancia e de quasi nenhuma circulação, se
devem attrihuir alguns conceitos desfavoraveis aos portuguezes. Não consta
porém que estes tenhão · soffrido violencias por inotivo de sua nacionalidade, go-
zando em geral das regalias que se concedem aos cidadãos do Imperio. Entre-
tanto a mesma presidencia velará para que se torne sempre effectiva a pro-
lecção que as nossas leis assegurão aos subditos da nação portugueza e aos de.mais
estrangeiros que se acolhem ao Brazil.
Tenho a honra de reiterar a S. Ex. o Sr. conselheiro Mathias de Carvalho e
Vasconcellos as seguranças de minha alta consideração.
A S. Ei:. o Sr. conselheiro lViathias de Carvalho e Vasconcellos.

VJSCONDE DE CAR°AVELLAS.

N.117.
Nota da legação portugueza ao ,governo imperial.

Legação de Sua Magestade Fidelíssima.-


· Rio de Janeiro, em 26 ·de Setembro
de 1874.

lllm. e Exm. Sr. -As noticias telegraphicas do Pará, hoje publicadas pela im-
prensa diaria, são .certamente conhecidas do g·overno imperial.
Cumpre-me aguardar o perfeito esclarecimento dos factos occorridos; mas a
natureza de tão in:Solitos quanto horrorosos acontecimentos, apezar da fórma e modo
de transmissão daquellas noti'cias, habilita-me desde já a reclamar do governo im-
perial as mais promptas providencias.
Aproveito a opportunidade para reiterar a \'. : Ex. os protestos da minha mais
alta consideração e particular estima.
A S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas.

MATHIAS DE CARVALHO E VASCONCELLOS.


310

N. 118.
Nota do governo imperial á legação port-iigueza.

Rio de JaDeiro. - · Minislerio dos negoci,os estrangeiros, em 1 de Outubro


de 1874·.
Tive a honra de recebei' no dia 28 de Setemb1'0 ultimo a nola que S. Ex. o
Sr. conselheiro Mathias de Carvalho e Vasconcellos, enviad() ex traordinario e mi-
nistro plenipotencia1'io de Sua ~Jagestade Fidelíssima, annunciou-me cm conferen-
c;ia de 26, e na qual l'eclama do governo imperial ) como o fez naquella occasião,
as mais prornptas providencias afim de serem cohibidos os aclos criminosos que,
segundo os telegrammas publicados nesta côrte, farão praticados no Pará contra
subditos portuguezes .
O governo imperial, á vista das communicações telegraphi cas, já se linha cor-
respondido pelo mesmo canal corri o. presidente da mencionada província, recom-
mendarido-lhe a maior energia na repressão dos faclos denunciados) e que infor-
masse com urgencia .a este governo. Isto mes mo referi ao Sr. conselheiro Carvalho
e Vascopce llos na sobredita conferencia.
Pelo que me diz o Sr. ministro da justiça, o presidente; em resposta ao tele-
gramma de S. Ex., participa que já fizera seguir para o logar dos acontecimentos
o chefe de policia acompanhado . de uma força, e com as instrucções necessarias.
Logo que chegue ao meu conhecimento ·o resultado das diligencias a que se
houver procedido, apressar-me-hei· ern dar delle noticia a S. Ex. o Sr. conse-
lhei-ro Cat·valho e Vasconcellos, a quem reitero as segurança,; de minha alta
consideração.
A S. Ex. o Sr. conselheiro Mathias de Carvalho e Vasconcellos.

V lSCONDE DE CARAVELLAS.

N. 119.
1

Nota da legação portugueza ao govenw imperial.

Legação de Sua· J\l~agestade Fidelissima. - Rio de Janeiro, em 26 de. Outubro de 1874.


lllm :·e Exm. Sr. - Tenho ~eguido com a soli citude exigida pela gravidade do
assumpto, tanto o esclarecimeqto das circums.tanc ias de que se apresenlão revestidos
ps factos ácerca dos quaes r~clamei prnvidencias ao governo imperial na minha
3tl

nota de 26 de Setembro ultimo, como as nolicias ulteriormente recebidas com rela-


ção a novos attentados, em outros pontos da·provincia do Para, contra a vida e segu-
rança de subditos portuguezes.
As diligencias do chefe de policia ordenadas pela presidencia é devida a indaga-
ção inicial dos elementos dos crimes pe1~petrados em Jurupary, bem assim a prisão
em fogar segu ro e pronuncia de todos os executores de tae8 deliclos, como se vê do
relatorio daquella autoridade. Entretanto, tendo mesmo como ainda não confir-
madas as recentes communicações telegraphicas quanto á multiplicidade de occur~
rencias da mesma natureza., as que se referem a Vizeu achão-se comprovadas· no
officio que o presidente do Pará dirigio em ela la de 8 do corren le ao Sr. ministro da
justiça . Esta reproducção de violencias atrozes · accusa a existencia de uma causa
dominante, de que effeclivamente fazem menção todas as informações que me têm
sido transmittidas, e que se acha agora formalmente verificada pelo chefe de po-
licia, conforme consta do seu mencionado relatório : é o period~co .Tribuna que se
publíca na capital da provincla.
Por uma serie de artigos successivos, começada desde longa data, tem elle por
todas as fórmas atacado os subditos portugu'ezes resíden les na mesma provincia lan·
çando-lhes as mais ultrajantes injurias e expondo-os ás consequencias de ruins pai-
xões que constantemente fomenta e excita. Organisado assim em instrumento:de crime
e de anarchia, esse papel realiza agora, mais do que nunca, i;J. sua obra nefanda'.
A imprensa, instituição nobilíssima porque defende o direito e a verdade, pro-
move e protege com os seus fecundos recursos o progresso moral e . material dos
povos,se inverte a sua missão constituindo-se movei de uma propaganda de exter-
mínio, como essa arvorada e mantida pe1a l'ribuna, não deve deixar de encontrar
na lei repressão efficaz. De outro modo os e.strangeiros tornados objecto de tal pro-
pag·anda não estarião garantidos em sua vida e propriedade.·
Si ·o referido periodico continuar a alimentar o mesmo estado de cousas no Pará,
novas scenas de sangue e de depredação terão log·ar .
Estou certo que o governo imperial tomará a materia da presente nota na consi-
deração que merece . ·
·Aproveito a opportunidade para reiterar a V. Ex. os protestos da minha mais ·,
alLa consid eração e muito profuúda estima.
A S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas.
..
.

.\

MnHtAs DE CARVALHO .E VAscoNCELLbs.

~ .

.. ··~ ..
312

N. 120.
Nota do governo imperial á.legaçào portugueza.

Rio de Janeiro. - .Minisierio dos negocios estrangeiros, 29 de Outubro de ·187 4.


O Sr. ministro da justiça transmitlio-me com av_iso de 23, recebido no dia 27 do
corrente, cópias dos officios do 1º, 7 e 8 lambem deste mez dirigidos áqudle mi-
nisterio, pelo presidente da provincia do Pará, relativamente aos factos alli praticados
contra subditos portuguezes .
. Estas communicações são as mesmas de que S. Ex ·. o Sr. conselheiro Mathias de
Carvalho e Vasconcellos, enviado extraordinario e.niinistro plenipotenciario de
Sua Magestade Fidelissima, já tercí tido conhecimento pela publicação que dellas
foi feita no Diario Official de 23 do corrente.
Resta-me informar a S. Ex. da resposta que aos ditos officios deu o Sr. ministro
da ·justiça ; o que faço incluindo uma cópia do aviso dirigido áquelle presidente
em dala de 22..
Reitero a S. Ex. o Sr. conselheiro Mathias de Carvalho e Vasconcellos as seguran-
ças da minha alfa consideração.
A S. Ex. o Sr. conselheiro Mal.hias de Carvalho e Vasconcellos.
V1scoNDE DE CARAVELLAS .

N. 121.
Aviso do ministerio dos negocios da justiça a que se refere o nota supm.

Rio de Janeiro. -Minist.erio dos negocios da justiça, 23 de Outubro de 187 4.

Illm. e Exm. Sr. -Em additamento ao aviso reservado cie 29 de Setembro ulti- .
mo, passo ás mãos de V. Ex. não ·só o Diario Otficial em que ·se achão publi-
cados os officios dirigidos a este ministerio pelo presidente ·da província do Pará,
em datas do 1º, 7 e 8 do corrente, e as informações do respectivÓ chefe de
. 1

policia; mas lambem cópia do aviso expedido hontem ao mesmo presidente, em


referencia aos factos praticados naquella província contra subditos portugueze~.
Renovo a V. Ex. os protestos de alta estima e mui distincta consideração.
A S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas.
JOÃO .JosÉ DE ÚLIVElRA JuNQUEtRA.
DOCUMENTOS A QUE S J~ REFERE O AVISO PRECIWENTE.

Cópia.-N. ~'1.-2ª secção.-Palacio do g0\ erno do Pará, 1º de Outubro


1

de 1874:.

Jllm. e·Exrn. Sr. - Pelo vapor A1°uan, que acaba de entrar no porto recebi com-
municaçôes do Dr. chefe de policia, datadas de Affuá, de 27 de Outubro findo, rela·•
livas ao assassinato cni .Jurupary, dos subditos portuguezes Zeferino Manoel Perei ra
· de Araujo e Manoel José Hodrígues , que apresso-me em transmitti - la~ a V. Ex.
Como já scientifiquef a V. Ex. por · telegrammas, apenas tive conhecimento de tão
l~menlavel altentado, seguido de roubo , que teve Jogar na ilha de J urupary, perten-
..,,
cente ao rnunicipio de Chaves, da comarca de Marajó, na ·noite de 6 para 7 de Se-
lerpbro , expedi ordem ao Dr. chefe de polícia para dirigir-se á referida localid ade
afim de procederá formação da culpa e prisão dos delinquentes, nos termos do
art. :12, do dec~e.to n. ·4824 de 22 de Novembro de 1871 , pondo á sua disposição para
essa diligencia o vapor Pard, de propriedade da provincia , e uma força de doze
praças ;do corpo de policia, sob o c0rnmando de um oílicial, e recommendando ás
autoridades locaes que lhe prestassem todo o auxilio el e que carecesse para o bom
exilo da commissão.
'l
E co.mo me merece inteira confiança aquell c magistrado, lam bem dei-lhe, rese r--
vaclamenle, ínslrncções e poderes, de que deverá usar no caso de serem nccessa-
rias outras medidas a .bem da segurança e tranquilliclade publica.
\
Alli chega,ndo; ençontrou o dito chefe ele policia já presos os dous principaes
1 ,· 1 • ·' • . . •

criminosos, Jos1-~ Çalandro e Severo,. que tinhüo sido rem etticlos para Ch aves, parn
onde fez elle seguir quatro praças para reforçar o destac;Ú11 cnto ela villa, prose-
guindo ~10 encalço ,do co-réO Am erico, qu e internando-se nas ilhas ccrnseguio burlar
por algum tempo a acção da auloridadc , mas que alinal fôr a capturado no dia 27 .
No.Bailique, 3° dislricto de Macapá, e depois ele ler percorrido diversas .ilhas f'cz
o chefe 'de policia pousada na qne se deno mi na- dos Porquin hos- , e onde morão
as familias dos assassinos, e ahi dando m.inu cíosas buscas conscguio descobrir occulla
em lres car;as; e no 111ato vizinho, a maior parle do roubo feito aos a ssassinados, cal-
éula~1do-se o seu valor em dous contos de réis, pouco mai s ou menos. As familias
dos crimino5os confessêirão o facto, que de ha muito eslava premeditado, e ainda
restituirão mu.itos objectos.
Tambem estavã.o presos mais lrcs complices , e o chefe de policia Ecguio na noite
do mencionado dia para Chaves, afim de instaurar o processo, co n'tando e~ tar de
volla brevemente, lrazendo os réos para mais seg"Lli·an ça, ou deixand o-os g-uardado s
pela força de policia . •
Mais tarde). portanto, compl etarei essas infonn açôes com as que ofü cia lrn entc apre-
sentar-me aquelle magistrado, qu e, desde já devo dizer a\!. Ex . , lern dese mpenhado
E. I /j 0
3U

a diligencia de que o encarreguei a meu inteiro contento_, com inexcedivel actividade


e criterio.
Ueos guarde a V. Ex . - Illm. e Exni. Sr. conselheiro Manoel Antonio Dti arte de
Azevedo, ministro e secretario de Estado dos negocios da justiça. - O presidente,
Pedro Vicente de Azevedo .

Cópia. - 2ª secção. - N. 52.- Pàlacio do governo da provmc1a elo · Pará,


7 de Outubro de 1874.
Illm . e Exm.Sr.-Em complemento ao meu officio do 1º do corrente, sob n. 51,
transmilto a V. Ex. a inclusa cópia do relatorio que me foi apresentado pelo Dr. chefe
de policia, de volta de sua commissão ao termo de Chaves:. ·onde foi tomar conheci-
mento do atteritado praticado contra os negociantes portuguezes Zeferino Manoel
Pereira de Araujo e Manoel José Rodrigues .
. Por elle verá V. Ex. que forão processados, pronunciados e presos como autores
do crime Severo Antonio de Faria, José Antonio de Magalhães, conhecido por José
Calandro, e Americo Valentim Barboza, e corno complices Manoel Ricardo de Faria 1
Bertholdo José Florindo e Pedro Augusto Cardozo, os quae~ se achão recolhidos todos
ti cadêa. publica desta capital, visto a de Chaves nenhuma segurança offerecér.
A tranquillidade publica fica restabelecida .
Demetti, a bem do serviço publico, o 1º supplente do subdelegado do Bailique ,
3° districto de l\facapá, Thomaz Antonio Leal, nos termos c'a proposta do Dr. chefe
de policia. ;,
Deos guarde a V. Ex. --Illm. e Exm. Sr. conselheiro ·Manoel Antonio Duarte de
Az!3vedo, minístro e secretario de Estado dos negocws da justiça. - O presidente, ·
Pedro Vicente de Azevedo ,

Cópia:-- N. 734. - Secrelal'ia de policia do Pará, 6 dé Outubro de 1874.


lllm . e Exm. Sr. - Venho dar conta a V. Ex do resultado de minha com-
rriissão ao termo de Chaves. Segui para alli na noite do dia 18 do mez pro-
xirno passado a bordo do vapor Pará, fazendo-me acompanhar do tenente Con-
stancio Antonio (~a Silva, · de doze praças do. corpo policial permanente e do
amanuense desta secretaria Carlos ele Caslro e Figueiredo, afim de naquelle
lermo instaurar o respectivo summario contra os .autores dos homicidios e roubo
praticados contra os infelizes negociaótes portuguezes Zeferino Manoel Perei~a de
Araujo e José Antonio Pereira Hodrigues, domiciliarios na ilha de Jw'upary, e
diligenciar ao mesmo tempo a captura dos criminosos.
. Chegando á freguezia do Affua, do predito lermo, fui inforrnado pelas aulo-
\~dade~·· Iocaes que havião já sido capturados e remelti4os para .a cadea de Chaves
d us \individuos Severo Antonio de Faria e José Antonio de Magalhães, que se
\

indigità\xão como autores daq.uelle grave attentado.


315

Sabendo da nenhuma segurança daquella prisão, fiz incontinente seguir para a


mesma villa quatro praças a · quem recommendei todo o cuidado na guarda do~
criminosos tão desnaturados, ordenando ao respectivo delegado que por sua· vez
redobrasse de esforços e de actividade para evitar a fuga daquelles ·indivíduos,
conforme elles, com ostentação, prolestárão fazer effectiva.
Segundo as informações, que com todo o àiterio procurei colher, vi cí p1•z'ori
haver quasi insuperavel difficuldade em bem comprovar com certà evidencia a
autoria de um crime perpetrado' com precaução á sombra da noite e em logar
ermo, tornando-se quiç.á infallivel a impunidade pela ausencia de uma prova
jurídica e concludente, que impuzesse ao tribunal a condemnação qos verdadeiros
delinquentes . .
Compréhendi então que o essencial era empregar todos os meios para encontrar
uma prova material do facto criminoso com a qual me habilitasse a rodear o processo
de convenientes esclarecimentos.
Neste empenho continuei immediatamente minha viagem para vêr não so se
apprehendia o roubo, que constou-me estar occulto em uma das ilhas do termo
1

cÍe Macapá, como tambem dilig~nciar com artividade a prisão do co-réo Americo
Valentim Barboza, que, distanciado de seus companheiros, podia fazer-me provei-
tosas revelações, relativas ao attentado sujeito ás minhas investigações.
Em similhante intento percorri muitas ilhas no encalço do mesmo criminoso,
expondo-me a todos os incommodos, arriscando-me até a provaveis inconvenientes,
que facilmente poderião dimanar da . navegação feita em um vapor pouco proprio
para em prezas identicas, não obstante a mutua ·confiança .que tenha na pencia e
criterio do digno commandante Mar.10el Joaquim ·Ribeiro, e a qúem tanto devo o
resultado Hsongeiro obtido em minha difficil comrnissão.
Quando já principiava a descrer do feliz exito de meus esforçosi cheguei a ter
certeza de que o roubo eslava escondido na ilha de Porquinhos , onde o predito
criminoso se achava hom.isiado sob a protecção de Manoel Ricardo de Faria e de
Bertholdo José Florindo.
Inquirindo varias pessoas, os seus depoimenlos autorisárã.o-me .a proceder a uma
busca criteriosa nas casas daquelles dous individuas, e de Severo e1iconlrando
nellas enterrados e óccultos no mato vizinho varios objeclos roubados como algum
dinheiro em uma carteira com visiveis manchas de sangue,joia, borrácha, farinha ,
· miudezas, etc., o que fiz recolher a bordo do vapor depois de fazer um arrolamento
circumstanciado de tudo.
A familia dos criminosos, vendo por esta fórma descoberto o crime, não he-
sitou em denunciar a existencia de oulros object.os escondidos em gránde distancia
no Igarapé-Chato, e alli effectivarnente encontrei ainda treze garrafões de bebidas,
tres caixas de genebra, restos de fazendas, camisas, etc., ohjectos estes que ha dous
dias Americo, Manoel Bicardo e Pedro Augusto Cardozo havião transferido para
aquelle' escondrijo.

•li.•'
...•
,
3'16

Terminadas as minhas diligencias na ilha dos Porquinhos, ·Onde enconth~i varios


objcclos dos assassinados e algun s lendo .escripta a palavra Jurupary, regressei
para o Affuá, conduzindo <is dous co mplices José Antonio Coelho e Bertholdo José
Florindo pór fere rn receb id o e occullado ohjeclos roubados, ·sabendo que tinhão esla
criminosa procedencia.
No Igarapé i\forit,y foi cap turado finalmente o ~ rirnino so Americo que viera re-
fugiar-s? all i, · (dis t.r icto do Affuá) por se vêr aclivamente perseguido na ilha de
Porquinhos, onde primeiramente se hom isiára.
No mef'mo districto forão tarnbem presos os crirninos~s complices Manoel Ri-
cardo de Faria e Pe~ro Augnslo Cardozo .
Segu i então para Chaves, conduzi nd o os presos, do mesmo rnodo que os objeétos
apprehendidos ·po[' mim e outrns que havião siclo transferidos da casa dos assassi-
na dos para a do negocianle portuguez Anto ni o Pereira pelo in specf.or de quarteirão
<le J urupar)' José Narciso de Mendonça.
Todos aquelles ohjectos entregue i ao digno juiz municipal de. Chaves, como auto-
ridade competente 'para nlt.erior arrecadação do es polio .
Aléd1 des tes objec tos, forão conduzidos antes de minha chegnda da casa do rnêsmo
Antonio Pereira pelo credor dos assass in ados Domingos José Dias, ·residente t1esta
ca pital alguma borracha, couros, etc., talvez na imporlan cia de 500$000, do que tudo
inform1~i ao Dr . juiz municipal de Chaves para requisitar os ditos objectos ou o 1)ro-
duclo delles, visto fazerem parle do espo lio e não poder o credor pàgar-se por si .
Cons tou-m e tambem que o mesmo Domi ngos José Dias, co nduzira para aqu'i um
testamento no qual se presume que um <los aseassinados fez legados a uma mulh er
com quem vivia amasiado, e nes la data 'officío lambem ao consul portuguez para
que providencie no sentido de ser quanto an tes devolvido para o termo de Chaves
aquelle testamento existente no poder do predito porluguez.
Em Chaves instaurei o sumrn ario e os réos em vista da apprehensão de oLj eclos ,
feita cm suas p1·oprias ca~;as, r.onfcssári'ío o crime circumslanciadamente, e com
inteira espon taneidade.
Como V. Ex. s.e dignai~á vêr da cóp ia junta da senlenÇa de pronuncia que proferi,
forão pronunciados os tn~s criminosos aut ores no 3rt. 27'1 com relação ao art. 269 do
codig·o criminal, e os tres com piices nos mesmos arrigos de · combinação com o
art. 6° do rnesmo coei igo.
São aufores Severo An tonio ele Faria , .José Antonio de Magalhães e Americo Va-
lentim Barboza, e com piices Ma noel Bicardo de .Faria, Berlholdo José Florindo e
Pedro Augusto Cardozo, os quaes ac h fío~se lodos recolhidos ::i ca<l êa publica desta
capital, visto a de Chaves nenhuma segurança offereccr.
O respectivo processo fo i regularm ente instruído faltando apenas o auto ~e corpo de
delicto n que se deveria proc(ider nos cadavercs dos assassinados, o que aliás foi bem
supprido com o depoimento de varias lrsl e111unhas que presenciárão os ferim entos qu e
existião no s cadaveres, lendo o de Zeferino se le punhaladas e o de José Pereira seis.
/" .
/

/
/
31'7
I

O respectivo subdelegado compareceu ao Iogar do delicto no dia 9 clf\ Setembro


ulfimo, quando r·ecebeu a commmíicação do inspector de q\.rnrteirãb) que havia ja
mandado sepultar os cadaveres, visto como as intirtes se havião dado ria noite
do dia 6.
O inspectoi' de qual'tei'rão, a quem ouvi, inf'ormbu-me que . démbrdu sua partlci'pa-
ção á élUtóridade policial porque OS crirni110SOS, apenús comme!têrão OS Crimes, fize-
rão retirar todas as canôas, que alli e~istião, não tendo portanto elle um meio
de transporte de que pudesse Jispôr par'a lt~ansmiltir com prorhptidãb o aviso d'a-
queila occurrencia.
Ê verdadeJ porém, que o mesmo sub delegado Joaquim' LcopolcJ'lno de Almeida
deveria em cumririmento dos deveres de seu cargo ter feito exhumação dos cadave-
rcs para proceder áquelle ex'arne lão recornmendado na lei, . o que deixou de fazer
talvez pela pouca pralicà que l'ein ainda no exercício de seu cargó., é. pelb. respectivo
escrivão residir distante ele sua morada.
Em, geral no interior da província não ·se póde dispôr de um pessoal conveniente-
mente habilitado para os cargos publicos, pelo que deixó de propôr a V .Êx. quem
snb:Jtitua aqu·eJl'a aut'Midade, e1n que aliás oã.o recoilheci uma negligencia cul-
posa.
Limilei-me a adverti-lo por sua o·nl'issão, que tolàei venci-o as difficnldadcs com
que no interior: da província luta a :rntoridade sem meios. apropria.dos para obrar
e dirigir-se no cumprimento de suas obriga-ções.
fol"go, porém, que deve immediatamente ser exonerado o primeiro suppiente do
subdelegado do Bailique, 3º dislricio de Macapá, Thomaz Antonio Leal, porq1l'anl'o
pela quantia de 20$000, que lhe deu o réo Severo, compromelteu~se a prótegê-Io,
conforme o mesmo criminoso declaro1:1 em Chaves, exhibindo uma carta do proprio
punho daquella autoridade recom mcnclando ao assassino·inais perverso e o autor prin-
cipal dos crimes cornrnellidos em Juru pary, vis lo como sendo i nspt'clor de quarteirãu)
illudío em principio a seus companheiros os notificando para urna diligencia, que de-
pois converteu-se em malar e roubar na vespera do dia 7 de Setembro quando se com--
memora a redem pção do Brazi 1.
Ne~la data proponho a V. Ex. a exoneração daquella auloridade que tanto degra-
dou-se.
Não me sendo possível indicai· a quantidade de cada um dos ohjectos apprehendidos
li°milo-me a communicar a V. Ex. que o dinheiro encontrado elevou-se á quantia de
64·1 ~060, da qual o doutor juiz munícipal ·de Chaves, pagou-me b::5$ de despezas que
fiz com o aluguel de canoas proprias para arrecadar e desembarcar as mercadorias
npprehendidas, despezas cslns que entendi deverem correr por conta do espolio e não
do governo.
Cumpre-me scientificar a V . Ex. de que encontrei no .AITuá pari.e da população,
alerrorisaJa r.orn o grave altcntado do .J urupary, e infelizmente verifiquei que a plebe, .o

comprrhcndc ·que -para ser adepta da propaganda ·do pcrioclico Tribuna deve expôr-se !
3f 8

a similhantes ,desatinos com relação não só aos porluguezes, como aos proprios na-
cionaes que .com ellrs entretêm relações mais affectuosas.
A ordem publica, porém, ficouTeslabelecida, os animos se tranq~illisárão, a lei foi
desaggravada e·a justiça triumphou com as providencias que se tomárão.
Concluindo a preset?te exposiçiio permitta V. Ex. que faça menção honrosa do~
nomes do tenente Constancio Antonio da Silva; do amanuense desta secretaria Carlos
de Castro e Figueiredo e do subdelegado do 2° dislricto do Affuá Dionísio Cardozo da
Fonseca, os quaes se tornárão superiores a·qualquer elogio pelos bons se~viços que
preslárão sempre com inteira solicitude e louvavel dedicação á (;ausa publica.
É ~ais ou menos o que lenho de informar concernente á commissão de quo V. Rx.
incumbio-me.
Tenho a consciencia tranqu ilia de que empreguei lodos os esforços para hem
cumprir meu dever é corresponder. á honrosa confiança com que V. .Ex. distin-
gu10-me .
.Deos guarde a V. Ex.-.lllm. e Exm. Sr. Dr. Pedro Vicente de Azevedo, digno pre-
sidente da provincia:-o chefe de policia.-Sam:uel F. de Souza .Uchôa.-Confere .
-Pelo official maior, o chefe de secção.-Lourenço Rocf?oigo Fer1°eira.
Cópia.-Vistos e examinados os autos, etc. Delles consta: 1º, que na noite do
dia 6 de Setembro ultimo forão barbaramente assassinados a punhaladas na ilha de
Jurupary, deste termo, os infelizes negociantes portuguezes Zeferino Manoel Pe-
reira de Araujo e José Antonio Pereira ·Rodrigues, alli residentes com estabe·
lecimento commercial) no qual erão associados; 2º, que perpetrados os homi-
. cidios, os seus crueis executores em acto .seguido roubárão aquelle estabelecimento,
em dinheiro, joias, fazendas~ borracha, farinha, ferragens e . varias miudezas, ele .
Considerando que a p testemunha do inqueri lo policial a fls. 38 V' e
a 5ª do
summario ·a fl. 61·, ás 3 horas da tarde do , predito dia 6 de Setembro, virão no
Jurupary os réos Severo Antonio de Faria e Americo Valentim Barbosa, que dizião ·
ser de Marajó, procurando assim tornar ignoradas suas .residencias, que erão, a do
primeiro, na ilha dos Porquinhos, do termo ele Macapá, como se vê elo interroga-
torio a fl. 56 v., e a do segundo no Affuá, como lambem declarou no interroga-
torio a fl . 68 v. ;
Considerando que o facto dos mesmos réos negarem suas residencias já ma-
nifestava por si o intuito de praticarem um crime, e antecipadarriente se precaviãó
para difficulta~' a perseguição acertada da autoriclade local;
Considerando que as testemunhas do ·inqueri lo policial a fls. 40 e 42 prcsen-
ciárão o commettimento dos mencionados homicídios, sendo seus desalmados autores
os dóus preclilos réos e seu companheiro Jo8é Antonio ele Magalhães, por alcunha
Calandro;
. Considerando que na ilha dos ·Porquinhos, em CêUlêl . do réo Severo Antonio de
Faria, com quem residia o co~réo José Antonio de Magalhães segundo sua decla-
ração a fl, 37 forão encontrados muitos objectos enterrados e occultos no rnato
319

1 vizinho á mesma casa, tendo c1lguns a letra -Z- de que usavão os assassinados
para marca de sua casa commercial;
Considerando ainda que varios objectos tinhão escripta a palavra -Jurupary-
como tudo se vê do auto de busca a f1. 23 usque 25 ;
. Considerando que dos autos de perguntas de fls. 12 usque 19, procedidos aos .
vizinhos e a varias pessoas da familia do réo Severo, se vê que elle e seus compa-:-
nheiros Americo e José, logo depoís dos crimes praticados no J urupary chegárão
á casa do primeir.o em uma canôa de José Coelho, carregada com varias merca-
dori'as (muitas das que forão alli apprehendidas) e descarregada a canôa em casa
de Severo alli se <lerão tiros de conten'tamento, solteirão-se foguetes e rcsou-se uma
làdainha rendendo graças á Providencia pelo bom exilo que tiverão na empreza
criminosa de ·que havião regressado; .
Çonsiderando que . em vista da prova material do roubo encontrado na propria
casa dos réos"elles confessárão com todas ·as preditas minudencias os crimes degra-
dantes que com tanta pt~rversidade commetlêrão, como se vê dos intem~gatorios
a elles feitos, e constantes destes autos;
Consid~rando que a confissão dos réos, sendo como foi espontanea, sem con-
strangimento algum, clara e de harmonia com o mais constante dos autos, prova o
delicto nos termos do êirt. 94 do cocligo do processo criminal, Pimenta Bueno,
processo criminal, pag. 144, etc.;
Considerando que .embora o réo José Antonio de Magalhães, em seu interroga-
!orio q fl. 67 declare que à causa pri mordia! dos crimes foi a exaltação do espirilo
de nacionalidade, motivada por nns versos insultuosos publicados no periodico
Trz'buna, llOS quaes os portuguezes ameaçavão os brnzileiros de chumbo, polrora;
verg·alho) etc. como tudo dos autos bem se verifica que os hornicidios forão pra- ·
licados apenas com o fim de roubar e que este degradante senfünento foi o unico
que presidio o crime, o 9ue aliás o proprio réo José Magalhães tambem declarou
no auto d~ .perguntas a elle feito a fl. 37 v. ;
Considerando, portanto, que para verificação do roubo foi que se comrnettêrão
os homi.cidios, é fóra de duvida que os tres mencionados réos praticárão o crime
previsto no art . .27'1 do cocligo CÍ'iminal.
Considerando ainda que o réo Bertholdo José Flor.indo linha occultos em sua
casa e no mato vizinho a clla varias objectos roubados, corno se vê do auto
de busca a fl. 23, não ignorando que forão obtidos criminosamente, tanto que os
escondeu, manifestando por esta fórma sua m<í fé e complicidade em um deliclo
tão grnve ;
Considerando que o mesmo réo Berlholdo confessa cm se11 interrogatorio a íl. 71,
e auto de perguntas a fl. 20, corroborado pela declaração de sua mulher a fl; 18,
que alguns daquelles objectos lhe forão offerecidos por Americo, e outros eUe os
entregou para guardar, pedindo-lhe que não descobrisse que elle havia commet~
lido . os cri1nes·
.
de · Jurupary, e nem que se achava occullo ou homisiaclo' na1 ilha
dos Porquinhos ;
·~20

Consiµerando, p'ort;:i.ntp, qµe o .réo Bertholdo não só recebeu como occultou


objeclos que sabia serem roubados, como confessou ;
Cqn.~ifler.ando que em c,~sa do rép ~fanoel Ricardo de Faria lambem forão en-
conl,rados parte dos objectos ;i.pprehendidos, como se vê a .fl. 20, além de que deu
asylo em sua , cú~.a a~ homicida Americo, sabendo dos crimes que elle havia com-
n1ettido, cpmo se vê a fl. 32 de sua propria dedara.ção, impedindo ainda que
;\n}erico s.e entregasse .á prisão, .como se .vê a fl. 3'1, o que tudo bem mostra sua
m~mifesta complicidade ;
Cpnsiderapdo aind,a que · o réo Manoel Ricardo de Faria, em compaqhia do
prqprio ;assassino Am.erico, ftira occullar pafte di)s objeclos que conservava na
vizinhança de sua casa no Igar.apé-Chalo: para que ass.im se tornasse impóssivel
descobri-los. ~ 11. 32 v.j
CoJ1siderando qu.e o mesmo réo a fl. 32 .ainda declara que fez p.reseple ao réo
Be.rtholdo de varios objeetos que nã.o lhe perlencião ;
Considerando que o réo Pedro Augusto Cardozo, segundo sua confissao a fl. 73 v.,
tambem escondeu objeclos roubados, não ignorando que os erão, visto como elle
proprio ajudou a c.arrega-los do rnal.o vizinho á casa de Manoel Ricardo para o
Igarapé-Chato, e quanrlo o roubo já era conheci.do e ·alguns dos criminosos já se
achavão presos ;
Considerando que o mesmo réo ·a fl. 74 declara que sabia pertencerem ao ho-
mjcida. Severo os objeclos que elle occullou com seus dous companheiros ·Manoel
H.icar;do e Ameri.co, sendo portanto ínconleslavel sua complicídade ;
Considerando que, em vista do art. 269 do codigo criminal, verifica-se na hypo-
these .dos autos o crime de roubo~ porquanto, além do furto dos objeclos, houve
violencía ás pes·soas, tanlo que forão assassinados os dous preditos negociantes;
Considerando que não eslci pl'ovado dos autos que o réo José Anlonio Coelho,
empre~tanido . sua canôa aos lres réos, Severo, Ame rico e J.osé Magalhães, ·soubesse
que era para elles irem a Jurupary praticar o crime de que são autores ;
1
Considerando lambem que não está provado que o mesmo .Coelho quando comprou
fazendas a Severo já soubesse do crime que elle. havia pralic~do, parecendo que
ainda ignorava, vis lo ler sido . Lrcs ou qualro dias, depois do faclo criminoso, que
recebeu as ditas fazendas, quando ainda não eslavão conhecidos com fundamento
os crimmosos.
Em vista do exposlo . e mais dos autos e disposição de cl,ireilo _que regem a
materia e com as qtiaes me conformo, julgo procedenlc ·a denuncia a'fl. 2 conlra 'os
ré.os Severo Antonio de Faria, Americo Valentim Barboza, José Antonio de Magalhães,
Manoel Bicardo de Fari•u, Bcrtholdo José Florindo e Pedro Auguslo Car,dozo, e
• • • • 1'

porlanto pronuncfo os Lrcs primeiraqienle indicados como incursos no art. 27 :1


c9m referencia ao arl. 269 do codigo criminal como autores, e os lres .ullirnos
no citado art. :271 com referencia ao ad. 6° do mesn10 codigo cornó comr1uccs, e
a
os sujeilo prisão e livramenlo.
321
O escrivão recon:imencle os réos na prisão em que se achão, e lance seus nomes
no rol d~s culpados .
.Julgo, porém, improcedente a denuncia com relação ao réo .José Antonio Coelho
cm vista das razões supra expendidas, para despronuncia-lo como o despronuncio,
e paguem as custas os réos pronunciados e' a municipalidade na parte relativa ao
réo despronunciado, em que os conclemno.
O escrivão passe alvará de soltura em favor do réo despronunciado, afim de ser
posto em li herdade se pDr ai não estiver preso. Publico esta em mão do escrivão que
intimará as partes cumprindo em tudo mais o seu regimento.
Nos termos do art. 12' do decreto n.. 4·824 cl'e 22 de Novembro de 1871, que re-
gula a execução da lei n. 2033 de 20 de Setembro do mesmo anno, recorro deste
meu despacho para o supremo tribunal da relação do districto, a quem serão re-
mcttidos os autos.
O escri~ão dê andamento ao recurso sem suspensão ·do que lhe fica orde-
nado.
Villa de Chaves, 2 de Oulubro de 187 4.- O chefe de policia em commissãv, Sa-·
nwel Felippe de Souza Ucliôa. - . Conferida por mim escrivão, Carlos de Castro Fi-
uueiredo. -Confere . .- Pelo _official-rnaior, o chefe de secção, Lourenço Rodrigo
Ferreira.

Cópia. - 2ª secção~- N.53. -Palacio do governo cio Pará,


·8 de Outubro de 1874·:

lllm. e Exm. Sr. - Conforme a communicação official que recebi da camara mu-
nicipal de Vizeu, de accôrdo com a do subdelegado e a do juiz de paz em exercício,
consta gue naquella villa se espalhára a boato de 'que na noite de 6 de Setem~ro
um grupo de homens armados se apresentaria na povoação com o fim de aggredir
os portuguezes alli residentes, mas que tomando a policia as necessarias cautelas 1,1

nada succedêra. 1
1

Que, entretanto, no dia 16, ás 11 horas da manhã foí espancado publicamente 1


1

por alguns desordeiros o portuguez Francisco .José de Freitas, e no dia 20 o portu- ·


guez Antonio Manoel Pereira, sendo aquelle gravemente.
Que, a 21, quando o subdeJegado de policia, na sala da camara municípal, toma~a .
conhecimento desses factos, procedendo ao·respectivo inquerito , pa,ra insfaurnr os
· processos, foi interrompido pelos ditos desordeiros, contra os quaes não podendo
reagir imrnediatamente por falta de força sufficiente, requisitou esta do directo.r d{l
colonia militar de Gurupy que, ,accedendo promptamente, compareceu elle proprio
com algumas praças, e foi -restabelecida completamente a ordem e tranquillidade
publica, fugindo os desordeiros para fóra da v.illa.
~·0'3'0 que estas occurrenciàs chegárão ao meu conhecimento, ordenei que ~eguisse
·panl' dli seis praças do corpo policial permanente, commandadas por um inferior,
para reforçar a 'guarda local ; e acabo de ofiiciar ao Dr. juiz de direito da comarca
E, l 41
322
de Bragànça e ao prorriotür publico para que se ··trànsportem para aquella villa,
afim de se informarem de taes acontecimentos, auxiliando à autoridade policial e
procedendo nos termos legaes.
Deos guarde a V. Ex.--lllm. e Exm. Sr. conselheiro Manoel Antonio Duarle de
Azevedo, ministro e secretario de Eslado dos negocios da jusliça.-- O presidenle,
Pedro Vicente de Azevedo.

A.viso du governo imper~al ao presidente do Pard.

Rio de Janeiro. - Ministerio dos negocios da justiça, 22 de Outubro de 187 4.


lllm. e Exm. Sr. - Accuso o recebimento dos officios de V. Ex. do 1ºe 7 do
corrente, sendo esle acompanhado, por cópia, do ·relatorio do chefe de policia,
de volta de sua comrnissão ao termo de Chaves, onde foi tomar conhecimento
dos allenlados commeUidos contra os negociantes portuguezes Zeferino Manoel
Pereira de Araujo e Manoel José Rodrigues, assim como da sentença de pronun-
cia contra os autores e complices daquelles atlenlados.
Hecebi igualment~ o officio de 8 deste mez, em que V~" Ex. communica o es·
pa11çarnenlo dos porluguezes. Francisco José de Freitas e Antonio l\lanoel Pereira
na villa de Vizeu, e as ·providencias que déra mandando reforçar a guarda local,
e reçomn1endaqdo ao juiz de direito e ao promotor publico da comal'ca <le Bi'agança
que para ·alli se t~ansporlassem.
O governo imperial esligmalisando estes factos, em que se revc]a desvado e
perver~idade dG algun,s indivíduos, conOu que V. Ex. não poupará esforços .no
·emprego de medidas ~dçqµadas para que clles se não reproduzão, e seja plena-
mente g~rantida a segurança individual e de propriedade dos porluguezes residenles
nessa provu;~cia,
E porque o 'l º supplent~ do ~ubdelegado ele policia de Bailique, Thomaz An-
tonio LGal, demillido por V.. Ex. a bem do serviço publico, recebeu do réo Severo
Antonio de Faria certa quantia para · prot~gê-lo, segundo consta do mencionado
relalorio, ·convém que o dito Leal seja submeltido a processo, na fórma da .Jei.
De ludo oque occorrer V. Rx. me informará com a possivel brevidade.
DBos guarde a V. Ex.
Sr. presidente da provincia do Pará. (',
JOÃO JOSÉ DE Ü.LlVElRA JuNQUElRA.
N. t23;
· Nota do gove1°no z'mpe1°ial d legação p01°tugueza.
Hio de Janeiro. -lVIinisterio dos negocios estrnngeiros, :31 de Outubro de 1874·.
Accusando a recP-.pção da nota que em 26 do corrente mez dirjgio-me S. Ex.
o Sr . conse1heiro Mathias de Carvalho e Vasconcellos, enviado extraordinario e
ministro plenipotenciario de Sua- Magestade Fidelissima, re]ativamen te aos atten-:
lados praticados na província do Pará contra subditos portuguezes, tenho a honra
de solicitar a sna aflenção para os lermos do aviso, junto por cópia á minha propria
nota datada de 29 do mesmo mez. A vista das ordens, 'lue nelle se contêm,
expedidas ao presidente daquella província pelo Sr. minist.ro da justiça, julgo
que o Sr. Carvalho e Vasconcellos conlinuará na persuasão de que o governo
imperial envida todos os esforços .para conseguir; não só que sejão castigados os
culpados, como que torne-se plenamente garantida a segurança de vida e de proprie-
dade dos referidos subditos estrangeiros .
. O· mesmo governo tem igualmente tõmado na mais séria consideração o pessimo
procedimento do periodico Tribuna, de que trata o Sr. ministro de Portugal na sua
precitada nota ; reconhece quanto os excessos desse orgão da imprensa provincial
podem promover e acoroçoar outros attentados sirnilhantes aos que já lemos de
lamentar; reprova-os altamente e não descuidará ·de empregar ·todos os meios
legaes de fazer cessar o mal.
Neste intuito, já cornrnuniquei ao rninisterio da justiça as observações ·da lega
ção portugueza, pedindo-lhe que adoptasse as providencias que o caso requer,
que entrão 'na alça.da daqu?lla repartição. t

Prorneltc1úlo dar ao Sr. conselheiro Carvalho e Vasconcellos conhecimento /a


decisão que fôr tomada pelo dilo rninisterio, logo. que della fique eu informa ,
aproveito o ensejo para reiterar a S. Ex. as seguranças da minha alta con -
deração . .
· AS. Ex. o Sr . conselheiro Malhias ,de Carvalho e Vascoilcellos.
\
VISCONDE DE CARAVELLAS.

N. 124.
Nota do governo imperial á legação portugueza.

Rio de Janeíro.- Minislerio dos negocios estrangeiros, ,5 de Novembro de 1874·.


Em ~ddilameri:to á minha nota de 31 de Outubro .proximo passado, e anteriores
cornmunicações, sobre os crimes praticados na provmcra do Pa1·á ·c·ontra subditos
portuguezes, tenho a honra de remeÚer a S. Ex . o Sr. conselheiro Mathias de Car-
valho e Vasconcellos, enviado extraordinario e ministro plenipotenciario de Sua Ma-
gestadc Fi(lelissirna, ,para seu conhecimento, as inclusas cópias de um aviso do Sr .
ministro da justiça, datado de 4 do corrente, ~ da correspondencia oflicial nelle
mencionada) relativamente ás occurrencias que se derão na ilha do J urupary e na
·villa ·de Vizeu. ·
Reitero a S. Ex . o Sr . Mathias de Carvalho e Vasconcellos as segurançns de
minha alta consideração.
AS. Rx. o Sr. conselheiro Mathias de Carvalho e Vasconcellos.

VISCONDE DE CAR/\VELLAS.

N. 125.
Aviso do ministerio do~ negocios da justiça ao dos negocios estrangez'r~s .
'"-,
""'-,
·' \ Rio de Janeiro . - Ministerio dos negocios dajusliça, 4 de ~ovembr~ de 1874 .

. llm . e Exm . Sr.- Em addi.tamento ao aviso de 23 de Outubro ultimo , passo êis


os de V. Ex . por cópia os o'fficios rlirigidos pelo presidente da . provincia do Pnrri
14 e 16 do corrente, sob ns. 54· e 55, ácerca das occurrencias havidas na ilha do
Jqrupary e na villa de Vizeu.
,,
Desses officios consta :
; Que o presidente da relação do districlo confirmára a ·sentença llc pronuncia
/~roferida contra os autores e complices dos assassinatos perpetrados naquella ilha
, em dous subditos portuguezes. ·
,//
/ Que o portuguez Antonio Manoel Ferreira não fôra espancado e sim desacatado
'· . ./ por alguns desaffect0s na referida villa.
Que, finalmente , o consul de Sua Magestade Fidelíssima reconheceu a promplid5o
e energia das providencias dadas pela autoridade.
Renovo a V. Ex. os protestos de minha alta estima e mui dislinéta consideraçüo .
A S. E~. o Sr ~ Visco ti!~ e de Caravellas.

Joi\o JosÉ DE ÜLIVETll.A JUNQUEIRA .


325

DOCUMENTOS A . QUE SE REFERE O AVISO PRECEDENTE.

2ª secção n •. 54. - Palacio do governo çlo Pará, 14· de Outubro de 187 4·.

lllm. e Exm. Sr. - Rectifico o meu officio de 8 do corrente, sob n. 53, sobre os
ultimos .acontecimentos da vilJa de Vizeu, . declarirndo a V. Ex. que, segundo poste-
riores informações, o portuguez Antonio Manoel Pereira não foi espancado, como se
me communicou, e sim desacatado por alg'.Lrns desaffectos.
Para melhor, entretanto, garantir a lei na dita localidade, além das providencias já
tomadas por mim e que levei ao conhecimento de V. ·Ex., resolvi mais, de accôrdo .
com o chefe de policia, nome.ar delegado de policia do termo o tenente do corpo poli- . ..
'. .
cial permanente Francisco Antoni-0 Nepomuceno, que já seguio para a mesma villa ,
onde assumirá tambem o commando do destacamento. Pelo offirio do Sr. consul de
Portugal, ~nnexo por cópia, verá V. Ex. que o representante de Sua Mageslade Fide-
lissima nesta capital não desconhece a promptidão e energia .com que tem sido
dadas todas as providencias que se fazem necessarias por parte das autoridades do paiz
para garantir a tranquillidade dos suhditos de sua nação.
Deos guarde a V. Ex.
Illm. e Exm. Sr. conselheiro Manoel Antonio IJuarté de Azevedo .

(l presiden f.e,
PEDRO VICENTE DE AZEVEDO • .

Belém, 12 tle Outubro de 1874. .

lllm. e Exm. Sr. -Accusan.do o recebimento dos officios de V. Ex. de 25 de


Setembro ultimo e de 3, 8 e 9 do corrente, em resposta aos deste consulado de
!() claquelle mez e d'c 6 do presente, solicitando providencias não só ,em referencia
~o lamantavel atténtado da ilha de Jurupary, de que forão victimas os subditos por-
tnguezes Zeferino Manoel Pereira de Ar~ujo e José Antonio ,Pereira Rodrigues, mas
riinda a respeito das desagradaveis occurrencias da villa de Vizeu, tenho a honra
de vir á presença de V. Ex., no sentido de agradecer as promptas e .energicas
providencias expedidas por V. Ex., entre as quaes sobresahc a diligencia do Sr.
chefe. de policia, por tão assignalados serviços, a bem da repressão do crime, assim
comó da moralidade e da justiça publica.
Dirigindo-m~, pois, a V. Ex. assim o faço com inteira satisfação ê em cumpri-
mento dos -meus · deveres, emquanto não levo todo o occorrido ao conheci'mento
do governo de Sua Magest~de Fidelissima, para os fins convenientes.
Ao terminar, rogo a V. Ex. se digne fazer acreditar perante o juiz municipal e
mais autoridades de Chaves, a ·Domingos Ferreira do Amaral, negociante alli resi·-

•'
·...
·1. ,t \•
226

dente, a quem lenho nomeado. agente e procurador deste consulado, para, de


accôrdo com o juizo compelente e na fi5rma do decreto imperial n. 855 de 8 de
Novembro de 18~1, proceder nos lermos de inventario e liquidação do espolio
d~s infelize~ Zeferino Manoel Pereira de Araujo e José Antonio Pereira Rodrigues,
por estar presentemente melhor informado de que nenhum dos fallecidos é casado,
nem tem ht~rdeiros prc'sen(('s c4ue devão ou queirão ficttr ná posse dos respectivos
hehs .
. Reitero a V. Ex. os meus prntestos de estima e consiucração.
Deos guarde a V. Ex.
lllm. e Exm. ·Sr. Dr. Pedro Vicente de Au~vedo,. D. pre'siclenle d.esta provincia.

O consul, JoAQUlM BwnsTA MouErnA.

Palacio do governo do Pará, 16 de Outubro de 1874. 2ªSecçã0' n. 55.

lllm. e Exm. Sr. -Em additamenlo ao meuofficio n. 52, de 7 do corrente, em


que transmillí a V. Ex. a cópia dó relalorio que me foi apresentado pelo Dr. chefe de
policia, dando conta a esta p1'c•sidencia de haverem sido presos, processados e pro-
nunciados os autorrs e complices dos assassinalos perpetrados na ilha de Jurupary,
termo de Chaves, na noite de 6 do mez . proxirno passado, levo ao conhecimento
de V. Ex. a inclusa cópia dà decisão que nesta data proferio o Exm. pres.idente
da relaÇão do districlo negando provimento ao recurso ex-oílicio, interposto por
aquella autoridade, do despacho em qne pronunciou :í pri são e livramento os réos
recorridos.
Deos guarde a V. Ex .
lllm. e Exm . Sr. conselheiro Manoel Antonio Duarte de Azevedo.
.
O presidente, PEouo V1cENTE DE ArnvEuo.

Cópia da decisão proferida nos autos crimes de recurso ex-offiéio interposto pelo
Dr. chefe ~e policia , no sumrriario de culpa pelo crime de homicidio e roubo nas
pessoi:ls dos negociantes portuguezes Zeferino Manoel Pereira de Araujo P. José An-
1.onio Pereira Rodrigues, em que é autora a justiça publica por seu promotor e
réos Severo Antonio de Faria, José Antonio de Magalhães, Americo Valentim
Barhoza, Manoel Hicardo de Faria, Berlholdo .José Florindo, José Antonio Coelho
e Pedro Augúslo Card'ozo.
Vistos e ex~minados os presentes autos, ele. Tomando, como me compete, conhe-
cimento do recurso constante de folhas oi.Lenta, interposto ex-officio, nego pro-
vimento ao mesmo recurso, porque esl:í o despacho recorrido fundado nas confissões
espontaneas dos recorridos; coinciuindo com as circumslanci.as do facto criminoso ,
bem como nos depoimentos elas duas testemunhas ({e vista de folhas quarenta. a
quarenta e duas verso, que são contestes e dignas de credito; na,apprehensão dos
objeclos roubados aos offendidos, feita nas · ca$as dos recorridos ; informações a
que procedeu o juiz á quo ; no mais dos autos e disposições de diFeito com as
quaes me conforrrio. Portanto, 'assim julgando, mando que subsista o dito despacho
em todo o seu vigor e sigão-se os mais termos legaes, pagos pelos recorr.idos as custas
com excepção do que nã.o foi pronunciado pelo referido juiz e que por isso serão
as J'elativas a esse recorrido satisfeitas pela municipalidade. -Belém, 16 de Outubro
de 1874-. - illanoel Jansen F'erreirn. E nada ma.is se continha em a decisão de
que extrahi a_ presente cópia e a cujo original me reporto. Secretaria do tribunal
da relação de Belém, 16 de .Outubro de 1874.
Conforme.- O secretario, Antonio V . .Magno.

N. 126.
Nota do govqn w impe1·z'a l á legaçâo portugueza.

Rio de Janeiro. -Ministerio dos negocios estrangeiros, ·11 de Dezembro de 1874>

Em addilamenle á nota n . 7 de 3'l de Outubro 1,1llimo, relativa aos allenlados


co mmetlidos 11a provincia do Pará contra subdilos porlug·uezes e ao pt'ocedi-
menlo do periodico a Tribuna, Lenho a honra de levar ao conhecimento de S. Ex . .
o Sr. conselheiro Malhias de Carvalho e Vasconcellos, enviado exlraordinario e
ministro plenipotençiçi,rio µe Sl!a Mage s lad ~ . Fidelissima, o transumplo do que a
tal respeito communicou-rne o Sr '. ministro da justiça em aviso de 4 do cor-
rente, recebido no dia 7.
Da correspondencia trocada entre o referid·o minislerio e a presidencia da província
do Pará, e cjue acompanhou o aviso citado, se reconhece que as autoridades ,da refe-
rida província forão solicitas em dar as providencias necessarias para a prisão dos
criminosos e prevenção de novos deliclos, conforme reconheceu o proprio consul.
de Portugal.
Nas diligencias que fez pessoalmente em diversas localidades coriseguio o chefe
de policia descobrit· e devidamente arrecadar objeclos ·roubados e outros que, como
aquclles, perlencião aos dous individuos assassinados.
Por sua parte os tribunaes vão procedendo com a severidade da lei contra seis
indivíduos indiciados nos crimes de que se trata.
O Sr. conselheiro Carvalho e Vasconcellos parece acreditar na exislencia de
..
328

oi;itros successos lamentaveis, que entretanto não consta se ttrnhão· verificado. Em


-~facapá correu um bÓalo de . proximo ataque aos portugnezes, ·que depQis se
çlesvaneceu, segundo informou o presidente . ctà provincia , em officio de 24 de
Outubro findo:
Não obstante o governo imperial e as autoridades locaes conlinuão no maximo
empenho de ,empregar todos os meios legaes que as circumstancias f~rem recla-
mando no sentido ~e se evitar a re'producção de violencias.
Quanto ao procedimenlo da Tribuna, de que se queix~ o . Sr. coliselheiro Car-
valho e Vasconcellos, sabe S. Ex. que o governo imperial lamenta sinceramente a
linguagem desse periodicó e se interessa em vê-la cessar.
· Entretanto, como S . Ex. não ignora, essa linguagem .não encontra apoio na
imprensa do Imperio, nem mesmo na da provinda, e ainda menos .ha conse-
guido fazer propaganda.
Quando, porém, infelizmente tivesse esse rcsullado, ·outro seria o recurso, e
não o processo ordinario por excesso <le linguagem, p.or isso que tal facto não
constitue deliclo definido na legislação penal do lmperio .
Transmitlin<lo ao Sr. rninistr·o as precedentes informações, aproveito a oppor--
tunidade para reiterar a S. Ex. as expressões de rninha alia consideração.
A S. Ex. o Sr. conselheiro Mathias de Carvalho e Vasconcellos .

VISCONDE DE CARAVELLAS •

.N. 121.
Nota da legação portiigueza ao governo i'mperiaL.

Legação de Sua Magestade Fidelissima. -Hio ele Janeiro , em 14 ele Dezembro


de 1874.

Hlm. e Exm. Sr.-Em devido tempo recebi a nola que V. Ex. se servio dirigir·
me em data. de 31 de Outubro ultimo accusando a recep(;ão da minha de 26 cio
mesmo mei.
Prestei toda a allenção aos officios de 1, 7, 8, 14 e 16 de Outubro do presidenlc
do Pará ao ministcrio da justiça ~ relativos aos crimes comrnellidos em Jurnpary
e Vizeu contra subditos porluguczes, assim como ao aviso que o rnesmo rninis-
terio expedio ao presidente .em 22 de Outubro, documentos que as notas de V. Ex ,
ele 29 de Outubro e 5 de Novembro liverão por fim communicar-rne.
Na mencionada ~1Qta _de 31 de Oulubru diz·me V. Ex. que, á vi sta das Ol'dcns
contidas no citado aviso, dever·ei eu continuar na persuasão de que o governo im-
perial, e.nvida, todos os esforços para co1isegui.r não só que sejão castigados os cul-
pados como que se torne plenamente garantida a segurança de vida e de pro-
pri~dade dos subditos portuguezes residentes naquella província. Passando. V. Ex.
a respoQder ao a.ssumpto principal daquella minha nota, declara-rrie que o governo
ünperial tem tomado na mais séria consideração o pessimo procedi~ent~ do pei'iodico
Tribuna; que reconhece quanto os excessos desse orgão da imprensa provincial
podern .promover e acoroçoar outros attenkldos siinilhantes aos que já temos de la-
mentar ; que os reprova altamentt~, e não descuidará de empregar todos os meios
. leg~es de fazer cessar o mal ; ·que neste intuito já tinha comm~nicado. ao mi-
nisterio da justiça a minha' nota, pedirido-lbe que adoptasse as. ·providencias que o
caso requer e que entrão n·a . alçada daquella repartição ; e termina V. Ex. por
me assegurar que ine daria conhecimento da decisão que fosse tomada pelo ~ito
ministerio.
Ení presença destas declarações aguárdavc1.. as medidas que fossem adoptadas para
a punição de todos os criminosos, cessando por este modo a causa que tem pro-
movido e acoroçoado taes attentados e que si permanecer poderá produzir outros
similhantes.
Recebendo a nota de V. Ex. de 11 do corrente, perfeitamente convencido das
rectas intenções do governo imperial, não posso comtudo ficar tranquillo quanto á
segurança de vida e de propriedade dos subditos portug~ezes residentes na província
do Pará, em vista da decisão dada pelo ministerio da justiça, relativamente ao
periodico T1·ibuna.
É certo que as ~ autoridades · da provirtcia têm praticado .os actos necessarios
para a punição dos executores dos crimes de Jurupary ; Ilias a prevenção de novos
delictos não póde ser julgada satisfeita emquanto o seu elemento principal estiver
subsistente.
. 1

Não me seria possivel pensar que o procedimen'fü da Tribim,_a encontrasse apoio


na imprensa séria do paiz. l\la:s a propaganda desse' papel, a sua · acção nefasta,
attestada por acontecimentos tão deploraveis, acha":'s~ officialmente verificada pelo
chefe de policia no seu relatorio, de 6 de Outubro, aó presidente, e consta de todas
as informações que tenho recebido. Os successos Iamentaveis da provinria do P,ará
não se Ilmitão a Jurupary. O presidente.no seu oflici~ de 8 de Out~bro ao ministério
da justiça informa que em Vizeu no dia 16 de Setembro f ôra espancado publicamente
por alguns. desordeiros o subdito portuguez Fr-ancisco José de Freitas, e no dia 20 outro
de nome Antonio Ma11oel Pereira, sendo aqueU,e gra~emente.
No of~cio de 14 de Outubro ao . mesmo ,ministerio rectifica o pr·esidente esta in-
formação tão sómente quanto a Antonio . Manoel Pereira, dizendo que fôra desaca_. ~,

tado po~ alguns desaffectos. ·As offensas physicas de gue 'fõi victima Francisco
José de Freitas achão-se no respectivo corpo de delicto classificadas como graves,
E. l 62
330

conforme a.' participação que a tal respeito Tecebi do consul de Portugal no Pará. A
este mesmo funccionario tem-se dirigido sul:Íditos portuguezes, residentes em diffe.
rentes localidades da província, declarando-se. ameaçados em sua segurança rn-
dividuaL
O estado de pedurbação de que se resentem as transacções commerciaes e que
bem se. ma~ifesta no movimento da praça do Pará, são ·ainda provas dos males cau-
sados pela Tribuna~
Expondo a V. Ex. estas considerações vou remetter promptamente a su.a nota de
11 do corrente ao governo de Sua Mageslade.
Aproveito a opportunida~e p.ara reiterar a y. Ex:. os protestos da minha mais alta
cO'nsideração e muito profunda estima.
A S. Ex. o Sr. conselheiro Visconde de Caravellas.

MATHIAS DE CARVALHO E VASCONCELLOS.

r
·N. 128.
Nota do governo imperial d legação. portugueza.

Rio de Janeiro. - ~'llnisterio ·dos negocios estrangeiros, 5 .d,e Janeiro. de ·18715.

Tenho . a honra de accusar a recepção da ·nota , que S. Ex. o Sr. conselheiro Ma-
thias d~ Carvalho e Vasconcellos, enviado extraordinario e min,istro plenipotenciario
de Sua ·Magestade Fidelíssima, passou-me em 31 de Dezembro proximo findo cha-
mando minha attenção para o facto , que lhe commuriicou. o consnl de Portugal no
Pará, de ter sido o seu nacional Antonio Marinho da Maia espancado no dia t3
daquelle mez por um soldado do '1 ·l º batalhão ele infantaria.
Nesta data dou conhecimento do occorrido ao ministerio da guerra , que, estou
certo 1 procederá como o caso exige.
Reitero a S. Ex
. . o Sr. conselheiFo
. Carvalho e Vasconcellos
. os pro lestos da minha
alta consideração .
A S. Ex. o Sr. conselheiro Mathias de Carva~ho e VasconceUos.

VISCONDE DE CARAVELLAS.
331

Nota do gove1·no !'mpen'at á legação po1·tugueza.

Rio de Janeiro. - Ministerio dos negocios estrangeiros, 15 de Janeiro de 1875.

Em adtlitamento á nota, que passei em data de 5 do corrente a S. Ex. o Sr. con-


selheiro Mathias de Carvalho e Vasconcellos, enviado extraordinario e ministro ple-
nipotenciario de Sua Magestade Fidelíssima, relativamente ao espancarnento de que
foi victima· na província do Pará ·o subdito portuguez Antonio Marinho da Maia
e para o qual S. Ex. cha.mára a attenção do governo imperial; tenho a honra de
remetter-lhe a inclusa cópia do aviso que sobre o assumpto recebi . do Sr. ministro
da guerra. · .
Por esse documento verá o Sr. conselheiro Carvalho e Vasconcellos qué o referido
ministerio requisitou da presidencia da província as necessarias informações afim de
ser devidamente punido o soldado, si o facto arguido passou-se como noticiárão os
telegrammas. ·
Aproveito a opporlunidade para reiterar a V . Ex. as seguranças de minha
alta consideração.
Ao Sr. conselheiro Mathias de Carvalho e Vasconcellos.

V1scoNDE DE CARAVELLAS.

AVISO A QUE SE REFERE A NOTA PRECEDENTE.

Rio de Janeiro. - Ministerio dos negocios da guerra, 7 de Janeiro de 187!5.


lllm. e Exm. Sr.-Communicando-me V. Ex. que o ministro de Pórtugal em
nota de 31 de Dezembro ultimo chamára a attenção do governo imperial para o
e~ pancamento praticado na província do Pará contra o subdito · portuguez Antonio
Marinho da Maia, por um soldado do i ·Iº ·batalhão Je infantaria, cabe-me par-
ticipar a V. Ex. que· nesta data expeço aviso ao presidente daquella província
para prestar informaÇões a similhante respeito; e si o facto deu-se como noticião
os telegrammas; o soldado será devidamente punido.
Deos guarde a V. Ex.
A S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas.
JOÃO JOSÉ DE OLIVEIRA JUNQUEIRA .
332

N~ 130.
Nota do governo ünpen'al á leg0ção po1°tugueza.

Rio de Jaheiro.-Ministerio dos. negocios estrangeiros, 30 de Abril de 187rJ.


Em additamento ás minhas notas de 5 e H> ·de .Janeiro ultimo, .tenh.o a
honra de passar ás mãós de S. Ex. o Sr. conselheiro Mathias de Carvalho .e Vas-
concellos, enviado extraordinario e ministro plenipolenciario de Sua Magestade
Fidelíssima, as cópias juntas do aviso e docµmenlo annexu , que recebi do
Sr~ · ministro d;1 guerra·em data de 20 do corrente, relativamente ao facto de haver
um solda.do do 11° batalhão de infantaria espancado, no dia 13 de Dezembro do .
ant10 passado, o subdito portuguez. Antonio Marinho da Maia.
Pela ,Ieüura dos ditos documentos verá. o Sr. conselheiro Vasconcellos que a ·
referida praça foi presa e processada . pelo crime de que era accusada, sendo
posta em liberdade no dia 4 de Maio proximo findb em consequencia de haver
sido absolvida pelo tribunal do jury do termo da capital da província.
Aproveito a opportunidade pa~a renovar ao Sr. ministro as seg~ranças de minha
alta consideração.
·A S. Ex. o Sr. conse1heiro Mathias de Carvalho e Vasconeellos.
V1scbNDE DE CARAVELLAS.

DOCUMENTOS A QUE SE REFER1'. A NOTA SUPRA.

Aviso do ministen·o da guerra ao de estrangefros.

Rio de .Janeiro . -Ministerio dos negocios da guerra, 20 de Abril de 1875.

lllm. e Exm. Sr.-Em additamento ao aviso que dirigi a V. Ex. em 7 fle Ja-
neiro ultimo, relativamente ao facto de haver um soldado elo 11 º . batalhão de in-
fa1~laria espanc.ado no dia 13 de Dezembro do anno findo o portuguez Antonio
Màrinho da Maia passo ás mãos de V . .-Ex . cópias das informações i)restadas a
similhanle respeito pela presidencia da prqvincia do Pará, das quaes consta que
o refe~ido soldado, sendo processado, foi posto em liberdade no dia 4 de Março
proximo passado, por haver sido absolvido pelo tribunal do jury du termo da ca-
pital da dila província.
Deos guarde a V. Ex.
A S. Ex. ·o Sr. Visconde de Caravellas . .
Joi\o .JosÉ DE ÓLIVETRA JUNQUEIRA.
333

Officio da presidencia do Pará a que se 1·efern o aviso antecedente.

Palacio do governo do Pará, 22 de Março de 18715.

Illm. e Exm·. Sr.-Cumprindo o determinado por V. Ex. em aviso com data


de 26 do mez ultimo, cabe-me informar que pelo fôro ~ilitar nenhum castigo
soffreu o soldado do 11 º batalhão de infantaria, José Bento do Nascimento, autor
Jo delictt> praticado no dia 13 de Dezembro do a11110 proximo p reterito na pessoa
do subdito portuguez Antonio Marinho da Maia, visto como, sendo o crime civil,
ficou 1) delinque"nte logo preso á disposição da autoridade c·ompetente até que, sendo
processado, foi posto eni liberdade no dia 4 do corrente mez, por haver sido
absolvido pelo tribunal do jury do termo -desta capital.
Deos guarde a V. Ex.
lllm. e Exm. Sr. conselheiro João José de Oliveira Junqueira.

FRANcrsco MARIA CoRREA DE SÃ E BENEVIDES •

.
E~tados-Unidos da America. - Reclama~ão do bri[UB Garoline )) . Restitui~ão da quantia pa[a
e<
em 1_867 ao . [overno americano.

N. 131.
Nota do governo americano á legação únperi'al.

(TRAnucçio.)-Departamento de Estado.-Washi1igton, 26 de Junho de 1874 .

Deveis saber que a restituição ao Brazil da quantia paga ao ministro dos Estados-
Unidos no Rio de Janeiro no dia 30 de Setembro de 1867, com ires letras sobre
Londres a vencerem-se no dia 1" de Janeiro de 1868, corno indemnisação no
caso do brigue Caroline, tem sido muitas vezes objec_to de conversação entre o
represm1tante do Imperador em Washington e o secretario de Estado.
Tenho agora a honra de vos inforn1ar que o presidente, depois de accurado
examP- do assumpto, cheg'ou á conclusão que o . governo do Brazil não é coni
justiça responsavel pelos damnos do raso.
Parece-me que o governo de Sua Magestade ·o Imperador do Br[lzil é da mesma
opinião a este re$pcito.
334

Nestas circumstancías. o presidente considera dever dos Estados-Unidos reem-


bolsar ao Braiil a somma assim recebida pelo seu ministro no Rio, com os juros
de seis por cento aü anno, taxa convencionada entre os dous governos .nos ajustes
a respeito do « Canadá>>.
Tenho portanto a honra de vos informar que no dia 1º de Julho proximo,
ás 11 horas da ·manhã, nesta repartição, recebendo de vót: . um recibo official
da sornmp. total, estarei prompto a vos pagar, por conta de vosso governo, a
quantia de noventa e seis mil quatrocentos e seis dollars e setenta e tres centesimos,
a
a que monta o pagamento acima l'cferido, com juro:; razão de seis por cento
ao anno.
A quantia do pagamento primitivo foi de quatorze mil duzentas e cincoenta
e duas libras esterlinas.
'
As tres letras, com que o pagamento ·foi feito, vencêrão-se no 1º de Janeiro
de 1868.
O juro ·é portanto calculado pelo tempo de seis annos e seis mezes.
O valor da libra esterlina em moeda dos Estados-Unidos é fixado por lei em
quatro :0~~~ dollars.
Aproveito a. opporlunidade p~ra vos manifestar as seguranças dr. minha alta
consideração.
S1< Benjamin Franklin Torreão de Barros.
HAMII,TON Fürn.

N. 132.
Nota ela legação imperial ao govenw americano.

Legação do Brazil nos Eslados-Unido s. -\V~ s hinglon , 29 de Junho de 1874 .

Senhor secrelario de Estado.-Hoje tive a honra de receber a nota, que V. Ex.


me dirigio em 26 do corrente mez, pela qual me annuncia que o presidente
da Un~ão, depois de maduro exame da questão relativa ri reclamação proveniente
da venda do bágue peruano Caroline, chegára á c.onclusão que o governo im-
perial não é ·com jm;tiça responsavel pelos .damnos emergentes do caso, de accôrdo
~om os sentimentos llo governo de Sua Magestade o Imperador meu augusto
soberano. Pel1> que o governo de Washington resolvêra reembolsar ao governo
impel'ial o pagamento que este fez, em 30 de Setembro de 1867, ao Sr. general
James Watson Webb, que era então ministro dos Estados-Unidos no Rio de Ja-
neiro, para ajuste daquel.la reclamação .
335

Pela nota que tenho a honra de responder, V. Ex. me convida a comparecer


no dia 1º de Julho pro~imo, <is 11. horas da manhã, n~ departamento de Estado,
para receber a somma de noventa e seis rni.l c1uatrncentos e seis dollars e se-
tenta e tres centesitnos a . que monta o referido pagamento com o inlerease de
sei~ por cénto ao anno, o mesmo que foi ·estipulado enlre os dous governos
a respeito do cc Canadá >J.
Tendo-se ausentado com licença o Sr. conselheiro Carvalho Bor o0 ·es' chefe desta
legação, delegou em mim a autorisação que tinha do governo imperial par·~ re-
ceber o eventual reembolso deste pagamento; e portanto não deixarei de me
apresentar no departamento ele Estado no dia por V . Ex. designado para rssc fim.
Passado recibo, e de posse ela mencionada quantia, a rernelterei lmmediatamente,
com a nota ~e V. Ex., ao governo imperial ao qual será (:!xtremamentc satis-
factoria a justa e honrosa solução dada pelo governo elos Estados-Unidos HO as-
sumpto da reclamação Caroline. ·
Aproveito a opportunidade para ter a bonra de offerecei' a V. Ex. as expressões
de minha mais alta e respeitosa consideração.
A S. Ex. o Sr. Hamilton Fish.
BENJAMIN FRANKLIN TORREÃO DE BARROS.

N. 133.
Nota do ,qo'Qerno amer.icano e{ legaçâà impenál.

(TRAnucçÃo.) - Ministerio de Estado, \Vashinglon, 25 de Fev.ereiro de '1875.

Senhor ..-Tenho a honra ele enviar-lhe um ITJaÇO sellacln, que lhe P, dirigido e
foi recebido nesta repartição da parte do Sr. Partridge, ministro dos Estaclos·Unidos
no B.io de Janei1·0, Diz aquelle se.nhor no seu ofücio 1foerca. do assumpto que o maço
foi-lhe .entregue pelo ministro dos negocios ·estrangeiros do füazil, com o pedido
de vo-lo en;viar. Ficar-lhe-h.ei agradecido si me accusar a recepção desta nota.
Aproveito a occasião para renovar-lhe a segurança ele minha muito alta consi-
deração. ·
Ao Sr. conselheiro Antonio Pedro de Carvalho Borges.
HAMILTON FrsH .
336

N. 134.
Nota da legação imperial em Washington ao governo dos Estados~Unzdos.

Legação do Brazil nos Estados-Unidos. -\iVashington, 26 de Fevereiro de 1875.


: 1

Sr. secretario de Estado.-Tenho a honra de accusar recebida a nota datada de


honlem, com a qual V. Ex. teve a bondad~ de enviar-me um despacho que S. Ex. o
Sr. Visconde de Caravellas, ministro e secretario de Estado dos negocios estrangeiros
do Imperio, dirigio a esta legação em 23 de Janeiro Ultimo, e- que a pedido do .
mesmo Sr. Visconde foi encaminhado a V. Ex. pelo 'Sr. Partridge, ministro dos
Estados-Unidos no Rio de Janeiro.
Nesse despacho, que foi entregue aberto ao Sr. Partridge, vinha inclusa · a no la
original com que o Sr. general James Watson W ebh, sendo ministro dos Estados-
Unidos, accusou recibo .. em 1 de Outubro de '1867, da quantia de quatorze mil du-
sentas e cincoenta e duas libras esterlinas, em letras sobre Londres, que o governo
imperial \hg entregou como pagamento da reclamação Caroline.
Em 2 ~e Janeiro proximo passado, eu havia pedido ao Sr. Visconde de Caravellas,
pelo telegrapho, que enviasse a esta legação . com a possível brevidade o citado
documento, na conformidade da requisição verbal que V. Ex. me fez declarando ser
necessaria a exhibição da mencionada nota original no processo instaurado contra o
Sr. general Webb.
Tenho agora a satisfação de passar esse importante documento original ás mãos
de V. Ex., rogando-lhe que se sirva acc·1sar a recepção delle e restitui-lo a e~ta legação,
logo que delle se haja feito o uso necessario.
Com o mesmo despacho do Sr. Visconde, veio lambem inclusa a terceira via ori-
ginal da letra de f, 3,352 recebida do governo imperial pelo Sr. general Webb, e
por este endossada aos Srs. l\fauá. & C. banqueiros no Rio de Janeiro. Vei9 mais
uma outra letra original de f 3,281.19.3, a cinco dias de vista, sacada pelos mesmos
Srs. MaiI<i & C. sobre a sua firma de Londres _em favor do Sr. general Webb e por
este endossada a seus banqu~iros Baring Brolhers & C. a quem foi paga. Esta ultima
letra, de cuja existencia já tive occasião de fallar à. V. Ex., foi obtida dos Srs. Mauá
& e. por transacção particular e não conhecida pelo governo imperial em troca da
de f 3, 352 que era a 90 dias. A esta transacção se refere especialmente o me-
morandum junto á presente nota.
Além da letra de que acabo de fallar, achão-se tambem em meu poder, devehdo
todas ser opportunamente restituidas a seus proprietarios, as tres letras originaes
recebidas do governo imperial pelo Sr. general Wehb. Todos estes documentos
'ficão á disposição de V. Ex., si fôr necessaria .ª exhi~ição delles.
Aproveito esta occasião para reiterar a V. Ex. as seguranças de minha mais alta
estima ~ consideração. -
A S. Ex . o Sr·. Hamilton Fish .
ANTONIO PEmfo DE CARVALHO BoRGES .
. 337

MEMORANDUM.
Em sessão da çamara dos H. H. representantes dos Estados-Unidos no dia f 6 de
:Ma.i.o de 1874, quando se tratou do procedimento do Sr. general James \Vatson \Vebb
ácerca .da reclamação Carolíne, declarou-se que o mesmo general recebêra do go-
verno imperial por aquella ·reclamação a quantia dei 14.252 em tres retras sobre
Londres sendo estas dos valores dei 5,000, i 5,900 e i 3,3o2.
Nessa mesma occasião ficárãQ lambem conhecidos os destinos da Ie.tr.a de ;f, 5.000
remetlida pelo Sr: Webb ao departamento de Estado ern Washington, e dei 5.,900,
endossada pelo mesmo Sr. Webb a seus banqueiros em Londres, os Srs. Barinp:
Brothers & C.
·' · Quanto á letra de ;f, 3, 352 fez-se menção de que eUa havia sido 'descontada no
Rio de Janeiro e que provavelmente seÍ1 producto fora alli distribuído.
Com effeito a letra apparece endossada aos ~rs. Mauá & C., banqueiros no Rio
de Janeiro. O governo imperial desejandq ter esclarecimentos sobre o destino
dessa letra pedio informações aos Srs. Mauá & C., e o Sr. Visconde de Mauá, chefe .
dessa firma commercial, declarou que o Sr. general Webb no dia 30 de Setembro
de 1867, data dás tres letras recebidas elo governo imperial , fôra ao escriptorio ~os
mesmos Sr.s. l\fauá & C. e que fizera a transacção de obter. uma letra dei 3,284, 19. 3
a cinco dias de vista sobre a mesma firma de Londres em troca da letra ele i 3,.352
que acabava de receber dó governo imperial e que era a 90 dias de ·vista; tendo
sido descontada a importancia de 85 dias de ' juros.
Para completar a informação o Sr. Vísconde de Mauá mandou vir de Londres para
o Rio de Janeiro e apresentou ao governo imperial a letra original dei 3,284 .19.3.
· Es ta letra está endossada ·pelo Sr . Webb aos seus banqueiros em Londres, os Srs.
Baring Br~olhers & C. que recebêrão o producto respectivo.
Fica assim demonstrado e provado que · o Sr. general Webb recebeu. . e dispôz,
segundo lhe pareceu, não só da letra de :f, õ, 900 como da de i 3,352, sem ter dei-
xado, como pretende, em poder de pessoas · do Rio de Janeiro, o excedente das
.;f ~,000 que enviou ao seu governo como satisfação da reclamação Caroline.

Legação do Brazil nos b;stados-Unidos.-Washingl.on, 26 de Fevereiro de 1875.

N. 135 .
. Nota do governo norte-amerü:ano á legação imperial.

· lVIinisterio de Estado.-- Washington, 3 de Março de 1875.


( TRAnucçÃo. )-
Senhor ..-Tenho a honra de accusar a recepção da .sua . nota de 26 elo passado. É
acompanhada elo recibo original, datado da legação dos Estados-Unidos, Pr,lropolis,,
E. I 43
338

i ºde Outubro de 1867, assignado por James \Vatson Webb e dirigido ao minislro
dos negocios estrangeiros do Brazil, rf.cibo r.elalivo a letras sobre Londres -pela
quan~ia de i '14,25:2, em pagamento da reclamação Caroh'ne. Tambem me dirigis
separado um memorundom sobre este assumpto' e offereceis o uso das .letras de
cambio, si fôr.em necessarias. A sua cornmunicação é muito aceilavel. O offe-
1~ecimento que ella contém e o pedido de devolvimento do recibo do Sr. Webb ,
quando não fôr preciso; serão tidos em lembrança.
Agora incluo cópia, devidamente legalisada, do recibo, que aéompanhou a sua
nota, e aproveito esta occasião, senhor, para renovar:.lhe a segurança de minha mui
alta consideração. ·
Ao Sr. conselheiro Antonio Pedro de Carvalho Borges.
H AMILTON F1sH .

N. 136.
Nota do governo americano á legação irnpen'al.

(TuAoucçi\o.)-1\iinisterio de EsÍado. Washington, 4 de Março de f8 75.

Senhor. - Referindo-m e êi nota de 26 ·ulti mo, em que ' offerecestes~ para. uso
· desta reparti ção, os originaes das letras sobre Londres pela quantia de .;€ 14- ,252
pagas por conta da reclamação Caroline, tenho a honra de dizer-vos que, si ti-
verdes a bond ade de enviar essas letras á reparti ção, ellas vos serão restituid as
opporlunamente e que, ·ao recebê-las, terei a satisfação de vos fornecer cópias
a ulhenticadas.
Aceitai, senhor, a reiterada segurança da minha muito alta consideração.
Ao Sr. conselheiro Antonio Pedro de Carvalho Borges.
HAMILTON · F1sH.

N. 137.
Nota da legação imperial ao governo amerz'cano.
Legação do Brazil nos Estaílos-Unidos.-Washington, 6 de Março ·de 1875.
Sr. secretario de Estado.-Tive a honra de receber hoje a nota que V. Ex. me·
.dirigio em 4 do ' corrente rnez, e, satisfazendo a requisição que ella contém, ponh()
em mãos de V. Ex.·as letras originaes, sobre Londres, no valor de quatorze mi l
./
1

339

dusentas e cincoenta e duas libras esterlinas (i 14,252), que o Sr. general James
vVatson Webb recebeu em pagamento da reclamação Cm·olz'ne.
Aproveito esta occasião para reiterar a V. Ex. as seguranças da minha mais
alta estiri:ia e consideraçã.o.
A S. Ex . o Sr. Hamilton Fish.
ANTONIO PEDRO DE CARVALHO BO RGE S.

N. 1_38.
Nota do governo americano á legação imperial.

(TRADucçAo.)-Ministerio de Estado. Washington, 9 de .Março de 1875.

Senhor.- · Tenho a honra de accusar a recepção da vossa nota de 6 do cor.rente,


enviando-me em satisfação ao desejo expressado na minha do dia 4·, as letras
originaes s0bre Londres do valor de quatorze mil dusentas e cincoenta e duas
libras esterlinas (±: '14,252) recebidas pelo general James Watson Webb em paga-
mento da reclamação Carolz'ne.
IncJusas remetto cópias authenticadas das mencionadas letras.
Aceitai, senhor, a reiterada segurança da minha muito alta comideração.
Ao Sr. conselheiro Antonio Pedro de Carvalho Borges.
HAMILTON F1sH.
. ANNEXO N. 2.
N. l..
Quadro ·da secretaria d'Estado dos ne[ocios estrari[eiros.
lllinist1•0 e secretario tle Estado.

O Exm. Sr, Conselheiro d'Estado Visconde de Caravcllas.


Gabinete tio minist1•0.

Os Srs . :
José Pedro de Azevedo Peçanha. Director da ·l ª Scc~.~ão.
João Carneiro do Amaral, Director da 3" Secção.
Dit•ecto1· ge1•ad.

Conselheiro Barão de Cabo Frio.

Sec~ão cent1•al , sob .-.. immetliata clil•ecçíio cio dit•ecto1• ~eral.

O/ficial, Luiz Pereira Sodré.


