Fichamento - Educação Não É Privilégio - Anísio Teixeira-1

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TEIXEIRA, Anísio. Educação não é Privilégio.

Rio de Janeiro: Livraria José


Olympio Editora, 1957.

1. Educação para a formação do “comum” do homem

ESCOLA BRASILEIRA – ideias e aspirações sociais


Como era a EDUCAÇÃO ESCOLAR antes da CONVENÇÃO REVOLUCIONÁRIA FRANCESA (1792 - 1794/95 1),
que estabeleceu as aspirações modernas da ESCOLA UNIVERSAL PARA TODOS?
Antes, tudo consistia na ESPECIALIZAÇÃO DE ALGUÉM, que já tinha formação nas artes escolares, feita pela
própria sociedade e pela “classe/casta” (envolvendo a família e a religião) a que pertencia.
As aprendizagens específicas, ligadas ao TRABALHO, ocorria pela participação na vida comum, ou, no
ARTESANATO, pelo regime do mestre e aprendiz em ateliês e oficinas.
A escola e a universidade eram a ampliação dessa especialização do artesanato, com mestres e alunos
vivendo em comum, nas corporações universitárias.
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A CONVENÇÃO FRANCESA implantou a ideia de que todos os cidadãos deveriam poder buscar na ESCOLA
uma posição social na vida, desenvolvendo através dela seus DOTES INATOS, independente de privilégios
de classe social, dinheiro, herança.
A EDUCAÇÃO ESCOLAR passa a visar, então, a FORMAÇÃO COMUM DO HOMEM e sua POSTERIOR
ESPECIALIZAÇÃO, para os diferentes quadros de ocupações PARA UMA SOCIEDADE MODERNA E
DEMOCRÁTICA.

Há uma transformação de conceito. A escola formaria a inteligência, mas não o


intelectual. A intelectualidade seria uma especialidade, que se desenvolveria
posteriormente.
E esta escola teria que atender à multiplicidade de vocações, ofícios e profissões em que a
nascente sociedade liberal e progressiva exigia.
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2. RESISTÊNCIA DO CONCEITO DE EDUCAÇÃO-SELEÇÃO OU ESPECIALIZAÇÃO


