Questões Resolvidas de Probabilidade Comentadas

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EXERCÍCIOS COMENTADOS DE PROBABILIDADE PARA ENSINO MÉDIO

1) Uma urna contém 9 bolas, numeradas de 1 a 9. Sorteiam-se, com reposição, duas bolas. A
probabilidade de que o número da segunda bola seja estritamente maior que o da primeira é…

1.1. Dados:

- Temos na urna B1…B9


- Sorteio de 2 bolas COM REPOSIÇÃO

1.2. Solução 1 - Por contagem

1.2.1. Cálculo do espaço amostral

Total do número de possibilidades na retirada de 2 bolas com reposição : 9 x 9 = 81

1.2.2. Cálculo do número de possibilidades da probabilidade a calcular

Note-se que as duas bolas poderão ter as seguintes configurações:

a) Bola maior + Bola menor


b) Bola menor + Bola maior
c) Bolas iguais

E ainda que:

 As possibilidades em a) e b) têm a mesma quantidade, pois são perfeitamente simétricas.


 As possibilidades a), b) e c) formam, somadas as 81 possibilidades do espaço amostral.

Sendo assim:

81  9
N(Menor  Maior) = = 36
2

Logo a probabilidade dela ocorrer é : 36/81.

1.3. Solução 2 – Pelas teorias diretas de probabilidade

Repare que neste caso, as probabilidades de cada subevento ocorrido (saída de uma bola) devem ser
conhecidas. Mas isto só é possível, se separarmos as possibilidades da primeira saída, conforme
tabela abaixo:

Bola da 1ª. Qte de possibilidades em


Caso
Saída que a 2ª. seja maior
1 B1 8
2 B2 7
3 B3 6
4 B4 5
5 B5 4
6 B6 3
7 B7 2
8 B8 1
9 B9 0
Repare que todos os casos acima, são mutuamente exclusivos, pois além de estarem dentro do
mesmo espaço amostral, não há intersecção entre eles, ou seja, não é possível, por exemplo, que haja saída
de B1 e B2 na 1ª. retirada. Isso permite que somemos a probabilidade de cada caso, diretamente.

Repare ainda que, em cada caso, a 1ª saída é independente da 2ª. saída, pois uma não influencia na
outra, pois HÁ REPOSIÇÃO. Assim, cada retirada é totalmente independente da outra. Isso permite que,
em cada caso, multipliquemos a probabilidade da 1ª. saída com da 2ª. saída para cálculo da probabilidade do
caso.

Sendo assim, podemos calcular a probabilidade com base na tabela abaixo:

Bola da 1ª. Probabilidade da 1ª. bola Probabilidade da 2ª. bola


Caso
Saída sair, dado o caso. maior sair, dado o caso
1 B1 1/9 8/9
2 B2 1/9 7/9
3 B3 1/9 6/9
4 B4 1/9 5/9
5 B5 1/9 4/9
6 B6 1/9 3/9
7 B7 1/9 2/9
8 B8 1/9 1/9
9 B9 1/9 0

Assim, a probabilidade desejada pode ser calculada por :

1 8 1 7 1 6 1 5 1 4 1 3 1 2 1 1 36
.  .  .  .  .  .  .  . =
9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 81

Sendo que cada parcela da soma representa a probabilidade de ocorrência de cada caso.

2) Uma urna contém precisamente nove bolas, três brancas, duas pretas e quatro azuis. Retirando-se
três bolas da urna, uma de cada vez e com reposição, calcule a probabilidade de saírem:

2.a) a primeira bola branca, se segunda preta e a terceira bola azul

2.b) três bolas de cores diferentes

2.c) três bolas azuis

2.1. Dados:

3B + 2P + 4A

2.2. Solução 1 - por contagem

_________ _________ _________


Retirada 1 Retirada 2 Retirada 3

uma por vez, com reposição


Item 2.a)
Calculemos o espaço amostral:

Repare que apesar do problema proposto concentrar-se nas CORES e NÃO NAS BOLAS
INDIVIDUAIS, como há quantidades diferentes das cores das bolas, necessita-se calcular quais as possíveis
retiradas, considerando que cada bola seja um item individual. Isto porque, por ter mais amarelas, por
exemplo, haverá mais combinações com amarelas.

