Relatorio Reparticao Estrangeiros PDF
Relatorio Reparticao Estrangeiros PDF
Relatorio Reparticao Estrangeiros PDF
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ǵ~pri11Çlo o d~yer· que a l~i '.:µ1e hnpõ.e, v-e1~ho dµr-\Tos conta dos negocios, que
cori;en~ . pj:lla r'ep~rtição a Iµe11 papgp .
Esta importai~te questão, ele que t~·atei la:cgamente no relatôrio do m~!?-\>··pi·oximo . pas·
saclo ~ que não p~de ~er resolvida pela missão conflada: pelo gove~·lJ.~ ar~~i;tinC? ao gen!'.)rai
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Achão-se nesta côrte os. plen,ipotenciarios al.:g.en:tmó ·. e·.yaí·agt1ayo.. 'São'. o~· Srs. Pr.
· .D. Carlos Tejedor.e D. Jayme Soza... ,,. . .. .. ....
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São plenipotenciarios por parte .do Brazilp a~tuai minis~ro. dos . negoq~os ~s~r:;i.n,geirps .
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e o Sr. Visconde do Ri9 B~·anco, os qüaes' est~.o · autoriê.~ d~~ .,a·;-p.resta1"ao se-q coll~ga
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6
Republica Argentin~.
sorprendiclo pela noticia elo. pombardeamento da povoação arge;ntina ele Alvear pela
flotilha brazileira elo Alto Urügu~y, commanclacla pelo capitão tenente Przewoclo~sky.
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Communicou-me essa noticia pelo telegrapho o pr~siclente ela provincia ·cle S. Pedro
do Rio Grande elo Sul. Do ~eu telegramma, clns cornmunicações posteriores, .dos officios
do proprio commandante da flotilha e do inquerito a que se procedeu resultou o seguinte·:
O primeiro cirurgião da armada Dr. Pamphylo Manoel Freire de Carvalho, chefe
do corpo ele sande da flotilha elo Alto Uruguay, ao regressar de um passeio ás vizi-
nhanças de Alvear, foi atacado. pelos italianos Guido Benati e Vicente Logato, achan-
do-se revestido do seu uniforme e tendo apenas para defesa um chicote ele cavallo ,
ao passo que os aggressores estavão armados . Da luta, ~ue se travou entre os tres,
sahio o Dr. Freire de Carvalho muito ferido, escapandp · com vida pela opportuna
intervenção de um individuo, que desviou a espingarda de Logato no momento em
que este ia descarrega-la .
. Segundo a allegação elo capitão t~nente Przewodowsky , havia á pequena. distancia
elo logar do conflicto uma guarda, que tudo presenciou sem acl1dir, como lhe cum·
pria, ao aggredido;
Déu-se o caso no dia 18 das 4 pÚa· as 5 ·horas ela tarde . No dià 19 officiou
o commandante da flotilha ao vice-consul brazileiro residente em Alvear pedindo
prov.idenc~.as ; e como a autoridade local as não clésse e até deixasse ele responder
ao vice-consiil,.dirigio--se o co~mnandante de offiçio ao juiz peclaneo exigindo a entrega
dos dous it~lianos e clec]arando que, si ella s~ não effectuasse até ao meio dia. de
2 2, usaria .d.a; força. ele ql.rn' dispunha .
Não tendo ~id.b ~ati~feita, p,.sl1a ·exigencia, mandou o cornmandante que os monitores
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Rio Gmnde e Alagôas atii·assem algumas bombas por cima da povoação, com
elevação e grande intervaJlo de um a outro tiro, e que fizessem fogo sobre qualquer
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Si o de1icto tivesse sid.o commetticlo em teri·itorio braúleiro 1 só a<;> gbve rho im-
perial competiria pedir a extradição dos delinquentes. Tendo sido ,commettido em
territorio argentino, ·nem ao propr10 governo imper~al er~ ..licito faz.ê-lo. O capitão- ·
tenente Przewodowsky, pois, não só assumio uma faculdade 'qU:e não ,tinha, como
levou o· seu abus0 ao po'nto. de assumir aquella ' que neni ·1\lesmo ··o seu ' governo
podia pretende · ; esquecendo por outro la.do que a autoridade subalterna", a: quetn
se diir1g:io,· rrão .era competente pm;a i·esolver por si nego~io. tão grave . .
O sh1111'>iles· bod:L senso· mosfra que os commandantes d~ fotças navaes não devem
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te:r, e ·· ~ã;é• ~êJIJ.'l, à faculdade que o da :flotilhà do Alto Un1g uay' julgou competir-
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lhe. Si a tivessem, o'tt 'si os seus governos lhes to1e1'assem o abttso't- de toma-la por
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S•Ulias ilJ.l ! ào s, fiearião a,s: relações intemacionaes sujei.tas : a, gntndes ._.p erturbaçõ.es. O
goYerno i~p: erial portanto não podia approvar que se exigisse a entrega dos doüs
imail:i:a.nos.
Í~ iudifferente que o:; tiros fossem sómente quatro, da.dos por elevação e com
.grancTes intervalios, e que nenhum c1amno causassem ás vidns e propri eclacles dos
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·ha.bitantes d'e Alvear. As circumstancias contrarias terião .sido aggra,vanté's, mas
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nquellas não attenuão o\ acto. Este subsiste ~m toda. a sua gravidade . Uma po-
voação incTefesa· foi' bombardeada pela flotilha h.razileirn sem ordem elo governo im-
perial e por causa ele uma contenda particular, em que a .autoridade local não
teve parte.
Para bem apreciai: o caso co11vém notar que a povoação ·ele Alvear é fronteira
• .~1
á cTe Itaqui no Brazil, cloncle podia o commanclante ela flotilha telegraphar para o
presi~ente ela província afim de pedir instrucções, como pôde commumcar o seu
acto depois ele praticacl'o. O confl.icto succedeu no dia 18 das 4 para as 5 horas
cfo, 'tarc1e e só a. 22 se fez o bombardeamento. Mais dous dias bastavão para que
chegasse a Itaqui um telegramma, elo p~·esidente.
O bombardeamento ele uma cidade ou povoa<;ão é acto ele guerra, e, ainda sendo
simples represalia, não entra na categoria, elos que podem ser resolvidos e execu-
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tados por disposição ele nm commanclante, maiormente quando este, não se achando
,em P,a:iz .~·emoto, m~~ nas prop1;ias aguas elo seu e ao alcance ele autoridade. supe,,- ·
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1 -
10
· eqmvoco a respeito .ele arbitrios, que os commandantes ele forças navaes não. podem
ter e ele feito não têm.
Na sua ultima nota disse o Sr. ministro das relações exteriores que as regras,
estabelecidas pelo governo imperial nas ~nas circulares, não forão executadas pelo
presidente da provincia, .Pois .que elle não impedio que a canhoneira augnientasse a
·sna tripolação, nem verificou si ·ella tinha soffrido às avarias allegadas pelo seu
commandante. e f,i
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Quando respondi á nota do. Sr. Dr. Pa1;do não possma informações que me ~
habilitassem a refutar cabalmente aquellas imputações. Recebi-as depois e ellas
vierão confirmar o juizo que eu tinha feito,. O ·commandan,te ·das forÇas navaes
estacionadas no Rio Grande declara positivamente a . existencia das . avarias e prova
com documento, qne no estabelecimento de Isaguirr~ e Filho se concertou uma peça
da machina da canhoneira ·. Tambem declara que esse navio não augmenton a sua
tripolação e é apoiado nesta declaração pelo delegado ·ae ·policia da cidade do
Rio Grande.
... inandàdó 116 proximo acampamento de uma guarda argentina afim de obter licença,
é ahi foi gi·avemente ferido por soldados pert~ncentes á dita guarda, sem que houvesse
ela sua parte a menor provocaçã.o e simplesmente porque p_rocurára evadir-se ao
ouvir que mandavão detê-lo.
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Os indivíduos compr-omettidos n8ste attentado forão logo presos, Bendo pouco
depois entregue á· justiça civil um clelles, o tenente. Leiva, como se vê ~e um officio
do chefe militai· do departamento da Cruz ao_commandante da :flotilha, mas ainda
não consta o resultado do processo.
Fez-se a necessaria _reclamação j tJnto do govemo argentino.
Tendo constado ao govern'o imperial que na cidad~ da Concordia, onde .nã,o havia
então agente consulal', erão vexados os residentes brazileiros, determinei que o· consul
gltral partisse sem demora i;ara aquelle log·a r afim de proceder em pesso~ fis neces-
sari~s averiguações e ele prestar a sua protecção aos que della necessitassem.
O governo oriental negou a intenção ele fazer retroactivo o effeito da lei quanto .
ao pagamento em papel-moeda nas transacções entre particulares anteriores á
pronmlgação, mas sustentou o direito, qne julgava ter, de suspender a amorti_
·. zação da divida e ele pagar os seus Juros, não em onro corno antes, porém em
papel.
, Apezar do protesto do corpo cliplomatico e consular foi o projecto convertido
em lei e consta que já se expeclio o respectivo .reguhtm.ento.
O -governo imperial aguarch certas informações -de que necessita. para tomar
uma resolucão .
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Convenções postaes.
Depois gne vos apresentei o ultimo relatorio forão promulgadas quatro con-
venções postaes: coni a Allemanlrn., a Italia e a França em 8 e 15 ele Julho e
16 ele Setenibi·o elo mmo proximo passado, e com a Belgica em 20 ele Fevereiro
elo corrente anno.
Na convenção concluicla com a França melhorarão-se as estipulações cln. anterior:
a que se ·~elebron com a Belgica é aclclicional á ele 23 de Abril de 1870.
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15
_Paraguay,
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Accôrdo substitutivo do . art. 35 e dos §§ 2°, 3° e 4º do art. 29 do tra-
tado de amizade, commercio e navegação entre o Brazil e o Paraguay.
Convencôes
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consulares.
J{t sabeis que o governo imperial, tendo denunciado m; conyenções existentes com a
França, a Italia, a Hespaii.ha, a Suissa e Portugal, offereceu aos [email protected] ·governos
projectos iclen~icos contendo as estipulações .que lhe parecêrão aconselhadas pela expe-
nencia.
Os governos de Portugal e de Hespanha offerecêrão contra-projectos, cuja discussão
fica interrompida pela sentida morte elo plenipotenciario brazileiro o Sr. Visconde de
Souza Franco, até que se lhe nomêe successor.
Limites.
Deinarcação dos linlites c01n a Republica do Perú. -Marco do Javary ~
i'~N o relatorio elo anno prqxnno passado vos communiq uei que a com missão ele
marcadora tinha partido para o rio Javary, em · cuja principal nascente terminão
o::;
. .
limites meridionaes en~re. o Imperio e o Penl.. Cabe-me agora participar-vos que
essa commissão compl~tou os s~lis trabalhos collocando na referida ·nascente o
marco respectivo e deixando assim conclnida a demarcação dos limites ~jnstados
no tratado de 1851. São dignos de louvor o zêlo e a intelligei1cia manifestados pelo
commissario brazileiro Sr. ·Barão ele Teffé.
O . govemo peruano, cujo espiríto conciliador muito contribuio para que tão feliz
- . ,
mente se concluissen1 os tr~balhos da demai~cação na parte contemplada no referid _
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. , , .iÃ.... lttüo, - ao · responder á nota que por esse motivo lhe · foi <l.irigida, convidou o
governo imperial a entender-se com. elle e com . o. ela Bolivia para a fixação dos
limites entre o Javary e o Madeira. Este negocio, cuja ·importancia não póde ser
desconhecida, será resolvido opportunamente e com o particular cuidad9 que
merece. ·
O cong1·esso. pernano approvou o accôrdo concemente {i, troca d.os terrenos á
margem do Içá . .
A continuação
. '
dos trabalhos desta demarcação foi confiada ao Sr. Barão de
Maracajú, que partio para o seu destino no 1° do corrente mez, levando ·em sua ·
companhia os ajudantes que com elle servirão na demarcação com o Paraguay e
outros empregados que foi necessario nomear.
O zêlo e a intelligencia com que forão tão louvavelmente desempenhados os
trabalhos da commissão anterior, justificão a esperança de que os da actual terão
resultado igualmente satisfacto1~io.
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PESSOAL DA COMMISSÃO.
AJUDANTES SUBSTITUTOS.
AJUDANTES.
. .....
Reclamações anglo~brazileiras .
·,1 •
·..•No relatorio do anno proximo passado vos dei conhecimento das bases offerecidas
pelo governo imperial ao de Sua Magestade Britannica pa,1:a a conclusão de um ajuste,
pelo qual se creasse uma nova commissão mixta, incumbida de resolver definitiva-
mente as reclamações dos subclitos dos dous paizes que ainda estão por liquicfar.
Em 7 de Novembro do referido anno respondeu a legação britannica á nota de
15 de Novembro do anno anterior, em que ,_propuz as referidas bases.
A contra-proposta do governo britannico rêsúmia-sé como se vê daquella res-
posta, nos termos seguintes :
Revisão de mui pouc~s das sentenças proferida,s.pelas extinctas ·commissões mixtas.
Apresentação simultanea da proposta de . convenção ~ de uma iista dos casos,
resolvidos pelas referidas commissõ es, que o goveri.10 imperial quizesse submetter
ao novo tribunal.
Dar a esse tribunal poder discricionarío para rever as sentenças dos tribunaes
do almirantado quando no · seu conceito houvesse boa razão para isso.
E. 3
'.18
-
Condições da revisão desta classe ele casos :
1. ª Não se pôr em duvida a validade elo acto Abercleen.
2.ª Guiar-se o tribunal pelos tràtaclos e leis elos respectivos pmzes em vigor
quando os casos forão originalmente julgados~·
3ª. Apresentar o gov~rno imperial ao ele Sua Magestade Britannica algui:i-1 tempo
antes ele reunir-se o novo tribunal uma lista dos casos, que tencionasse entregar
ao j'ulg·amento delle.
O governo imperial não podia anmm á limitação prévia e arbitraria do numero
ele reclamações ela primeira categoria, isto é, elas provenientes ele sentenças proferidas.
pelas extinctas commissões mixtas. Tambem nflo podia annuir á apresentação . ela
respectiva lista como meio de chegar a um ajuste em vez de ser como consequencia
desse ~jtiste. Estas duas condições suj eitavão os reclamantes brazileiros a uma,
especie de julgamento em duas instancias, :sendo juiz em uma dellas a parte mais
interessada por ser aquella, de quem se exigia indemnisação. ·Mas as co1~dições mais
graves e menos admissíveis erão a primeira e r. segunda elas .q\.rn o govemo briümnico
punha á révisão dos casos da segunda categoria, isto é, das sentenças proferidas peios
ti:ib:unaes do almirantado .. Exigir que S(j não puzesse em duvida a validade do :;i.cto
Aberdeen e que o novo tribunal se guiasse pelas leis e tratados equiva1ia a conclemnar
.de antemão toda,s as reclamações , obrigando o governo imperial· a reconhecer uma·
lei britannica_ que sempre repellira.
A divergencia de opiniões, que assim se manifestou entre os dous governos, incluzio
o de Sua 1VIagestac1e Britari.nica a desistir da negociação e a declarar :
/
1. 0 q~e as reclamações brazileiras e britannicas devem ser tratadas separadamente;
2.º que as britannicas serão trazidas ao conhecimento do governo imperial;
3.º que o governo· britannico tomará em séria consideração as reclamações bra-
zileiras que lhe fôrern a presentadas.,
. - '~
Desejavft o governo imperial sincernmente que lhe fosse permittido concluir nrn
ajuste, mas o seu. des6jo não pocli.a leva-lo a abimdqnar uma grave questão de
principio em q ne se achava compromettida a, dignidacl~ ·do paiz, nem a aceitar
condições que tornavão illusoria a revisão das reclamações brazileiras e só apro-
veita vão ás dos sub ditos britannicos.
A correspondencia trocada com a. legação de S~rn l\fag-estade Britannica justifica
o procedimento do governo imperiaL
.
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;
.;'..,_~;;:-.=
19
Reclamacão
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do Conde Dundonald.
No relatorio do anuo proxuno passado vos communiquei que esta reclamação
fôra submettida ao arbitramento dos Srs. Barão A. Cavalchini Garofoli e James
R. Patridge, ministros de Italia e dos Estados-Unidos da America nesta côrte, e que,
segundo a decisão proferida por esses senhores, devia o Brazil pagar . ~o dito conde,
como representante de seu fallecido pai lord Cochrane, a quantia de ;f, 38,675.
Não tendo sido votados os meios necessarios para o pagamento claquella quantia
. - '
foi mister consider-ar a questão dos juros, suscitada pela legação britannica mesmo
antes de se encerrar a assembléa geraL
Esta questão foi resolvida de conformidade com o parecer das secções do con-
selho de Estado que consultãõ sob~·e os negocios da fazenda, e da justiça e estrangeiros.
Decidia-se que os juros fossem contados desde o dia 1 O ele Maio do anno pro-
ximo . passado em que a legação britannica os reclamou, pretendendo que co1:ressem
da dat~ da sentença al'bitral.Isto elevou a inclemnisàção á quantia de ;f, . 40,298,5,~í
que foi paga por meio de letras. sobre Londres, abrindo-se para isso um credito
extraordinario, como se vê em outra .parte deste relatorio:
gleza de seguro ~ Queen ». Pouco depois, em Novembro. _do mesmo .anuo, foi o dito
estabelecimento destruido por incendio e os segurados exigirão o pagamento da refe-
rida quantia.
Pretendeu a companhi~ pela sua parte que. os segurados provassem que no mo-
mento . elo sinistro possuião no seu a.rmazen:i o valor pelo qual se havia feito o seg·uro ;
e, recusando o pagamento por lhe não ser exhibida a prova, foi d.emandad:;t em·
JlllZO, .
Seguirão-se estes factos : sentença a favor dos segurados confirmada pelo tribunal
superior; recusa ele pagamento po1; .parte dos seguradores pela razão a,llegada de não
terem dinheiro em caixa; ordem ele prisão contra o agente Lyde , que substituía o
agente Taylor na p,uá .ausc,mcia, e depois contra o proprio Taylor ao seu regresso;
fuga de ambos os agent~s ; sentença de fallencia contra a companhia « Queen »
20
O procedimento havido contra essa companhia incluzio os agentes ele outras da
mesma natureza a requerere~ que se firmasse a intelligencia do art. 525 do llecreto
n. 737· ele 25 ele Novembro ele .1850 em ·virtude elo qual se expedirão mandados ele
prisã.o contra Lycle e Taylor.
Foi .ou viela a , esse respeito a secção de justiça do conselho cl'Estado, com CUJO
Brazil, e, como não consta que perdesse a sua nacionalidade de algum elos modos mar-
.caclos. na constituição, é brazileiro ;1! -;{ .governo imperial, como clecla~·ei á legação bri-
tannica, não p6cle achnittir que elle recorra á protecção de um governo estrangeiro.
Si, pois, se concedesse inclemnisação a um, ficaria o· outro, que é brazileiro, em peior
.condição, e isto na mesma questão.
Adr.c.itte-se que os governos estrçingeiros intervenhão a favor de seus suhditos nos
. casos de denegação de justiça, mas·esta faculdade não tem a latitude que lhe dá o mi
nistro de Sua Magestade Britannica e eu o mostro com as proprias palavras ~o escriptor
inglez que aquelle ministro citou.
Philli~ore disse que o governo estrangeiro póde intervir, -mas observou mais, e é o
q~rn passo a transcrever para completar a citação e o pensamento do autor citado.
• Si aquelles tribunaes, diz em seguida Phillimore 1 não podem ou não querem tomm·
« conhecimento ela ~queixa ou decidi-la, fica bem lançado o fundamento dn, -intervenção.
« ·Mas o Estado que intervém deve ter o maior cuidado em verificar, 1º que o aggravo
« está clarameiite provado e 2° que com igual clareza se prova terem se recusado Of';
Ê fóra de duvida que no caso ela companhia cc Queen » nenhml.1 tribunal se riegon
a tomar conhecimento ela causa_e a: decidi-la. Dir-se-ha que as decisões proferidas for?io
injustas, porém isto não basta para autorisar 8. exigencia de indemnjsação.
Pretendem os i·eclarnantes e com elles a legação britannica que o parecer ela secção
ele justiç.a do conselho ele Esfaelo e a resolução imperial que sobre e1le recahio importão
o reconhecimento de dei1egação ele justiçà.
Isto não é exacto. Os agentes de certas companhias d~ segnro peciirão que se firmasse
22
a verdadeii·a intelligencia do art. 525 do decreto de 25 de No-\rembro de 1850 e
a secção consultada disse que esse artigo crn claro e devia ser mantido como estava
independente de novas d~clarações, que erão desnecessarias~ S~bre isto é que recahio a
rei;;oluçfio imperial.
ligão
.aóR portu guezes.
de actos, que repügnão ao Garacteí· dos brazileiros e aos sentimentos de arnisade que os
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No relatorio de 1868 se fez exposição ·resumida da. o~·igem desta reclamação, da re-
sistencia que lhe oppôz o governo imperial e dos motivos que o levárão a pagar a
quantia. exigida.
Transcrevo uma parte dessa exposição .
« A ii~1procedencia_, _desta reclamação foi plenamente demonstrada em notn de 4 de
« Março âe 1857, cnj<:l.S conclusões, reproduzidas na de 11 de Setembro tle 1862, n·ão
« · forão destruidas pela legaçfio dos Estados.~Unidos.
« Entretanto reviveu a questão em nota que o actual representai1te daquelles Est.a-
<c dos passou com data do 1° de Outubro de 1866, e o governo imperial submetten-a
23
<e a um terceiro exame, ouvindo sobre ella a secção dos negocios estrangeiros do
cc éonselho de Estado.
cc De accôrdo com o pa1·ecer do mesmo conselho respondeu o governo imperial, cou-
« ·firmando e corroborando as s11as anteriores decisões, e propôz que a questão fosse
(( submettida ao juizo arbitral de uma terceira potencia amiga.
cc Não foi porém aceita a conciliadora proposta que o governo imperial offerecêra
« para dar mais uma--prova de seus sentimentos amiga.veis e ele sua confiança na jus-
<< tiça e irnpanúalidade de suas ·decisões.
cc O actual ministro dos Estados-Unidos exigio satisfação immediata ela reclamac;ão,
cc abandonando a discussão dos factos da questão e declarando peremptoriamente que,
<< no c'.lso de recusa, ficarjão, desde logo e até receber instrucções de Washington,
« suspensas as suas relações offic~ "',s com o governo imperial.
« Não podia o mesmo governo deixar de vêr com pezar que por esse modo fossem
« postei·gados os principios de razão e j~1stiça, e os sentimentos de inoderação e concilia-
« ção que devem presidir ás relações recipl:·ocas das naÇões, mói·mente quando entre
cc ellas dão-se os ponderosos motivos que existem entre o Brazil e os Estados-Unidos
cc para estreitarem cada dia mais os vínculos de boa harmonia e perfoita amizade em
cc que sempre têm vivido.
cç Entendeu porém o governo imperial que nas actuaes circumstancias do Bà1zil não
« poclião as suas cordiaes relações com o gov.erno elos Estados-Unidos ficar prejudicadas
.Era·enti\o ministro dos Estados.Unidos nesta côrte o general vVebb, e a elle se entre-
gou a quantia de .f 14,252 em t.res letras ::;obre os agentes· do Bmzil em Londres do
valor de .f 3.352, i: 5,000 e .f [),900 . .
Fazendo esse pagamento declai'on o governo _imperial que p~ocedia sem prejuízo
de seus direitos e ordenou ao ministro em Washington que se dirigisse a, esse respeito
ao governo americaino.
Esse gov~rno, desejando proceder com toda. a r~ctidão e ~mparcialidade, declarou
em resposta que não dava o negocio P.ºr concluido e que ia submettê-lo a exame,
ficando enti:etanto .em deposito a quantia .recebida. ·
Esse exame mostrou de modo honroso -para os Estados~Unidos da Arnerica que com
.·
toda a razão havià o governo imperial negado a responsabilidade que se lhe attri-
buira.
.
Em nota de 26. de Junho do anno. proximo passado disse o secretario de Estado ~o
ministro ·do Brazil em Washington :
<< "t-l'enho agora a honra de vos communicar que o presidente, dep?is ele attento
«. exame do caso, concluio que em justiça o Brazil não é responsavel pelos prejuízos.
" Parece que o governo de Sua Magestade o Imperador do Brazil tambem é
« desta opinião.
<< Em taes circumstancias entende o presidente que os Estados-Unidos devem res-
<< tituir ao Brazil a quantia assim tecebida pelo ministro dos mesmos Estados no Rio,
<< com os juros de 6 por cento ao anno, que foi a taxa estabelecida entre os dous
<< governos no caso do Canadá.
r ..
•i Tenho portanto a honra de communicar-vos que no dia 1° ele Julho proximo, ás
« h 11oras da manhã, nesta repartição, recebendo de vós quitação official completa,
, . . . . .
<< estarei prompto para pagar-vos, por conta do vosso governo, a quantia de noventa e
. ,
« seis mil quatr9centos
,
~ seis .dollars .e sétenta e' tres centesimos,
' • .
a que monta o paga-
(( mento acima·
'
referido com
. . .
juros á razão ele seis por cento ao anno. ))
quando lhe deu cónhecimer1.t0 ·,deste . negocio t:tm Maio ele i 8 74, ·encontra-se um eles-
paçho -dir~gido em 14 ele- lY,[arço de .1872 ao Sr. Partriclge, actual ministro americano
nesta côrté. ·· .
Esse elesp~cho, ·elepois ele mencionar .a nota de 30 ele Setembro ele _1867, com a
· quàl e4tregou este mini!'tel:io ao general Webb as tres letras de ca~bio, diz:
.;
..
<e :Pti~de,; qÜ~ aquêlle ·serílior (o gerie1·ai) riào r~mettéu a es"t.a i;ép.artiÇãô. c6pi~ 'd a a1lu-
• dida nota .a.g·ministro' dos negocios·estrângeiros ·ao B~azÜ. Enviou; poré~, â letr~~de
" i t(ôbtY,·etid16ssat~ á ·or-a~~ · a~ s~cr'étâriõ ae..Êst aJd. »
Isto ~~pÚcá a pe~suasão; ein que .estàva o go~ei·~o am~ricano, de que só tinha de
f} J) l J' j ' I : ' t: ' ' J' ::-. - .._.
restituir cinco ·mil libras, persuasão que cessou quando o Sr. Carvalho Borges mos-
• 1J l •t .;. • • • •
O governo americano, na acção que promove contra o general Webb para rehave~· a
quantia que este deixou de entregar-lhe, terá tal vez occasião de conhecer directa ou
indirectamente, o verdadeiro destino dado .áquella quantia; mas cumpre-me desde j{t
deixar patente que seria calumniosá' a asserção, que se attribue -ao general Webh e
segundo a qual teria elle gast? parte.do dinheiro recebido en;i. subotnar brazi]eiros que
exercião funcções officiaes.
Aquella asserção foi attribuida ·ao general, µa sess~o da camara d9s representantes
. ! ... . "
de 16 de Maio do anuo proximo passa~o; pelo Sr.. Hoar quando se.' tratou de .dar ao
governo o~ meios necessarios para a restituição que tinha de fazer i:tQ Br~zH. ·
O general Webb negou que houvesse feito simiJhante imp.utação, mas, em todo caso,
. .... . '
. ·· a linguagem dos seus _officios induzi~ o seu proprio -gov~rno a julgar' possivel ql,lEl : ~m-
pregados .brazileiros houvessem, sido subornados.
·.~
1 • ' # • • •
No despacho de 14 de Março· de .; 1'872, que já··.citei, disse o' ·secretá1h -de Estad9
ao Sr. Partridge.
« E-m um·officio ( ,n. 48.): do 1º de Outubro-de 18J} 7 menciona o Sr.. Webb ter ,coil-
cordado em aceitar uma letra sobre Londres por ;f 5,000 co~ a condição ·de não
q
. . '
« assignar por part~ dos E_stados-Unidos - ~juste algum em qu~ ·a rnenêionàda·compen.;,·
q sação não fosse igual á ·importancia total da reclamação primitiva· sem juros.; entre•
« tanto que, · quarito maior fosse a somma de que se devesse ~àr recibo, paga :ol,l.não
pelo :B~azil ap co~prador da 'r'ecliúnação, mais satisfeito deveria .eu fiqar. »
« Não tendo o S1:. Webb 'mencionado sinão uma letra de :E 5,000, a apresentação .
« feitã pelo ministro do Brazil da allegada correspoiidenci~,· qú.e alÍude.ás o:utras duas
g letrMi· suggerio a possibilídade de haver 0 8:1:. W ebb{· de conformidade com a.
« insinuação acima referida, passado quitação de mais do que ·~wtuali:nente reê~beu; e
sµppon:do•se qüe' o assumpto póderia ficar mais esclarecidt>, caso -se verificas~e ·si
E, A
26
,, as outras letras tinhão sido pagas e quem erão -os t3ndossa~ores, dirigirão.-se ao
general 'Schenck em Londres as instrucções constantes da in?lusa. cópia.
« Na sua resposta, . que acaba de ser recebida, diz ~lle (o general Schenck) ~ue
« as lettra~ forão pagas por intermedio de Baring, mas que este se recusára a
« descobrir os endossadores -. Procurareis .portanto discretamente saber si na realidade
se expedio mais de uma letra e, neste caso, quem recebeu a sua irnportancia. ..
« Como esta i~dagação póde envolve!· alguns funccionarios brazileiros, reconhe-·
« cereis que importa ser · prudente. Essa indagação é necessana para se fixar·
« qu~nto póde o Brazil esperar que os Estados-Unidos lhe restituão. »
Para que se s~iba com quem pretendeu o general W ebb que tinha ajustàdo
aceitar cinco mil libras com a condição de assignar recibo pelo total, devo
transci-ever um trecho do seu citado officio do 1° de Outubro de 1867.
Depois de fallar do estado dos partidos políticos e de dizer que a ~pposição,
apezar de tet· rJÍaioria, tinha resolvido deixar os conservadores no poder; accre.scenta
/
o genei:l:l.l:·
./.,.
.Como se vê, foi com um · niembro in:flnénte da oppósição que o general Webb
' ,
fez a transacção, a que· allud~o o Sr. Fish 'no seu despacho ao Sr. Partridge: E
escusado · fav.er a menor o.bservação a esse respeito. O credito dos homensyoliticos
do .Brazil
.
não é abafado por imputações;
'
cuja refutação está nos proprios escriptos
de q~erh as. faz. É sim pa·r a · lamentar que essas imputações sejãci feitas nas co.m-
mun~cações . officiaes dó .agente ~'diplomatico de uma nação amiga · e que de uma
reclamação·, cuja injustiça foi por fim tão franca e tão honrosamente reconhecida,
nascessem, alétn de desagradaveis discussões; . (Jfficios; ·como ois do ·general Webb
ao seu governo, ein que, a par de- estranha ignorancia dos :i;iegocios do paiz, abundão
·as. injurias aos mais notaveis ·dos seus estadistas.
Diz o general Web~ que estava autorisado pelo reclamante Wells a entender"se ·
27
coni certas pessoas no Brazil afim de promoverem o pagamento da sua reclamação
e a e1.1tregar a essas pessoas tu~o quanto excedesse de cinco mil libras esterlinas ; e
que a éllas e:ffectivamente pagou .f 9,252 . . Tal é o systema de defesa adoptado
pelos advogados que se encarregárão da sua causa no processo instaurado nos
Estados-Unidos .
. Ninguem sabe quaes são as pessoas que recebêrão a mencionada quantia, de modo
qu~ em ultima analyse pouco valor tem a declaração, feita pelo general, de não ter
jámais dito que dera dinheiro a empregados brazileiros.
O governo imperial entregou tres letras a noventa dias de data, do valor de f 5,000,
J;'. 3,352 e f: 5,900.
A primeira foi remettida pelo general para Washington.
A segund~ foi por e1le endossada á casa Mauá & O. desta praça, que lhe deu em
troca outra a ci.nco dias de vista; do valor de ;L 3,284,19.3. Esta foi endossada pelo
general a Baring Brothers, de Londr~s, e paga a essa firma . .
A terceira foi endossada á mesma casa de Baring Brothers.
Para justificar o destino das ;L 5,900 dessa ultii;na letra apresenta o general Webb
uma conta dos banqueiros a quem a endossou, donde consta que com o seu producto ·
comprárão elles titulos de divida dos Estados-Unidos que lhe remettêrão para esta
côrte. Esses titulos diz o general que enfregôu ás pessoas ~ quem pertencião, as quaes,
por nã? quererem figurar no negocio do brigue Caroline, lhe havião pedido que assim
. fizesse.
Era mais natural que essas pessoas preferissem receber dinheiro em vez de titulas,
que não . são objecto de transacção nesta praça e cuja existe~cia nas suas ?lã?s
. . .. ~ . . •' . - ~
poderia provocar suspeitas. Demais o general não explica o destino que teve o saldo
de ;L 60, 13, 10 que apresenta a referida conta de Baring Br9thers e que ficou depois
de comprados e remettidos os valores americanos.
Quanto á segunda letra, n'ão consta que destino teve o seu·.valor. O gen.eral não o
diz, nem mesmo no folheto que u.ltimame~te publicou e -~m que trata da terceira.
A consequencia que se tirá destes simples factos é· que nenhum brazileiro recebeu .
dinheiro para . promover o pagamento da reclamação Caroline. Essa reclamação foi
paga unicamente porque o go'verno imperial quiz evitar rompimento com o dos Estados-
.Unidos, na occasião em que mais necessitava de toda a energia e de todos os recursos
· do paiz para debellar o dictador Lopez. O governo imperial ·não quiz que por uma
28
questão de dinheiro soffresse o menor abalo relações, que sempre apreciára e que então
..
mais do que nunça lhe convinha conservar.
;· '
O ..general Webb, por algum motivo que se não. cornpr.ehende, explic'ou ao seu
governo a resolução do governo do Brazil, de modo que deixa em duvida a sinr.eri-:-
. ' . .. '
dade com que foi tomada. Nã.o é isso estranho, nem eu descerei a refutar o que não
exige refutação .
( l ,, · 1 '
·Secretaria de Estado.
Os trabalhos desta. secretaria têm augmentado consideravelmente,
r
tomando
.
cada
dia maior importancia, e são feitos com zêlo e intelligencia.
« corpo, não só no interesse do serviço, mas tambem no dos empregado~, cujos venci-
ª mentos são insufficientes, sobretudo para os que servem nas !egáções da America. »
Cada vez mais me convenço dessa necessidade, e penso que a reforma não seria
proficua si .não se estendesse ao corpo consular e á secretaria de Estado. Sobre o·
corpo consuJar já o meu antecessor offereceu um projecto á vossa consideração. Esse
projecto poderia se~ aproveitado na parte, que não. impossibilitass~ as vantagens da
simultaneidade das reformas. Convém que deis ao governo a necessaria autorisação
nos termos que vos parecerem mais acertados.
O Sr. Visconde de Araguaya, enviado extraordinario. e ministro plenipotendario ;na 1)_,. • , •• .•• .,,,
,. Q ,~r. 1 ~ar~o}e ~lha~~r~, ~i~Í~~rº .f.e~~de~te junt_o á ~~nt_a .§é, J;oi , rfm1~vi~? ·iP;~~a
/
/'
. ·.
·r~S. Petersburgo 4
e depois , pro:i;p.ovido
:na l\1jJJ) I~ '-!· Tl ... 1 ""' r,[;i-:'i~ fu
, ahi .{a 1enwiadp
' 'i' )~
. e4traor~in::i.tio ·e ministro nlenino-
r 1<•! l.J.1ü . 1\~ (.• ... HhJ ( ! ~ci" :i.J; ~ (1p: ..... I ..... ÍA i l lJ
·tenciario.
f] rs.r. C.Rnsel~~~:° ~oa,u}F ~3:~~~;~~~1cep,:~~~~ )~r ~~a~~~Jt, ~mie 1 s~ . a.9g~Tiª 1 ,~[11 ·dis-
po~ib~H~~fe 1~~~i ~ª' f ?i ,,i_i~m~~~~ (~~rn~~:, ~~t;~9.~~i~~%º r~) ~~W:~.~ f p}~~~Hlr?t~~wi~fiº em
Lima e~,~.~~.~,r ~o . ~r. 1~?-~s~lhe~rp ~~f~J?P ~~é 1 P~~·~~~,a c~e!~~' ,~ e~~~~~o . J?~!i~ ,.~ Re-
publica do Paraguay.
Desta Republica passou para a Argentina o enviado extraordinario e ministro ple-
. , · · ":'" ' 1
· :-, , r •. '\
nipotenciario Sr. cónselheií!o Antoriio' José Duarte de Araujo Gondim.
Foi promovido a enviad~ extrao~din~rio e ministro pl~nipotenci~rio ein Montevidéo
o ministro tesideE.te Sr. conselheiro Francisco Xavier da Costa Aguiar de lAndrada.
O Sr. i Leonel ·-Martiniano . de Alencar, encarregado de negocios na Bolivia, foi
promovido a miaistro residente.
· passado, ficando desde então como encafregado de negocios interino o consul geral
o Sr. C~lo~ Guilherme .Gross . .Posteriormente obteve o mesmo Sr. barão ekon~
ração do seu cargo, sendo nomeado para succeder-lhe ·o - Sr. barão Schreiner.
Em 3 de Julho do anno proximo passado entregou o Sr. X. Uebel a sua cre-
ilencial de ministro residente do Imnerio ~e manico e Jio i 0 - e .Tan " o tlo co1 -rente
•ffJ O!' ·1•1 lff) OH ;;.io1r~J~fl ··v. ~l f.iJl ' l r~-. ! P.\lt) Wl i_-.1. rt'i • Al . t ,.,,.,
anno a de enviado extraordinari~ ·~e· dlfÍ_g~~~p ; pleriipotenciario.
Na ausencia do Sr. Léon Noel, m~nistro de França, serve como encarregado
. ~a1~~0 de . e~ia~~·eg1~~0 : ~~ ~t~.O~}~s o . ~r. ,D. l\fi'f1~11 , ~lo;~p.t~ ,J' ..X:.~~u~~' ~ }e c~~-
treg·ou a sua cre4encial em 4 de Set~ml;>ro.
r·; ' . !r!n
·o St.
;')R'>•c. ·•·· ~ 1.• t :' ......... ~·. 1, ·t· •y. ,.,. r "': ;;'}•f1f"1
Parte Financeira
Pelo balanço geral dos creditos e das despezas deste ministerio no exercicio finan-
ceiro de 1873-1874, publicado no annexo n. 2, vereis que não forão sufficientes as
quantias votadas na lei n . .2348 de 25 de Agosto de 1873 para as. despezas das
verbas « Secretaria de Estado », « Ajudas de custo » e « Commissões de limites
e liquidação de reclamações », sendo necessariO' supprir o deficit que se dava das
duas primeiras com sobras tiradas de outras,como foi autorisado pelo decreto n.5843 F
de 31 de Dezembro de 18 74, e o que existiá na ultima com um credito extraordi- ·
nario, concedido pelo decreto n. 5827 de 22 daquelle mez.
Visconde de earavellas.
ANNEXO N. 1. .
..
• 1
'1
.....
REPUBLICA ARGENTINA.
N. 1.
Telegramma do presidente da provincia do Rio Grande do Sul ao governo
impe1·ial.
N. 3.
Aviso do governo únperial ao presidente do Rio Grande do Sul.
Rio de Janeiro.-Minislerio dos negocios estrangeiros, 1º de Julho. de 1874 .
Illm. e Exm. Sr. - Expedi hontem a V. ·Ex. o seguinte i'Lelegram ma, que
espero terá r.ecebido sem demora.
« Receb.i honlem á meia noite o lelegrarnma sobre o caso de Alvear. O
5
N. 4.
Notá da legação imperial ao governo argentino.
no Alto Uruguay em frenl~ de Itaqui, tendo ido naquelle dia a passeio á p0vcrnção
de Ah,ear, fardado e sem armas, foi no seu regresso insultado, espancado e gra-
vemenle ferido por um grupo de malfeitores, entre os quaes os Italianos Guido
Benali e Vicente Logato, sem que a guarda do porto, que testemun haya essa luta
desigm1l, lhe prestasse o menor soccorro.
O vice-consul brazileil'O em A.lvear e o com mandante da divisão ªª"ªl ped'irão .
por officio ao juiz do logar a prisão dos rlous principaes criniinÕsos, forão desat-
tendidos, e os ·malfeilores impunes continuárão no dia sr.guinte a dirigir de terra · '
para bo.rdo insultos e desafios aos brazileiros. · '·
Levando estes factos ao conhecimento do Exm.Sr. ministro elas relações exleriore&,
espera o abaixo assignaclo que o governo ·argentino da1·á immediatai11ente todas
as provi~encias que o caso exige afim de que a impunidade do crime r.ião t~nha
peiores consequencias.
O abaixo assignado aproveita o ensejo para reiterar a S. Ex. o Sr. Dr. D. Carlós
Tejedor as seguranças da sua mais alta consideração.
Illm. e Exm. Sr. Dr. D. Carlos Tejedor.
BARÃO DE ARAGUAYA.
N. 5.
Nota do governo argentino á legação imperial.
(TuAoucçÃo.) - Ministerio das relações exteriores da Republica Argentina.
Buenos-Ayres, 2 de Julho de 1874.
Sr. ministro. - Tive a honra de receber a communicação do 1º do corrente,
chamando a attenção deste ministerio para o triste acontecimento occorrido no porto
de Alvear a '18 do mez· passado e concluindo por esperar que o governo argentino
dará immediatamente as providencias, que o caso exige, afim de que a impunidade
do crime não tenha peio1'es consequencias.
O governo argentino não tem tido até agora conhecimento direclo e official do
occorrido, além de uma communicação do batalhão 9 de linha da Concordia, datada
a 22 rle Junho, remettendo duas cartas escriptas do « Paso de los Libres » a 24 do
mesmo mez, as quaes dizem que o navio brazileiro deu descargas de fuzilaria e
atirou quatro bombas sobre a· povoação de Alvear no dia 22 de Junho pelos factos
que V. Ex. narra como succediclos a 18.
Entregando-me V. Ex. mesmo a nota do 1ºdo corrente, tive occasião de manifestar-
lhe que ainda não queria crêr o faefü dos tiros, mas que; si fosse certo, era tal a sua
enormidade que escurecia os golpes de que tinha sido victima o medico brazileiro,
7
e que estes não po-dião sc.r tomados em consideração antes da correspondente safü.,-
fação. Accrcscenlei que, ainda admillindo como verdadeiro o delicto comm.ellido
no territo'rio argentino contra a pessoa do medico brazileiro e suppondo mesmo que
o commandanle do navio de guerra tivesse o direito, que não tinha, de solicitar a
·prisão ou entrega ·âos cu1pados, a hostilidade praticada con'tr-a a pequena povoação
de j\Jvcar era um ac·to de tal barbaria e petulancia, que humilhava mais ao que a
Hnha feito do que ao q~e a tinha soffrido; e que o governo argentino tinha o direito
de :esperar que fosse em lodo caso energicamente reprovado pelo imperial,
'. sendó punido o seu autor.
Replicou~ me V. Ex. sem trepidar que, si fosse certo o bombardeamento de Alvear,
l
verificado ao que parecia quatro dias depois do dia 18, nenhuma duvida podia haver
l fte que o.go.vérno imperial fizesse justiça dando as satisfações correspondentes.
Emquanto pois, Sr. ministro, não temos conhecimento dos factos, que o governo
argentino se.
aprC'ssará a levar directamenle ao do fmperio 1 peço a V. Ex. permissão
'
N. 6.
Notct da legação imperial ao govenw argent~·no .
..
Legação imperial do Brazil na Republica Argentina.-Buenos-Ayres,
3 de Julho de 187 4..
Exm. Sr. min.istro.-0 abaixo assignado, enviado exlraordinario e ministro ple-
nipotenciario. de Sua Magestade o Imperador do Brazil, tem a honra de accusar
a recepção da nota que S. Ex. o Sr. D. Carlos Tejedor, ministro das relações exte-
riores, lhe passou a 2 do corrente respondendo á do dia anterior, em que o abaixo
assignado expôz· o que sabia dos factos desagradaveis que infelizmente occorrêrão
no porto de Alvear.
O abaixo assignado levará, com .a.. brevidade possi vel ao conhecimento do seu
governo a nota a que responde, e desde já não hes.ila em assegurar a S. Ex.
o Sr. ministro das relações exteriores que, si fórem .exaclos ~s feitos inconside-
rados que se atlribuem ao commandante da divisão naval do Alto Uruguay, du-
bita,tivamente mfmcionados por S. Ex:, o governo imperial tão ze1oso no cumpri- .
menlo dos deveres internacionaes se apressa;á a reprova-los energicameule, e a
fazer inteira e devida ~justiça.
8
O abaixo assignado aproveih o ensejo para reiterar a S. Ex. o Sr:. Dr. D. Carlos
Tejedor as sinceras expressões da sua mais alia consideração.
A S. Ex. o Sr. Dr. D. Carlos Tejedor.
BARÃO DE ARAGUAYA.
N. 7.
Offir:io do vice~consul do Btazzl na Restauração ao consulado geral em Buenos-Ayres.
Vice-consulado do Brazil em Hestauracion, 24 de Junho de 187 4..
Illm..·sr.-Tenho a honra de passar ás mãoi:i de V. S. cópias numeradas de t a 3
da correspondencia trocada ehtre o Sr. com'mandanle da canhoneira Vidal de
Negreiros, este vice-consulado e o de Alvear, relativameiite ao altentado commet-
lido i::om o Dr. da nossa força naval, Sr. Pamphylo Manoel Freire de Carvalho, sobre
cujo incidente pas~o a dar conta a V. S. das medidas por mim tomadas.
Havendo
, recebido do Sr. Pedro Nolasco Pereira da Cunha o officio constante da
cópia annexa sob n. 1, julguei elo meu dever responder áquelle senhor nos lermos
constantes da minha communicação annexa sob n. 2, informando-lhe que ia ·tomar
a.s providencias do caso, tanto mais que outro procedimento não podia adoplar,
primeiro, porque aquella communicação não indicava o togar do successo, e entendo
que a requisição ,exarada nella só poderia ter effeito a requerimento de autoridade
superior, comtudo, parecendo-me que o facto alludido foi praticado na povoação .de
Alvear, julguei opporluno dirigir ao Sr. vice-:consul do Imperio daquella locali-
dade a requisição que annexo sob cópia n. 3, altitude unica que creio podia eu as-
sumir nesta emergen.cia visto ler-se dado o successo narrado em districto alheio ás
minhas att.ribuições direclas. Apressando-me. deste modo a ma·nifestar .á cornüderação
de V. S. todo o obrado naquelle referido incidente, só resta-me reiterar as expressões
do meu mais profundo respeito.
'A S. S.· o Sr. Dr. João Adrião Chaves.
Lurz M. NAVARRO.
N. 1.
Officio do cornrnandante. da « Vidal de Negrefros » ao vice-consul na Restauração.
Bordo da canhoneira Vidal de Negreiros em Uruguayana, 22 de Junho
de 1874,.
Illm. Sr.-Tendo -sido no dia 18 do corrente o Dr. Pamphylo Manoel Freire
de Carvalho alacádo por um grupo de indi viduos armados á lula, entre os
quaes achavão-se os italianos Gu·ido Bcnali e Vicente Logalo, achando-se o doutor
9
N. 2.
.\ N. 3.
);: l 2
10
N. 8.
Officio do ·ccmmandante da Vidal de Negrez'ros ao vice-consul na Restaumção.
Bordo da canhoneir.a Vidal de Negreiros em Uruguayana, 25 de Junho de .1874.
Illm. Sr.-Parlicipo a V. S. que no dia 23 do co_rrenle não tendo o juiz de At-
vear satisfeito as exigencias Jo Sr. capitão-tenente l!.;stanlsláo Przewodowsky, conser-
várão'-se os navios estacionados em frente do mesmo pQvo em _posição hostil, tendo
sido arremessadas sobre o povoado quatro bombas, até á ultima hora tinhão ces-
sado as hostilidades, visto não poderem fazer a menor resistencia. É o que até
o presente me consta e levo ao conhecimento de V. S. para· os fins convenien-
tes. Deos guarde a V. S.
Sr: Luiz lVI. 'Navarro.
PEDRO NoLAsco PEREIRA DA CuNfIA.
N. 9.
''
Offiéw· do jui·z pedaneo de Alvear au vice-consul brazileiro.
(TRADucçÃo.)-Juizado pedaneo da secção de Alvear, 22 de Junho de 1874.
Tenho a honra de responder ao officio de V. S. de 19 do corrente, pedindo-me
informações sobre o occorrido ·com o Sr. Dr. Pamphylo. Cumpre-me dizer -a V. S.
que, logo que eslejão concluídas as decla1·ações e preenchidas as citações, as le-
v_arei ao conhecime-nlo do Sr. vice-consul. Não accu sei ha mais tempo a recep-
ção da sna nota por descuido da pessoa encarregada de fazê-lo.
Deos guarde a V. S.
Ao Sr. vice-consul elo Brazil, D. Santiago B::irreiro.
JuAN e. LE!\IA,
\
..
N. 10.
Avz:w do minz'sterio da marinha ao dos negocios estrangeiros.
lllm. e Exm. Sr.- _ Tenho a honra de remetler. a V. Ex.! para os fins conve-
nientes, as inclusas cópias dos oflicios e mais papeis que o ajudante-general da ar-_
mada acaba de receber do commandante interino da estação nava.l do Rio da Prata, .
a quem o commandante da flotilha do Alto Uruguay participa o facto de ter sido
atacado e ferido por dous individuos, no porto da villa de Alvear, o 1º cirurgião
Dr. Pamphylo Manoel Freire de Carvalho, emp_regado naquella flotilha, e dá conta·
do procedimento que tivéra posteri<;>rmente ao lamentavel acontecimento. '
Deus guarde a V. Ex.
A .S. Ex. o Sr-. conselheiro de estado Viseonde de Caravellas. ..
JoAQurM DELFrNo RrnEmo nA Luz .
lllm. e Exm; Sr.-Passo ·ás mã"os de V. Ex. o officio e mais papei~ juntos . em
que o commandante da flotilha do Alto Uruguay communica ter sido atacado e fc'rido
rn) porto da villa do Alvear o 1º cirurgião ·Dr. PamphyJo Manoel Freire de Car- .~ .
valho, assim como o procedimento que teve em tal emergencia.
Logo que recebi ·taes papeis enviei cópia ao nosso ministro em Buenos-Ayres
para habilita-lo a haver-se com o governo argentino, càso seja interpellado.
Cumpre-me communicar a V. Ex. que por telegramma dirigido ante-hontem de
Santa Rosa ao Salto consta que dous monitores ~a nossa divisão do Alto Uruguay
fizerão fogo sobre a villa do Alvear.
Deos guarde a V._ Ei.-Illm. e ·E.xm. Sr. conselheiro de guerra Joaquim Raymundo
de Lamare.
EuzrARIO Jost BARBOSA,
Capitão de mar e guerra.
12
Corpo de delicto.
Tendo-me sido ordenado pelo. Sr. major José Francisco da Silva, commandante
-desta guarnição, para ·examinar os ferimentos praticados na pessoa do l º cirurgião
do corpo de saude da·armada, Dr. Pampliylo Manoel Freire de Carvalho, e passando
a comprir essa mesma determinação, encontrei o segufote: . uma solução de conti-
nuidade na linha média do osso frontal, dirigindo~se verticalmente de cima para
baixo, e interessando músculos e vasos da mesma região. Uma fracfura no osso ~a
xillar superior, uma echimose no angulo interno do olho esquerdo e diversas exco-
riações na face.
Villa .dé Jlaqui, 18 de Junh0 de 1874.
DR. PEDRO JoRÉ PEREIRA, .
2º cirurgião do corpo. de sande do exercito.
Conselho de inqiiú·ição ..
TERMO DE AuToAçÃo. - Aos vinte dias do mei de Junho de mil oitocentos .setenta e
quako na camara do monitor Rio Grançl<'l .surto no porto da villa de ltaqui, tendo-se
congregado. o conselho de inquirição . composto .do primeiro tenente Antonio Lins
Cavalcariti de Oliveira .como presidente e do segundo te~ente José Virgilio de -Almeida
Moura e alferes Manoel Simplicio Corr~a Leal como vog_aes ; o qual conselho foi no-
meado pelo illustrissimo senhor capitão tenente Estanisláo Przewodowsky, çomma~
dante da flotilha do Alto Urqguay, para reconheçer e legalisar a criminalidade do
fact© de haver sido barbaramente espancado com tentativa de assílssirrato, o Sr. pri-
meiro cirurgião pr. Parnphylo Manoel _Freire de Carvalho, chefe do corpo de saude
da flotilha do Ur~gl!ay, . pelos f)upditos italiario~ . Gµido Ben&ti e Vicente Logl!,to .e
outros, COil10 lqdo con~la dÇ> ~orpo .d~ delicto. e rpai.s dQ.cm)11mtos present~s p.o
1 • .
conselho com o officio do mencionado capitão tenente Estanisláo Przewodowsky,
commandante da flotilha do Uruguay (officio datado de hontem) e vão arinexos .
de folhas uma a folhas cinco, o refedjdo conselho tomando em consideração o con-
texto daquelles documentos passou a proceder aos exames convenientes afim de
desempenhar conscienciosamente a commiss~o de que foi incumbido. E para con-
star se lavrou o presente termo que eu o alferes do treze batalhão de infantaria Ma-
noel Simplicio Corrêa Leal, vogal mais moderno, o escrevi ·e assignei. (Assignado).
-Manoel Sirnplzcio Correa Leal.
No mesmo dia, mez, anno e logar, no termo de ' autoação declarados, achan-
do-se reunido o conselho de inquirição ·, depois de haver examinado . os docu-
mentos ·que lhe forão remeltidos, dos quaes consta ter sido barbaramente espancado
com tentativa de assassinato º· 1º cirurgião Dr. Pamphylo Manoel Freire de Car-
valho, pelos subditos italianos Guido Benati e outros; assentou que para melhor
entrar no conhecimento da verdade convinha ouvir testemunhas que ·depuzessem
sobre o indicado facto a que se referem os citados documentos e havendo ellas sido '
requisitadas e comparecido perante o conselho, passou este .ª inquiri-las como
abaixo se mostra. E para constar se lavrou este termo que eu, o alferes Manoel
Simplicio Corrêa Leal, vogal mais moderno, o escrevi e assignei. (Assignado).-
}_J;/anoel Simplicio Corre''a, Leal.
occasião em que lhe disséra o Benati que não fizesse caso de tudo aquillo q.ue era
gracejo, pois, se. tivesse intenção de _ offendê-lo o teria feito antes. Nessa occasião
· elle testemunha voHára ao bote com o fim de tirar um capote que lá tinha e ou-
vira o Benati dirigir-se ao Dr. Pamphylo, dizendo-lhe que este o c~amára de la.:.
drão e ·lazarone. o do_utor respondêra, mas elle testemunha. não pôde ouvir a res-
posta. Então elle testemu~ha ouvira de novo Benati insultar ao Dr. Pamphylo e
dizer- lhe que este era um covarde por ~1ão querer aceitar a proposta de bater-se
com elle, ao que o Dr. Parnphylo respondêra morar, na villa de _llaqui, logar onde
elle podia ir procura~lo para satisfações; dahi em' dianie ell~ testemunha nada
mais pôde ouvir nem vêr por ter vindo buscar o capote corno se cita em cima
Ao voltar do bote elle testemunha vira o Dr. Pamphylo defendendo-se com um
pequeno chicote de cavallo' que tinha na mão, de Benati com o qual sustentava
o pugilato, vira mais approximar-se Vicente Logato com umg. espingarda de caça
dirigir-se para o lugar do conflicto e com ella assentar uma bordoada sobre o
ouvido do lado ·esquerdo do Dr. Parnphylo, a -qual prodnzio a queda neste ullimo.,
incontinente este levantára-se e com o chi cole alçado ferira na face ao ·aggressor.
Nessa occasião de novo avançára o Benati sobre o Dr. Pamphylo disposto a conti-
o
nuar pugilato ·e depois de renhida luta approximára-se o Logato com um facão de
mato desembainhado e pelas costas o Dr. Pamphylo lhe dera duas cutiladas
sobre a cabeça. Eduardo Sleraxe-; que se achava presente vendo o sangue no Dr.
Pamphylo procµrára afastar a lull) puxando Benati e apartando ·assim a lula no
mesmÓ momento em que Logato de arma. de c·aça cm riste dera um golpe sobre
a fronte do doutor. Nada mais vira, porque os luta(iores se afastárão de ma-
neira a ficarem encobertos pela ba.rranca. E pouco depois chegára o Dr. Pamphylo
acompanhado "do citado pharmace'utico vindo aquelle l2anhado em sangue. ·E nada
mais disse nem lhe foi perguntado, senclo-lhe lido o seu depoimento ratificou-o
por acha-lo conforme, e assignou com o segundo tenenle José Virgílio de Almeida
Moura interrogante. E eu~ o alferes Manoel Simplicio Corrêa Leal, vogal mais mo-
derno o escrevi. -José Moura. - Clm·imundo de Almeida Santos.
TERCElRA TESTEM~NHA. -Felíppe Canselher, . com trinta e tres annos, natural da
Hali.a, solteiro, ma.rinheiro mercante, re.sidenle em Santa Rosa (Estado Oriental),
testemunha juramentada sobre os Santos Evangelhos pelo segundo leilerite José
17
. .
Virgílio de Almeida Moura qne exerce as funcções de interrogante a qual prometteu
dizer a verdade que soubesse a respeito elo que lhe fosse perguntado ·e do cos-
tume nade disse. Sendo-lhe perguntado o qne sabia a respeito do facto dado na
marge~ a;·gentina no dia dezoito do corrente enlre o doutor Pamphylo Manoel Freire
de Carvalho, primeiro cirurgião da armada nacional e os subdilos italianos Gu~<lo
Benati, e Vicente Logato e outros, respondeu : que tinha levado estes ultimos no
seu bole ao arroio onde fizerão a caçada e que na volta estes desembarcárão m~ mar-
gem argentina e elle ficára cuidando do seu bote pelo que nada pôde ver nem
ouvir do que se passára em terra; e mais tarde ouvindo rnmor em terra saltára
·e subindo á barranca, vira um grupo de hom.eus lutando e entre elles Vicente
Logato a quem elle leslernunha agarrára para affasla-lo da luta, momento em que
o doutor Pamphylo, não se vendo ·ag-g"redido, affastára-se com direcção á margem
do rio. E nada mais disse nem lhe foi perguntado ; e sendo lido o seu depoimento,
ratificou-o por acha-lo conforme e por n'ão saber lêr· nem escrever pedio a Emyg·dio
· Pinto Rangel para ass ignm a. seu rogo o que ~ste fez com o segundo tenenle . José
Virgílio de Almeida Moura interrogante. E en, ·o alferes Manod Simplicio ·currêa
Leal, vogal mais moderno o escrevi.-.Jasé Jt.loura.- Emygdio Pinto Rangel.
.l : .
-··.tr-· ~ ....
18
Parecer do conselho .
O coriselho de inquirição, tendo presentes, pelo officio dt> Illustrissimo Senhor ca-
pitão-tenent~ Estanisláo Przewodowsky, ·cômmandante da divisão do Alto-Urug~ay
datado de dezenove do corrente mez e anno e dirigido ao primeiro tenente Anfonio -
Llns Cavalcanti de Oliveira, e o corpo de delicfo feito pelo segundo cirurgião do
corpo de saude do exercito doutor Pedr:o José Pereira os quaes vão anne.xos de folhas
tres a folhas seis, o que foi corroborado pelos depoimentos de tres testemunhas de
folhas-a folhas doze: tendo tambem presente a declaração do.doulor Pamphylo Ma-
noel Freire de Carvalh?, primeiro cirurgião da armada e ch.efe de. saude da di~isão
4o Alto-Uruguay de folhas doze a folhas treze; é de parecer que o dito doutor Pam-
phylo foi barbaramente espancado com tentativa de ass.assinato pelos subditos italianos
-Guido Benati e Vicente Logato. ·- Camara do monitor Rio Grande surto no porto
,da villa de lt~qui em vinte de Jur,iho de mil oitocentos setenta e quâtro. - Antonio
, 1
Lins Caval~~nti de Olivei'ra, primeiro tenente-presidente. -José Virgi"lio de Almeida
. .• . ' '
paiz dessem a menor providencia, até hoje á hora em que escrevo, 4 da tarde. '
Pelo meu officio ao juiz do logar verá V. S. as providencias que tomei sobre o
assumpto. O Dr. Pamphylo acha-se bastante enfermo em terra, resultado dos feri-
mentos e contusões que recebeu. Para aproveitar o correio que sahe amanhã cedo ·
de Uruguayana, faço já seguir . este; e logo que tenha algum desfecho esta questão
communicarei sem perda de tempo a V. S. As autoridades da fronteira já dei co-
nhecimento do occorrido.
Deus guarde a V: S.
lllm. Sr. capitão de mar e guerra Elisiario José Barboza.
EsrANISLÁO PRzEwooowsKY,
, Capitão-tenente, commandante\ ....
EsTANISLÁo PazEwonowsKY,
Capitão-tenente, comrnandante.
lllm. Sr.-Tenho a ho1 r de accusar recebidtJ o officio que leve a bem dirigir-m e
V. S. datado de 19 do corrente mez, versand o sobre o attenlado commetlido por um
grupo de assassinos conlrn a pessoa do dignissirno primeiro cirurgião da divisão
naval Dr. Parnphylo Manoel Freire de Carvalho, quando embarcava-se neste porto no
dia 18 deste mez para recolher-se ao seu navio, fazendo-lhe graves ferimentos e con-
tusões no roslo e cabeça; ao respeito direi a V. S. que hon tem e,\s nove horas da
manhã ofliciei á autoridade local ped indo me inforrnasrn quaes as providencias que
tinha dado a esse ,respeito ; e não havendo receb ido resposta até esta hora, 10 da
manhã, communico a V. S. para sua melhor intelligen~ia; neste momento dirijo-me .
ao juiz de .paz -do departamento da Crµz requerendo sua justiça ao que faço refe-
rencia. ,
Deus güarde a V. S.
lllm . Sr. Estanisláo Przewodowsky.
. SANTIAGO BARREIRO,
Vice-consul.
Sr. juiz.-No dia 18 do corrente o medico desta força ·1º cirurgião Dr. Pamphylo
Manoel Freire d.e Carvalho, vestido com ·seus uniformes à1 il~tare s foi atacado no
porto do Alvear, ·enlre as 4· e 5 horas da tarde, por um gr upo de individuos ar-
mados, fi gurand o á tef)la delle os italianos Guido Beirati e Vicente Logato. Sem
.21-
armas. para'
sua
.
defesa, não foi possível ao Dr . Pamphylo evitar os ferimentos e
rcinlusões que lhe fizerão os aggressores, e só a um providencial milag1:e deve o ter
conseguido escapar com vida e recolhú'-se ao seu navio completamente banhado
em ·sangue. ,
. No dia 19 officiei ao vice-consul brazileiro no Alvear pedindo que me informasse
com toda urgencia, quaes as providencias que tinha tomado, não só a autoridade
local como o vice-consulado a seu cargo, e mandei tambem um ofücial tornar al-
·gumas informações no citado povoado; esse official além de confirmar as noticias
que eu já ,sabia, disse-me mais que fallára ao Sr. juiz do logar, e este déra razão
. aos aggressores. Hontem 20 tive resposta elo meu officio ao vlce-consul, dizia elle
que havia mais de vinte e quatro horas que officiára ao Sr. juiz pedindo lhe infor-
masse quae's as providenci~s que déra sobre o facto occorriclo, .mas que o Sr. juiz
não lhe enviára a menor resposta. '
A tarde de hontem esteve comigo o Sr. vice-consul e declarou-me rnai~ ler pro- ·
curado o Sr. juiz antes de . en:ibarcar para bordo, . e não o ter encontrado, dizendo-
~; e-lhe que sahira para sua chacara e ignoravão quando voltaria.
Custa a crêr, Sr. juiz, que tudo o que venho de expôr se Lenha dado em f'reúte
ao povoado brazileiro de Itaqui, em cujo porto es tão ancorados lres vasos d~
guerra ela mesma nação, e ainda mais, que hont em á tarde, quarenta e oito h?ra·s
depois de ter sido atacado o Dr. Parriphylo, os seus aggressores estivessem pasesando
!·obre a barranca do porto do Alvear ostentando a impunidade que a autoridade
argentina lhes garante para seus crimes "
Até á hora ·em que escrevo, onze da manhã, não me consta que tenha sido
tomada a menor providencia sobre esse grave acontecimento. Illudio-se certamente
u Sr. juiz julgando que a força brazileira, estacionada no Alto Uruguay, veio a r.sta
ronteira fazer o ridiculo papél de muda espectadora dos insultos feito aos brazileiros.
A vista da grave offensa, nenhuma consideração e respeito que acabão de dar-se,
('Om a tentativa de assassinato, ferimento e contusões que soffreu .o Dr. Pamphylo,
1to porto do Alvear, sem que a autoridade argentina dê a menor providencia, venho
eclamar do s ·r. juiz, que me sejão entregues sem perda de .tempo a bordo desta
rnnhoneira, os dous principaes criminosos Guido Benati e Vicente Logato.
Para evitar inuteis delongas, declaro ao Sr. juiz qu e amanhã, vinte e dous do
<'i:lrrente mez, ao meio-dia, não tendo sido entregues os citàdos criminosos, a força
( 0 meu commando repellirá, p0los meios de que dispõe, tão inqualificavel insulto
1
EsrANISLÁO PRzEwooo\VSKY .
.lllm. Sr.-Recebi sua respeitavel nola com a presente da la, ficando inteirado do
seu conteúdo, inclusive a cópia .do officio para o juiz desta localidade, o qual foi
entregue ás horas duas da tarde, tendo-me dilo verbalmente que amanhã respon-
de.ria a V. S. sobre seu conteúdo.
Deus guarde a V. S.
Illm. Sr. Estanisláo Przewodowsky.
SANTIAGO BARRER01
Vice-consul.
do meio dia recebi o officio cuja cópia aqui junto n. 1, do juiz do Alvear, em
resposta ao meu da vespera. Ao meio dia, não tendo sido attendida a minha
reclamação, tend~ já antes tomado convenientes posições os monitores Ri"o Grande
e Alagôas, ordenei que os dous atirassem algumas bombas com elevação por
cima do Alvear, de modo a não offender a povoação., dando grande intervallo
de um a outro tiro, e que fizessem fogo sobre qualquer grupo de gente armada
que ostensivamente apparecesse. A guar.da do porto desapparecêra logo qu!=l os
. navios se moverao. Ao quarto tiro, uma com missão do commercio do Alvear
veio a bordo pedir, de parle do mesmo, para não continuar o fogo, declar.ando:..
me que não havia . mais força na povoação, e que o proprio juiz fôra o primeiro
a retirar-se com sua familia, havendo só alli os particulares, eommerciantes e suas
familias; á vista ·do que mandei immediataménte sustar as ordens dadas, e á
mesma commissão pedi para fazer chegar ás mãos do citado juiz o officio, cuja
cópia vai aqui inclusa n. 2, afim . de tranquillisar os moradores pacíficos do
logar. Hoje foi recebida a accusação do meu offició de hontem, do qual aqui
remeHo cópia n. 3, a V. S. Todas as autoridades da fronteira estão prevenidas
e hoje deve expedir-se do ..t\.legrete para a capital da província um telegramma
relatando o occorrido.
Deus guarde a. V. S:
Illm'. Sr. capitão de mar e guerra Elisiario José Barboza.
EsTANISLÁO PRzEwonowsKY 1
Capitão-tenente, comfuandante.
N. 1.
N. 2.
EsrANISLÁo PRzEwoD.OWSKY,
Capitão-tenente, commanQ.ap.te.
N. 3.
N. 11.
Despacho do governo imperial á legaçào em Bitenos-Ayres .
N. 13.
Nota do g~verno argentino á legação z'?nperial.
Sr. encarregado. -Hecebi a nota de S. S. declarando que, ao:: cheg:ar, á' côrte
a noticia do successo c~e Alvear, não trepidou o governo imperial em desapprov:ar
.
,
TErnoos..
1 •
N. 14.
Nota do governo argenti'no ao governo imperial.
oc
suas mãos para defesa da soberania e d~gnictade do Brazil, e por elle empregada
por motivos de questões particulares, e pelo ·'facto ain<la mais ridículo de dirigir-
se de novo na ·data de 22 a essa autoridade, que nada pedia, para declarar sus-
penso o bombardeamento a requeriinento do commercio de Alvear.
Espera, portanto, o ·gov·erno argentino que este acto, já reprovado pela 0pinião
geral e pelo proprio ministro Barão de Arag·uaya, igualmente o será .pelo governo
imperial, que punirá devidamente o inconsider.ado executor de similbante hosti-
lidade sem causa nem exemplo entre nações civilisadas e . amigas. O governo
argentino já fez pela sua parte as convenientes recommendações para que se
apresse o surnmar.io que €leve esclarecer as violencias feitas ao medico Carvalho,
e cond~uzir igualmente á punição dellas, si isso tiver J.ogar.
Aproveito a occasião para offerecer a V. Ex. as seguranças da minha mais
distincta consideração. .
·· À S·. .Ex. o Sr. ministro dos_negocios estuatlgeiros do Imperio do Brazil.
..., .. ~. -- - ~· -·-r-- ·-~-rl'_,.i'~-~/········ ............__ ,.., ,, .., __ .
'-,....._
e. TErnDoR.
3-0
Cópia n. 1. . .
e . remettendo- !J)l para os fins convenientes cópias das notas trocadas com a
. autoridade iooál. . .
" Esper5/ que V. S. se ·servirá d~r-mE com a possi vel brevidade as instrucções do
gove>n-6· sobre o procedimento que eu ·deva observar nesta in.esperada conj,unctura,
p·r-e~eniqdo-o
,v . . .
de que em quanto as não receber limitar-me-hei a observar os mo-
/ vimentos dos brazileiros sem praticar hostilidades de nenhuma classe contra as
/ suas forças. .
/ Com este motivo cumpro o dever de saudar a V. S. com toda a consideração
/ - -- ..J
. a respeito.
• Deus . Gµarde a V. S.
Jos:E D. ALVAREZ.
Cópia n. 2.
O!ficio 'do vice-consul em Alvear ao juiz pedaneo, datado de .19 de Junho de '1874.
Acha-se em outro logar.
. Cópia n'. 3.
Resp_psta do juiz pedaneo ao vice-consul ern Alvear, 'datada de 22 de Ju.n lw de ' 4·s7 4.
. ..
·I
Acha~se em outro logar.
..
,+
e '
... ' ;
·,
.: í
........
31'
Cópia n. ·4.
Cópia n. 5.
· Exm. Sr. ministro Dr. O. Carlos Tejedor. -Por este mesmo vapor são remettidos
a V. Ex. com urna nota official os documentos r.elati vos ao incidente da povoa-
ção de Alv€lar.
As 11 deste dia e á partida do . vapor recebi os que remetto com a presente.
Por não estar presente o Sr. ministro apresso-me a dar mais latitude á nota. para
qiie· ·v. Ex. aprecie m.elhor os factos.
Saudo a V. Ex.
MIGUEL VICTORINO GELABERT ~· '.
NorA. Hontem expedi este aviso por telegramma.
lo-g;ar: . ;· ,;
'Ao que hontem participei a V. S. pelo proprio, que mandei c_om ~ste _objeclo,
tenho que accrescentar que pouco mais ou menos ás 4 1/2 da tarde uma commissão
nomeada pelo commercio flesta povoação e composta de estrangeiros apresentou-se
' ao commandante da dita esquadra para representar-lhe que não ha'via objecto ~em
utilidade e:m arrasar a povoação é ' sacrificar familias, pois .que a pov.
.
oação se
acha . co~pleta~ente indefesa e sem mais força que a policial necessaria para
. manter .a; ordem. Dahi resultou a nota que envio.
' .,,.
' . -~
' "
,• '·
. .
32
Devo dizer mais que desde as primeiras horas do dia de hontem forão os portos
do Uruguay fechados para todas as pessoas e procedencias deste lado.
Saudo a V. S . com a costuma~a consideração e respeito. ·
Deus guarde a V. S.
JosÉ D. ALVAREZ.
O officio do commandante da flotilha ao JlllZ pedaneo de 22 dr. Junho, a que
se refere o precedente, acha-se em outro logar. ,
·N. 15.
Nota do governo imperial ·ao governo argentino.
siilo feita dep~is de firmar V. Ex. a sua nota, embora na mesma dala; mas V. Ex . .·
-a recebeu então e terá reconhecido que o governo imperial se não demorou em
praticar o que lhe pareceu just.o para com a Republica Argentina e digno do ~razil.
A communicação ve·rbal do dia 1O, que o Sr. Fleury fez sem ter conheci-
mento da nota de V. Ex., e que faria ainda no caso ' conlrario, ha de ter sido
reproduzida por escripto, co,mo recommendei antes de receber aquella nota. Assim,
a opin[ão do Sr. · Barão de Araguaya, que V. Ex:. invoca e que não era sinão o
annuncio do que faria o governo imperial logo que os factos fossem bem conhe-
cidos, é duas vezes _confirmada ·e de modo que não deixa a menor duvida sobre
a espontaneidade das resoluções tomadas. · Torna-se. portanto .desnecessario que eu
de novo reprove o que já foi reprovado e será brevemente suhmetlido á apreciação
dos juízes militares na parte que lhes com.pele.
O governo argentino ordenou o procedimento judicial que V. Ex. me annuucia
e nisso mostra desejo de corresponder ás resoluções do governo imperial ; mas
V. Ex. me permiltirá observar que, si .esse procedimento se limitasse á punição
dos aggressores do · Dr. Freire de Carvalho, não seria completa a satisfação dev.ida
,ao Brazil. Consta que a aggressão ·foi pre~enciada por ~ma guarda argeIJtina, pos-
.tada a pequena distancia; e essa. guarda não deu ao o_fficial aggredido a protecÇão
a que elle linha direito. Havia · no logar uma autoridade, e esla é lamberü accu-
sada de culposa negligencia.
Não pretendo allenuar os actos do commandanle ·da flotilha, mas devo notar
que, comquanto mereção reprovação, nascêrão elles de um sentimento nobre.
Esse commandant.e, que· é official brioso e de honrosos antecedentes, não se pôde
conter .á vista da covard-ia, com que dous homens armados ata~árão a um inerme
em territorio argentino, e da impassibilidade eorn que os agentes da força pu-
blica presenciárão similhànte ataque. Essa impassibilid~de, ·que nem ao ·menos
linha a desculpa de um movimento_generoso, pareceu, sinão connivencia, rnalevola
e acintosa approvação, sendo urna das causas dos excessos praticados pelo ~om
.riiandante. Este abusou da força que lhe estava · confiada; e os agentes da autori-
dade argentina não usárão da sua, como devião em nome da humanidade, das leis
de' um paiz civilisado e da paz de duas úaçõesi para salvar a vida do ofl!cial
br.:azileiro, que, revestido do seu uniforme·, era ~ggredido ·á vista dos navios de
guerra do seu paiz. ·
Consequentemente ordenou o· governo imperial á legação brazileira que recla-
masse . a P,llnição dos·aggressores .do Dr. Freire de Carvalho e da autoridade e dos
~gentes da força publica que não cumprirão o seu imperioso dever . .Renovo di-
reclamerite essa reclamação e não duvido que seja attendida ' em lodos os seus pontos.
1 • • •
' ·· ' E. I 5
J"
1
N. 16.
, • • 1
N. 17.
Despacho do governo imperial á legaçcio em l!uenos·Ayres.
N. 18. ·
Officio da legação em Buenos-Ayres ao governo imperial.
Legação do Brazil na Republica Argentina.-Bue~os-Ayres, 29 de Agosto dei 87 4·
Illm. e Exm. Sr.- · Tenho a honra de accusar a recepção dos despachos so~ ns .
. 42 e 43, de 12 e ~O do corrente mez relativos aos successos de Alvear.
Em conferencia que tive com o Sr. Tejedor, fiz-lhe vêr que o juiz de Alvear
deveria ser responsabilisado por haver deixado de cumprir o seu dever no meio dos
primeiros· incidentes ·desagrada veis occorridos naquella povoação. Respondeu-me o
Sr. Tejedor que o juiz de Alvear, de que se 'trata nesse incidente, é juiz de paz e
na:o está atitorisado a proceder judiciariamente, ·e que o unico juiz nesse districto
que deveria intervir, isto é, o juiz le.k<11ido0.., l'eside em Monte Caseros, e a elle com-
pete fazer a devassa )1es1e caso : disse-me mais o Sr. ministro das relações exteriores
que esperay~ 'ª cada momento o summario que ,havia ordenado se fizesse sobre este
assumpfo.
Relativamente á conveniencia de fazer comparecer o Dr. Pamphylo de. Carvalho
para depôr perante a justiça do .paiz, eu ,disse áo Sr. Tejedor ·que o governo im-
perial havia expedido as suas ordens áquelle cirurgião da nossa armada, afim de que
elle se conservasse no Alto-U ruguay, prompto a acudir a qualquer requisição que
naquelle sentido lhe fosse feita.
·, Aproveito o ensejo para reiterar a V. Ex. as seguranças do meu profundo respeito
e alta consideração . . ' ·
.A S. Ex. ·o Sr. Visconde de Caravellas.
Lmz AuGusro o.E PAIJUA FPH.JRY.
36
N. 19.
Nota do g?ver·no argentino á legaçào impr1rfrtl . .
. .
Tn.Aoucç Ã.o.)~Ylin isterio das relaçõe:; exteriores da Bepublica Argentina.-
· Buenos-
. Ayl'es, !J de Outubro de 1874.
Sr. cncarregado.-Como complemento ela nota de '27 ele Julho passado, sobre o
s1iccesso de Alvear, communico à S. $. que, segundo informações transmilli<las
· recentemente pelo .governo d~ Corrientes, ha uma distancia de quatorze a quinze
quadras entre o ponto, em que ,leve logar o ataque ao medico brazileiro, e o juizado
· pedaneo 1 on.de se acha estacionada · a guarda; notando-se além disso que, no mo-
menfo da luta, rião havia junto dos contendentes sinão o guarda da recebedoria das
rendas nacionaes, o .qual, como. se ~ê do summario levantado, fez quanto esteve
ao seu alcance para conter a desordem emquanto não vinha a policia, a cuja che-
gada estava tudo concluído, t~nelo-se passado para o Brazil o medico da esquadra.
Resulta, pois, que são infundadas as imputações feitas á guarda nacional, o que
ine é gr~to levar ao conhecimento de S. S., aproveitando ao . mesmo tempo a oc-
casião para. reiterar-lhe as seguranças de toda a minha consideração.
Ao Sr: encarregado 'de negocios do Imperio do Brazil.
e. TEJEDOR •
. '
N. 20.
Nota da legação imperial ao governo argentino.
cónler à desordem, emquanto vinha a pplic:i,a, a cuja chegada já tudo tinha aca-
.f)ado, havendo passado. para ·o territorio ;do Brazil o medico da esquadra, resultando
portanto serem infundadas as ~ccusações feitas contra a guarda nacional.
Hoje só me cumpre, Sr. ministro, levar sem demora ao conhecimento do governo
imperial cópia da nota de V. Ex., a quem tenho a honra de reiterar as seguranças
da minha mais alta consideração.
A S. Ex. o Sr. Dr. D. Carlos Tejedor.
Luiz AuGusro DE PADOA FL.EURY.
N. 2t
Aviso do ministen·a da marinha ao dos negocios estrangez'ros. -Absolvição
do . capitão-tenente Przewodowsky.
Senten~a.
cr1i'zando estes navios os fogos; qualr.o bombas por elevação, no espaço de quatro
horas, sobre a povoação Alvear da Republica .Argentina, como protesto, afim de
obter reparação do desprezo offensivo do juiz daquelle povoado João Cirillo Leiva,
ás reclamações quer do vice-consul do Imperio alli, quer do accusado, para que
fossem devidamente punidos os italianos Guido Benati e Vicente Logalo os quaes
na tarde do dia dezoito do indicado mez de Junho, tendo espancado barbara-
mente o Dr. Pamphylo Manoel Freire de Carvalho, medico do corpo de saude da
armada, quando este official, desarmado, mas revestido de seus uniformes, fôra,
em passeio ao mesmo povoado, por alli transitavão livremente, e com acquies-
cencia ·do referido juiz se oslentavão na barranca do rio em frente aos navios do
Imperio, alardeando de tao revoltante attentado. O conselho de guerra tendo em
attenção a concludente exposição que desse confliclo fez o accusado pelos officios a
folhas de~oito e folhas vinte cinco do processo, e considerando que o procedimento
do mesmo accusado nesta grave emergencia está plenamente justificado pela ·defesa
que elle . acaba de produzir perante este tribunal; considerando que effectivamente
"L não tendo o accusado instrucções especiaes para o desempenho da commissão de
que fôr!l incumbido rio commando da flotilha do Alto Uruguay, porque si as tivesse
deverião ter sido presentes ao conselho, e que portanto cumpria-lhe reger-se pelas
ordens geraés ; considerando que estas, conforme se vê do .trecho do relatori_o tran-
scripto na citada defesa, impunhão ao accusado o dever de repellir com a força os
insultos feitos ás guarnições dos navios sob seu comn'rnndo ; comiderando que o
artigo trinta e dois de guerra da arir.ada impõe penas rigorosas ao commandante
que se deixa aprezar pelo inimigo, ou insultar pelo amigo ; considerando final-
mente que a provocação resultante do atlenlado exposto, exclue . do . procedimento
do accusado qualquer suspeita· de contrariar ordem do governo imperial, que im-
po:rte má fé, sem a qual é inadmissivel a existencia de um criminoso ou delin-
quente; o conselho de guerra por unanimidade de votos, julga improcedente a .
presente accusação intentada contra o s·obredito capitão-tenente Estanisláo Przewo-
dowsky, e portanto o absolve, convencido, como está, de que o mesmo accusado
procedeu muito convenientemente, attentas as circumstancias em que se encontrou
e appella na fórma da lei.
Rio de Janeiro e sala das sessões dos conselhos de guerra, aos vinte dias do m~z
de Outubro do anno de mil oitocentos setenta e quatro.-0 auditor geral ·da mari-
nha, João Ladisláo Japi-Assú de Figueiredo e Mello.-Barão de lvinheima, chefe
de diyisão, presidente,_..:...O capitão de mar e guerra, José da Costa Azevedo.-João
Antonio Alves Noguei'ra, capitão de fragata vogal.-Manoel de. 'Moura Cirne, capitão-
tenente . vogal.-Arnaldo Leopoldo de Murinelly, capitão-tenente vogal.-Carlos
Frederico de Noronha, capitão-tenente vogal.
Confirmão a sentença do conselho de guerra. Rio, 3t de Outubro de 1874.-
D'. de ·Caxias, vencido.-Bitancourt:-B. da Gávea.-B. de Angr~.-H. de Beau-
repaire.- · J. '· M, S. 'Camara.-1'1agalhães Castro.-J: B. Lisboa, vencido.
39
Defesa.
Revoluçao-de Setembro.-- Canhoneira .(( Parana. >>-Sua entrada no porto do .Rio Grande do Sul.'
Procedimento se[uido em rela~ao a ena.
N~ 22.
Teleg_rarnma do presidente do Rio-Grande do Sul ao governo i'rnpm·iat.
N. 23 . .
Telegramrna do governo in1.periaZ- ao p1'esidente do .Rio-Grande do Sul.
10 de Outubro de 1874.
Recebi telegramma. Approvo resolução relativa PMand. Si ha vapores argentinos
fó'ra e a Paraná tjuizer sabir, seja escoltada por. navio guerra que º . deixe-fóra, ·dos
mares territoriaes e a distancia dos contra~ios q~e hão ·permitta eaptura l.mmediata,
& r 6
intimando aos cruzadores se afastem de nossas aguas. Si Parand Lemer sahír, per-
manecerá como navio detido é sujeito a ser e1Úregue depois ao gõ'verno argenlino.
Em qualquer dos casos concede-se desembarque e asylo à todes os de bordo, os
qliaes serão internados e vigiados. Não se permilte receher gente, nem munições
de guerra.
CARAVELLAS.
N. 24.
Tel(Jg-r.amma. da legação em Bieenos-Ayres ao gq_vqno imperial.
Buenos~Ayres, 10 de Outubro de 1874.
1
N. 25.
Telegramma do presidente dó Rio Grahde· do Sul ao governo imperial.
Rio-Grande, U de Outubro de 187 4.
Ministro dos negocios estrangeiros, Rio.
Providenciei coQfo.rn:i.t:i teleg.ra~11rpa ~ Convém reforç~r divisão· naval no ·Rio-
Grande.
J. P. CARVALHO DE . MoRAES.
Po.rto-A legre.
. CARAVELLA,S •
43
N. 27.
Telegrarnma do governo argentino ao governo z:mperial.
(TRADUCÇÃo.)-Buenos-Ayres) 10 de Outuhro file 1874 . .
N. 28.
Despacho do governo. i'mperial d legação em Buçno~ Ayres.
Rio de Jan~iro. -Ministerio dos _negocios e;;~rangeiros, 13 de Outubro de 187 4.
Rer-ebi o telegramma dessa legação. concebido nestes termos :
cc Tejedor desej1 saber, àtÍitude tomada pelo gover1io sobte cánhonMra Paranâ
---:- peço instrucções. >>
Chegou-me igualmente ás mãos o seguinte telegramma do Sr. Tejfldor :
(( Telegramma de :Montevid.éo annuncia entrada a Rio Grande canhoneira sub-
Jevàda Paraná- gobierno argentino espera que imperial, ordene por telegrapho
su detencion y entrega á las fuerzas navales que iran á recibirla. ;> ·
A primeira communicação respondi no qia 1!5 pelo telegrapho:
ct Recebi .telegramma. ·Diga já ao ministro que o. governo imperial observará es-
tricla neutralidade. A canhoneir°" foi intimada paré,l sahir do porto dentro de
prazo . m·arca'.do. pelo ·presidente da provinci'a segiindo circúlares ·em ·vigot. A qual-
quer navio argentino; que a persiga; se intimará se afaste cl.as aguas lerriloriaes.
Pelo correio lhe direi o mais. »
E á segu.nda comrrrnnicação resp~ndi :
« Recebi telegramma do Sr. Tejedor. -:-- Fleury fü1rá resposta já. >>
Certo d.e que Vm. terá cumprido esta recoinmendação, passo a explÍcar rne.lhor
. o pensamento do governo imperfa].
O rriesrno governo,
.
como já o commumque1 a Vm. , µia11L~~ a mais ~str~d~
.''
neutralidade, porque não vê motivo para attribuir o caracter de belligerantes aos
que tomão parte na aclual revolução ãíi~ent11fi a; limita-se portanto a defender a in-
violabilidade de seu territorio e a i;raticarW.il. os actos de humanidade que em todos
os casos são devidos, de conformidade com as circulares em vigor:. ,.
. ''\li\1 \\\' \\ \\}.\\' \\"\\') lh \'\".'.\l)\\ \\) . l.} \\'\.\\\ \;'\\\'i \ 'Zi \
Reitero a Vm. as seguranças da minha estima e consiaeraçao:·
A.o Sr. Luiz Augusto de Padua Fl'eury~n ·~ / _-"f.1ll'HJH--(.oi.:): uu1 HT
VISCONDE DE CARAVELLAS.
'li'W',!.!'.lll ~uh 1 'li-::Í iil(
~~~~~~~~~ ·
N. 30.
-Telegramma do governo imp-erial ao governo argen(ino.
15 de Outubro de 1874.
Recehi telegramma do Sr. Tejedor. Fleury dará resposta já.
CARAVELLAS.
N. 3L
Telegramma do presidente do Rio-Grande do Sul ao governo imperial.
td1111dfflfl ll•.til11'l,!.!'IH· •l! ,'1/fl''·'. J.i ·f_,.;~111: • 1··/1! :,p mHr' ni:~111cdli~ ;;1 , !i
·Jé1•11 ·)ilq1·~ li:i·1·1qrrn •W i•· ~•l:.! 1,!1 t•\i! ,N,11 3·3.. 1• 1 ;.:·11;u 11 ;.oÍJ
. l
B~J'fq Ji:.. , ~_:\"lflng·L ·('
Jfi ·.'l•Hh nb $oto,~ 1 v.er: ba'Í, c(o . gov.m:no· ,ctr·gentl;JW .ri 1rlegaçã'o z1wperia·l d111 ,.. .1? .' f
\
·llf O'l 'JlJ ·! 'Ili p ;;; (tRí~b\)cCXO :)'± Mit1islro ! 1 cf~s j ' (f~taÇ~etk1i'te~Í~re~·: Í lJ Hi Ih ili~l r: :I • Hfl! I!
. •,f:·1iw11 _,·11 • Jd1 ,..i?>tj!ll1 U') hHl
i· .q _- Hl· f ~ j~,tEo , d\l,~1 :.~~Jaç?~~ ~x\te~~or,e ?, ~at.1da ,; al,lep.t~m~pJ~ 1 ~ q , Sri ,;<~N 1ç~ m'e_WiH1 .q· 1 de
negocios
.,
do Br.azil padicieando-lhe
'l!'W<J O[I l!lh'l! L Ii 1 '!dri) r1'H-1ll11 ,
gue 1o °: 0·
over:no i :TI perial
'!O IJJJ -
. resp,· onj(jen ao _te
1l .l'l!tHl•·/!-1 'J1 ' DW\1,qr.:u
1
prirnentos a S. Ex. o Sr. Or. O. Pedro A. Pardo, ministro das relaçõé1~ n ~·r{eti l
ri ores da 'lRep úlili füí 1-Arg 1j11ti'ná;1r; e, 1 ; 1emd'resposífà) át~su 1J"i notá' ,+<i·tfü·l1naei ºlib Wff~-, •
relaliva' ment~ ~"esitidrn cl'âh carlhohcifa~ Pcá1áind dnti 1 ~~rtd 1 -t1 8 1 - HiétGrkrld~e· ria;ednirã'
que o governo irnp~ri~t1 foô1o 1 ·qü~r: s'ôüBe "dr.r ~:~He~a{frf d'&s~éq H ãvió 1ríaql.í~lte'llYJ fÍ&}1
mandou que se ' observ~·s se 1 "éstriéta·~ir.elitrli'ti l:ítle'l 1cohfbrfríe1'o' tj·'uenidis'piõ'é1mr·1á "1ê1rf
culares de 1859, ·1s61, 1863 'éiT870 .' 'í\i rn.uFl 1 ·-, p ,iiii P.'l•• !:~"Jll u1rr-)~..,, i
11 1
. '
46
· . Está certo o encarregado de negocios do Brazil que tudo se effeduoil segundo
o que regula o direito das gentes em taes emergencias.
Legação do Brazil na Republica Argentina, Buenos-Ayres, 25 de Outubro
de 1874.
N. 35.
Nota do gove1;no m·gentino ao governo imper'ial ..'
(TRAnucçÃo.)- Ministerio de relações exteriores da Hepublica Argentina,
. Buenos-Ayres, 19 de Novembro de '1874.
Sr. ministro.--Tenho a honr·a el e di.rigir-m e a V. Ex . com o objecio de chamar
a sua attenção para certos factos, qu e têm causado ao governo argentino profunda
estranheza e ácerca dos quaes espera elle receber·. do govemo imperial explicações .
satisfactor.ias.
·"····\ V. Ex. conhec~.' pois é do don:ii nio_ publi ço, o facto da ~uble~ação do chefe de
· uma das canhoneiras da armada nacional, e os .aclos ·de pirataria que elle com-
. metteu depois da sua traiçã.o.
\ , Tendo desapparecido dest.as aguas a canhoneira Pamntf., soub.e o governo por
d~spacho telegraphico que no dia 9 de Outubro tinha ella entrado no porto do
'º
R·fo,-Grande do Sul. Pedio então o meu antecessor a V.' Ex. por telégramma do
dia (
a detenção e entrega da canhoneira rebelde. · Accusou V. Ex. a recepção
e annunciou que o Sr. Fleury responderia.
Pela s·,µa p'árte apresentou-se o Sr. FJeury no meu gabinete offerecendo essa res~
posta logo que as communicações . de V.. Ex. o habilitassem a da-la, e assegu-
rando-me que o Brazil manteria nesta emergencia a mflÍS perfeita neutralidade.
Na esperança de que outra fosse a resposta de V. Ex. não quiz entrar em obser-
vações, que talvez depois se reconhecesse serem infundadas.
Achavão-se as cousa~ nestes lermos quando teve o governo informação positiva
de que a canhoneira Paraná, roubada á republica por um chefe sem honra, tinha
permanecido no porto do Rio-Grande desde o dia 9 até ao dia 17 sem motivo que
o justificasse ainda quando se tratasse de navio de . guerra pertencente a um bel-
ligerante ,
Declarei então ao Sr. · Fleury que o governo argentino estranhavà que o go-
verno imperial, seu amigo e alliado, invocas~e neste caso os princípios ·de neu-
tralidade que só se applicão aos belligeranles e não a um rebelde que subtrahira
a propriedade do governo argentino pela traição e pela violencia:
Disse-me nessa occasião o Sr. Fleury que, segundo os dados que tinha, havia o
seu governo· approvado a -altitude assumida pelo presidente da provincia do .Rio-·
Grande, dando~lhe ao mesmo tempo instrucções para que, no carn de . achar-se
fóra algum vapor · argentino e de qu1~rer a Paraná sahir, fosse esta escoltada por .
um navio de guerra até deixnr as aguas territoriaes e a distancia tal ·do inimigo
que não permittisse captura immediata, intimando-se aos cruzadores que se afas-
tassem das aguas brazileiras. Ajuntava-se que, si a Paraná temesse sahir, ficaria
como navio detido e sujeito a ser entregue ao governo argentjno ; e por outra
parte se offerecia asylo aos que quizessem desembarcar, mediante a condição de
serem internados e vigiados. Or4enava-se por fim que se não. per mi tt.isse tomar
gente nem munições ·de guena.
Sem reconhecer, como positivamente não reconheço, que esses princípios do
direito das gentes sejão applicaveis ao caso em questão, observei que mesmo
assim nãq tinhão elles sido observados pelo presidente do Rio-Gran1cle, desde que
a conhoneira, em vez de 24 horas, tinha perman:ecido oito . dias, durante os .
qua:es tinha podido prover-se de . elementos hostis a .este governo, sendo estes
factos indirectamente aggravados pelas circumstancias,. denunciadas pela proprià.
imprensa brazileira, de haver sido recebido e tratado como ·he.róe e valente pelo
povo Rio-Grandense o homem, qrie em. momentos solernnes fôra. atirado á execração
das pessoas honradas pela voz autorisada do presidente da Republica na sua men-
sagem de Setembro ao congresso nacional.
· O· Sr. eh carregado de negocios do Imperio não pôde deixar de sentir a 'força
destas observações ; e, prescindindo da exageração que pudesse haver no trata~
mento que se diz ter recebido, o ex-commandante Obligado, disse-me que, quanto
á permanencia da . canhoneira durante oi lo dias, não podia dar-me e:xplicação
alguma, porque elle mesmo o não comprehendia, referindo-se portanto á que
esperava · poder offerecer-me logo q11e recebesse communicações de seu go-
ver!lº· Entretanto, Sr. ministro, tem corrido o tempo sem que o meu governo
receba uma resposta que satisfaça as suas justas exigencias.
Antes de eu obter de V. Ex. as amiga veis explicações q"ue solicito, não é opportuno
trazer á discussão a essencia deste negocio. Comtudo_V. Ex. me p·ermittirá re-
cordar-lhe que. os princípios do meu governo são nesta materia os mesmos· que
o de V. Ex. sustentou em época n~o remota. Poderia V. ~x. invocar a neutra-
lidade para recusar, como de feito 'recusou, . a detenção da Paraná, · si este navio /
queixo . ~ .
