Livro Didático Completo

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Gestão da Informação
Disciplina na modalidade a distância

Palhoça
UnisulVirtual
2007

gestao_da_informacao.indb 1 16/7/2007 16:46:58


Créditos
Unisul - Universidade do Sul de Santa Catarina
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(Coordenador) Edison Rodrigo Valim
Adriana Ferreira dos Santos Francielle Arruda

gestao_da_informacao.indb 2 16/7/2007 16:47:03


Apresentação

Este livro didático corresponde à disciplina Gestão da


Informação.

O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma,


abordando conteúdos especialmente selecionados e adotando uma
linguagem que facilite seu estudo a distância.

Por falar em distância, isto não significa que você estará sozinho.
Não esqueça que sua caminhada nesta disciplina também
será acompanhada constantemente pelo Sistema Tutorial da
UnisulVirtual. Entre em contato sempre que sentir necessidade,
seja por correio postal, fax, telefone, e-mail ou o Espaço
UnisulVirtual de Aprendizagem. Nossa equipe terá o maior
prazer em atendê-lo, pois sua aprendizagem é o nosso principal
objetivo.

Bom estudo e sucesso!

Equipe UnisulVirtual.

gestao_da_informacao.indb 3 16/7/2007 16:47:04


Ana Luísa Mülbert
Nilce Miranda Ayres

Gestão da Informação
Livro didático

Design instrucional
Viviani Poyer

Palhoça
UnisulVirtual
2007

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Copyright © UnisulVirtual 2007
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.

Edição – Livro Didático


Professores Conteudistas
Ana Luísa Mülbert
Nilce Miranda Ayres

Design Instrucional
Viviani Poyer

Projeto Gráfico e Capa


Equipe UnisulVirtual

Diagramação
Alex Xavier

Revisão Ortográfica
xxxxx

658.4038
M92 Mülbert, Ana Luísa
Gestão da informação : livro didático / Ana Luísa Mülbert ; design
instrucional Viviani Poyer. – Palhoça : UnisulVirtual, 2007.
190 p. : il. ; 28 cm.

Inclui bibliografia.

1. Sistema de informação gerencial. 2. Gerenciamento de recursos de


informação. 3.Tecnologia da informação I. Poyer, Viviani. II. Título.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul

gestao_da_informacao.indb 6 16/7/2007 16:47:04


Sumário

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3
Palavras das professoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Unidade 1: A informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Unidade 2: Os sistemas de informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Unidade 3: As Tecnologias da informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Unidade 4: Tipos de sistemas de informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Unidade 5: Papéis estratégicos dos sistemas de informação . . . . . . . . . . 111
Unidade 6: Segurança e ética em sistemas de informação . . . . . . . . . . . . 129
Unidade 7: Tendências em sistemas de informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155

Para concluir o estudo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173


Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
Sobre as professoras conteudistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
Comentários e respostas das atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . 181

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Palavras dos professores

A informação é um dos preciosos recursos que as


organizações contemporâneas tem que saber gerir para
garantir sua sobrevivência. Entretanto, diferentemente
dos recursos materiais e físicos, os recursos
informacionais tem suas próprias características. O
tratamento deste recurso, sua depreciação ou valoração,
e também sua segurança tem características muito
específicas.

Os sistemas de informações são as ferramentas que


manipulam e transformam as informações, e dado
grande volume de informações com as quais temos que
lidar diariamente, os sistemas são cada vez mais comuns
na vida cotidiana das pessoas e das organizações.

No passado, sistemas de informações apoiados em


computadores eram exclusividade de alguns especialistas
que, para utilizá-los, precisavam compreender
profundamente como funcionava a máquina para poder
tirar algum proveito dela. Nessa época os sistemas eram
relativamente simples, geravam informações limitadas,
com grande tempo de resposta.

Hoje, os sistemas oferecem cada vez mais recursos e


funcionalidades, mas são muito mais complexos. Os
usuários de sistemas informatizados comumente têm
uma imensa gama de opções que, muitas vezes, nem são
utilizadas em todo o seu potencial.

O conhecimento nesta área não é mais uma exclusividade


dos técnicos. Para que se tenha sistemas de informações
bem sucedidos sabe-se que toda a comunidade de
usuários deve estar envolvida, desde seu projeto, sua
implantação até sua manutenção diária.

gestao_da_informacao.indb 9 16/7/2007 16:47:04


Por isso, para os indivíduos que utilizam sistemas informatizados
é necessário o domínio de conceitos fundamentais que esclareçam
sobre esse universo e que criem condições para visualizar
estrategicamente como os sistemas de informação podem
efetivamente gerar algum valor para as organizações.

Nesta disciplina pretendemos contribuir para o desenvolvimento


de sua competência na administração das informações e
manipulação dos sistemas de modo objetivo e organizado.
A proposta da disciplina é abordar como o adequado uso da
informação apoiada pelos sistemas de informação podem gerar
valor para uma organização.

Se você tem alguma experiência com organizações e sistemas


provavelmente conseguirá associar os conceitos desenvolvidos
com suas experiências. Faça isso sempre que puder e maximizará
seu aprendizado. Se você não tem experiência com sistemas, tudo
bem. Esta disciplina pode ser uma porta de entrada para este
universo.

Para atingir os objetivos propostos não nos limitaremos a


apresentar conceitos. Junto a estes apresentaremos diversos casos,
reais ou hipotéticos, para ilustrar e tornar a disciplina mais
prática.

Sinta-se convidado a seguir em frente. O universo da informação


e dos sistemas espera por você!

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Plano de estudo

O plano de estudos visa a orientar você no


desenvolvimento da Disciplina. Ele possui elementos
que o ajudarão a conhecer o contexto da Disciplina e a
organizar o seu tempo de estudo.

O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual


leva em conta instrumentos que se articulam e se
complementam, portanto, a construção de competências
se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das
diversas formas de ação/mediação.

São elementos desse processo:

„ O Livro didático.
„ O EVA (Espaço UnisulVirtual de
Aprendizagem).
„ Atividades de avaliação (complementares, a
distância e presenciais).

Ementa da disciplina:
Dado, informação e conhecimento. A organização
como um sistema. Gestão estratégica da informação.
Fundamentos e classificação dos sistemas de informação
e tomada de decisão. Tipos de sistemas de informação.
Fundamentos da informação. Vantagem competitiva
e informação. Tendências de novas tecnologias da
informação.

Carga horária:
60 horas – 4 créditos

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Objetivo(s)
„ Identificar a importância estratégica da informação e de
sua gestão.
„ Compreender as principais características dos sistemas de
informação e das tecnologias que lhe dão suporte.
„ Identificar e analisar os principais tipos de sistemas de
informação e sua aplicação nas organizações.
„ Reconhecer como os sistemas de informação podem
proporcionar vantagens estratégicas para as organizações.
„ Compreender as necessidades de segurança dos sistemas
de informações e os mecanismos básicos para garanti-la.
„ Reconhecer tendências em tecnologias e sistemas de
informação.

Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o Livro Didático desta
Disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos
resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de
estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de
conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento
de habilidades e competências necessárias à sua formação.

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Unidades de estudo: 7

Unidade 1: A Informação
Esta unidade apresenta a informação como um recurso
essencial aos negócios e às organizações em geral, detalhando as
características inerentes a este recurso.

Unidade 2: Os Sistemas de Informações


Apresenta definições fundamentais dos sistemas de informação e
caracteriza seus diversos componentes.

Unidade 3: As Tecnologias da Informação


Mostra a infra-estrutura tecnológica necessária para a
implementação dos sistemas de informação.

Unidade 4: Tipos de Sistemas de Informações


Descreve os diferentes tipos de sistemas de informação, sua
aplicação aos diversos níveis organizacionais (operacional
e gerencial) e também os classifica conforme as funções
organizacionais que são atendidas por estes sistemas.

Unidade 5: Papéis Estratégicos dos Sistemas de Informações


Apresenta diversas formas de obter vantagens competitivas
por meio de sistemas de informação. Incluir variados exemplos
e casos em que os sistemas de informações proporcionaram
significativos ganhos às organizações.

Unidade 6: Segurança e Ética em Sistemas de Informações


Descreve as principais vulnerabilidades e fontes de ameaças ao
adequado funcionamento dos sistemas de informação. Apresenta
também estratégias para garantir a segurança dos SIs.

Unidade 7: Tendências em Sistemas de Informações


Apresenta tendências futuras na adoção de sistemas de
informação. Destaca sistemas móveis, terceirização e a postura a
ser adotada diante da inovação tecnológica.

13

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Agenda de atividades/ Cronograma

„ Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar


periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus
estudos depende da priorização do tempo para a leitura,
da realização de análises e sínteses do conteúdo e da
interação com os seus colegas e tutor.
„ Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço
a seguir as datas com base no cronograma da disciplina
disponibilizado no EVA.
„ Use o quadro para agendar e programar as atividades
relativas ao desenvolvimento da disciplina.

Atividades de Avaliação

Demais atividades (registro pessoal)

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1
UNIDADE 1

A informação

Objetivos de aprendizagem
Ao final desta unidade você terá subsídios para:

„ Contextualizar a sociedade da informação.

„ Distinguir dado, informação e conhecimento.

„ Identificar os atributos de uma informação de qualidade.

„ Compreender a importância da informação como


recurso gerencial.

Seções de estudo
Seção 1 A sociedade da informação.

Seção 2 Definindo dado, informação e


conhecimento.

Seção 3 A informação e as organizações.

Seção 4 Como avaliar a qualidade da informação?

Seção 5 Quais são os tipos de informação?

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Hoje as expressões Sociedade da Informação e Sociedade do
Conhecimento são muito utilizadas. Elas revelam, entre outras
coisas, que em todos os momentos históricos tanto a informação
como o conhecimento, são importantes o suficiente para ajudar a
nomear e definir o tipo de sociedade na qual você vive.

- Mas por que isso ocorre? Será que a informação não era um
recurso desejado pelos indivíduos no passado?

Na verdade, a informação e o conhecimento sempre


foram recursos importantes e desejados pelos seres
humanos. O que ocorre hoje é uma mudança no
volume, na rapidez e nos instrumentos utilizados
para a produção e disseminação da informação. Essa
mudança naturalmente nos leva a ter necessidades de
ferramentas que nos ajudem a processá-las; e estes
são os sistemas de informação.

No entanto, para uma melhor compreensão dos sistemas de


informação, é necessário que você compreenda primeiramente
a informação propriamente dita, que é hoje um recurso
fundamental para a sobrevivência das organizações. Assim será
possível compreender bem este recurso, suas peculiaridades e
características.

Nesta unidade exploraremos esse universo. Siga em frente com


bastante atenção e leve com você nosso desejo de que você faça
bom proveito deste material.

SEÇÃO 1 - A sociedade da informação

A informação e o conhecimento são recursos de vital


importância em nossa sociedade. O mundo passa por
um fenômeno que muitos chamam de Sociedade da
Informação. Esse fenômeno foi descrito por diversos
pensadores como Naisbitt, Tofler, Tapscott e Drucker.

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Gestão da Informação

No passado mais distante a força motriz geradora de riquezas


estava fortemente baseada nas atividades agrícolas, realidade
esta que perdurou até o surgimento de outro movimento
revolucionário – a Revolução Industrial. Nesta revolução a
geração de riquezas passou a se concentrar na produção em
massa, o que produziu significativo impacto sobre a sociedade
e sobre os modelos de gestão das organizações da época.

A revolução seguinte foi a Revolução da Informação,


marcada, entre outras coisas, pela intensificação do uso da
informação apoiado por mecanismos tecnológicos até então
desconhecidos. O resultado desta revolução gerou o que você
conhece como Sociedade da Informação. Acompanhe na Figura
1.1 a representação dessas transformações.

FONTE: Adaptado de Pereira (2002)


Figura 1.1 - Ondas de Alvin Toffler e mudanças de paradigmas.

A sociedade da informação pode ser definida por suas três


características principais, observe: [28]

„ A informação é um recurso econômico.


Cada vez mais as empresas recorrem à informação
para aumentar sua eficácia, sua competitividade, para
estimular a inovação e obter melhores resultados. Há
também uma tendência pelo desenvolvimento cada vez
maior de empresas com atividade intensiva na produção
de informação.

Unidade 1 17

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Universidade do Sul de Santa Catarina

„ As pessoas fazem uso cada vez mais intensivo da


informação.
Consumidores, cidadãos e o público em geral necessitam
e exigem cada vez mais informação para tomar suas
decisões de consumo, para reivindicar seus direitos, usar
serviços públicos ou mesmo para controlar suas próprias
vidas. Observe um rótulo de um produto alimentício e
verá quanta informação necessita vir junto ao produto
propriamente dito.

„ Demanda cada vez maior de meios e serviços


de informação para atender as necessidades das
organizações e dos indivíduos.
Para atender as necessidades de informação torna-se
necessário a implantação de infra-estrutura tecnológica
e também de serviços de entrega de informações. A
internet, por exemplo, é uma via de distribuição de
informações e serviços relacionados que necessita de uma
sofisticada infra-estrutura para seu funcionamento.

A Revolução da Informação gerou, e ainda vem gerando,


profundas transformações econômicas, sociais e políticas,
alterando valores e modos de vida e trabalho. Para Drucker a
maior conseqüência da Revolução da Informação que se pode
sentir hoje é a rotinização dos procedimentos, que por sua
vez gera diversas conseqüências sobre a vida do homem e das
organizações contemporâneas. Veja a seguir o que ele diz sobre
isso:

H á softwares que ajudam as pessoas a preencher formulários de


impostos e outros que ensinam médicos residentes a fazer uma
cirurgia para retirada de vesícula. Quem especula nas bolsas hoje faz
exatamente o que era feito nos anos 20. Só que, na época, passava-
se horas e horas diárias numa corretora de ações. Os processos
não mudaram nada - apenas foram rotinizados, passo a passo,
possibilitando uma economia imensa de tempo e, muitas vezes, de
dinheiro.
O impacto psicológico da Revolução da Informação tem sido
fortíssimo, como aconteceu com a Revolução Industrial. Talvez
tenha sido maior na maneira como as crianças aprendem. Hoje em
SEGUE

18

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Gestão da Informação

dia, crianças de quatro anos ou até menos já aprendem a mexer


com computadores, em pouco tempo superando os adultos. Os
computadores são brinquedos e ferramentas de aprendizado. Daqui
a 50 anos, é bem possível que concluamos que não houve crise no
ensino americano nos últimos anos do século 20. Houve apenas uma
crescente incongruência entre a maneira como as escolas ensinavam
e a maneira como as crianças aprendiam.
Algo semelhante se deu na universidade do século 16, mais de
100 anos depois da invenção da imprensa e dos tipos móveis. Mas,
no que diz respeito à nossa maneira de trabalhar, a Revolução da
Informação veio apenas rotinizar aquilo que já era feito havia muito
tempo.
O impacto verdadeiramente revolucionário da Revolução da
Informação está apenas começando a ser sentido. Mas não é a
informação que vai gerar tal impacto. Nem a inteligência artificial.
Nem o efeito dos computadores sobre processos decisórios,
determinação de políticas ou criação de estratégias. É algo que
praticamente ninguém previa, que nem mesmo era comentado
10 ou 15 anos atrás: o comércio eletrônico - ou seja, a emergência
explosiva da Internet como importante (e, talvez, com o tempo, o
mais importante) canal mundial de distribuição de bens, serviços
e, surpreendentemente, empregos na área administrativa e
gerencial. É ela que está provocando transformações profundas na
economia, nos mercados e nas estruturas de indústrias inteiras; nos
produtos, serviços e em seus fluxos; na segmentação, nos valores e
no comportamento dos consumidores; nos mercados de trabalho e
de emprego. Mas talvez seja ainda maior o impacto exercido sobre
a sociedade, a política e, sobretudo, sobre a visão que temos do
mundo e de nós mesmos.
Fonte: Peter Drucker

Considerando o contexto apresentado, a partir das próximas


seções você estudará conceitos fundamentais que possibilitarão
que você se situe na sociedade da informação.

Unidade 1 19

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Universidade do Sul de Santa Catarina

SEÇÃO 2 - Definindo dado, informação e conhecimento


A informação é um dos recursos a serem administrados pela
organização, e como tal, precisa ser compreendido por todos
aqueles que desejam fazer melhor uso dela.

A Figura 1.2 exemplifica o crescimento da utilidade da


informação no século XX. Indica uma tendência mundial de
concentração dos postos de trabalho em funções que demandam
o uso intenso de informações. Os “Funcionários de Escritório”
são aqueles que produzem valor econômico para as organizações
a partir do maior uso do conhecimento e da informação.

Figura 1.2: Crescimento da economia da informação nos EUA. [13]

Dado, informação ou conhecimento?


Já é bastante tradicional a definição de três termos associados
entre si, são eles: dado, informação e conhecimento.
Acompanhe a seguir:

Dado é qualquer elemento identificado em sua forma


bruta que por si só, não conduz a uma compreensão
de determinado fato ou situação [19].

20

gestao_da_informacao.indb 20 16/7/2007 16:47:07


Gestão da Informação

O dado isolado não conduz à compreensão dos fatos ou situações.


Pode ser apresentado não apenas na forma de números, mas
também de palavras, imagens ou sons.

Informação vem da palavra latina informare, que


significa dar forma a algo. Assim, informações são
dados coletados, organizados, ordenados, aos quais
são atribuídos significados e contexto. A informação
deve informar, enquanto os dados absolutamente não
têm essa missão [17]
A informação é, portanto, o dado trabalhado que
permite a tomada de decisões.

- Agora que você já estudou os conceitos de informação e dados,


observe o conceito de conhecimento a seguir:

Conhecimento “é o conjunto de ferramentas


conceituais e categorias usadas pelos seres humanos
para criar, colecionar, armazenar e compartilhar a
informação. [14]
Pode ser definido como um refinamento de
informações. A ele está associada uma certa dose de
inteligência que é capaz de fazer associações entre
informações, experiências e conceitos, e elaborar
conclusões.

- Compreendeu? Veja o exemplo a seguir:

As características de um indivíduo como, o peso de


63 kq e sua idade de 10 anos representam alguns
de seus dados. A associação entre eles indica uma
criança obesa (informação). Essa informação, para um
médico que possui inúmeras outras informações e
experiências, pode levar a conhecer o estado de saúde
da criança e desencadear uma sucessão de decisões
sobre um programa de alimentação adequado
(conhecimento). Observe que o contexto deu valor
aos “63” e aos “10” e sua integração com outras
informações gerou conhecimento sobre um indivíduo
que por sua vez possibilitou a tomada de decisões.

Observe no quadro a seguir o significado de dado, informação e


conhecimento:

Unidade 1 21

gestao_da_informacao.indb 21 16/7/2007 16:47:07


Universidade do Sul de Santa Catarina

Dado Informação Conhecimento

Simples observação sobre o estado Informação valiosa da mente humana.


Dados dotados de relevância
do mundo Inclui reflexão, síntese e contexto.
• Requer unidade de análise
• Facilmente estruturado • De difícil estruturação
• Exige consenso em relação ao significado
• Facilmente obtido por máquinas • De difícil captura em máquinas
• Exige necessariamente a mediação humana
• Freqüentemente quantificado • Freqüentemente tácito
• Facilmente transferível • De difícil transferência

Quadro 1.1: Dado, informação e conhecimento [8]

A seguir você estudará as informações como recursos importantes


para as organizações.

SEÇÃO 3 - A informação e as organizações


As organizações têm especial interesse em sistematizar todo
o processo de geração e manipulação das informações para
melhorar a qualidade de suas decisões. As organizações estão
repletas de dados que poderiam se tornar informações valiosas
para algum usuário diante de um problema decisório. No
entanto, muitas vezes essas informações não são usadas, seja
por falta de sua disponibilidade ou por não estar apresentada na
forma mais adequada.

Não basta então que a informação esteja ao nosso redor. Assim


como um diamante que está na terra sob os nossos pés não tem
valor, informação abundante que não está organizada também
não vale muita coisa.

A informação como recurso organizacional

As organizações necessitam diversos tipos de recursos


para atingir seus objetivos, dentre os quais podemos
destacar os recursos materiais, humanos, financeiros e
a informação.

22

gestao_da_informacao.indb 22 16/7/2007 16:47:07


Gestão da Informação

A informação aparece na organização, tanto de maneira explícita


e abundante quanto em forma sutil. Ao mesmo tempo que as
empresas estão bombardeadas de informação, existe a escassez de
informação de qualidade.

O propósito básico da informação é o de habilitar a


empresa a alcançar seus objetivos.

Observe estes quatro diferentes contextos em que a informação


proporciona ganhos às organizações [2]:

a) Informação como apoio à decisão: reduz a incerteza na


tomada de decisão, permitindo que escolhas sejam feitas
com menor risco e maior precisão;

b) Informação como apoio à produção: isso ocorre


à medida que a informação contribui para que
as organizações possam desenvolver melhores
produtos e serviços, agregando valor ao negócio.

Um exemplo interessante é o valor agregado que


um computador de bordo pode proporcionar para
um automóvel, pois este produto, além de cumprir
a sua função primordial, que é transportar pessoas,
possibilita maior qualidade e conforto no seu uso.

c) Informação como fator de sinergia: um adequado


fluxo de informação em uma organização proporciona
maior qualidade na ligação e relacionamento das
unidades organizacionais (departamentos, seções ou
pessoas). Mesmo que cada uma das unidades tenha
bom desempenho, a integração e coordenação entre as
unidades é fundamental para garantir a qualidade de
produtos ou serviços prestados.

d) Informação como fator determinante de comportamento:


a informação fluente na organização irá provocar
comportamentos positivos ou negativos, esperados
ou inesperados, tanto nos indivíduos que trabalham
na organização como os demais agentes externos que
interagem com ela, como clientes, fornecedores e parceiros.

Unidade 1 23

gestao_da_informacao.indb 23 16/7/2007 16:47:08


Universidade do Sul de Santa Catarina

Antes de prosseguir, pare e reflita sobre a frase:

“Um indivíduo sem informações não pode


assumir responsabilidades; um indivíduo que
recebeu informações não pode deixar de assumir
responsabilidades”.
Jan Carlzon, ex-presidente da Scandinavian Airlines
System (SAS)
Portanto, prepare-se para assumir sua cota de
responsabilidade...

Ao encarar a informação como um ativo da organização (ou um


recurso) é necessário também observar as leis que regem esse tipo
de recurso. Acompanhe a seguir as Leis da Informação [2].

1ª Lei: Informação é infinitamente compartilhável.


A informação pode ser compartilhada com muitos e usada
simultaneamente por todos, sem que com isso seja consumida.
Quando as organizações proporcionam o compartilhamento
entre seus colaboradores, pode ser um valioso elemento
de integração dos processos organizacionais e de melhor
compreensão da própria organização por todos. Quando as
informações são compartilhadas com agentes do ambiente
externo (clientes, fornecedores, parceiros, acionistas, etc), o
seu valor aumenta na medida em que a organização consegue
atingir um grande público e com isso fortalecer vínculos e
relacionamentos desejados.

Observe que o compartilhamento da informação é infinito, mas


sua criação não é um processo tão simples. É muito mais fácil
reproduzir informações do que criá-las.

2ª Lei: O valor da informação aumenta com o uso.


Para que a informação seja efetivamente usada é preciso
que os participantes da organização saibam que ela
existe, saibam onde ela pode ser consultada, que tenham
autorização para seu uso, saibam como proceder para
utilizá-la e ainda que a informação esteja apresentada na
forma e detalhamento necessário para a necessidade de
seu usuário.

24

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Gestão da Informação

3ª Lei: Informação se deprecia de modo distinto.


A informação não se deprecia da mesma forma que os bens de
capital. Com o passar do tempo, algumas podem preservar seu
valor, enquanto outras podem ter seu valor reduzido a zero.

4ª Lei: O valor da informação aumenta com a precisão.


Informações inexatas, dependendo de sua aplicação, podem ser
desastrosas. Um sistema bancário ou um sistema de controle de
vôo não podem fornecer informações incorretas, elas devem ser
precisas para terem algum valor.

5ª Lei: O valor da informação aumenta quando há combinação de


informações.
A integração das informações dentro das organizações aumenta
seu valor. Os sistemas informatizados que integram diferentes
módulos e permitem a análise conjunta das informações
possibilitam informações muito mais valiosas para a tomada de
decisão.

6ª Lei: Mais informação não é necessariamente melhor.


A regra que vale para os recursos financeiros (quanto mais,
melhor), não se aplica à informação. Quantidades excessivas de
informação podem dificultar seu processamento, sua seleção e
análise por parte do usuário, prejudicando seu desempenho. A
escassez, no entanto, não é a solução para este problema. Deve
existir um equilíbrio entre a disponibilidade de informação e a
capacidade de seu usuário manipulá-la.

7ª Lei: Informação se multiplica.


Ao processar informações com inteligência é
possível transformá-las e gerar mais informações
de valor. Sistemas informatizados que processam
grandes volumes de informações operacionais podem
diagnosticar tendências, padrões de comportamento
e outras regras que permitem conclusões importantes
sobre um fato, produto ou serviço. Como exemplo,
pode-se tomar o padrão de consumo de clientes, ou a
tendência de vendas de produtos em determinados períodos do
ano. Estas são informações de grande valor para as organizações,

Unidade 1 25

gestao_da_informacao.indb 25 16/7/2007 16:47:08


Universidade do Sul de Santa Catarina

pois permitem elaborar estratégias de ação com melhores chances


de sucesso.

A sistematização do tratamento da informação é importante para


que as organizações produzam informações de qualidade.

- Mas você sabe como se avalia a qualidade da informação? Siga


para a próxima seção e descubra.

SEÇÃO 4 - Como avaliar qualidade da informação?


Uma importante competência a ser desenvolvida pelas
organizações e pelos indivíduos que nelas trabalham é saber
selecionar, avaliar e utilizar as informações. Gerar informações de
qualidade é fator decisivo na gestão de qualquer empreendimento.

As informações de qualidade devem possuir algumas


características, conforme você pode observar no quadro a seguir:

Características Definições e Exemplos


A informação precisa não contém erro. Em alguns casos, a informação imprecisa é gerada porque dados
Precisa imprecisos são alimentados no processo de transformação. Quando entra lixo sai lixo.
A informação completa contém todos os fatos importantes. Por exemplo, um relatório de investimento que não
Completa inclua todos os custos importantes não está completo.
A informação também deve ser relativamente econômica para ser viabilizada. Os tomadores de decisão sempre
Econômica precisam equilibrar o valor da informação com o custo de produzi-la.
A informação flexível pode ser usada para uma variedade de propósitos. Por exemplo, a informação sobre o
estoque disponível para uma peça em particular pode ser útil para o vendedor num fechamento de venda, para
Flexível o gerente de produção, que determina a necessidade ou não de mais estoque, e para o executivo financeiro, que
especifica o valor total que a empresa investiu em estoque.
A informação confiável pode ser dependente de algum outro fator. Em muitos casos, a confiabilidade da
Confiável informação depende do método de coleta de dados. Em outros, a confiabilidade depende da fonte de
informação. Por exemplo, um rumor, sem fonte conhecida, não pode ser confiável.
A informação relevante é essencial para o tomador de decisão. A queda de preço da madeira não é relevante
Relevante para um fabricante de chip de computador
A informação também deve ser simples, não deve ser exageradamente complexa. Informação sofisticada e
Simples detalhada pode não ser necessária, pode até gerar sobrecarga de informações. Quando um tomador de decisão
dispõe de muita informação, há dificuldade em determinar qual delas é realmente importante.
Em tempo Informação pontual é aquela obtida no momento em que é necessária ou oportuna.
(pontual)

Verificável A informação deve ser verificável. Isso significa que você pode conferi-la e assegurar que está correta.

Quadro 1.2: Características da Informação de Qualidade [23].

26

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Gestão da Informação

- Procure refletir sobre a seguinte pergunta:

Como avaliar a Internet no que se refere à qualidade


das informações nela disseminadas?

O caráter aparentemente democrático da Internet a torna um


meio onde não há qualquer regulação sobre a qualidade da
informação nela veiculada. Na Internet encontra-se de tudo.
Cabe ao seu usuário ter competência para fazer a filtragem da
informação relevante e confiável. As ferramentas de pesquisa
na internet não são suficientemente “inteligentes” para liberar o
usuário da avaliação da qualidade das informações veiculadas.

Um fenômeno interessante que vem ocorrendo em


nossa sociedade é o grande crescimento do volume de
informações armazenado em diversos tipos de mídias.
Esse fenômeno desafia os indivíduos e as organizações
a selecionar, cada vez mais, as informações de valor,
aquelas que realmente são úteis.

Acompanhe o texto a seguir que apresenta dados de uma


pesquisa americana sobre a criação e o fluxo da informação

Você sabe quanta informação criamos?


A Escola de Gestão da Informação e Sistemas da Universidade da
Califórnia , localizada em Berkeley, EUA, realiza anualmente uma
pesquisa sobre a produção e armazenamento de informação no
mundo. A pesquisa utiliza uma metodologia própria e faz a estimativa
anual do volume das novas informações criadas e armazenadas a cada
ano. A pesquisa não avalia a qualidade da informação, mas sim o seu
volume.

As novas informações consideradas na pesquisa são aquelas


armazenadas em quatro tipos de meios - impressos, filmes, meios
magnéticos e óticos - que fluem em canais eletrônicos - telefone,
rádio, TV e Internet.

Veja algumas conclusões da pesquisa publicada em 2003. SEGUE

Unidade 1 27

gestao_da_informacao.indb 27 16/7/2007 16:47:09


Universidade do Sul de Santa Catarina

1. As informações produzidas em 2002 correspondem a 5 Exabytes.


(Veja as medidas em bytes no final desse texto). Dessas informações,
92% foram armazenadas em meios magnéticos, dos quais a maioria
está em discos rígidos de computadores.

2. Se considerarmos a população mundial de 6,3 bilhões, então


teremos 800 MBytes de informação armazenada por pessoa no
mundo. Estes 800 MBytes, se impressos, formariam uma pilha de
livros de aproximadamente 9 metros.

3. Estima-se que as novas informações armazenadas duplicaram nos


últimos três anos.

4. A quantidade de informação impressa em papel está aumentando


a cada ano. Os responsáveis por isso não são as publicações como
revistas, jornais e livros. São as pessoas que imprimem documentos e
correspondências em suas casas ou no trabalho.

5. As informações que fluem por canais eletrônicos (telefone, rádio,


TV e internet) corresponderam, em 2002, a 18 Exabytes. Dessas 92%
são enviadas e recebidas por linha telefônica (voz e dados).

6. A Web contém aproximadamente 170 Terabytes de informação


publicada em páginas fixas. Em volume, isso equivale a 17 vezes o
tamanho do acervo impresso da Biblioteca do Congresso Americano
(que contém 17 milhões de exemplares). Em informação dinâmica,
ou seja informações de bancos de dados disponíveis na internet, a
Web disponibiliza cerca de 91.850 Terabytes.

7. O e-mail gera aproximadamente 400.000 Terabytes de nova


informação a cada ano.

8. A troca de arquivos na Internet está crescendo rapidamente. Os


maiores arquivos correspondem a vídeos digitalizados, mas os mais
comumente transferidos são os arquivos de música (tipo MP3).

9. Os EUA produzem 40% de toda a informação armazenada em todo


o mundo.

10. Quanto ao uso da informação, estima-se que um americano


médio usa o telefone 16 horas por mês, ouve rádio 90 horas/mês
e assiste televisão 131 horas/mês. Aproximadamente 53% da
população americana usa a internet, em média 25 horas/mês em sua
casa e 74 horas/mês no trabalho.

Fonte: traduzido e adaptado de http://www.sims.berkeley.edu/research/projects/


how-much-info-2003/execsum.htm

SEGUE

28

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Gestão da Informação

As medidas em bytes e suas equivalências


Kilobyte (KB) 1.024 bytes

1.024 Hbytes = 1.048.576 bytes


Megabyte 1 Megabyte equivale ao texto de uma pequena novela.
(MB) 2 Megabytes equivalem a uma foto em alta resolução.
600 Megabytes equivalem ao conteúdo aproximado de um CD-ROM.

1.024 Megabytes
Gigabyte (GB)
1 Gigabyte equivale 1 a uma caminhonete cheia de livros.

1.024 Gigabytes
1 Terabyte impresso equivale ao papel gerado por 50.000 árvores.
Terabyte (TB) 2 Terabytes equivalem a uma pequena biblioteca acadêmica de pesquisa.
Se os 17 milhões de exemplares da Biblioteca do Congresso Nacional dos
EUA fossem digitalizados gerariam 136 Terabytes de informação

1.024 Terabytes
Petabyte (PB) 2 Petabytes equivalem a todas as bibliotecas de pesquisa americanas
juntas.

1.024 Petabytes
2 Exabytes equivalem ao volume total de informações geradas em 1999
Exabyte (EB) 5 Exabytes equivalem ao conjunto de todas as palavras já faladas por seres
humanos.
5 Exabytes equivalem ao tamanho do acervo de 37.000 bibliotecas como a
Biblioteca do Congresso Nacional Americano.

em nossa sociedade globalizada. O enfoque do texto está na


quantidade e não na qualidade da informação.