1
Em janeiro de 1793, eles decidiram guilhotinar o rei Luis XVI sob a acusação de traição da França. Os Jacobinos assumiram
o poder político do Estado e a República Girondina caiu. Foi proclamada a República Jacobina e promulgada a Constituição
de 1793. Seus princípios satisfaziam os interesses da população, pois garantiam-lhe seus direitos e o poder de decisão. O
voto passou a ser universal e todos os homens maiores de idade votavam. Foi estabelecido a lei do máximo, onde
especificava o valor máximo para salários e preços. A reforma agrária, teve início com a venda das terras da nobreza e da
Igreja, sendo estas divididas em lotes menores e vendidas por um preço acessível a população. Houve a extinção da
escravidão dos negros nas colônias francesas, dentre outras resoluções. Fonte: http://revolucao-francesa.info/convencao-
nacional.html
Todo o século XIX - luta por processos e técnicas novas para realização dos IDEAIS ESCOLARES DA
DEMOCRACIA.
Lentamente a escola comum se emancipou dos MODELOS INTELECTUALISTAS para dar lugar à ESCOLA
MODERNA, PRÁTICA E EFICIENTE, com um PROGRAMA DE ATIVIDADES e não de “MATÉRIAS”, iniciadora
das ARTES DO TRABALHO e do PENSAMENTO REFLEXIVO.
A ideia era que o aluno pudesse viver inteligentemente e a participar RESPONSAVELMENTE da sua
sociedade.
A NOVA ESCOLA COMUM tinha que fugir dos métodos ESPECIAIS E ESPECIALIZANTES.
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A ESCOLA ANTIGA era a oficina que preparava os ESCOLÁSTICOS (Intelectuais e críticos). Era alheia à vida
cotidiana e indiferente às NECESSIDADES COMUNS DOS HOMENS.
Dela saíram os PEDAGOGOS, A PEDAGOGIA, OS DIDATAS, gente de ofícios que só eles entendiam e
cultivavam.
Se preocupavam em passar adiante as MESMAS COISAS e PROCESSOS, que se conservavam em BENEFÍCIO
DA SOCIEDADE TRADICIONAL.
Essa escola ensimesmada, produzia outras escolas, que era a ESCOLA-CORPORAÇÃO DA IDADE MÉDIA.
PREVALECIA O DUALISMO GREGO, entre CONHECIMENTO EMPÍRICO/PRÁTICO e o CONHECIMENTO
RACIONAL/INTELECTUAL.
O ato de conhecer valia como fim em si mesmo e se destinava a nos DIGNIFICAR e dar-nos os DELEITES DA
VIDA ESPIRITUAL.
A ESCOLA era a OFICINA DO CONHECIMENTO RACIONAL. A OFICINA ERA A ESCOLA DO CONHECIMENTO
PRÁTICO. Uma não conhecia a outra.
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A APROXIMAÇÃO destas duas estruturas aconteceria com o SURGIMENTO DA CIÊNCIA EXPERIMENTAL.
Isso ocorre quando o HOMEM DO CONHECIMENTO RACIONAL resolver utilizar-se dos MEIOS E PROCESSOS
DO HOMEM DA OFICINA, não para fazer outros aparelhos ou petrechos, mas para elaborar o “SABER”,
para “PRODUZIR” outros conhecimentos.
O ENCONTRO DO CONHECIMENTO RACIONAL COM O MUNDO DAS OFICINAS constituiu o fato mais
importante do que a descoberta do movimento da terra em torno do Sol. É dele que partiu o sistema do
CONHECIMENTO CIENTÍFICO MODERNO, que é o conhecimento racional tornado FÉRTIL E FECUNDO, PELA
SUA LIGAÇÃO COM A REALIDADE CONCRETA DO MUNDO E DA EXISTÊNCIA.
O DUALISMO GREGO dá lugar à comprovação do racional pela experiência real. Precisão de métodos,
segurança de observação e controle na verificação. A natureza do conhecimento não muda, mas sim o grau
de segurança desse conhecimento.
Antes tínhamos o conhecimento empírico, com que o homem resolvia seus problemas práticos e o
conhecimento racional, que conduzia ao mundo das essências. O conhecimento RACIONAL dos gregos
viera para substituir o pensamento mítico e religioso. Era uma forma avançada de teologia.
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As separações entre prático e racional ou prático e teórico desapareceram.
AGORA, tanto é prática a fase de observação e descoberta, como prática a fase de formulação teórica,
como a aplicação da teoria aos projetos práticos do homem.
ESTA SOCIEDADE teria de preparar TRABALHADORES para as 3 fases do saber: PESQUISA, ENSINO E
TECNOLOGIA. Todos teriam tudo em comum, EXCETO O GOSTO DIFERENCIADO POR ESSAS FASES
DIVERSAS DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO, QUE PRECISAM SE COMPLETAR MUTUAMENTE.
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3. A NOVA “ESCOLA PÚBLICA ou ESCOLA COMUM”
A ESCOLA PASSA A SER AGÊNCIA DE EDUCAÇÃO DOS TRABALHADORES COMUNS, DOS TRABALHADORES
QUALIFICADOS, ESPECIALIZADOS, EM TÉCNICAS DE TODA ORDEM, E DOS TRABALHADORES DA CIÊNCIA
NOS SEUS ASPECTOS DE PESQUISA, TEORIA E TECNOLOGIA.
Todas as escolas, do primário ao universitário, passam a ser ESCOLAS DE CIÊNCIA, já ensinando suas
aplicações generalizadas, teorias e técnicas especializadas, o próprio trabalho de pesquisa, no campo
teórico ou da aplicação.
E o ensino se TEM DE FAZER PELO TRABALHO E PELA AÇÃO, e não somente pela palavra e pela exposição.
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NOVOS ESCLARECIMENTOS TROUXERAM O PROGRESSOS DOS ESTUDOS DE PSICOLOGIA: A aprendizagem
puramente verbal não era realmente aprendizagem, e mesmo nos setores de pura compreensão e
apreciação somente a experiência vivida e real é que garantiria a apreensão da mente e absorção do
conhecimento, o integrando a novas formas de comportamento.
A EXPOSIÇÃO E MEMORIZAÇÃO MEDIEVAL era inadequados. Todos precisavam SABER e SABER FAZER.
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4. O ARCAÍSMO DA ESCOLA BRASILEIRA.
