As Tintas
As Tintas
As Tintas
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revestimento. Também são utilizados na limpeza e lavagem de equipamentos usados, tais
como tanques, contentores e tubagens. Podem ser hidrocarbonetos aromáticos, alifáticos
(tolueno, xileno e trimetilbenzenos), cetonas (etilmetilcetona e isobutilmetillcetona),
álcoois, éteres glicol e ésteres. Apresentam pressão de vapor elevada devido a interacções
intermoleculares fracas entre as moléculas apolares, evaporando rapidamente à
temperatura ambiente. Estes compostos reagem com óxidos de azoto na presença de luz
solar formando ozono (principal componente do smog fotoquímico), ácido nítrico (um
dos responsáveis pela chuva ácida), aldeídos, cetonas e outros compostos orgânicos
resultantes da oxidação de COV.
A exposição a estes solventes causa tonturas, dores de cabeça, fadiga, distúrbios
gastrointestinais, problemas cardíacos e irritação dos olhos, nariz e garganta e
encefalopatia tóxica crónica, como resultado de danos no sistema nervoso central. Esta
última é considerada uma doença ocupacional pela União Europeia. A protecção das vias
respiratórias, dos olhos e da pele, bem como a utilização de vestuário de protecção é
essencial quando se trabalha com solventes. Pode destacar-se a utilização de máscaras
com filtro, cuja função é filtrar os vapores dos solventes e as partículas de tinta, a
aplicação de um creme isento de silicatos que impede a adesão das resinas e das tintas à
pele, o uso de luvas com revestimento especial como nitrilo ou vinilo e de óculos de
protecção, pois os efeitos dos solventes vão desde irritação até lesão irreversível da
córnea. Um exemplo é o dos peróxidos orgânicos que podem ter um efeito de
cauterização e causar cegueira. A utilização de solventes implica também a formação dos
trabalhadores no local de trabalho.
Existem alguns compostos orgânicos voláteis com elevado grau de oxidação ou
que são bastante estáveis, cuja actividade fotoquímica é considerada negligenciável, entre
os quais estão vários hidrocarbonetos halogenados como cloreto de metileno,
tricloroetano, percloroetileno, clorofluorcarbonetos, perfluorcarbonetos e também a
acetona. No entanto, alguns dos hidrocarbonetos clorados têm efeitos indesejáveis para a
saúde e o uso de clorofluorcarbonetos foi bastante restringido, pois estes destroem o
ozono na estratosfera, onde ele é necessário para protecção dos efeitos nocivos das
radiações ultravioleta, apesar de não formarem ozono na troposfera, onde ele é
prejudicial.
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Alternativas ecológicas às tintas de base solvente
As tintas com alto teor de sólidos têm um conteúdo sólido superior a 80%, o que
implica que o ligante seja quimicamente modificado de modo a ter uma viscosidade
intrínseca muito mais baixa que os ligantes nas tintas de base solvente, que apresentam
um teor de sólidos muito baixo, cerca de 25%. Os ligantes utilizados incluem resinas
alquílicas, poliéster, acrílicas e poliuretânicas. Este tipo de tintas está dividido em três
categorias: tintas de secagem ao ar, que curam por exposição à humidade ou ao oxigénio
a temperaturas inferiores a 90ºC, tintas que são curadas num forno a temperaturas
elevadas (175ºC a 205ºC) e tintas constituidas por uma mistura de dois líquidos de baixa
viscosidade, em que um dos líquidos contém resinas reactivas e o outro um activador ou
catalisador que promove a polimerização das resinas.
As vantagens deste tipo de tinta são: facilidade de aplicação, elevada relação
custo / eficiência, redução das emissões de COV, do uso de solventes, do perigo de
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incêndio, do número de aplicações para obter uma determinada espessura do filme, dos
custos energéticos devido a tempo de cura reduzido e de problemas de odor, permitindo a
utilização do equipamento convencional. As emissões de COV por este tipo de tinta
podem ser ainda mais reduzidas se forem utilizadas resinas baseadas em hidratos de
carbono como a sacarose e ácidos gordos ou óleos polinsaturados. As desvantagens são:
necessidade de temperaturas de cura elevadas, sensibilidade a limpeza inadequada do
substrato, sensibilidade extrema à temperatura e à humidade, dificuldade em controlar a
espessura do filme, viscosidade elevada e variações da viscosidade com a temperatura.
