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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Avaliação Conjunta Anual do


Desempenho do Sector de
Saúde - 2011

ACA XI

Relatório Final – Maputo, 02 de Abril de 2012


CONTEÚDO

Abreviaturas ..................................................................................................................................................................................................... iii


Sumário Executivo ......................................................................................................................................................................................... iv
Vista Geral do Desempenho do Sector: Indicadores de QAD Saúde 2011 ............................................................................. 1
Introdução .......................................................................................................................................................................................................... 3
Metodologia ....................................................................................................................................................................................................... 3
A. Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde ..... 4
A.1. Desempenho em relação ao Envolvimento Comunitário – 1ª prioridade do PES-Saúde 2011 .............. 4
A.1.1. Estabelecimento e funcionamento de Comités de Saúde e de Co-Gestão .............................................. 5
A.1.2. Revitalização do Programa dos Agentes Polivalentes Elementares (APEs) ......................................... 6
A.1.3. Educação e comunicação para a Saúde ................................................................................................................. 7
A.1.4. Estado de Operacionalização da Estratégia Nacional de Promoção de Saúde e Estado actual da
estrutura organizacional e Mecanismos de Coordenação ao nível distrital ............................................................... 7
A.2. Desempenho em relação à provisão de serviços de Saúde Materna e da Criança incluindo área de
Nutrição.......................................................................................................................................................................................................... 9
A.2.1. Programa Alargado de Vacinações .......................................................................................................................... 9
A.2.2. Atenção Integrada à Doença da Infância (AIDI) ..............................................................................................11
A.2.3. Nutrição.............................................................................................................................................................................12
A.2.4. Atenção à mulher grávida e Planeamento Familiar ......................................................................................15
A.3. Desempenho em relação ao combate às Grandes Endemias: Malária, Tuberculose e HIV e SIDA ......18
A.3.1. Malária ...............................................................................................................................................................................18
A.3.2. Tuberculose .....................................................................................................................................................................21
A.3.3. HIV e SIDA (Prevenção) .............................................................................................................................................23
A.3.4. HIV e SIDA (Tratamento) ..........................................................................................................................................26
B. Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde ............................................................29
B.1. Desempenho em relação a Planificação, Monitoria e Avaliação, Sistemas de Informação em Saúde e
infra-estruturas (desenvolvimento da rede sanitária e distribuição equitativa de recursos) ..............................29
B.1.1. Planificação, Monitoria e Avaliação incluindo Sistemas de Informação em Saúde .........................30
B.1.2. Desenvolvimento de Infra-estruturas (rede sanitária e distribuição equitativa de recursos) ..33
B.2. Desempenho em relação à Gestão e Logística de Medicamentos.......................................................................35
B.3. Desempenho em relação à Gestão e Formação de Recursos Humanos em Saúde .....................................39
B.3.1. Capacidade da rede de formação inicial e de formação contínua ...........................................................41
B.3.2. Capacidade de gestão de RHS nos diferentes níveis......................................................................................42
B.3.3. Distribuição, motivação e retenção dos RHS ....................................................................................................43
B.4. Desempenho em relação à Gestão Financeira e logística, incluindo Aquisições e Auditorias...............44
B.5. Desempenho dos Parceiros de Apoio Programático ................................................................................................49
C. Recomendações da ACA XI para 2012/2013 .........................................................................................................................51
D. Monitoria de implementação do Memorando de Entendimento ..................................................................................53
Anexo 1 – Recomendações específicas para os Indicadores do QAD ....................................................................................... A
Anexo 2.1 – Matriz de Monitoria do Memorando de Entendimento entre o MISAU e Parceiros ................................ C
Anexo 2.2 – Ponto de situação dos indicadores do “International Health Partnership plus” (IHP+) ......................... F
Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário ... I
Anexo 4 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para Verificação da Qualidade de Dados de três
ACA XI: Conteúdo

Indicadores ........................................................................................................................................................................................................ G

ii
ABREVIATURAS
ACA Avaliação Conjunta Anual MACs Sistema electrónico de gestão de stocks
AIDI Atenção Integrada à Doença da Infância MDR Resistência a Multi-Drogas
APEs Agentes Polivantes Elementares MISAU Ministério da Saúde
ART Anti-Retrovirais MPD Ministério do Plano e Desenvolvimento
ATPU Alimento Terapêutico Pronto para Uso MZM Metical
ATS Aconselhamento e Testagem em Saúde ODM Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
BdPES Balanço do Plano Económico e Social OE Orçamento do Estado
BK Bacilo de koch OMS Organização Mundial de Saúde
CCNS Conselho de Coordenação Nacional de Saúde ONG Organização Não Governamental
CCR Consulta de Criança de Risco PAC Plano de Acção Consolidado
CCS Comité Coordenador de Saúde PARP Plano de Acção para a Redução da Pobreza
CFMP Cenário Fiscal de Médio Prazo PAV Programa Alargado de Vacinações
CFMP Cenário Fiscal de Médio Prazo PCs Parceiros de Cooperação
CIDA Agência Canadiana de Desenvolvimento PES Plano Económico e Social
Internacional PESS Plano Estratégico do Sector Saúde
CLC Conselhos de Líderes Comunitários PF Planeamento Familiar
CMAM Central de Medicamentos e Artigos Médicos PFM Public Financing Mechanism
COEC Cuidados Obstétricos de Emergência Completos PIDOM Pulverização IntraDomciliária
COECER Cuidados Obstétricos de Emergência e Cuidados PMT Praticantes de Medicina Tradicional
Essenciais do Recém-nascido PNCM Programa Nacional de Controlo da Malária
COEmB Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos PNCT Programa Nacional de Controlo da Tuberculose
CPN Consulta Pré-Natal PNDRH Plano Nacional de Desenvolvimento de Recursos
CS Centro de Saúde Humanos
DAF Direcção de Administração e Finanças PNI Plano Nacional Integrado
DANIDA Agência Dinamarquesa de Desenvolvimento PTV Prevenção da Transmissão Vertical
Internacional PVH Pessoa Vivendo com HIV
DEPROS Departamento de Promoção de Saúde QAD Quadro de Avaliação de Desempenho
DF Departamento Farmacêutico RED Estratégia de Alcance de Todos Distritos
DFID Agência Britânica de Desenvolvimento REMTILD Redes Mosquiteiras Tratadas com Insecticida de
Internacional Longa Duração
DIS Departamento de Informação de Saúde RHS Recursos Humanos em Saúde
DNSP Direcção Nacional de Saúde Pública S.I. Sem Informação
DOTS Tratamento sob Observação Directa SAAJ Serviços Amigos do Adolescente e Jovem
DPC Direcção de Planificação e Cooperação SDSMAS Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social
DPS Direcção Provincial de Saúde SIDA Sindroma de Imunodeficiência Adquirida
DPTHepB Vacina Pentavalente anti-Difteria, Pertussis, SIFIn Sistema de Informação da Formação Inicial
HiB Tétano, Hepatite B e Haemófilo Influenza B SIMAM Sistema de Informação de Gestão de
DQS Sistema de Auto-Verificação de Qualidade de Medicamentos e Artigos Médicos
Dados SIS Sistema de Informação de Saúde
DRH Direcção de Recursos Humanos SIS-H SIS para os Hospitais
ENPS Estratégia Nacional de Promoção de Saúde SISTAFE Sistema de Informação de Administração
ESMI Enfermeiras de SMI Financeira do Estado
Fundo Fundo Global para o Combate a SIDA, TB e SMI Saúde Materno-Infantil
Global Malária SNS Serviço Nacional de Saúde
GAAC Grupos de Apoio e Adesão Comunitário SP Sulfadoxina - Pirimetamina
GFP Plano de Acção de Gestão de Finanças Públicas SSR Saúde Sexual e Reprodutiva
GT Grupo Técnico TARV Terapia Anti-Retroviral
GT_PIMA Grupo Técnico de Planificação, Investimentos, TB Tuberculose
M&A TIP Tratamento Intermitente Preventivo
GTAF Grupo Técnico de Administração e Finanças UK Reino Unido
HIV Vírus de Imunodeficiência Humana UNFPA Fundo das Nações Unidades para a População
ICS Instituto de Ciências de Saúde UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
ACA XI: Abreviaturas

IdFs Instituições de Formação US Unidades Sanitárias


IEC Informação, Educação e Comunicação USD Dólar Americano
IHAC Iniciativa Hospital Amigo da Criança VEM Vitais, Essenciais e Necessários
IMEPS Instituto Médio Politécnico de Saúde
INE Instituto Nacional de Estatísticas
ITS Infecções de Transmissão Sexula
M&A Monitoria e Avaliação

iii
SUMÁRIO EXECUTIVO

Graças à grande abertura e liderança do Ministério da Saúde (MISAU), o ano de 2011 foi caracterizado
por uma colaboração construtiva com os Parceiros de Cooperação, que permitiu enfrentar os grandes
desafios sistémicos do sector. No entanto, constata-se ainda um desempenho misto, que necessita de
um maior investimento doméstico para ser melhorado.

Tendo em conta a capacidade institucional limitada do MISAU, principalmente devido à exiguidade


de pessoal qualificado, o desempenho do sector de saúde é de louvar. No ano de 2011 registou-se
um desempenho caracterizado por uma mistura de aspectos positivos e não positivos na área de
Prestação de Serviços devido a uma série de constrangimentos sistémicos, principalmente devido a
rupturas frequentes de vários itens de medicamentos (2ª prioridade do PES 2011) e preocupações
sérias em relação à gestão das finanças públicas (3ª prioridade do PES 2011). A abertura do MISAU
e a liderança do Ministro da Saúde foram determinantes para o estabelecimento dum diálogo
construtivo e permanente com os Parceiros de Cooperação para enfrentar os desafios. Assim,
Recomenda-se que o MISAU e Parceiros de Cooperação intensifiquem mecanismos de advocacia de
modo a se conseguir um maior investimento doméstico financeiro e de recursos humanos para
melhorar o desempenho do MISAU a fim de aproximar ou atingir as metas dos Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio em 2015.
O aspecto central na Avaliação Conjunta Anual (ACA) é o Quadro de Avaliação do Desempenho
(QAD) que se baseia numa lista de indicadores. Mesmo a despeito de certas melhorias na qualidade
de dados, ainda persistem preocupações ao redor da consistência, robustez e plenitude de dados
para o cálculo de vários indicadores.

A determinação do desempenho do sector no âmbito do ACA XI foi baseado na análise e


interpretação conjunta (MISAU e Parceiros de Cooperação) de informação oriunda do QAD (grau de
cumprimento das metas dos indicadores), visitas de campo (impressões sobre o Envolvimento
Comunitário e verificação de qualidade de dados de três indicadores) em três províncias (Nampula,
Zambézia e Maputo província), expansão dos indicadores do IHP+, cumprimento das
recomendações do CCS de Março de 2011, cumprimento da Matriz de Monitoria do Memorando de
Entendimento (MdE) e revisão da Gestão das Finanças Públicas (GFP). Assim, importa destacar que
foram considerados 34 dos 35 indicadores1 do QAD e sugere-se que cada indicador seja
interpretado no contexto de cada área ou programa e deste modo, não se pode julgar o desempenho
do sector mediante a contagem do total de indicadores cumpridos ou não.

No domínio do fortalecimento do sistema de saúde, os principais factores de sucesso foram: (i)


Estreitamento de relações entre o Ministério de Saúde e Parceiros de Cooperação; (ii) Definição de
ferramentas de gestão e monitoria das finanças públicas; (iii) Reorganização dos sistemas de gestão
ACA XI: Sumário Executivo

de stock de medicamentos e suprimentos médicos incluindo redefinição do sistema de logística; e


(iv) Continuidade de expansão da rede sanitária e de requalificação das unidades sanitárias.

1Foi considerado como “Não Aplicável ” a percentagem das recomendações de auditorias do ano n-2 implementadas a nível provincial
(Indicador 31 QAD) dado que as recomendações feitas pela KPMG não discriminam por níveis central e provincial.

iv
As áreas de sucesso (com metas cumpridas) do sector no domínio de provisão de serviços incluem:
(i) Taxas de cobertura vacinal; (ii) Disponibilidade de mais casas de espera da mulher grávida,
resultante da maior participação comunitária; (iii) Terapia antiretroviral para as mulheres; e (iv)
Planeamento familiar.
Os desafios no domínio de provisão de serviços centram-se sobretudo nas áreas que não atingiram
as metas, especificamente: (i) Malária em todas as suas principais intervenções preventivas
(Tratamento Intermitente Preventivo, Redes Mosquiteiras Tratadas com Insecticida de Longa
Duração e Pulverização Intradomiciliária); (ii) Mortalidade institucional por desnutrição grave; (iii)
Provisão de cuidados obstétricos de emergência básicos; (iv) Redução do risco de transmissão do
vírus HIV de mãe para filho; e (v) Massificação de aconselhamento e testagem em HIV para os
adolescentes e jovens. A provisão da terapia antiretroviral para os homens e crianças deve
igualmente merecer maior dinamismo. A robustez dos dados em relação a provisão de cuidados
pré-natais mostra uma situação preocupante e podem por em risco os esforços para a redução da
mortalidade materna, neonatal e infantil.
Um dos três indicadores (vide o Quadro A) que avaliam o desempenho do sector da saúde no
âmbito do quadro do Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARP) 2011 não foi cumprido [%
e (Nº) de mulheres grávidas HIV+ que receberam medicamentos antiretrovirais nos últimos 12
meses para reduzir o risco de transmissão de mãe para o filho]. Assim, chama-se a atenção a
necessidade de redobrar os esforços de modo a massificar o programa de Prevenção da
Transmissão Vertical no âmbito dos compromissos ratificados pelo governo para zero novas
infecções de HIV em recém-nascidos em 2015.
Quadro A - Desempenho dos Indicadores para a Revisão Conjunta
ordem

Indicador de Produto/ Realizado Realizado Realizado Meta


TENDÊNCIA AVALIAÇÃO

Execução 2009 2010 2011 2011

% de crianças menores de um
2 ano de idade completamente 77.0% 71.5% 73.3% 73.0% Estável Cumprido
vacinadas
% e (Nº) de mulheres grávidas
HIV+ que receberam
medicamentos ARV nos últimos 68.0% 69.0% 66.0%
17 81.428 Decrescente Não Cumprido
12 meses para reduzir o risco (68.248) (69.880) (67.379)
de transmissão de mãe para o
filho
Rácio de trabalhadores de
saúde das áreas de medicina,
28 enfermagem e saúde materno- 61 63.4 67 65 Crescente Cumprido
infantil (SMI) por 100.000
habitantes
ACA XI: Sumário Executivo

A seguir são destacadas as principais constatações encontradas durante a execução em 2011 e


recomendações chave para melhorar o desempenho em 2012 e 2013 nos domínios de Sistemas de
Saúde e de Provisão de Serviços.

v
a) Sistemas de Saúde
As fraquezas sistemáticas tiveram reflexos directos nos indicadores contidos na Matriz QAD-Saúde,
especialmente nos indicadores referentes à Prestação de Serviços nas áreas prioritárias. A
implementação do Plano da Central de Medicamentos e Artigos Médicos (CMAM) e do Plano de
Acção Consolidado (PAC) constituem factores de convergência para a melhoria dos vários
processos considerados prioritários no ano 2012. A Revisão do Sector da Saúde (RSS) com forte
enfoque na análise dos seis pilares do desenvolvimento de sistemas iniciou em 2011 e espera-se
que contribua para a formulação e implementação do PESS 2013-2017 com reformas substanciais.

Medicamentos
Um desafio principal afectando o desempenho do sector foi a logística de medicamentos. O sector
enfrentou rupturas frequentes de medicamentos até ao nível dos beneficiários alvos, quantidades
de medicamentos expirados e outros em iminência de expirar foram encontrados nos armazéns,
colocando o sector numa situação de crise.

O indicador relacionado com a disponibilidade de medicamentos ao nível dos beneficiários alvo


(indicador 24 QAD), fornece um exemplo paradoxal de uma meta atingida num sub-sistema ainda
fraco. Deve-se ter em conta a limitação das fontes de informação utilizadas: só foram contemplados
um semestre do ano e um armazém central de medicamentos. Também se constatou que para além
dos progressos importantes na gestão da crise de medicamentos, a elaboração do novo Plano
Estratégico da Logística Farmacêutica (Recomendação 4 do CCS de Março 2011) só será terminada
em finais de Março 2012 e assim será pertinente acelerar sua aprovação. Adicionalmente, dever-se-
á estabelecer critérios para a definição dos medicamentos vitais e necessários e criar sistemas de
videovigilância para armazéns centrais.

Gestão de Finanças Públicas


Apesar dos constrangimentos enfrentados, considera-se positivo o sucesso do diálogo ao longo do
ano, alcançando níveis de desembolso satisfatórios. Graças à liderança e transparência do MISAU,
foram dados passos positivos na elaboração do PAC para o fortalecimento e monitoria da Gestão
das Finanças Públicas do sector (processo acordado entre: MISAU e Parceiros de Cooperação,
incluindo o Fundo Global). Considera-se muito importante manter a recomendação (No. 2 do CCS
Março 2011) de estabelecer o Taskforce sobre Financiamento do Sector Saúde, tendo em conta que
os Termos de Referência já foram aprovados e incluídos na actual Revisão do Sector Saúde.

Apesar da realização atempada das reuniões sectoriais conforme o calendário concordado,


lamenta-se o não recebimento atempado dos relatórios financeiros prescritos no Memorando de
Entendimento (MdE). Ainda faltam documentos cruciais para que os Parceiros de Cooperação
finalizem a sua apreciação conjunta do desempenho do sector e consequentemente declarem os
ACA XI: Sumário Executivo

seus compromissos financeiros para o PRÓSAÚDE 2013, a saber (i) Por parte do MISAU o relatório
de Auditoria Financeira externa relativa ao exercício financeiro de 20102; e (ii) Por parte do agente
externo contratado pelos Parceiros de Cooperação, o Relatório da Avaliação ao Sistema das
Aquisições (em curso).

2Recebido pelos Parceiros de Cooperação de forma electrónica dia 20 de Março 2012.

vi
Recursos Humanos
A área de recursos humanos, mesmo tendo alcançado as metas definidas, continua com desafios
particularmente em termos de disponibilidade de novos quadros formados em áreas específicas,
para fazer cobro ao Plano Nacional de Desenvolvimento de Recursos Humanos. O estabelecimento
do Observatório de Recursos Humanos é um desenvolvimento muito positivo de 2011 e
recomenda-se alterar a recomendação no. 3 do CCS de Março 2011, para que tenha um seguimento e
uso aplicado aos desafios do sector tais como:

1. A preocupação com a qualidade da formação dos profissionais de Saúde;

2. A limitada disponibilidade de recursos humanos, que continua a ser muito abaixo do padrão
de ouro da OMS. A projecção do pessoal a formar até 2015 de acordo com o PNDRH
necessita da reactivação do Plano Acelerado de Formação e de se continuar a ocupar todas
as vagas para os novos ingressos financiados pelo OE;

3. A retenção do pessoal a todos os níveis e

4. Harmonização do perfil dos graduados com o plano de carreiras (incluindo a área de


gestão).

Planificação, Monitoria e Avaliação, Sistemas de Informação em Saúde e infra-estruturas


Para além de manter a Recomendaç~o número 5 do CCS Março 2011 “Reforço da Monitoria e
Avaliação e do Sistema de Informação para Saúde a todos os níveis, prosseguir com a desagregação
dos dados por sexo”, o sector deverá analisar as recomendações para ajustes de indicadores e
metas do QAD que constam do Anexo 1, actualizar a matriz de QAD e reflectir sobre o método do
ACA, propondo eventuais ajustes. Considera-se importante, sempre que possível, relacionar os
dados de rotina (administrativos) com os dados gerados por inquéritos de base populacional, tais
como o Inquérito Demográfico da Saúde (IDS). Recomenda-se igualmente a conclusão do estudo
sobre os critérios de alocação de recursos tomando em conta as variáveis de equidade e definição
da estratégia de financiamento do sector saúde incluindo a definição dos critérios de alocação de
fundos aos programas do sector.

Parceiros de Cooperação
Como referido acima, o ano de 2011 foi marcado pelas crises que o sector enfrentou nas áreas de
aprovisionamento dos medicamentos e da gestão de fndos públicos. Graças à liderança e a transparência do
Ministério da Saúde, a colaboração provou ser muito construtiva, apesar do indicador confirmar que parte
dos desembolsos foi efectuada com atrasos, devido às preocupações mencionadas no relatório. Confirma-se
que a informação necessária para preencher o Inquérito das Finanças Externas (IFE) não foi fornecido
atempadamente. Concordou-se entre o MISAU e os Parceiros de Cooperação que uma abordagem mais
ACA XI: Sumário Executivo

profunda e detalhada iria melhor apoiar o sector para desenvolver de forma mais apropriada o Cenário Fiscal
de Médio Prazo (CFMP).

Pela primeira vez os Parceiros de Cooperação conseguiram preencher a maior parte dos indicadores do
“International Health Partnership plus” (IHP+) a nível nacional, mostrando um nível consider|vel de
alinhamento com os sistemas nacionais. Porém, os Parceiros de Cooperação deverão desenvolver
instrumentos para a monitoria regular das missões conjuntas e individuais que visitam o MISAU.

vii
b) Prestação de Serviços

Envolvimento Comunitário (1ª prioridade do PES 2011)


O Envolvimento Comunitário teve expansão notória de actividades no âmbito da implementação da
Estratégia Nacional de Promoção de Saúde, mas persistem desafios inerentes à qualidade e
robustez das suas acções e no acompanhamento efectivo do funcionamento dos Comités de Saúde e
de Co-Gestão. O processo de revitalização dos Agentes Polivalentes Elementares está a ganhar
maturidade em termos de expansão mas a coordenação entre o Ministério de Saúde e Organizações
Não-Governamentais permanece fraca e aspectos de garantia de subsídios para os Agentes
Polivalentes Elementares ainda permanecem pouco claros.

Recomenda-se que (i) se estabeleça moldes para operacionalização da Estratégia Nacional de


Promoção de Saúde, incluindo a padronização da nomenclatura das estruturas comunitárias e
definição de matrizes de monitoria de desempenho a ser distribuído para as províncias; (ii) se faça
a revisão dos memorandos de entendimento com as ONGs que realizam actividades de
envolvimento comunitário para garantir a complementaridade das acções e dos planos de formação
de acordo com a capacidade de pagamento de subsídios para a sustentabilidade do programa dos
APEs; e (iii) se definam critérios de contratação e de avaliação das ONGs.

Programa Alargado de Vacinações


Os dados disponíveis indicam um bom progresso no que concerne a cobertura de vacinações
através das actividades de rotina e de campanhas realizadas (ex. contra o Pólio e Sarampo). No
entanto, os exercícios de verificação de dados e de inquéritos domiciliários indicam que estes dados
de rotina podem sobre estimar os valores reais. A adopção da estratégia nacional RED é um passo
positivo para fortalecer a vacinação de rotina e reduzir a dependência de campanhas. Recomenda-
se igualmente a utilização do processo de introdução da vacina contra Pneumococo, com os seus
recursos adicionais, para reforçar todos os programas de vacinação, especialmente na planificação
para a aquisição e distribuição de vacinas.

Atenção Integrada à Doença da Infância


Destaque deverá ser dada à elaboração de um guião/instrumento para acreditação de US que fazem
o AIDI e acreditar e avaliar a qualidade dos serviços prestados nas US.

Nutrição
A meta do indicador Taxa de Mortalidade Institucional por Desnutrição Grave não foi atingida e a
meta do indicador Número de Postos Sentinela de Vigilância Nutricional Estabelecidos e em
Funcionamento tem sido alcançado nos últimos anos. A qualidade dos dados para estes indicadores
ACA XI: Sumário Executivo

tem mostrado algumas dificuldades que devem ser superadas para fornecer informação relevante e
útil para a área da nutrição. É importante mencionar que fez-se avanços consideráveis em relação à
implementação do Plano de Acção Multissectorial para a Redução da Desnutrição Crónica que foi
aprovado em 2010 e que nos anos 2012/13 o MISAU e os seus parceiros devem discutir como
assegurar o financiamento necessário e sustentável das intervenções e o apoio técnico necessário a
nível central e provincial. Recomenda-se igualmente que o Departamento de Nutrição coordene

viii
com a CMAM para a inclusão dos leites terapêuticos, o Resomal e o ATPU (ex: Plumpy Nut) na lista
dos medicamentos essenciais e no seu sistema de gestão dos stocks e com os seus parceiros para
apoiar as províncias a acelerar a formação dos clínicos nos novos protocolos de tratamento e
reabilitação nutricional para melhorar o manejo da doença e a gestão dos leites terapêuticos.
Avaliação do actual sistema de vigilância nutricional e o estabelecimento do sistema electrónico de
vigilância intensificando os mecanismos de seguimento e supervisão, constituem outras
necessidades para 2012/2013.

Atenção à Mulher Grávida e Planeamento Familiar


Pelo segundo ano consecutivo, a meta para a percentagem de novas utentes em métodos modernos
de planeamento familiar foi atingida, devido à formação massiva de enfermeiras de SMI, a
introdução da componente de planeamento familiar nas semanas nacionais e o lançamento da
campanha nacional. Os dados em relação à provisão de cuidados pré-natais de qualidade em 2011
mostram uma situação preocupante e podem por em risco os esforços para a redução da
mortalidade materna, neonatal e infantil. Neste sentido, as metas dos indicadores relacionados com
a prevenção da malária na gravidez [Tratamento Intermitente Preventivo (TIP) e distribuição de
redes mosquiteiras impregnadas] e Prevenção da Transmissão Vertical (PTV) não foram atingidas.
O progresso atingido em 2010 no acesso aos partos institucionais foi sustentado em 2011, devido
aos esforços redobrados do MISAU, e entre outros, à construção de casas de espera da mulher
grávida cuja meta foi atingida. Recomenda-se analisar a funcionalidade e uso das casas de espera e
outras intervenções no âmbito da criação da demanda. Contudo, o acesso aos Cuidados Obstétricos
de Emergência e Cuidados Essenciais do Recém-nascido (COECER) permanece um desafio para o
sector, devido à falta de recursos humanos capacitados e baixa disponibilidade de medicamentos e
equipamento. Recomenda-se uma avaliação dos COECER para optimizar a aplicação dos recursos
nesta área.

Malária
Dado que o desempenho do programa da malária ainda apresenta enormes desafios incluindo a
qualidade de dados, recomenda-se uma resposta programática com maior coordenação e maior
apoio técnico e financeiro e a necessidade de analisar as eventuais barreiras de acesso ao TIP ao
nível da US e a análise da cadeia de distribuição de sulfadoxina-pirimetamina e das REMTILDs

HIV e SIDA
O desempenho da componente HIV e SIDA ainda apresenta desafios, sobre tudo nas áreas ligadas à
PTV e testagem dos adolescentes e jovens. A componente de tratamento e cuidados do programa
HIV e SIDA mostrou progressos positivos, não obstante a cobertura de TARV ainda ter estado longe
do desejável, particularmente nas crianças. A estratégia Grupos de Apoio à Adesão Comunitária
(GAAC) foi expandida em todas as províncias, conforme a recomendação 8 do CCS de Março 2011, e
ACA XI: Sumário Executivo

a sua avaliação está prevista para o último trimestre do ano corrente.

A fim de continuar a expandir suas actividades, garantindo a qualidade a área de HIV e SIDA deverá
concentrar-se (i) na implementação das recomendações da auditoria de dados do Fundo Global de
2011; (ii) na formação de enfermeiras de SMI de nível médio e Agentes de Medicina na provisão do
TARV a mulheres grávidas HIV positivas; e (iii) em melhorar o índice de abandonos, não só pela

ix
estratégia GAAC, mas também através da elaboração da Estratégia de Apoio Psicossocial e efectuar
uma análise dos demais factores que levam os doentes a abandonarem o TARV.

Finalmente, sugere-se que se inclua nas visitas conjuntas de campo do próximo ACA XII (2012) os
seguintes aspectos:
i. Verificação de qualidade de dados dos indicadores de Malária (TIP, PIDOM e REMILD), da
Cobertura das Consultas Pré-Natais e PTV; e
ii. Avaliação do desempenho dos novos APEs.

ACA XI: Sumário Executivo

x
VISTA GERAL DO DESEMPENHO DO SECTOR: INDICADORES DE QAD SAÚDE 2011
Tendê
Realizado Realizado Realizado Meta
orde

Indicador de Produto/ Execução ncia Avaliação Observações


2009 2010 2011 2011



Taxa de cobertura com
1 DPTHepBHib3 em crianças 94% 67,7% 89,8% 90%  Cumprido
menores de 1 ano de idade
% de crianças menores de um ano
2 de idade completamente 77% 71,5% 73,3% 73%  Cumprido
vacinadas
% de US de nível primário em que
3 a estratégia AIDI está 79.0% 95.2% 98.1% 98.0%  Cumprido
implementada
Taxa de mortalidade institucional Não Problemas com
4 11,8% 9,3% 11,8% 7% 
por desnutrição grave Cumprido definição do caso
Nº de postos sentinelas de
5 vigilância nutricional 38 38 38 38  Cumprido
estabelecidos e em funcionamento
Taxa de cobertura de partos
6 55% 62% 62,8% 63%  Cumprido
institucionais
% das US com maternidade em
7 que existe uma casa de espera 40,8% 47,0% 54,7% 42,5%  Cumprido
para as mulheres grávidas
Nº US que prestam
Não
8 COEmB/500.000 habitantes no 5.9 S.I. 2,2 3,2 
Cumprido
último trimestre
% de novas utentes em métodos
9 modernos de Planeamento 13,9% 23% 23% 16%  Cumprido
Familiar
% de mulheres grávidas que Problemas
recebem pelo menos duas doses Não logísticos e de
10 66,9% 13,5% 19,3% 65% 
de TIP dentre as utentes das Cumprido qualidade de
consultas pré-natais dados
% de casas que foram Início tardio do
pulverizadas com insecticida nos Não ciclo PIDOM em
11 74,0% 81,3% S.I. 80% 
últimos 12 meses em relação às Cumprido 51 dos 62
casas alvo distritos
% de mulheres grávidas que
Não

ACA XI: Vista Geral do Desempenho do Sector: Indicadores de QAD Saúde 2011
12 recebem pelo menos uma 76.6% 77% 92% >95% 
Cumprido
REMTILD (na consulta Pré-natal)
Taxa de detecção de casos com Não
13 53% 53% 49% 56% 
BK+ Cumprido
Taxa de cura com tratamento
14 82.3% 85% 84% 84%  Cumprido
DOTS
% de doentes com TB
15 84% 88% 91% 90%  Cumprido
aconselhados e testados para HIV
16 Nº de US's administrando PTV 832 909 1.063 963  Cumprido
% e (Nº) de mulheres grávidas
HIV+ que receberam Problemas de
68% 69% 66% Não
17 medicamentos ARV nos últimos 81.428  qualidade de
(68.248) (69.880) (70.270) Cumprido
12 meses para reduzir o risco de dados
transmissão de mãe para o filho
Nº de crianças que beneficiam do Não
18 13.510 17.395 23.053 23.818 
TARV pediátrico. Cumprido
Nº de adultos com ambos
156.688 218.991 250.508 241.240  Cumprido
infecção HIV sexos
avançada que Não
Homem 63.306 79.553 87.278 88.821 
19 recebem o TARV Cumprido
combinado segundo
os protocolos Mulher 106.892 139.438 163.230 152.419  Cumprido
nacionais
% de Adolescentes e jovens que
Não
20 foram testados para o HIV, nas 41% 24% 47,1% 49% 
Cumprido
US's (SAAJ + ATS)

1
Tendê
Realizado Realizado Realizado Meta
orde
Indicador de Produto/ Execução ncia Avaliação Observações

m
2009 2010 2011 2011

Nº de novos CS tipo 2 e tipo C
21 finalizados e equipados, incluindo 26 39 35 25  Cumprido
PS elevados CS II ou C
Rácio de consultas externas por Não
22 1,06 1,2 1,20 1.3 
habitante Cumprido
23 Índice de iniquidade 2 1,.06 1,80 ≤3.00  Cumprido
Dados de 1 dos 3
Percentagem de satisfação das
24 79,9% 85% 88% 87%  Cumprido armazéns “n~o
requisições de medicamento vitais
representativos”
Percentagem de medicamentos
25 vitais dentro das especificações de 100% 11% 100% 100%  Cumprido
qualidade
Nº de CS tipo2 e tipo C que passam
a dispor de serviços de
26 5 85 63 50  Cumprido
abastecimento de água
permanente
Nº de CS tipo2 e tipo C que passam
27 a dispor de serviços de fonte de 5 102 82 50  Cumprido
energia
Rácio de trabalhadores de saúde
das áreas de medicina,
28 enfermagem e saúde materno- 61 63.4 67 65  Cumprido
infantil (SMI) por 100.000
habitantes
Número de novos graduados das
29 1525 2322 1688 1650  Cumprido
carreiras específicas da saúde
Taxa de execução orçamental dos
30 68% 90% 93% 90%  Cumprido
fundos sob a gestão do MISAU
% das recomendações das
Implementação
auditorias do ano n-2
31 S.I. S.I. S.I. 75% S.I. iniciou apenas
implementadas anualmente a
em Outubro 2011
nível provincial
por chegada
% das recomendações das
tardia do
auditorias do ano n-2 Não
32 89% S.I. 64,7% ≥95%  relatório de
implementadas anualmente ao Cumprido
auditoria

ACA XI: Vista Geral do Desempenho do Sector: Indicadores de QAD Saúde 2011
nível Central
% dos parceiros do PRÓSAÚDE II
desembolsam de acordo com o
Não
33 Plano de desembolso anual 86% 97% 69% ≥95% 
Cumprido
existente entre o MISAU e os
Parceiros
Percentagem de parceiros bi e
multilaterais do sector da saúde
que disponibilizam informação Não
34 S.I. 87% 33% > 80 % 
acuradamente (PREDICTAVEL) ao Cumprido
MISAU sobre o seu financiamento
no CFMP
individuais

Nº total de missões 23
conjuntas por ano das 18 13 16  Cumprido
35 sedes dos parceiros que
apoiam o Sector Saúde
(parceiros bi e multi-
laterais)
ntas
conju

13
9 17 2  Cumprido

S.I. = Sem Informação;  Tendência Crescente desde 2009;  Tendência Decrescente desde 2009; e  Tendência estável desde 2009

2
INTRODUÇÃO

No âmbito do memorando de entendimento do SWAp, o MISAU e seus Parceiros de Cooperação


concordaram que o sucesso da parceria no apoio ao desenvolvimento da Saúde em Moçambique
baseia-se no compromisso colectivo para a utilização de instrumentos nacionais no processo de
planificação e avaliação do sector saúde. Neste sentido, o MISAU e os seus parceiros de cooperação
têm vindo a implementar o processo interno de Avaliação Conjunta Anual utilizando, entre outros
instrumentos, a Matriz do Quadro da Avaliação do Desempenho do Sector da Saúde (QAD-Saúde).

A ACA XI apresenta assim o grau de implementação das intervenções chave preconizadas no Plano
Económico e Social (PES 2011) do Sector Saúde incluindo as respectivas matrizes.

METODOLOGIA

Para a realização da 11ª ACA foram seguidas 5 etapas interligadas, nomeadamente:

Etapa 1 – Análise documental dos avanços de 2011 no sector de saúde: Desempenho do sector e
grau de implementação do MdE PRÓSAÚDE II. O ponto de partida para a ACA XI consistiu d uma
análise de documentos produzidos no decurso do processo de implementação de actividades no
sector em 2011, com maior destaque para aqueles relativos ao desempenho conjunto do sector e
parceiros; e, a revisão, síntese e consolidação dos relatórios saídos das visitas de verificação de
qualidade de dados que alimentam os indicadores seleccionados. Os quadros de indicadores QAD,
BdPES, REO constituíram o ponto de maior concentração.

Etapa 2 – Sistematização dos relatórios de visita às Províncias

Etapa 3 – Facilitação de trabalhos de grupos técnicos definidos nos TdR da ACA XI (Prestação de
Serviços em subgrupos de HIV, Malária, Tuberculose, Nutrição e Saúde Materna e da Criança e
Vacinações; Apoio ao Sistema de Saúde: Medicamentos, Administração e Finanças, Recursos
Humanos e Planificação, Investimentos e M&A)

Etapa 4 – Facilitação de realização de Oficina de Trabalho ACA XI para a homologação do rascunho


do Relatório do ACA XI e usá-lo como base para preparar a Oficina de Trabalho ACA XI

Etapa 5 – Elaboração e apresentação do Relatório Final da ACA XI: i) Finalização da Matriz da


Avaliação do Desempenho; ii) Delineamento de recomendações específicas para uma melhor
abordagem dos indicadores do QAD; iii) Incorporação dos insumos finais de cada secção do
relatório; iv) Consolidação das Conclusões e Recomendações do Relatório da ACA XI (rascunho
final) e discussão com os pontos focais do MISAU e parceiros; v)Preparação da apresentação para o
1º CCS 2012 com destaque para as Conclusões e Recomendações; vi) Revisão e actualização do
Relatório Final da ACA XI incorporando todas as recomendações do CCS e do CNCS; e vii)
Elaboração do sumário contendo a análise dos indicadores do QAD para alimentar o processo da
ACA XI: Introdução

Revisão Anual do Governo e G19.

