Manutencao Geral de Gaita

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MANUAL DE ULYSSES CAZALLAS PARA MANUTENÇÃO DE


HARMÔNICAS EM GERAL

Manual de Manutenção 

São Paulo – SP –1999


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Manual de Manutenção Geral de Harmônicas


Ulysses Cazallas

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Ulysses Cazallas
MANUTENÇÃO DA GAITA DE BOCA

Neste livrete você aprenderá cuidar fisicamente de sua gaita. Ela é um


instrumento musical bastante sensível e por tanto deverá ser manipulada com
muito carinho.
As gaitas de boca ou harmônicas não têm vida eterna. Depois de algum tempo
de uso, as suas notas musicais começam perder as freqüências sonoras
originais e você passará a sentir que algo errado está acontecendo, pois o som
que ela produzia não é mais o mesmo. Partindo do princípio que você é um
aprendiz do instrumento, seguem aqui algumas instruções para prolongar a
vida de sua gaita.

1. Em ambientes de baixa temperatura aqueça a gaita com fricção das mãos


sobre as placas externas para evitar que ela sofra choque térmico. O choque
térmico prejudica a afinação.
2. Tocar com a boca limpa. Pequenos resíduos de comida, doces ou fumo,
podem obstruir os canais das palhetas.
3. Tocar com a cabeça erguida para evitar que a saliva se acumule nos canais
das palhetas.
4. Não coloque sua gaita em água fria ou quente na intenção de limpá-la. Isso
encurtará sua vida, deixando-a enfraquecida em curtíssimo espaço de
tempo.
5. Não sopre ou aspire com muita pressão. Simplesmente faça o ar passar
através dos orifícios da gaita. Faça isso com leveza e bem relaxado, desde
seu diafragma. Controle bem a corrente de ar que você sopra ou aspira.
Dominando essa técnica respiratória, você estará contribuindo para o
prolongamento da vida de sua gaita.
6. Ao terminar de tocar, bata o bocal da gaita contra a palma da mão para
retirar o excesso de saliva. Deixe-a por alguns minutos fora do estojo para
que seque bem. Limpe as placas externas com um pano que não seja
flanela. A flanela solta uma penugem que pode obstruir os canais das
palhetas.
7. Guarde sempre sua gaita no estojo ou pelo menos protegida da poeira.
Pelo menos uma vez por semana, use um pincel de pêlos duros ou uma
escova de dente e limpe o bocal da gaita com movimentos de dentro para
fora em toda borda interna de cada orifício. Não deixe que a sujeira fique
dentro dos orifícios.
8. Para retirar as sujeiras que possivelmente tenham caído dentro dos
orifícios, bata o bocal para baixo antes de usá-la.

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9. Se sua gaita é diatônica, não aperte com muita força as placas externas
enquanto toca.
10 Não é regra geral, mas por razões de pudor e higiênicas, evite emprestar
sua gaita. Se o fizer, limpe-a muito bem antes de voltar a usá-la.

Mecanicamente a gaita de boca é relativamente um instrumento simples,

especialmente quando nós a comparamos com outros maiores como por


exemplo o órgão de palhetas ou o acordeão. A gaita de boca não tem aquelas
inúmeras teclas, chaves e botões que se encontram em um acordeão, cordas e
outros apetrechos como encontradas nos violões, violinos, violas, outros
instrumentos de sopro, etc. Conseqüentemente, é fácil realizar a manutenção
desse instrumento, especialmente quando se trata das diatônicas.

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São duas as placas de palhetas (vozes): sopradas e aspiradas.

Basicamente, isto é tudo que você tem para cuidar, e obviamente não
perder os pregos e parafusos que fixam essas partes da gaita.
Você sabe que a gaita diatônica (blues) tem 10 orifícios e 20 palhetas
que produzem as notas. Estas palhetas são permanentemente fixadas por
rebites nas placas de vozes e não são planejadas para serem removidas ou
substituídas. Entretanto, uma palheta pode ser retirada e substituída por
qualquer pessoa que tenha um mínimo de habilidade manual. Não obstante,
recomendo que esse trabalho não seja tentado por alguém que ainda não tenha
aprendido tocar a gaita de boca, porque neste caso, não saberá entender o som
que conseguiu depois da troca da palheta. Além disso, é necessário usar
ferramentas adequadas, se bem que elas podem ser improvisadas para o fim

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necessário a cada uma das operações que serão realizadas no decorrer da
manutenção. É necessário praticar em gaitas velhas porque de um modo geral
no início o resultado será insatisfatório. Enviar uma gaita para a fábrica a fim
de trocar uma simples palheta é tolice porque fica dispendioso e não
compensa.
As palhetas são afinadas por uma lima bem fina (murça), de preferência do
tamanho das que são usadas por relojoeiros, ou mesmo, por qualquer objeto
cortante que raspe; pode ser um estilete, uma lâmina de barbear, um canivete
bem afiado, enfim, você escolherá sua ferramenta entre as citadas e outras que
possa idealizar.
Aqui, os termos aumentar ou diminuir a freqüência sonora (vibração)
significará que a afinação da palheta deverá ser feita aumentando ou baixando
a freqüência (pitch).
Para aumentar a freqüência, a palheta deverá ser limada ou raspada no seu
final. Para diminuir a freqüência, a palheta deverá ser limada ou raspada acima
da sua metade. Colocar um peso no final da palheta, também diminui sua
freqüência (vibração). Esse peso pode ser solda de rádio.

Quando uma palheta é limada ou raspada ela pode ficar com rebarbas
nos cantos da área limada. Essa rebarba deve ser tirada para que a palheta
vibre e passe com facilidade na ranhura da placa de vozes. A palheta também
deve ficar ligeiramente afastada da placa de vozes por um pequeno ângulo,
para que possa ser acionada pela coluna de ar que por ela passará ao ser
soprada ou aspirada. (Mais adiante falarei sobre este assunto.) Tolerâncias (ou
folgas se você preferir) entre as palhetas e as ranhuras devem ser bem
pequenas. Partículas de poeira, resíduos de alimentos, doces, nicotina ou
alcatrão, cerveja e outros, entre as palhetas e suas devidas ranhuras, provocam
sua paralisação por obstrução e podem até mesmo inutiliza-las. Estas

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observações serão incansavelmente repetidas para que não sejam esquecidas.
Ao terminar de tocar sua gaita, bata o bocal na palma da mão, limpe-a com
pano que não seja flanela, espere que seque durante alguns minutos e guarde-
a no estojo ou enrole-a para que seja protegida da poeira.