Então o espaço amostral é : 9 x 9 x 9 = 729

Calculemos então quantas dessas possíveis retiradas geram a seqüência BPA, nesta ordem.

3 x 2 x 4 = 24

Logo, respondendo o item 2.a) – 24/729 = 8/243

Item 2.b)
Para o item 2.b) o espaço amostral é o mesmo. Porém, devemos calcular quais as possíveis
retiradas geram 3 bolas de cores diferentes.
Repare que isto pode acontecer em ordens distintas, permutando-se BPA em 3! = 6 ordens
distintas.
Para cada ordem distinta, temos as possibilidades 3 x 2 x 4 = 24
Assim, respondendo 2.b) – 6 x (3 x 2 x 4) / 729 = 16/81

Item 2.c)
Para o item 2.c) o espaço amostral também é o mesmo, porém devemos calcular quais as possíveis
formas de retiradas de 3A. (3 azuis)

Assim sendo serão : 4 x 4 x 4 = 64

Logo, respondendo item 2.c) – 64 / 729

ATENÇÃO/OBSERVAÇÃO
3
Algumas pessoas talvez calculariam estas retiradas por A4 = 4 ! / (4-3)! = 4 x 3 x 2 = 24. Porém,
não pode ser assim, pois HÁ REPOSIÇÃO DAS BOLAS. A bola azul que foi tirada na primeira ocasião,
por exemplo, poderá ser retirada novamente.

2.3 . Solução 2 – pelas teorias diretas de probabilidade

Item 2.a)

A primeira retirada é independente da segunda retirada e independente da terceira retirada, pois há


reposição.

3 2 4 8
Assim: P = P(1ª. B) x P(2ª. P) x P(3ª. A) = x x =
9 9 9 243

Item 2.b)

Cores diferentes. Neste caso, é necessário levantar separar todas as hipóteses de ordem de cores
distintas, para que a probabilidade em cada passo seja calculada.
3 2 4 8
- BPA – probabilidade : x x =
9 9 9 243

3 4 2 8
- BAP – probabilidade : x x =
9 9 9 243

2 3 4 8
- PBA – probabilidade : x x =
9 9 9 243

2 4 3 8
- PAB – probabilidade : x x =
9 9 9 243

4 3 2 8
- ABP – probabilidade : x x =
9 9 9 243

4 2 3 8
- APB – probabilidade : x x =
9 9 9 243

Essas possibilidades estão dentro do mesmo espaço amostral e somam-se para formar a
probabilidade que queremos, sem que elas possuam interseção entre si (nunca ocorreriam simultaneamente).
Assim são mutuamente excludentes. Assim sendo:

8 48 16
P=6x = =
243 243 81

Repare que as possibilidades de ordens da saída das cores precisou ser individualmente exposta,
pois a técnica de cálculo pela teoria das probabilidades, opera sobre probabilidades parciais conhecidas.
Mas só é possível calcular essas probabilidades parciais, caso se fixe determinada situação específica, para
que esta probabilidade parcial possa ser calculada.

Assim, é bem comum que, em soluções de cálculos de probabilidades pelas suas teorias próprias,
separe-se em possibilidades mais simples o problema, calcule-se as probabilidades dos casos particulares e,
em seguida, realiza-se uma operação sobre essas probabilidades específicas para o cálculo da probabilidade
total.

Item 2.c)

Para a retirada de 3 bolas azuis, temos as probabilidades parciais. Primeira azul, 4/9, segunda azul
4/9 e terceira azul 4/9.

São eventos totalmente independentes.

