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UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES - UNIBF

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

FABIANE RODRIGUES DA ROCHA PONTES


G
NOME DO CURSO: (EM MAÍSCULO)

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NITERÓI – RIO DE JANEIRO


2020

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO (NOME DO CURSO EM MAIUSCULO)
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IMPORTANTE: APÓS FINALIZAR TODAS AS DISCIPLINAS E REALIZAR O


ENVIO DO TCC OU DISPENSA, A TUTORIA TEM 10 DIAS ÚTEIS PARA
VERIFICAR TODO O SEU ACADÊMICO E REALIZAR A
CORREÇÃO/APROVAÇÃO, NO QUAL RECEBERÁ ATRAVÉS DO SEU E-
MAIL

INFORMAÇÕES PESSOAIS

NOME DO ALUNO ENDEREÇO CONTATO OBSERVAÇÃO


Fabiane Rodrigues da Endereço informado será E-mail e
Rocha Pontes encaminhado o seu certificado. telefone
Lembrando que é necessário
ter qualquer pessoa no
endereço, pois será necessário
alguém para assinar.

RUA, NUMERO DA CASA,


NOME E NUMERO DO
PRÉDIO (CASO RESIDA EM
APTO), NUMERO DO APTO,
BAIRRO, CEP, CIDADE/UF

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TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO E APROVAÇÃO

AUTOR (NOME DO ALUNO COMPLETO E EM MAÍSCULO)

TÍTULO
SUBTÍTULO (SE TIVER, SE NÃO RETIRAR O SUBTITULO)

Autorizo que o presente artigo científico apresentado ao Curso de Pós-Graduação


Lato Sensu da UniBF – União Brasileira de Faculdades , como requisito parcial para
obtenção do certificado de Especialista em (Nome do Curso), e aprovado pelos
professores responsáveis pela orientação e sua aprovação, seja utilizado para
pesquisas acadêmicas de outros participantes deste ou de outros cursos, afim de
aprimorar o ambiente acadêmico e a discussão entorno das temáticas aqui
propostas.

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TÍTULO: NOME DO ARTIGO


AUTOR: NOME DO AUTOR
ORIENTADOR: Prof. Especialista Adival José Reinert Junior

RESUMO
Este estudo procurou demonstrar a importância da gestão participativa e
necessidade de inovar as práticas de gestão de escola para o benefício de uma
população mais envolvida e responsável com a educação. o estudo se justificativa
por demonstrar a importância e a necessidade de inovar as práticas de gestão de
escola relacionadas as políticas públicas. Viu-se que as instituições estão
geralmente de ”portas fechadas” com medo de novas propostas e inovações,
acostumadas ao autoritarismo e ao poder que julgam caber somente a
administração escolar. Durante a pesquisa e até com a vivência que tenho dentro do
ambiente escolar foi possível verificar as dificuldades e resistências ao querer
transformar aquilo que já está pronto, mas que estaria melhor com uma política mais
democrática. Isto foi possível perceber na postura de muitos professores da escola,
da gestora e até de alguns membros da comunidade. A vivência dessa prática
poderia levar a novos desafios e a compreensão da educação como prioridade
nacional e não como um rico espaço para a propagação de modismos retirados das
teorias educacionais, muitas vezes, fora da realidade escolar e da sociedade.

Palavras-chave: Gestão; Escolar; Participação.

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1 INTRODUÇÃO (de um espaço depois dos títulos ou capítulos)