Se você retirar as placas de proteção, verá as placas de vozes. As palhetas que


estão completamente visíveis são as “aspiradas”. Do outro lado onde se vê
somente as ranhuras da placa de vozes, estão as palhetas “sopradas” na parte
interna da gaita.

Mecanicamente, ambos conjuntos de palhetas são iguais, exceto as


freqüências e o fato de que as “sopradas” são rebitadas no topo da placa de
vozes e as “aspiradas” na base .
Você notará que algumas palhetas (geralmente as mais longas) têm uma
espessura extra nos seus finais. Se você ficar curioso e quiser saber o porque, a
resposta é simples. A espessura extra é aquele peso adicional que serve
para diminuir a freqüência (vibração) da palheta. Se a espessura extra não for
colocada em algumas palhetas maiores ela requererá mais ar soprado ou
aspirado, além disso não vibrará de acordo, para que produza o som na
freqüência desejada. Para que uma palheta seja afinada com sua freqüência
exata é necessário que a coluna de ar seja constante. O sopro ou aspiração não
devem ser alterados durante a afinação de uma palheta ou de todas elas. O
ideal é usar um fole ou um aparelho que tenha uma coluna de ar constante.
Este uso ideal só é encontrado em oficinas especializadas e você não precisa
se preocupar com esse detalhe porque esse equipamento é desnecessário.
Você precisa conhecer mais um assunto e então poderá aventurar-se aos
primeiros reparos da gaita. Refiro-me à função do “corpo” da gaita além de

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separar as palhetas tem em suas ranhuras a propriedade de formar a caixa
acústica para a ressonância dos sons. Se qualquer palheta encostar na parede
da caixa acústica, ela não produzirá som ou ele será muito fraco e até rústico;
isto pode ocorrer especialmente nas montagens de gaitas com os corpos de
madeira, porque não têm guias de ajustes.
Agora que você conhece tudo sobre como trabalhar na “gaita blues”
diatônica, nós podemos praticar sua manutenção e reparo.

Um regulamento básico para o seguimento, enquanto se faz reparos é:


NÃO ABRIR A GAITA SE NÃO FOR ABSOLUTAMENTE
NECESSÁRIO! Muitos reparos podem ser realizados sem que as “placas de
proteção” sejam removidas. Mais uma coisa para lembrar: Uma vez que as
placas de proteção tenham sido removidas, verifique e procure ter certeza que
o defeito não é de fabricação. Se a gaita for nova e o defeito for de fabricação
devolva-a para o fabricante que tem a obrigação de reabilitá-la ou trocá-la
por outra de mesmo modelo. Se o defeito for da fabricação, procure mostrá-lo
ao fornecedor.

Sintoma: O corpo de madeira sobrepõem-se às placas de proteção e interferem


na execução ao tocar a gaita. ( A madeira inchou).
Solução: Coloque uma lixa de grão muito fino (lixa d’água) com o lado áspero
para cima, sobre um vidro liso ou um objeto bem plano. Levemente passe o
bocal da gaita na lixa até que o corpo fique da altura das placas de proteção.
Se você preferir poderá cortar o excesso de madeira com uma lâmina bem
afiada como as dos estiletes.

segurança de tamanho médio, ou algo semelhante. Abra o alfinete e com dois


alicates aumente o ângulo de abertura original, dobre a ponta com mais ou
menos uns 3mm, conforme mostra a figura a seguir:

Não remova as placas de proteção.


Se a palheta que está falhando é soprada, coloque o alfinete entre a
placa de proteção e a placa de vozes, delicadamente com a ponta do alfinete
procure localizar a base da ranhura correspondente. Agora, com muito

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cuidado, usando a ponta do alfinete empurre a palheta suavemente para
dentro do orifício e procure desobstruir qualquer possível sujeira que possa
estar depositada entre a palheta e a placa de vozes. Se a placa de proteção está
torta, por falta de claridade ou qualquer outro motivo você não consegue ver a
parte interna a ser trabalhada, é necessário remover as placas de proteção.
(Leia novamente sobre este procedimento.) Se precisar retirar a placas de
proteção, o procedimento será o mesmo. Lembre-se que as palhetas sopradas
são as que são fixadas na parte mais alta da placa de vozes e que ficam na
parte interna da gaita (verifique bem essa posição). A pressão sobre a palheta
deve ser feita no seu final e não na base onde se encontra o rebite.

Se a palheta defeituosa é aspirada o processo torna-se mais fácil. Você pode


definitivamente alcançar essa palheta sem remover as placas de proteção. Outra vez,
lembre-se que as palhetas aspiradas são as que são nitidamente vistas sobre a placa de
vozes e que são fixadas na parte baixa da mesma. Nesta situação, simplesmente insira a
ponta dobrada do alfinete no orifício correspondente, e no final da palheta (lado oposto ao
rebite) faça uma pequena e suave pressão empurrando-a para baixo. Se acidentalmente
você empurrar a palheta por uma seção que não seja seu final, ela poderá perder a
flexibilidade e até partir. Neste caso, procure empurrá-la cuidadosamente para sua posição
de origem. Tanto faz se a nota é soprada ou aspirada, a palheta precisa ficar um pouco
afastada da placa de vozes. Como isto é um fato, a palheta de nota mais alta (palheta mais
curta) é menos flexível e as sujeiras não podem ser removidas pelas formas descritas para
palhetas maiores. O que você precisa fazer, é procurar remover qualquer sujeira que esteja
alojada entre a palheta e sua placa de vozes, sempre com muita cautela para não raspar a
palheta e deixá-la sempre em posição que vibre para que produza som. Quando você
procura fazer este trabalho, certamente removerá partícula de poeira, qualquer outra sujeira
e sobre a placa de vozes e que são fixadas na parte baixa da mesma. Nesta situação,
simplesmente insira a ponta dobrada do alfinete no orifício correspondente, e no final da
palheta (lado oposto ao rebite) faça uma pequena e suave pressão
empurrando-a para baixo. Se acidentalmente você empurrar a palheta por uma
seção que não seja seu final, ela poderá perder a flexibilidade e até partir.
Neste caso, procure empurrá-la cuidadosamente para sua posição de origem.
Tanto faz se a nota é soprada ou aspirada, a palheta precisa ficar um pouco
afastada da placa de vozes. Como isto é um fato, a palheta de nota mais alta
(palheta mais curta) é menos flexível e as sujeiras não podem ser removidas
pelas formas descritas para palhetas maiores. O que você precisa fazer, é
procurar remover qualquer sujeira que esteja alojada entre a palheta e sua
placa de vozes, sempre com muita cautela para não raspar a palheta e deixá-la
sempre em posição que vibre para que produza som. Quando você procura
fazer este trabalho, certamente removerá partícula de poeira, qualquer outra
sujeira e até mesmo saliva ressecada. Se depois de tudo isso que foi feito sua
gaita (com corpo de madeira) ainda não funcionar bem, o corpo deve ser
trocado porque deve ter inchado muito, e assim está encostando nas palhetas

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mais longas que ficam presas e não vibram. Em último caso, se você não tiver
na sua sucata outro corpo de madeira igual, será necessário encomendar um,
enviá-la à fábrica ou pelo menos a um técnico especializado que possa
resolver o problema. Falando de um modo geral, estes são os problemas que
mais surgirão. Uma vez aprendidas estas instruções, e se você quiser seguir
adiante, continue estudando. Você precisará de outros apetrechos que
envolvam os reparos das gaitas.