Nada tanto deseja o meu governo como que o de V. Ex. dê á:s suas am.ig:a_veits ob-
.servações uma ex.plicação ·que o satisfaça, c_om a promess~· de que os factos demm-
ciados se.
não repetiráõ,
. .
em-allenção
.
á paz destes povos, á .moralidade, e ás beas
relações que a Republica deseja manter com o Tmperio, a que se acha ligada por
Vínculos que desejaria estreitar cada vez mais em Jogar de os vêr afrouxados.
Aproveito esta opportunidade para offereccr a V. Ex. as seguranças da minha
· mais distincta consideração e do meu apreço.
AS. Ex. o Sr. ministro dos·negocios estrangeiros do Imperio do Brazil.
N. 36.
' 1:,,
Despacho do governo imperial á legação em Bueno-s-Ayres.
.·dose por lo tanto á las que esperaha po<lerme ofrec~r asi que recibiera comumcac10-
nes de su gobierno. ;)
As observações, a que o Sr. Dr. Pardo a Ilude, são sem duvida as que elle fez-.
sobre o acolhime~to, que o·commandanle Obligado encontrou na população do-
Rio-Grande, e sobre o facto de ler a canhoneira permanecido no porto oito ~
<lias.
Estou persuadido de que o Sr. Dr. Pardo, de cer.to inv~lunlariamenle, não repro-
·_dilzio bem o pensamento de V m., mas, corno as palavras de S. Ex. parecem ai-·
tribuir a ' Vm. uma quasi reprovação do procedimento observado pelo presidente,
da província, rccommendo-lhe que ·com a brevidade possível me commun.ique-.
exactamenle o que se passou em · conferencia.
Reitero a Vm. as seguranças da minha estirnae consideração.
Ao Sr. Luiz Augusto de Padua Fleury.
VISCONDE DE CARAVELLA s.
N. 37.
Officio da legação em Buenos-Ayres ao gov3rno imperz'.al. · ·
.t·.
53
Não bastava, Sr. ·ruil)istro, que o governo argentino c@nsiderasse de cerlo modo
a canhoneira Paraná ,para que assim tamhem a considerasse o governo imperial.
As exigenci.as. inte~nas da Republica podião prender por .tal fórma a atlenção do
primeir.o, .·que a desviasse de certas consicl.erações internacionaes de muito valor
para -o segq.mdo. E foi o.que aconteceu.
Pertencia a caTihoneir.a á ar.mada argentina e era com mandada por um officiqJ da
mesma .armada, m~s estas duas .oircum.slancias não da vão ao acto do commandante
o caracter quer de .pirataria quer de .deserção. Para o ,goven;io argentino, em SUfl
aoção interna, teria aquelle çicto tal caracter; para o Brnzil teve _outro, e só este
podia determinar o procedimento pr.oprio filo .aaso.
Qualificando o mo.vimenlo gue .s.e op:eroiu na .Republica, di.z V. Ex . .: e< Dos_mo-
tines de cuartel e la ifuga de los amotinados an.le, las fuerzas dei gobiei'no, j.unto
con la subl~vacion del comandante de la cMí.onera Pa1·aná son hasta 1h0,y los
he<thos que se .han pirodueido e que ·en -v.aino .se prtilende lilecornr <Wil'l .el .no)qib.rn
de revolucion. »
Esta asserção tira ao inovimento todo o caracter político imporlante, mas os
ados do próprio governo argentino affirmárão a existencia delly Jhe d·erão a e
maior importancia e gravidade. A sublevação do commandanlé de uma canhoneira
e dous simples motins de quartel não exigião de cer~0 todas as grandes.precauç·ões
e todas as medidas extraordiriarías, que tomou o governo da · Re.public~ com mui no-
tavel actividade. Adoptárão-se medidas restrictivas em relação á imprensa, prvhi-
hindo-se-lhe a publicação de noticias de ·origem revolucionaria e a de quaesquer
que se referissem a operações militares, salrn as commuuicadas ·pelo governo; fechá-
rão-se lodos os portos do sul da provincia de Buenos-Ayres; deeretou-se a orgaµi-
sação de forças consideraveis, ·entre ellas. a de um exercito de reserva composto de
quinze mil homen5 ; forão postas em estado dfl si ti.o tres provi ilcias pelo ·-tempo de
sessenl·a dias, estendendo-se depô is essa medida a todo ·o lerritorio da Repnblica e
prot·ogando-se por noventa d~as . Não necessito citar outros faetos, estes bastão para
mostrar que o movimento revolucionari6 não pareceu tão insignificante como V. Ex.
o descreve·; e si o governo argentino se illudio, dando-lhe maior importancia <l o-
que tinha realmente e tomando por isso meuidas desnecessarias, nãq é de admirai~
que lambem se enganassem os est·ranhos.
Para a presente questão só importa conhecer dous factos, o · carac.ter político do
movimento e a sua imporlancia. Nenhuma duvida é possível a respeito de qualque r
de lles, e si alguma pudesse haver, apezar do solemne testemunho das medidas
·que citei, ·baslarião para removê-la a proclamação da assembléa de Buenos-Ayres ào.
povo des~a província, a de S. Ex . . o Sr. presidente Sarrnienlo, a sua mensagem ao
congresso e as suas cartas ao general Rivas. Todos estes documentos forã.o publi-
cados nos diarios de Buenos-Ayres: e ahi circulou tambem o manifesto do general
Mitre, que caracterisou o movimento, -qualificado de revolução pela propria assem-
bléa de :Bu.er.1ps-Ayres na sua referida pi:oclamação.
O pro<;!edimento do commandante da canhoneira Parqriá nasceu p0rtanto das cir-
cumstancias pohlicas do seu paiz e era inteiramente político ; e. dahi resulla não lhe
.serem applicaveis os arls. 9 P, 13 do tratado de 1856, qUe V; Ex. invoca.
Os actos ou crimes politicos são collsiderados por todos os governos de modo ·
especial, e por isso são exceptuados · em todos os tratados · de extradição. Tal é o
respeito que merecê a consciencia politica .do cidadão, que · nos tratados modem.os
.se declara expressamente que nenhu~ individuo, entregue ·por extradição, será
julgado por crimes politicos anteriores ou por .factos connexos com elles. Esta de-
dara~·ão se encontra no lrafado concluído entre o Brazil e a H.epublica Argentina.
Não ha muito tempo, e isto consta do . relatorio que apresentei á assembléa
.ger~l em 14 de Maio do corrente anrío, ani:iunciou o governo oriental a in-
tenção de pedir a extradição ~os i.ndividuos que se havião apoderado do vapor
.argeütino Porteriha, solicitando desde logo a sua prisão provisoria ; e o governo
Ü'.nperial recusou-se a isso, . por entender que aquelles indivíduos não erão pira-
tas, ·como se pretendia, mas ·auxiliares de Lopez Jordan; então . sublevado em
Entre-Rios contra o governo argentino.
·Para o governo imperial o ~ommandanle da .canhoneira Paraná não era pi-
rata nem desertor, mas um individuo que por motivos políticos se levantava
.contra o governo · do seu p,àiz.
Assentado isto, passarei a ex~minar os actos praticados em reJação á canho-
neira.
a
Entrou Paraná no porto do Rio-Gránde a 8 de Outubro e sahio a 17.
Demorou-se portanto pouco mais ou menos oito dias.
De um officio, dirigido ·pelo commandante da estação naval ao da canho-
neira, se vê que esta e11trou com bandeira argentina e foi visitada como ar-
gentina; que . só . no dia .seguinte, 19, se so~be por declar"ação . do proprio
commandante Obligado, · que elle havia adherido á r~volução ; que sahira de
Montm,'idéo para evitar encontro com os navios argentinos que o perseguião; e
que a canhoneira, tendo batido no Cabo de Santa Maria, arribára ao Rio-Grande
para reparar avarias e rdazer-se de combustível e mantimefitos. Pelo mesmo
officio se intimou ao commandante Óbligado que deixasse o porto dêntro de
·vinte e quatro horas e se lhe permittio receber o càrvão necessario para continuar
vrngem.
. Hespondeu o commandante no d ia 1O que, tendo arribado pelos tres
referidos motivos, achava-se inhibido de sahir no prazo marcado, mas que
.obedeceria á intimação logo que estivesse prompto. No dia 15 annunciou a
' sua partida para o seguinte. O presidente da província, attendendo á especiali.,
.dade do caso, tinha resolvido marcar prazo razoavcl, como participou no dia
1O por telegramma.
Eis as inslrucçoes dadas ao presi•lenle.
Si houvesse fóra da barra vapores argentino3 e a Para1iá qu1zesse sahir,
55
seria escoltada por um navio de guerra, que a deixasse fóra dos mares terri-
toriaeE? e · á distancia <los contrarios que não permitlisse captura immediatfl,
intimando-se aos cruzadores que se afastassem dos ditos mares. Si a Parand re-
. ceiasse sahir,_ permaneceria como navio detido e sujeito a ser entregue depois
ao governo argentino. Quer sahisse) quer não, conceder-se-hia asylo a todas as
pessoas de bordo que desejassem desembarcar ; mas essas pessoas serião vigia-
das e internadas. Não se permittiria receber gente nem munições de guerra.
Posteriormente, mas an.tes. de partir a canhoneirn, declarou-~e ao presidenle
que a intimação aos cruzadores deveria ser feita antes. da sahida daquelle
navio.
o asylo, qué se resolveu conceder ás pessoas que quizessem desembarcar,
era consequencia neces~aria do caracter político dos actos por ellas praticados.
Si a Páraná não tivesse ido ao porto do Ri0-Grande e si aquellas' pessoas,
depois de praticarem taes actos, se refugiassem por via de mar ou de terra
no . territorio brazileiro, não se concederia a sua extradição ao governo argen-
tino, . caso este a pedisse. Não sendo as condições . políticas alteradas pela cir-
cumstancia de chegarem as ditas pessoas na canhoneira, nenhuma razão havia
para qur. se adoptasse diverso procedimen~o. Esta doutrina é inconfestavel e,
pois, fica fóra de questão o ponto de que acabo de tratar.
A sabida era ao .mesmo tempo um direito, que se não podia negar ao com-
mandante da canhoneira, e uma o?rigação, que.o soberano territorial lhe podia impôr.
A alternativa da permanencia no porto era mna hypothese que convinha prever.·
Ao comniandante, que se rr.cusa a sahir por não poder navegar nem . resistir ao
inimigo que .o procura, não se impõe a obrigação de deixar o. porto sem faltar
a todas as considerações de humanidade. Dado o caso, o que cumpria fazer era o
que se delerminou· nas instrucções, isto é, internar a lripolação e tomar conta do
navio para ser entregue opportunamente a seu dot:10. É o caso, em que o refugio
ternporario, que todos os governos concedem, se torna em asylo, e por · isso se
lhe applic.Írão as .duas condições de desarmar e internar. -
Esta outra parle das instrucções é portanto inteiràmente conforme ·com os prin-
cípios de ·direito. Tratava-se de indivíduos envolvido·s em uma questão política e era
indifferente que elles fossem considerados belligeranles ou não.
O governo argentino não estranha de certo que se prohibisse a acquisiçã? de
gente e de f!lunições de guerra, nem póde q.llegar que se não fez e:ffectiva a pro-
hibição. V. Ex. diz que durante os oito dias de demora no porto tinha podido a
canhoneira prover-se de elementos de hostilidade, mas não fez mais dei que figurar
uma hypot_hese. Passo portanto adiante. Neste ponlo nada tenho que conlest.ar,
}>Orque nem V. Ex. allegou - facto, nem adduzio prova.
Nenhum governo permitte que se commetUio actos de hostilidade nas suas aguas
territoriaes. Deste principio invariavcl, que envolve não só um direito, mas larnbern
uma obrigação, nasceu a paite das instrucções. concernente ao modo como se
56
(}everiu effeclua,r a sahida da canhoneira. O ffraúl, que obrigava a Paraná ·ai sub.ir. de
um de seus portos, tinha: o· doireilo d:e assegurar o respeito ·devido ás suas aguas ... O
meió pratico de conseguir esse resultado era o que se adop.tou, intimação a'Os cru-
zadores, si· os'. houvesse, e presença de um navio de -@uerra hrazitei_ro.
Si na costa do Rio-Grande houvesse alguma fortifrca·ção, cuja artilharia defeff-
Jesse eflicazrnénte as suas aguas, não seri·a necessa;ria- a presença de um navio de
guerra, nem a i111ti.1 maç~o aos cruzadores ; não havendo· fortiScação alguma, era
in'.dii·spensavel o meio substitutivo. .
Si· houvésse fortifíJ.cação, seria desn.ecessariia a cautela dff deixar a camh0~eira em
.distancia que impedisse a captura immediala. Tomou-se essa cautela para não
parecer que o navio brazileiro ia entregai: a crunhoneira ao seu adversario e porquP.
seria·facÍ'l' que no ardor da persegui·ção se vi'esse :por fim a effe'duar a captura ffas
:aguas territórill'es" ·
Do que fü~a dilo se vê que to·das as disposições tomad:as pelo governo imperial, erão
·conformes ás prescripções do diTeibo intemarcional. Exiaminarei agora si. cssàs
prescripções po•clião ser appli-<~adas á canhoneira Paraná.
Já ficou detnonst~ad:o quê erão de nalureza inleiramenfe. politica os successos em
que essa canhcii1eíra tomou pa·rle; assitn como que a- gravi·dad·e del'les obrigou o
governo argentino a empregar mediclâs ·extraor'dinarias em todo o territorio dia l:le-
publi'Ca. Es'le é o ponto de pá'rtidâ na qu:e-stã<!J e não convém perdê-lo de vista um
só momento. Mas o governo irnperial . rtem pnr isso tratou á canhoneira em pé de
igú1ald>ade 'c0m O' governo argenfo:i::o. Nas instrucções exped·idas ao presi·dente da
provihcia d© Rio-'Grand.é do Su'l e no'S aclos esponta,neos deete" não ha orna só cit-
·cumstancia que a11toriise similhante · supposição. O q.ue de tmdo resulta como ca-
racter geral d0 p1 ©'c:tedimenlo adoptado é que o g-0verno imperial, resolvendo,
1
. c0'm<il era d:e razão, conservar-se est rianho a uma que'Slão d:e polili·ea interna da ·Re-
1
(
.57
ven_do motivo para altribuir o caracte_r d~ belligerantes aos que -tomavão p~~~e .n,a
·revolução argentina, se ljmitaria a praticar os actos de humanidade, que em tqd9p
os casos são devidos, de conformidade com as circulares em vigor.
Entendeu· V.. Ex. que as palavras_,... estricla · neutralidade - de que me servi,
,sjgnificavão que o governo imperial considerava . os revolucionarios argentinos cqm,p
belligeraútes. O meu despacho ao Sr. Fleury deve · Ler removido toda duvida a ess~
·respeito. Observarei todavia que a palavra - neutralidade- se emprega frequente-
rnente
0
no sentido .
de simples abstenção e no .
caso ele que se trata queria dizer que o
Brazil se não cnv0lveria em uma questão a que era e devia conservar-se estran.ho.
"pa , mi;nh~ declaração resull{lva n.ecessariamente que o governo imperial n~~\ yres-
taria aos revolqcio.narios o menor apoio, directo ou in~ireclo, e de feiJo o 11~0
_prestou. OJque se fez no ,Rio-Grande não foi mais do q~e o simples c9rn,primento dos
deveres
, .
de nhum. .. ..
anidade. A canhoneira soffreu avaria, 1
estava sem• viveres .
e sem
cçimbustivel; permillio-se que se reparasse e abastecesse do indispensavel. Pratic~r
~Çtqs de hum~n.idad~ não é estabelecer a igualdade que V. Ex. enxer.gou e me.no?
-~iiJ;ia_a ser p~rcial .
.O,gpver90 Úf?~ pqno queixar-se-hia corp razão si, invertido o caso, _se fizesse a tHJl
":~~lo ;seu a intimação que se fez á Paraná; mas is to não aconteceria, porqu,e ~s
rel.~çõ.~s entre o Imp,erio e a Republica não forão alteradas pelo . facto de hav ~.r
.r,~.h ~rtl.~;4o I}? territ~ri~ )desla u~a revoluç,ão. O governo argentino continuou a s~r
para o,·,d.o Brazil 1r.
governo legal
.
e amigo, revestido de todas as faculdades anterio~es.
1 ~n ! ~ t 15~ 1
1 ! · ( ( ·• ' ..
Os seus navios de guerra poderião entrar e permanecer nos portos do BraziI;_ ~qgi~
'·
antes da revolução, qiiaesque1· que fossem as condições
, , t t J • ) f I
em
,
que se achassem, côm a ·
1. • { .)l
uni~a li~~ i t.~ção _ relati.va aos act?s de ho.sti lidaçl.e, .que n~o po1derião pratiçar ~~,s
1
-aguas territoriaes, mesrpo e!11 ' tempo de paz. Si tivesse necessidade de comprar
~rrilamento e muniç'ões de guerra nos. mercados ~o Imperio, poderia fazê-lo. cy~~
t~ve occasião de reconhec,er ·pralic_asnente que a' ~ua ·posição continuava a s~r a
mesma neste paiz, mas dahi não se segue que assim não fosse ; e não haven.do alte-
ração, dava-se manifesta dee.igual.dade' de tralame,nto em beneficio . seu, pois que,
• 1 \"
. , ; . , , \'e'
como já se vio, · os navios dos revolucionarios não poderião perrr:i~n,y cer n.os portos ·
e •. rra-
... . . .; I . .l -• ...
cias supervenientes conforme as· condições e.m qi_Ie se fossem achan~o as partes. con"'.
1 \
tendoras, sempre de accôrdo com os principios do direito internacional que _v. uEix.
r . ' ,· . .- , , .. ' '1 ~ ·' . .. . ' 't' •.. .:
mesn;10 r~conhece r;ia: sua nota. No rp.omento, porém, de que ~e trata não,.hav.i,a a i~~al
dade de ·que se queixa o governo argentino .
.. :Resumindo a questão, se vê que ,os adt~s ~r~tic~d.os se .reduzirão: a perrr;i~_ttir 1que
0
entregue opp 1or't.~1~~~e~.~e a s.~u - dSi?º' J~So /~ ~;p,m~an~ante se l'. ~cu~asse a s_~hir;
., il. 1 , .. . 8
·I
\
~·
.... -...
'58
expressado com bastante clareza. Para um agente diplomatico, que conhece a política ,
do seu governo e as regras por este estabeleciJa.s em -circulares que correm im-
pressas, bem como a minuciosa poniu~lidade com que essas regras têm sido
sempre cumpridas, não podia ser incomprehens.ivel a demora da canhoneira, mas
perfeitamente explica.vel por alguma das causas que justificão em todos os paizes
a .prorogação do prazo para a sahida. Quanto ás observações, cuja força pareceu
ser admittida pelo Sr. Fleury, mas que já contestei no logar ·competente, nada
accrescentarei : o ·que eu disse torna saliente o eBgano. ·
1
• Encerrou V. Ex. a sua nota nos termos seguintes:
« Nada deseja tanto o meu ·governo como que o de V. Ex. dê ás suas am1-.,
1
1·
. VISCONDE DE CAUVELLAS,'
' r .- -
N. 39.
Nota do governo· argéntino ao govenw impe1·ial.
consideração especial a seu respeito que não seja a por V. Ex. reiteradamente 1
expressada ao insistir em que o procedimento do commandante da Pamná era ·1
arrebatada e que . se apresentava nos dominios do Brazil sem titulo que a amparasse
con.tra a reclamação iniciada.
Que a canhoneira era propriedade do meu paiz e devia ser restituida _ao seu go-
vernó V. Ex. explicitamente reconhece, pois em tal circumslancia, prevista nas
, instrucções, ordenava litteralmente a entrega. ·
~ estranho·que, depois de tão explicito reconhecimento e da clausula das instrue- ·
·ç,ões relativa á entrega, se .fizesse esta dependente só da vontade do detentor, como
.tal lambem reconhecido por V. Ex.
o governo arg·entino nunca teve a intenção de considerar e apreciar ~e igual
modo a entrega·dos desertores e a do navio; t\ fiel a seus sentime·ntos generosos, se
teria satisfeito com a devolução do navio, renunciando aos direitos que lhe assistião a
res.peito das pessoas, como emanados do tratado de 1856. .
Parece-me entretanto que V. Ex. incorre · em alguma contradicção, p~rque, ao
.passo que reconhece que a canhoneira era propriedade da Republica, a cujo serviço
estava o seu commandante, devendo ser os criminosos a~tos deste, por esse mesmo
facto, implicitamente reconhecidos como taes por V. Ex., crê todavia que a aprecia-
ção do Sr. presidente da Republica ao qualificar esses mesmos actos, por mais fun-
dada e justa que seja, não deve servir de norma de procedimento a um povo es-
• 1
trange1r~. ·· _
V. ·Ex. dizia isto a proposito de lhe rêcordar eu o tratamento dado ao comman:..
dante Oblígado, que o Sr. presidente Sarmiento assignalava á execração dos .homens .
de bem . . Não é possível que actos ·dessa natureza em um militar sejão julgados de
diversa maneira : não p'õde haver sobre elles duas opiniões sem que perante a con-
sciencia perigue a irnpárcialidade do juizo e a moralidade dos sentimentos.
A este principio de justiça alludia eu quando, invocando os interesses da moral,
aspirava-á condemnação daquelles factos.
Não posso 1 pois, convir· com V. Ex. em que os actos do commandante Obligado
forão meramente ·políticos e obedecêrão ás circumstancias políticas do meu paiz.
·Muito menos poderia eu adherir a essa opinião, desde que tacs actos nem ao menos
forão· occasionados por aquellas circumstancias no sentido em que V. Ex. as com'-
prehende. Não duvido portanto que, mediante. mais exacto conhecimento · dos
súccessos, se Evesse podido evitar um· erro de procedimento nas medidas adoptadas ·
pelo governo imperial e vêr na fuga da canhoneira o que realmente foi: uma
deserção.
Falta examinar si no proced'imento seguido no Rio-Grande do Sul forão preen..
chidos pór' parte· do delegado do g·overno imperial certos requisitos que puzesse·m .
a saÍvo à imparCialidade do neutral e os direitos e interesses do belÜgera1Úe. V. Ex.
assegura que b que .reahnente se· fez foi conceder refugio á Paraná afim de re~
parar avarias. Verificou, porém, o presidente do Rio-Grande do Sul que de feitó
tivesse a ca'tihoneira necessidade de reparar-se? Certamente não) pois ao meu
6.~·
governo consta que não houve l.aes avarias e que a declaração do coi;n~?i~~?.~!;1,te
a esse respeito não foi mais do que pretexto dilalorio par;i busc~r apoio e ~bter ~~
1
xilios que pedia pelo telegrapho.
V. Ex. não ignora c1ue aque\le navio foi devolvido ao governo e o qNe a,cabo ~,e
expôr resulta dos depoimentos !.ornados á tripolação.
Foi o presidente do Hio-Grande do Sul sorprendido? Esta event1;1alidade podia
e devia ser naturalmente prevista, tratando-se de um navio tão justamente suspeilo~o,
que o proprio commanclanle desleal tratou de acautelar-se preparando corri sagací-
dade um diario falso que devia provar a sua arribada por causa de temporaes no
cabo de Hornos .
. N_ão foi mais vigilante a autoridade da dita 'provincia no cumprimento das dispo-
sições do governo imperial relativas ao contrato de marinheiros, porque dos mesmos
depoimentos resulta que a tripolação da Paraná foi I'eforçada com dez ou doze ·
··homens.
Na minha primeira communicação não podia eu referir-me a estes factos sinão
'hypotheticamente. Agora o possó fazer e provar de modo conclucle'nte.
Nada observarei quanto ás precauções que o governo de V. Ex. julgou que devia
tomar para f,azer respeitar a sobera11ia do Brazil em suas aguas territoriaes.
·Si a 1Republica reclama zelosamente em favor dos seus direitos é porque res-
peita os alheios e espera a mais completa reciprocidade, sobretudo de seu::> :v1-
·zinh.os e amigos. ·
Cerno já dei a entender ~ V. Ex., o procedimento elo presidente do Rio-Grande
e a approvação que subsequentemente mereceu do gove~no imperial, talvez pare-
cessem justificados, si o movimento de Setembrn 1 assumindo um caracter politico
bem definido, tivesse chegado a dividir a população do paiz em fracções proxima-
,m1rnte iguaes ou pelo menos que a rebellião conseguisse constituir uma autoridade
revestida, ainda que apparentemente das fórmas de urn governo ., Nada disto houve;
e pottanto o cornmandante Obligado só podia ser considerado co.rno desertor, forçado ·
p,,çla p~rseg\lição a passar as fronteiras, e que, levando comsigo navio, homens.e
ar,i:nas, ~e ppnha no caso ele um corpo de tropas estr.angeÍras que se introd.uzisse 9,u
c.l;i~gasse por terra ás fronteiras do lmperio, desertado ou impellido pelas convul~~es
,q.,e um ,paiz vizinho, e a respeito do qual um dever analogo acqnselharia ao gowl,~º
,.de .V. Ex. o -immediato desartnamento, o asylo ás pessoas e a devolução das c.qr,rpas
~ ..J ....dJ
Não obstante declarar V. Ex. que o seu governo não póde prometter que se
não repetiráõ os actós contra que se reclama, quer o g(werno argentino crêr que
si, o que 'não é .provave_l, se reproduzirem acontecimentos similhanles, o governo
de V. Ex., pesando os factos e . apreciando melhor as circumstancias.
qu e nesta
.
occasião o levárão a ·um imperfeito conhecimento dos successos, modificará as
suas conclusões com espirito de justiça e rectidão . a que pedirá as s ua ~ ins-
pirações.
Ao terminar esta communicação não posso, Sr. ministro, deixar sem respos ta o
que na sua cilada nota se serve V. Ex. dizer relativamente á·s intenções em que
se achava o seu governo na época dos acontecimentos, isto é, de ir modificando o
seu procedimento . .conforme se modificasse·a situaçãÓ argentina. Sii,nilhante decla-
ração, cujo alcance não é facil conceber, sendo ainda meno.s facil -comprehender a
-0pport'Unidade da sua enunciação, suscita justamente duv·idas no ani1mo do meu go-
verno e a conseguinte inquietação, quando se reflec·te que a p~z destes ·pai.zes não
póde repousar sobre outra base que não seja a do; ~irei to e dos priücipios qlile delle
<limanão, sobre a justiça, a 'boa fé e o espirifo ·amigavel que presicla ás relações
de povos e governos, cujas regras de pr0cedimen-to . não podem ser mo_di.ficadas
segundo as circumstancias sapervehienles, nem cónfo~me as .condições em que
se fôrem encontrando as partes contendentes ; e comqulanto ·V. E.x. acerescent,e
{1ue isso teria sido sem.pre de accôrrio com os princípios do éfireito internacional,
·corno eu mesmo r@conheci, dev0 observar a V. Ex. que eu não podia suste-n lar urna
doutrina contraria aos princi pios fundamentaes da .constituição do meu paiz e menos
ainda comprehender a ·possibilidade de que as suas prescri pções sejão de modo
algum alteradas por qualquer serie de factos·occ-urrentes, _que não sejão a suá refor-
ma legal. Não comprehendo por fim ·que os. immutaveis .
·princípios do direi.to' in-
ternacional, que assentão ·na razão e. na justiça, possão·amo,l,dar-se á variedade das
. circumstancias e á flexibilidade de um tratamento, que se modifique a respeiito dos
contendore.s segundo as condições em que se vão encontrando, como diz V. Ex. .no
paragrapho citado da nota, a que tenho a honra de responder. ·
Renovo com prazer a V. Ex .. as seguranças da minha mais distincta conside-
ração.
A S. Ex. o :'Sr. ministro dos negocios estrangeiros do Ir.operio do Bra~ iL
E l 9
66
,.
Parece-me que devo lembrar aqui um principio cardeal, que se. póde considerai."'· /
ponto de parlida em questões desta natureza.
A qualificação de ·successos, que provocão a acção de governos neutraes na
esphera da sua neutralidade, não depenrle exclusivamente dos governos, em cujos
territorios se dão taes successos.
. '
A razão deste principio é clara. A neutralidade dá direitos e impõe obrigações
e tanlo aquelles como ~stas nascem da independencia e . soberania dos governos.
neutraes. Pretender qúe estes governos restrinjão ós seus direitos e. alarguem as
suas obrigações ·pelo juizo de um dos belligerantes, ou de ambos, é ferir ecoarctar
a sua soheran-ia, e nenhum jámais concordará. nisso.
.J
A consciencia dos direitos e obrigações que nascem da neutralidade e a dos in-
teresses proprios que podem ser compromettidos, mór~ente entre paizes vizinhos
ou limitrophes, fazem com que os governos neutraes busquem conhecer com a
possível -exactidão o caracter dos acontecimentos, porque nesse conhecimento têm
elles de fundar as suas disposições. Não é necessario ter noticia de todas as cir-
curnslancias, basta saber aquillo que define_o facto, e isto, permilta V. Ex. que
o diga com applicação ao caso presente, podia o governo imperial fazer tão bem
·corno o argentino. Elle não prelendeu ser mais aplo, mas igualmente apto, e a
sua aptidão lhe veio das informações dos seus agentes e dos actos do proprio go~
verno argentino, que não erão, como V. Ex.·pensa, alheios aos direitos e aos in-
teresses' do Brazil. · . .
Devo dizer o funda'mento desta minha asserção, porque a de V. Ex., posto que
feita de passagem, tem mais importa~cia d~ que parece á primeira vista. Tudo
quanto tende a restringir díreitos é sumrnamente grave, e, como tratamos de salvar
princípios, devo dizer com amigavel franqueza o que pensa ·o governo imperial'.
As commoções intestinas, como a de Setembro, interessão aos paizes ·"arnigos e
vizinhos. Prova isso o proprio faclo que provocou a ·presente correspoudencia.
Rompeu a revolução e o governo imperial, que era e queria ~onservar-se estranho
a ella, achou-se logo envolvido em uma questão de neutrali.dade. O seu procedi-
mento não podia ser arbitrario, devia ter uma base e esta só se encontrava nos
actos dos revolucionarios por um lado e nos do governo argentino· pelo outro.
Esses actos, e sómente elles, caracterisavão a situação ; e, si delles surgião de
subitó · as novas relações. de beliigerante e de .neutral, não é de estranhar que o
governo imperial procurasse aprecia-los.. A apreciação em tal caso é d.ireilo do
neutral ; negar-lh'a é priva-lo do unico meio que tem de orientar-se e sujeita- lo
a um.a vontade, de que não depende e que não offerece a garantia da irnpar-
dalidade.
Insiste V. Ex., po~to que nP.gando a intenção de exi~ir a en~rega; insiste em
que o commandante Obligado devia ser. considerndo desertor: e como tal. sujeilo
ás estipulações do .tratado de 1856 ;. e eu peço licença para repelir a declaração
-que fiz e vem a ser, que para .o.governo imperial não era elle desertor, como não-
68' .
era piratta'. V. Ex. p~rece abandonàr esta segunda qualificação,. e, pois, não tratarei
della, f!lªS ·ainda devo dizer ·alguma cotasa sobre a:outra. . , .
O caracter politico dos successos de Setembro ficou pro vatfo . na minha .nota.
·, '
a ~1ler-ior. Na que tenho presente, permitfa-me V. Ex. dizê-lo, não vejo em : oon-·
t rario sinão uma simples asserção, mu i respeitavel de certo pela sua origem, mas
· não justificada ' pelos faétos. Nada tenho portanto que accrescentar sobre ·esse
poó.to, · em que o. governo imperial mantém o seu direi lo de apreciação. Pres·
.... scindindo disso, devo dizer que, ainda sendo justa a qualificação de desertor, nãÓ
haveria obriga.ção de en_tregar o comma1idante Obligado : a entrega, de que falia
o art. 9° 'do tratado, refere-se aos soldados e marinheiros e não aos officiaes.
Fico certo. d~ que o governo argentino não teve a inlen-ção de pedi.r que lhe-
fosse entregue a · tripolação da canhoneira, mas sómente · esta. Enlrelanto, relend(}
o. telegramma do Sr . . Dr '. Tejedor com a altenção que costumo d ~r aos docu-
mentos ofüciaes, sobretudo em materia de tanta gravidade, não posso reconhecr qu e
m é enganei.
Diz o telegram ma :
•.. <( Telegramma de Montevidéo annuncia entrada em Rio-Grand·e canhoneira
«sublevada Pamnd. Governo argenlíno espera que imperial ordenará pelo telcgra-
(( pho sua detenção e entrega ás forças navaes que a irão receber.>)
O qualificativo - rnblevada-, que se empregou ·para justificar o ·pedid<?, mos-
tra que a redacç.ão não ajudou a intenção. Do que está escriplo, ·o que se enlend e-
é que o pedido abrangia homens e 1v1vio, porque a súblevação não .era neto deste 1
rnas daquelles; e si assim não fosse, tornar-se~hia desnecessario o apparato bel-
lico. annunciado pelas palavras - forças navaes que a irão receber-. . Esse apparato
si gnificav?- naturalmente que se tratava não só do navio, que por si não podia re-
sistir, ma·s·tambem d'a lripolaçã0.
Infelizm ente na sua primeira nota não se expressou V. Ex. em tertnos que corri -
gissem o. telegram ma do seu antecessor : estranhou que o pedid0 delle não tives·se
sido satisfeito, isto é, veio a estranhar que o governo imperial .não houvesse en-
tregado homens e navio, porque isto pedin o telegrarnma, embora ou.tra fosse a
intenção ; como agora se verifica. E. V. Ex. me permittirá ob&ervar ainda que si-
milhanle inlenção não era expressa nem implícita na ·sua ·referida nota. O que-
alli se le é a sustentação do que ao govet1i0 argen Lino parecia. ser seu díreito . .
V. Ex. entende que o caso do vapor Porten'lia, que citei na minha nOta de·
31 de Dezembro, não é applicavel . á discussão que nos occupa; e apenas lhe
. acha esla sirnilbança com o da . Paraná, que em ambos tem o governo impe-
ri al um modo estranho de sujeitar ao direito político aquillo ·que pertence ao-
.d ireito commurn.
· Tenho o 'pezar de divergir de V. Ex. em ambo.s esses pontos. O. que eü
quiz principalmente mostrar com o exemplo do Portenha . foi a co·herencia dos.
acl'os· 1do gove'fno imperial no que tocav~ á . qualificação de ,pirataria., e creio.
I•
:..
que mo~trei bem. Quanto á similhança que V. Ei. notou, é. certo que existe,.
cons{üuindo mais uma prgva de coherencia ; porém, o governo imperial1 não·
confunde o direi.t0 comrnum com o. politico, faz justame'nte o contrario, distingu<e e·:
distingue no interesse da consciencia pofüica do cidadão, que é protegida com par-
ticular cuidado por lodos os ·governos em seus tratados de extradição. A ·excepção,
que se faz expressam.ente nesses tratados, em parle têm por fim evitar que ·o delicto
commurn seja pretexto para a punição· do delíeto politico.. No caso presente não ha
pretexto, apresso-me a ·reconhécê-lo, mas isto não altera a questão . o governo ar-
gentino póde eqtender que os successos, que s·e <lerão no seu paiz, são regidos p,ela
~e i comnrnril, civil oll militar. Não· lhe contesto a competencia para isso quanto.
á sua acção interna ; mas o governo i_mperial, que lambem tem e póde ter o seu
cr it.erio, usa delle recusando-se a consentir que a a.cção externa do gover'n~ ar-
gentino exceda os limites que- lhe são traçados pelo direito internacional.
A solidariedade e as vistas communs, .que existem entre pai·zes regidos por in- .
stituições liyes e que nenhum · respeita ma.is do. que o Brazil, não destroem as
regras que a experiencia 'e o consenso de todas as nações têm estabelecido para os
casos como este de que se frata. A abstenção é um direito e muitas vezes uma ne-
cessidade e a ·esta se deve attender sobretudo quando ha a particularidade da vi-
zinhança. O governo amigo deve contentar-se com essa absterição sem exigir aquillo·
que os justos_interesses do seu vizinho lhe não permittem conceder.
É exacto que nas instrueções dadas ao presidente do Rio-Grande do Sul se
previo o caso da entn~ga da canhoneira · ao governo argentino; mas não se .fez
depender essa entreg11 da vontade do commandan-te. Aqúellas insfrucções forã.o
h m claras ; estabelecêrão duas hypotheses, sahida de ·conformidade com a inti-
mação já feita, e, no caso de impossibilidade . pelo temor das consequenciasr
detenção do ·navio, sendo desembarcada e ii1ternada a· tripolação. Isto é diverso ..
S.i V. Ex. tiver a bondade de reconsiderar a materia, reconhecerá que não inter-·
prelou bem o· pensamento cio govern0 imperial. Houve, é certo, uma vontade :
foi a do ·soberano territorial, que, usando do seu direito, determinou o que
se devia fazer . . Na segunda hypothese . c'Onsultou-se não a vontade e sim o te:...
mor do commandante.
V. Ex. reunio dous factos que não tinhão ligação immediata e enxergou
portantQ uma contradicção que ·não existe. Os ·factos são : a hypo1hese da ~n
trega e a observação que fiz relativameHte á qualificação do procedünento ·do
com mandante Obligado pelo Sr. presidente da Re-publica: A contradicção é
esta : si a canhoneira era· propriedade do governo argentino, era criminoso o acto
do commandante, e então não podia o governo imperial dizer que as palavras do
Sr. presidente não erã0 norma de proc·edimento para um Pº"º estrangeiro, pois
que os actos de um militar, nas condições de que se tràta,, não podem ser
objecto ·de dua's opiniões d'ifferentes.
G goveri:io imperial pr.eferfa que ia ca<tl'hoHeirâ sabi-sse . Nessa- ·hypothese·
' .
70
volta vão as cousas ao estado anterior e podia o governo argentino recuperar a ·sua
propriedade pelos meios que lhe conviesse empregar'. Na outra hypothese, não
. podendo o governo imperial consentir que o üa\'ÍO se conservasse no porto em
condições que lhe não competião, determinava o desembarque e internamento-
da tripolação, e só então . entrava na questão de proprieJade, a que antes era
alheio. Não qualificou de criminoso o acto do commandante desde que, com
justa razão, lhe atlribllÍa caracter político. Não ha portanto a contradicção que
V.
. Ex. enxer~ou.
.
A observação, que fiz relativamente ás palavras proferidas pelo Sr. -presidente
da Republica na sua mensagem ao congresso nacional, foi provocada pelo facto
de haver V. Ex. estranhado que a população da província do Rio-Grande do
Sul tratasse como heroe e valente ao homem que S. Ex ..h.avia lanÇad0 á exe-
c1~ação das · pessoas honradas.
Devo insistir na minha observação, porque a de V. Ex. tende a estabele-
. cer doutrina inteiramente nova e inadmissível · entre povos indepehdenles, e
porque, como já disse em outra parte desta nota, . tratamos de salvar princí-
pios. As regras de moral são as mesmas em todos os paizes civilisados, mas
na sua applicação póde haver divergencia. Entendeu o governo argentino que
os successos de Setembro conslituião um motim militar ; estava no seu direito .
.Partindo dahi qualificou o Sr . .-presidente da Republica ·os autores desse motim,
ou um delles, como em sua consciencia entendeu que era ju.sto. Todavia a sua
palavra autorisada não era auto~idade para os estranhos e estes tinhão a facul-
dade de ajuizar differentemeule. Assim se fez no . Brazil, e não era estranho
.que se fizesse. Limito-me ·a estas poucas considerações porque neste momento ·
.apenas · trato de uma questão abslracta de principio. .
· Passa.ndo · a considerar -o procedimento do presidente da província, diz V. Ex .
.que elle não mandou verificar si erão reaes as avarias allegadas · pelo comman-
dant~ da· canhonr.ira, nem impedio que esta augmentasse a sua tripolação. ·
Não sei si se fez alguma vistoria. Exigindo a urgencia · do caso . que . a corres-
.pondencia entre a presid.encia e este ministerio fosse tele~raphica, forão as com-
municações necessariamente mui . laconicas~ Devo entretanto crêr que alguma
,çousa se fizesse para verificar o facto. Já pedi . informações.
Quanto ao augmento de tripolação, V. Ex. me permittirá observar que a üi-
"certeza do numero accrescido, V. Ex. diz- dez· ou doze homens-, autorisa a
duvidar da exactidão das informações prestadas ao governo argentino. A ·canho-
neira voltou · para ahi e V. Ex. 1.o?s~rva que· o regresso della o habilitou a
provar as suas imputações de modo;·co,ncludente. Quem depoz, si o podia fazer,
devia ser positivo, porque o facto \;~~: ; permittia. Em todo caso não era difficil
q11e, apezar da vigi~ancia das a:uJo.riid~des, conseguisse o commandante Obligado
·.receber um pequeno numero ?e homens a bordo do seü navio.
Não posso concordar com V. Ex. na paridade que encontra .entre o caso da
7t
72 ('
. Ferimentos feitos no imnerial marinheiro Manoel Antonio de Paiva, por soldados ar[entinos
á füar[em · do arroio A[napehy.
t
N. 41.
,. Avz'so do minz'sterio da marinha ao dos negados estrangeiros.
: . "· '
"JoAQúIM: DELFINO RrnE1R:o 1DA -Luz.
...
,.
1
..
· Commando da flotilha do Uruguay. Bordo do vapor Lamego . em Itaqui, 10 de
Novembro de 187 4.
Para o auto de interrogalorio de. testemunhas que se tem de proceder para veri-
ficar as causas que concorrêrão para os ferimentos que soffreu o imperial marinheiro
Manoel Antonio de Paiva, na margem do arroio Aguapehy pelas forças lega~s de
. cavallaria argentina alli acampada ao mando do major Verdum, nomeio: presi-
dente, 1º tenente Francisco Antonio de Salomé Pereira; vogaés, 1º tenente . Alfredo
Augusto de Lima Barros, 2° cirurgião Ur. Henrique Ferreira dos Santos ·~eis. _Os
quaes investigaráõ todas as circumslancias relativas ao indicado facto e organis.aráõ
o _compelente process0 çomprobalorio.-Balduina José Fe1·rei°'r a de A.guiar, capi.Lão
de fragata. .
Aos .sete dias do mez de Novembro de mil oitocentos setenta e quatro examinei
no acampamento militar argentino do Aguapehy, o jmperial marinheiro Manoel An-
tonio de Paiva, que apresentava os ferimentos seguintes: uma solução de continuidade
de dous decimetros de extensão, interessando o couro cabelludo :na parte lateral
esquerda .da região occipital, uma . outra de quatro de~imetros de extensão na
face externa .do óraço direi to·.interessando a pellé, o tecido cellular e o feixe externo
do lriceps .brachia.l; um~ terceira d~. dous d·ecimefros de extensã9 ,compromettendo
. .· . 1
E. 1
10 .
.
'I
os tecidos que cobrem a face externa da cavidade estyloide direita; uma quarta ·de
quinze centímetros 1de· exfénsão' na )região 'dorsal; qu'inla 11a região tombar, sexta
na \região sacro laternl esquerda,. tendo as duas ultimas mais - ou menos tres cen-. ·
tüileüos 'de extens~o interessando a pelle e o tecido cellular, (~ finalmente um
ferimento na mão esquerda com perda 'do pollegar da ·dita mão: todos estes fe-
rimentos forão feitos por instrumentos cortantes e perfurantes.
·... Alvear, ,7 de Novembro de 1~74. - Dr. He1i1'ique Ferreira dos Santos Reis,
. segundo cirurgião. -· .José Marcellino da Silva, escreventr..
Aos dez dias do mez de Novembro de mil oitocentos setenta e quatro, reunidos
na camara do _monitor Rio-Grande, os primeiros tenente.s Francisco Antonio de
_Salomé Pereira, Alfredo Augusto de Lima Barros e o segundo cirurgião Dr. Hen-
rique Ferreira aos Santos Reis, nomeados por S. S. o Sr. capitão de fragata Bal-
duino José Ferreira de Aguiar, afim de tornarem conhecimento do successo ha-
vido no Alvear entre praças do monitor Rio-Grande e uma guarda militar argen'tina
•• ' 1
acampada no arroio Aguapehy no dia sete d.o corrente e conhecer-se de que lado
está a culpabilidade do facto, resolvêrão que fossem ouvidas as praças que estiverão _
t~· presentes no conflicto, e para constar lavrou-se este termo que comigo ·assignão os
outros ' membros do ·Conselho. (Assignados).--Fran.cisco Antonio de Salomé Pereira~
primeiro tenente. - Dr. Henrique Ferreira dos Santos Reis, segundo cirurgião.
Álj'redo Augusto de Lima Barros., primeiro tenente.
. PRIMEIRO INTERROGADO. -Nephteliin Alves da Silva, guardião extrarruriierürio sê.r- .
vindo de' mestre no monitor Rio-Grande.
Perguntado o que sabia sobre o accidente havido entre a guaf'da argenffo~ a'.êã%pada
no arroio Aguapehy e as praças do monitor _fl.i'o-Grande , responde.u: que tendo ·ido
com ~icença · q.e s.eu, ,c.~mma~~ant~ .caçar. appro:ximou-se da barra ·do A.guapehy com
1
iiiterição de subi-lo para aqnelle mister ·e que·tendo sabido que não 'era permittido
75
enfrar no arroio sem prévia licença . da força acampada nas margens do dito arroio .
desisti o de seguir; mas, por insta°:cias de um soldadó da guard·a argentina fei ·
saltar um marinheiro, que o acompanhava, para pedir licença ; demorando-se este
veio um officiid pedir que mandasse uma praça mais graduada e dle mandou o
imperial Luiz Francisco Seg·undq, e como este tamben~ n~o voltasse, sendo o ·in-
terrogado avisado por um individuo, que alli se achava de que officiaes e praças
da força argentina estavão embriagados, resolveu elle interrogado voltar para a
costa brazileira por isso que ·tinha sabido que o primeiro marinheiro, que man-
dára pedir licença, Manoel Antonio de Paiva, estava gravemente ferido, e o s~gundo
que lambem a instancias do offici~l argentino mandára, estava preso, o que Ih'e
disséra o mesmo individuo que lhe déra noticia de que '°ffi.ciaes e soldados da'
guarda estavilo embriagados. .
l\ada mais disse e temfo-se lido o seu interrogatorio e achado conforme assign<õu
com o official info:rrogante e eú o Dr .. Henrique Ferreira dos Santos Reis, vogál
mais moderno o escrevi. (Assignados).-Lima Barros, primeiro tenente interrogante.
-Nephtelz'm Alves da Silva , mestre do monitor Rio-Grande.
guntado como se tinha dado o facto de que resultou ficar ell,e feridoi declarpq
76
que eslando elle com o . mestre do Rio-Grande e o imperial Luiz Francisco .Se-
gundo na bar:ra do Aguap.ehy, onde linhão ido caçar, foi por ordem do mestre
pedir licença para entrar no arroio ; que chegando a.o acampamento ficou ale-
morisado por se vêr cercado por diversos . homens armados, dos quaes um lhe
apontava com uma lança e lendo elle disparado (oi seguido por mais de trin.la
soldados de cavallaria e ferido, sem se poder clefen~er por ler até deixado su,a
arma de caça na chala·na, cahindo foi amarrado pelos pés a duas estacas; pouco
depois appareceu o seu companheiro Luiz Francisco Segundo, a quem ordenárão.
que ficasse sentado ao lado delle ; depois chegou o· chefe das forças argenlinas
mandou soita-lo e leva-lo para um rancho, onde elle ficou até chegaren1 o secre-
tario da flotilha e o Dr. Reis que o lrouxerão para bordo; nada mais disse e por
não poder esorever pelo seu eslado de saude assignou eEle inlcnogatorio, que o
it'üerrogado açhou c~nforme, o imperial marinheiro Julião, e o official interro-
gante, e eu o Dr. Henrique F~~ rreira dcís Santos Reis, vogal mais inoderno o
es~revi. , (Assignaclos)-Lima. Barros, Jº tenénte interrogante.-Juhão.
Á vista do depoimento das praças interrogadas o conselho ·é de parecer que
toda a aggressão partio da forç:l argentina, e o mesmo se deprehende do officio
do com mandante Jacintbo Vcrdum ao chefe militar do deparlameQtó da Cruz, cm
que o mesmo Verdum declara que o imperial marinheiro Manoel Antoi1io de Paiva
saltára clesarrnad-o e sómente para pedir licença.
~ordo dó monitor Rio-Grande no porto de Itaqui, 10 de Novcrnbrn de 1874.
· (Assignados).- Fra'(lci'sco Antonio de Salomé P(]reira, 1º tenente. -Alfredo Aú-
gusto.deLima Barr:os, . 1º tenente. - Dr. Henrique Ferreira dos Santos Heis.-
José Marcellino da Silva, escnivente.
7 de Novembro de 1874..
.
fazer. ,
.
Jt ·quanto communico a Vm. para seu conhecimento e para os fins conve-
mentes.
Deus guardé a Vm. ·
JACINTHO Vf.RDUM.
Nesta mesma data tive a honra de feGeber a respeitavel nota de S. S., datada de
9 do corrente e relativa ao desagradavel ~do, que na pessoa de um imperial
marinheiro pertencente á flotilha com mandada por S. S., praticárão no dia 7
uns.· soldados, que, se bem estejão sob as imrnediatas ordens d() sargenlo-
mór11 D. Jacintho Verdum, dependem da divisão que me obedece. Po.r esta razão
jpsta, S. S, çpmigo na precitada nota para que proceda immediatamente á
..
79
··effecliva pnsao dos delinquentes e ameaça-me com to'mar as rne'didas qu'e julgar
convenientes, conforme o meu procediniento ,
Presd-ndindo de refutar alguns dos conceitos que a nota de S. S. sus'.t'entà,
pois de nenhum modo pretendo attenuar o faclo, demasiadamente lam~ntavel
em si mesmo, ·peço permissão a S. S. para fazer-lhe presente, àfim de qµe se
: .
digne 'tomar . 'em consideração, · o estado anormal do meu paiz nestes momentos.
(,
T.ims: dados do territorio ar[entino solm duas Iaiw1ias .pertencentes âítlótHha do · Alto ;·ururnay.
j
''
Olficio do pratico H. A. da Costa ao commandante da . canhoneira· «Greenhalgh.>J
Bordo da cánhoneira Green!zalglz, 22 de lOutúbrÓ de f8i4.
. 'I
Illm. Sr .-Tendo regressado hoje da com missão que me ordenára V. S. ,,,de
conduiir as lanchas a vapor á Constituição, cumpre-me participar a V.. S . .que
no dia 20 ·ás 2 horas da tarde depois de transpôrmos o Salto Grande, seguindo
80
nós aguas acima seguidos pelo . vapor narional Uruguay, fomos ·sorprendi.dos ·
pelo som de um tiro disparado da margem argentina, uma legua acima do Salto
Grande, e em seguida por mais dous tiros partidos do mesmo lado,.cujás ·balas
de fuzil dirigidas com boa pontaria, uma sobre a machina e outra ao homem
do leme forão felizmente desviadas pela boa marcha que as lanchinhas fazião,
e assim cahirão uma dous palmos pela poupa das lanchas, e outra não alcary-
çando estas, recochetou no rio e transpôz por cima das mesmas indo perder-se
muito distante ; avistámos enlão na dita mnrgem donde partírão os tiros uma
p~rtida de soldados de cavallaria, que nos acompanhárão pela costa acima, com
uma legua de distancia, continuando nós até então a navegar pelo meio do rio,
tendô depois tomado a margem direita, nâo pudemos mais divulgar cousa al-
. guma. É tudo que me cabe communicar a V. 'S. ·para os fins convenientes.
Deus guarde a· V. S.
IUm. Sr. Manoel Soares Pinto.
HERMENEGILDO ANTONIO DA CosTA.
N. 43.
Nota da legação impe1·ial em, Buenos-A.yres ao. governo argentino.
guerra. Assim procedeu o governo <le Sua Magestacle o Imperador em respeito aos
princípios de direito inlemacional, e em nome destes mesmos princípios tem o
governo imperial o pleno direito de esperar um prompto desaggravo aos ullrages
que fôrem feitos ao Brazil.
Os excessos acima mencionados, tanlas vezes repelidos, são em grande parte de:-
vidos á intemperança de linguagem com que se exprime quasi toda a imprensa
1 •
deste paiz, attdhuindo ao Brazil intenções e sentimentos que este não tem.
Si não fôrem severamente reprimidos aclos similhanles aos de que se trata, não
poderáõ elles deixar de contribuir para azedar as relações iilternacionaes e trazer
fataes consequencias que o Brazil não terá provocado ; em todo o caso, o governo
imperial não poderá ficar impassível ante ·procedimentos que denotão de uma parle
l.endencias mui lo lamenta veis e da outra parte uma grande incl·ifferença em cohibi-las.
O abaixo assignado, portanto, fazendo este protesto, pede a S. Ex. o Sr. Dr.
D ..Pedro A. Pardo, ministro das relações exterio1~es da Republica Argentina, as
provide_ncias que os dous casos supracitados exi_gem e as que fôrem necessarias ·
para prevenir o futuro.
Apresei1t2da assim a justa reclamação do governo imperial, o abaixo assignado
aguarda a resposta de S. Ex., e confiando plenamente na sabedoria e rectidão do
governo argentino, não duvida de que ella será tão prompta ~ satisfactoria como o
exigem o incontestavel direito que assiste ao imperial, e a immensa: gravidade das
offensas feitas.
O abaixo assignado aproveita o ensejo para reiterar a S. Ex. o Sr. Dr. D. Pedro A.
Pardo as seguranças da sua mais alta consideração.
A S. Ex. o Sr. Dr. D. Pedro A. Pardo.
.L01z Auausro DE PAouA FrnunY.
N. 44.
Nota do governo m'gentino d legaçiio impen'al .:·-
\
82
· N. 45.
Nota do govarno argentino á legação i?nperial .
cc parece, rondavã.o a costa.>) Diz o governado ~· da província: que não houve aggressJo
á bandeira de uma nação amiga; e muito menos por forças nacionaes; que dous
botes sem bandeú·a sub,ião o rio U ~:~ gua y , reb_ocados por um vapor do mesmo nome,
8'3
até vencerem o Salto Grande, que dista cinco ou seis leguas da Concordia; que soltos
os botes, seguirão aguas ac.ima até pouco mais ou menos duas quadras do vap•ff,
quand.o forão ·sorprendidos por tres tiros dados do lado do mato e não da Concordia,
como diz a.nota de 21 de Novembro, sem que se possa dizer ~i forão, ou não,· dirigi-
dos aos botes ; e que em seguida forão vistos fugir .para o interior oi to ou dez homens
sem uniformes nem insígnias militares, e não soldados de cavallaria da nação, como
affirma a mencionada nota. ·
O Sr. encarregado de negocios comprehende que é pequena a irnportancia dos
factos, como .elles se apresentão: nem se póde assegurar que os tfros fossem dirigidos
aos botes, nem ha offensa a bandeira algum·a. •
Estes e outros antecedentes, relativos ao assumpto, que' sem duvl,da terá transmit-
tido a essa legação o consul geral do lmperio, que pôde informar-se pessoalmente do
occorrido, terão convencido ao Sr. Fleury da ligeireza ou inexactidão com que lhe
forão communicadas as informações da nota ele 21 do passado, e lhe servirão para
retirar a accusação que essa nota faz .aos soldados da cavallaria argentina ao serviÇo
do departamento da Concordia.
Este ministerio ainda espera a resposta do governo de Corrientes sobre o incidente
occorrido em Alvear, e logo que a receba dará as. convenientes explicações ao Sr, en-
carregado de negocios, a quem Deus guarde por muitos annos.
Ao Sr. Luiz :A. de Padua Fleury.
PEDRO ANTONIO PARDO • .
N.. 46.
• /
'.
Nota da legação imperzál ao governo argentino.
.\
'1
{.
1
84.
N. 47.
Despacho do governo impe1°ütl d legaçrio em, Bitenos-Ayres.
ANNEXO A.
N. 1.
.Joã.o .José Martins, Thornaz Marq ues, João Onofre, Antonio Gomes, Antonio Ma~
chado , Felippe Sa nti ago, José Sa nt 'A nna , .loào Anlonio de Paula, .João B. de AI~
meida 1 A.ntonio Alvat·es 1 Benedicto Villano va 1 Josó Silva, Antonio Alm eid!l, Manoel
Araujo .
N. · 48.
()jficio do consulado qe1·àl em Fhtenos-;lyres d le,qaçâo nnperia!.
I
\
86
desempenhando a cornmissão de que fui incumbido ; do·modo·por que V. Ex. verá
dos papeis annexos poi· cópias. Alguns braúleiros por terem-se apresentado vo-
luntariamente para o serviço das armas)como verbalmente e em frente do batalhão,
m'o declarárão, não pude requi:;itar sua baixa; outros, em numero de dez que
nelle estavão coagidos, forão postos em liberdade em virtude de minha reclamação.
(Annexo A.) ·
·Havendo chegado ao meu conhecimento de que ha .3 mezes, mais ou menos, tinha
sido assassinado naquella cidade um subdito brazileiro por ·ordem do comman-
dante do h.atalhão 9º de linha, que alli estava de guarniç.ão dirigi ao Sr. chefe
político o officio que junto por cópia sob n. 1 do annexo B e pedindo explicações
sobre aquelle desagradavel acontecimento. O referido chefe respondeu confir-
mando o fact.o como verá V. Ex. no mesmo annexo em cópia de n . 2 ; porém,
allegando que as autoridades militares lhe não tinhão dado conta do occorrido, por
isso não podia .prestar-me informações a respeito do nome, e nacionalidade do indi-
,·iduo, nem as causas que <lerão motivo á sua perseguição e morte. Antes de
ausentar-me da Concordia entendi-me com o Sr. chefe politico, sendo acreditado
como vice-consul o Sr. José Pedro da Rocha.
Esperando ter, assim, deixado satisfeitas as ordens do geverno imperial, cum-
pre-me renovar a V. Ex. as seguridades de minha particular estima e distincta
consideração.
Ao Exm. Sr. comrnendador Dr. Luiz Augusto de Padua Fleury.
' DR. JOÃO ADRIÃO CHAVES.
N. 2.
N. 3.
(TRAnucçÃo.)-Concordia, 27 de Novembro de 1874.
Eni virtude da nota de V. S. datada de hontern solicitando isenção do ser-
viço para quatorze indivíduos de nacionalidade brazileira, inscriptos no batalhão
Concordia, cuja relação nominal vem annexa, tomo a liberdade de. dizer a V. s..
as causas dessa inscripção, para que não se altribua tal procedimento a infracção
do tratado que V. S. invoca e que . o abaixo assignaclo acata e respeita corno
é do seu dever.
João José Martins. Entrou como substituto do cidadão Eduardo Gré.
Thomaz Marques. Ha muito tempo que se apresentou voluntariamente para
servir no piquete de policia . e hoje acha-se &g·gregado ao batalhão.
João Onofre. Não apresentou clocurnenlo algum que justifique sua nacionalidade.
Antonio Gomes. Entrou como substituto elo cidadão Fernando Bottari.
Antonio I\fachado. Não apresentou documento algum que justifique sua nacio-
nalidade.
Felippe Sàntiago. Remettido ela Federação pela mesma causa.
José Sant'Anna. Idem.
João A. de Paula. Idem. -
João B. de Almeida. Enlrou como substituto do cidadão Santiago Debato.
Antonio Alvares. Por ferir gravemente a outro individuo e não ter papeleta
que justifique sua nacionalidade foi destinado ao serviço durante a presente
guerra.
Benedicto Villanova . .Apresentou-se voluntariamei1te para servir no piquete da
policia, e posteriormente servi o nas revoluções de ·J 870 e 1873. Não tem pape-
leta que justifique sua nacionalidade.
José Silva .. É conhecido por argentino, natural da provrncia de Corrientes.
Sómente agora fica em duvida a sua nacionalidade.
Antonio Almeida. _Não ha nenhuin .individuo. deste r::orne ·no batalhão.
Manoel _Araujo. Tambern não apresentou justificativo de sua nacionalidade.
O abaixo assignado espera da illuslração e rectidão do Sr. consul geral que
em vista da classificação que antecede se servir{t indicar os inclivicluos que devão
te['. baixa, o que se eflectuará irnmediatamenle.
Hei tero a V. S. as seguranças da minha mais dislincla consideração.
Deus guarde a V. S.
Sr. consul geral do Brazil Dr. João Adrião Chaves.
AQUILÊO GoNSALEZ
(
88
N . .4.
N. 5.
N. 6.
com nobre franqueza. e recla imparcialidade a commissão que motivou stia viagem
a ésle ponto~
De·sejando a V. S. mui feliz viagem, r~novo-lhe as seguranças de minha distincta
consider.ação e apreço. . '•
Deus guarde a V. S.
AS.S. o Sr. cornml geral do Imper.io do Brazilj Dr. João Adrião Chaves.
AQmL:Eo GoNSALEZ.
Annexo B.
N. 1.
N. 2.
AQUIL~o GoNSALEZ.
!
I
. .
N. 49.
Nota da _legação oriental ao governo imperial.
J
~
94
N. ·50.
O(ficio do presidente do Rio-Grande do Sul ao governo impe1·ial.
Província de S. Pedro do Rio-Grande do Su.1.-·
'\
P..aJ.ae;ie ;Ji«<> -og-0vemo em Porto
.Alegre, 6 ·de Maio de 187 4;
· Illm. e Exm. Sr. -Tenho a: homa de passar ás mãos de V. Ex., com a in-
clusa cópia do officio do chefe de policia interino desta província n. 374 de
29 de Ab,t-it ·ultimo , a do que lhe eridereçára o delegado de policia do termo
95
A. A. MARTINS DE .CASTRO,
Chefe de policia intel'ino.
saberem fatiar o porluguez, como lambem porque naquella cidade forão elles·se-
duzidos por Palmer, como declarão os mesmos. Quanto a Palmer consta que se-
guio para Sanl'Anna do Livramento. É por emquanlo o que posso informar a
V. Ex. a tal respeito.
Deus guarde a V. Ex.
lllm. e Exm. Sr. Dr. Abilio Alvaro Martins de Castro, chefe de policia da
provmcrn.
JOÃO AUGUSTO GARCEZ,
Delegado ele policia.
N. 51. ·
Nota do governo imperial d legação oriental.
das autoridades orientaes, que terião tido a possib·ilj:<fade de entregar os réos sus-
peitos aos tribunaes do seu paiz, e . os aclos das autoridades brazileiras. Tãi@ D€'li.O
combinadas forão as medidas de vigilaneia tmnadas por estas uhimas, . qae .os
principaes chefes do receiado movimente mal puderão escapar-se por uma· ignota
picada; entretanto que do. territorio orientar tinhão dles anteriormente vo.ltad:o
para o Brazil. .pela popul?sa e larga fronteira de Sant'Anna elo Livramenbo, sem
·serem inquietados nos seus passos, apezar de conhecerem-se na Republica os seus
criminoso5 planos.
Não concebo, pois, como póde o-Sr. Ramirez sorprehemfor-se das ~ ircumst_!ln
cia:s daquella fuga.
O governo _imperial estaria a11t0risado para co,osiderar esta questão como termi~
nada pelo simples facto de terem-se ~usentado os ~10mens de que se trata, si o
Sr. Rami,rez r:ião viesse collocar a questão em terreno diverso do primitivo, .aUe-
gando que a exisfencia de grupos armad·os na fronteira do Brazil dura I1.1te mais·de
1
N. 52. ·
Nota da legação oriental ao governo imperial.
feitos de Bergara, Palmer e outros, 'nem a mais grav~ aililda de que essa mesma.
legação responsabilise o governo imperial pelos prejiàzos moraes e matertaes pro-
venientes das guerras_intestinas projectadas e levadas a effr:ilo por caudilhos na
Republicr;i On'ental .
. Essas supposições não são autorisadas . pelà sor:preza que o a.baixo assignado lína-:
nifostou em . prescnc;a da noticia de se haver realizado a invasão preparada desde
Fev.ereiro pelos mencionados indivíduos, nem pela simples referencia aos prejqizos .
moraes e materiaes que a Republica tinha soffrido e soffria em consequericia
desses preparativos e, dessa realização.
A pri meirn explica-se na turalrnen le pela la men lave\ circu mslancia de ler o,
abaixo assignado recebido a noticia da invasão quando descansava na segurança de
que os grupos rcvúlucio11at·ios havião sido ·dispersos e internados os seus cabeças
na ilha de Sa.nta Catharina.
A segunda era a anirmação de um fact.o positivo e innegavel, que não envolvia
explicita !lem implicitamente uma recriminação determinada e muito menos uma
fixação de responsabilidade.
A solicitude e a efficacia no cumprimento _dos deveres de boa vizinhança de.-
pendem de i nn umera~eis circumstancias, muitas vezes alheias á vontade dos go-
vernos. A accusação, que S. Ex. o Sr. Visconde de Ca ravellas . parece descobrir na
ultima nota do abaixo assignado, só poderia ser formulada á vista da prova de
complicidade ou tolerancia reflectid.a dos Lrabalhos dos invasores; porém similhanle
idéa foi terminantemente repellida pelo abaixo assignado desde a sua pnme1ra
communicação sobre este assumpto. .
É sensivel ,que S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas o tenha olvidado:
Feita esta recti6cação, seja permittido ao abaixo assignado prescindir da refu-
tação tlo juizo que S. Ex. faz do movimento, de que se trata, quando em tudo lhe at-
tri"lnte o caracter de oittros anteriores na lziitt?ria dos .caudilhos dos paizes hispano-
amen·canos que são banhados pelo Rio da Prata. Todas as instituições humanas têm
séus vícios na>turaes, que se fazem sentir sobretudo nos primeiros ens;aios. A
Republica Oriental do Urnguay tem soffrido sem duvida os vicios das instituições
que adoptou ao fazer-se independente ; mas lambem tem colhido · os seus grandes
~en,~ e ganha cada dia novas fo·_rças parn a definitiva consolidação da paz. ·Passou a.
1
época dos caudilhos populares; não são nem jámais forão ·caudilhos os aventureiro~
g~e fizerão a invasão de Abril, e os factos já se tê :11 encarregado de mostrar quão
e~,acta,~ erão as apreciuções da nota de 2'1 de Abril a respeito dessa tentativa tão
1
absurda como criminosa.
~ ~.
·
Quanto ao mais, recebe o aliaixo assignarlo com prazer as·declarações substanciaes
da nota de S. Ex. o Sr. VisconJe de Caravellas, lamentando sómente que S. Ex.
,se trnha demorado em demonstrar que a obrigação existente entre a Hepublica e o
lmperio sobre a entrega das armas, cavallos e quaesquer o~jectos proprios para a
guérra, tomados a rebeldes, não é applicavel aos grupos que forão dispersad·os antes
de v·evificair-se a invasão.
O aba·ix(j) assignado nunca sup·[ílÔZ o contrario. Na sua nota de 21 de .Abr.il só.
r.ecortlav'a . essa obrigaçã0 ao @ccupar-se do procedimento que (segundo a nota de.
S. Ex. de 18 de Abril) ad0ptaria o governo imperial para com os revolucionarias
que ·tr.ans,puzessern a fronteira.
O -goven10 oriental tem noticia de que a<lguns já o fizerão; é provavel que os.
dema1is já o tenhão feito ou não tardem a fazê-lo. Verificado o c~so, coo.fia. o go-
verno. orfontal no cumprimento da rnenci'Onada obrigação.
Ao terminar esta nota· aproveita o abaixo assignado a occasião para r'.eilerar a
S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas os protestos da sua mais alta consideração.
AS. 'Ex. o Sr. Visconde de Ca·ravellas.
CARLOS M. RAMIREZ.
N~ 53-.
Nota da legação oriental ao governo imperz"al.
···Esta resolução do governo imperial não pôde. ser levada a effeilo, porque Ber·
gara, Palmer e seus companheiros, illudindo a vigilancia das autoridades brazileiras,
conseguirão invadir o territorio oriental. Assim o diz S. Ex. na citada nota de 18
· de Abril, asseverando todavia que essa mesma resolução seria levada a effeito no
caso de tornarem os revolueionarios. .ao territorio do Brazil.
Pois bem ; é facto que Palm~r com o seu grupo armado vio-se obrigado, ante
as forças de policia uo governo constitucional~ a voltar ao territorio do Brazil
sem que conste ele qualquer maneira que as autoridades brazileiras tenhão cumprido
a respeito delle as ordens a que se referio S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas .
. Quanto a Bergara, não está bem averiguado si chegou a pisar em terra oriental
juntamente com Palmer; correndo depois para o norte da fronteira do Rio-Grande
do Sul, ou si buscou esrn parte da fronteira para effectuar por ella mais es tralegica-
mente.a sua projectada invasão.
O facto é que Bergara esteve mais de um mez nos arredores da Uruguayana, obri-
gando a policia do deparlamenlo do Salto a accumular-se defronte desse ponto com
o objecto de o receber convenientemente.
Meiado Abril, dirigio-se o vice-consul oriental em Urnguayana, de ordem espe-
cial elo governo da RepuLlica, ao commandante da guarnição da Uruguayana,
pedindo .cjue Bergara fosse internado. O Sr. commandante respondeu por .officio
de 2t do mesmo mez (de que o abaixo assigt1ado tem cópia) que se via na im-
possibilidade de ma,ndar internar Bergara p01· não estar elle comprehendido nas
suas i'nst1·ucções.
Esta resposta sorprehendeu sensivelmente ao governo da Republica, que tinha
recebido com satisfação as seguranças dadas por S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas .
nas já citadas notas.
Ainda suppondo que B~rgara não tivesse invadido com Palmer, como não ha de
estar a sua pessoa comprehendi.da nas ordens do governo imperial?
Em fins de Março resolveu o governo imperial que tambem se' intimasse a
Be·rgara para sahir do territorio brazileiro ou recolher-se á ilha de Santa Catharina.
Depois disso caracterisou Bergara ainda mais as suas intençoes hostís, subtrahindo-
se á vigilancia das autoridades do Jaguarão, e apezar disso se verifica que- a sua
posição melhorou, ficando elle fóra das instrucções, que diz ter o commandante da
guarnição da Uruguayana.
É innegavel a participação de Bergara nos trabalhos· subversivos ·da , paz, que
com applauso do paiz inteiro reina na Republica Oriental do Uruguay. Na re-
cente nota de 8 do corrente disse S. Ex. o Sr. Visconde de Caravcllas mui ternii-
-
nantemente : entre os que capitaneião o movi'mento figura pri'nàpalmente o oriental
Bergara.
O Sr. commandante da guarnição da Uruguayana devia sabê-lo melhor do que
ningliem, e entretanto não se crê autorisado para tomar uma só medida que
103
N. 54.
Nota do governo on'ental_ á legação i1npe1·1'al. •'
bida pelo gover11o ·oriental de que .alguns dos reYolucionarios já se ti~hão pas- 1
sado outra vez para o territorio · brazileiro, sendo prov.avel que os outros não 1
10B
dalada dP, 22 ele Maio, CUJO conteúdo indicar-lhe-ha a natureza dos esclareci-
mentos de c1üe carece o governo imperial pa·~,a formar o seu jui'zo êice.rca das
novas occurrencias ·que se apresenlfo na qúeslão vertente. · n mesmo govet'nu
aguarda essas informac;ões para responder definitivamente êis ·ultimas communi-
cações do Sr. Harnirez a respeito de · Pal.mer e Bergara; neste intervallo, . porém,
guarda, él v.ista das que recebeu das suas autoridades .no Hio-Grande do Sul,. a con-
vicçüo · ela fidelidade e acerto com que ellas vão cumprindo ordens, que ao
Sr. Harnircz parecem ter sido ou illudidas ou menoscabadas, em um 11egocio que
tão especialmenlc interessa á Hepublica Oriental.
Em taes circumstancias, deixarei por ora de volver ás considera.ções que fiz
elil notas anteriores, não SÓ sobre O ·Caracter ela questão, como sobre aconte- .
cimenlos, ele cuja .marcha se evi.<lencia, ·que são iguaes as clifficulclades com que
lutão as autoridades braz ileiras e orientaes nos seus respectivos Lerritorios para
acabarem com .' as tropelias dos meucionados chefes rcvolucionarios, e que a
activiclade desenvolvida nesse intuito por parte das primeiras em . nada segura-
111e11te é inferior á dos segund?s; lornanclo~se pois itesnecessario que o governo,
imperial a<lopte 1 conforme o insinúa o Sr. Hamirez, « medidas efücazes · para
« conseg.uir que as suas ordens sejão devidamente executadas .na provmcrn do ·
· « Rio-Grande do Sul. i1
N. 56.
Nota do governo ·impe1"zal d legação . 0·1·iental.
N.57.
Nota da legação oriental ao gove1·no imperial.
N. 58.
Nota do yove1'no imperial d legâção ori'ental.
N. 59.
Nota da leqaçâo rn'i'm?lal rtú yoverno impert'al.
subv_ersivos e quando mais uma vez se proprtgava o susto nas fronteiras da H.e-
publica, tem o abaixo assignado maior razãO para esperar que o goverrio im-·
perial cumprirá sem demora . neste caso a promessa, espontaneamente feita e
reiterada, de enviar pai·a a ilha de Sa11ta Catharina os refugiados, que ha algum
tempo procurão perturbar a tranquillidade ae um . paiz amigo.
Assim satisl"eito 'o objecto desta nota., offerece o abaixo assignado a S . Ex.
o Sr. Visconde de Carave11as as seguranças da sua mais alla co nsideração. ·
A S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas.
CARLOS M, HAMIRT~Z.
--------------
N. 60.
Nota dc1. leqaçlio 01°iental ao qovetno imperial.
N. 6L
Nota da tegaçüo impen'al ao uovc1·1w oriental.
AGUIAR DE A KDHADA .
N. 62;
Not a do gove1'fw un 'ettütl ci leyarâo imperial.
Sr. ministro.-· rrive a hoLLra ele receb er a nota de V. Ex. datada de houtern, com
a qual servio-se rcmeltel' por cópia dous offic::ios do commandantc dá guarnição
e fronteira da cidade do Hio . Gran de comrnunicando qu e furão presos os caudi lhos
Palmer, Roldan e Pereira, o primeiro na cidade de Pelotas e os dous ullimos na
fronteira do Jaguarão.
Em resposta me é grato participar.a V. Ex que o governo da Hepnblica agradece as
medidas tomadas para a captura daquelles caudilhm;, e rogo a V . .Ex. queira com-
municar i ~ lo 1.uesuio ao governo imperial.
Uom tal molívo reitero a V. Ex . às segura1u;as da minha maior cu 11sid era çãÓ.
AS . .Ex. o Sr. cavalheiro Ag;uiar <le · mirada.
G REG 01uo P ERE~ GoMAR.
N. 63.
:Vntn, da legaçcio únp eria l ao youenw or/ental.
Lega<:ão do Brazil , cm J\Ionlev id(~ o ~ J" de Sel.emb rod e '1874·.
Sr. ministro. - Em allditarrn~ nlo á minha nol.a de 7 de Ago,s lo 11ltí mo, lenho a
honra de levar au conhecimenlo de V. Ex. qu e, seg undo corrn:n'unicações hoje rece-
bidas por esta lcga~; ão <lo. co mmando da fronteira e guarni ção da cidade do Rio-
Grandc do Sul; no dia 6 elo referido 111 ez, eu1 virLud ~ de ord ens do gove nw impe-
rial, scg nil'ão para a prov ín cia <le Saulil Ua tharína no . vapor Carnões, os rel'ugiados
.Eduardo Palmer, 'rho111az H.oldan, Haptista Pc l'eil'a e Ga bino Gon<,'. alves, acompa-
nhado~ de urna escolta .
Aproveito esla oppurl.unidn.de paru l'cite rnr a V. J~x. as seg uran ças de minha mais
clistin cta estim a e alt.a consideração. ·
AS . Ex. o Sr. Dr. D. Gregorio Perez Uo ru ar.
FH.AN<..:rnco X:.Av nü~ DA O. A. DE ANDRADA.
N. 64.
Nuta do qooenw .ui·ie1ttal li Leyaçâo únperiaL.
N. 65.
Representação dos subditos brazz'leiros d legação . imperial.
com que tão arbitraria medida vinht\. comprornetter nossas fortunas e nosso cre-
dito commercial, nos decidirão a usar perante o . corpo legislativo, do direito
que nos concedia a Jei do Estado, dirigindo-lhe a representação que em cópi·a
legalisada lemos a honra de levar éls mãos de V. Ex .
. Confiamos que aquelle honrado corpo, usando de sua elevada posição jerar-
chica no governo do Estado, e de suas immunidades soberanas, salvará a sua
responsabilidade em resoluções daquelle caracter e gravidade fazendo ccrnplela
justiça ;i nossa f:undada petição. Não obstante). no interesse de prevenir as fu..
ne~tas consequencias que o erro · de nossos · calculos teria indubitavelmente sobre
nossas fortunas, vimos solic·itar de V. Ex. sua .valiosa intervenção oflicial penrnte
quem corresponda, afim de qu.e nossos direitos adquiridos, como credores do
Estado, sejão respeitados, não fazendo-se nelles nenhuma · i nnovaçfto sem nosso
express.o consentimento e muito especialmente as que o poder e~ecul.ivo propõe
nos projeclos mencionados. .
Na r~presPntação inclusa póde V. Ex. vêr e apreciar o numero e força . da s
razões com que apoiamos a justiça da nossa petição; razões de direito cons11e-
tudinario , de interesses pessoaes e de convenieucias geraes.
O modo e os meios que se empregão para arrebatar nossos direi tos adqui-
ridos, que . conslão dos titulos de obrigação em nosso poder, importão, perante'
a lei e a 'razão um verdadeiro despojo;· e tanto mais violento e irritante,
quanto que se commette pela ·autoridade publica mais immediata e principal-·
mente obrigada a prestar-nos o seu po.deroso amparo em tão terrível conflicto.
H.econhecen.do-o assim·, foi que o actual governo, nos primeiros dias de sua
cxistencia promclten solemnemente ao corpo dzjJlomatico que respeitaria e /an'a
1·espeitar todos os bens e (hreitos dos estrangeiros, promessa que certamente não
esqueceu e que hoje lhe dti o perfeito. direito de vir em nosso auxilio do modo
por que lhe pedin1os.
Os projeclos apresentados pelo poder executivo são urna ameaça terrível para
as fortunas desses estrangeiros, invertidas , com a mais notoria boa fé . e con-
fiança, na acquisição directa ou indirecta daquelles creditos contra o E~tad,o.
· De1:>0ís deste facto não resta garantia algtinw. de que, continuando as difii-
culdades do crario para satisfazer seus compromissos, como as ·fazem temer . as
mesmas medidas adoptadas, venhão ·outras do mesmo car·acter fazer clesapparece[·
o resto do valor que então tenhão podido conservar aquelles creditos .
. Este temor não· é hypothelico nem chirnerico e o rneslllo governo nos dá
cJjsso a ·mais completa segurança.
·V. Ex-. .conhece a lei que autorisou a junta do credito publico a emittir bi-
lhetes de cambio menor, inver·tiveú pelo . ouro .que lhe levassem os pal'liculares,
distinado por essa Jei a realizar a conversi'ío <laquelles bilheles em moedas dessa
espec1e.
Po·is' I ) eiTJ : llUando essa lei a1ienas conta dias de existe11eía e os · pul'licularns
11.5
têm levado já e trocado o seu ouro por esses bilhetes, o governo propõe urna
lei, enlre as apresentadas, desobrigando a junta de credito publico do dever
rle fazer es'sa conversão e dando outra applicação a esses ·dinheiros l !
Além disso, si a banca-rota deste Estado é positiva e autorisa a medida pro-
posta pelo governo, si, em these geral, essas banca-rotas são possíveis, conser- ·
vando os Estados a sua autonomia nacional e os seus fóros e direitos de naçã.o
soberana e independente: si um Estado joven, vigoroso e rico, como . o desta
Republica, póde dizer com verdade que não tem com que pag;ar suas dividas:
si tal calamidade é positiva·, nesse caso é de rigorosa justiça que ella pése com
perfeita iguàldade sobre todos os seus credores de qualquer natureza que sejão:
r1ue não hajão excepções odios~s, que sendo ao mesmo tempo . um desmentido so-
lemne do facto, põe em toda a sua nudez o acto de força despotica e resaltante
injustiça de que são victimas os credo1·es postergados no pagamento do .que se
lhes deve .
.No nosso caso é isto o que occorrr.. A medida é espeC'ial; os nossos direitos
são desconhecidos e menosprezados, emquanto que se respeita escrupulosamente
outros que só . gozão do privih')gio de estarem amparados por um facto interna-
cional . que os fará respeitar, ou do que lhes dão as conveniencias fiscaes inte-
ressadas em que se pague, pela n'eGessidade ulterior que possa ter o ·Estado de
occorrer á sua caixa, em demanda de mais dinheiro ! ! .
O altentado, pois, contr-a nossos direitos adquiridos não póde ser mais violento.
nem mais evidente ; e em tal caso entendemos que temos o perfeito direito de
impetrar a protecção natural e legal dos representantes de nossos -respectivos g·o-
vernos, em favor de nossos interesses ameaçados de tamanha aggressão. .
Cremos bastante o que deixamos exposto · para mostrar e _jitsti"jica1· a 11ecessi-
dade e o direito da intervenção que solicitamos de V. Ex. e que reclamão
Hrr;enteniente os effoitos immediatos que elevem produzir aquellas medidas sobre
nossos capitaes e fortunas; como os estão produzindo já na depreciação daquelles
valores.
Por consequencia, concluímos rogando a V. Ex. queira acolher benign3:mente
es ta nossa petição e satisfazê-la como solicitamos.
M,ontevicléo, H ele Março de 1878.
lllm. e Exrn. Sr. Dr. Francisco Xa·vier ela Costa Aguiar de Andrada, enviado .
. extraordinario e ministro plenipoteáciario de Sua Magestade o Imperador do Brazil.
(Assignados) - Por procuração do Visconde de Nioac, C. Peúx:oto.- · Pór procu-
r;ão do Sr. A. de Freitas Amorim, C. Pefrcoto. - Por procuração df. Antonio de
Araujo, C". Pei.'.coto. - Por procuração de Appolinario S. dos Santos, l. G. lnqon-
v ill~. -· Por procuração de J. Lucas ele Araujo, B. Uyalla.-Boaventw·a Azevedo.
- Conceiçüo & C. - A.ntonio F. Brnga.-Euzebio José Antunes.- · Dr. J. J .· de
Ba l'i'Os Pimentel. - José B. de Oliveira Nery. -Hermann Jlfano·e tAmarante.
'
'.'
HG
N. 66.
Representação de estmngeiros ao poder 1e,qüdativo.
(TRADUCÇÃ.O.)
segura~1ça que só lh'os podem assegurar, deixando para o fuluro grave e profun-
damente ferido o credito publico ,.
Esse resultado é certo- e inevitavel sob o aspecto economico .e político, como
é pelo lad.o lla: justiça, o despre.zo de nossos dii-eitos adquiridos e a conseguinte
ruína de nossos interesses. ·
Pela simples leitura dos referidos projectos se vê que o poder executivo pede
a V. H. à sancção de uma lei que imponha :
· 1.º O pagamento em, pa,pel nacionalisado, elos juros vencidos, desde a data: da
sua promulgação, pelos títulos da divida publica da nação e que pelas leis em
vigor devem ser pagos em ouro cunhado.
2. º A suspensão da amortização estabelecida por essas leis, exceptuando as emit~
tidas nos mercados do exterior e as que provêm de pactos internaciouaes . .
A ·primeira dessas imposições vai ferir de Lal modo os i n Leresses dos possuido-
rep de titulos da dí viela publica, que não é . possi vel calcular até onde che~aráõ
suas perdas directás e indirectas.
Aquellas são representadas pela depreciação, a que está suj eita toda moeda
. local inconve1·tivel, que, como aquella em que agora querem pag;ar, não tei:n, por
não poder t.e·r, garantias certas de limilaçã.o.
E conhecida a insta.bilida.de de . valores que caraclerisa essa classe de moeda,
bem como de sua hi.storia uniforme e constante ern todas as pari.e ~ onde tem
existido.
Mas é verdade que o seu desequilib.rio com a de ouro póde chegar ao ponto
de reduzir a mencionada Jei a pouco mais de zero.
Si desgrnçadarnente tal succedesse, o que não é de espernr embora não seja
impossível, resultaria para os possuidores desses ti tu los · de · divida a perda total
ou a cessação completa dos juros estabelecidos, e com ella o nenhum valor e
imporlancia dos tiíulos tla cJivida na circulação commercial.
As outras perdas são ·representadas pela~ garantias de que servirão e cont.i-
nuão .a servir aquell~s títulos de divida, tanto na Republica como fóra della.
Contando com a confiança e permanencia desse facto, baseado na confiança
que inspiravão a boa fé e fidelidade com que o governo da Republica cumprio
sempre seus compromissos pecunia.rios para com os credores internos e extl';r-
nos, não vacillárão os possuidores de títulos da divida publica, em empregar
co1isideraveis capitaes na sua aquisição e e:n cornpromel.ter suas fortunas, seu
credito e sua homa nas diversas e . multiplicadas transacções a que. os incluzio
aquella. confiança .
Não podia ser de oul.ro modo.
As !.eis, que creár3o as diversas dividas public;1s da H.Ppublica~ dizem clara
e lerminamenle que a .nação se obr.iga a paga-las cm ou1'0 cunhado pelo valor
marcado pela l<:Ü que fixa o seu typo ; e, para effectuar-se o pagamento do
H9
N. 67.
Nota collectiva do co1po diplomatico e consular ao governo oriental, protestaudo
contra as 1nedidas relativas d divida publica ..
N. 68.
Resposta do governu oriental á nota collectiva.
os requisitos esscncrnes do Estado. Assim, pois, os direitos abso lutos deste, isto
é, do Estado, são a sua exisf.encía, irnlependencia, igualdade e segurança.
De conformidade corn estes direitos tem cada naçã.o a faculdad e de constituir-
. se segundo o seu desejo e cullnra, adoplando as leis organicas e ordínarias que
scjão· mais accommodadas aos se us interesses, tornando-a s prati cas pelos ··meios
íflle julgar mais convenientes, applicando-as e interpretando-as em cada um dos
fac tos que succedem, porém , sem ter jfornis necessidade de consultar o interesse
de outros paizes, de ind aga r a sua vontade e de attender ás suas reclamações
fóra do direito e da equidade ~
A soberania exclue toda dependencia e subordinação a poder estranho, sobre-
tudo trai.ando-se de actos, que são simples e exclusivamente de administração .
interna, corno o que a asse1nblé}1 gera l acaba de consummar de a.ccó rdo com n
poder exec.utivo, que foi induzid ü a fazer bem nota.veis exclu sões pelo seu res-
peito ao es triclo cumprirnenlo dos co ntratos qn e lêm carac ter inl Ú nacional.
Os progressos feitos pela sc icncia inl crn acional e os realizados pela democra-
cia excluern a .mera so1Nrar1ia elas antigas escolas , a . qu al, si p\H]e l. er realiza~fío
pratica na historia , nunca consep;uio nppl.icação logica na sc1enew.
Assim, pois, cada Estado é arbilro ab soluto de seus destinos.
E si alguma cousa ha, que possa ler aug;rncntado a sorpresa cio poder efrcn-
livo ao ·tomar conhecimento .dessa nota é vê-la ílrmacla por nossa irrnH. mais Vi'·
lh a, a grande H.epublica Americana , cuja sábia constil.ui ção, corno diz Laboula.rr~
nf.í.o é o unico exemplo nem a uni ca lí çiio que os Estados-U!1i.dos podem dar aos
povos do universo.
I~averá alguma cousa, diz o celebre hi sloriad ol', mais notavcl, qu e um paiz que
lomou por base da rna politica e da sLrn diplomacia a paz e a nã.o.:.intervençfí.o.
E, referíndo·se ao engrandecimento da JlepuJJlica , accrescenta adiante: cc O se-
« gredo é simples e npezar disso infalli ve l . Co nsiste na paz, na qeutraliclacle o
cc na niio-zntervençâo. ))
E co nclue : e< Desfm1baraçada das lulas lfo 1nlluencia , não des pertando descon-
c< fi anças nem rivalidades , limita a diplomacia arn er.icana lodos os seu s esfor<:ns
Em ·quanto esse recurso legal, ímprescindivel, não für negado aos estrangeiros que
vivem no pai~ ao abrigo de suas leis, por mais que ellcs prefirão levar suas queixas
.aos respectivos agentes, não se poderá allegar denegação de justiça, P. falta por conse-
guinte a ba~e do protesto col!ect.ivo, a que o governo da Republica não póde nem deve
dar assentimento.
12f>
Si, apezar disso, V. Ex. e seus collegas insistirem no sou proposil.o, não lerei
inconvenienlc algum cm expôr oulras icléas e razões mais abundantes; fàzendo
entretanto fcrvr,nles volos para _que este inesperado iticiclenlc não produza o menor
rcsfriamenlo nas cordiaes relações, que devem existir entre povos e governos nas-
cidos para se estimarem e respeitarem reciprocamente.
Saúdo a V. Ex. com.ª minhn maior consideraçã.o e estima.
Exm. Sr. enviado exf.raordinêll'Ío e ministro pienipo!1~ncíario de S. M. o Impe-
rador do Brazi l.
J. e. BusTAMANTE •
N. 69.
Lei relativa d divida publica ü1terna.
Art. 1.º Desde a prornulga1;ão da pre8enle lei fica suspenso o serviço dos juros e
ela amortização das seguintes dividas publicas: Interna 1" e 2ª series-Divi.da ex-
traordinaria-Consolidados de 1872--Resgíllc de terras- E.-riprestimos ·ext.raordi-
narios 1ª e 2ª series-Fundada bis-e Pacificação 1ª e 2ª series.
Art. 2.º Autorisa-se ao poder executivo para proceder á monetisação das dividas
mencionadas no artigo anterior pelo modo e fórma que adiante se determinão, tlxan-
do o maximo do resgate na proporção seguinle:
As dividas de '12 <l/0 de juros, aJ par.
(( (( (( 9 º/o a 90.
cc « cc 6 º/ º a 7 ti .
Art. 3.º A junta de credito publico emittirá bilhetes Je. curso forçado do valôr
de 1, 2, 5 e 10 dobrões ai.é êÍ q~anlia que fór necessaria para a conversão das referi-·
das dividas, devendo-se fazer esta por mensalida{lcs e por concurso, mediante pro-
postas fecha_das.
Art. 4-.º O poder exe~utivo, por inlermedio da junta de credito publico fixará
mensalmente a quantia necessaria para a monetisaçã.o prescr.ipta pelo art. 2º e. que
não poderá exceder a 3 milhões. .
Far-se ha a dita monetisaçã.o convocando pelos diarios <ltmrnte 8 dias conse-
culivos os possuidores -de l.ilulos de divi.das que q111~irão concorrer Ei · conversã.o.
126
Lrcs . cidadãos commerciantes, annexa á junta de cretlilo p\1blico, a qual con.iun c--
Lamcnte com esta deliberani sobre os casos do artigo anteced ente.
Os membros da referida commissão ganharáõ 300 pesos mensaes o serão rr-
movidos annualmente, ·
Art. 7. º Empregar-se-ha a: imporlancia total da amortização elas dividas coir1-
prehendidas nesta lei em cobrir o defirit do orçamento geral das despezas, e a som ma
total correspondente aos juros será extincla pelo fogo, mensal e publicamente,
mediante prévio aviso pelos diarios até completa amortização da emissão circular.
Art. .8.º A junta, quando proceder por concurso á conversão das mencionada R
dividas, abonará. ao proponente o .preço aceito e mai s os jur os que a divida
proposta Liver vencido até o dia da conversão.
':i\rt. 9. º .Declarão-se moeda corren te · de curso forçado i::m toda ' RPpub,l ica . os.
bilhetes emittidos em virtude ·desta lr.i, não i:;en rln ad mitf.ida nas rr-partições dn.
Estado ·outra classe de moeda.
, . Art. /10. Em todos o~ ·. contratos feitos allt.eriormenfe á promulgaçã.o desta . lei
sr~ cumprirá 'o que tiver sido nelles cslip_ula_ dos.
Art,. 11. Os possuidores de titulos de divida, que no ·prazo de 12 mezes nã.o
honverem concorrido á conversão, não podeniõ ser atlendidos pelo Estado , em-
quanio não eeteja e·xtinclo toda . n emissão aulorisada pela presente lei.
Arl. '12. Fica autorisado o poder executivo a alienar as terras publicas pol'
_ nwio da moeda decretada pela presente lei, queirnando a importancia dellas.
Art. 13. Os possuidores de terras fiscae ~ apresentar~se-hão para denuncia-las
com o fim de adqt1iri-las como propriedad~ , de accôrdo com o que prescre\'C o
artigo antecedente, dentro do prazo de 6 1.hezes, passado o qual o p_oder exccnli vn
pod erá vendê-las a quem as denunciar.
J\rt. 14 . A junta de credito publieoJerá uma caüa destinada a guardar os li_-
lnlos de divida publica _que ella houver coúvertido, os f(IHles ,serviráõ de garanlia
para os bilhetes poslos em circulação. · ·
Art. 15. Uma vez amortizados -os bilheles emittidos, serã.o publicarnenle quei.-
rnaclos os títulos das dividas publicas resg;:ttadas, $Uppriminclo_.: se desde então torlnR
os impostos· estabelecidos para o serviço dellas .
Art. 16. O Estado não poderá emittir outro papel-moeda, nem dnr curso for-
1;ado a bilhetes elo banco ou de particulares, sem previ arncnlr, rclirn.r da cirr,n-
laçfío o creado pela presente lei, não excedendo cm cnso al g11 rn a imporlanr~ ia
delle :í da s dividas a qu e se er, fr. re a cmi ssuo aul.nri sarln .
127
VAHELA.
JosÉ e. BusTAl\lANTE.
N. -70.
liatt/icarâo do p1'0testu do corpo dz/Jtomatico e coitsulai' .
.
Legação do Brazil em .Montevidéo, · i) de AIJl'il de 18'7ü.
Ao uiAR DE ANDHAnA.
•·
CONVENÇÕES POSTAES .
.Conven~ão postal Gom. a Allemanlla.
N. 71.
DECHETO N. 5688 DE 8 DE .JULHO DE '1874 .
Sua IVIagesta<le o Imperador do Bra- @'íeittc ill?ajeftéit ber sraifer IJOtt ~vafifün 1
zil de uma parte e Sua Magestade o im- eüterfeits unb @'íeitte ill?ajeftliJ ber 1)(µ~d)~ ·
perador da Allemanha da outra parte, sraifer anbererfeit~, 1.11.m bem .WnnfctJe:' g~Ieitet,
movidos do desejo de regular as·relações bie ~oftuerfef):r~ <5!3e3iequngen 3\!Jifcfren 5!3rafi1ien
},; , l 17
!30
poslaes entre o Hrazil e a Allema.nha , 11nb '.íDcHtfcf)fallb bUtd) .pcrftcff u11g cineB bltcf~
estabelecendo uma communicação poslal ten ~oftafif cf)en ?l(u!3taufdJc!3 õll tcgeüt 1t1tb bcn
directa entre os dous paizes em gegcmuiMlgen ~etf7Ci1tniffen mtfvmIJc1tb au gc~
conformidade com as circumslancias ftafteH, . í;aóett bcn Sllf1fcfJhtfl ci11c!3 beBfaHflgen
acluaes resolvêrão celebrar uma con- ~ettrnge§ .úefcfJ(off cn lnib fib: blcfe1t ,f)\ueâ &ll
'
venção para este fim e nomeárão_ por ~9ren .?Beuo'fímiicf)tigtm crnan11t :
seus plenipotenciarios, a saber :
Sua Magestade o lmperador do Brazil ®clm fücajefttit bcr S'fnifer Uoll .\.Brnfilic1t:
a S. Ex. o Sr. Carlos Carneiro de Cam- ®clnc Q°;Fcile11& bcn ,pmn Q':ado.!O Gl':arneii:o
pos, Visconde de Caravellas, do seu con- l:ic Q':anq.ios, .\Bi!3co111tc uon Q':nrnueffaB, lion ®d~
sel llo e do de Estado
. ,. veador
. de Sua Ma- nem ~fotqc unb uout ·etaatfüat0c, S'f mn1uerí;m
gestade a lmpáatriz, senaJor e grande · ~qrcr 9J1ajeftiit bei: S'falfetln, ®motor ·unb
do Lmperio , c9minendador <la ordem de ®rnnbc beB · íRclcf)cB, @:omtf7m bc.0 Q':f;i:lftuB ~
Chrislo, Gran-Cruz da ordem Ernestina .OrbcnB, ®rnf3ii:cua bc§ ~rncftíúifdJcn Drbrnfl
de Saxe-Coburgo-Gotha, lente jubilado l101t Sl'ofimg ~ ®otf7t1, c1nci:lfotcn l.)3i:ofcffor . Dei.'
da faculdade de direito de S. Paulo 1 se u ífücf)tBfetfuftiit uou ®üo ~l.)3mtfo, ~DCinifter 1t11b
ministro e secretario Jc Estado dos ne- ®taatsf eftcttit bei: ~Iusrutittigen % tgcfcgmqci~
gocios estrangeiros, ele., etc., e_Lc. tcn zc. zc., u.