·J º
'2° >> . João Pinheiro Guimarães.
Amam.tenses, Alfredo Carneiro do Amaral.
Antonio Vicente de Andrade.
Praticantes, J_.uiz Caetano da Silva.
José Ailtonio dr. Espiriheiro.

lHRECTOR l NTERlNO.

O :1.º Offiâal, João Luiz Keating.


2º' Officiaes, Feliciano José ela Costa.
João Germano Vieira de Baáo.;;.
Frederico Affonso de Catvalho .
Amaniwnsc·, Luiz Pereirn Sodré Junior.
Pmb'cante, . Alherlo Teixeira Coimbra.

DTRECTOB.

Joaquim Teixeirn de Macedo.


t ' Offi~ia1 , Luiz Pedro da Silva Rosa.
'.2° » Antonio Felix Corrêa de ~folio .Tnnior.
Amanuense, .Tosé Bernardes Silva.
flmti cante , Luiz Leopoldo Fernandes Pinheiro .Tuúior.

Tea·ceh•a secção, da cluancellauaia e m•cl1ivo.

lHRECTOR INTE R TNO ,

O 1º Olflóal , Pedro Pinheirn Guimaraes. ; .


» Thornaz Angelo do Amaral.

Qmu•ta secção; tia contnitilitlmle.

DIRECTOR.

Conselh eiro Alexandre Affonso de Carvalho .


J° O/(tâal, Constancio Neri de Carvalho.
2º )) Frederico de Souza Heis Ca rvalho.

F ranciscu Servulo de Moura .

Continuos.

Felisberto Deolindo Barboza. (Ajnd:rntc do Porteiro).


Paulino .losó Soares Pereira.

Co1•1•eio~ .

Carlos Mauricio da Silva.


José Antonio de Oliveira Leilão.
R.ozcndo da Co nceição S~í. Banr.t.o.

Secretaria d'l~s tado dos negocios eslrange iros, em '.26 de Abril fle 187ti.

BARÃO DE CAno FRTO.


.1,

N.· 2.
·Quadro do corpo diplomafico hrazileiro.
· A111e1•ica.

nOLIVTA.

Os Srs.:
Leonel i\'l-artinia no de AIene.ar, ministro residente.
Anl.onio Joaquim . Ribas, addido de 1ª classe.
CHILE .

.loilo JJuarle da Ponte Ribeiro, encarregado de negor.ios.


Jnsó Bernardes da Serra Belforl;, addido de 1ª classe. .
COLOMBIA.

Julio Henrique de l\follo e Alvim, encarregado de negocios.

EQUADOR.

Eduardo Cal1~do, encarregado de negocios.


ESTADOS-UNIDOS n ' AMEfllCA.

Conselheiro Antonio Pedro de Carvalho Borges, enviado exlraordinario e ministro


pleni potenciaria.
B.enjamin Franklin Torreão de Harros, secretari~1 de le~ação.
Henriqne Carlos Ribeiro Lisboa, addido de ' 1ª classe.

REPUilfJCA ARGENTrNA.

Conselheiro Antonio José Duarte de Araujo Gondim, enviado extraordinario e


miaislro plenipotenciario.
Luiz At1gusto de Padua Fleury, secretario de legação .
Pedro f.andido Affonso de Carvalho, addido de 1ª classe.
REPUBUCA ORIENTAL DO URUGUAY.

Conselheiro Francisco Xavier da Costa Aguiar de Andrada, enviado cxtraordinario


e ministro plenipotenciario.
José Gurgel do Amaral Valente, secretario de legação.
Cezar Auguslo Vianna de Lima, acldido de 1· classe.
' .

-- ô -

nm>UBUCA no PAl\AGUA.Y.

Conselheiro Felippe José Pereira Leal, emiado extraordinario e ministro ple~


nipotenciario.
José de Al rneida Vasconcellos, secretario de legação.
Henrique Antonio Alves de Carvalho, addido de '1 ª classe.
REPUBUCA DO PERÚ.
'·.

Conselheiro Joaquim 1'faria Nascentes de Azaml)uja, enviado extraordinario e


ministro plenipoteiiciario .
.João Vieira de Carvalho, secretario de legação.
Napoleão de Siqueira Lamaix, addido de '1ª classe.
REPUBLICA DE VENEZUELA.

Henrique Cavalcanti d' Albuquerque, encarregado de negocios.


Henrique Mamede Lins de Almeida, ·addido de 'l' classe.

AUSTRIA~HUNGRIA.

Conselheiro Visconde de POL'to Seguro , enviado extraonlinario e ministro pleni-


potenciario.
Francisco R.egis de Oliveira, addiclo de '1" classe.

UEI~GICA.

Conselheiro Barão de Arinos, enviado extraordinario e ministro -plenipotencíario .


Luiz Cesar de Lima e Silva , secretario· de legação.
Antonio Maria Dias Vianna Berquó, .a:ddido de '1 " classe.
CONF;tmE RAÇÃ.O SUlSSA •

.João Pereira de Andrada ..Junior, encarregado de negocios.


Evaristo Camargo de Attaide Moncorvo, addido de 1· classe.

FRA.NÇA.

Conselheiro Visconde de Itajubá , enviado extraordinario e minislro plenipotenciario.


Mar.cos Antonio· de Araujo e Abreu, secretariO de legação.
Francisco Vieira Monteiro, addido de 11 ª classe .
.Viriato Antonio da Silva HubiHo, addido de 'l " classe .
,.
::f. ..

-7-

'. l.JU,AN-lHlETANHA.

Conselheiro Banto do Penedo, envia ~!~ extraot·tlinario e ministro plenípoten-


ciar10.
João Arthur de Souza Corrêa, secretario de legação.
Francisco de Carvalho lVJorei.r,,n.. addido de t ª classe .
.;-:-..

Luiz Caetano Pereira Guírriã}ães Junior, addido de 1" classe.


Henrique de Barros Cavalcanti de Lacerda, addido de Jª classe.
HESPANHA.

Caetano Maria de Paiva Lopes Gama ,. ministro residente .


.Joaquim José de Sequeira Sobrinho, addido de 'i ª classe .
HOJ,LANDA.

Candido José Rodrigues Torres, ininistro residente.


IMPERIO ALLEi\IÃO.

Conselheiro Ba1·ão de Jaurú, enviado exlraordinario e. ministro plenipotenciariu .


.losé Pedro vVerneck Bibeiro de Aguilar, secretario de legação.
Brazilio Itiberê da Cunha, addido de t ª classe.
ITALIA.

Conselheiro Barão de Javary, mini&tro residente.


Eg·as Moniz Barreto il' Aragão, secretario de legaçl:i'o.
PORTUGAL.

Conselheiro Barão de Japurá, enviado extraordinario e ministro pie nipotencial'io .,


Alfredo Sergio Teixeira de Macedo, secretario de legação.
João Bernardo Vianna Dias Berqnó, addido de 1• classe
Luiz Antouio de Alvarenga Silva Peixoto, addido de '1 " classe.
llUSSLA.

Barão de Alhandra ) enviado extraordinario e ministro plenipoteuciario.


José Augusto Ferreira da Costa, addido de 'i " cla~se.

~A.NTA. SÉ .

Visconde de Araguaya, enviado extraordinario e ministro plenipotenciario.


Secretaria d'Estado dos negoe10s estrangeiros, 26 de Abri l de '187ti.
BAR.Ão DE CARO :F'Rio.

i ' ' f ''


N. 3.

Quadro do con10 diplomatico estran[eiro.


Amel'ica.

UO LI VIA .

Os Srs.:
D. Marianno Reyes Cardona , enviado extraordinari o e ministro plenipotenciário.
(Ausente.)
D. Sabino Capriles, secretario . (A usente. )
D; Cesar Heyes Orliz, addi<lo, (Ausenle. )

E STADp S-UNIDO S .

Jammi R. Partridge, enviado extraordinario e rr~ini s tro plenipoten.ciario . .


H.ichard Cutb Shannon , secretario de legação. (1\u sente.)

UEPUULI CA AltGENTINA.

D. Carlos Tejedor, enviado cxtraordinari o e rninislro plenipolenciario".


D. Emílio Larnarca, secretario.
D. Luiz F. F'uentes, addido.

RE PUllLICA DÓ CHILE .

D. Guilherme Blest Gana , enviado extraordinario e ministro plenipotenciario.


(Ausente. )

EEPUBL ICA DO PARAGUA.Y .

Jaime Sosa, enviado extraordinario e ministro plenipolencial'io em mis1São es-


pecial.
Cayelano lturburu, secretario de legação. (Ausente.)

HEPUB:LICA D O PERU' .

D. M. lrigoyeu , eu~iado ex tnturdíuario e mini stro plenipolenciario_. (Ausenlc.)


D. Ismael de .la Uuintanu ; secretario de lega(jão. (Ausente.)
9-

Etn•opa.

AUSTRIA - HUNGRCA.

13arão ·Gustavo de Schreiner; enviado extraordinario e n1ini strn plenipotenciario.


(Nomeado .)
Carlos Guilherme Gt·~bS, encarregado de 11.egoe10s interino.

JIEJ,GICA..

Hartholeyns de FosselaerL, ministl'O residente.


Conde Carlos d'Ursel, secretario de legação.

l''HANÇA .

Léon Alexis Noel, ministro plenipoteuciario . (Ause11l,e.)


Léon Edouard Conde Amelol de Chaillon , encarregado de 11eg~c10s interino.
fülgard le Marchand, ad<lido.
Conde Dominique de Barral, addidu.

GRAN-llRJ~TANHA.

Jorge Buckley Mathew, ministro plenipotenciàrio. (Ausente.)


Victor . Arlhm W ellington Drummond, 1º secretario, encarregado de negocws
interino.
Edmond V\Tilliam Cope, 2º ·secretario.
Hugh Gough,· addido.
HESPANHA .

D. Manoel Florente de Vasques , encarregado de negocios.


D. Francisco de Soliveres, secretario.

IMPElUO ALLEMÃO.

Xavier G. F. P. H. Uebel, enviado extraordinario e ministro vlenipotenciario.


ITALIA.

Barão Carlos Alberto Cavalchini Garofoli, enviado extraordinario e ministro pleni.


potenciario. (Ausente.)
Romeo Cantag·aHi, Jº secretario, encarregado de negocios interino.

PORTUGAL.

Conselheiro ~fathias de Carvaiho e Vasconcellos, enviado extraordinario e ministro


plenipotenci.ario.
E. II
W-

Manoel Garcia da H.oza, 1º secretario.


Henrique Teixeira <le Sampaio, '.2° secretario. (Am;en te. )
D. Miguel de Noronha, addido. (Ausente.).

RUSSIA.

Conde Koskul, enviado extraordiuario e minbtro pl euipoLenciario .


Axel de Berends, 1º secretario.

SAN'fA SE .

Monsenhor D. Luiz ilrusc helli , encarregado de ncgucws prov1sor10.


DesiClerio Martins Vianna, chanceller.

Secretaria d'Estado dos negocios estrmiueiros


V O '
2ti de Abril de 11875.

BARÃO DE CABO Fruo.

/l · ' ·
N. 4.
Qi.iatla•o tios empregados tlesta sec1•eta1•ia «l'Estatlo, comp1•ehe1ule1ulo
totlas as co111missões de que teem sitio incumbidos desde sua 1n•imeit•a
nomea~iio a~;é ao presente.

NOMEAÇÕES
DATAS DOS DROR,
NOMES REMOÇC'íES CATEGORIA!':
E PORTARIAS
ETC,

Di'rectM' gM·al.
Conselheiro Barão de Cabo Frio. . . , .. Nomeado . . Commissario arbitro da
commissão mixta bra-
zileira e ingleza em .
Sei·ra Leóa. . . . . 14 Outub. 1840
Exone1·ado . Da mesma commissão . . 14 .Junho lR42
Mandado. . Empregar com uma g1•a-
tificação na leg. impe-
rial em L911dres . . . . 3 Outuh . 1842
Nomeado. . Addido de 1ªclasse; ser-
viu como encarregado
ele uegoc10s de 15 ele
Março de 1850 a 1 ele
.Junho de 1851. . . . 17 Julho 1845
Promovido . Secret. ela dita legação .. 11 Nov. 1851
Removido. . » pa1·a Pariz .. ; . 14 Agosto 1854
Promovido . Encarregado de negocios
na Confed. Argentina
e E. de Buenos Ayres. 24 Fever. 1855
Removidb .. Repub. O. do Urug·uay. 26 Set. 1856
Promovido . Ministro resicl. na mesma
Republica . . . . . . 9 Dez. 1858
Acr. tamb. Republica do Paragua,y . 9 Dez. 1858
Finda . . . A missão especial . . . . 14 Fever. 1859
Removido •. Ministro residente para a
Belgica. . . . . . . . !) Fever. 1861
)) Director geral desta se-
cretaria d'Estado • . . 21 Março 1865
Nomeado . . Env. ext. e min. plen. em
missão espec. nas Rep.
Arg. e O. do Uruguay. 20 Dez. 1867
Dispensado . Da missão especial. .. , . 27 .Tanei1·0 1869
Di'?'ectM·es de secção,
Jos~ Pedro de Aieverlo Peçnnlrn, •. . Ncnieado. . Praticante da contadoria
da marinha . . 11 Set. 1830
» Amanuense da recebedo-
ria elo município . 13 Maio · 1837
Exonemlo • » 19 N ov. 1840
· Nomeado. . Ajudante do gtlarda-m6r
d'alfandega . . . , . 18 Agosto 1841
» Secretario do gov. da pro-
vincia do Maranhão, . 2 Junho 1842
» Secretario interprete da
insp. de sande do porto. 6 Dez. 1842
» 2° offic. ela sec. da faz, . 21 Junho 1851
- ·12 -
Cnntinua~ão dn quad1•0 n. 4.

NOMEAÇOES ·
DATAS DOS DECR.
NOMES REMOÇÕES CATEGORIAS
E PORTARIAS
ETC.

Nomeado. Chefe int. da l " secçl'w . . 3 l Marco 18 5~


Promovido . 1° official • . . . • . . • 24 Abrii 1852
Nomeado. Chefe da 1ª seccão . . • 1 .Maio 1852
>l Official de gal.;inete elo
' · ministro do Imperio .• 11 Maio 1852
·· »; Conf3til geral em Monte-
vidéo. . . . . . . . . 4 Ontub. 1855
>> Directol' Ja l" ·secção
desta secrct. d'Estndo. 19 Fevet'. 1850
ll . Official el e gabinete . . . 1 fonho ] 8()2

Uonsd beiro Alexm1dre 1\ffo1isn de Carrnllio. >> Achliclo :1 esla secretaria


;'!'Estado . . 29 Agosto 1800
>> Arnauuense . . . . . . . 15 .Março 1842
Prornov.ido . Official . . . . . . . • . 29. Outub . 18~2
Nomeado .. Chefe int . da:}• sec<füo .. 18 Nov. 1~32
» Directo1· da :2ª sece~o . . HJ Fever. 185\)
Tl'ansfericlo. Para a Ll" seccão. : • . . 30 Maio 1863
Designado • Direc. geral "interino . . 28 Dez . 186'7
Dispensado . >> >> >> Lt Fever. lSEm
Designado . 1 >> >> n l ·Agosto 187 l
Dispensado. >> >> >> 30 Al)l'il 187il
Jorro Üarnei1·0 ilo Amarfll, • Nomeado. Fiel elo thesour" dn pag. 5 Set. 1830
)) Amanuem~e desta secre-
1 taria d'Estado . . . . 15 Março 1842
)) Cousul gemi mi Belgica
e nos Paizes-Baixos .. 18 Nov. 1851
Exonerado . Consul geral . · . . . . . 20 .Abril 1853
Promovido . Official desta secretarüi. 20 Abril 185 ~
Nomeado. • » de gabinete . . . 15 Ju1~bo 1855
)> 1° official. . . . . . • • 19 Fe ver. 1850
Dispensado • De official de gabinete. . :30 Maio 186'.!'
Nomeado .. Directcr int. eh a~ secção. 24 Junho 1864
Dispensado . >> >> 24 Dez. 1864
Promovido. . ,; >> 8 Julho 1865
Nomeado .. Official de gabinete 18 .folho 18(i8

.Toaguim Teixeira. <le Macedo. • • • . . • Nomeado. . Parn coadjuvai· os traba-


lhos ela missfl.o do vis-
conde d' Abrantes . 7 Julho 1845
Exonerado • Daguelles trabalhos . . 18 Outub. lFWi
Nom eado Praticante desta. secre-
ta ria d'Estaclo .
Promovido . Amanuense. .
. .
1 Março 1847
29 Outub. 1852
Nomeado. . Official rle gabinete. . 25 .Junho 1855
Dispensado . )) )) 22 Nov. 18tli
Nomeado . . Ófficial . . 19 Nov. 1357
)) Chefe da 2" secçi'•O . '"~ . , Nov.
()•.)
1857
)) l. 0 officia 1 • l9 Fever. 185!)
)) Official de ga binete .. 1
l Março 185H
Dispensado . )) )) . 30 Set. 1861
Dt:Jsignado . Director int, da 2ª secção. 19 Fever. 1870
Dispensado . )) )) )) )l 9 .Janeiro 1871
\

NOMEAÇÕES
DATAS DOS DEC.
NOMES REMOÇÕES CATEGORIAS
E PORTARIAS
ETC.

- Designado . Directoi·int. da 2n secção. l Agosto · 1871


Dispensndo . )) )) )l J6 Nov. °1871
Desigw1do · )) )) l ª )) 9 Maio 1873
Promovido . Director ele secção, . 27 Nov . l.874

·:1') r'1,infJl.ro,ç
. . o(ji',ciaes.
.

Luiz Pet'eirn Sodré . Nomeudo .• Addid de l a c. , e incum-


bido do c. g. em Fran. 15 Junho 1832
Removido .. Addido de ia c., servindo
de secretai·ioem Roma. 11 Março 1834
Exonerado • » )) )) 1 Junho 1835
Nomeado. . Secretario parn n Austria 28 .Tu lho 1837
Exoneràdo . Secretal'io ;ia Ausiria. . . 17 Março ]842
Nomeado. . SeP.retario e euc. de nego-
cios int. nu. Russia. . 5 Fever. 1850
Removido. >> parn os Esta-
dos~ Unidos. . . . . . 1 Set . )85 1
Acred itado • Enc. de neg . iut . nos
Estados-Uni dos. . . . 7 Janeiro 185~
Exonerado .. E posto em diE\p ~ activa •. 22 Março 1852
Nomeado. . Official de gabinete. 9 Set. 1854
>> l 0 official desta secret. • 8 Julho . 1865
Dispensado . De officiitl de g·abinete. . 28 Set. 1870
Ooustaivio N m·i <le Ca;:v11ib o. . . . . · ~ ~'"". Nomeado. • Prat. desta sec . d'Estado. 25 Set. i847
Promovido . A111anuense. . . • . .. 20 Abril 1853
>> l 0 official . . • . . . . . 19 Fever. · 185H
Designado•. Director interino da 4ª
1868
l.
· secção . . . . . . .. 15 Janeiro
Dispensado . Da direcção interina. . . 4 Fever . . 1869
Designado • Direc tor int. da 4ª secção. 1 Agosto 1871
Dispensad o • >> >> ll >> 30 Abril 187:-:l
Pedro Pinheiro Gu im flriies . . . • . • • .. Nomeado. Praticante desta secl'e-
taria d'Estado . . . . 11 Junho 1853
». Secretario da commissão
mixta brazileira e port. 29 Março 1856
Promovido . Amanuense . . .·· . . . ·• 20 Agosto 1857
)) 2° official . . . . . . . . 19 Fever. · 1859
)) [
0
official • . . . . . . . 3 Nov. 1871
Designado • Direct. inter. ela 3a secçao 1 Out. 1872 .
.João Luiz Keatin"g. . . . . •. . . . . . • Nomeado.
~ . Prnticante do t hesouro • 12 Junho ] 854
P1·omovido . 5° escripturario . 17 Marco 1855
Exonerado )) Outt{l). 1857
Nomeado. . Praticante desta secre-
taria d'.Estado . 21 Dez. 1857
Promovido ·. 2° officia.1 . . • . . rn Fei·er. 1859
Nom eado. . Ç)fficial de gabinete . 4 Março 1859
Dispensado . Official ele gabinete . 30 Set. 1861
Promovido . 1º .official . . . . . . 20 Maio 1868
Nomeado. . Official ·de g·n binete . 18 Julho 1868
Di~pensado · j >> '· >1 28 Set. 1870
-H-

NOMEAÇÕES
DATAS DOS DECR,
NOMES REMOÇÕES CATEGORIAS
E PORTARIAS
- - - - ----------
ETC.
------
Nomeado. . Addido á missão especial
no Rio da Prata e Para-
guay . . . . • . . . . 1;2 Outub. 1870
Dispensado • Addido á missão especial. 31 Março. 1871
Designado . Director int. da 2ª secção. 17 Nov . 1871
Dispensado . >> » » >> » 30 Abr. 1872
Designado >> » » l" » 21 Fever. 1873
>> >' » » 2ª » 9 Maio 1873
» » >> >> l ª >> 27 Nov. 1874
Tliomaz Angelo elo· Amaral. . . Nomeado . . 2º official. . 19 Fever . 1859
Promovidq . l 0 official . . 27 Nov. 1874
Luiz Pedro da Silva Rosa . . . • , , . . . Nomeado .. Addido a esta secretaria
d'Estado. . · 9 Agosto 1861
P1·omovido . Amanuense. . 30 Maio 1863
Serviu . . . No gabinete . de 1 Jan. a l2-de
Maio de 1865
N ameado. . Addiclo de 1ªclasse á mis-
são espMial nas Rep .
.Arg. e O. do Urug . . 20 Dez. 1867
» Secretario . . . . . . . 4 Julho 1868
Dispensado • Do exercício de secret, . 31 Dez. 1868
Promovido . 2° Official . . . . . . . 23 Abril 1870
Designado .. Director iut. da 2" secção. 1 Dez. 1872
Promovido . 1º Official . . . . . . . . . 5 Maio 1873
Dispensado. Directorint. da 2ª seeção. 9 » 1873
•'
8eg1tndos qffeâaes.
U'retlerico de Som.a Reis Carvalho. . Nomeado . . Addido a esta secretaria
d'Estado . 8 Fever. ] 8iíl
>> Praticante . . 30 Dez. 1852
Promovido . Arnanuense . . 17 Ou tu b. 1857
Nomeado. . » 19 Fever. 1859
Prom avido . 2° official. . . 16 Maio 1868
João Pinh eiro Guim1\l'ães . , . . . . • , . Nomeado .. Praticante desta secre-
taria d'Estado . . 8 Outuh. 1856
Promovido . A,manuense. . 26 Nov. 1857
>i 2° official • . 19 Fever. 1859
Feliciano .Tosé 1la Costa . . Nomeado. . Praticante . 1 Agosto 1857
Promovido . Amanuense. • 19 Fever. 1859
>> 2° official. . . . . 20 Maio 1868
Joiio G ermnno Vieira de Bar~o s. . Nomeado. . Addido a esta secretaria
rl'Estado .. . 12 Janeiro 1863
)) Praticante . 16 Maio 1868
Promovido Amauuense. . 29 Maio 1868
)) 2° official • . 3 Nov. 1871
Frederico Alfonso de Oar17a]ho, . Nomeado. . Addido a esta secretaria
d'E11tado. . . l4 Janeiro 1867
- 15 -

Contiuua~ão do quatb•o ·n . 4.

NOMEAÇÕES
DATAS DOS DEC.
NOMES REMOÇÕES CA'l'EGOHIAS
E POR'fARIAS
ETC.

Nomeado. . Praticante . . 16 Maio 1868


Promovido . Amanuense . . 28 Out. 1869
>> 2° Official. . 5 Maio 1873
Antonio Felix Corrêa de Me'Ho Junior . . . Nomeado. Addido a esta secretttria
d'Estado •. . 5 Julho 1864
» Praticante . . í 6 Maio 1868
Prnmovido .. Aman uense. . 29 Maio 1868
>l 2° Official , 16 Fever. 1875
Jjman1Mnses .

Alfredo Carneiro do Amaral , . Nomeado •. Praticante . . 16 Maio Hl68


Promovido .. Amanuense . . i Julho 1870
Luiz Pereira Sodré Junior. . . . . . . • . Nomeado. . Praticante. . . . . . • 28 Maio 1868
Promovido . Amanuense. (Em virtude
de consulta das secções
dos negocios estrangei-
ros, marinha e guerra,
do conselho d'Estado,
conta mais 2 annos e 3
mezes que serviu como
voluntario na campanha
do Paraguay) .. . . . . . • 5 >l
•. 1873
José Bernardes Silva. . Nomeado .. Praticante. . • . . . .• 19 Julho 1873
Promovido.. Amanueuse .: ....... , . 20 Abril 1875
Antonio Vicen.te de And1•ade . . Nomeado . . . Praticante ...... . ...... 22· Janeiro 1874
Promovido .. Amanuense . ., .......... 20 Abril 1875
P1·atican tes. ,,,
- -~

Luiz Caetano da Silva. . . . Nomeado ..• Praticante. 5 Junho . 1874


José Antonio de Espinheiro . ....... : . )) )) 21 Abril 1875
Luiz Leopoldo Fernandes Pinheiro Junior. )) )) 21 Abril 1875
Albei·to Teixeira . Coimhra ... . ...... . . )) )) 21 Abril 1875

Secretaria d'Estado dos negocios estrangeiros, 26 .de Abril de 1875 .

..
N. 5.
1

Qmub•o dos e1u1n•egados tlit•lomaticos em etrectivitlade ile se1•viço , 41i~­


ponibilidade e aposentados, e elos agentes cons11la,1•es b1•azilei1•os, com-
IH'ehe1ulenclo toclas as . connnissões de que teent siclo inenmbiclos «lel!lde
sua 1n·imeil•a nomeação. até ·ao 1n·esente.

ENVIADOS EXTRAORDINARIOS E MlNlS'l'ROS PLENIPOTENCIARIOS.

NOMEAÇÕES
PAIZES EM QUE FO· DAT1\S
NOMES DOS E~IPREGAD08 REMOÇÕES CATEGORIAS
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.

Conselhei1·0 Barii.o de Ja-


purít. N ameado . Secretario Gran.Breta~ha 29 Nov, 1831
Exonerado. ~ )) 6 Abril J.836
Nomeado. Encarreg. de negocios. Chile 21 Abril 1838
Removido . » » Ve11ez;uela 12 Abril 1842
Exonerado. >> >> )) 23 Agosto 1847
Posto em . Cominissão nesta se-
cretaria d'Estado por
Avisos de . . . , 23 Agosto 1847
e 20 Fev. 1849
Nomeado . Ministro residente. Bolivia 18 Nov. 1851
)) )) )) em
missão especial. Venezuela, Equad.
e Nova>-Granada 10 Março 1852
Exonerado. E posto em disponibil.
activii nesta . , . . Secretaria d'Estado. 25 Agosto 1854
Promovi.do. Enviado extr. e minis-
tro plenipotenciario. . Perú 7 Daz. 1855
Removido . >> >> » » Estados-Unidos 7 Maio 1859
)) » » » » Belgica 21 Março 1865
)) >> » » » Portugal 22 Fever. 1868

Conselheiro Visconde de Ita-


jubá • • • • . Nomeado . Encm·. de neg. int. e
. consul geral • • . . Cidades Hanseaticas 9 Maio ' 1834
Acreditado ..
tambem . Encarreg. de negocios. Hau., Old., Meck.
Schwerin e Meckl.
Strelitz 25 Nov. 1837
Promovido. Ministro residente. , Nos mesmos paizes e
na Prussia 14 Nov. 185
)) Env. extr. e min. plen, Nos paizes acima e
na Dinam., Suecia
e Noruega 31 Jan. 1857
. . . . .. .. . .
Exonerado. S6mente dos tres ulti-
mos paizes . . . . • .. .. . . 5 Nov. 1859
Removido . Env. extr. e min. plen. França 12 Out. 1867

Barão ele Alhandra . . Nomeado . A:ddiclo ele l" classe.
Exonerado. )) )) ))
França
))
17 Marco 1835
'20 AbriÍ 1836

.·.
- '17 -

Continuação des enviado~ cxh•not•tlinat•ios e iuinist1•os plcnipoteucia1•ios.

·I
NCMEAÇÕ.l.IS 1 PAIZÉS EM QUE FO· DATAS
NOMES DOS EMPUEGADOS REMOÇÕES OATEGOIUAS RA.-O .'CREDITADOS
.
"' DOS DECRETOS
ETCJ. I. - -·- - - - ' - - - - - - - - - -

Nomeado , /Addido de 1• clas~e. . França .4 J1meiro 1837


Removido . ! » J> servind o ·
J · • .. i.,
de sec.retario . .' . . . . Rorna e Sardenha 8 Abril 1839
[ romovido, !:::Jecretar10. . . . . . . . . . . Roma 22 Julho 1846
Removido. • j ii N apoles· 6 Julho 1850
Promovido. Encarr. de ueg. (D,·
1840 até 1850 exer-
ceu ;1it. as fone. de
enc. de neg·.
dur. alg.
mezes em cada anuo)_. Rom á e Florença 3 Nov. 1851
)) :Ministl'o residente... . Roma 10 Janeiro 1866
Removido . ii >i Hussia 10 Junho 1874.
Prom!Jvicfo . Env. ext. e min. plell . . l>. 15 Outub 1874
Cuuselheiro Vi1-1condo de Ara· 1 . --
guayn . . . . . . • . . N~meado . Addido de i •. classe. França 9 Jun. 1835
.. Exonerado. ·ii · » ii )) 20 Abril 1836
Nomeado . Consul geral e enca l'-
regado de neg. iut • Napoles 27 Set. 1847
Exonera du. Sómente de consul ger. )) 6 Junho 1850
Promovido. Enc. de neg. effeetivo. )) 14 Nov. 1851
Removido . ii Sardenha 12 Junho 1854
)) Hnssia 6 Fever. 1857
3 )) 1 Hespai1ha 9 Dez. 1858
Proruovido. Ministro residente . Austria 7 Maio' · 1859
:i Env. ext. e min. plen. Estad os-Unidos 9 Março 1867
H.emc-vido . ii >J >J » Rep. Argentina l5 Abril 1871
Encar.da mis. especial . Pm·aguay 1 Março 1873
1 (Concluiu a sua mis.)
)) Euv. ext. e min. plen. Santa Sé 10 Junho 1874
Conselhei ro . Joaquim ?vforia
Nascc nte.s cl' Azambuja .. Nomeado.~ A.ddido de l ª classe,"
servindo de secret. Estados· Unidos 23 Março 1840
(Servi n 1e encar. de
1

neg; e consul g;e1:., de


31 de Outubro J840
até 1 de Julho 1841 ). .
>> Officialdestasecr,d'est ... ,, .. .. . . .. . • . . 5 OutuL. 1840
>i Oflicial de gabinete. . . • . , . . . . • . . . • . . . . 9 Janeiro 1845
» Chefe cl-a l ª secção . . . • . . • . . . . ...•.. 22 Agosto 1845
JJ Oflicial-mai01· interino........... .. . . . 17 Julho 1847
Pl'omovido. >i eftectivo .•.. ; .. ; . . . . . . . . i 3 Abril 1849
Noineado . Director ge1;a l. . • . . . • • . , .......... ; l9 Fever. 1859
Hemovido. Euv. extr. e miu. pleu. Estados-Unidos 2 1 Março 1865
Exonerado. » >J · >J >J >J >i 9 Março 1867
Nomend.o.. Em tni ssão especial. ·. E. U. de Colombia 9 Março 1867
Exonerndo. E posto em disp. Íllact .........•....•. . 22 Set. 1869
Nomeado .. Env. extr. e min , plen. -R. de Venewela :24 Dez 1870
Hernovid o. · JJ >J >J J> ,, R. do Par.aguav 28 J.f'.ev . 1872'
Exonerado. E posto em disp. activa ......•...... : . 19 Set. 1873
.Mand ad o.. Servi1· o seu cargo. .. Republica do Perú 5 Oi1f.nb 1874
- --
E, li
18 -

Continuação cios en!'iatlos ext1•ao1•11imwios e ministt•os plenipoteneitll'ios

NOMEAÇÕES
L'AIZES EM QUE FO· DATAS
. NOMES DOS .EMPREGADOS REMOÇÕES UA.TEGOlUAS
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.

Conselheiro Visconde de
Pofto. Seguro • • , • N ameado.. Ad. de 111 cl. (Serv ." de
sec. Abril a Set.] 843) . Portugal 19 Maio· 1842
.Mandado • En:i uma eommissão es-
pecial á·Hespanha de
Março a .Nov. 1846.
Removido . Addido de 1ª classe. • Hespanha 4 Janeiro •1847 .
· Promovido. Secretario. (Serviu ·de
tine. de neg:. de 18 de
Jun. a ll Ag. 1847)· )) 8 .Junho 1847
Incumb. de Uma comm.issão nos ar-
chivos de ~esp., cujo
desemp. fo1 approv. e
louvado_ em despacho
res. ele 17 Fev. 1848.
Promovido. Encarreg. de negocios. )) 14 Nov, 1851
>> Ministro residente. Parag·uaj' 9 Dez. 1858
.Hernovido . » » Venezuela, Nova-
Granada e Equador 19 Janeiro 1861
)) )) Perú, Chile e Equad. 30 Maio 1863
)) )) )) Austria 22 Fever. 1868
Promovido. Env. ext. e min. plen. )) . 15 Abril 1871

-.- ..-
Conselheiro Fçlíppe José
Pereira LGa l. • . . • . ; Nomeado • Addido rle l 11 cl.' ser-
vindo de secretario.
(Serviu de encarr. de
negocios de 2 ·de No-
vembro de 1843 :'lté 4
. de Mar90 ele í845) . R. O. elo Un1gua.r 31 Maio llí43
Pron;iov1clo. Secretarw ~ . . . . ' . Estados-Unidos · 1 Fever: 1845
· (Serviu de encarr. de
· neg. de 9 de.Julho de
·1s47 a 19 de Marco
ele .1849). •
» Encarr. de negocios. Paraguay 29 Março 1852 -
Removido . » » Venezuela, Nova- .
Granada, e. Eqti.ad. 25 Outub. 1855
)) )) )) . Hespanha 7 Mai o. 1859
)) )) )) Chile . 20 . Nov. 18()1
)) )) )) Italiv, 13 Agosto ·1862
Promovido. Ministro residente. . Republ. Argentina 30 Maio 1863
» · Euv: extr. e min. plen. ·Venezuela · 15 Maio 1867
Rei:novido . >> ·» » » . Perú l;f Outub. 1869
)) )) . )) )) )) Paraguay 5 Agosto !874

Conselheiro Antonio José


Duarte de Araujo Gonclim. Nomeado . Acldido de 1ªclasse. Portugal . ~5 Agosto 18,15
· Promovido. Secr. (Serviu de encar.
de neg. de 1 de Junho
a 17 de Nov. 1851J. Estados-Unidos '.24 Nov. 1848
'19 -

Continuação dos enviados extrao1•dh1al'ios e miuista•os. ple11i1mtenciarios .

. . __ ~OMEAÇÕES
1 PAIZES EM QUE . JU)· )..lAT AS
NOMES DOS EMPREGADOS REMOÇÕES (jA TEGOR! AS
RÃO ACREDITADOS DOS DEÔRETOS
ETC.
- - - - - --'--- - - -

Removido. Secr. (Serviu enç, neg.


de 4 Maio a 20 Outub.
1857 e de 12 Maio a
15 Outub. de 1858). Prussia, Cid. Hans.,
Han., Old., Mec~I.
Schwerin e Mecki.
Strelitz 1 Set. 1851
Promovido-. Encnr. de negocios Chile 7 Maio 1859
Removido . » » . Hespanha 20 Nov. 1861
Promovido. Ministro_residente. Austria 9 Março 1867
Removido . . ·. >> » R. O. do Uruguay 22 Fever. 1868
Promovido.Env.extr. e min.plen . R.doParaguay 19 . Set. 1873
Removido .. . »> » >> ii · _
R epublica At-gent. 5 Agosto 1874

Conselheiro Barão <le Ari-


nos . . . •. , • . • . . Nomeado . Adiddo de I • classe.
-(Por desp. · de 24 de
Março de 1851 foi
transferido para a leg.
em Turim, e pelo de
13 de Março de 1852
ficou servindo sómente
em Roma e Toscana). Roma, Tose ana,
.. Sardenha e Parma 25 Janeiró 1847
Mandado .. Servir unicamente. Roma 2.t:l Abril 1852
Promovido. Secretario · . . . Conf. Arg. e E. de
Buenos-Ayres 3 Março . 1855
Removido . » R. O. do Uruguay 31 .Janeiro ] 857
Promovido. Encarreg. de negocio~. Duas Sicílias . 9 Dez. . 1858
Removido . · >> » Dinamarca,
Suecia e Noruega 5 Nov. 1s ~m
)) )) )) Italia · - 30 Maio 1863
Promovido. Ministro residente. R. O. do Uruguay 6 Abril 1865
Exonerado. » » )) )) 18 Janeiro 1867
Nomeado . Env. extr. e min. plen. M. E. no Prata 18 Janeiro 1867 .
Removido . >> .» • >> Belgica 22 Fever, 1868

Conselheiro A. P. de Car-
valho Borges , . Nomeado.. Addido de l" classe .. Paraguay 9 Nov. 1848
Removido . · >> » » (Ser-
viu de encarr. de neg . .
de 8 de Dez. 1853 s.
· . 31 de Jan. de 1854). R. O. do Uruguay 15 Junho 1852
Promovido. Secretario. . . . . . . . . . » 12 Jan. 1854
N. tainbem O. da Junta do C. P. » 30 Maio 1854
Exonerado. >> >> » » 29 Set. 1856
Removido. Secr. (Serviu de encar.
- de neg. de 1 Set.
1858 a 30ut. 1859). Estados-Unidos 31 Jan. 1857
Promovido· Enc:megndo deneg . . Ven., N. Gr. e Eq. 9 Maio : 1859
Removido.. » » Paraguay l 9 Jan. 186.1
Exonerado. E posto em disponib. . 8 Maio 1862
-- 20

Contia~maçiio tios .envi~ulos extraortlinm·ios e min.hitt•os pleuipotenciaraos.

NOMEACÕES\
PAIZES . EM QUE FORÃO 1 DATAS
NOMES DOS EMPREGADOS CATEGORIAS
REMOÇÕES \' ACREDITADOS no::; DECRETOS
ETC.
~~~--,...---..,~~~~~ ~-~~ ~~~~~~~~

Nomeado .. Eµcarreg·ado de neg •. ·' Chile. 13 Agosto 1862


Removido . ·. » .,. » Boli1ria 31 Maio 1863
Exonerado. E posto
1
ern
dispdnib.. . . . '29 Set. 186G
'Promovirlo Ministro residente'. t ~
• R : Argentin a 15 Maio l 86i
· ~I " ·,'. ~nv. extr. e mín. p! e;1, Estados-liJnidos -15 Abril 1871
1 "1 . .
Co nselheiro ·B irão rle ,Ja•Jrú. N ~mea clo ~ \Addid0 de 1a classe. . Austria '23 Set. 1850
Nom.tamb. >l · >> >> . Prnssia 12 Dez. 1851
· Prr•m~vido. ,Secretarfo . . . . .(. . Confecl. Argentina 3 Agosto •1853
Removido . >> Gran-Bretauha 3 Março 1855
Pro mo. ido. Encarreg ; ele negdcios,. Sardenha 6 Fev. 1857
Rerriovrdp . » . >> R. O. do Urnguay 13 Ag<•s to 1862
>> >> » iBav., Wnrt., G.. D.
ele Bade , H. Ele1t.;
Hesse -G. i Ducal e 1

·Oonfecler. Suissa
1
8 Nbv. · 1862
1
Pro movi do . l'Mi1iistrd.resÍdente. '. • Confeel. 'Arg·entina 5 Março 1864
. 'I)
Removid o . '>>. . , », , Paragljlay 4 Agosto 1864
·.. , ·
Posto '. . . E'1:1 .c o~m1s~ão ''. , . ' ~·1 · . Nes t a côrt e.' . . . . . . l' Abril 1865
Removido . 1Munstro residente. . 1 ~ Russ1r. 23 Junho 1866
Promovido. En v. extr. ~ 1:1i'n._p.len. Prnssia 12 Out.u b. 1867
~~·- 1
.. ,
• - ~~

ConselheiroBarãode Peuedo. Nomeado . Env .' ~xt1: .· em. plên. Estados-Unidos · 18 Nov. 1851
Remov ido . » >» >> » Gran-füetánha 1
4 Maio 1855
Enviado .. Em missão especial • . França , 6 Abl'il 1865
Exonerado. Env. extr. é m. 'plen. Gran-Bretanha 12 Out. 1867
Posto . . . Em disponibili'dade '. • ...... : .. . . . • . . . 4 N ov. 1868
\ · Nomeado .. Env. extr. e m. plen. · G\·an-Bretanha · 5 Abril 1873
' » Enc. de uma 'mis.''esp. ·1 Santa Sé 13 Agosto 1873
Cone!. a sua mi~'. e$p., 3 Fev. 1~74
Conselh. F. Xavier da Costa . , 1
' '

Aguiar d'Andrada ...... Nomeado. Addido de la classe.'


' (Sery.i~ de seç~e~. d~
21 Setemb. ' l852 11a
20 Dei: 1853 e <:f Ag. ~
it . 30 Set. de 1854).. Estados-Unidos 22 Março 1852
Promovido. Secr. (serv'io de encar-1 •
de neg. de 1 de Ag. ;
1855a~9Maio 1856) >> >> 24 Fever, 1855
Removido. Secr. (Serviu de encar-
de neg. ·ae 31 ele Jul.
a 20 Set. )857 e ele
.3 ele Fernr. a 4 de
Março de ·1858).. .. Grau-Bretanha 31 Janeiro 1857
Promovido. En c,arreg. de negocios. V. e Nova-Grauadf\, g Outnh. 18G3
Removido. » · · >> Chile 26 Dei.. 186()
Prom o\·ido . Mihistro resídente .. ·, ». 21 Dei . 1871
Removido. 1
>> ' >> · R. O. úo Uruguay . 19 _S et. 1873
Promovido. Env. ext. e min. plen. l> >> .5 Nov. 1814
Jr
'
- 21

NOMEAÇÕES PAIZ·ES EM QUE FO-· DATAS


CATEGORIAS RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS ·
l\Ol\'IES DOS EMPHEGADO S RElVIOÇÕES
El'C,

Grau-Bretanha 8 Junho 1849


)onsel hei ro Barão ele ,Ja\•a1·\' Nome nclo . Ad<lido de 1n classe.
" Promovido. Secr. (Serv. como enc.
de neg. iht. 22. Abl'il
185i a5Jan.1852). Franca 23 FevAr. 1851
1•1 Agosto 1854
0

Removido •. Secretario Grnn-Bre tanha


:t » Franç n. 3 Março 185fl
Promovido. Encarreg. de negocios. Nos B.einos ele Ba ..
viera, '\Vurt.., Gi·üo-
Duc. de Bad., Hesse
Eleitoral, H. Grão
Duc. ·11 Conf. Suissn 31 Janeiro 1857
Removido . Encarreg. de negocios . R. O. do Uruguay 8 Nov. 1862
186 '.i
Promovido. Ministro residente >> 30 Maio 18(55
Removido l> . ». Italia 6 . :\.bril

Cnetnno Maria de Paiva Lo-


pes Gama .......... ·.. Nomeado. Aclelido ele 1n classe. Gríln-Bretanha 26 Março 1852
Promovido. Secr. (Serviu ele eucar.
de neg. de 15 de 011t.
de 1858 a 15 de Abril 27 Março 1857
ele 1859) ........ . Austria
Paraguay 30 Maio J862
Encúreg·. de negocios.
ll
Exonerado. E posto em disp. act •. . . . . ' ........... 4 Agosto 18(i4
Mandado •. Servir como encarreg. 9 Março 1867
de negocios .•... ·... Hespánha
:t 4 Out.. 1871
Promovido. Ministro residente

Leonel Martiniano de Alen- . .. 1854


!:ai·.. , ..... , . ,. • • • • Mandado .. Servir., ... , ....... Nesta secretaria... 8 Março 1854
Nomeado .. Addido de l" classe. R. O. do . Uruguay 18 Abril
. 1854
» ·Auditor rle guerra.... » · 12 Junho
1855
. Dispensado » » » Out.
Removido. Addido de l" classe, 1 · 1856
servindo de secret . Austl'ia 2 Maio
Promovido. Secretario .......... Confeder. Argent. 12 Fever.
1857
1359 ·
Encarreg" . Da leg.int. por desp~ de . .. . .. . .. . . . . . . 1 Dez.
V. á côrte. Em commis. reserv. em .....•..•....... 23 Dez.
1859
1861
Removido. Secretario.......... Estados-Unidos 5 Abril l 86::i
Exonerado. E posto em disp. act. . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Maio
Mandado .. Seevir enc. de neo·, int. Venezuelt~ 1865
o Ab1·il 186'/
Hemoviclo. Secretario .•... ~. . . . Prussin 9 Março
Exonerado . E posto em rlisponib. 1867
·activ:1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . 21 Out.
Marco 1872
Promo1'. iclo. Encai·. de negocios. . . R. <le Venezuela 11
R r'movirlo . >l ,1 » Boli1·in 3 Julho 1872
Maio 1874
Promovido . Ministro Resi den t.e. . . » 21

Cnn<lieln Jo sé . Ro(lr ig ues 25 Agosto 187B


Torres • • , Nornen.do . Ministro !'esiclente. Hollanda
- 22 -

Enc,U'rei;-mlos de ne;;ocios.

NOMEAÇÕES
NOMES DOS EMPREGADOS RE~OÇÕES PAIZES EM QUE FO- DATAS
CATEGORIAS
ETC, RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
~~~~~~~~~~.1-~~~-1-~~~~~~~- 1 1-~~~~~~

J .. P . rle Andrada .Junior. . N ameado . Praticnnte desta secr . . . . . .. ...... . . .


30 Dez. 1842
Promovido. Aman. da mesma. . . . .•....... . ..•. 2~ Junho 1846
lVIan. como Amanuense. Grau-Bretanha 12 Março 1853
Nom eado . A<ldi<lo de _l a classe. » 17 Outub. 1857
Promovido. Secretario. (Serviu de .
euc. de neg-. rle 27 de
.Junho de ] 867 nté 21
rle 'Abrilde 1868.) Portugal l3 Outub . 1866
Removido. Secretario. (Servio de
enc. de r,ieg. desde ô
de Agosto de 1871
até 4 de Maio de
1~73) ....... : ... . Grau -Bretanha 22 Abril 1868
Promovido. Encarreg. de neg .. , Conf: Suissa 5 Maio 187:3

H. C. de Alhuguerque • . Nomeado . Addido de 1ª classe. Grau-Bretanha 5 Nov. 1850


(Serviu de secr. de 16
de Nov. de 1852 a
15 de Agosto H~53,
de 26 de .Maio ·a 21
Nov. 1854 e 26 Maio
a 16 Julho de 1855).
Promo.vido. Secretario • . . . . . Pcrú 2 Maio 185R
Removido . » • Ru s~i,a 9 Dei. 1858
' ',,. . l> » . (Serviu de en-
carregado .de negoc.
de 29 de Março até
15 de Nov. de 1865). R. O. do Uruguay 30 Maio 1863
ii Secretario . . • . . . Estados-Unidos 28 Nov . 1865
(Serviu de encarreg. de
negoc. desde 23 Jan.
~té 30 ~unho 1867.).
» Secretario . . , . . • Prussia 25 Abril l 868
Proniovido. Enca~. de nego ~ ios •. . Bolivi~ 24 Jan. 1872
Removido . · » >> >J
Veneiuela 3 Julho )872
./.
/

23

Continuação dos euc1u•1·e~ados de ne~ocios.

NOMEAÇÕES
l'AJZES m1 QUE F ~ - DATAS
NOMES DOS EMPR.\j:GADOS R E,_MOÇÕE S CATEGORIAS
R I O ACREDITADOS DOS DECUETOS
ETC.

Nomeado .. )) )) )) Pr.ussia • 22 Nov. 1864


Removid0. )) )) )) Russia 31 Julho 1865
(Serviu de . encarreg.
de neg ~ desde Se-
tembro de J865 até
Fevereiro de 1867. )
Promovido. Secretario mis, espec . Bolivia 29 Set. 1866
Serviu de enc. de neg.
int. desde 11 de Out.
de ·1868 até 23 de
Março de 1871.
>i 1Encar. de negocios. )) 24 Março 1871
· Removido . J » n · Equador · 24 Jao. 1872
Julio Henrique de Mello e
Alvim; . . . , .. , ....... Nomeado .. Addido de lª classe. R: O. do Uru_guay 7 Maio 1859
(Servio de secr. de 7
de Set. 1859 a Dez.
1863; e de enc. ·de
neg. de 21 Set. a 22
No·v. de 1863.) De Set. de J864 a
Mandado Servir na ...... .. . . . Uonfecl. Argentina Maio de 1865
Servir na ...... . ... ·. R. O. do Uruguay 18 Maio J.865
(Dirigiu . o consulado
geral em Montevidéo
nos mezes ae Nov. e
' Dez. de 1865.)
Promovido. $ecre'tar_io . . . : ... )) )) 28 Nov. 1865
(Servia deeilc ."Heneg.
desde 8 de Fev. 1867
até 31. de Março de
' 1868: )
Removido, Secretario • • P9rtugal 9 Maio ' 1868
{Set"viu de enc_. dé
ueg. desde 7 Abril a . . 1

19 Maio de 187:.:!. J · . /
Promo vido. Encar. de negocios'. ·. R. de Columbla. ·, • 19 ~ et . 1873
1
•.
8ec1•et•wios.

Nt);\IEA~ÕES '
.. .= Q

l'AIZES EM QUE FO- DATAS


NOl1ES DOS EMPREGADOS 1 iEMOÇOES CATEGOil IA S
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.
1
--~--~~--~~~-

! . lºd . • ].
B · ~· . Torreão da Barr.os . , 'Nomeado .. Ade r o de .l " casse, E'stados-tJnidos 14 Fever. 1857
Removido. » » » Bolívia 20 Maio 1863
)) )) )) » Estados-Unidos 28 Julho 1865
Promovido. Secretario . R.. O. do Uru guay 20 Maio 1868
Rt•movido. >i Rep. Argentina 1 Abril 1871
' )) li Estadcis-Uni<los · 27 Nov. 1872
(Serviu de euc . de neg.
de17deJun. até ' ~9
ele Outub. de J.874.)

J. P. Wern ecl( R. <le Aguilnr. No meado .. Addido de l • classe. . Austria 19 Agosto 1857
(Serviu rlesec. de 15 de
Out. de 1858a 25Ab.
de 1859; de 12 deAb.
de 186 1 a 21 ele Maio
de 1867 ; de enc, ele
· • neg. de 22 deste mez
a 1 de Julho de 1867;
de sec. de 2 a 16 do
mesmomez eanno;de.
enc. de neg. 17 Julho
1867 a23Jun.1868.
Promovido. Seci·etariq. (Serviu de.
enc. ·de ne g. de 6 de
Julh. a 30 de Agosto 1
de 1873) . . . . . Prur;s.ia 19 Junho 1872
Luiz Cesar de Lima e Silva. Nomeado . Addido de· l ªclasse. Austria . 23 Junho 1858
Removido. >J >> »i Baviera e Confeder.
Suissa 7 Maio 1859
Removido . ;,, · l> >i França 20 Set. 1861
Promovido. Secret.nrio . . Estados-Unidos . 28 Out. 1868
Removido. >i Belgica 27 Nov. 1872
(Silr v.iu de secret, da
ruis. esp. em Roma de
]3cle Acrostod
,., - e 1873
.
até 3 de Fev. de 1874.)

JoãoAr thl!l'deSouzaCorréa , Nomeado. , Addi do de. l ª classe . Gra ll-·Bretan li a . 18 Junho 185!)
Hemovido . >i >i ii França 30 Maio 1863
)) )) )) » Gran-Bretanha 9 Março l8li7
(Serviu de sec. de 8 de·
Nov . de 1867 até 25 · ·
de Junho ] 868 e de '.2 ~.

Agosto de l 87 1 até 4
de .Mnio de '1873.)
Promovido. Secretario de legação. 5 Ab;·il 1873
.
))

(Servio ele enc. de neg .


de .1O de Agosto de
1873 até 3 de.Fev. de
1874.'J
José de Ahneída Vascon-
cellos. . . . . , Admittido. Aos traball10s desta sec ..... . , . , . . . .... 124 Ahril rn62
25 -

Conti~uaçiio dos sec1•eta1•ios.

NOMEAÇÕES
PAIZES EM QUE FO· .DATAS
NOMES DOS EMPREGADOS REMOÇÕES CATEGORIAS
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.

Nemeado .. Addido de }a classe . . Ven., N. G. e Eq. 9 Janeiro 1863


Romovido . >> >1 >> » Portugal 30 Maio 1863
Exonerado. » » » » » 22 Nov. 1864
Nomeado . .' >> » » l> Rep. O. do Uruguay 8 Junho 1866
(Serviu de sec. de 8 de
Fev. l 867 até 19 Out.
1868 e 31 de Maio de ·
até 8 de Set.; de enc.
de neg. int., de 9de
Set. a 20 de Nov. ;
e de secr. de 21 de
Nov. de 1869 até 5 de
Fev. de 1870, e de 1
de Abr. de 1871, até
23 de Jan. de 1872.)
Promovidu. Secretario. (Serviu de
eµc. de neg. de 31 de
Out. de 1873a11 de
Janeiro de 1874). . . . l> l> l> 24 Jau. 1872
Removido. Secretario .......... R. do Paraguay.. . 21 Maio 1874
Luiz Augusto de Paclua
Fleury ............... Mandado,. ' Servir nesta .. : .... . Secretaria d'Estado. 6 Set. 1862
Nomeado .. A,ddido de l ªclasse:.. Estad0s-Uniclos 30 Maio 1863
(Serviu de encarr. de
ne.g. de 28 de Abril
a 27 de Maio de 1864
e de 18 de Agosto a
24 de Dez. de 1867. )
(Serviu de secr, de 29
de Jan. a 28 de Abril
de 1864 ; de 27 Maio
de 1864 a 23 Set. de
1865; de 29 Out. de
1865 a 25 de Nov. de
] 866 ; de 23 de J an . a
5 de Julho 1867 e de
24 de Dez. do· mesmo
anuo até 14 Março de
1869; e de 1 Julho do
mesmo anno até 12 de
Nov. 1870: serviu de
enc. de neg. desde 13
de Nov. até 30 de
Setemb, de 1871; ser-,
viu de secr. desde 13
de Nov. de ]871 ·até
30 de Março de 1873.
Promovido. Secretario. . . • . . . Rep . An,gentina 27 Nov. 187~
Mandado .• Servir na Mis. es:pecial. Paraguay 29 Agosto 1873
(Serviu de enc. <le neg.
de 20 de Set. rn.té 22
de Outubro de I..873.)

1:: . l
Coníinua~ão dos scci•eiiwios.

D A&lllJ41111fa
1
NOMEAÇÕES
Lll AA
"' 24!!M

PAIZES EM QUE F'O· DATAS


NOMES DOS EMPREGADOS REilíOÇÕES CATEGORIAS
RAM ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC •

.João Vieira de Cnt•valho .•.,Nomead~ . Adclido de l ª classe . . Perú, Chile, Equad. 30 Maio l 86:3
Removido. i> >> » » França 7 Julho 1864
(Serviu de sec. desde 7
de Julho de 1870 até
. . 8 de Abril de 1871.)
Promovido. Secretario... . . . • . . . Perú 19 Sct. 1873

Egas Moniz Barreto de


Aragão .. ,.,, , •....... Nomeado . Addido de 1" classe ... Prnssia 30 Maio
(Serviu de secr. de 4
de Jµnho a 4 de Out;
de 1864).
Removido . Addido de l • classe .. Portugal 22 Nuv; 186'4
1 (Serviu de secr. de 28 .
' de Junho a 28 de Set.
de 1865).
)) Addido de l • classe .. Grau-Bretanha 5 Dez . 1tfü5
(Serviu de secr; desde
9de Julho de 1866 até
11 de Nov., e como
enc. de neg. int. de
12 deste mez, até 2
de Julho de 1868). 1,
P1·omovido; Secretario.......... . Frau1;a rn Set. 18'i:i
Removido. >l •••••••• ' •• Italia 2! ~1nio lSTd
Alfredo Ssrgiu Teixeira de . --- j
Macedo .•.. . .. , ...... Nomeado .. Add1do de 1ª classe. i Russia :ó· Out. 1064
(Serviu de encarr. de
neg. de 4 de Dez. de
. 1864 a 31 de Maio de
1865).
Removido . Addido de l ª classe .• Prussia ::Jl Julho 18U5
(Serviu de secr. de 14:
de Out. de 1866 até 4
de Fever. do 1867 e
de 9 de Abril deste
anuo até 28 de Julho
de 1868, e cumulati-1
vamente · de e.nc. de
neg·. r!e 6 de Junho a
18 de Out. de 1867 e\
de 31 de Mm·ço a ] 4,
de Abl'il de hl68.)
Maudado .. Servir na ........... . Italia 5 Abril 1869
Prornoviclo. ,Secretario. (Serviu de
enc. de neg-. de 5 de
Abril a 20 de Agosto
de 187'.2. . ... . .... . H. de Venezuela 28 Ju11bo 1871

Mancludo •. Serrvir como secretario. >> <lo Paraguay 16 Julho 187 ~


(Servi o de en e. 11e neg.
de 1O de Fever. a 1º
- 27 -

Contin11açiio dos secretarios .

NOMEAÇÕES
PAIZES EM QUE FO- DATAS
NOi\IllS 00S EMPRIWADOS REMOÇÕES CATEGORIAS
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.

Mandado .. Servir de enc. de ueg. Rep. Argentina 2 Junho , 1873


(Serviu até 20 de Maio
de 1873.)

Removido . Secre~ario de legação .1 Porttwal


"'
, 19 Set. ] 873 ·.
(Servm de enc. de neg. /
de 23 de Mnio até 30
de Set. de 1874. )

Mai·cos Antonio dP. Aranjo .


e Ahren .. , .. . . .... , .. Admittido. Aostrabalhosdestasec . /· .. · · · · • · '.' ..... 23 Maio' 186ü
Promovido. Addido de l ª classe. Russrn 26 Nnv. J R66
Removido. ii ii 111 ii Frun9a 9 ·Março l SG'i
Nomeado .. Secr. ao.Arbitro,.... . Genebra 2:3 Set. 1S7J
Dispensado JJ . ii » 14 JJ 1872
Promovido. Secretario.......... França 21 Maio 1874
(Serviu de enc. de neg.
de 2 de Junho a 9 de
Outubro de 1874.)

Jnsé Gurgel do Amaral Va-


lente .. . " • • • " •.• •. , • No meado . Addido de l ª classe .• · Rep. da Bolívia 27 .JaueirÓ 1869
Removido . 1> ii >J >J Rep. doParaguay 14 Jun. 1871
)) )) )) )) )) R. O. do Uruguay 3 .Fever. 1872
Promovido. Secretario ....•..... » do Paraguay 19 Set. 1873
Removido . >> • •••• ••• • » O. do Uruguay 21 ' Maio 1874

'1
- 28 -

A.ddidos de :1." elasse.

I
NOMEACÕES
PAIZES EM QUE FO- DATAS
NOMES DOS EMPREGADOS REMOÇOES CATEGORIAS
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.
~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~.~~~~~~~ ; ~~~~~~-

J. Bernardo Dias V. Berqu6. Nomeado. Addido de l• classe. Portugal 4 Janeiro 1847


Exonerado. )> ii n ii )) 3 Nov. 1851
Nomeado . >i J) )J )J Estados Pontificios 7 Dez. 1855
Removid o. » J) )> >> Portugal 26 Maio 1858
(Serviu desec. de5Jan.
até 20 Out. 1868, de
19 Ab. a24Set. 1870
e de 2:3 rle Maio a 30
de Set. ele 1874. )
Antonio M. Dias Vianna
Berqu6 • • • . Nomeado. Addido de 1• classe. Russia 31 Janeiro 18~7
(Serviu áe see. :28 Ag.
· a 2 N ov. 1862 e de
enc. de neg. 3 Nov.
a 31 Março 1863).
Removido. A<ldiclo de 1ª classe .. Belgica 30 Maio 1863
(Serviu de sec. de 1 de
Nov. 1865 a 220nt.
l 86ti).
..1
Francisco de c,;rvalho Mo-
reira ...... , .. , .. : .... Nomeado Acldido de l " classe. Gran-Bretirnba 29 Set.. 1866
(Serviu de sec. de l ºde
Abril a '20 de Maio
de 187:1.)

Evaristo CamHrgo el e Attai-


de Moncor\'O )) Addido de l ª classe.. Oonfeder. Suiesa '20 Dez . J86f.
Serviu de enc. de neg.
de 8 de Dez. de 1868
até 6 de Março de
1869 e ele 16 deNov.
de 1872 até 18 de
Maio de 1873.

Luiz Antonio de Alv~ren1:rn


e Silva Peixoto ....... ~. )) Acldido de 1n classe. R.ep. Argentina 20 Maio 186F:
Removido. i> )) )) )) Rep. O. do Urug. 17 Out. 18il
)) )) )) )) ))
Portugal 24 Janeiro 1872

Napoleão ele Siqueira Lnmnix Nomea1fo . Prnticante . Desta S. d'Est. 9 Dez. 18H~
)) Addido de l" classe .. Perú 31 .Jan. 187 4
Mandado •• Servir )) ))
Austria 3 .Junho 1R7 4
Henrique de Barros Oa vai· ---
canti ele Lacerda ....... Nomencl o.. Praticante........ '. . Desta S. d'Est. 2.5 Agosto 187o
Promovido. Amanuense ......... ... . . 8 Nov. 187 l
Nomeado .. Acldido de lª classe ... Londres 16 Fever. 187 ri

Henriqne Carlos Ribeiro Lis-


bo1i .• )) Aclclido de 1ª classe . R. de Venezuela 31 Dez. 1870
Removido.. )) >> >> Est.-Un. d'America 4 Dez. 1872
Man<lad-0 •. !Servir em .•. ; . . . . . . Portugal 11 Nov. 1874
- 29 -

Continm,çíio 1los mltlidos de :Iª closs e.

•. ~ ,.

NOMEAÇ~ES 1 PAIZES E M QUE FO- DATAS


NOMES DOS EMPREGADOS REM090EEI CATEGORIAS
:RÃO- ACREDITADOS DOS DEOR.ETOil
1 ETC.

Francisco Regis de Oliveira. Nomeado . Addido de 1a classe. Rep. da Bolívia 14 Junho ·1871
Removido. » >> i> >> Italia 20 Março 1872
)) )) )) )) )) Ar.stria 22 Junho 1872
Mandado . Servir. , .......... . 'França 3 )) 1874

füazilio Itiberê da Cunha . Nomeado . Addido de 1ª classe. i Prussia 28 Junho 1871


(Serviu de sec. de l de
Julho a 6 de Agosto
de 1872.)
Mandado .. Servir ............ . Italia 2 Out. 1873

Joaquim .José de Siqueira


Sobrinho. • . , . . . . . Addmittido Aos trabalhos desta Secretaria <l'Estado. 18 Nov. 1868
Nomeado • Praticante.......... .. • .. .. . • .. .. .. . 8 Nov. 1871
» Addido de l ªclasse.. Hespanha 19 Bet. 187:-3

Pedro Candido Afforiso de


Carvalho. )) Addido de 1ª classe. Rep. Argentina 4 .Janeiro l 872
(Serviu de ser,. de 18
de Março a 30 de
Junho de 1873.)
Serviu de sec. de 1 de
Julho a 30 de Set. do
mesmo auno.
Mandado .. Servir » » >> >> do Paraguay 22 Fev. 1873
>> Servir......... ...... R. O. do Uruguay. 18 Dez, 1873
(ServP de sec. desde l
de Agosto de 1874.)
Henrique Antonio Alves de
CmTalho. . . Nomeado . Addido de lª classe. Rep. doParaguny , 11 Março 1872
Mandado .. Servir............. · Italià 30 Abril 1873
Lmz Caetano Pereíra ·Gui-
marães Junior. • Nomeado . Addido de ln classe. Rep. da .Bolívia 6 .Julho 1872
• Removido. >1 >> >> >> Chile 19 Nov, J87i
)) )) )l )) )) Gran-Bretanha 19 Set. 1873

Henrique Mamede Lins de


Almeida . . . . · . Nomeado . Addido de l ª classe. Rep. de Venezuela 4 Dez. 1872
.Manel ado.. Servir o seu lJgar .... R. Argentina 21 .Junho 1873
(Servia de sec. de 10
de Julho a 5 de Nov.
de 1873, e de 4 de
.Julho de 1874a

Veio ...... (áeórteemc.reservada) ................ I Set. 1874


Cesar Augusto Vianna de
Lima ........ ~ .... . .. Nomeado. Addido de l n clnsse. · / R. O. do Uruguay 19 Set.. ' 1873
Mandado .• Servir.. • . . .. . . . . . . Prussia 13 Dez. 1873
__;.. 30 -

Continua~iio elos ª'ldiclol!i de :1. • classe.

NOMEAÇIÕES
PAIZES EM . QUE FO- DATAS
NOMES DOS EMPREGADOS REMOÇÕES, UATEGORIAS
RÃ,.O ACREDITA.DOS DOS DECRETOS
ETC.

José Bernardes da Serra Bel-


fort .............. ". .. Nomeado •. Addiclo de l ª classe .. R. do Chile 19 Set. 1873

Antonio Joaquim :Ribas .. ,.. ">>. Addido de 1ª classe .. \ Gran Bretanha · 19 Set. 1873
Remcvido.• • • •••••••••••• • • • • 1·Bolívia 21 Maio 1874
1

Francisco Vieira Monteiro .. Nomeado .. IAddido de ln~lasse ..


. (Serviu de enc. de neg. França 19 Set. 1873
e de sec. de 2 de Jun.
1 a 9 de Out. de 1874.)

Viriato. Antonio da Silvai . --


Rubifí.o.. . . . . . . . . . . . . . » Add1do de 1• classe.. Bol ivia 17 Dez . 1873
Mandado .• Servir em .......... I Portugal 22 Janeiro 1874
Removido. Addido de 1u classe •. França_ 22 Maio 1874
- - -·
.losé Augusto Ferreira da
Cost:n . . . .... ; .. ..... . ·Nomeado .. Atldido de 1ª classe.. Russia :25 .fonhn 187

· ---~---~ - ---- - --

..
- 31 -

CJonsnles ge1•aes e consules.

1 NOMEAÇ_õES 1 PAIZES EM QUE RE- DA'l'AS


REMOÇOES O ATEG ORIAS SIDEM DOS DECRETOS
NOMES ])OS EMPREGADOS

Perú 10 Julho . 1835


Antonio de Souza Ferreira . Nomeado .. Consul g·eral•....•..
Acreditado 4 Out. 1844
tambem Encal'r. de neg. inter. »
Exonerado )) 7 Junho 1852
sómente >> » >>
---
Estados-Unidos 20 Junho 1836
J u veucio Maciel ela Rocha. Nomeado . Addido de I • classe .. França 13 Março 1837
» Dº d0 , serv. corno. ger.
---
Luiz Hm1rir1ue ·Ferreira de 1841
Aguiar . . . , . , , ... , ... Incumbido. Do consulado geral. . . Estados-Unidos. 16 Abril · 1842
Nomeadv .. Consul geral.. . . . . . . » . 12 » 1852
E.xonenido. >> » » 1O Março 1852
Posto ..... Em disponib. activa .. Nesta sec. d'Estaclo. 5 Abi-il
Nomeado .. Consul geral.. .. . ... Rep. O. do Uruguay 2 Fev. 1854
Removido. >> - >> Estados-Unidos 7 Nov. 1854 ·,

Ed uardo Carlos Cabral Des-


ohamps, , , •• Nomeado . Praticante.......... Da sec. do arsenal de
guerra.. . .. . . . . 20 Abril
» >l Da sec. <l'Estado dos '
neg. da guerra~. 6 Maio 184L1
Promovido. Aman uense.... ... . , Da mésma ...... . , 15 Nov. 1847
Nomeado . 0° escripturario ...... Da contad. geral da
guerra.~ .... . .. 20 Abril 1851
Promovido. 2º dito ... .......... Da mesma ..... , .. 19 Set. 1851
» lº » >> 30 Junho 1856
n Chefe de secção .... .. Da sec. da guerra .. ~5 Fever. 1860
Nomeado » da 4ª directoria Da mesma secret ... 31 Outub. 18GO
" Consul geral . . Rep. O. do Uruguay 25 Ül!tub. 1870

ErnesLu Antonio de Souza ' · Hespanha 2 Março 1844


Leconte.•........ . . .. )) Consu! geral ... . ... 19 Junho 1845
))
Exonerado. )) })
Grecia 25 Jan. 18'!7
Nomeado .. }) ))
Sardenha e Toscana 21 Dez. 1849
Removido. }) ))

N omeatlo Parma 16 Junho 1852


tarnbem )) ))
30 Maio 1854
Prussia
Rowovido. )) })

Sard . e Grão-Duc.
1857
)) ))
})
de Tose. e Parma 26 Fev .
Grecia 5 Maio 1860
1861
)) ))
))
8 Jan.
--
}) )) }) Sueoia e Dinamarca
- --
José Corrêa da Silva, .. , . Nnweudo .. Escrevente d'Armadn ................ .
11 Setem . l 8ii0
» Escrivão decommissão . . ....... . .... . . . 11 Janeiro 1852
l> Dito extr. cl' Armada. . . . ... , ......... . 8 Julho 185:3
» Dito de 30. claE>se do cor-
po de officiaes d e Fa-
Z{)ncla d' Armada ................... . 9 Outubro 1857
Prnmoviclo. Escrivão de 2ª classe ela
; referido corpo ...... , ·~ .,; ...... . ..... . . 2 Dezemb. 1861
Continuà~i\:o dó!!t êonsuleit ·gtwae!!i e commles. ·

\ NOlliEAÇÕES
NOMBS DOS EMPRgGADOS REMOÇÕES
1 ~A:IZES EM QUE IiE- DATAS
CATEGORIAS
ETC.
SIDEM . DOS DECRETOS

Exonerado. Do dito cargo.......... , .. . . . ....... 24 Janeiro 1867 .


Continuou No serviço . de guerra
até . . . . . ............... . 31 Maio 1867
Nomeado . Consul geral. . . • . Bolivia 3 Dez. 1870
Frederico Magno cl' Abran-
ches .. , . . . . . . . . . . . . . . >> Uonsul .•..•.....•. Cayenna 5 Dez. 1850
Removido. )> Nauta LO Agosto 1858
)) ))
Uayenna 12 Jan. 1861
Dr. João Adrião Cbavi;is., . Nomeado •. Praticante .. .. ..... . Thezouraria geral de ·
Fazenda da Bahia. 23 Dez. l851
Exonerado. >> >> )) >> 20 Set. 1872
Nomeado .. Con~ul geral • • . • . Rep. Argentina 24 Janeiro 1872
(Serviu de enc. de neg.
de 1 de Abril a 16 de
Junho de 1873.)

Felix P. rle Brito e Mello. Nomeado . Consul geral. . '. ..... Hespanha 14 Out. 1853
Ernesto Suffort .....••... ))
Consul ............. Cabo da Boa-Esper. 6 Out. 185()
José de Almeida ..•....•. ))
Consul.. . .. _. . . . .. · I 9 Out. 185()
Antonio Alves Machado de
Andracle Carvalho ...... >> . Cons:.il geral ...... .. Diu., Sue~. e Nor. ] l Fev. 1857
Removido . >> » Turquia 7 Maio .,1859
>> >> >> Hollanda 8 Abril 1861
Barão de Paraguassú .. .. . Nomeado . Con sul geral.. ...... Conf. Suissa, Bav.,
Bad., Wurt., Hes.
Eleitoral e Hesse
Gran.:.Ducal. 12 Out. 1857
Removido . >> » Cici. Hans., Gran-
Ducados de Old.,
Meckl. Schwerin e
Meck. Strelitz. 8 Nov, 1862
Manoel Antonio Moreira ... N omeado .. 1° official desta ..... Secretaria de estado. 19 Fev. 1859
l> Consul gerai.. ..... , Belgica 30 Maio 1863
Barão de Santu Augelo...• )) Consul geral.. .•.... Prussia 18 Maio 1859
Removido. )) )) .
Poi·~ugal · 7 Fev. 1867
Dr. Cesar Persiani ...... . Nomeado .. Consul geral. •...... 1860
0

Sardenh a 5 Fever.

Viseonde de Destarro •.... )) Official da Secretaria da


Fazenda .......................... 16 Fever. 1861
)) .Director da 2 11 secção da
Secret. da Ju stiça ..... '. ............ 11 Outub. 1864
)) Consul geral. . • • . Bavtern, Wurtemb.,
1

..
. "
33 -

Continuação dos consules geraes e consoles. ·

NOMEAÇÕ:ES
PAIZES EM QUE RE• DATAS
NOMES DOS EMPREGADOS REMOÇÕES CATEGORIAS

;;._._________ 1,____ 1--------- --------


SlDEM DOS DECRETuS
. ETC,

Suissa, Gr.-Duc.
de Hesse, Hesse
Eleitoral. 14 Janeiro 1871
Serviu de encar. de ne-
gocios de 18 de Dez.
de 1871 a Junho de
1872.

João Antonio Rodrigues


Martins. . . . . . . . . . . . . . Nomeado . 2° conferente da alfai:i- ·
dega de. . . . . . . .. . . Albuquerque 23 Maio i864
(De 2 de Fev. de 1865.
a 24 de Agosto de
l 869 esteve em As-
sumpção como prisio-
neiro de guerra.)
Mandado. . Ad<lir á........... . Recebedoria 10 Outub. 1869
)) á.. ,., ,·,, • • • • Secret. da Fazenda 14
D Dez. 1869
Nomeado . Lançador interino ... . Recebedoria 4 Nov. 1870
ii » effec ti vo.. . )) 18 Janeiro 1871
» Consul geral. ...... . Chile 14 Junho 1873

Manoel José Rabello.. . • . . >i Vice-consul.. .•.•..• ·Porto 5 Agosto 1864


Elevado a. Consul privativo: .•.. )) 7 Fev. 1867

Antonio Marques Soares •.• Nom eado •. ConsuJ. geral. Prussia 7 Fever. 1867

fürão Marco de Morpurgo. )) Oonsul geral. Austria 4 Janeiro 1868

João Antonio Mendes Totta


Filho . .........•.•. ~ .. )) Vice·consul e enc. do
consulado geral ..... Paraguay 28 Set. 1869
)) Consul geral. . . • . )) 1 Abril 1871
(Sen•iu de enc; de neg.
de 14de Fev. a 5 de
Agosto de 1872.)
José Luiz Cardoso de Salles
Filho. .- .. ; .•••.•.•.•. )) Oonsul geral • • . Londres 11 ~arço 1872

Julio Oarrieiro Pestana ·de


Aguiar .......•...... . )l Consul geral. ...... ·( ·· Loreto 14 Maio 1873

,,

..
E, JI
5
- 3J
Agentes diplomaticos e consula1•es q~1e _s~ achão e1n dis1•onibilidade.

NOMEAÇÕES
PAIZES EM QUE FO- DATAS
NOMES DOS EMPREGADOS REMOÇÕES CATEGORIAS
RÃO ACREDlTáDOS DOS DEÓRETOS
ETC.

Conselheiro José Maria do


Amaral. ...•• , •..••.. Nomea <lo.. Addido de l a classe,
servindo de secreta-
rio. . •. . • . • • • • . . • . Estados-Unidos 22 Abril 1837
Removido. Addido de 1ª classe . Portugal e Hespanha 23 Agosto 1839
Nomeado .. Secretario interino.... 1> » 13 Jan. 1841
Promovido. » effectivo... Russia 6 Out. 1842
» Encarreg. de neg.. . . Belgica 7 . Maio 1846
Removido. >> » » França 21 Nov. 1848
Exonerado. » » » 1 >> 25 Fev. 1851
~ameado .. Env. extr. e m. plen. R. O. do Uruguay 4 Jau. 1854
Removido ., » » » » » Confed. Argentina 26 Set. 1856
Acreditaclo
taro bem >> >> » >> >Y Paraguay 5 Jan. 1857
Exonerado. » » sómente no )) 9 Dez. 1858
Removido . » » » » » Perú 2l Maio 1861
Exonerado. E posto em disp. act. . .............. . 19 Set. 1862
Joi!o da Costa Rego Mon-
teiro... • • • • • • • • • . • . • . Nomeaclo.. Addido de l ª classe . Perú e Bolivia 23 Ma,rço 1840
Promovi do. Encarreg. de neg ... Bolivia 12 Abril 1842
Exonerado. » · >> » Bolivia ( mas ahi
funccionou até 26
de Nov. de 1846) 17 Nov. 1843
Nomeado .. C. g. e enc. neg. int. Chile (onde serviu até
5 de Julho 1851). 8 Julho 1848
Removido . Encarreg. de neg .... Bali via l Março 1851
)) )) )) )) Chile 18 Nov. ] 851
Promovi<lo. Ministro residente ••• . Bolivia 7 Maio 1859
Exonerado. E poste em disp. act. ( Serviu até 30 de
Jan. de 1864). ao Maio 1863
J. Constancio de Villeneuve. Nomeado .. Addido de l ª r.lússe .. Estados-U ui dos 7 Dez. 1855
(8erviu · de secr. de 2
de Maio a ::JO de J u·
nh o de 1857).
Removido. Acldido de 1ª classe. Gran-Bretanba . 31 Jan. 1857
)) )) )) )) )) França 8 Março 1862
Promovido. Secr. (Serviu de encnr.
den eg. de4deJunho
a 4 de Out. <le 1864,
e do 1° de Julho a 11
de Out. de 1865, e
de 11 de Junho a 11
de Out. de 186n). Prussia :30 Maio ] 863
)) Encarr. de negociqs . Conf. Suissa 3 Out. 1866
Acreditado
ta111 bc~ m Nos reinos da . Baviera , Würtem-
berg e Grão-Ducl).-
dos de Bade e de
Hesse Darmstadt . 2 ·Julho 1867
Promovido. Ministro residente. » 4 Out. ] 871
Exonerarlo . E posto em disponibil .....•..••.•••••.. 26 Abril 1873
Co11tin11a~ão tios agentes diplomaticos e c~Qsulm•es que se acl1ão
em disponibilidade.

NOM EAÇÕES
PAIZ RS EM QUE FO· DATAS
NOMES nos EMPREGAD.OS REMOÇÕES, CATEGORIAS
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.

Americo de Castro,., ... ; Nomeado. Am anuense da ....•. Sec. do Imperio .... 13 Nov. 1852
» » » de Estrangeiros. • . l J Out. 1853
» · Addido de ] ª cl. (Ser·
de sec. 24 de Maio a
11 Junho de 1859) ... Prussia 19 Agosto 1857
Promovido. Sec. (Regeu a leg'. na
ausencia de seu chefe,
de 12 de Junho a 6
. de Out. do ·mesmo an-
no, de 26 de Maio a 5
de Out. de 1860, de 1
de Junho a 21 deüut.
de 186l,de 28Maioa
140ut.1863,edelde
Jun.a20deSet.1864). » 7 Maio 1859
Exoner.ado. E posto em <lisp. activa ............•.... 30 Maio 1863
Removido. S ecretario .......... ; Paraguay 4 Agosto 1864
Posto ..... Em disp. activa ...... . ...........• 31 Março 1865

Iosé Maria da Gama Dias


Berqu6 ............... Nom eado .. Consul g eral. . . . .. • . Grecia 11 Julho 1857
Removido » ». Suecia e Dinamarca 5 Maio 1860
)) . )) )) Grecia 8 Jan. 1861
E xonerado. » » >l 13 Dez. 1861
Posto ..... Em disponib. activa .. Nesta sec. d'Estado 10 Dez. 1862
Nomeado .. Adctido de l ªclasse. Missão especial do
Barão de Cotegipe 9 Agosto 1871
Exonerado. )) . )) )) )) )) )) )) 23 Março 1872

Ignacio do Rego Barros.Pes·


soa .................. Nomeado .. Consul. .. ·... , .... : • Lo reto 16 Jan. 1869
Exoneraria. E posto em di sponib . . 16 Nov. 1870

Mig uel Joaquim de Souzn


Machado • . • . •..• ." .. Nomeado .. Consul geral.... . . .. Paraguay 14 Jan. (*) 1871
Exonerado.
e posto Em disponibilidad e • . . • • . . . . . . • . . . . . . 1 Abril J871
Mandado
servir em ............. . ... . Lo reto 11 Janeiro 1873
Exonerado. E posto em disponib .. '!., • . . . . ' ' •••••••• 26 Abril 1873

(') ~landou- s e co·utar o tempo de sel'! i \~ O desde 31 Ll e Março de i869.


36 --

A.gentes diplomatjc(tS . que se aclaão apos~ntados.