4 4 4 64
P= x x 
9 9 9 729
3) Uma urna contém exatamente nove bolas: cinco brancas e quatro pretas. Retirando-se
simultaneamente três bolas qual a probabilidade de:

3.a) saírem duas bolas brancas e uma preta

3.b) saírem três bolas pretas

3.c) sair pelo menos uma bola branca

3.d) saírem no máximo duas bolas brancas

3.1. Dados:

5B + 4P

_________ _________ _________


Bola 1 Bola 2 Bola 3

Retirada única

3.2. Solução 1 - por contagem

Item 3.a)

Cálculo do espaço amostral

Quantas formas diferentes pode-se retirar 3 bolas simultâneas da urna. Repare que não importa a
ordem neste caso, pois, imagine as brancas como B1, B2 , …B5 e as pretas como P1, P2, P3 e P4. Se saiu
da urna B1, P2 e P4, não é possível determinar por qual ordem a pessoa selecionou este trio, pois ele foi
escolhido junto.

3 9! 9 x 8x 7
Neste caso: C9 = 3!x 6!

2x 3
 3x 4x 7  84

Desejamos calcular a probabilidade, dentro deste espaço amostral que saiam 2B + 1P. Então pode-
2 1
se selecionar as brancas em C5 e as pretas em C4 . Cada possibilidade da branca gera uma nova
2 1 5! 4!
possibilidade para cada preta, portanto, o total de possibilidade de 2B + 1P = C5 x C4 = x
3!x 2! 3!x1!

Possibilidades de 2B + 1P = 10 x 4 = 40

Portanto P (2B+1P) = 40/84 = 10/21

Item 3.b)

3
Para 3 bolas pretas temos : C4 = 4, logo, P (3Pretas) = 4/84 = 1/21
Item 3.c)

Para que saia pelo menos uma branca, devemos calcular todas as possibilidades de sair 1B
somadas as possibilidades de saírem 2B, somadas as possibilildades de sair 3B.

1 2
Para 1B temos : C5 x C4  5 x 6 = 30
2 1
Para 2B temos : C5 x C4  40
3
Para 3B temos : C5  10
Logo P (pelo menos uma branca) = 80/84 = 20/21

Item 3.d)

Sair no máximo 2B. Para este caso devemos considerar: 3P ou 2P+1B ou 1P+2B.

Para cada caso :

3
3P -C4  4
2 1
2P+1B - C4 x C5  6 x 5 = 30
Para 1P + 2B temos 40 possibilidades (já calculado anteriormente)

Assim temos P (máx 2B) = 74/84 = 37/42

3.3. Solução 2 - por teorias próprias de cálculos de probabilidades

Item 3.a)

Sair 2B + 1P de retirada única do grupo 5B+4P.

Não é possível calcular probabilidades de 2B ou de 1P em separado, pois a retirada é


SIMULTÂNEA. Portanto, este item seria inviável para resolver pelas teorias de probabilidade. Mesmo que
seja possível, não seria uma solução inteligente. Há um ditado que diz : “se sua solução é muito complicada
de explicar, provavelmente ela não é uma boa solução”.

Item 3.b)

Sair 3P de retirada única do grupo 5B+4P.

O mesmo caso… Não é possível calcular a probabilidade de sair uma preta…. Por que as retiradas
são SIMULTÂNEAS. Portanto é inviável também.

Item 3.c)

Neste item vamos combinar a solução com elementos de contagem com teoria de probabilidade.

Inicialmente observemos que “sair pelo menos uma branca” e “não sair nenhuma branca” são
eventos complementares, pois formam TODAS as possibilidades no mesmo espaço amostral.
Por outro lado, “não sair nenhuma branca” é o mesmo que “sair três pretas”. Como já calculamos a
probabilidade de sair três pretas (1/21), a probabilidade de sair pelo menos uma branca = 1 – 1/21 = 20/21

Item 3.d)

O mesmo caso… Não é possível calcular a probabilidade de sair uma preta…. Por que as retiradas
são SIMULTÂNEAS. Portanto é inviável também.