E Sua Magestade o Imperador da Alle- 1utb ®eine 9Jlaicftiit bcr '.íDó1tfcl)c S'faifcr :
manha ao Sr. Herman Haupt, ca vali e i- ,pmn .pcnnan ,Pnuvt, íRittcr bcB S"rfütigücf1 ~
ro da real ordem prussiana da Aguia l.)3tenf3ifcfJCll Ufotí;en · Wbfet~.DrbmB 4. S'flaffe,
Vermelha, 4ª classe, da de Chrislo elo bcs KraiferfüfJ .?BrnfHia11ifcfJcn ~9tiftus ~.Orbe1tf'l 1
Brazil, da real ordem ele Frederico, do be§ S'f onigücf) m3iirtemficrgifcf)m ZS:.ricbi:lcfJB~.Oi:~
. Würlemberg, consul e encarregado de · bens, S'f onfuí unb ü~terlmiftlf cfJer ®cfcfJCiftBti:ií~
nçgocios interino da. Allemanha, etc., ele. gct be~ beutfÚJen ffieicf1es ic. ic.
Os quaes, autorisados pelos se us plenos ~efrf)c, auf ®nmb if;m in gntcr u11b ge"
poderesr que achárão em boa e devida 17orlget ~otm ócf1mbmm .\Boffurncf)ten, bic nacIJ ~
fórma, convierãq nos seg uintes artigos : . ftcqenben .?l(i:tlM uereinóai:t 1)ctÓel!:
ARTIGO 1.u
'
\
131
de amostras de fazendas, QBacn:en.lJroóeri,
de · papeis commerciaes e de ma- ' ,Panbef~.lJa.lJimn tmb Wfanufcriµten
nuscriptos. ftatt~nben.
Esta troca se effectuanl. em malas 5Diefer 2üt~taufclj foíl erfo!gett in gefdJfoffe•
fechadas . nen 5Br!ef'1Jacfeten :
a, pelos vapores directos que fize- ~' bcrmitMft ber bircrten '.Dampffcf)iffe,
. rcm o serviço regular entre os portos da \tlefcf)e regefméif3igc ~af)rten õltlifc1jen 5DentfdJen
Allemanha e os do Brazil, 1mb 5BrnfffianifcfJm .pafen m1tedjaftcn,
ll, pelos vapores que fizerem o ser- b, oermitteift fofrf)er '.DampffcfJiffe, iuefdjc
viço regular entre portos europêos, não rcgcfméif3ige ~af1rten 31uifc1jen anf3erbeutf ÚJen ,Pa•
situados na Al!emanba , e por.tos brazi- . fcn in ~nroµa 1mb 5Brnfifianifcf)e11 ,Piifett bei:~
leiros. i:idjten.
As duas administrações se entender<.lõ 0n iuie\1.icit bic ci1wfrim SDampffcIJiffc óc•
para resolver até que ponto os vapores 11ic°(JLtHg§1ucife '.Dampffcljiff~~Binien 3m 5Beforbc~
avulsos ou as linhas de vapores serl'ío em- rnng gefcf7foffencr 5Brnfiümtifd1 ~5Dwtfdjei: 5Bi:i ef~
pregados no transporte <las malas fecha- µacretc 3n '6enil12cn fínb, bm:iíócr 1ucrbm ~lÍJ bic
das que têm de ser trocadas entre ·o Bra- úcibcrfeitigen ~~offber\tlaftnngen oerftéinbigen.
zil e a Allemanha .
A troca das malas se fará por em quan- ~orfiitt~g foff ber ~Xitfüaufclj . ber .llJriefpac'fetc
to da maneira seguinte : crfo!gen:
a: por via de Hamburgo em vapores a, uin ~~amúmg mitte!ft bmtfdjer ~a m H
allemães, fdjiffc,
h, por via de Bordéos em vapores b, oia 5Borbeau~ mitMft frnllõlifif~er,,,
fn.1ncezes, '.Dmnµffcf)iffc,
e, por via de Lisboa cm vapores e, bia ~iffaóon mi,tte!ft frm1õtififdJer ober
...
francezes ou inglezes. cngfiféfJet '.Dampffrf)iffe.
O expedidor de úma carta, etc. terá '.Dem ·2T'6fenber eim§ 5Briefe§ zc. foff e§ frei~
a faculdade de escolher entre as linhas cm.:. fteqen 1mter ben 311m strnn§port bcr 5Briefµacrete
prrgaclas no transporte de malas aquella úc1111Jgten ~inien biejenigew õll úqeic1jnen, a11f
pela qual se deva remetter o objecto. iuefcf)er bic 5Bef lirbcrnng bl'§ @cgmftcmbe§ ftatt~
finben foff.
As duas administrações de correios '.Dic óeibcrfdtigen l_l.)oftber\tJafümgen \tlerben
dcsignaráõ <le comnrnm accôrdo as esta- [n gcmcinfmmn ~intmftfü1b11if3 biejenigen l_l.)oft~
ções postaes, por cujo intermeclio devão nnftaíten ÓeõeidJnen, \tlc1dJe bie gcge.nfeit.igc .Üóer~
ser reciprocamente lransmiltidas as cor·· fiefernng bl'r 5romfponbm3en 3u 6eltlMen qa~
respondencias. 6en.
ARTI GO 3. 0
· ~lttUel 3.
As pessoas·, que pretenderem enviar miejenigen 1.l5erf011e11 1 \ueüf)C ge\Ufü)llftéf)e 5.Bt:iefl~
cartas ordina rias do . Drazil para a Alle- nn§ 5.Brnfifün nad) SDrntfcí71mib obcr mtB mmtf dJ ~
rnanha e da Alie manha para o Hrazil, · fonb nmfJ 513rnfifün aú)cnbm 1uoffen, fõ11ne11
poderáõ franquear essas cartas até ao seu naclJ if7m ~aÍJ{ ba§ 1.l5orto fiir )old7e 5.Bricfc
destino , ou deixar de as franquear si o úi§ 5m11 5.Beftimmttng§ortc rnt:ric1Jten, obet bic
preferirem, ficando neste caso a cargo 513eõaf)hntg beffef6en ben @:m~ftingem überfoffen.
dos destinatarios .o pagamen to do res-
pectivo porte_.
As cartas e quaesquer outras corres- . ffiecommetnbirk \Bricfe unb anbere tecommmk
· pondencias registradas, os bilhetes po ~ birk ~omf~ onbcitõ ~ ®cgcnfti{)tbe, ç_µoftfm:tm r
taes, os papeis co mmerciaes , as amostras ,p anbcfB ~1.l5a~icre 1 ~aarm~roben, .Scittmgen, \Bi\"
de fazendas, os jornaes, livros e outros Ú)C\.' ll11~ fonftige mmcrfadJCll müffen ftet§ UO\:"
'impressos deveráõ ser sempre prévia- gfütgig üi§ õllm 5Bcftim1mmgB ~ Dl.'t frnitfüt
n1enle franquea.dos até ao seu destino. \uerbcn . ·
Awm::o 5. º
Os jornaes, gazelas; obras perioclicas, mer '~orto füt . ~ournafe, ,Seitungen, µcrio ~
livros brochados ou encadernados, papeis bifdJe m3etfe, '6tofcljii:te obct cingeúmtbcnc $.Bíí~
!le mu sica , cata logos, prospeclos, an- cljet, 91oten, Sfatafogc, ~rofµeftc.. ?l(nfünbigun ~
nnncios e .avisos diversos, quer sejão gen 1mb Wiwigen . ilctfd)icbenci: · %(rt, gfcidJilicf
impressos, gravados, .lithographados ou ó'6 gebructt, gcftoc1Jm, füljogretlJ~itt' obet auto~
autographados, as grnvuras, lithographias gretlJ1Jirt; femer· fiit Sftt~ferftidJe, ~itogtetlJljiw
e phol.ographías que fôrem exj)edidos do 1ntb ~Í)OtogtetlJÍJÍClt Ütt .$Bct:feljr õ\Uifcl)en 5Bro~
. Brazil para a Allemanha ou da All e- fifütt Uttb meutfCÍ)foltb ilJÍtÍ) fiít ic f.iínfaig @ram~
manha para o Brazil , Jicão sujeitos por men obet cincn '.'itf)cif tion fünfaig ®rnmmen,
ca da ciucoenla ;grarnmas ou fracção (le mie fofgt, feftgef e~t:
cincoenta grammas aos seguintes portes
lle franquia , a saber :
1. · No caso de expediçào por vapores I. ~ei i:iet ~efi.ii:ben111g mit birefün mcun~f~
dfrectos (Arl. 'l º a.) fdyiffm (%Ci:tifef 1, a)
'Iº, Ao de um gros na Allemanha; 1, Wuf cinen ®rofcfJen úei bet ?lCúfenbung
mt§ :!Dc11tfdJfonb ;
'.2°, Ao de cincoenta réis no Brazil. 2, 12fof fiinfaig mei§ úei bci: %lGícnbnng cm§
.ífüafifün ;
II. No caso de expedição por vapores II. 5Bei bei: 5Befütbernng mit ~am~ffd7iffcn,
que naveguem entre portos euro- 1ucfd7c õtuifcf)en auj3ct:bC1ltflÍ)Clt ,Piifcn ~n~
pêos, não sil.nados na Allemanha, ro~a§ nnb 5Brnfiüanifd7cn ,Ptifen hn:fi\:cn .
e os. portos <lo Brazil. (Art. l h.)
1
(llhtifc( 1, h).
1º, Ao de um gros e meio na Alie- 1, \l(uf cinen 1mb rinm ~LlÍÓen ®rofÚJen úei
manha; · ber ~Xóf enbnng au5 SDentfd7fonb,
2º, Ao de ~ e Lenta réis no Brazil. 2, \l(nf fieóõig g~éi§ üci ber %1úfcnb1mg 0110
$rnfifim.
Os ohjectos acima designados, para ~ic in biefem llfrtiM feftgef et2te cnniij3intc
qur. lhes possa ser appli~ado o porte re- ~ap~ finbct cmf bic Üeõeid)Heten ®cgcnftiin~c
duzido marcado pelo presente artigo, mn: bmm %11ucnbung, 1uenn biefdóeu ben ili:
deveráõ reunir as condições,- que no paiz ltrfvi:11ng§fm1bc fiir if)'l."C Q)erfenbung gef et2fülj
donde procedernm, se acharen1 estabe.., obci: regkmentnrifr17 uorgef cf)i-irórnen 5Be bing1 m ~
ler,idas .por lei ou regulamentos para gcn entfvml)m.
a sua expedição.
Aq uelles dos ditos objectos, a res- ~iejenigen bei: errui'i1Jnten ®e~enftfü1bc, roefrf)e
peito dos quaes não tiverem si<lo satis- ben l'rforberfüI7m $ebinnnnge_n nicf)t cntfvi:cclJrn,
feitas as necessarias condições, on que obei: \tic1cf)c nicf)t óiB õll111 .~ eftimnu.mg§otic
nao fórt>m franqueados até ao se u des- fi:cmfot finb, foff rn nf§ 5Briefe be!Janbeft m:b
tino, serão considerados e taxados como bc111gemül3 ta~h:t roerbm .
. cartas.
Nenhum rna«;:o de jornaes ou de oulros '.Va§ ®e\1.1irI7t einer ®enbuug mit ,Seitim!Je!l
impressos dev erá exr.e<ler o peso de tlm ober fonftigen SDrncrjatl7en foH cin sriíogrnm 11t
kilogn1 mma. nirIJt iíóerfteigen.
As disposições do presente artigo não ~ie in biefem 12.frtiM entfJafünen 5Beftim"
alterão de modo algum o · clireilo que mnngrn óefc'f7rtütfo1 in fciner ~eife · bn§ bt'H
t(·m os gover~os dos dous paizes de Üeiberf eitigen g(egienmgen õ1tftef)Cltbc g(ecf)t, bit~·
não permitlir nos seus respectivos _terri- jenige11 im gcgen\uiirtigen ~frtiM Óec)eid)Hetrn
torios. o transpqrlc e distribuição dos ®egenftiinbc mtf i1Jrên ®eúietm nid)t óefiírbrrn
object.os designados no presente artigo, obcr 6efteHen õlt foffcn, in 5Beti:cff bmn brn
relativamente aos quaes não hajão sido óeftef)enbcn ®ef e~ en ober moi:fd7rlftcn üóci: bic.
· cnrnpridas as leis e decreLos, que re- 5Bcbingungen il)rer meroffentüd)img llltb 5Eu-
gulão as condições da sua publicação úi:cltmig, fei e§ in 5Brafificn obcr SDcutfc'fJfono,
e circulação tanto no Brazil como na riicf)t genügt jein foffte.
Alie manha.
ARTIGO 6. 0
~frtitel 6.
As amostras de fazendas 1 que fôrem $Da§ $oi:to für im mcrfa·;f
~aaren,$roóen
expedidas de um para o outro paiz, ficão õ\1.lifcfJen óeibm ~iinbcm \nirb fiir jc fíi11faiJ
sujci las aos seguin.tes ·portes de l"réi11- ®m11u1Lm obct einen 5t9eif uon fünfaig ®rnm"
'[t1ia por cada cincoe11la gramrnas, uu meu, lllic fofgt, feftgef eljt:
fracçãn de cincocnla grammas, a sabe r:
l. No caso ·<le expcdi~'.ãO por vapon~ ; J. 5Bci bcr 5Befõrberung mit bireften '.iDampf"
direcl.os (Arl. 1 a. ) fd)iffen (í2CrtiM 1, a)
1", Na Alie manha ão porte de umgro:;. 1, 2Iuf cinett @i:ofd)en bei bcr SU:bfenbuttg
au§ mcutfcl}fonb'
iº, No HrazíJ ao purle de cincoe nla 2, "líuf fünfaig ~reif> bci ber 2Ibfcubung autl
réis · 5B rnfifüH. 1·
'
11. No cl!so de expedi~'.J O por vapo- lI. 5Bei .bcr 5Bcfifrbcrung ntit ma114Jffd)iffe11,
res que 11avegucm entre pot'f.os \Ddd)e 31uifd)ell auijerbcutfdjen ,piifcn (fo~
curopêos, uau situados ua A] lema- i:opaª tmb 5Brnfi!ia11ifd)cn ,piifeu furffrcn
11ba, e os portos do BraziJ. (A rt. 1 b.) (ílfrtffd 1, b)
.1 º, Na All ernanba ao porlc du um 1, Wnf ciucn un'D cittCJt 9arben @i:ofd)w
gros e meio. bci bcr SU:úfcnbung att§ meu~fcf)fal1b,
2°, No Brazil ao porte de se tenta réis. 2, 2Cuf jieb3ig ~t.ciB liei bcr ílfúfwbuug nus
5B rn fi!i rn.
Para possa ser ê1pplicado ;'1:; ;rn1os-
lJUe '.íi.)ie Üt bicfcm 2.h:tiM feffgefel~ tc mniifiigte
lras de fazeucla s o porte reduzido que ~~e finbet auf m3trnrenprobw mtr bmm ~tt<
lh es é marcado pelo presenlc artigo, de- \Dcttbtmg, \1.JCllll biefefbcn 1mte.r 5Bcmb gefegt,
' veráõ e]las ser fechadas com cintas· ou ober aubcnucit bergeffaft ucrpacft finb, ónfi bcr
de modo que facilmente se examinem. ~n9ti.ft fcidjt gcprüft ~ucrbeu fautt.
Além Lfüso a·s dilas amostras não lerão <Sic bürfm feincn S'faufruertlj ljabc11 u11b
vnlor algum commcrci::il, nem conterão fone anbei:cn ljanbfcljriftíid7e1t ~mncrfc h'ltg~n,
lellras, algarismos ou signaes quaesquer tll§ bic 2tbrcffc bçti Q:mpffütgcr§, bie Untcrfdjrift
manuscriptos, á excepção do nome e re- bcti )Llúfcttbcr.él, ~li.fo:if~ obcr ,pmtbcf.él ~ 3cicljen,
sidenc ia do destinatario, da assignalura 9hmu1tcrn unb \.13rcife,
do remettente, de uma marca de fabrica
ou de commercio, dos numeros de ordem
e dos preços.
As amostras, que · não reunirem as fil5Mtc14Jrobett, ~uefdjc bcn t>orliqeid)netm
condições acima indicadas, ou que não . 5Bebingungen 11ic17t cntfprcdjcn, obcr 1uefd)e nid)t
tiverem sido franqueadas ·até o se u des- lii§ aum 5Beftitmttttttgtiort 'franfüt finb, ~1.Jctben
tino, serão consideradas e taxadas como wic 5Briefe lie9anbeft unb bcmgemiifl têt~irt.
cartas.
Nenh um maço de amostras de fazen~ :Va§ @eiutd)t dttet . @:ícnbuttg l:JO!t ?filactrett<
das deverá exceder o peso de duzentas e · \.13i:olien foU au.ici9mtbert fünfaig ®rnmmett nid)t
cincoenta grammas. ilúcrftcigeH.
AHTlGO 7. 0
filttifel 7.
Os papeis de con'.lm.ercio, as provas ~ti.5 ~octo füi: .paubef§papici:c, ffü: ~~nef,
de imprensa com as correcções feiLas á. tm:liogeu mít f)anbf d)i:iftfidjett stomftuten unb
mão e os manuscriptos, e.xpellitlos de um fih: IDluunfüi~te im ?Eedef)i: i'J11lif c1Jett óeiben
p~ra outro paiz, ficão sujeitos aos seguin- $2Q.ubent d \1JÜ:Í) tib.: ic füufaig. @tetlltlttelt Obet
tes portes de franquia i1or cada cin- eittcit ~f)ei.1 uon fitnfaig ®rnmmen, \uie fo1gt,
coênla grammas ou fracção de cincoenla leftgefe12t:
gramma~, a saber :
L. No caso de expedição por vapores ch- !. 5J3ei 5J3efotbenmg mit bitefteú mam~f ~
reclos. (Art. 'la.) . fdJifien (~MiM 1, <t)
'lº, Na Allernanha ao porte de um gros; 1, &uf einen ®tofdjen óei bet &ófenbung
nus meutfc'f)~anb,
2º, No Brazil ao porte de cincoenta réis. 2, icuf fiinfaig ffieis óei bet &ófenbung au~
5Btetfifien ;
li. No .caso de ex.peuição por vapores II. $Sei bet 5Befotbernug mit mam~fid)ilfen,
que naveguem entre pül'tos euro- 'tlJe1dJe õtuifc'f)en aufierbeutfd)en ~ateu Q:u•
pêos, não situados ua·Allemanha, e roµa~ mtb fo:ufilicmif c'fJen .piifen furfirm
os portos. do Brazil. (Art . 'l b . ) . (sifttifd l, h)
1
1º, · Na Allernanha ao po~·te de u tn gros 1, &uf einett unb eitten 'f)alóen ®tofd)en
e me10; óei bet &ófenbtmg CtUS meutf djfonb,
·2°, No Brazil ao porte de setenta réis. 2, icut fieó11ig ffiei5 6ei bei: ~lófenbung etlt~
5Btetfifün.
Para que possa ser applicado aos ob- mie in bieiem %:HM teftgefet2te etmaf3igte
jectos acima·designados o porte reduzido ~a~e finbet auf bie óeõeidJneten ®enbungen mtt
ruarcado pelo presente artigo, deveráõ bann mtwoenbung, Mnn bief e1óm untet 5J3cmb
el\es ser fechados com cintas e não conter gefegt finb unb feinen 5J3tief obet ?Emnetf ent~
carta alguma ou nota que tenha · ca- 1Jalten, 1ueldJei: beu <ê:'f)ataftet einet eigeutfü()ett
racter proprío de urna correspon dencia obet µetfon1id)ett ~ottef~onbenõ Migt.
effectiva e pessoal .
Serão ·considerados e ' taxados como miejenigeu ®enbungen, \ue1dje bett im gc•
cartas os objedos acima referidos quando gen\uiittigen · fütife1 freõeidJneten 5J3ebinguúgw
a seu respeito deixarem de ser observadas nid)t entfµredJen, obet 'tlJefdJe Úi~t ó~ õtutt )ôc,
as condições declaradas no presente ar- ftímm1mgsoii frnnfot fiub, 'tlJetbm \uie unfrnn<·
ligo ou quando não tiverem .-;ido fran- fote 5Btiefe óe'f)cmbelt unb ·bemgemiif3 tn~itt.
queados .até ao seu destino.
Nenhum maço de papeis de commer- ~ctnbels~aµim, ~ottefüttóogen mit qanb'
. cio, provas de imprensa e de manuscriptos íd1tiftÜÚJelt srotteftutett ttttb ill1ctttttfcri~te bfü:fen
deverá exceder o peso de um kilogramma. ba§í ®e'tlJiÚ)t uon einem srifogtetmtu uid)t üfm,
fteigen.
2ldilel 8.
.. .,
· ',
~ . / ... '
137
outro, poderáõ ser f(anqueadas por meio gcfo.11gcn, fõ111ten mlttefft bei: i m Utf~r.nug~fcmbe
de sellos postaes em uso no paiz de que gü1tigen s.)3ofMIBert1Jõeid)eH frn.nfüt 1ue1:bm.
i'ôrem procedentes . ·
As correspondencias insuflicientemen- Q::iie bmc'f) s.)3.oft1uei:t1JõeÍ\Í)eit llHõttteid)enb frnn~
le franqueadas serão laxadas corno carlas foten ~omf~onbettõ~@egmftfütbl: 11:erbc11 H.lic u11~
não franqueadas 1 levando-se, porém~ em fi:anfütc 5füiefe ta~ii:t, jebod) 1wc1) ~Võll9 bdl
eonta- a importancia dos sellos affixado& m,,ertfJe5 bet uom ~lóf enber t1er1ucnbeten Sf5ofb
pelo remeltente. mmfeu.
Quando o porte, que dever ser pago $eun óei 5Sei:eÚJllung be§ t1011t ~m~ffütgcr
pelo des tinatario, representar urna frac- ciltâuõieljenben ~rgfütõtutg5~oi:to.ê fidJ ún .5Srnclj ~
ção de um quarlo de gros ou de dez réis, tf)ei1 eine§ .Q3iertel~®i:of CÍ)ert§ obci: ein 5Setrng
a administração dos correios da Allema- Uolt tueniger a1ª 15ef)n ffiei§ crgie'6t, fo joH uon
nha percebení um qual'lo de gl'Os e a ber beutfd7en s.)3oft1.1er1ua1tmig fi\t beu .\Sruú7tfjú(
aJminislração dos correios do Brazi 1 dez eiue§ miei:te1~~hof c1jen§ eiu. .Q5iertef4füofc1jm n11b
réis pelas "fracções de urn quarto de gros Uoll ber 5Srnfí1icmifCÍ)eit füt einm ~f)eiÍ 1.1011 15ef1n
ou de dez rei s. ffiei§ ber 5Settag t101t 15elj11 ifüí§ ei:fJoÚen \l.lerb.m.
All'l'IGO ·9. o .
Podeniõ ser registradas quaesquer cor- SDic ~omf,\)onbenõgegenftii.nbc jeber SU::i:t, iud~
l'Cspoudencias, que reciprocamente en- Ú)C im gegmf eitigeu .Q5ei:fefjr [J\1Jtf Cf)ett ben ~itt~
viarem os habitantes ,do l:kazíl de uma 1uoljneru .5Brnfi1iens einetf eit.ê 1~nb . bcn ~iu1uol) ~
varte o os habitantes da Allernanha da mm mmtfCÍ)fottbf8 l'tttberei:fcits [Jlll'. ~lúf e~tbnng
outra parle . gefongen, f.01me11 imter .~lefommcnibation aóge~
fanbt 1uerbm.
Pelas éonespou<leneias registradas co - %fü: bie refo1n11tcmbidc1t 6mbrnrgett 1uitl>
IJt·a1·-se-ha além tlo.s portes desi gnad os mtf,ei:bem in: ben uoi:fJergcf)eitbcn %.:HMn, 4, 5,
11os artigos 4·, 5, 6 e 7, o premio fixo de 6 unb 7 feftgef et~t~1t s.)3odo bic im Urf~nçngs~ ·
registro estâhelecitlo no .pa1z. de c1ue foubc úeftef)ettbc ~lefonnna11bationf8 gehüf)C er ~
fôrem originarios. f)OÓett.
O rernetlentc de qu.alqucr cor!'cs- Q::iei: ~tóf enber einei: refo11u11t1nbirten 6cttbung
ponuencia registrada poderá cxíg;ir um fonn bic .5Scf d)aftuug eincª B1füfic1Jeinª uei:!an~
i;ecibo da entrega dessa correspondencia , gm u11b l)nt ffü: ben ffiiíCff c(Jein úci ber ~inüe"
pagando por esse recibo no aelo do· re- frnÚtg llt meutfd)fonb &\Uei ®rof d)Cll, ltllb Dcl
gistro a quantia de dous grns na Allema- bei: ~ilt'~iefernng in 5Stafllirn l)llllbci:t ~l:ci~ é)ll
nha e a de cem réis no Bràzil. e11tüd)t~11 .
ÁHTIGO 1'1. 0
~frtttec 1L
A repartiçào do porte e das outras . '.il)ic ~fJeifung bêt í.l3oi:tot 1mb bei: 'fonftigeti
laxas far-se-ha da rnàneira seguinte : ®e'&üf)ren joff in .fofgenbcr m.5cifc ftnttfinbm :
Do JWJducto tolal do po1:te e das ou- $011 bem @ef mnmtóetrnge cm í.l3orto nnb
tras taxas ·se derluziráõ ai despezas de fonftigcn ®eóiif]tm \uerben bi.e uon ber . bentfµ)ett
transporte , pagas pur conta comrnum 'f5oftbcr\t1a1tung fiír gcmeinfc1JnftlidJe ffiec1)1t1ll1g
pela admini.stração dos correios da Alle- geija'fjlten c:rran§.portfofteu, fei et ba\~ biefclúen
manha, quer essas cLespezas provenl1üo bmdj ®ec/itran§~ott ober bui:tlJ ben ~mtbtrnnfit
do lransportc marilimo, ou do transilo rntftanbw finb, in \.lf.6ijttg ge6tacI)t.
te rrestre.
O r cs1rJ se clivi.d·irü em parles iguaes '.Ver ~left \úii:b 111uifc1Jen ber .?BrnjifinnifcIJell
entre as atluiinislrações dos coneios elo i)ofh..1etíun1tnug nnb bei: beutf d)en 1.l3offoenunfüut9
Brnzil e da Alleruanha. 1111 gíeid)en st'fjeifen uertf)eilt.
A taxa Hxa de reg;istro e a laxa devida '.il)ic ffiefommanbatioli§geliü'f)r, fo\uie bie @e~
pelos rcci hos de en l~·eg-a pertenceráõ por úüf)l: fiii: bcu ct\uaigen ~Hücrf dJein uei:ókiót t\n~
inteiro ;í admiuislraçuo Llo correios de gct0cilt bci: í.l3oftberhJa1tung be§ 2httga6esgeóieM3.
procedcncia. ·
·Fica formalu1cnlc ajustado e11lrc as ~t wii:b tlll§brüéfücf) ij\Utfá)ell bcn 1mtrng"
partes conl1'al:antes q11c aquclles dos ob- fcIJfüf3enbcn '.'itfJei(en uereinúnrt, baf3 bic in bcn
jec los dct:igna<lu:i iws preccdcnlcs arl.ig·os uodJergef)rnbrn 'fütlMu 4, 5, G, '7, 8 Httb ~
nurneros 4·; !l, 6, 7, . 8 e H, que ti- liqeirÍJnetc @egenftiínbe, \ucfrí)C titl]tig úi5 &ttm
ver.em sido ·devidamente franqueados até Q)efti111111ttng~ort frnnfüt ' íuoi:beu · finb, itnter
ao seu destino, não poclerríõ, sob qual- fduem ~ot:\110.tibl'. · oblT 5titd üt bem 1füffün"
quer pretexto ou motivo, ser sujr,itos po mmtg.Gfonbc ·irgênb ·i·inet ·' :itop~ obel: @ebi19r·õH
paiz de seu desti11o a t~1 x~ 011 direilo ~aftm bn: @:m~fiinger mitertuorfm roJrben biírfcn'.
ulg,um a cargo do desti nata rio . .
A troctt .das correspornlencias enlrn SDic füt5roccfJf eíung bcr. .~omf~onbenij Jtui~
o Brazil de urna parte· é a rnonarchia flÍJcn 5.L~rnfifün einerfeit.6, unb Dfterreidjifcf)"Utt"
. austro-hungara e o grão-ducado de Lu- gaúfr'qen 9.JeonaréfJie mtb .ben.t @ro~",per5ogtljnm
xemlmrgo da outra parle, sernpre que B u~entfotrg a.nbcrerfett.6, crfofgt, foUJeit, bcr %15"
l.enha logar por inl.errnedio da All.erria- tnnfcIJ btii:rf7 bir. bcutfcf]e ~ofttlerUJaftnng uei:"
nlw, cffecfoar-se-ha sob as mesmas con- mitteí.t 1·uirb, nnd) 9J'Ltlfig_ol1c bcr in ben borfte~
dições estabelecidas pelos precedenlPs f)cnben WrtiMn fib: bcn itfoftt1er,fe~r ~ruifcí),ett
:wtigos para o serviço postal entre o Q.Jrnfifün 1mb SDeutfcf]fonb feftgeftef{ten $rn11b"
Bnhil e a Allem:rnba, a qual torna ·a fiii~ c. SDil' bentfl'qt'. ~~oftl1crruafümg ilbcrnin1111t '
seu cargo a liquidação das clcspt'zas re- itt f01tl7em ~o.ffe bit' 1lf11§g'feid)1.l1tH üt met.i:eff
lativas ao transporte no territorio da bc5 ffü: .bic Dften:eicf]ifcl)"Unga.rifdJe 1mb fiit: bic
monarchia :rnslro-hune.'-'.·ara e do b0 Tito- ~11~em&urgifd)c meforbenmg§"®trccrc entfaUen"
ducado do Luxemburgo. bm ~01.-to§.
' ..
2Cttitel 14.
A correspondencià relativa ao ser- ~ottofre!c . i8efíítbenmg \tJitb bcr ~or~
lt\lt:
viço postal será a nnica, que se expe- reiµonbcnõ in ~ofMDíenft" SlCngefrgcnf)eitcn cin-
dirá e se receberá sem pagamento de gerihtmt.
por~e algum . ·
2Cditel 16.
As contas relativas á transmissão :Die anf ben \!:(ttfümtf cIJ bcr ~ orrefµonbetwn
das c~rrespondencias serão feitas tri- 6qií gfiéfJ en W6recf)1 t1t ng en ro et brn uietMj Liíyr1i cfJ
.men.salmente por cada administração mtfgeftcíft, 1mb õ\Uat bOt\ jebcr ber 6eiben i13er"
·pelo que , pertElnCe ás remessas da ou- \uafümgen für bíc l101l ber anbmn mer\uafümg
tra .administração. Estas contas, de- emµfangenen ~ ticffortenfdJlüff e. '.Die úetrefi en,
pois de . verificadas, serviráõ para na ben ~lúted)mtngen \uerbm, nadJbem fie geµi:üft
administração dos correios da Allema- 1·uorben fínb, uiertdjiifJrfüfJ uon bei: bentfd)en
nha se organisar uma conta geral' em í.µoftbei:roaHttng in eíne ®enetaf"%Córed1nung õtt."
cada trimestre. O saldo da conta tri- fammengefafit \uerben. '.Da§ @;rgeónifi ·ber uiei:"
mensal será . representado na moeda te(jiíf)l:fü'fJeH %UmcI1nmt~ 1uirh in bct m3ii'f)rnn ~J
do paiz a favor do qual eHe resultar. be§jenigen ®eóiete§ feftgeftefít, für mef lÍJe fidJ
eine %orbernng ÍJernu§ftef1t.
As reducções para isso pr.ecisas das SDie õtt biefem ~eLJUf ei:forberfilÍJc Umyed),
quantias expressas em moeda d.e um mmg bet: i8etriígc a1t§ bcr einen m3iiljrnng [n
paiz para a do outro far-se-hão ao . cam- bte attbm foff naéfJ bem 9J1afiffoóe llOTt ffütf,
bio de cincoenta réis por gros. õig ~iei§ g'feic'f7 cinem ®rofdJen óeroirtt 1uerben.
O saldo será pago em leltras sacadas SDie ®a'(binmg ei:foígt in m3edJfeln auf ~ci:"
sobre Berlim si a administração da A1- fin \uenn cine %orbenmg für bie bentfd)e ~e.r"
lemanha fôr credora, e em lettras sobre . \Uafümg cntfiílft, nnb in m3ecÍJf efn aitf ffiio bc
o Rio de Janeiro si fôr credora a admi- zsaneÍX0 1 \Uettll CttlC %orbenntg für Dte .\Si:afí,
nistração do Brazil. 1ianifrI1e ·mei:nialttmg entfüfft.
ARTIGO ·17.º 2frtifcl 17.
As administrações
) . dos · correios do '.Vie .5füaffüanifcf)C 1.l5oft1Jett1Jafümg ·ltttb bic
Hrnzil e da AHemanha determinaráõ bcutfdJc Q.>muafttmg \uerbett üt · gemeinfamen
de eomrnurn accôrilo a fórma das con- (fotuerftiínbniÜ bic %otUt ber im uoi:fjergef)cn~en
tas _mencionadas . no precedente artigo ~frtiM 16 ei:iuaf111tm ~l6tecf1mmgc11, f01uie affc
·I 6,e bem assim tomaráõ todas as me- iUeitmn üefonbmn '.Vienft\Jotfc'f)dften feftfe~m,
rlidas necessarias para assegurar a in- mefrf1e erfoi:bedicf) finb um bíe 2ht5füfjmng bc.B
teira exec11r,~ão da presente convenção. gegeitluéíxtigeit Q.>erttage§ &n fiitl1ern.
ARTIGO 18 .. o 2fdifef 18.
No caso de ler logar no futuro uma ®onte Üt ber %o'fge dm ~i:mií§igung bcr
reducção das clespezas do transporte ~oftcn fiír bett ®eetmn§vorf: ober fih: bcn ~anb ~
maritimo ou elo transito terrestre, deve- t:rnnf!Vort einttctrn1 fo foffen bm:cf1 Üúcteinfonft
níõ ser ~ proporcionalmente diminuídos ber 6r.lberfe~tigen 1.l5oftuet1un.ftungen bie l_l5otto ~ ·
por accórdo elas duas administrações fiii2e ffü: bíe uetfá7iebenen ~oi:rcHJonbenõf.foffm
dos correios os pnrles esl.abelecidos para entfvmf1enb l)eraügefe~t me tben.
os diversos <>hjectos de correspon<leqcia.
A presente convenção será. posta em '.Ver gegeniUiMige Q.~cttrn.g 1uixb folit'!fb a!&l
execução com a possível brevidade e mõgfüf) .õm ~foflfüljrnng ge'6rncf1t 1ucrbcn 1mb
será obrigatoria até que uma das ·parte8 fof( fo fangc güítig üfriúm, úi.B eimt bcr IJer~
contr.atantes annuncie á outra, com um fragfcfJfü\}enben ~f)eifc bem anbcm nnb &mar
anno de antecedencía, a sua intenção cin ~aljr im Q3orm1.ê 1 feirte ~Xúficl)t angr.fíínbigt
de a dar por finda. C)at, ·bcn ~etttetg· m1fa11ljc6en.
Ourante est.c nltimo anno a conven- iH3iíljtenb biefe§ 1c~tm ,0ttl)tr.fl 6íciót ber Q.>er~
<;ão continuará a ter pleno e inteiro trng IJoffftiinbig i.n ~raft, .nnüefdja.brt her
H.2 ·
A presente: convenção será ratificada. '.iDet gegen\Uiittige mertrng fon rntifiõht' unb
e as ratificações trocar-seíhão em Berlim bie ffintifífotioncn íoHcu foóetfb nrn mogliéf) filt
o mais breve que fôr possive]. metlilt mt§ge\uerÍJleít \Uerben. .
Em testemunho do que os plenipo- ,Su ltrfunb beffett ÍJnóen bie óeiím:feitigen
tenciarios respectivos a · assignárão em m.eooiímiiéf)tigtett benfelóen itt bo~~eíter Sll?5fer ~
duplicado, e sellárão com os selJos das tigung untetõeiéf)net unb mit íf)tem s+5ettj d)etft
suas armas. óefiegelt.
Feit'a na cidade do Rio de Janeiro ®o geféf)ef)ett in ber· ®tnbt ffiio bc .0:anch:o
aos trinta dias do mez de Setembro de nm bteiftigften stage be.§ ID1onat§ ®e~t emóer
mil oitocentos e setenta e tres. cintaufenb ar~t111mbett brei imí:i fieóen;i;ig.
E sendo-Nos presente a mesma convenção, que fica acima. inserida, e bem visto,
considerado e examinado por Nós tudo quanto nella se contém, a approvamos, rati-
ficamos e confirmamos assim no todo, como em cada um de seus artigos e esli-
pulações, e pela presente a damos por firme e valiosa para produzir o seu devido
effelto; pron:iettendo e,m fé e palavr? imperial cumpri-la inviolavelmente e fazê-la
· cumprir e observar por qualquer modo que possa ser.
Em testemunho e firmeza do que Fizemos passar a presente carla por Nós assignada,
sellada com o sello grande das armas do Imperio e referendada pelo ministro e
secretario de estado abaixo assignado.
Dada no palacio do Rio de Janeiro aos doze dias do mez de Novembro do anno
do Nascimento de Nosso Senhor .Jesus de Christo de mil oitocentos setenta, e tres.
PEDRÚ IMPERADOR, com guarda.
V1 scoNDE DO Rio BRANCO.
_Os abaixo assignados reunirão-se hoje para . proceder á h~'oca das ratificações da
convenção postal celebrada em 30. de Seiemhro de '1873 entre o Brazil e a
Allemanha.
Tendo sido -achadas as ratiflca<jÕCS em boa e dev ida fórma , effectnou-se a sua troca.
Por essa occasião, em nome .de 'se us respectivos 'governos, resolvêrão os abáixo
assignados·ó seguinte : ,
Independentemente das vias designadas no ·1° arlig;o da convenção · postal .· de 30
de Setembro . de 1873, a via de Anve1·s serei igualmente utilisada pal'a a troca de
malas fechadas entre o ·llrazil e a Allemanha. ·
As correspondencias de qualquer cspecie, encaminhadas por via de Anvers, serão ·
sujeitas ás taxas estabelecidas pela convenção ·postal de 3D de. Setembro ·de ·1813
para as correspondencias expedidas pelos va1~ores allemães. ·
Em fé do que os. abaixo assignados lavrárfw o presente termo e . o assigrnfrão
' 1
em · lhI plicata ..
Feito em Berlim aos 18 de Maio de 187 4..
IJAHÃO DE JA,unu '.
B. Buww. · .
- -- - -----
N. 72.
. Convenção postal GOlll a Italia.
DECHETO. N. 5691 DE 1V DE JULHO DE '1874·.
l:'romnlga a convenção post\l l celebrada cm 'll1 de Maio de 18.73 c1111:c o JJrazil e a ItaliH.
0
Havendo-se concluido e assigmHlo nesta côde , uo dia ·J 4 <le Maio de '1873 , l1111tt
r.:o nvenf;uo eu lrc o Brazi l e a lfal ia para o l.irn de facilitar e regular a troca da
corl'cspondm1cia eritre . os ,Jóus Estados; l.enLlo sido essa ccmvenr;ão muluarnenle
ralificada e trocadas as ratificações no dia . ·13 do corrente: Hei por hem mandar
'flte seja observada e cumprida tãu iuteiraw ente cumo uella se coutérn.
O Visconde de Caravellas, do meu conselho e do de Estado, senado!' do hnperio,
11rinistro e secrcl:ario de Estado dos negocios estrangeiros, assim ~ tenha entendido
e faça executar, expedindo os tlespaclws 11ecessario8 . .Palacio do Hio de Janeiro,
1~ rll quinze de Julh(1 de mil oitocentos setenta e qualrn, quinquagesimo-terceiro da
lndependencia e do Jrnperio.
Com a rubrica de Sua l'\tíagestade o Imperador.
ViscoNoE Dt<; CAHAVELLA ::>.
.
Uaverá entre a adrniuislracão dos cor-
reios do,.-Brazil e a administração dos
Vi sará trn l' amminis tra~ion e dellc
poste de l))rasih~ , l'ammínist.razioue delle
coHeios de ltalia urria Lroe;:1 pe.riodica de poste d'Halia tino scarnbio. periodico di
. cartas,· jornaes, impressos de qualquer lettére,· giornàli, stampati de 'qualunque
· espec1e,
. ..e amosLras de mercadorias, por ge nere, e mostre di rn ~ r~ ánzie , perln.ezzu
ARTIGO J. º ARTICOLO 3.
As cartas remettidas do Brazil para a Le lettere spedite dai Brasíle in ltalia ,
llalia, ou vice-versa; poderáõ ser. pre- o viceversa potranno essere previamente
viamente franqueadas até ao seu des- affrancate fino a des(inazione, oppure las-
tino, ou poderá o· pagamento do re~ ciato il pagamento della ta~sa <li trasmi ~
pecti vo porte ficar a cargo do destina- sione a carico del deslinalario .
tario.
AnTJGO 4. º A1rncoLO 4.
Ó ·pol'te das cartas ordinarias' isto é. ' La tassa di. trasmissione delle lettere
não registradas, que fôrem expedidas de ordinal'ie, cioé non raccomandate che
nrn dos dous paizes pa.ra o outro, é saranno spedite cl 'all ' uno dei due paesi
fixado, no Brazil em ( 480 réis) quà- nell'altro, é fissata nel Brasile a (480)
troceutos e oitenta réis por cada dez quatlrocento ottanta reis, per ogni dieci ·
ll l !':)
' .
11,.6
grnmmas o"u fracção , ele dez grammas ; . grammi, o frazione <li dieci gramm1 .;
e na Italia, em ('l,20) uma li1·a e vinte in ILalia ad '('1.20) una 1.ir.a e venli cente-
centesimos por igual peso . zimi per egu;ll pe~o. , ·
Em· caso de diminuição dos preços ln caso di diminuzione dei prezzi di
de ·transito e de transporte maritirno, o transito, e d~ trasporlo. marittimo la lassa
porte será reduzido proporcionalmente. sarebbe proporzionatarnenle ricfolta .
5 .º
'J
AllTIGO ARTICOLO . 5.
ARTIGO 6. 0
A1naco10 6.
As cartas registradas, além do prévio Le letlere raccorr~andate ollrn ai pre-
pagamento do porte estabelecido no ar-. vio pagamento della lassa di trasrnission e
. Ligo 4°, serão sujeitas á laxa fixa de du- stabilita dall'articólo 4 andranno soggete
zentos réis (200 réis) no Brazil e cin- alla lassa fissa di (:200) duecento reis uel
coenta centesimos (0,50) na Italía por Brnsile, e cinquanla centesimi (O, t>O) rn
cada .uma. ltalia, per ciascuna.
ARTIGO 7 .º ARTICOLO 7.
As amostras de mercadorias e os im- campioni di mercanzie e le stampu
pressos de qualquer especie, rerneltidos di qualunque genere spedile dell 'ltalü.t
da ltalia para o Brazil, e vice-versa, de- nel Brasile, e vic.eversa, dovrarmo, per
veráõ, para terem curs.o, se r franqueados a ver corso, essere francate fino á destina-
até ao seu destino ; os que não fôrem zione: le non francate, saranno lratenute,
franqueados serão detidos e devolvidos e restitui te a1 mittenti.
aos remettentes_.
O porte daquelles objecLos será de- La l.assa di francalura di quesLi og-
tennina<ló em cada um dos dous paizes geLLi sará detecminata nei due paesi dalla
pela respectiva administração posta], e rispettiva amministrazione postale, e non
não poderá cm càso algum ser maior de potrà iu ugni ·caso essere maggiore di
147
qainze centésimos (O.,Hi)' na Italia, e de (O, 1:5) quinclici cenlesi'mi in lta]ia.., e di
1
(60 réis) sessenta ré'is, no Brazil, · por (60) sessanta reis nel Brasile per ógní
cada peso de (40) quarenta . grammas. porto di (,10) q~rnranta grammi.
· O peso de um pacote de amostras 11 peso di lin páccó cli campione· non
não poderá exceder "de· (300) 'trezentas potrà eccedere (300) trec~nto ·grammi.
~;ramn1as. j ·
ARTIGO 8. 0
ARTrCOLO 8.
Os objectos de qüe trata o artigo pre- Gli oggetti di. che trata 1'.articolo pre-
cedente deveráõ ser cintados, e não po- cedente, dovranno esser posti sotto fascia
deráõ conter escripto algum, excepto a e non potranno contenere alcuno scritto,
direcção , assignatura do remettente e a ad eccezione dell' indirizzo, della firma
da La. dei mittente e della data.
As amostras de mercadorias poderáõ I campioni <li rnerci . poiranno anche
igualmente ser postas dentro de saccos esser posti entro sacchetti di tela , e di
ele qualquer tecido e de papel, ou àcon- carta , ovvero accomodati in altro modo
dicionadas de qualquer outro modo, para da potersi verificare facilmente.
que possão ser fadlmente verificadas .
Estes objectos poderá() ser registrados Questi oggetti .potranno essere racco-
ri:1edianl.e pagamento adiantado da ta xçi . mandati, mediante previo pagamento del~
fi xa es tabelecida no art. 6°. la tassà fissa stabilita dall'articolo 6.
ARTIGO 9 .º ATlCOLO 9.
pQrtes cobrados
1 ' i •1 ,·
;sobre as carlaa
i. ': 1 r
recehi- svl.lc \ettpre. ' ~101) . fi.:~nche ricevutc,,
1
tias ,sem ~~r~m r•'.at?q~rnada~,. cpmprehei~-. ct~rnpre~i. 1i, c~n1;ple~1:enti di_ tassa su~l.e
d ~ ·~~lo-~~ ,os .t:;o1~q:1le.11,ien L?s_d~ tax~s _so.prr. leltere
( 1'
i11 s11fficienternen.l
l '!i1 • 11
c francal.c
1 . '
,1 , t
as carl'I~ t insofiicientemente
' ' ~- l 1 • 1
frafü}Uet\d~s.
1 ' 1 '
A nn 1;Ú ·1:1. 0
AnT1cow 1:1.
Nenfium pacote ou carta cont.emlo Nr,ssun plico o lei.lera che contenga>
•01H'O, 011 pra.la cunhados, joias, artigos oro o<l argenlo monetato) gi.oie, articolj
.-
de valor OH qnalqu'e r Qllll'O 1 ohjecto SU- di valore 1 o qual.siasi 'altro oggettô sott(
jei'lo: a 'dil'eitos rfa 'alfa1i<legá, poderá 'ser posto a dirilli di · dogana , potrá esse;·c
recebido conl de.~ tin'o ':Pard, ou
1
em acc~tlato con destinaúo'ne od in transito
transito por nn.1 dos dous paizes contra- pe[!ü110 rlei · dne paesi c'ontrnttant.i. ·
lantc s .
AnTlGO '14. º ARTIOOLO '14. ' . '
1 ) 1 1
ARTIGO rn . 0
./\.R!J'rCOLO J5.
As administrações dos · correios elo Le amministrazioni dei poste ·dei
Brazil e da Halia designaráõ de commum Brasile e d'ltalia .designeranno di' comune
accôrdo as reparlições poslaes, por meio accordo gli uflizii postali, per mezzo dei
das quaes deva effecluar-se a troca da f!uali dovrà aver luogo .lo scambio della
correspondencia e estipularáõ em reg·u- corrispondenza e eslipuleranno in regola-
lamento especial tudo quanto tiver re- men to speciale quanto sará .relativo alia
lação com a organisação das contas e a compilazione dei conti ed all' esecusione
execução da presente convenção. della presente convenzione.
As disposições contidas no meneio· Le disposizioni cont.enut.e nel suddetto
nado regulamento poderáõ ser modifi- regolamenlo potranno esser modificate
r.adns por mutuo accórdo 1 quando assim per mutuo accordo quando le · conve-
o exigirem as conveniencias do serviço. nicnze dei servizio ]o esigano.
1rn C .r nAVELU
!f' j.;. 1 J 1. 1'
(L . S.) A. CAVALCHINI.
• • ' • j
!
'1 l í 1
1 .
E sehdo-nos presente ·a mesma couvenção, cujo teor tica acirpa inserido,, e bern
visto, consii:lerado e examinaclo. por Nós tudo quanto nella se contém, a ~pp,rovamos ,
l'alificamos e ~onfirmar~1os, . ass.im no tod o, como em cada um dos seus artigos e esti-
pulações,' e pe.la presente & damos por firme e valiosa para . produzÍl' o seu devi.do
effeito, promettendo em fé e palavra imperial culilpri-la invíolavelmente e fazê-la
cumprir·e observar por qualquer mndo que possa ser.
Em testemunho e firmeza do que, fizemos passar a preseute C<:tda por Nós assignada,
sellada com o sello gnmde das .armas do rmperio e referendada pelo nosso rriinis -
t~o e secretario de estado, abaixo assignado .
.-Dada no palacio do Rio de Janeiro aos trinta e um dias do mez de Maio ~o anuo
du Nascimento de Nosso Seuhor Jesus Christo , de mil oitocentos se tenfa e lres.
(L. S.) -- IMPEHADOH (corn rubrica ·e gual"da).
N. 73.
Proruulg!l a con venção postal, celebrada cm 30 de Março ele 187ll eutre o llmzil e a l"rau ~a .
-findo: Hei po1· hem rnandor que se,ja observada o cpt11prid;:t füo inleiramente co~no. ·
nella se c~mtém . .
O yisconde de CaraveUas, do .ineu con.selho e âo ~te Es~ado_, senador do I.m,pel'ip,
111inislro e. t'lécrch.rrio tle Estado dos ' negocios cetrangeiros, assim o lenha cntenaiclo: e
fiwa _éxec~lar, ewedindo OS despúclÍos necessarios. 1Palacio do füo de ' Janei~o,1 ~>.rri
~ieze8eis d~ Setembro de mil qí.locento~ setenta e quat1·0, , quinquagesinio-tercei~ó "fla
lndepend~p~ia e d@ l.mtlerio. ' '
Com a rnbrica de Sua Magestadc _o Jroperador.
V1scoNDE DE C.mAVELLAs.
'L54
nos navios que ·navegarem com bandeira ]Jal' Jes bâliments UCHiguanl SOLiS pavillou .
brazilein,t, ·das malas expedidas por meio brésil ien , des dépêches qui seronl
desses navios tanto de _França para o expécliécs au rno)' en de ces bâtimenls
Brazil como do .Brazil para a França, tant de lü France pour ·1e Brésil que
clu Brésil pour la France.
A adminislrac;ão elos corre ios do Brazil -L'ac1mi11istration dcs postes du Brésil
pagará igualmente as despezas do trans- paiera · également les frais r ésultanl du
porte das malas expedidas do Brazil para ' \ lrns. qu1. seront expc-
trnosport e1es depec '
a França i tanto por meio dos navios di ées dn Brésil pour la France, tanl par
mercantes a vapor que. navegarem com les hâtimenls i1. vapeur du commerce na-
bandeira de terceira polencia, como· peius viguant sous pavillon tiers, que par les
paqUetes bl'ita.nnicos que fizerem o · ser- paquebots britan niciues !'aisant u n ser-
viço regular entre os portos da Grau~ vice régulier entre les porls de la Grande-
Bretanha e os do Brazil. Bretagne et les porls du Brésil.
Pela sua parte, a administração dos De son eôté, l'administration despostes
correios de França pagará as despezas de F'rance paiera les frais résultant
do transporte, pelos navios . q11e navega- clu transport par les bâtimenls navigua11t
rem com bandeira . franceza, das malas sous pavillon français, des dépêches qui
expedidas por.
meio' desses navios tnnto seront expédiées an rnoye n de ces bàti-
elo Brazil para a França como da Franç·a ments, tant du Brési1 pour la France que
para o Brazil. de ]a France pour le Brésil.
A administração dos correios de Fran- L'administration des postes de France
ça pagará igualmente as despezas do paiera également les rrais résultanl <lu
transporte das malus que se expedirem transport eles dépêches qni seront ex-
de França para o Brazil tanto p ~ los na- pediées de la France pour le Brésil tanL
vios mercantes a vapor, que navegarem par les bâliments à vapeur du commerce ·
com bandeira de terceira potencia , como naviguanl sous pavillon tiers , que par
pelos paquetes britannicos que fizerem. les paquebots hritanniques faisant un
o serviço regular enlre os portos da Gran- service régnlier entre les porl.s de la
Brelanha e os do Brazil. Grande-Bretagne et 1es ports du ·Brésil.
J\S pessoas, que desejarem enviar ca r- Les personnes qui voudront cnvo.yer
-tas ordinarias> islo é> nno registradas, eles .1ettres ordinaires, c>est-à-d ire non
quer·do Brazil pura a Fran<;a e a Alge- · chargées, soil du Brésil pour la Francc
ria, quer ·da França e da Algeria para o el l'Algérie, soit de la France et de l 'Al-
Brazil, poderáõ deixar o porte dessas gérie pour Je Brési1, pourront , 11. le11r
carlas a cai~go das pessoas a qu ern fôrem ~ho ix, laisser lG port_ des dites leltre::;
destinadas ou paga-lo adiantado até ao 11. la charge eles destinataires ou payer
seu destino. ce port d'avance jusqu'1L destinalion.
O preço do porte das cartas dirigidas Le prix du port eles letlres adressée5
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1.56
· Esle premio será recebido em pro~eilo Ce droiL sera perçu au profiL et pom
e por conta. elo paiz deslinatario . ]e compt.e du pays de deslination.
Fica entendido que, si as condições, ll est convenu qne, .dans ]e cas oú lr~
que regulão as relações poslacs da França conditions qui reglent les relations pos-·
com . os ,paizes <lesig~ui.dos na labella A, tales de h1 France avec les pays désignés
vierem a s_er modificadas de maneira que dans le tableau A viendraient à être mo.
influa nas condições de troca fixadas difiées de manihe à influer sur les con-
pela presente convenção para a corres- ditions d'écbange iixées par la présente
pond_encia transmittida por via de França, ·. convention, ponr les corresponJances
cslas ú1odificações serão de direito appli- Lransmises par la Yoie de la Francc, ees
cadas _á dita correspondencia. modificalions seraient appliquées de plein
droil aux diles correspondences.
ARTI<~O D. o AT\TICJ,'E D. r
A adm~nistração dos correios . brazi- L'adminislrt.llion des postes hrésilicn -
lciros poderú entregar á administração nes pourra livrer à l'adminislralion des
Jos correios .de Fran<,;a cartas registradas posles de Francc des lellres chargées à
com destino á França e á Algeria, e, sem- deslination de la France et de l' Algérie
pre que fôr possível, com d<:)slino aos et, aulant que possible, i1 destination <les
paízes aos quaes a França serve de in- pays an~<.1uels la France sert d'inlermé-
termediaria. cliaire.
Por sua parte a administração dos cor- De son côté, l'admini~tration des posles
reios de F_'rança poderá entregará admi- <le -France pourra livrcr :'i l'adrninislra-
nislração ·dos correios brazileiros cartas tion eles postes brésiliennes des leLLrcs
registradas·.com destino ao Brazil. chargées à destination dn Brésil.
O porte das cartas registradas deverá Le port de~ lettrcs chargées clevra t.ou -
sempre ser pago adiantado até ao seu jours êlre acquillé cl'avance jusqu'à des-
destino. tination. · ·
Qualquer carta registrada, dirigida de Toute lettre chargée adressée de l'un
'l 57
nm dos dous paizes para o outro, pagará, des cfoux pays dans l'aulre supportera, au
iÍ partida, além da taxa applicavel a uma départ, en sus de la taxe npplicahl e aune
<:arta ordinaria franqueada do mesmo letlre ordinairc affranchie dn même poids,
pesQ., um premio fixo de duzentos réis ou un droit fixe de deux cenls réis ou de cin·
de cincoenta centesimos, conforme fôr o qnantc centirneR, snivant le cas.
caso.
Este premio será cobrado em proveito Ce drvit :::e rá perçu au profiL et ponr le
é por conla ela administração dos correios co mpte de l'arlminist~ation des postes dn
<~lo paiz da procedcncia. pays d'origirrn
() porte das cartas registradas , ex pecli- Le porl drs lettreR chargées ex.µediées
1da s do Brazil com destino aos paizes aos d11 Hrésil :1, destinnl:ion des pa_ys auxqueL.-.
qua<~s a Fran(a serve de intermediaria, la France serl d'intermédiaire.sera donhlr,
sení o dohro elo porte das·cartas ord iua - d é:~ celui eles IP-1.1.res ordinairns pour ia
r.ia :;; com o mesmo desli110. · même destinalion .
pelo artigo precedente, quando não de laxe _qui lcur est . accordéc par l'ar-
wutivercm valor ~dgu ru , quando fôren1 licle précédent qu'aulant c1u'ils n'auronl
l'ril11 cfueada s, cintadas ou e rnrnassadas de aucune valem·, qu 'ils seront affn\nchis,
nwdú que não deixe a menor duvida a qu'ils scront placés sous bandes, ou de
respeito da sna natureza, e quando não maniere a ne Iaisser aucun dout~ sur
lrnnxerem signal manuscriplo que não leur natnre, et qu'ils ne porteront d'au-
seja a direcção do destinalario, rnarca tre écriture à la main que l'adressc du
de fabrica ou de commercio, num eros de destinataite) une marque de fabrique ou
ordem e preços. ele marchand, des numéros d'ordre et
eles prix.
As amostra s de' wercadorias, qu e nHo Les échantillons de rnarchandises qui
preencherem estas condições, serão ta- ne rempliront pas ces conditions seronl
xadas- como cartas. taxés comme lettres.
ARTICLE t Oº.
Para que gozem da reducção de taxa Pour jouir d~s modér_ations de port
co11cedidà pelos precedentes arts. 7" e 9º; accordées par les arlicles 7 e 9 précé-
os jornaes, gazelas, · .obras periodicas, dents les ·'1ournaux rrazettes ouvraues
' • ' ' b ' o
livros brocl~ados , livros encadernados cm périodiques, livres brochés, livres reli és
·couro ou papelão, s·em ornamento algum, en cuir ou en carlon sans aucunc garni-
brochuras, papeis de musica, calalogos, 1.ure, hrochures, papiers de musique,
prospcclos, au11u11cios e avisos diversos, catalogues, prospectus, annonces el avis
impressos, gravados, lithograµhados ou uivers irnprimés, . gravés, lilhograpliiés
aulographados: d1~veráõ ser franqueados ou aulographiés devront êtrc affranchis
;.üé aos limites respectivamente fixados jusqu'aux limites respectivement lixée::i
pelos ditos artigos, ser cintados, e não par les dits articles, rnis. sous bandes eL
conter escripto algum, algarismo ou ne porter aucune écriture: chiffre ou sign e
11ualquer outro signal mannscriplo, além quelconque à la main, si ce n'esl l'adresse
tlo endereço da pessoa a quem fôrern du destinalaire, la signaturc dc.J'enVO)'Cur
destinados , da assignalura de quem fez et la date. Ceux des diLs ohjectl:l qui ne
a remessa e da dala. Aquelles do-:; dilos réuniront pcis · ces condilions serunl con-
ubjeclus que não preencherem estas con- siderés comme lettres et lraités en con·
cliçiics ::;erão considerados corno cartas e séque11ce.
tratados como laes.
Fica eu tendido l(llC as dispo::;içôes cori- JI esl enlen du qu e les disposítions
tidas 11us artigos acima rel'erido::; não conlenues dans les arlicles susmentionné:;
prejudicão de modo algum o direito, que 11'i11lirmenl en aucune maniere Je uroiL
assiste ás auminislraf·ües dos·correios do:; qu'out les admiuistrntions J es postes des
'
dou::; p<:1iies, de nau effecluarern em seu::; deux pays de ne pas effectuer, sur leurs
respectivos territorios o tra11spurte e a territoires respecli[s, 1e Lransporl et la
distribuição dos ubjectos de::;ignados 11os Llistribulion de ceux des objecls désignés
dilos <:1rligos, a cujo respeito não lwu- aux dits articles à l'égard desquels il
rnrem sido cu 111 prida:; as leis, d isposi t;õe::; · 11'aurait pas élé salisfail aux !ois, or-
e <lecrclos ql\C regu]üu as condições de donnar1ces ou décre ls qui reglent les
sua publicação e circulação, lauto 110 condilio11s de leur publicalion et de leur
.Brazil corno ·em França. circulalion; Lant au Brésil qu'en France .
A.1lTlGO ·l 1u. A RTICLE 11 e ,
1
algum, ser sujeitos no, paiz do seu des- et à quelque titre que ce soit, être frap-:-
tino a uma taxa ou premio qualquer que pés, dans le pays de déstination, ·d'une
recáia na p~ssoa a quem são destinados. taxe ,ou d'un droit . quelconque à la
charge des destinataires.
o mesmo porte por que tiverem sido en- pl'Íx pour leque! ils auront été originai-
viados pelo correio remeltenle. rement complés par l'oflice cnvoyeur.
Pelo que respeita áquelles que fôreni Quant à ceux qui auront été livrés
entregues já franqueados até ao seu des- affranchis jusqu'à destination ou jusqu'à Ia
tino ou até á fronteira do correio corres~ fronliere de l'office correspondant, ils
pondente, serão elles devolvidos sem seront renvoyés sans taxe ni décompte.
taxa nem desconto.
..
165
A.-Tabella i11dicando as condições sob as quaes sei•ão h•oc=1das cnfrc a atlmini'itração dos co1•1•eios bra·
zilei1•os e a admi1l'istl'ação dos eo1•1•eios tle F1•a nça, as mulas cx11edidas do Bt>azil, 1•01• da de Fr:lnça 1mra
os paizes com os quacs o Ut•azil 11útle .c01·1·es11ontler-se po1• intermedlo dos co1·1·cios fNUHlczcs e' ice-,·e1•sa.
francezes . :a ~e~c::
gg;~
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o ~ ... l: d ti o::i
~ ;gg<~ ~:;~.d~
3]~~~ ~~~~~
·I 4 G 7
Róis . Róis. Hóis. Fr. üent. Fr. Cent.
Port1Jgal e Ilhas ele Cabo-Vereie. O~Jrigatorio. Portó brazlleiro
ele embarque ou
ele cle>'embarque 80
Senegal, Ilha doGoróa ...... .. . . Facult:1tivo.
Buenos·Ayres e Uruguay :
Logar elo destin o ª~º
80 240 ..... 60 ····· 20
.
720 480 640
Cartas para o Brazil. . . . . . . . ...
Aden, lnclias Orientaes, Ceylão,
)) Alexandria .. ... .
-
Mauricia, Penang, Singapore.
Hong-Kong, China, Batavia e
outros paizes, cuja correspon-
clenyia pócle com vantagem ser
dirigida por via ele Suez .. . . .. . )) Portos de mar das
Indias ou domar
ela China em que
tacão os paq ue·
tes francczes e
britannicos .• . .. 720 480 64.0
Paizes ele além-mar que não se
achão acima mencionados : ·
Cartas cio Brazil ... . .. .. . .... . . . . )) Porto ele dcsom-
barquea que são
destinados ..... 720 4.80 610
Cartas para o Brazil . . . . . ... .. . . )) P0rto ele ombar-
cjue d~ paizdon·
de sao proce-
dentes ........ . 720 480 640
(AJ A~~xanc\ri.a, Alexandr<>tte, .BeyruU1, <;Jairo 1 Constan~inopla, os D~rdau cll os, Ga.Iatz, Galli pon, l bra itn, Incboli, Jaft'a. 1 J{ui:;teodie, Kcrasr,uude 1
!-'n~tl\qu1e, It!e r~ ma., Ordon, l\feteho, P ort·sa1d1 H.h odes, R adotito Salomco , Sameouu, Sc utari dn Asia, Sinope, Smyrua , Suez , Sulina., 'l1hebironde 1
I1npoly ela Synn., 'l'a.lscha, Tanger, Tunes e Varma. ·
(B) Ponclichcry , Chaudcrna.gor, Karikal, 1\inké e Yana.on.
166.
S - ~abella indicando as eondições s ob as quaes serão troeu1las , entre a administração dos cor1·eios bra-
,dlelros e a admlnlstração d.os correios de França, os impressos de qualqne 1• 11atu1·eza cx11edi,dos ·d o
Brazll por via de (?rança ·11ara os palzes com os qnaes o Brazil 11óde co1•responder-se 1101• intermedio
dos correios franeezes, e vlce•"ersa. -
•
±67
A.-'f.ableau huliquant te,,; co11diti11us auxquelles se1•011t écbangées, eutre l•a1l.mi1~istration des l'"stçs de
Francc et l'admh1istl•ation des postes bré,.iliennes, les leth·es expe11iées du Ba•ésil ' par la voic ~ ia
Fr:inee pour les pnys avec lesqnels ·1e Brésil pe11t cor1•t"spo111lre pna• l'intermétlinire 1les poat,es fran-
'.lªases, et vice-versa. .
françaises. ~"
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o"
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G 8
3 4 5
2
R éis. Réis. Fi·. Cent Fi·. Cent
Réis.
Portugal, iles du Cap-Vert ....•••• Obligatoire. Port brésilien
d'embarquernent
ou de débarque-
ment •..... ... • . 80 60 20
320. 80 240
Sénégál, ile de Gorée.......... . . Facul! atif. Destination .... •
Buenos Ayres et Uruguay:
Lettres du Brésil.............. . . Obligatoire. Port de débar-
quement.. .... 320 ······ ... 140
Leltl'es pom· le Brésil. ... . .... .. . Obligatoire. Port d'embar-
quement ..•..... 220
4LO
. ·········
170
·HO
3:10 60 20
Grande-Bretagne ...•..... . ...... . Facultatif. Destinat.ion .. . •.
Belgique, Danemark, Grand-Duché
de Luxembourg,Pays-Bas,Suisse, 60 2{)
Italie, Etats d'Allemagne, Prusse, 560 320 480
Autriche ....................... Facultatií. Destination .... .
Malte, Grêce, · Suéde, Norwége,
Ri1ssie, Pologn e, villes cl'Egypte
et de la Turqni e desservies par
les paquebots-poste françuis (A),
Andrinople, Antivari, Bnrgos.
Caffa, Candie, La Canée, La Oa-
vode, Cb io, D édé , Agatsch, Dn-
razzo, Janina-Larnu-ca, Prévésa,
Uehms, Roustschouk, Serez, So-
phia, Ténéclos-Yalona, Etablis3e-
ments fran çais dans l'Inde (B) el
en Cochinchine, il e de laRéuoion,
Mayotle et dépendances, Sainte·
i\farie de i\fadagascar, Martini-
que, Guadeloupe et dépendances,
Guyane fran çaise,Saint-Piene et
Miqnelon, Shangai et Yokohama,
Indes née rlandai ses, Guvane hol- 480 640 60 20
landaise et Curnçáo ... : .. . •. ... Facultai if. Destination .•... 720 60 20
700 460 620
Etats-Unis de l'Amérique dn Nord. Facultalif. Des tination . . . .. 460
Iles Sanclwich.- ......•.. . .. . . .• . .. Obligatoire . San Francisco .. 700 6:~0
. (A) Alexan<lrlo, Alexandrette, Jley rontu, Le Calre, Constantmopl e , les Dardanellos, Ga lotz , Ga lllp oli, lbrall a, Jnéboh, Jatfa, Keras•und•·,
Kustendjé, Lattaqnié, ·l'tfersina, Ol'don, Port-Snld, Métellu, Rhodcrn, Sn.loniq n e, R adosto, Samsonn, Sr..ntarl d'Asie, Sinop e, Sm,·rue, Suez, Sulina,
Trébi~onde 1Tripoli de Syrie, 'fnl ech n. 1 Tnnis, Tanger, Val'na . ' ·
(B) Pondichéry, Chandernagor, KRrika l , Yanaon, i\fahé.
B. - Tnblean indiquant les eondiLions auxqnelles set•ont éeltttngées en·h·e l':ulininistt•aHon des 11os fes
de France et l'administra1io11 dcs tlos tcs b1•és iliennes les imprimés de tont.e naturc expé11iés cln
Brésil l':tr la voie de Ft•ance tHmr les pays ª ''ee les qnels · le 81•ésil \lCat c o1•1•es pondre 11011P
l'intermédiaire des postl's f1•:11u;aises et vice-vel'sa.
signatla, scHada C?tn o sêllo grailde das anuas do lm1)crio e rcl'cl'endada pelo ministro.
e secrelal'i.o de Est~do abaixo assignado .
Dada no palacio do Hio de Janeiro, aos onze dias du rncz de Abril do auno
du Hascimento de Nosso Senhor Jesus Chrislu ele niil uiloccnlus setenta e l[Uatru.
(L. S.) PEDHO lMPEHADOH (com guanla).
N. · 74.
Gonvcn~ão postal com a BBl[ica.
DECRETO N. 5876 DE 20 DE FEVEHÉll~O DE 187!5. 1
Promulga· a convenção ·addicional it convenção postal, celel>rada em 2s· de Setembro ele 187ú entre
o Brazil e a Belgica.
pro xi mo findo: Hei por bem mandar que seja observada e cumprida tão i n-
leirarnente como ·nella s~ contém.
O Visconde de Caravellas; do meu conselho e do ele Estado, s3nador du Irn-
perio~ ministro e secretario de Estado dos negociás estrangeiros, assim · o tenha
eutendido · e faça executar, expedindo os despachos necessarios.
Paiacio do Rio de Janeiro, aos vinte dias do mez de Fevereiro de mil oito-
centos e setent.a e c~nco, quinquagesimo-quarto da inclependencia e do lm-
per10.
Com a rubrica de Sua Magestade o Imperador.
VlSCONDE DE CAI\.AVELLi\ S.
. ARTH:O 8. 0
A.RTICLJ; 8.°
E se ndo- nos presc11le a mesma convenç~o addicional, que fica acima inse ~
rida, e be1~1 visto, coüsitlera<lo e examinado por Nós tudo quanto nella ·se con-
tém, a approvamos, ratificamos e confirmamos assim no lodo COIJJO em cada um
de seus artigos e estipulações, e pela presente a damos por firme e valiosa para
produzir o seu d ~ vido effeiln; prorncltendo cm fé e palavra imperial cmnpri-la
inviolavelmente e faze-la cumprir e observar por qualquer modo ·que possa ser .
Em testemunho e firmeza do que, üzemos passar a presente carta por Nó.':i
assígnada, sellada corri o sêllo grande das armas Jo h111)erio e referendada pelo
ministro e secrelario <le Estado abaixo assignado.
Dada no palacio do Rio de Jauciro aos oitC.1 d~as do mez d_~ Oulu.JJrQ do a~unu
do Nasci mento de Nosso Sen hor Jesus Chrisl.o de mil oitocentos. selenta e quatro.
(L. S.) PEDHO JMPEllAOOH (com guarda. )
. '
·J 7()
PARAGUAY.
Accordo substitutivo do art. 35 B dos §§ 2", 3", B 4" do art. 29 do tratado-de amizade, conunercio
e nave[a~ao entre oBrazil eoPara[liay.
N. 15.
DECRETO N Gf:l58 DE 6 DE JUNHO DE '1874.
Promulga o aecônlu snbslitulívo úo arL. 35 e §Si 2", 3° e 4º úo ai'l. 29 úo tratado de amizade, commercio e navegaçiiu
celebrado ent.rc o Brazil e a Republica do Paraguay 'cm 1.8 de Janeiro de 1.872.
Aos 30 dias do mez de Abril de 187 4, A los treinla dias dei mes de Abril
reunirão-se em Assurnpçãu, capilal da Je 187 4: reuniérunse en la Asuncion; ca-
Hepublica do Paraguay., na :c;ecretaria 11ital de la H.epública clel Paraguay, t~ u
das relações exteriores, os Exms. Srs. la secretaria de relaciones esteriores, los
D. Higinio Uriarte, ministro e secretario Exmos. SefJ.ores Don Hyginio Uriarle,
de Estado no departamento das relações mi'nistro y secrelario de Estado en el
exteriores, e o con$elheiro Antonio José cleparlamento de relaciones esteriores, y
Duarte de Araujo Gondim, enviado extra- el consejero Don Antonio José Duarte
ordinario e ministro plenipotenciario de de Araujo Gondim, enviado extraordina-
Sua Mages~ade o Imperador do Brazil. rio y ministro plenipotenciario de Su
Majestad · e] · Emperador del Brasil :
Aberta a confer~ncia, exhibirão os Abierta la conferencia exhibieron los
plenipotenciarios os necessarios · plenos plenipotenciarios los necesarios plenos
poderes que os autorisão a substituir al- poderes que Ies autorizan á suslituir al-
gumas estipulações do tratado de ami- gunas esti.pulaciones clel tratado de amig..
zade, commercio e navegação, celebrado tad, comercio y navegacion, celebrado
entre. os dous paizes ·em 18 de Janeiro entre los dos paises en 18 d~ Enero de
de 1872 ; e co~cordárão em que sejão 1872 ; y concordáran en que sean ob-
observadas as seguintes em substituição servadas las siguientes en sustitucion dei
do art. 35 do referido tratado, como si artículo 3ts del referido tratado, como
fossem nelJe insertas, e com as mesmas si fuesen en ellos insertas, v con las
d
ARTIGO 1. o ARTÍCULO 1. o
No caso do morte.de subdito ou cidadão En el caso de muerte de un súbdito
ele_uma das altas partes contratantes no ó ciudadano de una de las altas parles
territorio da outra, a autoridade local c.ontratantes en el lerritorio ele la otra,
competente deverá, sem demora, annun- la auloridad local competente deberá,
cia-la, pelo meio de publicidade a seu sin demora) annunciarla, por el medio
alcance, e communica-Ja ao consul geral, de pu.blicidacl á su alcance y comuni-
consul ou vice-consul respectivo, e estes cará ai consul general, consul ó vice-
por sua parte a cornmunicaráõ igual- consul respectivo, y estos por su parte
mente áquella autoridade, si antes tive- la comunicarán igualmente á aquella
rem disso conhecimento. autoridad, si antes tuvieren conocimiento
de eso.
ARTCGÓ 2.º ARTÍCULO ·2. o
Logo depois do fallecimento, será ela Luego despues cl·el fallecimienlo) será
exclusiva competencia da autoridade ter- de la esclusiva competencia de la anto-
ritorial : ridad territorial .:
'1. º Appór os sellos ex-officio ou a re- 1. 0 Poner los sellos de oficio ó á re-
querimento das partes interessadas em querimiento de las partes inleresadas en
todos os bens da successão, que possão todos los bienes de la sucesion que pue-
. estar sujeitos a . essa formalidade. dan estar. sujetos á esa formali<lacl.
2. º. Levantados os sellos, ·proceder 2. º Leva_ntados los sellos, proceder
E, I 23
t78
ARTIGO 3. 0 ARTÍCULO 3. 0
Si durante o inventario apparecer um Si durante el inventario se encon-
testamento entre os papeis do defunto, trase un teslamenlo entre los papeles
ou si existir testamento em qualquer del difunlo ó si existiere testamento en
outra parte, a sua abertura será feita cualquiera olra parte, su abertura .será
pela autor.idade local segundo as fórmas hecha por la . autoridad local segun Ias
legaes. formas legales.
As questões de validade do testamento Las cuesliones de validez del tesla-
serão submettidas aos juizes territoriaes. menlo serán sornetidas á los jueces ter-
ritoriales.
ARTIGO 4. 0
ARTÍCULO 4:.o
Praticados estes aclos, designará o juiz Practicados estos actos, designará el
a pessoa a quem deverá ser entregue á juez la persona á quien deberá ser en-
herança. tregada la hereÍlcia.
Observar-se-hão em se g u~ida esta_s dis- Se observarán ei1 seguida estas dispo-
po·sições: s1c1ones :
1. º Havendo menores, herdeiros au- 1.º Habiendo menores, herederos au-
sentes ou incapazes, serão cll es represen- sentes ó incapaces, serán ellos represen.-
tados por um tutqr ou curador . taclos por un lulor _ó curador.
Os menores lerão o tutor que a lei Los menores lendrán el tutor quê la .
determine, ou será este nomeado, assim ley determine, ó será ~ ste nombrado,
como o curador, pelo mesmo juiz, po- asi como el curador, por el mismo juez,
dendo a -nomeação recahir no agente puuien<lo el nombramiento recaer en el
consular nas successões que fôrem de sua agente consular en las sucesiones que
compelencia. fueren de su compelencia.
2.º Si estiverem presentes o testamen- 2.º Si estuvieren presentes el albacea
teiro, herdeiro ou pessoa que deva re · lestamenlario, herederos, ó persona que
presentar legitimamente a herança, será cleba represenlar legitimamente la heren-
esla entregue jullicialmenle, segundo a cia, será esta entregad~ judicialmente,
179
ordem de representação, á pessoa com- segun el orden de represeutacion á la
petente, a quem incumbiráõ todos os persona competente ºá quien incumbirán
actos de arrecadação e administração, de todos los actos de la r.ecaudacion y ad-
conformidade com as leis do paiz. minislracion, de conformidad con las
leyes del pais .
3. º Si o subdito ou cidadão de uma 3.º Si el súbdito ó ciud·adano de -qna
das altas parles contratanles fallecer sem de las altas partes contratantes falleciere
deixar quem represente a herança, si os sin dejar quien represente la herencia, ·
herdeiros ou testamenteiros estiverem si los herederos ó testamentarios estu-
ausentes, e forem todos os herdçiros da vieren ausentes y fueren todos los he-
nacionalidade do fallecido, os bens da rederos de. la nacionalidad del fallecido)
successi'Io serão dev.olvidos imrnediata- los bienes de la sucesion será n devuel-
mente, para o mesmo fim, ao agente tos inrnediatamente 7 para el mismo fin,
consular. · - al agente consular.
4. º Si na hypothese do paragrapho 4.º Si en la hipotesis del párrafo a.nte-
antecedente concorrerem herdeiros de cedente concurrieren herederos de di-
diversa nacionalidade, e estiverem estes versa nacionalidad, y estuvieren estos
tarnbem ausentes ou forem incapazes, · tambien ausenle5 ó fneren incapaces,
será a arrec.adação e administração feita será la recau<lacion y administracion he-
pela autoridade local com assistencia do · cba por la auloridad local con ~sistencia
agente consular. del agente consular.
5. º Si o fallecido pertencer a alguma 5. ~ Si el,,., fallecido perteneciere á al-
sociedade commercial, se procederá de guna sociedad comercial, se procederá de
conformidade com as prescripções das conformidad con las prescripcionçs de
leis comm erciaes dos respectivos paizes. Jas leyes comerciales de Jos respectivos
pa1ses.
6.º Si o fallecimento se der em loca- 6. º Si el falleCimiento sucediere en lo-
lidade onde não haja agente consular, calidad donde no haya agente consular en
na hypothese dos§§ ·3º e 4·º, a autoridade la hipotesis.de los§§ 3° y 4°, la autoridad
local o communicará immediatamente .
local lo comunicará inmediatamenle .
al
ao governo, e procederá á apposição gobierno y procederá á la coJocacion. de
dos sellos e ao inventario dos bens da los sellos y al inventario de los bienes de
herança. la herencia.
· Ogoverno avisará a autoridade consular EI gobierno avisará á la autoridad con-
competente, a qual poderá comparecer sular competente, la cnal podrá compa·
no Jogar ou nomear, sob sua responsabi- recer en el lugar, ó nombrar, bajo su
lidade, um agente que a represente. responsabilidad, á un agente) que la repre-
sente.
A áutoridade consular ou o seu re- La autoridad consular, ó su represen-
presentante, nos casos em que lhes perten- tante) en los casos en qu·e les pertene-
cer a arrecadação e liquidação da he- ciere la recaudacion y liquidacion de la
rança, procederá aos aCtos de sua heren.cia, procederán á los acfos de su
_,/
180
dãos do paiz, o~ de uma Íereeira })Olen- danos del pais, ó de una tercera po-
cia, tiver direi tos a fazer valer a res-tencia, tuvieren dererhos á hacer -valer
peito da successão., e sobrevier alguma respecto de la sucesion, y sobreviniere
difficuldade resultante de uma reclamaçãoalguna dificultad resultqnte de. una re-
que dê logar a contestação, não compe- cla.macion que diere Jogará contestacion,
tindo ao agente consular decidi-la, de- no compitiendo al agente consular deci-
dirla, deberá ser -el pleito llevado á los
verá ser o pleito levado .aos tribunaes ..do
paiz, aos quaes pertence resolve-lo, tribunales del pais á los cuales pertenece
procedendo neste caso o dito agente reso l verla, procediendo en este caso el
como representante da successão. dicho agente· como representante de la
suces1on.
Proferido o julgamento, deverá o con- Dada la sentencia, deberá el c~nsul
sul executa-·lo, si não tiver por conve- ejecularla, sinó tuviern por conveniente·
niente appellar ou se as partes não se apelar ó si las partes no se arreglaren,
(
18f
ARTIGO 6. o ARTÍCULO 6. o
Liquidada a heran·ça, será ella dividida Liquidada la herencia; será ella divi-
entre os herdeiros de conformidade com dida entre los herederos, de conformi-
a partilha, que deverá ser feita pelo juiz dad con la particion que deberá ser hecha
competente, o qual nomeará, si houver · por el juez competente, el c~al nombra-
logar, peritos para a avaliação dos bens, rá, si hubiere lugar, peritos para Ia ava-
formação dos quinhões e desi.gnação das luacion de los bienes, formacion de Iás
tomas. Em caso nenhum os consules cuotas y designacion de las tornas. En
serão juizes das contestações relativas ningun caso los consules serán jueces de
aos direitos. dos herdeiros, collações á las contestaciones relativas á los dete-
. herança, legitima e terça: estas contes- chos de los herederos, colaciones · á la
tações s.erão · submettidas aos tribunaês herencia, legítima y tercia: estas contes-
competentes, taciones serán sometidas á los tribunales
competentes.
182
ARTIGO 7 .º ARTÍCULO 7 .o
Si algum subdito ou cidadão de uma Si . algun súbdito 6 ciudadano de una
das altas partes contratantes fallecer no · de las allas partes contratantes falleciere
territorio da outra, tendo nella domi- en el territorio de la otra, teniendo en
cilio, será a sua successão regulada pelas ella domicilio, será su sucesion regulada
leis do paiz em que tiver logar o falleci- por las leyes clel pais en que tuviere lugar
rriento, qualquer que seja a natureza dos el fallecimiento, cualquiéra que sea la
bens que a componhão. naturaleza -de los bienrs . que la com-
pongan.
·Si, pelo contrario., não tiver nclle do- Si por el contrario, no tuviere en él
micilio, será regula~a pelas leis do paiz domicilio, será regulada ·por las leyes dei
a que elle pertencer; exceptuadns os pais a que él perteneciere, exceptuados
ben~ immoveis, cuja successão será regu- los bienés inmuebles cuya sucesion será
lada pe~o estatuto real. regulada .por el estatuto real.
ARTIGO 8. 0
ARTÍCULO 8.º
183
(L. S.) ANTONIO JosÉ DuAHTE DE ARAU.10 (L. S.) HvGINlO URIA.RTE.
GoNDIM. _(L. S.) ANTONIO JosÉ DuARrn ní~ ARAUJO
(L. S.) H1GINIQ URIA.RTE. GoNDIM. ·
E sendo-nos presente o mesmo accôrdo, que fira inserido, e bem visto, con-
siderado e examinado por Nós tudo o que nelle se conlém, o approvamos, rali ficamos
e ·confirmamos assím no· todo como em cada um de seus artigos e estip~1lações,
afim d.e que tenha plena execução.
Em fé ·do que, fizemos passar a presente carta, por Nós assignada, séllada com
o sello grande das armas do Imperio e referendada pelo ministro e secretario de es-
tado dos negocios estrangeiros, abaixo assignado.
Dada no palacio do Rio de Janeiro, aos v.inte e oito dias do mez de Maio do
anno do Nascimento de Nosso ·Senhor Jesus Christo de mil oito centos setenta e quatro.
(L. S.) IMPERADOR (com guarda).
CONVENÇÕES CONSULARES.
N. 76.
· . Nota do governo i?nperial á legaçâ? de França.
186
N. 77.
Circulm· ás prnsidencias de provincias.
Hio de Janeiro. --Ministerio dos negocios estrangeiros, 31 de Outubro d.e ·1874.
lllm. e Exrü. Sr. - Tendo terminado no dia' 20 de Agosto proximo findo a
execu.ção .das convenções co~1sulares, que o Imperio havia celebrado com a França,
Suissa, llalia, Hespanha e Portugal, suscitou-se a seguinte duvida :
Si os. processos. das heranças abertas antes da referida data de 20 de A.gosto
devião ser regulados· pelas disposições das convenções citadas, ou si pelas do de-
crnto n. 855 de 8 de Novembro de ·J 851, que as substituio.
Sendo ouvida a tal respeito a secção do conselho de Estado, que consulta so-
bre os negocios estrangeiros, foi ella de parecer que os ditos processos devião
ser ·regulados · pelo decreto de 1851 .
Diversa com effeito não podia ser a solução á duvida proposta, porquanto, tendo
cessado as convenções . consulares, reassumirão as autoridades territoriaes . toda a
sua jurisdicção e não podem os agentes consulares continuar a exercer uma inter-
venção excepcional, que só por d is posição vigente é admissi vel contra a lei do paiz.
Dando conhecimento a V. Ex., para seu governo, do alludido pare.cer do con-
selho de Estado; com o qual concprda plenamente o governo impe.rial, aproveito
a op.portunidaéle para renovar-lhe as seguranças da minha perfeita estima e dis-
tincta consideração ..
A S. Ex. o Sr. presidente da provincia de.'..
VISCONDE DE CARAVELLAS.
N. 78.
Aviso d presidencia da província do illar·a.nhão.
Hio de Janeiro.-
· Ministerio dos negocios estrangeiros, 20 de Novembro de 1874.
lllm. e Rxm. Sr.-· T~nho a honra de accusar 'a recepção do offieio, que V, ~Ex.
dirigio-me em data de 14 d1~ Outubro proximo findo acompanhando cópia da col'-
res.pondencia trocada entre o JUIZ de . -0rphãos e ausentes dessa capital e <1
187
consul de Sua i\fageslade ·Fidetissima por motivo da arrecadação dos bens deixados
pelo subdit.o portuguez Manoel Antonio de Oliveira, ahi faltecido ab-intestato e
sem- herdeiros prese.ntes·.
Lnteirado da alludida correspondencia, cumpre-me declarar a V. Ex. em res-
. posta q_ue o governo imperial, dando por . fin_das as convenções consulares com a
França, Suiss_~, Halia,· Hespanha. e Portugal e fazendo substituir as suas disposi-
ções pelas do decreto n. 85t:i . de 8 de Novembro de 18t:i1, não teve por fim
ueixar dependente a sua execução da reciprocidade exigida pelos artigos 23 e
24 do citado decreto, por isso que similhante estado de cousas era provisorio e tra-
tava-se da celebração de novos ajustes consulares.
E com effeito já o gover_no imperial está em neg;ociaçãó com os de Portugal e
Hespanha, e é de esperar que .em breve cheguem os respectivos plenipolenciarios a
um accórdo. Si porém as negociações não tiverem esse resultado,' providenciará
o goyerno imperial como o exigirem as circumstancias, e nesse caso darei a V. Ex.
conhecimento do que se resolver para que tenha a devida execução.
'_Aproveito a opportunidade para renovar a V. Ex. as seguranças de minha per·
feita estima e distinct!l consideração.
AS. Ex. o Sr. presidente da ·província do Maranhão.
VISCONDE DE CARAVELLAi .
N. 79.
Circular ás presidencias de provincias.
LIMITES.
IlBmarcação dos limitBs com a R6publica ·do PBru'. Marco do Javary.
N. 80.
Termo· Acta
Cumprindo notar que tllo depressa Debiendo tenerse en cuenta que tan
como sejão construidos os planos, tra- pronto como se levanten los planos clel
balho que será · executado pelas duas rio « Yavary- >J ; operacion que se pra-
commissões reunidas ·no porto de Ta- . ticará por las dos comisiones reunidas
batinga, segundo o resultado apresen- en el puerto . de Tabatinga, segun el re-
. taclo pelas ditas cartas os Srs. commis- . sultado . que dichas cartas geográficas
sarios determinarão a verdadeira nas- arrojen, los Srs. comisarios determina-
cente do rio Javary em uma dislancia rán el verdadero nacimiento del rio
que será a citada anteriormente mais ao cc Yavary » en una distancia que será la
sudoeste do logar em que se collocou o citada anteriormente masal Sud..:Oeste del
marco, por quanto de outro modo não se lugar, en que se ha colocado el marco,
p6de resolver esta queslão, os conheei- tenicndo en cuent'à que de otro·'· modo,
rnentos e a experiencia que adquirírão no puede resolverse esta cuestion y
sobre este . rio será a norma pela qual a que los conocimientos que· la esperien-
clecidão com justiça. cia les ha ensenado respeclo á este rio,
será su norma para que se arregle. en
justicia.
Deste modo o limite entre ambas as De este modo 1 el líniite de ~mbas na-
nações seguirá pelo meio ou alveo do rio, ciones seguirá tomando el centro ó .alveo
desde seu na~cimento até sua conf\uencia ele] rio, desde su nacimiento hasta su
·com o rio Amazonas. confluencia· con el rio Amazonas.
O marco que se collocou é da ma- El marco que se ha colocado es de
. cleira chamada. piqiiiá .e em fórma de .Ia madera lia macia piquiá, en forma de
cruz, como symbolo de redempção para cruz como símbolo. de redencion ·para las
as desgraçadas lribus de selvagens que desgraciadas tribus de salvajes que pue-
povoão estas regiões, sendo s~a altura . blan estas ·regiones, siendo su. aitura to-
·, / total de 20 pés : Acha-se· collocado em tal de 20 piés.
terra firme e em posição onde não chega Se halla colucado en tierra firme ,
a agua. donde no alcanza el agua . .
Na face de Este tem a inscripção: En la cara del Este tiene la siguiente
inscripcion:
Limites do Brazil. Límite del ·Brasil.
Março .14 de 1874. Marzo 14 de 1874·.
Na face ·de Oeste : En la cara del Oeste :
Limite do Perú. Límite dd ·P-erú .
Março '14 de 187 4·. Marzo 14 ele 1874.
Na face do Norte ·: En la cara del · Norte :
V em da boca do rio. Viene de la boca del rio.
Na face do Sul : En la cara del Sur.
Latitude... 6° ti9' 29" ti. Sul. Latilud. . . 6° 59' 29". 5. Sur.
Longitude . 74·º 6' 26" 67. O. de G. Longittid:. 74º 6' 26", 57. O. deG.
11'
191
Esta acta f?i · assignada . pelos 'Srs. Esta ·respectiva acta, ha sido firmada
memLros Já citado.s de ·ambas as com- por los Srs. miembros de las comisiones
missões na occasião da solemnidade. ya citados con Ia.solemnidad respectiva.
Deste documento que consta no pre- De este documento que consta en el
sente ·livro s~rão extrahidas quatro có- presente libro se. sacarán cuatro cópias:
pias : duas em idioma castelhano e duas dos en idioma portuguez y dos en cas-
em portuguei, as quaes legalisadas com tellano, las cuales legalizadas cem las
as competentes firmas serão envfadas competentes firmas) serán enviadas por
pelos chefes de ambas as commissões los gefes de ambas comisiones á sus res-
aos seus respectivos governos 1. pectivos gobiernos.
Em fé do que. assigná.rão a presente En fé de lo cual firmaron Ja presente
no dia e Jogar ·da ceremonia, ás 5 horas en el dia y lugar de la cerem@nia á las
d3 tarde. cmco horas pasado meridiano.
GUILHER ME BLAC K. BXRÃO ])E TEFFÉ.
BARÃO. DE TEFI'E. Gu1LLERJUO B1AcK.
FROYLAN P. l\foR,ALES·. FROYLAN P. lVIOR ALES.
Fn1mERICO RINCON . FE DE R~CO fü.\ CON.
MANOEL e. DE LA I-IAZA. M ANU E L e. DE LA HAzA.
PEDRO ROMERO. PEDRO ROMERO •
. .
Nota. Nota.
No presente termo vão ainda consi- Se consignan en Ja presente acta dos
gnadas duas observações que a elle per- puntos que pertenecen directamente al
tencem. cuerpo de ella: cl primero es Ia muerle
A primeira é o falie cimento, no rio acaecida en el rio .:e Yavary )) dei agri-
Jàvary, do agrimensor da commissão- mensor d~ Ia.comision brasilera D. Carlos
imperial Carlos Guilherme von Hoon Guillermo von Hoonholtz que firmó el ·
holtz, qu e tendo assignado o termo ori_ acta original en .el libro brasilero, no
gina] no livro brazileiro , por. essa cir- habiéndolo he'cho en el peruano, por
cumstanCia desgra çada não o pôde fazer . convenio mútuo de ªD?-bos comisarios~
depois no livro peruanq, visto como os. pües el libro original peruano quedó de....
commissarios linhão combinado que o posilado a bordo dei vapor Napo,. para
da commissão peruana ficasse depositado evitar de este modo, <m caso de nn ae-
a bordo dQ vapor Napo, para evitar a cidente, la pérdida de
esos dos d·ocumen-
perda de ambos esses importantes ·do- tos importantes.
cumentos no caso de algum sinistro ·ou
accidente.
A segunda refere-se á ve rdadei.ra la- La segunda cuestien se refiere á fai
titude e longitu.de da nascente ou ori- verd'ad·e ra Iatitud y Iongitud de l'a. n~- .
gem do Javary. C~mo se concordou no ciente dei rio· segnn consta del acta ~
respectivo termo, augmentando alati.tud ~ (latitu?-6'º-59'-.29". 5.-Sut y fongifü dJ
\,
l
\
,.,
N. 81.
Ter·mo · ·Acta.
da collocação pela .segunda vez dos de la colocacion que por segunda vez se
marcos de limites 'na boca do lgarapé practica con los respectivos marcos ele lí-
San lo Antonio, no Fio Aniaz.onas, em con- . mites en la boca de la quebrada ó ar-
sequencia de se haverem perdido o~ royo de San Ar.1 tonio en e1. rio Amasqnas,
marcos plantados em 28 de Julho do anno á consecuencia de haberse perdido los
de ·t 866 pelos respectivos commissarios, rn~rcos colocados en veinte ·y ocho de
que erão por .parte do Perú o Sr. capitão Julio del aüo de mil ochocientos sesenla
de navio da armada pernana O. Fraff- y sei.s por los respectivos comisarios de li-
cisco Carrasco, e por ·parte do Brazil o mites: por parte dcl J?rasil Sfir . comisario
,!
t9:t
Sr; ca:pitãn~ténente da arrnadà im:perfal; capitan 1fo corbeta de la armada ·imperiar
"José da Costa Azevedo. D. José· d'á-Costa Azevedo; por parte det
Perú Sür. capitan de navio de la armada
nacional D~ Francisco
. Carrasco.