A educação brasileira já há algumas décadas vem importando-se com os


processos de gestão, em principal com os processos de gestão democrática e
participativa.
Cabe à educação encontrar meios para a formação do cidadão, educar para a
cidadania tem sido a preocupação que tem centralizado as discussões sobre os
valores inerentes a essa formação.
A consolidação de uma gestão escolar de cunho democrático-participativo
requer competências, respaldada na correta fundamentação dos valores geridos por
professores e gestores.
O presente estudo é resultado, inicialmente, de pesquisa bibliográfica, que
contribui para a construção do conhecimento, especificamente, acerca da temática
sobre a democratização no âmbito escolar, tanto dos processos de gestão
administrativa como financeira em escolas públicas.
Além da pesquisa bibliográfica, foi realizada entrevista com os diretores e
demais gestores das escolas e das comunidades das escolas, com base em um
roteiro com questões usadas como instrumento para orientar os objetos.
O estudo tem por questão problemas, discutir qual a função da gestão
democrática e financeira nas escolas, questionando-se quais os ganhos com este
processo de gestão.
Este estudo se justificativa por demonstrar a importância e a necessidade de
inovar as práticas de gestão de escola relacionadas as políticas públicas.
Viu-se que as instituições estão fechadas para novas propostas e inovações,
acostumadas ao autoritarismo e ao poder que julgam caber somente a
administração escolar.
A vivência dessa prática poderia levar a novos desafios e a compreensão da
educação como prioridade nacional e não como um rico espaço para a propagação
de modismos retirados das teorias educacionais, muitas vezes, fora da realidade
escolar e da sociedade.
Apesar de a gestão democrática ser recomendada pelo Poder Público –
enfatizada pela Constituição Federal Brasileira de 1988 e consolidada na Lei
90394/96 (LDB), tal determinação legal, por si só não garante uma escola de
qualidade e democrática. Esse fato mostra a necessidade de serem feitos esforços
para a construção de uma escola realmente democrática.
A escola inovadora representa a escola que tem a força de se pensar a partir
de si própria e de ser uma escola reflexiva. Neste tempo de descentralização, de
autonomização e responsabilização que se vivencia vivendo, é preciso envolver as
pessoas e através delas, procurar mudar a cultura que tem-se na escola.

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2 POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO NA EDUCAÇÃO

2.1 Políticas Públicas e Gestão Escolar

A teoria do ciclo da política pública engloba o conjunto de questões que


podem ser formuladas com respeito ao rastreamento das origens de um problema
que faz parte da agenda governamental (no caso da presente pesquisa, a política de
educação profissional) e a progressão do debate das ideias acerca da reforma do
Estado.
A falta de transparência constitui-se em mecanismo estratégico para garantir
o encaminhamento das alternativas definidas como prioritárias por aqueles que
tomam a decisão final. O aspecto a ser ressaltado aqui é o efeito da ligação de
vários fatores que ocorrem simultaneamente em um processo de natureza política,
negocial, onde os atores, se movem estrategicamente defende suas posições.
O papel crucial desempenhado pela educação, em sentido amplo, no
aumento da competitividade de países que lograram posições privilegiadas na
economia mundial colocou em foco o tema da educação e da formação profissional.
A centralidade de tais temas expressa, em parte, o reconhecimento de que eles
constituem uma base indispensável para alavancar o processo inovador das
empresas e, assim, impulsionar a competitividade e o desenvolvimento dos países,
tanto industrializados quanto em desenvolvimento. Porém, esse tema adquire
relevância especial para os países em desenvolvimento que se defrontam com uma
situação particularmente crítica, seja pela dificuldade em ter acesso às inovações
tecnológicas, seja pela dificuldade em desenvolver tecnologias próprias.
Um bom nível de educação, de capacitação científica e tecnológica, e de
formação profissional também é estratégico para atrair investimentos internacionais
de qualidade para o país. Dada a crescente importância da inovação, as empresas
multinacionais buscam instalar-se em países onde exista oferta de pessoal
qualificado ou, ao menos, uma base de escolaridade que permita formar
rapidamente mão-de-obra capaz de operar dentro dos novos padrões de produção.
Para países em desenvolvimento, o efetivo aproveitamento dos benefícios
que podem ser obtidos desses investimentos em termos de transferência de
tecnologia depende amplamente da capacidade tecnológica acumulada no país. O
que só existe, de fato, nas pessoas que a portam, daí a importância do ensino em
geral, da formação profissional e da capacitação científica e tecnológica.
Por sua vez também, a elevação dos níveis educacionais da população e a
oferta de formação profissional representam um caminho para reduzir as
desigualdades sociais e minorar o problema da gestão educacional.