Você pode conseguir realizar reparos mais envolventes, assim como, ajustar as
respostas das palhetas, eliminar sons estranhos, retirar rebarbas das palhetas.
Faça tudo isso sem nunca deixar de ir ajustando a afinação que é muito
importante para manter a freqüência sonora ideal. Para isso, você precisará de
algumas ferramentas especiais, assim como, conhecimento e prática.
Geralmente as ferramentas básicas são encontradas em lojas especializadas.
Primeiro você precisará de um jogo de limas usadas por relojoeiros (elas são
bem pequenas), procure por vários modelos: chata, quadrada, redonda,
triangular, faca, etc. Para ver bem o que vai fazer, é necessário que você use
uma lupa também de relojoeiro, ou um outro tipo de lente cristalina, fixada de
maneira a deixar livres as suas mãos. É também necessário, uma pequena
chave de fenda com o chanfro bem fino para abrir as gaitas que têm parafusos
ao invés de pequenos pregos (estas, atualmente têm seus corpos de plástico
extrudados). A pequena chave de fenda serve também para ser introduzida nos
orifícios das vozes para empurrar levemente, palhetas que estejam muito
afastadas de suas posições. Tenha também uma chave do tipo Philips, ela
servirá para abrir alguns modelos de gaitas. Você precisará um pequeno
martelo e um punção (ferramenta pontiaguda de aço, eventualmente um prego
bem afilado) para a troca de palhetas. Finalmente, você usará uma espátula
(lâmina fina de qualquer metal), uma faca ou um simples canivete. Para saber
se a nota está na sua freqüência, você pode comparar com outra que realmente
esteja com a freqüência correta, entretanto, melhor será se usar um
“frequenciômetro” (popularmente chamado “afinador eletrônico”).
Eventualmente você improvisará algumas ferramentas pessoais.

Em todo procedimento que segue, as placas de proteção devem ser bem


cuidadas para não sofrerem deformações. É fácil retirar as placas de proteção
de uma gaita com o corpo de madeira. Use a lâmina de uma faca ou canivete e
cuidadosamente escorregue-a entre as placas de proteção e a de vozes,
levantando assim os pequenos pregos de fixação. Desnecessário é recomendar
cuidado para não se ferir. Deixe os preguinhos bem guardados porque você
deverá recolocá-los para completar o trabalho de reparo. As placas de vozes
devem ser retiradas da mesma forma que as de fixação. Quando recolocar os

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preguinhos, use um alicate para simplesmente pressioná-los em seus próprios
furos. Não use martelo porque uma ou outra martelada poderá atingir a placa
de proteção podendo inutilizá-la. Além disso, as marteladas poderão deslocar
palhetas que por ventura não estejam bem fixadas, e assim fora de seus
centros, não responderão com os sons necessários para suas execuções.
Se a gaita tem corpo de plástico e você quer retirar as placas de
proteção, a operação é bem simples. Basta remover os parafusos e pronto
(guarde bem esses parafusos). Identifique bem a palheta afetada que deve ser
tratada. Se não fizer isso, você estará sujeito a trabalhar em uma palheta boa.
Procure isolar a palheta danificada para trabalhar somente sobre ela, sem
afetar as outras.

Sintoma: A Palheta range ou faz barulho estranho.


Solução: Sopre e aspire na gaita sem as placas de proteção. Se o som estiver
regularizado, a causa do rangido ou som estranho está no afastamento das
palhetas que precisam voltar à suas aberturas originais, ou as placas de
proteção estão empenadas (amassadas) porque certamente ao tocar, você está
aplicando muita força ao empunhar a gaita. Quando muita força é aplicada
sobre as placas de proteção, elas começam empenar, e com isso provocam
outros distúrbios no instrumento. Não dobre as palhetas perto de suas bases a
fim de corrigir o ranger ou som estranho. Esse procedimento pode provocar
vazamentos e ninguém quer tocar em uma gaita que esteja com vazamentos
desnecessários.

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Se o som estranho continua, mesmo sem as placas de proteção, o problema é
outro. A palheta pode estar descentrada, esbarrando em uma lateral da ranhura
na placa de vozes, ou se for corpo de madeira, ela pode ter inchado, e assim
está impedindo que a palheta vibre. Nestes casos as palhetas também podem
ficar completamente sem som. Se você usar a lente, poderá ver o que está
acontecendo, especialmente se a palheta estiver fora do centro. Se a palheta
em questão for aspirada, você verá isso diretamente. Com a ajuda da espátula
colocada entre a palheta e a parede da ranhura, empurre delicadamente a
palheta até que ela volte para seu lugar de origem que é paralela às paredes da
ranhura, assim ela estará centrada. O espaço ao redor da palheta está
uniforme? Nenhuma parte da palheta está encostando na placa de vozes junto
à sua ranhura? A palheta não está encostando na madeira do corpo? Se a
resposta à estas perguntas é afirmativa, o som estranho deveria ter
desaparecido. Se não desapareceu, o problema pode ser palheta com rebarba
na palheta ou madeira. Coloque a espátula ou uma lâmina de barbear entre a
palheta e sua placa de vozes e cuidadosamente retire a rebarba com um lima
ou estilete (qualquer ferramenta que raspe). Se a palheta for soprada, o
procedimento será o mesmo, entretanto a placa de vozes deverá ser removida.
Geralmente chamo atenção para o que expliquei no início deste livrete com
relação aos trabalhos mais específicos e árduos; ele devem ser feitos por
profissionais do ramo. Entretanto, se você quiser tentar, este é o caminho para
que possa fazê-lo. Se o corpo é de madeira e você quer ver se a madeira está
inchada e interferindo na oscilação da palheta, é necessário remover a placa de
vozes aspiradas. Não esqueça que o tratamento para as palhetas sopradas é o
mesmo que para as palhetas aspiradas. Se a madeira estiver inchada ou
empenada, use uma ferramenta de corte (estilete ou canivete bem afiado) para
corrigir esse defeito fazendo com que a madeira assuma sua forma original.
Cuidado para não danificar os dentes do corpo de madeira; será difícil
recuperá-lo. Em alguns casos você poderá redirecionar as palhetas para os
centros dos vãos que ficam entre os dentes do corpo e assim fixar as placas de
vozes, se bem que o que recomendo é que os preguinhos voltem sempre para
seus próprios orifícios. Não martele os preguinhos recoloque-os com pressão
de alicate. Se a gaita for nova e durante a inspeção você notar estes defeitos,
poderá enviá-la à fabrica; geralmente a peça defeituosa será trocada pelo
fabricante.

