Psicrometria

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PSICROMETRIA

A Psicrometria estuda as propriedades das misturas ar-vapor de água e também, por


analogia, os princípios que determinam as propriedades e o comportamento das misturas
formadas pelos chamados gases permanentes e os vapores condensáveis (Brown). Como
apresentamos, gás é o componente que está presente apenas na fase gasosa; já vapor é a
forma gasosa do componente que pode estar presente também na fase líquida.
Os conceitos e definições que a Psicrometria traz podem ser importantes nas
operações unitárias de secagem, umidificação e desumidificação de gases, em que ocorre
transferência de massa entre uma fase líquida e um gás, sendo o gás insolúvel no líquido.
As deduções serão feitas para o sistema ar-água, porém as mesmas relações são
válidas para um gás inerte e um solvente quaisquer. A convenção adotada será: o índice A
representa o componente na forma de vapor (água) e o índice B o gás inerte (ar).
As propriedades da mistura gás-vapor variam com a pressão total que, nas deduções,
estará fixa. Será considerada também como válida a lei dos gases ideais, mostraremos a
seguir porque isto pode ser feito.
Comportamento pressão – temperatura para o ar
Equação de estado do virial

PV B B B
z= = 1 + 2 + 32 + 43 (1)
RT V V V
sendo V = volume molar específico (m3/mol); R = constante universal dos gases =
8,314J/mol K; Bi = coeficientes do virial, função apenas da temperatura (consideram as
interações moleculares não considerada pela teoria cinética, exprimem o desvio da idealidade
em função das forças intermoleculares e devem ser determinados experimentalmente).
A Tabela 1 permite a obtenção de z para o ar seco.

Tabela 1 – Valores de (z-1)x105 para o ar seco


Pressão ( k Pa)
T (K) 10 40 100
300 -3 -12 -30
400 2 8 19
500 3 14 34
700 4 15 38
1000 3 13 33

Da Tabela 1 pode-se verificar que para as condições em operações de secagem e


desumidificação o valor de z para o ar pode ser considerado 1, ou seja, é válido utilizar a lei
dos gases ideais.
Para o caso do vapor de água a equação 1 também pode ser usada, entretanto a
determinação dos coeficientes do virial não é fácil e os valores apresentados na literatura são
imprecisos. Na Tabela 2 são apresentados valores de z para o vapor de água.

Tabela 2 – Valores de z para o vapor de água


T(K) 380 430 480 530 580 630
z 0,98591 0,99219 0,99509 0,99667 0,99763 0,99824
Portanto para o vapor de água, z também pode ser considerado 1.
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DEFINIÇÕES

Umidade (absoluta) ou conteúdo de umidade ou razão de umidade

É a massa de vapor contida na unidade de massa de ar seco.


Para o sistema ar água:

m H 2O mA
H= = (2)
m arseco mB

Costuma-se expressar a umidade em termos de pressão parcial. A pressão parcial de um


componente em uma mistura gasosa pode ser representada por:

pA = y A P (3)
pB = y BP (4)

Sendo, p A a pressão parcial do componente A (vapor de água) na mistura gás – vapor, yA a


fração molar do componente A na mistura gás – vapor e P pressão total do sistema.
Sabe-se ainda que:

pA + pB = P (5)

Isolando p B vem:

pB = P − pA (6)

Igualando as equações 6 e 4,obtém-se:

P − pA = y BP (7)

Dividindo a equação 3 pela 7:

pA y P y
= A = A (8)
P − pA y BP y B

A fração molar de A pode ser expressa como:


mA
MA
yA = (9)
mA m B
+
MA MB

Representando a fração molar de B de uma forma semelhante e introduzindo as definições


das frações molares na equação 8, obtém-se:
3

mA
MA
mA m
+ B
pA MA MB pA m M M
= ⇒ = A B =H B (10)
P − pA mB P − pA m BM A MA
MB
mA m
+ B
MA MB

Rearranjando a equação 10 para isolar H:

M A pA
H= (11)
M B P − pA

Portanto, a umidade é função da pressão parcial do componente A (vapor). No caso


do sistema ar – água, a equação 11 passa a ser:

18 p A
H= (12)
29 P − p A

A umidade pode ser relacionada diretamente com a fração molar de A, para isto basta
multiplicar o numerador e denominador da equação 9 por (1/mB) obtendo-se:

H
MA
yA = (13)
H 1
+
MA MB

Umidade de saturação – Gás saturado

Gás saturado é aquele no qual o vapor presente na fase gasosa está em equilíbrio com
o líquido, na temperatura do gás.
Se um gás seco insolúvel B for colocado em contato com um líquido A, este
evaporará e atingirá o equilíbrio. Nessa situação, a pressão parcial de A na mistura vapor-gás
atinge seu valor de saturação, que é a pressão de vapor do líquido na temperatura do gás. Ou
seja, na saturação tem-se o equilíbrio entre o líquido e o vapor. No equilíbrio, a pressão
parcial do vapor na mistura gás–vapor é igual à pressão de vapor do líquido na temperatura
do gás.
Sendo assim, para obter a equação da umidade de saturação, basta substituir na
equação 11 ou 12, a pressão parcial de A pela pressão de vapor do líquido A na temperatura
do gás:

MA pA
HS = (14)
MB P − pA

sendo pA a pressão de vapor de A na temperatura do gás. Na Tabela A1, do Anexo1, são


apresentados valores da pressão de vapor da água em função da temperatura. Dados de
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pressão de vapor de outras substâncias podem ser encontrados no Handbook of Chemistry


And Physics. Keey apresenta um gráfico da pressão de vapor em função de 1/T para várias
substâncias (reproduzido na Figura A1 do Anexo 1).
Para relembrar, é apresentado, na Figura 1, o diagrama pressão-temperatura para a
água. Nessa figura, a curva A-C, que divide as regiões líquido e vapor, representa a curva de
pressão de vapor para a água e termina abruptamente no ponto crítico (C). Nessa curva, o
líquido está em equilíbrio com seu vapor. Há uma curva similar A-B para pressões de vapor
do gelo sublimando:

Figura 1- Diagrama pressão temperatura para a água

Umidade relativa

Este termo costuma ser empregado na literatura com diferentes definições,


dependendo do autor, confundindo-se com o que definiremos como umidade porcentual. A
definição de umidade relativa que utilizaremos representa a relação entre a pressão parcial do
vapor na mistura gás-vapor e a pressão de vapor do líquido na temperatura do gás, expressa
em porcentagem:

pA
H r = 100 (15)
pA

Umidade porcentual

Costuma ser designada por várias formas como, porcentagem de umidade absoluta,
porcentagem de saturação, saturação relativa e até umidade relativa. É definida como sendo a
relação entre a umidade que o gás possui e a umidade de saturação na temperatura do gás. É
expressa também em porcentagem.