3
A. DESEMPENHO DO SECTOR EM RELAÇÃO ÀS ÁREAS DE ACESSO E QUALIDADE DE PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS DE SAÚDE

As áreas do Prestação de Serviços de Saúde consideradas no ACA XI compreendem: (i)


Envolvimento Comunitário; (ii) Saúde da Mulher e da Criança incluindo Nutrição; e (iii) Grandes
Endemias: Malária, Tuberculose e HIV e SIDA.

A.1. DESEMPENHO EM RELAÇÃO AO ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO – 1ª PRIORIDADE DO PES-SAÚDE 2011

O plano estratégico do sector da Saúde 2007-2012 sustenta que “o eixo principal de actuaç~o do
sector continua sendo os Cuidados de Saúde Primários com ênfase na participação e mobilização
comunitária através dos agentes comunitários de Saúde. As actividades a serem desenvolvidas na
comunidade vão continuar com foco na Saúde reprodutiva e na criança; na prevenção e controlo
das doenças transmissíveis”. E, definiu como metas que “até 2012, em 60% da extensão do
território Nacional as comunidades estarão comprometidas em acções de promoção da sua própria
Saúde” e “até 2015 quase a totalidade da população moçambicana (90%) estará activamente
envolvida na Promoção e defesa da sua própria Saúde”. É neste }mbito que os 3 últimos Planos
Económicos e Sociais (PES) do sector da Saúde dos anos 2009, 2010 e 2011 têm colocado o

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
Envolvimento Comunitário3 como a primeira prioridade do sector de Saúde, para além de ser um
dos pilares de destaque da recente Estratégia Nacional de Promoção de Saúde, estabelecida
pelo Departamento de Promoção de Saúde (DEPROS) da Direcção Nacional de Saúde
Pública (DNSP). O Envolvimento Comunitário é traduzido no PES-Saúde pelas seguintes
acções: (i) Estabelecimento e funcionamento de Comités de Co-Gestão e Comités de Saúde;
(ii) revitalização do Programa dos Agentes Polivalentes Elementares (APEs); e (iii)
Educação e comunicação para a Saúde.

O relatório da ACA X, constatou que mesmo a despeito do Envolvimento Comunitário ter sido
definido como a 1ª prioridade, “os frutos de 2010 s~o parcos…e para além da importante formaç~o
massiva de APEs, pouco mais é palp|vel”. Foi neste contexto, que se decidiu incluir o tema
Envolvimento Comunitário para fazer parte integrante de visita e “avaliaç~o” conjunta ACA XI,
como forma de verificar a estrutura organizacional e os mecanismos de coordenação que estão
estabelecidos para salvaguardar a implementação das actividades prometidas.

Mesmo embora o actual Quadro de Avaliação do Desempenho (QAD) não compreenda nenhum
indicador que permita a avaliação em termos quantitativos, este relatório apoiou-se da revisão
documental, das impressões levantadas durante a discussão de grupo e das constatações de visita
efectuada no terreno, para pronunciar-se acerca do desempenho quanto à prestação de actividades
para um melhor envolvimento comunitário.

3Envolvimento Comunitário é definido pelo MISAU, como o “trabalhar activamente com as comunidades para que elas estejam
organizadas e capacitadas para identificar os seus problemas de Saúde e definir acções visando a promoção da sua Saúde e a prevenção
de doenças”

4
A.1.1. ESTABELECIMENTO E FUNCIONAMENTO DE COMITÉS DE SAÚDE E DE CO-GESTÃO
Durante o ano de 2011, o DEPROS havia planificado a criação de pelo menos 55 comités de saúde e
o balanço destaca o estabelecimento de 781 comités de saúde e 273 comités de co-gestão em todo o
país. Ora, este índice de cumprimento que ascende os 1.000%, satisfaz de forma notória o DEPROS
pois a meta havia sido estipulada como “pelo menos” e acima de tudo porque as províncias
mostraram empenho e cometimento no cumprimento das recomendações centrais. Porém fica claro
que os resultados obtidos são reflexo duma planificação emergente, e que para uma definição das
metas mais próximas da capacidade existente é necessário estreitar o exercício de planificação com
as províncias, distritos e parceiros.

Um aspecto crítico digno de menção é que até ao presente momento, o MISAU ainda não
desenvolveu a capacidade para verificar o grau de funcionamento destes comités e no ano de 2011
persistiu grande debilidade em relação à capacitação e seguimento dos comités formados. No
entanto, a fim de resolver esta problemática, o DEPROS já concluiu os Termos de Referência que
definem os papéis e balizas dos Comités de Saúde e de Co-Gestão de US e a partir do ano 2012 será
implementado um plano de capacitação e seguimento dos comités cujos instrumentos foram já
elaborados e concluídos.

No plano de expansão dos comités de saúde e de co-gestão das US, o DEPROS com apoio dos

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
parceiros pretende criar novos comités, revitalizar os antigos que estão a funcionar e os que não
estão a funcionar, pretende-se também que cada comité tenha na sua constituição um praticante de
medicina tradicional escolhido pela comunidade para realizar actividades de promoção da saúde,
de forma a melhorar o eixo de comunicação entre o praticante de medicina tradicional e o sector da
Saúde Pública.

As principais constatações de visita ao campo nas províncias de Nampula, Zambézia e Maputo


província são:

 Apesar de o processo de criação dos comités de saúde e de co-gestão ter iniciado a nível dos
distritos, nota-se que os próprios gestores dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção
Social (SDSMAS) têm dificuldade de compreender os novos conceitos nomeadamente os
comités de saúde e os comités de co-gestão, sobretudo por estarem enraizados os
conceitos/estruturas antigas (Conselhos de saúde e Conselhos de Líderes Comunitários);
 O acompanhamento de suas actividades é feito em grande medida pelas ONG’s locais em
coordenação com os SDSMAS e as US das áreas de actuação;
 Em alguns distritos, estes comités têm estado a realizar as actividades para as quais foram
criados e reportam as actividades aos respectivos supervisores;
 Vários distritos visitados tiveram dificuldade de apresentar número dos Comités de saúde e
de co-gestão planificado e a sua criação real;
 Por falta de incentivos, alguns membros dos comités de saúde não ficam muito tempo, pois
desistem das suas actividades. A título de exemplo, em Maluana (Maputo província) o
comité foi criado em 2006 e dos seus membros somente resta a líder que trabalha como
APE da sua comunidade, agora em formação.

5
Em resumo, o MISAU está a conseguir expandir o estabelecimento dos Comités de Saúde e de Co-
Gestão, mas com problemas de planificação e coordenação dos comités e não sabe como funcionam
de facto e só a partir de 2012 é que irá iniciar o processo de clarificação do seu papel e sua
capacitação e seguimento.

A.1.2. REVITALIZAÇÃO DO PROGRAMA DOS AGENTES POLIVALENTES ELEMENTARES (APES)


Para o ano de 2011 realizou-se a segunda ronda de formação dos APEs para 42 distritos do País,
foram formados 40 formadores provinciais e 48 distritais e 240 APEs . No mês de Agosto de 2011
iniciou-se a formação de outros tantos APEs cujo término está previsto para o 1º trimestre de 2012.

Apesar da formação adequada dos novos APEs, o MISAU continua com problemas no seguimento e
supervisão daqueles que já existiam antes do programa de revitalização. Foram feitas algumas
supervisões dos APEs dos 8 distritos iniciais durante a formação e realização das actividades para
avaliar o seu desempenho, e na reunião do balanço foi destacado: (i) A necessidade de maior
envolvimento das DPS e dos SDSMAS na supervisão para que esta seja feita por níveis e de forma
sustentável; (ii) Necessidade de mais supervisões regulares locais para os APEs e maior interacção
com os mesmos aproveitando o momento em que vem levantar os utensílios de trabalho e entrega
dos relatórios; (iii) Dar maior atenção aos antigos APEs; (iv) Tomar atenção aos Kits de
medicamentos; e (v) Garantir a sustentabilidade do programa de forma a garantir o sucesso do

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
mesmo.

As dificuldades enfrentadas na supervisão dos antigos APEs são principalmente devidas à limitação
dos fundos, exiguidade de transporte e de outros recursos e porque o SDMAS não está capacitado
para efectuar supervisões de forma adequada, apesar dos instrumentos de supervisão nos
diferentes níveis terem sido produzidos e disseminados por todo o país. Relativamente a monitoria
e avaliação do programa foram formados 30 técnicos no uso de instrumentos e espera-se que seja
feita a réplica para os técnicos das US e APEs dos 8 distritos iniciais.

Aliás as visitas de campo constataram aspectos similares, a seguir resumidos:

 Comunidades beneficiárias dos novos APEs estão satisfeitas com a sua formação e actuação
bem como com a coordenação entre as US e comités de saúde;
 Nota-se diferença na atenção que é dada aos antigos APEs (menos acompanhados) em
relação aos novos;
 Verifica-se um grande défice na supervisão das actividades dos APEs a nível dos Distritos.
As visitas de supervisão às comunidades não são regulares, o que de certa forma desmotiva
as estruturas a nível das comunidades;
 Grandes motivos para a não realização das supervisões aos APEs pelas US, é a falta recursos
financeiros, de meios de transporte e combustível, associado as longas distâncias e
precariedade das vias de acesso das comunidades onde estes residem;
 A chegada tardia e insuficiente dos manuais para a formação dos APEs comprometeu de
certa forma o curso normal da formação, pois foi necessário que os formandos partilhassem
a leitura do material durante os primeiros dias da formação.

6
Em jeito de síntese, o processo de revitalização dos novos APEs está a ganhar maturidade em
termos de expansão, mas aspectos de qualidade do trabalho daqueles já existentes são débeis e
mecanismos de supervisão e seguimento dos recém-formados deverão ser garantidos com a maior
brevidade para que se garantam os resultados esperados.

A.1.3. EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO PARA A SAÚDE


As actividades de educação e comunicação para a Saúde consistiram de (i) participação de líderes e
técnicos de Saúde nos órgãos de comunicação social para conferência de imprensa e debates; (ii)
lançamento do concurso “Prémio Saúde para Jornalistas-2011” para o reforço da parceria com os
órgãos de comunicação social; (iii) divulgação a nível nacional de 7 spots televisivos e radiofónicos
referentes a Semana Nacional de Saúde, Semana do aleitamento materno, campanha de vacinação
contra a pólio, uso de rede mosquiteira, cólera, Lepra e Tuberculose. Para o efeito foi estabelecido
um memorando de entendimento com alguns meios de comunicação; (iv) divulgação de 1
suplemento de saúde no jornal “O Público”.

No entanto, como assinalado nas constatações de visita de campo, verificou-se o seguinte:

 Embora a educação e comunicação para a Saúde sejam considerados actividades


importantes, elas não constam dos planos distritais e são realizadas em função das
oportunidades que ocorrem nas datas comemorativas ou da disponibilidade de patrocínios

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
para sua realização. Alguns exemplos incluem:
o Feiras de saúde foram realizadas por todos os distritos visitados o que demonstra a
importância que a província tem dado a esta actividade
o Celebração de datas comemorativas nos vários programas, palestras nas US, quando
possível programas radiofónicos, e a nível da comunidade
 Falta de rádios comunitárias locais em alguns distritos e ainda, onde existem, o tempo
alocado para a divulgação de mensagens educativas parece insuficiente.

A.1.4. ESTADO DE OPERACIONALIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA NACIONAL DE PROMOÇÃO DE SAÚDE E ESTADO ACTUAL DA


ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E MECANISMOS DE COORDENAÇÃO AO NÍVEL DISTRITAL
Até ao presente momento, os esforços empreendidos centraram-se na divulgação da Estratégia
Nacional de Promoção de Saúde (ENPS) e as suas linhas orientadoras têm sido traduzidas apenas
para o PES, limitando as inúmeras potencialidades desta estratégia. Cabo Delgado e Inhambane são
dos poucos exemplos de províncias que possuem um plano operacional feito à luz da ENPS. A ENPS
ainda não possui plano de Monitoria e Avaliação.

Em relação à estrutura organizacional e mecanismos de coordenação ao nível distrital, os peritos


que efectuaram visita às províncias constataram o seguinte:

 Existe uma estrutura organizacional que responde as acções de envolvimento comunitário


mas faltam instrumentos para a sua verificação (termos de referência, mapeamento das
ONGs);
 Não disponibilização de documentos orientadores sobretudo a ENPS ao nível dos distritos
foi uma constante;

7
 Deficiente coordenação dos diferentes actores envolvidos no processo da implementação
das actividades de envolvimento comunitário;
 Falta de clareza na definição das actividades que devem ser planificadas e realizadas no
âmbito do envolvimento comunitário pelos diferentes actores. A ENPS não está
acompanhada de um plano de acção com um horizonte temporal e metas definidas e da
identificação de acções concretas que devem estar incluídas nos planos distritais;
 Os relatórios dos SDSMAS reportam poucas actividades do envolvimento comunitário
quando comparados com os relatórios enviados pelas organizações que operam nesta
componente;
 Embora haja envio de relatórios de prestação de contas das ONGs para os SDSMAS por parte
de alguns parceiros, a análise dos mesmos não tem sido muito consistente;
 Foi ainda referida que a falta de instrumentos de monitoria e avaliação, constitui uma
fraqueza para o acompanhamento do envolvimento comunitário, pois ajudariam a dar
resposta às necessidades do MISAU;
 Dificuldade do sector em receber a informação dos fundos disponíveis para a
implementação das actividades de EC por parte das ONGs locais, o que dificulta a
planificação e a prestação de contas.

O relatório consolidado de visita conjunta de campo acerca do Envolvimento Comunitário consta do

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
Anexo 3.

Um dos aspectos transversais ligado ao Envolvimento Comunitário é a articulação entre o MISAU e


as ONGs. Actualmente, o MISAU queixa-se da implementação de actividades pelas ONGs fora das
prioridades do sector, havendo mesmo ONGs que efectuam actividades isoladamente sem
complementar os esforços do sector.

8
A.2. DESEMPENHO EM RELAÇÃO À PROVISÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE MATERNA E DA CRIANÇA INCLUINDO ÁREA DE
NUTRIÇÃO

A.2.1. PROGRAMA ALARGADO DE VACINAÇÕES


No âmbito da melhoria do estado de Saúde da população e prestação de cuidados de Saúde de
qualidade (promoção da Saúde e prevenção e controlo da doença), a protecção das crianças das
doenças preveníveis por vacinas é uma das áreas chave. Para o ano de 2011, os dois indicadores do
QAD para avaliação do desempenho do PAV tiveram suas metas atingidas. A taxa de cobertura com
DPTHepBHib3 em crianças menores de 1 ano de idade (Indicador 1 QAD) foi de 89.8% (meta 90%)
e quanto ao Indicador 2 QAD, 73.3% de crianças menores de um ano de idade foram
completamente vacinadas (meta de 73%) (Figuras 1A e 1B).

100% 95%
95% 90%
90% 85%
85% 80%
80%
75%
75%
70% 70%
65% 65%
60% 60%
55%

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
55%
50%
2007 2008 2009 2010 2011 2012 50%
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Realizado 100.0% 87.0% 94.0% 68.0% 89.8%
Realizado 69.0% 68.0% 77.0% 71.0% 73.3%
Meta 95.0% 95.0% 95.0% 89.0% 90.0% 90.0%
Meta 65.0% 80.0% 90.0% 72.0% 73.0% 76.0%
Figura 1A: Tendência do Indicador 1 QAD: DPTHepBHib3
em crianças menores de 1 ano de idade e crianças Figura 1B: Tendência do Indicador 2QAD: % de crianças
completamente vacinadas menores de um ano de idade completamente vacinadas

As actividades que contribuíram para o progresso positivo do Indicador 1 e o alcance da meta


incluíram: (i) Implementação do sistema de busca activa de abandonos a vacinação; (ii) Instalação
de um instrumento electrónico de gestão de vacinas em todas as províncias para melhorar o
controlo da gestão de vacinas; e (iii) Produção e distribuição de 5.000 cartazes sobre o calendário
vacinal com o objectivo de melhorar os conhecimentos e atitudes da população em relação ao
calendário de vacinação.

No entanto houve constrangimentos que tiveram que ser consideradas, entre os quais destaca-se a
chegada tardia da vacina nos SDSMAS devido à demora que se registou para a sua aquisição. Aliás
este problema já vinha se arrastando desde o ano de 2010 com a destruição da vacina pentavalente
(devido à fraca qualidade) que conduziu ao uso da vacina tetravalente. Outros factores igualmente
não positivos foram: (i) As más condições de acessibilidade; (ii) Exiguidade de recursos financeiros
para realizar as actividades básicas como as brigadas móveis e teve que haver um apoio financeiro
do MISAU ao nível central para mitigar o problema ao nível provincial (iii) A estratégia RED foi
largamente vista como um projecto limitado aos fundos da UNICEF para os locais sob influência da
UNICEF e não como estratégia, o que limitou a potencialidade desta ferramenta. Para resolver esta

9
questão foi dada a cada província uma orientação para se passar a usar RED como estratégia, e
deste modo os efeitos de RED nacional só serão visíveis a partir de 2012.

As principais constatações de visita de campo para a verificação da qualidade de dados deste


indicador incluem:

 Positivas:
 Boa qualidade de dados na US (do livro ao 1º resumo)
 DQS implementado em algumas US
 Boa qualidade de dados na província de Maputo

 Não positivas:
 Na maioria das US, os dados presentes no Livro de Registo de Vacinas (Mod SIS-A01-A) não
correspondem com os dados da Ficha de Registo Diário (Mod SIS-A01), mas que isto não
influencia no valor reportado, pois o dado usado provém da ficha (Mod SIS-A01)
 Problemas na qualidade de dados do distrito à província (Nampula e Zambézia)
 Stock insuficente dos instrumentos de recolha (versão actualizada) em todos níveis
 Falta de clareza sobre o tipo de instrumento a usar nas brigadas móveis
 Má conservação dos Livros de Registos e Fraca supervisão formativa e Prática de
Retroinformação

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
Em relação à percentagem de crianças menores de um ano de idade completamente vacinadas
(Indicador 2 QAD), as possíveis razões que concorreram para o alcance da meta foram: (i) A
expansão da metodologia da autoavaliação da qualidade dos dados (DQS) para 55 distritos (5 por
província), onde foram treinados 13 formadores de nível nacional em DQS e estratégia RED para
facilitarem a implementação destas actividades e darem seguimento ao processo em Junho de
2011; (ii) Realizadas formações em serviço sobre DQS aos supervisores provinciais; (iii) Realizadas
4 supervisões às províncias de Cabo Delgado, Tete, Nampula e Zambézia; (iv) Realização de mini-
campanhas com apoio dos parceiros provinciais na mobilização da população; e (iv) Realização da
campanha nacional de vacinação contra o Sarampo enquadrada na Semana Nacional de Saúde
(SNS), onde foram vacinadas um total de 3.985.564 crianças dos 6-59 meses de idade, com uma
cobertura nacional administrativa de 105%, com todos os distritos a reportarem coberturas
superiores a 95%. No entanto um inquérito de apuramento do nível de cobertura da campanha foi
realizado, tendo demonstrado uma cobertura da vacinação contra o sarampo de 80.5% (diferença
de 31% em relação à cobertura administrativa do MISAU). Isto revela, a dificuldade que o MISAU
tem de determinar acuradamente o grupo alvo, feito com base na projecção das tendências de
crescimento da população sem observar as especificidades verificadas no passado pode não ter
tomado em consideração as especificidades de cada uma das regiões abrangidas.

Outras actividades que podem ter influenciado (ou irão influenciar) no desempenho do PAV
incluem (i) a expansão efectiva da estratégia RED como plataforma de planificação das actividades
para todos os distritos do País; (ii) devido ao surgimento de 2 casos de poliomielite pós vacinal nos
distritos de Milange e Mopeia foi realizada a campanha sub-nacional “porta a porta” de vacinaç~o
contra a poliomielite em 4 províncias (Zambézia, Niassa, Tete e Sofala) tendo sido abrangidos 14

10
distritos. Nesta campanha foram vacinadas contra a poliomielite 673.075 crianças dos 0-59 meses,
com uma cobertura administrativa de 100%; e (iii) Sob o Lema “Criança Vacinada com qualidade, é
Criança livre de doenças, é Criança Saud|vel” foi realizada a III reuni~o do PAV, onde foram
apresentados e discutidos aspectos relacionados aos avanços, desafios e perspectivas para o
programa.

Adicionalmente, durante a visita efectuada para a análise da qualidade de dados observou-se que
ainda persistem problemas na qualidade de dados, a formação feita (em DQS) limitou-se aos
supervisores provinciais e ainda não se estendeu aos próprios gestores distritais e das US.

Ponto de situação das recomendações do ACA X e CCNS 2011 para o PAV


Recomendação Situação actual
Formular um plano de contingência para fazer face a
circunstâncias imprevisíveis de ruptura de stocks de
vacinas (do tipo da ocorrida com a vacina Efectuado, com a planificação atempada dos
pentavalente), com vista a reduzir os períodos de concursos e aquisição das vacinas
tempo sem vacinação - ACA X

As semanas Nacionais tiveram o impacto positivo na


área de Saúde da mulher e das crianças, no que se
refere ao planeamento familiar, mortalidade materna, Existem várias outras medidas que estão a ser
a cobertura vacinal e nutrição. O que se poderia prever implementadas para além das semanas de vacinação

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
em relação a estes indicadores se as semanas
Nacionais cessarem? - ACA X
Classificar as discrepâncias entre o número de
crianças que receberam a vacina tetravalente e o
número de crianças totalmente imunizadas com a Já não existe para o 2011
vacina pentavalente - CCS 2011

Identificar os principais factores/constrangimentos na


gestão do PAV (manutenção, formação, logística) - Já foram identificadas
CCNS 2011

A.2.2. ATENÇÃO INTEGRADA À DOENÇA DA INFÂNCIA (AIDI)


O desempenho de AIDI é medido através da percentagem de US de nível primário em que a
estratégia AIDI está implementada. No que concerne a este indicador a meta foi atingida, 98.1% de
unidades sanitárias de nível primário estão a implementar o AIDI (1043 US dum total de 1063
elegíveis) (Figura 2).

11
100%
90%
80%
70%
60%
50%
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Realizado 70% 90% 79% 95% 98.10%
Meta 70% 75% 80% 93% 98% 98%

Figura 2: Tendência do Indicador 3 QAD - % de US de nível primário em que a estratégia AIDI


está implementada

Os factores que contribuíram para o alcance da meta incluem: (i) formação do pessoal com
destaque para a instituição do AIDI como um tema leccionado nas instituições de formação de
Saúde (pré-formação), sem descurar outra actividade igualmente importante como a formação
contínua dos profissionais de Saúde efectuada no local de trabalho. 420 Profissionais de Saúde
(médicos, técnicos e agentes de medicina e enfermeiras de SMI) foram capacitados. Estes
profissionais foram distribuídos por Niassa (35), Cabo Delgado (20), Nampula (101), Tete (90),
Zambézia (79), Manica (12), Sofala (24), Inhambane (48) e Gaza (11); e (ii) Aumento das sessões de

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
supervisão.

Um tema que constitui preocupação para os gestores centrais de AIDI tem a ver com a definição dos
critérios para a acreditação da Unidades Sanitárias que implementam AIDI. Os dados utilizados
nesta avaliação são uma estimativa pois em 2011 foram definidos critérios de acreditação mas
bastante rigorosos e pouco adaptados à realidade do País.

A.2.3. NUTRIÇÃO
O desempenho da área de nutrição é medido por meio de 2 indicadores do QAD: Taxa de
Mortalidade Institucional por Desnutrição Grave (Indicador 4 QAD) e Número de Postos Sentinela
de Vigilância Nutricional Estabelecidos e em Funcionamento (Indicador 4 QAD). A Figura 3 mostra
a posição actual, onde não foi alcançada a meta para o Indicador 4 QAD e alcançada a meta para o
Indicador 5 QAD

12
40 0.0%

Indicador 4: % Mortalidade nas US por desnutricão grave


35 2.0%

30 Valor recomendado 4.0%


pela OMS <10%
25 6.0%

20 8.0%

15 10.0%
Indicador 5: Número de
Postos Sentinela Vigilância 10 12.0%
Nutricional estabelecidos e
em funcionamento 5 14.0%

0 16.0%
2007 2008 2009 2010 2011
# Postos Sentinela de vigilância
nutricional estabelecidos e em 38 38 38
funcionamento Realizado
# Postos Sentinela de vigilância
nutricional estabelecidos e em 20 38 38
funcionamento Meta
Taxa de mortalidade institucional por
11.5% 10.5% 11.8% 9.3% 11.8%
desnutricão grave Realizado
Taxa de mortalidade institucional por
14.0% 13.5% 13.0% 8.0% 7.0%

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
desnutricão grave Meta

Figura 3: Tendência dos indicadores 4 e 5 QAD para área de nutrição

Para o indicador 4 QAD a análise da informação dos dados da desnutrição aguda usados para o
cálculo da Taxa de Mortalidade Institucional por desnutrição grave mostra um aumento dos casos
de desnutrição em ambulatório e uma redução dos casos de desnutrição no internamento, no
entanto, houve um aumento do número de óbitos em ambos serviços de atendimento
(internamento em 207 casos e ambulatório em 84 casos). As razões para as variações ao longo dos
anos deste indicador ainda não estão claras, porém a introdução da componente comunitária no
PRN que inclui a identificação de casos nas comunidades e a triagem nutricional que é realizada
anualmente durante a 2ª fase das Semanas Nacionais de Saúde, pode justificar parte deste aumento
dos casos em ambulatório. Quanto ao aumento dos óbitos a nível do internamento, é importante
considerar a grave rotura de stocks dos suplementos nutricionais F75 e F100 e de Resomal usados
no tratamento da desnutrição aguda grave. As principais constatações da verificação da qualidade
de dados do indicador – Taxa de Mortalidade Institucional por Desnutrição incluem:

 Má conservação dos Livros de Registos;


 Inexistente prática de arquivar os documentos em local seguro e adequado;
 Algumas US reportam desnutrição aguda grave apenas quando é o 1º diagnóstico de alta e
outras mesmo quando é 2rio;
 Fraca supervisão formativa e prática de retroinformação;
 Existência de 2 sistemas paralelo de reporte: 1. Do programa de nutrição e 2. Módulo Básico
 A maior parte dos profissionais de Saúde das Enfermarias de Pediatria não está formada
nos novos protocolos de reabilitação nutricional, apesar de em todas províncias e distritos
já existirem formadores.

13
Em relação ao Indicador 5 QAD – número de postos sentinelas de vigilância nutricional
estabelecidos e em funcionamento, o valor da meta e do realizado tem sido constantemente o
mesmo (Figura 3). Ao longo da discussão com o subgrupo técnico de nutrição, ficou claro que o
departamento afirma que todos os 38 postos sentinela estabelecidos estão em funcionamento,
porém persistem problemas relacionados ao atraso no envio regular dos dados em algumas
províncias, para além de outros problemas no reporte de dados. Outro problema tem a ver com a
falta de pessoal capacitado em epidemiologia e estatística a níveis central e provincial envolvido na
gestão deste programa. A fim de resolver estes problemas de captação e reporte de dados de
vigilância de todos postos sentinela, desde 2010 que o programa, com o apoio da OMS, está adaptar
o sistema electrónico de entrada de dados usando uma aplicação designada ANTHRO. Em 2012, a
OMS está a adquirir computadores para apoiar as províncias na melhoria deste sistema e, por outro
lado, o Governo Americano, através do USAID e CDC manifestaram interesse em apoiar o
fortalecimento nesta área, através de assistência técnica.

Ponto de situação das recomendações do ACA X e CCNS 2011 para a área de Nutrição
Recomendação Situação actual
As semanas nacionais tiveram o impacto positivo na
As semanas nacionais têm contribuído para a melhoria das
área de Saúde da mulher e das crianças, no que se
coberturas e alcance das metas. As semanas nacionais não vão
refere ao planeamento familiar, mortalidade
cessar imediatamente. Melhoria da planificação de rotina e
materna, a cobertura vacinal e nutrição. O que se

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
brigadas móveis para permitir o desfasamento cauteloso das
poderia prever em relação a estes indicadores se as
semanas nacionais
semanas Nacionais cessarem? – ACA X
Em 2011, o plano foi apresentado em 3 reuniões de alto nível e a
nível central. Todas as DPS apresentaram o plano nas sessões do
Conselho Consultivo do Governo Provincial e nos Conselhos
Assegurar que o Plano de Acção Multissectorial da Coordenadores de Saúde, que conta com a participação das
luta contra a desnutrição seja disseminado a todas equipes distritais de saúde. Cerca de 70% das acções deste plano
DPS e Ministérios relevantes e que as DPS incluam estão a ser implementadas pelo sector e outras novas como a
no PES actividades relevantes previstas no Plano da suplementação de Ferro das raparigas adolescentes, a fortificação
Desnutrição crónica. de alimentos e a suplementação alimentar das mulheres grávidas
– CCS 2011 com ganho de peso inadequado ou desnutrição também já estão a
ser iniciadas.

Informe enviado a todos níveis para alternativas ao leite materno,


mas só para casos especiais. Foram intensificados os treinos dos
trabalhadores de Saúde em habilidades de aconselhamento sobre
alimentação infantil, tendo sido capacitados 331 técnicos de Saúde
Foram propostos mecanismos para aquisição das no âmbito da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) do
fórmulas infantis para os berçários, de modo a Hospital Geral José Macamo e Mavalane, Hospital Provincial de
minimizar os riscos de violação ao Código de Inhambane (60), Hospital Central de Nampula (22), Hospital
Comercialização dos Substitutos do Leite Materno – Provincial de Gaza (13), Hospital Provincial de Lichinga (436),
CCNS 2011 Hospital Provincial da Zambézia (65), Hospital Provincial de Tete
(47) e Hospital Central da Beira (60). Os hospitais não têm linha
orçamental específica e assim ficam vulneráveis a usar fórmulas
infantis dos fabricantes que são promovidos mesmo sem
necessidade.

14
A.2.4. ATENÇÃO À MULHER GRÁVIDA E PLANEAMENTO FAMILIAR
O desempenho na área de saúde sexual e reprodutiva em 2011 foi misto com progressos em
intervenções chave como o planeamento familiar e assistência ao parto mas com grandes desafios
no que respeita a provisão de cuidados pré-natais.
0.25

0.2

0.15

0.1

0.05

0
2007 2008 2009 2010 2011
Realizado 12.5% 13.9% 23.0% 23.0%
Meta 13.5% 15.0% 16.0%

Figura 4 - Tendência do Indicador 9 QAD - percentagem de novas utentes em métodos


modernos de Planeamento Familiar

Pelo segundo ano consecutivo, a meta para a percentagem de novas utentes em métodos modernos
de planeamento familiar (Indicador 9 QAD) foi atingida (Figura 4). Entre os factores que facilitaram
estes resultados estão a formação massiva de enfermeiras de SMI em 2011, a introdução da

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
componente de planeamento familiar nas semanas nacionais e o lançamento da campanha nacional.
Contudo, este indicador mede a capacidade do programa para atrair novas utentes mas não revela a
continuidade/aderência no uso destes métodos, que depende de muitos factores quer no lado da
demanda como da provisão de serviços (cadeia de abastecimento, recursos humanos entre outros).
Aliás, pelo 2º ano consecutivo o MISAU com apoio da UNFPA efectuou o inquérito sobre a
disponibilidade de anticonceptivos modernos e medicamentos vitais/essenciais para a saúde
materna/ saúde sexual e reprodutiva em unidades sanitárias, tendo constatado melhorias no ano
de 2011 quando comparado ao ano de 2010. 98.9% (N=88) das US de nível primário, 92.1% (N=35)
de nível secundário e todas US dos níveis terciário e quaternário disponibilizaram pelo menos 3
métodos anticonceptivos modernos.

No que diz respeito ao Indicador 6 QAD – taxa de cobertura de partos institucionais - a meta foi
atingida (62.8%), sendo importante ressaltar o progresso positivo da percentagem dos partos
institucionais fruto de diversas intervenções (Figura 5). As intervenções de mobilização a nível
comunitário têm sido apontadas como determinantes para que a tendência deste indicador
continue crescente. Entre as intervenções que contribuíram para o incremento deste indicador
estão: (i) A distribuição de enxovais para as mulheres que têm partos nas maternidades; (ii) 8
formações provinciais com um total de 182 participantes entre enfermeiras de SMI, médicos e
técnicos de cirurgia. Ainda dentro de actividades relacionadas com a formação foram formados 33
formadores em assistência materna e neonatal humanizada, sendo 3 por cada província de acordo
com o planificado. Esta capacitação permitiu criar capacidade ao nível de todas as províncias de
modo que a réplica da formação dos restantes 220 profissionais possa acontecer ao longo do I
trimestre de 2012, logo que os fundos sejam disponibilizados; (iii) Apetrechamento das US com
fundos provenientes do Banco Mundial e FNUAP; (iv) Houve apoio para a melhoria do sistema de

15
referência, contudo, persiste a falta da sistematização desta informação; (v) Incremento da
qualidade da recolha de dados através da melhoria dos instrumentos de recolha dos mesmos; (vi)
Aumento da rede sanitária em duas vertentes, seja pelo aumento do número de US ou por
requalificação de US que passaram a realizar partos; (vii) Construção e promoção do uso das casas
de espera da mulher grávida; e (viii) A formação de recursos humanos em Cuidados Obstétricos de
Emergência Básicos e Completos.

Em relação ao Indicador 7 QAD - percentagem das US com maternidade em que existe uma casa de
espera para as mulheres grávidas – a sua realização foi de 54,7% ultrapassando a meta de 42,5%,
com um progresso positivo desde 2008 (Figura 5). Os factores que influenciaram no sucesso deste
indicador incluem: (i) Construção de 83 novas casas de espera de mulher grávida ao nível nacional,
sendo em Niassa (4) Nampula (26), Zambézia (14), Inhambane (1), Manica (3), Tete (15), Gaza (6),
Sofala (11) e Cabo Delgado (3); e (ii) Mais participação comunitária que não estava planificada, o
que contribui para a dificuldade na previsão das metas.

70%
65%
60%
55%

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
50%
45%
40%
35%
30%
25%
20%
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Taxa de cobertura de partos
53.8% 55.0% 55.0% 62.0% 62.8%
institucionais Realizado
Taxa de cobertura de partos
52.0% 53.0% 60.0% 62.0% 63.0% 65.0%
institucionais Meta
% US c/ maternidades em que
existe uma casa de espera para as 40.8% 47.0% 54.7%
grávidas Realizado
% US c/ maternidades em que
existe uma casa de espera para as 40.0% 42.5% 45%
grávidas Meta

Figura 5: Tendência dos indicadores 6 QAD- Taxa de Cobertura de Partos Institucionais e 7 QAD - % das US com
maternidades em que existe uma casa de espera para as mulheres grávidas

O acesso aos Cuidados Obstétricos de Emergência e Cuidados Essenciais do Recém-nascido


permanece um desafio para o sector. Ou seja, a meta do Indicador 8 QAD - número de US por
500.000 habitantes que prestam Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos (COEmB) – não foi
atingida (Figura 6). A previsão destes cuidados é muito influenciada pela falta de recursos humanos
capacitados e pelo fornecimento de medicamentos e equipamento. Contudo, os dados de rotina não
permitem analisar os constrangimentos na provisão destes serviços e porém, recomenda-se uma
avaliação dos Cuidados Obstétricos de Emergência e Cuidados Essenciais do Recém-nascido assim

16
como a funcionalidade e uso das casas de espera para as mulheres grávidas e a análise de outras
intervenções no âmbito da criação da demanda.

7
número de US por 500 000

6
5
habitantes

4
3
2
1
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Realizado 1.13 1.44 5.9 2.2
Meta 1.9 2.3 2.74 3 3.2 3.4
Figura 6: Tendência do indicador 8 QAD - número de US por 500 000 habitantes que prestam Cuidados
Obstétricos de Emergência Básicos

As actividades desenvolvidas para realização deste indicador foram basicamente de formação e


elaboração de guiões e manuais. Foram realizados 9 cursos de Cuidados Obstétricos de Emergência
e Cuidados Essenciais do Recém-nascido (COECER) nas províncias de Cabo Delgado com 16
participantes, Niassa com 20 participantes, em Tete (2 cursos) com 30 participantes, Zambézia com
20 participantes, Manica com 12 participantes, em Sofala com 18 participantes, em Gaza com 14

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
participantes e Cidade de Maputo com 12 participantes totalizando 142. Foram ainda realizados 2
cursos sobre Cuidados Obstétricos de Emergência Completos (COEC) nas províncias de Niassa com
20 participantes e na Cidade de Maputo com 13 participantes. No que respeita a elaboração de
instrumentos de trabalho, foi elaborado e aprovado o Manual Técnico sobre assistência ao Parto,
Recém-nascido CPN e complicações obstétricas.

Ponto de situação das recomendações do ACA X e CCNS 2011


Recomendação Situação actual
A planificação e expansão escalonada da distribuição de enxovais Depende de financiamento existente mas estão
às parturientes, para 2011 e anos seguintes, acompanhamento determinadas as prioridades para os locais com
estreito do impacto da medida sobre o indicador dos partos menos partos. Feita pelos parceiros locais ao nível
institucionais – ACA X. provincial.
O indicador num 8 correspondente ao num de unidades sanitárias
/500.000 habitantes que prestam cuidados COEmB , não foi
medido porque estava em curso os critérios que definem que de Foi elaborado guião de acreditação e as novas fichas
facto as US providenciam COEmB e estavam sendo definidos de registo
novos instrumentos de recolha de dados para ajustar-se aos novos
critérios em actualização - ACA X.
Divulgar os resultados do relatório de avaliação do progresso do
Feita apresentação na Reunião Nacional de SMI
Plano Nacional Integrado (PNI) a todos os níveis CCNS 2011
(interna).
Foi revisto o plano de actividades de âmbito
Rever o plano de actividades do PNI e o guião do relatório provincial e disseminado. Foi elaborado um guião
provincial incluindo os indicadores e metas propostas - CCNS
de orientação as províncias para planificar de
2011.
acordo com o PNI. Contudo faltando apenas a
revisão dos indicadores e metas.