Sintoma: A nota está com o som próximo a um semitom abaixo de sua


freqüência (bemolizada). A palheta está rachada ou trincada. Muitas vezes não
enxergamos o trincado porque é interno.
Solução e Explicação: São duas as possibilidades que existem para que uma
nota saia do tom. A primeira é subitamente, quando você está tocando e aplica

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muita força sobre a palheta. Para conferir se ela partiu, continue aplicando
força sobre ela e sentirá que o som vai baixando cada vez mais. Você não
pode fazer nada. A palheta morreu. O metal sofreu fadiga e partiu-se ou esta
trincado e muitas vezes você não conseguirá enxergar o trincado ou mesmo a
rachadura da palheta porque isso aconteceu internamente. Isto é fatal! Guarde
essa gaita (sucata) para retirar dela peças que possam ser repostas em outras
que venham sofrer danos. Mais adiante você aprenderá como trocar uma
palheta.

A outra possibilidade para que uma nota perca sua freqüência e baixe na
direção do bemol é mais acentuado. Geralmente ela vai informando que sua
vida está terminando, porque freqüentemente ela está precisando ser afinada
para cima (no final ou ponta). Muitas vezes essa palheta se mostrará mais
curvada que as outras, ou ela poderá estar cansada por ter trabalhado
arduamente. Este problema sempre será sanado com o tratamento adequado,
levantando um pouco a palheta e afinando-a para que restabeleça sua
identidade.

Para trabalhar o extremo final de uma palheta soprada, você precisará inserir
uma ferramenta pequena (talvez um grampo de cabelo desentortado e liso)
no orifício de tal palheta e levantá-la com muito cuidado para colocar em
baixo dela a espátula, para depois limá-la para que a freqüência possa ser
aumentada. Colocar a espátula sob a palheta interna depois de levantada não é
absolutamente necessário (eu prefiro usar só o grampo).

Sintoma: A nota não responde no exato momento em que foi requerida, ela
atrasa na resposta tanto à coluna de ar forte como à fraca.
Solução: Este é um sintoma clássico que ocorre com muita freqüência e
pode ser remediado com muita facilidade. Ele é causado pela irregular
abertura da palheta em relação à placa de vozes. Certamente ela está com uma
abertura muito pequena.

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Veja nos diagramas que seguem, como a abertura (distanciamento) da palheta
em relação a placa de vozes é bastante importante. Esta é uma regulagem que
deve ser feita para cada tipo de sopro. Alguns harmonicistas sopram forte,
outros fraco, logo é bom saber regular as palhetas. Observe que originalmente
as palhetas maiores são mais afastadas e que, conforme os tamanhos vão
diminuindo, elas vão tendo menores distâncias em relação à placa de vozes.

Agora falta você aprender como trocar uma palheta. É importante você saber
que atualmente as fábricas fornecem as placas de vozes já prontas, por preços
razoáveis, para que sejam substituídas por outras que eventualmente estejam
danificadas em suas gaitas.

Isto posto, quero que aprenda os dois procedimentos para a troca de


palhetas. Você pode retirar uma palheta de uma gaita que considere sucata e
colocá-la em outra mais nova que esteja danificada. Selecione a palheta que

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substituirá a danificada, de preferência ela deverá ser do mesmo tamanho e
freqüência da que será substituída. Se por alguma razão isto não puder ser
feito dessa maneira, você poderá escolher uma palheta maior que tenha a
freqüência muito próxima daquela que será substituída. Neste caso será
necessário limar a ponta da palheta até que fique no tamanho ideal, ou seja do
mesmo tamanho que a danificada. Para retirar a palheta da gaita sucata, lime a
parte mais baixa do rebite (parte de trás), até que a lima raspe um pouco o
latão da placa de vozes. Coloque a placa de vozes sobre uma plataforma de
ferro de forma que fique inclinada em relação ao plano em que está
trabalhando e a base superior da plataforma (o rebite da palheta deve ficar
bem próximo à aresta da plataforma). Ajuste a ponta do punção no rebite, do
lado limado, e com o martelo bata no punção para extrair a palheta. Para
retirar a palheta danificada que deverá ser substituída proceda da mesma
forma, sendo que o rebite também poderá ser limado na cabeça se a palheta
for soprada, assim a parte visível da placa de vozes não será ofendida. A
palheta retirada pode não ter sido bem limada, e por isso pode estar com
rebarbas que poderão dificultar sua colocação na ranhura de destino. Nesse
caso passe uma lima em volta de seu extremo para aguçá-lo. Insira a ponta
do rebite no orifício de destino e procure pressioná-lo com alicate; se der um
estalo, o rebite está no lugar. Centre a palheta (todos os lados da palheta
devem ficar com a mesma folga em relação à ranhura).O rebite não pode
entrar com ângulo diferente de 90º graus. Se não conseguir pressioná-lo com
alicate, use o martelo. Centre a palheta. Coloque a cabeça do rebite em um
canto da base de ferro e com leveza, vá batendo até que esse lado do rebite
esteja um pouco expandido. Centre a palheta. Use o canto da base de ferro e
não deixe que os outros rebites fiquem também sobre a base; isso poderá
causar problemas se forem danificados pelas batidas do martelo. Vire a placa
de vozes e da mesma forma bata um pouco na cabeça do rebite. Verifique a
centralização e se a palheta está bem fixada. Se você puder tirar a palheta do
centro com muita facilidade, ela ainda não está bem fixada. Nesse caso você
poderá rebatê-la mais um pouco e se ainda isto não a fixar bem, use uma
gotícula de cola Super Bonder entre a base da palheta e a placa de vozes, e
mais uma na ponta do rebite (cuidado para não deixar a cola entrar na ranhura
da placa de vozes).