2.2 Gestão Democrática

A gestão democrática expressa tanto à vontade de participação que tem se


revelado lá onde a sociedade civil conseguiu se organizar autonomamente, quanto o
empenho por reverter à tradição que confunde os espaços públicos com o privado.
Ela também está presente no processo e produto de políticas de governo. Os
cidadãos querem mais do que ser executores de políticas, querem ser ouvidos e ter

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presença, um dos espaços para isto acontecer são os chamados orçamentos


participativos de muitos municípios.
Ao se propor democrata, uma gestão opta por uma determinada forma de
proceder e de envolver todos os sujeitos participantes. O projeto pedagógico bem
definido, com as prioridades colocadas de forma consensual, facilita a partilha para
além dos profissionais da educação, envolvendo os alunos, seus pais e mesmo a
comunidade local.
Numa democracia, o setor público tem o dever de ser transparente para a
sociedade. Nesse sentido, a Escola precisa divulgar suas ações para toda a
comunidade escolar e local. A avaliação empreendida pelo Conselho Escolar, junto
com a direção da escola, serve como um mecanismo para esse fim. Nesse
processo, o sentido ético tem que permear todas as ações, além de ser a chave
para o sucesso do processo democrático.
A implementação da gestão democrática não se faz pela simples instalação
do Conselho de Escola. Há escolas que trabalham muito bem o Conselho de Escola,
trazem os pais para colaborar, discutir, decidir, mas há escolas que trazem os pais
como tarefeiros. Nota-se que é preciso melhorar a atuação dos Conselhos de
Escolas, porque isso não garante a democratização das relações na escola. É
preciso que todo mundo tenha voz. Não é possível discutir sobre os mecanismos
participativos na escola sem fazer referência à questão do poder.
Sobre esse assunto Paro (2011, p. 16) afirma:

Quando uso este termo, estou preocupado no limite, com a


participação nas decisões. Isto não elimina, obviamente, a
participação na execução; mas também, não a tem como fim, e
sim como meio, quando necessário, para a participação
propriamente dita, que é a partilha do poder, a participação na
tomada de decisões.

O que se espera é a própria comunidade local que tendo a escola como algo
seu, se faz presente na condução da política educacional. A participação
democrática dos pais e da comunidade local em uma escola é fundamental, porque
sendo publica, pretende ir tornando-se popular, com estruturas leves, disponíveis a
mudança.
A democracia demanda estruturas não inibidoras da presença participativa da
sociedade no comando da rede publica. No entanto, para algumas autoridades a
democracia se deterioriza quando as classes populares estão ficando demasiado
presente nas escolas (FREIRE, 2000).
Segundo Paulo Freire (2000) os grupos populares tem o direito de exigir do
Estado, através de convênios de natureza nada paternalista, colaboração, estando
consciente de que sua tarefa não é substituir o Estado no seu dever de atender às
camadas populares e a todas as classes favorecidas que procurem suas escolas. As
classes populares precisam lutar dentro das escolas publicas para que o Estado
cumpra o seu dever.
A nova lei de diretrizes e bases, no seu artigo 14, trata da gestão democrática
do ensino publico, delegando maiores detalhamentos para as secretarias de
educação dos estados, mas o inciso II diz que um dos componentes desta gestão é
a participação das comunidades escolar e local, e de conselhos escolares ou
equivalentes.

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É na relação com os estabelecimentos de ensino que se verá o grau de


diálogo com os administradores dos sistemas de ensino e seus respectivos órgãos
normativos poderão traduzir a gestão democrática como forma de participação.
Entende-se, que a gestão democrática significa a conquista da autonomia por
parte do aluno, da família e da comunidade. Trazer a cultura local para o interior da
escola significa transformar os saberes da comunidade em conteúdo de trabalho
para o professor. Percebe-se que, para que a gestão se realize é necessário que
todos os profissionais que dela fazem parte, não apenas os professores assumam
uma postura investigativa em seu trabalho, criando instrumentos que possam
auxiliá-los a identificar e reconhecer esses saberes (PARO, 2011)
A participação familiar deve ocorrer desde a elaboração dos projetos, o
dimensionamento e detalhamento das metas até a tomada de decisões, execução e
avaliação. Percebe-se, que as dificuldades para o nível de participação são muitas,
indo desde a resistência dos que podem perder privilégios, até a falta de
metodologias adequadas, passando pela falta de compreensão, dificuldades postas
pela estruturas existentes e vontade política de concretizá-la.