H
H p = 100 (16)
HS

A umidade porcentual fornece a relação entre a umidade que o gás possui e a umidade
máxima que ele poderia ter na mesma temperatura.
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A umidade porcentual pode ser relacionada com a umidade relativa por meio da
relação:
pA M A
H 1 − pA M B 1 − pA
H p = 100 = 100 = Hr (17)
HS pA M A 1 − pA
1 − pA M B

Exceto na saturação, a pressão parcial do componente A ( p A ) é menor do que a


pressão de vapor do líquido A (pA). Portanto, a umidade porcentual (Hp) será menor do que a
umidade relativa (Hr). Para os casos extremos, ar seco e ar saturado, a umidade porcentual é
igual à umidade relativa. No caso do ar seco, ambas são zero e, no caso do ar saturado, ambas
são 100%.

Calor úmido (cs)

É a energia necessária para aumentar a temperatura em 1o C à pressão constante de 1


kg de gás seco mais a umidade que o acompanha:

c s = c pB + Hc pA (18)

sendo cpB o calor específico à pressão constante do gás seco e cpA o calor específico à pressão
constante do vapor.
Para a maioria das aplicações com o sistema ar-vapor de água, pode-se considerar:

cpB = 0,24 kcal/(kg o C) e cpA = 0,45 kcal/(kg o C).

A unidade do calor úmido é energia por massa de gás seco por ºC (kcal/kg de ar seco
o
C). Lembrando que quando a massa de ar seco é 1 kg, a massa de vapor, para uma dada
umidade é o próprio valor de H.
Cabe ressaltar ainda que, se tivermos um gás úmido cuja vazão de ar seco é M, a
quantidade de energia necessária para aumentar a temperatura de M kg de ar seco mais a
umidade que o acompanha será:

q = M cs ∆t (19)

Volume úmido (vH)

Volume úmido de uma mistura gás-vapor é o volume ocupado pela unidade de massa
de gás seco, juntamente com a umidade que o acompanha, na pressão e temperatura do gás.
Por meio da lei dos gases perfeitos, pode-se relacionar o volume úmido com a
umidade e temperatura do gás:

nRT
V= (20)
P
mA mB  mA 1 
n = nA + nB = + = m B  +  (21)
MA MB  mBM A M B 

Introduzindo a definição de umidade absoluta dada pela equação 2, vem:


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 H 1 
n = m B  +  (22)
 MA MB 

Substituindo a equação 22 na 20 e lembrando que mB = 1 pela definição de volume


úmido, vem:

 H 1  RT
v H =  +  (23)
M
 A M B  P

Substituindo os valores de R e P: R = 0,082 atm l/(mol K) e P = 1 atm, vH passa a ser


expresso em (l de ar úmido/g de ar seco) ou em (m3 de ar úmido/kg de ar seco):

 H 1  0,082T
v H =  +  = (0,00283 + 0,00456H )(t + 273) (24)
 MA MB  1

sendo agora t a temperatura em o C.


Para um gás seco (H = 0), vH é igual ao volume específico. Para um gás saturado (H =
Hs), o volume úmido recebe o nome de volume saturado.

Ponto de orvalho

É a temperatura na qual a mistura gás-vapor torna-se saturada quando sofre um


resfriamento, mantendo a pressão e a umidade constante.
Todas as misturas com a mesma umidade absoluta (H) têm o mesmo ponto de
orvalho. Se a temperatura é abaixada além do ponto de orvalho, o vapor condensará como um
orvalho, e a mistura restante continuará saturada.

Entalpia total

Todas as substâncias têm normalmente energia interna que pode ser identificada com
a energia do movimento molecular. Valores absolutos da energia interna U são
desconhecidos, mas valores podem ser assumidos em relação a um valor zero arbitrário para
uma temperatura particular. Em qualquer processo em escoamento, há uma energia adicional
ao forçar as correntes para dentro do sistema contra a pressão e forçar as correntes para fora.
Esse trabalho de escoamento por unidade de massa é PV, em que P é a pressão, e V, o
volume específico. A energia interna e a de escoamento são convenientemente agrupadas
para dar uma energia composta, conhecida como entalpia H.

h = U + PV (energia/massa) (25)

Da mesma forma que para a energia interna, valores absolutos para a entalpia não
podem ser obtidos.
Para a água, um estado de referência conveniente - entalpia zero - é água líquida sob
sua própria pressão de vapor de 611,2 Pa na temperatura do ponto triplo de 273,16 K (0,01
o
C).
A variação isobárica da entalpia com a temperatura é apresentada na Figura 2 para um
fluido puro.
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ts tc Temperatura

Figura 2 – Diagrama entalpia-temperatura

Na região de baixas pressões e no estado gasoso, em que o comportamento do gás é


ideal, a entalpia é quase independente da pressão, de modo que as isobáricas
aproximadamente se sobrepõem. O envelope VCL representa as entalpias de vapor saturado
sobre o segmento VC e entalpias de líquido saturado sobre o segmento CL, com as duas
curvas se encontrando no ponto crítico (C). A diferença de entalpia V´L´ corresponde ao
calor latente de vaporização na temperatura ts e diminui com o aumento da temperatura,
tornando-se zero no ponto crítico (tc).
O calor específico é definido pelo calor requerido para aumentar a temperatura, de
uma unidade de massa, em uma unidade de temperatura.
Para um processo a pressão constante:

 ∂Q 
cp =   (26)
 ∂t  P
em que: o fluxo de calor dQ é a soma da mudança da energia interna dU e o trabalho feito
contra a pressão PdV.
Assim a equação 26 pode ser expandida em:

 ∂U   ∂V   ∂H 
cp =   + P  =  (27)
 ∂t  P  ∂t  P  ∂t  P

Dessa forma, as inclinações das isobáricas da Figura 2 produzem o calor específico.