A escola brasileira se aproxima deste novo formato?
Desse novo método escolar o Brasil tem alguns exemplos:
- Instituto Técnico de Aeronáutica, em São José dos Campos;
- Escolas de Medicina;
- Institutos de Pesquisa Científica, como SENAI;
- Cursos profissionais e técnicos industriais;
- Cursos intensivos ou pós-graduados.
Mas o autor considera tudo MARGINAL E EXTRAORDINÁRIO. Regulares e sistemáticas são as formas
ARCAICAS do ensino pela “exposição oral” e “reprodução verbal”, que dominam a escola primária,
secundária e a maior parte das superiores.
São aulas que os alunos ouvem e se verifica o saber por meio de provas escritas e orais, que Anísio diz que
poderiam funcionar numa ESCOLA DA IDADE MÉDIA. Chama-se isso de EDUCAÇÃO DE “CULTURA GERAL”
ou de EDUCAÇÃO HUMANÍSTICA. Ensina-se assim: LÍNGUAS, MATEMÁTICA PURA, GEOGRAFIA, HISTÓRIA,
CIÊNCIAS, MÚSICA E ATÉ O TRABALHO MANUAL. E como a escola é de cultura geral, nada tem de caráter
prático. Raramente se consegue ler ou escrever qualquer dessas línguas. Apenas são compreensíveis
trechos “DADOS” nas aulas. A função e aplicação do conhecimento têm o menor sentido.
A escola brasileira só poderia reproduzir isto mesmo, diante de seus CURTOS PERÍODOS DE AULAS, SEUS
POBRES LIVROS ESQUEMÁTICOS E SEUS EXAMES PARA REPRODUÇÃO DO APRENDIDO NAS AULAS.
Na Idade Média a “lente” era um especialista, mestre em uma arte hermética. Entre nós, o professor pode
ser qualquer pessoa que saiba mais ou menos ler.
Segundo o autor, nessa escola brasileira, tudo pode ser dispensado: prédio, instalações, biblioteca,
professores. Só não pode-se dispensar a LISTA COMPLETA DE MATÉRIAS. Não se pode dispensar matérias,
nem fundir disciplinas.
É a velha noção de “CONHECIMENTO COMPLETO”, TOTAL, DA IDADE MÉDIA.
Os currículos enciclopédicos decorrem, em grande parte, do medo dos professores de “perderem” aulas,
que são seu ganha-pão, mas também da racionalização de que a cultura é algo de completo e que nada
pode ser ignorado, sem grave defeito para a cultura. Se nada pode ser ignorado é porque o saber é algo de
“completo”, um eufemismo em que escondemos nossa concepção medieval de cultura como Suma
Cultural.
Existe sim uma cultura geral, mas que não é cultura superficial, e sim exatamente o contrário. Quando tmo
o conhecimento especial no seu último grau de generalização, tenho o conhecimento filosófico, que é uma
especialização desse conhecimento geral.
A CULTURA GERAL TAMBÉM PODERIA SER A CULTURA COMUM A TODOS, mas essa cultura de uso comum
não é uma cultura especializadamente intelectual. É uma tradução popular e geral das culturas
especializadas, que constituem hoje o mundo.
Os LIVROS DE POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA E DA CULTURA seriam, na escola atual, o único modo de busca
desse tipo de cultura na escola.
Ou temos uma CULTURA GERAL como a mais alta expressão da cultura, como fazem os filósofos, ou
teremos uma CULTURA GERAL POPULARIZADA, a ser dada pelos chamados VULGARIZADORES DAS
CIÊNCIAS, DAS ARTES E DAS FILOSOFIAS.
Mas as nossas escolas não fazem nem uma coisa nem outra. ARCAICAS EM SEUS MÉTODOS E
ENCICLOPÉDICAS NOS CURRÍCULOS, NÃO SÃO DE PREPARO INTELECTUAL E NEM PRÁTICO. NÃO SÃO
TÉCNICO-PROFISSIONAIS, NEM DE CULTURA GERAL.
Passar pela escola, para nós, significa passar para classe média ou superior. Significa NÃO SER OPERÁRIO,
nem MEMBRO DAS CLASSES TRABALHADORAS.
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5. A ESCOLA COMO FORMAÇÃO DO “PRIVILEGIADO”
Os brasileiros consideram a educação um processo de preparo de ALGUNS INDIVÍDUOS, para uma vida
mais fácil, PRIVILEGIADA.
Mas nossa escola não forma nenhum privilegiado, sobretudo depois que passou a contar com frequência
popular esmagadora.
- Em 1900, entre 9.750.000 habitantes de mais de 15 anos, 3.380.000 eram alfabetizados.
- Em 1950, 14.900.000 alfabetizados e 15.350.000, analfabetos.
Diminuímos a percentagem de analfabetos de 65% para 51%. Mas em números absolutos, passamos a ter
mais que o dobro de analfabetos.
Desse ponto de vista, a educação brasileira piorou entre 1900 e 1950.
Mas se a EDUCAÇÃO É PARA OS PRIVILEGIADOS, esse sistema funciona. Muitos ficarão na massa de
analfabetos, a serviço dos EDUCADOS.
O pequeno esforço em aumentar as oportunidades de educação primária é anulado pelo nosso
crescimento demográfico.
Pelos dados numéricos (do texto) estamos aumentando o ANALFABETISMO NO BRASIL e não reduzindo.
Estamos CONGESTIONANDO ESCOLAS e não AUMENTANDO SEU NÚMERO. E ESTAMOS REDUZINDO O
ENSINO E NÃO AUMENTANDO-O.
Os docentes também estão estagnados em sua formação.
Não exageramos, quando afirmamos a deterioração do ensino primário, com a exacerbação do caráter
seletivo da educação. Ela prepara alguns privilegiados e NÃO O HOMEM COMUM PARA A SUA
EMANCIPAÇÃO PELO TRABALHO PRODUTIVO.
E poucos alunos passam do ensino primário para o secundário. Esse sim, em crescimento.
O Ensino Médio e Secundário só existe nas capitais e em 1/3 dos municípios do interior. Apesar disso, há
um aumento de matrículas nas escolas secundárias. É que esta última é muito mais desejada, porque
CLASSIFICA O ALUNO E O LANÇA ENTRE OS PRIVILEGIADOS E SEMIPRIVILEGIADOS DA NAÇÃO.
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6. A TRANSIGÊNCIA OU COMPROMISSO DO DUALISMO ESCOLAR