OBSERVAÇÃO: Repare que no caso de retiradas simultâneas, as soluções são mais adequadas pelas
teorias de contagem.

4) Escolhem-se ao acaso dois números naturais distintos, de 1 a 20. Qual a probabilidade de que o
produto dos números escolhidos seja ímpar?

4.1) Solução 1 – Contagem

Espaço amostral : formas de escolher 2 números naturais distintos de 1 a 20.

2 20!
A20  18!  20 x 19 (coerente com o pensamento de que temos para a primeira escolha 20
possibilidades multiplicadas pelas 19 possibilidades que temos para a 2ª. escolha).

Total de possibilidades do espaço amostral = 380.

Possibilidades do produto ser ímpar = somente dois ímpares. Temos 10 ímpares. Formas de
escolher 2 ímpares distintos:

10 x 9 = 90

Logo P (produto impar) = 90/380 = 9/38

4.2) Solução 2 – Teorias de probabilidade

A solução é obtida pela probabilidade de do 1º. ser ímpar e do 2º. ser ímpar. Repare que NÃO
HÁ REPOSIÇÃO. Logo os eventos são dependentes e assim, NÃO PODEMOS CONSIDERAR A
RIGOR QUE P = P(1º. Impar e 2º. Impar) = P (1º. Impar) x P (2º. Impar) e sim que:

P (1º. Impar e 2º. Impar) = P (1º. Impar) x P (2º. Impar/1º. Impar)

espaço amostral
alterado/modificado

10 1
P (1º. Impar) = =
20 2

9
P(2º. Impar / 1º. Impar) = P (2º. Impar dado que 1º. Ímpar) = veja que o espaço amostral é
19
alterado de 20 para 19 tendo em vista a dependência entre o 1º. Evento e o 2º. Evento
1 9 9
Logo P (1º. Impar e 2º. Impar) = x =
2 19 38

5) Uma carta é retirada de um baralho comum, de 52 cartas, e, sem saber qual é a carta, é misturada
com as cartas de um outro baralho idêntico ao primeiro. Retirando, em seguida, uma carta do
segundo baralho, a probabilidade de se obter uma dama é:

5.1) Solução 1 – Teoria de probabilidades

Vamos separar duas situações distintas

a) O 1º. Baralho fornece uma dama ao segundo baralho

Neste caso a probabilidade P (retira dama primeiro e retira dama segundo) =

4 5 5
x =
52 53 689

Repare que neste caso, os eventos são dependentes e, apesar de não parecer, foi utilizado o
conceito P (A e B) = P (A) x P(B/A). Essa igualdade diz o seguinte: a probabilidade de A e B
equivale a probabilidade de A multiplicada pela probabilidade de B, SEMPRE, DESDE QUE
essa probabilidade de B realize, se for o caso, as alterações necessárias no seu espaço amostral
e no seu contexto, por conseqüência e dependência do evento A. No caso acima, por exemplo.
O evento A, além de “ter dado” mais uma dama ao evento B, deu também mais uma carta.

b) O 1º. Baralho não fornece uma dama ao segundo baralho

Neste caso a probabilidade P (retirada não dama 1º e retirada dama segundo) =

48 4 48
x =
52 53 689

Repare agora que :

 O 1º. Baralho fornecer uma dama ao segundo baralho e uma


dama é retirada do 2º. Baralho. (a)
 O 1º. Baralho não fornecer uma dama ao segundo baralho e
uma dama é retirada do 2º. Baralho. (b)

Essas duas possibilidades geram 2 linhas MUTUAMENTE EXCLUDENTES (não confundir com
dependência). Repare que as duas estão no mesmo espaço amostral (retirar uma CARTA do 1º. e
incluir no 2º. , retirando carta do 2º.) e NÃO HÁ INTERSECÇÃO ENTRE ESSAS LINHAS.