Estas características fazem com que estas tintas não sejam muito utilizadas na indústria.
Embora estas tintas sejam um pouco mais caras que as tintas com baixo teor de sólidos,
os custos com o controlo de poluição são mais baixos e os custos do equipamento são
semelhantes.
Tintas em pó
As tintas em pó são fabricadas com matérias primas 100% sólidas, podendo ser
temoendurecíveis em que a resina pode ser epóxi, poliéster, poliuretânica, acrílica ou
híbrida (epoxi e poliéster) ou termoplásticas nas quais a resina pode ser de polietileno,
polipropileno, policloreto de vinilo ou poliéster. O revestimento produzido é de elevada
qualidade, durável, resistente à corrosão e à radiação ultravioleta. Também se verifica
uma redução de custos devido a menor ventilação necessária e a uma poupança de
energia, uma redução da exposição dos trabalhadores a vapores de solventes, facilidade e
rapidez na troca de cores, pois a limpeza com solventes é desnecessária e uma alta
eficiência de reutilização. Por outro lado é díficil fabricar pequenas quantidades e o local
de armazenamento da tinta tem de ser seco e fresco. É necessário investir em
equipamento especial para implementar esta alternativa em linhas de produção já
existentes, mas em linhas de produção novas os custos do equipamento são semelhantes
aos do equipamento para fabricar revestimentos líquidos. As aplicações industriais deste
tipo de tinta são acabamentos metálicos, peças industriais, revestimento de
electrodomésticos e móveis de jardim.
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Tintas de base aquosa
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material electrónico (computadores, impressoras, etc) são os que mais utilizam
este tipo de tinta.
As tintas curadas por radiação são constituídas por resinas, diluentes, aditivos,
pigmentos e fotoiniciadores. Este processo é realizado por luz ultravioleta ou um feixe de
electrões de baixa energia, cujo calor é absorvido secando e endurecendo os componentes
da tinta, formando-se um filme polimérico sólido praticamente sem evaporação de
solventes, enquanto nas tintas de base solvente convencionais por cada 100 gramas de
tinta, 70 gramas evaporam. As vantagens deste tipo de tinta são: redução dos custos de
produção, pois os tempos de cura são reduzidos a segundos, baixos custos energéticos,
investimento em sistemas de cura é mais baixo do que investimento em fornos
convencionais, brilho, maciez e resistência mecânica elevados, aplicação em substratos
termossensíveis e reduz perigo de incêndio e de explosão. As desvantagens são:
interferência dos pigmentos na cura, não é aplicável a todos os tipos de acabamento, é
necessário um sistema de extracção do calor em excesso e o ozono produzidos e os
geradores de feixe de electrões são caros, ocupam bastante espaço e o oxigénio tem um
efeito inibidor neste tipo de polimerização, pelo que é necessário criar uma atmosfera
inerte de azoto. Esta tecnologia é utilizada na indústria do papel, embalagens para
alimentos, acabamentos de madeira, aplicações médicas, fibras ópticas, chips e circuitos
internos de produtos electrónicos.
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é maior do que nas tintas de látex, mas são menos tóxicas. As tintas menos tóxicas são as
tintas de leite feitas com proteínas do leite, pigmentos naturais, cal e argila.
As tintas de base solvente podem ser recicladas por reprocessamento e adição de
resinas e corantes ou remistura. As tintas recicladas são testadas antes de serem colocadas
no mercado, a sua qualidade e duração são semelhantes às das tintas virgens, são mais
baratas e evitam a deposição das tintas de base solvente em aterros.
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economicamente, num período de tempo realista e sem comprometer a qualidade dos
produtos reduzir ainda mais o teor de COV destes produtos.