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A outra maneira de trocar uma palheta é utilizando uma palheta e um


rebite novos. Neste caso você poderá adquirir as palhetas e os rebites junto às
fábricas.
O rebite tem o formato de um cilindro somado a um cone que forma sua
ponta aguçada, sua medida é de aproximadamente 4mm de comprimento
por 1mm de diâmetro. Esta ponta aguçada é a que dever ser inserida no
orifício da palheta, do lado rebaixado (áspero), até que fique com o lado
cilíndrico exposto há uma altura aproximada de 0,8 a 0,9mm. Coloque a
ponta aguçada do rebite no orifício de origem e vá batendo até que a palheta
encoste na placa de vozes. Lime a ponta aguda do rebite até que fique quase
faceando com a placa de vozes. (Se não fizer isso, ele entortará na hora de ser
batido.) Em seguida, proceda como já explicado para a colocação da palheta
usada.
Os rebites são fornecidos em forma de pequenas barras e são facilmente
partidos com auxílio de alicate.

Acabaram-se os mistérios. Se você chegou até aqui, parabéns. Agora é


só tirar proveito do que aprendeu.

Manutenção da Harmônica Cromática

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O procedimento para a manutenção da harmônica cromática é igual ao
da gaita diatônica, só é necessário prestar atenção que em cada orifício aberto
existem duas palhetas, uma soprada e outra aspirada. Essas notas são as
naturais, e quando a chave (registro) está fechado, os orifícios têm as palhetas
sopradas e aspiradas que produzem as notas acidentadas (sustenidos # e
bemóis b). As notas naturais são as brancas de um piano ou teclado e as
acidentadas são as pretas. As palhetas internas são as sopradas e as de externas
são as aspiradas, assim como nas gaitas diatônicas.

O que as harmônicas cromáticas têm a mais é que possuem


um bocal bem diferente e uma mola interna que devolve a lingüeta à posição
original quando acionada.

Nunca lubrifique a corrediça (chave ou registro), isso pode fazer com


que ela emperre, depois que o lubrificante secar ou pegar poeira.
Para limpar as peças da chave, retire os parafusos laterais, separe as
peças e sobre uma superfície bem plana, limpe com palha de aço muito fina
(Bom Bril).

Durante qualquer afinação você deverá soprar e aspirar suavemente,


procurando usar uma coluna de ar constante e se possível vinda do diafragma.

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Se a palheta for muito agredida com o sopro, a nota poderá ficar fora de sua
freqüência natural. Não use vibrato. Isso é muito importante para que não haja
distorções entre as notas.

Quando terminar a afinação de uma gaita diatônica ou cromática,


confira as oitavas. Para as diatônicas: Sopre simultaneamente os orifícios
1e4, 2e5, 3e6, 4e7, 5e8, 6e , 7e10. Aspire simultaneamente os orifícios
1e4, 3e7, 4e8, 5e9, 6e10. Para as Cromáticas: Sopre simultaneamente o
orifícios 1e4, 1e5, 2e6, 3e7, 4e8, 4e9, 5e8, 5e9, 6e10, 7e11, 8e12, 8e13,
9e12, 9e13, 12e16, 13e16, 10e14, 11e15. Aspire simultaneamente: 1e5,
2e6, 3e7, 4e8, 5e9, 6e10, 7e11, 8e12, 9e13, 10e14, 11e15, 12e16.

Isto pode ser feito bloqueando as outras notas com a língua. Se você não
é detentor desta técnica, poderá cobrir os orifícios com um pedaço de papel ou
fita gomada. Se, quando estiver verificando as oitavas, ouvir uma ondulação
no som, é porque uma das notas está desafinada em relação à outra que
simultaneamente está sendo tocada.
Sistema de Afinação
Usando um frequenciômetro (afinador eletrônico), você notará que as
notas de uma gaita nova, não estarão justamente afinadas, ou seja,
temperadas de acordo com o 0 (zero) do aparelho. Todas as terças maiores
estarão mais baixas que as primeiras e as quintas (2 soprado, 3 aspirado, 5
soprado, 7 aspirado, 8 soprado).
A sétima no acorde aspirado (5 aspirado) é freqüentemente mais baixo
que a terça. A principio, isto parece não ser lógico, entretanto se
procurarmos como exemplo o piano, teremos basicamente iguais todas as
notas de uma oitava (temperada), mas se continuarmos a medição para as
oitavas acima, notaremos que as freqüências estarão sendo alteradas para um
pouco mais altas se comparadas com as oitavas mais baixas.
A razão desse estranho sistema é procurar peculiaridade para os
instrumentos de palhetas. Se todas as notas de um acorde maior estiverem
com suas freqüências exatas (temperadas), o acorde soará absolutamente sem
graça, bastante rude, áspero, por causa da interferência dos batimentos das
ondas sonoras, as quais produzem a interação das diferentes freqüências. Se as
terças ficam um pouco abaixo da freqüência exata, o acorde fica suave e
gracioso, redondo. O mesmo acontece com a sétima do acorde aspirado,
algumas vezes ela se apresenta extremamente baixa e só assim o acorde soará
redondo, agradável. Este sistema de afinação das gaitas diatônicas é conhecido
como “afinação natural da harmônica” . Ele é usado como padrão para todas
as gaitas diatônicas (muitas vezes chamadas “gaitas blues”)*. Este sistema

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pode causar problemas para a execução de notas separadas, não se surpreenda
porque algumas notas são realmente mais baixas. Por esta razão, alguns
modelos são fabricados com as notas iguais (temperadas) e alguns executantes
preferem assim. O único modelo da Hohner que tem a afinação temperada é a
Golden Melody. Todos os outros modelos “Richter” tem a afinação no
sistema “Freqüência Hohner” que fica entre a “afinação natural” e a “afinação
temperada”. No caso dos acordes menores, as terças também podem ser um
pouco mais baixas, mas eu particularmente prefiro que sejam exatas, ou até
mesmo um pouco mais altas. É bom que as quintas sejam um pouco mais
altas.

*Atualmente usam-se o padrão para todos os instrumentos, depois que J. S.


Bach inventou a afinação temperada. Afortunadamente, os acordes tocados
por piano não soam rudemente, como os tocados por gaitas afinadas com
exatidão. A história conta que em algum tempo, Bach decidiu que habilitando
o piano para tocar em todas as tonalidades, seria importante ter os sons
perfeitamente harmoniosos para uma única tonalidade qualquer. Nós
tocadores de gaita só precisamos trocar de instrumento para tocarmos em
outras tonalidades, entretanto esse problema aqui exposto, não é uma regra.
Até agora vocês leram sobre “freqüências” e muitos não sabem que
estavam lendo sobre “freqüências sonoras” e mesmo como elas acontecem.
Continuarei escrevendo sobre medidas de ondas, mas isto não é importante
para que você afine a gaita. Se você quiser mais conhecimentos sobre o som,
poderá estudar o epílogo deste trabalho.

