Apostila Testes de Pocos Petrobras PDF
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ORGAN IZADOR
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AUTORES
Adalberto José Rosa
Alvaro Marcello Marco Peres
António Carlos Decnop Coelho
António Claudio de França Correa
Christiane de Camargo
Eduardo Augusto Puntel de Oliveira
Edson Tsuneo Kato
Francisco Lopes Tinoco
ti
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÄO À ANÀLISE DE TESTES EM POÇOS 5
1.1. 0 Teste de Formaçâo 5
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1.
INTRODUÇAO À ANÁLISE DE TESTES EM POÇOS
O teste em poço de petróleo ou, simplesmente, o teste de poço, é urna importante etapa do pro -
cesso de avaliaçáo das formaçóes e imprescindível para se estimar o potencial produtivo de urna jazida
petrolífera. Um tipo de teste de poço bastante utilizado é conhecido como teste de formaçáo, cuja
análise dos dados - especialmente as variaçóes de pressáo e de vazáo contra o tempo - pode ser feita
por urna série de métodos de interpretaçáo disponíveis na literatura. O teste de poço normalmente é
realizado tanto na fase de exploraçáo como nas fases de desenvolvimento e de produçáo de um campo
petrolífero, sempre visando a obtençáo de dados que possam ajudar a definir a viabilidade econômica
dos projetos de desenvolvimento dos campos de óleo ou gas.
A expressáo avaliaçáo das formaçóes abrange múltiplas disciplinas que visara caracterizar os re-
servatórios, sendo o foco principal a obtençáo de dados para a previsáo da produçáo que se pode obter
de urna jazida caso ela venha a ser desenvolvida comercialmente. A avaliaçáo tern inicio corn as
prospecçóes geológicas, continua durante a perfuraçáo dos poços e se prolonga durante a fase de
produçáo do reservatório, finalizando apenas corn o esgotamento da jazida e seu abandono.
Geólogos e engenheiros iniciam o exame das amostras já na fase de perfuraçáo das formaçóes.
Cascalhos sao cuidadosamente correlacionados corn a profundidade medida durante a perfuraçáo. Os
mesmos cascalhos sao examinados tanto macroscopicamente como microscopicamente em urna seçáo
delgada para se determinar suas fácies litológicas e detectar a existência de hidrocarbonetos. Durante a
perfuraçáo de poços, os detectores de gás sinalizam a presença de hidrocarbonetos nas rochas atraves-
sadas pelo poço; as perdas de circulaçáo podem indicar a existência de fraturas naturais, que eventual-
mente podem estar preenchidas corn hidrocarbonetos; a diminuiçáo da densidade do fluido de perfura-
cao e a elevaçáo do nivel nos tanques de fluidos de perfuraçáo sao indícios de entrada de gás ou óleo no
poço e o aumento das taxas de penetraçáo pode indicar que o poço atravessa intervalos corn major
porosidade. Todas essas informaçóes sao úteis para urna avaliaçáo preliminar da jazida, mas é por meio
da aplicaçáo de duas importantes técnicas que se chega a uma avaliaçáo definitiva: a perfilagem (perfis
elétricos, acústicos, radioativos e magnéticos) e os testes de formaçáo. O propósito destas avaliaçóes é
responder questóes tais como: a geologia desta área é similar a outras já analisadas? O intervalo corre-
lacionado corn os dados obtidos pela análise da lama consiste de urna rocha -tipo conhecida, portadora
de porosidade e permeabilidade para ser comercialmente viável? Neste sentido, investigaçóes quantita-
tivas também podem ser respondidas: qual a porosidade dos cascalhos do intervalo analisado? Quais as
saturaçóes de óleo, gás e água destas amostras? Os valores medidos na superficie representara os
valores atuais da rocha em subsuperfície? As respostas destas investigaçóes complementara a interpre-
taçáo dos dados oriundos dos testes de poços.
permite realizar uma série de testes de formaçäo ou de produçáo, de duraçáo mais longa, que permitem
obter informaçóes mais confiáveis quanto ao potencial das zonas de interesse.
Nos últimos anos, sofisticados equipamentos de mediçáo foram desenvolvidos para realizaçäo de
testes de poços sob diversas condiçóes de operaçáo. A evoluçáo tecnológica tem contribuido para
melhorar a aquisiçäo de dados e para a introduçáo de novos métodos de análise, que buscam determinar
uma ou mais das seguintes variáveis: pressáo e temperatura iniciais do reservatório, permeabilidade
absoluta da rocha, dano de formaçáo, raio de investigaçao, permeabilidades relativas, limites do reser-
vatório, reserva de hidrocarboneto, potencial de produçáo da formaçâo, pressáo média do reservatório,
interferências entre poços, heterogeneidades do meio poroso, estimativa de fraturas e suas condutivida-
des, existencia de falhas, continuidade lateral e vertical, e outras características geométricas. Entre os
testes de poço mais comuns estäo o teste de fluxo, o teste de crescimento de pressáo e o teste de injeti-
vidade.
O teste de formaçâo consiste basicamente em provocar urna variaçä.o na vazâo do sistema poço -
reservatório e medir a variaçáo correspondente na pressáo e na vazáo do poço ao longo do tempo. A
interpretaçào do comportamento da pressä.o registrada no poço, em conjunto corn outros dados e
informaçóes relevantes permitirá, na maioria dos casos, a obtençáo de parâmetros característicos do
poço e do reservatório. O grau de resposta do poço é percebido na superficie de acordo corn as caracte-
rísticas do reservatório onde o poço está inserido, conforme ilustrado na Figura 1.1.
O comportamento do
poço durante um teste
de formaçlo revela
informaçóes do
reservatório
f-
1---
Os testes de formaçào säo muito importantes para as tomadas de decisilo nas atividades de E &P
(Exploracao e Produçáo) numa indústria de petróleo. Por exemplo, ao concluir a perfuraçáo, deve -se
decidir se o poço será completado para a produçäo ou se será abandonado. É de born senso nao investir
na completaçáo de um poço sem que haja pelo menos urna estimativa do seu potencial produtivo.
Geralmente, nos trabalhos de avaliaçáo os custos para investigar o reservatório sao relativamente
pequenos quando comparados aos investimentos exigidos para o desenvolvimento da produçáo.
Devido aos diversos fatores complicadores, entré eles a interaçáo entre o fluido de formaçäo e o
de perfuraçáo, a maioria dos dados obtidos de urna análise de teste de poço deve ser vista como urna
possível resposta. Em outras palavras, interpretar um teste de poço e desenvolver a partir dai um
modelo matemático de reservatório é resolver um problema de natureza inversa, como mostra o
esquema da Figura 1.2. Nesse tipo de problema é introduzida urna perturbaçáo no campo, ou seja,
provoca -se urna excitaçáo no sistema poço -reservatório e a resposta é medida. A partir da análise da
resposta sao estimadas as características e as propriedades do sistema. Corno em todo problema de
Entende-se por modelos matemáticos de reservatórios aqueles em que a engenharia de reservatórios tern dominio completo de
seus mecanismos de produçäo e das propriedades intrínsecas dos fluidos e rochas, sendo tais características e parámetros
representados por ferramentas matemáticas de natureza analítica ou numérica.
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Introduçáo à Análise de Testes de Poços 7
Os testes objetivam avahar a formaçáo produtora sob condiçóes dinámicas de fluxo, tanto em po-
cos exploratórios como em pocos produtores. Atualmente busca -se substituir os testes convencionais
pelos testes a cabo, corn vistas à reduçáo dos riscos ambientais causados pela produçáo de hidrocarbo-
netos durante os testes convencionais, além de reduzir os custos de avaliaçáo. Esses testes, denomina-
dos de mini -DST, sáo realizados corn ferramentas descidas a cabo (wireline formation test - WFT) corn
capacidade para coletar amostras do fluido de formaçáo e registrar a pressáo em funçáo do tempo de
resposta durante a retirada de fluidos da formaçáo. Na categoria do mini -DST há a ferramenta MDT
dual packer e a MDT dual probe. As interpretaçóes de tais medidas fornecem a pressáo inicial do
reservatório (p) e a possibilidade da primeira estimativa quantitativa da permeabilidade da formaçáo
(k). Uma amostra do fluido é também coletada e analisada para se determinar o comportamento de fases
e propriedades desse fluido, tais como a viscosidade, o fator volume -formaçáo e a razáo de solubilida-
de. Além das mediçóes citadas, em alguns trabalhos o engenheiro e o geólogo desejaráo avahar a
necessidade de um programa de testemunhagem do poco, que envolve o uso de ferramentas especiais,
normalmente dispendiosas, as quais permitem a recuperaçáo da formaçáo na subsuperficie. Os testemu-
nhos sáo úteis na calibraçáo das mediçóes de propriedades do reservatório realizadas de maneira
indireta no poco, tais como aquelas obtidas por perfis, além de possibilitar um exame detathado das
fácies litológicas. O testemunho possibilita obter medidas quantitativas da porosidade, da permeabilida-
de e da geometria dos poros, bem como identificar a presença de argila, a mineralogia da rocha etc.
Outro importante teste é o de produçáo, que é realizado quando o poco encontra -se revestido. Es-
te teste tem duraçáo mais prolongada do que o teste de formaçáo convencional. Alguns autores citam
diversos testes corn poco revestido que sáo considerados como teste de produçáo, tais como: teste de
formaçáo de longa duraçáo (TLD), teste de limite do reservatório e teste de esgotamento. Todos estes
testes seguem praticamente a mesma rotina de interpretaçáo dos testes de curta duraçáo. Sao chamados
de teste de produçáo em funçáo do aproveitamento dos fluidos produzidos durante o teste.
Na indústria do petróleo é comum seguir urna sequência padronizada para o processo de interpre-
taçáo de testes de pocos. Esta sequência indica as atividades que antecipam e acompanham o engenhei-
ro ou equipe de profissionais que se encarregam da avaliaçáo e caracterizaçáo das formaçòes geológi-
cas. Basicamente segue -se o seguinte procedimento:
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8 Introduçäo à Análise de Testes de Poços
Avaliaçáo dos dados relacionados ao teste, tais como: geologia da área, perfis, objetivos do teste,
sequência de eventos, problemas operacionais ocorridos durante a perfuraçáo, dados de testes em
poços vizinhos etc.
Preparaçáo dos dados do teste para uso num sistema de interpretaçáo, que pode ser por meio de
softwares especializados ou planilhas elaboradas por engenheiros de avaliaçáo. Esta etapa consiste
em incluir os dados de pressáo e vazáo, dados do reservatório e do poço, dados de fluidos e separa -
çáo dos períodos do teste. Na maioria dos casos os períodos de teste sao: período de produçáo dos
fluidos, comumente chamado de período de fluxo, e período em que o poço está fechado, normal-
mente chamado de período de estática.
Seleçáo do período, fluxo ou estática, a ser analisado.
Elaboraçáo de gráficos específicos para diagnóstico. Nestes gráficos, identificam -se os regimes de
fluxos existentes e infere -se um modelo matemático representativo do comportamento observado.
Elaboraçáo de gráficos específicos para os regimes de fluxo identificados. Os parâmetros de cada
regime de fluxo podem ser inferidos através de características gráficas.
Simulaçáo do teste utilizando -se de um modelo já conhecido. Esta é a etapa de validaçáo do método
de interpretaçáo adotado.
O teste de formaçáo realizado corn coluna enfrenta hoje dois grandes desafios: o meio ambiente e
custo operacional. O meio ambiente é fator relevante, pois nestes testes em campos offshore há
queima de gás e eventualmente queima de óleo produzido durante o teste. O teste de formaçáo realizado
a cabo constitui urna alternativa interessante que evita maiores danos ao ambiente. Muito embora este
tipo de teste no proporcione respostas quanto ao limite do reservatório, a prática atual recomenda que,
sempre que possível, deve -se utilizá -lo e complementar os estudos corn outros métodos de avaliaçáo.
Alguns trabalhos relevantes publicados entre 1930 e 1965 merecem ser destacados. Van Everdin-
gen & Hurst (1949) apresentaram soluçdo para o problema de poço corn efeito de estocagem. Miller,
Dyes & Hutchinson (1950) desenvolveram um método para estimar a permeabilidade absoluta do
reservatório, o fator de película e a pressdo média da regido drenada pelo poço através da análise de
dados de crescimento de pressáo. Este método, conhecido como método MDH, consiste em elaborar um
gráfico da pressdo do poço após o seu fechamento (pN,$), contra o logaritmo do tempo de fechamento do
poço (log At). Homer desenvolveu um método em 1951, considerado um dos mais populares métodos
de interpretaçdo de teste de crescimento de pressdo, que relaciona a pressdo do poço após o fechamento
(pWS) contra log [(t1, + At)/At], onde tp é o tempo de produçdo e At o tempo de fechamento do poço. 0
argumento (tp + At)/At ficou conhecido como tempo de Homer. O método de Homer foi desenvolvido
corn base na aplicaçdo do principio de Duhamel2, resultando numa soluçdo para a equaçdo de cresci -
mento de presso similar à de Theis, apresentada em 1937. Matthews, Brons & Hazerbroek (1954),
utilizando -se do trabalho anterior de Homer (1951), publicaram um método que ficou conhecido como
método MBH, útil para determinaçdo da pressdo média em reservatório limitado.
Perrine (1956) e Martin (1959) apresentaram urna deduçdo completa da equaçdo da difusdo apli-
cada para escoamento multifásico, onde associam as saturaçóes dos fluidos corn a variaçdo da presso
no tempo. Essa importante deduçäo pode ser encontrada no Apéndice B. Em 1965 Dietz sugeriu uma
metodologia para estimar a pressdo média da regido drenada pelo poço diretamente da curva de presso
em um teste de crescimento pressdo (NJ contra o logaritmo do tempo de fechamento do poço (log At).
A tabela de Dietz (1965) tornou-se popular na indústria do petróleo. Al-Hussainy et alii (1965) apresen -
taram urna importante definiçdo para a queda de pressdo em testes de poços de gás utilizando a trans-
formaçdo de Kirchhoff (1894). Este termo ficou conhecido como pseudopressdo, m(p). Dois métodos
aproximados foram desenvolvidos a partir desta definìçdo: o método p2, aplicável para o comportamen-
to de poços em reservatórios de gás corn baixa pressáo, e o método p, também um método aproximado,
aplicável para os casos em que o comportamento do gás pode ser considerado idéntico ao dos líquidos,
ou seja, para os casos de pressdo muito alta.
Se até meados de 1960 a atividade de interpretaçdo de testes de poços se restringia basicamente
As técnicas de interpretaçdo de gráficos log -log da pressáo contra o tempo de teste e, principalmente, as
atualmente denominadas técnicas convencionais, ou seja, técnicas baseadas na identificacao de linhas
retas em gráficos semi -logarítmicos da pressdo contra o tempo, posteriormente diversas outras técnicas
e métodos foram aparecendo, incluindo o chamado método de ajustamento corn curvas -tipo. Earlougher
et alii (1968), utilizando -se do principio de Duhamel (1933), mostraram como calcular a pressdo em
qualquer ponto de um reservatório selado de geometria retangular corn poço centralizado. Agarwal et
alii (1970) apresentaram graficamente a soluçdo de urn teste de poço corn fluxo radial transiente,
relacionando quatro variáveis /parâmetros adimensionais de teste: queda de pressdo no poço (pwD),
tempo (tD), coeficiente de estocagem (CD) e fator de película (s). As curvas originais de Agarwal et alii
obtiveram grande popularidade em funçdo de sua utilidade prática. Nasciam entdo os métodos de
análise baseados no ajustamento das chamadas curvas- padrdo ou curvas -tipo do comportamento da
pressáo aos dados de campo. Na época esse procedimento era em geral realizado de forma manual, mas
a partir da década de 1980 passou a ser feito corn o uso de softwares comerciais. Mais tarde, em meados
da década de 1970, Gringarten, Ramey & Raghavan (1974) atualizaram o trabalho inicial de Earlougher
introduzindo o conceito de deconvoluçdo ou desuperposiçao de efeitos, mostrando como avahar a
pressdo em qualquer ponto de um reservatório corn diferentes geometrias e diferentes posiçóes relativas
do poço. A atualizaçdo da monografia de Matthews & Russell tornou-se entdo necessária em funçdo do
grande número de artigos técnicos surgidos no final da década de 1960 e na década de 1970, o que
ocorreu corn a publicaçdo da monografia de Earlougher (1977).
Já no final da década de 1970, Gringarten et alii (1979) sugeriram urna nova forma de representar
o comportamento da queda de pressdo adimensional no poço em um gráfico log -log em funçdo do
logaritmo do tempo, desta vez corn tres variáveis /parâmetros somente, em vez de quatro como anteri-
2
Jean -Marie Constant Duhamel (1797 -1872) - matemático francés. Ver aplicaçäo do principio de Duhamel no Apéndice H.
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10 Introduçáo à Análise de Testes de Poços
ormente proposto por Agarwal et alii (1970): p,,D, tDICD e CDe2. A vantagem da proposta de Gringarten
et alii foi a reduçáo do número de curvas a serem usadas na técnica de ajuste corn curva-tipo, reduzindo
a incerteza e o grau de subjetividade gerados com o uso dessa técnica, pois nao raro duas ou mais
curvas podiam ser perfeitamente ajustadas As curvas corn os dados de campo3.
No inicio da década de 1980, Bourdet et alii (1983) publicaram um método que marcou a história
na atividade de interpretaçao ou análise de testes de poços, inserindo as curvas da derivada da pressáo.
Nascia a partir dal o método da derivada. Depois do advento da técnica da derivada da pressáo do poco,
muitos trabalhos foram publicados corn gráficos evidenciando diversos padróes de identificaçao de
regimes de escoamento e características geométricas da formaçao. Os gráficos gerados corn a técnica da
derivada vêm seudo utilizados hoje em dia como diagnóstico inicial, muitas vezes ratificada ou mesmo
retificada corn os modelos da geofísica e da geologia. A inclusao das curvas de derivada em um só
gráfico de análise também reduziu enormemente as incertezas da técnica de ajustamento corn curva -
tipo. Outras contribuiçóes importantes nesta década, dentre muitas, na avaliaçáo de reservatórios
fraturados e de reservatórios heterogêneos foram dadas por Cinco -Ley et alü (1981) e Stretsolva (1988),
respectivamente.
Ainda na década de 1980 outros trabalhos ganharam notoriedade. Aanonsen (1985) demonstrou
por meio de observaçóes que a saturaçao nao é unicamente funçáo da pressáo. Al-Khalifah, Homer &
Aziz (1987), por exemplo, admitindo a saturaçao de óleo corno funçao unicamente da pressao, sugeri-
ram um método novo para determinaçao das permeabilidades efetivas. Neste trabalho os autores
utilizaram a mesma equaçao de saturaçao sugerida por B4e et alii (1981), estendendo -a para três fases.
Já na década de 1990, Serra, Peres & Reynolds (1990), considerando a aproximaçao logarítmica
sugerida por Fetkovich (1973) e também a saturaçao de óleo como funçao unicamente da pressáo,
publicaram um artigo indicando um novo método para determinaçao das permeabilidades efetivas a
partir de um teste transiente de poco sob condiçao de escoamento bifásico de óleo e gás. Ainda nessa
década, Peres et alii (1989) deram suas contribuiçóes corn o método de integraçáo, aproveitado e
implementado em softwares comerciais de análise de testes de poços. Raghavan contribuiu também
corn a publicaçao de um livro sobre análise de testes de poços em 1993.
A história da análise de teste de poços foi resumida de forma elegante por Gringarten (2006) em
recente publicaçao. Neste artigo Gringarten divide a evoluçáo dos métodos de avaliaçao por década.
Nos anos 1950 os métodos resumiam -se à identificaçao de linhas retas em gráficos específicos, corn
ênfase nos reservatórios homogéneos. No final dos anos 1960 e início dos anos 1970 as análises eram
suportadas por curvas -tipo de pressao obtidas corn o uso de funçóes de Green e privilegiando a identifi-
caçáo dos efeitos próximos ao poco. No final dos anos 1970 as curvas -tipo foram desenvolvidas corn o
auxilio do algoritmo de Stehfest para a inversao numérica de soluçóes obtidas pelo método das trans-
formadas de Laplace, corn ênfase em reservatórios de dupla porosidade. No inicio dos anos 1980 o
método das derivadas enfatizou as interpretaçóes de reservatórios heterogêneos. Nos anos 1990 a
tecnologia contribuiu decisivamente corn medidores de alto desempenho, possibilitando avaliar diversas
camadas de ulna mesma formaçáo por meio da integraçáo dos diversos métodos de avaliaçao. Por firn,
no inicio deste século, a técnica de deconvoluçao4 vera ganhando notoriedade corn os trabalhos de Onur
& Reynolds (1998), Gringarten & Von Schroeter (2004) e Levitan (2006). Esta nova técnica soma -se ao
estado atual da arte de interpretar testes de poços, corn contribuiçóes que ainda precisara ser ratificadas
pelos engenheiros de reservatórios.
Por fim, vale registrar que nos últimos 20 anos, década de 1990 e primeira década do século 21,
os métodos de avaliaçáo ganharam relevância nas empresas de petróleo através da integraçáo corn a
atividade de simulaçao de reservatórios. É clara a tendência de utilizaçao cada vez mais frequente de
sofisticados simuladores desenvolvidos por prestadores de serviço nesta tarefa.
Vale também destacar que inúmeros trabalhos foram publicados por engenheiros da Petrobras
S.A. na área de análise de testes em poços de petróleo. Entre eles merecem citaçöes: Rosa & Home
3 Vide Capítulo 2.
4 Vide Capítulo 2.
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Introduçào à Anàlise de Testes de Poços 11
(1983), Kato (1990), Oliveira (1991), Coelho (1991), Carvalho et alit (1992), Peres et alit (1993),
Camargo (1993), Feitosa (1995), Spinelli (1997), Peres & Reynolds (2003), Marques (2006) e Barreto
(2011).
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2.
TEORIA FUNDAMENTAL DA ANÁLISE DE TESTES EM
POÇOS
Neste capítulo sao mostrados os conceitos básicos e os modelos teóricos clássicos comumente u-
tilizados na análise de testes de pressáo em pops. Sao desenvolvidas minuciosamente as equaçóes de
comportamento da pressao do pogo e do reservatório para diferentes regimes de fluxo sob condiçóes de
contorno específicas. O comportamento das pressóes dos diversos modelos de fluxo em meios porosos e
as hipóteses simplificadoras adotadas na obtençao dos mesmos sao essenciais para a compreensao dos
conceitos utilizados na análise de testes de pressáo em poços e, em particular, dos métodos analíticos de
interpretaçao de testes apresentados nos capítulos seguintes.
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14 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
Para o desenvolvimento das equaçóes será utilizado um elemento de meio poroso (volume de
controle) através do qual está ocorrendo o fluxo de um fluido cuja saturaçáo é igual a 100 %, ou seja, o
fluido que escoa é o único fluido presente no meio. A geometria do volume de controle está associada a
um dado sistema de coordenadas, por exemplo, cartesiano, cilíndrico etc. Para o problema em questáo,
ou seja, fluxo 3 -D, será adotado o sistema cartesiano de coordenadas e o volume de controle, tal como
esquematizado na Figura 2.1, tern a forma de um paralelepípedo corn dimensóes Ax, Ay e Az, e o fluxo
através do mesmo é estudado durante urn intervalo de tempo At. É interessante observar que a coorde-
nada de um dos vértices do paralelepípedo é (x, y, z) e, portanto, o volume de controle representa um
ponto genérico no meio poroso.
A lei de Darcy foi formulada por Henry Darcy (1856) quando estudava problemas de tratamento
de água através de filtros de areia. Urn esquema do aparato experimental utilizado por ele está mostrado
na Figura 2.2. Darcy observou que a vazáo através de um meio poroso era proporcional à área aberta ao
fluxo e à perda de potencial hidráulico, e inversamente proporcional ao comprimento do meio poroso e
à viscosidade do fluido. Os resultados de seus experimentos seguiam a seguinte equaçáo:
h,k -h2
q -KA (2.2)
onde q representa a vazáo de água através do cilindro de areia cuja seçáo transversal é igual a A, L é o
comprimento percorrido pelo fluido no filtro, hl e h2 sáo as alturas de água em manômetros colocados
nos faces de entrada e de salda do filtro (medidas a partir de um mesmo nivel de referéncia) e represen-
tara o potencial hidráulico nesses dois pontos, e K é urna constante de proporcionalidade relacionada ao
meio poroso. Mais tarde, corn a ajuda de outros investigadores, e realizando experimentos corn outros
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 15
fluidos que nao a água, descobriu-se que a constante K podia ser escrita como funçao da viscosidade e
do peso específico do fluido, através da relaçao:
K= k (2.3)
!-t
Injeçáo de ague a
vazáo constante (g)
C
h,
hz
Nivel de
Coleta e mediçao _2
da áqu! referência
I I
Figura 2.2 - Esquema de um filtro de areia utilizado nos experimentos de Henry Darcy, 1856.
Para o fluxo horizontal, objeto de interesse do problema em questao, conforme ilustrado na
Figura 2.1, a Eq. (2.2) pode ser escrita como:
kA Ap
q (2.4)
!
Apesar da característica essencialmente macroscópica, a lei de Darcy, dada pela Eq. (2.4), pode ser
escrita de forma generalizada como:
vs =_ks ap (2.5)
µ as
onde s é urna trajetória qualquer de fluxo horizontal, ks a permeabilidade do meio poroso na direçao do
fluxo e vs = q/A a velocidade aparente do fluido através do meio poroso. Observa -se que a lei de Darcy
relaciona a velocidade aparente do fluido no meio poroso corn o gradiente de potencial (neste caso,
pressao).
O sinal negativo na Eq. (2.5) indica que o fluxo se processa no sentido de potenciais decrescen-
tes. Embora a lei de Darcy seja limitada para fluxo que apresente número de Reynolds menor que a
unidade, continua assim mesmo sendo a lei mais popularmente utilizada para fluxo em meio poroso,
urna vez que para líquidos em meios porosos os fluxos têm número de Reynolds baixo. Forchheimer
(1901) apresentou urna ampliaçao do uso da equaçao de Darcy considerando fluxos com número de
Reynolds maior que a unidade. A equaçao de Darcy é, portanto, um caso particular da equaçao de
Forchheimer.
A equaçao da continuidade pode ser desenvolvida a partir da aplicaçao da lei de conservaçao da
massa. A Figura 2.3 ilustra a movimentaçao do fluido na direçáo x através do elemento de meio poroso
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16 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
de área transversal A. As faces A e A' sao retângulos corn lados Ay e Az, ou ceja, têm urna área igual a
(Ay.Az). Da mesma forma, as faces normais As direçóes y e z têm, respectivamente, áreas (Ax.Az) e (Ax.Ay).
(qx)x I
L
__
(qx)x+Ox
x x +Ax
Figura 2.3 - Fluxo de fluido através de um elemento de melo poroso.
As vazaes de entrada e de salda na direçáo x sao representadas por qx, acompanhada dos subscri-
tos x e (x + Ax), que indicam, respectivamente, as posiçóes de entrada e de salda do fluido. O primeiro
subscrito indica a direçáo considerada. Portanto:
Vazáo de fluido que entra= (qx )x (2.6)
e
Vazáo de fluido que sai = (qx )x +Ax . (2.7)
Como q representa a vazáo volumétrica, isto é, volume por unidade de tempo, deve ser multiplicada
pela massa específica, p, para se obter a vazáo mássica, urna vez que se deseja trabalhar com "conser-
vaçáo de massa ". Assim:
Vazáo de massa que entra= (gxp)x (2.8)
e
Vazáo de massa que sai = (qx P)x+Ax (2.9)
A massa total que penetra o meio poroso através da face A e a massa que sai através da face A'
durante o intervalo de tempo At sao, respectivamente:
Massa que entra = At(gx p)x (2.10)
e
Massa que sai= At(gx P)x +Ax (2.11)
Se por acaso o fluxo do fluido houvesse ocorrido apenas na direçáo x, a variaçáo de massa dentro
do meio poroso durante o espaço de tempo considerado teria sido exatamente a diferença entre a massa
que entra e a massa que sai nessa direçáo. Dessa maneira:
(2.12)
Variaçáo de massa = At[(gxp)x - (qx P)x+Ax1.
O mesmo raciocinio pode ser feito para o movimento do fluido nas direçóes y e z, obtendo -se as parce-
las:
para a direçáo y, e
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 17
para a direçáo z. Como o fluxo está ocorrendo nas três direçöes, a variaçáo total de massa é igual à
soma das três parcelas. Assim:
Variaçáo total de massa = At[(gxp)x -(qx p)x+ex1 + &[(gyp)y -(qy p)ey ] + &[(q (2.15)
p)Z -(qz p)z+ez 1.
A variaçáo de massa dentro do elemento de meio poroso pode ser obtida também por meio de um
balanço de materiais. A variaçáo de massa durante o intervalo de tempo At é a diferença entre a massa
existente no meio poroso no final do intervalo de tempo e a massa existente no começo do intervalo.
Considerando -se que o inicio do intervalo de tempo seja um instante t qualquer, o final do intervalo será
(t + At). As massas dentro do meio poroso nos instantes t e (t + At) sao dadas, respectivamente, por:
Massa no inicio= (AxAyAzOp), (2.16)
e
Massa no final= (AxAyA24p)t +et (2.17)
A diferença entre essas duas parcelas é a variaçáo de massa durante o intervalo de tempo At. Assim:
obtidos devem ser iguais. Portanto, as Eqs. (2.15) e (2.18) devem ser iguais, fornecendo:
O quociente entre a vazáo q e a área através da qual o fluxo está ocorrendo, por definiçáo, é cha-
mada de velocidade aparente do fluido. Assim, o quociente entre a vazáo qx e a área A é a velocidade
aparente do fluido na direçáo x, que normalmente é representada por vx. Como a área A é igual ao
produto (AyAz), a velocidade aparente na direçáo x é dada pela expressáo:
Íx
(2.21)
AyA-
Da mesma forma as expressóes das velocidades aparentes nas direçôes y e z sao dadas, respectivamente,
por:
qy
vy (2.22)
AxAz
= qz
vz (2.23)
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18 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
Fazendo-se Ax, Ay, Az e at muito pequenos e aplicando-se a definiçáo de limite à Eq. (2.24) tern-se:
(vxP)x-(vxP)x+ax (vyP)y-(vyP)y+oy
lim + him
Ax -A0 4x Ay->0 Ay
(2.25)
+ lim
(vzP)z-(vzP)z+oz OP)r+or-4)r
hm
Az-A) Az At->0 At
ax
(v
á á(vzP)=- á(0P).
0+ ay (v 0+ OZ at
(2.26)
A Eq. (2.26), apesar da sua aparente sofisticaçáo, é apenas urn balanço de massa que pode ser ex-
presso em palavras do seguinte modo: "A diferença entre a massa que entra e a massa que sai do
volume de controle, nas trés direçoes de fluxo, num dado intervalo de tempo infinitesimal At, é igual à
variaçáo de massa dentro do volume de controle nesse intervalo de tempo."
As expressóes das velocidades aparentes nas trés direçoes de fluxo sao dadas pela lei de Darcy,
Eq. (2.5), corn s substituido por x, y e z, respectivamente. Ao se introduzir as expressóes das velocida-
des na equaçáo da continuidade, (2.26), obtém-se urna nova forma para a equaçáo diferencial do
escoamento:
a kx ap)+ a ky ap a (kz apl_a (2.27)
P
ax\ ax ay µ ay) az P µ az J at($P)
Neste ponto sao introduzidas na equaçáo diferencial do escoamento as equaçóes de estado, isto é,
as equaçóes que representam as compressibilidades dos fluidos e da rocha. Portanto, a Eq. (2.27) ainda
é geral corn respeito ao tipo de fluido.
Pode -se optar por desenvolver a equaçáo da difusividade para líquido ou para gás, escolhendo -se
para isso a equaçáo de estado conveniente. Para o caso de fluxo de líquidos pode -se usar a equaçáo
geral da compressibilidade dos fluidos, escrita na forma:
c =-l ap
ap
(2.28)
P
A Eq. (2.28) pode ser desdobrada em funçáo de x, y e z para ser incorporada à Eq. (2.26), obten -
do-se as igualdades:
ap 1 ap
(2.29)
P ax c ax
ap 1 ap
(2.30)
P ay c ay
e
ap 1 ap
(2.31)
P az caz
A utilizaçáo destas expressóes na Eq. (2.27) resulta em:
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 19
a
ax,
' kx
µ c
1 ap
ay)az
ax)+ay µ
a ' ky 1
c
ap a ( lc,
µ
onde c é a compressibilidade do líquido. O desenvolvimento do lado direito da Eq. (2.32) produz:
1
c
ap a
az)-at(P)
(2.32)
a ap
at a
+pat (2.33)
á($p)=$
Utilizando a Eq. (2.28) e a defmiçá.o de compressibilidade efetiva da formaçáo, dada por:
1 ap
(2.34)
e
a$ ap
-C $ (2.36)
at f at
cuja combinaçáo resulta em:
4,
(2.37)
at - cf w p atp
Assim, a substituiçáo da Eq. (2.37) na Eq. (2.33) produz:
Para um meio poroso homogéneo e isotrópico as permeabilidades nas tres direçóes sáo iguais a
uma constante, ou seja, kx = ky = kZ = k. Neste caso a Eq. (2.41) reduz-se a:
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20 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
Como é comum se medir as pressóes dos fluidos no reservatório em vez da sua massa específica,
é conveniente escrever a Eq. (2.42) em termos da pressáo. Partindo da propriedade das derivadas (a
derivada segunda é a derivada da derivada primeira) e utilizando a Eq. (2.29), obtém -se:
a2p
a
(ap)_ a ap) azp +cap ap azp gap
z
+czp (2.43)
aX2 ax ax ax ax) ax2 ax ax axz , ax )
Similarmente, os termos emy e z resultam em:
rip azp
+czp/ap\z (2.44)
ay ay `ay )
e
a2p
ap
a2p +cz p (2.45)
azz GP azz az )
Também o lado direito da Eq. (2.42) pode ser desenvolvido, resultando em:
$µc: ap $µcr cp ap
(2.46)
k at k at
Substituindo as Eqs. (2.43) a (2.46) na Eq. (2.42) produz:
a2p
cp
ax
+c z p
ax
+cp
ay z
+c p
( ay)
+cp +c p
az
= $µct
k
cp-
aP
at
(2.47)
azz
Tanto a compressibilidade do líquido como os gradientes de presso sao em geral valores muito
pequenos, de modo que quando elevados ao quadrado resultam em termos muito menores ainda e,
czpl
r
l
ap
'2
- 0, czp
ap
y
z
- 0, czpl
r
l az
Após essa simplificaçáo, a equaçáo diferencial do escoamento, em termos de pressáo, apresenta a
I
portanto, desprezíveis quando comparados corn os outros termos da equaçáo. Assim, considera -se que:
2
3 0. (2.48)
seguinte forma:
azpazp+azp_ k ap
(2.49)
axz ay az2 oµct at
A Eq. (2.49) é conhecida como equaçáo da difusividade hidráulica. O termo k/(41ict) é chamado de
constante de difusividade hidráulica e é normalmente representado pelo símbolo 11, ou seja:
k
(2.50)
µct
Assim, a equaçáo da difusividade hidráulica pode ser escrita de forma mais compacta como:
a2p +a2p a2p ap
ax2 ay2 az2 (2.51)
1 at
As equaçóes diferenciais deduzidas nesta seçáo admitem que somente um fluido sature o meio
poroso. Na prática sabe -se que há sempre a presença de pelo menos mais um fluido (água) no meio
poroso. No caso de um meio poroso saturado corn água e óleo, por exemplo, em que somente o óleo
esteja fluindo (fluxo monofásico), a teoria apresentada, bem como as soluçóes da equaçáo da difusivi-
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 21
dade a serem discutidas nas próximas seçóes, continuam válidas desde que a compressibilidade total
seja calculada por:
ct = co So + cSW + c f (2.52)
eque a permeabilidade absoluta seja substituida pela permeabilidade efetiva ao óleo (k0).
A Eq. (2.51) representa a equaçáo da difusividade hidráulica para o sistema cartesiano de coorde-
nadas. Para os sistemas de coordenadas cilíndricas, esféricas e elípticas, as equaçöes da difusividade sáo
dadas, respectivamente, por:
a) Coordenadas cilíndricas
1 a 1 a2p $µet ap
ao2 (2.53)
Y ar Cr apJ+
aY J r2 l I az2 k at
Se o fluxo for restrito apenas à direçáo radial r, entáo a Eq. (2.53) se torna:
a ap ci ap
arCOp,
1
(2.54)
r ar k at
onde x= rcos9 ey = rsenA, conforme ilustrado na Figura 2.4.
x =rCOSO
y = r selle
x
Figura 2.4 Coordenadas cilíndricas - sistema radial de fluxo.
b) Coordenadas esféricas
1
r2 ar
a (r 2 pp
ar
) , 1
seneael
a I
sen e aP j+
ao
1
sen2eao2
alp l
k
er ap
at
(2.55)
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22 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
r ar
(Prvr )=-- (P) at
(2.59)
onde s é a trajetória horizontal de fluxo. A Eq. (2.60) é válida somente para pequenos gradientes de
potencial ou de pressáo. Existem situaçóes, como no caso de fluxo de gás nas imediaçóes do pop, em
que um efeito adicional devido à turbulência deve ser considerado, o que será objeto de estudo no
Capítulo 8.
No escoamento de fluidos em meios porosos geralmente utiliza -se como equaçáo de estado a
compressibilidade isotérmica, definida por:
1 aV\
(2.61)
V apJT
c__1a P
T. (2.62)
Pap
No caso particular de fluxo de gás usa -se a equaçáo de estado dos gases reais:
M
(2.63)
P ZRTp
Aplicando a Eq. (2.63) para gás ideal (Z = 1) resulta em:
P RTp' (2.64)
Na equaçáo da continuidade, Eq. (2.58), as expressóes das velocidades nas três direçóes de fluxo
sao dadas pela lei de Darcy, Eq. (2.60), corn s substituido por x, y e z, respectivamente. Ao se introduzir
a express-do das velocidades, obtém -se uma nova forma para a equaçáo diferencial do escoamento em
coordenadas cartesianas:
a kx ap 1 a Ì ky ap \ a kZ ap \ a
(2.65)
ax! µ ax J+-ayI,P µ y,+z`P µ z,=t(41)).
Para um meio poroso homogéneo e isotrópico as permeabilidades nas tres direç8es sao iguais a
urna constante, ou seja, kx =ky =kz =k Neste caso a Eq. (2.65) se reduz a:
.
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 23
a) Gás ideal
Para um gás ideal admite -se que a viscosidade do gás seja constante. Assim, as equaçóes diferen-
ciais tornam -se:
C
p)+-( p)+- P)_µ a
(2.69)
ax p ax ay p ay az , p az k at (p
em coordenadas cartesianas, e:
/ al
p )_µ
rarp r kat(Op)
(2.70)
em coordenadas cilíndricas.
Conforme foi mostrado na seçáo anterior, a derivada do lado direito das Eqs. (2.69) e (2.70) pode
ser escrita como:
t (0 )_
g
ap
(2.71)
onde c1= cg + cf e cg é a compressibilidade do gás. No entanto, quando o gás comporta -se como ideal
(baixas pressóes), a sua compressibilidade é muito major que a da formaçáo, podendo -se entáo admitir
que e, - cg. Assim,
- P )0-at
a
at
(
_ ap . (2.72)
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24 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
a M ap a M ap a M ap _4µ M ap
(2.76)
ax ( RT p ax ) ay RT p ay )+ az ( RT p Dz ) k RT at
ou
a/ ap ) a r ap l
Vi-ay
a/ ap $µ ap
(2.77)
ax ,p ax + ay + az k at
que ainda pode ser escrita como:
a2p2 a2p2 a2p2
201 ap $µ aP2
(2.78)
ax2 + ay2 + az2 k at - kp at
Como a compressibilidade de um gás ideal é cg = 1 /p, o lado direito desta equaçáo pode ser escrito em
termos da compressibilidade do gás:
a2 n2 a2
a2p2 2 `41cg ape
(2.79)
ax2 + ay2 + az2 k at
Por seu turno, a equaçáo para fluxo radial pode ser escrita como:
1 a rM )=4)11 M ap
(2.80)
r ar ` RT pr ar k RT at
ou
1 a r ap 1_0µ ap
(2.81)
r ar rp ar k at
Para um gás ideal, cg - 1/p e o lado direito desta equaçáo pode ser escrito em termos da compressibili -
dade do gás:
1 a ap2,Olcg ap2
(2.83)
r ar ar k at
ou, equivalentemente:
ape ap2
a2p2 1
(2.84)
are ar-
rar k at
b) Gás real
No estudo do fluxo de um gás real através de um meio poroso utiliza -se o conceito de potencial
do gás real, também conhecido como pseudopressáo do gás real, desenvolvido por Al- Hussainy et alii
(1966):
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 25
onde Pb é urna pressáo base arbitrária. A escolha de pb é irrelevante, pois normalmente usa -se nas
equaçóes de fluxo urna diferença entre dois valores de m(p). Por exemplo,
P¡ Pi 132
Pb Pb PI
A vantagem do uso da pseudopressáo do gás real m(p) é que nao requer tantas hipóteses simplifi-
cadoras como no caso do gás ideal. Além disso, corn o advento dos computadores tornou -se mais fácil o
uso de urna soluçáo mais complexa, no caso a que envolve a utilizaçáo da funçáo m(p).