..
Aos quinze dias do mei de Abril do A los quirice dias de] mes de Abril
-~nno do nascimento de Nosso Senhor dei af10 del Nacirniento de Nuestro Senor · '•
N. 8.2.
Nota da legação imperial em Lirna ao governo peruano.
Abril ultimo lhe participa .que, h:avend11J.-se collocaiii@ o marco das cabeceiras do rio
Javary no dia. ·14 de Março, de a.ccôrdo com o commissarf'Lo ;peruano, Sr. D. Guilherme
Black, .dera por termina.da a .cwmmissão de fixar so bre .o terreno os limites ajustados
1
N. 83. ·
Nota do governo peruano á legação imperial.
De V. Ex.
Allen lo e seguro s.ervidor,
J. DE LA R1n AcuERO. ·
N. 84.
Nota do governo peruano á legação imperial.
Tenho a satisfação de annunciar a V. Ex. que nesta data foi promulgada a resolu-
ção legi~laliva, pda qual o congresso nacional approvou em 12 de Setembro ullimo
o convenio, relativo á troca de territorios no rio Pulumayo, que me coube a honra
de firmar com V. Ex. á v'ista da conveniencia dessa troca e de conformidade com
os trabalhos da commissão de limites.
Para a consagração d:rquelle ajusté só falla a troca das ratificações e muito prazer
terei em prcenc.her es~a forrr;ialidade logo que V. Ex. estiver de posse do respeclivO.
instrumento.
Aproveito esta opportunidade para reiterar a V. Ex-. os sentiinentos de distinf'fa
consideração e particular apreço com que tenho a honra de nssignar-me,
Exm. Sr. Felippc José Pereira Leal.
N. 85.
Nota da legação imperz'al em Lima ao governo peruano.
N, 86.
Commissão de limites entre· o· Brazil C.omi.sion de limites · entre el Paraguay
e o PaJJaguay. y el Brasil.
-1
20f
governos a respeito da solução que teve a gobiernos, respeclo á la solucion que tuvo
questão da nascente principal do rio Apa, la .cuestion ele la nacieutc principal del
e que consta do seguintc-protocollv , que, rio Apa, y que consta del siguiente pro-
depois de lido, se concordou que fosse tocolo, que despues de leido se concordó
transcrípto nesta acta . que fuese transcrito en esta acta.
PROTOCOLLO. PROTOCOLO.
e< Na cidade de Assumpção, aos se te cc En la ciudad de la Asuncion, á los
<< dias do mez de Janeiro de 187 4·, reuni- cc siele dias dei mez de Enero de mil
,, rã o-se no ministerio de relações exterio- « ochocientos setenta y cuatro, reunié-
« res SS. EEx. os Srs. conselheiro Anto- « ronse en el niinisterio de relaciones
<< nio J. D. de Araujo Gondim, enviado « esteriurcs Sus Excelencias los Se'ií.ores
e< extraordinario e ministro plenipoiencia- e< D. José del Rosario Miranda, ministro
<< Ambos os Srs. ministros, depois ele « Ambos los Srs. minisLros clespues
,, haverem toma.do em consideração as << de haber tomado en consideracion las
<< ulteriores explorações pra licadas nas « uÜeriores esploraciones praclicadas en
« cabeceiras do vulgarmente denominado e< las cabeceras del vulgarmente deno-
cc a nascente principal do rio Apa; de- « mas tauibien Ia naciente principal dei
« vendo, portanto, passa r pela mesma « rio Apa , debiendo por tanto pasar por
• e< vertente a linha divisoria entre os dous cc la misma naciente la lí11ea devisoria
i< Estados. « entre los dos l~stados. En este sentido
{( N<•ste sentido S. Ex.· o Sr. ministro e< Su Excelencia el Sei1or ministro de
« dasrela<;õesexleriores comprornetle-se « relaciones esteriores se compromete
E. !. . 26
« a_expedir desde já as precisas ordens ao « ci espedir desde yá las precisas órdenes
« comm1ssano paraguayo. . e< al comisario paraguayo.
<< S. Ex. o Sr. ministro do Brazil mani- e< S. Ex. el Sr. ministro del Brasil
« festou que esla declaração do governo · cc manifestó . que esta declaracion del
« paraguayo será recebida com especial « gobierno paraguayo será recibida con
« agrado pelo de Sua Magestade o lmpe- e< especial . agrado por el de Su Majes-
« rador,o qual nella verá um novo penhor « tad el Emperador, el cua1 en ella verá
« da lealdade com que a.Hepublica cum- « una nueva prneba de la lealtad con
« pre o que se acha solemnernente pac· « que la H.epública cumple lo que se
<< tado com o lmperio. e< halla solemnemente pactado con el lm-
cc peno.
e< E depóis de trocadas mutuas congra- q Y despues de cambiadas mútuas
c< · tulações pela amigavel solução do unico cc congratulaciones por la amigable so-
e< ponto de clivergencia occorrido entre os « lucion del único punlo de divergencia
« precitados cornmissario s durante todo o <e ocurrido entre los precitados comisa-
cc curso de s.e us importantes trabalhos de c< rios durante lodo el curso de sus
« demarcação,resolv êrão SS. EEx. deixar e< importantes trabajos de demarcacion,
cc este feliz resultado de suas conferencias e< resolvieron Sus Excelencias dejar este
« consignado em um protocollo . ·Em tes- e< feliz resultado de sns conferencias con-
e< sub-secretario. ii
os que se seguem para o Sul o são punto los arroyos del Oeste son lrihu-
do Jpan-é. tarios del rio Aquidaban , y los que. se
siguen para el Sur lo son del lpané.
De Punta-Porã a linha toma a buscar De Punta Porã la línea torna á buscar·
o rumo geral <le Sueste até pouco antes el rumbo general del Sueste hasta poco
de chegar á lagôa Porã, na extensão de 12 antes de llrgar á la laguna Porã, en la
kilometros. Dahi volta de novo ·para o eslension de 12 kilomelros. De ahi vuelve
Sul, e com esse rumo geral vai approxi- de nuevo para el Sur, y con ese rumbo
mando-se da rnatla de Oeste, entra pelo general vá aproximándose dei montP dei
potreirn de Julio e, depóis de 13 kilo- Oeste, entra por el Potrero de Julio, y,
melros, penetra a malta , que cobre en- despnes de 13 kilometros, penetra en el.
tão a cri::;ta da cordilheira em uma ex- monte que cubre entonces la cresta de
tensão de 4·5,5 kilometros, sendo 38,5 la cordillera en una estension de 45, 5
ao rumo geral de Sul e 7 ,O ao· de kilometros, siendo 38,5 .al rumbo gene-
Sueste. ral del Sur y 7 ,O al de Sueste.
Esta matta foi percorrida pela com. Este monte fué percorrido por la co-
missão mixta, abrindo-se · uma picada mision mista, abriéndose una senda entre
entre as vertentes dos rios Amambahy e las vertientes de los rios lpané y Amam-
Ipané. bay.
Esta picada sahe ·para o lado do Sul Rsla senda snl e para el lado dei Snr
entre duas verlcnles, uma elo · Amam· entre dos vertientes , una dei "Amambay
bahy e outra do lpan é, estando esta na y otra dei Jpané, hallándose esla en la
encosta de uma ilha ele mato·. orilla de una isla.
Deixando ª. picada torna a linha a Dejando la senda torna la línea á
seguir, na extensão de 20,5 kilomctros, s8guir, en la estension de 20,5 kilo..:
·o rumo g'eral de Sul até o marco collo- metro.s, el rombo general. de Sur hasta
cado defronte da nascente principal do el mojon ievantado en frente de la nas-
lgatemy, ciente principal del lgatemi.
. As distancias, acima , são tomadas em Las d_istancias, arriba mencionadas,
linha recta) e os rumos são verdadeiros . son tomadas en línea recta, y los rumbos
son verdaderos. ·
As pequenas voltas da linha de limites Las pequei1as vueltas de la línea de
silo representádas na s duas plantas. límites es tan representadas en las dos
plantas. .
Depois de assim descripta a linha de Despues de quedar así ·descrita la
limites á vista das respectivas plantas, línea de límites á la vista ele las respec-
f'orão as mesmas assignadas por todos os tivas plantas, fneron las mismas firmada s
membros presentes da com mi ssão mixta. por t.odo s los miembros presentes de la
comision mista.
Os Srs. commissarios concordár;Io Los Srs. comisarios concordaron adem ás
mais en1 ' declarar-se que cleixão estas en declararse que estas plantas no han
plantas de ser assignadas pelo aju chinte sido firmadas por el ayt1<l(,lnl1J paraguayo
--
205
paraguayo D. José Antonio Espinosa, que D. José Antonio Espinosa, que lambien
lambem assistia aos trabalhos de levan- asistió á los trabajos de levantamiento,
tamento, por ·não ler o mesmo senhor en razon de no haber vuelto c.licho Sr. de
voltado de Assumpção, para onde foi la Asuncion, para donde fué con licencia.
com licença.
Finalmente os Srs. commissarios de- Finalmente los Srs. comisarios decla-
clarárfio que eslão de perfeito accôrdo raron que están de perfecto acuerdo
sobre os trabalhos relativos á extensão sobre los trabajos relativos á Ia estension
da fronteira na cordilheira de Amarn- de la frontera en Ia cordillera de Amam-
bahy, ficando de lerantar-se os marcos bay, quedando á levantar los mojones
da confluencia e da cabeceira do Es- de la confluencia y cabeéera dei Estrella,
trella, reconhecida comó principal ori- reconocida como principal origen dei
gem do Apa, logo que terminem os tra- ApaJ luego que qu eden terminados los
balhos até á barra do lguassú no Paraná, trabajos hasta la barra del Jguassú en
com os quaes se acha actualmente oc- el Paraná, con los cuales se halla actual-
cupada a commissão menle ocupada la comi~ion.
E nada mais havendo a .tratar-se, foi Y no habiendo mas nada de que tralar-
encerrada esta conferencia, lavrando-se se se clió por terminada esta conferen-
a presente acta em duplicata 1 que depois cia, labrándose la presente acta por du-
de lida e approva<la foi assignada por plicado, que despues de leida y aprobada ·
todos os membros presentes da commis- foé firmada por todos los miembros pre-
são lllixla. sentes ele la comision mista.
N. 87.
Commissão de limites entre o Brazil Comision de limites entre el Paraguay
e 9 Paraguay. y el Brasil.
Acta da 11° conferencia. Acta de la 1 ·t• confe1·encia.
Aos trinta dias do mez de Março do Á. los treinta dias dei mes de Marzo
anno do nascimento de Nosso Senhor del alio del Nacimiento de Nuestro Seflor
206
Jesus Christo de mil oitocentos ~etenta Jesu-Cristo de mil ochocientos setenta y
e quatro, sendo lmperador do Brazil cualro, siendo vice-presidente dei Para-
Sua Magestade o Sr. D. Pedr9 II e guay en ejercicio del poder ejeéutivo
vice-presidente do Paraguay em exer- Su Excelencia el Sr. D. Salvador Jove-
cício do poder executivo $. Ex. o Sr: llanos, y E•np erador del Brasil Su Ma-
D. Salvador Jovellanos, se reunio neste gestad el Sr. D. Pedro 11 , reunióse en
Jogar á margem direita do Paraná e em este lugar sobre la márgen derecha del
frenle ao Salto das Sete-Quedas a com- Paraná y frente al Salto de las Siele
missão mixta demarcadora dos limtles elos Caidas la comision mista demarcadora
dous paizes, composta por parte do Bra- de los límites de los dos paises, compues-
zil dos Srs. commissario coronel de en- ta por parte del Paraguay de los Srs.
·genheiros bacharel Hufino Enéas Gus- comisario capüan de fragàt~ D. Do-
tavo . Galvão, '2° commissario ma.1or ba- mingo Antonio Ortiz y secretario D..losó
charel F.rancisco Xavier Lopes de Dolores Espinosa, y por parte del Brasil
Araujo e ·ajudantes major bacharel de los Srs. comisario coronel de inge-
Guilherme Carlos Lassance e cal)Ílão nieros ba.chiller D.. Hufino Ené as .Gus-
bacharel Joaquim Xavier de Oliveira tavo Galvão , 2ócomisario mayor bachi-
Pimentel, sendo secrelario o mesmo ca- ller D. Francisco Xavier Lopes de Araujo
pitão Pimentel, e por parle . do Para- y ayudantes mayor bachiller D. Gui-·
gnay dos Srs. commissario capitão de llermo Carlos Lassance y capitan ba-
f~agala D. Domingo _ Antonio Ortiz e se- chiller D. Joaquim Xavier de Oliveira
cretario D. José Dolores Espinosa. Pimentel, siendo secretario el mismo
capitan Pimentel.
Foi declarado ·pelo Ssrs commissar.ios Fué declarado por los Srs. comi sa ~
que o fim desla reunião·era authenticar rios que el fin de esta reunion es auten-
se a chegada da commissão mixta neste ticarse la Uegada de la comision mista
logar , extremo da linha Oeste...,Leste, que en este lugar, estremo de la línea Oesle-
partindo do marco do Ibicuhy, vem pelo Leste, que partiendo del mojon del lbi-
alto da serra de l\faracajú até este cuhy, viene por lo alto de la _Sierra de
Salto. Maracaj ú hasta este Salto. .
, De accôrclo com a; inslrucções dos De acuerdo con las instrucciones de ,
mesmos Srs. commissarios r:ão se colloca los mismos Srs. comisarios ·no se co-
marco neste ponto, por ser o Salto das loca mojon en este punto por ser el
Sete-Qu.~das balisa natural e imniu- Salto de las Siete-Caiclas balisa natural
tavel. é inmutable.
A posiçã_o geographica do Salto e a La posicion geográfica del. Salto y la
descripção da linha pela serra de Mara- descripcion de la Hnea por la Sierra de
cajú serão consignadas na conferencia Macarajú serán consignadas en la con-
·ein .que fôrem ap~csenladas as plantas, ferencia en que fueren presentadas las
que ''ãO ser postas a limpo. plantas, que van a ser puestas en limpio.
Depois destas declarações forão tro- Despues de estas declaraciones, fue-
c·adas mutuas congratulações pela feliz ron cambiadas mútuas congratulaciones
207
N. 88.
Commissão de limites entre o Brazil Comision de limites entre el Paraguay
e o Paraguay. y el Brasil.
quatro, sendo Imperador do Brazil Sua cualro, siendo vice-presidente dei Para-
Magestade o Senhor D. 'Pedro II, e vice- guay en ejercicio dei poder ejecutivo Su
_presidente do Paraguay em exercício do Excelencia el Sefíor D. Salvador Jo've-
poder executivo Sua Excellencia o Sr. llanos, y Emperador del Brasil Su Ma-
ü. Salvador Jovellanos, se reuúio a bordo gestad el Seií.or O. Pedro II, se reunió á
da canhoneira brazileira a vapor Taqua?'!J bordo de la caf10nera brasilera a vapor
surta na foz do rio lguassú ou Coritiba, Tacuari, surta en la boca del rio Jguassú,
a commissão mixta , composta por parte ó Curitiva, la .comision mista, compuesta
do Brazil dos Srs.: commissario, coronel por _parte del Paraguay de los Senores :
i.
208
de engcn hciros bacharel Rufino Enéas . Corn i-;Hrio, capitan'de fragata D. Domingo
Gustavo Galvão, 2° commissario, maj?r Antonio Ortiz y secretario D. José Dolo-
bacharel Francisco Xavier Lopes de res Espinüsa, y por parte del Brasil de
Araujo, e ajudanle major bacharel .Gui- los Se:õores: Comisario, coronel de inge-
lherme Carlos Lassancc, servindo in- nieros hachiller D. Hufino Eneas Gustavo
terinamente de secrclario o mesmo major . Galvão, 2º comisario, mayor bachiller D.
.Araujo ; e por parte do Paraguay dos Francisco Xa vier Lopes de Araujo: y
Srs. : commissario, capitão de fragata ayudanle, mayor hachiller D. Guillermo
D. Domingos Antonio Ortiz, e secretario , Carlos Lassance, sirviendo interinamente
O. José Dolores Espinosa. de secretario el mismo mayor Araujo.
Foi declarado pelos Srs; commissarios ljiué declarado por los Seüores co~i
que o fim de.ssa reunião era dar por sarios que el lln de esta reunion era dar
elemarca'da a fronteira norte-sul entre os por demarcada la f'rontera Norte-Sur
dous paizes, limitada pelo alveo do rio en tre los dos paises, limitada por el alveo
Paraná, cuja demarcação proseguio do d rio P ú aná , cuya demarcacion pro-
Sallo das Sete-Quedas e terminou na siguió <lel Salto . de las Siete Caidas, y
foz do rio Iguassú ou Coritiba; ficando termin6 en la boca del rio Iguassú ó
pertencendo ao domínio do Paraguay a Curitiva ; quedando perteneciendo al do-
primeira ilha que enconlrárão a doze mínio dei Paraguay la primera isla que
kilometros, ao rumo de trinla e dous enconlraron á doce kilomelros, al rurnbo
gráos vinte . um minutos Sudoeste ver- de treinta y dos gràdos y veintc y un mi-
dadeiro, do mesmo Salto ; e ao domínio nutos Sudoeste verdadero ; del mismo
do Brazil a segunda ilha que enconln1- Salto; y ul domínio clel Brasil la segunda
rão a nove e meio kiiomelros, ao rumo is1a que en<~ontraron á nu ev e y medio
de um gráo. cincoenta e quatro minutos . kilometros, al rumbo de un grado y cin-
Noroeste verdadeiro da. referida foz e cuenta y cuatro minutos Noroeste verda-
logo acima do rio Acara.hy, affiuenle do dero , de la referida boca, y luego arriba
Paraná pela margem direi.t a. del rio Acarai, àtluente dcl Paraná por
la margen derccha.
As posições geographicas do Sallo da s Las posici ones geográficas del Salto
Sete-Quedas e ela foz do lguassú ou Co- de ias Siete Caídas y de la boca del
ritiha, e outras particularidades desta lguassú ó Curiliva, y otras particulari-
fronteira serão consignadas em outra dadt!S de esla frontera serán consignadas.
acta pol' occasião ela ;i presentação dos en otra acta por ócasion ele la presenta-
respectivos mappas. cion de los respectivos mapas.
Declarárão mais os Srs. commisç;arios . Declararo11 mas los Scnores comisarios
que achava-se concluída sob re o terreno que hallávase concluída sobre el terreno
toda a demarcação da fronleirn, segundo toda la demarcacion de la frontera ,
o tratado de nove de Janeiro de mil segun el tratado de nueve de Enero de
oitocentos setenta e dous e respcclivas mil ochocicnlos setenta y dos y respecti-
instrucções, entre os dous paizes, fal- vas instrucciones,. entre los dos países;
tando apenas os trcs marcos que já faltando apenas los tres rnojon es qu e ya
20!)
N. 89.
Commissão de limites entre o Brazil Comision de límites entre el Paraguay
e o Paragnay. y el Brasil.
,•
210
« coronel do corpo de engenheiros ha- << dcl Paraguay los Senores: comisario, el
« c·harel Rufin6 Enéas Gustavo Galvão, « capit.an de fragata D. Domingo Anto·
" "2° comrnissario, servindo de secretario cc nio Ortiz .Y secretario D. José Dolores
, major do mesmo corpo bacharel Fran- " E'-'.pinosa; y por parte del Brasil los
« cisco Xavier Lopes de Araujo ; .e por e< Scnores: comisario, el coronel del
« parle do Paraguay os Srs. commissa- « cuerpo de ingeni~ros, bachiller Don
' Oolore;:;. Espinosa, foi inaugurado o « mayor del mismo cuerpo bachille.r
• marco de limites leva1:1tado neste logar « Don Francisco Xavier Lopez de Araujo, .
• escolhido por toda a commissão piixla . e< !'ué inaugurado el mojon de Jímites_,
" levantado en este lugar escogido por
( .toda la comision mista.
~ Este marco está em territorio hra ·- « Este mojon está en territorio brasi-
, zileiro e assignalará a terminação da ce 1 .~ro y seüalará el término de la línea
linha divisoria. que, partindo da foz do , divisoria que, partiendo de la boca
• rio Apa, onde foi levantado o primeiro " dd rio Apa, donde foé levantado el
marco, segue pelo seu alveo até este " primer mojon, sigue por su alvro
" ponto, e o principio da que, em vir- ,( hasta este punto, y el principio de ra .
" tude do protpcollo assignado ern As- " que, en virtud del protocolo firmado
cc sumpça:o aos sete dias do mez de Ja- " e:i Asunciqn á, los siete dias dei mes de
i( neiro do corrente anno, segue pelo " Enero del corriente afio, sigue por el
cc alveo do braço Sul do mesmo Apa, « alveo del brazo Sur del mismo Apa,
« de pedra ; tem a fórma de urna.pilastra " y cal ; tiene la forma de una pila·stra . l i
' com as mesmas di"rnensões dos que já • com las mismas dimensiones de los que
têm sido levantados pela commissão, ya han sido levantados por la comision,
• e que são :alicerce=2m,20 x 2'",20 x . " y que son: Cimiento = 2m,20 X 2m,20
« :lm,40; base= ·lm, !)O >: 1'",50 x 0"',70: <e X 1m,40; base= 1m,õ0x1'",50 X0 n,70 1
' '
' 1.. ,20 X1m,20 X 0'",20. No alto tem a ce pitel = 1'",20 X 1"',20 X 0 ,20. En lo
01
\.
212.
N. 90.
Commissão de limites entre o J;lrazíl Comision de limites entre el Parag~ay
e o Paraguay. y el Brasil.
.1 uto 1i'e inauguração do maTco de lúrátes · Auto ele z'nauguracz"on dei 1jwjon levan-
levar;,tado na vertente princz/Jal do tado en la vertiente pn"ncipal del
Estt eUa. Estrella.
;< J\ •JS dezenove dias do mez de Se- ' A los diez y nueve dias dei mes de
(' ternl1ro do anno do nascimento ele " Setiernbre dei afio dei Nacirniento de'
" Nosrn Senhor Jesus Christo de mil " Nuestro Senor Jesu-Cristo de mil
" oifot:entos setenta e quatro, sendo lm- (( ochocientos selenta y qrntro, siendo
" perador do Brazil Sua Magestade o " vice-presidente de] Paraguay en ejer.-
" Senl:or D. Pedro ll, e vice-presidente ( _cicio del poder ejecntivo S. Ex_. el
, do J>araguay, em exercício do poder " Se'i"10r D. Salvador Jo\,'ellanos y Empe-
" executivo, Sua Excellencia o Sr. D. " rador dei Bras·il Su· Magestad el Senor
S<dvador Jovellanos, estando reunidos " . D. Pedro II, estando reunidos en este
-
« neste logar, no alto da cordilheira de • lugar, en lo alto de la cordillera
• Amambahy, junto á nascente principal " de Amambahy-, cerca de la naciente
do Estrella, os membros presen.tes tla principal dei .Eslrella . , los miem-
, commissão mixta demarcadora dos li- « bros prese ntes de la comision .mista
• mites dos dous paizes, nomeada em 1< demarcadora de los límites de los dos
• parte do Brazil _os Srs.: commissario ' setenta y dos; por pnrt c del Paraguay
• coronel do . corpo de engenheiros ba- " los Srs.: comisario capitan de fragata
" charel Rufino Enéas Gustavo Galvão e " O. Domingo Antonio Ortiz y secretario
• 2º com missa rio, servindo de secretario, " D. José Dolores Espinnsa: y por parle
" major _do mesmo ·corpo bacharel Fran- " del Brasil lo.s Snrs. comisario coronel
• cisco Xavier Lopes de Araujo, e por " del cnerpo de ir.genieros bachiller
• parle do Paraguay os Srs.: comtüis- " D. Rufino Enéas Gustavo Galvão, y 2º.
• sario capitão de fragata D. Domingo!:i " c om_isario, siniencio de · secretario,
• Antonio Orliz e secretario D. José Do- " mayor dei mis ·110 c_uerpo bachiller
" lores Espinosa, foi inauguradq o marco , D. Francisco Xavier Lopes de Araujo,
" de limites levantado neste logar, es- ' fu é inaugurado el mojon de límites
, colhido por toda a cornmissão rnixta. " levantado . en este lugar, escogido
" por t:oda la comision mista.
« O marco é C1•nstruido de alvenaria << EI mojon es construido de piedra
• de pedra; lem a t'órma de uma pi- cc y cal ; liene la forma de una pila:-
« lastra com as mesmas dimensões dos << lra con las mismas dimensiones de
« que já têm sido levantados em outros " los que ya han sido levantados en
• Jogares e que são: - alicerce - 2m,20 " otros lugares y que son: Cimiento=
« X 2m,20x 'lm,40; base-1'", 50 x tm,~O " 2m,20 X 2m, 20 X 'l "1,4,Q ; base=
• X Om,70;- fusle 'l"' ,08 X 'I m;08 X ;)"','20, " '1"1 ,00 x 1111 ))0 x 0m,70; l'usle=1"',08 X
" capitel -1 ,20 x 1"',20 x 0 ,2.0.
111 111
, 'l"';08 x 3m,20; capitel -tm,_20 X 1 ,20 111
" X Om 1 :20.
« Nas faces de !\ 'orle e Leste tem a • En las faces de1 Norle y Este tiene
1
« inscrip<;.ão : la inscripcion :
• pela boca do .Potreiro de Julio, onde " por el Potrero de Julio, en cuya boca
« será ·levantado outro marco. Está col- se levantará olro mojon. Está colo-
' locado no alto da cordilheira em um « cado en lo alto de la Cordillera en
campo que se estende para todos os un campo que se esliende por todos
" lados , passando ao Norte do mesmo " lados, pasando ai Norte dei mismo y
« e á distancia de 220 metros a estrada, • á distancia de 220 metros el camino
, que vem do Cerro-Corá e Ponta Porã « ·que viene de Cerro-Corá y Punt~-Pora:
« para a colonia militar dos Dourados. « para Ia coloni;i militar de los Dorados.
" Do Jogar do marco se acha . a nas- « Dei lugar dei mojon se halla la na-
" cente principal do Estrella ao rumo « ciente principal dei Estrella, ai rombo
' verdadeiro de 76º 30' s·. o. a 340 me- " v erdadero de 76º·. 30' S.O. , á 340 me-
" lros de distancia, e duas vertentes '( tros de distancia ; idos vertientes de
, dos Dourados, uma no rumo verda- " los Dorados, una al rumbo verdadero
" de iro de · 13º N. E. a 450 metros e " el e 13º N. E., á 450 metros y otra ai
" outra ao rumo verdadeiro de 2liº 30' " r;.imbo verdadero de 26º. 30' N. O., á
" N. O. e á distancia de 9ti0 metros . " di stancia de 950 melros. Una de las
' Uma da s cabeceiras do Aquidaban se · << cabeceras dei Aquidaban se encuentra
, encontra por detraz de uma collina~ " por detnís de una colina ai rumbo
" ao rumo ve!'dadeiro de 47º S. E. e á « verdadero de 47º S. E. , y á distancia ·
." E para qUe conste a todo o tempo ·« · Y para que en todo tiempo conste
, se lavrou este auto em duplicata, as- " se lavró el presente documento por
' signando ambos todos os membros pre- " duplicado, firmando ambos todos los
, sentes da commissão mixta. - Rufin õ « miembros presentes de la comision
i
nada mais havendo a tratar-se, foi en- arriba transcrito, no habiendo mas .
cerrada esta conferencia, lavrando-se a . nada de que tratarse, ·fué cerrada esta
presente acta que, depois de lida e ap- conferencia, lavrándose la presente
·-·provada, foi a·ssignada pelos Srs. com- acla in duplicata, que, despues d)
m1ssanos. · leida e aprovada, fué firmada por los
Silrs. comisarios.
N. 91.
Commissão de limites entre o Brazil CoÍni.sion de limites entre el Paraguay
e o Paraguay. y el Brasil. ·
Aos vinte e seis dias do mez de Se.- A los veinte y seis dias dei mes de Se-
lembro do anno do nascimenlo de Nosso tiembre del ai10 del Nacimiento de Nues-
Senhor Jesus Christo de mil oitocentos tro Seflor Jesu-Cristo de mil ochocientos
setenta e quatro, sendo Imperador do setenta y· cualro, siendo lÍce-presidente
Brazil Sua Magestade o Senhor D. Pe- del Paraguay en ejercicio del poder eje-
dro II, e vice-presidente do Paraguay, em cutivo Su ·Excelencia e1 .Senor D. Salva-
exercicio do poder executivo, Sua .Ex- dor Jovellanos, y Emperador del Brasil
cellencia o Sr. D. Salvador Jovellanos, Su Magestacl el Senor D. Pedro II, ha- •'
_,achando-se reunidos neste Jogar, no alto llándose reunidos en este lugar, en lo alto
da cordilheira de Amambahy, em frente de la cordillera de Amambahy, frente á
á boca do Potreiro de Julio, os membros la boca dei Potrero de Julio, los miembros
presentes da commissão mixta demarca- presentes de la comision mista demarca-
dora dos limites dos dous paizes, nomeada dora de los.límites de los dos países, nom_
em virtude do tratado de nove de Janeiro brada en virtud del tratado de nueve de
de mil oitocentos . setenta e dous; por Enero de mil echocientos setenta y dos ;
parte do Brazil os Srs. comrnissarios por parte del Paraguay los Senoras: comi-
· coronel do corpo de engenheiros bacha- sario capitan de fragata D. Domingo An-
rel Rufino Enéas Gustavo Galvão e 2° tonio Ortiz, y secretario D. José Dolores
commis3ario, servindo de secretario, ma- Espinosa, y por parte del Brasil los Se-
jor do mesmo corpo bacharel Francisco flores: comisario coronel de ingenieros .·
Xavier Lopes de Araujo ; e por parte do bachiller D. Rufino Enéas Gustavo Galvão
Paraguay os Srs. commissario capitão de y 2º corni~ario, sirviendo de secretario, el
fragata D. Domingos Antonio Ortiz, e mayor del mismo cuerpo bachiller D.
secretario D. José Dolores Espinosa, foi Francisco Xavier Lopes de Araujo, fué
inaugurado o marco de limites levantado inaugurado el mojon levantado en este
neste logar ·escolhido por toda a com- lugar escogido por toda la comision mista.
missão mixta. Este mojon está colocado eu lo alto de
Este marco está colloca<lo no alto da la cordillera de Amambahy, frente á la
cordilheira de Arnambahv, em frente á boca del Potrero de Julio, y seflalará un
boca cio Potreiro de Julio, e assignalàrá punto de la línea divisoria, que, partiendo
· um ponto da linha divisoria, que, par- de la cabecera principal dei Estrella,
tindo da cabecei~a principal do Estrella, donde fué levantado otro mojon, sigue
onde foi levantado outro marco, segue por lo alto de la mismà cordillera, atra-
pelo alto ela mesma cordilheira, atra- vesando el Polrero de Julio, hast~ el
vessando o Potreiro de Julio, até o" marco mojon de la cabecera clel Igatemi, donde.
da cabeceíra do Igatcmy, onde começa comiensa la sierra de Maracajú.
a Serra de Maracajá. El mojon es construido de piedra y cal
0 marco é construido dealvenaria de pe- con las mismas dimensiones de los que
dra, com as mesmas dimensões dos que já ya fueron levantados por h comision, y
E 1 . 2.8
218
forão le,·anlados i ela comm issão e que ~ão: que .son :-Cimienlc= 1"',29 X 2m,20 X
=alicerce:--'.2 ,20 x 2"',20 x Jm,10; base 1m,40; base = 'l"',50 X tm,[)O X 0"',70;
01
N. 92.
Commissão de limites entre o Brazil Co~ision de lími.tes entre el Paraguay y el
e o Paraguay. Brasil. .
por parte do Paraguay, dos Srs.: commis- ayudantes, mayor bachiller D. Guiller-
sario capitão de fragata D. Domingo mo Carlos Lassance y capilan bachiller
Antcrnio Ortiz e secretario D. José Do-· D Joaquim Xavier de Oliveira Pimentel,
lores.Espinosa, com o fim de confrontar- siendo secretario el mismo capltan Pi-
se, assignar-se e trocar-se as plantas da mentel, con el fin de confrontar, firmar
serra de Maracajú levantadas pela mesma y cangear las plantas de la sierra de Mara-
commissão cajú, l.evantadas por la misma comision.
Em seguida forão apresentadas as ditas En seguida fueron presentadas las di-
plantas, uma em portuguez e outra em chas plantas, una en portugués y otra .
bespanhol, e forão examinadas por toda en espaüol, y fueroff examinadas por .
a cornmissão. toda la comision.
Nestas plantas .está representada por En estas plantas está representada por·
um traço contínuo de tinta encarnada un trazo contínuo de tinta encarnada
a linha de limites dos dous paizes. ]a línea de límites de los dos paises.
Esta linha, traçada pelo mais alto da Esta Hnea, trazada por lo mas alto
serra, parte do marco collocado junto de la Sierra, parte del mojon colocado
á vertente principal do Jgatemi e segue· cerca de la vertiente principal del Iga-
por campo aberto ao rumo geral de timi y sigue por campo abierto al rombo
19º. 30' S. E . até á distancia de 11 kn,1; general de 19º, 30' S. E. hasta la distan-
penetra o mato, que cobre as vert~ntes eia de 11 kil, 1 ; penetra en el monte
do arroio da Bàrreira, affiuenle do Jga- que cubre las vertientes dei arroyo de
temi, e as contra-vertentes que vão ao la Barrera, afluente del Igatemi, y las
Aguaray, passando entre essas vertentes · contravertientes, que van al Aguaray,
com o rumo geral de 28º S. O. na extensão pasando por entre dichas verti entes con
de 2 kl ,5; sabe no Campo Grande e o el rumbo general de ~8º S. O. en la es-
alra vessa com . o rumo geral de 9° S. E. tension de 2 ·kn5 ; sal e en el Campo-grande
e . distancia de . 23kn,1; torna a entrar y lo atraviesa c_on el rumbo ·general
no mato atravessando-o · com o rumo de 9º S. E. y distancia de 23 kil, 1 ; vuelve
geral de 24º .30' S. E. na extensão de á entrar en el monte, atravesándôlo con
11 kn ,5; conlinúa em campo com o rumo el rumbo general de 24º, 30' S. E. en la
de 8º S. E. e distancia de 4 kiI; penetra e estension de 11 1<u, 5 ; continúa en el
costêa do lado o.riental outro mato ao rumo campo con el rumbo de 8° S. E. y dis-
de 5º S. E. na distancia de 8 kn ,3; sahe tanc ia de 4 kn; penetra y costea del
no campo do Éspadim e atravessa-o com lado oriental otro monte al rumbo de
o rµmo _geral de 3º.30' S. E. na extensão 5º S. E. en la distancia de 8 1d 1 , 3; sale
de 9kn,1 ; atravessa ainda um insigniti- en el Campo dei Espadim y lo atraviesa
cante mato e chega ao .marco collocado · con el rumbo general de 3° 30' S. E. en
nas vertentes do lbicuhy. Este marco está la estension de 9 kn , 1 ; atraviesa á un
aos 10º S. E. do marco de lgatemi e na insignificante . monte y llega al mojon
· distancia de 68 kil ,5, colocado en las ".ertientes del lbicuy.
Este mojon está á los 10º S. E. clel rnojon
<lei Igatimi y á la distancia de 68 kn, 5.
,. I
• 1
221
Do marco do lbicuhy segue a linha De! mojon dei Ibicuy sigue la ,,Jínea
divisoria por mato ao rumo de Õ'iº S. E. divisoria por monte ai rumbo de õ 1º
e distancia de 12 kil, 7; sahe em · campo S. E. y distancia de 12 kn , 7 ; . sal e en
junto á verlente principal do Igurey ou · campo cerca de la vertienle principal
Garei e vai ao rumo de 4· 1º N. E. na dis- de1 Iguarey ó Garey y vá al rumbo de
tancia de 4 kit ,õ; muda o rumo para õ8° 41 º N. E. en la distancia de 4 kii, õ ;
S. E. alé 9 ki 1,8, sendo 3 k 11 ,õ aind3: em muda el rumbo para ·5s S. E. hasta
0
N. 93.
Commissão de limites entre o Brazil Comi'>ion de limites entre el Paraguay
e o Paraguay. y el Brasil.
N. 94.
Commissão de limites entre o Brazil e .o Comision de limites entre el Paraguay
Paraguay. y el Brasil.
)
~. .
225
plantas parciaes assignadas na 3", 6", comision .y de las plantas parciales fir-
7ª, 10·, 16ª e 17ª conferencia. madas en la 3ª, 6", 7", 1(')", '16ª y 17"
conferencias.
Seis marcos fuvantados pela commis- Seis mojones, levantados por la co-
8ão assignalão os pontos mais nolaveis mision, sénalan ios p.untos mas notables
da linha. As pos,ções geographicas desses de la Jínea . · Las posiciones geográfi- .
pontos e,_ 1.particularjd.ades dos lerrenos cas de _dichos puntos y . particularidades
circumvizí.nhos, const~~ . dos autos de coh: de los terrenos circunvecinos constan
· locação de.ss~~ mar·cos·,. _:(:.lssignados na 2"; de la s actas de coJocaciou de Jos mojo-
8\ 9ª, '13", 1.4ª e Hi" conferencia. nes, firmadas en Jas 2", 8'.', 9ª, 13", 14ª
. -,.
y 'l ?ª ~onferencias .
As posições.··keograph_icas de outros Las.. posiciones geográJicas de otros
pontos notav~is.(fà linha, assignc\Jados pela puntQ~ notµbles de la Jínea, sefialados
natureza, taes . c-~~mo o ~alto das Sete- por la n~1turaleza, ta fes como el Snlto
Quedas e b~rra ·ck» rio Jguassú, constão de las Siele-Caidas y barra del rio Jgua s ú ~
da acta dá 17ª éói~Terencià e de tabeilas constan de Ja acta de la 17ª conferen-
transcriptas nas ~artas pareia cs e geral cia, y de tahlas transcr.itas en las car- .
da fronteira. · tas parciales y generãl ele la frontera.
Essas plantas parciaes e carla geral , Dichas plantas parciales y carta ge-
hem corno as actas das conferencias da neral , bien como Jas a e tas de las con-
cominissão , · comprovão e comprovar{iõ ferencias do là comision, comprueban y
E, I 29 .
226
Aqu ella for·ça_ mat'c hou so b o commando do major Antoni o Maria Coelho, hoj e
u~ n e nt e-c o rn n c l gl'ad uaclo.
Achand o-se pro mpta a commissão ·rnixta para executar o · tratado de lirniles
ass ignado cm Ass urnpçõ.o cm 0 de Jan eiro do rcfol'ido anno , pal'lio ell a a bordo
do lra nsporle a vap o1· Visconde do Rio /Jmnco no dia 7 de Agosto com dc.slin o
ri foz do rio Apa parn ence tar os trab alhos da demarcação de conformidad e rorn
as [n::;lrúeções dos do us governos .
. No dia '12 el o · Agos lo r.í lar clc fund eou o refe rid o transporte cm· frente :i foz
daqnc llc ri o,· e em seg uida desembarcou a commi ssão mixla na margem di-
rr.i ta, pouco acima du mesma foz.
Es te log;a r, que roí escolhido pal'n acampnrne ní o: de nomi ne i-o - Porto de
San ln Maria--) cuj n denom in ação foi approvada pelo gove rno imperial.
No tl! a ··ií3 . em reun ião solem ne dns duns co mmissões, co rnrnuni c::íríi.o os rcs-
poclivos commissa rios os se us poderes, e, em segu ida , de11-sc comêço aos lra-
balhos ela dcma r·caçã? r. á co nslr.ncção do pri me iro rnarco 1 junto ao acari1pamenlo
da comrni ssão brazilcÍl'a.
A cornmissão mi xta lavrou a acl~ de~ la reuni ão, rern eltendo eu o ori ginill
pertencente ao Brazil ao mini slerio el e V. Ex .
A corn missão braú lPira monlou em se u obser vatorio a lun eta meridiana , r
nccupou-se a mi xta co m o levantamen to da pla nta da fo z do ri o Apa.
Es la comrnissão r e~~ni o - s e pe la segund a vez no dia '.23 ele Se tcmb1·0 co m o
fi rn de inaugurar o primeiro marco de lirnites e cm seguid a lavrou o com-
pelente lermo, no qn al esLUo co nsignadas as dim ensões dessa buli sa, que é con -
struid a ele pedra e cal , :_1s coo1:denadas geoe;rnphi cas e outra s particularidad el'.
O or igin al des te termo pertence nte ao Brnzil remelti igualmente no mini sleri o
<lc V. Ex.
O marco eleva-se acima do so lo de qu atro melros, e qu ei11 só bc ou clescc o
ri o P;Haguuy, avifi tn-o nn lr. s de r.ht:gar ri foz do Apa .
Corno jrí disse, o logae esco lhi do para· o n-1arco foi cm lerril.ori o brazilci ro,
dci/u ndo a co rn missão paraguaya ele con sl1'ui1· 01it ro- co rres ponrl enlc ·cm · lcl'ri -
to rio rlo seu paiz por julgar rlesnecessario.
De novo rctrnio - se a com.missão rni xl. a. no di a 28 do referid o mcz, cm c11jn
reu11ilí.o í'oriío p r ese nl r~.' os oi~ i g;i n aes da s planlas da foz do Ap:i, ç(u c, dcpoi r.; d1•
ex arn i~1 ados, ·f'orãçi assignados, fica nd o cadn com missf(o com o se u cxe n1 pla r; corno
tud o r.ónsln da l'Cs pect.i va acla.
T~ s le docun.11rnto e plan ta remelti ao minisleri o tlo3 negocios eslra ng1:iros.
A, époe ha pa ra. os lrnbalhos to pogrn phi cos foi a me lhor po r co in cidir com n
mri ioe der.resc i.men to das agt;1Ds.
O rio Apa lança-se no. Pai'aguay- por duas bocas, . senclo a principal a do
nortê .
Seu primitivo nome foi Apa, nighy, assim denominado pelos índios Mbayas,
quando em meados do sec ulo passado lransfcrirão.:sc do Chaco para os deparfa~
mcnlos da Conceição e S. Salvador .
. Os restos desta valenlc raça, hoj e tão reduzi"da, conhecida po.r nós pelo nome
de Guayrurús, vivem actualmente em Nabileque, territorio de Matlo-Grosso.
O local onde esteve acampada a commissão mixla acha-se em uma peninsula,
formada pelas aguas do Paraguuy, Apa e dos esleros e lagôas , que despej5.o-sr.
naquelle rio'. O isthino desta peri insula é urna collina . propria para· uma colonia
militar.
Os terrenos da península são apropriados para a crea,~ão de gado, e nelles
abunda a palmei.ra Carandá, que tão utii foi na co nslmc çtío da es trada, que a
commissão de engenheiros, sob minha direc ç~o, constrnio no Chaco em frente
ás baterias de Angosl.ura.
Nos capões e matos que bor<lão os rios Parag ua.r e Apa encontra-se o 1m~
cioso páo santo (Guayaco), tão qlil em medicina, e diversas madeiras do. con-
slmcção.
O rio Apa é bastante pi scoso e as suas ag'uas são excellentcs.
I
I
"olal das horas. . . . . . . . . . . . . . . v~3
Da, panle .superior da cachoeira de Santo Antonio a.té S. Carlos póde-se em ~ qual
quer época do anno navegar-se o rio em chalanas e pequenos ·vapores, e <lahi
até 'QuGm-Vive, si estas fórem de força e o rio tiver tomado alguma agMa.
No mesmo dia 30 continuou-se com o serviço da demarcação e da planta do rio.
A outra secção que devia marchar no dia seguinte, não podendo chegar á gNarda
do llaqui, por ter informado o pratico que o camitTho não se prestava a viaturas, t'eve
de fazer uma grande volta pelo antigo acampamento da · Bella-Vista ·para ir á
,guarda da Rineonada, e de lá seguir para a foz do Pedra de Cal, onde chegou
~ expedição fluvial ·no dia [:) de Novembro.
Neste Jogar divide-se o Apa cm dous grandes braços, o qrie tem aquelle nome
e o que conserva o de Apa, e se bem que se reconhecesse logo que este é o prin-
·cipal braço; fez a comrnissão mixta estudos minuciosos que confirmárão o pri- ·
meiro exame.
Este importante objeclo foi tratado ·e decidido em uma conferencia. especial,
lavrando-se a respectiva acta nos dous idiomas ; remettendo eu o ori~inal per-
tencente ao Brazil ao ·ministerio de estrangeiros.
No dia 13 de Novembro c~ntinuárão os trabalhos da demarcação e da planta-
do rio, e chegárão ·ao passo da Bella-Vista no dia 23.
Sen<lo o serviço por terra mais suave, foi substituído naquelles trabalhos da
Rinconada para cima, o major Lassance pelo capitão Pimentel, afim de adiantar
a construcção da planta do Apa.
Copiosas chuvas cahirão durante o mez de Novemb.ro, máo tempo que continuou
·com mais intensidade nosº- dous mezes seguintes, e que tànto estorvárão os tra-
balhos da conunissão.
Da guarda de Quem-Vive para cima é o rio quasi que impraticavel pelRs
cachoeiras do Itaquii uma acima ·e outra abaixr> desta guarda, pelo grande nu-
..
mero de corredeiras, baixos e violencias das correntezas, mórmente quando enche
o no.
Os bellos campos que priQcipiárão a apparecer na margem direita do Apa,
logo acima da cachoeira de Santo Antonio, continuão, e lambem pela outra mar-
gli)m até o referiido passo da Bella-Vista. · ·
Abaixo do rio Pedra de Cal principião a apresentar-se em ambas as margens
do Apa, possantes bancos de pedra calcarca escura com listras brancas.
Os bancos desta pedra estendem-se ácima <laquelle ·rio, ·ao qual o destemido
sertanejo José Francisco Lopes deu o nome de Pedra de Cal, por predominar
em suas margens aquella formação.
A foz do rio Pedra de Cal é uma localidade apropriada para uma colonia mi-
litar, e com facilidade se communicaria com os estabelecimentos ruraes do passo
da Bella-Vista, e do passo do Jardim ao rio Miranda.
Naquella paragem e suas immediações não ha iildios.
Co.mo (1.isse mais acima, no dia 23 de Novembro chegou a commisi:;ão mjxta
~. I 33
.,
Na acta acha-se descripta esla extensão de nossa · linha divisoria com o Para-
. guay, e vêm mencionadas as posições geographicas da foz do Apa e <lo Pedr3; de Cal,
do passo da Bella-Visla, do forte ele S. Carlos e ~e algumas elas P.xtincl.as guar-
das paraguayas, bem como a declinação da agu lha observada nestes logares.
1
'
PONTO DISTANCIAS
DE REFERENCIA
J... OGARES K!LOMETROS
.
\
! !· ,.
'
·•
PONTO
1 ••
1 DISTANCIAS
DE REFERENCIA LOGARES KILOMETROS
''
<rj
1 ' '
Passo das Carretas . . .. 5,00
.
H
p:::
<rj Gu~rda do Canil ar . 27,00
~ Idem elo Estrella . 47,00
<rj Idem do Recife . - 86 ,50
:
1 8
z Forte de S. Carlos. . . . 103,50
;;i· Guarda da Observação . . . . 118,75
~
' Çj Idem de Quem-Vive. . 147,7.5 1
o Acampamento da Befüi-Vista . . . 193 ,25
'8 Guarda dn Ri'n çonada 232,75 .
.
~
o Passo ·da Bella Vista . 271,00
P..
Fo i pelo passo das Carretas, mencionado nesta tabella, que alravessárão as car-
ret&s da commissão, da margem direita para a esquerda do Apa. O passo da
Bella-Yista é actualmente bem importante, por causa do commercio crescente
entre ·o districto de ·Miranda e a villa da Conceição. Por elle pas5ão carretas e
tropas de ·mulas e bois, e conviria ahi estabelecer uma barreira, afim de não
serem obrigados os tropeiros a ir á colonia dos Dourados, distante do passo
16 leguas, pagar os direitos, como acontece.
·.Para protecção desses brazileiros que commercião com a praça da Conceiçãor
ha necessidade de um agente consular nessa villa .
..,
237
.239:
i '
DISTANCIAS
PONTO
DE REFERENCIA
LOGARES Kl L0 1\fETr\OS
'
~
ÇQ
Passo do arroio Guapu . . . 110,88
q Cerro-Corá 137,28
Guarda do Potreiro Capivary 161,04
o
w Ponta Porã - 174,24
w
<l'.1 Cabeceira principal do Estrella. . 215,16 ,
P-4 Por este braço, e depois por uma picada de 22k
margeando-o até á sua origem principal . 107,00
Como disse mais acima, deu-se comêço á demarcação desta serra no dia 1O
de Junho de '1873, partindo-se do alto da mesma serra, que se acha entre a
vertente principal do Eslrella e a mais proxima do rio Dourados, por não affectar
a demarcação qualquer que fosse a solução daquelle braço, corno aconteceu, le-
vantando-se entre as duas vertentes. o marco de que já tratei.
Scguio a demarcação pelo alto da serra até á boca do Potrero de Julio sem
· embaraço, porque toda · esta . extensão é de campos, que se· prolongão para léste
a grande distancia e a . pouco para oéste.
Depois de repelidas explorações contornando o alto da serra,. desde lHJnelle.
polrero até ás pr:im~iras cabeceiras do rio Amambaby, mandei abrir do acam-
pamento d'a Lagôa <lo ~falto alé ao mesmo ~lto uma picada e por ella continuar
. esle serviço simultaneamente para o nu'le e para o sul, levando cada turma dous.
índios Cainguaes, conhecedores do cume da serra, por ter~m nella suas lolderias.
Tendo-se concluído a picada. do norte no dia 12 de Agosto e realizado a res-
pecliva dernarcaç-ão, regressei para o po.nto de partida das duas picadas, ·onde·
';
~uo·
achando-se' reunida toda a com missão mixta, teve . logar a conferencia sobi·e a
planta dos dous braç0s do Apa, acima ·df> passo da Bella-Vi.sla, de que já tratei.
Re~onhecendo com ~o meu collegà a conven.iencia de levantar-se na boca do
Potrero de Julio ~ma balisa, por não . ser bem pronunciado ahi o alto da serra
e principiar a cobrir-se de espessa malta, escolhemos em frente á mesma boca,
um ponto para esse fim ; e, como não tivesse chegado a cal qne mandei vir as-
sentámos de levantar o marco quando regressassemos á cabeceira principal ·do
Apa par~ balisa-la afim de aproveitarmos o tempo na demarcação.
O marco da 11eferida boca foi inaugurado no dia 26 de Setembro do anno passado ,
constando da respectiva acta, que remetti, a sua posição geographica e outras pa r-
ticu laridadés.
No dia 18 de Ag0slo continuou-se a demarcação pela picada do sul, a qual por
mão ·estar ainda concluída, fez~se a·demarcação até onde se achava aberta, regressan-
. do eu no dia 22 com o commissario paraguayo e o capitão Pimentel para . o acam-
pamento da Lagôa do ~falto, afim de seguirmos. com os demais membros da commissão
~ - .
mixta para, as cabeceiras do rio Igatemi, onde devia terminar em poucos dias a
picada, por. se acharem ellas em campos como informárão os indios.
Os membros cla com missão mixta, que ficárão naquelle acampamento; oecupárão-
se em trabalhos de desenho e observações astronomicas.
No dia 23 pôz... se em marcha toda a commissão mixta, e no se~uinte acampou
junto ao passo do rio ·Amambahy, para onde já tinha feito seguir um subalterno.
e vinte praças armadas para prepara-lo, e hem assim as picadas entre os quaes fica.
Todo o dia 25 foi empregado na passágem do material da commissão mixta e do
fornecimento ,de viveres com o auxilio das duas pequenas
' .
chalanas, que a com missão
brazileira conduzia em carretas, e á tarde acampou-se fóra da picada da margem direita.
Neste passo encontrárão-se vestigios da ponte, que Lopez mandou préviamente
fazer para sua marc.ha do Panadero para o Cerro-Corá.
No dia 27 acampou a comrnissão mixta junto de uma vertente ; .que ·pareceu-
me ser do Escopil, como mais tarde verifiquei.
Depois de diversas ·explorações, deseobrindo eu ~um grande banhadG, que pa-
receu-me ser a principal cabeceira do braço léste do Igatemi, ahi acampei com
toda a commissão mixta no dia 30, e seguindo logo. depois com o commissario
paraguayo para se reconhecer o alto da serra e examinar se já linha !:ahido no
campo a picada, regressámos com aquelle conhecimento, porém sem encontrarmos
v.esligios da picada.
Aquelle .banhado fica ·completamente mascarado e outras vertentes pelos serra-
.dões, que ha nessas parag~.n-s.•
A larde apresentou-se-me o alferes Antero com a sua tur.r:na, que? guiado-pelo .
fogo que mandei pr.e.nder no campo e pela batida de nossos animaes:, tinha .chegado
. s~m embaraço a:o nosso acam;pamento. .
Os índios que fazião parte desta ·turma, confirmá:ão que o banhado junto . ao
qual estavamos acampados era com effei lo urna das cabec~iras do Jgatemi, e s
que ficavão ao norte e proximas perlencião ainda aq rio Amambahy.
Pelas· tres horas da madrugnda do· dia 1º de Setembro cahio um lão grande
tufão do S. O., · q,ue, sendo seguido de copiosa ·chuva até . ás 11 horas ela manhã,
privou. a commissão de marchar ; porém no dia seguinte póz-se em marcha para
as cabeceiras do braço principal do rio Igatemi.
Nesta marcha atravessou-se um estreito desfiladeiro entre as cabeceiras do braço
lésle deste rio e as de Amambahy, co.berlas de mato.
Nem os antigos demarcadores e nem os exploradores de ·Lopez derão com tão .
estreita passagem.
Acampando a cornmissão e1Úre as cabeceiras do braço principal do .lgatemi e as
do Agt.iarahy, fui procurar a mais importante daquellas segundo as indicações dos
mesmos demarcadores. -
Por estas indicações constava que a vertente principal do. lgaterni nascia de um _
banhado proximo do alto da serra, encontrando-se logo abaixo uma pequena lagôa
e den.Lro della uma ilha de mato, lendo por contravertente à principal do Aguarahy,
que vertia tambem de um banhado.
Entre as contravertentes tinhão levanta.do em '17t54 os d ema readores portuguezes
e hespanhoes dous montes de terra com faxinas, estacas e fosso, sobresahindo no
cume ·de cada monte uma estaca com inscripções.
Não era possível encontrar estas indicações, e nem vestígios achei, porém encon-
trei lodas as indicações naturaes.
Descoberlo tão importante ponto, por terminar nelle a serra de Amambahy e
principiar a de Maracajú, estabeleci ahi o acampame1Úo ela commissão brazileira,
ficando proximo o da paraguaya.
Hcunida a commissão mixta, concordei com o meu collega em levantar nesse
ponto o marco, recommendado pelas nossas instrucçMs ; e ficando ahi o maJor
Araujo incumbido desse serviço e de montar a luneta meridiana, bem ~orno o
major Lassancé com trabalhos de gabinete e um. dos ·ajudantes dO' commissario
paraguayo, segui · com o capitão Pimentel e o mesmo commissario para a referida
picada do sul, afim de continuar com a ·demarcação de.sele o ponto onde· tinha
ficado alé ao novo acampamento.
No dia 1O chegou a demarcação a esse acampamento, concluindo~se assim a
demarcação da serra de Amarnbahy.
Achava-se montada a luneta meridiana e em c6nstmcção o marco.
A picada que abrio-se pelo alto da serra desde a boca do Potrero de Julio ate
ás ultimas cabeceiras do Amambahy e as primeiras do Ig·atemi tem 4-S,t'i kilometros
em linha recta e com as voltas cerca de 154., . '
Para effectuar-se a demarcação pelo alto da serr·a na parte limpa de matos, era ··. . . . .. -..:
E. I 31
'!
24.2
PONTO DISTANCIAS
DE REFERENCIA J_.OGARES
- KILOMETl\OS
o •.'
A ·Ponta-Porã 41;9
-<j
cq
......
~
Q
· Marco elo Potrero ele Jnlio . . 65,0
~ ~
H
'.;;]
Q
H
~
~
Boca da picada .. 71,0
' E-<
-o:1 w.
A p;q
Fim da mesma 124,0
o
·Q
:;j
~
:Y.I:arco do Igatemi . . 149,0 .
Este herval que pcrlenc:e ao Brazil e outros estão menc ionados nus plan las rh
co mrni ssão .
lgnornva-se então a que rios pcrtencião as vertentes que enco ntrei no refe -
rido rincào, e não era faeil saber, porrruc clias penelravão logo nas mnllas :
era porlanto necessarío explora-las por meio de picadas) ~[~.lc r ~con h,ccc 1'-s1;
'~~~S;,.~~fl}l,i ~~. ~' ' ~'. [1_~ll-~L-S!~,,-~_.e.E;1.:~,,}t~,~~- l~,~~g-~!,~1z.,.~~9 ~-,,.§,Q,l.! ~"·Í"c1_~~..l~Le.·_~~!' ~1t
serrn, no rincuo , bifurca-se em diversos ramncs noliwcis.
~ ~~;~,..._~.,.._,,~ ~'""''ti•:1' ">•?;;' 1
•'1!'t".li.:"<-"•~ ...., •.•:~l·.l';''í-11.,.,-..:•"•.t(f\l'~"":".• ..T;.','t~;N:l.-'\'<'!"'~'/t:'...t-:'!~'·i.~,.;.'·~~°!-\';'~.._:,-~:lr'<;:;.:<:
Era esta uma ques tão imporlanle, porque, si nuo se tomasse aqu~ll c rnrnal , ·
poílcriarnos esbarrar com a picada em ::i lg;um rio , ou sahi 1· ah·nixo tl o mesmo
~~161~~·.w:..r.;,..,..... ·~~ ...... - -
rid o lJri gad eiro, por part.0 de Pol'luga l, nfto era ; porém, pelo D/ar/o de ssa mes;H:i
r.0nirni ssiio parecia ser: não eslavuo poi s de accôrdo estes dous documentos.
Mais tarde verif:icou .. se que essas cal!cceiras silo do rio Pclolas, o vcrdadcirn !gun ~ y .
No dia 30 de OutulH'O nprcsen lou-se-1nc () Dr. Joviniann neginaldo Alvi1ti , ~C ·
gnndo ci1;urgiuo ,do exerc it o, no:nea.Jo para sulisti l.ui r o Dr . Antonio Monlr irn
Alves, de igual ·patente, que ob íevc Ires rneze.:; de li cen~a.
A - picada que estava abrindo o alferes l\ nl:ero devia sahi 1· no rin cão ondr
t~s lav amos acampados; porém por qual dos rarnac·s da serra , que linlia r11ns :í
vislq, con li11uari a?
Tr<:ilei pois de explorar es tes . rarno cs n lndn s as verl.enles, que se aprcsrn-
ln v~o, nfim rlc rnnrchar co m segnrnnçn.
• 1
App arecêrão então no acampamento muitos índios das tribus dos Guaranys e
dos Cninguaes, porém as informações qu e deriio, forão eontraclictorias ·; e, con-
llando rni\is naquell cs, coutratei dous para pl'alicos, poyém na noile do segundo
dia desapparecêrão, roubando- nos alg,urna s peças de ferramenta e levando a rnupa
<Jll e se lhes deu.
Apenas delles soube qu e os dou s grandes rnán anciaes, ele que lemos !ratado,
erüo do rio Garcy, rnas fJliC não sabião on de fazia barra, e que as outras cabe-
ceiras, <ILte ilcavão ao norte erão do Pirajú-hy, tjne sabião lan çar-se no lg·atemi.
Não ptdia porém eu confi ar cm laes informações, depois da fuga cios dous
índi os , r"Msmo porqu <~ as que tinh5o dado so bre o i'a1nal que produz o salto -das
S elc-Que<~M , verifiqu ei logo que não crão exactas.
Continu<irão pois as ex pio-rações se m praticos, e reconh ecendo cu po r u11dc
S(~gu ia aquelle ramal e o ponlo onde ellc pen etra na rnatta, mandei uo dia 1!J
de Novembro a turma, a cargo do alferes Cass iano Xaviei' Monteiro, nlJ1·ir pelo
allo (lesse ra mal outra picada entre as vc d entc8 do Pii. aj1'1-hy e as mai s prnxi-
rnas do Garey, es tabelece nd o perl o daqu ellas . e da picada u 111 novo acarnpa-
mculo.
É tão pou co pronunciado e c~ ll'cil.o o cume do mesmo ramal, onde deu-se eu-
rncço á picada, COIYJ O pód c vêr-se pc[a res pectiva planta , <]lle pal'CCia Ímpos:;Ível
passar por ahi.
Com0 se demorasse o alferes Anl ero na abertura da picada de que eslava cu-
ca rreg,ado , e cu soubesse qu e ell e ]ui.ava com tlifliculclades, contratei lrcs indius
Caing,uaes, c1ue se clizião praticos da serra, onde estava trabalhando o mesmo alferes
e mand ei apresenta-los. ·
No dia 22 chegou ao me u acampamento es te oíl:icial, que linha sabido com a
picada em frente aos dou s g rand e~, mananciaes, de que ternos fallado.
_
g }~W~OJkJ!JL~!ES.B:~.f..,l,.,.~2.!]]~~~,~-:~~,::~~~.~~,1~'..~?!J;,.,, i~.~~~~ ..~;~~~-~ ~~~,,~·~~~~,~-<~.ti,
8cgmndo um para o s ul _ ~ o .Qntro para leste; e fo1 por este ull1rno ciue scgu10
~ . ~>~-~~ot'J-.·.'!"·:1~;,r.1.1,;,.._,,..,~,...,~,.·vl"'"<""'...,.. ' ,, ~ .. -.•::""°.,_;}jf.J,;. ;d'{=;~ ~~f.:~i-._~...l"·...,.1>:~1'."" -·l'"t:"'-i'".'t-f<ir...r1)1•"''i. ~
a picada
· ..... , . ,,.
)ara o salto das ...Sete-Quedas. · ·· •
i> .
com effeito ao Garey, mandei transportar para a picaria, pela turma do alferes Antero,
uma das duas pequenas chalanas, que conduzia a commissílo brazil~ira, e lança-la
naquelle . arroio, onde elle passá p1:oxi rno da picada e principia a offerecer nave-
gação.
No mappa da serra está mencionado este ponto e outras particularidades.
Os exploradores, que descêrão na cbalana, regressárão no dia 13, e informárão-me
que com effeito os dous arroios juntão-_se, formando Jogo depois de sua confluenr.ia
um .rio tão forte ou mais que o Apa, no Passo da Bella-Visla.
Conforme as recornmendações que fiz, deixárão os exploradores a chalana na
confluencia dos dous braços em logar seguro. .
No mesmo dia '13 tinha a picada altingido as proximidades de um ext~nso ba~
nhado, que se dirige para léste. ·
Para continuar com a picada era preciso descriminar si estas agu~s erão do Garey
ou do Igatemi. ,
As mais elevadas arvores, desde o comêço de nosso.;; trabalhos, erão aproveitadas .
para observatorios, porém quasi sempre sem resultado em uma vastidão de mattas,
como essas, que se perdi ão de visfa ."
Só o olho exercitado do' indio podia perceber 011 distinguir alguma. cousa em tHo
ílensas mattas.
Reconhecendo, depois de diversas explorações por meio de picadas, que do
referido banhado vertia um arroio, que laüça-se no Garey, mandei continuar com
a picada, deixando este arroio á direita .
. No dia 31 de Dezembro chegou a picada proxi1110 de urna grande baixada, "que
reconheci ser l,lffi grande manaucial de outro arroio de margens paluclosas, qüe
corria para léste.
No dia 2 de Janeiro de 187 4 continuavão as explorações com o fim de Sl'!-ber-se ·
para onde voltava este arroio, quando chegou do Rincão da B<ise o lenente-coronel
Antonio Maria Coelho com dous indios Cainguaes, que se tinhão offerecido mediante
algumas dadivas para ir a uma aldea dos Guaran.rs, que achava-se perto, aíiri'I de
f.razerem alguns dellüs, que deviã.o ser · praticos desses Jogares.
No_dia 4 regressárão os dous indi()s ao nosso acampamento trazendo muitos gua-
ranys e o seti cacique, o velho Garcete.
, A maioria destes índios informárão que o arroio que ílxploravamos era O" Pirafini,
aftluente do Garey; outros, porém, declarárão que o dito arroio não la11çava-se neste . '
rio e sim no Paraná, acima .f]o salto das Sete- Quedas, segundo tinhão ouvido dizer,
pois nem aquelles e · nem estes ainda linhão _ido ao salto por ser um logar
pengoso.
Pelos mappas e descripções dos antigos _iJemarcadores e outros, nifo constava que
o
entre o rio Igatemi e mesmo salto se lançasse algum arroio notavel, como mos- .
tr.ava ser esse pelo que já representava.
Era mais provavel pois que se lançasse abáixo das Sete-Queda ~ , e neste caso seria
E. I
32
:1,
250
o lgurey dos antigos demarcadores, ou que affiuisse no Garey, que poderia lambem
ser o mesmo lgurey. ·
A vista ele tud~ isto, mandei continuar com a picada pelo allo da serra; deii,"í:ando
á direita o novo arroio conhecido pelos guaranys por Piratini, e contratei dous destes
índios como pralicos, os quaes se revesa vão por vezes de motu-propi'io.
A~ informações porém que prestavão-me crão jnexaclas, fazendo-me assim perder
tempo e serviço; pois Informando-me elles, por exemp lo, que uma vertente, que
encontrava-se, ia ao lgatcmi, e que outra ao Pirat ini, verificava- se pela picada
. quasi sempre o contrario .
. Não podia eu cter que estes índios, habitantes destes log·ares, dessem taes infor-
mações por ignorancia, mas sim por má fé, afim de que não alravessassemos as
suas aldôas · com a picada, tanto mais que os do~s que fugirãq do Rincão da
. Base, roubando algumas peças de ferramenta, perlencião a essa tribu.
·Despedi, pois, ·aquelles indios, e ·çontinuei a picada sem tão prejudiclaés auxi-
liares, explorando as vertentes r1uc encontrava para saber si ia ao lgatemi ou
ao Piratini.
As chuvas copiosas que cahirã.o quasi sern1)re desde 9 de Dezembro até meados
de .laáeiro, bastante estorv<irão o serviço da dernarl:ação ,·
No dia 23 de Janeiro abria-se a picada ao rumo do norl1·, já lendo deixado o de
N. E., o que me dava muito cuidado, porque não esperava afastar-me lanlo do
·rumo de léste, q1rnndo apresentou-senmc ·outro cacique de nome Luiz com diversos
índios de sua tribu, que confir!n'ou achm-me na serra principal. .
Dec\aranclo-me o mesmo cacique que entre os seus companheiros havião alguns
pralicos da serra até ti proximu aldôa, contratei Lres, dos quaes tirei algum resul-
tado; porém · ant'es da picada chegar i:Í nova aldêa~ pedirão para retlr.ar-se, vislo
não conhecerem a serra dahi para di~nle.
Convidando eu estes indios para me acompanharem alé ao Salto, disserão que não
podião lú ir, p.ois que todos que l.inhão tentado visitar esse logar não voltavão
mais.
Elles e todos os outros indios referifto do Salto contos tão fabülosôs, que pr'ovo-
cavão o riso; e, supersticio::;os como são, nã.o . consegui que um só me ac.om-
. panhasse.
O cacic1ue Luiz e os seus são da nação Caingmí, e morão á margem esquerda
do Igatemi; . ácima da foz do Escopil.
Alguns destes i'ndios têm ido até á cofonia militar de Jatahy, na provincia do
Paraná . ·
Descem elles o Igatemi em canôas, e sobem o Paraná até á foz do Paranapanema;
e, p'or ~ste r·io continuando, tomão o Tibagy até á colonia, fazendo assim uma via-
gem immensa.
Fez tanto frio durante as noites dos ull.imos ·dias do referido mez de Dezembro t,
•\' \
251
As grandes voHas qu e faz es ta se rra, podem se r apreciadas i1a sua planta, bem.. 1
"' .
1
252
bastante forf:e.
' .Junto á margem do rio cahe duranle a noite e pela manh"í urna especie de
" chorisco.
" Ao meio dia.-Ternpo limpo; vento lés!e; thermometrn 23º,õ, barometro 7·4gm\O.
' A neblina nas quédas é fraca e o ruido della menos forte do que ás 6 horas· da
" .manhã.
6 horas dll: tardc.-Tempo limpo; vento S. E. fraco; lherrnomel.ro '2.nº,O; ba·
« ro,m~t~o 74V1,5. Conlinúa a ser fraca a neblina nas quédas, e o rui.do do salto
·' « é_mais forte do que ao meio dia. »
Temperaturas: Marco de lgalerni: maxima temperatura :12º, O no dia 6 de Setembro
4'.e 187.3, e mínima '11 º,0 no dia :13 do rnesmo mez . e armo. Salto: maxima Lem·
peraturia.33°,8 em 19 de Abril de 1874, e mini ma 17º, O no dia 9 do mesmo mez e anno.
· ·Póde-se avaliar das difficuldades com que lutou-se para conduzir até Lão remotos
logares o.s viveres para o pessoa l da commissão rnixta, ·que elr\':wa-~c a mais de
oe_m pessoas. . .
Apezar dc0 gadro· ter atravessado tão extensa quão estreita picada, nunca, felizrnenle,
nos faltoil carne· verde; mas tanto cuidado empregado não irnpedia de, ás . vezes,
morrerem· repentinamente algumas cabeças, dando-se mesmo no Salto 0 faeto de em
uma noite só morrerem 8, por terern cornido hcrva venenosa.
Não consenti que se distribui sse carne secca, porque esta alirnentação seria nociva
ao pessoal da com missão , exposto a uma vida tão aspera e trabalhosa.
Não soffréu o mesmo pessoal faltas de viveres até o fim de seus trabalhos, e muito
CJlllribuirão para isso os forn eced or ~s Trnvussos & e., que dispunhão de recursos e
de excel lentes empregados; especialmente o · seu encarregado junto á comrnissão
Thomaz-Larangeiras, qu e patenteou a maior aptidão no serviço a seu cargo.
. . . .. '
'
salto. q~s Sete-Quedas, bem corno de ~mbutirem-se pedras de marmore nos marcos
"'1:~,,, ,...7f'"'~:r- ~f'f·.:.111\f':-~>'......!~· .
N. 215 .-Com missão de Limites entre o Brazil e o Paraguay .-Foz do rio lguassú,
« 9 de Junho de 1874.
« a canhoneira Taquary, e que no dia 11, tudo do mesmo mez, linha chegado
" até á barra de Pelotas uma lancha a vapor; porém não lendo mencionado as occut'-
« . rencias que derão-.se a respeito, por não permit.tir ent.ão o meu estado de saude,
« faço agora, bem como dos que seguirão-se até hontem, dia em que terminou Ioda
<( a demarcação.. .
« No dia 7 do referido mez, tendo acampado em uma , praia do Paraná, algumas
257
-
, leguas abaixo do sallo das Sele-Quedas, lancei ao rio uma garrafa lacrada , coo-
" tendo comrnunicação minha ao commandanle da canhoneira, prevenindo-o que
" estava em marcha para a foz de Santa TherezaJ ond e devia achar-se o alferes
" Antero.
" Vinte e lres horas flepois achava-se o mesmo commandanle de posse da com··
" lll!fnicação ·no Ilabó, seis leguas abaixo de Sanla Thereza, pelo qu e no dia 9
' navegou aguas acima, r, fund eando no dia seguinte em frente á sua embocadura,
' ou\'io tiros de fuzil.
" Era aviso do referido alferes, que ·continuando a lutar com difficuldades em
« abrir caminho pela margem pedregosa e íngrem e do Paraná, linha-se cmbar-
" cado em uma das duas pequenas chalanas, que descêrão o Pelotas, e em tão
·" fragil b~f'el navegado as furiosas correntes daqu elle. rio.
" A navegação a vapor do Paraná do Iguassú ao Santa Thereza era já um facto
realizado pelo distincto commandante da canhoneira Taquary,. e dahi até á foz
" do Pelotas acabava de mostrar o corajoso alferes Antero a possibilidade de con-
tinuai:-se à mesma naveg·ação, realizando-a com affouteza o immediato da ca~
" nhoneira, e em seguida o seu piloto em Janchm:. '
a Dispõe assim o Brazil de mais vint.e e sele leguas de navegação a vapor ·no
" Paraná, e parece-me. que se poderá leva-Ia mais acima algumas leguas, ernpre-
" g·ando-se vapores apropriados, resultado importante para as províncias de S. Paulo,
" Paraná e Malto-Gi·osso por limitar-se a interrupção da navega ção do grand e rio a
" poucas leguas no .salto das Sete-Quedas.
" No dia 15 continuárão-se os trabalhos da demarcaçã.o, e no dia 24· achando-se
reunida na foz do Pelotas a commissão mixta, embarcou-se nas duas lanchas a
" vapor, e chegou no mesmo dia ao Taquary . .
r
" No dia seguinte proseguirão aquelles trabalhos, qu e concluirão-se honlem.
" Ao terminar esta exposição me permittirá V. Ex. que recommcnde o capilão:- !
'!
lenenle José Antonio de Alv.arim Costa, commandante da canhoneira Taqua1·y,
« pelo importante serviço que acab_ a de prestar com intelligencia e. dedicação, bem
" como o imm ediato da mesma canhoneira Frederico Ferreira de Oliveira ·e o
« piloto Francisco Gomes da Silva.
i serra de i\faracajú e o do rio Paraná, desde o grande salto das Sete-Qu edas até
« á foz do Jguassú , onde terminou a demarcação de tod a ·a nossa fronteira coin
E, J , 33
258
«· esfa Republica, ·bem cümo as acLas das conferencias sobre a troca destes mappas
ª e descripção da linha divisoria.
" Aproveito a opportunidade para completar as informações que dei em ofticio
« n. '12 do 1º de Dezembro do anoo passado, e rectificar uma no officio n. 18
cc do:-se ahi a serra de .Maracajú em dous ramaes, Linha tomado o do norte; agora
« · pelo_,ranJ,ªJ ~p orte desta · nova divisão, que é justamente o que produz o rnemo-
~-~·""''""''" , , ,. , ,_.,. , _" .,,,,,,,,~·--.-". ,'" · . . ~· ··:·"". ., . ·"-'"~' .;,~, ,_., _;,. '>:-, ..,.; .,,,._ ~""""'~~ · ~...... " ~
;"·N·~~r·~-~-lro officio consignei, que depois de mui Las explorações nas immedfações .
( do acampamento 42 da grande picada, havia reconhecido que serra voltava brus- a
(( camente para o sul ; porém logo depois verifiquei não ser tão brusca a volta por
« ser para suéste e pouco adiante do acampamento n. 4:7.
(( Só depois de repetidas rxploraçües em tão densa malta, como a de Maracajú,
« ..
~Í.9 i..<J.~~~•.tR!J,,çl~ : ~f,M:."~J,lJ,.,,il.:~~~ ~~,~~.~ ~2!~ ~.-~~~}lg j.il,,,§,<;I:~a, P~:~~..;,l?J º ~~ 1~~!l-A.l!s.,,.,v,~r
cc .},e.EJ~s ...9.9, ª!.f.2lQ.,,,ye~;E~J~10 , c?P~W~!};l9 ~.1:1 yt dp,,,}:esp.~i:;tivp,}D~j)p;~,~"' ·
« Como verá V. Ex. pela plan l.fj o rio Paraná, não ha outro grande salto, meneio-
cc mesmo capitão na memoria inserla na Hevisla elo Irnitituto Historico, tomo · 18º.
cc Esse salto, a ilha e os campos não poderião ler desapparecido, salvo o caso de
cc um .grande abalo nessa região, o.que nãçi consta.
cc É ainda tão estreito o Paraná, alcantiladas suas margens e de rocha . tão dura, ·
cc secretario de Estado dos negocios estrangeiros .-0 coronel Rufino Enéas Gus-
« tavo Galvão. ))
« rencia, relativa á demarcação da linha norte-sul pelo alveo do rio Paraná desde o
cc salto das Sele-Quedas até este ponto, onde terminou a de toda a fronteira do.Imi1>erio
« com a Republica do Para~uay, faltando apenas os tres marcos que mandei cons-
cc truir e a troca dos mappas daquella linha e os da serra de Maracajú, como tudo
rr Ab rio cerca de oi tenta leguas de picada, een<lo sessenta p~la linha divisor ia e
rr desfas trinta -e oi.to sem interrupção pela serra de ~Jaracajú e margem direita do
Paraná.
<< Fez o levantamento minucioso de toda a fronteira e determinou vinte pontos as-
( lronomicamE;Jn te-, mo ntando a luneta meridiana em oito delles, sendo o ullimo aqui. ·
" Para rea lizar em tão pouco espaço de tempo o -immenso e difficil serv1çu que
' fez, não deixou ~e trabalhar um só dia, excepto os de chuva.
' Rcqovo a V. Ex. os votos .de minha alia consideração e res1)eito.
« lllrn . e Exm . Sr. conselheiro de Estado Visconde de Cararnllas, ministro e se-
« cretario de Es tado dm, negoc ios estrangeiros.--:-- O coronel Rufino Enéas Gustaoo
Galvâv . »
Tivemos .occasião µe ir vêr o esp lcndiclo salto {lo lguassú, duas leguas acima
da sua fJz, donde seguimos em _ u_rna lancha a vapor até onde pôde ella navegar.
Dah_i para cima fomos ,pela margem esquerda, sendo bem penoso o trajecto por
ser rn uito pedregosa.
É o salto do Iguassú, o mais bello que temos visto, não só pela sua altura, que
pelo menos tem 80 metros, como pqrque apanha-se todo elle de um só golpe de
vista, o que não acontece com o das Sete-Quedas, que é preciso vêr queda por
queda.
Temperaturas na foz do lguassú.
Maxima temperatura: 28°,õ no dia 1ºde Junho, e mini ma 17°,5 em 27 de Maio
de ·J 874 .
Tabella de dist~ncias do Rio 1•a1•aná.
'
PONTO DISTANCIAS
DE REF ERENCJA LOGARES KILO ~IE'f ROS
No dia 'lÜ de Junho ·ás 9 horas da manhã, largou da. foz do lguassú a ca-
nhoneira Taqua1:y, conduzindo ·a seu bordo a cornmissão mixla, e no <lia 12 ás
5 1/ 2 horas da tarde fundeou no passo de ltapúa, entre a povoação paraguaya
Encarnação - e a argentina S. José da Trincheira, fundada no fim da guerra <lo
Paraguay .
. Durante a viagem não navegou á noite a canhoneira por· causa dos máos pas-
sos e violencia das correntezas .
Não podendo continuar a canhoneira a descer o rio por estar baixo o s<.tllo
de Santa Maria,. deixei-a ficar no referido pas~o, até que enchesse o rio, e no
dia 17 continuei a viagem com a com missão mixta nas duas lanchas a · vapor e
em . uma chalana grande.
Em uma das lanchas ia o pratico da canhoneira e na outra o que. mandei
contratar por não inspirar confiança aquelle.
·Chegando ao salto no dia 20, Jepois de lerem soffrido avarias as duas lan-
chas, devidas ás encalhações em pedras, mandei ·os dous praticas examina-lo e
regressando informárão'"'.me que podião as lanchas descer o salto, sendo porém
completamente descarrrgadas.
Mandando descarregar as duas lanchas e seguindo por terra o pessoal da com·
missão mixta, l_argárão eHas no dia '21 ás 9 1/2 horas da manhã com as suas
guarnições.
Desejando eu conhecer o salto, continuei embarcado bem como o major ~assance
e o alferes .Antero, que quizerão acompanhar-me.
O commissario paraguayo contiúuou tambern a viagem embarcado, e com elle
convencionei fazer um signal logc que as lanchas, que guardavão alguma dislan-
cia uma ·da outra, lranspuzessem o perigoso passo.
A lancha . em qu~ eu est~va, e que ia sempre na frente, passou locando, porém
·sem riovidade, e o mesmo aconteceu á segunda.
No estado em que se achava o rio, constava o :salto de duas quédas, a pouca
distancia uma da outra, sendo a pri m~ira a . mais consideravel.
O ruido que fazia o salto, a altura a qúe elevavão-se as aguas em cachão e
a extensão que abrangia de margem a marg·em, despertaria a qualquer t.da 11l-
tenção e admiração.
O- menor descu.ido no canal que offerecia o salto, e que só o olho do prali 1·0
podia distinguir lão imperceptível passagem, acarretaria â pe_rda das lanchas e
de todas as '·idas.
·Quando o ri0 está ch eio não se prrcebe o salto 1 sinão pela su;i maior corre11ii''l,;1
J
;
·261.
cc Hhilll. e Exm. Sr.-No dia 24 do mez passado reunio-se pela ultima vez a
cc commissão mixta com o hrn de ·confrontar e assignar os dous exempfares da
« carta geral da fronleirn , que acabava de ser demarcada, e, depois de assigna-
cc dos, lavrou-se a respectiva acla.
e< É .com a maior sa ti sfação que apresento .a V. Ex. o exemplar desta acla e
<~ o .daquella carta, perlencentPs ao Brazil, por comprovarem tão importantes do-
ce curne1 Ji1ilos, que • ficou cornp lef.amen'te concluida a demarcação ·de nqssa fron-
cc leira com esta Repuhlic•J, unico trabalho deste genero; realizado até ao ·presente
cc sern interrupção e no curto espaço de vinte e seis rnezes. A extensão de cento
« e noventa leguas de fronteira demarcada, .então pouco conhecida; oitenta de pi-
e< cadas, abertas nas serras de Arnan.ibahy e Maracajú e nas cabeceiras do Apa
ct dar. uma idéa da perse verança da cornmissão e dos trabalhos com que lutou
e< para effectuar esta demarcação.
e< Cinco mezes de uma . vida por demais mortificante nas maHas de Maracajú
e< e d© ·Paraná, .· dnrante a estação das chuvas e quando a com missão já se
« achava fatigada pelos trabalhos anteriores, tornárão a ultima parte ·de demar-
c~ ca~ão bem difficiL
« F.@i nestas circumstanrias, e Sfllíl pratico, que abrio-se a extensa e cor.1tínua
cc . picada de trinta e oito leguas. pelo mais alto da serra de MaracaJú até ao
« gram1e saHo das S.ete Quédas .. e dahi pela escabrosa margem dire~la do Pa-
c< raná, .cheia de .precipicios e das maiores difficuldades até á emboeé\dura uo
« verdadeiro lgurey, ou Pelota.s dos antigos demarcadores.
cc É o alto daquella serra tão ~inuoso como um rio, e antes da demarcação
ç~ er~ ·completamente descoi1hecidQ, e sendo limitado por vertentes ignoradas,
263
e< era preciso, logo que se encontra vão, descriillinar pot'. explorações as que cor-
« rjão para o nor·te e para o sul, aílm de poder continuar a picada.
« Neste ultimo serviço da dernarcaÇão e rios anlerioús .derão sempre provas
e< de inlelligencia, a·plidão, dedicação e constancia os ajudantes majores Fran-
(( trabalhos, hem como o logar de secretario nas conferencias dos tres ulti-
(( mos marcos.
« Cumpro pois um grato dever em recommendar a V. E. tão distinrtos offi-
« ciaes pelos relevantes serviços que acabão de prestar ao paiz.
« Recomrnendo lambem a V. Ex. os medieos ·Drs. Antonio Monteiro Alves e
e< Joviniano Reginaldo Alvim pelos bons serviços que preslárão com ·zêlo e intel-
<< lig·encia; bem como o major Ai1tonio Maria Coelho, que no exercici0 de com-
« cionados} que relirárão-se cm diversas épocas, pelos serviços que lambem pres-
«_ tárão á commissão: . capitão João Nunes Sarmiento, como . com mandante do des-
ce lacamenlo da villa da Conceição; os alferes Paulino LiLorio de. Faria Pinho e
« Izaias Alves da Silva, corno subalternos da força; o medico Dr. Augusto Wen- .
« cesláo da Silva Lisboa, e finalmente o tenente Antonio Lop~s Teixeira, que seguio
• na canhoneira Taquary até ci foz do rio Sanla Thereza, e abrio dahi para cima
e< alg'Ulnas leguas de picada .
Barão de JY!aracaJú~ -
265
RECLAMAÇÕES ANGLO·BRAZILEIRAS.
N. 95.
Nota da legação br-itannica ao govetno impe1·i'al.
de favor, _pensa o .governo de Sua Mag;estade que, quasi de necessidade, lhe deveria
ser submeltida uma lista daquelles casos com a proposta d.a convenção. O g·overno
de Sua I\f~geslade já annunciou que concorda (por motivos que levei ao conheci~
menlo do ·governo imperial.) cm que ao novo tribunal se conce~a poder discri-
. cionario para revêr as decisões dos lribunaes do almirantado si, em . seu conceilo,
se der para isso boa razão, com cslas distinctas condições: 'l ª; que de 11enhum modo
se ponha em duvida a validade do acto Aberdeen; 2", que o tribunal se guie pelos
tratados e leis dos respectivos paizes, que eslavão em vigor quando as reclamações
.forão originalmente julgadas; e 3", que se forneça ao governo de Sua Magestade_, suf-
Jicienle tempo antes da reunião do tribunal, uma lista completa dos casos que houver
E. I ali'
266
intenção de levar ao tribunal, afim de que tenha o governo tempo bastante para
preparar ela sua parte quaesquer respostas.
Julga o governo de Sua Mage$lade que as clausulas da proposta convenção devem
.. ser concebidas em linguagem clara, precisa e exacta, que não dê Jogar a i llações i
e por isso pensa que seria pa1:a desejar que na convenção se declarasse que para
os fins della coi1cordão as duas partes contratantes em que a validade do aclo
Aberdeen não seja de modo· algum posta ·em duvida.
Aproveito esla opportunidade para renovar a V. Ex. a segurança da minha alla
consideração.
·A S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas.
GEORGE BúCKLEY MATHEW.
N. 96 ..
Quanto ' á validade do bill Aberdeen, reporto-rne ao que disse na minha nol.a de 20
de Março do co'rrente ·anno.
A segunda das bases propostas f!ª nota a que respondo já foi offerecida pelo Sr.
Buckley Malhew na de 16 de Novembro de 1872. O governo imperial modificou-a di-
zendo que as reclamações provenientes do commercio de escravos serião julgadas
segundo os tratados e as outras segundo as leis. Esta distincção tinha por fim
evitar que a nova com missão mixta, na revisão dos casos julgados pelos tribunaes do
almirantado, se considerasse obrigada ou autorisada a guinr'-se pelo bili Aberdeen. O
governo bt;itannico torna a englobar as regras do julgamento e o faz com expressa
referenci~ aos mencionados casos ao passo que nenhuma regra estabelece quando
falia das sentenças proferidas pelas exlinclas commissões mixtas. Parece isto sign.i-
ficar que nl'iú aceita a base 7ª da minha nota de 15 de Novembro do anno proxirno
passado , e o governo imperial sentiria que assim fosse porque lambem neste ponto
não pó de fazer concessão alguma.
A base 3ª das que agora propõe o Sr. Huckley l\fathew não provoca objecção, uma
vez entendido que nas defesas (replies) a que ella se refere, se não invocará o bili
Aberdeen para jusli.ficar quer a captura quer a condemnação.
O governo imperial. pensa, como o de Sua Magestade Britannica, qne deve haver ·
a maior precisão e clareza na linguagem da projeet.ada convenção e por i.sso dri
grande valor 6.s indicações feitas na presente nota. Espera elle ainda que se chegur~
felizmente a urn accôrd o honroso para ambas as partes.
Aproveito com prazer esta opportunidade para reiteràr a S. Ex. o Sr. Gr.orge
Buckley Mathew as seguranças da minha alia consideração'.
AS Ex. o Sr. George Buckley Mathew.
N. 97.
Nota da legação lwitannica ao governo únpe1°ia l~
Sr. mini stro. - Tenho a honra de accusar a recepção da nota de V. Ex.· (h~
16 (lo corrente, 11elaliva ao proposto arranjo das reclamações brazileiras. Cum-
prirei o drvcr dA transmiti.ir essa nota ao governo de Sua l\fagestadc na primeira
occasião, mas devo pcdi-r a V. Ex. licença para offerecer-lhe algumas observações
269
que a sua leitur·a provocou, e em primeiro togar julgo necessario lembrar a na-
tureza dessas reclamações e a!" cxaclas concessões offerecidas pela Gran-Brelanha
cm relação ás reclamações brazileiras, no intuito de provar a V. Ex. que é um
erro p1·esu,rnir que a . minha nota de 7 do mez ultimo, a que V. Ex. resp~nde, era
em qualquer sentido um passo retrogmdo.
1
Todavia, b governo de Sua Magestade, animado do desejo de fazer ' tudo quanto
legal e honrosamente lhe fosse possivel para facilitar a decisão das rec,lamaçõe~ bra-
zileiras, offereceu entrar em um exame imparcial desses casos de allegacla injustiça
ou illegaliàade e submelter, por excepção, qualquer caso·, em que os dous governos
concordassem, á r~visão do novo tribunal.
Esta _proposta porém não satisfez ao·governo de Sua ·Mageslade Imperial, e cu
tive ultimamente a honra de communicar a V.. Ex. que o governo de Sua Magestade,
ao pasPJo que mantinha o principio da inviolabilidade das estipulações de tlm tratado ,
. estaria disposto a consentir· que fossem levados ao novo lr~bunal, como questões ex-
cepcionaes, cerlos casos que o Brazil allegava terem sido injusta ou illegalmente
decididos, si taes casos fossem rnencionados' e em pequeno numero.
]?or um la'do, segundo o uso universal e com justiça, se não póde pedir ao go-
verno de Sua Magestade que entre em uma con~enção de cuja natureza e ext.eosão
não tenha elle inteiro conhecimento e que não estaria porlanlo habilitado para
rejeitar ou aceitar; e por outro lado quasi não se póde suppôr que o governo bra-
zileiro não tenha lido o cuidado de examinar e escolher as reclamaç.ões por elle lão
fortemente ad \1ogadas;
SI bem comprehendo a presente nota de V. Ex., a principal razão adduzida para se
não mencionarem os casos que o Brazil deseja submeller á revisão é que elle quer evitar
a imputação de parcialidade na escolha. Mas não é esse o primeiro, embora desagra-
davel, dever de um go verno ? Deve a sua acção ser impedida pelo receio de offender?
. Posso assegurar a V. Ex. que o governo de Sua Mageslade tem rejeitado sem
hesitação muitas reclamações contra o Brazil, e devo abrig~r a es perança de que o
mesmo coraj'oso sentimento do dever, pelo qual é o governo de Sua Mag~stade guiado
em laes assumptos, dirig·irá o governo deste grande Imperio constitucional.
Vejo c~m sorpreza que V. Ex. nfto considera como favor e que ao contrario re-
clan~a corno acto de equidade o proposl.o assentimento do gove rno de Sua Magestade
á revisão, dadas certas circumslancias, de casos julgados pelas com missões mixlas.
Quando a reparação de uma injustiça, que se diz sofhida pOL' ambas as parles, é
concedida sómente em beneficio de uma dellas, de cert:o se deve chamar favor.
Entre as muitas decisões das com missões rnixtas que percorri, algumas encontrei
a meu vêr tão manifestamente injustas contra o governo de Sua Mag;estade, que eu·
difilcilmenl.c julg::iria possível qu e mesmo o forle es pirito de pal'lido então existente
cegasse os homens a tal ponto.
O governo de Sua Magestade foi bem informado desses aclos de injustiça, mas
submetleu-se sem sé queixar ás estipulações do tratado. Si V. Ex. insiste cm
concedeL' ao nov0 tribnnal) coi110 objecto de1;equidade, a revi são das' decisões das com-
missões mixtas de qu e o Brazil se queixa, pcrmiltir-me-ha perguntar-lhe como ten-
ci1rna remediar as decisões injusias de que se queixa a Gran~Bretanha.
Não foi, Sr. mi·nistro, sem sincero pezar que eu li a nota ele V. Ex., e não é sem
. elle que ponho em duvida·o seu ultimo paragrapho.
271
Estou convcricido de que não só as exigencias do Rrazil serão condemnadas
como injustas por lodos os paizes neulraes, mas lambem de que a esclarecida opi-
nião do lrnperio brazileiro me acompanhará no pezar que sinto ao vêr que o actual
governo de Sua Magestacle Imperial rejeita ns honrosos) justo& e liberacs offerecimen ~
tos da Gran--Brelan~rn nesta . questão . .Áquelle governo cabe a responsabilidade que
resulta de se não decidirem as reclé1mações brazileiras.
Aprovei lo esla opportunidadc para renovar a V. Ex. as seguranças da mipha ·
alta consideração.
AS. Ex. o Sr . Visconde de Caravellas.
GEoncE BucnEY MAr HEw.
N. 98.
Nota da legação brz'tanrtz'ca ao gove?'JW imperz'al .
.
(TnADUCÇ1\o.)-Pelropolis, '11 de Março de 1875.
Sr. ministro. - Em sua nola de 7 de Novembro passado apresentou o· Sr.
Buckley Mathew a V. Ex., de ordem do secretario de Estado dos negocios estran-
geiros de Sua Mageslade, cerlas condições, mediante as quaes eslá o governo de
Sua Magestade disposto a consentir em uma convençãü para a solução das reclama-
ções internacionaes.
Pela terceira .condição se pedia que uma lista dos casos, que houvesse intenção de
levar ao fribunal, fosse fornecida « algum lempo antes da reunião desse tribunal, >>
« governo britannico que a respectiva lista lhe seja remetlida com a proposta de con-
« venção, mas apenas algum tempo antes da reunião do novo tribunal. >> Nisto
fez-me vêr o conde de Derby que V. Ex. parece ler sido induzido em erro pela rc-
dacção dada pelo Sr. Buckley Mathew :í 3ª condição .
. A verçladeira significação é que a proposta convenção não póde ser aceita, si
o governo brazileiro não consente em fornecer ao de Sua Magestade uma lista com-
pleta dos casos decididos pelos lribunaes do · almirantado, que tencione submellel'
á nova conirnissão, « úastante tempo antes de concluir- se a convenção 1.1ue se
« propõe. >>
N. 99.
Nota do governo imperial d legação britannica .
N. 100.
Nota da legaçâo britannicçt ao guve1:no imperial.
casos por terem sido causados pelos seus proprios agentes e em . outros porque ·
esses agentes não derão aos lesados a · devida. protecção.
Por estas razões crê o governo de Sua Magestade que será melhor lra.tar separada-
•mente das duas classes de reclamações, e logo que po.ssa examinar convenientemente
a ID:aleria me mandará instrucções para trazer as reclamações britannicas ao co-
nhecimento do governo imperial, deixando que este dê O$ passos que julgar acer-
tados relativamente ás de seus proprios subditos.
Tambem tenho instrucções do Conde de Derby para declarar a V. Ex. que o
governo de Sua lVlagestacle tomarei em séria consideração quaesquer reclamações
brazileiras que o governo imperial julgue conveniente apresentar.
Aproveito esta opportunidacle para renovar à V. Ex. as seguranças da minha
mai~ alta consideração .
A S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas.
VrcTOR A, W. DRUMMOND.