Em cálculos de secagem e em outras aplicações, é mais conveniente e possível utilizar
valores médios de calor específico em intervalos finitos de temperatura:

 ∆Q  1 t2
cp =   =
 ∆t  P t 2 − t1 ∫t1 c p dt (28)

Para o caso de gases, o calor específico (cp) pode ser expresso por polinômios de
segunda ordem na temperatura no intervalo de 300 a 1500 K, porém o termo quadrático pode
ser desprezado para intervalos de temperatura que ocorrem nas operações de secagem.
8

Se cp = a + bt, segue que:


b
c p = a + ( t 2 + t 1 ) = c p [t m ] (29)
2

Ou seja, o calor específico médio é o calor específico avaliado na temperatura média tm.
A partir das equações 27 e 28 podemos estimar a entalpia de uma substância pura a
partir do seu calor específico:

h = c p ( t − t ref ) (30)

O calor específico do ar seco a 300 K é 1,0049 kJ/(kg K) e 1,0135 kJ/(kg K) a 400 K,


de modo que em baixas temperaturas, a entalpia do ar em unidades de kJ/kg é numericamente
igual à temperatura em o C. Vapor de água tem calor específico maior, 1,864 kJ/(kg K) e
1,901 kJ/(kg K), nas mesmas temperaturas anteriores. Na Tabela A2 do Anexo 1 são
apresentados valores de cp para alguns solventes orgânicos.
Tendo em vista que a entalpia é uma propriedade extensiva, esperaríamos que a
entalpia de um gás úmido fosse a soma das entalpias parciais dos constituintes e mais um
pequeno termo para considerar os calores de mistura e efeitos similares. Por conveniência,
vamos definir a entalpia úmida ou entalpia total, ht, como a entalpia da unidade de massa de
gás seco e sua umidade associada, pois essa base de gás seco é similar àquela adotada para
expressar a umidade. Portanto:

ht = hB + H hA + ∆hm (31)

hB é a entalpia do gás seco, hA entalpia do vapor e ∆hm entalpia devido à mistura.


Para ar saturado com vapor de água, esta entalpia de mistura é apenas –0,63kJ/kg a
60o C, que é cerca de 1% de hB e pode assim ser desprezada.
Há numerosos caminhos possíveis pelos quais vapor pode aparecer a partir do seu
líquido. Por exemplo, o líquido pode ser vaporizado diretamente a 0o C, em que a entalpia é
zero por definição, e superaquecido diretamente para uma temperatura t. Alternativamente, o
líquido pode ser aquecido até a temperatura ts, temperatura na qual o vapor resfriado
condensaria para formar orvalho, vaporizado a ts e superaquecido até t. Esse caminho produz
a verdadeira entalpia úmida. Entretanto, a entalpia final é quase independente do caminho de
vaporização desde que o coeficiente de pressão isotérmico (∂H/∂p) seja muito pequeno.
Nessas condições, podemos avaliar a entalpia úmida na temperatura t a partir do primeiro
caminho, envolvendo vaporização a 0o C. Ver diagrama entalpia temperatura (Figura 2) e
tente traçar os dois caminhos. Portanto, a entalpia do vapor de água fica:

hA = λ0 + cpA(t - 0) (32)

em que: cpA é o calor específico do vapor e λ0 é o calor latente de vaporização do líquido A


na temperatura de referência 0o C (λ0 = 597,2 kcal/kg).
Para o ar seco, assumindo também como referência 0o C, fica:

hB = cpB (t - 0) (33)

E a equação 31 passa a ser:

ht = cpB (t - 0) + HcpA(t - 0) + Hλ0 (34)


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Colocando (t-0) em evidência e introduzindo a definição de calor úmido, temos:

ht = cs(t - 0) + Hλ0 (35)

Para ar saturado com água a 20o C, a entalpia estimada pela equação 35 difere em
apenas 0,3% do valor verdadeiro, mas para 50o C, a diferença é de 5%. A equação 35 não
será recomendada se a umidade for maior que 0,05 kg de água/kg de ar seco. Para trabalhos
mais preciso, o único caminho de vaporização que produz o estado correto deve ser seguido,
e a entalpia do vapor torna-se:

hA = cpAL (ts – 0) + λs + cpA (t - ts) (36)

Aqui ts é a temperatura do ponto de orvalho da mistura e cpAL é o calor específico médio do


líquido entre 0 e ts. Perceba que o líquido é aquecido de 0oC até ts, vaporizado na temperatura
ts, e o vapor é aquecido de ts a t (cpA é o calor específico do vapor).

O calor latente (λ), a uma temperatura, pode ser estimado aproximadamente a partir
do valor conhecido para uma temperatura t0, através da fórmula de raiz cúbica:

1/ 3
λs  ts − t c 
=  (37)
λ 0  t 0 − t c 

Em que tc é a temperatura crítica.


Na Tabela A2 do Anexo 1 são apresentados o calor latente de vaporização e outras
propriedades de alguns solventes orgânicos.

Temperatura de Bulbo Úmido


(Badger & Banchero)