Os termos da integral que aparece na definiçao de m(p), Eq.(2.85), sáo funçóes da pressáo e po-
dem ser obtidos da análise PVT do gás ou de correlaçoes. Um método qualquer de integraçáo (regra de
Simpson, por exemplo) possibilita a determinaçáo de valores de m(p).
As equaçóes diferenciais do escoamento podem ser escritas em funçáo da pseudopressáo do gás
m(p). Para isso utiliza -se a regra de Leibniz e a seguinte manipulaçáo matemática:
Dm(p) am(p) ap 2p ap
(2.87)
ax ap ax µZ ax
de onde se obtém:
ap_µZam(p)
(2.88)
ax 2p ax
Similarmente:
ap µZ am( p)
(2.89)
ay - 2p ay
ap µZ am(p)
(2.90)
az 2p az
ap_µZam(p)
(2.91)
ar 2p ar
e
Di) µZam(p)
(2.92)
at 2p at
Admitindo -se novamente que ct _ cg, lembrando que:
ap = cg pap (2.93)
e substituindo as Eqs. (2.64), (2.72), (2.88), (2.89), (2.90) e (2.92) na Eq. (2.66) resulta na equaçáo da
difusividade hidráulica para fluxo tridimensional de gases reais em coordenadas cartesianas:
a2m(p) +a2m(p) +a2m(p) =µcg am(p)
(2.94)
axe aye az2 k at
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26 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
As Eqs. (2.94) e (2.95) sao idénticas às equaçóes desenvolvidas para o caso de fluxo de líquidos,
corn exceçao de que no caso do fluxo de gases nao foram necessárias hipóteses simplificadoras corn
respeito a pequenos gradientes de pressao, embora estes devam ser suficientemente pequenos para que
seja válida a lei de Darcy. Deve -se observar ainda que, apelar do uso da funçao pseudopressao do gás
real, m(p), as equaçóes da difusividade obtidas sao nao lineares, já que a viscosidade e a compressibili -
dade do gás dependem da pressao.
Urna aproximaçao para se contornar o problema da nao linearidade das equaçóes da difusividade
para gás real tem sido a de se usar para o produto µcg o seu valor inicial (µcg);, avaliado à pressao inicial
do sistema p;. Felizmente, a viscosidade do gás é urna funçao crescente da pressao, enquanto a compres -
sibilidade do gás é urna funçao decrescente da pressao, o que tende a reduzir a dependéncia do produto
µcg em relaçao à pressao. Esse efeito é particularmente favorável para altas pressóes, quando o produto
µcg é aproximadamente constante.
Para longos tempos de produçao, quando o reservatório atinge urn regime de fluxo estabilizado
(permanente ou pseudopermanente), o produto µcg é bastante diferente do inicial e aparentemente
provocaria erro considerável nos cálculos. No entanto, as equaçóes para regimes de fluxo estabilizados
nao dependem do produto µcg quando é empregada a pseudopressao m(p).
Em algumas situaçóes a funçao m(p) pode ser simplificada, dependendo do comportamento do
grupo de parâmetros e variáveis p/µZ. A Figura 2.5 ilustra o comportamento típico de p/µZ em funçao
da pressao p para um gás natural.
Pressáo (p)
-a z -Pi21_ a npz
Pz
Om(P)=2 rP dP
z
(2.96)
Pi
e, portanto, a equaçao da difusividade para o fluxo de gás pode ser escrita em termos de p2. Em outras
palavras, para baixas pressóes o gás se comporta como um gás ideal e a equaçao da difusividade toma a
forma, por exemplo, das Eqs. (2.79) e (2.83). A equaçao da difusividade torna -se entao semelhante à do
fluxo de líquido, bastando substituirp porp2.
Conforme indica a Figura 2.5, quando a pressao é suficientemente alta o quociente p /µZ também
se comporta linearmente corn a pressao. Nesse caso é comum se utilizar diretamente as equaçóes para
fluxo de líquidos (em termos de p), já que devido ao fato de a pressao ser muito alta o gás comporta -se
como se fosse urn líquido.
Para um gás natural típico, o limite superior para o uso da equaçao em termos de p2 (baixas pres-
sóes) é da ordern 100 kgficm2, enquanto em termos de p (altas pressóes) o limite inferior é da ordern de
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 27
200 kgflcm2. Em qualquer caso, porém, é recomendável o uso da pseudopressáo m(p), o que elimina a
necessidade de verifrcaçâo dos intervalos de validade das aproximaçóes citadas.
É importante observar que o uso da funçáo m(p), como foi visto, permite a obtençáo de equaçóes
diferenciais similares as obtidas para fluxo de líquidos. Isso possibilita que as soluçóes da equaçáo da
difusividade sejam escritas diretamente por analogia com as equaçóes válidas para o caso de líquidos.
r
ko ap\_a So
(2.97)
1a(
rDr µoBo Dr ) at, Bo
,
la Rsko
r ar
r¡
01.0B0 B
RsWkw kg
ligBg
\ ap
ar
a
at Y
RS So
Bo
RsW SW
B B
/
(2.98)
a
rarµ.wB,v
kw ap
Dr
a
-at,BWi
S, (2.99)
onde:
So + Sg + 5, = 1 . (2.100)
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28 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
rD=- Y
r
(2.101)
Cikt
tD = (2.102)
1:0µet r,v
kh
PD = P(r,t)J (2.103)
C20311
onde r, é o raio do poço, h a espessura da formaçao, B o fator volume- formaçáo do fluido, q a vazáo de
referência medida em condiçóes-padrao e pi a pressáo inicial do reservatório. As constantes C e C2
dependem do sistema de unidades empregado. Os valores de C1 e C2, bem como de outras constantes de
transformaçao de unidades, podem ser encontrados no Apéndice ? para vários sistemas de unidades. Em
um sistema compatível de unidades (SI ou Darcy), C, = 1 e C2 = 1 /2n. No sistema de unidades usado
comumente na Petróleo Brasileiro S.A. Petrobras, CI = 0,0003484 e C2 = 19,03. Neste livro as
equaçóes sao apresentadas num sistema compatível de unidades (SI ou Darcy) ou corn a adiçáo de
constantes que facilitem o cálculo para outros sistemas de unidades.
Utilizando as variáveis adimensionais dadas pelas Eqs. (2.101), (2.102) e (2.103), pode-se mos-
trar que a forma adimensional da equaçäo da difusividade para fluxo radial, Eq. (2.54), é dada por:
1 a apD apD
rD 2.104
rD aro a rD ) a tD
ou, equivalentemente:
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 29
Tipicamente três opçóes para a condiçáo de contorno externa (CCE) san consideradas:
a) Opçáo 1
O reservatório é muito extenso de forma que a produçáo do poco é insuficiente para alterar as
condiçóes de repouso no seu limite externo. O reservatório se comporta como se fosse infinito, isto é,
nao há influencia dos limites externos do reservatório no comportamento da pressáo. Matematicamente,
esta condiçáo pode ser representada pela seguinte equaçáo:
rD -
hm pD(rD,tD) =0 para (tD > 0) .
(2.107)
b) Opçáo 2
O reservatório tern raio externo limitado igual a re (rep = re /rw), onde a pressáo se mantém cons-
tante e igual à pressáo inicial p;. Ou seja, o reservatório é realimentado de tal forma que nao haja queda
de pressáo nos limites externos. Neste caso, de acordo corn as definiçóes de variáveis adimensionais
dadas pelas Eqs. (2.101), (2.102) e (2.103), a CCE fica:
c) Opçáo 3
O reservatório é selado no seu limite externo, isto é, nao há fluxo através do limite externo do re-
servatório (ponto rep = re/rw). Se nao há fluxo no limite externo, ou seja, se a velocidade do fluido é nula
no limite externo, o gradiente de pressáo naquele ponto deve ser nulo, conforme estabelece a lei de
Darcy, e a CCE deve ser:
aPD
=0 para (tp >0). (2.109)
arD
éD
Como condiçáo de contorno interna (CCI) considera-se um pop vertical produzindo com vazáo
de fundo constante igual a qB, onde q é a vazáo medida em condiçóes-padráo. Utilizando a lei de
Darcy, dada pela Eq. (2.5), a vazáo no poço, num sistema compatível de unidades, pode ser escrita
como:
qB ) =(27trh)µ -LP
.w
2nkh (r aAp \
µ ar
(2.110)
r- aOp"
=
2rrkh
qBt
para (t > 0) . (2.111)
O sinal negativo que aparece na Eq. (2.110) é apenas urna convençao. Quando o poço está em produ-
çáo, o sentido da velocidade de fluxo é contrário ao sentido de crescimento da coordenada r e, portanto,
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30 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
a sua vazáo seria negativa. O sinal negativo foi colocado na equaçáo apenas para que a vazáo de
produçáo sej a positiva.
Em termos adimensionais a Eq. (2.111) simplifica-se para:
apD
rD = -1 para (tD > 0) . (2.112)
aYD f ro =1
a
co: lim /rD PD \ = -1, (tD > 0) (2.116)
rD--jo\
arD i
onde pD = pD (rD , tD) Neste caso, a condiçáo de contorno interna (CCI) é a Eq. (2.112), produçáo do
.
poço corn vazáo constante, escrita para um poço vertical de dimensaes infinitesimais (rD 0). -
A transformada de Laplace pode ser usada para resolver o problema de valor inicial e de contor-
no representado pelas Eqs (2.113) a (2.116).
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Teoria Fundamental da Analise de Testes em Poços 31
onde u é a chamada variável de Laplace. No Apéndice ?? encontra -se um resumo das propriedades e
tabelas das transformadas de Laplace. As propriedades da diferenciaçáo em relaçáo a te a x, respecti-
vamente, podem ser escritas como:
d2pD +
drD
1 dpD -
up =0 (2.121)
A Eq. (2.122) é urna forma especial da equaçáo de Bessel, cuja soluçáo geral é (Abramowitz & Stegun,
1964):
pD (rD , u) = AKo (rD f) +BIo y) (rD (2.123)
onde A e B sao constantes arbitrárias a serem determinadas a partir das condiçóes de contorno, e Io e K0
sao as funçóes de Bessel modificadas de la e 2' espécies, respectivamente, e de ordern zero. O Apéndice
? ? ?, como já mencionado, apresenta um resumo das propriedades das funçóes de Bessel modificadas de
la e 2a espécies e ordens 0 e 1. O comportamento das funçóes de Bessel modificadas pode ser observado
na Figura 2.6.
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32 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
Aplicando -se a transformada de Laplace nas condiçóes de contorno interna e externa, Eqs.
(2.115) e (2.116), respectivamente, resulta:
CCE : lim pD (rD , u) = 0 (2.124)
rD
Observe que além da propriedade dada pela Eq. (2.119), utilizou -se a tabela de transformadas de
Laplace, Eq. (E23) do Apéndice ? ?:
41}= . (2.126)
Substituindo a soluçáo geral do problema, Eq. (2.123), na transformada da CCE, Eq. (2.124), ob-
tent-se:
,
rD
Como Ko( .0) 0 e Io(oc) -* conforme pode ser visto na Figura 2.6, conclui -se da Eq. (2.127) que B =
O. Consequentemente, a soluçáo geral do problema reduz -se a:
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 33
obtém-se:
limLYD dd lAKoIYD))J= li
D
o` AYKiIYD )J=-ú A=
u
(2.131)
pD(YD,u)=Ko(YDT4) (2.132)
u
Deseja -se obter a soluçáo do problema no campo real, isto é,
-1 Ko(YD-siTt)
pD(YD,tD) °G '{ (rD,u) } =G (2.133)
u
Para tanto, em vez da fórmula de inverso de transformadas de Laplace, podem ser utilizadas as tabelas
e as propriedades densa transformada. De acordo corn o Apéndice ? ?:
k2
1
exp (kJ) (2.134)
11 2t 4t) = Ko
(2.135)
u
L-1{F(u)
Entáo,
( 2
pD(YD,tD)=l 1 K° Y°
u
=
ID
1,
2tD
exp - Y°, JCItfn
4tD
(2.136)
tern-se que:
2 2
tD=YD dtD= -YD
4z
dz (2.138)
4z
e, portanto,
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34 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
rZ
D
1 41D e
dz. (2.139)
PD(rD,tD)=-2 z
e pode ser encontrada sob a forma de tabela ou gráfico em livros ou manuais de matemática. Um
resumo sobre a funçáo integral exponencial, incluindo urna tabela corn valores, é apresentado no
Apéndice C. Assim, a soluçáo do problema da linha fonte, dada pela Eq. (2.140), pode ser reescrita
como:
/ rD2 \ (r2
tD ) _ -
1 1 D
PD (rD , E; E. 2.142
D 4tD/
A Eq. (2.142) fornece o valor da pressáo adimensional (pD) em qualquer ponto do reservatório
(rD) e em qualquer tempo (tD), resultante da produçao corn vazáo de fundo constante (na face da forma -
çao) de um único poço vertical de raio infinitesimal em um reservatório infinito (sem efeitos de limites
ou fronteiras). Esta soluçáo corresponde ao chamado regime de fluxo radial transiente. A Figura 2.7
apresenta o gráfico da soluçáo do modelo da linha fonte, dado pela Eq. (2.142).
tD /ro2
1o4 105 106 101 108 109
4 56789 2 3 4 56789 2 3 4 56789 3 4 56789 2 3 4 56789
I L
5
........._.._... ....
{-.1r. --r
..._. ...
1.09
7
6
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 35
Dois pontos sáo dignos de nota. Primeiro a vantagem de se trabalhar corn variáveis adimensio-
nais, que permite a apresentaçáo gráfica do comportamento do modelo, conforme mostrado na Figura
2.7. Segundo a observaçáo de que o problema pode ser escrito como funçáo de apenas urna nova
variável, definida como:
r2D
ZD = (2.143)
4tD
2 4C kt
(2.144)
\
Os valores das constantes C, e C2 dependem do sistema de unidades utilizado e podem ser encontrados
no Apéndice ?. O termo colocado entre colchetes possui valor positivo, o que mostra que a pressáo
calculada pela equaçáo será sempre menor do que a pressáo inicial do reservatório, conforme seria
esperado.
A análise do comportamento desta soluçáo pode ser feita com a ajuda da Figura 2.8, que apresen -
ta um perfil esquemático das pressóes ao longo do reservatório (distribuiçáo de pressáo em funçáo do
raio) para dois tempos consecutivos t1 e t2.
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36 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
-r-
h -T. T-- Fluxo (p, µ, c)
r
0 rw
De acordo com Abramowitz & Stegun, para pequenos argumentos a funçáo integral exponencial
pode ser aproximada por:
-E (- x)--- -ln(erx)= -ln(x)- 0,57722 (2.145)
onde y é a constante de Euler ('y= 0,5772156649). O erro da aproximacao logarítmica da funçáo integral
exponencial é menor do que 1% para x < 0,025. Entáo, corn erro menor que 1 %, a soluçáo da linha
fonte, dada pela Eq. (2.142), pode ser aproximada por:
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 37
(
L 4tD
PD (rD , tD )= 21n y para tD /rD > 10 (2.146)
e rD
ou ainda:
PD(rD,tD)=- 1n 1
2
tD
z
rD
+ 0,80907 para tD /rD >10. (2.147)
2
1n
4Clkt
e7ictr2
-
para zr >10 (2.148)
ou, equivalentemente:
CzgBµ 1 ln/ 2
p(r,t)=pt J+080907 para > 10 (2.149)
kh 2 k2 r
onde:
Cik
(2.150)
011e:
4Clkt
p(r = r t) = pwf (t) = pt - C29B
kh
1
ln para rlt >10 (2.153)
2 el'Operrw / rw
ou ainda:
C2gBU Cikt
pwf (t) = Pi - kh
1
2
lnr
*let z
1^12v
+ 0,80907 para lz
rW
>10 . (2.154)
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38 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Pops
Neste caso, a constante A é determinada corn a Eq. (2.158), condiçáo de contorno interna do problema,
cuja transformada de Laplace pode ser escrita como:
CCI dPD 1
: rD (2.160)
u
\ drD /ro =1
Substituindo a soluçáo geral do problema, Eq. (2.159), na transformada da CCI, Eq. (2.160), e utilizan-
do o fato de que
CrD
d
D
(AKo (rD ))] ro=1
= E_ ArD Kl (rD =-
)]ro_1=-1
1
u
A=
u'ruK
" 1
(j) (2.162)
onde K1 é a funçáo de Bessel modificada de 2a espécie e de ordern 1. Deste modo, a soluçáo do proble-
ma no campo de Laplace é:
1)
A transformada inversa da Eq. (2.163) náo é imediata. O resultado no campo real, ou sej a, o valor
da pressáo adimensional PD em um ponto rD do reservatório, num tempo qualquer após o inicio da
produçáo, pode ser obtido por meio de um algoritmo de inversáo numérica da transformada de Laplace.
Trés algoritmos sáo indicados para esta inversáo: o algoritmo de Stehfest (1970) (Apéndice D), o mais
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 39
.......
r
7
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z
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-
CRAL
EXPONENCIAL
EXP
--
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......
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-
-
.... ...
. . _
---
..
..
_E ..
...
-
_.
I.
7
,
;
, .
_
i
i i
102
i I I
2 3 4 5 6 7 89 3 4 5 6 7 8 9 2 3 4 5 8 7 89 2 3 4 5 8 7 8 9
. 2 2 3 4 5 6 7 89 3
102 10 10 10 10
tDrD2
Figura 2.9 - Pressáo adimensional para um reservatório infinito que produz corn vazáo constante através de um
único poço - sem efeitos de película e de estocagem - soluçóes da fonte linear (linha fonte) e da fonte cilíndrica.
Para o estudo da pressáo no poço (rD = 1), a funçáo integral exponencial pode ser utilizada, com
erro menor que 1 %, para tD > 50 ou corn erro máximo de 5 %, para tD > 10 (Mueller & Witherspoon).
Na prática, como tD = 50 corresponde a um tempo real da ordern de segundos, conclui -se que o modelo
da linha fonte é sempre born o suficiente para calcular a pressáo no poço (no raio rw). A mesma conclu-
sáo é válida para qualquer ponto rD do reservatório. Observe que quanto mais se está afastado do poço,
mais o mesmo se assemelha a ulna linha.
No poço (rD = 1) a soluçáo do modelo da fonte cilíndrica no campo de Laplace, Eq. (2.163), sim-
plifica-se para:
Rotineiramente utilizam-se as seguintes aproximaçóes das funçóes de Bessel modificadas, para peque -
nos valores do argumento x (Abramowitz & Stegun):
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40 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
eYx
K1(x) 1 e Ko (x) - ln (2.165)
2
ou ainda:
1 1
pWD(u)=-2ulnu-2uln 4 1
(2.167)
Ce2y
cuja transformada inversa é:
pWD (tD )
1
= 2ln(eYtD ) - 2 ln
1
4
(e2Y¡
J
(2.168)
ou
i
pWD (tD) = 21n étD = (ln tD + 0,80907) . (2.169)
ry i 2
Observe que a Eq. (2.169) é igual à soluçáo do modelo da linha fonte quando se aplica a aproximaçáo
logarítmica, dada pela Eq. (2.151) ou pela Eq. (2.152).
Em resumo, a pressáo no pop (rD = 1) em regime de fluxo radial transiente pode ser calculada
com a Eq. (2.169), enquanto a pressáo fora do pop é dada pela Eq. (2.142). Eventualmente a pressáo
fora do pop pode ser aproximada pela Eq. (2.146) ou pela Eq. (2.147), desde que tD > 10 rD2
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 41
CCE :
pD (rD = reD, tD ) = 0 , (tD > 0) (2.172)
onde pD = pD (rD , tD) . A condiçáo de contorno externa, Eq. (2.172), representa a condiçâo de que a
pressáo no limite externo do reservatório, isto é, no ponto reD =re 1 rx, , se mantém constante e igual ä
pressáo inicial.
A transformada de Laplace pode ser usada para resolver o sistema formado pelas Eqs. (2.170) a
(2.173). Tomando a transformada de Laplace da Eq. (2.170) em relaçáo ao tempo adimensional e
utilizando as propriedades dadas pelas Eqs. (2.118) e (2.119), obtém -se:
d2 dpD
pD + dPD = uPD - PD (rD, tD = O+) . (2.174)
1
A condiçáo inicial do problema, dada pela Eq. (2.171), implica que o último termo da Eq. (2.174) seja
nulo. Logo:
d2PD +
drD rD
1 dpD
drD
upD =- (2.175)
A Eq. (2.176) é uma forma especial da equaçáo de Bessel, cuja soluçáo geral é:
PD(rD,u)=AKa(rDArt-i)+Blo(rDji) (2.177)
onde A e B sac, coeficientes constantes a serein detenninados e Io e K0 sac) as funçóes de Bessel modifi-
cadas de la e 2a espécies, respectivamente, e de ordern zero. O Apéndice ? ? ?, corno já mencionado,
apresenta um resumo das propriedades das funçóes de Bessel modificadas de la e 2a espécies e ordens 0
e 1.
Aplicando -se a transformada de Laplace nas condiçóes de contorno externa e interna, Eqs.
(2.172) e (2.173), respectivamente, resulta:
CCE: PD(rD =rep,u) =0 (2.178)
1
CCI :
/rD dPD (2.179)
drD u
\ i r =i
A imposiçáo das condiçóes de contorno (CCE e CCI) permite obter as constantes A e B da Eq. (2.177).
Após certa manipulaçáo algébrica, a soluçáo do problema, no campo de Laplace, pode ser escrita como:
pD(rD,u)=
Io(reD`u)K0(rD u)- K0(reD1 )Io(rD -) (2.180)
u3 /2fr
(Vu)K0(reD`1 ) +K1(Vu)I0(reDVu)J
A inversáo da Eq. (2.180) para o campo real nao é imediata. A utilizaçáo de um algoritmo de in-
versáo numérica da transformada de Laplace, corno, por exemplo, o de Stehfest, permite a apresentaçáo
da soluçáo em forma de gráfico, conforme mostrado na Figura 2.10.
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42 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
8,5
1I1I1lI1111111 1111111111111111Ei
111111111111111 11l11111111M
III;
8,0
1illilll111111 = 11111111!M0
1il111i11111 111111 I /_c:::::
11111111INIII
7,5
7,0
1Ilil111111!l111
M111111111111111111111111
1111111111111111111111
=
.
.;ru
111111
IIIII!sfllls:
1''"'""""r'?'
....wQ_a
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iiii iii1iwlil
6,5
1111111i!11111V-.íliilllllIllilll
Ii!!
1 iii ii i ii
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1 1
111
II
1
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11!`Iliii
1I I!
oii---
5,0
M 1
11
I
I/il"1111
011111111 11111 re rw= »
1
1I1
4,5 -
111111111IU11111111 II1I
ü111111II1111111 1111111= 11 1
%
4=
-- III gig 1= !I
_,_ :11 11111111
11111=
104
i11111
mum =
105
111 MI
105
1 II
1
107
ty
Figura 2.10 Queda de pressäo adimensional em um poço no centro de um reservatório circular com manuten-
çäo de pressäo na fronteira externa, para diversos valores de reo.
Para se obter a soluçäo de longo tempo no campo de Laplace basta analisar a equaçäo geral para
valores pequenos da variável de Laplace, isto é, u -> O. Inversamente, para a soluçäo de curto tempo
analisa -se a soluçäo geral no campo de Laplace para u co. -
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 43
Soluçáo de curto tempo: para valores pequenos de tD, isto é, para valores grandes da variável uno
campo de Laplace, especialmente para o caso de re »
rw, a funçáo Ko(reDi) tende para zero muito
rapidamente e a Eq. (2.180) pode ser aproximada por:
pD (rD , u) =
Ko (rD V) (2.181)
Esta equaçáo é exatamente igual á Eq. (2.163), que é a soluçáo no campo de Laplace do modelo da
fonte cilíndrica que representa um poço produzindo corn vazáo constante de um reservatório infinito
Portanto, para tempos de produçáo razoavelmente pequenos (até que a influência da fronteira externa
seja sentida), um reservatório circular corn manutençáo de pressáo no limite externo se comporta
exatamente como um reservatório infinito. Quanto maior for o reservatório (maior o valor de reD), maior
será a duraçáo do período de comportamento de reservatório infinito (regime transiente).
Assim, nos tempos iniciais, utilizando a aproximaçáo logarítmica, a queda de pressáo adimensio-
nal ou, simplesmente, a pressáo adimensional em um poço situado no centro de um reservatório circular
corn manutençáo de pressáo no limite externo pode ser expressa pela Eq. (2.169):
i
PwD (tD) _ ]n ét° _ (ln tD + 0,80907 (2.182)
2
válida para tDA < 0,1 corn erro menor do que 1 %, onde o tempo adimensional tDA é definido por:
C, kt rwtD
tDA OU tDA = (2.183)
d ic, A
onde A é a área em planta do reservatório, neste caso, A= rcre . Este período de comportamento de
reservatório infinito, também chamado de período ou regime transiente, está representado na Figura
2.10 pelo comportamento linear inicial (reta semilog), conforme prevê a Eq. (2.182).
Soluçáo de longo tempo: para valores grandes de tD, isto é, para valores pequenos da variável u
no campo de Laplace, a Eq. (2.180) pode ser aproximada por:
pD(rD,tD) =1nreD -lnrD (2.184)
ou, no pop:
pW,D (tD) =1n reD (2.185)
válida para tDA > 0,3 com erro menor do que 1% quando re /r, >1000. A Eq. (2.185) representa o
chamado regime permanente, no qual a pressáo em qualquer ponto do reservatório é invariável corn o
tempo de produçáo. Em termos dimensionais a equaçáo da pressáo de fluxo no poço para este regime
pode ser escrita como:
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44 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
Observe na Figura 2.10 que entre o regime transiente (reta semilog nos tempos iniciais) e o regi-
me permanente (patamares de pressáo constante de longo tempo) existe um período de transiçáo,
também chamado de transiente tardio.
CCE :
apD =0 , (tD >0) (2.189)
arD
éD
arD
onde pD = pD (rD, tD) A condiçáo de contorno externa, Eq. (2.189), representa a condiçáo de que o
.
reservatório é selado (náo existe fluxo) no limite externo, isto é, no ponto reD =Ye /rw .
A transformada de Laplace pode ser usada para resolver o sistema formado pelas. Eqs (2.187) a
(2.190). Tomando a transformada de Laplace da Eq. (2.187) corn relaçáo ao tempo adiinensional e
utilizando as propriedades dadas pelas Eqs. (2.118) e (2.119), obtém -se:
rD
dpD
drD
-
u p° 0 (2.192)
/rD (2.193)
Y
D drdD dD
D upD = 0 .
A Eq. (2.193) é urna forma especial da equaçáo de Bessel, cuja soluçâo geral é:
pD(rD,u)= AKo(rD-ful+BI0(rD1,1T2) (2.194)
onde A e B sac) coeficientes constantes a serem determinados e Io e K0 sáo as funçóes de Bessel modifi-
cadas de la e 2a espécies, respectivamente, e de ordern zero. 0 Apêndice ? ? ?, como já mencionado,
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 45
apresenta um resumo das propriedades das funçóes de Bessel modificadas de 1a e 2a espécies e ordens 0
e 1.
Aplicando -se a transformada de Laplace nas condiçóes de contorno interna e externa, Eqs.
(2.189) e (2.190), respectivamente, resultam as seguintes equaçóes:
dpD
CCE: =0 (2.195)
dr
éD
CCI rD
dPD 1
(2.196)
drD rp =1
u
A imposiçào das condiçóes de contorno (CCE e CCI) permite obter as constantes A e B da Eq. (2.194).
Após certa manipulaçáo algébrica, a problema, no campo de Laplace, pode ser escrita como:
PD (rD u) =
K1 (reD r )I0
¡do , ") --11 (reD J )Ko (rD'i) (2.197)
(rD
u3/2
[11 (reD ` )K1 (J) - K1 (reD v `")11(')
A inversáo da Eq. (2.197) para o campo real também nao é imediata. A utilizaçáo de um algoritmo de
inversáo numérica da transformada de Laplace, por exemplo o de Stehfest, permite a obtençäo da
soluçáo no campo real, cuja apresentaçáo em forma de gráfico pode ser vista na Figura 2.11.
_ N
WU I111
1
1 I IM
1
=
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i =
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1 II !1l1 '
SII
10
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4
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+
a t
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f, = L
-
a
I®/
I .>
- . , . f -
. .
I I
TD
Figura 2.11 - Queda de pressáo adimensional em um pogo no centro de um reservatório circular corn fronteira
externa selada, para vários valores de r6D.
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46 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
Seguindo o procedimento proposto na seçáo anterior, seráo analisadas as soluçóes de curto e lon-
go tempos do problema.
Soluçiio de curto tempo: para valores pequenos de tD, ou seja, quando a variável u da transforma-
da de Laplace assume valores grandes, a funçáo K, (reo -) tende para zero rapidamente no campo de
Laplace, especialmente para o caso de re » rw . Com isso a Eq. (2.197) pode ser aproximada por:
Ka (rD \ft-t)
pD(rD,u) - (2.198)
u-17,44)
Esta equaçáo é exatamente igual à soluçáo no campo de Laplace do modelo da fonte cilíndrica que
representa um poço produzindo corn vazáo constante de um reservatório infinito, dada pela Eq. (2.163).
Portanto, para tempos de produçáo razoavelmente pequenos (até que a influencia da fronteira externa
seja sentida), um reservatório circular selado se comporta exatamente como um reservatório infinito
Quanto maior for o reservatório (maior o valor de reD), maior será a duraçáo do período de comporta -
mento de reservatório infinito (regime transiente).
Assim, nos tempos iniciais, utilizando a aproximaçáo logarítmica, a queda de pressáo ou pressáo
adimensional em um poço situado no centro de um reservatório circular selado no limite externo pode
ser expressa pela Eq. (2.169):
p,,,D (tD) = ln
2
ét° =
2
(ln tD + 0,80907) (2.199)
válida para tDA < 0,1 corn erro menor do que 1%, segundo Earlougher, onde o tempo adimensional tDA
definido pela Eq. (2.183). Este período de comportamento de reservatório infinito, também chamado de
período ou regime transiente, está representado na Figura 2.11 pelo comportamento linear inicial (reta
semilog), conforme prevé a Eq. (2.199).
Soluçcro de longo tempo: para valores grandes de tD, isto é, para valores pequenos da variável u
no campo de Laplace, a Eq. (2.197) pode ser aproximada por (Matthews & Russell):
PD (rD tD) - 2 rD
+ tD \ - reD
1n rD
3eD- 4eDlnreD -2reD -1 (2.200)
reD
-1\4 2
rep -1 2
4(reD -1)
2
Segundo Earlougher, esta equaçáo é válida de forma exata para tDA > 0,1 ou, corn erro menor do que
1 %, para tDA> 0,06. Finalmente, como
eD »1 entáo eD -1 eD e a soluçáo de longo tempo simplifi-
,
ca-se para:
2
pD(rD,tD)= 2zD
+
rD
+lnreD - -4
1nrD . (2.201)
reD 2reD
Observa -se na Eq. (2.201) que a queda de presso adimensional pD, em qualquer ponto do reser-
vatório, cresce linearmente corn o tempo tD, ou seja, a presso em um dado ponto cai linearmente corn o
passar do tempo, caracterizando um novo regime de fluxo, denominado período ou regime pseudoper-
manente. Além disso, constata -se na Eq. (2.201) que a taxa de variaçáo da presso adimensional em
relaçáo ao tempo tD é urna constante igual a 2/reD , que depende apenas do tamanho do reservatório.
A Eq. (2.201) pode ser escrita em termos de variáveis reais como:
\
C2gBµ 2Clkt r2 re
p(r,t)=pr Ich
$ltct e2
+ ln
r
w/
+ln
rw
} (2.202)
Fazendo r= rw:
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 47
e considerando que re » r, ou seja, que o segundo termo no interior do colchete seja desprezível,
pode -se escrever que:
pwf (t) = p¡
2Cikt
- C2gBµ [tcr2 +ln
e\ - 3 (2.204)
kh rw 4
ou:
pf =pwf
(t)+C2qBµ 2Clkt
2 +ln
re \-3_
- (2.205)
kh µctre rw, 4
Substituindo a Eq. (2.205) na Eq. (2.202) obtém-se urna segunda maneira de se escrever a equaçáo da
pressá.o em um ponto qualquer do reservatório para urn tempo qualquer:
qB ln¡
p(r,t)=p f (t)+C2µ
kh
I- r2
rw 1 gré
r (2.206)
A Eq. (2.202) ou a Eq. (2.206) peuurite calcular a distribuiçáo de pressáo ao longo do meio poroso
(pressáo versus raio) como urna funçáo do tempo, conforme ilustrado na Figura 2.12. Observe que, em
termos de variáveis reais, a presso no regime pseudopermanente, em qualquer ponto do reservatório,
declina linearmente com o tempo de produçáo segundo a taxa:
ap(r,t) 2C,C2gB C1C2gB
21c (2.207)
at 4h ci re Vp Ct
Figura 2.12 - Esquema dos perfis de pressáo num reservatório circular selado que produz com vazáo constante
-
através de um poço localizado no seu centro Regime pseudopermanente.
Conforme prevê a Eq. (2.207), é importante salientar que a pressáo no reservatório cai de maneira
uniforme em qualquer ponto, isto é, a diferença de pressáo em qualquer ponto, entre dois instantes de
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48 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
produçáo no regime pseudopermanente, é a mesma, o que pode ser verificado pelos perfis de pressáo da
Figura 2.12, que sao exatamente iguais. Dal decorre a denominaçäo pseudopermanente. Outra caracte-
rística desses perfis de pressáo é que eles sao horizontais no ponto r = re, ou seja, as suas inclinaçóes
(gradientes da pressáo) sao nulas no limite externo do reservatório, conforme preconiza a condiçáo de
contorno externa apresentada na Eq. (2.189). Essa condiçáo de contorno externa representa o fato de
que, como o reservatório é selado (limitado e sem alimentaçáo externa), náo há fluxo no limite externo,
o que requer, de acordo com a lei de Darcy, que o gradiente de pressáo seja nulo.
É comum encontrar as equaçóes do regime pseudopermanente escritas em termos da pressáo mé-
dia do reservatório. A pressáo média p é definida como sendo a média ponderada das pressóes do
reservatório num dado instante de tempo, isto é:
Ye re
fpdV fprdr
rw rw
= Ye Ye
(2.208)
fdV frdr
Yw Yw
C20µ re 3
Pwf =P- kh
ln
rw 4
(2.209)
ou
r2 ( (
r re 3
P(r,t)=p- ln + ln (2.210)
kh 2re2 rw 4
PWD(tD)=
2tD
2
reD
+
1
2 reD
2
+1nreD --=
4 r
3 2tD
JJ
+1n reD -- 3
4
(2.211)
P wf (t) = Pi
C2011
kh
2C1kt
µcrre 2
+1n - --
rw
re 3
4
(2.212)
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 49
1 AV
ci (2.213)
Vp A P
Esta equaçäo está escrita para um sistema compatível de unidades. Para outros sistemas de unidades
(Petrobras ou Americano) esta equaçäo pode ser escrita como:
P =P; -2CiC2gBt.
Vp et
(2.216)
Pi
PWi
Pw2
Pw3
Pw4
Pws
ln rw
ln r ln re
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50 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
período pseudopermanente é atingido (t4, t5 etc.). A queda de pressáo adimensional no poço para esses
regimes de fluxo pode ser representada graficamente pela Figura 2.14.
ln tD
Figura 2.14 - Queda de pressáo adimensional no poço para várias dimensiïes de
reservatórios circulares corn fronteira selada.
Deste modo, quando a queda de pressáo for representada por um gráfico cuja escala de tempo seja
ln(tDA), a familia de curvas da Figura 2.14 deverá ser reduzida a urna só curva, como é mostrado pela
Figura 2.15.
A Pseudopermanente
In tDA
Figura 2.15 - Queda de pressáo adimensional no poço em um reservatório circular corn fronteira externa selada.
A queda de pressáo no poço pode também ser representada por uma só curva em um gráfico car-
tesiano. Para isso é necessário construir um gráfico de pwD DA,- ln(re / rw) + 3/ 4 versus tDA, conforme
ilustra a Figura 2.16.
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 51
Pseudopermanente
CO
tDA
Figura 2.16 - Queda de pressäo adimensional no poço em um reservatório circular corn fronteira externa secada.
Observa -se na Figura 2.16 que o período entre os pontos 1 e 2 representa o regime transiente tar-
dio, enquanto o regime pseudopermanente é definido por urna linha reta corn inclinaçáo 2rr.
Para urn reservatório de geometria qualquer, corn fronteiras seladas, a equaçáo do regime pseu-
dopermanente, dada pela Eq. (2.217), pode ser generalizada e escrita na seguinte forma (Dake, 1978):
1 4A
PWD(tDA) = DUDA + ln (2.218)
2 erCArW
ou ainda:
2,2458 A
PwD (tDA) - 27rtDA + 1 j
CA rw
(2.219)
onde CA é denominado fator de forma ou fator de geometria do reservatório (Dietz, 1965), e A ea área
de drenagem (em planta) do poço. Pela comparaçáo entre as Eqs. (2.217) e (2.219), verifica -se que para
um reservatório circular selado, corn o poço no centro, o fator de forma é CA = 31,6206. 0 Apêndice B
apresenta os fatores de forma para outras geometrias e diversas posiçôes do poço na área de drenagem.
O comportamento da presso em um poço que produz corn vazáo constante de um reservatório
limitado, selado nas fronteiras externas, pode ser resumido corno:
válida quando tDA for maior do que o valor especificado na terceira coluna da tabela do Apêndice B,
coluna "PP (pseudo- permanente) exato para tDA > ". Corn erro menor do que 1%, pode -se utilizar o valor
de tDA especificado na quarta coluna da tabela, "PP corn erro < 1% para tDA > ". O valor do fator de
forma de Dietz (CA) encontra -se na segunda coluna desta mesma tabela. Por exemplo, no caso de
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52 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
geometria cicular corn poço no centro (primeira linha da tabela), a Eq. (2.221) é válida para tDA > 0,10
corn erro menor do que 1 %, sendo CA = 31,6206.
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 53
k - permeabilidade original
rs
rw
Figura 2.17 - Comportamento da pressäo em um poço danificado e queda de pressäo adicional devida ao dano.
Caso a distribuiçáo de pressáo fosse apresentada em um gráfico em funçáo do logaritmo neperia-
no do raio, seria obtida a Figura 2.18. Nas imediaçóes do poço o comportamento seria praticamente
linear pois, conforme já foi comentado anteriormente, para pequenos valores do raio a soluçáo do
problema, dada pela funçao integral exponencial, pode ser aproximada por urna funçáo logarítmica. A
pressäo pwf seria a pressáo de fluxo obtida se nao houvesse o dano, enquanto é a pressáo de fluxo
real corn a presença do dano no poço.
lnr,,, lnrQ
lnr
Figura 2.18 - Perfil de pressáo em um reservatório corn urn poço danificado em funçäo do logaritmo neperiano do
raio.
Caso nao houvesse alteraçao da permeabilidade do reservatório, a queda de pressäo devida à pro -
duçao, do ponto rs até o poço, seria dada por:
kh
zq p.
035 p',» =1n1
r
l
sw
J . (2.222)
Subtraindo a Eq. (2.222) da Eq. (2.223) obtém-se urna equaçao para a queda de pressao adicional
devida à alteraçao da permeabilidade nas imediaçóes do pop:
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54 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
kh
C,2913µ
,
(Pwf -Pwf)
- k
ks
-1 ln
(r
rsw
(2.224)
Nota-se que essa queda de pressáo independe do tempo e varia coin a magnitude e profundidade da
alteraçáo das características do reservatório.
O conceito e, consequentemente, o modelo de efeito de película foi introduzido por van Everdin-
gen (1953) para representar matematicamente a situaçdo física descrita anteriormente. Nesse modelo
admite -se que toda a queda de pressáo adicional devida ao dano de formaçáo ocorra na interface
poço/reservatório, isto é, em ulna película de espessura infinitesimal junto á parede do poço, conforme
ilustra a Figura 2.19. Dai a denominaçáo fator de película, também chamado de skin, normalmente
representado pela letra s, como sendo a forma adimensional da queda de pressáo Aps.
Pi
pw
Pw
lnrw
ln r
Figura 2.19 - Representaçáo do efeito de película.
Para representar matematicamente essa situaçáo van Everdingen definiu o fator de película como
sendo:
kh ,
C2qB11 (Pwf - Pwf ) = s (2.225)
ou, simplesmente:
kh
APS =s (2.226)
C2 q13µ
Deste modo, em um dado instante de tempo pode -se escrever que:
Ich kh kh
(Pi -P wf) = (Pi -Pwf) + C (Pwf -Pwf) (2.227)
Usando -se as Eqs. (2.220) e (2.225) para representar, respectivamente, o primeiro e o segundo termos
do lado direito da Eq. (2.227), esta última equaçdo pode ser escrita como:
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 55
s= (2.229)
ks -1l4rwl
Quando ks < k, o valor de s é positivo e a indicaçáo é de dano da formaçâo. Para ks > k, o valor de s é
negativo, indicando estímulo do poço. Quando s= 0 a produtividade do poço é a original.
Quando a zona na vizinhança do poço tern permeabilidade maior que a permeabilidade original
do reservatório o poço tern fator de película negativo, s < 0, e se diz que o poço encontra -se estimulado,
o que pode ocorrer, por exemplo, através de acidificaçáo ou fraturamento hidráulico. Nestes casos o
comportamento da pressáo é representado conforme mostra a Figura 2.20.
k - permeabilidade original
arr---.
