Hormonas Vegetais

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Hormonas vegetais

Em resposta a estímulos externos todos os seres vivos, incluindo as plantas executam uma
série de movimentos. Estes estímulos podem ser muito variados como por exemplo: a luz,  a
gravidade, a água, o fotoperíodo, a temperatura ou apenas o toque mecânico (contato).

A resposta aos estímulos originam movimentos que podem ser direcionados ao estímulo,  
designam-se por TROPISMOS e podem ser positivos (mesma direção e mesmo sentido),ou
negativos (mesma direção mas sentidos contrário). Outras respostas podem originar
movimentos que não se direcionam para o estímulo, designam-se por NASTIA.

Exemplos destes movimentos.

GRAVIDADE: As raízes das plantas crescem em direção ao interior da Terra. É um movimento


que está relacionado com a gravidade, é um gravitropismo positivo. No entanto os caules
deslocam-se em sentido contrário, logo têm gravitropismo negativo (movimento que contraia
a ação da gravidade). Gravitropismo é o mesmo que geotropismo.

LUZ: muitas plantas respondem à luz direcionando os seu caules para este estímulo, é um
fototropismo positivo, no entanto as suas raízes afastam-se da luz, é um fototropismo
negativo.

Um exemplo de FOTONASTIA é quando algumas plantas durante a noite enrolam as suas


folhas (fecham) e de dia abrem-nas.

TOQUE MECÂNICO: quando observamos uma trepadeira a enrolar-se a um objeto ou mesmo a


outra planta, significa que a trepadeira movimentou-se ao tocar  no objeto ou planta suporte.
Um outro exemplo deste movimento é o das plantas carnívoras. Estamos a falar
de TIGMOTROPISMO.

QUADRO SÍNTESE DAS PRINCIPAIS RESPOSTAS DAS PLANTAS A ESTÍMULOS AMBIENTAIS

ESTÍMULO TROPISMO NASTIA


LUZ FOTOTROPISMO FOTONASTIA
TEMPERATURA TERMOTROPISMO TERMONASTIA
ÁGUA HIDROTROPISMO HIDRONASTIA
GRAVIDADE GRAVITROPISMO ------------
TOQUE TIGMOTROPISMO TIGMONASTIA
QUÍMICO QUIMIOTROPISMO QUIMIONASTIA

Os movimentos das plantas ocorrem em diversos órgãos como sejam: os caules, as folhas, as
raízes, as flores...

EM RESPOSTA AOS ESTÍMULOS EXTERNOS AS PLANTAS PRODUZEM SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS


QUE ATUAM EM CÉLULAS-ALVO, AS FITO-HORMONAS.  AS RESPOSTAS PODEM SER DE
ANATÓMICAS, FISIOLÓGICAS E COMPORTAMENTAIS, tal como nos animais.

AÇÃO DAS HORMONAS NO DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS

Experiência de Charles e Francis Darwin (1880)

Com o objetivo de estudar o efeito da luz no crescimento das plantas, colocaram várias
plântulas (embrião que está contido na semente e começa a germinar) na terra. Numa
meteram uma cápsula transparente, noutra uma capa opaca, uma outra cortaram o ápice
do coleóptilo ( primeira porção da plântula que emerge do solo e pode ser sensível à luz) e
por fim, uma plântula intata.

 
retirado de http://fisiologiavegetal.webnode.com.br/movimentos-vegetais/

Verificaram que a plântula da cápsula opaca e a do ápice removido, cresceram na vertical, a


da cápsula transparente e a intata curvaram-se na direção da luz.

Com esta experiência concluíram  que a curvatura das plântulas dá-se porque é enviada
uma mensagem do ápice para a parte inferior do coleóptilo.

Darwin e o seu filho deram início ao estudo das FITO-HORMONAS (fitormonas) e muitos
outros investigadores lhe deram seguimento. Estes estudos permitiram que os cientistas
concluíssem que as células do coleótpilo produzem uma substância química que se
movimenta para a sua base e que estimula o seu crescimento. A substância é a AUXINA
(ácido indolacético -IAA).

O que são

Os hormônios vegetais, também conhecidos como fitormônios, são compostos orgânicos


produzidos pelas plantas e desempenham funções fundamentais no seu crescimento e
desenvolvimento.
 