NOMEAÇÕES
PAIZES EM QUE FO- DATAS
NOMES DOS EMPREGADOS REMOÇÕES, CATEGORIAS
R.ÃO AC):'tEDlfA.DOS DOS DECRETOS
ETC.
-------- -------
· Conselheiro Barão da Ponte
Ribeiro, .... ......... Nomeado .. Consul gorai ....... . Hespanha 20 Maio 1826
» . Dito e cnc. de neg. int. Perú e Chile 10 Fever. 1829
Exonerado. Encarr. de neg. int. » >l 29 Nov. 1831
Nomeado.. » » » Estados Mexicanos 12 Julho 1833
Exonerado. » » » )) 6 Fever. 1835
Nomeado.. » » » Perú e Bali via 6 Julho 1836
Finda. , .. A mi,ssão para ser lll-
cum bido de outra,. .............. .. ... 17 Agosto 1837
Nomeado .. Official. ........... : Desta secretaria de
Estado e chefe da 3a
secção . ., ......... 23 Nov. 1841
.» Ministro residente •. .• Confed. Argentina. 12 Abril 1842
Exoneradc;i. » » » ·20 Janeiro 1844
Nomeado. Env. extr. e min. pl.en.
em missão especial ~ •. Nas Rep. do Chile,
Boliv., Perú, Equa-
dor, Ven. e N. Gra-
nada .......... . 25 Fever. 18~1

\
Sem effeito essa m1s. Quanto ás tres ulti.:..
mas Republicas . . . 10 Março 1852
Finda .... A missão........................... '25 Julho 1852
Exonerado. De official desta secret.
de Est., e consid. em
disponib. activa..... .. . .. .. .. , .. . .. 3 Janeiro 1853
Aposent ... Env. extr. e min. plen.
com 3:200$ ....................... .. 26 Junho 1857

Conselheiro Visconde do Rio


Grande, ........... , . Nomeado .. Secretario. . . . . . . . . . Napoles 24 Julho 1826
Removido. >l Fra.nça 18 Janeiro 1828
Promovido. Encarr. ele negocios.. Estados-Unidos 29 Dez. 1828
>l Env. ext. e min. plen. Grau-Bretanha 2 Dez. 1833
Exonerado. >> >> ll » »· 30 Janeiro 1835
Nomeado. . >> >> >> » Portugal, afim de ·
comprimentar a
Rainha ..••.•.. ; 28. Agosto 1834
» >> >> ll » .!,?rança 1 Dez. · 1837
>> » >> >> >> Grau-Bretanha , em
missão especial.. . 27 Abril 1843
Ex<JJJerado. Missão especial. ... . . Grnn-Bretanha, vol-
tando para a missão
de França....... 24 Nov, IS48
Aposent.... Com 2:4531,)333.. . • . . . . . . . . . . . . • • . . • 19 Janeiro 1854

João Alves de Brito...... Nomeado .. Consul geral e e11cnrr.


de negocios iuterip.o .. Austria ~9 Nov. . 1831
Promovido. Secretario ......... . )) 10 Dez. 1833
Nomeado .. Cousul geral e encarr.
de negocios iJJteriuo. Hollanda e Belgica 28 Julho 1837
Exonerado. » » » » » 9 Set. 1837
- 37 -

Continuação dos agentes di11lomatieos que se achiio aposentados.

NOMEAÇÕES
PAIZES EM QUE FO- DATAS
NOJ\IES DOS EMPREGADOS "REMOÇÕES , CATEGORfaS
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.

Nomeado .. Secretario .... . ..... Russia 10 Outub. 1838


Exonerado. )) )) 30 Dez. 1841
Nomeado .. Austria 2 Dez. 1844
......... .. .....
1>
Exonerado. E posto em disp. inact. 7 Julho 1854
Posto » » activ. ... ......... .. ; 28 Abril 1858
Aposentado Secretario, com o orcle-
nado de ·9415369 rs. .. . ' .. . ' ..... · •. 2 1 Junho 1862

Seeretaria d' Estado dos negocios estrangeiros, 26 de Ahri l de 1875.

BARÃO DE ÜAB'l Fmo.


·N. 6.

WWW &i FdJ ·~== JW

DATAS DAS CARTAS


PAIZES EMPREGOS 1 NOMES
LOGARES
PATENTES
ONDE RESIDEl\í
OU BENEPLACITOS

Austria, •.... Oonsu 1 geral Bnrão Marco de Morpurgo., , .. . .Trieste t5 Jan. 1868
Vice-consul Antonio Bernardini .......... . )J 7 Agosto 1871
Idem Barão G. ele Hauser .. .', ...... . Fiume - 22 Março 1869
Idem Mnuricio Schnapper ..... , .... . Vienna 7 Nov. 1859
Idem Veit fünedikt ............... . Carlsbad 16 Jan. 1872
Bade......•. . Consul geral Visconde de · Desterro,.;·", ................ . 17 Jan. 1871
Vice-consul Frederico Mathiss...... , . . . . . . Carlsruhe 21 Dez. 1856
Baviera ..• , •. Consul geral Visconde de Desterro ........ . 17 Jan, 1871
Vice-consul Carlos Rosipal. ............. , Munich 5 Nov. 1870
Belgica .... ; Consul geral Manoel Antonio Moreira ...... .. Bruxellas 15 Junho 1863
Vice-consul Emilio Ulhein. . . • . . ........ . )) · 20 Março 1863
Agente comm. Henry Tournay..... ·, .... '. .. .. )) 2 Maio 1861
Vice-consul Alberto Verhage............. . Gand . · 18 Dez. 1871
Idem J ulien Duelos .......... , , ... . Ostende 4 Abril• 1870
Idem Alexandre Ba.guet ....•....... Antue1;pia 19 Fev. 1874
Agente comm. João Leon Guimord ....•....... . )) 12 Maio 1874
Idem Augusto Duelos ............. . Ostende 5 Nov. 1849
Vice-consul Henri Laport . .•........ . ..... Liêge 20 ÜLlt. 1873
Idem Albert Du Bois .............. . · Mons 2 Out. 1874
Bolivia ...... . Consul geral José Oom'.\a da Silva•.... , • . . . . Santa Cruz de la
Sierra · 14 Dez. 1870
Vice-cunsul David Cronenbold ............ . )) L6 Fev, 1872
Idem Manoel Barrau •......... , ... . Cobija ~O Dez, 1867
Idem Mariano Pena ............... . Sant' Anua de
Chiquitos 9 Fever. 1872
Idem Antonio Barros Cardoso ...... ·. Depart. do Beni 22 Julho 1872
Bremen ••.... Consul Henrique Witte .......... , ... . Bremen 19 Nov. 1866
Vice-consul Francisco Frederico Droste ..... . )) 27 Abril 1859
Chile, ...... . Consul gero] Jono Antonio Rourigues Martins .. Valparaiso 25 Junho 1873
Vice-consul- Henrique Webster Fienn ..... , )) 3 Julho 187:3
Idem Felippe de La Fuente .......... . Constitucion 28 Maio 1874
Dinamarca ... . Consul geral Ernesto Antº de Souza Leconte .. . Copenhague 19 Jan, 1861
Vice-consul Mauricio Valentin ........... ; . )) 7 Maio . 1874
Consul Jacob Henrique Morou • .... ... I. de S. Thomaz 18 Jan. 1862
Vice-consul Tollef Stub ................ . Bergen 2 Set. 1869
Equador .•.•• Consul · Manoel 'ürrantia ... , , •.......• Guayaquil 8 Jan. 1868
EgyptoeSyria. Cons. g. bon. J. Nacouz...•...•.......... . Alexandria 8 Junho 1872
Constil hon. José Nicolas Debanné ........ . )) . 22 _Junho 1872
Vice-cons. bon. G. H. Paudelides ..• ,' ........ . - Cairo 23 Março 1872
Agente comm. G. Salamé ................. . Damiette
Idem B. Coury............ ; ....... . Suez;

/\
- 39

Continuação do q11ad1•0 do . co1•po co11sula1• b1•azileb•o.

DATAS DAS CARTAS


LOGARES
PAIZES EMPREGOS NOMES PATENTES
ONDE RESIDEM
OU BENEPLACITOS

Estados-Unidos
d'America . Oonsul geral Luiz Henrique Ferreira de Aguiar. New-York 14 Nov. 1854
Vice-consnl Henry Stadlmuir............. . )) , 2~Jun _, 1874
. Idem Henrique O. Adains. • • • . • ... . Bo::ton 22 Dez. ;873
Consul hon. Eduardo S. Sayers •..•..•.... Pbiladelphia '27 Fev. 187~
Agente cons. Charles MackaJl ..•...•....... Baltimore 31 Maio 1870
Vice-consnl C. Oliveira O' Donnell., ..•.... )) 2~ Agosto 1847
Idem Adolfo T. Kieckhoefer ........ . Washington 7 Dez. 1855
Idem Myer Myers ................ . Norfolk · 20 Out. 1832
Idem Hernian R. Baldwin .......... . Richmond 26 Março . 1859
Idem Eugenia Huchet ...• , ........ . Oharleston 25 Agosto 1866
Idem André Foster Elliot . . ... . ...•. New-Orleans 10 Set. 1864
Agente . comm. Lucien de-Burys ............. . )) 7 Maio ]874
Yice-cçnsul Guilherme Henry Judah ....... . · Pensacula !J Agosto 1856
Ag·eote comm. M. F. Gonzales ............. . )) 29 Julho 1873
Vice-consul Oscar G. Parsley............. . Wilmíngton 27 Out. 1859
Jdem J. I. W'ilder .......••..•..... Savannah 21 Fev. 1873
Agente comm. George P. Walker . ........... . )) 28 Abril 1874
Estados-Unidos
de Oolombia. Vice-consul Maximin.1 Perez: .............; Panamá 13 Dez. 1864
França ....... E. doconsulado
geral Juvencio Maciel da R.ocha ... ..... Pariz l3 Março )837
Vice-consul Manoel .José Barboza .......... )) 17 .lan. 1871
Idem Eduardo Ferreira Alves ........ H'.ivre '23 Nov. 1846
Consul hon. Adolpho Bonfils ••.. ~ ......... Cherburgo 23 Set. 1859
Vice-:consú 1 Gustavo Boufils ...... ....... . )) 12 Junho 1874
Idem Luiz Joiío Baptista Victor Jouve ... Toulon 21 Nov. 1864
Idem Luiz Julio Herman ... : . . , ... Abbeville 9 Abril 1875
idem o. A. Victor Vialars.... . .... Montpellier · 9 Maio 1827
Idem Antonio da Costa Saraiva.....•. · Marselha 3 Junho 1867
Idem c. Moulinié. , ............... Bayonne 12 Jan. 1874
Idem B. Puy Filho ............... . Lyon 7 Janeiro 1828
Idem J. M. Basil. ......... ; ...... Brest 16 Junho 1838
Idem Alphonse Cahusac .......... · . Bord~os 20 Maio 1869
Idem Renato Dénís Cronau •........ Nantes 11 Julho 1855
Idem Carlos Gustavo Féron ......... Dunkerque 6 Abril 1853
Idem Carlos Luiz Pedro Schyat .• .. Cette 8 Agosto 1856
. Consul Francisco Ravan .•...•....... Argel 8 Abril 1858
Vice-consul Léon Sellier .............. . . Lorient l O Dezemb. 1858
Idem Adrien . Mas ..... .' .... ......Port-Vendres 12 Ju~ho 1874
Idem João Baptista B11rla ...•....... Niza 15 Março 1858
Idem Victor Masur.el. ..••. ; . , ...... Oran 25 Agosto 1861
Consul Frederico Mag::w d'Abranches .• Cayenna l9 Janeiro 1861
Vice-consul Pedro ·Eugenio Niel .•....•... Porto de Rouen 19 Junho 1865
Idem Mu llard: •.•.•.••......•..•.. Calais 7 Junho 1869
Idein H. Adam .......... , .•...• , , . Boulogne 11 Set. 1873
Gran-Bretanha
e suas posses. Vice-consul José Marques Braga •.•..•.... Liverpool 21 Janeiro- 1853
Chanceller Joaquim T. de Miranda .•...... ' )) 2 Abril 1874
Chanc. inter. Alfredo de Oliveira ..... , .. ·. ,; . ))
< ' •

..._ 40 - .

(·lontinuaÇiio "d·«» ·quad1•0 d9 coa•po consula1• brmdleia•o .

.. ..
•·
DATAS DAS· CARTAS
LOGARES
PAIZES EMPREGOS NOMES PATENTES
ONDE RESIDEM
OU BENEPLACITOS

.. Gran-Bretanha
e suas posses. Vice- consul Jorge Henrigue Fox. , , .. . .... . Falmouth 2 Maio 1873
Idem Ed. Lew ton Hodges .. , .. . ... . .. Deal 19 Out . 1874
Idem Guilherme · Crofft. , .. . . , . ..... Hull 12 Setemb. 1856
Idem Samuel M. Lathau ... " , .. . . .. Dover 20 Dezemb. 1853
Consul gera·l José Luiz Cardoso de Salles Fil ho · Lóncires 8 Abril 1872
Vice-cousul Luiz Augusto da· Costa •. . , . . . )) 11 Ou tub. 1853
· Idem Carlos Ed . Me. Cheaue .. . .. . . · Portsmouth 5 Dez. 1873
Ag·ente comm. M. F. Gonza lez . ... .. ....... )) 25 J ulho 1873
Idem J , i't'fain •. .. .·.. . , •.. .... .... Portsmo uth 1 Nov, 1870
Vice-consuf Henrique Fox .. . . .. ~ . .. , . , ... Gloucester 20 Abril 1847
Idem Eduardo Biltou ... , .. . ...· .. .. New-Castle 16 Abri l 1847
Idem Eduardo José Knjt .. .... .... . Carlisle 3 Fev. 1872
Idem Gabriel Samuel Brandon . ..... , Sboreham , Brigh .
'
e Warsing 19 J an. 1872
Idem Augusto Brigbt..... . ...... . : Sheffield 3 Fev . 1873
Idem Thomas Hill .. . ..... .. ..... .. . Southampton 3 Janeiro 18'17
Idem Henry Fox: .. . . . .... .•.. .. .. Plymouth 5 Set. 1870
Idem Thomas Harling.. . . . . . . . . . , . Cowes 3 Janeiro 1867
Agente-comm . Thomas W. Faullmer .•...... . )) 29 Out. 1870
Vice-consul Roberto Gray ............... . Glasgow 2 Janeiro 1840
Idem Ed. G. Buchanan . • ... .. . , . .. Leith 27 Dez . 1872
Idem Carlo11 Reeves ...... , .... . . : .. Bi'rmingham l l Abril 1859
Idem Diogo Fyffeking< ... ~ .... . .. . . Troou 20 Julho 1847
Idem Thomas Collier ....... , ..... .. IDundee 3 Jau. 1870
Agen te-comm. Alexandre Emstie. . .. . ....... )) 29 Out. 1870
Vice-consul Jorge Newham Hà.rvey ...... , , Curk 7 Junho 1864
Idem M. Nforphey Junior ........... Dublin 4 Janeiro 1873
Idem Ricardo G. Stonehouse. . ...... New-Port 10 Dezemb 1856
Idem Ed. H. Bath ......... . .. . . . . Swansea 12 Ja~eiro' 1874
Idem Roberto Peel Raymon<l . .•..... Sidney (Austr. ) 3 Janeiro 1868
Consul O. S. Poppe ... . .. . . . •. . . : .. U. da Boa-Esp. 8. Janeiro 1864
Vice-consul Jorge Berg ... . ..... . .... .. . . )) 23 Janeiro 1862
Idem Horacio Le Boutillier.. •....... Gaspe (Caiiadá) 5 Fever. 1863
Idem Donald Sutherlaod .. . . . . . . . . . Montreal 3 Agosto 1867
Cousul hon. Eduardo Serendat ..•.. . .. . .. . Maurícia 6 Nov. 1868
Idem Clarence Edgard Ant0 de S9uza . . ·Calcutá 12 Agosto 1862
Vice-consul Guilherme Le Masurier .. ... . . . .. Guernesey l O Setem b. 1852
Idem Henrique Carlos Bertran .. . ..... · Jersey . 5 Junho 1855
Idem Diogo Robim.. ,. . ....... . . ._ . · Adelaide 12 Dez. 1863
Consul hon. José Benso . . .••.... . ......... . Gibraltar 6 Outub. 1874
Vice-consul Michael Tobin . . ... ,. . ... ..... . · Halifax 21 Nov. 1836
Idem Guilherme Harrison .• . . ". . . • . . . .Shields 18 Agosto 1849
Idem Jorge Moss ..... . ..... . ..... Santa Helena 29 Março 1848
· Idem Miguel Roberto R.ran . •. .. . . ~ . . Limerik 26 Outub . 1853
Idem Jorge Gerald Bingham •. .. . ·. .... Belfast 6 Junho 1859
Idem Ed. José Knight. • .. . . . • . ... Cardi:f;f 22 Janeiro 1873
Agente-cornm. Ricb:ard W. Todd . . .... . ...... )) 28 Out. 1870
Vice-corisul Jonathas Bines Were . ...... . . . Melbourne 26 Outub. 1853
Consul hon. Alfredo Lewton Hodges . ....•... Ramsgate 5 Junho 1855
Ide m José de·Almeida .. .... , ... , ... . Singapore 12 Maio 1857
Vice-consul Antonio de Almeida..• , . .. . . . . )) 13 Junh o 1867
- ---41'--
',··
Continua~ão tio quadr~ do corp-. -consular. brazilt"!il•o •

. '
DATAS DAS CARTAS
LOGARES
PAIZES EMPREGOS NOMES PATENTES
ONDE RESIDEM . ou
r BENEPI.ACITOS

·Gran-Bretanha
e suas p o sses~ · Vice-coúsul ·· Braz Fernandes. ·. ·•••... . ... '. . . Bombaim 5 Junh'o' ']841
Idem''' Thomas Thompson ·Jackson .. . .• . . Milford 5 Nov. 1864
Idein - Th. F. Pearse.... . . . .. . . .. . . Brisiol 30 Maio 1873
Idem 1. Benjamin Cariss " ..•...••. . . . , Leeds . 4 Dez. 1865
Idem .. Domingos Montbum •·.. . ... . ... I . da Trinidad 8 Ju lho 1868
Idem · J. Lilly. .................... Manchester 20 Julho 1872
Agente-comm . Antonio de Siquei·ra. ~ •.•. , . . ..- Chester · ~8 Outub. 1870
Oonsul Henrique Opillo . ......... ... .. Malta 3 Maio ]873
Haiti . .. . .... Consul João Maxwell- Savage.• , .. • •... ......
' . ..... ... 21 Janeiro 1861
Hespanha .. . . Consul geral Felix Peixoto de Brito e Mel'Jo .... Sevilha 21 Outuh. 1853
Vice-consril J\Iontague Bella,my............ Cadiz 6 Abril 186!
Oonsul hon. Thornaz d'Arssu-.... .. ... . ... .. Ma laga '25 Agosto 1846
·Vice-'-consul D. Frederico 1'3may y Calb6, .... Barcelona 22 Ft:ver. 1871
Idem Manoel Calb6 .. . .... . , ........ Tarragon~1 5 Dez. 1861
Idem José Maria Abella ....•... . .... Corunha 22 Ju lho J8 ô8
lrlem Thomaz Mirones ...•... ... ... . Santander 4 Julho i867
Idem Pascoal D. del Castella r y Zanony. Va lencia 5 Janeiro 1866
Idem Jayme Uh ler . . , . .... . ..•. . ..• Mahon (1. .Mio.) '26 Abri l 18-13
Idem D. Bernardo Torresano ......... Sevilha 8 .Ju lho 1861
Idem D. Poncio Rodolfo Dahlander .•.• Alicante 16 Dez. 1870
Idem Francisco "Filgueiras . . ....... .. Vigo 6 Abril 1809
Idem Angelo Crosa ..•.. : ....•.••... Teneriffe 23 Fever. 1860
Consul· .João Emílio Tumll. •. . .•. . . .•. P0rto-Rico 17 Setemb. J862
Vice·consul Em ilio Sola ... .• •.. . .. • . ..••. Huelva 16 Dez. 1870
Idem Miguel Ruiz de -Villnnueva ... . . Almeria 23 Nov . 1864
Consul Eduardo Bellamy ............. Manilha 3 Junho 1871
Yice-consul Juan Antonio Ferrer . . ..... . . .. P!ilma 1 Julho 1874
Idem Benigno Dominiques GiL ....• • . Gijou l Ju lho 1874
Idem Eduard'o' Engelbach ..... ..• ... s. Lucas de Bar-
raineda j Julho 1874
1
Idem ' Joaquim Agrela y Moreno ••.... Granada '23 Abril 1875
Hesse"G.-Ducal Cônsul geral'' -Visconde de Desterro. ·......... . ... .. . . .. .. . . 17 Jan • 1871
I rnperioAllemão Consul· gera:] · Antonio Marques Sllares ...... . . Frankfort s. m. 2 Abril 186'7
Ooosul g. hon .. Jo3é Behrend ...• ; . ...... • .•.. Berlim . 5 Abril 1872
Vice.consu l Izidoro Meyer: ·. ; .. .... ....... Stettin 14 Julho 1870
Consul· geral Barão de Paraguassú •...•..• . Hamburgo 3 Janeiro 1863
. Yica-llonsul. Christiano Ptlter Ho.u ..•... ·-·. Cuxhaven . 27 Março 1866
Consu l géral · B ~irão de Paraguassú ... . ...•.. Lübeck 3 Janeiro 1863
Vice-consul' João Frederico·Lutjens .•. ....•.. )) 27 'Marçu 1861
I talia . . •.•• ~. Consul g~ra l .
Dr. Cesa-r Persiani ..• . . ..... Genova 23 Agosto 18132
Vice-consu\. Francisco M. Dama:so de Carvalho. )J li .Jan. 1872
Idem Leopoldo Bisio; . . : . ; .. , . . •... Veneza 18 Setemb. ] 868 .
Idem João B. ·Caraoi ·Massa :.. . .•... f'pezia. 7 Junho 187J
Idem Caetano· Urbano; ; ..•·; •..•.•. . Cagliari 12 Fever. 1851
lclem . Luiz Manoel • Bozzano: .•....•.. Lerici·· 14 Setemb. 1863
'
Idem· Manoel Signorili.: ~ • •...•••... Bari 15 Set. 1863'
'
E. Ii. 6 .
- 42

Ciontinoação do quad1•0 do ~º11ªº cons11Ía1• braz.irei.;o.

PAlZES EM PREGOS NOMES


1 ' LOGARES
DATAS DAS CARTAS
PATENTES
ONDE RESIDEM
QTJ BENEPLACITOS,

Italia ...... .. Vice-consul Nicoláo Pacetto ............. .. Ancona 15 Set. 186:3:


Idem Agostinho Molfino .. : . ~ .. , ....• Rapa li\) 15 Set. 1863'
Idem Autonio CardeJla : .......... .. Girgenti ' 15 Set·. ~ 186'3
Idem Carlos Mazzone .. ·...... . ..... . Milão 15 Set. 1863
Idem José Moriondo ••.......••..... Turim 12 Janeiro 1874
Idem José Muzio...•..•.•......... Savona 10 Julho 1851
Idem José Perajno Violanti ......... . Palermo _, .6 Abril 1865
Idem Antonio Lipari. . • • . . . . • . . .. . Trapa~i 14 Setemb. 1846.
Idenl Gaetano Mo'relli ..•...•. ; .•... Cotroni 5 Junho l 86()
1

Idem Antonio Laquidara .• . ...•.... Millazo 16 Outub. 1857:-


Jde:n Gaetano Barbera.-............ . Catania 20 Seternb. J859
'1
Idem Vicenzo Ereditá .............. . Taranto iO Dezemb.1851
Idem Salvaqor Lateta ....... • ...... Messina 6 Fever. J864
Idem Gugielmo Pierni .............. . Licrne , 29 Março 1875
Idem Corrado Adam! Ilocac.cini ... , .. Ravenna 6 Out. 187(}
Idein Matteo Guillot ......•........ Algher.o 6 Julho 1864
Idem Ernesto ·Naclerio. ·.... · . : ..•.. Napoles 5 Abril 186&
Idem Antonio Petru'cci I{esen ..... , .. Civi tta Vechia 22 Jan; 1867
Idem Luiz .Bruzzoni........... : ... . Sam pierdarena 7 Junho 1873

Marrocos. ... . Vice-consul !osé Daniel Collaço ........ .' .• Tanger 5 Jan. 1861

Meckl. Sch~er. Consul geral · Barão de Paraguas~Íí ......... . 3 Jan. 1863

Meckl. Strelitz. Idem Bari'io de Par_ag.uaseú .. ·. . : .... . • ••••••• > ••••• 3 Jan. 1863

Oldemburgo... Idem Barão de Paragu·as.sú ... .. .. '. .. . .............. 1

3 Jau. 186 ~

Paizes-Baixos. Idem Antonio Alves Machado d'Andrade


Carvalho ....• ·.....•....... Rottúdam 14 Abril 1861
Vice-consul Jacques -H. C. van der Kun .. . Amsterdam 22- Fev. 1849
Consul hon.- H. F. Wurfbain ............. . )) 5 Nov. 1868
Idem Petcr Rodernhuis Ypiuszoon ... : Harlingen 19 Janeiro 1872
)) Jacob Ro_y Mendes ........... . Ilha de Coraçáo 10 Abril 1869
Chanceller E. van Schelle .............. . Rotterdam 7 1Abril 1849

Paraguay , , .. Consul geral João Antonio Mendes Totta Filho. Assumpção 1 ·Abril 1871
Vice-cousul . Dr. Antonio da Silva Daltro .... . )) 29 Out. 1873
Iclem Pacifico de Vargas .. : .. : ..... . s; 10 Estanisláo 7 Agosto 1873
Idem Jorge Lopes da Costa .Moreira .. Villa-Rica 7 Agosto 1873

Peru ....... . Consul geral . Antonio de Souza Ferreira .... . Liµia 31 Maio 1837
Vice-cousul ·Alexandre Westphal ..... . . . . )) 4 Nov, 1863
Idem João Jefferson •..• , .......... . A rica 12 Junho 1867
Agente comru .-Jorge Stam bery ...... : ....... . )) 10 Jan. 1874
Vice-consul M. Wencesláo Tejeda .... , .... . Arequipa 3 Jan. 1871
Idem Henrique Escard6.......•..... Calháo 8 Nov. 1870
-........
'•·.~ . Idem Henrique Guilherme de Souza ... . Moyobamba 21 Nov. 1870
. ~.::-: .. Idem, . Antonio' da Silva ..... . ...... . Tumbes 6 Maio 1872
Consul geral J ulio Carneiro Pestana de .Aguiar.
(Ausente. ) •.••.•....•..•..• Loreto 16 Maio 1873
Agente comm. Francisco 'Bohling.•. .'....... .. Islay io · Jan. 1874
-43-

C·o .n tinua!'ilO do qua•lro do corpo .consular hrazileire.

DATAS DAS CARTAS


LOGARES
PAIZES EMPREGOS NOMES PATENTES
CNDE ' RESIDEM
OU BENEPLACITOS

Portugal e seus
dominios ... Consul geral Barão de Smto Angelo .....•.... Lisboa 22 Março ] 867'
Chanceller Paulo Porto Alegre .......... : .•..... )) ·1 Dez. 1874
Vice-consul Dr. José C. da Gama e Abreu •..... >>' 30 Nov. 1874
Corisul Manoel José RabelJo ...••.•.•.. Porto 9 Fev. 1867
Vice-consul. Agostinho Francisco Velho ...... )) 5 Stt. 18ô8
Idem Franeisco Boav.entura Rgdr1g·ues. Ericeira 19 . Jan. 1836
Idem Joaquim Lobo de Miranda ..•••. Lagos 6 Ma.rço 1870
Idem Manoel Silveira dos Santos ...... Ilha do Pieo il Maio J8~2
Idem Manoel José Vieira Junior .•••.. Ilha da Madeira 17 Agosto J8ti8
1 Idem J. A. de Mendonça e M~nezes .•.. Ilha Terceira
(Angra) 16 Março 1852
·; Agente comm. Antonio de Mendonça M. Pam-
~ plona ................. -. ... ))

Idem Luiz Antonio Cardoso de Mello ... Ilha de Maio 8 Nov. 1851
i
Idem Francisco Peixoto da Silveira...• I. de S. Miguel
(Ponta Delgada) 4 Fev. ]874
Vice-consul José Antonio Martins .......... Ilha do Sal · 12 Junho ]855
Idem Francisco da Cruz da Silva Reis .• Ilha do Fayal
(Horta) :!6 Abril 1841
Idem Thomaz de Souza Machado ...... Ilha Graciosa 24 Setemb. 1858
Idem João Antonio Martins ......•... I. de S. Vicente 12 Junho 1855
Idem Manoel Gonça lves da Rocha ..... Villa do ·conde 17 Agosto rn68
Idem Manoel Antonio das Chagas J unigr Tavira 13 Julho 1844
Idem A. Luiz Gonçalves Vianna Junior. V. do Castello l :l Setemb. J 859
Idem .José Maria Duarte .. · ....•.•.•.. Setubal 12 Jan; 1837
Consul Barão do Cercai.. ....•..•...•. Macáo 11 Abril ]849
Vice-consul Antonio Alexandrino de Mello ••. )) 1 Fever. 1860
Idem José AI ves Monteiro .... , ....•. S. Martinho, Na-
zareth e ·Alcob. 7 Janeiro 1870
Idem A.ffonso Ernesto de Barros ...•.•. 'Fi~ueira 20 Maio 1865
Id11m Pedro Zefürino Barboza Paiva .... I. de S. Thomé 14 Set. 1868
Idem Domingos Lake Marsius.,. ...... I. do Príncipe
Idem J o!Io José Andrés .......•••..• Villa Nova de
Portimão 6 Maio 1870
Idem Francisco Ferreira de Moraes ...• Loanda l O Set. 1870
Agente comm. Francisco de Salles Ferreira" ....... )) 16 Janeiro 1874
Vice-consul Antonio Joaquim de Carvalho ... :--Beja, Serpa e seu
districto. 17 Agosto 187)
Idem Carlos Eugenio Burnay... '.' •.. Santiago 10 Dez. 1874
Re p. Argentina Consul geral Dr. João Adrião Chaves ........ Buenos-Ayres 5 Fev. ]872
Chanceller Leopoldn Moreira da Silva ....• )) 6 Fev. .] 8'75
Vice-consul ·Joaquim Pedro <la Hocha ........ )) 16 Janeiro 187:i
Idem Adolfo Ramon Ballesteros ..••... Paraná 19 Fever. ]873
Idem João .Leite Guimarães .......... C. do Uruguay 2 Janeiro 1864
Idem José Pedro da Rocha ......... - . Concordia 21 Dez. 1874.
Idem Luiz Maria Navarro............ Restauração 13 Abril ]867
Idem João Evangelista Cardoso Hangel. Rosario :l J Dez. 18i4-
Idem Dr. Geraldo Francisco da Cunha .• Corri entes 23 Jan . 1871
Idem .Joaquim daRochaPinto <le Mattos Gualeguaychú 21 Dez. 1874
Idem -[Henrique Pialti .....•...... , . Federação 31 Março 1873-
-:- '. · 4~ -

qATAS DAS CARTA&


, LOGARES
.r .AIZES EMPREGOS NOMES PATENTES
ONDE RESIDEM
OU BENEPLAC:ITOS

Rep.Argentina ' Vice-consul Manoel Carlos Pinheiro. . . . . . . . La Paz 31 . M~rço 1,873:


Idem Joã0 Antimio Ribas .......... ; .. ' Mercedes ,• 31 Março l873 ,
Idem Santiago Barrero....... ... . . . . . Alv~ar :31 Março 18'/a.
Idem Francisco de Paula e Souza .... • Gurusú Cuatiá 31 Março 18W
Idem João Podestá .•...... '. ....... .' :. ;Monterpaserns -31 Março 1873
I<lem José Vicente de Oliveira . . . . . . . , S. Th,omé 31 Março 1873:

Rep .. d'Ame·ri-
ca Central. . "Coúsul Jorge João Hockmeyer (a mente) .. Guatemala 21 Maio 1867
Vice-consul Ed mudo Lehnhofl ..••. . ... ., .... ))

Russia • • Consul gera'.! Au1gusto Ed. Schwabe de Revel.. S~ Petersburgo 3 Agosto 1850)
Viee-conul Carlos Gabriel Gericke ........ . )) 21 Abril . 1861)
Idem Alexandre Hill.. •.......•..... Riga 3 Set. 18ôl
I<lem · Frnderico Krnft .............. . MoEcow 8 Abril 185(}
Consul hon., Harmanu Raffalowicr ......... . O<lessa 7 Ou.tub. 1859
Vice-consul Pedro Suppichieh.• .: . •....•.•. )) 3 Fev. 1870·
Idem Alexandre G. Wilkem ........ . Croustadt 18 Fev. 1870>
Consul Rehnold Frenkell. ........ ·... . 1Helsingfors 14 Julho 1860

S a xo~ia ••• ConsuI.;geral Antonio Marques Soares ..••. ; .. ...... ·.·..... . 22 Outub. 186'7'
1 Vice·cop.sul Joaquiin ,Ferreir\l de .Sampaio.... Dresde · 2 Abril 1864

Saxe-C,-Goth. Ipem Carlos Mathiss .........•..••. Gotha · 3 Fev. 1865


Suecia e Nor . 1
Consul, geral Ernesto Antonio de.Souza Leconte. ' Stockholmo l9 Janeiro 1861
Vic~-~onsul Otto Leibcr....... .: .. .'•. ; ...•• )) 8 Julho 1873
Agente comrn. Gnstaf Eriçson ............... . )) 30 Junho 1874-
Vice-eoBsuL Adolfo Meyer ............. : .•. , Gothemburgo · 27 Abril 1868-
Idem Nicolá(1 H. Knut.zon ...••...... ·Cristiansund 10 Julho 1857
Id~m Tollef Stub. -........ .' ....... . Bergen 2 Set. 186f)
Consul hon. Antonio Matbias Jemsen ;...... . : Trond yhjen 27 Dez. 1851
Vice-consul Axel Tenger •................ Westerwick lo Junho 1862
Idem Carlos Hasselquist. .. ...•....... Calmar 8 Nov. 186f>
Idem · Hans Frús .,................. . 1 Jxlalmo 8 Março 186(),
Idem Francisco Hintz Ter<lorph ....•... . fürdkõping 4 Dez • 186&
Idem. Jess Thomsen .. ., •••..... , ••..• Chri$tiania 5 Julho 1867

Suissa. • • Consul ,geral Visconde de Desterro .•.. ~ . ... Çí,en.ebra 27 Jan. 18íl
Vice-epnsul Eduardo Olivier Venel.. •••. , .. )) 5 Nov. 1870
Idem Arnold Curant. .•.•• ., .•. '. ...•. Berna 5 Nov. 187()

Uruguay (Rep.
Oriental do) Consul geral EJ: Carlos .Cabral. Deschamps .... 1. MonteviÚo 20 ~utub. 187()·
Vice-consul Luiz Affonso Pereira Torres... . . . » . ·31 J an. 1871
I<lem Silverio da Cos~a Pereira .... : ..• • 1 : Maldonado 1 l.l Fev. 1857
I<lem Jo<é Roubaud ................ S. José .C&nelones
1 e colonia do
1 , Sacramento. O Abril 187f>

(
- 45 -

Continua~·ão do quadro. do corpo consular brazlleiro.

'
DATAS DAS CARTA
LCGARES
PAIZES EMPREGOS NOMES PATENTllS
ONDB RESIDEM
OU JlENEPLAC!TOS

Urui;ruay(J;iep.
Oriental do) Vice-consul João Jacintho Teixeira de ~Iello ... Serro Largo 19 Jaa. 1861
Idem José Miguel'Dias Fer.reira ....... Mercedes 3 Agosto 1858
Idem Daniel José Gomes de Freitas.... Taquarembó 20 Maio 1862
Agente com. Francisco Fraga. . . . . . . . . . . . . . Santa Rosa /ló Março 1869
Idem André Barrios.. . . . . . . . .. ..... Constituição 16 Abril 1863
Idem · João Guilherme Mariatli ........ • 1 Paysandú 9 Abril 1875
Vice-consul .. Manoel Amaro d.a Sil~eira Junior. Flqrida, Minas e
1
Durasno 10 Março 187l
Idem : Firmino da Silva Santos.,., ... Salto 9 Abril 1875
Idem Thomaz de Miranda Ribeiro ..••. Sorianno 9 Abril 1875

Venernela ..•. Consul gera_! João Rohl. ........... . ...... Caracas 20 Fev. 1869
Vice-consul G. A. 111eyer................. La Guayra · 25 Junho 1872
Idem .inter. E. H. Meger ........ ,. , ..... ))

Vice-consul Isaac Salas ...••... , •........ Barcelona 22 Set. 1868


Idem Abraham Salas ......... ...... Cumaná 20 Nov. 1868

w ürteroberg .. Consul geral Visconde de Desterro ...•....•• . .. . .. . . .. ... 17 Jan. 1871

Secretaria d'Estado dos negocios estrangeiros, 26 de Abril de 1875.

BA EÃO DE CAJ!O FRIO.


N. 7.
Quadro do corpo cons11lar estrangeiro reside~te no lmperio.

LOGARES DATAS
PAIZES EMPREGOS NOMES
. ONDE RESIDEM DO EXEQUATUR
1

Austria • ., .... Consul geral Carlos Guilherme Gross'. •... , •.. Rio de Janeiro :20 Set. 1872
Consul C. T. Stade ....... .. :·• .. .... Bahia . 8 Jan. 1872
Idem Barão do Livramento..... . ..••. Pernambu~o 12 Junho 1868
Vice-consul João Winter .................. Sergipe · , 28 Fev. 1855
Idem Adolpho Lané (ausente).•••.••• · Maroim 8 Jan. 1872
Idem interino Henr . Adolpho Schrarnm ....... . )) 8 Maio 1874
Vfoe-consul José Ferreira da Silva Junior (aus. ) Maranhão 8 Jan. 1872
Enc. do V. cpn. Al&edo Fa~ard ..•....•....... )) 8 Jan. 1874
Vicc-consul Severiano Ribeiro da Cunha.·.... Fortaleza
Idem Joaquim Francisco Fernandes ..•. Pará '28 Fev. 1855
Idem Carlos Budich. . . . . . . . . . . .••. Santos 29 Julho 1863
Idem L. F. Tollens. : ............. Rio G. do .S ul '.21 Abril . 1875
Ag. consular Edmond Tettscher ............. Porto-Alegr<:l 5 Julho 187:t

Belgica •••••• Consul geral Luiz Laureys (aus e.nt-e) •...• , ... Hio de Janeiro 28 Março 1870
Vice•consul Luiz Laureys Filho.•.........• )) 10 Abril 1871
Consul Antonio de Lacerda ............ Bahia .. 15 Nov • . 1873
Vice-consu l E. Cbampion (ausente)•....•... )) 5 Fev. 1862
Idem inter. F. Susekind •................ " 15 Março 11'67
ConsLtl Luiz Antonio de Siqueira .•..... ·Pernambuco 28 Fev. 1855
Vice~consul Carlos Colsoul. • . . .. . .. . . ..•.. )) 18 Out. 1859
Gonsul Custodio Goncalves Belchior .... Maranhão 13 Março ) 8i3
Vice-consul Manoel Antoni~ dos Santos ...... )) , 2 Maio 1840
Consul· Guilherme Cesar da Rocha ...... C.ea~á 2-6 Jan. 187:!
Idem · Joaquim Antonio Alves ......... Pará' 10 Julho 1840
Consul int. Fernando Felippe .............. Santos 19 ~ ullià 1866
Vice-consul C. Budich ........ ... ........ )) i°2 .Jan. 1863
Idem intPr. · Jorge Atkins Junior ........... Rio G. do Sul 5 Abril 1866
Consul E. de la Martiniere ..•...•. : .•• Desterro 5 Agosto . 1869

Bolívia.•••• ,. Idem Bernardo Caimar.Y .......•..... Rio de Janeiro 21 Out. 1868


-- Idem Candido Casimº Guedes Alcoforado Pernambuco "f
Março 1861
v{êe·-~oosul George Nesbitt (ausente) ...... )) 10' Set. 1858
Id em inter. João Anglàda Filho ........ ... . )) l O Set: 1858
Vice-consul Francisco Coelho da Fonseca., ••. Fortaleza 11 Março ]872
· Consul José Luiz de Souza ....••..•... )) 2 Maio 1873
Vice-consul · Ildefonso José de Fig·ueiredo .·.. Santos 5 Fev. 1873
Consul D. Benjamin Lens .......... . .. Manáos 12 Dez. 1874
1873
- ~6 Abril
Id em Fernando G. Dobert ••..•.••... Bahia

Chile. . . .. .. . Consul geral J. M. de Frias ................ Rio de Janeiro 7 Nov . 1865


Consul José João d' Amorim ...•.. , .... Pernambuco '27 Fev. 1863
Vice-consul ~uiz da Rocha Santos.... ,. •.. •. Maranhão 14 Fev .. 1852
Consul Henrique de la Rocque ......... Pará 18 Set. 1849
Idem Constantino J. Ferreira Pinto (aus. ) Bahia 17 Nov. 1870
Enc. do con. Frederico Antonio Hasselman .... )) 11 Mar<;o 1875
Vice -consul Francisco Ernygdio de Sá ..•... San los 5 Set. 1871
Idem Antonio Francisco de Santa Rita. Paranaguá 20 Dez. 1872
Idem Henrique Schütel. ..•.......·.• S. ta Catharina 20 J~1lho . 1849
Idem João de Freitas Tra vassos ...... Porto-Alegre , ;26 Junho 1850
Consul José Luiz de Souza ....•...... Fortaleza 30 Out. 1872
- 47 -

C'ootinuuçiio do qua1lro do corpo consul~r est1·angeiro.

LOGARES DATAS
PAIZES EMPREGOS NOMES
ONDE RESili EM DO EXEQUAl'rJR'
1 -
eosta Rida ... Consul José Ferreira Leal. .•.•.••.•..
Antonio Lacerda..............
Rio de Jan e1ro 9 Agosto 1871
Idem Bahia 9 Agosto 1R71:
Idem João José de Carvalho Moraes~ .. Pernambuco 20 Dez. 1872
Dmamarca . . .. Consul geral Alberto Emílio Adolpho Nielsen .. Rio de Jane iro 4 Nov.
Vice-consuJ José Francisco de Mattos Pimenta CAmpos I 6 Set.
1874
1847
Consul Theodoro Teixeira Gomes (n usente) Bahia 3 Ag<jsto )867
Vice-consu.l Ismael Am~rico d' Andrade ... ; .. )) n Julho 1869
Idem Antonio Camillo de Hollanda: .... Parahyba 4 iunho 1851
Consul F. A. Wegelin .... ·........... Pernam buc.o 12 Pev. 1869
Vice-consul 1Yiartinus Hoyer ...•.........• . Mar1:1nhão 22 Agosto 11356
Idem João Lourenço Paes de Souza. ... Pará 10 Set. 1851
Idem C. Budich .•..•...••......... Santos 6 Março 1863
Idem Joaquim Antonio Guimarães .•... Paranaguá 3 Outub. 1856
Consul Herman Meyer ... . ........... Rio G. do Sul 22 Dez. 1871
Vice-consul W. I. Hasclie................ Porto Alegre 14 Dez. 1871
Idem Lniz Sand •.. ... ............. Fortaleza 28 Maio 1862
Idem fernando Hackradt•••......... S. 'ª Catharina 5 Maio 1856
Idem U. R. Finke ............... • .. ·Macei6 ·20 Agosto 1863
Idem João Rodrigues da Cruz ........ Aracajú 24 Nov. 1874
Es tados-U nidos Consul José M. Kinds ............... Hio de Janeiro '25 Junho 1872
Vice-consul Francisco Maria Cordeiro .. . .... )) 3 Junho 1871 .
Consul Ricardo A. Edes .............. Bahia 2 Outub. 1865
Vice-e. inter. Augusto Peixoto.•••..••..•... )) 6 Dez. 1864
Çonsul Joseph W. Stryker ........... Pernambuco 22 Junho 1871
Vice-consul Carlos L. F. Ro~k•.....••... .. )) 25 Agosto 1874
Idem Alfredo G. Swift .............. )) 29 Nov. 1870
Consul João I. Turtle................ Maranhão 25 Julho 1874
Vice-consul Jeronymo José Tavares Sobrinho .. )) 23 Jan. 1872
Idem O. M. Travis ............... . Pará 30 Nov. 1872
Idem William F. Wright ........... Santos '23 Março 1871
Vice-consul Eduardo L. Meade. , ........• )) 30 Junho 1868
; Idem W. H. Willington ..........•. s.1ª Catharina 5 Agosto 1872
Oonsul Guilherme K. Peabody ......... Rio G. do Sul 2 Maio 1873
Idem Aaron Young Junior.......••• . )) 27 Out. 1863
Idem int. João Me. Genity (ausente) ...... Porto-Alegre 8 Junho 1866
Vice-consul João Seindecker.............. ))

Agente cons. Benjamin Ricardo Cordei·ro ..... Pelotas 3 Dez. 1866.-


Idem Broder Braasch .............. . Maceió 29 Nov • . 1871
Idem José Smith de Vasconcellos . .... , Fortaleza 10 Março 1864
Idem L. S. de Vasconcellos.••....... Ceará 9 Maio 1871
Agente c·omm. Eduardo Biernott....•......•. Parnahyba 11 Agosto 1868
Agente cons. A. B. Dallas ....... ; ......... Parahyba 30 Set. 1874
França.... ... Consul Alfredo de Valais (ausente) .••• Rio de Janeiro 16 Jan. 1872
Oonsul honorar. Theodoro Taunay ••........... )) '8
Junho 1858
Ch.enc.do con. Decrais .. . ................. . )) 7
Julho 1874
Chanceller ·int. Alfredo de Vai ois............ . )) 7
Julho J874
Ag. Vice-cons. P. Lecler ••.....•... , .•..... Campos 8
Nov. 1867
Consul Despreaux de St. Sauver•..•..• ;Bahia 21 Junho 1&73
Idem Devarieux.•.•...••...•• ; •.••• , Pernambuco 6 Out. ]874
~ice-e'. inter. G. Izarié .................. .. . )) 29 Set . . 1863
IJem Alfredo L. Fagar............ . Maranhão 23 Junho 186()
- 48 .~ --

C:ontinua~ilo de quadro do corpo· consular· estrangeiro.

LOGARES DATAS
PAIZES ' EMPREGOS NOMES
ONDE· RESIDEM DO EXEQUAiJ'UR

França ..... . Vice-consul Carlos Robillard .•. . ..•....... Ubatuba 12 Out. 1842
Idem Francisco Môntandon ..... . ... . Santos 25 Set. 1865
Agente con;;. A. Bousquet. •.•.. . .......... >> 28 Julho 1873
Idem E. ile la Màrtiniêre .........•. Santa Catharina 8 Nov. 1867
Ag. Vice-cons. Pascal Lirou. . • • . . . . . . . . . . . . . Rio Grande do Sul 17 Set. 18fi9
Vice-consul José Hebert........... ....... . Porto-Alegre 27 Set. ' 1869
Agi. consul. Alphonse A. Lorat .......... . >> 30 Nov. 1872
Idem Diniz Cullerre.....•.. ; ...... . Belém 14 Dez. '1871
· Vice-consul· Manoel Nunes de Mello........ ·• Fortaleza 29 Abril 1863
Idem Victor Renault .............. . Barbacena 8 Nov. 1867
Idein Joaquim Soares Gome8 . ....... . Paranaguá 4 Nov. 1873
Agente con;;. José Francisco de Mir'a nda Filho. Parnahyba 11 Dez. 1862
Grau-Bretanha · Consul Jorge Samuel Lennon Húnt (aus ) Rio de Janeiro 13 Dez. 1864
Enc" do cons. Richard Austin ............... )) '26 Dez. 187 4
Consul João Morgan Junior. , ......... Bahia 16 Abril l85 2
Vice-consul John Charles Morgan •.••..... : )) 22 Abril 186 7
Idem Dr. Henrique Krarn•e (ausente) ... Parahyba 6 Dez. 186 l
Idem int. Theodoro Edlefsen .... ., ....... )) 6 Dez. 186 1
Consul Beriting Welbore Doyle (ausente). Pernambuco (•J H Jan. 186 5
Vice-consul Ricardo C. Corfield ........... )) 27 Abril ] 86 6
Idem John William Studart ...•.... Ceará 22 Maio· 185 4
Idem Guilherme Bingham Wilson ..... Maranhão 22 Out. 186 o
Conaul Ed. Barnardo March ........... Pl!.rá (.. ) 23 Julho 187 3
Idem Charles Saunders DundaR (ausente) Santos 7 Abril 187 o
Idem inter. José R. Wright.............. )) 3 Set. 1872
Vice-consul Raridall Callander.............. Rio G, do Sul (• .. t 6 Abril 1867
Idem Carlos Ernesto Berg ........... )) 13 Agosto 1866
Idem Gustavo Guilherme Wucherer .... Maceió 11 Fev. 1861
Idem Arthur Armishaw ............. Porto-Alegre 21 Junho 18 73
Idem John Watson .......•.• .• •.... Desterro · 10 Março 1868
Idem James Newel Gordon (ausente) ... Sab~rá · 11 Jan. 1870
Idem James Mutter An'derson Gordon·.. )) 17 Março . 1875
Idem Joaquim Soares Gomes ........ Paranaguá 7 Maio 1872
Ag , consular J. J. Bruinschweiler ........... Aracaty 2 Julho 1874
Grecia •••..•• Consul Othon Leonard. . . . . . .. .•••.. Rio de Janeiro 6 Junho 1874
Idem José Augusto de Figueiredo.... Bahia 19 Dez. 1856
Idem Ant• da Cunha Soares Guimarlle s. Pernambuco 16 Set. 1845
Idem Francisco José ·da Silva Araujo. •. Rio Grande do Su1 17 Julho 1851
Hespanha ••.. Idem Manoel Calb6 .........•..... Rio de Janeiro 6 Agosto 1868
Vice-consul Cypriano Lopes de Oliveira .•... s. João da Barr a 16 Março 18 59
Idem José Alfr'edo Carneiro da Fontoura Campos 21 Agasto 1874
Idem Francisco Xavier Ma-chado(ausente) Bahia 9 S et. 18 54
Idem interino Ismael '.A.merico de Andrade. ; .. )) 25 Fev. 1875
Vice-consul Henrique Rodrigues y Cáo .... Parahyba 12 Junho 1872
Idem João Busson (ausente) ..... , .... Pernambuco 13 Março 1866
Idem interino Francisco Affonso Monteiro ..... )) 6 Nov. 1874
Vice-consul Luiz Rib'eiro da Cunha........ Ceará 11 Janeiro 1866

{*) Este disti:icto consular comprehende as províncias da Parabyha, Alagóas, Rio Grande do Norte e Ceará.
(*') Este districto consular compllehende as pro:vincias do Amazonas e Maranhão:
(*~'.) Este districto con~ul1.1~·: compreheilde as províncias de Santa Catharina e do Paraná.
.;_ 49

Coutin11a~iio do quadro tio co1•1to comiillda1• est1•an~eit•o.

LOGARES DATAS
l'AlZES EMPREGOS NOMES
ONDE RESIDEM DO EXEQUATUR

Hespanha . ... Vice-consul · Franc. 0 de Vasconcellos Mendonca . Maceió 7 Janeiro 1~61


Consul Candido Cesar da Silva Rosa .. ~•. Maranhão 1O Abril 1871
Viceucónsul JoaqmJosé Alves. Junior (ausente). » 3 Agosto 1846
Idem int. Victoriano Murietta. . . . . . •. . . . >> 13 Abril 1863
Vice-cousu! João Manoel Alfaia ...... . ... . Sa11tos 1 Junho 1857
Idem Manoel Leocadio de Oliveira.... . Paranaguá 25 Maio 1870
Idem Antonio Carlos Duarte da Silva .. Santa Catharina 22 l\farr.o 1859
Idem Zeferino A. de Azambuja...... . Rio Grande do Sul 20 Mai~ 1861
Idem Benito Maurel . .... . ........ . Pelotas 19 Junho 1861
Idem Am aro Bento de Albuquerque M•i-
ranhão........................ .. Natal 18 Mai0 1874
Idem Sebastião Paradeda . . ...... .. . Porto-Alegre 12 Junho 1872
Idem Francisco B. Lopes de Ag·uiar .. Ouro-Preto
Idem Antonio Monjardim .......... , . Urug-uayana 28 Fev. 186}
Idem Antonio Soares Pinheiro.. . . . , . Pará 5 Abril 1866
Idem José Ribeiro Coelho ...• . .... , . Victoria 29 Janeiro 1866
Idem Francisco Rodrigues Ra,yna... , , Codó · 3 Fev.· 1866
Idem Antonio Martiins Machado ...... . Caxias 21 Agosto 1874
Idem D. José Masramon ... . ..... .. . Bagé 14 Abril 1874
Agente cons. Clemente Astodillo Bussones... . Aracaty 8 Nov. 1871
Vice-consl!ll. Daniel Caetano da Silva ; ...... . Aracajú 15 Fev. 1875
Imperi o
A!lemão, .. Consul Hei·man Haupt . .. . ..... .. . . . . Rio de Janeiro 10 Nov. 1871
Idem ·Guilherm e Brambeer.. . ..... .. . Pará 10 Nov. 1871
Idem Henrique Brunn (ausente) ..... . Ceará 4 Fev. 1873
Idem iuterino Luiz San<l .. . ...... . . . . .. . .. . » Março 1874
Consul Ch. Retberg·.. , . . . . . . . . . . . .. . Bahia 11 Março 1872
Idert1 J . W. Schmidt .. ... ..... . . . . Santos 110 Nov. 1871
Idem F. E. F. Hackradt .. ......... . Desterro l·O Nov. 1871
Idem W. Ter Brüg·gen.. . . .. . : . ...• Porto-Alegre 1:0 Nov. 1871
Idem Jacob E. T. Ewel ..•. . .....•.. Rio G. do Sul 9 Julho l8i3
Idem · Vicüor Gaertner ... .. ......... . Cal. de Blumenau 10 Nov. 1871
Idem Ottokar Dõrfell .. , .. .. .. .... . . Joinville 10 Nov. 1871
Idem Pedro MüJ.ler . .. .... . ... . . . . . Petropolis 2Q Dez. 1872
Vice-coilsul .João Oancio Pereira Prazeres.. . Maranhfl o 1'0 Nov. 1871
Idem F. Otto Schramm ... . ........ . Maroim 10 Nov. 1871
Idem Guilherm e Otto. . .. ......... . . Pernambuco 1O N ov. 1871
Idem Peter Borstelm ann (ausente) ... . Maceió 1:0 Nov. 1871
Idem int. Gerard Borstelmana; ...... , . . . » 27 Maio 1874
Agente cons. Henrique Dettmer .• . ... . . ... . P. deS.Franc 0 13 Maio 1872
Consul Claro Americo Gttirnarães . . ... . Paranaguá 9 Jan. 1872
Idem Eduardo Hagemann . .. . ... . : .. S. Paulo 6 Dez . 1872
Vice-consul He1·ma,11 Niemeyer ... . .... . .. . Parahyba 6 Dez. 1872
Consul Frede.rico Kufa . . . ... ........ . Campinas 1 Abril 1873
Vice-consul Jacques Graf . . ; . . . . . • . ..... . Natal 14 Junho 1873

ltalia . .. . . . . • Consul Affonso Gonella (ansenlie) ·. .. . . . Rio de Janeiro 6 Nov. 1868


Vice·consul Pascuale Petracconí. ·~· . .' . . .. . )) 21 Abril 1874
Ag. consular Ottave Leonardo . . .. . . ..... . . . Victori a 12 Julho 1867
Deleg. consular Joaquim José BarbO'la.. . . .. . •. . Ceará 7 Out. 1863
Idem Augusto Gomes da Silva. . . . .. . Pai·ahy ba do N. 7 Out. 1863
Vice-consu•l Barão da Soledade ...... . .... . Perna mbuco 4 Set . '18()6
fdem Francisco Gaudencio •da.Costa Jor. Pará 6 Dez • . 1853
~ gente cous. Dieiilrick Pezoldt •... ·i•· , . ...... . Santos 23 Nov. 1869
E. 2. 7

• i

. ;: -
-- 50

· €00.tinuação do . (jtaad1•0 do cot•po consula1• est1•an~eit•o.

LOGARES DATAS
PAIZES EMPREGOS NOMES
ONDE RESIDEM DO EXEQUATUR
-----1------ --------·------!------- - -- -
Italia .. ..... , .... ~gente cons. Alexandre Bousquet .. :. . . . . . . . Parnnaguá . 30 Julho 1869
· Cousul · Girolano Vitaloni .......... . ... Rio Grande do Sul 13 Junho 1874
Vice-consul Antonio F. Barreto Queir6s ... . Porto-Alegre 3 Julho 1834
Ag:ent~ cons. Fred. Duval. .... ·....• . ...... )) 16 Nov. 1874
Idem Luiz Joaquim Rodrigues Lopes .. Maranhão HJ Dez. 1860
Idem Medardo Rivani .•..... ; . . ... . Cuvabi1 10 Set. 1862
Idem Alexandre P.ellew Wilson (ausente) B~hia 27 Julho 1870
Idem interino G. H. Duder ............... . )) 29 D,ez. 1874
C. hon ., 2a cat. E. Pellew. Wilson Juuio1'. ...... , Desterro 1 Set. 1865
Agente cons. Charles J. Watson .......... . )) 21 Out. 1871
Paizes-Baixos. A. S. Schmolle (ausente) ..... .. Rio ele Janeiro 21 Junho 1870
Consul geral
Vice-consulKarl ·Vallais ................ . >J 15 Nov. 1870
Idem Constant.ino Cardoso Guimarães . Campos 23 Maio 1848
Cousul Carlos ·wacbsmann .......•... Bahia 15 Março 1873
Idem Geraldo Brender à Brandis ..... . Pernambuco .8 Agosto l S68
·.Idem inter.C. L. P. Rock .. . ............ . » 8 Julb.o 1873
Vice-cousulJoaquim M. Guimarães Jun.' (aus~) Ceará 21 Junho 1872
Dr. Antonio .Mendes da C. Gui-
Idem interino
marães .......... ........ ·. >> .Out. 1873
Vice-consul Moys~s Benedicto •.. .. •.... : . . Maranhão 19 N ov. 1856
Idem Augusto Eduardo da Costa • : . . Pará 22 Março 185(1
Idem C. Budich... . . . . . . • . . . . . . . . Santos 12 Fev. 1863
Idem Leoii Bergmauu ..... . •...•..• Rio Grande do Sul 21 Junho 1812
Idem José Wolmann .... , .. ,. . .. . .. Porto-Alegre 11 Nov. 181)9
Idem Eduardo Wynne •. . . .. . . . . .. • Sergipe 30 Maio 1800
Idem P. Burstelmann .. . . . .. . . .. .... Maceió 24 Julho )867
Idem Eugenio de la Mal'tiniêre. . . . . . . Deste.rro 20 Agosto 1868
Paraguay ...... Consul geral José Antonio Alves ele Carvalho. . . Hio de Janeiro 28 J un. 1872
Chanceller Luiz d'O. Watkinson.. • .. . . . . . » 15 Set. 187
·Vice-cÓnsul Antonio de F. Paranhos Junior. Bahia 30· ºJun. 1871
Consul João Ramos. . . . . . . . . . . . . . . . . Pernambuco 25 Nov. 1872
Idem .Joaquim da .Fonseca Barboza. . . Ce~rá · 17 Abril 1873
Idem João Francisco da Rocha..... . . . Matto Grosso 31 Julho 1874
Idem José Morei•ra da Silva.... . .. . . Maranhão 12 No,,-. 1873
Idem José [lias Vianoa ............ Rio Grande do Sul 22 Out. · 1873
Idem Francisco de Lemos Pinto... . . . . Porto-Alegre 23 Maio 1874
Perú ............ . Idem Henrique Harper ...•..•.•.•. , Rio ele · Janeiro .26 Out. l 866
Idem Custodio Moreira de Souza .... . Bahia 4 Julho 1874
Idem D. José Miguel Rios .......... . Bel em 1O Set . 1869.
Idem José Pereira Vianna .......... . Pernambuco 11 Set.. 1869
Vice-consul Tito Antonio da Rocha : ..... : .. Ceará 7 Out. 187::l
Con'sul Ficlelis Alves Ferraz . ; ..•...... Rio-Grande elo Sul 30 Maio 18i3
. Vice-consul A1~tonio Nicolúo Sepeda .. . .... . Pará 21 Jan. 1875

Portugal ...... ," Chanceller Dani el Josó'Ihi; .eiro (ausente) ... . Rio de Janeiro
Enc. do cons. Joaquim José Pereira Santiago .. . .,. 15 Março 1875
Vice·consul José Maria de ,Souza Loureiro .. . Itaguahy 10 .Abril 1861
Idem José Corrên, de .ll1ello ..... . .... . Mangaratiba 2 Set. 1873
· ,Idem José Joaquim cLos Santos ...... . Paraty 23 Jau. 1860
\'dem . Antonio Caetauo de Carvalho ... . Angra dos Reis 4 Jan . 1869
Agentecon s. José Alv.es .d'Avi ntes Moreira ... . Ca.bo Frio 21 Abril 1855
- 51

Continuação do qmulro do corpo consular estrangeiro.

LOGARES DATA S
PAI ZES EMP REGOS NOMES
ONDE RESIDEM DO EXEQUAT UR

Portugal .. ... . .. Agente cons. Manoel Fernandes da S. Campos. Macahé 2 J an. 1865
Idem interino Alexandre Pereira de Sá Ferraz.. » 28 Agosto 1867
Vice-cousul int. José Rodrig ues Lopes. . .. . . . .. . Barra de S. João 13 Junho 1866
Ag . cons. int. Domingos Gonçalves da Costa ... S. João da Barra 20 Julho 1865
IJem José Ribeiro de Meirelles........ Campos 4 Fever. 1865
Vice-cousul João Antonio Fernandes Magff-
lb ães ... ... . . . . ; .... . .. .. • Victoria 20 Dez. 1867
Id em .Joaqui m Fernandes Coelho . .. . . . Bahia 3 ,Set. 1861
Idem Valentim Albin o da Cunhá Bessa. Rio elas Contas 20 Maio 1853
Id em Joaquim Ig·nacio Pereira Junior . . R. G. no Norte 21 Julh o 1848
Idem João de Almeida Monteiro . .. . . . AlagÔas 3 Feve1'. 1845
Idem Custodio Domingos dos Santos ... : Parahy ba 11 No\" 1869
Agente cons. Fern ando de Souza Brandão ... . )) 13 Ou t. 1865
Vice-consul Horacio Urpia . . . . . . .. , ..... . Sergipe 22 Março 1859
Consul José Corrêa Loureiro.. . ...... . Piauh.Y 19 Abril l870
Vi ce-consul Paulino José Coelho Bastos.... . )) 17 Abril 1845
Consul Clandino de Arat~jo Guimarães.. Pernambuco 2 Fever. 1864
Idem José Corrêa Loureiro.......•.. Ceará 19 Abril 1870
Vice-consul int. Francisco J oaquim da Rocha . . . Fortaleza 14 Out. 1872
Consul José Corrêa Loureiro ......... . Maranhão 19 Abril 1870
Idem Joaquim Baptista Moreira •••.•. Pará 22 Maio 1857
Vir.e-consul Joaquim Francisca Fernandes ... . Belétn 5 Dez. 1866
Idem Francisco de Souza Mesquita... . Amazonas 9 Maio 1874
Idem José ·Machado de Gouvêa .•.... Granja 28 Fever. 1863-
Idem Henrique P. Bastos (ausente)... Santos 16 Agosto. 1864
Idem iqter. Manoel A. F . da Silva ......•.. )) 20 Dez. 1867
Vice-consul Joaquim Victorino da Cunha .•.. Ubatuba 29 Março 1852
Idem Manoel José Vi eira de Macedo .. . S. Sebastião 8 Nov. 1836
Agente cons. José Martins Corrêa ... . ...... . Petropolis 2 Maio 1865
Idem Fernando de Souza Brandão .... . V. da Parahjba
do Sul 13 Out. 1865
Idem João Baptista de Araujc, Leite . . • Valença 2 Maio 1865
Idem José Faustino da Fonseca e Silva. Vassouras 14 Out. 1874
Idem Hemeterio José Pereira Guima-
rães .............. ..... ........ . .. . Cantagallo 3 Maio 1865
Idem F:rancisco .José de Magalhães .. . . Nova Friburgo 3 Maio 1865
IJem Agostinho R amos Duarte. . .• . . S. Fidelis 12 Abril 1873
Idem Francisco Pinto Duarte ........ . V. de Iguassú 7 Nov. 1868
Vi ce-cons. in t.. Manoel José Corrêa·... . .. .. . . . . Paranaguá 25 Set. 1867
Agente r:ons. Francisco Gonçaives Ferreira Novo. Campina.:; 19 Agosto 1872
IJem .João de ..\;rnvedo Tones . ..... . . .Jag uaJ"ão 4 Marco 1867
Id em José Marques da Motta Guimnl'iies. Rezende 3 Maid 1865
Idetn An tonio Godinh o Simões .. .... . V. de Maricá 3 Maio 1865
Idem Lino Mac hado do Valle ... . ... . V. do R. Bonito 3 Maio 1865
Idem Antonio Marques da Silva ... .. V. de Itaborahy 3 Maio 1865
Idem Manoel Caetano .Jardim ....... . Nitherohy 19 Julho 1861)
Idem Antonio de Lacerda Telles . . . . . . Theresopolis 16 Maio 1870
Idem Ma.noel rla Silva Gandara. .. ... . Barra Mansa 21 Março 1874
Idem Manoel Pinto de Carvalho... . .. . Magé 3 Mai o 1865
Idem .João de Castro Vieira. . . . • . . . . S. Mari a Ma.g . 3 Mai o 1865
Idem João .José Cardoso . . ... . .... . . Ouro Preto 29 Set. 1869
Id em Henri que Coelho de Souza Bastos. Jui7. de F6J"a 4 Maio 1865
Idem .J. Te1 xeirn Lopes Gu imarã es. . T. ela Leopold. 5 Maio 1865
- fr2 -

Continua~íio ~o quadro do corpo eousn lar estrangei~o.


\

LOGAREfl DATAS
PAIZES ..EMPREGOS
ONDE ' RESIDEM
~üMES
DO EXEQUATUR

Portugal.., . . .. A:gcnte cous. José de Piaho e Castro ... . .. . Mar de Hespanha 31 Julho 1872
Idem interino João Pereira de 'Mag·alhães . .... . l> 31 Julho 1867
Agent e eorns. Antonio. Borges Sa1Üpaio ...•... Uheraba 5 Maio 1865
Idtim Luiz Fernandes da C. Guimarães. Baepend.r 11 Julho . 1866
. Idem José da Costa Rodrigues ...... . S. João d'El-Rei 5 Maio 1865
Idem Ricat·do Serafim da Silva Pol'to. Paracatú 5 Maio 1865
Vice-coni;ml 1 Lourenço d' Araujo Pereira ..... . Arêas 14 Jnlho 1869
Idem José Rodrigues Pereira Vianiia .. Brntas 2 Julho ]869
·Idem Joaquim José Soares .......... . Sorocaba 11 Junho 186()
Idem Alexandre da Silva Villela(ausente) Poúso-Alegre 15 Maio 1865
Idem interino Antonio Baptista de Oliveira .... . >l 31 Julho 1867
Agente cons. Victorino dâ Silva França ..... . Parahybuna 15 Maio 1865
Idem interino Antonio Q. de S. e Castro....•. >> 28 Dez. 1867
Agente cons. , Francisco Gonçalves Bastos e Slt. Rio Formoso 16 Agosto 1866
Idem Antonio Dorninguas de Souza ... Goyanna 15 Maio 1~6 5
Idem João Vieira de Azevedo... . . . . . :Mamanguape 15 Maio 186fJ
Ide m João Cor~êa de Mello ......... . Marangu::.pe 3 Janeiro 1867
Idem Fernando Penteado Rosas. , ... . . Ponta.Grossa 15 Maio 1865
Idem Manoel Rodriglies de Miranda .. . Benevente 25 Set. 1867
Idem João Baptista Vieira: de Carvalho
Vasconcellos .............. . Pirahy 5 Maio 1868
Idem Antonio Gomes de.Souza ... . . . Constituição 9 Junho 1865
Vice-consul Antonio da Rocha Paranhos .... . Santa Catharina 23 Dez. 1853
[dem Antonio da Silva Ferreira Tigre .. Rio G. \do Sul 26 Dez . l867
Idem Francisco José Bello ...... .... . Porto-A'l,egrc 10 Nov. 1856
Idem José ela Silva Ramos ....... ·" .. Parnahyba 6 Maio 1870
Idem José Francisco Duarte ......... . Pelotas 21 Agos to 1874
Idem . interino Joaquim José Rebello ........ . Iguape 21 Dez. 186,1
Vice-consnl Felix d' Abreu Pel'eira Coutinho .. S. Paulo 7 Maio 1870
Agente cons. Joaquim Candido Thevenar• . •... )) 8 Maio 1866
Idem . Jo!lé Fortunato da Silveira ... . . Taubaté 2 M::irço 1865
Iderri interino José Constantino P. Guimarães .. Baependy 3 Maio 1864
Vice-consul Salustiano Servulo da Cruz ..... Ouyabá 13 Fev. 1871
Agente cons. Domingos Affonso de Guimarães
Azevedo Maia. .. •. . . . . . . . . Ubá 18 Maio 1870
Idem João Joaquim Fernandes Dias .. . Estrell".l 1 Jan. 1870
Idem Francisco Antonio Guerra. . . . .. . Bagag·eµi 1 .Tan. · 1870
Idem José Marques Nogueira Guerra .. Diamantina 16 Sét. 1873
Idem Frederico Antonio de Carvalho .. . Mossoró · 27 Maio 1874
Idem Antonio de Souza Silva Brito .... . Campanha 16 )l ))

Idem Ignacio Gonçalves d' Amarante .. . Formiga 18 Agosto 1874


Vice-consul Manoel Gomes de Freitas...... . Aracaty 9 Set. 1874
Idem Bernardino Duarte de Carvalho
Proença.... . . • . . . . . . ..... Batmité 12 Nov. 1874
Idem Fortunato de Mello Pereira Bastos. Theresioa » )) ))

'Agente cons. J oaquirn Barboza de Mattos .... . Itajubá 31 Dez. 1874


Idem José Carvalho da Silva. '. ...... . Francn 19 Jan. 1875
Idem João Barboza Gomes de Oliveirfl .. Tieté 24 Março 1875
Rep. Argentina Oonsut geral José Maria de Frias.......... . Rio de .Janeiro 16 Agosto 1864
Vice-consul Erico Pena . . . . . . . . ....•..... )) 4 Nov. 1864
Idem .José Pinto Cambucá .•... .' .... Campos 20 .Nº'" 1871
Consul José Manoel de Amorim Sobrinho. Pernambuco .24 Dez. 1868
- 53

Continua~iio do quadro do corpo consular_estrangeiro.

-
PAlZES EMPREGOS NOMES 1 ONDE
LOGARES
RESIDEM
DA.TAS
DO EXEQUATUR

Rep. Argentina Vice-consul Al~aro Duarte Godinho ..•...... Maranlião 24 Dez. 1868
Idem José Antonio Vieira da Cunha ..• Ceará 21 Agosto 1873
1 Consul José Coelho da Gama e Abreu .. Pará · 12 Jan. 1863
Vice-consul Manoel K. Carneiro ........... Paranaguá 18 Março 1863
Consul Hygino Durão .•.•.....•...... Rio G. do Sul 20 Abril 1861
"Idem Rufinb Arnaul ............... Uruguayana 24 Março 1865
Vice-consu l M. Domingos Lacroix......... Jtaqui l 7 Jan. 1873
Idem José Agostinho de Maria......• Santa Catharina 18 · Março 1863
Cousul J. Elizeu Pereira Marinho (aus.). Bahia 14 Julho 1863
Enc. e.lo cons. Vis'! onde de Pereira Marinho .•.. )) !.l Março 1875
Vice-consul D. Dario Sarachaga ........... Jaguarão !) Dez. 1862
Consul Frederico Duvfll.. •..• , ...... , . Porto-Alegre · 9 Dez. 1862
Vice-consul Henriq'..le Vares .. •· ........... Sant' Anna <lo
Livramento 18 Março 1863
Idem Custodio Echague . . •• . . .•.•... Pelotas 21 Out. 1871
Consul James Romaguera ... .' ......... Santos 7 Out. 1870
Russ1a ..... ....... Vice-consul Francklin Alvares ............ , Rio de Janeiro 26 Junho 1866
Idem José Antonio Pinto; ......•..•. Pernambuco 5 Nov. 1872
Idem. Augusto Eduardo da Co·sta..... Pará · 3 Dez. · 1853
Idem Herman Bujunga............. Rio G. do Sul 7 Abril 1875
Idem Luiz Ribeiro da Cunha....•.... Fortaleza 10 Set. 1866
Idem Martim Brum (ausente) ......... Santos 30 Junho 1873
Enc. do v. con . E. Vockerodt ................. )) 18 Nov, 1~74
Vice-consul int . August Schumaker ........... Bahia 16 )) 1871
Vice-consul João José Alves dos Santos .... Maranhão 22 Abril 1868
suec.e Noruegn Consul geral Leonardo Akerblom ..... Rio de Janeiro 7 Març0 1866
Vice-consul Carlos Hayn. . • .. . . • . . . . , . :• )) 28 Nov. 1870
Idem Luiz ·de Siqueira Tinoco...•... Campos 29 Set. 1843
Consul David Lindgren .. , ........... Bahia 20 Nov. 1843
Vi~e-consul Carlos J. Lindgren ......•.... )) 6 Dez. 1873
[d em Jacques Graff................ R. Grande do N. 26 Set. 1872
Consul F. A. Wegelin .............. Pernambuco ("') 28 Set. 1869
Vice-consul· w. Keller ..... ·. ............. )) 25 Abril 1871
.. Idem
Idem inter.
Rodolfo Smith de Vasconcello~.•
Gaspar Tobler . . . . . . . . .......
Ceará
Maranhão
12 Julho
26 Set.
1871
1870
· Vice..:consul Carlos Jaeggi ................ Bel em 30 Junho 187:3
Idem Ad. Bulow....•... ·........ . , Santos 6 Junho 1870
Idem H. Meyer................... Rio G. do Sul 15 Set~ 1870
Idem Wenceslão Joaquim Alves Leite •. Porto-Alegre 13 Dez. 1842
Id'3m EdJefsen ..•..• ............. )) 19 Abril 1870
Idem E. J. Bruntchweyler.......... Aracaty 12 Agosto 1872
Idem R. J. Shalders (ausente)....... Parah. do Norte 8 Nov. ·1867
Idem interino A.B. Dallas .... , ....•...... )) 10 Junho 1874
Vice-consul Eugenio de Ja lVIartiniêre...•... Santa Catharina 12 Fev. 18fül
Idem interino Petel' Bol'stelmann ............ Maceió 24 Março 1870
Vice-consul Antonio Francisco de Santa Rita. Paranaguá él Dez. 1873
SLllSSa .......... . .. , Consul geral Eugenia Emílio Raffard ....... Rio de Janeiro 12 Fever. 1859
Vice-consul Alb. Barth ........•..•..•.•. )) 21 Dez, 1874
Idem JL1les Meilie.... ... ........... Bahia (HJ 2 Julho 1874
('l E em outros portos elo Norte, desde o Rio S Francisco 21té o limi te septentrional do Brazil.
(**) Exerce o mesmo emprego na~ provinci as ele Sergipe e Alagôas.
5.lto

Continua~iio do ·qmulro llo cor•po consular est:1•an~eiro.

PAIZES EM.PREGOS · I NOilíES


LOGARES
ONDE RESIDEM
DATAS
DO EXEQUATUR

Suisse .......... .. Consul F. Aug. Wegelin, de St. Gal! .• Pernambuco (*) 21 Abril 1875
'Idem G. Naef (anseute).'. ... . .... . . Pará (**) 12 Maio 1873 ,
Idem Francisco Guidort............ . Rio G, do Sul 29 Julho 1865
Více-consul Carlos Euler.. . . . . . . . .. , . . .. Cantagallo 31 Maio 1864
Idem George Krug ..... , .. ~ ... . . . . S. Paulo, com res.
em Campinas 17 .lunho 1861
Consul Fernando Hackradt.• . ..•.. , . ~ . Santa Catbarina
e Paraná (j Setemb. 1861
Vice.-consul int. Frederico Luir. .J eanmonard .. , .: . Caravellas 29 Julho 1865
Enc. do cons. Gaspar Tahler .......... . .... . Maranhão :~8 Abril 1874
Uruguay ·(Rep.
Oriental do). Consul geral Erico A. Pena....... ·. , ..•..... Rio de Janeiro · 9 Fever. 1868
Vice-consul Domingos .José de Campos Porto. )) 15 Dez. 1856
Idem Epifania_ Franco de Mirand a .. . . Campos 14 Jan. 1859
Consul João Luiz de Abreu e Silva..... . Bahia 17 Out. 1865
Vice-consul Joaquim Lopes de Carvalho ... .. . )) 25 Abril 1865
Idem · Paulo Joaquim Telles Junior ... . Alagôas 8 Out. 1846
Idem José Narboni .......... . .. .. . Sergipe 26 Abril 1864
Consul Antonio V. de Santa Barroca.. . Pernambuco 20 Abril 1864
Idem José Dias Macieira ...... . ... . Ceará 8 Nov. 1867
Vice-consul .Tosé J oa·qui m Carneiro ..... ·.... . ).l 17 Nov. 1873
Oonsul Oal'ios Henrique ela Rocha ...• , Maranhão 25 Nov. 1847
Idem João Pereira Thomaz ... . , •...• , S~ntos 26 Jan. 1867
Vice-consul int. Francisco Felicio da Silva ...... . ,y, Julho 1873
Idem Lourenço Ferreira de Sft Ribas .• Paranagu~ 19 Set. 1865
2º Vice-consul Hippolyto Gautier • ; ......... . Santa Catharina 25 Abril 1865
1º Consul D. Rafael M. Elorga ........ ·.. )) 17 fanei ro .1874
E. a,, V. Cons .. P.. Lirou ............ , ..... . Rio G. do Sul 28 Julho 1860
Consul João Pinto da Fonseca Guimarães. Porto-Alegre 28 Junho 1872
Vice-consul D. Justino Torres Filho ....•.• Ale'g rete 22 Maio 1874
Idem Benito Mal.irei y Lamas ..... .. . Pelotas 10 J an. 1867
Oonsul José Mas Ramon ... , ... . . ; .. . Bagé 29 Out . 1873 .
Idem Lino Ballesteros ..... , ..• ...•. . Uruguayan a 29 Março 1870
Vice-Consul Antonio L. Monjardim ... . , ... . )) 11 Nov. 1868
Irl em Manoel Marenco .. . .... , . .... , ltaqui 12 .Julho 1872
Id em Gmlh erme Pinto ... , .. , . ... .. . Jn gua rão 12 .Julho 18"/2
Id em D. fü rrnlio PIL . , .. . . ... . . . . Victoria · 13 Maio l.874
Venezuela, ... Consul · Pedro Rodrigutis Fcrn(rndes Cha-
ves .................... " .. Rio de .Janeiro 5 Fev, 1~62
Idem interino Franklin Palmer .. , ........ , ·.. )) 7 Out, 1868
Consul Dr. J oiio Ferreira Cantão. , .. , . , Pará 27 Maio 1868
Idem Daniel Ramos ........ . ...•. , Pernârn buco 30 .Julho 1872
Idem José Gonçalves do Nascimento .. Bahia '22 Fev. 187::!
Idem interino .Joaquim Elizeu Pereira Marinho .. )) 23 Nóv. l8fül
Oonsul Bernardo José Pereira . .... .... Ceará 24 Dez. 1873

Secretaria d'Estadu dos negocios estrangeiros, 26 de Abril de 1875 .


BARÃO DE ·CAno Fnm

(') Exerce o mesmo emprego nas provincias do Ceará, P amhyba e Rio Grn.pde do Norte.
('•) Exerce o mesmo em pr ego nas províncias el o Marunh iio, Piau lly e Anrn.i.onas.
55 -

Decreto concedendo um credito · extraordinario de 181:824$581.

-N. 8.
Senhor !-- A lei n. 2348 de 25 de A.gosto de '1873 concedeu para a verba do
§ 7° - Comrnissões de limites e liquidação de reclamações - do art. 4° da mesma
lei, no exercício financeiro de '1873-· 1874,, a quantia de '130:000$000.
A despeza, porém, daquella verba importa ern 31 '1: 824$581, sendo ·a occasionada
pela cornmissão de demarcação dos limites entre o lmperio e a Republica do Para-
guay de 2'11:043$683 . · ·
Dá-se, pois, um deficit de 181:824$581 .'
Não existindo sobras nas outras verbas- e havendo urgente necessidade de cobril'
esse deficit, venho submetleni approvação e assignalura de V. lVI. Imperial o decreto
junto que abre· ao ministerio dos negocios eslrangeiro3 um credito extraordinario de
18'1: 824$581, para ter a mencionada applicação .
Tenho a honra de ser, Senhor, de V. M. Imperial, subdito obediente.

VISCONDE DE CA.RAVELLAS.

DECRETO . N. !5827 DE 22 DE DEZEMBJlO DE '1874.

Concede ao ministerio dos negocios estrangeiros um credito extraorclinario ele 1SL'82~$581 , para cobrir o deficit qnc
e:ristc na verba elo Si 7" do art. ~º elo orçamento qne vigorou no exercicio ele 1870-187~.

Não tendo sido previstas na lei do orçamento para o exercicio de 1873-·1874 as


despezas occasionadas pela commissão de demarcação çle limites entre o lrnpúio e
a Republica do Paraguay, e sendo iüsufliciente o credito 'de 130:000$000 que a lei
n. '.2348 de 25 de Agosto de 1873 concedeu para as despezas da verba do § 7° . do
arl. 4º da mesma lei~ na qual dá-se um deficit de ·l 81 :824$581 ; Hei por bem,
Lendo ouvido meu conselho de ministros, e de conformidade com o que dispõe a
lei n. 589 de 9 de Setembro de 1850, determinar que se abra pelo rninislerio dos
negocios estrangeiros um credito extraordinario da importancia do referido deficit ,
devendo ser incluido na proposta crue opportunamente fôr apresentada ao corpo le-
gislativo para a devida approvação.
O Viscorid.e de Caravellas, do rneu conselho e do de Estado', senador do Imperio,
ministrn e secretario de Estadü dus negocios·eslrangeiros , assim .o tenba entendido e
faça executar, expedindo os d ~ spacho s necessarios.
Palacio do Rio de Janeiro, cm 22 de Dezembro de 187 4·, 53° da independencia e
do lmperio.
Com a rubrica de S: M. o Imperador .