A inclusáo do efeito de película nas equaçóes de fluxo pode ser tratada também através do con-
ceito de raio equivalente ou raio efetivo do pogo. A aproximaçáo logarítmica para o cálculo da queda
de pressäo no poço é dada pela expressá.o:
PwD (tD ) =
kh
(pi p) =
2
(ln tD + 0,80907 + 2s) (2.230)
kh 1 Clkt
(Pi Pwf ) = in z
+ 0,80907 + 2s (2.231)
Cz qBµ 2 $Net rw /
que também pode ser escrita como:
kh 1 Clkt
(Pi Pwf) = ln + 0,80907 . (2.232)
C2q B ! 2
(r-we
s
y
Definindo -se o raio equivalente ou efetivo do poço como:
r', = (2.233)
pode -se escrever urna expressáo equivalente à Eq. (2.231), que permite o cálculo da queda de pressáo
ou da pressáo no poço sem incluir explicitamente o fator de película:
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56 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
kh Clkt
Pwj) = ln + 0,80907 (2.234)
C2 9111.1
Ot (rw)
A Eq. (2.234) indica que um fator de película positivo (poço danificado) produz um raio equiva-
lente menor do que o raio real rW, ou sej a, um poço com dano na formaçáo ao seu redor é equivalente a
um poço náo danificado mas corn um raio menor, o que corresponde a urna menor área transversal
aberta ao fluxo de fluidos. Em outras palavras, a queda adicional de pressáo que ocorre no caso real de
um poço danificado, devida por exemplo à reduçáo de permeabilidade nas imediaçóes, é provocada no
modelo equivalente pelo aumento da distância a ser percorrida pelo fluido até atingir o interior do poço.
Por outro lado, um fator de película negativo (poco estimulado) produz um raio equivalente maior do
que o raio real rW, implicando entáo em um aumento da área aberta ao fluxo no modelo equivalente,
responsável pela reduçáo da queda de pressáo em relaçäo ao caso de poço nao estimulado.
Exemplo 2.1 - Qual o raio efetivo de um poço que apresenta 0,80 m de parede corn permeabilidade
reduzida a 60% do valor original. Considere r, = 0,10 m.
Soluçáo:
O valor do fator de película s pode ser calculado pela Eq. (2.229):
)
1 ln(801010 0,667 x 2,197 =1,466
s \ 0 60k
O raio efetivo é obtido por meio da Eq. (2.233):
2.4.Índice de Produtividade
O índice de produtividade de um poço é definido como o quociente entre a sua vazáo, medida em
condiçóes padráo, e o diferencial de pressáo aplicado no reservatório, isto é, a diferença entre as
pressóes do reservatório e do poço. Portanto, o índice de produtividade depende da geometria de fluxo e
do regime de fluxo a que está sujeito o poço.
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 57
Como era de se esperar, o índice de produtividade durante o regime transiente nao é constante, pois a
pressáo de fluxo declina corn o tempo. De fato, a Eq. (2.236) indica que, durante esse período de fluxo,
o índice de produtividade do poço diminui corn o passar do tempo.
IP = (2.237)
Pe - Pwf
onde pe é a pressáo no limite externo do reservatório. Para a geometria de fluxo radial a equaçao da
pressáo no poço é dada pela Eq. (2.186):
C2gBµln7re
Pwf = P; \ (2.238)
C2011 'N \
Pwf = Pe - kh
ln re
w /
+S (2.239)
IP = (2.242)
P-Pwf
onde p é a pressáo média ou estática do reservatório.
Conforme foi visto anteriormente, para uma geometria radial o comportamento da pressáo de um
poço vertical no regime pseudopermanente, em funçao da pressáo estática, é dado pela Eq. (2.209), isto
é:
C2 gBµ / re \ 3
Pwf = P- kh
ln
`rw J 4
(2.243)
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58 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
1
D= (u lfftvim (2.248)
Quando o poço encontra -se danificado o IP real é menor que o teórico ou ideal, resultando em um valor
de RD > 1. Por outro lado, para poço estimulado o IP real é maior que o teórico e, consequentemente,
RD < 1. Para o caso de um poço sem dano ou estímulo, o valor da razáo de dano será unitário. Uma
razáo de dano igual a 4, por exemplo, significa que a produtividade desse poços poderia ser multiplica-
da por 4 se o dano fosse removido.
Para regime transiente a razáo de dano é dada por:
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 59
RD (2.251)
-1 On tD + 0,80907 + 2s)
2
ou:
2s
RD =1+ 2.252
ln tD + 0,80907
Observa -se que, assim como o índice de produtividade, a razáo de dano varia durante o regime de fluxo
transiente. Para um regime de fluxo estabilizado, permanente ou pseudopermanente, o índice de produ-
tividade é definido em funçáo da presso estática do reservatório, em vez da presso inicial. Nesse caso
a diferença entre a pressáo estática e a presso de fluxo é urna constante, qualquer que sej a o tempo de
produçáo de urn poco produtor de líquido. Isso indica que o valor da razáo de dano deverá atingir um
valor estabilizado depois que os limites do reservatório tiverem sido atingidos, conforme será visto a
seguir.
Para regime permanente a razáo de dano é definida por:
RD=
Pe -P (2.253)
Pe -P,f -tes
e para regime pseudopermanente:
P -P
RD= (2.254)
P -P,1 -tes
RP = EF = 1 = (IP)rea! (2.255)
RD (IP)teórico
Portanto, a razáo de produtividade ou eficiência de fluxo é a razáo entre a queda de pressáo sem a
presença do dano ou estímulo e a queda de pressáo real, considerando o dano ou estímulo eventualmen-
te existente, isto é:
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60 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
Ap(sem skin)
RP =EF= (2.256)
Ap(com skin)
Assim, para poço danificado RP < 1, enquanto para poço estimulado RP > 1.
Para regime transiente a razáo de produtividade é dada por:
FD =1- 1
RD
. (2.260)
Assim, para poço danificado RD > 1 e FD > 0, enquanto para poço estimulado RD < 1 e FD < O.
Exemplo 2.2 - Qual a razáo de dano para o poço do Exemplo 2.1 considerando que opere corn urna
vazáo de 200 m3std/d e uma pressáo de fluxo de 190 kgf/cm2, em um reservatório cuja pressáo inicial é
de 240 kgf/cm2. O fator volume- formaçáo do óleo é igual a 1,0 m3 /m3 std, a viscosidade é de 4 cp e o
reservatório tern capacidade (kh) de 7.200 md.m.
Soluçáo:
A razáo de dano é calculada corn a Eq. (2.249):
Pi -Pwf 240 -190
RD=
pi- p,f -¿Ps 240 - 190 -4ps
enquanto o cálculo de Aps pode ser feito por meio da equaçáo (2.226):
kh 1, 466x19,03x200x1,0x4
s Ps = =3,1 kgf /cm2 .
19,03 qB i S
7.200
Logo,
240-190 =1,066
RD=
240-190-3,1
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 61
A Eq. (2.261) indica que o perfil da pressáo dentro do reservatório, no instante ti, é equivalente
ao próprio gráfico da funçáo integral exponencial. A Figura 2.21 representa o perfil de pressáo em um
reservatório infinito, onde a distância é colocada em escala logarítmica.
lnrdl
1
tl
___A--Linha reta
lnrw 00
lnr
Figura 2.21 - Perfil de pressào em um reservatório infinito.
Conforme a teoria apresentada para o caso de poço finito, quanto maior a relaçáo tD/rD2, mais
próxima a funçáo integral exponencial ou sua aproximaçáo logarítmica estará da soluçáo exata do
problema. Para grandes valores de tD /rD2 a aproximaçáo logarítmica é equivalente à funçáo integral
exponencial. Assim, pode -se verificar que para um dado tempo e para valores de rD nao muito grandes,
a queda de pressáo no reservatório é diretamente proporcional ao logaritmo do raio. A Figura 2.21 ajuda
a esclarecer esta discussáo. Note -se que, para um dado tempo, existe um valor de r, acima do qual a
queda de pressáo náo pode ser representada como uma funçáo linear do logaritmo do raio. A extrapola -
çáo, do trecho onde a pressáo varia linearmente com o logaritmo do raio até a pressáo inicial do reserva-
tório, determina o valor do raio de investigaçáo aparente ou raio de drenagem aparente rdQ (também
denominado muitas vezes como, simplesmente, raio de drenagem) no instante considerado, conforme
mostra a Figura 2.21. Neste dado instante, a lei de Darcy para fluxo radial permanente pode ser aplicada
entre os raios r = rdQ e r = r,, (poço), já que nesse trecho a pressáo varia linearmente com o logaritmo do
raio, gerando a expressáo:
kh
4 (2.262)
CZBµIn(rdQ/rw)(p'-Pwf)
No entanto, a pressáo no poço no instante considerado também é dada por:
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62 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
kh
(pi 1
(1n tD + 0,80907) . (2.263)
C2 gBµ 2
A eliminaçáo da diferença entre as pressóes inicial e de fluxo (p, - pf) das duas equaçóes anteriores
resulta em:
ou entáo:
rdaD =1,50 tD (2.265)
onde:
rda
rdaD- (2.266)
onde i1 é a constante de difusividade hidráulica, dada por = C1k l(dµct) em sistema qualquer de
unidades.
De acordo corn o desenvolvimento apresentado, o raio de investigaçáo aparente ou raio de drena -
gem aparente ou simplesmente raio de drenagem cresce linearmente com a raiz quadrada do tempo.
Caso este raio de investigaçáo seja considerado como a velocidade de propagaçáo do efeito de produçáo
corn vazdo constante q, verifica-se que a área de influência deste efeito aumenta diretamente corn o
passar do tempo. A Figura 2.22 ilustra esse fato.
lnrdl lnrd2
Px
lnr, 00
lnr
Figura 2.22 - Variaçáo do raio de investigaçáo aparente ou raio de drenagem aparente corn o tempo.
O exame da Eq. (2.267) indica que a expansáo da área do reservatório influenciada pelo distUrbio
causado pela produçáo do poco é funçáo da difusividade hidráulica k/(ßµc,) do meio poroso, a qual
pode ser considerada como urna velocidade de crescimento da área de influência. Deve -se ressaltar que
o conceito aqui apresentado corn o nome de raio de investigaçáo aparente é também denominado por
alguns autores de raio de investigaçáo efetivo.
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 63
2.7. Estocagem
A estocagem é um fenômeno que ocorre nos tempos iniciais dos períodos de fluxo ou estática dos
testes de poços e, enquanto dura, o comportamento da pressáo é dominado por efeitos de poço, náo
representando a resposta do reservatório. Dois tipos principais de estocagem sao:
Estocagem dominada pela compressibilidade do fluido ou fluidos existente(s) no interior do
poço.
Estocagem dominada pela variaçáo de volume de fluido(s) no poço.
O primeiro tipo ocorre em situaçóes em que o poço se encontra cheio de fluido e, ao se iniciar o
teste, esse volume de fluido é descomprimido no período de fluxo ou comprimido no período de
estática. A Figura 2.23 mostra esquematicamente a estocagem no período de fluxo de um teste, onde
giorat é a vazáo de produçáo do poço na superficie (constante), q,es a contribuiçáo do reservatório e ges1oc a
contribuiçáo da estocagem (descompressáo do fluido existente no interior do poço).
qe.,mc
-- a--
F-
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64 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
nivel (final
estático
bnra,l
T
- 4-
H
-N 4--
poço aberto
gres = (NW tempo, t
Figura 2.24 - Ilustraçäo do efeito de estocagem devido à variaçáo de volume de fluido no poço.
O coeficiente de estocagem é definido como:
CAV
= (2.268)
AP
onde AV é a variaçáo de volume de fluido no poço causado pela variaçáo de presso no poço Ap. Para o
caso da estocagem devida à compressibilidade do fluido, a Eq. (2.268) pode ser reescrita como:
C =Vwcw (2.269)
onde VW é o volume total da cámara de estocagem, formada pelo poço e pela coluna de produçao abaixo
da válvula, e cW é a compressibilidade média do fluido existente no poço. Portanto, no inicio da produ-
çáo o poço deve se comportar como um tanque de armazenamento de fluido e o diferencial de pressáo
pode ser expresso da seguinte forma:
onde p,D(tD) é a pressáo adimensional no poço no tempo adimensional tD. Observa -se que a pressáo é
proporcional ao tempo e, conseqüentemente, num gráfico cartesiano, P,wD versus tD resulta em urna linha
reta corn inclinaçáo 1 /CD, e um gráfico log -log, log p,,,D versus log tD, fornece uma linha reta corn
inclinaçáo 1.
Para poço de líquido, a variaçáo da compressibilidade corn a pressáo é desprezível e um gráfico
de pressáo de fluxo versus tempo deve resultar em urna linha reta durante o periodo em que a contribui-
çáo do reservatório nao for representativa. Entretanto, corn o decorrer do tempo, o reservatório vai
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 65
aumentando gradativamente sua contribuiçáo, fazendo corn que a pressáo deixe de se comportar
linearmente em relaçáo ao tempo, até que uma vazáo constante em condiçóes de reservatório seja
alcançada, conforme pode ser visualizado na Figura 2.25. A partir desse ponto o comportamento da
pressáo pode ser inferido através da teoria apresentada em seçóes anteriores.
f -
a
tga mestoc
Fim do período de
estocagem pura
o
Tempo de produçäo
Figura 2.25 - Pressäo de fluxo versus tempo de produçäo para pogo corn estocagem.
A Eq. (2.272) indica a existencia de um periodo de estocagem pura, cuja duraçáo é funçáo do co-
eficiente de estocagem, da transmissibilidade da formaçáo (kh /µ) e do fator de película, como será visto
posteriormente. Um gráfico dos pontos iniciais de pressáo de fluxo versus tempo de produçäo (ver
Figura 2.25), apresenta uma linha reta corn coeficiente angular -mey1. O coeficiente de estocagem pode
ser calculado pela expressáo:
C= qB .
(2.273)
mes,oc
C
Pt - Pwj (2.275)
(9B) estoc
ou ainda,
(2.276)
(9B)estoc = C dt
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66 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
27rkh ap
gres =
rar )r= r,, (2.277)
ou
C3C dpwD rD apD =1 (2.280)
Ohctrw dtD arD )r
D
Esta é a razáo pela qual foi definido anteriormente o coeficiente de estocagem adimensional co-
mo sendo dado, em unidades compatíveis, por:
C
(2.282)
CD 27tOhctrw
CD
dPwD
rD
aPD =1. (2.283)
dtD arD
rD=1
A incluso do efeito de película é feita observando -se o modelo físico e matemático representado
na Figura 2.19. De acordo corn aquela figura tem -se que:
(2.284)
pwf (t) = Lp(r, t)jr=rW - APs
sendo que:
gresµ s (2.285)
OPs
27kh
t
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Teoria Fundamental da Analise de Testes em Poços 67
O problema completo pode ser posto da seguinte forma: a equaçao da difusividade é descrita
por:
PD(rD,O)-0 (2.289)
d a
C D PWD rD PD =1 (2.291)
aYD
-1
A soluçáo do sistema composto pelas Eqs. (2.288), (2.289), (2.290) e (2.291), aplicando a técnica
das transformadas de Laplace, foi desenvolvida por Agarwal et alii (1970) e é dada por:
Ko (rD
PD (rD,u) = (2.292)
u {/a1(J) +CDU[Ko(,J) +s J K1()]}
Para o cálculo da pressao no poco a equaçao no campo de Laplace é dada pela expressao:
Ko() +sVK1(J)
PwD(u) - (2.293)
u{JuK1(Jr) +CDU[KO (JO +sjiK1(VT, )1 }
Usualmente a soluçáo do problema no campo real é obtida invertendo -se numericamente através
do algoritmo de Stehfest. Agarwal et alii apresentaram graficamente a soluçáo dada pela Eq. (2.293)
para diversos valores do coeficiente de estocagem adimensional CD e do fator de película s, conforme
pode ser observado na Figura 2.26.
1D
Figura 2.26 - Gráficos típicos ou curvas -tipo utilizando o modelo de Agarwal et alii (1970).
Além da inversao numérica é possível a obtençao analítica (no campo real) das aproximaçóes de
curto e de longo tempo para a queda de pressao adimensional no poco PWD. Para facilitar essa análise,
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68 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
considera -se urna aproximaçáo normalmente válida para os tempos de duraçáo de um teste de pressáo,
dada por:
. (2.294)
Corn isso a Eq. (2.293) pode ser escrita como:
1
PwD (u) =
(2.295)
u 1 + CDu
Ko(J)+s }
Outra aproximaçáo em geral válida para os tempos de teste de interesse é dada pela expressáo:
K0(4) (2.296)
2
Aproximaçáo de curto tempo - da teoria das transformadas de Laplace sabe -se que o argumento
no campo real é inversamente proporcional ao argumento no chamado campo de Laplace. Entáo, para
tempos reais curtos a variável de Laplace u torna -se muito grande. Com isso a Eq. (2.297) pode ser
simplificada para:
PwD (u) - CU D
2 (2.298)
conforme já indicado anteriormente. Portanto, para curto tempo, ou seja, para o chamado período de
estocagem pura, quando o comportamento da presso no poço é dominado pelos efeitos de estocagem, a
queda de presso é urna funçáo linear do tempo. Assim, um gráfico log -log da queda de presso adi-
mensional versus o tempo de produçáo adimensional deverá apresentar urna linha reta corn inclinaçáo
de 45 °', pois:
log px,D (tD) = log(tD/ CD) (2.300)
ou:
log p,,,D (t D) = logt D- log CD . (2.301)
Aproximaçáo de longo tempo - para longo tempo, ou seja, para valores pequenos do argumento
de Laplace, a Eq. (2.297) reduz -se a:
s
1 2e
pwD (u) =-lri (2.302)
u eNu
cuja transformada inversa é dada pela expressáo:
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 69
PwD(tD)=-ln
2
-e
4tD
eY
2,
)
(2.303)
Pode -se observar pelas equaçoes anteriores que o período de estocagem é diretamente proporcio-
nal ao coeficiente de estocagem, sendo portanto diretamente proporcional ao volume da câmara de
estocagem e à compressibilidade do fluido existente no interior do poço, e inversamente proporcional à
transmissibilidade da formaçáo. Assim, no caso da realizaçáo de um teste de pressáo, é possível mini-
mizar os efeitos da estocagem, o que permite a coleta de dados representativos muito mais do compor-
tamento do reservatório do que do poço. Isso pode ser conseguido reduzindo -se o volume da câmara de
estocagem, através da colocaçáo de urna válvula de controle de fluxo no fundo do poço, e nao na
superficie.
Outra forma de representar a Eq. (2.304) é:
1 ( 4tD / CD 2s
pwD (tD) = 21n CDe (2.307)
eY
o que indica que para longo tempo a soluçáo da queda de pressáo adimensional no poço correlaciona -se
corn a variável independente tD /CD através do grupo de parâmetros CDe2s. Para curto tempo já havia sido
mostrado que a queda de pressáo adimensional no poço é também urna funçáo de tD/CD. Baseando -se
nessas observaçóes, e no fato de que na prática verifica-se que para tempos intermediários o grupo
CDe2S também é um parâmetro de correlaçáo, Gringarten et alii (1979) sugeriram urna nova forma de
apresentar a soluçáo do problema de um poço com estocagem e fator de película. Neste conjunto de
curvas, normalmente conhecidas como curvas -tipo de Gringarten e mostradas na Figura 2.28, sao
utilizados somente três grupos adimensionais: pwD, tD /CD e CDe2s, diferentemente das curvas de Agar-
wal, onde sao utilizadas 4 variáveis adimensionais: pwD, tD, CD e s.
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70 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
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518.560111 11NE
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--
por Gringarten et alii (queda de pressáo adimensional - linhas pretas), as curvas de Bourdet et alii
incluem a chamada derivada da queda de pressáo adimensional (linhas vermelhas).
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102
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G
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10 1
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3 4 56789
1
...
2 3
.
4 56789
10
2 3 4 5 6 7 8 9
10
2 4 5 6 789
10
I
2 3
i
4567894
10
tD /CD
Também a exemplo de Gringarten et alii, Bourdet et alii utilizaram os tits grupos adimensionais:
PwD, tD/CD e CDe2s.Assim, tomando-se a derivada da funçáo pwD em relaçáo ao logaritmo neperiano da
variável independente tD/CD, pode-se escrever que:
dpwD
- dpwD --( t D I C D)d(tD/CD)
dpwD
(2.308)
d(tDICD)
(tD I CD)
Denominando:
dpwD
d(tD /CD)
- pwD (2.309)
corn o objetivo de se obter urna notaçáo equivalente e mais compacta, tern-se que:
dpwD
dln(tD / CD } - (tD / CD )pwD - g(tD / CD) (2.310)
Entáo, em um gráfico log -log a variável dependente (tD /CD)p'D é ulna funçáo linear da variável
independente tD /CD, corn coeficiente angular unitário. Além disso, durante o período de estocagem pura
os valores de (tD / CD )pwD e de pwD sao numericamente iguais a tD /CD.
A soluçáo de longo tempo para um poço que produz corn vazáo constante na superficie é dada
pela Eq. (2.304), da qual se pode escrever que:
i
[in4tD
d 1 2s
dpwD 2 rey =CD1 1 -1CD (2.314)
PwD° =CDdpwD =CD
d(tD l CD) dtD dtD 2 1D 2 tD
ou
, 1CD-1
ODICD)10'140 - (tDICD)2 tD 2
(2.315)
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72 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
Logo, para longo tempo, em um gráfico log -log a curva (tD ICD)pwD versus tDICD será uma reta
horizontal cujo valor da ordenada é igual a '/2. Observe na Figura 2.28 que, de fato, no longo tempo
todas as curvas da derivada (curvas vermelhas) convergem para uma única, cujo valor da ordenada é de
1/i
As curvas de Bourdet, ao incluírem tanto a queda de pressáo adimensional como a sua derivada,
facilitaram a caracterizaçáo dos vários regimes de fluxo que ocorrem durante um teste e, portanto, a
caracterizaçáo da geometria do reservatório, bem como a estimativa dos parámetros do sistema poço-
reservatório. Isso pode ser facilmente verificado observando -se o caráter das curvas mostradas na
Figura 2.28. Enquanto as curvas da pressáo apresentam um crescimento continuo e sao muito semelhan-
tes, as da derivada atingem um máximo, declinara e estabilizara, além de convergirem para um único
valor (0,5). Todos esses aspectos conferem urna grande vantagem ao uso da derivada em conjunto com
o uso da pressáo, quando comparado corn o uso exclusivo dos dados de pressáo.
2.9.Superposiçáo de Efeitos
O principio da superposiçáo de efeitos constitui uma particularidade matemática aplicável As e-
quaçóes diferenciais lineares. Segundo esse principio, qualquer combinaçáo linear de soluçóes desse
tipo de equaçáo é também urna soluçáo da equaçáo. Sendo a equaçáo da difusividade hidráulica urna
diferencial parcial linear, a superposiçáo de efeitos poderá ser aplicada tanto em relaçáo ao tempo
quanto ao espaço.
Um exemplo de superposiçáo no tempo é conseguido quando se altera a vazáo de um poço, con-
forme ilustra o esquema apresentado na Figura 2.29.
0 2
N
lC
ÌN
1 ]
t2 t3 tN_I tN
Tempo de fluxo
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 73
Entáo, a queda de pressáo em relaçáo à pressáo inicial, Ap(r,t) = p; - p(r,t), para o caso de vazáo
constante é:
No caso do esquema da Figura 2.29 a superposiçáo de efeitos fornece para a queda de pressáo no
instante tN a seguinte expressáo:
z-
icir2
AP(r,tN )- C2khBµ 4C1 ktN +(g2
- gt ) 2 E, 4Ck (tN -t1)
(2.318)
1 µclr2 1 4µct r 2
+(q3-q2)2E`
4C1 k( t N - t 2) 4Cik(tN -tN_i)
+...+(gN-gN-1)2Eí
Para o cálculo da queda de pressáo no próprio pop basta acrescentar o termo gNs na Eq. (2.318),
conforme será demonstrado a seguir usando variáveis adimensionais, isto é:
2
Oacrr2
Ap(r = rW,tN) =APW(tN) = Ckhµ R1
2
Et
4Ckt N
±(q2 - ql ) 2 E, 4Cik(tN
1
(2.319)
1 0Ncrr2 1 µctr2
+(R3-g2)2E, 4Ckt +qNs
(N- t 2)1
...+(gN-gN-1)2E, 4C
1
kt(N- t N-1)
De acordo corn as definiçóes de variáveis adimensionais, a soluçáo da Eq. (2.317) pode ser escri-
ta, conforme já foi apresentado anteriormente, como:
i 2
Logo, a equaçáo da superposiçáo de efeitos no tempo dada pela Eq. (2.318) pode ser escrita de forma
mais geral como:
Ap(r,tN) =
C Al
kh
Lg1PD(rD,t1sID) +(q2 -gl)PD[rD,(tN - ti)D }+ (2.321)
+(q3 -g2)PD[rD,(tN - t2)D }
+ +(qN - qN-1)PD[rD,(tN -t N-1)DU
onde pD(rD,tD) é a soluçáo para a queda de presso adimensional no modelo fisico em questáo. Portanto,
diferentemente da Eq. (2.318), que é aplicável apenas quando o reservatório se comporta corno infinito,
a Eq. (2.321) é geral, sendo válida para qualquer geometria ou regime de fluxo, desde que seja usada a
soluçáo adequada para a queda de pressáo adimensional pD(rD,tD).
A Eq. (2.321) ainda pode ser escrita como:
kh ! f
= {R1PD(rD tND) +(q2- gi)PD[rD,(tN- t1)D]+
C2B!iAP(r,tN) (2.322)
+(q3 -g2)PD[rD,(tN -t2)D] + +(qN - RN- 1)PDLrD3(tN tN -1)D11
Dividindo a equaçáo por urna vazáo de referência qr:
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74 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
kh ql f
AP(r,tN) = pD(rD,tND)+(g2-gl)pD[rD,(tN- ti) D]+
C2grBl1 Ir Ir
(2.323)
(gs -q2)
PD [rD , (tN - t2 )D ] +... -F (gN - gN-1) PD [rD , (tN -tN-1) D J
qr gr
definindo urna vazáo adimensional qD = g/gr e usando a vazáo de referência gr na defmiçáo da queda de
presso adimensional, ou seja:
-
kh[p, p(r, t)] khAp(r, t)
PD (rD, tD ) _ (2.324)
C2g,B1-1 C20p.
a Eq. (2.323) pode ser escrita de forma adimensional e generalizada como:
PD(rD, tND)= g1DPD( rD, tND)+(q2- q1) DPD[ rD,(tN- t1 )D] +. +(aN- gN- I)DPD[rD,(tN -tN 1)D] (2.325)
onde o termo do lado esquerdo do sinal de igualdade representa a queda de pressáo adimensional no
kh(p, -Pwf)
PwD (tD) _ (2.327)
C2grBµ
A Eq. (2.326) pode ser reescrita em forma de somatório:
ou:
+gNDS (2.330)
j=1
Para exemplificar a superposiçao de efeitos no espaço pode -se considerar a situaçáo em que dois
pocos distintos, A e B, estejam produzindo corn vazóes constantes qA e qB (medidas em condiçóes-
padrao) de um reservatório infinito. Admitindo -se que ambos os poços iniciem a produçao simultanea-
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 75
mente, o cálculo da queda de pressáo em um ponto C do reservatório é obtido pela soma dos efeitos das
produçóes dos poços A e B, isto é,
APc = APA,c +APB,c (2.331)
onde ApA,c e APB,c representam as quedas de pressáo no ponto C, referentes As produçóes dos poços A e
B, respectivamente:
/ 2 \
C2 gABU, 1 OW/ rAC
APA,c Pt -P(rAC,t) = E' (2.332)
kh 2 4C, kt
e
( 2 \
_ C2gBBll 1 plµct rBc
APB,c =Pt -P(rBc,t) - kh 2 Et 4C1 kt
(2.333)
\.
onde rAC e rBc sao as distâncias do ponto C aos pontos A e B, respectivamente. Entáo, a queda de
pressáo no ponto C é:
( \
C2gABµ 1 E / lctrÁC \ C2gBBµ 1 E' pµct reC (2.334)
APc = kh 2 ' 4C kt ) kh 2 4C1 kt
ou
4C kt
+gB 2E:
1
4C kt
(2.335)
1 1
ou:
N
Ckh
Ap(t)= EgJPD(rfD,tD) (2.338)
j =1
onde q1, j = 1,N sao as vazóes dos poços e pD(rD,tD) é, novamente, a soluçáo para a queda de pressáo
adimensional no modelo fisico em questáo, dependendo, portanto, da geometria do reservatório e dos
vários regimes de fluxo que estiverem ocorrendo durante o intervalo de tempo considerado.
Em um problema onde houver vários poços, cada um deles produzindo corn vazâo variável, o
cálculo da pressáo em urn determinado tempo requerá a aplicaçâo do principio da superposiçáo no
tempo e no espaço.
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76 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
onde AgjD = (qj -g1_1)D . Tomando o limite da Eq. (2.339) quando ATj tende a zero, resulta em:
N
PwD
0E
(tD) = AT,lira Aq`D {PD l,
AtiJ
(t -t '-I)D j+ s}At i . (2.340 )
O somatório da Eq. (2.340) se torna urna integraçäo quando AtiJ tende a zero, e os termos "A" se tornara
diferenciais. A variável ti é urna variável muda de integraçäo relativa ao termo tj_1. Entäo:
ID
ti)
PwD (tD) = f drigd f_PD L, (tD -'6)D 1+ s}di . (2.341)
0
Considere que pwC,D (tD) seja a soluçäo para a queda de presso adimensional em urn pop corn
fator de película e vazäo constante, ou seja, PwcD (tD) = PD (1, tD) + s , e que pWD(tD) seja a soluçäo para
a queda de pressäo adimensional no poço quando a vazáo é variável. Entäo a Eq. (2.341) se toma:
/13
A Eq. (2.342) possibilita calcular a superposiçäo de efeitos para urna variaçäo continua de vazäo. Esta
equaçäo é conhecida como a integral da convoluçáo e é de ampia utilidade nos métodos de análise de
teste de poço. Utilizando a propriedade da convoluçäo chega-se a outra forma da Eq. (2.342), para o
cálculo da queda adimensional de pressäo no pop:
PwD (tD) =
ID
f qD (ti)
aPwc iD - ti) (2.343)
0 D
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 77
/i
Figura 2.30 - Falha plana vertical selante próxima a um poço produtor.
A falha possui comprimento infinito e o reservatório é infinitamente extenso nas demais direçóes,
ou sej a, nenhum outro limite do reservatório (exceto a falha) será observado durante a produçáo do
poço A. O sistema mostrado na Figura 2.30 nao é infinitamente extenso em todos os sentidos, nao
permitindo portanto a aplicaçao direta da soluçao da fonte linear para reservatório infinito Porém, é
fácil verificar que as linhas de fluxo no reservatório da Figura 2.30 deveráo apresentar a conformaçao
da Figura 2.31, caso o poço seja colocado em produçáo corn vazáo constante q.
Figura 2.31 - Linhas de fluxo em um sistema corn falha plana vertical selante.
O sistema "semi -infinito" da Figura 2.31 pode ser substituido por um sistema infinito, utilizando -
se o chamado método das imagens. Esta técnica consiste em se colocar tantos poços quantos forem
necessários, em um sistema infinito, de tal modo que a confrguraçáo das linhas de fluxo seja idêntica à
real. No caso considerado, basta a colocaçáo de um poço imagem (A'), também a tuna distância L da
falha plana selante, o qual também estará produzindo corn vazáo q. Isso gera o sistema de linhas de
fluxo ilustrado na Figura 2.32.
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78 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
I. /1/)
Pogo (q)
I
I
I Poço imagem (q)
_ __1 I
//)
Figura 2.32 - Aplicaçáo do método das imagens para o caso de uma falha plana vertical selante.
O sistema da Figura 2.32 representa exatamente o reservatório real e o comportamento da pressáo
em qualquer ponto pode ser previsto aplicando -se o principio da superposiçáo de efeitos, considerando -
se dois pocos produzindo de um sistema infinito. A Figura 2.33 indica um sistema de coordenadas para
aplicaç o do método das imagens. Um poco real opera corn vazáo q constante a urna distância L de urna
falha simples selante representada pelo eixo y. Neste caso o poco real encontra -se à direita da falha,
diferentemente do exemplo mostrado na Figura 2.30, mas o problema é idéntico. Um poco imagem é
colocado também a uma distância L da falha, ou seja, em x = L. -
poco real
O Poço irrvagem
ar
Figura 2.33 - Localizaçáo do poço imagem em um sistema corn falha plana vertical selante.
Aplicando a superposiçáo de efeitos para um ponto qualquer no plano (x, y), obtém-se:
CIch
P(x,Y,t) =P, LYD(aiD,tD) +pD(a2D,tD)] (2.344)
aiD =
al
rw
= i
rw
2
y2
= (xD +LD)Z +YD (2.346)
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Teoria Fundamental da Analise de Testes em Poços 79
á2
a2D =
rw
= 1 1(x+L)2 +Y2 = V(xD -LD)2 +YD
rw
(2.347)
onde xD = x/rw, yD = y/r,,, e LD = Llr,,,. Para um reservatório infinito e corn aD > 20 obtém-se a seguinte
relaçáo:
z
1 a1D \ 1 a2D
2
PD(xD,D,tD)=
Y (2.348)
2E' 4tDJ +2E' 4tD
Esta equaçáo possibilita o cálculo da pressáo em qualquer ponto do sistema (para up> 20), em qualquer
tempo.
Derivando a Eq. (2.348) em relaçáo a xD, obtém-se:
aDPI)
ax,
1
2 ax,,,
a 2
E./ aiD
' `4tD
+ á
axD
E a2D
`
2
4tD
(2.349)
A derivada aalD /axD pode ser obtida a partir da Eq. (2.346), pois:
alD
2
- (TD +LD) 2 +YD2 (2.356)
Entáo:
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80 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
OU
De forma análoga:
aa2D (XD
(2.359)
axD a2D
De forma similar:
a
2 - 2exp(- azDI4tD) (xD -LD) 2(XD -LD)eXpl a2D/4tD)
E a2D
2
(2.361)
axD 1 4tD a2D a2D a2D
OU
apD (XD + LD ) eXp(-- a1D 4tD ) (XD - LD ) exp a2D 14tD (2.363)
axD a1D a2D
Quando xo = 0, segue que a21D = LD + yD e aZD = LD + yD . Portanto, a2D = amp e a Eq. (2.363) se toma:
apD =
ax D
LD exp - (L2°4tD+ yD ) LD exp
(L2D + yD )
4tD
=0. (2.364 )
LD + .hD + yD
A Eq. (2.364) mostra que a derivada da presso em relaçäo à coordenada horizontal (x) é nula em
x = 0 (posiçäo da falha). Sendo a derivada da pressäo nula nessa direçäo, de acordo corn a lei de Darcy a
velocidade de fluxo e, conseqüentemente, a vazáo também será nula na direçäo horizontal (perpendicu-
lar à falha), o que comprova que o modelo da Figura 2.33 é de fato equivalente ao sistema real (poço
produtor próximo a urna falha plana vertical selante em um reservatório infinito - Figura 2.31).
O resultado da Eq. (2.364) é, portanto, a base do método das imagens. Isto implica que, se um
poço é perfurado próximo a urna falha simples, pode -se entäo representar esse sistema por meio de um
modelo equivalente de fluxo adicionando um poço imagem, conforme a Figura 2.32. E possível esten-
der a idéia para sistemas corn mais de urna barreira. A Figura 2.34, por exemplo, mostra um poço
localizado próximo a duas falhas selantes em ângulo reto (urna vertical e outra horizontal, representadas
pelos eixos cartesianos x e y). O poço 1 é o poço real, o poço 2 é a imagem do poço 1 em relaçäo à falba
vertical e evita que o fluxo cruze o eixo y devido aos efeitos do poço 1. 0 poço 3 é a imagem do poço 1
em relaçäo à falha horizontal e evita que o fluxo cruze o eixo x devido aos efeitos do poço 1. 0 poço 4
é a imagem, tanto do poço 2 em relaçäo à falha horizontal como do poço 3 em relaçäo à vertical, e
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 81
previne o fluxo através do eixo x devido aos efeitos do pop 2 e através do eixo y devido aos efeitos do
pop 3.
( poço real Y
poço imagem
20 1
o.
Figura 2.34 - Localizaçáo dos poços imagem em um sistema corn duas falhas planas verticals selantes em
ángulo reto.
Quando os poços sao criados pelo método das imagens, a pressáo pode ser calculada em qualquer
ponto pelo principio da superposiçáo. No caso da Figura 2.34 tern-se:
PD(xD,YD,tD) -pD(alp+tD)+pD(a2p,tD)+pD(a3D,tD)+pD(a4D,tD) (2.365)
onde a1D é a distância adimensional de um ponto qualquer ao poço 1 e assim por diante. De forma
geral, se houver mais poços ou mais barreiras, a pressáo adimensional poderá ser calculada conforme a
seguinte equaçáo:
N
PD(xD,YD,tD)- EpD(aJD,tD) (2.366)
j =1
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82 Teoria Fundamental da Anál]se de Testes em Poços
B A
Figura 2.35 - Localizaçäo dos poços imagem em um sistema corn duas fachas planas verticals selantes paralelas.
Outra aplicaçáo do método das imagens é a obtençáo da soluçáo, isto é, da resposta de pressáo,
em um reservatório fechado (selado nos limites externos) que produz através de um único poço, usando
somente a soluçáo da fonte linear ou linha fonte em um reservatório infinito. Para obter um sistema
fechado corn apenas um poço, basta adicionar duas falhas planas verticais selantes paralelas e horizon -
tais na Figura 2.35 e rebater as imagens em todas os sentidos, como mostrado na Figura 2.36. A pressáo
adimensional para urna retângulo fechado corn urn poço é dada pela Eq. (2.367).
poço real
B A 0 poço imagera
o o o o o o O
o o o o o O O
o o o o o o
o o o 0 o o o
o o o o o o o
Figura 2.36 - Localizaçäo dos poços imagem em um sistema retangular fechado corn um poço.
REFERENCIAS
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84 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços
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3.
TESTE DE FLUXO
Um teste de fluxo consiste na medicalo das pressóes de fluxo durante o período de produçáo de
um poço. O objetivo de um teste de fluxo é a estimativa de parâmetros do sistema poço-reservatório,
tais como o coeficiente de estocagem do poço, o fator de película do poço e a permeabilidade da
formaçao. Deve -se mencionar que, rigorosamente, o que se obtém da análise de um teste é a permeabi-
lidade efetiva ao fluido que está sendo produzido. Portanto, embora se costume dizer que o valor
calculado é a permeabilidade absoluta da formaçao (rocha), na verdade para se obter esse valor é
necessário considerar a curva de permeabilidade relativa do reservatório em questao, efetuando -se entao
a devida correçao.
Em regióes onde existe estrutura para armazenamento do óleo, o teste de fluxo apresenta vanta -
gens sobre outros tipos de teste (como o de crescimento de pressao, por exemplo), pelo fato de sua
interpretaçao ser mais simples e também por nao implicar em perda de produçáo. Estao disponíveis na
literatura métodos para a análise de testes de fluxo corn vazao constante ou variável. Neste capítulo sao
apresentados os métodos de análise por ajustamento com curvas -tipo e convencional. Sao discutidos
também os métodos convencionais de Odeh & Jones e de Russell, aplicáveis aos testes de fluxo corn
vazao variável. Ainda é apresentado o método convencional de análise de teste de limite de reservató-
rio.
Para efeito de análise quantitativa, isto é, de estimativa de parâmetros do sistema poço -
reservatório, neste capítulo serán considerados somente os casos em que o reservatório se comporta
como radial infinito, ou seja, em que o regime é o radial transiente, e em que o reservatório é fechado,
ou seja, selado (sem alimentaçao) no limite externo. Outros efeitos de limites, tais como pressáo
constante em um ou mais dos limites externos, presença de falhas e barreiras, reservatório em forma de
canal etc., bem como efeitos das condiçóes de poço, como a presença de fraturas hidráulicas artificiais,
e análise de testes em poços horizontais, serán abordados em outros capítulos.
3.1.Métodos de Análise
É comum antes de se analisar em termos quantitativos um teste de fluxo, diagnosticar inicialmen-
te os regimes de fluxo por meio de urna análise das curvas de pressao e, principalmente, de derivada da
pressáo. Nesse diagnóstico, além da assinatura da derivada da pressao, sao levados em consideraçáo
outros dados relacionados ao teste, tais como: sequência de eventos, problemas operacionais ocorridos
durante a execuçao do teste, dados de testes em poços vizinhos (se houver), geologia da área, perfis etc.
Posteriormente, após o diagnóstico inicial e a aplicaçáo do chamado método de ajustamento corn
curvas -tipo, sao entao aplicados os chamados métodos convencionais de análise.
O método de ajustamento corn curvas -tipo em geral considera todos os dados de pressáo registra-
dos durante um teste, constituindo entao um diagnóstico do modelo de fluxo, ou seja, da geometria do
reservatório e dos regimes de fluxo observados durante o teste, bem como uma estimativa inicial e
preliminar das características e propriedades do sistema poço -reservatório. Por seu turno, os métodos
convencionais consideram somente os dados de pressao que nao estâo mais influenciados por efeitos de
estocagem no poço. Após a aplicaçáo do(s) método(s) convencional(is) aos dados do teste é feita urna
estimativa final das propriedades do sistema poço -reservatório. Em tese as estimativas feitas pelos dois
métodos devem ser próximas.