17
A.3. DESEMPENHO EM RELAÇÃO AO COMBATE ÀS GRANDES ENDEMIAS: MALÁRIA, TUBERCULOSE E HIV E SIDA

A.3.1. MALÁRIA
Dos 3 indicadores do QAD relacionados com a malária, o grau de cumprimento do indicador 10 - %
de mulheres grávidas que recebem pelo menos duas doses de TIP dentre as utentes das consultas
pré-natais – constitui a maior preocupação pois está a distanciar-se cada vez mais da meta traçada.
Apenas cerca de 19% (com a meta de 65%) de mulheres grávidas receberam pelo menos duas
doses de TIP nas consultas pré-natais (CPN) (Figura 7).
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2009 2010 2011 2012
Realizado 66.9% 13.5% 19.3%
Meta 50% 60% 65% 70%

Figura 7 - Tendência do indicador 10 QAD - % de mulheres grávidas que recebem pelo menos duas doses de TIP
dentre as utentes das consultas pré-natais

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
Esta constatação ensina-nos que os dados de rotina provenientes das CPN podem estar muito
distorcidos, não dando clara indicação se a situação da provisão do TIP está a deteriorar-se ou se há
problemas com os dados para o seu cálculo. Para uma melhor apreciação desta constatação, a
Tabela 1 apresenta os dados de mulheres grávidas esperadas de acordo com as projecções do INE
para o ano de 2011, os dados do SIS concernentes às 1ªs CPN e os dados do Programa Nacional de
Controlo da Malária (PNCM) relativos à 2ª dose do TIP incluindo as coberturas por província.

Tabela 1 - Dados de mulheres grávidas esperadas, das 1ªs CPN, de 2ª dose do TIP e coberturas por província, ano de 2011
Grávidas Esperadas* 1as CPN** Taxa cobertura CPN** 2ª dose TIP*** %2ª dose TIP***
Niassa 70758 97445 138% 16038 16%
Cabo Delgado 88210 132096 150% 17228 13%
Nampula 226490 303874 134% 64784 21%
Zambézia 216358 277537 128% 48250 17%
Tete 106885 91327 85% 12369 14%
Manica 83602 93377 112% 20014 21%
Sofala 92881 95475 103% 23949 25%

Inhambane 70112 61952 88% 19960 32%


Gaza 66049 61816 94% 14672 24%
Maputo Província 72231 50025 69% 13034 26%
Maputo Cidade 58906 47825 81% 3644 8%
Nacional 1152482 1312749 114% 253942 19.3%
Fonte: * projectado do CENSO 2007 (INE); ** SIS; ***PNCM

18
A seguir agrupamos os possíveis factores do numerador e do denominador que podem explicar a
suspeita de que a cobertura com a 2ª dose de TIP está a agravar-se ou seus dados não são fiáveis.

Factores relacionados com o numerador (número de mulheres grávidas que receberam pelo menos
2 doses de TIP nas CPN):

 Após um longo período de ruptura de stock de medicamentos (desde 2010), esta actividade
só foi retomada em Abril de 2011 (portanto 3 meses sem administração do TIP).
 O reinício desta actividade aconteceu de forma faseada e gradual, à medida que os stocks
foram sendo repostos até as unidades sanitárias periféricas, o que contribuiu para a baixa
cobertura. Estando os stocks de medicamentos repostos e a distribuição normal retomada, a
actividade voltou a normalidade.
 Parece haver sub-registos dos dados de mulheres que recebem o TIP nas US.

Factores relacionados com o denominador (número de 1ªs CPN registadas nas US públicas):

 Muito provável imprecisão nos dados de 1ªs CPN, pois este valor de 1.312.749 está muito
empolado quando comparado ao total de grávidas esperadas (1.152.482) de acordo com as
projecções do INE para o ano em referência

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
 Assumindo que as projecções do INE aproximam-se à realidade, e tomando em conta a fraca
cobertura da rede nacional, é estranho esperar que todas as mulheres grávidas têm acesso à
rede sanitária pública e procuram esta rede de facto. Nota que aquelas mulheres que são
assistidas na comunidade ou nas US privadas não estão contabilizadas.
 A ocorrência de gravidezes em mulheres de menor idade e a afluência de mulheres grávidas
de outros países não parece razão suficiente para explicar este sobre valor das 1ªs CPN.

Tabela 2 - Indicador 11 - % de casas que foram pulverizadas com insecticida nos últimos 12 meses em relação
às casas alvo
2009 2010 2011 2012

Dados muito incompletos (só 11 dos 62 distritos previstos). Ciclo de


Realizado 74% 85% PIDOM iniciou apenas em Dezembro 2011 em 46 dos 62 distritos alvo

Meta 55% 75% 80% 85%

Em relação ao indicador 11 QAD - % de casas que foram pulverizadas com insecticida nos últimos
12 meses em relação às casas alvo – a meta não foi cumprida e o grau de cumprimento não pode ser
ser determinado em termos quantitativos, pois a Pulverização Intradomiciliária (PIDOM) iniciou
muito tardiamente (só a partir de Dezembro 2011) em 46 dos 62 distritos previstos e neste
momento a PIDOM só foi concluída em 11 distritos (8 em Zambézia e 3 em Gaza) (Tabela 2)
abrangendo 786.380 dum total de 844.265 casas alvo. Uma vez que um ciclo de PIDOM dura cerca
de 90 dias não é possível obter dados completos sobre o total de casas pulverizadas e calcular a
cobertura. Dados completos para este indicador só estarão disponíveis a partir de Abril 2012. A
indisponibilidade de fundos do Fundo Global inscritos no OE para custear esta actividade ditou o

19
início tardio da mesma. O financiamento dos 46 distritos só foi possível através de fundos externos
alternativos (DFID) que só estiveram disponíveis a nível provincial a partir de meados de
Dezembro 2011.

Finalmente, a meta do indicador 12 QAD - % de mulheres grávidas que recebem pelo menos uma
REMTILD (na consulta pré-natal) – não foi atingida (92% realizado comparado à meta de 95%),
mas o progresso foi notável, aproximando-se da meta (Figura 8). Nas CPN foram distribuídas
961.380 REMTILD às mulheres grávidas durante os 12 meses, pois houve melhorias na
disponibilidade das REMTILD, mesmo a despeito dos frequentes problemas de distribuição e de
logística de entrega.

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
2009 2010 2011 2012
Realizado 76.6% 76.9% 92.0%

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
Meta 45.0% 95.0% 95.0% 95.0%

Figura 8:Tendência do indicador 12 QAD - % de mulheres grávidas que recebem pelo menos uma
REMTILD (na consulta pré-natal)

A grande discrepância observada entre os Indicadores 10 e 12 QAD, mesmo a despeito de ambos


serem provenientes das CPN, mostra a fragilidade do sistema de reporte existente e que deve
merecer uma análise profunda imediata.

20
Ponto de situação das recomendações do ACA X e CCNS 2011
Recomendação Situação actual

Em curso. 95% das redes disponíveis em 2011 já


foram distribuídas. Para assegurar que 30% dos
agregados familiares possuam no mínimo duas redes
Implementar as Campanhas para Acesso Universal
mosquiteiras nos distritos que não beneficiam de
para distribuição massiva de redes nas comunidades
PIDOM foram distribuídas 2.089.702 REMTILDs no
e realizar acções de comunicação e mobilização
âmbito do acesso universal em 41 distritos nas
comunitária com vista a promover o seu maior uso –
províncias de Inhambane (8 distritos), Nampula (3
ACA X
distritos), Tete (8 distritos), Sofala (2 distritos), Cabo
Delgado (8 distritos), Niassa (12 distritos)
correspondendo a 84.7% do planificado.

Elaborados os documentos de Política Nacional da


Finalizar a Política Nacional de Controlo da Malária e
Malária, Plano estratégico da Malária 2012-2016 e
actualizar o Plano Estratégico de combate à Malária –
Plano de Monitoria e Avaliação e actualmente
CCNS 2011
aguardando aprovação pelo Ministro.

Uma vez que o ciclo de PIDOM 2011 atrasou, as


Melhorar a qualidade da Pulverização sessões de supervisão intensificadas iniciaram no
Intradomiciliar (PIDOM) – CCNS 2011 início de 2012. Regularmente faz-se a monitoria
entomológica

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
É necessário melhorar a coordenação com o sector
Durante a preparação da campanha de REMTILD, o
das pescas, de forma que a distribuição de redes para
Ministério das pescas foi envolvido para sensibilizar
as actividades pesqueiras seja feita em simultâneo
os pescadores. Mas o exercício não foi em simultâneo.
com a distribuição das REMTILDs– CCNS 2011

O INS deve fazer um estudo de cobertura do uso das


Não efectuado. Só será feito pelo menos 6 meses após
REMTILD para se ter informação sobre a população
a campanha (a partir de Fevereiro 2012)
real que usa estas redes no país. – CCNS 2011

Não efectuado. Faltam meios para a materialização


Partilhar a experiência da Zambézia no manejo dos
da experiência da Zambézia mas esta actividade
resíduos de DDT– CCNS 2011
consta do Plano estratégico do PNCM

A.3.2. TUBERCULOSE
Dos 3 indicadores que medem o desempenho do sector na luta contra a tuberculose, a taxa de
detecção de casos com BK+ (indicador 13 QAD) é o que teve um progresso contraproducente em
relação ao ano de 2010 e a meta de 56% esteve longe de ser alcançada (realizado apenas 49%)
(Figura 9). O numerador corresponde a 19.537 casos com baciloscopia positiva notificados e o
denominador - total de nº anual de novos casos BK+ estimados (estimativa de incidência de TB) é fornecido
pela OMS. Os factores que concorreram para o não alcance da meta são: (i) Desde o ano de 2008 que a
OMS já não fornece o dado do denominador e assim o PNCT vê-se obrigado a usar o dado antigo, não
reflectindo deste modo a realidade, chamando-se assim a atenção na sua interpretação, pois, mesmo
embora a tendência do numerador ser positiva, existem sérias dúvidas relacionadas com o
denominador; (ii) alta rotatividade de supervisores distritais; (iii) novos supervisores distritais sem

21
formação em matéria de gestão do programa com consequente declínio das actividades; (iv) Fraca
articulação com voluntários na comunidade; (v) rupturas de stock de consumíveis e reagentes para
diagnóstico laboratorial da tuberculose; e ainda a persistência de problemas crónicos como a
limitada cobertura de laboratórios com capacidade de fazer o BK.

65%
60%
55%
50%
45%
40%
35%
30%
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Realizado 47% 50.00% 53% 54% 49%
Meta 51.0% 55.0% 60.0% 53.0% 56.0% 58.0%

Figura 9: Tendência do indicador 13 QAD - Taxa de detecção de casos com BK+

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
As metas dos outros indicadores de tuberculose foram alcançadas, ou seja a Taxa de Cura
(indicador 14 QAD) foi de 84% (meta atingida) (Figura 10) e 91% de doentes com TB foram
aconselhados e testados para HIV (indicador 15 QAD), com a meta ultrapassada em 1% (Figura 11).
Em relação à Taxa de Cura, foram tratados e curados 4.040 doentes e a combinação de factores
como seguimento adequado, redução de abandonos, busca activa de doentes são os que
concorreram para este resultado (Figura 10).

86%
85%
84%
83%
82%
81%
80%
79%
78%
77%
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Realizado 82% 82% 82% 85% 84%
Meta 80% 81% 82% 83% 84% 85%
Figura 10: Tendência do indicador 14 QAD - Taxa de cura com tratamento DOTS

Em relação à % de doentes com TB aconselhados e testados para HIV (Indicador 15 QAD) dos
47.301 pacientes diagnosticados com tuberculose, 42.950 foram aconselhados e testados para o
HIV, correspondente a 91% (Figura 11). Entre os factores que contribuíram para o alcance desta
meta, destacam-se: (i) A permanência do paciente no programa durante 6 meses permite melhor
oportunidade para o supervisor aconselhar e testar para o HIV; (ii) O pessoal de TB assumiu

22
seriamente a componente TB/HIV e profilaxia com cotrimoxazol; e (iii) disponibilidade do teste no
Programa, mesmo quando há ruptura dos testes, logo que está disponível o doente é então
submetido ao teste HIV ao longo dos 6 meses tratamento de TB.

100%
80%
60%
40%
20%
0%
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Realizado 68% 79% 84% 88% 91%
Meta 25% 39% 54% 88% 90% 92%
Figura 11: Tendência do indicador 15 QAD - % de doentes com TB aconselhados e testados
para HIV
Ponto de situação das recomendações do ACA X e CCNS 2011

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
Recomendação Situação actual
Sem recursos financeiros para realizar esta actividade, portanto, a
Realizar um estudo da prevalência da TB – actividade está parada. O programa vai incluir na próxima ronda do
ACA X Fundo Global (prevista para 2014). Porém a OMS vai dar assistência
técnica e o programa irá negociar com os demais parceiros.
Em curso, em fase de conclusão os manuais de baciloscopia, controlo de
Fortalecer o sistema de avaliação da qualidade qualidade: Em fase final a criação do sistema de avaliação de qualidade
da microscopia – ACA X em coordenação com o INS. – Até Junho 2012 o sistema será
implementado.
Submetida proposta a OMS TB Reach - 3 propostas do programa e 2
Identificar mecanismos alternativos de parceiros, mas do programa não foi aprovada.
financiamento, para evitar a dependência total Proposta submetida ao Banco Mundial para crédito de compra de
do Fundo Global – CCNS 2011 medicamentos de 2ª linha e reagentes de laboratório. Aprovado 1.6
milhões de USD.
Avaliação da abordagem do one stop model,
A finalizar o desenho das estratégia para ser aplicada em todo o país.
para tomada de decisões sobre a metodologia
Aprovação prevista para Junho 2012.
mais adequada – CCNS 2011
Em Março de 2012 será realizado um workshop para as 1 as directrizes.
Elaboração do Plano Estratégico 2013-17 –
Já existe financiamento e Assistência Técnica garantidos para o desenho
CCNS 2011
de Política, Plano Estratégico e Plano de M&A.

A.3.3. HIV E SIDA (PREVENÇÃO)


As componentes de prevenção do programa HIV e SIDA estão sob coordenação da DNSP do MISAU e
no ACA são avaliados através de 3 indicadores QAD: 16 (Nº de US administrando PTV), 17 [% e (Nº)
de mulheres grávidas HIV+ que receberam medicamentos ARV nos últimos 12 meses para reduzir o
risco de transmissão de mãe para o filho] e 20 (% de adolescentes e jovens que foram aconselhados
e testados para o HIV nas SAAJ e ATS) (Figuras 12, 13 e 14).

23
No que concerne ao nº de US's administrando PTV (indicador 16 QAD), desde 2007 que a meta tem
sido sempre ultrapassada, sendo que no ano em referência foi ultrapassada em 100 US (Figura 12).
Isto mostra claramente a necessidade de ajustar metas subsequentes, pois a colocação de meios
materiais e humanos para que uma US administre PTV é de absoluto controlo dos decisores.
1200
1000
800
600
400
200
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Realizado 386 744 832 909 1063
Meta 250 550 781 900 963 1022

Figura 12: Tendência do indicador 16 QAD - Nº de US's administrando PTV

Em relação a % e (Nº) de mulheres grávidas HIV+ que receberam medicamentos ARV nos últimos
12 meses para reduzir o risco de transmissão de mãe para o filho (indicador 17 QAD) a meta de

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
alcançar 81428 não foi alcançada, aliás desde 2007 a 2010 as metas eram ultrapassadas e no ano de
2011 é a 1ª vez que se regista o contrário (Figura 13). A interpretação deste indicador ganha mais
relevo quando analisada sua tendência em termos de taxa de cobertura, pois pode-se facilmente
decifrar que desde 2007 a 2009 teve um crescimento assinalável de 24% até o pico de 69% em
relação ao total de grávidas HIV+ esperadas. Agora, pela 1ª vez está-se distanciando, tendo
reduzido para 66%, facto que contraria os compromissos traçados de acesso universal e de zero
novas infecções por meio de transmissão de mãe para filho (Figura 13).

120000 100%
90%
100000
80%
70%

Taxa de Cobertura
80000
60%
N

60000 50%
40%
40000
30%
20%
20000
10%
0 0%
2007 2008 2009 2010 2011
Receberam TARV para PTV 24320 46848 68248 69880 70270
Meta 22500 30400 50185 75099 81428
Mulheres Elegíveis 99,594 100,181 100,979 101,771 102,247
Taxa Cobertura 24% 47% 68% 69% 69%
Figura 13: Tendência do indicador 17 QAD - % (Taxa de Cobertura) e Nº de mulheres grávidas HIV+ que
receberam medicamentos ARV nos últimos 12 meses para reduzir o risco de transmissão de mãe para o filho

24
A fim de reverter o cenário de baixa cobertura a DNSP está a (i) formar grupo de mães para mães
em todos os distritos das províncias com prevalência alta que inclui busca activa, sensibilização de
parceiros, retenção nas consultas do PTV, e outros apoios suplementares domiciliários e suporte
nutricional; (ii) implementar as recomendações da avaliação nacional da implementação do PTV
feita em Agosto de 2011 em 84 US do Pais com objectivo de reforçar o programa para responder ao
plano internacional que visa desenvolver actividades clínicas e comunitárias rumo à eliminação até
2015) que abrangeu a reformulação das metas nacionais e provinciais; e (iii) capacitar todas
enfermeiras de SMI na nova abordagem terapêutica.

Muito recentemente, em Março de 2012, o Fundo Global circulou o relatório de auditoria de dados
de indicadores do HIV e Tuberculose (ano de 2011) que aponta que apesar de terem sido
desenvolvidos instrumentos padronizados de colheita de dados, persistem inúmeros problemas na
qualidade de dados reportados: (i) as definições de variáveis nos livros de registo e nas fichas de
reporte nem sempre estão claras e podem induzir facilmente a confusão; (ii) a falta de orientações
escritas e insuficiente capacitação no local de trabalho, supervisão e controlo interno de qualidade;
(iii) a maior parte do pessoal encarregue no preenchimento das ferramentas tanto no local de
oferta de serviços assim como nos níveis distrital e provincial não entendem correctamente como
registar mulheres que recebem o PTV em diversos regimes e muito frequentemente a mesma
mulher é listada em mais do que um regime, resultando em sério sobre reporte; (iv) não é sempre

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
percebido que as mulheres que já estão em TARV, quando ficam grávidas necessitam ser contadas;
e (v) em alguns casos é o número de vezes de PTV prestado a uma mulher grávida que é contado.
Mais ainda, apesar de os dados de PTV terem sido integrados no SIS, persiste existência de
canal paralelo de reporte desde a enfermeira de SMI no ponto de oferta de serviços para a
enfermeira de SMI responsável aos níveis distrital e provincial, para o programa de PTV
nacional. A gestão de dados em todos os níveis é geralmente fraca, com uma ausência de
procedimentos e procedimentos escritos geralmente pouco claros sobre como lidar com
erros e discrepâncias e na administração protecção de banco de dados. Assim, a equipa de
auditores de dados recomenda:

i. Que a colheita de dados usando as ferramentas de reporte padronizados seja efectuada de


modo a eliminar os erros de interpretação e de sobre reporte detectados;
ii. Que seja tomada uma decisão sobre a forma como os dados de PTV devem fluir e que um
único canal de comunicação seja usado;
iii. Que procedimentos de gestão de dados sejam claramente desenvolvidos e implementados
em todos os níveis;
iv. Que a definição do indicador PTV seja melhorada, claramente formulando que as mulheres
grávidas que recebem TARV também são contadas como tendo recebido o PTV;
v. Que uma estratégia seja desenvolvida para supervisão e controlo de qualidade dos dados,
atribuindo claramente e descrevendo os papéis dos gestores de SMI distritais e provinciais e
aqueles dos núcleos de estatística e parceiros de implementação.

A meta do indicador 20 QAD, % de adolescentes e jovens que foram aconselhados e testados para o
HIV nas US, também não foi alcançada (47.1% ao invés de 49% planificado), mesmo a despeito de

25
ter tido um progresso positivo quando comparado ao ano anterior (Figura 14). Esta percentagem
corresponde a 249.372 adolescentes e jovens aconselhados e testados dum universo de 529. 504
atendidos nos SAAJ. Foram somente incluídos na análise os jovens testados no ATS Geral
(enfermaria, triagens, consultas externas serviços oftalmológicos, CPN e outros) dado que os outros
programas reportam a informação num modelo diferente do utilizado nos serviços do ATS ou
somente nos enviaram o relatório dos aconselhados e testados não discriminados em idade. As
principais causas da procura destes serviços estão relacionadas com as consultas de ITS, pré-natal,
e testagem para o HIV. No que se refere à expansão dos SAAJ, dos 15 SAAJ previstos, 12 foram
abertos e nestes foi ainda integrado o serviço de aconselhamento e testagem para o HIV.

55.0%
50.0%
45.0%
40.0%
35.0%
30.0%
25.0%
20.0%
2009 2010 2011
Realizado 41.0% 24.0% 47.1%
Meta 43% 46% 49%

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
Figura 14: Tendência do indicador 20 QAD - % de adolescentes e jovens que foram aconselhados e testados para
o HIV nas US (SAAJ+ATS)

A.3.4. HIV E SIDA (TRATAMENTO)


As componentes de tratamento e cuidados do programa HIV e SIDA estão sob coordenação da
DNAM do MISAU e no ACA são avaliados através de 2 indicadores QAD: 18 (Nº de crianças que
beneficiam do TARV pediátrico) e 19 [Nº de adultos (homens e mulheres) com infecção HIV
avançada que recebem o TARV (terapia anti retroviral) combinado segundo os protocolos] (Figuras
15 e 16A e B). As metas dos dois indicadores foram atingidas e sempre com um progresso positivo.

O TARV pediátrico abrangeu em 2011, 23.053 crianças HIV +, tendo praticamente alcançado a meta
traçada de 23.818 (indicador 18 QAD) (Figura 15).
35000
30000
25000
20000
15000
10000
5000
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Realizado 6210 9393 13510 17395 23053
Meta 11820 20826 11500 19426 23818 29058

Figura 15: Tendência do indicador 18 QAD - Nº de crianças que beneficiam do TARV pediátrico

Os factores que têm contribuído para o alcance da meta incluem: (i) intensificação de formações de
técnicos de medicina como formadores provinciais (29 formados) que efectuaram réplicas nas

26
províncias; (ii) Elaboração e envio às províncias da Estratégia para a Melhoria do TARV Pediátrico;
(iii) Elaboração de novas metas de TARV Pediátrico como resposta às novas necessidades do TARV
definidas no Impacto Demográfico; (iv) Produção e distribuição das novas rodas de dosagem de
ARV´s pediátricos; (v) Elaboração do novo manual de TARV pediátrico; (vi) Distribuição das metas
para identificação da criança infectada pelo HIV, e distribuição das metas para US´s;; (vii)
Supervisão no âmbito de TARV pediátrico/PTV nas províncias de Gaza, Manica, Sofala, Zambézia,
Nampula, Cabo Delgado e Cidade e Província de Maputo; (viii) Melhoria de ligação PTV/TARV
pediátrico; (ix) Criação de grupo TARV pediátrico/Criança exposta, actividades conjuntas com
programas do PTV para implementação das novas normas PTV/TARV pediátrico; e (x) O envio
electrónico do resultado do PCR, diminuiu o tempo de espera nas US. ESMI formadas na colheita de
amostras para PCR reduzindo a possibilidade de abandono. A progressão do indicador 19 QAD - Nº
de adultos (homens e mulheres) com infecção HIV avançada que recebem o TARV combinado
segundo os protocolos nacionais continua ascendente e ligeiramente acima da meta, porém quando
analisada por sexo, verifica-se que a meta para os homens não foi atingida e para as mulheres foi
ultrapassada (Figuras 16A e 16B).
200000
300000 180000
160000
250000 140000

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
120000
200000 100000
80000
150000 60000
40000
100000 20000
0
50000 2008 2009 2010 2011 2012
Homens
43616 63306 79553 87278
0 Realizado
2007 2008 2009 2010 2011 2012 Homens Meta 52912 89100 71590 88821 103843
Realizado Mulheres
88211 118937 156688 218991 250508 75321 106892 139438 163230
adultos (M+F) Realizado
Meta adultos 96000 132280 148500 194440 241240 282040 Mulheres Meta 79368 59400 122850 152419 178197

Figura 16B: Tendência do indicador 19 QAD - Nº homens e


Figura 16A: Tendência do indicador 19 QAD - Nº de adultos
mulheres com infecção HIV avançada que recebem o TARV
com infecção HIV avançada que recebem o TARV (terapia
(terapia anti retroviral) combinado segundo os protocolos
anti retroviral) combinado segundo os protocolos nacionais
nacionais

Os factores que têm contribuído para o alcance da meta do indicador 19 incluem: (i) Garantia de
provisão de TARV regularmente em todas as unidades sanitárias que prestam estes serviços; (ii)
Apoio às províncias na implantação e implementação da estratégia GAAC (Grupos de Apoio e
Adesão Comunitário); (iii) Aprovação pelo comité terapêutico da prescrição de TARV pelo
enfermeiro geral, enfermeira de SMI e agente de medicina geral e realização de cursos-piloto com
esta categoria de técnicos nas províncias de Gaza, Sofala e Manica; (iv) Até ao presente momento as
saídas (abandono e óbitos) não têm sido considerados no cálculo final, havendo assim uma

27
provável sobre-estimativa de PVH activos em TARV por causa das fraquezas do sistema de M&A
actualmente existente.

Quando analisada a provisão do TARV em crianças e adultos por província, destacam-se em termos
absolutos as províncias de Maputo cidade, Maputo província e Gaza (Tabela 3).

Igualmente notável é a taxa cumulativa de doentes que abandonaram o TARV que foi de 19% ao
nível nacional, com Cabo Delgado (29%), Nampula (24%), Zambézia (24%) e Gaza (22%) com cifras
algo preocupantes.

Uma das fraquezas que o programa de HIV (tratamento e cuidados) está a registar tem a ver com o
sistema de M&A que até agora não consegue captar fielmente os esforços empreendidos na área
programática. Aliás, as constatações da auditoria da qualidade de dados feita pelo Fundo Global,
revelou essas fragilidades. Para por cobro às fraquezas identificadas, foi elaborado um novo sistema
de M&A, no início de Janeiro de 2012 foram feitas formações de formadores e a partir de Fevereiro
serão efectuadas réplicas provinciais. Todos instrumentos já foram elaborados e estão sendo
enviados às províncias e assim, espera-se que a partir de finais Março ou início de Abril 2012, todas
US estão a usar as novas ferramentas de monitoria. Os mecanismos de supervisão destes novos
mecanismos serão implementados.

ACA XI: Desempenho do Sector em relação às Áreas de acesso e qualidade de Prestação de Serviços de Saúde
Tabela 3 – Provisão do TARV em crianças e adultos por província, ano de 2011
Província Realizado TARV Taxa de abandonos % Óbitos US em TARV
Crianças Adultos
Niassa 594 5,999 16% 11% 24
Cabo Delgado 702 10,987 29% 8% 22
Nampula 1,600 14,185 24% 9% 38
Zambézia 2,087 23,020 24% 7% 23
Tete 1,374 15,034 17% 6% 27
Manica 1,259 17,132 17% 13% 14
Sofala 2,597 24,791 18% 12% 30
Inhambane 1,125 13,111 18% 8% 16
Gaza 2,602 33,882 22% 9% 19
Maputo Província 3,344 36,726 11% 6% 20
Maputo Cidade 5,769 55,641 19% 4% 28
Nacional 23,053 250,508 19% 8% 261

No cômputo geral, o programa de HIV experimentou desafios, que incluem: (i) Fundos prometidos
CDC que não foram disponibilizados, limitando a implementação de certas actividades; (ii)
Obtenção de fundos para formar o pessoal de nível mais baixo (task shifting para enfermeiros
gerais, enfermeiras de SMI e agentes de medicina geral); (iii) no ano de 2011 foi feito um pedido de
emergência ao Fundo Global de 10 milhões US$ devido ao atraso do desembolso do R9. Desafios
com CMAM no que diz respeito à quantificação de consumíveis. Urge sair da situação de emergência
para apoio baseado no desempenho.

28
Ponto de situação das recomendações da ACA X e CCNS 2011
Recomendação Situação actual
Melhorar a qualidade dos cuidados ao nível das US,
Em curso. Em 2011 iniciou-se a massificação do CLINIC-
massificando actividades do programa relativas à
QUAL, 105 implementando-o e em 2012, 179 US irão
qualidade dos cuidados implementadas em todos os locais
implementar.
onde existe o TARV – ACA X
Estudar/avaliar a frequência de utilização dos SAAJ, seu
custo-eficácia e impacto nas intervenções de SSR/PF – ACA Não efectuado.
X
O processo não avançou. As metas do PEN III estão sendo
consideradas, mas tem outros aspectos que não são
Operacionalização do PEN III: desenvolvimento de planos
considerados. Com excepção do TARV outras componentes
operacionais e respectiva orçamentação – ACA X
dos produtos do PEN III não foram traduzidas. Deve-se
desenhar o plano operacional do PEN III
Redução do número de abandonos: envolvimento dos
próprios doentes, num esquema de ajuda mútua, destinada
a reduzir as necessidades de transporte dos doentes. Existe Foi desenhada a estratégia piloto em Julho/Agosto 2011, já
a propósito uma experiência implementada pela MSF na está em curso a sua implementação
província de Tete, que reduziu os abandonos de 20% para
2% - CCNS 2011
Melhorar a qualidade e os cuidados clínicos na área do HIV,
Em curso a expansão do CLINIC-QUAL para o TARV e no
particularmente no que diz respeito à redução das taxas de
âmbito do PTV. A estratégia GAAC está sendo massificada.
abandono – CCNS 2011
Todas as províncias realizaram o estudo. Com vista à
redução do número de abandonos através da melhoria da
retenção dos doentes em TARV foi introduzida a título
Realizar um estudo sobre as causas dos abandonos ao
piloto a estratégia dos grupos de apoio à adesão
tratamento Anti Retroviral.Reduzir o crescente abandono
comunitária (GAAC) a partir de 1 de Julho de 2011, mas
do TARV com base em evidências
com início de implementação efectiva em Agosto. A
avaliação da mesma está prevista para o último trimestre
do corrente ano.

B. DESEMPENHO DO SECTOR EM RELAÇÃO ÀS ÁREAS DE APOIO AO SISTEMA DE SAÚDE

As áreas do Sistema de Saúde essenciais para o apoio do sector na prestação de serviços


consideradas neste ACA XI compreendem: (i) Planificação, Monitoria e Avaliação incluindo Sistemas
de Informação em Saúde e infra-estruturas; (ii) Medicamentos; (iii) Gestão e Formação de Recursos
Humanos; (iv) Finanças, Aquisições e Auditorias; e (v) Cumprimento dos compromissos dos
parceiros.

B.1. DESEMPENHO EM RELAÇÃO A PLANIFICAÇÃO, MONITORIA E AVALIAÇÃO, SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE E


INFRA-ESTRUTURAS (DESENVOLVIMENTO DA REDE SANITÁRIA E DISTRIBUIÇÃO EQUITATIVA DE RECURSOS)

Nesta secção reside o desempenho relativo a duas prioridades do PES 2011: A quarta prioridade
(Monitoria e Avaliação, Sistemas de Informação em Saúde) e a sexta prioridade (Desenvolvimento
de Infra-estruturas). Em relação aos Monitoria e Avaliação e Sistemas de Informação em Saúde,
destaque esteve centrado na realização de actividades no âmbito do Plano Estratégico do Sistema
de Informação e da melhoria de qualidade dos dados produzidos. Dada a crónica preocupação com
a qualidade de dados, a ACA incluiu pelo 5º ano consecutivo o exercício de verificação de dados no
terreno por equipas conjuntas (MISAU e parceiros).
ACA XI:

29
B.1.1. PLANIFICAÇÃO, MONITORIA E AVALIAÇÃO INCLUINDO SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE

Até ao presente momento não existe no QAD nenhum indicador que mede directamente o
desempenho destas componentes vitais do sistema de saúde. Assim, esta subsecção limita-se a
descrever os aspectos que se notabilizaram durante o ano de 2011, grau de implementação das
recomendações do ACA X e CCS 2011 e a actual situação da qualidade de dados do SIS.

Sob orientação do Departamento de M&A, o GT Planificação, Investimentos e M&A iniciou em 2011


o longo processo de actualização do PESS para o período 2013-2018 através de revisão do sector
saúde em duas abordagens: (i) Avaliação dos Sistemas de Saúde e (ii) Plataforma Nacional de
Vigilância dos Sistemas de Saúde. Este exercício será concluído no ano de 2012.

Adicionalmente, foram levadas a cabo as seguintes actividades durante o ano de 2011: (i)
Actualizada a Matriz do QAD, 2011 - 2014 (metas de 2011); (ii) Elaboração dos Balanços do
desempenho trimestral, semestral e anual do PES do sector; (iii) Elaborado o Balanço Preliminar do
Programa Quinquenal do Governo 2010-14; (iv) Elaborado o 1º rascunho Plano Nacional de
Monitoria e Avaliação do Sector que está em processo de aprimoramento interno e que deverá ser
concluído no 1º semestre do ano de 2012; (v) Elaborados e aprovados os termos de referência para
actualizar o guião de relatórios das DPS e durante o ano de 2012 proceder-se-á com a contratação
de uma assessoria técnica para elaborar o guião; (vi) Iniciada a revisão do sector saúde; e (vii) foi
realizada a 10ªAvaliação Conjunta de Desempenho do Sector.

A área mais crítica de implementação do Plano Estratégico para a melhoria do SIS continua sendo a
garantia de reporte de dados de qualidade (plenitude, robustez e em tempo oportuno). Vários
programas de saúde (exemplos: HIV e SIDA, Saúde Materna e da Criança, Saúde Mental, trauma e
Sistema de Informação da cólera) em colaboração com o DIS concluíram a revisão e harmonização

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


dos instrumentos de colheita e reporte. O SIS para os Hospitais (SIS-H) foi expandido do Hospital
Central de Maputo para os Hospitais Centrais da Beira e de Nampula e Hospital Provincial de
Pemba.

Ao longo do exercício de elaboração do relatório ACA XI, foram apontadas necessidades de ajuste
das metas e/ou dos próprios indicadores do QAD. Assim, o Anexo 1 apresenta as recomendações
específicas para o melhoramento desta importante matriz.

30
Ponto de situação das recomendações do ACA X e do CCS 2011 em relação a planificação, M&A e
SIS
Recomendação Situação actual

Garantir a consistência e qualidade de dados


existentes no Programa de SMI e o SIS através da Em curso. Existe um guião actualizado de supervisões feito pela DPC
distribuição e implementação de novos (de forma integrada). As supervisões são centradas na análise da
instrumentos (já aprovados) de recolha de qualidade de dados
dados (incluindo normas do preenchimento a Novos instrumentos de SMI aprovados implementação iniciou em
serem usadas durante as supervisões para Janeiro 2012.
formação em trabalho) e pela integração das Normas de preenchimento, houve formação para os chefes de DPC e
actividades de verificação dos dados durante a pontos focais dos programas (excepto cabo Delgado)
supervisão – ACA X
Incluir indicadores relativos a taxa de
mortalidade por desnutrição grave, área de Feito, mas não incluiu-se a área de medicamentos pois já existem
medicamentos e vacinação em processos muitos estudos feitos em 2011.
subsequentes de verificação de dados – ACA X
Definir e incluir no QAD indicadores que
Vai ser incorporado na Revisão do Sector Saúde, actualmente em
retratem de forma acurada a situação do sistema
curso.
de referência das US – ACA X.

Em 2012 vai ser feita a análise de lições aprendidas para usar como
base para um novo modelo. Incluindo a harmonização com o Fundo
Definir um novo modelo de Avaliação Conjunta Global e com o futuro PESS. Um dos aspectos introduzido foi efectuar
Anual do Sector – ACA X. visitas de supervisão conjunta (parceiros e MISAU) mais cedo.
Identificadas as fraquezas no método ACA e correcções em curso
incluindo a elaboração dos protocolos.
Em curso, na definição das novas fichas e da nova estrutura do
módulo básico toma-se em conta a desagregação por sexo. Foram
realizados encontros com a unidade de género.
Reforço da Monitoria e Avaliação e do Sistema
Fichas de SMI: O livro e fichas resumos incluem idade e sexo.
de Informação para Saúde (SIS) a todos os níveis,
Foi criado o Departamento de M&A e o 1º rascunho do plano nacional
prosseguir com a desagregação dos dados por
de M&A
sexo – CCS 2011.