A Áustria, Dinamarca, Holanda, Suécia, França, Espanha e Alemanha já possuem
legislação relativa a limitação do teor de COV e proibição da venda de certos produtos,
protecção da saúde dos trabalhadores e existem rótulos ecológicos como MAL-code, NF
Environnement, AENOR medio ambiente e Blaue Engel para tintas e vernizes. Na
Grécia, Itália, Luxemburgo, Irlanda, Finlandia e Bélgica não há legislação que regule o
teor de COV com fins ambientais. Em Portugal o decreto lei 78/2004 de 3 de Abril define
valores limite de emissão e de concentração ao nível do solo de dióxido de enxofre,
óxidos de azoto, COV, amoniaco e compostos halogenados. O facto de vários sectores
industriais utilizarem produtos com baixo teor de COV não é suficiente para cumprir os
objectivos ambientais propostos pela Comissão Europeia devido aos elevado número de
produtores e à dificuldade em impor e controlar a sua observância. O preço dos solventes
incluidos nos produtos de pintura representam uma pequena percentagem do preço
destes, pelo que a eficácia de incentivos fiscais seria limitada, para além de que, para os
consumidores, factores como a qualidade do produto são mais importantes do que o
preço. Assim, a 23 de Dezembro de 2002, a Comissão Europeia decidiu propor uma
directiva que assegura uma abordagem harmonizada e coerente e permite que os estados
membros garantam a aplicação adequada das medidas propostas e tirem partido das
medidas já em vigor. Uma redução anual de 280 quilotoneladas até 2010 custará entre
108 e 157 milhões de euros, sendo largamente compensada pelos benefícios para a saúde:
582 milhões de euros, nos quais não estão incluidos os benefícios para a saúde dos
pintores e para os ecossistemas, o que demonstra que a aplicação da directiva trará
benefícios significativos.
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implicará custos com equipamento: os fabricantes de tintas terão de modificar ou
substituir as misturadoras, custos em investigação e desenvolvimento na indústria das
resinas e utilização de produtos alternativos no sector de retoque de veículos. Na
industria das tintas haverá custos com investigação, reformulação, investimento em
equipamento de aço inoxidável e desenvolvimento de novas resinas, o que levará a um
aumento de 1% a 1,5% no preço final de venda ao consumidor. As receitas da indústria
de solventes diminuirão cerca de 65 milhões de euros anuais devido à redução do
consumo de solventes, o que considerando o peso económico deste sector é um efeito
pouco significativo. Os custos fixos terão de ser distribuidos por um volume de produção
decrescente caso não sejam desenvolvidos substitutos dos solventes.
O aumento dos preços não se traduzirá numa diminuição das vendas, pois numa
obra de pintura os custos com material representam apenas 15% a 25% do custo total.
Contudo, os retalhistas terão de adaptar os seus equipamentos e os pintores profissionais
terão de ajustar os seus planos e métodos de trabalho aos novos produtos. A diminuição
da procura de produtos de base solvente será compensada pelo aumento da procura de
produtos de base aquosa, pelo que ocorrerá uma redistribuição interna no mercado global,
mas o impacto no emprego não será significativo. As pequenas e médias empresas serão
as mais afectadas, sobretudo as que produzem exclusivamente produtos de base solvente,
pois a necessidade de investimento, reconversão da mão de obra e adaptação será maior.
De modo a permitir uma reconversão mais gradual, as tintas de base solvente continuarão
a ser autorizadas para um vasto número de aplicações durante o período de transição
previsto na directiva, em vez de ser imposta a utilização apenas de solventes de base
aquosa e os teores máximos de COV fixados não têm em conta os desenvolvimentos
tecnológicos mais recentes.
Os industriais são, em geral, favoráveis a iniciativas que visem a redução das
emissões de COV, apesar de alguns terem dúvidas quanto à viabilidade à escala
comercial de alguns dos valores propostos para o teor máximo de solventes nas tintas a
partir de 2010. Algumas associações representativas como a UNIEP (Union
Internationale des Entrepreneurs de Peinture), a UEAPME (União Europeia do
Artesanato e das Pequenas e Médias Empresas) e a Union Chimica – Confapi afirmam
que os limitados recursos disponíveis, a falta de capacidade de investigação e
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desenvolvimento e o impacto acrescido da exploração em pequena escala dificultam a
aplicação da legislação proposta pelas pequenas e médias empresas. A proposta é apoiada
por todos os estados membros, embora a Itália e a Espanha tenham expressado algumas
reservas devido ao problema das pequenas e médias empresas e ao excesso de
regulamentação respectivamente. A proposta de valores nacionais de emissão estima que
Portugal emitirá 102 milhões de toneladas de COV em 2010 e os 15 países da União
Europeia emitirão 5581 milhões de toneladas (a directiva de valores de emissão
nacionais prevê emissões de 180 e 6510 milhões de toneladas respectivamente). A
directiva proposta resultará num benefício de 14,2 milhões de euros para Portugal e de
581,8 milhões de euros para os 15 estados membros da União Europeia.