A preparaçao dos dados para análise, que pode ser feita por meio de softwares especializados ou
planilhas elaboradas por engenheiros de avaliaçao, consiste em inserir nos programas específicos os
dados de pressao e vazao do teste. Nesse diagnóstico inicial, em boa parte dos casos é possível visuali-
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86 Teste de Fuxo
zar claramente os regimes de fluxo ocorridos durante o teste do pop: transiente, permanente ou em
regime de explotaçáo, ou seja, pseudopermanente.
Conforme foi discutido no Capítulo 2, as curvas -tipo para um poço que produz com vazáo cons-
tante de um reservatório de óleo homogêneo e isotrópico infinito têm o formato das curvas mostradas
na Figura 3.1 (Bourdet et alii,1983).
Considere a equaçáo de comportamento de reservatório infinito ou a equaçáo válida para tempos
curtos (regime transiente) em outros tipos de reservatório, selado ou realimentado. Quando o regime de
fluxo radial infinito (transiente) é alcançado, após terem desaparecido os efeitos de estocagem, a
derivada se torna urna constante, conforme pode ser visto no gráfico da Figura 3.1. Conforme apresen-
tado no Capítulo 2, isso pode ser demonstrado utilizando -se da aproximaçáo logarítmica para a soluçáo
do modelo da fonte linear:
in( 4t/CD
pwD(tD)= CDe2sJ= [ln(tD /CD) +ln(CDe2s) +0,80907. (3.1)
2 2
Logo, para longo tempo, o chamado grupo- derivada, isto é, dp,,D / dln(tD / CD) , será constante igual a
1 e em um gráfico log -log a curva dpiD / d ln(tD / CD) versus tD/CD será urna reta horizontal cujo valor
da ordenada é igual a '/2. Observe na Figura 3.1 que, de fato, no longo tempo a curva da derivada
converge para um valor da ordenada igual a'/2.
tL)
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Teste de Fluxo 87
Portanto, no longo tempo a queda de pressáo adimensional será constante e a derivada, consequente-
mente, nula. Corn isso, a curva -tipo teria a conformaçáo ilustrada na Figura 3.2. Como as escalas sao
logarítmicas e o logaritmo de zero tende para -.0, quando a pressáo se estabiliza a curva da derivada cai
abruptamente.
tn
Figura 3.2 - Curva -tipo para reservatório corn manutençäo de pressáo no limite externo.
Conside agora um sistema homogêneo, isotrópico e fechado, ou seja, selado no limite externo.
Depois de estabelecido o regime pseudopermanente, a presso e, consequentemente, a queda de pressáo
no pop declina linearmente corn o tempo, conforme foi discutido no Capítulo 2. Portanto, numa escala
log -log a derivada da queda de pressáo adimensional em relaçáo ao ln(tD/CD), após o fim do regime
radial infinito (transiente), tenderia para urna linha reta de inclinaçáo unitária. Isso pode ser demonstra-
do matematicamente tornando a equaçáo que rege a queda de pressáo adimensional no poço no regime
pseudopermanentes:
kh
C29B1.1
(P; -Pwf = PwD =2n
r Clkt
+- in( A
0.0 2 rti
1
- + -ln
1
2
2,24581
CA
J+s (3.4)
PwD = 2 ln(2' 58
A
tip + ln + +s (3.5)
\ / 2
\ w ) l A
5 Vide Capítulo 2.
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88 Teste de Fluxo
dpWD
= (t D I CD)p,D (3.6)
dln(t D /CD)
onde:
dpwD dpwD
PwD = CD . (3.7)
d(tD I CD)= dtD
Era°, numa escala log-log, ulna reta corn inclinaçäo unitária sera estabelecida para a derivada durante
o regime pseudopermanente, conforme indica a ilustracdo da Figura 3.3.
to
Figura 3.3 - Curva-tipo para reservatório limitado sem alimenta95o (selado) no limite externo.
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Teste de Fuxo 89
tern-se que:
logpwD =log[kh/(C2gBµ)]+logApwf (3.13)
isto é:
e, conseqüentemente:
ou seja:
log tD = b + logt (3.17)
onde b= log[Clk /(4 tctrw )] é também uma constante. Diferenciando as Eqs. (3.14) e (3.17) obtém -se:
d(logpwD) = d(logi pwf) (3.18)
e
d (log tD ) = d(log t) (3.19)
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90 Teste de Fuxo
mesmo valor, qualquer que seja o ponto considerado. Em outras palavras, dada urna curva de campo log
Op, f versus log t para um poço corn efeitos de estocagem e de película, que produz de urn reservatório
infinito com vazáo constante na superficie, existe urna curva teórica log p,,,D versus log tD que apresenta
exatamente o mesmo formato da curva de campo.
Na década de 1970 o procedimento do método de ajustamento corn curva-tipo consistia em colo-
car os dados de campo em um papel transparente corn escalas idénticas As do gráfico - padráo (curvas -
tipo) apropriado e, deslocando-se o papel transparente paralelamente aos eixos, encontrar a curva
teórica que melhor se ajustasse aos dados de campo, conforme ilustra o exemplo da Figura 3.4.
U4
n0
0.
10 ' 'I il I !! TT
1
a 5 6I89 2 3 4 5 B 188 2 3 4. 8 B 789 5 8 f 99 4
10 102 103 10
ID /CD
Figura 3.4 - Procedimento de ajustamento (matching) corn curva-tipo para análise de teste de pressáo usando as
curvas de Agarwal.
A um par (t, 4p,yf) qualquer corresponderá um único par (tD, p,,D) na curva -padráo. Essa técnica é
conhecida na literatura norte- americana como matching (ajustamento) e ao ponto escolhido do ajusta-
mento normalmente é atribuído o subscrito M. Esse ponto de ajustamento nao necessita estar sobre a
curva dos dados de campo, podendo ser qualquer ponto sobre o papel transparente e o seu correspon-
dente no papel da curva-padráo.
Atualmente a aplicaç io da técnica de ajustamento corn curva -tipo é realizada corn a ajuda de pro-
gramas computacionais (softwares) comerciais de análise de teste de formaçáo e o ajustamento pode ser
feito de maneira essencialmente manual, conforme mostrado na Figura 3.4, ou de maneira automatiza-
da. Neste último caso o software fornece urna maneira de efetuar um ajuste automatizado, em que o
usuário escolhe o modelo poço -reservatório a ser considerado (por exemplo: poço vertical em reservató-
rio infinito corn fluxo radial; poço horizontal em reservatório limitado corn geometria retangular; poço
vertical em reservatório corn fratura artificial vertical etc.) e as estimativas iniciais dos parâmetros a
serem determinados, e através de um processo de otimizaçáo (regressáo nao linear), o software estima
os valores desses parâmetros. Esse processo de otimizaçáo nada mais é do que a estimativa dos parâme-
tros (por exemplo: permeabilidade, fator de película, coeficiente de estocagem, distância entre o poço e
barreiras de permeabilidade etc.) a partir da minimizaçáo de ulna funçáo- objetivo, que representa, de
alguma maneira, os erros ou discrepâncias entre os dados e o modelo.
Diversos métodos estao disponíveis na literatura para a realizaçáo de processos de otimizaçáo e,
particularmente, para a análise automatizada de testes de pressáo em poços. Alguns desses métodos,
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Teste de Fluxo 91
normalmente usados nos softwares comerciais, sao discutidos nos trabalhos de Abbaszadeh & Kamal
(1988), Carvalho et alii (1992), Carvalho et alii (1995), Rosa & Home (1983), Rosa & Home (1991) e
Rosa & Horne (1994). Maiores detalhes sobre esses métodos, bem como outras referências, podem ser
encontrados no livro de Rosa et alii (2006).
Da Eq. (3.12) pode -se escrever que:
(PWD)M kh
(3.21)
(OPwf )M C20B11
ou
kh PwD
(3.22)
\A'wf /M
Analogamente, da Eq. (3.15) obtém-se:
r,) C1k
(3.23)
t /M 0.ACt rw
ou
¡tD Cl kh
(3.24)
t M (ephCt)rw p,
e, finalmente:
kh (tDt
4hct = Cz (3.25)
rw M
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92 Teste de Fuxo
C
CD (3.29)
210hctrW
O método do ajustamento corn curvas -tipo permite prever qual seria a inclinaçáo da linha reta
semilog do gráfico convencional, representativa do fluxo radial transiente (reservatório infinito). Isso
pode ser feito manipulando -se as equaçóes anteriores:
qBju r APwf
(3.30)
2 kh I\ pwD lM
Durante o período de estocagem pura, em que o poço funciona como um tanque, o comportamen-
to da pressáo é dado por:
tD
PwD = (3.35)
CD
Portanto, no período de estocagem o gráfico log-log apresenta urna linha reta com inclinaçáo de 45 °, ou
seja, corn inclinaçáo ou tangente unitária. Quando os efeitos do reservatório começam a prevalecer, a
curva tende a se desviar da linha reta de inclinaçáo unitária, passando por um período de transiçáo, até
encontrar a curva CD = 0, quando entáo os efeitos de estocagem deixam de existir. Uma regra prática
diz que os efeitos de estocagem deixam de existir 1 1/2 (um e meio) ciclos logarítmicos de tempo após o
instante em que a curva inicia o desvio da linha reta de inclinaçáo unitária. Em outras palavras, a
transiçáo entre a estocagem pura e o comportamento como reservatório infinito sem estocagem dura
cerca de 1 1/2 (um e meio) ciclos logarítmicos de tempo (Earlougher, 1977). Considerando o que foi
exposto no método de ajustamento corn curva-tipo e o que será apresentado no método convencional,
conclui -se que, utilizados em conjunto esses dois métodos constituem uma ferramenta de extrema
utilidade na avaliaçáo de formaçóes produtoras.
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Teste de Fluxo 93
'11
O
1D
C5
,
g
i PAPEL TRANSPARENTE COM DADOS
DE CAMPO EM UM GRAFICO DE MESMA ESCALA
DO MODELOADIMENSIONAL
á 5
5
-II
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94 Teste de Fluxo
Figura 3.5 - Procedimento de ajustamento corn curva-tipo para análise de teste de pressäo usando as curvas de
Bourdet.
onde se admite, portanto, que inicialmente todo o reservatörio encontrava -se à pressäo inicial p; e nao
sao considerados efeitos de estocagem no pop. Logo, se houver a presença de efeitos de estocagem, a
Eq. (3.41) somente será aplicável após os seus efeitos terem desaparecido. Ern termos de variáveis reais
essa equaçáo pode ser escrita como:
pwf =p; - 1,151C2 qBµ log t +log C1k2 +0,3514 +0,8686s (3.42)
kh t rw
Clk
pwf =Pt -m log t +log + 0,3514 + 0,8686 s (3.44)
\,01-tetrw
Urna análise da Eq. (3.44) indica que urn gráfico de pwf versus log t deverá produzir urna linha re-
ta corn coeficiente angular - m, conforme ilustra a Figura 3.6. Esse gráfico é conhecido na literatura
como gráfico semilog e a reta como reta semilog, o que denota a existencia do regime de fluxo radial
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Teste de Flux° 95
transiente. Observa -se nessa figura que para tempos relativamente curtos os dados de campo podem
estar influenciados por efeitos de estocagem no poço.
Desvio devido
Pt estocagem
tga = -m
a
0 log 't
Figura 3.6 - Análise de teste de fluxo pelo método convencional.
Urna vez determinada a inclinaçáo da reta do gráfico semilog da figura citada, pode-se calcular a
transmissibilidade da formaçáo a partir da equaçáo:
kh
1,151C2 g (3.45)
µ
P; -PWf Clk
s=1,151
m
lo t- l0 g 0,3514 (3.47)
$µcarW
Para se calcular o valor de s pela Eq. (3.47), toma -se um par (t, pwf) correspondente a um ponto qualquer
sobre a linha reta semilog da Figura 3.6. Pode -se, para efeito de simplificaçáo, escolher um ponto sobre
a reta correspondente ao tempo t = 1, resultando em:
Pt Clk
s =1,151 -PI) log 0,3514 (3.48)
2
onde pi 6, portanto, um ponto sobre a linha reta semilog, correspondente a t = 1, conforme mostrado na
Figura 3.6. A queda de pressáo devida ao efeito de película, que é outro modo de quantificar o dano ou
estimulo, é obtida da definiçáo do fator de película:
kh
OPS (3.49)
CZgB! -t
ou seja:
C2qBµ 1,151 C2gBµ ms
OP s s s (3.50)
kh 1,151 kh 1,151
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96 Teste de Fuxo
O raio efetivo do poço, que representa urna terceira maneira de se indicar e quantificar o dano ou
estímulo, é determinado pela expressào:
rw = rwe_s . (3.52)
Outro modo de se quantificar o dano ou estímulo é através da razáo de dano, definida como:
( ")teórico
RD = (3.53)
(")real
onde:
(IP) al q
- P-Pwf (3.54)
( ")teórico = -
P -Pwf -AP
q (3.55)
sendo que p éa presso estática do reservatório em um dado instante. Para comportamento de reserva -
tório infinito, p = pi. Assim,
Pi Pwf
RD (3.56)
P -Pwf -APs
Deve ser observado que, para um reservatório infinito que produz corn vazáo constante, a pressáo
de fluxo Pwf decresce corn o tempo. Portanto, a razáo de dano RD também diminui com o tempo e é
recomendável que seja utilizada sempre a última pressáo de fluxo para a estimativa do seu valor.
Finalmente, a razáo de produtividade ou eficiência de fluxo é definida como:
Rp = ( ")real
(3.57)
(IP) teórico
e pode também ser calculada pela relaçáo:
RP = 1 (3.58)
RD
ou ainda,
RP=1 AP
(3.59)
Pi - Pwf
sendo que para esta relaçáo também sao válidas as consideraçóes feitas sobre a razáo de dano.
Deve -se mencionar que para urn reservatório que produz corn pressáo constante no limite exter-
no, a pressáo estática usada no cálculo do indice de produtividade é igual à pressáo no limite externo,
isto é, p = pe.
Exemplo 3.3 - Os dados apresentados na Tabela 3.1 foram obtidos de um teste de fluxo realizado em
um poço vertical produtor de óleo.
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Teste de Fluxo 97
(h) (k. cm2) (k_ cm2) (h) (k_ cm2) (k, cm2)
0,00 358,6 0,0 4 343,5 15,1
0,05 357,9 0,7 6 342,5 16,1
0,10 357,2 1,4 8 341,6 17,0
0,15 356,5 2,1" 10 341,1 17,5
0,20 355,9 2,7 12 340,6 18,0
0,25 355,3 3,3 16 340,1 18,5
0,50 352,9 5,7 20 339,8 18,8
0,75 351,0 7,6 24 339,6 19,0
1,00 349,4 9,2 30 339,2 19,4
2,00 346,0 12,6 35 339,0 19,6
45 338,7 19,9
Outros dados do poço e do reservatório sao:
Vazao de óleo (q0) 102,5 m3 std/d
Viscosidade do óleo (i, ) 1,82 cp
Fator volume- formaçao do óleo (B0) 1,19 m3 /m3 std
Porosidade (4)) 0,21
Compressibilidade total (c) 142 x 10 -6 cm2 /kgf
Raio do pop (rw) 0,125 m
Espessura da formaçao (h) 37 m
Utilizando o método de ajustamento corn curvas -tipo e o método convencional de análise, determine:
(a) O coeficiente de estocagem adimensional CD.
(b) A permeabilidade da formaçao.
(c) O fator de película s.
(d) A queda de pressao devida ao efeito de película.
(e) A razao de dano.
(f) O tempo para inicio da linha reta semilog.
(g) A inclinaçao da linha reta semilog.
So luçäo:
Utilizando os dados da Tabela 3.1 constrói -se inicialmente o gráfico log-log da Figura 3.7, para
análise pelo método de ajustamento corn curvas -tipo.
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98 Teste de Fluxo
000 000000 -
0 0
0
10 0
= o =_
-
-
-
, fim da estocagem pura
1
0.1
- / I 1
I\
1 1 1
reta de inclinacáo unitaria
1 1 1 I 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 11
_
0.01 0 1 1 10 100
t(h)
Figura 3.7 - Gráfico log -log dos dados do Exemplo 3.3.
(a) Coeficiente de estocagem adimensional
Observa-se na figura Figura 3.7 que os primeiros pontos estáo alinhados sobre urna linha reta de
45 °, indicando a presença de efeitos de estocagem dominantes. Tomando -se o par (t = 0,15 h; zp = 2,1
kgf/cm2) sobre essa reta, pode -se determinar o coeficiente de estocagem:
qBt _102,5x1,19x0'15=
0,363m3 /kgf /cm2
24ßp 24 x 2,1
0,363
CD =3,35 x 103 .
Esse valor estimado para a permeabilidade pode ser verificado através do ajustamento do tempo:
k_14,8x 73,35x103 = 49 md
103
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Teste de Fluxo 99
Observa -se que este valor está coerente corn aquele obtido anteriormente a partir do ajustamento da
pressáo, ou seja, embora diferente, está muito mais próximo daquele do que o valor de 14,8 md.
Para a análise pelo método convencional constrói -se o gráfico semilog da Figura 3.8, no qual se
observa a presença de urna reta após o desaparecimento dos efeitos de estocagem no poço, característica
do regime radial transiente. Dessa reta sao calculadas a inclinaçáo m = 3,30 kgflcm2 e a pressáo corres -
pondente ao tempo de 1 hora, ou seja, plh = 344,1 kgflcm2.
360
355 o
350
345
340
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100 Teste de Fluxo
mh 3,30 x37
O fator de película pode ser calculado como:
Clk
s =1,151 Pi -PI log 2
0,3514
m µctrw
s = 1,151+
358,6 - 344,1 log
0,0003484 x 39,8
0,3514 = -0,20 .
Vazáo real
Esquema
aproximado
0 t
Figura 3.9 - Aproximaçáo para um esquema de vazáo variável.
A produçáo com vazáo variável, no entanto, pode ser deliberada em algumas situaçóes. Como
exemplo pode -se citar o caso em que se deseja minimizar os efeitos de variaçáo do coeficiente de
estocagem do poço, conforme será discutido em um capítulo posterior.
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Teste de Fluxo 101
o q2
101
N
t2 t3
Tempo de fluxo
Figura 3.10 - Esquema de teste de fluxo corn vazöes múltiplas.
A pressào de fluxo em um poço sem estocagem, que produz corn vazáo constante de um reserva-
tório infinito, é dada pela expressáo:
qBµ Clk
PWf = P; - 1151C 2 log t+log / \ +0,3514+0,8686s (3.60)
kh (11-tcl r);
onde se admite que a aproximaçáo logarítmica seja válida para representar a soluçáo do modelo da
fonte linear. Definindo -se:
Clk
.37= log, + 0,3514+ 0,8686 s (3.61)
1)µc;W
p - pWf = m'[g1 log t + (g2 - g1) log(t - tl ) + (q3 - q2) log(t - t2) +... + (3.63)
+ (q -q-1) log(t -
ti-i)1+ m'qls
onde to = 0, qo = 0 e:
m'=1,151C2 (3.64)
h .
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102 Teste de Fluxo
pi - pwf
qj
-m
jt=1
91
q
g1-1
log(t -t1_1) + m's . (3.65)
A análise do teste é efetuada construindo-se o gráfico da Figura 3.11, onde o coeficiente angular é m' e
o coeficiente linear é:
b' = (3.66)
b"
Exemplo 3.4 - Os dados de vazao e de pressao da Tabela 3.2 referem-se a um teste de fluxo corn
vazöes múltiplas realizado em um poço vertical produtor de óleo.
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Teste de Fluxo 103
12 periodo j
de fluxo: = i; t = 3 h; pwf= 2.892 psi
Pi -Pwf P -Pwf 3.000 -2.892
= 0,2160 psi /STB /d
q q1 500
q1
- q0 log(t - to) = 500 0
log(3 -0) = 0,477
q1
.Î (t = 6) = ± - q1 q1-1
log(t -t1-1) _E [171 - 17" log(t -ti-1)J =
1=1 qi 1=1 q2
=
q1
- q0 log(t - to ) + g2 - q1 -
log(t t1) =
500-0
1.000
log(6 - 0) + 1.000-500
1.000
log(6 -3) = 0,628
q2 q2
32 período j
de fluxo: = 3; t = 9 h; pwf= 2.660 psi
Pi- Pwf _Pi- Pwf -
3.000 2.660
0,2267 psi/ STB / d
q1 q3 1.500
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104 Teste de Fuuxo
q1 - q° log(t - to ) + q2 q1
log(t -t1) + q3 q2
log(t - t2) =
q3 q3 q3
500 -0
log(9 - 0) + 1.000 - 500 log(9 - 3) + 1.500 -1.000 log(9 - 6) = 0,737
1.500 1.500 1.500
4
f(t=12)=E ql q1-1
log(t -t1-1) _E qt - ql 1
log(t -t1_1) = q1 - q° log(t - to) +
!=1 q! 1=1 q4 q4
+ q2 q1
log(t-t1)+ q3 - q2 log(t-t2)+ q4 - q3 log(t-t2)= 500 -0 log(12-0)+
q4 q4 q4 2.000
1.000 -500
log(12 - 3) + 1.500 -1.000 log(12 - 6) + 2.000 -1.5001og(12 - 9) = 0,822
2.000 2.000 2.000
Ì
A Figura 3.12 apresenta o gráfico de
Pt Pwf
versus f(t) = ql - q1-1 log(t - tl )
q j 1 q
A partir da reta ajustada aos pontos säo obtidos os coeficientes angular m' = 0,0432 psi / STB / d e
linear b' = 0,195 psi / STB / d.
0.24
0.24
0.23
0.23
MINIMMON1111111 MMMMM MMMMMMMMM MMMMMMMMM
0.22
0.22
MMMMMMMMMMMMMMMMMMMM MMMMM 11111111111MMEMO
0.21
0.21
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Teste de Fluxo 105
m 010432x015
,
b' Clk
s=1,151 - log 2\ 0,35141
m' Olt rw i
r
0195 0,0002637x339
s =1151x log 0,3514= -125
0,0432 0,22x1,0x21x10 -6 x(0,33)2
O método empregado na análise admite que o reservatório tenha se comportado como infinito du-
rante o teste. Isso pode ser verificado calculando -se o tempo necessário para o reservatório atingir o
regime pseudopermanente. De acordo corn a teoria apresentada no Capítulo 2 o regime pseudoperma-
nente ocorre, corn erro menor que 1%, para:
0,0002637ktpp 379 , 2 x 0 22 x 10 x 21 x 10 -6 x3.484.800
(tDA)pp > 0,10 > 0,10 = tpp > _ 18 h.
tA 339
Como a duraçáo do teste foi de 12 h, portanto menor que o tempo para atingir o regime pseudoperma-
nente, conclui -se que o método de análise foi corretamente aplicado.
q]
q2
0
0 t, t
At
0
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106 Teste de Fluxo
Figura 3.13 - Esquema de vazáo para o teste de fluxo corn vazáo dupla.
Aplicando o principio da superposiçáo de efeitos e admitindo que o reservatório se comporte co-
mo infinito, que o poço no apresente efeitos de estocagem e que a aproximaçáo logarítmica seja válida,
obtém -se a expressáo:
ou ainda,
log(ti +Otl q2
=pt -m'q1 log(At) -7n/q23- .
(3.70)
l of /J q1
Na Figura 3.14 é mostrada a análise gráfica do teste de fluxo corn vazáo dupla, Eq. (3.70).
pwfo
Pi
Figura 3.14
log(t' log
``
+at +qz
At q1
- Teste de fluxo corn duas vazbes - Método de Russel.
At
onde p1 é a pressáo de fluxo pwf tomada sobre a linha reta para At = 1 e (pwf) °r-o é a pressáo de fluxo no
instante da mudança de vazáo.
Neste tipo de teste é possível estimar a pressáo inicial do reservatório, em funçáo do coeficiente
linear (pwfo) da reta da Figura 3.14, que é a representaçáo gráfica da Eq. (3.70):
ou:
MI
Pi A lf (3.75)
ql
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Teste de Fuxo 107
onde a constante CA é denominada fator de geometria, sendo portanto urna funçáo da geometria do
sistema poço -reservatório. De acordo corn a teoria apresentada no Capítulo 2, a equaçáo da queda de
pressâo adimensional no poço para urn reservatório circular limitado que produz no regime de fluxo
pseudopermanente é:
3
pwD = 2TGtDA + In(reD ) - +s (3.77)
+s .
pwD = 2rrtDA +
2
ln
r z
+
21n(0,07102)
(3.79)
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108 Teste de Fluxo
A
Pwf
Ant
tga = -m*
Figura 3.15
0
- tPp
f=2r 1 tA ¡+
kh Clkt 2,2458)+s
C204 (Pi - Pw
(pi )
1
ln A+ -ln l (3.81)
C2 JIl 2 rw/ 2 ` CA
ou seja,
1/2
Definindo-se:
C2gBµ ln/2,2458A\1/2 +s
Pint= Pi (3.83)
kh CArw
m* = 2 ClC2gB
cßhctA
(3.84)
que é a equaçáo de urna linha reta. Portanto, o método de análise do teste de limite consiste em se
ajustar ulna linha reta sobre os dados de campo e determinar o seu coeficiente angular -m *. Assim, o
volume poroso é calculado a partir da Eq. (3.84):
Vp = $hA = 2 CiC24B
.
m et
(3.86)
O tempo necessário para que o reservatório atinja o regime pseudopermanente de produçáo é es-
timado através do inicio da linha reta cartesiana dos dados de campo na Figura 3.15). Desse modo, (t
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Teste de Fluxo 109
C1ktPP
(t DA) pp $é1Ctf1 (3.88)
ou
1,151 m*
(tDA)pp (3.89)
27G m tPP
Corn os valores de CA e (tDA)pp pode -se estimar a forma da área de drenagem do poço através da
comparaçáo corn os valores apresentados na tabela do Apéndice B.
Exemplo 3.5 - Um poço vertical produtor de óleo foi submetido a um teste de fluxo, procurando -se
obter urna vazáo constante ao redor de 63 m3 std/d. As pressóes foram registradas no fundo do poço e as
vazóes medidas em um separador. Os dados de pressáo e de vazáo estáo apresentados na Tabela 3.3.
t Pwf 4 t Pwf 9
(h) (kgf/cm2) (m3 std/d) (h) (kgf7cm2) (m3 std/d)
0 81,13 14 65,17 63,0
1 67,10 80,1 15 65,07 63,0
2 64,91 75,5 18 64,91 63,0
3 65,05 69,8 20 64,82 63,0
4 65,59 57,1 25 64,62 63,0
5 65,91 63,0 30 64,46 63,0
6 65,51 64,9 35 64,32 63,0
7 65,67 63,0 40 64,19 63,0
8 65,60 63,0 50 63,97 63,0
9 65,51 63,0 60 63,76 63,0
13 65,20 63,0
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110 Teste de Fluxo
Soluçáo:
(a) Permeabilidade da formaçáo
Na Figura 3.16 está mostrado o gráfico semilog dos dados de pressáo da Tabela 3.3. Observe que
os primeiros pontos foram desprezados ao se traçar a reta semilog, pois estáo influenciados pela varia-
çáo de vazáo.
68
o
67
66 o
o
o
o
63 Equaçáo da reta ajustada:
pWf= 67,410 - 1,987 log t
62
1 10 100
t(h)
Figura 3.16 - Gráfico semilog dos dados de pressáo do Exemplo 3.5.
Do gráfico da Figura 3.16 obtém-se para a inclinaçáo da reta semilog (período de fluxo transiente) o
valor de m= 1,987 kgflcm2, a partir do qual se calcula a permeabilidade:
011 19,03 x 63 x 1,243 x 3,93 = 86 md
k =1,151C2 -1151 x .
mh 1,987 x 39,6
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Teste de Flux° 111
68.0
------------------
--------------------
67.0 r7MM--------------
mmm imEmm
=-=:
Equaçzo da reta ajustada:
-
===== pf= 64,988 0,0203 t
-------------------
66.0
01111111EMII--------------
1-----------------
Ñ Illllll:ININIE11111111111.----11111111111111,111111,111111,-1.1-
1111111\.\111111111111111111111111
65.0 1111<1.11111111111111111,11,1111111111
+11
MMI\\INIII-----I-------
----li-------------
64.0
-----INEEMOI-----------
--1111---fOM----------
-----------MiMI--IIN---
-------------i----
---------------i--
-----III-I----------MIEM
----------------
------------------
63.0
62.0
0 10
MIMM 20 30 40 50 60 70 80 90 100
t(h)
=.
Figura 3.17 - Gráfico cartesiano dos dados de pressáo do Exemplo 3.5.
O volume poroso é dado por:
Vp =
CiC2gB
- 2 x 0,0003484 x19,03 x 63 x1,243 1,09 x 10
6
1113 .
TC x 39,6 x 0,205
0,0203
Como CA = 32,3 conclui -se que o reservatório aproxima-se de um círculo corn poço no centro, de
acordo corn a tabela do Apêndice B.
(f) Tempo para inicio do regime pseudopermanente (tpp)
Do gráfico cartesiano pfversus t (Figura 3.17) obtém -se: tpp - 40 h.
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112 Teste de Fluxo
onde Ynfinito e o valor de Y para o regime transiente, isto é, para o período em que o reservatório se
comporta como se fosse infinitamente extenso. Tomando -se o logaritmo decimal da Eq. (3.93):
Entáo, um gráfico de log -infinito contra log t deve resultar em urna linha reta com coeficiente angular
igual a -1, conforme ilustra a Figura 3.18. Deve -se mencionar que os valores de Ypodem ser calculados
numericamente a partir dos dados de pressáo versus tempo, utilizando -se o conceito de diferenças
finitas.
tw 45° (
o
logt
Figura 3.18 - Teste de limite de reservatório - Período transiente - Método de Park Jones.
Durante o período pseudopermanente o comportamento de um reservatório de geometria qual -
quer é dado pela Eq. (3.82). Derivando-se essa equaçáo em relaçáo ao tempo:
dpwf
2n/ C1C2gB (3.95)
dt clhctA l
A funçâo Yneste caso passa a ser:
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Teste de Fluxo 113
dp,vf l dt
Yfnito = 27c (C1 C2 B (3.96)
4hctA
onde Yfntto refere -se ao regime de fluxo estabilizado (pseudopermanente). A Figura 3.19 apresenta o
comportamento completo da funçáo Y, tanto para curto como para longo tempo.
log Y
log t
Figura 3.19 - Teste de limite de reservatório - Método de Park Jones.
O valor da permeabilidade é estimado tomando -se um ponto (t45. ,Y,450) sobre a reta de 45° da
Figura 3.19 e usando -se a Eq. (3.93):
1
=C241. (3.97)
2h t45°Y45°
O raio de investigaçáo ri de van Poollen (1964) é definido admitindo -se uma distribuiçáo de
presso pseudopermanente em um sistema circular de raio igual ao raio de investigaçáo, tal que:
infinito = Yfinito (3.98)
ou seja,
C2Bµ r, pe
1 - 2n ( (3.99)
2kh t cl)hctnri2
de onde se obtém:
C1kt
ri =2 . (3.100)
$Net
O valor máximo de rt, o qual será denominado de raio de drenagem rd, é alcançado quando o re-
servatório de fato atinge o regime pseudopermanente, o que corresponde ao tempo de estabilizaçáo test
indicado na Figura 3.19. Portanto:
21 Clktest
(3.101)
(Wuct
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114 Teste de Fluxo
Deve -se observar que o raio de investigaçáo aparente de Aronofsky & Jenkins (1954), apresenta-
do e discutido no Capítulo 2, também conhecido como raio de drenagem aparente de Aronofsky &
Jenkins, definido como:
Clkt
rdQ =1,50 (3.102)
eµCt
é mais conservador que o raio de investigaçáo de van Poollen, dado pela Eq. (3.100), pois para t = test
seria dado por:
sendo, portante, menor que o valor do raio de drenagem dado pela Eq. (3.101). Corrêa (1983) sugere,
no entanto, que o raio de investigaçáo de van Poollen seja utilizado para o cálculo de volume provado
de óleo a partir de análise de teste de pressáo.
O volume poroso é estimado usando -se o valor estabilizado da funçáo Y:
(
Vp = 2
C1CZB
(3.104)
CtYfinito
onde Swi é a saturaçáo inicial de Agua existente na zona de óleo do reservatório. Mesmo que durante o
teste náo seja atingido o regime pseudopermanente, o método de Park Jones permite a estimativa do
mínimo volume provado de óleo:
C1C2(1 -Swi)
Nmínimo = 2n ( 3.106 )
CtYmínimo
onde Yminimo é o menor valor da funçáo Y alcançado durante o teste, conforme mostrado na Figura 3.20.
log Y
log t
Figura 3.20 - Teste de limite de reservatório - Determinaçáo do mínimo volume provado de óleo.
Exemplo 3.6 - Utilizando os dados do Exemple 3.5 e o método de Park Jones, analise o teste determi-
nando:
(a) A permeabilidade da formaçáo.
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Teste de Fluxo 115
Y
t
Pu q
-dpwf Iat
(kgf lcm2,h1
(h) (kgflcm2) (m3 std/d) (kgf7cm2 / h)
m3 std /d
0 81,13 - - -
1 67,10 80,1 14,03 0,175
2 64,91 75,5 2,19 0,0290
3 65,05 69,8 -0,14 -0,00201
4 65,59 57,1 -0,54 -0,00946
5 65,91 63,0 -0,32 -0,00508
6 65,51 64,9 0,400 0,00616
7 65,67 63,0 -0,16 -0,00254
8 65,60 63,0 0,070 0,00111
9 65,51 63,0 0,090 0,00143
10 65,42 63,0 0,090 0,00143
11 65,34 63,0 0,080 0,00127
12 65,27 63,0 0,070 0,00111
13 65,20 63,0 0,070 0,00111
14 65,17 63,0 0,030 0,000476
15 65,07 63,0 0,100 0,001590
18 64,91 63,0 0,050 0,000847
20 64,82 63,0 0,045 0,000714
25 64,62 63,0 0,040 0,000635
30 64,46 63,0 0,032 0,000508
35 64,32 63,0 0,028 0,000444
40 64,19 63,0 0,026 0,000413
50 63,97 63,0 0,022 0,000349
60 63,76 63,0 0,021 0,000333
70 63,56 63,0 0,020 0,000317
80 63,37 63,0 0,019 0,000302
92 63,13 63,0 0,020 0,000317
Na Figura 3.21 apresenta -se o gráfico log -log da funçáo Y de Park Jones em funçáo do tempo de
teste.
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116 Teste de Fluxo
0.01
o
o
0.001
o
Yfrntto - 0,000312
o
test = 49 h
1E-4 I
10 100 1000
t (h)
Figura 3.21 - Gráfico log -log da funçáo Yde Park Jones - Exemplo 3.6.
(a) Permeabilidade da formaçáo
2h t 45° Y
45°
2x39,6 30x0,000508, '
Olict 0,205x3,93x147x10-6
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Teste de Fluxo 117
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118 Teste de Fluxo
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4.
TESTE DE CRESCIMENTO DE PRESSÁO
Um dos procedimentos técnicos mais difundidos para a avaliaçáo de formaçóes produtoras de
petróleo consiste no chamado teste de crescimento de pressáo, muitas vezes denominado simplesmente
como teste de crescimento (buildup test na literatura em inglés). Esse teste baseia -se no registro conti-
nuo das pressòes de fundo, após o fechamento de um poço que tenha estado produzindo por um deter-
minado período, conforme ilustrado na Figura 4.1. Denomina -se pwf a pressáo no poço durante o
período de fluxo, pws a pressáo durante o período de fechamento, pwffa última pressáo de fluxo, isto é, a
pressáo de fluxo no instante em que o poço é fechado para o crescimento de pressáo, tp o tempo de
produçáo (ou de fluxo) e Ot o período de tempo medido a partir do momento em que o poço é fechado.
Presso
Pws
Pxf
Puff
o
o tp Tempo
Vazáo
o
o Tempo
Quando bem realizado, um teste de crescimento de pressáo pode fornecer informaçóes a respeito
do sistema poço- formaçáo, tais como: permeabilidade efetiva do meio poroso ao fluido produzido,
indicaçao de dano ou estímulo da formaçáo e pressáo média na regido drenada pelo poço.
Embora seja possivel a análise de um teste de crescimento de pressáo antecedido de vazáo de
produçáo variável, a análise do teste flea bastante simplificada quando se produz o poço corn vazáo
constante antes do fechamento. A análise de testes de crescimento de pressáo pode ser feita utilizando -
se tanto o método de ajustamento corn curvas -tipo como os chamados métodos convencionais.
Neste capítulo serán considerados somente os casos em que, durante o período de crescimento de
pressáo, também chamado de período de fechamento ou período de estática, o reservatório se comporta
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120 Teste de Crescimento de Press5o
como radial infinito, ou seja, em que o regime é o radial transiente. Efeitos de limites, tais como limites
externos selados em diferentes geometrias, pressáo constante em um ou mais dos limites externos,
presença de falhas e barreiras etc., bem como efeitos das condiçóes de poço, como a presença de
fraturas hidráulicas artificiais, e análise de testes em poços horizontais, serán abordados em outros
capítulos.
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Teste de Crescimento de Press5o 121
kh ¡
(4.5)
lPi -Pwff)=PwD(tpD)
C29,B!!
onde Pwf é a última presso de fluxo ou a primeira do fechamento, isto é, pwff = pws (At = 0). Subtraindo
(4.3) de (4.5) obtém-se:
kh ¡
Observa -se entáo que, no caso de um teste de crescimento, a queda de pressáo adimensional no pop a
ser utilizada na análise é definida em termos da diferença entre a pressáo no pop durante a estática
(pws) e a pressáo de fluxo no instante do fechamento (Pwff ), diferentemente da definiçáo usada normal-
mente, em que a queda de pressáo adimensional é proporcional à diferença entre a pressáo inicial do
reservatório (p) e a pressáo em qualquer instante. Pode -se entáo definir a queda de pressáo a ser usada
na análise de teste de crescimento como sendo:
(4.8)
APwBU(At) = Pws (At) - Pwff
ou, simplesmente:
(4.9)
APwBU(At) =Pws -Pwff
Em termos dimensionais, a equaçáo generalizada do crescimento (buildup), Eq. (4.6), pode ser escrita
como:
APwBU = (Pi - Pwff ) - [pi - Pwf (tp + At)]+ [pi - Pwf (At)] (4.10)
APwf (tp)- Apwf(tp + At) +Apwf(At).
A Figura 4.2 apresenta urna interpretaçáo gráfica para o crescimento de pressáo. As linhas chei-
as correspondem aos valores observados durante o teste, enquanto a linha tracejada corresponde à
pressáo de fluxo no poço caso o mesmo náo tivesse sido fechado.
Caso a linha tracejada da Figura 4.2 pudesse ser prevista corn precisáo, a análise do período de
crescimento deveria utilizar como dados de pressáo as diferenças entre as pressées do periodo de
fechamento (p,), dadas pela linha cheia, e as pressées de fluxo extrapoladas (pwfextrapolada), dadas pela
linha tracejada. Essa diferença poderia ser denominada como Apwf(At) = Pws -Pwf extrapolada , ou simples
mente (Apwf )extrapolado , e corresponderia exatamente ao comportamento da queda de pressáo no pop
durante um fluxo com vazáo constante q, a partir da situaçáo inicial (pressáo inicial do reservatório
igual apt). Pode -se dizer, entáo, que analisar o periodo de crescimento equivaleria a analisar um período
de fluxo equivalente, desde que fossem consideradas como quedas de pressáo os valores de (Ap,,f
)extrapolado Esse processo corresponderia ao uso da chamada desuperposiçao de efeitos, tendo em vista
que o cálculo dos valores de (Ap f)extraporado significa desuperpor o efeito da vazáo negativa -q (desde At
= 0) do efeito total causado pelas vazées +q (desde t = 0) e -q. Em outras palavras, caso fossem adi-
mensionalizados, os valores de (Apwf)extrapoado corresponderiam ao termopwD (AtD) das Eqs. (4.3) e (4.6).
Ocorre que esses valores extrapolados em geral nao estáo disponíveis. Por esse motivo costuma -se
utilizar, como queda de pressáo, o que foi denominado ApwBu(At), que de acordo corn a Eq. (4.8) é dada
pela diferença entre a pressáo durante a estática e a última pressáo de fluxo.
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122 Teste de Crescimento de Pressáo
APwr Rw.s
Apf (tp)
PSuBU
APuf (t1,+At)
11
,_.
(At)
L .
' Alf extrapolado
o
tp
0 At
As áreas hachuradas na Figura 4.3 representam as diferenças (ou os erros) entre os valores de
para dois tempos de produçáo distintos, tpl e tp2. Observe que o ApwBU pode ser
ApwBU e (APwf )extrapolado,
uma boa aproximaçáo do (Apwf )extrapolado no caso de os tempos de produçáo serem suficientemente
Tongos. Na verdad,, ApwBU seria exatamente igual ao (Apwf)extrapolado caso o poço estivesse no regime
permanente no instante do seu fechamento. Entretanto, como ilustra a Figura 4.3, para tempos de
produçáo relativamente pequenos, a diferença entre esses valores é significativa. Portanto, ApwBU (At)
versus At pode ser analisado como se fosse um fluxo apenas no caso de tp At . »
PwA
Pf
(APw,f)extrapofada
P,,wfl (AP')extrapolado
0
tp t
l P2
PwD (tpD) - PwD [(t + MD] é pequeno em comparaçáo corn pWD (AtD) e pode ser desprezado na Eq.