VISCONDE DE CARAVELLAS.

\
56 -

Decreto concedendo. ao ministerio dos negocfos estrangeiros um credito extraordinario


de 358:206$999 ou i 40.298,5,9 ao cambio de 27 dinheiros esterlinos por 1000 rs.

· N. 9.
. Senhor! - Por accôrdo havido entre o governo de Vossa Magestade Imperial e
o de Sua Mageslada Britannica foi a reclamação do conde de Dundonald, executor
testamentario de seu fallecido pai, o almirante lord Cochrane, subrncflida a ar- .
b.itra.mento.
Ten.do os arbitros. decidi<lo, em 6 de Outubro de 1873, . que era devida e devi a
ser paga pelo Imperio ao dito conde ,a q.uanti.a de ±: 38. 6715, como importancia e
'liquida.~ ão final de todos os seus dirnitos contra o governo imperial a titulo de ven-
cimeatos, pensão, parte de prezas ou por qualquer outro titulo provenientes dos
serviços prestados. por lord Cochrane ao Brazil, pedio o mesmo governo ao corpo
legislativo, no relatorio do ministerio dos negocios estrangeiros do corrente anno ,
que houvesse de habilita-lo l,l. cumprir essa decisão; concedendo os fundos necessarios.
Havendo-se encerrado a sessão legislativa ·sem que se tivesse podido tomar este
assumpto em · consideração, e tornando-se urgente levar a afleito o compromisso
arbitral', venho submetfer á approvação e assignatura de Vossa Mageslade Imperial
o decreto junto que abre ao rninisterio dos negocios estrangeiros um credito extra-
ordinario de .358:206S999 (i 40.298. 5.9 ao cambio de 27 dinheiros esterlinos por
mil réis), send?O 34.3:777$777 ('í, 38.67'5} importanr.:iia do que é devido ao. cond.e de
Dundonald pelo arbitramento, e 14:429$223 (i 1.623.5 .:9) dos juros da mesma
q;uantira, c©0tados de; iO: de Maiio d.o• CQruente anno, dafa da hota em que: a legaçãc:J
hrilannica reclamou jrt:J:.rns. pela mora,., wté· 23 de Janeiro proxitn0 futuro, data em
que tem de realizar-se em Londres o pagamento das mencíonadas .f 40.298.5.!J .
Tenho a honra de ser,, Senhor, de Vossal\fagestade Imperial subdito obediente,
VrscONDE DE CARAVELLAS.

D'ECRETü N.. 5·828 DE 22 DE. DiEZElVIBRO DE 1874.


CO!lCC~leao ministe1;io. do~ negocfüs esN•angeiros um c11edito· e~traondina11 io ·de• 358:206$999 ou lib. eslr. 40:.298.5.Y
ao cambi0· de 27 ·dinl1ei1·os esterlinos. po1; mil i:éis para pagam en!O da reelamação 1fo conde de Dundonald.

Não lendo sido pr~vista na lei do orçamento vigente a <lespéza de 3:4-3:777$777


ou :Jr. 3;8.6·7Õ· a@• cambio· dre 27 d'inheiros esterlinos por mil reis, importancia que
por· diecisão arbitral de 6, de Outahro de 1;873 foi consideradia devída pe.J:o governo ·
imperial ao conde de Dundonald. corno execufor testamentarie> de seu faJrl.ecido pai
o· alm.iiiante: lord Cochra,ne-, e a d.e· 14:.429$22·2, ou i L623. 5..9 valo<f do j:uro da
dila quantia, contado de 1O de Maio do corrente anno até 23 de Janei1rü proximo
futuro, data em que tem d~ realizar-se o seu pa~amento em Londres ; e, sendo
necessario e urgente supprir essa deficiencia: Hei por bem, tendo ouvido o con-
selho. d.e mini·stros, e. em conformidade do que dispõe o § 3º do art. 4º da lei n. 589
de 9 àe Setembro de 18150, determinar que se abra pelo referido ministerio um
credito extraordinario da quantia de 358:206$999, importancia das referidas
.f .W.298. 5.9 ao dito cambio, devendo ser incluído na· proposta que opportuna-
mente houver de ser presente ao corpo legislativo para a devida approvação .

.!
- 57 - .

O Visconde de Caravellas, elo meu conselho e do de Eslado, senador do Imperio,


ministro e secrelurio de ·Estado dos negocios eslrangeil'Os; assim o lenha erfLendido
e foç.a executar, expedindo os despachos necessarios. .:... ·
Palacio do Hio de Janeiro, em 22 ele Dezembro de '1874, t>3 º da indupcudcueia
e do lrnperio.
Com ü rulJrica de S. M. oImperador. ·
. .
V1scoNDE DE CAnAVELL11 s.

Transporte ele sobras ele umas verbas para oütras.

N. 10.
. S1~nhul' ! .-:.- Scrido ínsuilicienies as quantias concedidas pela lei n. 2348 de 25
de Ag·oslo de '1873, para as despezas· do § 'l º (( Sccrclariàs de Estado>) e § fi:"
ccAjudas ele cuEtO>i , do art. 4Y da referida lei no exercício financeiro de :1873-1871.,
havendo naquelle um deficit de 24·:918$'112, e neste de 2·1:801·$999, tenho a bo11ra
de subrnellcr ;;i approvação e assignalura de V. M. lrnpc.rial, em co11f'orrnidarfo do
lJUC ·dispõe o art. '13 da lei n. l 177 de 9 de Setembro de 'l 8G2, o decreto ju1.itu
quu manda applicar ás dcspezas das alludiclas verbas· a quantia de 4·6:72:3$'11 'l ,
sendo 30:000$000 tirados elas sobras que exisl<·)rn na verba dü §. 2º cc Legac;ões e·
GousL~lados)), e '16:723$1 '11 dus do§ 5° cd~xlraordinarias no. exlerior)) , do mesmo
uxerc1c10 ;
Sou , Scilhor, de V. M. Imperial, subdito obediente,
VISCONDE DE CARAVELLA S.

DECHETO N. 5843 F ·DE 3'1 DE DEZEMBHO DE 1874..


Aulori:;a o mini:;t1·0 e secre'1ario de ·Estado_dos negocios cslraugciros para applicar ils despezas cl\1s verlrns te scnetaria
de faladon e tc ;\juclas de custon do exercido de 1873-18711, a quanlia de ii6:723$Hi, tirada llas sobras das verbas
, Lcg.1_ções e Collsrdados n e uExtràordinarias no exterior n, elo mesmo exerci cio.

Não sendo sufücientes as quantias que a lei n. :2348 de 25 de Agosto de 1873


eoncedeü · paru as despezas das verbas ccSecretaria de Estado>) e ccAj udas de cLi'sto)) ,
Hei por bem, te'iido ouvido o conselho de miriislros e de conformidade com o
disposto no ari. 13 da lei n. H77 de 9.de Setembro .de '1862, aulorisar o ministro
u secretario de Estado dos negocios estrangeiros para applicar ao pagamento das
mencionadas verbas a quantia ele 46:723$ '1'l -1, tirada das sobras existentes Has
verbas ccLegaçõe? e Consulados)) ·e· ccExtraordinarias no exterior>), do mrsrno · exer ~
ciéiu, observando-se as formalidades prnscriplas pdo alludido arl. 13.
O Visconde de Caravellas do meu conselho· e do ·tle Estado, senador do Imperio,
ministro e secretario de Estado dos negocios estrangeiros, assim o tenha entendido .
e faça .executar, expedindo os despachos necessarios. ·
l'alacio tlo Hio de Janeirn,· e,m 3 '1 de Dezcmhrn de 187 4, 53" da inclcpeudeucia
1

e do lmperio.
Com 'a rubrica de S. M. o Imperador.
VJSCONDE DE CARAVELI.AS.

i.;, 11
N.. IL
Balanço ~sral resumido dos Grnditos ·e das dBspezas [10 ministerio .dos nB[GGios ss.tran[Biros no BXBrGicio financeiro ·de 1873-1874.
~ CREDITOS. _
1
VERBAS. TOTAL. DESPENDIDO . SALDO.
Lei II. 2348 de 25 de IDecrelo li. 5827 de 22,Decrelo n. a828 de 22
,\gosto de 1873. de .lleztimhro de 1874. de Dezembro de'l874.
1 1 1-- 1 - - - - - --1- 1--- 1 1

~ I. 0 Secretaria de estado, moeda do paiz ..... º 1 . 1 ô2:39ã~OOO/ ..... . • •...• / 2li:918::PH2 187 :313?PH. 2 187:313;,;ll 12

§ 2. º Legações e ccms ulados, ao cambio de '1.7


dinheiros esterlinos por 'l #,000 ........... . ;):39: 'I ãO?POOO •. •..••.••••. . ... -....... . 509: H>Olii\000 504:246,0tõ" 4:903~1:)8ã

;~ 3.0 Empregados em disponibilidade,moecladopaiz 10 : 866~ 6 66 •. ..... . ..... 10:866-666 8:7271618 :H39~0!i8 ·

;Si 11."Ajudas de custo, ao eambio de 27 dí-


70:000~0001 . •..... . . . . . 9i :804~9ti91 \H : 804~9\:!0
nheiros esterbnos por J\1,tlOOO. . • . . . . •.. . ..
!
21:804~999

~ o.º Extcaordínarias rio exterior, idem . . ..... . RO:ÇlOO:tft()OO, .....•.•• • .. 63:276~8891 i17 ::3!18:p07'1 5:928:/P'i l 8 1
i
~ 6. 0 Di Las no interior, -moeda do paiz . . ... . . . 2 0 :000~000, ........... . 25:000~000 24.: 755~{ 30 24kWi870 1

§, 7.º Com missões de limites e de liquidação de 1


reclamações . . . . . . .. . . . . . , .. ......... . . i 30:000Wi000/ 18l ·:82.H'J>a8·f, • . .......... 31 i :824w58t I ;1 i t :8z41q')581
1
------1 1 1 1- - 1 - - - - " - - -·
i .Ot7 :4il\1i'lfHWI 181:S2l~1ii~ 8 f1 · 4G:72311/J1 H i.19!l:23t-i;/ti247I 1.t86:019;tii526 1;3:2 ·l fü)í72}

~~_m,'5to1:1~~~;;;;;iilfiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiãiiiiliiiiiliiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiKBllllll""'.....................................11111......................llB.........................................,...........................,_,...,..........................

. ..
Secção de Contabilidade, em 3 t de :Março de I 87i:i.
O Director, ALEXANDRE ArFoNso DE l~AtWALn:o.
...
õ9 -

N. 12,

Orf,~anrnnt. o dn des1leza do ministerio dos nenocios esf.ranuei ros


1mra o anuo financeiro de 1876-t877~

I
r § 1. 0 Secrnt:nia d'Estado, moeda do paiz..•. . .•.•..•.. 159:445$000
» 2. 0 Legações e consulados, ao cambio de 27 d. es t. por 1$ 554:: 775$000
» 3. EmprognJos em disponibilidade, moeda do pniz . . ,
0
7.: 1:33#:33:3
Al't , 4.º1! n 4.º Ajudas de custo, ao cambio ele 27 d, m~t. por.1$. '70:Q00#000
. >l 5,•>.Extraordinarias no exterior, idem ... . ...... , .. . 80:000#000
». G. º Di t:rn 110 interior, moerla do paiz ... . ..... . . , .. . 25: 000$000
» 7. º C'ommi ssões ele limi tes, e de liquid ação de 1·ec lamaçõcs 200: 000$000

'l'altella~ exa»licaiivns tio 01•çameuio da des11eza elo mini~ter~io tios negoe.ios


e11Jd.1•au~eh•os 1Hll'n o anuo füaanceh•o ele :IS'18 -- :IS'f ':.

VOTADO PARA
NATURE ZA DA DESPRZA LEGJSI,AÇJÃO VENCIME~TOS SOMMA S 1873- 1874
F.] 8'74- 1875

§ ].o

SEORETARIA n'ESTADO

Ministro e secrotnrio de
Estado ... . ... , .... Ord. Lei de 7 d' Agosto ele 1852 12:000SOOO
Director geral. . . . . . . . >i Drcr. de l9 de Fev .d o J8 5Ç) 5: 000#000
Grnt. Id em t1:G00$000
4 Dirccto1·es dr. ~ecc;: iw. Ot·ll. Id em 1:J : ~oo s o o o
Grn L Id em fi :G00 ,~ 000
6 Primeiros offi eiucs .. Üi'd . Irl e.m 18:000#0001
Grat. Id em 5:000$000
G Seg undo.:; ofü.cines . . Ord. Id erri 1 5 :600,~000
Grat. IJ em 4:800$000
4 Am anu enses ....... Orcl. Id em G:ooouooo
G1·,1t. Id em 2:000SOOO
5 Prntic~nt es. . .. • .. . » Dec . de 2 doi\'faio <lo 1861:' 4:800$000
Augmento de 10 °lo a 11111 1
director de secção . ...•... de 19 ele Fev. de ] 859
D c c1'. 5 0 0 ,~000
2 Ofüciaes de gabin ete . ii llec1•.d f12de Mni o de i 8GR 4:800#000
A trnn sporbr. , .. ·. , ... ••••• . ' • f ••• ' 1 •• ' t • . l 04,: 100$000
- 60

Conti1111açiio das t.abellns tio orçamento da cles1•eza.

VOTADO PAll.6.
NA'fUREZA DA DFSI'EZA LEG JSL AÇÃO · VENC!MENT0S S"MM AS 1874-18'/fi
r.1 871>-187(-)

Transporte .. .. . , . . . . . . . . . . . . •. .. • . •...• 10~:100$000

Gratificação· n tres 1os officiac~ ·


que servem de directores ... Dec r. do 2 de Ma io 1868 3:000$000
Gl'atificações aos empregados
do corpo cliplomati co e cou-
sular que se ac hfí o com exer-
cício nest-n sec retn ri if, .. • .• .... .. , .... .... . . J2:600$000.
1 Porteiro,, ..... .·. . • Orcl. Dr.cr ,rl r.19 de Ii'ev. 1:600$000
Grat. Icl ern 80 0$000
2 Oon ti nuos ........•. Ord. Id em 2:0 00~000
Grut. Id em ~ OOP,000
~ Co n cios ..... ....•. Ord. Id em 3:ooogooo
.G1·nt. Id em J :200$000 .
Gr:i. tifi cnção din1•i ;t aos cor-
reioR _q.unndo c;;f,nn rl r se r-
v 1 ç~ . ... t • r ' 1 ' • •• • • • ' •• Id em 1: r_ %$000 130: l 95$000

Ohj ectos n cce,.~ n ri os pn 1·n o e"-


pediimf;e e registTo,. .... . , . " . . ........ , ... . . LJ:OOOP.000 1

811cndern açii.o dn. cor respn n-


dencia officiul. . . ........ .. .. . ....... , ... ... . R00$000.
rmprcssiio do reh1tori o. e netos
elo g·overno ... .. , ....... ... , . . ... _...... . ...• 6:000$000
Trl em ele uma co llecçn.o de docu-
mentos officiaes determinncla
pelo Decreto n. 4258 de 30
e) e Setembro rl e 1868. . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 6:000$000
Acquisição de li vros para a bi-
hliotheca da sec retn.ri.~.. . .. . , .. , , ............. . 5: 000$0( o
C.wn lgn clurn. pnrn os correios . .. •.....•.. . .. .. •.. . i.J50$000
Al11 gllf\I tla casa pHrn n secre-
ta r ia d'Est.arlo .. , ... , ... . 7:000$000 29:250$000
159 :445$000 162-:395$000
- 6'l

YOTADO PARA
l 874 -1 R75

- - - -1
N AT UREZA DA OF.SPllZA LEGISLAÇÃ O VENCIMENTOS SOMMAS
10: 1875-1876

§ 2.º
1
LEGAÇÕES E CONSULADOS . 1

E staclos-Unidos d' Ame?·ica , 1

En vind.o exfrnorll imu·io .e nii-J


ni stro plenipoteuciario. Orcl. Lei rle ·22 Agosto l8 5] 3:200$000
. R.ep . .Decr. de 4 Agosto 1853 16: 800#000
S, cretario de legaçfio. Orei. Lei dn 22 Ag osto 1851 l :'200$000
G l'nt. Decr. de o Abl'il 1852 · 2:800$000
Addiào d8 1° class<'. 01·d. Lei de 22. Ag osto 185 1 800$000
Grat. Dec1'. de o Abl'il 1852 2:200$000
l Co nsul gera l. •. ... . Ord. 1Decr . de 7 Nov. 1S54 1:500~000
ExprJcliente el a legvção ..... . . ! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . fi OOHOOO
J> do consulado geral. '. .. ..'. . . . . . . • . .. . . . . . 500$000 29:500$000
1 . - --
/ .
Venezitela .
1
Encar. de neg ocios. Ord. ,Lei de 22 Agosto 1851 2:000#0 00
Rep. Dccr. de 11 Mal'ÇO 1872 k: Oli OSOOO
Adclid o de Jn clnsse. 01·d. Lei do 22 Agosto 185 1 800$000
. Grat. Decl' . c!n () AlJril
1
1852 :2:200$000
Experliepte da .legaçã.o ...... . 1
• ••• , .......... , ••• 500#00 0 [:3:50.0$000

Perú.

Env, extr. e ·rn. plenip Orcl. Lei de 2-2 Agosto 1851 3: 200#000
Rep. Decr. de 13 Out . 1869 l 6: 800$000
J. Secretario de legação. Ord . Lei de 22 Ap:osto 185 1 1:200.~0 0 0
Grat.. 'Decr. do 7 Mai o 1859 2:800#000
1 Acldiclo de l ª classe.. Ord. Lei de .22 Agosto 185] HOOfiOOO
Grat. Dec1'. fie 6 Abri l 1852 2:200fiOO r1
Cons. geral em Lima. Orcl. Decr. rle 28 Fev. 1852 ::i:ooosooo
Cons. geral em Loreto. Ord. Decr. de. 4 de Março l 871 4:ooogoor)
Expediente da leg ação ...... 1• • • • • : • • • • • • • • • • : .• •• 500fl000
» do consulado geral ............. ... ... . 2oosooo
>> do dito em Loreto 1
l :000$000
35:7001XOOO
• ; • • • •• • ••••• • ••••••
1

Chile .

1 Encarreg. de negoc, Ord. Lei de 22 Agosto 1851 2:000$000


Rep. Doer de 19Sete rn . 1873 8:000$000
1 Addido de 1ªc lasse. . Ord . Lei do 22 Agosto 185 l 800$000
Grat. Av. de 26deSet.. de 1873. 2:200$000
1 Consul geral. ...... . Ord. Decr 14.cle Junho 1873. 4:000$000
Expediente da legação ..... : . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 500$000
Dito do consulado geral .•... · 1 ·. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50!J$000 1-8:000$0001 ·
A transpo;tar~ ..._.•.. . .... . .. . .. .. . ........ 1.". ···. ·.. .. 96:?00~000
- 62 -

()onthnm~m~ ~nus tabeila~


. •lo m·~luneuto tia cles11eza.

Vt''l'ADO PARA
NATUREZA DA DESPEZA LEGISLAÇÃO VENCIMENTOS SOM MAS 1874--·· l '375
E 18-5-1870
- - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - ---------
Transporte . . . . . . . . . . . . . .. 9G:70 0$000
Bolívia .
.1 Mi'nistro residente. . . Ord . Lei de 22 Agosto 1851 2:400$000 '
Rep. Decr. ·ele 2 de Maio 1874 12:600$000
l Addido de ia classe. Ül'd. Lei elo 2:t Agosto 1851 80080 00
Grnt. Decr .. ele 6 tle Abt·il J 852 2i2008000
1 C.G. eIT,J S.C. <le la Sierrn.01·d De c r ~ ele ~~ de Dez. 187 0 4:0008000
Expedi ente da legação. . . . . . . ... . .... . .... .. . :.. .. 1 :000#000
» do consulado geral. ........ ... .. . ..... . 5008000 23: 500$000
Eqitadoi·. I'.

1 En cal'l'eg. de negocios. 0 1·d. Lei de 22 Agosto 1851 2:0008000


Rep. Doei·. ele 6 Abril 1852 t\ :000$000
1 Adl!i rl o ele 1~ cla.~se . Lei do 2·2 Agosto 1851
Ül'd. i'. OOHOOO
Dóc r .·.. ........... ..
Gri!I. 2: '2 00#000
Exped iente ela Jegaçi'i.o. . . . . . . , . . ..... ... ......•. ~o osooo J3:5oosooo
Oolombt.'a.
I''
J ·Encar. de negoc!Oe Ord. ele 22 Agosto 1851
L ~· i 2:0008000
Hep. Decr.tle 10 deSet .de 1873 8:000#000
1 Arldido de 1ªclasse. Ord. Lei Je 22· Agosto 1851 800800.0
Grat. Decr ..... ......... . . :2 :200$000
Expediente da legação .. . . . . ..... . .. .. . ..... . , . 500$000 1'3: 500#000
-----
Repuólica A?'!Jentina.
1 Env. ext. er:?in. plen. Or<l. Lei de 22 Agosto 1851 3:2008000
Rep. De<:1·. de 15 Abril 1871 16:8008000
l Secretarioclelegnçiw. Ord. Lei de 22 Agosto 1851 1:200$000
Grat . Decl'. de G Abril 1852 2:800$00{)
1 Ad<li<lo<lelªClasse. 01·d. Lei Ji:22 Agosto i 851 800$000
Grat . Dc.:c1·. de 6 Abril 18::í2. '2 :'2008000
l C~nsul geral. . . . . . . ?rc~. 00cr. do 2(3 M,11·ço l 8'701 ·±:OOO#O O.O
4 V1ce-consul es. . . . . . fJl'at ...... . ...... . .. .. . . . 8:200#000
Expediente da legnçãci .......... . .... . . ... . . .. . . . 500#0 00
» do consulailo geral. .... . .. , . . ....... . . 5008000 <10:200#000
Rep. O?·iental do Urityuay.
l Env. oxt.. e min. plen. Ord. Lei do 22 Agosto 1851 3:200#000
Hep . Dec1'. ele 25 Nov. 187-1 1 l :800SOOO
l Socreiario de legaçü.o. Ord. Lei· de 22 Ag osto 1851 1:200$000
Grat. Decr. de 20 Maio l8G8 2:800$000
J A<ldido do ia classe. . Ord. Lei ele 22 Agosto 185 1 800$000
Grat. Doer. de 8 J un ho 1866 2:200#000
1 Consui geral. . .. . ... Orü. Doer . ele 25 Out. 1870 1:500#000
G Vice-consules ..... . . Grat . .. . ... . .. . . ...... . . 9: 100$000
Expediente da legação. . .. . . .. .. ... . ... .. . . .. .. . 500~000
>> do consu !:ido gernl . . . .... . ...... . 5:) 0#000 33:6008000
A transportar . . .. , . . . . . . . , .....• ... .. .. .... 22 1:000#000
1

- 63 -

Continu~~ão das ta~ellas do 01•çamento tia _c lestteza.

~·~~~~~~-~-~~~~~~~~-~-~~~~~~~~~~~,~~~
VOTADO PA HA
NA'ruR'EZA DA DESPEZA LEGISLAÇÃO VEN Cll\IEN'l'OS SOMMA S 187.'l-- 1875
E ]875--1876

Transporte ................ , . . • . . . . • . . . • • . . . . . . . . . . . . . 221 :OOOSOOO


. Ptwag1~ay.
Euv. extr. e illin. plm1. Ül'Cl. Lei de 22 Agosto 1851 3:200$000
H.e p . Decr. de 28 Fev. 1872 16 :?300#000
tlecretariu de Jogattãu. Orcl. Lei ele 22 Auosto 1851 1:200#0LO
Grat. Dect'. 19 Sete7i1. J e 187 3 2:800#000
Ad.dído ele 1a· c: Jasse. . 01·c1. L1·i d e 22 Ag0sto 185 1 800$000
Grat Dt:cr. de G Abril 185:2 '4 :200$000
· Consul geral. .... ... Orcl. Ueci·. de 1 Abril l87 i 4:000ff000
Expedienté d a legação ....... . , ..... . ... .. .. . ... . l :OOO#OQO
» · do consulado geral. . ... . ... . . .. , .. .. , . . 500$000 ;12:500$000

G1·art-B ?'etanha.
1· Euviado extraordinm·10 e mi·
uistro plenípoten cinrio . Un1. Lei de 2'2 AgosLo 185 i 3:200$000
Hep. Doer. de 6 Auril 1852 21:800$000
Secretario de legação. Orei. Lei de 22 Agos to 1851 1 :200$000
Gmt. Dec1'. do 6 Abril 1Fl52 ~} : 80 0$00 0
:J Acldidos de 1" classe. Ord. Lei do 22 Agosto ] 85 1 2:400$000
Grat. Doer. de 6 Abl'il 1852 6:600$000
Expedi ente da logaçrio .... , ....•.... . . . ... . ....•. 4:000$000
I<le11: do cons. ger. em Londres .. , .. . .. . ... ... , . . J :000$000
Idem do cons. {g' Cl', cm Li ver-
pool. ........ : .... ....... .... . ... . ......... . 200$000
.
F?·anca.
,

Etlvi.adô extraordiuar10 e m1-


nistro1:ilenipotencial'lo. Ord, Lei de 22, Agosto 1851 3:200$000
Rep . Decl' ; el e () Ábril 1852 16: 800$000
Secretario de legnçi:io. Orci . Lei de 22 Agosto 1851 I :200SOOO
Gra t. Decr. do 6 ALril 1852 2:800#000
2 A1ldidos rle 1" clnsse. Ord. Lei de 22 AgoRto l 851 1:GOOSOOO
Grat. Decr. de 6 Abril ·rn52 4:400#000
· l Uonsi1l geral em Par1z, Ord. Decl'. de 13 Março 1837 2:500$0U0
l .Consul em Cayenna... ->> Decr. rle J2 · Jan. 1860
3:000$000
Expedíento da legação. . . . . . .. . ..... . ....... , .. 1:000$000
» do consulado geral. ... , . . . , .... . .. . , •.. 500$000
» do dito em Cayenua ..... . .. , ........... . 500$000 37: 500$000
Portugal.
]. Enviado extraordinario e Ii1í..:
nist1·0 plenípotenciario. Ord Loi ele 22 Ag·osto 1851 3:2008000
Rep. Dec r. de 6 Abril 1852 14:300$000
1 Secretario de legação. Ore!. Lei de 22 Agosto 1851 1:200$000
Grat. Doer. de 6 Abril 1852 2:800$000
2 Addiclos de l ªe.lasse. Ord. Lei de 22 Agosto 1851 J 1:600#000 \
.A t.i·ansport'ar .•...•. •.. . . . . .. • .. . ... . ... ·... , ). 23: 1oosooo .335:200$000
- 64

Continuação das tabeHas cio . ®1•çamento tia tlespeza .

c5Yfi?ÇÇ • +aw ;a ... VOTADO PARA


NATUREZA DA DESPEZA LEGISLAÇÃO VBNCIMENTOS SOM MAS 1874-1875
E187f>-1876

Trrrnsportes. , . . . . . . . . • . ........ , , ...•.... ·. 23: 100$000 335:200$000


Grat. Decr. de 6 Abril 1852 4:400$000
Expe<l ie11t e ela legação ... .... ............... ... . 1:000$000
ll do consul ado geral
em Lisboa . .. , .... . , . .......•• . . 200$000 28:700$000
Prussia
bnpe?:i·o A llemcío.
1 Enviado extraordinario e mi-
llistro pleiiipotent?iario. Ü!'Ll. Lei de 22 Agosto 1851 3:200$000
Rep. Dect'. de 21 Oui. 1867 11 :800$000
1 Sceret:wio ele legação . Orcl. Lei de 22 A~\·os to 185 1 1 :200$000
Grat. Dect'. de 6 Abril 1852 2 : 8 00 r~ooo
1 Addido do 1ª classe. Ord. Lei de 22 Agosto 1851 800$000
Grat. Decr. ele 6 Abril 1852 2 :200#000
l Consll l ger. na Prussia. Ord . Doer. ele 7 Fevr. 186'7 4 :000$000
J Consul -gera l !:!as Cidades
I-lanseaticas........ . 01·rl . Dec1··. ele 8 Nov . 1862 4: 000$000
Expediente ela legação. . . . . . . .•.•.. • , . . . ... .. , .. 500$000
» do consulado geral
na Prussia ...•. , ,· .. , ..... . • . . . ..... l :000$000
>> do dito nas Cidacl.
Hanseatic!f8." . . 500$000 1
32: 000$000
fütssia.
l En.viado extrao~cli nario e mi-
11istro plen ipotr-rnciario Ord. Lei de 22 Agosto 1851 3:200$000
. Rop. Decr. de 15 Out . 1874 11 :so.osooo
1 Acldiclo de l ª closse. 01·d. Lei· de 2:2 Ao·osto 1851
8001~ººº
Grnt. Decr. ele 6 Abril 1852 2:200$000
E:- pedient.e da . legaçã o. : . .. . .. , . ..... , ...... . .. , • 500$000
ll do cousulado geral. .. .... ............. . 300$000 18:800$000
Austria-llungi·ia.
l E1niat!o extraorclinnrioe mi-
nis t.1·0 pleDipotenc.iario Ord. Lei dH 22 Agosto J85l :-3:200$000
. Rcp. Doer. de 15 Abl'i l 1871 11 :800$000
1 Add ido de lªcla sse .. Ord. L 'i el o 22 An·oslo
e'
J85 i 800$000
Grat. Dec- r. de 6 Abri l 1852 2 :200$000
Expe·.!icnte da legação . ... , . , . . .............. . , . 500$000 18:500$000

Belgi'ca.

l Enviado extraordinario e mi-·


nistrn plenipotenciario. Ord. Lei ele 22 Àgosto 1851 3:200$000
Rep . Decr . de 2.2 Fev. 1868 11 :800$000
1 Sec1·etario de legação . Orcl. Lei de 22 Agosto 185 1 1:200$000
1 - - - -- -1
A traosportar . ..... .• . . . .. , .• .... .... ... •... -1 6:200$000 433:2oosooo
- tm -
Contlnua~ã:o .d as tabetlas .•1._ 01·~amento · [ da. desiaeza.

VOi'.AlilO PARA
NATUREZA DA DESPEZA LEGISLAÇÃO VENCIMENTOS SOMMAS 1874-1875
1 . E 187-5-i.876

Transportes ..• .. .. . • . • •• , •••••• 1 ••••••••••


16:200$000 433:200$000

Gra1t. Decr. de 18 Maio 1859 2:800$000


1 Addido de }a classe. Ord. Lei de 22 Agosto 1851 800$000
Grat. Decr. de 6 Abril 1852 2:200$000
1 Consu l geral. . . , .... 011d. Decr. ele 30 Maio l86 a 4:000$000
Expediente da legação .... . . .................... 500$000
)) do consulado geral. • • ••• • •••• • ••••• f • . •• 500$000 27:000$000
l
Sa1ita Sé.
1 Eu v. ext. e min. plen. Ord., Lei de 22 Agosto 1851 3:200$000
Rep. ·Dec. de 10 .Junho 1874 16:800$000 '
Expediente d.a legação .... ,. . .. ...... ....... . ... 1 :000$000
Despezas de etiqueta ... , .... . .... . . . . . . . . . :1 • • • • • • '. 925$000 21 :'925$õ0@

Italia.
1 Ministro a·esidente. .. Ord. Lei de 22 Agosto 1851 2:400$000
Rep. Aviso de 26 Jan. 1872 12:600$000
1 Sec1·etnrio de legação. Ord. Lei de 22 Agosto 185] l :200$000
Grat. Decr. de 1!9 Set. 1878 2:800$000
1 Consul g eral. •... , . Ord. Decr. de 5 Maio 1860 3:750$000
Expediente da legação .•.... .................... 500$000
» do consulado g er. .................... ·100$000 23:.650$000

Hrespanha.
l Ministro residente... Ord . Lei de ·22 Agosto 1851 2:~100$000
Re~. Decr . de 4 Out. 1871 7:600$000
1 Addido de 1ª classe. Ore . Lei de 22 Agosto 1851 800$000
Grat. Decr. de 19 Set. 18'i3 '2:200$@00
1 Ooniml geral . . . . . . . 01·d. Decr. de 14 Out. 1853 3:000$0001 '
Expediente ela legação ...... ... ... .... . ...... . 500$©00
.» do consulado ger. . .. . .. , ............
' . 500$@00 17:000$000 '

Paizes Bai'rnos.
1 Couaul geral. . . . . . . Ord. Decr . de 8 Abril 1861 4:000$000 1

Expedien te do cons ulado gier. • • • • • •• • •' • •• ••·•e t • • 500$000 4:50Q$000

Confederação Siiissa.
1 Ministro residente... Ord. Lei de 22 Agosto 1851 2:400$000
Rep. Decr ..... . .... .. ..... l 2:ú00$000
l Addido de 1n classe.. Ord. Lei de 22 .Agosto 1851 800$000
Grat. Av. de26Se1. l873 .... 2 :200$000
l Oonsul gernl .·. . . . . Ord. Decr. de 14 Jan. 1871
4,ººº1°ºº
.+:

Expediente 1da legação ... .. .. .. .......... .... .... 500 000


)} do consulado gier. .................... 500 000 23:000$000

Siiecia e 1Jinama1·ca.
1 !Consul geral. • . . . . . . Ord. Decr. de 8 Jan. 1861 4:000$000
Expedi-ente do consulado ger. •••• li •••••••••• <o •••
500$000 4:500$000

554:775$000539:150$000
"
E. II
"
- 66

Cont.inuação das .tabellas d~ ~rç~mento 'da despez~.

,. VOTADO PARA
NATUREZA DA DESPEZA LEGISLAÇÃO YENCIMENTOS SQMMAS 1874-1875
E 1875-1876

§ 3.º

Empregados
em disponibilidade.

1 Enviad, extraordinarios e mi-


nistros plenipotenciar. Ord, Decr. n.º 940 de 20 de
Março d e l $52. .. • . 2: 133$333
1 Ministro residente.. . » Idem 1:600$000
1 Secretarió de legação. » Idem 800$000
4 ConsulE!S geraes.. . . • » Idem 2:600$000 7: 133$333 l 0:866$666

§ 4.º

Ajudas de custo.

De nomeações, remoções, re-


tiradas e expressos, ao cam-
bio de 27 d. est. por 1$000. • • •• ••, • •• • , • • · ........ ... , 70:006$000 7o:ooosooo

§ 5,o

Extraordinarias no exte.rior.
'

Para soccorro~!a brazileiros des-


. validos , e naufragados em
paizes estrangeiros, e;despe·
zas eventuaes, ao cambio de
27 d. est por 1$000..:·~.. .......... 1 • ~ • , , •• • , • •• • • • ••••••••• 80:000$000 80:000$000

§ 6.º

Exbraordinaria& no interior.

Para diversos serviços extraor·


dinarios no' interior, e des-
pezas eventuaes. . . . . • • .• • • • ., • • ~ • t • ' • • , " • ••• • ••• li 1 •
~5:000$000 25:000$000
·. .,; 1 ., . "
. .1.. ··,. ... "
- .67

Contin11açiio das tabellas tio orçamento da despeza .

.. .
--
,.

., .•
.. VOTADO ·PARA·

...
NATUREZA DA DESPEZA LEGISLAÇÃO VENCIMENTOS ;;~ ,SOMMAS 1874-1875
- E 1875.:.1876

§ 7.º
Commissões de limites e de li-
quidação . de reclamações.
Para as commissões de limites
entre o Imperio e as Republi-
cas da Bolívia, Venezuela
e Argentina, e de liquida-
ção de reclair.ações •••..• •• • • •• • •• 1. l '. t • •••• •. i • •• 1 1. ' ".. 200:000$000 130:000$000

Secção <le contabilidade, em 15 de Fevereiro de 1875.

O director, ALEXANDRE AFFONSO DE CARVALHO.

. ...
..
I~DIOE

DOS

.ASSUMPTOS CONTIDOS NESTE RELATORIO

EXPOSIÇÃO

Republica A.1•gentina e Paragtmy.

Ajustes definitivos de p:iz. Qncstão de limites. Cooperação elo Brazil PAG.

Republica A1•gcntina.

Bombardeamento da povoação argentina elo Alvear pela flotilhá do Alto .Uruguay . 6


llevolução de St.•tembro . Canhoneira Parancl . 8u1 entrada no porto ele Rio Grando
elo Sul. Procedimento seguido em relação a ella. fO
Fe rimentos feitos no imperi.il marinheiro Manoel An!onio de Paiv.1, por soldados ar-
gentinos á margem do a1·roio Ag 1apaby f1
Tiros dados no lerritorio arge ntin o sobre duas lanchas pertencen tes á flotilha do
Alto Uruguay . . , f2
Vexames so:ffriclos por snbd itos· brazi leiros na Concordta. i2

de inv;i são do t·m·itorio oricn l ,l por· :)3 rg.ll'a e sens companheiros, captores
Pr11j(~ c to
do P01·tenha. 13
Divida interna da n.epubli c 1 Ori enl:il !lo Uru guay . tei que susp !rnlo , ma amor iza-
ção e mancl i. !Hgar . os seus juros cm p;1pc l e não o 11 ourn. No les to do corpo
diplomatico e co nsul ar. 13
Convenções postaes i ft

Paraguay.

Accôrdo substituti vo do art. 3:.í e elos §§ 2º, 3" e ti• cio a rt. 29 do trata·Jo de amizade,
cornmercio e navegação en tt\) o Brazil o o Par:1guay. f5
Co11venções Consul.a·es . rn
I'.. ' ,, ••
' ·,

70

I.imites.

Demarcação dos limites com a Republica do Peru. Marco do Javary. PÚ;. . 15


Demarcação c19s .limites com a Republic 1 dei Paraguay. 16
Demarcàção elos limites com a Republica ela Bolivia . ·Hi
Pessoal ela cJmmissã:o • . .. i7
Reclamaçõe,; Anglo-brazileiras. . . ; .17
Reclamação do Conde u!CJ Dundonald. . . rn
Reqlámação da Companlli'a Ingleza de Seguro-Queen . 19
Actos praticados na provi ncia do Pará contra sub ditos portugt1ezes 22

Est1ulos-Unillo.s da . fl.merica·. ·

Reclamação cio brigue~éárolíne...:... Restituiçã9 rla quantia paga. em 1867 ao governo ame-
ricano. • . 22
, Secretaria cl'Estado . 28
· Corpo diplorp ~tico brazileiro . . . •' . 28
Corpo ·con.sular brazil1füo . 29
Corpo diplon~atico estrangeiro 29

Parte ftuanceit•a .

~mortizaçílü ·dos ·empreslim~s feitos pelo Brazil á Republica Argeµtina nns annos de
18fH-i8o7 . • . 30
Despezas do ministerj_o dos úegocios estrangeiros no ~xe rcici o cle- 187li,-i'87t> 30
OrÇ'amento para ó anno financeiro de 1876-4877 3i
Despezas do ·ministerio dos negocios estrangeiros no .exerci cio .de -1873-187-!J.. 3t

ANNEXO N.1.

Republica A.1•gentina. Bo1ubal•deamento dá povoação. argentina


de A.lvea1• ttela Ootilha do 1llto-U1•uguay.

~ .. 1. Telegranmut clô prnsidente elo Rio Grnnde d9 Sul ao governo imperial. • 3


N. 2. Idem Cio commandan le da flotilha iw prnsidentc ela provinci.a 4
N. 3. Aviso do governo imp ;~ rial ao presid ente do Rio-Grande elo Sul . 4.
N. q., Nota ela legação imperial ao governo argentino . :)
N. D. Nota do governo argentino á legação imperi al . . 6
N. (), Nota ela legação imperial ao governo argentino. 7
N. 7. Officio do vice-.cori.snl do Brasil na Restatiração ."o consulado geral em Buenos-
Ayres . 8
Documentos a qi.ie se 1 efere ri officio supra . 8 e 9
~. 8. Officio do commandomle .
. cl;t Vit;al rle Neqrei1°os ao vice-e •nsul na llestauração 10
71

Idem do vice-corisul em Alvear ao juiz peclaneo. PAG. fO


N. 9. Idem elo juiz peclaúeo de Alvear ao vice-consul brazileiro rn
N. w. AviSo elo ministerio ela marinha ao ele estrangeiros. 11
Documentos a que se refere o aviso supra. H a 25
N. 11. Despacho do governo imperial á legação !3m Buenos-Ayres. 25
N_. 12. N1Jta·ela legação imperial ao governo argentino; 26
N. i3. Nota do ·governo argentino á legação imperial . ·. . .27 .
N. -
u.. ijot'.1 dQ -goverüo. argentin o ao imperial 28
·nocumentos a 'que se refere esta nota . 29 a ' 32
.J~. f~ . Nota do governo imperial ao argentipo 32
JY. f6 .. Nota c~o governo argentino ao imperial ..
34
N. t 7. Despacho elo governe!' imperial á legação em Buenos-Ayres 34
N. i8. Officio ela legação em Buenos-Ayres ao governo imperial_. 3õ
N. 19. · Nota do governo argentino á ,legação Jmp~rial _, • ., .·· . 36 .
N. 20. Nota ela legação imperi al ao governo argentino . . ·3()
N. 21. Aviso do ministerio da marinha ao ele estrangeiros. Absolvição ,. do capHão-t·:nGnte
Przewodowsky . .... . 37· .
Documentos a que se refere este :wiso . . 37 a 4f

. no ,
Re\lolução de Setembro.-Canhonei1•a «Pa1~aná».-S11a . en~1·a4a
po1•to do Rio-Gt•ande do Sul.-P1•ocetlimento ~eguitlo em 1•el~1.'ílo:. :_·
~

a ella.
'.
N. 22. Telegramma do presidente do
Rio-Grande elo Sul ao gover1~0 imperial n
N. 23. Id em do g:overno imperié],l ao presidente elo Rio-Grande . H ..
N. 24.• Idem ela legação em Buenos-Ayres ao governo imperial -. A2. ,
N. . 2ã. Idem do presidente do Rio-Grande ao governo imperial. 4,2
' N. 26. Idem do gov~rno imperial ao presidente do Rio-Grai1de 4.2
11
N. Idem do governo argentino ao imperial . .
27. 43.
N. Desp acho _do governo imperial á iegaçâ'.o ·e~ Buenos-A yres
28. 4,3
N. Telegramma elo governo imperial á legação em Buenos-Ay1·es
·29. 44
N. Idem do governo imperial ao ·argentino
30. 44,
N. Idem elo presidente do Rio-Grande elo Sul
31. ª'°
gove rno imperial. 44
N. Id.em do comrnanclante da força naval elo Rio-Gra.ndo ao governo imperial
32. 4,i)
. N. Nota verbal elo governo argentino à legação imperial.
33. 45
N. 3L Nota vérbal da legação imperial ao governo argentino. 45
N. · 3 ~). Notá do governo argentino ao imperial · .46
N. 36. Despacho do governo imperial á legaç.ão em Bueno's-Ayrcs 4,9
N. 37. O:tlici ci da legação em Buenos-Ayres ao governo imperial 50
· N. 38. Nota do governo imperial ao .ela Ilepublica Argentina . õ2
N. 39. Nota elo governo argentino ao imperial.
N. 4.0. Nota elo governo imperial ao argentino . 60
66

Ferimentos feitos no imperial marinheil'o Hanoel Antonio de Paiva


1101• soldados argentinos li 111a1•gem tlo ar1•oio Ag1mpel1y.

N. U. Aviso do ministerio da marinha ao elos negocio s estrangeiros 72


Documentos a que se refere est,~ . àyj~o.
• •
,,; -
. •
• ....
·. - ... '-!,• ·~ ·':::.
. 73 a · 79
.,'11J·

72

.·- .
Thms dados do te1•1•ito1~io a1•gentino sobl"e duas lanchas pe1•ten-
ee~ltes á ftotilha do .1Uto-1J1•uguay.

N. !12 . . Oflldo do prati co H. A.. tl a Costa ao e ! ~ nu ndante da canhoneira Grcenhalgh. PAG . 7'Ó ·
N. 43. Nota da .legação imperial em Bucnos-Ay rús ~o go verno argentino 80
N. . !1/L Nota do goremo argenlino á kgaçãci impJrial. · . 81
N. q.[). Nota do goverr10 argentino á legação iT: perial . ·, 8-Z
N. 46. Nota da legaçáo · iinp~r ial ao governo argentino . 83

Vexames sofl"teid()s 1•01• subtlitos b1•azilei•·~s na Concot•dia.

N. !11.Despacho elo governo jmperial á legaç to em Buenos-Ayres. 84.


DJcumeilto a que . se refere r, oHlcio prei:eclei:rte '. 8!1 e ··so
N! . 48. Officio elo consulado geral em Buenos-Ayres á legaçã!~ imperial 81)
Documentos a que se refere este officici 86 a ...91
He1mbliea 01•iental do 1Jr11suay.

Pro~ect~ de invasão do .ter1·itorio Oriental por Bergara e seus companh~iros . Capto'res do Porlenha

N• . 49. Nota d a legação oriental ao governo imperial. 92


N. 50. Oficio elo presidente do llio-Grande elo Sul aci governo imp erial. 94,
Documentos annexos a f~s le officio. 9~ e 96
N. 5i. Nota ~l o governo imperial á legação 01~iental. 9G
N. 52. Nota da legação orient:d ao governo imperi J. !)9
N. 53. Nota ela legação orienlal ao governo imperial. ' 10'1
N. 54. Nota elo governo oriental á legação imperial. 103
N. 5ã. Nota do governo imperial á legaçrro oriental. 10!1
N. M. Nota elo gove rno imperial á .legação ori ental. '101:1
N. õ7. Nota da Jeg;1ção oriental ao gove rno imperi al. 106
Documento a que se r efere est:1 nuta 107
N. õS. No t ~1 (lo governo imperial iL legaç,ão or enlal. 108
N. 59. No ta ela Legação orienL1l ao governo imperi al. • 109
N. 60, Nola d :t legação orienla'l ao governo imperial. HO
N. fH .. Nut'!- da. bgação i ::pcrial <io governo oriental 1H
N. 62. N1ll 1 elo governo oriental á legaçã ) i;nper ial. UI
N. 63. N Jl<L clct legação impn1·iaJ ao govern o ori ental H2
N. 6 !1. . Not1t do gove rno ori ental á legação imperi ;1l. U2

Divitla intea•ua lia R~publica Ol'fontal do U1•uguay. - Lei lfllC snl!!lpende a


s11a a1no1•tisa~ão e 1namla pagaa• os seus ju1•os e1n 1•a1•el e ·não em
o.m•o.-P1•otesto tio Cor1•0 Dlplomatico . e Cons1da1•.

N. fü). 'R:e'p1·ese'ntação ''aos sa'bcli'tos braúleiros á 1Jega.ção imperial . . . , 113


N. 66. Representa"ção de es trangeiros ao poder legislativo. . • . . . H6
N. 67 .. Nota coue·ctiva d·J corpo cliplomaticó e consu~ar ao governo oriental, prntestando
contra a:; mecfícl as i;elalivas á divida . pulJficJ. . . 1'.ZO
73
68. Resposta do governo oriental á nota collectiva . PAG. f21
69. Lei relativa á divida publica interna . . . . • . 12'3
70. Ratificação do protesto do corpo diplomático e consular . . • . i27

Convenções P~staes.

Convenção postal com. a Allemanha.

N. 7L Decreto n. 5688 de 8 de Julho de JSH, promulgando a convenção postal com a


Allemanha de 30 de Setembro de 1873 . • ·• ·• j 29
N. 72. Convenção postal c~m a Italia. . U.3
N. 73. Çonvenção postal com a França. i51
N. 7ti. Convenção postal cÓin a Belgi ca {69

Pa1•aguay.

Accôrdo ·substitutivo do art . 35 e dos §§ 2º, 3° e 4° do art. 29 do tmtado de amizade,


commercio e navegação entre o Bmzil e o Paraguay.

N. 75. Decreto n. 5658 de 6 de Junho de 1874, promulgando este accôrdo. i76

Convenções Consulal'es.

N. 76. · .Nota do governo imperial á legação de França : {85


N. 77. Circular ás presidencias de provincias. . . . 186
N. 78. Aviso á presidencia da província do Maranhão . {86
N. 79. Circular ás presidencias.de províncias. . . 187

Limite!i .

Demarcação dos limites com a Republica do Perú.'-Jilarco do Java1·y. •


.

N. 80. Termo de assen tamento do marco na margem direita do rio Javary. . " • 188

Novo marco do lguarapé Santo Antonio.

N. 8i. Termo da collócação pela 2ª vez dos marcos de limites na boca do Igarapé
Santo AntOnio. . . . . . . . ~ . . . • . •• • 1-92
N. ,82. Nota da legação imperial em Lima ao governo peruano. f .9~
N. 83. Nota do governo peruano á legação imperial . . . . 197
N. 84. Nota do governo peruano á legação imperial . . . . .... . i98
N. i5. Nota da lefjação irllperial 'em Lima ao governo peruano 199

Demarcação dos limites com a Republica do Paraguay.

N. 86. Acta da 10ª conferencia . . 200

.... .
~

N. 87. Acta da i ta )) . .. . -4 • ' • 205


2()T
. . ..
N. 88. Acta da i2ª
.
)) \ •

209
1 • ' .

N. 89. Act~ da {3ª ,,

. .. .. '.
))

N. 90. Acta da H• ))
. ' . ' 213
N. 9t. 'Acta da {5a' )) ·. 2i6
E, If

..
..
74

N. :92. Acta da f 6" conferencia. , • .• • • • . PAci. 219'


: N. 93. · Acta da f 7• » •. . •• • • .;, 222
N. .94. ,. iActa 'da f8• :' » ... .:. , ;, • • •• • • .' ·•• .• • • • • • • ,.. !- , 22~

. Re°Iatorio
. .
geral da dem., arc,;tção 4e Ümités·entre
. Q r:tlrazil e .O: Paragu.ax . . • ' ~ 22z •
~ .
~. " .,
' ' R-e~lam~~ões ··angfo.:.brazileii!li·s .

N. . 95,. Nota da)egação brjtannica .ao governo imperial ' 2füi


N. 96. '·Ndta''. do' gcí'vernó· imperiai ·á legação brifannica 266 '
N. · 97. Nota cfa. legação '. britannica ~o 'g-o~erno "imperial 268 '
N• . ·98. ,. Nota ·da Legação "britanniéa ao governo imperial .. • • ' '27t.
N• .. 99. Nota do governo imperial á legação britannica
• ., 1

272
N. 100. Nota da .legação britannicà ao governo imperial 272
N. tot.. Nota do ·governo imperial á legação britann]ca ,· '• 274 .

ReclamaÇão do conde de Dundonald como' representante
de seu fallecido pae lord Cochrane. :·. '· '

N. f02. Nota da legação britannica ao governo imperial • 275


N. W3. Nota do governo imperial á legação britannica • 276
N. f04:. Nota da legação britannica an governo imperial 278
Cqmmuni cação do Sr. Hunt a que se refere a nota precedente 279'
N. f05. Nota do governo imperial á legação britannica . . . . 280
Extracto a que se refere esta nota, da acla ela sessão de f,16·. Janeiro de f 860 · 283
~. to6. Nota da legação britannica ao governo imperial • . • . . 284
N. f07. Parecer das s·ecções da justiça· e negocios estrangeiros e da fazenda do
conselho d'Estaelo. • • .. • , • • • 284
N. . f08. Nota do governo iibperial a legação britannica 288
N. 1Q9. Nota da legação J?ritannica ao governo imperial 289

.. Declamação da companhi.- iit~leza de segu1•os - Queen ·- .

N. '· 00~ , ijota da legaçã'a britannica. ao governo imperial. 290


N... · U f.,. Nota do governo imperia1 á legação britannica .. 297

Netos · p ..aticados · na provincia do Pará contra subdito's


• : ' port~guezes. .. ' ~-

N. H 2. Nota da legação portugueza ªº. governo imperial . 301

N: . H3.
Documentús a que se refere esta nola . • .
Nota do governo imperial á legaçao portugueza: ..
302 ª·305 305

N: "" ff4. · Nota· do. governo imperial• á legação portugueza. .. ' .'.• .·306
N~ Uv. ~ Officio do chefe. d.e . policia ,elo P'ará ao presidente. da provincia
' t- , •

. :. 307
....
.
'
·N:.. H6. • Nota do governo im:pe~!al á leg~çãó portug.uez~ 7 • .; , • ... .
'
.• 3Q8
'

N. H7. Nota dá legação portuguez~ .ao .governo ,imperial' .,• ' .


309'
·~· '•,

.. ..

·;
' ..
''

,,'
·75
..• ..
' ..
..
,..
, N.. U8. Nota do governo
. .
imperial · á legação pÓ1:tuguezà
N. U9. Nota da legação . por.tugueza ao governo tmpérial •.
3fo
.'
~ ~ ' -~·'
•I.
'• 1
. •• • i. • • •
;.' ·3f0
N.: :120. Nota do governo" imperiàl .á legação porttigueza . ·. . : 3f2
N. . t2t: Avlso. do ministeri.o da 'jqs~,a a que sê refere a nota :~ upra. . ,. . . 3'12
.lfocti.mentos a que s~ · r~fere ~ste avi§o , •. · .·" ... ".' .. . • . . 3t3 . a 322=
N. 122. Aviso do governo imper~-al ao president~, do Pará ·. · . . ~ .. :. '.~.. • 322··
N. t23.
'
Nota do governo imp@rial ,á legação ;portugue.za
.
.. .. . '"..~ ·323 ..
N. '124.. Nota do g~verno .imperial a legação portugueza.. . ., ., .. ·. ~ ..t•' lf"
. ~ ... •. . • . . 323
~

N. t25. Aviso do rriinisterio da justiç~ ao d'estrangeiros ·324


.. .
f ,

Documentos a que ~e refere· este aviso. , . ·. ·. . .;,.. t • 325 à :.327


N. i.26. Nota do governo imperial á legação portugueza. 327
N. 127. Nota da legação porfügueza ao governo imperial. . 328 •
N. t28. Nota do governo imperial á legação portugueza . 330 •'
1

N. 129. Nota do governo imperial á legação portugueza . 33t


Aviso a qu~ se refere esta nota. • . . . 331
N. 130. Nota do governo imperial á legação portugueza. . .. 332
Documentos a .que se refere a nota supra . . ... 332 e 333
/i
Estados Unidos da Ame1•ica.

•, Reclamação do b1·igue-Caroline.-Restituição da quanti·a pagà em 1867 ao


governo americano.

N. i3i. Nota .do go'verno americano á legação em Washington.


N. :132. Nota da legação imperial ao governo americano
N. 133. Nota do governo americano á legação em Washington.
N. '.134. Nota da legação em Washington ao governo americano
Memorandum da legação em Washington . • • .
N. 135. Nota do governo norte americano á legação em Washington.
N. i36. Nota do governo americano á legação em Washington
N. '137. Nota da legação em Washington ao governo americano .
N. 138. Nota do governo americano á legação em Washington.

ANNEXO N. ~t

N. '1. Quadro da secretaria de estado dos negocios estrangeiros : , .. 3


N. 2. Qua,(lro do corpo .diplomatico brazileiro . . • . . . ' .
N. 3. Quadro do corpo diplomatico estrangeiro . . . . ·. . .. , . . . '8
. N.· . . ~- ·: Quadro dos empregados desta secretaria de estado, comprehendendo,todas ~s com-
.
missões ' de que têm sido
.. ~ . .
in~umbidos desoe sua primeira nomeaçãó até ao
... . ..
presente . . . . • . . . . .: . • . . . . . . . . : . ·· . .
. . . ,
.i J
N., l'L .Quadro dos empregados diplomaticos em effectiyidade de servÍço, disponibili'c:lade .,
e ,aposentados, .e dos agentes consulares brazileiros, comprehendendo todas as, '-~
·' ·conimissõ~s d~ .g~ê tê~ ~ido h1cümbidos' desd~ sua primeira-nome·açâ'.O :ii'é ·ào •· · ·
presente. • . . . . . . . . .. . 16 ·
.,
• ; j-< :.
. .
·
'· .'
•;
76
N. 6. Quadro do corpo consular brazileiro. • •• 1. . . . . • PAG. 38
N. 7. Quadro do corpo consular estrangeir'o~ · . . . . . . . . 4"6
N. 8. Decreto concedendo um credito extraordinario de l8l:82lt,~58'1 55
N. .. 9. ·Decreto concedendo um credito extraordin~~io de 358:206~999, ou ..f: 40,298.5.9
ao ·cambio· de 27 d. esterl. por mil F. ·l para pagamento da reclamação
Dundonald .. . . . · . . . • • . • . . . . . . . . . . . . • 56
'N. W. Decreto n. 5843 F ·de 31 de Outubro de t874 autorisando o transporte das sobras
de umas verbas ·para outras . . . ·. ~ ~ . . . . . . . . . 57'
N. H. ·Balanço das. despezas deste ministério no exercicio de f 873-1874.. . 58
N. 1. 2. ·Orçamento da ·despeza 'do minis te rio dos negocios estrangeiros para o anno..
financeiro de l876-l8'77. ·. . . . . . . 59

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Rio de Janeiro, 187'5. TY!>ographia Universal de
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SUPPLEMENTO AO RELATORIO
DO

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DE

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REPUBLICA ARGENTINA E PARAGUAY.

QUESTÃO DE LUIITES.-COOPERA~ÃO JJO BRAZIL.--NEGOCIA~ÃO NO RIO DE JANEIRO.

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SUPPLEMENTO AO llELATORIO

REPUBLICA ARGENTINA E PARAGUAY

Q1rnstao de limites.- Coopsra~ao do Brazil.-·NB[ocia~ao no · Rio dB Janeiro .


jugusto~ t · Jignissimo~ $t111tortµ ltlll'tstntmrlt~ da ·~a{ãil.

No relatorio apresentado em 14 de Maio do corrente anno, limitou-se o meu ante-


cessor a dizer-vos que esta questão, não resolvida pelo General Mitre no Paraguay,
continuava a ser solicitamente considerada pelas partes interessadas .
. Accrescentou que estavão nesta Côrte para lhe darem seguimento os plenipotencia-
rios argentino e paraguayo Srs. Dr. D. CarlosTejedor e D. Jayrne Sosa; e.que erão
plenipotenciarios por parte do Brazil elle Ministro dos Negocios Estrangeiros e o
Sr. Visconde do ·Rio Branco, os quaes se acha vão autorisados para prestar ao seu
collega argentino o apoio moral estipulado no accôrdo de 19 de Novembro de 1872 e
para concluir quaesquer ajustes concernentes á matéria do mesmo accôrdo.
Não vos foi então communicada a correspondencia que tinha havido depois da

'(
apresentação \ do relato:rio de 187 4, porque a negocia9ão, q,uc;i $~ encetava, exigia a

(
6

maior reserva. Cessou esse motivo, não porquês~"ºhegasse ao desejado accôrdo, mas
..........
por ter o plenipotenê ia"I·io argentino interrompido as conferencias da negociação con-
juncta e tratado separadamente com o paragnayo sem que c1o ·resultado desses ajus-
tes se désse conhecimento officialmente ao governo imperial. Cumpre-me, pois, dar-vos
conta do oçcorrido; e é o qne neste momento tenho a· homa de fazer.
A missão do General Mitre 0rn Assumpção deixou este grave negocio nos termos
que constão das conclusões de um memorándum daquelle .general e do contra-
memorandum do plenipotenciario paraguayo.

Conclusões argentinas :

« 1.ª Não ha questão a respeito do territorio .das Missões. Está ella resolvida
« pela natureza; pelo tempo, pelas conveniencias mutuas e pelo commum accôrdo.
« 2.ª Não ha qtiestão a respeito da ilha do Atajo ou Cerrito, nem p6de haver;
cc e o Paraguay. não questiona este ponto, como já se vio.
« 3.ª Pelo que respeita ao Chaco, não ha questão por nenhuma das partes até
cc á linha do Pilcomayo, desde que a Republica Argentina. acceita o arbitramento
cc para os territorrios ao norte desse rio, inclusive a Villa Occidental, e desde que
« o Paraguay acceita aquella linha como definitiva.
4. ª A Republica Argentina, coherente em seus compronussos, está e estará
« disposta a firmar sobre estas bases os ajustes definitivos de paz com o Pa-
" raguay, e, no entretanto, conservará a paz, mantendo o estado actual na linha
cc do Paraná, na ilha elo Atajo ou Cerrito e em toda· a extensão do Chaco que
« OCCUpa, D

Conclusões paraguayas:

« 1.ª A questão de limites sobre o territorio de Missões depende actualmente


do resultado do protocollo de 7 de Maio ultimo, e, si não se concluep:i defiI].i-
·'
« tivamente os tratados, mantém o Paraguay os .direitos que, poi<cjustos títulos,
. '
tem até á margem esquerda elo Paraná. ~·

cc 2.ª O direito de posse, que o Paraguay tem sopre a ilha .,qo At. jo_ou, Cerrit,o
. ' ~ '
7

e que foi reconhecido por um dvs governos da propria alliança, não p6de ser
' alterado sem prévio accôrdo a respeito do Ohaco.
« 3. ª A questão do Ohaco será definida por meio de arbitramento, si fôr desde
« o Bermejo até a Bahia Negra, ou por transt).cção amigavel, ' fixando-se o Pil-
« comayo como linha definitiva.
'' 4.ª Em consequencia da sua boa política e dos seus bons desejos estft a
« Republica do Paraguay prompta para firmar os tratados definitivos com a Ar-
« gentina sobre as bases propostas: emquanto se não concluírem esses tratados,
« manterá a paz conservi:tndo snbsistente o protesto de 18 de Fevereiro de 18 7 2. »
Neste ponto declarou o plenipotenciario argentino suspensa a negociação, e o
respectivo governo: confirmando depois as suas proposições em notas dirigidas
em 16 de Outubro de 1873, ao paraguayo e ao ministro do Brazil, resumia-as
assim:
« A ultima palavra deste governo foi o arbitramento applicado ao territorio
a entre o Pilcomayo e a Bahia Negra, comprehenclida a Villa Occidental; ou,
a por transacção, a linha do Pilcomayo, salvando-se a Villa Occidental pelo no
« ou arroio mais proximo ao norte. ~

Posteriormente, por nota de 24 de Fevereiro de 187 4, propoz o ministro elo


Brazil ao governo argentino outra solução, que transcrevo nos proprios termos
em que foi suggerida.
« A solução que o abaixo assignado offerece, corno um novo testemunho dos
« sentimentos profundamente pacificas e arnigaveis elo seu governo, consiste .em
« modificar-se o compromisso do arbitramento já acceito em principio por ambas
• 1,.

« as partes contratantes, com a differença de querer uma que seja geral e a


outra limitado ao territovio ao norte do Pilcomayo.
« O governo paraguayo acceita, segundo as suas propostas, como definitiva a
« linha do Pilcomayo, desistindo, portànto, nessa hypothese de toda opposição
<< ao demais territorio elo Ohaco e ao de Missões. O governo argentino tambem
« desistiria do arbitramento, si o Paraguay conviesse em traçar a linha divisaria
' de modo que ficasse a Villa Occidental para a Republicà Argentina. Logo, a
. ' .
cc causa real do · lifigio, que tanto nos preoccupa, está no territorio da Villa Occi-
« dental ~om 6 lim:he septentriona.l que assignalou o governo argentino.
« Parecé{ pois, ~ i~azoável ·que, pondo-se f6ra de questão o reconhecimento dos
" tenitorios ao sul do Pi.lcomayo e ao norte da Villa Occidenfal, o arbitramento
« s6 tenlia p'oi./ ; ol:ijécto decidir do dominio dessa Villa, mantendo-se o statu quo
' '"'
« sem nenhuma outra innovação até que o a:i::bitro, ~scolhido de mutuo accôrdo
« pelas dtms altas partes contratantes, profira sua sentença, ela qual ficará de-
« pendente a celebração definitiva do tratado de limites ·dos dous Estados.
·« Esta solução .é consequencia logica da proposta argentina, e parece conciliar

« melhor todos os e~crupulos de dignidade e todos os direitos recíprocos ·ao governo


« argentino e do governo paraguayo. >>

Esta suggestão não teve a resposta clara e positiva que se devia esperar. Eis o
que uisse o Sr '. Dr. Tejedor na sua resposta de 5 de Março depois de fallar na appli-
cação do art. 6° em vez da do art. 5° do a.ccôrdo de 19 de Novembro de l 872 e de
pretender que a alliança com o Estado Oriental estava terminada.
« O governo . argentino nada espera tambem de outra negociação com o Paraguay,
<e como parece ter comprehendido esse governo, propondo uma modificação ao pro-
,, jectado arbitramento e offerecendo novamente seus leaes esforços, que em todo caso
cc lhe competiria ensaiar por si só .antes de comprometter a Republica Argentina em
« uma quarta e inutil negociação.
« Mas, si isto fosse possível, teria u governo q,rgentino nec~ssidade de introduzir na
« proposta ui:na modificação que a seu juizo a melhoraria, ,com grande proveito da paz
« destas regiões. Si, concordando no arbitramento sobre a Villa Occidental, se ha de
a pôr fóra de questão o resto dos territorios ao norte em favor
\
dó Paraguay e ao
.
sul
« para a Republica Argentina, mais logico seria fazer definitivamente este reconheci-
« mento, desoccupando desde já o Brazil a ilha do Atajo, mencionada como territorio
cc argentino no accôrdo de 19 de Novembro; e a communicação de V. Ex. nada diz a
cr este respeito. ))
'A legação imperial em Buenos-Ayres replicou em 31 de Março. Devo transcrever
uma parte dessa resposta. É a seguinte:
«·O governo imperia~ não póde convir em que o governo arge~tino afaste assim das
« deliberações da alliança o Estado Oriental 1 desligando-o dos direitos e obrigações
cc inherentes ao pacto que os tres firmárão solemnemente em Maio de .1 865. Pelo con-
« trario, o governo do Brazil julga que o concurso desse alliado é de direito, e póde
« ser muito util aos in,teresses communs.
« O governo argentino; disse o Sr. Tejedor, nada espera de outra negociação com
cc o Paraguay, e attribue o mesmo sentimento ao de .Sua Magestade o Imperador. Si
« assim é, deve tambem reconhecer esse governo que se veri~ca a hypothese do artigo
« 5º do accôrdo de 19 de Novembro, e que, portanto, compete á sabedoria e pruden·
tt eia dos alliados a solução o.u procedimento que mais convenha em tal conjunctnra. 11
9

« O governo imperial não desesperou de uma nova negociação com o Paraguay, e


« admira como esta passagem da nota do abaixo assignado não fosse bem comprehen·
<< dida pelo Sr. rrejedor. O que se ponderou alli ao governo argentino foi que uma
« nova tentativa, sobre . bases já rejeitadas por uma e outra parte interessada, nada
« promettia; mas, como era para esse fim que se convidava o governo .imperial, clecla- .
« rou-se que este não recusava, ainda que sem esperança de bom exito, a sua coopera-
« ção moral nos termos elo artigo 4° do accôrclo de 19 de Novembro, cooperação que
« legitima e decorosamente não podia converter-se em uma imposição ao Paraguay.
« Neste sentido propoz o governo imperial, salvo melhor alvitre resultante das confe-
« rencias elos alliados reunidos como previra o artigo 5º, que o governo argentino limi-
« tasse o arbitI'amento ao domínio ela Villa Occidental, causa: da difficuldade elos seus
« ajustes com o Paraguay.
« Confundindo aquella declaração, tão franca e amigavel, com esta proposição não
1

« menos conscienciosa e conciliadora, diz o Sr. Tejedor que seu governo acceitaria o
« arbitramento limitado, suggerido pelo governo imperial, si isso fosse acceito pelo
« Paraguay, o que não crê; mas accrescenta uma condição, ti.e que logo tratará .o
« abaixo assignado, e em seguida observa que « em todo caso caberia ao Brazil en-
« saia-lo por si só, antes de comprometter a Republica Argentina em uma quarta nego-
« ciação inutiL
« O abaixo assignado espera que o Sr. Tejedor .desistirá dessa eEitranha obrigação,
'' em que julgou constituído o Brazil, a de mostrar-se mais interessado do. que o governo
~ argentino em resolver a sua questão de limites c~m o Paraguay, ou antes, de ir
<e preparar-lhe o terreno para uma quarta ou terceira negociação, que o governo ar-
« gentino é o primeiro a decla~·ai· impossível.
<< A condição addicional, a que o abaixo assignado acima alludio, e com. a qual o
« governo argentino limitaria o arbitramento á questão da Villa Occidental, si esta
« solução fosse acceita pelo Paraguay, seria que o Brazil desoccupasse desde logo a
«_ilha de Atajo ou . Cerrito mencionada como terra argentina no accôrdo de 19 de
« Novembro.
«A primeira observação, que ao abaixo assignado cabe fazer em face deste período .da
« nota do Sr. Tejedor, é que o citado accordo de 19 de Novembro não mencionou
« aquella ilha como t~rra argentina, e nem era possível que o fizesse, porque não se
« tratava alli de discriminar domínios ela Republicai Argentina e do Paraguay, mas de
e: regulai'. o procedimento commum dos alliados. Ainda quando esse accôrdo, trans-
e< pondo a sua legitima esphera, definisse algum domínio, nunca seria o dessa ou de
E 2

\\
l.
\
1
10
(< outra ilha, as quaes, ·segundo já reconheceu o governo argentino, estão fóra do
« compromisso da alliança, que della não cogitou.
« O artigo 6° do accôrdo de 19 de Novembro falla da hypothese da desoccupação e
<e expressamente .comprehende nesta clausula a ilha do Atajo, occupada pelo Brazil
e< durante a guerra ; mas sem dizer si é ou será territorio argentino ou paraguayo, o
« que só o tratado de limites das duas partes interessadas poderá decidir. Isto mesmo
« já tinha sido cleclaraclo pelo governo imperial em suas notas ele 21 de Março e 21 ele
« Junho de 1872.

« Sabe bem o governo imperial q':e não está obrigado a conservar forças no Para-
cc guay por causa dos interesses communs da alliança ; e não .o deseja, como tão gra-
« tuitamente presumio o Sr. 'rejedor. Mas tambem sabe que não está obrigado a reti-
« ra-las .nas condições actuaes ; e não póde acceitar como desoccupação por parte da
« Republica Argentina a concentração de suas forças na Villa Occidental, sobre cujo
e< clominio o proprio ioverno argentino admittiria o juizo de um arbitro imparcial.
« O abaixo assignado não pÓde .aqui deixar de reclamar outrosim contra a asserção
« de que os direitos territoriaes da Republica Argentina derivão do tratado de alliança,
( que aliás excluio toda idéa ele conquista, consagrou terminantemente o respeito á
« independencia, soberania e integridade territorial do Paraguay, e apenas declarou os
« territorios a que seus limitrophes se julgavão com direito, e que serião objecto dos
e< ajustes de paz. »

Respondendo em 15 de Abril á nota de 31 ·de Março, não foi o governo argen-


tino mais explicito do que na de 5 do mesmo mez de Março, mas já na memona
ou relatorio apresentado depois ao co~gresso disse o Sr. ministro das i·elações exte-
riores que o seu governo acceitava a proposta do arbitramento na fórnrn modificada
pelo governo do Brazil a qual não alterava essencialmente a argentina ; e em con-
ferencia posterior confirmou ao mi.nistro do Brazil essa acceitação.
Do que se passou naquella conferencia e em outra que se 1he seguio cinco dias
depois conduio o governo imperial que se poderia chegar com brevidade a um
accôrclo satisfactorio. Recommendou pois á legação em Assuinpção que aconselhasse
ao governo paraguayo a acceitação de qualquer destes alvitres :
1. 0 Abandono espontaneo do arbitramento limitado e sua· substituição pela linha
do Pilcomayo proposta pelo general Mitre.
2. 0 Recommendação desta ·linh~ pelo Brazil com declaração da retirada 1mme-
diata e simultanea das forças brazileiras e argentinas.

(
Accrescentou o gov~rno .imperial outro alvitre, que, segundo lhe constára indi-
rectamente, seria acceito pelo governo ai·gentino. Era o segundo dos dous mencio-
nados com uma modificação quanto á retirada das forças brazileiras, a qual se
faria conservando o Brazil as que tinha em Assumpção e retirando sómente as que
se achavão na ilha do Atajo.
O governo paraguayo mostrou-se bem disposto, mas qmz q_ue se àttendesse a
estes pontos :
1. 0 Que por braço. principal do Pilcomayo se entendesse um dos que ficão ao
sul de Assumpção, afim de evitar qualquer duvida que se pudesse suscitar em re-
lação ao rio Confuso, situado ao norte da Villa Occidental ;
2. 0 Que a Villa Occidental lhe fosse restituída no estado em que se achava, sem
indemnisação alguma á Republica Argentina, compromettendo-se o governo para-
guayo pela sua parte a reconhecer, sem prejuízo dos dir.citos de terceiros, as pro-
priedades de particulares adquiridas por compra ou concessão do governo argentino,
. ' .
ficando porém taes concessões sujeitas á lei de terras que fosse promulgada para
todo o territorio da Republica;
3. º Que a Republica Argentina ficasse inhibida de fortificar a ilha do Ataj<;>.
Em consequencia . dos conselhos dados pelo governo imperial dirigio o do Para-
guay em 18 de Agosto ao da Republica Argentina convite para uma nova negocia-
ção nesta côrte, partipando-lhe a nomeação de um ministro com os poderes necessarios
e declarando qué estava prompto para fazer os mesmos sacrificios a que se sujeitava
ao tratar com o general Mitre.
O plenipotenc.iario nomeado foi o Sr. D. Jayme Sosa . .
O convite do governo paraguayo não satisfez ao da Republica Argentina pel~s

termos em que foi concebido.


Respondeu-lhe o Sr. Dr. Tejedor e:m 31 de Agosto :
1º, qüe o governo argentino, instado pelo do Brazi1, havia acceitado o arbitramei;it~
·modificado de modo que a elle se submettesse sómente o territorio da Villa Occi-
dental, reconhecendo-se ao mesmo tempo que pertencia á Republica Argentina o
territorio ao sul do Pilcomayo e ao Paraguay o territorio ao norte, sem prejuízo dos
direitos da Bolívia; 2°, quanto á transacção, que devia o Brazil comprometter-se
a desoccupar im~ediatamente o territorio paraguayo e a entregar tam bem immediata-
mente a Ilha do Oerrito á Republica Argentina; 3º, que não seria ac.ceito o convite
emquanto o governo paraguayo não admittisse qualquer das duas · propostas for ..
muladas.
12
Resumindo a sua resposta perguntou o · Sr. Dr. Tejedor:
« Acceita o governo de y. Ex. a desoccupação total e immediata do territorio
« paraguayo pelas forças brazileiras e a entrega tambem imi:nediata da Ilha do
Cerrito ? Sem isto seria im possivel a transacção.
« Acceit~ o governo de V. Ex. a limitação do arbitramento ao territorio da
« Vi1la Occidental, reconhecendo, quanto ao mais, os respectivos domínios e ficando
« tudo in statu quo até a sentença dos arbitros? Sem isto tambem seria impossível o
« arbitramento. .•
O governo paraguayo replicou em 15 de Setembro que não rejeitava o arbitra-
mento na fórma proposta pelo governo do Brazil, embcra esperasse que a Republica
Argentina desistisse de uma condição que podia demorar por tanto tempo o ajuste de-
finitivo ; e que a desorcupação da ilha do Cerrito e a retirada das forças brazileiras erão
assumptos que devião ser discutidos e resolvidos pelos plenipotenciarios de accôrdo com
o governo imperial.
Accusando em 28 de Setembro a recepção da nota que continha esta réplica, disse •
o Sr. Dr. Tejedor, então ministro das relações exteri~res em Buenos-Ayres :
1
« O governo argentino mantém todavia as suas duas propostas, especialmente a da
'
« transacção ; e, quer de accôrdo com o governo imperial, que~: directamente, no caso
« de adherir V. Ex. á desoccupação total e immediata, estará 8-eip.pre disposto a en-
« tender-se sobre ella com o governo de V. Ex. »

Cumpre notar que iá nesta nota do Sr. Dr. Tejedor se manifestava a idéa da ne-
gociação separada. O seguimento do negocio mostrará. a importancia deste facto.
A resposta", que o governo argentino deu ao · do Paraguay em 31 de Agosto, foi
communicada pelo Sr. Dr. Tejedor ao encarregado de negocios do Brazil pela nota
verbal da mesma data. Essa communicação foi feita de modo privado , mas deixou
de ter este caracter desde que o mesmo Sr. Dr. Tejedor a mencionou em sua nota
de 9 de Setembro.
Confirmou a nota verbal o que eu já disse da maneira como o governo argentino
havia encarado o convite do governo paraguayo; e della se vê que aquelle governo,
comquanto estivesse disposto a mandar plenipotenciario a esta côrte, pretendia
que aqui Iião houvesse discussão ' rrrns que apenas . se désse fói'ma definitiva ao
ajuste resultante da prévia acceitação por parte do Paraguay de qualquer dos .dous
alvitres propostos em nome da Republica Argentina.
. . .
Convém ainda tomar nota desse facto, cuja importancia,' como observei a re~peito
de outro, ficará patente no seguimento deste negocio.
'
!,•
Alludindo na sua nota verbal á influencia do Sr. conselheiro Gondim nos con-
selhos do governo paraguayo, pareceu o Sr. Dr. rrejedor attribuir a essa influencia
o teor para elle pouco satisfactorio do convite de 18 de Agosto.
A influencia do ministro do Brazil ·não era sinão a que cabia ao representante _______---
de um governo que devia, é certo, prestar apoio moral a uma d~s partes- dissiden-
tes, mas que não podia, nem queria, exceder os limites do seu .compromisso, proce-
dendo em relação á outra parte de modo que parecesse ferir-lhe a soberania e a
dignidade . .
O convite, que o governo imperial dirigio pelo seu lado ao da Republica Argen-
. .
tina (Nota .do Sr. Fleury de 5 de Agosto), foi consequencia de certeza, dada pelo
Sr. conselheiro Gondim em 19. de Julho, das boas disposições em que se achava o
governo paráguayo. Os termos, em que este formulou o seu convite, aqui conheci-
dos integralniente em 9 de Setembro, não contrariavão a informação do ministro
brazileiro, nem rc:ivelavão que este se tivesse esquecido das leaes intenções do seu
governo. Pareceu entretanto ao governo argentino que o do Paragnay o não con-
vidava de modo satisfactorio e por isso disse o Sr. Dr. Tejedor na sua nota verbal
o seguinte:
« A minha missão ao Rio, que eu havia promettido, ainda não tem portanto oh-
« jecto; e póde S. S. assegurar ao seu governo que ella se não realizará emquanto
« o governo paraguayo não declarar categoricamente que acceita um ou outro
«alvitre.>>
A resposta do Sr. Tejedor á nota de 5 de Setembro nada adiantou. Limitou-se
aquelle ministro a accusar a recepção e a dizer que aguardava a solução do governo
brazileiro ao conteúdo da já mencionada nota verbal.
Em 20 de Setembro passou o Sr. F1eury nova nota ao ministerio das relações ex-
teriores e nella disse :
« . •••• o governo imperial crê poder assegurar ao da Republica Argentina que,
« si não fôr mais, será acceito pelo plenipotenciario paragnayo o arbitramento limitado
« á Villa Occidental co)ll a continuação do statu qilo, no qual se entende a ilha do
« Atajo ou Oerrito.
« A outra solução, isto é, a da celebração do tratado definitivo de limites pelo Pil-
« comayo, sendo immediata e simultaneamente retiradas as forças brazileiras e argen-
« tinas, tambem é acceita pelo Brazil, e o será pelo Paraguay, uma vez que , quanto
« as forçds que se achã~ em Assumpção, se defina em termos habeis o que . se entende
« po1;-immediatamente. O governo imperial precisa, pelo menos; de quatro mezes ·
·~·.
14 ~.
« para retirar as suas forças sem precipitação nem despezas extraordinariis de trans-
a porte; o governo paraguayo, pela sua parte, deseja que o do Brazil lhe preste apoio
« durante mais algum tempo, como foi prescripto no tratado de paz e .amizade.; e no
« interesse de todos convém dar tempo a que o novo presidente do Paraguay se
« prepare para essa transição . »

Esta nota não satisfez ao governo argentino. RBspondendo em 24 de Setembro,


fez o Sr. Tejedur breve historico da questão quanto aos dous alvitres propostos e ex-
pressou-se de modo que , sem o dizer positivamente, autol;isava esta conclusão:
que se não e:ffectuava a missão em que o dito Sr. promettêra vir a esta côrte.
Transcrevetei os trechos mais importantes da resposta a que me refiro.
« Os dous alvitres, ou meios de concluir a questão com o Paraguay, apresentavão-
se ostensivamente juntos, mas a transacção definitiva e a desoccupação total erão
« o verdadeiro pensamento da reuni.ão no Rio.
~ O arbitramento, que demais já estava rejeitado pela primeira base das instrucções
« dadas ao Sr. Sosa, não necessitava de tanta solemnidade. Acceita pelo governo
« argentino a modificação proposta pelo brazileiro, bastava que tambem o fosse pelo
,.