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


Feito um workshop sobre a nova arquitectura do SIS: Indicadores e
abrangência
Foi iniciada a elaboração do dicionário de dados
Verificar e analisar o desempenho plurianual do
sector na revisão do PESS no ultimo semestre de
O relatório da Revisão do Sector Saúde estará concluído ao longo do
2011, adequada nas orientações do IHP(i.e JANS
primeiro semestre de 2012 e a Avaliação Externa do PESS, analisam
& Plano de M&A), incluindo uma maior
os ganhos e declínios no desempenho dos principais indicadores ao
compreensão dos recentes ganhos e declínios
longo dos últimos anos, sobretudo na vigência do actual PESS.
identificados na ACA X (resp. partos
institucionais e vacinações).-CCS Março 2011
Contratar Assistência Técnica para elaboração
Em Curso. Foi lançado o concurso para contratação da Assistência
do Plano Integrado Desenvolvimento de Infra
Técnica, estando o júri empenhado na procura de soluções para os
estruturas, Equipamento, e Recursos Humanos-
erros de procedimento identificados durante a escolha da proposta.
CCS Março 2011
Em curso. O Balanço anual do sector analisa de forma desagregada
Deverá ser melhorada a análise do QAD através
por província parte dos indicadores presentes no QAD. Para melhorar
de uma desagregação gradual dos dados por
este aspecto, as novas ferramentas em fase de conclusão,
Província , género e outros determinantes de
nomeadamente o dicionário de dados, a nova estrutura do SIS e o
saúde, de forma a permitir visualizar a evolução
plano de M&A do sector privilegiam a desagregação dos dados para
das iniquidades- CCS Março 2011
permitir visualizar melhor as iniquidades.

31
Principais constatações e recomendações do processo conjunto de verificação da qualidade de
dados do SIS

A metodologia usada é baseada no Guião Geral para a Verificação dos Dados do Fundo Global e
consiste de duas componentes: (1) a avaliação dos sistemas de comunicação e gestão de dados aos
diferentes níveis relevantes (nacional, provincial e distrital), e (2) a verificação de dados num
número de unidades sanitárias e níveis intermediários onde os dados são agregados. Os três
indicadores alvo da verificação da qualidade de dados foram: (i) Indicador 1 do QAD-Saúde: Taxa de
cobertura com DPTHepBHib3 em crianças menores de 1 ano de idade (verificação da qualidade do
numerador); (ii) Indicador 4 do QAD-Saúde: Taxa de mortalidade institucional por desnutrição
aguda grave nas crianças menores de 5 anos; e (iii) Indicador 6 QAD: Taxa de cobertura de partos
institucionais (verificação da qualidade do numerador). A Tabela 4 apresenta as principais
constatações e recomendações específicas por cada indicador e o respectivo relatório de visita
consta do Anexo 4.

Tabela 4: principais constatações e recomendações sobre a qualidade de dados de 3 indicadores


QAD
Constatações específicas Recomendações específicas
a) Número de crianças menores de 1 ano de idade que receberam a DPTHepBHib3 (Numerador do Indicador 1 do
QAD-Saúde: Taxa de cobertura com DPTHepBHib3 em crianças menores de 1 ano de idade)
 A qualidade dos dados é alta desde a fonte até ao
módulo na maioria das US
 Em todas as US, os dados presentes no Livro de
Registo de Vacinas (Mod SIS-A01-A) nunca foram
consistentes com os dados da Ficha de Registo Diário
1. O nível central deve fornecer orientações claras sobre
(Mod SIS-A01), mas que isto não influencia no valor
o objectivo de cada ferramenta (livro de registo, fichas
reportado, pois o dado usado provém da ficha
diárias etc.).

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


 Stock insuficiente dos instrumentos de recolha (versão
2. A DNSP deve enviar uma nota informativa que clarifica
actualizada) em todos níveis
todo o processo de registo de dados em campanhas e
 DQS implementado em algumas US constituindo boa
em Semanas Nacionais de Saúde às províncias
experiência
3. Instituir o método DQS em todas US
 Falta de clareza sobre o objectivo de cada ferramenta
(livro de registo, fichas diárias etc.) e se durante
brigadas móveis deve-se usar os instrumentos de
registo que já existem nas US.
 Má conservação dos Livros de Registos e Fraca
supervisão formativa e Prática de Retroinformação

b) Taxa de mortalidade institucional por desnutrição aguda grave nas crianças menores de 5 anos (Indicador 4 do
QAD-Saúde)
 2/3 US com dados de baixa qualidade na Zambézia e 4. O DIS e o Departamento de Nutrição devem concordar
alta qualidade nos restantes locais visitados sobre apenas um único sistema de colheita do
 Excelente fluxo de dados indicador e o Módulo Básico parece ser a melhor
 Má conservação dos Livros de Registos opção, já que este compila a informação por nível de
 Algumas US reportam desnutrição aguda grave apenas US.
quando é o 1º diagnóstico de alta e outras mesmo 5. O DIS e o Departamento de Nutrição devem definir um
quando é 2rio. mecanismo específico que permita colher todos os
 Existência de 2 sistemas de reporte: 1. Do programa casos de internamento por desnutrição da Pediatria,
com imprecisões no cálculo; 2. Módulo Básico que independentemente se estes casos aparecem como
calcula correctamente diagnóstico principal ou como doenças associadas
 Inexistente prática de Arquivar os documentos em 6. O CMAM deve colocar os leites terapêuticos, o Resomal
local seguro e adequado e o ATPU (ex: Plumpy Nut ) na lista dos medicamentos

32
Constatações específicas Recomendações específicas
 Uso do Livro de Resumo diário do PAV como fonte essenciais e usar o seu sistema de gestão dos stocks
principal do Resumo Mensal para medicamentos e outros artigos médicos para o
 Fraca supervisão formativa e Prática de controlo da utilização e gestão destes produtos.
Retroinformação 7. As DPS devem acelerar a formação dos clínicos nos
 A maior parte dos profissionais de saúde das novos protocolos de tratamento e reabilitação
Enfermarias de Pediatria não está formada nos novos nutricional para melhorar o manejo e a gestão dos
protocolos de reabilitação nutricional leites terapêuticos, considerando os sérios problemas
 Notas técnicas com imprecisão de definição do de ruptura de stock que esta área enfrenta.
denominador: “Nº total de crianças de 0-5 anos 8. Actualizar as notas técnicas explicativas do Indicador
internadas por desnutriç~o aguda grave” ao invés de 4, substituindo a informação sobre o denominador:
“Nº total de crianças de 0-5 anos com diagnóstico de “Nº total de crianças de 0-5 anos internadas por
alta de desnutriç~o aguda grave” tal como é a prática desnutriç~o aguda grave” por Nº total de crianças de
do dia-a-dia 0-5 anos com diagnóstico de alta de desnutrição aguda
grave” tal como é a pr|tica do dia-a-dia

c) Número de partos institucionais (Numerador do Indicador 6 QAD: Taxa de cobertura de partos institucionais)
 A qualidade dos dados é alta desde a fonte até ao 9. Garantir a disponibilidade e uso adequado dos novos
módulo básico livros de registo das maternidades em todas US
 Fraco stock de livros de registo 10. Adaptar os guiões de supervisão provincial para o
 Foram encontrados problemas de varia ordem com o nível distrital
livro de registo desde campos incompletos e 11. Incluir mecanismos de verificação de qualidade de
incorrectos, páginas tiradas, tamanho e formato do dados de modo a reduzir o fosso (dados
livro não útil e falta de livros de registo de alguns incompletos/incorrectos) encontrado entre os livros
meses em alguns hospitais de registo e as 1ªs fichas de resumo.

B.1.2. DESENVOLVIMENTO DE INFRA-ESTRUTURAS (REDE SANITÁRIA E DISTRIBUIÇÃO EQUITATIVA DE RECURSOS)

Cinco indicadores são usados para avaliar o desempenho do sector em relação às infra-estruturas
chave: Nº de novos CS tipo 2 e tipo C finalizados e equipados, incluindo Postos de Saúde elevados CS

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


II ou C (Indicador 21 QAD); Rácio de consultas externas por habitante (Indicador 22 QAD); Índice
de iniquidade (Indicador 23 QAD); Nº de CS tipo 2 e tipo C que passam a dispor de serviços de
abastecimento de água permanente (Indicador 26 QAD); e Nº de CS tipo 2 e tipo C que passam a
dispor de serviços de fonte energia (Indicador 27 QAD). Com a excepção do Rácio de Consultas
externas por habitante cuja meta não foi atingida, as metas dos demais indicadores foram atingidas
ou ultrapassadas (Figuras 17, 18, 19 e 20).

33
80
70
60
50
40
30
20
10
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Realizado 37 71 26 39 35
Meta 6 30 20 25 30
Figura 17: Tendência do Indicador 21QAD - Nº de novos CS tipo 2 e tipo C finalizados e equipados, incluindo
Postos de Saúde elevados CS II ou C

Ao analisar a tendência do Indicador 21 QAD (Figura 17), verifica-se que a meta foi sempre
ultrapassada, o que dá ideia de fraqueza na planificação.

Em relação ao Indicador 22 QAD, rácio de consultas externas por habitante (Figura 18), os factores
implicados no desempenho (meta não atingida) podem ser relacionados com a tendência que a
população tem de procurar os serviços de saúde apenas quando está doente e o ajuste na forma de
contagem de consultas externas a partir de 2010 (exemplo: consulta inicial vs controlo no mesmo
paciente, contando a 1ª apenas, algo que não acontecia antes).

3.5
Meta do índice de iniquidade ≤ 3.0
3
2.5

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


2
1.5
1
0.5
0
2007 2008 2009 2010 2011
Rácio de Consultas externas por
1.06 1.02 1.06 1.2 1.2
habitante Realizado
Rácio de Consultas externas por
1.1 1.15 1.2 1.2 1.3
habitante Meta
Índice de iniquidade Realizado 3.31 2.83 2 1.06 1.8
Figura 18: Tendência de Indicadores 22 e 23 QAD - Ráciode Consultas Externas por Habitante e Índice de
Iniquidade

A Figura 18 ilustra também a tendência do índice de iniquidade (Indicador 23 QAD), observando-se


que a meta foi atingida (≤ 3.0), mas com progresso contraproducente em relação ano de 2010.
Concorrem para este alcance um melhor exercício de planificação e de execução tomando em conta
a igualdade de acesso aos serviços de saúde.

Por último, as Figuras 19 e 20 mostram a tendência dos Indicadores 26 e 27 QAD, onde as metas
foram claramente ultrapassadas, o que sugere necessidade de planificar melhor. Os dados

34
cumulativos de todas as US que possuem água permanente e fonte de energia incluindo as
crescentes coberturas também são apresentados nas Figuras 19 e 20.

600 70%

Número actual e cumulativo


68%
500
66%

Cobertura (%)
400 64%
62%
300
60%
200 58%
56%
100
54%
0 52%
2008 2009 2010 2011
Nº CS tipo 2 e tipo C com água
permanente Passam a dispor 71 5 85 63
(indicador 26)
Nº CS tipo 2 e tipo C com água
10 50 50
permanente Meta
Nº CS tipo 2 e tipo C com água
417 422 507 570
permanente Cumutativo
Nº CS tipo 2 e tipo C com água
58.4% 58.7% 59.4% 68.4%
permanente Cobertura
Figura 19 - Tendência do Indicador 26 QAD - Número de CS tipo2 e tipo C que passam a dispor de servicos de
água permanente incluindo dados cumulativos e cobertura nacional

600 70%
Número actual e cumulativo

500 60%

Cobertura (%)
50%
400
40%
300
30%
200
20%
100 10%

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


0 0%
2008 2009 2010 2011
Nº CS tipo 2 e tipo C com energia
71 5 102 82
Passam a dispor (indicador 27)
Nº CS tipo 2 e tipo C com energia
10 50 50
Meta
Nº CS tipo 2 e tipo C com energia
320 325 427 502
Cumutativo
Nº CS tipo 2 e tipo C com energia
44.8% 45.0% 50.1% 60.2%
Cobertura

Figura 20- Tendência do Indicador 27 QAD - Número de CS tipo2 e tipo C que passam a dispor de servicos de
fonte de energia incluindo dados cumulativos e cobertura nacional

B.2. DESEMPENHO EM RELAÇÃO À GESTÃO E LOGÍSTICA DE MEDICAMENTOS

Gestão e logística de medicamentos foram definidas como segunda prioridade do PES 2011. “O
principal objectivo é garantir que sejam implementadas medidas apropriadas para o acesso da
população aos medicamentos com equidade, de modo a que os medicamentos essenciais estejam
regular e atempadamente disponíveis nas quantidades necessárias, dosagens farmacêuticas
adequadas e preços comportáveis para o cidad~o”. Mesmo assim, o ano de 2011 foi marcado por

35
uma crise sem precedentes em relação à gestão de medicamentos e suprimentos médicos. Foi o ano
considerado de situação de emergência em que o actual Ministro teve que tomar um papel
preponderante com apoio da sua equipa e de parceiros de cooperação para minimizar a crise. A
crise de medicamentos foi caracterizada por 3 aspectos fundamentais:

a) A descoberta de um enorme volume de medicamentos fora do prazo, datados desde 2005


no armazém provincial ADIL na Matola;
b) O inventário do armazém nacional de Zimpeto não estava actualizado;
c) Rupturas frequentes de vários itens de medicamentos nos vários níveis do Serviço Nacional
de Saúde.

Para além do trabalho que vinha sendo realizado pelo Grupo de Trabalho de Medicamentos e
Suprimentos Médicos, foi criado um Grupo de Trabalho de Gestão da Crise de Medicamentos (task
force de crise de medicamentos) liderado pelo próprio Ministro da Saúde e com parceiros de
cooperação representados pelo Governo Americano, Fundação Clinton e a Holanda. O objectivo da
criação deste grupo de gestão da crise foi de reduzir as linhas de comunicação ao mínimo possível e
permitir decisões baseadas em evidência e longe de rumores e para dar suporte ao pessoal técnico
a fim de resolver a crise da melhor forma e de forma mais célere possível.

Assim para gerir a crise foram tomadas as medidas seguintes:

 Todos os medicamentos expirados no Armazém ADIL foram inventariados, avaliados e


incinerados numa fábrica de cimento local – um processo que envolve o MISAU, o
Ministério do Assuntos Ambientais, as autoridades provinciais e a polícia;
 Contratados 2 especialistas farmacêuticos pela CIDA e DANIDA;

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


 Foi elaborado e executado um plano para a distribuição imediata de medicamentos e
suprimentos médicos que iriam expirar em Dezembro 2011;
 Foi feita uma solicitação ao Fundo Global para suspensão temporária dos pedidos de
desembolsos que haviam sido submetidos via mecanismo de procura “Voluntary Pooled
Procurement” devido { necessidade de levantar as lacunas e de elaborar um plano de
distribuição de medicamentos e reagentes à altura das evidências;
 Criado o Comité de Coordenação para efectuar um levantamento das necessidades (gap
analysis) para 2011/2012, uma vez que o sistema de informação de gestão de logística
provou ser ineficiente por muitos anos. Este Comité criou 7 subgrupos de acordo com s
varas categorias de produtos (HIV e SIDA, Malária, Tuberculose, Medicamentos Essenciais,
suprimentos laboratoriais, suprimentos médicos e suprimentos de vacinas). Cada subgrupo
teve que analisar os stocks existentes desde o nível distrital até o nível central e determinar
necessidades reais para 2011 e 2012;
 Já com uma análise mais precisa das lacunas em medicamentos e suprimentos médicos
para o TARV e diagnóstico rápido da malária, o Governo Americano e o Banco Mundial
conseguiram cobrir as necessidades até Maio de 2012. Assim para garantir que não haja
ruptura destes ARV e TDR, o MISAU com apoio dos parceiros submeteu um pedido de

36
desembolso de emergência ao Fundo Global e m Setembro de 2011 no âmbito da Ronda
9, uma vez que a via “Voluntary Pooled Procurement” levaria mais tempo.

O MISAU está claramente ciente das fraquezas do actual sistema de gestão de aquisição e logística
do SNS e está actualmente a trabalhar com os parceiros para ultrapassar as fraquezas de modo a
garantir uma cadeia de aquisições e logística eficiente o mais breve possível. Aliás, Sua Excelência o
Ministro de Saúde sublinhou numa das cartas enviadas aos parceiros que prefere tomar esta crise
como uma oportunidade para tomada de decisões para melhorias estratégicas a longo
termo.

No âmbito da metodologia ACA em vigor, os aspectos de crise acima mencionados não se tornam
evidentes, pois a área de gestão de medicamentos é medida por dois indicadores cujas metas foram
“alcançadas”, um sob a responsabilidade da CMAM - % da satisfação de requisições de
medicamentos vitais (Indicador 24 QAD) e outro sob a responsabilidade do Departamento
Farmacêutico - % de medicamentos vitais dentro das especificações de qualidade (Indicador 25
QAD).

Tal como ilustra a Figura 21, a meta ligeiramente ultrapassada, apesar de se considerar aviamentos
de apenas um armazém - o de Zimpeto (Maputo cidade) tendo sido excluídos os da Beira (Sofala) e
Adil – Matola (Maputo província).

92%
90%
88%
86%
84%
82%

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


80%
78%
76%
74%
2009 2010 2011 2012
Realizado 80% 85% 88.00%
Meta 85% 86% 87% 90%
Figura 21: Tendência do Indicador 24 QAD - % da satisfação de requisições de medicamentos vitais

O realizado deste indicador no ano de 2011 tem de ser interpretado com muita cautela, pois a
forma do seu cálculo pode não ter obedecido aos mesmos critérios do cálculo efectuado nos anos
anteriores. Eis os pontos-chave usados no seu cálculo:

 Os dados referem-se aos 2 últimos trimestres de 2011, isto porque antes disso, não havia
análise das requisições antes de elaborar as ordens de fornecimento.
 Não se sabe se a lista de medicamentos vitais usados para o cálculo deste ano foi o mesmo
para os anos transactos.

37
 Não inclui os produtos aviados a partir dos armazéns Adil e BEIRA, porque no aviamento os
dados não são reflectidos no MACS, já que este sistema não existe nestes locais. O MACS é o
sistema electrónico que fornece dados para o cálculo do indicador 24 – serve para gestão de
stocks no armazém e tem alguns problemas (não indica o valor financeiro) mas funciona
gerindo o armazenamento na vertical. Código que se introduz no sistema por entrada de
bens e não por artigos, dá quantidades por entrada e não por artigo.
 Não inclui os anti-maláricos, anti-TB e nem anti-retrovirais, isto porque estes produtos não
são aviados trimestralmente, e não são analisados no processo de elaboração das ordens
trimestrais de fornecimento.
A principal razão para este desempenho pode ser porque foi durante o segundo Semestre que
foram recebidos medicamentos dos concursos realizados em 2010. Portanto foi neste semestre que
se registou maior disponibilidade de medicamentos para serem aviados.

No que concerne à % de medicamentos vitais dentro das especificações de qualidade (Indicador 25


QAD), 35 amostras de medicamentos (Antimaláricos, Antituberculosos e Antiretrovirais) aleatórias
foram recolhidas e enviadas para a testagem fora do país (Vietname). A escolha destas amostras
deveu-se primariamente à necessidade de responder à solicitação do Fundo Global. Até ao
momento de realização deste relatório do ACA haviam sido recebidos resultados de 18 amostras
e todas elas com resultados positivos (100% dos resultados recebidos indicam que os
medicamentos estão dentro das especificações de qualidade). Este realizado também deve ser
interpretado com muita cautela, pois a forma do seu cálculo pode não ter obedecido aos mesmos
critérios do cálculo efectuados nos anos anteriores.

Ponto de situação das recomendações do ACA X, CCS 2011 e PAC 2011


Recomendação Situação actual

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


Rever, actualizar o mandato institucional e orgânico da Existe um Consultor que está a elaborar a Estratégia da
CMAM, definindo tarefas, competências e âmbito de CMAM e estes aspectos são parte integrante da estratégia
actuação ajustadas as necessidades do contexto actual no da área. O 1o rascunho final estará disponível até finais de
campo da gestão adequada ao processo de armazenagem e Abril 2012.
distribuição de medicamentos – ACA X
Traçar um sistema integrado de acções de supervisão da
Supervisão não avançou porque depende da formação.
CMAM, inspecções farmacêuticas acompanhado de
Inspecções farmacêuticas foram feitas em 5 províncias
controlo da qualidade, incluindo o respectivo sistema de
(Gaza, Inhambane, Nampula, Cabo Delgado). Estão sendo
M&A a todos os níveis, e alocar os recursos financeiros
cumpridas as recomendações inspecções feitas em 2011.
adequados para a sua operacionalização – ACA X
Iniciado. Com apoio da MSH. Mas houve dificuldade em
Implementar uma análise VEN (Vitais, Essenciais e avançar. Quando a CMAM consultou a CTTF (Comissão
Necessários) dos medicamentos essenciais e reforçar a sua técnica de Terapêutica e Farmácia), esta entidade não
quantificação e planos de procurement, em antecipação ao concordou com o princípio. Mas, dada a sua prioridade, tem
PES 2012 – ACA X que ser efectuado mesmo assim. Até final do 1º semestre
termina a análise VEN.
Há limitação para pagamento da entidade que presta
Identificar mecanismos para aumentar a flexibilidade
serviços de importação pois a dívida é grande. Mas o
operacional da CMAM, incluindo pagamento de taxas para
MISAU tomou uma decisão de descentralizar o processo de
importação, distribuição, etc., tais como através de
pagamentos até 500.000,00 MT o que ajuda muito na
terciarização ou atribuição de alguns fundos – ACA X
flexibilidade operacional.
Dar prioridade ao financiamento e investimento nesta área,
a todos os níveis (central, provincial e distrital), incluindo a
Já existe separação e nota-se o esforço do governo em
separação entre medicamentos e operações, no orçamento
aumentar o financiamento para medicamentos.
do PES – ACA X

38
Recomendação Situação actual
Tornar extensivas a todas as províncias do país a actual Necessita de financiamento e coordenação. Onde está a
experiência de terciarização (outsourcing) da distribuição funcionar, são os parceiros que apoiam, A experiencia
de Medicamentos para o nível distrital já praticada em mostra que houve melhorias no outsourcing de
algumas delas, e estudar a possibilidade de estender este distribuição, houve assinatura de memorando de
processo desde o nível distrital até às US. Igualmente, deve entendimento entre a CHAI/Coca-Cola e MISAU para que a
estudar-se a possibilidade de terciarização da Coca-Cola efectuasse o transporte em 2011.
armazenagem dos Medicamentos, com inspiração em
resultados bem sucedidos em países africanos – ACA X
Trabalho desenvolvido nos armazéns centrais (Zimpeto e
Melhorar a capacidade de gestão de medicamentos: Desvio Beira). Inventários perpétuo feito a todo o momento.
de Medicamentos, actualizar as decisões terapêuticas Comparando os dados no stock e no físico. No início eram
custos eficazes, assegurar decisões terapêuticas custo- trimestrais mas teve que se mudar para perpétuo para
eficazes, actualização dos protocolos terapêuticos – CCS X reduzir discrepâncias. Existe uma comissão que trata deste
assunto.
O pessoal chave está há 6 anos sem formação. A revisão dos
No âmbito de melhorias na CMAM: Formar a nível nacional
instrumentos já terminou e a 1ª formação de formadores
sobre procedimentos de gestão na cadeia de distribuição
centrais está em curso e em cascata será feita até o mês de
(Central/Provincial e Distrital) – PAC 2011
Junho 2012. No total 3.000 profissionais serão formados.
Feita apresentação das necessidades financeiras para
medicamentos ao Tesouro. O Tesouro autorizou o início de
No âmbito da melhoria da alocação de recursos da CMAM: processos de procura com garantias de pagamento no ano
angariar mais financiamento para medicamentos e 2012. O orçamento disponível não é suficiente (Tesouro e
funcionamento da CMAM – PAC 2011 PRÓSAÚDE), assim Banco Mundial e USAID constituem
outras fontes possíveis. Continua défice para
medicamentos via clássica, material médico e reagentes.
Aprovação e implementação do Plano Estratégico da
Logística Farmacêutica, incluindo medicamentos artigos
médicos , equipamento, armazenamento e distribuição de
Em Curso. A elaboração do plano estratégico está em curso,
preservativos. O plano terá em conta uma separação no
estando previsto sua finalização em finais de Abril 2012.
orçamento de CMAM entre os gastos relacionados aos
produtos e a gestão e administração operacional. CCS
Março 2011
O projecto SCMS desenvolveu o sistema SIMAM. SIMAM

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


está em todos depósitos provinciais, desde 2011. Funciona
bem em 6 províncias e não funciona em 2. A CMAM já
recebe informação sobre os medicamentos do SIMAM.
No âmbito da Qualidade de gestão do inventário e de
Importante reforçar a capacidade humana no uso do
património: monitorar a implementação do SIMAM para os
SIMAM. Gera um balancete que permite a planificação das
depósitos provinciais e melhorar o sistema de informação
necessidades de medicamentos para o período seguinte
sobre medicamentos – PAC 2011
(gestão de stocks, sistema de gestão de logística), verifica e
controla o sistema de logística de cada distrito. Agora está
se a trabalhar para desenvolver um módulo que estabelece
a ponte entre o MACS e o SIMAM.
Trabalho desenvolvido nos armazéns centrais (Zimpeto e
No âmbito da Qualidade de gestão do inventário e de Beira). Inventários perpétuo feito a todo o momento.
património: Efectuar um inventário físico geral anual cujo Comparando os dados no stock e no físico. No início eram
mapa deverá ser reconciliado com os registos trimestrais mas teve que se mudar para perpétuo para
contabilísticos do ano – PAC 2011 reduzir discrepâncias. Existe uma comissão que trata deste
assunto.

B.3. DESEMPENHO EM RELAÇÃO À GESTÃO E FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM SAÚDE

A área de Gestão e de Formação de Recursos Humanos em Saúde foi definida como a 5ª prioridade
do sector no ano de 2011 e no QAD 2011 constam 2 indicadores de progresso: Rácio de
trabalhadores de saúde das áreas de medicina, enfermagem e SMI por 100.000 habitantes

39
(Indicador 28 QAD) e Número de novos graduados das carreiras específicas da saúde (Indicador 29
QAD).

No que concerne ao desempenho relativo ao indicador 28 - Rácio de trabalhadores de saúde das


áreas de medicina, enfermagem e SMI por 100.000 habitantes – nota-se que o sector ultrapassou a
meta estipulada com uma tendência ligeiramente crescente nos últimos anos, porém muito aquém
das necessidades do sector quando comparados ao padrão recomendado pela OMS (Figura 22).

250

200

Rácio por 100.000 150


habitantes
100

50

0
2009 2010 2011 2012
Realizado 61 63.4 67
Meta 63 65 66
Padrao d'ouro (OMS) 230 230 230 230

Figura 22 - Tendência do Indicador 28 QAD. Rácio de trabalhadores de saúde das áreas de medicina, enfermagem e SMI
por 100.000 habitantes - comparacão com a meta e o padrão d'ouro (OMS) Fonte: BdPES DRH 2012

Alguns dos factores que concorreram para que a meta fosse ultrapassada incluem admissão de
pessoal recentemente formado pelas instituições de formação de quadros de saúde que não fazia

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


parte do plano. As províncias tiveram cursos financiados pelos parceiros que não estavam
planificados assim como a admissão de pessoal médico graduado da UCM e Técnicos Superiores de
Saúde do ISCTEM que, mesmo fazendo parte do PES, a meta do QAD não foi actualizada, facto que
justifica a meta ultrapassada.

A Figura 23 ilustra o desempenho do indicador 29 do QAD (número de novos graduados de níveis


médio e básico) das carreiras específicas). No ano em referência, Foram colocados 1.688 novos
técnicos de saúde de níveis médio e básico, assim a meta estipulada foi ultrapassada em 2,3%. As
províncias que absorveram maior número de novos quadros de saúde foram Nampula (13.1%),
Sofala (12.8%), Inhambane (11.6%) e Zambézia (11.2%). Esta realização reflecte a capacidade que
a DRH tem de articular com as respectivas instituições de formação para a captação das previsões
de formação de quadros e sobretudo a capacidade de absorção dos quadros uma vez graduados,
sendo a meta ultrapassada por causa das formações apoiadas por parceiros realizadas nas
províncias que não tinham sido planificadas.

40
3500

3000

2500

2000

1500

1000
2009 2010 2011 2012
Realizado 1525 2170 1688
Meta 2321 1650 2145
Projectados do PNDRH 2264 3267 3147 1661

Figura 23 - Tendência do Indicador 29 QAD. Número de novos graduados (níveis médio e básico) das carreiras
específcas de saúde de 2009 a 2011 em comparação com as metas. Fonte: BdPES DRH 2012

Os 2 indicadores (28 e 29) não revelam as necessidades actuais do SNS em termos de RHS como tal
e limitam-se à capacidade existente em termos de formação de quadros pelas instituições de ensino
e sua absorção no sistema público. A limitação de recursos por parte do MISAU não permite
planificar tomando em conta as necessidades plasmadas no Plano Nacional de Desenvolvimento de
Recursos Humanos de Saúde 2008-2015 (PNDRH). Por exemplo, o PNDRH recorrendo-se do Plano
Acelerado de Formação 2006 – 2009, projectou para o ano de 2011 em cerca de 3.147 novos
graduados de níveis médio especializado, médio e básico que deveriam ser formados e absorvidos
pelo SNS (Figura 23). Esforços anteriores empreendidos no âmbito do referido Plano Acelerado de

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


Formação permitiram a abertura de mais instituições de formação de quadros com vários cursos
por meio de apoio de parceiros, mas muito cedo algumas dessas instituições experimentaram
dívidas devido às promessas não cumpridas tornando-as insustentáveis. Outros factores que têm
limitado o ritmo de aumento de quadros de saúde estão associados às elevadas taxas de
reprovações (com uma média de 22%) e a reduzida taxa de ingressos devido às reprovações nos
exames de admissão, espelhando o fenómeno crítico de qualidade de aprendizagem no país.

A consecução dos indicadores 28 e 29 do QAD situa-se no âmbito do 5º Objectivo do Plano


Quinquenal do Governo, o de “melhorar a gest~o de recursos humanos, elevando o nível de
humanização dos serviços com ênfase no atendimento com qualidade e na satisfação das
necessidades dos utentes” e que foi definido em linha com o PNDRH. Destaca-se neste relatório
alguns progressos das vertentes: (i) Capacidade da rede de produção inicial e de formação
contínua; (ii) Capacidade de gestão aos diferentes níveis; e (iii) Distribuição, motivação e retenção
dos RHS.

B.3.1. CAPACIDADE DA REDE DE FORMAÇÃO INICIAL E DE FORMAÇÃO CONTÍNUA

Durante o ano de 2011, foram iniciados 65 cursos de nível médio inicial, 01 especializado, 05 de
promoção e 18 de nível básico, perfazendo 89 cursos iniciados, com um total de 2.670 novos

41
ingressos. A fim de garantir a qualidade de formação, o MISAU mantém um alto nível de filtro para a
admissão de novos ingressos, o que faz com que certos cursos tenham tamanhos pequenos abaixo
da capacidade instalada. Foram igualmente concluídos 59 cursos com um total de 1512 alunos,
sendo a maioria de nível médio Inicial, com 44%.

No âmbito dos esforços contínuos de garantia de qualidade de formação, para além dos filtros
estabelecidos nos exames de admissão, foram realizadas as acções seguintes: (i) actualização
técnica de 510 docentes das Instituições de Formação de Saúde onde foram treinados, sendo 308
em matéria de HIV e SIDA e Tuberculose e 202 em Malária em todas as províncias do país; (ii)
Capacitação/actualização pedagógica de 330 docentes das Instituições de Formação de Saúde de
Cabo Delgado, Inhambane, Sofala e Quelimane; (iii) Foram aprovados os critérios técnicos de
selecção/acreditação de campos de estágio, estando em fase de inclusão alguns pontos para
posterior difusão pelas Instituições de Formação de Saúde; (iv) O novo curriculum de Técnicos de
Medicina aprovado em 2010 já está em implementação, nas Instituições de Formação de Saúde de
Chicumbane, Tete, Quelimane, Nampula, Beira, Chimoio e Tete; (v) Foram adquiridos e distribuídos
por todas as Instituições de Formação de Saúde, 1590 livros para o reforço das bibliotecas; (vi) Foi
revisto o pacote de formação dos APEs e realizada a formação dos formadores dos APEs.

Ainda no período em análise, foram realizadas duas formações de curta duração no IMEPS,
Epidemiologia aplicada a solução de problemas de saúde com 28 participantes e o curso de
Planificação e Gestão em Saúde com 30 participantes.

Um dos esforços considerados vitais para a melhoria do exercício de planificação e tomada de


decisões, tem a ver com a conclusão do Sistema de Informação da Formação Inicial – SIFIn. Uma vez
que o SIFin foi concluído ao longo do ano de 2011, estão sendo formados operadores para oICS
Maputo (instituição piloto) e para os Institutos e Centros de Formação de Saúde de Chicumbane,

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


Inhambane, Massinga, Nhamatanda, Beira, Quelimane, Mocuba e Nampula.

O SIFIn vem complementar o Sistema de Informação da Formação Contínua – SIFO, que possui uma
aplicação para entrada de dados online, introduzido em 2005 e que está em processo de
actualização para incluir uma ferramenta de sincronização (entrada de dados mesmo sem internet).
Um obstáculo à consolidação do SIFo é o seu fraco uso pelos gestores de Recursos Humanos a todos
os níveis, com o intuito de identificar o capital humano treinado nas suas áreas geográficas e para
planificar formações nos tópicos com lacunas de pessoal capacitado.

Com vista ao fortalecimento da capacidade técnica dos gestores de Recursos Humanos a todos os
níveis, iniciou-se a preparação dos materiais para a implementação do programa de capacitação em
matéria de execução dos processos disciplinares e compilação da legislação.

B.3.2. CAPACIDADE DE GESTÃO DE RHS NOS DIFERENTES NÍVEIS

O estabelecimento do Observatório de Recursos Humanos da Saúde (ORHS) é uma das prioridades


do PNDRH que foi satisfeita ao longo do ano de 2011. Foi lançado a 02 de Novembro de 2011 e
contou com a presença de S. Excia Ministro da Saúde, Directores Nacionais, Membros da Rede do
ORHS, Representante da OMS-Afro, funcionários da OMS em Moçambique e parceiros. Foi

42
igualmente realizado o primeiro encontro dos membros da rede do ORHS que contou com a
presença de um representante da OMS Afro, no dia 28 de Novembro.

Tendo em vista o estabelecimento de um Sistema Integrado de Informação em Recursos Humanos


de Saúde, iniciou, em coordenação com a JHPIEGO, o desenho do projecto do novo SIP, denominado
e-SIP Saúde que tem por objectivo adaptá-lo ao Sistema de Salários e expandi-lo para as províncias
e posteriormente, às sedes distritais.

Actividades que estavam planificadas e que foram parcialmente iniciadas ou simplesmente


transladadas para o ano de 2012 incluem:

 Desenho da estratégia de retenção dos funcionários no sector que será finalizada no final do
ano de 2012
 Conclusão do estatuto do profissional de saúde que iniciou e está em conjunto com a revisão
das carreiras. Existe proposta de revisão feita em finais de 2011, durante o ano de 2012 serão
definidos os qualificadores e por último o estatuto propriamente dito em finais do ano.
 Com o apoio do projecto da Cooperação Italiana que só iniciou nos finais de 2011 foi lançado o
concurso para uma consultoria para elaboração do manual de procedimentos de recrutamento
e práticas administrativas e que culminará com a capacitação do pessoal gestor em todas as
Direcções Provinciais de Saúde, Serviços Distritais de Saúde da Mulher e Acção Social e
Direcções dos Hospitais Centrais.

B.3.3. DISTRIBUIÇÃO, MOTIVAÇÃO E RETENÇÃO DOS RHS

Para o reforço contínuo dos hospitais diferenciados, foram celebrados contratos com 132 técnicos

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


estrangeiros, e ao abrigo de vários acordos de cooperação, 119 médicos especialistas. As equipas
das diversas direcções a nível central, Instituições subordinadas e Hospital Central do Maputo
também foram reforçadas com 116 novos profissionais sendo: 04 médicos, 28 técnicos superiores
N1, 08 técnicos superiores de saúde N1, 07 digitadores de dados, 18 Assistentes Técnicos, 1
Assistente técnico de saúde, 02 activistas, 1 técnico de Saúde, 01 técnico Profissional, 04
Administrativos e 42 Agentes de Serviço. No âmbito do toppingup, foram contratados 12 médicos
especialistas nacionais (03 Gineco-Obstectras, 03 Psiquiatras, 02 Ortopedistas, 01 Oncologista, 01
Cirurgião, 01 Oftalmologista e 01 Pediatra).

No que concerne às perdas, regista-se uma redução de perdas no sector de 646 registadas em 2010
para 437 em 2011. As licenças registadas constituem a maior causa de perdas com 26.8%. A fim de
preparar a estratégia de retenção, as perdas foram já identificadas e apresentadas no âmbito do
seminário internacional sobre retenção, realizado em 2011. Foi igualmente desenhado um sistema
de recolha sistemática de dados para todas categorias de profissionais e foi realizada uma reunião
consultiva sobre atracção e retenção dos recursos humanos para a saúde.