Informações de qualidade são recursos importantes, mas seu


grande volume pode ser problemático. A informação deve,
portanto, merecer atenção de modo a ser adequadamente
gerenciada nas organizações. A próxima seção aborda essa
questão.

Unidade 1 29

gestao_da_informacao.indb 29 16/7/2007 16:47:09


Universidade do Sul de Santa Catarina

SEÇÃO 5 - Quais os tipos de informação?


Numa organização vários tipos de informação dão suporte a sua
operação e gestão, observe:

A existência de processos operacionais e administrativos nas


organizações destaca a existência de dois tipos de informações:
as operacionais e as gerenciais. O conjunto de informações que
dão suporte aos processos operacionais coincide, em parte com
o das informações exigidas pelos processos administrativos ou
gerenciais, mas é de natureza distinta.

As informações operacionais são aquelas utilizadas


no processamento das atividades rotineiras das
empresas e refletem cada transação ocorrida, o que as
torna detalhadas e volumosas.
A informação gerencial contempla todo o resumo
das diversas informações operacionais, possibilitando
ao nível decisório estar a par dos fatos e eventos, e
conseqüentemente, ter melhores condições para
a tomada de decisão. Este resumo de informações
significa todo um tratamento elaborado sobre os
dados disponíveis, visando agrupá-los de forma
adequada para análise, reduzindo-os a um pequeno
volume de informações. [4] [6]

- Agora que você já conhece os conceitos, que tal observar um


exemplo?

São exemplos de informações operacionais: um


pedido de compra a um fornecedor, uma lista de
entradas e saídas em estoque para uma atualização
quantitativa e financeira dos estoques, as transações
de venda de produtos aos distribuidores.
São exemplos de informações gerenciais: o total
de requisições de materiais emitidas ao longo do
mês, o giro do estoque num determinado período, a
rentabilidade por produto, as vendas por segmento
de mercado.

30

gestao_da_informacao.indb 30 16/7/2007 16:47:09


Gestão da Informação

Uma outra forma de visualizar as informações existentes em uma


organização, é com relação a sua origem.

As organizações possuem três grandes fluxos de informação:

„ informações coletadas externamente à empresa e


utilizadas por ela;
„ informações produzidas internamente e utilizadas pela
própria empresa;
„ e ainda informações produzidas pela empresa e
destinadas ao mercado.

A partir desses fluxos de informação destacam-se dois tipos de


informação em uma organização: as internas e as externas.

As informações internas são aquelas que refletem


as operações da empresa, tais como aquisição de
mercadorias, contratação de serviços, produção,
manutenção industrial, comercialização, distribuição,
etc. As informações externas provêm de clientes,
fornecedores, do mercado, das publicações e fontes
especializadas, etc. Dizem respeito a levantamentos e
análises do mercado: como o mercado está reagindo
frente aos serviços ou produtos oferecidos, quais as
necessidades dos clientes, políticas e procedimentos
de comercialização dos fornecedores e concorrentes,
previsões sobre novas leis ou alterações em leis
que podem afetar as operações empresariais,
desenvolvimentos tecnológicos, etc. [6] [16]

As informações usadas em uma organização podem ainda ser


vistas sob o ângulo da sua formalidade. Temos então informações
formais e informais.

As informações formais, passíveis de codificação


e estruturação, são aquelas oriundas da imprensa,
bases de dados, informações científicas, informações
técnicas, documentos da empresa, etc. As
informações informais, não-estruturadas, são
aquelas obtidas em conversas, reuniões, palestras, e-
mails, notícias de jornais, boatos, etc. [6]

Unidade 1 31

gestao_da_informacao.indb 31 16/7/2007 16:47:10


Universidade do Sul de Santa Catarina

Nas organizações encontra-se uma combinação desses vários


tipos de informação. As informações internas e formais
correspondem à quase totalidade das informações tratadas
pelos sistemas de informação baseados em computador, sejam
operacionais ou gerenciais. As informações internas e informais
são vistas com freqüência nas organizações, circulando através do
correio eletrônico. As informações externas e formais são comuns
naquelas organizações que possuem módulos de informações
sobre clientes, concorrentes e mercados em seus sistemas de
informações. Já as informações externas e informais praticamente
não são tratadas de forma sistêmica.

Síntese

Nesta unidade você estudou a Sociedade da Informação, que


tem como características a valorização da informação como um
recurso econômico, o uso intensivo da informação pelas pessoas e
pela demanda crescente por meios e serviços de informação para
atender as necessidades organizacionais e individuais.

Em seguida abordou-se a informação propriamente dita e


suas principais características. Neste sentido destacou-se que
a informação é um recurso cada vez mais importante de apoio
à gestão empresarial e portanto necessita compreensão de seus
processos de produção e disseminação. A informação é também
um dos recursos que as organizações necessita para a tomada de
decisão. Para ter valor, as informações de qualidade precisam ser
precisas, completas, econômicas, flexíveis, confiáveis, relevantes,
simples, pontuais e verificáveis.

As informações podem também ser classificadas em tipos.


As informações internas são aquelas produzidas dentro das
próprias organizações. As informações externas são as que
provém de clientes, fornecedores, publicações ou outras fontes
de fora da organização. As informações formais são aquelas
que estão estruturadas e codificadas pela organização, ao passo
que as informações informais são as que fluem por meios não
estruturados como boatos, notícias, reuniões etc. Em todas as
organizações, sejam elas quais forem, devem ter informações de
variados tipos e fontes.
32

gestao_da_informacao.indb 32 16/7/2007 16:47:10


Gestão da Informação

Atividades de auto-avaliação
Na seqüência realize as atividades com base na leitura desta unidade:

1) Reveja as três principais características da Sociedade da Informação e


busque exemplos do mundo real para ilustrá-las.

2) Faça a distinção entre dado, informação e conhecimento por meio de


um exemplo. (Não utilize exemplos já descritos no texto).

Unidade 1 33

gestao_da_informacao.indb 33 16/7/2007 16:47:10


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para responder às questões 3, 4 e 5, leia com atenção o estudo de


caso a seguir.

A mercearia do Sr. Joaquim


“O Sr. Joaquim queria aumentar as vendas da mercearia e deixar
os fregueses contentes. Como o pessoal gostava de comprar fiado,
encomendou umas cadernetas, carimbando nas capas a sigla: “CRM
– Caderneta de Registro Mensal”. Era nelas que passou a controlar
as contas dos fregueses. Logo a CRM ficou popular no bairro.
“Anota aí na CRM dois quilos de tomate para a patroa”, pedia a
Josefina. “Minha mãe mandou perguntar quanto vai pagar de CRM
este mês”, dizia a Silvinha.
Mas a caderneta não servia apenas para cobrar os fregueses. Era
a sua bola de cristal. Nela o português enxergava muito mais
que o total que iria receber no final do mês. Ele identificava ciclos
de comportamento do freguês, suas preferências, a associação
dos produtos adquiridos e muitas outras coisas. Até a data de
aniversário e idade das crianças ele sabia, pelo número da velinha
adquirida.
A freguesia levava sempre banana e aveia? Joaquim criava pacotes
promocionais com um terceiro produto, como por exemplo, um
vidro de mel ou uma lata de farinha. A freguesa comprava sempre
tomate? Dá-lhe campanha promovendo o macarrão e o queijo
ralado. A última compra foi há muito tempo? Joaquim ligava
avisando que a laranja estava em promoção. E o freguês ia buscar
somente porque o Joaquim havia ligado.
Até o Pepe, do açougue ao lado, criou sua própria caderneta CRM
para acompanhar as preferências da freguesia. Logo, Joaquim e
Pepe traçavam informações de suas CRMs, para ganho mútuo. E o
Manoel da padaria acabou aderindo ao sistema, assim como o João
do boteco. Cada um passou a ser agente de uma pequena rede de
troca de informações. O Joaquim vendeu carvão e sal grosso para o
Dr. Januário?
O Pepe era logo avisado e ia preparando a carne que o doutor
gostava. O Manoel aumentava a receita do pão e o João do
boteco colocava mais cerveja para gelar. Cada comerciante sabia
prever a próxima compra, para fazer a próxima oferta e exceder
a expectativa dos fregueses. Todos prosperavam e os fregueses
estavam contentes”.
Fonte:Extraído de http://www.connection-net.com.br/e-zinenews24.htm, em
18/01/2005.

34

gestao_da_informacao.indb 34 16/7/2007 16:47:10


Gestão da Informação

3) Quais os ganhos que o Sr Joaquim conseguiu obter com o uso da


informação?
Dica: para melhor responder consulte os tipos de ganhos abordados na
Seção 3.

4) Libere sua criatividade e proponha pelo menos uma melhoria que o


Sr Joaquim poderia incorporar ao seu sistema de informação atual.
Justifique a melhoria baseando-se em algum benefício para o negócio.

5) Quanto aos tipos de informação, dê um exemplo de cada um daqueles


encontrados no caso da Mercearia.

a) Informação operacional:

b) Informação gerencial:

c) Informação coletada no ambiente externo:

d) Informação interna:

e) Informação formal:

f) Informação informal:

Unidade 1 35

gestao_da_informacao.indb 35 16/7/2007 16:47:10


Universidade do Sul de Santa Catarina

6) Sobre qualidade da informação, pesquise na internet dois sites. Um que


possa ser classificado como uma fonte de informações de qualidade
e outro que possa ser considerado uma informação de qualidade
duvidosa. Justifique sua resposta baseando-se nos critérios de
qualidade apresentados nesta unidade.

Saiba mais

Se você ficou interessado em conhecer mais detalhes sobre os


conteúdos desta unidade, sugerimos:

• Sobre a Sociedade da Informação, consulte o Programa


Sociedade da Informação do governo brasileiro, em
http://www.socinfo.org.br.

• Para conhecer uma base de informações organizada e gratuita


na internet, consulte a Enciclopédia Digital Wikipedia, na qual
você pode inclusive contribuir, em
http://wikipedia.org/.

• Para conhecer detalhadamente a pesquisa americana sobre o


volume de informações acesse

http://www.sims.berkeley.edu/research/projects/how-much-info-2003.

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gestao_da_informacao.indb 36 16/7/2007 16:47:10


2
UNIDADE 2

Os sistemas de informação

Objetivos de aprendizagem
Ao final desta unidade você terá subsídios para:

„ Compreender o conceito de sistemas, subsistemas e


suas características.

„ Identificar os sistemas de informação, seus


componentes e sua aplicação nas organizações.

„ Distinguir sistemas organizacionais e sistemas da


informação.

„ Reconhecer as características de um sistema de


informação bem-sucedido.

Seções de estudo
Seção 1 O que é um sistema?
Seção 2 A organização como um sistema.
Seção 3 Quais as características de um sistema de
informação?
Seção 4 Abordagem sociotécnica dos sistemas de
informação.
Seção 5 Como avaliar se um sistema de informação
é bem- sucedido?

gestao_da_informacao.indb 37 16/7/2007 16:47:11


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Olá! Agora que você já estudou sobre a informação propriamente
dita, procure observar os sistemas que as manipulam.

É quase certo que você já tenha alguma experiência com um


sistema de informação em sua vida, como por exemplo, um
sistema de informação bancário ou um sistema de telefonia.

Mas, neste momento, antes de iniciar o estudo, você


saberia conceituar o que é um sistema? Você saberia
dizer o que compõe um sistema de informação?
Ou ainda, responder quando um sistema pode ser
considerado bem-sucedido?

Nesta unidade você estudará de modo organizado os conceitos


que fundamentam os sistemas de informações para que mais
adiante você possa aprofundar sua visão sobre o tema. Você
deverá também obter as respostas para as questões acima
apresentadas.

Siga em frente!

SEÇÃO 1 - O que é um sistema?


A Teoria Geral dos Sistemas foi formulada pelo biólogo alemão
Ludwig Von Bertalanff y no início da década de 1930, mas foi
publicada apenas em 1968. A partir de sua formulação, diversos
outros autores desenvolveram o tema, e a Teoria dos Sistemas
é hoje uma formulação teórica que atende as mais diversas
ciências.

Veja como ele definiu sistema:

Um sistema pode ser definido como um complexo de


elementos em interação. [3]

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gestao_da_informacao.indb 38 16/7/2007 16:47:11


Sistemas de Informação no Varejo e Serviços

Observe as outras definições de sistema a seguir:

„ "sistema é um conjunto de partes coordenadas, que concorrem


para a realização de um conjunto de objetivos" [9]
„ "sistema é um conjunto de elementos interdependentes,
ou um todo organizado, ou partes que interagem
formando um todo unitário e complexo" [4]
„ “sistema é um conjunto de componentes e processos que
visam transformar determinadas entradas em saídas" [24]

Estes conceitos são bastante abrangentes e podem ser aplicados


a inúmeras situações do mundo real. São úteis e genéricos o
bastante para definir sistemas orgânicos, sociais, econômicos,
organizacionais, políticos, matemáticos, físicos e outros.

Assim, pode-se chamar tanto um organismo vivo, como uma


fábrica, um modelo matemático ou um programa de computador
de sistema, afinal todos são compostos por diferentes elementos
que interagem entre si e geram algum tipo de resultado.

Esses elementos e a relação que se estabelece entre eles é que


determina como o sistema funciona.

Observe por exemplo, o quanto a palavra sistema


é utilizada em nosso linguajar cotidiano. Preste
atenção em jornais, revistas, documentos e também
na linguagem falada como essa palavra é de uso
freqüente.
Veja algumas aplicações: Sistema Solar, Sistema Viário,
Sistema de Busca na Internet, Ecosistema, Sistema de
Vigilância, Sistema Social, Sistema Imunológico, etc.

As atividades de um sistema
Todo sistema é composto por entradas, mecanismos de
processamento, saídas e a realimentação (feedback), conforme
ilustrado na Figura 2.1.

Unidade 2 39

gestao_da_informacao.indb 39 16/7/2007 16:47:11


Universidade do Sul de Santa Catarina

OBJETIVOS

Entradas Saídas
Processos de
transformação
Controle e
avaliação
Retroalimentação

Figura 2.1: Atividades de um sistema, [19].

Observe o exemplo a seguir, ele faz parte da vida cotidiana e


ilustra o significado de cada uma dessas atividades.

O processo de assar um bolo


As entradas são: farinha, ovos, açúcar e manteiga.
Tempo e energia também podem ser considerados
como entradas do sistema.
O mecanismo de processamento consiste em
combinar os ingredientes em uma vasilha de modo
a se obter a mistura correta e assar na temperatura
adequada e no tempo certo.
A saída será um bolo acabado.
A realimentação é a constatação de um bolo
gostoso, doce demais, muito mole, sem gosto ou cru.
Isso provocará uma nova entrada no sistema de modo
a alterar sua receita inicial. [23]

Um sistema pode ser dividido em subsistemas. Cada subsistema


possui seus elementos, e pode ser decomposto até o nível desejado
de detalhamento. Um sistema pode compor-se, sucessivamente,
de subsistemas que se relacionam entre si, compondo um sistema
maior.

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gestao_da_informacao.indb 40 16/7/2007 16:47:11


Sistemas de Informação no Varejo e Serviços

No exemplo do bolo, pode-se considerar como um subsistema


a etapa inicial de mistura dos ingredientes antes mesmo de assá-
los, neste caso a saída desse subsistema é a massa ainda crua. A
etapa seguinte pode ser considerada outro subsistema, que consiste
exclusivamente em assar o bolo, tendo como entrada a massa crua.

Essa visão de sistemas e subsistemas contribui para que sistemas


grandes possam ser melhor compreendidos quando seus
subsistemas forem estudados separadamente.

Para entender o funcionamento do corpo humano


(um sistema orgânico complexo) pode ser primeiro
conveniente, compreender profundamente o
funcionamento da célula (um subsistema) e depois
compreender sua relação com as outras partes do
sistema (órgãos e estruturas).

É importante destacar, que por mais que seja possível fragmentar


sistemas em subsistemas, não se deve perder a visão do sistema
como um todo. Um sistema não é a soma de partes, mas sim o
resultado da interação entre elas.

Os profissionais que lidam com sistemas de informação, sejam


eles usuários ou projetistas de sistemas, com freqüência precisam
definir sistemas e seus subsistemas, de modo a transformar
problemas complexos em problemas de menor complexidade,
mais fáceis de serem solucionados.

Assim como já dizia o general romano Júlio César: dividir para


conquistar !

- No entanto, cabe ainda uma pergunta: uma organização, pode ser


considerada um sistema?

Veja a resposta na próxima seção.

Unidade 2 41

gestao_da_informacao.indb 41 16/7/2007 16:47:11


Universidade do Sul de Santa Catarina

SEÇÃO 2 - A organização como um sistema

Sem dúvida! Uma organização é um estrutura


social formal e estável, que emprega recursos do
ambiente e os processa para produzir saídas. Toda
organização tem como entradas: capital, trabalho e
insumos para a transformação (processamento) em
produtos ou serviços (saídas), que serão consumidos
por agentes externos encontrados no ambiente em
que esta se insere. [14]

Observe que esta definição de organização a caracteriza como um


sistema. Essa é, portanto, uma visão sistêmica de organização.
Por conseqüência, é possível considerar um departamento como
um subsistema do sistema organizacional.

Todo sistema deve ter um objetivo. Os subsistemas,


por sua vez, têm também objetivos que contribuem
para o objetivo maior do sistema em que estão
inseridos.

Observe o quadro a seguir, com exemplos de sistemas


organizacionais, seus objetivos e elementos.
Sistema Objetivo Entrada Processamento Saída Realimentação
(feedback)
Fabricar e comercializar Armação Solda Bicicletas Análise da aceitação do
Fábrica de bicicleta bicicletas de melhor Componentes Pintura acabadas produto, ou mudanças
qualidade no mercado podem
Trabalho Montagem
gerar necessidades de
Suprimentos mudança no produto,
demandando novas
entradas no sistema
fabril.
Universidade Aquisição e Estudantes Ensino Estudantes Demandas da sociedade
desenvolvimento de Professores Pesquisa cultos. ou dos estudantes geram
conhecimento Pesquisa necessidade de novas
Administradores Serviços
significativa. entradas.
Livros
Serviços à Análise dos relatórios
Equipamentos gera necessidade de
comunidade
novas entradas.
Serviço de saúde Serviço de saúde de Médicos Diagnóstico Pacientes Necessidade
melhor qualidade Pacientes Cirurgia saudáveis e de atualização
orientados. tecnológica pode gerar
Enfermeiras Medicamentos
Serviço à novas entradas de
Equipamentos Testes equipamentos.
comunidade
Quadro 2.1: Exemplos de sistemas organizacionais.

42

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Sistemas de Informação no Varejo e Serviços

Bem, uma vez definido o que é sistema, veja na seção a seguir a


definição e caracterização de um sistema de informação.

SEÇÃO 3 - Quais as características de um


sistema de informação?
Enfim você chegou à definição dos sistemas de informação (SI),
observe:

„ sistema de informação é um conjunto de componentes


inter-relacionados, desenvolvidos para coletar, processar,
armazenar e distribuir informação para facilitar a
coordenação, o controle, a análise, a visualização e o
processo decisório. [14]
„ é uma combinação estruturada de informação, recursos
humanos, tecnologias de informação e práticas de
trabalho, organizado de forma a permitir o melhor
atendimento dos objetivos da organização [6].

Observe que ambas as definições estão de acordo com a definição


inicial de sistema, agora expressa de modo mais específico, pois
descrevem um pouco mais o que este sistema faz (manipula a
informação), para que ele serve (tomada de decisão) e a quem ele
pode servir (às organizações ou aos indivíduos). Elas introduzem
também outros elementos como as práticas de trabalho, as
pessoas e a tecnologia que as organizações fazem uso.

Exemplos de Sistemas de Informação


Sistemas de Informação de Clientes, Sistemas de
Informações Acadêmicas, Sistemas de Informação de
Recursos Humanos, Sistema de Gestão de Estoques, etc.

Quanto às atividades de um sistema anteriormente definidos


(entrada, processamento, saída e realimentação) é possível assim
associá-los ao sistema de informações. [23]

Entrada: em sistemas de informação a entrada é a atividade de


captar e juntar dados primários.

Unidade 2 43

gestao_da_informacao.indb 43 16/7/2007 16:47:12


Universidade do Sul de Santa Catarina

Ao se produzir cheques de pagamento por um


sistema informatizado, por exemplo, as horas
trabalhadas de cada empregado devem ser
informadas antes que o cheque seja efetivamente
calculado e emitido.

Independentemente do sistema envolvido, o tipo de entrada é


determinado pela saída desejada do sistema.

Processamento: envolve a conversão ou transformação dos dados


nas saídas úteis e desejadas pelo usuário.

Um exemplo tradicional é o Cálculo de Folha de


Pagamento. Nele as horas trabalhadas de cada
empregado junto com o valor da hora de trabalho
devem ser multiplicados e calculados o pagamento
líquido, as horas-extras e descontos, segundo regras
estabelecidas.

Saída: envolve a etapa onde a informação propriamente dita é


emitida. É a etapa que realmente interessa ao usuário do sistema.
Se uma saída gerada por um sistema não for útil para algum
propósito, então deve-se fazer uma crítica ao sistema para avaliar
sua real necessidade. Por mais simples que isso possa parecer, há
muitos sistemas do mundo real que geram saídas desnecessárias e
inúteis. Isso revela um sistema mal planejado.

Realimentação (Feedback): é uma saída usada para fazer ajustes


ou modificações nas atividades de entrada ou no processamento.
Erros de digitação, por exemplo, podem fazer com que dados de
entrada tenham que ser corrigidos antes de seu processamento.
A realimentação também ocorre quando o sistema gera saídas
que demandam uma tomada de decisão que provocará uma nova
entrada no sistema.

Um sistema indicando que os níveis de estoque de


uma empresa estão baixos poderá provocar uma
decisão de aquisição, que por sua vez gerará a
atualização dos produtos em estoque, ou seja, uma
nova entrada no sistema.

- Na sua opinião, é preciso um computador para se ter um Sistema de


Informação?

44

gestao_da_informacao.indb 44 16/7/2007 16:47:12


Sistemas de Informação no Varejo e Serviços

Absolutamente não!

Desde que o ser humano desenvolveu a escrita, as informações


vêm sendo registradas e manipuladas. Um simples fichário
com informações de clientes pode ser considerado um sistema
de informação. Ao dispor suas fichas em ordem alfabética, por
exemplo, o indivíduo estará sistematizando a informação, para
facilitar posteriormente sua recuperação. Entretanto, o uso
computacional certamente potencializou a realização de inúmeras
tarefas na manipulação da informação, que seriam inviáveis no
processamento manual.

Antes de prosseguir observe mais um exemplo de sistema de


informações.

Sistema de Informações Acadêmicas.


Objetivo do sistema: gerenciar as informações de uma escola
sobre seus alunos, professores, oferta de disciplinas, registro de
notas e controle de mensalidades.
Entradas: dados de alunos, professores, disciplinas, turmas
ofertadas, notas dos alunos em cada disciplina.
Processamento: armazenamento de dados, cálculo de médias
e freqüências dos alunos, distribuição dos alunos em turmas,
preparação de relatórios, cálculo de mensalidades e descontos, etc.
Saídas: emissão de diários de classe, relatórios de alunos aprovados
e reprovados, relatórios de professores por turma, emissão de
boletos, etc.

Observe atentamente que até este momento destacamos que


as organizações podem ser vistas como sistemas e também
definimos e exemplificamos os sistemas de informações
propriamente ditos. É importante saber distinguir quando
estamos nos referindo aos sistemas organizacionais e quando nos
referimos aos sistemas de informação.

Os sistemas de informação, como seu próprio nome indica,


trabalham com entradas e saídas que são dados e informações.
Já a organização como um sistema pode ter como entradas
elementos físicos, recursos financeiros, etc. Fique atento a isto!

Unidade 2 45

gestao_da_informacao.indb 45 16/7/2007 16:47:12


Universidade do Sul de Santa Catarina

Na próxima seção você poderá perceber a interconexão entre os


sistemas de informação e as organizações. Siga em frente.

Seção 4 - Abordagem sociotécnica dos Sistemas de


Informação
No passado, quando os computadores começaram a ser utilizados
para dar suporte a sistemas de informação, a abordagem de
sistemas era essencialmente técnica. Era esta uma época em que o
indivíduo deveria se adaptar ao que a máquina era capaz de fazer.
A principal preocupação dos profissionais de tecnologia estava
em como programar computadores de modo a levá-los a processar
dados e informações. Ao usuário restava a oportunidade de poder
usar o que o computador era capaz de oferecer.

Hoje, essa perspectiva, apesar de importante, é


insuficiente para que se possa garantir que o sistema
seja bem-sucedido. Um sistema de informação é
um produto de três componentes: tecnologia,
organizações e pessoas. Esta visão mais abrangente
dos sistemas de informação é conhecida como
abordagem sociotécnica.

Observe a Figura 2.2: [13]


ORG

Usuários Procedimentos
OAS

AN
IZA
PESS

ÇÕE

Sistema de
S

informação

TECNOLOGIA

Hardware
Software
Bancos de dados
Comunicações

Figura 2.2. Componentes da abordagem sócio-técnica de Sistemas de Informações [13]

46

gestao_da_informacao.indb 46 16/7/2007 16:47:12


Sistemas de Informação no Varejo e Serviços

Organizações

As organizações podem ser vistas como uma grande


coleção de processos operacionais e administrativos.
Os processos operacionais são aqueles que criam,
produzem e entregam os bens e serviços que são
consumidos pelo mercado, enquanto os processos
administrativos são responsáveis pelo planejamento e
controle da condução dos negócios [12].

Estes processos seguem uma série de procedimentos que podem


estar formalizados e escritos, ou compor práticas de trabalho
informais. Muitos dos procedimentos organizacionais são
incorporados aos sistemas de informação, como por exemplo,
pagar um fornecedor ou corrigir uma fatura errada.

Assim um sistema de informações poderá ser afetado pela forma


como a organização trabalha (seus procedimentos) ou, pelo
contrário, ele poderá afetar a forma como a organização trabalha,
pois sua adoção poderá definir outras formas de execução dos
procedimentos organizacionais.

- Pense em uma organização governamental, em uma pequena


indústria ou uma grande rede de lojas, e você visualizará sistemas de
informação muito diferentes entre si, pois cada uma dessas organizações
possui processos e afinidades diferentes a serem realizados.

Pessoas

As pessoas são os usuários efetivos, que aproveitam


as informações de um sistema para executar seu
trabalho. São as pessoas que possibilitam as entradas
no sistema, utilizam suas saídas, enfim, tornam o
sistema produtivo. Neste contexto, esses indivíduos
devem ser preparados para realizar suas tarefas e usar
eficientemente os sistemas de informação.

A atitude das pessoas perante as organizações pode afetar


profundamente o seu desempenho no uso dos sistemas de
informação. Indivíduos desmotivados, sem capacitação ou
ainda inseridos em um ambiente em que não têm clareza
sobre o que se espera de seu trabalho, provavelmente não serão

Unidade 2 47

gestao_da_informacao.indb 47 16/7/2007 16:47:13


Universidade do Sul de Santa Catarina

usuários produtivos de um sistema de informação. Condições


adequadas, conforto, um ambiente saudável de trabalho,
representam forte suporte para a moral, a produtividade e a
receptividade dos indivíduos aos sistemas de informação.
Deve-se portanto, ter a preocupação de construir sistemas
adequados às necessidades daqueles que os utilizam, e não
o contrário.

Tecnologia

A tecnologia é o meio pelo qual os sistemas de


informação podem ser implementados. Deve ser
vista como ferramenta e não ter um fim em si mesma.
A tecnologia envolve o computador propriamente
dito e demais equipamentos (hardware), os
programas de computadores (software), as
tecnologias de armazenamento para organizar e
armazenar os dados (bancos de dados) e os recursos
de telecomunicações que interconectam os
computadores em rede.

A abordagem sócio-técnica, portanto, considera os sistemas de


informações de uma forma ampla, uma vez que considera que os
sistemas deinformação não se concentram apenas em tecnologias
mas também nas pessoas e nos processos organizacionais que
estão permanentemente sendo afetados e influenciando os
sistemas de informações.

- Procure refletir um pouco sobre o depoimento a seguir, observe:

“Eu não quero usar um computador. Eu não quero


fazer processamento de texto. O que eu quero é
escrever uma carta, olhar a previsão do tempo, pagar
uma conta ou jogar um game.”
Donald Norman, no livro “The Invisible Computer”

- Você consegue relacionar esta frase com a abordagem sociotécnica?


Discuta sobre isso com seu tutor.

Para finalizar esta seção, lembre que o estudo de sistemas de


informação deve sempre incluir as três diferentes perspectivas

48

gestao_da_informacao.indb 48 16/7/2007 16:47:13


Sistemas de Informação no Varejo e Serviços

sugeridas pela abordagem sociotécnica : organizações, pessoas


e tecnologias. Dessa forma haverá melhores condições para
garantir o sucesso dos sistemas de informação nas organizações.

SEÇÃO 5 - Como avaliar se um sistema de


informação é bem-sucedido?
Se as organizações despendem preciosos esforços e recursos
para a implantação de sistemas de informação, certamente elas
esperam obter algum retorno. Os sistemas bem- sucedidos devem
proporcionar ganhos que, no mínimo, devem equivaler aos
esforços despendidos. Deve-se então, ter a preocupação com o
desempenho dos sistemas de informação.

Existe uma forma de realizar essa avaliação por meio de alguns


indicadores de sucesso, observe: [10]

„ Rentabilidade: Existe quando os benefícios do sistema


ultrapassam seus custos.
„ Desempenho: Ocorre quando o sistema melhora a
qualidade das decisões de seu usuário.
„ Áreas de aplicação: Um sistema é bem -sucedido
quando é aplicado aos problemas de maior importância
na organização. Isso contribui significativamente para
justificar seu custo.
„ Satisfação dos usuários: Como o sistema é um
instrumento de auxílio ao usuário, sua satisfação indica
que as funções esperadas pelo usuário são atendidas.
Mesmo sendo uma avaliação subjetiva, esta pode
ser considerada válida se estiver associada a outros
indicadores de sucesso.
„ Utilização generalizada : O fato de o sistema ser
amplamente utilizado é um indicador de sucesso na
medida em que possui a aprovação de várias pessoas.

Essas características são de difícil mensuração, entretanto, se


elas puderem ser observadas, objetiva ou intuitivamente, serão
indicadoras de um sistema bem- sucedido.

Unidade 2 49

gestao_da_informacao.indb 49 16/7/2007 16:47:13


Universidade do Sul de Santa Catarina

- Mas será que existem sistemas de informação nas organizações


que não apresentam bons resultados? Você conhece algum caso de
sistema mal-sucedido?
Busque observar em revistas casos e relatos sobre a adoção de
sistemas de informação nas organizações. Pode-se aprender
bastante com as experiências já vivenciadas por outras pessoas e
organizações.

Síntese

Nessa unidade você teve a oportunidade de estudar os conceitos


fundamentais que norteiam o estudo dos sistemas de informação.

Em especial, você viu que a definição de sistema tem ampla


aplicação em diversas áreas do conhecimento humano. Quanto
aos sistemas de informação baseados em computador, procurou-
se destacar sua estreita relação com as organizações que fazem
uso deles como ferramenta de trabalho.

Um dos destaques foi a abordagem sociotécnica dos sistemas


de informação, na qual se destacam três dimensões de igual
importância: Tecnologia, Organização e Pessoas. Você observou
que todas as dimensões merecem atenção e equilíbrio para
garantir o sucesso dos sistemas nas aplicações empresariais.

Por fim, você estudou que os sistemas de informação podem


ser avaliados por indicadores de sucesso que revelam o grau de
aproveitamento e satisfação que o sistema proporciona para seu
usuário ou para as organizações.

Esperamos que os conceitos discutidos ao longo dessa unidade


tenham permitido que você alcance os objetivos da unidade.

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Sistemas de Informação no Varejo e Serviços

Atividades de auto-avaliação

Com base na leitura que você realizou ao longo desta unidade,


responda e/ou trabalhe as seguintes questões:

1) Relacione 3 sistemas não-computacionais que fazem parte do


mundo real.

2) Por que uma organização pode ser considerada um sistema?

Unidade 2 51

gestao_da_informacao.indb 51 16/7/2007 16:47:14


Universidade do Sul de Santa Catarina

3) Agora leia o estudo de caso a seguir e responda às questões:

Sistema de Posicionamento Global


Fonte: Adaptado de Wikipedia, a enciclopédia livre na
Internet - http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_
Posicionamento_Global
O Sistema de Posicionamento Global, vulgarmente
conhecido por GPS (do inglês Global Positioning System),
é um sistema de navegação por satélite utilizado para
determinação da posição na superfície da Terra ou em
órbita. É constituído por uma constelação de 24 satélites.
O sistema GPS foi criado e é controlado pelo Departamento
de Defesa dos Estados Unidos da América e pode ser
utilizado por qualquer pessoa, gratuitamente, necessitando
apenas de um receptor que capte o sinal emitido pelos
satélites. O sistema está dividido em três módulos: espacial,
de controle e de usuário. O módulo espacial é composto
pela constelação de satélites. O módulo de controle é
formado pelas estações terrestres dispersas pelo mundo,
responsáveis pela monitoração das órbitas dos satélites,
sincronização dos relógios atômicos de bordo dos satélites
e atualização dos dados que os satélites transmitem. O
segmento do usuário consiste num receptor que capta
os sinais emitidos pelos satélites. Um receptor GPS (GPSR)
decodifica as transmissões do sinal de múltiplos satélites e
calcula a sua posição com base na distância entre o receptor
e os satélites. A posição é dada por latitude, longitude e
altitude, com coordenadas no padrão WGS84.

a) Cite 3 subsistemas do GPS:

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gestao_da_informacao.indb 52 16/7/2007 16:47:14


Sistemas de Informação no Varejo e Serviços

b) Identifique as atividades de entrada, processamento e saída do módulo


usuário do GPS.

c) Qual o objetivo do sistema GPS?

d) Libere a sua imaginação e pense: poderia ser o GPS um subsistema de


outro sistema maior? Se sim, cite algum exemplo de sistema. Se não,
justifique.