« governo paraguayo para que fic~sse feito o convenio e se p1;ocedesse a constituir


a o tribunal d~ arbitramento. Pelo contrario, a transacção, que envolvia a eles-
« occupação, exigia a reunião no Rio, porque nella, dep~is dos tratados do Barão
« de Cotegipe, tinha o governo imperial voz e voto decisivo . >>

a Quanto aos importantes dados da nota verbal, limitou-se o governo imperial


a a pôr em duvida privadamente por intermedio de S. S. que as instrucções do Sr.
<< Sosa (que podia ter visto sem inconveniente algum, por se determinar na 6ª base
a dellas que em tudo proceda de accôrdo com o dito governo) contivessem alguma
« cousa que contrariasse o melhor exito da negociação; accrescentando, sempre do
• mesmo modo, que a exigencia relativa aos canaes da ilha do Cerrito, denunciada .
« pela minha nota verbal, não devia desanimar ao governo argentino, porque seria
<< facil regula-la, como as outras, uma vez que fossem ouvidas com benevolencia. »

Devo explicar a origem desta communicação, feita privadamente, de que falla o Sr.
Dr. Tejedor . .
Quando o meu antecessor determinou o que o Sr. Fleury devia dizer na sua nota
de 20 de Setembro, accrescentou o seguinte para ser cqm~unicado verbalmente :
: ' \
(('De qualquer dos dous modos indicados se p6de cop.siderar como certo que a
« missão daquelle senhor (o Dr. Tejedor) terá o resultado ·que elle deseja.
« Não c:rt10 que o Sr. Sosa, que já aqm se acha, traga instrucções que se op-
<< ponhão a isso. A idéa de resguardar a entrada do Paraguay contra fortificações
« ou meios policiaes estabelecidos na ilha elo Cerrito não deve desanimar o Sr. Dr. Te-
" jedor. É natural que os paraguayos proponhão isso, e reduzir a negociação ao ponto
« de não querer ouvir sinão o que S. Ex. tem annunciado é tirar-lhe o caracter pro-
« prio e humilhar o fraco. Vei1ha S. Ex. a esta côrte, ouça com benevolencia o que
« lhe propuzer a outra parte interessada e tudo se poderá arranjar, em duas ou tres
« conferencias . »
Com e:ffeito a desoccupação, idéa fixa do governo argentino, não era recusada por
nossa parte, e só dependia de se fixar o prazo para realiza-la á vista da solução que
tivesse a questão de limites.
Os termos da ultima nota do Dr. 'l'ejedor tirárão, como já disse} ao governo impe-
rial a esperança de se concluir a questão nesta côrte por meio da promettida mis·
são, ao menos immediatamente, sobretudo coincidindo a referida nota com a re-
volução que rebentára em Buenos··Ayres e se propagára em outros pontos da Repu-
blica. Mas em Janeiro deste anno correu naquella capital que o Sr. Dr. Tejedor
estava nomeado e elle proprio, sendo perguntado pelo Sr. Fleury, declarou que era
exacta. a noticia.
Realizou-se :finalmente a missão, como sabeis, e agora tratarei della} chamando a
vossa attençã.o para os documentos que estão annexos á presente exposição e que con-
stão da correspondencia posterior ao relatorio de 18 74, dos protocollos da negocia-
ção entre os plenip'otenciarios elas tres potencias interessadas, à.as notas trocadas com
o plenipotenciario argentino na occasião do seu regresso a Buenes-Ayres e de ex-·
tractos da correspondencia do general Mitre com o governo argentino durante a
missão daquelle senhor no Paraguay. Estes extractos são destinados a esclarecer a ques-
tão do direito, que a Republica Argentina pretende ter ao territorio situado ao norte
do Pilcomayo e que não era bem fundado segundo a opinião do proprio general Mitre .
. Os plenipotenciarios brazileiros tiverão quatro conferencias com os seus collegas ar-
gentino e paraguayo nos dias 28 ele Abril e 4, 10 e 19 de Maio.
A materia principal da primeira conferencia foi a ordem que se devia seguir na ne-
gociação.
Propoz o plenipotenciario argentino que se tratas::se em primeiro logar da desoccm-
paçào do Paraguay pelas forças brazileiras, passando-se a considerar o alvitre ela trans-
acção ou o do arbitramento, e concluindo em qualquer dos casos 'por se resalvarern
os direitos da Bolivia. ·
16

Sustentárão os plenipotenciarios brazileiros que se devia adoptar a or eu1 contraria,


isto é, discutir primeiro a questão de limites e depois aj nstar a clesocct~ão.
Nada po~ém se resolveu e encerrou-Re a confe~·encia, declarando os plenipotenciai:ios
brazileiros que poder-se-hia fazer opportunamente em um dos primeiros protocollos al-
guma declaração razoavel no sentido em que elles se tinhão
. pronunciado.
'

Eis em resumo o que esses plenipotenciarios disserão:


1

A 9-esoccupação era questãó naturalmente posterior á de limites e, devendo ser total


ou parcial, conforme se adoptasse o expediente da transacção ou o do arbitramento,
não poderia ser lev;ada a effeito sem que se soubesse qual do~ expedientes era pre-
ferid'o.
A permanencia das forças brazileiras, além de ser solicitada pelo governo desta Re-
publica, era devida ás incertezas e perigos que resultavão, ou podião resultar, do des-
accôrdo entre as duas Republicas, creando uma'situação em que o Brazil devia acau-
telar a observancia de seus tratados com o Paraguay e prestar a este paiz o apoio que
lhe pa!ecesse conveniente para a manutenção da sua paz interna e ordem consti-
tucional.
O govetno impetial já tinha declarado O· proposito de retirar as suas forças logo que
o pudesse fazer sem risco de comprometter interesses essenciaes ; e a sua declaração
tornou bem patente que este ponto da negociação não po.dia ófferecer difficuldade
\

séria e que, em todo caso, não infl.uia na demafoação da ..fronteira entre as duas
Republicas .
.Conformando-se com o proposito do seu governo, accrescentátão os plenipotencia·
rios brazileiros que, concluida a questão de limites, não haveria duvida em se
fazer a desoccupação.
Nesta conferencia vierão á discussão dous pontos importantes, a parte que cabia aos
plenipotenciarios brazileiros na presente negociação e a entrega da ilha do Cerrito.
Tiverão os plenipotenciarios brazileiros occasião ele observar que o accôrdo de 19
. '

de Novembro de 1872 era o ponto de partida; que elle discriminava as duas questões
da desoccupação e elos limites; e que attribuia ao Brazil a p osição que lhe competia
corno alliado da Republica Argentina.
O Sr. Dr. Tejedor contestou isto, observando que o refel'ido, accôrdo é outras ante·
cedencias do negocio poclião ser invocados como factos historicos, mas não .como
regras determinativas.
Similhante doutrina era inadmissível e os plenipotenciarios brazileitos o mostrár~o,
recordando as bases accordadas pelos alliados em Buenos-Ay.res para os seus ajustes
cle~initiv~yon1 'o Paraguay, e . fazendo. vêr que o accôrdo de 19 de Novembro, res- ·
peitando aquellas bases, lhes mtrodnz1ra as modificações ·que as novas circumstan-
cias exigião.
Eis o que se passou quantO à ilha do Cerrito.
Tratando da desô.~cupação, disse o plenipotencia,rio paraguayo que o seu governo
tinha, solicitado a permanencia elas forças brnzileiras em Assumpçã.o em beneficio da
ordem e eh paz interna da Republica, mas que desistia por lhe haver o governo 1m-
' as não podia conservar por n:ais tempo.
perial declarado iqne
Chamárão os plenipotenciarios brazileiros a attenc;ão do argentino para, o q ué dizia
o plenipotenciario paraguayo e observárão que era preciso res?lvel' a questão de
limites, causal de tudo, para então tratar-se ela clesoccupação, a qual dependeria
dos termos dessa resoluç~ão e não poderia ser obrigatoria sinão depois que os ajustes
celebrados fossem sanccionados e ratificados, sendo trocadas as ratificações, isto é,
depois que pudessem ser considerados actos perfeitos e definitivos.
Contestou o plenipotenciario argentino que a perfeição dos actos não devia ser
rnoti vo sufficiente para demorar a desoccupação, que todos dizião desejar, e que.,
(1uanto à ilha do Cerrito, o seu governo pediria sempre a desoccupação prévia: e
a· entrega.
Respondêrão os plenipotenciarios brazileiros que " a desoccupação da ilha estava
{( no mesmo caso <le quaJqner outro ponto em que existem forças brazileiras; qnc,
" feita a desoccupação, o governo argentino pretenderia talvez occupa-la e for-
, tifica-la, ; qne o governo ·impei:ial, cl1egado ó mom~nto opportunq, a desoccuparia,
" mas não lhe cabia entrega-la ao governo argentino, devendo este facto resultar
" de · accôrdo entre as duas potencias que têm disputado o seu domínio ; que
" feita esta declarnção, nã.o. poclião deixar ele ponderar, á vista do que havia dito
" o Sr. plenipotenciario argentino, que, occupando a ilha do Ataj o ou Cel'l'ito,
' <lurante a guena e mantendo a occupação ainda depois da guerra, o governo
. " imperial tinha consciencia, de não offender direitos reconhecidos ou presumidos
" dü parte .do seu nlliado. ,,
Observando o Sr. Dr. Tejcclor que a _ilha fora occupada em nome da alliünt;a
e p or motivo da guerra, e que, terminada esta, eessára a, causa ela occupação,
respondêrão os i)Jenipotenciarios brazileiros:
' A ilha estava sob o clorninio paragirnyo antes da guerra; o· Brazil occupou-a
" .durante a ·gucna, não por deliberação com os n.lliaclos, que era escus.acla neste
" caso , mas por seu nnico arbítrio, para ali operações militares da sua esquadra; .
ll $
18

'< que a ·clesoccupação era cousa clifferente da entrega; que esta não era 11.cto proprio
« do clesoccupante e sim·, quando muito, formalidade a, preencher por parte da
« nação que tinha a sua posse antes da guerra, logo que reconhecesse esse territorio
« como argentino . »

Observárão finalmente os plenipotenciarios brazileiros que tucfo qu~rito proporiãv


como medida conveniente seria que não fosse a ilha fortificada pelas apprehensões
que esse facto natui·almente suscitaria, e em respeito ao principio que os alliados
estipulfü·ão em 1865, o de impedir novas fortificações sobre o terfitorio paraguayo.
Na, segunda conferencia, depois ele exhibidos os plenos poderes, continuando o
Sr. Visconde ele Ü?-ravellas a ·discussão, « manifestou que o governo imperial estava
« disposto a clesoccup.ar, conjunctamente com o governo argentino, o territorio
« paraguayo) porém que não podia convir em acceitar como obrigac;ão a retirada
prévia de suas forças, porquanto isto dependia, pelas razões expostas na pr1-
« meira conferencia, dos ajustes definitivos entre a Hepublica Argentina e a do
" Paraguay ; que a desoccupação podia ser parcial ou total, segundo as condições
« dos referidos ajustes; que sem conhecimento destes, a discussão seria talvez
«• intermii~avel e urna declaração geral ·sem resultado pratico. »

Em conclusão ·propoz que o Sr. rr ejeclor offerecesse, em fórma de base, o ·


pensamento do · accôrclo que desejava, facilifando assim a discussão. 1

Reconhecendo a força destas considerações, annuio o pleni1Jotenciario argentino


e propoz a seguinte base :
« Ficou cons0quentemente accordaclo que, no caso ele se entenderem entre s1
" a ·Republica Argentina e a elo Paraguay, quer fixando por meio de transacção
, a linha definitiva ele seus limites, quer sujeitando-a a arbitramento, a clesoccn-
<l pação teria sempre logar, no prin;ieiro caso, dentro de tres mezes contados ela
« sancc;ão elo convenio pelos poderes constituóonaes, e no segundo, conservan-
« clo"se o statii qiw com as seguintes condições : 1", ·que a guarnição bi·azi-
« leira de Assümpção será igual em m~rnero á argentina ela Villa Occidental ;
2", qu e a ilha do Cerrito será desoccupada, e . entregue á Republi'ca Argentina
« logo depois de firmado no · Hio o convenio especial de transacc;ão e arbi-
« tramento. ))
Apresentada esta base fez o plenipotenciario argentino a respeito ·elos . plenos
poç1eres brazileiros uma observação qúe, para maior clareza, transcrevo integral-
, ~ t ;'

meJlt( : df!~,Jll'<?toc~J.ló corr): a resposta .}os_. ple.1J.ipo.t ~1:i.c_iarios .elo ..)3rÇ,tzib .


- ' • . · .: . :·~·· ' . ~ - ...~ ·.~. . .• . . . ...• . . ' •.• ' • . · ··· ··· ··~" . . l ,, .. ;.:. : .... .

'' Sendo exposto· ·o ;-sen"- pensamep}o, , observou S. E x . que, antes .ele encetar
• # • - · • • ~- • • · -· - · • • • • •
19

11 cliscq,ssfio, não podia deixar de manifestar a sorpre;rn, com que se intéirárn


/ '

,, dos termos dos plenos poderes exhibidos pelos Srs. plenipotenciarios brazileiros,
( porquanto parecião ter sido dados únicamente com o objecto de ·autorisa-los
" n assistirem como mediadores on a prestarem ao plenipotenciario . argentino
" o apoio moral a que se refere o accôrdo de 19 de Novembro de 1872; que
" entretanto a phrase que se continha nos referidos ,plenos poderes - cc para
( concluírem quaesquer ajustes concernentes á materia do mesmo accôrdo »'
,, parecia admittir uma interpretação mais lata, dando-lhes o verdadeiro caracter
, de parte ; que em todo caso só nesse sentido podia proseguir a discussão.
« Os Srs. plenipotenciarios brazileiros observárão por sua parte que os reparos
" feitos pelo Sr. plenipotenciario argentino sobre o teor dos plenos poderes dados
" pelo governo imperial, provinhão da divergencia que se manifestára desde a
" primeira conférencia; que para os plenipotenciarios brazileiros o ponto . de par-
" tida se acha nos actos anteriores celebrados entre os alliados, actos que
" contêm declarações e normas subsistentes; que, por exemplo, o accô1•do de
" 19 de Novembro de 1872 não é um acto inutil, pois definia direitos e obri-
" gações importantes para a boa intelligencia entre os alliados; que nésse aecôrdo
" se indicou, com pleno assentimento . do representante argentino, qual a missão
" que cabia ao Brazil nas negociações entre a Republica Argentina e a do Pn-
" raguay, no tocante a limites ; accrescendo, como notou S. Ex . o Sr . Dr.
Tejedor, ~que a .
ultima parte dos plenos poderes o habilita para negociar
" qualquer ajuste que seja neGessario e concernente á solução dos tratados defi-
« nitivos ele paz entre as duas Republicas.
« E uma vez que o teor ele seus plenos poderes mereceu esse reparo ao
" Sr. plenipotenciario argentino, cabia-lhes notar, accrescentárão por fim os ple-
" nipotenciarios. brazileiros, que os plenos poderes do Sr. TE'.jedor não erão ex-
" plicitos, pois referião-se pura e simplesmente ás instmcções reservadas do Sr. ple-
« nipotenciario, as quaes não erão coú.heciclas sinão pelo que elle expuzera úa.
a primeira conferencia e antes constára do ·seu discurso de recepção; que porém
( a notada reserva dos plenos poderes argentinos não seria obstaculo·para proseguir
" nesta negociação, considerando que em todo caso o que entre si estipulem os
" plenipotenciarios não é acto perfeito e obrigatorio, sinão depois da ratificação
" dos respectivos poderes constitucionaes, para isso competentes. »

Entrando na materia, disserão 08 plenipotencia1·ios brnzileiros que no protocollo


desta conferelicia se poderia declarar que o Brazil retiraria as suas forças logo que
,,.. .

20
se resolvesse definitivamente a questão de limites, observando-se igual procedimento
por parte do seu alliado.
Quanto á base proposta pelo Sr. Tejedor observárão o seguint.e:
Era razoavel o prazo de tres mezes na hypothe~e da trans_acc;ão, mas na do arbi-
tramento as condic;ões erã.o no-vas e inconvenientes. Não sendo conhec'idos os termos
tb arbitramento, não s3 pouia sn.ber si ·seria nstipnlado de modo que os arbitros
acceitassem o seu encargo, nem si a sentenç.ap,Jria termo ao litigio. A closoccupaç:lo
d:t ilha não podia ser obrigatoria desde a assignatnrn, do ajuste nesta côrte, po.rque
esse ajuste dependeria de sancção. A icléa de igüalar as forças brazileiras .:is argen·
tinas faria crêr . nn, existencia de desconfianc;a reciproca, impropria de alliàdos; e a
ignaldacle seria apenas apparente, attenta a maior proximichde ela Hepu b lica Argentina.
O governo imperial retiraria as suas forças ou as conservaria com o numero de
praças que julgasse 'necessario para a sua segurança.
Accresccntárão que, a dar-se a desoccupação immediafa, devia e1la ser geral, não
~e podendo considerar como territorio argentino . o que fosse contestado pelo Pa-
rnguay e só. depois de . un~ arbitramento ficasse discriminado como ·direito perfoito
de unrn elas partes litigantes. .
Respondeu o Sr. plenipotenciario argentino:
A sua exigencia não importava desconfiança. Si esta existia, provinha doH factos1
provinha da occupação brazileira, . que não era justificGda depois de cessar a guerra .
. A base que s~ discutia não pedia a clesoccupação total, mas sómente a igualdac1e no
interesse commum.
<< Proseguio dizendo que seu ponto ele partida era diverso do dos Srs. plenipot.811-
<< ciarios brazileiros em outro sentido, isto é, que na presente negociac;ão erão tocloP.,
<< em sua opiniã0, partes contratantes ; qne o caracter ele mediador ou cooperador,
" qúe pretendia o Brazil, já se havia ensaiado inutilmente em negociações anteriores;
<' que a negociação conjuncta não podia ele modo algum oftencler asoberania elas Repu -
<< · blicas Argentimi. e Paragnaya, ou limitar os direitos e deveres do Brazil, como se havia
« insinuado; que pelo contrario tornaria mais respeitaveis os resultados, e estaria mais
« de accôrdo com os factos; que havia ainda interesses cornmuns entre os dons alliaclos
<< presentes no Rio, como era o ajuste da divida, e havia além disso o facto da occu-
<< paçfio que, depois dos tratados de Assumpção, não podiam resolver por si s6; corno
" . tambem não o poclifí,o fazer por si as Republicas Argentina e Paraguaya: que não
<< era portanto nestes accôrdos qu e cleviã.o separar-.s e, e sim quando, depois clelles,. fir-
« nrn.ssemas duas Republicas o t.ratado ele limites, O'I , na sua falta, o ele arbitram ento."
I
/
./ . . 21
/ os p 1empo
Ob serv.~'wno . t.enc1ar10s . ·1eirOS
. . b ntz1 . / :

A palavra, desoccupação de que têp:i~do para aconip mhar o plenipotenciario


argentino, quando mnito; só
/
g6d~pplicada ás pouc~"' foit;as brnzileiras que existem
na ilha do Cerrito ; as,..qt1e.. . -estão em A.!:lsumpção não exercem alli ontra jnrisdicção que
uno seja a milit~iir em relação ás suas praças, não excluem nem restringem a auto1:idacle

paraguaya, estão alli como forças amigas, entretanto que na Villa Occidental ha perfeita
oecupação militar pelo governo argentino, com exclnsão completa da jmisdicção
p:1rnguaya.
O Brazil não é parte na questão de limites entre a Republica Argentina e o Para-
g-nay sinão nos precisos e justos termos de suas obrigaç.ões como allindo ; não é parte
(~ontratante, mas cooperaclor pam o accôrdo que fôr de justiça entre a Republica
Argentina e o Paraguay. Esta obrigação não é exclusivamente sua, tambem cabe ao
g- vemo oriental, de cujo con~urso tem prescindido o governo argentino.
O plenipotenciario argentino não admittio a distincção feita pelos « plenipotencjarios
~ brnzileiros entre n occupação da Repub~ica Argentina e a do Brazil; que a Republica
" rstava dentro do territorio que lhe fôra hcljudicad; pelo trátaclo ele alliança, e por
" conseguinte seu, emquanto não ·decidisse outra- cousa e3tc-noe.ô1~cln_OJLa . 's. entenç.n.
" arbitral; que, ao contrario do Imperio, a Republica .não tinha sua divida ele guerra
" · reconhecida por parte do Paraguay; e que aindf.t quando não fosse mais 110 que corno
" garantia, só isso justificaria a occnpação ; que a occnpaçfío da Villa Occiclental tinha
a 0 rio de permeio, entretanto que f.t occnpação das forças brazileiras pesava sobre o
<< territorio habitado, na capit~l do Paraguay, e não podia deixar de influir na direcção
dos negocios, qualquer que fosse a reserva ordenada pelo governo imperial, e a cor-
« clialidade de suas relações. >>

LeiT1brárão os plenipotenciarios brazileiros que « as estipulações elo Imperio re-


" ~ativas a inclemnisações de guerra haviã.o sido feitas de conformidade com o
" !ratado de 1865 e com as bases accordaclas em Buenos-Ayres ·para o seu .desen-
« volvimcnto; que essas estipulações nã.o derão gan),ntias ao Brazil que não sejfío
" eomrnuns aos seus alliaclos, como manifesta o ~exto dessas proprias estiptilações n

e que são o artigo 3° do tratado definitivo ele paz c;__on-: o Paraguay de 9 de Ja-
rwit"<) de 1872 e o artig~ 7º do accôrdo ele 19 ele Novê1nbro elo mesmo anno.
A vista dessas estipulações, concluirão os ditos plenipotenciarios, « a occupação
" de territorio para. garantia elas indemnisações de ·g uerra seria nm facto não pre-
\'ist.o nem n.ccorcln,rln entre os alliados, e portanto insnstentaYel' e grave, ·sern a
" :vltori~mçi1o de um accôrdo comnrnm entre os mesmos alliados. »
\
22
O plenipotenciario argentino, sem abandonar o sen ponto ele partida, e suas ex1-
Q'enciaR ·auauto á. desoccupação e á redllcção de forças, ceinveio em dar um passo
adiante e propoz que a bast P""' ellEL offerecida se ie.rtigisse assim :
" Ficou consequentemente accordado que, no caso de entenderem-se entre s1 a
" Republica Argentina e a do Paraguay, quer fixando por transacção a linha defi-
« nitiva de seus limites, quer submettendo-os a um arbitramento, a desoccupação terá
cc 8empre logar nos termos que se ·estipularem nos respectivos protocollos. >>

Esta base foi acceita pelos plenipotenriarios brazileiros, concordando-se em que


rnt proxima conforencia se entrasse na questão de limites .
Na terceira conferencia recordou o Sr. Visconde de Oaravellas que o plenipo~

tenciario argentino promettêra formular um projecto. sobre um dos dous alvitres


conhecidos e manifestou a esperança de q ne o sujeitasse á discussão.
Annuio o Sr. Dr. Tejédor, offerecenclo prini.eiro algumas considerações tendentes
a mostrar que as exigencias actuaes da Republica Argentina .não erão novas nem
desconhecidas e que o governo imperial, .apezar de saber que delle se ·esperavão
factos novos, manifestára o desejo de que viesse um plenipotenciario ao Rio, dizendo
gne seriflo apla,nada::; as difficuldades relativas á desoccupação.
Feitas essas considerações . leu o Sr. Tejedor a seguinte

BASE DE TRANSACÇÃO.

cc Não obstante o estabelecido no tratado de alliança, acceitão-se, como limites


cc entre o Paraguay e a Republica Argentina, os rios Paraná e Paraguay, e pelo
cc oéste o Pilcomayo em seu braço fronteil·o á Assumpção; convindo a Republica
cc do Paraguay . pefo mesmo acto em ceder {1 Argentina a Vílla .c hamada Occidental
cc sobre .a margem esquerda do Confuso, com um territorio de duas leguas ao sul,
.cc quatro ao norte e quatro ao oéste; e a Republica Argentina em dar por can-
rr cellada com esta cessão a indemnização .que aquella lhe eleve pelos gastos da
•r guerra.
cc Nos limites anteriormente fixados está, entendido que fica comprehendida a Ilha
r• do Atajo ou Oerrito, como do clominio , da Republica, Argentina; devendo ser
r< clesoccupada e ser-lhe . entregue logo que esta tránsacção seja appi·ovada pelos
• poderes publicos do Paraguay e da Republica Argentina. >>

Em relação a esta base disse o plenipotenci<:trio Argentino que o seu governo nã.o
/

/
;:/
/ .
podia acceita1·. transacção alguma com a condição de entrega.r a Villa 11i6tii JYrop1·z·'o ao
~
Paraguay, porque essa entrega era.. . .-contraria ao trat~do ue alliança e á historia
. .
e antecedencias deste negoci ., que estavão vinculados á villa grandes interesses
estra~geiros e argentivos, que devião ser attendidos, e o Paraguay, como confessava
,.,,
o seu plenipqteríéiario, n~o podia pagar cousa alguma; e que a posse da Villa e1•a
para a Republica Argentina . a garantia unica da navegação dos rios Pilc<1mrnyo e
Bermejo.
Leu depois o Sr. Tejedor esta

BASJ<j l>E · AHlllTHAllmNTo.

(( As republicas Ai·gentina e Paraguaya convém em sujeitar {L decisão de um ar-


" bitro ou arbitros, nomeados de commum accôrdo, o domínio da Villa Occidenta1
, com um territorio de duas leguas ao sul, quatro ao norte e quatro ao oéste,
Devendo-_ ser Tegras desse arbitramento:
" 1.ª_ Que qualquer que fosse o resultado, em caso algum a Villa Occidental
r1 poderá sahir do poder da Republica a que fôr adjudicada.
"· 2.ª Que na hypothese de. sentença desfavorave1 á Republica Argentina, os
( tlíreitos territoriaes adquiridos pelos actuaes povoadores serão respeitados em
t( prnpriedade e poss e.
« 3. ª Que na mesma hypothese, _o governo argentino sedL indemnizado, prévia-
mente {L entrega, dos gastos feitos com a occupação e desenvolvimento da Villa>
" fixando a sentença arbitral a importancia e a fórma do pagamento.
" 4.ª Que será devida a mesma indemnização aos povoadoi·es, a contar da posse
1( que torn{trão as ar.mas argentinas, si quizerem mudar de domicilio e assim o de-
" clararern dentro do primeiro anno.
""' ""'
( 5." Que durante o juízo arbitral poderá mante1·-se o statii rpw da occupação
, brazileira, _e reduzir suas forças ao numero que mantenha ,._o governo argentino
na Villa Occidental.
" G.ª Que pelo mesmo facto fic<lo füra de to<b dfocussão e reconhecidos como pro-
prios do Paraguay os tenitorios ao óéste do rio Paragnay e ao norte do Pilcomayo,
1 com excepção da Vilfa e municípios sujeitos a arbitramento, e comb tambem pro-
prios da Republica· Argentina os territorios ao sul do rio Pilcomayo em toda sua
\
' 1 '
24

· ~ " Q~ tcnsão, devendo pt-'-'tanto ser c1csoccnpada e ser-lhe entregue a Ilha do · Atijo
" ' logo depo:s de assigha-fo -·L1() Rio c::ite cott'i:enio. ,,
Licb esta base, alludio o plenipotenciario argentnm ,::tos actos de. desconfiança re-
ciproca entre o sen governo e o do Brazil e disse que a sua missão i~ão tinha por
cfbjecto augmentar essa desconfiança, mas remove-la. Accrescentou que a exigencia
cln. Ilha dei Atajo tinha por causa cfficiente a 1ogica · elo direito e a dignicl acle <la
Hepublica Argentina; . que as suas instrucções o inhibião de occupar-se do arbitr(.1.-
rnento desde que a dcsoccupação e a entréga ela ilha não tivesse 1oga,r logo depoi:-;
de 8e effectuar o ajmte nesta côrte ·sem necessidade ele aguardar a sentença arbitral;
e que clle preferia voltar cor~ as mãos vazias a ser portador ele um accôrclo que
não fosse approvado pelei seu governo e pelo congresso.
L eu finalmente o Sr. T ejedor a seguinte

J3AS E PARA Ul\l E OUTUO CASO .

" A8 ires partes deliberante s e presentes a estes a.ccôrd.os confinnão a re8alva dos
clireitos de Bolívia a todo o territorio objecto desta negociação, de confo.rmicla<lc
" com o previsto no tratado de allianr,a.))
Os plenipotenciarios brazileiros, limitandq -se: em quanto liào fallavt1 o seu collega
elo Paraguay, a taes reflexões em rehi.ção ao historico que o Sr. 'rejedor fez das a11J
tcce.dencias da sua missão: ohservárão o seguinte :
A correspondencia, particular do ministro dos negocios estrangeiros do Brnzil co:n
o seu representante em Bnenos-Ayres não podia servir d e base ao procedimento
official dos dous governos; essa base estava na correspondencia official.
A missão do Sr. T ejedor tinha a sua origem no alvitre do arbitrnmento limitado
que o govemo imperial propôf. O govemo Argentino não se mostrou logo disposlo
a renovar por esse modo it negocii1çfi.o, mas afinal mostrou intem;i1o de faze-lo, si t:-
yessc certeza ele ser a ·prop ostaél~ BrazJ acceita pelo Paraguay.
A desoccupac;ão nã. o ::ieria embaraço, sendo respeitado o accôrdo de 19 de Novcm-
lro e não rn pretendendo que o Brnzil fo3sc contrndictorio " O govemo imperial descj[t
retirar ~1s suas forças e sempre o declaro u, mas ni1o se poderia obri g~w a isso sómente
pen· força de ajustes que po clião ficar sem effaib desde que não fossem approvados
p ~lo s . poderes consti.tucionaes da R<.:publica Argentina e do Parnguay.
" Equivocoa-se o Sr. plenipotenciario úg.entino quando hoj e attribuio pensamento

contrario aos Srs. pleuipotenciarios brazileiros, snppondo que a simples annuencm
do representante do Paragnay poderia: determinar a retirada prévia elas forças
(( brazileiras. Os ajustes, propostos entre o govemo Argentino e o do Paraguay,
( têm sido foitoi:i a titulas de transacção por uma e outra parte; não lrn, pois, reco-
( nhecimento definitivo ele territorio Argentino ou Paraguayo em quanto o çi,ccordado
( não for acto pleno e perfeito, segundo a constituição elos dous paizes e as fórmulas
( essenciaes elo direito internacional.
(( A desoçcnpção prévia ela Ilha do Cerrito pócle ser propostÇt pelo Sr. plenipotencia-
« rio argentino como mnft conveniencia, não oomo llm direito derivado ele ajustes ainda
(( não consummados. Esperaya, porém, e espera ainda o governo imperial que a _eles-
" occupação militar, mei'a questão de tempo mais ou menos breve, não seja um
• embaraço pat'ft que a ·Republic<L Argentina e o Paraguay se entendão sobre seus
( limites, e o Brazil possa prestar-lhes seu concurso aroigavel e assentir por sua parte
• {ts justas proposições que lhs possão seJ.' feitas quanto {t retirada das forças bra-
" zileiras.
(( As cartas elo Sr. Visconde de Caravellas ao encarregado de negocios interino . ·.
( elo Brazil em Buenos-Ayres não significayão sinão que ll.ma elas clnas soluções
( propostas, com a modificação suggerida pelo governo imperial quanto ao arbitrn-
(( mento, seria base segura ele nm ajuste amigavel, visto que a retirada das forças
( brazileiras não seria obstáculo a isso, apartada a icléa de desconfiança, como era
( natural, para não pretender-se elo Braúl um procedimento que ferisse siia dignid~cle
" e seus direitos de alliado. >>

O plenipotenciario paraguayo, depois de obse1·var que convinha adaptar como


divisa o traço do Pilcomayo fronteiro {t Villet~ e não o outro que fie.a va em frente á
Assnmpção, disse qne optava peht propost~t da transacção.
(( Accrescentou com tudo S. Ex. que não podia acceita-la em todos os seus pontos;
cr que na dita base fallava-se ela entregà da Villa Occidental em cancellação da diyicla
(( . de guerra, o que cabia ao tratado de paz e não ao de limites; qt1e ·a l'efericla divida era
•( com effeito l.1m peso enom1e para o Paraguay, porém que, com quanto acceitasse indivi-
(( dualmente um ajuste no sentido indicado, suas instrucções não lhe davão faculdA.des
para isso; que por otltra parte devia tambem advertir que esta cane.ellação 111ediante
« cessão da Villa Occidental, era prejudicial ao ParagHay, porquanto o seu comnlercio
( necessita de garantias que irupeçrlo a climinuii;ão das rendas p.elo co11trahfü1(lo, o qual
(( continuaria, como até agora, si a Villa ficasse sob o .dominio argentino; que com-
( prehendia, entretanto, que ao contrabando poder-se-hirto conÚ-ap()r nuxlidas :flnvi_acs,
E 4
,1 e 9.ue os pn;j ni.zos possi veis pela cc~::;ito nunca poclerião cq u 1pnra1·-se, nem si quer
« comparar-se com a totalidade da divida e sew' juros; e que estava clispot;to a acceitar a
" transacção negociando acl referenclwn para sujeitar o convenio á approvaçfio elo seu
' governo.))
Passando a examinar a base do arbitramento, cxpôz o plenipotcnciario paragu<1yo
n,::; objecções <J.Ue tinha de oppôr ás c011diçÕes nclla formuladaR.
Completárão aqui os pleni potenciarios brazileiros a sua resposta no argentino sobre
o estado em que se apresentava o ajust~ de limites qu-;~1to ao tenitorio (fo-Cl.rncõ-, ·
collocando-se sempre na posi(;ão que competia ao Brazil como assignatario do ti'atado
de 1ºde Maio de 1865 e iJor todos os interesses qne ci ligão {t Hepublictt Argentina
e ao Paragnay.
Começárã9 por obse.nar q ne « ri sorpreza, notad~t pelo Sr. ple.11ipotencial'io argcn~
<( tino, era natmal, desde que o proprio S1'. Tejedor declntou que o governo argcn-
« tino tein hoje exigencias que antes não hpresc11túrn, e que silo as novidades ou
« ;11teraçõcs :t que alluclio S. Ex . com referencia ao ~:; 1ermo::; das ::;oluc,'.ões que acaba
« c1e apresén tar . )1

Em segniclá ennrnerárào os pleni poterleiarios ~nrnileiros as iuuovaçõe,:; apresentada s


pelo argentino. Devo transcrever text.nnJ111e11tc essa enumeração. Ei-la :·
'
" Uimi cle:;sas i11110Ya<;ões consiste cm que, dada a primeirn,, das t:olm;ões antes an -
" 11unciridas e ago1\1. acceita pelo gov.rno argentino, a ela lin 1 :a elo Pílcomayo, pretend e
( clle ao mesmo tempo qüe o Paraguny lhe cc·cla a Villa Occidental a titulo ele plena
inde11miznção dos gastos de guerra.
A segm~cfa innonu;ào é que, assim na primeira como na ltypôthese do arbitrnmento,
a se demarca o te{Titorio da Vilht Occidental por modo que a Republica Argentina leva
" os seus fo11ites um pouco além ela margem esquerda do Pilcornayo.
(( A terceira é a clausula ele não poder a Villa Oceidental 'Ser ajudicada a uma
" tcrceirn poteneia.
( À qumta é a iti.denrnizfü,~ào exigida do Paraguay, si o arbitramento lhe fôr favo-
« ravcl: cm favor elos proprietarios argé.ntinos 6t1 e::;1rangeiros que qneirão mudar ele
'' domicilio.
<( A quinta é n inclémnizac;.ão prévia pelos ga,"s tos que a Republica Argmitina tem
feito na ditr\. Villa Occide1"tt;11.
, A sexta é n qne . estabelece a reducÇão das forças· brazileiras esfaciolrnclas em
,, Assumpc;ão ao numero que sustentar o governo argentino '.- a Villa Occider:itaj, em
<t quanto c1nmr o Julgamento arbitral.
•.

27
<< A sctil'na e ultima é n que exige a desoccupaçilo e ent ega cln llba do Atajo logo
"- qne fôrassignaclo no Ri~ o convcnio snstentando a questão ele limites ao jui~n
" arbitral. 1i

Prescindindo da desoccupação, cm quanto não conhecc~sern o pensam011to defini tiro


dos plenipotenciarios argentino e parngunyo sobre um ou outro dos dons alvitrc:::i
propostos, observárão os plenipotenciarios brnzileiros que o accôrdo de 19 ele Novembro
u•ando das palawas - << tres mezes clepnis ele celeb: ndos os tratados definitivos de
paz-· ii quiz diz~r trn.tados concluídos com todas as solernniclacles legaes e nfio se
referio ao simples acto elos plenipotenciarios.
Feita ~ssa observação e restringindo-se por ernquanto a, considerações geraes· e a
urnn elas clausulas da proposta argentina que suscitava grm·e objecçil.o, disserão os
plenipotenciarios brazileiros : ·

« Certamente qne urna solução definitint sena preferível {1, do arbitramento, si


" fosse poss>vel conciliar as pretençõcs do govemo nrgentino com as do Paragun r,
" quanto ao territorio adjacente á margem scptentrional do Pilcornayo. No caso
" contrai'io, o arbitramento, hem definido e sem clansn lns que o tomem ele' impo~si Ycl
" realisnção, é o alvitre qne póele cortar todas as difficnlclades e decidir do domínio ·
" sobre <) territorio em litígio, sem qnebra do q11e o goyerno argentino julga de sna .
' dignidade, isso é, sem a renuncia mot1i propi·io, e do que o Para.guay tem reclamado
" como seu direito e ncce ~siclad e de snn. scgnrança e interesses fiscaes.
«< A clausula, porém, da primeira solução proposta pelo Sr. pl enipotencinri() argcn-
" tino, isto é, a cetisi:io ela, Villa Occidental em troca elos gastos de guerra, a cuja inclern-
" nizaçfto tem direito, encontra com as disposições elo tratado ele alliança e ns l>ascfl
" preliminares nego (·iaclas em Buenos-Ayres para os nj nstes definitivos ele ·paz e o
«· accôrdo ele 19 ele Novembro.
) O tratado de allíança e a,qncllas estipnlnções posteriores, que regnlárã.o n
sna execução, estabelecem o compromisso de respeitm.--se a integridnde terri-
" torial do Parn~·uay e n. m.ais pe rfeita ignallladc de concfü;.ões quanto ás inelc-
" mnizaçõcs pol' gastos e prejnizos de gucrrn, Lem como a r espeito de quaesqnc:r
" ontl'os interesses . O go\'emo impcl'ial e o da Republica Oriental nilo pocleriiJo
, ver essa t.ransnc<;ão pecurnarm FlCm reclamar contra ella como offenslva elo
" pacto de allin.nça) ou, pelo menos, terião o direito ele exigir para. si a mesnra
" fórma dA pagam ento. Até hnje não t.em o go íerno imperi al recebid o um r enl
" c0mo indcmnizaçn o ele gnerra: e nem mesmo tem '1' e~e hicfo a .import.nncia totH l
Clos n.u~ilios q ne prestou ao gove rn o prov1-sffr10 do Paragnay a titulo : de
. 28

« emprestimo. Os ajustes celebrados pelo g·overno elo Brazil com o elo Paraguay,
<< no tocant.e ús indemnizações de ·guerra, respeit{trão as estipulações da alliança,
~ e tiverão muito em vista nada pretender que não fosse inteiramente applicavel
r< aos sens alliados .
« De tudo quanto tem ouvido, accrescentão os Srs. plenipotenciarios brazi-
r< leiros, parece-lhes qne o rnallogro da negociação Mitre em Assurnpção é o
« principal obstaculo pam o bom exito das presentes conferencias, mas não vêm
« ra11,ão bastante para que não se possa acceitar hoje, depois . d~ melhor estudada
, a rnateria, o que antes_ não pareceu acertado ou opportnno. Aquella negociação
« mallograda deixou documentos, que correm impressos e pelos quaes . se ha de
« julgar do acerto e justiça com que ora procederem todas as pa.rtes contratantes .
..Cabe a estas bem considemr o que fôr justo e razoavel, e por convemencias
<i. •ti:api?itoi'ias ou estímulos de um f'also pundonor, não . prejudicar os interesses
r< eJ;seiwiaes e permanentes das duas Republicas e dos seus visinhos. ))
Di~se . ~ Sr. Dr. Tejedor « que ser-lhe~hia indifferente a acceitação definitiva
« dequalqher das duas bases; que havia feito tudo, e nada lhe ficava para accres;
r< centar; mas que tambem do principal dellas nada retiraria; que em caso algum
e< poderia ceder a Villa Occidental em caso de transacção, nem deixar de so-
« licitar a entrega immediata ela Ilha do Atajo no de arbitramento. ))
Resumirei agorn o restante da conferencia.
Disse o plenipotenciario argentino:
Que os plenipotenciarios brazileiros clevião ser concludentes no que aindà tinhão
,
que observar, porquanto lhe parecia chegado o momento de pôr termo, no inte-
teresse comrnum, á intervenção brazileira nos negocios do Paraguay;
Que, desejando os ditos pl enipotenciarios reflectir, se devia suspender a con-
fe1:e11cia;
Que as duas propostas estavão acceitas em sua Rub::;tancia pelo plenipotenciario
para.g~rnyo ;
Que a desoccnpação conjuncta' era contraria á verdade elos factos, pois as
forças argentin·as se achavito em territorio do tratado de alliança e as brazileiras
em territorio para.guayo;
Que a oocupação brazíleira provinha dos tratados de .Assumpção, e- a 8rgen-
tina, procedente elo tratado de alliança, tinha cessado passando ·as forças argen-
tinas para a Villa · Occidental;
Qne as observações dos plenipotenciarios brazileiros, quanto á cef:são da Villa
29
por parte do Paraguay em satisfação da divida, tinhão indubitavelmente certo peso,
mas que essa cessão não era real e sim iu1aginada para se chegar a ui:n resultaclu
pela ·transacção, desde que a Republica Argentina sustentava pelo tratado de alliança
seus direitos não só á Villa Occidental mas ainda a todo o territorio desde ella
até á Bahia Negra; ao passo que os outros . alliados não podião allegar esse facto
para pretender igual meio de pagamento ;
Que, si a base proposta se presta a objecções, podia ser alterada, reconhecendo-se
sempre a Villa Occiclental como argentina ;
Finalmente que, tendo o plenipotenciario paraguayo acceitado a transacção acl re-
. .
fei·encl1.11in, nenhuma clifüculdade séria havia para que af:sim se celebrasse o tratado.
A declaração do plenipotenciario paragmiyo, a que o argentino se referio, foi que
·a com quanto suas instrucções não cornprehendessem o caso, repetia que acceita\~~ a
« transacção, visto que mediante ella libertava-se o seu paiz do enorme peso · ~~ :?ivi~·a
da g·uerra » l'.

,r
" t ·
.........
Os plenipotenciarios brazileiros observárão: ~

Que a ç1iscussão não estava exhausta, como pretendia o Dr.. 'rejedor;


Que o plenipotenciario paraguayo não acceit.ára nem recusára plenamente as pro-
postas argentinas, dando apenas preferencia á primeira com algumas modificações e
antic:ípando reflexões sobre a segunda;
Que em todo caso era necessario saber por qual das duas soluções se decidião os
plenipotenciarios argentino e paragnayo, afim de que os plenipotenciarios brazileiros
pudessem manifestar o seu juízo no que tocava á responsabilidade do Brazil e dos com-
1)~·omissos da allianÇa, bem como para se estipular a desoccupação on retirada das forças
brazileiras e argentinas ;
.' ~

Que, a ser acceita a primeira solução, .terião de insistir nas graves observações
j{t fei~as sobre a cessão da Villa Occidental por transacção pecuniaria; e .que,
sendo , acceito o arbitramento serra prepiso considerar os termos de sua acceitação
para os mesmos effeitos ;
Qne esperavão que na prox1ma conferencia enuncrassem os plenipotenciarios
paragnayo . e argentino clara e definit.ivamente o seu acoôrdo de . limites', sendo
então chegada a occasião opportnna de se estipular sobre a , retirada das forças;
" Que para dar mais um testemunho de que o Brazil deseja tanto como o
<< govemo argentino a desoccupação militar, suggerião a este respeito uma idéa,
" e era qi1e, si prevalecesse o· arbitramento, f~sse geral a. desoc.cupação; isto é,
se retirassem todas as forças brazileiras e argentinas. o
Q1rnrla con·re_;·róúcia.

O ple11ipote11ciario paraguayo disse que s:: tinha lembrado de facilitar a ·solução


clefinitivn, para evita:r o arbitramento, qne lhe parecia meio mais difficil e moroso ,
dividindo o territorio d!sputado acima do Pilcornayo; mas exigia a renuncia sirnnl-
tanen. dos gastos de guerra por parte da Heirnhlica Argentinn.
O Sr. rrejedor acceitou a idéa ela di Yisão do territorio contestado, mas não con-
cordiírfio logo o mesmo plenipotenciario e o do Paraguay no traço da linha cli-
Yl$Ol'Ht entre o ·Arroio Verde o o rio Pilcomayo. Disserfio que estudarião e resol-
verião entre n essa questno geogrnphica.
Si o Brasil tivesse de prcstnr o seu assentimento ao dito accôrdo de limites,
não seria indifferen te conhecer o modo por que se faria a di vi sã.o, sernlo de
irnportancia o maior ou menor afastamento da linha clivisoria em relação no ter-
ritorio chamado Villa Occident.al.
Mas os plenipotenciarios hrnzileiros, não se oppondo. ao que nesse sentido fosse
estipulado .espoutaneamente entre as chias partes interessadas, nã.o acceitárã.o a rcs-·
ponsabiliclade de aconse1har ui.na solução que não estava "de accôrdo com os an-
'
kccdentes desse negocio, segundo se vê dos documentos concernentes á rnis~ão
do general Mitre no Paraguay . .De_clinando essa responsabilidade moral lirnitárfio-
·sc a ponderar que o Sr. plenipotenclario paragnayo nã.o se dizia autorisado pdo
's 2u governo para similh ;11to ajuste, e que . o governe imperial não pocl<·ria convir
na cessão 'territorial a titulo de renuncia dos gastos ele guerra. Si o Para.guny qneria
ceder, fizesse o sem essa, clausula, f>orque n soberania dnque11e territorio valia mais do
qnc alguns milhares de pesos.
A ventou o Sr. plenipot.encinrio argentirw. a idéa de fazer a renuncia por um pro-
trocullo i·eserrnclo, que os plenipoi.enciarios brnzik·iros nfo tivessem de assignar. Estes
object.árão que seria semp1·e a mesma transacc,:ão, que tarc.1e ou cedo constaria, proYo-
camlo o protesto do Brazil; que, si o Sr. · plenipotenciario paragu::yo persistia Í1:L
idéa de dividir o. territorio contestado, _o fizesse em nome dos nltos interesses politico<
'
qnc clevifio justificar qualquer a.ccôrdo, e tirasse ao facto o càracter de urna venda tlc
tcrritorio, o qne não embaraçària que a Republica Argentina, quando tratasse definif.
Yament.e com os alliados e o Paragnay sobre as indemnizações ele guerra, co;1fonne o
nccôrcl t• do 19 de No,'Cmbro de 1S72, renunciasse o pagamento que lhe fosse deYido .


31

A 4.ª conferencia tei"luinou ass11n, seu1 que fosoc fixado o traço ela linha · divisoria
do · tcrritorio contestado, que comprehencle a Villa Occidental~ e sem resolverem oi:;
Srs. plenipotenciarios argentino e paraguayo, o q{rn farião · qnrmto á, snppresi:;ão da
clansufa impngnnda. ·
Eni intenção dos plenipotenciarios bnrnileiros, a subsistir aquelle embaraço, prop!'.>r
o arbitramento como solução imiis conveniente, e ·unrn. elas que niit:cs liiwião accri-
t:tclo as duas partes interessadüs; no caso contrario, si prevalecesse a elita divi:s~:o,
mas sem a transacção pecnn:aria, limitar-se-hião a. declarar que não a impugna vão
mas que tambem não a aconselhávão.
Não se chegou a redigir o protocollo da 4, ª conferencia, porque o Sr. Dr. 'l'ejedor,
iuterrompendo a negociação no estado que acabo de cxpôr, rrgrcssou iJara Bnenos-
Ayres no dia 2 do mez proximo passado.
Fsta interrnp<;ào e o modo como se retirou para Duenos-Ayrcs o Sr. Tcjedor obi•i-
gárão o goYemo imperial a dirigir ao da Republica Argeiitina a nota que se acha ·
nnnexa ao presente relatorio. Chamo a vossa atten\:ào para essa nota e para os
<locumentos que a acompanhilo, qu e são um memorandum em que o governo
imperial fez a histol'ia resumida da iwgocia<,'.ào conjuncta e quatro notas trocadas
com o Sr. 'l'ejeclor no mom ento ela snn partida.
Em urna dessas notas disse o plenipotcneiario al'gcntino:
« Chegámos tambem ~l um resultado, que-os partidos extr-inos poderão jnlg·ar de
<• diversos modos, mas que tel'á indubitavelmente o me.r ecimento de uma solm;ào
a definitiva, si alcançar a acceitar;ãó elos goyemos co11tratantes. >>

Nestas poucas palavras, que co: :têm o essencial da cornmunicac;ão, alll.1de-se a n111
resultado, que p6de parecer conhecido do governo imperial, mas de que este nãcJ foi
informado pelo pleJJipoteneiario argentino e sim por conversa('.àO com o paraguayo,
1

como se vê deste trecho do memornnclum :


" Chegada ,i, negociação a este ponto, autes cp_1e se redigissem e ass1gnasse111 os
"· protocollos das duas ultimas nonforcncias, souberão os plenipotenciarios brazileü-1.:s,
" em conversação co1i1 6 Sr. Jayrne Sosa: plenipotenciario pnraguayo, que este já tiJJlta
, firmado um tratado de limites com o Sr . 'l'ejcdor, iricluinclo-sc a clansti.la ela r -::- .
" nuncia elos gastos ele gu erra. D,tva-se, pois, ple1~a execução a uma idéa cjuc so:ffn~ra
ri fi ~ ria objecçifo da parte elo alliado da llepnblica A1"gentinn, objccçâo julgada pon-

« derosa pelo proprio Sr. 'l'cjeclor, e 'isto sem que se procurasse~ ao mcúos, demonstrar
« em outrn conferencia os fundamento s ele similhanlc proceder. ,
Na mesnrn nota citada disse o plenipot~nciayio argentino que elle e os seus
1 •

32

collegas, guiados pelo desejo commun.1. d.e_pór termo ás questões pendentes, sustentárão
largas discussões sem quebra da cordialicÍade de _imas rela<;.ões e do respeito mutuo.
Essa allusão ás discussões e a outra ao resultado obtido parecem indicar que este
nasceu da negociação ·conjuncta, isto é, que constituio o accórdo dos tres plenipoten-
ciarios. Já se vio porém que o plenipotenciario argentino, interrompendo a negocia-
ção conjuncta, negociou separadamente com o f3eu collega do Paraguay sem que disso
tivessem conhecimento os brazileiros. O laconismo da nota do Sr. rrejedor afastou-o
portanto da. verdade dos factos.
Houve cordialidade e res1)eito mutuo irns conferencias. Esta declaração espontanea,
que os plenipotenciarios brazileiros se apressárão a confirmar, tem grande valor. Ella
foi confirmada não só por ser verdadeira, mas tambem e principalmente por mostrar
que nenhuma irritação, por menor que fosse, tinha podido impedir a continuação das
conferencias até obter-se ajuste commum. As relações pess.oaes dos plenipotenciarios
permittião que se concluisse a negociação conjuncta, qualquer que fosse o se~l resul-
tado, e podião facilitar-lhe o exito feliz. A separação teve de certo outra, causa, e não
ha necessidade de busca-la para reconhecer que a gravidade do negocio, o interesse
commum e º· rcs1Jeito devido a uma nação amiga e aos seus plenipotenciarios exigião
que estes fossem, quando menos, officialmente informados pelo plenipotenciario ar-
gentino da sua intenção e dos motivos della.
Infelizmente não limitou o Sr. 'I1ejedor o seu desvio das regras estabelecidas aos
factos que acabo d e mencionar: retiro ti-se desta córte sem se despedir elo Chefe
do Estado, junto ao qual estava, e ainda está, acreditado. Está circumstan9ia, que pen-
sadamente recordo, não justifica, nem attenua, a omissão ele uma fornrnliclade nunca
esquecida pelos agentes diplomaticos. O ministro argenti1~0 ausentou-se, acreditando
uni encarregado de negocios, e isto bastava para mostrar-lhe qual devia ser o seu
procedimento .
Pela nota já mencionada protestou o govern0 imperial contra o ajuste celebrado
entre os plenipotenciarios argentino e paraguayo, reservando o direito ele deduzir
delle as consequenci.as que julgasse legitimas em face do tratado de alliança. Quanto
ao procedimento do Dr. rrejedor interrompendo a negociação e retirando-se sem se
despedir do Imperador, disse o seguinte :
e< O governo imperial 1 expondo estas circnmstancias, esper;:i que o da Republica Ai·,
« gentina não hesitará em reconhecer a falta do seu enviado extraordinario e ministro
« plenipotenciario e se appressadt a desvanece-la como exigem a cortezia e respeito que
cc mutuamente se devem os governos de duas nações amigas. ''
33

Pelo resumo conscieuóoso que acabo de fazer de toda a negociação desde 6 ponto~
em q L~e a deixoú o general Mitre na sua missão ao Paragnay, se vê sem csfon;o q ue·
o governo imperial, . fiel aos compromissos coutrahidos e ao desejo, que ::;eruprc liia-
iiifostou, de contribuir cfücazmente para a fel iz couclu s~1o elos ajustes definiti,-os eutrc
u,::; duas Republicas, foz da s ua parte tudo quauto fu i possi vcl pum t]Ue se cheg-<tssu
a esse resultado ; mas que ntfo encontrou igual faci hdatlc tla parte do pleui p otcu-
ciario :ugeutino .

Considerando attentamente o procedimento desse pleHipotenciariu e apr ec i a u c~u ·


com imparcialidade .c ada um dos seus actos, não é p ossivel deixar de reconhecer q ne
elle foi sempre domi1rndo peln idéa, de não admittir sinào a so lu ç~.o que havia
concebido, de sorte que a sua missão tomava pratieamente o caracter llc um ultima·-
tum. E tambem se vê qne a negociaçà·.o, como elle a cute ndi a, tiulia po1 p ontu 1

capital a desoccupação do tenitorio paragu::tyo pela::; fon,:as brnzileira::; .

~s.ta exigencia urnttifesto u-se desde .o comec;o p elo c::;furço, . quu foz o plenip o ten -

eiario argentiuo para iu verter a ordem natural e logimt da dis cu::;sào, <11itep urn1u tL
Ll'e socc up[L<,~ão ao ajuste de limites, que LJrn o ass mupto ril'in cipal ; e pela insistu11cia
corn que procurou anuullar o caracter lle mediador ou euo perndor, quu cow p etiu
au Brazil em virtude elo accôrclo ele 19 ele NovemlJro ele 1872, atlt'ibuinélo·lhe o ele
parte contrnctante, que c1epoü1 parece u recusar.
Este emp enho, que levou o Sr. rr ej eélor a rcduúr o referido nceôrdo á cate-
g·oria ele Ütcto historico, era consequencia log ic[t ch1 icléa fi:x::L du Llc::;occupac,:CT,o;
e tinha por s ua vez o si11gular effeito de desvirtuar a 11egociaf;ão , co11 vertendo o
ulliado em aLlver::;ario e sul.J &tit uinclu ÍL franqueza. da amizade as precauc;ões · élrL
clef:!confiança.
Por isso em vão se osforçárão os plenipotenciarios braúleiros por demons tra1·
qne a clesocclipaf;ão, q ue se effeitnaria 11a tural e opportunamentc, Di1o podia ::>C L'
obstaculo {L conclusão dos ajustes; e por isso em ,rfio propuzurfio alvitrel:l ) q uu,
sem cornprometter a cl{guirlaele e os ju~tos interesse::; do Brazil, deYi~to satisfaz. cr
· á 1-lepublica Argentina. Oppoz-se-lhes sempre t~ idéa fixa ou enifio se lhes fizc rãu
propostas inadmissiveis, como era a, de se r ed uzirem as forças brn ziJ einLs ao nu-
mero das argentinas na Villa Occidental, numero não tletcrminallo e p ortanto Llu·
peru1eute do arbítrio e das couveuieneías do guveú10 de Bucuos Ayres .
Q uauto aus limites eom o Po,rag nay propoz o plcnipote11ciurio nrgcntiuo dua ~
Lat1es, a da trausacçri,o e a do arbitamento, mas formulou na seg·u11da, cuudic;ul:s
que impossibilitavão ;1 süa acceitac;ão. AindfL aqui se manifesto u praticam ente . o
ll 5
34
caracter · ele iilti11iat'lwn que o SL'. rrejedor deu aos ·setTs actos. Reduzida a discussão
a 1.lm s6 0xpediente, não havia propriamente negociação; e nesse circulo restricto,
co11servando-se invariavel a vontade dê uma das partes interessadas, nrlo era pm;-
:::;ivel o accôrdo elas tres.
Dessa clifficnlclade, · creacfa pelos seus proprios actos, pensou o Sr. "l'ejeclor sahir
pela transacção pecuniaria; mas esta transacÇfio estava conclemnada. a não :mhsistir.
Os plenipotenciarios brazileiros, que a tinhào impugnado nas conferencias da nego-
.ciação coi1juncta, annunciarão desde logo o pro'tef:fo do Brazil ; e o governo paraguayo,
qixu sempre co.nsiclerára a posse ela. Villa Occidental comv indispensavel á suü
;:;eguram;a, não podia, approvar a i·esolução não autorisada elo seu plenipotenciai·io.
, Acon.tecen o que estava. previsto. Já é sabicb que o governo paraguayo uegou
a sua a.pprovação ao tratado e clemittiu b plcnipotenciario que o firmou. E sta
re;;olfü;.ão foi . commuriicacb ao governo imperial pela nota de 19 de Junho, annéxa
ao presente relatorio, annu110iando-sc-lhe ao mesmo tempo que o Sr. Dr. D .
Pacundo Machain, ministro das reb(;ões exteriores, é mandado a. esta côrte cru
missão especial .
O Sr. Dr. Tejeclor publicou cm Buenos-Ayres um manifesto, em que procurou
explicar· e justificar os seus acto s . Os ·plenipoteilciarios ~razileiros julgárãoí com
razão, que esse clocn~nento não podia. deixar ele ser por ·el1ep_ refutado e rectiíicado
em pontos importantes. Com esse intuito me dirigirão um officio e um 11ie1nonincl'l1;m ,
que junto no preseute relatorio a par elo referido manifesto.

Rio de Janeiro, 12 ele Jull10 cle 18 7 5 .

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DOCUMENTOS RELATIVOS ÁNEGOCIACÃO. · ·. ~ . a

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REPUB.LICA ARGENTINA . E PARAGUAY.

OnBstão de limites.- Gooperacão do Brazil.- Ne[ocia~ao no ·Rio de JanBiro: ·

N. 1.
Nota verbal do governo argentino á legaçao brazzZeira.

Ministerio das relações exteriores.-Buenos-Ayres, 31 de Agosto de 1874.

O ministro das relações exteriores comprimenta attenciosamente ao Sr. Fleury


· e, accedendo ao desejo que S. 'S. lhe manifestou, remette-lhe cópia particular
da resposta dada á nota do ministro das relações exteriores do Paraguay ~e 2'1
·do mez passado.
Nessa nota estão expostas mm clara1vente as unicas propostas que o governo
argentino formulou e que está disposto a acceitar sobre as questões com o
Paraguay.
Aproveitando, porém, a mesma occasião, accrescentará elle, para melhor·
€sclarecimento do goverilo de S. S., que não foi sómente o silencio da nota
paraguaya que aconselhou essa r~sposta.
Consta que o Sr. Gondim teve por este motivo frequentes conferencias
com os ·membros do poder executivo, sendo a influencia delle decisiva nos
conselhos ; e não obstante, as instrucções d~das ao Sr. Sosa, depois de re-
eordar os limites da negociação Mitre, con têm o seguinte, entre· outras cousas
menos importantes :
« A ilha do Cerrito ficará para a Republica Argentina, compromettendo-s~
~< esta a não fázer trabalho a:lg,urn que intercepte a Iivrn navegação p~las
« duas bocas.
« Concede-se a desoccupação tola~ submettendo-se 1 porém , a arbitrament().
todo o Chaco. >>
~ra necessaria uma acceilaçfü, franca e sincera de qualquer das duas pro-
postas, e os membros do governo paraguayo, incitados pelo Sr. Gondim, jnlgárão
que .se tratava de reabrir nova negociação, com todo o seu cortejo de con\
-cessões e difficuldades.

'
A missão em que eu promettêra 1r ao Rio não tem, pois, razão · que a ·
justifique, e póde S. S. assegurar ao .,seu governo que emquanlo o do
- .,
Paraguay não declarar categoricamente que acceila uma das duas propostas, sem
condições nem restricçoes, n.ão _se effectua.rá aquella . µIÍssão. . ,
A reunião do:; plenipotenciarios arg·entino e paraguayo no Rio deve apenas
ter. por objeclo dar fórrna· definitiva ~o ajuste celebrado, z~vso facto, pefa ac'cei-
tação de uma dessas propostas, sem por isso ficarem os ditos plenipolenciarios
inhibidos de _considerar os demais pormenores, os quae8, depois de acceita qual-
quer das ditas propostas, não terião a virtude de obstar a conclusão do que se
ajustasse.

N. 2.
Nota da legação imperial ao governo argentino.

Legação imperial ·ao Brazil na . Hepublica Argentina. - Buenos-Ayres, !J de


Setembro de 1874 .

Senhor ministro.-De ordem do governo imperial tenho a . satisfação de com-


municar a V. Ex. que o go verno paragüayo, tendo conhecimento dos dous alvitres
ultimamente propostos .para o ajuste definitivo da questão de limites com a Re-
publica Argentina , e sem se mostrar contrario á adopção de algum desses al-
vitres, declara estar disposto a realar a negociação ..
A circumstancia de se achar no Rio de Janeiro o Sr. Uria11 te ·parece ao·
governo imperial favoravel á conclusão deste importante assumpto: elle pois me·
ordena que manifeste ao da Republica Argentina quão i\lgradavel lhe ·seria que
este, fazendo effectivas as boas disposições de que se acha animado, julgàsse
conveniente_ mandar ao Hio de Janeiro um agente diplornalico, . munido das.
instru~ções e dos poderes necessarios.

Tenho a honra de reiterar a V. Ex. as expressões da minha mais alta con-


Bideração ..
Illm. e Exm . . Sr. Dr. D .. Carlos Tejedor.
Luiz A UGUSTO DE PADUA FLEURY.
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Nota '' do yoverno argen'tino á legação i'mperial .

Ministerio das relações ex,te.riores da Republica Argeutina.-Buenos-Ayres,


9 de . Setembro de 1874.
Sr. encarregado de negocios. - No dia 5 do corrente recebi a nota, em
que S. S. ·se servi o manifestar-me, de ordem do seu governo, que ·havendo o
governo paraguayo declarado estar disposto a reatar a neg;ociação, c0m conheci-
mento dos dous alvitres ultimamente propostos, lhe seria mui agradavel que o
argentino, fazendo effectivas as boas disposições de que se acha animado, jul-
gasse c0nveniente ·erl,Viiar ao ·Rio de Janeiro . 1:1m agente dip1omatico, c@rn as
instru·eçõe; e poderes necessari0s.
Na data em que dou esta resposta a S. S. deve o governo imperial ter já
em seu poder as communicações que levou o Sr. Almeida, a saber, cópia de uma
resposta ao Sr. Gill e uma nota verbal a S. S., documentos em que estão ex-·
plicados satisfactoriamente os motivos que impedem até agora a missão que d.evia
dar no Rio de Janeiro fórma definitiva a quaesquer das duas proposições.
Esperando que, tomados em consideração esses motivos, u governo imperial
adoptará por sua parte .uma altitude que supra a ambiguidade da nota do Sr.
Gill, aplainando ao mesmo tempo as outras difficuldades expostas na nota verbal,
e que o Sr . .Almeida será ·portador em seu regresso no dia 15 ou 16 do corrente
de uma solução categorica _em todos os pontos, julgo dever por ora limitar-me
a accusar a recepção da sua nota, assegurando entretanto a S. S. minha mais
distincta consideração.
Á S. S. o Sr. Luiz Augusto de Padua Fleury.
e. TEJEDOR.

N. 4.
· Nota da legação imperi·at ao governo argenti'no.

Legação imperial do Brazil na Republica Argentina.-Buenos-Ay-res, 20 de·


Setembro de 1874·. ,
Exm. Sr. ministro. -Em achiitamento. á nota, que tive a hoara de dirigir
a. V. Ex. em 5 do corrente mez, pela qual por ordem dn governo im'perial
tive a sátisfação de communicar a V. Ex. ·que o governo paraguayo, tendo
conhecimento .dos dous alvitres ultimamente propostos ·para o ajl~ste definitivo
6

da questão de limit~s com a Republica Argentina, decla.rára estar disposto a reatar a


negociaça:o, ci.11npre-'me agora accrescerita~·· que
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'governo Ímp~riai' 'crê. ' pod.~r
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assegurar · ao da Republica· Argentina que, si n~o fô~ mai,s , ser:~ . ~cceito, , pel<:>
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1

plenip~tenciarici pa'raguayo o • arbiirament~ )imVa~ó á: Villa Qcci~enlal _c_om , fi:


contin'uação do statu quo, nb qual se entende a il~a .do IAtaj~ ou c~.~~ilo;
A outra solução, isto é, a da celebração do tratado definitivo· de limites
pelo Pilcomayo, sendo immediaia ~ simultan'ea'ménte retiradas , as for~as .brazi-
leiras e argentinàs., lambem é acceit~ pelo Brazil, ' ,e o será pel~ Paraguay,
uma vez que, quanto ás forças que se acf~ão em Assumpção, se d~~na em
termos habeis o que se entende por - immediatamente.- O governo. imperial
. pre-
cisa, pelo menos, de quatro rnezés· p~ra retirar as s~ias forças sem precipitação
nem despezas ex.traordinarias de transporte; o governo paraguayo, por sua p~rte,
deseja que o Brazil lhe preste apoio durante , mais ,al,gum tempo, como foi
prescripto no tratado de paz e amizade; e no interesse de todos convém dar
tempo a que o novo presidente do Paraguay se prepare . para essa transição.
Deixando assim cumpridas as ordens do governo imperial, e esperando fam--
bem ter satisfeito os desejos do governo_ da Republica Argentina, aproveito o.
ensejo para reiterar a V. Ex: as expressões da minha mais alfa consideração.
A s.· Ex. o Sr. Dr. D. Carlos Tejedor.
Luiz AUGUSTO DE PADUA FLEURY.

N. 5.
· Nota do governo argentino á (egação z"mperial.

Ministerio das relações exteriores, Buenos-Ayres, 24 de Setembro de 187 4:

Sr. encarregado de negocios. - Recebi a nota de 20 do corrente sobre o


ajuste projectado entre o Paraguay e a Republica Argentina~ mediante os bons
officios do governo imperial,
Em additamento á de 5 do corrente diz S. S., de ordem do seu governo, que
elle julgava poder assegurar ao da Republica que, , pelo menos, seria acceito 1-lelo
. plenipotenciario paraguayo o arbitramento limitado á Yilla Occidental, com a
continuação do statu quo.
Relativamente á celebração do tratacl,o definitivo de limites pelo _Pilcomayo,
com a desoccupação immediata e simultanea das forças, manifesta K S. _que
·o Brazil tamhem acceila a desocclipação e. que igualmenie a acceitará o Parag1,1ay,
uma vez que quanto ás forças que se achão ~m As~uqip,ção, se defina em termos
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·fiabe1s o que &e entende por -1mrned11àlamen.te ; accrescentandQ que o govemo
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irrlpetiaf .·necessit à, p'el~ · ill'~i;ios, '<l~ qual~·o ·'mezes; que o Paraguay ·deseja o ~poio
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do Brazít duraüt~ mafs ·.algum tempo, ·como se .estabeleceu rio tratado de paz ~ ·
amizáde ; e que é do interesse de :todos dar tempo a que o novo pl'esidente
se prepáre para a 'transição.
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FeÜa esta ·communicação de ord'e·m c~o g·overno imperial, depois _de t~r em
se·u ri~dé~ a : resposta ao convite do Paraguay e .à nota verbal, em que - expuz
a S.' S. outros · dado~ que este . governo possuía e que . lhe mereci ão fé, tornando
1

ao mesmo tempo improvavel o éxi~o da negociação, é preciso tomar em con-


. sideraçao essa resposta e esses dádos, e bem assim ?S antecedentes do negocio
afim! de deixar justificada a insistencia do governo argentino em não annuir, como
tenho a honra de comrriunicar, ao convite que se lhe faz.
A iniciativa deste negocio, Sr. encarregado de·.negocios,, partiu do Sr. Magalhães,
que persistia na idéa, para elle preferível, de UII) ajustr capaz de terminar
tlefinitivamenle a questão de limites e'ntre as duas Republicas e a desoccupação
do Paraguay. Por minha parte tambem mostrei preferir este ajuste, admittindo
que ·poderia elle consistir nas bases já rejeitadas, rrias exigindo em troca a
desoccupação immed'iata e total do territorio paraguayo pelas forças brazileiras,
e a entrega lambem immediata da ilha do Cerrito á Repu-blica Argentina.
Como o Sr. Magalhães procedia nisto por sua propria inspiração, ou, quando
menos, sem autorisação e· fóra do arbitramento que era o assumpto das com-
municações officiaes, depois que oLteve a minha resposta verbal, participou-me
que ia transmitti-la em carta particular para deixar assim mais liberdade de
acção ao seu governo ; e disto · nascem sem .duvida as comm unicações confi-
denciaes invocadas pela nota paraguaya de 18 de Agosto, a missão do Sr. Sosa
e as duas . notas de s. s. de 1) e 20 do corrente:
Devo suppôr, Sr. encarregado de negocios, que, embora privadamente, forão co m
.fidelidade transmittidas ao conhecimento do governo imperial as' exigencias da
desoccupaÇão do Paraguay e da entrega do Cerrito, e que pelas notas confidenciaes
da legação do Brazil em Assumpção ficou o governo paraguayo informado com a
mesma exactidão.
Não obstante, o Sr. Gill na sua nota de 18 de Agos to prescindia dellas para asse-
gurar sómente que o Paraguay acceitaria sempre as bases da negociação anterior;
e a nola de S. ·S. de 15 do corren te não dizia sinão que o governo paraguayo, info r-
mado dos dous alvitres propostos e sem n:iostrar-se contrario a nenhum delles,
declarava achar-se disposto a reatar. a negociação.
E certo que, ostensivamente, os dous alvitres ou meios de concluir-se a questão
com o Paraguay se apresen tavão juntos; porém o verdadeiro pensamento da reunião
nó Rio em a transacção definitiva e a dernccupação total.
o arhitraménlo) q.ue aliás ficava prejudicado pela primeira base das inslrucções do
Sr. Sosa, não necessitava de tanta so~emnidade. Aceeita pelo governo argentino a
mqdifieação · pro-posta pelo bvaiiteiro, hastava que. ella o fosse pelo paragµ.ay.o,. pana
que o conven~o .ficasse fei.to e ·procedessemos a coó.stitµir o tribµnal de a.fbitrll~ento.
Pelo contrario, a transacçao, que implicava a desoccupação, e:r.igi·a essa · reunião
·no Rio, porque n,ella o g10verno imperi~l, .em virtud,e dos tratados Cotegi,p,e, tinha
voz e voto decisivo.
Desde o principio, p.ois, declarei, Sr. encarreg.ado de neg0cios, que entre os dous .
alvitres dava o governo argentino preferencia ao da tr-ansacçãq, que teria logar si o
governo brazileüo desoccupasse total e immedialame11t.e o Paraguay, e si ·tarribem
immediatamente fosse a ilha do Cerrito entregue á Ref>ublica Arg·entina, - fazendo
depender a missão ao Rio de uma resposta categorica sobre esta materia; e por isso,
observando a cautela dos dous governos nas notas de 18 de Agosto e 5 de Setembro,
a qual podia provir de não terem sido instruidos sufficientemente pelo Sr. Maga-
lhães, entreguei a S. S. cópia da mi!1ha resposta e a nota verbal mencionadas.
A nota d~ 20 de Setembro, que S. S. acaba de me entregar e que fi_ca exlractada
no principio desta resposta, não sahiu do systema de reserva.
Em nome dos antecedentes do negocio e das instrucções dadas ao Sr. Sosa, de que
estava de · posse o governo argentino, conclui a minha resposta de 9 .de · Setembro
. « esperando que, tomados em consideração esses motivos, adoptasse o governo im-
« perial por sua parte uma altitude. que su-pprisse a ambiguidade da nota· do Sr.
« Gill, apl_ainando ao mesmo tempo as outras difficuldades ex.postas na nota verbal,
(( e que o Sr. Almeida, ao regressar, fosse portador de uma solução categorica em
« to.dos os pontos. » ·
Sabia além disso S. S. pela nota verbal de 31 de Agosto, que, (( em.quanto o go~
«. verno para:guayo não acceitasse categoricamente uma ou outra proposição sem
« condições nem restricções >>, não se e{fectuaria a missão.

O governo imperial agora limita-se a responder que, si mais não,f<i>r possivel, j·ulga
poder assegurar a acéeitação·do arbitramento limitado, offerecendb a desoccu-pação
com a condição de um prazo forçoso para o Brazil e·de outro desejado pelo Paraguay,
no interesse de todos.
Comptehende7se, Sr. encarregado de negocios, a árcumspecção da phrase no que
diz respeito ao g_overno paraguayo, tendo-se em vista o decoro das i~açoes ; não se
comprehendem, porém, tão facilmente as condições concernentes á desoccupação, ou
paio menos a discussão annunciada sobre este topico, cuja solução categoriea de-
pendia do governo imperial, desde que em relação ao Paraguay nenhum prazo seria
de esperar dos antecedentes dü negocio e em relação ao Brazil não haveria necessi-
dade de nenhum pela palavra- immediafamente, que se referia ao acto de princi-
piar e não excluia os dias necessarios para uma desoccupação tranquilla proporcio-
nada aos elementos de todo genero t·eimidos em diversas parles do terrilorio.
Relativamente aos importantes dados da nota verbal limitou-se o governo imperial
ª 'pôr em duvida, privadamente por intermedio de S. S., que as instrucçoes do
Sr ., Sosa, -que podia ter visto sem.inc.onveniente·algum, pois que na hase 6ª é elle
"
9
. .
encarregado de proceder de accôrdo com o dito governo, - em nada contrariavão o
melhor 'exilo <la negociação; accrescentando, sempre pela mesma fómJa., .que ·a exi~
~ ' f

gencia rela~iva aos canaes da ilha do Cer:rito, cfonunciada na minha nota verbal, não
devia desanimar o governo argéntino, porque a respeito della, como das outras, seria
faci l um ajuste umà vez que fossem ouvidas.
, De tudo, poi.s, resulta, Sr. encarregado de negocios, que o governo paraguayo, bem
e.orno o argentino, preferem a transacção, sem outra differença entre elles a não ser,
que .o primeiro pede a continuação da occupação pelas forças brazi.leiras e o segundo
exige a desoccupação total e irnmediata com a enfrega da ilha do Cerrito, .sem condi-
ções nem reslriccões; ·e que o governo imperial, em cujas mãos havia sido posta a
decisão do assumpto, não tem julgado em sua prudencia dever dà-Ia categorica-
mente, como r;e pediu e era necessario para autorisar a miss~o ao Rio.
Aproveito a occasião para assegurar a S. S. toda a minha estima pessoal.
AS. S. o Sr. encarregado fle negocios interino do Bcazil, Luiz Augusto de Padua
Fleury.
e. TErnnou.

N. 6.
Nota do ·governo paraguayo ao governo argentino.

Ministerio das relações exteriorcs.-Assumpção, 18 de Agosto de 1814.


Sr. ministro_.-0 abaixo assignado, ministro e secretario de Estado da repartição da
fazenda e interino da de relações exteriores, recebeu do cidadão vice-presidente
em exercício do poder executivo o especial encargo de chamar a amigavel allenção
do governo da Republica Argentina para o importante ajuste de limites entre as duas
nações vizinhas e irmãs. . ·
A necessidade de uma breve solução, que a todos tranquillise, ácerca deste ne-
gocio, se faz . sentir cada vez mais urgentcmenle e o Paraguay, para obtê-la, está
disposto hoje a fazer os mesmos· sacrificios a que se havia sujeitado quando o ann.o .
passado 'tratou com o brigadeiro-general D. Bartholomeu Mitre, plenipotenciario ar-
gi:intino.
Está convencido o abaixo assignado de que o governo de V. Ex. verá neste passo,
<lado pelo Paraguay, mais uma prova evidente de seus ardentes desejos de remover
tudo quanto possa obstar a qne as duas Republicas irmãs estreitem aquellas cordiaes
relações, de que devem resultar tantos beneficios para ambas.
De ·coriformidade, pois, com os sentimentos acima expressadoa, o abaixo assignada
tem a maior satisfação em convidar ao governo argentino, em nome do do Paraguay 1
para uma nova negociação sobre limites na côrte do Rio de Janeiro, - negociação
& '
JO

que, .segundo crê o seu governo e á vista das commun.icações c~nfidenciaes d~ ieg~Ção
do Brazi.l _nesta capital, será coroada do exitó feliz que o Par·aguay tanto deseja e julga
e
merecer da justiça da generosiâ:a-.cle êfos alliados .
. Para tão satisfactoria negociação, -a da paz e tranquillid~dc naéional, -o poder
executivo da Republ~ca houve por bem nomear em missão especial junto ao g·overno
do lmperio do Brazil um enviado extraordinar_io e ministro plenipotenciario, confe-
rindo-lhe _plenos podet·es para negociar, ajustar e assignar o tratado de limites com o
plenipoteó.ciario que o governo de_V. Ex. para tal llm se dignasse autorisar. .
O abaixo assignado, convencido de que este convite do seu governo alcançará do de
V. Ex. o acolhimento, que merece 1 altenlo o espírito que o suggerio, com muito prazer
se aproveita ela upportuniclade para otferecer a V. Ex. as seguranças da sua clistincla
consideração e .estima ..
A S. Ex. o Sr. D. Carlos Tejedor, . ministro das relações exteriores da Republica
Argentina.
Joxo B. G11.

N. 7.
Nota do governo argentúw ao governo pw~ag.uayo.

Ministerio das rela.ções exteriores da Republica Arge.n tina.-Buenos-Ayres, 31 de


Agosto de '1874. ·

Sr. ministro. - Tive a honra de receber a communicllção de 18 do corrente,


pela qual é convidado o governo argentino para uma nova negociaçã~ relativa a limi-
tes na côrte do Rio de Janeiro, acreditando esse governo, em virtude das commu-
nicações confidenciaes da legaçãÓ do J3razil, que será ella coroada do exilo feliz,
que o Paraguay deseja e julga merecer ela justiça e g·en·erosidade cios alliados, e as-
segurando V. Ex. q~e, para obtê-lo, está disposto o Paraguay a fazer hoje os mesmos
saorificios a que se linha sujeitado quando ·o· anno p~ssaclo tratou com o plenipoten-
ciario argentino general Mitre. ·
. Tendo sido o governo argentino repetidas vezes instado pelo do Brazil para apre-
sentar uma solução, conveniente para todos, a respeito das· difficuldades pendentes, ·
ma_nifestei em seu nome que., quanto ao arbitramento, acceitar-se-hia a modificação
proposta, ficu11do apenas subn1eltido a . elle o terrilorio dn Villa Occiclenlal com o
reco·nhccirnento dos respeclivos direitos de clorninio, ao sul cio Pilcomayo para a
Republica Argentina, e ao nol'le para o Paraguay, sem prejuizo dos da Bolívia; e,
quanto á transacção". que, para poder ella effectuar-se, crão precisos por parle do
Império novos factos capazes de juslificar uma mudança de altitude cio governo ·
;> -~-

argentino e a generosidade que, em seu conceito, mostrava ao Paraguay, isto é, a des-


occup~ç1io immed1ata e tÓtal do lerritorio pelas forças bra~i_ lejras e a eflt:_ega, iam.bem
immediata da ilha do Cerrilo á Repu~lica Argentina.
· Na nota a, que ·respondo, V. Ex. 'não .se explicou sobre nenhum desses pontos de
modo preciso e categorico, como era indispemavel para que se enviasse uma mis-
são ao Rio com segurança de exito. AcGeita o governo de V. ~x. a desoccupação
lo tal e_ i rhmediala do territorio paraguayo pelas forçás brazileiras e a entrega lam-
bem -immediata da ilha do Cerrito?--. Sef? isto seria impossível a transacção.
Acceila o governo de V. Ex. a lirnilação do arbitramento ao terrilorio da Villa Oc-
cidenlal, reconhecendo-se quanto ao mais, os respeclirns domínios e ficando ludo
in statu quo até á sentença dosarlJitros ?-Sem isto lambem seria impossível o arbi-
tramento.
Por mais, Sr. ministro, que o governo argentino deseje, como o de V. Ex., remo-
ver tudo quanto possa obstar a que as duas Republicas irmãs eslabeleção cordiaes
relações, daE' quaes devem resultar-lhes tantos beneficios, não lhe é per mi tlido por
emqlianto acceder ao convite, que recebeu á vista do silencio de V. Ex. sobre pontos
tão essenciaes á di-sposição que esle governo havia mostrado para uma nova nego-
ciação. Asseguro poré_~n que, logo que conste de modo digno de fé que esse
governo está disposfo a acceitar qualquer das riropostas já formuladas, se apressará
o governo argentino a enviar uma missão ao Rio afim de dar fórma definitiva a
qualquer das dilas propostas.
Aproveito, Sr. ministro, a primeira occa-sião, que se me apresenta, para offerecer
a V. Ex. as seguraoças da minha distincla consideração. ·
A s: Ex. o Sr. ministro das relações exter.iores da Republica do Pa-raguay. ·

e. TEJEDOR.

N. 8.
Nota do governo para.guayo ao governo a1·gentino.

Ministerio das relações exteriores. -Assumpção, 15 de Setembro de 1874.