Suponha que ar insaturado está em contato com água líquida sob condições
adiabáticas - nenhum calor é recebido ou cedido pelas redondezas durante a operação. Desde
que o ar não esteja saturado, há uma diferença de pressão parcial entre o ar úmido e a água, e
esta evaporará para a corrente de ar, aumentando sua umidade. O calor latente para a
evaporação da água não pode ser fornecido externamente, pois o processo é adiabático e
assim deve ser fornecido às custas de um resfriamento do ar, da água, ou de ambos.
Consideremos um primeiro caso em que uma corrente de ar insaturado, em uma
temperatura inicial e umidade constante, está passando sobre uma superfície úmida. Se a
temperatura inicial da superfície úmida for aproximadamente a mesma do ar, a evaporação da
água da superfície úmida tenderá a diminuir a temperatura da água líquida. Quando a água
torna-se mais fria do que o ar, será transferido calor sensível do ar para a água. Finalmente,
um estado estacionário será atingido em uma temperatura tal que a perda de calor devido à
evaporação da água será exatamente balanceada pelo calor fornecido pelo ar. Nessas
condições, a temperatura da água permanecerá constante. Essa temperatura é chamada de
TEMPERATURA DE BULBO ÚMIDO. Se a temperatura inicial da superfície úmida for
mais baixa que a temperatura de bulbo úmido, ela aumentará até a temperatura de bulbo
úmido.
Se o processo não for adiabático, isto é, asuperfície úmida receber calor não apenas do
ar, mas também das redondezas, mesmo que o estado estacionário possa ser atingido, essa
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temperatura não será apenas determinada pela umidade do ar, mas também será função do
calor transferido das outras fontes.
A origem do nome temperatura de bulbo úmido vem da forma de determinar essa
temperatura experimentalmente. Se recobrirmos o bulbo de um termômetro com algodão
encharcado com água e fizermos passar um corrente de ar, notar-se-á inicialmente uma
diminuição da temperatura indicada pelo termômetro. Após algum tempo, essa temperatura
parará de cair e permanecerá constante num determinado valor, a temperatura de bulbo
úmido. Não havendo alteração nas condições do ar e enquanto o algodão estiver encharcado,
o termômetro indicará a mesma temperatura.
Vamos agora equacionar o processo descrito e mostrar que a temperatura de bulbo
úmido depende da umidade e temperatura do ar, e sua utilização serve justamente para
determinar a umidade do ar.
Considere uma gota de água em contato com ar e que ela já tenha atingido a
temperatura de bulbo úmido. Ao redor da gota de líquido, ha uma película de ar. Através
dessa película, está sendo transferido, da água para o ar, m kg/h de vapor de água. Se o calor
latente da água na temperatura de bulbo úmido for λ bu , o calor transmitido será mλbu. No
entanto, se a temperatura de bulbo úmido, estiver abaixo da temperatura do ar, calor sensível
igual a q (kcal/h) estará sendo transmitido para o interior da gota. Desde que a temperatura de
bulbo úmido é uma temperatura de estado estacionário, temos:

q = mλ bu (38)

É preciso lembrar que a transferência de calor sensível por convecção é igual ao


produto de três fatores: coeficiente de transferência de calor, área de troca de calor e
diferença de temperatura.
Seja h g o coeficiente de transferência de calor por convecção do ar para a superfície
úmida, tg a temperatura do ar e tbu a temperatura da gota, então:

q = hg A (tg – tbu) (39)

O fluxo molar de massa de água da interface para o gás (NA), pode ser representado
por:

N A = k g (p bu − p A ) (40)

NA é expresso em mols/(tempo x área), e kg, coeficiente de transferência de massa, em


mols/(tempo área pressão), pbu é a pressão de vapor da água na tbu - equilíbrio na interface, o
gás está saturado -, e p A é a pressão parcial do vapor de água no ar úmido (umidade Hg).
Desde que estejamos trabalhando com fluxo de massa e não molar, para o caso da
água, multiplicamos ambos os lados da equação 40 pela massa molecular da água (18
g/gmol), e a equação passa a ser:

18N A = 18k g (p bu − p A ) (41)

Para a condição de estado estacionário, na qual a vazão m de água sendo evaporada é


transferida para a corrente de ar, temos:

m = 18N A A = 18k g A(p bu − p A ) (42)


11

Substituindo as equações de transferência de calor (39) e de massa (41) na equação


38, temos:

hg A (tg – tbu) = 18k g A( p bu − pA )λ bu (43)

Rearranjando:

h g ( t g − t bu )
p bu − p A = (44)
18k g λ bu

Quando se tem pequeno transporte de massa, a relação hg/kg é constante. A equação


44 é utilizada para determinar a composição de uma mistura ar-vapor a partir das
temperaturas observadas tg e tbu, determinando em seguida a umidade do ar.
Vamos fazer uma simplificação para introduzir a umidade do ar na equação 44. Se a
pressão parcial do vapor de água for pequena comparada com a pressão P, e se P, a pressão
ambiente for 1 atm, como ocorre freqüentemente, a expressão da umidade absoluta se reduz
a:

18 pA
H= (45)
29

pois 1 − p A ≈ 1. Assim como temos na interface ar saturado:

H bu 29
p bu = (46)
18

E na corrente de ar:

H g 29
pA = (47)
18

Substituindo na equação 44, obtém-se:

h g ( t g − t bu )
H bu − H g = (48)
29k g λ bu

Hbu é a umidade de saturação na temperatura de bulbo úmido, corresponde à situação da


interface e assume estar em equilíbrio o ar e o líquido, ou seja, o ar na interface está saturado.
De uma forma genérica, para outras pressões diferentes de 1 atm e qualquer gás, a
equação 48 passa a ser:

h g ( t g − t bu )
H bu − H g = (49)
M B k g λ bu P

A temperatura de bulbo úmido depende apenas da temperatura do ar que passaremos a


chamar de temperatura de bulbo seco, da umidade do ar e da pressão, com a condição de que
a transferência de calor do ar para a água seja apenas por convecção e a relação hg/kg seja
12

constante.
Se as temperaturas de bulbo úmido e bulbo seco forem conhecidas, a obtenção da
umidade do ar pela equação 48 (ou 49) será direta, pois Hbu, tg, tbu e λbu serão conhecidos. Se,
entretanto, deseja-se fixar tbu e determinar que temperatura e umidade do ar darão essa
temperatura de bulbo úmido, então, apenas Hbu, tbu e λbu serão conhecidos, e, tg e Hg,
desconhecidos. Haverá um grande número de combinações de temperaturas e umidades que
terão a mesma temperatura de bulbo úmido.
Valores de hg/(kg MBP) são encontrados na literatura - ver Badger & Banchero pag
384).

TEMPERATURA DE SATURAÇÃO ADIABÁTICA

Em contraste com a situação considerada anteriormente para a temperatura de bulbo


úmido, em que uma grande quantidade de ar foi colocada em contato com uma pequena
quantidade de água, veremos o caso de uma quantidade limitada de gás insaturado colocada
em contato adiabático com uma quantidade de líquido recirculado grande o bastante para que
sua temperatura permaneça constante. Durante o processo, o gás é umidificado e resfriado, e
deve haver contato suficiente com o líquido para ele atingir uma temperatura de saturação ts.
O líquido perdido por evaporação é reposto a temperatura ts, que é a temperatura de saturação
adiabática. Esse processo está representado na Figura 3, e ressalta-se que os valores tg e p A
que representam a condição do ar na entrada não são mais constantes ao longo do processo.