(4.6). Corn esta hipótese, a equaçáo do crescimento de pressáo simplifica -se para:
kh ¡
ws Pw.f.f )-PwD(AtD)
(4.11)
C2gBla
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Teste de Crescimento de Pressáo 123
Por outro lado, conforme apresentado no Capítulo 2, a equaçáo do fluxo pode ser escrita como:
kh
(4.12)
C2qBll"i -Pw,f)=PwD(tD)-
Comparando as Eqs. (4.11) e (4.12) conclui -se que, caso as hipóteses simplificadoras aplicadas à Eq.
(4.6) sejam obedecidas, os gráficos de ApwBU versus At e de 4p,,r versus t seráo equivalentes. Assim,
poder -se -á construir um gráfico log-log de ApwBU versus At e ajustar sobre as curvas -tipo desenvolvidas
para fluxo.
Vale observar que a Eq. (4.11) ignora a influencia do termo pwD (tPD) - pwD [(t + At)D ] Esta é
.
a razáo pela qual os dados do crescimento de pressáo (buildup) divergiráo da soluçáo de fluxo para
valores de tempo (At) suficientemente grandes. Esta diferença é referida como efeito do tempo de
produçáo.
Em resumo, a análise de um teste de crescimento pode ser feita usando -se as curvas -tipo desen-
volvidas para fluxo, mas o erro cometido depende da relaçáo 4t/tp. Além disso, para limitar o erro a um
determinado valor, quanto maior for o tempo de teste (At), maior também deverá ter sido o tempo de
produçáo antes do fechamento (tp). Portanto, as diferenças entre as duas curvas seráo tanto maiores
quanto menores forem os tempos de produçáo. Como mostrado na Figura 4.4, para um mesmo valor do
produto CDe2s, a curva-tipo para crescimento de pressáo (estática) apresenta valores menores de queda
de pressáo adimensional (também chamada simplesmente de pressáo adimensional) que a curva -tipo
desenvolvida para fluxo. O inicio da divergencia entre as curvas dar-se -á para valores de tempo
(AtD/CD) suficientemente grandes.
.....
=2:::::
Fluxo
O Estática
a diferença é devida ao
efeito do tempo de produçáo
tDICD OU otDICD
Figura 4.4 - Comparaçáo entre as curvas -tipo de fluxo e de estática para um dado tempo de produçáo e
um mesmo valor de CDe2s.
O procedimento padráo para tentar corrigir os efeitos do tempo de produçáo é o uso do tempo
equivalente de Agarwal (1980). Nesse trabalho foi apresentado um método de análise de teste de
crescimento que considera os efeitos do tempo de produçáo. Esse método, inicialmente desenvolvido
como sendo um método convencional de análise, propicia também um tratamento adequado para a
análise por ajustamento com curvas -tipo. Isto porque, conforme foi discutido anteriormente, o uso de
curvas -tipo desenvolvidas para fluxo na análise de testes de crescimento pode induzir a erros considerá-
veis nos resultados.
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124 Teste de Crescimento de Pressáo
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Teste de Crescimento de Pressäo 125
É interessante observar que, para um dado At, em vez de tentar corrigir o valor do ApwBU corres -
pondente, Agarwal propôs manter ApwBU e corrigir At, de forma que ApwBU versus Ate seja equivalente à
curva de fluxo. Um inconveniente desta metodologia é que o tempo equivalente (Ate) pode ser bem
menor que o tempo real de fechamento (At), podendo dificultar a ajustagem nas curvas -tipo. Em termos
dimensionais, o tempo equivalente de Agarwal (Ate) é dado por:
tpAt 1
Ate = _ (4.21)
tp + At 1 1
tp At
Observe que o maior valor de Ate é tp, isto é, quando At -> oo, Ate -> tp.
Deve -se salientar que ao desenvolver o seu método, Agarwal considerou que o sistema poço-
reservatório se comporta no regime radial transiente. Nos casos em que esta hipótese náo seja válida,
por exemplo, poço fechado durante o período de estocagem ou sistema sujeito a efeitos de barreiras
próximas ou limites do reservatório, o método de Agarwal pode nao funcionar, isto é, nestes casos nao
há a garantia de que ApwBU versus Ate seja equivalente à curva de fluxo. Independentemente disto, na
prática o método de Agarwal tern sido utilizado como opçäo, mesmo em outras geometrias e em outros
regimes de fluxo que nao sej am o regime radial transiente.
Para a análise dos dados de derivada, considere a substituiçáo das definiçóes das Eqs. (4.19) e
(4.16) na Eq. (4.17), obtendo -se:
r -
1 tpDAtD 1 tpDAtD
pwDBU (AtD ) = 2 ln +0,80907+s = ln + 0,80907 + s (4.22)
2 tpD +AtD
t + At)D
ou:
dpwDBU (AtD) CD 1 1
=CD tpD
(4.25)
d (AtD l CD) 2 AtD tpD + AtD 2 (tpD + AtD )AtD
C tpD
pwDBU(AtD)= (4.27)
2 (tpD + AtD )AtD
ou:
8
Vide Capítulos 2 e 3.
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126 Teste de Crescimento de Pressáo
tpD +
tpD
OtD\i
CD
r
JPWDBU (Ot ) = - 1
2
(4.28)
A expressao do lado esquerdo da Eq. (4.28) é denominada grupo -derivada do crescimento de pressáo
ou da estática.
De acordo corn o desenvolvimento apresentado nos Capítulos 2 e 3, no longo tempo (regime
radial transiente) o grupo-derivada para um teste de fluxo era dado por:
r
tD 1
PwD(tD) =- .
(4.29)
\ CD 2
Pelo fato de pwDBU versus AteD ser equivalente a um fluxo, o grupo- derivada adimensional da estática,
em analogia à Eq. (4.29), pode também, alternativamente, ser escrito como:
(
OteD ll , 1
(4.30)
JPwBUD(AteD)= 2
onde:
(At eD )
PwDBU (AteD ) - dPwDBU
d(OteD lCD)
(4.31)
Pode -se mostrar que as Eqs. (4.30) e (4.28) sao equivalentes. Basta substituir a definiça de AteD,
dada pela Eq. (4.16), na Eq. (4.30). Assim, como no caso de um teste de fluxo as curvas -tipo do grupo -
j
derivada sao curvas log-log de (tD / CD) pwD (tD) versus (tD /CD), conclui -se que no caso de um teste de
crescimento as curvas -tipo devem ser curvas log-log de:
I tpD At /
\ (AtD I (AteD
At \ (4.32)
PwDBU (AtD) versus
tpD \ CD /
ou, equivalentemente:
i
v C PwBUD(AteD) versus
CtD
(4.33)
Portanto, em termos de variáveis dimensionais, a análise por curva-tipo dos dados de campo de um teste
de crescimento deve ser feita ajustando -se, as curvas -tipo de fluxo, os pontos de pressao e grupo -
derivada, colocados em urna escala log -log, isto é:
APwsU = Pws -Pwff versus Ate. (4.34)
e
[(t + At) / t ] At pws (At) versus Ate ou Ate pis (Ate) versus Ate (4.35)
respectivamente, onde:
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Teste de Crescimento de Pressáo 127
fri
Pws - Pwff = log te + log( C + 0,3514 + 0,8686s (4.39)
rl+ /
onde o tempo equivalente generalizado de Agarwal é definido por:
-
N
Lígi-gi i)gN ,T( tp +Atqv
t p- t + At
te = (4.40)
11=11
j=i
O símbolo grego nesta equaçáo representa o produtório. Como era de se esperar, quando a vazao é
constante durante o período que antecede o fechamento do poço, o tempo equivalente generalizado de
Agarwal, tef simplifica -se para a definiçao do tempo equivalente Ate, dado pela Eq. (4.21).
Observe que a Eq. (4.39) é equivalente à equaçao de teste de fluxo corn vazao constante (neste
caso qN) em um reservatório infinito9. Portanto, em analogia ao que já foi discutido nesta seçao, a
análise por curva -tipo dos dados de campo de um teste de crescimento precedido de vazòes múltiplas
deve ser feita ajustando -se, As curvas -tipo de fluxo, os pontos de pressao e grupo-derivada, colocados
em ulna escala log-log, representados, respectivamente, por:
ApwsU = Pws - pwff versus te . (4.41)
e
to px (te) versus to .
(4.42)
onde:
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128 Teste de Crescimento de Pressäo
podem ser mencionados o método de Homer e o método de Agarwal, bem como métodos, derivados
desses dois, usados também para a estimativa da pressáo média na área de influência de um poço.
Fazendo 4 = tpD + OtD -ti e d1 _ - di, a Eq. (4.46) pode ser escrita como:
WI)
aPwCD(4)
+OtD)=- (4.47)
PwD(tpD
I pD +Ot D a 074
cujo resultado é:
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Teste de Crescimento de Pressäo 129
onde se admite o modelo da fonte linear e que sej a válida a aproximaçao logarítmica para a soluçao
desse modelo10. Empregando a Eq. (4.49) na Eq. (4.44) obtém -se:
onde p,s representa a pressao no poco no instante At após o seu fechamento. Rigorosamente, a permea-
bilidade que aparece na Eq. (4.52) deveria ser representada pelo símbolo k«f já que é a permeabilidade
efetiva ao fluido produzido. Por simplicidade de notaçao, porém, será usado o símbolo k, mas o analista
deve estar atento para o fato de que o valor calculado deve ser reportado como sendo a permeabilidade
efetiva, e nao a permeabilidade absoluta da rocha. Portanto, a estimativa da permeabilidade absoluta
deve ser feita usando -se dados de permeabilidade relativa do reservatório em questao.
Observa -se também que na Eq. (4.52) nao aparece o fator de película s, que foi cancelado após
a aplicaçao do principio da superposiçao de efeitos. Isso se deve ao fato de que os dois termos da
superposiçao contêm o fator de película, mas têm sinais opostos. Fisicamente, o desaparecimento do
fator de película na equaçao final da superposiçao, que representa o comportamento da pressáo durante
o teste de crescimento, é explicado pelo fato de que, em nao havendo mais efeitos de estocagem, nao há
mais fluxo do reservatório para o interior do poco, ou seja, o fluxo continua ocorrendo somente no
interior do reservatório. Como o modelo matemático considerado admite que o efeito de película ocorra
somente na parede do poco, nao havendo fluxo nesse ponto nao haverá efeito do fator de película sobre
o comportamento de pressao no poco.
A Eq. (4.52) também pode ser escrita na forma:
p +Otl
Pws = P, -m log J (4.53)
Ct 4t
onde:
gBµ (4.54)
m =1,151C2
kh
De acordo corn a Eq. (4.53), um gráfico de Pws versus log [(tp +4t) /At] deve resultar em urna li-
nha reta corn coeficiente angular igual a -m. Portanto, o método de Homer consiste em se ajustar urna
linha reta aos dados de pressáo colocados em um gráfico contra os valores de log[(tp +At) /At] e se
determinar a inclinaçao -m dessa reta. Assim, a transmissibilidade é calculada a partir da Eq. (4.54):
kh
1,151C2 B (4.55)
µ m
Quando sao conhecidas a espessura permeável e a viscosidade do fluido produzido em condiçóes de
reservatório, a permeabilidade efetiva da formaçao a esse fluido é calculada por:
k = 1,151C2 qB t (4.56)
mh
Embora esteja sendo representada pelo símbolo k, a permeabilidade calculada através da Eq.
(4.56) é, conforme mencionado no parágrafo anterior e já discutido no Capítulo 3, na verdade a perme-
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130 Teste de Crescimento de Pressáo
abilidade efetiva do meio poroso ao fluido que está sendo produzido. No caso de fluxo de óleo, por
exemplo, deveria ser representada por ka em vez de k. Portanto, o cálculo da permeabilidade absoluta
deve ser feito posteriormente levando -se em conta dados de permeabilidade relativa.
Um gráfico de Horner típico é apresentado na Figura 4.5, onde p# é a chamada pressáo extrapo-
lada. Como se pode observar, à medida que o tempo passa (At crescente), a relaçáo (tp+At) /At diminui.
Os primeiros pontos do gráfico sao influenciados pelos efeitos de estocagem e geralmente ficam
desviados da linha reta.
0 1 2 3 4 J
log(
tP +At
At
l)
Figura 4.5 - Gráfico de Homer típico.
Assim, a pressáo extrapolada para (tp+At)lAt = 1, representada na Figura 4.5 por p ", deverá ser igual à
pressáo inicial p; sempre que o reservatório se comportar como infinito, isto é, quando os limites do
reservatório nao tiverem sido atingidos, quer durante o período de fluxo, quer durante o período de
fechamento.
Quando o gráfico de Horner é aplicado para reservatórios que estej am produzindo por um tem-
po relativamente longo, isto é, quando os limites externos do reservatório já tiverem se manifestado, a
pressáo extrapolada p* é utilizada no cálculo da pressáo média na regiáo drenada pelo pop. Para esse
caso, Horner recomenda que o tempo de produçáo seja calculado pela expressáo:
NP
tP = (4.59)
Ìestabilizada
onde Np representa a produçáo acumulada do pop até o instante do fechamento e gestabnrzada a vazáo
estabilizada imediatamente antes do fechamento, ambas medidas em condiçóes- padráo.
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Teste de Crescimento de Press5o 131
O fator de película pode ser determinado a partir da presso de fluxo no instante do fechamen-
to, cuja equaçáo para o caso de reservatório infinito éll:
kh 11n(4tPD
(Pi -Pwff) +s (4.60)
2 eY
C,29B1,
onde p,vf é a última presso de fluxo antes do fechamento, enquanto a pressáo de fundo em um instante
qualquer após o fechamento é dada pela Eq. (4.52). Eliminando -se p; das Eqs. (4.52) e (4.60) resulta
em:
kh \ rt +Ate
- Pwff - 2 ln +s (4.61)
C4te
(Pws .
D lnll p At
Para efeito de simplificaçáo toma -se At = 1 e o corresponderte valor de pressáo, denominado pi, sobre a
linha reta do gráfico de Horner. Usando a definiçáo de tempo adimensional, o logaritmo na base 10 em
vez do logaritmo neperiano, a definiçáo de m, de acordo com a Eq. (4.54), substituindo o valor da
constante y e explicitando o valor de s na Eq. (4.61), obtém -se:
s =1,151
Pl - Pwff log(Clri /rW) + log/
tP +1
0,3514 (4.62)
m tp
onde ti = k /(Opct) é a constante de difusividade hidráulica. Quando tp » 1, a Eq. (4.62) simplifica -se
para:
Pwff
s=1,151 Pl log(Clrl / r,v )- 0,3514] (4.63)
que é a expressáo normalmente utilizada para se determinar o fator de película a partir de testes de
crescimento de pressáo. A queda de pressáo devida ao efeito de película é calculada por:
Aps = 0,8686ms (4.64)
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132 Teste de Crescimento de Pressäo
tp+At 1
2
reD y(
2
reD
Pws =Pi- 111
og
At + 2,303
Y
4(tp +Ot)D 4tD
(4.68)
P
+At \
y
r 2
reD
Pws =Pr -m + 1 (4.69)
At 2,303 \4tpD)
o que demonstra que um gráfico de Pws versus log [(tp+At)lAt] deverá produzir urna linha reta corn
inclinaçáo -m. A extrapolaçáo para log [(tp +At)/At] = 0 determina urna pressáo falsa p` e a Eq. (4.69) se
torna:
2
eD (4.70)
P = Pi Y
2,303 4tpD
Urna vez conhecida a pressáo inicial p;, determina -se o valor da funçáo Y e, de urn gráfico ou tabela
dessa funçáo, obtém-se o argumento da funçáo Y, que num sistema compativel de unidades é:
2 2
re
reD = (4.71)
4tpD 4rltp
A pressáo média na regido drenada pelo poço é determinada a partir de um balanço de materi-
ais:
/4,Ot;
= Pi (4.72)
2,303 re
onde é utilizado também um sistema de unidades compatíveis. Portanto, o método consiste em se
colocar em gráfico Pws versus log [(tp+At) /At] e determinar os valores de p` e m. Conhecendo -se p,
encontra -se eD / 4tpD através da Eq. (4.70) e de um gráfico da funçáo Y. Finalmente, a pressáo média
na área drenada pelo poço é calculada pela Eq. (4.72).
Em dezembro de 1971, Ramey & Cobb apresentaram um trabalho sobre crescimento de pressáo
que resumia e colocava sob urn novo enfoque as teorias utilizadas pelos técnicos até entáo. Nesse artigo
foi mostrado que o gráfico de Horner apresenta um trecho reto maior que qualquer outro método
estudado. Verificou -se também que o final da linha reta semilog é urna funçáo bastante acentuada do
tempo de produçáo antes do fechamento do poço. Para o caso de um poço que produz do centro de urn
quadrado fechado, essas conclusóes sac) apresentadas pela Figura 4.6.
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Teste de Crescimento de Pressáo 133
tam
_
Ata,0.1 axle~ To 0.04
t+ t,Ctw 0.0. -
At A
0.1
TOP OF STRAIGHT 01
LINE
0.4
I I
t + At
At
Figura 4.6 - -
Gráfico de Homer generalizado Poço no centro de um quadrado fechado. Reproduzida
de Ramey, H. J., Jr. & Cobb, W. M., A general pressure buildup theory for a well in a closed drainage
area, J. Pet. Tech., 1493 -1505, Dec., Copyright © 1971, corn permissao de SPE-AIME.
Urna análise criteriosa dessa figura indica que a pressao média na regiao drenada pelo poço é
alcançada para um tempo de fechamento &DA = 0,1. Note -se que para um poço no centro de um qua -
drado fechado o regime pseudopermanente é atingido para um tempo de produçao tDA = 0,1, fato este
que associado ao principio da superposiçáo confirma a conclusao anterior. Para tempos de produçao
menores que tDA = 0,06 o comportamento de reservatório limitado nao deverá ser observado, por maior
que seja o tempo de fechamento.
A Eq. (4.72) é aplicável a qualquer geometria e sua forma generalizada é:
kh
C2gBg(pi -p)= 2lttpDA (4.73)
Esta equaçáo será a base para o cálculo da pressao média a partir da pressáo extrapolada pelo método de
Homer, como será visto na próxima seçao.
Em 1974, Cobb & Smith apresentaram um artigo que estendia o escopo do artigo de Ramey &
Cobb (1971) para várias geometrias. De urna maneira geral, as conclusóes iniciais foram confirmadas,
isto é, o método de Homer é o que produz o maior trecho reto na análise de crescimento de pressáo e o
comprimento desse trecho linear é urna funçao do tempo de produçáo.
Pelo exposto até agora, está claro que o método de Homer é tuna ferramenta de importância
capital na análise de testes de crescimento de pressáo e, sempre que possível, deverá ser utilizado.
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134 Teste de Crescimento de Pressäo
Pode -se mostrar, de urna maneira simples, que nao há necessidade de se estar produzindo em
regime estabilizado (permanente ou pseudopermanente) para se aplicar o gráfico de MDH, como é
chamado o gráficopN versus log At.
Durante o período de crescimento de pressáo, a aplicaçáo do principio da superposiçáo fornece
a equaçao da pressáo no pop:
kh
C,201.1(Pt -Pws)= PwD((tP +4t)D]- PwD(AtD) (4.74)
Quando o período de produçao é muito grande em relaçao ao tempo de fechamento, tern-se que:
(4.75)
PwD ktp +G1t)D ]= PwD (tpD )
Deste modo, para tp » At, a Eq. (4.74) flea simplificada para:
kh
C2 qBg
(pi - Pws) = PwD (tpD) - PWD (At D) (4.76)
Para tempos de fechamento nao muito longos, a aproximaçao logarítmica deve ser utilizada pa-
ra representar o último termo do membro direito da Eq. (4.76), ou seja, o comportamento de reservató-
rio infinito é admitido após o fechamento:
40tD
pwD(OtD)=lri y
j+S. (4.77)
C
ou, substituindo a definiçáo de tempo adimensional no termo logarítmico, usando o logaritmo na base
10 em vez do neperiano e rearranjando os termos:
C2qB11 4Clk
Pws = p; -1,151 0,8686pwD (tpD) - log 0,8686 s +1,151 CC2:111C2:111311
log At . (4.79)
kh ey f tet rW
onde:
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Teste de Crescimento de Pressáo 135
Um gráfico típico de MDH é mostrado na Figura 4.7. Note que, conforme definido anterior-
mente, a pressáo pi deve ser tomada sobre o trecho reto, para At = 1, já que os pontos iniciais podem
estar influenciados por efeitos de estocagem, náo se configurando ainda a linha reta. Conclui -se também
que, conforme mencionado anteriormente, uma linha reta será obtida, independentemente do regime de
fluxo que ocorria no instante em que o pop foi fechado, já que o termo pwD(tpD) é urna constante,
independentemente de como é calculado.
tga=m
pl
Limites do
reservatório
Desvio devido à
estocagem
At
Figura 4.7 - Gráfico de MDH típico.
Para o cálculo do fator de película, toma -se a equaçáo da presso no instante do fechamento,
admitindo, para efeito de simplificaçáo, que o reservatório se comporte como infinito:
kh 1 pD
PwD(tpD)= Cz9Bµ (pi -Pwf =Zln +s (4.84)
el(
onde pwff é a última pressáo de fluxo antes do fechamento. Por outro lado, durante o fechamento o
comportamento da pressáo é dado pela Eq. (4.78), que também pode ser escrita como:
ou ainda:
i
k
C2q µ
(Pt -Pws) = 2 1n
(
4eD
J
ln é 1 w
10). (4.86)
Finalmente, subtraindo a Eq. (4.84) da Eq. (4.87), usando o logaritmo na base 10, empregando
e r w
(4.87)
a
definiçáo de m e explicitando s:
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136 Teste de Crescimento de Pressäo
A queda de pressao devida ao efeito de película e o raio efetivo do poço sao calculados pelas
Eqs. (4.64) e (4.65), respectivamente.
onde:
tPDAtD
AteD - (4.91)
(ti + At) D
Em termos de variáveis reais a Eq. (4.90) passa a ser escrita na forma:
C1k2
Pws(tt +At)= pws(At =O) +m log Ate +log +0,3514 +0,8686s (4.92)
\4) trw
ou, simplesmente:
Ctk (4.93)
Pws (At) = pwJf + m logAte + log + 0,3514 + 0,8686s
OPetrw
onde:
gBµ (4.94)
m =1,151C2
kh
e
tP At 1
Ate
=tp +At 1 1 (4.95)
tp At
Portanto, um gráfico de pws versus log Ate deverá resultar em urna linha reta com inclinaçao m, a partir
da qual se estima a permeabilidade. Da Eq. (4.93) obtém -se a seguinte expressao para calcular o fator
de película:
onde tl = k /(ßµc,) é a constante de difusividade hidráulica. O valor de pi deverá ser lido sobre a linha
reta semilog para Ate =1.
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Teste de Crescimento de Pressäo 137
Para um tempo de fechamento infinito, Ate -> tp. Assim, a pressáo extrapolada para Ate =tp, so-
bre a linha reta semilog, denominada p *, será igual à pressáo inicial p, sempre que o reservatório se
comportar como infinito, isto é, quando os limites do reservatório nao tiverem sido atingidos, quer
durante o período de fluxo, quer durante o período de fechamento.
Observe que quando tp »
At, Ate At. Neste sentido, pode -se entender o método de MDH co-
mo Bendo um caso particular do método de Agarwal.
No trabalho de Agarwal (1980) é apresentada também a extensäo do método para a análise
convencional de outros tipos de teste, como, por exemplo, o teste de fluxo com vazöes múltiplas (veja a
Seçáo 4.2.5 deste capítulo). Ainda segundo Agarwal, o método do ajustamento de curvas -tipo aos dados
de pressào também pode ser aplicado normalmente usando -se as curvas de Agarwal et alii (1970),
Gringarten et alii (1979) ou qualquer outra, desde que se utilize o tempo efetivo ou equivalente Ate e
que os efeitos de estocagem já tenham desaparecido durante o período de fluxo, conforme já foi discuti-
do na Seçáo 4.1 deste capítulo.
É possível provar que o método de Agarwal vale para qualquer tempo de produç io, inclusive
quando o reservatório já vinha produzindo em um regime estabilizado ( pseudopermanente) antes do
fechamento. Considere a equaçáo generalizada do crescimento de presso (buildup), Eq. (4.13):
kh Irp
t + At)-
C,ZqBIYws(p t + At )DJl+ PWD( At D)
ll
) PwffJ -PWD( t pD)- PwDL(p
rr
( 4.97 )
ou:
(4.98)
PWDBU (AtD) = PWD (tpD) -PwD [(tp + At)D +PwD (At D).
Admitindo comportamento de reservatório infinito para representar o termo p,wD (AtD), empregando a
aproximaçáo logarítmica, ou seja,
r 4AtD
PwD(AtD)= ln +s (4.99)
r /
e substituindo na Eq. (4.98), obtém-se:
+
2
ln(t + At)D - 2
ln(t + At)D 1+s
2)
(
PwDBU(AtD)=PwD(tpD)-PwDL(tp+At)D+ln é +Zln
¡r
1 At
+21n(tp+At)D]+s (4.10
t
p iD 3)
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138 Teste de Crescimento de Pressáo
PwDBU(AtD)- +s (4.108)
2 e (ttp+At)D
P
(
PwDBU (Atop) = 21nI 4AD +s . (4.109)
A Eq. (4.109) é idéntica à Eq. (4.20), desenvolvida para comportamento de reservatório infinito, o que
mostra a validade do método de Agarwal para qualquer tempo de produçáo.
o qN
N
q=0
I I I IF At->
ti 1, tN_1 1N
Tempo, t
Figura 4.8 - Esquema de vazáo variável antes do período de estática de um teste de pressáo.
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Teste de Crescimento de Pressáo 139
Admitindo comportamento de reservatório infinito, cuja soluçáo para a queda de pressáo adi-
mensional é representada pela expressáo12:
PwD (tD ) =
1
2
D)1+s
lnl 4
e
(4.110)
onde:
m =1,151 , (4.112)
CZ JNBµ
kh
Como tN = tp, a Eq. (4.111) pode também ser escrita como:
N (
+At\
log tp -t1
qJ
Pws(Ot)= pi -mE -1 (4.113)
J =1 qN
tP - t J + At
N t t +At\
E qN-log \ tp -t J
qJ
Portanto, um gráfico de Ay, versus 1 resulta em uma linha reta com coeficien-
1 =1
dt i
te angular -m, a partir do qual se pode estimar a permeabilidade da forma ao:
-0,3514 (4.116)
m J_1 qN \
rw
/
Caso os limites do reservatório tenham sido alcançados durante o teste, o cálculo do fator de película é
dado por:
s=1,151P-Pwff
m
IN
J=1
i
qJ
qN
log(tp - t J_1) - log C1r1
2
rw
-0,3514 (4.117)
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140 Teste de Crescimento de Pressâo
onde p* é a pressáo extrapolada, isto é, a pressáo extrapolada da linha reta para = 0, no gráfico de p,s
versus Z.
Como um exemplo de aplicaçáo, o método de Horner corn superposiçao de efeitos poderia ser
usado na análise de um teste de formaçáo em poço nao- surgente. Neste caso, as vagies durante o
período de fluxo (slug test) poderiam ser calculadas, em funçáo do crescimento de coluna, pela expres-
sáo:
-tj-3(g'-gj-1)igN]-log/p -t1
N +OtgN
pws - pwff = mE log(tp
tp -tj+Ot
j=1
(4.119)
j=1
N
J i
1
tp-tj-l+AtgN
tp -t +Ot
q.,
(4.121)
C121
+ m log +0,3514+0,868 s
\ Yw
ou, simplesmente:
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Teste de Crescimento de Pressáo 141
te =
(N
tP -ti l (gi-gi-i)/qN1
(tp -t-1 +Ot qf
qN
(4.123)
1! \ tP - ti + At
i=1 i=1
e o símbolo grego nesta equaçáo representa o produtório. Portanto, um gráfico de pws versus log te
deverá resultar em uma linha reta corn inclinaçáo in, a partir da qual se estima a permeabilidade. Da Eq.
(4.122) obtém-se a seguinte para calcular o fator de película:
s = 1,151[
Pi - Pwff log(C1rl / rw) - 0,3514]J
onde o valor de pi deverá ser lido sobre a linha reta semilog para te =1.
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142 Teste de Crescimento de Pressáo
Exemplo 4.1 - Os dados mostrados na Tabela 4.1 referem -se a um teste de crescimento de pressáo
realizado em um poco produtor de óleo.
Tabela 4.1 - Dados de pressáo do teste de crescimento do Exemplo 4.1
Analise o teste, obtendo o maior número possível de informaçóes, usando os métodos de:
(a) MDH
(b) Agarwal
A Figura 4.9 apresenta o gráfico de MDH, ou seja,p,ys contra logAt. Desse gráfico sao lidos os
valores do coeficiente angular da reta, m = 5,57 kgflcm2, e da pressáo de fechamento correspondente ao
tempo de 1 hora, plh = 228,30 kgf7cm2.
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Teste de Crescimento de Pressáo 143
240
NII1111 I111111111111:íIÍÍÌ
M111111=111111=1111111rííi11111
11111 M111111=1!::s11111111
M111111 M111111MMIi111111111111111
IN11111 =111111/0111111=11111
11111 :Ti11i11111111111
11111 IIIII
11111111111
220 iIÌÌÌ lIIIIIII,IIIIIIIIIIIIL.
111111111111011
11111_11111 11111111111
I
200
Illilllli
11111 ia
I
Reta ajustada.
1111 pws= 5,57 ogAt +228,30
180
0.01 0.1 10 100
At (h)
s=1,151
plh - Pwff log
Clk
0,3514
m ONct rw
s =1 151
228,30 - 171,90 logg
0,0003484 x 44,1
0,3514 =5,7 .
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144 Teste de Crescimento de Pressáo
0 171,90 0 0
0,05 181,72 0,050 9,82
0,10 189,39 0,100 17,49
0,15 195,50 0,149 23,60
0,20 200,42 0,198 28,52
0,25 204,42 0,248 32,52
0,50 216,17 0,490 44,27
0,75 221,32 0,728 49,42
1,00 224,00 0,962 52,10
2,00 228,18 1,852 56,28
3,50 230,51 3,070 58,61
5,00 231,78 4,167 59,88
8,00 233,26 6,061 61,36
12,00 234,38 8,108 62,48
16,00 235,07 9,756 63,17
24,00 235,92 12,245 64,02
10
0,01 01 1 10 100
Ate (h)
A Figura 4.11 contém o gráfico semilog utilizando o tempo equivalente Ate, de onde sáo obti-
dos os valores: m= 8,99 kgf7cm2 eplh = 226,18 kgfcm2.
240 _III
AMI III..Ill
111
ÌÍÌeÌÌIll
III
I11
ÚUÌÌ
1Ì1Ï
111IlgraM111
Ill
III
MIIIIIII
MITI
III
III
Ill
III
220 11Il III
III III
III
ÌÌÌÌÌ
III
III
ÌÌÌÌÌ
III
Ill
Ill
III
O
200
VIII Ill Ill
ÌeÌÌ
VIII
III
Reta ajustada:
III
III
1ÌÌ p,s= 8,99 log At + 226,18 In
ll
180
0.01 0.1
_ÌÌlI111IIII
'IIII
10
III
100
At, (h)
(b21) Permeabilidade
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146 Teste de Crescimento de Pressáo
88 x 1,25 x 1=
k=1,151C2 qBµ =1,151x19,03 qBµ =1,151 x 19,03 x 27,3 md .
mh mh 8,99 x 9,8
s =1,151
Pm - Pwff log/
Clk
0,3514
2
m ^^
iWtrw
ljj''
II
Comentários:
1) 0 método de MOH produziu valores muito otimistas para a permeabilidade e pessimistas
para o fator de película.
2) 0 ajustamento corn as curvas de Gringarten, por ser um método de valor muito mais qualita-
tivo do que quantitativo, produz resultados apenas aproximados para a permeabilidade e pa-
ra o fator de película.
3) É importante frisar que os dados deste problema foram obtidos através de um simulador
computacional, utilizando -se os seguintes parâmetros: k = 30 md, s=2 e CD= 1.400. Obser-
ve, portanto, a proximidade entre os valores reais dos parámetros e os obtidos pelo método
de Agarwal. Note também que o ajustamento correto deveria ser feito corn a curva de Grin-
garten correspondente a CDe2s= 1.400e2x2 = 7,6x104. Como esta curva náo aparece no con-
junto de curvas -tipo, foi escolhida aquela correspondente a CDe2s =106, por ter apresentado o
melhor ajustamento visual. Caso tivesse sido utilizada a curva correta, certamente os valores
calculados seriam mais próximos dos usados na simulaçáo e dos obtidos no método conven-
cional de Agarwal.
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Teste de Crescimento de Pressäo 147
1 40tD
PWD (DtD ) = +s (4.126)
2 eT
e substituindo na Eq. (4.125), obtém-se:
46,1D l
PwsD[(tP +Ot)D1=PwD[(tp +4t)D- s. (4.127)
21n
4tD
PwsD =PwDL(t P +ot)D]-lln
2 ey 2P
s+11n(t +At)D j-11n[(t
2 P
+At)D (4.128)
tp+At 1 4
PwsD=PwDL(tp+Ot)D1+21n
1
1n (tp +At)D1 -s. (4.130)
At
D-2 e
Para pequenos valores de At, quando comparados ao tempo de produçáo (tp), podem ser efetua-
das as seguintes simplificaçóes:
(4.132)
PwDI(tP +At) D=PwD(tpD)
que substituidas na Eq. (4.130) produzem:
1 + At 1 ¡4tpD1
PwsD = 21n +PwD(tpD)-2lrlll J s (4.133)
At iD e
ou:
kh 1 + 1 4tPD 1
(Pt -Pws)= 21n -tP +PWD(tPD) -21n J s. (4.134)
C z9lt
B At C ey
Corno o termo pWD (t pD) - (1/ 2)1n(4t pD / e7)- s é urna constante, um gráfico de Pws versus
1og[(tp +At) /At] deve apresentar urna linha reta. Esse fato mostra que o gráfico de Homer é válido para
qualquer tempo de produçáo. Neste caso, porém, observe que a presso extrapolada, p*, nao será igual à
presso inicial. A pressáo extrapolada será igual à presso inicial apenas se o reservatório se comportar
como infinito, isto é, se os limites do reservatório nao tiverem sido atingidos.
Quando o valor de At toma -se suficientemente grande, quando comparados ao tempo de produ-
çao (tp), as aproximaçóes dadas pelas Eqs. (4.131) e (4.132) deixam de ser válidas e a curva que repre-
senta a expressáo geral da superposiçáo, Eq. (4.125), nao mais é urna reta, conforme indica a Figura
4.12.
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148 Teste de Crescimento de Pressáo
A pressáo média p mostrada na Figura 4.12, que seria medida se o poco permanecesse fecha-
do por um tempo teoricamente infinito, representa a pressáo média na área de influencia do poco no
instante do fechamento e pode ser obtida através de um balanço de materiais, caso seja conhecida a
pressáo inicial do reservatório. Utilizando a definiçáo de compressibilidade:
c =- (4.135)
V dV
P
e lembrando que no sistema rocha-fluido todos os componentes sao compressíveis, pode -se usar o
conceito de compressibilidade total:
et . (4.136)
V dV
P
Aplicando esta equaçáo para urna variaçáo finita de pressáo, entre a pressáo inicial e urna pressáo média
qualquer:
1 AV 1 AV
ct (4.137)
V Ap V (p,- )7)
Neste caso, o volume de referência que aparece no denominador deve ser o volume poroso (Ve) e a
variaçáo de volume que aparece no numerador corresponde à produçáo de fluido (medida em condiçóes
de reservatório), já que esta é devida aos efeitos de contraçáo do volume poroso e de expansáo dos
fluidos, decorrentes da reduçáo de pressáo. Como o volume poroso é dado por Vp = Ah) e a produçáo
em condiçóes de reservatório por qBt, tern-se:
c1Ah4(pi - p) = gBtp (4.138)
ou, em variáveis adimensionais:
kh
C2gB}r.
(Pi - P) = 21CtpDA (4.139)
onde:
Clktp
tpDA (4.140)
OPE iA
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Teste de Crescimento de Pressáo 149
O valor da pressáo média pode também ser calculado a partir da presso extrapolada, p*, obtida
em um teste de crescimento de pressáo. Avaliando a Eq. (4.134) para At -->
(PI-P*)=pwD(tpD)-Zln s (4.141)
kB u
CzR
z*
Cp (p-p)=4ntpDA+ln 4t eY D 2rP wD(tpD)-Sl
(4.142)
De acordo corn Earlougher (1977), página 189, podem ser obtidos valores de PwD (tpDA) para
qualquer relaçáo Irw, a partir da soluçáo pwD(tpDA) para um determinado valor de VA Irw. Para isso
usa-se a equaçáo proposta por Earlougher, que incluindo o fator de película é:
l yt fi /r,
pwD( V74 / rw; tpDA )= lpWD(`i /rw;tpDA)]tabelado +lri +s. (4.144)
(Y", rw)tabelado
-P)=
4r¿tpDA +ln
4 j
tpDA/- 2{I pwD (A /rw;tpDA)- ln( /rw)Lbelado -s (4.145)
Os valores de [PD (° 4 /rw;tpDA)Jtabelado podem ser obtidos através do método das imagens14,
para ulna dada geometria:
2
ai
+S
PwD(Y"lrw;tpDA)= 2 E`
J-1
4C kt
1p
(4.146)
(4t pD \ a 1D
PwD(5/rw;tpDA)=ln
2
1
er
+-E;1
2 4tpDA
+s (4.148)
/
14 Vide Capítulo 2.
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150 Teste de Crescimento de Pressáo
(
\
f
PWD(5lrw ;tpDA-IPwD(/rw>tpDA)Jtabeado ll
44t +2Ei / 4l
rw
nA +S
\e / j=2 pDA
(4.150)
¡ 4 A 1 2
alD `
2 p
DA +- E=
2 Y
rw
2 4tpDA
e J=2 tabelado
ou
PwD( /rwtpDA)-U
f,,wD
( /rw;tpDA)tabelado +ln
(
/rw
/ rw ) tabelado
+s (4.151)
Por outro lado, para grandes valores do tempo de produçáo tpD, o regime é pseudopermanente, ou seja:
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Teste de Crescimento de Pressäo 151
(
1 4A
PwD(tpD)=ln +27LtpDA+S. (4.157)
2 2 r CAYw/
2
isto é:
CA
epDMBH (t pDA=1) (4.160)
onde o valor de pDMBH(tpDA =1) deve ser lido sobre o trecho linear ou sobre sua extrapolaçáo linear nas
Figuras H.1 a H.4.
A queda de pressáo adimensional para qualquer forma geométrica incluida nas Figuras H.1 a
H.4 pode ser obtida manipulando -se a Eq. (4.143):
A
PwD (tpDA) - 21CtpDA + ln
e
tpDA -2PDMBH (tpDA) (4.161)
w
ou
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152 Teste de Crescimento de Press5o
kh
+s - pD (AtD)
1
(P -Pws) = 2rtAtDA + ln\ (4.166)
qBµ erCArw
Quando a aproximaçáo logarítmica é utilizada para representar o último termo da Eq. (4.166),
isto é, o termo p,,,D(AtD), entáo:
/ 4At D\
pwD (AtD) = 1 ln +s (4.167)
2 , e7 j
o que, após o uso da relaçáo entre AtDA e AtD, e substituiçáo em (4.166), resulta em:
Para pequenos tempos de fechamento, o termo 27t /tDA pode ser desprezado. A Tabela 4.3 indi-
ca o erro cometido ao se aproximar o termo (2nAtDA - 21nAtDA) por (- J.
2lnAtDA
Portanto, admitindo -se um erro máximo em torno de 1 %, para AtDA < 0,005 a Eq. (4.168) pode ser
simplificada para:
C qBµ
(p - pws ) - -
2
ln(AtDA ) - 2 ln(CA ) = -21n(CAAtDA ) (4.169)
de onde se obtém:
C2gBµ 1 C2gBµ 2,303
Pws = p+ ln(CAAtDA) = p + log(CAAtDA) (4.170)
kh 2 kh 2
ou:
\
C2gBFt log(CAAtDA) C2gBµ log CA Clkßt (4.171)
Pws = P + 1,151 = P + 1,151
kh kh Oµcl A,
ou ainda:
Cl CAAl
pws = P + m log + m log At (4.172)
i
onde = kl(illµct) é a constante de difusividade hidráulica. Logo, um gráfico de p,NS versus log At deverá
produzir urna linha reta corn coeficiente angular m, dado pela Eq. (4.82).
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Teste de Crescimento de Pressáo 153
A Eq. (4.172) é útil na determinaçáo da pressáo média na área drenada pelo poco. Tomando -seps
sobre a linha reta, ou seja, a pressáo sobre a linha reta para At = 1, conforme ilustrado na Figura 4.7, a
pressáo média ou estática é calculada por:
P=P1-mlog(CiCATII. (4.173)
A
Ramey & Cobb (1971) generalizaram o método de MDH para pocos que nao atingem o regime
pseudopermanente antes do fechamento. Na expressao geral do método de MDH, Eq. (4.162), define -
se:
kh
PDMDH - CZgBµ(P-Pws) (4.174)
ou
1,151
PDMDH - m
(P - Pws ) (4.175)
Assim,
Calculando -se os valores de p,,,D[(tp +At)D] e de pwD(AtD) para cada geometria, utilizando por e-
xemplo o método das imagens, podem ser construidos gráficos generalizados de MDH a partir da Eq.