Sr. ministro. -Tive honl.em a honra de receber a nota de 31 do mez proximo.


findo, pela qual se dignou V. Ex. responderá que lhe dirigi a 18, convidando,
em nome do meu governo, ao de que é V. Ex. digno membro, a realar a negociação
relativa ao ajuste de limites entre o Paraguay e a Republica Argentina.
Depois de recapitular na ~ua mencionada resposta os termos em que era conce-
bidQ o convite do meu governo, serv10·se V. Ex-. ex1g1r uma - res~osta categoricà
12
sobre ,dous pontos concernentes ás duas differentes bases do -proposto ajuste, mani-
festando-me que -sem ella,-por mais . ~ue o governo argentino deseje remover tudo
quanto possa obstar a que as ·duas Republicas irmãs entrem de plano em cordiaes
relações, das quaes tantos beneficios devem resultar-lhes,- não póde acceitar o ami-
gavel convite feito pefo Paraguáy. , " ··
O meu governo sente profundamente, Sr. ministro, que não tenha sido berµ com-
prehendido ·o espirito que dictou aquelle seu aclo, pois, de outro modo, não leri,ão
nascido no animo de V. Ex. as duvidas, que manifesta, relativamente á nomeação
do plenipotenciario que deverá. tratar no Rio de Janeiro com o que o Paragnay para
alli fez seguir. -
Quando,- passados tantos mezes depois que o general D. Bartholomeu Mitre sus-
pendeu aqui as negociações e depois da troca de notas sobre o assumpto enfre V. Ex .
e o ministro do Brazil, Sr . .Barão de A.raguaya,-se declarou o governo paraguayo
disposlo a submelter-se aos mesmos sacrificios de então para chegar a uma solução,
que a todos tranquillisasse, a questão de limites com a Rep~blica Argentina, ·
pareceu-lhe ter dit~ com bastante clareza que, como supremo esforço no sentido da
con.ciliação, não rejeitava o arbitramento na, fórma proposta pelo governo imperial;
si bem que, não o occultarei a V. Ex., espe_fasse, como ainda espera, que a Republica
Argentina, conhecendo e apreciando tal esforço, desistiria de uina condição, que
tanto póde demorar o ajuste necessario ao Paraguay para se .restabelecer depois de
todas as suas calamidades.
Quantq á desoccupação da ilha do Cerrito ou A'ajo e á retirada -das forças brazileiras
desta capital, peço a V. Ex. queira altender a que es~e assumpto, pelo menos no que
respeita ao prazo, fórma e condições de similhantes operações, só póde ser discu-
tido e res9lvido pelos respectivos plenipotenciarios e de accôrdo com o governo do
Brazil, mediante cujos bons officios terá o. negocio exito feliz. Demais, não julgava
b meu governo que o da Republica Argentina fizesse questão de prazo mais ou
menos curto, e ainda acredita que o não fará, principalmente em relação .ás forças
que se achão estacionadas na capital <la Hepublica, visto que ellas, V. Ex. o sabe,
longe de ameaçar a independencia do Par'aguay, tem contri~uido efficazmente para
firmar a ordem legal na Hepublica, sem o que .esta, entregue á anarchiâ., não con-
seguiria levantar-se do abysmo em que cahira.
Com estas francas e àmigaveis explicações crê meu governo que satisfaz ao da
Republica irmã e que esta não se demorará Bm enviar ao Rio de Janeiro o ple-
nipotenciario que tem de tratar alli com o do Paraguay.
Com esta agradavel persuasão aproveito a opportunidade para reiterar a V. Ex.
as seguranças da minha mais distincta consideração.
AS. Ex. o Sr. o.-Carlos Tejedor, ministro das relações exteriores da Republica
Argentina.
Jolo B. G11.
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Nota do governo argentino ao govrirno pa1Ytgua,yo. 1 • •

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Minislerio das relações da Republica Argentina.-Buenos-Ayres, · 28 de


1

exte1;io~es
Selembro de 1875.
Sr. ministro.- A nota de 15 do corrente foi recebida neste mini~tedo depois ·de
ter eu pela minha parte dirigido uma em data de 24· ao encarregado de negocios
do Brazil, expondo-lhe os antecedentes do assumpto e declarando-lhe ·a'o mesmo
ternpo que, visto não ser categorica a resposta dada p'ela sua communicaÇão do dia
20 ao p.edido de explicações, persistia este governo em não mandar agente ao Rio.
Mantém elle lódavia as suas duas proposições e especialmente a da transacção; e,
quer de accôrdo com o governo imperial, quer direclamente, caso concorde V. Ex.
na desoccupação total e immediata, e~lará sempre disposlo a entender··se a tal res-
peito com .º governo de V. Ex.
Aproveito a occasião para reiterar a V. Ex. a~ seguranças da minha mais distincta
consideração ..
A S. Ex. o Sr. ministro das relações exteriores do Paraguay, D. João B. Gil.

e. TErnooR.

Protocallos das Gonferencias sobre as qirnstões pendentes entre aRepnbliGa Ar[entina


eado Para[nay, esobre adesocêupa~ao das for~as alliadas.

N, 10.
Protocollo da primeim confe1·encz'a.

Aos vinte e oito dias do mez de Abril do anno de mil oitocentos setenta e cinco,
na cidade do Rio de Janeiro e na secretaria de Estado dos negocios estrangeiros,
reunirão-se os Exms. Srs. Visconde de Caravellas e Visconde do Rio Branco; pleni- :
potenciarios do Brazil, Dr . D. Carlos Tejedor, plenipolenciario da Republica Ar- ,
e
gentina, D. Jaime Sosa, plenipotenciario do Paraguay.
S: Ex. o Sr. Visconde de C~ravellas, tomando a palavra) disse que o Sr. Visconde
do Rio Branco e elle assistião a esta conferencia preliminar e.orno plenipotenciarios
do Brazil, e. que seus respectivos plenos poderes serião apresentados na proxima
,,

con!erencia," quo.n do espera vão que os outros ' Srs: pleni potenciarios exhibissem os
sem, pãrã .serem -examinadus--e - trocados na fórma do estylo.
S. Ex. o Sr. plenipotenciario argenlino··'fi"ori(lerou que convinha seguir-se certa
orilem ·rias co.nferencias da negociação, e. que por sua ·parle julgava que se 'de\'ia
começãr por tratar da d1•soccupação do Paraguay pelas forças brazileiras; ·passar
depois a toma·r em consideração, quer a proposta sobre a transacção, a ·qual, sr fosse
acceita, daria logar. ao tratado correspondente enfa'e o Paraguay e a Republica Ar-
gentina, quer a proposta sobre arbitramento, ·estabelecendo-se regras que o defi-
nissem no caso de optar-se por esta proposta, o que tambem seria objecto de tratado
entre as duas Republicas, e terminar pelo accôrdo em que as partes contratantes
resalvassem os direitos de Bólivia, qualquer qne fosse · a solução que se adoptasse.
Tudo isso, accrescenlou o Sr. ·Dr. Tejedor, podia ser ma teria de quatro protocollos .
. Oppuzerão-se a isso os Srs. plenipotenciarios .brazileiros.
Disse o Sr. Visconde de Caravellas que a questão de desoccupação era natural-
mente poo;terior á de limites; · que isso presumia elle ser opinião do Sr. Tejedor á
vista do discurso que proferira no acto de _sua recepção official; e que ,- além disso,
seria essa a ordem logica da discussão, porquanto, bem conhecidos os motivos por
que o Brazil occupava o Paraguay, _não podia ter logar a desoccup·ação sinão depois
de ajustada definitivamente a questão de limites ; e que, devendo ser aquella total
ou parcial, segundo se optasse por um ou por outro dos expedientes lembrados para
a.estipulação de limites, ·não poderia ser levada a effei to sem que se soubesse qual
desses expedientes era preferido.
Continuando, observárão os Srs. plenipotenciarios brazileiros que o mais. conve-
niente e natural seria com .effeito começar pelos limites, passando-se depois a tratar
da des.occupação mi!itar ou antes retirada das forças brazileiras e argentinas, que é
objecto distincto e que viria como consequencia dos ajustes que devem ser celebrados
entre a Republica Argentina e o Paraguay.
Que o contrario fôra apparecer como negociação principal a que não era sinão
accessoria ; que· a permanencia das forças brazileiras no territorio paraguayo era de-
vida ás incertezas P. perigos que resultavão ou podião resultar do desaccôrdo entre
as duas Republicas, creando uma situação em que o Brazil' devia acautelar a obser-
vancia de seus ·tratados com o Paraguay e prestar a esta Republicà o apoio que lhe
parecesse conveniente para manutenção de sua paz interna e ordem consti-
tucional.
Que a_s declaraçõ~s do governo imperial 'sobre o seu proposito e desejo de retirar
as forças brazileiras, logo que o pudesse fazer' sem risco de compro-metler os inte-
resses essenciaes que procurou assegurar á custa dos enormes sacrificios da guerra
de cinco annos, tornavão bem patente que esse ponto da negociação não podia offe-
recer duvida séria; e que em todo caso não influía na demarcação das . fronteiras
entre a Republica Arge.nlina ea do Paraguay. . . 1~
O verdad·eiro ponto de partida desta negociação, accrescentárão :SS . Exs., é o
15

accôudo de 19 de N()vembro de '1872, negociado nesta côrte pelo ..plenipotenciario


argentino general D. Bartolomé ~~ilre ;· e esse acc_ôrdo discri01io!l -pc1 feliamenl~ a
natureza das duas _questões __q_µ~ . sã.o .. o objecto da missão- do Sr1 D. Carlos Tejedor,
e atlribue ao Brazil a po ..;;ição que lhe póde caber c_omo alliado . da Republica Ar- ·
g:entina..
O Sr. plenipolenciario argentino replicou que, tanto pela importancia que linha
para . o seu governo a desoccupação, . como por estar ella ligada ás propostas . que se
devi ão cliscuti-r, tinha o pezar de insistir em que se começasse pela desoccu paç_ão,
fazendo-se logo no primeiro protocollo a co1-respondente declaração; que a occupação
do Paraguay pelo Brazil era na verdade o ponlo capital; que da solução que a ella
se clésse dependeria o exilo de uma ou outra das ch~as propostas, de conformidade
com as instrucções que havia recebido ~que, ainda no caso do arbitramento, tinhão
cm vista a desoccupação total ou_, pelo menos, a, desoccupação immediata da ilha do
Atajo. Accrescentou que só isso explicaria lambem a presença dos plenipolenciarios
paraguayo e argentino no Rio, presença que não teria razão de ser . si tratassem ·só-
mente de ajustar os limites entre as duas Republicas, porquanto para isto bastaria
que se negociasse em Assumpção ou em Buenos-Aires.
Os Srs. ple_nipotenciarios brazileiros insistirão em suas observações sobre o ca-
racter distincto e secundario do ajuste relativo á retirada das forças brazileiras e
argentinas ; não podendo corripre~ender como um facto acciclental e transitorio .
pudesse alterar o ajuste de limites entre a -Republica Argentina e a do Paraguay,
ajuste · que devia assentar nos titulos de legitimo dominio de uma ou de ou Ira
parte, ou ser feito por transacção de reciproco e permanente interesse.
Tendo os mesmos Srs. plenipotenciarios declarado que a permanencia das forças 1

brazileiras, além de ser solicitada pelo proprio Parag,uay, tinha por causa prin~
cipal a situação precaria em que se achava · a Republica do Paraguay pela in- \
certeza de seus ajustes definilivos de paz com · a H.epublica Argentina, situação
cujos effeilos reagião sobre -interesses brazileiros, era obvio que se devia começar
pelo primeiro daquelles ajustes, o de limites, afim de que pelo desapparecimento
da causa Gessassem os effeitos, tanto para a Republica Argentina como para o
Brazil, e, consequentemente, se pudesse effectuar a desoccupação. A_ccrescentárão
que . nenhuma duvida terião em declarar que, concluída definitivamente a questão ·
ele limites, se fará a desoccupação.
Que a missão dos plenipotenciarios brazileiros, quanto aos ajustes definitivos
tle paz entre a Republica Argentina e o Paraguay, não pôde ser · outra sinão a que
lhes marca o accôrdo de 19 ele Novembro, accôrdo ·que o Sr. plenipotenciario
argentino pàrecia olvidar inteiramente.
Que o,. facto de ser a Côrte elo Rio de Janeiro . a séde da presente negociação
não lhe tir&va seu natural e legitimo caracter; porquanto o gove.ino do Brazil
era charriad'o a prestar sua cooperação a um dos alliados, que ainda não tinha

"
,. '). ...
''.

'. pod!do chégar . ao d~sejado .accôrdo com o vencido, e havia que estipular sob1"e
a retit"cidá · aa::; · for-ç11.~, . n:o que - o Br~zil não" s6 tinha interesse, mas era.uma das
parles contratantes. · · -'- ..
Que o tratádo de alliança do 1º de Maio de 1865 foi negociado ~ ·assignado em
Buenos-Aires ; que para as bases dos ajustes definitivos de paz, accordadas .en.lre
os alliados em 1870, não duvid_ou o governo imperial enviar plen~polenciari~ a
Buenos-Aires ; e nessa. capital lambem forão . negociadas as bases do accôrdo
preliminar de paz com o governo provis_orio do Paraguay em 1869, enlr'e tanto
1

que não tiriha o Brazil nessas negociações, nem maior interesse, nem menor
direito . rlq que a Republica Argentina.
S. Ex ..o Sr. ~ejedor declàrdu que não podia admitlir que tal fosse a rn1ssao
que cabia ao Brazil na prE-sente negociação ; que tanto a missão ~litre, que fa-
lhára em Assumpção, como os demais antecedentes e negociações mencionados pelos
Srs. plenipotenciarios brazileiros, não podião n_em devião ser invocados sinão como
factos historicos, porém não como regras determinativas; que a presente n~gociação
tinha outros antecedenteR, q_ue S. Ex. referio circumstanciadamente ; e termi?ou
dizendo ·que de nenhuma das notas ultimamente trocadas resultava o caracter que
os Srs. plenipotenciarios brazileiros attribuião á sua presença. ·
SS. Exs. os -Srs. plenipotenciarios brazileiros accrescenl:frão que não podião
ser .consideradas como simp.les factos .bistoricos ·as .bases accordadas pelos alliados
em Buenos-Aires para seus ajustes definitivos com o Paragriay, nem o accôrdo de
19 de Novembro dP- 1872 assignado nesta côrte, o qual, · respeitando aquellas
bases, lhes fez as modificações que _as novas circumst:rncias dos alliados e do Pa-
raguay exigião; que é certo, corno diz o Sr. plenipoter.1ciario argentino, que os
referidos actos não inhibião que ·agora se adoptasse outra norma de negociação 1
mas que a alteração proposta pelo Sr. ·plenipolenciario argentino invertia a ordem
natural dos factos, apresentava-os sob um aspecto diverso, não facilitando, n.ias
difficultando o Lom exilo que lodos desejão ; que os referidos antecedentes conti-
nhão disposições assentadas em direitos e obrigações que derivão do tratado de al-
liança, e, pois, não podião, ser considerados apenas como elemento hístorico.
Que os tratados de Assumpção, celebrados por parte do Brazil em 9 e 18 de Ja-
neiro de 1872, não impedião a retirada das forças brazileiras logo que o gqverno
imperial ·o julgasse conveniente, porqua1~to alli se estipulou a faculdade de con·
servar elle as dilas forças, de accôrdo com o governo do Paraguay, para auxiliar a
manutenção da, ordem e protegei· a exe.cução dos ajustes celebrados, mas não se impoz
ao governo imperial como obrigação o que devia ser e ficou sendo facultativo.
S. Ex. o Sr. Tejedor observou que talvez ·houvesse quem. interpretasse os trata- \.,/
tados de modQ contrario, e que isto era mais urna razão para discutir-se préviamente
il desoccupação.
17
Os Srs. plenipulenciarios hrazíleiros re,plicêtrã~ que a letra da citada esli.pula-ç{i.o
uão se presta a duas intelligencias . .
S. Ex. o Sr. plel1ipolenciario paraguayo, depois Je expàr Ôs 111olivos que havião
induzido o seu governo ·a solicitar a pennanencia das forças brazileiras em Assurnp-
'; ilo, disse que havia dado conhecimenlo ao seu g-uvemo .da declaração franca e
lermiÍrnnte que recebeu do governo imperial de nu.o lhe ser possivel conservar por
111aís tempo as suas forças no territorio paraguayo, em allenção 1:ís avultadas des-
pezas que com .a sua permanencia alli ·fazia o thesouro do Imperio; e, além disso,
í:Í circumstancia de se tornar muilu necessaria a preseuça das mesmas forças em

varios pontos do seu_ vasto territorio. Accrescenlou 'lue, si dependesse da vontade


do seu governo, as forças brazileiras permanecerião aindà dentro do terrilorio pa-
rag-uayo em beneficio tia ordem e ela paz interna da Hepuulica, mas que lendo o ·
rnesmo goveri10 tomado na devida consideração toda a importancia e valor daquella
e
declaração, convencido de que a· desoccupação leria Iogar Jogu que se celebrasse
o tratado ele limites com a Flepublica Argen lina , havia declarado 'lue aqueIJe seu
em penho não devia sef' um obstaculo para o bo111 exito da negoc_iação, visto como .
importa ella . a segurança de urna paz solida e duradoura enlre o Imperio do Brazil
e a Hepublica Argentina, da qual resultaráõ l.ánlos beneficios para aqueJles Eslados)
e por sua vez para o Paraguay; e 1Jue, _por consequencia, seu g·overno se sujeitaria
e[ desoccup::i.ção como a uma medida necessaria . ·
Declarou finalmente S. Ex. LJ.Ue ü seu govenw nãü haviêt . solicitado ao
governo argentino a permanencia de :mas for~as em ·Assurnpção, não porcj1Je
désse preferencia ás brazileiras 1 u 'JUe seria desconhecer os favores que o ·
Paraguay havia recebido de todos os ulliados conjunciamenle, mas porque ü
;;overnb argentino moslrava lodo o empenho na desoccupação.
SS. Exs. os Srs. plenipolenciarios brazileiros chamárão de novo a allenção
do Sr. plenípolenciario argenliirn para u Lcur da cslipulação ex.islente entre o
IJrazil e a H.epublica do Paraguay, quanto cí pennanencia das forças J:>razileiras,
e que o Sr. plenipotenciariu paraguayo acabava de confirmar; concluirão 'fUC a
experiencia lem . JernonslradÓ qual a numrn mai::; cu uveuien le µara esta negocüt-
1;Jo; qué era preciso resolver a yu eslão de limites, causal de ludo, para cnlfto
~ralar-se da desoccupação, a qual tlependeni dos lerwos dessa resolução, e nfo
· poderá ser obrigaloria sinão depois que os ajustes cele brados tenhão sido sanc-
cionados e ratificados, sendo trocadas as ratificações, islo é, depois tJUe possho
ser considerados corno aclos perfeitos e cle1ii1ilivos. .: ·''
S. . Ex. o Sr. Tejedor observou que a perfeição dos aclos üão devia s~'r ll)'~ lívo
sullicienle par~t demorar a dcsoccupação, que lodos diziã{ '·desejar, e <flW, quanlo
cí ilha ·· cÍo Cerrito , o governo arg-eritino pediria, sempre sua desoccupação prévi~,
.. .. • l

e sua entrega . ._. ·


Os ·srs. plenipolc1foiarios IJrazíleirus respondô~·Jo 11úc a tfc::5Dccuphçãu da.;, \ Ilrn
eslava no mesmo · caso de qualL1tier :' oulro poulo em que ~xis lcm, i:·forças
i:;, 3
18
brazileira.~;que, feita a desoccupação, o governo argentino pretenderia talvez
occupa-la ~ fortifica-la_; que o gove.rno imperiàl, chegado o momento opportuno,
a desoccuparia, mag_não lhe cabia entrega-la . ao govenío argentino, devendo este
facto resultar de accô~·do entre as duas potencias que têm disputado o seu
dotninio; que, feita esta declaração, não podião deixar de . ponder~r, á vista do
que havia dito o Sr. plenipotencjario argentino, que, occupando a . ilha do Alajo
ou Cerrito durante a guerra e mantendo a occupação ainda depois da guerra,
o governo imperial tinha consciencia de i1ão offeqcler direitos reconh ~ cidos ou
presumidos da parte do seu alliado.
Respondeu o Sr. plenipotenciario . argentino dizendo que a ilha do Alajo havia
sido o~cupada em nome da alliança e por motivo . da guerra; que, terminada
esta, cessára a causa da occupação; que, si o Brazil julgava não Ler faculda-
des para entrega-la ci Hepublica Argentina, devia entrega-la ao Paraguay, e si a
ninguem à queria entregar, devia deixa-la.· livre no rio; que, o que não se
podia· explicar nem sustentar, era que continuasse a occupa-la depois de termi-
nada a guerra. Accrescentou S. Ex. · o Sr. Tejedor que a possi~Jilidade de for-
tifica-la, insinuada por SS. Exs. os Srs. plenipolenciarios brazileiros, não .pare-
cia lambem uma objecção séria; que o dominio do Cerri to não podia inspirar
receios a uma nação que Linha grandes arsenaes em Mato-Grosso e uma· esqua-
dra em Assumpção, Iiem tão pouco á que possuía as fortalezas de Humailí:i
e podia impedir a passagem em, mui los outros pontos do rio Paraguay; que a
fortificação do Cerrilo não era além disso necessaria a quem pos'suia a ilba de Martim
Garcia e podia tarµbem ·fortificar duas marg·ens do rio Parami .'e urna do Uruguay.
Concluio, entretanto, observando que toda esta argumentação referia-se á hypo-
lhese de convir-se em um · arbitramento, que não era ainda opportuno discutir .
. Os Srs. plenipotenciarios brazileiros declanirão que, pondo de parte a avaliação
dos me'ios que qualquer elos tres governos pretendesse ter á disposição para forlificnr-
sc, . e parecendo-lhes prematura toda esta discussão sobre a ilha do Cerrito e mais
· terrilorio a desoccupar, -limitavão-se a explicar em breves palavras o. que disserão a
respeito claquella !Jha e da hypolhese de sua fortiíicação , em qu.e toc?rão de passagem
e hypotheticamente .
À ilha eslava sob o domínio paraguayo antes da guerra; o 13razil occupou-a du-·
rante a guerra, não por deliberação com os allia~os, qne era. escusada neste carn,
mas p~r seu unico arbítrio, para as operações mililares de sua esquadra; que a
desoccupação é cousa differente da entrega; que es ta não era acto proprio do eles·
occupante e sim, quando muito, formalidade a preencher por.parte da naç'ão que Linl1a
a sua posse antes da guerra, logo que reconhece_sse esse territorio como argei1Lin6.
Os Srs. plenipotenciarios brazileiros concluirão, manifestando que o Bruzil não
tem vistas ambiciosas sobre nenhuma parte do terrilorio paraguayo, e qué, porlanlo
a obscrva.ção, a que alludio o Sr. plenipotenciario argentino., signiGca só mente que, ·
si pelo uccórdo de limites enlr.e os dou s J.Lsludos lirnitrophes a ilha ficasse sob
Hl
o domínio argentino) tudo quanto proporiao como medida conveniente seria que
não fosse ella fortificada, pelas apprehensões que esse facto naturalmente suscitaria,
e em respeito ao principio que os alliados estipulárão em 1865, o de impedir novas
fortificações so'bre o territorio paraguayo. · i
Concordando todos os Srs . plenipo(enci.arios em que a ·discussão' se havia com
ef:fei tó afastàdo do seu ponto de partida, ~oltárão a tratar da conveniencia de co-
rneçar1por ajustar a desoccupação; .e terminou a conferencia observando SS. Exs.
os Srs. plenipotenciarios brazileiros que poder-se-hia fazer opporlunamenle a esse
respeito, em um dos primeiros protocollos, alg·uma declaração razoavel relativamente
ao sentido em que já se pronunciárão.
Os Srs. plenipotenciarios corivierãb em suspender neste ponto a conferencia, da
qual se lavrou o presente protocollo, que açhá.rão conforme e assignárão, ficando
ráda um com o seu au!ographo.
Feito na cidade do Rio de Jclneiro, em 28 de Abril de -1875.

Vr scoNDE DE CABAVELtAS.

VrscoNDE DO H.ro-BRANco.
e. TEmnou .
.JAIME SosA .
.JoÃo Lurz KEATING,
Secretario dos plenipotenciarios brazileiros.
E. LAMAUCA,
Secre14rio do plenipotenciario argenti no.

N. 11.
Protncollo do, se(Junda conferencia.

Heunidos os Exms. Srs. pletiipolenciarios na secretaria de Estado dos negocios


eslrangeiros, exbibirão SS. Exs. os seus plenos poderes, que são do teor seguinte:
<< Dom Pedro Segundo, por Graça de Deus e Unanime Acclamação dos Povos,

. « [rnperador Constitucional e Defensor·Perpetuo do Brazil, etc. Faço saber aos .que


e< a presente carta de pleno~ poderes virem que, tendo toda a confiança nas luzes

e< e zê lo ele Carlos Carneiro ele Campos, Visconde de Caravellas, do meu consdho e

«do de Es!ado, veador de S. M. a Imperatriz, senador e grande do Jmperio,


« cornmendador da ordem de Christo, gTâ.-cruz das ordens Erneslina da Casa Ducal
e« de Saxonia, de Leopoldo da Belgica, ela Ag·uiaVermelha da Pr.ussia e da Legião de
«Honra de França, ministro e' secretario de Estado dos negocios estrangeiros; e José
e< Maria da Silva Paranhos, Visconde elo Rio-Branco, do meu conselho e do de Estado:

<< grã-crnz de Cbristo, dignit:uio da imperial ordem do Cruzeiro, commerida-

.
cc dor da ordem da Rosa, grã-cruz das ordens de Sant' Anna da Russia e da A guia

~
20

« Brp,nca, da real ord em de Carlos Tll rle Hespanha, de Leopoldo da Auslria, de


« S. Mauricio e S. Lazaro de Jlnlia e da Legião de Honra de França, senador
e< e grande. do Imperio, presidente do conselho de ministros, ministro e secretario
e< de Estado elos negocios da fazenda: Hei por bem no~11ea-los meus plcni-
c< potenciarios para prestarem ao plenipotenciario argentino, na sua negociaçHo

cc do ajuste definitivo fle limites com · o plenipotenciario paraguayo, ·o apo'io mo-


(.( ral. estipulado no accôrdo ele '19 de Novembro de 'l 872, e para concluirem quael'-
<< quer ajustes concernentes á rnateria. do mesmo accôrdo. Em fé ·do que mandei
cc passar esta carta de plenos poderes por mim assignada, se li ada com o sello
cc granéle das arma~ ílo .Tmperio, e referen dad:=t pelo ministro e secretario ele fü;.
e< tado abaixo assignaclo.
~ Dada no palacio do Hio ·de Janeiro, aos vinte e sele dias do mez de Abril de mil
<e oitocentos se te.nla e cinco, quinq~ag:esimo-quarl:o daindrpend encia e do lmperio .
(( - Estava o sello g;rande rlas armas do Tmperio . - IMPlWADOl-l, com rubri"~R e
" guarda. -João A l/redo Co1·re"a de Oliveira . .»
,.
Carta -de plenos ·poderes, pela qual Vossa Magestade Imperial ha por bei11
e<
· cc nomear os Viscondes de Caravellas e do Rio-Branco $C US plenipol.enciarios para
«as negociações relativas ao accôrdo de 19 de Novembro de 1S7'.2 com a RepuMica
« Argentina, como acima se declara. - Para Vossa lWagestade Imperial vêr. >>

cc Nicoláo
Avellaneda, pre s icl~ nte da Republica Argenti'na, pelos presentes plenos
cc poderes, referendados pelo ministrn de relações exteriores, ·autorisa o Sr. Dr. D.
e< Carlos Tejeclor para ne'gociar e firmar no ·Rio ele Janeiro os tratados, convenções
e< ou protocollos relativos FÍ. sua missão, de accô rdo- com as . instrucções que lhe

« forão expedidas.·
·<<Dados em Buenos-Ayres, aos dous dias do mez de Abril de mil oil.ocenlos
cc setenta e cinco . - N. Avellanecla. -Pedrn A. Pardo.')

e< Salvador .Tovellanos, vice-presidente da Hepublica do Paraguay, em exercício do


e< poder executivo da nação, tendo em vista :=i füleliclade, patriotismo e inlellige ncia

«que concorrem na pessoa do Sr. ministro plenipotenciarío D . .Jaime Sosa, o au-


« torisa para que possa negociar e firmar com o representant'e que nom ea r o governo
e< ela Republica Arg,enl.inn; o !.ratado peridente sobre limites.
cc Para. o qu e expeço o presente pleno poder, firmado, sellado e referendado pelo
« ministro de rela ções exteriores na cidade ele Assumpçã.o, capital ~fa Republira do
cc Púa.p:uay, em '.20 ·do rnez .rl e Agosto do anno de 1874. - Estava o sello da ~ armas
e< do Paraguay. - Srdvru]or .Jovellanos. __:_ Juan R. Gil/.>)

O Sr. plenipol:enc iario argenl.iho, tomando a palavra, disse que, não ohslanl e o
caracter que a principio ti.vem a conferencia anterior, entendia que sA devia lavrar
o respectivo protocollo, A assim se reso ~veo.
· O Sr. Visconde de Caravellas, continuando a discu ssí'ío, manifeslou que o governo .
imperial estava. disposto a cleso.ccupar, co njunctarnenl.e co m o go verno argentino, o
21
l.crritorio paraguayo, porém que não podi11 convir em acceilar como obrigação a
retírada prévia de suas forças, porquanto isto dependia, pelas razões expostas na
primcíra conferencia, dos ajustes definitivos entre a Hepublica Argentina e a do
Pí-lrnguay; que a despci:upação podia ser parcial ou total, segundo as condições
dos referídos ajustes ; que, sem ter conhecimento destes, a discussãL seria talvez
inlerminavel, e urna declaração geral sem resultado pratico.
Em conclusã.o propôz que S. Ex. o Sr. Tejedor offerecesse, em fórma de ~ase, o
pensamento do accôrdo que deseja, facilitando assim ·a discussão.
O Sr. plenipotenciario argenlitio respondendo disse, que contava com essr. P.edid'o
r, que assim havia formulado o seu pensamento na seguinte base:
(<Fi.cou consequentemente accordado que, noc::i.so de entenderem-se entre si a
(e Repí1blica Argentina e a do Parag·uay, quer fixando por meio de lransacçã.o a linha

cnl'eflnil:iva de seus limites, quer sujeitando-os a arbitramento, a desoéc.upação teria


a. sempre togar; no primeiro caso, dentro de t.res mezes contados drr sàncçfío do
cc convenio pelos poderes constitucionaes: e no segundo, conservando-se 0 staih,t q110
cc com as seguintes condições: 1ª, que a guarnição hrazileira de Assumpção ser.::í
cc igual em numero á argentina da Villa Occidental ; 2", que a ilha do Cerrito será
(( desoc:cupada e entregue á Republica A:rgenlina logo depois de firmado no Rio ·
<e o convenio especial de fransacçã.o ou arbitramento.>)
Tendo exposto o seu pensamento, observou S. Ex. que, anleR de encetar a dis-
cussão, nã.o podia deixar de manifestar a sorprcza tom que se inteirára dos ter-
mos dos plenos poderes exhibidos pelos Srs. plenipotenciarios br;izil.eiros, porquanto
p:uecião ter sido dados. unicamente com o objeclo de autorisa-los a assistirem como
mediadores ou a prestarem ao plenipotenciario argentino o apoio moral a que se
ref1~re o accôrdo de 'iÇ) de Novembro ele 1872 .; que entretanfo a phrase que se
r,onl.inha nos _referidos plenos poderes para concluírem quaesquer ajustes con-
<<

« cernentes á materia do mesmo accôrdo, " parecia àclmillir uma interpretação mais

lal:a, dando-lhes o verdadeiro. caracter de parles; que em todo caso só nesse


sentido podia proseguir a ·discussão.
Os Srs. plenipotenciarios brazileiros observárão por rna parle que os reparos
feitos pelo Sr. plenipotencia~io argenlino, sobre o teor dos plenos poderes darlo.s
pelo governo imperial, provinhão da divergencia que se manifestára desde. a
primeira conferencia; que para os plenipolenciariPs brazileiros o ponto de p:ll·t.ida
·se acha ·nos actos anteriores celebrados entre os alliados, aclos que contêm
declarações e normas subsistentes ; que, por exemplo) o accôrdo de 19 de No-
vembro de 1872 não .é mi1 aclo inutil, pois deflnio direitos e obrigações impor-
tantes para a boa intel~ig·encia entre os alliados, . que nesse accôrdo se indicou,
com pleno assenl.imento do representante argentino, qual a missão que cabia
ao Brazil ·nas neg'ociações entre a Republica Argentina .e a do Paragua) no 1
,

tocante a limi.l.es; accrescenclo, como notou S. Ex. o Sr. Dr: Tejedor, que a ultima
parte dos plenos poderes os habiJil.n para ne.gocrnr qu:ilquer ajuste qu_e seja
\
~~
'tleCessario e concernente d solução dos trulud~ScleGnil.ivos .de paz enlrc · as dúas
Republicas.
E urna vez que o teor de seus plenos poderes mereceu ·esse reparo ao Sr ~
plenipotenciario argentino, cabia-lhes notar, accrescenlárão. por fim os planipo-
tenciaríos brazileiros, que os plenos poderes do Sr. Tejedor não erão explícitos,
pois referiüo-sc pura e simplesmente ás insteucções reservadas do Sr. plenipo'-
tenciario, as quaes não erão conhecidas si não pelo que elle expuzera na pri âiei ra
confe;encia e antes consti:fra de seu discurso de recepção; que, porém, a notada
reser'Va . dos plenos poderes argentinos não seria obslaculo para proseguir nesla
nego·ciação, considerando que em todo caso o que entre si estipulem os plcni -
potenciarios não é acto perfeito e ohrigatorio, sinão depois . da .ratifica ção dos
respectivos poderes coi1stHucionaes, para isso competentes.
Voltando á questão principal, aventada pelo Sr. plenipotenciario argentino ,
declarárão que continuavão a pensar que a desoccupação militar 115.o era~ materia
principal da presente negociação, mas que, á vista da insistencia do mesmo Sr. pleni-
polenciario, e não .sendo duvidosas as disposições do governo imperial áquell c
respeito, poder-se-hia declarar no presente protocollo que o Brazil retirará suas
forças do Paraguay logo que seja resolvida definitivan:1enle a questão de limites enl11c
ns duas Republicas, observando-se .igual procedimento por parte elo seu alliado .
Passando a considerar os termos positivos da base preliminar proposta pelo
Sr. Teje,dor, notárão que para .o caso de uma transacção definitiva entre as
duas partes interessadas se fixava; o prato de tres mezes para a desoccupação,
o que não encontraria difficu1dade; mas que, na hypothese de ficar a questão
de limites dependente · de um ·arbitramento , se queria estabelecer condições
íntei1·amente novas e que parecião ·inconvenientes. O arl)itramento,, a ser inclis1)en-
savel, não era ainda r-onhecido em seus termos precisos, não se podendo saber,·
portanto, si esse alvitre seria. estipulado de modo que pucl ésse ser arc eilo pelos
arbitras, e si · a sentença destes resolveria desde logo e definitivamente o ponlo
do litigio. Que a desóccupação d.a ilha do Cerrito, já não fallando na entrega
desse territorio, cousa que não compete ao governp imperial, não poderia ser
obrigaloria desde que se firmasse no Rio de Janeito o ajuste especial entre a
Republica Argentina e a do Paraguay, pela razão obvia de que o aclo dos pleni-
polencial'Í'os ·dependeria de sancção ulterior, e cumpria considerar, como ha
pouco observou-se, quaes as eventualidades possi veis ou prova veis a que estivesse
exposto esse ajuste, segundo· o .s,entido e alcance . de suas clausuhs.
Que a idéa .de igualar as forças brazileiras ás que o governo argentino con-
na Villa Occidenlal, era uma icléa nova, e que não serviria sinãb para
serva ~ se
fazer crêr na existencia de uma desconfianÇa reciproca, que não ern propria
de governos alliados; que até aqui outra era ' a inleq)retação que se podia dar
ás inslancias do governo argentino, parecendo que cm seus empenhos Linl1a
elle por fim a observancia. cto respeito que os .alliados se obrigárão a guardar

. 'I

··,.._
23

para com a independencia, :;oberania e iritegridatle da H.epublica do Paraguay,


cornquanto a presença das · forças brazileiras nem de leve atacasse aquelle prin-
cipio. Que o governo imperial ou retiraria as suas forçús, ou as conservaria com
o numero de praças i:1ue julgasse necessario yara sua segurança; que a igualdade
proposta na segunda hypothese da base offerecida pelo Sr. Tejedor, seria apenas
apparente; altenta a mais. proxima vizinha~ça da Republica Argentina.
Concluirão pondera"ndo que o Brazil havia conservado forças no Paraguay para
proteger seus direitos e os inleresses communs da alliança, á qual qão podia ser
indifferente .a paz e oi'clem constitucional dessa Republica, não estando ainda r~sol­
vidos lodos os ajustes definitivos de paz, e podendo ficar sem plena e perfeita
exec ução os que jêí: farão celebrados, eventualidade que é· muito de receiar pelas
circumstancias precarias em que se acha o Paraguay, por. falta de accórdo com o
g·ovcrno argentino, e consequentemente sob perigo de sério conflicto por es8a causa.
Que, a dar~se a dcsoccupação immediata, ella devia ser gef.al, não se podendo
considerar como territorio . argentino o que fosse contes!ado pelo Paraguay, e só
depois de um arbitramento ficasse discriminado corno direito perfeito de uma .
das part.es litigantes.
S. Ex. o Sr. Dr. Tejedor, tomando a palavra, disse que havia prestado a rnaiúr
allenção ás observações feitas," e que procuraria satisfazer a todas; que via que
se achava em um ponto àpposto ao dos Srs. plenipotenciarios brazileiros; que a
,dcsoccupação continuava a · ser considerada por SS. Exs. questão secundat·ia; ao
passo que em sua opinião dependi.a .della o bom ou máo exilo da negociação, e que,
portanto, não era perdido ·o tempo que se. empregasse na continuação dessa discussão.
Declarou que essa exigencia não importava Lambem uma desconfiança como sup-
punhão os Srs. plenipot~nciarios brazileiros; que a desconfiança, si existia, pr:ovinba
dos proprios factos, da occupação brazilei.ra, que não era bem justificada depois da
eessação da guerrçi.; que o melhor meio de destrui-la não erão palavras e sim factos_
Accrcscen lou que, não obstante o que dísserão os Srs. plenipotenciarios brazileiros,
o [)razil, ainda desoceupando, estaria nrnis proximo dó Parnguay, lendo um exercito
na fronteira, . encouraçados em Assumpção, fortes provinçias lirnitrophes, e as sym-
pathias mesmo que havia sabido captar.
Observo u mais o Sr. plenipotenciario argentino que. as considerações dos Srs. ple-
.uipotenciarios hrazileiros terião por ventura cabimento si a ·base, que .se discutia ,
pedisse a desoi::cupação total, mas que ella limilava-sc a propôr a igualdade no inte-
resse cornmum.
Proseguio, dizendo , que seu pon lo de par lida era diverso do dos Srs. plen i potenciarios
ln·azileiros em outrn sen tido, isto é, que na presente negociação erão todos, em sua
opinião., partes contratantes ; que o caracter de mediador QU cooperador~ que pre-
lendiao Brazil, já se havia ensaiado inutilmente em negociações anleriores; que a
negociação conjuncta não podia de modo algum offonder a soberania elas Republicas
Argentina o Paraguaya, ou limitar os dircilos e dcvhes do Brazil, como se havi~

..
· .~ ·
. 24.,
'

in~ümado; crue, pelo conJ:rario, tornaria mais re:;eila:vcis os re~ultados e estaria mais
de accôrdo com os factos; que havia ainda .interesses co111muns entre os dous aIJiauus
pres'entes no Hio, corno era o ajuste da <li vida, e havi.a além d isso o facto da occu pai,;ão,
q.ue, depois dos tratados de Assumpção, não podião resolver por si só, corno lambem
não o podiã.o fazer por si as Hepublica~ Argentina e Paraguaya; que uão era, vur-
lanto, nestes accôrcloswrn devião separar-se, e sirn quando, depois delles, G.rnrnssent
as duas H.epublicas o tratado tle li.miles, ou, na sua falta, o de arbilrarpenlu.
S. Ex. o Sr. plenipolenciario argenli1w concluio pvndcrandu a ir.uportancia da
declaração que solicitava desde o principio, para lranquillisar"os t1ni111os, . levar a
confiança ás nações neulraes, e restituir aos proprios dous aUiados a fi;::Tmonia alte-
rada por motivo do Paraguay, que apreseulava-sc corno o pomo da c1iscordia.
S. Ex. o Sr, plenipotenciario paraguayo lomou em seguida a pal.avra, e manilestou
o sentimento com que ouvira o Sr. Tejedor dizer que no Paraguay eslava o pomo
da disco relia enlre o Brazil e a Republica Argentina, e corno pi·ova de que assi ITl não
era, e Lambem como testemunho da boa vontade do seu governo, disse que este cm
sua nota de 18 de Agosto de '187 4 declarava ao 'argentino:
«A necessidade de Hma prnmpla solução desta pendencia; que a Lodus lrau--
" quillise, se faz sentir cada vez 'com roais força; e o Paraguay, para obtê-la,
« está disposto aos mesmos· sacrlficios a que se ha\ ia sujeitado quando Lralou o
1

« anno passado com o pleni polenciario argentino, Sr. brigadeiro general D. Bar-

« lolomé ·Mitre.

« O abaixo assignado está certo de que o governo de V. Ex. verá ,neste passo,

" dado pelo paraguayo, mais uma prova evidente de seu arclenle desejo de remover
•<·qualquer causa que possa- obstar a que as duas Hepublicas irmãs entr•em de plano
" i1aquellas cordiaes relações das quaes devem resultar tan los bcneficios para a~ba s.
« De accôrdo com os sentimentos acima manifestados tem, pois, o abaixo as-
• sig;nado a maior satisfação em convidar o. governo. argenL1no, _cm nome do <lo
Paraguay, para urna nova negociação sobre limites na côrle do Hio de Janeiro,
« netjOCiação que, segundo pensa o seu governo á visl.a elas communicações co11 -
" fidenciaes da legação d~ Brazil nesta capital, será C?roada elo bom exilo que o
" Paraguay. tanto deseja ·e julgá me.recer da jusli.ça e generosidade dos alliadul:i .
(( Para tão satisfacloria ue•rociaf'ãO
O· !f
a da 1)aZ e tram1uílliclade nacional houve
' . ' "

" o poder executivo da Republica por bem nomear um enviado extraoi'diuariu e


" minislro plenipolenciario em missão especial junlo ao governo d,o lrnperib do
<< Brazil, a quem conferio plenos: poderes para negociar, <1juslar e assigtrnr o lra-
" lado de limites com ·o plenipotenciario que o govel"no de V. Ex . .para es?C liw
<< dignar-se au torisar. >>

\jue a resposta do governo argenlino, d~tlada de 3'1 de Agoslu do ·mesmo anno,


continha os segu~nles paragraphos:
{( ,Convidado antes e r~pelidarnentc o 2;ovcmo argenli no pdo do BrazH pal'a
({ Lusca1· urna solu'ção cuuv<!nicnlc a todas cu; dilliculclades p~ndenles , rnanifeslci
25
« em .seu nome que, quanto ao arbitramento, se acceilaria a modificação proposta,
sujeitando unicamente a esse juízo o terrilorio da Villa Occidental, co~ reco-
• nhecimento dos respectivos direitos de domínio ao sul do Pilcomayo pal'a a Hc-
' publica Argentina, e ao norte para o Paraguay, sem prejuízo dos ditei tos tle ,
« Bolivia; e, quanto á transacção, que ·para que eHa pudesse ter togar carecia-se,
" da parte do Irnperi'o, de factos novos, capazes de autorisar a mudança de pru-
« prosito do 'governo argentino e a generosidade que em sua opinião linha para com
" o Paraguay, como serião . a desoccupaçrro total e immediata do lerrilorio pelas
" forças · brazileiras, e a entrega lambem immetliata da ilha do Gerri.to êi HepU-
" blica Argentina . .
<• A nota de V. Ex., á que respondo, não se explica sobre nenhum desses pontos
" de modo preciso e categorico, co~no era indispensavel para acreditar-se uma
,, missão no Hio, com segurança de exilo . .Acceila o govf'.rnO de V. Ex. a dcs -
occupação total e immecliata do lerritorio paraguayo pelas forças bcazileiras e a
entrega lambem immediata da ilha do Cerrito? Sem is3o a transacção seria irn-
" possível. Acceila o governo de Y. Ex. limitar o arbitramento ao lerrilorio da
" Villa Occidental, reconhecendo-s~ quanto aos outros os domínios respectivos,
' e Ocçi.ndo tudo no statu quo até á sentença .dos arbitras? O arbitramento, mesmo
" sem is lo, lambem não seria possivel .
a Por mais, Sr. ministro, que o governo argentino} como o de V. Ex., deseje .

" remover qualquer causa que possa obstar a que as duas Hepublicas irmãs entrem
, de plano em rela~õcs cordiaes, das quaes devem resultar tantos bencficios para ·
" ambas, o silencio de V. Ex. sobre pontos Ião essencia•!s ·para 'a disposição que esle .
' governo havia mostrado para uma nova negociação, não lhe permitte por emquanto
" corresponder ao app ello que se lhe faz, assegurando entretanto qne. logo que
" co nste de modo fidedigno achar-se o governo de V. Ex. disposto a aceei lar qualquer
, tlas proposlas nos termos expressados, se apressará em mandar ao Hio a ne·cess<HÜ1
missão para dar fórma definitiva a uma ou outra dessas propostas. )J

E que, em data de 15 de Setembro, o ministro de relações exteriores, respondendo,


di sse :
" .O ~eu governo sente profundam ente, Sr. ·minis.tro, que nã9 tenha sido bem
" comprehendido o espírito 9ue dictou aquelle acto, porquanto de oulra fórma não
· «- lerião surgido no animo de V. Ex. as .duvidas que expressa ácerca da nomeação dó

« plenipotenciario que deve tratar no Hio de Janeiro com o que o Paraguay já fez
•t seguir para aquella capital.

« Quando o g~ovemo paraguayo, passados tantos rnezes depois que o general


D. Barlolomé Mitre suspendeu as negociações nesta capital, e depois das notas
trocadas sobre o assurnpto entre V. Ex. e o ministro do Brazil, Sr. Barão de Ara·
«. guaya, se declarou disposto a sujeitar-se aos mesmos sacrificios de então, para

" ·chegar a uma solução da questão de limites com él Hepublica Argentina, que a
« todos tranquillisasse) parecia-lhe haver indicado com bastante clareza que, como
L 4
• •
26

um esforço supremo no sentido da conciliação, não· ·repellia o .arbiframenlo na


<<

« l'órrna proposta pelo governo imperial, comquanlo elle esperasse, e ainda espera,

« não o occul.tareia'V. Ex., que a H.epublica Argentina, reconhecendo e aprec iando


« um tal esfor.ço, desistiria de urna condição que tanto póde ainda retardar o ajus l. e

« tle que o Paraguay tanto carece para c_ onseguir º· seu restabelecimento clepoís de
lodas as suas desgraças.
Quan to ao que diz respeito á desoccupação ela ilha t1o Cerrilo ou A~ajoi e <i r.eli-
<<

rada das forças brazileiras desta capital, peço a V. Ex. queira considerar que ó
i<

" esse um assumpto que, pelo menos quanto ao prazo, ríloclo e fórma de similbanles
« operações, · sô póde ser disculid'o e resl)Ivido pelos respectivos plenipotencíarios e

<<de accôrdo com o· governo do Brazil, sob cujos bons officios sei·ia a negocia1;ão
« levada a feliz termo. · Além disto, não julgava o meu g'0\ erno que o da rtepublica
1

« Argentina fizesse questão de prazo mais ou menos curlo para effectua-las, e cou-

« Linúa a .acreditar que a não fará, sobre-ludo em relação <Ís forças que SFl achão esla-
" cionadas na capital da Hepublica, porquanto, como V. Ex. sabe, cllas, longe de
an~eaçarem a independencia do Paraguay, têm contribuído ellicazmcnte para
e<firmar a ordem legal na Hepublica; sem a qual està, presa da anarch ia, não conse-
« g;u iria levantar-se do abysmo em que havia cabido.
« Com es tas francas e amigaveis explicaçõe~.julga o meu governo satisfazer o da

« Hcpublica irmã, ·e que assim se não demorani mais ,em mandar ao Hio de Janeiro

« o plenipotencíario que ·tem de trai.ar alli com o Paraguay. >>

Accrescenlou S. Ex. o Sr. Sosa que lhe parecia que o seu governo expressava bem
sua intenção naquella~ . declarações, que erão tão éategoricas como as havia desejado
o governo argentino\ e terminou dizendo que a desoccupação nüo dependia uo
Paraguay, mas sim do Brazil, e que já antes havia ditei que o Paraguay dcsislia da
occupaç.ão, .si era. ella obstaculo para os accôrdos, não obstante convir-lhe ainda sua
con tinuação. · '
SS. Exs. os Srs. plenipotenciarios brazileiros ponderárâo que têm usado até agora
da palavra clesoccupação para acompanharem a líllguagem do Sr. plenipotenciario
argentino, mas que essa expressão, quando muilo 1 só pôde ser applicada êis poucas
forças brazileiras que existem na ilha do Cêrrito, onde não havia . aliás po\'oação
paraguaya; porqua11to as forças que estacionão na Assurnpção não exercem alli .outra
jurisdicção que não seja a militar com r·elação <:is suas praças, não excluem nem res-
tringem a autoridade paraguaya, eslifo alli como forças amigas, enlretanto que na
V.ilia Occíde.ntal hà perfeita occupação militar pelo governo al'gentino, com exclusão
completa da jurisdicção paraguaya.
Accrescen tárfw SS. Exs. que, cornquanto desejem evilar ·' toda discussão que lhes
pareça escusada para o natural e legitimo resultado desta ncgoe!açüo, rorúludo não
podem deixar sem contestação algumas idéas. enunciadas pelo Sr. plenipotencíario·
argentino. Em primeiro logar, não podem considerar o Brazi! parte na questão de
limites enlre a Hepublica Argentina e o Paraguay si não nos precisos e justos limites
f

27
de suas obrigações como alliado, limites definidos no tratado do 1º de Maio e. que
mais claros ficárão pela discussão havida entre os governos alliados a este respeito.
Em face ,do tratado de alliança, das .bases estipuladas em Buenos-Aires para os
ajustes defii1itívos de paz e do accó'rdo de 1~ de Novembro de '1872, o. Brazi l não ó
parle contratante, mas cooperador para o accôrdo que fôr de justiça entre a Hepublica
Arg·entina e o Paraguay; que esta obrigação não é exclusiva do Brazil, que cabe
lambem ao governo oriental do Uruguay, de cujo concurso tem prescindido O governo
argentino. Que a verdadeira missão do Brazil nessa pendencia entre o ~eu alliado e o
vencido não ci i~11ibe de contribuir para a solução que é de desejar, nem incompa~
livel com a garantia reciproca que os alliadOs asseg'urárão ao.s seus ajustes definitivos
ele paz. Que, portanto, a questão suscitada pelo Sr. T~j ed or, ou era meramente de
fórrna e pouco valia, ou tendia a rénovar uma discussão que chegou aos seus devidos
Lerárns pelo accôrdu de '19 de Novembro, -~ qne em todo caso . d1~via ser afastada ,
quando ha .fundada esperança de que a questão de limites do go verno argent in o com o
do Paraguay poderá ter uma das soluções préviamente annnnciadas. .
Que ·só de passagem observaráõ não ser procedente a conleslação d1J Sr. Tejedor,
quando suppõ.e que ó mais f~cil ao Bt~azil mover · forças de Mato-Grosso para As-
sumpçã.o do que o governo argentino, partindo da Villa Occidental ou de Cor..:.
rientes; que a via fluvial está <:i disposição de ambos os governos, que hoje _não
póde o governo argentino dizer que só o Brazil é . que tem encouraçados . Que as
forças brazileiras eslacionadas em Assumpçifo têm favorecido a autoridade legal
da Republica sem intervenção que se possa considerar illegitima, ao passo que o
gove rno paraguayo, com razão ou sem eila, o que não cabe aos plenipo lenciarios ·
brazileiros aqu i averiguar, tem visto uma causa ele. fraqueza para sua aul:oridad e
so bera na e um embaraço para sua administração Qsral na occupação da Vi lla Occ i-
dental.
S. Ex. o Sr. Tejedor replicou que. em sua opinião, a negociação proseguiria
debalde sem as declarações expressas na base proposta, mas que tambem nfío
rluvidava i1· _adiante, ficando, porém, bem ·entendido que essas declarações renas-
cerião sempre, em falta de factos accordes com ellas ; que a questão de limites
não e8tava separada chi questão sobre desoccupação, como sustentavão 0s Srs. plc-
1üpolenciarios brazileiros ; que bem pelo contrário estavão ligadas e dependenl:es
entre si, salvo o caso de ajuste por lransacção,.
em cuja hypothese desapparec
.
ia.
Accrescentou que não podia admillir a d ísti ncção que havião feito SS. Exs. os , '
Srs. plenipotenciarios ,hrazileiros en'tre a occupação da Hepublica Argentina e a do ·
Braz il; que a Repub lica estava dentro do tr.rritorio que lhe fôra adjudicado pelo
!ralado de alliança, e por conseguinte seu, emquanto não decidisse outra cousa este
accôrdo ou a sentença arbitral ; que ao cóntrario elo Imperio, a Republica não

.
linha sua div.ida de guerra , reconhecida por parte do Paraguay; e que, ainda
quando nifo fosse mais do que como garantia , só isso justificaria a occupação; que
)
28
a occupação da Villa Occidental linha o rio de permeio, cnfretanln que a occu-
pação das forças brazileiras pesava sobre o lerritorio habitado, na capital do
Paraguay, e não podia deixar de influir na direcção dos negocios, qualquer que
fosse a reserva ordenada pelo governo imperial, e a cordialidade de suas re-
lações.
Os Srs .. plenipotenciarios brazileiros observárão que as estipulações do lm -
perio relativas a ·indemnisações de gµerra havião sido feitas de conformidade
com o tratado de 1865 e com as bases accordadas em Buenos-Aires para o seu
desenvolvimento 1 que essas estipul açõe ~ não tl erão garantias ao Brazil que não
sejão communs aos seu.s alliados, como mariifesla o Lexlo dessas proprias esti -
pulações, que passárão a recordar:
Art. 3° do tratado definitivo de paz com o Paraguay de 9 de Janeiro de 1872 :
u O governo da Republica reconhecerá como divida da rnesma Republica :

« '1.º A importancia da indemnisação dos . gastos de guerra que fez .o governo

« de S. M. o. Imperador do Brazil, e dos damnos causados ás propriedades pu-


u blicas, que se fixar na convenção especial de que trata o art. 4·º.
' 2.0 A importancia dos damnos e prejuízos causados ás, pessoas e cidadãos
« do referido Estado.
« , Es t~ indemnisação será·fi xada na fórma do art. 5º. »

Art. 7° do accôi,do de '19 de Novembro


1
de 1872 :
« O governo do Paraguay reconhecerá cDrno divida d à mesma Republica, nos
« lermos elo arl. H do tratado de alli ança:

·e, § 1." A imporlancia <los gastos de _guerra e dos darnnos causados ás pro-
pri edad es publicas das naç5es alliadas ;
« § 2.º ~ · importancia dos damnos e prejuizós c~usados ás pessoas e cidadãos

dos respectivos Estados.


« A respeito çlesla indemnisação, observar-se-hão as di sposicões dos arts. 5° e

~ 6° do accôrclo de Buenos-Aires, constantes -do respectivo pro toco li o n. 3, com-


ª prehendidas no tratado de paz. do Brazil ·com o Paraguay em artigos ele nu-
« rneros identicos. » •

A vista de taes disposições, ponderárão os Srs. plenipolenciarios brazileiros, a occu-


pação de territorio para garantia elas inclemnisações de guerra seria um facto não pre-
v1slo nem accordad'O entre os alliados, e, portanto, insustentavel e grave, sem a
autorisação de um accôrdo commum entre os mesmos alliados.
O Sr. plenip olenciario argentino, . interrompendo os Srs. plenipotenciarios bra-
zilciros, dísse c1uc o cerlo era qu e o Brazil Linha a .sua divida reconhecida e se us
limit e~ fixàdos, e n ão assim a Republica Argentina. ·
Depois de algumas outras considerações dos Srs. plenipolenciarios a tal res peito,
rol! r:írão ao ponto prin cipal ~a di~ cQssão , mani fes laqclo' S. Ex. ~- Sr. Te,jedor que,

(
29
sem abandonar, como ·o havia dilo, seu ponto de partida nem suas exig·encias
quanto á desoccupação e reducção de forças, convinha em dar um passo adiante
como desejavão os Srs. plenipotenciarios brazileiros, pelo que propunha que a base
que havia offerecido ficasse assim redigida :
' Ficou consequentemente accordado que no caso de entenderem-se entre si
« a Repu'blica Argentina e a do Paraguay, quer fixando por transacção a linha defi-

« nitiva de seus limites, quer submettendo-os a um arbitramento, a desoccupação

« ~erá sempre logar nos termos que se estipularem nos respectivos prolocollos. »

Acceita a base nesl:es lermos pelos Srs. plenipotenciarios brazileiros, e convidado


o Sr. Tej.edor a entrar na questão de limites com o Sr. plenipotenciario paraguayo,
declarou que não duvidaria fazê-lo na proxima conferencia.
Os Srs. plenipotenciarios convierão em terminar aqui esfa conferencia, da qual
se lavrou o presente protocollo, que achárão conforme e assignárão, ficando cada
um com o seu aúthographo.
Feito na cidade do Rio de Janeiro, em 4 de Maio de 187 5.
VrscoNDE DE CARAVELLA S .
VrscONDE DO Rro BHANCo .
CAnLos 'fEmDon.
JAri\m SosA~
Jo1\o Luiz KEATLN<T,
Secretario dos plenipotenciílrios hrazileiros . ·
E. LAMARCA,
Secretario do plenipolenci nrio arge ntino.

N. 12.
Protocollo da tercefra confe1'encia.
Aos dez dias do mez de Maio de mil oitocentos setenta e cinco reunirão-se, em
una das salas da secretaria de Estado dos negocios estrangeiros, os Exms. Srs. pleni-
p.Jtenciarios _do Brazil, da Republica Argentina e do Paraguay.
S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas, tomando a palavra, disse que, pela corres-
pondencia trocada entre o Paraguay, a Republica Argentina e o Brazil, conhec1fto
o .~ Srs. plenipotenciarios brazileiros os dous·alvitres ou meios de solução ultimamente
acceitos; mas que, tendo S. Ex. o Sr. plenipotenciario argentino annunciado que
formularia um peojecto sobre um ou outro daquelles alvitres, esperava que, si já o
linha prompto, o sujeitasse á discussão.
Respondeu o Sr. plenipotenciar-io ~rgentino qu e, antes de apresentar o seu pro-
jccto, julgava dever fazer algumas considerações sobre a orig,em da missão, que .
30

explicavão e juslificavão as ex1gencias acluaes d~rn~ argentino, do qual se


propunha ser orgão.
Que os dous alvitres a que alludia S. Ex. o Sr. Vi·sco ncle de Caravellas erão _: um ,
de transacção sobre a base da desoccupação total e irnmediata; o outro, de arbitra-
mento, no qual, ·separando para o Paraguay os lerritorios ao i1orte do Pilcomayo,
e para a Republica Argentina os que ficav iío ao sul elo mesmo rio, se s ujt~ifava ao
arbi 'tram eolo u'nicamente a Viiia Occidental co m um territorio que não se havi a
determinado.
Que para tratar des tas Juas propostas em Buenos-Aires, o Sr. Barão de Araguaya
lhe havia exhibido cartas do Sr. Visconde de Caravel las assegurando o desejo do go~
verno imperial de que se reatasse a negociação, e promellendo por sua pari.e que as
·difficuldades sobre desQccupação nã.o só poderião ser tod as ap lanadas, sini'.io que tal vez
o Brazil fosse mais longe.
Que posteriorrnenle, quando es ta missão lhe foi confo1da, e depoi.s de co nh ecer,
pelas conferencias com o seu governo, ~s exigencias act uaes desle, deu a co nh r.cer
ao Sr. Fleury, encarregado de negocios interino do Brazil, que as difliculdad esserião
agorc1 maiore_s do que antes, afim de que as levasse •~o co rlh ecirn enl.o do f;'Over no
imperial ; que, nílo obstante, passado algum tempo, o Sr. Fleuí-y lhe mostrou
novas cartas do Sr. Visconde de Ca ravellas assegurando sempre que o minislt;o arge n-
tino devia vir, porquanto obteria o que desejava.
Que tal era a origem de sua missão) e co nvinha não olv id::t11a para justifi car as no-
vidades de que era portàdor, e de que parecião surpre nder-sc os Srs. plenipo-
tenci arios brazileiros.
_S. Ex. o Sr. Tejedor, continuando, disse que a desoccupaçuo anterior tinha tam-
bem antecedentes officiaes; que semp re se hávia fallado da desbccupaÇão sem exi 0

gir-se a perfeiçãq constitucional dos convenios; que isto mesmo era o que determ i-
nava o accôrdo de 19 de Novembro tan tas vezes invocado, por isso que alli. se diz -
(< depois de celebmdos os tratados se fará a desoccupaçã.o )) - o rrue sign ifica) ajus-
1
lados os tratados, se m aguardar a sancção definitiva; que na negoc iação do ge neral
Mitre se havia ido ainda mais lon ge por part_e do governo argentilio, porquanto se
pretendia a desoccupação em todo caso, com tratados ou sem el les, lend o-a pro mellido
o Brazil ri ' um e n'outro .caso, e só suj ei tándo nes te ultimo a desoccupação a novo
accôrdo.
Que o art. do accôrdo de 1Ç) de Novembro dizia l:ex t11alm ente:
1

()ó
'
" O .Brazil e a Republica Argentina reli raráõ as forças c~e seus exerci tos, . que
• aií1da consérvarem no territorio paraguayo, tres mezes depo is de ce l ebrado~; os
" tratados definitivos de paz entre os alliados e a Hep ubli cn do Pa raguay, ou antes,
si ambos os álliados assim o accordarem entre si.
« Si a celebração dos ditos ·tral.ados postergar-se por mais de sc i.s mczes, co nlacfos

(
/

,, da data deste accórdo, o Brazil e a Hepublica Argentina se cnlendeniõ ali111 de


" marcar um prazo razoavel para a desoccupação~
" Fica suben te_?dido que o Brazíl desocc~1pani ao mesmo tempo a ilha do Atajo. »
Accl'cscenlou S. Ex. que o governo argentino nunca prom ellêra realar a negoc iação
Mill'e sobre as mesmas hases, nem no ca ract er de arbitrarucnlo, e que havia exigido
co usfanlemcnlc l'aclos novos por parte do Brazil e do Paraguay; sendo estes faclos,
por parle do JJrazil, ·preslar- se elle a urna desocc upação em lodo caso, desocc upação
lula ! r. irmncdi.ala; e, por pal'le do Paraguay, limitar o arbilramenlo tí Villa Occi-
deutal e a um lcrrilorio que se·determinaria.
Observou em seg·uida o Sr. Tejedor <ILte nas confernncias anteriores os Srs. pleni-
potenciarios hrazileiros, ao conside~·arcrr1 a primeira base e ao tratarem da desoccu-
pação e entrega da ilha do Atajo, havião declarado r1ue, não obstante sua opposiç1fo
rÍ desocc upação, sem r1ue antes receb essem os aclos a perfeição c0t~stitucional, diversa
seria. a cousa si o Paraguay, por meio de seu represen tante1 reconhecesse desde logo
u domiuio da Republica Argciitina sobre a ilha; 11ue es lava de p.e-rfeito accordu eo:n
es te modo de vêr; ·que a verdadeira voz neslc assumpto era a Jo l'araguay; r1uc com
cffeito era elle CJliem devia declarar-se quer pela cessão da VíllaOccidentaf, 11uer pela
en trega da ilha do Atajo; que ao Brazil só ca bia seg·uir o Paraguay nessas concessões,
apoiando em lodo caso seu alliado.
Que, suppostos todos es tes anteced entes, acc rescentou S. Ex. o Sr. j',~jedor, e ha-·
vendo prornetlido ·unicamen l. c a base da tran sac1;ão, api·esenlaria entretanto lambem
a do ·arbitramento; que sua: missão era Je carac ter especial, que 11ão ~ e tratava
uella de desenvol.ver mais ou menos habilidade ou destreza, correndo ou deixando
1 ~ ahir o véo, co nform e as occasiões; c1ue podia e devia mostrar todas as suas arrnas
desde logo,· porque, segundo suas inslru cções, nem podia dar a Vi lia Occidental 1ia
hypothese de lransacção, nem deixar de exigir prév iam ente a enlrega da ilh11 do Alajo
ua de al'IJilrarnenlo; que· ~o .Paraguay cump.ria opiai' pol' qua!quer dessas so.luções
e ao ~rázil decidir-se por alguma deltas, no senti'do que julgasse mais de ac,córdu
co m o tratado de alliança; <f UC , have udo · boa voutade, ludo podia fazer-se ern um a
noite , porque uão era caso de di se utir-sc nüvamenle o que se estava di scutindo ba
lanlos aunos.

BA SE 2.'

(De trcmsacr;iio.)

Não obs tante o estabelecido uo tratado de ailiança, acceilão-sc, co nw limiles


euIre o ParagTtay e a Hc puhlica Argentina, os rios Paraná e Paragua y; e p ~lo ocst,e
u Pilco mayo em se u braço fro1~teiro i:Í Assumpção; conv indo a Hepublica do Pa-.
raguay pelo mesmo acto em cederá Argen lina -a Villa : chamada Occidenlal so bre a
margem ·esquerda do Confuso, com um · lcrritorio de duas leguas ao sul, quatro ao
32

norte e quatro ao oeste; e a Hepublica Argentina em dar por cancellada com esla
cessão a indemnisação que aquella lhe deve pelos gastos de guerra.
' Nos limites anter'iormente fixados, esiá entendido que fica comprehendida a ilha
do Atajo ou Ccrrit9, como do domínio da H.ep.ublica Argentina; devendo ser desoccu-
pada e ser-lhe entregue, logo que esta transacção seja approvada pelos poderes
publicos do Paraguay e da Repuhlicà Argentina. )
Lida essa parte do seu projecto, tomou de novo a palavra o Sr. Tejedor· e disse
que, antes de proseguir, devia dar algumas explicações mais sobre a cessão da Villa
Occidental; que ella suppunha, repetio S. Ex., que o goveri10 argentino não podia
acceitcir qualque1 transacção com a condição da entrega da villa de nwtu p1·oprio
ao Paraguay; que essa entrega importaria um contrasenso á vista do tratado de
alliança, da historia, dos docum entos e dos antecedent~s deste negocio; que o tratado
de alliança a proclamava sua, como toda a margem direita .do rio Pilcomayo até .
á Bahia Negra; que a historia moderna de sua fundação, posterior ao 'l ܺ atino,
corroborava por si só essa proclamação; que além disso podia ella ser demonstrada
por .documentos e antecedentes que não cabia no caso expôr, reunidos como eslavão
para chegarem a um accôrdo amigavel e generoso, e não para discutirem.
Accrescenlou S. Ex. que, além do exposto, havia razões de outra especie e mui
poderosas que impedião chegar-se a urna 'transacção pela cessão da Villa Occidental
ao Paraguay; que á posse da Villa esta vão hoje vi.nculados grande8 ii)teresses de
eslran~eiros e argentinos; que a Vi lia nunca podia ser entregue sem · que esses
inter'esses fossem respeitados e attendidos, e que o mesmo Sr'. Sosa havia confessado
que o Paraguay não podia por emquanto pagar cousa alguma, nem os gastos ·da
gnerra, ,nem indemnisação alguma.
Que, passando dessas considerações a outras mais elevadas, resultava que a posse
da Villa pela Republica Argentina era a unica ga~antia qtre ella podia ter para a
navegação dos rios Pilcomayo e Bermejo, especialríienle deste, ante uma nação que
possuia Humaitá, e que podia preteníler encerrar-se de novo, si nã.Ó fosse feli'z na
senda do progresso, cahindo outra .vez eril poder de homens como os antigos d}cla-
dores; que, na Villa Occidental, à. Republica Argentina a ninguem ameaçava e pe!o
contrario sustentava o commercio do mundo e o grande princi p_io da navegação dos
rios, que ella sempre defendeu; que~ finalmente, ·em suas mãos a Vi lla seria corno
que a sentinella avançada· de novas colonias em proveito do lmperio e das duas
Republicas, ao passo que nas mãos do Paraguay pereceria de prostração .
Que a transacç_ão, como a propunha, .acabava com ·todas as dilliculclades; (1ue
offerecia um termo mais immediato e definitivo, fixando de uma vez os limites e
tornando inuteis todas as que~tões de occnpação e de.5occupaçJo.
· Si, porém, continuou S. ~x., a trarnwcção não póde ter logar, si o Paraguay não a
quer, nem Brazil a aconselha, vejamos o arbitramento.
Em lal caso a base serei a seguinte:
(
BASE 2.ª

(De m·bz'tramento.)

« As Re-publicas Argenfina e p:araguaya convêm em sujeitar á decisão de urn


'« arbitro ou arbi:tros, nome'ados de commum accôrdo, o domínio da Villa Occidental,
·« com um territorio de duas leguas ao sul, quatro ao: norte e quatro ao oeste.
« Devendo ser regras d'esse arbitramento:
« 1ª. - Que, qualquer que seja o resultado, em caso algum a Villa Occi-
11 a
dental poderá sahir do poder da Republica que fôr adjudicada.
« 2. ª - Que, na hy,pothese de sentença desfavoravel á Republica Argentina,
·« os direitos terriloriaes adquiridos pelos actuaes povoadores serão respeitados em
« propriedade e posse. .
3.ª - Que, na mesma hypothese, o governo argentino será indemnisado,
<<

-« previamente á entrega, dos gastos feitos com a occupaÇão e desenvolvimento da


i Villà, fixando a sentença arbitral a importancia e a fórma do pagamento.

« 4.ª - Que será devida a mesma indemnisação aos povoadores, a contar da


·« posse que lomárão as armas argentinas, si quizerem mudar .de domicilio e assim o

·« declararem déntro do primeiro anno.


« 5.ª - Que durante o juizo arbitral poderá manter-·se o statu quo da occu-
1! pação brazileira, e reduzir suas forças ao numero que _mantenha · o governo
·« argentino na ViUa Occidental.
« 6."' - Qué pr,lo mesmo facto ficão fóra de toda discussão, e reconhecidos
'( romo proprios do Paraguay; os territorios ao ·oeste do rio Paraguay e ao norte do ·. ·
« Pilcomayo, com excepção da Villa e município sujeitos a arbitramento, e como

<! tambem proprios da Republica Argentina os· territorios ao sul do rio Pilcomayo em
« toda sua extensão, deve°: do portanto ser desoccupada e ser-lhe entregue a ilha· do

< Atajo; logp tl~pois de assignado no Rio este convenio. »

Em seguida disse o Sr. plenipotenciario argentino que nas conferencias anteriores


tinha ouvi.do -a SS; Exs. os Srs. plenipotenciarios brazileiros que todas as pro-
postas do gpverno arg·entino parecião baseadas em um sentimento de desconfiança,
L •

que flavia respondido que, si essa desconfiança era uma realidade, devião-se esforçar
todos por destrui-la com factos; que lhe cumpria agora accrescentar que por parle do
Brazil lambem não havião escasseado os actos de desconfiança, que era em obe-
diencia a esse sen tirnento que não queria o Brazi 1, sem es~arem perfeitos os actos,
clesoccupar o Parag·uay nem a ilha do Atajo; que este sentimento era ainda mais
pronunciado tratando-se unicamente da ilha do Atajo em caso de arbitramento,
·cujo domínio não podia soffrer alteração alguma pela · sentença arbitral ; que,
-como este, podião"citar-se muilos actos de desconfiança de ambos os governos ·; que.
sua missão, p'.@rém, não tinha por obje'Cfo':profundar as: desconfianças ·e · sim' pelo1.
-contrario fazê-Ias desapparecer. ..
E. 5

. ..
~
. •·'
, ;v..

. t ' ç 1·· ! 1 ' . 1 j '

Accresrentou o ~r. plenipolenciari,o argentino que a exigencia da il~rn d'o Atajo,.


110 caso de arhilrame~lo, .tinha ainda por causa effiéiente a logica do dir~ilo e a
. 1 • • " • • 1
dignidade da Republica Argentina; a logica, porque, si ao entrar no arbitramente> .
.se isentava de toda discusp,ão os territorios' ao sul do P.i!comayo. em favor da Repu- .
hlica Argentina, não se comprehendia a demora na entrega da ilha, e muito menos
por uma potencia desinteressada no seu dominio; e a dignidade,. porque ella se
resente sempre que uma nação tolera que se ponha em duvida sua boa ' fé, e isto era
o que resultava evidentemenfe do façlo de recusar-.se a entrega, não obstante ha-
verern as duas partes interessadas concord.ado em um arbitramento formal.
Que, além disso, suas instrucçõe& o inhibião çle occupar-se do arbitramento, desde
que a desoecup ação e a entrega da ilha do Cerrito não tivesse logar logo depois
de ajustado no Rio de Janeiro, sem necessidade de aguardar-se, corno pretendião
os Srs. plenipote.nciariosdo Brazil 1 a sen.tença arbitral, que já não podia por fórma
alguma influir sobre o dominio da ilha.
Que não se podia esperar que assig.nasse contra suas instrucções um tratado qual- .
quer, o qual 'seria reprovado pelo seu governo e repellido pelo congresso; que,.
quand9 se reunião estadistas para concluir ~m a negociaçã9, devião ler em vista ob-
. jectos praliços, e não perseguir eternamente chi meras; qUe, si tivesse podido re-
ceiar as difficuldades que agora encontrava,· teria sido o primeiro a. aconsellmr que
não se mandasse missão ao Rio, porque era preferível, para os grandes interesses
do Brazil e do Rio da Prata, continuar como antes, a juntar-se ás anteriores mais uma .
negociação rnallograda; qu e entretanto seus honrados coll~gas podião estar certos de
que preferiria voltar com as mãos vazias a ser portador de, um accôrdo qualquer,
que o seu governo não approvasse ou .º congresso rejei.tasse.
Concluio S. Ex. manifestando que, corriquanto por esse motivo não creasse a
missão um conflicto, nem a sua retirada nesse caso fosse motivo ·de guerra, porque
o seu governo nunca a faria pelas questões do Paraguay, seria sempre de máo
effeilo, por isso que manteria a inquietação dos espíritos, e que assim considerava
ser imperioso dever de todos fazerem os esforços necessarios para evitar sim.ilhante
0

resultado.
O Sr. plenipolenciario argentino leu ern seguida a base relaliv~ á resalva dos di-
reitos de Bolívia, para ·o caso de que se pudesse ainda chegar ao .accôrdo por meio·
...de transacção ou de arbitramento.

BASE 3:

(Para um e outro caso.)

« As fres partes deliberantes e presentes a estes accôrdos confirmão a resalva. dos


'. « direitos de Bolívia. a todo o territorio objecto desta negociação, de conformidade·
;« com o previsto no tratado de alliança, ele. · >)
35

SS. Exs. os Srs. plenipotenciarios brazileiros respondêrão que, comquanfo as ma-


. nífestações· d'o Sr. Tejedor figuravão difiiculd11des' im;ericiveis para ·Ô accórdo que
todos de~em desejai:, e com a me'lh.or ~onlade de qu1{ o Braz·i1 cont'inúa a ~la.r provas,.
sem embargo ·clis~o espera vão que se poderá chegar a um resultado satisfaclorio ~
si a discussão proseg~lir com a neressar~a calma e reflexão, acompanhadas do pro-·
posi'to firme de procura{ uma só.1hÇão que corr'es'ponda ás justa's ex igencias de todas
as partes interes.sacíds neste importante negocio,. Que por emquanto, e até·.ouvirem o
Sr. plenipotenciario paraguayo, Iimitavão-se a ~reves reflexões, que não poclião calar
·por mais tempo á vista do histcirico que fizera oSr. plenipotenciario argentino, com
e
relação aos factos qui:. precedêrão sua missão ao que tem occorrido nes,tas confe-·
rencias.
1

A correspondencia particular, trocada entre o Sr. min.istrb ·cios neg·ocios estran -


ge iros dei Imperio .e o seu' representante em Buenos-Aires, assim como as palavras
·que com es te trocára o Sr. Tej~dor sobre o ·a~stunpto daquella correspondencia, não
podião servir de base ao procedimento oflicial dos dous governos. Os antecedentes
e compromissos, que podem ser invocados agora, são os que constão da correspon-
denc ia oflicial trocada entre os lrcs governos., directamenfo ou por íntermedio de·
seus repr·esentantes. Consta desses documentos officiaes que o governo paraguayo
e o j;eneral Mitre, como representante da Republica Argent ina em missão especial
no Paraguay, acceitárão a solução definitiva pelo rio Pilcomayo; mas que o governo
argeót in.o, não recusando a linha do Pilcoma yn, queria que lodo o territorio ao norte
desse rio até á Bahia Negra fosse sujeito a arbitramento; e, na falta deste accôrdo,
qu e se cortasse a questão, ficando a Villa Occidental, com o demais territorio ao
su l, para a Republica Argentina. O governá do Brazil, vendo mallogruda a missifo
Mitre, para cujo bom exilo coo,perára, e posta a divergenc ia sobre os limites do
Chaco nos termos acima expressados, interveio amigavelmente, propondo uma so-
lução que era consequencia logica dos fac tos, e podia ser acceila sem desar) assim
pela Republica Argentina corno pe la cio Paraguay. Sendo evidente que o Paraguay
não dispu tava já o teeril:orio ao ·sul do Pi lcomayo, nem a Republica Argentina pre-
tendia passar çdém da Villa Occidental, o Brazil propoz que o arbitramento versasse
sóm ente sobre aVilla Occiclental, idéa es ta nova, .bem qu(? comprehendida nas so-
luções antes sugg·eridas pelas ~ duas parles interessadas, e que justificava uma nova
negociação sobre e ~ sa b(Jse irrecusavel.
9 governo ·argentino não se mostrou logo disposto a renovar sua negociação com
o governo paragua.yo, mas a final manifestou a intenção de fazê-lo, si tivesse certeza
de que o governo paraguayo acceitava o arb itrar:n ento proposto. Eis a origem, dizem
os Srs. plenipolenciarios brazileiros 1 da missão do Sr. Tejedor.
A desoccupação rnilítar nunca foi nem póde ser embaraço, respeitado o pensa-
mento do accôrdo de '~ 9 de Novembro, não se preten.dendo que o Brazil proceda
em desairosa conlradicção com o seu procedimento, até hoje observado com o me-
lhor direito e as melhores intenções. Mais de ,uma vez e por modo muito solemn~
1.em Q,ecla~ado o governo .imperial que nü1g.Qem t~111is. do que .<;He des~ja refü.ar,snas
a
forças do Paraguay. N.ão pod·enia; .porém, obrigar-se isto unicamente por· força de
1

·ajustes que podem fiear sem ·effe'ito, ·desde que .não sejão approvados pel~~ · pode-
res çonstitucionaes da Republiea Argentina . e do Paraguay, resu llando 'aaÍ1i 'novas.
circumstancias que ning;uem póde prever. Equivocou-se ·o S,r., plenipotenÍ:ia·rio ar-
gentino, qua~do hoje attribuio pensarne~to contrârio aos Srs. pleoipoteneiarios
hrazileiros, suppondo que a simples annuencia do represenlanle 'do Pan~g1.ú1.y po-
deria cieter'.minar a reli rada . prévia .das forças 1brazi !eiras. Os ajustes, p1~opo$tos.
entre o g.overno argent ino e o do Paraguay, têm sido feitos a titulo de transacção· ·
:por urria e outra parte ; não ha; pois, reconhecimento defini·ti vo de terrl to rio argen-
tino ou paraguayo, emquanto o accordado nao fôr acto pleno e perfeito, segundo
a constituição dos do~s paizes e as fórmulas essenciaes . do direito internacional.
. A desoccupação prévia da ilha do Cerrito p1)de .ser p1;óposta pelo Sr. plenipoten--
ci:1rio argenti00 como uma conveniencia, não como um direito derivado de ajustes.
aiud.a . não consumados. Esperava, porém, e espera ainda o governo imperial
que a d.esoccupação militar, mera qnestão de tempo mais ou menos breve, não seja
um embaraço para que a Republica Argentina e o Paraguay .se entend'ão sobre
seus limites, e o Brazil possa prestar-lhes seu concurso amigavel e assentit1 por sUa
parte ~ás justas proposíções que lhe possão ser feitas quanto á retirada das for.ças.
brazileiras.
As cartas do Sr. Visconde de Caravellas ao encarregado de negocios interino do-
Brazil. em Buenos-Aires não significavão sinão que uma das duas soluções propós-.
tas, com a modificação suggerida pelo governo imperial quar1lo ao arbitramento, seria
hase segura de um ajuste amigavel) visto que a retirada das' forças brazileiras não.
seria obstaculo a isso, apartada a idéa de' desconfiança, como .era natural, para não
pretender-se do Brazil um procedimento que ferisse sua dignidade e seus direitos de·
al1iado.
Dadas estas explicações, os Srs. plenipotenciarios brazileir0s C(lnvidárão o Sr. ple-
ni potenciario pa~aguayo a expressar-se sobre as bases de accôrdo offerecidas 'por
parte da Republica Argentina.
O Sr. plenipotenciario paraguayo pergun_tou si as duas propostas devião ser con-
sideradas coujunctamente, ao que 'S. Ex. o Sr. Tcjedor respondeu affirmativamente·
por estarem ligadas) accrescentando que nada mais tinha a offerecer e que por sua:
."Parte estava tudo dito.. . . .
S. Ex. o Sr. Sosa, fumando a palavra, disse que desde o principió se havia h~atado .
de occupação e des0ccupação, e que não julgava dever demorar-se nesse ponto; que
por sua parte só lhe cumpria declarar, como o fizera anteriormente, que o Para-
guay ganharia, como tem ganho até aqui, com a permanencia das forças brazilei-
rns na Assumpção, mas . que, sendo isso obstaculo á negoc_iação, não insistia na
:-0ccupação tola) ou parcial.
Passando a occupar-sedos limites, disse que o Sr. Tejedor conhecia o empenho que-
3i
linJíla o govern0 :paragnayo 'd'e aNs(ar ess_a qu.estão, e ·que esp'erava n'ão encontrar
gran-<le~· difficuldades ;. q.ue s·em embargo ·ene'ontrava om ~ pe·qu'eno tropB.ÇO em que se
.projectasse a linha diviso ria . pelo braço do Pilcomayo rronteiro Já Assumpção, .por isso
que ·convinhàfixar os limites por um rio navegavel, corno era. o braço cuja embocadura
ficava em frente á Vi11eta, braço mais largo, de maior volume de agua, e de . mar-
gens mais elevadi;ts ,que o braço septentrional a que se refere o projecto ; que por
outro lado . parecia-lhe mais . natural que uma e outra Republica fixas~em co'mo
limite o braço .principal, sobretudo desde que o Paraguay teria, co.mo as . dem!l.IS
nações, direito de navega-lo; que o ter esse braço uma das bocas meia Jegua ma is .
abaixo da Assumpção e a outra algumas Ieguas mais ao sul, não considÚava .qtie
fosse obstaculo; que assim _esperava que o Sr. plenipotenciario argentino aplanaria
esta difficuldade, ced~ndo da linha projectada e acceitando a do braço fronteiro á
Vil,leta. •.