Você pode pensar: “como não há interseção ? nos dois casos está se retirando uma carta do
segundo baralho. Isto não é uma interseção nas linhas ?” Respondo que NÃO. A interseção a que
nos referimos não está nas ETAPAS de cada uma. A interseção a que nos referimos é que
NENHUMA SITUAÇÃO HIPOTÉTICA DA PRIMEIRA LINHA, PODE SER ENCONTRADA
TAMBÉM NA SEGUNDA LINHA E VICE-VERSA. E isto realmente ocorre. Lembre-se que cada
linha é formada por DUAS SENTENÇAS SIMULTANEAMENTE. JAMAIS ENXERGUE AS
LINHAS PARCIALMENTE. ENXERGUE-AS COMPLETAMENTE, POIS ELAS ASSIM
SÃO, COMPLETAS.

Vamos mostrar graficamente a transformação que fizemos no exercício para reforçar ainda
mais o entendimento.

EA S
Ao lado exibe-se a proposta inicial do
problema, onde nós temos o Espaço
1º. Baralho fornece Amostral (EA) e o conjunto solução
carta ao 2º. Baralho requerido do problema. O EA representa
e tira-se 1 dama todas as ações de “tirar uma carta do 1º.
deste. Baralho, colocar essa carta no 2º. Baralho
e tirar uma CARTA QUALQUER do 2º.
Baralho.

O problema foi então visto de forma transformada para facilitar a solução. Essa transformação
consiste em transformar o conjunto S (solução) em dois subconjunto complementares dentro do
mesmo espaço amostral.

EA S1 S2

1º. Baralho fornece 1º. Baralho fornece


DAMA ao 2º. NÃO DAMA ao 2º.
Baralho e tira-se 1 Baralho e tira-se 1
dama deste. dama deste.

Esta técnica de separar um conjunto solução em dois subconjuntos soluções


complementares é muito comum e útil, visto que assim fica mais fácil obter a probabilidade em
cada subconjunto para depois somar as subsoluções.

Por fim a probabilidade que queremos é então, a soma das probabilidades dessas linhas
mutuamente excludentes.

5 48 53
P= + =
689 689 689

6) Gustavo e sua irmã Caroline viajaram de férias para cidades distintas. Os pais recomendaram que
ambos telefonassem para cada quando chegassem para seus destinos. A experiência mostra que a
probabilidade de Gustavo telefonar é 60%. A probabilidade de Caroline telefonar é de 80%. Calcule
a probabilidade de pelo menos um dos filhos contactar os pais.

Observe que a solução natural desta questão é utilizando a teoria das probabilidades, pois não há
contagens a serem feitas, a não ser que se estipule um número fictício de telefonemas que servirá de
base de contagem. Porém, recomenda-se a solução mais espontânea.
Solução 1 - Pelo menos 1 filho contactar significa : P(Caroline telefona e Gustavo telefona) +
P(Caroline telefona e Gustavo não telefona) + P(Caroline não telefona e Gustavo telefona).

Solução 2 - Uma segunda solução seria: P (pelo menos 1 telefonar) = 1 – P(nenhum telefonar)
cálculo por intermédio do complemento.

Solução 1 – P = 0,6 x 0,8 + 0,8 x 0,4 + 0,6 x 0,2 = 0,48 + 0,32 + 0,12 = 0,92

Solução 2 – P = 1 – 0,2 x 0,4 = 1 – 0,08 = 0,92

Repare que o fato de um telefonar não influi no ato do outro telefonar, assim as probabilidades
podem ser multiplicadas sem que sejam alteradas.

Repare que as possibilidades (Carolina telefona e Gustavo telefona), (Caroline telefona e Gustavo
não telefona), (Caroline não telefona e Gustavo telefona) são possibilidades mutuamente exclusivas
dentro do mesmo espaço amostral. Nenhuma ocorrência de uma, pode ser também de outra. Além
disso formam, por soma, as possibilidades do problema requerido, que é o fato de pelo menos 1 filho
contactar.