As escolas não foram criadas para renovar as sociedades, mas para perpetua-las. Nenhum sistema de
escolas foi criado com o propósito de subverter a estratificação social reinante.
Mas, a ideia de ESCOLA COMUM OU PÚBLICA, nascida com a Revolução Francesa (a maior invenção social
de todos os tempos, no dizer de HORACE MANN) importa exatamente em sobrepor-se ao conceito de
classe e prover uma educação destinada a todos, sem intenção de prepara-los para quaisquer das classes
existentes.
Mas na própria França, essa escola só se deu mediante uma transação. Criou-se um sistema popular (a
escola primária, primária superior, normais e profissionais), mas conservou-se o SISTEMA DE EDUCAÇÃO
DE CLASSE (As classes “préparatoires”, o liceu, as “grandes escolas” e a universidade), para a elite.
O espírito “primário” dominava o sistema POPULAR e o espírito secundário, o segundo.
Nós copiamos as instituições políticas da América do Norte, mas não copiamos as instituições educativas
(“Common School). Buscamos inspiração na França:
SISTEMA POPULAR: escola primária, complementar, normal e profissionais
SISTEMA DE ELITE OU DE CLASSES: ginásio e a academia.
Entre nós, impediu-se o florescimento da “ESCOLA PÚBLICA COMUM”. Esta, mesmo com algum esforço
governamental, nunca teve prestígio no Brasil. A sociedade brasileira não precisava dela, no sentido de
classe dominante.
Mesmo a escola primária, exigia condições econômicas satisfatórias para que pudesse frequenta-la. Até o
uniforme e o sapato bastavam para delas afastar o povo.
A escola, no Brasil, era pra chamada “elite”. O seu programa, currículo, mesmo na escola pública, era pra
privilegiados. TODA A DEMOCRACIA DA ESCOLA PÚBLICA CONSISTIU EM PERMITIR AO POBRE UMA
EDUCAÇÃO PELA QUAL PUDESSE ELE PARTICIPAR DA ELITE.
CONTEUDO, A ESCOLA COMUM IDEAL (a francesa ou americana) NÃO ERA PRA DAR AO POBRE a
EDUCAÇÃO CONVENIENTE AO RICO, mas antes, de dar ao rico a educação conveniente ao pobre, pois a
nova sociedade não deveria distinguir, o que precisavam dos que não precisavam trabalhar. A TODOS
TERIA QUE EDUCAR PARA O TRABALHO.
Não era educar para os PRIVILÉGIOS, mas para acabar com tais PRIVILÉGIOS. Uma sociedade hierarquizada
nas OCUPAÇÕES mas desierarquizada SOCIALMENTE.
E apesar de haver a separação entre a escola de elite e a escola popular, a classe dominante, mais
dominante do que rica, OCUPOU ATÉ A PRÓPRIA ESCOLA PRIMÁRIA PÚBLICA.
FORA AS “ESCOLAS PROFISSIONAIS”, nenhuma outra escola brasileira escapou ao espírito de educação da
“elite”, ligado a isto o preconceito contra o trabalho manual, que nos deixou a escravidão.

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