(4.176), conforme ilustra a Figura 4.13 para o caso de um quadrado corn poco no centro.
REGION STRAIGHTENED
- BY MUSKAT PLOT
CORRECT SLOPE BELOW
DASHED LINE
: n
IÓ'
at.
-
Figura 4.13 - Gráfico de MDH generalizado Poço no centro de um quadrado. Reproduzida de
Ramey, H. J., Jr. & Cobb, W. M., A general pressure buildup theory for a well in a closed drainage
area, J. Pet. Tech., 1493 -1505, Dec., Copyright © 1971, com permissáo de SPE -AIME.
O procedimento para cálculo da pressáo média consiste em se escolher um ponto qualquer (At,
reta do gráfico de pws versus log At, determinar os valores de AtDA e tpDA, e ler PDMDH
pws) sobre a linha
em um gráfico semelhante ao da Figura 4.13. Finalmente, a pressáo média na área drenada pelo poco é
entao calculada por:
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154 Teste de Crescimento de Pressäo
r4At'
PwD(AtD) = ln +s (4.178)
Y
tern-se que:
kh
C zi Pws) = PwD (tpD) - ln 44v D
e j
S 27tt pDA (4.179)
Quando o valor de p, no gráfico semilog for igual a )7, a Eq. (4.179) resultará em:
40íD
PwD (t pD) - 2 ln
1 -s - 27CtPDA =0 (4.180)
e J Pws =ñ
ou
ln(AtD = 2pwD(tpD)- 4tttpDA - ln(4 /eti') -2s . (4.181)
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Teste de Crescimento de Pressäo 155
(
1 4A
pwD(tpD)=-ln + 2nt pDA + s . (4.185)
2 r
CArwi e
Substituindo a Eq. (4.185) na Eq. (4.181) obtém-se:
A
(AtD)pws=p 2
(4.186)
CArw
ou
Oµct A
(At)pwc= P = C1kCA
(4.187)
PWDBU(AteD) =2BpI
C
kh ¡Yws(tp
+At)- pwff1= 1n4AveD I
+s= 2(1nAteD +0,80907 +2s) (4.188)
corn urn balanço de materiais, Eq. (4.139), a qual pode ser escrita na forma:
kh r
C 4n
LU'i - Pwff) + wff - P)]= 2ntpDA (4.189)
A Eq. (4.5) fornece a primeira parcela do lado esquerdo da Eq. (4.189), ou seja:
kh
(Pi -P wff )= PwD (tpD) (4.190)
pws(tp +At)- p -CkBt [2ntpDA- PwD(tpD)] =C (ln AteD + 0,80907 + 2s). (4.192)
qBt
Fazendo pws (tp + At) = p :
Neste caso:
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156 Teste de Crescimento de Pressáo
(4.195)
lAteD 1Pws=P = expLln(tpD) -47LtpDA
ou
tp
(Ate ) P =p exp(4ntpDA)
(4.196)
Exemplo 4.2 - Os dados seguintes foram retirados de um teste de crescimento de pressáo realizado no
intervalo produtor 750 - 810 m de um pop que perfurou urna formaçáo portadora de óleo:
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Teste de Crescimento de Pressáo 157
Pede -se interpretar o teste usando os métodos de Horner -MBH, MDH e MDH- Dietz.
Soluçâo:
Primeiramente pode -se efetuar um ajustamento de curva -tipo aos dados, cona o objetivo de se es-
timar o inicio da linha reta semilog no gráfico convencional (At)JLRSL A Figura 4.14 mostra o gráfico
log ApwBU versus log At. Ajustando -se as curvas -tipo de Agarwal a essa curva pode -se estimar o inicio
da linha reta semilog (gráfico convencional) como seudo (At)ILRSL = 2 h.
00000000000 0 0 0 0 0 00 00
o
- o
o
o
o
-
_ estocagem pura
0.01 I I 1 1 1 1 1 1 I I 1 I 1 1 1 I I T 1 1 1 1 1 1 I I 1 1 1 1 1 1
Figura 4.14 - Gráfico log-log dos dados de pressáo do Exemplo 4.2 - Método de Homer -MBH.
A Tabela 4.4 apresenta os dados necessários para a construçáo do gráfico de Homer. Note que o
tempo de produçáo de 770 d equivale a 3.850 in.
(t +Ot\
At (in) pWS (in) Ap,,au (in) lóg
At
0 0,5225 - -
0,002 0,589 0,0665 6,284
0,004 0,635 0,1125 5,983
0,006 0,678 0,1555 5,807
0,008 0,717 0,1945 5,682
0,010 0,760 0,2375 5,585
0,013 0,820 0,2975 5,472
0,016 0,862 0,3395 5,381
0,020 0,893 0,3705 5,284
0,024 0,910 0,3875 5,205
0,030 0,921 0,3985 5,108
0,036 0,928 0,4055 5,029
0,045 0,940 0,4175 4,932
0,055 0,950 0,4275 4,845
0,070 0,959 0,4365 4,740
0,090 0,966 0,4435 4,631
0,120 0,973 0,4505 4,506
0,150 0,976 0,4535 4,409
0,200 0,981 0,4585 4,284
0,300 0,988 0,4655 4,108
0,400 0,991 0,4685 3,983
0,500 0,992 0,4695 3,887
0,700 0,9945 0,472 3,740
0,900 0,9975 0,475 3,631
1,200 1,0005 0,478 3,506
1,500 1,002 0,4795 3,410
2,000 1,003 0,4805 3,285
2,381 1,0035 0,481 3,209
A Figura 4.15 apresenta o gráfico de Horner dos dados de pressáo do teste. Desse gráfico sao ob-
tidos os seguintes valores: m = 0,0202 in; plh = 0,984 in; p* = 1,0702 in.
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Teste de Crescimento de Pressáo 159
1.10
MMOMMINUMMOMMEMMEMMEMMEMMEMOMMMEMOMME
uMEMMEMMMENNIMMEMMIUMMMOMMEMMEMOMMII
iiiiiiiiiiiïiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
MOMuNMAEMuMEMMEMOaMOMMaNNMEMlEM
1.00 Iiï7:!77AMM:\\rME
WOMMEMENIMMEMMINIMMEMMMOMMEMMEMMINIMOM
morm.-._ r*
iiiiiiiiíIiiiiïi::iiiiiiiiiiiiiiiïi
MIauMMauOaWARa-.aIaauMaMME
MOMMENMEMMEMOIMM MM MM MEMMI.:a.OMMENMEM
MEMMIIMMEMMEMEMEM MM MM mommommoìCnmumm
Nummumumwminnommummr::_
MOIMMEMEMOMMEMMENMEMW1MMMEMMINIMMIMME
MEMINIMMAMMOMMEMEMEMrNEMMErEMMEMONME
0.90 naEMaOaaEMMEaaaanaiMuaIUMMaMaM
.-. iiiiiiiiiiióiiiïiiiiiiiiiiiiiii°°iii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiQiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiMiiiiiiiiiiiEiiiii
MEMMEMMUMMOMMEMEMMIMMrMMr-MMIMMIMMUIMM
0.80 iiMiMiíEiiiiiiiiïiiiiiiüiiiiiüiiiiiü
MMIIMMEIMMEMMEMMMOMMMOMMEMEMEMOMMIUMM
MEMOMMMIMMEMMIIMMOMMEMMEMMEMMEMMIMMME
iiiiiiiiiiiiiiïiiiiiiiiiiiiiiiEiiiii
MEMEMMEMMOMMEMEMOMMMOMMEMMONMEMEMMMM
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
0.70 iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiïiiiiiii
ME
: Reta ajustada.
ME
E P. =- 0,0202 log[(tp +4t) /dt] + 1,0702 7-7
0.60
3 4 5 6 7
1og[(tp +ot)/At]
s =1,15110'984
- 0,5225 log
0,0003484 x 254
0,3514 = 20,9 .
g _0,147x13x165,5x10-6 x(0,108)2
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160 Teste de Crescimento de Pressáo
* m 0, 0202 x 55,12 2
= x6,90=55,67 kgf /cm
-p 2,303PDNraH(tpDA)-(55,12x1,0702+0,0139) 2,303
A Figura 4.16 mostra o gráfico de MDH, isto é, p,s versus log At, a partir do qual sao obtidos os
seguintes valores: m = 0,0181 in; plh = 0,986 in.
mh 0,0181x55,12x11
CIk21
s=1,151[plh -PWff log 0,3514]
L
l.icrrW )
1.10
.nuu._n1__nm
iiiiiiiiiiniin.
....111_....11_::.'.9é:
1.00
.non_.n.narnm
.n.n_v::nl .rt>r..nnl
..III1 ..1IIar....111
S^.ï011_.P_Cill_..1I111
.nnn_Wriiun.mm MIMI
..1IIII.L'.11111_..1I111
P16111111
..11111V...I111 ...I111
ro
0.90
ÌÌ
..1I111NINIM..11111.._..1I111
..1I111t.7..1I111
...IIII_...I111
.R7UÖÌÌÌÌÌÌ
...II IIrM...1111
...I111
..111I1
..1I111
0.80
BI
ÌÌ.ÌÌÌNIÌÌÌ
11101
..
O
I
0.70 Reta ajustada:
p = 0,0181 log At + 0,9979
0.60
0.001 0.01 01 10
At (in)
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Teste de Crescimento de Pressáo 161
Para poço no centro de um quadrado o regime pseudopermanente inicia -se aproximadamente pa-
ra tpDA = 0,1. Assim,
(At) Pws =P =16,6 h= 3,458 in Gr °f °Pws versus log Ot p n 1,0077 in =55,56 kgf /cm2
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162 Teste de Crescimento de Pressáo
A área de influência do poco i, cuja vazáo é q;, é denominada Ai, onde a espessura média da for-
macáo é h; e a pressáo média p A espessura média da formaçáo em cada área de drenagem pode ser
.
estimada através de perfis e a pressáo média a partir de testes de pressáo nos pocos.
Russel & Matthews (1967) mostraran que no regime pseudopermanente de um fluxo monofásico
os volumes drenados por cada poco sao proporcionais As suas vazóes, isto é:
9t (4.199)
gr
onde Vd; é ovolume drenado pelo poco i e qr é a vazáo total do reservatório. O volume drenado por
cada poco é dado por:
Vdt = A;h; (4.200)
Vd> gj (4.201)
Vdi q,
ou ainda:
A/if _q1
(4.202)
A; h; q;
Tomando j= 1, tern-se:
Acht _ qi (4.203)
A; h; q;
onde i = 2, 3, ..., np e np é o número total de pocos. Rearranjando os termos da Eq. (4.203), obtém -se:
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Teste de Crescimento de Press5o 163
onde At é a área total do reservatório. Tem -se, portanto, um sistema de np equaçóes lineares e np incóg-
nitas:
- =0 i= 2,3,...,np
np (4.206)
EA, =4
cuja soluçäo resulta na determinaçäo das áreas drenadas por cada poço (A). Os volumes drenados sao
calculados pela Eq. (4.200).
A pressäo média do reservatório é obtida através de urna média ponderada das pressóes nos vo-
lumes de drenagem de cada pop:
np
AihiPi
p= (4.207)
np
`4ihi
i =i
Usando a Eq. (4.199), a pressäo média pode também ser calculada com a expressäo:
np
(4.208)
Exemplo 4.3 - Um reservatório corn área de 1,943 km2 contém tés poços produtores de óleo. Após
certo período de produçáo, os poços foram fechados e realizados testes de crescimento de pressäo para
se obter as pressóes médias nas suas respectivas áreas de drenagem. Outros dados sao:
Soluçäo:
Parte (a) :
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164 Teste de Crescimento de Pressáo
As áreas drenadas sáo calculadas a partir do sistema de equaçóes da Eq. (4.206). Substituindo -se
os valores de qi e h1 do problema, a Eq. (4.206) pode ser escrita como:
12x32A1 -12,5x16A2 =0 384A1 - 200A2 = 0 (: 8) 48A1 - 25A2 = 0
12x13A1 -11x16A3 =0 156A1 -176A3 = 0 (: 4) 39A1 - 44A3 = 0
A1 + A2 + A3 = 1,943 Al + A2 + A3 =1,943 Al + A2 + A3 =1,943
48 48
Finalmente, da 3' equaçáo:
A3 =1,943 - Al - A2 =1,943 -0,5105 -0,9801= 0,4524 km2
Parte (b):
Da Eq. (4.208):
Ai/7/13i
i=1 0,5105x12x160,9+0,9801x12,5x155,2+0,4524x11x167,5
/cm2.
na _ 0,5105x16+0,9801x12,5+0,4524x11
i=1
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166 Teste de Crescimento de Pressáo
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5.
EFEITO DE LIMITES NOS TESTES DE PRESSAO
Neste capitulo sao discutidos os efeitos, sobre o comportamento da pressao e da sua derivada, dos
vários tipos de limites externos normalmente encontrados nos reservatórios de petróleo. Além disso, sao
apresentados métodos de análise para as diferentes geometrias de reservatório.
Entre os diversos tipos de limite podem ser citadas as descontinuidades, como falhas e pinchouts,
as variaçoes de espessura, as presenças de aqüífero e/ou capa de gás, e os limites virtuais determinados
pela existencia de diversos poços em um reservatório desenvolvido. Além disso, reservatórios isolados,
ou sej a, de pequenas dimensóes, normalmente explotados por um único poço, podem apresentar dife-
rentes geometrias externas. Diferentes sistemas deposicionais podem também resultar em diferentes
geometrias externas dos reservatórios, como, por exemplo, reservatórios em forma de canal, onde
muitas vezes pode predominar a geometria de fluxo linear.
Poço A
4--L - Falha plana selante
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168 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo
Figura 5.2 - Linhas de fluxo em um sistema corn falha plana vertical selante.
O sistema "semi- infinito" da Figura 5.2 pode ser substituido por um sistema infinito, utilizando -
se o método das imagens. Conforme foi discutido no Capítulo 2, esta técnica consiste em se colocar
tantos poços quantos forem necessários, em um sistema infinito, de tal modo que a configuraçao das
linhas de fluxo seja idéntica à configuraçao real. No caso considerado, basta a colocaçao de um poço
imagem (A'), a urna distância L da falha plana selante, o qual também estará produzindo corn vazao q.
Isso gera o sistema de linhas de fluxo ilustrado na Figura 5.3. Esse sistema representa exatamente o
reservatório real e o comportamento da pressao em qualquer ponto poderá ser agora previsto aplicando -
se o principio da superposiçao de efeitos, considerando -se dois poços produzindo de um sistema
infinito.
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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 169
A A
< »
Pogo (q) , Poço imagem (g)
Figura 5.3 - Aplicaçáo do método das imagens ao caso de urna falha plana vertical selante.
onde as quedas de pressáo pDA e pDA- sáo devidas, respectivamente, As produçóes dos pocos A e A',
isto é, do poço A e da sua imagem, conforme mostrado na Figura 5.3.
Admitindo -se que seja válida a aproximaçáo logaritmica da soluçáo da linha fonte, a queda de
pressáo adimensional em um ponto qualquer de um reservatório infinito, devida à produçáo de um poço
corn vazáo constante, é dada pela expressáo':
1 4tD
pD(YD,tD)=-lri (5.2)
2 er rD/
Deve -se observar que a Eq. (5.2) somente é válida, corn erro aceitável (máximo de 2 %), quando
tD I rD >_ 50 , conforme discutido no Capítulo 2. Além disso, caso a pressáo esteja sendo avaliada no
poço, deve -se incluir o efeito de um fator de película nao nulo eventualmente presente.
Para tempos curtos o efeito do poço imagem sobre o comportamento da pressáo no poço A será
desprezível. Portanto, a resposta de pressáo será decorrente da produçáo de um poço corn vazáo cons-
tante (medida em condiçóes- padráo) em um sistema infinito. Havendo as presenças de efeitos de
estocagem e de película, o comportamento da pressáo no poço será influenciado da maneira descrita nos
Capítulos 2 e 3. A curva -tipo, durante esse período de tempo, terá o caráter já apresentado e discutido
naqueles dois capítulos. Quando o tempo de produçáo for suficientemente longo para que os efeitos de
estocagem já tenham desaparecido, a soluçáo de curto tempo para a queda de pressáo no poço A será
obtida através da aplicaçáo da Eq. (5.1), desprezando -se o efeito do poço imagem (segundo termo do
lado direito da equaçáo) e usando -se para a queda de pressáo devida à produçáo de urn poço em um
reservatório infinito a Eq. (5.2) avaliada em rD = 1:
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170 Efeìto de Limites nos Testes de Pressáo
Clk
Pw,f (t) = Pt -m log t +log + 0,3514 + 0,8686s (5.4)
onde:
m = 1,151CZ . (5.5)
Para longo tempo, o efeito de estocagem no poco continuará nao existindo, mas haverá influência
da produçáo do poco imagem sobre a pressào do poco real (poco A). Aplicando a Eq. (5.1), admitindo
que o tempo seja suficientemente longo para que a Eq. (5.2) seja válida para representar também a
queda de pressáo devida à prdouçáo do poco imagem (A') e lembrando que o fator de película náo
influi na parcela correspondente ao efeito do poco imagem, tem-se:
/ 1 4tD
PwD (tD ) = ln 4tD + 2s + 1 ln (5.6)
2 e7 J 2 e7(2L/rw)2
ou
4tD
PwD (tD ) =1ri -ln(2L / rw) + s (5.7)
e7
ou ainda, em variáveis reais:
C1k2
pwf (t) = p; - 2m log t + log ( log(2L /rw) + 0,4343s + 0,3514 (5.8)
L I.1ct rw
As solucaes de curto e de longo tempo, Eqs. (5.4) e (5.8), indicam que os dados de um teste de
fluxo produziriam um gráfico semelhante ao da Figura 5.4. Os primeiros pontos estariam influenciados
pelos efeitos de estocagem, em seguida seria obtida urna primeira linha reta corn inclinaçáo igual a m,
cuja equaçáo é dada pela Eq. (5.4), depois haveria um período de transiçáo e finalmente seria obtida
urna segunda linha reta, com inclincáo dobrada, isto é, igual a 2m, cuja equaçáo é dada pela Eq. (5.8). 0
tempo tx corresponderia ao ponto de interseçáo dessas dual retas.
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Efeito de Limites nos Testes de Pressäo 171
log t
Figura 5.4 - Teste de fluxo em um sistema infinito corn falha plana vertical selante.
Pwf
s =1,151 \ logt - log Clk2\ 0,3514 (5.10)
fil
[(Pi l $Nrrw
onde o par (t,pN)) corresponde a um ponto qualquer sobre a linha reta semilog de inclinaçáo m (ou seu
prolongamento) da Figura 5.4. Pode -se, para efeito de simplificaçáo, escolher um ponto sobre a reta
correspondente ao tempo t = 1, resultando em:
L = 0,75AirwtxD (5.13)
Clkt11 (5.14)
L=0,75
$Ft
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172 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo
É importante frisar que a ocorrência de uma reta corn inclinaçao dobrada em relaçao a urna reta
anterior, conforme mostrado na Figura 5.4, nao é garantia da existência de urna falha plana selante.
Pressóes tomadas durante o período de estocagem podem levar o analista a interpretar erroneamente
como seudo a primeira das duas retas semilog da Figura 5.4. Isso indica a importância de, antes do
emprego do método convencional, aplicar-se o ajustamento com curvas- tipo19 para estimar o final dos
efeitos de estocagem, ou seja, para verificar se é possivel a aplicaçao do método convencional de
análise, bem como para obter urna estimativa inicial dos parâmetros de reservatório.
Na Figura 5.5 sao apresentadas curvas características para o fluxo em um sistema infinito corn
uma falha plana vertical selante, onde L Jwf= pi- pwf e t é o tempo de fluxo. Una curva -tipo tradicional,
ou seja, em variáveis adimensionais, teria o mesmo formato dessa figura, como será mostrado a seguir.
Portanto, enquanto as curvas -tipo sao apresentadas corn variáveis adimensionais, as chamadas curvas
características sao as curvas equivalentes, mas em variáveis reais. Ambas sao sempre apresentadas em
escala log-log.
Apwf
2m/2,303
m/2,303
Figura 5.5 - Curvas características (log-log) para um sistema infinito corn falha plana vertical selante.
dpwD
onde P D é definido como P D = d(tD /CD) . Por outro lado, substituindo as definiçóes das variáveis
tApwf = C2 Bµ x (5.16)
onde LXpw f = pi -p f
Apw = dOp,, f / dt . Mas, de acordo corn o que foi apresentado no Capítulo 3,
define-se:
19
Vide Capitulo Erro? Fonte de referência nAo encontrada.,
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Efeito de Limites nos Testes de Pressâo 173
/////// /// /
\
Figura 5.6 - Poço próximo a duas falhas planas selantes verticais e ortogonais.
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174 Efeito de Limites nos Testes de Press5o
4m/2,303
t Op;,,,.f m/2,303
Figura 5.7 - Curvas características para um sistema infinito corn um poço próximo a duas falhas
selantes verticais e ortogonais entre si.
27c Y
R=
R m/2,303
Apwf
f
t Ap¡t, m/2,303
Figura 5.8 - Curvas características para urn sistema infinito corn um poço equidistante de duas
falhas verticais selantes formando um ângulo 0 entre si.
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Efeito de Limites nos Testes de Pressäo 175
q q
o tp
E---- At
t o tp
I--At
t
Figura 5.9 - Esquemas de vazáo durante um teste de crescimento de pressáo - Sistema corn fa-
lha plana vertical selante.
A análise dos dados de pressáo através do método de ajustamento corn curvas -tipo pode ser feita
usando -se a curva-tipo desenvolvida para teste de fluxo, cujo formato é o das curvas características
mostradas na Figura 5.5, substituindo -se o tempo de fluxo t pelo tempo de fechamento equivalente de
Agarwal (Ate), conforme definido no Capítulo 4, e a queda de pressáo no poço durante o fluxo (Apwi)
pela chamada queda de presso no poço durante o fechamento (buildup), denominada ApwBU, calculada
através da expressáo:
APwBU (tp + At) = Pws (tp + At) - (Pws )ot =o = Pws(tp + At) - pwff (5.20)
ou, simplesmente:
onde pws é a pressáo no poço durante o período de estática (fechamento) e pwff a pressáo de fluxo final
ou última pressáo de fluxo ou, ainda, a primeira pressáo do período de fechamento.
Conforme foi discutido no Capítulo 4, o ajustamento coin curvas -tipo de fluxo usando a queda de
pressáo dada pela Eq. (5.21) e o tempo equivalente de Agarwal (Ate) apresenta o inconveniente de
reduzir os valores de tempo medidos durante o teste, já que os valores de Ate, dados pela expressáo:
tpAt
Ate = (5.22)
t + At
sao sempre menores que os valores reais medidos (At). Isso faz corn que a duraçáo equivalente do teste
sej a reduzida, dificultando o ajuste.
Também de acordo com o que foi apresentado no Capítulo 4, a análise dos dados da derivada da
pressáo através do método de ajustamento corn curvas -tipo pode ser feita construindo -se e ajustando -se
sobre as curvas -tipo desenvolvidas para fluxo um gráfico log -log de
[(tr + At) / t ] At p;s (At) versus Ate , onde p,s (At) = dpws (At) l d (At) .
Para o desenvolvimento do método convencional de análise, considere a queda de pressáo adi-
mensional no poço real A, durante o período de fechamento, dada pela expressáo:
PwsD[(tp +At)D] =PD[rD =1,(tp +At)D] +s- [PD(rD =1,AtD) +s]+
(5.23)
+PD[rD = 2L /rw,(tp +At)D] -PD(rD = 2L /rw,AtD)
onde os quatro primeiros termos do lado direito da equaçáo, incluindo o fator de película s, referem-se
ao efeito do poço real e os dois últimos ao efeito do poço imagem. A queda de pressáo adimensional,
pwSD, é definida da maneira convencional, isto é, em relaçáo à pressáo incial:
kh(pi -Pws)
PwsD = (5.24)
C2 qBl
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176 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo
Eliminando os fatores de película, que se cancelam, a Eq. (5.23) pode ser simplificada para:
PWSD[(tp+at)D] =PDÍrD =1,(tp +Ot)D] -PD(rD = 1,AtD)+
(5.25)
+PD[rD + &t)D] -PD(rD = 2LIrw,AtD)
=2L/rw,(5,
ou ainda:
+Ot 1 (2L/rw)2
At)D] = ln/tp (5.30)
4(t p+ Ot)D
PwsDL(tp
2 At 2
Admitindo ainda a simplificaçao adicional de que (tp +Ot) = tp no último termo do lado direito da Eq.
(5.30):
'tp + At ( rw )2
PwsD[(tp + At) D] = E, (5.31)
2 D
2 [ 24t pD
Observa-se que no primeiro termo envolvendo (tp+At) nao foi feita a simplificaçao (tp+Ot) _ tp, para que
pudesse ser obtida a equaçáo de Horner, como será visto a seguir. Transformando os primeiros dois
termos da Eq. (5.31) em variáveis reais pode -se escrever que:
2°
Vide Capítulo Errol Fonte de referência nao encontrada..
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Efeito de Limites nos Testes de Press5o 177
(t +At m (2L/rw)2
Pws = p; -m log At + 2,303 E' 4tpD
(5.32)
ou ainda:
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178 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo
At 4-
..E---- pi
.. tga = m
tg13 = 2m
O
pWS
a
estocagem
O
l 00
O
1x
SLit O O
k = 1,151C2
qmh (5.37)
enquanto a distância à falha é estimada a partir do ponto de interseçáo das duas retas. Igualando as Eqs.
(5.31) e (5.35) obtém-se:
1lntp+At 1 (2L/rw)2 tp+At
E =1n (5.38)
2 At 2 4tpD ( At ) xD
L
ou
1 (2L/rw)2 tp +At
1 ln (5.39)
2 ' 4tpD 2 At
x
O lado esquerdo da Eq. (5.39) é exatamente a soluçáo da integral exponencia121 para tD = tpD e rD
2L/r,, ou seja:
2-
1 [
pD(rD =2L/rw,tD =tpD)_ (5.40)
-ZEi (24tr)
pD
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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 179
/tpD tpD
2
(5.41)
rD
Figura C.2
(2L /rw)2 Figura C.2
i
Da definiçáo de to tern-se:
tpD \ Ciktp
- z
(5.42)
rD i Figura C.2 °r---t.
t
OU
/t \ Ciktp
pD
(5.43)
Figura C.2
(2L)2
O cálculo do fator de película pode ser feito através de urna expressáo obtida pela combinaçáo
das equaçóes do fluxo e do fechamento. Para o período de fluxo usa -se a Eq. (5.1), podendo -se admitir
que seja válida a aproximaçáo logarítmica para o cálculo da queda de pressáo devida ao poço real e para
o poço imagem considera -se a integral exponencial. Entáo:
rr 11
z
Cik tn OµctL2
pwf(t)=pi -m log t + log 2
+ 0,3514 + 0,8686s
2,303 ` Cikt
(5.46)
\.011ctrw
Para o período de crescimento de pressáo utiliza -se a equaçáo da reta de inclinaçáo 2m:
ftp +1 t5
pws = pi - 2m log At
(5.47)
onde pi é a pressáo, lida sobre a segunda reta semi -log (reta de inclinaçáo 2m), ou sobre a sua extrapo-
laçáo, para At = 1. Combinando-se as Eqs.(5.48) e (5.49):
onde pi é o valor lido sobre a reta de inclinaçáo 2m para At = 1 e pwf é a última pressáo de fluxo ou a
primeira do crescimento, ou seja, pwf= pws (At = 0).
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180 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo
Exemplo 5.1 - Um teste de crescimento de pressáo, cujos dados estilo apresentados na Tabela 5.1, foi
realizado em um pop supostamente localizado nas proximidades de urna falha. Caso esta hipótese se
confirme após a análise do teste, calcule a distancia aproximada até a falha. Que outras informaçóes
você pode obter do teste?
Dados adicionais do poço e do reservatório:
Porosidade (0) 0,21
Viscosidade do óleo (go) 1,0 cp
Compressibilidade total (c) 2 x 10 -5 psä 1
0,00 2.803 -
0,25 3.135 801,00
0,50 3.156 401,00
0,75 3.169 267,67
1,00 3.177 201,00
1,50 3.191 134,37
2,00 3.198 101,00
2,50 3.207 81,00
3,00 3.214 67,67
3,50 3.218 58,14
4,00 3.224 51,00
4,50 3.227 45,44
5,00 3.232 41,00
5,50 3.235 37,36
6,00 3.240 34,33
6,00 3.245 29,57
8,00 3.252 26,00
10,00 3.264 21,00
12,00 3.272 17,67
15,00 3.285 14,33
20,00 3.300 11,00
25,00 3.312 9,00
50,00 3.346 5,00
100,00 3.378 3,00
Soluçáo:
Inicialmente constrói -se o gráfico de Homer, mostrado na Figura 5.11, de onde se obtém p* =
3.442,5 psi, m1 = m = 70,9 psi, m2 = 2m = 136,7 psi e [(t,+ At) /At]x = 35,2. A relaçáo m2 u 2 m1 indica
que de fato deve existir uma falha nas proximidades do pop. O valor de plh é obtido sobre a linha reta
de inclinaçáo 2m para At = 1 h:
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Efeito de Limites nos Testes de Press5o 181
(200 +1)
P1h= -136,7 log + 3442,5 = -136,7 log + 3442,5 = 3.127,65 psi
3500
[
i
1 I I I I I I 1
MIN E
Reta ajustada: MINN E
E
- 136 7 log [(t, +ot)!et]+ 3442,5 MOM
i
3400
I
.
3300
`-r-M =NM
3200
MI =MIME
Reta ajustada:
r1~
3100
MN ME
p,vs = - 70,9 log [(tp +4t)/&]+ 3340,7
I
3000
1 10 100 1000
(tp +4t)/4t
onde:
/
t pD
rD
2
i Figura C.2 -
(2L /rw )2 - Figura C.2
é o valor obtido de um gráfico da funçáo integral exponencial (Figura C.2 do Apéndice C) corn o valor
de:
P (2L/rw)2
tpD = 11n[(t p
2
+4t)lOt]x.
Assim:
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182 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo
t pD FiguraC.2 tpD
PD = ln[(tp +Ot)/Ot]x= = 1,78 =16
(2L! rw 2 2ln(35,2) (2L/rw)
0,0002637 x 22,6 x 200 = 66,6
L= ft .
4x 0,21x1,0x2x10 -5 x16
(c) Cálculo do fator de película do poço (s)
Pi Ctk 1 rL2
s =1,151 Pwff log + log 0,3514
m Owtrw2 /
tp + 2,303 E` Clktp
s =1151
Plh - Pwff logg
0,0002637k \
2 + log
(tp +1)2 1
E.
0µciL2
0,3514
µCt rw tp + 2,303 0,0002637ktp
+
1
E:
- 0,21x10x2x10 -5 x(66,6)2
Q3514 1
2,303 'L 0,0002637x 22,6x 200 j J
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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 1ß3
(
1 4A
PwD (tDA ) = 2rttDA + ln +s - (5.51)
eYC Arw
Quando o tempo for suficientemente longo, os últimos dois termos do lado direito da Eq. (5.53)
serán despreziveis se comparados corn o primeiro. Corn isso, a queda de pressáo adimensional poderá
ser aproximada por:
¡_ t
lo g[PwD(D)]= rZ / A)] + lo g C D + lo g(D
lo g [2rt (w t / C D) (5.57)
Portanto, um gráfico de log[pWD(tD)] versus log (tD /CD) deve resultar em urna linha reta de inclinaçáo
unitária. Este comportamento, no entanto, raramente é observado, pois o tempo necessário para ser
válida a aproximaçáo da Eq. (5.54) seria muito grande.
Derivando a Eq. (5.53) corn relaçáo a (tD /CD),
ou:
log[(tD / CD )P'wD (t D)]= log[2rt(rw / A)] + log tD (5.61)
ou ainda:
z "\-
log[(tD / CD )P,ND (tD )] = log A+ logt CD (5.62)
2rt , l D
ou, finalmente:
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184 Efeito de Limites nos Testes de Pressäo
2\
log[(tD / CD )P,vD (tD )] = log 2 (`A./
rw
+ log CD +log
tD
j (5.63)
CD
Logo, o gráfico do grupo -derivada em urna curva-tipo, isto é, log[(tD / CD )PwD (tD )] versus log (tD /CD),
apresentará uma reta com coeficiente angular unitário após ter sido atingido o regime de fluxo pseudo -
permanente.
No curto tempo as curvas -tipo da queda de pressäo adimensional e do grupo -derivada mostraráo
um comportamento de reservatório infinito, apresentando eventualmente efeitos de estocagem e de
película, seguidos do regime de fluxo radial transiente (infinito).
Similarmente As curvas adimensionais, as curvas dos dados reais de um teste de fluxo, queda de
pressáo (Op,,f) e grupo- derivada (tOpxf) versus t, onde Apwf é a derivada da queda de pressáo em
relaçáo ao tempo, em um gráfico log -log também apresentaräo o comportamento descrito anteriormen-
te, conforme ilustrado na Figura 5.12.
Figura 5.12 - Gráfico log -log da queda de pressáo e do grupo- derivada (curvas características)
durante um teste de fluxo em um reservatório limitado sem alimentaçáo na fronteira externa.
Em alguns casos outras características particulares podem ser observadas nas curvas -tipo, além
das que aparecem na Figura 5.12. Por exemplo, no caso de um poço no centro de um retângulo, em que
a relaçáo entre as dimensóes dos lados seja significativamente maior que 1, o comportamento da
derivada é mostrado na Figura 5.13. Além do comportamento devido à estocagem e do valor constante
no início do teste, representativo do fluxo radial transiente, e da inclinaçáo unitária no longo tempo,
devida ao fluxo pseudopermanente, nota -se um período intermediário corn inclinaçáo igual a 1 /2. Este
regime de fluxo intermediário corresponde ao chamado fluxo canal, que será discutido em detalhes na
Seçáo 5.4. Nesse regime o fluxo é linear transiente ou, mais precisamente, pseudolinear transiente. Isso
decorre do fato de que, em um tempo intermediário, nao há ainda efeitos dos limites mais distantes do
reservatório (no caso em questáo, dos lados verticais do retângulo, que estáo muito mais distantes do
poço que os lados horizontais), de modo que as linhas de fluxo sao lineares (exceto nas imediaçóes do
pop), em funçäo da forma alongada do reservatório.
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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 185
tApwf
Figura 5.13 - Gráfico log -log do grupo-derivada em um reservatório retangular alongado corn
um poco no centro.
A análise do período de fluxo radial transiente, tanto pelo método de ajustamento com curva -tipo
como pelo método convencional, ;á foi discutida no Capítulo 3, hem como do período de fluxo pseudo -
permanente, que corresponde ao chamado teste de limite de reservatório. Em termos de variáveis reais a
Eq. (5.51) pode ser escrita como:
kh
C2gBji
(pi -pw ) =2 Cíkt
Oµc,A)
}+ -ln
1
2
-A
rW
+ -11 ln
2
2,2458
CA )
+s (5.64
)
equaçáo esta que é a base para a análise do teste de limite de reservatório pelo método convencional.
e a queda de pressáo no pop durante o fluxo (Apwf) pela chamada queda de pressáo no poço durante o
fechamento (buildup), denominada ApwBU, calculada através da expressáo:
APWBU (At) = p,,, (At) - pwff (5.66)
onde p,, é a pressáo no poco durante o período de estática (fechamento) e pwffa última pressáo de fluxo.
Por sua vez, também de acordo corn o que foi apresentado no Capítulo 4 e apresentado em seçóes
anteriores deste capítulo para outras geometrias, a análise dos dados da derivada da pressáo através do
método de ajustamento com curvas -tipo pode ser feita construindo -se e ajustando -se sobre as curvas -
tipo desenvolvidas para fluxo um gráfico log -log de [(t + At) / t ] At p'' (At) versus Ate , onde
pS(At)= dpWS(At)/d(At).
O comportamento da pressáo e a análise de um teste de crescimento pelo método convencional,
tanto em reservatórios muito grandes, isto é, que se comportam durante o fluxo e/ou durante o cresci-
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186 Efeito de Limites nos Testes de Press5o
mento como reservatórios infinitos, como também em reservatórios limitados, já foram abordados no
Capítulo 2 e também no Capítulo 3, já que, conforme mencionado anteriormente e também no Capítulo
4, normalmente um teste de crescimento é analisado como um teste de fluxo usando o tempo equivalen-
te de Agarwal.
Conforme foi visto no Capítulo 2, um reservatório de óleo homogéneo e isotropico, que possua
um sistema de manutençáo de presso constante em seus limites externos, quando produzido corn vazáo
constante atinge no longo tempo o regime de fluxo permanente. Essa manutençáo de pressáo poderia
ser proporcionada pela presença de urna linha periférica de poços injetores corn pressáo constante ou de
um aqüífero lateral muito grande, capaz de manter a pressáo no contato óleo /água aproximadamente
constante.
A partir do instante em que é atingido o regime permanente a pressáo no sistema nao sofre mais
nenhuma variaçáo. Por exemplo, para um reservatório cilíndrico que produz através de um poco vertical
localizado no seu centro, o comportamento da queda de pressáo adimensional no poço durante o regime
permanente é dada por:
APwf
t Apw f
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Efeito de Limites nos Testes de Pressäo 187
Os dados de longo tempo náo permitem urna análise pelo método convencional, pois a presso
tende para urna constante. Os dados de curto tempo (período influenciado pelos efeitos de estocagem) e
tempo intermediário (radial infinito) sao analisados de acordo corn os métodos apresentados no Capítu-
lo 3
Além da situaçáoo mencionada nos parágrafos anteriores, outra causa para a manutençáo de pres-
sáo pode ser a presença de capa de gás e/ou aqüífero de fundo. A maioria dos modelos utilizados na
análise de testes de pressáo admite que o reservatório seja limitado no seu topo e na sua base por
camadas impermeáveis. Essa hipótese, porém, nao é válida quando há urna capa de gás e/ou um aqüífe-
ro de fundo. No caso de um reservatório corn urna grande capa de gás, em que somente o óleo esteja
sendo produzido, o contato gás /óleo pode ser considerado como urn limite de pressáo aproximadamente
constante, o que provoca um componente vertical para o fluxo de óleo. O efeito da capa de gás depende
do nivel de comunicaçáo vertical e a hipótese de manutençáo de pressáo deve -se à grande compressibi-
lidade do gás.
Embora corn a continuaçáo da produçáo o contato gás/óleo tenda a descer, para efeito de análise
de teste pode -se admitir que seja estacionário (já que a duraçáo de um teste geralmente é pequena),
representando entáo um limite corn manutençáo de pressáo. Assim, a produçáo é devida a dois efeitos:
expansáo do óleo e influxo proveniente da capa de gás. Este último efeito causa o fluxo vertical do óleo.
No caso de um aqüífero de fundo o mesmo processo ocorreria, embora em muitos casos a cornu-
nicaçao vertical nao seja tao boa, em funçáo de efeitos de diagênese, que tendem a reduzir a permeabi-
lidade da rocha no aqüífero.
Quando há a presença de urna capa de gás ou de um aqüífero de fundo, é prática comuni se ca-
nhonear o poço somente em uma parte do intervalo produtor, de modo a evitar a formaçáo prematura de
cone e a produçáo prematura de gás e/ou água. Logo, nessas situaçòes haverá a chamada completaçáo
parcial ou entrada restrita (assunto a ser discutido no Capítulo 11). Streltsova -Adams (1979) estudou o
comportamento de fluxo em um poço corn entrada restrita e limite superior (ou inferior) corn pressáo
constante (pi), conforme ilustrado na Figura 5.15. Nesse exemplo, no limite superior (topo do reservató-
rio) a pressáo é mantida constante e o limite inferior (base do reservatório) é impermeável. A permeabi-
lidade horizontal (radial) é k,..
hi 1
kY
z
h2
h,
Figura 5.15 - Poço vertical corn completaçáo parcial em um reservatório corn pressáo constante
no limite superior.
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1ß8 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo
Admitindo que a vazáo de fluxo seja uniforme no intervalo canhoneado, ou seja, que qB /hp seja
constante, onde q é a vazáo na superficie e hi, o intervalo canhoneado, e que o poço tenha raio infinite-
simalmente pequeno (modelo da fonte linear ou linha- fonte), a condiçáo de contorno interna é dada, em
um sistema compatível de unidades, pelas equaçóes:
dp Op,
lim /r hl < z < h2 (5.68)
r->o dr JJ = 27tkrhp
e
dp < z < hl
limlr 1= 0, JO (5.69)
r-->o dr )) lh2 < z < hi
onde z é o eixo vertical do sistema de coordenadas cartesianas, corn crescimento no sentido de cima
para baixo e z = 0 no topo do reservatório, e r é a coordenada horizontal (radial).
No limite superior admite -se que a presso seja constante devida à capa de gás:
rD =-htr (5.74)
Observa -se que a distância adimensional utilizada por Streltsova -Adams é o inverso da espessura
adimensional, definida normalmente como:
hp kr (5.75)
r V kz
Nota-se também que a queda de pressáo adimensional depende somente da distância radial e do tempo,
e nao depende de z, embora a pressáo real (p) dependa. Portanto, o valor de pD apresentado por Strelt-
sova -Adams representa urna média das pressóes ao longo da dimensao z. Particularmente, no poço
representa urna média das pressóes ao longo do trecho perforado hp. Alternativamente, a pressáo pode
ser avaliada em urn determinado ponto da espessura do reservatório, isto é, para um determinado valor
de z, como no exemplo comentado a seguir.