43
Ponto de situação das recomendações do ACA X, CCS 2011 e CCNS 2011
Recomendação Situação actual
Perdas identificadas e apresentadas no âmbito do
Identificar as perdas (attrition rate), relativamente a pessoal seminário internacional sobre retenção. Foi
formado e medidas para as reduzir – ACA X desenhado um sistema de recolha sistemática de
dados para todas categorias de profissionais
Sistema já desenhado. Computadores para
Desenvolver um Sistema de Informação da Formação Contínua
instalação do SIFo na fase de aquisição. Formação
(SIFo) à semelhança do da SINFin – ACA X
pendente da instalação do sistema nas províncias
Reflexão conjunta MISAU/Parceiros: incremento da capacidade de Foram ampliadas as Instituições de Formação de
formação e adopção de uma política de retenção de Recursos Chicumbane e de Tete, mas falta equipamento ora
Humanos – CCS Março 2011 prometido pelo Fundo Global para Chicumbane.
A Direcç~o dos Recursos Humanos (DRH) e as DPS’s devem
assegurar que as Enfermeiras de Saúde Materna e Infantil Fez-se uma circular para as DPS a respeito…
permaneçam durante pelo menos 2 anos nos seus locais de trabalho
nas zonas rurais – CCNS 2011
Enquadrar, a proposta de critérios de retenção do pessoal do SNS, A ser elaborado no âmbito da Estratégia de
especialistas de outras áreas de formação - CCNS 2011 Retenção do Pessoal até Dezembro 2012
Incluir na equipa de revisão dos currículos de formação a Unidade de A unidade de género já é parte integrante da
Género equipa
Clarificar, no Regulamento de Continuação de Estudos, quando é que Foi aprovado novo regulamento em Janeiro de
o estudante perde o direito à bolsa - CCNS 2011 2012
Colocar um profissional da área social no Programa do HIV/SIDA -
Foram colocados 3 profissionais
CCNS 2011
No âmbito da Integração das Folhas de Salário dos funcionários do O MISAU tem um assessor para área de reformas
quadro (OE) e os contratados: Tentar acordo para o expediente de administrativas que ajuda. Tribunal
contratação e pagamento entre o sector e o MdFin e TA ser mais Administrativo já está descentralizado, o
célere; Procurar possíveis soluções para despachos mais céleres no problema persiste porque a Imprensa Nacional
nível da Provincial – Secretaria Provincial – PAC 2011 continua centralizada.
No âmbito da Integração das Folhas de Salário dos funcionários do
Em curso
quadro (OE) e os contratados: Actualizar regularmente um
instrumento sobre as necessidades adicionais de RH’s – PAC 2011
Está a decorrer a avaliação do grau de
Avaliar a possibilidade de um aumento mais significativo das metas implementação do PDRH com vista a ajustar o

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


do indicador de densidade dos trabalhadores para saúde, incremento das metas tendo em consideração as
aproximando-se dos padrões internacionais mínimos- CCS Março necessidades reais e os recursos disponíveis. Em
2011 curso a mobilização de recursos para financiar a
formação de recursos humanos adicionais.

B.4. DESEMPENHO EM RELAÇÃO À GESTÃO FINANCEIRA E LOGÍSTICA, INCLUINDO AQUISIÇÕES E AUDITORIAS

O MISAU vem implementando acções visando a melhoria da Gestão de Finanças Públicas ao nível do
sector através de um plano de acção conjuntamente aprovado no CCS de Julho de 2009 entre o
MISAU e os Parceiros de Cooperação. As avaliações periódicas realizadas até à data mostram
progressos na utilização deste instrumento ao longo do tempo e levou a que o MISAU e os seus
Parceiros de Cooperação efectuassem actualizações regulares conjuntas ao Plano de Acção de
Gestão de Finanças Públicas (GFP).

Em 2011, o desempenho nesta área de GFP pode ser considerado misto e continuará a merecer uma
atenção especial por parte do MISAU e pelos Parceiros de Cooperação, motivado pelo ambiente
ainda crítico e de fraquezas na Gestão de Finanças Públicas. Estas fraquezas tiveram reflexos
directos nos sistemas de Logística, Aprovisionamento de Medicamentos, Artigos Médicos e

44
consequentemente num dos indicadores contidos na Matriz QAD-Saúde (33). Para complementar a
avaliação mais abrangente à componente de GFP, ainda falta receber por parte do MISAU o relatório
de Auditoria Financeira externa relativa ao exercício financeiro de 2010 e o relatório da avaliação
em curso ao sistema das Aquisições.

Apesar destes constrangimentos, pode-se considerar positivo o sucesso do diálogo ao longo do ano,
alcançando níveis de desembolso satisfatórios. Passos positivos foram também atingidos na
elaboração de plano conjunto (MISAU e Parceiros) para o fortalecimento e monitoria da gestão de
finanças públicas ao sector. O actual Plano de fortalecimento da GFP inclui actividades pendentes
do anterior Plano de Acção Consolidado (PAC) e adicionalmente, as recomendações da auditoria do
PRÓSAÚDE, do Fundo Global e de verificação referente a 2009.

O PAC foi um ponto de agenda sempre presente nos encontros do Comité de Coordenação Conjunta,
o que permitiu melhor acompanhamento e monitoria por parte do MISAU e dos Parceiros de
Cooperação e discutir áreas que requerem atenção especial. Para 2012, o Ministério da Saúde e os
Parceiros de Cooperação irão acompanhar de maneira estreita e frequente o desempenho do sector
na Gestão de Finanças Públicas através da monitoria ao Plano de fortalecimento de Gestão de
Finanças Públicas (a cada 2-3 meses). A implementação do Plano da Central de Medicamentos e
Artigos Médicos e do PAC constituem factores de convergência para a melhoria dos vários
processos considerados prioritários.

Ao nível de Coordenação, o desempenho do grupo de trabalho Gestão e Finanças Públicas


considera-se satisfatório, demonstrado mais recentemente pelos consensos alcançados na
finalização do Plano de trabalho para 2012. Continuará crítico o melhoramento da ligação entre a
planificação, as previsões orçamentais, execução e relatórios.

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


Todavia, a Gestão Financeira e Logística (terceira prioridade do PES 2011) é medida no QAD por
indicadores que não tornam explícita a informação sobre o desempenho supracitada. A Taxa de
execução orçamental dos fundos sob a gestão do MISAU (Indicador 30 QAD) foi de 93% e tem
registado um progresso positivo, tendo ultrapassado a meta pelo 2º ano consecutivo (Figura 24).

100%
90%
80%
70%
60%
50%
2007 2008 2009 2010 2011
Realizado 70% 75% 72% 90% 93%
Meta 75% 78% 82% 87% 90%
Figura 24 - Tendência do Indicador 30 do QAD, 2007 a 2011 - Taxa de execução orçamental dos fundos sob a
gestão do MISAU comparada à meta

Este desempenho específico não considera os fundos oriundos de Projectos Verticais cuja execução
transita fora da Conta Única do Tesouro (CUT), não sendo portanto do conhecimento do MISAU
nem vinculados à sua gestão directa. Porém, esta realização deve ser interpretada com cautela, pois

45
existem problemas na definição do indicador e inclusão de todas as despesas. Não está claro em
termos pr|ticos o significado de “fundos sob gest~o do MISAU” e a execuç~o financeira relativa a
medicamentos está incompleta (9 meses apenas). Factores que concorreram para que a meta fosse
ultrapassada incluem o melhoramento do fluxo de comunicação entre os parceiros e o facto de o
Fundo Global já não fazer parte integrante dos fundos do OE. Por isso, este indicador 30 do QAD
2011 será substituído, a partir do ano de 2012, pelos indicadores seguintes: 30A – Taxa de execução
das despesas correntes do OE (Central e Provincial); 30B – Taxa de execução de fundos PRÓSAÚDE
(Central e Provincial) e 30C – Taxa de execução orçamental das despesas correntes de investimento
– componente interna (Central e Provincial).

No cômputo geral, a Execução Orçamental Global correspondeu a 8.559,4 milhões de meticais, cerca
de 290,2 milhões de USD, correspondendo a um Grau de Execução Orçamental de 83% (deve-se
salientar que a componente medicamentos irá ser alterada quando se dispor de dados a serem
fornecidos pela CMAM, o que irá alterar o montante total da execução). A execução financeira global
neste período atingiu os 99% (Tabela 5).

Tabela 5 – Financiamento e Execução Global da Saúde. Janeiro a Dezembro de 2011


valores em 10^3 MZM
Fontes de Dotação Fundos Grau de Execução
Execução
Financiamento Inicial Actualizada Cabimentada Concedidos Orçamental Financeira

Despesas Correntes (RT) Central + Provincial: 3 458 431 3 065 562 2 926 480 2 926 452 2 907 723 95% 99%
Despesas Correntes (Central) 1 067 134 1 156 782 1 061 466 1 061 459 1 061 451 92% 100%
Despesas Correntes (Prov.) 2 391 297 1 908 780 1 865 014 1 864 993 1 846 272 97% 99%

Despesas de Investimento (RT) (CI) Central + Provincial.: 366 748 289 249 282 875 282 875 276 045 95% 98%
Desp. de Investimento (CI - Central) 158 115 116 305 116 126 116 126 116 126 100% 100%

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


Desp. de Investimento (CI - Prov.) 208 632 172 944 166 750 166 750 159 919 92% 96%

Despesas de Investimento (CE) Central + Provincial: 1 231 417 2 481 243 2 092 387 2 092 168 2 056 908 83% 98%
Prosaúde (CE - Central) 1 029 269 1 081 629 1 010 324 1 010 324 1 008 925 93% 100%
Prosaúde (CE - Provincial) 202 148 1 399 614 1 082 062 1 081 843 1 047 982 75% 97%

Medicamentos (OE+PRSD + Donativos em espécie valorizados) 1 517 647 2 731 645 2 712 791 2 712 791 2 712 791 99% 100%
Total Fundos Sob Gestão Directa do MISAU 6 574 243 8 567 699 8 014 533 8 014 286 7 953 467 93% 99%

Outras Fontes de Recursos (CE - Central) (*) 911 165 1 289 736 504 089 504 089 504 089 39% 100%
Outras Fontes de Recursos (CE - Provincial) (*) 19 406
74 990 364 235
140 909 107 738
23 879 107 738
23 879 101 853
23 879 28%
17% 95%
100%
Total Global do Sector 7 504 814 10 341 751 8 626 361 8 626 114 8 559 409 83% 99%
Fonte: DAF / e-SISTAFE
Legenda:
RT = Recursos do Tesouro Fonte: Análise Preliminar da Execução Orçamental e Financeira 2011, DAF
CI = Componente Interna
CE = Componente Externa
Notas:
A componente Medicamentos irá ser alterada quando recebermos os dados actualizados da CMAM, o que irá alterar o montante total da Dotação e da Execução.
(*) Fundos Verticais (Fundos cuja execução transita fora da CUT-Conta Única do Tesouro) - inclui somente os projectos que terão execução no corrente ano,

Não foi possível calcular o realizado do indicador relativo ao grau de implementação das
recomendações das auditorias do ano 2009 a nível provincial (Indicador 31 QAD). O relatório de
auditoria às contas de 2009 efectuadas pela KPMG e ERNST & YOUNG do PRÓSAÚDE II

46
Central e Provincial, Fundo Global e Fundo Comum de Medicamentos e Suprimentos
Médicos (Credit Swiss) contendo as recomendações só foi entregue à DAF-MISAU em
Setembro/2011, o que não permite o cumprimento de grande parte das recomendações
devido ao escasso tempo útil para atender a esse objectivo. Ademais, na sua maioria as
recomendações não estão diferenciadas em relação às que pertencem ao nível Central e as
que são do nível Provincial, aspecto que não permite atender da melhor forma ao
estipulado nos indicadores 31 e 32 do QAD. O valor percentual calculado, representa o
cumprimento de apenas 3 meses de implementação e foi atribuído ao nível central (Indicador 32
QAD). Foram consideradas “recomendações implementadas” todas aquelas cujo grau de satisfaç~o
do seu cumprimento foi superior a 90% totalizando 11 dum total de 17 até ao presente momento.
Este ponto de corte foi optado devido a natureza altamente subjectiva de certas recomendações que
tornam sua implementação um processo que consome muito tempo. Assim, tomando em conta a
racionalidade acima apresentada, pode-se afirmar que 64.7% (11/17) das recomendações das
auditorias do ano de 2009 foram implementadas ao “nível central”.

No entanto, no âmbito das reformas em curso no MISAU, a secção de Auditorias passa para a
Inspecção Geral de Saúde e assim os indicadores 31 e 32 do QAD passam a ser da responsabilidade
da Inspecção Geral de Saúde.

Um dos principais constrangimentos que afectou a disponibilidade de fundos foi a redução em 11,2
milhões de USD no montante total dos recursos disponibilizados pelos Parceiros de Cooperação em
relação ao ano anterior, o que afectou as necessidades operacionais do Ministério. Os
compromissos efectivos do PRÓSAÚDE, comparativamente ao mesmo período do ano anterior,
foram inferiores em 8,9 milhões de USD até Dezembro de 2011.

Igualmente importante é a criação dum Plano de Monitoria da Gestão de Finanças Públicas a partir
do ano de 2012. Este plano reúne todas recomendações de índole financeira numa só matriz e

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


permite assim o acompanhamento da sua implementação. O Plano de Monitoria da Gestão de
Finanças Públicas nasce do antigo Plano de Acção Consolidado (PAC) que foi estabelecido
inicialmente em Julho de 2009 numa base anual e com monitoria semestral que reunia acções chave
da área de gestão com destaque para a Planificação, Finanças e Aquisições, Recursos Humanos e
Auditoria/Controlo Interno. O novo Plano de Monitoria da Gestão de Finanças Públicas - composto
por 5 (cinco) áreas: i) Planificação, Orçamentação e Gestão do Apoio Externo; ii) Execução
Orçamental, Contabilidade, Reporte e Controlo Interno; iii) Aquisições, Inventário e Gestão de
Activos; iv) Recursos Humanos; e v) Escrutínio e Auditoria Externa - preconiza monitorização do
grau de implementação das recomendações numa base bimensal, sem no entanto afectar os
desembolsos acordados até o fim do ano fiscal.

Estes desenvolvimentos, surgem num contexto em que o ano de 2011 foi visto como bastante difícil,
sobretudo porque o Fundo Global continuou sem efectuar os desembolsos para a compra de
medicamentos devido à incapacidade do MISAU em satisfazer questões ligadas ao seu desempenho.
O MISAU (agora com um novo líder) e os parceiros do PRÓSAÚDE e outros como o Governo
Americano tiveram que intensificar mecanismos de comunicação para lidar com a situação de
emergência financeira. Uma das cartas elaborada pelo Parceiro Focal do Grupo dos Parceiros de
Cooperação em Saúde, de 22 de Dezembro de 2011, escrita no âmbito da aceitação dos relatórios de

47
progresso e compromissos do PRÓSAÚDE 2012, destaca que os parceiros do PRÓSAÚDE
reconhecem os aspectos seguintes:

 O progresso alcançado no âmbito da transparência do MISAU quanto à prestação de contas e


agradecem a capacidade de liderança e de apropriação das prioridades pelo MISAU;
 O fortalecimento da capacidade em áreas chave como a Inspecção Geral de Saúde, Direcção de
Administração e Finanças e Central de Medicamentos e Artigos Médicos e o apoio do Ministério
das Finanças; e
 A necessidade de incrementação de mais rigor na monitoria e supervisão regular na gestão das
finanças públicas no MISAU.
Na mesma carta, os parceiros do PRÓSAÚDE comprometem-se a financiar o ano fiscal de 2012 pelo
fundo comum e todos sublinham que a monitoria de processos chave deveria ser intensificada,
tomando em conta as propostas seguintes:

 Controlo externo mais frequente e verificação de transacções (seleccionadas) no MISAU a todos


os níveis, suportado pelos balancetes financeiros mensais;
 Progresso contínuo para melhorar a gestão de fundos públicos e implementação das
recomendações de auditorias anteriores (internas e externas) – em linha com o Plano de
Monitoria da Gestão de Finanças Públicas
Assim, parceiros como Canadá, União Europeia, Holanda, Irlanda, Itália e Reino Unido apenas
efectuarão desembolsos mediante um acordo com o Governo de Moçambique sobre monitoria
estreita da gestão de fundos públicos do sector de saúde e das condições de desembolsos.

Ponto de situação das recomendações do ACA X e CCS 2011


Recomendação Situação actual
Em curso. Faz parte do Plano de Monitoria de Gestão de

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


Finanças Públicas. Foi criado o Departamento de Gestão de
Fortalecimento da coordenação com áreas programáticas Projectos como um passo importante. O Departamento de
(exemplos do CMAM e Departamento de Infra-estruturas) Infra-estruturas submeteu um plano de aquisições em 2010
– ACA X para a DAF. O plano de aquisições atrasava, mas agora o
processo de aquisições é feito no ano n-1 para executar logo
no início do ano n.
Com a assistência técnica da USAID foi feito um plano
reestruturação que foi submetido ao Ministro para
Consolidar o processo de reestruturação da área aprovação. Foi criada uma unidade de prestação de contas
financeira do MISAU – ACA X ao nível central e depois será expandido para as províncias.
Em preparação a unidade controlo interno no âmbito
SISTAFE e foi criado o e-Inventário
A DAF deverá criar condições para a instalação de
dispositivos de controlo da velocidade das viaturas e
Já está estabelecido
ambulâncias do Sistema Nacional de Saúde de modo que
não ultrapassem a velocidade de 80 Km/hora. Prazo
30/06/2012 – CCS 2011
Mobilizar apoio com ajuda do Grupo de Financiamento a
ser formado junto à Sociedade civil e o Ministério das
Em curso.
finanças para análise das implicações do declínio na
contribuição doméstica no orçamento do MISAU – CCS
2011

48
B.5. DESEMPENHO DOS PARCEIROS DE APOIO PROGRAMÁTICO

Intimamente ligado com a área de finanças do sector, está o desempenho dos Parceiros de Apoio
Programático, que a julgar pelos constrangimentos registados, pode se aclarar que o ano de 2011
foi de sucesso. O diálogo estabelecido permitiu que a maioria dos parceiros cumprisse com os seus
compromissos de desembolsos. No entanto, alguns parceiros acabaram demorando desembolsar os
seus fundos devido a uma multiplicidade de factores que incluem a dificuldade que o MISAU teve
em responder às preocupações ou problemas identificados no ano de 2009 relacionados com
processos de gestão financeira pública e um parceiro não desembolsou por falta de liquidez.

Deste modo, o Indicador 33 QAD - % dos parceiros do PRÓSAÚDE II que desembolsam de acordo
com o plano de desembolso anual existente entre o MISAU e os Parceiros - acabou tendo um
desempenho de 69% (9/13), valor abaixo da meta estabelecida essencialmente porque as
condições para desembolsos não estavam criadas (Figura 25).

100%
95%
90%
85%
80%
75%
70%
65%
60%
55%
50%
2008 2009 2010 2011 2012
Realizado 60% 86% 97% 69%
Meta 95% 95% 95% 95% 95%

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde


Figura 25: Tendência do indicador 33 QAD - % dos parceiros do PROSAUDE II que desembolsam de acordo com o
Plano de desembolso anual existente entre o MISAU e os Parceiros, 2008 a 2011

O Canadá (CIDA) e o Reino Unido (DFID) também desembolsaram fundos adicionais não
condicionais no PRÓSAÚDE. Trata-se de fundos alocados para contribuir para o alcance dos ODM 4
e 5 através de acções para a saúde materna infantil (CIDA) e para aquisição e distribuição de
REMTILD (DFID). A fim de fazer melhor uso desses fundos o MISAU fez um plano operacional
adicional.

O grau de previsibilidade do financiamento dos parceiros de cooperação (bi e multilateriais) do


sector saúde é de extrema importância para o desempenho do sector (Indicador 34 QAD). Assim,
pelo menos 80% dos parceiros deveriam disponibilizar informação acurada (predictável) ao MISAU
sobre o seu financiamento no CFMP, porém no ano de 2011 apenas 33% o fizeram (não tendo
alcançado a meta) e com uma redução significativa em relação ao ano de 2010 (87%). Para o CFMP
2012-14 provisionaram informação até 11 de Março de 2011, 5 parceiros (todos fora do prazo mas
em tempo ainda útil). Sendo assim, o numerador para o cálculo do Indicador 34 QAD foi de 5
parceiros e o denominador foi de 15 parceiros signatários do PRÓSAÚDE.

49
Em relação ao Indicador 35 QAD, Número total (e percentagem) de missões das sedes dos parceiros
(individuais e conjuntas) que apoiam o Sector Saúde (parceiros bi e multilateriais), no ano de 2011
foram declaradas 16 missões individuais e 2 missões conjuntas. O objectivo definido de reduzir
gradualmente o número total das missões em cada ano até 2014 está a ser alcançado à custa de
redução das missões individuais mas as missões conjuntas também foram reduzidas (Figura 26).

40
35
30
25
20
15
10
5
0
2008 2009 2010 2011 2012
Individuais Real 37 18 13 16
Individuais Meta 32 28 23 19
Conjuntas Real 9 9 17 2
Conjuntas Meta 11 12 13 13

Figura 26: Tendência do Indicador 35 - Número total de missões das sedes dos parceiros
(individuais e conjuntas) que apoiam o Sector Saúde

ACA XI: Desempenho do sector em relação às áreas de apoio ao Sistema de Saúde

50
C. RECOMENDAÇÕES DA ACA XI PARA 2012/2013

Recomendações relativas ao Envolvimento Comunitário


1. Estabelecer moldes para operacionalização da ENPS, incluindo a padronização da nomenclatura
das estruturas comunitárias e definição de matrizes de monitoria de desempenho a ser
distribuído para as províncias.
2. Rever os memorandos de entendimento com as ONGs que realizam actividades de
envolvimento comunitário para garantir a complementaridade das acções.
3. Definir critérios contratação e de avaliação das ONGs.
4. Rever os planos de formação de acordo com a capacidade de pagamento de subsídios para a
sustentabilidade dos APEs.

Recomendações para PAV


5. Intensificar a adopção da estratégia nacional RED para fortalecer a vacinação de rotina e
reduzir a dependência de campanhas.
6. Utilizar o processo de introdução da vacina contra Pneumococo, com os seus recursos
adicionais, para reforçar todos os programas de vacinação, especialmente na planificação para a
aquisição e distribuição de vacinas.

Recomendações para AIDI


7. Elaborar um guião/instrumento para acreditação de US que fazem o AIDI e acreditar e avaliar a
qualidade dos serviços prestados nas US.

Recomendações para a Nutrição


8. Coordenar com a CMAM para a inclusão dos leites terapêuticos, o Resomal e o ATPU (ex:
Plumpy Nut) na lista dos medicamentos essenciais e no seu sistema de gestão dos stocks
9. Acelerar a formação dos clínicos nos novos protocolos de tratamento e reabilitação nutricional
para melhorar o manejo da doença e a gestão dos leites terapêuticos
10. Efectuar a avaliação do actual sistema de vigilância nutricional e estabelecer o sistema
electrónico de vigilância intensificando os mecanismos de seguimento e supervisão.
11. O MISAU e os seus parceiros devem discutir como assegurar o financiamento necessário e
sustentável das intervenções e o apoio técnico necessário a nível central e provincial no âmbito

ACA XI: Recomendações da ACA XI para 2012/2013


do Plano de Acção Multissectorial para a Redução da Desnutrição Crónica.

Recomendações para a Saúde Materna


12. Efectuar um estudo sobre os factores relacionados com o funcionamento das casas de espera de
mulher grávida explorando o seu impacto nas comunidades e na melhoria do estado de saúde
da mulher.
13. Avaliar os COECER para optimizar a aplicação dos recursos nesta área.

Recomendações para o Programa da Malária


14. Analisar as eventuais barreiras de acesso ao TIP ao nível da US e a cadeia de distribuição de
sulfadoxina-pirimetamina e das REMTILDs.

51
Recomendações para o Programa de HIV e SIDA
15. Treinar ESMI de nível médio e Agentes de Medicina na provisão TARV a mulheres grávidas HIV
positivas.
16. Implementar as recomendações da auditoria de dados do Fundo Global.
17. Melhorar o índice de abandonos, não só pela estratégia GAAC, mas também através da
elaboração da Estratégia de Apoio Psicossocial e efectuar uma análise dos demais factores que
levam os doentes a abandonarem o TARV
Recomendações para Planificação, M&A e Infra-estruturas
18. Reforço da Monitoria e Avaliação e do Sistema de Informação para Saúde a todos os níveis,
prosseguir com a desagregação dos dados por sexo
19. Actualizar a matriz de QAD com base nas recomendações de ajustes de indicadores e metas que
constam do Anexo 1.
20. Reflectir sobre o método do ACA, propondo eventuais ajustes.
21. Concluir o estudo sobre os critérios de alocação de recursos tomando em conta as variáveis de
equidade e definir a estratégia de financiamento do sector.
22. Continuar a mobilizar apoio com ajuda do Grupo de financiamento a ser formado, junto à
sociedade civil, e o Ministerio das finanças e estabelecer o Taskforce sobre Financiamento do
Sector Saúde.

Recomendações para área de Medicamentos e Suprimentos Médicos


23. Estabelecer critérios para a definição dos medicamentos vitais e necessários.
24. Concluir e aprovar a Estratégia da CMAM.
25. Criar sistemas de videovigilância para armazéns centrais.

Recomendações para área de Recursos Humanos


26. Actualizar o Plano Acelerado de Formação.
27. Harmonizar o perfil dos graduados com o plano de carreiras, não só na área clínica, mas
também na área de a gestão (carreira de gestor).
Recomendações para área de Finanças e Auditorias
28. Clarificar os termos de referência das auditorias para que o relatório separe as recomendações
de nível Central e as de nível Provincial.

ACA XI: Recomendações da ACA XI para 2012/2013


29. Harmonizar o plano de desembolsos com o plano de tesouraria do MISAU.
30. Em relação ao Plano de Monitoria de gestão de finanças públicas acordado:
o O MISAU deve garantir que haja um nível de implementação mensal para responder a
monitoria bimensal
o O MISAU e seus parceiros devem garantir o cumprimento do calendário de desembolsos
31. O MISAU deverá definir o tipo de Assistência Técnica necessária para a efectiva implementação
do Plano de Monitoria de Gestão de Finanças Públicas.
Recomendação adicional para os parceiros
32. Desenvolver instrumentos para a monitoria regular das missões conjuntas e individuais que
visitam o MISAU

52
D. MONITORIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO MEMORANDO DE ENTENDIMENTO

Uma tendência negativa nos documentos-chave que deviam ser apresentados aos parceiros foi
notada em 2011. Na verdade, quase ½ dos documentos mencionados no Memorando de
Entendimento para serem apresentados aos parceiros chegaram tardiamente ou simplesmente não
foram partilhados. Por outro lado, os parceiros não forneceram feedback atempado aos
documentos ao MISAU. Os Anexos 2.1 e 2.2 apresentam respectivamente a Matriz de monitoria do
Memorando de Entendimento e os gráficos que ilustram o ponto de situação dos Parceiros
integrados no IHP+.

Como recomendação, até Julho de 2012, a equipe formada por Parceiro Focal juntamente com DPC
deve (ii) elaborar orientações mais claras sobre o que grupo de trabalho deve apresentar e o tipo de
feedback e também para esclarecer como esse feedback é levado em consideração pelo MISAU / nos
seus documentos; (ii) comunicar ao pessoal chave do MISAU para que agilize processos internos, a
fim de melhorar a apresentação atempada dos documentos para os parceiros.

ACA XI: Monitoria de implementação do Memorando de Entendimento

53
ANEXO 1 – RECOMENDAÇÕES ESPECÍFICAS PARA OS INDICADORES DO QAD

Indicadores 4 e 5 (Nutrição)
 Considerar a substituição do indicador, já que este apresenta muitas inconsistências e não existe ainda
clareza por parte da OMS sobre como o mesmo deve ser colhido. Um dos indicadores propostos pelo
Departamento de Nutrição para sua substituição é a Taxa de cura por desnutrição aguda, que juntaria os
casos de desnutrição moderada e grave tratados em ambulatório e é mais representativa do Programa de
Reabilitação Nutricional.
 O Departamento de Nutrição e o DIS devem concordar sobre apenas um único sistema de colheita do
indicador e o Módulo Básico parece ser a melhor opção, já que este compila a informação por nível de US.
Não obstante, é importante salientar que o programa já solicitou ao DIS a inclusão de todos os
indicadores do Programa de Reabilitação Nutricional (PRN) no SIS. O passo seguinte, será a introdução
destes no módulo básico.
 O Departamento de Nutrição e o DIS devem definir um mecanismo específico que permita colher todos os
casos de internamento por desnutrição da Pediatria, independentemente se estes casos aparecem como
diagnóstico principal ou como doenças associadas, pois isto influencia a planificação das necessidades
dos produtos terapêuticos usados no tratamento da desnutrição (os leites terapêuticos, Resomal e o
Alimento Terapêutico Pronto para Uso-ATPU).

Indicadores 10, 11 e 12 (Programa da Malária)


 Articular com SMI e DIS para melhorar a colheita e reporte de dados de CPN
 Efectuar uma auditoria de qualidade de dados de CPN incluindo o TIP imediatamente ou incluir nas
visitas do próximo ACA (XII)
 Articular com o INE para clarificar o método da estimativa de cálculo de mulheres grávidas esperadas.
Deve-se considerar o cálculo tomando em conta as variações por local e não assumindo simplesmente a
média nacional.
 Clarificar o cálculo de casas alvo para o PIDOM
Indicadores 13, 14 (Programa de Tuberculose)

ACA XI: Anexo 1 – Recomendações específicas para os Indicadores do QAD


 Substituir no QAD o actual Indicador 13 por Taxa de Notificação de Todas as Formas de Casos de TB (por
100,000 pessoas). Uma vez que este indicador limita-se a captar apenas doentes TB com BK+, excluindo
outras formas de TB que têm sido cada vez mais frequentes, a OMS já não está a usar este indicador nos
seus relatórios. O novo indicador proposto já está em uso pelo programa TB no âmbito do quadro de
desempenho ronda 7 do Fundo Global, onde constam a linha de base (2010) e metas de 2011 e 2012.
 Em relação ao Indicador 14, recomenda-se igualmente mudá-lo por Taxa de Sucesso da Tuberculose. Este
novo indicador possui muito mais vantagens do que a taxa de cura: i) Enquanto a taxa de cura mede
apenas o resultado de tratamento dos casos de tuberculose com BK+, a taxa de sucesso mede o resultado
de tratamento não só de casos de BK+, mas também, outros casos que mesmo tendo terminado o
tratamento por vários motivos não fizeram a baciloscopia que documenta a cura; ii) por engano, a versão
actual das notas técnicas dos indicadores de QAD definem taxa de sucesso e não taxa de cura.
Indicadores 16 e 18 (Programa de HIV e SIDA)
 Adaptar as metas do indicador 16 QAD antes do CCS de Julho 2012
 Ajustar e alinhar as metas do indicador 18 entre o PES do programa, matriz de desempenho do Fundo
Global e a matriz QAD. A meta definida pelo programa é diferente daquela do QAD e do Fundo Global,
sendo bem maior.

A
Indicador 23 (Infra-estruturas)
1. Verificar se o indicador 23 mede a questão de equidade com base nos níveis definidos no PESS.
Indicadores 24 e 25 (Medicamentos e Suprimentos Médicos)
 Indicador 24 QAD deverá incorporar dados de aviamentos nos armazéns do ADIL e da Beira através do
sistema de gestão de stocks (MACS)
 Mudar o actual indicador 25 para % de amostras com qualidade num total de amostras analisadas de
medicamentos, cujas metas devem ser de pelo menos 95% em cada ano.
 Incluir a descrição do novo indicador 25 nas notas técnicas explicativas do QAD
Indicadores 28 e 29 (Recursos Humanos)

 Adaptar as metas dos indicadores 28 e 29 antes do CCS de Julho 2012, sempre de forma realista, tomando
como base o atingido no ano anterior para evitar metas que são consistentemente ultrapassadas.
 Rever o indicador 28 para incluir também médicos estrangeiros a operar no sector público no seu cálculo
Indicadores 30, 31 e 32 (Finanças e Auditorias)
 Tomar em conta que o indicador 30 é substituído por 3 indicadores com mais detalhes sobre OE,
PRÓSAÚDE e Investimentos, discriminado por níveis central e provincial
 Que os Indicadores 31 e 32 passem a ser da responsabilidade da Inspecção Geral de Saúde e rever o
indicador e a respectiva nota técnica
Indicador 35 (parceiros)
 Rever as notas técnicas explicativas sobre a relação entre número missões conjuntas e individuais na sua
interpretação

ACA XI: Anexo 1 – Recomendações específicas para os Indicadores do QAD

B
ANEXO 2.1 – MATRIZ DE MONITORIA DO MEMORANDO DE ENTENDIMENTO ENTRE O MISAU E
PARCEIROS

Introdução

Os Doadores do PRÓSAÚDE e o Ministério da Saúde (MISAU), em consulta com outros


membros do Grupo de Parceiros da Saúde (HPG), reconheceram a complexidade e o grande
nível de detalhes do Memorando de Entendimento (MdE) assinado em Julho de 2008 para
o estabelecimento do PRÓSAÚDE II. Em resposta a isto, foi acordado que é necessária uma
clarificação adicional e a subsequente monitoria da implementação do MdE.

Na análise conjunta foram identificados os seguintes componentes essenciais do MdE:


 Reuniões a serem realizadas;
 Documentos a serem partilhados
 Cumprimento às exigências dos Doadores;

A matriz do MdE lida com esses elementos que de outra forma não são monitorizados na
Programação de Abordagem Sectorial Ampla de Saúde.

Reuniões

Frequência: alvo 80%, sem falhas no CCS

ACA XI: Anexo 2.1 – Matriz de Monitoria do Memorando de Entendimento entre o MISAU e Parceiros
Actas de Número planeado Número Alvo % Actual
actual
Grupos Técnicos (6) 6 x 5 = 30 (mínimo) 39 29/36 = 80% 100%
CCC 9 8 8/9 = 89% 89%
CCC-A 1 1 1/1 = 100% 100%
CCS 2 2 2/2 = 100% 100%
Combinado 42 (mínimo) 50 40/48 = 83% (sem falhas 100%
no CCS)

Toda a documentação conforme acordada no MdE deverá ser submetido atempadamente,


completa e com versões finais, ambas electrónicas (preferencialmente como ficheiros. pdf)
e as fotocópias para o Secretariado do Parceiro Focal, que deverá assinar o recibo e é
responsável pela distribuição para os membros do HPG. O Parceiro Focal será responsável
pela resposta atempada ao MISAU sobre a recepção pelos Parceiros da Saúde de
documentação em particular, tenha sido aceite como atempada, completa e final. Este
reconhecimento poderá ser feito com comentários. Contudo alternativas poderão ser
negociadas sobre base ad-hoc para certa documentação, o tempo, compleição e submissão
final da seguinte documentação é exigida sem falhas segundo a tabela que segue:

C
Período: Março 2011—Fevereiro 2012
Documentos Elemento Data limite Atempadamente Completa S/N
S/N
PESS* n.d. n.d. n.d.
PES Preliminary Plan (n+1)* Julho S S
Preliminary Budget Julho S S
(n+1)*
Preliminary PAF (n+1)* Julho S S
Plan (n+1)* Dezembro N Ainda não recebido
Budget (n+1)* Dezembro N Ainda não recebido
PAF (n+1)* Outubro S S
Disbursement Plan for Dezembro S S
the PS (n+1)
Cash (Treasury) Plan Dezembro N Ainda não recebido
(n+1)*
Procurement Plan (n+1)* Dezembro N Ainda não recebido
MTEF (n+2, 3 & 4)* Março S S
Relatórios BdP (n-1)* Abril S S
REO(n-1)* Abril N: Agosto 2011 S
PFM assessment Abril N: Junho S
ACA (n-1)* Abril S S
Auditorias AT (n-2)* Março N N: Fin. Auditoria 2009 – não AT,
mas externa, KPMG(Junho 2011)
e Grand Thornton (Out 2011). O
relatório da AT de 2008 está
finalizado, mas aguarda decisão
final.

ACA XI: Anexo 2.1 – Matriz de Monitoria do Memorando de Entendimento entre o MISAU e Parceiros
IGF (n-2)* Março N O último relatório foi partilhado
com parceiros e cobre o período
de 2008 a Maio 2009
IGS* Março N n.d.
Procurement* Dezembro Y Levantamento agendado como
planificado
FoF (n-1)* Julho N FoF não recebido em 2010
Máximo 2 meses após a data limite
Documentos: Alvo de documentos requeridos: 90% à tempo e completos, sem falhas
naqueles marcados com (*).

D
Cumprimento do MdE pelos Doadores
MoU Clause Deadline Target Evaluation
Art. 5: Compromissos e desembolsos
5.1 Comunicar o compromisso < 4 semanas a partir 90% O cometimento provisório
financeiro anual total para o ano do PAP foi feito em tempo
‘n+1’ oportuno; mas o final
esteve atrasado: Dezembro
para todos doadores
PRÓSAÚDE (100%)
Art. 7: Relatórios e Documentos (listados na tabela de documentos)
7.2 Comentários sobre os Dentro de 8 semanas 90% sem falha nos Feedback dos parceiros aos
relatórios documentos indicados por * documentos do MISAU
pode ser melhorado

Sumário: Matriz de Monitoria de MdE


Item Elemento Alvo Actual Avaliação Conjunta
% Estatuto Tendências Em
agregado
Atingido/Parcialm Positiva/Estáve
ente atingido l/Negativa
Reuniões Frequência 80% sem falha 100% Atingido Positivo: boa Estável:
do CCS participação metas

ACA XI: Anexo 2.1 – Matriz de Monitoria do Memorando de Entendimento entre o MISAU e Parceiros
Documento Atempadamente 90% sem falha* 58% Parcialmente Estável atingidas
s exigidos e Completos atingido
Contribuiçã Cumprimento do 90% sem falha* 100% Atingido Estável
o dos MdE
Doadores

E
ANEXO 2.2 – PONTO DE SITUAÇÃO DOS INDICADORES DO “INTERNATIONAL HEALTH PARTNERSHIP
PLUS” (IHP+)

Os resultados do mandado do IHP+ derivam do Compacto global de IHP+, que destaca a necessidade dum
levantamento independente dos progressos. O quadro de referência para os dados apresentados foi
desenvolvido e acordado pelos signatários do IHP+ em 2010. Assim, os gráficos que seguem reflectem o
desempenho positivo dos parceiros no alinhamento dos mecanismos de ajuda com os sistemas nacionais.

