UFVLAGOAMemorialdescritivodrenagem - V1 Estudo Hidrologico

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EDP RENOVAVEIS BRASIL S/A

UFV LAGOA

Memorial Descritivo de Drenagem


São José da Lagoa Tapada, PB

24/01/2022

Versão : 01
UFV LAGOA Janeiro 2022

MEMORIAL DESCRITIVO DRENAGEM

ÍNDICE

UFV LAGOA

Memorial descritivo de drenagem

1. OBJETIVO…………………………………………………………………………………………………………………………….…………… 3
2. PROJETO DE DRENAGEM
2.1. Considerações iniciais ........................................................................................................................... 3
2.2. Drenagem superficial............................................................................................................................ 4
2.3. Dimensionamento hidráulico ............................................................................................................... 4
3. ESTUDO HIDROLÓGICO
3.1. Dados Utilizados ................................................................................................................................... 5
3.2. Parâmetros Hidrológicos ...................................................................................................................... 5
3.3. Equação de chuvas ............................................................................................................................... 6
3.4. Coeficiente de deflúvio ....................................................................................................................... 13
3.5. Tempo de concentração ..................................................................................................................... 14
3.6. Período de retorno ............................................................................................................................. 15
3.7. Bacias contribuintes ........................................................................................................................... 15

Ref. OS3890BPB00300TP4-
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MC_DRENAG-2
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MEMORIAL DESCRITIVO DRENAGEM

1. OBJETIVO
O presente documento tem como objetivo apresentar o descritivo dos dispositivos referentes ao
sistema de drenagem que será implantado na Usina Solar Lagoa (UFV Lagoa I e II).

2. PROJETO DE DRENAGEM

2.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


O projeto de drenagem e de obras de arte correntes compreendeu a definição, o cálculo e o
detalhamento de obras de engenharia com os seguintes objetivos:

• Permitir, com segurança, a travessia da estrada sobre os cursos d’água e outras linhas naturais
de drenagem de pequeno porte;
• Interceptar as águas superficiais e subsuperficiais afluentes ao corpo da estrada, conduzindo‐
as às linhas naturais de drenagem mais próximas; e
• Orientar o fluxo das águas de chuvas precipitadas sobre a plataforma da estrada e conduzi-las
para fora do corpo da mesma.

O sistema proposto, definido para atender às finalidades básicas deste projeto, contempla
apenas obras novas necessárias para promover a drenagem das áreas de interesse do projeto.

Os elementos básicos utilizados no projeto originaram‐se dos estudos a seguir relacionados:

• Estudos hidrológicos;
• Estudos geotécnicos;
• Plantas e perfis do projeto geométrico; cadastro das obras existentes;
• Levantamento topográfico das seções transversais, normais ou esconsas, dos locais das
obras projetadas;
• Visitas ao campo.

Os estudos hidrológicos informaram sobre as características das bacias hidrográficas e o regime de


chuvas intensas, definidas pelas curvas intensidade x duração x frequência e precipitação x duração x
frequência, de modo a se obter a seção de vazão para atendimento ao escoamento e descargas de
projeto.

Os estudos geotécnicos informaram sobre a qualidade do solo existente.

Os desenhos do projeto geométrico, originados dos estudos topográficos, informaram sobre o perfil
do eixo da rodovia, seções transversais e cotas diversas dos locais de interesse do projeto. A topografia
também forneceu o cadastro das seções de implantação das novas obras previstas.

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As observações em campo efetuadas por engenheiros da Consultora objetivaram complementar os


elementos obtidos, de forma a subsidiar a elaboração do projeto com informações necessárias, do
ponto de vista prático, verificação do comportamento dos dispositivos existentes, como também
identificação dos locais que não puderam ser identificadas na carta de 1:100.000.

O projeto de drenagem constitui‐se da concepção propriamente dita da análise das obras existentes,
do dimensionamento de novas estruturas e da elaboração de planilhas com indicação do tipo,
dimensões, localização e extensão das obras previstas.

Os dispositivos projetados obedecem ao padrão do caderno de projetos do DNIT adaptados para as


condições específicas do trecho.

As soluções de projeto baseadas na análise e processamento desses elementos foram adotadas de


forma a atender as recomendações e critérios estabelecidos, tendo em vista as peculiaridades da área
e a finalidade das obras de drenagem.

2.2. DRENAGEM SUPERFICIAL


O sistema de drenagem superficial foi projetado como estrutura nova para toda a extensão do trecho,
tendo em vista a inexistência de qualquer dispositivo desse tipo, e se constitui de sarjetas e valetas
revestidas.

A parcela do sistema de drenagem superficial, formado por valetas de proteção e sarjetas foi projetada
de forma a permitir um rápido escoamento das águas pluviais, disciplinando, captando e conduzindo‐
as para local de deságue seguro. Este procedimento visa evitar, principalmente, a ocorrência de
processos erosivos nos taludes e alagamentos da pista de rolamento.