Streltsova -Adams apresentou os resultados em forma de tabelas de pD versus tD e rD para várias
razóes de completaçáo parcial (hp/h4). Deve -se frisar que, para o cálculo da presso no poço, r = rW.
Portanto, de acordo corn a definiçáo da Eq. (5.74), a distância adimensional, para o caso em que se
analisa o comportamento da presso no poço, é dada pela expressáo:
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Efeito de Limites nos Testes de Pressäo 189
rWD
= -
he kr
(5.76)
0,01
2pwD=Et[-11(4tD)7
^ 0,1
1
rD = 0,5
2pwD
T
1 4tD
Figura 5.16 - Curvas -tipo para a queda de pressáo adimensional em um poço vertical corn completaçáo
total em um reservatório corn pressáo constante no limite superior (Streltsova-Adams, 1979).
Observa -se na Figura 5.16 que, para tempos curtos, o comportamento da presso no caso de limi-
te superior corn pressáo constante é idéntico ao caso em que o limite superior é impermeável, isto é, o
comportamento é de fluxo radial transiente. Após algum tempo, porém, a curva de p,D desvia-se da
curva do caso corn limites impermeáveis, atingindo menores valores para a queda de pressáo, devido ao
suporte fornecido pela capa de gás. No longo tempo a queda de pressáo tende para uma constante,
conforme esperado. Novamente, a exemplo do que ocorre no caso de pressáo constante no limite
externo, no longo tempo é alcançado o regime permanente de fluxo. Em termos de pressóes reais, um
gráfico da pressáo de fluxo em funçáo do logaritmo do tempo (ln t) apresentaria os seguintes compor -
tamentos (em ordem seqüencial), conforme discutido no Capítulo 2: curva influenciada por efeitos de
estocagem e película, reta (regime radial transiente), curva influenciada pelos efeitos do limite superior
de pressáo constante e, finalmente, reta horizontal (regime permanente, pressáo constante). Portanto,
dados reais mostrando esse comportamento podem ser a indicaçáo da presença de urna capa de gás e /ou
de um aqüífero que fornece adequado suporte de pressáo para o reservatório de óleo. Eventualmente a
reta semi -log pode ainda estar mascarada pelos efeitos de estocagem.
22
Vide Capítulo Erro! Fonte de referência nao encontrada..
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190 Efeito de Limites nos Testes de Press5o
Para efeito de análise pelos métodos convencionais é importante estimar a duraçáo do período em
que as soluçóes dos modelos com manutençáo de pressáo no limite superior (ou inferior) e corn limites
impermeáveis sáo idénticas, bem como o tempo em que o regime permanente é alcançado. Nota -se na
Figura 5.16 que aproximadamente 1 '/2 ciclos logarítmicos separam o fim do fluxo radial transiente
(ponto onde ulna determinada curva -tipo deixa de coincidir corn a soluçáo do fluxo transiente represen-
tada pela curva superior - soluçáo da fonte linear) do inicio do fluxo permanente (ponto onde a pressáo
passa a ser constante), conforme indicaçáo das setas verticais. Um exame da Figura 5.16 e da tabela
apresentada por Streltsova-Adams mostra que esses dois eventos correspondem, aproximadamente, a
rDtD =
r2kZClkrt
ht kr4tc,r2
= Clkzt
4! tht
(5.78)
um determinado valor do produto rD2/tD. Denominando esse produto de tD, tern -se que:
- tD .
Inspecionando a soluçáo analítica observou -se que o tempo adimensional para o final do fluxo
radial transiente (tD ff.) era de 0,05:
Ck tffZ
tD = t 2 = 0,05 (5.79)
(1lactht
onde tfrr é o tempo (real) para o final do fluxo radial (transiente). Portanto, a duraçáo do fluxo radial
depende, além da porosidade, da viscosidade e da compressibilidade, como sempre, também da perme -
abilidade vertical e da espessura da formaçáo. Por sua vez, o tempo adimensional para o inicio do fluxo
radial permanente (tDfp) era aproximadamente igual a 1:
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Efeito de Limites nos Testes de Pressäo 191
fluxo permanente. A análise do teste pode ser feita corn curvas -tipo, corno as da Figura 5.16, e corn os
métodos convencionais, colocando-se os dados em gráfico cartesiano e em gráfico semi -log. A evidên-
cia da manutençáo de pressáo será dada pela presença de urna reta no gráfico semi -log, representando o
fluxo radial transiente, seguida por um valor constante (em ambos os gráficos), representando o fluxo
permanente. A análise do fluxo radial transiente através do gráfico semi -log (método convencional)
permite estimar a permeabilidade e o fator de película, usando as equaçóes apresentadas no Capítulo 3
para teste de fluxo em reservatório infinito e considerando como espessura somente o intervalo canho-
neado (completado) hp. Corn o prosseguimento do teste, ainda no regime transiente, o fluxo poderá ter a
aparência de um fluxo pseudoradial, em que as linhas de fluxo sáo radiais horizontais em todo o reser-
vatório, exceto nas imediaçóes do pogo, em funcáo da completaçáo parcial. Neste caso o fator de
película calculado poderá incluir o dano (ou estímulo) real do poco e um dano aparente devido à
geometria das linhas de fluxo (restriçáo do fluxo nas imediaçóes do poço). Poderá entáo ser necessário
utilizar os métodos descritos na seçáo referente a completaçáo parcial do Capítulo 11.
A expressáo para a queda de pressáo adimensional durante o período de fluxo radial permanente
(PDp), para o caso em que a razáo de completaçáo seja igual a 1, ou seja, hp/hr =1, e para rD < 0,1 (o que
sempre será obedecido quando se trata de analisar a pressáo no poco, onde r = rW) é dada por Streltso-
va- Adams:
pDP(rD,tD) = pDp(rD) =-2,34 log rD -0,49 , rD < 0,1 (5.81)
onde pwDp é a queda de pressáo adimensional no poco durante o regime de fluxo radial permanente. Em
variáveis reais tern-se que:
krhr (p; - Pwfp) = 2,341og
rw kZ
-0,49 r =
rw' f kZ
¡ < 0,1 (5.83)
C2gBµ h, kr hr I kr
onde p,Ufp é a pressáo de fluxo no poço durante o regime radial permanente. Esta equaçáo pode ser usada
para se estimar kr a partir da mediçáo da pressáo durante o regime permanente, já que kZ pode ser
estimada a partir do tempo (observado durante o teste) para atingir esse regime, empregando -se a Eq.
(5.80). Incluindo -se o efeito de película a Eq. (5.83) passa a ser expressa como:
krhr (pr - PWfP) = 2 34log rw kZ
+s - 0 49 rWD =
rW kZ
< 0,1 (5.84 )
C2gBp. hr kr hr kr
Nota -se que a Eq. (5.84), válida para o caso de urna capa de gás que mantenha a pressáo constan-
te no limite superior, e a Eq. (5.67), válida para o caso de manutençáo de pressáo no limite externo, sao
muito diferentes. A Eq. (5.84) aplica -se quando há um limite superior ou inferior corn pressáo constan-
te, acima ou abaixo da zona de óleo. O índice de produtividade do poco durante o regime estabilizado
de fluxo (permanente) (IPp), ao menos no início, quando o contato gás /óleo ou óleo /água encontra-se
ainda próximo da sua posiçáo original, pode ser previsto corn essa equaçáo:
krhr
IP =
(5.85)
C2Bµ - 2,3410 +s-0,49
kkr
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192 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo
o que indica que o raio de investigaçáo cresce indefinidamente com a raiz quadrada do tempo. Essa
defmiçáo é obtida admitindo-se urna distrïbuiçao de pressáo pseudopermanente em um sistema circular
de raio igual ao raio de investigaçáo, mas em geral corresponde também ao raio a partir do qual a queda
de pressáo adimensional é menor que 0,1. No caso em que há um limite (superior ou inferior) com
pressáo constante, no entanto, o distúrbio de presso nao se propaga indefinidamente no interior do
reservatório. Uma vez que o regime de fluxo permanente tenha sido atingido, a produçáo do pop é
mantida pelo influxo através do limite de pressáo constante, o campo de pressóes nao mais se altera e é
impossível investigar mais no interior do reservatório. A soluçáo analítica obtida por Streltsova -Adams
mostra que a queda de presso adimensional (pDp) é aproximadamente igual a 0,1 para rD = 1,25. Logo,
para rD > 1,25 nao é possível que a queda de pressáo adimensional seja maior que 0,1, independente-
mente da duraçao do teste. Corn isso pode -se também definir um raio de investigaçáo adimensional para
o caso de limite superior ou inferior com pressáo constante (fluxo permanente):
Urna terceira definiçáo pode ser obtida considerando-se que o raio de investigaçáo é controlado
pelo tempo durante o qual o regime é radial horizontal transiente, dado pela Eq.(5.79). Substituindo esse
tempo na Eq. (5.86) resulta em um valor mais conservador para o raio investigado:
kr
rnvp = 0,45 ht (5.90)
kZ
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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 193
se admite no modelo em questao, pD(tp + Ot)D é de fato constante, independentemente do valor de At.
Portanto, as condiçóes sao ótimas para o uso do método de MDH.
Um reservatório em forma de canal é aquele corn dois limites laterais impermeáveis paralelos.
Nesse tipo de geometria o fluxo normalmente é denominado de fluxo canal. Esse tipo de geometria de
reservatório pode ocorrer em sistemas deposicionais canalizados, resultando em reservatórios alonga-
dos, ou seja, em que o comprimento é relativamente grande quando comparado corn a largura (reserva -
tórios relativamente estreitos).
O modelo mais simples a ser considerado admite a existência de um pop localizado à meia-
distância entre os limites, conforme ilustra esquematicamente a Figura 5.17, onde L é a distância entre o
pop e a borda do canal, ou seja, a metade da largura do canal, sendo esta entao a dimensao característi-
ca do sistema. Os limites externos sao considerados impermeáveis, como se fossem duas falhas planas
verticais, paralelas e selantes. A largura do canal é definida como W = 2L. Pode -se definir como
distância adimensional característica:
LD =Llrti,,. (5.91)
Figura 5.17 - Linhas de fluxo em um reservatório em forma de canal corn urn poço no seu centro
(tempo longo).
Nessa geometria, inicialmente as linhas de fluxo serán radiais, convergindo para o pop, enquan-
to nao houver efeito dos limites do reservatório (canal) sobre o comportamento da pressáo. Portanto,
inicialmente o regime de fluxo será radial transiente. A duraçao desse regime dependerá das caracterís-
ticas do sistema-rocha fluido, como em qualquer outra geometria, e da largura do canal. Quanto menor
for a largura do canal, menor será a duraçao do regime radial transiente.
No longo tempo as linhas de fluxo serán paralelas, exceto nas imediaçóes do poço, onde haverá
urna convergência para este, conforme mostrado na Figura 5.17. Logo, para tempos longos o regime de
fluxo será similar ao fluxo linear transiente, exceto pela presença da distorçao das linhas de fluxo nas
imediaçóes do poço. Este efeito pode ser representado por um pseudodano e o regime de fluxo pode ser
chamado de pseudolinear transiente. Eventualmente, entre esses dois regimes de fluxo poderia ocorrer
ulna transiçao em que haveria efeitos dos limites ainda sobre o fluxo radial, antes que o fluxo pseudoli-
near fosse estabelecido. Em outras situaçóes o regime radial poderia ser mascarado por efeitos de
estocagem ou nao ser observado se a largura do canal fosse muito pequena. De qualquer modo este
último caso é equivalente ao anterior, pois o nao aparecimento do fluxo radial é também decorrente dos
efeitos de estocagem. Caso esse efeito nao existisse, o fluxo radial seria sempre observado, por menor
que fosse a sua duraçao.
Pode -se definir como tempo adimensional:
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194 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo
tD tD tD 4tDrw
tDL = (5.92)
LD (LI r)2 (W 12/rw)2 W2
w2 W2
Substituindo a definiçáo de tD, Eq. (5.93), na Eq. (5.96):
Ciktrw Cikt (5.97)
PwD =2 7t
2
=2 IC
2
4PtrrW 0I-CtW
Definindo -se um novo tempo adimensional como:
Cikt
tDw = 2
(5.98)
OµctW
a Eq. (5.97) passa a ser dada por:
ou ainda:
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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 195
onde tD seria o tempo adimensional necessário para o final do fluxo radial transiente. Nota-se que a
Eq. (5.104) é similar à definiçao de raio de investigaçao. No caso de fluxo radial, por exemplo, o raio de
investigaçao adimensional pode ser definido pela expressao:
rDinv = 2 tD (5.105)
onde tD é o tempo adimensional de fluxo. Portanto, a diferença reside apenas na constante de proporcio-
nalidade e a Eq. (5.104) pode ser usada também para inferir a largura do canal. Observa -se também que
o reservatório comporta -se como infinito (em fluxo radial transiente) por mais tempo no caso de fluxo
em um canal do que, por exemplo, em um quadrado com lado equivalente à largura do canal. Isso
ocorre porque no caso do canal o reservatório apresenta grande extensao em urna das dimensóes.
Ainda de acordo corn Nutakki & Mattar, o início do fluxo pseudolinear transiente ocorre quando
tD = 0,38d, ou seja, = 0,38 LD , onde tDil é o tempo adimensional para o inicio do fluxo (pseu-
tD fl
do) linear (transiente). Observa -se, portanto, que há um período de superposiçao dos fluxos radial e
linear, entre tD = 0,384 e tD = 0,67 LD , o que significa que nesse período os dados podem ser
analisados tanto pelo fluxo radial transiente como pelo fluxo pseudolinear transiente, corn erro relati-
vamente pequeno (em torno de 2 %). Para se evitar essa superposiçao e melhorar a confiabilidade da
análise, pode -se admitir que o inicio do fluxo pseudolinear transiente ocorra no momento em que
termina o fluxo radial transiente, isto é, = 0,674 Como tDyy = tD /WD , tem -se que:
tDi .
tDwl =tDi /WD = 0,674, /WD = 0,67(W/2/rW)2 /W2, = 0,67W20 /Wo /4= 0,67/4 = 0,1675 (5.106)
Logo, o inicio do regime de fluxo pseudolinear transiente ocorre quando tDW = 0,1675 .
A Eq. (5.101) indica que, durante o fluxo pseudolinear transiente, a queda de pressao adimensio-
nal no pop varia linearmente corn a raiz quadrada do tempo adimensional tDW A inclinaçao da reta
.
adimensional é igual a 2-Frc e o coeficiente linear é igual a s, = sW + s. Tomando -se o logaritmo dessa
equaçao obtém -se:
log p,,D = 1og(2. J7ttDW + st ). (5.107)
Portanto, devido ao fator de película total (s,), a curva log -log de pr,D versus tDyy, nao será urna reta, nao
tendo entao inclinaçao constante (igual a '/2), como ocorre no caso de fluxo estritamente linear, sem
efeito de película (por exemplo, fluxo no interior de uma fratura). Essa inclinaçao constante somente
será observada para tempos muito longos, quando o termo st tornar-se desprezível perante o ter-
mo (2 /1rtDW ). Por isso, a curva-tipo da pressao utilizada no diagnóstico de fluxo linear em fraturas nao
é imediatamente aplicável para detectar o fluxo canal. Para longo tempo, porém, a Eq. (5.107) simplifi-
ca para:
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196 Efeito de Limites nos Testes de Pressäo
ou
log ptiD = log(VtDw )+ log(2J) (5.109)
ou ainda:
dpwD
PwD = CD.117C/tDw . (5.111)
d(tDw /CD)
Multiplicando ambos os termos por tDw /CD e manipulando a equaçáo resulta em:
tDw (5.112)
(tDw /CD)Pw,D =11jjTC CD
D
Tomando o logaritmo:
( f itn w
lo gL(tDw/CD)PwD1=log CD (5.113)
D
obtém-se:
Logo, a curva -tipo (log -log) da derivada apresentará, no longo tempo, urna reta corn inclinaçáo igual a
após o período de fluxo radial transiente, durante o qual a derivada é constante, conforme foi discu-
tido no Capítulo 3. O mesmo ocorrerá com as curvas dos dados reais, notando -se entáo no gráfico log -
log o período influenciado pela estocagem (reta corn inclinaçáo de 45° tanto para a pressáo como para o
grupo- derivada), seguida de transiçáo, fluxo radial transiente (grupo- derivada constante), transiçáo e
fluxo pseudolinear transiente (grupo- derivada corn inclinaçáo'/2, isto é, reta de 45 °).
Do que foi exporto em termos de curvas -tipo conclui -se que os valores adimensionais das variá-
veis, bem como os valores reais de um teste de fluxo, teráo o comportamento ilustrado na Figura 5.18.
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Efeito de Limites nos Testes de Pressäo 197
t Apwf
Fluxo radial infinito
t
Figura 5.18 - Gráfico log -log característico da queda de pressáo e do grupo- derivada em um poco
localizado em um reservatório em forma de canal.
O ajustamento dos dados de teste, cujo formato deverá ser o da Figura 5.18, com as curvas -tipo
desse tipo de modelo, tanto para a pressáo como para a sua derivada, permite a estimativa da permeabi-
lidade, usando -se o ajuste na escala vertical, e da largura do canal, usando -se o ajuste da escala horizon-
tal e levando -se em conta também o fato de o fluxo pseudolinear transiente ter inicio aproximadamente
em tDW = 0,1675 .
Considerando -se o método convencional, o período de fluxo radial transiente é analisado pelas
técnicas descritas no Capítulo 3. Caso esse regime de fluxo sej a visível, permitirá a estimativa da
permeabilidade e do fator de película mecánico s. Se o regime radial for mascarado por efeitos de
estocagem, a análise só poderá ser feita através de ajustamento com curvas -tipo ou, preferencialmente,
através do uso de um medidor de vazáo de fundo de poco e da aplicaçáo de técnicas de análise para
vazáo variável (Capítulo 3). 0 período de fluxo radial transiente geralmente é mascarado por efeitos de
estocagem quando:
CD (60 + 3,5 s) > 0,25 LD .
(5.115)
Para análise do período de fluxo pseudolinear transiente pelo método convencional pode -se ex-
pressar a reta da Eq. (5.101) termos de variáveis reais:
APwf = Pi -Pwf = mfV7+Lpst (5.116)
onde o coeficiente angular desse período de fluxo (pseudo) linear é dado por:
qB Ciµ
mfl =2-JcC2 h
(5.117)
koctW2
e o coeficiente linear, equivalente à queda de pressáo devida ao efeito de película total, é:
`pst _C2
4µ(sw +s). (5.118)
Portanto, um gráfico da queda de pressáo em funcao da raiz quadrada do tempo de fluxo deverá resultar
em urna linha reta com inclinacáo (coeficiente angular) mfl e coeficiente linear Apst
Caso o valor da permeabilidade possa ser obtido a partir da análise do período de fluxo radial
transiente, a largura do canal poderá ser estimada pela Eq. (5.117). Além disso, com o valor do fator de
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198 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo
película mecânico (s) estimado pela análise do fluxo radial transiente, pode -se estimar o pseudofator de
película (S W), através do coeficiente linear da reta do período de fluxo pseudolinear transiente, dado pela
Eq. (5.118).
23
Vide Capítulo Erro! Indicador nao definido..
24
Vide Capitulo Erro! Indicador nao definido..
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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 199
resultaria em um gráfico corn o formato da Figura 5.19, o que possibilitaria urna análise também pelo
método convencional, como será discutido a seguir.
15
PwsD
10
12 13 14 15 16
log AteD
Na Figura 5.20 é mostrado um exemplo de curva -tipo da derivada que poderia ser construída para
essa geometria, onde foi usado o tempo equivalente Ate em vez do tempo real de teste At. Observa -se
que, depois de terem desaparecido os efeitos de estocagem. Em seguida há urn crescimento continuo da
curva -tipo da derivada. Para tempos de fechamento intermediários a curva da derivada é aproximada-
mente reta, mas para grandes valores de Ate há um crescimento acentuado da derivada.
I I
(AteD l CD)pwsD
AteD 0D CD )
Figura 5.20 - Comportamento típico da derivada da queda de presso adimensional em um gráfico log-
log durante um teste de crescimento em um poço localizado em um reservatório em forma de canal,
usando o tempo adimensional equivalente (AteD).
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200 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo
Caso tivesse sido usado o valor de At em vez do tempo equivalente Ate, o formato da curva da
derivada teria a configuraçao mostrada no exemplo da Figura 5.21, onde foram usadas variáveis reais
( dimensionais) em vez das variáveis adimensionais. Nota -se que, diferentemente do gráfico da Figura
5.20, nao há um crescimento acentuado da inclinaçáo da curva para valores grandes do tempo de
fechamento. Em vez disso, a aparéncia é de urna reta durante todo o tempo, embora haja urna pequena
concavidade na curva. Portanto, para efeito de diagnóstico talvez o gráfico da Figura 5.20 seja mais
interessante. Os comportamentos apresentados pela Figura 5.20 e pela Figura 5.21 serao mais bem
discutidos e justificados quando da análise pelo método convencional.
1000
100
* 4.1M
,r,r.,r
10
10 100 1000
At
o valor limite para Ate é igual a tp, quando At-*oo. Portanto, para se obter a pressáo final do crescimento,
ou seja, a chamada pressáo extrapolada, a reta semi -log deve ser extrapolada para log(tp) ou, em um
gráfico adimensional, para log(tpD). Esse procedimento é análogo à extrapolaçáo feita no gráfico de
Homer para log[(tp + At) /At] = 0 no caso de fluxo radial. No caso do fluxo em um reservatório em
forma de canal, no entanto, a extrapolaçáo da reta correspondente ao tempo intermediário resultará em
urna estimativa pobre da pressáo do reservatório. Como mostra a Figura 5.19, para se obter a pressáo do
reservatório é necessário utilizar os dados de longo tempo do teste de crescimento. Conforme foi
apresentado na Seçáo 5.1.2, no caso de urna única falha plana selante a extrapolaçáo da segunda reta, de
inclinaçáo duas vezes maior que a da primeira reta, possibilita a obtençáo da pressáo do reservatório.
No caso de duas falhas planas, ou seja, de reservatório em forma de canal (Figura 5.17), o continuo
crescimento da inclinaçáo da reta toma a extrapolaçáo dificil. Isso ocorre porque o processo de cresci-
mento da pressáo em um reservatório em forma de canal é muito mais lento que no fluxo radial. Portan-
to, para se obter a correta pressáo extrapolada seria necessário que o tempo de fechamento fosse igual
ao tempo de produçáo (tp), o que nem sempre é viável.
A dificuldade decorrente do crescimento da inclinaçáo da curva de pressáo também acontece corn
a curva da derivada para longos tempos de fechamento. Após um periodo em que a derivada mantém -se
constante em aproximadamente '/Z, representando o fluxo aproximadamente radial transiente, há um
crescimento continuo, conforme mostrado na Figura 5.20. Portanto, enquanto no teste de fluxo, tanto a
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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 201
presso (em um tempo muito longo), como o grupo- derivada (em um tempo longo), apresentam retas de
inclinaçäo igual a '/a, no teste de crescimento as curvas apresentam um aumento continuo, e particular-
mente acentuado, de inclinaçäo quando Ate -> tp .
Em algumas situaçóes podem ser obtidas soluçóes analíticas para o teste de crescimento de pres-
säo. Aplicando o principio da superposiçäo de efeitos, a queda de pressäo adimensional após o fecha-
mento do poço, utilizando a definiçäo tradicional ou convencional, seria dada por:
PwsD = PwD(t DO- PwD(AtDw) (5.123)
onde t é o tempo total de produçäo, ou seja, t = tp + At e, consequentemente, tow = tpDW + fltpw. Admi-
tindo, por exemplo, que no momento de fechamento do pop o fluxo já fosse pseudolinear transiente, a
expressäo da queda de pressäo adimensional seria dada pela Eq. (5.101):
PwD (tDw) = 2J1EtDw + st . (5.124)
Admitindo que o valor de At já seja suficientemente grande para que o efeito da vazäo -q também possa
ser calculado através da equaçäo do fluxo pseudolinear transiente, tern-se que:
PwD(AtDw) - 2.J7CAtpw +St . (5.125)
kh
(Pi -Pws )= 2,,Jn(tppw +Atpw)- 2J7rAtpw (5.129)
C2gBµ
de onde se pode explicitar a queda de pressäo em variáveis reais:
CZgBµ
Pi -Pws= (2,T(tppw +Atpw) -2. f7rAtpw ). (5.130)
kh
Por seu turno, a queda de pressäo no momento do fechamento do poço, dada em variáveis adi-
mensionais pela Eq. (5.124), pode ser escrita em variáreis reais como:
kh r
Pw (tpd= 2.1»ttppw +st (5.131)
CzBµ
ou:
kh [p
i -Pwjji=2117ttpDw +St (5.132)
C2qB µ
ou ainda:
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202 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo
ou:
Pws pwff = C
Bµ L2ltPDw +tDw + VAtDw (5.135)
V tPDw
Empregando a definiçáo do tempo adimensional resulta em:
(V
Pws Pwff V;tP+At+,ID )+stJ (5.136)
4:1)µc, W
ou:
ou ainda:
APwBU 2 C2
qB
k c1W2
r
`
tP JtP +Ot + Ot)+ Ckµ st . (5.138)
A Eq. (5.139) pode ser empregada para se entender os comportamentos ilustrados nos exemplos
da Figura 5.20 e da Figura 5.21. Derivando essa equaçáo em relaçáo ao tempo de fechamento At obtém-
se:
( \
dOPwBU
dAt
_
'
OPwBU
m
2.JtP 1
+ At t
1
)
(5.141)
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Efeito de Limites nos Testes de Pressäo 203
ou:
log{[At (tp + At) / tp ] ApwBU }=1og(m fl / 2tp ) + log [11(tp + At)2 At - V(tp + At)(At)Z 1. (5.144)
Para valores de At nao muito grandes quando comparados corn tp, o termo V(tp + At)2 At deve prepon-
derar em relaçao ao termo i (tp + At)(At)2 Além disso, pode -se efetuar a aproximaçáo (tp + At) _ tp.
.
ou:
log {[At (tp + At) / tp ] Apÿ, BU }= log( m fl / 2tp) + log tp + log At . (5.146)
2
Isso mostra que um gráfico log -log do grupo- derivada em funçao de At deverá resultar, para valores
intermediários de At, ou seja, para valores de tempo de fechamento suficientemente longos para que o
fluxo pseudolinear seja válido, mas suficientemente pequenos para que as aproximaçóes implícitas na
Eq. (5.146) sejam válidas, em uina linha reta corn inclinaçao igual a 1/2. Esse comportamento é o que
encontra-se ilustrado na Figura 5.21 para tempos de fechamento entre 10 e 100. Para valores maiores
que 100 a aparencia ainda é de urna reta corn a mesma inclinaçao anterior, embora Naja urna leve
concavidade par cima. Por outro lado, na Figura 5.20 observa -se que o trecho aproximadamente reto
corn inclinaçao igual a Y2 é menor, após o que há um continuo e acentuado crescimento da inclinaçao da
curva.
REFERENCIAS
Agarwal, R. G.: A new method to account for producing time effects when drawdown type curves are used to analyze pressure
buildup and other test data. In: Annual Fall Meeting of the SPE -AIME, 55, Dallas, Sept. 21 -24, 1980.
Earlougher, R. C., Jr.: Advances in well test analysis. Dallas, SPE of AIME, Monograph Series Volume 5, 1977.
Nutakki, R. & Mattar, L.: Pressure transient analysis of wells in very long narrow reservoirs. In: Annual Fall Technical
Conference and Exhibition of the SPE of AIME, 57. New Orleans, LA, USA, Sept. 26 -29, 1982. (SPE 11221.)
Rosa, A. J. & Corrda, A. C. F.: Análise de testes de pressáo em pops. Salvador, Bahia, Brasil,
PETROBRAS/CENPES/DIVEN/SEN -BA, 1987. (Apostila.)
Rosa, A. J. & Carvalho, R. S.: Análise de testes de press-do em pops - Volume I. Salvador, Bahia, Brasil,
PETROBRAS/Universidade Corporativa, Janeiro, 2001. (Apostila.)
Rosa, A. J., Marques, J. B. D. & Carvalho, R. S.: Avaliaçáo das Formaçöes - Análise de testes em pops. Salvador, Bahia,
Brasil, PETROBRAS/Universidade Corporativa, Janeiro, 2006. (Apostila.)
Streltsova- Adams, T. D.: Pressure drawdown in a well with limited flow entry. J. Pet. Tech., 1469 -1476, Nov. 1979.
Streltsova- Adams, T. D. & McKinley, R. M.: Effect of partial completion on the duration of aflerflow and beginning of the
formation straight line on a Horner plot. JPT Forum, J. Pet. Tech., 550 -552, Mar. 1981.
Van Poollen, H. K.: Radius -of- drainage and stabilization -time equations. Oil and Gas J., 138 -146, Sept. 14, 1964.
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204 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo
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APÉNDICE A
(1)So
mo = Pos (AA)
onde é a porosidade, Bo o fator volume- formaçáo do óleo e Pos a massa específica do óleo em condi-
çòes-padráo ou standard. A massa de água é:
OS,
mw =
Bw
P. (A.2)
onde pgs é a massa específica do gás em condiçóes -padráo ou standard. Finalmente, a massa total de gás
dissolvida nos fluidos é:
ORsso $Rswsw
M g, dissolvido - Bo g Bw
P gs (A.4)
onde RS e R5,,, sao as razóes de solubilidade do gás no óleo e na água, respectivamente. Portanto, a massa
total de gás numa unidade de volume é:
mg = Sg p gs + RsSo p + 4RswSw p
Bg Bo Bw (A.5 )
Usando a Lei de Darcy num sistema de geometria radial, obtêm -se para cada fase no volume de
controle as seguintes equaçóes para óleo, água e gás, respectivamente:
ko ap
Povro - itoBo
Pos
dr
(A.6)
dp
Pwvrw = -wBw Pws (A.7)
kg dp Rskn dp Rswkw ap
Pgvrg Pgs P gs (A.8)
µ gBg dr µoo Pgs
Rohe, dr µwBw dr
onde kx (x = o, g e w) é a permeabilidade efetiva ao fluido x, µx representa a viscosidade do fluido, vrx a
velocidade radial do fluido no meio poroso e px a massa específica do fluido nas condiçóes de reserva -
tório. Note que Bx= p54x, onde s representa a condiçáo-padráo ou standard. De uma forma geral a
equaçáo da continuidade numa geometria radial para uma fase x qualquer pode ser escrita como:
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206 Apêndice A
/
r ar `J rpxvrx = aat x
(A.9)
1 a ko ap a So
r ar rµoBo ar)-at(Bo) (A.10 )
1 a (r kw
ap
1=ç á(Sw (A.11)
rar }.l ,,,8,,, ar J at 8,,, J
l
rar
a
r¡ Rsko
\LoBo
Rswkw
1L,,B,
jai)
kg
µgBg ) ar
Expandindo a Eq. (A.10) corn uso da regra da cadeia resulta em:
- a
at C
RsSo + RswSw + Sg l
Bo B,,, Bg 1 (A.12 )
r
r ko
\µ oBo J ar
a 'r - --
ap 1
ar
+
ap a
ar ar µoBo
ko
-
a
at ,Bo )
' S° (A.13)
considerando que a permeabilidade efetiva ao óleo ko seja funçáo das saturaçóes de óleo e de ägua, So e
e que a viscosidade do óleo µo e o fator volume-formaçáo Bo sac) funçóes da pressáo. Expandindo o
S,,,,
segundo temo do lado esquerdo da Equaçáo (A.13) resulta que:
i' ko
r oµoBo ar
a(
lr
ap
ar I
)+
r
ap ( i
lµoBo aso
jako aso
)ap-a (so
Dr +
ap ) ako
ar (}.0Bo as
1
ar
(A.14)
+apko ap µoBo Jr at
Dr a C 1
B o)
Considerando que ap/ar, aS°lar e aS,HJar sac) pequenos, os seguintes produtos de gradientes:
i
(A.15)
ap) ' ap( ar ) e (ar) ar )
podem ser desprezados. A equaçáo do óleo se reduz a:
1 a/r H.
ap $u wBtiv a Sw
(A.17)
r ar ar ) kw at BW
a a \ 0( Rsko Rsx,k,,, kg
1 /RSSo RswSw + Sg (A.18)
r ar (r ar J \ µoBo µwBw }l.gBg at Bo B,,, Bg )
Expandindo a derivada parcial da Eq. (A.16) corn respeito ao tempo, utilizando a regra da cadeia,
resulta na seguinte equaçáo para o óleo,
1 a
r ar (rapl
ar , =$µoBo[
ko L Bo
1 aso ap
ap at
+S
( 1
° ap Bo
á \apl.
at
(A.19)
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Apéndice A 207
Por conveniencia, as derivadas parciais com respeito à presszo sao denotadas por B° , So e assim
por diante. Também se sabe que:
a 1 1 aB°
(A.20)
ap,B0 - -Bp ap
Logo, a Eq. (A.19) pode ser reescrita como:
a (yap - /
1
°II r'_S°B°1ap (A.21)
l' ar)
I
}µ
r ar k° 1 T° B° ) at
O mesmo procedimento pode ser feito corn a Eq. (A.17), resultando em:
1 a ap w S, SwBx ap
(A.22)
r ar ar kµ w B ) at
A equaçzo do gás é mais trabalhosa, pois a solubilidade é também funçzo da presszo. Expandin-
do a Eq. (A.18) resulta em:
(A.23)
,
RswSw +, RswSw RswSwBw Sg SgBg ap
B B B 2
Bg Bg at
O lado direito das Eqs. (A.21) e (A.22) estzo relacionados conforme a Eq.(A.24) a seguir:
.
SBB °) (S, SB (A.24)
XO
(S° J
(
S
°
- S °B°
Bo )\. Bo
' Rs,0 + Rswkw +
Bw
Xg
Bg
\ Rs SO
Bo
RS
B°
s,
°
SOBO
Bo )
+
L
(A.25)
RsWSW R , _
w
SBw Sg SgB;
B BN,
Bw Bg Bs
Substituindo a Eq. (A.24) na Eq. (A.25) resulta:
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208 Apéndice A
ou
, , , \
S/ SoBo g =
Rsso Rswsw + S,g g g
(A.28)
,21. B2g
B° °Bg Bo Bw Bg /
Multiplicando por Bg:
(So
I`
SBBo Xr - Xo - 1
J
r RsoBg
Il
+ RS Bg S,0 SBg
g
(A.30)
Adicionando os termos SoBo /Bo e SwB,ti /B, a cada lado da Eq. (A.30) obtém-se:
/So
SoB° j(íi,t - ñ,o -X) + SoBo SWB,
=
RsSoBg RswSwBg
Is' o
)
BO XO Bo Bw Bo BW S°Bo
BO
(A.32)
SgBg
Bo
Novamente, colocando todos os termos que multiplicam So - S° Bo / Bo para o lado direito re-
sulta:
Os componentes da Eq. (A.35), por deduçáo, ficam assim definidos: abaixo da pressáo de bolha a
compressibilidade do óleo é definida por:
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Apéndice A 209
co
_- B
(
Bo
,
- R,SBg ) (A.36)
De forma semelhante:
c _ - Bf
1
w
, .
R,.,,,Bg
)
(A.37)
c =- B'
Bg
g (A.38)
Observe que substituindo as Eqs. (A.36), (A.37) e (A.38) na Eq. (A.35) obtém-se:
(
r pl-((p r l
pat ( A.41 )
r ar ar Xt
A Eq. (A.41) é semelhante à equaçáo da difuso para um fluido monofásico de pequena compressibili-
dade, representada por:
I a rrap1=rµocrlaP (A.42)
r ar I` Dr J I\ ko /I at
Em suma, para chegar à Eq. (A.42), Perrine (1956) e Martin (1959) negligenciaram os produtos dos
gradientes aplar, Molar e aSti,/ar entre si. Note que a equaçáo da difusáo para um fluido monofásico de
pequena compressibilidade se toma igual à equaçáo da difusáo para um fluido multifásico, pela simples
substituiçáo de X0 por X,.
REFERENCIAS
Perrine, R. L.: Analysis of pressure buildup curves. Drill. and Prod. Prac. API Bulletin, pp. 482 -509, 1956.
Martin, J. C.: Simplified equations of flow in gas drive reservoirs and the theoretical foundation of multiphase pressure
buildup analysis. Artigo SPE 1235; Trans., AIME, v. 216, pp. 321 -323, 1959.
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APÉNDICE B
Séries Infinitas:
A funçáo integral exponencial pode ser expandida em uma série de potência (para x pequeno) ou em urna
série assintótica (para x grande), dadas respectivamente por:
2
E; (x) = y+ ln x + x + x +... (B.2)
1.1! 2.2!
e
E1(x) =
x
1 + -+
t I
+...I (B.3)
onde y é a constante de Euler (7 = 0,5772156649). Com base nestas séries infinitas, urna rotina
FORTRAN é apresentada no livro Numerical Recipes25 (p. 218).
Aproximaçáo Racional:
0<x<1 Ei(x)+ln(x)=a0+a1 x+a2x2+a3x3+a4x4+a5x5+£(x)
onde:
le(x)l< 2x10-7
ao = 0,57721566 a3 = 0,05519968
at = 0,99999193 a4 = 0,00976004
a2 = -0,24991055 a5 = 0,00107857
onde:
I£(x) < 2x10-8
al = 8,5733287401 bt = 9,5733223454
a2 =18,0590169730 b2 = 25,6329561486
a3 = 8,6347608925 b3 = 21,0996530827
a4 = 0,2677737343 b4 = 3,9584969228
Press, W. H.; Teukolsky, S. A.; Vetterling, W. T.; Flannery, B. P. Numerical recipes in FORTRAN: The art of scientific
25
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Apéndice B 211
Tabela:
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212 Apêndice B
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`
APÉNDICE C
, -
. .
5
7
4
3 fI . } _ .L. i _ _ . ( __ _ ._ _ .... .
19
_.
i_S_
MI
_.._ ././ _ _ _.,... I.._ -
...._..____ _ ___.....}.. .._ ..__
_.-Ì
7 4LÇ -..--
Q3
2
r
1 I
.. . ._.
c \O
. . . ..
1019
f!i:;E&J
6 ____._
-4_._..__ _
3
DA
L
--- .-__...._
2
102 ,. _ 6 7 5 3 .d i R 7 R C 2 2 R 4 5 8 7 8 9 a
10 10 10
tD/rD2
m
Figura C.1 - Soluçäo da equaçäo da difusividade - Modelos da fonte linear (integral exponencial) e da fonte
cilíndrica (Mueller & Witherspoon, 1965).
11,4D2
104 05 106 107 106 log
58789 56789
mani
2 3 4 2 3 4 5 6 7 8 9 2 3 4 5 6 7 8 2 3 4 5 6 7 89 2 3 4
104 _._
8
7
.... _
gp
V
.
.
2 __ 1 y ..... _ .
II
_ _ _ _ _ _
-
1
i ! i
1.09
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5
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_ __ ---,
..,.. _.,....___ M-__. _
4 3 ,
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I
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101
8
_ .. :....__ L___ -...._....._ : .._I_ ,..... . __ ._ _ .r ___+_____.,.,.,..
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4 ,
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T
2 _ _
I
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214 Apéndice C
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11111
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Figura C.3 - Queda de pressäo adimensional de um poço no centro de um reservatório circular fechado (Earlou-
gher, 1977).
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Apéndice C 215
Figura C.4 - Queda de pressáo adimensional de um poço no centro de um reservatório circulara corn manutençáo
de pressáo nos limites externos (Earlougher, 1977).
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Figura C.5 - Queda de pressáo adimensional de um pogo corn estocagem e fator de película em um reservatório
infinito (Agarwal et alii, 1970).
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Apéndice C 217
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Figura C.6 - Queda de pressáo adimensional e derivada da queda de pressáo adimensional em um poço corn
estocagem e fator de película em um reservatório infinito (Bourdet et alii, 1983).
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Figura C.7 - Queda de pressáo adimensional para vários pontos de um reservatório quadrado corn poço no
centro (sem estocagem e sem fator de película) ver Tabela C.1. -
Area = A
xD = x/L
Figura C.8 - Sistema de coordenadas cartesianas adimensionais para um poço no centro de um quadrado.