120%

100%

80%

60%

40%

20%

0%
Soma Soma
Soma Soma Soma Soma Soma Soma
Soma Soma Soma Soma Soma de Soma Soma de
de de de de de de
de CDC de CIDA de EU de FICA de Itália Espanh de Suíca de UK Banco
GFATM Irlanda Holanda UNFPA UNICEF USAID
a Mundial
On-Bgt/Gv 0.0% 100.0% 100.0% 46.1% 0.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 5.1% 100.0% 0.0% 100.0% 100.0%

ACA XI: Anexo 2.2 – Ponto de situaç~o dos indicadores do “International Health Partnership plus” (IHP+)
On-Bgt/Gv -IHP 0.0% 100.0% 100.0% 46.1% 0.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 91.4% 5.1% 67.2% 0.0% 100.0% 100.0%

Contribuição on-budget para o governo por parceiro

120%

100%

80%

60%

40%

20%

0%
Soma de
Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de
Banco
CDC CIDA EU FICA GFATM Irlanda Itália Holanda Espanha Suíca UNFPA UNICEF USAID UK
Mundial
Multi-ano/País-Saúde 0.0% 92.9% 100.0% 0.0% 0.0% 100.0% 100.0% 100.0% 65.8% 21.6% 100.0% 100.0% 0.0% 85.0% 100.0%

Percentagem da ajuda do sector de saúde prestados por meio de compromissos plurianuais

F
120%

100%

80%

60%

40%

20%

0%
Soma de
Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de
Banco
CDC CIDA EU FICA GFATM Irlanda Itália Holanda Espanha Suíca UNFPA UNICEF USAID UK
Mundial
IHP+ 0.00% 89.78% 100.00% 35.99% 0.00% 100.00% 33.82% 76.63% 65.76% 71.16% 4.88% 11.30% 0.00% 85.71% 0.00%
Moç 0.00% 0.00% 100.00% 35.99% 0.00% 100.00% 34.00% 100.00% 65.76% 71.16% 4.88% 11.30% 0.00% 0.00% 0.00%

Uso do sistema nacional de aquisições

300%

250%

200%

150%

100%

50%

0%
Soma de
Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de
Banco
CDC CIDA EU FICA GFATM Irlanda Itália Holanda Espanha Suíca UNFPA UNICEF USAID UK
Mundial
Actual/Planeado 100.0% 280.9% 100.0% 144.1% 18.8% 100.0% 83.0% 100.0% 152.1% 100.0% 100.0% 110.5% 65.3% 85.0% 100.0%

Actual/Planeado

ACA XI: /

G
120%
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Soma de
Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de Soma de
Banco
CDC CIDA EU FICA GFATM Irlanda Itália Holanda Espanha Suíca UNFPA UNICEF USAID UK
Mundial
IHP+ 0.00% 100.00% 100.00% 46.10% 0.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 91.40% 5.10% 67.20% 0.00% 100.00% 100.00%
Moç 0.00% 100.00% 100.00% 46.15% 0.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 91.35% 5.14% 67.17% 0.00% 100.00% 100.00%

Uso nacional de PFM

ACA XI: /

H
ANEXO 3 – RELATÓRIOS SOBRE AS CONSTATAÇÕES DE VISITA CONJUNTA PARA AVALIAÇÃO DO
ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

Síntese de Constatações de visitas às Províncias no âmbito do Envolvimento Comunitário


Área/Tópico Nampula e Zambézia Maputo Província
Existe uma estrutura organizacional que
Existência aos diferentes níveis (DPS e
responde as acções de envolvimento
SDSMAS) de um responsável pelas
comunitário mas faltam instrumentos para
actividades de EC com participação nos
a sua verificação (termos de referência,
principais fóruns de planificação e tomada
mapeamento das ONGs)
de decisão. Faltam termos de referência
Não disponibilização de documentos Deficiente coordenação dos diferentes
orientadores sobretudo o Programa actores envolvidos no processo da
Quinquenal do Governo (PQG) e a ENPS ao implementação das actividades de
nível dos distritos foi uma constante envolvimento comunitário
Falta de clareza na definição das
actividades que devem ser planificadas e
realizadas no âmbito do EC pelos
diferentes actores. ENPS não é O plano distrital de Marracuene é muito
acompanhada de um plano de acção com geral na componente de EC, pois não tem
Estrutura organizacional um horizonte temporal e metas definidas e um plano operacional detalhado.
e Mecanismos de da identificação de acções concretas que
Coordenação devem estar incluídas nos PESOD’s.

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
Os relatórios dos SDSMAS reportam poucas
actividades do EC quando comparados com
os relatórios enviados pelas organizações
que operam nesta componente
Embora haja envio de relatórios de Foi ainda referida que a falta de
prestaç~o de contas das ONG’s para os instrumentos de monitoria e avaliação,
SDSMAS por parte de alguns parceiros, a constitui uma fraqueza para o EC, pois
análise dos mesmos não tem sido muito ajudariam a dar resposta ás necessidades
consistente do MISAU.
Dificuldade do sector em receber a
informação dos fundos disponíveis para a
implementação das actividades de EC por
parte das ONG’s locais, o que dificulta a
planificação e a prestação de contas
A chegada tardia e insuficiente dos manuais
para a formação dos APEs comprometeu de
Verifica-se uma grande deficit na
certa forma o curso normal da formação,
supervisão das actividades dos APEs a
pois foi necessário que os formandos
nível dos Distritos
partilhassem a leitura do material durante
os primeiros dias da formação.
Grandes motivos para a não realização das
supervisões aos APE’s pelas US’s, é a falta
As visitas de supervisão às comunidades
recursos financeiros, de meios de
Revitalização do não são regulares, o que de certa forma
transporte e combustível, associado as
programa de APEs desmotiva as estruturas a nível das
longas distâncias e precariedade das vias
comunidades.
de acesso das comunidades onde estes
residem
Comunidades beneficiárias dos novos Os antigos APEs trabalharam até o mês de
APE’s, constatou-se que as mesmas estão Outubro e iniciaram a formação com base
satisfeitas com a sua formação e actuação na nova abordagem no mês seguinte, o que
bem como com a coordenaç~o entre as US’s implicou a indisponibilidade destes na
e comités de saúde comunidade.
Falta de transporte, tanto para o sector
saúde, bem como para a comunidade

I
Área/Tópico Nampula e Zambézia Maputo Província
(motorizada, bicicletas).
Apesar de o processo de criação dos
No geral estes comités tem estado a
comités de saúde e de cogestão ter iniciado
realizar as actividades para as quais foram
a nível dos distritos, nota-se que ainda há
criados e reportam as actividades aos
dificuldades de compreensão e
respectivos supervisores
diferenciação destas duas abordagens
Nenhum dos distritos apresentou o
mapeamento dos mesmos, por um lado e
O acompanhamento de suas actividades é por outro lado, esta informação não
feito em grande medida pelas ONG’s locais constava no Balanço do PES e em outros
Comités de Saúde e de Co- em coordenaç~o com os SDSMAS e as US’s casos não fazia parte da sua planificação.
Gestão das áreas de actuação Por este motivo, não foi possível verificar o
número dos Comites de saúde e de co-
gestão planificado e a sua criação real
SDSMAS tem alguma dificuldade de Por falta de incentivos, alguns membros dos
compreender os novos conceitos comités de saúde não ficam muito tempo,
nomeadamente os comités de saúde e os pois desistem das suas actividades. A título
comités de co-gestão, sobretudo por de exemplo, em Maluana o comité foi criado
estarem enraizados os conceitos / em 2006 e dos seus membros somente resta
estruturas antigas (Conselhos de saúde e a líder que trabalha com o APE da sua
CLC) comunidade, agora em formação
Celebração de datas comemorativas nos

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
vários programas, Feiras de Saúde,
Feiras de saúde foram realizadas por todos palestras nas US, quando possível
os distritos visitados o que demonstra a programas radiofónicos, e a nível da
importância que a província tem dado a comunidade, fundamentalmente na
esta actividade Manhiça, constrõem latrinas, realizam
Intervenções na
jornadas de limpeza nas escolas, Unidades
Comunicação/educação
Sanitárias e ao longo da estrada
para a Saúde
Embora seja considerada uma actividade
importante, ela não consta dos planos
Falta de Rádio Comunitária locais e ainda
distritais e é realizada em função das
falta de tempo suficiente para a divulgação
oportunidades que ocorrem nas datas
de mensagens educativas
comemorativas ou da disponibilidade de
patrocínios para sua realização

J
(i) Introdução

O Envolvimento Comunitário consta como a primeira prioridade no PES de 2011, e é um dos pilares
da Estratégia Nacional de Promoção de Saúde. É definido pelo MISAU, como o “trabalhar
activamente com as comunidades para que elas estejam organizadas e capacitadas para identificar
os seus problemas de saúde e definir acções visando a promoção da sua saúde e a prevenção de
doenças”.

As acções para o envolvimento comunitário no sector saúde estão orientadas para a educação e
comunicação para a saúde, a criação dos comités de co-gestão, os comités de saúde e a revitalização
do Programa dos APEs.

Neste contexto, na presente avaliação conjunta anual, foi incluído o tema Envolvimento
Comunitário, como forma de avaliar a estrutura organizacional e os mecanismos de coordenação
que estão estabelecidos para salvaguardar a implementação destas actividades.

Deste modo, foram realizadas visitas às Províncias da Zambézia (DPS, Gurué, Ile e Mocuba),

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
Nampula (DPS, Nacala Porto, Ilha de Moçambique e Monapo) e Maputo Provincia (DPS, Manhiça,
Moamba e Marracuene) onde foram visitados os APE’s novos e antigos, os comités de saúde e de co-
gestão e os Conselhos de Saúde.

A avaliação foi feita mediante o protocolo previamente aprovado. A receptividade dos entrevistados
foi boa o que permitiu obter o máximo de informação sobre o funcionamento dos SDSMAS e DPS
para implementar os desafios do Envolvimento Comunitário.

No geral constatou-se que ao nível distrital decorrem actividades na componente de Envolvimento


Comunitário a um ritmo satisfatório porém há necessidade de melhorar os mecanismos de
coordenação e supervisão entre os DPS/SDSMAS e os parceiros de forma a tirar maior benefício dos
esforços de todos os actores.

K
(ii) Limitações do processo

Em geral o processo decorreu segundo o planificado, porém algumas questões deverão ser
acauteladas em próximas avaliações, nomeadamente:

 O acesso às comunidades - uma vez que esta avaliação tem sido feita em plena época
chuvosa, há necessidade de se ter em conta as vias de acesso as comunidades onde se
encontram os APE’s e os comités de saúde.
 Aviso com antecedência – há necessidade de manter as pessoas informadas com
antecedência de modo a encontrar os informantes chave da comunidade.
 Foram trocados os distritos que inicialmente haviam sido definidos na Maputo província
(Matuituíne e Magude) tendo sido substituídos por Moamba e Marracuene,
respectivamente. E isto, fez com que o tempo para informar e garantir a presença das
comunidades não fosse suficiente.
 O protocolo – O protocolo é extenso o que dificulta a atenção dos entrevistados.
o Algumas questões complexas com possibilidade de diferentes interpretações;
o Algumas questões com pouca relevância para os objectivos da avaliação;

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
o Falta de testagem do protocolo do Envolvimento Comunitário antes da sua
implementação
 A não inclusão das ONGs no protocolo - grande parte das actividades de EC são realizadas
pelas ONGs, seria fundamental que se procura-se obter as informações e percepções destas
sobre a implementação das acções do EC na comunidade
Apesar das limitações apresentadas, foi possível colher o máximo de informação que permite
compreender o actual cenário da implementação das actividades do Envolvimento Comunitário.

(iii) Metodologia

A metodologia sugerida para a aplicação dos questionários foi seguida em todos os distritos pese
embora os grupos tivessem sido repartidos para garantir o cumprimento dos prazos estabelecidos
em cada distrito

Nas comunidades onde não existem comités de saúde, as entrevistas foram feitas aos Conselhos de
Saúde ou outra estrutura estabelecida e com grande domínio nas intervenções ao nível das
comunidades.

Todas as respostas foram sistematizadas num modelo matricial para facilitar a análise da
informação, e a análise foi feita por grupo de questões tendo em consideração ao objectivo para o
qual foram elaboradas.

Na elaboração do relatório, as constatações foram agrupadas de forma a responder os principais


objectivos da avaliação.

Foram também apresentadas as principais recomendações, com destaque para as de carácter


estratégico.

L
(iv) Constatações e análise

Estrutura organizacional para a implementação das actividades do Envolvimento


Comunitário e Mecanismos de Coordenação.

A forma como o sector se organiza para a implementação das actividades de Envolvimento


Comunitário (EC) é a chave para o sucesso das mesmas. Deste modo, nesta visita de terreno, um dos
principais objectivos foi o de avaliar melhor esta estrutura organizacional bem como verificar os
mecanismos de coordenação existentes e aplicados aos diferentes níveis.

Em geral constatou-se a existência aos diferentes níveis (DPS e SDSMAS) de um responsável pelas
actividades de EC com participação nos principais fóruns de planificação e tomada de decisão. Esta
constatação é bastante positiva na medida em que permite compreender a importância que é dada
ao EC quer no nível provincial, quer no distrital. Igualmente pode-se afirmar que estão criadas as
bases que possibilitam a colocação e discussão das principais questões relacionadas com o EC, uma
vez que o responsável por esta área, que é o principal impulsionador destas actividades, participa
nos referidos fóruns.

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
Em todos os distritos as actividades do EC são coordenadas pela Repartição de Promoção de Saúde
e Controle de Doenças (RPSCD) porém, existem pequenas diferenças de distrito para distrito no que
se refere a pessoa que responde por elas, sendo em alguns casos o chefe da repartição (por
acumulação) e noutros, outra pessoa que a ele se subordina, um Técnico de Medicina Preventiva ou
Enfermeira de Saúde Materno Infantil.

O Programa Quinquenal do Governo (PQG), o Plano Económico e Social Distrital (PESOD), a


Estratégia Nacional de Promoção de Saúde (ENSP) dentre outros, são documentos orientadores,
que sistematizam as actividades que devem ser realizadas durante determinado período.
Constituem instrumentos fundamentais para os gestores, daí a importância e necessidade de estar
presente em todos os SDSMAS bem como junto aos responsáveis dos diferentes programas nas
direcções provinciais.

A não disponibilização de documentos orientadores sobretudo o Programa Quinquenal do Governo


(PQG) e a ENPS ao nível dos distritos foi uma constante. Este facto, contribui para a falta de clareza
na definição das actividades que devem ser planificadas e realizadas no âmbito do EC pelos
diferentes actores.

Uma an|lise cuidadosa aos balanços dos relatórios dos SDSMAS e dos relatórios das ONG’s locais
permitiu compreender que apesar da falta da ENPS, as actividades realizadas enquadram-se no que
está previsto na mesma, porém sem uma estruturação clara, sobretudo no que diz respeito aos
objectivos para os quais cada uma delas responde.

Por outro lado, também constatou-se que os relatórios dos SDSMAS reportam poucas actividades
do EC quando comparados com os relatórios enviados pelas organizações que operam nesta
componente. Igualmente, os mesmos não apresentam a informação sistematizada num único

M
capítulo nem fazem uma análise do desempenho do sector e parceiros no âmbito do EC com base
nos indicadores propostos na estratégia.

Nos locais onde foi possível observar o PESOD, constatou-se que as actividades do EC apresentam
metas definidas, porém sem critérios muito claros de sua definição.

As dificuldades acima mencionadas derivam em parte do facto da ENPS não estar acompanhada de
um plano de acção com um horizonte temporal e metas definidas e da definição de acções concretas
que devem estar incluídas nos PESOD’s.

No que respeita a coordenação com os parceiros, importa referir que no geral os distritos tem o
conhecimento das organizações que operam na sua área de saúde porém, recebem os relatórios de
forma irregular.

Embora haja envio de relatórios de prestaç~o de contas das ONG’s para os SDSMAS por parte de
alguns parceiros, a análise dos mesmos não tem sido muito consistente pois o desempenho das
ONG’s n~o é analisado em funç~o dos compromissos assumidos e resultados alcançados, o que
contribui uma perda de oportunidade para a melhoria das actividades.

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
Outro aspecto importante constatado é que persiste a dificuldade do sector receber a informação
dos fundos disponíveis para a implementaç~o das actividades de EC por parte das ONG’s locais, o
que dificulta a planificação e a prestação de contas.

Implementação das actividades de revitalização do programa de APEs

No geral os distritos apresentam uma estrutura capaz de garantir a coordenação e


acompanhamento das actividades dos APE’s embora se tenha constatado a falta de termos de
referência para a pessoa que responde por esta componente. No entanto, verifica-se um grande
deficit na supervisão das actividades dos APEs a nível dos Distritos.

Constatou-se que o acompanhamento das actividades dos antigos APE’s é bastante deficiente, o que
os poderá levar a abandonar as actividades ou a ficarem frustrados com o sistema. O grande desafio
nesta componente consiste em garantir que as atenções actualmente viradas para os novos APE’s
n~o agravem o problema de supervis~o e medicamentos para os antigos APE’s. É útil continuar a
envidar esforços para salvaguardar que os antigos APE’s continuem no activo tendo em
consideração a sua importância para as comunidades enquanto aguardam a sua reciclagem

Para o efeito, é necessário que se encontrem recursos financeiros para manter ao mínimo suas
actividades e activar com urgência o processo da sua reciclagem e a definição de formas para
garantir a sua supervisão.

Um dos grandes motivos para a n~o realizaç~o das supervisões aos APE’s pelas US’s, SDSMAS e DPS
é a falta de meios de transporte, financeiros e combustível, associado as longas distâncias e
precariedade das vias de acesso para as comunidades onde estes residem. Deste modo seria útil
reflectir sobre a alocaç~o destes recursos as US’s periféricas, uma vez que as visitas efectuadas
pelas equipes distritais se mostram menos regulares e mais onerosas.

N
No que diz respeito as comunidades benefici|rias dos novos APE’s, constatou-se que as mesmas
est~o satisfeitas com a sua formaç~o e actuaç~o bem como com a coordenaç~o entre as US’s e
conselhos ou comités de Saúde.

Ponto de situação da criação dos Comités de saúde e os de Co-Gestão

A nova ENPS faz menção no pilar sobre o Envolvimento Comunitário, a necessidade de criação de
Comités de Saúde e Comités de Co-gestão, no entanto ao longo dos últimos 10 anos as comunidades
foram sendo organizadas para colaborar com a saúde através de outros fóruns com diferentes
designações, Conselhos de Lideres Comunitários (CLC), Conselhos de Saúde, Grupos de Mães,
activistas da saúde reprodutiva, etc.

Nos distritos visitados foram mantidos encontros com os comités de saúde e de co-gestão onde já
estão estabelecidos ou com Conselhos de Saúde, que representam uma estrutura organizativa das
comunidades que congrega diferentes subgrupos com áreas temáticas de intervenção definidas. No
geral estas estruturas organizativas têm estado a realizar as actividades para as quais foram criadas
e reportam-nas aos respectivos supervisores.

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
O acompanhamento das suas actividades é feito em grande medida pelas ONG’s locais em
coordenação com os SDSMAS e as US’s das |reas de actuaç~o, porém h| necessidade de garantir um
maior protagonismo dos SDSMAS no seguimento dos mesmos, tendo em conta o trabalho que estão
a realizar.

Da avaliação feita, constatou-se que os SDSMAS têm alguma dificuldade de compreender os novos
conceitos, nomeadamente: os comités de saúde e os comités de co-gestão, sobretudo por estarem
enraizados os conceitos / estruturas antigas (Conselhos de saúde e CLC).

Como pontos positivos foi o entusiasmo por parte dos técnicos de Saúde bem como dos membros
das comunidades na implementação das acções de envolvimento comunitário que apresentaram
exemplos claros de empenho e comparticipação em aspectos referentes a construção e segurança
de infra-estruturas nas US.

Principais intervenções na Comunicação/Educação para a Saúde

A província e o distrito tem estado a realizar actividades de Informação, Educação e Comunicação


(IEC) viradas para as comunidades, de diversas formas, nomeadamente: palestras, distribuição de
panfletos e participação em programas radiofónicos e televisivos. Em geral as províncias não
produzem materiais de IEC, recebem do nível central e distribuem obedecendo o fluxo normal dos
restantes materiais.

Há uma forte consciência de que as palestras são uma actividade de vital importância para a
educação das comunidades em matérias de promoção de saúde e prevenção de doenças, porém a
falta de normas que orientam a sua adequada planificação e organização, os deficientes

O
mecanismos de controlo da sua realização e a forma como são reportadas, são aspectos que
merecem uma atenção de forma a tirar o maior benefício desta actividade.

O manual de IEC que está disponível em maior parte dos locais visitados, precisa de ser simplificado
para apoiar melhor na preparação das palestras para as comunidades.

As feiras de saúde têm estado a ser realizadas o que demonstra a importância que as províncias têm
dado a esta actividade. No entanto a sua preparação vária de local para local considerando a
experiência acumulada nesta matéria.

Embora seja considerada uma actividade importante, ela não consta dos planos distritais e é
realizada em função das oportunidades que ocorrem nas datas comemorativas ou da
disponibilidade de patrocínios para sua realização. No entanto, ao novel provincial esta actividade
tem estado a ser planificada.

No geral constatou-se um bom relacionamento entre o sector e parceiros com vista a utilização dos
meios de comunicação disponíveis para a divulgação de mensagens educativas às comunidades.

Na planificação das actividades de IEC persiste o desafio de garantir o equilíbrio do género, sendo
importante salvaguardar a capacitação dos quadros para responderem a este desafio.

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
O sentido crítico em relação aos materiais recebidos ainda é fraco, embora em certos casos tenha se
referido que os mesmos possam ser de difícil compreensão para as comunidades.

O trabalho com as associações juvenis e outros grupos dos adolescentes e jovens constitui ainda um
desafio, sendo importante identificar formas cada vez mais efectivas de manter os adolescentes e
jovens mais envolvidos na sua própria educação.

(v) Recomendações

 O Envolvimento Comunitário é apenas um dos pilares da ENPS. Deste modo e para permitir
alguma uniformidade é necessário garantir que ao nível da Repartição de Promoção de Saúde
e Controle de Doenças dos SDSMAS exista alguém (sugere-se secção) que se responsabilize
pelas actividades de Promoção da Saúde, cujo documento orientador deverá ser a actual ENPS.
A acumulação destas funções pelo chefe da repartição não trás grandes vantagens, uma vez
que o mesmo precisa de garantir a coordenação entre os diferentes programas e secções que a
ele se subordinam.

 Seria muito importante que se definissem os ToR´s dos responsáveis dos diferentes
programas e muito especialmente, Envolvimento Comunitário.

 O Envolvimento Comunitário para a Saúde é fundamental para o sucesso de todas as


intervenções a nível das comunidades e das US. A implementação e efectivação das actividades
comunitárias necessitam de uma planificação, sistematização, persistência e consistência,
tempo e dedicação. Estes aspectos devem ser aliados a disponibilização de recursos
financeiros e humanos. Deve-se responsabilizar técnicos que se dediquem em garantir a
realização, o seguimento e supervisão constante.

P
 É recomendável a capacitação de técnicos a nível provincial em comunicação para mudança
social e de comportamento, em metodologias participativas e mobilização social para garantir
o seguimento e supervisão das actividades comunitárias

 A coordenação das actividades quer ao nível provincial quer no nível distrital continua a ser
um desafio, sendo importante que se defina como uma prioridade a sua melhoria. A
experiência da Província da Zambézia da UGOMANIHA, se for aperfeiçoada poderá constituir
uma boa base para a melhoria da coordenação.

 É necess|rio garantir que as ONG’s que operam nas províncias e distritos se identifiquem com
os PESOD’s e se comprometam em apoiar as prioridades do sector, colocando ao dispor os
recursos disponíveis na altura da planificação. Igualmente é necessário estabelecer que as
ONG’s sejam avaliadas pela sua contribuiç~o no alcance das metas dos principais indicadores
de desempenho do sector.

 É recomendável que se evite ao máximo a multiplicação de estruturas ao nível da comunidade,


sobretudo quando as mesmas apresentam nomenclaturas/terminologias diferentes porem
com actividades similares. Em contrapartida, seria útil pensar numa estrutura de organização
das comunidades que pudesse incluir as diferentes necessidades do sector uma vez que as
pessoas activas têm a tendência de ser as mesmas. Um exemplo bom a seguir é a dos Comités

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
de saúde visitados que tem na sua estrutura subgrupos constituídos por voluntários, grupo de
matronas, grupo de mães e pais, grupo formado em AIDI comunitário, dentre outros, que na
sua actuação constituem grupos heterogéneos e multifuncionais.

o Assim, seria útil aproveitar as estruturas actualmente existentes e adequa-las aos


desafios de funcionamento que se pretende tendo em consideração a nova estratégia
de promoção de saúde.

o Outro aspecto a considerar é a necessidade de clarificação dos modelos de transição


quando são definidas novas estruturas de organização, como é o caso da criação de um
comité de co-gestão ou comité de saúde numa US ou comunidade onde já se tenha uma
outra estrutura organizativa.

o Igualmente deveria constituir uma prioridade o mapeamento das diferentes


organizações comunitárias estabelecidas em cada distrito e província e definir um
plano de transição para as novas estruturas previstas na ENPS.

 É necessário salvaguardar que o programa dos novos APE’s decorra normalmente e se


cumpram com todos os passos definidos no programa, sobretudo no que diz respeito ao seu
seguimento e supervisão. No entanto, para além disso, é também importante garantir o
acompanhamento e a disponibilidade dos medicamentos dos antigos APE’s, uma vez que parte
significativa das aldeias ainda é assegurada por estes.

 Existe a necessidade de estabelecer um mecanismo de recolha de sensibilidades das


comunidades sempre que são introduzidos novos materiais de IEC, de forma a garantir uma
adequação a realidade sociocultural de cada local.

Q
 A ENPS é um documento fundamental para as orientações dos diferentes actores nesta
componente. Assim, é recomendável que seja amplamente divulgada aos diferentes níveis.
Igualmente seria útil avançar para a elaboração de um plano de acção, devidamente
orçamentado e com um horizonte temporal definido.

(vi) Conclusões

Em geral nota-se um grande esforço para a implementação das actividades de envolvimento


comunitário, porém a deficiente coordenação e Supervisão das actividades, coloca em risco o
sucesso das mesmas. Os desafios da melhoria da coordenação envolvem a todos os actores nos
diferentes níveis de actuação.

Mais importante que a designação da adequada para as estruturas criadas ao nível da comunidade,
é garantir a funcionalidade, eficiência e eficácia das mesmas.

(vii) Agradecimentos

A equipa agradece em primeiro lugar as Direcções Provinciais de Saúde da Zambézia, Nampula e

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
Maputo província na pessoa dos Directores e Médicos Chefes Provinciais, por ter criado todas as
condições necessárias para a realização deste trabalho.

Igualmente agradece aos Directores dos SDSMAS e Respectivos Médicos Chefes pela recepção da
equipe e organização das visitas de terreno e entrevistas aos funcionários chave.

Aos parceiros de cooperação, pela disponibilização de viaturas que tornaram possível a deslocação.

Um especial agradecimento aos Chefes do Departamento de Planificaç~o e Cooperaç~o das DPS’s


pela sua entrega e participação em todos os distritos por onde a equipe passou.

R
RELATÓRIO DE VISITA A NAMPULA: ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

(i) Introdução

O Envolvimento Comunitário consta como a primeira prioridade no PES de 2011, e é um dos pilares
da Estratégia Nacional de Promoção de Saúde. Este é definido pelo MISAU, como o “trabalhar
activamente com as comunidades para que elas estejam organizadas e capacitadas para identificar
os seus problemas de saúde e definir acções visando a promoção da sua saúde e a prevenção de
doenças”.

As acções para o envolvimento comunitário no sector saúde são geralmente viradas para a
educação e comunicação para a saúde, a criação dos comités de co-gestão, os comités de saúde e a
revitalização do Programa do APEs.

Neste contexto, na presente avaliação conjunta anual, foi eleito o tema Envolvimento Comunitário,
como forma de avaliar a estrutura organizacional e os mecanismos de coordenação que estão
estabelecidos para salvaguardar a implementação destas actividades.

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
Assim foi realizada a visita a Província de Nampula, onde para além do trabalho feito na Direcção e
Hospital provincial, foram visitados outros 3 distritos nomeadamente, Nacala Porto, Ilha de
Moçambique e Monapo onde a equipe interagiu com as equipes distritais, os APE’s e os Comités de
Saúde e de Co-gestão das US.

A avaliação foi feita mediante um protocolo previamente aprovado e com módulos diferentes para
cada um dos grupos alvo. A receptividade dos entrevistados foi boa o que permitiu obter o máximo
de informação sobre a implementação das actividades definidas para o envolvimento comunitário e
o funcionamento dos SDSMAS e DPS.

No geral constatou-se que ao nível distrital decorrem actividades na componente de Envolvimento


Comunitário a um ritmo satisfatório porém há necessidade de melhorar os mecanismos de
coordenação de forma a tirar maior benefício dos esforços de todos os actores.

(ii) Limitações do processo

Em geral o processo decorreu segundo o planificado, porém algumas questões deverão ser
acauteladas em próximas avaliações nomeadamente:

 O acesso as comunidades - uma vez que esta avaliação tem sido feita em plena época
chuvosa, há necessidade de se ter em conta as vias de acesso as comunidades onde se
encontram os APE’s e os comités de saúde. Por este motivo a equipe teve que alterar
localmente o itinerário de trabalho, substituindo o Distrito de Moma pelo distrito de
Monapo.
 O Protocolo – O protocolo é extenso o que dificulta a atenção dos entrevistados ao longo da
entrevista
o Falta de testagem do protocolo do Envolvimento Comunitário antes da sua
implementação

A
o Algumas questões complexas com possibilidade de diferentes interpretações;
o Algumas questões com pouca relevância para os objectivos da avaliação;
Apesar dos aspectos acima arrolados o grupo cumpriu com o programado.

(iii) Metodologia

A metodologia sugerida para a aplicação dos questionários foi seguida em todos os distritos pese
embora nos distritos de Nacala Porto e Ilha de Moçambique não possuírem APEs formados na nova
abordagem.

Todas as respostas foram sistematizadas num modelo matricial para facilitar a análise da
informação, e as leituras foram feitas por grupo de questões tendo em consideração ao objectivo
para as quais foram feitas.

Na elaboração do relatório, as constatações foram agrupadas de forma a responder os principais


objectivos da avaliação.

Foram também apresentadas as principais recomendações, com destaque para as de carácter


estratégico.

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
(iv) Constatações e análise

Estrutura organizacional para a implementação das actividades do Envolvimento


Comunitário e Mecanismos de Coordenação.

A forma como o sector se organiza para a implementação das actividades de Envolvimento


Comunitário (EC) é a chave para o sucesso das mesmas. Deste modo, nesta visita de terreno, um dos
principais objectivos foi o de avaliar melhor esta estrutura organizacional bem como verificar os
mecanismos de coordenação existentes e aplicados aos diferentes níveis.

Em geral constatou-se a existência aos diferentes níveis (DPS e SDSMAS) de um responsável pelas
actividades de EC com participação nos principais fóruns de planificação e tomada de decisão. Esta
constatação é bastante positiva na medida em que permite compreender a importância que é dada
ao EC quer ao nível provincial, quer no distrital. Igualmente pode-se afirmar que estão criadas as
bases que possibilitam a colocação e discussão das principais questões relacionadas com o EC, uma
vez que o responsável por esta área que é o principal impulsionador destas actividades, participa
nos referidos fóruns.

Em todos os distritos as actividades do EC são coordenadas pelo Departamento de Saúde da


Comunidade porém, existem pequenas diferenças de distrito para distrito no que se refere a pessoa
que responde por elas, sendo em alguns casos o chefe do departamento e noutros, outra pessoa que
a ele se subordina, um Técnico de Medicina Preventiva ou Enfermeira de Saúde Materno Infantil.

O Programa Quinquenal do Governo (PQG), o Plano Económico e Social Distrital (PESOD), a


Estratégia Nacional de Promoção de Saúde (ENSP) dentre outros, é documentos orientadores, que
sistematizam, planificação e balanço das actividades. Constituem instrumentos fundamentais para

B
os gestores, daí a importância e necessidade de estar presente em todos os SDSMAS bem como
junto aos responsáveis dos diferentes programas nas direcções provinciais.

A não disponibilização de documentos orientadores sobretudo o Programa Quinquenal do Governo


(PQG) e a ENPS ao nível dos distritos foi uma constante. Este facto, contribui para a falta de clareza
na definição das actividades que devem ser planificadas e realizadas no âmbito do EC pelos
diferentes actores.

As actividades realizadas pela província enquadram-se no que está previsto no PQG, ENPS e ainda
no Programa Provincial 20/20, porém sem uma uniformização das acções.

Por outro lado, também constatou-se que os relatórios dos SDSMAS reportam poucas actividades
do EC quando comparados com os relatórios enviados pelas organizações que operam nesta
componente. Igualmente, os mesmos não apresentam a informação sistematizada num único
capítulo nem fazem uma análise do desempenho do sector e parceiros no âmbito do EC com base
nos indicadores propostos na estratégia.

No que respeita a coordenação com os parceiros, importa referir que no geral os distritos tem o
conhecimento das organizações que operam na sua área de saúde porém, recebem os relatórios de

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
forma irregular.

Embora haja envio de relatórios de prestaç~o de contas das ONG’s para os SDSMAS por parte de
alguns parceiros, a análise dos mesmos não tem sido muito consistente pois o desempenho das
ONG’s n~o é analisado em função dos compromissos assumidos e resultados alcançados, o que
contribui para a perca de oportunidade para a melhoria das actividades.

Outro aspecto importante constatado é que persiste a dificuldade do sector receber a informação
dos fundos disponíveis para a implementaç~o das actividades de EC por parte das ONG’s locais, o
que dificulta a planificação e a prestação de contas.

Implementação das actividades de revitalização do programa de APEs

No geral os distritos apresentam uma estrutura capaz de garantir a coordenação e


acompanhamento das actividades dos APE’s embora se tenha constatado a falta de termos de
referência para a pessoa que responde por esta componente. No entanto, verifica-se uma grande
deficit na supervisão das actividades dos APEs a nível dos Distritos.

Para o efeito, é necessário que se encontrem recursos financeiros para manter ao mínimo suas
actividades e activar com urgência o processo da sua reciclagem e a definição de formas para
garantir a sua supervisão.

Uma dos grandes motivos para a n~o realizaç~o das supervisões aos APE’s pelas US’s, é a falta
recursos financeiros, de meios de transporte e combustível, associado as longas distâncias e
precariedade das vias de acesso das comunidades onde estes residem. Deste modo seria útil
reflectir sobre a alocaç~o destes recursos aos distritos e as US’s periféricas.

C
No que diz respeito as comunidades benefici|rias dos novos APE’s, constatou-se que as mesmas
estão satisfeitas com a sua formação e actuação bem como com a coordenação entre as US’s e
comités de saúde.

Ponto de situação da criação dos Comités de saúde e os de Co-Gestão

A nova ENPS faz menção no pilar sobre o Envolvimento Comunitário, a necessidade de criação de
Comités de Saúde e Comités de Co-gestão, no entanto ao longo dos últimos 10 anos as comunidades
foram sendo organizadas para colaborar com a saúde através de outros fóruns com diferentes
designações, Conselhos de Lideres Comunitários (CLC), Conselhos de Saúde.

Nos distritos visitados foram mantidos encontros com os comités de saúde, que representam uma
estrutura organizativa das comunidades. Foram igualmente visitados os comités de co-gestão das
US, estrutura mista com ênfase na garantia da prestação dos cuidados de saúde de qualidade a nível
das US. No geral estes comités tem estado a realizar as actividades para as quais foram criados e
reportam as actividades aos respectivos supervisores.

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
O acompanhamento de suas actividades é feito em grande medida pelas ONG’s locais em
coordenaç~o com os SDSMAS e as US’s das |reas de actuação, porém há necessidade de garantir um
maior protagonismo dos SDSMAS no seguimento dos mesmos, tendo em conta o trabalho que estão
a realizar.

Da avaliação superficial feita, constatou-se que os SDSMAS tem alguma dificuldade de compreender
os novos conceitos nomeadamente os comités de saúde e os comités de co-gestão, sobretudo por
estarem enraizados os conceitos / estruturas antigas (Conselhos de saúde e CLC). Seria útil
aproveitar as estruturas actualmente existentes e adequa-las aos desafios de funcionamento que se
pretende tendo em consideração a nova estratégia de promoção de saúde. Ainda, há necessidade de
se uniformizar as diferentes designações no tocante aos comités de co-gestão das US e comités de
Humanização que estão sendo criados nas US uma vez que desempenham os mesmos papeis.