. S. Ex. o Sr. Tejedor respondeu que havia dito intencionalmente bráço fron t.eiro á'
Assumpção, porque era perigoso dizer braço princi.pal ~ que nã ó se sabia si erão tre~.
ou quatro as bocas do Pileomayo, e qual o braço principal; que Azara in'dicava o
Tacones como continuação desse rio ; que S. Ex. o Sr. Sosa assegurava que ·o
braç.o de Villeta era o que tinha maior volume de agua, entretanto qu~, segundo
as investigações feitas por motivo da negociação .Mitre, esse braço ~ra o mais largo,
mas não o mais caudaloso, nem o mais navegavel, que attrilíue essas condições ao
braço fronteiro á Assumpção ; finalmente, que o governo paraguayo não havia re-
peliido antes esta divisão, e que . não lhe era, portànto , possível dar um passo .
para traz .
O Sr. plenipotericiario paraguayo proseguio, dizendo, que o -seu go\'erno havia
admittido como divisoria essa linha no caso de .chegar-se a um accôrdo, mas que
: na·da de positivo se havia resolvido.
Que, prescindindo por emquanto destes detalhes·, declarava que, das duas bases
propostas, optava pela da .transacção, porque ella offerecia a vantagem de pôr termo
prompto a este assumpto, ficando todos tranquillos e sem receios para o futuro.
Accrescentou comtudo S. Ex. que não podia acceita-la .em todos o-s seus pontos;
que na· dita base ·faJlava-se da entrega da Villa Occidental em e ancellação da divida
de guerra, o.que cabia ao tratado de paz e não ao de·limites; que a referida divida era
com effeito um peso enorme para o Paraguay, porém que, comquanto ac ceitasse
individualmente um ajuste no sentido indicado, suas instrucções não lhe davão facul-
dades para isso; que por outra pade devia lambem advertir que esta cancellação
mediante cessão da Villa Occidental era prejudicial ao P!iraguay, . porquanto o seu
commercio necessita de garantias que impeção a diminuição das rendas pelo con-
trabando, o·qual cüntinuaria, como até aqui,· si a Villa ficasse sob o domin.io ar-
gentino; "qu·e comprehendia, entretanto, que ao contrabando poder-se-hião con!rapôr
medidas fluviaes, e que os prej·uizos possíveis pela cessão nunca podér~ão eqúiparar-se,
i ., .
nem siquer coll}p.ar~r-se .cºIT\ .ª .totalidade da i;Iivida e seus ju,ros; , e qu~ ., es.:tava
disposto a ace.eitar a transaççãp negocianifo ad r~ferenrl:um,' ~ara . ~Újeih.1,r o conr.enio
á approvação .do seu govern0. . . ; .. , ·
Quanto á entrega da ilha do Cerrilo, disse que não via embarqçü por · esse lado,
• ' f '' ' '
uma vez sanada a difficuldade

relativa ás bocas do Pilcomayo. • 1
O Sr. Tejedor manifestou· que parecia conveniente precisar as ,idéa5l, e para , esse .
fim perguntava ao Sr. plenipotenciario . paraguayo si não. fazia objecção á .linha do
Pilcomayo, sinão por n~olivo do braço principal~ _ ' · · ·
Respondeu o Sr. Sosa que, sanada essa difficuldade, elle com effeito não teria
inconyeniente em tratar ad referendum. ·
Passando em seguida a occup'ar-se da base sobre o arbitramento, disse o Sr.
plenipotenciario paraguayo. que esta parte do projecto exigia um estudo muito de-
morado, e que· passava a discuti-la com esse objecto.
Objeclou á ·primeira regra, que era bem sabido que· o effeito de uma adjudica-
ção er.a o de tornar o adjudicatario apto para dispôr da cousa adjudicada como me-
lhor lhe parecesse ; que effectivamente o dono de uma cousa podia fazer della o que
julgasse mais conveniente; que por conseguinte · nã0 lhe parecia que se dev~sse
impôr similhante restricção, sem que ella por outro lado. obstasse a que o Para-
guay estivesse sempre e em todo caso disposto a conservar para si a Villa Occide1ital,
sem necessidade de ·declaração escripta, porque assim convinha aos seus interesses
políticos e mercantis, como já o havia manifestado.
Quanto á segunda regra disse que á sua acceitação só se oppunha a resalva que
tinha de fazer dos .direitos de terceiros; que, sendo a Villa paraguaya de origem, seus
povoadores, ·dos qu(1es ainda vivem alguns, poderião reclamar os prejtiizos soffridos,
e acreditava que S. Ex. o Sr. Tejedor não teria difficuldade em .convir na dita
r·esalva .
.Passando a occupar-se da terceira regra, pedio o Sr. Sosa que lhe fosse r)ermittido
expressar-se com toda franqueza, e. disse que o Paraguay s.ustentava que ·o Chaco, e
por conseguinte a Villa Occidental, lhe pertencia; que, desd e que começou a occu- ·
pação argentina, reclamou seu governo; que, sendo a Villa Occidenlal uma povoa-
ção paraguaya, seu governo . tinha estado privado de jurisdicção, ·e havi? soffrido
grandes prejuízos por causa da occupação estrangeira; que lhe p,arecia que se não
devia reclamar indemnisação pelos edificios e bemfeitorias alli feitos ; e. que, sendo
na realidade o Parag·uay o prejudicado, essas construcçõ.es e demais ·despezas não
d.evião ficar sinão como uma debil compensação elos prejuízos que lhe occasionára
a occ upação argentina.
Á quarta regra objectou S. Ex. que a disposição nella contida não lbe pa-
recia justa, que em sua 'opinião os povoadores devião ter toda a liberdade; e
que não seria o Paraguay que se opparia a que se retirassem, caso em que o.
que lhes cumpria fazer' era vender suas propriedades, com o _que .ó governo ~o
Paraguay nada tinha que vêr . ..
Sobre a quinfa · regra' diss·e ·que não lhe ' 'comp·etia resolver 'sO"bre' a desoccu-
·paçao, e ·que já havia manifestado qüe era O'.'contrario o que convinha ao Pa-
raguay; e, lendo lido a sexla regra, terminou S. Ex. o Sr. Sosa dizendo que
entre as duas propostas persistia em ·àcre.ditar que a mais conveniente em a de
transacção..
SS. Exs. os Srs. plenipotenciarios brazileiros, tendo ouvido as declarações do
representante do Par~guay, passárão a completar sua resposta ao Sr. plenípo-
te11ciario argentino, e a expressar seu juizo sobre o estado em que se apresenta
o ajuste de limites quanto ao territorio · do Chaco, sempre col!Qcando-se _na po-
sição .que compele ao Brazil como assignatario do . tratado do 1º de · Má'i'~ de
1865, e por todos os interesses que o ligão á Republica Argentina e ao P.araguay.
A sorpreza, notada pelo Sr. plenipotenciario argentino, era natural desde qirn
o proprio Sr. Tejedor declarou que o governo argentino tem hoje exigencias que
antes não apresentára, e que são as novidades. ou alte-rações á que alludio S. Ex.,
com referencia aos lermos das soluções que acaba de apresentar.
Uma dessas ·innovações ~o.nsiste em .que, dada a . primeira das soluÇões ·antes
annunciadas e agora acceita pelo governo argentino, ·a da linha do Pilcomayo,
pretende elle ao niesmo tempo que o Paraguay lhe ceda a Víl!a Occ'idental a

titulo de plena indemnisação dos gastos de guerra.
A segunda innovação é que, ·assim na primeira como na hypothese do arbitra-
mento, se demarca o territorio da Villa Occidental por modo q~1e a Hepublica
Argentina leva os seus limites um pouco além da margem esquerda do Pilco-
mayo .
A terceiraJ!é a clausula de não poder a · Villa Occidental ser adjudicada a
. uma terceira potencia.
A quarta é a indemnisação exigida do Paraguay, si o arbitramen lo lhe fôr
favoravel, em favor dos proprielarios argentinos ou estrangeiros. que gueirão mudar
· de domicilio.
A quinta é a indemnisação prévia pelos gastos que a Republica Argentina ·
tem feito na dita Villa Occidenlal.
A sexta é a i que estabelece a ·reducção das forças brazilei ras estaciomidas em
Assumpção ao numero~ que sustentar o governo argentino na Villa Occidt)nlal,
em quanto durar o julgamento arbitral.
A selima e ultima é á que exige a desoccupação e entrega da ilha do Atajl)
logo que fôr assignado no Rio o convenio, sujeitando a questão de limites ao
juízo ·arbitral. ·
Não . trataráõ por ora, dizem os fSrs. plenipotenciarios brazileiros, .da desoc-
cupação emquanto não conhecerem o pensamento definitivo dos Srs. plenipo-
tenc.iarios argentino e paraguayo ·sobre um .ou o'utro .dos ·dous alvitres propostos.
De passagem sómente accrescenlaráõ, quanto á desoccupação pré.via, q:ue 'ella ·
48
encontra coJm ·as oibse;l';\laqpes, j~ antes· fe,itas,, e qJiei o a~eôrdio de 19 d~ . No-
vembro, us.amldo dasi palavras;- ·« tres. m~lles d.ep,e>is-: de celelí>.rad:os qs tratadie:s; de-
finitivos de paz.» - ,. quiz dizer tna:tados' c9in1ehúdos·- com to.das . as · solemn.·i.dadés
legaes, não s.e réforio ao sim.ples·acto dos p1enipoten€iar:ios-.
O Sr .. plenipotenciario argentino tem manifestado o desejo de que os rep-resen-
tantes do Brazil ne'sta negociação não se consider.em· meros cooperadores,. e que
em todo caso manifestem francamente seu juízo sohre as- s0luç:ões p.roposlas para
·o ajuste dos limites do Chac.O entre as duas Republicas limitrqphés, n0 intuito
de facilitarem o accórdo rque se trata de conseguir.
Proseguindo, ·os Srs. plenip.<I>tencia-rios braúleiros observão que .opp_ortun~mente
d irão o que pensã0 a .es~e respeito, e sempre com a franqueza e confiança· que
tê'm dictado suas pal~vraS:; .mas, entretanto, devem . restringir-se a c.onsiderações
ge.rae&, e sobretudo a uma das clausulas- da p~rop,osta argentina, que lhes suscita
grave objecção. ·.
· Certamente que uma solução definitiva seria preferiveJ á d.o arbitramento, si
fosse possível conciliar as pretenções do go·verno argentino com as do Paraguay;

.
quanto ao lerritorio adjacente á margem' septe.ntrionàí ·do Pilcomayo. No caso
contrario; o arbitramento, bem definido e sem clausulas qlle o tornem de im-
.
possível realização, é o alvitre que póde cortar todas·a;; difliculdades e decidir do
domínio sobre o territorio em litigio, sem quebra do que o· governo argentino
julga de sua dignidade, isto é, sem a renuncia niotu proprio, 1e do q:ue o P.araguay
tem reclamado corno seu .direito e necessidade de sua .s'egurança e interesses fiscaes.
A clausula, porém, da primeira solução proposta p·eJo Sr. plenipotenciar:io ar-
gentino, isto é, a cessão d.a Villa. Occiden.tal em troca dos gastos de gll'erra,· a cuja
indemnisação tem direito, encontra com as disposições do tratado de alliança ~ as
bases preliminares .negociadas, em Buenos-Aires para os ajustes defüaiti;v@s de paz
e o accôrdo dE:l 19 de Novem.lmi>.
O tratado de alliança e ·aquell;:i.s estipulações posteriores, que regulárãô: a stta
execução, estabelecem o compromisso de respei,tar-se a inleg.ridade temit<:>rial do
Parag1:1ay e a mais perfeita igualdade de condições quanto áB indemnisações por.
gastos e prejuízos de guerra, bem como a respeito · de quaesquer outros. interesses.
O .goyerno imperial e o da Republica Oriental não poderião vêr essa transacção
pecuniaria sem reclamar contra ella como offensiva do pacto de alliança,. ou, peloi
menos, terão o direito de exigir para si a mesrria fórma ';de pagamento. Até l)óje
não tem o governo imperial -recebido. um real como indemnisação de guerra; e
nem mesmo tem r.ecebido a importancia total dos auxílios que 'prestôu ao go:-
verno provis0rio·. do Paraguay .a titulo de . emprestimo. Os· ajustes celebrados pelo ·
governo do .Hr-a.zik com o · d~ Paraguay,. no toaante ás . indemnisações de gmerra;
respeitárão as ·estipulaçõés1da Lalliança, e ti~erão mui.to em vista nada: ,prre;tend·e r.
que não i fosse::i i'nteÍiramente"·applicavek ao& tse1ast!a1liado-sl . .

e
De tudo quanto têm ouvido, accrescentão os Srs. plenipotenciarios ·ÍJraziieÍro~ ,
parece-lhes que o mallogrn da negociação Mitre em Assumpção é o principal
Obstacu)O para_ 0 .~Oill ·ex'Í[O das presentes COl1ferenCias, mas não.. .\lêl)l , l'i\ZUO ba.?-
tanfe para qüe não se possa acceitar hoje,' depoi.ºs de ..rn"eüio·~ ' ~studada a maleria,
o que antes não pareceu acertado ou opportuno . Aquella negociação mallog~ada
deixou documentos, que correm imp.ressos, e pelos quaes se ha de julgar do acerto
e justiça com que ora procederem todas as partes contratantes. Cabe a estas bem
considerar o que 'fôr justo e razoavel, e por conveniencias transitorias ou esti mui os
de um fal8o pundonor não prejudicar os interesses essenciaes e permanentes das
duas Republicas e dos seus vizinhos.
O Sr. plenipotenciario argentino respondeu ·que a discussão já estava esgotada;
que ao Sr. Sosa não repugnava a transacção nem o arbitr~menlo, e que, portanto,
acolhia ambas as bases; que, acceitas estas no fundo, facil seria chegar a um
accôrdo sobre os detalhes, si os Srs. plenipolenciarios do Brazil quizessem fazer
um esforço nesse mesmo sentido; que já havia cumprido sua palavrá, e que
agora tocava aos Srs. plenipotenciarios brazileiros propôr; que todos erão nego-
ciadoi·es e tinhão voz e voto.
Accrescentou S._Ex. o Sr. Tejedor que ser~lhe-hia indifferente a acceitação defi-
nitiva de qualquer das duas bases; que havia feito tudo, e nada lhe ficava para
accrescentar; mas que tarnbem do principal dellas nada retiraria; que em caso
algum poderia ceder a Yilla Occidenlal em caso de transacção, nem deixar de
solicitar a entrega immediata da ilha do Alajo no de arbitramento.
. '

S. Ex. o Sr. Tejedor repetio em seguida que a discussão entre S. Ex. o


Sr. Sosa e elle eslava terminada, que só lhe restava responde'r ás observações
que fizessem os Srs. plenipotenciarios brazileiros, .e que desejaya muilo que fossem
conc]udenles, porquanto lhe parecia chegado o momento de pôr termo, no interesse
commurn,. á intervenção brazileira nos negocios do Paraguay:
S. Ex. o Sr. Dr. Tejedor terminou, não obstante, pcir declarar que, visto terem
os Srs. plenipotenciarios brazileiros dito que querião reflectir, exigia a corlezia
que por deferencia para com elles se suspendesse a conferencia.
SS. Exs. os Srs. plenipotenciarios brazileiros conlestárão que, si o Sr. pleni-
potenciario argentino ql!eria brevidade, elles não a deseja vão menos; por.ém qüe,
apresentando-se pela primeira vez novas proposições, da importancia que já no-
tarão, nas bases offerecidas pelo Sr. Tejedor, não -se podia pretender que elles
manifestassem in cónti?Únti uma opinião definitiva. Menos podião comprehender
como o Sr. plenipotenciario argentino dizia que nada mais tinha que ·accrescentar,
que a discussão já estava exhausta e ,que assim teria de limitar-se a responder
sim . ou não. Não lhes parecia isso razoavel, porque não vião que estivesse re- ·
solvida a questão de lim_ites entre ,as duas partes interessadas. O Sr. plenipotenciaria
. paraguayo não acceitou nem _recusou plenamente as propostas arg,enlinas-, disse

• •
,E, 6
.,
42
,. '
apenas que dava preferencia á primeira com .algumas modificações, e anticipou
reflexões sobre a segunda. ·
·· Inlert'ompeu, ~· ~x. o Sr. Tejedor dizendo que as duas propostas esta vão acceilas
no fundo pelo s·r. Sosà. . . . . • . .
Continuando, SS. E:xs. os Srs. pleni potenciario~ brazileiros observárão ·que era, pelo
menos, necessario saber por qual das duas soluções se decidião os Srs. plenipo-
tenciarios argentino e paraguayo, afim de que pudess6m manifestar seu juízo no
que toca á responsabilidade do Brazil e aos compromissos da alliança, bem como
para estipular-se a desoccupação ou retirada das forças brazileiras e argentinas. Que,
a ser acceila a primeira solução, lerião de insistir nas graves observações já feitas
sobre a cessão da Vílla Occidenlal por transacção pecuniaria. Si fosse acceilo ·ºarbitra-
mento, era preciso considerar os termos de sua acceitação para os mesmos effeitos
acima manifestados. Que lhes parecia que o 'sr. plenipolenciario paraguayo não
acceitou a primeira parte do primeiro alvitre, porque suas instrucções nãó o auto-
risávão a fazê.-lo, aincfa que sua opinião individual seja favoravel á transacção pro·
posta, e que esta declaração não a enunciára como ministro paraguayo, e sim como
particular; ernquanto ao oulro alvitre, que manifestava- se grande divergencia entre
o.s Srs. plenipotcneiarios sobre o.modo como considerárão as suas clausulas. Que,
portanto, não linha razão o Sr. plenipotenciario argentino quando dava tudo por
dito e resolvido; e assim esperavão que na proxima conferencia os Srs. plenipoten-
ciarios argentino e paraguayo enunciassem clara e definitivamente o seu accôrdo de
limites. Então seria lambem chegada a occasião opporfüna de eslip11lar-se sobre a
retira?a das forças.
Que para dar mais um testemunho de que o Brazil deseja tanto como o governo
argentino a desoccupação militar, suggerião a e~le . respeito urna idéa, e era que, si
prevalecesse o arbitramento, fosse geral a desoccupação, isto é, se retirassem todas .as
forças brazileiras e argentinas.
Concluirão ponderando que a brevidad~ convinhÇJ. a lodos, como não cessava de ·
declarar o Sr. plenipoten.ciario argentino, mas não er~ menos certo que a precipitação
pôde ser prejudicial a todos, pois trata-se de assumptos graves, que envolvem direitos
e os _sentimentos de dignidade de tres nações) sendo -necessario pensar reflectida-
mcnte sobre as soluções, e redigir com o m_esmo escrupulo os documentos deste ·
trabalho dos plenipotenciarios. ' · ·
S.' Ex. o Sr. plenipotenciario argentino disse que não havia pensado dizer mais
nada, mas qu·e via-se forçado a accr~scent~r alguma cousa _depois do que acabava de'
ouvir aos Srs. plenipotenciarios brazileiros; q~e a solução suggerirla sobre a desoc-
. cupação conjuncta das forças braz-ileiras e argentinas ia ele encontro á verdade dos
factos, que as forças ·argentinas achav'ão-se dentro do territorio do tratado de alliança,
ao passo que as . brazileiras occupavão verdadeiramente o terrilorio paráguayo, ao
qual ·nenhum direito tinhão pelo mesmo tt;atado ; que uma e outra occupação erão
dislinclas, até na origem ;. visto que a actuai occupação brazileira provinha do s
(
43
tratados de Assumpção, e não já da alliança; que a occupação argentina, procedente
..desta, havia cessado com a trasladação das forças para a Villa Occidental, ao passo
que a brazileira continuava.com o mesmo poder e importancia como durante a guerra.
Que as obs0rvaçõcs dos Srs. plenipotenciarios brazilciros, qmwlu á cessão da V1lla
por parte do Paraguay em satisfação da divida, tinhão indubitavelmente certo peso;
que era entretanto mister ter presente que essa cessão era antes supposta que real,
imaginada com o objccto unico de chegar-se a um resultado pela transacção, desde
a
qne Republica Argentina . pelo tratado de alliança . sustentava seus direitos de
dominio, não só á Villa . Occidental, como a todo o territorio desde ella até á Bahia
Negra; que os outros alliados nunca podião allegar esse facto para · pretenderem
igual meio de pagamento, porque o Estado Oriental não era limitrophe, e o Brazil ·
linha reconhecido todo o territorio·que se determinou no mesmo tratado; que a
verdadeira cessão era a Hepublica Argentina que a fazia, renunciando ao reslo do
lerri lo rio até .á Bahia Negra e aos gastos da guerra; si a base, tal qual estava redi-
gida, nessa parte se prestava a objecções, podia ser alterada, reconhecendo-se sem-
pre a Vi lia Occidental como argentina; que na Villa Occidental estava o Ut?ico ponto
essencial da transacção, corno na ilha do Cerrito estava o do arbitramento.
Accrescenton que o Sr. plenipotenciario paraguayo não tiriha a menor repug-
nq.ncia em ceder a Villa Occiclental nos termos expostos, ou em quaesquer ·outros,
e que por conseguinte, si o Brazil o. apoiava) eslava o negocio concluido.
O Sr. plenipotenciario paraguayo, tomando a palavra, disse que, comquanto suas
instrucções não comprehendessem o caso, repelia que acceitava a transacção, visto
que mediante ella libertava-se seu paiz do enorme pt'so da divida da guerra; que, si
havia desigualdade na fórma de pagamenlo·, como notárâo os Srs. plenipolenciarios
brazileiros, era isso questão entre o Hrazil , a Republica Argentina e o Estado
Oriental; que a transacção era o meio de abreviar, que por conseguinte a preferia ,
e sobretudo porque convinha ao Paraguay. .
O Sr. plenipotenciario argentino declarou então que, desde que o Sr. plenipo-
tenciario paºraguayo se expressava em taes termos, nenhuma difficuldade séria se
apresentava para ce~ebrar ad r'eferendwn o tratado de transacção , deixando ao
governo do Parag;uay a resp?nsabilidade de repelli-lo, e de prolongar por mais
tempo a situação melindrosa em que se achavão su'as relações com o argentino.
Os Srs. plenipotenciarios brazileiros respondêrão que não podião dar como re-·
solvidas as questões, que envohem as propostas do Sr. plenipolenciario argentino;
que a annuencia do Sr. plenipotenciario paraguayo á primeira base, sem autorisação
ex.pressa . de seu governo, e contra o que manifestára aos pleni.potenciarios brazi-
leiros quando solicitou o concurso amigavel destes, não era bastante para destruir
a grave objecção posta pelos mesmos Srs. plenipotenciarios á clausula de transacção
pecuniaria, objecção que o proprio Sr. plenipolenciario argentino julgou que linha
algum peso, objecção que os Srs. plenipolenciarios brazileiros de?larão por sua parte
que tem muito , peso e merece ser considerada e] discutida em outra conferencia. ·

• •
Tendo jâ em conferencia anterior mostrado que não é exacto nem justo o modo
como· o Sr. plenipolenciario argentino considera a permanencia das forças brazi-
leiras no Paraguay; tendo lambem sido objecto de longa e solem.ne discussão entre
o governo il'npcri-ul· e o da RP.publica Argentina o sentido e alcance das estipulações
da alliança quanto a limites, os Srs. plenipotenciarios brazileiros reportão-se a esses
documentos 1 e concluem por annunciar que na proxima conferencia esperão ouvir
a solução definitiva que enfre si queirão accordar os Srs. plenipq_tenciarios argentino
e paraguayo sobre a questão de limiies, para então enunciarem seu .juízo definitivo
sobre esse importante assumpto e resolver sobre o que devão adoptar quanto á reti-
rada das forças.
Convindo os Srs. plenipotenciarios em dar por terminada a conferencia, lavrou-
se o presente .protocollo, que achárão conforme e assignárão, ficando cada um com
o seu autographo.
Feito na cidade do Rio de Janeiro, em 1O de Maio de 1875.
VJSCONDE DE CARAVELLAS.

VrscoNDE no Rrn BsANco.

ÜARLOS TEJEDOR.

JAIME SosA.
JoAo Luiz KEATING,
secretarío dos pleoipote'nciarios brazileiros.
E. LAMARCA,
i;ecretario do pleoipotenciario argentino.

N. 13.
Nôta da legação argentina ao governá i'mpei·ial.

·Legação argentina no Brnzil. - Rio de Janeiro, 31 de l\faio·de 1875.


Exms. Srs. - No desejo .commum de pôr. termo ás questões pendentes, sustentá-
mos largos debates sem que por um momento soffresse a cordialidade de nossas
relações e r~speilo mutuo.
Chegámos lambem a um resultado, que poderá ser· apreciado diversamente pel0s
partidos extremos; mas que indubitavelmente terá o merito de uma solução defini-
ti_va, si alcançar a approvação dos governos contratantes.
Fazendo votos para que assim succeda, agradeço no entretanto a VV. Exs. todas
as demonstrações de que fui objecto, e lhes reitero a minha mais alta e distinclfl
consideração.
Aos Exrris. Srs. VisconJe de Caravellas e Visconde do Rio Branco.
e. TEmooR.
l
45

N. 14.
--
Nota do governo imperial d legação argentina.

Rio de Janeiro. -- Minislerio dos negocios estrangeiros, 31 de Maio de 1875.

•Respondendo á nota, que o Sr. Dr. D. Carlos Tejedor, enviado exlraordinario e


ministro plenipotenciario da Republica Argentina, hoje me dirigio e ao Sr. Vis-
conde do Rio Branco sobre o resultado da negociação que o trouxe ~o Rio de Janeiro,
dou testemunho da cordialidade e respeito mutuo, com que procedêrão os plenipo"
tenciarios em suas conferencias.
Não se póde, porém, comprehender como se acha coneluida a negociação quando
faltão documentos essendaes, que mostrem qual o resultado, a que se refere o Sr.
ministro, e o juizo e declaraçõ·es dos plenipotenciarios do Braúl.
Creio com o Sr. Visconde do Rio Branco que o proseguimento 'regular das con-
ferencias poderia resolverJ á satisfação de todos, as diffic~ldades que ainda subsistem,
mas, annunciàndo o Sr. Tejedor que regressará para o s_eu paiz no dia 2 do mez
proximo, só nos cabe manifestar a sorpreza dessa resolução e do modo por que é
realizada·.
O Sr. Visconde do Rio Branco e eu agradecemos e retribui mos ao Sr. Dr. D.
Carlos Tejedor os protestos de consideração com que encerra a sua nota.
Ao Sr. Dr. D. Carlos Tejedor.
V1scoNDE DE CARAVELLAS.

- - -- -- -

N. 15.
Nota da legação argentúia ao gove1·no imperial.

Legaçã~ Argentina no Brazil.- Rio de Janeiro, 31 de Maio de 1875.

Sr. ministro.- - Autórisado anticipadamenle pelo meu governo para regressar·


depoia de terminada a missão especial, tenho a honra de prevenir a V. Ex. de que
parto no dia 2 do mez proximo, e de que, durante a minha ausencia, o S:r.

.
consul geral fica, roino antes, encarregado interinamente da legação ,


Aproveito . a orcasiu.o pura assegurar a V. Ex. minha parlicular gra.li_dão e mais
alta es tima.
AS. Ex. ·o Sr. Visconde de Carave l!Its, ministro dos· r1egocios es trangeiros do
Imperio do Brazil. · · · · ·
e. TErnooll.

N. 1.6.
Nota do governo imperial d legaçâo argentina.

Hio de Juneiro. -Minislerio dos negocios estra nge iros, 3'1 de Maio de '1 875 .

Reportando-me ao que ern outra nola des ta data ponderp ao Sr. Dr. D. Carlos
Tej edor, enviado ex traordinario e ministro plenipolenciario da Republica Argen-
tina, accuso a recepção da que rn~ dirigi o hoje ·mesmo annuncianclo que regressará
para Bu enos-Ayres no dia· 2 do mez proximo futuro, e Oco sciente ele que, du-
rante a sua áusencia, será a legação argentina rcgicl~ pelo Sr. consul geral -com o
caracter ele encarregado de negocios interino.
Aproveito a opportuniclade para reiterar ao Sr. Dr . D. Carlos Tejedor . as segu-
ranças da minha alta consideração.
Ao Sr. Dr. D. Carlos Tcjcdor ;
V1scoNDE DE CARAVELLAS .

N. 17.
Nota da, yoverno impe1·iaL ao governo argentino.

Rio de Janeiro. -Minislerio dos negocios es tran gei ros, em 18 de Junho ele '1875.
O abaixo ass ignaclo, do conselho de Sua Magestade o Imperador do Brazil e
min is trn e secretario de Estado dos negocios e3trangeiros, tem a honra. de di.rigir-
sc a S. Ex. o Sr. ministro de relações exteriores da Republica Argen tina, rogando-lhe
a mais séria allenção para os factos que motivão a presente nota.
Sabe o Sr. ministro corno foi amigavelmente aco lhida a missão que o governo ar-
gentirio enviou ulti mamente a es ta côrte, e de que foi encarregado o Sr. Dr.
D. Carlos Tejedor. O e·ovúno imperial empregou de sua pari~ a rpel110r von-
/
/
.

tade e a maior pruclencia pary6 bom exilo dessa miss~o, e bem o demoilstrã'ü
os. tres protocollos que c.hegifrão a ser assignados· pelos p.lenipotenciúios dos
~ . . 'W-
"tres gove~e-íessados .
. Não ~obstante, o .Sr. Tejedor resolveu partir desta côrte no dia 2 do corrente:
sem concluir a negoc1aça,a com os plenipotenciarios do Brazil, conlenlando-se,
ao que parece, com os ajustes que celebrárão separadamente elle e o represen-
tante do Paraguay, aju stes · dos quaes não tem até hoje o governo imperial
comrnunicação oflicial, nem exa cla nolicia .
A historia resumida da negociação conjuncta e do 'seu in esp era"do desfecho
consta do memoranclurrf que ora offerece o governo imperial á co_nsideração
do seu alliado, e das notas ann exas por cópia a este documento. Os faclvsahi
referidos) e que de certo não se rão Qonles tados, rnanifeslifo qu e não cabe ao go-
verno irnperi.al responsabilidade algu ma por similhanles occurrencias, que, todavia
lamenta."
QuizÚa o abaixo assignado li mil.ar-se a es ta simp les dccl araçã.o; mas, in.feliz-
mente, ha naquelles facto s uma qu estão el e direito e um incideqle, que não
podem se,r desallendidos, antes exi ge m urna ex pli cita manifesta ção em norne do
governo im periaI.
O projectado accôrdo do Sr. plenipol enciar.io argentino .com o do Paraguay,
que consta ter sido assignado nesta cô rle, para ficar a Republica Argentina com
a Villa Occiclental em tro ca dos gàs tos de guerra, é, no entender do governo
imperial, uma violação flag.rante do trai.ado de allian ça. Estabeleceu este, no seu
art. 10, perfeita iguáldade enlre os alliados a respéito de quaesqucr vantagens
que pudessem obler do Paraguay; e regulou as indemnisações por despezas e
prejuízos da guerra sob o mesmo principio.
As bases preliminares assentadas em Buenos-Ayres para os ajustes definitivos
de paz, das quaes foi negociador argentino o mesmo Sr. Tejeclor, e o accôrdo
de 19 de Novembro de 1872 1 negociado no Rio de Janeiro pelo general D.
Bartolorné Mitre, c'on"sagrarão aquelles princípios e regulárão a sua justa ap-
plicação '.
Nem - antes . nem depois se afasto11 o governo_ imperial das referidas normas.
Quando tratou separada1'neiite na Ass umpção com o governo paraguayo, forçado
pela· _retirada do plenipolen ciari.o arge nlino, nada es tipulou que não ' púdesse·set•
commurri aos seu·s alliados ácerca. ele ind em nisações , como áccrca dos interesses
de navegação ·e commercio; e, ainda assim, teve o cuidado de ·não impossibí-
Íitar algum ajuste ulterior com os mesmos alliados no locante ao primeiro ponto.
Por isso o accDrdo de 19 de Novembro pôde.cornprehender esta ma teria e melhor
desenvtilver suas condiçõ es geraes, re fe ri 1i.do ~sc a acto pos terior em que fossem
partes os tr'es assignatarios do ti;alaclo de 186t>.
·A cessão da Vi lia Occidenlal pelas indemnisações, a que lem direito . o govetno
ar·g·en ii nO', il ão é só ohsL1da por nquelles co mpram issos, offende, ou trosim, ·o principio
• •
'
''.
-

que osalliados se obrigárão expressa,menle ~ _obsél~"var quanto á inlr.gr°id.aâe terriloria~


do Paraguay. . . . .. . .
·· Os ·plenipoteps:j{l,rips_. ~~azileiro.s ti11hã~~ pois_, sobrada i~aiã(:) -.1)~ra lmp.ugnar essa
transacção, e contra ellâ ··pr~·~esta .àgora o governo imperial, rc.se:rvâ!tdó-se dedu-
zir do aclo em q_uestãÓ, ·si fôr .. s~ncci_onado _p~la Hepublica Argentina e o Pàràgua;y, .
as consequencias que julgar legitimas ~m face «do tratado d·e alliançâ.
O incidente alludido é o procedi_mento do re1:>'resentante .argentirlo, inlerr_ümpendó
a negociação ·que encetára com os pleni.poteuciarios brazilei ros e .o: do Pàr~g'uay, e
partindo desta côrte sem ·ªº menos preencher as formalidades que a eti(pieta diplo-
matica prescreve. O Sr. Dr. Tejedor, que .não recebeu do governo imperial sinão
mostras da maior consideração, retirou-se sem despedir-se . do c~efe 'deste Estado,
· junto ao qual fô.ra acreditado, e nem siquer p1;ocurou justificar de ._alguma sorte tão
1
nolavel omissão.
4

• • ••

O governo imperial, expoúdo eslas circumslancias, espera que·: ·o da Republi'ca


Argcnti"na não hPsif.ará em reconhecer a falta do seú enviado extraordínari'o e mi-
nistro plenipotenciario, e se apressará a desvanecê-la como o exigem a corlezia e ·
respeito que muluamenle se devem os governos de duas nações civilisadàs.
O abaixo -assignado tem a honra de apresentar ao_Exm. Sr. ministro de relações
exteriores os protestos de sua mais alta consideração.
AS. Ex. o Sr. ministro de relações exteriores da Republica Argentina.
V~SCQNDE ' D.E CAI\AVELLA S .

Memorandum
Reunidos na côrte do Rio de Janeiro os plenipotenciarios do Brazil, da Republica
Argentina e do Paraguay, para .tratarem dos ajustes definitivos de paz destas duas
Republicas, abrirão suas confere~cias no dia 28 de Abril proximo passado.
No intuito de corresponder a.os desejos do ·Sr. plenipotenciario argentino, Dr. D. ·
Carlos Tejedor, que mostrava-se ancioso por uma solução prompta, o governQ im-
perial commeUeu, por sua parte, essa negociação ao Visconde de Caravellas, mi-
nistro dos negocios estrangeiros, e ao Visconde do Rio-Branco, pre11idente do cons~Iho
de ministros, que antes havia tratado ·desse asmmpto em Buenos-Ayres com o
mesmo Sr. Tejedor, então ministro de· relações exteriores .
.. As primeiras declarações do Sr. ministro argentino e os alvitres por elle pro-
postos constão de tres protocollos, que puderão ser concluidos, sendo o ultirpo
destes documentos assignado na manhã do dia em que S. Ex. parlio desta capital.
Comqµanlo o Sr. Tejedor se mostrasse disposto desde o principio a nada ·ceder do
49 ' .
que · propU~QSSe~ .· ~ disc.ussf~O encaminhou-se na.s, s1u,~s pr!.!ll.ci_r·~~ conferencias para
um resHJtó;clq.i q~.e ,pod),a satisfazer a l,qclas .'às co11dições. .4e um perfeilo accôrdo.
N~ terceir~ cón'fe~:e_u6ía~ apreserit~·if ,os~·: ~p1e.n Lpot.~pciá'ri"o · ~:rgentino duas soluções,
' s. ; .~ ~ J,/"
, <l.
a nrfo-lhe. s . Q "ç aráct e~ de · innllcrave'i's, mas os @ulros ililenip.ol.eMiarios não as acc ci-
<( • ' .. ''. 1 • •

.w' 4"~<.i'.f··~' 1 (' ' ~I


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.. · solu9õ~s fq!~çi/o,rm~1·1 :~.das .J10.s seg~i,n/~s termo~ : i .~ · '·
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«;, Ni.i9.· obs~;,; u$:~ es tàbeleciclo no tral~do d~ alliança, a'cceilão -se, corno lirnitrs
r.c .enfre o. 'l?aragua y e a Hepu!Jlica Arge ntin a, os rios Paraná e Paragua.r; e 1wlo
' ' ~· .
çc'~ o.e~te · ~ "Vi[con1,àyo em se u braço . fronteiro ri Assumpção; convindo a Hcpublica
<<do. Paj·a.·gtray.pelo mesmo acto ceder ;.i Arg·enlina a Villa chamada Oceidenlal em
« ,sehre J t ::~:n.t:{fgem esquerda elo Confuso, com um . territorio el e duas Ieguas uo
'.cc $111·; quaiio a0 norte e <]uatro ao oeste ; e ·a Republca Argentina em dar pM
j • .

(l .cartce,llada com esta cessão a indemnisação que aquella lhe deve pelos gaslos
« ,cla ..,guerra. ·
e< Nos limites anteriormente fixados ; está entendido que fica comprehendida· a
« ilha do Atajo ou. Cerrito, como do domíni o da Hepublica Argentina; devendo
« sr.r cl esocc upada e ser-lhe eiltregue, log·o que esta transacção seja apprn~1 arla

~e pelos poderes publicos do Parrguay e ·c1 a Hepublica Argentina. »

.
"· .... BASE
t ".
.. ' . ..Í!{ (DE ARBITRAMENTO.)
t . i'
' "·. 1.;·,
A$,ReirnblicasArgentina e Paraguaya convêm em sujeitar ii decisão de um arhi-
cc

• << l:ro o~'"arbitros, nomeados de commum accórdo, o dominio (Ja Villa Occidcnl.i'll )
• • 1

<< com um territorio de duas leguas ao sul, quatro ao norte, e quatro ao oeste.
« Devendo ser regras ·desse .arbitràmento :.
1 · << . 1.ª Que, svjµ qüàl fót~ o. res ultado, em: caso algum a VillaOecidentnl poclr.rá sn~
~:! ; ..· ' hi~ 4o ·poder
c1:a Hepublica á que fôr adjudicada. · .
~ ... i.. 'cc ~> Que, na hypothesc de se nten ça desfavoravel á R.epublica Argenl:i nfl, os
· ' ', .« cli.reitos :territoriaes adquiridos pelos aett1aes povoadores se rão re8peil.ados eri1 .
••• • •• '!-: • ' • : • •

· · << ;propr.1edade e posse. _


. . ' ·:··'.cc 3.-." Que, na mesnÍa hypotbese, o g·overno arge1~lino. será indemnisado , pr'r~ i r,l~
· :· ~dn;er~~te á .ef.Jlrega, d.o;; gastos feitos com a occup~ção . ~ clesenvol\iih1ento da Vill~ ,
~~. fixando a ·~entcnça ~ rbilr1i a importancia e..a fó.rma 'de paga 11~enlo . : · ··
. . .(( 4.a Que se.rá devicta a mesma incle~rn1isaçã~ aos P.ovp~dore's , ~ CODlfi;r ela ' po~sr
'. 7 ' '
.
E,
..~
...
,,,.
(< qne tomá1;ão as ar.mas argentinas, se qnrzerem mudar de domicilio e assim . .ó
« declararem dentro . do primeiro anno. "' · · ·. •
(( !:),ª Que, duranl:e ·ºjuiz(~ arbil.'ral, po1lerá manter-se ·o statd quo da oceup.açi'íú ..
(( brazileira, e reduzi.t' as suas forças: ao oumero que ma.Qlenha o gover'no ' ar-
... ... . .· .'·
1c ge ntino na Viila Occidental _. ,,
(( 6. ª Que pelo .
mcsrno facto ficã.o fóra de toda disc1:1ssão , e reconhecidos como
. 1

cc proprios do Paraguay, .os lerrilorios ao oesle do rio Pàragua y e ao norte ~ q~ ··


r! Pilcomayo, com excep< ; ã.o da vi,lla e município sujeitos a arhil.ramen t.ó , ·e como
r, lambem proprios da Republica Argc11iina os lerril.orios ao sul dó rio PilcomayO
cm toda sim exlensITo, devendo, porlanl:o , ser desoccUpada e ser -·lh e en ln~gué· a ilha '. '.
.... . .' "'. l
(<

rc do Atajo, logo depois de assignado no Hi.o este convenio. )) · '· ...


'· ),_''
O Sr. plenipotenciario 'paraguayo ex~iress ou que, em sim opinião 1ndívid,na}, · ~ra, ... {
''-"·.
· prnferivel o primeil'o daquelles all1il.res, mas que não esta.va auloásado párn admih '..~ .
. li-lo i e _que acceitaria lambem a segunda solução, que se conformava com suas
inslrucçõ1)s, uma vez modificadas as clausulas de indemnisações. · .:
..'•

Os plenipotenciarios beazileiros lirnitá.rão-se i:lessa occâsião a ponderar: que.


:i cessão de ler ri to rio e.m trnca do s gastos de guerra era offensi va do tratado· d e
nlliança: o qual es tabeleceu condi Ções iguaes e a mesma fórma de pagamento para
as indernnisaçôes a qu e tinhão . direito os alliadós, e fez esse principio de igual-
dade extensivo a lodos os interesses cornmuns ou recíprocos; que a dit.a fran sacção
encontrava
.
ai11da· com. outro compromisso da ~lliança, o que consagra pleno res-
peito ti _integridade ter•ritorial da Hepublica do Paraguay. ·
Hcconheceu o Sr. Tejedor que estas objecções erão graves, e conveio em adiar
a rrttestão para a seguinte conferencia.
Na quarta conferencia di sse rão os Srs. plcnipolenciarios argentino e paraguayo l.er
r.oncordado entre si em urna divisã.o do ten·itorio da Villa Occidenlal, que ern o
nnico ponl.o- cm litígio sobre os limil.es do Chaco; mas sem f.erem ainda ;:.issen -
1.ado no l.rn ço da linha divi sorin, rpie dev ia co tTee do Pilcomayo pnra o J\rroio- ·
Vr.rde, que suppõe-se existir pouco ao norte daquella Villa.
Fiel aos co rTqworni ssos da al!iança, o gove rno imperial não se julgava _com o ·
dircilo de contrariar qualquer njusle 1los dous Estu dos limitrophes, rp.le :se não .
nfaslasse do qne foi declarado 110 trnl.aclo do '.!.º de ·Maio de 'l8fü); consr.q uenle-
rnenle, por motivos que se fúndã.o nos docurnenlos argentinos e paraguayos, r~e lalivo s
::i mi ssão .do gennr:·1:l ~1litre, não acon selhnria. o gover no imperial a divisífo que
se pnrn a .Villa nc·c iden lal para a Hepubl.ica Arg1rn l.ioa e o l:erri l.orio irYl.crior para
o P:uagnay, ma: respeitaria o accórdo esponlaneo das dtrns pai'tes in·feres.sadas1
nliminarln a clausnla de tean sacçFí.n pec·1.miaria, con tr'a a qual t.eria de protes tar .
J\ conferencia. l. crminou com Psi.a declaraçfo feila por pari.e .do Brazil , e se rn qu e , ,
os Srs. plenipolenciarios ::irp;enlino r pnragnn yo fixa ssem rleRnilivamcnfr a Iinh n
do tenilorio contestado ...


..i•
51
,,, . -
'Era dé esperar que fosse supprimida a clausula impuguada, ou se adoptasse,
. afinal·,,. a solução do arbitramento, que evitaria tão seria difficuldade e' .~ contingen-
' ci'a d~ mallograr-~e o accórdo pela recusa do governo paragnayo ao que·seu repré-
/ sentanté só promellia acceitar ad ?"eferendum.-
. Chegada a negociação a este ponto; antes que se redigisse1n e as~ignassem os
proJocollos das duas ultimas con forencias, sou berão ós plen ipotencia ri os brazilei ..
ros, em conversação com o Sr . .Jaime So.sa, plenipolenciario paraguayo, que este já
/
' _,tinha firmado um tratado de limites com o Sr. Tejedo r, incluindo-se a clausula
da renuncia dos gastos de guerra. Dava-se, iJOi s, plena execução a uma idéa
., qu_e ·soffrêl'a séria objecção da parte do alliado da Republica Argentina, objec-
. :· ção.-.J.~lgada ponderosa pelo proprio Sr. Tejeclor, e isto sem que se procur(lsse,
" .. 'óo menos; demonstrar em outra conferencia os fundamentos de similhante proceder.
'Aguardavão os plenipotenciarios !Jrazileit·os a opporlunidade de uma nova reunião,
_-;~ em q~e ~e lhes désse conhecimento official daquelle ajuste, e se co1~siderassem as
ffifliculdades, que delle podem provir, para aconselharem a segunda das soluções
propostas pelo Sr. ministro argentino, isto é, o a'rbilramen!o, modificadas razÔavel-
mente as respectivas condições, ou. para declararem que, não se oppondo o go-
verno imperial á partilha do terrilorio conleslado, desde que as parles interessa-
das assim resolvessem ·sua questão de limites, ver-se-hia forçado a protes tar por
causa da transacção peruniaria.
A ultima conferencia dos plenipotenciarios tivera Jogar a 19 do mez findo, e sem
esperar nem solicitar convite para o proseguimento dos trabalhos communs, no dia
31 o Sr. Tejedor dirigio aos pleni potenciarias hrazileiros uma nota dando por finda
sua missão, e declarando-se satisfeito com aquelle resultado. Por outra nota da
mesma daia annunciou o Sr. ministro argentino que regressaria para o seu paiz no
dia 2 do corrente.
Vão juntas a este memorandurn as mencionadas notas e as respostas que lhes
deu o mi_nisterio <los negocios estrangeiros.
A negociação foi assim interrompida. Nem ao menos póde ser assignado o pro-
tocollo da quarta e ultima conferencia. Retirou-se o Sr. Tejedor desta córle apres-
sadamente, sem communicar ao governo imperial os ajustes que assignára com o
representante do Paraguay, e sem pedir uma audiencia de despedida á Sua l\fages-
tade o Imperador, junto aó qual fôra acreditado, nem motivar a dispensa desta for-
malidade, nunca preterida nas relações diplomaticas.
Hio de Janeiro, 18 de Junho ele 1875.

N. B.-As quatro notas a que se refere este memorandum achão-se publicadas em


outro logar, e por isso não são aqui reproduzidas.

• l)
52

Exfracto.s - de officios do Gene ..al llitt•e ao gove1•110 a1•genti110 thtl'ante


a ndssão do 1ncs1no gene1•al e1u A.ssump~ão.

N. 18~

(TuAoucçÃo.) - Confidencz'al de 30 de Junho de 1873.

Como assignalario do tratado de alliança, posso dizer que as prelenções da Repu-


blica Argentina parecião não ir além do Pilcomayo, o que satisfazia completamente
as aspirações nacionaes; quadrando o nosso territorio
evitando questões e guerras futuras com os nossos limitrophes, por amor de desertos
ele que não necessitamos.

·. •.

Penso que o interesse presente e futuro ela Republica Argentina lhe aconselha
contentar-se com os limites do Pilcomayo, propendendo para que o Paraguay e Bo-
livia se e5tabeleção no Chaco iÍ margem direita elo rio Paraguay, o primeiro em con-
tacto immecliato comnosco pela navegação commum do Pilcomayo, extensiva á Bolívia,
e esta entre as possessões paragua yas e as do Braúl .(até á Bahia Negra), com o que
tudo se concluirá, tudo ficará pl'evisto e gar~ntido.

- - - --·-------

N. 19.
(TuAoucçÃo.) -. Offiào de 8 de Julho de 1873.

8. º Porque,/como jrí manifestei a V. Ex., o tratado de alliança,


<lepois de resalvar os direitos da Bolivia, não teve nem podia ter em vista sinão os
nossos limites até o Pilcornayo, que é até onde vão as aspirações nacionaes, e dentro
das quaes póde desenvolver-se a Hepublica Argentina, dilatando-se como uma pod~­
rosa e grande nação 1 devendo decorrer ~ec ulo s antes que occupe estes desertos.

,,
,.•
/.
I
53

../'
N~ 20.
~

(TR~oucçllo.) -- Confidencial de 21 de Julho de 1813.

chegando unicamente as nossas aspirações até a linha do


Pilcomayo, segundo já tive a honra de dizê-lo em officio anterior, e em cuja con-
formidade se fez o tralado de alliança, dando-nos unicamente como base até áBahia
Negra, para ter mais campo em que operar n 'um easo, ou para exigir o que conviesse
a titulo de vencedores, como fica explicado.

Com o conhecimento que me dá o estudo que fiz desta questão bistorica e legal, ·
é que disse a V. Ex. que as nossas pretenções não podem ir além do Pilcomayo, desde
1

que se reconhece á Bolívia o seu direito a urna parte desse terrilorio, e se reconheção
sobre elle direitos de posse por parte do Paraguay, segundo declarão as inslrucções
que me regem; e é lambem por isso que accrescentava, ao mesmo tempo, que a
linha do Pilcornayo, sendp a que, co'm direito, podíamos sustentar no terreno da
discussão, era lambem a conveniente e a que a prudencia e o patriotismo aconse-
lhão se deve acceitar.

o que equivale a dizer que, não cedendo-se ao Paraguay a Villa


(lccidental, a respeito da qual se lhe reconhece o facto da posse, nadaha a ceder-lhe,
e haverá uma nova .questão com a Bolívia e outra com a Republica Argentina, sendo
a ultima palavra conservar-se a Villa Occidental, fazendo-se outras concessões de ter-
ritorio ao Paraguay na margem direita deste rio no Chaco ao norte do Pilcomayo .

.. .
Isto provém talvez de acreditar V. Ex., como se vê cm alguns mappas, que existe
um segundo braço conhecido do Pilcomayo, e que dentro dos dous hraços está
situada a Villa Uccidental.
A verdade é que si esse segundo braço existe ninguem o conhece, nem póde de-
terminar a sua situação e que o verdadeiro rio Pilcornayo desemboca no Paraguay,
uma legua abaixo de Assumpção, em frente ao serro Lembaré, não se encontrando
nenhuma outra boca, no espaço de vinte milhas qe costa, que desague rio rio
\
Paraguay até encontrar a boca do rio Confuso, ao norle do qual acha-se situada a
Villa Occidental.

As consideraçoe ~ LllLe- devem ser tomadas em conta.affectão tanto


a politica internacional como a interna.
A primeira .aconselha que estabeleçamos as nossas relações com os limitrophes e
"
alliados de uma maneira solida e permanente, creando a boa amizade no presente, e
afa~tando todo o motivo de divisão no futuro, e isto se consegue adoptando-se a li-
nha do Pilcomayo, com o que ficamos amigos do Paraguay, que se considerará nosso
obrigado, em boas relações com o Brazil e em v'ia de nos entendermos com a Bolívia,
lançanuo fora do nosso caminho um motivo de desconfiança e de discordia como será,
e se l-o-ha sempre, um ponto que, como a Yilla Occidental, é povoação de origem
paraguaya, que sempre se apresentará aos olhos deste paiz como despojo obtido por
meio da. força, ainda quando assim não fosse, e que no caso de não serem lembrados
os tratados definitivos ficará perennemenle como uma ameaça de g·uerra.

N. 21.
(TR.rnucçAo.) ·_ Confidencz'al de '15 de Agosto de 1873.

'
Portanto, as instrucções de que fui munido ao confiar-se-me a missão que
desempenho, continhão implícita e explicitamente, pelo que respeita á questão do
Chaco: - 1.º Pôr fóra de qu estão os direitos da Republica Argentina até á margem
direita do Pilcomayo. -- 2.º Aceeitar o arbitramento para osterrilorios ào norte do
Pilcomar·o, inclusive a Villa Occidental, caso não se achasse um meio conciliatorio
para chegar a um resullado definitivo. - 3.º Consultar o governo, dando-lhe as in- ·
formações convenientes, sobre a imporlancia da Villa Occidental, si a difficul·dade
surgisse deste ponto e delle dependesse o exilo da negociação, ficando entendido que
o governo argentino não faria em ultimo caso questão da referida Villa.
Si então o governo me houvesse manifestado que em todo caso e mesmo depois de
receber as minhas informações eslava disposto a fazer questão da Vi lia Occidental, e
assim .o tivesse expressamente consignado nas instrucções, ou teria eu trepidado
antes de acceitar a missão que me foi . confiada com outras bases, ou então aeceitan-
do-a por patriotismo, teria desenvolvido nella um plano de operações diverso

fJ
daquelle que hei sep;u·ido ~ sabendo desde o principio ao qne ílevia al.er~mP. dcfl·
nitivamenl.e.

sendo niinha convicção hoje , como já ~leclare; , que em uma disc ussfío·,:desl.e ge nero
11 Republica Argentina podia fazer vale~ titulos historicos e legacs melhores que os
do Paragua y e da Hol.ivia, até á linha do Pilcomayo (que hoje rst ~f fóra dr. questão);
mas qu e para ir além difficil seria encontrar :ugnrnentos solirlos parn coni;ervar essa
s nprc~ macin ai.ó á Bahia Negra, em prese nça 1los direitos da Boli.via qu e resalvnmos
e dos que ao Paraguay reconhecemos, implicilamenl e, negociando com AllH

A' vi sl.11 dr-s i.a cnndnsiío, íJllf~ lng if~arnenln resulla do nxarnc l]IH:dlz rlas ir.1sln1cç6As,
hases e prnposiçücs, tomo a liberdade rle · submetter ao criterio de V. Ex. e ao
illuslrado juizo do g-ovemo superior r,sla considcra1;fí.o: l'Í, por fim, nií.o se lia
rfo fazer questão da Villa Occidenlal sob. a base do arbil.rarncnlo, pondo fôra dP
queslão a linha do PilcomaJO, nào seria mais conveniente e mais honroso para a
Hepublica Argenti.na fazer cessão espontanea desse ponlo, regulando definitivamente
a n.ossa q1wslão de limiles com o Paraguay· pelo lado do Chaco?
"

V. Ex. mesmo, Sr. ministro, que declarou cedcr1a de bom grado a este argumento,
si infélizmente não tivesse oulra persuasão, disse, sem embargo, na sua ultima me~
moria ao congresso, ao traçar·dentro. de grandf's linhas os futuros limites· da Hepn-
blica Argentina: , Os grandes rios Bermejo e Pilcomay.J, que desemboci.ío no
a ' Parag·uay, estão destinados em ópocas não mui remotas a serem a via natural de

« nossas provincias do norl.e e da Repnblica da Roli.via >' • • • • • • o que eqniv~le a

lrnçar como l.imilc ncccssario da Hepublica a linha do Pilcomayo, que salisfaz ;.íf;
nossas necessidades reconhecidas e ao nosso d1~scnvolvi menlo de nacão no ful.uro.
' · .:,

· Salvada a linha do P.ilcomayo, a rprnstfí.o é de maiores 011 de menores vanf.agens


ff'rriloriaes, qnc · rralmenl.c se conccnt6i.o na ViHa Occidental, a seis Jeguas
acima da embocadura do Pilcomayo, e isto mesmo reduzir-se-há {L <JUrslão de mera
fórmn , de:;de 1111e pel.o arbitramento não sr, faça í[nesrno rles!'a possessão.

) )
56

N~ 22.
Nota do ,qnverno paraguayo ao go·verno impetiál annundamlo a reprovação
do tratado.

(TRAoucçXo.)-Ministerio ílas relações exleriores.-Assumpçãn, '19 de .Junho de '1875 .


' '

Sr. minislro. - Cumpl'e ao abáixo assignado, ministro interino das relações'


exteriores da Republica, participar a V. Ex. que o governo do Paraguay achou
conveniente . desapprovar o tratado. ele limites e o convenio addicional de perdas
e dan:rnos, çelebraJos no Rio de Janeiro a 20. de Maio ult:imo pelo sei~ . ex-
plenipolenciario D. Jairne Sosa e pelo enviado argentino, em consequencia de
haver o primeiro exorbitado das suas instrucções.
Pelo que, e achando-se o meu · governo disposto a en.cetar novas negociações
afim ele lerminar esse importante assumpto, houve por bem acreditar junto ao
governo de V; EL, no caracter de enviado extraordinario e minislTO ple.nipo-
tenciario em missão especial, ao ministro ·das relaçõos exleriores da Republica,
Dr. D. Facundo Machain, o qual informará a V. Ex. de tudo quanto é con-
cernente aos referidos lralado e convenção addicibnal.
O abaixo
.
assignado
. .
aproveita com prazer esta 6pportunidade para
.
offerecer a
\

V. Ex. à segurança da sua distincla· consicleraçã.o e alta esli ma.


A S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas, ministro e secretario de Estado 'dos
negocios · eslraógeiros.
EMILIO G1LL.

, r
' "iHauifest.o do Sa•. DI'. 'l'ejedm• ex11licando senr!I ae tos como
•".'. '
•··

. ,,
/.

,. 1
N. 23.
. ·" ~scriho 'estas paginas sin conocerse aun el re!'uHado, rpw cahrá en la Asuncion :4.
los t.Fatados celebrados en Rio Janeiro con el minislro del Paragnay .'
No es, pues, mi ánimo cooperar êl ese resullado, 1)ara lo que faltaria ya el tiernpo ,
·:'._:·~i.i defender mi conducla, enteraniente ajuslaíla êl mis instrucciones,
'" Mi objeto no es personal ni de partido,

' {
57
La . mision que he desempenado en Rio tiene antecedentes, que ímportan á los. que
vendrán despues, y quieran defender los derechos de la República;
El conocimiento que ella me permitió tomar de los hombres, tiene tambien ense-
iíanzas que no deben descuidarse en la direccion ulterior de la política argentina.
La alianza con el Brasil puede haber terminado, pero no las cuestiones _que con
motivo de ella se han suscitado y suscitarán.
Aprobados los tratados por el gobierno dei Paraguay, quedaria todavia la desocu-
pacion, acordada como principio, en los protocolos de Ia ncgociacion.
DesaproLados, podrian hacerse nuevos, ó entrar en la via dei arbitrage, que el
Brasil se apresuraria á presentar como remedias.
Es por lo tanto de un interés general conocer este negocio en sus menores detalles,
y tal es el t1nico propósito de este escrifo, que trazo srn preocupacion ni pasion de
nmgun genero.

ANTECEDENTES DURANTE EL MINISTERI.0 .

En la Memoria dei ano pasado están ·algunos de los dõcumentos, que indican el
orígen de la negociacion.
Fracasada la dei general Mitre, el gobierno argentino decidió replegarse sobre sí
mismo, dejando ai liempo hacerle justicia.
mgobierno brasilero no podia hacer lo mismo.
Sea por los tratados Cotegipe, sea por sus intereses propios, mantenia en lerritorio
paraguayo dos fuertes divisiones, una naval y otra terrestre, causándole fuertes
erogaciones, sin contar los comprornisos que este hecho mismo podia atraerle en un
pais constantemente convulsionado. ·
·El gobierno p~raguayo, por su parte se balia imposibilitado de ensanchar su co-
mercio, si.n estrechar las relaciones con la República Argentina, pudiendo las mis-
mas qu·e existen serie aun restringidas; sin contar las inquieludes 'producidas por
los emigrados políticos desde Corrientes y Villa Occidental.
Semejante situacion era, y es, insostenible para el Parag·uay y el BrasÜ.
De aquí las notas de la Memoria del 74, dirigidas á nornbre de su gobierno por el
Sr. Baron de Araguaya haciendo oberturas de un arbitraje limitado al terrilorio de
la Villa Occidental7 á fia de reánudar la negociacion.
Pe1·0 esas mismas notas no revelan sino una parte de lo que pasó.
Habíame yo mostrado en largas convrrsaciones con el Sr. ~fagalhães, accesihle ·
á la transacion con pérrlída de la Vi lia OcCi<lentaJ, con tal que el Brasil desoçupase
total e inmediatamente el Paraguay, desocupando igualmente la isla dei Cer'rilo, y
enlregándola tambíen sin mas demora á la República Argentina.
Procediendo así sabia que pedia al amor propio un imposible, y que esto me sal-
varía siempre de la entrega de la Vi lia Occidental.
:m. 8 ) l
58
· · ·En. la hipótesis de que mi cálculo resultase fallido, veia en la desocupncion en
esos términos fales ventajas, que habria rccibido el resullado' con el c!olor dei ho!Il-
bre de Estado (-que .no es como los cl0lores comunes_), pero con la conciencia de
haber .aun así servido á mi patr.ia.
Tenia, además, llegada esa evenlualidad, á. discutir los derechos de posesion y
propieda-d de los pobladores y la indemnizacion al gobierno argentino por los
gastos heehos en la Villa.
Como ministro de. relaciones esteriores, pues, estaba siempre en mi mano Ia solu-
cion que en el último momento hallase por mas conveniente.
Debo agregar aquí que todo eslo era comunicado ai Sr. Presidente Sarmiento, y
apróbado por él.
El Sr. Magalhães trasmitió á su gobiemo, lo que yo decia y pensaba) 'm forma
privada, puesto que oficialmente solo estaba encargado de solicitar y proponer el
arbitraje.
Pasados unos quince dias, puso á mi vista una carta del Vizconde de Caravellas,
Mini::;tro de R. E. del Imperio, en que este le decia, despues de hablar con el Emperador,
que podia ir á Rio con la seguridad de que todas las dificullades se allanarian.
Siguiendo el mismo propósüo, y exilado el gobierno paragua:yo por _el brasilero,
nombró ai Sr. Sosa enviado cerca del gobierno del Imperio, para arreglar separada-
mente conmigo la cuestion de limites) y juntos con los plenipotenciarios brasileros
la desocupacion.
Entrábamos en este momento en el mes de Setiembre.
La revolucion que debia estallar el 24· se dejaba sentir ya-Si ella en efecto re-
ventabai mí palabra en Rio iba á quedar desautorizada, precisamente cuando mas
. . I

hubiese necesilado para el mejor éxito de elevaria.


Convinimos en consecuencia con el Sr. Sarmiento en que·'desisliria de la mision·;
y de aqui una nota que lleva la fecha del 24 de Setiernbre, redactada por mi el 2.2
y que verá prohablemenle la luz en la Memoria dei presente ano.

ANTECEDENTES COMO PLENIPOTENClARIO

Vencida la rebelion, y llevando el nuevo gobierno su vista á las cuestiones inter-


1~ac)onales me hrindó con la mision á Rio.
En' posesion de los antecedentes espresados, no tenia cl derecho de negarme; pe~o
al mismo tiempo me hallaba obligado por ellos <Í no -aceptar ninguna mision, cuyas
instrucciones pudieran apàrtarse much0.
Esta fué 1:... rnateria de diversas conferencias con el gabinete, acabando por redactar
yo mismo las que debian guiarme, de aci.lerdo con las nuevas vistas del gabinete.
59

Senliase repugnancia, y con razon, á sacrificar la Villa Occiclental, aun ·en ·los
·términos indirados por mi como ministro de relaciones esterio.res .- ·
El abitraje mismo, si no era seguido i.mediatamente de acordado, de Ia desocu-
pacion general, ó por lo menos de la entrega del Cerri lo, era considerado inconveni-
ente, por la duracion del juicio arbitral, y peligros dei statu quo.
Las iiistrucciones fueron calcadas) seguo estas e.xigencias, que ningun inconveni~
ente tenia en hacer mias, puesto que eso era lo que yo siempre habia soslenido,
en las conferencias de Buenos Aires, el ano 71, y en las negociaciones dei Dr.
Quintana, y general Mitre en Asuncion.
Pero no debia ocultarme que convenia preparar sobre ellas ai gobierno brasilero,
á quien iban á sorprender.
Tampoco podia ocultarme las pocas probabilidades de éxito con tales bases.
Con el objeto de atender á lo primero, manifesté al Sr. Fleury, en cargado de
negocios brasilero, en esta, Ia verdadera situacion de las cosas, pidiéndole que la
pusiese en conocimiento de su gohierno . .
Respecto de lo segundo, ai remitir ai Sr. Presidente el borrador de las inslruccio-
nes, le decia por un billete., que con ellas consicleraba casi seguro el mal éxito, pero
que de todo_s modos era un deber ele patriotismo ensayar.
Antes ele pa'rtir, el Sr. Fleury recibió, y luvo ocasion de mostrarme _nueva
carta clel Vizconde' de Caravellas con conecimiento ya de la exijencia acerca de la
·isla del Cerrito, en que se repetian las seguridades dadas anteriormente.
Conociendo lo:S hombres, y un poco la diplorriacia, estas seguridades no me ins-
piraron mJs confianza que la que tenia, . ni fué por ellas que decidí mi VIaJe; pero
es bueno que todo conste.

ANTECEDENTES DEL GOBIERNO Y DlPLOMATICOS DEL BRASIL.

Pendiente todavia la guerra del Paraguay, el gobierno argentino decidió ocupar .


la Viria Occidental, como recobró Misiones par los derechos de la alianza, y de la
vicloria.
La resolucion, lejos de ser ilegíli ma) tenia mas para el defeclo de haberse re-
tardado.
'
Las M:isiones se habian recobrado, sin reclamo ni observacion de nadie.
La ocupacion de la Villa Occidental iuvo lugar creado ya el gobierno provis_orio,
al lado dei qual empezó á colocarse desde enlónces el gobierno brasilero.
De acruí, la accptacion dei tratado de alianza solo en el (ondo por el gobierno pa-
1

raguayo, y las observaciones del plenipotenciario brasilero en Asuncion contra esa


ocupacion.
Cuando despues el mismo plenipotenciario assisti ó en Buenos Aires, á .las . confe-

) )
60

rencias dei afio 71, entre los aliados solos, indicó varias veces la· convéniencia de
reclueir jenerosamente el limite de la Républica Arge ntina al Pilco rn ayo, agregando
que las designaeiones _dei tratad o. de alianza; ·no podian mirarse sino corno bases
á discutir.
El Baron de Cotegipe, en la negociacion con el Dr. Quintaoa, continuó los
mismos propósitos. El Brasil, dijo, apoyaria solamente á la Républica Argentina
hasta el Pilcomayo.
En la negociacion dei general Mitre, el Baron de Araguaya, en Asuncion, fué to-
davia mas esplícito, asegurando que el Marqués de San Vicente, en Rio, no habia
cumplido las instrurciones de su gobierno, dejando de consignar esla resolucion ..
EI rol de los Se:õ.ores Azambuja, Gonclim, y Leal ahora, no ha sido ni es olro en
el ejercicio d.e las misiones permanentes que han desempenado en Asuncion.
Siempre, pues, el Brasil, desde la ocupacion de la Villa Occidenlal, ha mirado
con desagrado ese hecho, y trabajado encontra, alentando sin querer la·resistencia
dei Paraguay.

ANTECEDENTES DEL. GOBlERNO Y MINISTROS PARAGUAYOS.

Es un hecho noto rio que el Paraguay, antes de la guerra, no tenia simpalías por
el Brasil, de cuyas usurpaciones de territorio se quejaba.
Este sentimiento poco amisloso no ha podido debilitarse con la guerra y sus conse-
cuencias desastrosas para aquella República.
Sernejahte sentimiento adem~s es natural, no solo conlra el Brasil, sino contra
todos, en una nacionalidad que ha vivido secuestrada y tira-nizada tan largo tiempo.
Una cosa, pues, es lo que se ve en el Paraguay, y otra lo que no se vé.
EI primer representante paraguayo que pasó por aquí, Sr. Barrios, iba en m1s10n
á Rio, y sin embargo venia tambien acreditado confidencialmente á la República
Argentina: pero hufa de ser visto por el ministro brasilero en casa del ministro de
R. E. argentino.
Como enviaÇlo estraordinario y ministro plenipotenciario vino _en seguida.
publicamente el Sr. Loizaga, el mismo que firmó los tratados Cotegipe, habiéndole
precedido cartas en que el Sr. Jovellanos se mostraba descoso de independizarse, y
no obstante el Sr. Loizaga, nada · bacia ni decia sin consultar antes ai ministro en
Buenos Aires, Baron de Araguaya. ·
En la negociacion Miti·e en la Asuncion, era el Baron de Araguaya, cuyas ins-
trucciones se adivinan por lo espuesto, á quien acudia el Sr. Miranda, plenipoien-
ciario paraguayo, y por él tambien era que el nuestro sabia las resoluciones dei
gobierno dei Paraguay.
· J!espues de fra~asada Ia negociacion Mitre, el Sr. Jovellanos pretendi ô entenderse

(
61

secretemente con el gobierno argentino, viniendo en persona con qualquier pre-


lesto á Buenos Aires, ó eºnviando con tal objeto un comisionado . ilc- su confianza;
pero todo resultó imposible delante las dificultad-es p;rácticas q·ue sintió pata ejecutar
el proyecto.
Si fuera permitido encontrar significado en estos antecedentes, de ellos resultaria
que nucslros derechos terriloriales nunca han tenido dificultades invencibles por
p~rle del Paraguay.

ANTECEDEN'[ES ESPECIALES DEL PLENIPOTENCIARIO SOSA.

Quando llegué á Rio Janeiro,- el Sr. Sosa no fué de los primeros á saludarme, y
quando Jo hizo, fué á ·deshoras, huyendo ser visto.
lntimándose despues nuestras relaciones, con motivo de mi acfitud en las dos
conferen~ias primeras; entró en confidencias que no hicieron sino confirmarme en
el fracaso que temia.
No sosteniéndolo competentemente su gobierno, quizá porque no ·habia _contado
con su larga permanencia, le habia sido forzoso aceptar un préstamo de dos mil
pata cones dei gobierno imperial, de los cu ales solo habia pagado mil, con una remesa
última.
En todo el tiempo de siete meses que se hallaba en Rio Janeiro no habia sido visi_
.ti:ido una sola vez por ninguno de los ministros, sin embargo de que por su parle
cumplia rigorosamente coo ellos y el emperador.
Desde que se anunció mi nombramiento Ee le habia indicado la conveniencia de
una nota á nombre de su gobierno, pidiendo Ia continuacion de la ocupacion
militar.
Siempre que bahia de tener lugar una conferencia era llamado anticipadamente
para acordar la actitud que debia tener.
Las instrucciones de este ministro ·eran otro obstáculo.
Elias no preveian si no el caso de la transacion, ordenándole no ajustaria smo
segun tres bases allí indicaclas.
No podia, pues, tratar sino ad referendum, la solucion dei arbitraje .
. Esas instrucciones concluian adeµ1ás recomendándole especialmente « de ponerse
' en todo prevenidamente de acuerdo con el gobierno nacional. »
Qué situacion, y cuántas ataduras l

CONFERENCIA DEL 28 DE ABRIL Y 4 DE MAIO ( Í ).

Habia llegado, pues, el momento en mi opinion de cambiar de procedimiento.


Las conferencias se abrieron el 28 de Abril.

(1) 'Los tres proto colos en que consta to<lo lo que paso á referir, que se hallan en mano(! del g obierno
están finnaclos por los Sr&> Visconde do Rio Branco y Caravellas, eJ Sr. Soza y yo ,

) )
62

El _r,rimer punto que abordé fué el órden en que se discu~irian las cuestiones pen-
dientes, }; carác ter en ella:; de los pleni potenciarios brasileros.
Manifesté . que la desocupà.ción · estaba ._ligatla á .l ~ s dos . soluciones de que era
portador.
Que sin ella, arnbasserian imposibles, y que por lo tanto era indispensable antes
de todo eslablecerfa.
Agregué que solo esto esplicaria la presencia de los plenipotenciarios argentino
y para,guayo en Rio, lo 1~tial ninguna razoo de ser tendria si solo se tratase de
arreglar Iímites entre las dos Hepúblicas.
Los Srs. plenipotenciarios dei Brasil citaron en contra el acuerdo del 19 de No-
viembre y conferencias dei 7t, llamánclose siempr'e cooperadores ó mediadores.
Entónces, declaré que no podia admitir que tal fuese el rol que Ies cabia en Ia
actual negoci·acion, y qu.e tanto la mision Mitre fracasada en .Ia Asuncion, como los
<lemas antecedentes y negociaciones mencionadas no podian invocarse sino como
hechos históricos: que la pr<'sente tenia otros antecedentes; y que arlemas, de nin-
guna de las notas cambiadas últimamente resultaba ese carácter.
La dlscusion planteada y aceptada así continuó durante toda la conferencia, en
el terreno que me convenia .
Era esencial conocer las ideas de los plenipotenciarios brasileros sobre desocupa-
cion-es decir, si el Brasil ,queria realmente la desocupacion general, ó si queriéri-
dola, la.resistiria todavia de Ia isla del Cerrito, sin la que no lenia arbitraje, come
sin la Vi lia Occidental no habia lransacion.
Durante la discusion cuiclé, pues, de observar que la perfeccion de los aclos no
dehia ser motivo para retardar una clesocupacion que todos decian desear; y .que en
cuanlo á Ia isla del Cerrito, el gobierno argentino pedia su desocupacion y entrega
luego de firmado en Rio el convenio.
Los Srs. plP-nipotenciarios brasileros no se dejaron esperar, y respondieron ·inme-
diatamente que la desocupacion de la isla se hallaba en el mismo caso que cual-
quier otro punto en ·que existian fuerzas brasileras :
Que ocupando la Isla dei Cerrito ó Atajo durante la guerra, y manleniendo la o-
cupacion, aun despues de ella, el gobierno imperial tenia conciencia de no ·ofender
derechos reconocidos ó presumidos de su aliado:
Que hecha la desocupacion, el gobierno argentino pretenderia ocuparia y for-
tificada:
Que aun desocupándola el gobierno imperial, no le correspondia entregaria ai
gobierno argentino, dehiendo este hecho resultar de un acuerdo ·entre las dos po-
tencias qne se disputaban su domínio. ..
Los pleni potenciarios brasileros n'o habian eambiado un ápice. Eran ' los mismos
que contestaron la nota del gobicrno argentino pidiendo la isla. -Las esperanzas
concebidas por los preliminares de la negociacion quedaban, pues, evaporados .
Finjiendo, sin embargo, comprenderlo así; contesté:
63

Que la isJ.a dei Atajo habia sido ocupada en nombre de la alianz~) y ~on motivo
de la guerra;
Que terminada la guerra habia ce·sado. Ja cal1sa de la ocupacion; y que si el Brasil
juzgaba no lener facullades .para entregaria á la República Argentina, debia entre-
garia al Paraguay, si á ninguna queria entregaria, su deber era dejarla flotando en
el Rio;
Que la posibilidad de fortificaria insinuada por los plenipotenciarios brasileros
tampoco podia considerarse una objecion seria; porque el domínio dei Cerrito no
podia inspirar temores á una nacion, que tenia grandes arsenales en Mato-Grosso,
y una esquadra en. la Asuncion; y tampoco á la que poseia las fortalezas de Humaitá,
y podia impedir el paso en muchos oiros puntos dei Rio Paraguay;
Que, a.demas, la fortificacion del Cerrito no era necesaria á quien poseia la Isla de
Martin Garcia) y podia · tazpbien fortificar las dos costas dei Rio ·Paraná, y una del
Uruguay.
La disc.usion se suspendió en es!e estado, continuando el 4 de maio, con la 2· con-
ferencia, en que yo presenlé á pedido de los mismos plenipot~nciarios brasileros el
siguienle proyecto el e base sobre clesocupacion:
e< Quedó en consecuencia conven]do que · en el caso de entenclerse entre si Ia Re-
pública Argentina con la dei Paraguay) sea fijanclo por transaccion la línea defini-
tiva de sus lírnites, ·sea sometirndolos á un arbitraje, la desoc upacion tendria siempre
lugar, en el primer caso d·entro de lres meses á conlar desde la perfeccion conslilu-
cíonal dei convenio, y en el segundo conservándose el statii quo con lds sigui entes con- .
diciones: 1" Que Ia guarnicion brasilera de Asuneion será igual en ~ umero á la ar-
g.entina de la Villa Occidenlal; 2ª Que la isla del Cerrilo será desocupada y entregada
á Ia República Argentina luego de firmado en Rio el convenio especial de transac-
cion ó arbilraje. >) '

La proposicion fué combalida sucesivamenle por los dos plenipotenciarios brasi-


leros, llamándola siempre accessoria ele la cuestion de límites, y repititindo los ar-
gumentos anteriores sobre la isla dei Cerrito.
El Vizconde do Rio Branco dijo mas, que no siendo el lerritorio litigado ni argen-
tino ni paraguayo, ninguno de los dos· clebia ocuparlo; ó hacerse general Ia desocu-
pacion, observando de paso que la proposicion como se bahia hecho ponia de relieve
un sentimento de desconfianza, que convenia eliminar .
. Agregó que parecia que el gobierno argentino desease ver ai Paraguay entregádo
á sus propios recursos; y que Ja igualdacl de fuerzas que ah ora se pedia, nunca traeria
igualdad de condiciones, dada la proximiclacl ele la República Argentina por Corrien-
tes y Villa Occidental.
Por mi parte repliqué que mi punto de partida continuaba distinto dei de los plení-
potenciarios del Brasil, .respecto á la desocupacion, pues era siempre para mi el éxito ó
fracaso de la negoçiacion.
Que la situacion ele desconfianza, se existia, provenia de los hechos mismos,· de la
) )
64·

ocupacfon brasilera rio bien justificada despues de Ja gueáa; pero que el mejor medio
de destruiria no·;;an palabras, sino hechos.
-- Que el punlo de partida era, ademas, di'S tinlo en olro punto, pueslo que ellos
querian conservar el carácter de cooperadores, y yo los consideraba partes.
Que por el lado de la deuda habia todavia intereses comunes entre los aliados
presentes en Rio.
Que los habia tambien por el lado de la ocupacion, la cual despues de los tratados
Cotegipe, no podian resolveria solos el Paraguay y República Argentina.
Que podian por lo tanto ser parles y seguir unidos en la del!beracion, sin perjuicio
de celebrar separadamente los plenipotenciarios paraguayo y argentino los tratados
de Iímites, ó arbitrage, segun el caso.
Que la declaracion que solicitaba con tanto empeno tenia l~mbien la gran ventaja
de tranquilizar los ánimos, llevar la confianza á fas naciones neutrales, y volver á
los mismos aliados la armonia alterada con motivo dei ·raragúay. -·
Que no podia admitir la distincion hecha entre Ia ocupacion de la República Ar-
gentina y dei B_rasil.
Que la República estaba dentro dei territorio adjudicado por el tratado de alianza,
y de consiguiente suyo, ai menos para el .aliado, y para todos, mienfras no resolvieran
otra cosa estos acuerdos ó el fallo arbitral.
Que la República no teriia como el lmperio reconocida su déuda por parte del
Paraguay, y aunque no fuese mas que por esta razoo, esa ocu pacion apareceria j u sti·
ficada.
Que la ocupaci~n, en fin, de la Rep1í.blica Argentina era rio de por medio, mientras
que la de las fuerzas brasileras pesaba sobre el territorio habitado, en la capital de.l
Paraguay, y no podia menos de tener una influencia ilejílima en la direccion de
los negocios.
La resolucion de mis adversarios no se alteraba, sin émbargo, accediendo solamente
á declarar en principio la desocupacion en cualquiera de las dos soluciones que
triunfase.
El debate se prolongaba inútilmente, y no ju~gando oportuno dar por terminada
la negociacion en este terreno, cerré la conferencia dicidiendo :
Que sin abandonar mi punto de partida, ni mis exijencias en cuanto á desocupacion
y reduccion de fuerzas, convenia en que la base quedase redactada en la forll) a
siguiente:
cc Quedó en consecuencia convenido que en el caso de .entenderse entre si lél Re-
pública Argentina con la del Paraguay, sea fijando por transacion ·la linea definitiva
de límites, sea sometiéndolos á un arbitrajei la desocupacion lendria siempre lugar'
en los términos que se estipularian en los protorolos respectivos. >

e
05

CoNFEllENClA DEL '1-0 DE 1\1Aro.