Tradicionalmente as gaitas eram afinadas a partir da nota Lá Central


medindo 440 Hz (A=440 Hz) que significa 440 ciclos por segundo no idioma
português – Hz abreviatura de Hertz (físico alemão Heinrich Rudolf Hertz,
célebre por seus trabalhos relativos a propagação de ondas eletromagnéticas,
chamadas hertzianas). Entretanto, por algumas razões, muitos modelos são
atualmente afinadas com as freqüências um pouco mais altas. Em primeiro
lugar, a palheta afinada para 440 Hz quando vibrando livremente, produzirá
uma nota com mais ou menos 3 a 4 Hz mais baixa no momento que receber
uma coluna de ar um pouco mais forte como costuma ser quando tocada por
um gaitista. Em segundo lugar, está a tendência que se alastra rapidamente
pela Europa alterando para freqüências mais altas que 440 Hz as afinações de
outros instrumentos – o piano de concertos musicais está freqüentemente
recebendo A=444 Hz. Em terceiro lugar, a gaita como instrumento de solo,
fica bem melhor se estiver com sua freqüência um pouco mais alta que os
instrumentos de acompanhamento. Finalmente, porque nos acordes maiores as

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terças são geralmente mais baixas que as primeiras e as quintas, você pode
realmente sair da freqüência básica se tocar
em outra posição (tonalidade) usando como notas fundamentais as dos
orifícios 2 soprado ou 5 soprado na 5ª posição.

O diagrama abaixo é o padrão em C (Dó) (especialmente usado pela Hohner


e alguns outros fabricantes) 0=444 Hz

Orifício 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Soprado C E G C E G C E G C
Hz 0 -3 +1 0 -3 +1 0 -3 +1 0
Aspirado D G B D F A B D F A
Hz +1 +1 -2 +2 -2 0 -2 +1 -2 0

• Todos os valores estão em Hz para simplificar os diagramas. O valor


0=444 HZ é o ponto de partida.
• Todos os valores são teóricos. As diferentes fabricações podem sofrer
consideráveis desvios.
• A afinação temperada não tem diagrama.

Os diagramas que seguem são de várias afinações que alguns


profissionais usam em suas gaitas para produzirem efeitos diferentes.

Assim como idealizador desse diagrama, Lee Oskar foi o primeiro


gaitista a usá-lo. Todas as terças dos acordes soprados e aspirados são
menores, ou seja, 1 semitom abaixo do sistema Richter original. Se você

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observar o diagrama com atenção, verá que existe uma escala completa
de Bb maior no meio da gaita (3 aspirado, 4 soprado, 4aspirado, 5
soprado, 5 aspirado, 6 soprado, 6 aspirado e 7 aspirado). Por esta razão a
tonalidade da gaita é freqüentemente tida como Gm mesmo que seu
acorde soprado seja Cm. Gm é relativo de Bb e Gm natural é a escala
(eólio) feita sobre as notas da escala de Bb maior começando e
terminando em G.

O diagrama que segue é tradicional, o acorde soprado é menor, mas o


acorde aspirado é da dominante com 7ª. No meio da gaita é encontrada a
escala menor harmônica.

Steve Baker criou um diagrama próprio, o qual chamou de (SBS) Steve Baker
Special. Essa gaita pode ser usada por duas oitavas na 2ª posição (cross harp).

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Afinação Com Dobras (bends) Nos 10 Orifícios

Esse modelo foi criado por Lawri Minson de Tamworth a capital da


música da Austrália. Aqui é possível dobrar notas dos 10 orifícios. Conforme
é mostrado no diagrama, os primeiros cinco orifícios têm suas dobras nas
notas aspiradas e os outros cinco têm as dobras nas notas sopradas. Todas as
notas dobráveis correspondem a posicão “cross harp”, e derivam da gaita na
tonalidade de G com acorde soprado GBD (com exceção das 8 e 10

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sopradas). As dobras aspiradas do registro baixo correspondem as dobras
sopradas do registro alto.

Afinação Dórico ou Mixolídio


Você precisa saber que este modelo é diferente do afinado em menor.
Aqui o acorde aspirado é menor e o soprado é maior. Na 2ª posição entretanto,
está a tônica menor e a subdominante maior, dando assim a escala dórica, e na
1ª posição está a escala mixolídio.

Afinação Espanhola
Hermann Demmler, na intenção de habilitar a escala cromática para a gaita
diatônica, idealizou um diagrama que chamou de “Afinação Espanhola” por
causa do aproveitamento das escalas que ela pode produzir. Ela contém efeitos
bem interessantes.

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Cromática Com Slide


Jerry Portnoy mostrou essa gaita Marine Band Solista da Hohner
para o Steve Baker, ele gostou. Ela foi fabricada em 1992 na tonalidade
C.

Diatônica Com 6ª e 7ª Maior (Melody Maker)


Este modelo foi criado por Lee Oskar e foi por ele chamada de Melody
Maker. Ele substituiu a nota B pela nota A na primeira oitava do modelo
“Country” a fim de facilitar a escala completa de G maior. Este diagrama
oferece efeitos interessantes e possibilita a escala de tom C, D, E, F# Ab, Bb,
C (1 soprado, 1 aspirado, 2 soprado, 2 aspirado, 3 soprado, 3 aspirado, 4
soprado). Ele considera que essa gaita está afinada em G.

Melody Maker

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EPÍLOGO
SOM

1. Movimento Ondulatório

O som é uma forma de energia, assim como o calor e a luz. É produzido


pelo choque de dois corpos e transmitido através de um meio material,
geralmente o ar, por seu movimento ondulatório. Logo, um conhecimento
do movimento ondulatório é vital para a compreensão do fenômeno do som.

2. Ondas na Água

Círculos Concêntricos
Quando um objeto cai na água de um lago calmo, formam-se ondas em
forma de círculos concêntricos. O que caminha para fora é, somente, o
distúrbio propagado pelas moléculas da água que transmitem energia para
moléculas vizinhas. Estas ondas estão entre os mais complexos tipos.

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Observação: Folhas secas ou objetos que flutuem, não percorrem o
movimento das ondas. Só as partículas do meio seguem o movimento das
ondas.

3. Ondas Transversais

Corda presa

4. Ondas Longitudinais

Mola Presa No Teto

5. Medição das Ondas Sonoras

O número de ondas que passa sobre uma dada partícula do meio,


em um segundo, é chamada de "freqüência da onda", ela é medida em “ciclos
por segundo” (cps).