Ar, tg, Hg
Ar, ts, Hs
Água, ts
Água, ts

Líquido reposto
ts
Figura 3 – Processo de saturação adiabático

Na Figura 3, o ar está entrando com umidade Hg e temperatura tg, a água está sendo
recirculada, e sua temperatura permanece em ts. há contato suficiente no equipamento para
que o ar saia saturado com temperatura ts, ou seja, em equilíbrio com a água.
Um balanço de energia (entalpia) pode ser escrito para o processo. Como este é
adiabático temos:

entalpia na entrada = entalpia na saída

A entalpia do ar úmido pode ser obtida pela equação 35, só que utilizaremos como
estado de referência a temperatura ts e não mais 0 °C. Ou seja, para a água, o estado de
referência é água líquida na temperatura ts, e, para o ar, a mesma temperatura. Portanto, a
entalpia do ar úmido na entrada é:

h1 = cs (tg –ts) + Hg λs (50)

A entalpia do ar na saída é:
h2 = cs.saida (ts – ts) + Hs λs = Hs λs (51)
13

Para a água, como sua temperatura é constante e igual a ts – estado de referência -, sua
entalpia é zero.

Portanto, o balanço de energia fica

cs,ent (tg –ts) + Hg λs + 0 = cs.saida (ts – ts) + Hs λs + 0 (52)

Rearranjando:

cs ( t g − t s )
Hs − Hg = (53)
λs

Para um dado valor de ts, essa equação contém apenas as variáveis Hg e tg e é assim a
equação de uma curva no diagrama de umidade - carta psicrométrica -, que veremos
posteriormente. Se um valor for assumido para ts - conhece-se, portanto, Hs e λs -, a equação
53 poderá ser plotada no diagrama de umidade, e essa curva interceptará a curva de umidade
porcentual 100% no ponto (Hs,ts), como veremos posteriormente.

Relação entre a temperatura de saturação adiabática e a temperatura de bulbo úmido

Comparando as equações 49 e 53:


Temperatura de bulbo úmido

h g ( t g − t bu )
H bu − H g = (54)
M B k g λ bu P
Temperatura de saturação adiabática

cs ( t g − t s )
Hs − Hg = (55)
λs
Se hg/(MBkgP) for igual ao calor úmido cs essas duas equações serão idênticas.
Rigidamente esse não é o caso para a maioria dos sistemas gás-vapor. Mas, para o sistema ar-
vapor de água hg/29 kgP é 0,26 kcal/kg°C, que é o valor de cs a uma umidade de 0,047 kg
água/kg de ar seco. Para umidades acima e baixo daquele valor, haverá divergência entre as
duas temperaturas, e, para um trabalho preciso, devem-se empregar as duas equações. Com
misturas de ar-vapor de água em situações corriqueiras, as linhas de temperatura de saturação
adiabática podem ser usadas seguramente como temperatura de bulbo úmido; mas, para
intervalos extremos de temperatura e umidades, erros apreciáveis resultarão. Se qualquer
outro líquido for utilizado no lugar da água, a diferença entre as duas temperaturas será mais
acentuada na maioria das condições.
A relação dada pela equação 56 é chamada de relação de Lewis.

hg
cs = (56)
M Bk g P

Para outros sistemas que não ar-água, esta igualdade não ocorre. A conclusão geral é
que para o sistema ar-vapor de água à pressão ambiente as temperaturas de bulbo úmido e de
saturação adiabática coincidem. Isto é apenas uma coincidência devido aos valores de
algumas propriedades deste sistema.
14

A Carta Psicrométrica

Muitas das propriedades de uma mistura composta por um gás e um vapor, definidas
anteriormente, podem ser agrupadas num diagrama, a carta psicromética ou diagrama de
umidade. Na Figura A2.1 do Anexo 2, é apresentada uma carta psicrométrica ou diagrama de
umidade.para o sistema ar-vapor de água a 1atm. Nesse diagrama, tem-se como abscissa a
temperatura e como ordenada a umidade absoluta. Qualquer ponto nesse diagrama representa
uma definida mistura de ar e água. A curva assinalada com o valor 100% fornece valores de
umidade do ar saturado em função da temperatura. Tendo-se valores da pressão de vapor da
água para várias temperaturas, essa linha pode ser traçada utilizando-se a equação 14.
Qualquer ponto à esquerda e acima dessa linha representa uma mistura de ar saturado e água
líquida. Qualquer ponto abaixo dessa linha representa uma mistura insaturada, e um ponto no
eixo de temperaturas representa ar seco. As curvas indicadas com valores em % representam
valores definidos de umidades porcentuais. Em algumas cartas psicrométricas, como as
apresentadas por Perry, essas curvas representam valores de umidade relativa e não
porcentual.
As linhas que partem da curva de umidade porcentual 100% indo para a direita são as
chamadas linhas de resfriamento adiabático. Elas podem ser traçadas utilizando-se a equação
53, e cada linha representa um valor constante para a temperatura de saturação adiabática.
Para um dado valor de ts, valores de Hs e λs são obtidos, e a linha H em função de t pode ser
traçada, impondo-se valores para H e calculando t. Analisando-se as equações 53 e 18,
verifica-se que a inclinação dessas linhas (cs/λs) depende da umidade e, portanto, num
diagrama retangular, elas não são representadas por retas, já que a inclinação varia, nem são
paralelas. A carta psicrométrica, na forma apresentada no Anexo 2, tem suas ordenadas
distorcidas para que suas linhas de resfriamento adiabático tornem-se retas e paralelas.
Ressalta-se que, para o sistema ar-água, as linhas de resfriamento adiabático constante
coincidem com as de bulbo úmido constante, como citado anteriormente.
Há ainda linhas referentes a volume específico de ar seco e saturado que permitem o
cálculo do volume úmido. Há também uma relação entre o calor úmido e umidade.
A seguir, veremos a utilização da carta psicrométrica.
A Figura 4 representa a carta psicrométrica e será utilizada para apresentar sua
utilização. Tomaremos como exemplo ar insaturado com temperatura T1 e umidade
porcentual Hp. O ponto a representa, na carta psicrométrica, esse ar. Ele é obtido pela
interseção entre a linha de temperatura constante T1 e a linha de umidade porcentual
constante Hp (%). Para a determinação do ponto a, outras variáveis poderiam ser fornecidas,
como, por exemplo, as temperaturas de bulbo seco e úmido, ou ainda outras que pudessem
definir um ponto no diagrama. A umidade H desse ar corresponde ao ponto b. O ponto de
orvalho é obtido seguindo-se a linha de umidade constate que passa por a, até o ponto c, na
linha de umidade porcentual igual a 100 %, pois o ponto de orvalho corresponde a uma
situação de saturação. O ponto de orvalho (temperatura) é lido no ponto d, no eixo de
temperaturas.
A temperatura de saturação adiabática corresponde à reta que passa pelo ponto a
chegando até a umidade porcentual 100 % no ponto e. O valor da umidade de saturação
adiabática, Hsa, é obtido pelo ponto f. A temperatura de saturação adiabática é obtida no
ponto g e corresponde à temperatura Tsa.
Se o ar original - ponto a - sofrer um processo de saturação a temperatura constante, a
umidade de saturação será encontrada seguindo uma reta de temperatura constante, passando
por a, até o ponto h, na linha de umidade porcentual 100%. O valor da umidade de saturação
é lido no ponto j. Do que foi apresentado até aqui, nota-se que há várias maneiras de se
saturar uma mistura gás-vapor.
15