2.2.1 Gestão Escolar e a Sociedade

Sabe-se, que o envolvimento dos professores na gestão das escolas e a


participação familiar dependem, em primeiro lugar, de uma organização da escola
que tenha na gestão uma dimensão do próprio ato educativo. Definir objetivos,
relacionar estratégias, planejar, organizar, coordenar, avaliar as atividades e
recursos, ao nível da sala de aula ou ao nível da escola no seu conjunto, são tarefas
com sentido pedagógicos e educativos evidentes. Elas não podem ser dissociadas
do trabalho docente e subordinarem-se a critérios extrínsecos, meramente
administrativos.
Em segundo lugar, a redefinição da profissão docente e as mudanças nas
práticas de ensino têm valorizado a abordagem do professor como um gestor de
situações educativas. O professor já não é o que transmite conhecimentos aos
alunos, mas o que cria as condições necessárias para que estes aprendam. Ele é,
portanto, um organizador e disponibilizador de recursos em conjunto com os seus
colegas. E isto são funções de gestão que o professor não pode desenvolver
sozinho e fora de uma organização. Por tudo isto, se vê o papel central que a
participação dos professores desempenha para o êxito da gestão de uma escola e
para a sua adequação aos objetivos educativos.
Sobre este assunto, Ghanem (2002, p. 102) destaca que: “sendo um serviço
público, o papel dos professores seria colocar seu saber a serviço de objetivos
fixados pela sociedade e pela comunidade escolar, da qual os professores são
apenas um dos componentes”. Neste sentido, a gestão deve estar inserida no
processo de relação da escola com a sociedade, de tal forma que possa possibilitar
aos seus integrantes a buscarem em conjunto uma educação de qualidade.
A gestão da educação deve contribuir para que as escolas, junto com outras
organizações da comunidade, possam participar da construção de uma sociedade
fundada, na igualdade e na democracia.
Desse modo, pode-se citar a região de Emilia Romagna, na Itália, que
trabalha com a idéia de gestão social, na qual todos os envolvidos, direta ou
indiretamente participam.
Sobre a região de Emilia Rogamana, Campos (1998, p. 326) afirma:

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A experiência Emilia Rogmana não está dissociada da intenção


de integrar a educação das crianças pequenas no contexto de
participação política que caracteriza os governos locais nessa
região da Itália. O treinamento para o trabalho em equipe e a
tomada de decisões coletivas, parte importante para a
formação em serviço dos trabalhadores de creche, que maracá
todo o processo de elaboração e avaliação da programação
desenvolvida com as crianças. O envolvimento dos pais é peça
essencial dessa dinâmica, o que faz com que esse trabalho de
aproximação creche-familia-bairro ganhe conteúdo, tanto
político e social como pedagógico e difusor da cultura da
infância.

Desse modo, percebe-se que não se trata de implementar políticas de


participação, envolvendo apenas as famílias, mas de uma idéia democrática mais
ampla e que compreende a gestão de equipamentos públicos, tais como a escola ou
a creche, como algo que deva ser conduzido, necessariamente, pelo publico e não
de forma centralizada, dentro ou fora da escola.
Na Itália, as chamadas “Escola de infância” trazem a idéia de participação
desde a sua criação. Foi por meio da organização social que criaram tais escolas.
Assim, segundo Batista Quinto Borgui, coordenador pedagógico desse município
italiano, a administração procurou dar conta dessas transformações criando novos
meios e formas de participação das famílias para que aquela tradição não se
perdesse e por acreditar de fato na sua importância.
Segundo Borgui (1998, p. 112):

O objetivo dessa renovação é, principalmente, aperfeiçoar e


reforçar a escola da infância a partir da sua capacidade para
dar resposta ao amplo e complexo leque de necessidade da
criança e de sua família. E fazer isso partindo da convicção de
que a família é um recurso educativo e a escola infantil tem o
dever não só de reconhecê-la nessa função. Daqui a
reconhecer um novo papel à família, uma família que não está
disposta a delegar as suas responsabilidades educativas e que
exige poder exercer o direito de uma participação autêntica na
gestão da escola.