Esses hormônios estão presentes em pequenas quantidades e são produzidos nos tecidos
vegetais.
 
Os hormônios vegetais (quais são)

Auxinas

São produzidos vários tipos de auxinas pelas plantas. Estas auxinas desempenham
diversas funções na fisiologia do vegetal.
 
Principais funções das auxinas:
 
- Crescimento do caule e da raiz - ocorre através do processo de alongamento das células
vegetais. Quando a planta apresenta baixa quantidade de auxinas, suas raízes podem
crescer, porém o caule não se desenvolve. Já a alta concentração de auxinas pode
provocar o crescimento do caule, deixando as raízes pouco desenvolvidas.
 
- Dominância apical – auxinas fabricadas pelo meristema apical do caule diminuem a
atividade das gemas axilares que ficam perto do ápice. Quando a gema apical é extraída
da planta, ocorre o surgimento de ramos, folhas e flores laterais.
 
- Tropismos – as auxinas atuam no controle dos tropismos (movimentos relacionados ao
crescimento das plantas de acordo com estímulos da natureza). Exemplo: fototropismo
(movimento das plantas em reação aos estímulos luminosos).
 
- Produção e desenvolvimento de frutos – as auxinas são produzidas nas sementes,
possibilitando a formação dos frutos pelo ovário.
 
- Queda de folhas velhas – como apresentam baixa concentração de auxinas, as folhas
velhas caem da planta.
 
- Formação de raízes – são as raízes que brotam na base do caule. Este processo é
gerado pela presença das auxinas.
 
Citocininas

São os hormônios vegetais fabricados nas raízes e transportados para todo o corpo do
vegetal. Atuam na diferenciação e divisão das células vegetais, desenvolvimento das
raízes e das gemas laterais. Estes hormônios também são importantes para atrasar o
envelhecimento do vegetal.
 
Giberelinas
 
São fabricadas nos meristemas, folhas novas e frutos das plantas. A função destes
hormônios é estimular o alongamento e divisão da célula vegetal. Agem também na
produção de flores, desenvolvimento das folhas e germinação das sementes.
 
Etileno
 
Este fitormônio é um gás fabricado em diversas partes da planta. Atua no amadurecimento
dos frutos e no processo de perdas das folhas dos vegetais.
 
Ácido Abscísico

Hormônio fabricado pelas folhas, caule e ápice radicular das plantas. É muito importante
para o desenvolvimento do caule. É responsável também pela inibição da germinação de
sementes. Em casos de estresse hídrico (falta de água), este hormônio realiza vários
processos na planta fazendo com que esta possa diminuir a perda de água, mantendo
assim a hidratação necessária para sua sobrevivência.

Hormonas Vegetais (Fito-hormonas)


Perguntamo-nos como se dá o crescimento das plantas…

A resposta é simples. Graças a estímulos como a luz, a gravidade ou contacto


com outras plantas ou objectos as plantas, executam uma variedade de
movimentos. Através dos movimentos e experiências pode-se chegar a
conclusão da existência de hormonas vegetais.

Definem-se hormonas vegetais ou fito-hormonas, por substâncias


orgânicas, que actuam em quantidades diminutas, sintetizadas em certas zonas
da planta, podendo ser transportadas para outros locais, onde poderão provocar
varias reacções.

 
Desenvolvimento
Dá-se o nome de coleóptilo a primeira porção de planta que aparece à
superfície do solo. Este desenvolve-se segundo a luz. Se a sua intensidade for
constante, a planta irá-se desenvolver na vertical, se for iluminada lateralmente
os coleóptilos irão crescer na direcção da luz, curvando-se.

Experiência de Charles e Francis Darwin

Em 1880, Charles Darwin e seu filho (Francis) dedicaram-se ao estudo das


plantas e realizaram experiências a fim de estudar o crescimento das plantas a
luz, pelo que dispuseram de variadas plântulas e numa delas colocaram um
“capuz” transparente, noutra, um capuz opaco, outra ficou sem qualquer coisa a
cobrir, e sem o ápice e finalmente uma plântula intacta.

Definição de Plantula de planta

s. f., Embrião contido na semente, que começa a desenvolver-se pela


germinação.