7) Um vestibulando arrumou numa prateleira, de forma aleatória, seus 5 livros de matemática (1 de


aritmética, 1 de álgebra, 1 de geometria, 1 de trigonometria e 1 de combinatória). Qual a
probabilidade de os livros de Aritmética e Combinatória não estarem juntos.

Solução: Neste caso a solução mais natural seria por contagem, já que as possibilidades estão
relacionadas às formas como os livros são arrumados.

Sendo assim, calculemos inicialmente o espaço amostral (formas de arrumar os livros). O caso
proposto refere-se apenas a uma permutação simples dos 5 livros. Então temos 5! formas totais de
arrumar os livros.

E quantas formas possíveis de arrumar sem que aritmética e combinatória estarem juntos ? Essa
quantidade pode ser obtida pelo complemento, que são as formas em que eles ESTÃO JUNTOS.

Arit e Combinatória (separados) = todas as formas de arranjo – Arit e Combinatória (juntos)


Em termos de combinatória, calcular os arranjos que temos arit e comb juntos é mais fácil.

A C __ __ __ , __ A C__ __, __ __ A C __, __ __ __ A C

Partindo da esquerda para a direita, dada uma mesma ordem dos dois, temos 4 possibilidades juntos.
Mas como podemos, para cada uma dessas posições juntos, modificar a ordem deles (permuta-los)
temos : 4 x 2! = 8 possibilidades de arit e comb juntos.

Então separados temos : 5! – 8 = 120 – 8 = 112.

Então P (arit e comb separados) = 112/120 = 14/15.


8) No lançamento de três dados, qual é a probabilidade de que o produto dos três números (de pontos)
obtido seja par ?

8.1 – Premissa inicial do problema

Para que o produto de k números naturais seja par, pelo menos um deles precisa ser par.

8.2 – Solução 1 – Contagem direta

Primeiramente calcular espaço amostral. Assim n(EA) = 6 x 6 x 6 = 216

Agora devemos obter todas as possibilidades de ter pelo menos um par.

Podemos ter (1P + 2I) ou (2P + 1I) ou (3P).

Repare que para cada uma dessas possibilidades, ainda deve-se levar em conta qual dado exatamente
deu par ou ímpar, pois cada dado tem sua liberdade própria em fornecer par ou ímpar. Logo não
podemos considerar PIP igual a IPP. Apesar destes 02 cenários representarem 2P + 1I, cada um
deles gera uma nova possibilidade de saída dos dados.

Assim observe as tabelas abaixo:

Multiplicador pelas
Quantidade de Quantidade de Quantidade de
possibilidades de
Caso possibilidades de possibilidades de possibilidades de
em quais dados dos
par impar impar
três deram par
1P + 2I podendo 1
ser PII, IPI ou IIP C3 3 3 3

Multiplicador pelas
Quantidade de Quantidade de Quantidade de
possibilidades de
Caso possibilidades de possibilidades de possibilidades de
em quais dados dos
par par impar
três deram par
2P + I podendo ser 2
PPI, PIP ou IPP C3 3 3 3

Multiplicador pelas
Quantidade de Quantidade de Quantidade de
possibilidades de
Caso possibilidades de possibilidades de possibilidades de
em quais dados dos
par par par
três deram par
3P 1 3 3 3

Contabilizando todos os casos chegamos a soma de : 81 + 81 + 27 = 189

Logo P = 189/216 = 7/8

8.3 – Solução 2 – Contagem indireta

Vamos contar os que dão todos ímpares, pois os que dão “pelo menos um par” é o total menos
aqueles.

Só ímpar : 3 x 3 x 3 = 27

Pelo menos um par : 216 – 27 = 189


Portanto P = 189/216

Repare que esta solução seria muito mais conveniente. A solução 1 foi apresentada apenas para
efeito didático, não recomendando-se que o problema fosse resolvido por ela, apesar de possível. Quanto
mais complexa for uma solução, maiores a chance de cair em pensamento enganoso e assim errar.