O caminho da gestão democrática, que passa pela participação das famílias,


não é o mais fácil porque envolve constante construção e reconstrução, com
avanços e retrocessos porque envolve enfrentamentos e busca de consenso no
lugar de imposições. Mesmo assim, ele parece o mais promissor quando o princípio
que norteia o trabalho é à busca de uma educação de qualidade para todas as
crianças. Percebe-se que, devido à formação profissional que têm os professores e
atendendo às funções que a escola tem na sociedade, as tentativas de aproximação
e de melhoria das relações estabelecidas com as famílias devem partir,
preferencialmente, da escola.
Acredita-se que, envolver a família na educação escolar dos filhos pode
significar, para a escola, que ela tenha que conhecer melhor os pais dos alunos e
realizar um trabalho conjunto com eles para criar, entre outras coisas, um ambiente
que fortaleça o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças. Entretanto, é

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possível que isso represente, para alguns professores, uma ameaça a sua profissão,
pois poderiam sentir que estão sendo destituídos de sua competência e de seu
papel de ensinar.
Sobre esse assunto, Ghanem (2002, p. 93) afirma:

Diversos estudos sobre gestão escolar observaram que


servidores com alguma formação pedagógica (diretores,
supervisores, coordenadores ou orientadores pedagógicos e
professores) assumem posições aparentemente contraditórias
frente às famílias dos alunos. Reivindicam, ao mesmo tempo,
que os pais assumam maior responsabilidade na tarefa de
educar e que não interfiram no ensino, terreno que preservam
como domínio exclusivo de sua competência.

Assim, a presença e a participação dos pais na escola não podem e não


devem significar uma falta de responsabilidade dos professores para com a
educação das crianças. Os pais podem e devem envolver-se com o processo
escolar de seus filhos e exigir que a escola cumpra o papel que lhe cabe na
educação das crianças sem descaracterizar a especificidade dos papéis que cada
instância deve exercer.
Mesmo garantindo a especificidade dos papéis da escola e o respeito ao
conhecimento especializado que têm os professores para desenvolverem seu
trabalho, o estreitamento das relações entre família e escola pode ajudar os
professores a exercerem a sua profissão com mais competência.
Com essa aproximação, os professores podem passar a ter maiores
informações a respeito de quem são os alunos, suas famílias, sua cultura, o que
favorece a organização do trabalho a ser desenvolvido, em benefício das crianças e
da comunidade.
E por parte dos pais, relações mais estreitas com a escola podem ajudá-los a
compreender melhor o trabalho por ela realizado, a se envolverem na medida de
suas possibilidades no processo educacional dos filhos, trabalhando de acordo com
as necessidades educativas da vida e da participação no mundo atual.
Segundo Piaget (apud Munari, 2010, p. 50):

Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os


pais leva pois a muita coisa, mais que uma informação mútua:
este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e,
freqüentemente em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao
aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais
dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um
interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma
divisão de responsabilidades.

Observa-se que a idéia não é a de que famílias ensinem educadores ou vice-


versa. O que está em jogo é a necessidade de ambas as instituições, de trocarem
idéias e de conhecer-se mutuamente em benefício da criança.
Zabalza (1998), que faz interessantes apontamentos acerca de quais seriam
as condições para se realizar uma educação infantil de qualidade, também
menciona a relação entre a escola e as famílias como uma dessas condições e a
justifica da seguinte forma:

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A questão é que a escola possui capacidade de ação limitada


pelo espaço, pelo tempo e pelas próprias dimensões
suscetíveis de serem afetadas pelo trabalho dos professores.
Refiro-me, logicamente, as questões curriculares importantes:
dentro da sala de aula ou como continuação em casa de
atividades iniciadas dentro da sala de aula. Este tipo de
participação (das famílias) enriquece o trabalho educativo que
é desenvolvido na escola, a presença de outras pessoas
adultas permite organizar atividades mais ricas e desenvolver
uma atenção mais personalizada com as crianças), enriquece
os próprios pais e mães (vão sendo conhecidos aspectos do
desenvolvimento infantil, descobrindo características formativas
em materiais e experiências, inclusive o jogo, conhecendo
melhor os filhos, aprendendo questões relacionadas com a
forma de educar) e enriquece a própria ação educativa que as
famílias desenvolvem depois em suas casas. Também os
professores aprendem muito com a presença dos pais e mães,
ao ver como eles enfrentam os dilemas básicos da relação com
as crianças pequenas. (ZABALZA, 1998, p. 54-55).

