1° Prova de Física I

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4320195-Fı́sica Geral e Exp.

para a Engenharia I - 1a Prova - 12/04/2012

Nome:_____________________________________________ No USP: ________________

Professor:____________________________________________ Turma: ________________

______________________________________________________________________________
• A duração da prova é de 2 horas.
• Material: lápis, caneta, borracha, régua. O uso de calculadora é proibido
• Deixe indicada a raiz de números que não sejam quadrados perfeitos. Não é necessário fazer
aproximações.
• Preencha todas as folhas, inclusive esta, com o seu nome, número USP e o nome do seu professor,
de forma legı́vel.
• Resolva cada exercı́cio começando na frente da folha de respostas possuindo o mesmo número que
o exercı́cio, utilizando, se for necessário, o verso da folha.
• Justifique todas as suas respostas com comentários, fórmulas e cálculos intermediários, sem esque-
cer as unidades das grandezas fı́sicas pedidas.
• Deixe sobre a carteira documento de identificação (identidade ou carteira da USP)
• Revisão da prova e resultados serão anunciados no site da disciplina.
______________________________________________________________________________

(1) O vetor posição de uma partı́cula que se move no plano XY é dado por:



r (t) = (20 + 20t)î + (10t + 35 t3 )ĵ

onde →

r é dado em metros e t em segundos. Determine:

(0,75) (a) o vetor velocidade instantânea da partı́cula, seu módulo e direção (ângulo
θ em relação ao eixo X) para o instante t = 1 s;
(0,75) (b) o vetor aceleração instantânea da partı́cula, seu módulo e direção (ângulo
θ em relação ao eixo X) para o instante t = 2 s;
(0,5) (c) o vetor deslocamento da partı́cula no intervalo de tempo t = 0 s até t = 3
s;
(0,5) (d) o vetor velocidade média da partı́cula no intervalo de tempo t = 0 s até
t = 3 s.

dy(x)
Dado: y(x) = axn ⇒ dx = anxn−1

(a) O vetor velocidade instantânea pode ser obtido pela derivação do vetor posição em
função do tempo, ou seja:


− d→

r (t)
V (t) = = (20î + (10 + 5t2 )ĵ)m/s
dt

1
Portanto o vetor velocidade instantânea para t = 1 s vale:



V (1) = (20î + 15ĵ)m/s

e o módulo vale:

p
V = 202 + 152 = 25m/s

Direção:

 
15 3 3
tgθ = = ⇒ θ = arctg
20 4 4

(b) O vetor aceleração instantânea pode ser obtido pela derivação do vetor velocidade em
função do tempo, ou seja:




− d V (t)
a = = (10tĵ)m/s2
dt

O módulo do vetor para t = 2 s vale:

a = 20 m/s2

Sua direção é ĵ (paralela ao eixo Y).

(c) As posições para os instantes t = 0 s e t = 3 s valem:



r (0) = (20î)m



r (3) = (80î + 75ĵ)m

Portanto o deslocamento é igual a:

4→

r =→

r (3) − →

r (0) = (60î + 75ĵ)m

(d) A velocidade média entre os intervalos t = 2 s e t = 4 s é por definição igual a:

−→ 4→ −
r
Vm = = (20î + 25ĵ)m/s
4t

2
(2) Você tem um estilingue que arremessa projéteis a uma velocidade de 15 m/s , e pretende
atingir alguns alvos com esse estilingue. Assuma que g = 10 m/s2 .

(1.0) (a) Qual a distância horizontal máxima que você pode atingir com o seu
projétil, assumindo que você atira o projétil desde o solo, e que o alvo também está
no solo, na mesma altura do estilingue?

5m
θ 15m
Questão 2, itens (b) e (c).

(1.0) (b) Você quer arremessar o seu projétil (digamos, um “angry bird”) e atingir
um alvo (digamos, um porquinho) que se encontra a uma distância de 15 m na
horizontal, e a uma altura de 5 m na vertical, como indicado na Figura. Encontre
a equação que determina o valor de tan θ – a tangente do ângulo com o qual você
deverá inclinar o seu estilingue. ( Dica: lembre-se que 1/ cos2 θ = 1 + tan2 θ. )
(0.5) (c) Agora, considere que entre o seu estilingue e o alvo existe um obstáculo
que impede que você lance os projéteis com uma inclinação menor que 60o , ou seja,
você só pode lançar projéteis com ângulos θ > 60o . Qual é o valor de tan θ que
permite que você atinja o seu alvo?

(a) As distâncias horizontal e vertical são dadas por:

x = v0 cos θ t ,
1
y = v0 sen θ t − gt2 .
2
Eliminando t através da primeira equação, temos que:
gx2
y = x tan θ − (1 + tan2 θ)
2v02
Como o alvo está no solo, y = 0, e a solução não-nula da equação acima é:
2v02 tan θ
x=
g 1 + tan2 θ
Usando o máximo dessa função, que está em tan θ = 1 (ou seja, θ = 45o ), temos
que a distância máxima é:
v02
xmax = = 22, 5 m .
g

(b) Do item acima, usando y = 5m, x = 15m, v0 = 15 m/s e g = 10 m/s2 , temos:


10 × 152
5 = 15 tan θ − (1 + tan2 θ) ,
2 × 152

3
o que pode ser simplificado para:

tan2 θ − 3 tan θ + 2 = 0 .

