As Variedades de Ebo
As Variedades de Ebo
As Variedades de Ebo
Ebo Ese: Sacrifício para quem cometeu um pecado, quer dizer desobediências,
quebra de tabu.
Ebo Ate, Ebo katerun ou Ebo Atepon: Ebo realizado somente pelo Awo de
orunmila.
Ebo Epile: Sacrifício de fundação, na finalidade de estruturar um Ile Ifá/Orisa,
uma casa residencial ou comercio.
Ebo Ikuda: Sacrifício para tirar uma pessoa das mãos da Morte (Iku).
Ebo Itá; Sacrifício executado para Ogun e Osanyin no terceiro dia após uma
iniciação de Yawo.
Ebò Èró Elegun; Sacrifício para acalmar alguém possuído por Orisa.
E ainda outros...
IFÀ diz;
“O JEKI YIGBI OTA LO OMI, JEKI YIGBI OTA LO OMI, O JEKI JEKI AGBADO
OGUN MAA A
“Permita-me, ser forte como a pedra, permita-me ser necessário como a água,
permita-me crescer e ser resistente como o milho, permita-me! Foi o enigma
profetizado para Olofin”.
Ifá diz que Olofin pôs uma pedra, um pouco D’água e milho diante de diferentes
Sacerdotes como enigma do seu desejo e único sacerdote que desvendou este
enigma foi Orunmila, dizendo que a pedra significava a força, a água a
necessidade que todos nós temos dela
dela (vida) e o milho é a rapidez de vê a
colheita em três meses (rapidamente).
E por isso que para realizar um Ebo é preciso de certos elementos a modo
imaginativo que identificam o problema do indivíduo. Realizando a consulta, Ifá
mostra o destino (Odu) da pessoa e o sacrifício (Èbó) para ser realizado a fim
de melhorar a situação ou evitar o perigo.
Abaixo tem um Ebo Yónu habitual contra Ódio, Raiva, Ira e Vingança,
compõem-se de;
dificuldade)
Nós já tínhamos observado dentro da articulação de Èsu que cada Orisha está
intrinsecamente ligado pelo próprio Esù. No Odu Ogbewanle (Ogbe-Owonrin),
Eshù faz um pacto com Orunmila em que um Okuta especifico deve ser lavado
com uma folha especifica que determina o desejo de Èshù para conceder a
petição. O Ebo então estaria definindo o três Reinos: Vegetal (com as folhas),
Animal (com aves, quadrúpedes e molusco) e Mineral (com a pedra sagrada).
No odu Ofun, Ifá constitui e classifica de um modo geral o uso das Ewe para as
situações diferentes e nós podemos entender isso deste modo:
Ewe Oye (ar) plantas de troncos bem altos ou parasitas no alto das copas.
O termo ebó (ẹbọ) tem pelo menos 2 significados práticos. O primeiro quando é
usado para denominar um processo de limpeza, chamado também de
sacudimento por muitos. O segundo quando é usado genericamente para o ato
de fazer uma oferenda e as vezes para a oferenda em si, não importando se
esta oferenda é uma comida ou sangue. A palavra ebó (ẹbọ) – significa
sacrifício e devemos entender isso de uma forma ampla e não somente o que
requer sangue.
O ebó (ẹbọ)
(ẹbọ) uma oferenda
oferenda a ser feita
feita para os ancestr
ancestrais
ais ou orixá
orixá (òrìṣ à) em
agradecimento por benção recebidas ou na intenção de resolver problemas ou
obstáculos, abrir portas e oportunidades. Os itens normalmente se compõe de
itens comestíveis como frutas frescas, água, bebidas destiladas, mel e azeite.
Além disso o ebó (ẹbọ) pode conter outros itens como dinheiro, roupas, búzios
e ervas. Alguns tipos de ebó (ẹbọ) são colocados dentro de casa e outros
devem ser colocados no tempo.