AI terminar la conferencia dcl 4·, habia sido Íi1vilado por los plen.ipolcuciarios
hrasileros á presentar lambien en esta el proyecto de lransàcion.
La nueva conferencia aparecia, pues, con el car'ácler de definitiva .
. La transaccion era ·el deseo dG todos, y llel Emperador mismo, segun. el Sr.
Paranhos. 6 Q1:1é podia obstar ai ·lmeu desenlace, si llegábamos á cn[entlcr-11os
sobre límiLes el Sr. Sosa y yo ?
Sirndo posible,. sin ernbargo, olra cosa, me propusc haccr decisiva la conferencia,
presentando à lei vez los proycclos de las dos soluciones. ·
Como transac~ion propuse en el Chaco una Iinea que comprendia para la Hepú-
blica Argentina la Vi lia Occidenlal con un lerrilorio adecuado, reconoci~ndose ai
mismo liempo su dominio sobre la isla dei ·cerrilo; - y como regias dei arbilrajc,
entre otras, que dicha 1sla seria desocupada y entregada á la Hepública, luego de
firmado ·en Hio el convenio que lo eslableciese. (2)
Antes de leer los dos proyectos recordé en general lodos los antecedentes de
la mision que me habia sido confiada.
Manifesté que la desocupacion que ahora se pedia e1~ una como en otra base, no .
era un hecho nuevo.
Que siempre se bahia hablado de la dr.socupacion sin exijirse perfeccion co11-
slitucional en los convenios.
Que esto mismó .era lo dispueslo por el acuerdo de ·19 de Novicmbre, . tantas veces
invocado; - pues alli se decia cc <lespties de celebrados los tratados >, lo que nu
significaba la sancion definitiva.
Que en la negociacion Mitre se habia ido lodava mas lejos por el gobierno argen-
tino, pues se prelendió la desor,upacion en todo caso, con tratado ó sin ellos, ha bi-
éndola· prometido el Brasil en uno y olro, sin mas que someter la desocupacion çn
cI segundo á nuevo acuerdo.
Conlrayéndome en seguida á las proposiciones, espusc, respeclo de la primcra.
Que el gobierno argentino ninguna transaccion aceplaria · con la entrega de Lt
Vi lia Occiden ·al nwtu proprio ai Paraguay.
Que esta entrega importaria un conlrasenlido ante d lralado de alian.za, la hiiilo1·iu, .
los documentos y antecedentes de 1~sle negocio.
Que el lratàdo de alianza la habia proclamado de la República Argentina, como
Ioda la marjen derech~. dcl rio ~araguay hasla Bahia Negra, y que la historia de w
J'undacion, posterior al ano 10, corro bomba csa proclan?i.lCion. ·

(2) Habiendo sido. una de estas proposiciones convertida en tratado con alguna s variaciones, no rnc crco co n
clerccho ;t clctcnninarfa de ot.ro moclo, ~ntc s r1uc se pub1iquen ofllcinlmeutc los clocurncnto:f.
... ()

)
66
Que fuera de eslo existià.i;:i razones de otro· género muy poderosas que impedian
anÍbár"á una ·transaéion por· Ia ·cesion al Paraguay de la Vi lia Occidenlal.
Que á la posesion de la ViVa !3Staban ·hoy vinculados grandes ·inlereses. de eslran_
geros y argentinos, que debian .ser atendidos, y que el Sr; Sosa bahia confcsado no
podrian serio por el Paraguay.
Que la posesion de. la Villa por la Hepública Argentina era la única garantía que
ella podia tener de la navegacion de los rios Pilcomayo y Bermejo, delanle de una
nacion que•poseia Humailá, y que podia pretender enclauslrarse de nuevo, si no era
feliz en su actual camino de liherlad.
Que en la Villa la República Argentina no arnenazaha á nadie, sino que soslenia
los inlereses del comercio dei ·mundo, y el gran principio de la navcgacion de los
rios....,... por ella sieinpre defendido, hacieudo posihles nucvas colonizacioncs con
provecho dei Imperio ·y de las dos Hepúblicas. ·
~ Hespeclo de la segunda, y senlimienlo de dcsconfianza que se habia rcprochado á
las regias dei arbitraje, repeti:
Que si la desconfianza era un , hecho, debíamos esforzarnos por deslrnirlos con
olros hechos.
Que en lodo caso de parle dei Brasil tampoco se habian escaseado ni i::,e cscúseahan
los actos de desconfianza.
Que era obedeciendo á, ese : sentimiento, que no estando pe1·fcclos los aclos, no
11úeria el Brasil desocupar el Paraguay, ni la isla del · Cerrito.
Que este senlimien.lo aparecia todavia mas pronunciado lralándose solo de la isla
dei ·Atajo en el arbitraje, cuyo_ domínio r.econocido, ninguna _allerac_ion podia ya
su frir' dei fallo.
Que como estos podian citarse muchos otros aclos de desconfianza ;· pero que rrli
ruision no tenia por objeto ahondar estos sentimientos, sino l)Or el contrario, hacerlos
desaparecer.
. . .
Agreg·ué 1ue en el caso del arbilraje la exigencia de la isla dei Alajo tenia. por
causa eficiente la lójica del derecho y la dignidad de la Hepública Argentina.
La lójica, porque si al enlrar en el .arbitraje se . apartahan de toda discusion los
lerritori.os del sud del Pilcomayo, en favor de la Hepública Argentina)· no podria corn-
prenderse la demora en ·ia entrega de la isla, mucho menos por una polencia desinte-
resada en su domínio.
La· dignidad, porque ella se·amengua siempre que se. eluda de la buena fé de una
nacion, y eslo era lo único que aparecia delhecho de rehusar la entrega, aun despues
de acordar las dos partes interesadas un arbitraje formal.
Manifesté, en conclusion, que mis inslrucciones me inhjbiai:i lralar dei arbitraje,
sin la entrega de la is la, luego de firmado en Hío el convenio.
Que cuándo hombres de Es(ado screunian para concluir ·una ncgociacion, clebian
tener en vista objectos prácticos, y·no perseguir enleramente quimeras;

f
67

Que por mi parte si hubiese previsto Ias dificultades que ahora se hacian, habria
aconsejado el no envio de la mision , porque á.los grandes intereses del Brasil·y·Rio·
de la Plata era preferible continuar como antes, á agregar á los ofros este nuevo fra-
caso que mantendria la inquielud de los .ánimos y de] comercio.
Que mis honombles cólegas, sin embargo, podian estar seg·urcis que yo volveria con
las manos vactas, antes que ser portador de un acuerdó _çualquiera, que hubiera
dA desaprobar mi gobierno 6 rechazar el congreso.
Habia mostrado todas mis armas ; habia vaciado mi saco en presencia de mis
adversarios; y lo bacia intencionalmente.
No era con los procederes de una negociacion comun que podia ya esperarse
resultados .
.El Sr. Sosa era !.ornado de improviso por la transacion en los términos qúe yo
la proponia: era de la transacion que sus instrucciones le ordenaban ocuparse : la
lransaccion era tambien lo que parecián prohijar hasta entonces los plenipotericiarios
brasileros.
. ' '

EI ·Sr. Soza empezó por preguntar si debia considerar Ias dos proposiciones al
mismo tiempo ; y á. mi respuesta afirmativa, tomó decididamente la palabra y dijo:
Que debia repetir en general que la desocupacion, total ó párcial, nunca seria
para el Paraguay una causa del rompimiento de la negociacion.
Que respecto de la transacion encontraba un pequeno obstáculo en que se pro-
yectase lahnea divísoria por el brazo del Pilcomayo frente á la Asuncion) que no era
11avegable como el que afrentaba á la.Villeta.
Que prescindiendo, sin enibargo, de este detalle declaraba que de las dos bases
prnpuestas oplaba por !ti transacion; porque ella presentaba la . conveniencia de
poncr pronto término á este asunto, quedando todos traiiquilos y sin temores para el
ful.uro. ·
. Que comprendi·a que el contrabando que se hacia por la Villa Occidenlal con
perjuicio dei Paraguay podia ser combatido por medidas íluviales.
Pasando en seguida á la base dei arhitraje_, hizo algunas observaciones lijeras contra
sus regras y concluyó nuevamentr, dici endo que por· Lodo cllo, y vistas las mayores
d i ficultades que prcsentaba esta solucion, persistia cn creer que la mas coiwenien te
de las dos era la de transacion.
Todo estaba, pues, terminado.
Si el representante dei Parag·uay acr-ptaba. la transacion l/[UJen tenia derecho
de . resistiria?
i,No habia aceptado el Sr. Paranhos la cesion que al terminar habi.a yo hecho ·da
la palabra ~l Sr. Sosa, como ai. único á quien cori'espondia dar la respuesta?
i,No le habia invitado él mismo á tomaria , espresando que para hablar por su parte
deseaba oirle primero ?
l,Al. empezat~ no habia declamdo termi.nantemenle e< que en cfecto compelia ai

,_ )
(í8

Paraguay resÓlvei; no cabielldo ,duda corrio lo habia dicho el ·plenipolenciario argén-


lino de qüe lo qu~ er Pãraguay · reconocies~ argentino, el Brasil no lo resistiria )) ?
· EI Sr. Par·anhos, sin embargo, despues de oir al Sr, Sosa,. to-mó ·Ja, palahra, y dijn
qne no le era posible dar un juicio inrnediato sobr~ las bases propn es las.
Que se limitaria á l.ijeras 'observàciones, á su respccto, esperando ri que cn olrn cm.1-
[erencia se pusiesen entemni.e1ite,
de acuerdo_·los plenipotenciarios paraguayo y ar-
gcntino.,
Que las bases de la · tran::;acion le pareci:rn cn pugna con lns cslipulacioi1Cs tkl
1.ralado de ali.anza, las cuales suponian 1.a ig·ualdati' énl.rc los aliados, cs.lendd·ndos<\
l.ngamente sobr'e este punto·.
Que el. Sr. Sosa no ;habia manifestado s·i,no una opi.nion individual, pucslo que ai
mismo Liempo decia que sus instrucciones no lo aulorizaban.
EI ~r. Sosrr tomando entonces la palabra, rcpil.ió e< que acrplabil la lran sacc ion .. .
porque ai Parag·uay le convenia ) y que esta no era una opinion privada ;"ino dr
ministro.
La conferencia se suspendió en este estado por deber de cortesia para co n los Srs.
pl enipoleneiarios dei Br::isil , qne rnanifeslaron necesilar de li.e mp.o para reíl ex ionar .

CoNF EnENCTA DEL 19 DE MAYo •

• _ .. -4...

Los Ii.onores -~dc la l)'iscusion cn esta conferencia cran de los Srs. plcnip ólen cinrios
brasileros. (~) '·:. ,
Dcspue~ íl? det.er111iná:dos por nü, corrijicndo anlcriorcs dcsignuciones, los límiles
tlcnli:o dc '.los cuales CP:lCdaria reconocido del domínio ele la Repúlilita Argentina· ai
t ~ rril~rio . tlc- ~; Vi:lla dccidenlal, el Sr. Vizcornlc de ílio Branco , pronunció un
larg;o ;discurso:
Manifestó que en la conferencia anlerioÍ·; sin oponerse habia dicho que ln lransa-
cion tal como se ofrccia, afeclaba el lralado de alianza, y otros acuerdos.
Que por su 'parte creia que era mejo_r so lucion e) arbilraje (1); pero que l.ampoco
la aceplaba como se habia propucsto.
·Que desde la conferencia anterior declaró qlle si el ParngQay rcconocia la Villa
. Occidental y aun todos los límiles del tratado de alianza como argentinos, el Brasil
no se opondria.
Que sus observaciones solo recacrian sobre la igualdad, con que _de biai~ .ser p_agados
los aliados, scgun el tratado de 'ͺ tle Mayo, bases de· Bu?11os Aircs cl ai1o 71, y acue-rdo
de '19 de l\'oviembre.
------'~---

(3) De e ; t,:1 cn nfprcncia no lrny protocolo, sino meros Hpuntes de $CCretnrios; porque hHbi énclosc' enc rgarlo nl
111ismo 8 r. L' nr:rnh os ile rcda.ctarlo elllimi11 a nd n lo que juzgasc conyeniente, ycom ign :míl o cu él cicrtati saln1da c.l1 ~ ,
no hi r.0 su trnbnjo ; ni ern p osibl e ya obligarlc :í. ello, p-ori a reaccion sobrev i11iente, que nias aclel:n1f-e esplicaré .
(4) Hasta entonccs él, y segnn él, el Emperaclor, crcian mejor solucion ln, tr:rn sacion .


Gfl

Que paraJa transacion prnycclaJa habiu neccsidad, dp dcflnit' hicn cl tcnitorio, y


r1ue esto era dificil lratándose d~ lugares ine.~plorados) y :mas..diflci·l baciéndolo po.r
1
un rio que rio era nlf!S q,ue: 1ma. pecgiefla. corriente. (5) .
Que cl arbilraje removia todas estas di ticultades. ·
Que en cuanlo ti las demorns de eslc proceder se salvarian fijando desde luego ' ra
rlcccion del árbitro, ·y plazo en que debia pronunc~ar su fatio.
' Que pasaria á hablar de las condiciones, ó regias puestas, ai arbitraje por el ple~1i­
polenciario. argenlino, si no se consideraba impertinente (etc).
l!~ntonces le fué obser".ado que la lransacion eslaba ya aceptada, y parecia inulil
ll rvar de frcnle las dos discusioncs, rcp.itiendo el Sr. Sosa ·por tercera vez que optaha
por la transacion. -
Durante el resto de la conferencia los plenipolenciarios brasileros ninguna resis -
1.encia hicieron á esta solucion. ·
Entre el Sr. Sosa y )O camhi.amos en s1r presencia varias líneas de límites, y fojos
de oponersc nos ayudáron á su mejor dcterminacion.
EI Sr. Vizconde de Caravellas llegó hasta decir, que esa habia sido siempre su
n11inion, de que cl terrilorio de la Villa debia corlarse y repartir-se. (6)
Los plenip.otenciarios brasileros limitábanse á pedtr que el tratado fuese un docu-
111nnlo a parle consignándose en el protocolo .que ellos no habi:rn aconsejado semc- ·
j:111lc solucion.
Para l.erm'inar, propuse entoncc~ que cl Sr. Sosa ·y yo estubleceríamos _Jos ·.~: H·r:riiles
co nvenitlos; que de ello daríamos. noticia para el protocolo á los plenipqte,-i:i~i~rÍQs.
lirasileros; que el mismo Sr. Paranhos se encargaria de su redacciob,; para h~.c ~ r ... ·
l 1s salvedades que descaba, y eliminar lo inúlil. ..•. - .·· .· .·,
Aceptado todo, cl Sr. Paranhos me pregunló qué resolvíamos sÓLre fa, Ócupaci Q.11 ·
lnmec~ialamente prnpuse la siguicnte eslipulacion en el prol~colo. ,, .... · . · · !. , ..··
( C Las fuerzas brasileras desocu parán el lerritorio dei . Parnguay, dentro deAr,es mes,es

d . ~ canjeadas las ratificaciones del lralado. » '..: . ;_ ·:. :·-·


A que agregó el mismo Sr. Paranhos, _la siguienle frase: .."·
«De conformidad-con lo estipulado en el acuerdo de f 9 de Noviembre. )) (7) •·
La repugnancia de Los plenipotenciarios brasileros al tralrado era indudable;
p1•ro delante de eslos hechos, lejüs, muy lejos debia estar, de temer I& resistenria
q11 c surjió depucs. ·
THATADO S DE 20 . DE MAYO.

El juévcs 20 de•Mayo nos reunimos parlicularm ênle el Sr. Sosa y yo en el Holcl


1k Estrangeros, y poco despues estttba acordado cl tr·alado de lfmites, del cual se

(:"1) Se tra t.aba del Arroyo Verde sefialaclo por mi como Iímite.
(G) E! territorio acordado á la República Argentina pnr cl tratado celebrado con cl rnin:stro Sozn., es menos qnc cl
1111c tenia asign,tdo el D epartamento de la Villa Occident 11 bnjo la dictntura de Lopez. .
(í ) Todo es to consta del uonad or que qucidó e11 1:1 mcrrn, del minist.c ri o·de ncgocios cst.rn:ngeros, cscríto de mi.
! 11 .l ny lcl:rn ,
70
envio al Sr. Paranhos lu copia prometida, de . puüo y lclra del Sr. Sosa" y una con-
veÍ1cion adicional de ·danos.y. perjuicios que debia conservarse separada. ·
El .mismo 20 sup_e . ~.!1 ~a.sa del Sr. Mauá qtJ.e. .el· EmpBrador fué lia mado por
1.e1egtama ese <lia y que habia tenido lugar reunion de ministros. '
EI 2.1 se pasó sin novedad, (8) habiendo parfülo yo para Petrópolis á las dos de
la tarde, de 'donde regresé inisp~radernei1te el domingo 23, por · senlirme en-
fermo. (9) ·
:
Llegadõ á Hio mandé ai oficial de la Legacion con el protocolo de la 3er. confe-
rr.nc.ia revisado y cotcjadD por los secretarios, en busca de la, firma de , los plenipo-
ú~ncimios brazileros, repeliendo que el tiempo urjía, porque regresaba el 2 de
fun~. - .
iEl oficial de Legacion volvió .diciéndome que ·hacia dos ·horas que los Seiíores de
R.io Branco y Carvellas estâban reunidos con el ministro dei Paraguay ; y poco
1 '
despues enlró eL mismo ministro, todo alterado.
Lo que este seflor me cont6, llenóme de asombro.
Los senor?s plenipotenciarios brasileros le habian echaclo en cara duramente,
segun él, haberse separado de ellos, apezar de las recomen.daciones de su _gobierno .
Le habian cíicho que cllos no habiai1 creido qu e lo cedido 1 la Rep(\blica Argen-
1.iná en la urtima conferencia era la misma Vi lia Occidental, sino una zona de tierra
á su espalda !
Qúe· tenía que retractarse de lo que habia hecho, porque ell.os no pôllian asenlir
á sernejante convenio.
'Que el arreglo de la deuda era contrario al t1'alado · d ~ alianza, y autorizaria á
los dom ás aliados á proceder lo mi smo. .
Que cn tal , estado de cosas, aun aprobado el lral~1do , tampoco podian desocupar
cl Paraguay etc.
El Sr. Sosa contcsló que ·.el traladg estaba ya firmado y sellado, y que aun sin eso
110 podia relractarse, porque él [o consideraba siempre de gran convenienci.a para
rn p~tria.
Del 23 al 28 los plenipoteríciàrios b.rasileros, guardaron conm..igo el mas com-
pl·l'lo silencio, ,interrnmpido solo por mis exi genciás de l.o.s protocolos 3 º 4·º, á y
. qu e constantemente se respondia que las ocupaciones del Sr. Paranhos, impedian
la revisacion. ·
Hablemos ahora del incidente de Petrópolis.
Es costuml?re de la Corte que luego de lencr lugar la recepcion official de llíl
rninistl'O, pasaeste á saludar á la ~mp e ratriz en San Cristobal.
No putliendo esto tencr lugar por hallarse lodm·ia cn Petrópolis, cruando fué á di cha
c.iurlad, rnandé á palacio al Offici al de legacion á deCir á. Su Magestad la Emperalri z
., (S) E n esa nmfiana, sin embargo, e! Sr. Ciir~ vell :1s qn.e no habia visitado e! Sr. S.)Za en sfote m~s es , ni síquie, rr
por la etiqueta, !e hi zo una viBita mny temprnno en qne le dirijió nlg unos reproehos amig1ibles pod1 aberse separnrlc
de ellos . , · · r
(\l) Mi vin,je á P etrópolis tiene un incidente, que en seguidlt referi ró, porque se relaciona estrechamente COI! la folti:
tle a tenciones qtie sin raz ou alguna se me Jrn. reproeh1do eon bl familia imperi tü. .

f. ' .•
--
71
. .
que deseaba con mi seflora prescntnrles .mis l'cspctos si nos fucra t1adb liacerlo sin
traje de rigorosa etiqueta, pnra lo que no habíamos ido. prcjJm'a<Io~. · ; ·- ·
S. lVL contestó que no. p0di1ncci bi rnos, . tJúf er~fermedad, creo, de la princesa; . pero ,
• • • ' 1 . 1

que el dia siguiente Domingo era dia de rccepcion jeneral, despues de rnisa.
Mi enfermedad, que se agravó, y me obligó <i rcgresqr el Domingo mismo de rna-
druga(la, impidió esta ceremonia.
En el pie de la sierra nos encontramos y saludamos con el Emperadur, que
volvia de Hio Janeiro. . \

El -27 .lenia lugar la fiesla de San Jorge, para la que SS. MM. habian venido ele
lirrne á Hio Janeiro.
Estaba yo en los balconcs de la Cêirnara de Dipulados pal'a pl'csenciar este acJo,
quando recibí un bili ele dei hijo dei Sr. Paranhos, <licie!J(Jo !JllC se anlici paba á pre-
venirme que S. ,M. .Cl Emperador y S. M. la Em pera triz habian ençarg:ad.o á su padre
avisari10s que nos recibirian en San Crislohal esse misn10 dia 27, 1i las seis de la tarde
ó' el 28 antes del baile. .
Me apresuré á contestar que iríamos á San Cristobal el 28 á las uchu de la noche ,·
si era del (lgrado de SS. MM.
· Hecibidos con la mayor cordialidad, . el Emp"eraclor trabó conversaciun co.nrnigo y
la Emperalriz con mi sefi~ra. ·
Díme por desentendido de lo que habia pasado entre los plenipotenciarios brasi}erns
y rninislr.o dei Paraguay, y relacion que con este suceso poclia, tener la reunion de
gabinete presidida por et Emperador. ..
Uespues de las frases de estilo en tales casos, anuncié á S. M. que la"'ilegociacion
c~ laba terminada, y que pensaba regresaT el 2 de J uni o.
S. M. continuó habl;ü1dome del Brasil, de los paseos que habia hechui -Y que podia
lodavia. hàcer. 1) •"i

Hecha la seiíal por la Emperatriz, despucs de media hora mas ó menos de é.onver'...
sacion, nos levantamos, y el Ernperador dispidiéndose dijo, hasta el baile, que era
esa misma noche.
y
En el baile acerc[ueme .de nuevo á saludarle, á una serial de senlarrne á su lado,
la conversacion recayó pJco despues sobre la negociacion.
Uijele por srgunda vez que regresaba el 2 de] entrante, y pedile su opinion rnbre'
el lrnlado hecho, que soponia en su conocirniento.
No le sorprendió mi pregunta, y al contrario, parecia esperaria, si n embargo
1
dclJeseo que rnuestrasiernpredeno tomar parte directa en los negocios. (10).
Su respuesta foé larga.
Habló, de los ódios que hay todavia enlre ambos pueblos; y que convenia fueran _
_co111hal·içlos por los hombres ilustrados ele uno y otro pais.


F (10) Así, el dia de mi reccpci9n, le dij e familiarmente que esp.e1"1ba conclufr en 15 dia ~ mi 1.11ision , y en" otros 15
r:o11ocer bien Rio Janeiro. Me contes tó qu e á su juicio tambien b:i.s t:i.bnn los 15 cfütE- E11tonces, agregué- En torlo
caso, si encontrase algunas clificultadcs, acudiria á V. M. Immeclhttamcntc, me repJ.icó con muclm cortesia-bastará
que cl Sr. T ejedor acuda al Sr. Vizconcle de Caravel!as, seíialánclolo con la 111at110. '


7'!.

. . . · J'o.có c,omn·. de u.aso. los seutimientos de. desconfianza que provocaban á armarse y
fortí6carse, menciona.nd"o con · t~l,ffià1jvo la i~:ila de Martin Garcia.
.t ! 1 '! u.
, . . , : Ent1 rand·~ despu-es·á conteslar ~ direcl~menle mi prcgunla, dijo que si debia coillcs-
l,arl<l; f.ra'ncamente, creia que cl lralàdo celebrado no seria aprohado, y que habria
~ido mcjor entender:se sobre el .arbilraje que rio ofendia .amor propio ninguno.
Me limité á conlcstarle sobre los ódios y Martin Garcia, qucdán~ome la convicciou
de que la reacéion operada cn los plenipolcnci'arios brasileros emanaba del Empc ·
rador mismo. '
Despidióse de mí c'on la mayor cor d ialidad dicienilo : Voy ti conversar _con olru,
v.orqu~e hace liempo nos ven juntos, y van á pensar que lenemos cnll'c rnano5 gra11- .
·., ·: .: ....l.les cosas, q1;1ando nai:la lenemos. .
1
· Í~l 2~ por l~ rnaFlana, habia yo recibido uua nola verbal dei Sr. Vizconde de Hio 1

, ~. r ~
Brànco, .pidi'éodome para el 29 una conferencia 'en la secrelaria de negocios cs-
• • •., : •... , .... :,.f' '

lrano·e·ros.
o. ' ' ·. "
... "Podo parecia rclac.ionarse entre sí.
·· . . ' El Sr ~ . Vizconde nada me coi"rló en esta conferencià .lle lu escena dei Dumi11go 2:;
·,' ..,con ef'· ~·'iríistro dei Pa.rn°·uav o Jl ni de la convers1cion con cl Ern11erador .
.... · Fiabló 'eslensamente de los inconvenientes que habia de que esla ncg·ociacion no·
·lúvicse un éxito aceptado por los dos países. ·
.. "Que la lransacion, como se habia realizado, no alcanzúia este result;ido.
Que ellos habian creidu en la última conferencia que la Villa Occidcnlal qul'daria
.,,._., :, :-5ieinpre para el Paraguay, concediéndose á la Repú.blica Argentina una zona á su
,..
• ' 1
espalda. •
Que el tratado que habia oblenjdo, nada v·alia, porque seria desaprobado.
Qµe me pedia pensar bicn lodo eslo, y optar por el arhitraje.
Que ol arbill'ajc conciliaba lodo, y ahora agregaria para facililarlo, como opinio11
suya, que todavia no habia consultado con sus cólegas, que en caso de que una vez
.,
· acordado no lo aprobase rl Paraguay, con fal que lo aprobase la República Argen-
tina, desocuparian y enlregarian la isla del Cerrito.
lJespues de obsenade que el error que invocaba er~ rnuy t>slráüo, porque él lenia 1
cn su poder cl borrador que esa misma noche se hizo en la mesa de negocio:- cslran-
geros, y en cl cual se daba terminantemente la Villa Occi<lental á la Hepública Ar- 1
0cnlina, lo inlcrpelé directamerite sobr~ el arbitraje. . 1

Maniféslele que por mi parte no podia prescindir de la entrega de la isla dei Ccr- 1
ri lo, luego de convcnido aquCl en Rio; y que si eslaba <lispueslo por la suyu ü 1

acepiar el arbilraje en los iérminos propuestos por mi, preferiria este arreglo al qu c1
. - habia oblenido, espueslo á conlingencias, que no se me ocultaban.
El Sr. Paranhos persisliú cn su ncg·aliva. .·
:. -Enlonces.agregué que me pedia un aclo de locura) renunciando ü lo que lcuia pu/
... } ut1a nu~8a negociacion sin ~esultado posible; y lo dejé amistosa~1enle .
.•
73
l '

DESPEDIDA. .,

Yo hahia ido á Rio en una mision especial. .


Estaba autorizado para suspender, y aun no iniciar la negociacion, si veia que sobre "
las hases dadas seria imposible arribâr ci un resultado cÍefini li vo, - _pudiendo regresar
1ibremente sin mas que un aviso _anticipado. · ·
No tenia por consiguiente carta de retiro, ni deber de esperaria.
Podia, era libre de ensayar una audiencia privada dei Emperador, si así lo creià
conveniente, pero no faltaba á ningun deber diplomático, ni de cortesía, escu-
sándola.
La cortesía estaba llenada satisfactoriamente con mi visita á San Cristóbal,·y con
la que dos dias despues hacia el resto de la legacíon, con moti~? de riuestro regre.so. ·
La audienc'ia privada sin la presentacion de carta de ri;itiro, queclába · sin. objeto,
dcspues de la conversacion dei Casino, y conferencia coo el Sr. Paran~os: . . ' ·
Estas aproximaciones á los soberanos, en momentos inoportunos, pueden fener
adernás sus inconvenientes, como se ha visto mas de una vez.
·si ellos no quieren conversar de negociacion, se refujian en su carácter ·c on-
sti tuéional. ·
El emperador, por otra parte, es como homhre un personaje estimable bajo todos
respectos, si hien en su calidad de tal crea deberse á lo que por aliá se .juzga buena
polític~ def imp~rio - 6 Por que tenclria la intencion de ofender.te con una des-
corfesía ?
Vuelto, pues, á mi hotel, despues de 1a conferencia con el Vsiconcle de Rio
Branco, reemplacé la nota que lenia hecha por otra, en que decia simplemente que
autorizado por mi gobierno para retirarme libremente, parti.ria e! 2 de Junio, que-
.. '

dando durante mi ausencia encarg·µdo interinamente de la legacion el Sr. consul


ge11eral.
El Domingo 30 de fyfayo me ocupé de despeclirme de los Ministros y pcrsonas par-
ticulares que me habian visitado, haciéndolo personalmente con algunos, entre ellos
el . Vizconde de Ri0 Branco, aun que sin encontrarle.
E! 31 pasé mi nota de despedida al ministerio, y en la noche rcceb·í rc~spuesta.
Mi de_spedida, como se vé, ·si no fué de congratulaciones, para las 11uc nci habia
razon, menos fué ab-ir-ato, para lo. que tampoco habia motivo.
Si yo salia descontento de la cilploarn1:ia hecha no lenia sino motivos de agracle-
cimiento, por las consideraciones que habia merecido.
Buenos Aires, Junio 18de1875.
e. Tm,Eoo1{.

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.l '. . . .. . • l .- .", .-.- ·. : ' • " . , r' . . .
Rectifica~ão e do llanif~sto tio S1•. 'l't•jed.-1• l•elos: '
1·el~1tn~ão
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.. .
1•len'ipote11cia1,.fos
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· b1·â·zileh·o,'!I. · .· : ,
i '!

''
N. 24.
1 •

: Rio ·de .faQeiro, 6 de Júlho de 1sn>.


1'

lllm. e Exm. Sr. - ·Ü' n1anifeslo do Sr. D. Carlos Tejedor, plenipn:ten.ciario da


Hepublica Argentina, sóbre a negociação em que tivemos parte como represen-
tantes, do Brazil, exige algumas reclificações e refutação, a que nos julgámos
obrig!idos em virtude do l1onroso mandato 1 que nos fôra confiado pelo• governo
im'.[)ei:ial.
O inemorandum j un Lo, que offerecerilos á consideração de V; Ex., satisfaz, a
nosso vêr, aquelle emprn,ho. Hogamos a V. Ex. que faça .publicar o difo documenlo,
si não houver nisso incónveniente e quando o julgue opporluno.
1

Temos.a honra de ren ovar a V. Ex. os protestos de nossa perfeita e,sâma e mais
~\La col~sidera~·ão .
. lllm. e Exm ~ Sr. Barão de Cotegipe, ministro e secretario de Eslado dos negocios
' ' .
estrangeiros.
V1scoNDE DE CARAVELLAS.
ViscoNDE Do Hro BRANCO.

MEMOHANDUM.

J.

· Os prolocollos firmados pelos plenipotenciarios brazi.leiros, a nota de -JS do mez


ulli~o dirigida ao governo argentino, o memorandum que a completa e as nolas
1rocadas nesta côrtê entre o ministerio dos negocios estrangeiros e o Sr. Dr D. Carlos
T'ejedor em 31 de Maio findo, referem fiel e substancialmente tudo quanto diz
respeito á negociação de que tivemos a honra de. ser encarregados , por parte do
Brazil, relativamente aos ajustes definitivos de paz .da Republica Argentina com a
do Paraguay.
Esses documentos habilitão o governo imperial e os representantes da Nação
Brazileira para julgarem do nosso procedimento e da politica seguida pelos pleni-
polenciarios argentino e paraguayo. Nada .accrescent.-;triamos neste momento si não
fôra a exposição que o Sr. 'l1ejedor deu á publicidade ~m Buenos-Aires.
Sentimos a necessidade de rectiiicar alguns faclos, e apontar algumas proposições
do · plenipotenciarfo argentino, sem todavia acompanha-lo ' na serie de particulari-
dades que elle julgou proprias de uma exposição - ~iploniatica, e que ou não têm


iG
imporlancia na apreciação de tão grayes assumplos irílernacionaes, ou nos obrigarião
.'. 1 •

a uma discus~ão ingrata, s.i P.re.lerdésse'rrio,3 contesta-la~. .,


Fóra dos documentos aulhenlicados pelos encarregados de qualquer negociação
diplomalica, lodos comprehendem que não ha sinão o testemunho de cada um dos
negociadores ,sobre factos ou incidentes , da~ '.conferencias que não parecêrã-o dignos
de menção, ou forão omillidos por commum accôrdn.
O Sr. Tejedor firmou tres protocollos; ·o ultimo na manhã de sua partida, por
esforços que para esse fim fizerão os plenipotenciarios brázileiros. Esses p~otorollos
supprem, em grande parte, a perfunctoria exposição do negociador argentino;. e si
este :não houve!-'sr- preferido romper ou truncar a i;iee;ociação, COf!IO' o fez, a' historia
fiel. e authentica do que se passou nas ultimas conferencias e todo o pensamento do
1 • ' [

gorerno imperial Ocarião franca e precisamente expressos. Os factos e opiniões nfo


poder,ião ser agora contradiclados, ou vistos sob uma luz diversa, como apparecem
Jíla exposição do Sr.· Tejedor, que fundou-se em meras conjecturas ou informações,
algumas das quaes elle é o primeiro a desaulori~ar.
A ·nar.ração do ,que não foi prolocollisado, e, ainda mais, do que se disse em
conversações particulares, seria um aclo sempre perigoso, ainda que os eslylos 'diplo-
maticos o .permil.lissem, quando essa tradição reveste a fórma de um documento ·offi-
cial e se apresenta_ao publico como affirmalivas de pessoa tão caraclerisada ·~ ·sobre
similhante terreno a discussão não tem base mais segura do que a fidelidade de
memoria de cada .um dos depoentes, e na melhor boa fé podem estes s.er induzidos
em erros e illusõcs, que offendão seu melindre e prejudiquem os altos interesses, que
forão chamados a discutir e resolver.
A prudencia aconselhava que o plenipotenciario argentino, ainda que pudesse .
não confiar na boa vontade com que os do Rrazil entrárão e proseguião ·nessa nego-
ciação, , désse tempo e opporlunidade a qne elles expuzessem os inlentos do seu
. µ;overno. Então, qualquer que fosse o resultado da negociação (e riem todas terminão
·por um accôrdo ), tudo estaria hoje bem patente e regisfrado .
. '. Mas o plenipote.nciario argentino não permittio que, ao menos, se redigiss~ o pro-
locollo da 4. a conferencia, e entendeu que só ,elle linha o ' direito de pôr ' l~rmo a
uma negociação em que aliás erão . interessadas tres nações. D'ahi o seu manifesjo
ant~~s da publicação dos documentos officiaes, manifesto em que o autor confiou ele·
rnasiado em sua memoria e enunciou juízos, .que tr.ria de retirar, si ouvisse em
tempo os plenipolenciarios brazileiros.

ll.

Figura o Sr. Tejedor'\1ma opposição systematica da parte do Brazil ás_pr.e,te.nções


do governO '"a'f'g..e:u.tino s,obre os limites do seu _paiz COJU,.a..,&e.ptrbiica do Paraguay. Os
prolocollos assignados manifestão o contrario;, offerecem prova inequívoca das arn i -
gaveis intenções e da prudencia dos·negociadores brazileiros.

' ·~ 1< 1

Dando como não existentes os prec8dentes dos governos alliados, concernentes aos
ajustes de paz com o Paraguay; ·consideran'do que as bases preliminares negociadas
em Buenos-Aires., no anno de 187·1, e o accôrdo de 19 de·Novembro de 1872 apenas
podião.;se1· citados como documentos ·bistoricos, 'o plenipotenci~r.io· argentino tendia
a revive.r questões já findas, a ob'lite~·ar todas as normas preestabelecidas entre os ·
ali iados para aquelles ajustes .
. - O Sr. Tejedor difficultava assim, em vez de facilitar, a negociação que elle qui-
zera concluir, si fôsse possível, em 24 horas.
Allega o plenipotenciario argentino os precedentes mais immediatos á sua missão,
a
os que se 'referem esla especialmente. .
Taes precedentes, quando invocados pelo Sr. Tejedor nas conferencias, forfio-Jhe
contestados, porque S. Ex. da\ra como assentadas condições que não tinhão sido
ncceítas pelo governo imperial, nem pelo do ·Paraguay; excepto nos lermos que refe-
rem os protocollos e as notas trocadas entre os tres governos . .
Os antecedentes, em sua. exacta expressão, dizem que a questão de limites da Re-
p11hlica Argentina com o Paraguay se poderia resolver oti por uma transacção, adop-
lando-se a linha do Pilcomayo, ou por arbitramentq, li mi lado este á Vi lia Occi-
dental; e, quanto á desoccupação militar, que esta não seria obstaculo serio, dese-
joso como estava o Brazil de retirar suas forças do Paraguay.
Jt isto o que consta
da correspondencia official, que as e artas particulares diri-
gidas ao encarregado de negocios interino do Brazil em Buenos-Aires não contra-.
dizem. Oppôr á ' fé de docl!_mentos officiaes meras manifestações que por acaso fizesse
o Si'. Tejedor, em suas entrevistas com aquelle agente diplo matico cI·o Brazil, não é
de certo exhibir uma prova que possa desvirtuar o procedimento do gov.erno
imperial.
O proprio Sr. Tejedor, não obstante as impressões que anuviavão seu espírito nos
momentos em que escreveu o manisfesto, a que ora se responde, confirma a bôa fé
e lealdade do Brazil. É 'S. Ex. quem dá testemunho de que o governo imperial, mais
ainda do que o argentino, se mostrava empenhado ' em vêr resolvidas pacifica e amí-
gavelmente as questões subsistentes com o Para guay. e por causa <lo Paraguay.
•, ,

ccQuando o governo argentino (são palavras lex'tuaes do Sr. Tejedor), màllograda a·


missão do general Mitre, decidio recolher-se em si mesmo, deixando ao tempo f~zer­
lhe justiça, o governo brazileiro não podia fazer o mesmo. Já pelos tratados Cotegipe,
já por seus interesses proprios, mantinha em territorio paraguayo fortes divisões,
·uma naval e outra terrestre, que causavão_-lhe consideraveis despezas, sem contar os
compromissos que este mesmo facto · podia acarretar-lhe em paiz constanteme11le
convulsionado.>>
Concluo s. Ex. este período do manisfesto com o seguinte ju~zo: «Similhante
situção era 1 e é, ínsustentavel para o Paraguay e para o Brazil. »
Comquanto as forças do lmperío, estacionadas no Paraguay, j~ estivessem muito
reduzidas, :'r1ucllas palavras do plenipotenciario ·argentino demonstrão que não havia


, ........
' r • '

.
_.,./ ~··
./'
empenho da parte do Brazil eJJ1 --1oánter o statu quo, mas p9sitivo interesse, como
sempre o manisfestou 1 eJTI retirar suas forças.
· Logo, .começar por abi, como preternlia o Sr. Tejedor, a ultima negociação, era
pôr em duvida o que estava por elle proprio reconhecido; era estabelecer o corollario
antes das premissas de que este devia derivar: não era dar exemplo da franqueza que
se esperava, e nunca faltou, da parte do Brazil, o deixar de mostrar desde a primeira
conferencia o que o Sr. plenipotenciario argentino chamou suas armas, isto é, as pro-
posjções argentinas atlinentes ao assumpto principal de sua missão, a questão de
limites.
Si nisto houve a habilidade de que se applaude o plenipotenciario argentino, os
do Braúl não têmde que vexar-se, porque acceilárão a discussão que provocou quem
clevêra le'r a palavra em primc~ro Jogar, attenl_o o objecto dessa reunião diplomatica.

III.

As proposiçoes do plenipotenciario argentino, ácerca daquelle ponto capital e


prirnario da negociação, erão, como S. Ex. o confessa, uma v~rdadeira sor-
preza para o governo imperial. S. Ex. o diz nestes termos: cc mas não devia
cc occullar-me que convinha preparar sobre ellas (as novas bases) o governo br a-
zi leiro, a quem ião sorprender. E, com.o si não bastasse para arredar do .Brazil
>)

a responsabilidade do máo exito da nova missão argentina, aquella notavel re-


velação, accrescenlou o Sr. Tejedor :
« Tão pouco podia occultar-me as poucas probabilidades de exito com taes
( bases. · ,
« Aflm de atlender ao primeiro intuito, manifestei · ao Sr. Fleury a verda-
cc deira situação das cousas, pedindo-lhe que . désse conhecimento disso w seu
. ' .
' governo.
e< A respeito do segundo ·ponto, remettendo ao Sr. presidente a minuta das

« instrucções, lhe disse, por um bilhete, que com ellas considerava quasi certo
(( o máo e:Xito, porém que de lodos os modos era um dever de patriotismo
· cc tenta-lo. ))
Não se põe ein duvida que S. Ex. tivesse em vistas attenuar a sor·preza,
manifestando ao encarregado de negocios do Brazil em Uurnos-Aires a verda-
dei'ra situação das cousas; mas fê-Io de um modo generico, e com referencia
á desoccupação; não descobrio o conjuncto e a natureza de cada urna das
clausulas que forão additadas ás bases primitivas. Estas são: solução definitiva
pela linha do Pilcomayo, ou arbitramento limitado á ViJla Occidental ; des-
occupação em ambos os casos, total ou parcial, em prazo mais ou menos breve.
A posição dos plenipotenciarios brazileiros foi franca e firme desde o primeiro
dia em que conferenci<frão com o Sr. Tejedor, i\Qx,iliari<lo na fórma do accórdo
)
r ; "" 1 78' ! .' 1 ! ;

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' ~ '" ' i " ",~~· · ~ -...... .... .. ~ .... ... - .. • ; ~- : . 1

·de HJ de . Noven~bro .de 1872 ; quanto r~5~P. ... poss~vel, o ajLLsle de lirniles
entre, :a Hepubliea argentina e a do P~r.aguuy ; serião <:oop_eradores como alli~Uos,
e não parles, nesse ajuste; qqe inter~ssa~;i á soberania ~ · direito territorial das
Juas Repu-blfcas; darião seu juizo quando as duas partes inleressad~s o lornassein
1

·opporluno, ·mas , não procederião co.mo arbilros, ou com a iniciativa que ' lh es
queria allribuir o plenipotenciario argentino.
oEsle .exigia que os plenipolenciarios brazileiros se considerassem parles na
quest~o de limites; qlie dissessenl francamente- sim ou não; que acceilas~em
a responsabilidade do que. se fizesse ou deixas.se de fazer . Felizmente, os pro-
locolkis assignados confirmão . estas asserções.
-É ;natural q1rn o g0verno imperial lenha juizo feito sobre os direitos que
allegão a Republica Argentina e o Paraguay ao tenilorio do Chaco, ou sobre a
. transacção que lhe· pareça. mais justà-; absteve-se, porém; sempre de tomar uma
lal ·iniciativa, deixando-'a ~s duas parles interessadas, reserva~do para ' si · o · paprl
de mediarlor consrienc1oso. ''

IV.
1'

' 1 '

~ injustiça .que, sem o qu~rer, faz o Sr. Tejedor ao governo brazileiro, ·e ·aos .seus
rr.presentantes na Assumpção, Buenos 7Aires e Rio de Janeiro, o attribuir-lhes are-
sistencia qne o governo paraguayo tem posto á fixação d.os 'limites do Chaco.
O que seria das boas relações entre os dous. Estados, si' o · governo imperial e
seus agentes, deixando-se dominar por iguaes prevenções, não fossem discretos e
prestassem ouvidos credulos a tudo quanto lhes tem sido referido de orgãos ou
agentes officiaes do governo argentino em relação ao Brazil? !
Desde os primeiros actos do estabelecimento do governo provisorio, desde a pri-
meira nota da çommissão parag·uaya enviada a . Buenos-Aires para rsse fim, aQuella
opposição revelou-se; e não se limitou ao territorio da Villa Occidenlal, mas ao de
~lissões, á ilha do Cerrilo, e a quasi todo ÓChaco.
Quem representava o governo argentino en1 Assumpção, por esse lempo, pó1.le
alteslar que o e~-governa.dór Rivarola este.ve a ,pont'o de r~nunciar o se11 ·cargo para .
não firmar o accôrdo preliminar de paz de 20 de. Junho de 1870, pelo qnal o Para-
guay acceitou em geral as condições do tratado de alliança, salvo. o direito de pedir
modificações quanto aos limites.
A memoria do Sr. Tejedor lhe foi infiel em affirmar que o plenipolenciario bra·
zileiro, que assistio ás conferencias dos alliados em 1871, indicou varias vezes a
conveniencia de reduzir o limite da Republica Argentina ao Pilcomayo. Os proto--
collos das conferencias de Buenos-Aires dizem exactamente as opiniões manifestadas
sobre a inlelligencia do tratado de alliança a respeito dos limites.
Sustentando a intelligencia que foi depois objecto de larga discussão entre os
dous governos, o plenipolenciario hrazileiro conseguio que o Sr. Tejedor acceitassc

7'J

a norma ·que lhe indicavão os seus collegas: S.rí de passagem, e~ com_o observa1;ão .de , • ·, · 1
ca~acte1· parlicular, que por isso não_joj-tránscriplét uu:, pruwcollos, o pl1~uipotencial'io
bçq~ileiro allegou o que ouv_i,,~á"'úrn 'ésladísta muüo ccimpetente da Republica Ar-
1

ge~tióa, segundo o_quar;(sla se éonlentaria com . a linha·do Pilcoma.yoi.·deixando -o


·m.ais á Bolivi,a, 1)à~a facilitai' o ajuste :ae·seus IÍmites r.orn esta do lado' d11 Tauija e
c;>ran. Essa observação teve por finí facilàar o accôrdo ' a qúe repugdava o Sr. Te-
jedor, a despeito da declaração que 'fizera· o ·governo argetitino quando océuppu a
Vil.la Occidental. · .,.
N~o' é predso que contestemos a informação inexacla que se .lê no rrianifeslo, quanto
ao . procedimento do Sr. Visconde de Araguaya em Assumpção . Não era ·possiwôl
que esse diplomata brazileiro dissesse ler Ó Sr. Marquez de S. ·Vicente deixado de
cump,rir as ins~rucções . do seu _governo, que aliás approv<:fra plenamente lodo o , seu
procedi.m~nto no accôrdo de 19 de Novembro. São effeito de informações inflei!', ou
d~ palavras mal entendidas, tão graves asserções do Sr. ministro argentino. · 1 ·

.Nas ultimas conferencias do H.io de Janeiro, materia especial do manifesto . do Sr.


Tejedor; os plenipotenciari0s . brazileiros declarárão explicitamente ·q.ue não
serião mais · paraguayos do que os paraguayos ; que não poderião aconsdlhar nem
acceitar a responsabilidade de accôrdo que lhes não parecesse justo, mas que não se
opporião a qualquer nova concessão que tlzesse o Paraguay, uma vez que não fosse
contraria ao tratado de alliança; que era direi_to do Paraguay, si o quizesse, reconhe~
cer- totlo o Chaco até á Babía Negra como argentino. Nunca os plenipoten.ciario.'i
brazileiros tiverão outra linguagem ou pensarpe~to, como se mostrará quando
tratar-se da ultima _phase <la neg·ociação.

V.

E infelizme~1.te um preconceito invencivel na Republica Argentina o aÜribui~em .


.suas complicações com o Estado Oriental ou com o Paraguay á política do Brazil.
Não se e8ludão as causas natur&es de taes effeitos; esquecem-se os proprios factos da
política argentina. O Sr. Tejedor observa que ha no Paraguay estima pelo Brazil,
e não a julga legitima, e a essa influencia impu:a a reluctancia dos paraguayos.
É a mesma idéa da sua notà de 27 de Abril de i 872. Força é renovar aqui, rn-
piltamente, a contestação que isso provocou aos sentimentos brazileiros.
Si as nações pudessem basear sua polilica na gratidão que devessem esperar de
serviços feitos a outra, o Brazil estaria no caso de contar com as mais bcnevolas dis-
posições da parte do povo paraguayo 'e do seu governo, senl' que o tivesse procurado
· por meios insidiosos.
Arlles da guerra o Brazil mostrou-se defensor da independencia do Paraguay con-
tra Rosas ; e auxiliou-o em sua defesa. .
Nunca foi accusaclo de usurpações de terrílorio, col'no diz o Sr. Tejedor. As preoc-
cupacões de D. Carlos Lopez, que se manifesfarão de 'l 8f:>2 cm diante, ·não erão de

)
80
· ", . , , . . , ,l)rli,q. ,mas proprias do seu systema meticuloso, que o levava a interpôr· desertos ou
grandé~ 1dislan'ciàs ~ effn·e !'Í 1!vu:i vÍzÍ'l1h0b .' .
t;

O Brazil não pretendia então territorio de que n&o tivesse posse ou d0minio: ~ro­
vocado á guerra, não pretendeu mais, e depojs da guerra cedeu da linha do Igurey.
Fez mais o _Brazil: vendo a ruína moral e physica do Paraguay, resultado da fatal.
obstinação do seu dictador, logo que as armas alliadas dominárão a maior parle do
territorio paraguayo, promoveu a creação de um govern'o provisorio, com o fim. de
preparar~ regeneração social desse povo. ·
A ésse governo cedeu ~ sc, para os. seUs gastos de administração, a parte que locou
ao lmperio nos despojos tomados ~o inimigo na cordilheira de Ascurra; entregou-
se-lhe consideravel quanti la de de prata, que as forças brazileiras resguardárão das
mãos de aventureiros, que acompanhavão O"s exer0~t9~ alli_ados, e q~e perten.cia aos
templos da Republica ., R-s"quecernos então a~. d~predações que soffrêrão os templos
e as povoações de ~1iranda, Corumbá, Urug·uayàna) S. Bcirja e Itaqui.
O material da estrada de ferro~ que parle de AsS,umpção, e que pertenceu ao exer-
cito brazileiro, foi lambem cedido áquelle governo por cmprestimo, que quasi todo
está por s1~tisfazér. Outros .auxílios tem o Brazil prestado; e com . elle priücipalmenle
se .. tem achaJo o governo paraguayo para defender a . sua · capital contra repelidas
tentativas do espírito revolucionario.
Tem culpa o Brazil. de que a Republica Argentina não practicasse iguaes actos?
Oissemos que as difficuldades, de que tanto se queixa o ministro argentino, provém
dos·proprios factos do seu governo . Com effeito, o que se disse em nota de 1869,
ao occupar a Villa Occidental, não ~iscorda do que ora se allega? Então de-
clarou o governo argentino que a victoria não dava · direi(os territoriaes, e que rles-
occuparia aquelle ponto, si e logo que, nos ajustes definitivos de paz, o Paraguay
exhibisse melhores tilulos para o seu domínio. ·
Antes, quando se trratou do estabelecimento do gQvcrno provisorio, dizia o
· meslno g~overno argentíno que lodos os alliados devião ser generosos para com o
vencido, . que sahiria .da lutá quasi aniquilado.
O proprio governo argentino, na memoria ou relatorio do ministerio de relações
exteriores de 1874, deu publicidade á proposta do Sr ..,general Mitre para resolver-se a
questão ,do Chaco pela linha .do Pilromayo, não cOnsiderando que a Republica
Arg·entina possuísse títulos valiosos para ser-lhe adjudicado o lerrilorio ao nórlc
daquelle rio.
E, com taes precedei1les, admira-se o Sr. Tejedor de que haja no Paraguay reluc-
tancias naturaes a reconhecer a ViJia Occidental con]o territorio argentiiio? ! Admi-
ra-se tambem dos escrupülos de consciencia- do Brazil em não aconselhar nem
acceitar a responsabilidade de solução que não lhe pareça justa ou assaz justificada? !
A verdade, porém) é que á influencia . amigavel do Brazil se deve o estar essa
questão de liini_les reduzida a tão pequenas proporções, tendo já o Paraguay ·mos-
trado-se di~posto a reconhecer como. argentinos os lerritorios ·de Missões, entre o
Paran'á e o Ul'lilgaay, qtt·e os pàraguayos oceu·pcfrãô por longos a•wnos, o terrifo·rio do-
Chaco até ao Pi·kúmayo, e a: ilha do ·cerrifo, cuja perda· lhes era muito sensível.
Não se quer conhecer a nobreza e prudencia do procedimento d'O governo i:m-·
perial, nms os factos já fallão mui alto em seu favor, e o fuh1t·o ha de convencer o
·governo argenli110 de que não lem lido eru todo este negocio conselheiro mais amigo
do· qHe o· Brazil.

vr.

Não é preciso .enll'ar na averiguaçãq do que occo1Tcu parlicularm enle enlt·c o


plenipolenciario argentino e o uo. P~u·aguay nesta corte. Heleva. tratar já· d'o ponto
capital da questão, desembaraçando:...o . Jé todos os . incid~mtes que o 11odeião no
manifesto do Sr. Tejedor. . · ,
Logo que, nas confere~1cias, o S1:. plenipotenciario argentino revelou o seu peu:..
sarnento sobPe a questão de limites, offerecendo duas hases, úma de lransacçao,
oufra de arbitramento, os plenipot1~nciarios hrazileiros, como confessa o manifesto,
não quizerão dar juizo sem ouvir o plenipotenciario pal'aguayo, bem que a essas
bases viessem annexas clausulas relativas á retieada das forças brazileiras. Procedião
assim, não segundo a norma que pretendeu traçar-lhes o plenipotenciario argentino,
ruas coherenlernenle com a posição que julgárão competir-lhes.
Corno se vê dos prolocol1Õs, a solução defin~Liva proposta pelo Sr. · Tejedor não se
. limitava á linha dó Pilcornayo, mas cornprehendia a Villa Occidenlal, a . titulo <le
cessão ou troca dos gastos de guerra. A desoccupação, ou antes a retirada das fo1·ças
brazileiras, verificar-se~hia depois que o ajuste de ]imites fosse acto perfeito pelas
ratificações dos poderes r.ornpetentes .
A base do ªFbitrarnento, limitado ·á Villa O.ccidental, era acompanhada de co,11-
di9ões que o lornavão inexequível. O Paraguay, cujas rendas mal chegão pata suas
despezas, teria ·de pagar previamente as obras que o governo argentino tenha foilo
naqueUe territorio; seria; outrosim, obrigado a indemnisú os domiciliarios argen-
tinos e estrangeiros, que não; quizessem alli permanecer sob a jurisdicção
paraguaya.
Não se exigia a retirada de Lodas as forças brazileiras, mas as estacionadas na
Assurnpção devião ser igualadas em num ero eis que o governo argentino conservasse
na Villa Occidental; a ilha do C·m·ito seria irnmediatarnente desoccupada pelo
Braz.il ~ e entregue ao. domínio argentinb.
Era o impossz'vel para o Parag\iay, que nada podia pagar préviamente.
Era o i:rnpossivel para o Brazil, porque irnporla.vu uma offensa ao seu arnur
prnp~'Ío, na phrase do manifesto do Sr : Tejedor; uma condição !njuslificavel, dir-
se-hia com· mais exactidão, porqu e prescrevia a , des~ccupaçãn dà .ilha do Cerrito
em virtude .de um ajuste c1ue ern apenas acto dos negociudores, que poderia ficar
E, U
se
ecm_ effeilo como lanlos outros desta malf'adada ques tão; porque limitava as forças
Jmizileiras na Ass urnpção sobre uma base diclaJa pela . tlcsconOança · e não pelo
direito ou interesse comnrnm.
- Pol' qu e motivo a clausula da deso ccupa1;ão no segundo caso seria· lão diffe- .
rente ?
No prim eiro caso havia urna solu ção definitiva , mas o governo argentino 11ão
exigia qu e as forças Lrazileiras se retirassem antes qu e o ajuste :'ie tornasse u111
facfo consummado. No segundo , as clausulas prolongavão ind efi nidamente a occu-
paçfío argenlina na VillaOcciclenl.al, pelo impossivel que ex igião do P<lraguay, e,
não obstante, qu eria-se qu e a desocc upa ção, por parle elo Brazil, fosse prévia quai1lo
" li ilha elo Ccrri(o.
Toda a ques luo tle limites do governo argentino com o cio Paraguay é resolvida,
nfio pelo sl.ricto direito, mas por LransacçJo. Assim o lêrn declarado ambàs ns parles.
O !ralado de alliança não adjudicou lerrilori o.s., hem que o ·co ntrario afürmassc o
Sr. Tejedor ; e, ainda qu e assim fosse, o !ralado ntío cogitou elas ilhas; cELas fi-
câ.rão fóra daqnellus es tipulações, corno nas co nferei1cia~ de Buenos-Aires, cm '187'1 ,
foi o Sr . Tejedo·r o primeiro a reconhecer.
A proximidade de uma ilha a qualqu er da s marge ns de um rio nao a liga 11e-
ccssariam enlc ao domínio dessa rnàrge111. Exemplo bem fri sa nte des te pri11 cipio é
a ilha de Martim Garcia, que, es tando muito proxima da costa oriental, todavia se
acha sob o elominio de Buenos-Aires, de que a separtío muitas milhas.
Com o, poi s, vêr-se na demo ra da desoccupação da ilha , a:té qu e o ajuste do arbi-
tramento fosse plenam ente acceito pelos poderes co nslilu cionaés dasdqas Hepublicas,
um cl esar i:i soberania argentina? Dada a solução definitiva, ·ficaria lambem reeo-
11hec ida a ilha co mo argenlina; e si nesle caso podia-se ·esperar pela approvação
do ajuste, sem desar, porqne o mesmo. faclo mudar.ia de natureza na outra hypo·
lhese ?
Bem se vê que o Sr. Tejedor creava ml.1a difficuldade de melindre nacional para
si e para o goverllo imperial, porque uão queria o arbitramento, porque não queria
ceder a Yilla Occidcntal, nem motu propno 1 nem por !'orça de uma sen tença
arbitral .

Vll.

São lão nolavcis ·as revelações tlo Sr. Tejedo1· so bre seus intuitos a respei to da
Villa Occitlcnlal, que co nvém lransct·cvcr aqui lcx tualrn cn lc as palav.ras do manifesto,
co mo a mais eloquente resposta aos jni~o s injustos que S. Ex. enunciou so bre <.~
políti ca e diplomaci a tlo Brazil. ·
. « Eu me lwvia moslrndo , c111 largas conversações com o Sr. Magalhães, accessivcl
a lrnnsacçãu com perda tla Villa Occidenlal ; um a vez qu e o Brt1zíl tlcsoccupassc,
~-·

total e immedialamcnte, o Parag11:1y, ·désoccupando igualmente a ilha. elo CciTilo e


enlrogando-a tarnbem sem múis demora 1:i- Republica Argentina.
i:.c Procedendo assim, sabia que pedia ao amor-proprio um impossível e qu e islo

· me livraria sempre da ent reg·a da Vi lia Occidenlal.


cc Na bypothese de que rneu calculo falhasse, via na desoccupaçfto por esse modo
Lacs vantagens, que l.eria recebido o rernltado com a dôr do homem de Estado
(que não é corno as dôres conmwns), pol'érn com consciencia de haver, ainda
nssirn, servido á minha patria.
cc Demai s, tinha eu, dada essa evenl.ualidade, que discutir os direitos de posse
e propriedade elos povoadores e a indcmnisação a.o gove rno argentino pelos gas tos · ..
feitos na Villa.
<< Como ministro de relações exte l'iores, pois, es tava sempre em minhas mãos a

só lução que no ultimo momento tivesse por mais conveniente. .


« Devo .accrescen"tur aqui que Ludo isto era comrnunicado ao Sr. presidente
Sarmiento e approvado por elle. » .

Evidentemente o plenipolénciario argentino não pretendia devolver cm caso algum


o domínio da Villa Occidenlal á 11epublica cio Paragu::iy. S. Ex. tinha o arbitra-
mento como uma solu~·ãu irnposs ivel, allcnlas as clausulas em que o 01Úolvêra.

VU 1.

Apreseiitada.s as duas bases de so lução , formuladas pelo ministro argentino, coube


a palavra ao Sr. plenipolenciario paraguayo, que , acceitando uma e out.ra, fez
ohjecções ás clausulas do arhilramcnló, e. dcc larnli que a outra base lhe parecia
preferível corno solução definitiva, mas que não a podih acceila1· sinão como o.pinião
sua individ1.wl, porque não eslava autorisaclo para essa transacção.
JGcerto, como diz o. Sr. Tejedor, que os plenipolcnciclrios brnzilciros lambem
p.rcferião a solução definitiva·, uma vez que esta fosse accordada sob condições razoa..
ve is e conformes ao tratado ele alliança. Nào é, porém, exac to que ::ilguma vez in-
vocassem (e para qúc? ) o nome de Sua Magestade o Imperador, como ncst.e e cm
outro logar o affirrna o Sr. Tejeclor. .
Não podião, porém, os plenipotenciarios brazileiros deixar ele offerecet' desde logo
sé ria s ponderações con tra a permuta que dava a . Villa Occidcntal li Republica Ar-
gei1,tina pela renuncia dos gastos de g·uerra. Essas objecções clcrivavão do principio
de igualdade es tabelecido pelo tratado de alliança, quanto ;is ínclemnisaçõcf: de
g uerra e a outros respeitos, e da gam nlia es tipulada no mesmo lrat11d1i cm defesa. da
integridad e territorial da Hepublica.
O lerceiro pL'otocol"lo expõe as observações ([UC nesse sentido fizcrão os plcnipo-
tenciarios brazileiros.
84
> if Sr,' Tejedo·r r.eoonh..e.eeu que .ess.as [email protected]ções .edi@ fundadas, mas 1pi~'ocurou
- altenua;...las; e·a q.u.estão fic~m a:à:iada para .a confore11áa seguinte.
Ne.sl~1 .conforenóa, .úp1 1.e foi a 4ª .e ~Jl.Wrna, havida a 19 d.e Mai0, -0· plenipot:enci'iil1'ÍO
paraguayp declarou que, afim d.e a planar a difficuldaid..e exp.os41a pelos fi>leH~ p.o ten-
.ciarios ~)faúleirns., tjnh1a .concordado .c@m o da R.ep1ublica ArgentÜla .em dividfr o
teJiritori~ contestado. da Vilfa Oecidental; mas sem fallar ma.is na re·nun.cía elos
g:q_st@s de guerra.
Os plenipolenciarios brazi'leiros não aconselharião a diwis·ão Cllrno eHa se :a.p,1'.e-
sentava, mas não se j uJgl\!Nâo .com o dír.eilo de j m:pugna-la, .Uma vez qu.e fo$se acto
ac.0eiiavel p.elas d:t:Ht•S pat'l.es contr:at.antes, pm• oml.ro m.ovel que não o cl:a memei.onada
l.ransacção pecuniaria.
ln1LerpeUado sobre este p.on:Lo, o plenipot.enciario par.aguayo d.eela·rou que a con-
dição impugnada era a \ antagem /lUB, a seu vêr, ,juBti/foarj;:i. -a cessão da VH!a
1

Ocód.ental. Os plenjpotenciarios brazilejros foflistirão então em demonstrar ,que essa


transacção encontrava com os princípios do tratado de aHiança, que, po'l'lanlo, si era
flCCBil.a1;·el pelo gDve.rno do Paragµa.y, ~onvinh~ que o fosse no inte~esse .da. paz e de
outr:as ·considerações politicas, não a lilL1l.o de venda, que provo~aria um f,1)fí.l·festo
ou resal·va por parte do Br.aúl,
Chegárão ·mesmo os pleúipotenciaros hrazilciros a dizer ao do Paraguay que a
soberania" de um territorio valia mais do que alguns milhares de pesos.
A conferencia terminou, parecendo que a divisão do .territorio contestado dei-
xaria de ser uma transacção pecuniaria; e ficárão os ·plenipotenCiarios argenl.ino
e paraguayo de aecordar deijnitívamente entre si o traço da linha di:visoria, que
atb então não tinha sido fi~ado.
V e-se do exposto que os plenipotenciarios b11azileiros não quizerão impedir a
snlução nombinad.a entre os representantes das duas partes interessadas. Não acon-
selhavã.o nem acceil.avão a responsabilidade moral desse ·ajuste, mas só pretendião
q11e se eliminasse a claÍlsula de cessão pelos g·astos d.e g·uerra devidos á RepublicR
Arg·entina. .

JX.

Aüaso m1ul~rirw· . os plenipolendflrios hraJ:ileirQs de. p1msar !I pronedjrneoto no


interv&llo qµe decorreu de H> a. 28 de l\:foio, e.orno p.arec.1ti1 ao plcnipo.lenciario
,argentino?
Seg!.rndo o d.ever commum a todos os que têm 6'Plre mãos negocio de tanta
g11Q.Yi<Jade, depois de cada conferencia os plenipolcnciarins brazileiros reüeetiã.o e
troca vão ~ntre ~i idéas sobre o que tinha occorrido, não só para .a recl11cção do
respectivo· protocollo, sínão tambem. para eorobinarem o s.eguiment.o da rn:•goeia.qão.
Figurou-se a ambos que a solução acceita pelo ministro par-aguayo sob sua
/

15
respúnsabifülade, e podendo pr~·yoeàr um protesl.o d.o B.raúl, não seria acceiia pelo
go1Verno paraguayo e que- d.abi res1Illaria urna nova .eme:rg.en.ci:a, qu.e pocleria
ag.g·;ra-var o act-u!al es:l:a:cfo de cousas, que os tres governos têm p.rocuraclo remedü1r.
TiJílhão ouvido uns duas 1:1Wma.s eo nferencias ao Sr. Tcje.dor que as insLru.cç-fíes
4 1@ plenj·po,tenci;ario paraguayo erã-o mais amplas do que as de S. Ex., e que· por

isso aquelle p.odia ceder o que não era permittido ao pleni polenciario arg;en.t:ino.
folg.á<f'ão, portanto, conveoient.e os plenipotenciarios braúleiros ouvir em parl.i-
cular o Sr. Sosa, que lhes hawia antes dado n·oticía de SUfiS inslrucçõe$, no in-
tuito t],e que ·nã0 GOtJJrariassem sens esforços nas c.onfer.encia$.
Precisavão os pl·enip.otenciarios brazileiros saber sí o do Par.aguay tinh11 .ou não
re~~l9td,@ novas inslr.l\lcções, e em todo caso qual sua previsão sobre_o exito d.o
accôrdo que acceitava sub spe rati.
:Bis aqµj o obj.e do d.& entrevista que os plenipotenciarjos brazileiros frverij.o. cnm
o Sr, Sosa no di.a. ~3 de Maio, <e que parc.ceu myste"rjosa no representante da Rc-
publi,ca Argeofj,na.
~ão se -disse nessa entrevista ao pl.enipolen.ciario paraguayp sinã.o o que er.a pro-
prio ,q~ canlh.eü~Qs) nego.eia.dores, e arnigos ~leues. Não SI'.\ lhe occ~1llo11 que a lransaci;~o
era tal, que os plce);)ipotenciarios ·do Bra.úl não a. podião aconselhar e assim o decla-
raJ~iã,o JW protoc·ollo; ma.s tamb.em accvescenlá•l.o que o Paraguay esta.ria em seu di_:
re.i tQ tic.cei tan.do-.a, ,e não daria. motivo de qµei x.a ou reclamação ao Braúl~ si n~o o
. fizesse po.r rp,e,j,o de trat:isilcção pecuni.aria.
O Sr, Sosa pão tinha novas nem mais amplas instruoções do sell governo; mos ..
l.rava-se, porém, convencido de que prestava um bom serviço ao · Parag1.rny coni
:-uru.ella tr.1H1sacção, e communicou que já tinha firmado com o Sr. Tejedo1· um
tritia.d.o de -limit.es sob essa clausula, isto é, n}ediante . cessão da Villa. Occidental por
parte d-<il P.aràg·ij.ay e dos g,astos de guerra por parte da Republica Argentioa.
Sorprendeu aos plenipotenciarios brazileiros a celebração desse tratado, antes de
ser .fiirmailo o prntocollo da ultima confernncia, e apezar da decla11ação de que o
gov.ern.o irn p.erial vrofeslaria. con 1ra a transacção pecllo iaria ; mas respei tárão o
facto, e resolvêrão ;:ippellar p.ara melhor accôrdo nas futllras conferencias.
Tal foi a primeira noticia que os plenipotenciarios hraúleíros liverão do tr•alado
a,ssigrrncto pelos seµs collegas. O Sr, Tejedor diz que se remetteu cópia 11 ntn dos
pl131üpotf.lnoiarjos brazileiros para a redacção do protocollo da 4ª conferencia, mas essa
cópi_a não continh:a sinão a de~igna9ão dos limites, sem fórrna nem fig·ura de tratado.
Nota-se que o !ik plenipotenoia rio llrgentino , falia umas vezes ern lra!adçi, oull'as
flfll tratados, qµe r;elebro11 com o Sr, Sosa. Nern do tratado nem dos tratados li verão
Qs plrnipotenciarios br4úl~iros commu11icação official e C)ópi!l. Coosla.Ihes, porérn,
rp.1e o Jrritado primitivo fôra subdividido em doqs, após aquella entrevista com o Sr.
Sio&a, figµPando corno ~cto dis.tincto, bem que simultaneo ou quasi simullanr.o, o
da renuncia dos gastos de guerra.
. Assi1n como os plenipotonéiarios braz'ilei'l'OS -tinLão procurndo esclarecer-se sobrá
as <lisposiÇões do governo paraguayo e do seu represeiitante, com o pensamento pru-
dente e amigavel de evitar uma nova complicação, assim tambern' procurárão enten~
der-se com o Sr. Tejedor aí1tes da proxinia conferencia; e para esse fim o Visconrlc
do Rio-Braqco convidqu aquelle cavalheiro para uma entl'evista na secretaria rle
Estado dos 'i1egocios estrangeiros, no dia 29 de Maio.
ou
·Era J)ma simples entrevista conversação particular, não 11 ma con fel'cnc ia ; por
isl'o. ~Íei~ou de comparecer ·•J Visconde de Caravcllas. .
Até esse dia erão decorridos dez depois da ultima conferencia, e nove depois das
conferencias que teve o Sr. Tejedor CO~ll o Sr. Sosa, das quaes resultou o tratado do
ou
dia 20,

os tratados, segündo b9nsta e se colhe do manifestó do plenipo tonciario
. 1··· . .
a rge ntmo. ·
O silencio do Sr. Tejedor, a respeito daquellas conferencias e negocia<;ão com o
S~. Sosa, não seria muito mais para notar· do que o da conversação particular qnc
houv.e entre os plenipole11ciaros brazileirns e o ministro paraguayo no dia 23?
· O certo é, porP.m,' que, na entrevisl.à do dia 29,-o Visconde do Hio Branco disse ao
Sr. Tejedor que ouvira ao plenipol.enciario paraguayo que. j[t esla\'a firmado nm
tratado de lirni les com a clausula da renuncia. dos p;astos ele guerra.
Essa conversação do dia 29 t1we por fim fazer ao Sr. plenipotenciario argentino as
mesmas ponderações que ouvio o Si-. Sosa no dia 23 sobro a conlingencia de nfío ser
o acto deste approvado pelo . governo do Paraguay e o çonstrangimenlo em qn c
collocavão o g'overno imperial, lendo ele·salvar sua responsabilidade moral e as dis-
posições.do tratado de alliança .
. Teve, oulrosim, por fim essa entrevista, quando já constava que o Sr . Teje<101·
. havia tomado passagem para o Hio da Prata, evitar que S. Ex. rom1)esse a nego-
ciação , sem, ao menos, firmar os ullimos prol.ocollos o preencher as formaliclacl0s
que são ele uso em laes circum.stancias.
Então o Visconde do H.io Brnnco pondcrnn ao scn inlerloenl.or ccue o 1uhilramcnlo; ·
modificadas as clansulac; que o lornavi'ío inexequível , sendo uma solução muilo arites
. acceila cm principio pelas duas partes contrai.antes, ninda podia ser adoplado, e
removeria lodas ·às difficuldades. ..
O Sr. Tejedor mo'strava apôgo ao ,que j<i linha conseguido do representante pal'a~
~uayo, mas acceilmia o arbitramento, si lhe aeceilassem a condição de ser a ilhn
do Cerrito d'esoccnpada logo crue aqui firmassem o se~ accôrdo de limites os plenipo-
tenciarios arg;ont.ino e paragua.ro. ]~ escusado repetir os argumentos com qur. se
procur0u -convencer o Sr. Tejedor de que a desoccupa.ção, depois de acceilo ' drfi-
nítivamentc o dito accôrdo pelos poderes argentino o paraguayo, devia satisfazê- lo.
O Visconde do Rio Branco chegou ao ponlo de iniciar a ídéa de retirarem-se·as
f~rças do Brazil, ainda que o indicado accôrdo não' fosse accei to pelo governo para-
guayo, uma vez que · o fosse plenamente pelo da Republica Argentina. Não era
. /
~-. 87 •
uma idéa para que estivesse autor.isado, mas que aventurou como meio de persuadir
o plenipolenciario argenti.iJo ~ dãs boas intenções com lfl!e advogava a sohu;ãu que
podia satisfazer _çt todos, e prevenir novas eventualidades, que abalassem as relações
arnigaveis entre os tres governos.
Tal o procedimento dos plenipolenciarios br~tzílcirns, que o Sr. Tejedor fig·ura eiu
seu manifesto çomo traços de uma poljtica tortuosa, não o podendo exp·Iicar s.em a
intervenção da vontade iuesponsavel do chefe deste Estado! ,
Sua Magesta'dc o 1rnperador n~o podia ignorar o proceder dos plerúpolenéi'átios hra-
ziJeiros, nem r.sles podião enunciar opiniões que uão fossem aulorisadas pelo governo
de que erão orgãos. . Não admira, portanto, a coincidencia
. . . .que notára o Sr. Tejedor
entre o que ouvira ao mesmo Augusto Senhor na _conversação que com este tivera
no baile do Cassino, e o que no dia 29 lhe manifestou um ~lo s plenipotenciarios
brazilei ros.
A referida enttevisla do Visconde do Hio Branco corn o Sr. Tejcdor parecia pl'O-
metter que b Sr. plenipotenciario argentino se prestaria a não partir tão apressada·
· rnente, dando tempo a que se assignassem os ultirnos protocollos, e .. pudessem os.
vlenipotenciarios hrazileiros cumprir os deveres qne reservárão para occasião
opportu.na.
Era intenção dos plenipotenciarios brazileiros ponde1:ar ao reprcscátante argen-
1.iuo as apprehensões que causa e as difficuldades que póde cre.ar o armamento das
ílhas de Martim Garcia e do Cerrito; e recordar-lhe o que foi estipulado nas coufe- ·
rencias de Buenos-Aires de 187 '1 como garantias da liberdade commercial e do
lransito :(luvial, recordação necessaria, porque o Sr. Tejedor declarou uma vez que
esses precedentes dos alliados não passão hoje de simples documentos historicos.
Havia .igualmente que considerar o modo de tornar effecliva a responsabilidade
collectivR dos alliados em refação aos seus ajustes sepaiados, porque o dispostq
no acc.ôrdo de 19 de Novenibro parece carer,er de expressa confirmação, allen!a
n pouca imporlancia que o mesmo plenipotenciario argentino ligava áquelle aclo
internacional.
Até a propria desoccupação militar, que tanto preoceupára o Sr. Tejedor, fi-
cava sem acc<'\rdo expresso e positivo 1 desde que se não concluía regularmente
a negociaçã_o e preva_Iecia uma solúção contra a qual linha o Brazil de pro-
. testar, na parle em que ella oífencie o !ralado do L º de M.aio de 'l 86õ.
Foi, porém, esforÇ.o baldado. Por nolas de 31 de Maio o SL'. Tejedor deu por con-
cluida sua missão e anl1unciou a deliberação inabalavel de partir, como o realizou,
110 dia 2 de Junho proximo passado .

X.
Só resta respomle,l' a uma ceu::;ura do fü. Tcjedor: a dcmol'a ua pro.rnpliíicaçã.o do::;
µrotocollos. Todos os homens prnticos·em negociações diplomalicas sabem que esses
do ~ Lr.menlo s l ttssuo el as muos elos se crcl ~1rio s pL1ra as de cada um dos plcnipolencinrios}
.8'8

Cflile é p:reóso· vertê-los de-_ u~11 1mra "oml1'0 hli:Oma, altera-los segundo as tnotiifi ,..
ca~ões .que·recipve1::amen[e· foçã-@· os iieg,(')úa_d@ries,. (fnartdr0 dão as suas notas e clepois-
as eeiflfronrtão aom as d0s se-1is G,ollegas. Este processore-a·aHençã0 qu·e m~recem Vaes
documentos são inaotnpaliveis ·com a celeridade. que parecià -dé8ejar .o· Sr. plerripo- ,
lenciario argenl-iino: ·. -.. . .· ~ . , ..
Quem ler o ma.n·ifesto do St.'~~ejedofl; antes d·e conhecer 0S ·probocoHos assignadt)s,
e _a expressão im.parcia·l elos facto~ qne ficá-rã-o s~rn o les~~m1:u1ho .a~L'lhent-ico de lodos os
plenipoterrnia·r.ios) poderá· crer que hou.v:e da pa.11.te dos represe.n;Úu~h~s· do Braz·~l um
puoced·im.en,to menos franco, 'discreto e. prudente d.o que ·Se dev{a' esperar do ' seu ca·-
l'ücter e da causa que · defendi·ão. Nada· obstante, é·o mesmo Sr. ·rejeclor qirn dá·
prov:a do .contrario, nas._ -seg·ui~1tes,.pala.vr.as .ele sua· ptirpei1~a: nota dc.3'1 de Ma·io, que
se11ão 0 l'eeho ao presente. méinoriándüm : · .
« No d~sej~ commum- d·e, púr ~ermo ás lÍl;·~stões pender;fes ; süslenlámos _Inrgos
debates-, sem- ' que com i~so ·sofhesseni um ·só· momento- a cordialidade <le .nossas
relações e o respeito mutuo. >>
·Rio de Janeiro, -4 de Julho de i87t>.

V1scoNDE DE CARAVELLAS.

V ISCQNDE DO RIO

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e
J~XPOSIÇÃO

Qu es~.~0 •. 1.1.e. ljmites,. -Coóperaç:io db ill'az iL-Negot;i<1cJ:o


... Jl (J
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ltío de ,laneirn .

DOCUMENTOS. HEi_,ATJvás A Ús'J.ii~ NEGÓC lAÇAó.

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Qw:stão de liinjles. - .Coopei·ciçüo elo JJrnzil.- Ncgocwçãu no )lio de Janeiro.
. .·· . ..
N. " '.h . No.~a· )'el'b~il Jo,.gov~~~no .arge11Lin o it legação IJ.l'::tz.iluira. · .'. . . 3
N. ·. 2. NoL<i era legação· ·im perial' ' ~º goverr101ai•geutino .
•• • Ili . , , .,
4
N. ' 3: .l\o La. elo gôve1:n9 '.úgeJ~ ti no :·t legaçao ip1peri ql . r·
. ..
i)

· · N. ·1. ,\'oLá. da legação impe.f'ial. ao :go 1.e·rno argaulino. '.~ /'!


i)

.('{,, il. .;;i ota ·.do ,gover)'.J.p argentino à. legação imperial. . (j


*
u
1 . •.;;.
N.. G. Nota do governo paraguayo ao governo argentino. . . ' . .• .
N. 7. Nota do· gÔverno argen tin o ao goverllo plrjgnayo .. . '10
8. No ta do. govern o paragua~1 0 ao gd'veruo argen l.i11 0 . H
?· ..·~o ta t1o govey no ·argeil lmo ao governo pa ragnayn . 13
.....,, ·lo,

•i'"' ' ' • . .....


P1·ô~tu:~oU?s das , c~rfon~enrnia.~· ·§ oi!J!i•c -arii «iuesd.õe.s 1~e1ufoutcs enfre a llepu-
Llica~ A.1:ge•2tina ·e . a (lo Pnl'aagmlly, e ~oJ.we a de.~occupa~uo das fo1·ças
amml~~: ;

N.
.. ,,. . . .,.. .
10. ' l'roLucQllo da 1" c;ouj'er/Jucia. ,.
li

13
.•"i • . 11 . . PnYLoco llo Gl:a 2." courercncia. . : ·.' • . 19
12. · fJ1;otornllo ~l a 3ª conferencia.. . . • . . . . : .. 29
.;N. . f3 . .- No l.;t lia Jeg;1Ç:tq ;irgentin a ao .gârcl'llo il)lpei:[al .·•
~

• 1 .· .1..~.
N. H. ·" No ta "do "goven1 ·:i · i~pe ri ~d ú .J~g\1çao "arg.ei}Jii;i,a ,. · 15
'' ~.~~.. . . '
.'\. H). Sola tla Jega0ão arge ut.ina ~o governo iu1perial PAG. ,. t,tj

.\. rn. í\ota tlo governo imperial ~l lcga1;;lo a. rgcntiu ;í.. rn


N. l7. :.\ota do gol(; mo imve1·i;il ao governo arg~ 11li!1 0 . rn
.!\lernur~rntlnm que aco1rtµariha e~ tt : uota . 48

Exit•actos de oflicios do ge1uwal rtfib•e ao éº"ern.o a•'eentino du1°ante


.
u missão 110 mesmo eenerul e~H il~s11111jl~áo. ,

N. 18. Cu11lideuGial de 30 t.le .lu11ht!,. tl c lt-173 .


N. t9. ConliJent:ial' de 8 tlt~ Julhu de 187.
..\. 20. Co1tlitll'Hcial de 2l de Jull:w de i87 ~: .
N. ':H . Cuufitlellcial de rn tlc Ago::;lo de i . i;J. .i:í't.
1.\ . 22. Nola elo gornruo p;,i,l'agtr~1 y.o · a'6 gon:rnú . . i1upd'ial ~ 1~m1rn c i a ndo a rcproração
" ,
rlo tra.t].t~l o· . • .. . . :>G
N. 2;J. .~lauife s l o tio Sr, Dr. Tejedor e:q11ic.rntlo seu:; . ~c i o::; corno lJleui11uteuci a-rio
:.i rguut~no . ... . " Ü(j
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lte0tiiic:.il'.:iÚ C· 'rêfuta.rãu
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