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Apêndice C 219
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Figura C.9 - Queda de pressáo adimensional para vários pontos de um reservatório quadrado com poço no
centro sem estocagem e sem fator de película) - ver Tabela C.1
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220 Apêndice C
Tabela C.1 - Queda de pressáo adimensional para vários pontos de um reservatório quadrado corn poço no centro
(sem estocagem e sem fator de película)
D
xD =0,000 xD =0,250 xD = 0,250 xD = 0,500 xD = 0,500 xD = 0,500 xD = 0,750 xD = 0,750
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0,0015 4,7543 0,0109 0,0004 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
0,0020 4,8981 0,0261 0,0021 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
0,0025 5,0097 0,0456 0,0056 0,0001 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
0,0030 5,1009 0,0675 0,0109 0,0004 0,0001 0,0000 0,0000 0,0000
0,0040 5,2447 0,1141 0,0261 0,0021 0,0007 0,0000 0,0000 0,0000
0,0050 5,3563 0,1607 0,0456 0,0056 0,0021 0,0001 0,0001 0,0000
0,0060 5,4474 0,2053 0,0675 0,0109 0,0047 0,0004 0,0002 0,0001
0,0070 5,5245 0,2475 0,0906 0,0178 0,0085 0,0011 0,0006 0,0003
0,0080 5,5913 0,2871 0,1141 0,0261 0,0135 0,0021 0,0012 0,0007
0,0090 5,6502 0,3243 0,1376 0,0354 0,0194 0,0036 0,0021 0,0013
0,0100 5,7029 0,3592 0,1607 0,0456 0,0261 0,0056 0,0034 0,0021
0,0150 5,9056 0,5063 0,2676 0,1023 0,0675 0,0218 0,0154 0,0109
0,0200 6,0494 0,6211 0,3592 0,1607 0,1142 0,0456 0,0350 0,0266
0,0250 6,1610 0,7147 0,4379 0,2164 0,1609 0,0735 0,0597 0,0474
0,0300 6,2522 0,7939 0,5065 0,2685 0,2061 0,1032 0,0876 0,0716
0,0400 6,3965 0,9232 0,6224 0,3628 0,2906 0,1650 0,1485 0,1263
0,0500 6,5099 1,0279 0,7192 0,4470 0,3685 0,2276 0,2125 0,1854
0,0600 6,6050 1,1178 0,8041 0,5242 0,4415 0,2904 0,2772 0,2466
0,0700 6,6888 1,1983 0,8815 0,5968 0,5112 0,3532 0,3418 0,3086
0,0800 6,7654 1,2728 0,9539 0,6661 0,5786 0,4160 0,4061 0,3711
0,0900 6,8374 1,3434 1,0231 0,7334 0,6446 0,4788 0,4700 0,4338
0,1000 6,9063 1,4114 1,0902 0,7992 0,7095 0,5417 0,5336 0,4965
0,1500 7,2311 1,7347 1,4119 1,1186 1,0274 0,8558 0,8492 0,8106
0,2000 7,5468 2,0501 1,7271 1,4335 1,3421 1,1700 1,1636 1,1248
0,2500 7,8611 2,3644 2,0414 1,7478 1,6563 1,4841 1,4778 1,4390
0,3000 8,1753 2,6786 2,3556 2,0620 1,9705 1,7983 1,7919 1,7531
0,4000 8,8036 3,3069 2,9839 2,6903 2,5988 2,4266 2,4202 2,3814
0,5000 9,4320 3,9352 3,6122 3,3186 3,2271 3,0549 3,0486 3,0098
0,6000 10,0603 4,5636 4,2406 3,9469 3,8555 3,6833 3,6769 3,6381
0,7000 10,6886 5,1919 4,8689 4,5752 4,4838 4,3116 4,3052 4,2664
0,8000 11,3169 5,8202 5,4972 5,2036 5,1121 4,9399 4,9335 4,8947
0,9000 11,9452 6,4485 6,1255 5,8319 5,7404 5,5682 5,5618 5,5230
1,0000 12,5735 7,0768 6,7538 6,4602 6,3687 6,1965 6,1902 6,1513
2,0000 18,8567 13,3600 13,0370 12,7433 12,6519 12,4797 12,4733 12,4345
4,0000 31,4230 25,9263 25,6033 25,3097 25,2182 25,0460 25,0394 25,0009
8,0000 46,5557 51,0590 50,7360 50,4423 50,3509 50,1787 50,1723 50,1335
10,000 69,1220 63,6253 63,3023 63,0087 62,9172 62,7450 62,7386 62,6999
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Apéndice C 221
Continuaçáo
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0,0050 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
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0,0090 0,0003 0,0000 0,0004 0,0001 0,0001 0,0000 0,0000 0,0000
0,0100 0,0005 0,0001 0,0008 0,0003 0,0002 0,0000 0,0000 0,0000
0,0150 0,0040 0,0008 0,0055 0,0031 0,0023 0,0009 0,0002 0,0001
0,0200 0,0121 0,0036. 0,0164 0,0111 0,0087 0,0042 0,0014 0,0005
0,0250 0,0245 0,0091 0,0329 0,0249 0,0203 0,0112 0,0045 0,0023
0,0300 0,0404 0,0177 0,0539 0,0439 0,0365 0,0219 0,0102 0,0062
0,0400 0,0805 0,0437 0,1050 0,0913 0,0793 0,0532 0,0307 0,0223
0,0500 0,1281 0,0800 0,1628 0,1469 0,1308 0,0947 0,0623 0,0498
0,0600 0,1807 0,1241 0,2237 0,2065 0,1871 0,1431 0,1029 0,0872
0,0700 0,2366 0,1740 0,2859 0,2678 0,2460 0,1962 0,1502 0,1321
0,0800 0,2948 0,2279 0,3486 0,3299 0,3064 0,2525 0,2023 0,1826
0,0900 0,3546 0,2846 0,4114 0,3925 0,3677 0,3109 0,2579 0,2369
0,1000 0,4153 0,3433 0,4744 0,4551 0,4296 0,3708 0,3157 0,2939
0,1500 0,7257 0,6500 0,7888 0,7692 0,7421 0,6797 0,6209 0,5976
0,2000 1,0393 0,9632 1,1030 1,0834 1,0561 0,9931 0,9338 0,9103
0,2500 1,3534 1,2772 1,4172 1,3975 1,3702 1,3071 1,2478 1,2243
0,3000 1,6676 1,5913 1,7313 1,7117 1,6843 1,6213 1,5620 1,5384
0,4000 2,2959 2,2196 2,3597 2,3400 2,3127 2,2496 2,1903 2,1667
0,5000 2,9242 2,8479 2,9880 2,9683 2,9410 2,2879 2,8186 2,7950
0,6000 3,5525 3,4763 3,6163 3,5966 3,5693 3,5062 3,4469 3,4233
0,7000 4,1808 4,1046 4,2446 4,2249 4,1976 4,1346 4,0752 4,0517
0,8000 4,8092 4,7329 4,8729 4,8533 4,8259 4,7629 4,7036 4,6800
0,9000 5,4375 5,3612 5,5012 5,4816 5,4542 5,3912 5,3319 5,3083
1,0000 6,0658 5,9895 6,1296 6,1099 6,0826 6,0195 5,9602 5,9366
2,0000 12,3490 12,2727 12,4127 12,3930 12,3657 12,3027 12,3434 12,2198
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8,0000 50,0480 49,9717 50,1117 50,0921 50,0647 50,0017 49,9424 49,9188
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224 Apéndice C
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226 Apêndice C
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Ramey, 1972).
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228 Apéndice C
2 3 4 5 6 8 9
2 3 4 5 8 89
iii:iiii
1 7
3 4 5 7 8
2 3 4 5- 6 7 8 9
3 4 5 6 7 9 1
3.5
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Figura C.17 -
Curva -tipo para fratura vertical em um reservatório infinito, sem estocagem no pogo (Gringarten et
alii, 1972a, 1972b e 1974). Reproduzida de Earlougher, R. C., Jr., Advances in Well Test Analysis, Copyright ©
1977, corn permissäo de SPE -AIME
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Apéndice C 229
- -
Figura C.18 Curva -tipo para fratura vertical de condutividade infinita poço sem estocagem no centro de um
reservatório quadrado (Gringarten et alii, 1972a, 1972b e 1974). Reproduzida de Earlougher, R. C., Jr., Advances
in Well Test Analysis, Copyright © 1977, corn permissáo de SPE -AIME.
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230 Apéndice C
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4 5 6 9 ``
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OFlct 4.2
Figura C.20 - Curva -tipo para fratura vertical de fluxo uniforme - poço sem estocagem no centro de um reserva -
tório quadrado. Reproduzida de Earlougher, R. C., Jr., Advances in Well Test Analysis, Copyright © 1977, corn
permissáo de SPE-AIME.
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Apéndice C 231
3 {,J 4
0,098 0,9 0,60 0,015
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232 Apêndice C
1
2,0769 1,7 0,50 0,02
2
1
3,1573 0,4 0,15 0,005
2
1
1 1
i
2,3606 1,0 0,40 0,025
s
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Apéndice C 233
REFERENCIAS
Agarwal, R. G.; Al- Hussainy, R. & Ramey, H. J., Jr.: An investigation of wellbore storage and skin effect in unsteady liquid
flow: I. Analytical treatment. Soc. Pet. Eng. J., 279 -290, Sept. 1970; Trans. AIME, 249.
Bourdet, D. P.; Whittle, T. M.; Douglas, A. A. & Pirard, Y. M.: A new set of type curves simplifies well test analysis. World
Oil, 95 -106, May 1983.
Earlougher, R. C., Jr.: Advances in well test analysis. Dallas, SPE of AIME, Monograph Series Volume 5, 1977.
Earlougher, R. C., Jr.; Ramey, H. J., Jr.; Miller, F. G. & Mueller, T. D. Pressure distributions in rectangular reservoir. J. Pet.
Tech., 199-208, Feb. 1 968; Trans. AIME, 243.
Dietz, D. N. Determinations of average reservoir from build -up surveys. J. Pet. Tech., 955 -959, Aug. 1965; Trans. AIME, 234.
Gringarten, A. C.; Bourdet, D. P.; Landel, P. A. & Kniazeff, V. J.: A comparison between diferent skin and wellbore storage
type- curves for early-time transient analysis. In: Annual Fall Technical Conference and Exhibition of the SPE of
AIME, 54. Las Vegas, Nevada, USA, Sept. 23 -26, 1979. (SPE 8205.)
Kumar, A., Ramey, H. J., Jr. Well test analysis for a well in a constant-pressure square. In: Annual Fall Technical Conference
and Exhibition fo the SPE of AIME, 47. San Antonio, TX, USA, Oct. 8 -11, 1972 (SPE 4054).
Matthews, C. S., Brons, F., Hazebroek, P. A method for determination of average pressure in a bounded reservoir. Trans.
-
AIME, 201, 182 -191, 1954; Reprint Series, No. 9 Pressure Analysis Methods, SPE of AIME, Dallas, 51 -60, 1967.
Miller, C. C., Dyes A. B., Hutchinson, C. A, Jr. The estimation of permeability and reservoir pressure from bottom -hole
pressure buildup characteristics. Trans. AIME, 189, 91 -104, 1950; Reprint Series, No. 9 - Pressure Analysis Methods,
SPE of AIME, Dallas, 11 -24, 1967.
Mueller, T. D., Witherspoon, P. A. Pressure interference effects within reservoirs and aquifers. J. Pet. Tech., 471 -474, April
1965; Trans. AIME, 234.
Perrine, R. L., Analysis of pressure -buildup curves. Drill and Prod. Prac., API, 482 -509, 1956.
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APÉNDICE D
Algoritmo de Stehfest
O algoritmo de Stehfest' é frequentemente utilizado para se efetuar a chamada inversáo numérica
do campo de Laplace para o campo real.
Dada a funçáo F(u), transformada de Laplace de F(t) em relaçáo a t, o valor aproximado de
F(to) pode ser calculado co.... se uinte ex icsbâo:
F(to)
1n2VrF 1n2i1
(D.1)
to 1 to lIl
sendo n par. Como se observa, os valores dos coeficientes V, dependem somente de n. Outra proprieda-
de denses coeficientes é que V =0 . O valor de n depende do número de dígitos da máquina, tipica-
r
,ente 8 < n < 16. A f nçáo F(t) deve ser suave, scm oscilaOcs rápidas. A tabela a seguir apresenta os
valores dos coeficientes V; para n = 10.
i Vt i V,
1 0,08333... 6 -236957,5
2 -32,08333... 7 375911,666...
3 1279 8 -340071,666...
4 -15623,666... 9 164062,5
5 84244,1666... 10 -32812,5
io
Obs.: V,. =0
J=1
Stehfest, H. Algorithm 386, numerical inversion of Laplace Transforms - D5. Communications of the ACM, 13 (1): 47, Jan de
1970.
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APÉNDICE E
Para qualquer tempo e tamanho de raio de poço, a equaçáo do comportamento da pressáo para o
caso de reservatório circular selado é26:
2 eD+t (3éD-4eDln rep -2eD-1)+
P,rt)= Pi - 21rkh
qµ
2
reD -1
pJ 2
rep- z 2
4 J-reDlnrD 4(reD -1)
e
1
¡
(E.1)
-0c,2,to 2
7c
Jl (anreD)Jl(an)Y0(anrD)-Y(an)Jo(anrD)]
n=1 an[Ji(arD)-J?(an)1
onde J0, Yo, J1, Y1 sao funçóes de Bessel de P e 2a espécies de ordern O e 1, respectivamente, e os
valores de a
sao as raízes da equaçào:
Jl (an reD)Y1(an)- Jl (an )Yi(anreD) =0. (E.2)
A pressáo no poço para o caso em que re » rw pode ser obtida a partir da Eq. (E.1), resultando
em:
antD J1
2tD
Pwf - Pt - 27rkh +lnreD- 3+2 e
2
(anreD)
2
(E.3)
reD 4
ff
Pwf = Pt
2zD
+1nreD -3 (E.4)
27[kh reD 4
ou, simplesmente,
PwD=2zD+lnreD-3 (E.5)
reD 4
A equaçào que rege o comportamento da pressáo no poço para um reservatório corn manutençáo
de pressáo nos limites é1:
pwf Pi -
27kh
gµ 1nreD -2 ¡¡ ff
n=1F'nLJI
e RnIDJI (F'nreD)
¡¡ ll
(E.6)
(ßn)-JO(f'nreD)J
onde os valores de an sao as raízes da equaçào:
(E.7)
De forma semelhante ao caso anterior, para um tempo adimensional (tD) suficientemente longo,
todos os termos do somatório tornam -se muito pequenos, podendo ser negligenciados. Logo, a Eq. (E.6)
se reduz a:
(E.8)
ou, simplesmente:
26
Matthews, C. S. & Russell, D. G.: Pressure buildup and flow tests in wells. Dallas, SPE of AIME, Monograph
Series Volume 1, 1967.
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236 Apéndice E
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APÉNDICE F
O Principio de Duhamel
O principio de Duhamel27 é utilizado para se obter expressóes gerais para a chamada superposi-
çáo de efeitos, aplicável as equaçòes diferenciais lineares. Considere, por exemplo, que pcD(rD,tD) seja a
soluçáo para a queda de pressáo adimensional em um reservatório que produz através de um pogo com
vazáo constante na face da formaçáo e que pD(rD,tD) seja a soluçáo para a queda de pressào adimensio-
nal quando a vazáo na superficie, ou seja, em condiçóes- padráo, é variável. O principio de Duhamel
estabelece que a relaçáo entre as funçóes pD(rD,tD) e pÇD(rD,,tD) é dada pela expressáo:
ro
( rD,T)
PD(rD,tD)= f 9D(tD ti) apcD (r d2 (F.1)
ou
tp
¡¡ apcD (rDtD - t) d r (F.2)
pD (rD , tD ) 9D lr)
_ 0
onde ap`D(at'tD -ti) é a derivada de r t corn respeito a tD avaliada em (D-
t 'r) e:
pcD(DD) P
D
sendo gr uma vazáo qualquer de referência e ti apenas urna variável de integraçáo. Integrando a Eq.
(F.1) por partes obtém-se:
27 Jean -Marie Constant Duhamel, notável Fisico e Matemático francès (1797 - 1872).
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APÉNDICE G
Transformada de Laplace
Definiçáo: A transformada de Laplace da funçáo F(t), representada por G fr(t) }, resulta na fun-
çáo F(u) , definida como:
F(u) = í4F(t)1=
. e ""F(t)dt (U.1)
onde F(t) é urna funçáo da variável real t e u é urna variável (complexa) do campo de Laplace. A
funçáo F(t) é chamada de funçáo original e F(u) é a funçáo imagem ou transformada da funçáo
original. No caso de duas variáveis a transformada é dada por:
F(u,v)= G {F(x,y)} =e-ux vyF(x,y)dxdy. (G.2)
U(t)= t =0 (G.3)
2
1 t >0
Nas tabelas seguintes ski apresentadas algumas das principais propriedades da transformada de
Laplace e as transformadas de algumas das funçóes mais comumente usadas.
Funç10 Original
F(t)
Fórmula de inversáo
1
+¿°°
eutF(u) du F(u) (G.5)
27ti
Linearidade
Diferenciaçáo em rendo à t
Diferenciaçáo em relaçáo à x
aF (x, t) dF (x, u) (G.9)
ax dx
"F(x,t) d"F (x,u) (G.10)
ax" dx"
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Apêndice G 239
Integraçáo
Diferenciaçáo
Integraçáo
Transformaçáo linear
Translaçáo
F(t - b)U(t - b) b >0 buF(u) (G.20)
Funçóes periódicas
Cut F(t)dt
F(t + a) = F(t) b (G.21)
1-é au
F(t)
1 (G.23)
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240 Apêndice G
t (G.24)
n-1
1
(G.25)
(n -1)! un
1
(G.26)
(G.27)
-[n+(1/2)] (G.28)
1.3.5...(2n -1)J
tk-1
F(k)
(k > 0) (G.29)
u
1
(G.30)
u+a
1
te-at (G.31)
(u + a)2
tn-1 Cat 1
(n=1,2,3...) (G.32)
(n-1)! (u + a)n
i'(k)
tk-le-at (k > 0) (G.33)
(u+k
Cat -e-i 1
(a b) (G.34)
b-a (u + a)(u + b)
ae-at -be-ht u
(a b) (G.35)
a-b (u + a)(u + b)
1
(b - c)e-at (c - a)e-bt + (a - b)e-ci a b, c constantes distintas (G.36)
(u + a)(u + b)(u + c)
(a -b)(b - c)(c - a)
1
-sen at (G.37)
a u2+a2
u
cos at (G.38)
U2 +a2
1
1 senk at -a2
(G.39)
a u2
u
cosh at (G.40)
u2 - a2
1 (1- cos at) (G.41)
a2 u(u2 +a2)
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Apêndice G 241
t u
-sen
2a
at
(u2 a2)2
(G.44)
t cos at
u
2
-a 2
(G.46)
(u2 +
cos at - cos bt -,
(a2 b2) (G.47)
b2 -a2 (u2 +a`)(u` +b`)
1
-1 bt (G.48)
b (u2 +a2) +b2
u+a
e-at cos bt (G.49)
(u2 +a2) +b2
at (G.56)
1 e (1- 2at)
lztt (u + a)3/2
(e-bt -e-at)
I1 u+a -,lu+b (G.57)
2y nt3
1
1tt
-aea terfc
2
a 1
+a
(G.58)
1 2 ,Nru
+ aea terfc a,Ft. (G.59)
1tt u -a 2
a
ea Cerf
z
a VT(u-a2)
(G.61)
2
a-v7C
e_a 2t
f e`d>L
2
(ul+ a z )
(G.62)
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242 Apêndice G
Alte
l
-at
er.Î (b -a) (u+a)Vu+b
(G.65)
(2n)!
n!
t n2n, lt)
.
u
n+2
1 (G.67)
n! (1-n)n
(G.68)
(2n+1)!H2n+1(j) u
n+3
u
Vu +2a
ae-at [I1(at) + Io (at)] (G.69)
VTI
e-2(a+b)tI ra -bt\ 1
(G.70)
oII\ 2 Vu+aVu+b
r(k)
(kk > 0 (G.71)
(u+a)k(u+b)k
1 (a+b)t rIo(a-bt \ \ 1
te 2
(a -b 1 1 (G.72)
LL
2 ) 2 (u +a)2(u +b)2
1 at
(at)
V'u +2a -j; (G.73)
t Ju +2a +
k -i (a+b)t 1 (a - b)k
e tJ (k >0) (G.74)
t 2 Ik(a-b
2 (Ju +a + Ju+b)2k
11
s -2v
-e
a"
I1i
-t -1-at
2
1
2
(flu +a +l/tt)
Vu +a (V > -1) (G.75)
1
Jo(at) /
(G.76)
Vue +a2
(ru2 +a2 -u)v
rr
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Apéndice G 243
-
(t k)U(t - k) zek (G.83)
u
t kµl U(t e (µ > 0) (G.84)
( r(µ) uµ
1+coth ku
L U(t - nk) (G.86
n=0 u(1-e-ku) 2u )
1
an-lU(t -nk) (G.87)
n=0
u(eku -a)
00
z
CO
cos 2 kt e-k/u
(G.97)
u
1 k/u
1 cosh 2-\/- (G.98)
7ct u
1 sen 2 kt 3/2
e-klu (G.99)
Vick u
senh 2 kt s z
ek/u (G.100)
u
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244 Apéndice G
ue
k/u 0) (G.101)
(µ
2YfC -, k 1
u
e-k,r (k 0) (G.104)
k2
k.r
1 e 4r (G.105)
nt
2
VVVVVV
t e
k2
41 - k erfc k=
2,5
2 2 i erfc uslz e
_ k,r
(k > (G.106)
1
e-k,17; (n = 0,1,2,...; k?_ 0)
(4 t) 2 n iin erfC 2V 1+Z n
(G.107)
u
k2
4t k 1 n-1
(G.108)
(2-[r
Hn U 2
e-k u (n = 0,1,2,...; k> 0)
2n11¡¡ 1Ltn+1
ct
e
k2
41 -aeakea2terfc alt¡ + k eu
k
a+11T4
(k >_ 0) (G.109)
-lak
eakea 2 terfc
1
avi+
l
2 k
e
e-k,I
-k.s.lu (u+a)
+ ) (k > 0)
(G.111)
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Apéndice G 245
1
ave- kyu2 +a'
t -k 2v JvaVt2 -k2/U( t-k)¡¡
v
(v > -1,k >- 0) (G.118)
+k _¡S2
+a2ps2 +a2 +ul
-y -lilt (y= 0,5774156649) 1ln u (G.119)
u
k-1
(k)
[yr(k) - In t] k lnu
u
(k > 0) (G.120)
in (a>0)
ea` [ln a + E1(at)] (G.121)
u-a
ln u
cos t Si(t) sen Ci(t) - (G.122)
u2 +1
ulnu
- sen t Si(t) - cos Ci(t) (G.123)
u2 +1
in
u
2
(G.129)
uza
2
2
u2
-2 (1- cosh at) In (G.130)
u Za
k
lt senkt arctan
u
(G.131)
1 arctan k
Si(kt) (G.132)
u u
k2
ek2U2
k 1
e 4t
t
erfc ku (k > 0) (G.133)
1 1
ef"`erfc ku (k >_ 0) (G.137)
Vic(t + k) Vu
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246 Apêndice G
k2
1 2k
t *euerfc(J (G.139)
-
2t
1
e
-47 K (kJ() (k > 0) (G.141)
1 ekuK1(ku)
kt(t+2k) (k > 0) (G.142)
u
kz
1e at
1
Ki (k.,1;) (k > 0) (G.143)
k ,ft7
2
k r
Ko (2 2kt) 1 euKol k (k>0) (G.144)
nt ,ru \u
1
[U(t)-U(t-2k)] rce-kuIo (kw) (k > 0) (G.145)
t(2k-t)
k-t [U(t)-U(t-2k)]
nk t(2k-t) é kuI1(ku) (k > 0) (G.146)
1
e°uE1(au) (a > 0) (G.147)
t+a
1
1 -ue°uE1(au) (a > 0) (G.148)
(t + a)2 a
1
a1-neauE,n (au) (G.149)
(a > 0; n = 0,1,2,...)
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APÉNDICE H
Funçóes de Bessel
A equaçáo diferencial ordinária do tipo:
d zy+ 1 dv
xv =0 (H.1)
dx2 x dx
onde X é ulna constante, é urna forma especial da chamada equaçáo de Bessel. As soluçóes desta
equaçáo tomam a forma de séries. Urna soluçáo é I0(\fiz) e é chamada de funçáo de Bessel modificada
de la espécie e ordern zero. A soluçáo independente Ko('z) é chamada de funçáo de Bessel modifica-
da de 2° espécie e ordern zero. As séries das duas funçóes sao, respectivamente:
Z2 Z4 (42)2n
lo(Z) =1 + -+ +..._
(n!)2
(H.2)
22 2242
2n
eY zz
Ko(z) =- ln Io(z) + (z) 1 [ (H.3)
2
onde y= q .
r v 577215665 (constante de Euler). Para z rpequeno, as K (H.2) e (N
, .. Eqs.
2
3) se tornam:
(H.3) .
Io(z) - 1+?
2
;
z->o
límlo(z) =1 (H.4)
e
i
eYz
Ko(z).---. (H.5)
2
e
vz
)4n2-32)
Kn +... (H.7)
(2z) 8z 2!(8z)2
Corno Io (-z) e K0(5z) sao soluçóes independentes da equaçáo de Bessel modificada, Eq.
(H.1), entáo a soluçáo geral desta equaçáo é dada por:
v(x)= AI0(.x) +BK0(,I:) (H.8)
onde A e B sao constantes a serem determinadas. No trato da Eq. (H.8) se faz necessário, eventualmen-
te, o uso das derivadas das funçóes Io (Ifiz) e Ko (Jz) De acordo corn Abramowitz & Stegun, verifi-
.
= -K1(z) . (H.10)
dz Ko (z)
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248 Apéndice H
Note que quando z = 0, I1(z) = 0 e zKi(z) = 1. Quando z tende para infinito, K1(z) é calculado pela Eq.
(H.7).
Outras fórmulas recorrentes sáo:
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APÉNDICE I
Usando as relaçóes das Egs. (I.3), (I.4), (I.5) e (I.7), pode-se rearranjar a Eq. (I.8), resultando na equa-
çao:
ab'R s
_B a So` coo
so so dR,. Sg dBg\ap
at \ B at C Bo ,+ BoBg dp + Bo dp Bg dp at
Multiplicando a Eq. (I.9) por O/k e usando a definiçáo de compressibilidade total dada por:
Sg dBg SoBg dR,. So dB
(I.10)
r B dp Bo dp Bo dp
resulta na expressào:
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250 APÊNDICE I
- ab=
k at k
r Rs . -Bg
Bg aso
at B
+ k Bg
ct
ap.
at
(I.11)
A definiçao dada na Eq. (1.11) segue a melma definiçao dada pela Eq. (A.39), excetuando a fase
água, que neste caso é considerada incompressível e imóvel. A Eq. (I.1) pode ser reescrita da seguinte
forma:
a (so) _kv
(avp) (1.12)
at Bo (1)
k at R` Bg
(avp)+ k Bg at
(I.13)
Como:
R-R =A g Bo
(I.16)
X° Bg
+ = k ro krg
lI t = (1.17)
µo Ng
entao:
R- R5 -_2
Bg
/
= `o Bo
Bg
(I.18)
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APÉNDICE J
2 n kh rp;
k" jdp
2zkhm (p) p (J.3)
1YlD = -
go go
Com estas definiçöes, a Eq. (13.26) pode ser reescrita sob a forma adimensional como:
p kro
2rckh f
27tkhm (p) Boµo dp (J.4)
mD = - +p
que é idéntica à Eq. (13.28) para 1 < rD < oc. O segundo termo do lado esquerdo da Eq. (J.4) é o termo
nao linear denominado de MD, definido como:
Bg aR
MD = (J.5)
Bof r
É importante observar que a Eq. (J.4) foi deduzida considerando que a saturaçáo de óleo é funçáo
unicamente da pressáo. Sem esta consideraçdo nao seria possível escrever a equaçáo da difusáo em
termos de pseudopressáo tal como a Eq. (J.5). A condiçáo de contorno interna é de vazáo constante na
face produtora do poço, que em sua forma adimensional é dada por:
am
h m rD I -1 (J.6)
-40 rD
Para reservatório corn extensáo radial infinita, a condiçáo de contorno externa pode ser expressa
em sua forma adimensional como:
lim mD(rD,tD)= 0 .
(J.7)
para 0 < rD < oo. As tres equaçóes anteriores representam as condiçóes de contorno e inicial que possibi-
litam a soluçáo da Eq. (J.4). Para esta soluçáo é utilizada a transformada de Boltzmann, que reduz urna
equaçáo diferencial parcial em urna equaçáo diferencial ordinária. A variável da transformada de
Boltzmann neste caso é:
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252 Apêndice J
-_
Y2
D
zD (J.9)
4tD
Usando esta transformada de variável, pode -se reescrever as Eqs. (J.4), (J.6) e (J.7) conforme:
d ( dm D dm D
+ GOZO -O (J.10)
dzD ZD dzD dzD
e
lim mD (zD ) = 0 (J.13)
Z D
ou
dwD
+CDdzD wD=O (J.16)
(ZD i
A forma como está representada a Eq. (J.16) sugere o11seguinte fator de integraçáo:
I = zD exp EDCD(u)du). (J.17)
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Apéndice J 253
dmD 1
Z1im Cl (J.21)
dz D 2
Logo:
dm p
dzD
1
2zD
exp (- D c (u)du ) (J.22)
Usando agora acondiçáo inicial representada pela Eq. (J.13), a Eq. (J.23) se reduz a:
exp(- D(u)du)
(J.24)
mD(zD) = dx
2JZD x
que representa urna funçáo exponencial modificada. Esta é a soluçáo analítica para o comportamento da
pseudopressáo quando o escoamento é bifásico. Observe que, se a razáo gás /óleo R for constante, a Eq.
(J.11) reduzir -se -á a:
_ ct
CD D (J.25)
Ctikt
o que será possível quando o reservatório se encontrar acima da pressáo de bolha. Logo, a Eq. (J.25)
pode ser aplicada quando todos os pontos do reservatório estiverem acima da pressáo de bolha. Se for
negligenciada a variaçáo da viscosidade do óleo, entáo a Eq. (J.25) reduzir-se -á a:
Ct
CD = (J.26)
C ti
que é a forma aplicada para um fluxo monofásico de gás real. Se for negligenciada a variaçáo da
compressibilidade, ou seja, CD = 1, entáo a Eq. (J.24) tomar-se -á uma formulaçáo conhecida, que é a
funçáo integral exponencial utilizada para escoamento de líquido monofásico:
mD
1 ¡°° Crdu
u
(J. 27)
(z D) .
2 JZD u
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APÉNDICE K
O Funçáo
-- a = bp+c
M
E o Pressäo pi
a = bp+c
Figura K.1: Modelo de duas retas para representar a funçáo a versus pressáo do poço.
Usando as duas retas mostradas na Figura K.1, pode -se aproximar a integral sob a curva conforme
a equaçáo:
fP adp f (ap + d)dp + fP' (bp +c)dp
P J PHf PI
onde a, b, c e d sao parâmetros das duas retas. Integrando o lado direito da Eq. (K.1) obtém-se:
134
adp 2(Pi -pWf) +d(pi -pWf) +2(Pi- Pi) +c(pr -p1).
O objetivo aqui é analisar se a curva do quadrado da presso pwf ou (p? - pwf) versus o logarit-
mo do tempo resulta em urna linha reta. Para reescrever a Eq. (K.2) numa forma que possibilite uma
análise de curva típica em termos do quadrado da pressáo, sao definidos dois parâmetros, â e b , que
satisfaçam as condiçóes:
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Apêndice L 255
-o
O
Funçäo a
a = bp+c
Pressáo pt
a=bp+c
Figura K.2: Modelo esquemático final da funçäo a versus pressäo do poço. Corrigir a figura.
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256 Apéndice K
Adicionando e subtraindo
2
(p? - pi) no lado direito da Eq. (K.8) chega-se a:
ra
Jp
adp ~ á2 (P? - P f) (b
2
â) (P? - Pi) (K.9)
Aproximando a pseudopressáo durante o período transiente de produçáo por urna expressáo loga-
rítmica definida conforme a Eq. (13.32), resulta que:
27tkh rni 1 r4tD
mwD = j
adp = lnl` +s . (K.10)
qo 2
Usando entáo as Eq. (K.9) e (K.10) pode -se obter, após rearranjo, urna expressáo que é definida como
rendo o quadrado da presso adimensionalizada pwpg, ou seja:
2rtkh â 2itkh (b -â)
+ s-
2 1
(Pi -Pi)
2 2
(Pi -Pwf) = ln\
2
PwDg = (K.11)
qo 2 2 /4tD
t 90 2
Se o valor de b é maior do que o valor de â , o fator de película aparente smd é menor do que o
verdadeiro dano ou estímulo mecânico, s. Isto explica o fato de que, em análise utilizando o método do
quadrado da pressáo no período transiente de produçáo, o valor do dano é subestimado ou superestimado
em relaçáo ao verdadeiro dano mecánico. Considerando â como uma constante, a Eq. (K.11) exibe urna
curva num gráfico de (p? - pwf) versus o logaritmo do tempo, corn inclinaçáo dada por:
1,151(2q)
(K.13)
â2rtkh
Considerando que seja conhecido o valor da vazdo e da espessura do reservatório, pode -se estimar o
valor de âk a partir do valor da inclinaçáo da reta do gráfico, através da expressáo:
1,151(280)
âk = (K.14)
th2ith
Para avaliaçáo do fator de película aparente, basta usar as Eqs. (K.11) e (K.12):
smd = 1,151
(Pi - Pwf 2
1 t + 3,23 (K.15)
(Pori rw i
onde (p? - p2f)1 representa o valor de (pi -p f) obtido pela extrapolaçáo da reta até o tempo de
teste t = 1, e ctr e X,t; sáo a compressibilidade total e a mobilidade total, respectivamente. Para usar a Eq.
(K.15) é necessario estimar um valor para kAt,. Isto é feito utilizando o seguinte raciocínio:
kk
ka= ro =âpk (K.16)
µBo
desde que p < p1, ka = k(ap +d). A Eq. (K.16) é correta se e somente se d = O. Aplicando a Eq. (K.16)
para a pressáo inicial p, obtém -se:
( kkr
= (ak)Pi (K.17)
tµoBo i
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Apéndice L 257
kíri [kkro
= _ (âk)PtBor (K.18)
11oji
Observe que o valor de a
é urna estimativa do valor correto, pois d = O. No entanto, como este
valor aparece na Eq. (K.15) corno argumento de um logaritmo, urn erro grande nesta estimativa nao
afeta em muito o cálculo do valor do fator de película aparente s,d. A aproximaçao adimitda na Eq.
(K.16) fomece um método para estimar kkro como funçao da pressao, pois:
(kkro)pwj = (âk)Pwf (µ0Bo)pw, .
(K.19)
Da Eq. (K.19) é possível determinar (kkro )n como funçáo da pressao na face produtora do po-
ço. O valor de âk pode ser calculado diretamente através da Eq. (K.14) desde que se construa o gráfico
de (p2 - p f) contra o logaritmo do tempo. Considerando que a estimativa representada pela Eq.
(K.16) seja válida, a Eq. (K.19) fornecerá resultados bastante confiáveis. Para obtençao da permeabili -
dade efetiva inicial basta fazerpwf. =pi.
mDs =
2 rukh rP w3
goJ
Pw
adp =
,s
2 nkh 2
q
2 )
2¡
Pwf s +
( 2
Pws
1 -2
Pi) -
Zb
(K.21) - )
onde:
2d
ab= a (K.22)
+(Pl +Pwf,$)
e
Lb =b+ 2c (K.23)
(Pws +Pi)
Note que âb e bb para o crescimento de pressao sao diferentes dos valores de â e b para o caso
de teste transiente de pressáo, sendo iguais, se e somente se, d = 0 e c = O. É fácil verificar que se d = 0
entao âb = a e â a , assim como se e 0, entao b para o drawdown e bb para o buildup sao iguais a
b. Note também que está sendo considerado que pws > pl durante o buildup e pwf> pi durante o draw-
down. De urna forma geral, para tempos longos no teste de buildup, o valor de (pi + pwfs) é aproxima-
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258 Apêndice K
damente igual ao valor de (pi + pwf) e o valor de (pi + p,$) é aproximadamente igual ao valor de (pi +
p;). Logo, é possível, numa dada condiçáo, obter âb â e bb ^ b Normalmente a análise de buildup .
pelo método de Homer utiliza um gráfico de (pws - Pwf,$) ou pws em funçáo do tempo de Homer
definido conforme a Eq. (13.103). Adicionando e subtraindo(bb /2)(pi - Pwf,$) no lado direito da Eq.
(K.21) e usando o resultado na Eq. (K.20), pode -se obter urna expressáo para o período de buildup
similar à Eq. (K.11) obtida para o caso de drawdown, ou sej a:
PDsg =
2nkh bb 2 2
(Pws - Pwf ,s
1 ( 4 tD
ln(RH)+s+ 2nkh (bb - âb)) (P2 Pwr;s (K.24)
'10 2 L e J q. 2
onde a primeira igualdade serve para definir o termo pDsg e os dois últimos termos do lado direito pode
ser tratado como fator de película aparente, ou sej a:
27tkh (bb - ab) 2 2
Smb = S +
qo 2
(Pi - Pwf ,$) (K.25)
Note que se p> > pwfs e (bb - ab) > 0 , o cálculo para o fator de película aparente fica superesti-
mado para o período de buildup. De forma inversa, se (bb -ab) < 0, o cálculo do fator de película
aparente fica subestimado. Utilizando a Eq. (K.24) e traçando um gráfico semilog de (pws - pwf,$)
versus logaritmo de RH; (j =1 ou 2), uma linha reta é exibida corn coeficiente de inclinaçáo:
1,151 (2 q0)
m (K.26)
b b kh
Admitindo que seja conhecido o valor da espessura do reservatório testado, o valor de bbk pode
ser estimado usando a expressáo:
(bbk) 1,151(2go)
(K.27)
mbh
Utilizando as Eqs. (K.24) e (K.25) pode -se chegar a tuna equaçáo para cálculo do fator de pelícu-
la aparente a partir de dados de um teste de crescimento de pressáo em um reservatório sob condiçáo de
escoamento bifásico de óleo e gás. A equaçáo terá a forma:
smb = 1,151
(P.2 -P f s) / kXt¿Z + 3,23 (K.28)
mb Octirw
onde p' 2 é a pressáo extrapolada para um tempo infinito no gráfico de (pws -Pf,$) versus RH., (j =1
ou 2) e t é o tempo a partir do instante do fechamento. Desta forma o fator de película aparente para
qualquer tempo de fechamento pode ser determinado. Por exemplo, se o tempo de fechamento é igual a
1, o valor do fator de película aparente é dado por:
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Apéndice L 259
desde que p < p; e ka = k(bp+c). A Eq. (K.30) é correta se e somente se c = O. Extrapolando a Eq.
(K.30) para a presso inicial pi, obtém-se:
%Ïir°
/ _ (bbk)p (K.31)
\.110-0
ou, multiplicando por B01:
Wp
O valor de kíir; é estimado a partir desta equaçáo usando o valor de (bbk) obtido com a inclinaçäo
da curva de (pw5 - Pwf,$) versus logaritmo de RH], através da Eq. (K.27). Note que, se náo houver urna
grande depleçäo no reservatório durante o teste de fluxo, é razoável admitir que pi = p *. Por fim, note
também que a Eq. (K.30) fornece um modo de estimar kkro :
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APÉNDICE L
Foh =
kh
v-
6
kh
Fcv
k
kv
=3
kh
kv
(L.3)
Adotando o modelo de fonte esférica e definindo r como a distância ao centro do modelo, a equa-
çáo de fluxo esférico em um meio homogéneo e isotrópico é dada por:
r-2
( r2 a °\ 1a-P
1
l (L.4)
ar ar i1 at
onde
k
71 (L.5)
ltcr
é a difusividade hidráulica do modelo isotrópico equivalente. Impondo vazáo q constante na superficie
da esfera de raio rp, entáo, da lei de Darcy para fluxo esférico,
qB k ap
(L.6)
µ ar r=rP
47t rP
rD =-r
P
, tD =? w
, PD = [P, P(r,t)], (L.8)
onde rw e h sao comprimento e espessura de referéncia, obtém -se a forma adimensional da equaçáo
diferencial e das suas condiçóes de contorno:
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Apêndice L 261
r apD
- nut D PD(YD,O) =0 PD(°°,tD) =0,
, = -1. (L.9)
r2
D
ay ¡YD
D\ D D
, ,
urD r =r
D pD
Aplicando transformada de Laplace à equaçáo diferencial parcial, assim como a propriedade de primei-
ra derivada no campo de Laplace utilizando a condiçáo inicial definida acima, reduz -se o problema à
equaçáo diferencial ordinária:
dPD
+ sdpD = o, (L.10)
D rD drDD
cuja soluçáo geral é dada por:
PD =Aie -rD ,r +
rD
AZ
rD
e r° /
Ur
s (L.11)
Na qual os coeficientes sao determinados em funçáo das condiçóes de contorno do problema. Para um
reservatório infinito a constante A2 é necessariamente nula. Para fluxo constante no pop esférico de
raio rpD, tern-se:
logo:
e-(1-rD )
PD .
. srD, l+IS),
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APÉNDICE M
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Nomenclatura 263
Constantes Físicas
oAPI
141,5
°t1Pl 131,5
d(60°F)
Agua
Ar
Massa específica @ 15,56 °C (60 °F) Massa molecular média
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264 Nomenclatura
Comprimento
Polegada Milha americana Milímetro
Pé (fi) Jarda (yard) Metro (m)
(in) (U.S. mile) (mm)
Área
Polegada Pé quadrado Jarda quadrada Milha quadrada Metro
Acre acre
quadrada (in2) (ft2) (square yard) (U.S. square mile) quadrado (m2)
Volume
Massa
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Nomenclatura 265
Força
Pressäo
Energia
Permeabilidade
Milidarcy (md) Darcy m2 C1722
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266 Nomenclatura
Viscosidade
-2
1 1x10 3 1X10
1.000 1 10
100 0,1 1
Temperatura
° Fahrenheit kelvin TK = (TF + 459,67)/1,8
° Rankine kelvin TK = TR /1,8
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