N. ·IOL
Nota do gove1·no imperial á legação britannzca.
a
Recebi nota, que o Sr. Victor A. W. Drummond, encarregado de negocios inte-
rino . da Gran-Bretanha, servi o-se dirigir-me a 17 do corrente, cornm.unicando-me
de ordem do Conde dé Derby que o governo britannico, i:Í vista da completa divc!'-
gcncia de opiniões quanto ás condi'ções da revisão das reclamações brazileiras, julga
melhor abandonar a icléa de uma commisão mixla e lralar separadamente das
reclamações dos subditos dos dous paizes.
Accresccnta o Sr. Drummond que o seu governo, logo que lhe fôr possivel, man-
dará trazer·as raclamações britannicas ao conhecimento do governo imperial, dei"
:rnndo a este o cuidado ele·· proceder como julgar convenienlc quanto ;ís dos brn-
zilciros, as quae ~ serão tornadas em séria consideração pelo governo de Sua ~fages
lade hritannica.
O governo imperial fica inteirado da resolução que o Sr. Drummond acaba de com-
rnunicar-me e eu aproveito.a opporlunidade para reiterar"'.lhe as seguranças da minha
dislincta consideração.
Ao Sr . Victor A. W. DmmmoncL
VISCONDE DE CAHAVELLAS.
275,
ReG Jama~ão do Conde de Dnndonald Gomo representante de seu falleGido Pae Lord Cochrane.
N. l 02.
Nota da legação brüannz'ca ao governo ünpen'a l .
Tenho a honra de responder ::í nota, que S. Ex. o Sr. George Bucklcy Ma.lhew,
enviado extraordinario e mitiistro plenipolenciario de Sua Magesladc Britannica
servi o-se .(hrigir-.1ine .em ·1O ·do cor.rente mez ácerca do pagamenlo da .q1rnntia arlii-
lrad.a pelos Srs. rnin.istro tle Jtalia e dos Eslados-Ulil'ÍdQs da Amêrica 1rn decisão que
proferir.ão sobre as rnclaimações do Conde de D~1ndonald.
O agente do ,redama.nle não .está bem informado quando assevera ler o -governo
i,Q1 1perial decla.rado aos iWbilrns que daria immedi:alamente us passos . necessarios
para fazer o referido pagamento. O que cu disse foi q1i1e a ~lecis5.o seri:a eslricla-
me.nte ex.eculada ; né·m mais pod eria dizer desde que o govemo imperial julgava
necessaria a in.terv.enção .legislativa, ,como tive occasi5o d,e observar ao Sr. Buckley
Mathevv e S. Ex . .rieconhece na nota a que respQndo.
Tambem .não está .o .Sr. Uu;n.t ·bem informa.elo q·uando .allega ser de reg~·:.. que,
ngs c.asos res:ohri.dos por arhi.trame·nto internacional, sej.ão immediatos os paga-
ruen.los. Nenhuma 1re.gra ainda se estabeleceu, ou se póde eslabdecer, ·que seja
co.n.lraria ás dis.posições ccn1stitu0i·1J>n aes de qualquer paiz; nenhum arbitro se jul-
gar.ia ·cnmpr,tente J~.a.ra dar dec-isã0 obrig.atoria que offendesse taes disposições; e
ne11Üttm1 _gover110 ~e su•bmeHeria a s·imilhante deeisã.o. Os arbitros, que J1esolvêruo
as reclamações do Conde de Dundonald, respeilárão em seu sil,encio a constituição
do BraziL. ·
O ca.so do . navü.o americano 1l'ttrrll.ine não foi submettido a arbitramento. () governo
pilgou a q,ua.a;tia ex.ig1i6l:a , ·lílão em ·vi·rtude de juizo de terceiro, in!crnaci.onal ou
. não, :u1as ·]:iOr disposição prop1·ia; e, pois, nã·o estabeleceu precedente que se possa
ÍtlNQCU'l'.
No caso do ·Canacld houv.e arbitramento e o governo pagou logo a quantia arbi,
trada; mas es,te pagamento immed.iato foi o cumprimento .de um ajuste communi-
cado á assembléa .ge-ral a.t;\tes que o arb.itro proferisse a sua decisão. Estando o poder
Iegislatirn préviamente informado do ajuste feito com a legação americana e, assim
p.reveniçla a hypolhese d.o pagamc·nto, julgou-se o governo virtualmente facultRdo para
fazê-lo mediante um credito extraordinario, apezar de se .nã.o acharem reunidas
as camaras.
No caso do Conde de Dundonald não se estipulou entre este minislerio e a lega-
ção bri.tantíl~~a coud ição ·a:lg1:1ma, que tornasse obrigalorio o pagamento immedialo .
1
/1
27.8
Os dous poderes conhecem tão bem o que devem á dignidade do paiz, que se não
descuidaráõ de fazer opportunamenle o que Jhes cnrnprc. Disto póde eslàr certo o
Sr. Buckley Malhew.
Aproveita o ensejo para reiterar a S. Ex . as seguranças da minha alta conside-
ração.
AS. Ex. o Sr. Buckley Mathew .
VISCONDE DE CA RAVELLA S .
N. 104.
Nota da legação britannica ao gOverno imperial .
a reclamação de juros sobre a somma que se declarou devida a-lord Dundonald, desde
a data da sentença até á do pCJgamento.
Aproveito esta opporlunidade para renovar a V. Ex. as seguranças da minha
mais alta consideração.
AS. Ex . o Sr . Visconde de Caravelfas.
- - - - - - - - -- ---
Senhor. - Tive a honra de receber, posto que com muito pezar, a communica-
ção de V. Ex. datada de 23 do passado, informando-me que S. Ex. o Sr. Vi sconde
de Caravellas, ministro dos negocios estra11geiros, fez certas objecções ao pagamento
dos juros sobre a reclamação dos herdejros Uundonald, por conta da qual se tomou
devida uma especificada somma quando o tribunal de arbitramento deu a sua sen-
lença em 6 de Oµtubro ultimo.
Não pmiso deixar de acreditar que o goverrio do Sua Magestade Imperial) recon-
siderando a materia, reconhecerei. a justiça e a conveniencia de abandonar as refe-
ridas objecções.
Fui informado por um dos ar·bitros ele que se re.cebera uma cornrnunicação do
governo accusando o recebimento da se ntença e dizendo que se tomarião ímme-
diatamente medidas nccessarias para o pagamento da reclamação. Está enlc.ndído
que não posso citar os termos exactos da m.Jposta. Tambem devo insistir na assevera-
ção que fiz na minha precedente comrnunicação, isto é, que é costume) e existem
portanto nmilos precedentes em que esse costume se funda, fazerem os governos e~n
taes circurnstancias os pagamentos ii que está ohrig~1da a · sua boa fó e rerehercm
depois a sancção dos t50rpos legislativos por meio de uma lei de segurança (hill of
inclemnity). O governo da Grun-Brclanha tem seguido frequentemente esta pratica
cm pagctmcntos de obvia necessidade. Fui muito positivamente informado de que
:10 caso do "Canad;i" se co ntárão juros até ci data do pagamento da som ma arbitrada ,
"
o que seria um precedente, quer a quantia fosse liquidada com a prévia sancção das
camaras ou sem clla. Não pôde haver a menor duvida q,ue os juros são devidos .,1
i
desde a data da se ntença do tribunal de arbitramento, assim como serião, segundo 1
~80
N. 105.
Nuta do governo itnperial d legacao tn·itannica.
H.io de .Janeiro.-Minislcrio dos negocios estrangeiros; ·J :3 de Julho de '18i4.
Tive a honra de receber a nota de '12 de Junho ultimo, na r1ual S. Ex. o Sr.
George Buckley Malhew, enviado cxlraordinario e ministro plepipolcnciario de
., .
'.
Sua Mage~tade . Britannica, tra,ta da questão relativa ao pagamento qe juros sobre a
quanti.a ~ev(da aos .herdeiros de lord Cochrane.
'
Sinto fo~ de declarar ~ S. Ex. que as razões e:xposlas lanto nessa nota como na
'
cópia·, a ella junta, da communicação assignada pelo Sr. Lennon Hunt, não puderão
induzir o gGveri;w imperial'a m@lilificar o seu primeiro pensamento.
D~ fªeto, g mesmo governo, ·sendo o unico juiz competente para avaliar a neces-
sidade de uma prévia autorisação por parte do corp9 legislativo no caso vertente., não
está adstricto a seguir precedenles da Grati-Bretanha e de outros pafaes . con~ tilu
.('ionaes, quer as ci.rcurpstancias sejão ou não analogas. Nem o precedente peculi;lr
ao Brazil ·no caso do «Canadá» póde aproveitar ao Sr. Lermon Hunl.
A tal respeito cumpre-me sómente acc~escentar ao que disse em mif!-ha not~ .· de
2'1 de Maio uHin10 a seguinte observação.
o ajuste, a que alli me referi, consta do art. 2° do proto~ollo de uma conferencia,
celebrada em ·14 de Março entre um dos meus predecessores e·a l~gação dos Estados-
Unidos da America nesta côrte, e foi concebido \ '
nos lermos que passo a tr:aQscreyer:
(( A decisão do dilo arbitro (Mr. Thornton).será consider.ada como absolutamente
e< final e concludente e ser-lhe-ha dado plenp efleito sem objecção, evasiva ·nem
<< dcq10i:a de qualquer natureza que seja. A referida decisão será dada por escri,pto
<< e da'.tad:a ; será d,adfi .por qualquer fói:rna que o arbilro quizer adoptar ; ser~ en-
<< tregue ao ministro ou outro agente publico d~ Sua Magesf.ade Imperial que então
"
282
mencionade> .art. 4 º ? ·isto póde agora contribuir, mais do qu~ quaesquer opiniões iso-
ladas e ind. ividua r~s, para a elucidáç.ão do questionado ponto. Refiro-me ao aresto
firmado em sessão de 26 de Janeiro ·de 1860 pelos membros da commissão mixta,
institui~a em virtude daquelle accôrdo .
Inclusa.encontrará S. Ex. um extracto da mencionacla sessão. Ahi ficárão discrimi-
nados os casos ern que seria admissível a concessão de juros, e aqtíelles em que estes
poderião ser negados. · ·
Na . primei1;a h.ypoth e:;;c, como se vê, a .conl.a de juros devia ser feita desde a data
em que houvesse. tido Jogar. o acto originario da reclamação julgada procedente até
aquella em que pelos ·commi8sa1·ios fosse ptoferida a sentença.
Entretanto, ·ia principio .emiltira o commissario britanl1ico a opmiao de que
« todas as quantias liquidadas e detidas, seja por força maior, por deleixo, ou em
« contrario ás cartas de ordens, '~ injustamente, deyia -se contar o juro da lei desde
« o dia do vencimento da liquidação de contas até final pagamento, ou remessa
« de fundos ao , seú dono, ficmulo esse a.cc1°escüno do .furo a cargo dó devedr,r.
« Porém, não pôde preMalecer esta opinião. >)
'
fôr proferida a respectiva sentença.
4.º Quanto ao·s juros inherentes ás transacções peculiares, e relativas a cada
uma das mencionadas reclamações, e que <levão, pelos usos e estylos commer:..
ciaes, geralmente aceitos, ser admittidos nas liquidações que de taes reêlama-
ções fizerem os commissarios, serão elles os que por taes usos e estylos· fôrem
estabelecidos, ou aquelles que por expressa convenção estiverem regularmente
esiipulados.
284
N. 106.
· Nota da legaçã6 britannica ao governo imperial.
• • : t ~
(
287
Que não hóuve estipulaçã~ de juros t~o compromisso arbitral e nem na sentença
arbitral, que aliás não podia e~ceder os poderes do mesmo compromisso, é ponto
incontroverso.
Jt outro principio corrente que a mora ou é leg·al, ou convencional, ou proveniente
de interpellação.
Pois bem,
·l º, nenhuma regTa de direi lo internacional estabelece a mora, lp$O jm·e, desde a
diila da sentença arbitral : assim que·não ha mora legal;
2º, não ha lambem mora convencional, porque o ·compromisso nada estipulou a
este respeito ;
3º, resta a foterpellação de que vão trátar as secções.
Si a lei nada dispõe, si a conv·e·nção nada previnc 1 e chega o dia do vencimento
da oLrigaÇ·ão, então a ·mora só póde ser constiluida pela interpellação que o credor
faz ao devedor.
Essa ·inlcrpellação o nosso rodigo commercial quer .que seja judicial.
Art. 138. Os effeil.:>s da mora no cumprime.nlo da~ obrigações commerciaes, não
havendo estipulação no contrato, começão a correr desde o dia em que o credor,
depois ·do vcricimento, exige judicialmente o seu pagamento.
Quanto porém ás obrigações ci vís, como bem observa Coelho da Rocha, tomo ·l º,
-nota G- a nossa Ord. Iiv. 4º, l.it. 50 e § 1º não é explicila e cumpré seguir como
lei subsidiaria o art. 1139 do codigo civil francez.
Esse artigo quer a int_erpellação do devedor ou · pela ·citação judicial ou por acto
rquivalenfe.
Applicando-sc, como é possível, e conforme ao d!reito inte'rnacional, a lei civil ao
juízo arbitral internacional sobre um pontq, em que o compromisso nada dispóz, é ·
rnuitu razoavel .· que se torne, como equivalente da inlerpellação judicial, a nota di-
plomatica de ·J O de Maio que exigio a execução da sentença arbitral.
Nem é para estranhar que urna nota diplomalica, com todas. as condições de
aulhentic'iJade, lenha esse caracter equivalente, quan,Jo, conforme a opinião de
J\lassé, Zacarias,. Toullier e outros, uma carta du credor particular é assim con-
~idcrada.
Assim
.
que o melhor arbítrio é que a mora '
~e constitua pela nota de 10 de Maio, e
dessa ·data· corrão os juros, sendo que juridicamente não pôde pretender mais a
legação britanriica na· falt~ de lei, reg·ra ou convenção que constitua a mora po11
outro niodo.
Não é possível datar a mora e os·juros, que são o effeilo delJa, desde a senfença
arbitral, porque ella é omissa.
Não é plausirel si não arbitraria a data desde o. dia em que foi encerrada a assem-
liléa geral (12 de Setembro). E virá contra·tal data óargumento que tanto podia o
governo abrir o credito extraordinario antes como depois da sessão legislativa.
'288
. É este o p·arecer da!:\ se.cçõ~.s, mas Vos~a Magestad·e Imperial mandará o que
fôr meU;wr.
Sala das sessões, em 19 de Novembl'O fte 187 4.• ,
.JosÉ TaoMAz NABuco DE -ARÀuíü.
V1scoNDE riE . JAGUARY.
VISCONDE DE N1THEROHY.
i\hRQUEZ DE s. V !CENTE.
V1scoNDE DE SouZA FRANCO.
No ponto, ·em que se acha esta questão, não posso deixar de concordar com o pa-
recer 'do illiústrado refafor,i comquan~o pareça-me irregular a a.berlura de um credito
exlraordinario. ·'"'
VISCONDE DÉ lNHOMIRIM •
.N. 108~
Teriho a honra :ae .aceusar a recepçãõ da nola., que S. Ex. o Sr . George Buck-
ley Mathew, enviado exlraordinario e ministro plenipole~ciario de Sua Magesladc
Brilannica, dirigio-rne em data de 24 de Outubro ultimo sobre as quantias de-
vidas ao Conde de Dundonald.
Como o Sr. ministro sabe, estipulou-se por sentença .arbitral de 6 de Outubro
do anno passado a somrna de trinta e oito mil seiscentas setenta e cinco libras
estrelinas como importancia e liquidaÇão final de todos os dir.eilos do Conde <le
Dundonald, na qualidade de . executor testamentario de seu finado pai lord Co-
chrane, . contra o governo imperial, a tilul_o de vencirnentos, pensão, parle de
prezas ou por qualquer outro motivo, provenientes dos _serviços · prestados ao Bru-
zil pelo referido lord . ·
Esse laudo, porém, assim corno o compromisso que suje.itou a questão a um
juizo arbitral, não estipulárão juros.
· N~o assiste po_is ao Conde de Dundonald, como deixei exuberanlemet1le de·
'monstrado em minhas notas anlel'iores .sobre o assump.to, o - direito ·de exigir ·
•.
'•
1.
289
juros sobre a quantia que Jhe foi fixada pela alludida sentença arbitral, por isso
que ella nada estipulou a tal respeito. Desejando entretanto o governo imperial ·
dar mais urn testemunho da lealdade e da equidade que presidem sempre aos seus
actos, resolveu, ouvido o conselho de Estado, que se contassem juros s,obre a referida
quantia de trinta e oito .mil seiscentas setenta e cinco libras estrelinas a datar da nota
de S. Ex. o Sr. Bucldey Malhew de 1O de Maio do corrente ann.o, que exigi o juros
desde a data da sentença: arbitral, até ao effeclivo pagamento.
De accôrdo pois com essa resolução. passo ás mãos do Sr. ministro a letra
de cambio junta, sacada a trinta dias de data pelo . lhesouro nacional sobr·e
o delegado em Londres, na importancia de quarenta mil duzentas e noventa e
- oito libras esterlinas, cinco schillings e nove dinheiros, comprehendendo o res-
pectivo juro desde a data cilada de 1O de Maio ultimo até ao vencimento da
mesma letra.
Ficando por esta fórma satisfeito .o compromisso do governo imperial na presente
questão, só me . resta aproveitar a occasião para renovar a S. Ex. o Sr. Buckley
Malhew as seguranças da minha alta consideração.
AS. Ex. ·o Sr. George Buckley Mathew.
VrscoNoE DE CARAVELLAS.
.'
N. 109.
Nota da legação britannica ao governo imperi'al.
N. 110.
JVàta ·da legação· britannica ao "gove1orw 'irnpdial.
O parecer do. conselho de Estado foi approvado por S1ia Magestade o Imperador e
. publicado no Diario Official de 31 de Janeiro de f 873, com a ru.brica de SUa
Mageslade e refere~1dado pelo Sr. Duarte de Aze\·edo, ministro da Justiça. Àssim se
tomou equz'valente a uma .~entença.
Não seria leal ·nem respeitoso para com Sua Magestade o Imperador que se
procurasse alterar o sentido claro desta sentença ou asseverar que a sua aceitação
por Sua Magestade e pelo ministro da justiça, referia-se simplesmente á futura
interpretação da lei, pois que a linguagem clara e energica, que se empregou,
estig~atisa o aclo como injustiça não só manifesta mas intencionada. . .
· Assim estabeleciàa a denegação de justiça e admittida e publicada pelo go-
. vemo de· Sua Magestade Imperial, torna-se indispulavel, creio eu, o direito dos
agentes da cqmpanhia de seguros « Queen » á justa compensação das despezas que
forão obrigados a fazer e dos prejuizos que soffrêrllo pelos aclos illegaee de um
tribunal inferior. ·
Esta compensação só póde ser esperada do governo de Sua Magef:tade Jmperial,
porque, deixando de lado outras razões ponderosas, a lei brazileira, sea;undo
estou informado, não faz o juiz civilmente responsavel pelos prejuizos causados
pelos. seus aCtos, mas apenas o sujeita á acção criminal, e desta ficaria . prova-
velmente . resguardado o juiz Hollanda Cavalcanti pelo facto de haver sido . o seu
procedimento illegal sustentado por um tribunal superior.
O governo de Sua Magestade Imperial., estou certo, admitlirá promptamente
que, em certas circumstancias,. os indivíduos, lesados em paiz estrangeiro, têm
pela lei internacional o direito de recorrer. aos seus governos afim de ·obterEm
protecção, reparação e indemnisação, e que é dever e privilegio desses governos
intervirem em seu favor .
. Póde á. primeira vista parecer que isto dá aos .estrangeiros vantagem sobre os
naturaes do paiz, mas na realidade não é mais do que uma simples e apenas
, . l!dequada compensação das inflµencias locaes de que naturalmente gozão os filhos
do paiz.
De lVIartens, um dos melhores escriptores de direito internacional, · diz (vol. 1,
pag·. 270): « mais dans le cas d'un déni, ou d'une prolraction inconstilutionelle,
« de justice, ainsi que dans ceux d'une perversion ~vidente, ou constatée, du juge,
« et dont on n'aurait aucun redressement à espérer par la voie ordip.aire de la
« justice, les ·étrangers seraient autorisés à s'adresser à leurs propres -souverains
e< 'pour obtenir de sa protection le redressement de. leurs griefs. »
Tambem posso citar a V. Ex. Barbéyral, liv. 3°, cap. 2º, H.eyneval, liv. 2º,
cap. 12, e Klüber 58 : Estes bem conhecidos aútores são inteiramente da opinião
acirna citada.
Um distincto escriptor inglez conternporaneo, Phillimore, observa (vol . .2º pag.4): .
e< O Estado a que pertence o estrangeiro póde intervir para protegê-lo quando
e< é posilivamente mé!-Itratado ou quando nos tribunaes estrangeiros selhes nega
« a ,ordinária justiça. O Estado 'a que o e!)lrangeiro pe~tence póde no primeiro
« .caso insistir por immediata reparação. No segundo caso a intervenção é de
e< caracter mais delicado ; o Estado deve ter convicção de que o seu cidadão es-
« go~ou os meios legaes de reparação offerecidos pelos tribunáes ?o p!}iz em que
e< foi lesado. >>
Wolff (de jure gentium § 350) estabelece que o governo de qll;alquer paiz é
responsavel .a Óutros governos pelas perdas causadas aos subditos destes.por sentenças
do poder judicial manifestamente contrarias á lei, in re minime ditbia plane contra
jus jitdicatum.
Creio que e1n uma comrersa que ti vemos sobre esta questão, V. Ex. alludio
!1º , proc,edimel)t,o, cio govern.é> dos Estados-Unidos no caso do navio Carolina, mas.,
comquanto, eu · não esteja inclinado a concordar inteiramente- com a opinião do
attorney general d-0s .Estados-Unidos, a qual si fosse adoptada estabeleceria pre-
cedente para todos os paizes, ainda mesmo para aquelles de cujos tribunaes
é inutil esperar justiça, devo cham:ir a sua allenção para os argumentos em que
se fundou aquella ,«opinião ». .
evidentemente injusto, mas a injustiça não podia proceder de duvidas sobre a verda-
deira int.elligencia do art. 525 do decreto n. 737 de 25 de Novembro de 1850, sinão do
desprezo e violação de suas disposições expressas. Como bem pondera o director da
2" secção da secrelaría: «O gerente não havia recebido bens, não podia escondê-los ,
nem deixar de possui-los po!· dólo, condição essencial para ter Jogar a prisão. >
A disposição do citado art . 525 do decreto de 1850 é clara e bem fundada'. Falla
do executado, e sendo da competencia dos tribunaes, a ordem do processo, instaurado
este, não póde ser objeclo de duvida a entidade responsavel, e por isso sujeita ás pre-
visões da lei, tendentes a assegurar os effeitos da cousa julgada.
Segundo o que estci prescripto no codigo commercial arl:~ 299 e decreto de 'I º de
Janeiro de 1849, art. 8º1. o administrador ou director de uma companhia anonyma
só responde solidaria e pessoalmente a terceiros antes do registro do sen titulo ou de
ser autorisada pelo gov'crno a companhia; e portanto fóra destas condições, não póde
ser executado e só ao executado é applicavel o art. 52!5 do decreto de 18!50.
Sendo pois clara a disposição sobre que versa a consulta e sem inconvenientes. em
sua discreta execução, entende a secção de justiça do conselho de Estado que deve ser
mantida como esl.á independentr de novas declarações, que são desnecessarias.
Vossct Magestade Imperial mandará porém o que for mais acertado.
Sala das conferencias da secção de justiça do conselho de Estado, em 22 de Novém-
bro de 1872.-- Vúconde ele Jaguar·y.- Visconde ele Nitherohy. -José Tlwrnaz Na ~
buco de Ara1,{fo.
Como parece.- Paço, 25 de Janeiro de 1873.-Com a rubrica de Sua Mageslade o
Jmperador.- JJ1anoel Antunz'o Duarte de Azevedo.
N. 111.
Notli elo governo imperial li legaçâo brz'tannica.
)
30f.
N. 112.
Nota da legaçao porl11gt1eza ao governo impen'al.
Illm. e Exm. Sr.-Hontem, pelas sete horas da noite, co1J_1pareceu neste con-
sulado o commercianle portuguez Ricardo Marques . da Silva, socio da firma
Rodrigues & Marques, estabelecida á rua do Imperador, esquina do Vêr-o-peso,
trazendo ao µie.µ cot)h~piwen. ~p a inesperarla aggr.essão qµe· ~offreu em sr.u csta-
be.lecimento, por . parte dos individuos de q~e frata .ª representação, cuja cópia
lenho a honra de fazer chegar á presença de V. Ex. ,
O facto, publico e notorio corno é, foi presenciado por muitas pe~soas insus-
peitas e filhas do paiz, qur- felizmente ahi comparecendo e intervindo no momento
do cónfliclo conseguirão evitar consequencias mais lamentaveis, depois do feri-
mento de que foi victima este meu com.patriot& e elos estragos que soffreu em seu
. estabelecimento.
Em desempenho dos deveres ele meu cargo, venho igualmente representar a
V. Ex:, afim ele que se proceda ~1ão só contra os delinquentesi mas lambem
cpntra as praças de policia qqe ahi postadas, n~p proC\Hi:írão de t=.\1gunw sorte
evitar o co11flicto, e ao contr4~io coadjuv~rão os seu~ 1J.Utores) ao ponto de pre-
Lenclererp arri_\slar p~ra a rua o dito cotnmerciqnte~ .já depois de ter ' reçeb,~do uma
contusão na tcsl;:t. · ·
Soqpitat~~o, comq me curppre, proviclen,cias ele V. Ex.,. '1~P ~o.~.so deix~r de
ponderar que est;1 clesagrac\avel occurrencia é, coi;no ot1lras q1~~ H têçn sqçceclido,
o resuUado das inconven~entes doutrit~as apregoad~s ~elo perio~icq Tribuna ~onlra '
os rortuguez.es, e s9b,r~tµ?o contra a colpn'ª·aqµí e~isten,tp. Ao criter~o e il~u~tração
ele V. Ex. (l~O póde esçapar que wn jornal qqe consta11te~nente prQc~ra inocular
no espirita da população menos sensata: idéas subversivas e oqiosas, contra uma
nação que aliás vive nn. .mais inFria harmonia p ~streitas relações ~e a!lliza,cle com
o lmper\o, deve forç_osamei;ite prqc'u~ir no seu ani~o impressões çlPsfavoraveis em
r~laçã,o aos subditos e legitimos inte1·esses desse paiz, ·e cujos resultados não deixaráõ
303
de ser mais ou menos funestos, apezar da vigilancia ela autoridade e dos merns âe
que possa lançar mão no momento do confliclo.
Apoiando perante V. Ex. o reclamo daquel'Ic meu compatriota, conslanlc d'e
sua representaÇão, não 0bstanté constar-me que os in'digitados aggressores j'á se
achão presos e em averiguação, permitla V. Ex. que chame a sua attenção· para
ludo quanto acabo de expôr, e especialmente em ordem .a assegurar o bem-
estar dos subditos de minha nação, aqui residentes, os quaes -cunfiados na soli'-
citude e rectidão de V. Ex., na qualid.ade de digno d'elegarfo elo governo' im'pc-
rial, e na protecção das leis do paiz esperão que V. Ex. providenciara como
julgar conveniente a respeiío das publicações do periodico . al~udido.
Heifero a V. Ex .. os meus protestos de eslima e consid'eração.
Deos guarde a V. Ex.
lllm. e Exm. Sr. Dr. Domingos José da Cunha Junior, digníssimo preside~~te ·
desta provincia.
JoAQ UIM BAPTISTA MonEmA,
Consul.
Illm. e Exm. Sr. - Ricardo Marques da Silva) socio da casa commercial Rodri-
s·ues & Marques, vem respeitosam Gnte, na qualidade de su6dilo portuguez, repre-
sentar a V. S. sobre o. inesperado ataq.ue que soffreu ·em sua pe:-soa . e proprie-
dade, hontem ás ti h0ras da tarcle, por um grupo de gente do povo desta cidatl~,
dentro de sna propria habitação, cuj.as cireumstancia S passa succintaménte a ex-pôr.
1
Um homem de côr parda·, cujo nome o exponente ignora, tendo vindo áq.uella
hora ao seu estabelecimento, subtrahio uma pequena ·lata com manteiga-, o qiue,
sendo observado por um elos caixeiros, motivou a exigencia desse objedo por
parte deste, e a recusa por part·e daq-uelle com as maiores injurias verbaes e dando
urna bofeta:da no mesmo caixeiro ; este então s.ahinclo fóra do balcão 19rocurou
dcsforçar-se; at•racárão-se e ofiendêrão-se mutuamente, ('ahindo ambos,e nisto ferio-se
na cabeça o aggressor. Os otitros caixeiros conseguirão separar os contendores, e
ui11a de duas praças ele policia, que só então apparecêrão, acompanhou o pri -
·mciro ci presença do Sr. subdelegado do 1º distri.clo. Assim parecia estar ter- ·
minada esta questão, aguardada a acção ulterior .e possível por parte da policia.
Infelizmente assim não aconteceu, porque meia hora dep-ois, voltou o mesmo
aggressor armado de úrn p<í.o, acompanhado cl'e oufro hot'nem de côr piefa, os quaes
encabeçando uma multidão ele gente, invac!'io bruscamente o.estabelecim'e.ó'to do
exponente pronunciando as maiores injurias e ameaçando assassinar o exponente
e as pessoas de ·sua casa. Então estas forão obrigadas a oppôr energia defensiva
.contra essa· multidão que parecia quere-los devorar. Sendo 1rnsla occasião o
304
exponente atacado pelos dous .individuos acima indicados, um delles armado, armado
com um canivete, pôde evitar o golpe, segurando ambos os braços deste ultimo
· aggressor, e chamando por uma das praças de policia para se · apoderar do
mesmo aggressor ; então . recebeu uma pancada na cabeça corn uma aduela
de barrica, dado pelo companheiro do aggressor, . emquanto ao referido appcllo
do exponente as duas praças de policia approximárão-se, não ·para prender os
deliquentes, mas para baterem com os rcfes. no exponente, diligenciando arrasta-lo
para fóra da casa,· onde mais de duzentos homens do povo clama vão, exigindo
o assassínio do exponente. Este conheceu o immenso risco que corria a su& vida ,
e com grande esforço conseguio não ser exposto ào furor da muliidão.
Ao apparecirnentt) ele outras qtiatro praças de policia coadjuvadas por ·muitos
cidadãos presentes, se deve a prisão ~lo primeiro dos aggressores, evadindo-se os
outros.
lllm. Sr. -As duas praças de policia em principio referidas, portárão-se de
uma maneira indigna de homens a quem csli-í corifiada a tranquillidade ·publica.
Além do facto inqualificavel (e que V. S. ·não deixani de notar) de vollarem com o
aggressor e o acompanharem até dentro da casa · do exponente, accresce o facto
revoltante de quererem arrastar este para a rna onde seria _victima da populaça ;
isto dá a evidencia de que esses dous agentes da segurança publica . e particular,
tornárão-se agentes da desordem, patrocinando os aggressores.
A. vista do exposto o exponente espera que V. S. providencie a respeito contra a
offcnsa soffrida pelo exponente que protesta peran le V. S. pelos insult0s r1ue physi-
camenle recebeu, e pelos prejuízos que soffreu em sua r1rnpriedade.
O exponente apresenta os nomes dos seguintes cidadãos, que presenciárão os
factos mencionados :-Um filho do Sr. commendador Alvaro Pinto de Pontes e Souza,
que é empregado na companhia fluvial do Alto-Amazonas, Bento .José da Si.lva San los,
Feliciano de Souza e Azevedo, major Januario Prudencio da Cunha, Manoel Ferreira
Pinheiro, Affonso José Hodrigues, Odorico de Souza e Azevedo, Antonio Raymundo
Furtado, Antonio José de . Lima, Manoel Baptista Bittencourt, Manoel Antonio da
Silva, Julião Alves da Costa, capataz da companhia de pretos, .Antonio Neves,
capataz de outra companhia, .João Domingos Rodrigues, Antonio Alves lVIerca, Luiz
Martins. de Albuquerque, .José Joaquim de Oliveira, Gervasio José Cerclcira, João
Pedro (cai~ciro), .José Joaquim .Nunes ela Silva, Luiz Teixeira de Mesquita, Manoel ·
Domingos dos Santos, José Alexandre Martins Ribeiro, Gregorio Antonio de Si-
. queira Pinto, Arlf.onio Lourenço Dias e Francisco H.odrigues Pereira.
Deos guarde a V. S.
lllm. Sr. Dr. .Joaquim Baplista )\foreira; clignissimo co nsul ele Sua Magcslade
Fidelissima no Pará. -- Pará, 27 de Agosto de 187:l
N. 113.
Nota do governo imperial ri legação portuguezo..
E. 1 39
306
N. 114.
Notá do governo imperial á legação portugueza.
Sou igualmente informado que o consul de Portugal alli deu·-se por satisfeito com
estas medidas; e . assim, espero que a legação de Sua Magestade Ficlelissima nesta
côrte ve;á lambem nellas mais urna prova do quanto o governo imperial tem a peito a
conservação das boas relações existentes entre os dous paizes irmãos.
Reitero a S. Ex. o Sr. conselheiro Carvalho e Vasconcellos as segurdnças da minha
alta consideração.·
A S. Ex. o Sr. conselheiro Mathias de Carvalho e Vasconcellos.
VISCONDE DE CARAVELLAS.
N. 115.
Officio do chefe de polz'cia do Pau[ ao presidente da provúicia.
lllrn. e Exm. Sr.-Hontem <is cinco horas da tarde deu-se um conflicto no-Vêr-
o-peso - entre o pardo Geminiano . Francisco de Araujo , e os porluguezes Ricardo
Marques da Silva e seu filho José Marques da Silva, proprietario e caixeiro de uma
mercearia á rua do . Imperador canto da travessa da Companhia, de cujo conflicto
resultou ô ferimento do dito Gemeniano e do portuguez Ricardo . Este conflicto
proveio de que tendo Gemeniano furtado da mercearia uma lata de .manteiga, o
caixeiro, querendo toma-Ia, travou-se de i;ar.ões com elle e forão a vias de facto; _
ferido Gemeniano . por uma cac.etada que o dito caixeiro lhe déra na cabeça com
uma tranca da . porta, foi conduzido á presença do subdP.legado elo 1º clistricto por
uma praça do corpo de policia, deixando de fazer eftecliva .a prisão do oflensor,
como era do seu dever; o subdelegado depois de ouvi-lo enviou ü ferido ao
Dr. Uchôa medico, para fazer. o competente exame no ferimento.
O offendido, porém, da casa do medico, voltou ao Jogar do confliclo acompa-
nhado de outros, e travando nova questão com o dono da mercearia, foi e.ste ferido
na cabeça púr uma cacetada que lhe deu um preto cujo nom e s.e ignora, e que
depois evadio-se.
Sendo esse logar de grande concurrencia de povo, reunio-se este eir1 grande
massa, e alguns gritos de -morra- forão ouvidos, que dizem ter sido proferidos
por uma praça do batalhão 11 de infantaria , cujo nome se ignora, e isto produzio
grande alarma e confusão, e incutio algum t8rror no animo dos portoguezes esta- ·
belecidos nessa travessa com casas de cornmercio. Logo que fui prevenido dessa
occurrencia . transportei-me
•
ao
Jogar elo confliçto acompanhado do major delegad Q
' ,J,
308
N. 116.
Nota do governo imperial á legação portugueza.
VJSCONDE DE CAR°AVELLAS.
N.117.
Nota da legação portugueza ao ,governo imperial.
lllm. e Exm. Sr. -As noticias telegraphicas do Pará, hoje publicadas pela im-
prensa diaria, são .certamente conhecidas do g·overno imperial.
Cumpre-me aguardar o perfeito esclarecimento dos factos occorridos; mas a
natureza de tão in:Solitos quanto horrorosos acontecimentos, apezar da fórma e modo
de transmissão daquellas noti'cias, habilita-me desde já a reclamar do governo im-
perial as mais promptas providencias.
Aproveito a opportunidade para reiterar a \'. : Ex. os protestos da minha mais
alta consideração e particular estima.
A S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas.
N. 118.
Nota do governo imperial á legação port-iigueza.
V lSCONDE DE CARAVELLAS.
N. 119.
1
.\
~ .
.. ··~ ..
312
N. 120.
Nota do governo imperial á.legaçào portugueza.
N. 121.
Aviso do ministerio dos negocios da justiça a que se refere o nota supm.
Illm. e Exm. Sr. -Em additamento ao aviso reservado cie 29 de Setembro ulti- .
mo, passo ás mãos de V. Ex. não ·só o Diario Otficial em que ·se achão publi-
cados os officios dirigidos a este ministerio pelo presidente ·da província do Pará,
em datas do 1º, 7 e 8 do corrente, e as informações do respectivÓ chefe de
. 1
de 1874:.
Jllm. e·Exrn. Sr. - Pelo vapor A1°uan, que acaba de entrar no porto recebi com-
municaçôes do Dr. chefe de policia, datadas de Affuá, de 27 de Outubro findo, rela·•
livas ao assassinato cni .Jurupary, dos subditos portuguezes Zeferino Manoel Perei ra
· de Araujo e Manoel José Hodrígues , que apresso-me em transmitti - la~ a V. Ex.
Como já scientifiquef a V. Ex. por · telegrammas, apenas tive conhecimento de tão
l~menlavel altentado, seguido de roubo , que teve Jogar na ilha de J urupary, perten-
..,,
cente ao rnunicipio de Chaves, da comarca de Marajó, na ·noite de 6 para 7 de Se-
lerpbro , expedi ordem ao Dr. chefe de polícia para dirigir-se á referida localid ade
afim de procederá formação da culpa e prisão dos delinquentes, nos termos do
art. :12, do dec~e.to n. ·4824 de 22 de Novembro de 1871 , pondo á sua disposição para
essa diligencia o vapor Pard, de propriedade da provincia , e uma força de doze
praças ;do corpo de policia, sob o c0rnmando de um oílicial, e recommendando ás
autoridades locaes que lhe prestassem todo o auxilio el e que carecesse para o bom
exilo da commissão.
'l
E co.mo me merece inteira confiança aquell c magistrado, lam bem dei-lhe, rese r--
vaclamenle, ínslrncções e poderes, de que deverá usar no caso de serem nccessa-
rias outras medidas a .bem da segurança e tranquilliclade publica.
\
Alli chega,ndo; ençontrou o dito chefe ele policia já presos os dous principaes
1 ,· 1 • ·' • . . •
criminosos, Jos1-~ Çalandro e Severo,. que tinhüo sido rem etticlos para Ch aves, parn
onde fez elle seguir quatro praças para reforçar o destac;Ú11 cnto ela villa, prose-
guindo ~10 encalço ,do co-réO Am erico, qu e internando-se nas ilhas ccrnseguio burlar
por algum tempo a acção da auloridadc , mas que alinal fôr a capturado no dia 27 .
No.Bailique, 3° dislricto de Macapá, e depois ele ler percorrido diversas .ilhas f'cz
o chefe 'de policia pousada na qne se deno mi na- dos Porquin hos- , e onde morão
as familias dos assassinos, e ahi dando m.inu cíosas buscas conscguio descobrir occulla
em lres car;as; e no 111ato vizinho, a maior parle do roubo feito aos a ssassinados, cal-
éula~1do-se o seu valor em dous contos de réis, pouco mai s ou menos. As familias
dos crimino5os confessêirão o facto, que de ha muito eslava premeditado, e ainda
restituirão mu.itos objectos.
Tambem estavã.o presos mais lrcs complices , e o chefe de policia Ecguio na noite
do mencionado dia para Chaves, afim de instaurar o processo, co n'tando e~ tar de
volla brevemente, lrazendo os réos para mais seg"Lli·an ça, ou deixand o-os g-uardado s
pela força de policia . •
Mais tarde). portanto, compl etarei essas infonn açôes com as que ofü cia lrn entc apre-
sentar-me aquelle magistrado, qu e, desde já devo dizer a\!. Ex . , lern dese mpenhado
E. I /j 0
3U
cÍe Macapá, como tambem dilig~nciar com artividade a prisão do co-réo Americo
Valentim Barboza, que, distanciado de seus companheiros, podia fazer-me provei-
tosas revelações, relativas ao attentado sujeito ás minhas investigações.
Em similhante intento percorri muitas ilhas no encalço do mesmo criminoso,
expondo-me a todos os incommodos, arriscando-me até a provaveis inconvenientes,
que facilmente poderião dimanar da . navegação feita em um vapor pouco proprio
para em prezas identicas, não obstante a mutua ·confiança .que tenha na pencia e
criterio do digno commandante Mar.10el Joaquim ·Ribeiro, e a qúem tanto devo o
resultado Hsongeiro obtido em minha difficil comrnissão.
Quando já principiava a descrer do feliz exito de meus esforçosi cheguei a ter
certeza de que o roubo eslava escondido na ilha de Porquinhos , onde o predito
criminoso se achava hom.isiado sob a protecção de Manoel Ricardo de Faria e de
Bertholdo José Florindo.
Inquirindo varias pessoas, os seus depoimenlos autorisárã.o-me .a proceder a uma
busca criteriosa nas casas daquelles dous individuas, e de Severo e1iconlrando
nellas enterrados e óccultos no mato vizinho varios objeclos roubados como algum
dinheiro em uma carteira com visiveis manchas de sangue,joia, borrácha, farinha ,
· miudezas, etc., o que fiz recolher a bordo do vapor depois de fazer um arrolamento
circumstanciado de tudo.
A familia dos criminosos, vendo por esta fórma descoberto o crime, não he-
sitou em denunciar a existencia de oulros object.os escondidos em gránde distancia
no Igarapé-Chato, e alli effectivarnente encontrei ainda treze garrafões de bebidas,
tres caixas de genebra, restos de fazendas, camisas, etc., ohjectos estes que ha dous
dias Americo, Manoel Bicardo e Pedro Augusto Cardozo havião transferido para
aquelle' escondrijo.
•li.•'
...•
,
3'16
/
/
31'7
I
comprrhcndc ·que -para ser adepta da propaganda ·do pcrioclico Tribuna deve expôr-se !
3f 8
a similhantes ,desatinos com relação não só aos porluguezes, como aos proprios na-
cionaes que .com ellrs entretêm relações mais affectuosas.
A ordem publica, porém, ficouTeslabelecida, os animos se tranq~illisárão, a lei foi
desaggravada e·a justiça triumphou com as providencias que se tomárão.
Concluindo a preset?te exposiçiio permitta V. Ex. que faça menção honrosa do~
nomes do tenente Constancio Antonio da Silva; do amanuense desta secretaria Carlos
de Castro e Figueiredo e do subdelegado do 2° dislricto do Affuá Dionísio Cardozo da
Fonseca, os quaes se tornárão superiores a·qualquer elogio pelos bons se~viços que
preslárão sempre com inteira solicitude e louvavel dedicação á (;ausa publica.
É ~ais ou menos o que lenho de informar concernente á commissão de quo V. Rx.
incumbio-me.
Tenho a consciencia tranqu ilia de que empreguei lodos os esforços para hem
cumprir meu dever é corresponder. á honrosa confiança com que V. .Ex. distin-
gu10-me .
.Deos guarde a V. Ex.-.lllm. e Exm. Sr. Dr. Pedro Vicente de Azevedo, digno pre-
sidente da provincia:-o chefe de policia.-Sam:uel F. de Souza .Uchôa.-Confere .
-Pelo official maior, o chefe de secção.-Lourenço Rocf?oigo Fer1°eira.
Cópia.-Vistos e examinados os autos, etc. Delles consta: 1º, que na noite do
dia 6 de Setembro ultimo forão barbaramente assassinados a punhaladas na ilha de
Jurupary, deste termo, os infelizes negociantes portuguezes Zeferino Manoel Pe-
reira de Araujo e José Antonio Pereira ·Rodrigues, alli residentes com estabe·
lecimento commercial) no qual erão associados; 2º, que perpetrados os homi-
. cidios, os seus crueis executores em acto .seguido roubárão aquelle estabelecimento,
em dinheiro, joias, fazendas~ borracha, farinha, ferragens e . varias miudezas, ele .
Considerando que a p testemunha do inqueri lo policial a fls. 38 V' e
a 5ª do
summario ·a fl. 61·, ás 3 horas da tarde do , predito dia 6 de Setembro, virão no
Jurupary os réos Severo Antonio de Faria e Americo Valentim Barbosa, que dizião ·
ser de Marajó, procurando assim tornar ignoradas suas .residencias, que erão, a do
primeiro, na ilha dos Porquinhos, do termo ele Macapá, como se vê elo interroga-
torio a fl. 56 v., e a do segundo no Affuá, como lambem declarou no interroga-
torio a fl . 68 v. ;
Considerando que o facto dos mesmos réos negarem suas residencias já ma-
nifestava por si o intuito de praticarem um crime, e antecipadarriente se precaviãó
para difficulta~' a perseguição acertada da autoriclade local;
Considerando que as testemunhas do ·inqueri lo policial a fls. 40 e 42 prcsen-
ciárão o commettimento dos mencionados homicídios, sendo seus desalmados autores
os dóus preclilos réos e seu companheiro Jo8é Antonio ele Magalhães, por alcunha
Calandro;
. Considerando que na ilha dos ·Porquinhos, em CêUlêl . do réo Severo Antonio de
Faria, com quem residia o co~réo José Antonio de Magalhães segundo sua decla-
ração a fl, 37 forão encontrados muitos objectos enterrados e occultos no rnato
319
1 vizinho á mesma casa, tendo c1lguns a letra -Z- de que usavão os assassinados
para marca de sua casa commercial;
Considerando ainda que varios objectos tinhão escripta a palavra -Jurupary-
como tudo se vê do auto de busca a f1. 23 usque 25 ;
. Considerando que dos autos de perguntas de fls. 12 usque 19, procedidos aos .
vizinhos e a varias pessoas da familia do réo Severo, se vê que elle e seus compa-:-
nheiros Americo e José, logo depoís dos crimes praticados no J urupary chegárão
á casa do primeir.o em uma canôa de José Coelho, carregada com varias merca-
dori'as (muitas das que forão alli apprehendidas) e descarregada a canôa em casa
de Severo alli se <lerão tiros de conten'tamento, solteirão-se foguetes e rcsou-se uma
làdainha rendendo graças á Providencia pelo bom exilo que tiverão na empreza
criminosa de ·que havião regressado; .
Çonsiderando que . em vista da prova material do roubo encontrado na propria
casa dos réos"elles confessárão com todas ·as preditas minudencias os crimes degra-
dantes que com tanta pt~rversidade commetlêrão, como se vê dos intem~gatorios
a elles feitos, e constantes destes autos;
Consid~rando que a confissão dos réos, sendo como foi espontanea, sem con-
strangimento algum, clara e de harmonia com o mais constante dos autos, prova o
delicto nos termos do êirt. 94 do cocligo do processo criminal, Pimenta Bueno,
processo criminal, pag. 144, etc.;
Considerando que .embora o réo José Antonio de Magalhães, em seu interroga-
!orio q fl. 67 declare que à causa pri mordia! dos crimes foi a exaltação do espirilo
de nacionalidade, motivada por nns versos insultuosos publicados no periodico
Trz'buna, llOS quaes os portuguezes ameaçavão os brnzileiros de chumbo, polrora;
verg·alho) etc. como tudo dos autos bem se verifica que os hornicidios forão pra- ·
licados apenas com o fim de roubar e que este degradante senfünento foi o unico
que presidio o crime, o 9ue aliás o proprio réo José Magalhães tambem declarou
no auto d~ .perguntas a elle feito a fl. 37 v. ;
Considerando, portanto, que para verificação do roubo foi que se comrnettêrão
os homi.cidios, é fóra de duvida que os tres mencionados réos praticárão o crime
previsto no art . .27'1 do cocligo CÍ'iminal.
Considerando ainda que o réo Bertholdo José Flor.indo linha occultos em sua
casa e no mato vizinho a clla varias objectos roubados, corno se vê do auto
de busca a fl. 23, não ignorando que forão obtidos criminosamente, tanto que os
escondeu, manifestando por esta fórma sua m<í fé e complicidade em um deliclo
tão grnve ;
Considerando que o mesmo réo Berlholdo confessa cm se11 interrogatorio a íl. 71,
e auto de perguntas a fl. 20, corroborado pela declaração de sua mulher a fl; 18,
que alguns daquelles objectos lhe forão offerecidos por Americo, e outros eUe os
entregou para guardar, pedindo-lhe que não descobrisse que elle havia commet~
lido . os cri1nes·
.
de · Jurupary, e nem que se achava occullo ou homisiaclo' na1 ilha
dos Porquinhos ;
·~20
lllm. e Exm. Sr. - Conforme a communicação official que recebi da camara mu-
nicipal de Vizeu, de accôrdo com a do subdelegado e a do juiz de paz em exercício,
consta gue naquella villa se espalhára a boato de 'que na noite de 6 de Setem~ro
um grupo de homens armados se apresentaria na povoação com o fim de aggredir
os portuguezes alli residentes, mas que tomando a policia as necessarias cautelas 1,1
nada succedêra. 1
1
N. 124.
Nota do governo imperial á legação portugueza.
VISCONDE DE CAR/\VELLAS.
N. 125.
Aviso do ministerio do~ negocios da justiça ao dos negocios estrangez'r~s .
'"-,
""'-,
·' \ Rio de Janeiro . - Ministerio dos negocios dajusliça, 4 de ~ovembr~ de 1874 .
2ª secção n •. 54. - Palacio do governo çlo Pará, 14· de Outubro de 187 4·.
lllm. e Exm. Sr. - Rectifico o meu officio de 8 do corrente, sob n. 53, sobre os
ultimos .acontecimentos da vilJa de Vizeu, . declarirndo a V. Ex. que, segundo poste-
riores informações, o portuguez Antonio Manoel Pereira não foi espancado, como se
me communicou, e sim desacatado por alg'.Lrns desaffectos.
Para melhor, entretanto, garantir a lei na dita localidade, além das providencias já
tomadas por mim e que levei ao conhecimento de V. ·Ex., resolvi mais, de accôrdo .
com o chefe de policia, nome.ar delegado de policia do termo o tenente do corpo poli- . ..
'. .
cial permanente Francisco Antoni-0 Nepomuceno, que já seguio para a mesma villa ,
onde assumirá tambem o commando do destacamento. Pelo offirio do Sr. consul de
Portugal, ~nnexo por cópia, verá V. Ex. que o representante de Sua Mageslade Fide-
lissima nesta capital não desconhece a promptidão e energia .com que tem sido
dadas todas as providencias que se fazem necessarias por parte das autoridades do paiz
para garantir a tranquillidade dos suhditos de sua nação.
Deos guarde a V. Ex.
Illm. e Exm. Sr. conselheiro Manoel Antonio IJuarté de Azevedo .
(l presiden f.e,
PEDRO VICENTE DE AZEVEDO • .
•'
·...
·1. ,t \•
226
Cópia da decisão proferida nos autos crimes de recurso ex-offiéio interposto pelo
Dr. chefe ~e policia , no sumrriario de culpa pelo crime de homicidio e roubo nas
pessoi:ls dos negociantes portuguezes Zeferino Manoel Pereira de Araujo P. José An-
1.onio Pereira Rodrigues, em que é autora a justiça publica por seu promotor e
réos Severo Antonio de Faria, José Antonio de Magalhães, Americo Valentim
Barhoza, Manoel Hicardo de Faria, Berlholdo .José Florindo, José Antonio Coelho
e Pedro Augúslo Card'ozo.
Vistos e ex~minados os presentes autos, ele. Tomando, como me compete, conhe-
cimento do recurso constante de folhas oi.Lenta, interposto ex-officio, nego pro-
vimento ao mesmo recurso, porque esl:í o despacho recorrido fundado nas confissões
espontaneas dos recorridos; coinciuindo com as circumslanci.as do facto criminoso ,
bem como nos depoimentos elas duas testemunhas ({e vista de folhas quarenta. a
quarenta e duas verso, que são contestes e dignas de credito; na,apprehensão dos
objeclos roubados aos offendidos, feita nas · ca$as dos recorridos ; informações a
que procedeu o juiz á quo ; no mais dos autos e disposições de diFeito com as
quaes me conforrrio. Portanto, 'assim julgando, mando que subsista o dito despacho
em todo o seu vigor e sigão-se os mais termos legaes, pagos pelos recorr.idos as custas
com excepção do que nã.o foi pronunciado pelo referido juiz e que por isso serão
as J'elativas a esse recorrido satisfeitas pela municipalidade. -Belém, 16 de Outubro
de 1874-. - illanoel Jansen F'erreirn. E nada ma.is se continha em a decisão de
que extrahi a_ presente cópia e a cujo original me reporto. Secretaria do tribunal
da relação de Belém, 16 de .Outubro de 1874.
Conforme.- O secretario, Antonio V . .Magno.
N. 126.
Nota do govqn w impe1·z'a l á legaçâo portugueza.
VISCONDE DE CARAVELLAS •
.N. 121.
Nota da legação portiigueza ao governo i'mperiaL.
Hlm. e Exm. Sr.-Em devido tempo recebi a nola que V. Ex. se servio dirigir·
me em data. de 31 de Outubro ultimo accusando a recep(;ão da minha de 26 cio
mesmo mei.
Prestei toda a allenção aos officios de 1, 7, 8, 14 e 16 de Outubro do presidenlc
do Pará ao ministcrio da justiça ~ relativos aos crimes comrnellidos em Jurnpary
e Vizeu contra subditos porluguczes, assim como ao aviso que o rnesmo rninis-
terio expedio ao presidente .em 22 de Outubro, documentos que as notas de V. Ex ,
ele 29 de Outubro e 5 de Novembro liverão por fim communicar-rne.
Na mencionada ~1Qta _de 31 de Oulubru diz·me V. Ex. que, á vi sta das Ol'dcns
contidas no citado aviso, dever·ei eu continuar na persuasão de que o governo im-
perial, e.nvida, todos os esforços para co1isegui.r não só que sejão castigados os cul-
pados como que se torne plenamente garantida a segurança de vida e de pro-
pri~dade dos subditos portuguezes residentes naquella província. Passando. V. Ex.
a respoQder ao a.ssumpto principal daquella minha nota, declara-rrie que o governo
ünperial tem tomado na mais séria consideração o pessimo procedi~ent~ do pei'iodico
Tribuna; que reconhece quanto os excessos desse orgão da imprensa provincial
podern .promover e acoroçoar outros attenkldos siinilhantes aos que já temos de la-
mentar ; que os reprova altamentt~, e não descuidará de empregar todos os meios
. leg~es de fazer cessar o mal ; ·que neste intuito já tinha comm~nicado. ao mi-
nisterio da justiça a minha' nota, pedirido-lbe que adoptasse as. ·providencias que o
caso requer e que entrão n·a . alçada daquella repartição ; e termina V. Ex. por
me assegurar que ine daria conhecimento da decisão que fosse tomada pelo ~ito
ministerio.
Ení presença destas declarações aguárdavc1.. as medidas que fossem adoptadas para
a punição de todos os criminosos, cessando por este modo a causa que tem pro-
movido e acoroçoado taes attentados e que si permanecer poderá produzir outros
similhantes.
Recebendo a nota de V. Ex. de 11 do corrente, perfeitamente convencido das
rectas intenções do governo imperial, não posso comtudo ficar tranquillo quanto á
segurança de vida e de propriedade dos subditos portug~ezes residentes na província
do Pará, em vista da decisão dada pelo ministerio da justiça, relativamente ao
periodico T1·ibuna.
É certo que as ~ autoridades · da provirtcia têm praticado .os actos necessarios
para a punição dos executores dos crimes de Jurupary ; Ilias a prevenção de novos
delictos não póde ser julgada satisfeita emquanto o seu elemento principal estiver
subsistente.
. 1
tado po~ alguns desaffectos. ·As offensas physicas de gue 'fõi victima Francisco
José de Freitas achão-se no respectivo corpo de delicto classificadas como graves,
E. l 62
330
conforme a.' participação que a tal respeito Tecebi do consul de Portugal no Pará. A
este mesmo funccionario tem-se dirigido sul:Íditos portuguezes, residentes em diffe.
rentes localidades da província, declarando-se. ameaçados em sua segurança rn-
dividuaL
O estado de pedurbação de que se resentem as transacções commerciaes e que
bem se. ma~ifesta no movimento da praça do Pará, são ·ainda provas dos males cau-
sados pela Tribuna~
Expondo a V. Ex. estas considerações vou remetter promptamente a su.a nota de
11 do corrente ao governo de Sua Mageslade.
Aproveito a opportunida~e p.ara reiterar a y. Ex:. os protestos da minha mais alta
cO'nsideração e muito profunda estima.
A S. Ex. o Sr. conselheiro Visconde de Caravellas.
r
·N. 128.
Nota do governo imperial d legação. portugueza.
Tenho . a honra de accusar a recepção da ·nota , que S. Ex. o Sr. conselheiro Ma-
thias d~ Carvalho e Vasconcellos, enviado extraordinario e min,istro plenipotenciario
de Sua ·Magestade Fidelíssima, passou-me em 31 de Dezembro proximo findo cha-
mando minha attenção para o facto , que lhe commuriicou. o consnl de Portugal no
Pará, de ter sido o seu nacional Antonio Marinho da Maia espancado no dia t3
daquelle mez por um soldado do '1 ·l º batalhão ele infantaria.
Nesta data dou conhecimento do occorrido ao ministerio da guerra , que, estou
certo 1 procederá como o caso exige.
Reitero a S. Ex
. . o Sr. conselheiFo
. Carvalho e Vasconcellos
. os pro lestos da minha
alta consideração .
A S. Ex. o Sr. conselheiro Mathias de Carva~ho e VasconceUos.
VISCONDE DE CARAVELLAS.
331
V1scoNDE DE CARAVELLAS.
N~ 130.
Nota do governo ünpen'al á leg0ção po1°tugueza.
lllm. e Exm. Sr.-Em additamento ao aviso que dirigi a V. Ex. em 7 fle Ja-
neiro ultimo, relativamente ao facto de haver um soldado elo 11 º . batalhão de in-
fa1~laria espanc.ado no dia 13 de Dezembro do anno findo o portuguez Antonio
Màrinho da Maia passo ás mãos de V . .-Ex . cópias das informações i)restadas a
similhanle respeito pela presidencia da prqvincia do Pará, das quaes consta que
o refe~ido soldado, sendo processado, foi posto em liberdade no dia 4 de Março
proximo passado, por haver sido absolvido pelo tribunal do jury du termo da ca-
pital da dila província.
Deos guarde a V. Ex.
A S. Ex. ·o Sr. Visconde de Caravellas . .
Joi\o .JosÉ DE ÓLIVETRA JUNQUEIRA.
333
.
E~tados-Unidos da America. - Reclama~ão do bri[UB Garoline )) . Restitui~ão da quantia pa[a
e<
em 1_867 ao . [overno americano.
N. 131.
Nota do governo americano á legação únperi'al.
Deveis saber que a restituição ao Brazil da quantia paga ao ministro dos Estados-
Unidos no Rio de Janeiro no dia 30 de Setembro de 1867, com ires letras sobre
Londres a vencerem-se no dia 1" de Janeiro de 1868, corno indemnisação no
caso do brigue Caroline, tem sido muitas vezes objec_to de conversação entre o
represm1tante do Imperador em Washington e o secretario de Estado.
Tenho agora a honra de vos inforn1ar que o presidente, depois de accurado
examP- do assumpto, cheg'ou á conclusão que o . governo do Brazil não é coni
justiça responsavel pelos damnos do raso.
Parece-me que o governo de Sua Magestade ·o Imperador do Br[lzil é da mesma
opinião a este re$pcito.
334
N. 132.
Nota ela legação imperial ao govenw americano.
N. 133.
Nota do ,qo'Qerno amer.icano e{ legaçâà impenál.
Senhor ..-Tenho a honra ele enviar-lhe um ITJaÇO sellacln, que lhe P, dirigido e
foi recebido nesta repartição da parte do Sr. Partridge, ministro dos Estaclos·Unidos
no B.io de Janei1·0, Diz aquelle se.nhor no seu ofücio 1foerca. do assumpto que o maço
foi-lhe .entregue pelo ministro dos negocios ·estrangeiros do füazil, com o pedido
de vo-lo en;viar. Ficar-lhe-h.ei agradecido si me accusar a recepção desta nota.
Aproveito a occasião para renovar-lhe a segurança ele minha muito alta consi-
deração. ·
Ao Sr. conselheiro Antonio Pedro de Carvalho Borges.
HAMILTON FrsH .
336
N. 134.
Nota da legação imperial em Washington ao governo dos Estados~Unzdos.
MEMORANDUM.
Em sessão da çamara dos H. H. representantes dos Estados-Unidos no dia f 6 de
:Ma.i.o de 1874, quando se tratou do procedimento do Sr. general James \Vatson \Vebb
ácerca .da reclamação Carolíne, declarou-se que o mesmo general recebêra do go-
verno imperial por aquella ·reclamação a quantia dei 14.252 em tres retras sobre
Londres sendo estas dos valores dei 5,000, i 5,900 e i 3,3o2.
Nessa mesma occasião ficárãQ lambem conhecidos os destinos da Ie.tr.a de ;f, 5.000
remetlida pelo Sr: Webb ao departamento de Estado ern Washington, e dei 5.,900,
endossada pelo mesmo Sr. Webb a seus banqueiros em Londres, os Srs. Barinp:
Brothers & C.
·' · Quanto á letra de ;f, 3, 352 fez-se menção de que eUa havia sido 'descontada no
Rio de Janeiro e que provavelmente seÍ1 producto fora alli distribuído.
Com effeito a letra apparece endossada aos ~rs. Mauá & C., banqueiros no Rio
de Janeiro. O governo imperial desejandq ter esclarecimentos sobre o destino
dessa letra pedio informações aos Srs. Mauá & C., e o Sr. Visconde de Mauá, chefe .
dessa firma commercial, declarou que o Sr. general Webb no dia 30 de Setembro
de 1867, data dás tres letras recebidas elo governo imperial , fôra ao escriptorio ~os
mesmos Sr.s. l\fauá & C. e que fizera a transacção de obter. uma letra dei 3,284, 19. 3
a cinco dias de vista sobre a mesma firma de Londres em troca da letra ele i 3,.352
que acabava de receber dó governo imperial e que era a 90 dias de ·vista; tendo
sido descontada a importancia de 85 dias de ' juros.
Para completar a informação o Sr. Vísconde de Mauá mandou vir de Londres para
o Rio de Janeiro e apresentou ao governo imperial a letra original dei 3,284 .19.3.
· Es ta letra está endossada ·pelo Sr . Webb aos seus banqueiros em Londres, os Srs.
Baring Br~olhers & C. que recebêrão o producto respectivo.
Fica assim demonstrado e provado que · o Sr. general Webb recebeu. . e dispôz,
segundo lhe pareceu, não só da letra de :f, õ, 900 como da de i 3,352, sem ter dei-
xado, como pretende, em poder de pessoas · do Rio de Janeiro, o excedente das
.;f ~,000 que enviou ao seu governo como satisfação da reclamação Caroline.
N. 135 .
. Nota do governo norte-amerü:ano á legação imperial.
i ºde Outubro de 1867, assignado por James \Vatson Webb e dirigido ao minislro
dos negocios estrangeiros do Brazil, rf.cibo r.elalivo a letras sobre Londres -pela
quan~ia de i '14,25:2, em pagamento da reclamação Caroh'ne. Tambem me dirigis
separado um memorundom sobre este assumpto' e offereceis o uso das .letras de
cambio, si fôr.em necessarias. A sua cornmunicação é muito aceilavel. O offe-
1~ecimento que ella contém e o pedido de devolvimento do recibo do Sr. Webb ,
quando não fôr preciso; serão tidos em lembrança.
Agora incluo cópia, devidamente legalisada, do recibo, que aéompanhou a sua
nota, e aproveito esta occasião, senhor, para renovar:.lhe a segurança de minha mui
alta consideração. ·
Ao Sr. conselheiro Antonio Pedro de Carvalho Borges.
H AMILTON F1sH .
N. 136.
Nota do governo americano á legação irnpen'al.
Senhor. - Referindo-m e êi nota de 26 ·ulti mo, em que ' offerecestes~ para. uso
· desta reparti ção, os originaes das letras sobre Londres pela quantia de .;€ 14- ,252
pagas por conta da reclamação Caroline, tenho a honra de dizer-vos que, si ti-
verdes a bond ade de enviar essas letras á reparti ção, ellas vos serão restituid as
opporlunamente e que, ·ao recebê-las, terei a satisfação de vos fornecer cópias
a ulhenticadas.
Aceitai, senhor, a reiterada segurança da minha muito alta consideração.
Ao Sr. conselheiro Antonio Pedro de Carvalho Borges.
HAMILTON · F1sH.
N. 137.
Nota da legação imperial ao governo amerz'cano.
Legação do Brazil nos Estaílos-Unidos.-Washington, 6 de Março ·de 1875.
Sr. secretario de Estado.-Tive a honra de receber hoje a nota que V. Ex. me·
.dirigio em 4 do ' corrente rnez, e, satisfazendo a requisição que ella contém, ponh()
em mãos de V. Ex.·as letras originaes, sobre Londres, no valor de quatorze mi l
./
1
339
dusentas e cincoenta e duas libras esterlinas (i 14,252), que o Sr. general James
vVatson Webb recebeu em pagamento da reclamação Cm·olz'ne.
Aproveito esta occasião para reiterar a V. Ex. as seguranças da minha mais
alta estiri:ia e consideraçã.o.
A S. Ex . o Sr. Hamilton Fish.
ANTONIO PEDRO DE CARVALHO BO RGE S.
N. 1_38.
Nota do governo americano á legação imperial.
Os Srs . :
José Pedro de Azevedo Peçanha. Director da ·l ª Scc~.~ão.
João Carneiro do Amaral, Director da 3" Secção.
Dit•ecto1· ge1•ad.
lHRECTOR l NTERlNO.
DTRECTOB.
DIRECTOR.
Continuos.
Co1•1•eio~ .
Secretaria d'l~s tado dos negocios eslrange iros, em '.26 de Abril fle 187ti.
N.· 2.
·Quadro do corpo diplomafico hrazileiro.
· A111e1•ica.
nOLIVTA.
Os Srs.:
Leonel i\'l-artinia no de AIene.ar, ministro residente.
Anl.onio Joaquim . Ribas, addido de 1ª classe.
CHILE .
EQUADOR.
REPUilfJCA ARGENTrNA.
-- ô -
nm>UBUCA no PAl\AGUA.Y.
AUSTRIA~HUNGRIA.
UEI~GICA.
FRA.NÇA.
-7-
'. l.JU,AN-lHlETANHA.
~A.NTA. SÉ .
UO LI VIA .
Os Srs.:
D. Marianno Reyes Cardona , enviado extraordinari o e ministro plenipotenciário.
(Ausente.)
D. Sabino Capriles, secretario . (A usente. )
D; Cesar Heyes Orliz, addi<lo, (Ausenle. )
E STADp S-UNIDO S .
UEPUULI CA AltGENTINA.
RE PUllLICA DÓ CHILE .
HEPUB:LICA D O PERU' .
Etn•opa.
AUSTRIA - HUNGRCA.
JIEJ,GICA..
l''HANÇA .
GRAN-llRJ~TANHA.
IMPElUO ALLEMÃO.
PORTUGAL.
RUSSIA.
SAN'fA SE .
/l · ' ·
N. 4.
Qi.iatla•o tios empregados tlesta sec1•eta1•ia «l'Estatlo, comp1•ehe1ule1ulo
totlas as co111missões de que teem sitio incumbidos desde sua 1n•imeit•a
nomea~iio a~;é ao presente.
NOMEAÇÕES
DATAS DOS DROR,
NOMES REMOÇC'íES CATEGORIA!':
E PORTARIAS
ETC,
Di'rectM' gM·al.
Conselheiro Barão de Cabo Frio. . . , .. Nomeado . . Commissario arbitro da
commissão mixta bra-
zileira e ingleza em .
Sei·ra Leóa. . . . . 14 Outub. 1840
Exone1·ado . Da mesma commissão . . 14 .Junho lR42
Mandado. . Empregar com uma g1•a-
tificação na leg. impe-
rial em L911dres . . . . 3 Outuh . 1842
Nomeado. . Addido de 1ªclasse; ser-
viu como encarregado
ele uegoc10s de 15 ele
Março de 1850 a 1 ele
.Junho de 1851. . . . 17 Julho 1845
Promovido . Secret. ela dita legação .. 11 Nov. 1851
Removido. . » pa1·a Pariz .. ; . 14 Agosto 1854
Promovido . Encarregado de negocios
na Confed. Argentina
e E. de Buenos Ayres. 24 Fever. 1855
Removidb .. Repub. O. do Urug·uay. 26 Set. 1856
Promovido . Ministro resicl. na mesma
Republica . . . . . . 9 Dez. 1858
Acr. tamb. Republica do Paragua,y . 9 Dez. 1858
Finda . . . A missão especial . . . . 14 Fever. 1859
Removido •. Ministro residente para a
Belgica. . . . . . . . !) Fever. 1861
)) Director geral desta se-
cretaria d'Estado • . . 21 Março 1865
Nomeado . . Env. ext. e min. plen. em
missão espec. nas Rep.
Arg. e O. do Uruguay. 20 Dez. 1867
Dispensado . Da missão especial. .. , . 27 .Tanei1·0 1869
Di'?'ectM·es de secção,
Jos~ Pedro de Aieverlo Peçnnlrn, •. . Ncnieado. . Praticante da contadoria
da marinha . . 11 Set. 1830
» Amanuense da recebedo-
ria elo município . 13 Maio · 1837
Exonemlo • » 19 N ov. 1840
· Nomeado. . Ajudante do gtlarda-m6r
d'alfandega . . . , . 18 Agosto 1841
» Secretario do gov. da pro-
vincia do Maranhão, . 2 Junho 1842
» Secretario interprete da
insp. de sande do porto. 6 Dez. 1842
» 2° offic. ela sec. da faz, . 21 Junho 1851
- ·12 -
Cnntinua~ão dn quad1•0 n. 4.
NOMEAÇOES ·
DATAS DOS DECR.
NOMES REMOÇÕES CATEGORIAS
E PORTARIAS
ETC.
NOMEAÇÕES
DATAS DOS DEC.
NOMES REMOÇÕES CATEGORIAS
E PORTARIAS
ETC.
·:1') r'1,infJl.ro,ç
. . o(ji',ciaes.
.
NOMEAÇÕES
DATAS DOS DECR,
NOMES REMOÇÕES CATEGORIAS
E PORTARIAS
- - - - ----------
ETC.
------
Nomeado. . Addido á missão especial
no Rio da Prata e Para-
guay . . . . • . . . . 1;2 Outub. 1870
Dispensado • Addido á missão especial. 31 Março. 1871
Designado . Director int. da 2ª secção. 17 Nov . 1871
Dispensado . >> » » >> » 30 Abr. 1872
Designado >> » » l" » 21 Fever. 1873
>> >' » » 2ª » 9 Maio 1873
» » >> >> l ª >> 27 Nov. 1874
Tliomaz Angelo elo· Amaral. . . Nomeado . . 2º official. . 19 Fever . 1859
Promovidq . l 0 official . . 27 Nov. 1874
Luiz Pedro da Silva Rosa . . . • , , . . . Nomeado .. Addido a esta secretaria
d'Estado. . · 9 Agosto 1861
P1·omovido . Amanuense. . 30 Maio 1863
Serviu . . . No gabinete . de 1 Jan. a l2-de
Maio de 1865
N ameado. . Addiclo de 1ªclasse á mis-
são espMial nas Rep .
.Arg. e O. do Urug . . 20 Dez. 1867
» Secretario . . . . . . . 4 Julho 1868
Dispensado • Do exercício de secret, . 31 Dez. 1868
Promovido . 2° Official . . . . . . . 23 Abril 1870
Designado .. Director iut. da 2" secção. 1 Dez. 1872
Promovido . 1º Official . . . . . . . . . 5 Maio 1873
Dispensado. Directorint. da 2ª seeção. 9 » 1873
•'
8eg1tndos qffeâaes.
U'retlerico de Som.a Reis Carvalho. . Nomeado . . Addido a esta secretaria
d'Estado . 8 Fever. ] 8iíl
>> Praticante . . 30 Dez. 1852
Promovido . Arnanuense . . 17 Ou tu b. 1857
Nomeado. . » 19 Fever. 1859
Prom avido . 2° official. . . 16 Maio 1868
João Pinh eiro Guim1\l'ães . , . . . . • , . Nomeado .. Praticante desta secre-
taria d'Estado . . 8 Outuh. 1856
Promovido . A,manuense. . 26 Nov. 1857
>i 2° official • . 19 Fever. 1859
Feliciano .Tosé 1la Costa . . Nomeado. . Praticante . 1 Agosto 1857
Promovido . Amanuense. • 19 Fever. 1859
>> 2° official. . . . . 20 Maio 1868
Joiio G ermnno Vieira de Bar~o s. . Nomeado. . Addido a esta secretaria
rl'Estado .. . 12 Janeiro 1863
)) Praticante . 16 Maio 1868
Promovido Amauuense. . 29 Maio 1868
)) 2° official • . 3 Nov. 1871
Frederico Alfonso de Oar17a]ho, . Nomeado. . Addido a esta secretaria
d'E11tado. . . l4 Janeiro 1867
- 15 -
Contiuua~ão do quatb•o ·n . 4.
NOMEAÇÕES
DATAS DOS DEC.
NOMES REMOÇÕES CA'l'EGOHIAS
E POR'fARIAS
ETC.
..
N. 5.
1
NOMEAÇÕES
PAIZES EM QUE FO· DAT1\S
NOMES DOS E~IPREGAD08 REMOÇÕES CATEGORIAS
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.
.·.
- '17 -
·I
NCMEAÇÕ.l.IS 1 PAIZÉS EM QUE FO· DATAS
NOMES DOS EMPUEGADOS REMOÇÕES OATEGOIUAS RA.-O .'CREDITADOS
.
"' DOS DECRETOS
ETCJ. I. - -·- - - - ' - - - - - - - - - -
NOMEAÇÕES
L'AIZES EM QUE FO· DATAS
. NOMES DOS .EMPREGADOS REMOÇÕES UA.TEGOlUAS
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.
Conselheiro Visconde de
Pofto. Seguro • • , • N ameado.. Ad. de 111 cl. (Serv ." de
sec. Abril a Set.] 843) . Portugal 19 Maio· 1842
.Mandado • En:i uma eommissão es-
pecial á·Hespanha de
Março a .Nov. 1846.
Removido . Addido de 1ª classe. • Hespanha 4 Janeiro •1847 .
· Promovido. Secretario. (Serviu ·de
tine. de neg:. de 18 de
Jun. a ll Ag. 1847)· )) 8 .Junho 1847
Incumb. de Uma comm.issão nos ar-
chivos de ~esp., cujo
desemp. fo1 approv. e
louvado_ em despacho
res. ele 17 Fev. 1848.
Promovido. Encarreg. de negocios. )) 14 Nov, 1851
>> Ministro residente. Parag·uaj' 9 Dez. 1858
.Hernovido . » » Venezuela, Nova-
Granada e Equador 19 Janeiro 1861
)) )) Perú, Chile e Equad. 30 Maio 1863
)) )) )) Austria 22 Fever. 1868
Promovido. Env. ext. e min. plen. )) . 15 Abril 1871
-.- ..-
Conselheiro Fçlíppe José
Pereira LGa l. • . . • . ; Nomeado • Addido rle l 11 cl.' ser-
vindo de secretario.
(Serviu de encarr. de
negocios de 2 ·de No-
vembro de 1843 :'lté 4
. de Mar90 ele í845) . R. O. elo Un1gua.r 31 Maio llí43
Pron;iov1clo. Secretarw ~ . . . . ' . Estados-Unidos · 1 Fever: 1845
· (Serviu de encarr. de
· neg. de 9 de.Julho de
·1s47 a 19 de Marco
ele .1849). •
» Encarr. de negocios. Paraguay 29 Março 1852 -
Removido . » » Venezuela, Nova- .
Granada, e. Eqti.ad. 25 Outub. 1855
)) )) )) . Hespanha 7 Mai o. 1859
)) )) )) Chile . 20 . Nov. 18()1
)) )) )) Italiv, 13 Agosto ·1862
Promovido. Ministro residente. . Republ. Argentina 30 Maio 1863
» · Euv: extr. e min. plen. ·Venezuela · 15 Maio 1867
Rei:novido . >> ·» » » . Perú l;f Outub. 1869
)) )) . )) )) )) Paraguay 5 Agosto !874
. . __ ~OMEAÇÕES
1 PAIZES EM QUE . JU)· )..lAT AS
NOMES DOS EMPREGADOS REMOÇÕES (jA TEGOR! AS
RÃO ACREDITADOS DOS DEÔRETOS
ETC.
- - - - - --'--- - - -
Conselheiro A. P. de Car-
valho Borges , . Nomeado.. Addido de l" classe .. Paraguay 9 Nov. 1848
Removido . · >> » » (Ser-
viu de encarr. de neg . .
de 8 de Dez. 1853 s.
· . 31 de Jan. de 1854). R. O. do Uruguay 15 Junho 1852
Promovido. Secretario. . . . . . . . . . » 12 Jan. 1854
N. tainbem O. da Junta do C. P. » 30 Maio 1854
Exonerado. >> >> » » 29 Set. 1856
Removido. Secr. (Serviu de encar.
- de neg. de 1 Set.
1858 a 30ut. 1859). Estados-Unidos 31 Jan. 1857
Promovido· Enc:megndo deneg . . Ven., N. Gr. e Eq. 9 Maio : 1859
Removido.. » » Paraguay l 9 Jan. 186.1
Exonerado. E posto em disponib. . 8 Maio 1862
-- 20
NOMEACÕES\
PAIZES . EM QUE FORÃO 1 DATAS
NOMES DOS EMPREGADOS CATEGORIAS
REMOÇÕES \' ACREDITADOS no::; DECRETOS
ETC.
~~~--,...---..,~~~~~ ~-~~ ~~~~~~~~
·Oonfecler. Suissa
1
8 Nbv. · 1862
1
Pro movi do . l'Mi1iistrd.resÍdente. '. • Confeel. 'Arg·entina 5 Março 1864
. 'I)
Removid o . '>>. . , », , Paragljlay 4 Agosto 1864
·.. , ·
Posto '. . . E'1:1 .c o~m1s~ão ''. , . ' ~·1 · . Nes t a côrt e.' . . . . . . l' Abril 1865
Removido . 1Munstro residente. . 1 ~ Russ1r. 23 Junho 1866
Promovido. En v. extr. ~ 1:1i'n._p.len. Prnssia 12 Out.u b. 1867
~~·- 1
.. ,
• - ~~
ConselheiroBarãode Peuedo. Nomeado . Env .' ~xt1: .· em. plên. Estados-Unidos · 18 Nov. 1851
Remov ido . » >» >> » Gran-füetánha 1
4 Maio 1855
Enviado .. Em missão especial • . França , 6 Abl'il 1865
Exonerado. Env. extr. é m. 'plen. Gran-Bretanha 12 Out. 1867
Posto . . . Em disponibili'dade '. • ...... : .. . . . • . . . 4 N ov. 1868
\ · Nomeado .. Env. extr. e m. plen. · G\·an-Bretanha · 5 Abril 1873
' » Enc. de uma 'mis.''esp. ·1 Santa Sé 13 Agosto 1873
Cone!. a sua mi~'. e$p., 3 Fev. 1~74
Conselh. F. Xavier da Costa . , 1
' '
Enc,U'rei;-mlos de ne;;ocios.
NOMEAÇÕES
NOMES DOS EMPREGADOS RE~OÇÕES PAIZES EM QUE FO- DATAS
CATEGORIAS
ETC, RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
~~~~~~~~~~.1-~~~-1-~~~~~~~- 1 1-~~~~~~
23
NOMEAÇÕES
l'AJZES m1 QUE F ~ - DATAS
NOMES DOS EMPR.\j:GADOS R E,_MOÇÕE S CATEGORIAS
R I O ACREDITADOS DOS DECUETOS
ETC.
19 Maio de 187:.:!. J · . /
Promo vido. Encar. de negocios'. ·. R. de Columbla. ·, • 19 ~ et . 1873
1
•.
8ec1•et•wios.
Nt);\IEA~ÕES '
.. .= Q
! . lºd . • ].
B · ~· . Torreão da Barr.os . , 'Nomeado .. Ade r o de .l " casse, E'stados-tJnidos 14 Fever. 1857
Removido. » » » Bolívia 20 Maio 1863
)) )) )) » Estados-Unidos 28 Julho 1865
Promovido. Secretario . R.. O. do Uru guay 20 Maio 1868
Rt•movido. >i Rep. Argentina 1 Abril 1871
' )) li Estadcis-Uni<los · 27 Nov. 1872
(Serviu de euc . de neg.
de17deJun. até ' ~9
ele Outub. de J.874.)
J. P. Wern ecl( R. <le Aguilnr. No meado .. Addido de l • classe. . Austria 19 Agosto 1857
(Serviu rlesec. de 15 de
Out. de 1858a 25Ab.
de 1859; de 12 deAb.
de 186 1 a 21 ele Maio
de 1867 ; de enc, ele
· • neg. de 22 deste mez
a 1 de Julho de 1867;
de sec. de 2 a 16 do
mesmomez eanno;de.
enc. de neg. 17 Julho
1867 a23Jun.1868.
Promovido. Seci·etariq. (Serviu de.
enc. ·de ne g. de 6 de
Julh. a 30 de Agosto 1
de 1873) . . . . . Prur;s.ia 19 Junho 1872
Luiz Cesar de Lima e Silva. Nomeado . Addido de· l ªclasse. Austria . 23 Junho 1858
Removido. >J >> »i Baviera e Confeder.
Suissa 7 Maio 1859
Removido . ;,, · l> >i França 20 Set. 1861
Promovido. Secret.nrio . . Estados-Unidos . 28 Out. 1868
Removido. >i Belgica 27 Nov. 1872
(Silr v.iu de secret, da
ruis. esp. em Roma de
]3cle Acrostod
,., - e 1873
.
até 3 de Fev. de 1874.)
JoãoAr thl!l'deSouzaCorréa , Nomeado. , Addi do de. l ª classe . Gra ll-·Bretan li a . 18 Junho 185!)
Hemovido . >i >i ii França 30 Maio 1863
)) )) )) » Gran-Bretanha 9 Março l8li7
(Serviu de sec. de 8 de·
Nov . de 1867 até 25 · ·
de Junho ] 868 e de '.2 ~.
Agosto de l 87 1 até 4
de .Mnio de '1873.)
Promovido. Secretario de legação. 5 Ab;·il 1873
.
))
NOMEAÇÕES
PAIZES EM QUE FO· .DATAS
NOMES DOS EMPREGADOS REMOÇÕES CATEGORIAS
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.
1:: . l
Coníinua~ão dos scci•eiiwios.
D A&lllJ41111fa
1
NOMEAÇÕES
Lll AA
"' 24!!M
.João Vieira de Cnt•valho .•.,Nomead~ . Adclido de l ª classe . . Perú, Chile, Equad. 30 Maio l 86:3
Removido. i> >> » » França 7 Julho 1864
(Serviu de sec. desde 7
de Julho de 1870 até
. . 8 de Abril de 1871.)
Promovido. Secretario... . . . • . . . Perú 19 Sct. 1873
NOMEAÇÕES
PAIZES EM QUE FO- DATAS
NOi\IllS 00S EMPRIWADOS REMOÇÕES CATEGORIAS
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.
'1
- 28 -
I
NOMEACÕES
PAIZES EM QUE FO- DATAS
NOMES DOS EMPREGADOS REMOÇOES CATEGORIAS
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.
~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~.~~~~~~~ ; ~~~~~~-
Napoleão ele Siqueira Lnmnix Nomea1fo . Prnticante . Desta S. d'Est. 9 Dez. 18H~
)) Addido de l" classe .. Perú 31 .Jan. 187 4
Mandado •• Servir )) ))
Austria 3 .Junho 1R7 4
Henrique de Barros Oa vai· ---
canti ele Lacerda ....... Nomencl o.. Praticante........ '. . Desta S. d'Est. 2.5 Agosto 187o
Promovido. Amanuense ......... ... . . 8 Nov. 187 l
Nomeado .. Acldido de lª classe ... Londres 16 Fever. 187 ri
•. ~ ,.
Francisco Regis de Oliveira. Nomeado . Addido de 1a classe. Rep. da Bolívia 14 Junho ·1871
Removido. » >> i> >> Italia 20 Março 1872
)) )) )) )) )) Ar.stria 22 Junho 1872
Mandado . Servir. , .......... . 'França 3 )) 1874
NOMEAÇIÕES
PAIZES EM . QUE FO- DATAS
NOMES DOS EMPREGADOS REMOÇÕES, UATEGORIAS
RÃ,.O ACREDITA.DOS DOS DECRETOS
ETC.
Antonio Joaquim :Ribas .. ,.. ">>. Addido de 1ª classe .. \ Gran Bretanha · 19 Set. 1873
Remcvido.• • • •••••••••••• • • • • 1·Bolívia 21 Maio 1874
1
· ---~---~ - ---- - --
..
- 31 -
Sard . e Grão-Duc.
1857
)) ))
})
de Tose. e Parma 26 Fev .
Grecia 5 Maio 1860
1861
)) ))
))
8 Jan.
--
}) )) }) Sueoia e Dinamarca
- --
José Corrêa da Silva, .. , . Nnweudo .. Escrevente d'Armadn ................ .
11 Setem . l 8ii0
» Escrivão decommissão . . ....... . .... . . . 11 Janeiro 1852
l> Dito extr. cl' Armada. . . . ... , ......... . 8 Julho 185:3
» Dito de 30. claE>se do cor-
po de officiaes d e Fa-
Z{)ncla d' Armada ................... . 9 Outubro 1857
Prnmoviclo. Escrivão de 2ª classe ela
; referido corpo ...... , ·~ .,; ...... . ..... . . 2 Dezemb. 1861
Continuà~i\:o dó!!t êonsuleit ·gtwae!!i e commles. ·
\ NOlliEAÇÕES
NOMBS DOS EMPRgGADOS REMOÇÕES
1 ~A:IZES EM QUE IiE- DATAS
CATEGORIAS
ETC.
SIDEM . DOS DECRETOS
Felix P. rle Brito e Mello. Nomeado . Consul geral. . '. ..... Hespanha 14 Out. 1853
Ernesto Suffort .....••... ))
Consul ............. Cabo da Boa-Esper. 6 Out. 185()
José de Almeida ..•....•. ))
Consul.. . .. _. . . . .. · I 9 Out. 185()
Antonio Alves Machado de
Andracle Carvalho ...... >> . Cons:.il geral ...... .. Diu., Sue~. e Nor. ] l Fev. 1857
Removido . >> » Turquia 7 Maio .,1859
>> >> >> Hollanda 8 Abril 1861
Barão de Paraguassú .. .. . Nomeado . Con sul geral.. ...... Conf. Suissa, Bav.,
Bad., Wurt., Hes.
Eleitoral e Hesse
Gran.:.Ducal. 12 Out. 1857
Removido . >> » Cici. Hans., Gran-
Ducados de Old.,
Meckl. Schwerin e
Meck. Strelitz. 8 Nov, 1862
Manoel Antonio Moreira ... N omeado .. 1° official desta ..... Secretaria de estado. 19 Fev. 1859
l> Consul gerai.. ..... , Belgica 30 Maio 1863
Barão de Santu Augelo...• )) Consul geral.. .•.... Prussia 18 Maio 1859
Removido. )) )) .
Poi·~ugal · 7 Fev. 1867
Dr. Cesar Persiani ...... . Nomeado .. Consul geral. •...... 1860
0
Sardenh a 5 Fever.
..
. "
33 -
NOMEAÇÕ:ES
PAIZES EM QUE RE• DATAS
NOMES DOS EMPREGADOS REMOÇÕES CATEGORIAS
Suissa, Gr.-Duc.
de Hesse, Hesse
Eleitoral. 14 Janeiro 1871
Serviu de encar. de ne-
gocios de 18 de Dez.
de 1871 a Junho de
1872.
Antonio Marques Soares •.• Nom eado •. ConsuJ. geral. Prussia 7 Fever. 1867
,,
..
E, JI
5
- 3J
Agentes diplomaticos e consula1•es q~1e _s~ achão e1n dis1•onibilidade.
NOMEAÇÕES
PAIZES EM QUE FO- DATAS
NOMES DOS EMPREGADOS REMOÇÕES CATEGORIAS
RÃO ACREDlTáDOS DOS DEÓRETOS
ETC.
NOM EAÇÕES
PAIZ RS EM QUE FO· DATAS
NOMES nos EMPREGAD.OS REMOÇÕES, CATEGORIAS
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.
Americo de Castro,., ... ; Nomeado. Am anuense da ....•. Sec. do Imperio .... 13 Nov. 1852
» » » de Estrangeiros. • . l J Out. 1853
» · Addido de ] ª cl. (Ser·
de sec. 24 de Maio a
11 Junho de 1859) ... Prussia 19 Agosto 1857
Promovido. Sec. (Regeu a leg'. na
ausencia de seu chefe,
de 12 de Junho a 6
. de Out. do ·mesmo an-
no, de 26 de Maio a 5
de Out. de 1860, de 1
de Junho a 21 deüut.
de 186l,de 28Maioa
140ut.1863,edelde
Jun.a20deSet.1864). » 7 Maio 1859
Exoner.ado. E posto em <lisp. activa ............•.... 30 Maio 1863
Removido. S ecretario .......... ; Paraguay 4 Agosto 1864
Posto ..... Em disp. activa ...... . ...........• 31 Março 1865
NOMEAÇÕES
PAIZES EM QUE FO- DATAS
NOMES DOS EMPREGADOS REMOÇÕES, CATEGORIAS
R.ÃO AC):'tEDlfA.DOS DOS DECRETOS
ETC.
-------- -------
· Conselheiro Barão da Ponte
Ribeiro, .... ......... Nomeado .. Consul gorai ....... . Hespanha 20 Maio 1826
» . Dito e cnc. de neg. int. Perú e Chile 10 Fever. 1829
Exonerado. Encarr. de neg. int. » >l 29 Nov. 1831
Nomeado.. » » » Estados Mexicanos 12 Julho 1833
Exonerado. » » » )) 6 Fever. 1835
Nomeado.. » » » Perú e Bali via 6 Julho 1836
Finda. , .. A mi,ssão para ser lll-
cum bido de outra,. .............. .. ... 17 Agosto 1837
Nomeado .. Official. ........... : Desta secretaria de
Estado e chefe da 3a
secção . ., ......... 23 Nov. 1841
.» Ministro residente •. .• Confed. Argentina. 12 Abril 1842
Exoneradc;i. » » » ·20 Janeiro 1844
Nomeado. Env. extr. e min. pl.en.
em missão especial ~ •. Nas Rep. do Chile,
Boliv., Perú, Equa-
dor, Ven. e N. Gra-
nada .......... . 25 Fever. 18~1
\
Sem effeito essa m1s. Quanto ás tres ulti.:..
mas Republicas . . . 10 Março 1852
Finda .... A missão........................... '25 Julho 1852
Exonerado. De official desta secret.
de Est., e consid. em
disponib. activa..... .. . .. .. .. , .. . .. 3 Janeiro 1853
Aposent ... Env. extr. e min. plen.
com 3:200$ ....................... .. 26 Junho 1857
NOMEAÇÕES
PAIZES EM QUE FO- DATAS
NOJ\IES DOS EMPREGADOS "REMOÇÕES , CATEGORfaS
RÃO ACREDITADOS DOS DECRETOS
ETC.
Austria, •.... Oonsu 1 geral Bnrão Marco de Morpurgo., , .. . .Trieste t5 Jan. 1868
Vice-consul Antonio Bernardini .......... . )J 7 Agosto 1871
Idem Barão G. ele Hauser .. .', ...... . Fiume - 22 Março 1869
Idem Mnuricio Schnapper ..... , .... . Vienna 7 Nov. 1859
Idem Veit fünedikt ............... . Carlsbad 16 Jan. 1872
Bade......•. . Consul geral Visconde de · Desterro,.;·", ................ . 17 Jan. 1871
Vice-consul Frederico Mathiss...... , . . . . . . Carlsruhe 21 Dez. 1856
Baviera ..• , •. Consul geral Visconde de Desterro ........ . 17 Jan, 1871
Vice-consul Carlos Rosipal. ............. , Munich 5 Nov. 1870
Belgica .... ; Consul geral Manoel Antonio Moreira ...... .. Bruxellas 15 Junho 1863
Vice-consul Emilio Ulhein. . . • . . ........ . )) · 20 Março 1863
Agente comm. Henry Tournay..... ·, .... '. .. .. )) 2 Maio 1861
Vice-consul Alberto Verhage............. . Gand . · 18 Dez. 1871
Idem J ulien Duelos .......... , , ... . Ostende 4 Abril• 1870
Idem Alexandre Ba.guet ....•....... Antue1;pia 19 Fev. 1874
Agente comm. João Leon Guimord ....•....... . )) 12 Maio 1874
Idem Augusto Duelos ............. . Ostende 5 Nov. 1849
Vice-consul Henri Laport . .•........ . ..... Liêge 20 ÜLlt. 1873
Idem Albert Du Bois .............. . · Mons 2 Out. 1874
Bolivia ...... . Consul geral José Oom'.\a da Silva•.... , • . . . . Santa Cruz de la
Sierra · 14 Dez. 1870
Vice-cunsul David Cronenbold ............ . )) L6 Fev, 1872
Idem Manoel Barrau •......... , ... . Cobija ~O Dez, 1867
Idem Mariano Pena ............... . Sant' Anua de
Chiquitos 9 Fever. 1872
Idem Antonio Barros Cardoso ...... ·. Depart. do Beni 22 Julho 1872
Bremen ••.... Consul Henrique Witte .......... , ... . Bremen 19 Nov. 1866
Vice-consul Francisco Frederico Droste ..... . )) 27 Abril 1859
Chile, ...... . Consul gero] Jono Antonio Rourigues Martins .. Valparaiso 25 Junho 1873
Vice-consul- Henrique Webster Fienn ..... , )) 3 Julho 187:3
Idem Felippe de La Fuente .......... . Constitucion 28 Maio 1874
Dinamarca ... . Consul geral Ernesto Antº de Souza Leconte .. . Copenhague 19 Jan, 1861
Vice-consul Mauricio Valentin ........... ; . )) 7 Maio . 1874
Consul Jacob Henrique Morou • .... ... I. de S. Thomaz 18 Jan. 1862
Vice-consul Tollef Stub ................ . Bergen 2 Set. 1869
Equador .•.•• Consul · Manoel 'ürrantia ... , , •.......• Guayaquil 8 Jan. 1868
EgyptoeSyria. Cons. g. bon. J. Nacouz...•...•.......... . Alexandria 8 Junho 1872
Constil hon. José Nicolas Debanné ........ . )) . 22 _Junho 1872
Vice-cons. bon. G. H. Paudelides ..• ,' ........ . - Cairo 23 Março 1872
Agente comm. G. Salamé ................. . Damiette
Idem B. Coury............ ; ....... . Suez;
/\
- 39
Estados-Unidos
d'America . Oonsul geral Luiz Henrique Ferreira de Aguiar. New-York 14 Nov. 1854
Vice-consnl Henry Stadlmuir............. . )) , 2~Jun _, 1874
. Idem Henrique O. Adains. • • • . • ... . Bo::ton 22 Dez. ;873
Consul hon. Eduardo S. Sayers •..•..•.... Pbiladelphia '27 Fev. 187~
Agente cons. Charles MackaJl ..•...•....... Baltimore 31 Maio 1870
Vice-consnl C. Oliveira O' Donnell., ..•.... )) 2~ Agosto 1847
Idem Adolfo T. Kieckhoefer ........ . Washington 7 Dez. 1855
Idem Myer Myers ................ . Norfolk · 20 Out. 1832
Idem Hernian R. Baldwin .......... . Richmond 26 Março . 1859
Idem Eugenia Huchet ...• , ........ . Oharleston 25 Agosto 1866
Idem André Foster Elliot . . ... . ...•. New-Orleans 10 Set. 1864
Agente . comm. Lucien de-Burys ............. . )) 7 Maio ]874
Yice-cçnsul Guilherme Henry Judah ....... . · Pensacula !J Agosto 1856
Ag·eote comm. M. F. Gonzales ............. . )) 29 Julho 1873
Vice-consul Oscar G. Parsley............. . Wilmíngton 27 Out. 1859
Jdem J. I. W'ilder .......••..•..... Savannah 21 Fev. 1873
Agente comm. George P. Walker . ........... . )) 28 Abril 1874
Estados-Unidos
de Oolombia. Vice-consul Maximin.1 Perez: .............; Panamá 13 Dez. 1864
França ....... E. doconsulado
geral Juvencio Maciel da R.ocha ... ..... Pariz l3 Março )837
Vice-consul Manoel .José Barboza .......... )) 17 .lan. 1871
Idem Eduardo Ferreira Alves ........ H'.ivre '23 Nov. 1846
Consul hon. Adolpho Bonfils ••.. ~ ......... Cherburgo 23 Set. 1859
Vice-:consú 1 Gustavo Boufils ...... ....... . )) 12 Junho 1874
Idem Luiz Joiío Baptista Victor Jouve ... Toulon 21 Nov. 1864
Idem Luiz Julio Herman ... : . . , ... Abbeville 9 Abril 1875
idem o. A. Victor Vialars.... . .... Montpellier · 9 Maio 1827
Idem Antonio da Costa Saraiva.....•. · Marselha 3 Junho 1867
Idem c. Moulinié. , ............... Bayonne 12 Jan. 1874
Idem B. Puy Filho ............... . Lyon 7 Janeiro 1828
Idem J. M. Basil. ......... ; ...... Brest 16 Junho 1838
Idem Alphonse Cahusac .......... · . Bord~os 20 Maio 1869
Idem Renato Dénís Cronau •........ Nantes 11 Julho 1855
Idem Carlos Gustavo Féron ......... Dunkerque 6 Abril 1853
Idem Carlos Luiz Pedro Schyat .• .. Cette 8 Agosto 1856
. Consul Francisco Ravan .•...•....... Argel 8 Abril 1858
Vice-consul Léon Sellier .............. . . Lorient l O Dezemb. 1858
Idem Adrien . Mas ..... .' .... ......Port-Vendres 12 Ju~ho 1874
Idem João Baptista B11rla ...•....... Niza 15 Março 1858
Idem Victor Masur.el. ..••. ; . , ...... Oran 25 Agosto 1861
Consul Frederico Mag::w d'Abranches .• Cayenna l9 Janeiro 1861
Vice-consul Pedro ·Eugenio Niel .•....•... Porto de Rouen 19 Junho 1865
Idem Mu llard: •.•.•.••......•..•.. Calais 7 Junho 1869
Idein H. Adam .......... , .•...• , , . Boulogne 11 Set. 1873
Gran-Bretanha
e suas posses. Vice-consul José Marques Braga •.•..•.... Liverpool 21 Janeiro- 1853
Chanceller Joaquim T. de Miranda .•...... ' )) 2 Abril 1874
Chanc. inter. Alfredo de Oliveira ..... , .. ·. ,; . ))
< ' •
..._ 40 - .