D
Principais intervenções na Comunicação/educação para a Saúde

A província e o distrito tem estado a realizar actividades de Informação, Educação e Comunicação


(IEC) viradas para as comunidades, das diversas formas nomeadamente palestras, distribuição de
panfletos e participação em programas radiofónicos e televisivos. Em geral a província não produz
materiais de IEC, recebe do nível central e distribui obedecendo o fluxo normal dos restantes
materiais.

Há uma forte consciência de que as palestras são uma actividade de vital importância para a
educação das comunidades em matéria promoção da saúde e prevenção de doenças, porém a falta
de normas que orientam a sua adequada planificação e organização, os deficientes mecanismos de
controlo da sua realização e a forma como são reportadas, são aspectos que merecem uma atenção
de forma a tirar o maior benefício desta actividade.

As feiras de saúde foram realizadas por todos os distritos visitados o que demonstra a importância
que a província tem dado a esta actividade. No entanto a sua preparação vária de distrito para
distrito considerando a experiência acumulada nesta matéria.

Embora seja considerada uma actividade importante, ela não consta dos planos distritais e é

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
realizada em função das oportunidades que ocorrem nas datas comemorativas ou da
disponibilidade de patrocínios para sua realização.

No geral constatou-se um bom relacionamento entre o sector e parceiros com vista a utilização dos
meios de comunicação disponíveis para a divulgação de mensagens educativas às comunidades.

Na planificação das actividades de IEC persiste o desafio de garantir o equilíbrio do género, sendo
importante salvaguardar a capacitação dos quadros para responderem a este desafio

O trabalho com as associações juvenis e outros grupos dos adolescentes e jovens constitui ainda um
desafio, sendo importante identificar formas cada vez mais efectivas de manter os adolescentes e
jovens mais envolvidos na sua própria educação.

(v) Recomendações

 O Envolvimento Comunitário para a Saúde é fundamental para o sucesso de todas as


intervenções a nível das comunidades e das US. A implementação e efectivação das actividades
comunitárias necessitam de uma planificação, sistematização, persistência e consistência,
tempo e dedicação. Estes aspectos devem ser aliados a disponibilização de recursos
financeiros e humanos. Deve-se responsabilizar técnicos que se dediquem em garantir a
realização, o seguimento e supervisão constante.

A acumulação destas funções não trás grandes vantagens, uma vez que o mesmo precisa de
garantir a coordenação entre os diferentes programas e secções que a ele se subordinam.

 É necess|rio garantir que as ONG’s que operam nas províncias e distritos se identifiquem com
os planos distritais e se comprometam em apoiar as prioridades do sector, colocando ao

E
dispor os recursos disponíveis na altura da planificação. Igualmente é necessário estabelecer
que as ONG’s sejam avaliadas pela sua contribuiç~o no alcance das metas dos principais
indicadores de desempenho do sector.

 É recomendável que se evite ao máximo a multiplicação de estruturas ao nível da comunidade,


sobretudo quando as mesmas apresentam nomenclaturas/terminologias diferentes porem
com actividades similares. Em contrapartida, seria útil pensar numa estrutura de organização
das comunidades que pudesse incluir as diferentes necessidades do sector uma vez que as
pessoas activas têm a tendência de ser as mesmas.

 É necess|rio salvaguardar que o programa dos novos APE’s decorra normalmente e se


cumpram com todos os passos definidos no programa, sobretudo no que diz respeito ao seu
seguimento. No entanto, para além disso, é também importante garantir o acompanhamento e
a disponibilidade dos medicamentos dos antigos APE’s, uma vez que parte significativa das
aldeias ainda é assegurada por estes.

 A ENPS é um documento fundamental para as orientações dos diferentes actores nesta


componente. Assim é recomendável que seja amplamente divulgada aos diferentes níveis.
Igualmente seria útil avançar para a elaboração de um plano de acção, devidamente

ACA XI: Anexo 3 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para avaliação do Envolvimento Comunitário
orçamentado e com um horizonte temporal definido.

(vi) Conclusões

Em geral nota-se um grande esforço para a implementação das actividades de envolvimento


comunitário, porém a deficiente coordenação das actividades, coloca em risco o sucesso das
mesmas. Os desafios da melhoria da coordenação envolvem a todos os actores nos diferentes níveis
de actuação.

Mais importante que a designação da adequada para as estruturas criadas ao nível da comunidade,
é garantir a funcionalidade, eficiência e eficácia das mesmas.

(vii) Agradecimentos

A equipa agradece em primeiro lugar a Direcção Provincial de Saúde de Nampula na pessoa Médica
chefe Provincial, por ter criado todas as condições necessárias para a realização deste trabalho.

Igualmente agradece aos Directores dos SDSMAS de Nacala Porto, Ilha de Moçambique e Monapo e
Respectivos Médicos Chefes pela recepção da equipe e organização das visitas de terreno e
entrevistas aos funcionários chave.

Um especial agradecimento ao Chefe do Departamento de Planificação e Cooperação da DPS pela


sua entrega e participação em todos os distritos por onde a equipe passou.

F
ANEXO 4 – RELATÓRIOS SOBRE AS CONSTATAÇÕES DE VISITA CONJUNTA PARA VERIFICAÇÃO DA
QUALIDADE DE DADOS DE TRÊS INDICADORES

Síntese da verificação da qualidade de dados


Zambézia Nampula Maputo P
A qualidade dos dados é alta A qualidade dos dados é
20% de inconsistência de dados
desde a fonte até ao módulo alta desde a fonte até ao
nas US (do livro ao 1º resumo)
básico módulo básico
Dados consistentes da US ao Stock insuficiente dos novos
Fraco stock de livros de registo
Indicador 6. módulo básico instrumentos de recolha
Número de Falta de livros de registo de 2
partos meses no HP Quelimane foram encontrados
institucionais foram encontrados problemas
Livros de registo com alguns problemas de varia ordem
de varia ordem com o livro
campos incompletos e incorrectos com o livro (paginas tiradas,
(paginas tiradas, tamanho e
expandir de forma acelerada os tamanho e formato do livro
formato do livro não útil)
novos livros de registo da não útil)
maternidade
A qualidade dos dados é alta

ACA XI: Anexo 4 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para Verificação da Qualidade de Dados de três Indicadores
3/4 US visitadas com dados de alta Boa qualidade de dados na US
desde a fonte até ao módulo
qualidade (do livro ao 1º resumo)
básico
Em todas as US, os dados presentes
Número de Stock insuficente dos
no Livro de Registo de Vacinas
crianças instrumentos de recolha
(Mod SIS-A01-A) nunca foram
menores de 1 Problemas importantes na (versão atualizada) em
consistentes com os dados da Ficha
ano de idade qualidade de dados do distrito à todos níveis
de Registo Diário (Mod SIS-A01),
que província
mas que isto não influencia no DQS implementado em
receberam a
valor reportado, pois o dado usado algumas US
DPTHepBHib3
provém da ficha
(Indicador 1
do QAD- Clarificar (i) o objectivo de cada
Saúde) ferramenta (livro de registo, fichas Má conservação dos Livros
DQS (Autoavaliacao de
diárias etc.): (ii) se durante de Registos e Fraca
Qualidade dos Dados) constitui
brigadas móveis deve-se usar os supervisão formativa e
boa experiencia
instrumentos de registo que já Prática de Retroinformacao
existem nas US.
2/3 US com dados de baixa
Má conservação dos
qualidade (B2) e excelente fluxo de A qualidade dos dados é alta
Livros de Registos
dados
O sistema atual nem
necessariamente mede os
Taxa de
resultados das todas crianças
mortalidade Algumas US reportam desnutricao
com desnutrição grave; Para Inexistente prática de
institucional aguda grave apenas quando é o 1º
os casos registados, so sao Arquivar os documentos
por diagnóstico de alta e outras mesmo
contados crianças com em local seguro e
desnutrição quando é 2rio.
malnutrição com diagnostico adequado
aguda grave
de alta principal – não se for
nas crianças Uso do Livro de Resumo
diagnostico secundário
menores de 5 Diaário do PAV como
Existência de 2 sistemas de
anos. fonte principal do
reporte: 1. Do programa com
(Indicador 4 Resumo Mensal
imprecisões no cálculo; 2. Módulo
do QAD- Fraca supervisão
Básico que calcula correctamente
Saúde) formativa e Prática de
A maior parte dos profissionais de
saúde das Enfermarias de Pediatria Retroinformacao
não está formada nos novos
protocolos de reabilitação
nutricional

G
Recomendacoes Gerais

 O MISAU (DIS e DNAM) deve redigir uma circular às US com orientações sobre como devem ser
arquivados os processos clínicos, livros e fichas de registo, com vista a melhorar o sistema de
arquivo destes documentos. (mesma constatação da ACA X)
 Deve-se fazer ênfase com os responsáveis dos programas ao nível das US sobre a necessidade
do preenchimento correcto dos livros de registo e fichas (com toda a informação solicitada e em
caligrafia legível).
 Intensificar o controlo de qualidade dos dados por parte do responsável distrital do(s)
Programa(s) de maneira a melhorar a consistência entre os dados do livro de registo e os dados
do resumo mensal. (mesma constatação da ACA X)
Há necessidade de responsabilizar e formar pelo menos duas pessoas em cada US (um responsável
e um substituto) para responder pela verificação e agregação dos dados registados nas unidades
sanitárias (conferencia e verificação). (mesma constatação da ACA X)

Recomendacoes Específicas

ACA XI: Anexo 4 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para Verificação da Qualidade de Dados de três Indicadores
1. Notas técnicas com imprecis~o de definicao do denominador: “Nº total de crianças de 0-5 anos
internadas por desnutrição aguda grave” ao invés de “Nº total de crianças de 0-5 anos com
diagnóstico de alta de desnutriç~o aguda grave” tal como é a pr|tica do dia-a-dia

Maternidade

2. O Departamento de Saúde Materna e Infantil deve expandir de forma acelerada os novos


livros de registo da maternidade, pois estes integram todos os serviços de SMI, incluindo o
manejo das principais doenças, o que reduzirá a carga de trabalho do pessoal de saúde e
apoiará na melhoria da qualidade dos dados, se considerarmos que actualmente estas
precisam de preencher 3 livros separadamente (partos, complicações obstétricas e do
referente à Prevenção da Transmissão Vertical do HIV).

PAV

3. O nível central deve fornecer orientações claras sobre o objectivo de cada ferramenta (livro
de registo, fichas diárias etc.).
4. O nível central deve clarificar se durante as SNS as brigadas móveis que fazem vacinação de
rotina devem usar os instrumentos de registo que já existem para estes serviços e compilar
a informação através do módulo básico, ou se deverão usar as fichas específicas e a base de
dados criadas especificamente para as SNS. Quando questionados sobre qual a melhor
opção os responsáveis do PAV sugeriram que sejam usados os Livros de Registo Diário do
PAV para as brigadas móveis e as fichas de resumo diário da SNS, devendo os dados da
vacinação ser compilados no módulo básico.

Internamento por desnutrição aguda grave

5. O DIS e o Departamento de Nutrição devem concordar sobre apenas um único sistema de


colecta do indicador e o Módulo Básico parece ser a melhor opção, já que este compila a
informação por nível de US.

H
6. O DIS e o Departamento de Nutrição devem definir um mecanismo específico que permita
colher todos os casos de internamento por desnutrição da Pediatria, independentemente se
estes casos aparecem como diagnóstico principal ou como doenças associadas, pois isto
influencia a planificação das necessidades dos produtos terapêuticos usados no tratamento
da desnutrição (os leites terapêuticos, Resomal e o Alimento Terapêutico Pronto para Uso-
ATPU).
7. O CMAM deve colocar os leites terapêuticos , o Resomal e o ATPU (ex: Plumpy Nut ) na lista
dos medicamentos essenciais e usar o seu sistema de gestão dos stocks para medicamentos
e outros artigos médicos para o controle da utilização e gestão destes produtos.
8. A DPS Zambézia deve acelerar a formação dos clínicos nos novos protocolos de tratamento
e reabilitação nutricional para melhorar o manejo e a gestão dos leites terapêuticos,
considerando os sérios problemas de rotura de stock que esta área enfrenta.

ACA XI: Anexo 4 – Relatórios sobre as constatações de visita conjunta para Verificação da Qualidade de Dados de três Indicadores

I
INTRODUÇÃO

Desde 2005 o Ministério da Saúde e seus Parceiros de Cooperação planificam e realizam no final de cada ano uma Avaliação Conjunta Anual (ACA)
como parte do processo de avaliação da implementação das actividades planificadas durante o ano anterior com o objectivo de avaliar de forma
consensual o desempenho anual do sector (veja os TdR da Avaliação Conjunta Anual XI - 2012).

A Avaliação Conjunta Anual (ACA XI) cujo processo iniciou em finais de 2011 com a elaboração posterior a aprovação dos TdR incluiu visitas de
trabalho às províncias feitas por equipas compostas por representantes do Ministério da Saúde e dos Parceiros de Cooperação. O MISAU, em
colaboração com os Parceiros de Cooperação do Sector, seleccionou três províncias para serem visitadas, no âmbito da ACA. A seleção das províncias
é feita de maneira rotativa de modo a que cada uma delas seja objecto de visita da ACA pelo menos uma vez de 4 em 4 anos. Este ano foram
selecionadas as províncias de Nampula, Zambézia, e Maputo Província. As visitas de campo foram realizadas na semana de 23 – 27 de Janeiro tendo
como objectivo obter os relatórios das visitas discutidos, concordados e finalizados antes da reunião do Comitê de Coordenação Sectorial (CCS) entre
o MISAU e os Parceiros de Cooperação, e antes do Conselho Coordenador Nacional de Saúde, ambos planificados para Março de 2012.

A metodologia utilizada para as visitas ao terreno compreendia um componente principal, nomeadamente: fazer a verificação de dados a três
indicadores chaves selecionados da Matriz do Quadro de Avaliação de Desempenho do Sector Saúde (QAD Saúde). Este relatório apresenta os
resultados da verificação dos dados dos três indicadores. O Ministério da Saúde e os Parceiros de Cooperação concordaram em utilizar e adaptar a
ferramenta e metodologia de verificação de dados que é recomendada pelo Fundo Global.

Em cada equipa província foram selecionados três oficiais responsáveis pela verificação de dados incluindo representantes do Ministério da Saúde
(Direcção de Planificação e Cooperação, Direcção de Saúde Pública) e representantes dos Parceiros de Cooperação (União Europeia e a Embaixada
Neerlandês, Cooperação Suiça, Embaixada de Irlanda, Cooperacao Italiana, Governo Americano (CDC e USAID), Organização Mundial da Saúde, e
Elizabeth Glaser Pediatric AIDS Foundation).

PARTE I: METODOLOGIA

Selecção de Indicadores

Os três indicadores escolhidos para este exercício foram seleccionados em concordância pelo MISAU e Parceiros de Cooperação e obedeceram aos
seguintes critérios: 1) Fazer parte da Matriz do Quadro da Avaliação de Desempenho do Sector Saúde (QAD Saúde); 2) Reflectir o foco programático
do sector de saúde em Moçambique; 3) Indicador produzido pelo Sistema de Informação da Saúde (SIS) bem como produzidos pelos programas
verticais; 4) Fácil verificação a partir dos registos existentes durante o tempo alocado ao exercício; e 5) Que pudessem, sempre que possível, incluir
os indicadores que nos anos passados foram considerados para garantir a consistência, neste exercício.

Neste ano, o Fundo Global tinha marcado uma auditoria externa de qualidade dos dados em Fevereiro 2012. A metodologia e baseado no Guiao Geral
sobre a Verificacao dos Dados do Fundo Global (http://www.theglobalfund.org/documents/me/DQA_Tool.pdf) e consiste de duas componentes: (1)
a avaliação dos sistemas de comunicação e gestão de dados aos diferentes níveis relevantes (nacional, provincial e possivelmente distrital), e (2) a
verificação de dados num número de unidades sanitárias e níveis intermediários onde dados são agregados. Em 2012, iniciou-se a inclusão dum
questionário qualitativo com uma lista das perguntas sobre aspectos do SIS e monitoria e avaliação. O questionário foi baseado no guião de
supervisão desenvolvido pelo DPC e adaptada para as áreas incluídas neste exercício.

Para cada um dos indicadores seleccionados foi necessário definir um período de tempo determinado bem como o seu uso uniforme para assegurar
a sua consistência. Os períodos para cada indicador foram seleccionados na base da disponibilidade da informação e também na base do volume
antecipado da informação (números suficientes para verificar consistência de dados balançados com a carga de trabalho para a verificação dos
registos primários).

Tabela 1: Selecção dos Indicadores

Indicadores selecionados para a Verificação de Razões para Seleção de Indicador Período de Verificação dos
Dados Dados
Indicador 1: • A importância do programa de imunização e os recursos significativos investiram os Trimestre 2 (Abril – Junho) de
programas de PAV
Número de crianças menores de 1 ano de idade 2011
• Sistema integrado de reportagem/fluxo de informação
que receberam a 3ª dose de DPTHepBHib • Indicador inserido na íntegra no quadro da avaliação de desempenho do sector da
(Indicador 1 QAD-Saúde) saúde
Indicador 2: Número de partos institucionais • A carga alta da mortalidade maternal e os recursos significativos investiram nos Trimestre 2 (Abril – Junho) de
(Indicador 6 do QAD-Saúde) programas de SMI 2011
• Sistema vertical de reportagem/fluxo de informação
• Indicador inserido na íntegra no quadro da avaliação de desempenho do sector da
saúde
Indicador 3: Taxa de mortalidade institucional • A carga alta do desnutrição e os recursos significativos investiram nos programas de Trimestre 2 (Abril – Junho) de
Nutrição
de crianças que morrem por desnutrição aguda 2011
• Sistema integrado de reportagem/fluxo de informação
grave (Indicador 4 QAD-Saúde) • Indicador inserido na íntegra no quadro da avaliação de
desempenho do sector da saúde
Selecção de unidades sanitárias ao nível local para verificação de dados

Em cada província foram visitados 4-6 Unidades Sanitárias para representar os diferentes níveis de atenção (Centro de Saúde/Hospital
rural/distrital), e estando disponíveis os serviços de Saúde Maternal e Infantil (SMI) (Maternidade, Programa Alargado da Vacinação e serviços do
Internamento Pediátrico

As Unidades Sanitárias visitadas são listadas na Tabela 2 em baixo.

Tabela 2: Unidades Sanitárias visitadas por província


Provincia Distrito Unidade Sanitária Serviços de Serviços de PAV Serviços das Internamento
Loca

SMI/Maternidade Pediátrico
l

1 Prov Maputo Matola Matola CdS Urbano Tipo I X X


2 Prov Maputo Manhica Manhica HD X X X
3 Prov Maputo Manhica Maluana X X
4 Prov Maputo Marracuene Marracuene HD X X X
5 Prov Maputo Marracuene Mumemo CdS Rural Tipo II X X
6 Prov Maputo Moamba Moamba CdS Tipo I X X X
7 Prov Maputo Moamba Pessene CdS Rural X X
8 Nampula Nacala Porto H Distrital de Nacala Porto X X
9 Nampula Nacala Porto CS Quissimajulo X X
10 Nampula Ilha de Moç CS da Ilha X X X
11 Nampula Ilha de Moç CS do Lumbo X X
12 Nampula Monapo H Rural de Monapo X X X
13 Nampula Monapo CS de Monapo Sede X X X
14 Nampula Nampula Hospital Central de Nampula X X
15 Zambézia Quelimane Hospital Provincial X X
16 Zambézia Gurue Hospital Distrital X X
17 Zambézia Gurue CS Invinha X X
18 Zambézia Ile CS da Sede X X X
19 Zambézia Ile CS Mugulama X X
20 Zambézia Mocuba Hospital Distrital X X
21 Zambézia Mocuba CS de Mugeba X X
Selecção da Documentação
Antes das visitas às Unidades Sanitárias foram identificadas as fontes de dados pertinentes para cada indicador como forma de se proceder com a
verificação e triangulação (vide a Tabela 3: Selecção da Documentação). Sempre e onde foi possível a equipa tentou identificar as fontes de
informaç~o que poderiam auxiliar a verificar os dados de v|rias formas incluindo: (1) a “bottom-up audit trail” dos eventos registados nos registos
primários para os relatórios agregados (para uma descrição mais detalhada vide em anexo o diagrama do “bottom up audit trail”); (2) as verificações
cruzadas de dados dos programas com outras fontes de informação, ex: registo dos inventários.

Tabela 3: Selecção de Documentação


Indicadores Seleccionados para Verificação de Dados Tipo de Documentação
 Livro de Registo de Vacinas (SIS-A01-A)
 Ficha de Registo Diário, (SIS-A01)
Indicador 1: Número de crianças menores de 1 ano de idade que
 Ficha de Resumo Mensal (da Unidade Sanitária)
receberam a 3ª dose de DPTHepBHib (Indicador 1 QAD-Saúde)
 Ficha de Resumo Mensal (a nível distrital, B0-3)
 Ficha de Resumo Mensal (nível provincial, B0-4))
 Livro de Registo da Maternidade (SIS-B0-1) e/ou Livro de Registo a Maternidade Modelo
(não codificado, utilizado em algumas unidades sanitárias num período da pilotagem)
Indicador 2: Número de partos institucionais (Indicador 6 do
 Ficha de Resumo Mensal da Unidade Sanitária (não padronizado)
QAD-Saúde)
 Ficha de Resumo Mensal (a nível distrital, B0-3)
 Ficha de Resumo Mensal (nível provincial, B0-4))
 Processo Clinico do Internamento
 Livro do Registo de Internamento (SIS D0-1)
Indicador 3: Taxa de mortalidade institucional de crianças que  Ficha de Resumo Mensal (a nível da US, B0-3 ou B0-4)
morrem por desnutrição aguda grave. (Indicador 4 QAD-Saúde)  Ficha de Recolha de Dados (não codificado, Programa de Nutrição)
 Ficha de Resumo Mensal (a nível distrital, B0-3)
 Ficha de Resumo Mensal/Módulo básico (a nível Provincial)

Parte II: CONSTATAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

NOTA EXPLICATIVA DA ANÁLISE E DA CLASSIFICAÇÃO


Na análise da consistência dos dados, tanto no processo de agregação como no seu fluxo para os níveis superiores, foi seguida a classificação definida
no gui~o para a verificaç~o de dados “in loco” do Fundo Global (The LFA guidelines for the on-site data verification). Nesta classificação, são
definidas quatro categorias:

A: Margem de erro inferior a 10%. A equipa classificou como “dados de alta qualidade”.

B1: Margem de erro entre 10-20%. A equipa classificou como “dados de qualidade média”

B2: Margem de erro acima 20%. A equipa classificou como “dados de baixa qualidade”

C: O sistema não está implementado ou não foi possível verificar.


* Em algumas unidades sanitárias, não foi possível verificar o total das crianças vacinadas porque o livro de registro da brigada móvel esteve fora da
unidade sanit|ria no dia de verificaç~o (devido as atividades da Brigada Movel.) É notado “NP” (Nao Possivel) na margem do erro calculado.
** Em algumas unidades sanitárias, não foi possível verificar o total dos meses devido a não localização de parte dos resumos mensais
correspondentes ao periodo em an|lise. Quando isso aconteceu, foi notado “NP” (Nao Possivel) na margem do erro calculado.
Uma vez que não foi possivel verificar os dados de todos os registros e todos meses indicados no protocolo (incluindo as duas situações descritas em
cima), os totais da unidade sanitária não foram incluídos nos totais (linha do total)
(i) Maputo Província
A) PROGRAMA ALARGADA DE VACINACAO – VACINA PENTAVALENTE
Tabela 4-5: Resultados da Verificação de Dados por Indicador Individual

Nome do Indicador No. 1 Número de crianças menores de 1 ano de idade que receberam a DPTHepBHib

Consistência da agregação dos dados na Unidade Sanitária

Resultados
Verificados A
(Ficha de
Registro Diario -- Resultados Resultados
agregacao Reportados % Margem Triangulados A
Provincia Distrito Unidade Sanitaria mensal) (Resumo Mensal) de Erro (Livro do Registo) Variabilidade

A B (B/A) A1 A1/A

Prov Maputo Matola Matola CdS Urbano Tipo I 638 637 0% 533 16%

Prov Maputo Manhica Manhica HD 414 401 3% 403 3%

Prov Maputo Manhica Maluana 50 49 2% 38 24%

Prov Maputo Marracuene Marracuene HD * 301 NP 124 NP

Prov Maputo Marracuene Mumemo CdS Rural Tipo II 126 126 0% 65 48%

Prov Maputo Moamba Moamba CdS Tipo I 131 129 2% 147 12%

Prov Maputo Moamba Pessene CdS Rural 22 22 0% 40 82%

Total 1381 1364 1% 1350 31%

Classificação da verificação de dados – Margem de Erro A


Escala A= margem de erro inferior a 10%; B1= margem de erro entre 10% e 20%; B2= margem de erro acima de 20%; C= sistema não
implementado

Nesta tabela compara-se a consistência dos dados no processo de agregação dos mesmos na US, comparando os dados dos livros de registos (total
verificado pela equipa) e os dados reportados pela US no resumo mensal disponível na US.
Das 7 US´s visitadas com serviços de PAV, foi possível verificar dados (comparando os dados dos registos diarios com os dados nos resumos
trimestrais) em 6 (86%) das Unidades Sanitárias. Em Marracuene, não foi possível verificar os dados da Brigada Movel porque o Livro de Registo
usado pela Brigada Móvel esteve no campo (com a equipa) no dia da verificação.
O Hospital Distrital de Manhiça apresentou uma margem de erro mais alta (3%), contudo, a margem ainda é considerada de boa qualidade, ou seja,
inferior a 10% em relação aos dados registados e reportados pela mesma Unidade Sanitária
Os dados agregados reportados foram consistentes (margem de erro a 1%) em relação aos dados verificados o que significa uma sobre notificação de
2 casos.
Além de verificar os dados da fonte principal (Ficha de Registo Diario), a equipe comparou os dados da Ficha de Resumo de PAV com a outra fonte: o
Livro de Registo de Vacinas. Esta comparação mostrou uma maior variabilidade da consistência dos dados – apenas uma Unidade Sanitaria
(Hospital Distrital de Manhiça) mostrou uma variabilidade menos de 10%; a variabilidade geral foi 31%
A margem de erro global é classificada como A, quer dizer, a qualidade dos dados é alta.
Nome do Indicador No. 1 Número de crianças menores de 1 ano de idade que receberam a DPTHepBHib

Consistência no Fluxo de dados do Distrito para a Província e do Distrito para o nível Nacional

Provincia Distrito Unidade Sanitaria Totais da US Totais da US % Margem de Totais da US (ao % Margem de Totais da US (ao % Margem do
(no RM ao (ao nivel do Erro nivel do Erro nivel do Nivel Erro
nivel da US) Districto) Provincial) Central

Unidade Districto (US-Districto) Província (Dist-Prov) Central (Dist-Cent)


Sanitaria
B (C) (C/B) (D) (D/C) E (E/D)

Prov Maputo Matola Matola CdS Urbano 637 637 0% 637 0% 100%
Prov Maputo Manhica Manhiça HD 401 401 0% 401 0% 100%
Prov Maputo Manhica Maluana 49 49 0% 49 0% 100%
Prov Maputo Marracuene Marracuene HD 301 301 0% 301 0% 100%
Prov Maputo Marracuene Mumemo CdS 126 126 0% 126 0% 100%
Prov Maputo Moamba Moamba CdS Tipo I 129 129 0% 129 0% 100%
Prov Maputo Moamba Pessene CdS Rural 22 22 0% 22 0% 100%

1665 1665 0% 1665 0% 100%


Classificação da verificação de dados A
Escala A= margem de erro inferior a 10%; B1= margem de erro entre 10% e 20%; B2= margem de erro acima de 20%; C= sistema não implementado

Esta tabela reflecte a consistência dos dados analisando o fluxo dos mesmos no Sistema de Informação de Saúde, comparando-se os totais da US
reportados pelas US no Resumo Mensal com os dados da US aos níveis do distrito, província, e central.
A nível distrital e provincial, a informação ao grau da US estava disponível para todos 7 Unidades Sanitárias. Das 7 US visitadas, todos os locais
(100%) tiveram consistência dos dados com uma margem de erro inferior a 10%.
A margem de erro global (nivel distrital e provincial) é classificada como A, quer dizer, a qualidade dos dados é alta.
A nível nacional, dos 12 distritos visitados, a informação ao grau de distrito estava disponível para todos. Dos 12, todos os locais (100%) tiveram
consistência dos dados com uma margem de erro inferior a 10%, e com uma sob (under) notificação de 2 casos.
A margem de erro global (nivel nacional) é classificada como A, quer dizer, a qualidade dos dados é alta.
B) PROGRAMA DA SAÚDE MATERNA E INFANTIL – PARTOS INSTITUCIONAIS

Tabelas 6-7: Resultados da Verificação de Dados por Indicador 2: Partes Institucionais

Nome do Indicador No. 2 Número de partos institucionais


Consistência da agregação dos dados na Unidade Sanitária

Resultados
Resultados Verificados Reportados (Resumo
Provincia Distrito Unidade Sanitaria (Livro do Registo) Mensal) % Margem de Erro

A B
Prov Maputo Matola Matola CdS Urbano 876 968 11%
Prov Maputo Manhica Manhica HD 508 513 1%
Prov Maputo Manhica Maluana 36 36 0%
Prov Maputo Marracuene Marracuene HD 303 303 0%
Prov Maputo Marracuene Mumemo CdS Rural 111 112 1%
Prov Maputo Moamba Moamba CdS Tipo I 121 121 0%
Prov Maputo Moamba Pessene CdS Rural 24 ** NP
Total 1955 2053 5%

Escala A= margem de erro inferior a 10%; B1= margem de erro entre 10% e 20%; B2= margem de erro acima de 20%; C= sistema não A
implementado

Dos 7 locais visitados, foi possível verificar os dados em 6 das unidades sanitárias; no Centro de Saude de Pessene, não foi possível localizar uma
ficha de Resumo Mensal. Apenas uma unidade sanitária (Matola CdS Urbano) apresentou uma margem de erro em cima de 10% (11% constatado.)
Os dados agregados reportados foram consistentes (margem de erro a 5%) em relação aos dados verificados o que significa uma sob notificação de
98 casos (5% do total).
A margem de erro global é classificada como A, quer dizer, a qualidade dos dados é alta.
Nome do Indicador No. 2 Número de partos institucionais
Consistência no Fluxo dos dados do Distrito para a Província e do Distrito para o nível Nacional
Provincia Distrito Unidade Sanitaria Totais da US Totais da US % Margem de Totais da US % Margem Totais da % Margem
(no RM ao (ao nivel do Erro (ao nivel do de Erro US (ao do Erro
nivel da US) Districto) Provincia) nivel do
Nivel
Central
Unidade Districto (US-Districto) Província (Dist-Prov) Central (Dist-Cent)
Sanitaria
B (C) (C/B) (D) (D/C) E (E/D)

Prov Maputo Matola Matola CdS Urbano Tipo I 968 950 2% 950 0% 100%
Prov Maputo Manhiça Manhica HD 513 513 0% 513 0% 100%
Prov Maputo Manhiça Maluana 36 36 0% 36 0% 100%
Prov Maputo Marracuene Marracuene HD 303 306 1% 303 1% 100%
Prov Maputo Marracuene Mumemo CdS Rural Tipo II 112 112 0% 112 0% 100%
Prov Maputo Moamba Moamba CdS Tipo I 121 121 0% 121 0% 100%
Prov Maputo Moamba Pessene CdS Rural ** 22 NP 24 9% 100%

Total 2053 2038 1% 100%


Escala A= margem de erro inferior a 10%; B1= margem de erro entre 10% e 20%; B2= margem de erro acima de 20%; C= sistema não implementado A

Esta tabela reflecte a consistência dos dados analisando o fluxo dos mesmos no Sistema de Informação de Saúde, comparando-se os totais da US
reportados pelas US no Resumo Mensal com os dados da US aos níveis do distrito, província, e central.
A nível distrital e provincial, a informação ao grau da US estava disponível para todos 7 Unidades Sanitárias. Nas 6 US onde foi possível verificar a
consistência, todos os locais (100%) tiveram consistência dos dados com uma margem de erro inferior a 10%.
A margem de erro global (nivel distrital e provincial) é classificada como A, quer dizer, a qualidade dos dados é alta.
A nível nacional, dos 12 distritos visitados, a informação ao grau de distrito estava disponível para todos. Dos 12, todos os locais (100%) tiveram
consistência dos dados com uma margem de erro inferior a 10%, e com uma sob (under) notificação de 2 casos.
A margem de erro global (nivel nacional) é classificada como A, quer dizer, a qualidade dos dados é alta.
C) PROGRAMA DE NUTRIÇÃO – TAXA DE MORTALIDADE INSTITUCIONAL DAS CRIANÇAS POR DESNUTRIÇÃO GRAVE

Tabelas 8-9: Resultados da Verificação de Dados por Indicador 3: Taxa de mortalidade institucional das crianças por desnutrição grave
Nome do Indicador
Taxa de mortalidade institucional de crianças que morrem por desnutrição aguda grave
No. 3
Consistência da agregação dos dados na Unidade Sanitária
Obitos devido a desnutricao Casos Internados Obitos devido a desnutricao Casos Internados
Taxa de Mortalidade - DAG
(DAG) Diagnosticados - DAG (DAG) Diagnosticados - DAG
Unidade Sanitaria

Processo Clinico

Processo Clinico
Livro do Registo

Livro do Registo

Livro do Registo

Livro do Registo

Livro do Registo
Resumo Mensal

Resumo Mensal

Resumo Mensal
% Margem de

% Margem de

% Margem de

Variabilidade

Variabilidade
Provincia

Distrito

Erro

Erro

Erro
(B/A) (B/A) (B/A) A1/A
A B A B A B A A1 A A1 A1/A
Prov Maputo

Manhica HD

100% 6% 0% 0%
Manhica

0 1 31 29 0% 3% 0 NP 31 NP NP
Prov Maputo

Marracuene

Marracuene

0% 0% 0% 0%
0 0 5 5 0% 0% 0 0 5 4 20%
HD
Moamba CdS
Prov Maputo

0% 20% 0% 0%
Moamba

0 0 5 4 0% 0% 0 0 5 6 20%
Tipo I

Total
100% 7% 0% 0%
0 1 41 38 0% 3% 0 0 10 10 0%

Classificação da verificação de dados


A
Escala A= margem de erro inferior a 10%; B1= margem de erro entre 10% e 20%; B2= margem de erro acima de 20%; C= sistema não implementado
Nesta tabela compara-se a consistência dos dados no processo de agregação dos dados, analisando-se os dados no livro de registo (total verificado
pela equipa) com os dados reportados pela US no resumo mensal (disponível na U.S.). Para este indicador, foi verificado o numerador (número dos
óbitos) além do denominador (número dos casos registrados / número das altas com desnutrição grave).
Das 3 US´s visitadas com serviços do internamento pediátrico (onde a desnutrição grave é tratada), foi possível verificar dados em todas USs. Todas
(100%) unidades sanitárias apresentaram consistência nos dados com uma margem de erro inferior a 10% (para o numerador e denominador).
Além de verificar os dados da fonte principal (Livro do Internamento), a equipe comparou os dados do Livro do Registo do Internamento com os
dados da outra fonte: os processos clínicos das crianças internadas durante o período de verificação. Esta comparação mostrou uma boa consistência
dos dados (margem do erro de 0% dos totais). Se nota que em 2 unidades sanitárias, houve uma variabilidade de 1-2 casos internados
diagnosticados (variabilidade de 20%).
A margem de erro global é classificada como A, quer dizer, a qualidade dos dados tem uma margem do error da alta qualidade.
Taxa de mortalidade institucional de crianças que morrem por desnutrição aguda grave
Nome do Indicador No. 3

Consistência no Fluxo dos dados do Distrito para a Província e do Distrito para o nível Nacional

Obitos devido a desnutricao Casos Internados Diagnosticados -


(DAG) DAG
Provincia Distrito Unidade Totais Totais % Totais % Totais % Totais Totais % Totais % Totais %
Sanitaria da US da US Marge da US Marge da US Marge da US da US Margem da US Marge da US Marge
(no RM (ao m de (ao nivel m de (ao m do (no RM (ao de Erro (ao nivel m de (ao m do
ao nivel do Erro do Erro nivel Erro ao nivel do do Erro nivel Erro
nivel District Provinci do nivel District Provinci do
da US) o) a) Nivel da US) o) a) Nivel
Centr Centr
al al
Unidad District (US- Provínci (Dist- Centr (Dist- Unidad District (US- Provínci (Dist- Centr (Dist-
e o District a Prov) al Cent) e o District a Prov) al Cent)
Sanitar o) Sanitar o)
ia ia
B (C) (C/B) (D) (D/C) E (E/D) B (C) (C/B) (D) (D/C) E (E/D)
Prov
Maputo Manhica Manhica HD 1 1 0% 1 0% 100% 29 29 0% 29 0% 100%
Prov Marracue
Maputo ne Marracuene HD 0 0 0% 0 0% 0% 5 5 0% 5 0% 100%
Prov Moamba CdS
Maputo Moamba Tipo I 0 0 0% 0 0% 0% 4 4 0% 6 50% 100%

1 1 0% 1 0% 0 100% 38 38 0% 40 50% 0%

Das 3 USs visitadas com serviços de internamento, foi possível verificar dados em todas (100%) US; para as outras 7 US, não foi possível localizar os
dados ao nível distrital.