9) Suponha que você tenha 40% de chance de receber uma oferta de emprego de uma firma F1 , 40%
de chance de receber uma oferta de emprego de uma firma F2 e 16% de chance de receber uma
oferta de ambas as firmas. Qual é a probabilidade de receber uma oferta de qualquer uma das firmas.

9.1. Dados:

P(F1) = 40% P (F2) = 40% P( F1  F2 ) =16%

Observações: Uma dúvida que o exercício poderia suscitar é se a oferta de ambas as empresas
corresponde a uma união ou uma interseção. Bem, veja: se você receber a proposta de ambas, você
pode dizer que está no conjunto dos que receberam de F1 e, necessariamente, ao mesmo tempo, que
pode dizer que está no conjunto dos que receberam de F2. Portanto, trata-se de uma interseção. Não
pode ser uma união, porque numa união, quando você está num conjunto, NÃO
NECESSARIAMENTE VOCÊ ESTÁ NO OUTRO: vc pode estar, mas pode também não estar.
Quando ambas te chamam, você ESTÁ NECESSARIAMENTE NOS DOIS. Agora repare: receber
uma oferta de qualquer uma das empresas, significa que você pode estar em uma, em outra, ou
também nas duas. Isto é teoria básica de conjuntos. A idéia de diferenciar união de interseção. Sendo
assim você utilizará a fórmula básica da teoria de probabilidades abaixo.

P( A  B)  P( A )  P( B)  P( A  B)

9.1. Solução por teoria das probabilidades:

Repare que não cabe solução por contagem, pois as probabilidades envolvidas não são obtidas por
meio de combinatória de elementos.

Sendo assim, queremos calcular : P( F1  F2 ) , e assim:

P( F1  F2 ) = P( F1 ) + P( F2 ) – P( F1  F2 )

P( F1  F2 ) = 40 + 40 – 16 = 64

10) Num colégio, a probabilidade de um aluno, escolhido ao acaso ter 18 anos ou mais é de 38% e a
probabilidade de ter 18 anos ou menos é de 79%. Qual a probabilidade deste aluno ter exatamente 18
anos ?

10.1. Solução por teoria das probabilidades.

Repare que :

 alunos com 18 anos ou mais = alunos com exatos 18 anos + alunos com MAIS de 18 anos
De uma forma mais gráfica

18 ANOS
A = 18 ANOS OU EXATOS B = 18 ANOS OU
MENOS MAIS

MENOS DE 18 MAIS DE 18
ANOS ANOS

Assim, utilizando a fórmula básica da teoria das probabilidades

P( A  B)  P( A )  P( B)  P( A  B)

Repare ainda que a união destes conjuntos é o próprio espaço amostral e logo P (A U B) = 1.

Assim: 1 = 0,79 + 0,38 – P( A  B) .

Logo P( A  B) = 0,79 + 0,38 – 1

P( A  B) = 0,17 ou 17%

Observação, dica ou conclusão importante

SEMPRE QUE TRABALHAR COM TEORIA PRÓPRIA DAS PROBABILIDADES,


TRABALHE SEMPRE JUNTO COM TEORIA DOS CONJUNTOS. SE PRECISAR DAR UMA
REVISADA NESTA OUTRA MATÉRIA, MELHOR AINDA, PRINCIPALMENTE NO QUE TRATA
SOBRE OPERAÇÕES COM CONJUNTOS. É fato: essas duas matérias tem relação direta e vivem
andando de mãos dadas.