Ebó (ẹbọ), é assim uma oferta ritual, um forte elemento e o motivo final do
processo de consulta ao oráculo. Ele tem uma função central no processo de
consulta. O ritual de oferta consiste de uma liturgia elaborada com objetivo de
apresentar uma comida e bebida através dos quais o homem manipulará e
usará para intermediar com as divindades em seu próprio benefício. O
relacionamento entre os seres humanos e as divindades é expressado e obtido
através da execução de rituais e liturgias, e isso ocorre em qualquer religião
sendo essa, a ritualização, a base da necessidade e existência das religiões
uma vez que a sua razão é a ligação entre o homem e o divino.
Os rituais e litugias
l itugias conectam o mundo físico ao mundo espiritual de forma a
trazer harmonia e equilíbrio para o nosso dia a dia. A realização das liturgia e
rituais através do ebó (ẹbọ) re-ordena e corrige o relacionamento entre a
divindade e o homem trazendo o equilíbrio que se deseja.
Algumas vezes o ebó (ẹbọ) não virá na forma de uma oferenda física, mas sim
através de regras de comportamento e proibições. Por exemplo, não
frequentando alguns lugares, não consumindo determinado tipo de alimento,
não fazendo determinado tipo de tarefa ou comportamento, adotando uma
rotina de rezas, etc..
Este é inclusive um dos motivos que se indica não manipular odù se não se
tiver o conhecimento necessário. Pode-se estar trazendo para perto de sí uma
energia bruta não lapidada que pode influenciar a pessoa, sua casa e família
de forma negativa se não for adequedamente
adequedamente conduzida e transformada. Se
fosse simples não haveria necessidade de todo o conhecimento, todas as
cerimônias de iniciação e todo o tempo de aprendizado no qual o olhador se
alinha com as forças metafísicas e supernaturais que vão ajudá-lo no seu
trabalho. Eu considero que não é apenas teoria ou cerimônias de iniciação, é
necessário prática para que as engrenagens metafísicas de alinhem e se
adaptem à pessoa.
Neste momento
momento estamos
estamos também
também colocando
colocando em
em movimento
movimento uma
uma aṣẹ́ muito
mais importan
importante
te que é o das divindad
divindades,
es, os orixá
orixá (òrìṣà), que assiste
assistem
mo
sacerdote e que irão se utilizar
uti lizar da propriedades desse elementos que estarão
preparados
preparados para
para o uso através
através do seu seu o axé (àṣẹ). Aqui então
então entramos
entramos na
na
área onde devemos entender as especializações das divindades. Cada orixá
(òrìṣà) tem afinidade
afinidadess com elementos
elementos e locais
locais qu
quee faze parte
parte do aiyé. O
sacerdote deve conhecer essas afinidades para que possa se utilizar disso.
Assim o ebó (ẹbọ) é formado pelo conjunto de tudo isso que citei aqui.
Elementos
Elementos ququee contém
contém virtudes
virtudes divinas
divinas e mesmo
mesmo aṣẹ́, como é o caso das
folhas,
folhas, da energia
energia que está na naturez
natureza,
a, do axé (àṣẹ) dos orixá (òrìṣ à) e do
do axé
(àṣẹ) do próprio
próprio sacerdote,
sacerdote, queque ao long
longoo de toda sua vida
vida acumula
acumula não só
conhecim
conh ecimento
ento como
como també
também m acumula
acumula aṣẹ́ para poder ser transmitido para que
ele ajuda ou para retirar
retir ar e ser amplificado pelos elementos que ele manipula.
Não podemos esquecer que em todo este processo o Orí da pessoa foi o
elemento ativo de comunicação e como uma divindade pessoal do consulente
nada poderá ou ocorreu sem o seu consentimento.
É ridícula a imagem que passam de que aquela comida vai agradar a algum
orixá (òrìṣà) e que ele assim comendo e bebendo vai se dispor
dispor a nos ajudar. É
também ridícula a fala de que um espírito não nos ajuda porque não o
ajudamos ou o alimentamos. Minha opinião é que este tipo
t ipo de mistificação é a
primeira coisa que deve ser esquecida por alguém que quer aprender algo.
(Paulo D'Èsù)