Observaram que a que tinha o capuz opaco e a plântula com o ápice removido e
sem nada a cobrir, cresceram na vertical, já a coberta por um capuz
transparente e a intacta curvaram-se na mesma direcção da luz.

Poderam então concluir que a curvatura das plântulas dá-se devido a uma
mensagem transmitida do ápice para a parte inferior do coleóptilo.

Em 1910, Boysen-Jensen ao recolocar o ápice sobre o coleóptilo decapitado com


uma lâmina de gelose entre eles, observou-se a curvatura da planta,
distinguindo assim a importância química do sinal que ápice transmite.

Páal baseando-se nesta experiência coloca o ápice cortado ao lado do coleóptilo


decapitado e observa a curvatura na plântula mesmo iluminada por uma luz
uniforme.

Na década do século XX, Went colocou ápices sobre um bloco de gelose durante
horas. A seguir pôs em contacto, uma porção do bloco de gelose, em metade
dos cleóptilos decapitados, observando assim a curvação da planta pelo lado
oposto do bloco. Pôde então concluir que o ápice continha hormonas que era
transmitidas à gelose e que posteriormente para era transmitidas aos
coleóptilos.

Conclusões:
O ápice do coleóptilo controla o crescimento e a resposta da plântula em relação
à luz.

A curvatura dá-se devido a uma hormona elaborada no ápice do coleóptilo, que


atinge uma zona inferior que cresce, curvando-se em relação a luz lateral.

Went deu o nome de auxina á tal hormona (responsável pelo alongamento das
células ).

O crescimento da plântula dá-se devido a desigual repartição de auxina e pode


ser explicado pelo facto da auxina chegar em maior quantidade á zona não
iluminada, pois as células desta possuem maior alongamento.

Com a descoberta das auxinas pôde-se identificar outras hormonas como as


giberelinas e o etileno.

Os efeitos das hormonas dependem do local de acção, do estado de


desenvolvimento da planta e da concentração da hormona.

Auxinas

. Estimulam o alongamento celular;

. Estimulam a formação de raízes;

. Intervêm na floração e frutificação em certas plantas;

. Induzem a partenocarpia (fecundação);

Giberilinas

. Estimulam o crescimento das plantas;

. Actuam sobre o alongamento dos órgãos;

. Promovem a partenocarpia (fecundação) em algumas espécies;

. Interrompem a dormência de sementes e gomos em algumas espécies;

Citocininas

. Promovem a iniciação celular e a proliferação dos gomos;

. Inibem a formação de raízes;


. Retardam a queda das folhas

. Estimulam a germinação das sementes;

. Induzem a partenocarpia (fecundação);

Ácido Abscísico

. Promove a abcisão (caída) de folhas e frutos;

. Promove a dormência e inibe a germinação das sementes;

. Atrasa o crescimento e a senescência (envelhecimento);

Etileno

. Acelera o amadurecimento dos frutos e a abcisão (queda) de folhas e frutos;

Da interacção destas hormonas resultam as células-alvo. Após a dita interacção


as hormonas são degradadas.

Processo de floração
Muitos botânicos tem vindo a explorar a floração das plantas superiores Esta
está relacionada com a duração relativa do dia natural e da noite, denominando-
se fotoperíodo o número de horas de iluminação diária. (Ex: germinação de
sementes - e controlada pelo fotoperíodo, ocorrendo em momentos específicos
do ano.)

Uma das reacções fotoperiódicas mais óbvias é a produção de flores. As plantas


foram divididas em 3 grupos visto que cada uma responde de diferente modo ao
fotoperíodo. São elas:

1. Plantas de dia longo (ex. milho, centeio) – Espécies que florescem somente
quando o período escuro do dia torna-se menor, ou seja quando as noites
são curtas e os dias são longos. (Verão e Primavera).

2. Plantas de dia curto (ex. morangueiro, macieira…) – Espécies que florescem


somente quando o período escuro do dia torna-se maior, ou seja quando as
noites são longas e os dias são curtos (inicio da Primavera).

3. Plantas indiferentes (ex. Cravo, Sardinheira, Malmequeres…) - São


tolerantes em relação ao fotoperíodo pelo que florescem em qualquer época.