4) Quais são as três dimensões da abordagem sociotécnica dos sistemas


de informação? Qual a importância de cada uma dessas dimensões
para o sucesso de um sistema de informação?

Unidade 2 53

gestao_da_informacao.indb 53 16/7/2007 16:47:14


Universidade do Sul de Santa Catarina

5) Se considerarmos que uma biblioteca pode ser uma organização, então


poderemos considera-la como um sistema. Sob esta ótica, identifique
entradas, processos e saídas da biblioteca.

Sistema Biblioteca
Entradas

Processamento

Saídas

6) Agora pense em um Sistema de Informações para Bibliotecas.


Observe agora que esta questão aborda a parte informacional de uma
biblioteca. Sob esta ótica, identifique entradas, processos e saídas deste
sistema de informações.

Sistema de informações para bibliotecas


Entradas

Processamento

Saídas

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gestao_da_informacao.indb 54 16/7/2007 16:47:14


Sistemas de Informação no Varejo e Serviços

Saiba mais

Se você ficou interessado em conhecer mais detalhes sobre


os conteúdos desta unidade, sugerimos algumas obras para
pesquisa:

„ LAUDON, K. C. e LAUDON, L. P. Sistemas de


informação. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
„ STAIR, Ralph M. Princípios de sistemas de
informação: uma abordagem gerencial. Rio de Janeiro:
LTC, 2002.

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gestao_da_informacao.indb 55 16/7/2007 16:47:14


UNIDADE 3

As tecnologias da informação

Objetivos de aprendizagem
3
Ao final desta unidade você terá subsídios para:

„ Conhecer os vários tipos de computadores existentes e


os principais componentes de um computador.

„ Compreender os principais tipos de softwares e seus


propósitos no ambiente de sistemas de informação
computadorizados.

„ Entender os principais conceitos vinculados a bancos de


dados e seu papel nos sistemas de informação.

„ Compreender como as redes de telecomunicações se


estruturam e apóiam as empresas.

Seções de estudo
Seção 1 Tecnologias de hardware.

Seção 2 Tecnologias de software.

Seção 3 Tecnologia de bancos de dados.

Seção 4 As redes de telecomunicação e a internet.

gestao_da_informacao.indb 57 16/7/2007 16:47:14


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Como você deve se recordar, a tecnologia é um dos componentes
dos sistemas de informação, englobando hardware, software,
bancos de dados e redes de comunicação.

Hardware é o conjunto de componentes mecânicos,


elétricos e eletrônicos. É a porção física, aquela que
podemos ver e tocar.
Software é a porção lógica. É constituído pelos
programas, ou seja, o conjunto de instruções, que
permite que o hardware processe os dados.
Banco de dados é a coleção de arquivos e tabelas
que armazenam dados e suas respectivas associações.
Rede é um sistema de ligação que permite o
compartilhamento de recursos entre diversos
computadores.

A Tecnologia da Informação (TI) pode ser compreendida como


um componente que oferta opções de soluções e alternativas
para adoção nos Sistemas de Informação. Neste contexto,
o entendimento de alguns conceitos básicos de TI propicia
maiores condições para subsidiar o processo de escolha das
tecnologias mais adequadas às necessidades de entrada, saída,
armazenamento e processamento de informações.

A proposta desta unidade é apresentar as principais tecnologias


de hardware, software, banco de dados e telecomunicações, com
o objetivo de que você, como usuário delas, possa avaliar suas
características, fraquezas e potencialidades, de forma a explorá-
las de maneira mais eficiente.

58

gestao_da_informacao.indb 58 16/7/2007 16:47:14


Gestão da Informação

SEÇÃO 1 - Tecnologias de hardware


O hardware vem evoluindo em estágios, ou gerações, de
tecnologia. Cada geração proporcionou um aumento de
capacidade de processamento e de armazenamento e, ao mesmo
tempo, trouxe uma diminuição dos custos. Estas gerações
distinguem-se por diferentes tecnologias que executam as funções
de processamento.

Observe no quadro a seguir as gerações de computadores


[36].

A primeira geração de computadores, que se desenvolveu


no início dos anos 50, utilizava válvulas que consumiam
grandes quantidades de energia, gerando muito calor, e tinham
vida útil limitada. Por isso, os computadores de primeira geração
tinham memória e capacidade de processamento limitadas.
A segunda geração de computadores floresceu nos anos 60, e
utilizava transistores para processar e armazenar informações.
Eles consumiam menos energia que as válvulas, geravam menos
calor e eram mais baratos, mais estáveis e mais confiáveis. Os
computadores de segunda geração, com maior capacidade de
processamento e armazenamento, começaram a ser bastante
utilizados com propósitos científicos e empresariais.
A terceira geração de computadores, nos anos 70, usava
circuitos integrados para armazenar e processar informações.
Os circuitos integrados possuem numerosos pequenos
transistores impressos sobre chips de silício.
Os computadores da quarta geração, surgidos a partir dos
anos 80, são o resultado do avanço na área da microeletrônica.
Eles utilizam a tecnologia de circuitos integrados em escalas
superiores de integração para armazenar e processar as
informações (hoje, pode-se colocar 1 bilhão de transistores
sobre o chip). Esses computadores são baratos e largamente
utilizados nas empresas e no dia-a-dia.
Ainda discute-se a passagem para uma quinta geração de
computadores. De qualquer forma, você pode estar certo que os
computadores continuarão a tornar-se cada vez menores, mais
rápidos, mais confiáveis, de aquisição e manutenção mais barata
e mais interconectados em redes de computadores.

Unidade 3 59

gestao_da_informacao.indb 59 16/7/2007 16:47:15


Universidade do Sul de Santa Catarina

Hoje, são vários os tipos de computadores disponíveis,


distinguindo-se entre si, principalmente por sua capacidade de
processamento.

Quais os tipos de computadores existentes?


Os computadores são normalmente classificados como:
microcomputadores, computadores de médio porte e
computadores de grande porte.

Microcomputadores
Os microcomputadores, também chamados de micros ou
computadores pessoais (PCs) são a categoria menor e mais barata
de computadores de uso geral. Eles podem ser subdivididos em
quatro categorias, baseados em seu tamanho: desktops, laptops,
notebooks e palmtops.

O computador pessoal desktop é o microcomputador mais comum,


normalmente possui desenho modular, com unidades separadas
mas interligadas de monitor, teclado e CPU.

Os computadores laptop e notebooks são pequenos, facilmente


transportáveis, leves e cabem em uma pasta executiva.
Foram projetados para oferecer maior conforto e mobilidade,
permitindo aos usuários acesso a processamento e dados sem
ficarem presos ao ambiente do escritório.

Os computadores palmtop são microcomputadores de mão,


pequenos o bastante para serem carregados na mão. Apesar
de serem capazes de computação geral, eles normalmente são
configurados para aplicações específicas e têm possibilidades de
entradas e saídas de dados limitadas.

O assistente pessoal digital (PDA) é um computador palmtop.


Possuem telas de toque, reconhecimento de escrita feita com
caneta ou teclados para que as pessoas em deslocamento possam
enviar e receber e-mail, ter acesso à web e trocar informações,
como compromissos, relações de problemas e contatos de vendas,
com seus PCs de escritório ou servidores de rede.

O computador de rede, também chamado “cliente magro”,


em contraposição aos tradicionais PCs, chamados “clientes
gordos”, são uma das novas categorias de microcomputador.

60

gestao_da_informacao.indb 60 16/7/2007 16:47:15


Gestão da Informação

São computadores com pouca ou nenhuma capacidade de


armazenamento em disco, e dependem basicamente de
servidores de Internet ou intranet para seus softwares e dados.
O computador de rede é mais simples, barato e de manutenção
mais fácil do que um microcomputador de
características plenas.

Alguns microcomputadores são potentes


estações de trabalho (workstations), que
suportam aplicações com demandas intensas de
computação matemática e exibição gráfica, tais
como o CAD (computer-aided design - projeto
auxiliado por computador) na engenharia, e
análise de investimentos e portfolio no ramo de títulos financeiros.

Alguns microcomputadores são utilizados como servidores de


rede. Normalmente são microcomputadores mais potentes que
coordenam telecomunicações e compartilhamento de recursos em
pequenas redes locais e sites de internet e intranet.

Computadores de médio porte


Os computadores de médio porte, também conhecidos como
minicomputadores, são sistemas para múltiplos usuários, que
podem gerenciar redes de PCs e terminais. São menores e mais
baratos que os computadores de grande porte, mas que têm
significativa capacidade de processamento, suficiente para atender
as necessidades de computação de muitas organizações.

Os computadores de médio porte se tornaram populares nas


empresas como poderosos servidores de rede para ajudar a
gerenciar grandes sites na internet, intranets e extranets. Também
são encontrados em usos específicos, tais como monitoração e
controle de processos industriais, pesquisa científica e aplicações
de engenharia.

Computadores de grande porte (mainframes)


Os mainframes são computadores grandes, rápidos e potentes.
Possuem alta capacidade de processamento e de armazenamento.
A maioria das grandes empresas, em que o processamento de
dados é centralizado e que utilizam grandes bancos de dados,
usam computadores mainframe. Dessa forma, os mainframes
continuam a gerenciar as necessidades de processamento de

Unidade 3 61

gestao_da_informacao.indb 61 16/7/2007 16:47:15


Universidade do Sul de Santa Catarina

informações das principais empresas e agências governamentais,


com grande quantidade de transações a processar ou com
complexos problemas de computação. Esses sistemas ainda são
utilizados para aplicações de uso intensivo de cálculos,
como análise de dados sísmicos de explorações de
campos petrolíferos, ou simulação de condições de
vôo no desenho de aeronaves. Os mainframes também
são amplamente utilizados como superservidores para
grandes redes e sites de grandes companhias com elevado
volume de transações via internet.

O termo supercomputador descreve uma categoria de poderosos


computadores, usados para processamento de grandes modelos
de simulação de fenômenos reais, que exigem representações
e cálculos matemáticos complexos ou para a criação e o
processamento de imagens. Eles são utilizados para aplicações
de previsões climáticas, defesa militar, cosmologia, astronomia
entre outros. O mercado de supercomputadores inclui agências
governamentais de pesquisa, grandes universidades e grandes
empresas.

O supercomputador japonês
Em 2002, o Japão apresentou ao mundo o Earth Simulator,
um supercomputador do Centro de Tecnologia e Ciências
Marítimas, em Yokohama. Este computador japonês foi
planejado para fazer simulações de mudanças climáticas,
com base em informações enviadas por satélites. É capaz de
processar 35 trilhões de operações matemáticas por segundo,
usando para isto mais de 5.000 processadores espalhados por
área equivalente a quatro quadras de tênis. Um computador
doméstico de último tipo é capaz de realizar 800 milhões de
operações por segundo. O Earth Simulator é milhares de vezes
superior ao micro comum que as pessoas têm em casa. Para
compreender melhor essa diferença, pode-se recorrer a uma
comparação esportiva. Imagine que os computadores sejam
corredores. No tempo em que seu micro corre 100 metros, o
Earth Simulator vai de São Paulo a Caracas, Venezuela, uma
distância de mais de 4.000 quilômetros.
Fonte: Publicado na Revista Exame, em 1/5/2002, p.74.

62

gestao_da_informacao.indb 62 16/7/2007 16:47:16


Gestão da Informação

Qualquer computador, desde um microcomputador até um de


grande porte, é constituído de diversos componentes, que em sua
essência, tem a mesma concepção lógica.

Quais os componentes de um computador?


Um computador possui dispositivos de entrada, dispositivos
de saída, unidade central de processamento (CPU ou UCP),
memória principal, memória secundária e dispositivos de
comunicação, conforme esquematizado na figura 3.1.

Dispositivos Unidade Central Dispositivos


de entrada de Processamento de saída

Unidade de Unidade de BARRAMENTO


controle aritmética e
lógica
BARRAMENTO Dispositivos
Memória principal de comunicação
BARRAMENTO

Memória secundária REDE EXTERNA

Figura 3.1: Componentes do hardware [25].

A unidade central de processamento e a memória principal são


dois componentes fundamentais para o processamento dos dados,
propriamente dito. As instruções e os dados trafegam entre a
unidade central de processamento e os demais componentes do
computador, por meio de canais de comunicação chamados de
barramento.

Os dispositivos de entrada, saída, armazenamento


externo e comunicação são genericamente nomeados
como periféricos. Os periféricos dependem de
conexões diretas ou ligações de telecomunicações
com a unidade central de processamento para uso.
Sem os periféricos, um computador, pode-se dizer, é
apenas uma potente “caixa de processamento”. [13]

Unidade 3 63

gestao_da_informacao.indb 63 16/7/2007 16:47:16


Universidade do Sul de Santa Catarina

Observe agora o papel de cada um desses componentes:

Unidade central de processamento e memória principal


A unidade central de processamento (CPU – Central Processing
Unit) é o centro de todas as atividades computacionais, onde
se controla o processamento, onde os dados são manipulados,
onde são executadas as instruções definidas nos programas. Nos
microcomputadores, ela é o microprocessador principal.

A memória principal (armazenamento interno) dos


computadores é o local onde a CPU armazena as instruções e os
dados que está processando. Quanto maior a área de memória,
tanto maiores serão os programas que podem ser armazenados
e executados. Esta é uma memória volátil. Essa volatilidade
significa que todos os dados e programas armazenados se perdem
quando a máquina é desligada. Para restringir a possibilidade de
perda de dados, muitos programas de aplicativos periodicamente
fazem a gravação automática dos dados!

- Mas você sabe como pode ser medida a velocidade de


processamento? Então, veja no quadro a seguir: [36]?

Como pode ser medida a velocidade de processamento?


O processamento baseia-se no ciclo “busca-execução”, ou seja, busca
instrução na memória principal e executa instrução no processador, e
assim sucessivamente, milhões de vezes por segundo. A velocidade na
qual este ciclo é executado, é regulada pelo “relógio” do processador,
que é medido em Megahertz (MHz), ou milhões de ciclos por segundo,
e Gigahertz (GHz), ou bilhões de ciclos por segundo. Na prática, isso
quer dizer que um microprocessador de 1,3 GHz pode fazer 1, 3 bilhões
de operações aritméticas em 1 segundo.
Observe que a velocidade de processamento depende de outros
fatores, além da velocidade de relógio do microprocessador.
Também influenciam, por exemplo, o tamanho dos barramentos, que
interconectam componentes do microprocessador, o uso de memórias
intermediárias (cache) para acelerar o processamento pela retenção
de dados que são utilizados com mais freqüência pelo processador, o
uso de microprocessadores especializados como um co-processador
aritmético para fazer cálculos mais depressa.

64

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Gestão da Informação

Dispositivos de entrada
Os dispositivos de entrada aceitam dados e instruções e os
convertem em uma forma que o computador possa entendê-los.
Os usuários podem comandar o computador e comunicar-se com
ele por meio de um ou mais dispositivos de entrada. Cada um
deles aceita formas específicas de dados.

Por exemplo, os teclados transmitem caracteres


digitados e os reconhecedores de caligrafia “lêem”
caracteres escritos à mão. Na Figura 3.2, são ilustrados
alguns dos principais dispositivos de entrada e seu
uso.

Tem havido uma tendência rumo ao incremento no uso de


tecnologias de entrada que forneçam uma interface mais natural
com os usuários de computadores. O uso de dispositivos
indicadores como mouses eletrônicos e painéis sensíveis ao
toque, o escaneamento ótico, reconhecimento de caligrafia e
reconhecimento de voz vêm cada vez mais sendo usados de forma
a tornar mais direta e fácil a inserção de dados e comandos nos
computadores.

Dispositivo Uso

Formas mais
comuns de entrada
de dados

Mouse Teclado Caneta ótica Tela de toque

Os dados são
obtidos sob forma
de barras impressas
de diferentes
larguras
Leitor de código de barras Leitor de bastão

Unidade 3 65

gestao_da_informacao.indb 65 16/7/2007 16:47:16


Universidade do Sul de Santa Catarina

Dispositivo Uso

Os dados são obtidos


sobre páginas
impressas ou
mesmo sob formas
manuscritas
Scanner ótico

Os dados são
inseridos no local
onde
foi efetuada uma
transação

Dispositivo de pontos de vendas

Os dados inseridos
são impressos com
tinta magnética.
Este sistema é
utilizado no caso de
Leitor de caractere em tinta magnética cheques bancários

A entrada de voz
é interpretada e
mostrada em uma
tela ou armazenada
em disco.
Reconhecimento de voz

Digitaliza imagens
gráficas e
transmite-as para o
computador
Digitalizador

Podem ser inseridos


vídeos, fotos,
gráficos, som e
texto para criar
apresentações,
multimídia para
ensino, informação
Câmera Gravador e entretenimento.

Figura 3.2: Dispositivos de entrada [25]

66

gestao_da_informacao.indb 66 16/7/2007 16:47:17


Gestão da Informação

Dispositivos de saída
Os dispositivos de saída apresentam os dados de uma forma que
as pessoas possam entendê-los. A saída gerada pelo computador
pode ser transmitida para o usuário por diversos dispositivos
ou meios. Os principais dispositivos de saída são mostrados na
Figura 3.3.

Dispositivo de saída Uso

Imprime relatórios, preenche


formulários e imprime gráficos de
alta resolução.

Impressora

Mostra informações digitadas,


armazenadas no computador ou
produzidas por ele.

Monitor

Desenha gráficos e esquemas


coloridos produzidos por
computador.

Plotador (plotter)

Responde aos usuários via


mensagens verbais ou música, e
sobreposições de som e voz para
apresentações multimídia.

Resposta em áudio

Figura 3.3: Dispositivos de saída [25]

Unidade 3 67

gestao_da_informacao.indb 67 16/7/2007 16:47:17


Universidade do Sul de Santa Catarina

Memória secundária
A memória secundária (armazenamento externo) armazena
dados e programas para uso futuro. Esta é separada da memória
principal e da CPU, mas conecta-se diretamente a elas. Os
principais meios de armazenamento secundário são mostrados na
Figura 3.4.

Armazenamento secundário
Uso
Discos magnéticos

Forma mais usual


de armazenamento
secundário.

Disco rígido Disco flexível

Armazenamento de
acervos de longo
prazo e backup

Fitas magnéticas

Armazenamento
multimídia

Discos óticos: CD-R / CD-RW / DVD

Figura 3.4: Armazenamento secundário.

- Você sabe como funciona a representação de dados no


computador?
Os dados são processados e armazenados no computador, por
meio da presença ou ausência de sinais eletrônicos ou magnéticos
nos circuitos do computador ou na mídia usada. Isso é chamado
de representação binária ou representação de dados em “dois
estados”, já que o computador e a mídia podem exibir apenas dois
estados ou posições possíveis - “ligado” (1) ou “desligado” (0).

68

gestao_da_informacao.indb 68 16/7/2007 16:47:18


Gestão da Informação

Os modos “ligado-desligado” são usados para estabelecer um


binário (1 ou 0) para armazenar um dígito binário ou bit.

Um agrupamento de bits é chamado de byte. Geralmente, um byte


é composto de 8 bits e representa um caracter – letra, número ou
símbolo especial.

As capacidades de armazenamento são medidas pelo número de


bytes. As medidas mais comuns são:

„ kilobyte (KB) = 1024 bytes


„ megabyte (MB) = 1.048.576 bytes
„ gigabyte (GB) = 1.073.741.824 bytes
„ terabyte (TB) = 1.099.511.627.776 bytes

Dispositivos de comunicação
Os dispositivos de comunicação permitem o fluxo de dados
com outros computadores conectados em rede (por exemplo, a
internet e as intranets). Os principais dispositivos envolvidos na
comunicação de dados são ilustrados na Figura 3.5.

Dispositivos de comunicação Uso

Comunicação em
rede via cabo

Placa de rede

Comunicação em
uma rede através
de uma linha
telefônica
Modem

Figura 3.5: Dispositivos de comunicação

Unidade 3 69

gestao_da_informacao.indb 69 16/7/2007 16:47:19


Universidade do Sul de Santa Catarina

SEÇÃO 2 - Tecnologias de software


Por mais evoluído que seja o hardware de um computador, ele
só fornece capacidade bruta de processamento. O hardware não
consegue executar qualquer ação sem receber uma instrução.
Essas instruções são chamadas de software ou programas de
computador.

Existem dois tipos principais de software: software aplicativo e


software básico.

O software aplicativo executa atividades de


processamento de dados que proporcionam
funcionalidade ao usuário, como o processamento de
um texto, ou o cálculo de uma folha de pagamento,
por exemplo.
O software básico age basicamente como
intermediário entre o hardware e os programas de
aplicativos. Eles manipulam os recursos de hardware
para os aplicativos. Esse é o papel do Windows, por
exemplo, ao gerenciar o armazenamento secundário
para todos os aplicativos que rodam sobre ele.

A figura 3.6 mostra que o software básico é necessariamente


um intermediário entre o hardware e o software de aplicativo; o
software de aplicativo não consegue rodar sem o software básico.

Software aplicativo

Software básico

Hardware

Figura 3.6: Principais tipos de software [25].

Cada uma dessas categorias engloba uma gama de softwares.


Observe na seqüência quais são os principais.
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gestao_da_informacao.indb 70 16/7/2007 16:47:19


Gestão da Informação

Principais tipos de software aplicativo


O software aplicativo inclui vários tipos de programas que podem
ser separados em categorias de finalidades gerais e aplicações
específicas.
„ Programas de aplicação de finalidades gerais não
estão ligados a nenhuma tarefa empresarial específica.
Eles executam trabalhos comuns de processamento
de informações para usuários finais. Os aplicativos de
uso geral mais utilizados são as planilhas eletrônicas,
os processadores de texto, os softwares de editoração
eletrônica e os softwares gráficos.
„ As aplicações específicas, são assim chamadas, porque
oferecem soluções de processamento para necessidades
específicas de usuários finais. São exemplos deste tipo de
aplicações nas empresas as aplicações de administração,
de contabilidade, de folha de pagamento, de controle de
estoques, de controle de pedidos de venda, de análise de
investimentos.

Pacotes e desenvolvimento sob medida,


o que significa?
Pacote é um termo usado para designar um programa de
computador (ou grupo de programas) desenvolvido por um
fornecedor e disponível à venda pré-embalado. Podemos
encontrar uma diversidade de variantes para o mesmo produto:
diferenças nos preços, nas funcionalidades, na qualidade dos
produtos, diferentes plataformas tecnológicas, etc.
Se não existe um pacote para uma situação específica, ou
quando os existentes não atendem as funcionalidades
necessárias, é possível criar um aplicativo sob medida com o
auxílio de linguagens de programação ou de ferramentas de
desenvolvimento de software. O desenvolvimento dessas
aplicações pode ser dar in-house ou de forma terceirizada
(outsourcing). No desenvolvimento “em casa”, as aplicações são
projetadas e construídas por equipes internas de informática
da organização, com a participação dos usuários finais em
sua definição, ou mesmo, pelos próprios usuários finais
(usando planilhas eletrônicas , por exemplo). Na terceirização,
empresas especializadas (software-houses) são contratadas
para desenvolver as aplicações com base nas necessidades dos
usuários finais.

Unidade 3 71

gestao_da_informacao.indb 71 16/7/2007 16:47:19


Universidade do Sul de Santa Catarina

Quais os principais tipos de software básico?


Como você já viu anteriormente, o software básico coordena as
várias partes do computador e faz a mediação entre o software
aplicativo e o hardware do computador. O software básico que
gerencia e controla as atividades do computador é chamado de
sistema operacional. Outros softwares básicos consistem em
programas de desenvolvimento de sistema e programas utilitários
(como por exemplo, antivírus e gerenciadores de cópias – backups)

SEÇÃO 3 - Tecnologia de banco de dados


Um sistema de informação eficaz fornece aos usuários
informações no momento certo, precisas e relevantes. Esta
informação é armazenada em arquivos de computador. Quando
estes arquivos são corretamente organizados e mantidos, os
usuários podem facilmente acessar e obter as informações de que
necessitam.

Um banco de dados é um conjunto integrado de


dados, relacionados logicamente, para servir a muitas
aplicações eficientemente, pela centralização dos
dados e pela minimização de dados redundantes [13].

A abordagem de gerenciamento de bancos de dados é o


fundamento dos métodos modernos de gerenciar dados
organizacionais. Este tipo de abordagem oferece aos usuários
finais diversos benefícios importantes como: [13]

„ redução da duplicação de dados;


„ integração dos dados, de forma que possam ser acessados
por múltiplos programas e usuários;
„ os programas não dependem do formato dos dados e
do tipo de hardware de armazenamento secundário que
estão sendo utilizados;
„ os usuários são dotados de capacidades de consulta
e relatório, que lhes permite facilmente obter as
informações de que necessitam sem terem de formular
programas de computação;

72

gestao_da_informacao.indb 72 16/7/2007 16:47:19


Gestão da Informação

„ aumento da integridade e segurança dos dados


armazenados em bancos de dados, já que o acesso aos
dados e a modificação são controlados pelo sistema de
gerenciamento.

O gerenciamento efetivo de bancos de dados envolve o uso de


sistemas gerenciadores.

Sistema de gerenciador de Bancos de Dados


Um sistema de gerenciamento de banco de dados (SGBD)
é simplesmente um software que permite que uma empresa
centralize os dados, gerenciando-os eficientemente e fornecendo
acesso aos dados armazenados pelos programas aplicativos. O
SGBD atua como uma interface entre os programas aplicativos e
os arquivos físicos de dados [13].

Um uso importante dos bancos de dados é o data mining


(mineração de dados). No data mining, os dados de um depósito de
dados são processados para identificar fatores e tendências chaves,
nos padrões históricos das atividades das empresas. Podem ser
utilizados para ajudar os gerentes na tomada de decisões sobre
mudanças estratégicas, nas operações das empresas para obter
vantagens competitivas no mercado. Observe um exemplo de
data mining:

O que cerveja tem a ver com fraldas?


Uma das maiores redes de varejo dos Estados Unidos
descobriu, em seu gigantesco armazém de dados, que
a venda de fraldas descartáveis estava associada à de
cerveja. Em geral, os compradores eram homens, que
saíam à noite para comprar fraldas e aproveitavam
para levar algumas latinhas para casa. Os produtos
foram postos lado a lado. Resultado: a venda de
fraldas e cervejas disparou.
Outra rede varejista descobriu que a venda de
colírios aumentava na véspera dos feriados. (Por
que? Mistério...) Passou a preparar seus estoques e
promoções do produto com base nesse cenário.

Unidade 3 73

gestao_da_informacao.indb 73 16/7/2007 16:47:20


Universidade do Sul de Santa Catarina

SEÇÃO 4 - As redes de telecomunicação e a Internet


Nos dias de hoje, a comunicação de dados é elemento
indispensável quando se pensa em sistemas de informação
corporativos e integrados. Computadores isolados, sem integração
entre si, não têm mais espaço no ambiente das empresas. As redes
de computadores, mais do que conectar computadores entre si,
permitem que as informações de diferentes partes e setores de
uma empresa sejam compartilhadas.

- Mas você sabe o que é uma rede de telecomunicação?

Em geral, uma rede de telecomunicação é qualquer


arranjo onde um emissor transmite uma mensagem
(voz, dados, texto, imagens, áudio, vídeo) para um
receptor por um canal que consiste em algum tipo
de veículo.

A figura 3.7 ilustra um modelo conceitual simples de uma rede


de telecomunicação.

EMISSOR RECEPTOR

Mensagem

CANAIS
Meios a cabo Meios de difusão
Fios de pares trançados Transmissão por microondas
Cabo coaxial Transmissão por satélite
Cabo de fibra óptica Rádio
Arquivos de áudio Rádio celular
Infravermelho

Figura 3.7: Modelo conceitual de uma rede de telecomunicação.

É possível encontrar na formação das redes de telecomunicação:


computadores (tanto clientes quanto servidores), processadores de
comunicações e software de comunicações [13].

74

gestao_da_informacao.indb 74 16/7/2007 16:47:20


Gestão da Informação

„ Os servidores são computadores dedicados que prestam


serviços específicos (tais como, gerência de arquivos,
aplicações, correio eletrônico, comunicação com redes
externas) para os clientes da rede. Os clientes
(também conhecidos como ponto de rede ou nó
de rede) podem ser desktops, laptops, palmtops
e todos os outros dispositivos e periféricos que
podem ser compartilhados por todos os usuários da
rede de computadores.
„ Os processadores de comunicação são dispositivos
de hardware que apóiam a transmissão e recepção
de dados através de um sistema de comunicações.
Esses dispositivos englobam placas de rede,
modems, concentradores (hubs), comutadores
(switches), roteadores, gateways, etc.
„ O software de comunicação executa várias funções em
uma rede, como verificação de erros, formatação de
mensagens, registros de comunicações, segurança e
privacidade de dados, e recursos de conversão.

Para que os dados sejam transmitidos de um local para outro, é


necessário utilizar alguma forma de percurso ou meio – os canais
de comunicação (eles estão listados na Figura 3.7).

Redes sem fio (Wireless) inovando nos


supermercados
A tecnologia sem fio está em muitos supermercados
da Europa – e em alguns poucos no Brasil. Carrinhos
computadorizados permitem que os clientes somem
os valores das compras na velocidade com que vão
tirando os produtos das prateleiras, enquanto os
preços vão sendo transmitidos instantaneamente para
a caixa registradora.
Fonte: extraído de Revista Veja, 6/10/2004, p.107

Unidade 3 75

gestao_da_informacao.indb 75 16/7/2007 16:47:20


Universidade do Sul de Santa Catarina

Como é medida a velocidade de tráfego dos dados na rede?


A velocidade de tráfego de dados (largura de banda - bandwith)
é um grande diferencial em uma rede, pois é a velocidade em
que os dados “viajam”. A velocidade e capacidade das taxas de
transmissão de dados são, normalmente medidas em bits por
segundo (BPS).

Canais de banda estreita geralmente realizam


transmissões em baixa velocidade (de até 64K BPS).
Costumam ser linhas de fios de pares trançados,
geralmente utilizadas para comunicações por voz, de
dados por microcomputador e máquinas de fax.
Canais de banda larga realizam transmissões a partir
de 256K BPS. Normalmente utilizam transmissão por
microonda, fibra óptica ou satélite.

- A rede mundial de computadores, também conhecida como


Internet, você provavelmente já faz uso dela.

A Internet é uma rede de computadores de


alcance mundial com milhões de computadores
interligados através de uma grande estrutura de
telecomunicações.

As mais conhecidas aplicações da Internet são o e-mail, a


navegação em sites na Rede e a participação em grupos de
notícias e salas de bate-papo. A Internet, ainda fornece fóruns
de discussão eletrônica formados e gerenciadas por milhares de
grupos de notícias de interesse especial. Você pode participar de
discussões ou postar mensagens sobre milhares de tópicos para
outros usuários com os mesmos interesses em lê-las e respondê-
las. Outras aplicações incluem o downloading de arquivos de
software e informações e o acesso a bancos de dados fornecidos
por milhares de empresas, governos e outras organizações. [13]

Duas adaptações da tecnologia Internet aplicada às organizações


são a Intranet e a Extranet.

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gestao_da_informacao.indb 76 16/7/2007 16:47:21


Gestão da Informação

„ Intranets: são redes internas de computadores que


usam a tecnologia da Internet (tais como navegadores
e servidores de rede, protocolo TCP/IP, editoração
de documentos, hipermídia, e assim por diante) para
fornecer um ambiente de Internet dentro da empresa
para compartilhamento de informações, comunicações,
colaboração e suporte a processos empresariais. Uma
intranet é protegida por medidas de segurança e, por
isso, pode ser acessada pela Internet somente por usuários
autorizados.

Um departamento de recursos humanos, por


exemplo, pode estabelecer um site de rede intranet
para que os funcionários possam facilmente acessar
informações sobre as opções de benefícios da
empresa.

„ Extranets: são redes que conectam alguns dos recursos


intranet de uma empresa com outras organizações e
indivíduos. As extranets permitem, por exemplo, que
os clientes, fornecedores, subcontratados, consultores
e outros acessem sites de rede intranet selecionados e
bancos de dados. As organizações podem estabelecer
extranets privadas entre elas, chamadas de redes privadas
virtuais (VPN), ou utilizar a Internet como parte das
conexões de rede entre elas.
Esperamos que os conceitos discutidos, ao longo dessa unidade,
tenham permitido que você compreenda as principais tecnologias
envolvidas nos sistemas de informação.

Para você praticar os novos conhecimentos, realize as atividades


propostas a seguir.