Figura 4 – Utilização da carta psicrométrica (McCabe, Smith e Harriott)

O volume úmido do ar original é obtido localizando-se os pontos k e l, nas curvas de


volume de ar saturado e volume de ar seco, respectivamente. O ponto m é obtido medindo-se
uma distância (Hp/100)lk, a partir do ponto l, sendo lk o segmento de reta entre os pontos l e
k. O volume úmido é dado pelo ponto n na escala de volume.
O calor úmido é obtido localizando-se o ponto o, interseção da linha de umidade
constante que passa por a e a linha de calor úmido. A leitura do calor úmido cs será feita no
ponto p, na escala de calor úmido, localizada na parte superior da figura
.
Aplicação 1: Utilização da carta psicrométrica
A temperatura de bulbo seco (tbs) do ar é 55o C e a temperatura de bulbo úmido (tbu) é 40o C.
Determinar:
a) ponto de orvalho f) a umidade de saturação adiabática
b) a umidade absoluta g) calor úmido
c) a umidade de saturação a 55o C h) volume úmido
d) a umidade porcentual i) a umidade relativa
e) a temperatura de saturação adiabática

Aplicação 2:
300 m3/min de ar a 25°C e 70% de umidade porcentual são misturados com120 m3/min de ar
a 35°C e 20% de umidade porcentual, ambos a 1 atm. Calcular a temperatura e a umidade
relativa do ar após a mistura.
O ar produzido anteriormente deve ser aquecido em um trocador de calor até 70° C, em
seguida passa por um secador onde retira umidade de um sólido saindo a 55° C, esta última
etapa ocorre adiabaticamente. Qual a umidade do ar na saída do processo?
16

EXERCÍCIOS

1- A temperatura de bulbo seco do ar é de 64o C e a de bulbo úmido 40o C. Determinar:


a) umidade absoluta e) ponto de orvalho
b) umidade porcentual f) umidade relativa
c) umidade de saturação à 64o C g) volume úmido
d) umidade de saturação adiabática h) calor úmido

2- Temos uma mistura gás-benzeno saturada a 1 atm e 50o C. Calcular a umidade absoluta
se o gás é:
a) Nitrogênio b) Dióxido de carbono
Resp. a) 1,579 kg benzeno/kg N2; b)1,005 kg benzeno/kg CO2

3- Calcular a umidade do ar com ponto de orvalho –15o C e pressão de 700 mm Hg. Qual
será sua umidade relativa após ser aquecido até 20o C?
Resp. H= 0,0013 kg água/kg de ar seco; Hr = 8,2%

4- Em uma coluna de enchimento estão entrando ar com temperatura de bulbo seco de 50o C
e bulbo úmido de 20o C, a uma vazão de 200 kg de ar seco/min e água a uma vazão de 50
kg/min. O ar sai saturado a 40o C. Qual a vazão de água na saída? Se o ar entrasse totalmente
seco qual seria a vazão de água na saída?
Resp. 40,8 kg de água/min; 40,2 kg de água/min

5- Ar com tbs= 25o C e tbu = 20o C passa por um trocador de calor onde é aquecido até 88o C,
em seguida passa por um equipamento onde sofre um resfriamento adiabático saindo a 70o C.
Obter:
a) a umidade do ar na saída do processo b) o ponto de orvalho na saída do processo c) a
tbu do ar na saída do trocador
Resp. a) 0,019 kg de água/kg de ar seco; b) 24,5 °C; c) 88° C

6- Deseja-se instalar um sistema de condicionamento de ar capaz de renovar completamente


o ar de um laboratório a cada 20 minutos, sem haver recirculação. O laboratório tem 4x10x3
m. O ar injetado no laboratório deve estar a 20o C e com Hp =40%. O condicionador aspira o
ar externo, refrigera-o, separa a umidade condensada e reaquece-o através de resistências.
Determinar:
a) a vazão mássica de ar injetado pelo condicionador e até que temperatura esse ar deve ser
resfriado quando o ar externo estiver a 40o C e com Hp=90%.
b.1) quantas toneladas de refrigeração são necessárias dissipar (1 ton. refrig.= 0,84 kcal de
calor removido/s b.2) potência a ser fornecida às resistências.
Resp. a) 7,14 kg de ar seco/min; 8,8° C; b.1) 4,22 ton de refrig. b.2) 22,48 kcal/min

7- Água a 18o C (temperatura média) flui no interior de um tubo horizontal com diâmetro
nominal de 2 polegadas "Schedule"40, com velocidade de 8 ft/s. Este tubo passa por um
ambiente cuja temperatura é 32o C. A umidade do ar deste ambiente é 0,0209 kg água/kg ar
seco. O coeficiente de transmissão de calor ha (engloba convecção e radiação) é 5 kcal/h m2
o
C. Determinar se a umidade condensará ou não na superfície externa do tubo.
Resp. Haverá condensação

8- Calcular a umidade do ar em equilíbrio com uma solução de NaOH 50% à 20o C.