Os dispositivos aplicados na drenagem superficial destinam‐se aos locais que requerem proteção para
o escoamento superficial, proveniente das áreas adjacentes e até mesmo, dos taludes e da própria
superfície de rolamento.

Face às características da área e declividades de implantação, foram previstas valetas, sarjetas


revestidas e meio fios, tendo em vista a alta possibilidade de erosão nos terrenos atravessados pela
rodovia.

2.3. DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO


Para as sarjetas, valetas e estruturas tipo bueiros funcionando como canal, a verificação da capacidade
hidráulica foi realizada utilizando‐se a Equação de Manning aliada à Equação da Continuidade com as
expressões seguintes:

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V = velocidade do fluxo, em m/s;

n = coeficiente de rugosidade, adimensional; R = raio hidráulico, em metro;

i = declividade longitudinal do dispositivo, em metro/metro;

• Q=AxV
• Q = vazão, em m³/s; e
• A = área hidráulica, em m².

3. ESTUDO HIDROLÓGICO

Os estudos hidrológicos visam o conhecimento do regime hídrico da área onde se situa a intervenção
proposta. O presente estudo foi desenvolvido de acordo com as Normas técnicas vigentes, constará
dos serviços de processamento e análise dos dados levantados.

3.1. DADOS UTILIZADOS


Os dados utilizados para a realização destes estudos foram os abaixo relacionados:
Cartas topográficas do trecho, em escala 1/100.000;
Estudos complementares de campo e escritório;
Estudos de delimitação de bacias de contribuição.

3.2. PARÂMETROS HIDROLÓGICOS


Na determinação das descargas de projeto, foram utilizados os seguintes parâmetros, definidos a
seguir:

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• Equação das chuvas;


• Coeficiente de deflúvio;
• Tempo de concentração;
• Período de retorno;

3.3. EQUAÇÃO DE CHUVAS


A equação de chuva a utilizada no projeto, foi determinada a partir da análise do regime pluviométrico
da região, apoiada em séries mensais e anuais do posto pluviométrico de LAGOA DE DIONÍSIO
(IBITIARA/BA).

O Método de Gumbel foi utilizado no cálculo da chuva crítica de 1 dia de duração, a partir de série
histórica de precipitações máximas diárias registradas, ano a ano, no posto pluviométrico citado, no
período de 1964 a 1991 (28 anos de observação).

Em regiões onde as únicas informações mais detalhadas são as chuvas de 1 dia, observadas em postos
pluviométricos, pode‐se avaliar a chuva de 24 horas de determinada frequência, e, a partir dessas, as
chuvas de menor duração com a mesma frequência, utilizando‐se as relações entre as alturas, obtidas
a partir de diversos estudos já conhecidos e aceitos no Brasil.

Aplicando‐se as metodologias de Gumbel, Ven Te Chow e Torríco obtiveram‐se as alturas de chuvas


que relacionadas aos diversos tempos de recorrências desejados, possibilitaram o cálculo das
equações e a confecção do gráfico da curva IDF, intensidade x duração x frequência. A seguir
demostrados.

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PERÍODO DE OBSERVAÇÃO : 1964 à 1991

MÉDIA ANUAL 335 mm

70,0

60,0

50,0

40,0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

MÉDIA ANUAL 55 dias

14,0

12,0

10,0

8,0

6,0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

POSTO : SÃO JOSE DA LAGOA TAPADA - PB

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MÉTODO DAS ISOZONAS (GAMBEL)

Posto : SÃO JOSE DA LAGOA TAPADA - PB Isozona : F


T ALTURA DA PRECIPITAÇÃO ( mm )
( anos ) 0,10 h 0,25 h 0,50 h 1h 2h 4h 8h 14 h 24 h
5 17,8 33,1 45,5 58,8 70,8 84,5 99,9 113,6 127,9
10 20,4 37,7 51,7 66,8 80,6 96,4 114,3 130,2 146,8
15 21,9 40,2 55,2 71,2 86,1 103,1 122,4 139,4 157,2
25 23,7 43,4 59,4 76,6 92,8 111,4 132,4 151,1 170,5
50 26,2 47,6 65,1 83,7 101,8 122,5 145,8 166,6 188,2
100 25,5 49,8 69,6 90,7 110,6 133,4 159,1 181,9 205,7

Posto : SÃO JOSE DA LAGOA TAPADA - PB Isozona : F


T INTENSIDADE PLUVIOMÉTRICA ( mm/h )
( anos ) 0,10 h 0,25 h 0,50 h 1h 2h 4h 8h 14 h 24 h
5 177,8 132,2 91,1 58,8 35,4 21,1 12,5 8,1 5,3
10 204,0 150,6 103,5 66,8 40,3 24,1 14,3 9,3 6,1
15 218,6 160,9 110,5 71,2 43,1 25,8 15,3 10,0 6,6
25 237,1 173,5 118,9 76,6 46,4 27,9 16,6 10,8 7,1
50 261,6 190,3 130,2 83,7 50,9 30,6 18,2 11,9 7,8
100 255,1 199,1 139,2 90,7 55,3 33,3 19,9 13,0 8,6
Fonte : AESA-PA (Agência Excutiva de Gestão das Águas - PB)

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3.4. COEFICIENTE DE DEFLÚVIO


O coeficiente de deflúvios escolhido foi 0,85, para a adoção deste, vários fatores tais como: natureza
geológica do solo, relevo topográfico, intensidade de chuva, tipo de pavimentação e condições
meteorológicas da região foram considerados. Além também, de considerar a importância do
Empreendimento.

