Fiscal Risks SOEs Penicela
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DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
As EPs podem ser uma fonte riscos para as finanças públicas. Apesar desses
riscos serem particularmente evidentes quando as metas fiscais sao computadas
considerando o sector público na sua globalidade (i.e. incluindo as empresas
públicas), eles estão também presentes quando as metas fiscais cobrem apenas
o Sector Público administrativo pois as finanças das empresas públicas podem
ter, e efectivamente muitas tem tido, repercurssões negativas sobre as finanças
do Governo.
Este nivel relativamente alto de risco associado as EPs decorre do facto de que
ao invés de impor sobre elas um limite orçamental rígido, os Governos permitem
às EPs um Limite Orçamental Flexível (LOF) enquadrado num contexto de uma
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sistemática interferência política dos Governos sobre a Gestão Corporativa das
EPs. O LOF traduz uma incapacidade do Governo de credivelmente
comprometer-se em não resgatar (por vias directas ou indirectas de apoio),
as Empresas públicas ou participadas pelo Estado ou seja, em outras palavras
o LOF é a possibilidade que as EPs tem de executar despesas para além do
fixado no seu Orçamento.
O conceito de LOF foi pela primeira vez desenvolvido por J. Kornai em 1992 para
caracterizar as relações entre os Governos e as EPs em economias socialistas
mas a sua aplicação actual é extensível as economias capitalistas.
Existem pelo menos 3 situações que tornam possíveis a ‘flexibilidade’ dos gastos
orçamentais das EPs, sendo por isso fontes de riscos fiscais nas EPs: Operações
quasi-fiscais, Excessiva extracção de recursos das EPs pelos Governos e o Acesso
Preferencial das EPs ao financiamento.
i. Operações quasi-fiscais
As operações quasi-fiscais são um das fontes do risco fiscal nas EPs porque com
o passar do tempo, os encargos não compesados arrastam as Empresas a perdas
e desinvestimento e sobre-endividamento, forçando em ultima instância o
Governo a resgata-las via transferências, injecção de capital ou reestruturação
da dívida.
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Para mitigar esta fonte de risco, os governos devem adoptar medidas que
incluem:
Liberalizar, nos mercados competitivos, os preços dos bens e serviços
prestados pelas EPs, ou fixar, nos mercados monopolísticos ou
oligopóligos, preços regulamentados a níveis que possam permitir que
qualquer empresa eficiente ganhe uma adequada margem de lucro;
Sujeitar as EPs às mesmas leis e regulamentação relativas ao emprego e
custos laborais a que estão sugeitas as empresas privadas do mesmo
ramo;
Limitar o campo de possível interferência política nas operações diárias
das EPs.
Para mitigar esta fonte de risco, os governos devem adoptar um Guião que fixe
as taxas de retorno esperadas das EPs bem como a política de distribuição de
dividendos e reinvestimento na Empresa. Por outro lado as EPs devem estar
sugeitas ao mesmo regime fiscal que as outras firmas que operem no mesmo
ramo.
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recapitalizadas pelo Estado de forma directa (através de Empréstimos do
Tesouro) ou indirecta (através de Empréstimos de Bancos Públicos de Fomento
ou de Desenvolvimento) e por outro lado, o acesso das EPs ao crédito das
instituições privadas é também relativamente mais barato devido a percepção do
mercado financeiro de que as dívidas das EPs são implicitamente garantidas pelo
Estado. Estas condições preferenciais de acesso das EPs a financiamento, podem
encorajar um recurso excessivo a dívida, levando a crises financeiras.