Roteiro de Projeto em Drenagem Urbana

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OBRAS HIDRÁULICAS

ESCOAMENTO E DRENAGEM

Durante muitos anos, em muitos países não se deu a devida atenção a


drenagem urbana das grandes metrópoles, no parcelamento do solo para usos
urbanos.
Na maior parte destas metrópoles o crescimento das grandes cidades ocorreu
de forma acelerada e somente em algumas a drenagem urbana foi considerada
fator preponderante no planejamento da sua expansão.
ESCOAMENTO E DRENAGEM

Uma das causas das enchentes devido à urbanização, são o parcelamento do


solo e a impermeabilização de grandes superfícies.
ESCOAMENTO E DRENAGEM

Quando os prejuízos decorrentes das inundações se tornam visíveis e de


reparo difícil, na grande maioria das vezes, a proposta de solução para os
inconvenientes gerados são baseadas em obras de drenagem urbana, como
sarjetas, galerias e canais, entre outros, que são de custo elevado.

As soluções adotadas para tais problemas, de um modo geral, apresentam


caráter localizado, ocorrendo transferência de vazão então as inundações
agravam-se a jusante.

A drenagem urbana é uma questão de alocação de espaço!


ESCOAMENTO E DRENAGEM

- Fluxograma de processos decorrentes da urbanização e impactos -


ESCOAMENTO E DRENAGEM

A transformação de áreas anteriormente permeáveis em áreas impermeáveis induz a


um desequilíbrio hidrológico, caracterizado pelo aumento do escoamento superficial e pela
antecipação dos picos de vazão no tempo, o que está diretamente relacionado com as
enchentes em áreas urbanas.

- Balanço hídrico em uma bacia urbana -


DRENAGEM URBANA - PROJETO

Roteiro de projeto em Drenagem Urbana

O roteiro de projeto envolve os seguintes itens principais:

1) Dados básicos;
2) Análise das características da área da bacia;
3) Estudos hidrológicos;
4) Concepção de alternativas;
5) Projeto hidráulico;
6) Documentação do projeto.
DRENAGEM URBANA - PROJETO

Roteiro de projeto em Drenagem Urbana

1) DADOS BÁSICOS:
a) Planta da bacia de drenagem;
b) Características da faixa de implantação das obras;
c) Drenagem lateral;
d) Interferências principais e utilidades públicas;
e) Condições previstas de desenvolvimento futuro;
f) Cobertura vegetal e condições de ocupação da bacia atual e futura;
g) Características geológicas da bacia;
h) Características geotécnicas e do lençol freático da faixa de implantação das obras;
i) Informações sobre chuvas intensas na área da bacia;
j) Estudos anteriores;
l) Outras informações.
DRENAGEM URBANA - PROJETO

Roteiro de projeto em Drenagem Urbana

2) CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA BACIA:

a) Características morfológicas da bacia;


b) Características de ocupação e de cobertura vegetal;
c) Características geológicas e dos solos da bacia;
d) Avaliação das condições de permeabilidade regionais.
DRENAGEM URBANA - PROJETO

Roteiro de projeto em Drenagem Urbana

3) ESTUDOS HIDROLÓGICOS:

Os estudos hidrológicos têm por objetivo fornecer as vazões máximas a serem adotadas para
projeto, bem como hidrogramas de cheias quando houver a necessidade de dimensionar ou analisar o
efeito de reservatórios de detenção existentes.

a) Critérios de projeto;
b) Chuvas de projeto;
c) Subdivisão da bacia em áreas hidrologicamente homogêneas;
d) Parâmetros morfológicos característicos das sub-bacias;
e) Cálculo de vazões máximas e/ou hidrogramas de cheias;
f) Estudo de reservatórios de detenção.
DRENAGEM URBANA - PROJETO

Roteiro de projeto em Drenagem Urbana

4) CONCEPÇÃO DE ALTERNATIVAS DE ARRANJO DE OBRAS:

Normalmente o arranjo em planta é imposto pelo próprio alinhamento do talvegue natural do


curso d’água a canalizar. Entretanto, em termos de perfil longitudinal, diferentes configurações são
possíveis.

a) Traçado em planta;
b) Escolha do tipo de conduto a adotar e seções transversais;
c) Alternativas de arranjo em perfil longitudinal.
DRENAGEM URBANA - PROJETO

Roteiro de projeto em Drenagem Urbana

5) PROJETO HIDRÁULICO:

a) Critérios de projeto;
b) Dimensionamento de seções transversais das obras de canalização;
c) Estabelecimento do perfil longitudinal final das obras;
d) Características preliminares das singularidades e obras especiais;
e) Cálculo de linhas d’água;
f) Análise hidráulica e estabelecimento da configuração final das singularidades e
obras especiais;
g) Projeto hidráulico dos reservatórios de detenção.
- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

PARÂMETROS HIDROLÓGICOS

Ciclo hidrológico: Circulação de água entre a superfície terrestre, a atmosfera e o solo.

- Precipitação atmosférica (chuva – P);


- Escoamento superficial (ES);
- Infiltração no solo (I);
- Evaporação e evapotranspiração (EV);

P = ES + I + EV

As enchentes são provocadas pela parcela ES (Escoamento Superficial)


- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

PARÂMETROS HIDROLÓGICOS - CICLO HIDROLÓGICO


- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

VAZÃO DE PROJETO
Vazão de enchente de um curso d’água vinculada à segurança de uma obra
hidráulica, associada à probabilidade da ocorrência do evento em um ano qualquer.
É estimada para a bacia de contribuição pela seção de projeto.