Unidade 3 77

gestao_da_informacao.indb 77 16/7/2007 16:47:21


Universidade do Sul de Santa Catarina

Síntese

Nesta unidade você teve a oportunidade de estudar que


os componentes de hardware em um computador incluem
dispositivos de entrada, saída e comunicações, unidade central de
processamento (CPU), e armazenamento primário e secundário.
Os dispositivos de entrada aceitam dados e instruções e os
convertem em uma forma que o computador possa entendê-los.
Os dispositivos de saída apresentam os dados de uma forma que
as pessoas possam entendê-los. Os dispositivos de comunicação
permitem o fluxo de dados das redes externas de computadores.
A unidade central de processamento manipula os dados e
controla as tarefas realizadas pelos outros componentes. O
armazenamento primário armazena temporariamente os dados
e as instruções de programação durante o processamento. O
armazenamento secundário tem por função armazenar dados e
programas para uso futuro.

Existem três categorias principais de computadores:


microcomputadores, computadores de médio porte e de grande
porte. Microcomputadores são utilizados como computadores
pessoais, mas são também conectados a diversos tipos de redes
de telecomunicações. Computadores de médio porte são cada
vez mais utilizados como poderosos servidores de rede e para
processamento de dados empresariais, por múltiplos usuários
e para aplicativos científicos. Computadores de grande porte
são maiores e mais poderosos e são utilizados para controlar
as necessidades do processamento de informações em grandes
organizações.

O software consiste em dois tipos principais de programas:


software aplicativo, que dirige o desempenho de uma tarefa
específica do usuário final, e software básico que controla e apóia
as operações do computador. O software aplicativo inclui vários
programas que podem ser separados em categorias de finalidades
gerais e aplicações específicas. O software básico tem como
principal representante o sistema operacional.

Na abordagem do gerenciamento do banco de dados, os registros


dos dados são fundidos em bancos de dados que podem ser
acessados por vários programas aplicativos distintos, atendendo a

78

gestao_da_informacao.indb 78 16/7/2007 16:47:21


Gestão da Informação

muitos usuários. Sistemas de gerenciamento de bancos de dados


são pacotes de softwares que simplificam a criação, o uso e a
manutenção dos bancos de dados.

Os principais componentes de uma rede de telecomunicação


são os computadores, os processadores de telecomunicações, os
canais de comunicação, e os softwares de telecomunicações. As
organizações estão cada vez mais interconectadas, utilizando
para tal a internet, intranets e extranets.

Atividades de auto-avaliação

1) Cite os principais componentes de hardware de um computador e


descreva a função de cada um.

2) Defina e descreva as principais categorias de computadores.

Unidade 3 79

gestao_da_informacao.indb 79 16/7/2007 16:47:22


Universidade do Sul de Santa Catarina

3) Quais são os principais tipos de software? Como eles se diferenciam


entre si?

4) Quais são as vantagens da abordagem de gerenciamento de bancos


de dados para organizar, acessar e administrar os recursos de dados de
uma organização?

5) Qual o objetivo das intranets e das extranets para uma organização?

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gestao_da_informacao.indb 80 16/7/2007 16:47:22


Gestão da Informação

Saiba mais

Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade você pode


pesquisar as seguintes referências:

„ O’BRIEN, J.A. Sistemas de informação e as decisões


gerenciais na era da Internet. 2. ed. São Paulo:Saraiva,
2004.
„ VELLOSO, F. C. Informática: conceitos básicos. 7ª.
Ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

Unidade 3 81

gestao_da_informacao.indb 81 16/7/2007 16:47:22


UNIDADE 4

Tipos de sistemas de
informação

Objetivos de aprendizagem
4
Ao final desta unidade você terá subsídios para:

„ Identificar as principais classificações e tipos de sistemas


de informação existentes nas empresas.

„ Compreender as características dos tipos de sistemas de


informação encontrados comumente nas organizações e
como eles apóiam a operação e a gestão das empresas.

„ Compreender os novos usos dos sistemas de informação


nas organizações.

Seções de estudo
Seção 1 Quais são as principais classificações e tipos
de sistemas de informação encontrados nas
empresas?

Seção 2 Sistemas de apoio às operações empresariais.

Seção 3 Sistemas de apoio à tomada de decisão gerencial.

Seção 4 Evolução dos sistemas de informação: sistemas


interfuncionais e integração de sistemas.

gestao_da_informacao.indb 83 16/7/2007 16:47:22


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


— Você já observou a variedade de sistemas de informação que
encontramos hoje nas organizações? São sistemas para calcular a
folha de pagamento, efetuar a contabilidade, registrar as vendas e
manter os estoques atualizados, planejar a entrega de mercadorias
aos clientes, fornecer informações sobre a posição da empresa aos
executivos, e assim por diante, não é mesmo?

São os sistemas de informação que apoiam desde a linha de frente


operacional até os processos mais gerenciais de planejamento,
controle e tomada de decisão, indo inclusive além das fronteiras
da própria empresa.

Observe que não existe um único grande sistema que atenda a


todas as necessidades de informação existentes em uma empresa.
O que se verifica é a existência de diferentes tipos de sistemas
de informação para atender os diferentes níveis de problemas
organizacionais e as diferentes funções e processos existentes
dentro das empresas.

E, não mais se consegue imaginar uma empresa sem esses


sistemas a apoiá-la! Alguns são tão vitais para algumas empresas
na condução de suas atividades, que uma interrupção em seu
funcionamento pode prejudicar a operação de toda uma empresa.

— Pense só no impacto do sistema computadorizado de reserva de uma


companhia área ou no sistema de caixa de um banco quando ficam
algum tempo fora do ar! Causam um grande transtorno não é mesmo?

Pois bem, a proposta desta unidade é que você conheça e


analise os principais tipos de sistemas de informação existentes
nas empresas e como eles apóiam a operação e gestão dessas
empresas.

Para começar procure conhecer as formas mais usuais de


categorizar os sistemas de informação de uma empresa. Isto lhe
dará uma visão geral do que irá estudar nesta unidade, facilitando
assim a sua compreensão.

Bom estudo!

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gestao_da_informacao.indb 84 16/7/2007 16:47:22


Gestão da Informação

SEÇÃO 1 - Quais são as principais classificações e tipos


de sistemas de informação encontrados nas empresas?
Os sistemas de informação podem ser classificados de vários
modos, não existindo uma única classificação rígida. Podem ser
categorizados por: abrangência organizacional, áreas funcionais
principais, e tipo de suporte que proporcionam. Observe:

Classificação por abrangência organizacional


A ênfase dada neste tipo de classificação está na abrangência
que o sistema de informação tem em relação à estrutura
organizacional.. Dessa forma, você encontrará sistemas de
informação construídos para pessoas específicas da empresa, ou
para atender grupos específicos como divisões ou departamentos,
ou para dar suporte a empresa como um todo, e até mesmo
sistemas envolvendo várias empresas. Observe, ainda, que
estes sistemas podem operar isoladamente ou interconectados.
A Figura 4.1 ilustra essa visão hierarquizada de sistemas de
informação. [25] [37]

Figura 4.1: Sistemas de informação classificados por abrangência organizacional.

Unidade 4 85

gestao_da_informacao.indb 85 16/7/2007 16:47:22


Universidade do Sul de Santa Catarina

Sistemas de informação pessoal


No nível pessoal, encontram-se aplicações que os profissionais
usam para melhorar sua produtividade. As principais aplicações
de Sistemas de informação pessoais são para suporte às
comunicações, análise e tomada de decisão, e registro e
monitoramento das atividades.

Sistemas de informação de grupo ou departamental


Em nível de grupo têm-se os sistemas que facilitam o processo
e o fluxo de informação de um grupo de trabalho. Este tipo de
sistema de informação normalmente é construído para atender
uma função específica. Na gestão de recursos humanos é possível
ter uma aplicação para seleção e admissão de pessoal e outra para
registro de treinamentos dos empregados, sendo que o conjunto
de aplicativos específicos da área de recursos humanos forma o
sistema de informações de recursos humanos.

Sistemas de informação empresarial ou corporativo


No nível corporativo, os sistemas de informação dão
suporte a todas as divisões e outras unidades de uma
organização, integrando as ações desenvolvidas pelas
diversas unidades empresariais, de modo a facilitar
o fluxo de informação entre elas. Para viabilizar esta
integração, tais sistemas de informação envolvem bancos
de dados centralizados, compartilhados pelas várias
unidades usuárias.

Sistemas de informação interorganizacional


Nesta categoria enquadram-se os sistemas que conectam duas
ou mais empresas. Estes sistemas são comuns entre parceiros
de negócios e usados extensivamente no comércio eletrônico,
freqüentemente via uma extranet. Sistemas de informação
interorganizacionais que interligam uma corporação internacional
ou multinacional, cujas instalações estão localizadas em dois ou
mais países, são chamados de Sistemas de informação globais.

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gestao_da_informacao.indb 86 16/7/2007 16:47:23


Gestão da Informação

Classificação por área funcional


Os sistemas de informação podem, também, ser classificados
pela especialidade funcional a que servem. São sistemas voltados
a atender as principais macroatividades das empresas: operações
e produção, vendas e marketing, finanças e contabilidade, e
recursos humanos, conforme ilustrado na figura 4.2.

Sistemas de informação de

Produção Vendas e Finanças e Recursos


Marketing Contabilidade humanos

Figura 4.2: Sistemas de informações classificados por especialidade funcional.

Sistemas de informação industrial


Tratam do planejamento, desenvolvimento e manutenção das
instalações de produção; do estabelecimento dos objetivos de
produção; da aquisição, armazenamento e disponibilidade dos
materiais de produção; e do planejamento do equipamento,
instalações, materiais e mão-de-obra necessários a produção.

Sistemas de vendas e marketing


Acompanham as tendências de vendas, monitoram o
desempenho dos concorrentes; dão suporte a pesquisas de
mercado, campanhas promocionais e de propaganda e decisões
quanto a preços; permitem análises de desempenho das vendas e
do pessoal de vendas; ajudam na localização e contato de clientes
em potencial, no acompanhamento das vendas, no processamento
dos pedidos e no fornecimento do serviço de suporte ao cliente.

Unidade 4 87

gestao_da_informacao.indb 87 16/7/2007 16:47:23


Universidade do Sul de Santa Catarina

Sistemas de finanças e contabilidade


Estabelecem objetivos de investimentos a longo prazo e fornecem
previsões do desempenho financeiro da empresa; ajudam a
visualizar e controlar os recursos financeiros; monitoram o
fluxo de caixa, contas a receber e a pagar, e emitem relatórios de
balanço e livros fiscais.

Sistemas de recursos humanos


Identificam requisitos da força de trabalho em termos de
habilidades, nível de instrução, tipos e número de posições;
também ajudam a acompanhar e analisar o recrutamento, o
direcionamento e o desligamento de empregados; e, registram a
seleção e a colocação dos empregados.

Classificação por tipo de suporte


Uma das classificações mais usuais é aquela que categoriza os
sistemas de informação pelo tipo de suporte que proporcionam:
apoio às operações e apoio gerencial. A Figura 4.3 ilustra essa
classificação conceitual dos sistemas de informação.

Figura 4.3: Classificação dos sistemas de informação como operacionais e gerenciais [18].

88

gestao_da_informacao.indb 88 16/7/2007 16:47:23


Gestão da Informação

Observe que essa perspectiva enfatiza o propósito principal dos


sistemas de informação nas empresas. Os “sistemas de informação
são mecanismos cuja função é coletar, guardar e distribuir
informações para suportar funções gerenciais e operacionais das
organizações” [1]. Uma loja de varejo pode ser um bom exemplo
de como esse papel fundamental dos sistemas de informação
acontece. Veja no quadro a seguir [13]!

A maior parte das lojas utiliza sistemas de


informação baseados em computadores para facilitar
seus registros das compras do cliente, manter
acompanhamento do estoque, pagar funcionários,
adquirir novas mercadorias e avaliar tendências de
vendas. As operações da loja sofreriam uma parada
sem o apoio de tais sistemas de informação.
Os sistemas de informação também auxiliam os
gerentes de loja e outros profissionais da empresa
a tomar melhores decisões. As decisões sobre quais
linhas de mercadorias necessitam ser acrescentadas
ou retiradas, ou sobre o tipo de investimento que
elas requerem, geralmente são tomadas após uma
análise de informação processadas por sistemas de
informação.

Como você pôde observar na Figura 4.3 vários são os tipos


de sistemas de informação a apoiar as operações e dar suporte
a tomada de decisões gerenciais. Nas próximas seções, você
estudará as características gerais desse vários tipos de sistemas de
informação encontrados nas empresas, com o intuito de entender
e melhor explorar a capacidade de processamento e a obtenção de
informação para uma gestão efetiva.

Unidade 4 89

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Universidade do Sul de Santa Catarina

SEÇÃO 2 - Sistemas de apoio às operações empresariais


Os sistemas de apoio às operações empresariais processam dados
gerados e utilizados em operações empresariais. O papel dos
sistemas de apoio às operações de uma empresa é: processar
transações eficientemente, controlar processos industriais e apoiar
a colaboração.

Para iniciar sua compreensão sobre cada um desses papéis, veja os


exemplos descritos a seguir [18]:

Exemplo de Sistema de processamento de transação


sistemas de ponto-de-venda, encontrados na
maioria das lojas de varejo, que através de terminais
eletrônicos no caixa registram e armazenam as vendas
realizadas.

Exemplo de Sistema de controle de processos.


Sistemas de controle do processo de refino
encontrados em refinarias de petróleo que utiliza
sensores eletrônicos conectados à computadores para
monitorar continuamente os processos químicos e
fazer ajustes imediatos no processo.

Exemplos de Sistemas colaborativos


Uso de correio eletrônico para enviar e receber
mensagens eletrônicas por membros de uma equipe
de projeto, e uso de videoconferência para realizar
reuniões eletronicamente e coordenar suas atividades.

Sistemas de Processamento de Transações

Os sistemas de processamento de transações


são uma das principais categorias de aplicações
dos sistemas de informação nas empresas. São “a
espinha dorsal dos sistemas de informações de uma
empresa” [37]. Eles dão suporte no processamento
e acompanhamento das atividades cotidianas e
transações rotineiras de uma empresa, tais como:
entrada de pedidos de venda, emissão de notas
fiscais, requisições de materiais, lançamentos de
produção, registro de pessoal. O processamento de
transações está presente em todas as áreas funcionais
de uma empresa.

90

gestao_da_informacao.indb 90 16/7/2007 16:47:24


Gestão da Informação

Independentemente dos dados específicos processados pelos


sistemas de processamento de transações, ocorre um processo
relativamente padrão, quer seja em uma fábrica, uma empresa de
serviços ou um órgão público. Simplificadamente, eles captam
e processam dados das transações empresariais, em seguida
atualizam arquivos e bancos de dados, e, por fim, produzem
saídas de informação na forma de relatórios e consultas para uso
interno e externo.

De um modo geral, as empresas procuram automatizar tanto


quanto possível a entrada de dados, devido ao grande volume de
dados envolvidos em todas as suas transações.

Neste tipo de sistema os dados de entrada são processados de dois


modos básicos: processamento em lote e processamento on-line.

— Você saberia responder qual a diferença entre processamento em lotes


e processamento on- line?

No processamento em lote (batch) os dados das


transações são acumulados durante um período de
tempo e periodicamente processados (digamos, todas
as noites).
No processamento on-line os dados são processados
imediatamente após a ocorrência de uma transação
ou no momento exato em que ela ocorre (tempo real).
[23]

O processamento em lote, com a maior disseminação dos


computadores e o aumento da capacidade de processamento das
empresas tem diminuido. A maioria das organizações trabalha
com sistemas on-line. Entretanto há ainda determinadas
organizações que fazem processamentos em lote. Este é o caso
de algumas partes dos sistemas bancários. Para determinadas
transações você registra uma operação em um dia e somente no
dia seguinte ela foi completamente processada.

Durante o processamento das transações, os bancos de dados


são atualizados, de modo que os dados das transações fiquem
disponíveis para todos os outros aplicativos e que todos os dados
necessários à gestão sejam mantidos atualizados.

Unidade 4 91

gestao_da_informacao.indb 91 16/7/2007 16:47:24


Universidade do Sul de Santa Catarina

Os bancos de dados de uma empresa são em sua


maioria, gerados e alimentados por sistemas de
processamento de transações.

- Mas você sabe quais são as principais características dos sistemas


de processamento de transações?

„ Normalmente, „ Os dados recebidos


processam grandes e enviados são
volumes de dados; organizados e
formatados de modo
„ Necessitam de padrão;
alta velocidade de
processamento devido „ Alto nível de
ao grande volume; detalhamento dos
dados;
„ A maioria das fontes
de dados é interna e „ Pouca complexidade
a saída é destinada de cálculo (operações
principalmente a um matemáticas e
público interno; estatísticas simples);
„ Processa informações „ Necessita de alto
regularmente: nível de precisão,
diariamente, integridade de dados e
semanalmente, duas segurança;
vezes por semana ou
por transação; „ Requer muita
confiabilidade de
„ Exige uma grande processamento, pois
capacidade de interrupções no fluxo
armazenamento dos dados podem
(banco de dados); ser fatais para a
organização. [25]

Exemplos de Sistemas de Processamento de Transações


„ Sistemas de contas a pagar: registra as transações de
pagamentos realizados em uma empresa.
„ Sistema de faturamento: registra as transações de emissão
de faturas de produtos/serviços prestados.
„ Sistema de biblioteca: registra a movimentação de
empréstimo e devolução de livros.

92

gestao_da_informacao.indb 92 16/7/2007 16:47:24


Gestão da Informação

Sistemas de controle de processo


Os sistemas de controle de processo monitoram e controlam
processos industriais. Esses sistemas controlam um processo
físico em curso, em indústrias como refinarias de petróleo,
fábricas de cimento, siderúrgicas, fábricas de produtos químicos,
fábricas de produtos alimentícios, fábricas de papel e celulose,
usinas de energia elétrica e outras.

Este tipo de sistema utiliza dispositivos de detecção que medem


fenômenos físicos como mudanças de temperaturas ou pressão.
Essas medições contínuas, convertidas para o formato digital, são
processadas e a aplicação dirige o controle do processo, ajustando
dispositivos de controle como termostatos, válvulas, interruptores
e assim por diante. O sistema de controle de processo também
fornece mensagens e exibe o status do processo para que um
operador humano possa, também, tomar medidas apropriadas
para controlá-lo. [18]

Sistemas Colaborativos
Os sistemas colaborativos utilizam uma diversidade de
tecnologias de informação com o objetivo de aumentar a
comunicação e a colaboração de equipes e grupos de trabalho. Os
sistemas colaborativos também são conhecidos como sistemas de
automação de escritório.

O Quadro 4.1 oferece uma visão geral de algumas tecnologias


utilizadas para incrementar a comunicação e a colaboração
empresarial. [18]

Unidade 4 93

gestao_da_informacao.indb 93 16/7/2007 16:47:24


Universidade do Sul de Santa Catarina

Abrangem o correio eletrônico, o correio de voz, o envio


de fax, a publicação na Web, e os sistemas de telefonia
pela Internet entre outros. Essas ferramentas possibilitam
o envio eletrônico de mensagens, documentos e
Ferramentas de arquivos de dados, texto, voz ou multimídia em redes de
comunicação eletrônica computadores. Isso ajuda a compartilhar tudo: de voz e
mensagens de textos a cópias de documentos de projeto
e arquivos de dados. A facilidade e a eficiência de tais
comunicações são os fatores que mais contribuem com o
processo de colaboração.

Ajudam as pessoas a se comunicar e a colaborar enquanto


trabalham juntas. Os membros de equipes e de grupos
de trabalho em diferentes locais podem trocar idéias
interativamente, ao mesmo tempo ou em momentos
Ferramentas de diferentes, graças a uma variedade de métodos de
Conferência Eletrônica conferência. Entre as ferramentas de conferência
eletrônica encontramos: conferência por dados e voz,
videoconferência, sistemas de bate-papo, fóruns de
discussão, e sistemas de reunião eletrônica

Ajudam as pessoas a executar ou a controlar atividades


Ferramentas de do trabalho do grupo. Essa categoria de aplicação
Administração inclui: ferramentas de agendamento e programação,
do Trabalho em gerenciamento de atividades e projetos, sistemas de
Colaboração fluxo de trabalho, e ferramentas de gerenciamento do
conhecimento.

Quadro 4.1: Ferramentas de software que ampliam a comunicação e a colaboração empresarial.

SEÇÃO 3 - Sistemas de apoio à tomada de decisão


gerencial
Os sistemas de apoio gerencial concentram-se em fornecer
informações e apoiar os gerentes em suas tomadas de decisão.
Vários tipos de sistemas de informação apóiam as atividades
gerenciais: sistemas de informação gerencial, sistemas de apoio à
decisão e sistemas de informação executiva.

A seguir você tem listadas algumas situações onde observa-se o


uso destes tipos de sistemas de informação, observe: [18].

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Gestão da Informação

Exemplo de Sistema de informação gerencial


Gerentes de vendas com acesso a consultas sobre os
resultados totais de venda dos produtos da empresa,
além de acesso a relatórios semanais que permitem
avaliar as vendas realizadas por cada vendedor.

Exemplo de Sistema de apoio à decisão


Gerentes de propaganda utilizando planilhas
eletrônicas para simular e analisar o impacto de
orçamentos alternativos de propaganda sobre as
vendas previstas para novos produtos.

Exemplo de Sistema de informação executiva


Altos executivos visualizando, de forma fácil, números
e gráficos que destacam os principais indicadores de
resultado da empresa.

— Com esses exemplos, deve ter ficado mais claro como funciona
estes sistemas de informação não é mesmo?
Agora observe o detalhamento dos três tipos de sistemas de
informação de apoio às decisões gerenciais.

Sistemas de Informações Gerenciais (SIG)


Os sistemas de informações gerenciais proporcionam aos gerentes
relatórios e consultas sobre o desempenho atual e registros
históricos da empresa, de forma a apoiar as atividades de
planejamento, controle e tomada de decisão.

Os gerentes de venda, por exemplo, recorrem


freqüentemente a relatórios de análise de vendas
para avaliarem as diferenças no desempenho entre
vendedores, que vendem os mesmos tipos de
produtos para os mesmos tipos de clientes.

Estes sistemas, de modo geral, fornecem resumos sobre as


operações básicas (transações operacionais) da empresa. Os
dados de transações básicas, arquivados pelos sistemas de
processamento de transações, são agrupados (ou sintetizados)
e apresentados num formato preestabelecido. A maioria dos
sistemas usa rotinas simples para processamento dos dados,

Unidade 4 95

gestao_da_informacao.indb 95 16/7/2007 16:47:25


Universidade do Sul de Santa Catarina

tais como totais, percentuais, acumuladores e comparações. Os


sistemas de informações gerenciais enfocam situações de decisão
estruturadas, que são conhecidas antecipadamente. Este tipo de
sistema, geralmente, atende gerentes interessados por resultados
semanais, mensais e anuais – e não atividades diárias. Os
relatórios gerados por estes sistemas, normalmente, assumem a
forma de respostas imediatas a consultas, e relatórios periódicos,
de exceção e por demanda, explicados no Quadro 4.2.

Relatórios gerados em formatos pré-especificados,


projetados para fornecer informações em uma base
Relatórios periódicos regular, por exemplo, diária, semanal, mensal.
programados
Exemplo: Relatórios de vendas diários ou semanais e
Demonstrativos financeiros mensais

Os relatórios são produzidos apenas quando


ocorrem condições excepcionais, ou são produzidos
periodicamente, mas contêm informações apenas sobre
essas condições excepcionais; este tipo de relatório
Relatórios de exceção reduz a sobrecarga de informações, já que evita
enviar aos tomadores de decisão relatórios periódicos
detalhados da atividade empresarial.
Exemplo: Relatórios que contêm apenas informações
sobre clientes que excedem seus limites de crédito

São desenvolvidos para fornecer informações


específicas a pedido de um gerente.
Relatórios sob solicitação Exemplo: Relatório de nível de estoque de um item em
particular, ou horas trabalhadas por um empregado
em especial, ou ainda, o total de vendas de um produto
durante o ano.

Quadro 4.2: Alternativas e exemplos de relatórios gerenciais [18].

- Você saberia responder quais as principais características dos


Sistemas de Informações Gerenciais?

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gestao_da_informacao.indb 96 16/7/2007 16:47:25


Gestão da Informação

„ Dão suporte a „ Baseiam-se em


decisões estruturadas dados corporativos
nos níveis operacional existentes (sistemas
e de controle de processamento de
gerencial; também transações) e fluxos de
são úteis à alta dados;
administração;
„ Tem pouca capacidade
„ Geralmente são analítica;
orientados para
relatórios e controle; „ Geralmente ajudam
são projetados para à tomada de decisão
relatar as operações usando dados
existentes e, então, passados e presentes;
ajudar a cuidar
„ São relativamente
do controle das
inflexíveis;
operações diárias;
„ Tem uma orientação
mais interna do que
externa. [13]

Antes de seguir adiante observe que a maioria dos sistemas de


informações gerenciais se baseiam nos sistemas de processamento
de transações. Por exemplo: Um sistema de informações de
faturamento registra as transações de emissão de faturas (um
SPT). O banco de dados com cada uma dessas transações vai, por
sua vez, possibilitar a existência de um sistema de informações
para a gerência financeira (um SIG), que poderá emitir relatórios
mensais sobre as vendas da empresa.

Além disso, destacamos que cada um dos tipos de sistemas de


informações não precisam estar em softwares separados. Como a
base de dados pode ser compartilhada entre diversos tipos de SI,
é possível que um mesmo software apresente funcionalidades de
sistemas de nível operacional e sistemas de nível gerencial.

Sistemas de Apoio à Decisão (SAD)


Os sistemas de apoio à decisão, diferentemente dos sistemas
de informações gerenciais, tem por objetivo dar suporte a
decisões menos rotineiras e estruturadas, e não facilmente
especificadas com antecipação. Este tipo de sistema fornece
suporte computacional interativo durante o processo de tomada
de decisão. Os usuários podem trocar suposições, fazer perguntas
novas e incluir novos dados.

Unidade 4 97

gestao_da_informacao.indb 97 16/7/2007 16:47:25


Universidade do Sul de Santa Catarina

“Isso é diferente das respostas por demanda de sistemas


de relatórios de informações, uma vez que os gerentes
não estão solicitando informações pré-especificadas,
mas explorando alternativas possíveis. Por isso, eles não
precisam especificar antecipadamente suas necessidades
de informações. Em vez disso, utilizam o sistema para
encontrar as informações que precisam para ajudá-los a
tomar uma decisão.” [18].

Usar um sistema de apoio à decisão envolve quatro tipos básicos


de atividades de modelagem analítica: análise do tipo e-se (what
if ), análise de sensibilidade, análise de busca de metas (goal
seeking) e análise de otimização. O Quadro 4.3 resume esses tipos
de modelagem analítica que podem ser utilizadas para apoio à
decisão.

Observar como as mudanças de variáveis


Análise do tipo e-se selecionadas afetam outras variáveis.
(what if) Exemplo: E se reduzíssemos a propaganda em
10%? O que aconteceria com as vendas?

Observar como mudanças repetidas em uma única


variável afetam outras variáveis.
Análise de sensibilidade Exemplo: Vamos reduzir a propaganda em 1.000
reais repetidamente, de forma que possamos
entender sua relação com as vendas.

Fazer repetidas mudanças em variáveis


selecionadas até que uma variável escolhida
Análise de busca de metas alcance um valor alvo.
(goal seeking) Exemplo: experimentemos aumentos na
propaganda até que as vendas atinjam 1 milhão
de reais.

Encontrar um valor ótimo para variáveis


selecionadas dadas certas restrições.
Análise de otimização Exemplos: Qual o melhor montante de
propaganda, considerando nosso orçamento e
escolha de mídia?

Quadro 4.3: Atividades e exemplos dos principais tipos de modelagem analítica. [18]

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gestao_da_informacao.indb 98 16/7/2007 16:47:25


Gestão da Informação

— E quais as características dos Sistemas de Apoio à Decisão?

„ Oferecem aos usuários flexibilidade, adaptabilidade e


uma resposta rápida;

„ Operam com pouca ou nenhuma assistência de


programadores profissionais;

„ Proporcionam suporte para decisões e problemas cujas


soluções não podem ser especificadas com antecedência;

„ Usam sofisticadas análises de dados e ferramentas de


modelagem. [13]

Você consegue perceber a diferença entre os SAD e os SIG?

Nos SIG as consultas e relatórios gerenciais são previstos e


utilizados rotineiramente (diário, semanal, mensal, anual, etc)
e tem um formato pré-estabelecido. Já nos SADs as consultas
são baseadas em suposições e simulações sobre determinadas
variáveis. Para compreende-los bem você deve estar atento aos
tipos de decisão que cada um deles suporta. Os SIGs suportam
decisões (e consequentemente consultas) estruturadas. Os SAD
suportam decisões menos estruturadas e por isso precisam
ter consultas mais “investigativas” e baseadas em suposições e
simulações.

Os SAD, apesar do seu nome indicar “apoio à decisão” não se


referem à qualquer tipo de decisão. Todos os tipos de sistemas
de informação, de algum modo apóiam decisões. Chamamos de
SAD apenas aqueles que estão relacionados à decisões menos
rotineiras e estruturadas, conforme as características aqui
apresentadas. Então não confunda isso, ok?

Os SADs não são os sistemas mais comuns nas organizações


(os SIGs são mais comuns). Os SADs tem sido usados no ramo
da agroindústria, seguros, projetos de engenharia, no controle
de rotas ferroviárias, etc. Se você tem alguma dúvida sobre ele
pergunte ao seu tutor ou então pesquise outros casos na internet.

Siga em frente para conhecer os sistemas de informações


executivas (EIS).

Unidade 4 99

gestao_da_informacao.indb 99 16/7/2007 16:47:26


Universidade do Sul de Santa Catarina

Sistema de Informação Executiva (EIS)


A alta administração usa uma categoria de sistema de informação
chamada de sistema de informação executiva, ou, como são
mais comumente conhecidos, EIS, sigla em inglês que significa
Executive Information System.

Os EIS fornecem acesso rápido e de forma bastante amigável,


a informações atualizadas, fazendo uso intensivo de recursos
gráficos (cores, símbolos, ícones, botões, imagens e gráficos),
e capacidade de multivisão (manuseio de diversas mídias,
mostrando numa mesma tela, gráficos, textos e tabelas).

Alguns dos recursos de análise comuns à maioria dos EIS, estão


descritos no quadro Quadro 4.4.

Possibilidade de mostrar os detalhes que respaldam


uma informação fornecida.
Por exemplo, um executivo pode observar uma
queda nas vendas corporativas. Para descobrir
drill-down (‘mergulho’) o motivo ele pode verificar as vendas em cada
região. Se uma região parecer problemática,
o executivo pode precisar ver mais detalhes:
vendas por produto ou por vendedor. Ele tem a
possibilidade de fazer um detalhamento sucessivo
das informações.

Permite monitorar, avaliar e comparar com padrões


aqueles fatores que devem dar certo para que a
organização tenha sucesso. Esta análise é feita por
Fatores críticos de sucesso (FCS) meio de indicadores de desempenho. Um ou mais
e indicadores de desempenho indicadores de desempenho podem medir cada FCS.
Por exemplo: a lucratividade (FCS) pode ser
avaliada por indicadores que mostrem o
desempenho dos produto, regiões de atuação, etc.

Ao analisar dados é importante para o executivo


identificar tendências, que respondam perguntas
como por exemplo: as vendas estão aumentando
Análise de tendências ao longo do tempo? a fatia do mercado está
aumentando? a fatia de mercado do concorrente
está reduzindo em relação a nossa?

A atenção do executivo é direcionada somente para


Relatórios de exceção os casos de desvios significativos em relação aos
padrões (positivos e negativos).

Quadro 4.4: Recursos de análise de um EIS. [25]

100

gestao_da_informacao.indb 100 16/7/2007 16:47:26


Gestão da Informação

Sendo assim as características de um Sistema de Informações


Executivas são:

„ Facilidade de uso;
„ Manipular uma variedade de dados internos e externos ,
quantitativos e qualitativos;
„ Executar sofisticadas análise de dados;
„ Fornecer flexibilidade;
„ Oferecer recursos abrangentes de comunicações com
outros gerentes. [23]

SEÇÃO 4 - Evolução dos sistemas de informação:


sistemas interfuncionais e integração de sistemas
Durante muitos anos, a maioria dos sistemas de informação foi
desenvolvido numa orientação funcional: sistemas de vendas
resolvem problemas de vendas, sistemas de fabricação resolvem
problemas de fabricação, e assim por diante. Tais sistemas
”encanados” acabam por não proporcionar uma visão de conjunto
da organização, aprisionando os dados dentro das funções. Esta
orientação funcional normalmente se traduz em variações de
conteúdo e significado dos dados organizacionais, ou dificuldade
na obtenção das informações necessárias. [1]

A integração de sistemas de informação derruba barreiras


entre departamentos e reduz a duplicidade de esforços.
Muitas organizações estão utilizando a tecnologia
da informação para o desenvolvimento de sistemas
empresariais interfuncionais que transpõem os limites
tradicionais das funções organizacionais a fim de
reestruturar e melhorar os processos de negócios
vitais de toda a empresa. Tais organizações encaram
os sistemas interfuncionais como um método estratégico
de utilização da TI para compartilhar recursos de informação
e melhorar a eficiência e a eficácia de processos de negócios,
auxiliando, assim, a atingir seus objetivos estratégicos.