 
Através de variadas experiências pôde-se concluir, na década de 40 do século
XX que o que controlava a floração era a duração do período de obscuridade
pelo que:

. As plantas de dia longo passaram a ser chamadas de plantas de noite curta.

. As plantas de dia curto passarem a ser chamadas de plantas de noite longa.

O período crítico de obscuridade é entendido pela duração mínima ou máxima de


obscuridade para o inicio da floração.

O tempo de obscuridade influencia tanto a floração de plantas de noite curta


como as de noite longa.

As plantas de noite curta requerem um período de obscuridade menos que a


duração do período crítico, enquanto que as plantas de noite longa requerem um
período de obscuridade ininterrupto maior do que o período critico de
obscuridade.

Se interrompermos o período de obscuridade numa planta de noite longa antes


de ter atingido o período critico, a floração fica inibida.

Se houver luz breve num período de obscuridade, as plantas de noite curta


podem florescer no Inverno.

Pode então dizer-se que nas plantas de noite curta:

. A floração ocorre quando a duração da noite é igual ou inferior ao período


critico de obscuridade;

. O período crítico de obscuridade marca um numero máximo de horas de


obscuridade continua para as plantas florescerem.

Nas plantas de noite longa:

. A floração ocorre quando a duração da noite é igual ou maior que o período


critico de obscuridade;

. O período crítico de obscuridade marca um numero mínimo de horas de


obscuridade continua para as plantas florescerem.

A resposta da floração relativamente ao fotoperiodo influencia a distribuição


geográfica das plantas. Pelo facto dos investigadores não acharem uma única
hormona da floração deduz-se que a floração dá-se com a variação de
quantidade de variadas hormonas. Enquanto que as plantas de noite curta
florescem com o auxílio de giberelinas, as de noite longa são tratadas com
etileno. Conclui-se então que há um número de substâncias que podem inibir ou
promover a floração das plantas.

Aplicação das fito-hormonas para fins económicos.


Devido ás propriedades descobertas pelos botânicos a nível bioquímico, nas fito-
hormonas, seguiu-se um estudo sobre compostos orgânicos de que elas eram
constituídas. Estes compostos orgânicos serviram para sintetizar substâncias
quimicamente idênticas às diversas hormonas vegetais, logo com os mesmos
efeitos que elas.

Estas substâncias são chamadas de reguladores de crescimento e utilizam-se em


variados sectores ligados á produção, armazenamento e distribuição de
alimentos de natureza vegetal.

As hormonas sintéticas são aplicadas, tendo em conta a sua acção, no sentido


de maior produtividade e de maiores lucros.

Hormonas Algumas funções

. Incita o exórdio  da floração em plantações, por exemplo, a


abóbora.

. Faz com que os frutos que são colhidos ainda verdes


Etileno
amadureçam (estes são conservados numa atmosfera rica
em dióxido de carbono e a uma temperatura próxima da
congelação).

. Impossibilitam a produção de gomos laterais. (ex. batata,


são chamados de “olhos”.)

. Diligenciam a formação de raízes em estacas e um floração


Auxinas
e frutificação uniforme nos pomares.

. Suprimem o desenvolvimento de ervas daninhas em


culturas de cereais (monda química).

. Fazem com que a floração de algumas plantas ornamentais


progrida mais rapidamente.

. Controlam o tamanho dos caules.


Giberelinas
. Estimulam a germinação de sementes. (Ex. cereais)

. Aumentam o tamanho e a separação das bagas nos cachos


de uva.

 
A síntese destas hormonas veio dar asa a uma nova fase a nível económico pois
foi possível a produção de alimentos vegetais para alimentação e ornamentação
mesmo não havendo clima propício para tal.

No entanto a utilização deste químicos em excesso torna-se nociva á saúde, não


só na sua produção como também na aplicação.

Ex:

Durante a guerra do Vietname foram utilizadas diversas hormonas para diminuir


a densidade da folhagem, os chamados desfolhantes.

Como resultado desta utilização não só surgiram problemas ambientais (perda


da floresta tropical) como também problemas de saúde como cancro,
nascimento de crianças com deficiências e leucemia. O uso destes produtos foi
proibido no ano de 1977.

Este exemplo é mais um que nos demonstra a necessidade de toda a tecnologia


ser testada devidamente antes de aplicada ao mundo real.

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