Nas US, com serviços de internamento verificou-se que os dados relativos aos óbitos tiveram consistência (US – distrito, distrito – província,
província - central) com uma margem de erro inferior a 10%. A mesma consistencia regista-se nos dados relativos às altas (US – distrito, distrito –
província, província - central) com uma margem de erro inferior a 10%; Entre o districto e província houve uma diferença de 2 casos (50%) na US
de Moamba,

Em todos níveis, os dados disponíveis nos resumos mensais / Modulo Basico foram comparados com os dados no fluxo dos pontos focais de nutrição;
não houve uma inconsistência entre os dados disponíveis em todos níveis.

A margem de erro global é classificada como A, quer dizer, a qualidade dos dados é alta.
(ii) Nampula
A) PROGRAMA ALARGADA DE VACINACAO – VACINA PENTAVALENTE
Tabela 4-5: Resultados da Verificação de Dados por Indicador Individual
Nome do Indicador No. 1 Número de crianças menores de 1 ano de idade que receberam a DPTHepBHib
Consistência da agregação dos dados na Unidade Sanitária

Resultados Verificados Resultados


A (Ficha de Registro Reportados Resultados
Pro Diario -- agregacao (Resumo % Margem Triangulados A
vincia Distrito Unidade Sanitaria mensal) Mensal) de Erro (Livro do Registo) Variabilidade
A B (B/A) A1 A1/A
Nampula Nacala Porto H Distrital de Nacala Porto
Nampula Nacala Porto CS Quissimanjulo 91 104 14.3% 4 -96%
Nampula
Ilha de Moç CS da Ilha 216 233 7.9% 15 -93%
Nampula Ilha de Moç CS do Lumbo 217 164 69
-24.4% -68%
Nampula
Monapo H Rural de Monapo 148 169 14.2% 197 33%
Nampula
Monapo CS de Monapo Sede 405 405 0.0% 252 -38%
Nampula Nampula Hospital Central de Nampula
Total 1077 1075 0.2% 537 50%
Classificação da verificação de dados – Margem de Erro A
Escala A= margem de erro inferior a 10%; B1= margem de erro entre 10% e 20%; B2= margem de erro acima de 20%; C= sistema não
implementado

Nesta tabela compara-se a consistência dos dados no processo de agregação dos mesmos na US, comparando os dados dos livros de registos (total
verificado pela equipa) e os dados reportados pela US no resumo mensal disponível na US.
Das 5 US´s visitadas com serviços de PAV, foi possível verificar dados (comparando os dados dos registos e os dados nos resumos trimestrais) em
totas elas. Em Quissimanjulo e CS de Lumbo, não foi possível verificar todos os dados no Livro de Registo porque este estava mal conservado. E como
consequência também apresentaram a margem de erro mais alta acima de 14% e 24% respectivamente com relação aos Resumos Mensais dos
Registos Diários comparando com os resultados reportados. Especificamente para o CS do Lumbo não foi possivel encontrar os Livros de registos
das Brigadas Móveis.
Os dados agregados reportados foram consistentes (margem de erro a 0.2%) em relacao aos dados verificados o que significa uma sob notificação
infima de casos.
Alem de verificar os dados da fonte principal (Livro de Registo), a equipe comparou os dados da Ficha de Registo Diario de PAV com a outra fonte: o
Livro de Registo de Vacinas. Esta comparação mostrou uma maior variabilidade da consistência dos dados –a variabilidade geral foi 50%
Verifica-se que a principal fonte do Resumo Mensal da US é a Ficha de Registo Diario do PAV.
A margem de erro global é classificada como A, quer dizer, a qualidade dos dados é alta.
Nome do Indicador No. 1 Número de crianças menores de 1 ano de idade que receberam a DPTHepBHib

Consistência no Fluxo de dados do Distrito para a Província e do Distrito para o nível Nacional

Provincia Distrito Unidade Sanitaria Totais da US Totais da US % Margem de Totais da US (ao % Margem de Totais da US (ao % Margem do
(no RM ao (ao nivel do Erro nivel do Erro nivel do Nivel Erro
nivel da US) Districto) Provincia) Central
Unidade Districto (US-Districto) Província (Dist-Prov) Central (Dist-Cent)
Sanitaria
B (C) (C/B) (D) (D/C) E (E/D)
H Distrital de Nacala
Nampula Nacala Porto Porto 0% 0% 100%
Nampula Nacala Porto CS Quissimanjulo 61 104 70% 104 0% 100%
Nampula
Ilha de Moç CS da Ilha 233 159 -32% 233 47% 100%
Nampula Ilha de Moç CS do Lumbo
164 95 -42% 164 73% 100%
Nampula
Monapo H Rural de Monapo 169 169 0% 169 0% 100%
Nampula
Monapo CS de Monapo Sede 423 282 -33% 372 32% 100%
Hospital Central de
Nampula Nampula Nampula 0% 100%

1050 809 -23% 1042 29% 100%


Classificação da verificação de dados B2
Escala A= margem de erro inferior a 10%; B1= margem de erro entre 10% e 20%; B2= margem de erro acima de 20%; C= sistema
não implementado
Esta tabela reflecte a consistência dos dados analisando o fluxo dos mesmos no Sistema de Informação de Saúde, comparando-se os totais da US
reportados pelas US no Resumo Mensal com os dados da US aos níveis do distrito, província.
A nível distrital e provincial, a informação ao grau da US estava disponível para todas 5 Unidades Sanitarias com excepção dos dados de Abril das
US do distrito da Ilha de Moçambique e do CS de Quissimanjulo. . Das 5 US visitadas, tiveram consistência dos dados com uma margem de erro
inferior a 10% apenas o HR de Monapo. Todas as outras US tiveram problemas de consistencia porque os arquivos para alguns meses não estiveram
disponiveis no momento da visita.
A margem de erro global (nivel distrital e provincial) é classificada como B2, quer dizer, a qualidade dos dados não é boa.
B) PROGRAMA DA SAÚDE MATERNA E INFANTIL – PARTOS INSTITUCIONAIS
Tabela 6-7: Resultados da Verificação de Dados por Indicador 2: Partes Institucionais

Nome do Indicador No. 2 Número de partos institucionais


Consistência da agregação dos dados na Unidade Sanitária

Resultados Verificados (Livro Resultados Reportados


Provincial Distrito Unidade Sanitaria do Registo) (Resumo Mensal) % Margem de Erro

A B
Nampula Nacala Porto H Distrital de Nacala Porto 336 336 0%
Nampula Nacala Porto CS Quissimanjulo 108 * NP
Nampula
Ilha de Moç CS da Ilha 183 192 5%
Nampula Ilha de Moç CS do Lumbo
302 307 2%
Nampula
Monapo H Rural de Monapo 435 438 1%
Nampula
Monapo CS de Monapo Sede 396 389 0%
Nampula Nampula Hospital Central de Nampula 3152** 3063** -3%
Total 1760 1662 -6%

A
Escala A= margem de erro inferior a 10%; B1= margem de erro entre 10% e 20%; B2= margem de erro acima de 20%; C= sistema não implementado

Dos 7 locais visitados, foi possível verificar os dados em todas as unidades sanitárias; no Centro de Saude de Quissimanjulo, não foi possível localizar
os Resumo Mensais para o mes de Junho. Nenhuma US apresentou uma margem de erro acima de 10%
Os dados agregados reportados foram consistentes (margem de erro a 6%) em relação aos dados verificados o que significa uma sob notificação de 6
casos em média (6% do total).
A margem de erro global é classificada como A, quer dizer, a qualidade dos dados é alta.
Nome do Indicador No. 2 Número de partos institucionais

Consistência no Fluxo dos dados do Distrito para a Província e do Distrito para o nível Nacional
Provincia Distrito Unidade Sanitaria Totais da US Totais da US % Margem Totais da US % Margem Totais da % Margem
(no RM ao (ao nivel do de Erro (ao nivel do de Erro US (ao nivel do Erro
nivel da US) Districto) Provincia) do Nivel
Central

Unidade Districto (US- Província (Dist-Prov) Central (Dist-Cent)


Sanitaria Districto)

B (C) (C/B) (D) (D/C) E (E/D)

Nampula Nacala Porto H Distrital de Nacala Porto 336 336 0 336 0% 100%

Nampula Nacala Porto CS Quissimanjulo 341 341 0 341 0% 100%

Nampula Ilha de Moç CS da Ilha 192 192 0 192 0% 100%

Nampula Ilha de Moç CS do Lumbo 307 299 -3% 299 0% 100%

Nampula Monapo H Rural de Monapo 436 436 0 436 0% 100%

Nampula Monapo CS de Monapo Sede 389 389 0 389 0% 100%

Nampula Nampula Hospital Central de Nampula 100%

Total 2001 1993 -0.4% 1993 0%

Escala A= margem de erro inferior a 10%; B1= margem de erro entre 10% e 20%; B2= margem de erro acima de 20%; C= sistema não implementado A

Esta tabela reflecte a consistência dos dados analisando o fluxo dos mesmos no Sistema de Informação de Saúde, comparando-se os totais da US
reportados pelas US no Resumo Mensal com os dados da US aos níveis do distrito, província.
A nível distrital e provincial, a informação ao grau da US estava disponível para todos 6 Unidades Sanitarias. Nas 6 US para que foi possível
verificar a consistência, todos os locais (100%) tiveram consistência dos dados com uma margem de erro inferior a 0%.
 A margem de erro global (nivel distrital e provincial) é classificada como A, quer dizer, a qualidade dos dados é alta.
A nível nacional, dos 3 distritos visitadas, a informação ao grau de distrito não estave disponível para todos. Lumbo teve uma consistência dos
dados com uma margem de erro inferior de 3 com uma sob) notificação de 2 casos em media por mes no periodo em analise.
A margem de erro global (nivel nacional) é classificada como A, quer dizer, a qualidade dos dados é alta.
C) PROGRAMA DE NUTRIÇÃO – TAXA DE MORTALIDADE INSTITUCIONAL DAS CRIANÇAS POR DESNUTRIÇÃO GRAVE

Tabela 8-9: Resultados da Verificação de Dados por Indicador 3: Taxa de mortalidade institucional das crianças por desnutrição grave

Nome do Indicador No. Taxa de mortalidade institucional de crianças que morrem por desnutrição aguda grave
3

Consistência da agregação dos dados na Unidade Sanitária


Obitos devido a Casos Internados Obitos devido a desnutricao Casos Internados
Taxa de Mortalidade - DAG
desnutricao (DAG) Diagnosticados - DAG (DAG) Diagnosticados - DAG
Resu Res
ltado ulta Result Result Result Result Result Result Resul Result
s dos ados ados ados ados ados ados tados ados
Unida Verif Rep % Verific Report % Verific Report % Verific Triang Verifi Triang
Provinci de icad orta Marg ados ados Marge ados ados Marge ados ulados Variab cados ulados Variab
Distrito
a Sanita os dos em de (Livro (Resu m de (Livro (Resu m de (Livro (Proce ilidade (Livr (Proce ilidade
ria (Livr (Res Erro do mo Erro do mo Erro do sso o do sso
o do umo Regist Mensa Regist Mensal Regist Clinico Regis Clinico
Regi Men o) l) o) ) o) ) to) )
sto) sal)
A B (B/A) A B (B/A) A B (B/A) A A1 A1/A A A1 A1/A
Prov Nacala Nacala
1 2 100% 23 28 12% 4% 7% 0% 1 0 0% 23 15 -35%
Nampula porto HD
Ilha de
Prov CS da
Moçambiq 0 0 0% 1 2 20% 0% 0% 0% 0 0 0% 1 3 200%
Nampula Ilha
ue
HR
Prov
Monapo Monap 1 1 0% 7 6 86% 14% 16% 0% 1 0 0% 7 6 14%
Nampula
o
CS
Prov
Monapo Monap 0 0 0% 1 7 70% 0% 0% 0 0 0% 1 0 100%
Nampula
o Sede
Total 2 3 50% 32 43 34% 0% 3% 0% 2 0 0% 32 24 25%
Classificação da verificação de dados
B2
Escala A= margem de erro inferior a 10%; B1= margem de erro entre 10% e 20%; B2= margem de erro acima de 20%; C= sistema não implementado
Nesta tabela compara-se a consistência dos dados no processo de agregação dos dados, analisando-se os dados no livro de registo (total verificado
pela equipa) com os dados reportados pela US no resumo mensal (disponível na U.S.). Para este indicador, foi verificado o numerado (numero dos
óbitos) alem do denominador (numero dos casos registrados / numero das altas com desnutrição grave).
Das 3 US´s visitadas com serviços do internamento pediátrico (onde a desnutrição grave é tratado), foi possível verificar dados em todas USs. Todas
(100%) das unidades sanitarias apresentaram consistência nos dados com uma margem de erro acima de 20% (para o numerador e denominador).
Verifica-se que a qualidade dos dados é maior quando comparado os óbitos registados no livro de registos e os triangulados com o processo clínico.
Há uma sobre notificação dos casos (diagnóstico de malnutricao a alta), no Resumo mensal, em relação ao Livro de Registo, a causa destas
inconsistências é devido a falta de uniformização dos procedimentos de colheita das variaveis que fazem este indicador.

Para alguns o processo clinico serve para a gestão da Enfermaria e a forma de determinacao das variaáveis nao obedece ao descrito no protocolo
para a avaliacao da qualidade, sendo que os dados administrativos obedecem um mecanismo que difere de US para US e de Distrito para Distrito
Alem de verificar os dados da fonte principal (Livro do Internamento), a equipe comparou os dados do Livro do Registo do Internamento com os
dados da outra fonte: os processos clínicos das crianças internadas durante o período de verificação. Esta comparação mostrou uma boa consistência
dos dados (margem do erro de 0% dos totais). Se nota que em 2 unidades sanitárias, houve uma variabilidade de 1-2 casos internados
diagnosticados (variabilidade de 20%).

A margem de erro global é classificada como A, quer dizer, a qualidade dos dados tem uma margem do error da alta qualidade.
Nome do Indicador No. 3 Taxa de mortalidade institucional de crianças que morrem por desnutrição aguda grave
Consistência no Fluxo dos dados do Distrito para a Província e do Distrito para o nível Nacional

Obitos devido a desnutricao Casos Internados


(DAG) Diagnosticados - DAG
Provincia Distrito Unidade Totais Totais % Totais % Totai % Totais Totais % Totais % Totai %
Sanitaria da US da US Marge da US Marge s da Marge da US da US Marge da US Marge s da Marge
(no (ao m de (ao m de US m do (no (ao m de (ao m de US m do
RM ao nivel Erro nivel do Erro (ao Erro RM ao nivel Erro nivel do Erro (ao Erro
nivel do Provinc nivel nivel do Provinc nivel
da US) District ia) do da US) District ia) do
o) Nivel o) Nivel
Centr Centr
al al
Unida District (US- Provínc (Dist- Centr (Dist- Unida District (US- Provínc (Dist- Centr (Dist-
de o District ia Prov) al Cent) de o District ia Prov) al Cent)
Sanita o) Sanita o)
ria ria
B (C) (C/B) (D) (D/C) E (E/D) B (C) (C/B) (D) (D/C) E (E/D)
Prov. Nacala
Nampula porto HD Nacala 2 2 0% 2 0% 100% 28 28 0% 28 0% 100%
Prov. Ilha de
Nampula Moç CS da Ilha 0 0 0% 0 0% 0% 2 2 0% 2 0% 100%
Prov. HR de
Nampula Monapo Monapo 1 1 0% 1 0% 0% 6 4 -33% 6 50% 100%
Prov. CS de
Nampula Monapo Monapo 0 0 0% 0 0% 7 7 0% 7 0%

3 3 0% 3 0% 0 100% 43 41 -5% 43 5% 0%

Das 3 USs visitadas com serviços de internamento, foi possível verificar dados em todas (100%) US;

Nas US em que os dados foram verificados, os dados dos óbitos tiveram consistência dos dados (US – distrito, distrito – província,
província) com uma margem de erro inferior a 10%. Nas US em que os dados foram verificados, os dados dos casos (altas) tiveram
consistência dos dados (US – distrito, distrito – província, província - central) com uma margem de erro inferior a 10%; so no Hospital
Rural de Monapo , houve uma diferencia de 2 casos (50%) entre o districto e província.

Em todos níveis, os dados disponíveis nos resumos mensais / Modulo Basico foram comparados com os dados no fluxo dos pontos focais
de nutrição; não houve uma inconsistência entre os dados disponíveis em todos níveis.

A margem de erro global é classificada como A, quer dizer, a qualidade dos dados é alta.
(iii) Zambézia
A) Indicador 1. Número de partos institucionais

Nome do Indicador No. 1 Número de partos institucionais (Indicador 6 QAD-Saúde)


Tabela 4: Resultados da Verificação de Dados no nível da Unidade Sanitária

Re sulta dos
Ve rifica dos Re sulta dos
(Livro do Re porta dos
Re gisto) (Re sumo % Ma rge m
Distrito Unidade Sanitaria Tota l Me nsa l) de Erro
A B
Quelimane Cd Hospital Prov d a d o s i n co mp l . 1,158 N/A
Gurué Hospital Distrital 685 693 1%
Gurué CS Invinha 281 282 0%
Ile CS da Sede 250 233 -7%
Ile CS Mugulama 164 175 7%
Mocuba Hospital Distrital 1,389 1,420 2%
Mocuba CS Mugeba 379 381 1%

A margem de erro é classificada como A para os dados de todas as US, quer dizer, a qualidade dos dados é alta.
Apesar de não ser possível calcular a margem de erro entre o Livro de Registo da Maternidade e a Ficha Resumo Mensal no Hospital
Provincial de Quelimane, já que apenas os dados do mês de Junho estavam disponíveis no Livro de Registo da Maternidade, quando é feita
uma simulação do cálculo apenas para este mês, esta US apresentou uma margem de erro de 20%, classificando como dados de qualidade
média.
Tabela 5: Consistência no Fluxo de dados do Distrito para a Província e do Distrito
Distrito Unida de Totais da US Totais da US % Marge m de Totais da US % Marge m de
Sanitaria (no RM ao (ao nivel do Erro (ao nivel do Erro
nivel da US) Districto) Provincia)
Unida de Districto (US-Districto) Província (Dist-Prov)
Sanitaria
B (C) (C/B) (D) (D/C)
Quelimane Cd Hospital Prov 1,158 N/A 1,158 0%
Gurué Hospital Distrital 693 693 0% 693 0%
Gurué CS Invinha 276 276 0% 249 -10%
Ile CS da Sede 233 233 0% 233 0%
Ile CS Mugulama 175 175 0% 175 0%
Mocuba Hospital Distrital 1389 1,420 2% 1,420 0%
Mocuba CS Mugeba 381 381 0% 381 0%

A margem de erro é classificada como A para os dados de todas as US (0%-2%), quer dizer, a qualidade dos dados é alta, exceptuando o
CS de Invinha, onde o erro foi de 10%, provavelmente relacionado à mudança no fecho da estatística mensal.
Para o Hospital Provincial de Quelimane, este cálculo não é aplicável, porque esta US envia os dados directamente à DPS.

CONSTATAÇÕES ESPECÍFICAS - MATERNIDADE:

 No geral os dados do Resumo Mensal da Maternidade (Mod SIS-B04) são consistentes com os resumos do distrito e da província, estes
últimos, tanto na ficha resumo mensal, quanto no Módulo Básico.
 Porém, em todas maternidades foram encontradas inconsistências entre os dados do Livro Mod SIS-B01 e o Resumo Mensal da
Maternidade (Mod SIS-B04).
 No Hospital Provincial de Quelimane não foram localizados os Livros de Registo da Maternidade referente aos meses de Abril e Maio
de 2011.
 É comum no Livro de Registo da Maternidade (Mod SIS-B01) não estarem preenchidas todas as linhas por completo e que nem
sempre a informação é legível.
 No Hospital Distrital de Mocuba, a maternidade utiliza o Livro de Registo de Prevenção da Transmissão Vertical ao invés do Livro Mod
SIS-B01.
 No Hospital Provincial de Quelimane e no Hospital Distrital de Mocuba algumas colunas do Livro Mod SIS-B01 não são preenchidas.
 O período definido para a sumarização dos dados no Resumo Mensal não era padronizado entre as US (ex: em alguns casos a
contagem, a partir do Livro Mod SIS-B01, era feita de 28 de Março a 29 de Abril e noutros de 1 a 30 de Março). No entanto, importa
referir que, actualmente, todas US seguem a nova orientação do DIS que recomenda o fecho da estatística mensal no dia 20 de cada
mês.
 No CS de Mugulama no distrito de Ile, os partos fora da maternidade não são registados no Livro de Registo da Maternidade e, por
conseguinte, não são compilados no resumo mensal da US. No CS de Mugeba no distrito de Mocuba, o mesmo acontece, porém a
Enfermeira utiliza um sistema à parte para a compilação destes dados e sumarização na Ficha Resumo Mensal.
 No Guruè, os partos institucionais s~o contados com base { coluna “4” (data do internamento) no Livro de Registo da Maternidade,
enquanto que no Ile os mesmos são contados a partir da coluna “6” (data do parto).
 Às vezes, os abortos estavam incorrectamente registados no Livro de Registo da Maternidade.

B) Indicador 2.Número de crianças menores de 1 ano de idade que receberam a DPTHepBHib3

Nome do Indicador No. 2 Número de crianças menores de 1 ano de idade que receberam a DPTHepBHib3
(Indicador 1 do QAD-Saúde)

Tabela 6: Resultados da Verificação de Dados no nível da Unidade Sanitária

Resultados
Triangulados
Resultados Resultados A (Registro Resultados
Verificados Reportados Diario -- Triangulados A
(Livro do (Resumo % Margem agregacao (Registro Diario --
Distrito Unidade Sanitaria Registo) Mensal) de Erro diaria) Variabilidade totais mensais) Variabilidade
A B (B/A) A1 A1/A A2 A2/A
Quelimane CdHospital Prov ---
Gurué Hospital Distrital ---
Gurué CS Invinha 65 120 85% 143 220% 143 220%
Ile CS da Sede Nã o di s ponível 208 N/A 207 N/A 207 N/A
Ile CS Mugulama 7 37 429% 37 429% 37 429%
Mocuba Hospital Distrital ---
Mocuba CS Mugeba Nã o di s ponível 61 N/A 62 N/A 62 N/A
Para as US onde os dados estavam disponíveis (duas das quatro que implementam o PAV), a margem de erro foi muito acima do 20%
(85% e 429%) sendo, por isso, classificados como “dados de baixa qualidade” (B2).

A equipa observou que há consistência entre os dados do registo diário e o resumo mensal, mas não entre estes e o livro de registo diário,
o que justifica as grandes margens de erro.

Em termos gerais, o Livro de Registo de Vacinas (Mod SIS-A01-A) contém menos dados do que a Ficha de Registo Diário (Mod SIS-A01).

Tabela 7: Consistência no Fluxo de dados do Distrito para a Província

Distrito Unidade Totais da US Totais da US % Margem de Totais da US % Margem de


Sanitaria (no RM ao (ao nivel do Erro (ao nivel do Erro
nivel da US) Districto) Provincia)
Unidade Districto (US-Districto) Província (Dist-Prov)
Sanitaria
B (C) (C/B) (D) (D/C)
Quelimane Cd Hospital Prov ---
Gurué Hospital Distrital ---
Gurué CS Invinha 120 120 0% 120 0%
Ile CS da Sede 208 208 0% 208 0%
Ile CS Mugulama 37 37 0% 37 0%
Mocuba Hospital Distrital ---
Mocuba CS Mugeba 61 219 259% 219 0%

Para três das quatro US que implementam o PAV, a margem de erro foi 0%, tanto ao nível do distrito como ao nível da província, ou seja, a
consistência dos dados é classificada como A (a qualidade dos dados é alta). Porém, os dados do CS de Mugeba ao nível distrito
apresentaram uma diferença de mais do que 250%, classificando-os como “dados de baixa qualidade” (B2)).
CONSTATAÇÕES ESPECÍFICAS - PAV

 Todas US utilizam os livros de registos do Módulo Básico actualizados.


 É comum no Livro de Registo do PAV não estarem preenchidas todas as linhas por completo e nem sempre a informação é legível.
 Em todas as US, os dados presentes no Livro de Registo de Vacinas (Mod SIS-A01-A) nunca foram consistentes com os dados da Ficha
de Registo Diário (Mod SIS-A01). Em alguns casos, as razões para tal discrepância parecem ser aceitáveis (ex: 1. No CS Sede do Ile o
número de crianças vacinadas é maior na Ficha de Registo Diário, porque muitas mães de outra área de saúde preferem fazer as
consultas nesta US e a enfermeira para não perder a oportunidade aproveita para vacinar a criança, porém não a regista no Livro de
Registo de Vacinas, pois o seu NID pertence à outra US. Também referiram ser comum receberem crianças de Namarrói que preferem
fazer a vacinação nesta US; 2. No CS de Mugalama, os dados da 1ª fase da SNS de 2011 foram sumarizados na Ficha de Registo Diário
do Posto Fixo, porque não tinham disponível um livro destes para as brigadas móveis. Isto explica a diferença nos dados do mês de
Abril desta US entre os dados verificados na Ficha de Registo Diário do PAV e no Resumo Mensal da US em relação aos dados
verificados no Livro de Registo de Vacina).
 O CS do Ile não conseguiu localizar o Livro de Registo de Vacinas (Mod SIS-A01-A) referente aos meses de Maio e Junho em análise.
 No CS de Mugeba em Mocuba, o Livro de Registo de Vacinas (Mod SIS-A01-A) não tinha nenhum registo de crianças vacinadas com a
3ª dose de DPTHepBHib, embora existam dados para posto fixo, tanto na Ficha de Registo Diário (Mod SIS-A01) na Ficha Resumo
mensal (Mod SIS A03-A).
 As US visitadas não usavam as fichas de registo diário para o preenchimento diário da vacinação, mas sim para um mês inteiro, ou
seja, como se estas fossem consideradas fichas de registo mensal.
 Nenhum dos distritos visitados fizeram brigadas móveis (BM) durante o período em análise, apenas durante a 1ª fase da Semana
Nacional de Saúde de 2011, onde todos referiram que as BM fizeram também a vacinação de rotina. No entanto, a maior parte
reportou estes dados em fichas (de registo diário e de resumo diário) específicas da SNS, que eram enviadas ao SDSMAS, onde
finalmente os dados eram reportados numa base de dados específica da SNS, mas parece não haver uma padronização no fluxo dos
dados da BM para o distrito/província.

C) Indicador 2. Taxa de mortalidade institucional por desnutrição aguda grave nas crianças menores de 5 anos.

Nome do Indicador No. 3 Taxa de mortalidade institucional por desnutrição aguda grave nas crianças
menores de 5 anos.
(Indicador 4 do QAD-Saúde)
Tabela 8: Resultados da Verificação de Dados ao nível das Unidades Sanitárias

Obitos devido a desnutricao (DAG) Altas Diagnosticadas - DAG Taxa de Mortalidade - DAG

Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados


Verificados Reportados Verificados Reportados Verificados Reportados
(Processo (Resumo % Margem (Processo (Resumo % Margem de (Livro do (Resumo % Margem de
Unidade Sanitaria Clinico) Mensal) de Erro Clinico) Mensal) Erro Registo) Mensal) Erro
A B (B/A) A B (B/A) A B (B/A)
Hospital Prov Não disponível 8 Não disponível 80 Não disponível 10%
Hospital Distrital 3 5 67% 27 59 119% 11% 8% -24%
CS Invinha --- ---
CS da Sede 2 2 0% 15 16 7% 13% 13% -6%
CS Mugulama ---
Hospital Distrital 6 3 -50% 65 47 -28% 5% 6% 37%
CS Mugeba ---

Continuação da tabela anterior


Obitos devido a desnutricao (DAG) Casos Internados Diagnosticados - DAG

Re sulta dos Re sulta dos Re sulta dos Re sulta dos


Ve rifica dos Tria ngula dos Ve rifica dos Tria ngula dos
(Proce sso (Livro do (Proce sso (Livro do
Clinico) Re gisto) Va ria bilida de Clinico) Re gisto) Va ria bilida de
A A1 A1/A A A1 A1/A
Nã o d i s p o n íve l Nã o d i s p o n íve l Nã o d i s p o n íve lNã o d i s p o n íve l
3 6 100% 27 64 137%

2 2 0% 15 14 -7%

2 3 50% 65 43 -34%

Este indicador foi estudado em quatro US. Os dados do Hospital Provincial não estavam disponíveis e, por isso, não foram analisados. Das
três restantes US, a qualidade dos dados de uma (CS da Sede de Ile) é alta (A) e das outras duas (os Hospitais Distritais de Gurué e
Mocuba) é de baixa qualidade (B2) para o número de óbitos por desnutrição, o número de altas por desnutrição aguda grave e a taxa de
mortalidade.
Vale a pena notar que os números são baixos, em relação aos indicadores anteriores, o que faz com que apenas 1 erro de variação eleve a
percentagem de margem de erro/variabilidade.
Tabela 9: Consistência no Fluxo dos dados do Distrito para a Província e do Distrito
Obitos devido a desnutricao (DAG) Altas Diagnosticadas - DAG
Distrito Unidade Totais da US Totais da US % Margem de Totais da US % Margem de Totais da US Totais da US % Margem de Totais da US % Margem de
Sanitaria (no RM ao (ao nivel do Erro (ao nivel do Erro (no RM ao (ao nivel do Erro (ao nivel do Erro
nivel da US) Districto) Provincia) nivel da US) Districto) Provincia)
Unidade Districto (US-Districto) Província (Dist-Prov) Unidade Districto (US-Districto) Província (Dist-Prov)
Sanitaria Sanitaria
B (C) (C/B) (D) (D/C) B (C) (C/B) (D) (D/C)
Quelimane Cd Hospital Prov Não disponível Mandam à DPS 8 Não disponível Mandam à DPS 80
Gurué Hospital Distrital 5 Mandam à DPS 5 59 Mandam à DPS 59
Gurué CS Invinha --
Ile CS da Sede 2 2 0% 2 0% 16 16 0% 16 0%
Ile CS Mugulama ---
Mocuba Hospital Distrital 3 Mandam à DPS 3 47 Mandam à DPS 47
Mocuba CS Mugeba ---

Das três US com dados disponíveis sobre este indicador, duas ( os 2 Hospitais Distritais) não enviam os dados ao nível distrital, estes são
directamente enviados à província e, por isso, não foi possível comparar.
Vale a pena notar que a consistência entre os dados destes hospitais e os dados disponíveis a nível provincial é de 100%. Para o CS da
Sede de Ile a consistência dos dados também foi de 100%. Por isto, a margem de erro é classificada como A (dados de alta qualidade).

CONSTATAÇÕES ESPECÍFICAS – INTERNAMENTO POR DESNUTRIÇÃO AGUDA GRAVE

 É comum no Livro de Registo do Internamento de Pediatria, assim como nos processos clínicos, não estarem preenchidas todas as
linhas por completo ) (ex: os diagnósticos e as datas de alta não são registados nos processos clínicos) e nem sempre a informação é
legível.
 A nível da DPS este indicador, apesar de estar presente tanto na base de dados do Programa da Nutrição quanto no Módulo Básico, os
dados não são consistentes. Parece que o Programa possui os dados mais completos em relação ao Módulo Básico. Dos 3 distritos
visitados, apenas o SDSMAS do Ile reporta os dados referentes a este indicador no módulo básico. Onde existia um Agente/Técnico de
Nutrição no SDSMAS é este o responsável por reportar à província, usando a Ficha Resumo Mensal do Programa, e onde este
profissional não existe é o Hospital Distrital que reporta a informação directamente à DPS. Isto pode justificar a discrepância nos
dados disponíveis no nível central entre a base de dados do programa e o módulo básico.
 Na base de dados do Programa, a nível da DPS, o cálculo do indicador não é feito correctamente, ou seja, este utiliza como
denominador o número de casos internados, ao invés do número de altas. A mesma situação foi encontrada no SDSMAS de Mocuba. No
entanto, nas US com serviço de Pediatria e no Módulo Básico este indicador é calculado correctamente.
 De uma maneira geral, todas US reportam os casos de desnutrição como causa do internamento na Ficha de Resumo do Internamento,
quando estes são registados no processo clínico como primeira causa principal, à excepção do Hospital Distrital de Mocuba, cuja
responsável pela Enfermaria de Pediatria informou que reporta todos os casos de internamento por desnutrição como causa primária,
mesmo quando esta é a causa secundária, para que facilitar a justificação e planificação dos stocks dos leites terapêuticos que
utiliza/deve receber, e o Centro de Saúde de Ile que, por erro, contabiliza a mesma criança mais de 1 vez nos casos em que existem 2
ou mais diagnósticos principais.
 A maior parte dos profissionais de saúde das Enfermarias de Pediatria não está formada nos novos protocolos de reabilitação
nutricional.
 No Hospital Distrital de Mocuba, o resumo mensal do internamento é preenchido a partir dos processos clínicos e não do livro de
registo do internamento

D) Análise qualitativa

As perguntas no questionário elaborado para a obtenção de informações gerais sobre o funcionamento dos serviços não eram adaptáveis
para todos os níveis do sistema (US, distrito e Província). Em algumas destas perguntas as opções de resposta “sim” ou “nao” n~o eram
aplicáveis. Assim sendo, as constatações/conclusões são sumarizadas pela província, excepto a informação referente à disponibilidade de
stocks.
Disponibilidade de stocks dos medicamentos, outros artigos médicos e instrumentos de M&A

US HD CS Invinha CS sede CS HD Mocuba CS Mugeba HP Quelimane


Guruè do Ile Mugulama
Distrito Guruè Ile Mocuba Cid. Quelimane
Leite terapêutico
Hoje Existe n-a Existe n/a Existe n/a Rotura
Abr-Jun 11 Rotura Rotura Rotura Rotura
(Abril)
Oct-Dec 11 Rotura Houve Rotura Rotura
(Outubro) (Outubro)
Plumpy Nut
Hoje Existe Existe Existe Rotura Existe

Abr-Jun 11 Houve n/a Rotura Rotura Rotura n/a Rotura (Abril-


(Abril) (Abril-Maio) (Abril) Maio)
Oct-Dec 11 Houve Houve Rotura Houve Houve
Resomal
Hoje Existe n/a n/a n/a n/a n/a Rotura

Abr-Jun 11 Houve n/a n/a n/a n/a n/a Rotura

Oct-Dec 11 Houve n/a n/a n/a n/a n/a Rotura

Stock livros
Hoje Existe Existe Existe n/a Existe n/a Informação não
Abr-Jun 11 Houve Houve Houve Houve disponível
Oct-Dec 11 Houve Houve Houve Houve
n/a = não aplicável

 Em geral foi constatada a rotura de leites terapêuticos durante um período grande de 2011 e de Plumpy Nut durante alguns meses. O
Resomal raramente esteve disponível e nem sequer é conhecido por grande parte dos profissionais da farmácia.
Instrumentos de recolha
 Em todas US visitadas, o pessoal de saúde não sabia informar se as versões dos livros/fichas que estavam a usar eram ou não as mais
actualizadas, à excepção do Livro de Registo da Maternidade, provavelmente porque estes documentos não apresentam a data de
versão correspondente.
 Para cumprir com o calendário estatístico para o envio da informação ao nível superior, os resumos mensais são geralmente enviados
do nível distrital ao provincial por email, mas também em papel.

Avaliação local da qualidade dos dados


 Todas as US e níveis de gestão (SDSMAS e DPS) reportaram que receberam retroinformação sobre os programas dos seus níveis
superiores hierárquicos. No entanto, verificou-se que esta retroinformação é mais relacionada ao desempenho dos programas
localmente (alcance ou não das metas determinadas), do que em sobre a qualidade dos dados.
 Esta retroinformação é, geralmente, dada mensalmente, durante os encontros mensais entre a SDSMAS e as US, por exemplo.
 A maior parte das US informaram que receberam visitas de assistência técnica de um parceiro para a área de Monitoria e Avaliação.
No entanto, a maior parte do apoio prestado foi na área do HIV/SIDA e foi dada pelas Organizações Governamentais Internacionais
(ICAP, I-TECH, FGH).
 As US também receberam visitas do MISAU, DPS e SDSMAS, mas estas não estavam relacionadas a área de monitoria e avaliação ou
qualidade de dados.

Capacitação do pessoal de saúde na área de M&A


 Os profissionais de saúde entrevistados referiram que apenas receberam formações na área de monitoria e avaliação relacionadas aos
novos intrumentos de recolha dos dados.

Organização e uso da informação


 No Hospital Provincial de Quelimane e no Hospital Distrital de Mocuba o sistema de arquivo não está bem organizado e apresenta
muitas deficiências, o que fez com que não fosse possível localizar todos os processos clínicos do Internamento de Pediatria no HP
Quelimane, por exemplo.
 Na maioria das US foi possível encontrar gráficos, tabelas e mapas actualizados referentes ao desempenho dos principais programas.
De uma maneira geral, os responsáveis pela estatística de saúde, nos seus diferentes níveis, compilam, arquivam e reportam a
informação de forma organizada e sabem interpretar os gráficos.
 A maior parte das US realiza encontros de rotina (mensalmente) com a equipe técnica de saúde para discussão sobre o desempenho
dos programas em termos de alcance ou não das metas definidas, não estando incluída a qualidade dos dados.

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