.. ..
•·
DATAS DAS· CARTAS
LOGARES
PAIZES EMPREGOS NOMES PATENTES
ONDE RESIDEM
OU BENEPLACITOS
.. Gran-Bretanha
e suas posses. Vice- consul Jorge Henrigue Fox. , , .. . .... . Falmouth 2 Maio 1873
Idem Ed. Lew ton Hodges .. , .. . ... . .. Deal 19 Out . 1874
Idem Guilherme · Crofft. , .. . . , . ..... Hull 12 Setemb. 1856
Idem Samuel M. Lathau ... " , .. . . .. Dover 20 Dezemb. 1853
Consul gera·l José Luiz Cardoso de Salles Fil ho · Lóncires 8 Abril 1872
Vice-cousul Luiz Augusto da· Costa •. . , . . . )) 11 Ou tub. 1853
· Idem Carlos Ed . Me. Cheaue .. . .. . . · Portsmouth 5 Dez. 1873
Ag·ente comm. M. F. Gonza lez . ... .. ....... )) 25 J ulho 1873
Idem J , i't'fain •. .. .·.. . , •.. .... .... Portsmo uth 1 Nov, 1870
Vice-consuf Henrique Fox .. . . .. ~ . .. , . , ... Gloucester 20 Abril 1847
Idem Eduardo Biltou ... , .. . ...· .. .. New-Castle 16 Abri l 1847
Idem Eduardo José Knjt .. .... .... . Carlisle 3 Fev. 1872
Idem Gabriel Samuel Brandon . ..... , Sboreham , Brigh .
'
e Warsing 19 J an. 1872
Idem Augusto Brigbt..... . ...... . : Sheffield 3 Fev . 1873
Idem Thomas Hill .. . ..... .. ..... .. . Southampton 3 Janeiro 18'17
Idem Henry Fox: .. . . . .... .•.. .. .. Plymouth 5 Set. 1870
Idem Thomas Harling.. . . . . . . . . . , . Cowes 3 Janeiro 1867
Agente-comm . Thomas W. Faullmer .•...... . )) 29 Out. 1870
Vice-consul Roberto Gray ............... . Glasgow 2 Janeiro 1840
Idem Ed. G. Buchanan . • ... .. . , . .. Leith 27 Dez . 1872
Idem Carlo11 Reeves ...... , .... . . : .. Bi'rmingham l l Abril 1859
Idem Diogo Fyffeking< ... ~ .... . .. . . Troou 20 Julho 1847
Idem Thomas Collier ....... , ..... .. IDundee 3 Jau. 1870
Agen te-comm. Alexandre Emstie. . .. . ....... )) 29 Out. 1870
Vice-consul Jorge Newham Hà.rvey ...... , , Curk 7 Junho 1864
Idem M. Nforphey Junior ........... Dublin 4 Janeiro 1873
Idem Ricardo G. Stonehouse. . ...... New-Port 10 Dezemb 1856
Idem Ed. H. Bath ......... . .. . . . . Swansea 12 Ja~eiro' 1874
Idem Roberto Peel Raymon<l . .•..... Sidney (Austr. ) 3 Janeiro 1868
Consul O. S. Poppe ... . .. . . . •. . . : .. U. da Boa-Esp. 8. Janeiro 1864
Vice-consul Jorge Berg ... . ..... . .... .. . . )) 23 Janeiro 1862
Idem Horacio Le Boutillier.. •....... Gaspe (Caiiadá) 5 Fever. 1863
Idem Donald Sutherlaod .. . . . . . . . . . Montreal 3 Agosto 1867
Cousul hon. Eduardo Serendat ..•.. . .. . .. . Maurícia 6 Nov. 1868
Idem Clarence Edgard Ant0 de S9uza . . ·Calcutá 12 Agosto 1862
Vice-consul Guilherme Le Masurier .. ... . . . .. Guernesey l O Setem b. 1852
Idem Henrique Carlos Bertran .. . ..... · Jersey . 5 Junho 1855
Idem Diogo Robim.. ,. . ....... . . ._ . · Adelaide 12 Dez. 1863
Consul hon. José Benso . . .••.... . ......... . Gibraltar 6 Outub. 1874
Vice-consul Michael Tobin . . ... ,. . ... ..... . · Halifax 21 Nov. 1836
Idem Guilherme Harrison .• . . ". . . • . . . .Shields 18 Agosto 1849
Idem Jorge Moss ..... . ..... . ..... Santa Helena 29 Março 1848
· Idem Miguel Roberto R.ran . •. .. . . ~ . . Limerik 26 Outub . 1853
Idem Jorge Gerald Bingham •. .. . ·. .... Belfast 6 Junho 1859
Idem Ed. José Knight. • .. . . . • . ... Cardi:f;f 22 Janeiro 1873
Agente-cornm. Ricb:ard W. Todd . . .... . ...... )) 28 Out. 1870
Vice-corisul Jonathas Bines Were . ...... . . . Melbourne 26 Outub. 1853
Consul hon. Alfredo Lewton Hodges . ....•... Ramsgate 5 Junho 1855
Ide m José de·Almeida .. .... , ... , ... . Singapore 12 Maio 1857
Vice-consul Antonio de Almeida..• , . .. . . . . )) 13 Junh o 1867
- ---41'--
',··
Continua~ão tio quadr~ do corp-. -consular. brazilt"!il•o •
. '
DATAS DAS CARTAS
LOGARES
PAIZES EMPREGOS NOMES PATENTES
ONDE RESIDEM . ou
r BENEPI.ACITOS
·Gran-Bretanha
e suas p o sses~ · Vice-coúsul ·· Braz Fernandes. ·. ·•••... . ... '. . . Bombaim 5 Junh'o' ']841
Idem''' Thomas Thompson ·Jackson .. . .• . . Milford 5 Nov. 1864
Idein - Th. F. Pearse.... . . . .. . . .. . . Brisiol 30 Maio 1873
Idem 1. Benjamin Cariss " ..•...••. . . . , Leeds . 4 Dez. 1865
Idem .. Domingos Montbum •·.. . ... . ... I . da Trinidad 8 Ju lho 1868
Idem · J. Lilly. .................... Manchester 20 Julho 1872
Agente-comm . Antonio de Siquei·ra. ~ •.•. , . . ..- Chester · ~8 Outub. 1870
Oonsul Henrique Opillo . ......... ... .. Malta 3 Maio ]873
Haiti . .. . .... Consul João Maxwell- Savage.• , .. • •... ......
' . ..... ... 21 Janeiro 1861
Hespanha .. . . Consul geral Felix Peixoto de Brito e Mel'Jo .... Sevilha 21 Outuh. 1853
Vice-consril J\Iontague Bella,my............ Cadiz 6 Abril 186!
Oonsul hon. Thornaz d'Arssu-.... .. ... . ... .. Ma laga '25 Agosto 1846
·Vice-'-consul D. Frederico 1'3may y Calb6, .... Barcelona 22 Ft:ver. 1871
Idem Manoel Calb6 .. . .... . , ........ Tarragon~1 5 Dez. 1861
Idem José Maria Abella ....•... . .... Corunha 22 Ju lho J8 ô8
lrlem Thomaz Mirones ...•... ... ... . Santander 4 Julho i867
Idem Pascoal D. del Castella r y Zanony. Va lencia 5 Janeiro 1866
Idem Jayme Uh ler . . , . .... . ..•. . ..• Mahon (1. .Mio.) '26 Abri l 18-13
Idem D. Bernardo Torresano ......... Sevilha 8 .Ju lho 1861
Idem D. Poncio Rodolfo Dahlander .•.• Alicante 16 Dez. 1870
Idem Francisco "Filgueiras . . ....... .. Vigo 6 Abril 1809
Idem Angelo Crosa ..•.. : ....•.••... Teneriffe 23 Fever. 1860
Consul· .João Emílio Tumll. •. . .•. . . .•. P0rto-Rico 17 Setemb. J862
Vice·consul Em ilio Sola ... .• •.. . .. • . ..••. Huelva 16 Dez. 1870
Idem Miguel Ruiz de -Villnnueva ... . . Almeria 23 Nov . 1864
Consul Eduardo Bellamy ............. Manilha 3 Junho 1871
Yice-consul Juan Antonio Ferrer . . ..... . . .. P!ilma 1 Julho 1874
Idem Benigno Dominiques GiL ....• • . Gijou l Ju lho 1874
Idem Eduard'o' Engelbach ..... ..• ... s. Lucas de Bar-
raineda j Julho 1874
1
Idem ' Joaquim Agrela y Moreno ••.... Granada '23 Abril 1875
Hesse"G.-Ducal Cônsul geral'' -Visconde de Desterro. ·......... . ... .. . . .. .. . . 17 Jan • 1871
I rnperioAllemão Consul· gera:] · Antonio Marques Sllares ...... . . Frankfort s. m. 2 Abril 186'7
Ooosul g. hon .. Jo3é Behrend ...• ; . ...... • .•.. Berlim . 5 Abril 1872
Vice.consu l Izidoro Meyer: ·. ; .. .... ....... Stettin 14 Julho 1870
Consul· geral Barão de Paraguassú •...•..• . Hamburgo 3 Janeiro 1863
. Yica-llonsul. Christiano Ptlter Ho.u ..•... ·-·. Cuxhaven . 27 Março 1866
Consu l géral · B ~irão de Paraguassú ... . ...•.. Lübeck 3 Janeiro 1863
Vice-consul' João Frederico·Lutjens .•. ....•.. )) 27 'Marçu 1861
I talia . . •.•• ~. Consul g~ra l .
Dr. Cesa-r Persiani ..• . . ..... Genova 23 Agosto 18132
Vice-consu\. Francisco M. Dama:so de Carvalho. )J li .Jan. 1872
Idem Leopoldo Bisio; . . : . ; .. , . . •... Veneza 18 Setemb. ] 868 .
Idem João B. ·Caraoi ·Massa :.. . .•... f'pezia. 7 Junho 187J
Idem Caetano· Urbano; ; ..•·; •..•.•. . Cagliari 12 Fever. 1851
lclem . Luiz Manoel • Bozzano: .•....•.. Lerici·· 14 Setemb. 1863
'
Idem· Manoel Signorili.: ~ • •...•••... Bari 15 Set. 1863'
'
E. Ii. 6 .
- 42
Marrocos. ... . Vice-consul !osé Daniel Collaço ........ .' .• Tanger 5 Jan. 1861
Meckl. Strelitz. Idem Bari'io de Par_ag.uaseú .. ·. . : .... . • ••••••• > ••••• 3 Jan. 1863
3 Jau. 186 ~
Paraguay , , .. Consul geral João Antonio Mendes Totta Filho. Assumpção 1 ·Abril 1871
Vice-cousul . Dr. Antonio da Silva Daltro .... . )) 29 Out. 1873
Iclem Pacifico de Vargas .. : .. : ..... . s; 10 Estanisláo 7 Agosto 1873
Idem Jorge Lopes da Costa .Moreira .. Villa-Rica 7 Agosto 1873
Peru ....... . Consul geral . Antonio de Souza Ferreira .... . Liµia 31 Maio 1837
Vice-cousul ·Alexandre Westphal ..... . . . . )) 4 Nov, 1863
Idem João Jefferson •..• , .......... . A rica 12 Junho 1867
Agente comru .-Jorge Stam bery ...... : ....... . )) 10 Jan. 1874
Vice-consul M. Wencesláo Tejeda .... , .... . Arequipa 3 Jan. 1871
Idem Henrique Escard6.......•..... Calháo 8 Nov. 1870
-........
'•·.~ . Idem Henrique Guilherme de Souza ... . Moyobamba 21 Nov. 1870
. ~.::-: .. Idem, . Antonio' da Silva ..... . ...... . Tumbes 6 Maio 1872
Consul geral J ulio Carneiro Pestana de .Aguiar.
(Ausente. ) •.••.•....•..•..• Loreto 16 Maio 1873
Agente comm. Francisco 'Bohling.•. .'....... .. Islay io · Jan. 1874
-43-
Portugal e seus
dominios ... Consul geral Barão de Smto Angelo .....•.... Lisboa 22 Março ] 867'
Chanceller Paulo Porto Alegre .......... : .•..... )) ·1 Dez. 1874
Vice-consul Dr. José C. da Gama e Abreu •..... >>' 30 Nov. 1874
Corisul Manoel José RabelJo ...••.•.•.. Porto 9 Fev. 1867
Vice-consul. Agostinho Francisco Velho ...... )) 5 Stt. 18ô8
Idem Franeisco Boav.entura Rgdr1g·ues. Ericeira 19 . Jan. 1836
Idem Joaquim Lobo de Miranda ..•••. Lagos 6 Ma.rço 1870
Idem Manoel Silveira dos Santos ...... Ilha do Pieo il Maio J8~2
Idem Manoel José Vieira Junior .•••.. Ilha da Madeira 17 Agosto J8ti8
1 Idem J. A. de Mendonça e M~nezes .•.. Ilha Terceira
(Angra) 16 Março 1852
·; Agente comm. Antonio de Mendonça M. Pam-
~ plona ................. -. ... ))
Idem Luiz Antonio Cardoso de Mello ... Ilha de Maio 8 Nov. 1851
i
Idem Francisco Peixoto da Silveira...• I. de S. Miguel
(Ponta Delgada) 4 Fev. ]874
Vice-consul José Antonio Martins .......... Ilha do Sal · 12 Junho ]855
Idem Francisco da Cruz da Silva Reis .• Ilha do Fayal
(Horta) :!6 Abril 1841
Idem Thomaz de Souza Machado ...... Ilha Graciosa 24 Setemb. 1858
Idem João Antonio Martins ......•... I. de S. Vicente 12 Junho 1855
Idem Manoel Gonça lves da Rocha ..... Villa do ·conde 17 Agosto rn68
Idem Manoel Antonio das Chagas J unigr Tavira 13 Julho 1844
Idem A. Luiz Gonçalves Vianna Junior. V. do Castello l :l Setemb. J 859
Idem .José Maria Duarte .. · ....•.•.•.. Setubal 12 Jan; 1837
Consul Barão do Cercai.. ....•..•...•. Macáo 11 Abril ]849
Vice-consul Antonio Alexandrino de Mello ••. )) 1 Fever. 1860
Idem José AI ves Monteiro .... , ....•. S. Martinho, Na-
zareth e ·Alcob. 7 Janeiro 1870
Idem A.ffonso Ernesto de Barros ...•.•. 'Fi~ueira 20 Maio 1865
Id11m Pedro Zefürino Barboza Paiva .... I. de S. Thomé 14 Set. 1868
Idem Domingos Lake Marsius.,. ...... I. do Príncipe
Idem J o!Io José Andrés .......•••..• Villa Nova de
Portimão 6 Maio 1870
Idem Francisco Ferreira de Moraes ...• Loanda l O Set. 1870
Agente comm. Francisco de Salles Ferreira" ....... )) 16 Janeiro 1874
Vice-consul Antonio Joaquim de Carvalho ... :--Beja, Serpa e seu
districto. 17 Agosto 187)
Idem Carlos Eugenio Burnay... '.' •.. Santiago 10 Dez. 1874
Re p. Argentina Consul geral Dr. João Adrião Chaves ........ Buenos-Ayres 5 Fev. ]872
Chanceller Leopoldn Moreira da Silva ....• )) 6 Fev. .] 8'75
Vice-consul ·Joaquim Pedro <la Hocha ........ )) 16 Janeiro 187:i
Idem Adolfo Ramon Ballesteros ..••... Paraná 19 Fever. ]873
Idem João .Leite Guimarães .......... C. do Uruguay 2 Janeiro 1864
Idem José Pedro da Rocha ......... - . Concordia 21 Dez. 1874.
Idem Luiz Maria Navarro............ Restauração 13 Abril ]867
Idem João Evangelista Cardoso Hangel. Rosario :l J Dez. 18i4-
Idem Dr. Geraldo Francisco da Cunha .• Corri entes 23 Jan . 1871
Idem .Joaquim daRochaPinto <le Mattos Gualeguaychú 21 Dez. 1874
Idem -[Henrique Pialti .....•...... , . Federação 31 Março 1873-
-:- '. · 4~ -
Rep .. d'Ame·ri-
ca Central. . "Coúsul Jorge João Hockmeyer (a mente) .. Guatemala 21 Maio 1867
Vice-consul Ed mudo Lehnhofl ..••. . ... ., .... ))
Russia • • Consul gera'.! Au1gusto Ed. Schwabe de Revel.. S~ Petersburgo 3 Agosto 1850)
Viee-conul Carlos Gabriel Gericke ........ . )) 21 Abril . 1861)
Idem Alexandre Hill.. •.......•..... Riga 3 Set. 18ôl
I<lem · Frnderico Krnft .............. . MoEcow 8 Abril 185(}
Consul hon., Harmanu Raffalowicr ......... . O<lessa 7 Ou.tub. 1859
Vice-consul Pedro Suppichieh.• .: . •....•.•. )) 3 Fev. 1870·
Idem Alexandre G. Wilkem ........ . Croustadt 18 Fev. 1870>
Consul Rehnold Frenkell. ........ ·... . 1Helsingfors 14 Julho 1860
S a xo~ia ••• ConsuI.;geral Antonio Marques Soares ..••. ; .. ...... ·.·..... . 22 Outub. 186'7'
1 Vice·cop.sul Joaquiin ,Ferreir\l de .Sampaio.... Dresde · 2 Abril 1864
Suissa. • • Consul ,geral Visconde de Desterro .•.. ~ . ... Çí,en.ebra 27 Jan. 18íl
Vice-epnsul Eduardo Olivier Venel.. •••. , .. )) 5 Nov. 1870
Idem Arnold Curant. .•.•• ., .•. '. ...•. Berna 5 Nov. 187()
Uruguay (Rep.
Oriental do) Consul geral EJ: Carlos .Cabral. Deschamps .... 1. MonteviÚo 20 ~utub. 187()·
Vice-consul Luiz Affonso Pereira Torres... . . . » . ·31 J an. 1871
I<lem Silverio da Cos~a Pereira .... : ..• • 1 : Maldonado 1 l.l Fev. 1857
I<lem Jo<é Roubaud ................ S. José .C&nelones
1 e colonia do
1 , Sacramento. O Abril 187f>
(
- 45 -
'
DATAS DAS CARTA
LCGARES
PAIZES EMPREGOS NOMES PATENTllS
ONDB RESIDEM
OU JlENEPLAC!TOS
Urui;ruay(J;iep.
Oriental do) Vice-consul João Jacintho Teixeira de ~Iello ... Serro Largo 19 Jaa. 1861
Idem José Miguel'Dias Fer.reira ....... Mercedes 3 Agosto 1858
Idem Daniel José Gomes de Freitas.... Taquarembó 20 Maio 1862
Agente com. Francisco Fraga. . . . . . . . . . . . . . Santa Rosa /ló Março 1869
Idem André Barrios.. . . . . . . . .. ..... Constituição 16 Abril 1863
Idem · João Guilherme Mariatli ........ • 1 Paysandú 9 Abril 1875
Vice-consul .. Manoel Amaro d.a Sil~eira Junior. Flqrida, Minas e
1
Durasno 10 Março 187l
Idem : Firmino da Silva Santos.,., ... Salto 9 Abril 1875
Idem Thomaz de Miranda Ribeiro ..••. Sorianno 9 Abril 1875
Venernela ..•. Consul gera_! João Rohl. ........... . ...... Caracas 20 Fev. 1869
Vice-consul G. A. 111eyer................. La Guayra · 25 Junho 1872
Idem .inter. E. H. Meger ........ ,. , ..... ))
LOGARES DATAS
PAIZES EMPREGOS NOMES
. ONDE RESIDEM DO EXEQUATUR
1
Austria • ., .... Consul geral Carlos Guilherme Gross'. •... , •.. Rio de Janeiro :20 Set. 1872
Consul C. T. Stade ....... .. :·• .. .... Bahia . 8 Jan. 1872
Idem Barão do Livramento..... . ..••. Pernambu~o 12 Junho 1868
Vice-consul João Winter .................. Sergipe · , 28 Fev. 1855
Idem Adolpho Lané (ausente).•••.••• · Maroim 8 Jan. 1872
Idem interino Henr . Adolpho Schrarnm ....... . )) 8 Maio 1874
Vfoe-consul José Ferreira da Silva Junior (aus. ) Maranhão 8 Jan. 1872
Enc. do V. cpn. Al&edo Fa~ard ..•....•....... )) 8 Jan. 1874
Vicc-consul Severiano Ribeiro da Cunha.·.... Fortaleza
Idem Joaquim Francisco Fernandes ..•. Pará '28 Fev. 1855
Idem Carlos Budich. . . . . . . . . . . .••. Santos 29 Julho 1863
Idem L. F. Tollens. : ............. Rio G. do .S ul '.21 Abril . 1875
Ag. consular Edmond Tettscher ............. Porto-Alegr<:l 5 Julho 187:t
Belgica •••••• Consul geral Luiz Laureys (aus e.nt-e) •...• , ... Hio de Janeiro 28 Março 1870
Vice•consul Luiz Laureys Filho.•.........• )) 10 Abril 1871
Consul Antonio de Lacerda ............ Bahia .. 15 Nov • . 1873
Vice-consu l E. Cbampion (ausente)•....•... )) 5 Fev. 1862
Idem inter. F. Susekind •................ " 15 Março 11'67
ConsLtl Luiz Antonio de Siqueira .•..... ·Pernambuco 28 Fev. 1855
Vice~consul Carlos Colsoul. • . . .. . .. . . ..•.. )) 18 Out. 1859
Gonsul Custodio Goncalves Belchior .... Maranhão 13 Março ) 8i3
Vice-consul Manoel Antoni~ dos Santos ...... )) , 2 Maio 1840
Consul· Guilherme Cesar da Rocha ...... C.ea~á 2-6 Jan. 187:!
Idem · Joaquim Antonio Alves ......... Pará' 10 Julho 1840
Consul int. Fernando Felippe .............. Santos 19 ~ ullià 1866
Vice-consul C. Budich ........ ... ........ )) i°2 .Jan. 1863
Idem intPr. · Jorge Atkins Junior ........... Rio G. do Sul 5 Abril 1866
Consul E. de la Martiniere ..•...•. : .•• Desterro 5 Agosto . 1869
LOGARES DATAS
PAIZES EMPREGOS NOMES
ONDE RESili EM DO EXEQUAl'rJR'
1 -
eosta Rida ... Consul José Ferreira Leal. .•.•.••.•..
Antonio Lacerda..............
Rio de Jan e1ro 9 Agosto 1871
Idem Bahia 9 Agosto 1R71:
Idem João José de Carvalho Moraes~ .. Pernambuco 20 Dez. 1872
Dmamarca . . .. Consul geral Alberto Emílio Adolpho Nielsen .. Rio de Jane iro 4 Nov.
Vice-consuJ José Francisco de Mattos Pimenta CAmpos I 6 Set.
1874
1847
Consul Theodoro Teixeira Gomes (n usente) Bahia 3 Ag<jsto )867
Vice-consu.l Ismael Am~rico d' Andrade ... ; .. )) n Julho 1869
Idem Antonio Camillo de Hollanda: .... Parahyba 4 iunho 1851
Consul F. A. Wegelin .... ·........... Pernam buc.o 12 Pev. 1869
Vice-consul 1Yiartinus Hoyer ...•.........• . Mar1:1nhão 22 Agosto 11356
Idem João Lourenço Paes de Souza. ... Pará 10 Set. 1851
Idem C. Budich .•..•...••......... Santos 6 Março 1863
Idem Joaquim Antonio Guimarães .•... Paranaguá 3 Outub. 1856
Consul Herman Meyer ... . ........... Rio G. do Sul 22 Dez. 1871
Vice-consul W. I. Hasclie................ Porto Alegre 14 Dez. 1871
Idem Lniz Sand •.. ... ............. Fortaleza 28 Maio 1862
Idem fernando Hackradt•••......... S. 'ª Catharina 5 Maio 1856
Idem U. R. Finke ............... • .. ·Macei6 ·20 Agosto 1863
Idem João Rodrigues da Cruz ........ Aracajú 24 Nov. 1874
Es tados-U nidos Consul José M. Kinds ............... Hio de Janeiro '25 Junho 1872
Vice-consul Francisco Maria Cordeiro .. . .... )) 3 Junho 1871 .
Consul Ricardo A. Edes .............. Bahia 2 Outub. 1865
Vice-e. inter. Augusto Peixoto.•••..••..•... )) 6 Dez. 1864
Çonsul Joseph W. Stryker ........... Pernambuco 22 Junho 1871
Vice-consul Carlos L. F. Ro~k•.....••... .. )) 25 Agosto 1874
Idem Alfredo G. Swift .............. )) 29 Nov. 1870
Consul João I. Turtle................ Maranhão 25 Julho 1874
Vice-consul Jeronymo José Tavares Sobrinho .. )) 23 Jan. 1872
Idem O. M. Travis ............... . Pará 30 Nov. 1872
Idem William F. Wright ........... Santos '23 Março 1871
Vice-consul Eduardo L. Meade. , ........• )) 30 Junho 1868
; Idem W. H. Willington ..........•. s.1ª Catharina 5 Agosto 1872
Oonsul Guilherme K. Peabody ......... Rio G. do Sul 2 Maio 1873
Idem Aaron Young Junior.......••• . )) 27 Out. 1863
Idem int. João Me. Genity (ausente) ...... Porto-Alegre 8 Junho 1866
Vice-consul João Seindecker.............. ))
LOGARES DATAS
PAIZES ' EMPREGOS NOMES
ONDE· RESIDEM DO EXEQUAiJ'UR
França ..... . Vice-consul Carlos Robillard .•. . ..•....... Ubatuba 12 Out. 1842
Idem Francisco Môntandon ..... . ... . Santos 25 Set. 1865
Agente con;;. A. Bousquet. •.•.. . .......... >> 28 Julho 1873
Idem E. ile la Màrtiniêre .........•. Santa Catharina 8 Nov. 1867
Ag. Vice-cons. Pascal Lirou. . • • . . . . . . . . . . . . . Rio Grande do Sul 17 Set. 18fi9
Vice-consul José Hebert........... ....... . Porto-Alegre 27 Set. ' 1869
Agi. consul. Alphonse A. Lorat .......... . >> 30 Nov. 1872
Idem Diniz Cullerre.....•.. ; ...... . Belém 14 Dez. '1871
· Vice-consul· Manoel Nunes de Mello........ ·• Fortaleza 29 Abril 1863
Idem Victor Renault .............. . Barbacena 8 Nov. 1867
Idein Joaquim Soares Gome8 . ....... . Paranaguá 4 Nov. 1873
Agente con;;. José Francisco de Mir'a nda Filho. Parnahyba 11 Dez. 1862
Grau-Bretanha · Consul Jorge Samuel Lennon Húnt (aus ) Rio de Janeiro 13 Dez. 1864
Enc" do cons. Richard Austin ............... )) '26 Dez. 187 4
Consul João Morgan Junior. , ......... Bahia 16 Abril l85 2
Vice-consul John Charles Morgan •.••..... : )) 22 Abril 186 7
Idem Dr. Henrique Krarn•e (ausente) ... Parahyba 6 Dez. 186 l
Idem int. Theodoro Edlefsen .... ., ....... )) 6 Dez. 186 1
Consul Beriting Welbore Doyle (ausente). Pernambuco (•J H Jan. 186 5
Vice-consul Ricardo C. Corfield ........... )) 27 Abril ] 86 6
Idem John William Studart ...•.... Ceará 22 Maio· 185 4
Idem Guilherme Bingham Wilson ..... Maranhão 22 Out. 186 o
Conaul Ed. Barnardo March ........... Pl!.rá (.. ) 23 Julho 187 3
Idem Charles Saunders DundaR (ausente) Santos 7 Abril 187 o
Idem inter. José R. Wright.............. )) 3 Set. 1872
Vice-consul Raridall Callander.............. Rio G, do Sul (• .. t 6 Abril 1867
Idem Carlos Ernesto Berg ........... )) 13 Agosto 1866
Idem Gustavo Guilherme Wucherer .... Maceió 11 Fev. 1861
Idem Arthur Armishaw ............. Porto-Alegre 21 Junho 18 73
Idem John Watson .......•.• .• •.... Desterro · 10 Março 1868
Idem James Newel Gordon (ausente) ... Sab~rá · 11 Jan. 1870
Idem James Mutter An'derson Gordon·.. )) 17 Março . 1875
Idem Joaquim Soares Gomes ........ Paranaguá 7 Maio 1872
Ag , consular J. J. Bruinschweiler ........... Aracaty 2 Julho 1874
Grecia •••..•• Consul Othon Leonard. . . . . . .. .•••.. Rio de Janeiro 6 Junho 1874
Idem José Augusto de Figueiredo.... Bahia 19 Dez. 1856
Idem Ant• da Cunha Soares Guimarlle s. Pernambuco 16 Set. 1845
Idem Francisco José ·da Silva Araujo. •. Rio Grande do Su1 17 Julho 1851
Hespanha ••.. Idem Manoel Calb6 .........•..... Rio de Janeiro 6 Agosto 1868
Vice-consul Cypriano Lopes de Oliveira .•... s. João da Barr a 16 Março 18 59
Idem José Alfr'edo Carneiro da Fontoura Campos 21 Agasto 1874
Idem Francisco Xavier Ma-chado(ausente) Bahia 9 S et. 18 54
Idem interino Ismael '.A.merico de Andrade. ; .. )) 25 Fev. 1875
Vice-consul Henrique Rodrigues y Cáo .... Parahyba 12 Junho 1872
Idem João Busson (ausente) ..... , .... Pernambuco 13 Março 1866
Idem interino Francisco Affonso Monteiro ..... )) 6 Nov. 1874
Vice-consul Luiz Rib'eiro da Cunha........ Ceará 11 Janeiro 1866
{*) Este disti:icto consular comprehende as províncias da Parabyha, Alagóas, Rio Grande do Norte e Ceará.
(*') Este districto consular compllehende as pro:vincias do Amazonas e Maranhão:
(*~'.) Este districto con~ul1.1~·: compreheilde as províncias de Santa Catharina e do Paraná.
.;_ 49
LOGARES DATAS
l'AlZES EMPREGOS NOMES
ONDE RESIDEM DO EXEQUATUR
• i
. ;: -
-- 50
LOGARES DATAS
PAIZES EMPREGOS NOMES
ONDE RESIDEM DO EXEQUATUR
-----1------ --------·------!------- - -- -
Italia .. ..... , .... ~gente cons. Alexandre Bousquet .. :. . . . . . . . Parnnaguá . 30 Julho 1869
· Cousul · Girolano Vitaloni .......... . ... Rio Grande do Sul 13 Junho 1874
Vice-consul Antonio F. Barreto Queir6s ... . Porto-Alegre 3 Julho 1834
Ag:ent~ cons. Fred. Duval. .... ·....• . ...... )) 16 Nov. 1874
Idem Luiz Joaquim Rodrigues Lopes .. Maranhão HJ Dez. 1860
Idem Medardo Rivani .•..... ; . . ... . Cuvabi1 10 Set. 1862
Idem Alexandre P.ellew Wilson (ausente) B~hia 27 Julho 1870
Idem interino G. H. Duder ............... . )) 29 D,ez. 1874
C. hon ., 2a cat. E. Pellew. Wilson Juuio1'. ...... , Desterro 1 Set. 1865
Agente cons. Charles J. Watson .......... . )) 21 Out. 1871
Paizes-Baixos. A. S. Schmolle (ausente) ..... .. Rio ele Janeiro 21 Junho 1870
Consul geral
Vice-consulKarl ·Vallais ................ . >J 15 Nov. 1870
Idem Constant.ino Cardoso Guimarães . Campos 23 Maio 1848
Cousul Carlos ·wacbsmann .......•... Bahia 15 Março 1873
Idem Geraldo Brender à Brandis ..... . Pernambuco .8 Agosto l S68
·.Idem inter.C. L. P. Rock .. . ............ . » 8 Julb.o 1873
Vice-cousulJoaquim M. Guimarães Jun.' (aus~) Ceará 21 Junho 1872
Dr. Antonio .Mendes da C. Gui-
Idem interino
marães .......... ........ ·. >> .Out. 1873
Vice-consul Moys~s Benedicto •.. .. •.... : . . Maranhão 19 N ov. 1856
Idem Augusto Eduardo da Costa • : . . Pará 22 Março 185(1
Idem C. Budich... . . . . . . • . . . . . . . . Santos 12 Fev. 1863
Idem Leoii Bergmauu ..... . •...•..• Rio Grande do Sul 21 Junho 1812
Idem José Wolmann .... , .. ,. . .. . .. Porto-Alegre 11 Nov. 181)9
Idem Eduardo Wynne •. . . .. . . . . .. • Sergipe 30 Maio 1800
Idem P. Burstelmann .. . . . .. . . .. .... Maceió 24 Julho )867
Idem Eugenio de la Mal'tiniêre. . . . . . . Deste.rro 20 Agosto 1868
Paraguay ...... Consul geral José Antonio Alves ele Carvalho. . . Hio de Janeiro 28 J un. 1872
Chanceller Luiz d'O. Watkinson.. • .. . . . . . » 15 Set. 187
·Vice-cÓnsul Antonio de F. Paranhos Junior. Bahia 30· ºJun. 1871
Consul João Ramos. . . . . . . . . . . . . . . . . Pernambuco 25 Nov. 1872
Idem .Joaquim da .Fonseca Barboza. . . Ce~rá · 17 Abril 1873
Idem João Francisco da Rocha..... . . . Matto Grosso 31 Julho 1874
Idem José Morei•ra da Silva.... . .. . . Maranhão 12 No,,-. 1873
Idem José [lias Vianoa ............ Rio Grande do Sul 22 Out. · 1873
Idem Francisco de Lemos Pinto... . . . . Porto-Alegre 23 Maio 1874
Perú ............ . Idem Henrique Harper ...•..•.•.•. , Rio ele · Janeiro .26 Out. l 866
Idem Custodio Moreira de Souza .... . Bahia 4 Julho 1874
Idem D. José Miguel Rios .......... . Bel em 1O Set . 1869.
Idem José Pereira Vianna .......... . Pernambuco 11 Set.. 1869
Vice-consul Tito Antonio da Rocha : ..... : .. Ceará 7 Out. 187::l
Con'sul Ficlelis Alves Ferraz . ; ..•...... Rio-Grande elo Sul 30 Maio 18i3
. Vice-consul A1~tonio Nicolúo Sepeda .. . .... . Pará 21 Jan. 1875
Portugal ...... ," Chanceller Dani el Josó'Ihi; .eiro (ausente) ... . Rio de Janeiro
Enc. do cons. Joaquim José Pereira Santiago .. . .,. 15 Março 1875
Vice·consul José Maria de ,Souza Loureiro .. . Itaguahy 10 .Abril 1861
Idem José Corrên, de .ll1ello ..... . .... . Mangaratiba 2 Set. 1873
· ,Idem José Joaquim cLos Santos ...... . Paraty 23 Jau. 1860
\'dem . Antonio Caetauo de Carvalho ... . Angra dos Reis 4 Jan . 1869
Agentecon s. José Alv.es .d'Avi ntes Moreira ... . Ca.bo Frio 21 Abril 1855
- 51
LOGARES DATA S
PAI ZES EMP REGOS NOMES
ONDE RESIDEM DO EXEQUAT UR
Portugal .. ... . .. Agente cons. Manoel Fernandes da S. Campos. Macahé 2 J an. 1865
Idem interino Alexandre Pereira de Sá Ferraz.. » 28 Agosto 1867
Vice-cousul int. José Rodrig ues Lopes. . .. . . . .. . Barra de S. João 13 Junho 1866
Ag . cons. int. Domingos Gonçalves da Costa ... S. João da Barra 20 Julho 1865
IJem José Ribeiro de Meirelles........ Campos 4 Fever. 1865
Vice-cousul João Antonio Fernandes Magff-
lb ães ... ... . . . . ; .... . .. .. • Victoria 20 Dez. 1867
Id em .Joaqui m Fernandes Coelho . .. . . . Bahia 3 ,Set. 1861
Idem Valentim Albin o da Cunhá Bessa. Rio elas Contas 20 Maio 1853
Id em Joaquim Ig·nacio Pereira Junior . . R. G. no Norte 21 Julh o 1848
Idem João de Almeida Monteiro . .. . . . AlagÔas 3 Feve1'. 1845
Idem Custodio Domingos dos Santos ... : Parahy ba 11 No\" 1869
Agente cons. Fern ando de Souza Brandão ... . )) 13 Ou t. 1865
Vice-consul Horacio Urpia . . . . . . .. , ..... . Sergipe 22 Março 1859
Consul José Corrêa Loureiro.. . ...... . Piauh.Y 19 Abril l870
Vi ce-consul Paulino José Coelho Bastos.... . )) 17 Abril 1845
Consul Clandino de Arat~jo Guimarães.. Pernambuco 2 Fever. 1864
Idem José Corrêa Loureiro.......•.. Ceará 19 Abril 1870
Vice-consul int. Francisco J oaquim da Rocha . . . Fortaleza 14 Out. 1872
Consul José Corrêa Loureiro ......... . Maranhão 19 Abril 1870
Idem Joaquim Baptista Moreira •••.•. Pará 22 Maio 1857
Vir.e-consul Joaquim Francisca Fernandes ... . Belétn 5 Dez. 1866
Idem Francisco de Souza Mesquita... . Amazonas 9 Maio 1874
Idem José ·Machado de Gouvêa .•.... Granja 28 Fever. 1863-
Idem Henrique P. Bastos (ausente)... Santos 16 Agosto. 1864
Idem iqter. Manoel A. F . da Silva ......•.. )) 20 Dez. 1867
Vice-consul Joaquim Victorino da Cunha .•.. Ubatuba 29 Março 1852
Idem Manoel José Vi eira de Macedo .. . S. Sebastião 8 Nov. 1836
Agente cons. José Martins Corrêa ... . ...... . Petropolis 2 Maio 1865
Idem Fernando de Souza Brandão .... . V. da Parahjba
do Sul 13 Out. 1865
Idem João Baptista de Araujc, Leite . . • Valença 2 Maio 1865
Idem José Faustino da Fonseca e Silva. Vassouras 14 Out. 1874
Idem Hemeterio José Pereira Guima-
rães .............. ..... ........ . .. . Cantagallo 3 Maio 1865
Idem F:rancisco .José de Magalhães .. . . Nova Friburgo 3 Maio 1865
IJem Agostinho R amos Duarte. . .• . . S. Fidelis 12 Abril 1873
Idem Francisco Pinto Duarte ........ . V. de Iguassú 7 Nov. 1868
Vi ce-cons. in t.. Manoel José Corrêa·... . .. .. . . . . Paranaguá 25 Set. 1867
Agente r:ons. Francisco Gonçaives Ferreira Novo. Campina.:; 19 Agosto 1872
IJem .João de ..\;rnvedo Tones . ..... . . .Jag uaJ"ão 4 Marco 1867
Id em José Marques da Motta Guimnl'iies. Rezende 3 Maid 1865
Idetn An tonio Godinh o Simões .. .... . V. de Maricá 3 Maio 1865
Idem Lino Mac hado do Valle ... . ... . V. do R. Bonito 3 Maio 1865
Idem Antonio Marques da Silva ... .. V. de Itaborahy 3 Maio 1865
Idem Manoel Caetano .Jardim ....... . Nitherohy 19 Julho 1861)
Idem Antonio de Lacerda Telles . . . . . . Theresopolis 16 Maio 1870
Idem Ma.noel rla Silva Gandara. .. ... . Barra Mansa 21 Março 1874
Idem Manoel Pinto de Carvalho... . .. . Magé 3 Mai o 1865
Idem .João de Castro Vieira. . . . • . . . . S. Mari a Ma.g . 3 Mai o 1865
Idem João .José Cardoso . . ... . .... . . Ouro Preto 29 Set. 1869
Id em Henri que Coelho de Souza Bastos. Jui7. de F6J"a 4 Maio 1865
Idem .J. Te1 xeirn Lopes Gu imarã es. . T. ela Leopold. 5 Maio 1865
- fr2 -
LOGAREfl DATAS
PAIZES ..EMPREGOS
ONDE ' RESIDEM
~üMES
DO EXEQUATUR
Portugal.., . . .. A:gcnte cous. José de Piaho e Castro ... . .. . Mar de Hespanha 31 Julho 1872
Idem interino João Pereira de 'Mag·alhães . .... . l> 31 Julho 1867
Agent e eorns. Antonio. Borges Sa1Üpaio ...•... Uheraba 5 Maio 1865
Idtim Luiz Fernandes da C. Guimarães. Baepend.r 11 Julho . 1866
. Idem José da Costa Rodrigues ...... . S. João d'El-Rei 5 Maio 1865
Idem Ricat·do Serafim da Silva Pol'to. Paracatú 5 Maio 1865
Vice-coni;ml 1 Lourenço d' Araujo Pereira ..... . Arêas 14 Jnlho 1869
Idem José Rodrigues Pereira Vianiia .. Brntas 2 Julho ]869
·Idem Joaquim José Soares .......... . Sorocaba 11 Junho 186()
Idem Alexandre da Silva Villela(ausente) Poúso-Alegre 15 Maio 1865
Idem interino Antonio Baptista de Oliveira .... . >l 31 Julho 1867
Agente cons. Victorino dâ Silva França ..... . Parahybuna 15 Maio 1865
Idem interino Antonio Q. de S. e Castro....•. >> 28 Dez. 1867
Agente cons. , Francisco Gonçalves Bastos e Slt. Rio Formoso 16 Agosto 1866
Idem Antonio Dorninguas de Souza ... Goyanna 15 Maio 1~6 5
Idem João Vieira de Azevedo... . . . . . :Mamanguape 15 Maio 186fJ
Ide m João Cor~êa de Mello ......... . Marangu::.pe 3 Janeiro 1867
Idem Fernando Penteado Rosas. , ... . . Ponta.Grossa 15 Maio 1865
Idem Manoel Rodriglies de Miranda .. . Benevente 25 Set. 1867
Idem João Baptista Vieira: de Carvalho
Vasconcellos .............. . Pirahy 5 Maio 1868
Idem Antonio Gomes de.Souza ... . . . Constituição 9 Junho 1865
Vice-consul Antonio da Rocha Paranhos .... . Santa Catharina 23 Dez. 1853
[dem Antonio da Silva Ferreira Tigre .. Rio G. \do Sul 26 Dez . l867
Idem Francisco José Bello ...... .... . Porto-A'l,egrc 10 Nov. 1856
Idem José ela Silva Ramos ....... ·" .. Parnahyba 6 Maio 1870
Idem José Francisco Duarte ......... . Pelotas 21 Agos to 1874
Idem . interino Joaquim José Rebello ........ . Iguape 21 Dez. 186,1
Vice-consnl Felix d' Abreu Pel'eira Coutinho .. S. Paulo 7 Maio 1870
Agente cons. Joaquim Candido Thevenar• . •... )) 8 Maio 1866
Idem . Jo!lé Fortunato da Silveira ... . . Taubaté 2 M::irço 1865
Iderri interino José Constantino P. Guimarães .. Baependy 3 Maio 1864
Vice-consul Salustiano Servulo da Cruz ..... Ouyabá 13 Fev. 1871
Agente cons. Domingos Affonso de Guimarães
Azevedo Maia. .. •. . . . . . . . . Ubá 18 Maio 1870
Idem João Joaquim Fernandes Dias .. . Estrell".l 1 Jan. 1870
Idem Francisco Antonio Guerra. . . . .. . Bagag·eµi 1 .Tan. · 1870
Idem José Marques Nogueira Guerra .. Diamantina 16 Sét. 1873
Idem Frederico Antonio de Carvalho .. . Mossoró · 27 Maio 1874
Idem Antonio de Souza Silva Brito .... . Campanha 16 )l ))
-
PAlZES EMPREGOS NOMES 1 ONDE
LOGARES
RESIDEM
DA.TAS
DO EXEQUATUR
Rep. Argentina Vice-consul Al~aro Duarte Godinho ..•...... Maranlião 24 Dez. 1868
Idem José Antonio Vieira da Cunha ..• Ceará 21 Agosto 1873
1 Consul José Coelho da Gama e Abreu .. Pará · 12 Jan. 1863
Vice-consul Manoel K. Carneiro ........... Paranaguá 18 Março 1863
Consul Hygino Durão .•.•.....•...... Rio G. do Sul 20 Abril 1861
"Idem Rufinb Arnaul ............... Uruguayana 24 Março 1865
Vice-consu l M. Domingos Lacroix......... Jtaqui l 7 Jan. 1873
Idem José Agostinho de Maria......• Santa Catharina 18 · Março 1863
Cousul J. Elizeu Pereira Marinho (aus.). Bahia 14 Julho 1863
Enc. e.lo cons. Vis'! onde de Pereira Marinho .•.. )) !.l Março 1875
Vice-consul D. Dario Sarachaga ........... Jaguarão !) Dez. 1862
Consul Frederico Duvfll.. •..• , ...... , . Porto-Alegre · 9 Dez. 1862
Vice-consul Henriq'..le Vares .. •· ........... Sant' Anna <lo
Livramento 18 Março 1863
Idem Custodio Echague . . •• . . .•.•... Pelotas 21 Out. 1871
Consul James Romaguera ... .' ......... Santos 7 Out. 1870
Russ1a ..... ....... Vice-consul Francklin Alvares ............ , Rio de Janeiro 26 Junho 1866
Idem José Antonio Pinto; ......•..•. Pernambuco 5 Nov. 1872
Idem. Augusto Eduardo da Co·sta..... Pará · 3 Dez. · 1853
Idem Herman Bujunga............. Rio G. do Sul 7 Abril 1875
Idem Luiz Ribeiro da Cunha....•.... Fortaleza 10 Set. 1866
Idem Martim Brum (ausente) ......... Santos 30 Junho 1873
Enc. do v. con . E. Vockerodt ................. )) 18 Nov, 1~74
Vice-consul int . August Schumaker ........... Bahia 16 )) 1871
Vice-consul João José Alves dos Santos .... Maranhão 22 Abril 1868
suec.e Noruegn Consul geral Leonardo Akerblom ..... Rio de Janeiro 7 Març0 1866
Vice-consul Carlos Hayn. . • .. . . • . . . . , . :• )) 28 Nov. 1870
Idem Luiz ·de Siqueira Tinoco...•... Campos 29 Set. 1843
Consul David Lindgren .. , ........... Bahia 20 Nov. 1843
Vi~e-consul Carlos J. Lindgren ......•.... )) 6 Dez. 1873
[d em Jacques Graff................ R. Grande do N. 26 Set. 1872
Consul F. A. Wegelin .............. Pernambuco ("') 28 Set. 1869
Vice-consul· w. Keller ..... ·. ............. )) 25 Abril 1871
.. Idem
Idem inter.
Rodolfo Smith de Vasconcello~.•
Gaspar Tobler . . . . . . . . .......
Ceará
Maranhão
12 Julho
26 Set.
1871
1870
· Vice..:consul Carlos Jaeggi ................ Bel em 30 Junho 187:3
Idem Ad. Bulow....•... ·........ . , Santos 6 Junho 1870
Idem H. Meyer................... Rio G. do Sul 15 Set~ 1870
Idem Wenceslão Joaquim Alves Leite •. Porto-Alegre 13 Dez. 1842
Id'3m EdJefsen ..•..• ............. )) 19 Abril 1870
Idem E. J. Bruntchweyler.......... Aracaty 12 Agosto 1872
Idem R. J. Shalders (ausente)....... Parah. do Norte 8 Nov. ·1867
Idem interino A.B. Dallas .... , ....•...... )) 10 Junho 1874
Vice-consul Eugenio de Ja lVIartiniêre...•... Santa Catharina 12 Fev. 18fül
Idem interino Petel' Bol'stelmann ............ Maceió 24 Março 1870
Vice-consul Antonio Francisco de Santa Rita. Paranaguá él Dez. 1873
SLllSSa .......... . .. , Consul geral Eugenia Emílio Raffard ....... Rio de Janeiro 12 Fever. 1859
Vice-consul Alb. Barth ........•..•..•.•. )) 21 Dez, 1874
Idem JL1les Meilie.... ... ........... Bahia (HJ 2 Julho 1874
('l E em outros portos elo Norte, desde o Rio S Francisco 21té o limi te septentrional do Brazil.
(**) Exerce o mesmo emprego na~ provinci as ele Sergipe e Alagôas.
5.lto
Suisse .......... .. Consul F. Aug. Wegelin, de St. Gal! .• Pernambuco (*) 21 Abril 1875
'Idem G. Naef (anseute).'. ... . .... . . Pará (**) 12 Maio 1873 ,
Idem Francisco Guidort............ . Rio G, do Sul 29 Julho 1865
Více-consul Carlos Euler.. . . . . . . . .. , . . .. Cantagallo 31 Maio 1864
Idem George Krug ..... , .. ~ ... . . . . S. Paulo, com res.
em Campinas 17 .lunho 1861
Consul Fernando Hackradt.• . ..•.. , . ~ . Santa Catbarina
e Paraná (j Setemb. 1861
Vice.-consul int. Frederico Luir. .J eanmonard .. , .: . Caravellas 29 Julho 1865
Enc. do cons. Gaspar Tahler .......... . .... . Maranhão :~8 Abril 1874
Uruguay ·(Rep.
Oriental do). Consul geral Erico A. Pena....... ·. , ..•..... Rio de Janeiro · 9 Fever. 1868
Vice-consul Domingos .José de Campos Porto. )) 15 Dez. 1856
Idem Epifania_ Franco de Mirand a .. . . Campos 14 Jan. 1859
Consul João Luiz de Abreu e Silva..... . Bahia 17 Out. 1865
Vice-consul Joaquim Lopes de Carvalho ... .. . )) 25 Abril 1865
Idem · Paulo Joaquim Telles Junior ... . Alagôas 8 Out. 1846
Idem José Narboni .......... . .. .. . Sergipe 26 Abril 1864
Consul Antonio V. de Santa Barroca.. . Pernambuco 20 Abril 1864
Idem José Dias Macieira ...... . ... . Ceará 8 Nov. 1867
Vice-consul .Tosé J oa·qui m Carneiro ..... ·.... . ).l 17 Nov. 1873
Oonsul Oal'ios Henrique ela Rocha ...• , Maranhão 25 Nov. 1847
Idem João Pereira Thomaz ... . , •...• , S~ntos 26 Jan. 1867
Vice-consul int. Francisco Felicio da Silva ...... . ,y, Julho 1873
Idem Lourenço Ferreira de Sft Ribas .• Paranagu~ 19 Set. 1865
2º Vice-consul Hippolyto Gautier • ; ......... . Santa Catharina 25 Abril 1865
1º Consul D. Rafael M. Elorga ........ ·.. )) 17 fanei ro .1874
E. a,, V. Cons .. P.. Lirou ............ , ..... . Rio G. do Sul 28 Julho 1860
Consul João Pinto da Fonseca Guimarães. Porto-Alegre 28 Junho 1872
Vice-consul D. Justino Torres Filho ....•.• Ale'g rete 22 Maio 1874
Idem Benito Mal.irei y Lamas ..... .. . Pelotas 10 J an. 1867
Oonsul José Mas Ramon ... , ... . . ; .. . Bagé 29 Out . 1873 .
Idem Lino Ballesteros ..... , ..• ...•. . Uruguayan a 29 Março 1870
Vice-Consul Antonio L. Monjardim ... . , ... . )) 11 Nov. 1868
Irl em Manoel Marenco .. . .... , . .... , ltaqui 12 .Julho 1872
Id em Gmlh erme Pinto ... , .. , . ... .. . Jn gua rão 12 .Julho 18"/2
Id em D. fü rrnlio PIL . , .. . . ... . . . . Victoria · 13 Maio l.874
Venezuela, ... Consul · Pedro Rodrigutis Fcrn(rndes Cha-
ves .................... " .. Rio de .Janeiro 5 Fev, 1~62
Idem interino Franklin Palmer .. , ........ , ·.. )) 7 Out, 1868
Consul Dr. J oiio Ferreira Cantão. , .. , . , Pará 27 Maio 1868
Idem Daniel Ramos ........ . ...•. , Pernârn buco 30 .Julho 1872
Idem José Gonçalves do Nascimento .. Bahia '22 Fev. 187::!
Idem interino .Joaquim Elizeu Pereira Marinho .. )) 23 Nóv. l8fül
Oonsul Bernardo José Pereira . .... .... Ceará 24 Dez. 1873
(') Exerce o mesmo emprego nas provincias do Ceará, P amhyba e Rio Grn.pde do Norte.
('•) Exerce o mesmo em pr ego nas províncias el o Marunh iio, Piau lly e Anrn.i.onas.
55 -
-N. 8.
Senhor !-- A lei n. 2348 de 25 de A.gosto de '1873 concedeu para a verba do
§ 7° - Comrnissões de limites e liquidação de reclamações - do art. 4° da mesma
lei, no exercício financeiro de '1873-· 1874,, a quantia de '130:000$000.
A despeza, porém, daquella verba importa ern 31 '1: 824$581, sendo ·a occasionada
pela cornmissão de demarcação dos limites entre o lmperio e a Republica do Para-
guay de 2'11:043$683 . · ·
Dá-se, pois, um deficit de 181:824$581 .'
Não existindo sobras nas outras verbas- e havendo urgente necessidade de cobril'
esse deficit, venho submetleni approvação e assignalura de V. lVI. Imperial o decreto
junto que abre· ao ministerio dos negocios eslrangeiro3 um credito extraordinario de
18'1: 824$581, para ter a mencionada applicação .
Tenho a honra de ser, Senhor, de V. M. Imperial, subdito obediente.
VISCONDE DE CA.RAVELLAS.
Concede ao ministerio dos negocios estrangeiros um credito extraorclinario ele 1SL'82~$581 , para cobrir o deficit qnc
e:ristc na verba elo Si 7" do art. ~º elo orçamento qne vigorou no exercicio ele 1870-187~.
VISCONDE DE CARAVELLAS.
\
56 -
· N. 9.
. Senhor! - Por accôrdo havido entre o governo de Vossa Magestade Imperial e
o de Sua Mageslada Britannica foi a reclamação do conde de Dundonald, executor
testamentario de seu fallecido pai, o almirante lord Cochrane, subrncflida a ar- .
b.itra.mento.
Ten.do os arbitros. decidi<lo, em 6 de Outubro de 1873, . que era devida e devi a
ser paga pelo Imperio ao dito conde ,a q.uanti.a de ±: 38. 6715, como importancia e
'liquida.~ ão final de todos os seus dirnitos contra o governo imperial a titulo de ven-
cimeatos, pensão, parte de prezas ou por qualquer outro titulo provenientes dos
serviços prestados. por lord Cochrane ao Brazil, pedio o mesmo governo ao corpo
legislativo, no relatorio do ministerio dos negocios estrangeiros do corrente anno ,
que houvesse de habilita-lo l,l. cumprir essa decisão; concedendo os fundos necessarios.
Havendo-se encerrado a sessão legislativa ·sem que se tivesse podido tomar este
assumpto em · consideração, e tornando-se urgente levar a afleito o compromisso
arbitral', venho submetfer á approvação e assignatura de Vossa Mageslade Imperial
o decreto junto que abre ao rninisterio dos negocios estrangeiros um credito extra-
ordinario de .358:206S999 (i 40.298. 5.9 ao cambio de 27 dinheiros esterlinos por
mil réis), send?O 34.3:777$777 ('í, 38.67'5} importanr.:iia do que é devido ao. cond.e de
Dundonald pelo arbitramento, e 14:429$223 (i 1.623.5 .:9) dos juros da mesma
q;uantira, c©0tados de; iO: de Maiio d.o• CQruente anno, dafa da hota em que: a legaçãc:J
hrilannica reclamou jrt:J:.rns. pela mora,., wté· 23 de Janeiro proxitn0 futuro, data em
que tem de realizar-se em Londres o pagamento das mencíonadas .f 40.298.5.!J .
Tenho a honra de ser,, Senhor, de Vossal\fagestade Imperial subdito obediente,
VrscONDE DE CARAVELLAS.
.!
- 57 - .
N. 10.
. S1~nhul' ! .-:.- Scrido ínsuilicienies as quantias concedidas pela lei n. 2348 de 25
de Ag·oslo de '1873, para as despezas· do § 'l º (( Sccrclariàs de Estado>) e § fi:"
ccAjudas ele cuEtO>i , do art. 4Y da referida lei no exercício financeiro de :1873-1871.,
havendo naquelle um deficit de 24·:918$'112, e neste de 2·1:801·$999, tenho a bo11ra
de subrnellcr ;;i approvação e assignalura de V. M. lrnpc.rial, em co11f'orrnidarfo do
lJUC ·dispõe o art. '13 da lei n. l 177 de 9 de Setembro de 'l 8G2, o decreto ju1.itu
quu manda applicar ás dcspezas das alludiclas verbas· a quantia de 4·6:72:3$'11 'l ,
sendo 30:000$000 tirados elas sobras que exisl<·)rn na verba dü §. 2º cc Legac;ões e·
GousL~lados)), e '16:723$1 '11 dus do§ 5° cd~xlraordinarias no. exlerior)) , do mesmo
uxerc1c10 ;
Sou , Scilhor, de V. M. Imperial, subdito obediente,
VISCONDE DE CARAVELLA S.
e do lmperio.
Com 'a rubrica de S. M. o Imperador.
VJSCONDE DE CARAVELI.AS.
i.;, 11
N.. IL
Balanço ~sral resumido dos Grnditos ·e das dBspezas [10 ministerio .dos nB[GGios ss.tran[Biros no BXBrGicio financeiro ·de 1873-1874.
~ CREDITOS. _
1
VERBAS. TOTAL. DESPENDIDO . SALDO.
Lei II. 2348 de 25 de IDecrelo li. 5827 de 22,Decrelo n. a828 de 22
,\gosto de 1873. de .lleztimhro de 1874. de Dezembro de'l874.
1 1 1-- 1 - - - - - --1- 1--- 1 1
~ I. 0 Secretaria de estado, moeda do paiz ..... º 1 . 1 ô2:39ã~OOO/ ..... . • •...• / 2li:918::PH2 187 :313?PH. 2 187:313;,;ll 12
~ o.º Extcaordínarias rio exterior, idem . . ..... . RO:ÇlOO:tft()OO, .....•.•• • .. 63:276~8891 i17 ::3!18:p07'1 5:928:/P'i l 8 1
i
~ 6. 0 Di Las no interior, -moeda do paiz . . ... . . . 2 0 :000~000, ........... . 25:000~000 24.: 755~{ 30 24kWi870 1
~~_m,'5to1:1~~~;;;;;iilfiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiãiiiiliiiiiliiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiKBllllll""'.....................................11111......................llB.........................................,...........................,_,...,..........................
. ..
Secção de Contabilidade, em 3 t de :Março de I 87i:i.
O Director, ALEXANDRE ArFoNso DE l~AtWALn:o.
...
õ9 -
N. 12,
I
r § 1. 0 Secrnt:nia d'Estado, moeda do paiz..•. . .•.•..•.. 159:445$000
» 2. 0 Legações e consulados, ao cambio de 27 d. es t. por 1$ 554:: 775$000
» 3. EmprognJos em disponibilidade, moeda do pniz . . ,
0
7.: 1:33#:33:3
Al't , 4.º1! n 4.º Ajudas de custo, ao cambio ele 27 d, m~t. por.1$. '70:Q00#000
. >l 5,•>.Extraordinarias no exterior, idem ... . ...... , .. . 80:000#000
». G. º Di t:rn 110 interior, moerla do paiz ... . ..... . . , .. . 25: 000$000
» 7. º C'ommi ssões ele limi tes, e de liquid ação de 1·ec lamaçõcs 200: 000$000
VOTADO PARA
NATURE ZA DA DESPRZA LEGJSI,AÇJÃO VENCIME~TOS SOMMA S 1873- 1874
F.] 8'74- 1875
§ ].o
SEORETARIA n'ESTADO
Ministro e secrotnrio de
Estado ... . ... , .... Ord. Lei de 7 d' Agosto ele 1852 12:000SOOO
Director geral. . . . . . . . >i Drcr. de l9 de Fev .d o J8 5Ç) 5: 000#000
Grnt. Id em t1:G00$000
4 Dirccto1·es dr. ~ecc;: iw. Ot·ll. Id em 1:J : ~oo s o o o
Grn L Id em fi :G00 ,~ 000
6 Primeiros offi eiucs .. Üi'd . Irl e.m 18:000#0001
Grat. Id em 5:000$000
G Seg undo.:; ofü.cines . . Ord. Id erri 1 5 :600,~000
Grat. IJ em 4:800$000
4 Am anu enses ....... Orcl. Id em G:ooouooo
G1·,1t. Id em 2:000SOOO
5 Prntic~nt es. . .. • .. . » Dec . de 2 doi\'faio <lo 1861:' 4:800$000
Augmento de 10 °lo a 11111 1
director de secção . ...•... de 19 ele Fev. de ] 859
D c c1'. 5 0 0 ,~000
2 Ofüciaes de gabin ete . ii llec1•.d f12de Mni o de i 8GR 4:800#000
A trnn sporbr. , .. ·. , ... ••••• . ' • f ••• ' 1 •• ' t • . l 04,: 100$000
- 60
VOTADO PAll.6.
NA'fUREZA DA DFSI'EZA LEG JSL AÇÃO · VENC!MENT0S S"MM AS 1874-18'/fi
r.1 871>-187(-)
YOTADO PARA
l 874 -1 R75
- - - -1
N AT UREZA DA OF.SPllZA LEGISLAÇÃ O VENCIMENTOS SOMMAS
10: 1875-1876
§ 2.º
1
LEGAÇÕES E CONSULADOS . 1
Perú.
Env, extr. e ·rn. plenip Orcl. Lei de 2-2 Agosto 1851 3: 200#000
Rep. Decr. de 13 Out . 1869 l 6: 800$000
J. Secretario de legação. Ord . Lei de 22 Ap:osto 185 1 1:200.~0 0 0
Grat.. 'Decr. do 7 Mai o 1859 2:800#000
1 Acldiclo de l ª classe.. Ord. Lei de .22 Agosto 185] HOOfiOOO
Grat. Dec1'. fie 6 Abri l 1852 2:200fiOO r1
Cons. geral em Lima. Orcl. Decr. rle 28 Fev. 1852 ::i:ooosooo
Cons. geral em Loreto. Ord. Decr. de. 4 de Março l 871 4:ooogoor)
Expediente da leg ação ...... 1• • • • • : • • • • • • • • • • : .• •• 500fl000
» do consulado geral ............. ... ... . 2oosooo
>> do dito em Loreto 1
l :000$000
35:7001XOOO
• ; • • • •• • ••••• • ••••••
1
Chile .
Vt''l'ADO PARA
NATUREZA DA DESPEZA LEGISLAÇÃO VENCIMENTOS SOM MAS 1874--·· l '375
E 18-5-1870
- - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - ---------
Transporte . . . . . . . . . . . . . .. 9G:70 0$000
Bolívia .
.1 Mi'nistro residente. . . Ord . Lei de 22 Agosto 1851 2:400$000 '
Rep. Decr. ·ele 2 de Maio 1874 12:600$000
l Addido de ia classe. Ül'd. Lei elo 2:t Agosto 1851 80080 00
Grnt. Decr .. ele 6 tle Abt·il J 852 2i2008000
1 C.G. eIT,J S.C. <le la Sierrn.01·d De c r ~ ele ~~ de Dez. 187 0 4:0008000
Expedi ente da legação. . . . . . . ... . .... . .... .. . :.. .. 1 :000#000
» do consulado geral. ........ ... .. . ..... . 5008000 23: 500$000
Eqitadoi·. I'.
- 63 -
~·~~~~~~-~-~~~~~~~~-~-~~~~~~~~~~~,~~~
VOTADO PA HA
NA'ruR'EZA DA DESPEZA LEGISLAÇÃO VEN Cll\IEN'l'OS SOMMA S 187.'l-- 1875
E ]875--1876
G1·art-B ?'etanha.
1· Euviado extraordinm·10 e mi·
uistro plenípoten cinrio . Un1. Lei de 2'2 AgosLo 185 i 3:200$000
Hep. Doer. de 6 Auril 1852 21:800$000
Secretario de legação. Orei. Lei de 22 Agos to 1851 1 :200$000
Gmt. Dec1'. do 6 Abril 1Fl52 ~} : 80 0$00 0
:J Acldidos de 1" classe. Ord. Lei do 22 Agosto ] 85 1 2:400$000
Grat. Doer. de 6 Abl'il 1852 6:600$000
Expedi ente da logaçrio .... , ....•.... . . . ... . ....•. 4:000$000
I<le11: do cons. ger. em Londres .. , .. . .. . ... ... , . . J :000$000
Idem do cons. {g' Cl', cm Li ver-
pool. ........ : .... ....... .... . ... . ......... . 200$000
.
F?·anca.
,
Belgi'ca.
VOi'.AlilO PARA
NATUREZA DA DESPEZA LEGISLAÇÃO VENCIMENTOS SOMMAS 1874-1875
1 . E 187-5-i.876
Italia.
1 Ministro a·esidente. .. Ord. Lei de 22 Agosto 1851 2:400$000
Rep. Aviso de 26 Jan. 1872 12:600$000
1 Sec1·etnrio de legação. Ord. Lei de 22 Agosto 185] l :200$000
Grat. Decr. de 1!9 Set. 1878 2:800$000
1 Consul g eral. •... , . Ord. Decr. de 5 Maio 1860 3:750$000
Expediente da legação .•.... .................... 500$000
» do consulado g er. .................... ·100$000 23:.650$000
Hrespanha.
l Ministro residente... Ord . Lei de ·22 Agosto 1851 2:~100$000
Re~. Decr . de 4 Out. 1871 7:600$000
1 Addido de 1ª classe. Ore . Lei de 22 Agosto 1851 800$000
Grat. Decr. de 19 Set. 18'i3 '2:200$@00
1 Ooniml geral . . . . . . . 01·d. Decr. de 14 Out. 1853 3:000$0001 '
Expediente ela legação ...... ... ... .... . ...... . 500$©00
.» do consulado ger. . .. . .. , ............
' . 500$@00 17:000$000 '
Paizes Bai'rnos.
1 Couaul geral. . . . . . . Ord. Decr . de 8 Abril 1861 4:000$000 1
Confederação Siiissa.
1 Ministro residente... Ord. Lei de 22 Agosto 1851 2:400$000
Rep. Decr ..... . .... .. ..... l 2:ú00$000
l Addido de 1n classe.. Ord. Lei de 22 .Agosto 1851 800$000
Grat. Av. de26Se1. l873 .... 2 :200$000
l Oonsul gernl .·. . . . . Ord. Decr. de 14 Jan. 1871
4,ººº1°ºº
.+:
Siiecia e 1Jinama1·ca.
1 !Consul geral. • . . . . . . Ord. Decr. de 8 Jan. 1861 4:000$000
Expedi-ente do consulado ger. •••• li •••••••••• <o •••
500$000 4:500$000
554:775$000539:150$000
"
E. II
"
- 66
,. VOTADO PARA
NATUREZA DA DESPEZA LEGISLAÇÃO YENCIMENTOS SQMMAS 1874-1875
E 1875-1876
§ 3.º
Empregados
em disponibilidade.
§ 4.º
Ajudas de custo.
§ 5,o
Extraordinarias no exte.rior.
'
§ 6.º
Exbraordinaria& no interior.
.. .
--
,.
., .•
.. VOTADO ·PARA·
...
NATUREZA DA DESPEZA LEGISLAÇÃO VENCIMENTOS ;;~ ,SOMMAS 1874-1875
- E 1875.:.1876
§ 7.º
Commissões de limites e de li-
quidação . de reclamações.
Para as commissões de limites
entre o Imperio e as Republi-
cas da Bolívia, Venezuela
e Argentina, e de liquida-
ção de reclair.ações •••..• •• • • •• • •• 1. l '. t • •••• •. i • •• 1 1. ' ".. 200:000$000 130:000$000
. ...
..
I~DIOE
DOS
EXPOSIÇÃO
Republica A1•gcntina.
de inv;i são do t·m·itorio oricn l ,l por· :)3 rg.ll'a e sens companheiros, captores
Pr11j(~ c to
do P01·tenha. 13
Divida interna da n.epubli c 1 Ori enl:il !lo Uru guay . tei que susp !rnlo , ma amor iza-
ção e mancl i. !Hgar . os seus juros cm p;1pc l e não o 11 ourn. No les to do corpo
diplomatico e co nsul ar. 13
Convenções postaes i ft
Paraguay.
Accôrdo substituti vo do art. 3:.í e elos §§ 2º, 3" e ti• cio a rt. 29 do trata·Jo de amizade,
cornmercio e navegação en tt\) o Brazil o o Par:1guay. f5
Co11venções Consul.a·es . rn
I'.. ' ,, ••
' ·,
70
I.imites.
Est1ulos-Unillo.s da . fl.merica·. ·
Reclamação cio brigue~éárolíne...:... Restituiçã9 rla quantia paga. em 1867 ao governo ame-
ricano. • . 22
, Secretaria cl'Estado . 28
· Corpo diplorp ~tico brazileiro . . . •' . 28
Corpo ·con.sular brazil1füo . 29
Corpo diplon~atico estrangeiro 29
Parte ftuanceit•a .
~mortizaçílü ·dos ·empreslim~s feitos pelo Brazil á Republica Argeµtina nns annos de
18fH-i8o7 . • . 30
Despezas do ministerj_o dos úegocios estrangeiros no ~xe rcici o cle- 187li,-i'87t> 30
OrÇ'amento para ó anno financeiro de 1876-4877 3i
Despezas do ·ministerio dos negocios estrangeiros no .exerci cio .de -1873-187-!J.. 3t
ANNEXO N.1.
. no ,
Re\lolução de Setembro.-Canhonei1•a «Pa1~aná».-S11a . en~1·a4a
po1•to do Rio-Gt•ande do Sul.-P1•ocetlimento ~eguitlo em 1•el~1.'ílo:. :_·
~
a ella.
'.
N. 22. Telegramma do presidente do
Rio-Grande elo Sul ao gover1~0 imperial n
N. 23. Id em do g:overno imperié],l ao presidente elo Rio-Grande . H ..
N. 24.• Idem ela legação em Buenos-Ayres ao governo imperial -. A2. ,
N. . 2ã. Idem do presidente do Rio-Grande ao governo imperial. 4,2
' N. 26. Idem do gov~rno imperial ao presidente do Rio-Grai1de 4.2
11
N. Idem do governo argentino ao imperial . .
27. 43.
N. Desp acho _do governo imperial á iegaçâ'.o ·e~ Buenos-A yres
28. 4,3
N. Telegramma elo governo imperial á legação em Buenos-Ay1·es
·29. 44
N. Idem do governo imperial ao ·argentino
30. 44,
N. Idem elo presidente do Rio-Grande elo Sul
31. ª'°
gove rno imperial. 44
N. Id.em do comrnanclante da força naval elo Rio-Gra.ndo ao governo imperial
32. 4,i)
. N. Nota verbal elo governo argentino à legação imperial.
33. 45
N. 3L Nota vérbal da legação imperial ao governo argentino. 45
N. · 3 ~). Notá do governo argentino ao imperial · .46
N. 36. Despacho do governo imperial á legaç.ão em Bueno's-Ayrcs 4,9
N. 37. O:tlici ci da legação em Buenos-Ayres ao governo imperial 50
· N. 38. Nota do governo imperial ao .ela Ilepublica Argentina . õ2
N. 39. Nota elo governo argentino ao imperial.
N. 4.0. Nota elo governo imperial ao argentino . 60
66
72
.·- .
Thms dados do te1•1•ito1~io a1•gentino sobl"e duas lanchas pe1•ten-
ee~ltes á ftotilha do .1Uto-1J1•uguay.
N. !12 . . Oflldo do prati co H. A.. tl a Costa ao e ! ~ nu ndante da canhoneira Grcenhalgh. PAG . 7'Ó ·
N. 43. Nota da .legação imperial em Bucnos-Ay rús ~o go verno argentino 80
N. . !1/L Nota do goremo argenlino á kgaçãci impJrial. · . 81
N. q.[). Nota do goverr10 argentino á legação iT: perial . ·, 8-Z
N. 46. Nota da legaçáo · iinp~r ial ao governo argentino . 83
Pro~ect~ de invasão do .ter1·itorio Oriental por Bergara e seus companh~iros . Capto'res do Porlenha
Convenções P~staes.
Pa1•aguay.
Convenções Consulal'es.
Limite!i .
N. 80. Termo de assen tamento do marco na margem direita do rio Javary. . " • 188
N. 8i. Termo da collócação pela 2ª vez dos marcos de limites na boca do Igarapé
Santo AntOnio. . . . . . . . ~ . . . • . •• • 1-92
N. ,82. Nota da legação imperial em Lima ao governo peruano. f .9~
N. 83. Nota do governo peruano á legação imperial . . . . 197
N. 84. Nota do governo peruano á legação imperial . . . . .... . i98
N. i5. Nota da lefjação irllperial 'em Lima ao governo peruano 199
.... .
~
209
1 • ' .
. .. .. '.
))
N. 90. Acta da H• ))
. ' . ' 213
N. 9t. 'Acta da {5a' )) ·. 2i6
E, If
..
..
74
. Re°Iatorio
. .
geral da dem., arc,;tção 4e Ümités·entre
. Q r:tlrazil e .O: Paragu.ax . . • ' ~ 22z •
~ .
~. " .,
' ' R-e~lam~~ões ··angfo.:.brazileii!li·s .
272
N. 100. Nota da .legação britannicà ao governo imperial 272
N. tot.. Nota do ·governo imperial á legação britann]ca ,· '• 274 .
,·
ReclamaÇão do conde de Dundonald como' representante
de seu fallecido pae lord Cochrane. :·. '· '
N: . H3.
Documentús a que se refere esta nola . • .
Nota do governo imperial á legaçao portugueza: ..
302 ª·305 305
N: "" ff4. · Nota· do. governo imperial• á legação portugueza. .. ' .'.• .·306
N~ Uv. ~ Officio do chefe. d.e . policia ,elo P'ará ao presidente. da provincia
' t- , •
. :. 307
....
.
'
·N:.. H6. • Nota do governo im:pe~!al á leg~çãó portug.uez~ 7 • .; , • ... .
'
.• 3Q8
'
.. ..
.·
·;
' ..
''
,,'
·75
..• ..
' ..
..
,..
, N.. U8. Nota do governo
. .
imperial · á legação pÓ1:tuguezà
N. U9. Nota da legação . por.tugueza ao governo tmpérial •.
3fo
.'
~ ~ ' -~·'
•I.
'• 1
. •• • i. • • •
;.' ·3f0
N.: :120. Nota do governo" imperiàl .á legação porttigueza . ·. . : 3f2
N. . t2t: Avlso. do ministeri.o da 'jqs~,a a que sê refere a nota :~ upra. . ,. . . 3'12
.lfocti.mentos a que s~ · r~fere ~ste avi§o , •. · .·" ... ".' .. . • . . 3t3 . a 322=
N. 122. Aviso do governo imper~-al ao president~, do Pará ·. · . . ~ .. :. '.~.. • 322··
N. t23.
'
Nota do governo imp@rial ,á legação ;portugue.za
.
.. .. . '"..~ ·323 ..
N. '124.. Nota do g~verno .imperial a legação portugueza.. . ., ., .. ·. ~ ..t•' lf"
. ~ ... •. . • . . 323
~
ANNEXO N. ~t
. 1
.'
..
. •
..
Rio de Janeiro, 187'5. TY!>ographia Universal de
. ~ .
Li.EMMEaT, rua dos fovalidos, 71.
... .
..· SUPPLEMENTO AO RELATORIO ,
• 't. \ , 'Í<' .: . . ·. ''
. ' .
.
\
'j
MINISTEHIH
.. .
'nos ·. NEGOCIOS HSTHANGHIROS . ' \
DE · .... •, '"
. ' '
'18"75
'"
;
•, •.
.'
·,. ·... _JtEPUBLICA AJtGENTiNA E PARA~UAY. . . .
..
. '
,·.,
\,
.. -. - - - -
,,'
l.,
. .
QUESTÃO DE LUHTE.S i--COOPERACÃO .DO BUAZJL.-
· NEGOCIA CÃO NO RIO DE JANEIRO! d . 6 .
.. ··,
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••• ' 1
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11
• . t'
·,
SUPPLEMENTO AO RELATORIO
DO
1875
\
SUPPLEMENTO AO RELATORIO
DO
1875
' .
'
RWO DE JANEIRO
1875
'•
SUPPLEMENTO AO llELATORIO
•
jugusto~ t · Jignissimo~ $t111tortµ ltlll'tstntmrlt~ da ·~a{ãil.
'(
apresentação \ do relato:rio de 187 4, porque a negocia9ão, q,uc;i $~ encetava, exigia a
(
6
maior reserva. Cessou esse motivo, não porquês~"ºhegasse ao desejado accôrdo, mas
..........
por ter o plenipotenê ia"I·io argentino interrompido as conferencias da negociação con-
juncta e tratado separadamente com o paragnayo sem que c1o ·resultado desses ajus-
tes se désse conhecimento officialmente ao governo imperial. Cumpre-me, pois, dar-vos
conta do oçcorrido; e é o qne neste momento tenho a· homa de fazer.
A missão do General Mitre 0rn Assumpção deixou este grave negocio nos termos
que constão das conclusões de um memorándum daquelle .general e do contra-
memorandum do plenipotenciario paraguayo.
Conclusões argentinas :
« 1.ª Não ha questão a respeito do territorio .das Missões. Está ella resolvida
« pela natureza; pelo tempo, pelas conveniencias mutuas e pelo commum accôrdo.
« 2.ª Não ha qtiestão a respeito da ilha do Atajo ou Cerrito, nem p6de haver;
cc e o Paraguay. não questiona este ponto, como já se vio.
« 3.ª Pelo que respeita ao Chaco, não ha questão por nenhuma das partes até
cc á linha do Pilcomayo, desde que a Republica Argentina. acceita o arbitramento
cc para os territorrios ao norte desse rio, inclusive a Villa Occidental, e desde que
« o Paraguay acceita aquella linha como definitiva.
4. ª A Republica Argentina, coherente em seus compronussos, está e estará
« disposta a firmar sobre estas bases os ajustes definitivos de paz com o Pa-
" raguay, e, no entretanto, conservará a paz, mantendo o estado actual na linha
cc do Paraná, na ilha elo Atajo ou Cerrito e em toda· a extensão do Chaco que
« OCCUpa, D
Conclusões paraguayas:
cc 2.ª O direito de posse, que o Paraguay tem sopre a ilha .,qo At. jo_ou, Cerrit,o
. ' ~ '
7
e que foi reconhecido por um dvs governos da propria alliança, não p6de ser
' alterado sem prévio accôrdo a respeito do Ohaco.
« 3. ª A questão do Ohaco será definida por meio de arbitramento, si fôr desde
« o Bermejo até a Bahia Negra, ou por transt).cção amigavel, ' fixando-se o Pil-
« comayo como linha definitiva.
'' 4.ª Em consequencia da sua boa política e dos seus bons desejos estft a
« Republica do Paraguay prompta para firmar os tratados definitivos com a Ar-
« gentina sobre as bases propostas: emquanto se não concluírem esses tratados,
« manterá a paz conservi:tndo snbsistente o protesto de 18 de Fevereiro de 18 7 2. »
Neste ponto declarou o plenipotenciario argentino suspensa a negociação, e o
respectivo governo: confirmando depois as suas proposições em notas dirigidas
em 16 de Outubro de 1873, ao paraguayo e ao ministro do Brazil, resumia-as
assim:
« A ultima palavra deste governo foi o arbitramento applicado ao territorio
a entre o Pilcomayo e a Bahia Negra, comprehenclida a Villa Occidental; ou,
a por transacção, a linha do Pilcomayo, salvando-se a Villa Occidental pelo no
« ou arroio mais proximo ao norte. ~
Esta suggestão não teve a resposta clara e positiva que se devia esperar. Eis o
que uisse o Sr '. Dr. Tejedor na sua resposta de 5 de Março depois de fallar na appli-
cação do art. 6° em vez da do art. 5° do a.ccôrdo de 19 de Novembro de l 872 e de
pretender que a alliança com o Estado Oriental estava terminada.
« O governo . argentino nada espera tambem de outra negociação com o Paraguay,
<e como parece ter comprehendido esse governo, propondo uma modificação ao pro-
,, jectado arbitramento e offerecendo novamente seus leaes esforços, que em todo caso
cc lhe competiria ensaiar por si só .antes de comprometter a Republica Argentina em
« uma quarta e inutil negociação.
« Mas, si isto fosse possível, teria u governo q,rgentino nec~ssidade de introduzir na
« proposta ui:na modificação que a seu juizo a melhoraria, ,com grande proveito da paz
« destas regiões. Si, concordando no arbitramento sobre a Villa Occidental, se ha de
a pôr fóra de questão o resto dos territorios ao norte em favor
\
dó Paraguay e ao
.
sul
« para a Republica Argentina, mais logico seria fazer definitivamente este reconheci-
« mento, desoccupando desde já o Brazil a ilha do Atajo, mencionada como territorio
cc argentino no accôrdo de 19 de Novembro; e a communicação de V. Ex. nada diz a
cr este respeito. ))
'A legação imperial em Buenos-Ayres replicou em 31 de Março. Devo transcrever
uma parte dessa resposta. É a seguinte:
«·O governo imperia~ não póde convir em que o governo arge~tino afaste assim das
« deliberações da alliança o Estado Oriental 1 desligando-o dos direitos e obrigações
cc inherentes ao pacto que os tres firmárão solemnemente em Maio de .1 865. Pelo con-
« trario, o governo do Brazil julga que o concurso desse alliado é de direito, e póde
« ser muito util aos in,teresses communs.
« O governo argentino; disse o Sr. Tejedor, nada espera de outra negociação com
cc o Paraguay, e attribue o mesmo sentimento ao de .Sua Magestade o Imperador. Si
« assim é, deve tambem reconhecer esse governo que se veri~ca a hypothese do artigo
« 5º do accôrdo de 19 de Novembro, e que, portanto, compete á sabedoria e pruden·
tt eia dos alliados a solução o.u procedimento que mais convenha em tal conjunctnra. 11
9
« menos conscienciosa e conciliadora, diz o Sr. Tejedor que seu governo acceitaria o
« arbitramento limitado, suggerido pelo governo imperial, si isso fosse acceito pelo
« Paraguay, o que não crê; mas accrescenta uma condição, ti.e que logo tratará .o
« abaixo assignado, e em seguida observa que « em todo caso caberia ao Brazil en-
« saia-lo por si só, antes de comprometter a Republica Argentina em uma quarta nego-
« ciação inutiL
« O abaixo assignado espera que o Sr. Tejedor .desistirá dessa eEitranha obrigação,
'' em que julgou constituído o Brazil, a de mostrar-se mais interessado do. que o governo
~ argentino em resolver a sua questão de limites c~m o Paraguay, ou antes, de ir
<e preparar-lhe o terreno para uma quarta ou terceira negociação, que o governo ar-
« gentino é o primeiro a decla~·ai· impossível.
<< A condição addicional, a que o abaixo assignado acima alludio, e com. a qual o
« governo argentino limitaria o arbitramento á questão da Villa Occidental, si esta
« solução fosse acceita pelo Paraguay, seria que o Brazil desoccupasse desde logo a
«_ilha de Atajo ou . Cerrito mencionada como terra argentina no accôrdo de 19 de
« Novembro.
«A primeira observação, que ao abaixo assignado cabe fazer em face deste período .da
« nota do Sr. Tejedor, é que o citado accordo de 19 de Novembro não mencionou
« aquella ilha como t~rra argentina, e nem era possível que o fizesse, porque não se
« tratava alli de discriminar domínios ela Republicai Argentina e do Paraguay, mas de
e: regulai'. o procedimento commum dos alliados. Ainda quando esse accôrdo, trans-
e< pondo a sua legitima esphera, definisse algum domínio, nunca seria o dessa ou de
E 2
\\
l.
\
1
10
(< outra ilha, as quaes, ·segundo já reconheceu o governo argentino, estão fóra do
« compromisso da alliança, que della não cogitou.
« O artigo 6° do accôrdo de 19 de Novembro falla da hypothese da desoccupação e
<e expressamente .comprehende nesta clausula a ilha do Atajo, occupada pelo Brazil
e< durante a guerra ; mas sem dizer si é ou será territorio argentino ou paraguayo, o
« que só o tratado de limites das duas partes interessadas poderá decidir. Isto mesmo
« já tinha sido cleclaraclo pelo governo imperial em suas notas ele 21 de Março e 21 ele
« Junho de 1872.
« Sabe bem o governo imperial q':e não está obrigado a conservar forças no Para-
cc guay por causa dos interesses communs da alliança ; e não .o deseja, como tão gra-
« tuitamente presumio o Sr. 'rejedor. Mas tambem sabe que não está obrigado a reti-
« ra-las .nas condições actuaes ; e não póde acceitar como desoccupação por parte da
« Republica Argentina a concentração de suas forças na Villa Occidental, sobre cujo
e< clominio o proprio ioverno argentino admittiria o juizo de um arbitro imparcial.
« O abaixo assignado não pÓde .aqui deixar de reclamar outrosim contra a asserção
« de que os direitos territoriaes da Republica Argentina derivão do tratado de alliança,
( que aliás excluio toda idéa ele conquista, consagrou terminantemente o respeito á
« independencia, soberania e integridade territorial do Paraguay, e apenas declarou os
« territorios a que seus limitrophes se julgavão com direito, e que serião objecto dos
e< ajustes de paz. »
(
Accrescentou o gov~rno .imperial outro alvitre, que, segundo lhe constára indi-
rectamente, seria acceito pelo governo ai·gentino. Era o segundo dos dous mencio-
nados com uma modificação quanto á retirada das forças brazileiras, a qual se
faria conservando o Brazil as que tinha em Assumpção e retirando sómente as que
se achavão na ilha do Atajo.
O governo paraguayo mostrou-se bem disposto, mas qmz q_ue se àttendesse a
estes pontos :
1. 0 Que por braço. principal do Pilcomayo se entendesse um dos que ficão ao
sul de Assumpção, afim de evitar qualquer duvida que se pudesse suscitar em re-
lação ao rio Confuso, situado ao norte da Villa Occidental ;
2. 0 Que a Villa Occidental lhe fosse restituída no estado em que se achava, sem
indemnisação alguma á Republica Argentina, compromettendo-se o governo para-
guayo pela sua parte a reconhecer, sem prejuízo dos dir.citos de terceiros, as pro-
priedades de particulares adquiridas por compra ou concessão do governo argentino,
. ' .
ficando porém taes concessões sujeitas á lei de terras que fosse promulgada para
todo o territorio da Republica;
3. º Que a Republica Argentina ficasse inhibida de fortificar a ilha do Ataj<;>.
Em consequencia . dos conselhos dados pelo governo imperial dirigio o do Para-
guay em 18 de Agosto ao da Republica Argentina convite para uma nova negocia-
ção nesta côrte, partipando-lhe a nomeação de um ministro com os poderes necessarios
e declarando qué estava prompto para fazer os mesmos sacrificios a que se sujeitava
ao tratar com o general Mitre.
O plenipotenc.iario nomeado foi o Sr. D. Jayme Sosa . .
O convite do governo paraguayo não satisfez ao da Republica Argentina pel~s
Cumpre notar que iá nesta nota do Sr. Dr. Tejedor se manifestava a idéa da ne-
gociação separada. O seguimento do negocio mostrará. a importancia deste facto.
A resposta", que o governo argentino deu ao · do Paraguay em 31 de Agosto, foi
communicada pelo Sr. Dr. Tejedor ao encarregado de negocios do Brazil pela nota
verbal da mesma data. Essa communicação foi feita de modo privado , mas deixou
de ter este caracter desde que o mesmo Sr. Dr. Tejedor a mencionou em sua nota
de 9 de Setembro.
Confirmou a nota verbal o que eu já disse da maneira como o governo argentino
havia encarado o convite do governo paraguayo; e della se vê que aquelle governo,
comquanto estivesse disposto a mandar plenipotenciario a esta côrte, pretendia
que aqui Iião houvesse discussão ' rrrns que apenas . se désse fói'ma definitiva ao
ajuste resultante da prévia acceitação por parte do Paraguay de qualquer dos .dous
alvitres propostos em nome da Republica Argentina.
. . .
Convém ainda tomar nota desse facto, cuja importancia,' como observei a re~peito
de outro, ficará patente no seguimento deste negocio.
'
!,•
Alludindo na sua nota verbal á influencia do Sr. conselheiro Gondim nos con-
selhos do governo paraguayo, pareceu o Sr. Dr. rrejedor attribuir a essa influencia
o teor para elle pouco satisfactorio do convite de 18 de Agosto.
A influencia do ministro do Brazil ·não era sinão a que cabia ao representante _______---
de um governo que devia, é certo, prestar apoio moral a uma d~s partes- dissiden-
tes, mas que não podia, nem queria, exceder os limites do seu .compromisso, proce-
dendo em relação á outra parte de modo que parecesse ferir-lhe a soberania e a
dignidade . .
O convite, que o governo imperial dirigio pelo seu lado ao da Republica Argen-
. .
tina (Nota .do Sr. Fleury de 5 de Agosto), foi consequencia de certeza, dada pelo
Sr. conselheiro Gondim em 19. de Julho, das boas disposições em que se achava o
governo paráguayo. Os termos, em que este formulou o seu convite, aqui conheci-
dos integralniente em 9 de Setembro, não contrariavão a informação do ministro
brazileiro, nem rc:ivelavão que este se tivesse esquecido das leaes intenções do seu
governo. Pareceu entretanto ao governo argentino que o do Paragnay o não con-
vidava de modo satisfactorio e por isso disse o Sr. Dr. Tejedor na sua nota verbal
o seguinte:
« A minha missão ao Rio, que eu havia promettido, ainda não tem portanto oh-
« jecto; e póde S. S. assegurar ao seu governo que ella se não realizará emquanto
« o governo paraguayo não declarar categoricamente que acceita um ou outro
«alvitre.>>
A resposta do Sr. Tejedor á nota de 5 de Setembro nada adiantou. Limitou-se
aquelle ministro a accusar a recepção e a dizer que aguardava a solução do governo
brazileiro ao conteúdo da já mencionada nota verbal.
Em 20 de Setembro passou o Sr. F1eury nova nota ao ministerio das relações ex-
teriores e nella disse :
« . •••• o governo imperial crê poder assegurar ao da Republica Argentina que,
« si não fôr mais, será acceito pelo plenipotenciario paragnayo o arbitramento limitado
« á Villa Occidental co)ll a continuação do statu qilo, no qual se entende a ilha do
« Atajo ou Oerrito.
« A outra solução, isto é, a da celebração do tratado definitivo de limites pelo Pil-
« comayo, sendo immediata e simultaneamente retiradas as forças brazileiras e argen-
« tinas, tambem é acceita pelo Brazil, e o será pelo Paraguay, uma vez que , quanto
« as forçds que se achã~ em Assumpção, se defina em termos habeis o que . se entende
« po1;-immediatamente. O governo imperial precisa, pelo menos; de quatro mezes ·
·~·.
14 ~.
« para retirar as suas forças sem precipitação nem despezas extraordinariis de trans-
a porte; o governo paraguayo, pela sua parte, deseja que o do Brazil lhe preste apoio
« durante mais algum tempo, como foi prescripto no tratado de paz e .amizade.; e no
« interesse de todos convém dar tempo a que o novo presidente do Paraguay se
« prepare para essa transição . »
Devo explicar a origem desta communicação, feita privadamente, de que falla o Sr.
Dr. Tejedor . .
Quando o meu antecessor determinou o que o Sr. Fleury devia dizer na sua nota
de 20 de Setembro, accrescentou o seguinte para ser cqm~unicado verbalmente :
: ' \
(('De qualquer dos dous modos indicados se p6de cop.siderar como certo que a
« missão daquelle senhor (o Dr. Tejedor) terá o resultado ·que elle deseja.
« Não c:rt10 que o Sr. Sosa, que já aqm se acha, traga instrucções que se op-
<< ponhão a isso. A idéa de resguardar a entrada do Paraguay contra fortificações
« ou meios policiaes estabelecidos na ilha elo Cerrito não deve desanimar o Sr. Dr. Te-
" jedor. É natural que os paraguayos proponhão isso, e reduzir a negociação ao ponto
« de não querer ouvir sinão o que S. Ex. tem annunciado é tirar-lhe o caracter pro-
« prio e humilhar o fraco. Vei1ha S. Ex. a esta côrte, ouça com benevolencia o que
« lhe propuzer a outra parte interessada e tudo se poderá arranjar, em duas ou tres
« conferencias . »
Com e:ffeito a desoccupação, idéa fixa do governo argentino, não era recusada por
nossa parte, e só dependia de se fixar o prazo para realiza-la á vista da solução que
tivesse a questão de limites.