Compressão e rarefação (é o vai e vem das ondas sonoras).

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6. Fontes dos Sons

Qualquer material é sonoro quando entra em choque com o ar porque


provoca movimento vibratório: a voz humana, cordas de instrumentos
musicais, campainha, colunas de ar em tubos abertos ou fechados, palhetas de
gaitas, etc.

7. Meios de Transmissão do Som

Além do ar, meio em que vivemos, o som é transmissível através de


outros gases, líquidos e sólidos. Qualquer material que possua as propriedades
de “elasticidade e inércia” podem transmitir som.
Materiais que são maus transmissores de som são chamados “isoladores
de som”.

8. Amplitude do Som

A amplitude do som é o que determina a intensidade, muitas vezes


erroneamente chamada de “volume”.
A amplitude decresce quando a distância da fonte é aumentada.

9. Velocidade do Som e da Luz

A velocidade do som é de 333 m/seg.


A velocidade da luz é de 300.000 km/seg.

10. Invariância da Freqüência do Som

A freqüência é invariável, independe da distância em que se encontra a


fonte geradora.
Efeito Doppler é o que um observador poderá sentir se houver
movimento entre ele e a fonte geradora. Sentirá freqüências mais graves ou
mais agudas.
A audição humana é sensível à escala que vai de 20 a 20.000cps. É
óbvio que esta escala é para quem tem o sentido auditivo perfeito

11. Reflexão do Som

O que normalmente chamamos de eco é a “reflexão do som”. Todos


os materiais refletem o som.

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O som que se choca contra um penhasco, um prédio ou qualquer outro
objeto duro e liso é devolvido, exatamente como uma bola de borracha atirada
contra uma parede.

12. Reverberação do Som

A reverberação do som é a persistência do som que resulta das


múltiplas reflexões de um ambiente.

13. Difusão do Som

Materiais rígidos com superfícies rugosas ou irregulares podem refletir


o som, mas elas espalham o som em todas as direções. Esta disposição do som
é chamada “difusão”.

14. Absorção do Som

Quando o som encontra materiais porosos e irregulares, ele é


absorvido em grande parte pelos interstícios ou suas bolsas de ar, antes que
seja refletido. Quanto mais poroso e irregular for o material, mais absorvente
ele será.

15. Focalização do Som

O refletor curvo do farol do automóvel ou de um holofote focaliza os


raios luminosos de uma lâmpada colocada em um certo ponto em frente da
mesma e emite a luz num feixe estreito. Um refletor igual, focalizará da
mesma forma as ondas sonoras originais num ponto próprio em frente a ele.
Em um auditório com o teto em forma de abóbada, é possível ouvir um
sussurro a uma grande distância de onde ele se origina, porque as ondas
sonoras são refletidas na superfície curva do teto e são concentradas nesse
ponto distante.

16. Efeito da Umidade do Som

O vapor da água é menos denso que o ar, portanto, quando a umidade


relativa do ar cresce, a densidade decresce. Logo, a velocidade do som é maior
em dias ou ambientes úmidos.

17. Efeitos do Vento no Som

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O vento tem um efeito na “velocidade aparente” do som no ar, isto é, na
sua velocidade em relação a um observador.

18. Efeitos da Temperatura no som

As ondas sonoras caminham mais rapidamente pelo ar aquecido do


que pelo ar frio.

19. Refração das Ondas Sonoras

De acordo com as condições atmosféricas acontece a refração, que é o


desvio das ondas que ocorre quando elas passam de um meio para outro, no
qual sua velocidade é diferente.

20. Difração do Som

Difração é o desvio das ondas sonoras em torno de um obstáculo no seu


caminho.

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21. Ressonância do Som

Se duas fontes de ondas iguais “a” e “b” se combinam no meio, o


resultado é a soma algébrica dos deslocamentos individuais das ondas que
estão se combinando naquele ponto. Essa combinação chama-se
“ressonância”, ondas “c”.

22. Interferência do Som

Se as ondas “a” e “b “estiverem com “fases” opostas, o resultado da


soma algébrica é zero (Ø) logo, a onda “c” será uma reta. Essa combinação
chama-se “interferência”.

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23. Pulsações – também chamadas “Batimentos”

Quando dois ou mais sons ocorrem simultaneamente e suas freqüências


diferem, ouvimos pulsações ou batimentos do som resultante. As pulsações ou
batimentos são causados pela interferência alternada e ressonância das ondas.

24. Ressonância

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Estou voltando a falar de ressonância” porque, agora tratarei do assunto
“afinação”.
Quando a tensão de uma corda de piano é ajustada de tal modo que
vibre a uma certa freqüência, fará vibrar outra corda que esteja ajustada
naquela mesma freqüência. A vibração da Segunda corda é chamada de
“vibração por acoplamento as duas cordas estão em “ressonância”.

25. Ondas Estacionárias

Quando um trem de ondas transversais é emitido ao longo de um fio


esticado, cada onda é refletida do ponto de fixação da outra extremidade. Na
reflexão, a onda é invertida em fase. O resultado é que os dois trens de onda,
mas opostas em fase, caminham ao longo da onda em direções opostas.

26. Freqüências de Ondas Esticadas

Um fio esticado e fixo em suas extremidades pode ser vibrado por


muitos meios, dependendo de como ele é puxado ou tocado. A única condição
necessária é que as extremidades das ondas não possam se mover.

27. Sobretons e Harmônicos


Quando a corda esticada de um instrumento musical é vibrada no
centro, ela vibra como um todo, na sua freqüência fundamental. Ao mesmo
tempo, entretanto, segmentos da corda vibram numa freqüência maior do que
a fundamental. Estas freqüências maiores são chamadas “sobretons”.
Sobretons produzidos dependem da construção do instrumento e da maneira
pela qual ele é tocado.