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A investigação e o desenvolvimento de novos produtos e novas matérias primas
mais ecológicas são realizadas não só nos três laboratórios centrais situados na
Dinamarca, em Espanha e em Singapura, mas também em todas as fábricas da Hempel
onde se efectua o estudo e a adaptação de produtos a condições locais específicas e que
também possuem laboratórios de controlo de matérias primas e de produtos acabados. De
modo a reduzir a toxicidade dos produtos os cromatos de chumbo e de zinco têm sido
substituidos por pigmentos anticorrosivos de fosfato de zinco, as formulações isentas de
estanho são uma alternativa aos produtos antivegetativos, reduzindo a libertação de
compostos organoestânicos nos mares e portos e o mercúrio utilizado como fungicida nas
tintas de emulsão tem sido substituido por outros fungicidas de igual eficiência, mas sem
riscos ambientais inerentes. Com o objectivo de reduzir substancialmente a utilização de
solventes orgânicos nas tintas estão em desenvolvimento ligantes de base aquosa e de alto
teor de sólidos.
A implementação dos programas Segurança e Controlo Total de Perdas (1993) e
Estratégia de Produção Mais Limpa (1998). Estes programas visam identificar todas as
exposições a perdas por acidentes ou erros e melhorar a competitividade empresarial,
tendo por base um conhecimento mais vasto das questões ambientais, o que se traduz em
valor económico, social e ambiental – as características base da sustentabilidade.
A CIN é uma empresa produtora de tintas e vernizes de base aquosa e de base
solvente, diluentes, betumes, massas e tintas em pó. As tintas de base aquosa e em pó
representam cerca de 72% da produção total. Conjuntamente com a utilização de
coberturas plásticas devidamente vedadas nas cubas abertas, no fabrico de tintas de base
solvente, a produção destas tintas contribui para a redução das emissões de COV. A
maioria dos produtos da CIN são comercializados em embalagens metálicas, pois estas
são mais facilmente recicláveis. À semelhança do que acontece na Hempel, a gestão e o
destino final das embalagens colocadas no mercado pela CIN é da responsabilidade da
Sociedade Ponto Verde, tal como está previsto na lei. Entre as actividades de
investigação e desenvolvimento realizadas pela CIN pode citar-se o o projecto
PROLIGALBA que consiste no desenvolvimento de uma tinta baseada numa resina
alquídica dispersável em água, formada a partir de óleos polinsaturados e contendo
grupos hidrófilos e de tintas baseadas em dispersões aquosas de resínas híbridas
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alquílicas ou acrílicas, com resistência à agua e durabilidade superiores em parceria com
a Agência de Inovação e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
A Robbialac é uma empresa que actua nos sectores da repintura automóvel,
construção cívil e indústria. A quantidade e qualidade dos solventes utilizados define a
compatibilidade dos complexos sistemas de repintura e dos materiais de pintura com o
ambiente, pelo que os principais produtos da Robbialac são as tintas de base aquosa e as
tintas com alto teor de sólidos. A produção de tintas de base aquosa (com um teor
máximo de co-solventes de 10%) resulta numa poupança de matérias primas e recursos
para além de proteger o meio ambiente.
O desenvolvimento de alternativas ecológicas às tintas de base solvente, a
implementação de legislação em vários países e de políticas ambientais por parte das
indústrias que assentam na redução das emissões poluentes, do consumo de matérias
primas e da produção de resíduos resulta na protecção da saúde pública, no aumento da
produção de diversas indústrias, pois a saúde dos seus trabalhadores também é protegida,
verificando-se um aumento da eficiência energética dos processos de produção e na
preservação do ambiente. O carácter social, económico e ambiental destes factores ilustra
como a indústria pode contribuir para um desenvolvimento ambientalmente sustentado.
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Bibliografia
www.europarl.eu.int/meetdocs/commitees/rett/2003120/COM_COM(2002
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www.co.dakota.mn.us/cppm/Sustainability/paint.pdf
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www.carbono.com.br/artigo/Artigo2.htm
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www.aerias.org/kview.asp?Docld=146&spaceid=1&subid=7
www.healthyhomeplans.com/articles/information5.php
www.hempel.pt
www.cin.pt
www.robbialac.pt
www.diramb.gov.pt/data/basedoc/TXT_LN_26380_1_0001.htm
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