Os termos da ultima nota do Dr. 'l'ejedor tirárão, como já disse} ao governo impe-
rial a esperança de se concluir a questão nesta côrte por meio da promettida mis·
são, ao menos immediatamente, sobretudo coincidindo a referida nota com a re-
volução que rebentára em Buenos··Ayres e se propagára em outros pontos da Repu-
blica. Mas em Janeiro deste anno correu naquella capital que o Sr. Dr. Tejedor
estava nomeado e elle proprio, sendo perguntado pelo Sr. Fleury, declarou que era
exacta. a noticia.
Realizou-se :finalmente a missão, como sabeis, e agora tratarei della} chamando a
vossa attençã.o para os documentos que estão annexos á presente exposição e que con-
stão da correspondencia posterior ao relatorio de 18 74, dos protocollos da negocia-
ção entre os plenip'otenciarios elas tres potencias interessadas, à.as notas trocadas com
o plenipotenciario argentino na occasião do seu regresso a Buenes-Ayres e de ex-·
tractos da correspondencia do general Mitre com o governo argentino durante a
missão daquelle senhor no Paraguay. Estes extractos são destinados a esclarecer a ques-
tão do direito, que a Republica Argentina pretende ter ao territorio situado ao norte
do Pilcomayo e que não era bem fundado segundo a opinião do proprio general Mitre .
. Os plenipotenciarios brazileiros tiverão quatro conferencias com os seus collegas ar-
gentino e paraguayo nos dias 28 ele Abril e 4, 10 e 19 de Maio.
A materia principal da primeira conferencia foi a ordem que se devia seguir na ne-
gociação.
Propoz o plenipotenciario argentino que se tratas::se em primeiro logar da desoccm-
paçào do Paraguay pelas forças brazileiras, passando-se a considerar o alvitre ela trans-
acção ou o do arbitramento, e concluindo em qualquer dos casos 'por se resalvarern
os direitos da Bolivia. ·
16
séria e que, em todo caso, não infl.uia na demafoação da ..fronteira entre as duas
Republicas .
.Conformando-se com o proposito do seu governo, accrescentátão os plenipotencia·
rios brazileiros que, concluida a questão de limites, não haveria duvida em se
fazer a desoccupação.
Nesta conferencia vierão á discussão dous pontos importantes, a parte que cabia aos
plenipotenciarios brazileiros na presente negociação e a entrega da ilha do Cerrito.
Tiverão os plenipotenciarios brazileiros occasião ele observar que o accôrdo de 19
. '
de Novembro de 1872 era o ponto de partida; que elle discriminava as duas questões
da desoccupação e elos limites; e que attribuia ao Brazil a p osição que lhe competia
corno alliado da Republica Argentina.
O Sr. Dr. Tejedor contestou isto, observando que o refel'ido, accôrdo é outras ante·
cedencias do negocio poclião ser invocados como factos historicos, mas não .como
regras determinativas.
Similhante doutrina era inadmissível e os plenipotenciarios brazileitos o mostrár~o,
recordando as bases accordadas pelos alliados em Buenos-Ay.res para os seus ajustes
cle~initiv~yon1 'o Paraguay, e . fazendo. vêr que o accôrdo de 19 de Novembro, res- ·
peitando aquellas bases, lhes mtrodnz1ra as modificações ·que as novas circumstan-
cias exigião.
Eis o que se passou quantO à ilha do Cerrito.
Tratando da desô.~cupação, disse o plenipotencia,rio paraguayo que o seu governo
tinha, solicitado a permanencia elas forças brnzileiras em Assumpçã.o em beneficio da
ordem e eh paz interna da Republica, mas que desistia por lhe haver o governo 1m-
' as não podia conservar por n:ais tempo.
perial declarado iqne
Chamárão os plenipotenciarios brazileiros a attenc;ão do argentino para, o q ué dizia
o plenipotenciario paraguayo e observárão que era preciso res?lvel' a questão de
limites, causal de tudo, para então tratar-se ela clesoccupação, a qual dependeria
dos termos dessa resoluç~ão e não poderia ser obrigatoria sinão depois que os ajustes
celebrados fossem sanccionados e ratificados, sendo trocadas as ratificações, isto é,
depois que pudessem ser considerados actos perfeitos e definitivos.
Contestou o plenipotenciario argentino que a perfeição dos actos não devia ser
rnoti vo sufficiente para demorar a desoccupação, que todos dizião desejar, e que.,
(1uanto à ilha do Cerrito, o seu governo pediria sempre a desoccupação prévia: e
a· entrega.
Respondêrão os plenipotenciarios brazileiros que " a desoccupação da ilha estava
{( no mesmo caso <le quaJqner outro ponto em que existem forças brazileiras; qnc,
" feita a desoccupação, o governo argentino pretenderia talvez occupa-la e for-
, tifica-la, ; qne o governo ·impei:ial, cl1egado ó mom~nto opportunq, a desoccuparia,
" mas não lhe cabia entrega-la ao governo argentino, devendo este facto resultar
" de · accôrdo entre as duas potencias que têm disputado o seu domínio ; que
" feita esta declarnção, nã.o. poclião deixar ele ponderar, á vista do que havia dito
" o Sr. plenipotenciario argentino, que, occupando a ilha do Ataj o ou Cel'l'ito,
' <lurante a guena e mantendo a occupação ainda depois da guerra, o governo
. " imperial tinha consciencia, de não offender direitos reconhecidos ou presumidos
" dü parte .do seu nlliado. ,,
Observando o Sr. Dr. Tejcclor que a _ilha fora occupada em nome da alliünt;a
e p or motivo da guerra, e que, terminada esta, eessára a, causa ela occupação,
respondêrão os i)Jenipotenciarios brazileiros:
' A ilha estava sob o clorninio paragirnyo antes da guerra; o· Brazil occupou-a
" .durante a ·gucna, não por deliberação com os n.lliaclos, que era escus.acla neste
" caso , mas por seu nnico arbítrio, para ali operações militares da sua esquadra; .
ll $
18
'< que a ·clesoccupação era cousa clifferente da entrega; que esta não era 11.cto proprio
« do clesoccupante e sim·, quando muito, formalidade a, preencher por parte da
« nação que tinha a sua posse antes da guerra, logo que reconhecesse esse territorio
« como argentino . »
'' Sendo exposto· ·o ;-sen"- pensamep}o, , observou S. E x . que, antes .ele encetar
• # • - · • • ~- • • · -· - · • • • • •
19
,, dos termos dos plenos poderes exhibidos pelos Srs. plenipotenciarios brazileiros,
( porquanto parecião ter sido dados únicamente com o objecto de ·autorisa-los
" n assistirem como mediadores on a prestarem ao plenipotenciario . argentino
" o apoio moral a que se refere o accôrdo de 19 de Novembro de 1872; que
" entretanto a phrase que se continha nos referidos ,plenos poderes - cc para
( concluírem quaesquer ajustes concernentes á materia do mesmo accôrdo »'
,, parecia admittir uma interpretação mais lata, dando-lhes o verdadeiro caracter
, de parte ; que em todo caso só nesse sentido podia proseguir a discussão.
« Os Srs. plenipotenciarios brazileiros observárão por sua parte que os reparos
" feitos pelo Sr. plenipotenciario argentino sobre o teor dos plenos poderes dados
" pelo governo imperial, provinhão da divergencia que se manifestára desde a
" primeira conférencia; que para os plenipotenciarios brazileiros o ponto . de par-
" tida se acha nos actos anteriores celebrados entre os alliados, actos que
" contêm declarações e normas subsistentes; que, por exemplo, o accô1•do de
" 19 de Novembro de 1872 não é um acto inutil, pois definia direitos e obri-
" gações importantes para a boa intelligencia entre os alliados; que nésse aecôrdo
" se indicou, com pleno assentimento . do representante argentino, qual a missão
" que cabia ao Brazil nas negociações entre a Republica Argentina e a do Pn-
" raguay, no tocante a limites ; accrescendo, como notou S. Ex . o Sr . Dr.
Tejedor, ~que a .
ultima parte dos plenos poderes o habilita para negociar
" qualquer ajuste que seja neGessario e concernente á solução dos tratados defi-
« nitivos ele paz entre as duas Republicas.
« E uma vez que o teor ele seus plenos poderes mereceu esse reparo ao
" Sr. plenipotenciario argentino, cabia-lhes notar, accrescentárão por fim os ple-
" nipotenciarios. brazileiros, que os plenos poderes do Sr. TE'.jedor não erão ex-
" plicitos, pois referião-se pura e simplesmente ás instmcções reservadas do Sr. ple-
« nipotenciario, as quaes não erão coú.heciclas sinão pelo que elle expuzera úa.
a primeira conferencia e antes constára do ·seu discurso de recepção; que porém
( a notada reserva dos plenos poderes argentinos não seria obstaculo·para proseguir
" nesta negociação, considerando que em todo caso o que entre si estipulem os
" plenipotenciarios não é acto perfeito e obrigatorio, sinão depois da ratificação
" dos respectivos poderes constitucionaes, para isso competentes. »
20
se resolvesse definitivamente a questão de limites, observando-se igual procedimento
por parte do seu alliado.
Quanto á base proposta pelo Sr. Tejedor observárão o seguint.e:
Era razoavel o prazo de tres mezes na hypothe~e da trans_acc;ão, mas na do arbi-
tramento as condic;ões erã.o no-vas e inconvenientes. Não sendo conhec'idos os termos
tb arbitramento, não s3 pouia sn.ber si ·seria nstipnlado de modo que os arbitros
acceitassem o seu encargo, nem si a sentenç.ap,Jria termo ao litigio. A closoccupaç:lo
d:t ilha não podia ser obrigatoria desde a assignatnrn, do ajuste nesta côrte, po.rque
esse ajuste dependeria de sancção. A icléa de igüalar as forças brazileiras .:is argen·
tinas faria crêr . nn, existencia de desconfianc;a reciproca, impropria de alliàdos; e a
ignaldacle seria apenas apparente, attenta a maior proximichde ela Hepu b lica Argentina.
O governo imperial retiraria as suas forças ou as conservaria com o numero de
praças que julgasse 'necessario para a sua segurança.
Accresccntárão que, a dar-se a desoccupação immediafa, devia e1la ser geral, não
~e podendo considerar como territorio argentino . o que fosse contestado pelo Pa-
rnguay e só. depois de . un~ arbitramento ficasse discriminado como ·direito perfoito
de unrn elas partes litigantes. .
Respondeu o Sr. plenipotenciario argentino:
A sua exigencia não importava desconfiança. Si esta existia, provinha doH factos1
provinha da occupação brazileira, . que não era justificGda depois de cessar a guerra .
. A base que s~ discutia não pedia a clesoccupação total, mas sómente a igualdac1e no
interesse commum.
<< Proseguio dizendo que seu ponto ele partida era diverso do dos Srs. plenipot.811-
<< ciarios brazileiros em outro sentido, isto é, que na presente negociac;ão erão tocloP.,
<< em sua opiniã0, partes contratantes ; qne o caracter ele mediador ou cooperador,
" qúe pretendia o Brazil, já se havia ensaiado inutilmente em negociações anteriores;
<' que a negociação conjuncta não podia ele modo algum oftencler asoberania elas Repu -
<< · blicas Argentimi. e Paragnaya, ou limitar os direitos e deveres do Brazil, como se havia
« insinuado; que pelo contrario tornaria mais respeitaveis os resultados, e estaria mais
« de accôrdo com os factos; que havia ainda interesses cornmuns entre os dons alliaclos
<< presentes no Rio, como era o ajuste da divida, e havia além disso o facto da occu-
<< paçfio que, depois dos tratados de Assumpção, não podiam resolver por si s6; corno
" . tambem não o poclifí,o fazer por si as Republicas Argentina e Paraguaya: que não
<< era portanto nestes accôrdos qu e cleviã.o separar-.s e, e sim quando, depois clelles,. fir-
« nrn.ssemas duas Republicas o t.ratado ele limites, O'I , na sua falta, o ele arbitram ento."
I
/
./ . . 21
/ os p 1empo
Ob serv.~'wno . t.enc1ar10s . ·1eirOS
. . b ntz1 . / :
paraguaya, estão alli como forças amigas, entretanto que na Villa Occidental ha perfeita
oecupação militar pelo governo argentino, com exclnsão completa da jmisdicção
p:1rnguaya.
O Brazil não é parte na questão de limites entre a Republica Argentina e o Para-
g-nay sinão nos precisos e justos termos de suas obrigaç.ões como allindo ; não é parte
(~ontratante, mas cooperaclor pam o accôrdo que fôr de justiça entre a Republica
Argentina e o Paraguay. Esta obrigação não é exclusivamente sua, tambem cabe ao
g- vemo oriental, de cujo con~urso tem prescindido o governo argentino.
O plenipotenciario argentino não admittio a distincção feita pelos « plenipotencjarios
~ brnzileiros entre n occupação da Repub~ica Argentina e a do Brazil; que a Republica
" rstava dentro do territorio que lhe fôra hcljudicad; pelo trátaclo ele alliança, e por
" conseguinte seu, emquanto não ·decidisse outra- cousa e3tc-noe.ô1~cln_OJLa . 's. entenç.n.
" arbitral; que, ao contrario do Imperio, a Republica .não tinha sua divida ele guerra
" · reconhecida por parte do Paraguay; e que aindf.t quando não fosse mais 110 que corno
" garantia, só isso justificaria a occnpação ; que a occnpaçfío da Villa Occiclental tinha
a 0 rio de permeio, entretanto que f.t occnpação das forças brazileiras pesava sobre o
<< territorio habitado, na capit~l do Paraguay, e não podia deixar de influir na direcção
dos negocios, qualquer que fosse a reserva ordenada pelo governo imperial, e a cor-
« clialidade de suas relações. >>
e que são o artigo 3° do tratado definitivo ele paz c;__on-: o Paraguay de 9 de Ja-
rwit"<) de 1872 e o artig~ 7º do accôrdo ele 19 ele Novê1nbro elo mesmo anno.
A vista dessas estipulações, concluirão os ditos plenipotenciarios, « a occupação
" de territorio para. garantia elas indemnisações de ·g uerra seria nm facto não pre-
\'ist.o nem n.ccorcln,rln entre os alliados, e portanto insnstentaYel' e grave, ·sern a
" :vltori~mçi1o de um accôrdo comnrnm entre os mesmos alliados. »
\
22
O plenipotenciario argentino, sem abandonar o sen ponto ele partida, e suas ex1-
Q'enciaR ·auauto á. desoccupação e á redllcção de forças, ceinveio em dar um passo
adiante e propoz que a bast P""' ellEL offerecida se ie.rtigisse assim :
" Ficou consequentemente accordado que, no caso de entenderem-se entre s1 a
" Republica Argentina e a do Paraguay, quer fixando por transacção a linha defi-
« nitiva de seus limites, quer submettendo-os a um arbitramento, a desoccupação terá
cc 8empre logar nos termos que se ·estipularem nos respectivos protocollos. >>
BASE DE TRANSACÇÃO.
Em relação a esta base disse o plenipotenci<:trio Argentino que o seu governo nã.o
/
/
;:/
/ .
podia acceita1·. transacção alguma com a condição de entrega.r a Villa 11i6tii JYrop1·z·'o ao
~
Paraguay, porque essa entrega era.. . .-contraria ao trat~do ue alliança e á historia
. .
e antecedencias deste negoci ., que estavão vinculados á villa grandes interesses
estra~geiros e argentivos, que devião ser attendidos, e o Paraguay, como confessava
,.,,
o seu plenipqteríéiario, n~o podia pagar cousa alguma; e que a posse da Villa e1•a
para a Republica Argentina . a garantia unica da navegação dos rios Pilc<1mrnyo e
Bermejo.
Leu depois o Sr. Tejedor esta
· ~ " Q~ tcnsão, devendo pt-'-'tanto ser c1csoccnpada e ser-lhe entregue a Ilha do · Atijo
" ' logo depo:s de assigha-fo -·L1() Rio c::ite cott'i:enio. ,,
Licb esta base, alludio o plenipotenciario argentnm ,::tos actos de. desconfiança re-
ciproca entre o sen governo e o do Brazil e disse que a sua missão i~ão tinha por
cfbjecto augmentar essa desconfiança, mas remove-la. Accrescentou que a exigencia
cln. Ilha dei Atajo tinha por causa cfficiente a 1ogica · elo direito e a dignicl acle <la
Hepublica Argentina; . que as suas instrucções o inhibião de occupar-se do arbitr(.1.-
rnento desde que a dcsoccupação e a entréga ela ilha não tivesse 1oga,r logo depoi:-;
de 8e effectuar o ajmte nesta côrte ·sem necessidade ele aguardar a sentença arbitral;
e que clle preferia voltar cor~ as mãos vazias a ser portador ele um accôrclo que
não fosse approvado pelei seu governo e pelo congresso.
L eu finalmente o Sr. T ejedor a seguinte
" A8 ires partes deliberante s e presentes a estes a.ccôrd.os confinnão a re8alva dos
clireitos de Bolívia a todo o territorio objecto desta negociação, de confo.rmicla<lc
" com o previsto no tratado de allianr,a.))
Os plenipotenciarios brazileiros, limitandq -se: em quanto liào fallavt1 o seu collega
elo Paraguay, a taes reflexões em rehi.ção ao historico que o Sr. 'rejedor fez das a11J
tcce.dencias da sua missão: ohservárão o seguinte :
A correspondencia, particular do ministro dos negocios estrangeiros do Brnzil co:n
o seu representante em Bnenos-Ayres não podia servir d e base ao procedimento
official dos dous governos; essa base estava na correspondencia official.
A missão do Sr. T ejedor tinha a sua origem no alvitre do arbitrnmento limitado
que o govemo imperial propôf. O govemo Argentino não se mostrou logo disposlo
a renovar por esse modo it negocii1çfi.o, mas afinal mostrou intem;i1o de faze-lo, si t:-
yessc certeza ele ser a ·prop ostaél~ BrazJ acceita pelo Paraguay.
A desoccupac;ão nã. o ::ieria embaraço, sendo respeitado o accôrdo de 19 de Novcm-
lro e não rn pretendendo que o Brnzil fo3sc contrndictorio " O govemo imperial descj[t
retirar ~1s suas forças e sempre o declaro u, mas ni1o se poderia obri g~w a isso sómente
pen· força de ajustes que po clião ficar sem effaib desde que não fossem approvados
p ~lo s . poderes consti.tucionaes da R<.:publica Argentina e do Parnguay.
" Equivocoa-se o Sr. plenipotenciario úg.entino quando hoj e attribuio pensamento
2õ
contrario aos Srs. pleuipotenciarios brazileiros, snppondo que a simples annuencm
do representante do Paragnay poderia: determinar a retirada prévia elas forças
(( brazileiras. Os ajustes, propostos entre o govemo Argentino e o do Paraguay,
( têm sido foitoi:i a titulas de transacção por uma e outra parte; não lrn, pois, reco-
( nhecimento definitivo ele territorio Argentino ou Paraguayo em quanto o çi,ccordado
( não for acto pleno e perfeito, segundo a constituição elos dous paizes e as fórmulas
( essenciaes elo direito internacional.
(( A desoçcnpção prévia ela Ilha do Cerrito pócle ser propostÇt pelo Sr. plenipotencia-
« rio argentino como mnft conveniencia, não oomo llm direito derivado ele ajustes ainda
(( não consummados. Esperaya, porém, e espera ainda o governo imperial que a _eles-
" occupação militar, mei'a questão de tempo mais ou menos breve, não seja um
• embaraço pat'ft que a ·Republic<L Argentina e o Paraguay se entendão sobre seus
( limites, e o Brazil possa prestar-lhes seu concurso aroigavel e assentir por sua parte
• {ts justas proposições que lhs possão seJ.' feitas quanto {t retirada das forças bra-
" zileiras.
(( As cartas elo Sr. Visconde de Caravellas ao encarregado de negocios interino . ·.
( elo Brazil em Buenos-Ayres não significayão sinão que ll.ma elas clnas soluções
( propostas, com a modificação suggerida pelo governo imperial quanto ao arbitrn-
(( mento, seria base segura ele nm ajuste amigavel, visto que a retirada das forças
( brazileiras não seria obstáculo a isso, apartada a icléa de desconfiança, como era
( natural, para não pretender-se elo Braúl um procedimento que ferisse siia dignid~cle
" e seus direitos de alliado. >>
27
<< A sctil'na e ultima é n que exige a desoccupaçilo e ent ega cln llba do Atajo logo
"- qne fôrassignaclo no Ri~ o convcnio snstentando a questão ele limites ao jui~n
" arbitral. 1i
« emprestimo. Os ajustes celebrados pelo g·overno elo Brazil com o elo Paraguay,
<< no tocant.e ús indemnizações de ·guerra, respeit{trão as estipulações da alliança,
~ e tiverão muito em vista nada pretender que não fosse inteiramente applicavel
r< aos sens alliados .
« De tudo quanto tem ouvido, accrescentão os Srs. plenipotenciarios brazi-
r< leiros, parece-lhes qne o rnallogro da negociação Mitre em Assurnpção é o
« principal obstaculo pam o bom exito das presentes conferencias, mas não vêm
« ra11,ão bastante para que não se possa acceitar hoje, depois . d~ melhor estudada
, a rnateria, o que antes_ não pareceu acertado ou opportnno. Aquella negociação
« mallograda deixou documentos, que correm impressos e pelos quaes . se ha de
« julgar do acerto e justiça com que ora procederem todas as pa.rtes contratantes .
..Cabe a estas bem considemr o que fôr justo e razoavel, e por convemencias
<i. •ti:api?itoi'ias ou estímulos de um f'also pundonor, não . prejudicar os interesses
r< eJ;seiwiaes e permanentes das duas Republicas e dos seus visinhos. ))
Di~se . ~ Sr. Dr. Tejedor « que ser-lhe~hia indifferente a acceitação definitiva
« dequalqher das duas bases; que havia feito tudo, e nada lhe ficava para accres;
r< centar; mas que tambem do principal dellas nada retiraria; que em caso algum
e< poderia ceder a Villa Occidental em caso de transacção, nem deixar de so-
« licitar a entrega immediata ela Ilha do Atajo no de arbitramento. ))
Resumirei agorn o restante da conferencia.
Disse o plenipotenciario argentino:
Que os plenipotenciarios brazileiros clevião ser concludentes no que aindà tinhão
,
que observar, porquanto lhe parecia chegado o momento de pôr termo, no inte-
teresse comrnum, á intervenção brazileira nos negocios do Paraguay;
Que, desejando os ditos pl enipotenciarios reflectir, se devia suspender a con-
fe1:e11cia;
Que as duas propostas estavão acceitas em sua Rub::;tancia pelo plenipotenciario
para.g~rnyo ;
Que a desoccnpação conjuncta' era contraria á verdade elos factos, pois as
forças argentin·as se achavito em territorio do tratado de alliança e as brazileiras
em territorio para.guayo;
Que a oocupação brazíleira provinha dos tratados de .Assumpção, e- a 8rgen-
tina, procedente elo tratado de alliança, tinha cessado passando ·as forças argen-
tinas para a Villa · Occidental;
Qne as observações dos plenipotenciarios brazileiros, quanto á cef:são da Villa
29
por parte do Paraguay em satisfação da divida, tinhão indubitavelmente certo peso,
mas que essa cessão não era real e sim iu1aginada para se chegar a ui:n resultaclu
pela ·transacção, desde que a Republica Argentina sustentava pelo tratado de alliança
seus direitos não só á Villa Occidental mas ainda a todo o territorio desde ella
até á Bahia Negra; ao passo que os outros . alliados não podião allegar esse facto
para pretender igual meio de pagamento ;
Que, si a base proposta se presta a objecções, podia ser alterada, reconhecendo-se
sempre a Villa Occiclental como argentina ;
Finalmente que, tendo o plenipotenciario paraguayo acceitado a transacção acl re-
. .
fei·encl1.11in, nenhuma clifüculdade séria havia para que af:sim se celebrasse o tratado.
A declaração do plenipotenciario paragmiyo, a que o argentino se referio, foi que
·a com quanto suas instrucções não cornprehendessem o caso, repetia que acceita\~~ a
« transacção, visto que mediante ella libertava-se o seu paiz do enorme peso · ~~ :?ivi~·a
da g·uerra » l'.
,r
" t ·
.........
Os plenipotenciarios brazileiros observárão: ~
Que, a ser acceita a primeira solução, .terião de insistir nas graves observações
j{t fei~as sobre a cessão da Villa Occidental por transacção pecuniaria; e .que,
sendo , acceito o arbitramento serra prepiso considerar os termos de sua acceitação
para os mesmos effeitos ;
Qne esperavão que na prox1ma conferencia enuncrassem os plenipotenciarios
paragnayo . e argentino clara e definit.ivamente o seu acoôrdo de . limites', sendo
então chegada a occasião opportnna de se estipular sobre a , retirada das forças;
" Que para dar mais um testemunho de que o Brazil deseja tanto como o
<< govemo argentino a desoccupação militar, suggerião a este respeito uma idéa,
" e era qi1e, si prevalecesse o· arbitramento, f~sse geral a. desoc.cupação; isto é,
se retirassem todas as forças brazileiras e argentinas. o
Q1rnrla con·re_;·róúcia.
•
31
A 4.ª conferencia tei"luinou ass11n, seu1 que fosoc fixado o traço ela linha · divisoria
do · tcrritorio contestado, que comprehencle a Villa Occidental~ e sem resolverem oi:;
Srs. plenipotenciarios argentino e paraguayo, o q{rn farião · qnrmto á, snppresi:;ão da
clansufa impngnnda. ·
Eni intenção dos plenipotenciarios bnrnileiros, a subsistir aquelle embaraço, prop!'.>r
o arbitramento como solução imiis conveniente, e ·unrn. elas que niit:cs liiwião accri-
t:tclo as duas partes interessadüs; no caso contrario, si prevalecesse a elita divi:s~:o,
mas sem a transacção pecnn:aria, limitar-se-hião a. declarar que não a impugna vão
mas que tambem não a aconselhávão.
Não se chegou a redigir o protocollo da 4, ª conferencia, porque o Sr. Dr. 'l'ejedor,
iuterrompendo a negociação no estado que acabo de cxpôr, rrgrcssou iJara Bnenos-
Ayres no dia 2 do mez proximo passado.
Fsta interrnp<;ào e o modo como se retirou para Duenos-Ayrcs o Sr. Tcjedor obi•i-
gárão o goYemo imperial a dirigir ao da Republica Argeiitina a nota que se acha ·
nnnexa ao presente relatorio. Chamo a vossa atten\:ào para essa nota e para os
<locumentos que a acompanhilo, qu e são um memorandum em que o governo
imperial fez a histol'ia resumida da iwgocia<,'.ào conjuncta e quatro notas trocadas
com o Sr. 'l'ejeclor no mom ento ela snn partida.
Em urna dessas notas disse o plenipotcneiario al'gcntino:
« Chegámos tambem ~l um resultado, que-os partidos extr-inos poderão jnlg·ar de
<• diversos modos, mas que tel'á indubitavelmente o me.r ecimento de uma solm;ào
a definitiva, si alcançar a acceitar;ãó elos goyemos co11tratantes. >>
Nestas poucas palavras, que co: :têm o essencial da cornmunicac;ão, alll.1de-se a n111
resultado, que p6de parecer conhecido do governo imperial, mas de que este nãcJ foi
informado pelo pleJJipoteneiario argentino e sim por conversa('.àO com o paraguayo,
1
« derosa pelo proprio Sr. 'l'cjeclor, e 'isto sem que se procurasse~ ao mcúos, demonstrar
« em outrn conferencia os fundamento s ele similhanlc proceder. ,
Na mesnrn nota citada disse o plenipot~nciayio argentino que elle e os seus
1 •
32
collegas, guiados pelo desejo commun.1. d.e_pór termo ás questões pendentes, sustentárão
largas discussões sem quebra da cordialicÍade de _imas rela<;.ões e do respeito mutuo.
Essa allusão ás discussões e a outra ao resultado obtido parecem indicar que este
nasceu da negociação ·conjuncta, isto é, que constituio o accórdo dos tres plenipoten-
ciarios. Já se vio porém que o plenipotenciario argentino, interrompendo a negocia-
ção conjuncta, negociou separadamente com o f3eu collega do Paraguay sem que disso
tivessem conhecimento os brazileiros. O laconismo da nota do Sr. rrejedor afastou-o
portanto da. verdade dos factos.
Houve cordialidade e res1)eito mutuo irns conferencias. Esta declaração espontanea,
que os plenipotenciarios brazileiros se apressárão a confirmar, tem grande valor. Ella
foi confirmada não só por ser verdadeira, mas tambem e principalmente por mostrar
que nenhuma irritação, por menor que fosse, tinha podido impedir a continuação das
conferencias até obter-se ajuste commum. As relações pess.oaes dos plenipotenciarios
permittião que se concluisse a negociação conjuncta, qualquer que fosse o se~l resul-
tado, e podião facilitar-lhe o exito feliz. A separação teve de certo outra, causa, e não
ha necessidade de busca-la para reconhecer que a gravidade do negocio, o interesse
commum e º· rcs1Jeito devido a uma nação amiga e aos seus plenipotenciarios exigião
que estes fossem, quando menos, officialmente informados pelo plenipotenciario ar-
gentino da sua intenção e dos motivos della.
Infelizmente não limitou o Sr. 'I1ejedor o seu desvio das regras estabelecidas aos
factos que acabo d e mencionar: retiro ti-se desta córte sem se despedir elo Chefe
do Estado, junto ao qual estava, e ainda está, acreditado. Está circumstan9ia, que pen-
sadamente recordo, não justifica, nem attenua, a omissão ele uma fornrnliclade nunca
esquecida pelos agentes diplomaticos. O ministro argenti1~0 ausentou-se, acreditando
uni encarregado de negocios, e isto bastava para mostrar-lhe qual devia ser o seu
procedimento .
Pela nota já mencionada protestou o govern0 imperial contra o ajuste celebrado
entre os plenipotenciarios argentino e paraguayo, reservando o direito ele deduzir
delle as consequenci.as que julgasse legitimas em face do tratado de alliança. Quanto
ao procedimento do Dr. rrejedor interrompendo a negociação e retirando-se sem se
despedir do Imperador, disse o seguinte :
e< O governo imperial 1 expondo estas circnmstancias, esper;:i que o da Republica Ai·,
« gentina não hesitará em reconhecer a falta do seu enviado extraordinario e ministro
« plenipotenciario e se appressadt a desvanece-la como exigem a cortezia e respeito que
cc mutuamente se devem os governos de duas nações amigas. ''
33
Pelo resumo conscieuóoso que acabo de fazer de toda a negociação desde 6 ponto~
em q L~e a deixoú o general Mitre na sua missão ao Paragnay, se vê sem csfon;o q ue·
o governo imperial, . fiel aos compromissos coutrahidos e ao desejo, que ::;eruprc liia-
iiifostou, de contribuir cfücazmente para a fel iz couclu s~1o elos ajustes definiti,-os eutrc
u,::; duas Republicas, foz da s ua parte tudo quauto fu i possi vcl pum t]Ue se cheg-<tssu
a esse resultado ; mas que ntfo encontrou igual faci hdatlc tla parte do pleui p otcu-
ciario :ugeutino .
~s.ta exigencia urnttifesto u-se desde .o comec;o p elo c::;furço, . quu foz o plenip o ten -
eiario argentiuo para iu verter a ordem natural e logimt da dis cu::;sào, <11itep urn1u tL
Ll'e socc up[L<,~ão ao ajuste de limites, que LJrn o ass mupto ril'in cipal ; e pela insistu11cia
corn que procurou anuullar o caracter lle mediador ou euo perndor, quu cow p etiu
au Brazil em virtude elo accôrclo ele 19 ele NovemlJro ele 1872, atlt'ibuinélo·lhe o ele
parte contrnctante, que c1epoü1 parece u recusar.
Este emp enho, que levou o Sr. rr ej eélor a rcduúr o referido nceôrdo á cate-
g·oria ele Ütcto historico, era consequencia log ic[t ch1 icléa fi:x::L du Llc::;occupac,:CT,o;
e tinha por s ua vez o si11gular effeito de desvirtuar a 11egociaf;ão , co11 vertendo o
ulliado em aLlver::;ario e sul.J &tit uinclu ÍL franqueza. da amizade as precauc;ões · élrL
clef:!confiança.
Por isso em vão se osforçárão os plenipotenciarios braúleiros por demons tra1·
qne a clesocclipaf;ão, q ue se effeitnaria 11a tural e opportunamentc, Di1o podia ::>C L'
obstaculo {L conclusão dos ajustes; e por isso em ,rfio propuzurfio alvitrel:l ) q uu,
sem cornprometter a cl{guirlaele e os ju~tos interesse::; do Brazil, deYi~to satisfaz. cr
· á 1-lepublica Argentina. Oppoz-se-lhes sempre t~ idéa fixa ou enifio se lhes fizc rãu
propostas inadmissiveis, como era a, de se r ed uzirem as forças brn ziJ einLs ao nu-
mero das argentinas na Villa Occidental, numero não tletcrminallo e p ortanto Llu·
peru1eute do arbítrio e das couveuieneías do guveú10 de Bucuos Ayres .
Q uauto aus limites eom o Po,rag nay propoz o plcnipote11ciurio nrgcntiuo dua ~
Lat1es, a da trausacçri,o e a do arbitamento, mas formulou na seg·u11da, cuudic;ul:s
que impossibilitavão ;1 süa acceitac;ão. AindfL aqui se manifesto u praticam ente . o
ll 5
34
caracter · ele iilti11iat'lwn que o SL'. rrejedor deu aos ·setTs actos. Reduzida a discussão
a 1.lm s6 0xpediente, não havia propriamente negociação; e nesse circulo restricto,
co11servando-se invariavel a vontade dê uma das partes interessadas, nrlo era pm;-
:::;ivel o accôrdo elas tres.
Dessa clifficnlclade, · creacfa pelos seus proprios actos, pensou o Sr. "l'ejeclor sahir
pela transacção pecuniaria; mas esta transacÇfio estava conclemnada. a não :mhsistir.
Os plenipotenciarios brazileiros, que a tinhào impugnado nas conferencias da nego-
.ciação coi1juncta, annunciarão desde logo o pro'tef:fo do Brazil ; e o governo paraguayo,
qixu sempre co.nsiclerára a posse ela. Villa Occidental comv indispensavel á suü
;:;eguram;a, não podia, approvar a i·esolução não autorisada elo seu plenipotenciai·io.
, Acon.tecen o que estava. previsto. Já é sabicb que o governo paraguayo uegou
a sua a.pprovação ao tratado e clemittiu b plcnipotenciario que o firmou. E sta
re;;olfü;.ão foi . commuriicacb ao governo imperial pela nota de 19 de Junho, annéxa
ao presente relatorio, annu110iando-sc-lhe ao mesmo tempo que o Sr. Dr. D .
Pacundo Machain, ministro das reb(;ões exteriores, é mandado a. esta côrte cru
missão especial .
O Sr. Dr. Tejeclor publicou cm Buenos-Ayres um manifesto, em que procurou
explicar· e justificar os seus acto s . Os ·plenipoteilciarios ~razileiros julgárãoí com
razão, que esse clocn~nento não podia. deixar ele ser por ·el1ep_ refutado e rectiíicado
em pontos importantes. Com esse intuito me dirigirão um officio e um 11ie1nonincl'l1;m ,
que junto no preseute relatorio a par elo referido manifesto.
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REPUB.LICA ARGENTINA . E PARAGUAY.
N. 1.
Nota verbal do governo argentino á legaçao brazzZeira.
'
A missão em que eu promettêra 1r ao Rio não tem, pois, razão · que a ·
justifique, e póde S. S. assegurar ao .,seu governo que emquanlo o do
- .,
Paraguay não declarar categoricamente que acceila uma das duas propostas, sem
condições nem restricçoes, n.ão _se effectua.rá aquella . µIÍssão. . ,
A reunião do:; plenipotenciarios arg·entino e paraguayo no Rio deve apenas
ter. por objeclo dar fórrna· definitiva ~o ajuste celebrado, z~vso facto, pefa ac'cei-
tação de uma dessas propostas, sem por isso ficarem os ditos plenipolenciarios
inhibidos de _considerar os demais pormenores, os quae8, depois de acceita qual-
quer das ditas propostas, não terião a virtude de obstar a conclusão do que se
ajustasse.
N. 2.
Nota da legação imperial ao governo argentino.
•.r," '.
"' l[ 3. ' '
.
'
Nota '' do yoverno argen'tino á legação i'mperial .
N. 4.
· Nota da legação imperi·at ao governo argenti'no.
assegurar · ao da Republica· Argentina que, si n~o fô~ mai,s , ser:~ . ~cceito, , pel<:>
• . 1 , • , \ • ~ •I
1
N. 5.
· Nota do governo argentino á (egação z"mperial.
irrlpetiaf .·necessit à, p'el~ · ill'~i;ios, '<l~ qual~·o ·'mezes; que o Paraguay ·deseja o ~poio
1
, • .· , 14 1 1 '
do Brazít duraüt~ mafs ·.algum tempo, ·como se .estabeleceu rio tratado de paz ~ ·
amizáde ; e que é do interesse de :todos dar tempo a que o novo pl'esidente
se prepáre para a 'transição.
J , • ' •
. . '
FeÜa esta ·communicação de ord'e·m c~o g·overno imperial, depois _de t~r em
se·u ri~dé~ a : resposta ao convite do Paraguay e .à nota verbal, em que - expuz
a S.' S. outros · dado~ que este . governo possuía e que . lhe mereci ão fé, tornando
1
O governo imperial agora limita-se a responder que, si mais não,f<i>r possivel, j·ulga
poder assegurar a acéeitação·do arbitramento limitado, offerecendb a desoccu-pação
com a condição de um prazo forçoso para o Brazil e·de outro desejado pelo Paraguay,
no interesse de todos.
Comptehende7se, Sr. encarregado de negocios, a árcumspecção da phrase no que
diz respeito ao g_overno paraguayo, tendo-se em vista o decoro das i~açoes ; não se
comprehendem, porém, tão facilmente as condições concernentes á desoccupação, ou
paio menos a discussão annunciada sobre este topico, cuja solução categoriea de-
pendia do governo imperial, desde que em relação ao Paraguay nenhum prazo seria
de esperar dos antecedentes dü negocio e em relação ao Brazil não haveria necessi-
dade de nenhum pela palavra- immediafamente, que se referia ao acto de princi-
piar e não excluia os dias necessarios para uma desoccupação tranquilla proporcio-
nada aos elementos de todo genero t·eimidos em diversas parles do terrilorio.
Relativamente aos importantes dados da nota verbal limitou-se o governo imperial
ª 'pôr em duvida, privadamente por intermedio de S. S., que as instrucçoes do
Sr ., Sosa, -que podia ter visto sem.inc.onveniente·algum, pois que na hase 6ª é elle
"
9
. .
encarregado de proceder de accôrdo com o dito governo, - em nada contrariavão o
melhor 'exilo <la negociação; accrescentando, sempre pela mesma fómJa., .que ·a exi~
~ ' f
gencia rela~iva aos canaes da ilha do Cer:rito, cfonunciada na minha nota verbal, não
devia desanimar o governo argéntino, porque a respeito della, como das outras, seria
faci l um ajuste umà vez que fossem ouvidas.
, De tudo, poi.s, resulta, Sr. encarregado de negocios, que o governo paraguayo, bem
e.orno o argentino, preferem a transacção, sem outra differença entre elles a não ser,
que .o primeiro pede a continuação da occupação pelas forças brazi.leiras e o segundo
exige a desoccupação total e irnmediata com a enfrega da ilha do Cerrito, .sem condi-
ções nem reslriccões; ·e que o governo imperial, em cujas mãos havia sido posta a
decisão do assumpto, não tem julgado em sua prudencia dever dà-Ia categorica-
mente, como r;e pediu e era necessario para autorisar a miss~o ao Rio.
Aproveito a occasião para assegurar a S. S. toda a minha estima pessoal.
AS. S. o Sr. encarregado fle negocios interino do Bcazil, Luiz Augusto de Padua
Fleury.
e. TErnnou.
N. 6.
Nota do ·governo paraguayo ao governo argentino.
que, .segundo crê o seu governo e á vista das commun.icações c~nfidenciaes d~ ieg~Ção
do Brazi.l _nesta capital, será coroada do exitó feliz que o Par·aguay tanto deseja e julga
e
merecer da justiça da generosiâ:a-.cle êfos alliados .
. Para tão satisfactoria negociação, -a da paz e tranquillid~dc naéional, -o poder
executivo da Republ~ca houve por bem nomear em missão especial junto ao g·overno
do lmperio do Brazil um enviado extraordinar_io e ministro plenipotenciario, confe-
rindo-lhe _plenos podet·es para negociar, ajustar e assignar o tratado de limites com o
plenipoteó.ciario que o governo de_V. Ex. para tal llm se dignasse autorisar. .
O abaixo assignado, convencido de que este convite do seu governo alcançará do de
V. Ex. o acolhimento, que merece 1 altenlo o espírito que o suggerio, com muito prazer
se aproveita ela upportuniclade para otferecer a V. Ex. as seguranças da sua clistincla
consideração e .estima ..
A S. Ex. o Sr. D. Carlos Tejedor, . ministro das relações exteriores da Republica
Argentina.
Joxo B. G11.
N. 7.
Nota do governo argentúw ao governo pw~ag.uayo.
e. TEJEDOR.
N. 8.
Nota do governo para.guayo ao governo a1·gentino.
' . 1
. N .9 . - ·
'·.
. li _..:.- · ~ :; _; - . . . .. ~.
1 l}
1'
Nota do governo argentino ao govrirno pa1Ytgua,yo. 1 • •
exte1;io~es
Selembro de 1875.
Sr. ministro.- A nota de 15 do corrente foi recebida neste mini~tedo depois ·de
ter eu pela minha parte dirigido uma em data de 24· ao encarregado de negocios
do Brazil, expondo-lhe os antecedentes do assumpto e declarando-lhe ·a'o mesmo
ternpo que, visto não ser categorica a resposta dada p'ela sua communicaÇão do dia
20 ao p.edido de explicações, persistia este governo em não mandar agente ao Rio.
Mantém elle lódavia as suas duas proposições e especialmente a da transacção; e,
quer de accôrdo com o governo imperial, quer direclamente, caso concorde V. Ex.
na desoccupação total e immediata, e~lará sempre disposlo a entender··se a tal res-
peito com .º governo de V. Ex.
Aproveito a occasião para reiterar a V. Ex. a~ seguranças da minha mais distincta
consideração ..
A S. Ex. o Sr. ministro das relações exteriores do Paraguay, D. João B. Gil.
e. TErnooR.
N, 10.
Protocollo da primeim confe1·encz'a.
Aos vinte e oito dias do mez de Abril do anno de mil oitocentos setenta e cinco,
na cidade do Rio de Janeiro e na secretaria de Estado dos negocios estrangeiros,
reunirão-se os Exms. Srs. Visconde de Caravellas e Visconde do Rio Branco; pleni- :
potenciarios do Brazil, Dr . D. Carlos Tejedor, plenipolenciario da Republica Ar- ,
e
gentina, D. Jaime Sosa, plenipotenciario do Paraguay.
S: Ex. o Sr. Visconde de C~ravellas, tomando a palavra) disse que o Sr. Visconde
do Rio Branco e elle assistião a esta conferencia preliminar e.orno plenipotenciarios
do Brazil, e. que seus respectivos plenos poderes serião apresentados na proxima
,,
con!erencia," quo.n do espera vão que os outros ' Srs: pleni potenciarios exhibissem os
sem, pãrã .serem -examinadus--e - trocados na fórma do estylo.
S. Ex. o Sr. plenipotenciario argenlino··'fi"ori(lerou que convinha seguir-se certa
orilem ·rias co.nferencias da negociação, e. que por sua ·parle julgava que se 'de\'ia
começãr por tratar da d1•soccupação do Paraguay pelas forças brazileiras; ·passar
depois a toma·r em consideração, quer a proposta sobre a transacção, a ·qual, sr fosse
acceita, daria logar. ao tratado correspondente enfa'e o Paraguay e a Republica Ar-
gentina, quer a proposta sobre arbitramento, ·estabelecendo-se regras que o defi-
nissem no caso de optar-se por esta proposta, o que tambem seria objecto de tratado
entre as duas Republicas, e terminar pelo accôrdo em que as partes contratantes
resalvassem os direitos de Bólivia, qualquer qne fosse · a solução que se adoptasse.
Tudo isso, accrescenlou o Sr. ·Dr. Tejedor, podia ser ma teria de quatro protocollos .
. Oppuzerão-se a isso os Srs. plenipotenciarios .brazileiros.
Disse o Sr. Visconde de Caravellas que a questão de desoccupação era natural-
mente poo;terior á de limites; · que isso presumia elle ser opinião do Sr. Tejedor á
vista do discurso que proferira no acto de _sua recepção official; e que ,- além disso,
seria essa a ordem logica da discussão, porquanto, bem conhecidos os motivos por
que o Brazil occupava o Paraguay, _não podia ter logar a desoccup·ação sinão depois
de ajustada definitivamente a questão de limites ; e que, devendo ser aquella total
ou parcial, segundo se optasse por um ou por outro dos expedientes lembrados para
a.estipulação de limites, ·não poderia ser levada a effei to sem que se soubesse qual
desses expedientes era preferido.
Continuando, observárão os Srs. plenipotenciarios brazileiros que o mais. conve-
niente e natural seria com .effeito começar pelos limites, passando-se depois a tratar
da des.occupação mi!itar ou antes retirada das forças brazileiras e argentinas, que é
objecto distincto e que viria como consequencia dos ajustes que devem ser celebrados
entre a Republica Argentina e o Paraguay.
Que o contrario fôra apparecer como negociação principal a que não era sinão
accessoria ; que· a permanencia das forças brazileiras no territorio paraguayo era de-
vida ás incertezas P. perigos que resultavão ou podião resultar do desaccôrdo entre
as duas Republicas, creando uma situação em que o Brazil' devia acautelar a obser-
vancia de seus ·tratados com o Paraguay e prestar a esta Republicà o apoio que lhe
parecesse conveniente para manutenção de sua paz interna e ordem consti-
tucional.
Que a_s declaraçõ~s do governo imperial 'sobre o seu proposito e desejo de retirar
as forças brazileiras, logo que o pudesse fazer' sem risco de compro-metler os inte-
resses essenciaes que procurou assegurar á custa dos enormes sacrificios da guerra
de cinco annos, tornavão bem patente que esse ponto da negociação não podia offe-
recer duvida séria; e que em todo caso não influía na demarcação das . fronteiras
entre a Republica Arge.nlina ea do Paraguay. . . 1~
O verdad·eiro ponto de partida desta negociação, accrescentárão :SS . Exs., é o
15
brazileiras, além de ser solicitada pelo proprio Parag,uay, tinha por causa prin~
cipal a situação precaria em que se achava · a Republica do Paraguay pela in- \
certeza de seus ajustes definilivos de paz com · a H.epublica Argentina, situação
cujos effeilos reagião sobre -interesses brazileiros, era obvio que se devia começar
pelo primeiro daquelles ajustes, o de limites, afim de que pelo desapparecimento
da causa Gessassem os effeitos, tanto para a Republica Argentina como para o
Brazil, e, consequentemente, se pudesse effectuar a desoccupação. A_ccrescentárão
que . nenhuma duvida terião em declarar que, concluída definitivamente a questão ·
ele limites, se fará a desoccupação.
Que a missão dos plenipotenciarios brazileiros, quanto aos ajustes definitivos
tle paz entre a Republica Argentina e o Paraguay, não pôde ser · outra sinão a que
lhes marca o accôrdo de 19 ele Novembro, accôrdo ·que o Sr. plenipotenciario
argentino pàrecia olvidar inteiramente.
Que o,. facto de ser a Côrte elo Rio de Janeiro . a séde da presente negociação
não lhe tir&va seu natural e legitimo caracter; porquanto o gove.ino do Brazil
era charriad'o a prestar sua cooperação a um dos alliados, que ainda não tinha
"
,. '). ...
''.
'. pod!do chégar . ao d~sejado .accôrdo com o vencido, e havia que estipular sob1"e
a retit"cidá · aa::; · for-ç11.~, . n:o que - o Br~zil não" s6 tinha interesse, mas era.uma das
parles contratantes. · · -'- ..
Que o tratádo de alliança do 1º de Maio de 1865 foi negociado ~ ·assignado em
Buenos-Aires ; que para as bases dos ajustes definitivos de paz, accordadas .en.lre
os alliados em 1870, não duvid_ou o governo imperial enviar plen~polenciari~ a
Buenos-Aires ; e nessa. capital lambem forão . negociadas as bases do accôrdo
preliminar de paz com o governo provis_orio do Paraguay em 1869, enlr'e tanto
1
que não tiriha o Brazil nessas negociações, nem maior interesse, nem menor
direito . rlq que a Republica Argentina.
S. Ex ..o Sr. ~ejedor declàrdu que não podia admitlir que tal fosse a rn1ssao
que cabia ao Brazil na prE-sente negociação ; que tanto a missão ~litre, que fa-
lhára em Assumpção, como os demais antecedentes e negociações mencionados pelos
Srs. plenipotenciarios brazileiros, não podião n_em devião ser invocados sinão como
factos historicos, porém não como regras determinativas; que a presente n~gociação
tinha outros antecedenteR, q_ue S. Ex. referio circumstanciadamente ; e termi?ou
dizendo ·que de nenhuma das notas ultimamente trocadas resultava o caracter que
os Srs. plenipotenciarios brazileiros attribuião á sua presença. ·
SS. Exs. os -Srs. plenipotenciarios brazileiros accrescenl:frão que não podião
ser .consideradas como simp.les factos .bistoricos ·as .bases accordadas pelos alliados
em Buenos-Aires para seus ajustes definitivos com o Paragriay, nem o accôrdo de
19 de Novembro dP- 1872 assignado nesta côrte, o qual, · respeitando aquellas
bases, lhes fez as modificações que _as novas circumst:rncias dos alliados e do Pa-
raguay exigião; que é certo, corno diz o Sr. plenipoter.1ciario argentino, que os
referidos actos não inhibião que ·agora se adoptasse outra norma de negociação 1
mas que a alteração proposta pelo Sr. ·plenipolenciario argentino invertia a ordem
natural dos factos, apresentava-os sob um aspecto diverso, não facilitando, n.ias
difficultando o Lom exilo que lodos desejão ; que os referidos antecedentes conti-
nhão disposições assentadas em direitos e obrigações que derivão do tratado de al-
liança, e, pois, não podião, ser considerados apenas como elemento hístorico.
Que os tratados de Assumpção, celebrados por parte do Brazil em 9 e 18 de Ja-
neiro de 1872, não impedião a retirada das forças brazileiras logo que o gqverno
imperial ·o julgasse conveniente, porqua1~to alli se estipulou a faculdade de con·
servar elle as dilas forças, de accôrdo com o governo do Paraguay, para auxiliar a
manutenção da, ordem e protegei· a exe.cução dos ajustes celebrados, mas não se impoz
ao governo imperial como obrigação o que devia ser e ficou sendo facultativo.
S. Ex. o Sr. Tejedor observou que talvez ·houvesse quem. interpretasse os trata- \.,/
tados de modQ contrario, e que isto era mais urna razão para discutir-se préviamente
il desoccupação.
17
Os Srs. plenipulenciarios hrazíleiros re,plicêtrã~ que a letra da citada esli.pula-ç{i.o
uão se presta a duas intelligencias . .
S. Ex. o Sr. plel1ipolenciario paraguayo, depois Je expàr Ôs 111olivos que havião
induzido o seu governo ·a solicitar a pennanencia das forças brazileiras em Assurnp-
'; ilo, disse que havia dado conhecimenlo ao seu g-uvemo .da declaração franca e
lermiÍrnnte que recebeu do governo imperial de nu.o lhe ser possivel conservar por
111aís tempo as suas forças no territorio paraguayo, em allenção 1:ís avultadas des-
pezas que com .a sua permanencia alli ·fazia o thesouro do Imperio; e, além disso,
í:Í circumstancia de se tornar muilu necessaria a preseuça das mesmas forças em
Vr scoNDE DE CABAVELtAS.
VrscoNDE DO H.ro-BRANco.
e. TEmnou .
.JAIME SosA .
.JoÃo Lurz KEATING,
Secretario dos plenipotenciarios brazileiros.
E. LAMAUCA,
Secre14rio do plenipotenciario argenti no.
N. 11.
Protncollo do, se(Junda conferencia.
e< e zê lo ele Carlos Carneiro ele Campos, Visconde de Caravellas, do meu consdho e
.
cc dor da ordem da Rosa, grã-cruz das ordens de Sant' Anna da Russia e da A guia
~
20
cc Nicoláo
Avellaneda, pre s icl~ nte da Republica Argenti'na, pelos presentes plenos
cc poderes, referendados pelo ministrn de relações exteriores, ·autorisa o Sr. Dr. D.
e< Carlos Tejeclor para ne'gociar e firmar no ·Rio ele Janeiro os tratados, convenções
e< ou protocollos relativos FÍ. sua missão, de accô rdo- com as . instrucções que lhe
« forão expedidas.·
·<<Dados em Buenos-Ayres, aos dous dias do mez de Abril de mil oil.ocenlos
cc setenta e cinco . - N. Avellanecla. -Pedrn A. Pardo.')
O Sr. plenipol:enc iario argenl.iho, tomando a palavra, disse que, não ohslanl e o
caracter que a principio ti.vem a conferencia anterior, entendia que sA devia lavrar
o respectivo protocollo, A assim se reso ~veo.
· O Sr. Visconde de Caravellas, continuando a discu ssí'ío, manifeslou que o governo .
imperial estava. disposto a cleso.ccupar, co njunctarnenl.e co m o go verno argentino, o
21
l.crritorio paraguayo, porém que não podi11 convir em acceilar como obrigação a
retírada prévia de suas forças, porquanto isto dependia, pelas razões expostas na
primcíra conferencia, dos ajustes definitivos entre a Hepublica Argentina e a do
Pí-lrnguay; que a despci:upação podia ser parcial ou total, segundo as condições
dos referídos ajustes ; que, sem ter conhecimento destes, a discussãL seria talvez
inlerminavel, e urna declaração geral sem resultado pratico.
Em conclusã.o propôz que S. Ex. o Sr. Tejedor offerecesse, em fórma de ~ase, o
pensamento do accôrdo que deseja, facilitando assim ·a discussão.
O Sr. plenipotenciario argenlitio respondendo disse, que contava com essr. P.edid'o
r, que assim havia formulado o seu pensamento na seguinte base:
(<Fi.cou consequentemente accordado que, noc::i.so de entenderem-se entre si a
(e Repí1blica Argentina e a do Parag·uay, quer fixando por meio de lransacçã.o a linha
« cernentes á materia do mesmo accôrdo, " parecia àclmillir uma interpretação mais
tocante a limi.l.es; accrescenclo, como notou S. Ex. o Sr. Dr: Tejedor, que a ultima
parte dos plenos poderes os habiJil.n para ne.gocrnr qu:ilquer ajuste qu_e seja
\
~~
'tleCessario e concernente d solução dos trulud~ScleGnil.ivos .de paz enlrc · as dúas
Republicas.
E urna vez que o teor de seus plenos poderes mereceu ·esse reparo ao Sr ~
plenipotenciario argentino, cabia-lhes notar, accrescenlárão. por fim os planipo-
tenciaríos brazileiros, que os plenos poderes do Sr. Tejedor não erão explícitos,
pois referiüo-sc pura e simplesmente ás insteucções reservadas do Sr. plenipo'-
tenciario, as quaes não erão conhecidas si não pelo que elle expuzera na pri âiei ra
confe;encia e antes consti:fra de seu discurso de recepção; que, porém, a notada
reser'Va . dos plenos poderes argentinos não seria obslaculo para proseguir nesla
nego·ciação, considerando que em todo caso o que entre si estipulem os plcni -
potenciarios não é acto perfeito e ohrigatorio, sinão depois . da .ratifica ção dos
respectivos poderes coi1stHucionaes, para isso competentes.
Voltando á questão principal, aventada pelo Sr. plenipotenciario argentino ,
declarárão que continuavão a pensar que a desoccupação militar 115.o era~ materia
principal da presente negociação, mas que, á vista da insistencia do mesmo Sr. pleni-
polenciario, e não .sendo duvidosas as disposições do governo imperial áquell c
respeito, poder-se-hia declarar no presente protocollo que o Brazil retirará suas
forças do Paraguay logo que seja resolvida definitivan:1enle a questão de limites enl11c
ns duas Republicas, observando-se .igual procedimento por parte elo seu alliado .
Passando a considerar os termos positivos da base preliminar proposta pelo
Sr. Teje,dor, notárão que para .o caso de uma transacção definitiva entre as
duas partes interessadas se fixava; o prato de tres mezes para a desoccupação,
o que não encontraria difficu1dade; mas que, na hypothese de ficar a questão
de limites dependente · de um ·arbitramento , se queria estabelecer condições
íntei1·amente novas e que parecião ·inconvenientes. O arl)itramento,, a ser inclis1)en-
savel, não era ainda r-onhecido em seus termos precisos, não se podendo saber,·
portanto, si esse alvitre seria. estipulado de modo que pucl ésse ser arc eilo pelos
arbitras, e si · a sentença destes resolveria desde logo e definitivamente o ponlo
do litigio. Que a desóccupação d.a ilha do Cerrito, já não fallando na entrega
desse territorio, cousa que não compete ao governp imperial, não poderia ser
obrigaloria desde que se firmasse no Rio de Janeito o ajuste especial entre a
Republica Argentina e a do Paraguay, pela razão obvia de que o aclo dos pleni-
polencial'Í'os ·dependeria de sancção ulterior, e cumpria considerar, como ha
pouco observou-se, quaes as eventualidades possi veis ou prova veis a que estivesse
exposto esse ajuste, segundo· o .s,entido e alcance . de suas clausuhs.
Que a idéa .de igualar as forças brazileiras ás que o governo argentino con-
na Villa Occidenlal, era uma icléa nova, e que não serviria sinãb para
serva ~ se
fazer crêr na existencia de uma desconfianÇa reciproca, que não ern propria
de governos alliados; que até aqui outra era ' a inleq)retação que se podia dar
ás inslancias do governo argentino, parecendo que cm seus empenhos Linl1a
elle por fim a observancia. cto respeito que os .alliados se obrigárão a guardar
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in~ümado; crue, pelo conJ:rario, tornaria mais re:;eila:vcis os re~ultados e estaria mais
de accôrdo com os factos; que havia ainda .interesses co111muns entre os dous aIJiauus
pres'entes no Hio, corno era o ajuste da <li vida, e havi.a além d isso o facto da occu pai,;ão,
q.ue, depois dos tratados de Assumpção, não podião resolver por si só, corno lambem
não o podiã.o fazer por si as Hepublica~ Argentina e Paraguaya; que uão era, vur-
lanto, nestes accôrcloswrn devião separar-se, e sirn quando, depois delles, G.rnrnssent
as duas H.epublicas o tratado tle li.miles, ou, na sua falta, o de arbilrarpenlu.
S. Ex. o Sr. plenipolenciario argenli1w concluio pvndcrandu a ir.uportancia da
declaração que solicitava desde o principio, para lranquillisar"os t1ni111os, . levar a
confiança ás nações neulraes, e restituir aos proprios dous aUiados a fi;::Tmonia alte-
rada por motivo do Paraguay, que apreseulava-sc corno o pomo da c1iscordia.
S. Ex. o Sr, plenipotenciario paraguayo lomou em seguida a pal.avra, e manilestou
o sentimento com que ouvira o Sr. Tejedor dizer que no Paraguay eslava o pomo
da disco relia enlre o Brazil e a Republica Argentina, e corno pi·ova de que assi ITl não
era, e Lambem como testemunho da boa vontade do seu governo, disse que este cm
sua nota de 18 de Agosto de '187 4 declarava ao 'argentino:
«A necessidade de Hma prnmpla solução desta pendencia; que a Lodus lrau--
" quillise, se faz sentir cada vez 'com roais força; e o Paraguay, para obtê-la,
« está disposto aos mesmos· sacrlficios a que se ha\ ia sujeitado quando Lralou o
1
« anno passado com o pleni polenciario argentino, Sr. brigadeiro general D. Bar-
« lolomé ·Mitre.
« O abaixo assignado está certo de que o governo de V. Ex. verá ,neste passo,
" dado pelo paraguayo, mais uma prova evidente de seu arclenle desejo de remover
•<·qualquer causa que possa- obstar a que as duas Hepublicas irmãs entr•em de plano
" i1aquellas cordiaes relações das quaes devem resultar tan los bcneficios para a~ba s.
« De accôrdo com os sentimentos acima manifestados tem, pois, o abaixo as-
• sig;nado a maior satisfação em convidar o. governo. argenL1no, _cm nome do <lo
Paraguay, para urna nova negociação sobre limites na côrle do Hio de Janeiro,
« netjOCiação que, segundo pensa o seu governo á visl.a elas communicações co11 -
" fidenciaes da legação d~ Brazil nesta capital, será C?roada elo bom exilo que o
" Paraguay. tanto deseja ·e julgá me.recer da jusli.ça e generosidade dos alliadul:i .
(( Para tão satisfacloria ue•rociaf'ãO
O· !f
a da 1)aZ e tram1uílliclade nacional houve
' . ' "
" remover qualquer causa que possa obstar a que as duas Hepublicas irmãs entrem
, de plano em rela~õcs cordiaes, das quaes devem resultar tantos bencficios para ·
" ambas, o silencio de V. Ex. sobre pontos Ião essencia•!s ·para 'a disposição que esle .
' governo havia mostrado para uma nova negociação, não lhe permitte por emquanto
" corresponder ao app ello que se lhe faz, assegurando entretanto qne. logo que
" co nste de modo fidedigno achar-se o governo de V. Ex. disposto a aceei lar qualquer
, tlas proposlas nos termos expressados, se apressará em mandar ao Hio a ne·cess<HÜ1
missão para dar fórma definitiva a uma ou outra dessas propostas. )J
« plenipotenciario que deve tratar no Hio de Janeiro com o que o Paraguay já fez
•t seguir para aquella capital.
" ·chegar a uma solução da questão de limites com él Hepublica Argentina, que a
« todos tranquillisasse) parecia-lhe haver indicado com bastante clareza que, como
L 4
• •
26
« l'órrna proposta pelo governo imperial, comquanlo elle esperasse, e ainda espera,
« tle que o Paraguay tanto carece para c_ onseguir º· seu restabelecimento clepoís de
lodas as suas desgraças.
Quan to ao que diz respeito á desoccupação ela ilha t1o Cerrilo ou A~ajoi e <i r.eli-
<<
rada das forças brazileiras desta capital, peço a V. Ex. queira considerar que ó
i<
" esse um assumpto que, pelo menos quanto ao prazo, ríloclo e fórma de similbanles
« operações, · sô póde ser disculid'o e resl)Ivido pelos respectivos plenipotencíarios e
<<de accôrdo com o· governo do Brazil, sob cujos bons officios sei·ia a negocia1;ão
« levada a feliz termo. · Além disto, não julgava o meu g'0\ erno que o da rtepublica
1
« Argentina fizesse questão de prazo mais ou menos curlo para effectua-las, e cou-
« Linúa a .acreditar que a não fará, sobre-ludo em relação <Ís forças que SFl achão esla-
" cionadas na capital da Hepublica, porquanto, como V. Ex. sabe, cllas, longe de
an~eaçarem a independencia do Paraguay, têm contribuído ellicazmcnte para
e<firmar a ordem legal na Hepublica; sem a qual està, presa da anarch ia, não conse-
« g;u iria levantar-se do abysmo em que havia cabido.
« Com es tas francas e amigaveis explicaçõe~.julga o meu governo satisfazer o da
« Hcpublica irmã, ·e que assim se não demorani mais ,em mandar ao Hio de Janeiro
Accrescenlou S. Ex. o Sr. Sosa que lhe parecia que o seu governo expressava bem
sua intenção naquella~ . declarações, que erão tão éategoricas como as havia desejado
o governo argentino\ e terminou dizendo que a desoccupação nüo dependia uo
Paraguay, mas sim do Brazil, e que já antes havia ditei que o Paraguay dcsislia da
occupaç.ão, .si era. ella obstaculo para os accôrdos, não obstante convir-lhe ainda sua
con tinuação. · '
SS. Exs. os Srs. plenipotenciarios brazileiros ponderárâo que têm usado até agora
da palavra clesoccupação para acompanharem a líllguagem do Sr. plenipotenciario
argentino, mas que essa expressão, quando muilo 1 só pôde ser applicada êis poucas
forças brazileiras que existem na ilha do Cêrrito, onde não havia . aliás po\'oação
paraguaya; porqua11to as forças que estacionão na Assurnpção não exercem alli .outra
jurisdicção que não seja a militar com r·elação <:is suas praças, não excluem nem res-
tringem a autoridade paraguaya, eslifo alli como forças amigas, enlretanto que na
V.ilia Occíde.ntal hà perfeita occupação militar pelo governo al'gentino, com exclusão
completa da jurisdicção paraguaya.
Accrescen tárfw SS. Exs. que, cornquanto desejem evilar ·' toda discussão que lhes
pareça escusada para o natural e legitimo resultado desta ncgoe!açüo, rorúludo não
podem deixar sem contestação algumas idéas. enunciadas pelo Sr. plenipotencíario·
argentino. Em primeiro logar, não podem considerar o Brazi! parte na questão de
limites enlre a Hepublica Argentina e o Paraguay si não nos precisos e justos limites
f
27
de suas obrigações como alliado, limites definidos no tratado do 1º de Maio e. que
mais claros ficárão pela discussão havida entre os governos alliados a este respeito.
Em face ,do tratado de alliança, das .bases estipuladas em Buenos-Aires para os
ajustes defii1itívos de paz e do accó'rdo de 1~ de Novembro de '1872, o. Brazi l não ó
parle contratante, mas cooperador para o accôrdo que fôr de justiça entre a Hepublica
Arg·entina e o Paraguay; que esta obrigação não é exclusiva do Brazil, que cabe
lambem ao governo oriental do Uruguay, de cujo concurso tem prescindido O governo
argentino. Que a verdadeira missão do Brazil nessa pendencia entre o ~eu alliado e o
vencido não ci i~11ibe de contribuir para a solução que é de desejar, nem incompa~
livel com a garantia reciproca que os alliadOs asseg'urárão ao.s seus ajustes definitivos
ele paz. Que, portanto, a questão suscitada pelo Sr. T~j ed or, ou era meramente de
fórrna e pouco valia, ou tendia a rénovar uma discussão que chegou aos seus devidos
Lerárns pelo accôrdu de '19 de Novembro, -~ qne em todo caso . d1~via ser afastada ,
quando ha .fundada esperança de que a questão de limites do go verno argent in o com o
do Paraguay poderá ter uma das soluções préviamente annnnciadas. .
Que ·só de passagem observaráõ não ser procedente a conleslação d1J Sr. Tejedor,
quando suppõ.e que ó mais f~cil ao Bt~azil mover · forças de Mato-Grosso para As-
sumpçã.o do que o governo argentino, partindo da Villa Occidental ou de Cor..:.
rientes; que a via fluvial está <:i disposição de ambos os governos, que hoje _não
póde o governo argentino dizer que só o Brazil é . que tem encouraçados . Que as
forças brazileiras eslacionadas em Assumpçifo têm favorecido a autoridade legal
da Republica sem intervenção que se possa considerar illegitima, ao passo que o
gove rno paraguayo, com razão ou sem eila, o que não cabe aos plenipo lenciarios ·
brazileiros aqu i averiguar, tem visto uma causa ele. fraqueza para sua aul:oridad e
so bera na e um embaraço para sua administração Qsral na occupação da Vi lla Occ i-
dental.
S. Ex. o Sr. Tejedor replicou que. em sua opinião, a negociação proseguiria
debalde sem as declarações expressas na base proposta, mas que tambem nfío
rluvidava i1· _adiante, ficando, porém, bem ·entendido que essas declarações renas-
cerião sempre, em falta de factos accordes com ellas ; que a questão de limites
não e8tava separada chi questão sobre desoccupação, como sustentavão 0s Srs. plc-
1üpolenciarios brazileiros ; que bem pelo contrário estavão ligadas e dependenl:es
entre si, salvo o caso de ajuste por lransacção,.
em cuja hypothese desapparec
.
ia.
Accrescentou que não podia admillir a d ísti ncção que havião feito SS. Exs. os , '
Srs. plenipotenciarios ,hrazileiros en'tre a occupação da Hepublica Argentina e a do ·
Braz il; que a Repub lica estava dentro do tr.rritorio que lhe fôra adjudicado pelo
!ralado de alliança, e por conseguinte seu, emquanto não decidisse outra cousa este
accôrdo ou a sentença arbitral ; que ao cóntrario elo Imperio, a Republica não
.
linha sua div.ida de guerra , reconhecida por parte do Paraguay; e que, ainda
quando nifo fosse mais do que como garantia , só isso justificaria a occupação; que
)
28
a occupação da Villa Occidental linha o rio de permeio, cnfretanln que a occu-
pação das forças brazileiras pesava sobre o lerritorio habitado, na capital do
Paraguay, e não podia deixar de influir na direcção dos negocios, qualquer que
fosse a reserva ordenada pelo governo imperial, e a cordialidade de suas re-
lações.
Os Srs .. plenipotenciarios brazileiros observárão que as estipulações do lm -
perio relativas a ·indemnisações de gµerra havião sido feitas de conformidade
com o tratado de 1865 e com as bases accordadas em Buenos-Aires para o seu
desenvolvimento 1 que essas estipul açõe ~ não tl erão garantias ao Brazil que não
sejão communs aos seu.s alliados, como mariifesla o Lexlo dessas proprias esti -
pulações, que passárão a recordar:
Art. 3° do tratado definitivo de paz com o Paraguay de 9 de Janeiro de 1872 :
u O governo da Republica reconhecerá como divida da rnesma Republica :
·e, § 1." A imporlancia <los gastos de _guerra e dos darnnos causados ás pro-
pri edad es publicas das naç5es alliadas ;
« § 2.º ~ · importancia dos damnos e prejuizós c~usados ás pessoas e cidadãos
(
29
sem abandonar, como ·o havia dilo, seu ponto de partida nem suas exig·encias
quanto á desoccupação e reducção de forças, convinha em dar um passo adiante
como desejavão os Srs. plenipotenciarios brazileiros, pelo que propunha que a base
que havia offerecido ficasse assim redigida :
' Ficou consequentemente accordado que no caso de entenderem-se entre si
« a Repu'blica Argentina e a do Paraguay, quer fixando por transacção a linha defi-
« ~erá sempre logar nos termos que se estipularem nos respectivos prolocollos. »
N. 12.
Protocollo da tercefra confe1'encia.
Aos dez dias do mez de Maio de mil oitocentos setenta e cinco reunirão-se, em
una das salas da secretaria de Estado dos negocios estrangeiros, os Exms. Srs. pleni-
p.Jtenciarios _do Brazil, da Republica Argentina e do Paraguay.
S. Ex. o Sr. Visconde de Caravellas, tomando a palavra, disse que, pela corres-
pondencia trocada entre o Paraguay, a Republica Argentina e o Brazil, conhec1fto
o .~ Srs. plenipotenciarios brazileiros os dous·alvitres ou meios de solução ultimamente
acceitos; mas que, tendo S. Ex. o Sr. plenipotenciario argentino annunciado que
formularia um peojecto sobre um ou outro daquelles alvitres, esperava que, si já o
linha prompto, o sujeitasse á discussão.
Respondeu o Sr. plenipotenciar-io ~rgentino qu e, antes de apresentar o seu pro-
jccto, julgava dever fazer algumas considerações sobre a orig,em da missão, que .
30
gir-se a perfeiçãq constitucional dos convenios; que isto mesmo era o que determ i-
nava o accôrdo de 19 de Novembro tan tas vezes invocado, por isso que alli. se diz -
(< depois de celebmdos os tratados se fará a desoccupaçã.o )) - o rrue sign ifica) ajus-
1
lados os tratados, se m aguardar a sancção definitiva; que na negoc iação do ge neral
Mitre se havia ido ainda mais lon ge por part_e do governo argentilio, porquanto se
pretendia a desoccupação em todo caso, com tratados ou sem el les, lend o-a pro mellido
o Brazil ri ' um e n'outro .caso, e só suj ei tándo nes te ultimo a desoccupação a novo
accôrdo.
Que o art. do accôrdo de 1Ç) de Novembro dizia l:ex t11alm ente:
1
()ó
'
" O .Brazil e a Republica Argentina reli raráõ as forças c~e seus exerci tos, . que
• aií1da consérvarem no territorio paraguayo, tres mezes depo is de ce l ebrado~; os
" tratados definitivos de paz entre os alliados e a Hep ubli cn do Pa raguay, ou antes,
si ambos os álliados assim o accordarem entre si.
« Si a celebração dos ditos ·tral.ados postergar-se por mais de sc i.s mczes, co nlacfos
(
/
BA SE 2.'
(De trcmsacr;iio.)
norte e quatro ao oeste; e a Hepublica Argentina em dar por cancellada com esla
cessão a indemnisação que aquella lhe deve pelos gastos de guerra.
' Nos limites anter'iormente fixados, esiá entendido que fica comprehendida a ilha
do Atajo ou Ccrrit9, como do domínio da H.ep.ublica Argentina; devendo ser desoccu-
pada e ser-lhe entregue, logo que esta transacção seja approvada pelos poderes
publicos do Paraguay e da Repuhlicà Argentina. )
Lida essa parte do seu projecto, tomou de novo a palavra o Sr. Tejedor· e disse
que, antes de proseguir, devia dar algumas explicações mais sobre a cessão da Villa
Occidental; que ella suppunha, repetio S. Ex., que o goveri10 argentino não podia
acceitcir qualque1 transacção com a condição da entrega da villa de nwtu p1·oprio
ao Paraguay; que essa entrega importaria um contrasenso á vista do tratado de
alliança, da historia, dos docum entos e dos antecedent~s deste negocio; que o tratado
de alliança a proclamava sua, como toda a margem direita .do rio Pilcomayo até .
á Bahia Negra; que a historia moderna de sua fundação, posterior ao 'l ܺ atino,
corroborava por si só essa proclamação; que além disso podia ella ser demonstrada
por .documentos e antecedentes que não cabia no caso expôr, reunidos como eslavão
para chegarem a um accôrdo amigavel e generoso, e não para discutirem.
Accrescenlou S. Ex. que, além do exposto, havia razões de outra especie e mui
poderosas que impedião chegar-se a urna 'transacção pela cessão da Villa Occidental
ao Paraguay; que á posse da Villa esta vão hoje vi.nculados grande8 ii)teresses de
eslran~eiros e argentinos; que a Vi lia nunca podia ser entregue sem · que esses
inter'esses fossem respeitados e attendidos, e que o mesmo Sr'. Sosa havia confessado
que o Paraguay não podia por emquanto pagar cousa alguma, nem os gastos ·da
gnerra, ,nem indemnisação alguma.
Que, passando dessas considerações a outras mais elevadas, resultava que a posse
da Villa pela Republica Argentina era a unica ga~antia qtre ella podia ter para a
navegação dos rios Pilcomayo e Bermejo, especialríienle deste, ante uma nação que
possuia Humaitá, e que podia preteníler encerrar-se de novo, si nã.Ó fosse feli'z na
senda do progresso, cahindo outra .vez eril poder de homens como os antigos d}cla-
dores; que, na Villa Occidental, à. Republica Argentina a ninguem ameaçava e pe!o
contrario sustentava o commercio do mundo e o grande princi p_io da navegação dos
rios, que ella sempre defendeu; que~ finalmente, ·em suas mãos a Vi lla seria corno
que a sentinella avançada· de novas colonias em proveito do lmperio e das duas
Republicas, ao passo que nas mãos do Paraguay pereceria de prostração .
Que a transacç_ão, como a propunha, .acabava com ·todas as dilliculclades; (1ue
offerecia um termo mais immediato e definitivo, fixando de uma vez os limites e
tornando inuteis todas as que~tões de occnpação e de.5occupaçJo.
· Si, porém, continuou S. ~x., a trarnwcção não póde ter logar, si o Paraguay não a
quer, nem Brazil a aconselha, vejamos o arbitramento.
Em lal caso a base serei a seguinte:
(
BASE 2.ª
(De m·bz'tramento.)
<! tambem proprios da Republica Argentina os· territorios ao sul do rio Pilcomayo em
« toda sua extensão, deve°: do portanto ser desoccupada e ser-lhe entregue a ilha· do
que flavia respondido que, si essa desconfiança era uma realidade, devião-se esforçar
todos por destrui-la com factos; que lhe cumpria agora accrescentar que por parle do
Brazil lambem não havião escasseado os actos de desconfiança, que era em obe-
diencia a esse sen tirnento que não queria o Brazi 1, sem es~arem perfeitos os actos,
clesoccupar o Parag·uay nem a ilha do Atajo; que este sentimento era ainda mais
pronunciado tratando-se unicamente da ilha do Atajo em caso de arbitramento,
·cujo domínio não podia soffrer alteração alguma pela · sentença arbitral ; que,
-como este, podião"citar-se muilos actos de desconfiança de ambos os governos ·; que.
sua missão, p'.@rém, não tinha por obje'Cfo':profundar as: desconfianças ·e · sim' pelo1.
-contrario fazê-Ias desapparecer. ..
E. 5
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resultado.
O Sr. plenipolenciario argentino leu ern seguida a base relaliv~ á resalva dos di-
reitos de Bolívia, para ·o caso de que se pudesse ainda chegar ao .accôrdo por meio·
...de transacção ou de arbitramento.
BASE 3:
·ajustes que podem fiear sem ·effe'ito, ·desde que .não sejão approvados pel~~ · pode-
res çonstitucionaes da Republiea Argentina . e do Paraguay, resu llando 'aaÍ1i 'novas.
circumstancias que ning;uem póde prever. Equivocou-se ·o S,r., plenipotenÍ:ia·rio ar-
gentino, qua~do hoje attribuio pensarne~to contrârio aos Srs. pleoipoteneiarios
hrazileiros, suppondo que a simples annuencia do represenlanle 'do Pan~g1.ú1.y po-
deria cieter'.minar a reli rada . prévia .das forças 1brazi !eiras. Os ajustes, p1~opo$tos.
entre o g.overno argent ino e o do Paraguay, têm sido feitos a titulo de transacção· ·
:por urria e outra parte ; não ha; pois, reconhecimento defini·ti vo de terrl to rio argen-
tino ou paraguayo, emquanto o accordado nao fôr acto pleno e perfeito, segundo
a constituição dos do~s paizes e as fórmulas essenciaes . do direito internacional.
. A desoccupação prévia da ilha do Cerrito p1)de .ser p1;óposta pelo Sr. plenipoten--
ci:1rio argenti00 como uma conveniencia, não como um direito derivado de ajustes.
aiud.a . não consumados. Esperava, porém, e espera ainda o governo imperial
que a d.esoccupação militar, mera qnestão de tempo mais ou menos breve, não seja
um embaraço para que a Republica Argentina e o Paraguay .se entend'ão sobre
seus limites, e o Brazil possa prestar-lhes seu concurso amigavel e assentit1 por sUa
parte ~ás justas proposíções que lhe possão ser feitas quanto á retirada das for.ças.
brazileiras.
As cartas do Sr. Visconde de Caravellas ao encarregado de negocios interino do-
Brazil. em Buenos-Aires não significavão sinão que uma das duas soluções propós-.
tas, com a modificação suggerida pelo governo imperial quar1lo ao arbitramento, seria
hase segura de um ajuste amigavel) visto que a retirada das' forças brazileiras não.
seria obstaculo a isso, apartada a idéa de' desconfiança, como .era natural, para não
pretender-se do Brazil um procedimento que ferisse sua dignidade e seus direitos de·
al1iado.
Dadas estas explicações, os Srs. plenipotenciarios brazileir0s C(lnvidárão o Sr. ple-
ni potenciario pa~aguayo a expressar-se sobre as bases de accôrdo offerecidas 'por
parte da Republica Argentina.
O Sr. plenipotenciario paraguayo pergun_tou si as duas propostas devião ser con-
sideradas coujunctamente, ao que 'S. Ex. o Sr. Tcjedor respondeu affirmativamente·
por estarem ligadas) accrescentando que nada mais tinha a offerecer e que por sua:
."Parte estava tudo dito.. . . .
S. Ex. o Sr. Sosa, fumando a palavra, disse que desde o principió se havia h~atado .
de occupação e des0ccupação, e que não julgava dever demorar-se nesse ponto; que
por sua parte só lhe cumpria declarar, como o fizera anteriormente, que o Para-
guay ganharia, como tem ganho até aqui, com a permanencia das forças brazilei-
rns na Assumpção, mas . que, sendo isso obstaculo á negoc_iação, não insistia na
:-0ccupação tola) ou parcial.
Passando a occupar-sedos limites, disse que o Sr. Tejedor conhecia o empenho que-
3i
linJíla o govern0 :paragnayo 'd'e aNs(ar ess_a qu.estão, e ·que esp'erava n'ão encontrar
gran-<le~· difficuldades ;. q.ue s·em embargo ·ene'ontrava om ~ pe·qu'eno tropB.ÇO em que se
.projectasse a linha diviso ria . pelo braço do Pilcomayo rronteiro Já Assumpção, .por isso
que ·convinhàfixar os limites por um rio navegavel, corno era. o braço cuja embocadura
ficava em frente á Vi11eta, braço mais largo, de maior volume de agua, e de . mar-
gens mais elevadi;ts ,que o braço septentrional a que se refere o projecto ; que por
outro lado . parecia-lhe mais . natural que uma e outra Republica fixas~em co'mo
limite o braço .principal, sobretudo desde que o Paraguay teria, co.mo as . dem!l.IS
nações, direito de navega-lo; que o ter esse braço uma das bocas meia Jegua ma is .
abaixo da Assumpção e a outra algumas Ieguas mais ao sul, não considÚava .qtie
fosse obstaculo; que assim _esperava que o Sr. plenipotenciario argentino aplanaria
esta difficuldade, ced~ndo da linha projectada e acceitando a do braço fronteiro á
Vil,leta. •.
. S. Ex. o Sr. Tejedor respondeu que havia dito intencionalmente bráço fron t.eiro á'
Assumpção, porque era perigoso dizer braço princi.pal ~ que nã ó se sabia si erão tre~.
ou quatro as bocas do Pileomayo, e qual o braço principal; que Azara in'dicava o
Tacones como continuação desse rio ; que S. Ex. o Sr. Sosa assegurava que ·o
braç.o de Villeta era o que tinha maior volume de agua, entretanto qu~, segundo
as investigações feitas por motivo da negociação .Mitre, esse braço ~ra o mais largo,
mas não o mais caudaloso, nem o mais navegavel, que attrilíue essas condições ao
braço fronteiro á Assumpção ; finalmente, que o governo paraguayo não havia re-
peliido antes esta divisão, e que . não lhe era, portànto , possível dar um passo .
para traz .
O Sr. plenipotericiario paraguayo proseguio, dizendo, que o -seu go\'erno havia
admittido como divisoria essa linha no caso de .chegar-se a um accôrdo, mas que
: na·da de positivo se havia resolvido.
Que, prescindindo por emquanto destes detalhes·, declarava que, das duas bases
propostas, optava pela da .transacção, porque ella offerecia a vantagem de pôr termo
prompto a este assumpto, ficando todos tranquillos e sem receios para o futuro.
Accrescentou comtudo S. Ex. que não podia acceita-la .em todos o-s seus pontos;
que na· dita base ·faJlava-se da entrega da Villa Occidental em e ancellação da divida
de guerra, o.que cabia ao tratado de paz e não ao de·limites; que a referida divida era
com effeito um peso enorme para o Paraguay, porém que, comquanto ac ceitasse
individualmente um ajuste no sentido indicado, suas instrucções não lhe davão facul-
dades para isso; que por outra pade devia lambem advertir que esta cancellação
mediante cessão da Villa Occidental era prejudicial ao P!iraguay, . porquanto o seu
commercio necessita de garantias que impeção a diminuição das rendas pelo con-
trabando, o·qual cüntinuaria, como até aqui,· si a Villa ficasse sob o domin.io ar-
gentino; "qu·e comprehendia, entretanto, que ao contrabando poder-se-hião con!rapôr
medidas fluviaes, e que os prej·uizos possíveis pela cessão nunca podér~ão eqúiparar-se,
i ., .
nem siquer coll}p.ar~r-se .cºIT\ .ª .totalidade da i;Iivida e seus ju,ros; , e qu~ ., es.:tava
disposto a ace.eitar a transaççãp negocianifo ad r~ferenrl:um,' ~ara . ~Újeih.1,r o conr.enio
á approvação .do seu govern0. . . ; .. , ·
Quanto á entrega da ilha do Cerrilo, disse que não via embarqçü por · esse lado,
• ' f '' ' '
uma vez sanada a difficuldade
•
relativa ás bocas do Pilcomayo. • 1
O Sr. Tejedor manifestou· que parecia conveniente precisar as ,idéa5l, e para , esse .
fim perguntava ao Sr. plenipotenciario . paraguayo si não. fazia objecção á .linha do
Pilcomayo, sinão por n~olivo do braço principal~ _ ' · · ·
Respondeu o Sr. Sosa que, sanada essa difficuldade, elle com effeito não teria
inconyeniente em tratar ad referendum. ·
Passando em seguida a occup'ar-se da base sobre o arbitramento, disse o Sr.
plenipotenciario paraguayo. que esta parte do projecto exigia um estudo muito de-
morado, e que· passava a discuti-la com esse objecto.
Objeclou á ·primeira regra, que era bem sabido que· o effeito de uma adjudica-
ção er.a o de tornar o adjudicatario apto para dispôr da cousa adjudicada como me-
lhor lhe parecesse ; que effectivamente o dono de uma cousa podia fazer della o que
julgasse mais conveniente; que por conseguinte · nã0 lhe parecia que se dev~sse
impôr similhante restricção, sem que ella por outro lado. obstasse a que o Para-
guay estivesse sempre e em todo caso disposto a conservar para si a Villa Occide1ital,
sem necessidade de ·declaração escripta, porque assim convinha aos seus interesses
políticos e mercantis, como já o havia manifestado.
Quanto á segunda regra disse que á sua acceitação só se oppunha a resalva que
tinha de fazer dos .direitos de terceiros; que, sendo a Villa paraguaya de origem, seus
povoadores, ·dos qu(1es ainda vivem alguns, poderião reclamar os prejtiizos soffridos,
e acreditava que S. Ex. o Sr. Tejedor não teria difficuldade em .convir na dita
r·esalva .
.Passando a occupar-se da terceira regra, pedio o Sr. Sosa que lhe fosse r)ermittido
expressar-se com toda franqueza, e. disse que o Paraguay s.ustentava que ·o Chaco, e
por conseguinte a Villa Occidental, lhe pertencia; que, desd e que começou a occu- ·
pação argentina, reclamou seu governo; que, sendo a Villa Occidenlal uma povoa-
ção paraguaya, seu governo . tinha estado privado de jurisdicção, ·e havi? soffrido
grandes prejuízos por causa da occupação estrangeira; que lhe p,arecia que se não
devia reclamar indemnisação pelos edificios e bemfeitorias alli feitos ; e. que, sendo
na realidade o Parag·uay o prejudicado, essas construcçõ.es e demais ·despezas não
d.evião ficar sinão como uma debil compensação elos prejuízos que lhe occasionára
a occ upação argentina.
Á quarta regra objectou S. Ex. que a disposição nella contida não lbe pa-
recia justa, que em sua 'opinião os povoadores devião ter toda a liberdade; e
que não seria o Paraguay que se opparia a que se retirassem, caso em que o.
que lhes cumpria fazer' era vender suas propriedades, com o _que .ó governo ~o
Paraguay nada tinha que vêr . ..
Sobre a quinfa · regra' diss·e ·que não lhe ' 'comp·etia resolver 'sO"bre' a desoccu-
·paçao, e ·que já havia manifestado qüe era O'.'contrario o que convinha ao Pa-
raguay; e, lendo lido a sexla regra, terminou S. Ex. o Sr. Sosa dizendo que
entre as duas propostas persistia em ·àcre.ditar que a mais conveniente em a de
transacção..
SS. Exs. os Srs. plenipotenciarios brazileiros, tendo ouvido as declarações do
representante do Par~guay, passárão a completar sua resposta ao Sr. plenípo-
te11ciario argentino, e a expressar seu juizo sobre o estado em que se apresenta
o ajuste de limites quanto ao territorio · do Chaco, sempre col!Qcando-se _na po-
sição .que compele ao Brazil como assignatario do . tratado do 1º de · Má'i'~ de
1865, e por todos os interesses que o ligão á Republica Argentina e ao P.araguay.
A sorpreza, notada pelo Sr. plenipotenciario argentino, era natural desde qirn
o proprio Sr. Tejedor declarou que o governo argentino tem hoje exigencias que
antes não apresentára, e que são as novidades. ou alte-rações á que alludio S. Ex.,
com referencia aos lermos das soluções que acaba de apresentar.
Uma dessas ·innovações ~o.nsiste em .que, dada a . primeira das soluÇões ·antes
annunciadas e agora acceita pelo governo argentino, ·a da linha do Pilcomayo,
pretende elle ao niesmo tempo que o Paraguay lhe ceda a Víl!a Occ'idental a
•
titulo de plena indemnisação dos gastos de guerra.
A segunda innovação é que, ·assim na primeira como na hypothese do arbitra-
mento, se demarca o territorio da Villa Occidental por modo q~1e a Hepublica
Argentina leva os seus limites um pouco além da margem esquerda do Pilco-
mayo .
A terceiraJ!é a clausula de não poder a · Villa Occidental ser adjudicada a
. uma terceira potencia.
A quarta é a indemnisação exigida do Paraguay, si o arbitramen lo lhe fôr
favoravel, em favor dos proprielarios argentinos ou estrangeiros. que gueirão mudar
· de domicilio.
A quinta é a indemnisação prévia pelos gastos que a Republica Argentina ·
tem feito na dita Villa Occidenlal.
A sexta é a i que estabelece a ·reducção das forças brazilei ras estaciomidas em
Assumpção ao numero~ que sustentar o governo argentino na Villa Occidt)nlal,
em quanto durar o julgamento arbitral.
A selima e ultima é á que exige a desoccupação e entrega da ilha do Atajl)
logo que fôr assignado no Rio o convenio, sujeitando a questão de limites ao
juízo ·arbitral. ·
Não . trataráõ por ora, dizem os fSrs. plenipotenciarios brazileiros, .da desoc-
cupação emquanto não conhecerem o pensamento definitivo dos Srs. plenipo-
tenc.iarios argentino e paraguayo ·sobre um .ou o'utro .dos ·dous alvitres propostos.
De passagem sómente accrescenlaráõ, quanto á desoccupação pré.via, q:ue 'ella ·
48
encontra coJm ·as oibse;l';\laqpes, j~ antes· fe,itas,, e qJiei o a~eôrdio de 19 d~ . No-
vembro, us.amldo dasi palavras;- ·« tres. m~lles d.ep,e>is-: de celelí>.rad:os qs tratadie:s; de-
finitivos de paz.» - ,. quiz dizer tna:tados' c9in1ehúdos·- com to.das . as · solemn.·i.dadés
legaes, não s.e réforio ao sim.ples·acto dos p1enipoten€iar:ios-.
O Sr .. plenipotenciario argentino tem manifestado o desejo de que os rep-resen-
tantes do Brazil ne'sta negociação não se consider.em· meros cooperadores,. e que
em todo caso manifestem francamente seu juízo sohre as- s0luç:ões p.roposlas para
·o ajuste dos limites do Chac.O entre as duas Republicas limitrqphés, n0 intuito
de facilitarem o accórdo rque se trata de conseguir.
Proseguindo, ·os Srs. plenip.<I>tencia-rios braúleiros observão que .opp_ortun~mente
d irão o que pensã0 a .es~e respeito, e sempre com a franqueza e confiança· que
tê'm dictado suas pal~vraS:; .mas, entretanto, devem . restringir-se a c.onsiderações
ge.rae&, e sobretudo a uma das clausulas- da p~rop,osta argentina, que lhes suscita
grave objecção. ·.
· Certamente que uma solução definitiva seria preferiveJ á d.o arbitramento, si
fosse possível conciliar as pretenções do go·verno argentino com as do Paraguay;
.
quanto ao lerritorio adjacente á margem' septe.ntrionàí ·do Pilcomayo. No caso
contrario; o arbitramento, bem definido e sem clausulas qlle o tornem de im-
.
possível realização, é o alvitre que póde cortar todas·a;; difliculdades e decidir do
domínio sobre o territorio em litigio, sem quebra do que o· governo argentino
julga de sua dignidade, isto é, sem a renuncia niotu proprio, 1e do q:ue o P.araguay
tem reclamado corno seu .direito e necessidade de sua .s'egurança e interesses fiscaes.
A clausula, porém, da primeira solução proposta p·eJo Sr. plenipotenciar:io ar-
gentino, isto é, a cessão d.a Villa. Occiden.tal em troca dos gastos de gll'erra,· a cuja
indemnisação tem direito, encontra com as disposições do tratado de alliança ~ as
bases preliminares .negociadas, em Buenos-Aires para os ajustes defüaiti;v@s de paz
e o accôrdo dE:l 19 de Novem.lmi>.
O tratado de alliança e ·aquell;:i.s estipulações posteriores, que regulárãô: a stta
execução, estabelecem o compromisso de respei,tar-se a inleg.ridade temit<:>rial do
Parag1:1ay e a mais perfeita igualdade de condições quanto áB indemnisações por.
gastos e prejuízos de guerra, bem como a respeito · de quaesquer outros. interesses.
O .goyerno imperial e o da Republica Oriental não poderião vêr essa transacção
pecuniaria sem reclamar contra ella como offensiva do pacto de alliança,. ou, peloi
menos, terão o direito de exigir para si a mesrria fórma ';de pagamento. Até l)óje
não tem o governo imperial -recebido. um real como indemnisação de guerra; e
nem mesmo tem r.ecebido a importancia total dos auxílios que 'prestôu ao go:-
verno provis0rio·. do Paraguay .a titulo de . emprestimo. Os· ajustes celebrados pelo ·
governo do .Hr-a.zik com o · d~ Paraguay,. no toaante ás . indemnisações de gmerra;
respeitárão as ·estipulaçõés1da Lalliança, e ti~erão mui.to em vista nada: ,prre;tend·e r.
que não i fosse::i i'nteÍiramente"·applicavek ao& tse1ast!a1liado-sl . .
e
De tudo quanto têm ouvido, accrescentão os Srs. plenipotenciarios ·ÍJraziieÍro~ ,
parece-lhes que o mallogrn da negociação Mitre em Assumpção é o principal
Obstacu)O para_ 0 .~Oill ·ex'Í[O das presentes COl1ferenCias, mas não.. .\lêl)l , l'i\ZUO ba.?-
tanfe para qüe não se possa acceitar hoje,' depoi.ºs de ..rn"eüio·~ ' ~studada a maleria,
o que antes não pareceu acertado ou opportuno . Aquella negociação mallog~ada
deixou documentos, que correm imp.ressos, e pelos quaes se ha de julgar do acerto
e justiça com que ora procederem todas as partes contratantes. Cabe a estas bem
considerar o que 'fôr justo e razoavel, e por conveniencias transitorias ou esti mui os
de um fal8o pundonor não prejudicar os interesses essenciaes e permanentes das
duas Republicas e dos seus vizinhos.