Do ponto de vista legal, pode-se dizer que a partir dos anos de 1990, no
Brasil, houve avanços no que diz respeito à possibilidade de participação das
famílias no trabalho escolar, embora a gestão democrática na escola pública já
estivesse prevista desde 1988 com a Constituição Federal. Como exemplo pode-se
citar a Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.394 de
20/12/96) que em seus artigos 12 e 13 que tratam das incumbências dos
estabelecimentos de ensino e dos docentes, respectivamente: “articular-se com as
famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a
escola” e “colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a
comunidade.” O artigo 14 ainda estabelece que “os sistemas de ensino definirão as
normas de gestão democrática do ensino público da educação básica (..)”.

3- DISCUSSÃO

Um dos maiores avanços sociais dos últimos tempos se manifestam nas


tentativas de implantação de sociedades democráticas e igualitárias.
Segundo Freire (1997, p. 24) a escola:

Uma escola democrática em que se pratique uma pedagogia


da pergunta, em que se ensine e se aprenda com seriedade,
mas em que a seriedade jamais vire sisudez. Uma escola em
que, ao se ensinar necessariamente os conteúdos, se ensine
também a pensar certo.

A escola é um espaço privilegiado para fazer emergir sujeitos críticos,


atuantes, criativos e competentes capazes de ler a realidade e transforma-la em
espaços mais humanos, justos e igualitários. Para tanto quem atua na escola deve
ter clareza em seus objetivos e trabalhar de forma significativa instigando seus

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alunos na construção deste novo homem capaz de propor mudanças re-significando


fatos e acontecimentos.
Segundo Freire (1997, p. 160) escola é também e sobretudo espaço da
amorosidade. 

A minha abertura ao querer bem significa a minha


disponibilidade à alegria de viver. Justa alegria de viver, que,
assumida plenamente, não permite que me transforme num
ser ‘adocicado’ nem tampouco num ser arestoso e amargo”. A
atividade docente de que a discente não se separa é uma
experiência alegre por natureza (...) Ensinar e aprender não
podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.  

“Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no


mundo” (FREIRE, 2002, p. 110) e para isso, uma escola de qualidade precisa mais
do que ensinar os conteúdos das disciplinas precisa tornar-se um lugar que acolha
toda a diversidade das relações da realidade que está incerida e assim desenvolver
o seu papel principal que é tornar os alunos competentes para compreenderem e
agirem inteligentemente em qualquer situação de sua vida.
A Escola Democrática, mais amiga, companheira, bonita, alegre e prazerosa
da qual estamos falando, está sendo construída e permanentemente reconstruída
com base na ousadia, na criatividade, na vontade, no desejo e na ação política de
pessoas comprometidas com a educação do presente e do futuro, sujeitos concretos
e históricos que desafiam o imobilismo, que não se conformam diante do descaso
com a coisa pública, que buscam sem cessar repensar as suas próprias práticas e
que são conscientes e críticos na sua cotidianidade. Esta escola investe, na
educação permanente e continuada, consubstanciada numa política de formação
voltada para a práxis dos docentes e dos demais segmentos escolares, já que todos
necessitam de educação durante toda a vida, não só o professor, nem só a direção
escolar ou as equipes técnicas e pedagógicas.
Não é novidade que o modelo de escola vigente já não acompanha as
mudanças do mundo atual. A escola hoje precisa estar longe de qualquer forma de
doutrinamento como conteúdos rígidos, tempos prefixados para disciplinas
fragmentadas, olhares com ênfase no ensino e pouco no processo de
aprendizagem.
Precisa-se nos livrar das amarras, buscar uma nova visão de homem, uma
nova visão de mundo onde haja possibilidades de fazer a vida diferente com
significados diferentes.