Na tabela a seguir, encontram‐se respectivamente os valores dos coeficientes de deflúvio "C" para
aplicação no Método Racional.

TABELA 01 ‐ COEFICIENTES DE DEFLÚVIO PARA USO NO MÉTODO RACIONAL ( C)

CARACTERÍSTICAS DA SUPERFÍCIE COEFICIENTE DE DEFLÚVIO

Ruas

Pavimento asfáltico 0,70 a 0,95


Pavimento em concreto 0,80 a 0,95

Passeios 0,75 a 0,85

Telhados 0,75 a 0,95

Terrenos relvados, solos arenosos

Baixa declividade (até 2%) 0,05 a 0,10


Declividade média (de 2 a 7%) 0,10 a 0,15
Forte declividade (acima de 7%) 0,15 a 0,20

Terrenos relvados, solos argilosos

Baixa declividade (até 2%) 0,15 a 0,20


Declividade média (de 2 a 7%) 0,20 a 0,25
Forte declividade (acima de 7%) 0,25 a 0,30

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3.5. TEMPO DE CONCENTRAÇÃO


Definido como sendo o tempo necessário para que toda a área drenada passe a contribuir na seção
de estudo. De maneira geral, o tempo de concentração de uma bacia qualquer depende de vários
parâmetros tais como:

• Forma da bacia;
• Área da Bacia;
• Recobrimento vegetal;
• Comprimento do talvegue;
• Declividade do talvegue.

Várias são as equações possíveis de serem utilizadas para a determinação deste tempo, entre elas
utilizamos a de Kirpich, que foi desenvolvida para zonas rurais e posteriormente adaptada para uso
em áreas urbanas, tomando a seguinte forma.

Onde:

• te ‐ é o tempo de entrada, em [min];


• L ‐ é a distância máxima percorrida pela água, em m;
• I ‐ é a declividade média do caminho percorrido pela água, em m/m;
• F é um fator característico da superfície para uso da equação em áreas não rurais.

Fator de correção para fórmula de Kirpich em áreas urbanas

Tipos de superficie Fator de correção ‐ F


Solo nu em superfície plana (bacia rural) 1,0
Pastagem, relva 2,0
Superfície de concreto ou asfalto 0,4
Gramados bem conservados 1,0
Adaptado de Briére (1994)

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Considerando-se que as bacias são muito pequenas optou-se pela adoção do tempo de concentração
de 10 minutos, conforme tabela 48 do manual de drenagem do DNIT.

3.6. PERÍODO DE RETORNO


O período de retorno ou tempo de recorrência representa o intervalo de tempo médio, em anos,
em que se espera que um determinado evento venha a ser igualado ou superado, pelo menos uma
vez.
Este risco pode ser calculado através da formula teórica deduzida da teoria da probabilidade a
seguir apresentada.

R = 100 x [ 1 – ( 1 – 1/T)N ]

Onde:

R ‐> Risco em percentagem;

T ‐> Período de retorno em anos;

N ‐> Vida útil da obra em anos.

Desta forma consideramos o TR = 10 anos e uma vida útil de 50 anos, terá um risco de 99,48 por cento
de chance de ocorrer esta chuva de projeto, prevista no dimensionamento.

Comumente são adotados os seguintes períodos de retomo, conforme IS 203/2006, do


Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT.

DISPOSITIVOS TR (anos)

Drenagem Superficial 5 a 10
Drenagem Subsuperficial 10
Bueiros tubulares 15(Canal)/25(Orificio)
Bueiros Celulares 25(Canal)/50(Orificio)
Ponte 100

3.7. BACIAS CONTRIBUINTES


A melhor metodologia para a determinação das descargas das bacias é função de sua área, assim
conforme a IS 203/2006, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT, os
limites fixados são os apresentados na tabela a seguir:

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DIMENSÃO DA BACIA MÉTODO DE CÁLCULO


Área da Bacia ( A< 4Km2 ) Método Racional

Área da Bacia ( 4Km2 < A < 10Km2 ) Método Racional Corrigido

Área da Bacia ( A > 10Km2 ) Método do Hidrograma Triangular Unitário


( HUT )

4. REFERÊNCIAS
DE.00.SJLT.PB.LAG.F07.001.1-1 – Projeto geométrico

DE.00.SJLT.PB.LAG.H04.001 – Projeto básico de drenagem – Detalhes tipo

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