Unidade 4 101

gestao_da_informacao.indb 101 16/7/2007 16:47:26


Universidade do Sul de Santa Catarina

Construir sistemas ao longo de processos de negócios (que


cruzam com linhas funcionais), exige um outro tipo de
abordagem. Essa mudança geralmente envolve a instalação de
sistemas de Planejamento de Recursos Empresariais (ERP),
de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (SCM) e de
Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente (CRM).
Em vez de se preocupar com as exigências do processamento
de informações de funções organizacionais, tais aplicações
concentram-se no apoio de um conjunto integrado de processos
de negócio envolvidos nas operações de uma empresa. Além
disso, também têm recebido destaque, ferramentas que permitem
análises e a tomada de decisão, conhecidas como Inteligência de
Negócio (BI). A Figura 4.4 ilustra a relação entre estes sistemas,
destacando o nível que suportam e as macroatividades atendidas.

Nível tático
e estratégico
BI

SCM

CLIENTES E
FORNECEDORES CRM CONSUMIDORES

ERP
Nível
operacional
Logística Produção Logística Vendas e Pós-venda
de entrada de saída Marketing

Figura 4.4: Sistemas interfuncionais e sua integração [38]

- Você sabe o que significam e o que focam nas organizações estes


novos tipos de sistemas de informação?

102

gestao_da_informacao.indb 102 16/7/2007 16:47:26


Gestão da Informação

Planejamento de recursos empresariais (ERP)


O sistema de planejamento de recursos empresariais (ERP -
Enterprise Resource Planning) é uma aplicação interfuncional, que
integra e automatiza muitos dos processos operacionais realizados
pelas funções de produção, logística, distribuição, contabilidade,
finanças e de recursos humanos de uma empresa. O nome
Planejamento de Recursos Empresariais engana, pois este tipo
de aplicação não se concentra no planejamento nem nos recursos.
Em função disto, são também conhecidos como Sistemas
Integrados de Gestão. A aplicação de ERP consiste normalmente
de módulos integrados, que apóiam as atividades da empresa
envolvidas nesses processos vitais internos, como por exemplo,
expedição, estoques, faturamento, e registros contábeis. [18]

Alguns dos benefícios esperados pela utilização de sistemas ERP


são a integração das operações internas da empresa, ganhos de
eficiência, aumento de controle sobre os processos da empresa, e
acesso a informações de qualidade sobre a operação dos negócios,
no momento necessário para a tomada de decisões.

A implementação de sistemas ERP nas empresas não é uma


tarefa simples, pois exige um processo de mudança cultural. A
integração das atividades operacionais em tempo real exige da
organização um intenso trabalho de revisão de seus processos
de trabalho e da sensibilização de todas as áreas da sua relação
de inter-dependência. Na medida em que atividades e fluxos de
informação estão integrados, o trabalho dos indivíduos passam a
também se integrar, e a correção (ou incorreção) de uma atividade
em uma área da organização pode ter reflexos em muitas outras.
Um projeto dessa natureza exige amadurecimento da organização
para a plena visão de seus processos, sendo necessário transpor
as barreiras departamentais. É comum que a implantação de um
Sistema ERP exija da organização uma reformulação em seus
processos de trabalho. Por isso, podem também surgir desafios
decorrentes das resistências às mudanças que os indivíduos
podem apresentar.

Lembre-se da visão sócio-técnica dos sistemas de informação: os


componentes humanos, organizacionais e tecnológicos precisam
estar em equilíbrio para que se possa garantir o sucesso dos SIs.
Isso é muito importante na implantação de Sistemas Integrados.

Unidade 4 103

gestao_da_informacao.indb 103 16/7/2007 16:47:26


Universidade do Sul de Santa Catarina

Gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM)


Os sistemas de gerenciamento da cadeia de Suprimentos
(SCM – Supply Chain Management) reestruturam e agilizam
os processos tradicionais da cadeia de suprimentos. Eles são
voltados ao planejamento, organização e coordenação de todas
as atividades da cadeia de suprimentos, englobando aspectos
como previsão e gerenciamento de demanda e de alocação de
capacidade produtiva.[18]

— Mas o que é cadeia de suprimentos de uma empresa? Observe:

“Uma cadeia de suprimentos é o fluxo de materiais,


informações, pagamentos e serviços, partindo
pelos fornecedores de matérias-primas, passando
pelos setores de produção e de armazenamento
das empresas e chegando aos consumidores finais.
Concentra inúmeras atividades, entre as quais,
compras, fluxo de pagamentos, disposição de
materiais, planejamento e controle da produção,
controle logístico e de estoques, distribuição e
despacho de mercadorias.” [37]

Os benefícios esperados a partir da implementação deste tipo de


sistema são redução dos custos, aumento da eficiência e melhoria
dos prazos no ciclo da cadeia de suprimentos. O objetivo é
permitir um maior controle sobre as atividades de suprimento,
produção e distribuição, de forma a alcançar agilidade no
atendimento das demandas dos clientes de uma empresa e das
necessidades de seus parceiros de negócios.

Gerenciamento do relacionamento com o cliente (CRM)


O sistema de gerenciamento do relacionamento com o cliente
(CRM – Customer Relationship Management) pode ser descrito
como uma aplicação que integra e automatiza processos de
atendimento ao cliente em vendas, marketing direto e satisfação,
contabilidade e gerenciamento de pedidos, e atendimento e
suporte ao consumidor no pós-venda. [18]

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gestao_da_informacao.indb 104 16/7/2007 16:47:27


Gestão da Informação

Algumas das vantagens do uso deste tipo de sistema, para os


negócios, incluem a identificação dos clientes mais lucrativos,
personalização em tempo real de produtos e serviços, e
acompanhamento dos contatos do cliente com a empresa,
independentemente do meio utilizado.

CRM é uma combinação de processos de negócio


e tecnologias. Isto quer dizer que, embora uma
ferramenta de TI possa ser bastante útil para a
melhoria do contato da empresa com seu cliente,
ou cliente em potencial, a simples utilização de
uma tecnologia deste tipo não significa, por si só,
agregação de mais valor no relacionamento com
o cliente, se os produtos e serviços oferecidos pela
empresa não o estiverem satisfazendo.

Inteligência empresarial (BI)

O sistema de inteligência empresarial (BI – Business


Intelligence) engloba um conjunto de ferramentas e
aplicativos que transforma grandes quantidades de
dados em informações de qualidade para a tomada de
decisões.

As ferramentas de BI permitem cruzar dados, visualizar


informações em vários cenários e analisar os principais
indicadores de desempenho empresarial. As principais
ferramentas do conjunto de inteligência empresarial são o data
warehouse, o data mining e as ferramentas de processamento e
modelagem analítica e de previsões.[1]

Unidade 4 105

gestao_da_informacao.indb 105 16/7/2007 16:47:27


Universidade do Sul de Santa Catarina

Síntese

Nesta unidade você teve a oportunidade de estudar as principais


classificações e tipos de sistemas de informação. Como você
viu, não existe um único grande sistema que atenda a todas
as necessidades de informação existentes em uma empresa,
mas diferentes tipos de sistemas de informação para atender
os diferentes níveis de problemas, as diferentes funções
existentes dentro delas, e até mesmo as diferentes estruturas
organizacionais.

Os sistemas de informação podem ser classificados de vários


modos. As formas mais usuais são segundo: a abrangência
organizacional, as áreas funcionais e os níveis organizacionais.

Os sistemas de informação, de acordo com a abrangência


que atingem na organização, podem ser classificados como
sistemas de informação pessoais, de grupos, corporativos
e interorganizacionais. No nível pessoal, visam melhorar a
produtividade individual. Os sistemas voltados a grupos de
trabalho, enfocam a comunicação e o compartilhamento de
recursos entre a equipe. Em nível corporativo, os sistemas de
informação buscam integrar as ações desenvolvidas pelas diversas
unidades empresariais, facilitando o fluxo de informação.
Os sistemas interorganizacionais conectam duas ou mais
organizações, parceiras de negócios.

Os sistemas de informação, sob o ponto de vista das áreas


funcionais que atendem, podem ser classificados em sistemas
de informação de produção, de vendas e marketing, de finanças
e contabilidade e de recursos humanos. Sistemas de produção
resolvem problemas relacionados com tecnologia de produção,
planejamento da produção, desenvolvimento de produtos e
operações e controle do fluxo de produção. Sistemas de vendas e
marketing ajudam as empresas a promover produtos, contactar
clientes, distribuir produtos fisicamente e acompanhar vendas.

106

gestao_da_informacao.indb 106 16/7/2007 16:47:27


Gestão da Informação

Sistemas de finanças e contabilidade controlam os ativos


financeiros da firma e os fluxos de caixa. Sistemas de recursos
humanos desenvolvem requisitos relativos à seleção de pessoal,
mantêm registro dos empregados, acompanham o treinamento
do empregado, suas habilidades e desempenho no trabalho.

Os sistemas de informação, segundo o suporte que


proporcionam, podem ser classificados em sistemas de
informação de apoio às operações e sistemas de apoio gerencial.
Os sistemas de informação operacional englobam os Sistemas de
Processamento de Transações, que dão suporte no processamento
e acompanhamento das atividades cotidianas e transações
rotineiras da empresa, os Sistemas de Controle de Processos,
que monitoram e controlam processos industriais, e os Sistemas
Colaborativos, que buscam aumentar a comunicação e a
colaboração de equipes e grupos de trabalho. No nível gerencial
destacam-se os Sistemas de Informação Gerenciais, voltados à
monitoração e ao controle das atividades rotineiras, os Sistemas
de Apoio à Decisão, que visam dar apoio a tomadas de decisões
não cotidianas, fazendo uso de simulações e análise de cenários,
e o Sistema de Informação Executiva que fornece uma ampla
variedade de recursos de análise e visualização dos dados
organizacionais.

A integração dos sistemas de informação tem sido a direção


das empresas. O uso de sistemas interfuncionais permitem o
compartilhamento dos recursos de informação e uma melhoria
da eficiência e eficácia dos processos de negócios. Na construção
desta arquitetura de informações integrada estão os sistemas de
Planejamento de Recursos Empresariais (ERP), Gerenciamento
da Cadeia de Suprimentos (SCM), Gerenciamento do
Relacionamento com o Cliente (CRM), e, ainda, os sistemas
voltados à Inteligência de Negócio (BI).

Outros tipos de sistemas de informação encontrados nas


empresas são: Sistemas Especialistas, Sistemas de Administração
do Conhecimento e Sistemas de Informações Geográficas (GIS).

Unidade 4 107

gestao_da_informacao.indb 107 16/7/2007 16:47:27


Universidade do Sul de Santa Catarina

Atividades de auto-avaliação

1. Sob quais enfoques podem ser classificados os sistemas de informação


que se aplicam às empresas?

2. Quais os tipos de sistemas de informação incluídos na classificação


segundo sua abrangência na organização?

3. Quais são os principais sistemas de informação funcionais de uma


empresa?

108

gestao_da_informacao.indb 108 16/7/2007 16:47:27


Gestão da Informação

4. Quais são os diferentes tipos de sistemas de informação segundo os


suportes que proporcionam a atividade empresarial? Comente sobre o
objetivo de cada um.

5. Relacione a coluna da direita com a da esquerda:

(a) Planejamento de Recursos ( ) simplificar e acelerar as operações entre


Empresariais - ERP empresas clientes e fornecedores

(b) Gerenciamento do Relacionamento ( ) solução de problemas específicos,


com o Cliente - CRM captura know-how

(c) Gerenciamento da Cadeia de ( ) sistema interfuncional, integração


Suprimentos - SCM de processos operacionais em nível
corporativo

(d) Inteligência de Negócio - BI ( ) interface gráfica, dados


georreferenciados, apoio à decisão

(e) Sistemas Especialistas ( ) ferramentas de armazenamento e análise


de dados, apoio à decisão

(f) Sistemas de Informações ( ) integrar processos de atendimento e


Geográficas - GIS suporte ao consumidor

6. Por que integrar sistemas de informação?

Unidade 4 109

gestao_da_informacao.indb 109 16/7/2007 16:47:28


Universidade do Sul de Santa Catarina

Saiba mais

Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade você pode


pesquisar as seguintes referências:

„ O’BRIEN, J.A. Sistemas de informação e as decisões


gerenciais na era da Internet. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 2004.
„ TURBAN, E.; MCLEAN, E.; WETHERBE, J.
Tecnologia da Informação para gestão. 3ª. Ed. Porto
Alegre: Bookman, 2004.

Veja também os seguintes artigos:

„ PEROTTONI,R; OLIVEIRA,M.; LUCIANO,E.;


FREITAS,H. Sistemas de Informações: um estudo
comparativo das características tradicionais às atuais.
Disponível em http://read.ea.ufrgs.br/read21/artigo/
artigo3.htm

„ POZZEBON, M.; FREITAS, H.; PETRINI, M. Pela


integração da inteligência competitiva nos Enterprise
Information System (EIS).
http://www.scielo.br/pdf/ci/v26n3/v26n3-2.pdf

110

gestao_da_informacao.indb 110 16/7/2007 16:47:28


UNIDADE 5

Papéis estratégicos dos


sistemas de informação

Objetivos de aprendizagem
5
Após acompanhar esta unidade você terá subsídios para:

„ Compreender como os sistemas de informação podem


contribuir para a vantagem competitiva de uma
organização.

„ Identificar os usos estratégicos dos sistemas de


informação para a implementação das estratégias
organizacionais.

Seções de estudo
Seção 1 As forças competitivas de uma organização.

Seção 2 As estratégias competitivas e os sistemas de


informação.

Seção 3 Afinal, quais são os usos estratégicos dos sistemas


de informação?

Seção 4 Como sustentar vantagens competitivas?

gestao_da_informacao.indb 111 16/7/2007 16:47:28


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Os sistemas de informação podem alterar a forma como as
organizações competem em seus mercados, pois permitem
agregar recursos que possibilitam que novos serviços ou produtos
sejam oferecidos. Até mesmo o posicionamento estratégico de
uma organização pode ser influenciado pelo uso de sistemas de
informação.

Neste sentido, é importante compreender o que pode gerar


vantagem competitiva para um negócio e como os sistemas
de informação podem contribuir para gerar essa melhoria da
competitividade.

Nesta unidade convidamos você a pensar sob a ótica dos


negócios. As duas primeiras seções dão ênfase à questão da
competitividade e das estratégias empresariais para ser mais
competitivo. As duas últimas seções descrevem como os sistemas
de informação podem apoiar as estratégias competitivas e
contribuir para a geração de vantagens competitivas.

Siga em frente e confira!

SEÇÃO 1 - As forças competitivas de uma organização


Toda organização inserida no mercado busca obter algum tipo
de vantagem competitiva. Quando uma organização não é
competitiva em relação aos seus concorrentes ela não tem condições
de sobrevivência. Cada vez mais raras são as organizações que não
tem competidores. Então, para competir, é preciso compreender as
forças de competição existentes no mercado.

Há várias forças que afetam a habilidade de uma organização


competir e que, dessa forma, influem em sua estratégia de
negócios. Existem os concorrentes tradicionais, que são as
outras organizações que atuam no mesmo ramo e que concorrem
diretamente pelo mesmo espaço de mercado. Mas existem
também outras forças que influem na capacidade competitiva das
organizações. A Figura 5.1 representa graficamente essas forças
competitivas [13].

112

gestao_da_informacao.indb 112 16/7/2007 16:47:28


Gestão da Informação

Ameaça à entrada

Entrantes
potenciais

Poder de negociação Poder de negociação


A empresa
Fornecedores Consumidores

Concorrentes
tradicionais

Substitutos

Ameaça de substituição

Figura 5.1: O modelo de forças competitivas de Porter. [13].

Os entrantes potenciais correspondem àquelas organizações que


querem ingressar no mesmo ramo de atividade em que já atuam
outras organizações. Isso constitui-se uma força competitiva para
as organizações já atuantes na medida em que a entrada de novos
concorrentes torna a competição ainda mais acirrada, às vezes até
saturando o mercado.

A entrada de produtos e serviços substitutos aos já existentes


também afetam a competitividade do setor. Os
fabricantes de máquinas de datilografar, por
exemplo, não foram superados por outros fabricantes
de máquinas de datilografar melhores, mas sim
por fabricantes de um produto substituto - os
microcomputadores.

Os consumidores e fornecedores também podem


exercer forças e afetar a competitividade quando tem
poder de barganha ou negociação.

Unidade 5 113

gestao_da_informacao.indb 113 16/7/2007 16:47:28


Universidade do Sul de Santa Catarina

Se uma organização tem poucos clientes


(consumidores) ou parte significativa de seu
faturamento vem de um único cliente, sua
dependência é alta e seu poder de barganha em
relação ao cliente é baixo. O mesmo se aplica a
fornecedores. Quando a organização não possui
alternativas de fornecedores torna-se dependente
deles e, conseqüentemente, o poder de negociação
de seus produtos/serviços é baixo. O baixo poder
de negociação afeta sensivelmente a capacidade
competitiva da organização.

Observe então que as forças de competição não se resumem aos


concorrentes tradicionais, ou seja, àqueles que atuam no mesmo
segmento de mercado. Elas vão além disso, envolvendo a cadeia
de consumidores, fornecedores e novas empresas que querem se
inserir no mercado.

„ Uma fábrica que produz alumínio para embalagens,


por exemplo, poderá visualizar suas forças
competitivas analisando também a indústria de
bebida (compradores) e a indústria de plástico
(produtos substitutos), além dos seus concorrentes
tradicionais (outras indústrias de alumínio);
„ Uma emissora de TV aberta pode concorrer com
substitutos como o cinema, videolocadoras, TV a
cabo e até mesmo a internet;
„ As produtoras de música vêm sofrendo fortes
ameaças da pirataria de discos e da distribuição
ilegal de música pela internet (produtos substitutos).

Para finalizar é importante reforçar que a vantagem


competitiva pode ser conseguida pela melhoria da
capacidade da empresa de lidar com os clientes,
fornecedores, produtos e serviços substitutos e novos
entrantes no mercado.

Mais adiante detalharemos como os sistemas de informação


poderão ajudar na geração de vantagens competitivas. Mas
primeiro é preciso compreender as possíveis estratégias para lidar
com as forças competitivas. Veja na próxima seção.

114

gestao_da_informacao.indb 114 16/7/2007 16:47:29


Gestão da Informação

SEÇÃO 2 - As estratégias competitivas e os sistemas


de informação
Para lidar com as forças competitivas, as organizações necessitam
oferecer produtos ou serviços que sejam atraentes ao seu público-
alvo. Ter produtos de baixo preço ou produtos diferenciados de
seus concorrentes são exemplos de como isso pode ocorrer.

Para obter vantagem, as organizações estabelecem estratégias


que determinam como pretendem competir no mercado. Apesar
de cada organização possuir suas próprias estratégias de atuação,
existem estratégias genéricas em que a maioria das organizações
faz uso. Veja a seguir quais são elas [18]:

„ Estratégia de Liderança em Custo: consiste em oferecer


ao mercado produtos e/ou serviços de baixo custo no
seu ramo de atividades. A competitividade em relação
à concorrência vem do preço final do produto/serviço
oferecido pela organização.

„ Estratégia de Diferenciação: consiste em encontrar


maneiras de diferenciar produtos ou serviços da empresa
em relação a seus concorrentes, ou reduzir as vantagens
de diferenciação que seus concorrentes já possuem.

„ Estratégia de Inovação: consiste em encontrar


novas maneiras de fazer negócios. Isto envolve o
desenvolvimento de produtos/serviços exclusivos, ou
o ingresso em mercados exclusivos que até então não
eram explorados por ninguém. Isso pode envolver,
inclusive, mudanças radicais nos processos de produção e
distribuição da empresa, e gerar profundas mudanças até
mesmo na forma como determinado ramo de negócios
atua.

„ Estratégia de Crescimento: Consiste em fazer a empresa


crescer para se tornar mais competitiva. O crescimento
pode se dar pela expansão significativa da capacidade da
empresa para produzir bens e serviços, da expansão para
mercados mundiais, ou por intermédio da integração
com outros produtos e serviços afins.

Unidade 5 115

gestao_da_informacao.indb 115 16/7/2007 16:47:29


Universidade do Sul de Santa Catarina

„ Estratégia de Aliança: consiste em estabelecer vínculos


e alianças comerciais com clientes, fornecedores,
concorrentes, consultores ou qualquer outro agente do
mercado. Esses elos podem incluir fusões, aquisições,
formação de empresas virtuais, ou ainda acordos de
marketing, manufatura ou distribuição entre a empresa e
seus parceiros comerciais.

- Você saberia responder como os sistemas de informação


podem contribuir para a implementação dessas
estratégias?
Cada uma dessas estratégias genéricas pode ser reforçada com o
uso dos sistemas de informação. Pode-se usar os sistemas para
reduzir custos de produção, para fazer a empresa crescer ou
mesmo para diferenciar e inovar em produtos e serviços.

Acompanhe o quadro a seguir onde se pode observar alguns


exemplos de uso dos sistemas de informação para implementar
estratégias competitivas [18].

Estratégia Empresa Sistema de Informação Vantagem para a


empresa
Liderança em Redução dos custos de
Loja de eletrodomésticos Compras centralizadas
Custo compras

Serviços de transporte e Acompanhamento de remessas Aumento da participação


Diferenciação remessa de encomendas on- line pelo cliente no mercado

Venda de passagens pela


Inovação Empresa de aviação comercial Liderança de mercado
internet
Rede mundial de Aumento do mercado
Crescimento Banco telecomunicações com sistemas global
integrados
Redução do custo dos
Parceria entre Supermercado e Reabastecimento automático
Aliança estoques e aumento de
Fornecedor de Produtos dos estoques vendas

Quadro 5.1: Exemplos de uso dos sistemas de informação.

É importante destacar que o que hoje pode ser uma estratégia


inovadora ou de diferenciação, no futuro poderá não ser mais.

116

gestao_da_informacao.indb 116 16/7/2007 16:47:29


Gestão da Informação

Por exemplo, o primeiro banco que ofereceu serviços


em caixas eletrônicos não tem hoje mais a liderança
de inovação por este motivo, uma vez que os
concorrentes passaram a oferecer os mesmos serviços.

As organizações fazem uso das estratégias


genéricas para definir suas estratégias específicas de
atuação no mercado. Muitas vezes as organizações
fazem uso de mais de uma das estratégias
genéricas, fazendo composições entre elas.

Além dessas estratégias genéricas, pode-se


implementar outras que ajudem a organização a
minimizar as forças competitivas.

Pode-se tentar, por exemplo, contrabalançar o


poder de barganha de clientes e fornecedores
desenvolvendo relações comerciais exclusivas
com eles. Isso possibilita a retenção de clientes ou
fornecedores graças à criação de custos de troca
que torna dispendiosa ou inconveniente a troca pelo
produto/serviço de outra empresa.

Você compreende o que é um custo de troca?

Custo de troca é o custo decorrente de alguma mudança. No caso


de sistemas tecnológicos os custos de troca se referem a todos
os custos decorrentes da mudança na tecnologia adotada. Por
exemplo: o custo na troca de um sistema de informações por um
sistema desenvolvido por outro fornecedor de software. Os custos
de troca estarão associados tanto ao custo da nova ferramenta
quanto aos custos decorrentes da contratação de serviços de
instalação, do tempo de trabalho dos técnicos da empresa, do
eventual treinamento necessário para o usuário do novo sistema.

Outro exemplo muito simples sobre os custos de troca pode ser


observado ao se tentar trocar o número de telefone da empresa,
que já é utilizado há anos. Mesmo que surjam empresas de
telefonia concorrentes que ofereçam serviços mais vantajosos a
troca do número pode apresentar um custo desvantajoso para a
empresa.

Unidade 5 117

gestao_da_informacao.indb 117 16/7/2007 16:47:29


Universidade do Sul de Santa Catarina

Veja a seguir um caso real de criação de custos de troca com o


uso de sistemas de informação.

O SABRE e o APOLLO [18]


Um exemplo clássico são os sistemas computadorizados de reservas
de passagens aéreas tais como o SABRE (da American Airlines) e o
APOLLO (da United Airlines), utilizados pela maioria dos agentes
de viagem. Quando uma agência de viagens investiu uma soma
substancial na instalação de semelhante sistema interorganizacional
(integrando a companhia aérea e a agência) e todos os seus
funcionários estão treinados para sua operação, a agência hesita
em fazer a troca por outro sistema de reservas. Dessa forma, o que
parecia ser apenas uma maneira mais conveniente e eficiente de
processar reservas de passagens aéreas tornou-se uma forma de
obter vantagem competitiva. O sistema ergue barreiras competitivas
e aumenta os custos de troca como dá ao fornecedor (a companhia
aérea) privilégios na reserva de passagens. Atualmente, com a
disseminação de portais na internet e oferecimento desse tipo de
sistema por outras empresas tem reduzido significativamente os
custos de troca para as agências de viagem.

Pode-se também utilizar estratégias para se proteger da ameaça


de novas empresas que ingressam no mesmo ramo de atividades
ou do desenvolvimento de substitutos para seus produtos e
serviços.

As empresas podem tentar, por exemplo, desenvolver


requisitos legais, financeiros ou tecnológicos que
criem barreiras ao ingresso para desencorajar outras
empresas de entrarem em seu ramo de atividades ou
para retirar o atrativo da substituição ou ainda torná-la
antieconômica.

No caso anterior do Sabre e Apollo, esses sistemas de


informações também criaram barreiras ao ingresso de novos
concorrentes uma vez que a vantagem proporcionada por esses
sistemas exigiria do novo ingressante um nível de serviços
elevado e de difícil alcance.

118

gestao_da_informacao.indb 118 16/7/2007 16:47:30


Gestão da Informação

Na próxima seção você poderá observar mais alguns exemplos de


sistemas de informação que geram alguma vantagem estratégica.

SEÇÃO 3 - Afinal, quais são os usos estratégicos dos


sistemas de informação?
- A essa altura você já saberia responder o que é um Sistema de
Informação Estratégico?

Sistemas de Informação Estratégicos são aqueles que


envolvem a utilização de tecnologias da informação
para desenvolver produtos, serviços e capacidades
que confiram à empresa alguma vantagem estratégica
sobre as forças competitivas que ela enfrenta no
mercado [18]?. Os sistemas de informação estratégicos
apóiam ou moldam a posição e as estratégias
competitivas de uma empresa.

- Segundo este conceito, você acredita que um sistema de


informação para cálculo da folha de pagamentos poderia ser
considerado estratégico?
Em princípio não, pois esse tipo de sistema já é muito comum nas
organizações e sozinho não é capaz de gerar qualquer vantagem
competitiva no mercado. Por outro lado, um sistema como esse
pode reunir informações importantes que podem ser a
infra-estrutura para outras aplicações mais estratégicas.

O quadro a seguir apresenta os diversos usos estratégicos


das tecnologias e sistemas de informação. Esses usos estão
baseados nas estratégias competitivas básicas e também
nas forças competitivas anteriormente apresentadas.
Observe atentamente.

Unidade 5 119

gestao_da_informacao.indb 119 16/7/2007 16:47:30


Universidade do Sul de Santa Catarina

Estratégia Uso do sistema de informação

„ Usar a TI para reduzir substancialmente o custo dos processos empresariais.


Reduzir custos
„ Usar a TI para reduzir os custos dos clientes e fornecedores.

„ Desenvolver dispositivos de TI para diferenciar produtos e serviços.


„ Utilizar dispositivos de TI para reduzir as vantagens de diferenciação dos
Diferenciar concorrentes.
„ Utilizar dispositivos de TI para concentrar-se em produtos e serviços em nichos
de mercado.

„ Criar novos produtos e serviços que incluam componentes de TI.


Inovar „ Fazer alterações radicais nos processos empresariais utilizando TI.
„ Desenvolver novos mercados ou nichos de mercado exclusivos com a ajuda de TI.

„ Utilizar TI para administrar expansão dos negócios regional e mundial.


Promover crescimento
„ Utilizar TI para a diversificação e integração em produtos e serviços.

„ Utilizar TI para criar organizações virtuais de parceiros comerciais.


Desenvolver alianças „ Desenvolver sistemas de informação interorganizacionais conectados pela
Internet, extranets ou outras redes que apóiem relações empresariais
estratégicas com clientes, fornecedores, subcontratados e outros.

„ Utilizar TI para melhorar drasticamente a qualidade da produção e dos


serviços.
Melhorar a qualidade e „ Utilizar TI para fazer melhoramento contínuo na eficiência dos processos
eficiência empresariais.
„ Utilizar TI para reduzir substancialmente o tempo necessário para desenvolver,
produzir e entregar produtos e serviços.

„ Aproveitar investimento em pessoal, hardware, software e redes de SI e


Montar uma plataforma converter seus usos operacionais em aplicações estratégicas.
de TI „ Montar uma base de informações estratégicas com dados internos e externos
coletados e analisados mediante a utilização de TI.

„ Utilizar sistemas de informação interorganizacionais para criar custos de troca


e reter clientes e fornecedores.
„ Utilizar investimento em TI para erguer barreiras ao ingresso contra estranhos
ao setor.
Outras estratégias
„ Utilizar componentes de TI para desencorajar a substituição de produtos
concorrentes.
„ Utilizar TI para ajudar a criar, compartilhar e administrar o conhecimento dos
negócios.

Quadro 5.2: Usos Estratégicos para os Sistemas de Informação [18].

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gestao_da_informacao.indb 120 16/7/2007 16:47:30


Gestão da Informação

A seguir observe os casos que ilustram os usos estratégicos dos


sistemas de informação. Busque associar estes exemplos com
os usos estratégicos apresentados no quadro anterior. Observe
também que cada caso não precisa obrigatoriamente estar
associado a um único tipo de uso.

O Citibank e os Caixas Eletrônicos [18]


Por terem sido os primeiros a instalar caixas eletrônicos,
o Citibank e outros grandes bancos conseguiram obter
uma vantagem estratégica sobre seus concorrentes que
durou vários anos. Os caixas eletrônicos atraíam clientes
de outras instituições financeiras por reduzir o custo de
prestação de serviços bancários e aumentar a conveniência
desses mesmos serviços. A alternativa mais dispendiosa e
menos conveniente teria sido estabelecer novas agências
bancárias. Os caixas eletrônicos representaram um novo
serviço bancário atraente e conveniente, produzido e
distribuído aos clientes mediante a realização de mudanças
inovadoras na prestação de serviços bancários.

- Você observou que o caso do Citibank representa o uso de sistemas


de informação para apoio a uma estratégia de inovação?

Wall-Mart
O Wall-Mart Stores Inc. é a maior rede mundial de varejo.
Sua estratégia consiste em manter seus preços baixos e
suas lojas bem estocadas e, ao mesmo tempo, minimizar
estoques. No alicerce desta estratégia está um sistema
lendário de reabastecimento de estoque acionado pelas
compras no ponto de venda e que é considerado o melhor
do mercado.
Se você der um pulo agora em qualquer uma das lojas da
rede Wall-Mart no Brasil, e comprar uma caixa de bombons,
ao passá-la no leitor de código de barras do caixa, a
informação viajará 13 mil quilômetros diretamente para a
sede da empresa, em Betonville, no estado americano do
SEGUE

Unidade 5 121

gestao_da_informacao.indb 121 16/7/2007 16:47:30


Universidade do Sul de Santa Catarina

Arkansas. Dela, o mesmo sistema mandará um aviso para que o


centro de distribuição brasileiro, em Barueri, na Grande São Paulo,
reponha automaticamente a caixa de bombons na gôndola. Tudo
isso acontecerá numa fração de segundo.
O “sistema de reabastecimento contínuo” também envia pedidos
de novas mercadorias diretamente aos fornecedores logo que os
consumidores pagam suas compras na caixa registradora. Terminais
no ponto-de-venda registram o código de barras de cada item que
passa no terminal de checkout e manda uma transação de compra
diretamente a um computador central na sede do Wall-Mart. O
computador coleta todos pedidos e os transmite aos fornecedores.
Já que o sistema pode reabastecer o estoque tão rapidamente, o
Wall-Mart não necessita gastar muito dinheiro na manutenção de
grandes estoques de mercadorias em seus depósitos. O sistema
também permite ao Wall-Mart ajustar as compras de itens da loja
para atender à demanda dos consumidores.
Fonte: extraído e adaptado da Revista Negócios Exame, novembro/2001 p.28-30.

Neste caso do Wal-Mart evidencia-se uma estratégia de redução


de custos e também a criação de alianças com fornecedores a
partir do uso de sistemas de informação interorganizacionais.

Por fim, observe este último caso que evidencia que também
instituições públicas, apesar de não terem competidores diretos,
precisam lidar com as forças competitivas de mercado.