O Sr. plenipotenciario argentino respondeu ·que a discussão já estava esgotada;
que ao Sr. Sosa não repugnava a transacção nem o arbitr~menlo, e que, portanto,
acolhia ambas as bases; que, acceitas estas no fundo, facil seria chegar a um
accôrdo sobre os detalhes, si os Srs. plenipolenciarios do Brazil quizessem fazer
um esforço nesse mesmo sentido; que já havia cumprido sua palavrá, e que
agora tocava aos Srs. plenipotenciarios brazileiros propôr; que todos erão nego-
ciadoi·es e tinhão voz e voto.
Accrescentou S._Ex. o Sr. Tejedor que ser~lhe-hia indifferente a acceitação defi-
nitiva de qualquer das duas bases; que havia feito tudo, e nada lhe ficava para
accrescentar; mas que tarnbem do principal dellas nada retiraria; que em caso
algum poderia ceder a Yilla Occidenlal em caso de transacção, nem deixar de
solicitar a entrega immediata da ilha do Alajo no de arbitramento.
. '
• •
,E, 6
.,
42
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apenas que dava preferencia á primeira com .algumas modificações, e anticipou
reflexões sobre a segunda. ·
·· Inlert'ompeu, ~· ~x. o Sr. Tejedor dizendo que as duas propostas esta vão acceilas
no fundo pelo s·r. Sosà. . . . . • . .
Continuando, SS. E:xs. os Srs. pleni potenciario~ brazileiros observárão ·que era, pelo
menos, necessario saber por qual das duas soluções se decidião os Srs. plenipo-
tenciarios argentino e paraguayo, afim de que pudess6m manifestar seu juízo no
que toca á responsabilidade do Brazil e aos compromissos da alliança, bem como
para estipular-se a desoccupação ou retirada das forças brazileiras e argentinas. Que,
a ser acceila a primeira solução, lerião de insistir nas graves observações já feitas
sobre a cessão da Vílla Occidenlal por transacção pecuniaria. Si fosse acceilo ·ºarbitra-
mento, era preciso considerar os termos de sua acceitação para os mesmos effeitos
acima manifestados. Que lhes parecia que o 'sr. plenipolenciario paraguayo não
acceitou a primeira parte do primeiro alvitre, porque suas instrucções nãó o auto-
risávão a fazê.-lo, aincfa que sua opinião individual seja favoravel á transacção pro·
posta, e que esta declaração não a enunciára como ministro paraguayo, e sim como
particular; ernquanto ao oulro alvitre, que manifestava- se grande divergencia entre
o.s Srs. plenipotcneiarios sobre o.modo como considerárão as suas clausulas. Que,
portanto, não linha razão o Sr. plenipotenciario argentino quando dava tudo por
dito e resolvido; e assim esperavão que na proxima conferencia os Srs. plenipoten-
ciarios argentino e paraguayo enunciassem clara e definitivamente o seu accôrdo de
limites. Então seria lambem chegada a occasião opporfüna de eslip11lar-se sobre a
retira?a das forças.
Que para dar mais um testemunho de que o Brazil deseja tanto como o governo
argentino a desoccupação militar, suggerião a e~le . respeito urna idéa, e era que, si
prevalecesse o arbitramento, fosse geral a desoccupação, isto é, se retirassem todas .as
forças brazileiras e argentinas.
Concluirão ponderando que a brevidad~ convinhÇJ. a lodos, como não cessava de ·
declarar o Sr. plenipoten.ciario argentino, mas não er~ menos certo que a precipitação
pôde ser prejudicial a todos, pois trata-se de assumptos graves, que envolvem direitos
e os _sentimentos de dignidade de tres nações) sendo -necessario pensar reflectida-
mcnte sobre as soluções, e redigir com o m_esmo escrupulo os documentos deste ·
trabalho dos plenipotenciarios. ' · ·
S.' Ex. o Sr. plenipotenciario argentino disse que não havia pensado dizer mais
nada, mas qu·e via-se forçado a accr~scent~r alguma cousa _depois do que acabava de'
ouvir aos Srs. plenipotenciarios brazileiros; q~e a solução suggerirla sobre a desoc-
. cupação conjuncta das forças braz-ileiras e argentinas ia ele encontro á verdade dos
factos, que as forças ·argentinas achav'ão-se dentro do territorio do tratado de alliança,
ao passo que as . brazileiras occupavão verdadeiramente o terrilorio paráguayo, ao
qual ·nenhum direito tinhão pelo mesmo tt;atado ; que uma e outra occupação erão
dislinclas, até na origem ;. visto que a actuai occupação brazileira provinha do s
(
43
tratados de Assumpção, e não já da alliança; que a occupação argentina, procedente
..desta, havia cessado com a trasladação das forças para a Villa Occidental, ao passo
que a brazileira continuava.com o mesmo poder e importancia como durante a guerra.
Que as obs0rvaçõcs dos Srs. plenipotenciarios brazilciros, qmwlu á cessão da V1lla
por parte do Paraguay em satisfação da divida, tinhão indubitavelmente certo peso;
que era entretanto mister ter presente que essa cessão era antes supposta que real,
imaginada com o objccto unico de chegar-se a um resultado pela transacção, desde
a
qne Republica Argentina . pelo tratado de alliança . sustentava seus direitos de
dominio, não só á Villa . Occidental, como a todo o territorio desde ella até á Bahia
Negra; que os outros alliados nunca podião allegar esse facto para · pretenderem
igual meio de pagamento, porque o Estado Oriental não era limitrophe, e o Brazil ·
linha reconhecido todo o territorio·que se determinou no mesmo tratado; que a
verdadeira cessão era a Hepublica Argentina que a fazia, renunciando ao reslo do
lerri lo rio até .á Bahia Negra e aos gastos da guerra; si a base, tal qual estava redi-
gida, nessa parte se prestava a objecções, podia ser alterada, reconhecendo-se sem-
pre a Vi lia Occidental como argentina; que na Villa Occidental estava o Ut?ico ponto
essencial da transacção, corno na ilha do Cerrito estava o do arbitramento.
Accrescenton que o Sr. plenipotenciario paraguayo não tiriha a menor repug-
nq.ncia em ceder a Villa Occiclental nos termos expostos, ou em quaesquer ·outros,
e que por conseguinte, si o Brazil o. apoiava) eslava o negocio concluido.
O Sr. plenipotenciario paraguayo, tomando a palavra, disse que, comquanto suas
instrucções não comprehendessem o caso, repelia que acceitava a transacção, visto
que mediante ella libertava-se seu paiz do enorme pt'so da divida da guerra; que, si
havia desigualdade na fórma de pagamenlo·, como notárâo os Srs. plenipolenciarios
brazileiros, era isso questão entre o Hrazil , a Republica Argentina e o Estado
Oriental; que a transacção era o meio de abreviar, que por conseguinte a preferia ,
e sobretudo porque convinha ao Paraguay. .
O Sr. plenipotenciario argentino declarou então que, desde que o Sr. plenipo-
tenciario paºraguayo se expressava em taes termos, nenhuma difficuldade séria se
apresentava para ce~ebrar ad r'eferendwn o tratado de transacção , deixando ao
governo do Parag;uay a resp?nsabilidade de repelli-lo, e de prolongar por mais
tempo a situação melindrosa em que se achavão su'as relações com o argentino.
Os Srs. plenipotenciarios brazileiros respondêrão que não podião dar como re-·
solvidas as questões, que envohem as propostas do Sr. plenipolenciario argentino;
que a annuencia do Sr. plenipotenciario paraguayo á primeira base, sem autorisação
ex.pressa . de seu governo, e contra o que manifestára aos pleni.potenciarios brazi-
leiros quando solicitou o concurso amigavel destes, não era bastante para destruir
a grave objecção posta pelos mesmos Srs. plenipotenciarios á clausula de transacção
pecuniaria, objecção que o proprio Sr. plenipolenciario argentino julgou que linha
algum peso, objecção que os Srs. plenipolenciarios brazileiros de?larão por sua parte
que tem muito , peso e merece ser considerada e] discutida em outra conferencia. ·
• •
Tendo jâ em conferencia anterior mostrado que não é exacto nem justo o modo
como· o Sr. plenipolenciario argentino considera a permanencia das forças brazi-
leiras no Paraguay; tendo lambem sido objecto de longa e solem.ne discussão entre
o governo il'npcri-ul· e o da RP.publica Argentina o sentido e alcance das estipulações
da alliança quanto a limites, os Srs. plenipotenciarios brazileiros reportão-se a esses
documentos 1 e concluem por annunciar que na proxima conferencia esperão ouvir
a solução definitiva que enfre si queirão accordar os Srs. plenipq_tenciarios argentino
e paraguayo sobre a questão de limiies, para então enunciarem seu .juízo definitivo
sobre esse importante assumpto e resolver sobre o que devão adoptar quanto á reti-
rada das forças.
Convindo os Srs. plenipotenciarios em dar por terminada a conferencia, lavrou-
se o presente .protocollo, que achárão conforme e assignárão, ficando cada um com
o seu autographo.
Feito na cidade do Rio de Janeiro, em 1O de Maio de 1875.
VJSCONDE DE CARAVELLAS.
ÜARLOS TEJEDOR.
JAIME SosA.
JoAo Luiz KEATING,
secretarío dos pleoipote'nciarios brazileiros.
E. LAMARCA,
i;ecretario do pleoipotenciario argentino.
N. 13.
Nôta da legação argentina ao governá i'mpei·ial.
N. 14.
--
Nota do governo imperial d legação argentina.
- - -- -- -
N. 15.
Nota da legação argentúia ao gove1·no imperial.
.
consul geral fica, roino antes, encarregado interinamente da legação ,
-·
Aproveito . a orcasiu.o pura assegurar a V. Ex. minha parlicular gra.li_dão e mais
alta es tima.
AS. Ex. ·o Sr. Visconde de Carave l!Its, ministro dos· r1egocios es trangeiros do
Imperio do Brazil. · · · · ·
e. TErnooll.
N. 1.6.
Nota do governo imperial d legaçâo argentina.
Hio de Juneiro. -Minislerio dos negocios estra nge iros, 3'1 de Maio de '1 875 .
Reportando-me ao que ern outra nola des ta data ponderp ao Sr. Dr. D. Carlos
Tej edor, enviado ex traordinario e ministro plenipolenciario da Republica Argen-
tina, accuso a recepção da que rn~ dirigi o hoje ·mesmo annuncianclo que regressará
para Bu enos-Ayres no dia· 2 do mez proximo futuro, e Oco sciente ele que, du-
rante a sua áusencia, será a legação argentina rcgicl~ pelo Sr. consul geral -com o
caracter ele encarregado de negocios interino.
Aproveito a opportuniclade para reiterar ao Sr. Dr . D. Carlos Tejedor . as segu-
ranças da minha alta consideração.
Ao Sr. Dr. D. Carlos Tcjcdor ;
V1scoNDE DE CARAVELLAS .
N. 17.
Nota da, yoverno impe1·iaL ao governo argentino.
Rio de Janeiro. -Minislerio dos negocios es tran gei ros, em 18 de Junho ele '1875.
O abaixo ass ignaclo, do conselho de Sua Magestade o Imperador do Brazil e
min is trn e secretario de Estado dos negocios e3trangeiros, tem a honra. de di.rigir-
sc a S. Ex. o Sr. ministro de relações exteriores da Republica Argen tina, rogando-lhe
a mais séria allenção para os factos que motivão a presente nota.
Sabe o Sr. ministro corno foi amigavelmente aco lhida a missão que o governo ar-
gentirio enviou ulti mamente a es ta côrte, e de que foi encarregado o Sr. Dr.
D. Carlos Tejedor. O e·ovúno imperial empregou de sua pari~ a rpel110r von-
/
/
.
tade e a maior pruclencia pary6 bom exilo dessa miss~o, e bem o demoilstrã'ü
os. tres protocollos que c.hegifrão a ser assignados· pelos p.lenipotenciúios dos
~ . . 'W-
"tres gove~e-íessados .
. Não ~obstante, o .Sr. Tejedor resolveu partir desta côrte no dia 2 do corrente:
sem concluir a negoc1aça,a com os plenipotenciarios do Brazil, conlenlando-se,
ao que parece, com os ajustes que celebrárão separadamente elle e o represen-
tante do Paraguay, aju stes · dos quaes não tem até hoje o governo imperial
comrnunicação oflicial, nem exa cla nolicia .
A historia resumida da negociação conjuncta e do 'seu in esp era"do desfecho
consta do memoranclurrf que ora offerece o governo imperial á co_nsideração
do seu alliado, e das notas ann exas por cópia a este documento. Os faclvsahi
referidos) e que de certo não se rão Qonles tados, rnanifeslifo qu e não cabe ao go-
verno irnperi.al responsabilidade algu ma por similhanles occurrencias, que, todavia
lamenta."
QuizÚa o abaixo assignado li mil.ar-se a es ta simp les dccl araçã.o; mas, in.feliz-
mente, ha naquelles facto s uma qu estão el e direito e um incideqle, que não
podem se,r desallendidos, antes exi ge m urna ex pli cita manifesta ção em norne do
governo im periaI.
O projectado accôrdo do Sr. plenipol enciar.io argentino .com o do Paraguay,
que consta ter sido assignado nesta cô rle, para ficar a Republica Argentina com
a Villa Occiclental em tro ca dos gàs tos de guerra, é, no entender do governo
imperial, uma violação flag.rante do trai.ado de allian ça. Estabeleceu este, no seu
art. 10, perfeita iguáldade enlre os alliados a respéito de quaesqucr vantagens
que pudessem obler do Paraguay; e regulou as indemnisações por despezas e
prejuízos da guerra sob o mesmo principio.
As bases preliminares assentadas em Buenos-Ayres para os ajustes definitivos
de paz, das quaes foi negociador argentino o mesmo Sr. Tejeclor, e o accôrdo
de 19 de Novembro de 1872 1 negociado no Rio de Janeiro pelo general D.
Bartolorné Mitre, c'on"sagrarão aquelles princípios e regulárão a sua justa ap-
plicação '.
Nem - antes . nem depois se afasto11 o governo_ imperial das referidas normas.
Quando tratou separada1'neiite na Ass umpção com o governo paraguayo, forçado
pela· _retirada do plenipolen ciari.o arge nlino, nada es tipulou que não ' púdesse·set•
commurri aos seu·s alliados ácerca. ele ind em nisações , como áccrca dos interesses
de navegação ·e commercio; e, ainda assim, teve o cuidado de ·não impossibí-
Íitar algum ajuste ulterior com os mesmos alliados no locante ao primeiro ponto.
Por isso o accDrdo de 19 de Novembro pôde.cornprehender esta ma teria e melhor
desenvtilver suas condiçõ es geraes, re fe ri 1i.do ~sc a acto pos terior em que fossem
partes os tr'es assignatarios do ti;alaclo de 186t>.
·A cessão da Vi lia Occidenlal pelas indemnisações, a que lem direito . o govetno
ar·g·en ii nO', il ão é só ohsL1da por nquelles co mpram issos, offende, ou trosim, ·o principio
• •
'
''.
-
• • ••
Memorandum
Reunidos na côrte do Rio de Janeiro os plenipotenciarios do Brazil, da Republica
Argentina e do Paraguay, para .tratarem dos ajustes definitivos de paz destas duas
Republicas, abrirão suas confere~cias no dia 28 de Abril proximo passado.
No intuito de corresponder a.os desejos do ·Sr. plenipotenciario argentino, Dr. D. ·
Carlos Tejedor, que mostrava-se ancioso por uma solução prompta, o governQ im-
perial commeUeu, por sua parte, essa negociação ao Visconde de Caravellas, mi-
nistro dos negocios estrangeiros, e ao Visconde do Rio-Branco, pre11idente do cons~Iho
de ministros, que antes havia tratado ·desse asmmpto em Buenos-Ayres com o
mesmo Sr. Tejedor, então ministro de· relações exteriores .
.. As primeiras declarações do Sr. ministro argentino e os alvitres por elle pro-
postos constão de tres protocollos, que puderão ser concluidos, sendo o ultirpo
destes documentos assignado na manhã do dia em que S. Ex. parlio desta capital.
Comqµanlo o Sr. Tejedor se mostrasse disposto desde o principio a nada ·ceder do
49 ' .
que · propU~QSSe~ .· ~ disc.ussf~O encaminhou-se na.s, s1u,~s pr!.!ll.ci_r·~~ conferencias para
um resHJtó;clq.i q~.e ,pod),a satisfazer a l,qclas .'às co11dições. .4e um perfeilo accôrdo.
N~ terceir~ cón'fe~:e_u6ía~ apreserit~·if ,os~·: ~p1e.n Lpot.~pciá'ri"o · ~:rgentino duas soluções,
' s. ; .~ ~ J,/"
, <l.
a nrfo-lhe. s . Q "ç aráct e~ de · innllcrave'i's, mas os @ulros ililenip.ol.eMiarios não as acc ci-
<( • ' .. ''. 1 • •
.~ :::.!.á1;i;io<:.'C8~Pà}.~e:5} . ~. ,app~Jl('.㺠.. R:ara a Itru··ae·~: ~i·g· "O U'trstt·açfió tlc. S. Ex. Essas
.. · solu9õ~s fq!~çi/o,rm~1·1 :~.das .J10.s seg~i,n/~s termo~ : i .~ · '·
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«;, Ni.i9.· obs~;,; u$:~ es tàbeleciclo no tral~do d~ alliança, a'cceilão -se, corno lirnitrs
r.c .enfre o. 'l?aragua y e a Hepu!Jlica Arge ntin a, os rios Paraná e Paragua.r; e 1wlo
' ' ~· .
çc'~ o.e~te · ~ "Vi[con1,àyo em se u braço . fronteiro ri Assumpção; convindo a Hcpublica
<<do. Paj·a.·gtray.pelo mesmo acto ceder ;.i Arg·enlina a Villa chamada Oceidenlal em
« ,sehre J t ::~:n.t:{fgem esquerda elo Confuso, com um . territorio el e duas Ieguas uo
'.cc $111·; quaiio a0 norte e <]uatro ao oeste ; e ·a Republca Argentina em dar pM
j • .
(l .cartce,llada com esta cessão a indemnisação que aquella lhe deve pelos gaslos
« ,cla ..,guerra. ·
e< Nos limites anteriormente fixados ; está entendido que fica comprehendida· a
« ilha do Atajo ou. Cerrito, como do domíni o da Hepublica Argentina; devendo
« sr.r cl esocc upada e ser-lhe eiltregue, log·o que esta transacção seja apprn~1 arla
.
"· .... BASE
t ".
.. ' . ..Í!{ (DE ARBITRAMENTO.)
t . i'
' "·. 1.;·,
A$,ReirnblicasArgentina e Paraguaya convêm em sujeitar ii decisão de um arhi-
cc
• << l:ro o~'"arbitros, nomeados de commum accórdo, o dominio (Ja Villa Occidcnl.i'll )
• • 1
<< com um territorio de duas leguas ao sul, quatro ao norte, e quatro ao oeste.
« Devendo ser regras ·desse .arbitràmento :.
1 · << . 1.ª Que, svjµ qüàl fót~ o. res ultado, em: caso algum a VillaOecidentnl poclr.rá sn~
~:! ; ..· ' hi~ 4o ·poder
c1:a Hepublica á que fôr adjudicada. · .
~ ... i.. 'cc ~> Que, na hypothesc de se nten ça desfavoravel á R.epublica Argenl:i nfl, os
· ' ', .« cli.reitos :territoriaes adquiridos pelos aett1aes povoadores se rão re8peil.ados eri1 .
••• • •• '!-: • ' • : • •
•
..i•
51
,,, . -
'Era dé esperar que fosse supprimida a clausula impuguada, ou se adoptasse,
. afinal·,,. a solução do arbitramento, que evitaria tão seria difficuldade e' .~ contingen-
' ci'a d~ mallograr-~e o accórdo pela recusa do governo paragnayo ao que·seu repré-
/ sentanté só promellia acceitar ad ?"eferendum.-
. Chegada a negociação a este ponto; antes que se redigisse1n e as~ignassem os
proJocollos das duas ultimas con forencias, sou berão ós plen ipotencia ri os brazilei ..
ros, em conversação com o Sr . .Jaime So.sa, plenipolenciario paraguayo, que este já
/
' _,tinha firmado um tratado de limites com o Sr. Tejedo r, incluindo-se a clausula
da renuncia dos gastos de guerra. Dava-se, iJOi s, plena execução a uma idéa
., qu_e ·soffrêl'a séria objecção da parte do alliado da Republica Argentina, objec-
. :· ção.-.J.~lgada ponderosa pelo proprio Sr. Tejeclor, e isto sem que se procur(lsse,
" .. 'óo menos; demonstrar em outra conferencia os fundamentos de similhante proceder.
'Aguardavão os plenipotenciarios !Jrazileit·os a opporlunidade de uma nova reunião,
_-;~ em q~e ~e lhes désse conhecimento official daquelle ajuste, e se co1~siderassem as
ffifliculdades, que delle podem provir, para aconselharem a segunda das soluções
propostas pelo Sr. ministro argentino, isto é, o a'rbilramen!o, modificadas razÔavel-
mente as respectivas condições, ou. para declararem que, não se oppondo o go-
verno imperial á partilha do terrilorio conleslado, desde que as parles interessa-
das assim resolvessem ·sua questão de limites, ver-se-hia forçado a protes tar por
causa da transacção peruniaria.
A ultima conferencia dos plenipotenciarios tivera Jogar a 19 do mez findo, e sem
esperar nem solicitar convite para o proseguimento dos trabalhos communs, no dia
31 o Sr. Tejedor dirigio aos pleni potenciarias hrazileiros uma nota dando por finda
sua missão, e declarando-se satisfeito com aquelle resultado. Por outra nota da
mesma daia annunciou o Sr. ministro argentino que regressaria para o seu paiz no
dia 2 do corrente.
Vão juntas a este memorandurn as mencionadas notas e as respostas que lhes
deu o mi_nisterio <los negocios estrangeiros.
A negociação foi assim interrompida. Nem ao menos póde ser assignado o pro-
tocollo da quarta e ultima conferencia. Retirou-se o Sr. Tejedor desta córle apres-
sadamente, sem communicar ao governo imperial os ajustes que assignára com o
representante do Paraguay, e sem pedir uma audiencia de despedida á Sua l\fages-
tade o Imperador, junto aó qual fôra acreditado, nem motivar a dispensa desta for-
malidade, nunca preterida nas relações diplomaticas.
Hio de Janeiro, 18 de Junho ele 1875.
• l)
52
N. 18~
·. •.
Penso que o interesse presente e futuro ela Republica Argentina lhe aconselha
contentar-se com os limites do Pilcomayo, propendendo para que o Paraguay e Bo-
livia se e5tabeleção no Chaco iÍ margem direita elo rio Paraguay, o primeiro em con-
tacto immecliato comnosco pela navegação commum do Pilcomayo, extensiva á Bolívia,
e esta entre as possessões paragua yas e as do Braúl .(até á Bahia Negra), com o que
tudo se concluirá, tudo ficará pl'evisto e gar~ntido.
- - - --·-------
N. 19.
(TuAoucçÃo.) -. Offiào de 8 de Julho de 1873.
,,
,.•
/.
I
53
../'
N~ 20.
~
Com o conhecimento que me dá o estudo que fiz desta questão bistorica e legal, ·
é que disse a V. Ex. que as nossas pretenções não podem ir além do Pilcomayo, desde
1
que se reconhece á Bolívia o seu direito a urna parte desse terrilorio, e se reconheção
sobre elle direitos de posse por parte do Paraguay, segundo declarão as inslrucções
que me regem; e é lambem por isso que accrescentava, ao mesmo tempo, que a
linha do Pilcornayo, sendp a que, co'm direito, podíamos sustentar no terreno da
discussão, era lambem a conveniente e a que a prudencia e o patriotismo aconse-
lhão se deve acceitar.
.. .
Isto provém talvez de acreditar V. Ex., como se vê cm alguns mappas, que existe
um segundo braço conhecido do Pilcomayo, e que dentro dos dous hraços está
situada a Villa Uccidental.
A verdade é que si esse segundo braço existe ninguem o conhece, nem póde de-
terminar a sua situação e que o verdadeiro rio Pilcornayo desemboca no Paraguay,
uma legua abaixo de Assumpção, em frente ao serro Lembaré, não se encontrando
nenhuma outra boca, no espaço de vinte milhas qe costa, que desague rio rio
\
Paraguay até encontrar a boca do rio Confuso, ao norle do qual acha-se situada a
Villa Occidental.
N. 21.
(TR.rnucçAo.) ·_ Confidencz'al de '15 de Agosto de 1873.
'
Portanto, as instrucções de que fui munido ao confiar-se-me a missão que
desempenho, continhão implícita e explicitamente, pelo que respeita á questão do
Chaco: - 1.º Pôr fóra de qu estão os direitos da Republica Argentina até á margem
direita do Pilcomayo. -- 2.º Aceeitar o arbitramento para osterrilorios ào norte do
Pilcomar·o, inclusive a Villa Occidental, caso não se achasse um meio conciliatorio
para chegar a um resullado definitivo. - 3.º Consultar o governo, dando-lhe as in- ·
formações convenientes, sobre a imporlancia da Villa Occidental, si a difficul·dade
surgisse deste ponto e delle dependesse o exilo da negociação, ficando entendido que
o governo argentino não faria em ultimo caso questão da referida Villa.
Si então o governo me houvesse manifestado que em todo caso e mesmo depois de
receber as minhas informações eslava disposto a fazer questão da Vi lia Occidental, e
assim .o tivesse expressamente consignado nas instrucções, ou teria eu trepidado
antes de acceitar a missão que me foi . confiada com outras bases, ou então aeceitan-
do-a por patriotismo, teria desenvolvido nella um plano de operações diverso
fJ
daquelle que hei sep;u·ido ~ sabendo desde o principio ao qne ílevia al.er~mP. dcfl·
nitivamenl.e.
sendo niinha convicção hoje , como já ~leclare; , que em uma disc ussfío·,:desl.e ge nero
11 Republica Argentina podia fazer vale~ titulos historicos e legacs melhores que os
do Paragua y e da Hol.ivia, até á linha do Pilcomayo (que hoje rst ~f fóra dr. questão);
mas qu e para ir além difficil seria encontrar :ugnrnentos solirlos parn coni;ervar essa
s nprc~ macin ai.ó á Bahia Negra, em prese nça 1los direitos da Boli.via qu e resalvnmos
e dos que ao Paraguay reconhecemos, implicilamenl e, negociando com AllH
A' vi sl.11 dr-s i.a cnndnsiío, íJllf~ lng if~arnenln resulla do nxarnc l]IH:dlz rlas ir.1sln1cç6As,
hases e prnposiçücs, tomo a liberdade rle · submetter ao criterio de V. Ex. e ao
illuslrado juizo do g-ovemo superior r,sla considcra1;fí.o: l'Í, por fim, nií.o se lia
rfo fazer questão da Villa Occidenlal sob. a base do arbil.rarncnlo, pondo fôra dP
queslão a linha do PilcomaJO, nào seria mais conveniente e mais honroso para a
Hepublica Argenti.na fazer cessão espontanea desse ponlo, regulando definitivamente
a n.ossa q1wslão de limiles com o Paraguay· pelo lado do Chaco?
"
V. Ex. mesmo, Sr. ministro, que declarou cedcr1a de bom grado a este argumento,
si infélizmente não tivesse oulra persuasão, disse, sem embargo, na sua ultima me~
moria ao congresso, ao traçar·dentro. de grandf's linhas os futuros limites· da Hepn-
blica Argentina: , Os grandes rios Bermejo e Pilcomay.J, que desemboci.ío no
a ' Parag·uay, estão destinados em ópocas não mui remotas a serem a via natural de
lrnçar como l.imilc ncccssario da Hepublica a linha do Pilcomayo, que salisfaz ;.íf;
nossas necessidades reconhecidas e ao nosso d1~scnvolvi menlo de nacão no ful.uro.
' · .:,
) )
56
N~ 22.
Nota do ,qnverno paraguayo ao go·verno impetiál annundamlo a reprovação
do tratado.
, r
' "iHauifest.o do Sa•. DI'. 'l'ejedm• ex11licando senr!I ae tos como
•".'. '
•··
. ,,
/.
,·
,. 1
N. 23.
. ·" ~scriho 'estas paginas sin conocerse aun el re!'uHado, rpw cahrá en la Asuncion :4.
los t.Fatados celebrados en Rio Janeiro con el minislro del Paragnay .'
No es, pues, mi ánimo cooperar êl ese resullado, 1)ara lo que faltaria ya el tiernpo ,
·:'._:·~i.i defender mi conducla, enteraniente ajuslaíla êl mis instrucciones,
'" Mi objeto no es personal ni de partido,
' {
57
La . mision que he desempenado en Rio tiene antecedentes, que ímportan á los. que
vendrán despues, y quieran defender los derechos de la República;
El conocimiento que ella me permitió tomar de los hombres, tiene tambien ense-
iíanzas que no deben descuidarse en la direccion ulterior de la política argentina.
La alianza con el Brasil puede haber terminado, pero no las cuestiones _que con
motivo de ella se han suscitado y suscitarán.
Aprobados los tratados por el gobierno dei Paraguay, quedaria todavia la desocu-
pacion, acordada como principio, en los protocolos de Ia ncgociacion.
DesaproLados, podrian hacerse nuevos, ó entrar en la via dei arbitrage, que el
Brasil se apresuraria á presentar como remedias.
Es por lo tanto de un interés general conocer este negocio en sus menores detalles,
y tal es el t1nico propósito de este escrifo, que trazo srn preocupacion ni pasion de
nmgun genero.
En la Memoria dei ano pasado están ·algunos de los dõcumentos, que indican el
orígen de la negociacion.
Fracasada la dei general Mitre, el gobierno argentino decidió replegarse sobre sí
mismo, dejando ai liempo hacerle justicia.
mgobierno brasilero no podia hacer lo mismo.
Sea por los tratados Cotegipe, sea por sus intereses propios, mantenia en lerritorio
paraguayo dos fuertes divisiones, una naval y otra terrestre, causándole fuertes
erogaciones, sin contar los comprornisos que este hecho mismo podia atraerle en un
pais constantemente convulsionado. ·
·El gobierno p~raguayo, por su parte se balia imposibilitado de ensanchar su co-
mercio, si.n estrechar las relaciones con la República Argentina, pudiendo las mis-
mas qu·e existen serie aun restringidas; sin contar las inquieludes 'producidas por
los emigrados políticos desde Corrientes y Villa Occidental.
Semejante situacion era, y es, insostenible para el Parag·uay y el BrasÜ.
De aquí las notas de la Memoria del 74, dirigidas á nornbre de su gobierno por el
Sr. Baron de Araguaya haciendo oberturas de un arbitraje limitado al terrilorio de
la Villa Occidental7 á fia de reánudar la negociacion.
Pe1·0 esas mismas notas no revelan sino una parte de lo que pasó.
Habíame yo mostrado en largas convrrsaciones con el Sr. ~fagalhães, accesihle ·
á la transacion con pérrlída de la Vi lia OcCi<lentaJ, con tal que el Brasil desoçupase
total e inmediatamente el Paraguay, desocupando igualmente la isla dei Cer'rilo, y
enlregándola tambíen sin mas demora á la República Argentina.
Procediendo así sabia que pedia al amor propio un imposible, y que esto me sal-
varía siempre de la entrega de la Vi lia Occidental.
:m. 8 ) l
58
· · ·En. la hipótesis de que mi cálculo resultase fallido, veia en la desocupncion en
esos términos fales ventajas, que habria rccibido el resullado' con el c!olor dei ho!Il-
bre de Estado (-que .no es como los cl0lores comunes_), pero con la conciencia de
haber .aun así servido á mi patr.ia.
Tenia, además, llegada esa evenlualidad, á. discutir los derechos de posesion y
propieda-d de los pobladores y la indemnizacion al gobierno argentino por los
gastos heehos en la Villa.
Como ministro de. relaciones esteriores, pues, estaba siempre en mi mano Ia solu-
cion que en el último momento hallase por mas conveniente.
Debo agregar aquí que todo eslo era comunicado ai Sr. Presidente Sarmiento, y
apróbado por él.
El Sr. Magalhães trasmitió á su gobiemo, lo que yo decia y pensaba) 'm forma
privada, puesto que oficialmente solo estaba encargado de solicitar y proponer el
arbitraje.
Pasados unos quince dias, puso á mi vista una carta del Vizconde de Caravellas,
Mini::;tro de R. E. del Imperio, en que este le decia, despues de hablar con el Emperador,
que podia ir á Rio con la seguridad de que todas las dificullades se allanarian.
Siguiendo el mismo propósüo, y exilado el gobierno paragua:yo por _el brasilero,
nombró ai Sr. Sosa enviado cerca del gobierno del Imperio, para arreglar separada-
mente conmigo la cuestion de limites) y juntos con los plenipotenciarios brasileros
la desocupacion.
Entrábamos en este momento en el mes de Setiembre.
La revolucion que debia estallar el 24· se dejaba sentir ya-Si ella en efecto re-
ventabai mí palabra en Rio iba á quedar desautorizada, precisamente cuando mas
. . I
Senliase repugnancia, y con razon, á sacrificar la Villa Occiclental, aun ·en ·los
·términos indirados por mi como ministro de relaciones esterio.res .- ·
El abitraje mismo, si no era seguido i.mediatamente de acordado, de Ia desocu-
pacion general, ó por lo menos de la entrega del Cerri lo, era considerado inconveni-
ente, por la duracion del juicio arbitral, y peligros dei statu quo.
Las iiistrucciones fueron calcadas) seguo estas e.xigencias, que ningun inconveni~
ente tenia en hacer mias, puesto que eso era lo que yo siempre habia soslenido,
en las conferencias de Buenos Aires, el ano 71, y en las negociaciones dei Dr.
Quintana, y general Mitre en Asuncion.
Pero no debia ocultarme que convenia preparar sobre ellas ai gobierno brasilero,
á quien iban á sorprender.
Tampoco podia ocultarme las pocas probabilidades de éxito con tales bases.
Con el objeto de atender á lo primero, manifesté al Sr. Fleury, en cargado de
negocios brasilero, en esta, Ia verdadera situacion de las cosas, pidiéndole que la
pusiese en conocimiento de su gohierno . .
Respecto de lo segundo, ai remitir ai Sr. Presidente el borrador de las inslruccio-
nes, le decia por un billete., que con ellas consicleraba casi seguro el mal éxito, pero
que de todo_s modos era un deber ele patriotismo ensayar.
Antes ele pa'rtir, el Sr. Fleury recibió, y luvo ocasion de mostrarme _nueva
carta clel Vizconde' de Caravellas con conecimiento ya de la exijencia acerca de la
·isla del Cerrito, en que se repetian las seguridades dadas anteriormente.
Conociendo lo:S hombres, y un poco la diplorriacia, estas seguridades no me ins-
piraron mJs confianza que la que tenia, . ni fué por ellas que decidí mi VIaJe; pero
es bueno que todo conste.
) )
60
rencias dei afio 71, entre los aliados solos, indicó varias veces la· convéniencia de
reclueir jenerosamente el limite de la Républica Arge ntina al Pilco rn ayo, agregando
que las designaeiones _dei tratad o. de alianza; ·no podian mirarse sino corno bases
á discutir.
El Baron de Cotegipe, en la negociacion con el Dr. Quintaoa, continuó los
mismos propósitos. El Brasil, dijo, apoyaria solamente á la Républica Argentina
hasta el Pilcomayo.
En la negociacion dei general Mitre, el Baron de Araguaya, en Asuncion, fué to-
davia mas esplícito, asegurando que el Marqués de San Vicente, en Rio, no habia
cumplido las instrurciones de su gobierno, dejando de consignar esla resolucion ..
EI rol de los Se:õ.ores Azambuja, Gonclim, y Leal ahora, no ha sido ni es olro en
el ejercicio d.e las misiones permanentes que han desempenado en Asuncion.
Siempre, pues, el Brasil, desde la ocupacion de la Villa Occidenlal, ha mirado
con desagrado ese hecho, y trabajado encontra, alentando sin querer la·resistencia
dei Paraguay.
Es un hecho noto rio que el Paraguay, antes de la guerra, no tenia simpalías por
el Brasil, de cuyas usurpaciones de territorio se quejaba.
Este sentimiento poco amisloso no ha podido debilitarse con la guerra y sus conse-
cuencias desastrosas para aquella República.
Sernejahte sentimiento adem~s es natural, no solo conlra el Brasil, sino contra
todos, en una nacionalidad que ha vivido secuestrada y tira-nizada tan largo tiempo.
Una cosa, pues, es lo que se ve en el Paraguay, y otra lo que no se vé.
EI primer representante paraguayo que pasó por aquí, Sr. Barrios, iba en m1s10n
á Rio, y sin embargo venia tambien acreditado confidencialmente á la República
Argentina: pero hufa de ser visto por el ministro brasilero en casa del ministro de
R. E. argentino.
Como enviaÇlo estraordinario y ministro plenipotenciario vino _en seguida.
publicamente el Sr. Loizaga, el mismo que firmó los tratados Cotegipe, habiéndole
precedido cartas en que el Sr. Jovellanos se mostraba descoso de independizarse, y
no obstante el Sr. Loizaga, nada · bacia ni decia sin consultar antes ai ministro en
Buenos Aires, Baron de Araguaya. ·
En la negociacion Miti·e en la Asuncion, era el Baron de Araguaya, cuyas ins-
trucciones se adivinan por lo espuesto, á quien acudia el Sr. Miranda, plenipoien-
ciario paraguayo, y por él tambien era que el nuestro sabia las resoluciones dei
gobierno dei Paraguay.
· J!espues de fra~asada Ia negociacion Mitre, el Sr. Jovellanos pretendi ô entenderse
(
61
Quando llegué á Rio Janeiro,- el Sr. Sosa no fué de los primeros á saludarme, y
quando Jo hizo, fué á ·deshoras, huyendo ser visto.
lntimándose despues nuestras relaciones, con motivo de mi acfitud en las dos
conferen~ias primeras; entró en confidencias que no hicieron sino confirmarme en
el fracaso que temia.
No sosteniéndolo competentemente su gobierno, quizá porque no ·habia _contado
con su larga permanencia, le habia sido forzoso aceptar un préstamo de dos mil
pata cones dei gobierno imperial, de los cu ales solo habia pagado mil, con una remesa
última.
En todo el tiempo de siete meses que se hallaba en Rio Janeiro no habia sido visi_
.ti:ido una sola vez por ninguno de los ministros, sin embargo de que por su parle
cumplia rigorosamente coo ellos y el emperador.
Desde que se anunció mi nombramiento Ee le habia indicado la conveniencia de
una nota á nombre de su gobierno, pidiendo Ia continuacion de la ocupacion
militar.
Siempre que bahia de tener lugar una conferencia era llamado anticipadamente
para acordar la actitud que debia tener.
Las instrucciones de este ministro ·eran otro obstáculo.
Elias no preveian si no el caso de la transacion, ordenándole no ajustaria smo
segun tres bases allí indicaclas.
No podia, pues, tratar sino ad referendum, la solucion dei arbitraje .
. Esas instrucciones concluian adeµ1ás recomendándole especialmente « de ponerse
' en todo prevenidamente de acuerdo con el gobierno nacional. »
Qué situacion, y cuántas ataduras l
(1) 'Los tres proto colos en que consta to<lo lo que paso á referir, que se hallan en mano(! del g obierno
están finnaclos por los Sr&> Visconde do Rio Branco y Caravellas, eJ Sr. Soza y yo ,
) )
62
El _r,rimer punto que abordé fué el órden en que se discu~irian las cuestiones pen-
dientes, }; carác ter en ella:; de los pleni potenciarios brasileros.
Manifesté . que la desocupà.ción · estaba ._ligatla á .l ~ s dos . soluciones de que era
portador.
Que sin ella, arnbasserian imposibles, y que por lo tanto era indispensable antes
de todo eslablecerfa.
Agregué que solo esto esplicaria la presencia de los plenipotenciarios argentino
y para,guayo en Rio, lo 1~tial ninguna razoo de ser tendria si solo se tratase de
arreglar Iímites entre las dos Hepúblicas.
Los Srs. plenipotenciarios dei Brasil citaron en contra el acuerdo del 19 de No-
viembre y conferencias dei 7t, llamánclose siempr'e cooperadores ó mediadores.
Entónces, declaré que no podia admitir que tal fuese el rol que Ies cabia en Ia
actual negoci·acion, y qu.e tanto la mision Mitre fracasada en .Ia Asuncion, como los
<lemas antecedentes y negociaciones mencionadas no podian invocarse sino como
hechos históricos: que la pr<'sente tenia otros antecedentes; y que arlemas, de nin-
guna de las notas cambiadas últimamente resultaba ese carácter.
La dlscusion planteada y aceptada así continuó durante toda la conferencia, en
el terreno que me convenia .
Era esencial conocer las ideas de los plenipotenciarios brasileros sobre desocupa-
cion-es decir, si el Brasil ,queria realmente la desocupacion general, ó si queriéri-
dola, la.resistiria todavia de Ia isla del Cerrito, sin la que no lenia arbitraje, come
sin la Vi lia Occidental no habia lransacion.
Durante la discusion cuiclé, pues, de observar que la perfeccion de los aclos no
dehia ser motivo para retardar una clesocupacion que todos decian desear; y .que en
cuanlo á Ia isla del Cerrito, el gobierno argentino pedia su desocupacion y entrega
luego de firmado en Rio el convenio.
Los Srs. plP-nipotenciarios brasileros no se dejaron esperar, y respondieron ·inme-
diatamente que la desocupacion de la isla se hallaba en el mismo caso que cual-
quier otro punto en ·que existian fuerzas brasileras :
Que ocupando la Isla dei Cerrito ó Atajo durante la guerra, y manleniendo la o-
cupacion, aun despues de ella, el gobierno imperial tenia conciencia de no ·ofender
derechos reconocidos ó presumidos de su aliado:
Que hecha la desocupacion, el gobierno argentino pretenderia ocuparia y for-
tificada:
Que aun desocupándola el gobierno imperial, no le correspondia entregaria ai
gobierno argentino, dehiendo este hecho resultar de un acuerdo ·entre las dos po-
tencias qne se disputaban su domínio. ..
Los pleni potenciarios brasileros n'o habian eambiado un ápice. Eran ' los mismos
que contestaron la nota del gobicrno argentino pidiendo la isla. -Las esperanzas
concebidas por los preliminares de la negociacion quedaban, pues, evaporados .
Finjiendo, sin embargo, comprenderlo así; contesté:
63
Que la isJ.a dei Atajo habia sido ocupada en nombre de la alianz~) y ~on motivo
de la guerra;
Que terminada la guerra habia ce·sado. Ja cal1sa de la ocupacion; y que si el Brasil
juzgaba no lener facullades .para entregaria á la República Argentina, debia entre-
garia al Paraguay, si á ninguna queria entregaria, su deber era dejarla flotando en
el Rio;
Que la posibilidad de fortificaria insinuada por los plenipotenciarios brasileros
tampoco podia considerarse una objecion seria; porque el domínio dei Cerrito no
podia inspirar temores á una nacion, que tenia grandes arsenales en Mato-Grosso,
y una esquadra en. la Asuncion; y tampoco á la que poseia las fortalezas de Humaitá,
y podia impedir el paso en muchos oiros puntos dei Rio Paraguay;
Que, a.demas, la fortificacion del Cerrito no era necesaria á quien poseia la Isla de
Martin Garcia) y podia · tazpbien fortificar las dos costas dei Rio ·Paraná, y una del
Uruguay.
La disc.usion se suspendió en es!e estado, continuando el 4 de maio, con la 2· con-
ferencia, en que yo presenlé á pedido de los mismos plenipot~nciarios brasileros el
siguienle proyecto el e base sobre clesocupacion:
e< Quedó en consecuencia conven]do que · en el caso de entenclerse entre si Ia Re-
pública Argentina con la dei Paraguay) sea fijanclo por transaccion la línea defini-
tiva de sus lírnites, ·sea sometirndolos á un arbitraje, la desoc upacion tendria siempre
lugar, en el primer caso d·entro de lres meses á conlar desde la perfeccion conslilu-
cíonal dei convenio, y en el segundo conservándose el statii quo con lds sigui entes con- .
diciones: 1" Que Ia guarnicion brasilera de Asuneion será igual en ~ umero á la ar-
g.entina de la Villa Occidenlal; 2ª Que la isla del Cerrilo será desocupada y entregada
á Ia República Argentina luego de firmado en Rio el convenio especial de transac-
cion ó arbilraje. >) '
ocupacfon brasilera rio bien justificada despues de Ja gueáa; pero que el mejor medio
de destruiria no·;;an palabras, sino hechos.
-- Que el punlo de partida era, ademas, di'S tinlo en olro punto, pueslo que ellos
querian conservar el carácter de cooperadores, y yo los consideraba partes.
Que por el lado de la deuda habia todavia intereses comunes entre los aliados
presentes en Rio.
Que los habia tambien por el lado de la ocupacion, la cual despues de los tratados
Cotegipe, no podian resolveria solos el Paraguay y República Argentina.
Que podian por lo tanto ser parles y seguir unidos en la del!beracion, sin perjuicio
de celebrar separadamente los plenipotenciarios paraguayo y argentino los tratados
de Iímites, ó arbitrage, segun el caso.
Que la declaracion que solicitaba con tanto empeno tenia l~mbien la gran ventaja
de tranquilizar los ánimos, llevar la confianza á fas naciones neutrales, y volver á
los mismos aliados la armonia alterada con motivo dei ·raragúay. -·
Que no podia admitir la distincion hecha entre Ia ocupacion de la República Ar-
gentina y dei B_rasil.
Que la República estaba dentro dei territorio adjudicado por el tratado de alianza,
y de consiguiente suyo, ai menos para el .aliado, y para todos, mienfras no resolvieran
otra cosa estos acuerdos ó el fallo arbitral.
Que la República no teriia como el lmperio reconocida su déuda por parte del
Paraguay, y aunque no fuese mas que por esta razoo, esa ocu pacion apareceria j u sti·
ficada.
Que la ocupaci~n, en fin, de la Rep1í.blica Argentina era rio de por medio, mientras
que la de las fuerzas brasileras pesaba sobre el territorio habitado, en la capital de.l
Paraguay, y no podia menos de tener una influencia ilejílima en la direccion de
los negocios.
La resolucion de mis adversarios no se alteraba, sin émbargo, accediendo solamente
á declarar en principio la desocupacion en cualquiera de las dos soluciones que
triunfase.
El debate se prolongaba inútilmente, y no ju~gando oportuno dar por terminada
la negociacion en este terreno, cerré la conferencia dicidiendo :
Que sin abandonar mi punto de partida, ni mis exijencias en cuanto á desocupacion
y reduccion de fuerzas, convenia en que la base quedase redactada en la forll) a
siguiente:
cc Quedó en consecuencia convenido que en el caso de .entenderse entre si lél Re-
pública Argentina con la del Paraguay, sea fijando por transacion ·la linea definitiva
de límites, sea sometiéndolos á un arbitrajei la desocupacion lendria siempre lugar'
en los términos que se estipularian en los protorolos respectivos. >
e
05
AI terminar la conferencia dcl 4·, habia sido Íi1vilado por los plen.ipolcuciarios
hrasileros á presentar lambien en esta el proyecto de lransàcion.
La nueva conferencia aparecia, pues, con el car'ácler de definitiva .
. La transaccion era ·el deseo dG todos, y llel Emperador mismo, segun. el Sr.
Paranhos. 6 Q1:1é podia obstar ai ·lmeu desenlace, si llegábamos á cn[entlcr-11os
sobre límiLes el Sr. Sosa y yo ?
Sirndo posible,. sin ernbargo, olra cosa, me propusc haccr decisiva la conferencia,
presentando à lei vez los proycclos de las dos soluciones. ·
Como transac~ion propuse en el Chaco una Iinea que comprendia para la Hepú-
blica Argentina la Vi lia Occidenlal con un lerrilorio adecuado, reconoci~ndose ai
mismo liempo su dominio sobre la isla dei ·cerrilo; - y como regias dei arbilrajc,
entre otras, que dicha 1sla seria desocupada y entregada á la Hepública, luego de
firmado ·en Hio el convenio que lo eslableciese. (2)
Antes de leer los dos proyectos recordé en general lodos los antecedentes de
la mision que me habia sido confiada.
Manifesté que la desocupacion que ahora se pedia e1~ una como en otra base, no .
era un hecho nuevo.
Que siempre se bahia hablado de la dr.socupacion sin exijirse perfeccion co11-
slitucional en los convenios.
Que esto mismó .era lo dispueslo por el acuerdo de ·19 de Novicmbre, . tantas veces
invocado; - pues alli se decia cc <lespties de celebrados los tratados >, lo que nu
significaba la sancion definitiva.
Que en la negociacion Mitre se habia ido lodava mas lejos por el gobierno argen-
tino, pues se prelendió la desor,upacion en todo caso, con tratado ó sin ellos, ha bi-
éndola· prometido el Brasil en uno y olro, sin mas que someter la desocupacion çn
cI segundo á nuevo acuerdo.
Conlrayéndome en seguida á las proposiciones, espusc, respeclo de la primcra.
Que el gobierno argentino ninguna transaccion aceplaria · con la entrega de Lt
Vi lia Occiden ·al nwtu proprio ai Paraguay.
Que esta entrega importaria un conlrasenlido ante d lralado de alian.za, la hiiilo1·iu, .
los documentos y antecedentes de 1~sle negocio.
Que el lratàdo de alianza la habia proclamado de la República Argentina, como
Ioda la marjen derech~. dcl rio ~araguay hasla Bahia Negra, y que la historia de w
J'undacion, posterior al ano 10, corro bomba csa proclan?i.lCion. ·
(2) Habiendo sido. una de estas proposiciones convertida en tratado con alguna s variaciones, no rnc crco co n
clerccho ;t clctcnninarfa de ot.ro moclo, ~ntc s r1uc se pub1iquen ofllcinlmeutc los clocurncnto:f.
... ()
)
66
Que fuera de eslo existià.i;:i razones de otro· género muy poderosas que impedian
anÍbár"á una ·transaéion por· Ia ·cesion al Paraguay de la Vi lia Occidenlal.
Que á la posesion de la ViVa !3Staban ·hoy vinculados grandes ·inlereses. de eslran_
geros y argentinos, que debian .ser atendidos, y que el Sr; Sosa bahia confcsado no
podrian serio por el Paraguay.
Que la posesion de. la Villa por la Hepública Argentina era la única garantía que
ella podia tener de la navegacion de los rios Pilcomayo y Bermejo, delanle de una
nacion que•poseia Humailá, y que podia pretender enclauslrarse de nuevo, si no era
feliz en su actual camino de liherlad.
Que en la Villa la República Argentina no arnenazaha á nadie, sino que soslenia
los inlereses del comercio dei ·mundo, y el gran principio de la navcgacion de los
rios....,... por ella sieinpre defendido, hacieudo posihles nucvas colonizacioncs con
provecho dei Imperio ·y de las dos Hepúblicas. ·
~ Hespeclo de la segunda, y senlimienlo de dcsconfianza que se habia rcprochado á
las regias dei arbitraje, repeti:
Que si la desconfianza era un , hecho, debíamos esforzarnos por deslrnirlos con
olros hechos.
Que en lodo caso de parle dei Brasil tampoco se habian escaseado ni i::,e cscúseahan
los actos de desconfianza.
Que era obedeciendo á, ese : sentimiento, que no estando pe1·fcclos los aclos, no
11úeria el Brasil desocupar el Paraguay, ni la isla del · Cerrito.
Que este senlimien.lo aparecia todavia mas pronunciado lralándose solo de la isla
dei ·Atajo en el arbitraje, cuyo_ domínio r.econocido, ninguna _allerac_ion podia ya
su frir' dei fallo.
Que como estos podian citarse muchos otros aclos de desconfianza ;· pero que rrli
ruision no tenia por objeto ahondar estos sentimientos, sino l)Or el contrario, hacerlos
desaparecer.
. . .
Agreg·ué 1ue en el caso del arbilraje la exigencia de la isla dei Alajo tenia. por
causa eficiente la lójica del derecho y la dignidad de la Hepública Argentina.
La lójica, porque si al enlrar en el .arbitraje se . apartahan de toda discusion los
lerritori.os del sud del Pilcomayo, en favor de la Hepública Argentina)· no podria corn-
prenderse la demora en ·ia entrega de la isla, mucho menos por una polencia desinte-
resada en su domínio.
La· dignidad, porque ella se·amengua siempre que se. eluda de la buena fé de una
nacion, y eslo era lo único que aparecia delhecho de rehusar la entrega, aun despues
de acordar las dos partes interesadas un arbitraje formal.
Manifesté, en conclusion, que mis inslrucciones me inhjbiai:i lralar dei arbitraje,
sin la entrega de la is la, luego de firmado en Hío el convenio.
Que cuándo hombres de Es(ado screunian para concluir ·una ncgociacion, clebian
tener en vista objectos prácticos, y·no perseguir enleramente quimeras;
f
67
Que por mi parte si hubiese previsto Ias dificultades que ahora se hacian, habria
aconsejado el no envio de la mision , porque á.los grandes intereses del Brasil·y·Rio·
de la Plata era preferible continuar como antes, á agregar á los ofros este nuevo fra-
caso que mantendria la inquielud de los .ánimos y de] comercio.
Que mis honombles cólegas, sin embargo, podian estar seg·urcis que yo volveria con
las manos vactas, antes que ser portador de un acuerdó _çualquiera, que hubiera
dA desaprobar mi gobierno 6 rechazar el congreso.
Habia mostrado todas mis armas ; habia vaciado mi saco en presencia de mis
adversarios; y lo bacia intencionalmente.
No era con los procederes de una negociacion comun que podia ya esperarse
resultados .
.El Sr. Sosa era !.ornado de improviso por la transacion en los términos qúe yo
la proponia: era de la transacion que sus instrucciones le ordenaban ocuparse : la
lransaccion era tambien lo que parecián prohijar hasta entonces los plenipotericiarios
brasileros.
. ' '
EI ·Sr. Soza empezó por preguntar si debia considerar Ias dos proposiciones al
mismo tiempo ; y á. mi respuesta afirmativa, tomó decididamente la palabra y dijo:
Que debia repetir en general que la desocupacion, total ó párcial, nunca seria
para el Paraguay una causa del rompimiento de la negociacion.
Que respecto de la transacion encontraba un pequeno obstáculo en que se pro-
yectase lahnea divísoria por el brazo del Pilcomayo frente á la Asuncion) que no era
11avegable como el que afrentaba á la.Villeta.
Que prescindiendo, sin enibargo, de este detalle declaraba que de las dos bases
prnpuestas oplaba por !ti transacion; porque ella presentaba la . conveniencia de
poncr pronto término á este asunto, quedando todos traiiquilos y sin temores para el
ful.uro. ·
. Que comprendi·a que el contrabando que se hacia por la Villa Occidenlal con
perjuicio dei Paraguay podia ser combatido por medidas íluviales.
Pasando en seguida á la base dei arhitraje_, hizo algunas observaciones lijeras contra
sus regras y concluyó nuevamentr, dici endo que por· Lodo cllo, y vistas las mayores
d i ficultades que prcsentaba esta solucion, persistia cn creer que la mas coiwenien te
de las dos era la de transacion.
Todo estaba, pues, terminado.
Si el representante dei Parag·uay acr-ptaba. la transacion l/[UJen tenia derecho
de . resistiria?
i,No habia aceptado el Sr. Paranhos la cesion que al terminar habi.a yo hecho ·da
la palabra ~l Sr. Sosa, como ai. único á quien cori'espondia dar la respuesta?
i,No le habia invitado él mismo á tomaria , espresando que para hablar por su parte
deseaba oirle primero ?
l,Al. empezat~ no habia declamdo termi.nantemenle e< que en cfecto compelia ai
,_ )
(í8
• _ .. -4...
Los Ii.onores -~dc la l)'iscusion cn esta conferencia cran de los Srs. plcnip ólen cinrios
brasileros. (~) '·:. ,
Dcspue~ íl? det.er111iná:dos por nü, corrijicndo anlcriorcs dcsignuciones, los límiles
tlcnli:o dc '.los cuales CP:lCdaria reconocido del domínio ele la Repúlilita Argentina· ai
t ~ rril~rio . tlc- ~; Vi:lla dccidenlal, el Sr. Vizcornlc de ílio Branco , pronunció un
larg;o ;discurso:
Manifestó que en la conferencia anlerioÍ·; sin oponerse habia dicho que ln lransa-
cion tal como se ofrccia, afeclaba el lralado de alianza, y otros acuerdos.
Que por su 'parte creia que era mejo_r so lucion e) arbilraje (1); pero que l.ampoco
la aceplaba como se habia propucsto.
·Que desde la conferencia anterior declaró qlle si el ParngQay rcconocia la Villa
. Occidental y aun todos los límiles del tratado de alianza como argentinos, el Brasil
no se opondria.
Que sus observaciones solo recacrian sobre la igualdad, con que _de biai~ .ser p_agados
los aliados, scgun el tratado de 'ͺ tle Mayo, bases de· Bu?11os Aircs cl ai1o 71, y acue-rdo
de '19 de l\'oviembre.
------'~---
(3) De e ; t,:1 cn nfprcncia no lrny protocolo, sino meros Hpuntes de $CCretnrios; porque hHbi énclosc' enc rgarlo nl
111ismo 8 r. L' nr:rnh os ile rcda.ctarlo elllimi11 a nd n lo que juzgasc conyeniente, ycom ign :míl o cu él cicrtati saln1da c.l1 ~ ,
no hi r.0 su trnbnjo ; ni ern p osibl e ya obligarlc :í. ello, p-ori a reaccion sobrev i11iente, que nias aclel:n1f-e esplicaré .
(4) Hasta entonccs él, y segnn él, el Emperaclor, crcian mejor solucion ln, tr:rn sacion .
•
Gfl
(:"1) Se tra t.aba del Arroyo Verde sefialaclo por mi como Iímite.
(G) E! territorio acordado á la República Argentina pnr cl tratado celebrado con cl rnin:stro Sozn., es menos qnc cl
1111c tenia asign,tdo el D epartamento de la Villa Occident 11 bnjo la dictntura de Lopez. .
(í ) Todo es to consta del uonad or que qucidó e11 1:1 mcrrn, del minist.c ri o·de ncgocios cst.rn:ngeros, cscríto de mi.
! 11 .l ny lcl:rn ,
70
envio al Sr. Paranhos lu copia prometida, de . puüo y lclra del Sr. Sosa" y una con-
veÍ1cion adicional de ·danos.y. perjuicios que debia conservarse separada. ·
El .mismo 20 sup_e . ~.!1 ~a.sa del Sr. Mauá qtJ.e. .el· EmpBrador fué lia mado por
1.e1egtama ese <lia y que habia tenido lugar reunion de ministros. '
EI 2.1 se pasó sin novedad, (8) habiendo parfülo yo para Petrópolis á las dos de
la tarde, de 'donde regresé inisp~radernei1te el domingo 23, por · senlirme en-
fermo. (9) ·
:
Llegadõ á Hio mandé ai oficial de la Legacion con el protocolo de la 3er. confe-
rr.nc.ia revisado y cotcjadD por los secretarios, en busca de la, firma de , los plenipo-
ú~ncimios brazileros, repeliendo que el tiempo urjía, porque regresaba el 2 de
fun~. - .
iEl oficial de Legacion volvió .diciéndome que ·hacia dos ·horas que los Seiíores de
R.io Branco y Carvellas estâban reunidos con el ministro dei Paraguay ; y poco
1 '
despues enlró eL mismo ministro, todo alterado.
Lo que este seflor me cont6, llenóme de asombro.
Los senor?s plenipotenciarios brasileros le habian echaclo en cara duramente,
segun él, haberse separado de ellos, apezar de las recomen.daciones de su _gobierno .
Le habian cíicho que cllos no habiai1 creido qu e lo cedido 1 la Rep(\blica Argen-
1.iná en la urtima conferencia era la misma Vi lia Occidental, sino una zona de tierra
á su espalda !
Qúe· tenía que retractarse de lo que habia hecho, porque ell.os no pôllian asenlir
á sernejante convenio.
'Que el arreglo de la deuda era contrario al t1'alado · d ~ alianza, y autorizaria á
los dom ás aliados á proceder lo mi smo. .
Que cn tal , estado de cosas, aun aprobado el lral~1do , tampoco podian desocupar
cl Paraguay etc.
El Sr. Sosa contcsló que ·.el traladg estaba ya firmado y sellado, y que aun sin eso
110 podia relractarse, porque él [o consideraba siempre de gran convenienci.a para
rn p~tria.
Del 23 al 28 los plenipoteríciàrios b.rasileros, guardaron conm..igo el mas com-
pl·l'lo silencio, ,interrnmpido solo por mis exi genciás de l.o.s protocolos 3 º 4·º, á y
. qu e constantemente se respondia que las ocupaciones del Sr. Paranhos, impedian
la revisacion. ·
Hablemos ahora del incidente de Petrópolis.
Es costuml?re de la Corte que luego de lencr lugar la recepcion official de llíl
rninistl'O, pasaeste á saludar á la ~mp e ratriz en San Cristobal.
No putliendo esto tencr lugar por hallarse lodm·ia cn Petrópolis, cruando fué á di cha
c.iurlad, rnandé á palacio al Offici al de legacion á deCir á. Su Magestad la Emperalri z
., (S) E n esa nmfiana, sin embargo, e! Sr. Ciir~ vell :1s qn.e no habia visitado e! Sr. S.)Za en sfote m~s es , ni síquie, rr
por la etiqueta, !e hi zo una viBita mny temprnno en qne le dirijió nlg unos reproehos amig1ibles pod1 aberse separnrlc
de ellos . , · · r
(\l) Mi vin,je á P etrópolis tiene un incidente, que en seguidlt referi ró, porque se relaciona estrechamente COI! la folti:
tle a tenciones qtie sin raz ou alguna se me Jrn. reproeh1do eon bl familia imperi tü. .
f. ' .•
--
71
. .
que deseaba con mi seflora prescntnrles .mis l'cspctos si nos fucra t1adb liacerlo sin
traje de rigorosa etiqueta, pnra lo que no habíamos ido. prcjJm'a<Io~. · ; ·- ·
S. lVL contestó que no. p0di1ncci bi rnos, . tJúf er~fermedad, creo, de la princesa; . pero ,
• • • ' 1 . 1
que el dia siguiente Domingo era dia de rccepcion jeneral, despues de rnisa.
Mi enfermedad, que se agravó, y me obligó <i rcgresqr el Domingo mismo de rna-
druga(la, impidió esta ceremonia.
En el pie de la sierra nos encontramos y saludamos con el Emperadur, que
volvia de Hio Janeiro. . \
El -27 .lenia lugar la fiesla de San Jorge, para la que SS. MM. habian venido ele
lirrne á Hio Janeiro.
Estaba yo en los balconcs de la Cêirnara de Dipulados pal'a pl'csenciar este acJo,
quando recibí un bili ele dei hijo dei Sr. Paranhos, <licie!J(Jo !JllC se anlici paba á pre-
venirme que S. ,M. .Cl Emperador y S. M. la Em pera triz habian ençarg:ad.o á su padre
avisari10s que nos recibirian en San Crislohal esse misn10 dia 27, 1i las seis de la tarde
ó' el 28 antes del baile. .
Me apresuré á contestar que iríamos á San Cristobal el 28 á las uchu de la noche ,·
si era del (lgrado de SS. MM.
· Hecibidos con la mayor cordialidad, . el Emp"eraclor trabó conversaciun co.nrnigo y
la Emperalriz con mi sefi~ra. ·
Díme por desentendido de lo que habia pasado entre los plenipotenciarios brasi}erns
y rninislr.o dei Paraguay, y relacion que con este suceso poclia, tener la reunion de
gabinete presidida por et Emperador. ..
Uespues de las frases de estilo en tales casos, anuncié á S. M. que la"'ilegociacion
c~ laba terminada, y que pensaba regresaT el 2 de J uni o.
S. M. continuó habl;ü1dome del Brasil, de los paseos que habia hechui -Y que podia
lodavia. hàcer. 1) •"i
Hecha la seiíal por la Emperatriz, despucs de media hora mas ó menos de é.onver'...
sacion, nos levantamos, y el Ernperador dispidiéndose dijo, hasta el baile, que era
esa misma noche.
y
En el baile acerc[ueme .de nuevo á saludarle, á una serial de senlarrne á su lado,
la conversacion recayó pJco despues sobre la negociacion.
Uijele por srgunda vez que regresaba el 2 de] entrante, y pedile su opinion rnbre'
el lrnlado hecho, que soponia en su conocirniento.
No le sorprendió mi pregunta, y al contrario, parecia esperaria, si n embargo
1
dclJeseo que rnuestrasiernpredeno tomar parte directa en los negocios. (10).
Su respuesta foé larga.
Habló, de los ódios que hay todavia enlre ambos pueblos; y que convenia fueran _
_co111hal·içlos por los hombres ilustrados ele uno y otro pais.
'·
F (10) Así, el dia de mi reccpci9n, le dij e familiarmente que esp.e1"1ba conclufr en 15 dia ~ mi 1.11ision , y en" otros 15
r:o11ocer bien Rio Janeiro. Me contes tó qu e á su juicio tambien b:i.s t:i.bnn los 15 cfütE- E11tonces, agregué- En torlo
caso, si encontrase algunas clificultadcs, acudiria á V. M. Immeclhttamcntc, me repJ.icó con muclm cortesia-bastará
que cl Sr. T ejedor acuda al Sr. Vizconcle de Caravel!as, seíialánclolo con la 111at110. '
•
7'!.
. . . · J'o.có c,omn·. de u.aso. los seutimientos de. desconfianza que provocaban á armarse y
fortí6carse, menciona.nd"o con · t~l,ffià1jvo la i~:ila de Martin Garcia.
.t ! 1 '! u.
, . . , : Ent1 rand·~ despu-es·á conteslar ~ direcl~menle mi prcgunla, dijo que si debia coillcs-
l,arl<l; f.ra'ncamente, creia que cl lralàdo celebrado no seria aprohado, y que habria
~ido mcjor entender:se sobre el .arbilraje que rio ofendia .amor propio ninguno.
Me limité á conlcstarle sobre los ódios y Martin Garcia, qucdán~ome la convicciou
de que la reacéion operada cn los plenipolcnci'arios brasileros emanaba del Empc ·
rador mismo. '
Despidióse de mí c'on la mayor cor d ialidad dicienilo : Voy ti conversar _con olru,
v.orqu~e hace liempo nos ven juntos, y van á pensar que lenemos cnll'c rnano5 gra11- .
·., ·: .: ....l.les cosas, q1;1ando nai:la lenemos. .
1
· Í~l 2~ por l~ rnaFlana, habia yo recibido uua nola verbal dei Sr. Vizconde de Hio 1
, ~. r ~
Brànco, .pidi'éodome para el 29 una conferencia 'en la secrelaria de negocios cs-
• • •., : •... , .... :,.f' '
lrano·e·ros.
o. ' ' ·. "
... "Podo parecia rclac.ionarse entre sí.
·· . . ' El Sr ~ . Vizconde nada me coi"rló en esta conferencià .lle lu escena dei Dumi11go 2:;
·,' ..,con ef'· ~·'iríistro dei Pa.rn°·uav o Jl ni de la convers1cion con cl Ern11erador .
.... · Fiabló 'eslensamente de los inconvenientes que habia de que esla ncg·ociacion no·
·lúvicse un éxito aceptado por los dos países. ·
.. "Que la lransacion, como se habia realizado, no alcanzúia este result;ido.
Que ellos habian creidu en la última conferencia que la Villa Occidcnlal qul'daria
.,,._., :, :-5ieinpre para el Paraguay, concediéndose á la Repú.blica Argentina una zona á su
,..
• ' 1
espalda. •
Que el tratado que habia oblenjdo, nada v·alia, porque seria desaprobado.
Qµe me pedia pensar bicn lodo eslo, y optar por el arhitraje.
Que ol arbill'ajc conciliaba lodo, y ahora agregaria para facililarlo, como opinio11
suya, que todavia no habia consultado con sus cólegas, que en caso de que una vez
.,
· acordado no lo aprobase rl Paraguay, con fal que lo aprobase la República Argen-
tina, desocuparian y enlregarian la isla del Cerrito.
lJespues de obsenade que el error que invocaba er~ rnuy t>slráüo, porque él lenia 1
cn su poder cl borrador que esa misma noche se hizo en la mesa de negocio:- cslran-
geros, y en cl cual se daba terminantemente la Villa Occi<lental á la Hepública Ar- 1
0cnlina, lo inlcrpelé directamerite sobr~ el arbitraje. . 1
Maniféslele que por mi parte no podia prescindir de la entrega de la isla dei Ccr- 1
ri lo, luego de convcnido aquCl en Rio; y que si eslaba <lispueslo por la suyu ü 1
acepiar el arbilraje en los iérminos propuestos por mi, preferiria este arreglo al qu c1
. - habia oblenido, espueslo á conlingencias, que no se me ocultaban.
El Sr. Paranhos persisliú cn su ncg·aliva. .·
:. -Enlonces.agregué que me pedia un aclo de locura) renunciando ü lo que lcuia pu/
... } ut1a nu~8a negociacion sin ~esultado posible; y lo dejé amistosa~1enle .
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DESPEDIDA. .,
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Rectifica~ão e do llanif~sto tio S1•. 'l't•jed.-1• l•elos: '
1·el~1tn~ão
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1•len'ipote11cia1,.fos
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· b1·â·zileh·o,'!I. · .· : ,
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N. 24.
1 •
Temos.a honra de ren ovar a V. Ex. os protestos de nossa perfeita e,sâma e mais
~\La col~sidera~·ão .
. lllm. e Exm ~ Sr. Barão de Cotegipe, ministro e secretario de Eslado dos negocios
' ' .
estrangeiros.
V1scoNDE DE CARAVELLAS.
ViscoNDE Do Hro BRANCO.
MEMOHANDUM.
J.
•
iG
imporlancia na apreciação de tão grayes assumplos irílernacionaes, ou nos obrigarião
.'. 1 •
ll.
Dando como não existentes os prec8dentes dos governos alliados, concernentes aos
ajustes de paz com o Paraguay; ·consideran'do que as bases preliminares negociadas
em Buenos-Aires., no anno de 187·1, e o accôrdo de 19 de·Novembro de 1872 apenas
podião.;se1· citados como documentos ·bistoricos, 'o plenipotenci~r.io· argentino tendia
a revive.r questões já findas, a ob'lite~·ar todas as normas preestabelecidas entre os ·
ali iados para aquelles ajustes .
. - O Sr. Tejedor difficultava assim, em vez de facilitar, a negociação que elle qui-
zera concluir, si fôsse possível, em 24 horas.
Allega o plenipotenciario argentino os precedentes mais immediatos á sua missão,
a
os que se 'referem esla especialmente. .
Taes precedentes, quando invocados pelo Sr. Tejedor nas conferencias, forfio-Jhe
contestados, porque S. Ex. da\ra como assentadas condições que não tinhão sido
ncceítas pelo governo imperial, nem pelo do ·Paraguay; excepto nos lermos que refe-
rem os protocollos e as notas trocadas entre os tres governos . .
Os antecedentes, em sua. exacta expressão, dizem que a questão de limites da Re-
p11hlica Argentina com o Paraguay se poderia resolver oti por uma transacção, adop-
lando-se a linha do Pilcomayo, ou por arbitramentq, li mi lado este á Vi lia Occi-
dental; e, quanto á desoccupação militar, que esta não seria obstaculo serio, dese-
joso como estava o Brazil de retirar suas forças do Paraguay.
Jt isto o que consta
da correspondencia official, que as e artas particulares diri-
gidas ao encarregado de negocios interino do Brazil em Buenos-Aires não contra-.
dizem. Oppôr á ' fé de docl!_mentos officiaes meras manifestações que por acaso fizesse
o Si'. Tejedor, em suas entrevistas com aquelle agente diplo matico cI·o Brazil, não é
de certo exhibir uma prova que possa desvirtuar o procedimento do gov.erno
imperial.
O proprio Sr. Tejedor, não obstante as impressões que anuviavão seu espírito nos
momentos em que escreveu o manisfesto, a que ora se responde, confirma a bôa fé
e lealdade do Brazil. É 'S. Ex. quem dá testemunho de que o governo imperial, mais
ainda do que o argentino, se mostrava empenhado ' em vêr resolvidas pacifica e amí-
gavelmente as questões subsistentes com o Para guay. e por causa <lo Paraguay.
•, ,
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.
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empenho da parte do Brazil eJJ1 --1oánter o statu quo, mas p9sitivo interesse, como
sempre o manisfestou 1 eJTI retirar suas forças.
· Logo, .começar por abi, como preternlia o Sr. Tejedor, a ultima negociação, era
pôr em duvida o que estava por elle proprio reconhecido; era estabelecer o corollario
antes das premissas de que este devia derivar: não era dar exemplo da franqueza que
se esperava, e nunca faltou, da parte do Brazil, o deixar de mostrar desde a primeira
conferencia o que o Sr. plenipotenciario argentino chamou suas armas, isto é, as pro-
posjções argentinas atlinentes ao assumpto principal de sua missão, a questão de
limites.
Si nisto houve a habilidade de que se applaude o plenipotenciario argentino, os
do Braúl não têmde que vexar-se, porque acceilárão a discussão que provocou quem
clevêra le'r a palavra em primc~ro Jogar, attenl_o o objecto dessa reunião diplomatica.
III.
« instrucções, lhe disse, por um bilhete, que com ellas considerava quasi certo
(( o máo e:Xito, porém que de lodos os modos era um dever de patriotismo
· cc tenta-lo. ))
Não se põe ein duvida que S. Ex. tivesse em vistas attenuar a sor·preza,
manifestando ao encarregado de negocios do Brazil em Uurnos-Aires a verda-
dei'ra situação das cousas; mas fê-Io de um modo generico, e com referencia
á desoccupação; não descobrio o conjuncto e a natureza de cada urna das
clausulas que forão additadas ás bases primitivas. Estas são: solução definitiva
pela linha do Pilcomayo, ou arbitramento limitado á ViJla Occidental ; des-
occupação em ambos os casos, total ou parcial, em prazo mais ou menos breve.
A posição dos plenipotenciarios brazileiros foi franca e firme desde o primeiro
dia em que conferenci<frão com o Sr. Tejedor, i\Qx,iliari<lo na fórma do accórdo
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·de HJ de . Noven~bro .de 1872 ; quanto r~5~P. ... poss~vel, o ajLLsle de lirniles
entre, :a Hepubliea argentina e a do P~r.aguuy ; serião <:oop_eradores como alli~Uos,
e não parles, nesse ajuste; qqe inter~ssa~;i á soberania ~ · direito territorial das
Juas Repu-blfcas; darião seu juizo quando as duas partes inleressad~s o lornassein
1
·opporluno, ·mas , não procederião co.mo arbilros, ou com a iniciativa que ' lh es
queria allribuir o plenipotenciario argentino.
oEsle .exigia que os plenipolenciarios brazileiros se considerassem parles na
quest~o de limites; qlie dissessenl francamente- sim ou não; que acceilas~em
a responsabilidade do que. se fizesse ou deixas.se de fazer . Felizmente, os pro-
locolkis assignados confirmão . estas asserções.
-É ;natural q1rn o g0verno imperial lenha juizo feito sobre os direitos que
allegão a Republica Argentina e o Paraguay ao tenilorio do Chaco, ou sobre a
. transacção que lhe· pareça. mais justà-; absteve-se, porém; sempre de tomar uma
lal ·iniciativa, deixando-'a ~s duas parles interessadas, reserva~do para ' si · o · paprl
de mediarlor consrienc1oso. ''
IV.
1'
' 1 '
~ injustiça .que, sem o qu~rer, faz o Sr. Tejedor ao governo brazileiro, ·e ·aos .seus
rr.presentantes na Assumpção, Buenos 7Aires e Rio de Janeiro, o attribuir-lhes are-
sistencia qne o governo paraguayo tem posto á fixação d.os 'limites do Chaco.
O que seria das boas relações entre os dous. Estados, si' o · governo imperial e
seus agentes, deixando-se dominar por iguaes prevenções, não fossem discretos e
prestassem ouvidos credulos a tudo quanto lhes tem sido referido de orgãos ou
agentes officiaes do governo argentino em relação ao Brazil? !
Desde os primeiros actos do estabelecimento do governo provisorio, desde a pri-
meira nota da çommissão parag·uaya enviada a . Buenos-Aires para rsse fim, aQuella
opposição revelou-se; e não se limitou ao territorio da Villa Occidenlal, mas ao de
~lissões, á ilha do Cerrilo, e a quasi todo ÓChaco.
Quem representava o governo argentino en1 Assumpção, por esse lempo, pó1.le
alteslar que o e~-governa.dór Rivarola este.ve a ,pont'o de r~nunciar o se11 ·cargo para .
não firmar o accôrdo preliminar de paz de 20 de. Junho de 1870, pelo qnal o Para-
guay acceitou em geral as condições do tratado de alliança, salvo. o direito de pedir
modificações quanto aos limites.
A memoria do Sr. Tejedor lhe foi infiel em affirmar que o plenipolenciario bra·
zileiro, que assistio ás conferencias dos alliados em 1871, indicou varias vezes a
conveniencia de reduzir o limite da Republica Argentina ao Pilcomayo. Os proto--
collos das conferencias de Buenos-Aires dizem exactamente as opiniões manifestadas
sobre a inlelligencia do tratado de alliança a respeito dos limites.
Sustentando a intelligencia que foi depois objecto de larga discussão entre os
dous governos, o plenipolenciario hrazileiro conseguio que o Sr. Tejedor acceitassc
•
7'J
a norma ·que lhe indicavão os seus collegas: S.rí de passagem, e~ com_o observa1;ão .de , • ·, · 1
ca~acte1· parlicular, que por isso não_joj-tránscriplét uu:, pruwcollos, o pl1~uipotencial'io
bçq~ileiro allegou o que ouv_i,,~á"'úrn 'ésladísta muüo ccimpetente da Republica Ar-
1
V.
)
80
· ", . , , . . , ,l)rli,q. ,mas proprias do seu systema meticuloso, que o levava a interpôr· desertos ou
grandé~ 1dislan'ciàs ~ effn·e !'Í 1!vu:i vÍzÍ'l1h0b .' .
t;
O Brazil não pretendia então territorio de que n&o tivesse posse ou d0minio: ~ro
vocado á guerra, não pretendeu mais, e depojs da guerra cedeu da linha do Igurey.
Fez mais o _Brazil: vendo a ruína moral e physica do Paraguay, resultado da fatal.
obstinação do seu dictador, logo que as armas alliadas dominárão a maior parle do
territorio paraguayo, promoveu a creação de um govern'o provisorio, com o fim. de
preparar~ regeneração social desse povo. ·
A ésse governo cedeu ~ sc, para os. seUs gastos de administração, a parte que locou
ao lmperio nos despojos tomados ~o inimigo na cordilheira de Ascurra; entregou-
se-lhe consideravel quanti la de de prata, que as forças brazileiras resguardárão das
mãos de aventureiros, que acompanhavão O"s exer0~t9~ alli_ados, e q~e perten.cia aos
templos da Republica ., R-s"quecernos então a~. d~predações que soffrêrão os templos
e as povoações de ~1iranda, Corumbá, Urug·uayàna) S. Bcirja e Itaqui.
O material da estrada de ferro~ que parle de AsS,umpção, e que pertenceu ao exer-
cito brazileiro, foi lambem cedido áquelle governo por cmprestimo, que quasi todo
está por s1~tisfazér. Outros .auxílios tem o Brazil prestado; e com . elle priücipalmenle
se .. tem achaJo o governo paraguayo para defender a . sua · capital contra repelidas
tentativas do espírito revolucionario.
Tem culpa o Brazil. de que a Republica Argentina não practicasse iguaes actos?
Oissemos que as difficuldades, de que tanto se queixa o ministro argentino, provém
dos·proprios factos do seu governo . Com effeito, o que se disse em nota de 1869,
ao occupar a Villa Occidental, não ~iscorda do que ora se allega? Então de-
clarou o governo argentino que a victoria não dava · direi(os territoriaes, e que rles-
occuparia aquelle ponto, si e logo que, nos ajustes definitivos de paz, o Paraguay
exhibisse melhores tilulos para o seu domínio. ·
Antes, quando se trratou do estabelecimento do gQvcrno provisorio, dizia o
· meslno g~overno argentíno que lodos os alliados devião ser generosos para com o
vencido, . que sahiria .da lutá quasi aniquilado.
O proprio governo argentino, na memoria ou relatorio do ministerio de relações
exteriores de 1874, deu publicidade á proposta do Sr ..,general Mitre para resolver-se a
questão ,do Chaco pela linha .do Pilromayo, não cOnsiderando que a Republica
Arg·entina possuísse títulos valiosos para ser-lhe adjudicado o lerrilorio ao nórlc
daquelle rio.
E, com taes precedei1les, admira-se o Sr. Tejedor de que haja no Paraguay reluc-
tancias naturaes a reconhecer a ViJia Occidental con]o territorio argentiiio? ! Admi-
ra-se tambem dos escrupülos de consciencia- do Brazil em não aconselhar nem
acceitar a responsabilidade de solução que não lhe pareça justa ou assaz justificada? !
A verdade, porém) é que á influencia . amigavel do Brazil se deve o estar essa
questão de liini_les reduzida a tão pequenas proporções, tendo já o Paraguay ·mos-
trado-se di~posto a reconhecer como. argentinos os lerritorios ·de Missões, entre o
Paran'á e o Ul'lilgaay, qtt·e os pàraguayos oceu·pcfrãô por longos a•wnos, o terrifo·rio do-
Chaco até ao Pi·kúmayo, e a: ilha do ·cerrifo, cuja perda· lhes era muito sensível.
Não se quer conhecer a nobreza e prudencia do procedimento d'O governo i:m-·
perial, nms os factos já fallão mui alto em seu favor, e o fuh1t·o ha de convencer o
·governo argenli110 de que não lem lido eru todo este negocio conselheiro mais amigo
do· qHe o· Brazil.
vr.
Vll.
São lão nolavcis ·as revelações tlo Sr. Tejedo1· so bre seus intuitos a respei to da
Villa Occitlcnlal, que co nvém lransct·cvcr aqui lcx tualrn cn lc as palav.ras do manifesto,
co mo a mais eloquente resposta aos jni~o s injustos que S. Ex. enunciou so bre <.~
políti ca e diplomaci a tlo Brazil. ·
. « Eu me lwvia moslrndo , c111 largas conversações com o Sr. Magalhães, accessivcl
a lrnnsacçãu com perda tla Villa Occidenlal ; um a vez qu e o Brt1zíl tlcsoccupassc,
~-·
VU 1.
JX.
15
respúnsabifülade, e podendo pr~·yoeàr um protesl.o d.o B.raúl, não seria acceiia pelo
go1Verno paraguayo e que- d.abi res1Illaria urna nova .eme:rg.en.ci:a, qu.e pocleria
ag.g·;ra-var o act-u!al es:l:a:cfo de cousas, que os tres governos têm p.rocuraclo remedü1r.
TiJílhão ouvido uns duas 1:1Wma.s eo nferencias ao Sr. Tcje.dor que as insLru.cç-fíes
4 1@ plenj·po,tenci;ario paraguayo erã-o mais amplas do que as de S. Ex., e que· por
isso aquelle p.odia ceder o que não era permittido ao pleni polenciario arg;en.t:ino.
folg.á<f'ão, portanto, conveoient.e os plenipotenciarios braúleiros ouvir em parl.i-
cular o Sr. Sosa, que lhes hawia antes dado n·oticía de SUfiS inslrucçõe$, no in-
tuito t],e que ·nã0 GOtJJrariassem sens esforços nas c.onfer.encia$.
Precisavão os pl·enip.otenciarios brazileiros saber sí o do Par.aguay tinh11 .ou não
re~~l9td,@ novas inslr.l\lcções, e em todo caso qual sua previsão sobre_o exito d.o
accôrdo que acceitava sub spe rati.
:Bis aqµj o obj.e do d.& entrevista que os plenipotenciarjos brazileiros frverij.o. cnm
o Sr, Sosa no di.a. ~3 de Maio, <e que parc.ceu myste"rjosa no representante da Rc-
publi,ca Argeofj,na.
~ão se -disse nessa entrevista ao pl.enipolen.ciario paraguayp sinã.o o que er.a pro-
prio ,q~ canlh.eü~Qs) nego.eia.dores, e arnigos ~leues. Não SI'.\ lhe occ~1llo11 que a lransaci;~o
era tal, que os plce);)ipotenciarios ·do Bra.úl não a. podião aconselhar e assim o decla-
raJ~iã,o JW protoc·ollo; ma.s tamb.em accvescenlá•l.o que o Paraguay esta.ria em seu di_:
re.i tQ tic.cei tan.do-.a, ,e não daria. motivo de qµei x.a ou reclamação ao Braúl~ si n~o o
. fizesse po.r rp,e,j,o de trat:isilcção pecuni.aria.
O Sr, Sosa pão tinha novas nem mais amplas instruoções do sell governo; mos ..
l.rava-se, porém, convencido de que prestava um bom serviço ao · Parag1.rny coni
:-uru.ella tr.1H1sacção, e communicou que já tinha firmado com o Sr. Tejedo1· um
tritia.d.o de -limit.es sob essa clausula, isto é, n}ediante . cessão da Villa. Occidental por
parte d-<il P.aràg·ij.ay e dos g,astos de guerra por parte da Republica Argentioa.
Sorprendeu aos plenipotenciarios brazileiros a celebração desse tratado, antes de
ser .fiirmailo o prntocollo da ultima confernncia, e apezar da decla11ação de que o
gov.ern.o irn p.erial vrofeslaria. con 1ra a transacção pecllo iaria ; mas respei tárão o
facto, e resolvêrão ;:ippellar p.ara melhor accôrdo nas futllras conferencias.
Tal foi a primeira noticia que os plenipotenciarios hraúleíros liverão do tr•alado
a,ssigrrncto pelos seµs collegas. O Sr, Tejedor diz que se remetteu cópia 11 ntn dos
pl131üpotf.lnoiarjos brazileiros para a redacção do protocollo da 4ª conferencia, mas essa
cópi_a não continh:a sinão a de~igna9ão dos limites, sem fórrna nem fig·ura de tratado.
Nota-se que o !ik plenipotenoia rio llrgentino , falia umas vezes ern lra!adçi, oull'as
flfll tratados, qµe r;elebro11 com o Sr, Sosa. Nern do tratado nem dos tratados li verão
Qs plrnipotenciarios br4úl~iros commu11icação official e C)ópi!l. Coosla.Ihes, porérn,
rp.1e o Jrritado primitivo fôra subdividido em doqs, após aquella entrevista com o Sr.
Sio&a, figµPando corno ~cto dis.tincto, bem que simultaneo ou quasi simullanr.o, o
da renuncia dos gastos de guerra.
. Assi1n como os plenipotonéiarios braz'ilei'l'OS -tinLão procurndo esclarecer-se sobrá
as <lisposiÇões do governo paraguayo e do seu represeiitante, com o pensamento pru-
dente e amigavel de evitar uma nova complicação, assim tambern' procurárão enten~
der-se com o Sr. Tejedor aí1tes da proxinia conferencia; e para esse fim o Visconrlc
do Rio-Braqco convidqu aquelle cavalheiro para uma entl'evista na secretaria rle
Estado dos 'i1egocios estrangeiros, no dia 29 de Maio.
ou
·Era J)ma simples entrevista conversação particular, não 11 ma con fel'cnc ia ; por
isl'o. ~Íei~ou de comparecer ·•J Visconde de Caravcllas. .
Até esse dia erão decorridos dez depois da ultima conferencia, e nove depois das
conferencias que teve o Sr. Tejedor CO~ll o Sr. Sosa, das quaes resultou o tratado do
ou
dia 20,
•
os tratados, segündo b9nsta e se colhe do manifestó do plenipo tonciario
. 1··· . .
a rge ntmo. ·
O silencio do Sr. Tejedor, a respeito daquellas conferencias e negocia<;ão com o
S~. Sosa, não seria muito mais para notar· do que o da conversação particular qnc
houv.e entre os plenipole11ciaros brazileirns e o ministro paraguayo no dia 23?
· O certo é, porP.m,' que, na entrevisl.à do dia 29,-o Visconde do Hio Branco disse ao
Sr. Tejedor que ouvira ao plenipol.enciario paraguayo que. j[t esla\'a firmado nm
tratado de lirni les com a clausula da renuncia. dos p;astos ele guerra.
Essa conversação do dia 29 t1we por fim fazer ao Sr. plenipotenciario argentino as
mesmas ponderações que ouvio o Si-. Sosa no dia 23 sobro a conlingencia de nfío ser
o acto deste approvado pelo . governo do Paraguay e o çonstrangimenlo em qn c
collocavão o g'overno imperial, lendo ele·salvar sua responsabilidade moral e as dis-
posições.do tratado de alliança .
. Teve, oulrosim, por fim essa entrevista, quando já constava que o Sr . Teje<101·
. havia tomado passagem para o Hio da Prata, evitar que S. Ex. rom1)esse a nego-
ciação , sem, ao menos, firmar os ullimos prol.ocollos o preencher as formaliclacl0s
que são ele uso em laes circum.stancias.
Então o Visconde do H.io Brnnco pondcrnn ao scn inlerloenl.or ccue o 1uhilramcnlo; ·
modificadas as clansulac; que o lornavi'ío inexequível , sendo uma solução muilo arites
. acceila cm principio pelas duas partes contrai.antes, ninda podia ser adoplado, e
removeria lodas ·às difficuldades. ..
O Sr. Tejedor mo'strava apôgo ao ,que j<i linha conseguido do representante pal'a~
~uayo, mas acceilmia o arbitramento, si lhe aeceilassem a condição de ser a ilhn
do Cerrito d'esoccnpada logo crue aqui firmassem o se~ accôrdo de limites os plenipo-
tenciarios arg;ont.ino e paragua.ro. ]~ escusado repetir os argumentos com qur. se
procur0u -convencer o Sr. Tejedor de que a desoccupa.ção, depois de acceilo ' drfi-
nítivamentc o dito accôrdo pelos poderes argentino o paraguayo, devia satisfazê- lo.
O Visconde do Rio Branco chegou ao ponlo de iniciar a ídéa de retirarem-se·as
f~rças do Brazil, ainda que o indicado accôrdo não' fosse accei to pelo governo para-
guayo, uma vez que · o fosse plenamente pelo da Republica Argentina. Não era
. /
~-. 87 •
uma idéa para que estivesse autor.isado, mas que aventurou como meio de persuadir
o plenipolenciario argenti.iJo ~ dãs boas intenções com lfl!e advogava a sohu;ãu que
podia satisfazer _çt todos, e prevenir novas eventualidades, que abalassem as relações
arnigaveis entre os tres governos.
Tal o procedimento dos plenipolenciarios br~tzílcirns, que o Sr. Tejedor fig·ura eiu
seu manifesto çomo traços de uma poljtica tortuosa, não o podendo exp·Iicar s.em a
intervenção da vontade iuesponsavel do chefe deste Estado! ,
Sua Magesta'dc o 1rnperador n~o podia ignorar o proceder dos plerúpolenéi'átios hra-
ziJeiros, nem r.sles podião enunciar opiniões que uão fossem aulorisadas pelo governo
de que erão orgãos. . Não admira, portanto, a coincidencia
. . . .que notára o Sr. Tejedor
entre o que ouvira ao mesmo Augusto Senhor na _conversação que com este tivera
no baile do Cassino, e o que no dia 29 lhe manifestou um ~lo s plenipotenciarios
brazilei ros.
A referida enttevisla do Visconde do Hio Branco corn o Sr. Tejcdor parecia pl'O-
metter que b Sr. plenipotenciario argentino se prestaria a não partir tão apressada·
· rnente, dando tempo a que se assignassem os ultirnos protocollos, e .. pudessem os.
vlenipotenciarios hrazileiros cumprir os deveres qne reservárão para occasião
opportu.na.
Era intenção dos plenipotenciarios brazileiros ponde1:ar ao reprcscátante argen-
1.iuo as apprehensões que causa e as difficuldades que póde cre.ar o armamento das
ílhas de Martim Garcia e do Cerrito; e recordar-lhe o que foi estipulado nas coufe- ·
rencias de Buenos-Aires de 187 '1 como garantias da liberdade commercial e do
lransito :(luvial, recordação necessaria, porque o Sr. Tejedor declarou uma vez que
esses precedentes dos alliados não passão hoje de simples documentos historicos.
Havia .igualmente que considerar o modo de tornar effecliva a responsabilidade
collectivR dos alliados em refação aos seus ajustes sepaiados, porque o dispostq
no acc.ôrdo de 19 de Novenibro parece carer,er de expressa confirmação, allen!a
n pouca imporlancia que o mesmo plenipotenciario argentino ligava áquelle aclo
internacional.
Até a propria desoccupação militar, que tanto preoceupára o Sr. Tejedor, fi-
cava sem acc<'\rdo expresso e positivo 1 desde que se não concluía regularmente
a negociaçã_o e preva_Iecia uma solúção contra a qual linha o Brazil de pro-
. testar, na parle em que ella oífencie o !ralado do L º de M.aio de 'l 86õ.
Foi, porém, esforÇ.o baldado. Por nolas de 31 de Maio o SL'. Tejedor deu por con-
cluida sua missão e anl1unciou a deliberação inabalavel de partir, como o realizou,
110 dia 2 de Junho proximo passado .
X.
Só resta respomle,l' a uma ceu::;ura do fü. Tcjedor: a dcmol'a ua pro.rnpliíicaçã.o do::;
µrotocollos. Todos os homens prnticos·em negociações diplomalicas sabem que esses
do ~ Lr.menlo s l ttssuo el as muos elos se crcl ~1rio s pL1ra as de cada um dos plcnipolencinrios}
.8'8
Cflile é p:reóso· vertê-los de-_ u~11 1mra "oml1'0 hli:Oma, altera-los segundo as tnotiifi ,..
ca~ões .que·recipve1::amen[e· foçã-@· os iieg,(')úa_d@ries,. (fnartdr0 dão as suas notas e clepois-
as eeiflfronrtão aom as d0s se-1is G,ollegas. Este processore-a·aHençã0 qu·e m~recem Vaes
documentos são inaotnpaliveis ·com a celeridade. que parecià -dé8ejar .o· Sr. plerripo- ,
lenciario argenl-iino: ·. -.. . .· ~ . , ..
Quem ler o ma.n·ifesto do St.'~~ejedofl; antes d·e conhecer 0S ·probocoHos assignadt)s,
e _a expressão im.parcia·l elos facto~ qne ficá-rã-o s~rn o les~~m1:u1ho .a~L'lhent-ico de lodos os
plenipoterrnia·r.ios) poderá· crer que hou.v:e da pa.11.te dos represe.n;Úu~h~s· do Braz·~l um
puoced·im.en,to menos franco, 'discreto e. prudente d.o que ·Se dev{a' esperar do ' seu ca·-
l'ücter e da causa que · defendi·ão. Nada· obstante, é·o mesmo Sr. ·rejeclor qirn dá·
prov:a do .contrario, nas._ -seg·ui~1tes,.pala.vr.as .ele sua· ptirpei1~a: nota dc.3'1 de Ma·io, que
se11ão 0 l'eeho ao presente. méinoriándüm : · .
« No d~sej~ commum- d·e, púr ~ermo ás lÍl;·~stões pender;fes ; süslenlámos _Inrgos
debates-, sem- ' que com i~so ·sofhesseni um ·só· momento- a cordialidade <le .nossas
relações e o respeito mutuo. >>
·Rio de Janeiro, -4 de Julho de i87t>.
V1scoNDE DE CARAVELLAS.
V ISCQNDE DO RIO
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J~XPOSIÇÃO
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Qw:stão de liinjles. - .Coopei·ciçüo elo JJrnzil.- Ncgocwçãu no )lio de Janeiro.
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