Resp. 0,00074 kg de água/kg de ar seco
17

9- Em um recipiente a 1 atm tem-se 1 m3 de ar nas condições abaixo:


a) Absolutamente seco e com tbs =20o C
b) tbs =20o C e tbu =15o C
Se adicionarmos 20g de água à mesma temperatura do ar, para os 2 casos acima, toda água
evaporará? Em caso negativo quanto restará? Considere que a pressão e o volume não se
alteram.
Resp. a) Não, restará 2,3 g b) Não, restará 13,2 g

10- Ar úmido a 38o C e Hp = 45% é aquecido até 86o C. Qual a quantidade de calor que deve
ser adicionada por metro cúbico de ar úmido inicial?
Resp. 13,16 kcal/m3 de ar úmido

11- Em um secador adiabático deve-se retirar 100 kg/h de água de um sólido, utilizando-se ar
quente com tbs = 80°C e tbu = 30°C. A pressão de operação é de 740 mm Hg. Na saída do
secador o ar está a 32°C. Calcular:
a) o volume do ar na entrada do secador (vazão vulumétrica)
b) a temperatura do ponto de orvalho do ar na saída do secador
Resp. a) 5141 m3 ar úmido/h; b) 29,5° C

BIBLIOGRAFIA

Brown, G.G et al. – Ingeniería Química, Editorial Marin, Barcelona 1955.


Badger, W.L & Banchero, J.T. – Introduction to Chemical Engineerring, McGraw-Hill 1955
Keey, R. B. – Introduction to Industrial Drying Operations, Pergamon Press, 1978
McCabe, W.L., Smith, J.C. & Harriott, P. – Unit Operation of Chemical Engineering,5 ed.,
McGraw-Hill 1993.
Perry – Manual de engenharia química, 5a ed., Guanabara Dois.
18

ANEXO 1
Tabela A1.1a – Pressão de vapor da água (intervalo de –15 a 49,9°C) (Perry)
mm de Hg
T(°C) 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
-15 1,436 1,425 1,414 1,402 1,390 1,379 1,368 1,356 1,345 1,334
-14 1,560 1,547 1,534 1,522 1,511 1,497 1,485 1,472 1,460 1,449
-13 1,691 1,678 1,665 1,651 1,637 1,624 1,611 1,599 1,585 1,572
-12 1,834 1,819 1,804 1,790 1,776 1,761 1,748 1,734 1,720 1,705
-11 1,987 1,971 1,955 1,939 1,924 1,909 1,893 1,878 1,863 1,848
-10 2,149 2,134 2,116 2,099 2,0842 2,067 2,050 2,034 2,018 2,001
-9 2,326 2,307 2,289 2,271 2,254 2,236 2,219 2,201 2,184 2,167
-8 2,514 2,495 2,475 2,456 2,434 2,418 2,399 2,380 2,362 2,343
-7 2,715 2,695 2,674 2,654 2,633 2,613 2,593 2,572 2,533 2,533
-6 2,931 2,909 2,887 2,866 2,843 2,822 2,800 2,778 2,757 2,736
-5 3,163 3,139 3,115 3,092 3,069 3,046 3,022 3,000 2,976 2,955
-4 3,410 3,384 3,359 3,334 3,309 3,284 3,259 3,253 3,211 3,187
-3 3,673 3,647 3,620 3,593 3,567 3,540 3,514 3,487 3,461 3,436
-2 3,956 3,927 3,898 3,871 3,841 3,813 3,785 3,757 3,730 3,702
-1 4,258 4,227 4,196 4,165 4,135 4,105 4,045 4,045 4,016 3,986
-0 4,579 4,546 4,513 4,480 4,448 4,416 4,385 4,353 4,320 4,289
0 4,579 4,613 4,647 4,681 4,715 4,750 4,785 4,820 4,855 4,890
1 4,926 4,962 4,998 5,034 5,070 5,107 5,144 5,181 5,219 5,256
2 5,294 5,332 5,370 5,408 5,447 5,486 5,525 5,565 5,605 5,645
3 5,685 5,725 5,766 5,807 5,848 5,889 5,931 5,973 6,015 6,058
4 6,101 6,144 6,187 6,230 6,274 6,318 6,363 6,408 6,453 6,498
5 6,543 6,589 6,635 6,681 6,728 6,775 6,822 6,869 6,917 6,965
6 7,013 7,062 7,111 7,160 7,209 7,259 7,309 7,360 7,411 7,462
7 7,513 7,565 7,617 7,669 7,722 7,775 7,828 7,882 7,936 7,990
8 8,045 8,100 8,155 8,211 8,267 8,323 8,380 8,437 8,494 8,551
9 8,609 8,668 8,727 8,786 8,845 8,905 8,965 9,025 9,086 9,147
10 9,209 9,271 9,333 9,395 9,458 9,521 9,585 9,649 9,714 9,779
11 9,844 9,910 9,976 10,042 10,109 10,176 10,244 10,312 10,380 10,449
12 10,518 10,588 10,658 10,728 10,799 10,870 10,941 11,013 11,085 11,158
13 11,231 11,305 11,379 11,453 11,528 11,604 11,680 11,756 11,833 11,910
14 11,987 12,065 12,144 12,223 12,302 12,382 12,462 12,543 12,624 12,706
15 12,788 12,870 12,953 13,037 13,121 13,205 13,290 13,375 13,461 13,547
16 13,634 13,721 13,809 13,898 13,978 14,076 14,166 14,256 14,347 14,438
17 14,530 14,622 14,715 14,809 14,903 14,997 15,092 15,188 15,284 15,380
18 15,477 15,575 15,673 15,772 15,871 15,971 16,071 16,171 16,272 16,374
19 16,477 16,581 16,685 16,789 16,894 16,999 17,105 17212 17,319 17,427
20 17,535 17,644 17,753 17,863 17,974 18,085 18,197 18,309 18,422 18,536
21 18,650 18,765 18,880 18,996 19,113 19,231 19,349 19,468 19,587 19,707
22 19,827 19,948 20,070 20,193 20,316 20,440 20,565 20,690 20,815 20,941
23 21,068 21,196 21,324 21,453 21,583 21,714 21,845 21,977 22,110 22,243
24 22,377 22,512 22,648 22,785 22,922 23,060 23,198 23,337 23,476 23,616
25 23,756 23,897 24,039 24,182 24,326 24,471 24,617 24,764 24,912 25,060
26 25,209 25,359 25,509 25,660 25,812 25,964 26,117 26,271 26,426 26,582
27 26,739 26,897 27,055 27,214 27,374 27,535 27,696 27,858 28,021 28,185
28 28,349 28,514 28,680 28,847 29,015 29,184 29,354 29,525 29,697 29,870
29 30,043 30,217 30,392 30,568 30,745 30,923 31,102 31,281 31,461 31,642
30 31,824 32,007 32,191 32,376 32,526 32,747 32,934 33,122 33,312 33,503
31 33,695 33,888 34,082 34,276 34,471 34,667 34,864 35,062 35,261 35,462
32 35,663 35,865 36,068 36,272 36,477 36,683 36,891 37,099 37,308 37,518
33 37,729 37,942 38,155 38,369 38,584 38,801 39,018 39,237 39,457 39,677
34 39,898 40,121 40,344 40,569 40,796 41,023 41,251 41,480 41,710 41,942
35 42,175 42,409 42,644 42,880 43,117 43,355 43,595 43,836 44,078 44,320
36 44,563 44,808 45,054 45,301 45,549 45,799 46,050 46,302 46,556 46,811
37 47,067 47,324 47,582 47,841 48,102 48,364 48,627 48,891 49,157 49,424
38 49,692 49,961 50,231 50,502 50,774 51,048 51,323 51,600 51,879 52,160
39 52,442 52,725 53,009 53,294 53,580 53,867 54,156 54,446 54,737 55,030
40 55,324 55,61 55,91 56,21 56,51 56,81 57,11 57,41 57,72 58,03
41 58,34 58,65 58,96 59,27 59,58 59,90 60,22 60,54 60,86 61,18
42 61,50 61,82 62,14 62,47 62,80 63,13 63,46 63,79 64,12 64,46
43 64,80 65,14 65,48 65,82 66,16 66,51 66,86 67,21 67,56 67,91
44 68,26 68,61 68,97 69,33 69,69 70,05 70,41 70,77 71,14 71,51
45 71,88 72,25 72,62 72,99 73,36 73,74 74,12 74,50 74,88 75,26
46 75,65 76,04 76,43 76,82 77,21 77,60 78,00 78,40 78,80 79,20
47 79,60 80,00 80,41 80,82 81,23 81,64 82,05 82,46 82,87 83,29
48 83,71 84,13 84,56 84,99 85,42 85,85 86,28 86,71 87,14 87,58
49 88,02 88,46 88,90 89,34 89,79 90,24 90,69 91,14 91,59 92,05
19