Redução de Custos nas Aquisições do


Governo Federal Brasileiro
O uso intensivo do sistema de informação nos processos de compras
vem viabilizando mudanças na gestão administrativa do governo,
introduzindo uma nova cultura. Um exemplo claro disso é a nova
modalidade de licitação que foi criada, o Pregão Eletrônico. O
governo passou a realizar compras e negociar com os fornecedores
pela rede, num processo que vem aumentando a competitividade,
permitindo que as aquisições sejam feitas com uma maior economia
de recursos, sem perder na qualidade dos bens e serviços. Além
disso, o processo é público, permitindo que o cidadão acompanhe
SEGUE

122

gestao_da_informacao.indb 122 16/7/2007 16:47:30


Gestão da Informação

em tempo real. Essa informatização tornou possível trazer


maior transparência e controle social para as compras
governamentais.
O Pregão permite que o governo utilize uma prática que
é comum ao dia-a-dia de qualquer cidadão, a de poder
negociar, avaliando se o preço praticado está compatível
com o preço de mercado. Além disso, é preciso que o
governo aproveite o alto poder de compra que possui. Se os
fornecedores sabem que o governo vai adquirir um grande
volume de bens é óbvio que vai existir um maior interesse
dos fornecedores, que podem reduzir os preços para
conseguir consolidar a venda.
Hoje, um dado que demonstra o grande interesse das
empresas em vender para o governo é o Sistema de
Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF, que
conta com 148 mil fornecedores, e um crescimento médio
de cerca de 1.500 novos fornecedores por mês. Outro dado
interessante é que cerca de 30% dos fornecedores são micro
e pequenos empresários.
O sítio http: //www.comprasnet.gov.br, hoje transformado no
Portal de Compras do Governo Federal, foi implementado em
meados de 1998, com o objetivo de se avançar na melhoria
das ações de logística governamental e, também, pela
necessidade de promover maior amplitude, divulgação e
transparência às compras e contratações do Governo Federal.
Fonte: Relatório de Atividades do Poder Executivo Federal 2001. Vol I, Cap.
5.19
http://www.cgu.gov.br/bgu2001/volumeI.html.

Este caso ilustra o uso da tecnologia da informação para


potencializar o poder de barganha das instituições públicas com
seus fornecedores, promovendo assim uma redução significativa
nos custos de aquisição.

Por fim, veja que os usos estratégicos podem tanto atender


atividades operacionais quanto atividades realizadas pela alta
administração da organização.

Unidade 5 123

gestao_da_informacao.indb 123 16/7/2007 16:47:31


Universidade do Sul de Santa Catarina

SEÇÃO 4 – Como sustentar vantagens competitivas?

Não é a tecnologia que gera vantagem competitiva,


mas o processo de administração que explora a
tecnologia. Assim, é a inteligência na aplicação
da tecnologia que gera alguma diferença para as
organizações [18].

A vantagem competitiva decorre de se fazer algo que


outros não conseguem fazer. Quando os concorrentes
passam a fazer o mesmo, a vantagem deixa de existir.

- Mas você deve estar se perguntando como sustentar


então uma vantagem competitiva com sistemas de
informação?

Não é tarefa muito fácil. É um desafio permanente aos gestores


das organizações. O ambiente onde se insere a organização é um
dos fatores determinantes para o seu sucesso. A alteração nas
características ambientais do setor de atuação da organização, nas
particularidades da legislação que regula o setor ou nas restrições
políticas que limitam o setor, podem afetar significativamente os
planos estratégicos da organização. Para isso os gestores devem
estar permanentemente atentos para as necessidades de mudança
e com isso promover o devido acompanhamento tecnológico para
o novo contexto.[18]

Por isso a renovação das estratégias competitivas, e por


conseqüência, a revisão de como os sistemas de informação serão
utilizados estrategicamente, é fator essencial para a sustentação
de vantagens. Cabe à equipe gerencial da organização promover
essa renovação.

Neste sentido espera-se que os usuários de sistemas


de informação sejam capazes de contribuir para o seu
desenvolvimento. De outro lado, espera-se também que os
profissionais de tecnologia sejam capazes de compreender as
demandas do negócio para que o desenvolvimento tecnológico
esteja alinhado aos propósitos da atividade-fim da organização.

124

gestao_da_informacao.indb 124 16/7/2007 16:47:31


Gestão da Informação

Síntese

Nesta unidade você teve a oportunidade de visualizar as forças


competitivas e estratégias que as organizações podem adotar
para ocupar estrategicamente espaços de mercado.

Em seguida pôde acompanhar como os sistemas de informação


podem viabilizar as estratégias organizacionais de modo a
possibilitá-las a obter alguma vantagem competitiva. Vários
exemplos foram apresentados para permitir melhor compreensão
do assunto.

Por fim, destacou-se a necessidade de esforço permanente para


a sustentação das vantagens conquistadas. As vantagens do
passado não obrigatoriamente se sustentam no futuro e devem
ser perseguidas por todos os envolvidos com os sistemas de
informação.

Atividades de auto-avaliação

1) Explique com suas próprias palavras o que é um sistema de


informações estratégicas. Dê um exemplo de um sistema que é
estratégico e um sistema que não é estratégico.

Unidade 5 125

gestao_da_informacao.indb 125 16/7/2007 16:47:31


Universidade do Sul de Santa Catarina

2) Leia o caso exposto no quadro a seguir e responda a pergunta:

A Le Postiche, seus licenciados e seus fornecedores


A Le Postiche atua no segmento de acessórios de couro e artigos
de viagem. Possui uma rede de 130 lojas e os fabricantes de seus
produtos são empresas por ela licenciadas. A Le Postiche oferece
aos seus licenciados soluções de tecnologia da informação que
permitem ao empresário comprar pela Internet os produtos que
precisa através de fornecedores cadastrados e homologados pela
licenciadora. Além disso, através de outra solução, os licenciados
podem trocar entre si, pela Internet, experiências que deram certo
no negócio, além de obterem informações de fluxo de clientes e
ticket médio. Esta tecnologia foi batizada como Rede Inteligente.
Esses dois sistemas possibilitam a formação de uma aliança entre
lojas, fabricantes e fornecedores de matéria prima. O custo de troca
para o fabricante é a perda das facilidades proporcionadas pelo
uso do sistema de compras pela internet. Quanto aos fornecedores,
estes podem obter vantagem competitiva na medida em que são os
fornecedores preferenciais na aquisição de matéria prima por parte
das empresas fabricantes do produto.
Fonte: http://www.sebrae-sc.com.br/novos_destaques/Oportunidade/mostrar_
materia.asp?cd_noticia=4430

Quais os usos estratégicos do sistema de informação da Le Postiche?


Assinale pelo menos três alternativas a seguir:
a. ( ) Redução de custos.
b. ( ) Diferenciação de produtos ou serviços.
c. ( ) Inovação em produtos/serviços.
d. ( ) Promover crescimento e expansão dos negócios.
e. ( ) Desenvolver alianças.
f. ( ) Melhorar qualidade e eficiência.
g. ( ) Montar plataforma de TI.
h. ( ) Criar custos de troca e reter clientes.
i. ( ) Criar barreiras ao ingresso de novos entrantes no setor.
j. ( ) Usar TI para criar, compartilhar e administrar conhecimento dos
negócios.

126

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Gestão da Informação

3) Leia o caso a seguir e responda:

GM vende pela internet [26]


A General Motors foi a primeira empresa bem-sucedida no
Brasil na venda de carros pela internet. Segundo a Revista
Info Exame (maio, 2001) a GM se destacou em 2000, por ter
sido a empresa que teve o maior faturamento com vendas para
consumidor final através do site de vendas do veículo Celta.
Setenta por cento dos compradores do Celta o compraram pela
Web, o que equivale a mais de 20 mil carros. Em 2001, a GM
alcançou a marca de 79% das vendas do Celta pela internet, o
que corresponde a quase 7.000 veículos por mês, obtendo, pelo
segundo ano consecutivo, o maior faturamento do setor.
A Fiat já havia tentado esta estratégia anteriormente mas
não obteve sucesso. Isso ocorreu, em parte por causa da
imaturidade tecnológica existente na época, tanto para a
construção de sites amigáveis quanto da própria disseminação
da rede entre os consumidores. A GM aproveitou o momento
adequado e com o apoio de um sistema de vendas pela
internet obteve significativa vantagem na comercialização de
um produto.

Este é um caso evidente de uso estratégico de um sistema de


informação para gerar vantagem competitiva. Que tipo de uso ocorreu
neste caso? Utilize a tabela apresentada na Seção 3 para classificar este
uso. Justifique sua resposta.

Unidade 5 127

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Universidade do Sul de Santa Catarina

4) De quem é a responsabilidade por promover o uso estratégico dos


sistemas de informação?

Saiba mais

Para aprofundar os seus conhecimentos na área, busque a leitura de:

„ PORTER, Michael E. Competição: estratégias


competitivas essenciais. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
„ SHAPIRO, Carl; VARIAN, Hal R. A economia da
informação: como os princípios econômicos se aplicam à
era da Internet. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
„ E em revistas com casos sobre sistemas de informação,
como www.computerworld.com.br ou www.informationweek.com.br.

128

gestao_da_informacao.indb 128 16/7/2007 16:47:32


UNIDADE 6

Segurança e ética em sistemas


de informação
6
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta unidade você terá subsídios para:
„ Compreender as principais vulnerabilidades dos
sistemas de informação.
„ Reconhecer a importância estratégica da segurança dos
sistemas de informação para as organizações.
„ Compreender medidas de segurança para os sistemas
de informação.
„ Identificar os profissionais que podem implementá-las.
„ Recohecer a importância de uso ético da informação.

Seções de estudo
Seção 1 Conceitos fundamentais de segurança da
informação.
Seção 2 Quais são as principais vulnerabilidades dos
sistemas de informação?
Seção 3 Como garantir a segurança?

Seção 4 Quem é o responsável pela segurança dos


sistemas de informação?
Seção 5 A ética e os sistemas de informação.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Ao mesmo tempo que a informação é considerada um dos
principais patrimônios da organização moderna, sua violação
é cada vez mais fonte de risco e ameaça. O mesmo se aplica
aos indivíduos, que cada vez mais necessitam de informações
e podem ter sua privacidade agredida pelo mau uso delas. Por
isso, a segurança dos sistemas de informação tornou-se tema de
importância na sociedade da informação.

Quando as informações eram armazenadas apenas em papel, a


segurança era relativamente simples. Restringir o acesso físico
a elas bastava para eliminar os riscos. Trancá-las em algum
ambiente especial e controlar o acesso físico aos documentos
era suficiente. Com o uso dos primeiros computadores, ainda
centralizados nos centros de processamento de dados (CPDs),
as informações deixaram de ser exclusivamente físicas, o
que demandou tratamento diferente do que se praticava até
então. Hoje, com a incorporação dos computadores pessoais,
organizados de forma distribuída em redes, com dispositivos sem
fio (wireless) e computadores portáteis (notebooks), com acesso via
telefone celular, as preocupações com segurança cresceram de
modo surpreendente, demandando um tratamento complexo e
especializado para esse tema.

Os profissionais da área de tecnologia da informação são os


responsáveis pela estruturação da segurança dos sistemas de
informação nas organizações. Cabe a eles identificar fontes de
riscos e ameaças e propor soluções adequadas para cada situação,
sempre de acordo com as possibilidades da organização usuária
da tecnologia. Entretanto, os usuários não-técnicos tem um papel
igualmente inportante na garantia da segurança, por isso devem
ser orientados para contribuir com ela.

Nesta unidade abordaremos o tema segurança dos sistemas de


informação de modo a destacar as fontes de problemas, porque
eles ocorrem, e apontar saídas viáveis para a segurança das
informações das organizações. Abordaremos também questões
éticas relacionadas no uso de informação.

Siga em frente para conferir!

130

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Gestão da Informação

SEÇÃO 1 – Conceitos fundamentais de segurança da


informação
Uma das tecnologias que mais tem contribuído para
informatização das organizações é a tecnologia de redes. Ao
mesmo tempo, essa tecnologia também é responsável pela
multiplicação dos problemas relacionados à segurança dos
sistemas de informação.

Segundo o Centro de Atendimento de Incidentes de Segurança


da Rede Nacional de Pesquisa (CAIS/RNP – <www.rnp.
br/cais>) – o índice de ocorrências relatadas de incidentes que
ameaçam a segurança de rede tem crescido muito. As estatísticas
indicam, a cada ano, uma tendência de crescimento nos acidentes
registrados. A Figura 6.1 apresenta o número de incidentes
registrados e reportados ao CERT.br (Centro de Estudos,
Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil -
www.cert.br). Observe nela os números crescentes de incidentes
de segurança na internet, que apontam forte necessidade de
cuidados e investimentos em segurança.

Figura 6.1: Total de incidentes reportados ao CERT.br [44]

Unidade 6 131

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Esses incidentes são de vários tipos, como, por exemplo,


a invasão em sites de empresas e a deliberada violação de
informações privadas que ocorreram por iniciativa de alguém mal
intencionado.

Há também incidentes que ocorrem sem haver uma intenção


explícita de gerar dano, mas que por omissão ou até mesmo por
desconhecimento provocam danos à segurança das informações.

O que todos os incidentes têm em comum é que eles afetam


a confidencialidade, a integridade ou a disponibilidade
das informações. Esses três termos são importantes para a
compreensão deste tema. São definidos a seguir [21]:

„ confidencialidade – toda informação deve ser protegida


conforme o grau de sigilo de seu conteúdo e seu acesso
deve ser dado apenas às pessoas a quem são destinadas.
Informações como dados de pesquisa, registros médicos,
registros bancários, salário dos indivíduos, informações
sobre produtos, serviços e estratégias das organizações
são confidenciais e necessitam de proteção;
„ integridade – toda informação deve ser protegida e
mantida conforme disponibilizou seu proprietário,
visando protegê-la de alterações indevidas, sejam elas
intencionais ou acidentais. Além disso, as informações
resultantes do processamento de um sistema também
devem ser íntegras e livres de erros. Disseminar
informações erradas pode gerar prejuízos e danos aos
indivíduos e às organizações;
„ disponibilidade – toda informação útil deve estar
disponível a quem necessita dela, no momento em
que essa necessidade se manifesta. Organizações que
prestam serviços, por exemplo, necessitam da informação
disponível no momento do atendimento a seu cliente e a
indisponibilidade pode comprometer o próprio negócio.
Para ilustrar esses conceitos, acompanhe a notícia a seguir.

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Gestão da Informação

O ano bissexto toma o Japão de surpresa [25]


Em 29 de fevereiro de 2000, no Japão, centenas de caixas
automáticos foram desativados. Um sistema de computadores
em uma usina nuclear foi paralisado, dispositivos de monitoração
meteorológicas falharam, telas de monitores de taxas de juros
nas agências de correio apagaram, os sismógrafos forneceram
informações erradas e ocorreram muitos outros problemas
relativos à programação do “ano bissexto”. O problema é que os
anos terminados em “00” só têm o dia 29 de fevereiro se forem
divisíveis por 400 (2000 é bissexto, mas 1900 e 2100 não são). Essa
regra não estava programada corretamente em alguns programas
antigos no Japão, que criaram problemas.

Nesse caso, pode-se observar uma falha não-intencional em que o


processamento do sistema de informações gerou uma informação
não íntegra, que tornou o sistema de informações indisponível,
prejudicando o desempenho de diversas organizações que
dependiam deles.

Assim como esse caso, há muitos outros exemplos de fatos que


comprometem a segurança das informações. Nem sempre esses
erros são divulgados uma vez que as organizações não têm
interesse em noticiá-los.

Para garantir confidencialidade, integridade e disponibilidade da


informação as organizações podem adotar diferentes estratégias
de segurança. Para isso é preciso também compreender o que
pode ameaçar os sistemas de informação e onde se encontram
suas vulnerabilidades.

Veja na seção seguinte onde podem estar as vulnerabilidades dos


sistemas de informação.

Unidade 6 133

gestao_da_informacao.indb 133 16/7/2007 16:47:33


Universidade do Sul de Santa Catarina

SEÇÃO 2 – Quais são as principais vulnerabilidades dos


sistemas de informação?
Uma das primeiras constatações que é preciso assumir quando
discutimos sobre a segurança dos sistemas de informação é que
eles são falíveis e vulneráveis a ataques ou ameaças. A cada
dia surgem novos casos de invasões e agressões à segurança de
sistemas de informação.

A ameaças podem ser classificadas quanto à sua intencionalidade


em três grupos [21]:

„ naturais – são as decorrentes de fatores da natureza


como incêndios naturais, enchentes, terremotos,
tempestades eletromagnéticas, maremotos, aquecimento,
poluição, etc.;
„ involuntárias – são ameaças inconscientes, quase
sempre causadas por falta de conhecimento. Podem ser
provocadas por acidentes, erros, falta de energia, etc.
Os usuários podem provocar falhas involuntariamente
quando não compreendem a implicação técnica de
muitas de suas ações na interação com um sistema de
informações;
„ voluntárias – são ameaças propositais causadas por
agentes humanos como hackers, invasores, espiões,
ladrões, incendiários, criadores e disseminadores de vírus
de computador. Este grupo é comumente formado por
indivíduos com conhecimentos especializados que lhe
permitem burlar sistemas de segurança já existentes.
As principais ameaças são decorrências de vulnerabilidades dos
sistemas de informação computadorizados, que podem ter origem
desde desastres (como incêndios e terremotos) até falhas elétricas,
mau funcionamento do hardware, erros de software e de seus
usuários. A seguir estão categorizadas as diversas origens das
vulnerabilidades dos sistemas de informação[21]:

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gestao_da_informacao.indb 134 16/7/2007 16:47:33


Gestão da Informação

„ físicas – referem-se às vulnerabilidades das instalações


físicas que servem de suporte aos sistemas de informação.
Podem ter origem em instalações prediais
fora do padrão, salas de CPD mal
planejadas, falta de extintores, detectores
de fumaça e outros recursos para
combate a incêndio riscos de explosões,
vazamentos ou incêndio;
„ naturais – computadores são muito
sensíveis a fenômenos da natureza como enchentes,
terremotos, tempestades, falta de energia, acúmulo de
poeira, aumento de umidade e de temperatura, etc.;
„ hardware – falha nos recursos tecnológicos resultantes de
desgaste ou obsolescência dos equipamentos, ou ainda de
erros de instalação;
„ software – erros de instalação e configuração do software
podem acarretar acessos indevidos a sistemas, vazamento
de informações, perda de dados ou indisponibilidade do
recurso quando necessário;
„ mídias – discos, fitas e relatórios impressos que registram
os dados podem ser perdidos ou danificados de modo que
não haja possibilidade de sua recuperação. A radiação
eletromagnética, por exemplo, pode provocar dano em
diversos tipos de mídias magnéticas;
„ comunicação – acessos não autorizados ou perda de
comunicação;
„ humanas – estão relacionadas à falta de treinamento,
compartilhamento de informações confidenciais, não
execução de rotinas de segurança, erros ou omissões. As
ameaças de origem no homem podem estar relacionadas
até mesmo a ameaças de bomba, sabotagem, distúrbios
civis, greves, vandalismo, roubo, destruição da
propriedade ou dados, invasões ou guerras.
Os ataques são as tentativas, feitas por invasores, de agredir
a confidencialidade, a integridade ou disponibilidade de um

Unidade 6 135

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Universidade do Sul de Santa Catarina

sistema de informações. Eles exploram as vulnerabilidades


existentes nos sistemas de informação.

Quais são os principais tipos de ataques aos sistemas


de informação?

„ Vírus
O vírus é um programa de computador malicioso criado para
gerar resultados indesejados, que se auto-dissemina sem o
conhecimento do usuário, “contagiando” os computadores que
tiverem contato com ele. A disseminação ocorre quando ele é
copiado automaticamente em um outro programa ou em arquivos
nos quais possa ser armazenado e replicado. Quando estes
arquivos são transportados e copiados para outros computadores,
o vírus pega uma “carona” neles e assim que o arquivo é utilizado,
pode repetir a operação de duplicação. Um computador pode
receber um vírus como anexo de um e-mail, em um disquete
infectado ou em qualquer arquivo copiado da internet. Um vírus
precisa de um programa executável para nele se instalar. É como
se fosse “parasita” de programa. Uma vez instalado, ele envia e-
mails para outras pessoas com uma cópia do vírus, usando a lista
de endereços da vítima, e executa a função para o qual foi criado,
por exemplo, apagar arquivos do disco.
„ Worms
Os worms (vermes) são programas capazes de se autopropagar por
meio de redes. São programas maliciosos muito parecidos com os
vírus, mas ao contrário destes, não necessitam ser explicitamente
executados para se propagar. Ele pode ser executado a partir
de um anexo de e-mail, quando então se duplica e envia uma
cópia para outra pessoa, continuando o processo. Worms
podem consumir muitos recursos, degradando sensivelmente o
desempenho de redes, assim como podem lotar o disco rígido,
devido à quantidade de cópias de si mesmo que costumam
propagar.
„ Trojan
Um trojan (Cavalo de Tróia) é um invasor que não se reproduz.
Ele se instala, geralmente via e-mail, e toda vez que o
computador é ligado, o trojan é automaticamente executado sem
o conhecimento do usuário. As ações maliciosas mais comuns

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Gestão da Informação

são as alterações ou destruições de arquivos, o furto de senhas e


outras informações (como número de cartões de crédito e contas
bancárias) e, também, a inclusão de programas espiões, que
podem ficar registrando os hábitos do usuário (sites visitados,
programas usados, produtos comprados etc.) e passando estes
dados a outros sem o conhecimento da vítima.
„ Ataque de negação de serviços
Um ataque de negação de serviços (DoS -Denial of Service) ocorre
quando um número excessivamente grande de comunicações é
enviado de propósito a um computador para sobrecarregar sua
capacidade de lidar com elas. Quando há esta sobrecarga, o
computador se torna lento e pode não mais corresponder ao que
se espera dele. Os alvos deste tipo de ataque são os computadores
de organizações que os usam para prestar algum serviço pela
internet. Esses ataques visam causar a indisponibilidade dos
serviços oferecidos.
„ Spam
O spam consiste no envio de grandes volumes de mensagens não
solicitadas por seus destinatários. O conteúdo do spam pode ser
propaganda de produtos e serviços, pedidos de doação, correntes
da sorte, propostas de ganho de dinheiro fácil, boatos, dentre
outros. Os problemas que o spam pode provocar estouro da
capacidade de armazenamento da caixa postal do destinatário
pelo acúmulo de mensagens; gasto desnecessário de tempo e
perda de produtividade com a identificação e remoção dos spams
da caixa postal; envio de conteúdo impróprio; sobrecarga da
infra-estrutura tecnológica e humana para lidar com os spams em
função do aumento de tráfego provocado por eles.

Observe que novos tipos de vulnerabilidades têm surgido com


muita rapidez. O volume de ataques é também crescente. Para o
profissional que lida com os sistemas de informação é importante
manter-se atualizado para não ser surpreendido por elas.

Qual a motivação de um indivíduo para gerar dano a


um sistema de informações?

Os agentes ameaçadores podem ter diversos tipos de motivação.


Podem ser empregados insatisfeitos com a organização,

Unidade 6 137

gestao_da_informacao.indb 137 16/7/2007 16:47:33


Universidade do Sul de Santa Catarina

concorrentes desleais, pessoal terceirizado descomprometido,


pessoas que se sentem prejudicadas ou lesadas, indivíduos com
pontos de vista radicalmente opostos aos princípios de uma
organização, ou ainda indivíduos que querem ganhar notoriedade
ou visibilidade pública a partir de sua ação de invasão. Esse
último é o caso dos hackers .
Hackers: indivíduos maliciosos,
em geral com profundo Veja a seguir algumas estratégias interessantes para promover um
conhecimento técnico, que agem uso mais seguro dos sistemas de informação.
com a intenção de violar sistemas de
informação, burlando sistemas de
segurança existentes.

SEÇÃO 3 – Como garantir a segurança?


Toda organização depende de informações para realizar seu
trabalho e precisa, naturalmente, estabelecer mecanismos
que garantam a segurança desse importante recurso. São
notórios os casos de empresas que, por diversos motivos,
tiveram significativas perdas em virtude de problemas de
segurança de seus sistemas de informação.

No plano individual o mesmo ocorre. Quem não


conhece alguém que teve significativa perda por
problemas no seu computador? Que perdeu aquele
documento importante que levou dias ou meses para ser
redigido? Ou ainda aquele conjunto de arquivos com dados que
levaram anos para serem reunidos?

Sendo assim, é importante conhecer os mecanismos e medidas


de proteção contra falhas e ameaças. Essas medidas podem ser
preventivas, detectáveis e corretivas [21].

„ Medidas preventivas – visam evitar que os acidentes


venham a ocorrer. São obtidas por mecanismos já
instalados que estabeleçam condutas e posturas éticas
que evitem a ocorrência de danos. São as políticas de
segurança, instruções e procedimentos de trabalho,
as campanhas de sensibilização e conscientização de
usuários. São também medidas preventivas o uso de
antivírus, de configurações adequadas da rede e dos
sistemas operacionais, o uso de senhas, a realização de
cópias de segurança, etc.

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Gestão da Informação

„ Medidas detectáveis – são aquelas que identificam


a ocorrência de alguma vulnerabilidade nos
sistemas de informação. São exemplos os sistemas
de detecção de intrusão em redes, os alertas de
segurança, as câmeras de vídeo, alarmes, etc. Nesse
caso, não se consegue evitar a tentativa do agente
ameaçador, mas se pretende evitar que a ameaça se
converta em um dano real.
„ Medidas corretivas – são as ações voltadas à
correção de uma estrutura danificada de modo a
garantir a restauração de um padrão mínimo de
segurança que a organização necessita. Isso pode ser
obtido por meio de planos de contingência, planos
de recuperação de desastres, a restauração de cópias
de segurança (backups), etc.
Para garantir a segurança dos sistemas de informação deve-se
observar com atenção a segurança de dados, a proteção física
de computadores e redes, e o desenvolvimento de planos de
recuperação de desastres [14].

Veja a seguir medidas de segurança comumente usadas para


garantir a segurança dos sistemas de informação:

O uso de senhas
As senhas possibilitam a identificação de um usuário e a
autenticação de seu acesso ao sistema. Cada usuário pode ter uma
senha que o habilita um tipo de permissão de acesso ao sistema.
Um problema comum com o uso de senhas ocorre quando elas
não são guardadas por seu proprietário com o cuidado necessário.
Se forem escritas em um papel ou em um arquivo, pessoas não
autorizadas podem facilmente descobri-las. Por outro lado,
memorizar senhas pode ser uma dificuldade para indivíduos que
são usuários de diversos sistemas, ainda mais se as senhas forem
trocadas periodicamente.

A criptografia de dados
Consiste no embaralhamento dos dados em forma codificada
antes de sua transmissão por uma rede de telecomunicações.
Ao chegar ao seu destino os dados são desembaralhados

Unidade 6 139

gestao_da_informacao.indb 139 16/7/2007 16:47:34


Universidade do Sul de Santa Catarina

(decodificados). A regra de codificação deve ser secreta para que


a criptografia não seja quebrada por alguém que capture os dados
em algum ponto de seu caminho pela rede.

Cópia de dados críticos (backup)


Consiste na cópia de dados em mídias externas para que possam
ser restaurados em caso de falhas no hardware, danificação ou
destruição dos dados.

Uso de servidores ou drives de discos redundantes


Consiste em manter equipamentos alternativos caso o
hardware apresente problemas. Em situação de emergência a
organização tem condições de ativar o sistema redundante e
manter o sistema ativo sem impactos sobre suas atividades.
Essa é uma estratégia cara e por isso não é acessível a todas as
organizações.

Controle de acesso às estações de trabalho


Consiste em permitir que computadores sejam fisicamente
acessados apenas por aqueles em quem se confia e que necessitam
utilizar o sistema.

Classificação dos usuários da rede


Consiste em classificar o usuário conforme as atividades que
executa e atribuir acesso à rede de acordo com sua necessidade.

Documentação
Procedimentos de segurança devem estar documentados e
atualizados para que no momento da emergência estejam
acessíveis de modo a facilitar o trabalho de recuperação.

Software antivírus
Úteis para detectar e erradicar vírus de computador. Devem estar
sempre atualizados.

Essas são as estratégias mais comuns, porém elas não cobrem todos os
tipos de vulnerabilidades existentes. O que fazer então?

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gestao_da_informacao.indb 140 16/7/2007 16:47:34


Gestão da Informação

Em muitas situações em que medidas preventivas não são


suficientes, deve-se elaborar um plano de recuperação de
desastres. Esse plano deve prever como as empresas podem
retomar suas atividades em casos de grave agressão aos sistemas
de informação. Normalmente deve prever o acesso a hardware
alternativo, a restauração de softwares, de dados e de instalações
de telecomunicações. Os sistemas de informação considerados
mais críticos devem receber prioridade em sua recuperação.

Existem hoje no mercado diversas empresas que oferecem


serviços especializados para recuperação de desastres. Essas
fornecem recursos plenamente operacionais para o processamento
de dados e backups de seus clientes, que podem ser acionados em
menos de 24 horas após a notificação de uma emergência.

Outra alternativa é que a própria organização mantenha esses


recursos alternativos ativos e disponíveis para uso em caso de
desastre.

Acompanhe o caso a seguir e observe o valor de uma estratégia


de segurança bem elaborada para a recuperação de desastres.

Tragédia desperta para segurança de dados


Publicado na Gazeta Mercantil em 12/09/2001
Ontem, um dia após a tragédia que destruiu o World Trade
Center, em Nova York (EUA), bancos ali instalados, como
o Morgan Stanley e o Deutsche Bank, reiniciaram suas
operações. Apesar da dimensão da tragédia, as instituições
não perderam informações armazenadas nos computadores
dos escritórios que vieram abaixo. Para evitar a perda total de
dados, o Morgan, banco de investimento norte-americano,
por exemplo, mantinha um plano de contingência. As
informações estavam guardadas em equipamentos instalados
no quartel-general, instalado em outro ponto de Manhattan.
Analistas do instituto de pesquisas norte-americano Gartner
realizaram também ontem uma teleconferência com seus
clientes que estavam instalados no WTC para discutir
problemas de segurança. ‘Nova York possui gargalos de
infra-estrutura e muitas empresas possuem sites alternativos,
que funcionam fora de Manhattan’, diz o vice-presidente e
diretor de pesquisas do Gartner para a América Latina, Cássio
Dreyfuss.

Unidade 6 141

gestao_da_informacao.indb 141 16/7/2007 16:47:34


Universidade do Sul de Santa Catarina

A destruição de bancos de dados e sistemas eletrônicos, em


situações como a de Nova York ou provocadas pelo apagão, no caso
do Brasil, pode provocar a quebra de empresas. Se o sistema de
uma companhia cai e ela não consegue recuperar as informações, o
estrago é grande.
Estudos de outro instituto norte-americano, o Meta Group,
realizados no ano passado, mostram que uma companhia de
energia elétrica deixaria de ganhar US$ 2,7 milhões por hora com
a perda de dados. No caso das operadoras de telefonia, o prejuízo
seria de US$ 2 milhões e, nas instituições financeiras, de US$ 1,5
milhão por hora. ‘Pensar em fazer backup e ter uma política de
segurança é tão importante como investir em um plano de saúde
ou em um seguro de vida’, diz Airan de Abreu Júnior, gerente de
marketing de storage da HP.
Em situações extremas como a do WTC, a empresa só consegue
minimizar as conseqüências se tiver um site de ‘backup remoto’. Isso
significa que a empresa possui a mesma infra-estrutura de sistemas
funcionando em outro local.
Dependendo do nível de segurança, a empresa pode gastar de US$
400 mil a US$ 2,5 milhões no projeto. ‘A segurança é um conceito
empresarial relativo. Depende de quanto a companhia está disposta
a investir para o risco que pretende correr’, diz Dreyfuss, do Gartner.
No Brasil, os negócios da área de armazenamento de dados podem
chegar a US$ 1,3 bilhão neste ano, principalmente em serviços,
segundo previsões da própria indústria.
O bug do milênio, as privatizações e a estabilização da moeda
impulsionaram as vendas do segmento. De 1998 para 1999, o
percentual foi de 70%. ‘Nesses últimos dois anos, o mercado cresceu
40% e deverá manter esse ritmo em 2001’, diz o diretor de serviços
da IBM Brasil, Wagner Duarte Guedes.
A tecnologia que guarda a salvo todas as informações gerenciadas
por uma instituição financeira é conhecida pelo termo em inglês
‘business continuity’ (continuidade do negócio). Trata-se de uma
atividade custosa, cujo desafio é manter ativas e atualizadas cópias
da base de dados necessária à continuidade das operações, a
despeito da hipótese de que as réplicas nunca sejam utilizadas.
Há vários anos, todo esse arsenal preventivo era mantido em
funcionamento pelo Deutsche Bank. Anteontem, chegou a hora
de mostrar sua eficiência. O banco alemão ocupava dois andares
das torres gêmeas destruídas pelos ataques terroristas e mais
um prédio de escritórios, localizado à frente do mais belo cartão
postal novaiorquino. Segundo Pedro Paulo Cunha, chefe da área de
tecnologia do Deutsche Bank no Brasil, todas as atividades de

142

gestao_da_informacao.indb 142 16/7/2007 16:47:35


Gestão da Informação

processamento do banco foram mantidas nas condições


anteriores ao acidente, sem perda de informação. O sistema
de continuidade do banco alemão funciona em tempo real.
Todos os programas de informática possuem seus respectivos
espelhos, sempre atualizados, que funcionam em paralelo nas
várias salas de escritório do banco. Um dos grandes centros
de backup dos sistemas que estavam no World Trade Center
encontravam-se em um prédio de escritórios do Deutsche,
próximo à ilha de Manhattan, em Nova Jersey. É um seguro
muito caro, mas imprescindível, afirma o executivo do banco
alemão.
Além da distribuição de réplicas de sistemas, os bancos
costumam utilizar serviços de terceiros para a recuperação
de sistemas. Grandes empresas de tecnologia, como a IBM,
fornecem salas em lugares afastados, totalmente aparelhadas,
para que as empresas possam utilizá-las em situações de
emergência. São verdadeiros ‘bunkers’ tecnológicos, sempre
atualizados e testados para estar a postos nas situações
de emergência. O Lloyds Bank gasta no Brasil cerca de US$
225 mil ao ano para garantir a segurança das informações.
Além da sala de contingência, contratada com a Big Blue,
o Lloyds utiliza o serviço de guarda de informações da
Proceda. Também em um local distante da sede do banco,
em São Paulo, a empresa de guarda recebe, todos os dias,
pilhas de disquetes e cartuchos atualizados para formar o
backup do Lloyds. Se algum desastre ocorrer na sede, todas
as informações arquivadas pela Proceda são levadas à sala
de contingência da IBM para serem reprocessadas. ‘Em sete
horas, já estaríamos operando novamente, de forma precária
e, em 24 horas, voltaríamos à normalidade’, diz Emerson
Piovezan, vice-presidente de produtos e operações do Lloyds
Bank.
O BankBoston, com sede em São Paulo, tem um ‘plano de
recuperação’ para cada área da instituição financeira. Somente
o departamento de mercado de capitais, por exemplo, dispõe
de uma área reservada em escritório no Rio de Janeiro,
onde todas as informações são atualizadas uma vez ao dia.
O esquema de segurança é parecido com o usado pelo
Lloyds. Os dados são guardados eletronicamente por uma
empresa especializada e uma sala de contingência equipada é
mantida em Campinas (SP). Segundo José Odilon Tito, diretor-
adjunto de Security Office do BankBoston, a idéia é passar a
atualizar em tempo real todas as máquinas disponíveis para
contingências. ‘Estamos empenhados em avançar ainda mais
neste assunto.’