Extensão da série histórica de dados fluviométricos superior a 3 anos:


- Método CTH (3 a 10 anos);
- Método Gradex (10 a 25 anos);
- Método Estatístico (>25 anos);

Extensão da série histórica de dados fluviométricos inferior a 3 anos:


Métodos sintéticos:
- Método Racional (AD=<2km²);
- Método I-PAI-WU (2<AD<=200km²);
- Método Prof. Kokei Uehara (200<AD<=600km²);
- Hidrograma unitário (propagação) – (AD>600km²).
- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

VAZÃO DE PROJETO
- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

VAZÃO DE PROJETO

MÉTODO RACIONAL

ÁREA DE DRENAGEM
O valor de área de drenagem de uma bacia hidrográfica é determinado mediante o
desenho de seus limites, ou da linha do divisor de águas, em uma planta altimétrica. A
medição da área da figura resultante pode ser feita por qualquer método que permita
razoável precisão, com o uso de planímetro, softwares, figuras geométricas, etc.
- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

VAZÃO DE PROJETO

COEFICIENTE DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL DIRETO

Um dos princípios do Método Racional é a adoção de um coeficiente único C, ou runoff,


estimado com base em características da bacia, e que representa o seu grau de
impermeabilização ou de urbanização. Quanto menor a possibilidade de a água precipitada
infiltrar-se no solo, ou de ficar retida pela vegetação, maior será a parcela que se
transformara em escoamento superficial direto, resultando em um valor mais elevado para o
coeficiente C.
- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

VAZÃO DE PROJETO

COEFICIENTE DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL DIRETO

Deve-se prever a evolução da ocupação do solo, ou do índice de urbanização.


Isso evitará que as vazões de projeto se tornem sub-dimensionadas a curto e
médio prazo, devido ao crescimento da impermeabilização.
Não considerar as condições futuras de ocupação do solo da bacia
hidrográfica analisada pode, em pouco tempo, tornar obsoletas as obras
hidráulicas projetadas.
- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

PARÂMETROS HIDROLÓGICOS – DEFINIÇÃO DE CHUVA DE PROJETO

Nos projetos de canalização, o parâmetro mais importante a se


considerar é a vazão de projeto, ou seja, o pico de deflúvios associado
a uma precipitação critica e a um determinado risco assumido.

Portanto, outras precipitações que levem a picos de vazões


menores serão conduzidas com segurança pelo sistema projetado.
- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

PARÂMETROS HIDROLÓGICOS – INTENSIDADE DA PRECIPITAÇÃO

Curvas de IDF: Intensidade, duração e frequência.

Estas curvas são construídas a partir de registros históricos de alturas de


precipitação versus duração. Sendo estes valores tabulados e processados
estatisticamente.

Exemplo de curvas de IDF


(Intensidade-duração e frequência)
para São Paulo/SP.
- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

PARÂMETROS HIDROLÓGICOS – INTENSIDADE DA PRECIPITAÇÃO

Estimativas de intensidade de precipitação – Análise estatística de


séries de dados pluviométricos da região de estudo

Dados referentes a longos períodos: Permite que se considere


frequência como probabilidade, levando a traçados de “Curvas de IDF”.

Curvas de IDF: Intensidade, duração e frequência.


- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

PARÂMETROS HIDROLÓGICOS – PERÍODO DE RETORNO

Representa o risco a ser assumido no dimensionamento de uma obra


hidráulica.

Vincula a obra o grau de segurança que se deseja proporcionar,


refletindo a frequência com que a chuva ou vazão utilizada no
dimensionamento venha a ser igualada ou ultrapassada em um ano
qualquer.

Ou seja, é o intervalo decorrido para que uma chuva volte com a


mesma intensidade. É baseado em dados estatísticos de chuva da região.
- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

PARÂMETROS HIDROLÓGICOS – PERÍODO DE RETORNO PARA CANALIZAÇÃO E TRAVESSIAS

Segundo sugestões do DAEE.


- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

PARÂMETROS HIDROLÓGICOS – PERÍODO DE RETORNO PARA CANALIZAÇÃO E TRAVESSIAS

TR típicos 2, 5, 10, 25, 50, 100 anos.

Inverso da probabilidade de falha em um ano qualquer: TR = 1/P

PARÂMETROS HIDROLÓGICOS – DURAÇÃO DA CHUVA CRITICA

Para aplicação do Método Racional, considera-se a duração da precipitação


intensa de projeto igual ao tempo de concentração da bacia. Assim admite-se que
a bacia é suficientemente pequena para que essa situação ocorra (a duração é
inversamente proporcional a intensidade).
- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

PARÂMETROS HIDROLÓGICOS – TEMPO DE CONCENTRAÇÃO

É o tempo que a partícula de chuva que cai no ponto mais distante da


bacia demora para chegar até a seção de interesse – pontos M e S (figura).
*Método para cálculo do tempo de concentração (tc) utilizado “California Culverts Practice”
- ESCOAMENTO E DRENAGEM -

PARÂMETROS HIDROLÓGICOS – TEMPO DE CONCENTRAÇÃO

A equação anterior é aplicada quando não há dados topográficos que


permitam um melhor detalhamento do perfil do talvegue. Havendo informações
topográficas, com a definição de pontos intermediários entre a seção de estudo e
um ponto mais distante, é possível conhecer melhor o perfil longitudinal do
talvegue, com as diferenças de declividade de cada trecho.
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PARÂMETROS HIDROLÓGICOS – INTENSIDADE DA CHUVA CRITICA

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