Tabela A1.1b – Pressão de vapor da água (intervalo de 50 a 109°C)


mm de Hg
T(°C) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
50 92,51 97,20 102,09 107,20 112,51 118,04 123,80 129,82 136,08 142,60
60 149,38 156,43 163,77 171,38 179,31 187,54 196,09 204,96 214,17 223,73
70 233,7 243,9 254,6 265,7 277,2 289,1 301,4 314,1 327,3 341,0
80 355,1 369,7 384,9 400,6 416,8 433,6 450,9 468,7 487,1 506,1
90 525,76 527,76 529,77 531,78 533,80 535,82 537,86 539,90 541,95 544,0
91 546,05 548,11 550,18 552,26 554,35 556,44 558,53 560,64 562,75 564,87
92 566,99 569,12 571,26 573,40 575,55 577,71 579,87 582,04 584,22 586,41
93 588,60 590,80 593,00 595,21 597,43 599,66 601,89 604,13 606,38 608,64
94 610,90 613,17 615,44 617,72 620,01 622,31 624,61 626,92 629,24 631,57
95 633,90 636,24 638,59 640,94 643,30 645,67 648,05 650,43 652,82 655,22
96 657,62 660,03 662,45 664,88 667,31 669,75 672,20 674,66 677,12 679,69
97 682,07 684,55 687,04 689,54 692,05 694,57 697,10 699,63 702,17 704,71
98 707,27 709,83 712,40 714,98 717,56 720,15 722,75 725,36 727,98 730,61
99 733,24 735,88 738,53 741,18 743,85 746,52 749,20 751,89 754,58 757,29
100 760,00 762,72 765,45 768,19 770,93 773,68 776,44 779,22 782,00 784,78
101 787,57 790,37 793,18 796,00 798,82 801,66 804,50 807,35 810,21 813,08

1- Tetracloreto de carbono CCl4 8- n-propanol C3H8O


2- Metanol CH4O 9- isobutanol C4H10O
3- Disulfeto de carbono CS2 10- Benzeno C6H6
4- Tricloroetileno C2HCl3 11-Ciclohexano C6H 12
5- 1,1,2,2-Tetracloroetano C2H2Cl 12- Tolueno C7H8
6- Etanol C2H6O 13- n-Heptano C7H16
7- Acetona C3H6O 14- n-Octano C8H18
Figura A1.1 – Pressão de vapor de alguns solventes (Keey)
20

Tabela A1.2- Propriedades termofísicas de alguns solventes orgânicos (Keey)


Substância Massa cpL a T λ a T cpv a T Tc
-1 -1 -1 -1 -1
molecular (kJ kg K ) (kJ kg ) (kJ kg K ) (°C)
(g/mol) (°C) (°C)
(°C)
1- Tetracloreto de carbono 153,84 0,845 20 217,9 0 0,552 30 283,15
CCl4
2- Metanol CH4O 32,04 2,50 18,8 1200 20 0,7611 40-110 240
3- Disulfeto de carbono CS2 76,14 0,96 0 373,8 0
4- Tricloroetileno C2HCl3 131,39 0,96 20 236 20 0,561 30
5- 1,1,2,2-Tetracloroetano 167,86 1,113 16 230,3 20
C2H2Cl
6- Etanol C2H6O 46,07 2,52 30 938,1 20
7- Acetona C3H6O 58,08 2,15 17-20 555,6 27,5 1,216 40-110 243,1
8- n-propanol C3H8O 60,09 2,28 0 753,5 20 1,452 26-110 235
9- isobutanol C4H10O 74,12 2,52 30 577,7 106,9 256
10- Benzeno C6H6 78,11 1,73 26,8 432,6 20 1,060 27 288,6
11-Ciclohexano C6H 12 84,16 392,5 25
12- Tolueno C7H8 92,13 1,62 0 427,2 26,87 320,6
13- n-Heptano C7H16 100,19 2,223 20 391,6 0 266,9
14- n-Octano C8H18 114,22 2,20 25,1 358,2 0 1,656 27 296,2
21
ANEXO 2

Figura A2.1 – Carta Psicrométrica para o sistema ar-vapor de água a 1 atm.


22

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