Unidade 6 143

gestao_da_informacao.indb 143 16/7/2007 16:47:35


Universidade do Sul de Santa Catarina

A americana EMC, que desembarcou no Brasil em 1996, fechou


2000 com vendas de US$ 200 milhões. Tornou-se a sexta maior
subsidiária do grupo e poderá até se candidatar para receber uma
fábrica. Apesar do trabalho de evangelização da indústria, poucas
empresas brasileiras possuem uma política eficaz. ‘A maioria copia
os arquivos em fitas magnéticas, que são guardadas no mesmo
local’, diz o gerente de tecnologia de backup da EMC, Ko Lam Ng.

Na estratégia de segurança evidenciada nesse caso, a infra-


estrutura física do hardware não pôde ser mantida em segurança,
mas as informações que garantem o negócio das organizações
citadas foram preservadas graças às medidas preventivas e
corretivas para a segurança de dados.

Entretanto, nem todas as empresas que trabalhavam no World


Trade Center tiveram a mesma sorte. Várias pequenas empresas
não tinham um plano para desastres. Algumas não dispunham
sequer de cópias de segurança. A empresa chinesa Jan He Law,
que operava no 77º andar, perdeu todos os dados de clientes, que
estavam armazenados nos computadores que se foram. A empresa
não pôde nem entrar em contato com seus clientes, pois todos os
números de telefones de clientes estavam nos arquivos perdidos
[25].

Para refletir
O caso do WTC apresenta a situação de empresas
de grande porte, que investem grandes somas de
recursos na implementação de medidas de segurança.
E as pequenas e médias empresas? O que podem
fazer? Será que essas possuem recursos suficientes
para investir em segurança?

144

gestao_da_informacao.indb 144 16/7/2007 16:47:35


Gestão da Informação

SEÇÃO 4 – Quem é o responsável pela segurança dos


sistemas de informação?
Todos os indivíduos envolvidos com o fluxo das informações são
co-responsáveis por sua segurança, sejam eles colaboradores da
própria organização ou agentes externos que interagem com seus
sistemas. Entretanto, seu grau de responsabilidade é variável e
depende do grau de envolvimento com o sistema.

Aos profissionais de informática cabe o estabelecimento e a


implementação de controles especializados, que demandam
o conhecimento profundo da infra-estrutura de TI e da
implementação de sistemas de informação. Estão
envolvidos na segurança especialistas em redes,
analistas de sistemas, auditores de sistemas,
administradores de bancos de dados, os gestores de
projetos e o gestor de TI da organização.

Estes profissionais devem garantir que haja um


processo de construção e manutenção da segurança dos
sistemas de informação. Devem cuidar para que uma
política de segurança seja implementada, divulgada e esteja
de acordo com as necessidades e a capacidade da organização de
investir nela.

Com freqüência, a implementação de uma política de segurança


envolve mudanças culturais e comportamentais, o que muitas
vezes é obstáculo significativo nessa tarefa. O apoio da alta
administração é de significativa importância para que essa
mudança ocorra.

Os usuários finais (não técnicos) devem também contribuir com


sua parcela de cuidados e atenção para a segurança, zelando
pelo cumprimento das políticas adotadas pela organização. De
nada adiantam sofisticadas tecnologias para o controle se todos
os indivíduos envolvidos com a manipulação da informação
não estiverem comprometidos em garantir sua segurança. Um
usuário que não cuida adequadamente de sua senha, por exemplo,
pode colocar a perder a mais sofisticada tecnologia. Portanto,
uma política de segurança bem sucedida depende certamente de
usuários bem treinados e comprometidos com ela.

Unidade 6 145

gestao_da_informacao.indb 145 16/7/2007 16:47:35


Universidade do Sul de Santa Catarina

SEÇÃO 5 – A ética e os sistemas de informação


A essa altura deve estar claro a você que os sistemas de
informação podem ser ferramentas poderosas para a gestão das
organizações. Por outro lado, os sistemas são também alvo de
ataques e se não forem seguros poderão gerar inúmeros problemas
às organizações.

Assim como os demais recursos organizacionais, os sistemas de


informação envolvem questões éticas significativas. O potencial
das tecnologias e sistemas de informação podem ser usados para
gerar danos e prejuízos a indivíduos ou organizações. Diversas
práticas anti-éticas podem estar baseadas em tecnologias e
sistemas de informação, como a disseminação de informações
indevidas, a pornografia pela internet, o roubo de informações,
a venda de informações privativas, fraudes e até mesmo o uso da
rede para a organização de crimes fora do ambiente virtual.

Uma das questões éticas mais sérias é a violação


da privacidade do indivíduo. Os bancos de dados
de informações que uma organização tem de seus
clientes, se forem indevidamente compartilhados com
outras organizações ou indivíduos, pode provocar
invasão de privacidade.

Quando um supermercado registra cada uma de suas compras


e compartilha essas informações com fabricantes ambiciosos,
práticas de vendas manipulativas podem ser desenvolvidas.
Quando a empresa Lotus, gigante do ramo de tecnologia,
anunciou a disponibilidade de seu banco de dados sobre
domicílios para qualquer computador ligado à internet, recebeu
mais de 30 mil reclamações de pessoas descontentes solicitando a
exclusão de seu nome desse banco de dados. [30].

Na internet, com freqüência seus usuários desfrutam da sensação


de anonimato, mas na realidade, eles podem ser visíveis. Toda vez
que um usuário visita um site, suas informações pessoais poderão
ser expostas e com isso suas preferências poderão ser rastreadas.

O programa de navegação na internet (browser) disponibiliza uma


série de informações de seu computador, como o hardware, o
sistema operacional, softwares instalados e, em alguns casos, até
o seu endereço de e-mail. Estas informações podem ser utilizadas

146

gestao_da_informacao.indb 146 16/7/2007 16:47:35


Gestão da Informação

por alguém mal intencionado, por exemplo, para tentar explorar


uma possível vulnerabilidade em seu computador. Na grande
maioria dos navegadores é possível desligar esse recurso. Para
isso deve-se desabilitar o recebimento de cookies (o mecanismo
que permite gravar suas informações), exceto para sites confiáveis
onde sejam realmente necessários.

Situação parecida ocorre em relação aos e-mails, que dão a


falsa idéia de que são correspondências privadas. Na verdade
seu conteúdo pode ser lido facilmente por qualquer um que
conseguir acesso ao computador onde estão armazenados. Antes
do usuário recuperar suas mensagens, elas ficam armazenadas
em computadores intermediários (normalmente servidores
dos provedores ou da própria organização) e poderão ser lidos
por qualquer um que tiver acesso a eles. Enquanto os e-mails
estiverem em trânsito, existe também a possibilidade de serem
lidos por alguma pessoa conectada à Internet que saiba como
acessá-los [29].

Há organizações que monitoram o e-mail de seus funcionários


para evitar seu uso indevido. Na medida em que este é
considerado uma ferramenta de trabalho provida pela própria
organização, muitas organizações entendem que têm o direito
de monitorá-los. Por outro lado, há também a possibilidade de
um monitoramento invasivo que cerceie demais o individuo. Não
há unanimidade sobre o assunto, mas já há casos tramitados na
justiça em que as organizações obtiveram direito a monitorar e-
mails. A notícia a seguir ilustra bem esta questão e suas possíveis
conseqüências.

Justiça permite que empresas monitorem e-mails de


funcionários
Adaptado da Folha Online - http://www1.folha.uol.com.br/folha/
dinheiro/ult91u96305.shtml

em 06/05/2005

O TST (Tribunal Superior do Trabalho, a instância final


da Justiça trabalhista brasileira), reconheceu o direito do
empregador de obter provas com o rastreamento do e-mail
de trabalho do empregado para demiti-lo com justa causa.

Unidade 6 147

gestao_da_informacao.indb 147 16/7/2007 16:47:36


Universidade do Sul de Santa Catarina

O procedimento foi adotado pelo HSBC Seguros Brasil S.A. depois


de tomar conhecimento da utilização, por um funcionário de
Brasília, do correio eletrônico corporativo para envio de fotos de
mulheres nuas aos colegas.
Em julgamento de um tema inédito, o TST decidiu que não houve
violação à intimidade e à privacidade do empregado e que a prova
obtida dessa forma é legal.
Segundo o relator do processo no TST, ministro João Oreste
Dalazen, o empregador pode exercer “de forma moderada,
generalizada e impessoal” o controle sobre as mensagens enviadas
e recebidas pela caixa de e-mail por ele fornecidas, estritamente
com a finalidade de evitar abusos à medida em que o e-mail pode
causar prejuízos à empresa.
Esse meio eletrônico fornecido pela empresa, afirmou ele, tem
natureza jurídica equivalente a uma ferramenta de trabalho.
Dessa forma, a não ser que o empregador consinta que haja outra
utilização, destina-se ao uso estritamente profissional.
Dalazen enfatizou que o correio eletrônico da empresa não pode
servir para fins estritamente pessoais, para o empregado provocar
prejuízo ao empregador com o envio de fotos pornográficas, por
meio do computador e provedor também fornecidos pela empresa.
Demitido em maio de 2000, o funcionário obteve, em sentença
de primeira instância, a anulação da justa causa em sua demissão
porque seu e-mail não podia ser violado com base na Constituição.
Entretanto, o Tribunal Regional do Trabalho do Distrito Federal e
Tocantins (10ª Região) aceitou recuso do HSBC Seguros e julgou
lícita a prova obtida com a investigação feita no e-mail.
De acordo com o TRT, a empresa poderia rastrear todos os
endereços eletrônicos “porque não haveria qualquer intimidade a
ser preservada, posto que o e-mail não poderia ser utilizado para
fins particulares”.
No voto em que propõe a rejeição do recurso do ex-funcionário,
o ministro do TST esclareceu que a senha pessoal fornecida pela
empresa ao empregado para o acesso de sua caixa de e-mail “não é
uma forma de proteção para evitar que o empregador tenha acesso
ao conteúdo das mensagens”.
O ministro afirmou também que a senha serve para proteger o
próprio empregador para evitar que terceiros tenham acesso às
informações da empresa, muitas vezes confidenciais, trocadas
pelo correio eletrônico. O relator admitiu, no entanto, a “utilização
comedida” do correio eletrônico para fins particulares desde que
sejam observados “a moral e os bons costumes”.

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gestao_da_informacao.indb 148 16/7/2007 16:47:36


Gestão da Informação

Pela ausência de norma específica a respeito da utilização do


e-mail de trabalho no Brasil, o relator recorreu a exemplos
de casos ocorridos em outros país. No Reino Unido, país que
mais teria evoluído nessa área, desde 2000 os empregadores
estão autorizados a monitorar os e-mails e telefonemas de
seus empregados.
A Suprema Corte dos Estados Unidos reconheceu que os
empregados têm direito à privacidade no ambiente de
trabalho, mas não de forma absoluta. A tendência dos
tribunais norte-americanos seria a de considerar que em
relação ao e-mail fornecido pelo empregador não há
expectativa de privacidade.
Dalazen enfatizou que os direitos do cidadão à privacidade
e ao sigilo de correspondência, constitucionalmente
assegurados, dizem respeito apenas à comunicação
estritamente pessoal. No caso do e-mail corporativo, concluiu,
é cedido ao empregador o poder de exercer controle do
conteúdo das mensagens que trafegam pelo seu sistema de
informática.

Este caso mostra a necessidade de fazer um uso consciente dos


sistemas informatizados. Todo indivíduo que usa ou gerencia
sistemas de informação deve ter plena consciência de suas
implicações éticas, devendo adotar postura de respeito e zelar
pela proteção dos indivíduos e das organizações. Práticas
comerciais anti-éticas devem também ser coibidas por qualquer
organização.

Unidade 6 149

gestao_da_informacao.indb 149 16/7/2007 16:47:36


Universidade do Sul de Santa Catarina

Atividades de auto-avaliação
Agora que você terminou a leitura desta unidade, resolva as atividades.

1. Associe as colunas. ( ) Registro incorreto das notas de


alunos por uma escola.
(a) Quebra de confidencialidade
( ) Saldo da conta bancária não
(b) Quebra de integridade pode ser consultado porque a
(c) Quebra de disponibilidade página da internet do banco
está fora do ar.
( ) Informações de sua
declaração de Imposto de
Renda divulgadas sem o seu
consentimento.

2. Com relação à segurança de um sistema de informações disponível a


todos os usuários da rede de uma empresa, relacione cinco medidas
úteis para minimizar as vulnerabilidades do sistema. Para cada uma das
medidas informe se é preventiva, corretiva ou para detecção de ameaça.

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gestao_da_informacao.indb 150 16/7/2007 16:47:36


Gestão da Informação

3. Sobre o caso apresentado nesta unidade sobre os bancos no World


Trade Center, responda as questões a seguir.
a) O acidente provocou a violação de:
( ) confidencialidade ( ) integridade ( ) disponibilidade
b) O tipo de vulnerabilidade caracterizado no acidente é:
( ) Natural ( ) Involuntário ( ) Voluntário
4. Assinale as opções que indicam a origem das ameaças que tornaram
vulneráveis os sistemas de informação naquele acidente.
( ) Físicas ( ) Naturais ( ) De hardware
( ) De software ( ) De mídia ( ) De comunicação
( ) Humanas
5. Os sistemas de informação podem servir como ferramenta para
proteção das informações? Ou podem ser ferramenta para sua violação?
Ou ainda, podem ser os dois? Reflita sobre essas questões e escreva seu
parecer sobre elas de modo a esclarecê-las.

Unidade 6 151

gestao_da_informacao.indb 151 16/7/2007 16:47:36


Universidade do Sul de Santa Catarina

6. Relacione pelo menos três problemas que uma organização pode ter
no desenvolvimento de seu negócio se não possuir mecanismos de
segurança para seus sistemas de informação.

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gestao_da_informacao.indb 152 16/7/2007 16:47:36


Gestão da Informação

Síntese
Nesta unidade você teve a oportunidade de compreender
a vulnerabilidade dos sistemas de informação e os tipos
de medidas que contribuem para a redução dos problemas
decorrentes da falta segurança.

Este tema é de relevante importância para as organizações


que têm na informação um recurso estratégico para sua
gestão. Assim, você pôde observar que a responsabilidade pela
segurança das informações está distribuída entre todos os seus
usuários que integram o processo de gestão empresarial.

Aos profissionais da área de TI cabe a construção de estratégias


de segurança adequadas às necessidades da organização bem
como à capacidade da organização em investir nela. Os usuários
dos sistemas de informação, por sua vez, tem também um
importante papel na garantia da segurança.

Esperamos que os objetivos tenham sido alcançados e que o


aprendizado nesta unidade tenha lhe possibilitado incorporar
melhores práticas de segurança das informações com as quais
você lida, sejam elas para uso profissional ou pessoal.

Saiba mais
Se você ficou interessado em conhecer mais detalhes sobre os
conteúdos desta unidade, sugerimos:

Sobre a gestão da segurança na internet consulte <http://www.


nbso.nic.br/, http://www.rnp.br/cais/ ou http://www.cert.br>.

Para manter-se informado sobre as notícias de ataques,


vulnerabilidades e também soluções de segurança para
computadores e redes acesse periódicos on-line como o <www.
idgnow.com.br>. Entretanto, leia esse tipo de periódico com
senso crítico, pois como a maioria deles é patrocinado por
fornecedores eles podem ser tendenciosos.

Unidade 6 153

gestao_da_informacao.indb 153 16/7/2007 16:47:36


7
UNIDADE 7

Tendências em sistemas
de informação

Objetivos de aprendizagem
„ Após acompanhar esta unidade você terá subsídios
para identificar e compreender tendências tecnológicas
relacionadas aos sistemas de informação.

Seções de estudo
Seção 1 É possível estabelecer tendências para o futuro?

Seção 2 Terceirização em informática.

Seção 3 Comércio eletrônico.

Seção 4 Mobilidade e comunicação sem fio.

Seção 5 Como lidar com as tendências?

gestao_da_informacao.indb 155 16/7/2007 16:47:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Desde a antiguidade o homem deseja saber o seu futuro, saber o
que os tempos vindouros lhe reservam. Nas organizações isso é
também verdadeiro. Que organização não desejaria saber de seus
destinos, das tendências de mercado, da aceitação futura de seus
produtos e serviços?

Bem, para esta unidade final, vamos polir nossa bola de cristal
e abordar as tendências de futuro relacionadas aos sistemas de
informação. Isso nada a tem a ver com bruxarias, oráculos ou
Nostradamus. Estaremos sim abordando tendências relacionadas
aos estudos científicos que podem nos ajudar a lidar com o futuro
das tecnologias.

Afinal que tecnologias estarão conosco no futuro? Será que


podemos prever isso?

Siga em frente para conferir a resposta a essas e outras perguntas.

SEÇÃO 1 – É possível estabelecer tendências para o


futuro?
- Você acredita ser possível prever o futuro das tecnologias?
Não faltam hoje artigos em revistas e jornais que falam
sobre nossas perspectivas de futuro. Diversos também são os
pesquisadores que dedicam seu tempo à análise de tendências
de futuro. Tanta energia despendida neste assunto revela a
importância dele, mas sobretudo o desejo dos homens de
dominar e prever seu futuro.

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gestao_da_informacao.indb 156 16/7/2007 16:47:37


Gestão da Informação

Antes de continuar, observe as frases a seguir. São casos de


previsões feitos no passado:

„ “A televisão não dará certo. „ “Máquinas mais


As pessoas terão que ficar pesadas do que o ar são
olhando sua tela, e a família impossíveis.”
americana média não tem
(Lord Kelvin - British Royal Society of
tempo para isso.” Science, 1900)
(The New York Times, 1939)

„ “Broca para petróleo? Você


„ “O avião é um invento quer dizer: furar o chão
interessante, mas não vejo nele para encontrar petróleo?
qualquer utilidade militar.” Você está louco!”
(Marechal e Prof. Estratégia na Escola. (Operários que Edwin L. Drake
Superior de Guerra da França, 1911) tentou contratar para seu projeto de
prospecção de petróleo em 1859)

- O que estas frases podem ensinar? Será que é possível prever o


futuro ou serão cometidos os mesmos erros dos autores das frases
anteriores?
Bem, estas frases têm muito a ensinar, sem dúvida. Entre
outras coisas, elas mostram que nem sempre é possível enxergar
o potencial de uma tecnologia e o seu impacto sobre a vida
humana. Por outro lado, não há como fazer previsões de
futuro. Afinal, há muitas outras previsões que se concretizaram.
Autores como Naisbitt, Tapscott e Tofler fizeram considerações
significativas sobre o futuro, que tem sido excelentes guias para as
ações empresariais ou individuais.

Assim sendo, acreditamos que é possível projetar tendências


que indicam possíveis caminhos de futuro, mas que estas devem
ser feitas com cuidado e estudo. A postura de incredulidade ou
resistência sem fundamentos claros, não parece ser a melhor
postura a ser adotada.

Assim, no campo do conhecimento relacionado às tecnologias e


sistemas de informação pode-se identificar tendências, algumas
destacadas as seguir [31]:

Unidade 7 157

gestao_da_informacao.indb 157 16/7/2007 16:47:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

„ a crescente disseminação dos computadores nas


organizações;
„ crescente convergência da computação com as
telecomunicações;
„ crescente automação do trabalho individual e coletivo;
„ a convergência entre a mídia, computadores e redes de
telecomunicações;
„ maior agregação de valor proporcionado pelas tecnologias
da informação;
„ difusão e adoção de padrões tecnológicos globais.

Num cenário de transformações organizacionais, a busca cada


vez mais intensa pela vantagem competitiva demanda a tradução
de dados e informações em conhecimento. Este fato nos permite
identificar como tendência a aplicação cada vez maior do uso das
tecnologias da informação para dar suporte às ações empresariais.

A seguir serão exploradas algumas tendências que, ao que tudo


indica, vieram para influenciar por um bom tempo nossas vidas e
o trabalho das organizações.

SEÇÃO 2 – Terceirização em Informática


A terceirização é uma prática empresarial que vem sendo
empregada em larga escala pelas organizações de todo o mundo.
Sem dúvida há uma tendência de forte manutenção dessa prática
em virtude do grau de especialização crescente de certos serviços,
entre eles, os serviços relacionados aos sistemas de informação.

No início do uso dos computadores, quando eles eram caríssimos


e de difícil acesso, as organizações contratavam empresas
terceirizadas para processarem os seus dados. Eram os chamados
bureaus de serviços, para o quais se entregavam documentos e
estes devolviam os relatórios com os dados processados. Com

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gestao_da_informacao.indb 158 16/7/2007 16:47:37


Gestão da Informação

o barateamento dos computadores esse tipo de terceirização


diminuiu significativamente, pois as organizações passaram a
ter suas próprias estruturas tecnológicas e a assumir a tarefa de
digitar e processar seus próprios dados.

Entretanto, novas necessidades surgiram. Cresceu a demanda


por manutenções de hardware, de desenvolvimento de novos
softwares e de outros serviços como armazenamento de dados
e provimento de acesso à internet. A maioria das organizações
não tem condições de assumir para si a sustentação completa de
estruturas internas para atender a essas e outras necessidades.

Esse é o contexto favorável para a terceirização de produtos e


serviços na área de informática. Empresas especializadas vêm
crescendo e se desenvolvendo na prestação de serviços a outras
organizações que não têm a informática como uma atividade-
fim. Por isso, é necessário compreender a relação de dependência
existente entre eles e de se desenvolver práticas administrativas
que garantam o sucesso das operações relacionadas aos sistemas
de informação.

Ao adotar tecnologias da informação as organizações precisam


portanto decidir que estratégia adotar para estabelecer sua infra-
estrutura de tecnologia de informação (TI). Uma das atividades
que mais demanda serviços terceirizados é o desenvolvimento dos
sistemas de informação.

- Deve a organização desenvolver seu próprio software ou deve


contratá-lo de um fornecedor especializado?

A resposta a esta pergunta dependerá do contexto da


organização. Há casos em que pode ser conveniente manter
dentro da organização a competência (e as equipes) de
desenvolvimento de software, sobretudo se esta for uma atividade
estratégica para o negócio. Em outros casos isso pode se revelar
uma estratégia muito cara e portanto desvantajosa.

No quadro a seguir são destacadas as vantagens e desvantagens


para três diferentes estratégias de desenvolvimento de software.

Unidade 7 159

gestao_da_informacao.indb 159 16/7/2007 16:47:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Estratégia Vantagens Desvantagens


„ Aumentar as „ Alto custo de
possibilidades e manutenção da equipe
garantias de que os pré- especializada;
requisitos do sistema „ Dificuldade de
Desenvolvimento serão atendidos; acompanhamento da
de software „ Facilitar a manutenção evolução tecnológica
próprio e atualização do na área;
sistema a qualquer „ Dificuldade na
instante, visando o substituição de
acompanhamento da membros da equipe de
dinâmica da empresa. desenvolvimento.
„ Economia „ Vulnerabilidade
(transformação de custos de informações
fixos em variáveis); estratégicas;
„ Qualidade do serviço „ Dependência de
(especificações mais fornecedores externos
Terceirização detalhadas); (especialmente em
do serviço de atualização tecnológica
„ Previsibilidade (redução
desenvolvimento e inovação).
da incerteza de custo/
tempo);
„ Liberação de recursos
humanos internos para
outros projetos.
„ Redução do trabalho de „ Pode não atender
projeto, programação, requerimentos próprios
instalação e da empresa;
manutenção; „ A customização
Uso de Pacotes „ Ganho de tempo e aumenta o gasto do
Observe que definimos dinheiro; desenvolvimento.
o que é um pacote de „ Redução de recursos
software na Unidade 3 internos em sistemas de
deste livro. informação.

É muito comum que a organização opte por uma estratégia


mista, ou seja, para alguns sistemas a organização pode optar por
desenvolver seu próprio software e em outras optar por adquirir
pacotes já desenvolvidos ou ainda, por contratar um fornecedor
externo.

Recomenda-se que a decisão sobre o que terceirizar e o que


não terceirizar contemple a visão dos técnicos de informática,
dos usuários e da administração do negócio. Estes três agentes,
juntos, deverão ponderar sobre a melhor estratégia.

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Gestão da Informação

Além do desenvolvimento de sistemas, outras


atividades de informática podem ser terceirizadas?

Sem dúvida! Podem ser também terceirizados serviços de


manutenção, provedor de e-mails e páginas web e até mesmo de
processamento e armazenamento de dados. Este último é um
serviço de datacenter.

Um datacenter é um serviço de processamento e armazenamento


de dados em larga escala baseado em uma infra-estrutura de
hardware e telecomunicações que está fora das instalações físicas
da organização usuária. Esse serviço é prestado por empresas
especializadas que além de processar dados e armazená-los ainda
garantem alto padrão de segurança aos dados e atualização
constante da infra-estrutura de hardware. Uma organização que
faz uso de um datacenter tem seus sistemas armazenados fora de
suas instalações e necessita apenas de pequenos computadores
locais para fazer acesso (via telecomunicações) aos seus sistemas.

Mas fique atento, ao terceirizar os serviços em TI


pode-se criar uma relação de dependência entre o
fornecedor do serviço (o contratado) e a empresa
contratante que necessita dele.

A decisão sobre a estratégia a ser adotada deve levar em conta


aspectos técnicos e financeiros, mas também a estratégia do
próprio negócio. Quanto mais estratégico for um sistema de
informações para o negócio mais delicada será a terceirização
de um serviço a ele associado. A regra geral é que quanto mais
crítica for a atividade mais cuidado e controle se deve ter sobre
sua execução quando ela for terceirizada.

Bem, existem outros tipos de serviços especializados que podem


ser terceirizados. A tendência é que novos tipos de serviços
ainda surjam futuramente. Mesmo que a organização opte
por terceirizar é preciso ter indivíduos com competência para
contratar e gerenciar os contratos de terceirização relacionados à
informática. É um risco demasiado alto entregar a um fornecedor
externo toda a inteligência e domínio sobre as ferramentas
informatizadas das quais a organização depende.

Unidade 7 161

gestao_da_informacao.indb 161 16/7/2007 16:47:38


Universidade do Sul de Santa Catarina

SEÇÃO 3 – Comércio eletrônico


O comércio eletrônico pode ser considerado uma das inovações
que mais tem afetado o mundo dos negócios, trazendo inúmeras
oportunidades para que as empresas expandam seus limites com
baixo custo, aumentem sua fatia no mercado e reduzam seus
custos. Ao mesmo tempo, é uma força competitiva nova que se
instala, provocando dificuldades àquelas organizações que não
desenvolvem atividades neste sentido.

O impacto do comércio eletrônico sobre as aquisições, compras,


colaboração comercial, atendimento ao cliente e prestação
de diversos serviços é tão profundo, que vem afetando
praticamente todas as organizações. São mudanças em todas
as áreas funcionais das empresas e suas tarefas importantes,
desde a publicidade até o pagamento de contas. A natureza
da concorrência também vem sofrendo transformação devido
à expansão das empresas online, de novos modelos comerciais
e à diversidade de produtos e serviços relativos ao comércio
eletrônico.

Comércio eletrônico é qualquer forma de transação de


negócio na qual as partes interagem eletronicamente,
ao invés do contato físico direto.

O comércio eletrônico, ou e-commerce, abrange a compra, venda


e troca de produtos, serviços e informações por intermédio de
redes de computadores, principalmente a Internet.

O comércio eletrônico possibilita que as empresas sejam


mais eficientes e flexíveis em suas operações internas, para
trabalhar mais próximo de seus fornecedores, e ser mais ágil
às necessidades e expectativas de seus clientes. Ele permite
selecionar os melhores fornecedores sem se preocupar com suas
localizações geográficas e vender em um mercado global.

Apesar do nome “comércio eletrônico” referir-se a questões


comerciais, essa denominação envolve também categorias de
serviços governamentais.

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gestao_da_informacao.indb 162 16/7/2007 16:47:38


Gestão da Informação

Quais as categorias de comércio eletrônico ?

Temos basicamente quatro tipos de categorias de comércio


eletrônico:

„ Negócio-a-Negócio
„ Negócio-a-Consumidor
„ Negócio-a-Governo
„ Governo-a-Consumidor

A categoria Negócio-a-Negócio (B2B – Business-to-Business)


envolve transações em que tanto compradores quanto vendedores
são empresas. Um exemplo seria uma empresa que usa uma
rede para solicitar aos seus fornecedores, receber pedidos e fazer
pagamentos.

No comércio Negócio-a-Consumidor (B2C – Business-to-


Consumers) os vendedores são empresas e os compradores são
indivíduos. Esta categoria tem tido um crescimento enorme com
o advento da Web. Existem lojas e shoppings eletrônicos por toda
internet oferecendo de tudo, desde bolos e vinhos a computadores
e carros.

A categoria Negócio-a-Governo (B2G – Business-to-Govern)


cobre todas as transações entre empresas e organizações
governamentais. Esta categoria vem expandindo-se rapidamente.
Hoje já é possível cadastrar-se como fornecedor de certos
produtos ao governo via internet e todo o processo de compras
ocorrer de forma eletrônica.

A categoria Governo-a-Consumidor (G2C – Govermment-to-


Citizen) também está em crescimento. No Brasil, temos alguns
exemplos: a Receita Federal, Detran, Ministério do Trabalho,
Correios, entre outros. Essa categoria contempla os serviços
prestados pelo governo ao cidadão comum.

São muitas as vantagens do comercio eletrônico para as empresas


e para os consumidores. Vejamos!

Unidade 7 163

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Quais os benefícios do comércio eletrônico? [37]

As principais vantagens do comércio eletrônico para os


fornecedores são:

„ Possibilidade de atingir um número muito grande de


clientes, em qualquer parte do mundo, com um mínimo
dispêndio de capital e baixo custo operacional;
„ Adquirir materiais e serviços de outras empresas
rapidamente e a menor custo;
„ Redução ou eliminação de canais de distribuição
(marketing e vendas diretas), tornando os produtos mais
baratos e aumentando o lucro dos fornecedores;
„ Redução dos custos de criação, processamento,
distribuição, armazenamento e recuperação de
informações ao digitalizar o processo;
„ Redução de estoques e despesas administrativas, pois
facilita os procedimentos para uma cadeia de suprimentos
possibilitando ainda a personalização do produto;
„ Redução dos custos de telecomunicação pois a Internet é
mais barata que as redes de valor agregado;
„ Permite que pequenas empresas concorram com as
grandes empresas;
„ A publicidade tem condições de utilizar multimídias, ser
constantemente atualizada, atingir grandes massas e ser
personalizada.
Os principais benefícios do comércio eletrônico para os clientes,
são:

„ Proporciona, de maneira geral, a aquisição de produtos e


serviços mais baratos, pois permite que os clientes façam
comparações rápidas (online) de preços;
„ Oferece mais escolhas aos consumidores, já que tem a
opção de fazer suas opções entre um número maior de
fornecedores e produtos;

164

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Gestão da Informação

„ Permite aos clientes comprar ou fazer outras transações


24 horas por dia, em praticamente qualquer local;
„ Permite aos clientes obter produtos personalizados a
preços competitivos;
„ Possibilita a participação em leilões virtuais;
„ Permite aos consumidores interagir em comunidades
eletrônicas, trocar idéias e comparar experiências.
Existem incontáveis aplicações potenciais do comércio eletrônico
no âmbito de transações entre empresas e clientes pessoa física
(B2C). Este é um mercado em expansão.