(c) As duas soluções da equação acima são tan θ1 = 1 e tan θ2 = 2. O ângulo


da primeira solução é 45o , portanto menor que o ângulo mı́nimo especificado na
questão. O o
o
√ ângulo correspondente oà segunda solução é maior do que 60 , já que
tan 60 = 3 < 2 (de fato, θ ' 63, 4 ). Portanto, temos que tan θ = 2.

4
(3) Você está dirigindo um carro em uma pista circular de raio R, que é inclinada de um
ângulo θ com a horizontal, como indicado na Figura. A velocidade do carro é v, constante em
módulo.

�v

θ
R

(0.5) (a) Faça um diagrama de forças considerando que não existe nenhum tipo de
atrito entre os pneus do carro e a pista.
(0.5) (b) Calcule a velocidade na ausência de atrito em função de R, θ e g.
(0.5) (c) Considerando que mesmo com o carro andando há uma força de atrito do
tipo estático (de coeficiente µs ) entre os pneus do carro e a pista, que evita que o
carro deslize para baixo ou para cima. Faça o diagrama de forças nestes dois casos.
(1.0) (d) Com o atrito descrito no item (c) entre o pneu do carro e a pista, determine
a velocidade mı́nima e máxima que o carro pode ter para que este não deslize.
(a) Veja a figura .
(b) No caso sem atrito, temos que a componente vertical da força normal compensa
exatamente a força-peso, portanto N cos θ = mg. A resultante é a componente
horizontal da normal:
Fres = N sen θ = mg tan θ .

Usando Fres = mac , e ac = v 2 /R, temos que v = gR tan θ.
(c) Veja os diagramas de baixo da Fig. .

(d) A força de atrito estático√será para cima da pista se v < gR tan θ, ou para
baixo da pista no caso de v > gR tan θ. Vamos supor inicialmente o primeiro caso,
de uma velocidade abaixo daquela na qual o atrito seria nulo. Temos então, pelo
diagrama do lado esquerdo da Fig. , que as componentes na horizontal e na vertical
são dadas por:

Fh = N sen θ − Fs cos θ (1)


Fv = N cos θ + Fs sen θ − mg = 0 .

Usando que o valor máximo da força de atrito estático é Fs = µs N , da segunda


equação encontramos que o valor máximo da normal é N = mg/(cos θ + µs sen θ).
Substituindo esse resultado na primeira equação, temos que:
sen θ − µs cos θ
Fh = mg .
cos θ + µs sen θ

5

N

θ
F�res
Sem atrito:
θ

m�g

N

N
θ θ
Com atrito: F�s
F�res
(baixa e alta F�res
velocidade) θ ou
F�s
θ

m�g m�g

Figura 1: Questão 3, itens (a) e (c).

Como Fh = mac = mv 2 /R, obtemos:


s
sen θ − µs cos θ
vmin = gR .
cos θ + µs sen θ

Se a velocidade for abaixo desse valor, a resultante das forças não será igual a mac ,
e o peso do carro fará com que ele deslize para baixo.

O caso em que v > gR tan θ é totalmente análogo ao anterior, bastando que se
inverta o sentido da força de atrito Fs nas equações acima. O resultado é:
s
sen θ + µs cos θ
vmax = g R .
cos θ − µs sen θ

Caso a velocidade seja acima desse valor, a aceleração não será suficiente para que o
carro mantenha uma trajetória de movimento circular uniforme com raio R. Nesse
caso, o carro vai começar a percorrer uma trajetória de menor curvatura, ou seja,
ele vai começar a ‘sair pela tangente’.
No caso de o carro ter uma velocidade vmin < v < vmax , a única variável que muda
é o módulo da força normal, que pode assumir qualquer valor no intervalo:
mg mg
<N < .
cos θ + µs sen θ cos θ − µs sen θ

6
(4) Um bloco de massa m = 2, 0 kg está apoiado sobre o lado esquerdo de um bloco de
massa M = 8, 0 kg. O coeficiente de atrito cinético entre os dois blocos é de 0, 3 e a superfı́cie
sobre a qual o bloco de 8, 0 kg está apoiado é sem atrito. Uma força horizontal constante de
módulo F = 10, 0 N é aplicada ao bloco de 2, 0 kg, colocando-o em movimento como mostrado
na figura abaixo. Se a distância L que a superfı́cie frontal do bloco menor percorre sobre o
bloco maior é de 3, 0 m.

a) (0,5) desenhe todas as forças que atuam no sistema


b) (0,5) calcule a aceleração do bloco menor em relação ao solo
c) (0,5) calcule a aceleração do bloco maior em relação ao solo
d) (1,0) qual a distância x percorrida pelo bloco maior e quanto tempo o bloco
menor levará até chegar ao lado direito do bloco maior?

a)

b) A aceleração do bloco menor pode ser calculada usando a segunda lei de Newton, ou seja


− −→

− −→ −
→ −
→ F − Fat 10 − 0, 3.10.2 ˆ 2
F − Fat = mam ⇒ am = = = (2, 0i)m/s
m 2

c) Da mesma forma obtemos que:

7
−→
−→ Fat 0, 3.10.2 3ˆ
Fat = M aM ⇒ −
a→
M = = = ( i)m/s 2
M 8 4

d) Vamos escrever a equação de movimento para os dois blocos:

1
(x + L) = am t2
2

1
x = aM t2
2

Dividindo uma equação pela outra obtemos:

x+L am 9
= ⇒x= m
x aM 5

Substituindo o valor de x na segunda equação obtemos que:

9 1 p
= aM t2 ⇒ t = 24/5s
5 2

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