A escola, na perspectiva de construção da cidadania, precisa


assumir a valorização da cultura de sua própria comunidade e,
ao mesmo tempo, buscar ultrapassar seus limites, propiciando
às crianças pertencentes aos diferentes grupos sociais o
acesso ao saber, tanto no que diz respeito aos conhecimentos
socialmente relevantes da cultura brasileira no âmbito nacional
e regional como no que faz parte do patrimônio universal da
humanidade.(PCNs, 1997, p. 46).

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É preciso instigar nos alunos sua capacidade de participar, de elaborar suas


próprias opiniões avançando na sua compreensão da realidade. É preciso também,
buscar alternativas que democratize a educação, que democratize os saberes, as
competências e habilidades necessárias à vida social de hoje.
Querendo-se uma escola que rompa com os modelos fragmentados que
temos oferecido, onde o professor é o detentor do conhecimento e o aluno e sua
família são postos à margem, como meros receptores das informações e das
decisões, precisa-se urgentemente vincular a escola com a sociedade através de
práticas significativas que instiguem o ensinar e o aprender.
Segundo Delval, (2003) a vinculação da escola com a sociedade se dá em
três sentidos: Em primeiro lugar converter os problemas cotidianos em objetos de
conhecimento. Em segundo lugar, mostrando como o conhecimento contribui para
resolver esses problemas. Em terceiro lugar oferecer cultura, conhecimento, um
lugar de intercâmbio além de ser uma instituição social para toda a comunidade.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS (numeração deverá acompanhar os demais títulos)

Este estudo procurou demonstrar a importância do diretor e necessidade de


inovar as práticas de gestão de escola para o benefício de uma população mais
envolvida e responsável com a educação.
Viu-se que as instituições estão geralmente de ”portas fechadas” com medo
de novas propostas e inovações, acostumadas ao autoritarismo e ao poder que
julgam caber somente a administração escolar.
Durante a pesquisa e até com a vivência que tenho dentro do ambiente
escolar foi possível verificar as dificuldades e resistências ao querer transformar
aquilo que já está pronto, mas que estaria melhor com uma política mais
democrática. Isto foi possível perceber na postura de muitos professores da escola,
da gestora e até de alguns membros da comunidade.
A vivência dessa prática poderia levar a novos desafios e a compreensão da
educação como prioridade nacional e não como um rico espaço para a propagação
de modismos retirados das teorias educacionais, muitas vezes, fora da realidade
escolar e da sociedade.
Apesar de a gestão democrática ser recomendada pelo Poder Público –
enfatizada pela Constituição Federal Brasileira de 1988 e consolidada na Lei
90394/96 (LDB), tal determinação legal, por si só não garante uma escola de
qualidade e democrática. Esse fato mostra a necessidade de serem feitos esforços
para a construção de uma escola realmente democrática.
A escola inovadora consiste na instituição que tem a força de se pensar a
partir de si própria e de ser uma escola reflexiva. Neste tempo de descentralização,
de autonomização e responsabilização que se vivencia, é preciso envolver as
pessoas e através delas, procurar mudar a cultura que se tem na escola.
Assim, a escola através da atuação dos gestores e a comunidade escolar,
que poderão estabelecer formas práticas de acordo com a realidade na busca da
redução da violência, a fim de atender aos interesses dos indivíduos que a
compõem. Desta forma, a escola fortifica-se adquirindo melhores condições de lutar
por suas metas e objetivos.

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5 REFERÊNCIAS (numeração deverá acompanhar os demais títulos) (em ordem


alfabética e alinhada a esquerda, espaçamento simples).

ABREU, M. C. e MASETTO, M. T. O Professor Universitário em Sala de Aula:


prática e princípios teóricos. São Paulo: MG Ed. Associados, 1996.

ALBERNAZ, A.; FERREIRA, F. H.; FRANCO, C. A Escola importa? Determinantes


da eficiência e eqüidade no ensino fundamental brasileiro. Pesquisa e
Planejamento Econômico, Rio de Janeiro, v.23, n.3, p.453-476, 2002.     

ARROYO, Miguel G. Oficio de Mestre: Imagens e Auto-Imagens/Miguel G. Arroyo.


Petrópolis. RJ. Vozes,

BARBOSA, M. E. et al. Modelagem multinível dos dados do Saeb 1999: relatório


técnico. Rio de Janeiro: Ence; IBGE, 2001.       

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