Também nas aplicações que envolvem agências e órgãos


governamentais há muitas novidades. Há iniciativas no sentido
de desburocratizar o atendimento ao cidadão com o oferecimento
de serviços públicos pela internet tais como acompanhamento
de processos judiciais, registro de ocorrências, solicitação de
documentos, declaração de imposto de renda, etc.

Ao que tudo indica, as transações eletrônicas são uma forte


tendência em sistemas de informação e novas aplicações devem
surgir com a crescente adoção das tecnologias da informação
pelas organizações e indivíduos.

SEÇÃO 4 – Mobilidade e comunicação sem fio


O desenvolvimento tecnológico de fabricação de circuitos
integrados tem possibilitado a produção de dispositivos
computacionais móveis e portáteis de fácil utilização. Estes
dispositivos apresentam uso crescente e indicam a tendência de
mobilidade no uso de tecnologias da informação.

Esse novo paradigma tecnológico afeta a forma como se trabalha,


nos comunicamos, nos divertimos, estudamos e o que fazermos
quando estamos em movimento ou não desejamos ficar “presos” a
uma infra-estrutura fi xa de comunicação de dados. [32]

Unidade 7 165

gestao_da_informacao.indb 165 16/7/2007 16:47:39


Universidade do Sul de Santa Catarina

Os dispositivos móveis mais comuns são os laptops, palmtops,


PDA´s e telefones celulares. (Esses dispositivos já foram descritos
na Unidade 3, Seção 1).

Os palmtops, PDAs e celulares tendem a ser usados em situações


que envolvem intensa mobilidade, efetivamente fazendo uso de
uma infra-estrutura de comunicação sem fio e sem dependerem
de energia de tomada. (O termo wireless, do inglês “sem fio”, é
bastante usado para referir-se aos dispositivos móveis e sem fio).

Os dispositivos móveis são capazes de executar diversos tipos de


programas como acesso à -e-mail, navegação na Web, agendas,
calendários, jogos, editores de texto e muitos outros tipos de
aplicações para as quais possam ser programados. Além disso,
alguns possuem funcionalidades como interface com GPS
(Sistema de Posicionamento Global - Global Positioning System),
tocadores de áudio (MP3), câmeras fotográficas digitais e placas
de comunicação sem fio que facilitam a comunicação entre
diferentes tipos de dispositivos e infra-estruturas de comunicação
[32]. A tendência é que dispositivos móveis passem a ser
integrados aos objetos de uso freqüente no nosso dia a dia.

Figura 7.1: Dispositivos computacionais móveis.

Esses dispositivos são, portanto, pequenos computadores, com


capacidade de realizar funções de coleta de dados, comunicação
com outros computadores ou dispositivos, troca de mensagens,
consultas a dados na Web, leitura de documentos eletrônicos,
etc. Essas características permitem que os dispositivos sejam
elementos que interajam diretamente com os sistemas de
informação das organizações.

166

gestao_da_informacao.indb 166 16/7/2007 16:47:39


Gestão da Informação

Veja a seguir um artigo que apresenta o potencial da computação


móvel para os negócios.

O mercado desses dispositivos é crescente e muitas organizações


estão incorporando estes dispositivos em suas atividades. Muitas
delas conseguindo obter ganhos significativos em seus negócios.

Há hoje um contexto favorável a disseminação dos dispositivos


móveis. A popularização da internet, o incremento da infra-
estrutura de comunicação de dados e voz no país e no mundo,
o desenvolvimento crescente de softwares e soluções para uso
pessoal ou empresarial e o amadurecimento de padrões de
comunicação em nível global [32].

Por outro lado, há também limitações que necessitam


ser superadas, como os problemas de segurança.

O uso de dispositivos móveis nos negócios gera a


necessidade de armazenamento de dados em grande
escala, fora da própria organização proprietária da
informação e um intenso tráfego das mesmas por
redes sem fio. Assim, se a mobilidade traz grandes possibilidades
de acesso à informação, também a violação, intencional ou
involuntária, deste importante ativo organizacional poderá ser
facilitada. Neste sentido, a evolução desta tecnologia e seu uso
empresarial dependerá em grande parte do nível de segurança
que esta poderá proporcionar.

SEÇÃO 5 - Como lidar com as tendências?


Muitas outras tendências podem ser observadas em nosso meio.
Porém, mais importante que saber detalhadamente todas elas, é
saber como se posicionar diante delas.

Quando uma tecnologia se dissemina em larga escala, deixa


de ser uma mera tendência e passa a incorporar o conjunto de
soluções tecnológicas consagradas e amplamente utilizadas por
diversas organizações. Algumas tecnologias, inclusive, acabam
por se tornar comodities, sem as quais se torna praticamente
impossível estabelecer um negócio.

Unidade 7 167

gestao_da_informacao.indb 167 16/7/2007 16:47:39


Universidade do Sul de Santa Catarina

Este é o exemplo da tecnologia de redes, que no


passado foi uma tendência , e hoje é indispensável
para qualquer organização que deseja fazer uso de
sistemas informatizados.

Por outro lado, é também fundamental tomar cuidado com os


altos riscos relacionados aos investimentos em tecnologias ainda
não amadurecidas (este é o risco inerente à qualquer tipo de
inovação, tecnológica ou não.) Outro cuidado que se deve tomar
é não se deixar levar por modismos. Os interesses econômicos
de fornecedores e os altos valores que podem estar associados
em vendas de serviços e produtos relacionados à tecnologia da
informação requerem uma postura bastante crítica por parte
daqueles que decidirão pela seleção de tecnologias a serem
adotadas nas organizações.

Muitos erros têm sido cometidos pelas organizações na adoção


de novas tecnologias por estarem baseados em modismos. Não
são raros os casos em que organizações adotaram tecnologias,
simplesmente porque há uma aparente tendência no mercado
que valoriza aquela tecnologia, ou por que seus concorrentes
divulgam que usam aquela tecnologia. A avaliação das tendências
deve estar associada à real necessidade da organização e à
avaliação criteriosa dos benefícios que podem ser auferidos com a
adoção da nova tecnologia.

Por fim, se você está interessado em manter-se atualizado sobre


tendências em tecnologia da informação e deseja promover seu
uso estratégico nas organizações, sugerimos que acompanhe
periódicos especializados sobre o assunto. No decorrer deste
material há várias sugestões sobre isso. Observe, no entanto,
que também neste caso é necessário adotar uma postura
crítica em relação aos periódicos, haja vista que muitos são
patrocinados pelos próprios fornecedores de tecnologia e
podem facilmente perder a isenção necessária.

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Gestão da Informação

Síntese

Nesta unidade você teve a oportunidade de estudar sobre


algumas das tendências projetadas para as tecnologias e sistemas
de informação.

Dentre as tendências abordadas destacou-se, a terceirização de


produtos e serviços de informática, o comércio eletrônico e a
mobilidade nas comunicações sem fio. Muitas outras tendências
existem e podem vir a despontar no mercado nos próximos anos.
Para isso recomenda-se atenção às constantes notícias divulgadas
em revistas e periódicos.

Por fim, foram sugeridas algumas posturas consideradas


adequadas e seguras para lidar com as tendências tecnológicas
diante de um contexto de rápidas transformações.

Assim buscou-se atingir o objetivo inicialmente proposto que foi


identificar e compreender tendências relacionadas às tecnologias e
sistemas de informações.

Atividades de auto-avaliação
1) É possível estabelecer tendências de futuro em tecnologias da
informação? Justifique.

Unidade 7 169

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Universidade do Sul de Santa Catarina

2) Quais são as principais tendências relacionadas à tecnologia da


informação?

3) Deve-se terceirizar atividades consideradas estratégicas?

4) O que é comércio eletrônico e quais suas principais categorias?

5) O que significa a tendência da mobilidade dos sistemas de informação?


Qual seu impacto sobre a gestão das organizações?

170

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Gestão da Informação

6) Que postura é recomendada para lidar com as tendências de futuro? É


possível acreditar nelas ou deve-se ignorá-las para não correr riscos? Ou
ainda, que outra posição pode ser adotada?

Saiba mais

Se você ficou interessado em conhecer mais detalhes sobre os


conteúdos desta unidade, sugerimos:

„ Para manter-se informado sobre as tendências acesse


periódicos on -line como o www.idgnow.com.br e www.
informationweek.com.br. Entretanto, mais uma vez
lembramos que leia este tipo de periódico com senso
crítico, pois como a maioria deles é patrocinada por
fornecedores, eles podem ser parciais.

Unidade 7 171

gestao_da_informacao.indb 171 16/7/2007 16:47:40


Para concluir o estudo

Dizem que a aprendizagem só ocorre quando há


mudança de comportamento, quando há mudança
na forma de perceber a realidade ou quando há o
desenvolvimento de alguma nova habilidade.

Esperamos que a disciplina Gestão da Informação


tenha lhe auxiliado de alguma forma, que você possa
ter ampliado sua visão sobre os sistemas de informação e
melhorado a sua capacidade de contribuir para o seu uso
e sua gestão.

Desejamos que este seja o início de um longo e promissor


caminho de conquistas e realizações profissionais.

Um forte abraço,

Professoras Ana Luísa e Nilce

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Referências

Obs.: durante as unidades você encontra as citações conforme ordem


numérica apresentada a seguir.
[1]. BATISTA, E.O. Sistemas de informação: o uso consciente da
tecnologia para o gerenciamento. São Paulo: Saraiva, 2004.
[2]. BEAL, A. Gestão estratégica da informação: como transformar a
informação e a tecnologia da informação em fatores de crescimento
e de alto desempenho nas organizações. São Paulo: Atlas, 2004.
[3]. BERTALANFFY, L. V. Teoria geral dos sistemas. Petrópolis: Vozes,
1973.
[4]. BIO, S. R. Sistemas de informação: um enfoque gerencial. São
Paulo: Atlas, 1985.
[5]. CAIS – Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança da RNP.
Relatório anual 2003. Disponível em http://www.rnp.br/_arquivo/cais/
relatorio_2003.pdf. Fevereiro, 2004. Fevereiro, 2004.
[6]. CASSARRO, A. Sistemas de informações para tomada de
decisões. São Paulo: Pioneira, 1994.
[7]. CHIAVENATO, I. Administração: teoria , processo e prática. 3. ed.
São Paulo: Makron Books, 2000.
[8]. DAVENPORT, T.H e PRUSAK, L. Ecologia da informação. São
Paulo: Futura, 2000.
[9]. DIAS, D. S. O sistema de informação e a empresa. Rio de Janeiro:
Livros Técnicos e Científicos, 1985.
[10]. EIN-DOR, P. e SEGEV, E. Administração de sistemas de
informação. Rio de Janeiro: Campus, 1983.
[11]. FOINA, P.R. Tecnologia de Informação: planejamento e gestão,
São Paulo: Atlas, 2001.
[12]. GONÇALVES, J.E.L. As empresas são grandes coleções de
processos. RAE Revista de Administração de Empresas. São Paulo,
v. 40, n.1, jan/mar 2000.
[13]. LAUDON.K.C.;LAUDON, J.P. Gerenciamento de Sistemas de
Informação 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001.
[14]. LAUDON.K.C.;LAUDON, J.P. Sistemas de informação com
Internet .4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999

gestao_da_informacao.indb 175 16/7/2007 16:47:40


Universidade do Sul de Santa Catarina

[15]. LAURINDO, F. J. B. e SHIMIZU, T. Estratégia e gestão da tecnologia


da informação nas empresas: um modelo para análise. Anais eletrônicos
do VI SIMPEP, 1999.
[16]. LESCA, H.; ALMEIDA, F. Administração estratégica da informação. Revista
de Administração. São Paulo, v.29, n. 3, p.66-75, julho/setembro, 1994.
[17]. MCGEE, J. V e PRUSAK, L. Gerenciamento estratégico da informação.
Rio de Janeiro: Campus, 1994.
[18]. O´BRIEN, J. A. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na
era da Internet. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
[19]. OLIVEIRA, D. P. R. Sistemas de Informações Gerenciais. São Paulo,
Atlas, 1998.
[20]. REZENDE, D. A.; ABREU, A.F. Tecnologia da informação aplicada
a sistemas de informação empresariais: o papel estratégico da
informação e dos sistemas de informação nas empresas. 2. ed.. São Paulo:
Atlas, 2001.
[21]. SEMOLA, M. Gestão da segurança da informação: uma visão
executiva. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
[22]. SILVA, A., RIBEIRO, A. e RODRIGUES, L. Sistemas de informação na
administração pública. Rio de Janeiro: Revan, 2004.
[23]. STAIR, Ralph M. Princípios de sistemas de informação: uma
abordagem gerencial. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
[24]. TORRES, N. A. Competitividade empresarial com a tecnologia de
informação. São Paulo: Makron Books, 1995.
[25]. TURBAN, E.; RAINER, R. K.; POTTER, R. E. Administração de
tecnologia da informação : teoria e prática. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
Guias on- line disponíveis em www.bookman.com.br.
[26]. VISPICO, A. A. A Internet como canal de venda direta ao
consumidor: estudo do caso GMB. In VI SEMEAD - Seminários em
Administração FEA-USP, 2003, São Paulo. Disponível em www.ead.fea.usp.
br/Semead/6semead/MKT/ 017Mkt – A internet como Canal de Venda.doc.
Capturado em 10/04/2005.
[27]. DRUCKER, P. F. O melhor de Peter Drucker. São Paulo: Nobel, 2002.
[28]. IBICT. A informação: tendências para o novo milênio. Brasília: IBICT, 1999.
[29]. Cartilha de Segurança para Internet. Capturado em 11/06/2005 de
http://www.nbso.nic.br/docs/cartilha/cartilha-01-conceitos.pdf. CERT.br
- Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no
Brasil.
[30]. FITZSIMMONS, James A.; FITZSIMMONS, Mona J. Administração de
serviços : operações, estratégia e tecnologia de informação. 2. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2000.

176

gestao_da_informacao.indb 176 16/7/2007 16:47:41


Gestão da Informação

[31]. BRITO, M. J., Antonialli, L. M. , SANTOS, A. C. Tecnologia da


Informação e Processo Produtivo de Gestão em uma Organização
Cooperativa: Um Enfoque Estratégico. In: Revista de Administração
Contemporânea. Vol. 1, n. 3. Capturado de http://anpad.org.br/rac/vol_01/
dwn/rac-v1-n3-mjb.pdf, em 21/jun/05.
[32]. LOUREIRO, A., SADOK, D., MATEUS, G. e KELNER, M. Comunicação
Sem Fio e Computação Móvel: Tecnologias, Desafios e Oportunidades.
Mini-curso. Congresso Sociedade Brasileira de Computação, 2003,
Campinas. CD-ROM.
[33]. SCHERER, F. L., DIDONET, S. R. e LARA, J. E. Considerações sobre
a utilização de etiquetas inteligentes no varejo. Anais do VII SEMEAD.
Capturado de http://www.ead.fea.usp.br/Semead/7semead/index.htm.
São Paulo, 2004.
[34]. TEIXEIRA, S. R. O que é biometria? Capturado de http://www.
portaldaautomacao.com.br/artigo_010.asp, em 24/06/2005.
[35]. ARBACHE, F. Identificação biométrica vira realidade no Brasil. Jornal
do Commercio. Local :29/março/2004.
[36]. VELLOSO, F. C. Informática: conceitos básicos. 7ª. Ed, Rio de Janeiro:
Campus, 2004.
[37]. TURBAN, E.; MCLEAN, E.; WETHERBE, J. Tecnologia da Informação
para gestão. 3ª. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
[38]. SZAFIR-GOLDSTEIN,C.; SOUZA,C. Tecnologia da Informação aplicada
à Gestão Empresarial: Um Modelo para a Empresa Digital. Anais do VI
SemeAD, 2003.
[39]. FREITAS, H. et al. Informação e decisão: sistemas de apoio e seu
impacto. Porto Alegre: Ortiz, 1997.
[40]. GREENBERG, P. CRM .Customer relationship management na
velocidade da luz: conquista e lealdade de clientes em tempo real na
Internet. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
[41]. FRANCO JR, C. F. E-business: tecnologia da informação e negócios na
Internet. São Paulo: Atlas, 2001.
[42]. LIMEIRA, T. M. V. E-marketing: o marketing na internet com casos
brasileiros. São Paulo: Saraiva, 2003.
[43]. SPHOR, E. M. Avaliação do impacto de tecnologias da informação
emergentes nas empresas. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003.
[44] CERT.br - Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de
Segurança no Brasil. Disponível em http://www.cert.br/stats/incidentes/.
Junho/2007.

177

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Sobre das professoras conteudistas

ANA LUÍSA MÜLBERT é Mestre em Administração


e Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade
Federal de Santa Catarina- UFSC. É pedagoga pela
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.
Professora da Unisul desde 1996, foi coodenadora do
curso de Ciência da Computação, atualmente coordena o
Curso Superior de Tecnologia em Gestão da Tecnologia
da Informação na modalidade a distância. É autora de
diversos livros didáticos e também pesquisadora do
Grupo de Pesquisa em Sistemas Integrados de Gestão
da Unisul. Atuou como analista de sistemas e consultora
em tecnologias e sistemas de informação em empresas de
indústria, comércio e serviços.

NILCE MIRANDA AYRES é Doutoranda e Mestre


em Engenharia de Produção pela Universidade
Federal de Santa Catarina – UFSC, tendo como linha
de pesquisa a Gestão Estratégica da Tecnologia e
Informação. Bacharel em Administração de Empresas e
Tecnóloga em Processamento de Dados pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC/RJ.
Atualmente é responsável pela coordenação dos sistemas
de informação da Empresa de Pesquisa Agropecuária
e Extensão Rural de Santa Catarina – EPAGRI e
professora da UNISUL. É também pesquisadora
do Núcleo de Estudos em Gestão da Informação e
Tecnologia - IGTI da UFSC. Profissional com vivência
de vários anos na área de sistemas de informação, em
empresas nacionais de grande e médio porte, tanto
públicas quanto privadas, exerce atividades nas áreas de
administração de sistemas de informação, administração
de dados, e desenvolvimento de sistemas de informação.
Como professora de nível superior leciona disciplinas nas
áreas de Administração da informática, Bancos de dados,
Informática aplicada, Organização e métodos, e Sistemas
de informação.

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Respostas e comentários das
atividades de auto-avaliação

A seguir ,acompanhe as respostas e os comentários sobre as


atividades de auto-avaliação apresentadas ao longo de cada uma
das unidades desta disciplina.

Unidade 1
1) As 3 características da sociedade da informação são:

„ a informação é um recurso „ há uma demanda cada vez


econômico; maior por meios e serviços de
informação para atender as
„ as pessoas fazem uso cada vez necessidades das organizações
mais intensivo da informação, e dos indivíduos.
Para ilustrar essas 3 características citamos 2 exemplos:

a) Hoje há empresas especializadas em coletar e classificar


informações para vendê-las, sob a forma de mala direta para
outras empresas. (Cuidado com esta prática que, às vezes,
pode ser ilegal.)
b) É comum encontrar pessoas que antes de sair de casa
consultam a previsão do tempo ou as condições do tráfego
(nas grandes cidades) para decidir como irão se vestir ou
que caminho tomarão para o trabalho.

2) Dados: 7 kg e 50 famílias. Informação: 7 kg é a quantidade


média de consumo de arroz por família em uma mercearia,
que atende em sua carteira de clientes 50 famílias.
Conhecimento: O administrador da mercearia realiza compras
mensais de 350 kg de arroz de seu fornecedor. O dado é o
elemento bruto ao qual se atribui significado, tornando-
se informação. O conhecimento está associado ao uso da
informação para a tomada de decisão na gestão da mercearia.

3) Os ganhos que o Sr Joaquim conseguiu obter com o uso da


informação foram: melhoria na tomada de decisões; apoio ao
seu processo produtivo (vendas); criação de sinergia com seus
parceiros ao compartilhar informações com eles.

gestao_da_informacao.indb 181 16/7/2007 16:47:41


Universidade do Sul de Santa Catarina

4) Exemplo de uma melhoria: mapear as informações sobre o perfil dos


clientes que pagam em dia e criar uma política de descontos para
estes. O ganho provável é a fidelização da clientela e o estímulo ao
pagamento em dia.

5)
„ Informação operacional: „ Informação interna: compra
quantidade e data de compra de realizada pelo cliente na
tomates pela Josefina. Mercearia.
„ Informação gerencial: „ Informação formal: os registros
quantidade total de tomates de compras registrados na
vendidos no mês ou o padrão de caderneta.
consumo de um cliente.
„ Informação informal: as
„ Informação coletada no informações trocadas em
ambiente externo: consumo do conversas entre Joaquim e sua
cliente em outras lojas. rede de parceiros.

6) Exemplo de uma fonte de informações de qualidade: Instituto


Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia: http://www.ibict.br
Este site é mantido por uma instituição séria, com excelente reputação e
com mecanismos de avaliação dos artigos nela publicados. Isso confere
mais precisão e confiabilidade às informações. Além disso, apresenta
informações importantes para profissionais da área de ensino, pesquisa
e tecnologia, sendo portanto. dotadas de relevância.
Exemplo de uma fonte de informações sem qualidade: qualquer site
que não se conheça quem publique as informações e que não tenha
referências sobre as fontes das informações publicadas. Por melhor que
seja a informação publicada, se ela não puder ser verificada será um
risco confiar nela.

Unidade 2
1) Sistema de classificação de livros em bibliotecas, Sistema de avaliação
escolar, Sistema de Trânsito.

2) Uma organização se enquadra na definição genérica de sistema


(“conjunto de elementos...”). Uma organização é formada por uma série
de elementos tais como: pessoas, recursos físicos, financeiros, cultura,
normas, etc. Estes elementos se inter-relacionam de modo sistêmico
e geram como resultados produtos ou serviços, traduzindo assim um
sistema.

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Gestão da Informação

3)

a) Subsistema espacial, subsistema de controle e subsistema do usuário.


b) Entrada: Sinais transmitidos pelos satélites. Processamento: cálculo
da distância entre o receptor e os satélites para determinar a posição
do usuário. Saída: posição do usuário dada pelas coordenadas de
latitude, longitude e altitude.
c) O objetivo do sistema é identificar com precisão uma determinada
posição sobre o planeta terra ou em sua órbita.
d) Sim o GPS pode servir como um subsistema que gera coordenadas
(saídas) que podem servir a outros sistemas aplicados a diversas
atividades-fim, tais como:
„ aplicação na agricultura - com sistemas de mapeamento de áreas
agrícolas e florestais, mapeamento de solos, mapeamento de cursos
d`água;
„ aplicação na administração pública - em sistemas de registro de
imóveis e propriedades públicas;
„ aplicação na aviação - em sistemas de navegação aérea;
„ aplicação no turismo - em sistemas de localização que permitam a
orientação de turistas em seus roteiros de viagem.

4) As dimensões da abordagem sociotécnica são: tecnológica,


organizacional e humana. Todas elas têm igual importância. Falhas em
algum desses 3 aspectos podem comprometer o sucesso do sistema.
Para o sucesso pessoas devem estar preparadas, tecnologias devem
ser adequadamente desenvolvidas e as organizações devem ser
determinantes para moldar seus sistema em busca da realização de seus
objetivos.

5)

Sistema Biblioteca
Entradas Livros, funcionários, mobiliário, espaço
físico, computadores, etc.
Processamento Atendimento ao usuário, organização dos
livros, aquisição de livros, restauração de
livros, etc
Saídas Usuário atendido, livros organizados,
livros restaurados.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

6)

Sistema de informações para bibliotecas


Entradas Dados sobre livros, usuários e empréstimos
Processamento Armazenamento e recuperação dos dados;Cálculo
de prazos de empréstimos;Cálculo de
multas;Cálculo de estatísticas de uso dos livros.
Saídas Relatórios em geral, tais como relação de livros,
relação de usuários, relação de usuários em débito,
relação de livros mais usados, etc.

Unidade 3
1) Os principais componentes de hardware de um computador são
a unidade central de processamento, a memória principal, os
dispositivos de armazenamento secundário, os dispositivos de
entrada, os dispositivos de saída e os dispositivos de comunicação.
A unidade central de processamento manipula os dados e controla
as tarefas realizadas pelos outros componentes. A memória principal
(armazenamento interno) armazena temporariamente os dados e as
instruções de programação durante o processamento. Os dispositivos
de armazenamento secundário armazenam dados e programas para
uso futuro. Os dispositivos de entrada aceitam dados e instruções e
os convertem em uma forma que o computador possa entendê-los.
Os dispositivos de saída apresentam os dados de uma forma que as
pessoas possam entendê-los. Os dispositivos de comunicação permitem
o fluxo de dados das redes externas de computadores.

2) Os computadores podem ser classificados como de grande porte,


médio porte e microcomputadores. Os computadores de grande porte
são computadores que possuem alta capacidade de processamento
e de armazenamento. Os computadores de médio porte são menores
e mais baratos que os computadores de grande porte. Eles atuam
nas organizações como servidores de rede, e em usos específicos,
como monitoração e controle de processos industriais, pesquisa
científica e aplicações de engenharia. Os microcomputadores são a
menor categoria de computadores de uso geral, atendendo tanto as
necessidades empresariais quanto pessoais.

3) Existem dois tipos principais de softwares: básico e aplicativo. O software


básico consiste de programas genéricos para gerenciar os recursos
do computador e fazer a intermediação entre o software aplicativo
e o hardware de computadores. O software aplicativo compõe-se

184

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Gestão da Informação

de programas projetados para fazer o computador solucionar um


determinado problema.

4) A abordagem de gerenciamento de bancos de dados fornece aos


usuários finais empresariais diversos benefícios importantes, tais
como: reduzir a reprodução de dados; integrar dados para que possam
ser acessados por diversos programas e usuários; os programas
não dependem do formato dos dados e do tipo de hardware de
armazenamento secundário que estão sendo utilizados; é fornecido
aos usuários uma capacidade de consulta e emissão de relatório que
permite que eles facilmente obtenham informações necessárias sem ter
que escrever programas de computadores.

5) As intranets possibilitam um compartilhamento de informações,


comunicações, colaboração e suporte a processos empresariais, no
ambiento interno das empresas. As extranets são conexões de rede
que utilizam tecnologias da Internet para interconectar a intranet de
uma empresa com as intranets de seus clientes, fornecedores, ou outros
parceiros comerciais, ampliando a colaboração com seus clientes e
parceiros de negócios.

Unidade 4
1) As formas mais usuais de classificação são segundo a abrangência
organizacional, as áreas funcionais, e o suporte aos níveis
organizacionais.

2) Sistemas de informação pessoal, Sistemas de informação de grupo,


Sistemas de informação corporativo, e Sistemas de informação
interorganizacional.

3) Sistemas de informação de produção; sistemas informação de vendas


e marketing; sistemas de informação de finanças e contabilidade; e
sistemas de informação de recursos humanos

4) No apoio às operações existem os Sistemas de processamento de


transações, que executam e gravam transações rotineiras necessárias
à condução dos negócios; Sistemas de controle de processos, que
monitoram e controlam processos industriais; e, Sistemas colaborativos,
que buscam aumentar a comunicação e a colaboração de equipes e
grupos de trabalho.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

No suporte gerencial três tipos de sistemas de informação se destacam,


os Sistemas de informações gerenciais, que auxiliam na monitoração
e no controle das atividades rotineiras; os Sistemas de apoio à decisão,
que dão apoio à tomada de decisão não-rotineiras, por meio de
simulações e análise de cenários; e, o Sistema de informação executiva,
que fornece acesso rápido a informações atualizadas sobre a empresa.

5) Sequência das alternativas: c, e, a, f, d, b.

6) A integração de sistemas de informação derruba as barreiras existentes


entre áreas funcionais das empresas, reduzindo a duplicidade de
esforços e agilizando o fluxo de informações. O compartilhamento
dos recursos de informação e a melhoria da eficiência e eficácia dos
processos de negócio são os benefícios normalmente alcançados.

Unidade 5
1) Um sistema de informação estratégico é aquele que contribui para que
a organização usuária melhore sua capacidade de lidar com clientes e
fornecedores, de desenvolver produtos e serviços, ou ainda contribui
para evitar a entrada de novos concorrentes no mercado, afetando
significativamente a capacidade competitiva da organização.
Um sistema de informações de atendimento ao cliente pode ser
estratégico. Um sistema não-estratégico pode ser um sistema contábil
que se limite a realizar as operações legais que a empresa deve realizar
para cumprir seus compromissos fiscais com o governo.

2) Os 3 usos estratégicos do sistema de informação da Le Postiche mais


evidentes são:
„ desenvolver alianças;
„ criar custos de troca;
„ usar TI para compartilhar conhecimento.

3) No caso “GM vende pela internet” um sistema de informação gerou


inovação no processo de venda de um produto. Pode também ser
interpretado como um caso de diferenciação. A venda pela internet foi
uma forma diferente de realizar uma tarefa que já existia, gerando assim
uma diferenciação da GM em relação aos seus concorrentes.

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Gestão da Informação

4) A responsabilidade por promover o uso estratégico dos SI´s deve


ser compartilhada por usuários (gerentes ou responsáveis por áreas
estratégicas) e também pela equipe técnica. Aos usuários cabe
determinar que tipos de usos são necessários. Aos técnicos cabe
implementar as necessidades, contando sempre com o apoio dos
usuários em todo o processo de implantação dos sistemas.

Unidade 6
1. Seqüência da coluna direita: b, c ,a.

2. Medidas de segurança:
„ realizar cópias de segurança – medida preventiva;
„ restaurar cópias de segurança – medida corretiva;
„ fazer uso de antivírus – medida preventiva;
„ controlar o acesso aos sistemas por meio de senhas – medida
preventiva;
„ contratar especialistas em redes para configurá-las de modo mais
seguro – medida preventiva;
„ n implementar um plano de recuperação de desastres – medida
corretiva.

3.
a) Disponibilidade.
b) Voluntário.

4. Físicas e humanas.

5. Um sistema de informações pode ser os dois. É uma ferramenta


para violação, quando por exemplo, facilita para um usuário acessar
informações confidenciais e compartilhá-las com terceiros. Por outro
lado, pode ser um mecanismo de controle ao acesso de informações
privilegiadas, quando disponibiliza apenas a informação que cada tipo
de usuário deve ter.

6. Problemas:
„ perda de controle sobre suas finanças e seus clientes em caso de
perda de dados;
„ indisponibilidade de seus serviços via internet gerando
improdutividade dos funcionários e queda de faturamento;
„ perda de competitividade com o vazamento de informações
estratégicas por e-mail.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Unidade 7
1) Sim, é possível estabelecer tendências abrangentes. No entanto, é
sempre importante ter a noção dos riscos relacionados às tendências.
Tendências seguras devem estar baseadas em fortes evidências e não
apenas em interesses momentâneos e parciais.

2)
„ forte disseminação dos „ a convergência entre a mídia,
computadores nas organizações; computadores e redes de
telecomunicações;
„ convergência da computação
com as telecomunicações; „ maior agregação de valor
proporcionado pela TI;
„ automação do trabalho
individual e coletivo; „ difusão e adoção de padrões
tecnológicos globais.

3) As atividades de mais fácil terceirização são as atividades operacionais


e rotineiras, que não coloquem em risco a missão do negócio caso
haja alguma falha. Entretanto, as atividades estratégicas podem ser
terceirizadas desde que seus riscos sejam adequadamente gerenciados.
Quanto mais crítica e estratégica para o negócio for a atividade
terceirizada, mais cuidado e controle se deve ter sobre sua execução.
Assim sendo, elas podem ser terceirizadas desde que os devidos
cuidados e controles sejam implementados para garantir segurança na
terceirização.

4) Comércio eletrônico é qualquer forma de transação de negócio na qual


as partes interagem eletronicamente, ao invés de compras físicas ou
contato físico direto. O comércio eletrônico abrange a compra, venda e
troca de produtos, serviços e informações por intermédio de redes de
computadores, principalmente a Internet. As principais categorias de
comercio eletrônico são: negócio-a-negócio, negócio-a-consumidor,
negócio-a-governo, e governo-a-consumidores.

5) A mobilidade consiste no uso de dispositivos tecnológicos móveis,


que possibilitam o uso de sistemas de informação em qualquer lugar.
As organizações podem se beneficiar desses recursos na medida em
que possibilitam a coleta de dados nos locais onde a informação está,
proporcionando redução nos tempos de processamento e na redução
de custos dos processos de prestação de serviços, comercialização ou
produção.

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Gestão da Informação

6) Neste caso, não recomendamos adotar nenhum extremo. Ignorar


tendências pode nos fazer perder o “bonde” da história, podemos
não estar preparados para lidar com o futuro tecnológico. Por outro
lado, seguir cegamente as tecnologias ,pode nos levar a cometer erros
estratégicos e ser alvo da manipulação de interesses de mercado. Assim,
é importante adotarmos uma postura crítica e seletiva, de modo a
seguir tendências bem fundamentadas, ou então estarmos consciente
dos riscos inerentes à adoção de tecnologias ainda precoces.

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