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a) corda vibrando “na freqüência fundamental”


b) corda vibrando com o “dobro da freqüência fundamental”
c) corda vibrando com o “triplo da freqüência fundamental”

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28. Harmonia e Desarmonia

O fato de dois sons estarem soando bem ou mal, depende da relação


das suas freqüências e as freqüências dos batimentos produzidos. Experiências
têm mostrado que quando a relação entre as freqüências que estão se
combinando e a freqüência ou as freqüências de batimento podem ser
reduzidos a frações tendo um pequeno número inteiro por seus termos, o som
é musical ou harmônico. Quando isso não acontece o som é desarmônico, ou
melhor, na realidade é um ruído.
Se notas de 100 e 135 cps, são produzidas juntas a nota de
batimento é 35 cps. Esta nota de batimento é 35 cps. Esta nota de
batimento poderá vibrar a caixa sonora de um instrumento ou uma corda
sintonizada a ela e produzir sua 3. harmônica, uma nota de 105 cps. As
notas de 105 cps, por sua vez, podem combinar-se com notas de 135 cps,
para produzirem um segundo batimento de 30 cps. A relação entre a
freqüência de 30, 35, 100 e 135 cps não pode ser expressa
com relações simples. O som resultante daí é desagradável de ser ouvido.
Tal som é chamado “ desarmônico”. De outra maneira, notas
separadas de uma oitava, que têm um intervalo ou relação de freqüência,
de 2/1, combinam-se para produzirem um som que é agradável de ser
ouvido. Uma nota de 220 cps tocada com outra de 110 cps resultará uma
nota de batimento com freqüência de 110 ps, e o som será harmonioso.
Outro caso em que as notas sejam 330 cps e 220 cps, cuja a relação é 3/2,
são tocadas juntas. Uma nota de batimento de 110 cps é , então,
produzida. O som desta combinação também será harmonioso porque as
freqüências das notas tocadas e a nota do batimento são 3:2:1.
Ao lado dos intervalos 2/1, chamada oitava e 3/2 chamada a quinta,
alguns outros intervalos harmônicos são 5/4, a terceira maior; 4/3 a quarta; e
6/5 a terceira menor. Esses intervalos são designados de acordo com o número
total de teclas brancas do piano que estão incluídas pelas duas notas, incluindo
as teclas das próprias notas. O ouvido humano também reconhece como
harmônica a combinação das três notas cujas freqüências estão na proporção
4:5:6 e as combinações para as quatro notas cujas freqüências são como
4:5:6:8.

29. Escala Diatônica

A escala musical diatônica, ou natural é uma série de oito notas


relacionadas para permitirem a formação de um maior número de

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intervalos harmônicos. Uma nota qualquer é a base da escala, e as outras
sete notas sucesivas são escolhidas de tal modo que os intervalos sejam 9/8
,10/9 ,16/15 ,9/8 ,10/9 ,9/8 e 16/15. Os intervalos 9/8 e 10/9 são chamados
“tons inteiros”; o intervalo 16/15 é chamado “meio tom” ( semitom).

Qualquer freqüência pode ser tomada como fundamental para construir


uma escala tendo os intervalos dados acima. As diferentes tonalidades
(chaves) da música correspondem a diferentes “notas fundamentais” ou
“notas chaves”. Por exemplo, na escala diatônica, as freqüências, em “ciclos
por segundo” (cps) e os intervalos para meias oitavas das chaves de “C” são
como segue:

Nota C D E F G A B C
Freqüência 264 297 330 352 396 440 495 528
Intervalo com
nota procedente 9/8 10/9 16/15 9/8 10/9 9/8 16/15
Intervalo com C 9/8 5/4 4/3 3/2 5/3 15/8 2

As escalas podem, naturalmente, ser constituídas com outros intervalos


do que aqueles mostrados acima ou com diferentes arranjos com os mesmos
intervalos. Mas a escala diatônica oferece um maior número de intervalos
harmônicos do que qualquer outras oito notas, dentro de uma oitava.
Para a oitava média da chave D da escala diatônica, as freqüências em
ciclos por segundo (cps), e os intervalos são como segue:

Nota D E F# G A B C# D
Freqüência 297 334 371 396 445.5 495 557 594
Intervalo com
a nota procedente 9/8 10/9 16/15 9/8 10/9 9/18 16/15
Intervalo com D 9/8 5/4 4/3 3/2 5/3 15/8 2

Note que, enquanto algumas notas (D,G,B) na “chave D” têm as


mesmas freqüências que as da “chave C”, outras notas (E,F#,A,C#) têm
freqüências diferentes. As escalas diatônicas constituídas com outras
notas requerem também ainda freqüências diferentes.

30. Escala Ajustada (Temperada)

Para se produzir todas as notas de todas as chaves na escala diatônica, um


piano precisa cerca de setenta cordas, cada uma delas afinada para uma

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freqüência diferente, dentro de cada oitava. Naturalmente, tal arranjo é
impraticável. Felizmente, dentro de todas as oitavas, todas as freqüências
necessárias para as várias chaves em uso hoje, caem entre treze grupos bem
distintos. Se cada um destes oito grupos inclui uma das oito freqüências da
escala diatônica de C, dada anteriormente. Cada um dos outros cinco grupos
permanece no meio de dois

grupos aproximadamente separados de um tom inteiro. Esta distribuição de


freqüências permite um arranjo: cada uma das oito cordas podem ser
sintonizada aproximadamente para a freqüência média de um dos grupos
contendo uma nota da escala diatônica de C. Cinco cordas adicionais podem
ser afinadas para as freqüências que ficam dentro de um intervalo de um
tempo inteiro. Estas cordas são aquelas que são tocadas através das teclas
pretas do piano, A escala assim modificada é chamada escala ajustada
(temperada).

As freqüências, em ciclos por segundo, relacionadas com as notas de


oitava média da “chave C” numa escala ajustada é como segue:

C D E F G A B C1
261,5 294 330 349 392 440 494 523

Os intervalos de escala ajustada são só levemente diferentes daquela


escala diatônica anterior. Um tom inteiro é um intervalo de raiz sexta de 2, ou
1,1227, em vez de 9/8 ( que é igual a 1,125 ) ou 10/9 ( que é igual a 1,1111 ).
O meio tom (semitom) é raiz 12 de 2, ou 1,0595, em vez de 16/15 ( que é
igual a 1,067).

As divergências introduzidas pelo ajuste, ou modificações na escala


diatônica são tão suaves, que eles soam desagradavelmente somente aos
músicos bem treinados.

Válvulas Para Cromática


Material:
1. Folha para retroprojetor: acetato "3M" o mais fino.
2. Tinta Spray Colorgin: rotulo Spray. Não usar o rótulo "Todos os Usos
Decolortec”.

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3. Papel higiênico duplo e o mais liso possível.

1. Estender a folha para retroprojetor sobre uma folha de jornal.


2. Esborrifar o spray sobre a folha para retroprojetor.
3. Deixar que a tinta seque até grudar ao tato.
4. Colocar o papel higiênico sobre a tinta.
5. Colocar um peso (livro pesado) sobre o papel higiênico.
6. Deixar secar por 10 a 12 horas.
7. Retirar o livro e a segunda folha de papel.
8. Cortar as válvulas nos tamanhos desejados.

FIM

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