11) Sendo A um ponto fixo de um círculo de raio r e escolhendo ao acaso um ponto B sobre o mesmo
círculo, a probabilidade da corda AB ter comprimento maior que r é igual a :

Observação inicial: Há duas observações importantes a fazer deste exercício:

a) Ele mistura conhecimentos de geometria com conhecimentos de probabilidade


b) A probabilidade calculada neste caso é baseada em grandezas CONTÍNUAS. Quando
calculamos probabilidade sobre uma quantidade fixa (por exemplo, probabilidade de um
dado dar um número par – 3/6 = 1/2) estamos diante de cálculo de probabilidades sobre
grandezas DISCRETAS (contáveis uma a uma). Apesar das naturezas de grandezas serem
distintas, a ideia do cálculo de probabilidade é a mesma. Sendo discreta ou contínua a
grandeza, calcula-se a probabilidade de um evento, pela razão entre a quantidade possível do
evento sobre todas as quantidades possíveis numa situação apresentada.
Do desenho ao lado observa-se que dado um ponto A no
círculo, um ponto B gerará uma corda AB menor que o círculo,
somente se o arco AB for menor que 60o tanto ao sentido
horário de A quanto ao sentido anti-horário de A. Se o arco AB
for maior que 60º, a corda será maior que o raio. Sendo assim,
para que a corda AB seja maior que o raio, ela deve estar
dentro do arco maior B1B2 que possui 240º. Atenção: não
confundir CORDA AB com ARCO AB.

Bem, como o ponto B pode estar dentro de todo o círculo, temos como espaço amostral 360º.
Mas temos apenas 240º para que o arco AB seja maior que 60º.

240o 2
Assim P = o
=
360 3

12) No fundo de uma caixa de seção transversal quadrada de 80cm de lado, João coloca aleatoriamente
5 argolas de 10cm de diâmetro cada, sem que elas se sobreponham. Considere a borda das argolas
com espessura desprezível. Sem ver o fundo da caixa, Pedro joga 5 pequenas bolinhas de gude (de
tamanho desprezível) na caixa. Qual a probabilidade de:

a) As 5 bolinhas de gude caírem dentro de quaisquer das 5 argolas ?


b) Cada bolinha de gude cair exatamente dentro de cada uma das argolas ?

Considere π = 3,2

Solução:

Item a)

As chances de cair estão associadas obviamente à área do fundo da caixa e as áreas das argolas.
A área do fundo da caixa é o espaço amostral que é igual a 6400cm².

A área de cada argola é igual a π r2 = 3,2 x 52 = 80cm²

Repare que o lançamento de cada bolinha não interfere no lançamento da outra, pois o tamanho
das bolas de gude foram considerados desprezíveis.

5x80
Assim, lançada uma bolinha, ela tem a probabilidade de para cair em uma das 5 argolas.
6400
Que é igual a 4/64 = 1/16 para cair em uma das 5 argolas.

Para que as 5 bolinhas de gude caiam dentro de qualquer das 5 argolas, essa probabilidade é
5
1
repetida em cada lançamento. P (Dentro1 e Dentro2 e Dentro3 e Dentro4 e Dentro5) =   .
 16 
Item b)

No caso de cada uma cair dentro de cada argola, repare que as chances vão diminuindo em
cada lançamento, pois as argolas ocupadas não podem ser contadas para efeito de chances.

Portanto:

5x80 4x80 3x80 2x80 1x80


P= x x x x
6400 6400 6400 6400 6400

1 1 3 1 1
P= x x x x
16 20 80 40 80

3
P=
2x163 x10 4

OBSERVAÇÃO : Cuidado para, ao invés de multiplicar as probabilidades em cada lançamento,


somar as probabilidades em cada lançamento. As probabilidades NÃO SE SOMAM pois cada
isso acontece quando trata-se de uma união de eventos.

Para simplificar vamos considerar que fossem apenas dois lançamentos. Deseja-se determinar a
interseção dos eventos (1ª. bolinha cai numa argola ao mesmo tempo que a 2ª. bolinha cai numa
argola). Repare que se trataria de soma se o desejo fosse: “1ª. bolinha cai numa argola e 2ª. não
cai na argola OU 1ª. bolinha não cai e 2ª. bolinha cai numa argola OU 1ª. bolinha cai numa
argola e 2ª. bolinha cai numa argola”.

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